Relatorio Comissao Contorno Sul (Final)

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  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

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    1- INTRODUO

    Com base na Portaria Conjunta de 17 de junho de 2.013 os Meritssimos

    Juzes das Varas Cveis da Comarca de So Sebastio, S. Exa. Doutor

    Antonio Carlos Pessoa Martins e S. Exa. Doutor Guilherme Kirschner em

    deliberao conjunta, visando a celeridade processual nas desapropriaes

    decorrentes da execuo do trecho Contorno Sul da Rodovia dos

    Tamoyos, instituram a Comisso de Peritos com o objetivo de padronizar

    as seguintes indicaes:

    a) Elementos de instruo das aes de desapropriaes.

    b) Critrios tcnicos e regras para as avaliaes.

    c) Parmetros que subsidiaram os valores prvios.

    d) Modelo padro de apresentao dos laudos oficiais.

    Assim, para oferecer o modelo tcnico mais atualizado para avaliao de

    Bens Imveis, a Comisso de Peritos elaborou o presente documento

    compatibilizando os critrios estabelecidos na Norma NBR-14.653 da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) com os das normas

    adotadas pelo Centro de Apoio aos Juzes das Varas da Fazenda Pblica de

    So Paulo (CAJUFA), acrescentando ainda as seguintes consideraes:

    Obedecendo ao determinado na NBR 14.653, relaciona os critrios de

    fundamentao e preciso que devem ser identificados quando da

    escolha da metodologia a ser aplicada nas avaliaes.

    Adequao de conceitos e critrios tcnicos de clculos realidade

    fsica e socioeconmica da regio alcanada pelas desapropriaes

    pretendidas.

    Alm dos parmetros e metodologias dos procedimentos avaliatrios

    descritos, diante de circunstncias atpicas de mercado ou

    singularidades do imvel avaliado, quando o avaliador tiver razes

    efetivas para alter-los, poder faz-lo, explicando e fundamentando os

    motivos, de maneira clara, objetiva e comprovvel.

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    Em ateno ao Decreto n 5.296/04, caber ao avaliador investigar se o

    imvel em anlise possui adaptaes especficas para atendimento aos

    portadores de deficincia de qualquer natureza ou com mobilidade

    reduzida, adicionando em seus clculos os elementos especificados na

    integral aplicao da NBR 9050 da ABNT.

    2. CONCEITUAO E TERMINOLOGIA

    Para um melhor entendimento e complementao de informaes,

    recomenda-se a leitura das definies adotadas nas bibliografias

    especializadas, em especial na NBR-14.653 da Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas- ABNT.

    Visando facilitar e complementar a utilizao das presentes normas, a

    seguir sero apresentadas as principais definies:

    2.1. Gleba urbanizvel

    Terreno situado em zona urbana ou de expanso urbana, cujo

    aproveitamento eficiente depende de parcelamento do solo, atendidos os

    aspectos legais e mercadolgicos.

    2.2. Desmembramento

    Subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao, com aproveitamento

    do sistema virio existente, desde que no implique na abertura de novas

    vias e logradouros pblicos, nem no prolongamento, modificao ou

    ampliao dos j existentes.

    2.3. Loteamento

    Subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao, com abertura de

    novas vias de circulao, de logradouros pblicos ou prolongamentos,

    modificao ou ampliao de vias existentes.

    2.4. Desdobro de lote

    o parcelamento de lote resultante de loteamento ou desmembramento

    aprovado.

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    2.5. Remembramento

    a unificao de duas ou mais glebas ou lotes, para a formao de novas

    glebas ou lotes.

    2.6. Lote

    a rea resultante de loteamento, desmembramento ou desdobro.

    2.7. Terreno Encravado

    Aquele que no se comunica com a via pblica, e que depende de servido

    de passagem por outro imvel.

    2.8. Lote de Esquina

    Aquele em que o prolongamento de seus alinhamentos, quando retos, ou

    das respectivas tangentes, quando curvos, determinam ngulos internos

    inferiores a 135 e superiores a 45, desconsiderados os alinhamentos

    voltados para a viela ou passagens de pedestres.

    2.9. Lote de Frentes Mltiplas

    Aquele que possui mais de uma testada para logradouros pblicos, sem

    estar localizado na sua confluncia.

    2.10. Lote de Fundo

    Aquele que, situado no interior da quadra, se comunica com a via pblica

    por um corredor de acesso, com largura igual ou inferior a 4,00m.

    2.11. Lote Interno

    Aquele localizado em vila, passagem ou local assemelhado, acessrio da

    malha viria do Municpio, de propriedade pblica ou particular.

    2.12. Pesquisa

    Conjunto de procedimentos de identificao, investigao, coleta, seleo,

    processamento, anlise e interpretao de resultados sobre dados relativos

    a imveis assemelhados ao avaliando, para fornecer estrutura tcnica

    avaliao.

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    2.13. Imvel Paradigma

    Imvel hipottico cujas caractersticas so adotadas como padro

    representativo da regio ou referencial da avaliao.

    2.14. Homogeneizao

    Tratamento dos preos observados, mediante a aplicao de

    transformaes matemticas que expressem, em termos relativos, as

    diferenas entre os atributos dos dados de mercado e os do imvel

    avaliando.

    2.15. Frente Principal

    Nos lotes de esquina ou com frentes mltiplas, a frente principal aquela

    para a qual se obtm o maior valor do lote, desconsideradas as demais.

    2.16. Frente Projetada

    2.16.1. Projeo da frente, normal ao lado maior, obtida conforme os

    seguintes exemplos:

    2.16.2. Nas frentes em curva, deve-se considerar a projeo da corda, do

    alinhamento.

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    Pargrafo nico: Nos casos de lotes com frentes em curva, para os quais a

    frente projetada determina conforme o subitem anterior, no representante

    a melhor caracterizao da mesma, poder ser utilizado outro mtodo de

    projeo, que traduza o melhor aproveitamento do lote.

    2.17. Frente Real

    Projeo no plano horizontal da linha divisria do imvel com o

    alinhamento de via pblica.

    2.18. Frente de Referencia

    Frente da situao paradigma adotada.

    2.19. Profundidade de Referncia

    So as profundidades mnimas e mximas, economicamente

    recomendveis para uma determinada regio.

    2.20. Idade da Edificao

    aquela atribuda ao imvel de modo a refletir sua utilizao, a

    arquitetura, a funcionalidade e as caractersticas dos materiais empregados

    nos revestimentos. No pode ser superior sua idade real e no deve ser

    considerado seu estado de conservao.

    2.21. Idade Real

    Tempo decorrido desde a concluso da construo at a data de referncia.

    2.22. Vistoria

    Exame circunstanciado de um imvel e da regio onde se localiza,

    apresentado na forma de descrio minuciosa dos elementos que os

    constituem e documentao fotogrfica, visando objetivo especfico.

    2.23. Preo

    Quantia pela qual se efetua, ou se prope efetuar, uma transao

    envolvendo um bem, um fruto ou um direito sobre ele.

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    2.24. Regio para Incorporao

    Regio onde a procura de terrenos para novas incorporaes intensa,

    denotando-se de maneira clara a pujana pela qual a micro regio passa.

    2.25. Terreno para Incorporao

    O terreno para incorporao dever atender, na data da avaliao,

    simultaneamente as premissas abaixo:

    a) Possuir dimenses que possibilitem a implantao de incorporao.

    b) Obedecer legislao municipal inerente s incorporaes.

    c) Ter o terreno vocao condizente com a implantao de incorporao.

    2.26. Vocao do Imvel

    Uso economicamente mais adequado do imvel em funo das

    caractersticas prprias e do entorno, respeitadas as limitaes legais.

    2.27. Pesquisa de Incorporaes

    Levantamento junto ao Registro de Imveis de matrculas referentes a

    imveis transacionados contemporaneamente data base da avaliao,

    localizados em regio para incorporao, em conformidade com as

    diretrizes expressas nestas Normas, em captulo prprio.

    2.28. Profundidade Equivalente

    o resultado numrico da diviso entre a rea total de um terreno e sua

    frente principal projetada.

    2.29. Valor do Mercado

    Quantia mais provvel pela qual se negociaria voluntariamente e

    conscientemente um imvel, numa data de referncia, dentro das

    condies do mercado vigente.

    2.30. Solo Seco

    Condio de solo padro (paradigma na grande parte das avaliaes);

    ocorre quando no h acmulo ou invaso de gua no terreno, mesmo em

    fases de lua cheia ou perodos recorrentes de chuvas.

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    2.31. Solo Permanentemente Alagado

    Condio de solo na qual existe sobre o terreno lmina de gua, por menor

    que seja sua altura (nvel).

    2.32. Solo Brejoso

    Condio de solo saturado e com baixa consistncia, ou seja, no oferece

    capacidade de suporte direta e superficial para edificaes.

    2.33. Solo Alagadio (sujeito a inundaes/enchentes)

    Condio de solo na qual sobre o terreno forma-se a lmina de gua, por

    menor que seja sua altura (nvel), de forma temporria, normalmente

    devido s cheias ou perodos de chuvas recorrentes fortes.

    2.34. lveo ou Leito

    a superfcie de terreno que as guas cobrem sem transbordarem para os

    lados, ou seja, o canal por onde correm as guas.

    2.35. Margens

    So as faixas de terreno lindeiras ao lveo (ou leito), que ficam descobertas

    pelas guas, a no ser durante as cheias. Margem esquerda ou margem

    direita se localizam, dando-se as costas para a direo de onde as guas

    fluem.

    2.36. Desapropriao Temporria

    Conforme estabelecido no Art. 36 do Decreto Lei n 3.365/41 trata da

    ocupao temporria, que ser indenizada, afinal, por ao prpria, de

    terrenos no edificados, vizinhos s obras e necessrios sua realizao.

    2.37. Laudo Prvio

    Nas aes de desapropriao, havendo determinao judicial, dever ser

    elaborado laudo preliminar, o qual seguir as recomendaes de norma

    especfica, conforme Anexo I.

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    3. METODOS DE AVALIAO

    A avaliao de imveis dever ser feita preferencialmente pelo Mtodo

    Comparativo Direto. Na impossibilidade da aplicao deste mtodo, ser

    utilizado o Mtodo da Composio.

    3.1. Mtodo Comparativo Direto aquele em que o valor do imvel obtido

    por meio da comparao de dados de mercado relativos a outros imveis de

    caractersticas semelhantes. As discrepncias observadas nas

    caractersticas dos imveis devero ser ponderadas atravs de fatores de

    homogeneizao.

    3.2. Mtodo da Composio aquele em que o valor do imvel definido

    pela soma do valor do terreno com o valor das edificaes e benfeitorias

    existentes.

    3.2.1. A avaliao de terreno dever ser feita preferencialmente pelo Mtodo

    Comparativo Direto. Na impossibilidade da aplicao desta metodologia

    ser utilizado o mtodo Residual.

    3.2.2. Mtodo residual aquele que o valor do terreno definido pela

    diferena entre o valor total do imvel e o valor das edificaes e

    benfeitorias existentes. O valor das edificaes dever ser determinado de

    acordo com o estudo Edificaes Valores de Venda vigente, elaborado por

    Comisso de Peritos das DD. Varas da Fazenda Pblica da Capital-

    CAJUFA.

    4. PROCEDIMENTO AVALIATRIO

    4.1. Fundamentao

    A NBR-14.653/2, no seu item 8.1.1, define a metodologia aplicvel,

    funo basicamente da natureza do bem avaliando, da finalidade da

    avaliao e da disponibilidade, qualidade e quantidade de informaes

    colhidas no mercado.

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    No item 9 da referida Norma, na metodologia aplicvel, o avaliador dever

    estabelecer o grau de fundamentao e de preciso em seu trabalho. A

    Comisso de Peritos considerou como premissa para a viabilizao das

    presentes normas, a finalidade judicial das mesmas, que se prestam

    avaliao de imveis para todos os fins de direito, mediante o devido

    tratamento de dados por fatores.

    4.1.2. Grau de Fundamentao

    Considerando os graus de fundamentao da Norma NBR-14.653/2 da

    ABNT e a premissa adotada pela Comisso de Peritos, j expostas no item

    anterior, o avaliador dever no mnimo atender aos itens do quadro abaixo.

    ITEM DESCRIO CARACTERSTICAS

    1. Caracterizao do imvel avaliado Completa quanto aos fatores

    utilizados no tratamento

    2. Coleta de dados Caractersticas conferidas pelo

    autor do laudo

    3. Quantidade mnima de dados de

    6 (seis) mercado efetivamente utilizados

    4. Identificao dos dados de mercado

    Apresentao das informaes

    relativas a todas as caractersticas

    dos dados analisados

    5. Intervalo admissvel de ajuste para

    050 a 2,00 cada fator e para o conjunto de fatores

    4.1.3. Grau de Preciso

    Aps a aplicao dos fatores de homogeneizao, o intervalo admissvel

    para saneamento da amostragem ser de 30% para mais ou para menos da

    amostra.

    Paragrafo nico: O trabalho avaliatrio ser desenvolvido atravs da

    metodologia retro determinada, apresentando todos os conceitos e

    parmetros aplicados de maneira clara, objetiva, com memria de clculo e

    passvel de conferncia.

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    4.2. Pressupostos

    As seguintes condies devem ser observadas e preceder o processo

    avaliatrio:

    Caracterizao do objetivo da avaliao para permitir a identificao

    das circunstncias que possam influir no valor do imvel;

    Individualizao do objetivo da avaliao, obtida a partir de plantas,

    memoriais descritivos e documentos detalhados englobando o imvel;

    Complementao das informaes necessrias ao desenvolvimento da

    tarefa avaliatria que possam ser consideradas fatores valorizveis ou

    desvalorizveis.

    Ao iniciar o procedimento de avaliao, o avaliador deve solicitar o

    fornecimento da documentao relativa ao bem, necessria realizao do

    trabalho e tomar conhecimento das informaes contidas na documentao

    disponvel.

    Na impossibilidade de ter acesso documentao necessria, o avaliador

    dever decidir se possvel elaborar a avaliao. Em caso positivo, dever

    explicitar os pressupostos assumidos e as eventuais ressalvas relativas

    insuficincia ou incoerncia de informaes.

    4.3. Caracterizao do Imvel Avaliado

    4.3.1. Vistoria

    Nenhuma avaliao poder prescindir da vistoria. Na impossibilidade de

    acesso ao bem avaliando, dever ser comunicado ao Juzo. Na vistoria

    devero ser registradas as caractersticas do bem avaliando, e ressaltados

    aspectos relevantes formao do seu valor, em especial:

    4.3.1.1. Caracterizao da regio e logradouro compreendendo os aspectos

    fsicos, os aspectos ligados infraestrutura urbana, os equipamentos

    comunitrios com respectivas atividades existentes e as posturas legais,

    com nfase na Lei de Uso e Ocupao do Solo.

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    4.3.1.2. Caracterizao do terreno avaliado abrangendo os seguintes

    aspectos fsicos: dimenses, formato, topografia, consistncia do solo,

    localizao, divisas e eventuais aspectos valorizveis ou desvalorizveis.

    4.3.1.3. As edificaes e benfeitorias atingidas pela desapropriao devero

    ser caracterizadas, englobando os aspectos construtivos, qualitativos,

    quantitativos e utilizao atual.

    4.3.1.4. Nos casos de desapropriao parcial dever constar ainda:

    Anlise de aproveitamento do remanescente com justificativa e/ou;

    As readequaes e remanejamentos das construes que devero ser

    avaliadas.

    4.3.1.5. Nas pericias referentes s aes indenizatrias, quando necessrio,

    devero ser apuradas:

    a) a real ocorrncia da ocupao alegada;

    b) a delimitao e quantificao da rea ocupada;

    c) a data efetiva da ocupao.

    4.4. A Pesquisa de Valores

    A pesquisa deve ser desenvolvida considerando as caractersticas do imvel

    avaliado, a disponibilidade de recursos, relatrios, informaes, pesquisas

    anteriores, plantas, documentos e prazos de execuo dos servios.

    Na coleta de dados devem ser observadas as seguintes premissas:

    Completa identificao dos dados de mercado;

    Diversidade de fonte de informao;

    Contemporaneidade (at 1 ano em relao data da avaliao);

    Semelhana com o imvel avaliando;

    Pertencer mesma regio;

    Quantidade mnima de 06 (seis) elementos amostrais de mercado

    efetivamente utilizados.

    4.5. Tratamento de Pesquisa de Valores

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    4.5.1. A pesquisa de valores dever ser tratada aplicando-se os fatores de

    homogeneizao apresentados nestas Normas.

    4.5.2. Dada elasticidade dos negcios imobilirios ser aplicada uma

    reduo de 10% sobre o valor global ofertado (fator oferta igual a 0,90); a

    adoo de um fator oferta diferente dever ser demonstrada e justificada.

    4.5.3. No emprego do Mtodo da Composio, terrenos construdos podero

    ser utilizados como comparativos, deduzindo-se o valor da construo com

    base no estudo Edificaes Valores de Venda vigente, elaborado por

    Comisso de Peritos das DD. Varas da Fazenda Pblica da Capital-

    CAJUFA.

    4.5.4. Quando a atualizao de valores for necessria, dever ser utilizado

    o ndice IPC (ndice de Preo ao Consumidor) publicadas pela Fundao

    Instituto de Pesquisa Econmicas da Universidade de So Paulo-

    FIPE/USP.

    4.6. Clculo do valor do imvel

    A apurao do valor do bem deve ser efetuada conforme a metodologia que

    melhor se aplique ao mercado de insero do bem e a partir do tratamento

    dos dados de mercado.

    4.7. Remanejamento de ndice fiscal

    Comprovada a necessidade de remanejamento do ndice fiscal, este poder

    ser efetuado desde que justificado e observando-se:

    4.7.1. O ndice fiscal disponvel na regio que melhor reflita as

    caractersticas do logradouro, inclusive no que diz respeito possibilidade

    de uso e ocupao do solo.

    4.7.2. Em terreno situado em via secundria, passagem, travessa ou local

    assemelhado, acessrios da malha viria do Municpio no relacionados na

    listagem de valores, se adotado 70% do valor da via a qual tenha acesso o

    logradouro estudado, desde que dotado dos mesmos melhoramentos.

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    4.7.3. Caso no seja possvel adotar os critrios acima, os ndices de

    transposio, com justificativas expressas, devero ser ajustados para que

    sejam compatveis com os observados na regio.

    4.8. Recomenda-se a utilizao de elementos da pesquisa com ndices

    compreendidos entre:

    0,5 Ia < Ip

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    5.3.1. Os lotes avaliados sero classificados em uma das seguintes regies,

    caracterizadas pela ocupao predominante, para efeito de fixao das

    profundidades mnima (Pmi) e mxima (Pma):

    1 regio casas isoladas padro fino e luxo = 30,00m a 60,00m

    2 regio casas/ comrcios/ servios padro simples a superior = 25,00m a 40,00m

    3 regio casas/ comrcios/ servios padro rustico e econmico = 15,00m a 30,00m

    4 regio apartamento/escritrio padro simples a luxo = 25,00m a 60,00m

    5 regio ncleos de comrcios/servios de alta densidade = 20,00m a 40,00m

    6 regio galpes padro econmico a superior = 25,00m a 60,00m

    Pargrafo nico: As regies acima classificadas esto de acordo com o

    estudo Edificaes Valores de Venda. Na impossibilidade de

    enquadramento em uma destas regies, os parmetros adotados devero

    ser justificados.

    5.3.2. A influncia da profundidade levada em conta no valor total do

    terreno, atravs da relao entre a profundidade equivalente e as

    profundidades limites indicadas para as regies.

    5.3.3. A profundidade equivalente deve ser o resultado da diviso da rea

    pela medida da frente principal projetada.

    5.3.4. Se a profundidade equivalente estiver dentro dos limites mnimo e

    mximo das profundidades estabelecidas para a regio definida no item

    5.3.1., ou resultante de imposio legais, ou seja, se Pmi Pe Pma, a

    avaliao dos terrenos ser feita pelo valor do metro quadrado,

    determinado pela expresso:

    Vt = At x Vu

    5.3.5. Se a profundidade equivalente estiver no intervalo entre a mnima e

    sua metade, ou seja, Pmi Pe < Pmi, dever ser empregada a seguinte

    frmula:

    Vt = At X Vu X ( Pe/ Pmi) 0,50

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    5.3.6. Para profundidade equivalente inferior a Pm mantido o fator

    obtido para esse limite.

    5.3.7. Se a profundidade equivalente for superior mxima de referncia,

    dever ser aplicada a seguinte frmula:

    Vt = At X Vu X (Pma/ Pe) 0,25

    Pargrafo nico: Nos terrenos para incorporao, Pma poder ir at 3 (trs)

    vezes a testada.

    5.4. Frente

    5.4.1. A influncia de frente ser considerada no valor total do terreno, pela

    relao entre a frente projetada (Fp) e a frente de referncia (Fr), atravs da

    seguinte expresso:

    Vt = At X Vu X Cf

    Onde:

    Cf = (Fp / Fr) 0,25, dentro dos limites Fr /2 Fp 2 Fr

    5.4.2. Para frente projetada inferior a Fr/2 ou superior a 2 X Fr, mantido

    o fator obtido para esses limites.

    5.4.3. So indicadas as seguintes frentes de referncia:

    para as 1 e 4 regies Fr = 16,00m para as 2, 5 e 6 regies Fr = 10,00m para a 3 regio Fr = 5,00m

    5.4.4. Expresses:

    Fr /2 Fp 2 Fr fator = (Fp / Fr ) 0,25 Fp < Fr /2 fator = 0,8409 Fp > 2 Fr fator = 1,1892

    5.4.5. No se aplica o fator testada aos lotes situados em bairros da 1 e 3

    regies, com frente maior que a de referncia, ou seja:

    Fp > Fr fator = 1,0000

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    5.4.6. Lotes contguos de mesmo proprietrio, com registros distintos,

    devero ser avaliados separadamente. A unificao dos lotes para fins

    avaliatrios, objetivando adequao ao mercado, dever ser justificada e

    fundamentada.

    5.5. Esquina e frentes Mltiplas

    5.5.1. Os lotes de esquina ou de frentes mltiplas devem ser avaliados

    como terrenos de uma s frente, sendo que sua eventual influncia

    valorizvel dever ser justificada pelo avaliador.

    5.5.2. O coeficiente de valorizao pela esquina ou outras frentes (Ce), ser

    obtido pela seguinte frmula:

    Ce = [(Cr+ 20) F1 V1 + F2 V2+...+ Fn Vn ]/ 20 F1 V1

    Onde:

    Cr = 1, nas 1, 2, 3 regies;

    Cr = 2, na 4 regio;

    Cr = 3, na 5 e 6 regies;

    F1 = frente principal projetada para via pblica de maior valor ou frente

    projetada menor no caso de ruas de igual valor

    F2... Fn,= frentes secundrias;

    V1, V2. ,Vn = valores unitrios das frentes principal e secundrias

    5.5.3. As extenses das frentes utilizadas na frmula, dependendo das

    regies definidas no item 5.3.1., sero limitadas a: Fr nas 1, 2 e 3

    regies e a 2 X Fr nas demais regies.

    5.5.4. A valorizao obtida pela frmula, dependendo das regies definidas

    no item 5.3.1., ser limitada aos seguintes percentuais:

    para as 1, 2 e 3 regies = 10%

    para a 4 regio = 15%

    para as 5 e 6 regies = 25%

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    17

    5.5.5. A rea de influncia do fator valorizvel corresponder quela dada

    pela expresso Fp X Pe, dependendo das regies definidas no item 5.3.1.,

    dentro dos seguintes limites:

    Fp Fr e Pe Pmi, para as 1, 2 e 3 regies;

    Fp Fr e Pe Pma, para a 4 regio;

    Fp 2Fr e Pe Pma, para as 5 e 6 regies.

    5.5.6. O coeficiente de valorizao pela esquina ou frentes mltiplas deve

    ser aplicada somente sobre a rea de influncia relativa frente principal.

    5.5.7. O fator no se aplica no caso de logradouros ainda no implantados,

    mesmo que legalizados.

    5.5.8. O fator no se aplica no caso de vielas e vilas residenciais.

    5.6. As frentes de referncia, profundidades mximas e mnimas,

    coeficientes de regies e limites para a valorizao esto resumidos no

    quadro a seguir:

    REGIO FRENTE DE PROFUNDIDADE (m) COEFICIENTE COEFICIENTE MAX.

    REFERNCIA (Fr) (Pmi) (Pma) REGIO (Cr) VALORIZAO (Ce )

    1 16,00m 30 60 1 1,10

    2 10,00m 25 40 1 1,10

    3 5,00m 15 30 1 1,10

    4 16,00m 25 60 2 1,15

    5 10,00m 20 40 3 1,25

    6 10,00m 25 60 3 1,25

    5.7. Topografia

    5.7.1. A influncia do aclive ou declive do terreno avaliando implica na

    adoo dos seguintes fatores:

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    18

    Terreno Fator

    Plano ou aclive at 5% 1,00

    Aclive de 5% at 10% Declive de at 5% 0,95

    Aclive de 10% at 20% Declive de 5% at 10% 0,90

    Aclive acima de 20% 0,85

    Declive de 10% at 20% 0,80

    Declive maior de 20% 0,70

    5.7.2. A influncia do nvel do terreno em relao ao nvel da rua implica

    na adoo dos seguintes fatores:

    Abaixo do nvel da rua at 1,00m 0,90

    Abaixo do nvel da rua de 1,00m at 2,50m 0,80

    Abaixo do nvel da rua de 2,%0m at 4,00m 0,70

    Acima do nvel da rua at 1,00m 1,00

    Acima do nvel da rua de 1,00m at 2,50m 0,90

    Acima do nvel da rua de 2,50m at 4,00m 0,80

    5.7.3. Os fatores declividade e desnvel no so acumulveis, prevalecendo

    na dupla ocorrncia, o mais agravante.

    5.8. Consistncia do Solo

    A consistncia do solo, no valor do terreno, poder ser corrigida aplicando-

    se os seguintes fatores corretivos:

    Terreno seco = 1,00

    Terreno permanentemente alagado = 0,60

    Terreno brejoso = 0,50

    Obs.: para solos alagadios (sujeito a inundaes/enchentes). Verificar o

    item 8.3.

    5.9. Favela

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    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    19

    Considera-se favela o agrupamento de moradias populares irregulares em

    reas invadidas, com ou sem adequada infraestrutura urbana, ausentes os

    pr-requisitos de uso, ocupao e parcelamento de solo.

    5.9.1. Cada favela possui contexto e caractersticas prprias e peculiares,

    de modo que o caso em estudo deve ser analisado luz da compreenso da

    sua influncia na formao de valor para a rea a qual est inserida bem

    como para as reas limtrofes/lindeiras e circunvizinhas, assim agrupadas:

    Terreno ocupado por favela;

    Terreno limtrofe favela;

    Terreno circunvizinho favela.

    Pargrafo nico: o valor a ser atribudo para imvel que esteja sob a

    influncia direta ou indireta de favela, conforme a classificao

    apresentada acima consequncia da qualidade da pesquisa de elementos

    comparativos efetuada na localidade, devendo ser demonstrada a curva de

    influncia da presena da favela em funo da distncia do imvel

    mesma.

    5.9.1.1. No caso de terreno ocupado por favela, em que a ocupao se

    limita ao imvel avaliado, estado o seu entorno livre e desimpedido desta

    ocupao irregular, o valor de mercado deste terreno, considerando-o sem

    invaso, dever ser depreciado em no mnimo 50% (cinquenta por cento).

    5.9.1.2. No caso de terreno ocupado por favela, em que a ocupao se

    estenda a outros imveis circunvizinhos, ou seja, o seu entorno tambm

    est ocupado, o valor de mercado deste terreno, considerando-o sem

    invaso, dever ser depreciado em no mnimo 80% (oitenta por cento).

    5.9.1.3. Na impossibilidade da adoo da curva de influncia citada no

    pargrafo nico acima, tendo em vista a inexistncia ou insuficincia de

    dados de mercado, o avaliador dever adotar o fator depreciativo, em

    funo da caracterizao da ocupao do imvel avaliado:

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    20

    para imveis limtrofes favela caracterizada no item 5.9.1.1.,

    aplica-se o fator depreciativo igual a 0,6667, ou seja, pratica-se

    reduo de 1/3 em relao ao valor pleno;

    para imveis limtrofes favela caracterizada no item 5.9.1.2.,

    aplica-se o fator depreciativo igual a 0,3333, ou seja, pratica-se

    reduo de 2/3 em relao ao valor pleno;

    5.9.1.4. No caso de terrenos circunvizinhos favela, a faixa circunvizinha

    dever ser igual a 200,00m (duzentos metros), contados a partir da divisa

    do terreno limtrofe. Para os imveis inseridos nesta faixa, dever ser

    aplicado um fator depreciativo linear, iniciando-se o ndice indicado abaixo

    e finalizando-se com o fator igual a 1,0000:

    inicialmente igual a 0,6667, para circunvizinhana de favela

    caracterizada no item 5.9.1.1..

    inicialmente igual a 0,3333, para circunvizinhana de favela

    caracterizada no item 5.9.1.2..

    5.10. Terreno Encravado

    5.10.1. Terreno originalmente encravado ser avaliado considerando-se o

    valor unitrio mdio como equivalente a 50% do valor unitrio do

    logradouro para o qual tenha acesso por servido de passagem, a menos

    que condies especiais justifiquem adoo de parmetro diferente.

    Pargrafo nico: por no possuir frente prpria para a via pblica, mas

    somente acesso indireto - servido de passagem precria ou definitiva - no

    devem ser aplicados os fatores de frente, profundidade ou esquina na

    determinao do valor final.

    5.11. Lote de Fundo

    5.11.1. Lote de fundo dever ser avaliado atravs do Mtodo Comparativo

    Direto e os fatores de profundidade e frente devero ser calculados

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    21

    mediante os critrios especificados respectivamente nos itens 5.3 e 5.4

    destas Normas, onde:

    a profundidade equivalente ser calculada atravs da diviso da rea

    total do terreno pela projeo da largura do corredor de acesso;

    a testada a ser considerada a correspondente projeo da largura

    do corredor de acesso.

    5.12. Lote Interno

    5.12.1. No lote interno de vilas ou ruas particulares, o valor unitrio

    especfico para o local ser atribudo por pesquisa de valor, elaborada com

    considerao das caractersticas valorizveis/desvalorizveis do mesmo.

    5.12.2. Na impossibilidade de realizao da pesquisa, conforme o subitem

    anterior, o avaliador dever justificar os fatores corretivos de

    homogeneizao que adotar.

    5.13. Desapropriao Parcial de Terreno

    Nota: Antes de efetuar os clculos de parametrizao do lote a ser avaliado,

    o profissional dever se informar do valor do m lanado pela Prefeitura

    Municipal de So Sebastio para fins de lanamento do Imposto Predial e

    Territorial Urbano (IPTU) no ano em curso e independentemente do mtodo

    de avaliao adotado, aps o devido tratamento pelos fatores

    correspondentes, caso resulte em valor inferior ao cobrado do contribuinte,

    este valor oficial ser o atribudo como valor final do lote.

    5.13.1. Na desapropriao parcial de terreno, o critrio geral a ser aplicado

    o do metro quadrado mdio do lote primitivo.

    5.13.2. Comprovadas desapropriaes do terreno remanescente, estas

    devero ser calculadas atravs do critrio antes/depois.

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    22

    5.13.3. Remanescente non aedificandi, conforme legislao pertinente ou

    por perda de acesso (expressa na planta da lei), ser mencionado no laudo

    e avaliado na sua totalidade.

    5.13.4. Sendo o remanescente inaproveitvel e, havendo expressado

    interesse do expropriado em permanecer com esta rea, a indenizao ser

    calculada pelo valor do metro quadrado mdio do lote primitivo, sendo

    vedado a aplicao do mtodo antes/depois.

    5.14. Meio Ambiente

    Os imveis que possuam restries ao uso e ocupao do solo em funo

    de questes ambientais advindas do Cdigo Florestal tais como as reas de

    Preservao Permanente (APP), reas de Proteo Ambiental (APA), ao

    zoneamento do municpio de So Sebastio e Lei Municipal n 225/78

    referente ao Uso e Ocupao do Solo e em especial ao Decreto n

    49.215/04 Zoneamento Ecolgico Econmico do Setor Litoral Norte,

    devero obedecer s recomendaes abaixo.

    Devero ainda ser observados os parmetros dispostos nas Resolues

    CONAMA n 302 e n303, datadas de 20 de maro de 2002.

    A determinao do valor do lote com restrio ambiental dever partir da

    anlise do impacto que tal restrio, em razo de suas dimenses,

    caractersticas e localizao, considerando o potencial construtivo til do

    lote a partir da hiptese inicial de inexistncia da restrio.

    5.14.1. Para lotes sujeitos rea ambiental restritiva, o avaliador dever

    calcular, conforme legislao especfica vigente, o potencial construtivo til

    P1 da rea gravada, desconsiderando-se o gravame, e ainda o potencial

    construtivo til P2, o qual se refere ao potencial que pode ser transferido

    para a rea sem o gravame (At2).

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    23

    5.14.2. Os lotes com rea ambiental restritiva, devero ser avaliados

    utilizando-se o conceito de rea equivalente, calculada conforme abaixo:

    se 0,80 X (P2/P1) > 0,10 Aeq = At2 + 0,80 X (P2/P1) X Ag

    se 0,80 X (P2/P1) 0,10 Aeq = At2 + 0,10 X Ag

    Aeq: rea equivalente do lote, considerando a restrio ambiental.

    At2: rea do lote, desconsiderando a rea com restrio ambiental.

    Ag: rea com restrio ambiental.

    P1: Potencial construtivo til da Ag desconsiderando a restrio ambiental.

    P2: Potencial construtivo til da Ag que pode ser transferido para o lote.

    Pargrafo nico: o avaliador dever utilizar a rea equivalente (Aeq), para

    proceder a avaliao do lote sujeito restrio ambiental, considerando o

    valor unitrio de terreno da regio e as recomendaes destas Normas, em

    especial, o Captulo 5 - Avaliao de Lotes Urbanos.

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    24

    6. AVALIAO DE REAS ESPECIAIS

    Este captulo estabelece metodologias e parmetros para avaliao de reas

    de maior porte, aqui denominadas reas especiais, cujo aproveitamento

    eficiente possa ser de natureza residencial, comercial ou industrial.

    certo que tal classificao - reas especiais - no se faz pelo tamanho

    da rea, mas pela desproporcionalidade observada entre ela e o contexto ao

    qual est inserida, notadamente em relao ao padro predominante na

    mesma regio geoeconmica.

    6.1. CONCEITUAO E TERMINOLOGIA (REA ESPECIAIS)

    As reas especiais, dependendo da regio geoeconmica onde se

    encontram inseridas tm entre suas principais destinaes:

    Parcelamento

    Empreendimento

    Industrial

    Incorporao condominial

    6.1.1. rea para parcelamento

    Terrenos situados em zona urbana ou de expanso urbana, cujo

    aproveitamento eficiente dependa de parcelamento do solo (loteamento,

    desmembramento ou desdobro), desde que atendidos os aspectos legais e

    mercadolgicos.

    6.1.2. reas de empreendimentos

    Terrenos situados em zona ou expanso urbana cuja vocao indicada pela

    ocupao do entorno, seja para a implantao de empreendimentos

    comerciais, tais como: shopping centers, hotis, hipermercados, lojas de

    porte, etc.

    6.1.3. reas industriais

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    25

    reas localizadas em zona de destinao predominantemente industrial, j

    devidamente urbanizadas, cujas dimenses, caractersticas fsicas e de

    acesso, permitam viabilizar esse uso. Incluem-se tambm neste tpico

    utilizaes correlacionadas, tais como armazenagem, logstica,

    manuteno, etc.

    6.1.4. reas de incorporaes condominiais

    reas situadas em regio onde exista concentrao de empreendimentos de

    porte, e na qual a procura de terrenos tende ao agrupamento de lotes para

    novas incorporaes. Devem ser consideradas alm da vocao da regio

    para novas incorporaes, as restries e especificidades de sua destinao

    legal.

    Pargrafo nico: referidas reas podero advir tambm do

    desmembramento de glebas, visando, de forma geral, incorporaes

    condominiais: residenciais ou comerciais.

    6.2. Mtodos de Avaliao (reas Especiais)

    As avaliaes de imveis classificados como reas especiais devero ser

    feitas preferencialmente pelo Mtodo Comparativo Direto. Na

    impossibilidade da aplicao deste mtodo, ser utilizado o Mtodo

    Involutivo.

    6.2.1. Mtodo Comparativo Direto aquele em que o valor do imvel

    obtido por meio da comparao de dados de mercado relativos a outros

    imveis de caractersticas semelhantes. As discrepncias observadas nas

    caractersticas dos imveis devero ser ponderadas atravs de fatores de

    homogeneizao.

    6.2.2. Mtodo Involutivo aquele baseado em estudo de viabilidade

    tcnico/econmica para aproveitamento eficiente (aquele recomendvel

    para o local, observada a tendncia de uso circunvizinho e permitidos pelas

    legislaes pertinentes), mediante hipottico modelo imobilirio compatvel

    com as caractersticas do imvel e com as condies do mercado.

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    26

    Paragrafo nico: para a utilizao de algoritmos especficos, sob a

    denominao de mtodos, advindos do conceito original do Mtodo

    Involutivo, detalhado no item 6.2.2., devero ser obedecidas todas as

    determinaes contidas nestas Normas, em especial aquelas deste captulo.

    6.3. Procedimento Avaliatrio (reas Especiais)

    6.3.1. Fundamentao

    Para o caso da aplicao do Mtodo Comparativo Direto para avaliao de

    reas especiais, devero ser seguidas as recomendaes j descritas nestas

    Normas, nos itens 4.1.2. e 4.1.3., para a determinao do grau de

    fundamentao e do grau de preciso de avaliao.

    6.3.1.2. Grau de Fundamentao (Mtodo Involutivo)

    Considerando os graus de fundamentao da Norma NBR-14.653/2 da

    ABNT e as premissas adotadas pela Comisso de Peritos, j expostas no

    item 4.1. Fundamentao destas Normas, o avaliador dever no mnimo

    atender aos itens do quadro a seguir:

    ITEM DESCRIO REQUISITO

    1. Nvel de detalhamento do Aproveitamento, ocupao e

    projeto hipottico usos presumidos

    2. Preo de venda das unidades do Fundamentao prevista no

    projeto hipottico Mtodo Comparativo

    3. Estimativa de custos para Custo unitrio bsico referencial de

    integral implantao mercado com BDI arbitrado

    4. Prazos Arbitrados

    5. Taxas Justificadas

    6. Modelo Dinmico com fluxo de caixa

    7. Anlise setorial e

    Conforme pesquisa diagnstico de mercado

    8. Cenrios 1

    9. Anlises de sensibilidade

    Sem simulao do modelo

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    27

    Pargrafo nico: O trabalho avaliatrio ser desenvolvido atravs da

    metodologia retro determinada, apresentando todos os conceitos e

    parmetros aplicados de maneira objetiva, com memria de clculo e

    passveis de conferncia, sendo obrigatria a apresentao, de forma clara

    e detalhada, do fluxo de caixa descontado do empreendimento adotado.

    6.4. Pressupostos

    As seguintes condies devem ser observadas e preceder o processo

    avaliatrio:

    Caracterizao do objetivo da avaliao para permitir ao avaliador a

    identificao das circunstncias que possam influir no valor do imvel;

    Individualizao do objeto da avaliao, obtida a partir de plantas,

    memoriais descritivos e documentos detalhados englobando o imvel;

    Complementao das informaes necessrias ao desenvolvimento da

    tarefa avaliatria que possam ser consideradas fatores valorizveis ou

    desvalorizveis.

    Cabe ao avaliador, ao iniciar o procedimento de avaliao, solicitar o

    fornecimento da documentao relativa ao bem, necessria realizao do

    trabalho, e tomar conhecimento das informaes contidas na

    documentao disponvel.

    Na impossibilidade de ter acesso documentao necessria, o avaliador

    dever decidir se possvel elaborar a avaliao. Em caso positivo, dever

    explicitar os pressupostos assumidos e as eventuais ressalvas relativas

    insuficincia ou incoerncia de informaes.

    6.5. A Pesquisa de Valores (Mtodo Involutivo)

    A pesquisa de valores para a determinao do valor unitrio das unidades

    do projeto hipottico a ser utilizado na aplicao do Mtodo Involutivo, deve

    ser desenvolvida considerando as caractersticas das unidades do projeto

    hipottico adotado, a disponibilidade de recursos, relatrios, informaes,

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

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    28

    pesquisas anteriores, plantas, documentos e prazo de execuo dos

    servios.

    6.6. Tratamento da Pesquisa de Valores (Mtodo Involutivo)

    No tratamento da pesquisa de valores, referente ao empreendimento

    hipottico para utilizao no Mtodo Involutivo, devero ser obedecidas as

    recomendaes expressas nos itens 4.4. e 4.5., destas Normas.

    6.7. Avaliao (reas Especiais)

    Nota: Os valores unitrios apresentados no Anexo III tratam de valores

    paradigmas para lotes conforme as dimenses indicadas na prpria tabela,

    devendo haver homogeneizao em glebas conforme os seguintes critrios:

    rea 2.000,00m - valor unitrio indicado na tabela.

    rea 2.000,00m entre 20.000,00m aplicar a frmula Abunahman.

    rea superior a 20.000,00m pela sensibilidade do avaliador

    observando-se as recomendaes descritas neste relatrio.

    6.7.1. Mtodo Comparativo Direto (reas Especiais)

    Viabilizada a pesquisa de valores unitrios, atendidas as disposies

    anteriores destas Normas, a avaliao dever ser feita atravs da seguinte

    frmula:

    Vt = At x Vu

    Onde:

    Vt valor total do terreno avaliando.

    At rea total do terreno avaliando.

    Vu valor unitrio do terreno (resultante da pesquisa homogeneizada).

    Pargrafo nico: Devero ser considerados os fatores referentes ao nvel em

    relao via pblica, topografia, consistncia do solo e rea sujeitas a

    inundao. A existncia de crregos, favelas ou outros fatores que

    influenciem no valor do imvel devero ser documentados e a sua

    utilizao justificada pelo avaliador.

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    29

    6.7.2. Mtodo Involutivo (reas Especiais)

    Na impossibilidade de utilizao da metodologia apontada no item 6.6.1.,

    a avaliao da rea especial dever ser feita utilizando-se o Mtodo

    Involutivo.

    Neste caso, o avaliador dever proceder a investigao do comportamento

    do mercado na regio geoeconmica onde o imvel avaliado est inserido,

    coletando dados mercadolgicos que caracterizem os tipos de ocupao

    existente, indicando qual a predominante; indicadas tais ocupaes,

    assim como a preponderante, o avaliador dever definir o modelo

    imobilirio hipottico adotado para a aplicao do Mtodo Involutivo,

    considerando aspectos de mercado e as legislaes vigentes.

    Para o emprego do Mtodo Involutivo devero ser consideradas as

    seguintes diretrizes, obedecidas s faixas especificadas para cada uma,

    necessrias viabilizao do fluxo de caixa descontado. A utilizao de

    valores fora das faixas especificadas dever ser justificada pelo avaliador de

    forma clara e fundamentada.

    6.7.2.1. Valor Realizvel (Vre)

    Valor realizvel o montante total esperado pelas vendas das unidades

    (lotes, unidades, salas comerciais, etc.) geradas pelo modelo imobilirio

    hipottico estabelecido.

    6.7.2.2. Distribuio das Vendas (Dv)

    Distribuio das vendas a caracterizao do comportamento previsto de

    comercializao das unidades hipotticas, em um pr-determinado perodo

    de tempo, expresso em nmero de meses.

    A distribuio das vendas vincula-se ao ritmo de alienao das unidades,

    expresso em Vendas Sobre Oferta (Vso), que o percentual do estoque

    vendido em cada um dos meses considerados no modelo, apurado no

    mercado imobilirio.

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

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    30

    6.7.2.3. Margem Bruta do Empreendedor (Mb)

    Margem bruta do empreendedor o percentual adotado em relao ao valor

    realizvel, capaz de representar o montante bruto que se espera como

    resultado da ao empreendedora.

    faixa recomendada: de 20% a 50% do Valor Realizvel (Vre)

    6.7.2.4. Implantao do Modelo Imobilirio (Imi)

    Implantao do modelo imobilirio a representao das etapas

    necessrias expressa na forma de cronograma fsico-financeiro,

    representativo de todos os custos, despesas previstas e prazos de execuo.

    6.7.2.5. Verbas de Comercializao (Vc)

    Verbas de Comercializao so aquelas pertinentes corretagem,

    publicidade e divulgao, entre outras congneres.

    faixa recomendada: de 6% a 10% do Valor Realizvel (Vre)

    6.7.2.6. Verbas Administrativas (Va)

    Verbas administrativas so aquelas pertinentes aos projetos, licenas,

    impostos, taxas, emolumentos e providncias burocrticas.

    faixa recomendada: de 8% a 12% do Valor de Aquisio do Terreno (Vt)

    6.7.2.7. Valor de Aquisio do Terreno (Vt)

    Valor de Aquisio do Terreno o montante que se procura, representativo

    do valor de mercado para a rea especial, dentro do modelo e diretrizes

    estabelecidos.

    6.7.2.8. Taxa Mnima de Atratividade (Tm)

    A taxa mnima de atratividade aquela a ser considerada para trazer os

    valores do fluxo de caixa a valores presentes. Corresponde remunerao

    paga pelas instituies financeiras de renome para aplicaes de baixo

    risco, descontada a expectativa inflacionria. Desta forma, a taxa mnima

    de atratividade a remunerao efetiva que o empreendedor obteria caso

    investisse seus recursos nessas aplicaes.

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    31

    6.7.2.9. Verbas Definidas e Incgnitas

    Assim que o planejamento completo, expresso em fluxo de caixa

    descontado, tratar todas as parcelas correspondentes s diretrizes

    estabelecidas em valor presente, identificando-as ainda como verbas

    definidas (Vre, Imi, Vc e Va) e verba incgnita (VI).

    O saldo total do fluxo de caixa deve ser nulo, calculando-se assim a verba

    incgnita, ou seja, o valor do terreno. Portanto:

    (valores definidos) + (valores incgnitos) = 0

    6.8. Desapropriaes Temporrias

    Dever ser avaliada a parcela do imvel ocupada recomendando-se a taxa

    de rendimento de 10% (dez por cento) ao ano.

    7. AVALIAO DE SERVIDES

    Definies

    Servido: encargo especfico que se impe a uma propriedade em proveito

    de outrem, podendo ser de natureza pblica ou privada.

    rea de Servido: parte do imvel serviente diretamente atingida pela

    servido.

    rea Remanescente da Servido: parcela da rea original que no

    atingida pela faixa da servido. Podem ocorrer casos, os quais devido ao

    posicionamento da faixa existam duas ou mais parcelas de reas

    remanescentes da servido.

    Imvel Serviente: imvel que sofre restrio imposta por servido.

    Percentual de Comprometimento de rea: relao entre a rea objeto de

    gravame e a rea total do imvel.

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    32

    Percentual de Comprometimento de Valor: relao entre o valor da rea

    atingida por um gravame, antes e depois da sua instituio.

    7.1. Classificaes das Servides

    As servides, do ponto de vista avaliatrio, devem ser classificadas de

    acordo com os seguintes critrios:

    Finalidade

    Interferncia

    Posicionamento

    Durao

    7.1.1. Quanto finalidade: as servides devem ser classificadas de acordo

    com sua destinao, entre outras:

    Passagem de pedestre

    Passagem de veculos

    Passagem de linhas de transmisso (energia e telefonia)

    Passagem de tubulaes (gua potvel)

    Passagem de tubulaes (guas pluviais)

    Passagem de tubulaes (esgoto)

    Passagem de tubulaes (gasoduto)

    Passagem de tubulaes (oleoduto)

    7.1.2. Quanto interferncia: as servides devem ser classificadas de

    acordo com a interferncia, nos seguintes tpicos:

    Aparente: o resultado da interferncia visvel, ou seja, superficial ou

    areo.

    No aparente: resultado da interferncia no visvel, ou seja, subterrneo.

    Pargrafo nico: a ocorrncia das duas situaes na mesma rea

    servienda, em relao mesma obra pblica, o avaliador dever descrever

    de forma detalhada as interferncias.

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    33

    7.1.3. Quanto ao posicionamento: a rea servienda deve ser identificada de

    acordo com a sua posio em relao rea original, sendo:

    Longitudinal limtrofe

    Longitudinal interno

    Transversal limtrofe

    Transversal interno

    Oblquo

    Croqui ilustrativo do posicionamento das servides:

    7.1.4. Quanto durao: a rea servienda deve ser classificada conforme o

    tempo de durao, podendo ser:

    Perptua

    Temporria

    7.2. Estudo das reas

    O avaliador dever proceder ao estudo da configurao do terreno,

    decorrente da implantao da faixa servienda, identificando as seguintes

    parcelas:

    rea original (Ao): rea total do terreno.

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    34

    rea servienda (As): parte da rea original utilizada para

    implantao direta da servido.

    reas remanescentes da servido (Ar1, Ar2...Arn): pores da

    rea original, no atingidas pela servido que podem sofrer

    influncia direta da rea servienda, ocasionando depreciao

    mesma.

    Portanto, das definies acima resulta:

    rea original permetro a-b-c-d-a

    rea servienda permetro e-f-g-h-e

    rea remanescente 1 permetro a-e-h-b-a

    rea remanescente 2 permetro f-d-c-g-f

    7.3. Graus de Restrio

    Os graus de restrio representam, em funo das caractersticas da faixa

    servienda, as depreciaes impostas prpria faixa, assim como os

    impactos ocasionados pela mesma nas reas remanescentes da servido.

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    35

    A classificao das servides definidas no item 7.1., foram analisadas em

    funo dos seguintes aspectos, utilizando-se um modelo de notas relativas:

    Finalidade: Foram atribudos pesos em funo das caractersticas de sua

    destinao, considerando os impactos e incmodos de cada uma, em uma

    escala de 1 a 10, sendo o peso 1 aquele de menor relevncia na

    formao do valor da indenizao e o peso 10 como contrapartida de

    representao de maior relevncia.

    Interferncia: Foram atribudos pesos em funo da obra a ser implantada

    na servido (aparente ou no aparente), considerando a interveno no

    visual e na privacidade do imvel, em uma escala de 1 a 10,

    representando a proporcionalidade entre a interferncia aparente e no

    aparente.

    Posicionamento: no modelo de notas relativas utilizado esta caracterstica

    no considerada. Sua influncia restringe-se ao estudo da rea

    remanescente da servido.

    Em decorrncia das notas relativas do modelo acima explanado e as

    devidas ponderaes, determinou-se os seguintes fatores de servido:

    FATORES DE SERVIDO

    finalidade aparente no aparente

    passagem de pedestres 30,00% 28,00%

    passagem de veculos 48,00% 41,00%

    linhas de transmisso 71,00% 61,00%

    oleoduto 90,00% 77,00%

    gasoduto 90,00% 77,00%

    esgoto 67,00% 57,00%

    gua potvel (adutora) 62,00% 53,00%

    gua pluvial (galeria) 51,00% 43,00%

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

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    36

    Durao: No modelo de notas relativas utilizado, esta caracterstica no

    considerada, pois se trata de uma anlise temporal. Os fatores servido

    definidos no quadro de fatores referem-se servido perptua, sendo que a

    servido temporria ser tratada adiante.

    7.4. Avaliaes de Servides

    O clculo do valor indenizatrio dever contemplar a anlise das parcelas

    abaixo explicitadas.

    7.4.1. Faixa Servienda

    A depreciao da faixa servienda dever ser calculada atravs da seguinte

    expresso:

    Dfs = As X Vum X Fs

    Onde:

    Dfs Depreciao da faixa servienda

    As rea servienda

    Vum Valor unitrio mdio da rea original

    Fs Fator de servido (tabela captulo 5.)

    Obs.: Vum dever ser calculado de acordo com as recomendaes destas

    Normas

    7.4.1.1. Depreciao das reas Remanescentes (forma e dimenses)

    O avaliador dever, caso a caso, proceder ao estudo das consequncias

    geradas pela alterao de forma e dimenses ocasionadas na rea original

    pela implantao da faixa servienda. Este estudo, que dever analisar a

    rea original antes e depois da implantao da servido, dever caso

    existam, calcular as perdas geradas por estas consequncias, considerando

    as vocaes da rea geoeconmica na qual est inserida a rea original. De

    modo fundamentado, com memria de clculo detalhada e apresentada

    como parcela parte.

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    37

    7.4.1.2. Depreciao das reas Remanescentes (impactos da faixa da

    servienda)

    O avaliador dever, caso a caso, proceder ao estudo do impacto dos graus

    de restrio da faixa servienda que so impostos indiretamente as reas

    remanescentes da mesma. Tal estudo tem como funo primordial analisar

    se a implantao da faixa de servido causa perdas tambm rea original,

    devendo esta perda ser calcada de modo fundamentado, com memria de

    clculo detalhada e apresentada como parcela parte.

    7.5. Benfeitorias e Construes

    As benfeitorias e construes existentes na faixa servienda que sero

    demolidas e no reconstrudas, devero ser calculadas de acordo com o

    estudo Edificaes - Valores de Venda - CAJUFA, vigente.

    7.6. Valor de Indenizao

    O valor da indenizao dever ser a soma das seguintes parcelas,

    determinadas separadamente, de acordo com os itens, as quais devero ser

    discriminadas conforme frmula abaixo:

    VI = Dfs + Drfd + Drifs + Vb

    Onde:

    VI Valor total da indenizao.

    Dfs Depreciao da faixa servienda.

    Drfd Depreciao das reas remanescentes (forma e dimenso).

    Drifs Depreciao das reas remanescentes (impactos da faixa

    servienda).

    Vb Valor das benfeitorias.

    7.7. Consideraes Finais (Servides)

    7.7.1. Deve-se ressaltar que o avaliador dever ficar atento proporo da

    perda com relao ao valor total da rea original, ressaltando que o valor

    total calculado como indenizao jamais poder superar o valor da rea

    original. Quando isso ocorrer, o profissional dever fornecer ao Magistrado,

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

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    38

    de modo claro, objetivo e fundamentado, os motivos que recomendam a

    alterao da implantao da servido para a desapropriao.

    7.7.2. Para faixas de servido referentes s linhas de transmisso (rea de

    fixao das torres), tubulaes (rea dos poos de visita ou rea para

    vlvula de controle) e outras, para a depreciao da faixa servienda

    referente esta rea especfica dever ser utilizado fator de servido igual a

    100,00%.

    7.7.3. Para as servides temporrias dever ser calculado o valor locativo

    mensal da faixa servienda. Para esses casos, dever ser calculado parte o

    valor necessrio para a recomposio da rea e suas benfeitorias

    condio original.

    7.7.4. No caso de implantao de servido sobre faixa de servido j

    existente, o avaliador dever comparar a indenizao da faixa de servido

    j existente com a indenizao da servido que est sendo implantada; se

    houver diferena a maior, este valor ser a indenizao referente nova

    servido.

    8. BENFEITORIAS

    8.1. As edificaes devero ser avaliadas pelo Mtodo Comparativo de

    dados de mercado. Na impossibilidade da aplicao desta metodologia, os

    clculos devero obedecer aos critrios e procedimentos preconizados pelo

    estudo Edificaes - Valores de Venda 2002, elaborado pela Comisso de

    Peritos nomeada pela Portaria CAJUFA n01/99, ou suas atualizaes.

    8.2. Os unitrios das edificaes, decorrentes do estudo Edificaes-

    Valores de Venda 2002 incluem as benfeitorias acessrios externas de

    valores e dimenses adequadas classificao do corpo principal, tais

    como muros, pisos, jardins, entradas de fora, luz, gua, telefone, gs

    encanado, entre outros.

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    39

    8.3. No devero ser indenizadas reas cobertas por marquises ou beirais.

    Aquelas que representem funcionalidade e expressem valor representativo,

    devero ser avaliados parte, justificando-se o procedimento.

    9. AVALIAO DE UNIDADES EM CONDOMNIOS E ESCRITRIOS

    9.1. A avaliao de unidades condominiais dever ser feita

    preferencialmente pelo Mtodo Comparativo Direto.

    9.1.1. Havendo disponibilidade mnima de 3 (trs) elementos comparativos

    diretos no mesmo edifcio da unidade avaliada, consideram-se atendidas as

    necessidades bsicas para avaliao do imvel.

    9.2. Sero admitidas, no caso de uso do Mtodo Comparativo, para a

    homogeneizao de valores, as seguintes influncias na formao do valor

    do metro quadrado mdio do imvel: condio de oferta; localizao do

    imvel; padro construtivo; obsoletismo e estado de conservao.

    9.3. Recomenda-se que a pesquisa de mercado seja homogeneizada em

    relao rea til da unidade condominial.

    9.4. Elementos pesquisados que manifestem discrepncia de rea superior

    s do intervalo 0,5 2,0 em relao rea til do imvel avaliando no

    podero ser utilizados na homogeneizao de valores.

    9.5. Na impossibilidade de aplicao do Mtodo Comparativo, a avaliao

    das unidades condominiais poder ser feita mediante aplicao do Mtodo

    da Composio, respeitadas a frao ideal de terreno envolvida e obedecido

    o estudo Valores Edificaes de Vendas 2002, publicado pelo CAJUFA.

    9.6. As vagas de garagem coletivas (subsolos/trrea sob pilotis) sero

    avaliadas razo de 50% do unitrio da edificao a que se referem.

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    40

    10. ANLISE REGISTRARIA

    10.1. O trabalho pericial dever conter anlises para definir o registro

    imobilirio (matrcula ou transcrio) que abrange o imvel, o titular de

    domnio e eventuais nus, conforme itens a seguir.

    10.1.1. A identificao do registro do imvel dever ser feita com base na

    documentao oficial arquivada no Registro de Imveis, tais como: projeto

    de loteamento, plantas de diviso ou desdobros, ressalvado o disposto no

    item 4.2. destas Normas.

    10.1.2. Os documentos no oficiais porventura arquivados no Registro

    Imobilirio podem, tambm, ser utilizados para identificar o registro do

    imvel, desde que comprovada a correspondncia entre os documentos no

    oficiais e a situao registrria.

    10.1.3. Os dados cadastrais e as plantas do cadastro imobilirio municipal,

    especialmente a planta da quadra fiscal, no so suficientes para

    identificar registros, mas podem ser utilizados como informao auxiliar

    das pesquisas registrrias.

    10.1.4. Identificado o registro que atinge o imvel devem ser feitas

    comparaes de dimenses entre a situao registraria constante na

    matrcula ou transcrio, e a situao ftica, caracterizada na planta que

    institui a ao.

    Pargrafo nico: as divergncias porventura existentes entre as situaes

    registrria e ftica devero ser analisadas e apresentadas criteriosamente.

    Nota: Considerando que muitos registros possuem descries muito

    antigas, est sendo estabelecido que nos eventuais casos com utilizao de

    medidas em braas, dever ser adotada a converso equivalente a 2,20m

    (dois metros e vinte centmetros).

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

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    41

    11. CASOS ESPECIAIS

    11.1. Lote Social

    Terreno individualizado legalmente, com dimenses inferiores s mnimas

    fixadas na Lei n 6.766/79 e, por extenso, na Lei de Uso e Ocupao do

    Solo do Municpio de So Sebastio e da Lei Municipal n 110/2010

    Programa de Regularizao das Zonas Especiais de Interesse Social -

    decorrentes de legislao social (urbanizao especfica/ interesse social),

    compatvel com a ocupao padro que se observa no entorno.

    11.1.1. A metodologia aplicvel obteno do valor do imvel (terreno +

    edificaes) a comparativa direta de dados de mercado, mediante

    pesquisa estabelecida a partir do valor do metro quadrado mdio de rea

    construda til do imvel, aplicado os seguintes fatores de homogeneizao:

    fator oferta, fator padro construtivo e fator transposio.

    11.1.2. Na impossibilidade da utilizao da metodologia acima, a avaliao

    ser realizada pelo Mtodo da Composio, sendo que os dados

    comparativos devero situar-se na mesma regio, com dimenses

    assemelhadas ao avaliando, sem influncia dos fatores corretivos de frente

    e profundidade.

    11.2. Lote Atpico

    Terreno individualizado legalmente, com dimenses significativamente

    inferiores ao padro do entorno, at mesmo inferiores s mnimas exigidas

    ordinariamente, decorrente de desapropriao parcial ou de usucapio.

    11.2.1. A avaliao de lote atpico dever ser feita mediante observao

    justificada do contexto imobilirio e geoeconmico da circunvizinhana, a

    partir do que podero ser estabelecidos os melhores critrios para coleta de

    elementos comparativos e homogeneizao de valores, tendo em vista o

    interesse do mercado local pelo espao, a partir de unificao com lotes

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    42

    vizinhos, o que se verifica em regies tipicamente de incorporao e de

    comrcio expressivo.

    11.3. Terreno em regio Sujeita Inundaes /Enchentes

    As regies sujeitas inundaes (solo alagadio) so aqueles em que por

    insuficincia do sistema de drenagem superficial, ocorrem alagamentos

    frequentes durante as estaes de chuvas, impedindo acesso direto aos

    imveis, podendo inclusive atingir o interior do terreno.

    11.3.1. Para terrenos localizados nestas regies, dever ser procedida

    pesquisa somente com elementos provenientes deste mesmo local em que

    se encontra o avaliado.

    11.3.2. Na impossibilidade em atender o subitem anterior, poder ser

    utilizado o ndice 0,50 como fator corretivo de homogeneizao desta

    caracterstica.

    11.4. Faixa Lindeira a Crrego ou Valo Seco.

    (em ambiente urbano consolidado, sem incidncia de APP).

    11.4.1. Nos terrenos contguos a crregos ou valos secos, desde que no

    aplicveis os fatores corretivos do item 5.8- Consistncia do Solo, deve ser

    estabelecida uma depreciao de 20% ao longo de uma faixa paralela aos

    mesmos, at 5,00m de largura a contar da margem.

    Pargrafo nico: Deve ser observado tambm o previsto na legislao

    Federal, Estadual e Municipal.

    11.4.2. Parcelas de terrenos encravados por crrego sero depreciadas em

    30% a partir da margem do mesmo, no havendo acumulao com o fator

    deprecivel estabelecido no item 5.10.1..

    11.5. Imvel adaptado (PNE).

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    43

    Nas desapropriaes de edificaes com adaptaes aos Portadores de

    Necessidades Especiais tais como: corrimos e barras de sustentao,

    banheiros, portas e/ou vos maiores entre outros, independentemente do

    estado geral de conservao, dever ser adotado o valor de uma execuo

    nova para a mesma adaptao.

    FONTES DE REFERNCIA:

    Critrios, Diretrizes e Parmetros para Avaliaes de Imveis nas

    Varas da Fazenda Pblica da Capital (CAJUFA/2.013).

    Norma Bsica de Percias em Engenharia do Instituto Brasileiro de

    Avaliaes e Percias em Engenharia IBAPE/SP.

    NBR 14653 Avaliao de Imveis Urbanos Associao Brasileira

    de Normas Tcnicas - ABNT.

    Decreto n 49.215/04 Zoneamento Ecolgico-Econmico do Setor

    do Litoral Norte.

    Plano de Recuperao Socioambiental da Serra do Mar Secretaria

    da Habitao/SP.

    Resolues n 302 e 303/02 - Conselho Nacional do Meio Ambiente -

    CONAMA

    Decreto Lei n 5.296/04 Lei de Acessibilidade.

    Lei Municipal 225/78 Uso e Ocupao do Solo Prefeitura

    Municipal de So Sebastio.

    TERMO DE ENCERRAMENTO:

    Este relatrio contendo as Normas para elaborao dos laudos de avaliao

    dos imveis a serem desapropriados para implantao do trecho Contorno

    Sul da Rodovia dos Tamoyos em So Sebastio/SP composto por 44

    (quarenta e quatro) folhas impressas e rubricadas de um s lado, exceto a

    ltima que vai datada e assinada por todos os membros da Comisso.

    Anexos que acompanham estas Normas:

  • RELATRIO DA COMISSO DE PERITOS

    CONTORNO SUL RODOVIA DOS TAMOYOS SO SEBASTIO

    44

    I - Normas Para Laudos Prvios Nas Aes Expropriatrias Nas Varas da

    fazenda Pblica da Capital Portaria - CAJUFA N 01/2002.

    II - Simbologia Recomendada Para os Laudos.

    III - Tabela com os Valores Mdios resultantes das pesquisas nos bairros do

    municpio de So Sebastio alcanados pelas desapropriaes necessrias

    obra Contorno Sul da Rodovia dos Tamoyos.

    So Sebastio, 19 de fevereiro de 2014.

    COMISSO DE PERITOS

    ___________________________________ ___________________________________

    Eng Fbio Costa Fernandes Eng Irineu Roberto Tardelli

    ___________________________________ ___________________________________

    Eng Rui das Neves Martins Eng Walter Casal de Rey Jr.

    ___________________________________

    Arqt Wilson Duarte de Almeida