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RELATÓRIO DE VIAGEM Dias 10 e 11 de setembro de 2015 Piracacicaba e Paulínia - SP Objetivo: Visitar os municípios paulistas de Piracicaba e Paulínia para conhecer suas soluções ambientais em limpeza pública, coleta, tratamento e destino final de resíduos sólidos. Período: 10 e 11 de setembro de 2015 Local: Municípios de Piracicaba e Paulínia, no estado de São Paulo Vereadores: Francisco Gomes dos Santos (Chico Caiana), Luis Steinle de Araújo (Luizinho Gari) e Jones Darc de Jesus (Negrão Sorriso) A viagem teve como objetivo conhecer as soluções ambientais adotadas nos municípios paulistas de Piracicaba e Paulínia na limpeza pública, coleta, tratamento e destinação final do lixo. A viagem começou no dia 10 de setembro de 2015, às 6 horas, no Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, com chegada às 7 horas no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Em seguida foi realizado deslocamento até o município de Piracicaba. Em Piracicaba, visitamos ruas e avenidas, conhecendo o trabalho de varrição e os sistema de lixeiras e coleta. Em seguida fomos à Prefeitura Municipal onde fomos recebidos pelo secretário de Obras, engenheiro Arthur Ribeiro Neto e equipe da Secretaria de Meio Ambiente. Da Prefeitura seguimos para o Ecoparque, onde está localizada a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) da Ambiental Piracicaba, empresa que participa de Parceria Público Privada (PPP) firmada com o município para a gestão sustável de resíduos sólidos. A Ambiental Piracicaba S.A. e a Prefeitura, com a PPP, passaram a cumprir o que determina a Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos que, entre outras propostas, determina: Que os municípios tenham seu aterro sanitário até 2014; a 1

RELATÓRIO DE VIAGEM - cmm.pr.gov.br · 168,00 por tonelada, em contrato com a Estre (que representa o interesse do Município de Paulínia). Os cooperados têm um plano de carreira

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RELATÓRIO DE VIAGEM Dias 10 e 11 de setembro de 2015

Piracacicaba e Paulínia - SP

Objetivo: Visitar os municípios paulistas de Piracicaba e Paulínia para

conhecer suas soluções ambientais em limpeza pública, coleta, tratamento e

destino final de resíduos sólidos.

Período: 10 e 11 de setembro de 2015

Local: Municípios de Piracicaba e Paulínia, no estado de São Paulo

Vereadores: Francisco Gomes dos Santos (Chico Caiana), Luis Steinle de

Araújo (Luizinho Gari) e Jones Darc de Jesus (Negrão Sorriso)

A viagem teve como objetivo conhecer as soluções ambientais adotadas

nos municípios paulistas de Piracicaba e Paulínia na limpeza pública, coleta,

tratamento e destinação final do lixo.

A viagem começou no dia 10 de setembro de 2015, às 6 horas, no

Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, com chegada às 7 horas no Aeroporto

de Viracopos, em Campinas. Em seguida foi realizado deslocamento até o

município de Piracicaba.

Em Piracicaba, visitamos ruas e avenidas, conhecendo o trabalho de

varrição e os sistema de lixeiras e coleta.

Em seguida fomos à Prefeitura Municipal onde fomos recebidos pelo

secretário de Obras, engenheiro Arthur Ribeiro Neto e equipe da Secretaria de

Meio Ambiente. Da Prefeitura seguimos para o Ecoparque, onde está

localizada a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) da Ambiental

Piracicaba, empresa que participa de Parceria Público Privada (PPP) firmada

com o município para a gestão sustável de resíduos sólidos.

A Ambiental Piracicaba S.A. e a Prefeitura, com a PPP, passaram a

cumprir o que determina a Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, que

criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos que, entre outras propostas,

determina: Que os municípios tenham seu aterro sanitário até 2014; a

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obrigatoriedade de implantação de Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR);

a recuperação dos aterros sanitários anteriores; instalação de centrais de

triagem e implantação de coleta seletiva.

A Ambiental Piracicaba S.A, criada pelo grupo Enob, vencedor da

licitação, iniciou um investimento de R$ 250 milhões em obras, instalações e

aquisição de equipamentos para o funcionamento da CTR e do Ecoparque,

incluindo: 14 novos caminhões compactadores; equipes para realização de

coleta seletiva; carros elétricos para coleta seletiva na área central; varredeiras

mecanizadas; carros compactadores pequenos; caçambas pequenas e médias;

Central de Tratamento de Resíduos (CTR); Central de Triagem de material

reciclável; novo aterro sanitário e instalações operacionais.

Ao longo de 20 anos está prevista para a empresa vencedora uma

contrapartida mensal calculada hoje em aproximadamente R$ 5 milhões

mensais para executar todos os serviços previstos.

Além de referência hoje, no país, Piracicaba é um município muito

semelhante a Maringá, com população de cerca de 370 mil habitantes e uma

coleta diária de cerca de 400 toneladas de lixo.

A tecnologia, o sistema e os processos adotados foram desenvolvidos

pela Universidade Técnica de Braunschweig, um dos centros tecnológicos de

renome na Alemanha.

O projeto está fundamentado na associação entre a perspectiva

econômico-financeira, a rentabilidade do investimento, a eficiência na

promoção da qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente.

Nessa linha, a implantação do parque tecnológico (Ecoparque), onde

está localizada a CTR, não está voltada apenas para a realização de atividades

produtivas, mas principalmente para garantir projetos permanentes de

conscientização e educação, voltados ao resgate da cidadania, boas práticas

ambientais e ao desenvolvimento sustentável.

Esse conceito múltiplo, de operações com inovação e desenvolvimento

de tecnologias, fez com que o Ecoparque fosse criado com auditório,

escritórios, oficinas educativas, laboratório, centro de capacitação e pesquisa e,

ainda, com atividades tecnológicas buscando a maior eficiência possível e a

incorporação de subprodutos da cadeia econômica, com: triagem de

recicláveis, fermentação, compostagem e secagem de resíduos.

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A energia renovável produzida com o tratamento, na forma de biogás,

será empregada no próprio empreendimento.

Segundo os técnicos e diretores da Ambiental Piracicaba o conceito

tecnológico desenvolvido para a unidade de tratamento mecânico-biológico

atende aos requisitos técnicos para valorização dos resíduos sólidos urbanos,

garantindo padrões de sustentabilidade na conservação dos recursos naturais,

proteção ambiental e proteção do clima.

A reunião e a visita a todo o Ecoparque teve o acompanhamento de

Carlos Cesar Ambrosano, diretor dor Departamento de Controle Ambiental

(representante da Prefeitura na Ambiental Piracicaba S.A.); Andrea Perruchod,

diretor de Tecnologia (representante da Enob Engenharia Ambiental na PPP);

engenheiro ambiental Claudionor Lira, gerente Operacional; engenheira

ambiental Mayra Ferrari, gerente de Usina; Izidoro Camolese Filho, da

Secretaria de Governo da Prefeitura do Município de Piracicaba.

Do Ecoparque seguimos para a cidade de Paulínia. Às 15h30 fomos

recebidos pelo gestor de Saneamento Denis Roberto do Rego, que nos

apresentou o sistema de lixeiras subterrâneas.

As lixeiras, instaladas em Paulínia, são construídas nas calçadas. Elas

têm os dutos por onde o lixo é jogado. A armazenagem fica no subsolo.

Cada lixeira do tipo padrão comporta até três metros cúbicos de lixo, o

equivalente a três mil litros.

Com os dispositivos dos dutos o lixo armazenado não pode ter contato

exterior. Ele é coletado por um caminhão comum, adaptado para esse tipo de

coleta, com um braço mecânico (grua hidráulica colocada no caminhão) que

faz todo o serviço, sob operação dos garis.

A coleta demora apenas 3 minutos.

Após a coleta o container é recolocado no subsolo e a lixeira é fechada.

O custo estimado de cada lixeira é de R$ 25 mil.

Na manhã do dia 11 fomos ver o funcionamento da Cooperativa de

Reciclagem do Brasil Cooperlínia.

Fomos recebidos no local pela diretora Operacional Jesiane Lopes, pelo

técnico Ambiental Vitor Vansan e pelo presidente José Carlos da Silva.

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A unidade é nova. Está em fase de transferência de local, em fase de

organização e implantação no novo local.

No dia da visita, em função de um forte temporal ocorrido nas duas

cidades dois dias antes, as unidades estavam enfrentando problemas de

fornecimento de energia elétrica, mas mesmo assim operando.

A Cooperlínia é a única cooperativa do gênero, no Brasil, a ter

certificação ISO 14001.

Ela funciona com os seus cooperados e tem convênios com o município,

através da empresa concessionária dos serviços de gestão de resíduos sólidos

(Estre Ambiental).

A Cooperlínia faz a triagem de resíduos recicláveis.

Do começo, fazendo triagem de 10 itens, até hoje, quando são

separados 70 tipos de recicláveis, a caminhada foi grande.

Hoje a cooperativa recebe 200 toneladas por mês. Eles recebem R$

168,00 por tonelada, em contrato com a Estre (que representa o interesse do

Município de Paulínia).

Os cooperados têm um plano de carreira. Um separador pode chegar a

diretor da cooperativa, como é o caso da diretora Operacional que nos recebeu

e atendeu, Jesiane Lopes.

O cooperado Vitor Vansan, por exemplo, começou como estagiário, em

2011, tornou-se cooperador e passou a exercer o cargo de técnico Ambiental.

Hoje ele cursa engenharia ambiental.

Um separador recebe, em média, R$ 2.000,00 mensais, com

alimentação e plano de saúde.

A Cooperlínia é uma cooperativa que nasceu do ideal de realizar a

triagem de resíduos recicláveis oferecendo oportunidades e inclusão,

profissionalizando o processo. Hoje ela é uma referência na área, levando sua

tecnologia a muitos municípios brasileiros e até no exterior.

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CONCLUSÕES

A viagem foi muito importante para conhecer, nos diversos locais, como

está sendo feita a gestão do lixo, como está sendo atendida legislação nacional

e local relacionada ao gerenciamento dos resíduos sólidos.

As informações que recolhemos, as explicações técnicas, nos locais,

que só podem ser fornecidas pessoalmente e que só se confirmam com a

presença em cada ponto dos processos, são relevantes e vamos passa-las

para todos os vereadores, para o Poder Executivo e também para a

comunidade, através de reuniões e da imprensa.

Sabemos que existem outras formas de gerenciamento de resíduos

sólidos, mas sem dúvida temos a convicção de os exemplos que

testemunhamos estão dando certo e representam hoje uma referência no país.

Percebemos que o planejamento e as operações de gestão de resíduos

sólidos são dinâmicos e desafiadores. Exigem correções de rumo, pesquisa

permanente, inovações, dedicação e recursos, sem o que os processos não

conseguem ser realizados na sua totalidade.

Não adianta, pelo que comprovamos, criar uma ou outra operação se

não estiver integrada em um sistema completo, planejado, com tecnologias

definidas e operações integradas, gerenciadas por pessoal especializado.

O gerenciamento de resíduos sólidos exige recursos, altos

investimentos, exige profissionalismo e, acima de tudo, vontade política para

ser resolvido.

A legislação é ampla e rigorosa. A Lei Federal 12.305 de 2 de agosto de

2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, precisa ser

cumprida com a maior brevidade possível em Maringá.

A Câmara Municipal está atenta e atuante. Podemos afirmar que a

intenção é sugerir e aprovar o que for melhor para Maringá.

Esse problema não será resolvido com teorias ou discursos. Será

necessária decisão, vontade política, firmeza e determinação. Mesmo depois

de escolhido o caminho, os entraves e dificuldades serão muitos.

Temos que começar já a abrir o caminho para enfrentar esse problema.

Cada dia perdido é um prejuízo para o Município e para a nossa

população, de forma muito especial para as gerações futuras.

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A viagem a Piracicaba e Paulínia foi importante e positiva. Em alguns

aspectos também foi surpreendente. As informações e também as imagens

que anexamos serão muito úteis no debate para as soluções que buscamos

para Maringá.

Maringá, 15 de setembro de 2015

FRANCISCO GOMES DOS SANTOS

Vereador Chico Caiana

JONES DARC DE JESUS Vereador Negrão Sorriso

LUIS STEINLE DE ARAÚJO Vereador Luizinho Gari

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Viagem a Piracicaba e Paulínia ‐ SP

Dias 10 e 11 de setembro de 2015Vereadores:

Chico Caiana, Jones Dark e Luizinho GariFotos

Piracicaba

Piracicaba

Piracicaba

Chico Caiana, Jones Dark, Arthur Ribeiro Neto e Luizinho Gari 

Piracicaba

Piracicaba

Piracicaba

Piracicaba

Paulínia

Paulínia

Paulínia

Paulínia

Paulínia

Luizinho Gari, Reginal e João Batista

Jesiane Lopes, Luizinho Gari, Jones Dark e Chico Caiana

Paulínia

Paulínia

Josiane Lopes, diretora Operacional da Cooperlínia

Vitor Vansan, técnico Ambiental

Jones Dark, Luizinho Gari, Alício Caliari e Chico Caina

Paulínia

Paulínia

Paulínia