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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA O PERÍODO DE 1º DE NOVEMBRO A 31 DE DEZEMBRO DE 2005 (Valores expressos em milhares de reais - R$) RECEITA OPERACIONAL Suprimento e fornecimento de energia elétrica 29.597 Outras receitas 468 Total da receita operacional bruta 30.065 DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL (PIS E COFINS) (3.489) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 26.576 CUSTOS DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA Compensação financeira para utilização de recursos hídricos (891) Energia elétrica comprada para revenda e encargos de conexão (2.026) Depreciação e amortização (3.547) Total dos custos do serviço de energia elétrica (6.464) LUCRO BRUTO 20.112 DESPESAS OPERACIONAIS Pessoal (266) Material (28) Serviço de terceiros (2.375) Seguros (11) Outras despesas (133) Total das despesas (2.813 ) RECEITA (DESPESA) FINANCEIRA Receita 1.501 Despesa (21.495) Variações monetárias/cambiais - líquidas (6.318) Total (26.312) PREJUÍZO OPERACIONAL (9.013 ) TRIBUTOS Imposto de renda diferido 2.243 Contribuição social diferida 808 Total 3.051 PREJUÍZO DO EXERCÍCIO (5.962 ) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Valores expressos em milhares de reais - R$) Capital Prejuízo Patrimônio social acumulado líquido SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 398.381 - 398.381 SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 398.381 - 398.381 Prejuízo do exercício - (5.962) (5.962) SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 398.381 (5.962 ) 392.419 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Valores expressos em milhares de reais - R$) ORIGENS DE RECURSOS 2005 2004 Prejuízo do exercício (5.962) - Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante líquido: Depreciação e amortização 3.547 - Encargos da dívida e variação monetária de longo prazo 27.813 - Tributos e contribuições sociais diferidos de longo prazo (3.051 ) - Total gerado das operações 22.347 - De terceiros: Debêntures - 185.453 Empréstimos e financiamentos 237.705 138.398 Transferências do realizável a longo prazo para o ativo circulante 978 - Total das origens 261.030 323.851 APLICAÇÕES DE RECURSOS No imobilizado 218.759 315.452 Transferência do exigível de longo prazo para o passivo circulante 22.843 - Outros - realizável a longo prazo - 43 Total das aplicações 241.602 315.495 AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356 DEMONSTRAÇÃO DO AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Ativo circulante: No fim do exercício 75.653 28.594 No início do exercício 28.594 114.811 Aumento (redução) 47.059 (86.217 ) Passivo circulante: No fim do exercício 35.800 8.169 No início do exercício 8.169 102.742 Aumento (redução) 27.631 (94.573) AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado) 1 CONTEXTO OPERACIONAL a) A Companhia A BAESA - Energética Barra Grande S.A. (“BAESA” ou “Companhia”) tem como objeto social explorar, na qualidade de concessionária, o Aproveitamento Hidrelétrico de Barra Grande (“AHE Barra Grande”), loca- lizado no Rio Pelotas, divisa dos municípios de Pinhal da Serra, no Estado do Rio Grande do Sul, e Anita Garibaldi, no Estado de Santa Catarina, submetendo-se, para tanto, às regras do Contrato de Concessão nº 036/2001 - ANEEL e seus aditivos (“Contrato de Concessão”) e às normas regulamentares aplicáveis. A BAESA tem sede em Porto Alegre - RS, tendo sido constituída em 17 de setembro de 2001, sub-rogan- do-se nos direitos e nas obrigações do Grupo de Empresas Associadas de Barra Grande (“Consórcio GEAB”), decorrentes do Contrato de Concessão. Em 19 de dezembro de 2002, o acervo líquido contábil do Consórcio GEAB foi incorporado ao patrimônio líquido da Companhia, com o propósito de abrigar o financiamento para a construção da Usina Hidrelétri- ca de Barra Grande (“UHE Barra Grande”), sob a forma de “Project Finance”, com garantias corporativas proporcionais por parte dos acionistas, durante a fase de construção, e com garantias dos contratos de compra e venda de energia, durante a fase de operação. Em 1º de novembro de 2005, a Companhia iniciou suas operações a partir do funcionamento da primeira máquina. b) Contrato de Concessão O Contrato de Concessão, assinado em 14 de maio de 2001, determina que a energia elétrica produzida no empreendimento será utilizada ou comercializada pela Companhia, com vigor por prazo de 35 anos contados a partir dessa data, podendo ser prorrogado, desde que a Companhia assim o requeira, pelo menos 36 meses antes do final desse prazo. O Contrato de Concessão determina que seja pago, a título de uso do bem público, do 7º ao 35º ano de concessão, o valor anual de R$ 8.001 na data do contrato (R$ 13.452 em 31 de dezembro de 2005), sendo esse valor atualizado anualmente pela variação do Índice Geral de Preços de Mercado - IGP-M. c) AHE Barra Grande O AHE Barra Grande tem potência instalada de 690 MW, em um conjunto de três máquinas, das quais a prime- ira entrou em operação comercial em 1º de novembro de 2005. Os trabalhos de implantação dos programas socioambientais prosseguem com o objetivo de atender ao cronograma. O empreendimento possui as licenças e autorizações necessárias à sua implantação, seguindo as exigências requeridas pelos órgãos reguladores. d) Acordo de Acionistas Conforme o Acordo de Acionistas, determinou-se que, após ter sido integralmente implantado o empreen- dimento e terem sido integralmente liquidadas todas as obrigações e financiamentos contraídos para a construção da UHE Barra Grande, poderão os acionistas deliberar por uma das seguintes opções: 1) Manutenção da Companhia para realizar a operação e manutenção da UHE Barra Grande por prazo de- terminado ou indeterminado. 2) Aquisição de todas as ações, pela Companhia, para seu cancelamento, com exceção das ações de pro- priedade do acionista Alcoa Alumínio S.A. 3) Resgate das ações pela Companhia, com exceção daquelas de propriedade do acionista Alcoa Alumínio S.A., com a conseqüente e proporcional redução do capital social. 4) Redução, pura e simples, do capital social da Companhia, proporcional à sua parte não titulada pela Alcoa Alumínio S.A., com restituição aos demais acionistas do valor das ações por eles respectivamente tituladas. Adicionalmente, o Acordo de Acionistas estabelece que, na eventualidade de falência ou insolvência de qualquer acionista, os demais acionistas comprometem-se a aportar os valores necessários à compra dos créditos na Companhia e continuar a administrar a Companhia segundo os termos do referido Acordo. e) Estrutura de Financiamento De acordo com o Contrato de Concessão, os acionistas da BAESA assumiram certas responsabilidades es- pecíficas. A Companhia financiará a implantação do empreendimento, recebendo a energia assegurada de 3.334 GWh por ano, após a entrada em operação da segunda unidade geradora. O financiamento para o AHE Barra Grande foi baseado em uma estrutura de “Project Finance”, com garantias corporativas propor- cionais durante a fase de construção e com garantias dos contratos de compra e venda de energia durante a fase de operação, cujas características incluem os seguintes itens: 1) Recursos dos acionistas da Companhia. 2) Financiamento no mercado local por meio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- nômico e Social - BNDES. 3) Emissão pública de debêntures. f) Direitos de Consumo de Energia O consumo de energia será compartilhado entre os acionistas da Companhia, de acordo com sua partici- pação no capital social. g) Operação Em virtude da concessão de que a Companhia é titular ter sido outorgada antes da vigência do novo modelo do setor elétrico estabelecido pelo Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtora in- dependente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por sua conta e risco e a preços não regula- dos, a nova regulamentação do setor elétrico não é aplicável à Companhia e esta não está sujeita às limitações de venda de energia entre partes relacionadas e à necessidade de realização de leilões de venda de energia. 2 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras foram elaboradas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, as quais incluem as práticas contábeis emanadas da legislação societária brasileira e normas e instruções da Comissão de Valores Mobiliários - CVM. 3 SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS a) Aplicações Financeiras Consistem em aplicações financeiras e investimentos de alta liquidez e são demonstradas pelo valor origi- nal, acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço. b) Imobilizado O imobilizado está registrado ao custo de aquisição ou construção. É depreciado, na fase de operação, de acordo com a vida útil-econômica dos bens e regras específicas determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. c) Empréstimos, Financiamentos e Debêntures Os empréstimos, financiamentos e debêntures incluem juros e atualização monetária incorridos até a data do balanço. d) Provisão para Contingências A provisão para contingências está registrada pelo valor das perdas prováveis, com base na opinião da Administração e de seus consultores legais sobre os processos pendentes nas datas dos balanços. e) Uso de Estimativas A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil re- quer que a Administração da Companhia se baseie em estimativas para o registro de certas transações que afetam os ativos e passivos, receitas e despesas, bem como a divulgação de informações sobre dados das suas demonstrações financeiras. Os resultados finais dessas transações e informações, quando de sua efetiva realização em períodos subseqüentes, podem diferir dessas estimativas. f) Imposto de Renda e Contribuição Social O imposto de renda e a contribuição social são calculados com base no lucro ajustado de acordo com a legislação aplicável. Para fins de determinação da exigibilidade é considerada a absorção de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro tributável ajustado. Adicionalmente, a Companhia registra créditos fiscais sobre base negativa de contribuição social, prejuízos fiscais e provisões temporariamente não dedutíveis. g) Reconhecimento de Receitas e Despesas As receitas e despesas são registradas pelo regime de competência. h) Prejuízo por Ação O prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital social da Companhia nas datas dos balanços. 4 APLICAÇÕES FINANCEIRAS As aplicações financeiras estão assim representadas: Remuneração 2005 2004 Pós-fixadas- CDB 99,0% a 102,0% do CDI 46.219 25.960 5 IMOBILIZADO 2005 2004 Depreciação Custo acumulada Líquido Líquido Reservatório, barragem e adutoras 924.364 (3.162) 921.202 - Edificações, obras civis e benfeitorias 63.465 (118) 63.347 - Máquinas e equipamentos 177.423 (626) 176.797 - Veículos 147 (2) 145 - Móveis e utensílios 1 - 1 - Imobilizado em serviço 1.165.400 (3.908) 1.161.492 - Imobilizado em curso 202.523 - 202.523 1.093.729 Total do imobilizado 1.367.923 (3.908 ) 1.364.015 1.093.729 De acordo com o Contrato de Concessão, no prazo final da concessão todos os bens e instalações vinculados à UHE Barra Grande passarão a integrar o patrimônio da União, mediante indenização dos investimentos realizados e ainda não amortizados, desde que autorizados e apurados em auditoria a ser efetuada pela ANEEL. Conforme artigos 63 e 64 do Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações são vinculados aos serviços de energia elétrica, não podendo ser retirados, alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do órgão regulador. A Resolução ANEEL nº 20, de 3 de fevereiro de 1999, re- gulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço Público de Energia Elétrica, concedendo autoriza- ção prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão, quando destinados à alienação, determinando, ain- da, que o produto da alienação seja depositado em conta bancária vinculada para aplicação na concessão. 6 TRANSAÇÕES E SALDOS COM PARTES RELACIONADAS A Companhia mantém transações com partes relacionadas referentes, principalmente, ao fornecimento de bens e ser- viços para a construção do empreendimento, assim como ao suprimento de energia elétrica após sua entrada em ope- ração. Essas transações são mantidas em condições usuais de mercado e estão sumariadas no quadro a seguir: Suprimento Contas a de energia (c) receber Fornecedores (a) 2005 2005 2005 2004 Alcoa Alumínio S.A. 11.603 9.972 - - Camargo Corrêa Cimentos S.A. 2.755 2.371 - - Companhia Brasileira de Alumínio 4.443 3.821 - - DME Energética Ltda. 3.125 2.690 - - CPFL Geração de Energia S.A. 7.671 6.597 - - Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (b) - - 8.383 6.331 Total 29.597 25.451 8.383 6.331 (a) Valores referentes às últimas medições a pagar à Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. por conta e ordem do Consórcio Construtor (UNEBAR). (b) Dos custos totais incorridos com a obra (obra civil e obras para a colocação de equipamentos), R$ 616.054 em 31 de dezembro de 2005 (R$ 539.091 em 31 de dezembro de 2004) foram despendi- dos com o Consórcio UNEBAR, cuja liderança é da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (c) Vide nota explicativa nº 14. A Companhia adquiriu certos insumos para a construção da UHE Barra Grande fornecidos por empresas li- gadas a seus acionistas, notadamente aço e cimento, cujo valor acumulado das compras em 31 de de- zembro de 2005 e 31 de dezembro de 2004 é de R$ 61.884 e R$ 60.620, respectivamente. 7 TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DIFERIDOS Os tributos e contribuições sociais diferidos ativos representam os créditos fiscais compensáveis com lucros tribu- táveis futuros, calculados sobre prejuízos fiscais e base negativa da contribuição social. Em 31 de dezembro de 2005, os tributos e contribuições sociais diferidos registrados no balanço patrimonial montam a R$ 3.051. A se- guir demonstramos a composição da base de cálculo e dos saldos desses impostos: 2005 IRPJ CSLL Resultado antes dos tributos (9.013) (9.013) Adições permanentes 40 40 Base de cálculo 8.973 8.973 Alíquota 25% 9% Total da receita com impostos 2.243 808 8 FORNECEDORES 2005 2004 Obras civis (*) 7.666 4.185 Montagem eletromecânica (*) 717 2.146 Desenvolvimento do projeto executivo 204 390 Custos socioambientais 180 297 Administração do proprietário 45 24 Outros 1.007 1.085 Total 9.819 8.127 (*) Valor referente a saldo com a Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (vide nota explicativa nº 6). 9 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 2005 2004 Curto Longo Longo Encargos Vencimento prazo prazo prazo BNDES (A, B, C e D) TJLP + 3,125% Agosto de 2018 10.137 354.794 322.442 BNDES (E) UMBNDES + 3,125% Outubro de 2018 2.585 183.558 196.287 BNDES suplementar (A e B) TJLP + 4,125% Agosto de 2018 7.232 253.102 - Total 19.954 791.454 518.729 Sobre o principal da dívida, decorrente dos subcréditos A, B, C e D, incidem juros de 3,125% ao ano acima da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal. Sobre o principal da dívida, decorrente do subcrédito E, incidem juros à taxa de 3,125% ao ano, acima da taxa variável reajustada trimestralmente com base no custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridas pelo BNDES na captação de recursos em moeda estrangeira. Os juros serão calculados dia a dia pelo sistema proporcional, capitalizados no dia 15 dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2006, e exigíveis mensal- mente, a partir de 15 de novembro de 2006, inclusive, com as parcelas de amortização do principal e no venci- mento ou na liquidação do contrato. Ainda com relação ao subcrédito E, a Companhia obriga-se a pagar ao BNDES, a título de reembolso de despesa com imposto de renda, percentual que corresponde à taxa média pon- derada de imposto de renda devido sobre os encargos remetidos pelo BNDES aos credores de recursos externos. O saldo devedor proveniente desse subcrédito será atualizado diariamente pela média ponderada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse. Sobre o principal da dívida dos subcréditos suplementares A e B incidirão juros de 4,125% ao ano, acima da TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal. A amortização será feita em 144 parcelas mensais e sucessivas, cada uma delas no valor do principal vin- cendo da dívida de cada subcrédito, dividido pelo número de prestações de amortização vincendas, ven- cendo-se a primeira prestação em 15 de setembro de 2006 e a última em 15 de agosto de 2018, para to- dos os subcréditos, exceto para o subcrédito E, cuja primeira prestação tem vencimento em 15 de novembro de 2006 e a última em 15 de outubro de 2018. As parcelas de longo prazo têm os seguintes vencimentos: 2005 2007 67.617 2008 67.617 2009 67.617 2010 67.617 2011 67.617 Após 2011 453.369 Total 791.454 Para garantir quaisquer obrigações decorrentes desse contrato foram penhorados, a favor do BNDES, as ações da Companhia e os direitos emergentes da concessão, compreendendo os direitos decorrentes da venda de energia a ser produzida pela Companhia. 10 DEBÊNTURES 2005 2004 Curto Longo Longo Encargos Vencimento prazo prazo prazo 1ª série 105% da taxa DI Agosto de 2016 2.889 112.685 96.216 2ª série IGP-M + 9,55% a.a. Agosto de 2016 - 107.711 97.115 Total 2.889 220.396 193.331 A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações, do tipo nominativo-escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, da espécie subordinada, com garantia de fiança não solidária prestada por alguns dos atuais acionistas da Companhia. As debêntures foram emitidas em 1º de agosto de 2004 em duas séries de 9.000 debêntures cada, com valor nominal unitário de R$ 10.000,00 para ambas as séries. O valor nominal unitário atualizado em 31 de dezembro de 2005 era de R$ 12.841,64 e R$ 11.967,87 para a 1ª série e 2ª série, respectivamente. Na escritura pública de debêntures, estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que a Companhia mantenha determinados índices financeiros. No entendimento da Administração da Compa- nhia, essas condições vêm sendo adequadamente atendidas. 11 PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS E DEPÓSITOS JUDICIAIS Está representada como segue: 2005 2004 Depósitos Depósitos Provisão judiciais Provisão judiciais (a) (b) (a) (b) Cíveis 4.208 10.742 6.249 10.742 (a) Provisão referente a ações de proprietários cujas terras serviram de passagem para linha de distribuição e instalação de servidão aérea, desembolsos adicionais com os processos dos proprietários desapropriados e honorários e custos advocatícios, nos valores de R$ 457, R$ 2.916 e R$ 835, respectivamente, em 31 de dezembro de 2005 (R$ 1.416, R$ 2.662 e R$ 2.171, respectivamente, em 31 de dezembro de 2004). Com base na opinião de seus consultores legais, a Administração acredita que a provisão para contingências constituída é suficiente para cobrir eventuais perdas. A Administração e seus consultores legais entendem que eventuais decisões desfavoráveis relacionadas a esses assuntos não afetarão significativamente o fluxo de caixa e a posição patrimonial e financeira da Companhia. (b) Referem-se a valores depositados judicialmente relativos à indenização por desapropriações das áreas de construção da UHE Barra Grande, classificados no ativo imobilizado em curso (vide nota explicativa nº 5). 12 SEGUROS A Companhia mantém cobertura de seguros em montante considerado suficiente pela Administração para cobrir eventuais riscos sobre seus ativos e/ou responsabilidades. As principais coberturas de seguros são: Cobertura Descrição 2005 2004 Garantia do executante construtor/fornecedor 34.045 34.045 Risco de engenharia e responsabilidade civil 687.074 687.074 Riscos diversos 2.000 2.000 13 PATRIMÔNIO LÍQUIDO O capital social em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 é de R$ 398.381, totalmente subscrito e integra- lizado, e sua composição é como segue: Acionistas Quantidade % Alcoa Alumínio S.A. 168.017.984 42,1752 Camargo Corrêa Cimentos S.A. 35.854.290 9,0000 Companhia Brasileira de Alumínio 59.757.150 15,0000 DME Energética Ltda. 35.132.822 8,8189 CPFL Geração de Energia S.A. 99.618.754 25,0059 Total 398.381.000 100,0000 Aos acionistas é assegurado o direito do recebimento de dividendo anual obrigatório no montante de 1% do lucro líquido do exercício. 14 SUPRIMENTO E FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA Período de 1/11 a 31/12/05 MWh R$ (a) (b) Alcoa Alumínio S.A. 123.785 11.603 Camargo Corrêa Cimentos S.A. 26.415 2.755 Companhia Brasileira de Alumínio 44.025 4.443 DME Energética Ltda. 25.884 3.125 CPFL Geração de Energia S.A. 73.393 7.671 Total 293.502 29.597 (a) Informações não auditadas. (b) Vide nota explicativa nº 6. 15 INSTRUMENTOS FINANCEIROS A Companhia participa de operações envolvendo instrumentos financeiros, os quais se encontram inte- gralmente registrados nas suas demonstrações financeiras. Essas operações destinam-se a atender às suas necessidades relativas à maximização da rentabilidade dos recursos líquidos de caixa e à captação de recursos necessários para manutenção do capital de giro e suprimento do seu plano de investimentos. A Administração da Companhia estima que os valores de mercado de seus empréstimos e financiamentos não apresentam diferenças significativas em relação aos valores reconhecidos nas demonstrações financeiras. O valor contábil dos instrumentos financeiros referentes aos demais ativos e passivos equivale, aproxima- damente, ao seu valor de mercado. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO RICARDO DE BARROS MORAES SAYÃO Presidente MIGUEL NORMANDO ABDALLA SAAD Vice-Presidente OTÁVIO CARNEIRO DE REZENDE OTÁVIO FREITAS FERREIRA CÍCERO MACHADO DE MORAES DIRETORIA CARLOS ALBERTO BEZERRA DE MIRANDA Diretor-Superintendente, de Relações com Investidores e de Relações Institucionais PAULO EDUARDO DE ALMEIDA GODOY Diretor de Engenharia e Construção Mauro Sergio Gaspar Contador – CRC SP 120914/S/RS RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas, A Administração da BAESA – Energética Barra Grande S.A., submete à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005. Visão Geral da BAESA – Energética Barra Grande S.A. A BAESA – Energética Barra Grande S.A. foi constituída em 17 de setembro de 2001, sucedendo o Con- sórcio GEAB na qualidade de concessionária responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétri- ca Barra Grande, localizada no Rio Pelotas, entre os municípios de Anita Garibaldi, em Santa Catarina, e Pinhal da Serra, No Rio Grande do Sul. Composição Acionária: Características do Empreendimento Potência Instalada: 708 MW com 3 máquinas de 236 MW; Energia Garantida: 381 MW médios; Altura Máxima da Barragem: 185 metros; Comprimento da Barragem: 665 metros; Queda líquida nominal: 154 metros; Vazão máxima Vertedouro: 24 mil m 3 /s; Área do Reservatório: 95 km 2 ; Volume do Reservatório: 5 km 3 e Consórcio Construtor: Camargo Corrêa, Alston e Engevix. A conclusão da Usina, uma das 3 maiores em construção no mundo do tipo enrocamento com face de concreto, durou 52 meses com dois turnos e cerca de 3.500 postos de trabalho, foram servidas mais de 6 milhões de refeições, utilizou concreto sufici- ente para erguer 4 estádios do Maracanã, quantidade de rocha para lotar a caçamba de 1 milhão de cami- nhões basculantes, e as turbinas têm peso equivalente a 10.218 automóveis Fiat Palio. Situação do Empreendimento Face à demora na obtenção das licenças ambientais, o início do enchimento do lago, previsto inicialmente para Set/04, ocorreu somente em 5/Jul/05. Contudo, foi possível, graças também à hidrologia favorável, recuperar esse atraso e iniciar a operação comercial da 1ª máquina em 1/Nov/05, data originalmente pro- gramada. A 2ª unidade geradora entrará em operação comercial em 1/Fev/06, garantindo todo o montante de energia assegurada da Usina, e com isso o total de seu faturamento. A 3ª unidade entrará em operação comercial em Mai/06. Dados da Operação A geração comercial da Usina Hidrelétrica Barra Grande atingiu 250.449 MWh em 2005, com apenas a 1ª das máquinas em operação a partir de 1/Nov/05. A geração em fase de testes foi de 26.443 MWh. A comercialização de energia atingiu 299.312 MWh, totalmente colocada nas empresas acionistas da BAESA que, conforme Acordo de Acionistas, possuem o direito e a obrigação de adquirir toda a produção na proporção de sua participação no Capital Social da empresa. Ao final do exercício o nível do reservató- rio estava na cota 630 metros, representando 38,6% de seu volume útil (100% na cota 647 m). Ações Sociais e Ambientais A BAESA orientada por seus Acionistas, demonstrando interesse e preocupação com o desenvolvimento sustentável e com a qualidade de vida na região de abrangência do empreendimento, desenvolveu diver- sos programas socioambientais, com investimento total de aproximadamente R$ 230 milhões. As ações socioambientais compreendem 9 grupos de programas, integrados por 26 projetos relacionados aos mei- os sócio-econômico, cultural, físico e biótico, a saber: Socioeconômico e Cultural, inclusive remaneja- mento da população atingida; Hidrologia, Climatologia e Qualidade da Água; Geotecnologia; Meio Biótico; Meio Físico; Gerencial; Projeto Básico Ambiental; Condicionantes da Supressão da Vegeta- ção e Condicionantes Sociais. No que tange ao Programa Socioeconômico e Cultural, muito embora apenas 79 famílias residissem na área do lago a ser formado, 2.153 famílias foram atendidas, das quais 1.520 tive- ram direito a um dos seguintes benefícios: indenização em dinheiro pelas terras vendidas a BAESA por preço superior ao de mercado, permuta de terra, cartas de crédito, reassentamento rural coletivo, lote de terra com 12 hectares, em média, e casa construída com a madeira Retirada do reservatório. O primeiro passo para o re- manejamento da população atingida pelo empreendimento deu-se aos 30/Set/02, quando à BAESA, o Movi- mento dos Atingidos por Barragens – MAB, o Ministério Público do Estado de Santa Catarina e aproximada- mente duzentos agricultores diretamente atingidos, firmaram o “Termo de Acordo para o Remanejamento da População Diretamente Atingida pelo Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande”. Havia na época a expectati- va de que 842 famílias (dados do EIA/RIMA, 1997), fossem atingidas pelo empreendimento. Porém, ao longo do processo de remanejamento, a empresa entendeu que o cadastro deveria ser revisto e, com base no Termo de Acordo de Set/02, 2.153 estudos de caso foram realizados. A constituição de uma Comissão Paritária per- mitiu a participação efetiva da população, representada pelo Movimento de Atingidos por Barragens, durante todo o processo. Os Acionistas de Barra Grande, reunidos no Consórcio GEAB, adquiriram em leilão competiti- vo realizado pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica o direito à concessão do empreendimento. Na ocasião do leilão o empreendimento já contava com a Licença Prévia que atestava sua viabilidade ambiental, parte integrante dos documentos oferecidos aos proponentes interessados. Quando a BAESA requereu ao Insti- tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA a expedição da Autorização de Supressão da Vegetação – ASV para dar início aos trabalhos de limpeza da bacia de acumulação da Usina, foi detectado pela própria BAESA uma diferença entre o quantitativo de vegetação apontado no EIA/RIMA, de 1997, e aquele efetivamente identificado in loco, pela BAESA. Objetivando a emissão da licença ASV, indis- pensável à manutenção do cronograma do empreendimento, foi então firmado, em 15/Set/04, um Termo de Compromisso de caráter ambiental entre a BAESA, o IBAMA, o Ministério de Minas e Energia – MME, o Minis- tério do Meio Ambiente – MMA, o Ministério Público Federal – MPF e a Advocacia Geral da União – AGU, pre- vendo, dentre outros, a criação de um banco de germoplasma para garantir a perpetuidade de 16 espécies de árvores ameaçadas de extinção, e a aquisição de área de florestas com tamanho e características semelhantes à existente no reservatório. No total, a compensação ambiental atribuída ao AHE Barra Grande foi a maior já estabelecida, no Brasil, para empreendimentos hidrelétricos, cerca de 5% do total dos investimentos. Logo após a assinatura do Termo de Compromisso que possibilitou o início do corte de árvores, o MAB se insurgiu com uma série de novos pleitos de caráter social que redundaram no chamado Acordo Social, firmado aos 22/Dez/04, tendo como signatários a BAESA, o MAB, o MME, a Casa Civil, o IBAMA e o MPF, Acordo esse que na realidade constitui contribuição adicional da BAESA e seus Acionistas ao desenvolvimento regional na área abrangida pelo empreendimento. Absolutamente, todos os compromissos assumidos pela BAESA foram ou es- tão sendo rigorosamente cumpridos, dentro de um cronograma estabelecido junto ao órgão licenciador do em- preendimento, o IBAMA. Outras Autoridades envolvidas (MME, MMA, MPF, AGU e Casa Civil) também efetu- am diligente fiscalização. A BAESA orgulha-se de poder informar que, estando na fase final da implantação das ações do projeto de Remanejamento e Compensação da População, atendeu um total de 1.520 famílias, das quais receberam indenização em dinheiro e 561 foram reassentadas conforme suas opções: 249 optaram pela modalidade de auto-reassentamento através de carta de crédito, por reassentamento rural coletivo, 5 por áreas remanescentes, 41 por lote de terra, 11 por casas de madeira e 58 por lote de terra e casa. São 7 reassen- tamentos rurais coletivos implantados ou em implantação, que contam com a participação das famílias benefi- ciadas que, em regime de mutirão, discutem os projetos e constroem suas novas residências e galpões. O pro- cesso para reassentamento destas famílias não se restringe às benfeitorias individuais, mas envolve toda a in- fra-estrutura física necessária à moradia e desenvolvimento de suas atividades produtivas, o apoio técnico e social para sua adaptação na nova propriedade e um apoio financeiro para sua manutenção nos meses entre a mudança (aproximadamente 1,5 salário mínimo/mês) e a realização da safra. Também recebe entre R$ 7 mil e R$ 10 mil para a plantio e colheita da primeira safra ou para a realização de investimentos na nova proprie- dade, conforme projeto discutido e desenvolvido pelo agricultor junto às equipes técnicas da BAESA e do MAB (ADAI - Associação de Desenvolvimento Agrário Interestadual). Para as famílias beneficiadas com reassenta- mento rural coletivo, foram gastos em média R$ 185 mil por família, aí inclusos: terra, benfeitorias individuais (casa e galpão), toda a infra-estrutura do reassentamento (água, luz, acessos), preparo do solo, verbas de ma- nutenção e de apoio à produção, benfeitorias comunitárias e assistência técnica, benefícios necessários para a viabilização das suas atividades produtivas e sua inserção na comunidade. Importante destacar que o proces- so de remanejamento do empreendimento Usina Hidrelétrica Barra Grande permitiu que 324 famílias, ou 60% das famílias reassentadas, antes meeiras, posseiras ou arrendatárias, se tornassem proprietárias de imó- veis estruturados e que possibilitam a auto-sustentabilidade das famílias. Dos 12.712 ha adquiridos, que cor- respondem a 702 (setecentos e dois) imóveis, 8.250 ha (65%) foram necessários à formação do reservatório. Dos 4.462 ha restantes (35%) são destinados à formação da Área de Preservação Permanente (APP), onde estão sendo plantadas um total de 1 milhão de mudas de árvores, das quais cerca de 100 mil araucárias, ou seja, 20 mudas para cada árvore suprimida. Quanto às comunidades lindeiras ao reservatório, num total de 49, 2 não sofreram qualquer espécie de interferência, e as demais estão com as atividades totalmente concluídas ou em andamento de acordo com os cronogramas ajustados com cada uma das comunidades. Foram realizadas aproximadamente 170 reuniões para que, de forma participativa, as famílias residentes pudessem discutir as ações e contribuições da BAESA a serem implantadas, e definir a melhor forma de executá-las. A BAESA promo- veu a capacitação dos agricultores, interação social , forneceu infra-estrutura básica de serviços, construiu estra- das de acesso, rede elétrica, rede de abastecimento e distribuição de água, casas, galpões e benfeitorias comuni- tárias como: igreja, salão comunitário, campo de futebol etc. Forneceu também apoio para regularização de do- cumentos, apoio à mudança, apoio na transferência de matrícula dos filhos para a nova escola. Na hipótese da mudança da família ocorrer entre safras, a BAESA repassa mensalmente verba proporcional à capacidade de produção da família, necessária ao seu sustento até a colheita da primeira safra na nova propriedade. A BAESA promoveu diversas atividades de resgate do patrimônio histórico-cultural, do patrimônio arqueológico e do patri- mônio paisagístico, como por exemplo, inventário cultural, educação patrimonial, produção e organização de acervo fotográfico, produção de material de divulgação e educação patrimonial e cultural. Realiza também diver- sas atividades de mitigação dos impactos sobre os meios biótico e físico, através de trabalhos de educação ambi- ental, saúde, a problemática do lixo, resgate da fauna e flora e monitoramento dos aqüíferos. A BAESA construiu e equipou com recursos áudiovisuais, maquetes, auditórios e mobiliário, os dois Centros de Atendimento Socio- ambiental (CASA’s), um em Pinhal da Serra, no Rio Grande do Sul e outro em Anita Garibaldi, em Santa Catarina. Tais centros possuem equipes treinadas para apresentar os programas ambientais, socioeconômicos e o projeto da Usina à população, escolas, universidades e visitantes em geral, sendo valiosos instrumentos para inte- gração com a sociedade, bem como para eventos sociais, educacionais e comunitários. Mediante convêni- os com os municípios da área de abrangência do empreendimento são realizadas diversas atividades nas áreas de saúde, segurança e educação, como por exemplo, ampliação de escolas e centros de saúde, aqui- sição de veículos e computadores, melhoria de estradas de acesso, construção de postos policiais e perfu- ração de poços para abastecimento de água. Estrutura de Capital do Empreendimento Dos recursos originalmente contratados para construção da UHE Barra Grande 30% são próprios e 70% de terceiros: 1. Recursos próprios dos Acionistas e receitas financeiras, no montante de R$ 410 milhões, já integralmente aportados. 2. Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, no valor de R$ 460 milhões, já totalmente aportados. 3. Debêntures simples, no valor de R$ 180 milhões, em duas séries no montante de R$ 90 milhões cada, uma indexada do CDI e a outra ao IGP-M, já totalmente aportados. 4. Financiamento suplementar do BNDES, no montante de R$ 300 milhões, sendo que a última liberação, no valor de R$ 66 milhões, ocorrerá em Jan/06. Todos os encargos de financiamento são capitalizados aos respectivos saldos devedores até o final do período de carência. Auditoria Externa Com relação à contratação de serviços não relacionados com a auditoria externa junto aos seus auditores independentes, os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores DELOITTE TOUCHE TOHMATSU AUDITORES INDEPENDENTES são os relacionados com os exames da auditoria independente das demonstrações contábeis. Agradecimentos Agradecemos aos senhores Acionistas, Autoridades e Órgãos da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, fornecedores de bens e serviços, e Colaboradores pela confiança, dedicação e empenho, fatores determinantes para o alcance do objetivo de construir esse grande empreendimento, repleto de desafios. 42% KT 25% KT 15% KT 9% KT 9% KT Companhia Brasileira de Alumínio BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Valores expressos em milhares de reais - R$) ATIVO 2005 2004 CIRCULANTE Caixa e bancos 78 347 Aplicações financeiras 46.219 25.960 Contas a receber 25.451 - Outros créditos 3.747 588 Despesas pagas antecipadamente 158 1.699 Total do circulante 75.653 28.594 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Tributos e contribuições sociais diferidos 3.051 - Despesas pagas antecipadamente 1.515 - Outros créditos 43 2.536 Total do realizável a longo prazo 4.609 2.536 PERMANENTE Imobilizado 1.364.015 1.093.729 TOTAL DO ATIVO 1.444.277 1.124.859 PASSIVO 2005 2004 CIRCULANTE Fornecedores 9.819 8.127 Encargos de folha de pagamento 36 - Impostos a recolher 2.212 42 Debêntures 2.889 - Empréstimos e financiamentos 19.954 - Credores diversos 890 - Total do circulante 35.800 8.169 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Debêntures 220.396 193.331 Empréstimos e financiamentos 791.454 518.729 Provisão para contingências e honorários advocatícios 4.208 6.249 Total do exigível a longo prazo 1.016.058 718.309 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 398.381 398.381 Prejuízos acumulados (5.962) - 392.419 398.381 TOTAL DO PASSIVO 1.444.277 1.124.859 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas e Administradores da BAESA - ENERGÉTICA BARRA GRANDE S.A. Porto Alegre - RS 1. Examinamos os balanços patrimoniais da BAESA - Energética Barra Grande S.A., levantados em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, e as respectivas demonstrações das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos para os exercícios findos naquelas datas e a demonstração do re- sultado para o período de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2005, elaborados sob a responsabilida- de de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstra- ções financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulga- dos; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da BAESA - Ener- gética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, as mutações de seu patrimônio líqui- do e as origens e aplicações de seus recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas e o resultado de suas operações para o período de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2005, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Porto Alegre, 20 de janeiro de 2006 Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes CRC nº 2 SP 011609/O-8 Maurício Pires de Andrade Resende Contador CRC nº 1 MG 049699/O-2 “T” SP S/RS Publicações Legais | Mercado de Capitais | Tombstones | Institucional www.elipsepublicidade.com.br | [email protected] | Telefone/Fax: (11) 3266-9191 Gazeta Mercantil 4/04/2006 (10:04)

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO - baesa.com.br Patrimonial 30_12_05_GM-DOERS.pdf · O prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA O PERÍODODE 1º DE NOVEMBRO A 31 DE DEZEMBRO DE 2005

(Valores expressos em milhares de reais - R$)

RECEITA OPERACIONALSuprimento e fornecimento de energia elétrica 29.597Outras receitas 468Total da receita operacional bruta 30.065DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL (PIS E COFINS) (3.489)RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 26.576CUSTOS DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICACompensação financeira para utilização de recursos hídricos (891)Energia elétrica comprada para revenda e encargos de conexão (2.026)Depreciação e amortização (3.547)Total dos custos do serviço de energia elétrica (6.464)LUCRO BRUTO 20.112DESPESAS OPERACIONAISPessoal (266)Material (28)Serviço de terceiros (2.375)Seguros (11)Outras despesas (133)Total das despesas (2.813)RECEITA (DESPESA) FINANCEIRAReceita 1.501Despesa (21.495)Variações monetárias/cambiais - líquidas (6.318)Total (26.312)PREJUÍZO OPERACIONAL (9.013)TRIBUTOSImposto de renda diferido 2.243Contribuição social diferida 808Total 3.051PREJUÍZO DO EXERCÍCIO (5.962)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDOPARA OS EXERCÍCIOS FINDOS

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$)

Capital Prejuízo Patrimôniosocial acumulado líquido

SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 398.381 - 398.381SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 398.381 - 398.381Prejuízo do exercício - (5.962) (5.962)SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 398.381 (5.962) 392.419

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOSPARA OS EXERCÍCIOS FINDOS

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$)

ORIGENS DE RECURSOS 2005 2004Prejuízo do exercício (5.962) -Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante líquido:Depreciação e amortização 3.547 -Encargos da dívida e variação monetária de longo prazo 27.813 -Tributos e contribuições sociais diferidos de longo prazo (3.051) -

Total gerado das operações 22.347 -De terceiros:Debêntures - 185.453Empréstimos e financiamentos 237.705 138.398Transferências do realizável a longo prazo para o ativo circulante 978 -

Total das origens 261.030 323.851APLICAÇÕES DE RECURSOSNo imobilizado 218.759 315.452Transferência do exigível de longo prazo para o passivo circulante 22.843 -Outros - realizável a longo prazo - 43Total das aplicações 241.602 315.495AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356DEMONSTRAÇÃO DO AUMENTO DO CAPITALCIRCULANTE LÍQUIDOAtivo circulante:No fim do exercício 75.653 28.594No início do exercício 28.594 114.811

Aumento (redução) 47.059 (86.217)Passivo circulante:No fim do exercício 35.800 8.169No início do exercício 8.169 102.742

Aumento (redução) 27.631 (94.573)AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado)

1 CONTEXTO OPERACIONALa) A CompanhiaA BAESA - Energética Barra Grande S.A. (“BAESA” ou “Companhia”) tem como objeto social explorar, naqualidade de concessionária, o Aproveitamento Hidrelétrico de Barra Grande (“AHE Barra Grande”), loca-lizado no Rio Pelotas, divisa dos municípios de Pinhal da Serra, no Estado do Rio Grande do Sul, e AnitaGaribaldi, no Estado de Santa Catarina, submetendo-se, para tanto, às regras do Contrato de Concessãonº 036/2001 - ANEEL e seus aditivos (“Contrato de Concessão”) e às normas regulamentares aplicáveis.A BAESA tem sede em Porto Alegre - RS, tendo sido constituída em 17 de setembro de 2001, sub-rogan-do-se nos direitos e nas obrigações do Grupo de Empresas Associadas de Barra Grande (“ConsórcioGEAB”), decorrentes do Contrato de Concessão.Em 19 de dezembro de 2002, o acervo líquido contábil do Consórcio GEAB foi incorporado ao patrimôniolíquido da Companhia, com o propósito de abrigar o financiamento para a construção da Usina Hidrelétri-ca de Barra Grande (“UHE Barra Grande”), sob a forma de “Project Finance”, com garantias corporativasproporcionais por parte dos acionistas, durante a fase de construção, e com garantias dos contratos decompra e venda de energia, durante a fase de operação.Em 1º de novembro de 2005, a Companhia iniciou suas operações a partir do funcionamento da primeira máquina.b) Contrato de ConcessãoO Contrato de Concessão, assinado em 14 de maio de 2001, determina que a energia elétrica produzidano empreendimento será utilizada ou comercializada pela Companhia, com vigor por prazo de 35 anoscontados a partir dessa data, podendo ser prorrogado, desde que a Companhia assim o requeira, pelomenos 36 meses antes do final desse prazo.O Contrato de Concessão determina que seja pago, a título de uso do bem público, do 7º ao 35º ano deconcessão, o valor anual de R$ 8.001 na data do contrato (R$ 13.452 em 31 de dezembro de 2005),sendo esse valor atualizado anualmente pela variação do Índice Geral de Preços de Mercado - IGP-M.c) AHE Barra GrandeO AHE Barra Grande tem potência instalada de 690 MW, em um conjunto de três máquinas, das quais a prime-ira entrou em operação comercial em 1º de novembro de 2005. Os trabalhos de implantação dos programassocioambientais prosseguem com o objetivo de atender ao cronograma. O empreendimento possui as licenças eautorizações necessárias à sua implantação, seguindo as exigências requeridas pelos órgãos reguladores.d) Acordo de AcionistasConforme o Acordo de Acionistas, determinou-se que, após ter sido integralmente implantado o empreen-dimento e terem sido integralmente liquidadas todas as obrigações e financiamentos contraídos para aconstrução da UHE Barra Grande, poderão os acionistas deliberar por uma das seguintes opções:1) Manutenção da Companhia para realizar a operação e manutenção da UHE Barra Grande por prazo de-terminado ou indeterminado.2) Aquisição de todas as ações, pela Companhia, para seu cancelamento, com exceção das ações de pro-priedade do acionista Alcoa Alumínio S.A.3) Resgate das ações pela Companhia, com exceção daquelas de propriedade do acionista Alcoa AlumínioS.A., com a conseqüente e proporcional redução do capital social.4) Redução, pura e simples, do capital social da Companhia, proporcional à sua parte não titulada pela AlcoaAlumínio S.A., com restituição aos demais acionistas do valor das ações por eles respectivamente tituladas.Adicionalmente, o Acordo de Acionistas estabelece que, na eventualidade de falência ou insolvência dequalquer acionista, os demais acionistas comprometem-se a aportar os valores necessários à compra doscréditos na Companhia e continuar a administrar a Companhia segundo os termos do referido Acordo.e) Estrutura de FinanciamentoDe acordo com o Contrato de Concessão, os acionistas da BAESA assumiram certas responsabilidades es-pecíficas. A Companhia financiará a implantação do empreendimento, recebendo a energia assegurada de3.334 GWh por ano, após a entrada em operação da segunda unidade geradora. O financiamento para oAHE Barra Grande foi baseado em uma estrutura de “Project Finance”, com garantias corporativas propor-cionais durante a fase de construção e com garantias dos contratos de compra e venda de energia durantea fase de operação, cujas características incluem os seguintes itens:1) Recursos dos acionistas da Companhia.2) Financiamento no mercado local por meio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social - BNDES.3) Emissão pública de debêntures.f) Direitos de Consumo de EnergiaO consumo de energia será compartilhado entre os acionistas da Companhia, de acordo com sua partici-pação no capital social.g) OperaçãoEm virtude da concessão de que a Companhia é titular ter sido outorgada antes da vigência do novo modelo dosetor elétrico estabelecido pelo Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtora in-dependente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por sua conta e risco e a preços não regula-dos, a nova regulamentação do setor elétrico não é aplicável à Companhia e esta não está sujeita às limitaçõesde venda de energia entre partes relacionadas e à necessidade de realização de leilões de venda de energia.

2 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASAs demonstrações financeiras foram elaboradas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticascontábeis adotadas no Brasil, as quais incluem as práticas contábeis emanadas da legislação societáriabrasileira e normas e instruções da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

3 SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEISa) Aplicações FinanceirasConsistem em aplicações financeiras e investimentos de alta liquidez e são demonstradas pelo valor origi-nal, acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço.b) ImobilizadoO imobilizado está registrado ao custo de aquisição ou construção. É depreciado, na fase de operação, deacordo com a vida útil-econômica dos bens e regras específicas determinadas pela Agência Nacional deEnergia Elétrica - ANEEL.c) Empréstimos, Financiamentos e DebênturesOs empréstimos, financiamentos e debêntures incluem juros e atualização monetária incorridos até a data do balanço.d) Provisão para ContingênciasA provisão para contingências está registrada pelo valor das perdas prováveis, com base na opinião daAdministração e de seus consultores legais sobre os processos pendentes nas datas dos balanços.e) Uso de EstimativasA preparação de demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil re-quer que a Administração da Companhia se baseie em estimativas para o registro de certas transaçõesque afetam os ativos e passivos, receitas e despesas, bem como a divulgação de informações sobre dadosdas suas demonstrações financeiras. Os resultados finais dessas transações e informações, quando de suaefetiva realização em períodos subseqüentes, podem diferir dessas estimativas.f) Imposto de Renda e Contribuição SocialO imposto de renda e a contribuição social são calculados com base no lucro ajustado de acordo com a legislaçãoaplicável. Para fins de determinação da exigibilidade é considerada a absorção de prejuízos fiscais e base negativade contribuição social, limitada a 30% do lucro tributável ajustado. Adicionalmente, a Companhia registra créditosfiscais sobre base negativa de contribuição social, prejuízos fiscais e provisões temporariamente não dedutíveis.g) Reconhecimento de Receitas e DespesasAs receitas e despesas são registradas pelo regime de competência.h) Prejuízo por AçãoO prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital socialda Companhia nas datas dos balanços.

4 APLICAÇÕES FINANCEIRASAs aplicações financeiras estão assim representadas:

Remuneração 2005 2004Pós-fixadas-CDB 99,0% a 102,0% do CDI 46.219 25.960

5 IMOBILIZADO2005 2004

DepreciaçãoCusto acumulada Líquido Líquido

Reservatório, barragem e adutoras 924.364 (3.162) 921.202 -Edificações, obras civis e benfeitorias 63.465 (118) 63.347 -Máquinas e equipamentos 177.423 (626) 176.797 -Veículos 147 (2) 145 -Móveis e utensílios 1 - 1 -Imobilizado em serviço 1.165.400 (3.908) 1.161.492 -Imobilizado em curso 202.523 - 202.523 1.093.729Total do imobilizado 1.367.923 (3.908) 1.364.015 1.093.729De acordo com o Contrato de Concessão, no prazo final da concessão todos os bens e instalações vinculados àUHE Barra Grande passarão a integrar o patrimônio da União, mediante indenização dos investimentosrealizados e ainda não amortizados, desde que autorizados e apurados em auditoria a ser efetuada pela ANEEL.Conforme artigos 63 e 64 do Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações são vinculadosaos serviços de energia elétrica, não podendo ser retirados, alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecáriasem a prévia e expressa autorização do órgão regulador. A Resolução ANEEL nº 20, de 3 de fevereiro de 1999, re-gulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço Público de Energia Elétrica, concedendo autoriza-ção prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão, quando destinados à alienação, determinando, ain-

da, que o produto da alienação seja depositado em conta bancária vinculada para aplicação na concessão.

6 TRANSAÇÕES E SALDOS COM PARTES RELACIONADASA Companhia mantém transações com partes relacionadas referentes, principalmente, ao fornecimento de bens e ser-viços para a construção do empreendimento, assim como ao suprimento de energia elétrica após sua entrada em ope-ração. Essas transações são mantidas em condições usuais de mercado e estão sumariadas no quadro a seguir:

Suprimento Contas ade energia (c) receber Fornecedores (a)

2005 2005 2005 2004Alcoa Alumínio S.A. 11.603 9.972 - -Camargo Corrêa Cimentos S.A. 2.755 2.371 - -Companhia Brasileira de Alumínio 4.443 3.821 - -DME Energética Ltda. 3.125 2.690 - -CPFL Geração de Energia S.A. 7.671 6.597 - -Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (b) - - 8.383 6.331Total 29.597 25.451 8.383 6.331(a) Valores referentes às últimas medições a pagar à Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. porconta e ordem do Consórcio Construtor (UNEBAR).(b) Dos custos totais incorridos com a obra (obra civil e obras para a colocação de equipamentos),R$ 616.054 em 31 de dezembro de 2005 (R$ 539.091 em 31 de dezembro de 2004) foram despendi-dos com o Consórcio UNEBAR, cuja liderança é da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A.(c) Vide nota explicativa nº 14.A Companhia adquiriu certos insumos para a construção da UHE Barra Grande fornecidos por empresas li-gadas a seus acionistas, notadamente aço e cimento, cujo valor acumulado das compras em 31 de de-zembro de 2005 e 31 de dezembro de 2004 é de R$ 61.884 e R$ 60.620, respectivamente.

7 TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DIFERIDOSOs tributos e contribuições sociais diferidos ativos representam os créditos fiscais compensáveis com lucros tribu-táveis futuros, calculados sobre prejuízos fiscais e base negativa da contribuição social. Em 31 de dezembro de2005, os tributos e contribuições sociais diferidos registrados no balanço patrimonial montam a R$ 3.051. A se-guir demonstramos a composição da base de cálculo e dos saldos desses impostos: 2005

IRPJ CSLLResultado antes dos tributos (9.013) (9.013)Adições permanentes 40 40Base de cálculo 8.973 8.973Alíquota 25% 9%Total da receita com impostos 2.243 808

8 FORNECEDORES 2005 2004

Obras civis (*) 7.666 4.185Montagem eletromecânica (*) 717 2.146Desenvolvimento do projeto executivo 204 390Custos socioambientais 180 297Administração do proprietário 45 24Outros 1.007 1.085Total 9.819 8.127(*) Valor referente a saldo com a Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (vide nota explicativa nº 6).

9 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS2005 2004

Curto Longo LongoEncargos Vencimento prazo prazo prazo

BNDES (A, B, C e D) TJLP + 3,125% Agosto de 2018 10.137 354.794 322.442BNDES (E) UMBNDES + 3,125% Outubro de 2018 2.585 183.558 196.287BNDES suplementar (A e B) TJLP + 4,125% Agosto de 2018 7.232 253.102 -Total 19.954 791.454 518.729Sobre o principal da dívida, decorrente dos subcréditos A, B, C e D, incidem juros de 3,125% ao ano acima daTaxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montantecorrespondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendoliquidado na forma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal.Sobre o principal da dívida, decorrente do subcrédito E, incidem juros à taxa de 3,125% ao ano, acima da taxavariável reajustada trimestralmente com base no custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridaspelo BNDES na captação de recursos em moeda estrangeira. Os juros serão calculados dia a dia pelo sistemaproporcional, capitalizados no dia 15 dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2006, e exigíveis mensal-mente, a partir de 15 de novembro de 2006, inclusive, com as parcelas de amortização do principal e no venci-mento ou na liquidação do contrato. Ainda com relação ao subcrédito E, a Companhia obriga-se a pagar aoBNDES, a título de reembolso de despesa com imposto de renda, percentual que corresponde à taxa média pon-derada de imposto de renda devido sobre os encargos remetidos pelo BNDES aos credores de recursos externos.O saldo devedor proveniente desse subcrédito será atualizado diariamente pela média ponderada das correçõescambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse.Sobre o principal da dívida dos subcréditos suplementares A e B incidirão juros de 4,125% ao ano, acimada TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcelada TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma doprincipal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal.A amortização será feita em 144 parcelas mensais e sucessivas, cada uma delas no valor do principal vin-cendo da dívida de cada subcrédito, dividido pelo número de prestações de amortização vincendas, ven-cendo-se a primeira prestação em 15 de setembro de 2006 e a última em 15 de agosto de 2018, para to-dos os subcréditos, exceto para o subcrédito E, cuja primeira prestação tem vencimento em 15 denovembro de 2006 e a última em 15 de outubro de 2018.As parcelas de longo prazo têm os seguintes vencimentos: 20052007 67.6172008 67.6172009 67.6172010 67.6172011 67.617Após 2011 453.369Total 791.454Para garantir quaisquer obrigações decorrentes desse contrato foram penhorados, a favor do BNDES, asações da Companhia e os direitos emergentes da concessão, compreendendo os direitos decorrentes davenda de energia a ser produzida pela Companhia.

10 DEBÊNTURES2005 2004

Curto Longo LongoEncargos Vencimento prazo prazo prazo

1ª série 105% da taxa DI Agosto de 2016 2.889 112.685 96.2162ª série IGP-M + 9,55% a.a. Agosto de 2016 - 107.711 97.115Total 2.889 220.396 193.331A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações, do tipo nominativo-escritural, sememissão de cautelas ou certificados, da espécie subordinada, com garantia de fiança não solidáriaprestada por alguns dos atuais acionistas da Companhia.As debêntures foram emitidas em 1º de agosto de 2004 em duas séries de 9.000 debêntures cada, comvalor nominal unitário de R$ 10.000,00 para ambas as séries. O valor nominal unitário atualizado em 31de dezembro de 2005 era de R$ 12.841,64 e R$ 11.967,87 para a 1ª série e 2ª série, respectivamente.Na escritura pública de debêntures, estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que aCompanhia mantenha determinados índices financeiros. No entendimento da Administração da Compa-nhia, essas condições vêm sendo adequadamente atendidas.

11 PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS E DEPÓSITOS JUDICIAISEstá representada como segue: 2005 2004

Depósitos DepósitosProvisão judiciais Provisão judiciais

(a) (b) (a) (b)Cíveis 4.208 10.742 6.249 10.742(a) Provisão referente a ações de proprietários cujas terras serviram de passagem para linha dedistribuição e instalação de servidão aérea, desembolsos adicionais com os processos dos proprietáriosdesapropriados e honorários e custos advocatícios, nos valores de R$ 457, R$ 2.916 e R$ 835,respectivamente, em 31 de dezembro de 2005 (R$ 1.416, R$ 2.662 e R$ 2.171, respectivamente, em31 de dezembro de 2004). Com base na opinião de seus consultores legais, a Administração acredita quea provisão para contingências constituída é suficiente para cobrir eventuais perdas. A Administração eseus consultores legais entendem que eventuais decisões desfavoráveis relacionadas a esses assuntos não

afetarão significativamente o fluxo de caixa e a posição patrimonial e financeira da Companhia.(b) Referem-se a valores depositados judicialmente relativos à indenização por desapropriações das áreas deconstrução da UHE Barra Grande, classificados no ativo imobilizado em curso (vide nota explicativa nº 5).

12 SEGUROSA Companhia mantém cobertura de seguros em montante considerado suficiente pela Administração paracobrir eventuais riscos sobre seus ativos e/ou responsabilidades. As principais coberturas de seguros são:

CoberturaDescrição 2005 2004Garantia do executante construtor/fornecedor 34.045 34.045Risco de engenharia e responsabilidade civil 687.074 687.074Riscos diversos 2.000 2.000

13 PATRIMÔNIO LÍQUIDOO capital social em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 é de R$ 398.381, totalmente subscrito e integra-lizado, e sua composição é como segue:Acionistas Quantidade %Alcoa Alumínio S.A. 168.017.984 42,1752Camargo Corrêa Cimentos S.A. 35.854.290 9,0000Companhia Brasileira de Alumínio 59.757.150 15,0000DME Energética Ltda. 35.132.822 8,8189CPFL Geração de Energia S.A. 99.618.754 25,0059Total 398.381.000 100,0000Aos acionistas é assegurado o direito do recebimento de dividendo anual obrigatório no montante de 1%do lucro líquido do exercício.

14 SUPRIMENTO E FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA Período de1/11 a 31/12/05

MWh R$(a) (b)

Alcoa Alumínio S.A. 123.785 11.603Camargo Corrêa Cimentos S.A. 26.415 2.755Companhia Brasileira de Alumínio 44.025 4.443DME Energética Ltda. 25.884 3.125CPFL Geração de Energia S.A. 73.393 7.671Total 293.502 29.597(a) Informações não auditadas. (b) Vide nota explicativa nº 6.

15 INSTRUMENTOS FINANCEIROSA Companhia participa de operações envolvendo instrumentos financeiros, os quais se encontram inte-gralmente registrados nas suas demonstrações financeiras. Essas operações destinam-se a atender àssuas necessidades relativas à maximização da rentabilidade dos recursos líquidos de caixa e à captaçãode recursos necessários para manutenção do capital de giro e suprimento do seu plano de investimentos.A Administração da Companhia estima que os valores de mercado de seus empréstimos e financiamentos nãoapresentam diferenças significativas em relação aos valores reconhecidos nas demonstrações financeiras.O valor contábil dos instrumentos financeiros referentes aos demais ativos e passivos equivale, aproxima-damente, ao seu valor de mercado.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃORICARDO DE BARROS MORAES SAYÃO

PresidenteMIGUEL NORMANDO ABDALLA SAAD

Vice-PresidenteOTÁVIO CARNEIRO DE REZENDE

OTÁVIO FREITAS FERREIRACÍCERO MACHADO DE MORAES

DIRETORIACARLOS ALBERTO BEZERRA DE MIRANDA

Diretor-Superintendente, de Relações com Investidores e de Relações InstitucionaisPAULO EDUARDO DE ALMEIDA GODOY

Diretor de Engenharia e Construção

Mauro Sergio GasparContador – CRC SP 120914/S/RS

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃOSenhores Acionistas,A Administração da BAESA – Energética Barra Grande S.A., submete à apreciação de V.Sas. as DemonstraçõesFinanceiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005.

Visão Geral da BAESA – Energética Barra Grande S.A.A BAESA – Energética Barra Grande S.A. foi constituída em 17 de setembro de 2001, sucedendo o Con-sórcio GEAB na qualidade de concessionária responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétri-ca Barra Grande, localizada no Rio Pelotas, entre os municípios de Anita Garibaldi, em Santa Catarina, ePinhal da Serra, No Rio Grande do Sul.Composição Acionária:

Características do EmpreendimentoPotência Instalada: 708 MW com 3 máquinas de 236 MW; Energia Garantida: 381 MW médios; AlturaMáxima da Barragem: 185 metros; Comprimento da Barragem: 665 metros; Queda líquida nominal: 154metros; Vazão máxima Vertedouro: 24 mil m3/s; Área do Reservatório: 95 km2; Volume do Reservatório: 5km3 e Consórcio Construtor: Camargo Corrêa, Alston e Engevix. A conclusão da Usina, uma das 3 maioresem construção no mundo do tipo enrocamento com face de concreto, durou 52 meses com dois turnos ecerca de 3.500 postos de trabalho, foram servidas mais de 6 milhões de refeições, utilizou concreto sufici-ente para erguer 4 estádios do Maracanã, quantidade de rocha para lotar a caçamba de 1 milhão de cami-nhões basculantes, e as turbinas têm peso equivalente a 10.218 automóveis Fiat Palio.

Situação do EmpreendimentoFace à demora na obtenção das licenças ambientais, o início do enchimento do lago, previsto inicialmentepara Set/04, ocorreu somente em 5/Jul/05. Contudo, foi possível, graças também à hidrologia favorável,recuperar esse atraso e iniciar a operação comercial da 1ª máquina em 1/Nov/05, data originalmente pro-gramada. A 2ª unidade geradora entrará em operação comercial em 1/Fev/06, garantindo todo o montantede energia assegurada da Usina, e com isso o total de seu faturamento. A 3ª unidade entrará em operaçãocomercial em Mai/06.

Dados da OperaçãoA geração comercial da Usina Hidrelétrica Barra Grande atingiu 250.449 MWh em 2005, com apenas a1ª das máquinas em operação a partir de 1/Nov/05. A geração em fase de testes foi de 26.443 MWh. Acomercialização de energia atingiu 299.312 MWh, totalmente colocada nas empresas acionistas daBAESA que, conforme Acordo de Acionistas, possuem o direito e a obrigação de adquirir toda a produçãona proporção de sua participação no Capital Social da empresa. Ao final do exercício o nível do reservató-rio estava na cota 630 metros, representando 38,6% de seu volume útil (100% na cota 647 m).

Ações Sociais e AmbientaisA BAESA orientada por seus Acionistas, demonstrando interesse e preocupação com o desenvolvimentosustentável e com a qualidade de vida na região de abrangência do empreendimento, desenvolveu diver-sos programas socioambientais, com investimento total de aproximadamente R$ 230 milhões. As açõessocioambientais compreendem 9 grupos de programas, integrados por 26 projetos relacionados aos mei-os sócio-econômico, cultural, físico e biótico, a saber: � Socioeconômico e Cultural, inclusive remaneja-mento da população atingida; � Hidrologia, Climatologia e Qualidade da Água; � Geotecnologia; � MeioBiótico; �Meio Físico; � Gerencial; � Projeto Básico Ambiental; � Condicionantes da Supressão da Vegeta-ção e � Condicionantes Sociais. No que tange ao Programa Socioeconômico e Cultural, muito embora apenas79 famílias residissem na área do lago a ser formado, 2.153 famílias foram atendidas, das quais 1.520 tive-ram direito a um dos seguintes benefícios: indenização em dinheiro pelas terras vendidas a BAESA por preçosuperior ao de mercado, permuta de terra, cartas de crédito, reassentamento rural coletivo, lote de terra com12 hectares, em média, e casa construída com a madeira Retirada do reservatório. O primeiro passo para o re-manejamento da população atingida pelo empreendimento deu-se aos 30/Set/02, quando à BAESA, o Movi-mento dos Atingidos por Barragens – MAB, o Ministério Público do Estado de Santa Catarina e aproximada-mente duzentos agricultores diretamente atingidos, firmaram o “Termo de Acordo para o Remanejamento daPopulação Diretamente Atingida pelo Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande”. Havia na época a expectati-va de que 842 famílias (dados do EIA/RIMA, 1997), fossem atingidas pelo empreendimento. Porém, ao longodo processo de remanejamento, a empresa entendeu que o cadastro deveria ser revisto e, com base no Termode Acordo de Set/02, 2.153 estudos de caso foram realizados. A constituição de uma Comissão Paritária per-mitiu a participação efetiva da população, representada pelo Movimento de Atingidos por Barragens, durantetodo o processo. Os Acionistas de Barra Grande, reunidos no Consórcio GEAB, adquiriram em leilão competiti-vo realizado pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica o direito à concessão do empreendimento. Naocasião do leilão o empreendimento já contava com a Licença Prévia que atestava sua viabilidade ambiental,parte integrante dos documentos oferecidos aos proponentes interessados. Quando a BAESA requereu ao Insti-tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA a expedição da Autorização deSupressão da Vegetação – ASV para dar início aos trabalhos de limpeza da bacia de acumulação da Usina, foidetectado pela própria BAESA uma diferença entre o quantitativo de vegetação apontado no EIA/RIMA, de1997, e aquele efetivamente identificado in loco, pela BAESA. Objetivando a emissão da licença ASV, indis-pensável à manutenção do cronograma do empreendimento, foi então firmado, em 15/Set/04, um Termo deCompromisso de caráter ambiental entre a BAESA, o IBAMA, o Ministério de Minas e Energia – MME, o Minis-tério do Meio Ambiente – MMA, o Ministério Público Federal – MPF e a Advocacia Geral da União – AGU, pre-vendo, dentre outros, a criação de um banco de germoplasma para garantir a perpetuidade de 16 espécies deárvores ameaçadas de extinção, e a aquisição de área de florestas com tamanho e características semelhantesà existente no reservatório. No total, a compensação ambiental atribuída ao AHE Barra Grande foi a maior jáestabelecida, no Brasil, para empreendimentos hidrelétricos, cerca de 5% do total dos investimentos. Logoapós a assinatura do Termo de Compromisso que possibilitou o início do corte de árvores, o MAB se insurgiucom uma série de novos pleitos de caráter social que redundaram no chamado Acordo Social, firmado aos22/Dez/04, tendo como signatários a BAESA, o MAB, o MME, a Casa Civil, o IBAMA e o MPF, Acordo esse quena realidade constitui contribuição adicional da BAESA e seus Acionistas ao desenvolvimento regional na áreaabrangida pelo empreendimento. Absolutamente, todos os compromissos assumidos pela BAESA foram ou es-tão sendo rigorosamente cumpridos, dentro de um cronograma estabelecido junto ao órgão licenciador do em-preendimento, o IBAMA. Outras Autoridades envolvidas (MME, MMA, MPF, AGU e Casa Civil) também efetu-am diligente fiscalização. A BAESA orgulha-se de poder informar que, estando na fase final da implantação dasações do projeto de Remanejamento e Compensação da População, atendeu um total de 1.520 famílias, dasquais receberam indenização em dinheiro e 561 foram reassentadas conforme suas opções: 249 optaram pelamodalidade de auto-reassentamento através de carta de crédito, por reassentamento rural coletivo, 5 por áreasremanescentes, 41 por lote de terra, 11 por casas de madeira e 58 por lote de terra e casa. São 7 reassen-tamentos rurais coletivos implantados ou em implantação, que contam com a participação das famílias benefi-ciadas que, em regime de mutirão, discutem os projetos e constroem suas novas residências e galpões. O pro-cesso para reassentamento destas famílias não se restringe às benfeitorias individuais, mas envolve toda a in-fra-estrutura física necessária à moradia e desenvolvimento de suas atividades produtivas, o apoio técnico esocial para sua adaptação na nova propriedade e um apoio financeiro para sua manutenção nos meses entre amudança (aproximadamente 1,5 salário mínimo/mês) e a realização da safra. Também recebe entre R$ 7 mile R$ 10 mil para a plantio e colheita da primeira safra ou para a realização de investimentos na nova proprie-dade, conforme projeto discutido e desenvolvido pelo agricultor junto às equipes técnicas da BAESA e do MAB(ADAI - Associação de Desenvolvimento Agrário Interestadual). Para as famílias beneficiadas com reassenta-

mento rural coletivo, foram gastos em média R$ 185 mil por família, aí inclusos: terra, benfeitorias individuais(casa e galpão), toda a infra-estrutura do reassentamento (água, luz, acessos), preparo do solo, verbas de ma-nutenção e de apoio à produção, benfeitorias comunitárias e assistência técnica, benefícios necessários para aviabilização das suas atividades produtivas e sua inserção na comunidade. Importante destacar que o proces-so de remanejamento do empreendimento Usina Hidrelétrica Barra Grande permitiu que 324 famílias, ou60% das famílias reassentadas, antes meeiras, posseiras ou arrendatárias, se tornassem proprietárias de imó-veis estruturados e que possibilitam a auto-sustentabilidade das famílias. Dos 12.712 ha adquiridos, que cor-respondem a 702 (setecentos e dois) imóveis, 8.250 ha (65%) foram necessários à formação do reservatório.Dos 4.462 ha restantes (35%) são destinados à formação da Área de Preservação Permanente (APP), ondeestão sendo plantadas um total de 1 milhão de mudas de árvores, das quais cerca de 100 mil araucárias, ouseja, 20 mudas para cada árvore suprimida. Quanto às comunidades lindeiras ao reservatório, num total de 49,2 não sofreram qualquer espécie de interferência, e as demais estão com as atividades totalmente concluídas ouem andamento de acordo com os cronogramas ajustados com cada uma das comunidades. Foram realizadasaproximadamente 170 reuniões para que, de forma participativa, as famílias residentes pudessem discutir asações e contribuições da BAESA a serem implantadas, e definir a melhor forma de executá-las. A BAESA promo-veu a capacitação dos agricultores, interação social , forneceu infra-estrutura básica de serviços, construiu estra-das de acesso, rede elétrica, rede de abastecimento e distribuição de água, casas, galpões e benfeitorias comuni-tárias como: igreja, salão comunitário, campo de futebol etc. Forneceu também apoio para regularização de do-cumentos, apoio à mudança, apoio na transferência de matrícula dos filhos para a nova escola. Na hipótese damudança da família ocorrer entre safras, a BAESA repassa mensalmente verba proporcional à capacidade deprodução da família, necessária ao seu sustento até a colheita da primeira safra na nova propriedade. A BAESApromoveu diversas atividades de resgate do patrimônio histórico-cultural, do patrimônio arqueológico e do patri-mônio paisagístico, como por exemplo, inventário cultural, educação patrimonial, produção e organização deacervo fotográfico, produção de material de divulgação e educação patrimonial e cultural. Realiza também diver-sas atividades de mitigação dos impactos sobre os meios biótico e físico, através de trabalhos de educação ambi-ental, saúde, a problemática do lixo, resgate da fauna e flora e monitoramento dos aqüíferos. A BAESA construiue equipou com recursos áudiovisuais, maquetes, auditórios e mobiliário, os dois Centros de Atendimento Socio-ambiental (CASA’s), um em Pinhal da Serra, no Rio Grande do Sul e outro em Anita Garibaldi, em Santa Catarina.Tais centros possuem equipes treinadas para apresentar os programas ambientais, socioeconômicos e o projetoda Usina à população, escolas, universidades e visitantes em geral, sendo valiosos instrumentos para inte-gração com a sociedade, bem como para eventos sociais, educacionais e comunitários. Mediante convêni-os com os municípios da área de abrangência do empreendimento são realizadas diversas atividades nasáreas de saúde, segurança e educação, como por exemplo, ampliação de escolas e centros de saúde, aqui-sição de veículos e computadores, melhoria de estradas de acesso, construção de postos policiais e perfu-ração de poços para abastecimento de água.

Estrutura de Capital do EmpreendimentoDos recursos originalmente contratados para construção da UHE Barra Grande 30% são próprios e 70%de terceiros: 1. Recursos próprios dos Acionistas e receitas financeiras, no montante de R$ 410 milhões,já integralmente aportados. 2. Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial – BNDES, no valor de R$ 460 milhões, já totalmente aportados. 3. Debêntures simples, no valorde R$ 180 milhões, em duas séries no montante de R$ 90 milhões cada, uma indexada do CDI e a outraao IGP-M, já totalmente aportados. 4. Financiamento suplementar do BNDES, no montante de R$ 300milhões, sendo que a última liberação, no valor de R$ 66 milhões, ocorrerá em Jan/06. Todos os encargosde financiamento são capitalizados aos respectivos saldos devedores até o final do período de carência.

Auditoria ExternaCom relação à contratação de serviços não relacionados com a auditoria externa junto aos seus auditoresindependentes, os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores DELOITTE TOUCHETOHMATSU AUDITORES INDEPENDENTES são os relacionados com os exames da auditoriaindependente das demonstrações contábeis.

AgradecimentosAgradecemos aos senhores Acionistas, Autoridades e Órgãos da Administração Pública Federal, Estadual eMunicipal, fornecedores de bens e serviços, e Colaboradores pela confiança, dedicação e empenho, fatoresdeterminantes para o alcance do objetivo de construir esse grande empreendimento, repleto de desafios.

42% KT 25% KT 15% KT 9% KT 9% KT

Companhia Brasileira de Alumínio

BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$)

A T I V O 2005 2004CIRCULANTECaixa e bancos 78 347Aplicações financeiras 46.219 25.960Contas a receber 25.451 -Outros créditos 3.747 588Despesas pagas antecipadamente 158 1.699Total do circulante 75.653 28.594REALIZÁVEL A LONGO PRAZOTributos e contribuições sociais diferidos 3.051 -Despesas pagas antecipadamente 1.515 -Outros créditos 43 2.536Total do realizável a longo prazo 4.609 2.536PERMANENTEImobilizado 1.364.015 1.093.729

TOTAL DO ATIVO 1.444.277 1.124.859

P A S S I V O 2005 2004CIRCULANTEFornecedores 9.819 8.127Encargos de folha de pagamento 36 -Impostos a recolher 2.212 42Debêntures 2.889 -Empréstimos e financiamentos 19.954 -Credores diversos 890 -Total do circulante 35.800 8.169EXIGÍVEL A LONGO PRAZODebêntures 220.396 193.331Empréstimos e financiamentos 791.454 518.729Provisão para contingências e honorários advocatícios 4.208 6.249Total do exigível a longo prazo 1.016.058 718.309PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 398.381 398.381Prejuízos acumulados (5.962) -

392.419 398.381TOTAL DO PASSIVO 1.444.277 1.124.859

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTESAos Acionistas e Administradores daBAESA - ENERGÉTICA BARRA GRANDE S.A.Porto Alegre - RS1. Examinamos os balanços patrimoniais da BAESA - Energética Barra Grande S.A., levantados em 31de dezembro de 2005 e de 2004, e as respectivas demonstrações das mutações do patrimônio líquido edas origens e aplicações de recursos para os exercícios findos naquelas datas e a demonstração do re-sultado para o período de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2005, elaborados sob a responsabilida-de de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstra-ções financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria

e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume detransações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia; (b) a constatação, com baseem testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulga-dos; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pelaAdministração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas emconjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representamadequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da BAESA - Ener-gética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, as mutações de seu patrimônio líqui-do e as origens e aplicações de seus recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas e o

resultado de suas operações para o período de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2005, de acordocom as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Porto Alegre, 20 de janeiro de 2006

Deloitte Touche Tohmatsu Auditores IndependentesCRC nº 2 SP 011609/O-8Maurício Pires de Andrade ResendeContadorCRC nº 1 MG 049699/O-2 “T” SP S/RS

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Gazeta Mercantil

4/04/2006 (10:04)

Page 2: RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO - baesa.com.br Patrimonial 30_12_05_GM-DOERS.pdf · O prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital

BAESA – ENERGÉTICA BARRA GRANDE S.A.CNPJ/MF nº 04.781.143/0001-39

Relatório da Administração

Senhores Acionistas,A Administração da BAESA – Energética Barra Grande S.A., submete àapreciação de V.Sas. as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Audito-res Independentes, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de2005. Visão Geral da BAESA – Energética Barra Grande S.A. A BAESA –Energética Barra Grande S.A. foi constituída em 17 de setembro de 2001,sucedendo o Consórcio GEAB na qualidade de concessionária responsávelpela construção e operação da Usina Hidrelétrica Barra Grande, localizadano Rio Pelotas, entre os municípios de Anita Garibaldi, em Santa Catarina,e Pinhal da Serra, No Rio Grande do Sul.Composição Acionária:

Características do EmpreendimentoPotência Instalada: 708 MW com 3 máquinas de 236 MW; Energia Garanti-da: 381 MW médios; Altura Máxima da Barragem: 185 metros; Compri-mento da Barragem: 665 metros; Queda líquida nominal: 154 metros; Va-zão máxima Vertedouro: 24 mil m3/s; Área do Reservatório: 95 km2; Volu-me do Reservatório: 5 km3 e Consórcio Construtor: Camargo Corrêa,Alston e Engevix. A conclusão da Usina, uma das 3 maiores em construçãono mundo do tipo enrocamento com face de concreto, durou 52 meses comdois turnos e cerca de 3.500 postos de trabalho, foram servidas mais de 6milhões de refeições, utilizou concreto suficiente para erguer 4 estádios doMaracanã, quantidade de rocha para lotar a caçamba de 1 milhão de cami-nhões basculantes, e as turbinas têm peso equivalente a 10.218 automóveisFiat Palio. Situação do Empreendimento – Face à demora na obtençãodas licenças ambientais, o início do enchimento do lago, previsto inicial-mente para Set/04, ocorreu somente em 5/Jul/05. Contudo, foi possível,graças também à hidrologia favorável, recuperar esse atraso e iniciar a ope-ração comercial da 1ª máquina em 1/Nov/05, data originalmente programa-da. A 2ª unidade geradora entrará em operação comercial em 1/Fev/06, ga-rantindo todo o montante de energia assegurada da Usina, e com isso o totalde seu faturamento. A 3ª unidade entrará em operação comercial emMai/06. Dados da Operação – A geração comercial da Usina HidrelétricaBarra Grande atingiu 250.449 MWh em 2005, com apenas a 1ª das máqui-nas em operação a partir de 1/Nov/05. A geração em fase de testes foi de26.443 MWh. A comercialização de energia atingiu 299.312 MWh, total-mente colocada nas empresas acionistas da BAESA que, conforme Acordode Acionistas, possuem o direito e a obrigação de adquirir toda a produçãona proporção de sua participação no Capital Social da empresa. Ao final doexercício o nível do reservatório estava na cota 630 metros, representando

38,6% de seu volume útil (100% na cota 647 m). Ações Sociais e Ambien-tais – A BAESA orientada por seus Acionistas, demonstrando interesse epreocupação com o desenvolvimento sustentável e com a qualidade de vidana região de abrangência do empreendimento, desenvolveu diversos pro-gramas socioambientais, com investimento total de aproximadamenteR$ 230 milhões. As ações socioambientais compreendem 9 grupos de pro-gramas, integrados por 26 projetos relacionados aos meios sócio-econômi-co, cultural, físico e biótico, a saber: � Socioeconômico e Cultural, inclusi-ve remanejamento da população atingida; �Hidrologia, Climatologia e Qu-alidade da Água;�Geotecnologia;�Meio Biótico; �Meio Físico; �Geren-cial; � Projeto Básico Ambiental; � Condicionantes da Supressão da Vege-tação e � Condicionantes Sociais. No que tange ao Programa Socioeconô-mico e Cultural, muito embora apenas 79 famílias residissem na área dolago a ser formado, 2.153 famílias foram atendidas, das quais 1.520 tiveramdireito a um dos seguintes benefícios: indenização em dinheiro pelas terrasvendidas a BAESApor preço superior ao de mercado, permuta de terra, car-tas de crédito, reassentamento rural coletivo, lote de terra com 12 hectares,em média, e casa construída com a madeira Retirada do reservatório. O pri-meiro passo para o remanejamento da população atingida pelo empreendi-mento deu-se aos 30/Set/02, quando à BAESA, o Movimento dos Atingi-dos por Barragens – MAB, o Ministério Público do Estado de Santa Catari-na e aproximadamente duzentos agricultores diretamente atingidos, firma-ram o “Termo de Acordo para o Remanejamento da População DiretamenteAtingida pelo Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande”. Havia na épocaa expectativa de que 842 famílias (dados do EIA/RIMA, 1997), fossematingidas pelo empreendimento. Porém, ao longo do processo de remaneja-mento, a empresa entendeu que o cadastro deveria ser revisto e, com baseno Termo de Acordo de Set/02, 2.153 estudos de caso foram realizados. Aconstituição de uma Comissão Paritária permitiu a participação efetiva dapopulação, representada pelo Movimento de Atingidos por Barragens, du-rante todo o processo. Os Acionistas de Barra Grande, reunidos no Consór-cio GEAB, adquiriram em leilão competitivo realizado pela ANEEL –Agência Nacional de Energia Elétrica o direito à concessão do empreendi-mento. Na ocasião do leilão o empreendimento já contava com a LicençaPrévia que atestava sua viabilidade ambiental, parte integrante dos docu-mentos oferecidos aos proponentes interessados. Quando a BAESA reque-reu ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-nováveis – IBAMAa expedição da Autorização de Supressão da Vegetação– ASV para dar início aos trabalhos de limpeza da bacia de acumulação daUsina, foi detectado pela própria BAESA uma diferença entre o quantitati-vo de vegetação apontado no EIA/RIMA, de 1997, e aquele efetivamenteidentificado in loco, pela BAESA. Objetivando a emissão da licença ASV,indispensável à manutenção do cronograma do empreendimento, foi entãofirmado, em 15/Set/04, um Termo de Compromisso de caráter ambientalentre a BAESA, o IBAMA, o Ministério de Minas e Energia – MME, o Mi-nistério do Meio Ambiente – MMA, o Ministério Público Federal – MPF ea Advocacia Geral da União – AGU, prevendo, dentre outros, a criação deum banco de germoplasma para garantir a perpetuidade de 16 espécies deárvores ameaçadas de extinção, e a aquisição de área de florestas com tama-nho e características semelhantes à existente no reservatório. No total, acompensação ambiental atribuída ao AHE Barra Grande foi a maior já esta-belecida, no Brasil, para empreendimentos hidrelétricos, cerca de 5% do to-tal dos investimentos. Logo após a assinatura do Termo de Compromisso

que possibilitou o início do corte de árvores, o MAB se insurgiu com umasérie de novos pleitos de caráter social que redundaram no chamado AcordoSocial, firmado aos 22/Dez/04, tendo como signatários a BAESA, o MAB,o MME, a Casa Civil, o IBAMA e o MPF, Acordo esse que na realidadeconstitui contribuição adicional da BAESA e seus Acionistas ao desen-volvimento regional na área abrangida pelo empreendimento. Absoluta-mente, todos os compromissos assumidos pela BAESA foram ou estãosendo rigorosamente cumpridos, dentro de um cronograma estabelecidojunto ao órgão licenciador do empreendimento, o IBAMA. Outras Autori-dades envolvidas (MME, MMA, MPF, AGU e Casa Civil) também efetu-am diligente fiscalização. A BAESA orgulha-se de poder informar que,estando na fase final da implantação das ações do projeto de Remaneja-mento e Compensação da População, atendeu um total de 1.520 famílias,das quais receberam indenização em dinheiro e 561 foram reassentadasconforme suas opções: 249 optaram pela modalidade de auto-reassen-tamento através de carta de crédito, por reassentamento rural coletivo,5 por áreas remanescentes, 41 por lote de terra, 11 por casas de madeirae 58 por lote de terra e casa. São 7 reassentamentos rurais coletivos im-plantados ou em implantação, que contam com a participação das famí-lias beneficiadas que, em regime de mutirão, discutem os projetos econstroem suas novas residências e galpões. O processo para reassen-tamento destas famílias não se restringe às benfeitorias individuais,mas envolve toda a infra-estrutura física necessária à moradia e de-senvolvimento de suas atividades produtivas, o apoio técnico e soci-al para sua adaptação na nova propriedade e um apoio financeiropara sua manutenção nos meses entre a mudança (aproximadamente1,5 salário mínimo/mês) e a realização da safra. Também recebe en-tre R$ 7 mil e R$ 10 mil para a plantio e colheita da primeira safra oupara a realização de investimentos na nova propriedade, conforme proje-to discutido e desenvolvido pelo agricultor junto às equipes técnicas daBAESA e do MAB (ADAI - Associação de Desenvolvimento AgrárioInterestadual). Para as famílias beneficiadas com reassentamento rural co-letivo, foram gastos em média R$ 185 mil por família, aí inclusos: terra,benfeitorias individuais (casa e galpão), toda a infra-estrutura do reassen-tamento (água, luz, acessos), preparo do solo, verbas de manutenção e deapoio à produção, benfeitorias comunitárias e assistência técnica, benefí-cios necessários para a viabilização das suas atividades produtivas e suainserção na comunidade. Importante destacar que o processo de remaneja-mento do empreendimento Usina Hidrelétrica Barra Grande permitiu que324 famílias, ou 60% das famílias reassentadas, antes meeiras, posseirasou arrendatárias, se tornassem proprietárias de imóveis estruturados e quepossibilitam a auto-sustentabilidade das famílias. Dos 12.712 ha adquiri-dos, que correspondem a 702 (setecentos e dois) imóveis, 8.250 ha (65%)foram necessários à formação do reservatório. Dos 4.462 ha restantes(35%) são destinados à formação da Área de Preservação Permanente(APP), onde estão sendo plantadas um total de 1 milhão de mudas de árvo-res, das quais cerca de 100 mil araucárias, ou seja, 20 mudas para cada ár-vore suprimida. Quanto às comunidades lindeiras ao reservatório, num to-tal de 49, 2 não sofreram qualquer espécie de interferência, e as demais es-tão com as atividades totalmente concluídas ou em andamento de acordocom os cronogramas ajustados com cada uma das comunidades. Foramrealizadas aproximadamente 170 reuniões para que, de forma participati-va, as famílias residentes pudessem discutir as ações e contribuições da

BAESA a serem implantadas, e definir a melhor forma de executá-las. ABAESA promoveu a capacitação dos agricultores, interação social , forne-ceu infra-estrutura básica de serviços, construiu estradas de acesso, redeelétrica, rede de abastecimento e distribuição de água, casas, galpões ebenfeitorias comunitárias como: igreja, salão comunitário, campo de fute-bol etc. Forneceu também apoio para regularização de documentos, apoioà mudança, apoio na transferência de matrícula dos filhos para a nova es-cola. Na hipótese da mudança da família ocorrer entre safras, a BAESArepassa mensalmente verba proporcional à capacidade de produção da fa-mília, necessária ao seu sustento até a colheita da primeira safra na novapropriedade. A BAESA promoveu diversas atividades de resgate do patri-mônio histórico-cultural, do patrimônio arqueológico e do patrimônio pa-isagístico, como por exemplo, inventário cultural, educação patrimonial,produção e organização de acervo fotográfico, produção de material de di-vulgação e educação patrimonial e cultural. Realiza também diversas ati-vidades de mitigação dos impactos sobre os meios biótico e físico, atravésde trabalhos de educação ambiental, saúde, a problemática do lixo, resga-te da fauna e flora e monitoramento dos aqüíferos. A BAESA construiu eequipou com recursos áudiovisuais, maquetes, auditórios e mobiliário, osdois Centros de Atendimento Socioambiental (CASA’s), um em Pinhal daSerra, no Rio Grande do Sul e outro em Anita Garibaldi, em Santa Catari-na. Tais centros possuem equipes treinadas para apresentar os programasambientais, socioeconômicos e o projeto da Usina à população, escolas,universidades e visitantes em geral, sendo valiosos instrumentos para in-tegração com a sociedade, bem como para eventos sociais, educacionais ecomunitários. Mediante convênios com os municípios da área de abran-gência do empreendimento são realizadas diversas atividades nas áreas desaúde, segurança e educação, como por exemplo, ampliação de escolas ecentros de saúde, aquisição de veículos e computadores, melhoria de es-tradas de acesso, construção de postos policiais e perfuração de poçospara abastecimento de água. Estrutura de Capital do Empreendimen-to – Dos recursos originalmente contratados para construção da UHEBarra Grande 30% são próprios e 70% de terceiros: 1. Recursos própriosdos Acionistas e receitas financeiras, no montante de R$ 410 milhões, jáintegralmente aportados. 2. Financiamento do Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social – BNDES, no valor de R$ 460 milhões, játotalmente aportados. 3. Debêntures simples, no valor de R$ 180 mi-lhões, em duas séries no montante de R$ 90 milhões cada, uma indexadado CDI e a outra ao IGP-M, já totalmente aportados. 4. Financiamentosuplementar do BNDES, no montante de R$ 300 milhões, sendo que a úl-tima liberação, no valor de R$ 66 milhões, ocorrerá em Jan/06. Todos osencargos de financiamento são capitalizados aos respectivos saldos deve-dores até o final do período de carência. Auditoria Externa – Com rela-ção à contratação de serviços não relacionados com a auditoria externajunto aos seus auditores independentes, os únicos serviços prestados àEmpresa pelos seus auditores DELOITTE TOUCHE TOHMATSUAUDITORES INDEPENDENTES são os relacionados com os exames daauditoria independente das demonstrações contábeis. Agradecimen-tos – Agradecemos aos senhores Acionistas, Autoridades e Órgãos daAdministração Pública Federal, Estadual e Municipal, fornecedores debens e serviços, e Colaboradores pela confiança, dedicação e empenho,fatores determinantes para o alcance do objetivo de construir esse grandeempreendimento, repleto de desafios.

BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 – (Valores expressos em milhares de reais - R$)

A T I V O 2005 2004CIRCULANTECaixa e bancos 78 347Aplicações financeiras 46.219 25.960Contas a receber 25.451 -Outros créditos 3.747 588Despesas pagas antecipadamente 158 1.699Total do circulante 75.653 28.594REALIZÁVEL A LONGO PRAZOTributos e contribuições sociais diferidos 3.051 -Despesas pagas antecipadamente 1.515 -Outros créditos 43 2.536Total do realizável a longo prazo 4.609 2.536PERMANENTEImobilizado 1.364.015 1.093.729

TOTAL DO ATIVO 1.444.277 1.124.859

P A S S I V O 2005 2004CIRCULANTEFornecedores 9.819 8.127Encargos de folha de pagamento 36 -Impostos a recolher 2.212 42Debêntures 2.889 -Empréstimos e financiamentos 19.954 -Credores diversos 890 -Total do circulante 35.800 8.169EXIGÍVEL A LONGO PRAZODebêntures 220.396 193.331Empréstimos e financiamentos 791.454 518.729Provisão para contingências e honorários advocatícios 4.208 6.249Total do exigível a longo prazo 1.016.058 718.309PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 398.381 398.381Prejuízos acumulados (5.962) -

392.419 398.381TOTAL DO PASSIVO 1.444.277 1.124.859

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado)

1. Contexto Operacional – a) A Companhia – A BAESA - EnergéticaBarra Grande S.A. (“BAESA” ou “Companhia”) tem como objeto socialexplorar, na qualidade de concessionária, o Aproveitamento Hidrelétrico deBarra Grande (“AHE Barra Grande”), localizado no Rio Pelotas, divisa dosmunicípios de Pinhal da Serra, no Estado do Rio Grande do Sul, e Anita Ga-ribaldi, no Estado de Santa Catarina, submetendo-se, para tanto, às regrasdo Contrato de Concessão nº 036/2001 - ANEELe seus aditivos (“Contratode Concessão”) e às normas regulamentares aplicáveis. ABAESAtem sedeem Porto Alegre - RS, tendo sido constituída em 17 de setembro de 2001,sub-rogando-se nos direitos e nas obrigações do Grupo de Empresas Asso-ciadas de Barra Grande (“Consórcio GEAB”), decorrentes do Contrato deConcessão. Em 19 de dezembro de 2002, o acervo líquido contábil do Con-sórcio GEAB foi incorporado ao patrimônio líquido da Companhia, com opropósito de abrigar o financiamento para a construção da Usina Hidrelétri-ca de Barra Grande (“UHE Barra Grande”), sob a forma de “Project Finan-ce”, com garantias corporativas proporcionais por parte dos acionistas, du-rante a fase de construção, e com garantias dos contratos de compra e vendade energia, durante a fase de operação. Em 1º de novembro de 2005, a Com-panhia iniciou suas operações a partir do funcionamento da primeira má-quina. b) Contrato de Concessão – O Contrato de Concessão, assinadoem 14 de maio de 2001, determina que a energia elétrica produzida no em-preendimento será utilizada ou comercializada pela Companhia, com vigorpor prazo de 35 anos contados a partir dessa data, podendo ser prorrogado,desde que a Companhia assim o requeira, pelo menos 36 meses antes do fi-nal desse prazo. O Contrato de Concessão determina que seja pago, a títulode uso do bem público, do 7º ao 35º ano de concessão, o valor anual de R$8.001 na data do contrato (R$ 13.452 em 31 de dezembro de 2005), sendoesse valor atualizado anualmente pela variação do Índice Geral de Preços deMercado - IGP-M. c) AHE Barra Grande – O AHE Barra Grande tem po-tência instalada de 690 MW, em um conjunto de três máquinas, das quais aprimeira entrou em operação comercial em 1º de novembro de 2005. Os tra-balhos de implantação dos programas socioambientais prosseguem com oobjetivo de atender ao cronograma. O empreendimento possui as licenças eautorizações necessárias à sua implantação, seguindo as exigências requeri-das pelos órgãos reguladores. d) Acordo de Acionistas – Conforme oAcordo de Acionistas, determinou-se que, após ter sido integralmente im-plantado o empreendimento e terem sido integralmente liquidadas todas asobrigações e financiamentos contraídos para a construção da UHE BarraGrande, poderão os acionistas deliberar por uma das seguintes opções: 1)Manutenção da Companhia para realizar a operação e manutenção da UHEBarra Grande por prazo determinado ou indeterminado. 2) Aquisição de to-das as ações, pela Companhia, para seu cancelamento, com exceção dasações de propriedade do acionista Alcoa Alumínio S.A. 3) Resgate dasações pela Companhia, com exceção daquelas de propriedade do acionistaAlcoa Alumínio S.A., com a conseqüente e proporcional redução do capitalsocial. 4) Redução, pura e simples, do capital social da Companhia, propor-cional à sua parte não titulada pela Alcoa Alumínio S.A., com restituiçãoaos demais acionistas do valor das ações por eles respectivamente titula-das. Adicionalmente, o Acordo de Acionistas estabelece que, na eventuali-dade de falência ou insolvência de qualquer acionista, os demais acionistascomprometem-se a aportar os valores necessários à compra dos créditos naCompanhia e continuar a administrar a Companhia segundo os termos doreferido Acordo. e) Estrutura de Financiamento – De acordo com o Con-trato de Concessão, os acionistas da BAESA assumiram certas responsabi-lidades específicas. A Companhia financiará a implantação do empreendi-mento, recebendo a energia assegurada de 3.334 GWh por ano, após a en-trada em operação da segunda unidade geradora. O financiamento para oAHE Barra Grande foi baseado em uma estrutura de “Project Finance”,com garantias corporativas proporcionais durante a fase de construção ecom garantias dos contratos de compra e venda de energia durante a fase deoperação, cujas características incluem os seguintes itens: 1) Recursos dosacionistas da Companhia. 2) Financiamento no mercado local por meio deempréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -BNDES. 3) Emissão pública de debêntures. f) Direitos de Consumo deEnergia – O consumo de energia será compartilhado entre os acionistas daCompanhia, de acordo com sua participação no capital social. g) Opera-ção – Em virtude da concessão de que a Companhia é titular ter sido outor-gada antes da vigência do novo modelo do setor elétrico estabelecido peloDecreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtoraindependente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por suaconta e risco e a preços não regulados, a nova regulamentação do setor elé-trico não é aplicável à Companhia e esta não está sujeita às limitações devenda de energia entre partes relacionadas e à necessidade de realização deleilões de venda de energia. 2. Elaboração e Apresentação Das Demons-trações Financeiras – As demonstrações financeiras foram elaboradas eestão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas noBrasil, as quais incluem as práticas contábeis emanadas da legislação socie-tária brasileira e normas e instruções da Comissão de Valores Mobiliários -CVM. 3. Sumário das Principais Práticas Contábeis – a) AplicaçõesFinanceiras – Consistem em aplicações financeiras e investimentos de altaliquidez e são demonstradas pelo valor original, acrescido dos rendimentosauferidos até a data do balanço. b) Imobilizado – O imobilizado está regis-trado ao custo de aquisição ou construção. É depreciado, na fase de opera-ção, de acordo com a vida útil-econômica dos bens e regras específicas de-terminadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. c)Empréstimos, Financiamentos e Debêntures – Os empréstimos, financi-

amentos e debêntures incluem juros e atualização monetária incorridos atéa data do balanço. d) Provisão para Contingências – Aprovisão para con-tingências está registrada pelo valor das perdas prováveis, com base na opi-nião da Administração e de seus consultores legais sobre os processos pen-dentes nas datas dos balanços. e) Uso de Estimativas – A preparação dedemonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas noBrasil requer que a Administração da Companhia se baseie em estimativaspara o registro de certas transações que afetam os ativos e passivos, receitase despesas, bem como a divulgação de informações sobre dados das suasdemonstrações financeiras. Os resultados finais dessas transações e infor-mações, quando de sua efetiva realização em períodos subseqüentes, po-dem diferir dessas estimativas. f) Imposto de Renda e Contribuição Soci-al – O imposto de renda e a contribuição social são calculados com base nolucro ajustado de acordo com a legislação aplicável. Para fins de determina-ção da exigibilidade é considerada a absorção de prejuízos fiscais e base ne-gativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro tributável ajustado.Adicionalmente, a Companhia registra créditos fiscais sobre base negativade contribuição social, prejuízos fiscais e provisões temporariamente nãodedutíveis. g) Reconhecimento de Receitas e Despesas – As receitas edespesas são registradas pelo regime de competência. h) Prejuízo porAção – O prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade deações que compõem o capital social da Companhia nas datas dos balan-ços. 4. Aplicações Financeiras – As aplicações financeiras estão assimrepresentadas:

Remuneração 2005 2004Pós-fixadas-CDB 99,0% a 102,0% do CDI 46.219 25.960

5. Imobilizado2005 2004

DepreciaçãoCusto acumulada Líquido Líquido

Reservatório, barrageme adutoras 924.364 (3.162) 921.202 -

Edificações, obras civise benfeitorias 63.465 (118) 63.347 -

Máquinas e equipamentos 177.423 (626) 176.797 -Veículos 147 (2) 145 -Móveis e utensílios 1 - 1 -Imobilizado em serviço 1.165.400 (3.908) 1.161.492 -Imobilizado em curso 202.523 - 202.523 1.093.729Total do imobilizado 1.367.923 (3.908) 1.364.015 1.093.729De acordo com o Contrato de Concessão, no prazo final da concessão todosos bens e instalações vinculados à UHE Barra Grande passarão a integrar opatrimônio da União, mediante indenização dos investimentos realizados eainda não amortizados, desde que autorizados e apurados em auditoria a serefetuada pela ANEEL. Conforme artigos 63 e 64 do Decreto nº 41.019, de26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações são vinculados aos serviçosde energia elétrica, não podendo ser retirados, alienados, cedidos ou dadosem garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do órgão regu-lador. A Resolução ANEEL nº 20, de 3 de fevereiro de 1999, regulamenta adesvinculação de bens das concessões do Serviço Público de Energia Elé-trica, concedendo autorização prévia para desvinculação de bens inservíve-is à concessão, quando destinados à alienação, determinando, ainda, que oproduto da alienação seja depositado em conta bancária vinculada paraaplicação na concessão. 6. Transações e Saldos com Partes Relaciona-das – ACompanhia mantém transações com partes relacionadas referentes,principalmente, ao fornecimento de bens e serviços para a construção doempreendimento, assim como ao suprimento de energia elétrica após suaentrada em operação. Essas transações são mantidas em condições usuaisde mercado e estão sumariadas no quadro a seguir:

Suprimento Contasde energia (c) a receber Fornecedores (a)

2005 2005 2005 2004Alcoa Alumínio S.A. 11.603 9.972 - -Camargo CorrêaCimentos S.A. 2.755 2.371 - -

Companhia Brasileirade Alumínio 4.443 3.821 - -

DME Energética Ltda. 3.125 2.690 - -CPFL Geração de Energia S.A. 7.671 6.597 - -Construções e ComércioCamargo Corrêa S.A. (b) - - 8.383 6.331

Total 29.597 25.451 8.383 6.331(a) Valores referentes às últimas medições a pagar à Construções e Co-mércio Camargo Corrêa S.A. por conta e ordem do Consórcio Constru-tor (UNEBAR). (b) Dos custos totais incorridos com a obra (obra civil eobras para a colocação de equipamentos), R$ 616.054 em 31 de dezem-bro de 2005 (R$ 539.091 em 31 de dezembro de 2004) foram despendi-dos com o Consórcio UNEBAR, cuja liderança é da Construções e Co-mércio Camargo Corrêa S.A. (c) Vide nota explicativa nº 14. A Compa-nhia adquiriu certos insumos para a construção da UHE Barra Grandefornecidos por empresas ligadas a seus acionistas, notadamente aço e ci-mento, cujo valor acumulado das compras em 31 de dezembro de 2005 e31 de dezembro de 2004 é de R$ 61.884 e R$ 60.620, respectivamen-te. 7 Tributos e Contribuições Sociais Diferidos – Os tributos e con-

tribuições sociais diferidos ativos representam os créditos fiscais com-pensáveis com lucros tributáveis futuros, calculados sobre prejuízos fis-cais e base negativa da contribuição social. Em 31 de dezembro de 2005,os tributos e contribuições sociais diferidos registrados no balanço patri-monial montam a R$ 3.051. A seguir demonstramos a composição dabase de cálculo e dos saldos desses impostos:

2005IRPJ CSLL

Resultado antes dos tributos (9.013) (9.013)Adições permanentes 40 40Base de cálculo 8.973 8.973Alíquota 25% 9%Total da receita com impostos 2.243 808

8. Fornecedores 2005 2004

Obras civis (*) 7.666 4.185Montagem eletromecânica (*) 717 2.146Desenvolvimento do projeto executivo 204 390Custos socioambientais 180 297Administração do proprietário 45 24Outros 1.007 1.085Total 9.819 8.127(*) Valor referente a saldo com a Construções e Comércio Camargo CorrêaS.A. (vide nota explicativa nº 6). 9 Empréstimos e Financiamentos:

2005 2004Curto Longo Longo

Encargos Vencimento prazo prazo prazoBNDES(A, B, C e D) TJLP + 3,125% Agosto de 2018 10.137 354.794 322.442

BNDES(E) UMBNDES + 3,125% Outubro de 2018 2.585 183.558 196.287

BNDES suple-mentar (Ae B) TJLP + 4,125% Agosto de 2018 7.232 253.102 -

Total 19.954 791.454 518.729Sobre o principal da dívida, decorrente dos subcréditos A, B, C e D, inci-dem juros de 3,125% ao ano acima da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP,considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante cor-respondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizadocom o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo so-bre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal. Sobreo principal da dívida, decorrente do subcrédito E, incidem juros à taxa de3,125% ao ano, acima da taxa variável reajustada trimestralmente com baseno custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridas peloBNDES na captação de recursos em moeda estrangeira. Os juros serão cal-culados dia a dia pelo sistema proporcional, capitalizados no dia 15 dos me-ses de janeiro, abril, julho e outubro de 2006, e exigíveis mensalmente, apartir de 15 de novembro de 2006, inclusive, com as parcelas de amortiza-ção do principal e no vencimento ou na liquidação do contrato. Ainda comrelação ao subcrédito E, a Companhia obriga-se a pagar ao BNDES, a títulode reembolso de despesa com imposto de renda, percentual que correspon-de à taxa média ponderada de imposto de renda devido sobre os encargosremetidos pelo BNDES aos credores de recursos externos. O saldo devedorproveniente desse subcrédito será atualizado diariamente pela média pon-derada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados peloBNDES, em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse. Sobre o princi-pal da dívida dos subcréditos suplementares A e B incidirão juros de4,125% ao ano, acima da TJLP, considerando que, quando a TJLP for supe-rior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier aexceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado naforma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do fi-nanciamento do principal. Aamortização será feita em 144 parcelas mensa-is e sucessivas, cada uma delas no valor do principal vincendo da dívida decada subcrédito, dividido pelo número de prestações de amortização vin-cendas, vencendo-se a primeira prestação em 15 de setembro de 2006 e a úl-tima em 15 de agosto de 2018, para todos os subcréditos, exceto para o sub-crédito E, cuja primeira prestação tem vencimento em 15 de novembro de2006 e a última em 15 de outubro de 2018. As parcelas de longo prazo têmos seguintes vencimentos: 20052007 67.6172008 67.6172009 67.6172010 67.6172011 67.617Após 2011 453.369Total 791.454Para garantir quaisquer obrigações decorrentes desse contrato foram pe-nhorados, a favor do BNDES, as ações da Companhia e os direitos emer-gentes da concessão, compreendendo os direitos decorrentes da venda deenergia a ser produzida pela Companhia. 10 Debêntures:

2005 2004Curto Longo Longo

Encargos Vencimento prazo prazo prazo1ª série 105% da taxa DI Agosto de 2016 2.889 112.685 96.216

42% KT 25% KT 15% KT 9% KT 9% KT

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA O PERÍODODE 1º DE NOVEMBRO A 31 DE DEZEMBRO DE 2005

(Valores expressos em milhares de reais - R$)

RECEITA OPERACIONALSuprimento e fornecimento de energia elétrica 29.597Outras receitas 468Total da receita operacional bruta 30.065DEDUÇÕES DA RECEITAOPERACIONAL (PIS E COFINS) (3.489)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 26.576CUSTOS DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICACompensação financeira para utilização de recursos hídricos (891)Energia elétrica comprada para revenda e encargos de conexão (2.026)Depreciação e amortização (3.547)Total dos custos do serviço de energia elétrica (6.464)LUCRO BRUTO 20.112DESPESAS OPERACIONAISPessoal (266)Material (28)Serviço de terceiros (2.375)Seguros (11)Outras despesas (133)Total das despesas (2.813)RECEITA (DESPESA) FINANCEIRAReceita 1.501Despesa (21.495)Variações monetárias/cambiais - líquidas (6.318)Total (26.312)PREJUÍZO OPERACIONAL (9.013)TRIBUTOSImposto de renda diferido 2.243Contribuição social diferida 808Total 3.051PREJUÍZO DO EXERCÍCIO (5.962)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE

RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOSEM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$)

ORIGENS DE RECURSOS 2005 2004Prejuízo do exercício (5.962) -Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante líquido:Depreciação e amortização 3.547 -Encargos da dívida e variação monetáriade longo prazo 27.813 -

Tributos e contribuições sociais diferidosde longo prazo (3.051) -

Total gerado das operações 22.347 -De terceiros:Debêntures - 185.453Empréstimos e financiamentos 237.705 138.398Transferências do realizável a longo prazopara o ativo circulante 978 -

Total das origens 261.030 323.851APLICAÇÕES DE RECURSOSNo imobilizado 218.759 315.452Transferência do exigível de longo prazopara o passivo circulante 22.843 -

Outros - realizável a longo prazo - 43Total das aplicações 241.602 315.495AUMENTO DO CAPITALCIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356

DEMONSTRAÇÃO DO AUMENTO DOCAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDOAtivo circulante:No fim do exercício 75.653 28.594No início do exercício 28.594 114.811

Aumento (redução) 47.059 (86.217)Passivo circulante:No fim do exercício 35.800 8.169No início do exercício 8.169 102.742

Aumento (redução) 27.631 (94.573)AUMENTO DO CAPITALCIRCULANTE LÍQUIDO 19.428 8.356

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

2005 2004Curto Longo Longo

Encargos Vencimento prazo prazo prazo2ª série IGP-M + 9,55% a.a. Agosto de 2016 - 107.711 97.115Total 2.889 220.396 193.331A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações,do tipo nominativo-escritural, sem emissão de cautelas ou certificados,da espécie subordinada, com garantia de fiança não solidária prestadapor alguns dos atuais acionistas da Companhia. As debêntures foramemitidas em 1º de agosto de 2004 em duas séries de 9.000 debênturescada, com valor nominal unitário de R$ 10.000,00 para ambas as séri-es. O valor nominal unitário atualizado em 31 de dezembro de 2005 erade R$ 12.841,64 e R$ 11.967,87 para a 1ª série e 2ª série, respectiva-mente. Na escritura pública de debêntures, estão previstas certas con-dições restritivas, as quais requerem que a Companhia mantenha deter-minados índices financeiros. No entendimento da Administração daCompanhia, essas condições vêm sendo adequadamente atendi-das. 11 Provisão para Contingências e Depósitos Judiciais – Estárepresentada como segue:

2005 2004Depósitos Depósitos

Provisão judiciais Provisão judiciais(a) (b) (a) (b)

Cíveis 4.208 10.742 6.249 10.742(a) Provisão referente a ações de proprietários cujas terras serviram de pas-sagem para linha de distribuição e instalação de servidão aérea, desembol-sos adicionais com os processos dos proprietários desapropriados e honorá-rios e custos advocatícios, nos valores de R$ 457, R$ 2.916 e R$ 835, res-pectivamente, em 31 de dezembro de 2005 (R$ 1.416, R$ 2.662 e R$ 2.171,respectivamente, em 31 de dezembro de 2004). Com base na opinião de

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕESDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOSEM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004(Valores expressos em milhares de reais - R$)

Capital Prejuízo Patrimônio

social acumulado líquido

SALDOS EM 31 DE

DEZEMBRO DE 2003 398.381 - 398.381

SALDOS EM 31 DE

DEZEMBRO DE 2004 398.381 - 398.381

Prejuízo do exercício - (5.962) (5.962)

SALDOS EM 31 DE

DEZEMBRO DE 2005 398.381 (5.962) 392.419

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

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D. Oficial RS

4/04/2006 (10:04)

Page 3: RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO - baesa.com.br Patrimonial 30_12_05_GM-DOERS.pdf · O prejuízo por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital

seus consultores legais, a Administração acredita que a provisão para con-tingências constituída é suficiente para cobrir eventuais perdas. A Adminis-tração e seus consultores legais entendem que eventuais decisões desfavo-ráveis relacionadas a esses assuntos não afetarão significativamente o fluxode caixa e a posição patrimonial e financeira da Companhia. (b) Refe-rem-se a valores depositados judicialmente relativos à indenização por de-sapropriações das áreas de construção da UHE Barra Grande, classificadosno ativo imobilizado em curso (vide nota explicativa nº 5). 12 Seguros – ACompanhia mantém cobertura de seguros em montante considerado sufici-ente pela Administração para cobrir eventuais riscos sobre seus ativos e/ouresponsabilidades. As principais coberturas de seguros são:

CoberturaDescrição 2005 2004Garantia do executante construtor/fornecedor 34.045 34.045Risco de engenharia e responsabilidade civil 687.074 687.074Riscos diversos 2.000 2.00013 Patrimônio Líquido – O capital social em 31 de dezembro de 2005 e de2004 é de R$ 398.381, totalmente subscrito e integralizado, e sua composi-ção é como segue:Acionistas Quantidade %Alcoa Alumínio S.A. 168.017.984 42,1752Camargo Corrêa Cimentos S.A. 35.854.290 9,0000Companhia Brasileira de Alumínio 59.757.150 15,0000DME Energética Ltda. 35.132.822 8,8189CPFL Geração de Energia S.A. 99.618.754 25,0059Total 398.381.000 100,0000

Aos acionistas é assegurado o direito do recebimento de dividendo anualobrigatório no montante de 1% do lucro líquido do exercício. 14 Supri-mento e Fornecimento de Energia Elétrica

Período de1/11 a 31/12/05

MWh R$(a) (b)

Alcoa Alumínio S.A. 123.785 11.603Camargo Corrêa Cimentos S.A. 26.415 2.755Companhia Brasileira de Alumínio 44.025 4.443DME Energética Ltda. 25.884 3.125CPFL Geração de Energia S.A. 73.393 7.671Total 293.502 29.597(a) Informações não auditadas. (b) Vide nota explicativa nº 6.15. Instrumentos Financeiros – A Companhia participa de operaçõesenvolvendo instrumentos financeiros, os quais se encontram integral-mente registrados nas suas demonstrações financeiras. Essas opera-ções destinam-se a atender às suas necessidades relativas à maximiza-ção da rentabilidade dos recursos líquidos de caixa e à captação de re-cursos necessários para manutenção do capital de giro e suprimento doseu plano de investimentos. A Administração da Companhia estimaque os valores de mercado de seus empréstimos e financiamentos nãoapresentam diferenças significativas em relação aos valores reconheci-dos nas demonstrações financeiras. O valor contábil dos instrumentosfinanceiros referentes aos demais ativos e passivos equivale, aproxi-madamente, ao seu valor de mercado.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃORICARDO DE BARROS MORAES SAYÃO

PresidenteMIGUEL NORMANDO ABDALLA SAAD

Vice-PresidenteOTÁVIO CARNEIRO DE REZENDE

OTÁVIO FREITAS FERREIRACÍCERO MACHADO DE MORAES

DIRETORIACARLOS ALBERTO BEZERRA DE MIRANDA

Diretor-Superintendente, de Relações com Investidorese de Relações Institucionais

PAULO EDUARDO DE ALMEIDA GODOYDiretor de Engenharia e Construção

Mauro Sergio GasparContador – CRC SP 120914/S/RS

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTESAos Acionistas e Administradores da Baesa - Energética Barra GrandeS.A. – Porto Alegre - RS.1. Examinamos os balanços patrimoniais da BAESA - EnergéticaBarra Grande S.A., levantados em 31 de dezembro de 2005 e de2004, e as respectivas demonstrações das mutações do patrimôniolíquido e das origens e aplicações de recursos para os exercíciosfindos naquelas datas e a demonstração do resultado para o período

de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2005, elaborados sob a res-ponsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é ade expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas bra-sileiras de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos tra-balhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transa-ções e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia;(b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos regis-tros que suportam os valores e as informações contábeis divulga-dos; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis maisrepresentativas adotadas pela Administração da Companhia, bemcomo da apresentação das demonstrações financeiras tomadas emconjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras refe-ridas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os as-pectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da BAESA -Energética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2005 e de2004, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplica-ções de seus recursos correspondentes aos exercícios findos na-quelas datas e o resultado de suas operações para o período de 1º denovembro a 31 de dezembro de 2005, de acordo com as práticascontábeis adotadas no Brasil.Porto Alegre, 20 de janeiro de 2006.Deloitte Touche Tohmatsu Auditores IndependentesCRC nº 2 SP 011609/O-8Maurício Pires de Andrade ResendeContadorCRC nº 1 MG 049699/O-2 “T” SP S/RS

BAESA – ENERGÉTICA BARRA GRANDE S.A.CNPJ/MF nº 04.781.143/0001-39

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