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INTRODUÇÃO:
O tolueno é um hidrocarboneto aromático com origem e produção nas indústrias
petroquímica e siderúrgica. Na indústria petroquímica, a produção se dá pelos
processos de reforma catalítica, nos quais os hidrocarbonetos naftênicos originados da
fração do petróleo são convertidos em aromáticos. Posteriormente, são separados das
frações residuais por destilação fracionada, obtendo-se então o tolueno e o xileno. Nesse
processo, inclui-se entre os principais riscos à saúde a exposição à emissão fugitiva de
corrente de produto que contém altas concentrações desses solventes.
Na usina siderúrgica, os hidrocarbonetos aromáticos são originados como
subproduto do carvão mineral, no processo de produção do coque. A partir da destilação
fracionada da mistura BTX, que contém benzeno, tolueno e xileno, os três componentes
são separados, obtendo-se assim o tolueno e o xileno de origem carboquímica.
O tolueno é um solvente com inúmeras aplicações na indústria e é um
constituinte importante na produção de resinas, tintas, tíner e cola. Também está
presente na gasolina e é lançado no meio ambiente como contaminante. Além disso, é o
mais importante constituinte dos vapores de solventes utilizados como inalantes por
usuários de droga de abuso. No setor químico, o tolueno serve como base para produtos,
entre eles, fármacos, vinil tolueno, tolueno diisocianato, trinitrolueno e antixiodantes.
O ácido hipúrico é o metabólito do tolueno eliminado na urina em maior
proporção e pode ser usado na monitorização biológica da exposição ocupacional a esse
solvente.
Por ser um líquido volátil de elevada lipossolubilidade é facilmente absorvido
pelas vias pulmonar e cutânea. Do ponto de vista ocupacional, a via pulmonar é a mais
importante, pois cerca de 40% do tolueno inalado é absorvido pelos pulmões. O
processo de absorção ocorre muito rapidamente, em maior quantidade durante os
primeiros minutos de exposição, decrescendo de maneira progressiva até chegar a uma
taxa constante, em um período de 15 minutos a 3 horas, em exposição contínua.
A proporção da retenção pulmonar não se altera com a intensidade e a duração
da exposição, mas sim com a ventilação pulmonar, que, dependendo da atividade física
exercida pelo indivíduo exposto poderá estar alterada e consequentemente aumentar a
sua absorção.
Após a absorção, é rapidamente distribuído para os tecidos, alcançando maior
concentração no tecido adiposo, seguidos pela medula óssea, glândulas adrenais, rins,
fígado e SNC.
A biotransformação é o principal processo pelo qual é eliminado, sendo rápido
seu metabolismo. A excreção urinária do seu principal metabólito, o ácido hipúrico,
eleva-se no período de 30 minutos após o início da exposição. O ácido hipúrico e o orto-
cresol têm um tempo de meia-vida biológica estimado em 4-7 horas.
Cerca de 20% do tolueno absorvido é eliminado na sua forma inalterada através
do ar expirado e o restante (em torno de 80%) é oxidado no fígado, formando o ácido
benzoico, que, conjugado com a glicina, forma o ácido hipúrico, o qual é excretado na
urina. Uma pequena fração (1% ou menos) sofre hidroxilação do anel aromático para
formar os isômeros orto, meta e para-cresol, os quais são excretados na urina
conjugados com substratos endógenos (sulfatos e glicurônicos). O tolueno não-
metabolizado também pode ser encontrado na urina, e tem sido proposto como
biomarcador de exposição, juntamente com ácido hipúrico e orto-cresol.
FINALIDADE DA ANÁLISE:
Determinação de ácido hipúrico, biomarcador de exposição, em urina através de
HPLC.
FUNDAMENTOS DO MÉTODO:
Utilizou-se o método de adição de padrões, pois a matriz (urina) não é isenta da
substância de análise (ácido hipúrico). Fez-se curva de calibração, utilizando-se 3
calibradores em triplicata e triplicata do branco da urina, este último descontou-se dos
valores das amostras e dos calibradores. A técnica consiste na interação maior do ácido
hipúrico pela fase móvel (água/metanol/ácido acético na proporção 792/200/8) com
vazão de 1,3 mL/min e comprimento de onda de 257 nm.
É um método usado frequentemente em bioquímica e em química analítica para
separar, identificar e quantificar diferentes compostos. Para tanto, utiliza-se colunas
preenchidas com material específico que funcionarão como fase estacionária (neste caso
a coluna será a RP18 -octadecilsilano) e uma bomba que fará correr uma mistura de
solventes (fase móvel) através desta coluna. Desta forma, a depender da polaridade das
substâncias em análise e de suas interações com as fases móvel e estacionária, as
mesmas se deslocarão mais rapidamente ou mais lentamente, tendo cada uma seu
próprio tempo de retenção (RT), sendo detectadas por um detector UV-VIS (ultravioleta
– visível) num comprimento de onda específico.
SINTOMALOGIA:
Sua principal ação tóxica é no SNC e representa o maior risco à saúde dos
trabalhadores. Na exposição ocupacional a longo prazo, podem ocorrer alterações
neurocomportamentais e neurofisiológicas, não manifestadas clinicamente. A narcose é
a manifestação aguda mais importante da exposição a altas concentrações de tolueno,
além de náuseas, dor de cabeça, anorexia e palpitação.
FLUXOGRAMA:
Tratamento das amostras 1 e 2:
Padrão de ácido hipúrico:
Solução 1 – 50 mg/mL:
Solução 2 – 5mg/mL:
1 mL de urina+1 mL de etanol em tubo
de centrífuga
Homogeneizar e centrifugar 2000
rpm por 15 minutos
Transferir 500 µL do sobrenadante para
frasco adequado
Injetar 20 µL do sobrenadante no
HPLC
Dissolver 0,2525g de AH (Sigma 99%) em 5 mL de metanol.
Sonicar 10 min e deixar a 4ºC.
Diluir 1:10 mL (balão de 10 mL) da solução 1.
Calibração:
Fazer triplicata dos calibradores e do branco da urina (só urina).
Em balão volumétrico preparar os seguintes calibradores:
C1: 0,1mg/mL:
C2: 0,5mg/mL :
C3: 1,0mg/mL :
ORDEM DE INJEÇÃO NO HPLC: BRANCO C1 C2 C3 AMOSTRA 1
AMOSTRA 2
Adicionar 100 µL do padrão 2 a 5
mL de urina
Homogeneizar no sonicador por 10 min.
Adicionar 50 µL do padrão 1 a 5
mL de urina
Homogeneizar no sonicador por 10 min.
Adicionar 100 µL do padrão 1 a 5
mL de urina
Homogeneizar no sonicador por 10 min.
RESULTADOS:
Áreas obtidas no HPLC
Branco
Calibrador
0,1mg/mL
Calibrador
0,5mg/mL
Calibrador
1mg/mL Amostra 1 Amostra 2
Área 1 1710106
1952249
2816882
4930664
4815609
2640195
Área 2 1803443
2220124
3913191
5788322
5479781
3113220
Área 3 1936226
2222734
3870111
5699035
5339123
3218463
Média 1816592
2131702
3533395
5472674
5211504
2990626
Branco
315111
1716803
3656082
3394913
1174034
Desvio
padrão 113631,99 155416,6245 620891,9171 471512,3553 349994,292 308010,449
Amostra 1: Área média - branco = 3394913
y = 4x106x + 87472
x=0,827 mg/mL = 827mg/L de urina
1000 mL de urina - 1,6 g de creatinina
827 mg - 1,6 g creatinina
x - 1g creatinina
y = 4x106x - 87472 R² = 0,9992
0
500000
1000000
1500000
2000000
2500000
3000000
3500000
4000000
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Áre
a
Concentração (mg/mL)
Curva Analítica
x = 516,88 mg/g de creatinina
Resultado: 0,517 g/g de creatinina
Amostra 2: Área média - branco = 1174034
y = 4x106x + 87472
x=0,272 mg/mL = 272 mg/L de urina
1000 mL de urina: 1,6 g de creatinina
272 mg - 1,6 g creatinina
x -1g creatinina
x = 170 mg/g de creatinina
Resultado: 0,17 g/g de creatinina
VR= 1,5 g de ácido hipúrico/g de creatinina
IBMP= 2,5 g de ácido hipúrico/g de creatinina
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:
Ambas as amostras encontram-se abaixo dos valores de referência e do IBMP,
estando, portanto, dentro dos parâmetros aceitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MOREAU, R. L. M.; SIQUEIRA, M. E. P. B. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.