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1 FIOCRUZ MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO DE ATIVIDADES FIOCRUZ 2001/2004

RELATÓRIO DE ATIVIDADES FIOCRUZ 2001/2004

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1 FIOCRUZ MINISTÉRIO DA SAÚDE

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2RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2001/2004 3 FIOCRUZ MINISTÉRIO DA SAÚDE

Esta publicação visa prestar contas à sociedade do que foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na gestão 2001-2004. Tive a honra e o enorme prazer de ter liderado a instituição nestes últimos quatro anos, construindo – com meus colegas vice-presidentes, com o Conselho Deliberativo e com os outros dirigentes e servidores públicos da Fiocruz – uma pequena parte da nobre, valorosa e dignificante história da Fundação.

Foi marcante ver publicado no Diário Oficial da União o tão sonhado Estatuto da Fiocruz, que confirma o longo processo de construção da nossa democracia interna, iniciado com Sergio Arouca em 1985. Receber o Prêmio Unesco de Ciência em 2002 nos encheu de entusiasmo para continuar nosso intenso trabalho de pesquisa e desenvolvimento. Os avanços na área de medicamentos, vacinas e reativos para diagnóstico se materializam na produção crescente desses insumos e na consolidação do Complexo Tecnológico de Vacinas, no campus de Manguinhos, e do Complexo Tecnológico de Medicamentos, no pólo industrial de Jacarepaguá.

Tivemos momentos de celebração científica, como a implementação de centenas de projetos no Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica em Saúde (PAPES III), no Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS) e no Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP). Também merecem destaque a multiplicação das bolsas de pesquisadores visitantes e de iniciação científica, as patentes depositadas no quadriênio e o crescimento sustentado do número de trabalhos publicados nas melhores revistas do país e do exterior.

Mensagem do Presidente

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Nos últimos quatro anos, a Fiocruz dobrou o número de programas e matrículas na pós-graduação. Passamos de seis programas para 13 mestrados e 12 doutorados acadêmicos, além dos mestrados profissionalizantes, totalizando cerca de 1100 alunos matriculados. Em 2003, comemoramos a 2000ª tese de pós-graduação stricto sensu defendida na instituição. As outras modalidades de ensino também tiveram incrementos importantes tanto na quantidade como na qualidade. Aos cursos presenciais, para nível médio e superior, como atualizações, aperfeiçoamentos, especializações e residências, somamos um expressivo conjunto de ofertas educativas à distância. Todos esses elementos reafirmam que a Fiocruz é hoje a maior instituição não-universitária de formação de recursos humanos para os setores de saúde e de ciência e tecnologia em saúde do Brasil. É também uma das maiores, senão a maior, da América Latina.

O Brasil conta hoje com uma das melhores redes de diagnóstico epidemiológico do mundo, na qual cerca de 25 laboratórios da estrutura da Fiocruz têm ativa participação. Também se destacam os serviços assistenciais do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), referência em doenças infecto-parasitárias, e do Instituto Fernandes Figueira (IFF), referência em saúde materno-infantil, que recebeu o título de Hospital Amigo da Criança.

É necessário ressaltar que nenhum desses feitos expressivos da Fiocruz poderia ter sido alcançado sem uma forte mudança no modelo de gestão. Trabalhamos hoje com gestão por resultados, planejamento estratégico e maior eficiência gerencial pela descentralização, mas também com maior controle. Temos uma política de gestão do trabalho que privilegia a participação e a valorização dos profissionais, assim como sua constante capacitação.

Nossa expectativa é de que esses resultados sirvam de alento para o futuro. Ao iniciarmos uma nova gestão à frente da Fiocruz, o fazemos com senso de responsabilidade. Mas fazemos também com a alegria de já ter cumprido uma etapa e a esperança de realizarmos, com o apoio de todos, o que o Plano Quadrienal 2005-2008 considera prioritário e essencial no nosso papel de bem servir a sociedade brasileira, como a Fiocruz tem feito há 105 anos.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2005(dia do 105º aniversário da Fiocruz)

Paulo Marchiori BussPresidente da Fiocruz

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Fatos relevantes na Fiocruz na gestão 2001-2004

1. Inovação como fundamento da pesquisa e

o desenvolvimento tecnológico

Atividades de pesquisa e desenvolvimento na Fiocruz

Indução à pesquisa estratégica e ao desenvolvimento tecnológico em saúde

Programa de Apoio à Pesquisa Estratégicaem Saúde (Papes)

Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS)

Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP)

Gestão tecnológicaProjetos em construção: o futuro

2. Universalismo e qualificação: o papel do ensino na Fiocruz

Doutorados e mestrados acadêmicos

Mestrados profissionaisOutros níveis de formação

Escola de Governo em SaúdeEducação à Distância

Outras dimensões do ensino na Fiocruz

3. Diversificação e ampliação da produção de bens e insumos em saúde

MedicamentosProdução

Desenvolvimento tecnológicoParcerias estratégicas

Imunobiológicos (vacinas e kits para diagnóstico)

Animais de laboratório

9

14

14

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1719

212224272728

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39

SUMÁRIO

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4. Fortalecimento das Redes deVigilância em Saúde

Laboratórios de Referência paraVigilância Epidemiológica

Laboratórios de Referência para Vigilância Sanitária

Vigilância Ambiental Atenção à Saúde

Atenção especializadaAtenção básica

5. Fortalecimento da presença pública

como afirmação da cidadania

Informação para educação, ciência, saúde e sociedade

Comunicação socialColeções científicas

6. Gestão eficiente, democrática e participativa como princípios institucionais

Gestão estratégicaGestão do trabalho

Gestão dos recursos orçamentários e financeiros

Infra-estrutura institucional

7. Interação e articulação

Cooperação técnica internacionalProjetos sociais

8. Apêndice

OrganogramaPresidência da Fiocruz

Unidades da FiocruzEndereços na Internet

43

46

49505052

55

5860

636669

73

7779

83848593

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A Presidência da República publica Decreto aprovando o Estatuto da Fiocruz, após 15 anos de reivindicações.

A Fiocruz recebe o Prêmio Unesco de Ciência 2002.

São criados e implementados o Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS) – com redes de inovação em vacinas, kits para diagnóstico, medicamentos, proteoma e genoma – e o Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP) – com redes de inovação em métodos e processos em saúde pública.

São criados seis novos programas de mestrado e doutorado na instituição, dobrando o número de vagas oferecidas.

Ultrapassa-se a marca de mil alunos com matrículas ativas na pós-graduação e a 2000ª tese é defendida.

No Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), no Recife, é construído um laboratório de segurança NB3, o primeiro do gênero em Pernambuco, que passa a integrar a rede nacional recém-constituída pelo Ministério da Saúde.

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) recebe o título de Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS), passa a sediar a Secretaria Técnica da Rede de Escolas Técnicas em Saúde do país e inaugura seu novo prédio, no campus de Manguinhos.

Adquire-se o novo parque industrial para o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), em Jacarepaguá, e é criado o Complexo Tecnológico de Medicamentos, que aumentará em cinco vezes a atual produção da Fiocruz, além de promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas drogas.

Fatos relevantes na Fiocruz na gestão 2001-2004

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A Fiocruz se integra ao Programa Farmácia Popular, implantando unidades e disponibilizando medicamentos a baixo custo – em média 80% mais baratos – para a população brasileira.

O Fiocruz pra você bate recordes sucessivos do número de crianças imunizadas no país: na última edição do evento, em 2004, a Fundação recebeu cerca de 50 mil visitantes e seis mil meninos e meninas foram vacinados.

A Fiocruz passa a integrar oficialmente a Rede Nacional de Laboratórios de Apoio à Vigilância Epidemiológica: 23 laboratórios da Fundação são credenciados em 20 doenças ou síndromes.

No Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), é inaugurado o novo Centro de Produção de Antígenos Bacterianos Charles Mérieux (CPAB) e são finalizadas as obras físicas do Centro de Processamento de Antígenos Virais (CPAV), o que permitirá expandir significativamente a produção brasileira de vacinas utilizadas no Programa Nacional de Imunizações.

A convite do Instituto Pasteur, da França, a Fiocruz passa a integrar a Réseau Pasteur, rede global de pesquisa em saúde.

Realiza-se o maior concurso público da história da instituição, com cerca de 330 vagas.

É implantado o Programa de Capacitação Profissional para o Desenvolvimento Institucional, que proporciona mais de cinco mil oportunidades de treinamento e qualificação para os servidores da Fiocruz.

São pagos os devidos precatórios do Plano Bresser e implementam-se significativas melhorias na Carreira de Ciência e Tecnologia, o que inclui a equalização da GDACT em 50% e os aumentos nos percentuais de titulação para mestres, doutores e especialistas.

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Atividades de pesquisa e desenvolvimento na Fiocruz

As atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico implementadas na Fiocruz são orientadas pelas Políticas Nacionais de Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. Para oferecer respostas aos principais problemas sanitários e àqueles relacionados aos sistemas e serviços de saúde do país, a Fundação realiza atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico nas seguintes áreas:

a) Biológica e biomédica – São feitos estudos sobre doenças endêmicas e seu controle nos âmbitos nacional e regional. O avanço técnico é privilegiado, como no caso da terapia com células-tronco, da bioinformática e do genoma de parasitos. Entre os agravos estudados estão a doença de Chagas, leishmanioses, malária, esquistossomose, Aids, cólera, hanseníase, filariose, hepatites virais, dengue e tuberculose.

b) Clínica – Os trabalhos têm como foco agravos de grande impacto social no quadro epidemiológico brasileiro, como DST/Aids, tuberculose, hanseníase, Chagas e outras doenças endêmicas. São também de grande relevância as pesquisas clínicas no campo de saúde da mulher, da criança e do adolescente. Associadas ao ensino de pós-graduação, as pesquisas se caracterizam pela relação com o paciente em seu contexto socioambiental, privilegiando as demandas do setor de saúde.

c) Saúde coletiva – Para subsidiar o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS), enfatizam-se os estudos sobre as condições de saúde da população; as intervenções para a prevenção de doenças e para a promoção e a recuperação da saúde; epidemiologia e vigilância em saúde; planejamento, programação e avaliação de sistemas e serviços de saúde; saúde ambiental; saúde do trabalhador; informação e educação em saúde.

d) Educação profissional em saúde – São realizadas pesquisas sobre educação e trabalho, especialmente no que se refere aos profissionais de nível médio e fundamental que atuam no SUS.

1 INOVAÇÃO COMO FUNDAMENTO DA PESQUISA E O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

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e) História da saúde e das ciências biomédicas – Os temas dos trabalhos desenvolvidos são história e sociologia da ciência e da cultura; história das políticas, instituições e profissões de saúde; história das doenças; políticas de Ciência e Tecnologia; divulgação científica; e educação em ciência.

f) Desenvolvimento tecnológico de insumos estratégicos – Em relação aos imunobiológicos, a ênfase está no aperfeiçoamento do processo de produção das vacinas rotineiras e no desenvolvimento de novas vacinas conjugadas. Quanto aos medicamentos, as prioridades têm sido as novas formulações, os fármacos sintéticos e os fitoterápicos. Na área de reativos para diagnóstico, destaca-se o desenvolvimento de kits para testes de HIV, dengue, leptospirose e leishmanioses. Com animais de laboratório são realizados estudos sobre comportamento animal e controle sanitário e genético. Isto inclui técnicas de manutenção de linhagens transgênicas, produção de animais livres de germes patogênicos (SPF) e criopreservação de embriões.

Pesquisa por áreas temáticas, de A a Z

Alergia Ambiente, ecologia e saúde Biodiversidade Bioética Biologia de vetores de agentes infecciosos Biologia molecular Biossegurança Clínica médica Controle de vetores Cronobiologia Dependência de drogas Desenvolvimento de fármacos, medicamentos e reagentes para diagnóstico Disontogênese Doenças cardiovasculares Doenças degenerativas Doenças do aparelho digestivo Doenças emergentes e reemergentes Doenças infecto-parasitárias Doenças negligenciadas Doenças sexualmente transmissíveis Educação em saúde Enfermagem obstétrica e pediátrica Enteroinfecções bacterianas e virais Entomologia forense Epidemiologia Epidemiologia molecular e genética em saúde Eqüidade

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Estresse e problemas psicossomáticos Farmacologia Genética humana e médica Gestão de ciência e tecnologia em saúde História e sociologia da ciência e da saúde História, saúde e ciência Imunidade e inflamação Imunologia e biologia celular Infecções hospitalares Infecções respiratórias Inflamação de origem bacteriana Informação e comunicação em saúde Informação em saúde e em C&T Intoxicações humanas Mecanismos de patogenicidade Métodos diagnósticos Micologia médica Microbiologia Modelos experimentais de doença Neurociências e comportamento Nutrição Paleopatologia e paleoparasitologia Paralisias flácidas Parasitologia e entomologia de vetores Parasitologia molecular Parasitoses de peixes Patogenicidade de bactérias Patogenicidade e ecologia de fungos Pesquisa clínica Planejamento e gestão em saúde Políticas de saúde Políticas públicas, planejamento e gestão em saúde Processos inflamatórios Produtos naturais Promoção e prevenção em saúde Psicologia do desenvolvimento humano Saúde ambiental e saneamento Saúde e espaço Saúde e trabalho Sistemas de saúde Sociologia, antropologia, filosofia e saúde Vigilâncias em saúde Violência e saúde Virologia geral e aplicada Zoonoses

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Evolução dos resultados da pesquisa na Fiocruz

Evolução do total de publicações

A evolução da produção científica da Fiocruz pode ser exemplificada pelo aumento do número de publicações ao longo dos últimos quatro anos.

A Fiocruz realiza uma estratégia específica para o incremento dos recursos humanos envolvidos com a pesquisa. Apesar de ter um quadro expressivo de pesquisadores titulados com mestrado e doutorado, abre novas frentes de trabalho e identifica novos talentos com um grande Programa de Pesquisadores Visitantes. Este é executado com recursos próprios, através de parcerias com agências de fomento à pesquisa, como o CNPq, a Faperj e outros órgãos estaduais.

Com o CNPq, a Fiocruz mantém, em média, 60 pesquisadores visitantes por ano. No final de 2004, eram 47 doutores, seis profissionais para desenvolvimento tecnológico-industrial, seis profissionais para desenvolvimento científico-regional e um especialista. Já com a Faperj, a Fiocruz mantém 62 pesquisadores visitantes, dos quais 40 são doutores e 22 são mestres.

Quanto ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), ele atingiu todas as metas previstas para 2004. Nesse Programa, de agosto de 2003 a julho de 2004, houve 176 bolsas concedidas pelo CNPq e, em contrapartida, outras 60 pela Fiocruz. Já para o período 2004-2005, a Fiocruz aumentou para 80 o número

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de bolsas sob sua responsabilidade. Estima-se em 120 o número de bolsas de iniciação científica concedidas por outras agências de fomento, além do CPNq.

No quadriênio 2001-2004, foram realizadas as quatro Reuniões Anuais de Iniciação Científica programadas, assim como a III e a IV Bienais de Pesquisa, em 2002 e em 2004, respectivamente. A Bienal é uma oportunidade de refletir sobre o conhecimento gerado e sobre o impacto que esse conhecimento proporciona à sociedade. É uma forma de prestar contas à sociedade, devolvendo a ela na forma de conhecimentos os recursos recebidos para o financiamento das pesquisas. Na IV Bienal, foram apresentados cerca de 700 trabalhos.

No trabalho de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz, destaca-se ainda a Comissão de Ética de Pesquisa e de Uso de Animais (Ceua). No período 2001-2004, 234 projetos foram submetidos à Ceua: 139 foram aprovados; 42 foram arquivados, cancelados ou retirados; e 53 ainda estão em processo de análise.

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Indução à pesquisa estratégica e ao desenvolvimento tecnológico em saúde

A integração entre pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção de insumos e ensino multiprofissional de pós-graduação e de nível técnico permite à Fiocruz implementar ações no setor de saúde que têm impactos significativos no atendimento às demandas da sociedade. Dentro do Sistema Nacional de Inovação, isso inclui o desenvolvimento e a fabricação de novos produtos terapêuticos e para diagnóstico, assim como a criação e a validação de métodos e de processos para o fortalecimento e a humanização do Sistema Único de Saúde (SUS).

Essa sinergia possibilita não só uma ampliação do conhecimento para a promoção da saúde e o controle das principais doenças, mas também a geração de empregos e a dinamização da economia, através da produção de insumos estratégicos – o que resulta em uma resposta adequada aos maiores problemas do sistema de saúde brasileiro. Para estimular esse tipo de trabalho na Fiocruz, os seguintes programas indutores de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico foram criados ou fortalecidos:

Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica em Saúde (Papes)

Criado em 1993, o Papes tem por objetivo apoiar, durante ciclos de dois anos, projetos de pesquisa da Fiocruz, incentivando a abordagem interdisciplinar e a interação entre as Unidades. A seleção dos projetos é feita segundo critérios de mérito científico e a relevância para a resolução de problemas em saúde pública. Em sua terceira edição – Papes III –, desenvolvida entre maio de 2002 e dezembro de 2004, o Programa financiou 122 projetos: 66 do tipo A (no valor de até R$ 40 mil por ano) e 56 do tipo B (para pesquisadores com menos de cinco anos de doutoramento, no valor de até R$ 10 mil por ano). O Papes III recebeu e executou um orçamento de cerca de R$ 6 milhões no triênio 2002-2004.

Entre os principais temas de pesquisas do Papes, destacam-se: Epidemiologia da leptospirose Fisiopatologia, imunidade e transmissão em leishmaniose Genética e ecologia de T. cruzi Genética, epidemiologia e patogenia em HIV/Aids Biologia molecular e controle ambiental em parasitologia Desigualdades em saúde Biologia molecular, diagnóstico e tratamento de infecções por micobactérias Saúde e ambiente Pesquisas clínicas em neonatologia Hepatites virais e não virais Modelos de expressão antigênica para novas vacinas Paleoparasitologia

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Programa de Desenvolvimento Tecnológicode Insumos em Saúde (PDTIS)

O PDTIS, criado em 2002, tem compromisso com a inovação, considerada solução a curto e médio prazo para importantes demandas da sociedade no campo da saúde. Com o objetivo de desenvolver novos insumos em saúde e aprimorar os já existentes, o PDTIS estimulou a formação de redes cooperativas, maximizando experiências e otimizando recursos humanos e financeiros. O Programa tem, no momento, 73 projetos, que envolvem 95 laboratórios de nove Unidades da Fiocruz, além de colaborações externas. Ele já rendeu 65 depósitos de pedidos de patentes, 17 no Brasil e 48 no exterior. Uma patente no país e outras 20 no exterior já foram concedidas. O Núcleo Gestor do PDTIS se reúne periodicamente para discutir e analisar questões relacionadas à qualidade, ao orçamento e à gestão tecnológica do Programa. Ainda em 2004, foi realizada a I Semana PDTIS, com workshops específicos para cada uma das redes que compõem o Programa.

O PDTIS tem investido na capacitação de recursos humanos, oferecendo cursos sobre o gerenciamento de projetos, as plataformas de eletroforese 2D, Elispot e Phage Display. Atualmente, o Programa dispõe de 48 bolsas para pesquisadores e tecnólogos. Em 2004, com um investimento de R$10,5 milhões, foram executados 51 projetos, nas áreas de Medicamentos, Vacinas, Genoma e Proteoma, e Insumos para Diagnóstico.

Há investimentos também em Boas Práticas de Laboratório, cujas ações iniciais têm sido focadas em: padronização dos registros de dados relativos aos projetos; padronização e identificação de reagentes, soluções e amostras; garantia da rastreabilidade das amostras e dos dados; e garantia da utilização de instrumentos e equipamentos controlados.

Na área de Genoma, cabe destacar o trabalho conjunto da Fiocruz com a Fundação Ataulpho de Paiva para o seqüenciamento da vacina BCG, iniciado em 2004 e com conclusão prevista para 2005. O programa de desenvolvimento tecnológico da Fiocruz se completa com os projetos de suas Unidades de produção (Farmanguinhos e Biomanguinhos), que estão descritos em outro capítulo deste relatório.

Distribuição dos projetos do PDTIS por área de atuação e grupos de pesquisa em 2004

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Síntese das patentes no PDTIS

Os resultados do trabalho das quatro redes do PDTIS aparecem, entre outras maneiras, na forma de patentes.

Com a finalidade de fomentar a formação de recursos humanos externos e fortalecer o PDTIS, foram implementadas, em 2004, 32 bolsas de longa duração do tipo RHAE (Recursos Humanos de Apoio Estratégico). Seis bolsas foram para profissionais já graduados (desenvolvimento tecnológico-industrial) e 25 para estudantes de graduação ou técnicos de nível médio (iniciação tecnológica-industrial). Esta iniciação representará uma demanda futura para o mestrado profissional, já que impulsiona estudantes para a área de desenvolvimento tecnológico.

Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP)

O PDTSP tem como objetivo fomentar atividades direcionadas à pesquisa e ao desenvolvimento de métodos e de processos que gerem soluções para os principais problemas da saúde pública. A meta é subsidiar a adoção de novos protocolos clínicos, políticas e ferramentas para melhorar o desempenho do sistema de saúde e para embasar a tomada de decisões sobre a incorporação de novas tecnologias no setor.

As atividades do PDTSP começaram com a escolha dos problemas do Dengue e dos Recursos Hídricos para compor duas redes, com um total de 46 projetos.

Quatro sub-redes compõem o PDTSP-Dengue: caracterização clínico-laboratorial das diversas formas de dengue no Brasil (com oito projetos); insumos para diagnóstico, tratamento e profilaxia do dengue (com nove projetos); educação e informação (com cinco projetos); vetores e vigilância epidemiológica (com sete projetos). Alguns projetos já geraram produtos importantes, como os manuais para utilização em campanhas de prevenção

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do dengue e o vídeo sobre os hábitos do vetor Aedes aegypti, apresentado na IV Bienal de Pesquisa da Fiocruz e em vários fóruns. Estão em fase de conclusão projetos relacionados à produção de insumos, como o estabelecimento de painéis de soros de pacientes com dengue e um modelo experimental murino para dengue tipo 2.

A partir de 2004, o PDTSP foi ampliado com a seleção de 24 novos projetos e com investimentos de R$ 2,3 milhões, tendo como temas prioritários: políticas, gestão e avaliação da gestão do SUS nas três esferas de governo; níveis de atenção à saúde e integralidade da atenção; saúde da mulher e da criança; controle e cuidado de agravos à saúde; sistemas de informação e monitoramento em saúde; gestão documental e memória; educação e comunicação em saúde; metodologias laboratoriais para diagnóstico de agravos; metodologias analíticas alternativas para controle de produtos e insumos de saúde.

Gestão tecnológica

A Fiocruz tem hoje 14 patentes concedidas no país e 38 no exterior. Quanto aos pedidos de patentes, são 49 depositados no Brasil e 63 requeridos em outros países. Merecem destaque algumas patentes concedidas à Fiocruz no exterior ao longo dos últimos anos.

Em 2002, o processo de produção de vírus em cultura de células foi patenteado na Itália e em Cuba. Também em Cuba e na Colômbia foi obtida a patente do cDNA infeccioso. Ainda em 2002, foram depositados – na Europa, Tailândia, Cuba, Estados Unidos, Canadá, Austrália, África do Sul e Aripo (African Regional Industrial Property Organization) – pedidos de patentes sobre o projeto de desenvolvimento de vacinas

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de vírus atenuado contra flavivírus. Pedidos de patentes sobre esse projeto foram requeridos também na Colômbia, em 2003, e na Aripo, em 2004.

Em 2003, a vacina contra a febre amarela obteve patente nos Estados Unidos, assim como os extratos do fungo Guiganardia sp. e seus usos em composições medicamentosas. Em 2004, destacaram-se outras duas patentes norte-americanas: uma referente ao método e ao kit para monitorar a obediência do paciente ao tratamento e a biodisponibilidade de drogas pela desproteinização dos fluidos corpóreos; outra relativa ao método e ao dispositivo com fibra óptica para detecção rápida e sensível de microrganismos.

A área de transferência de tecnologia negociou e firmou, ao longo dos últimos quatro anos, alianças estratégicas importantes para a Fiocruz e para o país: licenciamento de patentes de titularidade da Fiocruz para o desenvolvimento e a produção de vacina contra a fascíola hepática, a partir da utilização da proteína SM14; transferência da tecnologia de produção das vacinas MR e MMR (contra sarampo, caxumba e rubéola), com a empresa GSKB; transferência da tecnologia de produção de um kit para diagnóstico rápido da Aids, com a empresa Chembio; aquisição da tecnologia de produção do interferon alfa 2b humano recombinante, com a empresa Herber Biotec, e da eritropoetina humana recombinante, com a empresa Cimab; desenvolvimento de kits para o diagnóstico da leishmaniose pelos métodos PCR e PCR Real Time, com a empresa Biotools; desenvolvimento de testes rápidos para o diagnóstico de leishmaniose, leptospirose, doença de Chagas e dengue tipos 1, 2 e 3, com a empresa FK Biotecnologia.

No âmbito da Rede de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, a Fiocruz continua coordenando a Rede de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (Repict). Esta tem a missão de disseminar a cultura da propriedade intelectual, além de apoiar a formulação e a implementação de políticas e ações estratégicas para proteger, valorizar e comercializar o conhecimento gerado em universidades, centros de pesquisa, instituições tecnológicas e empresas.

Evolução dos resultados da gestão tecnológica

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Projetos em construção: o futuro

O Projeto Inovação em Saúde, criado em 2003 pela Fiocruz em convênio com o Ministério da Saúde, visa fornecer subsídios para a formulação e a implementação da política multissetorial de pesquisa, desenvolvimento, produção e gestão científico-tecnológica referente ao complexo médico-industrial brasileiro. Mobilizando especialistas do Brasil e do exterior, o Projeto tem por objetivo orientar a Fiocruz em particular, o Ministério da Saúde em geral, os parceiros institucionais e os órgãos de fomento em áreas críticas do complexo industrial do país. É composto por três subprojetos: Vacinas e Imunobiológicos, com o lançamento do Programa Nacional de Competitividade em Vacinas (Inovacina), a constituição da Câmara Técnica de Imunobiológicos, a confecção da Lista de Vacinas Prioritárias e a produção da vacina Penta Brasil (DTP + Hepatite B + Hib); Medicamentos e Farmoquímicos, cujas metas são a prospecção tecnológica internacional em medicamentos e farmoquímicos, a prospecção tecnológica e econômica da indústria farmacêutica nacional e a capacidade produtiva e tecnológica dos laboratórios oficiais; e Reagentes para Diagnóstico, com estudos direcionados para aspectos de prospecção tecnológica nacional, capacidade empresarial e gerencial no setor público e privado, capacidade produtiva e tecnológica dos distintos segmentos no Brasil, e avaliação de estratégias políticas, financeiras e fiscais para o desenvolvimento do setor. Em 2005 está previsto o lançamento de um livro sobre vacinas e imunizações no Brasil, fruto do desenvolvimento da primeira fase do Projeto Inovação em Saúde.

Foi concluído em 2004 o projeto de criação do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), que tem como principal atribuição complementar, na Fiocruz, o processo pesquisa-desenvolvimento-produção. O CDTS se destina ao desenvolvimento de produtos candidatos que serão submetidos a etapas de processamento experimental visando apurar suas melhores características e avaliar sua segurança e eficácia, em uma fase de estudos pré-clínicos. Deverá abrigar atividades que são atualmente ‘gargalos’ nacionais no desenvolvimento de novos insumos para a saúde, como a toxicologia. Também deverá permitir que a Fiocruz incorpore novas tecnologias e se mantenha instrumentalmente atualizada. Para tanto, oferecerá plataformas tecnológicas necessárias para transformar conhecimentos – gerados principalmente nos projetos do PDTIS, PDTSP e Papes – em produtos que poderão integrar a oferta pública de insumos para a saúde. Além de trabalhar no ambiente interno da Fiocruz, o CDTS pretende firmar parcerias com instituições públicas e privadas para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de vacinas, medicamentos e reativos para diagnóstico imprescindíveis para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o país, de modo geral. A efetiva disponibilização dos produtos para a sociedade, através de sua fabricação industrial, é facilitada pela larga experiência que a Fiocruz tem em transferir tecnologia para o setor produtivo. No caso de doenças negligenciadas pelo setor privado, a produção pode ser assumida diretamente pelas Unidades industriais da Fundação.

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A Fiocruz é atualmente a principal instituição não-universitária de formação de recursos humanos em saúde no país. Sua experiência acumulada na área de ensino repousa em algumas práticas e princípios norteadores, como a estreita relação entre a geração de conhecimento e a formação de recursos humanos; o vínculo indissolúvel entre pesquisa e desenvolvimento tecnológico; a integração e o caráter multidisciplinar dos processos de ensino e de produção científica em saúde. Essas dimensões foram consolidadas no período 2001-2004, caracterizado pela expansão e pelo aprimoramento dos diversos níveis de ensino: técnico, lato sensu e stricto sensu.

Doutorados e mestrados acadêmicos

A pós-graduação stricto sensu na Fiocruz se relaciona formalmente com todo o sistema de pós-graduação brasileiro e também com instituições do exterior. Seu funcionamento se dá perfeitamente integrado ao sistema de avaliação do MEC e, em particular, da Capes, relacionando-se também com o CNPq/MCT, com o Ministério da Saúde e com outras instâncias. Todos os programas de pós-graduação da Fiocruz têm, atualmente, nota igual ou superior a quatro no sistema de avaliação da Capes, cuja nota máxima é sete, o que traduz a qualidade dos cursos.

Em 2004, os 14 programas de pós-graduação stricto sensu da Fiocruz ofereceram 12 cursos de mestrado acadêmico e 12 cursos de doutorado, além dos mestrados profissionais. Entre 2001 e 2004, mais de mil teses e dissertações foram defendidas no contexto desses programas. Seus alunos são oriundos de várias regiões brasileiras e também do exterior – especialmente da América Latina e da África de língua portuguesa. Para orientá-los, a Fiocruz dispõe de cerca de 500 doutores, atuantes nos campos da biologia, da saúde e das ciências exatas, humanas e sociais.

No quadriênio 2001-2004, o número de cursos e de vagas nos diversos programas de mestrado e doutorado da Fiocruz mais que dobrou. Foram iniciados os programas de mestrado e doutorado em: História das Ciências da Saúde (COC); Vigilância Sanitária (INCQS); Ciências da Saúde (CPqRR); Ensino de Biociências e Saúde (em várias

2UNIVERSALISMO E QUALIFICAÇÃO: O PAPEL DO ENSINO NA FIOCRUZ

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Unidades, sob a coordenação do IOC e da COC); Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (Ipec); e Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (CPqGM).

Além desses novos programas, houve a criação de novos cursos dentro de programas já existentes. Em 2003, foi criado o doutorado em Saúde Pública no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), expandindo o programa de pós-graduação dessa Unidade, que já oferecia curso de mestrado desde 1996.

Após trabalho interinstitucional ao longo de 2004, foi submetida para aprovação pela Capes a criação do mestrado em Ciências da Saúde

a ser oferecido na Amazônia, através de um consórcio entre o Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade Federal do Pará (UFPA). Com caráter inovador, essa iniciativa está integrada ao esforço do Governo Federal para fortalecer a região Norte e integrá-la às demais áreas do país.

No primeiro trimestre de 2005, está previsto o início de uma turma de doutorado em Saúde Pública no CPqLMD, graças a um consórcio entre programas de pós-graduação do CPqAM, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e do Instituto Fernandes Figueira (IFF). A previsão é de que até 2008 estejam formados 20 doutores, credenciados para constituir o núcleo do futuro programa de pós-graduação da Fiocruz na região Norte.

Vários programas de pós-graduação da Fiocruz ofereceram cursos interinstitucionais no quadriênio 2001-2004. Os programas de Biologia Parasitária e de Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) ofereceram turmas de mestrado em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Já a Ensp ofereceu turmas de mestrado com a Ufam, a UFPA e a Universidade Estadual de Ponta Grossa, além de uma turma de doutorado no Recife, junto com o CPqAM - iniciativa fundamental para a abertura, em 2003, de um curso de doutorado naquele centro regional.

Mestrados profissionais

Com o objetivo de formar recursos humanos capazes de compreender, definir e conduzir as políticas de intervenção na área da saúde, a Fiocruz tem investido nos mestrados profissionais – uma modalidade que, devido às suas características, se aplica particularmente à capacitação de pessoal para o Sistema Único de Saúde (SUS).

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A partir de 2001, foram implantados cursos de mestrado profissional em Saúde Materno-Infantil (IFF) e em Tecnologia de Imunobiológicos (IOC/Biomanguinhos). A Ensp tem seis cursos de mestrado profissional em duas áreas de concentração: Gestão em Saúde e Vigilância em Saúde. Em 2004, foi aprovada pela Capes a criação do mestrado profissional em Saúde Pública no CPqAM, o primeiro centro regional da Fiocruz a oferecer um curso desse tipo.

Cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos pela Fiocruz

Alunos matriculados na pós-graduação stricto sensu em 2004

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Outros níveis de formação

Plenamente adequado às demandas do setor de saúde, o ensino de pós-graduação lato sensu na Fiocruz prima pela abrangência de seus cursos associada à qualidade. Em 2004, foram oferecidos cursos de especialização em diversas áreas, como gestão hospitalar, vigilância sanitária de serviços de saúde, entomologia médica, anatomia patológica e citopatológica, e enfermagem em doenças infecciosas. Nesse mesmo ano, na modalidade de aperfeiçoamento, a Fiocruz realizou, entre outros, cursos relacionados ao desenvolvimento gerencial orientado ao Sistema Único de Saúde (SUS), à assistência farmacêutica e ao diagnóstico de doenças ambientais e ocupacionais. A modalidade de atualização foi igualmente significativa em 2004, totalizando 51 cursos. Em residência médica e treinamento em serviço, a Fiocruz dispôs, em 2004, de 15 cursos, como infectologia pediátrica, ginecologia, genética médica, neurologia infantil, obstetrícia, neonatologia, pneumologia infantil e medicina intensiva pediátrica.

Egressos dos cursos de ensino médio, educação profissional e

pós-graduação stricto e lato sensu

É relevante ressaltar que o ensino lato sensu na Fiocruz tem caráter intra e interinstitucional. Existe uma preocupação permanente com a qualidade e a expansão do seu espectro de atuação, sem perder o foco institucional. Essa postura tem se traduzido na constante reestruturação de seus cursos e na criação de outros novos. Considerando a visão integrada dos cursos lato sensu da Fiocruz, é possível constatar

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que há, direta ou indiretamente, a cobertura de todas as áreas da saúde coletiva e da ciência e tecnologia em saúde, o que revela o caráter sistêmico de sua proposta.

Os programas de formação de nível técnico estão voltados para a educação profissional de jovens ainda não inseridos no mercado de trabalho. São oferecidos também aos trabalhadores de instituições de saúde do país. Em 2004, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) foi credenciada como Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o ensino de nível técnico. Isso significa que a EPSJV é um instrumento para fortalecer os sistemas de saúde apoiados pela OMS.

Além disso, ressalta-se a participação das Unidades da Fiocruz em redes colaborativas, como a Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (Rorehs) e a Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS).

A Rorehs é uma iniciativa da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, do Ministério da Saúde, desenvolvida em conjunto com o Programa de Cooperação Técnica da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O objetivo fundamental da Rorehs é ampliar o acesso a informações e análises sobre recursos humanos na área de saúde, para a formulação, o acompanhamento e a avaliação de políticas e programas nesse setor.

A RET-SUS almeja facilitar o desenvolvimento de competências, a circulação de informações, a criação e a permuta de tecnologias no campo da educação profissional em saúde. Ela visa mobilizar atores que formulem projetos, além de disseminar tecnologias e resultados favoráveis para as instituições de ensino profissional. A EPSJV é sede da Secretaria Técnica da RET-SUS, que congrega 37 instituições de 17 estados do país. Em setembro de 2004, a EPSJV lançou a Revista RET-SUS, com periodicidade mensal. Essa publicação representa um espaço para a divulgação do que acontece nas escolas e para a discussão de temas relacionados ao dia-a-dia das pessoas envolvidas nesse trabalho.

Criado em 2003, o Progestão é um programa de bolsas, estabelecido através de convênio com a Faperj, especificamente direcionado para o fomento da área de gestão. Ele financia projetos para a implementação de ações – realizadas em todos os campos de atuação da Fiocruz – que visam aperfeiçoar a gestão em saúde. Atualmente, existem 172 bolsistas no Progestão e um investimento anual de aproximadamente R$ 2,16 milhões.

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Alguns programas da Fiocruz na área de educação têm forte cunho social. É o caso de um projeto do Museu da Vida que, com apoio da Faperj, capacita jovens de classes socioeconômicas menos favorecidas como monitores de museus e centros de ciência. Mais de 200 jovens com idade entre 16 e 21 anos já passaram pelo projeto. Muitos foram aproveitados em estágios remunerados na própria Fiocruz e em outras instituições, como o Museu de Astronomia.

O Curso de Capacitação de Conselheiros Estaduais e Municipais de Saúde visa fortalecer o SUS. Os conselheiros de saúde têm a oportunidade de desenvolver competências e habilidades para o exercício de suas atribuições, o que inclui uma participação ativa na formulação de políticas públicas. O Curso já capacitou 31556 conselheiros estaduais e municipais de saúde em todo o país, em cursos presenciais realizados em todos os estados.

O Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde (Proformar) tem por objetivo capacitar trabalhadores de nível médio do SUS para que eles desenvolvam ações de promoção e proteção da saúde, em uma estratégia de transformação das práticas sanitárias. No quadriênio 2001-2004, o Proformar capacitou 658 tutores e 4616 agentes locais de vigilância em saúde. Cabe citar também o Projeto de Capacitação Técnica de Multiplicadores em Registros de Saúde para a Implementação do Cartão Nacional de Saúde, cuja meta é organizar e reestruturar os serviços nessa área e que, nos últimos quatro anos, capacitou 228 profissionais.

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente é voltada para alunos de ensino fundamental e médio de todo o país. Trata-se de uma competição de caráter educativo que, em vez de se concentrar em provas, dá ênfase a projetos criativos e inéditos. Assim, estimula os jovens a construírem conhecimentos e refletirem sobre problemas relacionados à saúde e ao meio ambiente. Em 2003, 571 escolas participaram da Olimpíada, que contou com 742 trabalhos apresentados. Em 2004, foram 330 escolas participantes e 792 trabalhos apresentados.

Coordenado pela EPSJV e destinado a alunos de ensino médio, o Programa de Vocação Científica (Provoc) é uma proposta educacional que desperta o interesse pela ciência e revela novos talentos na área. Os alunos são inseridos na rotina acadêmica e participam de pesquisas, com a elaboração de trabalhos e a discussão de resultados.

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Escola de Governo em Saúde

A Escola de Governo em Saúde é a orientação estratégica dos programas de ensino, pesquisa e cooperação técnica da Fiocruz, para a preparação de quadros e a produção de conhecimentos, visando o aumento da capacidade de governo do sistema de saúde do país. Suas metas são:

preparar quadros dirigentes capacitados para a gestão estratégica e operacional de sistemas, serviços, programas e organizações de saúde;

produzir conhecimento adequado e passível de ser imediatamente aplicado no desenvolvimento do sistema de saúde, traduzido em metodologias e tecnologias assistenciais e gerenciais;

cooperar diretamente com órgãos gestores e unidades operacionais do SUS, nas três esferas governamentais, para a solução de problemas concretos de gestão;

fomentar e articular outras instituições de ensino e pesquisa em saúde coletiva para a constituição de uma rede nacional de escolas de governo em saúde, de modo a tornar possível a formação de um contingente de pessoal compatível com as necessidades do SUS.

O público alvo é composto por dirigentes e lideranças de saúde, como os secretários de Saúde, os dirigentes de primeiro escalão e os de níveis técnicos de decisão, dos estados e dos municípios do país, além do Ministério da Saúde, dos Conselhos de Saúde e de outras entidades.

O objetivo é a capacitação de gestores de diversos programas do SUS, que incluem a vigilância em saúde, laboratórios de saúde pública, saúde da mulher e da criança, e a área de informação e comunicação em saúde, entre outras.

Educação à Distância

O Ensino à Distância (EAD) se consolida como uma estratégia de ampliação das oportunidades de capacitação em saúde, já que atinge as regiões mais distantes do Brasil e contribui para a formação de alunos em outros países. O EAD tem como principais objetivos: a organização do conjunto de iniciativas de educação à distância no interior da Fiocruz; a cooperação com o SUS na solução de problemas relacionados à formação de recursos humanos; e a potencialização da cooperação com o Ministério da Saúde.

O EAD foi iniciado em 1998, fundamentalmente com o Programa de Educação à Distância (ProEAD) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e a

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implementação do curso de gestão em saúde. Em 2004, o Conselho Deliberativo da Fiocruz aprovou a ampliação do ProEAD para toda a instituição. O EAD tem crescido rapidamente: em 1998, havia cerca de mil alunos matriculados; hoje, são cerca de 8500 matriculados e mais de 20 mil egressos.

Nos últimos quatro anos, também houve crescimento do número de cursos nos níveis lato sensu e técnico. Em 2004 – o ano com o maior número de cursos no quadriênio –, foram oferecidos 169 no total, sendo 106 lato sensu presencial, 10 de EAD e o restante de nível técnico ou educação profissional.

Número de cursos lato sensu e de outras modalidades

Outras dimensões do ensino na Fiocruz

Em 2004, foi instituído o Prêmio Fiocruz Joaquim Alberto Cardoso de Melo, concedido aos melhores trabalhos dos alunos egressos dos cursos de doutorado, mestrado, especialização e educação profissional técnica de nível médio da instituição. A primeira premiação, realizada no segundo semestre de 2004, contemplou alunos egressos nos anos letivos de 2002, 2003 e 2004.

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No quadriênio 2001-2004, a Câmara Técnica de Ensino preparou as normas do Programa Integrado da Pós-graduação para Estrangeiros da Fiocruz e os novos regimentos de cursos da instituição. No mesmo período, foram realizados quatro grandes eventos de integração do ensino da Fiocruz, englobando suas diversas Unidades. A I Mostra de Ensino, com o título Pioneirismo e inovação: o ensino na Fiocruz, foi realizada em 2002, associada à III Bienal de Pesquisa. Em 2004, a II Mostra ocupou-se da Inovação e qualidade no ensino. Os outros dois eventos foram a VII e VIII Jornadas Científicas de Pós-graduação. A primeira, intitulada Homenagem ao geógrafo Milton Santos, foi realizada em 2001. A segunda, com o tema Educação, ciência e saúde: compromisso com a vida, aconteceu em 2003.

Nos últimos quatro anos, também foram muitas as publicações relacionadas às atividades de ensino na Fiocruz, como os Catálogos de Cursos (anuais); os Catálogos de Disciplinas de Mestrado e Doutorado (anuais); os Guias do Estudante (Estágio curricular, Educação profissional, Lato sensu e Stricto sensu); o Regimento de Ensino; os Anais da I e da II Mostras de Ensino e da VII e da VIII Jornadas Científicas de Pós-graduação; e os livros Fiocruz: a Saúde do Ensino e Fiocruz e a Força do Trabalho.

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Medicamentos

Produção

Em uma iniciativa governamental pioneira, sem precedentes no exterior, o Governo Federal fez um investimento da ordem de US$ 6 milhões e adquiriu, em 2004, uma planta industrial farmacêutica da empresa GlaxoSmithKline (GSK). A planta, com instalações de alta tecnologia em uma área de mais de 105 mil m2, sendo 40 mil m2 em área construída, está localizada em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A nova fábrica foi incorporada ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz, em agosto de 2004. Chamada de Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), ela permitirá quintuplicar a capacidade produtiva do Instituto e ampliar suas atividades de pesquisa e desenvolvimento em fármacos.

Estima-se que, a partir de 2007, a produção passe a ser de dez bilhões de unidades farmacêuticas por ano. Com essa aquisição, Farmanguinhos poderá ampliar seu portfolio de produtos, incluindo novas classes e formas farmacêuticas de apresentação. A expectativa é de que, em 2005, seja iniciada a produção de penicilínicos (antibióticos) e de medicamentos para hipertensão e diabetes, com a fabricação de cerca de quatro bilhões de unidades farmacêuticas já no ano seguinte. Também estão na mira de Farmanguinhos outros medicamentos inovadores, como os de doses fixas combinadas – fórmulas contendo dois ou mais princípios ativos em um só remédio – para o tratamento da Aids, tuberculose e malária, entre outras doenças. Farmanguinhos também já planeja produzir anticoncepcionais, hipo-lipemiantes e medicamentos contra a asma, incluindo aerossol.

Farmanguinhos tem como missão desenvolver tecnologia e produzir medicamentos de interesse da saúde pública. Essa missão vem sendo consolidada através de sua participação nos programas sociais estratégicos do Governo Federal, como o Programa de Assistência Farmacêutica, especialmente pelo fornecimento de medicamentos na atenção básica e especializada do

3DIVERSIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BENS E INSUMOS EM SAÚDE

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Sistema Único de Saúde (SUS); o Programa Saúde da Família (PSF); e, mais recentemente, o Programa Farmácia Popular do Brasil, coordenado pelo Ministério da Saúde. Para o PSF, entre 2001 e 2004, Farmanguinhos produziu mais de 200 mil kits com medicamentos para distribuição gratuita, de três em três meses, aos pacientes atendidos pelo Programa.

Evolução da distribuição de kits de medicamentos no PSF

Entre os produtos destinados ao SUS e fabricados hoje por Farmanguinhos estão antiinflamatórios, antiinfecciosos, antiulcerantes e analgésicos, assim como medicamentos para Aids, malária, esquistossomose, tuberculose, hanseníase, filariose, oncocercose, anemia, distúrbios psiquiátricos, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e do sistema nervoso central. Além de atender às demandas do Ministério da Saúde, Farmanguinhos comercializa seus produtos diretamente para as Secretarias, fundos e institutos municipais e estaduais de Saúde.

De 2001 a 2004, foram produzidas mais de 5,5 bilhões de unidades farmacêuticas, entre comprimidos, cápsulas, pomadas e cremes. O faturamento total bruto no quadriênio foi de aproximadamente R$ 800 milhões.

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Evolução da produção de medicamentos

(

Farmanguinhos é o principal laboratório farmacêutico público do país e contribui com 36% das aquisições totais do Ministério da Saúde. O Instituto alia sua capacidade produtiva a um corpo técnico experiente em síntese orgânica e ao domínio de tecnologias em formulação farmacêutica. Contribui, assim, de forma decisiva, para aumentar o poder de negociação do Ministério da Saúde junto aos laboratórios privados. O caso dos medicamentos contra HIV/Aids confirma a capacitação tecnológica de Farmanguinhos para realizar a engenharia reversa, gerando uma significativa economia de divisas aos cofres públicos. Isso ocorre não só pela produção, mas também pela redução dos preços dos produtos patenteados, frente à possibilidade de se lançar mão do licenciamento compulsório para a fabricação pública de anti-retrovirais.

Farmanguinhos fornece, desde 1998, o suporte técnico necessário ao Ministério da Saúde para desenvolver uma política de saúde pública eficaz e eqüitativa. Atualmente, o Instituto produz nove dos 17 medicamentos que compõem o coquetel para HIV/Aids. O custo anual do tratamento de um paciente caiu de US$ 4,7 mil em 2000 para US$ 2,5 mil em 2002, tornando o Brasil um exemplo mundial a ser seguido no combate ao HIV/Aids.

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Desenvolvimento tecnológico

Atualmente, maior destaque tem sido dado ao desenvolvimento e à produção de medicamentos fitoterápicos, que aproveitam a rica biodiversidade nacional e oferecem excelentes oportunidades terapêuticas para pacientes do SUS. Nesse sentido, Farmanguinhos tem se dedicado à validação de metodologias analíticas para os extratos utilizados, assim como à pesquisa farmacológica e toxicológica de plantas promissoras para uso terapêutico.

Com um investimento inicial de R$ 500 mil no Programa Farmácias Verdes, Farmanguinhos passou a ocupar, desde 2001, uma área em Jacarepaguá – a antiga Colônia Juliano Moreira – para a criação de um horto de plantas medicinais e a instalação de laboratórios de pesquisa. São cultivadas 92 espécies vegetais com potencial fitoterápico, das quais 34 têm sido estudadas para o desenvolvimento de medicamentos.

Os principais projetos em andamento nessa área estão relacionados à formação de um banco de germoplasma para plantas medicinais e à constituição de uma coleção de extratos vegetais de referência. Também há projetos que visam identificar novos princípios ativos com atividade antimicrobiana e moléculas bioativas para o tratamento sintomático do dengue.

Na área de síntese orgânica, projetos de impacto referem-se ao desenvolvimento de fármacos importantes para a saúde pública que ainda não são fabricados no Brasil (e de patente já expirada) ou que as indústrias farmacêuticas multinacionais não têm interesse de produzir. Como o Brasil é um grande importador de insumos farmacêuticos, torna-se estratégico o desenvolvimento de processos de síntese orgânica desses fármacos. Na área de pesquisa aplicada, estão em andamento projetos com o objetivo de obter moléculas bioativas para o tratamento de doença de Chagas, leishmaniose e malária, entre outras enfermidades negligenciadas.

Parcerias estratégicas

As tecnologias de síntese de fármacos desenvolvidas por Farmanguinhos através de engenharia reversa são repassadas às empresas farmoquímicas nacionais. As parcerias com o setor privado têm proporcionado ganhos efetivos não só para o fortalecimento da competitividade da indústria

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nacional, mas também para um maior comprometimento dos fornecedores dos insumos necessários à produção. Assim, Farmanguinhos se torna um importante agente do Sistema de Inovações Farmacêuticas.

Em associação com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e com instituições de países do Hemisfério Sul e da Comunidade Européia, Farmanguinhos integra a DNDi (Drugs for Neglected Diseases Initiative). Nessa iniciativa, Farmanguinhos se responsabiliza pelo projeto FACT (Fixed-dose artesunate-based combination therapies for malaria), que visa desenvolver combinações fixas de medicamentos antimaláricos (artesunato + cloridrato de mefloquina). No momento, essas novas apresentações farmacêuticas para o tratamento da malária estão em fase de validação dos processos de fabricação e de testes clínicos em voluntários sadios na Universidade Sains, na Malásia. Posteriormente, elas serão testadas em pacientes com malária, na Universidade de Mahidol, na Tailândia.

Imunobiológicos (vacinas e kits para diagnóstico) O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), da Fiocruz, desempenha um papel estratégico para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Também pauta suas atividades de produção e desenvolvimento tecnológico pelo Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal para o setor da saúde, contemplando os seguintes programas: controle das doenças imunopreviníveis; pesquisa e desenvolvimento em saúde; qualidade do sangue; prevenção de DST/Aids e assistência aos portadores dessas doenças.

Biomanguinhos é um dos maiores centros de produção e desenvolvimento de imunobiológicos do país. Responde por cerca de um terço das vacinas consumidas no Brasil e por 43% da demanda nacional de reativos para diagnóstico. Dessa forma, contribui significativamente para diminuir a dependência externa em insumos para a saúde, representada por um déficit na balança comercial de US$ 3,5 bilhões. É o maior produtor mundial da vacina contra a febre amarela e também o único laboratório da América Latina certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a produção dessa vacina.

No quadriênio 2001-2004, Biomanguinhos produziu cerca de 320 milhões de doses de vacinas,

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distribuídas entre febre amarela, poliomielite, sarampo, meningite A + C, tríplice viral, Hib monovalente (contra Haemophilus influenzae tipo b) e Hib tetravalente. Esta última – uma combinação da Hib com a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) – foi incorporada à linha de produção de Biomanguinhos em 2001, em uma parceria com o Instituto Butantan.

Distribuição da doses de vacinas produzidas por Biomanguinhos

Evolução da produção de vacinas

A substituição de vacinas individualizadas (Hib e sarampo) por vacinas combinadas (Hib+ DTP e tríplice viral), a partir de 2002, e a fabricação de vacina em menor quantidade de doses por frasco, como no caso da vacina contra a febre amarela, justificam a oscilação dos números da produção nos últimos quatro anos.

Em relação às vacinas virais, Biomanguinhos produziu, em 2004, 20 milhões de doses da tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) – única das 12 vacinas

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incluídas no PNI que ainda era importada. Isso foi possível graças a um acordo de transferência de tecnologia firmado em outubro de 2003 com a indústria farmacêutica multinacional GlaxoSmithKline (GSK). A nacionalização da fabricação da tríplice viral representará uma economia da ordem de US$ 15 milhões nos primeiros cinco anos da parceria. Estima-se que essa economia possa chegar a US$ 100 milhões nos anos seguintes.

No quadriênio 2001-2004, Biomanguinhos produziu 9,2 milhões de kits para diagnóstico de leptospirose, leishmanioses, diarréia viral, doença de Chagas, hanseníase e dengue, entre outras moléstias. Merece destaque especial um produto que, em 2004, passou a ser distribuído pela Fiocruz ao Programa Nacional de DST/Aids: o teste rápido para diagnóstico de HIV (1 e 2). Ele favorece o diagnóstico precoce, ajuda a prevenir a transmissão de mãe para filho e torna o exame de triagem acessível a moradores de áreas carentes e isoladas. O resultado sai em até dez minutos e não precisa de infra-estrutura laboratorial.

Biomanguinhos e a empresa norte-americana Chembio assinaram, no segundo semestre de 2003, o contrato de transferência da tecnologia para a produção do teste rápido de HIV. Esse contrato prevê três anos para a absorção total da tecnologia por Biomanguinhos, com 300 mil testes produzidos por ano. Essa produção nacional vai gerar uma economia de cerca de 50% em comparação ao que era gasto na compra do produto importado. Além disso, a utilização dessa tecnologia poderá ser estendida a outras enfermidades, como dengue, leptospirose e leishmanioses.

Nos últimos quatro anos, Biomanguinhos arrecadou, entre convênios com o Ministério da Saúde e atendimentos às agências da OMS (exportações), um total bruto de R$ 730 milhões em vacinas e reativos para diagnósticos.

Evolução da produção de kits e reagentes para diagnóstico

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Evolução do faturamento

Entregas de kits para o Ministério da Saúde (em número de reações)

As atividades de desenvolvimento tecnológico de Biomanguinhos visam obter novos produtos e sanar problemas operacionais existentes na linha de produção. O objetivo é buscar novas apresentações de vacinas ou reativos, maior termoestabilidade, melhor rendimento, novas metodologias de controle e garantia da qualidade. Na área de vacinas, estão em andamento pesquisas sobre BCG recombinante, dengue, dupla viral (contra rubéola e sarampo), E. coli enteropatogênica, meningite

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B + C, pentavalente (contra hepatite B combinada com DTP e Hib), pneumonia estreptocócica e rubéola. Já na área de reativos para diagnóstico, o foco é o desenvolvimento de kits para HIV, leptospirose, leishmaniose, dengue, diarréias virais e sarampo. Com a George Washington University e outras instituições estrangeiras, a Fiocruz participa do desenvolvimento da vacina contra a ancilostomíase.

Em 2004, foi inaugurado, em Biomanguinhos, o Centro de Produção de Antígenos Bacterianos Charles Mérieux (CPAB). Trata-se de um dos mais modernos laboratórios de vacinas bacterianas da América Latina. Tem capacidade de produzir 20 milhões de doses anuais da vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b (Hib), que acomete principalmente as crianças menores de um ano e pode causar meningite, pneumonia, epiglotite e artrite. A produção dessa vacina em Biomanguinhos vai atender a 100% da demanda do Ministério da Saúde e gerar uma economia de R$ 10 milhões, antes usados na compra do princípio ativo importado da Bélgica. O CPAB também tem capacidade de produzir 20 milhões de doses anuais da vacina polissacarídica contra meningite A + C. A expectativa é de que, no futuro, fabrique também as vacinas contra meningite B e C conjugada e contra pneumococos.

Está prevista para 2006 a inauguração do Centro de Processamento de Antígenos Virais (CPAV). Este, segundo estimativas, terá capacidade de produzir anualmente 60 milhões de doses dos componentes sarampo, caxumba e rubéola, e 20 milhões de doses de outras vacinas.

Animais de laboratório

Mais de 570 mil animais de laboratório foram fornecidos pelo Centro de Criação de Animais de Laboratório (Cecal) no quadriênio 2001-2004. São camundongos, ratos, hamsters, cobaias, coelhos e primatas não humanos usados pela Fiocruz, prioritariamente, e por outras instituições. Os animais são necessários à pesquisa, ao ensino, à produção e ao controle da qualidade de fármacos e imunobiológicos. Em 2004, o Cecal iniciou atividades voltadas para a criopreservação de embriões. O objetivo é manter congelados apenas embriões de determinadas colônias, uma prática racional de economia já adotada nos grandes centros de criação de animais do mundo inteiro.

Nos últimos quatro anos, a Fiocruz investiu na modernização das instalações e na atualização das tecnologias usadas no Cecal: novas linhagens de camundongos (transgênicos, knockouts e inbred) e animais livres de germes patogênicos específicos (SPF, do inglês Specific Pathogen Free) são resultados dessas inovações. Quase 33 mil animais em condições SPF foram fornecidos entre 2003 e 2004.

Também no quadriênio 2001-2004, o Cecal desenvolveu vários projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Cerca de 50 trabalhos científicos foram publicados nas áreas de genética, nutrição, patologia, reprodução e comportamento animal.

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O Cecal conta atualmente com 35 linhagens de camundongos (Mus musculus), entre isogênicas, não isogênicas, transgênicas e knockouts. Os ratos (Rattus norvegicus) são da linhagem Wistar. Essas duas espécies são as mais utilizadas nas atividades finalísticas da Fiocruz e se encontram sob condições sanitárias e genéticas garantidas para uso na experimentação. O processo de certificação da qualidade desses animais envolve a realização de cesáreas assépticas e a monitoramento permanente de seu estado de saúde.

Outra espécie de pequenos roedores também utilizada nas pesquisas, sobretudo em imunologia, é a Mesocricetus auratus (hamsters), da linhagem Golden, criada em menor quantidade. A linhagem das cobaias (Cavia porcellus) é a Short Hair, e sua ampla utilização no controle de vacinas justifica uma criação em larga escala. O fornecimento desses animais à Fundação Ataulpho de Paiva possibilitou o desenvolvimento do projeto da vacina BCG oral naquela instituição.

Os coelhos (Oryctolagus cuniculus) são da linhagem Nova Zelândia. Eles são utilizados em larga escala no controle de pirogênio, em cirurgias experimentais e nos ensaios pré-clínicos de vacinas. Já os primatas não humanos estão representados por quatro espécies bastante expressivas na pesquisa, no desenvolvimento tecnológico e nos ensaios pré-clínicos de vacinas e de kits para diagnóstico. São elas: Macaca mulatta (Macaco Rhesus), Macaca fascicularis (Macaco Cynomolgus), Saimiri sciureus e Saimiri ustus (Mico-de-cheiro).

As espécies Ovis aires (ovinos), Capra hircus (caprinos) e Equus caballus (eqüinos) são criadas, principalmente, para o fornecimento de sangue animal e

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de seus derivados e para a produção de anticorpos – usados na pesquisa e no desenvolvimento de imunobiológicos. No quadriênio 2001-2004, o Cecal forneceu mais de 610 mil mililitros de sangue animal.

Na área de ensino, o Cecal coordenou muitos eventos sobre bioterrorismo e ministrou vários cursos, totalizando 736 egressos nos últimos quatro anos. Além disso, foi publicado pela Editora Fiocruz o livro Animais de laboratório: criação e experimentação, baseado no conteúdo programático de um curso internacional oferecido pela OMS e coordenado pelo Cecal.

Evolução da produção de animais de laboratório

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A Fiocruz tem participado intensamente das redes laboratoriais que compõem as estruturas responsáveis pela vigilância em saúde, nas diversas esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e também no âmbito internacional. Nesse contexto, a Fundação se destaca como órgão de apoio à formulação e à aplicação das políticas do Ministério da Saúde. Destaca-se também como executora de ações de suporte ao sistema de saúde, com aporte de metodologias, práticas gerenciais, conhecimento, validação diagnóstica, assistência em áreas específicas, desenvolvimento tecnológico e formação de recursos humanos, além da manutenção e da expansão continuada do acervo de coleções científicas.

As áreas de atuação da Fiocruz incluem: exames de média e alta complexidade para o diagnóstico de doenças no contexto da vigilância epidemiológica de enfermidades transmissíveis e não transmissíveis; exames de amostras como componentes da vigilância ambiental em saúde e da proteção da saúde do trabalhador; e ensaios de amostras de insumos e produtos sujeitos à vigilância sanitária.

Laboratórios de Referência para Vigilância Epidemiológica

A Fiocruz tem o principal conjunto de laboratórios de referência da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica. Atua ainda como referência internacional, formalmente reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por seu órgão regional para as Américas, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

A capacidade adquirida pelas diversas Unidades da Fiocruz no seu papel de referência tem como principal alicerce as atividades de pesquisa. Essas atividades permitiram aos laboratórios incorporar precocemente as mais importantes inovações metodológicas para a detecção de anticorpos, o isolamento e a caracterização de agentes infecciosos, a identificação de antígenos, a análise patológica etc. Em não poucas oportunidades, os próprios laboratórios foram responsáveis pelo desenvolvimento e pela validação de metodologias posteriormente aplicadas – por

4FORTALECIMENTO DAS REDESDE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

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eles e por outros laboratórios da Rede – na prestação de serviços laboratoriais de referência diagnóstica.

O constante crescimento dessas atividades na Fiocruz ocorre também porque a instituição participa cada vez mais da formulação e da implementação de políticas e estratégias do Ministério da Saúde e do SUS. Essas políticas e estratégias estão direta ou indiretamente relacionadas às principais áreas da ciência, da tecnologia e da inovação.

Assim, os laboratórios de referência da Fiocruz não se limitam à realização de exames, geralmente de maior complexidade ou de maior grau de dificuldade no diagnóstico diferencial. Paralelamente, eles estabelecem materiais de referência diagnóstica; prestam serviços de assessoria e de consultoria para outros laboratórios da Rede, estaduais ou municipais; e oferecem diversos processos de capacitação continuada, que vão desde os treinamentos em serviço até diferentes modalidades de ensino de pós-graduação em lato ou stricto sensu. Dessa forma, os serviços de referência podem ser efetivamente considerados como um produto exemplar da sinergia entre as diferentes ações de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz.

Como parte da inserção da Fiocruz na formulação das políticas ministeriais, foi importante a sua participação na discussão e na posterior aprovação da Portaria no 15, atualizada pela Portaria no 2031, do Ministério da Saúde, em setembro de 2004. Esta definiu um conjunto de redes nacionais de laboratórios, constituintes do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab). No âmbito do Sislab, destaca-se a participação da Fiocruz na Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica, entre outras.

Mais importante ainda foi a definição, pelo Ministério da Saúde, dos critérios para habilitação dos laboratórios de referência nacional e regional no contexto dessa Rede (Portaria nº 70, de dezembro de 2004). Entre outros critérios estabelecidos, está a necessidade de o laboratório ter sistemas de gestão da qualidade e de biossegurança, além de participar de um programa internacional de avaliação externa da qualidade. Para tanto, a Fiocruz iniciou, no quadriênio 2001-2004, uma série de atividades para garantir a adesão aos requisitos de biossegurança e para atender às normas de Gestão da Qualidade Laboratorial vigentes no país.

Os laboratórios de referência da Fiocruz garantem a detecção oportuna de novos e antigos agravos à saúde e possibilitam medidas eficazes nos casos de surtos de doenças ou de suspeitas de ações bioterroristas. Em relação a essas ações, eles realizaram cerca de 450 mil exames no período 2002-2004. Os principais serviços laboratoriais de referência da Fiocruz para a vigilância epidemiológica estão relacionados a seguir:

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Referência internacional

A OMS reconhece formalmente serviços de referência diagnóstica em laboratórios de três Unidades da Fiocruz para:

Diagnóstico e tipagem molecular das retroviroses humanas (CPqGM) Referência em controle e prevenção de esquistossomose (CPqGM) Epidemiologia de malformações congênitas (IOC) Tipagem de Leishmania (CPqRR/IOC) Sarampo e outras viroses exantemáticas (IOC) Gripe / Influenza (IOC) Poliomielite e outras enteroviroses (IOC)

Referência nacional / regional

A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) é o órgão responsável pela coordenação da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica, no contexto do Sislab. A Rede está constituída por instâncias hierarquizadas, cada uma das quais com atribuições claramente definidas e diferenciadas. Nessa estrutura, as Unidades da Fiocruz acumulam um número expressivo de laboratórios de referência nacional ou regional formalmente reconhecidos (Convênio Fiocruz/MS 3665, de 21/09/04, e Portaria Fiocruz 285, de 27/09/04). Esses serviços se referem às seguintes patologias:

Dengue e febre amarela (CPqAM/IOC) Gripe / Influenza (IOC) Hantaviroses (CPqAM/IOC) Hepatites (CPqGM/IOC) Poliomielite e outras enteroviroses (IOC) Riquettsioses (IOC) Rotaviroses (IOC) Sarampo e outras viroses exantemáticas (IOC) Síndrome Respiratória Aguda Grave (IOC) Micoses sistêmicas (Ipec) Carbúnculo (IOC) Cólera e outras enteroinfecções bacterianas (IOC) Leptospirose (IOC) Peste (CPqAM) Doença de Chagas (CPqRR/IOC) Esquistossomose (CPqAM/CPqRR/IOC) Filariose (CPqAM) Leishmanioses (CPqAM/CPqGM/CPqRR/IOC/Ipec) Malária (IOC) Oncocercose (IOC)

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Laboratórios da Fiocruz também têm reconhecimento formal de diversas unidades do Ministério da Saúde para realizar atividades de referência nacional em:

Artrópodes vetores (CPqAM/IOC) Dermatopatologia (CPqGM) Vigilância e monitoramento de endemias (Ensp) Hanseníase (IOC) HIV (IOC) Diagnóstico histopatológico de doenças infecciosas (Ipec)

Referência estadual / municipal

Os laboratórios da Fiocruz oferecem ainda esses mesmos e outros serviços laboratoriais de referência diagnóstica para os estados ou municípios que são sede de suas respectivas Unidades.

Laboratórios de Referência para Vigilância Sanitária

O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) é o órgão de referência nacional e de excelência para as questões analítico-laboratoriais relativas ao controle da qualidade de insumos, produtos, ambientes e serviços.

As atividades do INCQS são de caráter técnico-científico e abrangem as áreas de alimentos; medicamentos; soros e vacinas; saneantes domissanitários; insumos para diagnóstico; cosméticos; sangue e hemoderivados; artigos para diálise e saúde ambiental.

Para o adequado cumprimento de seu papel de referência no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, são priorizadas as atividades de desenvolvimento, validação e implantação de metodologias analíticas; estabelecimento de materiais de referência químicos e biológicos; e capacitação de recursos humanos para o setor de qualidade em saúde.

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Seu papel de liderança técnica e científica na Rede Nacional de Laboratórios de Controle de Qualidade em Saúde foi reafirmado por sua ativa participação no desenvolvimento e no apoio à instalação do Sistema de Gerenciamento de Amostras (SGA) nos laboratórios dessa Rede. Além disso, ofereceu suporte e supervisão aos projetos no Programa de Apoio à Reestruturação dos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Pro-Lacen), em parceria com a Anvisa.

Para complementar sua atuação como órgão de referência em controle de qualidade em saúde, o INCQS oferece um programa de pós-graduação (lato e stricto sensu) em Vigilância Sanitária. O objetivo é formar profissionais com perfil e competência para atuarem na área de controle de qualidade de produtos destinados à saúde.

Consciente da relevância da Gestão da Qualidade como elemento principal da confiabilidade dos resultados analíticos, o INCQS investe há muitos anos na adesão aos requisitos da Norma Iso Guia 25, hoje NBR ISO/IEC 17025. Como fruto desse esforço, o INCQS é hoje o primeiro laboratório integrante da Rede Nacional de Laboratórios de Controle de Qualidade em Saúde a ter vários dos seus ensaios e calibrações acreditados pelo Inmetro, segundo aquela Norma.

Além das atividades do INCQS, especificamente orientadas para o programa setorial de vigilância sanitária, outras Unidades da Fiocruz incrementam sua participação nas ações técnico-científicas vinculadas a esse campo de atuação, em particular na área farmacêutica. Dessa forma, destacam-se as seguintes ações de referência vigentes na Fiocruz:

Centro Colaborador da OMS na Área de Políticas Farmacêuticas (Ensp) Laboratório de Referência da Anvisa em Equivalência Farmacêutica

(Farmanguinhos) Laboratório de Referência da Anvisa em Farmacocinética e Bioequivalência (Ipec) Laboratório de Avaliação Farmacológica de Produtos Naturais (CPqGM)

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Distribuição percentual dos produtos analisados pelo INCQS

Desempenho das atividades de controle de qualidade na Fiocruz

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Vigilância Ambiental

A Fiocruz inicia a institucionalização de suas atividades de suporte à vigilância ambiental – área também nova no próprio Ministério da Saúde – por meio da organização da experiência acumulada por diversas de suas Unidades em torno do Programa de Pesquisa em Saúde e Ambiente. Este, balizado pelas linhas estratégicas definidas pela Funasa, pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) e pela Opas, visa o desenvolvimento de metodologias e tecnologias adequadas à realidade social e cultural do país, assumindo o compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população e com a conservação da biodiversidade.

No âmbito da Comissão Permanente de Saúde Ambiental (Copesa), instituída em 2003 pela Portaria Ministerial nº 1931, a Fiocruz, como retaguarda técnico-científica, tem participado da definição de políticas para o setor. Com o Ministério do Meio Ambiente, vale ressaltar a importância da Fiocruz na articulação de sua candidatura a Centro Colaborador da OMS na área de Saúde e Ambiente.

Por decisão da Câmara Técnica de Saúde e Ambiente, foi lançado o Edital Temático 2003 do PDTSP sobre o tema Qualidade de vida e gestão de recursos hídricos – Água, caminhos para garantir a vida. Em resposta a esse Edital, foram apresentados 27 projetos de pesquisa, dos quais 17 foram aprovados. Além disso, foi negociado e implementado um convênio de cooperação técnica entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde na área de saúde e ambiente, que resultou na aprovação de 16 projetos de pesquisa e na capacitação de recursos humanos, com um montante de cerca de R$ 1,8 milhão.

Por sua participação no Programa Nacional de Capacitação em Biossegurança Laboratorial para os Laboratórios de Saúde Pública Brasileiros (Lacens), a Fiocruz contribuiu para a formação de cerca de 3.800 profissionais, de nível superior e médio, e de 283 multiplicadores em todo país.

Ainda na área de vigilância ambiental, a Fiocruz realiza diversas pesquisas, capacita recursos humanos e desenvolve metodologias para diagnóstico. Destaca-se também seu papel no diagnóstico laboratorial de acidentes de contaminação ambiental por poluentes químicos, incluindo solventes, agrotóxicos e micropoluentes orgânicos e inorgânicos, geralmente por demanda do Ministério da Saúde.

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Atenção à Saúde

Atenção especializada

A Fiocruz desenvolve ações de assistência especializada e de cooperação técnica com serviços da rede do SUS nas áreas de saúde da mulher, da criança e do adolescente e de doenças infecciosas, principalmente no Instituto Fernandes Figueira (IFF) e no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec). Outras atividades de assistência ambulatorial a portadores de doenças infecciosas são desenvolvidas no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e na maioria dos centros regionais da Fiocruz.

Na atenção à saúde de portadores de doenças infecciosas, o Ipec atende ao maior número de casos de HTLV-1 das Américas e recebe mais da metade dos casos de leishmaniose tegumentar americana e de paracoccidioidomicose notificados no Estado do Rio de Janeiro. Atende também a mais de 80% dos casos de doença de Chagas e é referência no atendimento hospitalar a pacientes com Aids na cidade do Rio de Janeiro.

O Ipec também realiza assessorias técnicas para o Ministério da Saúde e para Secretarias Estaduais e Municipais em todo o país, além de organizar cursos e treinamentos para profissionais de centros de referência, equipes de saúde da família e de vigilância epidemiológica.

O IFF é referência nas áreas de Genética Médica, Patologia Perinatal, Cirurgia Infantil e Doenças Pediátricas Parasitárias e Infecciosas. É referência também na assistência a gestações de alto risco e a recém-

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nascidos e crianças portadores de patologias graves, como osteogenesis imperfecta e fibrose cística.

As atividades de atenção especializada à saúde ganharam destaque e apoio nos últimos anos, com investimentos em reformas, melhorias e reequipamento no IFF e no Ipec. Graças ao Projeto Reforsus, em 2003, foi possível a realização de investimentos da ordem de aproximadamente R$ 10 milhões nas Unidades assistenciais da Fiocruz, com incorporação de novas tecnologias. Assim, ampliou-se a oferta de leitos e de várias atividades, principalmente exames laboratoriais e de imagem.

Evolução das atividades assistenciais na Fiocruz

Os indicadores foram adequados a partir de 2002 e se referem à produção total das Unidades da Fiocruz que realizam serviços de referência em saúde: IOC, IFF, Ipec, Ensp, CPqGM e CPqRR.

A assistência à saúde desenvolvida nas Unidades da Fiocruz tem como eixos orientadores a integração de tecnologia com humanização e a concepção de clínica ampliada. Esses eixos buscam resgatar valores relevantes e intrínsecos à prática dos profissionais da saúde, apontando transformações no ato de cuidar. Assim, vários programas e projetos de humanização foram implementados, como o Saúde Brincar, a convivência dos pais com os filhos durante o período de internação, as oficinas de trabalho com as mães e a Biblioteca Viva.

A elaboração e a transferência de protocolos clínicos são algumas das atividades desenvolvidas que auxiliam o IFF e o Ipec a melhorarem os

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serviços oferecidos. Outra característica marcante na área de atenção especializada na Fiocruz é o desenvolvimento de novas tecnologias assistenciais, tais como o hospital-dia e o atendimento domiciliar, que, em 2004, ultrapassou 22.700 atendimentos.

Por meio do Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas de Saúde (CBA), vem sendo implementado o gerenciamento da qualidade nas Unidades hospitalares da Fiocruz (IFF e Ipec), o que contribuirá para a qualificação da assistência prestada. Além da assistência propriamente dita, destacam-se as atividades de cooperação com a rede de serviços de saúde do SUS, tanto na área de saúde da mulher, da criança e do adolescente como na área de doenças infecciosas.

O IFF é reconhecido como Centro de Referência Nacional de Promoção da Saúde para o Programa de Saúde da Criança pelo Ministério da Saúde. O Instituto é um dos centros de treinamento da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI). A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro reconheceu o Departamento de Neonatologia do IFF como Centro de Treinamento para o Sistema Estadual de Gestação de Alto Risco. Foi, então,

firmado um convênio para treinamentos em serviço e na modalidade de educação à distância, além de consultorias para a implantação de UTIs neonatais e de ambulatórios de seguimento para egressos de UTIs.

Outra atividade importante de cooperação é a Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (BLH), que conta, atualmente, com mais de 150 bancos e é considerada a maior e mais complexa do mundo. A Rede BLH do Brasil é uma iniciativa do Ministério da Saúde, desenvolvida pela Secretaria de Atenção à Saúde (Área de Saúde Infantil) e pelo IFF/Fiocruz.

Atenção básica

O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) conta atualmente com 15 consultórios para atendimento individual multidisciplinar, três salas para grupos e infra-estrutura de serviços complementares, incluindo trabalhos dentro da comunidade. Sua missão está orientada para a qualificação de profissionais que atuem na área de atenção básica à saúde e para o desenvolvimento tecnológico de métodos e processos em saúde pública.

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O desenvolvimento de métodos e processos visa, prioritariamente, a promoção da saúde e a humanização do atendimento. Ênfase especial tem sido dada ao Programa Saúde da Família, em função da política nacional que prioriza esta estratégia.

Fato marcante para o CSEGSF foi sua atuação na estratégia de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável em Manguinhos (DLIS) – iniciativa da Ensp/Fiocruz em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, com empresas sediadas na região, com ONGs e com lideranças locais participantes do Fórum Comunitário de Manguinhos. Esse projeto congregou quatro grandes iniciativas: (1) a reorientação da atenção à saúde do CSEGSF/Ensp, com ênfase na estratégia de Saúde da Família; (2) o Programa Universidade Aberta, que desenvolve ações de promoção da saúde no campo da habitação e do saneamento; (3) o Laboratório Territorial de Manguinhos, voltado para a produção de conhecimento sobre riscos ambientais e tecnológicos e seus impactos na saúde, junto com jovens estudantes do ensino médio da região; e (4) o grupo de ensino e pesquisa em avaliação de programas de promoção da saúde e desenvolvimento local, que reúne pesquisadores dos diversos departamentos da Ensp em colaboração com a coordenação da Escola de Governo em Saúde.

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Informação para educação, ciência,saúde e sociedade

A Fiocruz, no quadriênio 2001-2004, criou novos instrumentos de informação e comunicação e consolidou os já existentes. Em 2002, foram lançadas duas bibliotecas virtuais: a Biblioteca Virtual em Saúde Pública (Brasil), como parte integrante da Biblioteca Virtual em Saúde para América Latina e Caribe, e a Biblioteca Virtual em Saúde - História da Saúde. Ambas são fruto de uma parceria da Fiocruz com a OMS/Opas/Bireme. Em 2004, essa parceria rendeu novos frutos com o lançamento de duas outras Bibliotecas Virtuais em Saúde: a de Aleitamento Materno e a de Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Ainda em 2002, foi criada a Rede de Bibliotecas da Fiocruz, que reúne, articula e integra as dez bibliotecas da instituição. A Rede conta com um comitê de usuários institucionais, responsáveis por definir políticas de desenvolvimento da coleção de periódicos internacionais, na Fiocruz, em sintonia com as linhas de investigação e de ensino da Fundação. Seu acervo tem atualmente 258.290 livros e monografias e 992 periódicos assinados.

Na seqüência, em 2003, foi desenvolvido o Portal de Teses e Dissertações em Saúde Pública, com textos completos, e lançado o mestrado profissional em Gestão da Informação e Comunicação em Saúde – uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), o Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) e a Casa de Oswaldo cruz (COC). Também em 2003 surgiu uma nova publicação: a revista Educação, Trabalho e Saúde - periódico semestral sobre temas relacionados à formação profissional em saúde, sob a ótica da organização do trabalho contemporâneo.

Esse novo título vem aumentar a lista de periódicos já consagrados da Fiocruz, que inclui Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; Cadernos de Saúde Pública; História, Ciência, Saúde – Manguinhos; e Radis (Reunião, Análise e Difusão de Informação em Saúde). No caso do Radis, convém destacar que, no período 2000-2004, sua tiragem mais do que triplicou, aumentando de 160 mil para 508 mil exemplares. Além

5FORTALECIMENTO DA PRESENÇA PÚBLICA COMO AFIRMAÇÃO DA CIDADANIA

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56RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2001/2004 57 FIOCRUZ MINISTÉRIO DA SAÚDE

disso, entre 2003 e 2004, foram editados dois números dos Cadernos de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz.

Quanto à Editora Fiocruz, desde 1993, ela trabalha em torno de quatro eixos temáticos: saúde pública; ciências biológicas e biomédicas; ciências clínicas; ciências sociais e humanas em saúde. A intenção é cobrir o vasto campo da saúde e seus múltiplos aspectos. Em 2004, a Editora Fiocruz publicou 18 novos livros e superou a marca de 160 títulos em catálogo.

Lançamentos e reimpressões da Editora Fiocruz

A Editora Fiocruz mantém uma produção constante de novos lançamentos e reimpressões.

O Canal Saúde, por sua vez, desenvolve produtos audiovisuais para informar, atualizar e educar à distância mais de 2,5 milhões de profissionais que atuam nos serviços de saúde do Brasil. Sua programação é transmitida para todo o país, com recepção por antena parabólica e através da internet. O projeto tem um programa semanal na Rede Nacional de TVs Educativas e também está presente nas tvs universitárias e nos canais comunitários. Uma parceria com a Confederação Nacional dos Transportes permite ainda que o Canal Saúde seja assistido em 1500 pontos da Rede Sest/Cenat em todo o país. Além disso, desde 2001, o projeto ganhou caráter internacional, já que seus programas passaram a ser exibidos na rede da Asociación de Televisiones Educativas Iberoamericanas (Atei), com sede em Barcelona. Diariamente, a partir de 2004, o Canal Saúde retransmite no Brasil parte da programação dessa Rede.

O Canal Saúde produziu de 2001 até a presente data, um total de 1720 edições inéditas distribuídas em seis programas diferentes: Bate Papo; Canal Aberto; Canal Saúde; É com você cidadão; Ligado em Saúde; Universidade.

Quem coordena a participação da Fiocruz na TV Universitária do Rio de Janeiro é a VídeoSaúde Distribuidora, que trabalha na captação, catalogação, tratamento, produção e distribuição de audiovisuais. A cada ano, mais de quatro mil reproduções de fitas são feitas pela VídeoSaúde para seus usuários, entre eles o SUS, entidades privadas, escolas, estudantes, organizações comunitárias e ONGs. Em 2003, a VídeoSaúde promoveu a 4a Mostra Nacional de Vídeos durante o 7o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva da Abrasco. Também desenvolveu a 3a Edição da Oficina VídeoSaúde, que reuniu profissionais da Fiocruz e de outras instituições para criar novas propostas de produção de vídeos em saúde.

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Entre os instrumentos da Fiocruz no campo da informação, também merece atenção especial o Museu da Vida. Parte da Casa de Oswaldo Cruz (COC), o Museu educa em ciência e saúde de forma lúdica e criativa, por meio de exposições, atividades interativas, multimídias, peças de teatro, vídeos e laboratórios. Visa proporcionar ao público geral a compreensão dos processos e progressos científicos. Estimula a reflexão sobre o impacto da ciência no cotidiano e promove a inclusão social. Em 2004, recebeu mais de 75 mil visitantes em seus espaços no campus da Fiocruz. Suas exposições itinerantes foram vistas por mais de 48 mil pessoas, incluindo a mostra 100 Anos da Revolta da Vacina, inaugurada em 10 de novembro e visitada por quase 4.300 pessoas. Por fim, cabe mencionar que, para oferecer uma visão de conjunto dos domínios de conhecimento e atuação da Fiocruz e para organizar as informações sobre temas relevantes da área de saúde, está sendo desenvolvido o projeto Portal Fiocruz.

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Números do Programa de Informação e Comunicação em C&T e Saúde

Comunicação social

No quadriênio 2001-2004, a Fiocruz, através de sua Coordenadoria de Comunicação Social (CCS), implementou novos projetos e consolidou produtos na área de publicações, assessoria de imprensa e comunicação via internet.

Órgão oficial de divulgação da Fiocruz, a Folha de Manguinhos foi completamente reformulada em 2002, transformando-se na Revista de Manguinhos, com novo formato, ampliação do conteúdo e nova programação visual. Atualmente, a publicação tem tiragem de seis mil exemplares, distribuídos a formadores de opinião – jornalistas, parlamentares e dirigentes das áreas de saúde, ciência e tecnologia. Também merece destaque a criação de um outro veículo, o jornal Linha Direta, dirigido à comunidade da Fiocruz e destinado a divulgar os programas e atividades da Presidência e das Unidades técnico-administrativas.

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Outros veículos de comunicação impressos e eletrônicos dirigidos à comunidade da Fiocruz são: RNA Mensageiro, CCS Comunica e Agenda Fiocruz. O RNA Mensageiro é um jornal-mural com informações sobre cursos, congressos e treinamentos, entre outras. De 2001 a 2004, foram preparadas 48 edições do jornal, que passou a ser disponibilizado também on-line. O CCS Comunica é um veículo para comunicação instantânea da Presidência com a comunidade da Fiocruz, sendo editado como folheto para distribuição nas portarias ou em versão eletrônica. No quadriênio 2001-2004, foram produzidas e distribuídas mais de 800 edições do boletim. A Agenda Fiocruz, também disponível on-line, é semanal e informa sobre defesas de teses, reuniões, inaugurações, visitas e outros eventos. Foram preparadas 240 edições nos últimos quatro anos.

De 2001 a 2004, o trabalho da CCS em assessoria de imprensa resultou na veiculação de mais de 2700 notícias e inserções sobre a Fiocruz em mídia impressa. Em emissoras de televisão, foram mais de 72 horas de matérias e inserções. Já na programação das rádios, foram contabilizadas seis horas.

Além disso, em 2004, criou-se um boletim eletrônico semanal dirigido a 300 jornalistas de todo país que cobrem saúde, ciência e tecnologia. Trazendo chamadas sobre materiais disponíveis no site da CCS, esse boletim teve 48 edições enviadas por e-mail, com boa taxa de retorno na forma de publicação de matérias a partir das pautas sugeridas.

Na comunicação eletrônica, o site da CCS na internet (www.fiocruz.br/ccs) foi reformulado e ganhou maior dinamismo, tendo atualização diária e trabalhando segundo os princípios de uma verdadeira ‘agência de notícias’. Entre janeiro de 2001 e novembro de 2004, a CCS preparou e disponibilizou em seu site quase 500 matérias sobre as atividades e pesquisas da Fiocruz. Um dos reconhecimentos a esse trabalho foi uma matéria publicada pela Folha de São Paulo, quando o site da CCS foi incluído em uma lista de 100 páginas de divulgação científica sugeridas pelo jornal paulista. Durante a chegada de ameaça bioterrorista, o site da CCS ofereceu um serviço especial com informações sobre biossegurança, dados sobre o antraz e orientações sobre como proceder em caso de correspondências suspeitas. Foram mais de dez mil acessos em poucos

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dias: o site virou referência para quem procurava esclarecimentos sobre bioterrorismo.

No quadriênio 2001-2004, outros exemplos também colocaram em evidência as respostas rápidas que a Fiocruz pode oferecer à sociedade por meio da veiculação de informações em saúde pública. Foi o caso de um serviço especial do site da CCS com informações sobre o dengue e de um outro sobre a superpneumonia.

O Fiocruz pra Você merece atenção especial. São mais de 40 mil visitantes a cada edição do evento, com 5 mil crianças vacinadas, centenas de exames de saúde realizados e uma hora e meia de cobertura televisiva. Os números comprovam: a campanha de vacinação e promoção da saúde Fiocruz pra Você, realizada todo ano no campus de Manguinhos, tem sido um sucesso e um dos principais meios de

divulgação das atividades da Fiocruz junto à sociedade. A CCS tem a satisfação de ser a criadora do evento e de planejar e coordenar sua organização.

Coleções científicas

Como ponte entre as principais ações da Fiocruz, principalmente a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, o ensino, os serviços de referência e a disseminação de informação técnico-científica, as coleções científicas da Fundação constituem um acervo permanentemente atualizado de inestimável valor histórico e científico.

A Fiocruz colabora com a comunidade científica nacional e internacional ao disponibilizar os acervos oriundos do conhecimento acumulado da vigilância epidemiológica. Existem ao todo dez coleções formatadas, mantidas e preservadas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC). A primeira é originária do pioneiro Instituto Soroterápico Federal de Manguinhos e as demais foram organizadas pela instituição ao longo dos seus mais de 100 anos de existência.

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Foram registradas 126.096 visitas às coleções científicas do IOC no quadriênio 2001-2004.

Outros acervos de referência biológica da Fiocruz incluem a coleção entomológica do Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR) e os bancos de células, bactérias e fungos, mantidos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e disponibilizados para usuários públicos e privados de todo o país.

Como reconhecimento à sua relevância, a partir de 2005, as coleções científicas passarão a integrar uma nova ação no Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, denominada Preservação do Patrimônio Científico, Cultural e Histórico na Saúde.

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Gestão estratégica

No quadriênio 2001-2004, avançou-se substancialmente na formalização e aperfeiçoamento das estruturas e processos que têm caracterizado a Fiocruz, nas últimas duas décadas, como uma instituição pública única e exemplar do ponto de vista de sua organização democrática e participativa.

A conquista mais importante nesse sentido foi, sem dúvida, o Estatuto da Fiocruz, garantido com a publicação do Decreto nº 4725, em junho de 2003, que formalizou, após 15 anos de implementação oficiosa, as práticas organizacionais da Fundação – incluindo os processos eleitorais de seus dirigentes e a sua estruturação fortemente apoiada em corpos colegiados, tais como o Conselho Deliberativo e o Congresso Interno. O Decreto nº 4725 foi, posteriormente, regulamentado pela Portaria Ministerial nº 2376/GM, que descreve o Regimento Interno da instituição.

O pleno funcionamento do Conselho Deliberativo, a realização do IV Congresso Interno, a consolidação do Coletivo de Dirigentes como um novo foro de análise e capilarização das principais estratégias institucionais, a implantação de novas Câmaras Técnicas e da Diretoria Executiva e a criação da Ouvidoria representam um grande avanço e um aperfeiçoamento significativo da prática gerencial da Fiocruz.

A Plenária do IV Congresso Interno reuniu, no final de 2002, cerca de 250 delegados sob o tema Ciência, tecnologia e inovação para a melhoria da qualidade de vida. Os principais assuntos – objetos de deliberação – incluíram macro-políticas institucionais particularmente referidas ao fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação em Saúde. Este está associado à estratégia de desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde (CPS), articulando a pesquisa em saúde ao desenvolvimento tecnológico, com foco na inovação.

A criação do Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS) e do Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP) foi um marco histórico da Plenária, assim como os projetos de

6GESTÃO EFICIENTE, DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA COMO PRINCÍPIOS

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construção do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) e da Planta de Protótipos de Vacinas, Biofármacos e Reagentes Diagnósticos (CPBR). As deliberações do Congresso Interno também serviram de subsídio político-institucional para a participação da Fiocruz na 12ª Conferência Nacional de Saúde, no final de 2003, e na 2ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em 2004, caracterizando o ideário político e organizacional da Fundação.

Duas sessões extraordinárias do IV Congresso Interno, ambas realizadas no segundo semestre de 2003, afiançaram o papel relevante do máximo colegiado institucional na deliberação de questões político-organizacionais da Fiocruz. Em uma del as foi ratificado o Regimento Interno da instituição, com o compromisso da criação de instâncias de discussão para propor reformulações da estrutura organizacional das Unidades. O objetivo foi definir critérios gerenciais adequados à diversidade de missões e às características de cada Unidade. A outra sessão extraordinária aprofundou aspectos estratégicos e gerenciais da gestão do trabalho na Fiocruz. Portanto, serviu de base para uma série de inovações, destacadas no capítulo destinado a recursos humanos.

Ao longo do quadriênio 2001-2004, foram realizadas as três primeiras reuniões do Coletivo de Dirigentes, órgão colegiado que integra todos os dirigentes da Fiocruz que ocupam cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS). Sua finalidade é permitir uma análise aprofundada de grandes temas ou decisões estratégicas da instituição, ao mesmo tempo em que contribui para sua capilarização, harmonização e internalização.

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Com a participação de 180 a 200 dirigentes, os principais assuntos dessas reuniões foram: diretrizes do Plano Quadrienal 2001-2004, em outubro de 2001; conteúdos do IV Congresso, particularmente inovação em saúde, em junho de 2002; e monitoramento, avaliação e controle, em setembro de 2004.

Quanto ao planejamento e à gestão corporativa, o quadriênio 2001-2004 pode ser caracterizado como um dos mais ricos na história institucional. Pela primeira vez, em 2001, foi discutido e elaborado um Plano Quadrienal, com o objetivo de reger as principais diretrizes políticas e estratégicas da gestão presidencial para o período. Ainda que relativamente sintético, o primeiro Plano Quadrienal permitiu direcionar as grandes decisões do planejamento estratégico da instituição. Em síntese, o Plano Quadrienal pressupõe que a integração das diversas atividades constitui uma das singularidades da Fiocruz e representa um de seus principais pontos fortes. Esse potencial sinérgico oferece um leque de amplas possibilidades de desenvolvimento e geração de resultados significativos, que podem contribuir ainda mais para as políticas do Ministério da Saúde e oferecer benefícios para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população brasileira.

Outra iniciativa importante do planejamento institucional foi a tentativa de alinhar as ações da Fiocruz com o primeiro Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal (2001- 2004). Apesar de seu impacto reduzido na organização estratégica da Fiocruz, permitiu abrir caminho para uma inflexão decisiva no processo gerencial da instituição, a partir da elaboração e implementação do segundo PPA do Governo Federal, para o período 2004-2007.

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Durante o segundo semestre de 2003, a Fiocruz realizou o auto-diagnóstico corporativo da instituição, com a cooperação técnica da Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento. Esse processo – pioneiro e precursor no âmbito do serviço público federal – permitiu destacar pontos fortes da instituição. A análise, entretanto, foi centrada na sistematização de oportunidades de melhoria em quase todos os níveis das práticas do planejamento, da gestão e da avaliação de resultados.

Em grande parte como resultado desse auto-diagnóstico, em 2004, o sistema de planejamento institucional passou por um processo radical de modernização gerencial. Assim, seu papel tradicional – orientado para soluções táticas processuais vinculadas à consolidação do programa normativo do conjunto das Unidades – foi transformado em uma instância de organização, sistematização, formulação e avaliação do plano estratégico da corporação, elaborado a partir dos colegiados deliberativos e consultivos da Fiocruz.

Nesse contexto, destaca-se, em primeiro lugar, a ativa intervenção do sistema de planejamento da Fiocruz na revisão dos Programas e Ações do PPA 2004-2007, do Governo Federal, o que permite alinhar, de maneira coerente e integral, todas as ações finalísticas da Fundação com metas e objetivos setoriais da Saúde para o quadriênio. Dessa forma, pela primeira vez, objetivos e metas institucionais, previamente definidos no sistema interno da Fiocruz – o POM –, e programas e ações do Governo Federal, estabelecidos no PPA e nos Planos Orçamentários Anuais, coincidiam no desdobramento hierárquico de um mesmo plano estratégico. Este passou a ser denominado de PPA-Fiocruz, com seus respectivos Planos Físico-Orçamentários Anuais.

De forma complementar, iniciou-se a construção de um sistema de monitoramento, avaliação e controle do plano. Esse sistema fará o acompanhamento estratégico e tático do plano, a partir de 2005, com a finalidade de otimizar processos, garantir transparência em sua execução e corrigir, de modo oportuno, os rumos do planejamento institucional.

Por último, como subsídio instrumental para o plano, foi incorporado um Sistema Integrado de Informações Gerenciais (SIIG). Este deve ser implementado como sistema corporativo e como instrumento do planejamento das Unidades, ainda no primeiro semestre de 2005.

Gestão do trabalho

As instituições públicas, nos últimos anos, tiveram seu quadro de servidores extremamente reduzido, principalmente as instituições de pesquisa, ensino e desenvolvimento tecnológico, como é o caso da Fiocruz. Isso ocorreu devido à política de redução do tamanho do Estado na década de 90 no Brasil e à

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conseqüente diminuição da disponibilidade de vagas para concurso, aliadas ao boom de aposentadorias em 2003, em função de mudanças na lei.

Após intensas negociações, foi autorizada pelo Governo Federal a realização de um concurso público, em 2002, para preenchimento de 326 vagas, incluindo 148 tecnologistas, 82 pesquisadores e 60 analistas de Ciência e Tecnologia. Em 2004, foram chamados mais 35 candidatos aprovados no concurso de 2002, ampliando-se assim para 361 o número de vagas preenchidas. A outra estratégia de incorporação utilizada foi a redistribuição para a Fiocruz de servidores de outras instituições públicas cujo perfil se adequava aos projetos da Fundação. O impacto dessa política no conjunto da força de trabalho, em relação a abril de 2001, foi de um incremento de 12,9%.

O quadro atual da Fiocruz está com 45,4% de sua força de trabalho composta por servidores e 56,4% por outras modalidades de contrato. Cerca de 1350 bolsistas e 230 estagiários integram ainda o conjunto de pessoas envolvidas em programas de formação de recursos humanos associados à produção de conhecimento na área de pesquisa tecnológica e de gestão.

No período 2001-2004, houve um crescimento importante do quadro de servidores, assim como um aumento de 77% nos contratos por empresas, o que se refletiu na redução de 73,9% nas contratações de autônomos. Essas taxas demonstram que o trabalho protegido passa a ser predominante nos modelos de incorporação de pessoal.

O desafio colocado para a Fiocruz é o de substituir gradativamente os postos de trabalho terceirizados por servidores do quadro permanente, diretriz apontada na Plenária Extraordinária do IV Congresso Interno, realizada em novembro de 2002. Nesse sentido, já está sendo processado pelo Ministério do Planejamento um pedido de mil vagas de concurso, com a perspectiva de realização ainda em 2005.

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Distribuição da força de trabalho na Fiocruz em 2004

Em relação ao nível de escolaridade, 79,03% dos servidores ativos permanentes têm nível superior e apenas 2,19% ainda não completaram o ensino fundamental.

Um dos principais instrumentos de gestão participativa criados neste quadriênio foi a Mesa de Negociação, que se constituiu em um mecanismo de interlocução permanente entre as instâncias deliberativas da Fiocruz e a representação dos trabalhadores.

A Câmara Técnica de Gestão do Trabalho foi criada com o objetivo de garantir a participação das Unidades na formulação, desenvolvimento e gestão das políticas e diretrizes de recursos humanos da Fiocruz. Ela, então, institucionalizou-se como um importante fórum de discussões e propostas. Em funcionamento desde 2003, abriga duas sub-câmaras: a Sub-câmara de Acompanhamento do Plano de Carreira e a Sub-câmara de Acompanhamento da Execução de Atividades Descentralizadas de Recursos Humanos.

Ainda na perspectiva de ampliação do debate e de fortalecimento da interlocução com o conjunto da Fundação, a Presidência da Fiocruz convocou, em novembro de 2003, a já mencionada Plenária Extraordinária do IV Congresso Interno, cujo tema foi Valorização do servidor público: um desafio para o novo governo. As recomendações dessa Plenária constituíram a pauta que orientou os trabalhos da Câmara Técnica de Gestão do Trabalho no período 2003-2004.

A linha de ação de valorização do trabalhador teve como propósito definir um amplo e consistente programa de capacitação. Este priorizou o desenvolvimento da competência em gestão, a formação de equipes, a qualificação do trabalho e dos trabalhadores, a profissionalização da força de trabalho e a saúde do trabalhador. O Programa de Capacitação Profissional para o Desenvolvimento Institucional

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inclui a criação dos mestrados profissionais; o Curso de Especialização em Recursos Humanos; o Curso de Especialização Técnica em Recursos Humanos; o Programa de Ensino Fundamental; o Programa de Ensino Médio; e o Curso de Especialização Técnica em Políticas Públicas de Ciência e Tecnologia em Saúde. Em um total de 64 cursos, foram capacitados, pelo programa institucional, 1444 trabalhadores.

No quadriênio 2001-2004, foi elaborado também o Modelo de Avaliação de Desempenho, que procura relacionar desempenho individual, desempenho de equipe e desempenho institucional, associando os resultados à formulação de um Plano de Desenvolvimento capaz de abranger essas três dimensões. O Modelo está implantado apenas em sua primeira parte.

Em relação à proposta de melhoria da saúde do trabalhador, dois projetos se efetivaram nesta gestão: (1) o Sistema Integrado de Saúde do Trabalhador, cuja concepção é atuar com a incorporação do ambiente social nas ações integrais de promoção, prevenção, assistência, tratamento e reabilitação, priorizando a articulação das várias disciplinas, além do conhecimento próprio dos trabalhadores, participantes ativos do processo; e (2) o Programa Fiocruz Saudável, coordenado pela Diretoria de Recursos Humanos (Direh) e desenvolvido junto com a Vice-presidência de Serviços de Referência e Ambiente (VPSRA), que introduz um novo conceito de promoção da saúde no espaço organizacional.

Têm sido criados instrumentos e processos inovadores de gestão de recursos humanos para fortalecer a estratégia de descentralização das atividades, na perspectiva de construção de uma rede. Essa diretriz do Plano Quadrienal se efetivou, nos últimos quatro anos, através do Planejamento Local de Recursos Humanos, do Programa de Desenvolvimento da Gestão (Progestão), do Programa de Desenvolvimento e Gestão (PDG), e da Regulação do Trabalho, que tiveram como princípio norteador a descentralização e o conseqüente fortalecimento dos serviços de recursos humanos das Unidades

Gestão dos recursos orçamentáriose financeiros

A Fiocruz conseguiu incrementar de forma significativa os recursos do Tesouro alocados pelo Governo Federal, praticamente dobrando-os no período 2001-2004. Esse resultado é conseqüência da relevância política e científico-tecnológica das atividades da Fiocruz e da alta capacidade de execução dos recursos previstos, tanto nas áreas finalísticas como nas ações de desenvolvimento da infra-estrutura dos diversos campi da Fundação – em permanente modernização, crescimento e adequação a requisitos de biossegurança. Esses recursos, não obstante, representam apenas a quarta parte dos recursos financeiros totais com os quais a Fiocruz operou em 2004.

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Valores executados com recursos do Tesouro

Nacional na Fiocruz no período 2001 – 2004

Assim, a Lei n° 10.837, que aprovou a LOA-2004, em 16 de janeiro de 2004, previu para a Fiocruz recursos genuínos do Tesouro da ordem de R$ 455 milhões, sendo R$ 213 milhões para despesas de custeio e capital e R$ 243 milhões para pessoal. Por meio de diversos ajustes na Lei no decorrer do exercício, a Fiocruz contou, na finalização do período, com um incremento da dotação orçamentária do Tesouro de R$ 55 milhões (25,9%) para custeio e capital e de R$ 42 milhões (17%) para despesas de pessoal. Além disso, a Lei estabeleceu um teto de recursos orçamentários adicionais, originados na captação de receitas próprias da Fiocruz, da ordem de R$ 9,6 milhões.

A Fiocruz também obteve recursos transferidos de outras fontes, a maioria do próprio Ministério da Saúde, através de convênios e Portarias. O montante total foi de R$ 509 milhões para a execução de programas extra-orçamentários vinculados, principalmente, à produção de fármacos e imunobiológicos e à instalação e operacionalização do Programa Farmácia Popular, este último através de recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

Por último, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), um órgão de apoio à Fiocruz, negociou e captou recursos da ordem de R$ 85 milhões. Esta quantia foi aplicada em diversas Unidades da Fiocruz sob a forma de equipamentos, insumos e serviços diversos, destinados à execução de projetos específicos contratados ou conveniados.

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Principais fontes de recursos extra-Tesouro

Incluindo as despesas com a folha de pessoal e uma estimativa dos recursos materiais (insumos e serviços) adquiridos através de convênios celebrados pela Fiotec, a Fiocruz executou, em 2004, aproximadamente R$ 1,116 bilhão: 45% originados de captação extra-orçamentária, 24% do Tesouro, 22% destinados à folha de pessoal, cerca de 8% captados através da Fiotec e 1% de recursos de receita própria, previstos no teto orçamentário da Fiocruz.

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Distribuição dos recursos operacionais segundo fonte da receita em 2004

Em relação ao exercício de 2003, a Fiocruz teve um incremento dos recursos totais executados de, aproximadamente, 37,5%. Destaca-se a captação de recursos externos, com incrementos de 267% por parte da Fiotec e de 53% através de convênios e Portarias.

Variação percentual dos recuros financeiros executados

Dessa forma, as despesas de fonte do Tesouro para capital e custeio e para pessoal caíram de 28% para 24% e de 27% para 22% das despesas totais executadas pela Fiocruz em 2003 e 2004, respectivamente.

Apesar de não se dispor de informação precisa sobre o destino programático interno (programas institucionais) dos recursos executados, em particular daqueles oriundos de fontes orçamentárias, uma estimativa caracteriza os usos claramente

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diferenciados desses recursos, segundo as fontes das receitas. Assim, por exemplo, cerca de 84% dos recursos extra-orçamentários captados por convênios e Portarias foram destinados à produção de medicamentos e imunobiológicos e às ações do Programa Farmácia Popular, representando 58% dos recursos totais. Por sua vez, 41% dos recursos obtidos através da Fiotec e 21% dos orçamentários foram aplicados em atividades diretamente vinculadas à pesquisa. Além disso, 41% dos recursos regulares foram executados em infra-estrutura e desenvolvimento institucional, representando 14% das despesas totais. E cerca de 21% dos recursos regulares e 9% dos totais foram destinados a atividades de apoio administrativo.

Distribuição percentual das despesas

orçamentárias totais em 2004

Infra-estrutura institucional

Ao longo dos últimos quatro anos, a Fiocruz investiu fortemente em infra-estrutura. Entre as principais obras, destaca-se o novo prédio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), inaugurado em agosto de 2004, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um convênio firmado em 2002 entre a Fiocruz e o Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), do Ministério da Educação, garantiu o financiamento de R$ 3,5 milhões para a obra. O novo edifício, com cinco mil m2 de área construída, abriga 24 laboratórios e vai beneficiar mil estudantes a cada ano.

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O Governo Federal investiu na Fiocruz, com recursos extra-orçamentários, US$ 6 milhões para a aquisição do parque industrial de fármacos, em Jacarepaguá. Incorporado ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), o novo parque permitirá, já em 2005, quintuplicar a capacidade de produção de medicamentos da Fiocruz, em relação a 2004. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos) executou em torno de R$ 37 milhões no quadriênio 2001-2004 para modernizar sua planta industrial de antígenos virais e bacterianos e para iniciar a construção da planta de protótipos.

A funcionalidade e a humanização do ambiente hospitalar nortearam as reformas no Instituto Fernandes Figueira (IFF). Na Enfermaria Pediátrica, os espaços foram redivididos para atender às necessidades da equipe médica e para reduzir o risco de infecção hospitalar, por meio da construção de antecâmaras para assepsia, cabines para os procedimentos de pré-internação e colocação de pias em vários pontos. A Unidade de Pacientes Graves também foi reformada. O espaço danificado não só foi reconstruído como também se tornou mais adequado às normas de biossegurança, com a criação da área de expurgo e o isolamento dos leitos.

No Instituto Oswaldo Cruz (IOC), foram feitas reformas no Laboratório de Sarampo e Vírus Respiratórios e nos Laboratórios de Hantavirose e de Esquitossomose. As obras permitiram o credenciamento desses laboratórios como centros de referência junto à Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, a estrutura física do Laboratório de Patologia foi adequada para receber um microscópio confocal de varredura a laser, muito potente, mas também muito sensível a impactos.

Os centros regionais da Fiocruz também passaram por melhorias. No Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR), em Minas Gerais, está em andamento a reforma do biotério. No Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CpqAM), em Pernambuco, foi inaugurado o Pavilhão Josué de Castro, onde funciona o Núcleo de Ensino em Saúde Coletiva (Nesc). Também foi reformado o Laboratório de Virologia.

Já o Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), na Amazônia, que funcionava em um terreno cedido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ganhou uma nova sede, inaugurada em 2002. Por sua vez, o Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM), na Bahia, ocupará um novo prédio, onde serão desenvolvidos os bancos de dados das pesquisas em epidemiologia molecular e do projeto genoma. Foi instalada ainda uma unidade para a manipulação e o congelamento de embriões de camundongos e para o controle genético das linhagens.

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A Diretoria Regional de Brasília (Direb), que ocupava apenas algumas salas do quarto andar de um edifício do Ministério da Saúde, agora também dispõe do subsolo do prédio, totalmente reformado, onde foram instalados um auditório, duas salas de aula e um laboratório de informática.

Também merecem destaque, no quadriênio 2001-2004, as melhorias implementadas na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), no antigo Hospital Evandro Chagas, transformado em Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), em Farmanguinhos, no Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), no Pavilhão da Hanseníase, na Creche, na Biblioteca de Manguinhos, na Vila Residencial e no Serviço de Segurança da Diretoria de Administração do Campus (Dirac).

Está sendo gerenciada a elaboração do projeto para a construção de um pavilhão de 30 mil m2 que abrigará o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS). Além disso, já estão em fase avançada as obras para transformar dois antigos galpões de oficinas da Dirac em uma nova sede do Museu da Vida.

A Fiocruz iniciou ações para a racionalização do uso de recursos como água, gás e energia elétrica. Para tanto, acaba de assinar com a Eletrobrás o Termo de Cooperação para a implantação do Projeto de Eficiência Energética no prédio da Ensp. Estima-se obter uma redução de 28% no consumo de energia elétrica daquela Unidade.

Dentro do Programa de Gestão Ambiental, uma das ações mais importantes, no quadriênio 2001-2004, foi a recuperação da Estação de Tratamento de Esgoto do campus, com a adaptação de um sistema de tratamento mais moderno.

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Cooperação técnica internacional

Os últimos quatro anos foram marcados pela ampliação do trabalho da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI), incluindo não só o apoio ao intercâmbio para demanda como também a coordenação dirigida à oferta de cooperação técnica, especialmente para a África de língua portuguesa e a América Latina. No total, 44 novos convênios com entidades de diversos países foram assinados no quadriênio 2001-2004. Foi aprovada pelo Congresso Interno e pelo Conselho Deliberativo a criação da Câmara Técnica de Cooperação Internacional. Seus trabalhos devem ser iniciados em 2005. Igualmente, foi elaborado o projeto de criação do Núcleo de Saúde Internacional, como um espaço virtual para reunir profissionais de diferentes Unidades da Fiocruz interessados em aprofundar conhecimentos nesse campo e para realizar um curso de aperfeiçoamento sobre o tema.

A Fiocruz estreitou seu relacionamento com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores. O Presidente da Fundação foi designado pelo Ministério da Saúde para representar o Brasil junto aos órgãos colegiados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Pesquisadores da Fiocruz têm representado o governo brasileiro no Comitê de Coordenação Conjunta do Programa de Pesquisas em Doenças Tropicais da OMS.

Com a OMS e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), registraram-se 56 ações em parceria. Os Centros de Políticas de Medicamentos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e de Formação Técnica da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) foram reconhecidos como Centros Colaboradores da OMS. Junto com a Opas, destacam-se o lançamento da Biblioteca Virtual (Bireme), as ações de educação à distancia, o trabalho realizado na etapa preparatória da Conferência Mundial Rio + 10, a produção e a distribuição de vacinas. A Fiocruz mantém ainda vínculos de cooperação com Unesco, Unep, Unaids e Unicef, entre outros organismos internacionais.

No âmbito da cooperação multilateral, merece destaque a participação da Fiocruz – junto com o TDR-OMS, os Médicos Sem Fronteira, o Instituto Pasteur, o Conselho

7INTERAÇÃO E ARTICULAÇÃO

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de Pesquisa Médica da Índia e os Ministérios da Saúde da Malásia e do Quênia – na organização na DNDi (Iniciativa de Drogas para Doenças Negligenciadas). A Fiocruz está também negociando um acordo de cooperação com o Conselho de Pesquisa Médica da Índia e com o Centro de Pesquisa Médica da África do Sul, no âmbito do Programa Trilateral entre Brasil, Índia e África do Sul.

A Fiocruz participa das atividades do Mercosul, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de recursos humanos para Ciência e Tecnologia em Saúde. Com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está sendo desenvolvido um programa para o reforço e o aprimoramento do ensino da Saúde Pública, com sede em Angola e em Moçambique e ramificações à distância para Guiné Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Nesse contexto, destacou-se a atuação da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), apoiando, em um esquema de triangulação, atividades de cooperação da Fiocruz com a África portuguesa e com o Timor Leste. É importante ressaltar que, enquanto nas décadas de 80 e 90 a Fundação recebeu apenas 30 alunos provenientes dos Países Africanos de Língua Portuguesa (Palops), no quadriênio 2001-2004 este número foi superior a 70.

A cooperação bilateral expandiu-se significativamente nos últimos quatro anos, incluindo atividades em vários países latino-americanos, com cursos de administração de saúde na Argentina e no Chile, além de apoio técnico para a Venezuela na produção de medicamentos e posterior exportação, em caráter de urgência, de 3,5 milhões de doses da vacina contra a febre amarela. Anteriormente, a Fiocruz já havia fornecido 1,6 milhão de doses para o Peru e menores quantidades para outros países da região. A parceria com o Pólo Científico de Cuba está permitindo a transferência de tecnologia para a Fiocruz para a produção do interferon alfa e da eritropoetina, o que pode gerar uma economia anual de R$ 40 milhões aos cofres públicos brasileiros.

Com Moçambique, o governo brasileiro assumiu o compromisso de estudar a possibilidade de apoiar a construção de uma fábrica de anti-retrovirais, ficando com a Fiocruz a responsabilidade de conduzir esse projeto.

A cooperação com o Canadá, com financiamento da Agência Canadense de Desenvolvimento (Cida) e execução da Associação Canadense de Saúde Pública (CPHA), possibilitou a ampliação das atividades de ensino e de serviço no campo da promoção da saúde na Ensp. A articulação com os governos alemão e russo tem permitido intercâmbio científico em medicina tropical, virologia, biologia molecular e entomologia.

Por parte da França, teve continuidade o intercâmbio de pesquisadores realizado desde 1989 com apoio do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), incluindo, no quadriênio 2001-2004, o estabelecimento de um laboratório associado França-Brasil, no campo da imunologia. O Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) mantém pesquisadores franceses na Fiocruz por períodos relativamente longos. O IRD também financiou uma primeira missão a Senegal e

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Guiné Bissau, com participação da Fiocruz, na qual foi proposta a cooperação para aperfeiçoamento dos laboratórios de Saúde Pública. Além disso, o vínculo histórico entre a Fiocruz e o Instituto Pasteur foi reforçado com o estabelecimento de um novo convênio, em outubro de 2004, que redefine prioridades de cooperação. Em dezembro de 2004, a Fiocruz foi convidada a integrar a Rede Internacional do Instituto Pasteur e já está em estudo a criação de uma Escola Doutoral Pasteur-Fiocruz, para capacitação profissional avançada em Saúde Pública.

Merecem destaque especial os intercâmbios interinstitucionais não só com a França, mas também com os Estados Unidos. A Fiocruz estabeleceu, em 2001, um Memorando de Entendimento com o Fogarty International, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Posteriormente, firmou um acordo com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), com o qual se analisa a possibilidade de treinamento intramural para pós-doutorado. No Centro de Controle de Doenças (CDC), os técnicos da Fiocruz foram buscar orientações para o desenvolvimento arquitetônico do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS). A Fiocruz, por outro lado, já vem desenvolvendo projetos extramurais com apoio do NIH nas áreas de HIV/Aids, dengue e leptospirose, entre outras doenças. A Fundação recebeu, nos últimos quatro anos, pouco mais de US$ 20 milhões provenientes de 36 projetos.

O número de visitantes estrangeiros recebidos na Fiocruz aumentou de 76 para 309 entre 2001 e 2004, o que indica um interesse crescente pela Fundação e a intenção de estabelecer intercâmbio científico e educacional com ela. Também as viagens, tanto para participação em grupos de especialistas e em reuniões internacionais como para prestar assessoria a outros países, tiveram um aumento significativo, passando de 207 no primeiro ano do período para 319 no último.

Projetos sociais

As atividades finalísticas da Fiocruz sempre tiveram um forte caráter social. Somam-se a essas atividades institucionais numerosos projetos sociais, que visam promover a qualidade de vida de populações desassistidas. Assim, a Fiocruz gera emprego, renda, educação, profissionalização e ressocialização.

Por meio de convênio com a Federação Nacional dos Surdos e Mudos (Feneis), a Fiocruz contrata deficientes auditivos para atuarem como auxiliares, mensageiros e assistentes administrativos, entre outras ocupações. Atualmente, 160 deficientes auditivos trabalham na Fundação.

No Programa Fazendo e Aprendendo, em parceria com a Associação São Martinho, a Fiocruz ensina serviços de jardinagem, escritório e laboratório para adolescentes de 16 a 18 anos, alguns ex-meninos de rua. Eles têm carteira assinada, ganham um salário mínimo, recebem instruções práticas de um ‘mestre voluntário’, fazem aulas de reforço escolar duas vezes por semana e contam com acompanhamento

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psicológico – tudo custeado pela Fundação. Mais de 150 jovens já passaram pelo programa e muitos conseguiram ingressar no mercado de trabalho.

Trabalhadores e prestadores de serviço da Fiocruz que não completaram o ensino fundamental têm a oportunidade de dar continuidade aos estudos dentro da própria instituição, durante o expediente. Para elevar o grau de escolaridade de seus servidores, a Fundação também mantém o Programa de Ensino Médio.

No Dia Nacional de Multivacinação, o campus de Manguinhos da Fiocruz recebe, em média, 50 mil visitantes, em uma festa conhecida como Fiocruz pra Você. O posto de vacinação detém o recorde de quase seis mil crianças imunizadas em um único dia. Mas também são oferecidas à população diversas atividades culturais, artísticas, esportivas e educativas. Há inclusive um mini-laboratório que simula a fabricação de vacinas e uma gigantesca feira de ciências, onde é possível, por exemplo, obter informações sobre prevenção de DST/Aids, aleitamento materno, vetores de doenças, parasitos e intoxicações. Exames de glicose, colesterol e pressão arterial são gratuitos.

Com o objetivo de reduzir o desemprego, aumentar a renda, promover a qualidade de vida e criar uma consciência de preservação ambiental em Manguinhos, foi criada em 1994 a Universidade Aberta – um programa de educação e trabalho que começou pela implementação da coleta seletiva de papel na Fiocruz. O projeto levou à criação, no mesmo ano, da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos do Complexo de Manguinhos (Cootram). Hoje, são mais de 1300 cooperados que realizam atividades de jardinagem, limpeza e manutenção de equipamentos na Fiocruz. No centro cultural da Cootram, que funciona no Ciep Juscelino Kubistchek, são oferecidas aulas de dança, música, capoeira, ginástica e teatro infantil, além de cursos – da alfabetização ao ensino médio – para jovens e adultos.

Mais recentemente, o processo de mobilização social iniciado pela Universidade Aberta também originou o Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS) na comunidade de Manguinhos. Trata-se de uma experiência inovadora dentro da estratégia de promoção da saúde na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp).

Não faltam na Fiocruz projetos para a promoção da saúde. No Programa de Atenção à Saúde do Idoso, por exemplo, quem já passou dos 60 não só tem atendimento geriátrico, mas também pode participar de passeios, eventos e cursos de alfabetização, dança, canto e artesanato. São mais de 200 inscritos no Programa, que visa promover a saúde, a autonomia e auto-estima dos idosos. Já o Projeto Terrapia é voltado para pessoas interessadas em mudar seus hábitos e adotar práticas naturais em saúde, o que inclui atividade física e alimentação saudável.

Há também programas de apoio a pacientes com doenças como anemia falciforme e hepatite C. Além disso, são muitos os projetos sobre DST/Aids. O Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), por exemplo, desenvolve uma série de atividades junto a portadores do HIV de baixa renda em Manaus: grupos para troca

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de experiências, visitas domiciliares, atividades de lazer e oficinas de artesanato. Já o Camelô Educativo é uma barraca montada semanalmente na principal rua do Complexo de Manguinhos para tirar dúvidas sobre DST/Aids, distribuir preservativos e estimular a prevenção. Quanto ao Bazar da Solidariedade, ele é montado uma vez por mês com doações de funcionários do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), da Ensp, e a quantia arrecadada serve como ajuda emergencial para portadores do HIV e seus familiares. Mas ainda há outros projetos, como o Grupo Mirim em DST/Aids e o Programa de Prevenção à Aids no Carnaval de Salvador.

A proposta dos Agentes de Saúde em Dependência Química é fazer uma intervenção ativa nos problemas ligados ao uso, abuso e dependência de drogas. Além dessa intervenção, o programa funciona como um mecanismo gerador de emprego e renda para dependentes químicos em abstinência, que, em geral, são excluídos do mercado de trabalho. Em relação aos Agentes de Saúde em Alcoolismo, o programa registra uma média de 40% de recuperação.

As comunidades carentes localizadas no entorno da Fiocruz são alvo de diversos projetos sociais da instituição. Na Oficina Artesanal, por meio de cursos de artesanato, as mulheres de Manguinhos não só têm a oportunidade de se socializar, mas também aprendem um ofício que pode complementar a renda familiar. Além disso, cerca de 70 jovens dessa comunidade participam regularmente do projeto Herança Negra, que oferece oficinas e aulas de capoeira e dança de origem africana. Existem ainda iniciativas que visam resolver os problemas socioambientais do Complexo de Manguinhos, o que envolve, por exemplo, melhorias nas habitações e no saneamento.

O Núcleo de Apoio Jurídico a Comunidades oferece, três vezes por semana, atendimento jurídico gratuito dentro das favelas. A cada mês, em média, é feito o ajuizamento de 15 ações, em diversas áreas, exceto a criminal. Também voltado para a população carente do entorno da Fiocruz, o projeto Acesso ao Mundo Digital pretende oferecer cursos de informática, além de disponibilizar computadores para conexão à internet e a um banco de dados sobre ciência e saúde.

Ainda no campo da educação, pode-se citar: o projeto ABC na Educação Científica: Mão na Massa – que tem por objetivo melhorar o ensino de ciência nas escolas públicas –; o Curso Preparatório aos Exames Supletivos do Ensino Médio – que permite a jovens e adultos de Manguinhos retomarem os estudos, qualificando-os para a continuidade da vida acadêmica –; e o Brasil Alfabetizado – programa coordenado pelo Ministério da Educação (MEC) cuja edição fluminense foi organizada pela Fiocruz em parceria com a ONG Alfali. Também em articulação com o Governo Federal, a Fiocruz tem participado do Programa Fome Zero.

Para concluir, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), destacam-se projetos que visam tornar o ambiente hospitalar menos hostil às crianças e, assim, favorecer a recuperação dos pequenos pacientes. É o caso, por exemplo, do projeto Biblioteca Viva e do Saúde e Brincar.

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Biomanguinhos - Instituto de Tecnologia em ImunobiológicosCECAL - Centro de Criação de Animais de LaboratórioCICT - Centro de Informação Científica e TecnológicaCOC - Casa de Oswaldo CruzCPqAM - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães / Recife - PECPqGM - Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz / Salvador - BACPqLMD - Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane / Manaus - AMCPqRR - Centro de Pesquisa René Rachou / Belo Horizonte - MGDIPLAN - Diretoria de Planejamento EstratégicoDIRAC - Diretoria de Administração do Campus

DIRAD - Diretoria de AdministraçãoDIREB - Diretoria Regional de BrasíliaDIREH - Diretoria de Recursos HumanosENSP - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaEPSJV - Escola Politécnica de Saúde Joaquim VenâncioFarmanguinhos - Instituto de Tecnologia em FármacosIFF - Instituto Fernandes FigueiraIOC - Instituto Oswaldo CruzINCQS - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em SaúdeIPEC - Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas

8Organograma

APÊNDICE

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Presidência da Fiocruz

PresidênciaPaulo Marchiori Buss

Vice-presidência de Pesquisa e Desenvolvimento TecnológicoEuzenir Nunes Sarno

Vice-presidência de Ensino e Recursos HumanosTânia Celeste Matos Nunes

Vice-presidência de Desenvolvimento Institucional, Informação e ComunicaçãoPaulo Ernani Gadelha Vieira

Vice-presidência de Serviços de Referência e AmbienteAry Carvalho de Miranda

Órgãos de Assistência Direta à Presidência

Chefia de GabineteArlindo Fábio Gómez de Sousa

Coordenadoria de Comunicação Social - www.fiocruz.br/ccsChristina Tavares

Assessoria de Cooperação InternacionalJosé Roberto Ferreira

Procuradoria GeralAntônio César Silva Mallet

Auditoria InternaSilvina da Costa Marques

Diretoria Regional de Brasília - www.direb.fiocruz.brDenise de Oliveira

Associação de Servidores da FiocruzRita de Cássia O. C. Mattos

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Unidades da Fiocruz

Unidades Técnico-administrativ as

Diretoria de Planejamento Estratégico - www.fiocruz.br/planejamento Felix Julio Rosenberg

Diretoria de Administração - www.dirad.fiocruz.br Fernando José Marques de Carvalho

Diretoria de Recursos Humanos - www.direh.fiocruz.br Márcia Teixeira

Diretoria de Administração do Campus - www.dirac.fiocruz.br Maria da Cunha Lana

Unidades Técnico-científicas

Instituto Oswaldo Cruz - www.ioc.fiocruz.brRenato Sérgio Balão Cordeiro

É um dos institutos brasileiros que mais se destacam em pesquisa biomédica e em biotecnologia na área de saúde. Muitos de seus laboratórios são reconhecidos como centros de referência nacional e internacional para vigilância epidemiológica. Entre suas conquistas mais recentes está o domínio do ciclo do vírus da gripe asiática, em 2002, e a patente do clone infeccioso da febre amarela, em 2003.

Sua missão é promover política, gestão e ações de pesquisa, assim como fomentar o desenvolvimento tecnológico, formar recursos humanos e prestar serviços de referência na área biomédica. Além disso, o IOC também está comprometido com a informação e a comunicação.

É a unidade mais antiga da Fiocruz. Nasceu como Instituto Soroterápico Federal no ano de 1900 e mantém importantes coleções científicas, algumas criadas no início do século passado, como a entomológica, que atualmente conta com mais de dois milhões de insetos.

Entre os principais agravos estudados no IOC estão doença de Chagas, Aids, leishmanioses, esquistossomose, malária, dengue, febre amarela, peste, leptospirose, filariose, hanseníase, tuberculose, infecções respiratórias, oncocercose, meningites, sarampo, rubéola, hepatites, gastrenterites, cólera e outras entero-infecções. Processos inflamatórios e produtos naturais também têm sido alvo de muitas pesquisas.

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Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz - www.cpqgm.fiocruz.brLain Carlos Pontes de Carvalho

Desenvolver e implementar atividades e ações de pesquisa biomédica, ensino, formação de recursos humanos e assistência de referência, voltadas para a saúde coletiva da Bahia e do Brasil como um todo: essa é a missão do CPqGM, unidade da Fiocruz localizada em Salvador. Lá são realizadas pesquisas em patologia, epidemiologia clássica e molecular, biologia molecular, parasitologia e imunologia de doenças com importância regional e nacional.

Um de seus laboratórios – o Laboratório Avançado de Saúde Pública (Lasp) – está credenciado como referência para isolamento e caracterização do HIV-1 no Brasil. Nele também são realizados estudos pioneiros sobre outros retrovírus, o HTLV-I e o HTLV-II, semelhantes ao vírus da Aids. Mais recentemente, o CPqGM tem se destacado pelo trabalho sobre o uso de células-tronco no tratamento de pacientes chagásicos.

Centro de Pesquisa René Rachou - www.cpqrr.fiocruz.brRoberto Sena Rocha

A unidade da Fiocruz em Belo Horizonte é referência em quatro de suas áreas de atuação: controle da esquistossomose; clínica e terapêutica da leishmaniose; biologia e epidemiologia da doença de Chagas; e vetores da leishmaniose.

Também merecem destaque os estudos do CPqRR em biologia, imunologia, terapêutica, fisiologia e epidemiologia de doenças infecto-parasitárias. Mas as linhas de pesquisa não param por aí. Há ainda trabalhos sobre produtos naturais, envelhecimento e comportamento de risco, entre outros.

Em atividade há mais de meio século, o CPqRR tem por objetivo gerar, adaptar e transferir conhecimento científico e tecnológico em saúde. Integrando pesquisa, formação de recursos humanos e prestação de serviços, oferece apoio estratégico ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ajuda a promover a saúde da população.

Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães - www.cpqam.fiocruz.brRômulo Maciel Filho

Criada em 1950, a unidade da Fiocruz no Recife é hoje referência em filariose, peste bubônica e controle de culicídeos vetores pelo Ministério da Saúde, e em esquistossomose pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O CPqAM é ainda colaborador em saúde e ambiente para a OMS.

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Tem se dedicado a estudar as principais endemias nordestinas e também atua no combate a essas enfermidades. No Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (Nesc), por exemplo, formam-se profissionais especializados para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre outros serviços, o CPqAM produz antígenos e faz diagnósticos de malária e doença de Chagas. Sua missão é realizar pesquisas em medicina tropical, biologia pura e aplicada, e saúde pública; promover o desenvolvimento tecnológico; formar pesquisadores; prestar assessoria técnica ao SUS e às instituições de caráter científico-tecnológico; e participar do Sistema Nacional de Informação em Saúde e em Ciência e Tecnologia.

Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane - www.amazonia.fiocruz.brLuciano Medeiros de Toledo

É a mais jovem unidade da Fiocruz. Localizado em Manaus, o CPqLMD vem recuperar o trabalho pioneiro de cientistas da Fiocruz nas históricas expedições pela Amazônia no início do século 20. Atualmente, faz pesquisas dirigidas para indígenas, trabalhadores do sexo, populações ribeirinhas, das periferias urbanas ou das áreas de fronteira agrícola.

Seus esforços estão concentrados na implementação de trabalhos em virologia, micologia e fitoterápicos, assim como no monitoramento e na análise das principais situações de agravo na Amazônia Ocidental. O CPqLMD tem realizado atividades de pesquisa, ensino e extensão em saúde, com foco tanto na biodiversidade como na diversidade social da região amazônica.

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - www.ensp.fiocruz.brJorge Zepeda Bermudez / Antonio Ivo de Carvalho

Produção de conhecimentos e prestação de serviços em saúde pública; formação de pessoal especializado, em cursos de mestrado e doutorado, por exemplo; cooperação técnica com diversos estados e municípios brasileiros: esses são os principais campos de atuação da Ensp. Desde sua criação, em 1954, a Escola se dedica a pesquisas nas áreas de promoção da qualidade de vida, prevenção de doenças e ciências sociais aplicadas à saúde.

A Ensp exerceu um importante papel na formatação dos projetos e propostas que deram origem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para aprimorá-lo, desenvolve estudos sobre planejamento, programação e avaliação de sistemas, serviços e organização de saúde.

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Também está à frente da Escola de Governo em Saúde (uma reorientação estratégica que visa contribuir para a formação de líderes e para a ampliação de uma base de inteligência no setor de saúde) e do Programa de Educação à Distância (dirigido a instituições e profissionais envolvidos na gestão de sistemas e serviços de saúde).

Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - www.epsjv.fiocruz.brAndré Malhão

Integra atividades de ensino, pesquisa e cooperação técnica com o objetivo de promover a educação profissional em saúde, em âmbito nacional, prioritariamente para trabalhadores de nível médio do Sistema Único de Saúde (SUS). Há quase duas décadas, a EPSJV forma novos técnicos e qualifica os já inseridos nos serviços de saúde, tornando-os aptos a responder com eficiência às exigências do mundo contemporâneo. Também investe na capacitação de docentes que irão atuar em projetos de educação permanente.

Atua em áreas estratégicas para a saúde pública e para a ciência e tecnologia em saúde. Oferece cursos nas áreas de vigilância, atenção, informação e gestão em saúde, laboratório e manutenção de equipamentos. Busca desenvolver novas estratégias de ensino-aprendizagem para jovens e adultos, e materiais didático-pedagógicos para educação em saúde.

Participa ativamente nas políticas nacionais e internacionais de formação e de cooperação técnica em saúde, formuladas e implementadas pelo Ministério da Saúde, pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Como reconhecimento de seu trabalho, a Escola Politécnica tornou-se Centro Colaborador da OMS.

A EPSJV é sede da Estação de Trabalho Observatório dos Técnicos em Saúde e da Secretaria Técnica da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS). Coordena em todo o território nacional o Programa de Formação de Agentes Locais em Vigilância em Saúde (Proformar) e é responsável ainda pela publicação do periódico científico Trabalho, Educação e Saúde.

Casa de Oswaldo Cruz - www.coc.fiocruz.brNísia Verônica Trindade de Lima

Preserva a memória da Fiocruz e cuida de seu patrimônio arquitetônico. Realiza atividades de pesquisa, ensino, documentação e divulgação da história da saúde pública e das ciências biomédicas. Sob sua guarda estão numerosos documentos, inclusive arquivos pessoais de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Belisário Penna. Parte de seu acervo pode ser acessada via internet, graças ao Programa de Bibliotecas Virtuais.

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Criada na década de 1980, a COC desenvolve pesquisas multidisciplinares em áreas como história e sociologia da ciência e da cultura; história das políticas públicas, instituições e profissões de saúde; história da produção e do consumo de imunobiológicos; história da medicina e das doenças; e filosofia das ciências da vida e da saúde.

A COC também coordena o Museu da Vida, criado em 1999. Por meio de exposições permanentes e temporárias, atividades interativas, teatro e laboratórios, o Museu tem como objetivo educar e despertar o interesse pela ciência.

Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos - www.bio.fiocruz.brAkira Homma

Biomanguinhos se destaca na América Latina como o maior produtor não só de vacinas como também de kits e reagentes para diagnóstico laboratorial de doenças infecto-parasitárias. Em suas modernas instalações podem ser processadas anualmente 200 milhões de doses de vacinas, além de 2,5 milhões de reativos para diagnóstico. Os resultados demonstram que o Brasil tem avançado na busca pela auto-suficiência e pelo domínio tecnológico desses insumos.

Com capacidade para fabricar até 100 milhões de doses anuais, Biomanguinhos é o maior produtor mundial da vacina contra a febre amarela. Sua produção supre a necessidade do Ministério da Saúde e ainda permite a exportação, feita por intermédio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Também são fabricadas atualmente as vacinas contra a poliomielite, as meningites meningocócicas e a meningite por Haemophilus influenzae tipo b (Hib), assim como a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e a vacina tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e o Hib). Esta última é produzida em parceria com o Instituto Butantan. Na área de diagnóstico, destacam-se os reativos para Aids, leishmaniose, doença de Chagas, dengue, diarréias por rotavírus, hepatite e rubéola, entre outras doenças.

Foi em 1976 que o perfil de grande laboratório industrial de Biomanguinhos começou a ser delineado. Suas contribuições, tanto em pesquisa como em produção, têm permitido atender à demanda gerada pelo quadro epidemiológico do país.

Instituto de Tecnologia em Fármacos - www.far.fiocruz.brNúbia Boechat Andrade

Único laboratório público preparado para atender emergências do Sistema Único de Saúde (SUS), Farmanguinhos investe no desenvolvimento

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tecnológico e fabrica medicamentos essenciais distribuídos gratuitamente à população. Produz anualmente mais de 1,5 bilhão de unidades farmacêuticas, como comprimidos, cápsulas e frascos de pomadas. São 70 medicamentos para o tratamento de malária, hanseníase, hipertensão, diabetes, anemia, tuberculose, hepatites, Aids e distúrbios psiquiátricos, entre outras doenças.

Com a produção de genéricos, principalmente contra a Aids, Farmanguinhos tem exercido papel importante na política do Governo Federal de controle de preços e redução dos custos de medicamentos. Suas atividades priorizam os programas estratégicos do Ministério da Saúde e, de forma complementar, atendem também às Secretarias estaduais e municipais de Saúde.

Farmanguinhos teve origem no Serviço de Medicamentos do Departamento Nacional de Endemias Rurais, em 1956, e foi incorporado à Fiocruz na década de 1970. Entre os seus esforços mais recentes, destacam-se a validação de fitoterápicos e a pesquisa de novos fármacos.

Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - www.incqs.fiocruz.brAndré Luís Gemal

Um dos alicerces do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, o INCQS tem como meta proteger a população contra situações de risco e fatores nocivos associados à fabricação e à comercialização de alimentos, medicamentos, cosméticos, produtos biológicos, sangue e seus derivados, entre outros. Seus laboratórios analisam produtos, insumos, serviços e ambientes na área de saúde, zelando pela qualidade.

Inaugurado em 1981, é o principal órgão de referência nacional em questões tecnológicas e normativas relacionadas ao controle de qualidade em saúde. Suas principais atribuições são: elaboração de pareceres técnicos sobre questões ligadas à vigilância sanitária; inspeção e avaliação de indústrias e laboratórios; avaliação de produtos; discussão e elaboração da legislação sanitária; discussão, atualização e divulgação de conceitos e metodologias; e desenvolvimento e implantação de metodologias analíticas. O INCQS também coordena a Rede Nacional de Laboratórios Oficiais de Controle de Qualidade em Saúde.

Instituto Fernandes Figueira – www.iff.fiocruz.brJosé Augusto de Britto

Sua meta é promover a saúde da mulher, da criança e do adolescente. Pólo gerador e difusor de tecnologias, integra atividades de pesquisa, ensino e assistência médica. O único ambulatório gratuito de genética clínica do Brasil está localizado no IFF, que também conta com um moderno berçário para

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recém-nascidos de alto risco e assessora o Ministério da Saúde nas políticas de redução da mortalidade infantil.

Sua atuação na área de aleitamento materno merece destaque. A reformulação de seu Banco de Leite Humano – hoje referência nacional e internacional – impulsionou a criação da primeira legislação federal sobre o assunto. O IFF coordena a Rede Nacional de Bancos de Leite Humano – que reúne mais de 170 unidades em todo o país.

Criado em 1924, por Carlos Chagas e seu auxiliar no então Departamento de Saúde Pública, o médico Antonio Fernandes Figueira, o IFF incorporou-se à Fiocruz em 1970. Hoje, o Instituto é centro de referência para o município e para o Estado do Rio de Janeiro em genética médica, neonatologia de alto risco, patologia perinatal e doenças infecto-parasitárias pediátricas. Além disso, oferece cursos de mestrado e doutorado em saúde da mulher e da criança, e residência médica em áreas correlatas.

Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas - www.ipec.fiocruz.brKeyla Belízia Feldman Marzochi

Presta serviços clínicos e laboratoriais integrados à pesquisa e ao ensino de doenças infecciosas. Atualmente, abriga centros de referência em leishmaniose tegumentar, em micoses e para o diagnóstico histopatológico em doenças infecciosas. Entre suas principais linhas de atuação também se destacam estudos relacionados à doença de Chagas, tuberculose, dengue, doenças sexualmente transmissíveis, oncoviroses, ensaios clínicos e de farmacocinética.

Primeiro e único hospital do país criado com o objetivo de desenvolver pesquisa, o Ipec tem hoje uma equipe multiprofissional voltada para o estudo abrangente de portadores de moléstias transmissíveis de alto impacto social e humano. Idealizado por Oswaldo Cruz em 1904, o Instituto, que sempre se dedicou às grandes endemias brasileiras, visa gerar conhecimentos, metodologias e novos protocolos de atenção à saúde. Por isso, também investe na formação e capacitação de recursos humanos, oferecendo cursos de pós-graduação.

Unidades Técnicas de Apoio

Centro de Informação Científica e Tecnológica - www.cict.fiocruz.brIlma Noronha

Criado em 1986, o Cict atua na produção, tratamento, análise e disseminação da informação, assim como nas práticas e políticas de comunicação – áreas estratégicas para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira e para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

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Além de promover a integração interna e a articulação externa da Fiocruz no campo da informação e da comunicação em saúde, o Cict visa identificar e atender a demandas sociais, do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros órgãos governamentais.

É responsável pelo gerenciamento do acervo bibliográfico da Fiocruz, o que inclui as bibliotecas virtuais e o portal de teses e dissertações. Também coordena o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), referência nacional em envenenamento e intoxicação. Além disso, realiza atividades de pesquisa, ensino e cooperação técnica. O investimento em novas mídias e tecnologias está entre suas metas.

Centro de Criação de Animais de Laboratório - www.cecal.fiocruz.brAntenor Andrade

Tem capacidade de produzir anualmente 100 mil mililitros de sangue e 200 mil animais, usados nos programas de pesquisa, ensino, produção e controle da qualidade realizados na Fiocruz. Trabalhando de acordo com a Comissão de Ética no Uso de Animais, mantém colônias de camundongos, ratos, cobaias, hamsters, coelhos, carneiros, cabras, cavalos e primatas não humanos. Sua colônia de macacos Rhesus, iniciada por Carlos Chagas, é hoje a maior da América Latina.

Criado em 1997, mas com suas origens em 1904, quando Oswaldo Cruz planejou o primeiro biotério da instituição, o Cecal ajuda a Fiocruz a garantir uma posição de vanguarda na pesquisa biomédica. Está apto a produzir animais livres de germes patogênicos específicos, além de numerosas linhagens geneticamente modificadas. O Cecal busca aprimorar técnicas de engenharia genética e de biologia molecular não só para criar animais mais adequados à finalidade de cada pesquisa, mas também para reduzir o uso tradicional desses animais nos laboratórios.

Unidade de Assistência Direta à Presidência

Diretoria Regional de Brasília - www.direb.fiocruz.brDenise de Oliveira

A Direb – órgão de assistência direta e imediata ao presidente da Fiocruz em assuntos relativos a sua área de atuação – tem como objetivo representar a Fundação na capital da República e contribuir para a consolidação do SUS na região Centro-Oeste. É uma estratégia para o desenvolvimento dessa região que, na área de ciências da saúde, concentra apenas 2% dos programas de pós-graduação do país.

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Criada em 1979, a Direb oferece aos dirigentes da Fiocruz suporte operacional e logístico no Distrito Federal. Ela procura realizar, de forma integrada, atividades de ensino, pesquisa, comunicação e assessoria em saúde pública. Desde 2002, desenvolve programas de pesquisa e de formação de recursos humanos em educação. Oferece cursos de pós-graduação lato sensu em alimentação e nutrição, além de direito sanitário e vigilância em saúde e meio ambiente. Mantém ainda um ambicioso programa de popularização da ciência, o que engloba o fórum Ciência & Sociedade, a premiação literária O jovem e a saúde pública, e o projeto Fome de Letra.

Endereços na Internet

Bibliotecas VirtuaisBiblioteca Virutal Oswaldo Cruz: www.prossiga.br/oswaldocruzBiblioteca Virtual Carlos Chagas: www.prossiga.br/chagasBiblioteca Virtual Vital Brazil: www.prossiga.br/vitalbrazilBiblioteca Virtual em Saúde Pública: www.saudepublica.cict.fiocruz.brBiblioteca Virtual em Saúde - História da Saúde: www.bvshistoria.coc.fiocruz.brBiblioteca Virtual em Saúde - Aleitamento Materno: www.bvsam.cict.fiocruz.brBiblioteca Virtual em Saúde - Doenças Infecciosas e Parasitárias: www.bvsdip.cict.fiocruz.brBiblioteca Virtual de Museus de Ciência e Divulgação Científica: www.prossiga.br/divulgacienciaProjeto Overmeer: www.fiocruz.br/cict/bibliotecas/obrasraras

PublicaçõesMemórias do Instituto Oswaldo Cruz: www.memorias.ioc.fiocruz.brCadernos de Saúde Pública: www.ensp.fiocruz.br/cspHistória, Ciência e Saúde - Manguinhos: www.coc.fiocruz.br/hscienceEducação, Trabalho e Saúde: www.epsjv.fiocruz.br/revistaRadis: www.ensp.fiocruz.br/radisCadernos de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz: www.ioc.fiocruz.br/CADERNOS.html

Editora Fiocruz: www2.fiocruz.br/editora_fiocruz Canal Saúde: www.canalsaude.fiocruz.br VídeoSaúde Distribuidora: www.fiocruz.br/videosaude Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas: www.fiocruz.br/sinitox Museu da Vida: www.museudavida.fiocruz.br ; www.invivo.fiocruz.br Gestec (Coordenação de Gestão Tecnológica): www.fiocruz.br/presidencia/vppdt Rede Fiocruz: www.redefiocruz.fiocruz.br Associação de Servidores da Fundação Oswaldo Cruz: www.asfoc.fiocruz.br Instituto Oswaldo Cruz de Seguridade Social: www.fioprev.org.br

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Créditos

Presidente da RepúblicaLuís Inácio Lula da Silva

Ministro da SaúdeHumberto Costa

Presidente da FiocruzPaulo Marchiori Buss

Vice-presidentes da FiocruzAry Carvalho de MirandaEuzenir Nunes SarnoPaulo Ernani Gadelha VieiraTânia Celeste Matos Nunes

Chefe de Gabinete da FiocruzArlindo Fábio Gómez de Sousa

Diretor de Planejamento EstratégicoFelix Júlio Rosenberg

Coordenadora de Comunicação SocialChristina Tavares

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equipe técnica

Felix Rosenberg (Coordenador)

Fabius A. Esteves

Helena Qassim

Juliano Lima

Leyla Lemos

Lilian Walsh

Mansur Ferreira

Niara Diniz

Patrícia Xavier

Pierre Chagnon

Regina Várzea

fotografias

Caio Amaral

Guy Leal

André Az

Felipe Gomes

Paulo Vinicius

Peter Ilicciev

Rogerio Reis

redação, edição e revisão

Fernanda Marques

projeto gráfico

www.guy.com.br

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