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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009 BANCO ESPÍRITO SANTO DE I NVESTIMENTO, S.A. Edifício Quartzo - Rua Alexandre Herculano nº 38 - 1269-161 Lisboa – Portugal Capital Social: 180.000.000 euros Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e Pessoa Colectiva nº 501 385 932

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RELATÓRIO E CONTAS

1º SEMESTRE DE 2009

BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

Edifício Quartzo - Rua Alexandre Herculano nº 38 - 1269-161 Lisboa – Portugal

Capital Social: 180.000.000 euros

Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e Pessoa Colectiva nº 501 385 932

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 1 -

ÍNDICE

RELATÓRIO DE GESTÃO

Aspectos Mais Relevantes da Actividade e Perspectivas 3

Órgãos Sociais e Comissão Executiva 4

O Novo Modelo de Organização e Gestão 6

Principais Indicadores Financeiros 7

01. AMBIENTE MACROECONÓMICO 8

Situação Económica Internacional 8

Situação Económica em Portugal 10

Situação Económica em Espanha 11

Situação Económica na Polónia 12

Situação Económica nos Estados Unidos 13

Situação Económica no Brasil 14

Situação Económica em Angola 16

02. ACTIVIDADE E RESULTADOS 17

Estrutura do Negócio de Banca de Investimento 17

Clientes – Originação 18

Clientes Particulares 19

Mercado de Capitais – Renda Variável 20

Mercado de Capitais – Renda Fixa 25

Serviços Financeiros 30

Assessoria Financeira a Médias Empresas 32

Project Finance e Securitização 33

Acquisition Finance 38

Private Equity 40

03. RECURSOS HUMANOS 42

Declaração de Conformidade 44

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS INTERCALARES E NOTAS ÀS CONTAS

• Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares 47

• Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares 52

� Relatório de Revisão Limitada elaborado por Auditor Registado na CMVM 107

ANEXOS

Participações Accionistas e Obrigacionistas dos Membros de Órgãos de Administração e Fiscalização 110

Participações de Accionistas 112

Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS)

relativas à Transparência da Informação e à Valorização dos Activos 113

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 2 -

RELATÓRIO DE GESTÃO

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 3 -

Aspectos Mais Relevantes da Actividade e Perspectivas

A actividade do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (“Espírito Santo Investment” ou “Banco”) no primeiro semestre de 2009 decorreu numa conjuntura económica extremamente desfavorável, com a entrada em recessão das principais economias mundiais e a forte volatilidade dos mercados financeiros. Apesar de no segundo trimestre se ter assistido a uma importante recuperação dos mercados, que antecipam uma melhoria, ainda que lenta, das condições económicas, subsiste uma grande incerteza quanto à duração desta crise que tem vindo a condicionar a actividade dos agentes económicos.

Não obstante este contexto, o Espírito Santo Investment registou no primeiro semestre um crescimento do Produto Bancário Comercial Consolidado de 29% face ao período homólogo do ano anterior, o que reflecte a dinâmica de crescimento que as actividades de clientes continuam a apresentar, e atingiu o valor mais elevado de sempre para um período homólogo. O Produto Bancário Consolidado Total, que ascendeu a EUR 105,6 milhões no final do primeiro semestre de 2009, apresentou uma queda de 6% face a igual período do ano anterior, reflectindo um menor nível de resultados de mercado.

Destaca-se pela positiva a actividade no mercado internacional que recuperou de forma significativa durante o segundo trimestre, representando 55% do Produto Bancário Consolidado Total do Banco no final do primeiro semestre de 2009.

O desenvolvimento da estratégia de crescimento do Banco durante o primeiro semestre de 2009 traduziu-se nas seguintes iniciativas:

• A 15 de Janeiro, o Espírito Santo Investment aumentou a sua participação no capital da Concórdia Espírito Santo Investment de 85,4177% para 100%. Posteriormente, a empresa alterou a sua denominação para

Espírito Santo Investment Sp, z.o.o..

• O Espírito Santo Investment iniciou as actividades na sua Sucursal em Nova Iorque, cujo processo de aprovação regulamentar foi concluído em 31 de Dezembro de 2008.

Durante o período em análise, o Banco foi distinguido com os prémios de “Best Investment Bank in Portugal” em 2009, atribuído pela revista World Finance, e “Best M&A Bank in Portugal“ em 2009, atribuído pela revista Euromoney (já no início de Julho).

Em 29 de Junho de 2009, o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. realizou um aumento de capital, através da entrada em dinheiro de EUR 110 milhões, integralmente subscrito pelo Banco Espírito Santo. O aumento de capital tem como objectivo o reforço dos meios financeiros do Banco para fazer face ao crescimento das suas actividades domésticas e internacionais.

Os sinais de recuperação que se vão fazendo sentir são ainda ténues mas têm conduzido a uma melhoria generalizada no sentimento nos mercados. No entanto, a expectativa é de que esta recuperação venha a ser difícil e mais demorada que o inicialmente previsto, o que continuará a exigir uma gestão cuidada dos recursos e um empenho acrescido na prossecução dos objectivos definidos.

No segundo semestre de 2009, o Espírito Santo Investment dará continuidade aos projectos que se encontram em curso, com o objectivo de aumentar as bases de crescimento e o grau de diversificação da sua actividade, estratégia essa que se tem revelado apropriada na resposta às actuais dificuldades. Nesse contexto pretende o Banco reforçar a sua presença no mercado angolano através da constituição de um Banco de Investimento de direito angolano, projecto que se encontra pendente da autorização das Autoridades de Supervisão de Portugal e de Angola, e de uma corretora. Em simultâneo continuarão a ser analisadas eventuais oportunidades de crescimento que se enquadrem na estratégia de expansão internacional do Banco, que visa o crescimento selectivo para novos mercados, em particular no triângulo do Atlântico Sul (Península Ibérica, América Latina e África), e o estabelecimento de plataformas de actuação nos principais mercados financeiros mundiais.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 4 -

Órgãos Sociais e Comissão Executiva

Na Assembleia Geral Universal, realizada a 16 de Março de 2009, foram eleitos os seguintes elementos para os

Órgãos Sociais do Banco no quadriénio 2009 a 2012:

Mesa da Assembleia Geral

Presidente Filinto Elísio Monteiro Gomes

Secretário

José Miguel Alecrim Duarte

Conselho de Administração

Presidente

Ricardo Espírito Santo Silva Salgado

Vice-Presidentes

José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi Francisco Ravara Cary

Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde

Miguel António Igrejas Horta e Costa Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

Vogais

Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires António Espírito Santo Silva Salgado

Bernard Marcel Fernand Basecqz Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia

Christian Georges Jacques Minzolini

Diogo Luís Ramos de Abreu Duarte José Borges Coutinho Espírito Santo Silva

Félix Aguirre Cabanyes Frederico dos Reis de Arrochela Alegria

João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha

José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva

Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz

Moses Dodo Nigel Keith Purse

Paulo José Lameiras Martins

Philippe Gilles Fernand Guiral Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 5 -

Conselho Fiscal

Membros Efectivos

José Manuel Macedo Pereira (Presidente)

Tito Manuel das Neves Magalhães Basto Mário Paulo Bettencourt de Oliveira

Membro Suplente Nuno Espírito Santo Leite de Faria

Revisor Oficial de Contas

Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de

Contas, representada pelo Dr. José Maria Rego Ribeiro da Cunha

Comissão Executiva

O Conselho de Administração nomeou os seguintes Administradores para Membros da Comissão Executiva:

Presidente José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi

Francisco Ravara Cary

Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde

Miguel António Igrejas Horta e Costa Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

Christian Georges Jacques Minzolini

Diogo Luís Ramos de Abreu Félix Aguirre Cabanyes

Frederico dos Reis de Arrochela Alegria

Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz Moses Dodo

Nigel Keith Purse

Paulo José Lameiras Martins

Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 6 -

O Novo Modelo de Organização e Gestão

A evolução da actividade do Banco Espírito Santo de Investimento no médio e longo prazo deverá ser marcada pela

intensificação da internacionalização das suas áreas de negócio e traduzir-se-á numa crescente complexidade

organizacional.

O Banco considerou, assim, oportuno alterar o seu Modelo de Organização e Gestão, de forma a descentralizar,

responsabilizar e agilizar a capacidade de decisão de cada uma das suas unidades operativas.

O Novo Modelo de Organização e Gestão assenta nos seguintes princípios base:

• Simplificação e transversalidade da estrutura de gestão de topo, composta por Senior Managing Directors

eleitos pelos seus pares;

• Participação alargada na Governance do Banco;

• Reforço do Compromisso de Serviço ao Cliente;

• Uma estrutura de negócio ainda mais colaborativa, privilegiando-se o trabalho em equipa e mantendo uma estreita colaboração com as estruturas do Banco Espírito Santo;

• Reforço das Funções de Risco e Controlo;

• Reforço do peso dado à política de Recursos Humanos.

A implementação do Novo Modelo continuou o seu curso tendo-se procedido à eleição dos novos Senior Managing

Directors pelos Membros da Comissão Executiva e Directores Centrais com assento na Comissão Executiva.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 7 -

Principais Indicadores Financeiros

EUR milha res

Demonstração de Resultados Consolidada Jun/09 Jun/08

Produto Bancário Consolidado 105,552 112,270

Comissões 53,925 51,363

Margem Financeira e Mercados 51,627 60,907

Total de Custos Operacionais ( 49,092) ( 45,333)

Custos com Pessoal ( 32,212) ( 29,721)

Fornecimentos e Serviços Externos ( 15,469) ( 14,445)

Amortizações ( 1,411) ( 1,167)

Resultado Operacional 56,460 66,937

Provisões ( 22,955) ( 6,624)

Interesses Minoritários e Outros ( 3,490) ( 3,149)

Resultados antes de Impostos 30,015 57,164

Impostos ( 7,545) ( 22,099)

Resultado Líquido Consolidado 22,470 35,065

EUR milha res

Balanço Consolidado Jun/09 2008Activo

Activos financeiros detidos para negociação 1,348,601 1,213,954

- Títulos 699,442 632,295

Activos financeiros disponíveis para venda 548,021 475,287

Aplicações em Instituições de Crédito 613,774 914,633

Crédito a clientes 1,795,106 1,724,128

Outros Activos 1,006,441 1,003,751

Total do Activo 5,311,943 5,331,753

Capitais Próprios e Passivo

Capital Social 180,000 70,000

Capital Próprio 479,439 302,725

Passivos f inanceiros detidos para negociação 541,443 711,035

Recursos de outras Instituições de Crédito 1,492,442 1,177,679

Recursos de clientes e outros empréstimos 705,903 1,111,755

Responsabilidades representadas por títulos 1,544,494 1,343,244

Outros passivos 548,222 685,315

Total dos Capitais Próprios e do Passivo 5,311,943 5,331,753

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 8 -

01. AMBIENTE MACROECONÓMICO

Situação Económica Internacional

Os primeiros meses de 2009 ficaram marcados por uma forte queda da actividade real nas economias dos Estados Unidos e da Zona Euro, prolongando a tendência observada no final de 2008. Esta evolução resultou de uma contracção significativa da procura global, ainda em consequência do agravamento da crise financeira no trimestre anterior, e traduziu-se numa quebra dos fluxos de comércio internacional e num forte recuo da actividade industrial.

Não obstante a evolução desfavorável da actividade real, o final do 1º trimestre trouxe uma melhoria do sentimento

nos mercados financeiros, incluindo uma recuperação significativa das emissões no mercado de crédito. A melhoria

do sentimento resultou, sobretudo, da adopção de novas medidas de estabilização financeira e de estímulo à

actividade económica, quer ao nível da política monetária, quer ao nível da política orçamental, as quais

contribuíram para uma redução dos riscos sistémicos e para uma expectativa acrescida de recuperação da

actividade a partir da segunda metade do ano.

Volume de Comércio Mundial de Mercadorias (t.v.h.) Produção Industrial na Zona Euro (t.v.h.)

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008

%

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Fonte: Bloomberg

Neste sentido, o 2º trimestre de 2009 ficou marcado por sinais de estabilização da actividade e por uma recuperação

do sentimento dos investidores. Num contexto de maior propensão ao risco, a liquidez voltou a ser canalizada para

os mercados accionistas, de crédito e de matérias-primas, o que resultou numa valorização destes activos, em

particular até ao início de Junho.

Spreads de Crédito (5 anos), Cash vs CDS (bps) Yields dos T ítulos de Dívida Pública a 10 anos EUA e Zona Euro

Pontos Base

050

100150200250300350400450500

J-07 M-07 S-07 J-08 M-08 S-08 J-09 M-09

iTraxx

iBoxx EUR Corporate

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5

5.0

5.5

J-07 A-07 J-07 O-07 J-08 A-08 J-08 O-08 J-09 A-09 J-09

%

EUA

ZonaEuro

Fonte: Bloomberg

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 9 -

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500 ganharam 11%, 20,1% e 15,2%, respectivamente,

no conjunto do 2º trimestre (embora mantendo fortes quedas em termos homólogos). Na Zona Euro, os índices

DAX, CAC40 e IBEX valorizaram-se, respectivamente, 17,1%, 11,9% e 25,2% no mesmo período. O preço do

petróleo (Brent) subiu cerca de 43% neste trimestre, para USD 68/barril (cerca de 64% desde o início do ano). E, embora mantendo-se em níveis elevados, os spreads de crédito observaram uma tendência de estreitamento

(queda de 98 pontos base no índice iTraxx Financials, relativo aos spreads dos Credit Default Swaps, desde o

máximo de 206 pontos base observado no início de Março, até final de Junho). O movimento de afastamento face a activos de refúgio reflectiu-se numa subida das yields dos títulos da dívida pública a 10 anos nos primeiros 6 meses

do ano (de 2,21% para 3,53% nos Treasuries e de 2,95% para 3,38% nos Bunds) e, ainda, numa depreciação do

dólar (embora no conjunto do 1º semestre o euro se tenha valorizado apenas 0,7% face à divisa norte-americana, a

apreciação no 2º trimestre foi de 6,2%, para EUR/USD 1.405).

Preço do Brent – USD/Barril vs. EUR/Barril

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

USD/EUR

USD

EUR

Fonte: Bloomberg

Não obstante estes sinais, os Estados Unidos e a Zona Euro terão registado ainda crescimentos do PIB negativos

no 2º trimestre, embora com menor intensidade do que nos dois trimestres anteriores. Alguma incerteza em relação

à sustentação da retoma traduziu-se, já no mês de Junho, numa moderação do optimismo dos investidores, expressa num recuo dos principais índices accionistas e num ligeiro alargamento dos spreads de crédito. A China e

o Brasil mostraram sinais mais visíveis de recuperação no 2º trimestre, em particular ao nível da procura interna,

exibindo já crescimentos do PIB positivos e em ligeira aceleração. O maior optimismo em relação a estas economias

ficou expresso nas valorizações trimestrais de 24,7% e 25,75% nos índices accionistas Shanghai Composite e Bovespa, respectivamente.

A inflação homóloga terminou o semestre com registos negativos nas principais áreas económicas. Esta evolução

ficou a dever-se, por um lado, a efeitos estatísticos de base, associados à forte subida do preços da energia e dos

alimentos na primeira metade de 2008, mas pode ser também associada à conjuntura recessiva vivida na economia

global no início de 2009, a qual resultou num aumento da capacidade produtiva excedente.

Neste contexto, o BCE reduziu a principal taxa de juro de referência num montante acumulado de 150 pontos base,

para 1%, no conjunto do 1º semestre e aprofundou as injecções de liquidez no mercado monetário. Neste contexto,

a taxa Euribor a 3 meses caiu de 2,89% para 1,09% no mesmo período.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 10 -

Zona Euro – Taxa de inflação (t.v.h.) e expectativas de inflação

Euribor vs. Taxa Refi

-15

-10-5

05

1015

2025

3035

40

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Índice(Pontos)

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5

%

Taxa deInflação

Expectativasde Inflação

0.5

1.5

2.5

3.5

4.5

5.5

J-07 A-07 J-07 O-07 J-08 A-08 J-08 O-08 J-09 A-09 J-09

%

Taxa Refi

Euribor - 1M

Euribor - 3M

Euribor - 6M

2007 2008 2009

Fonte: CE, Bloomberg

Situação Económica em Portugal

Em linha com outras economias da Zona Euro, Portugal registou uma queda da actividade no 1º semestre de 2009.

Nos primeiros três meses do ano, o PIB caiu 3,7% em termos homólogos e 1,6% em termos trimestrais. Embora sem uma exposição relevante ao crédito subprime e sem que o crescimento recente tenha sido baseado em

construção ou consumo, a economia portuguesa sofreu os efeitos da crise internacional através da contracção da procura externa e através de uma maior restritividade das condições de financiamento.

No 1º trimestre, as exportações caíram 20,8% em termos homólogos, aprofundando a queda observada no final de

2008. No entanto, o recuo de 20,4% nas importações resultou num contributo positivo da procura externa líquida

para o crescimento, em 2 pontos percentuais. Assim, o contributo mais negativo para o crescimento veio da procura

interna (-5,6 pontos percentuais) sobretudo em função da queda homóloga de 19,8% na formação bruta de capital.

O consumo privado registou também uma variação negativa face ao 1º trimestre de 2008 (-1,8%). Em termos

trimestrais, a queda foi de 2%.

O PIB terá registado uma nova queda no 2º trimestre de 2009, embora menos pronunciada que nos primeiros três

meses do ano. As exportações e o investimento ter-se-ão mantido como os principais factores negativos a pesar no PIB. A generalidade dos indicadores sugere uma estabilização da actividade, tendo o Indicador de Sentimento

Económico terminado o 1º semestre em recuperação, com dois meses consecutivos de subida (este indicador

atingiu um máximo do ano em Junho (71,4), mantendo-se contudo longe da média de longo prazo (100).

Portugal – PIB (t.v.h.) Indicador de Sentimento Económico

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Q-o-Q

Y-o-Y

60

70

80

90

100

110

120

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Indí

ce

(Pon

tos

)

Fonte: CE, INE.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 11 -

O recuo no ambiente global de aversão ao risco traduziu-se numa ligeira melhoria das condições financeiras enfrentadas pela economia portuguesa. O índice PSI20 valorizou-se 12,1% no conjunto do 1º semestre (sobretudo em função da subida de 15,2% no 2º trimestre). O spread face à yield dos títulos da dívida pública alemã desceu de

um máximo do ano de 176 pontos base (em meados de Março) para 101 pontos base no final do semestre, tendo sido igualmente visível um estreitamento dos spreads de crédito no sector privado (embora estes se tenham mantido em níveis elevados quando comparados com os valores do início da crise).

Spread face à yield dos títulos de dívida pública alemã a 10 anos

0

50

100

150

200

250

300

25-Out-07 25-Fev-08 25-Jun-08 25-Out-08 25-Fev-09 25-Jun-09

Pon

tos

Ba

se

Grécia

Irlanda

Portugal

Espanha77

109

225

171

116

Itália

Fonte: Bloomberg

No 1º semestre de 2009 prosseguiu a tendência de desaceleração do crédito ao sector privado não financeiro (para

valores em torno de 4% homólogos), particularmente visível nos empréstimos às famílias. A redução das taxas de juro e a contracção da despesa traduziram-se numa subida da poupança privada e num estreitamento do gap entre

poupança e investimento. Neste contexto, prolongou-se também a tendência de redução das necessidades de

financiamento externo líquidas da economia portuguesa (para um valor estimado em torno de 7,5% do PIB, o que

compara com 10,5% no conjunto de 2008).

Continuaram a ser visíveis, no 1º semestre de 2009, diversos sinais importantes de adaptação ao novo contexto

económico global, sobretudo através da expansão do mercado relevante para a economia portuguesa. Em

particular, refira-se o forte crescimento das exportações portuguesas de mercadorias para África (17,8%) e,

especificamente, para Angola (26,5%), já com pesos de 12,1% e 8%, respectivamente, no total das exportações

portuguesas de mercadorias.

Situação Económica em Espanha

Depois de uma contracção relativamente moderada da actividade no último trimestre de 2008, a recessão agudizou-

se no 1º trimestre de 2009, tendo o PIB registado uma queda de 1,9% face ao trimestre anterior (-3% em termos

homólogos). A produção do sector industrial sofreu uma acentuada contracção e a construção residencial

prosseguiu o seu rápido ajustamento à situação de excesso de oferta, acompanhado por uma descida dos preços

do imobiliário de 8,3% em termos homólogos.

No conjunto do ano de 2009, o PIB poderá registar uma contracção de cerca de 3%, em função de uma quebra

acentuada do consumo privado e do investimento. A contracção do consumo privado prende-se com os receios quanto à evolução do mercado de trabalho, que conduzem a um incremento da poupança, a efeitos de riqueza

negativos e ao abrandamento do rendimento disponível das famílias. Acresce que o acesso ao crédito tem sido

igualmente dificultado, não só pelo agravamento dos rácios de endividamento, como também pela maior

restritividade por parte das instituições de crédito. No plano das contas externas, tanto as exportações como as

importações têm registado quedas acentuadas, no entanto, a contribuição das exportações líquidas para o

crescimento deverá permanecer positiva.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 12 -

Espanha – Contribuições da procura interna e externa para o crescimento do PIB

% pontos

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Procura Interna

ProcuraExterna

Fonte: INE (Espanha)

No mercado de trabalho, manteve-se a trajectória de deterioração, com a taxa de desemprego a exceder 17% da

população activa no final do 1º trimestre, sendo o incremento do desemprego mais marcado no sector da

construção.

No que respeita aos preços, a taxa de inflação homóloga regista, desde Março, valores negativos, reflectindo

sobretudo a descida dos preços do petróleo face ao mesmo período do ano anterior, enquanto a inflação subjacente ou core, que exclui os preços da energia e da alimentação não processada, se tem aproximado da média do

conjunto da Zona Euro.

Após um excedente orçamental de 2,2% em 2007, foi registado um défice das contas públicas de 3,8% do PIB em

2008, em consequência de uma acentuada queda das receitas, decorrente da deterioração das condições de

crescimento, e, simultaneamente, de um aumento das despesas públicas. Em 2009, o défice orçamental poderá vir

a ascender a cerca de 8% do PIB, devido à descida de receitas decorrente da contracção da actividade, e ao

incremento das despesas, impulsionado pelas diversas medidas discricionárias de política orçamental

implementadas, que incluem um programa de estímulo do investimento.

Situação Económica na Polónia

A economia da Polónia encontra-se entre as poucas economias europeias, sendo mesmo a única entre as

consideradas economias da Europa emergente, que evitou, até ao momento, a recessão económica. No primeiro

trimestre do ano, a actividade expandiu-se 0,8%, em termos homólogos (de 2,9% no 4º trimestre de 2008). A razão

fundamental desta resiliência prende-se com as características estruturais da economia, significativamente menos

dependente do exterior, tendo com principal motor de crescimento o dinamismo da actividade interna, suportada

pela dimensão da sua população (com 38 milhões de pessoas, a economia polaca tem a maior dimensão das novas

economias que aderiram à União Europeia).

Para além disso, a estrutura financeira da economia é significativamente menos dependente do financiamento

externo para a sustentação dos níveis do crescimento económico, comparativamente com outros países

emergentes. Esta solidez veio a ser confirmada com a aprovação pelo Fundo Monetário Internacional, no passado

mês de Maio, de uma linha de crédito extraordinária de USD 20,5 mil milhões à Polónia para fazer face à crise

global. Esta linha especial de crédito estava apenas disponível para os países considerados sólidos do ponto de

vista dos fundamentos económicos. Não obstante o bom posicionamento relativo, será difícil à economia polaca

evitar uma contracção em 2009. Na primeira metade do ano, a actividade ter-se-á expandido em torno de zero e as

estimativas para o balanço do ano apontam para uma queda do PIB em torno de 1,5%. Em comparação, esta será,

no entanto, umas das contracções menos significativas das economias europeias.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 13 -

Taxa de crescimento do PIB, (t.v.h., %)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Fonte: Bloomberg

Para mitigar os efeitos da crise económica global, e a exemplo das políticas públicas expansionistas da

generalidade dos Governos europeus, também o Governo polaco tem adoptado políticas discricionárias para ajudar

a minorar os efeitos do abrandamento da procura interna. Entre as mais importantes destaque-se o aumento do

investimento público e a baixa na taxa de imposto sobre as empresas. Deste modo espera-se que o défice público

se deteriore de -3,9% do PIB em 2008 para -6,6% em 2009. A política monetária também se assume como um

instrumento de auxílio no sentido de estabilizar a liquidez no sistema financeiro, com a principal taxa de referência a

iniciar o ano em 5%, seguindo um ciclo de cortes que a coloca em 3,5%, desde o final de Junho.

O zloty sofreu uma depreciação de 6,9% relativamente ao euro no 1º semestre de 2009 (para EUR/PLN 4.4535), em

consequência da degradação das contas públicas e da elevação dos níveis de dívida pública, área em que é exigida uma forte correcção no processo de adesão ao euro. Na segunda metade do ano, no entanto, é possível alguma

inversão desta trajectória, na medida em que o Ministro das Finanças sinalizou já que a Polónia poderá entrar no

processo no Mecanismo de Taxas de Câmbio, fase prévia à adesão à moeda única (a perspectiva de adesão tinha

contribuído para que o zloty tivesse registado um máximo histórico relativamente ao euro de EUR/PLN 3.2054 em

Julho de 2008). Acresce que a progressiva melhoria das condições de crescimento global poderá também contribuir

para uma redução dos níveis de aversão ao risco, favorecendo o investimento em activos de economias

emergentes, o que contribuiria também para uma apreciação do zloty.

Situação Económica nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a evolução da actividade mostrou-se bastante desfavorável na primeira metade do ano, à

semelhança do que ocorreu com a economia internacional. O PIB contraiu-se no 1º trimestre 5,5%, em termos

anualizados, o que adicionado ao comportamento verificado nos últimos 3 meses de 2008, conduziu à performance

económica mais negativa dos últimos cinquenta anos. Em simultâneo, manteve-se uma elevada instabilidade no

sistema financeiro, traduzida no risco de insolvência de algumas das principais instituições, na continuação das

dificuldades nos mercados monetário e de crédito e nas restrições de concessão de crédito aos agentes

económicos, facto que se foi esbatendo, no entanto, a partir de Março.

A forte queda nas exportações, com a travagem do comércio internacional, repercutiu-se no investimento das empresas, cujas despesas em equipamento e software recuaram de forma significativa, o que adicionado à elevada

correcção na vertente habitacional resultou numa queda muito expressiva do investimento privado do país (perto de

50%, no 1º trimestre). Os reflexos no mercado de trabalho foram evidentes, tendo-se perdido mais de 3 milhões de

empregos no 1º semestre, com a taxa de desemprego a agravar-se de 7,2% para 9,5% da população activa. Este

comportamento, a par da perda continuada de valor das habitações e do mercado accionista nos primeiros meses

do ano, despoletou um sentimento de precaução nas famílias, reforçando os níveis de poupança e adiando

despesas. O consumo privado, em consequência, cresceu de forma muito moderada, não obstante a descida de

impostos implementada pela Administração Obama.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 14 -

Taxa de crescimento do PIB, EUA, (t.v.h. anualizada)

-7,5

-5,5

-3,5

-1,5

0,5

2,5

4,5

6,5

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

-7,5

-5,5

-3,5

-1,5

0,5

2,5

4,5

6,5

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Fonte: Reuters EcoWin Pro

Perante este quadro, as autoridades mantiveram uma actuação muito incisiva. A Reserva Federal, após ter colocado, no final de 2008, a taxa fed funds praticamente em 0% (intervalo de variação entre 0% e 0,25%), deu

continuidade à política de facilidades de crédito (credit easing) e, posteriormente, à adopção explícita do quantitative

easing, com um programa de aquisição de títulos de dívida pública. No primeiro caso, assistiu-se, por exemplo, ao

reforço da compra de mortgage-backed securities (MBS), de USD 500 mil milhões para USD 1,25 biliões (USD 1.25

trilions), e de dívida das government-sponsored enterprises (GSE), de USD 100 mil milhões para USD 200 mil

milhões, e, no segundo caso, ao início de aquisição de títulos da dívida pública do Tesouro até um montante de USD 300 mil milhões, com o objectivo de manter as taxas de longo prazo em níveis baixos.

Pelo lado das autoridades governamentais, para além do reforço das garantias dos depósitos das famílias norte-

americanas e, implicitamente, da existência e operacionalidade das instituições financeiras, a administração do Presidente Obama, no início de mandato, desenvolveu um conjunto de acções, das quais o American Recovery and

Reinvestment Act 2009 e o Financial Stability Plan foram as vertentes mais relevantes. O primeiro, um plano de

recuperação económica, envolvendo um pacote de USD 787 mil milhões (5,5% do PIB em 2009), com uma forte

componente de redução de impostos, e, o segundo, de estabilização do sistema financeiro, visando, entre outros, a

recapitalização das instituições financeiras.

Situação Económica no Brasil

A economia brasileira passou por um teste bastante rigoroso ao longo do primeiro semestre de 2009, que pôs à

prova todas as afirmações de que os fundamentos económicos se haviam consolidado e que a economia deixara de

exibir elementos de debilidade observados em outros momentos de crise. Houve, no entanto, uma falta de confiança

generalizada quanto à capacidade de a economia brasileira resistir à crise e conseguir recolocar-se em trajectória de

retoma num curto espaço de tempo. O desempenho da primeira metade do ano parece ter, entretanto, reduzido

consideravelmente a descrença nesta possibilidade e, também, demonstrado que os fundamentos deverão levá-la a

obter êxito na superação desta conjuntura desfavorável.

De maneira semelhante ao observado em todas as economias ao redor do globo, a turbulência causada pela crise financeira nas economias mais desenvolvidas acabou por afectar o Brasil e levou a uma quebra súbita da actividade

económica entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009, consequência das dificuldades sentidas pelos particulares e pelas empresas em obter crédito junto do sistema financeiro local, já que parte do funding que

este utilizava tinha origem no exterior e não se encontrava disponível. Neste sentido, julgamos ter sido crucial a

pronta resposta da autoridade monetária brasileira, que combinou reduções drásticas da taxa de juro e alterações

nos requisitos referentes aos depósitos compulsórios a serem efectuados pelos bancos. Além disso, houve também

estímulos para que as instituições maiores absorvessem as carteiras de crédito das instituições menores, evitando

que as últimas fossem à bancarrota.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 15 -

Além de medidas monetárias, o governo brasileiro implementou também medidas fiscais bastante amplas,

concedendo alívio tributário na compra de bens de sectores importantes e, por conseguinte, ajudando-os no processo de redução de stocks. Como resultado desta combinação de medidas fiscais e monetárias, observaram-se

sinais de redução no processo de deterioração da economia já no primeiro trimestre do ano, que acabou recuando

bem menos do que a maioria dos agentes económicos imaginava. Estes sinais têm vindo a transformar-se em

evidências de retoma económica cada vez mais diversificados e numerosos, conduzindo à ideia consensual de que

se terá registado um crescimento positivo do PIB brasileiro no segundo trimestre face aos três primeiros meses do

ano, e que tal processo de recuperação se intensificará ao longo da segunda metade de 2009.

Se do ponto de vista doméstico as coisas parecem ter corrido bem – ou menos negativamente do que observado em média nos demais países – a situação dos números do sector externo brasileiro também surpreendeu positivamente

e fez com que o enfraquecimento do real observado ao longo dos últimos meses de 2008 fosse revertido em grande

parte, com a taxa de câmbio frente ao dólar a recuar para patamares próximos a USD/BRL 2.0. Além de um saldo

da balança comercial mais robusto – fruto de recuo das importações mais intenso do que registado pelas

exportações – o perfil mais pró-cíclico da conta de serviços também ajudou a fazer com que o défice corrente, que

encerrou 2008 em USD 28,3 mil milhões, entrasse em trajectória de recuperação (o défice acumulado nos últimos

12 meses encerrados em Maio foi de USD 20,7 mil milhões).

Como esperado, o menor volume de remessas de lucros e dividendos e a queda nos gastos com viagens

internacionais resultantes de um ciclo económico menos favorável, ajudaram de forma significativa a esta melhoria e

deram suporte às afirmações de que a balança de pagamentos brasileira é hoje menos susceptível a crises do que em períodos anteriores. Esta percepção tem mesmo levado os investidores estrangeiros a manterem a injecção de

recursos no país, quer sob a forma de investimento directo como sob a forma de investimento de carteira, garantindo assim o financiamento do saldo negativo da balança corrente e o rollover de compromissos externos. Tal

situação permitiu ao país, apesar das maciças intervenções no mercado cambial à vista, aumentar o volume de

reservas internacionais frente ao patamar observado antes da eclosão da crise internacional (o Brasil encerrou o

primeiro semestre de 2009 com USD 208,4 mil milhões face a USD 200,8 mil milhões em Setembro de 2008).

Brasil – Taxa de câmbio USD/BRL e CDS 5 anos

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

CD

S S

pre

ad

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

US

D/B

RLUSD/BRL

Brasil CDS5A

Fonte: Bloomberg

Em suma, as medidas encetadas pelo governo brasileiro e a consistência observada na condução da política

económica nos últimos anos foram capazes de atenuar os efeitos da turbulência internacional na economia

doméstica, reforçando a percepção de que os fundamentos brasileiros são de facto melhores do que os observados

no passado e não que o país tenha apenas aproveitado uma onda positiva da economia mundial.

Em conclusão, embora sem o cumprimento das expectativas iniciais, manteve-se a robustez dos fundamentos

económicos nesta primeira metade do ano.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 16 -

Situação Económica em Angola

A estabilidade macroeconómica, o relativo isolamento dos sistemas financeiros africanos, a reduzida dependência

de financiamento externo e uma situação favorável ao nível das reservas externas têm limitado o impacto da crise

global em Angola. Paralelamente, o Governo angolano tem vindo a desenvolver esforços no sentido de promover a

recuperação da produção nacional, a diminuição dos custos de funcionamento das actividades privadas (em

particular, uma melhoria do ambiente para o respectivo investimento) e a melhoria das condições sociais da população. Para tal, tem procedido a investimentos nas redes de distribuição da energia e da água, na melhoria das

redes de comunicação e na expansão das actividades industriais ligadas, sobretudo, à produção de bens essenciais

de consumo.

Ao longo dos primeiros meses de 2009, Angola tem registado um nível médio de produção de petróleo de 1,71

milhões de barris diários (mb/dia), que compara com o valor médio de 1,87 verificado em 2008, e situando-se acima

do referencial definido pela OPEP (1,55 mb/dia) e, inclusivamente, do nível de produção indicado inicialmente pelas

autoridades angolanas (1,656 mb/dia). Apesar da quebra de produção verificada nos primeiros cinco meses do

corrente ano, nota-se já uma recuperação face aos mínimos verificados em Fevereiro, com a produção de Maio a

apontar para um crescimento de 6,9%. No actual contexto, Angola já é o sétimo exportador de petróleo para os

Estados Unidos e o maior exportador para a China.

Embora em desaceleração, o crescimento do PIB, em 2009, deverá manter-se forte e acima da média mundial,

assente numa expectável estabilização da procura e dos preços internacionais do petróleo ao longo do segundo

semestre do ano e no aumento da contribuição dos sectores não petrolíferos (exs. construção, serviços, agricultura).

Verificou-se, desde o final de 2008, uma crescente pressão para a depreciação do Kwanza, na sequência da

intensificação da conversão de poupanças para aplicações em USD, dada uma atitude de maior precaução dos

agentes económicos face à evolução da economia internacional. Neste contexto, e após um esforço realizado

durante os primeiros três meses do ano para manter uma cotação estável em redor de USD/AOA 75, as autoridades

angolanas procederam à desvalorização do Kwanza face ao dólar norte-americano em Abril, optando assim por

deixar evoluir a cotação da moeda angolana para 78 Kwanzas por dólar, valor onde voltou a estabilizar.

A trajectória de evolução em alta do ritmo de crescimento dos preços verificada nos primeiros meses de 2009 registou uma ligeira moderação durante o mês de Maio, com a taxa de variação homóloga a recuar para 13,82%. No

entanto, apesar do ligeiro abrandamento, o desempenho da inflação em Angola desenrola-se aos níveis mais

elevados desde o início de 2006, num movimento de crescimento dos preços iniciado em Março de 2008. A classe

da alimentação e bebidas não-alcoólicas continua a ser a maior responsável por este movimento, dados os fortes

constrangimentos ao nível da capacidade logística e de distribuição, cada vez mais visíveis perante as expectativas

de forte crescimento da actividade económica de Angola. O comportamento recente da inflação continua a reforçar a

natureza prioritária dos investimentos em infra-estruturas logísticas (armazenamento, transporte e distribuição), bem

como no aumento da capacidade produtiva interna.

Neste contexto de evolução em alta dos preços, as autoridades monetárias optaram por subir a taxa de juro de redesconto de 19,57% para 25%, o que representa uma subida de 11 pontos percentuais face ao valor mínimo atingido em 2006. Paralelamente, as autoridades monetárias aumentaram para 30% o rácio de reservas obrigatórias exigidas às instituições financeiras, o que teve impactos na redução do nível de liquidez da economia.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 17 -

02. ACTIVIDADE E RESULTADOS

Estrutura do negócio de Banca de Investimento

Enquanto unidade especializada na área da banca de investimento do Grupo Banco Espírito Santo – a segunda

maior instituição financeira privada em Portugal - o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. é um banco de

investimento com uma marcada orientação internacional, centrada no eixo geográfico composto pela Península

Ibérica e Brasil. Em complemento à sua presença nestes mercados, o Espírito Santo Investment tem vindo a apoiar

os seus clientes nos respectivos processos de internacionalização e a explorar activamente as oportunidades de

internacionalização das suas competências técnicas e comerciais distintivas para novos mercados, nomeadamente

Reino Unido, Angola, países da Europa de Leste aderentes à União Europeia e EUA.

O Espírito Santo Investment tem como principal objectivo servir o segmento de Clientes empresariais de média e

grande dimensão, o segmento de Clientes institucionais e, em algumas vertentes mais específicas, o segmento de particulares. A base de proveitos do Banco provém das comissões auferidas nas actividades de consultoria,

corretagem e intermediação financeira e dos resultados financeiros associados às actividades de tomada de crédito

estruturado e gestão de activos e riscos.

Para a prossecução destas actividades, o Banco adoptou um modelo que assenta em equipas comerciais com forte

especialização sectorial, que desenvolvem a sua actividade de originação de negócio em estreita articulação com as

equipas de Produto, responsáveis pelo desenvolvimento e implementação das soluções e serviços que compõem a

oferta de Banca de Investimento, nas diversas Geografias onde o Banco actua.

Em Maio último, foi criada uma nova área de negócio - Assessoria em Estrutura de Capitais – especializada e

primordialmente focalizada na assessoria a empresas com uma estrutura de balanço desadequada ao seu negócio

por razões macroeconómicas ou de mercado. A Direcção de Assessoria em Estrutura de Capitais aconselha e apoia a implementação pelas empresas de soluções para a gestão da estrutura de capitais e, mais especificamente, as

soluções de gestão de passivos corporativos.

Equipas Comerciais Equipas de Produto

Gestão global da relação com o Cliente

Prospecção e originação proactiva de operações Cross Selling Wholesale com Grupo BES

Renda Variável Renda Fixa

Serviços Financeiros Médias Empresas

Assessoria em Estrutura de Capitais Project Finance e Securitização

Acquisition Finance

Private Equity

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 18 -

CLIENTES – ORIGINAÇÃO

A Direcção de Clientes tem como missão a originação proactiva de operações para todas as áreas de Produto e

alargar e fidelizar a carteira de Clientes do Banco, tendo em vista o desenvolvimento sustentado do seu fundo de

comércio e o reforço do posicionamento do Grupo Banco Espírito Santo como parceiro de negócio privilegiado dos

nossos Clientes.

No quadro da estratégia de desenvolvimento global definida, o Banco já tem equipas comerciais domiciliadas em

Lisboa, Madrid, São Paulo, Londres e Luanda. As directrizes de actuação destas equipas comerciais, que em

seguida se enunciam, visam assegurar a adequada cobertura comercial dos respectivos mercados, e a sua

actividade contribui significativamente tanto para o aprofundamento da nossa internacionalização como para a

consolidação da posição de destacada liderança que se pretende continuar a manter entre os bancos de

investimento nacionais:

i. Aprofundamento do relacionamento comercial com a base de clientes do Banco nas diversas geografias,

promovendo a oferta integrada da globalidade dos seus produtos e serviços;

ii. Abordagem proactiva a novos clientes, com base nas capacidades técnicas e relacionais distintivas e

seleccionando adequadamente os mercados, produtos e clientes-alvo com maior potencial de geração de negócio;

iii. Exploração do potencial cross border entre as diversas geografias;

iv. Em coordenação com as unidades comerciais do Banco Espírito Santo, desenvolvimento sistemático de uma abordagem wholesale para maximizar o share of wallet dos seus Clientes.

A eficácia do trabalho comercial realizado está bem espelhada nos resultados obtidos pelo Banco e constitui um

factor de confiança de que, não obstante uma adversa conjuntura económica, os ambiciosos objectivos traçados

para 2009 serão atingidos.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 19 -

CLIENTES PARTICULARES

A iniciativa de criar a Direcção de Clientes Particulares em 2007 veio estreitar ainda mais a relação entre a área de Private Banking do Banco Espírito Santo e o Espírito Santo Investment. A Direcção de Clientes Particulares tem

como principal objectivo proporcionar aos seus Clientes produtos e serviços complementares à oferta tradicional do segmento Private, tais como Gestão Discricionária, Corretagem, Créditos Estruturados, Private Equity, Carteiras de

Obrigações, Carteiras de Estruturados e Derivados e Assessoria Financeira, e a sua actividade tem-se traduzido

numa crescente ligação à Direcção de Clientes e às diversas áreas de produto do Espírito Santo Investment.

O desenvolvimento da actividade da Direcção de Clientes Particulares ao longo do primeiro semestre de 2009

caracterizou-se por uma importante dinâmica, apesar das condições de mercado adversas. Fruto da volatilidade

registada nos mercados, verificou-se um significativo crescimento da procura por soluções intermediadas como

natural protecção face aos elevados risco e incerteza que caracterizaram os primeiros seis meses do ano.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 20 -

MERCADO DE CAPITAIS – RENDA VARIÁVEL

Enquadramento de Mercado

O primeiro semestre de 2009 ficou marcado por uma forte recuperação dos mercados, que teve início em 9 de

Março (data em que a maior parte dos mercados atingiram mínimos). O aumento da confiança dos investidores

resultante dos primeiros sinais de estabilização dos mercados de trabalho e imobiliário, a melhoria do mercado de

crédito e o facto dos resultados das empresas terem excedido as expectativas, traduziram-se num maior afluxo de

capitais para o mercado accionista e na subida dos principais índices, ainda que esta subida não tenha sido

suficiente em alguns casos para anular neste semestre as perdas registadas até meados de Março.

O PSI20 e o IBEX35 estiveram entre os índices europeus com melhor performance no primeiro semestre de 2009,

com ganhos de 12% e 6%, respectivamente. É de assinalar igualmente a performance bolsista do índice Bovespa,

com uma valorização de 37% nos primeiros seis meses de 2009, um dos mercados com melhor desempenho a nível

mundial no período em análise.

Performance dos principais Índices Bolsistas no 1º semestre de 2009

Performance dos principais Índices Bolsistas de 9 de Março – 30 de Junho de 2009

-4.2%

-3.8%

-2.4%

-1.9%

0.0%

1.8%

4.1%

6.4%

12.1%

12.4%

16.4%

37.1%Bovespa

Nasdaq

Nikkei

PSI20

IBEX 35

WIG 20

S&P 500

DAX

DJ EuroStoxx 50

CAC 40

Dow Jones

FTSE 100

44.6%

43.6%

40.5%

40.1%

35.9%

32.7%

30.2%

29.0%

27.9%

24.7%

23.6%

20.0%

Nasdaq

IBEX 35

Nikkei

Bovespa

S&P 500

DJ EuroStoxx 50

DAX

Dow Jones

WIG 20

CAC 40

PSI20

FTSE 100

Fonte: Bloomberg (valorização em moeda local)

Mercado Primário – Renda Variável

Durante a primeira metade do ano registou-se um montante global de ofertas de acções e equity linked de,

aproximadamente, USD 330 mil milhões, o que representou um decréscimo de 17% face ao período homólogo do

ano anterior. Não obstante, durante o segundo trimestre registou-se quase 80% da actividade total do semestre, o

que representa uma melhoria significativa face ao trimestre anterior.

Em particular, a actividade global de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) totalizou apenas USD 13 mil milhões, o valor

semestral mais baixo registado desde o segundo semestre de 1990. Em contrapartida, assistiu-se a um significativo

incremento das operações de aumento de capital por parte das empresas, nomeadamente do sector financeiro,

tendo-se atingido o valor semestral mais elevado de sempre.

Na Europa, verificou-se uma tendência idêntica à sentida a nível global, com as operações de aumento de capital a representarem 83,4% do total de ofertas de acções e equity linked.

Já no Brasil, verificou-se a reabertura do mercado de Renda Variável através da realização de 4 ofertas de acções, com destaque para o segmento de processadoras de cartões com as ofertas da Redecard e Visanet. O montante

das ofertas realizadas no primeiro semestre de 2009 totalizou USD 5,3 mil milhões, dos quais USD 4,2 mil milhões

respeitantes à operação da Visanet.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 21 -

Em Portugal, a actividade de mercado primário de acções limitou-se a apenas duas operações de aumento de

capital de Bancos, um dos quais o do Banco Espírito Santo, S.A. (EUR 1.200 milhões), no qual o Espírito Santo Investment actuou como Joint Global Coordinator e Bookrunner.

Também em Espanha, as únicas ofertas de acções que se registaram foram aumentos de capital, não se tendo

registado qualquer IPO no decurso do primeiro semestre de 2009.

No Brasil, o Espírito Santo Investment participou da reabertura do mercado brasileiro de IPOs, actuando como Co-

Manager na emissão secundária da Visanet, o maior IPO de sempre deste mercado.

Mercado Secundário – Renda Variável

Península Ibérica

Apesar da forte recuperação dos mercados e do excelente desempenho dos índices português e espanhol no

contexto europeu, durante o primeiro semestre de 2009, os volumes de transacção mantiveram-se em níveis muito

inferiores aos verificados em igual período do ano anterior, tanto na bolsa de Lisboa como de Madrid. Em Portugal, o

volume de transacções na Bolsa de Lisboa registou uma queda de 57% no primeiro semestre de 2009 face ao

mesmo período de 2008 e em Espanha essa redução atingiu os 40%.

Em linha com a tendência do mercado, o Espírito Santo Investment registou uma quebra, embora de menor

dimensão, nos volumes intermediados a nível ibérico, cerca de 33% face ao 1º semestre de 2008. O melhor

desempenho face ao mercado traduziu-se no incremento das quotas do Banco: em Portugal reforçou a sua

liderança com uma quota de mercado de 12,8% (11,7% em 2008) e em Espanha, o Banco manteve a 5ª posição no ranking com uma quota de mercado para 6,1% (5,6% em 2008).

É de realçar que entre os 10 principais operadores da Bolsa de Madrid se incluem os principais bancos espanhóis e

alguns dos grandes bancos globais. Em Portugal, o Espírito Santo Investment tem consistentemente mantido uma

posição de destaque no Euronext Lisbon, uma Bolsa que conta com mais de 60 operadores, muitos dos quais

estrangeiros com grande projecção internacional.

O Banco continua a apostar numa estratégia que assenta em equipas ibéricas cujos elementos estão baseados em

Portugal e Espanha, de modo a possibilitar um acompanhamento mais próximo, rigoroso e com maior e melhor

informação dos dois mercados, com o objectivo de oferecer um produto de qualidade.

A aposta num serviço de qualidade adequado a cada tipo de Cliente e, sobretudo, a diversificação da base de

clientes revelaram-se particularmente importantes nesta conjuntura de mercado. Assim, o Espírito Santo Investment continua a investir na melhoria de serviço nas áreas de vendas e research, como forma de aumentar a sua base de

Clientes finais, e a intensificar a actividade comercial junto de Clientes particulares. Por último, destaque ainda para o forte desenvolvimento da actividade de DMA (Direct Market Access), a qual assume uma grande relevância na

actual conjuntura.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 22 -

Ranking Euronext Lisbon - 1º Semestre 2009 Ranking Bolsa de Madrid - 1º Semestre 2009 Ranking Broker Quota

1 Banco Espírito Santo de Investim ento 12.8%

2 Banco Millennium BCP 8.1%

3 Banco Português de Investimento 7.5%

4 Credit S. Sec. Europe LTD 6.4%

5 Caixa - Banco de Investimento 5.0%

6 Morgan Stanley 5.0%

7 UBS Limited 4.7%

8 Banco Santader de Negócios Portugal 3.8%

9 Societe Generale 3.7%

10 Goldman Sachs Intl. 3.6%

Ranking Broker Quota

1 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria 11.8%

2 Societe Generale Sucursal en España 7.9%

3 Santander Investment Bolsa SV 7.8%

4 AH Corporación Financiera SVB 7.2%

5 Banco Espírito Santo de Investim ento 6.1%

6 UBS Securities España, SV 4.1%

7 Não disponível 4.0%

8 Morgan Stanley S.V, S.A.U 4.0%

9 Merrill Lynch Capital Markets SV 3.8%

10 Deutsche Securities SVB 3.6% Fonte: Euronext Lisbon Fonte: Sociedad de Bolsa, S.A.

Brasil

O mercado brasileiro de acções, mais uma vez impulsionado por melhores perspectivas macroeconómicas,

apresentou uma valorização de 37% no 1º semestre de 2009, estabelecendo uma das melhores performances entre os mercados bolsistas internacionais.

Durante este período, observou-se uma clara tendência de recuperação dos volumes transaccionados, com um

volume total em Junho 49% acima do verificado em Janeiro, o que se deve em grande parte aos investidores

estrangeiros. O volume acumulado transaccionado no 1º semestre foi 27% inferior ao verificado no mesmo período

no ano anterior; no entanto, o mês de Junho já apresentou uma queda mais suave de 13,6%.

A BES Securities do Brasil subiu três lugares no ranking das corretoras actuantes na Bovespa, fruto da aposta numa

nova área de vendas, vocacionada para o atendimento de clubes de investimento. Esta nova mesa de vendas

permitiu participar em diversas ofertas secundárias com tranches destinadas ao retalho, das quais destacamos a

Visanet e a BRF – Brazil Foods.

A área de clientes institucionais começou a oferecer o serviço de DMA (Direct Market Access) aos primeiros clientes

europeus e norte americanos, capitalizando assim o investimento realizado em 2008, que ligou a BES Securities do

Brasil às restantes equipas de corretagem do Espírito Santo Investment em Madrid e Nova Iorque.

O Research aumentou o número de relatórios emitidos nos últimos 12 meses em 48%, atingindo uma cobertura de

51% do índice Ibovespa.

Polónia

A actividade de mercado secundário na Polónia foi bastante dinâmica no que diz respeito à aquisição de clientes

internacionais. Várias contas importantes foram abertas, permitindo alargar significativamente a base de clientes do Espírito Santo Investment, constituída por um mix de Fundos de Pensões e de Investimento polacos e clientes

internacionais. Esta dinâmica permitiu terminar o mês de Junho com uma quota de mercado superior a 1% e tendo

pontualmente aparecido nos rankings das corretoras com maior actividade.

A relativa solidez que a economia polaca tem demonstrado à crise internacional tem tido consequências positivas,

quer na performance quer nos volumes transaccionados na Bolsa de Varsóvia. Este facto mostra o crescente

interesse de investidores internacionais no mercado polaco, o que vai de encontro à estratégia definida pelo Espírito

Santo Investment para este mercado, que passa por capitalizar na extensa lista de clientes do Banco nos diversos

centros financeiros mundiais.

O Espírito Santo Investment pretende ainda continuar a reforçar a sua cobertura de research no mercado polaco,

com o intuito de se posicionar como um player de excelência neste mercado.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 23 -

Gestão de Activos

Portugal

O primeiro semestre de 2009 revelou duas fases absolutamente distintas no que toca ao comportamento do

mercado: até ao início de Março assistiu-se ao extremar da situação de incerteza bem reflectida nos níveis recorde

de volatilidade então registados; de Março em diante verificou-se uma progressiva normalização da situação com o

mercado a empreender uma expressiva recuperação, acompanhada pela convergência de todos os indicadores no

sentido de uma clara redução do risco contextual.

A actividade de Gestão de Activos em Portugal chegou ao final do primeiro semestre de 2009 com ambição e

expectativas reforçadas, na medida em que apesar de ter sofrido uma importante redução dos Activos sob Gestão

quando comparados com os valores atingidos em 2007, antes da crise, consegue ainda assim que essa redução seja substancialmente inferior à da indústria como um todo (em especial no segmento equity). Por outro lado, os

prejuízos de cerca de 10% acumulados pelas carteiras sob gestão neste período de crise (desde os máximos

atingidos no final de 2007 até ao final do primeiro semestre de 2009) são também significativamente inferiores aos

registados pelos índices mundiais, superiores a 40%, o que torna a recuperação esperada num processo mais

simples e rápido.

Tudo isto terá contribuído para o reforço das relações de confiança com os clientes, o que tem permitido retomar a

tendência de crescimento na captação de recursos que se verifica desde Março.

No final do primeiro semestre de 2009, o montante dos Activos sob Gestão manteve-se em linha com o verificado no

final de 2008, atingindo os EUR 180 milhões, enquanto que a indústria de gestão de activos em Portugal registou

uma queda de 1,1% no mesmo período. Em termos de resultados, as carteiras fecharam o semestre com uma valorização de 3,7%, num período em que os índices mundiais de acções de referência valorizaram cerca de 3,2%.

Perspectiva-se, assim, um segundo semestre progressivamente mais positivo, não só pelo acentuar destas

tendências mas também pela concretização dos planos de internacionalização. Encontra-se agendado para

Setembro de 2009 o início da distribuição pelo BES Sucursal de Espanha de um Fundo de Investimento a constituir pela ESAF, e do qual o Espirito Santo Investment é advisor. Até ao final do ano de 2009, a distribuição deste Fundo

deverá ser estendida à Suiça, entre outras geografias. A expectativa é de que a comercialização deste Fundo

permita também atrair mais clientes institucionais, tanto em Espanha como em Portugal.

Brasil

A actividade de gestão de activos financeiros, desenvolvida pela BESAF no mercado brasileiro, passou por um

processo de reestruturação durante o primeiro semestre de 2009.

Após uma alteração na estrutura accionista ocorrida no segundo semestre de 2008, na qual a ESAF – Espírito Santo

Activos Financeiros adquiriu uma participação de 50% da BESAF - BES Activos Financeiros, desenvolveu-se uma reorganização funcional e de processos, ao nível das áreas de investimentos, comercial, de middle-office e na oferta

de produtos. Este processo, globalmente concluído no final de Junho, incluiu ainda fortes investimentos em

tecnologia de investimentos (modelos de avaliação de activos e respectivas base de dados de apoio) e em sistemas

de informação para gestão de carteiras.

O contexto económico foi ainda negativo ao longo do primeiro semestre de 2009. No entanto e antecipando uma

estabilização, os mercados brasileiros nos segmentos de maior risco – bolsa, crédito privado e câmbio –

apresentaram um comportamento bastante positivo a partir do segundo trimestre. Suportado pela política monetária expansionista, também o mercado de taxas de juro apresentou um bom comportamento, nomeadamente nas taxas

de curto e médio prazo.

Este contexto não foi, no entanto, suficiente para reverter a produção negativa na indústria de fundos, registada no

final do ano 2008. Os investidores continuaram materialmente concentrados em activos de baixo risco (como

Certificados de Depósito Bancário), evitando o investimento em produtos de maior valor acrescentado como fundos

multimercado e de acções.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 24 -

Ainda assim, a BESAF registou uma produção comercial positiva no primeiro semestre de 2009, verificando-se um

crescimento de 21,6% nos seus Activos sob Gestão de BRL 444 milhões no final de 2008 para BRL 540 milhões no

final do período em análise. Este montante poderá, no curto prazo, ultrapassar os BRL 650 milhões em recursos

geridos, em resultado de mandatos já assinados com clientes.

Do volume total de activos, cerca de 64% concentram-se no segmento de fundos exclusivos (de clientes corporativos e clientes private) e 36% representados por fundos de investimento abertos, num total global de 21

fundos sob gestão.

Durante o primeiro semestre de 2009 foram implementadas diversas medidas de reestruturação da oferta de

produtos da BESAF, tais como a descontinuação do fundo Morumbi Capital e a fusão de quatro fundos de

tesouraria. A oferta de produtos da BESAF foi igualmente complementada com a constituição do BES Ibovespa Dinâmico (acções), GES Brasil (multimercado) e BES Asset Allocation (multi-estratégia), este último só concluído no

início de Julho.

Para o segundo semestre, antecipamos um contexto de mercado mais volátil, ainda assim positivo para as principais

classes de activos. A forte redução registada nas taxas de juro ao longo do primeiro semestre, conjuntamente com o

cenário de estabilização económica, deverá permitir à indústria de Gestão de Activos um crescimento mais forte no

segmento de fundos abertos, nomeadamente ao nível dos fundos multimercado. No que respeita especificamente

ao negócio da BESAF, antecipamos a manutenção no segundo semestre de um forte crescimento no volume de

Activos sob Gestão, com destaque para fundos abertos de perfil de risco moderado.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 25 -

MERCADO DE CAPITAIS – RENDA FIXA

Mercado Primário – Renda Fixa

Enquadramento de Mercado

No primeiro semestre de 2009, os mercados de crédito evidenciaram igualmente uma tendência de correcção que

reflectiu uma menor percepção de risco, no seguimento dos primeiros sinais de recuperação económica (ainda que

moderada e gradual) nas principais geografias. A melhoria dos indicadores económicos, mais visível nos relativos a

sentimento do que nos de actividade, é fruto do forte estímulo fiscal e monetário concedido mas também da política de quantitative easing implementada pelas autoridades no período que se seguiu à falência do banco Lehman

Brothers, com o propósito de reanimar as economias.

O mercado de Eurobonds continuou a registar uma forte dinâmica, acentuando uma tendência que se começou a

desenhar em Novembro de 2008, após a reabertura do mercado primário de dívida. A oferta de obrigações, inicialmente concentrada em melhores qualidades de risco (investment grade) e em sectores com perfil defensivo,

foi-se estendendo a indústrias de natureza mais cíclica e até a alguns emitentes com pior rating (speculative grade)

à medida que a percepção de risco melhorava no semestre. Refira-se que o movimento de estreitamento de spreads

verificado nos principais índices de crédito acabou por se estender às emissões em mercado primário.

Península Ibérica

A janela de oportunidades que se abriu no mercado primário de dívida permitiu que diversas empresas portuguesas se financiassem no mercado, pelo que o número de emissões de Eurobonds aumentou significativamente face a

ano anterior. Às emissões da Banca com a garantia do Estado lançadas no início do semestre seguiram-se vários outros emitentes nacionais no mercado Eurobond, entre os quais a República Portuguesa.

O Espírito Santo Investment desempenhou um papel importante neste aumento de actividade, tendo participado na quase totalidade dos Eurobonds realizados no mercado português. Destacamos no semestre, a actuação como

Joint Lead Manager das emissões do Banco Espírito Santo (EUR 1.750 milhões), da Portugal Telecom Finance,

B.V. (EUR 1.000 milhões), da EDP Finance B.V. (EUR 1.000 milhões), da ESFIL - Espírito Santo Financière S.A.

(EUR 150 milhões) e do Banco Espírito Santo garantida pela República Portuguesa (EUR 1.500 milhões), como Senior Co-Lead Manager na emissão do Millennium BCP garantida pela República Portuguesa (EUR 1.500 milhões) e como Co-Lead Manager na emissão da Caixa Geral de Depósitos (EUR 1.250 milhões).

O Banco actuou ainda como Joint Lead Manager do empréstimo obrigacionista de EUR 700 milhões da Galp

Energia, como Co-Lead Manager da emissão de obrigações subordinadas do HSBC Holdings Plc, no montante de

EUR 1.750 milhões e liderou a organização e montagem de um empréstimo obrigacionista de EUR 30 milhões para

a Djebel.

Em termos de programas de papel comercial, são de referir a organização e a liderança de 11 Programas de Papel

Comercial, no montante global de EUR 302,5 milhões, dos quais destacamos a organização e liderança do

programa de papel comercial da EP – Estradas de Portugal (EUR 50 milhões), da Sonae Distribuição (EUR 75

milhões), da Martifer Renewables (EUR 49 milhões) e da Jerónimo Martins (EUR 50 milhões).

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 26 -

Brasil

No Brasil e comparativamente com o segundo semestre de 2008, verificou-se uma forte retoma nas operações no

mercado de capitais locais, inicialmente com transacções de prazos mais curto mas verificando-se um alargamento

dos prazos já no final do primeiro semestre de 2009. Durante o período em análise, o montante de ofertas primárias

ascendeu a cerca de BRL 20 mil milhões, com uma presença crescente de investidores particulares.

Neste sentido, o Espírito Santo Investment liderou um total de R$ 1,7 mil milhões em transacções, de que são exemplo as realizadas pela Bradespar e pela OHL Brasil. No âmbito externo, o Banco participou como Co-Manager

na transacção da Odebrecht e liderou a primeira transacção de Eurobonds do BES Investimento do Brasil, que

reabriu os mercados para as emissões de bancos médios brasileiros em 2009.

Gestão de Risco e Trading & Sales

Península Ibérica

O Espírito Santo Investment centrou a sua actividade de Gestão de Risco e Trading & Sales no acompanhamento

de Clientes e na criação de produtos de valor acrescentado para os mesmos. Dando continuidade à estratégia

seguida nos anos anteriores, manteve-se o objectivo de aumento da base de Clientes, dando ênfase a uma maior diversificação geográfica. Apesar da crise nos mercados, foi possível assegurar no primeiro semestre de 2009 um

ritmo de crescimento importante no número de operações concretizadas com Clientes.

Gestão de Risco / Estruturação para Empresas

Durante o primeiro semestre de 2009, a área de Gestão de Risco / Estruturação para Empresas manteve o ritmo de

crescimento no número de operações concretizadas, face a igual período do ano anterior. O maior

acompanhamento das Grandes Empresas em Portugal levou à intensificação da actividade, em especial na estruturação de produtos de taxa de juro e commodities . A actividade em Espanha registou algum abrandamento

resultante da conjuntura desfavorável que se vive neste mercado.

Gestão de Risco para Clientes Institucionais

A actividade de Gestão de Risco / Estruturação para Clientes Institucionais registou uma desaceleração no número

de operações no primeiro semestre de 2009, comparativamente a igual período de 2008. Tal deveu-se a uma maior aversão ao risco por parte dos investidores e a uma maior rentabilidade nos produtos cash (depósitos, obrigações

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 27 -

plain vanilla, ….), levando a um menor investimento em produtos estruturados.

A análise do investimento por activos financeiros demonstra um crescimento significativo da procura por produtos

indexados ao mercado de crédito e de taxa de juro em detrimento dos produtos indexados ao mercado accionista e de commodities.

O Espírito Santo Investment conseguiu aumentar as operações efectuadas noutros mercados geográficos, principalmente no espanhol mas também em novos mercados. É de realçar uma maior oferta de produtos tailor

made em consequência do alargamento da distribuição geográfica, que promove a criação de produtos específicos

para os diferentes perfis de risco de cliente.

Trading & Sales

Durante o primeiro semestre de 2009, a área de Trading & Sales norteou a sua estratégia de acordo com os

seguintes objectivos: (i) aumento do risco de crédito da carteira; (ii) aposta na descida das taxas de juro; (iii) captação de funding para o Banco; (iv) foco na actividade recorrente com Clientes; e (v) na cotação de emissões em

mercado primário, aproveitando as oportunidades criadas pelo estreitamento de spreads no mercado de crédito.

Nesta área, o Espírito Santo Investment destacou-se igualmente pela participação activa na distribuição das

emissões originadas e lideradas, quer no mercado europeu quer no mercado brasileiro.

A área de Sales reforçou a cobertura da sua base de Clientes Institucionais, destacando-se o crescimento da

actividade em Portugal, Espanha, França, Suíça Luxemburgo, Reino Unido, Brasil e Estados Unidos.

Brasil

Gestão de Risco / Estruturação

Após a queda da Lehman Brothers, no final de 2008, a disponibilidade de crédito local apresentou uma redução

significativa. Graças ao sólido relacionamento com grandes empresas locais e multinacionais e também à sua

postura conservadora, o Espírito Santo Investment, realizou diversas operações estruturadas com clientes durante o

pico da crise, o que lhe permitiu contornar, de forma positiva, todo o período de turbulência.

Durante o primeiro semestre de 2009 verificou-se um significativo acréscimo na procura de operações estruturadas,

tendo o Espírito Santo Investment atingido volumes recorde de operações durante o período. O Banco totalizou a

contratação de (valor nocional) BRL 2,1 mil milhões em operações de swaps, BRL 357,4 milhões em operações de non-deliverable forwards e BRL 312,0 milhões em operações de opções.

Durante o segundo semestre de 2009, espera-se a manutenção do bom desempenho registado até ao momento, com

base na crescente procura dos clientes por estruturas de baixo risco e na esperada captação de novos clientes.

Trading & Sales

O primeiro semestre de 2009 caracterizou-se pela retoma do crédito privado nos mercados locais, que se iniciou nos

sectores mais defensivos e com estruturas de garantias mais fortes. O mercado secundário manteve-se incipiente, em consequência do estreitamento dos spreads nos mercados primários.

Neste contexto e no mercado doméstico, o Espírito Santo Investment actuou na distribuição de duas operações da

Bradespar S.A. (BRL 1,3 mil milhões em Janeiro) e na colocação de títulos da OHL Brasil no mercado local (BRL

200 milhões em Março).

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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No mercado internacional, o Espírito Santo Investment actuou igualmente de forma activa na distribuição da

operação de USD 200 milhões da Odebrecht e também na primeira emissão pública ao abrigo do Programa de

Notas de Curto Prazo, no valor de USD 150 milhões.

A expectativa para o segundo semestre é de manutenção da reabertura do mercado de renda fixa. A elevada

liquidez do sistema financeiro e a manutenção do movimento de queda das taxas básicas de juros deverão conduzir

ao aumento da procura de activos privados com assunção de risco de crédito.

Tesouraria

Península Ibérica

O primeiro semestre de 2009 caracterizou-se por uma forte recuperação do mercado de crédito. A magnitude do estreitamento de spreads foi em alguns casos quase tão espectacular quanto o alargamento registado em 2008,

embora o movimento tenha sido agora mais gradual e menos volátil. Contudo e apesar da melhoria generalizada, os spreads continuam ainda longe dos níveis pré crise em particular nas instituições financeiras e soberanos.

A gradual retoma da confiança dos investidores permitiu a revitalização do mercado secundário e um ritmo razoável de emissão de dívida em primário, tanto corporate como de instituições financeiras, sendo de salientar que estas

últimas conseguem já na sua larga maioria emitir sem necessidade de utilização da garantia dos governos, ao contrário do que acontecia no início do ano.

É de realçar ainda a importância decisiva da intervenção dos bancos centrais na regularização dos mercados

monetários interbancários que actuando sobre o preço, oferta, condições de acesso, activos elegíveis e alargamento

de prazos conseguiram uma forte redução dos prémios de liquidez.

Neste cenário, o Espírito Santo Investment beneficiou naturalmente da melhoria das condições de mercado tanto na

capacidade de emissão de dívida como na valorização dos activos em carteira.

A dívida sob a forma de Médium Term Notes (MTN) totalizava em Junho de 2009 EUR 1.070 milhões, um incremento de

cerca de EUR 94 milhões face a 31 de Dezembro de 2008. Este programa mantém-se como um instrumento fundamental na estratégia de funding do Banco, permitindo flexibilidade de formatos e geografias e rapidez de resposta às exigências dos

investidores, tanto residentes como não residentes. Os objectivos de utilização do programa EMTN para 2009 apontam para um crescimento moderado do montante emitido, mantendo-se a mesma lógica de serviço ao cliente investidor e foco na melhoria do perfil de funding, alargando a maturidade média e diversificando as fontes de financiamento.

Programa de EMTN

217 262171

701

1020

1277

11191070

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Jun-09

EUR m ilhões

Total Outstanding (Valor de Emissão)

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 29 -

A carteira de Tesouraria ascendia, a 30 de Junho de 2009, a EUR 399 milhões, sendo composta por EUR 346 milhões de produtos cash e por EUR 53 milhões de produtos sintéticos.

Para o segundo semestre, a estratégia de investimento mantém-se inalterada privilegiando activos de boa

qualidade, atendendo a critérios de diversificação e baixa volatilidade. Não se esperam variações significativas do

volume da carteira para o ano em curso.

Brasil

A velocidade de retoma da liquidez no sistema financeiro brasileiro foi surpreendente durante o primeiro semestre de

2009. As medidas tomadas pelos reguladores locais geraram um significativo acréscimo de recursos, o que teve impacto directo no Espírito Santo Investment. Passado o auge da crise que se verificou no final de 2008, os players

locais iniciaram um movimento selectivo, direccionando os recursos para as instituições entendidas como de menor

risco. Assim, o Banco teve um crescimento de 66% na carteira de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e de

71% na carteira de Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDIs).

Adicionalmente, aproveitando a reabertura do mercado de crédito internacional e com um rating para captações em

moeda estrangeira de Baa3 (Moody’s) atribuído ao programa de USD 300 milhões de Short Term Note, o BES

Investimento do Brasil captou USD 150 milhões nos mercados internacionais por três anos, ampliando assim suas fontes de funding.

O BES Investimento do Brasil pretende realizar uma captação adicional nos mercados internacionais durante o

segundo semestre do ano, entendendo que há espaço para mais uma colocação desde que os mercados de crédito

internacionais mantenham a tendência de recuperação já observada durante o segundo trimestre de 2009.

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- 30 -

SERVIÇOS FINANCEIROS

Global

A actividade de fusões e aquisições (F&A) nas geografias de actuação do Espírito Santo Investment – Portugal, Espanha, Brasil, Polónia e Nova Iorque - bem como a nível global, registou um considerável decréscimo. De acordo com a Bloomberg, o valor das transacções anunciadas a nível global sofreu uma redução de cerca de 43,8% no primeiro semestre de 2009, face ao período homólogo de 2008.

Este decréscimo é, em larga medida, explicado pelos efeitos da crise económico-financeira mundial, designadamente o desajustamento de expectativas em relação ao valor dos activos, a escassez de crédito, a redução dos níveis de financiamento das operações e a falta de confiança generalizada dos investidores.

Apesar de alguns dos intervenientes no mercado partilharem de uma visão negativa quanto à evolução da actividade de F&A em 2009, a quebra de actividade neste ano poderá, na realidade, ser menor do que a antecipada, em consequência do surgimento de diversas oportunidades, em particular nos sectores mais regulados (i.e.: energias renováveis, concessões rodoviárias, água, parques de estacionamento). Efectivamente, durante o segundo trimestre de 2009 e à medida que a instabilidade nos mercados financeiros se foi atenuando, algumas empresas com maior agilidade e equilíbrio financeiro começaram a realizar aquisições de valores atractivos.

Península Ibérica

Em Portugal, a actividade de F&A apresentou uma redução acentuada (-61,4%) no primeiro semestre de 2009 face ao período homólogo. De acordo com a Bloomberg, verificou-se uma queda no valor total de transacções anunciadas de EUR 3,7 mil milhões no primeiro semestre de 2008 para EUR 1,4 mil milhões no primeiro semestre de 2009, evolução essa explicada pela redução tanto do número de transacções, como do valor médio por transacção.

Seguindo uma tendência idêntica mas com uma expressão consideravelmente mais atenuada, a actividade de F&A em Espanha decresceu 3,0% no primeiro semestre de 2009 face ao período homólogo de 2008, de acordo com dados da Bloomberg. Em concreto, o valor total de transacções anunciadas diminuiu de EUR 21,3 mil milhões no primeiro semestre de 2008 para EUR 20,6 mil milhões em igual período de 2009. Neste mercado, embora se tenha registado uma redução no número de transacções, observou-se um aumento significativo do valor médio por transacção, em resultado das transacções ocorridas nos sectores de energia, imobiliário e telecomunicações.

Durante o primeiro semestre de 2009, o Espírito Santo Investment manteve a liderança em Portugal do mercado de F&A (por número e valor de transacções anunciadas, de acordo com o Mergermarket e a Bloomberg) e na Península Ibérica (por número de transacções anunciadas, de acordo com o Mergermarket e a Bloomberg) ultrapassando, mais uma vez, os bancos globais.

Na Península Ibérica, entre as operações de F&A em que o Espírito Santo Investment esteve envolvido no decurso do primeiro semestre de 2009, destacam-se as seguintes:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Brasil

À semelhança da Península Ibérica, o mercado de F&A brasileiro registou um abrandamento no primeiro semestre de 2009, embora neste mercado tal se tenha devido a uma redução do número de transacções. De acordo com a Bloomberg, o decréscimo verificado traduziu-se, nesse período, num valor de transacções anunciadas de EUR 22,9 mil milhões, o qual compara com o valor de EUR 28,8 mil milhões em igual período de 2008.

Na actividade desenvolvida no Brasil, entre as operações de F&A em que o Espírito Santo Investment esteve envolvido destacam-se as seguintes:

A operação da EDP – Energias do Brasil foi realizada em 2008 mas ficou pendente da aprovação da ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações, concedida em Junho de 2009.

Polónia

Durante o primeiro semestre de 2009, a actividade de F&A na Polónia registou uma forte contracção face ao período homólogo. De acordo com a Bloomberg, registou-se uma queda no valor total de transacções anunciadas de EUR 2,9 mil milhões no primeiro semestre de 2008 para EUR 1,7 mil milhões em igual período de 2009, comportamento que é explicado pela redução do número de transacções.

Neste contexto, o Espírito Santo Investment reforçou a sua estratégia e compromisso para com o mercado polaco, tendo adquirido a totalidade do capital accionista da Concórdia Espirito Santo Investment.

Estão agora reunidas as condições para acelerar a implementação do modelo de negócio do Espírito Santo Investment e assim, consolidar a sua presença nos mercados da Europa Central.

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- 32 -

ASSESSORIA FINANCEIRA A MÉDIAS EMPRESAS

A área de Assessoria Financeira a Médias Empresas foi criada em 2004, em parceria com a Direcção de Médias Empresas do Banco Espírito Santo, com o objectivo de prestar serviços de banca de investimento ao segmento de médias empresas, com especial destaque para os Clientes dos Centros de Empresas do Banco Espírito Santo. Por razões comerciais e de segmentação de mercado, esta área desenvolve a sua actividade sob a marca Espírito Santo Assessoria Financeira.

Para multiplicar os canais de angariação de negócio e, por essa via, alargar a sua base de Clientes, desde 2006 que a Assessoria a Médias Empresas estabeleceu igualmente um protocolo de colaboração com o Private Banking do

Banco Espírito Santo.

A actividade no primeiro semestre de 2009 consubstanciou-se na angariação de 9 mandatos, dos quais 7 são mandatos com transacção. Dos mandatos concluídos é de realçar as operações de venda do capital da Friemo, da TEX e da Lnostrum.

As perspectivas para o segundo semestre são positivas, prevendo-se concluir mais 5 operações de compra e venda de sociedades e estruturação de financiamentos. Assim, a área de Assessoria Financeira a Médias Empresa espera atingir os objectivos orçamentados, apesar do difícil contexto económico-financeiro.

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PROJECT FINANCE E SECURITIZAÇÃO

Durante o primeiro semestre de 2009 a actividade desenvolvida pela Direcção de Project Finance e Securitização

(DPFS) manteve a forte dinâmica verificada ao longo de 2008, patente na concretização de diversas operações a nível nacional e internacional, nas quais o Banco liderou a estruturação e montagem de financiamentos e prestou assessoria financeira a diversas entidades promotoras de projectos. Em linha com a tendência verificada em 2008, os sectores das energias renováveis e infra-estruturas mereceram especial destaque nesta área de actividade no período em análise.

Na actual conjuntura o mercado doméstico tem assumido um papel preponderante na actividade da DPFS, complementado com o fecho de importantes transacções internacionais e com a existência de um forte pipeline com operações na Europa, África, Ásia e América. Durante o primeiro semestre de 2009, foram angariados importantes mandatos de liderança de novas operações de Project Finance a nível nacional e internacional.

Confirmando-se as expectativas entretanto criadas pelos primeiros sinais de desanuviamento dos mercados financeiros e dos problemas de liquidez que têm afectado a economia mundial, antecipa-se já para o segundo semestre de 2009 um acréscimo de dinamismo da actividade de Project Finance, com particular destaque para o

negócio internacional.

Portugal

No 1º semestre de 2009, o Espírito Santo Investment concretizou quinze novas operações, merecendo particular destaque as seguintes:

���� Pebble - Consultoria e Investimento, Sociedade Unipessoal, Lda – assessoria e liderança na estruturação e montagem do refinanciamento das facilidades de crédito no montante de EUR 1.062,1 milhões, através da emissão de um empréstimo obrigacionista;

���� Sociedade Ventos da Serra - Produção de Energia, S.A. – liderança na estruturação e montagem de um financiamento no montante de EUR 37 milhões, relativo a uma central fotovoltaica com uma capacidade instalada aproximada de 10MW;

���� Naturener Glacier Financing, LLC - liderança na estruturação e montagem do back leverage financing no

montante de USD 19 milhões, relativo a um parque eólico localizado em Montana (EUA);

���� Vias do Baixo Tejo, S.A. - liderança na estruturação e montagem de um financiamento no montante de EUR 463 milhões para o desenvolvimento da concessão rodoviária do Baixo Tejo;

���� Efacec Power Transformers, Inc. – liderança na estruturação e montagem de um financiamento no montante de USD 114 milhões para a construção de uma fábrica de transformadores localizada na Georgia (EUA);

���� Eólica dos Candeeiros, Lda. - liderança na estruturação e montagem de um financiamento no montante de EUR 37,9 milhões relativo a um parque eólico;

���� Tagus STC (EnergyOn No. 1) – Arranger e liderança conjunta de uma operação, no montante total de EUR

1.258,6 milhões, relativa à cedência por parte da EDP Serviço Universal, S.A. dos direitos ao recebimento dos ajustamentos positivos às tarifas eléctricas relativos a 2007 e 2008.

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Até ao final do corrente ano estima-se a manutenção da dinâmica até aqui verificada e a concretização de um conjunto de operações que actualmente se encontram em pipeline .

Espanha

Durante o primeiro semestre de 2009, a actividade do Espírito Santo Investment em Espanha foi afectada pelas condições extremamente adversas de mercado, o que provocou um abrandamento da sua actividade face ao período homólogo do ano anterior, particularmente no que respeita à concretização de operações. Manteve-se, contudo, a dinâmica de detecção de oportunidades, que se traduziu na existência de diversas transacções em pipeline, cuja concretização deverá ocorrer até ao final de 2009.

Reino Unido

Durante o primeiro semestre de 2009, o Espírito Santo Investment executou com sucesso os seguintes mandatos:

���� Mandated Lead Arranger no financiamento de EUR 400 milhões ao consórcio Autostrada Wielkopolska II S.A

Limited, com vista ao design, construção e operação dos 105.6 km correspondentes à Secção II da A2 Motorway entre Nowy Tomysl e Swiecko, na Polónia. O consórcio é composto pela Strabag AG (10%), Meridiam Infrastructure (50%) e Kulczyk Holding S.A. (40%).

���� Mandated Lead Arranger no financiamento de USD 78,5 milhões ao consórcio H2ID com vista ao aumento da

capacidade produtiva da fábrica de dessalinização em Hadera (Israel) de 100 milhões m3/ano para 127 milhões m3/ano. O consórcio é composto pela Shikun & Binui (50%) e IDE Technologies Ltd.(50%).

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Destaca-se ainda o elevado número de novas operações actualmente em pipeline , referentes a projectos de

investimento no Reino Unido e noutros países da Europa, Israel e Austrália, com especial enfoque no sectores de transporte, água e energias renováveis.

Brasil

A área de Project Finance no Brasil manteve sua estratégia de consolidação do Espírito Santo Investment como estruturador e financiador de projectos de infra-estruturas no país.

No período em análise, o Espírito Santo Investment actuou como assessor financeiro da CME – Construção e Montagem Electromecânica no leilão de linhas de transmissão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica, tendo sido vencedor no lote B, que envolverá investimentos da ordem de BRL 80 milhões. O Espírito Santo Investment já foi mandatado para actuar como estruturador dos recursos de longo prazo necessários para este projecto.

No mesmo leilão, o Espírito Santo Investment prestou assessoria financeira ao consórcio liderado por Furnas Centrais Elétricas, J. Mallucelli e Delta Engenharia, vencedor nos lotes G e K, projectos que envolverão investimentos de BRL 140 milhões.

Na actividade de financiamentos estruturados o Espírito Santo Investment actuou como:

� Mandated Lead Arranger, conjuntamente com o Banco do Brasil, nas operações de financiamento da

concessionária Rodovias do Tietê, controlada por Ascendi, CIBE e Leão & Leão, no montante de até BRL 340 milhões;

� Mandated Lead Arranger de um bridge loan no montante total de BRL 400 milhões à OHL Brasil para os

projectos de concessões de 5 rodovias federais;

� Agente repassador nos primeiros contratos de repasse de recursos do BNDES para os projectos da Hidroeléctrica de Santo António e da ADA – Águas do Amazonas, concessionária de serviços de água e esgoto da cidade de Manaus;

� Emissor de uma fiança bancária, no montante de BRL 73 milhões, a favor do BNDES, como garantia da operação de financiamento de longo prazo da central hidroeléctrica de 210 MW na Serra do Facão, controlada pela ALCOA, Camargo Côrrea e Furnas Centrais Elétricas.

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Estados Unidos

No princípio do ano de 2009, o Espírito Santo Investment iniciou a sua actividade de Project Finance em Nova York,

focando-se nos sectores de infra-estrutura e energias renováveis no Norte da América e América Latina (países de língua espanhola). A actividade do Espírito Santo Investment revelou-se muito dinâmica nestes primeiros meses, essencialmente no sector de infra-estrutura social no Canadá e energias renováveis na América do Norte.

Durante o 1º semestre de 2009, o Espírito Santo Investment executou três operações, as quais assumiram um papel importante para o Banco a diversos níveis: são atractivas do ponto de vista de Risco / Retorno, proporcionam uma posição de destaque no mercado e ajudam a desenvolver novas relações estratégicas.

As operações concluídas no 1º semestre foram as seguintes:

� Royal Victoria Hospital Phase I – Liderança na estruturação de uma facilidade Sénior destinada ao financiamento da expansão e renovação do Royal Victoria Hospital em Ontário no Canada, pelo montante global de CAD 258,5 milhões.

� Milford Wind Corridor Phase I, LLC – Liderança na estruturação do financiamento para construção de um Parque Eólico, nos Estados Unidos, com uma capacidade instalada de 203.5 MW, pelo montante global de USD 376,4 milhões.

� Midland Cogeneration Venture Limited Partnership – Liderança na estruturação do financiamento para a aquisição de uma central de cogeração de ciclo combinado nos Estados Unidos com uma capacidade instalada de 1.560 MW, pelo montante global de USD 515 milhões.

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Angola

Apesar da adopção de medidas mais conservadoras na concepção do crédito, fruto da desaceleração económica e

da redução de liquidez no mercado durante o primeiro semestre de 2009, a actividade do Espírito Santo Investment, presente em Angola através do Gabinete de Banca de Investimento, teve como destaque:

• Biocom – Participação como Underwriter no sindicato bancário para financiamento de um projecto agrícola

– industrial que consiste no cultivo de cana-de-açúcar e montagem de uma fábrica para produção de

açúcar, álcool e energia eléctrica, no montante total de USD 168,5 milhões;

• EMIS I – Estruturação e montagem do bridge loan no montante de USD 4,5 milhões para financiamento da

construção e apetrechamento do Novo Centro de Informática Seguro da Rede Multicaixa;

• Executive Hotéis – Estruturação e montagem do bridge loan no montante de USD 1,7 milhões para o

desenvolvimento de uma cadeia de 24 hotéis em todo o território nacional;

• Prominvest – Financiamento no montante de USD 9,0 milhões para cobertura das despesas de arranque

das obras e apoio à construção de um projecto imobiliário destinado à construção de um Empreendimento localizado na baixa da Cidade de Luanda, onde o Espírito Santo Investment actuou como Underwriter.

As expectativas para o segundo semestre são de manutenção da actual tendência de mercado, com a concretização de algumas operações de financiamento, actualmente em pipeline.

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- 38 -

ACQUISITION FINANCE

Enquadramento da Actividade

Seguindo a tendência observada desde o início do segundo semestre de 2007, o mercado de operações leveraged

continuou a regredir durante o primeiro semestre de 2009 e as operações de buyout foram das mais penalizadas. O

mercado praticamente desapareceu e nesse aspecto a actividade em Espanha ressentiu-se fortemente, não

ocorrendo nessa geografia qualquer operação relevante.

Volume de Financiamentos Sénior

EUR mil milhões

514558

34

156

271 268230

196 195

287

358

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1S09

Mercado EUA Mercado Europeu Fonte: Standard & Poors

Volume de Financiamentos Sénior - LBOs

EUR mil milhões

95 8462 62

84

137

220

302

355

87

8

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1S09

Mercado EUA Mercado Europeu Fonte: Standard & Poors

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- 39 -

Volume de Financiamentos a Institucionais

60 55 4773

92

146

205

337

394

75

10

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1S09

Mercado EUA Mercado Europeu

EUR mil milhões

Fonte: Standard & Poors

Tendências do Mercado

Mantém-se a expectativa de que a recuperação neste mercado seja lenta, especialmente no caso de Espanha, onde

a evolução do sector imobiliário continua a condicionar fortemente a performance da economia.

É esperado um cenário mais positivo em alguns países da Europa de Leste, especialmente naqueles em que a crise

menos se tem feito sentir, como é o caso da Polónia.

A actividade do Espírito Santo Investment

Das operações realizadas no primeiro semestre destacaram-se as seguintes, nas quais o Banco actuou como:

• Mandated Lead Arranger no MBO da aquisição da sociedade gestora do fundo de infra-estruturas Babcock

& Brown European Infrastructure Fund, bem como da participação detida como Limited Partner da Babcock

& Brown nesse fundo, pela Arcus Infrastructure Partners;

• Joint Mandated Lead Arranger no financiamento do LBO de aquisição da Generis pelo Magnum Industrial

Partners no montante de EUR 74,5 milhões. A Generis é líder no mercado português de fabrico de

medicamentos genéricos;

• Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição da Cintra Aparcamientos (líder em Espanha)

pela Emparque (líder em Portugal). Esta operação, no montante de EUR 400,3 milhões, permitiu criar o

líder destacado no negócio Ibérico de parques de estacionamento. À data de 30 de Junho de 2009, esta operação encontrava-se pendente do respectivo closing financeiro.

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PRIVATE EQUITY

A actividade de Private Equity no primeiro semestre de 2009 ficou marcada pelo aumento de capital do fundo

Espírito Santo Infrastructure Fund I (ESIF) de EUR 75,5 milhões para EUR 95,7 milhões e pela assinatura do

contrato de compra da Cintra Aparcamientos (Espanha) e Emparque (Portugal) por um consórcio de investidores do

qual o ESIF faz parte. Esta operação deverá representar um investimento para o Fundo de cerca de EUR 20,5

milhões, estando a liquidação financeira prevista para finais de Julho de 2009. O semestre ficou igualmente marcado

pela realização dos trabalhos preparativos para o lançamento do primeiro Fundo no Brasil.

Apesar do forte abrandamento da actividade económica, manteve-se uma expressiva actividade de originação de

novas oportunidades de investimento, embora a sua concretização seja actualmente mais complexa e morosa do

que no passado. Durante o semestre apenas se concretizou um novo investimento, em Portugal, a aquisição de

uma participação de 40% no capital social da Windway SGPS (através da qual o ESIF poderá vir a investir um máximo de EUR 6 milhões) e vários reforços de capital de algumas das actuais participadas (quer em Portugal quer

em Espanha), num montante global de cerca de EUR 900 mil.

Neste semestre foi concretizada a primeira distribuição de fundos aos investidores, quer do Espírito Santo Ibéria I

quer do Espírito Santo Infrastructure Fund I, resultante de desinvestimentos ocorridos em 2008. Foi igualmente

efectuada a liquidação do fundo FRIE IMIT/BES, decorridos 10 anos após a sua constituição.

O montante de fundos sob gestão ascendia no final do 1º semestre a EUR 190 milhões, dos quais 61%

correspondentes a fundos de terceiros.

Evolução dos Fundos sob Gestão

0

50

100

150

200

250

2004 2005 2006 2007 2008 Jun-09

EUR milhões

Carteira Própria FCR PME BES FRIE IMIT

Linhas Protocoladas SES Iberian I ESIF

104124 133

187204

190

Fonte: Espírito Santo Capital.

Carteira de Investimentos, Situação Financeira e Resultados obtidos

De acordo com as práticas definidas sectorialmente, procedeu-se à reavaliação da carteira própria e das carteiras dos Fundos sob gestão em 30 de Junho, tendo sido apurada uma variação negativa de EUR 1,39 milhões, ou seja, uma redução de 1,9% face ao valor verificado a 31 de Dezembro de 2008. Esta evolução negativa do valor das carteiras reflecte sobretudo o comportamento dos mercados de acções, já que a metodologia de valorização das participadas se baseia em múltiplos de empresas cotadas, mas reflecte igualmente alguma deterioração na actividade e rentabilidade das empresas participadas, mais expostas à conjuntura económica actual.

O resultado líquido obtido no 1º semestre de 2009 foi negativo em cerca de EUR 890 mil e os fundos próprios da Espírito Santo Capital ascendiam a EUR 34,6 milhões em 30 de Junho de 2009.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 41 -

Tendências de mercado

Ibéria

Em Portugal e Espanha, o primeiro semestre revelou uma conjuntura económica difícil, que se caracterizou por um elevado sentimento de incerteza e se traduziu no adiamento de alguns investimentos e na redução da actividade e

rentabilidade das empresas, sobretudo das empresas espanholas. Apesar das sucessivas reduções da taxa de juro

por parte do Banco Central Europeu e das injecções de liquidez no mercado interbancário, o acesso ao crédito tem

sido difícil e com custos crescentes.

Toda esta conjuntura tem penalizado a actividade de private equity, quer na vertente de levantamento de novos

fundos quer de investimento/desinvestimento. No entanto, espera-se que o segundo semestre decorra num

ambiente mais favorável e que permita uma maior actividade no sector, embora com níveis de endividamento

bastante inferiores aos praticados no passado.

Brasil

O primeiro semestre no Brasil foi caracterizado por um menor nível de actividade em private equity, com menores

investimentos efectuados, sem o anúncio de novos Fundos e sem qualquer desinvestimento via mercado de

capitais.

Para o segundo semestre prevê-se um clima mais favorável, tanto para o investimento como para a actividade de fund-raising.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 42 -

03. RECURSOS HUMANOS

Quadro de Colaboradores

O forte crescimento da actividade internacional do Espírito Santo Investment levou ao aumento de 4,4% no Quadro

de Colaboradores com vínculo contratual, no primeiro semestre de 2009 face a Dezembro de 2008.

Dez-08 Jun-09 Var.

CONSOLIDADO 542 566 24

PORTUGAL 229 228 -1

Espírito Santo Investment 215 214 -1

Espírito Santo Capital 14 14 -

ESPANHA

Sucursal de Espanha 114 110 -4

BRASIL 146 162 16

BES Investimento do Brasil 101 106 5

BES Securities do Brasil 31 32 1

BESAF 10 14 4

Espírito Santo Capital do Brasil 4 3 -1

BES Refran Invest 0 4 4

BES Refran Consultoria Financeira 0 3 3

INGLATERRA

Sucursal de Londres 12 11 -1

IRLANDA

Espírito Santo Investment, plc 3 3 -

POLÓNIA 29 28 -1

Sucursal da Polónia 19 17 -2

Espírito Santo Investment 10 11 1

EUA

Sucursal de Nova Iorque 9 24 15

Fonte: Espírito Santo Investment.

Neste processo, o destaque vai para o início de actividade da Sucursal de Nova Iorque em Dezembro de 2008, o

que levou ao reforço do seu quadro de Colaboradores durante o primeiro semestre de 2009. Por outro lado, a

expansão da actividade no Brasil resultou igualmente num reforço do quadro de colaboradores de cerca de 11%

neste país. Portugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda, com actividades já consolidadas, assim como a Polónia,

mantiveram o seu quadro de colaboradores praticamente inalterado, reflexo da crise financeira e da instabilidade

nos mercados que têm marcado a primeira metade de 2009.

Formação

O Espírito Santo Investment continuou a apostar na formação profissional como meio de valorização e

aprofundamento de conhecimentos dos seus Colaboradores, mantendo-a como uma das principais políticas de

Recursos Humanos do Banco, mesmo no actual contexto de queda da actividade económica. Estas iniciativas

enquadram-se numa política consolidada de atracção, gestão e retenção dos melhores quadros do Banco.

Programas de Estágio

À semelhança de anos anteriores, o Banco continua a desenvolver programas de estágios curriculares e

profissionais, cumprindo os acordos realizados com as principais Universidades do país.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 43 -

Área de Gestão de Talento

No início de 2009 foi criada pela Comissão Executiva do Banco a Área de Gestão de Talento.

A Área de Gestão de Talento, inserida no Departamento de Recursos Humanos, tem como principal missão assessorar a Comissão Executiva em matérias de Recursos Humanos, visando conseguir elevados níveis de motivação e performance dos colaboradores.

Tendo em conta o novo modelo de organização e gestão adoptado pelo Banco, que se encontra em implementação, a Área de Gestão de Talento tem sido chamada a participar nos diversos comités, tendo ainda participado activamente no processo de eleição dos novos Senior Managing Directors do Banco, que decorreu no passado mês de Maio. Esta eleição, prevista à luz do Novo Modelo de Organização e Gestão do Banco, visa a simplificação e transversalidade da estrutura de gestão de topo.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 44 -

Declaração de Conformidade

Nos termos e para os efeitos do disposto na alínea c) do número 1 do artigo 246º do Código dos Valores Mobiliários,

o Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. declara que, tanto quanto é do seu

conhecimento:

i) As demonstrações financeiras consolidadas do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. relativas ao semestre findo em 30 de Junho de 2009, foram elaboradas de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis;

ii) As demonstrações financeiras referidas na alínea i) dão uma imagem verdadeira e apropriada do activo, do passivo, da situação financeira e dos resultados do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação;

iii) O relatório de gestão expõe fielmente a evolução dos negócios, do desempenho e da posição financeira do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação no primeiro semestre de 2009, contendo uma descrição dos principais riscos e incertezas com que se defrontam.

Lisboa, 28 de Agosto de 2009

Ricardo Espírito Santo Silva Salgado

(Presidente do Conselho de Administração)

José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Presidente da Comissão Executiva)

Francisco Ravara Cary

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Membro da Comissão Executiva)

Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Membro da Comissão Executiva)

Miguel António Igrejas Horta e Costa

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Membro da Comissão Executiva)

Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Membro da Comissão Executiva)

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Membro da Comissão Executiva)

Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires

(Vogal)

António Espírito Santo Silva Salgado

(Vogal)

Bernard Marcel Basecqz

(Vogal)

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 45 -

Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia

(Vogal)

Christian Georges Jacques Minzolini

(Membro da Comissão Executiva)

Diogo Luís Ramos de Abreu

(Membro da Comissão Executiva)

Duarte José Borges Coutinho Espírito Santo Silva

(Vogal)

Félix Aguirre Cabanyes

(Membro da Comissão Executiva)

Frederico dos Reis de Arrochela Alegria

(Membro da Comissão Executiva)

João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha

(Vogal)

José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva

(Vogal)

Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz

(Membro da Comissão Executiva)

Moses Dodo

(Membro da Comissão Executiva)

Nigel Keith Purse

(Membro da Comissão Executiva)

Paulo José Lameiras Martins

(Membro da Comissão Executiva)

Philippe Gilles Fernand Guiral

(Vogal)

Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

(Membro da Comissão Executiva)

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 46 -

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS

INTERCALARES

E

NOTAS ÀS CONTAS

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Demonstração dos Resultados Consolidados dos períodos de seis meses findos em 30 de Junho de 2009 e 2008

(milhares de euros)

Notas 30/06/2009 30/06/2008

Juros e proveitos similares 5 146 182 150 968Juros e custos similares 5 114 047 135 060

Margem financeira 32 135 15 908

Rendimentos de instrumentos de capital 1 312 667Rendimentos de serviços e comissões 6 57 772 56 621Encargos com serviços e comissões 6 ( 3 847) ( 5 258)Resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados 7 3 060 ( 10 314)Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 8 1 251 30 170Resultados de reavaliação cambial 9 18 439 27 639Proveito na alienação de outros activos 129 ( 140)Outros resultados operacionais 10 ( 1 792) ( 7 824)

Proveitos operacionais 108 459 107 469

Custos com pessoal 11 32 212 29 721Gastos gerais administrativos 13 15 469 14 445Depreciações e amortizações 24 e 25 1 411 1 167Provisões líquidas de anulações 31 6 098 821Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações 20 9 780 1 490Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 18 e 19 6 567 4 313Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 25 e 27 4 356 -

Custos operacionais 75 893 51 957

Resultados de associadas 26 939 4 801

Resultado antes de impostos 33 505 60 313

Impostos Correntes 32 4 052 25 468 Diferidos 32 3 493 ( 3 369)

7 545 22 099

Resultado líquido do periodo 25 960 38 214

Atribuível aos accionistas do banco 22 470 35 065Atribuível aos interesses minoritários 36 3 490 3 149

25 960 38 214

Resultados por acção básicos (em Euros) 14 0,62 2,50Resultados por acção diluídos (em Euros) 14 0,62 2,50

O Director do Departamento de Contabilidade O Conselho de Administração

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Demonstração Consolidada do Rendimento Integral

dos períodos de seis meses findos em 30 de Junho de 2009 e 2008

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Balanço Consolidado em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008

(milhares de euros)

Notas 30/06/2009 31/12/2008

ActivoCaixa e disponibilidades em bancos centrais 15 17 018 12 137Disponibilidades em outras instituições de crédito 16 31 234 30 316Activos financeiros detidos para negociação 17 1 348 601 1 213 954Activos financeiros disponíveis para venda 18 548 021 475 287Aplicações em instituições de crédito 19 613 845 914 633Crédito a clientes 20 1 795 106 1 724 128Investimentos detidos até à maturidade 21 301 425 243 094Derivados para gestão de risco 22 103 103 103 269Activos não correntes detidos para venda 23 1 325 1 339Outros activos tangíveis 24 7 978 7 142Activos intangíveis 25 13 853 12 350Investimentos em associadas 26 29 687 29 707Activos por impostos correntes 5 298 2 318Activos por impostos diferidos 32 28 442 19 364Outros activos 27 467 007 542 715

Total de Activo 5 311 943 5 331 753

PassivoRecursos de Bancos Centrais 35 007 100 014Passivos financeiros detidos para negociação 17 541 443 711 035Recursos de outras instituições de crédito 28 1 492 442 1 177 679Recursos de clientes 29 705 903 1 111 755Responsabilidades representadas por títulos 30 1 544 494 1 343 244Derivados para gestão de risco 22 117 581 159 812Provisões 31 10 139 2 838Passivos por impostos correntes 2 314 7 002Passivos por impostos diferidos 32 21 484 7 470Passivos subordinados 33 102 992 97 671Outros passivos 34 258 705 310 508

Total de Passivo 4 832 504 5 029 028

Capital PróprioCapital 35 180 000 70 000Prémios de emissão 35 8 796 8 796Reservas de justo valor 36 14 395 ( 14 237)Outras reservas e resultados transitados 36 220 904 165 902Resultado liquido do periodo atribuivel aos accionistas do banco 22 470 47 551

Total de Capital Próprio atribuível aos accionistas do banco 446 565 278 012

Interesses minoritários 36 32 874 24 713

Total de Capital Próprio 479 439 302 725

Total de Passivo e Capital Próprio 5 311 943 5 331 753

O Director do Departamento de Contabilidade

O Conselho de Administração

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

Demonstração de Alterações no Capital Próprio Consolidado dos Períodos findos

em 30 de Junho de 2009, 31 de Dezembro de 2008 e 30 de Junho de 2008

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

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Demonstração dos Fluxos de Caixa Consolidados dos períodos findos

em 30 de Junho de 2009 e 2008

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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2. Notas explicativas às Demonstrações Financeiras Consolidadas Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

Notas explicativas às demonstrações financeiras consolidadas intercalares em 30 de Junho de 2009 (Montantes expressos em milhares de euros, excepto quando indicado)

NOTA 1 – ACTIVIDADE E ESTRUTURA DO GRUPO

O Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Banco ou BESI) é um banco de investimento com sede em Portugal, na Rua Alexandre Herculano, n.º 38, em Lisboa. Para o efeito possui as indispensáveis autorizações das autoridades portuguesas, bancos centrais e demais agentes reguladores para operar em Portugal e nos países onde actua através de sucursais financeiras internacionais.

A Instituição foi constituída como Sociedade de Investimentos em Fevereiro de 1983 como um investimento estrangeiro em Portugal sob a denominação de FINC – Sociedade Portuguesa Promotora de Investimentos, S.A.R.L. No exercício de 1986 a Sociedade foi integrada no Grupo Espírito Santo com a designação de Espírito Santo - Sociedade de Investimentos, S.A.

Com o objectivo de alargar o âmbito da actividade, a Instituição obteve autorização dos organismos oficiais competentes para a sua transformação em Banco de Investimentos, através da Portaria n.º 366/92 de 23 de Novembro, publicada no Diário da República - II Série – n.º 279, de 3 de Dezembro. O início das actividades de Banco de Investimento, sob a denominação de Banco ESSI, S.A., ocorreu no dia 1 de Abril de 1993.

No exercício de 2000, o BES adquiriu a totalidade do capital social do BES Investimento de forma a reflectir nas suas contas consolidadas todas as sinergias existentes entre as duas instituições.

Presentemente o BESI opera através da sua sede em Lisboa e de sucursais em Londres, Varsóvia, Nova Iorque e Madrid, assim como através das suas subsidiárias no Brasil, I rlanda e Polónia.

As demonstrações financeiras do BESI são consolidadas pelo Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade, n.º 195, em Lisboa e pela Espírito Santo Financial Group, S.A. (ESFG), com sede no Luxemburgo.

A estrutura do grupo de empresas nas quais o Banco detém uma participação directa ou indirecta, superior ou igual a 20%, ou sobre as quais exerce controlo ou influência significativa na sua gestão, e que foram incluídas no perímetro de consolidação, apresenta-se como segue:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A. (BESI) 1983 - Portugal Banca

ESSI Comunicações SGPS, S .A. 1998 1998 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

ESSI SGPS, S.A. 1997 1997 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

ESSI Investimentos SGPS, SA 1998 1998 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

Essi Fin, SGPS, SA 2008 2008 Portugal Gestão de participações sociais 60% Integral

Concordia - Espírito Santo Investment 2005 2005 Polónia Prestação de serviços 100% Integral

Espirito Santo Investimentos, S.A. 1996 1999 Brasil Gestão de participações sociais 100% Integral

BES Investimento do Brasil, S .A. 2000 2000 Brasil Banca de investimento 80% Integral

Espírito Santo Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Brasil 2005 2005 Brasil Capital de risco 90% Integral

BES Activos Financeiros, Ltda 2004 2004 Brasil Gestão de activos 40% Integral (a)

FI Multimercado treasury 2005 2005 Brasil Fundo de Investimento 80% Integral

BES Refran Consultoria financeira Lda 2009 2009 Brasil Consultoria Financeira 56% Integral

BES Refran Investimento Lda 2009 2009 Brasil Agente autônomo de Investimento 56% Integral

BES Securities do Brasil, S.A. 2000 2000 Brasil Corretagem 80% Integral

Gespar Participações, LDA 2001 2008 Brasil Gestão de participações sociais 80% Integral

Espírito Santo Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (ES CAPITAL) 1988 1996 Portugal Capital de risco 100% Integral

SES Iberia 2004 2004 Espanha Gestora de Fundos 50% Integral

HLC - Centrais de Cogeração, S.A. 1999 1999 Portugal Prestação de serviços 25% Eq. Patrimonial

Coporgest S.A. 2002 2005 Portugal Imobiliário / Financeiro 25% Eq. Patrimonial

Neumáticos André Investment SA 1987 2007 Espanha Venda de Pneus 22% Eq. Patrimonial

Só Peso Restauração e Hotelaria SA 2000 2007 Portugal Restauração e Hotelaria 23% Eq. Patrimonial

Synergy Industry and Technology SA 2006 2006 Espanha Gestão de participações sociais 15% Eq. Patrimonial(b)

Salgar Investments 2007 2007 Espanha Imobiliário / Financeiro 28% Eq. Patrimonial

Espírito Santo Investments PLC 1996 1996 Irlanda Sociedade Financeira 100% Integral

Polish Hotel Company SP 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 33% Eq. Patrimonial

Polish Hotel Capital SP 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 33% Eq. Patrimonial

Polish Hotel Management Company 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 25% Eq. Patrimonial

Fin Solutia Consultoria e Gestão de Créditos SA 2007 2007 Portugal Gestão e Recuperação de Créditos 30% Eq. Patrimonial

Kuthaya 1999 1999 Portugal Gestão e Trading Internacional 100% Integral

Fundo Espírito Santo IBERIA I 2004 2004 Portugal Fundo de Capital de Risco 39% Eq. Patrimonial

LOG ESCIC, SGPS, S.A. 2005 2005 Portugal Gestão de participações sociais 18% Eq. Patrimonial (b)

BRB Internacional, S.A. 2001 2001 Espanha Produção e distribuição de entretenimento 25% Eq. Patrimonial

Prosport - Com. Desportivas, S.A. 2001 2001 Espanha Comércio de produtos desportivos 25% Eq. Patrimonial

Apolo Films, SL 2001 2001 Espanha Produção e distribuição de entretenimento 25% Eq. Patrimonial

Cominvest- SGII, S.A. 1993 1993 Portugal Gestão de investimentos imobiliários 49% Integral

BES FI Multimercado 30 2009 2009 Brasil Fundo de Investimento 53% Integral

BES Absolute Return FIM 2009 2009 Brasil Fundo de Investimento 52% Integral

Método de consolidação

Ano constituição

Ano aquisição

Interesse económico Grupo BESI

Sede Actividade

(a) Esta entidade foi inclu ída no balanço consolidado pelo método integral uma vez que o Grupo detém o controlo sobre as suas actividades.

(b) A percentagem apresentada reflecte o interesse económico do Grupo. Estas entidades foram incluídas no balanço consolidado pelo método da equivalência patrimonial uma vez que o Grupo exerce uma influência s ignificativa sobre as suas actividades, conforme política contabilística descrita na Nota 2.2.

Até 30 de Junho de 2009 ocorreram alterações ao nível da estrutura do Grupo BESI, das quais se destacam as seguintes:

• Em 27 de Fevereiro de 2009, foram resgatadas as unidades de participação do Morumbi Capital Fund;

• Em Março de 2009 o BES Investimento do Brasil adquiriu 70% do capital social da BES Refran Consultoria Financeira e da BES Refran Investimento, LDA;

• No dia 06 de Março de 2009 a Espírito Santo Investment PLC e o BES Investimento do Brasil adquiriram respectivamente 45,72% e 9,01% do Fundo de Investimento BES FI Multimercado 30, como também 45,02% e 8,91% do Fundo de Investimento BES Absolute Return.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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NOTA 2 - PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação

No âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação Portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro e do Aviso n.º 1/2005, do Banco de Portugal, as demonstrações financeiras consolidadas do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Banco ou BESI) são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia.

Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos

órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras consolidadas do BESI agora apresentadas reportam-se ao período de 6 meses findo em 30 de Junho de 2009 e foram preparadas de acordo com os IFRS em vigor tal como adoptados na União Europeia até 30 de Junho de 2009. As demonstrações financeiras consolidadas interinas agora apresentadas foram preparadas em conformidade com o IAS 34 – Relato Financeiro Intercalar e não incluem toda a informação requerida para as demonstrações financeiras completas anuais que serão apresentadas com referência a 31 de Dezembro de 2009.

As políticas contabilísticas utilizadas pelo Grupo na preparação das suas demonstrações financeiras consolidadas interinas referentes a 30 de Junho de 2009 são consistentes com as utilizadas na preparação das demonstrações financeiras consolidadas anuais com referência a 31 de Dezembro de 2008.

No primeiro semestre de 2009, o Grupo adoptou:

- as alterações ao IAS 1 - Apresentação de demonstrações financeiras, o qual exige que a informação financeira seja agregada na preparação das demonstrações financeiras, em função das suas características de base e introduz como obrigatória a Demonstração do Rendimento Integral. Decorrente destas alterações o Grupo apresentou a Demonstração do rendimento integral dos períodos de seis meses findos em 30 de Junho de 2009 e 2008;

- as alterações ao IAS 16 - Activos fixos tangíveis, ao IAS 19 - Benefícios dos empregados, ao IAS 23 - Custos de empréstimos obtidos, ao IAS 28 - Investimentos em associadas, ao IAS 32 - Instrumentos Financeiros: apresentação – instrumentos financeiros “puttable” e obrigações decorrentes de liquidação, ao IAS 38 - Activos intangíveis, ao IAS 39 - Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração – activos e passivos elegíveis para cobertura e ao IAS 40 - Propriedades de investimento. A adopção das alterações destas normas não teve impacto significativo nas demonstrações financeiras consolidadas do Grupo;

- a IFRIC 13 - Programa de fidelização de clientes, a IFRIC 15 - Acordos para a construção de imóveis, a IFRIC 16 - Cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira, a IFRIC 17 - Distribuição em espécie a Accionistas e a IFRIC 18 - Transferência de activos de clientes. A adopção destas interpretações não teve impacto significativo nas demonstrações financeiras consolidadas do Grupo;

Durante o exercício de 2008, o Grupo adoptou as alterações ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgação de informações, relativas à transferência de activos financeiros entre categorias, publicadas pelo IASB em Outubro de 2008. Decorrente destas alterações, o Grupo adaptou a sua política contabilística referente a transferências entre categorias (ver política contabilística descrita na Nota 2.6). Os efeitos decorrentes da aplicação destas alterações em 2008 encontram-se incluídos na Nota 22.

Adicionalmente, o Grupo adoptou ainda em 2008 a IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções com acções próprias ou acções de outras entidades do Grupo e a IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios definidos, requisitos de financiamento mínimos e sua interacção. A adopção destas interpretações não teve efeito significativo nas demonstrações financeiras consolidadas do Grupo.

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de euros, arredondado ao milhar mais próximo. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros derivados, activos e passivos financeiros ao justo valor

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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através dos resultados, activos financeiros disponíveis para venda e activos e passivos cobertos, na sua componente que está a ser objecto de cobertura.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com os IFRS requer que o Grupo efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou de complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativos na preparação das demonstrações financeiras consolidadas, encontram-se analisadas na Nota 3.

Estas demonstrações financeiras consolidadas foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 28 de Agosto de 2009.

2.2. Princípios de consolidação

As demonstrações financeiras consolidadas agora apresentadas reflectem os activos, passivos, proveitos e custos do BESI e das suas subsidiárias (Grupo ou Grupo BESI), e os resultados atribuíveis ao Grupo referentes às participações financeiras em empresas associadas.

As políticas contabilísticas foram aplicadas de forma consistente por todas as empresas do Grupo, relativamente a todos os períodos cobertos por estas demonstrações financeiras consolidadas.

Subsidiárias

São classificadas como subsidiárias as empresas sobre as quais o Grupo exerce controlo. Controlo normalmente é presumido quando o Grupo detém o poder de exercer a maioria ou a totalidade dos direitos de voto. Poderá ainda existir controlo quando o Grupo detém o poder, directa ou indirectamente, de gerir as políticas financeiras e operacionais de determinada empresa de forma a obter benefícios das suas actividades, mesmo que a percentagem que detém sobre os seus capitais próprios seja igual ou inferior a 50%. As empresas subsidiárias são consolidadas integralmente desde o momento em que o Grupo assume o controlo sobre as suas actividades até ao momento em que esse controlo cessa.

Quando as perdas acumuladas de uma subsidiária excedem o interesse minoritário no capital próprio dessa subsidiária, tal excesso é atribuível ao Grupo na medida em que for incorrido. Subsequentes lucros obtidos por tal subsidiária são reconhecidos como proveitos do Grupo até que as perdas previamente absorvidas sejam recuperadas.

Associadas

São classificadas como associadas todas as empresas sobre as quais o Grupo detém o poder de exercer influência significativa sobre as suas políticas financeiras e operacionais, embora não detenha o seu controlo. Normalmente é presumido que o Grupo exerce influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de voto da associada. Mesmo quando os direitos de voto sejam inferiores a 20%, poderá o Grupo exercer influência significativa através da participação na gestão da associada ou na composição dos orgãos de Administração com poderes executivos. Os investimentos em associadas são registados nas demonstrações financeiras consolidadas do Banco pelo método da equivalência patrimonial, desde o momento em que o Grupo adquire a influência significativa até ao momento em que a mesma termina.

Quando o valor das perdas acumuladas incorridas por uma associada e atribuíveis ao Grupo iguala ou excede o valor contabilístico da participação e de quaisquer outros interesses de médio e longo prazo nessa associada, o método da equivalência patrimonial é interrompido, excepto se o Grupo tiver a obrigação legal ou construtiva de reconhecer essas perdas ou tiver realizado pagamentos em nome da associada.

Entidades de finalidade especial (SPE)

O Grupo consolida pelo método integral determinadas entidades de finalidade especial, constituídas especificamente para o cumprimento de um objectivo restrito e bem definido, quando a substância da relação com tais entidades indicia que o Grupo exerce controlo sobre as suas actividades, independentemente da percentagem que detém sobre os seus capitais próprios.

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A avaliação da existência de controlo é efectuada com base nos critérios estabelecidos na SIC 12 – Consolidação de Entidades de Finalidade Especial, os quais se resumem como segue:

• As actividades da SPE são conduzidas exclusivamente de acordo com as necessidades específicas do negócio do Grupo e por forma a que este obtenha os benefícios dessas actividades;

• O Grupo detém o poder de decisão conducente à obtenção da maioria dos benefícios das actividades da SPE;

• O Grupo tem o direito a obter a maioria dos benefícios da SPE estando por isso exposto aos riscos inerentes à sua actividade;

• O Grupo está exposto à maioria dos riscos da SPE com o objectivo de obter os benefícios decorrentes da sua actividade.

Goodwill

O goodwill resultante das aquisições ocorridas até 1 de Janeiro de 2004 encontra-se deduzido aos capitais próprios, conforme opção permitida pelo IFRS 1, adoptada pelo Grupo na data de transição para os IFRS.

O Grupo regista as aquisições de empresas subsidiárias e associadas ocorridas desde 1 de Janeiro de 2004 pelo método da compra. O custo de aquisição equivale ao justo valor determinado à data da compra, dos activos e instrumentos de capital cedidos e passivos incorridos ou assumidos, adicionado dos custos directamente atribuíveis à aquisição.

O goodwill representa a diferença entre o custo de aquisição da participação assim determinado e o justo valor

atribuível dos activos líquidos adquiridos.

O goodwill positivo é registado no activo pelo seu valor de custo e não é amortizado, de acordo com o IFRS 3 – Concentrações de Actividades Empresariais. No caso de investimentos em associadas, o goodwill está incluído no respectivo valor de balanço determinado com base no método da equivalência patrimonial. O goodwill negativo é

reconhecido directamente em resultados no período em que a aquisição ocorre.

O valor recuperável do goodwill registado no activo é revisto anualmente, independentemente da existência de

sinais de imparidade. As eventuais perdas por imparidade determinadas são reconhecidas na demonstração dos resultados.

Aquisição de interesses minoritários

O goodwill resultante da aquisição de interesses minoritários numa subsidiária representa a diferença entre o custo

de aquisição do investimento adicional na subsidiária e o valor contabilístico, à data da compra, dos activos líquidos adquiridos, expresso nas contas consolidadas.

Transcrição de demonstrações financeiras em moeda estrangeira

As demonstrações financeiras de cada uma das subsidiárias e associadas do Grupo são preparadas na sua moeda funcional, definida como a moeda da economia onde essas subsidiárias e associadas operam. As demonstrações financeiras consolidadas do Grupo são preparadas em euros, que é a moeda funcional do BESI.

As demonstrações financeiras das empresas do Grupo cuja moeda funcional difere do euro são transcritas para euros de acordo com os seguintes critérios:

• Os activos e passivos são convertidos à taxa de câmbio da data do balanço;

• Os proveitos e custos são convertidos com base na aplicação de taxas de câmbio aproximadas das taxas reais nas datas das transacções;

• As diferenças cambiais apuradas entre o valor de conversão em euros da situação patrimonial do inicio do ano e o seu valor convertido à taxa de câmbio em vigor na data do balanço a que se reportam as contas consolidadas são registadas por contrapartida de reservas. Da mesma forma, em relação aos resultados das subsidiárias e empresas associadas, as diferenças cambiais resultantes da conversão em euros dos resultados do exercício, entre as taxas de câmbio utilizadas na demonstração dos resultados e as taxas de câmbio em vigor na data de balanço, são registadas em reservas. Na data de alienação da empresa, estas diferenças são reconhecidas em resultados como parte integrante do ganho ou perda resultante da alienação.

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Saldos e transacções eliminadas na consolidação

Saldos e transacções entre empresas do Grupo, incluindo quaisquer ganhos ou perdas não realizadas resultantes de operações intragrupo, são eliminados no processo de consolidação, excepto nos casos em que as perdas não realizadas indiciam a existência de imparidade que deva ser reconhecida nas contas consolidadas.

Ganhos não realizados resultantes de transacções com entidades associadas são eliminados na proporção da participação do Grupo nas mesmas. Perdas não realizadas são também eliminadas, mas apenas nas situações em que as mesmas não indiciem existência de imparidade.

2.3. Operações em moeda estrangeira

As transacções em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio em vigor na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para euros à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados.

Os activos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira, são convertidos à taxa de câmbio à data da transacção. Activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As diferenças cambiais resultantes são reconhecidas em resultados, excepto no que diz respeito às diferenças relacionadas com acções classificadas como activos financeiros disponíveis para venda, as quais são registadas em reservas.

2.4. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura

Classificação

O Grupo classifica como derivados para gestão do risco os (i) derivados de cobertura e (ii) os derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de certos activos e passivos designados ao justo valor através de resultados mas que não foram classificados como de cobertura.

Todos os restantes derivados são classificados como derivados de negociação.

Reconhecimento e mensuração

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo

valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou é determinado tendo por base técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (discounted

cash flows) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado.

Contabilidade de cobertura

� Critérios de classificação

Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições:

(i) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura;

(ii) Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação;

(iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação;

(iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer.

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� Cobertura de justo valor (fair value hedge)

Numa operação de cobertura de justo valor de um activo ou passivo (fair value hedge), o valor de balanço desse

activo ou passivo, determinado com base na respectiva política contabilística, é ajustado por forma a reflectir a variação do seu justo valor atribuível ao risco coberto. As variações do justo valor dos derivados de cobertura são reconhecidas em resultados, conjuntamente com as variações de justo valor dos activos ou dos passivos cobertos atribuíveis ao risco coberto.

Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada prospectivamente. Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento de revalorização é amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva.

� Cobertura de fluxos de caixa (cash flow hedge)

Numa operação de cobertura da exposição à variabilidade de fluxos de caixa futuros de elevada probabilidade (cash

flow hedge), a parte efectiva das variações de justo valor do derivado de cobertura são reconhecidas em reservas, sendo transferidas para resultados nos períodos em que o respectivo item coberto afecta resultados. A parte inefectiva da cobertura é registada em resultados.

Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. Se for previsível que a operação coberta não se efectuará, os montantes ainda registados em capital próprio são imediatamente reconhecidos em resultados e o instrumento de cobertura é transferido para a carteira de negociação.

Durante o período coberto por estas demonstrações financeiras o Grupo não detinha operações de cobertura classificadas como coberturas de fluxos de caixa.

Derivados embutidos

Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separadamente quando as suas características económicas e os seus riscos não estão relacionados com o instrumento principal e o instrumento principal não está contabilizado ao seu justo valor através de resultados. Estes derivados embutidos são registados ao justo valor com as variações reconhecidas em resultados.

2.5. Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Grupo, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente.

O crédito a clientes é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Grupo relativos aos respectivos fluxos de caixa expiraram, (ii) o Grupo transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante o Grupo ter retido parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido.

O crédito a clientes é reconhecido inicialmente ao seu justo valor acrescido dos custos de transacção e é subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, sendo deduzido de perdas de imparidade.

Imparidade

O Grupo avalia regularmente se existe evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua.

Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos, que possa ser estimado com razoabilidade.

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Inicialmente, o Grupo avalia se existe individualmente para cada crédito evidência objectiva de imparidade. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, o Grupo utiliza a informação que alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera de entre outros os seguintes factores:

• a exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

• a viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de responder aos serviços da dívida no futuro;

• a existência de credores privilegiados;

• a existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;

• o endividamento do cliente com o sector financeiro;

• o montante e os prazos de recuperação estimados.

Se para determinado crédito não existe evidência objectiva de imparidade numa óptica individual, esse crédito é incluído num grupo de créditos com características de risco de crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é avaliado colectivamente – análise da imparidade numa base colectiva. Os créditos que são avaliados individualmente e para os quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação colectiva.

Caso seja identificada uma perda por imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade. Para um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato.

As alterações do montante das perdas por imparidade reconhecidas, atribuíveis ao efeito do desconto são registadas como juros e proveitos similares.

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

No âmbito da análise da imparidade numa base colectiva, os créditos são agrupados com base em características semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco definida pelo Grupo. Os fluxos de caixa futuros para uma carteira de créditos, cuja imparidade é avaliada colectivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros são revistos regularmente pelo Grupo de forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de perdas e as perdas reais.

Quando o Grupo considera que determinado crédito é incobrável e tenha sido reconhecida uma perda por imparidade de 100%, este é abatido ao activo.

2.6. Outros activos financeiros

Classificação

O Grupo classifica os seus outros activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias:

• Activos financeiros ao justo valor através dos resultados

Esta categoria inclui: (i) os activos financeiros de negociação, que são aqueles adquiridos com o objectivo principal de serem transaccionados no curto prazo, e (ii) os activos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados.

O Grupo designa, no seu reconhecimento inicial, certos activos financeiros ao justo valor através de resultados quando:

• tais activos financeiros são geridos, avaliados e analisados internamente com base no seu justo valor;

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses activos, assegurando-se assim a consistência na valorização dos activos e dos derivados (accounting mismatch); ou

• tais activos financeiros contêm derivados embutidos.

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A Nota 22 contém um sumário dos activos e passivos que foram designados ao justo valor através de resultados no momento do seu reconhecimento inicial.

Os produtos estruturados adquiridos pelo Grupo, que correspondem a instrumentos financeiros contendo um ou mais derivados embutidos, por se enquadrarem sempre numa das três situações acima descritas, seguem o método de valorização dos activos financeiros ao justo valor através de resultados.

• Investimentos detidos até à maturidade

Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, que o Grupo tem intenção e capacidade de deter até à maturidade e que não são designados, no momento do seu reconhecimento inicial, como ao justo valor através de resultados ou como disponíveis para venda.

• Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) o Grupo tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas.

Reconhecimento inicial, mensuração e desreconhecimento

Aquisições e alienações de: (i) activos financeiros ao justo valor através dos resultados, (ii) investimentos detidos até à maturidade e (iii) activos financeiros disponíveis para venda, são reconhecidos na data da negociação (trade date),

ou seja, na data em que o Grupo se compromete a adquirir ou alienar o activo.

Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transacção, excepto nos casos de activos financeiros ao justo valor através de resultados, caso em que estes custos de transacção são directamente reconhecidos em resultados.

Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Grupo ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Grupo tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Grupo tenha transferido o controlo sobre os activos.

Mensuração subsequente

Após o seu reconhecimento inicial, os activos financeiros ao justo valor através de resultados são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados.

Os activos financeiros detidos para venda são igualmente registados ao justo valor sendo, no entanto, as respectivas variações reconhecidas em reservas, até que os activos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes activos são reconhecidas também em reservas, no caso de acções e outros títulos de capital, e em resultados, no caso de instrumentos de dívida. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva, e os dividendos são reconhecidos na demonstração dos resultados.

Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva e são deduzidos de perdas de imparidade.

O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (bid-price). Na ausência de cotação,

o Grupo estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções customizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

Os instrumentos financeiros para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor são registados ao custo de aquisição.

Transferências entre categorias

O Grupo apenas procede à transferência de activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de activos financeiros disponíveis para venda para a categoria

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de activos financeiros detidos até à maturidade, desde que tenha a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade.

Estas transferências são efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos, determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o respectivo valor nominal é reconhecida em resultados até à maturidade do activo, com base no método da taxa efectiva. A reserva de justo valor existente na data da transferência é também reconhecida em resultados com base no método da taxa efectiva.

Durante o mês de Outubro de 2008, o IASB emitiu uma alteração ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgação de informações. Esta alteração ao IAS 39 veio permitir, em circunstâncias raras, que uma entidade transfira activos financeiros não derivados da categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados (com excepção de activos financeiros reconhecidos inicialmente ao justo valor através de resultados), para as categorias de activos financeiros detidos até à maturidade, activos financeiros disponíveis para venda e crédito a clientes. Esta alteração veio também permitir a transferência da categoria de activos financeiros disponíveis para venda para a categoria de crédito a clientes.

As transferências para a (i) categoria de activos financeiros detidos até à maturidade só podem ser efectuadas desde que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade e para a (ii) categoria de crédito a clientes desde que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros num futuro previsível e os mesmos não sejam transaccionáveis num mercado activo.

Na sequência da publicação desta alteração ao IAS 39, o Grupo procedeu, no quarto trimestre de 2008, à transferência de activos financeiros não derivados, com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de justo valor através de resultados para a categoria de activos financeiros detidos até à maturidade.

De acordo com as disposições transitórias desta alteração ao IAS 39, as transferências realizadas até 31 de Outubro de 2008, foram efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos determinado com referência a 1 de Julho de 2008, e as transferências realizadas após aquela data e até 31 de Dezembro de 2008, foram efectuadas com base no justo valor determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o valor nominal dos activos, está a ser reconhecida em resultados até à maturidade dos activos, com base no método da taxa efectiva.

Imparidade

O Grupo avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados.

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para as acções e outros instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade.

No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados no balanço líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda por imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o montante da perda por imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

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Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda por imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda por imparidade diminui, a perda por imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda por imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital em que as mais valias subsequentes são reconhecidas em reservas.

2.7. Activos cedidos com acordo de recompra e empréstimos de títulos

Títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda

acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de

compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.6. Os títulos recebidos através de acordos de empréstimo não são reconhecidos no balanço.

2.8. Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de clientes, empréstimos, responsabilidades representadas por títulos, outros passivos subordinados e vendas a descoberto. As acções preferenciais emitidas são consideradas passivos financeiros quando o Grupo assume a obrigação do seu reembolso e/ou do pagamento de dividendos.

Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, com a excepção das vendas a descoberto e dos passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, as quais são registadas ao justo valor.

O Grupo designa, no seu reconhecimento inicial, certos passivos financeiros como ao justo valor através de resultados quando:

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses passivos, assegurando-se assim a consistência na valorização dos passivos e dos derivados (accounting

mismatch); ou

• tais passivos financeiros contêm derivados embutidos.

Os produtos estruturados emitidos pelo Grupo, por se enquadrarem sempre numa das situações acima descritas, seguem o método de valorização dos passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

O justo valor dos passivos financeiros cotados é o seu valor de cotação. Na ausência de cotação, o Grupo estima o justo valor utilizando metodologias de avaliação considerando pressupostos baseados em informação de mercado, incluindo o próprio risco de crédito da entidade do Grupo emitente.

Caso o Grupo recompre dívida emitida esta é anulada do balanço consolidado e a diferença entre o valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados.

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2.9. Instrumentos de capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção.

As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos quando declaradas.

2.10. Compensação de instrumentos financeiros

Activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe a possibilidade legal de compensar os montantes reconhecidos e exista a intenção de os liquidar pelo seu valor líquido ou realizar o activo e liquidar o passivo simultaneamente.

2.11. Activos recebidos em dação por recuperação de créditos

Os activos recebidos em dação por recuperação de créditos são inicialmente classificados na rubrica de outros activos e são registados, no seu reconhecimento inicial, pelo menor de entre o seu justo valor deduzido dos custos esperados de venda e o valor de balanço do crédito concedido objecto de recuperação.

Subsequentemente, estes activos são registados pelo menor de entre o valor do seu reconhecimento inicial e o correspondente justo valor actual deduzido dos custos esperados de venda, e não são amortizados. As perdas não realizadas com estes activos assim determinadas são registadas em resultados. O Grupo obtém avaliações regulares, efectuadas por peritos, dos activos recebidos em dação.

Na medida em que estes activos reúnam as condições necessárias á sua alienação imediata e por isso cumpram os requisitos do IFRS 5, são transferidos para activos não correntes detidos para venda e registados de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.23.

2.12. Outros activos tangíveis

Os outros activos tangíveis do Grupo encontram-se valorizados ao custo deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade. Na data da transição para os IFRS, 1 de Janeiro de 2004, o Grupo elegeu considerar como custo o valor reavaliado dos outros activos tangíveis, conforme determinado de acordo com as anteriores políticas contabilísticas, o qual era equiparável numa perspectiva geral ao custo depreciado, mensurado de acordo com os IFRS, ajustado por forma a reflectir as alterações no índice geral de preços. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes com os outros activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para o Grupo. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

Os terrenos não são amortizados. As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens:

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Imóveis de serviço próprio

Benefeciações em edifícios arrendados

Equipamento informático

Mobiliário e material

Instalações interiores

Equipamento de segurança

Máquinas e ferramentas

Material de transporte

Outro equipamento

Número de anos

35 a 50

10

4 a 5

4

5

4 a 10

5 a 12

4 a 10

4 a 10

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, o IAS 36 exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração dos resultados.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.13. Activos intangíveis

Os custos incorridos com a aquisição, produção e desenvolvimento de software são capitalizados, assim como as

despesas adicionais suportadas pelo Grupo necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos, a qual se situa normalmente entre 3 a 6 anos.

Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento de aplicações informáticas pelo Grupo, sobre os quais seja expectável que estes venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis. Estes custos incluem as despesas com os empregados das empresas do Grupo especializadas em informática enquanto estiverem directamente afectos aos projectos.

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos são reconhecidos como custos quando

incorridos.

2.14. Locações

O Grupo classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 – Locações. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais.

Locações operacionais

Os pagamentos efectuados pelo Grupo à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito.

Locações financeiras

• Como locatário

Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

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• Como locador

Os contratos de locação financeira são registados no balanço como créditos concedidos pelo valor equivalente ao investimento líquido realizado nos bens locados.

Os juros incluídos nas rendas debitadas aos clientes são registadas como proveitos enquanto que as amortizações de capital também incluídas nas rendas são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos juros reflecte uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

2.15. Benefícios aos empregados

Pensões

Decorrente da assinatura do Acordo Colectivo de Trabalho do Sector Bancário (ACT), o Banco e demais empresas do Grupo constituíram fundos de pensões e outros mecanismos tendo em vista assegurar a cobertura das responsabilidades assumidas para com pensões de reforma por velhice, invalidez, sobrevivência e ainda por cuidados médicos para o pessoal admitido até 31 de Março de 2008. As novas admissões a partir daquela data beneficiam do regime geral da Segurança Social.

A cobertura das responsabilidades é assegurada, para a generalidade das empresas do Grupo, através de fundos de pensões geridos pela ESAF – Espírito Santo Fundos de Pensões, S.A.

Os planos de pensões existentes no Grupo correspondem a planos de benefícios definidos, uma vez que definem os critérios de determinação do valor da pensão que um empregado receberá durante a reforma, usualmente dependente de um ou mais factores como sejam a idade, anos de serviço e retribuição.

À luz do IFRS 1, o Grupo optou por na data da transição, 1 de Janeiro de 2004, aplicar retrospectivamente o IAS 19, tendo efectuado o recalculo dos ganhos e perdas actuariais que podem ser diferidos em balanço de acordo com o método do corredor preconizado nesta norma.

As responsabilidades do Grupo com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho de contas, individualmente para cada plano, com base no Método da Unidade de Crédito Projectada, sendo sujeitas a uma revisão por actuários independentes. A taxa de desconto utilizada neste cálculo tem como referencia o índice Iboxx para obrigações euro com qualidade de crédito AA para a maturidade das responsabilidades existentes à data do balanço (15 anos).

Os ganhos e perdas actuariais determinados anualmente, resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência) e (ii) das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor nos termos definidos pelo IAS 19.

Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais diferidos acumulados no início do ano que excedam 10% do maior de entre o total das responsabilidades e do valor do fundo, também reportados ao início do ano, sejam imputados a resultados durante um período que não pode exceder a média da vida de serviço remanescente dos trabalhadores abrangidos pelo plano. O Grupo determinou que os desvios actuariais são amortizados por um período de 15 anos. Os ganhos e perdas actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são reconhecidos em resultados.

Anualmente, o Grupo reconhece como um custo, na sua demonstração de resultados um valor total líquido que inclui (i) o custo do serviço corrente, (ii) o custo dos juros, (iii) o rendimento esperado dos activos do fundo, (iv) uma porção dos ganhos e perdas actuariais determinada com base no referido método do corredor e (v) o efeito das reformas antecipadas, o qual inclui a amortização antecipada dos ganhos e perdas actuariais associados.

Os encargos com reformas antecipadas correspondem ao aumento de responsabilidades decorrente da reforma ocorrer antes do empregado atingir os 65 anos de idade.

O Grupo efectua pagamentos aos fundos de forma a assegurar a solvência dos mesmos, sendo os níveis mínimos fixados pelo Banco de Portugal como segue: (i) financiamento integral no final de cada exercício das responsabilidades actuariais por pensões em pagamento e (ii) financiamento a um nível mínimo de 95% do valor actuarial das responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo.

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Benefícios de saúde

Aos trabalhadores bancários é assegurada pelo Grupo a assistência médica por um Serviço de Assistência Médico-Social. O Serviço de Assistência Médico-Social – SAMS – constitui uma entidade autónoma e é gerido pelo Sindicato respectivo.

O SAMS proporciona, aos seus beneficiários, serviços e/ou comparticipações em despesas no domínio de assistência médica, meios auxiliares de diagnóstico, medicamentos, internamentos hospitalares e intervenções cirúrgicas, de acordo com as suas disponibilidades financeiras e regulamentação interna.

Constituem contribuições obrigatórias para os SAMS, a cargo do Grupo, a verba correspondente a 6,50% do total das retribuições efectivas dos trabalhadores no activo, incluindo, entre outras, o subsídio de férias e o subsídio de Natal.

O cálculo e registo das obrigações do Grupo com benefícios de saúde atribuíveis aos trabalhadores na idade da reforma são efectuados de forma semelhante às responsabilidades com pensões.

Prémios de antiguidade

No âmbito do Acordo Colectivo de Trabalho do Sector Bancário, o Grupo BESI assumiu o compromisso de pagar aos seus trabalhadores, quando estes completam 15, 25 e 30 anos ao serviço do Grupo, prémios de antiguidade de valor correspondente a uma, duas ou três vezes, respectivamente, o salário mensal recebido à data de pagamento destes prémios.

À data da passagem à situação de invalidez ou invalidez presumível, o trabalhador tem direito a um prémio de antiguidade de valor proporcional àquele de que beneficiaria se continuasse ao serviço até reunir os pressupostos do escalão seguinte.

Os prémios de antiguidade são contabilizados pelo Grupo de acordo com o IAS 19, como outros benefícios de longo prazo a empregados.

O valor das responsabilidades do Grupo com estes prémios de antiguidade é estimado anualmente, à data do balanço, pelo Grupo com base no Método da Unidade de Crédito Projectada. Os pressupostos actuariais utilizados baseiam-se em expectativas de futuros aumentos salariais e tábuas de mortalidade. A taxa de desconto utilizada neste cálculo tem como referencia o índice Iboxx para obrigações euro com qualidade de crédito AA para a maturidade das responsabilidades existentes à data do balanço (15 anos).

Anualmente, o aumento da responsabilidade com prémios de antiguidade, incluindo ganhos e perdas actuariais e custos de serviços passados, é reconhecido em resultados.

Plano de Pagamento de Remuneração Variável

No primeiro semestre de 2008, na sequência da decisão da Assembleia Geral de Accionistas de 31 de Março de 2008, o BES e as suas subsidiárias estabeleceram um sistema de incentivos denominado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV – 2008/2010).

Ao abrigo deste plano de incentivos, os colaboradores do BES e das suas subsidiárias têm o direito a um recebimento em dinheiro, no futuro, correspondente à apreciação do valor das acções do BES acima de um determinado preço pré-estabelecido (strike price). Para tal, os colaboradores têm de permanecer ao serviço do Banco por um período mínimo de 3 anos.

Este plano de pagamentos de remuneração variável enquadra-se no âmbito do IFRS 2 - Pagamento com base em acções e corresponde a um pagamento em dinheiro baseado em acções. O justo valor deste benefício, determinado na data da sua atribuição, é imputado a resultados, como custo com pessoal, ao longo do período de serviço definido como 3 anos. O passivo resultante é reavaliado à data de cada balanço, sendo a variação de justo valor reconhecida em resultados na rubrica de lucros/prejuízos de operações financeiras.

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Remunerações variáveis aos empregados e órgãos de administração (participação nos lucros)

De acordo com o IAS 19 – Benefícios dos empregados, as remunerações variáveis (participação nos lucros) atribuídas aos empregados e aos membros executivos dos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que respeitam.

2.16. Impostos sobre lucros

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos disponíveis para venda e de derivados de cobertura de fluxos de caixa são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada jurisdição.

Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis com excepção do goodwill não dedutível para efeitos fiscais, das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e

passivos que não afectem quer o lucro contabilístico quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em subsidiárias na medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças temporárias dedutíveis.

O Grupo procede à compensação de activos e passivos por impostos diferidos ao nível de cada subsidiária, sempre que (i) o imposto sobre o rendimento de cada subsidiária a pagar às Autoridades Fiscais é determinado numa base líquida, isto é, compensando impostos correntes activos e passivos, e (ii) os impostos são cobrados pela mesma Autoridade Fiscal sobre a mesma entidade tributária. Esta compensação é por isso, efectuada ao nível de cada subsidiária, reflectindo o saldo activo no balanço consolidado a soma dos valores das subsidiárias que apresentam impostos diferidos activos e o saldo passivo no balanço consolidado a soma dos valores das subsidiárias que apresentam impostos diferidos passivos.

2.17. Provisões

São reconhecidas provisões quando (i) o Grupo tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

São reconhecidas provisões para reestruturação quando o Grupo tenha aprovado um plano de reestruturação formal e detalhado e tal reestruturação tenha sido iniciada ou anunciada publicamente.

Uma provisão para contratos onerosos é reconhecida quando os benefícios esperados de um contrato formalizado sejam inferiores aos custos que inevitavelmente o Grupo terá de incorrer de forma a cumprir as obrigações dele decorrentes. Esta provisão é mensurada com base no valor actual do menor de entre os custos de terminar o contrato ou os custos líquidos estimados resultantes da sua continuação.

2.18. Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos e dos passivos financeiros ao justo valor através dos resultados são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, respectivamente.

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A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. A taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em juros e proveitos equiparados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como derivados de cobertura (ver Nota 2.4), a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura é reconhecida nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.

2.19. Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma:

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído.

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no período a que se referem.

• Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

2.20. Reconhecimento de dividendos

Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é estabelecido.

2.21. Reporte por segmentos

Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos diferentes de outros segmentos de negócio.

Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico que está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes económicos.

2.22. Resultados por acção

Os resultados por acção básicos são calculados dividindo o resultado líquido atribuível aos accionistas da empresa-mãe pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação, excluindo o número médio de acções próprias detidas pelo Grupo.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, o número médio ponderado de acções ordinárias em circulação é ajustado de forma a reflectir o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras, como as resultantes de dívida convertível e de opções sobre acções próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa redução nos resultados por acção, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou de que as opções concedidas são exercidas.

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2.23. Activos não correntes detidos para venda

Activos não correntes ou grupos para alienação (grupo de activos a alienar em conjunto numa só transacção, e passivos directamente associados que incluem pelo menos um activo não corrente) são classificados como detidos para venda quando o seu valor de balanço for recuperado principalmente através de uma transacção de venda (incluindo os adquiridos exclusivamente com o objectivo da sua venda), os activos ou grupos para alienação estiverem disponíveis para venda imediata e a venda for altamente provável.

Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação) como detido para venda, a mensuração dos activos não correntes (ou de todos os activos e passivos do grupo) é efectuada de acordo com os IFRS aplicáveis. Subsequentemente, estes activos ou grupos para alienação são remensurados ao menor valor entre o valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos custos de venda.

2.24. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, onde se incluem a caixa e as disponibilidades em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

NOTA 3 – PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Grupo são discutidas nesta Nota com o objectivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados do Grupo e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Grupo é apresentada na Nota 2 às demonstrações financeiras consolidadas.

Considerando que, em muitas situações, existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Grupo poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Grupo e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

3.1. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda

O Grupo determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor ou quando prevê existir um impacto nos fluxos de caixa futuros dos activos. Esta determinação requer julgamento, no qual o Grupo recolhe e avalia toda a informação relevante à formulação da decisão, nomeadamente, a volatilidade normal dos preços dos instrumentos financeiros. Para o efeito e consequência da forte volatilidade dos mercados, consideraram-se os seguintes parâmetros como triggers da existência de imparidade:

(i) Títulos de capital: desvalorizações superiores a 30% face ao valor de aquisição (20% em Junho de 2008) ou valor de mercado inferior ao valor de aquisição por um período superior a doze meses (seis meses em Junho de 2008);

(ii) Títulos de dívida: sempre que exista evidência objectiva de eventos com impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros destes activos.

Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado (mark to market) ou de modelos de avaliação (mark to model) os quais requerem a utilização de determinados pressupostos ou de julgamento no

estabelecimento de estimativas de justo valor.

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A utilização de metodologias alternativas e de diferentes pressupostos e estimativas, poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Grupo.

3.2. Justo valor dos instrumentos financeiros derivados

O justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes

O Grupo efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade, conforme referido na Nota 2.5.

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados consolidados do Grupo.

3.4. Investimentos detidos até à maturidade

O Grupo classifica os seus activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas como investimentos detidos até à maturidade, de acordo com os requisitos do IAS 39. Esta classificação requer um nível de julgamento significativo.

No julgamento efectuado, o Grupo avalia a sua intenção e capacidade de deter estes investimentos até à maturidade. Caso o Grupo não detenha estes investimentos até à maturidade, excepto em circunstâncias específicas – por exemplo, alienar uma parte não significativa perto da maturidade – é requerida a reclassificação de toda a carteira para activos financeiros disponíveis para venda, com a sua consequente mensuração ao justo valor e não ao custo amortizado.

Os activos detidos até à maturidade são objecto de teste sobre a existência de imparidade, o qual segue uma análise e decisão do Grupo. A utilização de metodologias e pressupostos diferentes dos usados nos cálculos efectuados poderia ter impactos diferentes em resultados.

3.4. Impostos sobre os lucros

O Grupo encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros em diversas jurisdições. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.

As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colectável efectuado pelo Banco e pelas suas subsidiárias residentes em Portugal, durante um período de quatro ou seis anos, no caso de haver prejuízos fiscais reportáveis. Desta forma, é possível que hajam correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção dos Conselhos de Administração do Banco e das suas subsidiárias, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

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3.5. Pensões e outros benefícios a empregados

A determinação das responsabilidades por pensões de reforma requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões.

Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

NOTA 4 – REPORTE POR SEGMENTOS

A actividade do Grupo BESI encontra-se organizada de acordo com as seguintes linhas de negócio:

(i) Banca de Investimento– inclui a actividade da banca de investimento, nomeadamente estruturação de fusões e aquisições, montagem e colocação de emissões de dívida, estudos e análises;

(ii) Gestão de activos – inclui a actividade de gestão de fundos de investimentos e de gestão de patrimónios;

O reporte de segmentos primários é apresentado como segue:

(milhares de euros)

Banca de Investimento

TotalBanca de

Invest imentoGestão de activos

Total

Juros e proveitos sim ilares 57 263 57 263 114 522 53 114 575 ( 25 656) 146 182

Juros e custos similares 55 302 55 302 82 617 - 82 617 ( 23 872) 114 047

Margem financeira 1 961 1 961 31 905 53 31 958 ( 1 784) 32 135

Rendimentos de instrumentos de capital 1 310 1 310 2 - 2 - 1 312

Rendimentos de serviços e comissões 42 200 42 200 15 616 308 15 924 ( 352) 57 772

Encargos de serviços e comissões ( 1 891) ( 1 891) ( 1 956) - ( 1 956) - ( 3 847)

Resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados ( 4 967) ( 4 967) 7 223 - 7 223 804 3 060

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 1 095 1 095 156 - 156 - 1 251

Resultados de reavaliação cambial 4 145 4 145 13 335 ( 12) 13 323 971 18 439

Resultados de alienação de outros activos financeiros - - 129 - 129 - 129

Outros resultados de exploração ( 1 160) ( 1 160) ( 661) 45 ( 616) ( 16) ( 1 792)

Proveitos operacionais 42 693 42 693 65 749 394 66 143 ( 377) 108 459

(Proveitos operacionais Externos) 42 693 42 693 65 749 394 66 143 ( 377) 108 459

Custos com pessoal 11 794 11 794 19 803 615 20 418 - 32 212

Gastos gerais administrativos 6 773 6 773 8 863 210 9 073 ( 377) 15 469

Depreciações e amortizações 478 478 919 14 933 - 1 411

Provisões líquidas de anulações 290 290 5 808 - 5 808 - 6 098

Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações 6 101 6 101 3 679 - 3 679 - 9 780

Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 5 187 5 187 1 380 - 1 380 - 6 567

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 3 052 3 052 1 304 - 1 304 - 4 356

Custos operacionais 33 675 33 675 41 756 839 42 595 ( 377) 75 893

Alienação de investimentos - - - - - - -

Resultados de associadas 968 968 ( 29) - ( 29) - 939

Resultado antes de impostos 9 986 9 986 23 964 ( 445) 23 519 - 33 505

Impostos - - - - - - -

Correntes 1 927 1 927 2 125 - 2 125 - 4 052

Diferidos 1 232 1 232 2 411 ( 150) 2 261 - 3 493

Resultado após impostos antes de interesses minoritários 6 827 6 827 19 428 ( 295) 19 133 - 25 960

      Interesses m inoritários 49 49 3 589 ( 148) 3 441 - 3 490

Resultado líquido do exercício 6 778 6 778 15 839 ( 147) 15 692 - 22 470

Outras informações

Activo líquido 2 635 468 2 635 468 2 820 414 71 2 820 485 ( 144 010) 5 311 943

Investimento em empresas associadas - - 625 - 625 - 625

Passivo 2 305 067 2 305 067 2 671 239 208 2 671 447 ( 144 010) 4 832 504

Investimento em activos tangíveis 253 253 1 444 - 1 444 - 1 697

Investimento em activos intang íveis 258 258 2 508 - 2 508 - 2 766

30.06.2009

Actividade InternacionalIntergrupo TOTAL

Actividade Doméstica

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 72 -

(milhares de euros)

Banca de

Invest imentoTotal

Banca de

Investimento

Gestão de

act ivosTotal

Juros e proveitos similares 74 716 74 716 106 685 33 106 718 ( 30 465) 150 968 Juros e custos similares 66 719 66 719 99 557 - 99 557 ( 31 216) 135 060

Margem financeira 7 996 7 996 7 128 33 7 161 750 15 908

Rendimentos de instrumentos de capital 76 816 76 816 - - - ( 76 151) 665

Rendimentos de serviços e comissões 47 318 47 318 9 130 809 9 939 ( 636) 56 621 Encargos de serviços e comissões ( 4 869) ( 4 869) ( 370) ( 1) ( 371) ( 18) ( 5 258)Resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados ( 6 959) ( 6 959) ( 1 743) ( 5) ( 1 748) ( 1 606) ( 10 314)

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 0 0 30 170 - 30 170 0 30 170 Resultados de reavaliação cambial 1 528 1 528 26 280 ( 45) 26 235 ( 125) 27 639 Resultados de alienação de outros activos financeiros 21 21 ( 161) - ( 161) - ( 140)

Outros resultados de exploração ( 3 043) ( 3 043) ( 5 576) ( 108) ( 5 684) 903 ( 7 824)

Proveitos operacionais 118 808 118 808 64 859 683 65 541 ( 76 882) 107 467

(Proveitos operacionais Externos) 118 808 118 808 64 859 683 65 541 ( 76 882) 107 467

Custos com pessoal 17 785 17 785 11 216 720 11 936 0 29 721

Gastos gerais administrativos 10 085 10 085 4 624 97 4 721 ( 360) 14 445

Depreciações e amortizações 853 853 326 11 336 ( 22) 1 167

Provisões líquidas de anulações 1 507 1 507 - - - ( 0) 1 507 Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações 270 270 532 - 532 - 802

Imparidade de outros activos financeiros líquida de 4 312 4 312 - - - - 4 312

reversões e recuperações ( 4 802) ( 4 802) 1 - 1 - ( 4 801)

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações - - - - - - -

Custos operacionais 30 010 30 010 16 699 828 17 526 ( 382) 47 154

Alienação de investimentos - - - - - - -

Resultados de associadas - - - - - - -

Resultado antes de impostos 88 798 88 798 48 160 ( 145) 48 015 ( 76 500) 60 313

Impostos Correntes 6 156 6 156 19 309 2 19 311 ( 0) 25 467

Diferidos 280 280 ( 3 625) ( 24) ( 3 648) - ( 3 369)

Resultado após impostos antes de interesses minoritários 82 362 82 362 32 475 ( 123) 32 353 ( 76 500) 38 214

     Interesses minoritários ( 184) ( 184) 3 333 - 3 333 ( 0) 3 150

Resultado líquido do exercício 82 546 82 546 29 142 ( 123) 29 019 ( 76 500) 35 065

Outras informações

Activo líquido 3 130 782 3 130 782 2 782 870 945 2 783 814 ( 554 374) 5 360 223

Investimento em empresas associadas 5 347 5 347 - - - - 5 347

Passivo 2 923 334 2 923 334 2 492 995 283 2 493 278 ( 421 401) 4 995 211

Investimento em activos tangíveis 56 56 711 ( 0) 710 0 766

Investimento em activos intangíveis 47 47 144 0 144 191

30.06.2008

Actividade InternacionalIntergrupo TOTAL

Actividade Doméstica

O reporte de segmentos secundários é feito de acordo com a localização geográfica das diferentes unidades de

negócio do Grupo:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 73 -

NOTA 5 - MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

(milhares de euros)

30.06.2009 30.06.2008

Juros e proveitos similaresJuros de crédito 45 048 48 195 Juros de disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 6 034 27 567 Juros de derivados para gestão de risco 29 038 18 607 Juros de activos financeiros ao justo valor através de resultados 38 994 -Juros de activos financeiros disponíveis para venda 12 502 51 640 Juros de investimentos detidos até à maturidade 12 762 -Outros juros e proveitos similares 1 804 4 959

146 182 150 968 Juros e custos similares

Juros de recursos de bancos centrais e instituições de crédito 47 340 45 194 Juros de derivados para gestão de risco 21 032 20 203 Juros de débitos representados por títulos 39 071 57 613 Juros de depósitos de clientes 3 512 6 968 Juros de passivos subordinados 3 092 3 288 Outros juros e custos similares - 1 794

114 047 135 060

32 135 15 908

A rubrica juros de derivados para gestão de risco inclui, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.18, os juros de derivados de cobertura.

NOTA 6 - RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

O valor desta rubrica é composto por:

(milhares de euros)

30.06.2009 30.06.2008

Rendimentos de serviços e comissõesPor serviços bancários prestados 35 846 29 542

Por garantias prestadas 766 348

Por operações realizadas com títulos 21 160 26 731

57 772 56 621

Encargos de serviços e comissõesPor serviços bancários prestados por terceiros 684 1 274

Por operações realizadas com títulos 3 161 3 973

Por garantias recebidas 1 -

Outros custos com serviços e comissões 1 11

3 847 5 258

53 925 51 363

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 74 -

NOTA 7 - RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

O valor desta rubrica é composto por:

Em 30 de Junho de 2009, o valor desta rubrica inclui um efeito positivo de 4496 milhares de euros (30 de Junho de

2008: 1378 milhares de euros) relativo à variação de valor de passivos financeiros designados ao justo valor através

de resultados atribuível ao risco de crédito da entidade (ver nota 22).

NOTA 8 - RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

O valor desta rubrica é composto por:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 75 -

NOTA 9 - RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL

O valor desta rubrica é composto por:

(milhares de euros)

Proveitos Custos Total Proveitos Custos Total

Reavaliação Cambial 55 117 ( 36 678) 18 439 40 174 ( 12 535) 27 639

55 117 ( 36 678) 18 439 40 174 ( 12 535) 27 639

30-06-2009 30-06-2008

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.3.

NOTA 10 – OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS

O valor desta rubrica é composto por: (milhares de euros)

30.06.2009 30.06.2008

Resultado em derivados de cobertura de justo valor - ( 4 473)Outros serviços clientes 1 769 853 Outros resultados de exploração ( 3 561) ( 4 204)

( 1 792) ( 7 824)

O montante relativo a resultados em derivados de cobertura de justo valor está registado na rubrica “Resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados”.

NOTA 11 - CUSTOS COM PESSOAL

O valor dos custos com pessoal é composto por:

NOTA 12 - BENEFÍCIOS A EMPREGADOS

Pensões de reforma e benefícios de saúde

Em conformidade com o Acordo Colectivo de Trabalho celebrado com os sindicatos e vigente para o sector bancário, o Banco assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem numa percentagem, crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela salarial negociada anualmente para o pessoal no activo.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 76 -

Durante o exercício de 1998, o Banco Espírito Santo e as restantes subsidiárias do Grupo em Portugal, onde se inclui o BESI, decidiram constituir um fundo aberto autónomo, designado de Fundo de Pensões Aberto GES destinado a financiar a atribuição de benefícios complementares aos colaboradores. O fundo têm como sociedade gestora a ESAF - Espírito Santo Fundo de Pensões, S.A..

Os custos do período com pensões de reforma e com benefícios de saúde podem ser analisados como segue:

(milhares de euros )

30.06.2009 30.06.2008

Pensões de

reforma

Benefícios de

saúdeTotal

Pensões de

reforma

Benefícios de

saúdeTotal

Custo do se rviço corrente 1 092 60 1 152 1 .048 52 1 .1 00

Custo dos juros 738 49 787 770 48 818

R endimento esperado do fundo ( 740) - ( 740) (800) - (800)

Amortização do exercício 343 1 344 1 45 6 1 51

Custos do período 1 433 1 10 1 543 1 1 63 1 06 1 269

Prémios de antiguidade

Em 30 de Junho de 2009 e 2008, as responsabilidades assumidas pelo Grupo e os custos reconhecidos nos períodos com o prémio de antiguidade são como segue:

(milhares de euros)30.06.2009 31.12.2008 30.06.2008

Responsabilidades no inicio do periodo 964 2,371 2,245 Custo do exercício (Ver nota 10) 165 (1,388) 156 Prémios pagos (16) (19) (30)

1,113 964 2,371

A responsabilidade com prémios de antiguidade encontra-se registada em outros passivos (Ver Nota 34).

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 77 -

NOTA 13 - GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

(milhares de euros)

30.06.2009 30.06.2008

Rendas e alugueres 3 187 2 675 Publicidade e publicações 833 535 Comunicações e expedição 2 136 1 955 Deslocações e representação 1 962 2 742 Conservação e reparação 421 463 Seguros 161 225 Judiciais e contencioso 55 45 Serviços especializados Informática 1 148 1 023 Mão de obra eventual 252 174 Trabalho independente 683 961 Outros serviços especializados 2 938 2 345 Outros custos 1 693 1 302

15 469 14 445

A rubrica Outros serviços especializados inclui, entre outros, custos com segurança e vigilância, informação, consultores e auditores externos. A rubrica de Outros custos inclui, entre outros, custos com formação e custos com fornecimentos externos.

NOTA 14 - RESULTADOS POR ACÇÃO

Resultados por acção básicos

Os resultados básicos por acção são calculados efectuando a divisão do resultado atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio de acções ordinárias emitidas durante o ano, excluindo o número médio de acções compradas pelo Banco e detidas na carte ira como acções próprias.

(milhares de euros)

30.06.2009 30.06.2008

Resultado líquido atribuível aos accion istas do banco 22 470 35 065

Número médio ponderado de acções ordinárias em circulação (milhares) 36 000 14 000

Resultado por acção básico atribuível aos accionistas do Banco (em euros) 0,62 2,50

Resultados por acção diluídos

Os resultados por acção diluídos são calculados ajustando o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras ao número médio ponderado de acções ordinárias em circulação e ao resultado líquido atribuível aos accionistas do banco.

Em 30 de Junho de 2009 e de 2008, o Banco não detinha acções potenciais ordinárias d iluidoras, pelo que o resultado por acção diluído é igual ao resultado por acção básico.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 78 -

NOTA 15 - CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Esta rubrica em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Caixa 20 13

Depósitos à ordem em bancos centra isBanco de Portugal 16 921 10 163 Outros bancos centrais 77 1 961

16 998 12 124

17 018 12 137

A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais - Banco de Portugal inclui depósitos de carácter obrigatório, que têm por objectivo satis fazer os requisitos legais quanto à constituição de disponibilidades mínimas de caixa. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 2818/98 do Banco Central Europeu, de 1 de Dezembro de 1998, as disponibilidades mínimas obrigatórias em depósitos à ordem no Banco de Portugal, são remuneradas e correspondem a 2% dos depósitos e títulos de dívida com prazo inferior a 2 anos, excluindo destes os depósitos e os títulos de dívida de instituições sujeitas ao regime de reservas mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais.

Em 30 de Junho de 2009 a taxa de remuneração média destes depósitos ascende a 1,80% (31 de Dezembro de 2008: 4,14%).

NOTA 16 - DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 79 -

NOTA 17 - ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO

A 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, a rubrica Activos e Passivos Financeiros detidos para negociação apresenta os seguintes valores:

A 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, a rubrica dos activos financeiros detidos para negociação, no que se refere a títulos cotados e não cotados, é repartida da seguinte forma:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 80 -

A rubrica Instrumentos financeiros derivados a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como

segue:

(milh ares de eu ros)

Positivo Negativo Positivo Negativo

Contratos sobre taxas de câmbioForward 171 398 - 8 365 786 212 3 885 - Fx Swaps 77 543 - 2 598 60 348 7 201 - Fx Options 1 752 405 16 654 31 957 1 485 703 39 363 40 744 CIRS 923 112 127 343 18 482 515 405 42 009 107 755 Fx Futures 437 726 - - 10 571 - -

3 362 184 143 997 61 402 2 858 239 92 458 148 499 Contratos sobre taxas de juro

Forward Rate Agreements 67 000 993 000 787 683 In terest Rate Swaps 10 477 856 382 749 324 151 8 851 975 362 108 329 505 S waption - In terest Rate Options 394 000 - - 394 000 - - In terest Rate Caps & Floors 2 858 390 11 542 11 541 2 365 452 7 477 7 477 In terest Rate Futures 2 929 184 - 623 1 314 551 - -

16 726 430 394 291 336 315 13 918 978 370 372 337 665

Contratos sobre acções/índicesE quity / Index Swaps 359 944 27 156 27 287 420 928 38 927 41 015 E quity / Index Options 2 676 050 81 863 109 106 2 767 701 77 690 171 243 E quity / Index Futures 33 993 - - 102 609 - -

3 069 987 109 019 136 393 3 291 238 116 617 212 258

Contratos sobre créditoCredit Default Swaps 192 289 1 852 7 333 160 623 2 212 12 613

192 289 1 852 7 333 160 623 2 212 12 613

Total 23 350 890 649 159 541 443 20 229 078 581 659 711 035

Justo valor

31-12-2008

Justo valorNocional

30-06-2009

Nocional

NOTA 18 - ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

Positiva Negativa

Obrigações e outros títu los de rendimento fixoDe emissores públicos 4 345 51 - - 4 396 De outros emissores 366 456 1 220 ( 13 947) ( 14 649) 339 080

Acções 43 993 19 469 ( 8 694) ( 3 263) 51 505

Outros títulos de rendimento variável 83 250 58 ( 3 002) - 80 306

Saldo a 31 de Dezembro de 2008 498 044 20 798 ( 25 643) ( 17 912) 475 287

Obrigações e outros títu los de rendimento fixoDe emissores públicos 5 535 104 - - 5 639 De outros emissores 395 118 2 962 ( 8 590) ( 18 596) 370 894

Acções 52 375 36 428 ( 564) ( 4 211) 84 028

Outros títulos de rendimento variável 92 172 82 ( 2 980) ( 1 814) 87 460

Saldo a 30 de Junho de 2009 545 200 39 576 ( 12 134) ( 24 621) 548 021

(1) Custo de aquisição para acções e custo amortizado para títulos de dívida

Reserva de justo valorCusto (1 )

Valor de balanço

Imparidade

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em Activos financeiros disponíveis para venda são apresentados como se segue:

(m ilhares de euros)

30-06-2009 31-12-2008 30-06-2008

Saldo a 31 de Dezembro 17 912 4 446 133

Dotações 6 567 13 993 4 313

Reversões - ( 2) - Diferenças de câmbio e outras 142 ( 525) -

Saldo final 24 621 17 912 4 446

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 81 -

A rubrica de activos financeiros disponíveis para venda inclui 22 980 milhares de euros de títulos dados em garantia pelo Grupo (31 de Dezembro de 2008: 122 900).

As principais contribuições para a reserva de justo valor e para o montante de imparidade com referência a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 podem ser analisadas como segue:

NOTA 19 - APLICAÇÕES EM INSTIT UIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Aplicações em instituições de crédito no país

Depósitos - -

Operações com acordo de revenda - -

Mercado monetário interbancário 50 001 -

Ap licações de muito curto prazo 359 337 Outras aplicações 988 953

51 348 1 290 Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos 285 -

Empréstimos 7 075 -

Operações com acordo de revenda 553 085 911 356 Ap licações de muito curto prazo 253 318

Outras aplicações 1 987 1 854

562 685 913 528

614 033 914 818

Perdas por imparidade ( 188) ( 185)

613 845 914 633

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 82 -

Os movimentos ocorridos no exercíc io como perdas por imparidade em aplicações em instituições de crédito são apresentados como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Saldo inicial 185 -

Dotações - 171 Reversões - ( 1)Diferenças de câmbio e outras 3 15

Saldo final 188 185

NOTA 20 - CRÉDITO A CLIENTES

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Crédito internoA empresas

Créditos em conta corrente 20 451 4 756 Emprést imos 730 039 693 097 Descobertos 33 4 Outros créditos 43 065 53 019

A particulares Habitação 969 966 Consumo e outros - 2

794 557 751 844

Crédito ao exteriorA empresas

Emprést imos 960 917 940 651 Outros créditos 57 447 44 871

1 018 364 985 522

Crédito e juros vencidosAté 90 dias 2 612 4 810 Há mais de 90 dias 14 685 7 678

17 297 12 488

1 830 218 1 749 854

Provisões para imparidade do crédito ( 35 112) ( 25 726)

1 795 106 1 724 128

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em empréstimos a c lientes são apresentados como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008 30.06.2008

Saldo inicial 25 726 20 196 18 697 Dotações 11 520 6 390 3 559 Utilizações ( 1 246) - - Reversões ( 1 740) ( 733) ( 2 069)Diferenças de câmbio e outras 852 ( 127) 9

Saldo final 35 112 25 726 20 196

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 83 -

NOTA 21 – INVESTIMENT OS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE

Os Investimentos detidos até à maturidade podem ser analisados como segue:

NOTA 22 – DERIVADOS PARA GESTÃO DE RISCO

Em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, os derivados de cobertura em balanço analisam-se como

segue:

(milhares de euros)

30.06.2009

Derivados para gestão de risco activos

Contratos sobre taxas de juro 9 597 10 555

Contratos sobre acções/índices 92 928 91 647

Outros contratos 578 1 067

1 03 1 03 1 03 269

Derivados para gestão de risco pass ivos

Contratos sobre taxas de juro 10 251 17 81 3

Contratos sobre acções/índices 1 05 039 1 34 423

Outros contratos 2 291 7 576

1 17 581 1 59 81 2

( 1 4 478) ( 56 543)

31 .1 2.2008

A rubrica de Derivados para gestão de risco, inc lui para além dos derivados de cobertura, os derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados (e que não foram designados como derivados de cobertura).

Em 30 de Junho de 2009, o valor líquido da rubrica de Derivados para gestão de risco, inclui (i) 1 928 milhares de euros de passivo líquido relativo a derivados de cobertura (31 de Dezembro de 2008: 10 138 milhares de euros de passivo líquido) e (ii) 12 550 milhares de euros de passivo líquido relativos a derivados contratados com o objectivo

de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, e que não foram designados como derivados de cobertura (31 de Dezembro de 2008: 46 405 milhares de euros).

a) Derivados de cobertura

As operações de cobertura de justo valor em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 podem ser analisadas como segue:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 84 -

(milhares de euros)

Interest Rate Swaps Responsabilidades representadas por títulos Taxa de juro 174 210 ( 3 42) 8 061 893 ( 6 799)

Interest Rate Swaps Recursos de outras instituições de crédito Taxa de juro 14 494 ( 17) ( 73) ( 256) 68

Equity Swaps Responsabilidades representadas por títulos Cotação 17 142 ( 1 569) 268 - -

205 846 ( 1 928) 8 256 637 ( 6 731)

(1) Atribuível ao risco coberto

Justo valor do

derivado

30/06/2009

Variação do

justo valor do

elemento

coberto no

ano (1)

Risco cobertoProduto cobertoProduto derivado

Justo valor do

elemento

coberto (1)

Var. justo

valor do

derivado no

ano

Nocional

(milhares de euros)

Interest Rate Swaps Responsabilidades representadas por títulos Taxa de juro 325 169 ( 10 188) 5 746 7 823 ( 15 904)

Interest Rate Swaps Recursos de outras instituições de crédito Taxa de juro 6 600 50 ( 18 6) ( 267) ( 723)

331 769 ( 10 138) 5 560 7 556 ( 16 627)

(1) Atribuível ao risco coberto

(2 ) Inclui juro corrido

31.12.2008

Variação do

justo valor do

elemento

coberto no

ano (1)

Risco cobertoProduto cobertoProduto derivado

Justo valor do

elemento

coberto (1)

Var. justo

valor do

derivado no

ano

Justo valor do

derivado (2)Nocional

As variações de justo valor associadas aos activos e passivos acima descritos e aos respectivos derivados de cobertura encontram-se registadas em resultados do exercício na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados.

b) Outros derivados para gestão de risco

As operações de cobertura de justo valor em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 podem ser analisadas como segue:

Os outros derivados para gestão de risco inc luem instrumentos destinados a gerir o risco associado a determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados conforme política contabilís tica

descrita nas Notas 2.5, 2.6 e 2.8 e que o Grupo não designou para contabilidade de cobertura.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 85 -

A componente do justo valor dos passivos financeiros reconhecidos ao justo valor através de resultados, atribuível ao risco de crédito do Grupo, ascende em 30 de Junho de 2009 a 4496 milhares de euros (31 de Dezembro de

2008: 5045 milhares de euros).

NOTA 23 – ACTIVOS E PASSIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

O valor registado nesta rubrica é referente aos imóveis registados no activo da partic ipada detida pelo BESI Investimento em 30 de Junho de 2009 e em 31 de Dezembro de 2008 – Cominvest – SGII, SA.

NOTA 24 - OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros )

30.06.2009 31.12.2008

ImóveisDe serviço próprio 646 646 Beneficiações em edifícios arrendados 3 275 3 173

3 921 3 819 Equipamento

Equipamento informático 4 553 4 156 Instalações interiores 1 840 1 804 Mobiliário e material 2 025 2 017 Equipamento de segurança 285 270 Máquinas e ferramentas 1 331 1 202 Material de transporte 762 637 Outros 456 381

11 252 10 467

Outras imobilizações - 2

15 173 14 288 Imobilizado em curso

Beneficiações em edifícios arrendados 1 358 408 Equipamento informático e outros 1 134 884

2 492 1 292

17 665 15 580

Depreciação acumulada ( 9 687) ( 8 438)

7 978 7 142

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 86 -

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

NOTA 25 - ACTIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Goodwill 11 524 10 036

Adquiridos a terceirosSistema de tratamento automático de dados 9 640 9 440 Outras 824 607

10 464 10 047

Imobilizações em curso 565 462

22 553 20 545

Amortização acumulada (8 700) (8 195)

(8 700) (8 195)

13 853 12 350

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 87 -

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

(1) Inclui o montante de 929 milhares de euros relativos a imparidade para Goodwill na Concórdia Espirito Santo Investment (31 Dezembro de 2008: 882 milhares de euros). Esta imparidade foi reconhecida em resultados na rubrica de imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações.

NOTA 26 - INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS

Os dados financeiros relativos às empresas associadas, são apresentados no quadro seguinte:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 88 -

O movimento verificado nesta rubrica é como segue:

NOTA 27 - OUTROS ACTIVOS

A rubrica Outros Activos a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de e uros)

30.06.2009 31 .12.2008

Devedores e outras aplicações

Devedores por operações sobre fu turos e opções 282 857 390. 403

Suprimentos , prestações suplementares e activos subordinados 5 878 4. 392

Sector público administrativo 261 71

Outros devedores diversos 35 890 25. 248

324 886 420 1 1 4

Perdas por imparidade para devedores e outras aplicações ( 1 2 476) ( 8 527)

31 2 410 41 1 587

Outros activos

Ouro, outros metais preciosos , numismática, medalhística

e outras disponibilidades 93 1 1 8

Outros activos 3 01 4 2 075

3 1 07 2 1 93

Proveitos a receber 51 9 291

Despesas com cus to diferido 3 685 1 671

Outras contas de regularização

Operações cambiais a liquidar 1 6 01 2 7 947

Operações sobre valore s mobiliários a regularizar 77 221 71 734

Outras operações a regularizar 41 1 24 34 200

1 34 357 1 1 3 881

Pensões de reforma 1 2 929 1 3 092

467 007 542 71 5

As rubricas de Operações sobre valores mobiliários a regularizar, evidenciam o saldo das ordens de compra e venda por subsidiárias do Grupo que aguardam a respectiva liquidação financeira.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 89 -

Os movimentos ocorridos em Perdas por imparidade em Outros Activos são apresentados como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008 30.06.2008

Saldo inicial 8 527 5 595 6 483 Dotações 3 982 3 798 1 168 Reversões ( 555) ( 1 027) ( 1 884)Dife renças de câmbio e outras 522 161 ( 172)

Saldo final 12 476 8 527 5 595

NOTA 28 - RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

A rubrica de Recursos de outras instituições financeiras é apresentada como segue:

NOTA 29 - RECURSOS DE CLIENTES

O saldo da rubrica Recursos de clientes é composto, quanto à sua natureza, como segue:

(milhares de euros)30.06.2009 31.12.2008

Depósitos à vista Depósitos à ordem 38 527 21 354

Depósitos a prazo Depósitos a prazo 76 997 158 492

Outros recursos Operações de venda com acordo de recompra 544 046 893 539 Emprestimos 35 785 37 845 Outros 10 548 525

590 379 931 909

705 903 1 111 755

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 90 -

NOTA 30 - RESPONSABILIDADES REPRESENT ADAS POR TÍTULOS

A rubrica Responsabilidades representadas por títulos decompõe-se como segue:

Durante o exercíc io de 2009 o Grupo BESI procedeu à emissão de 1 133 589 milhares de euros (31 de Dezembro de 2008: 687 332 milhares de euros) de títulos, tendo sido reembolsados 749 241 milhares de euros (31 de

Dezembro de 2008: 971 433 milhares de euros).

As características essenciais destes recursos emitidos durante o ano de 2009, decompõem-se como segue:

(milhares de eur os)

30.06.2009

Entidade Descrição Moeda Data Emissão Valor Balanço

Maturidade Taxa de juro

ESIP ESIP JAN2012 EURBRL LINKED a) EUR 2009 1.728 2012 Indexada ao EUR/BRLESIP ESIP FEB2012 SX5E LINKED a) EUR 2009 2.479 2012 Indexada a DJ Eurostoxx 50

ESIP ESIP MAR2010 ENEL LINKED a) EUR 2009 1.008 2010 EURIBOR3M +3% + e)ESIP ESIP SX5E LINKED MARCH2011 a) EUR 2009 1.127 2011 Indexada a DJ Eurostoxx 50ESIP ESIP EURIBOR BARRIER FEB2012 a) EUR 2009 3.228 2012 Euribor 6M DigitalESIP ESIP EURIBOR6M DIGITAL MAR2012 a) EUR 2009 2.558 2012 Euribor 6M Digital

ESIP ESIP FIXED AMOUNT + AMORT NOV22 a) EUR 2009 3.482 2022 Fixed CouponsESIP ESIP BRASIL CLN EUR3M+2% JUN2010 a) EUR 2009 1.497 2010 EURIBOR3M +2% + c)ESIP ESIP EDP CLN EUR3M+2% MAR2011 a) EUR 2009 1.496 2011 EURIBOR3M +2% + c)ESIP ESIP EUR3M+20BPS MAR2010 EUR 2009 11 2010 EURIBOR3M + 0.2%

ESIP ESIP PHARMA EQL APRIL2011 a) EUR 2009 2.924 2011 Indexada a Cabaz de Acções b)

ESIP ESIP JULY2009 PBR WRC LINKED a) USD 2009 778 2009 Indexada a Petroleo Brasileiro

ESIP ESIP JULY2009 BBD WRC LINKED a) USD 2009 1.851 2009 Indexada a Banco Brades co

ESIP ESIP JULY2009 RIO WRC LINKED a) USD 2009 1.867 2009 Indexada a Companhia Vale Rio Doce

ESIP ESIP BRAZ CLN 2 EUR3M+2% JUN2010 a) EUR 2009 1.497 2010 EURIBOR3M +2% + c)

ESIP ESIP EDP 2 CLN EUR3M+2% MAR2011 a) EUR 2009 1.495 2011 EURIBOR3M +2% + c)

ESIP ESIP LACAIXA EUR3M+2% MAR2011 a) EUR 2009 2.501 2016 EURIBOR3M +2% + c)ESIP ESIP APR2014 5%+INDEX BASKET LKD a) EUR 2009 2.089 2014 Taxa Fixa + Indexada a Cabaz de Acções c)

ESIP ESIP MAY2014 5%+INDEX BASKET LKD a) EUR 2009 3.233 2014 Taxa Fixa + Indexada a Cabaz de Acções c)

ESIP ESIP FIXED COUPON APRIL2011 EUR 2009 105.743 2011 Taxa Fixa 4.384%

ESIP ESIP MAY2012 SX5E LINKED a) EUR 2009 1.245 2012 Indexada a DJ Eurostoxx 50

ESIP ESIP JUN2013 EQL LINKED a) EUR 2009 408 2013 Indexada a Cabaz de Acções d)ESIP ESIP JUN2010 EURBRL LINKED a) EUR 2009 972 2010 Indexada ao EUR/BRL

ESIP ESIP JAN2011 SP500 LINKED a) EUR 2009 990 2011 Indexada a SP500

ESIP ESIP JUN2011 CLN LINKED a) EUR 2009 2.744 2011 Taxa Fixa + e)

BRASIL BES INVEST BRASIL 5.75% MAY2012 USD 2009 102.577 2012 Taxa Fixa 5.75%

BRASIL CBD BRL 2009 87.650 2009

BRASIL CBD BRL 2009 63.804 2010BRASIL CBD BRL 2009 60.873 2011

BRASIL CBD BRL 2009 128.045 2012

BRASIL CBD BRL 2009 8.696 2014

BRASIL CDI BRL 2009 267.247 2009

BRASIL CDI BRL 2009 2.794 2010

a) emissões com derivados embutidos ou ao fair value option

b) Indexada a cabaz de Acções ROCHE HOLDING, SANOFI, NOVARTIS, PFIZER, ASTRAZENECA

c) Indexada a cabaz de Acções ROCHE HOLDING, SANOFI, NOVARTIS, PFIZER, ASTRAZENECA, TELEFONICA, FR ANCE TELECOM e DEUTSCHE TELEKOM

d) Indexada a cabaz de Acções BBVA, REPSOL e ENEL

e) indexada a risco de crédito

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 91 -

NOTA 31 – PROVISÕES

Em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, a rubrica Provisões apresenta os seguintes movimentos:

Estas provisões destinam-se a cobrir a probabilidade de ocorrência de determinadas contingências relacionadas com a actividade do Grupo.

NOTA 32 – IMPOSTOS

O Banco e as subsidiárias com sede em Portugal, estão suje itos a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e correspondente Derrama.

O cálculo do imposto corrente e diferido do primeiro semestre de 2009 e do exercício de 2008 foi apurado pelo Grupo BESI com base numa taxa nominal de IRC e derrama municipal de 26,5%, de acordo com a Lei nº 107-B/2003, de 31 de Dezembro e a Lei nº2/2007, de 15 de Janeiro (que aprova a Lei das Finanças Locais).

As declarações de autoliquidação, do Banco e das subsidiárias com sede em Portugal, ficam sujeitas a inspecção e eventual ajustamento pelas Autoridades Fiscais durante um período de quatro anos. Assim, poderão vir a ter lugar eventuais liquidações adicionais de impostos devido essencialmente a diferentes interpretações da legislação fiscal.

No entanto, é convicção da Administração do Banco e das subsidiárias com sede em Portugal que não ocorrerão liquidações adic ionais de valor s ignificativo no contexto das demonstrações financeiras consolidadas.

Os activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos em balanço em 30 de Junho 2009 e 31 de Dezembro de 2008 podem ser analisados como segue:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 92 -

Os movimentos ocorridos na rubrica de impostos diferidos são apresentados como segue:

O movimento do imposto d iferido de balanço em 30 de Junho 2009 e 2008 explica-se como segue:

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 93 -

A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue:

NOTA 33 - PASSIVOS SUBORDINADOS

A rubrica Passivos subordinados decompõe-se como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Outros passivos subordinadosObrigações de caixa 102 992 97 671

102 992 97 671

As principais características dos passivos subordinados são apresentadas como seguem:

(milhares de euros)30.06.2009

Empresa emitente Designação

Data emissão

Valor de Emissão

Valor de BalançoTaxa de

juro actual

Maturidade

BESI BESI SUBORDINADAS OCT2033 5.5% 2003 10 000 9 710 5.500 2033BESI BESI CAIXA SUB DEC15 2005 60 000 - 1.685 2010 a)ESIP ESIP LOWER TIER II DEC15 2005 60 000 59 681 1.685 2009 a)BESI BRASIL BRASIL - VBES IA001 2007 12 742 12 742 1.300 2014BESI BRASIL BRASIL - VBES IA001 2008 20 023 20 023 1.300 2013/2015Sub-total 162 765 102 156

Juro Corrido 836

102 992

a) data da call

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 94 -

(milhares de euros)31.12.2008

Empresa emitente Designação

Data emissão

Valor de Emissão

Valor de BalançoTaxa de

juro actual

Maturidade

BESI BESI SUBORDINADAS OCT2033 5.5% 2003 10 000 9 542 5.500 2033BESI BESI CAIXA SUB DEC15 2005 60 000 - 5.326 2010 a)ESIP ESIP LOWER TIER II DEC15 2005 60 000 59 681 5.326 2009 a)BESI BRASIL BRASIL - VBES IA001 2007 16 957 16 957 1.300 2014BESI BRASIL BRASIL - VBES IA000 2008 10 790 10 790 1.300 2013/2015Sub-total 157 747 96 970

Juro Corrido 701

157 747 97 671

a) data da call

Durante o exercíc io de 2009 o Grupo BESI não emitiu nem reembolsou qualquer título (2008: emitiu 35 000 milhares de reais).

NOTA 34 - OUTROS PASSIVOS

A rubrica Outros Passivos a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31 .1 2.2008

Credores e outros recurs os

Sector público administrativo 7 794 1 0 320

Credores diversos

Credores por operações sobre valores mobiliários 105 244 164 484 Credores por fornecimento de bens 1 246 1 555

Credores por benefícios de saúde 1 801 1 587

Outros credores 22 582 24 194 138 667 202 140

Custos a pagar

Prémios por antiguidade 1 1 1 3 964

Outros cus tos a pagar 6 272 6 593 7 385 7 557

Receitas com proveito diferido 648 1 297

Outras contas de regularizaçãoOperações sobre valores mobiliários a regularizar 74 129 72 606

Operações cambiais a liquidar 9 151 449 Outras operações a regularizar 28 725 26 459

11 2 005 99 51 4

258 705 31 0 508

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- 95 -

As rubricas de Operações sobre valores mobiliários a regularizar, em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, evidenciam o saldo das ordens de venda e compra por subsidiária do Grupo que aguardam a respectiva liquidação financeira.

NOTA 35 - CAPIT AL E PRÉMIOS DE EMISSÃO

Acções ordinárias

Em 29 de Junho de 2009, o Banco procedeu a emissão de 22 milhões de acções, com um valor nominal de 5 euros cada, totalizando 36 milhões de acções com um valor nominal de 5 euros cada, as quais encontram-se totalmente subscritas e realizadas pelo Banco Espírito Santo, S.A.

Prémios de emissão

Em 30 de Junho de 2009, os prémios de emissão são representados por 8 796 milhares de euros, referentes ao prémio pago pelos accionistas no aumento de capital ocorrido em Julho de 1998.

NOTA 36 - RESERVAS DE JUSTO VALOR, OUTRAS RESERVAS, RESULTADOS TRANSITADOS E INTERESSES MINORITÁRIOS

Reserva legal, reservas de justo valor e outras reservas

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. A legis lação

portuguesa aplicável ao sector bancário (Artigo 97º do Decreto-lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro) exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do capital social.

As reservas de justo valor representam as mais e menos valias potenciais re lativas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, líquidas da imparidade reconhecida em resultados no exercício e/ou em exercícios anteriores. O valor desta reserva é apresentado líquido de imposto d iferido.

Os movimentos ocorridos nestas rubricas foram os seguintes:

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- 96 -

A reserva de justo valor explica-se da seguinte forma:

O movimento da reserva de justo valor, líquida de impostos diferidos e interesses minoritários pode ser assim analisado:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Saldo inicio do período ( 26 088) 66 002

Variação de justo valor 31 299 ( 114 897)

Alienações do exercício (1,089) (3,525)

Impostos reconhecidos no exercício em reservas (1,578) 26,332

Saldo no fim do período 2 544 ( 26 088)

Interesses Minoritár ios

O detalhe da rubrica de Interesses minoritários por subsid iária é como segue:

O movimento de interesses minoritários em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 pode ser assim analisado:

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NOTA 37 - PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS

Em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 existiam, os seguintes saldos relativos a contas extrapatrimoniais:

As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de fundos por parte

do Grupo.

Os compromissos irrevogáveis, representam acordos contratuais para a concessão de crédito com os clientes do

Grupo (p.e. linhas de crédito não utilizadas) os quais, de forma geral, são contratados por prazos fixos ou com outros requisitos de expiração e, normalmente, requerem o pagamento de uma comissão. Substancialmente todos os compromissos de concessão de crédito em vigor requerem que os clientes mantenham determinados requis itos verificados aquando da contratualização dos mesmos.

Não obstante as particularidades destes passivos contingentes e compromissos, a apreciação destas operações obedece aos mesmos princípios básicos de uma qualquer outra operação comercial, nomeadamente o da solvabilidade quer do cliente quer do negócio que lhes estão subjacentes, sendo que o Grupo requer que estas operações sejam devidamente colateralizadas quando necessário. Uma vez que é expectável que a maioria dos mesmos expire sem ter sido utilizado, os montantes indicados não representam necessariamente necessidades de caixa futuras.

Em 30 de Junho de 2009, a rubrica de activos financeiros dados em garantia inclui:

Títulos dados em garantia ao Banco de Portugal no âmbito do Sistema de Pagamento de Grandes Transacções no montante de 20 000 milhares de euros (31 de Dezembro de 2008: 120 000 milhares de euros);

Adicionalmente, as responsabilidades evidenciadas em contas extrapatrimoniais re lacionadas com a prestação de

serviços bancários são como segue:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Responsabilidades por prestação de serviços Depósito e guarda de valores 5 474 378 5 273 003

5 474 378 5 273 003

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- 98 -

NOTA 38 – TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

Em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, o montante global dos activos e passivos do Grupo BESI que se referem a operações realizadas com entidades relacionadas do Grupo ESFG (holding do Banco) resume-se como segue:

(a) Foi fusionada no BES no ano de 2008

NOTA 39 – GESTÃO DOS RISCOS DE ACTIVIDADE

Em termos de política de gestão dos riscos, é apresentada a seguinte informação qualitativa do Grupo BESI.

O controlo e a gestão dos riscos, pelo papel que têm vindo a desempenhar no apoio activo à gestão, apresentam-se como um dos principais eixos estratégicos de suporte ao seu desenvolvimento equilibrado e sustentado.

O Departamento de risco tem mantido como principais, os seguintes objectivos:

� Identificação, quantificação e controlo dos diferentes tipos de risco assumidos, adoptando progressivamente princípios e metodologias uniformes;

� Contribuição contínua para o aperfeiçoamento de ferramentas de apoio à estruturação de operações e do desenvolvimento de técnicas internas de avaliação de performance e de optimização da base de capital;

� Gestão pró activa de situações de atraso significativo e incumprimentos de obrigações contratuais.

Risco de crédito

O Risco de Crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com o Grupo no âmbito da sua actividade creditícia. O risco de crédito está essencialmente presente nos produtos tradicionais bancários – empréstimos, garantias e outros passivos contingentes – e em produtos de negociação – swaps, forwards e opções

(risco de contraparte).

É efectuada uma gestão permanente das carteiras de crédito que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Esta abordagem é complementada pela introdução de melhorias contínuas das metodologias e ferramentas de avaliação e controlo dos riscos.

O acompanhamento do perfil de risco de crédito do Grupo, nomeadamente no que se refere à evolução das exposições de crédito e monitorização das perdas creditícias, é efectuado regularmente. São igualmente objecto de análises diárias o cumprimento dos limites de crédito aprovados e o correcto funcionamento dos mecanismos associados às aprovações de linhas de crédito no âmbito da actividade corrente das áreas de negócio.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 99 -

Seguidamente apresenta-se a informação relativa à exposição do Grupo BESI ao risco de crédito:

(milhares de euros)

30.06.2009 31.12.2008

Disponibilidades e aplicações em instituições de créditos 662 077 957 073Activos financeiros detidos para negociação 1 320 337 1 198 806Activos financeiros disponíveis para venda 376 533 343 476Crédito a clientes 1 795 106 1 724 128Investimentos detidos até à maturidade 301 425 243 094Derivados para gestão de risco 103 103 103 269Outros activos 218 229 244 046Garantias e avales prestados 356 278 240 698Compromissos irrevogáveis 221 779 218 462

Total 5 354 867 5 273 052

Concentração de riscos

A repartição do crédito sobre clientes e títulos por sectores de actividade, para os exercícios findos em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, encontra-se apresentada conforme segue:

(milhares de euros)

Valor bruto Valor bruto Imparidade

Crédito vivo

Crédito Vencido

Crédito vivo

Crédito Vencido

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca - 1 108 - ( 1 108) - 444 - Indústrias extractivas - - - - 468 - - Indústrias transformadoras - Indústrias Alimentares, das Bebidas e Tabaco 54 985 1 987 ( 3 723) ( 30) 306 - - Indústrias transformadoras - Madeira e Cortiça 5 819 - - - - - - Indústrias transformadoras - Papel e Indústrias Gráficas - - - - 3 132 5 038 - Indústrias transformadoras - Produtos Quimicos e de Borracha 64 667 784 ( 298) - - - - Indústrias transformadoras - Produtos Minerais não Metálicos 1 960 - ( 20) - - - - Indústrias transformadoras - Indústrias Metalurgicas de Base e p. metálicos 10 624 - ( 106) - 466 - - Indústrias transformadoras -Fabricação de Máquinas, Eq. e Ap. Eléctricos 23 856 - ( 192) - 292 - Indústrias transformadoras - Outras Industrias Transformadoras - - - - 1 036 - - Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 302 264 - ( 1 854) - 10 426 15 967 - Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição 7 389 - ( 45) - - 1 086 - Construção 235 181 20 ( 358) - 22 - - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 58 529 4 974 ( 85) ( 4 974) 1 368 18 664 ( 3 697)Alojamento, restauração e similares 56 131 291 ( 178) - 6 319 - - Transportes e armazenagem 100 445 6 387 ( 3 002) ( 6 387) 127 624 - - Actividades de informação e de comunicação - comunicação 9 450 - - - 559 - - Actividades de informação e de comunicação -actividades de informação 19 868 - ( 44) - 1 723 - - Actividades financeiras e de seguros 161 421 205 ( 1 013) ( 205) 470 172 293 310 ( 19 794)Actividades imobiliárias 97 633 - ( 5 376) - - - - Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 74 992 - ( 681) - 2 160 - - Actividades administrativas e dos serviços de apoio 26 105 - - - - - - Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória - - - - 651 793 5 639 - Actividades de saúde humana e apoio social 24 588 - ( 246) - - - - Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 28 103 - ( 238) - 2 125 1 064 - Actividades das sociedades gestoras de participações sociais 94 752 986 ( 1 196) ( 54) 0 - - Outras actividades de serviços 353 190 555 ( 3 694) - 68 610 231 430 ( 1 130)Crédito á Habitação 968 - ( 5) - - - - Crédito a Particulares 1 - - - - - -

TOTAL 1 812 921 17 297 ( 22 354) ( 12 758) 1 348 601 572 642 ( 24 621)

30.06.2009

Activos financeiros detidos para venda

Valor bruto Imparidade

Crédito sobre clientes

Activos financeiros detidos para negociação

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 100 -

(milhares de euros)

Valor bruto Valor bruto Imparidade

Crédito vivo

Crédito Vencido

Crédito vivo

Crédito Vencido

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 13 407 1 108 - ( 1 108) - - - Indústrias extractivas - - - - 991 281 - Indústrias transformadoras - Indústrias Alimentares, das Bebidas e Tabaco - - - - - 1 175 - Indústrias transformadoras - Papel e Indústrias Gráficas - - - - 1 697 5 093 - Indústrias transformadoras - Produtos Quimicos e de Borracha 15 035 - ( 541) - - - - Indústrias transformadoras - Produtos Minerais não Metálicos 1 870 - - - - - - Indústrias transformadoras - Indústrias Metalurgicas de Base e p. metálicos 4 743 - ( 358) - - - - Indústrias transformadoras -Fabricação de Máquinas, Eq. e Ap. Eléctricos 13 392 - - - - - - Indústrias transformadoras - Fabricação de Material de Transporte 13 895 - - - - - - Indústrias transformadoras - Outras Industrias Transformadoras - - - - - 787 - Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 255 023 - ( 858) - 1 709 13 433 - Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição - - - - 1 090 - - Construção 201 822 - ( 749) - 18 957 - - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 43 963 - - - 848 16 011 ( 3 131)Alojamento, restauração e similares 47 510 - - - 1 534 - - Transportes e armazenagem 103 312 6 438 ( 1 099) ( 6 390) 4 989 2 044 - Actividades de informação e de comunicação - comunicação 59 429 - - - 790 - - Actividades de informação e de comunicação -actividades de informação 26 651 - ( 509) - - - - Actividades financeiras e de seguros 387 556 4 752 ( 3 242) ( 5 260) 624 874 248 786 ( 13 041)Actividades imobiliárias 33 267 53 ( 609) - - - - Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 145 991 130 ( 1 707) ( 130) - 901 - Actividades administrativas e dos serviços de apoio 100 523 - ( 479) - - - - Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória - - - - 504 422 4 396 - Actividades de saúde humana e apoio social 24 912 - - - - - - Actividades artíst icas, de espectáculos, desportivas e recreativas 30 543 - ( 500) - 211 - - Outras actividades de serviços 213 530 7 ( 2 175) ( 7) 51 842 199 299 ( 1 740)Actividades dos organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais - - - - - 993 - Crédito á Habitação 990 - ( 5) - - - - Crédito a Part iculares 2 - - - - - -

TOTAL 1 737 366 12 488 ( 12 831) ( 12 895) 1 213 954 493 199 ( 17 912)

31.12.2008

Valor bruto Imparidade

Activos financeiros detidos para venda

Activos financeiros detidos para negociação

Crédito sobre clientes

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 101 -

Risco de mercado

O Risco de Mercado representa genericamente a eventual perda resultante de uma alteração adversa do valor de um instrumento financeiro como consequência da variação de taxas de juro, taxas de câmbio e preços de acções.

Ao nível do risco de mercado o principal elemento de mensuração de riscos consiste na estimação das perdas potenciais sob condições adversas de mercado, para o qual a metodologia Value at Risk (VaR) é utilizada. O Grupo BESI utiliza um VaR com recurso à simulação de Monte Carlo, com um intervalo de confiança de 99% e um período de investimento de 10 dias. As volatilidades e correlações são históricas com base num período de observação de um ano.

Como complemento ao VaR têm sido desenvolvidos cenários extremos (stress-testing) que permitem avaliar os impactos de perdas potenciais superiores às consideradas na medida do VaR.

(milhões de euros)

30.06.2009 31 .12.2008

Risco cambial 9 ,36 6 ,92

Risco taxa de juro 8 ,04 3 ,49

Acções 3 ,92 4,48

E feito diversificação -8 ,26 -2 ,55

Total 13,06 12,34

O Grupo BESI apresentou um VaR de 13,06 milhões de Euros para as suas posições de negociação em 30 de Junho de 2009.

No quadro seguinte apresentam-se as taxas médias de juro verificadas para as grandes categorias de activos e passivos financeiros do Grupo, para os exercícios findos em 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, bem assim como os respectivos saldos médios e os juros do exercício:

(milhares de euros)

S aldo médio

do exercício

J uro do

período

Taxa de

juro

média

S aldo médio

do exercício

J uro do

período

Taxa de

juro

média

Activos monetários 787 560 35 072 4,45% 903 1 50 87 093 9 ,64%

Crédito a clientes 1 803 778 46 851 2,60% 1 603 201 1 06 637 6 ,65%

Aplicações em títulos 1 546 861 64 259 4,1 5% 1 291 231 1 08 71 8 8 ,42%

Activos financeiros 4 1 38 1 99 1 46 1 82 3,53% 3 797 581 302 448 7,96%

Recursos monetários 1 485 674 47 340 3,1 9% 775 692 89 1 42 11 ,49%

Recursos de clientes 993 277 3 51 2 0,35% 1 020 1 74 46 790 4,59%

Outros recursos 1 471 469 63 1 95 4,29% 1 784 346 1 1 5 589 6 ,48%

Passivos financeiros 3 950 420 1 1 4 047 2,89% 3 580 21 3 251 521 7,03%

Resultado Financeiro 32 1 35 0,65% 50 927 0,94%

30.06.2009 31 .1 2.2008

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 102 -

No que se refere ao risco cambial, a exposição dos activos e dos passivos, a 30 de Junho de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, por moeda, é analisado como segue:

Risco de liquidez

O Risco de Liquidez advém da incapacidade potencial de financiar o activo satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira sem incorrer em perdas significativas.

A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria. Esta gestão tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às suas necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco são elaborados relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como efectuar a cobertura dinâmica dos mesmos.

Adicionalmente, é também realizado um acompanhamento por parte do Banco dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.

A deterioração do rácio consolidado de liquidez do Grupo BESI prende-se com o facto da gestão de liquidez consolidada ser efectuada ao nível do Grupo BES, tal como referido no Relatório de Gestão na Área de Tesouraria e na Análise do Risco de Liquidez.

Indicadores de Liquidez Consolidado

(milhares de euros)30.06.2009 31.12.2008

Caixa e outras disponibilidades junto de instituições de crédito 653.502 960.934Débitos de curto prazo junto de instituições de crédito -1.454.843 -1.429.627Gap de tesouraria I -801.341 -468.693

Rácio de Liquidez 84% 67%

A deterioração do Gap de Tesouraria tem origem na redução do valor dos REPO’s activos e passivos. Essa diferença é evidenciada dado que os REPO´s activos são incluídos em “Outras disponibilidades junto de instituições de crédito” e os passivos não constam do Gap de tesouraria I.

Risco operacional

O Risco Operacional traduz-se, genericamente, na eventualidade de perdas originadas por falhas na prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas informáticos, ou ainda, por eventos externos à organização.

Para gestão do risco operacional, foi desenvolvido e implementado um sistema que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação deste risco.

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Justo valor de activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado

O justo valor dos activos e passivos financeiros que estão registados ao custo amortizado, para o Grupo, é analisado como segue:

(milhares de euros)

Total Valor de

BalançoJusto Valor

30 de Junho de 2009

Caixa e disponibilidades bancos centrais 17 018 17 018

Disponibilidades em outras instituições de crédito 31 234 31 234

Activos finan. ao justo valor através de resultados 1 348 601 1 348 601

Activos financeiros disponíveis para venda 548 021 548 021

Aplicações em instituições de crédito 613 845 613 845

Crédito a clientes 1 795 106 1 795 106

Investimentos detidos até à maturidade 301 425 308 559

Derivados para gestão de risco 103 103 103 103

Activos financeiros 4 758 353 4 765 487

Recursos de bancos centrais 35 007 35 007

Passivos financeiros detidos para negociação 541 443 541 443

Recursos de outras instituições de crédito 1 492 442 1 492 442

Recursos de clientes e outros empréstimos 705 903 705 903

Responsabilidades representadas por títulos 1 544 494 1 544 494

Derivados para gestão de risco 117 581 117 581

Passivos subordinados 102 992 96 229

Passivos financeiros 4 539 862 4 533 099

31 de Dezembro de 2008

Caixa e disponibilidades bancos centrais 12 137 12 137

Disponibilidades em outras instituições de crédito 30 316 30 316

Activos finan. ao justo valor através de resultados 1 213 954 1 213 954

Activos financeiros disponíveis para venda 475 287 475 287

Aplicações em instituições de crédito 914 633 914 633

Crédito a clientes 1 724 128 1 724 128

Investimentos detidos até à maturidade 243 094 232 806

Derivados para gestão de risco 103 269 103 269

Activos financeiros 4 716 818 4 706 530

Recursos de bancos centrais 100 014 100 014

Passivos financeiros detidos para negociação 711 035 711 035

Recursos de outras instituições de crédito 1 177 679 1 177 679

Recursos de clientes e outros empréstimos 1 111 755 1 111 755

Responsabilidades representadas por títulos 1 343 244 1 343 244

Derivados para gestão de risco 159 812 159 812

Passivos subordinados 97 671 96 229

Passivos financeiros 4 701 210 4 699 768

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

- 104 -

Os Activos e Passivos ao justo valor do Grupo BESI, são valorizados de acordo com a seguinte hierarquia:

Valores de cotação de mercado – nesta categoria incluem-se as cotações disponíveis em mercados oficiais e as

divulgadas por entidades que habitualmente fornecem preços de transacções para estes activos/passivos.

Métodos de valorização com parâmetros observáveis no mercado – consiste na utilização de modelos internos

de valorização, designadamente modelos de fluxos de caixa descontados e de avaliação de opções, que implicam a

utilização de estimativas e requerem julgamentos que variam conforme a complexidade dos produtos objecto de valorização. Não obstante, o Grupo utiliza como inputs nos seus modelos, variáveis disponibilizadas pelo mercado,

tais como as curvas de taxas de juro, spreads de crédito, volatilidade e índices sobre cotações.

Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

Os principais objectivos da gestão de capital no Grupo são (i) permitir o crescimento sustentado da actividade através da geração de capital suficiente para suportar o aumento dos activos, (ii) cumprir os requisitos mínimos definidos pelas entidades de supervisão em termos de adequação de capital e (iii) assegurar o cumprimento dos objectivos estratégicos do Grupo em matéria de adequação de capital.

A definição da estratégia a adoptar em termos de gestão de capital é da competência da Comissão Executiva encontrando-se integrada na definição global de objectivos do Grupo.

Em termos prudenciais, o Grupo está sujeito à supervisão do Banco de Portugal que, tendo por base a Directiva

Comunitária sobre a adequação de capitais, estabelece as regras que a este nível deverão ser observadas pelas

diversas instituições sob a sua supervisão. Estas regras determinam um rácio mínimo de fundos próprios totais em relação aos requisitos exigidos pelos riscos assumidos, que as instituições deverão cumprir.

No âmbito da implementação do novo acordo de capital, designado por Basileia II, o Grupo concluiu, no dia 28 de

Novembro de 2008, o processo de Candidatura Formal para a utilização da abordagem baseada no uso de modelos

internos para o tratamento do risco de crédito (método “Internal Ratings Based” – IRB) e o método “Standard” para o

tratamento do risco operacional (método “The Standardized Approach” – TSA).

Actualmente e para fins de reporte às autoridades de supervisão para efeitos prudenciais, o Grupo apresenta os

rácios de solvabilidade segundo o método padrão para o risco de crédito e o indicador básico para o risco

operacional.

Os elementos de capital do Grupo BESI dividem-se em Fundos Próprios Base, Fundos Próprios Complementares e

Deduções, com a seguinte composição:

Fundos Próprios de Base (Tier I): Esta categoria incluí o capital estatutário realizado, as reservas elegíveis, os

resultados retidos do período, os interesses minoritários. São deduzidos pelo seu valor de balanço os valores relativos a goodwill apurado, a activos intangíveis, o valor das reservas de reavaliação de títulos de capital

negativas, 50% do valor das participações superiores a 10% em instituições financeiras e entidades seguradoras e a

desvios actuariais negativos decorrentes com benefícios pós emprego a empregados acima do limite do corredor,

reconhecidos até ao exercício de 2008, e o rendimento esperado, e não obtido, do rendimento dos activos do fundo

de pensões referentes ao exercício de 2008.

Fundos Próprios Complementares (FPC): Incorpora, essencialmente, a dívida subordinada emitida elegível e 45%

das reservas de reavaliação positivas. São deduzidas as participações em instituições financeiras e entidades seguradoras em 50% do seu valor.

Deduções: Compreende, essencialmente, a amortização prudencial dos imóveis recebidos em dação para

liquidação de créditos.

Adicionalmente, a composição da base de capital está sujeita a um conjunto de limites. Desta forma, as regras

prudenciais estabelecem que os Fundos Próprios Complementares não podem exceder o Tier I e determinadas

componentes dos FPC (o designado Lower Tier II) não podem superar 50% do Tier I.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Em Abril de 2007, o Banco de Portugal publicou o Aviso 4/2007 que alterou as regras de determinação dos fundos

próprios. Este Aviso veio alterar o tratamento das participações em instituições financeiras e entidades seguradoras,

que passaram a ser deduzidas em 50% aos Fundos Próprios de Base (FPB) e 50% aos FPC. Anteriormente, essas

deduções eram incluídas nas deduções efectuadas ao total dos fundos próprios.

Em Dezembro de 2008, o Banco de Portugal publicou o Aviso 11/2008, que estabeleceu um período transitório de

quarto anos, de Dezembro de 2009 a Dezembro de 2012, para o reconhecimento dos desvios actuariais totais

apurados em 2008, deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo relativos a esse mesmo ano.

Os principais movimentos ocorridos nos FPB, elegíveis de TIER I, em 2008 e 2007 apresentam-se no quadro seguinte (valores em milhares de euros):

(milhares de euros)30.06.2009 31.12.2008

Saldo do início do exercício 255.686 248.825Capital realizado 110.000 -Reservas e resultados transitados 32.788 36.502Desvios actuariais com responsabilidades pós-emprego com impacto prudencial 344 ( 765)Interesses minoritários 2.637 ( 25.296)Diferenca de reavaliação de activos disponíveis para venda 507 ( 3.786)Activos intangíveis 5.888 ( 1.521)Outros efeitos ( 12.139) 1.727Saldo no final do exercício 395.711 255.686

O quadro seguinte apresenta um sumário dos cálculos de adequação de capital do Grupo BESI para 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007 (valores em milhares de euros):

(milhares de euros)30.06.2009 31.12.2008

Total Activos Consolidados 5.311.943 5.331.753Activos Ponderados 4.044.459 3.944.710% Ponderação 76,14% 73,99%Requisitos de Fundos Próprios 323.557 315. 577Fundos Próprios Elegíveis 460.627 325. 586

TIER I (de Base) 395.711 255. 686Fundos Próprios Complementares 66.024 71.014Deduções ( 1.108) ( 1 .114)

Excesso 137.070 10.009Activos de Risco Equivalentes (Basileia II)Requisitos de Fundos Próprios Risco Crédito (Aviso 5/2007) 241.471 249. 267Requisitos de Fundos Próprios Risco de Mercado (Aviso 8/2007) 56.687 39.938Requisitos de Fundos Próprios Risco Operacional (Aviso 9/2007) 25.399 26.372Rácio Prudencial Basileia IIRácio de Solvabilidade 11,39% 8,25%TIER I 9,78% 6,48%

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BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

RELATÓRIO DE REVISÃO LIMITADA

ELABORADO POR AUDITOR REGISTADO NA CMVM

SOBRE INFORMAÇÃO SEMESTRAL CONSOLIDADA

EM 30 DE JUNHO DE 2009

INTRODUÇÃO 1. Nos termos do Código dos Valores Mobiliários (CVM), apresentamos o nosso Relatório de Revisão Limitada

sobre a informação financeira consolidada do período de seis meses findo em 30 de Junho de 2009, do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Banco), incluída no Relatório de Gestão, no Balanço consolidado (que evidencia um total de 5.311.943 milhares de euros e um total de capital próprio atribuível ao accionista do Banco de 446.565 milhares de euros, incluindo um resultado líquido do exercício atribuível ao accionista do Banco de 22.470 milhares de euros), nas Demonstrações consolidadas dos resultados, do rendimento integral, dos fluxos de caixa e das alterações nos capitais próprios do período de seis meses findo naquela data e nas correspondentes Notas explicativas.

2. As quantias das demonstrações financeiras, bem como as da informação financeira adicional, são as que constam dos registos contabilísticos.

RESPONSABILIDADES 3. É da responsabilidade do Conselho de Administração:

a) a preparação de informação financeira consolidada que apresente de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, o resultado consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados;

b) a informação financeira histórica, que seja preparada em conformidade com a Norma Internacional de

Contabilidade (IAS) 34 – Relato Financeiro Intercalar e que seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo CVM;

c) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados;

d) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado; e

e) a informação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a sua actividade, posição financeira ou

resultados. 4. A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos documentos acima referidos,

designadamente sobre se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva, lícita e em conformidade com o exigido pelo CVM, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no nosso trabalho.

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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ÂMBITO 5. O trabalho a que procedemos teve como objectivo obter uma segurança moderada quanto a se a informação

financeira consolidada anteriormente referida está isenta de distorções materialmente relevantes. O nosso trabalho foi efectuado com base nas Normas Técnicas e Directrizes de Revisão/Auditoria emitidas pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, planeado de acordo com aquele objectivo, e consistiu:

a) principalmente, em indagações e procedimentos analíticos destinados a rever:

• a fiabilidade das asserções constantes da informação financeira consolidada;

• a adequação das políticas contabilísticas adoptadas, tendo em conta as circunstâncias e a consistência da sua aplicação;

• a aplicação, ou não, do princípio da continuidade;

• a apresentação da informação financeira consolidada;

• se a informação financeira consolidada é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita; e

b) em testes substantivos às transacções não usuais de grande significado. 6. O nosso trabalho abrangeu ainda a verificação da concordância da informação financeira consolidada constante

no Relatório de Gestão com os restantes documentos anteriormente referidos. 7. Entendemos que o trabalho efectuado proporciona uma base aceitável para a emissão do presente relatório sobre

a informação semestral. PARECER

8. Com fundamento no trabalho efectuado, o qual foi executado tendo em vista a obtenção de uma segurança moderada, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a concluir que a informação financeira consolidada do período de 6 meses findo em 30 de Junho de 2009, não esteja isenta de distorções materialmente relevantes que afectem a sua conformidade com a IAS 34 – Relato Financeiro Intercalar e que não seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita.

Lisboa, 31 de Agosto de 2009 Dr. José Maria Ribeiro da Cunha em representação de: “Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas –“

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ANEXOS

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Anexo – Participações Accionistas e Obrigacionistas dos Membros de Órgãos de Administração e Fiscalização

Anexo a que se refere o número 5 do Artigo 447.º do Código das Sociedades Comerciais

Accionistas/Obrigacionistas Títulos Data Aquisições AlienaçõesPreço unitário

(em euros)

Ricardo Espirito Santo Silva Salgado Acções BES 500.214 19/01/2009 50.000 5,96

15/04/2009 733.618 1,80

14/05/2009(1)

14.607 10,27 1.269.225

Acções Fiduprivate 20 0 0 20

José Maria Espirito Santo Silva Ricciardi Acções BES 16.342 15/04/2009 21.789 1,80

14/05/2009(1)

7.497 10,27 30.634

Francisco Ravara Cary Acções BES 26.275 15/04/2009 35.118 1,80

08/05/2009 36.552 4,50

14/05/2009 (1) 9.250 10,27

19/05/2009 25.000 4,10 40.591

Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde Acções BES 15.881 15/04/2009 21.174 1,80

14/05/2009 (1) 17.133 10,27 19.922

Obrigações BES 5,625% 05/06/2009 2 50.000,00 2

Miguel António Igrejas Horta e Costa - 0 0 0 0

Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto Acções BES 18.763 15/04/2009 23.760 1,80

14/05/2009(1)

8.176 10,27 34.347

Ricardo Abecassis Espirito Santo Silva Acções BES 41.841 15/04/2009 56.804 1,80

14/05/2009 (1) 21.583 10,27

21/05/2009 317 4,04 77.379

Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires Acções BES 24.291 15/04/2009 60.251 1,80

14/05/2009 (1) 6.238 10,27 78.304

António Espirito Santo Silva Salgado Acções BES 7.000 30/06/2009 9.751 3,80 16.751

Bernard Marcel Fernand Basecqz - 0 0 0 0

Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia (2) Acções BES 504.000 02/01/2009 1.000 6,70

02/01/2009 2.000 6,71

02/01/2009 1.000 6,73

05/01/2009 1.000 6,58

05/01/2009 1.000 6,50

06/01/2009 10.000 6,51

19/01/2009 10.000 5,86

20/01/2009 2.000 5,94

20/01/2009 2.000 5,80

03/02/2009 2.000 5,15

12/02/2009 2.000 5,26

02/03/2009 2.000 4,60

06/03/2009 2.000 4,75

09/03/2009 2.000 4,56

15/04/2009 636.000 1,80

15/04/2009 20.000 1,80

21/04/2009 5.000 3,57

22/04/2009 5.000 3,67

22/04/2009 75.000 3,60

23/04/2009 5.000 3,75

23/04/2009 75.000 3,72

24/04/2009 25.000 3,80

27/04/2009 75.000 3,73

28/04/2009 11.000 3,74

30/04/2009 22.431 3,75

04/05/2009 29.569 3,70

06/05/2009 70.000 4,00

07/05/2009 25.000 4,44

08/05/2009 225.000 4,50

12/05/2009 5.000 4,15 495.000

Nº titulos à data de 31/12/2008

Nº titulos à data de 30/06/2009

Movimentos em 2009

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RELATÓRIO E CONTAS 1º SEMESTRE DE 2009

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Accionistas/Obrigacionistas Títulos Data Aquisições AlienaçõesPreço unitário

(em euros)

Christian Georges Jacques Minzolini Acções BES 24.841 15/04/2009 33.121 1,80

16/04/2009 33.121 3,56

14/05/2009(1)

9.250 10,27 15.591

Diogo Luis Ramos de Abreu Acções BES 19.691 15/04/2009 15.579 1,80

14/05/2009(1)

4.769 10,27 30.501

Duarte José Borges Coutinho Espirito Santo Silva Acções BES 50.100 15/04/2009 65.899 1,80

21/04/2009 101 3,60 116.100

Obrigações BES Finance Ltd. 07/02/2035 125 0 0 125

Félix Aguirre Cabanyes - 0 0 0 0

João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha - 0 0 0 0

José Manuel Pinheiro Espirito Santo Silva Acções BES 158.725 15/04/2009 211.630 1,80

14/05/2009(1)

10.710 10,27 359.645

Acções Fiduprivate 20 0 0 20

Luis Miguel Pina Alves Luna Vaz Acções BES 10.705 15/04/2009 14.273 1,80

16/04/2009 14.273 3,50

14/05/2009(1)

3.065 10,27 7.640

Moses Dodo - 0 0 0 0

Paulo José Lameiras Martins Acções BES 13.979 15/04/2009 18.638 1,80

14/05/2009(1)

7.152 10,27 25.465

Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro Acções BES 16.747 15/04/2009 22.329 1,80

17/04/2009 4.988 3,58

22/04/2009 17.195 3,60

14/05/2009 (1) 4.769 10,27 12.124

Frederico dos Reis de Arrochela Alegria Acções BES 7.405 15/04/2009 966 1,80

16/04/2009 1.000 3,57

14/05/2009 (1) 3.065 10,27 4.306

Obrigações BESPL 6,25% 0 01/04/2009 53 1.017,50 53

Nigel Keith Purse - 0 0 0 0

Phillipe Gilles Fernand Guiral - 0 0 0 0

José Manuel Macedo Pereira - 0 0 0 0

Tito Manuel das Neves Magalhães Basto - 0 0 0 0

Mário Paulo Bettencourt de Oliveira - 0 0 0 0

Amável Calhau, Ribeiro da Cunha & Associados - SROC - 0 0 0 0

Nuno Espírito Santo Leite de Faria Acções BES 100 15/04/2009 138 1,80 238

(1) Movimento relacionado com o Sistem a de Incentivo Baseado em Acções.(2) Directamente e através de Sociedades onde exerce funções de ges tão.

Nº titulos à data de 31/12/2008

Nº titulos à data de 30/06/2009

Movimentos em 2009

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Anexo – Participações de Accionistas

Anexo a que se refere o número 4 do Artigo 448.º do Código das Sociedades Comerciais

Accionistas % do Capital

Banco Espírito Santo, S.A. 100%

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Anexo – Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à Valorização dos Activos O Banco de Portugal, através da Carta Circular nº58/2009/DSB de 5 de Agosto de 2009 reiterou “a necessidade de as instituições continuarem a dar adequado cumprimento às recomendações do Financial Stability Forum (FSF), bem como às recomendações do Committee of European Banking Supervisors (CEBS), no que se refere à transparência da informação e à valorização de activos, tendo em conta o princípio da proporcionalidade” constantes das Cartas-Circulares nos 46/08/DSBDR de 15 de Julho e 97/08/DSB de 3 de Dezembro.

Neste contexto, procurou-se elencar essas recomendações e onde tais informações podem ser encontradas quer no Relatório de Gestão quer na Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras bem assim como, atento ao facto de estarmos perante informações intercalares, noutros documentos anteriormente divulgados pelo Grupo BESI, nomeadamente Relatório de Gestão e Notas Explicativas relativas ao exercício de 2008.

I. MODELO DE NEGÓCIO

1. Descrição do modelo de negócio

No ponto 2 do Relatório de Gestão do 1º semestre de 2009 designado por “Actividade e Resultados” faz-se a descrição do modelo de negócio do Espírito Santo Investment.

2. Estratégias e objectivos

As estratégias e objectivos do Espírito Santo Investment estão igualmente divulgados no ponto 2 do Relatório de Gestão do 1º semestre de 2009.

3., 4. e 5. Actividades desenvolvidas e contribuição para o negócio

No ponto 2 do Relatório de Gestão do 1º semestre de 2009 e na Nota Explicativa 4 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares apresenta-se informação acerca das actividades desenvolvidas pelo Espírito Santo Investment e sua contribuição para o negócio.

II. RISCOS E GESTÃO DE RISCOS

6. e 7. Descrição e natureza dos riscos incorridos

No ponto 4 do Relatório de Gestão do exercício de 2008 designado por “Gestão Integrada dos Riscos” dá-se nota da organização da gestão dos riscos e dos mecanismos de gestão para a sua monitorização e controlo no Espirito Santo Investment. Na Nota Explicativa 39 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares é apresentada diversa informação que, em conjunto, permite ao mercado obter a percepção sobre os riscos incorridos pelo Grupo.

III. IMPACTO DO PERÍODO DE TURBULÊNCIA FINANCEIRA NOS RESULTADOS

8.,9. e 10. Descrição qualitativa e quantitativa dos resultados

No ponto 5 do Relatório de Gestão do exercício de 2008 designado por “Nota sobre a Turbulência” apresentam-se os impactos do período de turbulência financeira. A informação aí divulgada considera-se suficiente, tendo em consideração o detalhe e quantificação apresentados, e o facto de no 1º semestre de 2009 não se terem verificado acontecimentos com relevância material.

11. Comparação dos impactos entre períodos

Os impactos directos e indirectos do período de turbulência no Espírito Santo Investment verificaram-se no exercício de 2008 os quais se encontram desenvolvidos no ponto 5 do respectivo Relatório de Gestão.

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12. Decomposição dos write-downs entre realizados e não realizados

Os proveitos e custos dos activos e passivos detidos para negociação e dos activos ao justo valor através de resultados e dos activos disponíveis para venda encontram-se desagregados por instrumento financeiro nas Notas Explicativas 7 e 8 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares.

Os ganhos e perdas não realizados dos activos disponíveis para venda bem como a desagregação das posições mais significativas constam da Nota Explicativa 18 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares.

13. Turbulência financeira na cotação das acções do Espírito Santo Investment

Não aplicável no universo do Espírito Santo Investment.

14. Risco de perda máxima

Na Nota Explicativa 39 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares divulga-se informação relevante sobre as perdas susceptíveis de serem incorridas em situações de stress do mercado.

15. Responsabilidades do Grupo emitidas e resultados

No ponto 5 do Relatório de Gestão do exercício de 2008 e na Nota Explicativa 39 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares faz-se divulgação sobre o impacto nos resultados decorrentes da reavaliação da dívida emitida e os métodos utilizados para a determinação do impacto.

IV. NÍVEIS E TIPOS DAS EXPOSIÇÕES AFECTADAS PELO PERÍODO DE TURBULÊNCIA

16. Valor nominal e justo valor das exposições

17. Mitigantes do risco de crédito

18. Informação sobre as exposições do Grupo

No pontos 5 do Relatório de Gestão do exercício de 2008 designado por “Nota sobre a Turbulência” dá-se nota sobre as exposições afectadas pelo período de crise. A informação aí divulgada considera-se suficiente, tendo em consideração o detalhe e quantificação apresentados, e o facto de no 1º semestre de 2009 não se terem verificado acontecimentos com relevância material.

19. Movimentos nas exposições entre períodos

Tal como referido no ponto 5 do Relatório de Gestão do exercício de 2008 os impactos mais significativos ocorreram no decorrer de 2008. No entanto, nas notas explicativas do exercício de 2008 consta informação diversa em que se comparam as exposições e os resultados, com fortes exposições aos mercados, do exercício de 2007 e 2008. A informação aí divulgada considera-se suficiente, tendo em consideração o detalhe e quantificação apresentados, e o facto de no 1º semestre de 2009 não se terem verificado acontecimentos com relevância material.

20. Exposições que não tenham sido consolidadas

Não aplicável no universo do Espírito Santo Investment.

21. Exposição a seguradoras monoline e qualidade dos activos segurados

O Espírito Santo Investment não tem exposições a seguradoras monoline.

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V. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS E MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO

22. Produtos estruturados

Na Nota Explicativa 2.4 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares designado por “Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura” é descrito o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros derivados.

23. Special Purpose Entities (SPE) e consolidação

Não aplicável no universo do Espírito Santo Investment. 24. e 25. Justo valor dos instrumentos financeiros

Nas Notas Explicativas 2.4 e 2.6 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares referem-se as condições de utilização da opção de justo valor, bem como as técnicas utilizadas para a valorização dos instrumentos financeiros.

Na Nota Explicativa 18 às Demonstrações Financeiras Consolidadas Intercalares são divulgados os instrumentos aos quais é aplicado o justo valor.

VI. OUTROS ASPECTOS RELEVANTES NA DIVULGAÇÃO

26. Descrição das políticas e princípios de divulgação

O Espírito Santo Investment, no contexto da sua politica de divulgação de informação de natureza contabilística e financeira, visa dar satisfação a todos os requisitos de natureza regulamentar, sejam eles ditados pelas normas contabilísticas ou pelas entidades de supervisão e de regulação do mercado.

Paralelamente o Espírito Santo Investment procura alinhar as suas divulgações pelas melhores práticas do mercado atendendo, por um lado, ao custo na captação da informação relevante e, por outro, dos benefícios que a mesma pode proporcionar aos diversos utilizadores.

De entre o conjunto de informação disponibilizada ao seu accionista, clientes, colaboradores, entidades de supervisão e ao público em geral, destacamos o Relatório de Gestão Anual, as Demonstrações Financeiras e as respectivas Notas. As demonstrações financeiras são preparadas tendo por base os IFRS que conferem um elevado grau de transparência à informação divulgada bem como de comparabilidade com os demais bancos nacionais e internacionais.

Sempre que necessário, o Espírito Santo Investment procede pontualmente, à emissão de comunicados de factos relevantes para além da veiculação de notícias através dos meios de comunicação social.

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