Relatório de Materiais de Construção I - Módulo de Finura

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA)

    ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA (EST)

    COORDENAO DE ENGENHARIA CIVIL

    MARIA JULIANA DE MELO MONTE

    MONIQUE MENDONA LANDIM

    STEFANNY DI SAMUEL DA SILVA COSTA

    MDULO DE FINURA DO CIMENTO

    Trabalho apresentado Coordenao do Curso de Graduao

    em Engenharia Civil, da Universidade do Estado do Amazonas,

    como requisito parcial para obteno da nota na disciplina

    Materiais de Construo Civil I sob a orientao da profa. Dra.

    Valdete Santos de Arajo

    Manaus-AM

    2014

  • 2

    RESUMO

    O mdulo de finura do cimento tema deste trabalho tem como finalidade a determinao de finura dos gros do cimento de acordo com a ABNT NBR 11579. Para

    fins de testes acadmicos, usou-se o Cimento Amazonas. Este referido cimento

    apresenta em sua rotulao o ttulo de CP I-S.

    Utilizando o guia descrito na NBR 11579, bem como os materiais disponveis do

    Laboratrio de Materiais de Construo da Universidade do Estado do Amazonas e uma

    amostra do Cimento Amazonas, realizou-se a experimentao.

    Percebeu-se que a variao obtida nos resultados estava aqum do que se

    esperava depois dos trs primeiros ensaios passando por trs diferentes operadores

    capacitados. Sendo assim, repetiu-se o experimento com apenas um operador

    manuseando os instrumentos.

    Ao final de toda a experimentao seguindo o modelo da NBR 11579 o resultado obtido foi que o Cimento Amazonas no est em consonncia com os padres exigidos

    pela NBR 5732.

    Palavras-Chaves: Mdulo de finura, Cimento Amazonas, no aprovao

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    LISTA DAS ILUSTRAES

    Figura 1.3.1 - Balana de preciso ................................................................................ 11

    Figura 1.3.2 - Recipiente de porcelana ........................................................................... 11

    Figura 1.3.3 - Elementos da peneira n 200 .................................................................... 11

    Figura 1.3.4 - Peneira n200 ........................................................................................... 11

    Figura 1.3.5 - Cronmetro digital ................................................................................... 11

    Figura 1.3.6 - Flanela ...................................................................................................... 11

    Figura 1.3.7 - Pincel ....................................................................................................... 12

    Figura A.1 - Estocagem do cimento, coberto. ................................................................ 25

    Figura A.2 - Estocagem do cimento, mostra .............................................................. 25

    Figura A.3 - Dados do fabricante e prazo de validade ................................................... 25

    Figura B.1 - Balana (com tara) e vasilha de porcelana para pesar o cimento ............... 26

    Figura B.2 - Processo do peneiramento .......................................................................... 26

    Figura B.3 - Retirada do cimento retido ......................................................................... 26

    Figura B.4 - Primeiro resultado, com erro de 1,1g ......................................................... 27

    Figura B.5 - Segundo resultado, com erro de 1,1g ......................................................... 27

    Figura B.6 - Terceiro resultado, com erro de 1,1g ......................................................... 27

    Figura B.7 - Balana descalibrada, com erro de 1,1g ..................................................... 28

  • 4

    LISTA DAS TABELAS

    Tabela 2.1 - Tipos de cimento e suas composies ............................................................................... 18

    Tabela 3.1 - Resultados ......................................................................................................................... 22

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    LISTA DE SIGLAS

    ABCP- Associao Brasileira de Cimento Portland

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    CPI-S - Cimento Portland Comum Com Adio

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    SUMRIO

    1. INTRODUO .............................................................................................................................. 7

    1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 7

    1.1.1 Objetivo Geral ......................................................................................................................... 7

    1.1.2 Objetivos Especficos .............................................................................................................. 7

    1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 7

    1.3 MATERIAIS E MTODOS ....................................................................................................... 9

    1.3.1 Materiais ................................................................................................................................ 10

    1.3.2 Mtodo ou procedimento ...................................................................................................... 12

    2. REVISO DE LITERATURA ..................................................................................................... 14

    3. RESULTADOS E DISCUSSO DOS RESULTADOS .............................................................. 22

    3.1 RESULTADOS ........................................................................................................................ 22

    4. CONCLUSO .............................................................................................................................. 23

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................... 24

    6. APNDICE A FOTOS DA ESTOCAGEM .............................................................................. 25

    7. APNDICE B FOTOS DA UNIVERSIDADE ......................................................................... 26

  • 7

    1. INTRODUO

    Cimento Portland foi criado por um construtor ingls, Joseph Aspdin, que o patenteou em

    1824. Nessa poca, era comum na Inglaterra construir com pedra de Portland, uma ilha situada

    no sul desse pas. Como o resultado da inveno de Aspdin se assemelhasse na cor e na dureza a

    essa pedra de Portland, ele registrou esse nome em sua patente. por isso que o cimento

    chamado Cimento Portland. Apesar de ter essa denominao reconhecida mundialmente, o

    Cimento Portland comumente chamado, apenas, de cimento.

    O CP o produto obtido pela pulverizao de clinquer, que constitudo essencialmente de

    silicatos hidrulicos de clcio, com certa proporo de sulfato de clcio natural, contendo,

    eventualmente, adies de certas substncias que modificam suas propriedades ou facilitam seu

    emprego.

    As propriedades qumicas do cimento so, entretanto, relacionadas diretamente com as

    propores dos silicatos e aluminatos. As propores destes ltimos podem ser determinadas a

    partir do resultado da anlise em xidos. Denomina-se essa operao a determinao da

    composio potencial do cimento.

    As propriedades fsicas do Cimento Portland so consideradas sob trs aspectos distintos:

    (a) propriedades do produto em sua condio natural em p; (b) da mistura de cimento e gua

    e propores convenientes de pasta; (c) da mistura da pasta com agregado padronizado as

    argamassas.

    O Mdulo de Finura do Cimento Portland enquadra-se no estudo das propriedades fsicas

    do produto em sua condio natural, o p.

    A finura do cimento uma noo relacionada com o tamanho dos gros do produto.

    usualmente definida de duas maneiras distintas: (a) pelo tamanho mximo do gro, quando as

    especificaes estabelecem uma proporo em peso do material retido na operao de

    peneiramento em malha de abertura definida; (b) pelo valor da superfcie especfica (soma das

    superfcies dos gros contidos em um grama de cimento).

    A finura, mais precisamente a superfcie especfica do produto, o fator que governa a

    velocidade da reao de hidratao do mesmo e tem tambm sua influncia comprovada em

    muitas qualidades de pasta, das argamassas e dos concretos.

    O aumento da finura melhora a resistncia, particularmente a resistncia da primeira idade,

    diminui a exsudao e outros tipos de segregao, aumenta a impermeabilidade, a

    trabalhabilidade e a coeso dos concretos e diminui a expanso em autoclave.

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    1.1 OBJETIVOS

    1.1.1 Objetivo Geral

    O Objetivo Geral do trabalho a comparao da descrio do Cimento

    Amazonas CP I-S com o estudo granulomtrico realizado atravs de ensaios

    manuais, seguindo o padro imposto pela NBR 11579, a fim de confirmar ou derruir

    suas qualificaes. Bem como verificar possveis estgios avanados de hidratao

    provenientes do longo perodo de estocagem.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    Detectar possveis erros de estocagem referentes sobrecarga no lote

    avaliado;

    Detectar possveis erros de estocagem referentes umidade do estoque

    no qual o lote foi armazenado;

    Detectar possveis erros de estocagem referentes grande lacuna de

    tempo de estocagem;

    Detectar possveis erros de transporte do cimento da sua origem at o

    local de estoque.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    O cimento exige algum cuidado no seu armazenamento no canteiro de servio.

    necessrio evitar qualquer risco de hidratao. Os sacos de papel no garantem a

    impermeabilizao necessria, razo pela qual no se deve armazenar cimento por

    muito tempo. Os barraces para armazenamento de cimento devem ser bem cobertos e

    bem fechados lateralmente, devendo ser o soalho bem acima do nvel do solo.

    Para armazenagem por curto espao de tempo, podem-se cobrir as pilhas de

    sacos de cimento com lona, sendo elas colocadas sobre estrados de madeira

    convenientemente elevados do solo. No se recomenda o armazenamento de cimento

    por mais de trs meses.

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    Quando se inicia a hidratao, o que se reconhece pela existncia de ndulos

    que no se desmancham com a presso dos dedos, o cimento torna-se suspeito. Pode ser

    usado, aps peneiramento, somente em servios secundrios, como argamassas,

    pavimentos secundrios e afins.

    Outro problema advm do transporte do cimento at os locais de estocagem ou

    servio. A maior parte do cimento consumido em obras transportada, ensacada, por

    via ferroviria ou rodoviria. No caso do Estado do Amazonas, por meio rodovirio ou

    fluvial. Envolve tal operao perda por sacos rasgados, que alcana at 2%. Sendo o

    cimento um material de grande densidade e de baixo preo, o custo de frete incide de

    maneira pondervel. Resulta da a necessidade de processar o transporte com utilizao

    plena dos veculos, operando-se com partidas que ocupem a carga total de um vago ou

    de um caminho, conforme seja o caso. O transporte de parcelas menores que a

    capacidade do veiculo onera desnecessariamente o custo do produto.

    Como o preo do saco de papel contribui de maneira aprecivel na formao

    do custo do cimento, procede-se, sempre que possvel, ao seu transporte a granel. H

    diversos sistemas apropriados para o transporte de cimento a granel, feito sempre em

    reservatrios metlicos estanques, quer sobre gndola ferroviria, quer sobre chassis de

    caminhes. Diferenciam-se, porm, os processos de carga e descarga do material,

    utilizando-se sistema pneumtico, de escorregamento e parafuso sem fim.

    Tais sistemas de transporte a granel so econmicos e se impem no caso de

    grande consumo. No Brasil, esse gnero de transporte est sendo desenvolvido

    atualmente como consequncia da fabricao local desse tipo de equipamento.

    A quantidade mnima de consumo de cimento que permite a instalao de uma frota

    para o transporte a granel da ordem de 200t por ms, ou seja, 10.000 sacos de cimento

    por ms. O problema econmico resolvido mediante uma anlise dos custos de

    investimento e operao do equipamento de transporte em face da economia resultante

    da eliminao dos sacos de papel.

    1.3 MATERIAIS E MTODOS

    Seguindo padro imposto pela NBR 11579/91.

  • 10

    1.3.1 Materiais

    Balana de preciso:

    A balana deve apresentar resoluo de 0,01 g.

    Conjunto de peneiramento:

    A peneira empregada no ensaio a peneira 75 m. Fazem parte do conjunto empregado no

    peneiramento manual o fundo e a tampa.

    Pincis

    Dispor de dois pincis. Um de tamanho mdio, provido de cerdas de nilon ou naturais com

    largura de 30 mm a 35 mm. O outro, de tamanho pequeno, provido de cerdas naturais com

    dimetro de 5 mm a 6 mm.

    Basto

    Um basto, confeccionado a partir de tubo de PVC, com medidas aproximadas de 250 mm de

    comprimento e 20 mm de dimetro para auxiliar na remoo do material fino aderido tela da

    peneira.

    Flanela

    Uma flanela pequena, limpa e seca.

    Registrador de tempo

    Relgio de laboratrio ou cronmetro com resoluo de 1 s.

    Recipiente de porcelana

    Um recipiente com dimetro aproximado de 100 mm.

  • 11

    Figura 1.3.1. Balana de preciso. Figura 1.3.2 Recipiente de porcelana.

    Fonte: Polimate. Fonte: Blogspot.

    Figura 1.3.3 Elementos da peneira n 200. Figura 1.3.4 - Peneira n 200.

    Fonte: Clube do concreto. Fonte: Ebah.

    Figura 1.3.5 Cronmetro digital. Figura 1.3.6 Flanela.

    Fonte: UOL. Fonte: Mercado Livre.

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    Figura 1.3.7 Pincel.

    Fonte: Solostocks.

    1.3.3 Mtodo ou procedimento

    A peneira deve estar seca, limpa e encaixada no fundo. Colocar (50 0,05) g

    (M) de cimento sobre a tela da peneira. O operador deve segurar o conjunto com as duas mos e

    imprimir-lhe um movimento suave de vaivm horizontal com os pulsos, de maneira que o

    cimento se espalhe sobre a superfcie da tela. Deve-se evitar qualquer perda de material.

    Peneirar at que os gros mais finos passem quase que totalmente pelas malhas da tela, o que

    geralmente ocorre no intervalo entre 3 min e 5 min.

    Tampar a peneira, retirar o fundo e dar golpes suaves no rebordo exterior do caixilho

    com o basto para desprender as partculas aderidas tela e ao caixilho da peneira. Limpar com

    o auxlio do pincel mdio toda a superfcie inferior da tela da peneira encaixando-a no fundo

    aps a limpeza deste com a flanela. retirar a tampa e continuar o peneiramento com suaves

    movimentos de vaivm horizontais, durante 15 min a 20 min, girando o conjunto e limpando a

    tela com o pincel mdio a intervalos regulares. Nesta operao, o material deve movimentar-se

    de maneira que fique uniformemente espalhado sobre toda a superfcie da tela. No final do

    perodo, colocar a tampa e limpar a tela e o fundo como indicado anteriormente. O material

    passante deve ser desprezado.

    O cimento retido na peneira deve ser transferido para um recipiente a fim de ser

    pesado, tomando-se o cuidado de limpar com o pincel mdio ambos os lados da tela para

    garantir a remoo e tomada de todo o material retido pela peneira. A pesagem desse resduo

    (R) deve ser feita com preciso.

    Para encontrar, enfim, o resultado granulomtrico finura da amostra usa-se a

    frmula:

    F = R x 100 M

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    Onde: F = ndice de Finura do Cimento, em %

    R = Resduo na peneira 0,075mm, em g

    M = Massa Inicial do Cimento = 50g

  • 14

    2. REVISO DE LITERATURA

    Cimento Portland o produto obtido pela pulverizao de clinquer constitudo

    essencialmente de silicatos hidrulicos de clcio, com uma certa proporo de sulfato de

    clcio natural, contendo, eventualmente, adies de certas substncias que modificam

    suas propriedades ou facilitam seu emprego.

    O clinquer um produto de natureza granulosa, resultante da calcinao de

    uma mistura daqueles materiais, conduzida at a temperatura de sua fuso incipiente.

    Os constituintes fundamentais do cimento Portland so a cal (CaO), a slica

    (SiO2), e alumina (Al2O3), o xido de ferro (Fe2O3), certa proporo de magnsia

    (MgO) e uma pequena porcentagem de anidrido sulfrico (SO3), que adicionado aps

    a calcinao para retardar o tempo de pega do produto. Tem ainda, como constituintes

    menores impurezas, xido de sdio (Na2O), xido de potssio (K2O), xido de titnio

    (TiO2) e outras substncias de menor importncia. Os xidos de potssio e sdio

    constituem os denominados lcalis do cimento.

    Cal, slica, alumina e xido de ferro so os componentes essenciais do cimento

    Portland e constituem, geralmente, 95 a 96% do total na anlise de xidos. A magnsia,

    que parece permanecer livre durante todo o processo de calcinao, est usualmente

    presente na proporo de 2 a 3%, limitada, pelas especificaes, a um mximo

    permissvel de 5%. No Brasil, esse limite um pouco superior (6,4%). Os xidos

    menores comparecem em proporo inferior a 1%, excepcionalmente 2%.

    A mistura de matrias-primas que contenha, em propores convenientes, os

    constituintes anteriormente relacionados, finamente pulverizada e homogeneizada,

    submetida ao do calor no forno produtor de cimento, at a temperatura de fuso

    incipiente, que resulta na obteno do clinquer. Nesse processo ocorrem combinaes

    qumicas, principalmente no estado slido, que conduzem formao dos seguintes

    compostos:

    silicato triclcico (3CaO SiO2 = C3S);

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    silicato biclcico (2CaO SiO2 = C3S);

    aluminato triclcico ( 3CaO Al2O3 = C3A);

    ferro aluminato tetraclcico ( 4CaO Al2O3 Fe2O3 = C4AFe).

    A anlise qumica dos cimentos Portland resulta na determinao das

    propores dos xidos inicialmente mencionados. As propriedades do cimento so,

    entretanto, relacionadas diretamente com as propores dos silicatos e aluminatos. As

    propores destes ltimos podem ser determinadas a partir do resultado da anlise em

    xidos. Denomina-se essa operao a determinao da composio potencial do

    cimento. Normalmente, usa-se para clculo o chamado mtodo de Bogue.

    A importncia do conhecimento das propores dos compostos constituintes do

    cimento reside na correlao existente entre estes e as propriedades finais do cimento

    tambm do concreto.

    O silicato triclcico (C3S) o maior responsvel pela resistncia em todas as

    idades especialmente at o fim do primeiro ms de cura. O Silicato biclcico (C2S)

    adquire maior importncia no processo de endurecimento em idades mais avanadas,

    sendo largamente responsvel pelo ganho de resistncia a um ano ou mais.

    O aluminato triclcico (C3A) tambm contribui para a resistncia,

    especialmente o primeiro dia. O ferro aluminato de clcio (C4AFe) em nada contribui

    para a resistncia. O aluminato de clcio (C3A) muito contribui para o calor de

    hidratao, especialmente no incio do perodo de cura. O silicato triclcico o segundo

    componente em importncia no processo de liberao de calor. Os dois outros

    componentes contribuem pouco para a liberao de calor.

    O aluminato de clcio, quando presente em forma cristalina, o responsvel

    pela rapidez de pega. Com a adio de proporo conveniente de gesso, o tempo de

    hidratao controlado. O silicato triclcico (C3S) o seguindo componente com

    responsabilidade pelo tempo de pega do cimento. Os outros constituintes se hidratam

    lentamente, no tendo efeito sobre o tempo de pega.

    As propriedades fsicas do cimento Portland so consideradas sob trs aspectos

    distintos; propriedades do produto em sua condio natural, em p, da mistura de

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    cimento e gua e propores convenientes de pasta e, finalmente, da mistura da pasta

    com agregado padronizado as argamassas.

    As propriedades da pasta e argamassa so relacionadas com o comportamento

    desse produto quando utilizado, ou seja, as suas propriedades potenciais para a

    elaborao de concretos e argamassas. Tais propriedades se enquadram em processos

    artificialmente definidos nos mtodos e especificaes padronizados, oferecendo sua

    utilidade quer para o controle de aceitao do produto, quer para a avaliao de suas

    qualidades para os fins te utilizao dos mesmos.

    As propriedades qumicas do cimento Portland esto diretamente ligadas ao

    processo de endurecimento por hidratao. Ainda no se conhecem com muita preciso

    as reaes e os compostos envolvidos no processo de endurecimento, restando muitas

    questes a serem esclarecidas. O processo complexo, admitindo-se, atualmente, que se

    desenrole em desenvolvimentos que compreendem a dissoluo na gua, precipitaes

    de cristais e gel com hidrlises e hidrataes dos componentes do cimento.

    Inicialmente, o silicato triclcico (C3S) se hidrolisa, isto , separa-se em

    silicato biclcico (C2S) e hidrxido de cal. Este ltimo precipita como cristal da soluo

    supersaturada de cal. A seguir, o silicato biclcico existente, resultante da hidrlise,

    combina-se com a gua no processo de hidratao, adquirindo duas molculas de gua e

    depositando-se, a temperaturas ordinrias, no estado de gel. Esse processo, quando

    conduzido em temperaturas elevadas, resulta numa estrutura de natureza cristalina. Os

    dois ltimos constituintes principais do cimento, o aluminato triclcico e o ferro

    aluminato de clcio, se hidratam, resultando, do primeiro, cristais de variado contedo

    de gua e, do segundo uma fase amorfa gelatinosa.

    Esse processo realmente rpido no clinker simplesmente pulverizado. O

    aluminato triclcico presente , de um modo geral, considerado o responsvel pelo

    incio imediato do processo de endurecimento. O produto, nessas condies, de pega

    rpida. Como se sabe, o cimento, nessas condies, material intil para o construtor,

    impossibilitando qualquer manuseio pela rapidez da pega. Tambm conhecido que a

    correo se efetua pela adio de sulfato de clcio hidratado natural, gipsita, ao clinquer

    antes da operao de moagem final. As investigaes demonstraram que a ao do

    gesso no retardamento do tempo de pega se prende ao fato de ser muito baixa a

    solubilidade dos aluminatos anidros em solues supersaturadas de gesso. O processo

  • 17

    prossegue em marcha relativamente lenta pela absoro do sulfato, mediante a produo

    de sulfoaluminato de clcio e outros compostos que, precipitados, abrem caminho para a

    solubilizao dos aluminatos mais responsveis pelo inicio da pega, j ento em poca

    conveniente.

    O fenmeno de falsa pega no ainda claramente compreendido. Admite-se,

    em geral, que as causas mais freqentes da falsa pega so a desidratao do gesso a

    formas instveis de sulfato de clcio, ocorridas durante a operao de moedura, onde a

    temperatura se eleva acima de 130C. Nessas circunstncias, o cimento produzido

    contm sulfato de clcio hidratvel, que seria o responsvel pela falsa pega.

    Os cimentos foram originariamente fabricados segundo as especificaes dos

    consumidores que encomendavam, das fbricas, o produto com certas caractersticas

    convenientes a um trabalho. A partir de 1904, quando as primeiras especificaes da

    ASTM foram introduzidas, a indstria limitou-se a produzir alguns tipos de cimento.

    Em cada pas, a indstria produz os cimentos padronizados pelo organismo

    normalizador nacional e alguns outros fora de normas, mas sempre um nmero limitado

    de tipos. No se encontram todos os tipos, entretanto, disponveis no mercado. Muitos

    deles, destinados a usos especiais, so obtidos mediante encomenda.

    No Brasil so produzidos vrios tipos de cimento, oficialmente normalizados.

    Fabrica-se tambm, para emprego ordinariamente no estrutural, o cimento

    branco, que um cimento Portland ordinrio, praticamente isento de xidos de ferro, e

    que se consegue mediante cuidados adequados na escolha da matria-prima e na

    conduo do processo de fabricao. Ao final da apostila esto apresentadas as

    principais caractersticas dos cimentos normalizados brasileiros.

  • 18

    Cimento Tipo Clnquer +

    Gesso (%)

    Escria

    siderrgica

    (%)

    Material

    pozolnico

    (%)

    Calcrio

    (%)

    CP I Comum 100 - - -

    CP I - S Comum 95-99 1-5 - 0-10

    CP II - E Composto 56-94 6-34 - 0-10

    CP II - Z Composto 76-94 - 6-14 0-10

    CP II - F Composto 90-94 - - 6-10

    CP III Alto-forno 25-65 35-70 - 0-5

    CP IV Pozolnico 45-85 - 15-50 0-5

    CP IV -

    ARI

    Alta

    resistncia

    inicial

    95-100 - - 0-5

    Tabela 2.1 Tipos de cimento e suas composies.

    O cimento Portland atualmente produzido em instalaes industriais de

    grande porte, localizadas junto s jazidas que se encontram em situao favorvel

    quanto ao transporte do produto acabado aos centros consumidores. Trata-se de um

    produto de preo relativamente baixo, que no comporta fretes a grandes distncias. As

    Matrias-primas utilizadas na fabricao do cimento Portland so, usualmente, misturas

    de materiais calcrios e argilosos em propores adequadas que resultem em

    composies qumicas apropriadas para o cozimento.

    O condicionamento econmico do empreendimento, combinado com a

    natureza das jazidas disponveis, determina os materiais que podem ser utilizados na

    manufatura do cimento Portland. Entre os materiais calcrios utilizados encontram-se o

    calcrio propriamente dito, conchas de origem marinha etc. Entre os materiais argilosos

    encontram-se a argila, xistos, ardsia e escrias de alto-forno.

    A fabricao do cimento Portland comporta seis operaes principais, a saber:

  • 19

    - extrao da matria-prima;

    - britagem;

    - moedura e mistura;

    - queima;

    - moedura do clinquer;

    - expedio;

    A extrao da matria-prima se faz pela tcnica usual de explorao de

    pedreiras quando se trata de rochas e xistos; por escavao, segundo a tcnica usual de

    movimentao de terras, quando se trata de argila, e por dragagens, quando o caso. A

    tcnica de explorao de pedreiras ser desenvolvida mais adiante, quando se tratar da

    produo de agregados.

    A Matria-prima, quando rochosa, submetida a uma operao de

    beneficiamento com o propsito de reduzir o material condio de gros de tamanho

    conveniente. Trata-se da britagem, operao tambm comum no processo de explorao

    de pedreiras para a produo de agregados. Os materiais britados, calcrio, por exemplo,

    so encaminhados a depsitos apropriados, onde so processados segundo duas linhas

    principais de operao: via seca e via mida.

    No processamento por via seca, a matria-prima inicialmente conduzida a

    uma estufa, onde convenientemente secada. Secos, os materiais argilosos e calcrios

    so proporcionados e conduzidos aos moinhos e silos, onde se reduzem a gros de

    pequeno tamanho em mistura homognea.

    Utilizam-se, para esse fim, moinhos, usualmente de bolas, associados em srie

    e conjugados a separadores de peneira, ou ciclones, por cuja ao se conduz o processo

    na produo da mistura homognea de gros de pequeno tamanho, intimamente

    misturados, das matrias-primas.

    Essa mistura conduzida por via pneumtica para os silos de homogeneizao,

    nos quais a composio bsica da mistura quimicamente controlada e so

    eventualmente feitas as correes.

  • 20

    A mistura homognea armazenada em silos apropriados, onde aguarda o

    momento de ser conduzida ao forno para a queima.

    No processo por via mida, onde se emprega a argila natural como matria-

    prima, esta inicialmente misturada com gua, formando uma lama espessa.

    O calcrio britado proveniente dos silos proporcionado e misturado com a

    lama de argila e conduzido para os moinhos, tambm usualmente de bolas, onde a rocha

    calcria reduzida a gros de tamanho muito pequeno. Esses moinhos trabalham

    tambm com equipamentos separadores, neste caso, cmaras de sedimentao que

    proporcionam meio eficaz de controle dos tamanhos dos gros de calcrio em suspenso

    na lama.

    A lama, aps a operao de moedura do calcrio, bombeada para os silos de

    homogeneizao, nos quais, como se procedeu na via seca, se controla a composio

    qumica e se fazem as eventuais correes. A mistura, devidamente controlada e

    homogeneizada, conduzida para os silos de armazenamento do cru. Nesta altura, os

    dois processos novamente se encontram, procedendo-se alimentao do forno, com a

    mistura pulverulenta proveniente da via seca ou com a lama proveniente da via mida.

    O forno, como utilizado atualmente, constitudo por um longo tubo de

    chapa de ao, revestido internamente de alvenaria refratria, girando lentamente em

    torno de seu eixo, levemente inclinado, tendo na extremidade mais baixa um maarico

    onde se processa a queima de combustvel e recebendo pela sua boca superior o cru.

    A operao de queima da mistura crua devidamente proporcionada num forno

    onde, pela combusto controlada de carvo, gs ou leo, a temperatura elevada aos

    nveis necessrios a transformao qumica que conduz a produo do clinquer,

    subsequentemente resfriado, , talvez, a mais importante fase na fabricao do cimento.

    O material submetido ao processamento das queimas percorre o forno rotativo de uma

    ponta a outra em cerca de 3 horas e meia a 4 horas. O clinquer produzido sai do forno

    em elevada temperatura, incandescente, e resfriado mediante corrente de ar ou mesmo

    por ao de gua.

  • 21

    O clinquer resfriado conduzido a depsitos apropriados, onde aguarda o

    processamento da moagem.

    A operao de moagem do clinquer realizada em moinhos de bola

    conjugados com separadores a ar. Sendo o clinquer um material extremamente duro, a

    moagem uma operao dispendiosa, onde so consumidas as esferas de ao duro

    utilizadas dentro do moinho.

    O clinquer entra no moinho j de mistura com a parcela de gipsita utilizada

    para controle do tempo de pega do cimento. Para facilitar a operao de moagem, a

    indstria manufatureira de cimento tem utilizado como aditivos certas substancias que

    facilitam essa operao, os aditivos de ajuda na moagem.

    O clinquer pulverizado conduzido pneumaticamente para os separadores de

    ar, um ciclone que reconduz ao moinho os gros de tamanho grande e dirige os de

    menor tamanho, o cimento propriamente dito, para os silos de estocagem.

    O produto acabado, o cimento Portland artificial, ento ensacado

    automaticamente em sacos de papel apropriado ou simplesmente encaminhado a granel

    para os veculos de transporte.

  • 22

    3. RESULTADOS E DISCUSSES DOS RESULTADOS

    3.1 RESULTADOS

    FINURA NA PENEIRA ABNT N 200 MANUAL (X) MECNICO ( ) RESULTADO

    Peneira

    Aferida

    Massa da

    Amostra Massa do Material (g) Fator de

    Correo

    Finura

    M Que passa em 5m de peneiramento Retido R(100C)

    N (g)

    1 Teste 2 Teste 3 Teste R (110 C) M

    Lq. 192,8 Bruto 143,9 144,0 144,2

    Tara 142,8 Tara 142,8 142,8 142,8

    Bruto 50 Lq. 1,1 1,2 1,4

    Lq.

    Bruto

    Tara

    Tara

    Bruto

    Lq.

    DATA DA EXECUO: 24/02/2014 OPERADOR: Monique Mendona CONTROLE: Prof. Msc.

    Fernando Fernandes VISTO:

    As amostras no atingiram o erro que foi proposto pela Prof. Dr. Valdete dos

    Santos Arajo durante as aulas de Materiais de Construo I. Pois os valores

    encontrados de F foram 2,6% para o primeiro teste, 3% para o segundo teste e 0,8%

    para o terceiro teste.

    A diferena de uma amostra peneirada para outra no alcanou o erro de 0,5 e

    com isso foi reprovado no referido teste, ainda que grande parte da amostra de Cimento

    Amazonas tenha passado pelo peneira de 0,075mm (#200).

  • 23

    4. CONCLUSO

    O Brasil est passando por um perodo de grande progresso. E boa parte dele

    oriunda das construes civis.

    do conhecimento geral que a construo civil tem como seu cargo chefe o

    uso do aglomerante conhecido como cimento. O pas conta com uma grande

    quantidade de marcas de cimento disponveis. Entretanto, a diversidade desse produto

    existente no Brasil nem sempre traz consequncias vantajosas.

    Contudo, pouco se sabe sobre os produtos vendidos, uma vez que o descrito

    nas embalagens nem sempre condiz com o produto por diversos motivos: fabricao,

    transporte, estocagem e etc.

    Aprofundar-se no estudo a respeito do Cimento Portland elucidou questes

    acadmicas, profissionais e prticas. Colocar em prtica o conhecimento introduzido em

    sala de aula fez-se necessrio para que assim pudessem ser reconhecidos os fatores que

    levam o produto a ter uma derrocada na qualidade.

    Analisando o Cimento Amazonas e sua estocagem, pode-se concluir que: (a) o

    cimento apresenta nveis de finura dentro dos padres; (b) os problemas pr-existentes

    relacionados a esse cimento pode advir de problemas de estocagem, transporte ou uma

    m qualidade de gros, uma vez que foram considerados instveis em laboratrio.

    No entanto, precisa-se de uma anlise mais aprofundada acerca do Cimento

    Amazonas para dar um laudo que possa servir de parmetros pra melhorias futuras.

  • 24

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR: 11579 Cimento Portland

    Determinao da finura por meio da peneira 75m (n200). 1991.

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR: 5732 Cimento Portland

    comum. 1991.

    BAUER, L.A. Falco Materiais de Construo Volume I LCT. 1994

  • 25

    APNDICE A FOTOS DA ESTOCAGEM

    Figura A.1 Estocagem do cimento, coberto.

    Figura A.2 Estocagem do cimento, mostra.

    Figura A.3 Dados do fabricante e prazo de validade.

  • 26

    APNDICE B FOTOS DA UNIVERSIDADE

    Figura B.1 Balana (com tara) e vasilha de porcelana para pesar o cimento.

    Figura B.2 Processo do peneiramento. Figura B.3 Retirada do cimento retido.

  • 27

    Figura B.4 Primeiro resultado, com erro de 1,1g.

    Figura B.5 Segundo resultado, com erro de 1,1g.

    Figura B.6 Terceiro resultado, com erro de 1,1g.

  • 28

    Figura B.7 Tabela descalibrada, com erro de 1,1g.

    1.1 OBJETIVOS1.1.1 Objetivo Geral1.1.2 Objetivos Especficos1.3 MATERIAIS E MTODOS1.3.1 Materiais1.3.3 Mtodo ou procedimento2. REVISO DE LITERATURA23.1 RESULTADOS4. CONCLUSOREFERNCIAS BIBLIOGRFICAS