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1 RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

RELATÓRIO ECONÔMICO · grÁfico 32 – preÇo mÉdio mensal liquido do leite no rio grande do sul, em r$ por litros ..... 43 grÁfico 33

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1RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

3RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

PALAVRA DO PRESIDENTE

Caro Leitor,

Que ano difícil foi 2018! Logo no seu início olhávamos para as projeções dos preços do Arroz e víamos

valores abaixo dos R$ 30,00, o que nos exigiu um esforço muito grande de coordenação para que os

leilões de PEP e PEPRO ocorressem na abertura da colheita – pela primeira vez – o que ajudou em muito

as grandes exportações desse ano. Se isso não resolve todos os problemas, pelo menos amenizou e

não deixou piorar. No Sul e na Campanha os solos ardiam com a estiagem que teve seu epicentro na

Argentina, mas que alcançou nosso Estado e deixou um rastro de destruição. Enquanto isso o Governo

trocava TJLP para TLP sem fazer os ajustes necessários nas regras do Crédito Rural, deixando milhares

de produtores no limbo. Com um Seguro Rural cada vez mais podado e com regras capengas para

renegociação em caso de frustração de safra, torna-se ainda mais difícil ser produtor nesse país.

Fora da porteira vimos Governos desesperados por mais arrecadação, às vezes tomando medidas

que terminam reduzindo-a, ao invés de aumentá-la. A crise chegou no setor público que mostrou-se

disposto a matar a sociedade para manter o status quo de privilégios e garantias. Não faltam recursos

para aumentos, reposições, indenizações e etc., mas falta para as atividades finalísticas, onde estamos

todos nós, que geramos a receita que mantém este status. Quando assim agem os governos perdem

credibilidade, motivando ações como a greve dos caminhoneiros, que deixa dois legados terríveis:

redução da atividade econômica e um tabelamento ao estilo daqueles dos anos 80, que resultaram na

Década Perdida, ou mais recentemente aqueles que esvaziaram as prateleiras dos supermercados na

Venezuela. Incorrer nos mesmos erros parece ser uma das nossas chagas na América Latina.

Todo esse arcabouço de ocorrências trouxe uma enorme volatilidade para o câmbio, determinando que

enfrentemos 2019 com os maiores custos de produção da história. Foi um ano à espera das eleições,

quando deveríamos estar discutindo os rumos da economia – que tem enorme impacto nas nossas vidas

– discutimos os costumes da sociedade, como se isso fosse equilibrar as contas, trazer um ambiente de

geração de novas empresas, postos de trabalho e competitividade mundo a fora.

Mas estamos com muitas esperanças que o próximo governo seja um ponto importante de inflexão, onde

o país tome as medidas amargas – mas necessárias – para que outras ainda mais amargas não tenham

que ser tomadas no futuro bem próximo. Nós, do meio rural, estaremos atentos e dispostos, fazendo o

que nos é habitual, acreditando no país, não em palavras mas em ações, investindo mais, produzindo

mais, com absoluto respeito ao meio ambiente, gerando emprego e tecnologia, mesmo que às vezes a

impressão que temos é que parte da sociedade e da burocracia deseja o contrário.

Gedeão Pereira

Presidente do Sistema Farsul

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL4

1. BALANÇO DA AGROPECUÁRIA EM 2018 E PERSPECTIVAS PARA 2019 .................. 12

1.1 ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS DA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL ................................................. 121.1.1 Grãos ..................................................................................................................................................................... 121.1.2 Pecuária de Corte ............................................................................................................................................. 181.1.3 Pecuária de Leite .............................................................................................................................................. 19

1.2 ANÁLISE DA RENTABILIDADE DA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL ..................................................... 211.2.1 Arroz ...................................................................................................................................................................... 211.2.2 Milho ..................................................................................................................................................................... 261.2.3 Soja ........................................................................................................................................................................ 321.2.4 Trigo....................................................................................................................................................................... 371.2.5 Leite ....................................................................................................................................................................... 41

1.3 ANÁLISE DO CRÉDITO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL ............................................................................................. 451.3.1 Análise do Custeio ........................................................................................................................................... 471.3.2 Análise do Investimento ................................................................................................................................ 491.3.3 Análise da Comercialização .......................................................................................................................... 51

1.4 ANÁLISE E PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA MUNDIAL E BRASILEIRA ............................................................... 531.4.1 Arroz ...................................................................................................................................................................... 531.4.2 Milho ..................................................................................................................................................................... 581.4.3 Soja ........................................................................................................................................................................ 631.4.4 Trigo....................................................................................................................................................................... 681.4.5 Pecuária de Corte ............................................................................................................................................. 731.4.6 Bovinocultura de Leite ................................................................................................................................... 77

2. CONJUNTURA ECONÔMICA ........................................................................................ 82

2.1 ECONOMIA BRASILEIRA ................................................................................................................................................. 822.1.1 Economia Brasileira no Contexto Mundial ..............................................................................................842.1.2 Economia Brasileira em 2018 e Perspectiva para 2019 – ótica do dispêndio ...........................902.1.3 Expectativa para a Inflação ............................................................................................................................952.1.4 Taxa de Câmbio (R$/US$) ............................................................................................................................100

2.2 ECONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL ............................................................................................................................... 1022.2.1 Desempenho do Setor Industrial ..............................................................................................................1022.2.2 Desempenho do Setor de Serviços ..........................................................................................................1032.2.3 Desempenho das Exportações e Importações do Agronegócio do Rio Grande do Sul .....105

3. EXPEDIENTE ................................................................................................................. 114

SUMÁRIO

5RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DOS GRÃOS NO RIO GRANDE DO SUL,

EM MIL REAIS ....................................................................................................................................................................................................................16

GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DOS PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DE LEITE

NO RIO GRANDE DO SUL, EM R$ POR LITRO .................................................................................................................................................19

GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO MENSAL DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL DO ARROZ NO RS, EM R$/HA ............................21

GRÁFICO 4 - CUSTO DOS FERTILIZANTES PARA ARROZ NO RS, EM R$/HA ..................................................................................22

GRÁFICO 5 - CUSTO DOS HERBICIDAS PARA ARROZ NO RS, EM R$/HA ........................................................................................23

GRÁFICO 6 - CUSTO DOS INSETICIDAS DO ARROZ NO RS, EM R$/HA ............................................................................................23

GRÁFICO 7 - CUSTO DOS FUNGICIDAS PARA ARROZ NO RS, EM R$/HA .......................................................................................24

GRÁFICO 8 - PREÇO MENSAL DO ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL, EM R$/50 KG .................................................................25

GRÁFICO 9 - ORÇAMENTAÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL, RECEITA BRUTA

E MARGEM BRUTA DA SAFRA 2019 DO ARROZ NO RS, EM R$/HA ...................................................................................................25

GRÁFICO 10 - EVOLUÇÃO MENSAL DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL DO MILHO NO RS, EM R$/HA .........................26

GRÁFICO 11 - CUSTO DOS FERTILIZANTES PARA MILHO NO RS, EM R$/HA ................................................................................27

GRÁFICO 12 - CUSTO DOS HERBICIDAS PARA MILHO NO RS, EM R$/HA ......................................................................................28

GRÁFICO 13 - CUSTO DOS FUNGICIDAS PARA MILHO NO RS, EM R$/HA .....................................................................................28

GRÁFICO 14 - CUSTO DOS INSETICIDAS DO MILHO NO RS, EM R$/HA .........................................................................................29

GRÁFICO 15 - PREÇO DO MILHO NO RS, EM R$/SC 60KG ......................................................................................................................30

GRÁFICO 16 - ORÇAMENTAÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL, RECEITA BRUTA

E MARGEM BRUTA DA SAFRA 2019 DO MILHO NO RS, EM R$/HA ...................................................................................................31

GRÁFICO 17 - EVOLUÇÃO MENSAL DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL DA SOJA NO RS, EM R$/HA ..............................32

GRÁFICO 18 - CUSTO DOS FERTILIZANTES PARA SOJA NO RS, EM R$/HA ....................................................................................33

GRÁFICO 19 - CUSTO DOS HERBICIDAS PARA SOJA NO RS, EM R$/HA ..........................................................................................33

GRÁFICO 20 - CUSTO DOS INSETICIDAS PARA SOJA, EM R$/HA .........................................................................................................34

GRÁFICO 21 - CUSTO DOS FUNGICIDAS PARA SOJA NO RS, EM R$/HA .........................................................................................34

GRÁFICO 22 - PREÇO DA SOJA NO RS, EM R$/SC 60KG ...........................................................................................................................35

GRÁFICO 23 - ORÇAMENTAÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL, RECEITA BRUTA

E MARGEM BRUTA DA SAFRA 2019 DA SOJA NO RS, EM R$/HA ........................................................................................................36

ÍNDICE DE GRÁFICOS

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL6

GRÁFICO 24 - EVOLUÇÃO MENSAL DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL DO TRIGO NO RS, EM R$/HA ...........................37

GRÁFICO 25 - CUSTO DOS FERTILIZANTES PARA TRIGO NO RS, EM R$/HA .................................................................................38

GRÁFICO 26 - CUSTO DOS HERBICIDAS PARA TRIGO NO RS, EM R$/HA .......................................................................................38

GRÁFICO 27 - CUSTO DOS INSETICIDAS PARA TRIGO NO RS, EM R$/HA ......................................................................................39

GRÁFICO 28 - CUSTO DOS FUNGICIDAS PARA TRIGO NO RS, EM R$/HA ......................................................................................39

GRÁFICO 29 - PREÇO DO TRIGO NO RS, EM R$/SC 60KG ........................................................................................................................40

GRÁFICO 30 - ORÇAMENTAÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL, RECEITA BRUTA

E MARGEM BRUTA DA SAFRA 2019 DO TRIGO NO RS, EM R$/HA .....................................................................................................41

GRÁFICO 31 - EVOLUÇÃO MENSAL DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL DO LEITE NO RS, EM R$/HA ..............................42

GRÁFICO 32 – PREÇO MÉDIO MENSAL LIQUIDO DO LEITE NO RIO GRANDE DO SUL, EM R$ POR LITROS ...............43

GRÁFICO 33 – ORÇAMENTAÇÃO DA PECUÁRIA DE LEITE EM 2018 DO CUSTO OPERACIONAL TOTAL

(9/2017 E 9/2018), RECEITA BRUTA (PREÇOS EM 09/2017 E 09/2018) E MARGEM BRUTA NO RS (R$/HA) ..................43

GRÁFICO 34 – COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL ENTRE

2017* E 2018*, EM R$ MILHÕES ..............................................................................................................................................................................45

GRÁFICO 35 – COMPARATIVO DA CARTEIRA DE CRÉDITO RURAL TOMADO NO RIO GRANDE DO SUL, ENTRE 2017 E

2018, POR FINALIDADE, EM PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO ...............................................................................................................46

GRÁFICO 36 - PARTICIPAÇÃO DOS PRINCIPAIS GRÃOS NO CUSTEIO DA CARTEIRA DE CRÉDITO RURAL DO RIO

GRANDE DO SUL EM 2018*, EM PERCENTUAL ...............................................................................................................................................48

GRÁFICO 37 - COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAIS DE ARROZ

BENEFICIADO, EM MILHÕES DE TONELADAS .................................................................................................................................................53

GRÁFICO 38 - COMPARAÇÃO ENTRE O ESTOQUE FINAL MUNDIAL

DE ARROZ BENEFICIADO E O PREÇO INTERNACIONAL ............................................................................................................................54

GRÁFICO 39 - PREÇO DO INDICADOR DO ARROZ ESALQ/SENAR-RS, EM REAIS POR SACA DE 50KG ..........................58

GRÁFICO 40 - COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAIS

DE MILHO, EM MILHÕES DE TONELADAS ........................................................................................................................................................59

GRÁFICO 41 - COMPARAÇÃO ENTRE O ESTOQUE FINAL MUNDIAL DE MILHO E O PREÇO INTERNACIONAL .........59

GRÁFICO 42 - PREÇO DO MILHO EM PASO FUNDO – RS, EM R$/SC 60 KG ..................................................................................62

GRÁFICO 43 - COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAIS DE SOJA,

EM MILHÕES DE TONELADAS..................................................................................................................................................................................63

7RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

GRÁFICO 44 - COMPARAÇÃO ENTRE O ESTOQUE FINAL MUNDIAL DE SOJA E O PREÇO INTERNACIONAL .............64

GRÁFICO 45 - PREÇO DA SOJA EM RIO GRANDE - RS, EM REAIS POR SACA DE 60KG ...........................................................68

GRÁFICO 46 - COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAIS

DE TRIGO, EM MILHÕES DE TONELADAS ..........................................................................................................................................................69

GRÁFICO 47 - COMPARAÇÃO ENTRE O ESTOQUE FINAL MUNDIAL E O PREÇO INTERNACIONAL .................................69

GRÁFICO 48 - PREÇO DO TRIGO EM PASSO FUNDO - RS, EM REAIS POR SACA DE 60KG ....................................................73

GRÁFICO 49 - COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAIS DE CARNE BOVINA, EM MILHÕES DE

TONELADAS .......................................................................................................................................................................................................................74

GRÁFICO 50 - PREÇO DO BOI NO RIO GRANDE DO SUL, EM REAIS POR QUILOGRAMA CARCAÇA ...............................77

GRÁFICO 51 - PRODUÇÃO BRASILEIRA DE LEITE ADQUIRIDO, EM MIL LITROS...........................................................................80

GRÁFICO 52 – CONSUMO PER CAPITA DE LÁCTEOS NO BRASIL, EM LITROS ..............................................................................80

GRÁFICO 53 - PREÇO MÉDIO MENSAL DO LEITE NO RIO GRANDE DO SUL, EM R$/LITROS ...............................................81

GRÁFICO 54 - VARIAÇÃO (%) DO PIB DO BRASIL, ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES................................................................83

GRÁFICO 55 - COMPARAÇÃO DA TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB DO BRASIL

COM GRUPOS DE PAÍSES RICOS, EMERGENTES E O MUNDO (2006-2019) ...................................................................................84

GRÁFICO 56 - COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA RENDA PER CAPITA DO BRASIL

E DO MUNDO (PPP CONSTANTE E, 2011 - $ INTERNACIONAL) ...........................................................................................................85

GRÁFICO 57 - VARIAÇÃO (%) DO PIB AGROPECUÁRIO DO BRASIL, ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ..........................86

GRÁFICO 58 - VARIAÇÃO (%) DO PIB INDUSTRIAL DO BRASIL, ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ...................................87

GRÁFICO 59 - VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL ACUMULADO

NOS ÚLTIMOS 12 MESES, POR SEÇÕES E ATIVIDADES INDUSTRIAIS (09/2018) ..........................................................................88

GRÁFICO 60 - VARIAÇÃO (%) DO PIB DOS SERVIÇOS DO BRASIL, ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ..........................89

GRÁFICO 61 - DESEMPENHO ACUMULADO NO ANO (JAN-SET) DO VOLUME

DE SERVIÇOS E DE VENDAS DO COMÉRCIO. BRASIL ..................................................................................................................................90

GRÁFICO 62 - VARIAÇÃO (%) CONSUMO DAS FAMÍLIAS E DO GOVERNO NO BRASIL,

ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ...........................................................................................................................................................................91

GRÁFICO 63 - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR NO BRASIL (ICC) ................................................................................92

GRÁFICO 64 - VARIAÇÃO (%) DA FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO NO BRASIL,

ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ...........................................................................................................................................................................93

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL8

GRÁFICO 65 - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL (ICEI) ................................................................................94

GRÁFICO 66 - VARIAÇÃO (%) DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS,

ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES ...........................................................................................................................................................................95

GRÁFICO 67 - IPCA E EXPECTATIVA PARA 2018 E 2019, EM PERCENTUAL ACUMULADO NO ANO .................................96

GRÁFICO 68 - COMPARAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE INFLAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO (IICP), ÍNDICE DE

INFLAÇÃO DOS PREÇOS RECEBIDOS (IIPR) COM IPCA E IPCA ALIMENTOS. ACUMULADO

EM 12 MESES (OUTUBRO) ..........................................................................................................................................................................................97

GRÁFICO 69 - META PARA TAXA SELIC (%) .......................................................................................................................................................98

GRÁFICO 70 - SALDO DAS MOVIMENTAÇÕES DO EMPREGO NO BRASIL, POR SETOR,

ACUMULADAS ENTRE EM 12 MESES. (OUT – SET) .......................................................................................................................................99

GRÁFICO 71 - SALDO DAS MOVIMENTAÇÕES DO EMPREGO NO BRASIL, POR SETOR,

ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES. (OUT-SET) ...................................................................................................................................99

GRÁFICO 72 - VARIAÇÃO DA MÉDIA MENSAL DA TAXA DE CÂMBIO R$/US$

E MÉDIA DO PERÍODO DO PLANO REAL TOTAL E PERÍODO FLUTUANTE.....................................................................................100

GRÁFICO 73 - PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL - VARIAÇÃO ACUMULADA NO ANO (SET/18) ........................................102

GRÁFICO 74 - COMPARAÇÃO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL TOTAL E TRANSFORMAÇÃO

ENTRE O RS E O BRASIL, EM PERCENTUAL ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES .............................................................103

GRÁFICO 75 - ÍNDICE DE VOLUME DE VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA (%) – ACUMULADO

NO ANO (SET/18) ..........................................................................................................................................................................................................104

GRÁFICO 76 - COMPARAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO DO VOLUME DE VENDAS NO VAREJO, VAREJO AMPLIADO E

SERVIÇOS, NOS ANOS DE 2017 E 2018, ENTRE RS E BRASIL, ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES .......................104

GRÁFICO 77 – VALOR EXPORTADO, VALOR IMPORTADO E SALDO DA BALANÇA COMERCIAL

DO AGRONEGÓCIO DO RS (JAN-OUT), EM US$ BILHÕES .....................................................................................................................106

9RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

TABELA 1- ÁREA PLANTADA DE GRÃOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2017 E 2018, EM HECTARES .................13

TABELA 2 - ÁREA PLANTADA DE GRÃOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2018 E PROJEÇÃO

PARA 2019, EM HECTARES .................................................................................................................................................................13

TABELA 3 - PRODUÇÃO DE GRÃOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2017 E 2018, EM TONELADAS ......................15

TABELA 4 - PRODUÇÃO DE GRÃOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2018 E PROJEÇÃO

PARA 2019, EM TONELADAS .............................................................................................................................................................16

TABELA 5 - VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS GRÃOS DO RIO GRANDE DO SUL,

EM MIL REAIS ..........................................................................................................................................................................................17

TABELA 6 - ANIMAIS ABATIDOS E VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE

NO RIO GRANDE DO SUL ...................................................................................................................................................................18

TABELA 7 – QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO DE LEITE ADQUIRIDO NO RIO GRANDE DO SUL .............20

TABELA 8 – CRÉDITO RURAL TOMADO NO RIO GRANDE DO SUL EM 2018*, POR FINALIDADE,

EM R$ MILHÕES .....................................................................................................................................................................................46

TABELA 9 – COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PARA CUSTEIO NO RIO GRANDE DO SUL

ENTRE 2017* E 2018* ...........................................................................................................................................................................47

TABELA 10 - COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PARA CUSTEIO DOS PRINCIPAIS GRÃOS

DO RIO GRANDE DO SUL, ENTRE 2017* E 2018* .....................................................................................................................48

TABELA 11 – COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PARA INVESTIMENTO

NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2017* E 2018* ......................................................................................................................49

TABELA 12 - COMPARATIVO DAS TAXAS DE JUROS DE INVESTIMENTO DENTRO DA CARTEIRA

DO CRÉDITO RURAL, ENTRE 2017 E 2018 ....................................................................................................................................50

TABELA 13 - COMPARATIVO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DENTRO DA CARTEIRA

DE INVESTIMENTO DO CRÉDITO RURAL NO RS ENTRE 2017* E 2018* ...........................................................................50

TABELA 14 – COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PARA COMERCIALIZAÇÃO

NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2017* E 2018* ......................................................................................................................51

TABELA 15 – COMPARATIVO DO CRÉDITO RURAL TOMADO PARA COMERCIALIZAÇÃO

DOS PRINCIPAIS GRÃOS DO RIO GRANDE DO SUL, ENTRE 2017* E 2018* ...................................................................52

TABELA 16 - PRODUÇÃO MUNDIAL DE ARROZ BENEFICIADO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ........55

TABELA 17 - CONSUMO MUNDIAL DE ARROZ BENEFICIADO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS..........56

ÍNDICE DE TABELAS

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL10

TABELA 18 - FUNDAMENTOS DO MERCADO BRASILEIRO DE ARROZ

EM CASCA, EM MILHÕES DE TONELADAS ..................................................................................................................................57

TABELA 19 - PRODUÇÃO MUNDIAL DE MILHO, POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ....................................60

TABELA 20 - CONSUMO MUNDIAL DE MILHO, POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ......................................61

TABELA 21 - FUNDAMENTOS DO MERCADO BRASILEIRO DE MILHO, EM MILHÕES DE TONELADAS...............62

TABELA 22 - PRODUÇÃO MUNDIAL DE SOJA POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS .........................................65

TABELA 23 - CONSUMO MUNDIAL DE SOJA POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ...........................................65

TABELA 24 - FUNDAMENTOS DO MERCADO BRASILEIRO DE SOJA, EM MILHÕES DE TONELADAS ..................67

TABELA 25 - PRODUÇÃO MUNDIAL DE TRIGO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS .......................................70

TABELA 26 - CONSUMO MUNDIAL DE TRIGO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ........................................71

TABELA 27 - FUNDAMENTOS DO MERCADO BRASILEIRO DE TRIGO, EM MILHÕES DE TONELADAS ................72

TABELA 28 - PRINCIPAIS PRODUTORES DE CARNE BOVINA POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS .............74

TABELA 29 - PRINCIPAIS CONSUMIDORES DE CARNE BOVINA POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ......75

TABELA 30 - FUNDAMENTOS DO MERCADO BRASILEIRO DE CARNE BOVINA,

EM MILHÕES DE TONELADAS ..........................................................................................................................................................76

TABELA 31 - PRODUÇÃO DE LEITE FLUÍDO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ..............................................78

TABELA 32 - CONSUMO DE LEITE FLUÍDO POR PAÍS, EM MILHÕES DE TONELADAS ................................................79

TABELA 33 – RESUMO DAS PROJEÇÕES DA ASSESSORIA ECONÔMICA DO SISTEMA FARSUL ...........................105

TABELA 34 - COMPARAÇÃO ENTRE AS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NO RS ENTRE 2017

E 2018 (JAN-OUT), EM VALOR (US$), VOLUME (KG) E PREÇO DA TONELADA (US$/TON) .....................................106

TABELA 35 - COMPARAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO DO RS

ENTRE 2017 E 2018 (JAN-OUT), EM VALOR (US$), VOLUME (KG) E PREÇO (US$/TON) ...........................................108

TABELA 36 - COMPARAÇÃO ENTRE AS IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NO RS

ENTRE 2017 E 2018 (JAN-OUT), EM VALOR (US$), VOLUME (KG) E PREÇO DA TONELADA (US$/TON) ...........109

TABELA 37 - COMPARAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO DO RS ENTRE 2017

E 2018 (JAN-OUT), EM VALOR (US$), VOLUME (KG) E PREÇO (US$/TON) ....................................................................110

TABELA 38 - PARCEIROS COMERCIAIS DO RS - EXPORTAÇÃO 2018 (JAN-OUT), EM US$ .....................................111

TABELA 39 - PARCEIROS COMERCIAIS DO RS - EXPORTAÇÃO 2017 (JAN-OUT), EM US$ .....................................111

TABELA 40 - PARCEIROS COMERCIAIS DO RS - IMPORTAÇÃO 2018 (JAN-OUT), EM US$ .....................................112

11RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

TABELA 41 - PARCEIROS COMERCIAIS DO RS - IMPORTAÇÃO 2017 (JAN-OUT), EM US$ .....................................112

TABELA 42 - PARTICIPAÇÃO DOS PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS NAS EXPORTAÇÕES

DO AGRONEGÓCIO DO RS EM 2018 (JAN-OUT), EM PERCENTUAL ...............................................................................113

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL12

1. BALANÇO DA AGROPECUÁRIA EM 2018 E PERSPECTIVAS PARA 2019Nesta primeira parte do relatório, detalhamos o desempenho da agropecuária ao longo deste ano e realizamos

projeções para o ano de 2019. Para tanto, fomos muito além das questões físicas de área e produção e tratamos

também da tomada de crédito, fizemos análises de mercado, custos de produção e rentabilidade das safras.

1.1 ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS DA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL

Neste ano de 2018 houve retração de 5% na produção de grãos no Estado, apesar da área plantada ter

se mantido praticamente estável. Isso porque enfrentamos alguns problemas climáticos na região sul, que

acabaram comprometendo a produtividade média, especialmente das lavouras de Soja. Entretanto, apesar

desses contratempos, essa foi a segunda maior safra da história registrada até então. Com a elevação dos

preços médios das principais commodities, verificamos uma valorização de 12% do Valor Bruto da Produção,

possibilitando aumento de rentabilidade das lavouras..

A expectativa para a safra 2019 é de que os preços mais elevados estimulem os produtores a expandirem a área

plantada de grãos em 3,4%. Apesar de esperarmos produtividades médias inferiores, ainda assim esperamos

uma produção maior, atingindo 34,7 milhões de toneladas, devido ao aumento da área plantada mencionado

anteriormente. Caso essa projeção se confirme, estaremos diante da segunda maior safra da história do Rio

Grande do Sul, perdendo apenas para 2017.

O Valor Bruto da Produção dos grãos deve ser maior, no final dessa safra, em função da valorização dos preços

no decorrer do ano de 2018. Para a próxima safra, o faturamento dos grãos deve atingir recorde, desta vez

estimulado pela expansão da produção. Na pecuária, o leite deve apresentar expansão do seu valor neste ano em

função da valorização dos preços. Por outro lado, estimamos uma queda no faturamento da pecuária de corte,

associada a redução dos preços que ainda sentem os reflexos da crise econômica.

1.1.1 GRÃOS

Por Danielle Guimarães e Conrado Zanferari

ÁREA PLANTADA

A área plantada de grãos no Rio Grande do Sul não apresentou grande alteração em 2018, apresentando um

crescimento de 0,2% em relação ao ano anterior, que equivale um aumento de 19,3 mil hectares. Importantes

culturas de verão como o Arroz e o Milho, apresentaram quedas significativas. Em contrapartida, a área

plantada com Soja apresentou um aumento de 3% em relação ao ano passado, o que neutralizou a queda

nas demais culturas, uma vez que a Soja representa cerca de 65% da área plantada com grãos no Estado. As

culturas de inverno expandiram em 2% área neste ano de 2018, reflexo das maiores áreas destinadas ao plantio

de Trigo e Aveia.

13RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nossa estimativa era: No Relatório Econômico 2017 e Perspectivas para 2018 havíamos projetado uma área

plantada de 8.492.027 hectares para o ano de 2018. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/

IBGE) confirmou uma área de 8.589.955 hectares, ou seja, o erro da nossa projeção foi de apenas 1,15%. A

principal razão foi a subestimação da área plantada com Soja, havíamos estimado 5,6 milhões hectares e se

concretizou uma área de 5,7 milhões hectares.

Para a safra 2019 estimamos uma área maior, com um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior. A razão para

uma área em crescimento é que, apesar da diminuição da área de Arroz, acreditamos em um aumento na área

plantada de importantes grãos como o Milho, a Soja e o Trigo, conforme pode ser visto na tabela que segue.

Fonte: IBGE/LSPA (out/18)

Tabela 1 - Área plantada de grãos no Rio Grande do Sul em 2017 e 2018, em hectares

PRODUTOÁREA PLANTADA

Safra 2017 Safra 2018 Variação (%)Amendoim 2.711 2.520 -7,0Arroz 1.104.732 1.069.061 -3,2Aveia 253.534 283.481 11,8Centeio 1.855 2.625 41,5Cevada 65.647 42.249 -35,6Feijão 68.352 59.341 -13,2Girassol 2.373 2.595 9,4Milho 831.221 706.085 -15,1Soja 5.541.860 5.709.034 3,0Sorgo 4.016 4.825 20,1Trigo 691.553 705.906 2,1Triticale 2.899 2.233 -23,0TOTAL 8.570.753 8.589.955 0,2

Fonte: IBGE/LSPA; (*) Projeção da Assessoria Econômica Sistema Farsul

Tabela 2 - Área plantada de grãos no Rio Grande do Sul em 2018 e projeção para 2019, em hectares

PRODUTOÁREA PLANTADA

Safra 2018 Safra 2019* Variação (%)Amendoim 2.520 2.209 -12,4Arroz 1.069.061 999.572 -6,5Aveia 283.481 254.886 -10,1Centeio 2.625 2.151 -18,1Cevada 42.249 51.036 20,8Feijão 59.341 57.915 -2,4Girassol 2.595 3.423 31,9Milho 706.085 729.922 3,4Soja 5.709.034 5.852.212 2,5Sorgo 4.825 5.018 4,0Trigo 705.906 924.737 31,0Triticale 2.233 2.741 22,7TOTAL 8.589.955 8.885.821 3,4

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL14

O ano de 2018 foi marcado pelo aumento das exportações de Arroz, o que permitiu uma elevação dos

preços no mercado interno. As exportações foram possíveis graças aos incentivos via leilões PEP e PEPRO

e às boas condições de taxa de câmbio para os exportadores no decorrer do ano. A expectativa para

o ano de 2019 é de uma taxa de câmbio em patamar mais baixo, o que pode reduzir o escoamento do

Arroz para outros mercados, afetando o mercado interno. Essa possibilidade de queda do preço do Arroz

no mercado interno deve desestimular o produtor no momento do plantio, por esta razão, estimamos

uma queda de -6,5% da área plantada dessa cultura em 2019.

Por outro lado, a elevação dos preços do Milho e da Soja devem criar estímulos para o aumento das áreas

destinadas a estas culturas na próxima safra. Por essa razão, projetamos aumentos de 3,4% e 2,5% das

áreas plantadas de Milho e Soja, respectivamente.

Nas culturas de inverno, o destaque deve ser o Trigo. O aumento do seu preço a partir do segundo

trimestre deste ano para o patamar de R$ 40,00/saca 60kg, preço esse que não era registrado desde

meados de 2016, deve estimular o aumento das áreas plantadas com esta cultura em 2019. Projetamos

uma expansão de quase 31% da área plantada com Trigo.

PRODUÇÃO

A produção de grãos no Rio Grande de Sul registrou uma queda de 5,3% neste ano, apesar da expansão

da área plantada. Isso porque o estado sofreu com a falta de chuvas na metade sul, o que afetou a

produtividade das culturas de verão. A Soja, que representa mais da metade da produção de grãos do

estado, apresentou retração de 6,4% da produção, apesar da expansão de 3% de sua área plantada.

Isso porque a produtividade foi 8% menor, especialmente nos municípios localizados na metade sul do

Estado. O Arroz e o Milho também tiveram suas produtividades comprometida em função da falta de

chuvas, quedas de 1% e 10%, respectivamente. A este fator somou-se a menor área destinada a estas

culturas e o resultado foram as quedas da produção.

Como foi ressaltado anteriormente, a safra 2018 apresentou menores produtividades para as culturas de

verão. Entretanto, cabe ressaltar que apesar destas quedas ainda assim foram as maiores produtividades

já registradas, perdendo apenas para 2017.

Em relação às culturas de inverno, cabe ressaltar o bom desempenho do Trigo, que apresentou expansão de

72% da produção. Isso porque, apesar da redução da área plantada, o rendimento médio apresentou aumento

de cerca de 70% em relação ao ano anterior, registrando a capacidade produtiva de 2.983 kg/ha.

15RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nossa estimativa era: No Relatório Econômico 2017 e Perspectivas 2018 havíamos projetado uma

produção de grãos de 34.340.544 toneladas para 2018. De acordo com o IBGE, a produção se confirmou

em 33.527.779 toneladas, ou seja apenas 2,4% menor do que projetamos. A principal razão para termos

superestimado a produção de grãos de 2018 foi a nossa expectativa para a produção de Milho, de 5,4

milhões de toneladas, quando na verdade se registrou uma produção de 4,6 milhões de toneladas.

Para a safra 2019 estimamos uma produção maior, com um aumento de 3,4% em relação ao ano

anterior. As produções de Milho e Soja devem contribuir para esse aumento da produção de grãos nesta

próxima safra. Ambas as culturas devem apresentar expansão de área atrelada a uma boa expectativa

de rendimento médio. Dentre as culturas de inverno, o Trigo deve apresentar o maior incremento de

produção, apesar da estimativa de redução do rendimento médio, isso porque a área plantada deve

registrar expansão significativa. É importante registrar que em 2018 a cultura do Trigo apresentou um

ótimo desempenho de produtividade, logo, a queda estimada para 2019 não indica baixo rendimento,

apenas não deverá se repetir o mesmo cenário.

Fonte: IBGE/LSPA (out/18)

Tabela 3 - Produção de grãos no Rio Grande do Sul em 2017 e 2018, em toneladas

PRODUTOQUANTIDADE PRODUZIDA

Safra 2017 Safra 2018 Variação (%)Amendoim 4.759 4.371 -8,2Arroz 8.732.042 8.406.616 -3,7Aveia 407.098 664.102 63,1Centeio 1.965 4.003 103,7Cevada 113.160 121.566 7,4Feijão 98.821 94.886 -4,0Girassol 3.205 4.156 29,7Milho 6.062.550 4.565.665 -24,7Soja 18.744.181 17.538.575 -6,4Sorgo 11.872 12.783 7,7Trigo 1.226.474 2.105.498 71,7Triticale 4.348 5.558 27,8TOTAL 35.410.475 33.527.779 -5,3

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL16

VALOR DA PRODUÇÃO

Durante o ano de 2017 alertamos estar diante de uma “Safra cheia de bolso vazio”. Isso porque, se por um lado

atingimos elevadas produtividades, por outro, o Índice de Inflação dos Preço Recebidos pelos Produtor (IIPR)

do Sistema Farsul acumulou queda de 11,54%. Diante desse cenário, alertamos para redução do VBP da safra

2017. Na safra 2018, apesar da queda de quase 6% da produção de grãos, estimamos um aumento de 12,6%

do VBP. Isso só deve ser possível graças à recuperação dos preços, já que o IIPR aponta uma valorização de

28,04% dos preços nos últimos 12 meses.

A expectativa para 2019 é de uma safra ainda maior em termos de valores. A expansão do VBP deve se

embasar em aumento produtivo, já que projetamos uma produção 3,4% maior ao passo em que os preços de

importantes grãos devem reduzir.

Fonte: IBGE/LSPA(*) Projeção da Assessoria Econômica Sistema Farsul

Tabela 4 - Produção de grãos no Rio Grande do Sul em 2018 e projeção para 2019, em toneladas

PRODUTO QUANTIDADE PRODUZIDASafra 2018 Safra 2019* Variação (%)

Amendoim 4.371 3.850 -11,9Arroz 8.406.616 7.963.000 -5,3Aveia 664.102 580.035 -12,7Centeio 4.003 3.202 -20,0Cevada 121.566 138.580 14,0Feijão 94.886 86.603 -8,7Girassol 4.156 5.070 22,0Milho 4.565.665 4.929.408 8,0Soja 17.538.575 18.475.432 5,3Sorgo 12.783 15.382 20,3Trigo 2.105.498 2.473.671 17,5Triticale 5.558 6.059 9,0TOTAL 33.527.779 34.680.291 3,4

Fonte: Sistema Farsul, baseado nos dados de produção do LSPA/IBGE: 2017: Pesquisa Agrícola Mensal (PAM/IBGE)

Gráfico 1 - Evolução do valor bruto da produção dos grãos no Rio Grande do Sul, em mil reais

28.673.393

32.268.035 32.759.196

2017 2018 2019

+12,5

1,5%

17RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Os quatro principais grãos da economia gaúcha (Arroz, Milho, Soja e Trigo) correspondem a mais de 90% do

VBP dos grãos. Dentre esses, o único que deve apresentar queda do seu valor em 2019 deverá ser o Milho.

Apesar de estimarmos uma expansão da produção deste grão, acreditamos que a desvalorização do preço do

mesmo deve contribuir para o menor valor bruto, que deve atingir níveis semelhantes a 2015.

O valor bruto da Soja deve apresentar valorização de quase 2% em 2019, sendo que estimamos um forte

aumento de 17,4% em 2018, ou seja, seu valor deverá crescer em cima de uma base elevada. Caso nossa

projeção se confirme, o resultado deverá ser um recorde do VBP da Soja na próxima safra, vide tabela a seguir.

Depois de um ano de produção menor e baixos preços, o Trigo deve aumentar seu VBP no final desta

safra 2018, mas ainda não deve recuperar os patamares anteriores a 2017. A projeção para 2019 é de nova

expansão do VBP do Trigo, sustentado por preços mais valorizados e aumento da quantidade produzida.

O Arroz, dentre os quatro principais grãos, deve ser o único a apresentar aumento de VBP sustentado

pela estimativa de valorização dos preços na próxima safra. A produção fora menor em 2018 ante o ano

anterior e, apesar da valorização dos preços no decorrer deste ano, não compensou a queda produtiva e

o resultado foi a retração de 1,4% do VBP. Para 2019 estimamos nova retração da quantidade produzida,

de 3,2%, entretanto, desta vez a valorização dos preços deve compensar e contribuir para a expansão do

VBP do Arroz.

Em resumo, estimamos que a safra de 2019 seja um recorde em termos de valores, apesar da expectativa

de retração dos preços de alguns produtos. Importante ressaltar que a rentabilidade do produtor

não dependerá apenas da produtividade da safra e dos preços, como também dos custos, o que será

explanado na seção 1.2 deste relatório.

Fonte: Sistema Farsul, baseado nos dados de produção do LSPA/IBGE

Tabela 5 - Valor Bruto da Produção dos principais grãos do Rio Grande do Sul, em mil reais

Produto 2017 2018 2019 Variação (18/17)

Variação (19/18)

Arroz 6.912.342 6.818.417 7.034.045 -1,4% 3,2%Milho 2.532.896 2.648.831 2.226.786 4,6% -15,9%Soja 18.189.444 21.354.073 21.713.629 17,4% 1,7%Trigo 561.426 873.046 1.202.336 55,5% 37,7%Outros 477.285 573.668 582.400 20,2% 1,5%Soma 28.673.393 32.268.035 32.759.196 12,5% 1,5%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL18

1.1.2 PECUÁRIA DE CORTE

Por Ruy Augusto Neto

O ano de 2017 foi complicado para os pecuaristas em todo o país. A Operação Carne Fraca, escândalos de

corrupção protagonizados pela JBS e redução das operações da empresa no Centro-Oeste, refletiram em

uma queda expressiva do preço do boi no mercado interno que se sustentou em 2018. A crise econômica

segue mantendo os preços em níveis baixos dentro do mercado brasileiro em 2018, porém o câmbio mais

desvalorizado contribuiu para um resultado positivo nas exportações gaúchas.

Produção e Valor Bruto da Produção

O volume de abates em 2018 deverá se manter estável em relação ao ano passado no estado. Quando falamos

no valor bruto da produção os dados são negativos, o faturamento do setor deverá retrair 6% em 2018 fechando

o ano em torno de R$ 3,4 bilhões. Esse desempenho apresentado pelo faturamento da Pecuária no Rio Grande

do Sul está associado à desvalorização de 6% do preço, entre janeiro e outubro de 2018, no mercado nacional.

Em 2018 o volume (kg) exportado teve alta de 25% no estado, considerando o período de janeiro a setembro

de 2018 frente ao mesmo período do ano anterior, e se avaliarmos em termos de valor (US$) o aumento foi de

28%. Devemos frisar que a maior parte do consumo se destina ao mercado interno, entretanto a conjuntura

atual de desvalorização cambial ajudou no resultado positivo das exportações do estado, o que vem a

compensar o mau desempenho da economia.

Tabela 6 - Animais abatidos e Valor Bruto da Produção de Bovinos de Corte no Rio Grande do Sul

Mês / AnoAbates (cabeças) Valor Bruto da Produção (R$)

2017 2018 2017 2018Janeiro 130.940 130.941 294.986.845 294.986.845Fevereiro 129.978 129.978 296.546.338 296.546.338Março 127.657 127.657 281.337.918 281.337.918Abril 126.876 126.876 282.065.535 282.065.534Maio 140.925 140.926 313.013.070 277.570.812Junho 109.235 109.236 241.500.581 238.605.350Julho 104.522 104.522 238.513.480 203.107.989Agosto 143.683 143.683 302.156.797 271.180.461Setembro* 175.156 154.363 374.765.691 307.872.783Outubro* 153.824 161.265 349.810.996 317.487.853Novembro* 143.006 153.737 305.273.659 306.235.871Dezembro* 153.849 153.748 342.270.388 319.739.578Total 1.639.651 1.636.932 3.622.241.298 3.396.737.331

Fonte: FUNDESA(*) Set-Dez 2018: Projeção da Assessoria Econômica Sistema Farsul

19RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

É importante ressaltar o que foi escrito nos relatórios anteriores: o pecuarista deve estar sempre atento

para os acontecimentos da economia, uma vez que o seu negócio é diretamente afetado pelos seus reflexos.

Este deve monitorar e prestar atenção nas exportações do setor, já que há uma grande relação de influência

entre volume exportado e preço recebido, sobretudo em um período de longa estagnação do consumo

doméstico.

1.1.3 PECUÁRIA DE LEITE

Por Ruy Augusto da Silveira Neto

No ano passado o setor de lácteos passou por uma crise na demanda interna em todos os elos da cadeia

comprometendo as margens, tanto da indústria como do produtor. Em 2018 a crise econômica no Brasil

persistiu afetando o poder de compra dos consumidores, refletindo diretamente no consumo de leite e seus

derivados, porém é projetado pelo Rabobank uma leve recuperação da demanda. Nesse cenário de melhora

na demanda, e uma produção que vem sendo desestimulada em razão da crise enfrentada no ano anterior, a

tendência é de um aumento tímido da produção para este ano.

Produção e Valor Bruto da Produção

A estimativa para 2018 é de um aumento de 0,85% na produção gaúcha, ou seja, um total de 3,45 bilhões de

litros. A perspectiva de uma alta tímida na produção, em um cenário de reação da demanda por lácteos na

ponta final da cadeia, fez com que o preço registrasse uma série de subidas consecutiva no decorrer deste ano.

O preço recebido pelo produtor já vem registrando alta de 36% no acumulado do ano (janeiro a novembro),

de acordo com a série de preços líquidos ao produtor do Cepea/Esalq.

Fonte: Cepea/Esalq

Gráfico 2 - Evolução dos preços recebidos pelos produtores de leite no Rio Grande do Sul, em R$ por litro

1,181,22 1,24 1,25 1,27 1,25

1,21

1,131,06

0,95 0,95 0,950,95 0,98 0,98

1,08

1,19 1,21

1,411,46

1,41 1,38

1,29

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez2017 2018

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL20

O Valor Bruto da Pecuária Leiteira do Rio Grande do Sul está estimado em R$ 4,25 bilhões neste ano, 10% maior

que o registrado no ano anterior, ., graças a valorização de 7% do preço médio anual.

A conjuntura pelo qual o setor passou em 2017 evidenciou o peso da crise brasileira dentro da cadeia do leite.

O cenário do preço melhorou bastante para este ano, porém os reflexos da crise ainda estão presentes

dentro do setor, mantendo a demanda em níveis menores que o período pré-crise. Então, é possível que

as atuais projeções sejam revisadas para baixo até o final do ano.

O setor de lácteos no Gaúcho está se organizando rápido e se profissionalizando a cada dia. Agroindústrias e

Cooperativas estão ampliando suas escalas, assim sendo, o produtor de Leite deve estar atento aos movimentos

dos preços, custos de produção, indicadores econômicos e exigências do mercado internacional para se

posicionar da melhor maneira possível no mercado.

Tabela 7 – Quantidade e Valor da Produção de Leite adquirido no Rio Grande do Sul

Mês / AnoLEITE ADQUIRIDO (mil Litros) VBP DO LEITE (R$)

2017 2018 2017 2018Janeiro 292.091 302.550 345.719 286.999Fevereiro 249.430 257.942 304.230 252.035Março 259.275 262.099 321.657 257.460Abril 236.390 245.113 294.353 265.139Maio 254.331 230.984 322.924 275.703Junho 267.698 264.040 334.542 318.749Julho* 304.528 308.719 368.814 434.182Agosto* 324.357 328.820 365.680 480.538Setembro* 325.304 329.781 344.172 464.529Outubro* 308.257 312.499 293.183 431.342Novembro* 296.205 300.281 281.217 388.323Dezembro* 308.169 312.410 293.685 404.008Total 3.426.035 3.455.237 3.870.175 4.259.007

Fonte: : IBGE (2° tri)(*) Projeção Sistema Farsul

21RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Na composição do Custo Operacional Total do Arroz, os principais destaques de baixa, quando comparados

os meses de outubro de 2017 e 2018, foram os químicos: herbicidas, que representam 7% do COT, com

queda de 1%; inseticidas com retração de 5% e os fungicidas com recuo de 5%. Os destaques de alta foram:

fertilizantes, representando 10% do COT, com aumento de 25%; Diesel, que compõe 11% do COT e apresentou

um aumento significativo de 16%; Irrigação com avanço de 9% e o frete, que aumentou 16%, consequência do

tabelamento do serviço realizado pelo governo em junho desse ano.

A melhor hora de comprar insumos: fertilizantes e agroquímicos

A análise do custo de produção do Arroz demonstra que fertilizantes, agroquímicos, sementes e royalties

representam 20% do COT, ou seja, na gestão da atividade rural, estes componentes do custo de produção

1.2 ANÁLISE DA RENTABILIDADE DA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL

1.2.1 ARROZ

O Custo Operacional Total (COT), que compreende o Custo Operacional Efetivo mais as Depreciações

(benfeitorias, máquinas e etc.), é o indicador mais importante para avaliar a atividade rural a longo prazo.

Analisando o custo médio da lavoura de Arroz em outubro de 2018 e comparando com o mesmo período do

ano anterior se verifica aumento de 9%, devido ao aumento da taxa de cambio que exerce grande influência

no preço dos principais insumos. Se analisarmos o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP), esse avanço

fica mais evidente. No acumulado do ano o IICP apresenta aumento de 11,47%, já na avaliação da evolução

do COT no mesmo ano houve um acréscimo de 8%. O comportamento mensal do COT pode ser analisado no

gráfico que segue.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 3 - Evolução Mensal do Custo Operacional Total do Arroz no RS, em R$/ha

6.602,63 6.618,15

7.176,49

6.100

6.300

6.500

6.700

6.900

7.100

7.300

jan/

17fe

v/17

mar

/17

abr/

17m

ai/1

7ju

n/17

jul/1

7ag

o/17

set/1

7ou

t/17

nov/

17de

z/17

jan/

18fe

v/18

mar

/18

abr/

18m

ai/1

8ju

n/18

jul/1

8ag

o/18

set/1

8ou

t/18

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL22

dependem diretamente da estratégia de aquisição do produtor rural. Comprar na hora certa, portanto, é

fundamental. Já os componentes do custo como irrigação, óleo diesel, frete, mão de obra, tributos e

financiamento do capital de giro (36% do COT) não são possíveis ou viáveis de serem adquiridos em épocas

alternativas.

A gestão dos riscos da atividade remete à análise do melhor momento para aquisição dos insumos. Em

razão disso, analisamos as últimas safras com a finalidade de sinalizar o melhor momento para a compra dos

fertilizantes e agroquímicos, assim, o produtor rural tem a oportunidade de melhorar a gestão dos custos de

produção e, consequentemente, aumentar sua lucratividade.

Nossa análise apontou que, nos últimos anos, a melhor época para a compra de fertilizantes é o primeiro

semestre do ano, em 2018 o preço desse item demonstrou esse comportamento, como pode ser visto no

gráfico. O custo do insumo se manteve até maio de 2018 abaixo da média do ano, entretanto a partir de junho

os preços dos fertilizantes aumentam puxados pela alta do dólar, reflexo do início do período eleitoral.

Os agroquímicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas) foram analisados individualmente. A análise apontou

que o melhor momento para a compra de herbicidas seria no primeiro semestre do ano, em 2018 o mês

que registrou o melhor preço foi abril. Essa mudança na estratégia foi ocasionada pelo comportamento da

inflação nos custos ao longo do ano.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 4 - Custo dos Fertilizantes para Arroz no RS, em R$/ha

552 548 561 591 618

657 712 714

772 722

645

400450500550600650700750800850

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr mai

23RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nos últimos anos, o melhor momento para compra dos inseticidas foi no primeiro semestre. No ano de

2018 a estratégia se manteve, os quatro primeiros meses do ano apresentaram um preço inferior à média

anual, o tabelamento de frete a partir de junho impactou negativamente no preço.

De acordo com a análise, o melhor momento apontado para adquirir fungicidas são os primeiros

meses do ano. Analisando o comportamento de 2018, observamos que janeiro e fevereiro foram os

meses com melhores cotações.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 5 - Custo dos Herbicidas para Arroz no RS, em R$/ha

448 452 452 435 444 446 447 465 463 469 452

0

100

200

300

400

500

600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr mai jun jul

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 6 - Custo dos Inseticidas do Arroz no RS, em R$/ha

59 59 60 60 62

59 61 61 61 61

60

5254565860626466687072

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr jun

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL24

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 7 - Custo dos Fungicidas para Arroz no RS, em R$/ha

52 52 55 55 53 54 55 54 56 55 54

01020304050607080

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mai jun ago

Margem de Lucratividade do Arroz

O ano de 2018 foi marcado por uma queda da produção e por uma estagnação da demanda, o que

causou queda de 9% nos estoques. Isso só foi possível devido ao grande volume exportado que puxou

os estoques para baixo, resultando em um aumento do preço a partir do segundo semestre do ano.

Importante frisar o trabalho realizado pela Farsul, que antevendo uma crise no preço do Arroz

e cobrou uma interferência por parte do governo logo no início do ano. Então foram realizados

leilões de PEP e PEPRO no momento certo, no início da colheita, pois assim já ocorreria o escoamento da

produção simultaneamente à recuperação do preço, caso contrário o mesmo sofreria bastante dado o

estoque da safra anterior somado com a produção da nova safra, dificultando a recuperação ao longo do

ano. Aliado a isso, a taxa de câmbio desvalorizada também contribuiu para um recorde de exportações

brasileiras de Arroz em casca, chegando a aproximadamente 480 mil toneladas, que foi motor para a

queda nos estoques nacionais e a retomada do preço no segundo semestre.

O preço no Rio Grande do Sul registrou alta de 23% entre janeiro a outubro de 2018, já para 2019 é

estimado um cenário de queda na área plantada do RS. Se a intenção de plantio se confirmar, deveremos

ter uma queda de produção de 7,5% no RS, e por consequência, queda na produção brasileira em 2019.

Com um panorama de queda na produção e estabilidade da demanda, teremos um consumo ligeiramente

superior à produção, ou seja, um cenário ótimo para que ocorra alta de preços no próximo ano.

O alto custo de produção e os preços baixos registrados no primeiro semestre deste ano devem desestimular

o produtor de arroz. Além do custo, outros fatores ligados à produtividade devem colaborar para que o

cenário de queda da produção se configure. São eles: A baixa intenção de plantio dos produtores; o nível

tecnológico empregado no processo produtivo e a escassez do crédito oficial, acontecimento já comum

na vida dos produtores.

25RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O preço médio do Arroz no Rio Grande do Sul, em outubro de 2018, foi de R$ 44,71/sc 60kg. Esse valor

foi 24% maior que a média do mesmo período de 2017 (R$ 36,10/sc 60 kg). Além disso, o gráfico acima

mostra que a partir do início do segundo semestre de 2018 os preços começam sua trajetória de alta,

enquanto o segundo semestre do ano anterior foi o ponto inicial da queda que deixou os preços em

níveis menores até o final do ano.

Fonte: Esalq/Senar-RS

Gráfico 8 - Preço Mensal do Arroz no Rio Grande do Sul, em R$/50 kg

49 49

41

38 38 39 40 4037

37 373636 35 35 35 36 39

4244

45 45

20

25

30

35

40

45

50

55

jan fev mar abr mai jun jul ago set nov dezout

2017 2018

Fonte: Cepea/Esalq(*) Custo Operacional Total meses de outubro de cada ano(**) Receita Bruta a partir dos preços dos meses de abril de cada ano (abr/17: R$ 38,05/saca 50 kg; abr/18: R$ 35,40/saca 50 kg; out/18: R$ 44,71/ saca 50 kg)

Gráfico 9 - Orçamentação do Custo Operacional Total, Receita Bruta e Margem Bruta da safra 2019 do Arroz no RS, em R$/ha

-6.883

6.031

-852

- 6.603

5.361

-1.242

-7.176

7.188

11

-9.000-7.000-5.000-3.000-1.000 1.000 3.000 5.000 7.000 9.000

CUSTO (COT)* RECEITA BRUTA** MARGEM BRUTA2017 2018 2019

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL26

Para a safra de 2019 de Arroz, estima-se uma margem bruta positiva, apesar de o COT também ter aumentado

(9%). Os principais causadores desse aumento no COT são os Fertilizantes, que influenciados pela alta taxa

de câmbio encareceram 25% em outubro de 2018 ante o mesmo mês do ano anterior. Além disso, o frete

encareceu 16% no mesmo período, impactando tanto o preço dos Fertilizantes quanto o COT.

O aumento da margem bruta se deve então ao aumento da receita bruta que supera a alta do COT, projeta-

se um aumento de 34% da receita, que advém da alta dos preços registrados a partir do segundo semestre

de 2018. É importante destacarmos que se deve sempre ter muita prudência com estas projeções, contudo o

cenário que vem se configurando é de alta nos preços para 2019. Então existe uma probabilidade de resultados

ainda melhores para a Margem Bruta até abril de 2019.

1.2.2 MILHO

O Custo Operacional Total (COT), que compreende o Custo Operacional Efetivo mais Depreciações (benfeitorias,

máquinas e etc.), é importante para avaliar a atividade rural no longo prazo. Na comparação entre outubro de

2018 e o mesmo período do ano anterior houve um avanço de 9% do COT médio da lavoura de Milho. Já na

avaliação da evolução do COT, somente em 2018 (de janeiro a outubro), o mesmo subiu 11%. Se analisarmos

o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP) esse cenário fica mais evidente, no acumulado do ano o IICP

apresentou aumento de 11,47%, inflação que foi puxada por dois fatores: taxa de câmbio e tabelamento do

frete. O comportamento mensal do COT pode ser analisado no gráfico que segue.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 10 - Evolução Mensal do Custo Operacional Total do Milho no RS, em R$/ha

4.080,7694.017,04

4.443,30

3.600,00

3.750,00

3.900,00

4.050,00

4.200,00

4.350,00

4.500,00

4.650,00

jan/

17fe

v/17

mar

/17

abr/

17m

ai/1

7ju

n/17

jul/1

7ag

o/17

set/

17ou

t/17

nov/

17de

z/17

jan/

18fe

v/18

mar

/18

abr/

18m

ai/1

8ju

n/18

jul/1

8ag

o/18

set/

18ou

t/18

27RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Na composição do Custo Operacional Total do Milho, praticamente todas as contas que compõem o custo

aumentaram, quando comparados os meses de outubro de 2017 e 2018. Fertilizantes, com participação de 30%

do COT, subiram 39% no período; herbicidas, que representam 6% do COT, apresentaram aumento de 13%;

fungicidas passaram por um acréscimo de 4% no custo; inseticidas elevaram em 14% o seu custo no período;

mão de obra aumentou 2%; diesel e frete apresentaram avanço de 16%. Dentre os produtos analisados dentro

do custo de produção, apenas sementes e royalties apresentaram queda, com 23%, no período analisado.

A melhor hora de comprar insumos: fertilizantes e agroquímicos

A análise do custo de produção do Milho demonstra que fertilizantes, agroquímicos, sementes e royalties

representam 55% do COT, ou seja, na gestão da atividade rural, mais da metade dos componentes do custo

de produção dependem diretamente da estratégia de aquisição do produtor rural. Os componentes do custo

como óleo diesel, frete, mão de obra, tributos e financiamento do capital de giro (30% do COT) não são

possíveis ou viáveis de serem adquiridos em épocas alternativas.

A gestão dos riscos da atividade remete à análise do melhor momento para aquisição dos insumos. Em

razão disso, analisamos as últimas safras com a finalidade de sinalizar o melhor momento para a compra dos

fertilizantes e agroquímicos, assim, o produtor rural tem a oportunidade de melhorar a gestão dos custos de

produção e, consequentemente, aumentar sua lucratividade.

Nossa análise apontou que, nos últimos anos, a primeira metade do ano é a melhor época para a compra

de fertilizantes. Em 2018 os preços se comportaram melhor no início do ano, porém com o início da corrida

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 11 - Custo dos Fertilizantes para Milho no RS, em R$/ha

947 967 975 967 1.019

1.091 1.162

1.232 1.288 1.320

1.097

400500600700800900

1.0001.1001.2001.3001.400

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018 Média 2018jan fev mar abr mai jun

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL28

eleitoral a volatilidade do câmbio começou a afetar os preços do insumo e o tabelamento do frete também

elevou os preços a partir do segundo semestre.

Os agroquímicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas) foram analisados individualmente. A análise apontou

que o melhor momento para a compra de herbicidas remete ao primeiro semestre do ano, em 2018 não

foi diferente, durante todo o primeiro semestre o custo se manteve abaixo da média do ano.

Os fungicidas possuem tendência de melhor compra no primeiro semestre, em 2018, janeiro se mostrou

o mês mais atrativo. É importante ressaltar que ocorreram poucas oscilações nas despesas desse insumo ao

longo do ano, conforme gráfico a seguir.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 12 - Custo dos Herbicidas para Milho no RS, em R$/ha

254 261 259

255 259 261 262 262

274

285

263

230

240

250

260

270

280

290

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr mai jun jul ago

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 13 - Custo dos Fungicidas para Milho no RS, em R$/ha

37 38 37 34 36 37 36 37 37 37

37

05

10152025303540

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

abr mai jul

29RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nos últimos anos, o melhor momento para compra dos inseticidas foi no primeiro semestre do ano. No

ano de 2018 a estratégia não foi diferente, os quatro primeiros meses do ano apresentaram um preço mais

atrativo, o tabelamento de frete começou a afetar negativamente o preço na segunda metade do ano.

Como pode ser visto acima, os insumos em geral possuem uma tendência de melhores preços

concentrados no primeiro semestre do ano. Outro fator que contribui para essa conjuntura é o fato

de que passamos por um ano eleitoral onde o mercado de câmbio acaba apresentado uma grande

volatilidade no Brasil, aliado a essa situação, o país passou por um tabelamento do frete na metade de

2018 o que acarretou em um custo ainda maior no abastecimento de insumos para as lavouras.

Margem de Lucratividade do Milho

O resultado da produção mundial de Milho neste ano apresentou retração de 4%, puxada majoritariamente

pelas perdas registradas nos Estados Unidos e na China, que participam de mais de 50% da produção

mundial do grão. Entretanto, o consumo exibiu um tímido avanço (0,2%), porém, o suficiente para a

demanda superar a oferta, este cenário deve seguir para a safra 2019. Essa conjuntura de consumo

superando a oferta em 2018 e 2019 resultou em queda de 3% no estoque final em 2018 e projeta-se uma

retração forte de 10% para 2019, o que a médio prazo é positivo para as cotações internacionais.

No Brasil esse cenário não foi diferente, o ano de 2018 foi caracterizado por um clima adverso para o

plantio de Milho no país, o que resultou em uma queda de 17% da produção. O consumo por outro lado

demonstrou um avanço de 12% com as exportações se recuperando da queda de 2017. Esse panorama

levou a um descasamento entre oferta e demanda, ocasionando uma diminuição dos estoques finais em

25% e impactando positivamente os preços do Milho no Brasil.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 14 - Custo dos Inseticidas do Milho no RS, em R$/ha

44 48 52 52 56 56 56 58 58 58 54

010203040506070

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL30

O preço do Milho no Rio Grande do Sul em 2018 se manteve em um patamar superior a 2017, contribuindo

para os produtores recuperarem as suas margens. Em 2017 o preço médio do cereal no período de

janeiro a outubro foi R$ 23,33/sc 60 kg, já em 2018 o preço médio está na casa de R$ 32,82/sc 60 kg,

demonstrando uma recuperação de 41% do preço no período.

A rentabilidade do Milho para a safra 2019 pode ser verificada no gráfico a seguir. Segundo o Cepea/

Esalq, a projeção de aumento no COT (mês de referência outubro de 2017) de 9% está relacionada,

principalmente, a uma elevação de 39% no gasto com fertilizantes. Esse gasto maior está relacionado

com a volatilidade cambial do final do ano e o tabelamento do frete que puxou o preço dos principais

insumos da produção a partir do segundo semestre do ano.

Fonte: Cepea/Esalq

Gráfico 15 - Preço do Milho no RS, em R$/sc 60 kg

29

26

2221 21 22 21 22

2325 26 26

25 26

31

34 3435

3335

37 37

2022242628303234363840

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018

31RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Conforme destacado anteriormente, o Brasil teve sua produção de Milho em 2018 comprometida por problemas

climáticos. Esse evento aliado a uma boa expansão do consumo e das exportações do Milho brasileiro gerou

a necessidade de recorrer aos estoques para atender a demanda. Com uma queda de 25% dos estoques finais

brasileiros, o efeito foi um aumento de 46% do preço, entre janeiro e outubro desse ano. No relatório do ano

passado já havíamos enfatizado a expectativa de uma conjuntura de preços mais elevados em 2018. O câmbio

segue exercendo uma influência nas cotações brasileiras como nos anos anteriores e o preço internacional

começa uma tímida reação baseada na expectativa de queda de 10% dos estoques internacionais para 2019.

Mesmo com um aumento significativo do COT em 2018, o preço demonstrou uma boa recuperação ao longo

do ano e refletiu em uma projeção de recuperação positiva da margem bruta em 2019. É importante ressaltar

que essa projeção de margem de lucro considera o preço médio do milho em outubro de 2018. Visto que

o preço vem apresentando patamares ótimos, é esperado que a margem se mantenha estável ou recue

pouco até abril de 2019. A propriedade analisada na metodologia leva em consideração os rendimentos

médios por hectare das safras 2017, 2018 e a projeção para 2019 no Rio Grande do Sul, de acordo com o IBGE.

Fonte: Cepea/Esalq(*) Custo Operacional Total meses de setembro de cada ano (**) Receita Bruta a partir dos preços de abr/17: R$ 21,39/saca 60 kg; abr/18: R$ 33,76/saca 60kg; out/18: R$ 37,16/ saca 60kg)

Gráfico 16 - Orçamentação do Custo Operacional Total, Receita Bruta e Margem Brutada safra 2019 do Milho no RS, em R$/ha

-4.029

2.604

-1.426

-4.081

3.857

-224

-4.443

6.716

2.272

-6.000

-4.000

-2.000

-

2.000

4.000

6.000

8.000

CUSTO (COT)* RECEITA BRUTA** MARGEM BRUTA

2017 2018 2019

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL32

Na composição do Custo Operacional Total da Soja, os principais destaques de alta no custo, quando

comparados os meses de outubro de 2017 e 2018, foram: fertilizantes, participando com 25% do COT,

subiram 35% no período; herbicidas apresentaram alta de 15%; fungicidas, que participam com 12% do

total do COT, inflacionaram 2%; inseticidas aumentaram seu custo em 8%; mão de obra, responsável

por 6% do COT, acresceu 2%; diesel e frete subiram 16%, respectivamente. Não houve itens no custo de

produção da Soja que apresentaram queda no período.

A melhor hora de comprar insumos: fertilizantes e agroquímicos

A análise do custo de produção da Soja demonstra que fertilizantes, agroquímicos, sementes e royalties,

representam 59% do total do COT, ou seja, na gestão da atividade rural mais da metade dos componentes

do custo de produção depende da estratégia de aquisição do produtor. Os componentes como óleo

diesel, frete, tributos, seguros e financiamento do capital de giro (28% do COT) não são possíveis ou

viáveis de serem adquiridos em épocas alternativas.

1.2.3 SOJA

O Custo Operacional Total (COT), que compreende o Custo Operacional Efetivo mais Depreciações

(benfeitorias, máquinas e etc.), é fundamental para avaliar a atividade rural no longo prazo. Na comparação

entre outubro de 2018 e o mesmo período do ano anterior houve aumento de 13,4% do COT médio da

lavoura de Soja. Já na avaliação da evolução do COT somente em 2018 (de janeiro a outubro) o acréscimo

foi 13,3%. Se analisarmos o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP) essa subida do custo fica mais

evidente, no acumulado do ano o IICP apresenta inflação de 11,47%. O comportamento mensal pode ser

analisado no gráfico que segue.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 17 - Evolução Mensal do Custo Operacional Total da Soja no RS, em R$/ha

3.088,313.088,98

3.501,30

2.700,002.800,002.900,003.000,003.100,003.200,003.300,003.400,003.500,003.600,00

jan/

17fe

v/17

mar

/17

abr/

17m

ai/1

7ju

n/17

jul/1

7ag

o/17

set/

17ou

t/17

nov/

17de

z/17

jan/

18fe

v/18

mar

/18

abr/

18m

ai/1

8ju

n/18

jul/1

8ag

o/18

set/

18ou

t/18

33RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

A gestão dos riscos da atividade remete à análise do melhor momento para aquisição dos insumos. Em

razão disso, analisamos as últimas safras com a finalidade de sinalizar o melhor momento para a compra

dos fertilizantes e agroquímicos, assim, o produtor rural tem a oportunidade de melhorar a gestão dos

custos de produção e, consequentemente, aumentar sua lucratividade.

Nos últimos anos o melhor momento para a aquisição dos fertilizantes tem sido o primeiro semestre

do ano, em 2018 o preço deste item foi inferior à média anual até o mês de junho, antes de ocorrer o

tabelamento do frete, conforme gráfico a seguir.

A análise dos agroquímicos para o melhor momento da aquisição remete, geralmente, ao primeiro

semestre para os herbicidas, em 2018 esse cenário se confirmou, resultado de um tabelamento do frete

aliado a alta volatilidade cambial em época de eleição.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 18 - Custo dos Fertilizantes para Soja no RS, em R$/ha

639 646 684 685 693 737 772 782 847 859

734

0100200300400500600700800900

1000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018 Média 2018

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 19 - Custo dos Herbicidas para Soja no RS, em R$/ha

189 196 193 184 190 200 203 199 205 218

198

0

50

100

150

200

250

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr mai

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL34

Os fungicidas possuem tendência de melhor compra nos primeiros meses do ano, no entanto, para

esse ano os fungicidas mostraram comportamento similar aos inseticidas, onde janeiro demonstrou ser

o período ideal de compra para o ano de 2018. Mas é importante destacar que julho e agosto também

apresentaram inferiores à média do ano.

O melhor período para a compra de inseticidas é normalmente o primeiro semestre, no ano de 2018

observamos que em janeiro surgiu uma conjuntura ótima para aquisição do agroquímico, com o preço

se mantendo 8% abaixo da média anual.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 20 - Custo dos Inseticidas para Soja, em R$/ha

232 249 251 251 257 257 257 260 262 259 253

050

100150200250300350

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 21 - Custo dos Fungicidas para Soja no RS, em R$/ha

423 429 425

438 449 453

424 430 438 437

435

380390400410420430440450460470

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar jul ago

35RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Margem de Lucratividade da Soja

O preço da Soja continua sendo fortemente influenciado pela taxa de câmbio, que pode em certos

momentos distorcer os preços nacionais. Em 2018, o preço internacional da Soja foi marcado por quedas

influenciadas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, entretanto, o preço no Rio Grande do

Sul registrou alta de 26% em outubro com relação a janeiro do mesmo ano. Essa alta expressiva surge

especialmente dos movimentos de desvalorização da taxa de câmbio, que foi bastante instável em um

ano marcado por aumentos nas taxas de juros dos Estados Unidos e principalmente pelo ambiente

político em que o Brasil se encontrava.

O preço médio da Soja no Rio Grande do Sul, entre janeiro e outubro de 2018, foi de R$ 71,88/sc 60kg.

Esse valor foi 19% maior do que a média do mesmo período de 2017 (R$ 60,54/sc 60 kg). Além disso, o

gráfico acima mostra que a partir de março de 2018 os preços começam sua trajetória de alta, enquanto

o mesmo mês do ano anterior foi o ponto inicial da queda que deixou os preços em níveis menores até

o final do ano.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 22 - Preço da Soja no RS, em R$/sc 60kg

6764

62

5658 58 61

59 59 61 63 636163

68

74 75

7074

7680

77

50

55

60

65

70

75

80

85

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL36

Para a safra de 2019 de Soja, projeta-se um aumento de 64% da margem bruta, apesar de o COT

também ter aumentado (13%). Os principais causadores desse aumento no COT são os Fertilizantes,

que influenciados pela alta taxa de câmbio encareceram 35% em setembro de 2018 ante o mesmo mês

do ano anterior. Além disso, o frete encareceu 16% no mesmo período, impactando tanto o preço dos

Fertilizantes quanto o COT.

O aumento da margem bruta se deve então ao aumento da receita bruta que supera a alta do COT,

projeta-se um aumento de 24% da receita, que advém da alta dos preços e também da desvalorização

da taxa de câmbio. Entretanto, é importante destacarmos que se deve sempre ter muito cuidado

com essas projeções, pois a influência da taxa de câmbio é muito grande como destacado acima,

então é muito provável que essa Margem Bruta diminua consideravelmente até abril de 2019.

Recomendamos negociações mais conservadores e que observem os movimentos futuros tanto dos

preços quanto da produção.

Fonte: Cepea/Esalq(*) Custo Operacional Total dos meses de outubro de cada ano (**) Receita Bruta a partir dos preços de abr/17: R$ 56,21/saca 60kg; abr/18: R$ 74,21/saca 60kg; out/18: R$ 77,26/ saca 60kg)

Gráfico 23 - Orçamentação do Custo Operacional Total, Receita Bruta e Margem Bruta da safra 2019 da Soja no RS, em R$/ha

-3.131

3.171

40

-3.088

3.937

849

-3.501

4.894

1.392

-4.500

-2.500

-500

1.500

3.500

5.500

CUSTO (COT)* RECEITA BRUTA** MARGEM BRUTA

2017 2018 2019

37RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

1.2.4 TRIGO

O Custo Operacional Total (COT), que compreende o Custo Operacional Efetivo mais Depreciações

(benfeitorias, máquinas e etc.), é imprescindível para avaliar a atividade rural no longo prazo. Na

comparação do custo médio da lavoura de Trigo entre outubro de 2018 versus o mesmo período do

ano anterior houve uma alta de 14% e, avaliando-se a evolução do COT somente em 2018 (janeiro a

outubro), há um aumento de 15%. Se considerarmos o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP)

esse aumento fica ainda mais evidente, no acumulado de do ano o IICP apresenta inflação de 11,47%. O

comportamento mensal do COT pode ser analisado no gráfico que segue.

Na composição do Custo Operacional Total do Trigo, os principais destaques de alta no custo, quando

comparados os meses de outubro de 2017 e 2018, foram: fertilizantes, responsáveis por 30% do COT,

subiram 40%; herbicidas apresentam alta de 3%; capital de giro, que participa com 9% do total do COT,

apresentou acréscimo de 16%; inseticidas ampliaram em 18% seus custos; diesel e frete apresentaram

aumentos 16% no período. Somente os fungicidas, que representam 7% do COT, apresentaram queda de

2% no custo no período.

A melhor hora de comprar insumos: fertilizantes e agroquímicos

A análise do custo de produção do Trigo demonstra que fertilizantes, agroquímicos, sementes e royalties

representam 56% do total do COT, ou seja, na gestão da atividade rural mais da metade dos componentes

do custo de produção são suscetíveis a estratégia de aquisição do produtor. Os componentes do custo

como óleo diesel, mão de obra, frete, tributos, seguro e financiamento do capital de giro (31% do COT)

não são possíveis ou viáveis de serem adquiridos em épocas alternativas.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 24 - Evolução Mensal do Custo Operacional Total do Trigo no RS, em R$/ha

2.110 2.108

2.415

1.900

2.000

2.100

2.200

2.300

2.400

2.500

jan/

17fe

v/17

mar

/17

abr/

17m

ai/1

7ju

n/17

jul/1

7ag

o/17

set/1

7ou

t/17

nov/

17de

z/17

jan/

18fe

v/18

mar

/18

abr/

18m

ai/1

8ju

n/18

jul/1

8ag

o/18

set/1

8ou

t/18

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL38

A gestão dos riscos da atividade remete à análise do melhor momento para aquisição dos insumos. Em

razão disso, analisamos as últimas safras com a finalidade de sinalizar o melhor momento para a compra

dos fertilizantes e agroquímicos, assim, o produtor rural tem a oportunidade de melhorar a gestão dos

custos de produção e, consequentemente, aumentar sua lucratividade.

Nos últimos anos, o melhor resultado para a aquisição dos fertilizantes foi no primeiro semestre do

ano. Conforme pode-se visualizar no gráfico anterior, em 2018 o mês que apresentou o melhor preço foi

janeiro, consequência das variações cambiais ao longo do ano e também do tabelamento do frete que

impulsionou a despesa com o insumo a partir da segunda metade do ano.

A análise dos agroquímicos para o melhor momento da aquisição remete ao meio do ano para os

herbicidas. No ano de 2018 a estratégia não foi diferente, pois a despesa com esse insumo oscilou muito

pouco ao longo do ano, entretanto o momento ótimo para aquisição foi entre abril e setembro, período

onde o custo com herbicidas ficou abaixo da média anual.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 25 - Custo dos Fertilizantes para Trigo no RS, em R$/ha

524 528 537 531 556 593

632 661 710 729

600

300350400450500550600650700750800

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr mai jun

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 26 - Custo dos Herbicidas para Trigo no RS, em R$/ha

135 138 137 134 133 134 135 135 134 143 136

020406080

100120140160180

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr

39RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nos últimos anos o melhor momento de compra dos inseticidas foi durante os primeiros meses do

ano, este ano a análise confirma. A despesa com esse insumo em janeiro foi 19% menor do que em maio,

mês de início do plantio.

Os fungicidas possuem tendência de melhor compra em maio, contudo abril apresentou o melhor

preço, importante ressaltar que o período entre julho e outubro também apresentou um preço inferior à

média do ano. Como pode ser analisado no gráfico que segue.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 27 - Custo dos Inseticidas para Trigo no RS, em R$/ha

53 59 63 63 66 65 64 69 69 69 64

0102030405060708090

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018 Média 2018

jan fev mar abr

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul

Gráfico 28 - Custo dos Fungicidas para Trigo no RS, em R$/ha

190 187 188

177 178 183

179 178 179 180 182

150155160165170175180185190195

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018 Média 2018abr mai jul ago set out

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL40

Margem de Lucratividade do Trigo

Segundo o USDA, neste ano a lavoura de Trigo nacional apresentou uma diminuição de 10% da área

destinada à cultura, acarretando em uma redução da produção, essa conjuntura foi um reflexo do preço

baixo apresentado pelo grão em 2017, que desestimulou o produtor. Os fatores elencados anteriormente

contribuíram para uma considerável redução do estoque final.

A expectativa para a safra 2019 é de aumento da oferta, puxada por uma produção de trigo 6% maior,

entretanto a mesma segue em níveis baixos. Importante ressaltar que por se tratar de projeção,

essa conjuntura ainda é incerta e quando se aborda o Trigo estes resultados podem se alterar, já

que a cultura é muito sensível às variações climáticas, principalmente aos invernos chuvosos e

com granizo, corriqueiros na região sul do Brasil. Contudo, as projeções apontam problemas para se

importar o grão, já que as exportações em níveis internacionais devem reduzir com a queda esperada

da produção mundial, o que pode tornar o Trigo brasileiro mais valorizado no próximo ano. Entretanto é

importante frisar que uma valorização do câmbio em 2019 pode estimular as industrias a importarem o

grão. O Trigo em setembro deste ano exibe uma cotação de R$ 42,37/sc 60 kg, ou seja, 39% maior que o

preço apresentado no mesmo período do ano passado.

O comparativo da rentabilidade do Trigo na safra 2018 versus safra 2017 pode ser verificado no gráfico

a seguir. Há elevação no COT (maio como mês de referência) de 7%, principalmente, via aumento nos

custos de fertilizantes (40%), inseticidas (18%), frete e óleo diesel (16%).

Fonte: Cepea/Esalq

Gráfico 29 - Preço do Trigo no RS, em R$/sc 60kg

28 28 28 28 2931

3333 31

30 30 3030 30

32

35

4042

4141 42

40

20

25

30

35

40

45

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2017 2018

41RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Para orçamentação do Trigo em 2018 houve um avanço de 39% na Receita Bruta, embora a cultura

apresente acréscimo do COT de 7% em 2018, as lavouras de Trigo no RS devem seguir apresentando

prejuízo. O cenário é esperançoso, o prejuízo, que era de R$ - 551,01/ha em 2017, retraiu bastante em

2018 e passou para R$ -97,80/ha. É importante lembrar que estamos tirando uma fotografia do preço em

outubro de 2018, existe a expectativa de que o preço se mantenha nesses patamares mais elevados em

2019, podendo convergir para resultados positivos impactando diretamente no faturamento da lavoura.

A propriedade analisada na metodologia leva em consideração os rendimentos médios por hectare em

2017, 2018 e a projeção para 2019 no Rio Grande do Sul.

1.2.5 LEITE

O Custo Operacional Total (COT), que compreende o Custo Operacional Efetivo mais as Depreciações

(benfeitorias, máquinas e etc.), é o indicador mais importante para avaliar a atividade rural no longo prazo.

Analisando os custos de setembro de 2018 e o mesmo período do ano anterior houve aumento de 11%,

devido à grande influência do câmbio em 2018 nos custos e a valorização do milho, principal insumo

da alimentação animal. Se analisarmos o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP), esse avanço

fica mais evidente. No acumulado de 12 meses o IICP apresenta aumento de 12,7%, já no acumulado do

ano (janeiro a outubro) o COT demonstrou uma alta de 9%. O comportamento mensal do COT pode ser

analisado no gráfico que segue.

Fonte: Cepea/Esalq(*) Custo Operacional Total dos meses de maio de cada ano (**) Receita Bruta a partir dos preços de dez/17: R$ 29,57/saca 60kg; out/18: R$ 42,37/saca 60kg.

Gráfico 30 - Orçamentação do Custo Operacional Total, Receita Bruta e Margem Bruta da safra 2019 do Trigo no RS, em R$/ha

-2.048

1.497

-551

-2.185

2.087

-97,80

-2.500-2.000-1.500-1.000

-5000

5001.0001.5002.0002.500

CUSTO (COT) RECEITA BRUTA* MARGEM BRUTA

2017 2018

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL42

O aumento no COT está quase que inteiramente relacionado à alta de dois insumos que tem importância

relevante nos custos da pecuária de leite. O preço do concentrado aumentou consideravelmente nesse

ano devido à valorização do milho, componente fundamental na alimentação animal. O milho exibe um

aumento de 47% do seu preço, no acumulado do ano.

Margem de Lucratividade do Leite

O alto custo de produção e os preços baixos registrados no segundo semestre do ano passado

desestimularam o produtor de leite em 2018. Com um cenário projetado de aumento fraco na produção

e reação da demanda, depois de dois anos de consumo estagnado. A expectativa é de uma oferta mais

ajustada a demanda, contribuindo para uma melhora nas cotações do preço ao produtor. O preço no Rio

Grande do Sul registrou alta de 48% entre janeiro a setembro de 2018.

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul.

Gráfico 31 - Evolução Mensal do Custo Operacional Total do Leite no RS, em R$/ha

6.2456.352

6.902

6.0006.1006.2006.3006.4006.5006.6006.7006.8006.9007.000

jan/

16fe

v/16

mar

/16

abr/

16m

ai/1

6ju

n/16

jul/1

6ag

o/16

set/

16ou

t/16

nov/

16de

z/16

jan/

17fe

v/17

mar

/17

abr/

17m

ai/1

7ju

n/17

jul/1

7ag

o/17

set/

17

43RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA/Cepea/Sistema Farsul.

Gráfico 32 – Preço Médio Mensal Liquido do Leite no Rio Grande do Sul, em R$ por litros

1,181,22 1,24 1,25 1,27 1,25

1,21

1,13 1,06

0,95 0,95 0,950,95 0,98 0,98

1,08

1,19 1,21

1,41

1,46

1,41

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2017 2018

O preço do litro de Leite no Rio Grande do Sul, em setembro de 2018, foi de R$ 1,41/litro. Esse valor foi

33% maior que a cotação em setembro de 2017 (R$ 1,06/litro). Além disso, o gráfico acima mostra que

a partir do segundo semestre de 2018 os preços começam sua trajetória mais forte de alta, enquanto

o segundo semestre do ano anterior foi o ponto inicial da queda que deixou as cotações em níveis

menores até o final do ano.

Fonte: Cepea/Esalq(*) Receita Bruta a partir do preço de R$ 1,04/litro para set/2017 e R$ 1,37/litro para set/2018.

Gráfico 33 – Orçamentação da Pecuária de Leite em 2018 do Custo Operacional Total (9/2017 e 9/2018), Receita Bruta (Preços em 09/2017 e 09/2018) e Margem Bruta no RS (R$/ha)

6.245

8.571

2.326

6.902

11.254

4.352

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

CUSTO (COT) RECEITA BRUTA* MARGEM BRUTA

2017 2018

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL44

Para 2018, estima-se um aumento da margem bruta, apesar do COT também ter aumentado (11%). Os

principais responsáveis por este aumento no COT são os Fertilizantes, que influenciados pela alta taxa

de câmbio encareceram muito nesse ano. Além disso, o milho, principal insumo da alimentação animal,

valorizou 47% em 2018, impactando em aumento direto do custo com Concentrado.

O avanço da margem bruta se deve então ao aumento da receita bruta que supera a alta do custo

operacional total, projeta-se uma ampliação de 31% da receita, que advém da valorização do preço ao

produtor registrado em 2018. É importante destacarmos que se deve sempre ter muita cautela com

essas projeções, contudo o cenário que vem se configurando para 2018 é de uma rentabilidade

superior ao do ano passado.

45RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Considerando o período entre janeiro e outubro de 2018 observamos que o total do crédito tomado no

Rio Grande do Sul atingiu R$ 20,6 bilhões, ou seja, aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano,

confirmando uma recuperação leve no ambiente creditício. Já o número de contratos segue em baixa de 2%

no mesmo período, ou seja, persiste a seletividade na hora da retirada de crédito.

1.3 ANÁLISE DO CRÉDITO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL

Por Ruy Augusto Neto

O volume total dos recursos anunciados pelo Governo Federal para o Plano Safra 2018/2019 foi de R$ 194

bilhões, um aumento de 2% comparado com o montante anunciado na safra anterior. As taxas de juros de

custeio foram reduzidas para 6% ao ano para os médios produtores (com renda bruta anual até R$ 2 milhões)

e para 7% ao ano para os demais. Esse não é o cenário ideal, pois a taxa Selic vigente está em 6,5%, ou seja,

os produtores que apresentaram renda bruta superior a R$ 2 milhões têm acesso a recursos livres abaixo do

controlado. A conjuntura do crédito vem melhorando, conforme será visto ao longo do texto, pois o Governo,

em parte, atendeu algumas solicitações do setor e, aliado a isso, a conjuntura econômica começa a exibir

melhoras.

Os produtores seguem por mais um ano enfrentando dificuldades para a retirada de recursos, ainda que

os valores tomados nesse Plano Safra já demonstrem recuperação significativa em comparação com o ano

anterior. Grande parte dessa melhora está relacionada à gradual recuperação do ambiente econômico que,

por sua vez, também se reflete na recuperação parcial dos Investimentos. Analisando os resultados deste ano

(janeiro a outubro), os valores retirados pelos produtores para Custeio, Investimento e Comercialização estão

crescendo quando comparados ao mesmo período do ano passado. Porém, em 2018 os Investimentos se

destacaram como os principais responsáveis pela retomada dos valores totais retirados pelos produtores do

Rio Grande do Sul, depois de três anos de quedas consecutivas.

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) valores acumulados entre janeiro e outubro

Gráfico 34 – Comparativo do Crédito Rural tomado pelos produtores do Rio Grande do Sul entre 2017* e 2018*, em R$ milhões

11.649 12.239

3.265 3.976 4.089 4.386

19.003 20.602

2017 2018

Custeio Investimento Comercialização TOTAL

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL46

Tabela 8 – Crédito Rural tomado no Rio Grande do Sul em 2018*, por finalidade, em R$ milhões

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) meses entre janeiro e outubro

MÊSCUSTEIO INVESTIMENTO COMERCIALIZAÇÃO SOMA

Contratos Valores Contratos Valores Contratos Valores Contratos Valores Jan 4.031 277,4 2.111 187,6 562 219,1 6.704 684,1Fev 4.279 272,1 2.721 222,1 483 223,1 7.483 717,2Mar 9.367 578,0 3.591 385,6 577 488,7 13.535 1.452,4Abr 11.535 864,6 3.923 390,1 736 902,3 16.194 2.157,0Mai 15.514 1.140,7 6.005 490,1 973 668,6 22.492 2.299,4Jun 12.519 1.166,6 4.542 372,4 1.278 667,7 18.339 2.206,6Jul 42.849 2.123,4 2.499 184,2 685 295,4 46.033 2.603,1Ago 77.764 3.208,4 5.828 534,8 619 365,9 84.211 4.109,1Set 34.229 1.534,4 5.767 525,6 474 199,5 40.470 2.259,5Out 21.411 1.074,0 7.387 683,8 657 356,2 29.455 2.114,0SOMA 233.498 12.239,5 44.374 3.976,3 7.044 4.386,5 284.916 20.602,3

A participação do Custeio no total do crédito recuou em 2% no Estado, representando até outubro 59,4% do

total tomado de Crédito Rural. O Investimento apresentou uma elevação em sua participação de dois pontos

percentuais, representando agora 19% do crédito, contudo a comercialização manteve a sua participação

estável na carteira do Crédito Rural como pode ser analisado no gráfico a seguir.

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Gráfico 35 – Comparativo da Carteira de Crédito Rural tomado no Rio Grande do Sul, entre 2017 e 2018, por finalidade, em percentual de participação

61,3% 59,4%

17,2% 19,3%

21,5% 21,3%

2017 2018

Custeio Investimento Comercialização

47RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Os produtores que apresentaram suficiência financeira para tomar crédito o fizeram em patamar inferior aos

do ano passado nos meses de pré-custeio, porém em julho, entrada oficial do custeio, houve um aumento

muito significativo dos valores tomados em relação ao ano anterior (41%), isso ocorreu em função da queda

nos juros. Tendo em vista que o valor tomado aumentou consideravelmente, apesar da queda do número

de contratantes, o valor médio tomado por produtor aumentou em 9%. A média do saque de custeio por

produtor subiu de R$ 48 mil em 2017 para R$ 52,4 mil em 2018.

Dentre os principais grãos, a Soja continua sendo responsável pela captura da maior parte do crédito em 2018.

A sua participação teve incremento de 1 ponto percentual, sendo o destino de 61% do crédito, seguido do

Arroz, Milho e Trigo.

1.3.1 ANÁLISE DO CUSTEIO

O valor tomado para Custeio no Rio Grande do Sul apresentou um avanço de 5% comparando o acumulado

deste ano (janeiro a outubro) com o mesmo período de 2017, enquanto os contratos, apresentaram retração

de 4%. A queda no número de contratos segue sendo afetada pela seletividade do crédito via maior restrição

e exigências impostas aos produtores na retirada da modalidade. Contudo, em 2017, uma parte desta redução

nos resultados do custeio também está associada a queda nos volumes de pré-custeio.

Analisando o balanço entre o crédito tomado no pré-custeio e custeio, notamos que os contratos recuaram

12%, ou seja, os números evidenciam que produtores tiveram acesso muito restrito nesse período do ano.

Mesmo assim, ainda existem muitos produtores buscando financiamento fora do Crédito Rural com um custo

financeiro muito mais elevado.

Tabela 9 – Comparativo do Crédito Rural tomado para custeio no Rio Grande do Sul entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) meses entre janeiro e outubro

MÊSCONTRATOS (nº de contratos) VALOR (mil R$)

2017 2018 Var % (17/18) 2017 2018 Var %

(17/18) Jan 3.805 4.031 5,9% 243.892 277.383 13,7%Fev 5.559 4.279 -23,0% 412.565 272.055 -34,1%Mar 11.331 9.367 -17,3% 821.098 578.049 -29,6%Abr 13.208 11.535 -12,7% 872.531 864.611 -0,9%Mai 16.929 15.514 -8,4% 1.127.647 1.140.675 1,2%Jun 13.753 12.519 -9,0% 1.133.624 1.166.552 2,9%Jul 41.000 42.849 4,5% 1.504.797 2.123.396 41,1%Ago 75.952 77.764 2,4% 2.864.998 3.208.387 12,0%Set 39.516 34.229 -13,4% 1.645.604 1.534.421 -6,8%Out 21.120 21.411 1,4% 1.021.924 1.073.968 5,1%TOTAL 242.173 233.498 -3,6% 11.648.682 12.239.496 5,1%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL48

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) acumulado entre janeiro e outubro

Gráfico 36 - Participação dos principais grãos no custeio da carteira de Crédito Rural do Rio Grande do Sul em 2018*, em percentual

Arroz18%

Milho12%

Soja62%

Trigo9%

O Arroz diminuiu a sua participação na carteira em comparação ao ano passado, perdendo 3 pontos percentuais.

Já Milho e Trigo apresentaram um incremento de 1 ponto percentual cada na sua participação dentro da

carteira de custeio. Como pode ser visto no gráfico anterior, o recuo de participação do Arroz na carteira abriu

espaço para o avanço das outras culturas.

Os números de contratos tomados no período de janeiro a outubro de 2018 recuaram bastante em relação ao

último ano para os quatro grãos: Arroz (-18%) Milho (-2%), Soja (-6%) e Trigo (-7%). Os produtores de Arroz

seguem com acesso limitado ao pré-custeio, e amargam com um desempenho inferior em termos de acesso

ao crédito se comparado com o mesmo período de 2017. Grande parte dessa conjuntura se deve ao preço

pouco atrativo do grão no início do ano de 2018, que impactou na tomada do pré-custeio.

Os valores totais sacados no Estado para custeio dos principais grãos no período de janeiro a outubro de 2018,

avançaram no Milho (24%) e Soja (12%). Arroz e Trigo recuaram dentro da carteira de custeio em 7% e 3%,

respectivamente.

Tabela 10 - Comparativo do Crédito Rural tomado para custeio dos principais grãos do Rio Grande do Sul, entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) meses entre janeiro e outubro

GrãosCONTRATOS (nº de contratos) VALORES (R$ milhões)

2017 2018 Var.% (17/18) 2017 2018 Var.%

(17/18)Arroz 5.265 4.313 -18,08 1.543 1.431 -7,22Milho 44.842 43.704 -2,54 781 971 24,29Soja 66.223 61.889 -6,54 4.415 4.957 12,27Trigo 19.992 18.611 -6,91 719 700 -2,64

49RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Os juros destinados a Investimentos começaram a cair em 2017, e seguiram essa tendência em 2018. As taxas

de juros praticadas no Plano Safra 2018/2019 diminuíram em média 13%, melhorando timidamente o ambiente

de investimentos. Como os investimentos encolheram muito nos últimos 4 anos, os agentes financeiros estão

mais dispostos a emprestar, o que resultou em um aumento do acesso a essa modalidade de crédito.

1.3.2 ANÁLISE DO INVESTIMENTO

O valor tomado para investimento no estado aumentou 22% em 2018 (janeiro a outubro) em relação a igual período

de 2017. No que diz respeito ao número de contratos houve avanço de 13% frente ao mesmo período de 2017.

Os produtores seguem com um pé atrás em relação às expectativas para economia brasileira, porém

em grau muito menor que nos anos anteriores. Em contrapartida, o Governo Federal já tinha começado

a afrouxar aos poucos os juros destinados ao Crédito Rural estimulando de maneira gradual os

investimentos. Como no ano passado os investimentos tinham chegado em patamares inferiores aos de

2013, era natural que com uma recuperação tímida do ambiente macroeconômico os Investimentos já

começassem a esboçar uma recuperação.

Tabela 11 – Comparativo do Crédito Rural tomado para investimento no Rio Grande do Sul entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) meses entre janeiro e outubro

MÊSCONTRATOS (nº de contratos) VALOR (R$)

2017 2018 Var % (17/18) 2017 2018 Var %

(17/18)Jan 2.590 2.111 -18,5% 233.069.523 187.625.986 -19,5%Fev 1.616 2.721 68,4% 155.849.787 222.076.428 42,5%Mar 3.535 3.591 1,6% 390.031.332 385.585.841 -1,1%Abr 3.368 3.923 16,5% 274.137.430 390.069.837 42,3%Mai 5.003 6.005 20,0% 380.923.044 490.095.715 28,7%Jun 5.373 4.542 -15,5% 455.932.384 372.408.260 -18,3%Jul 2.107 2.499 18,6% 205.676.460 184.242.843 -10,4%Ago 4.012 5.828 45,3% 323.116.142 534.797.595 65,5%Set 4.838 5.767 19,2% 364.074.932 525.587.671 44,4%Out 6.687 7.387 10,5% 482.553.125 683.819.008 41,7%SOMA 39.129 44.374 13,4% 3.265.364.158 3.976.309.184 21,8%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL50

Tabela 12 - Comparativo das taxas de juros de investimento dentro da carteira do Crédito Rural, entre 2017 e 2018

Fonte: Ministério da Agricultura e Abastecimento Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Finalidade 2017 2018 Var % (17/18)Moderfrota 10,5% 9,5% -9,5%Programa ABC 7,5% 6,0% -20,0%PCA 6,5% 6,0% -7,7%Armazém de até 6mil t - 5,25% -Inovagro 6,5% 6,0% -7,7%Pronamp 7,5% 6,0% -20,0%Moderinfra 7,5% 7,0% -6,7%Moderagro 8,5% 7,0% -17,6%Prodecoop 8,5% 7,0% -17,6%

Analisando os principais produtos que compõem a carteira de investimento, os contratos apresentaram

avanço nos seguintes produtos destacados entre janeiro e setembro de 2018: adubação intensiva do solo

(17%), veículos (24%), colheitadeiras (42%), irrigação (44%), máquinas e implementos (20%), silos (8%), tratores

(12%), frutas (33%) e benfeitorias (59%). Somente o produto armazém (-9%), pecuária (-2%) e outros (-5%)

apresentaram retração no período analisado.

Tabela 13 - Comparativo dos principais produtos dentro da carteira de investimento do Crédito Rural no RS entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) meses entre janeiro e outubro

MÊSCONTRATOS (nº de

contratos) VALOR (R$)

2017 2018 2017 2018Adubação Intensiva do Solo 2.679 3.144 149.052.545 271.613.990 Armazém, Depósitos e Instalações 3.247 2.939 257.428.053 349.171.015 Caminhões, Veículos e Utilitários 1.071 1.332 80.867.525 70.552.513 Colheitadeiras 2.029 2.890 408.289.612 574.918.084 Irrigação 513 738 59.672.011 59.322.122 Máquinas e Implementos 11.625 13.913 802.052.845 928.098.267 Silos 374 404 37.823.621 105.635.613 Trator 6.673 7.471 579.013.262 666.381.709 Frutas 778 1.037 44.111.061 60.858.210 Pecuária 7.282 7.162 618.035.023 621.284.112 Benfeitorias 988 1.575 51.820.517 103.579.454 Outros 1.870 1.769 177.198.082 164.894.095 TOTAL 39.129 44.374 3.265.364.158 3.976.309.184

51RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O valor contratado mostrou resultado negativo em apenas três grupos, saber: veículos (-8%), irrigação (-1%) e

outros (-7%). Embora tenham apresentado queda de valores, essas contrações são muito inferiores às quedas

apresentadas nos anos anteriores, importante frisar que esses resultados podem vir apresentar crescimento

até o final do ano. Os principais investimentos que demonstraram resultados positivos em seus valores

tomados neste período foram: adubação intensiva do solo (82%), armazéns e depósitos (36%), colheitadeiras

(41%), máquinas e implementos (16%), silos (179%) e tratores (15%). É importante ressaltar que esses produtos

apresentaram resultados baixos no ano passado, ou seja, mesmo com uma grande evolução nos resultados

de 2018 esses valores são bem inferiores aos vistos em anos anteriores. Porém, as taxas de juros mais baixas

e uma expectativa futura de melhora no ambiente econômico, fizeram com que 2018 demonstrasse uma

recuperação mais solida no ambiente de investimentos gaúcho.

1.3.3 ANÁLISE DA COMERCIALIZAÇÃO

A comercialização aumentou seu valor em 7% no período de janeiro a outubro de 2018 na comparação com

igual período de 2017. Os contratos tiveram uma queda de 15%, evidenciando novamente a seletividade. O

grande demandante de comercialização foi o Arroz que enfrentou preços abaixo do mínimo durante a safra.

Dentro da carteira de comercialização do Crédito Rural, historicamente os principais produtos seguem sendo:

Arroz, Milho, Soja e Trigo, que possuem a maior participação em termos de contratos e valores tomados. O valor

de crédito tomado para comercialização destinado à cultura da Soja manteve a trajetória de expansão dentro

Tabela 14 – Comparativo do Crédito Rural tomado para comercialização no Rio Grande do Sul entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) acumulado entre janeiro e outubro

MÊSCONTRATOS (nº de contratos) VALOR (R$)

2017 2018 Var % (17/18) 2017 2018 Var %

(17/18) Jan 846 562 -34% 238.306.961 219.053.478 -8%Fev 492 483 -2% 206.574.837 223.106.942 8%Mar 683 577 -16% 494.483.245 488.735.619 -1%Abr 1.086 736 -32% 559.079.350 902.314.056 61%Mai 1.545 973 -37% 679.359.082 668.640.219 -2%Jun 1.282 1.278 -0% 636.947.356 667.655.939 5%Jul 730 685 -6% 180.777.477 295.439.089 63%Ago 578 619 7% 354.689.908 365.908.658 3%Set 451 474 5% 300.538.668 199.453.840 -34%Out 574 657 14% 438.682.203 356.182.442 -19%SOMA 8.267 7.044 -15% 4.089.439.088 4.386.490.281 7%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL52

da carteira, o grão elevou a sua participação nessa modalidade do crédito em um ponto percentual. Esses 4

grãos juntos já representam a maior parte da carteira total de comercialização, somando uma participação de

65% do comercializado, porém o grupo perdeu participação na carteira em 2018, pois a situação atual dos

preços é melhor que a do ano passado. Essa conjuntura de preços fez com que os contratos de comercialização

retraíssem bastante entre os grãos analisados.

Somente a soja não registrou quedas nos valores comercializados entre os grãos analisados, apresentando

um aumento de 12% nos valores sacados. Os valores contratados diminuíram 7% para o Arroz, 25% para

o Milho e 19% no Trigo. A atual conjuntura dos preços internos, em média mais valorizados, consequência

de um Real mais desvalorizado frente ao Dólar em 2018, resultou em uma procura menor por contratos de

Comercialização.

Apenas o Arroz não registrou quedas nos contratos de comercialização entre os grãos analisados, apresentando

um aumento de 11%, pois apresentou preços muito baixos no início do ano. Os números de contratos

assumidos pelos produtores para comercialização no período de janeiro a setembro de 2018 diminuíram nos

três grãos: Milho (45%), Soja (38%) e o Trigo (71%).

Tabela 15 – Comparativo do Crédito Rural tomado para comercialização dos principais grãos do Rio Grande do Sul, entre 2017* e 2018*

Fonte: SICOR/BCB; Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) acumulado entre janeiro e outubro

GrãosContratos Valores

2017 2018 Var % (17/18) 2017 2018 Var %

(17/18)Arroz 2.044 2.242 9,69 1.377.753 1.279.586 -7,13Milho 656 362 -44,82 221.227 166.308 -24,82Soja 2.663 1.652 -37,96 1.019.525 1.140.033 11,82Trigo 1.062 305 -71,28 324.456 262.371 -19,14

53RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Como mencionado anteriormente, o excedente de produção resultou em maior acúmulo de estoques finais em

2018, conforme o gráfico a seguir. Também fica bastante claro no gráfico o efeito negativo que tais estoques

causaram no preço do Arroz, que apresentou a média mais baixa da série.

1.4 ANÁLISE E PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA MUNDIAL E BRASILEIRA

1.4.1 ARROZ

Por Danielle Guimarães e Bruno Gurgel

Mercado Mundial

No ano de 2018 o mercado mundial de Arroz apresentou expansão da produção em 0,8%, atingindo

o recorde da série histórica, conforme ilustra o gráfico a seguir. Apesar do aumento do consumo, a

oferta de Arroz persistiu superior à demanda, acumulando estoques elevados e pressionando o preço

internacional.

A projeção para 2019 é de que o consumo mundial siga sua trajetória de expansão, enquanto a produção

deve reduzir em 0,7%, queda esta que deve ocorrer especialmente nos países asiáticos. O estreitamento

entre a oferta e a demanda estimado para a próxima safra pode permitir elevação dos preços, entretanto,

salientamos a importância de se manter atualizado sobre o mercado pois estes dados tratam de projeções que

são atualizadas mensalmente.

Fonte: FAS/USDA (nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Gráfico 37 - Comparação entre produção e consumo mundiais de Arroz Beneficiado, em milhões de toneladas

482

476

490494

491

475

469

484 483

488

460465470475480485490495500

2015 2016 2017 2018* 2019**

Produção Consumo

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL54

Na próxima safra, o estreitamento esperado para oferta e demanda terá efeito positivo nos estoques (1,4%).

Importante destacar que grande parte desse aumento acontece por causa da China, que deve aumentar seus

estoques em 3,7%. A ampliação dos estoques deve pressionar os preços internacionais para baixo, ou seja,

caso o cenário se confirme devemos ter preços parecidos com os deste ano.

Analisando mais detalhadamente o mercado, identificamos que a expansão da produção em 2018 deve

ocorrer principalmente na Ásia, encabeçados pela China e Índia. O aumento produtivo nestes países superou

até mesmo as quedas registradas em Bangladesh, Brasil e Estados Unidos.

Na próxima safra, apesar da recuperação esperada para as produções em Bangladesh e nos Estados Unidos,

grande parte do continente asiático deve ter queda – China e Índia somadas devem produzir cerca de 7

milhões de toneladas a menos. Essa redução indica menos arroz asiático para concorrer com o arroz brasileiro

em regiões como África, Oriente Médio e América Central, o que pode ser positivo para o escoamento do

nosso arroz, uma vez que a expectativa é de queda da taxa de câmbio, logo, proporcionaria um melhor

posicionamento do produto brasileiro.

Fonte: FAS/USDA (Nov/18) e CME Group; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa do estoque para 2018; preço de outubro de 2018(**) Projeção do estoque para 2019

Gráfico 38 - Comparação entre o estoque final mundial de Arroz Beneficiado e o preço internacional

135,0142,4

148,9

160,7 163,0

15,15

12,3911,41 11,29

10

12

14

16

18

20

22

100

110

120

130

140

150

160

170

2015 2016 2017 2018* 2019**

Estoque Final Preço (US$/Cwt)

55RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O consumo de Arroz deve manter sua trajetória de crescimento, persistindo o continente asiático como o

maior consumidor mundial. Em 2018, apesar das menores demandas por parte do Vietnã e Tailândia, ainda

assim o consumo global deve expandir em 1%, encabeçado especialmente pela China e Índia.

No próximo ano, os dois principais consumidores (China e Índia) devem seguir expandindo suas demandas ao

passo que reduzem suas produções, ou seja, caso ocorra a confirmação desse cenário deverão ter que recorrer

aos estoques ou aumentar importações. A tabela a seguir traz os principais consumidores de Arroz, bem como

a evolução de suas demandas no decorrer do tempo.

Caso as projeções para 2019 se confirmem, o aumento do consumo ao passo em que a produção se reduz, deve

resultar em maior fluxo de exportação/importação, aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. Este crescimento

do fluxo é superior ao aumento esperado para o consumo, o que significa que existe ganho líquido das exportações

de arroz. O destaque deve ser a Ásia, que deve concentrar suas exportações para dentro do próprio continente, o

que pode ser positivo para o mercado brasileiro, conforme mencionado anteriormente. Os Estados Unidos, maior

exportador de Arroz fora da Ásia, deve expandir suas exportações na próxima safra depois de forte queda neste

ano de 2018, ou seja, deve apenas retornar aos níveis anteriores. Caso confirmado este cenário, seria outra boa

oportunidade para o mercado brasileiro, uma vez que os Estados Unidos é um grande concorrente.

Tabela 16 - Produção mundial de Arroz Beneficiado por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

China 146,7 148,5 147,8 148,9 143,6 1% -4% 29% Índia 105,5 104,4 109,7 112,9 111,0 3% -2% 23% Indonésia 35,6 36,2 36,9 37,0 37,3 0% 1% 8% Bangladesh 34,5 34,5 34,6 32,7 34,5 -6% 6% 7% Vietnã 28,2 27,6 27,4 28,5 29,1 4% 2% 6% Tailândia 18,8 15,8 19,2 20,4 21,2 6% 4% 4% Burma 12,6 12,2 12,7 13,2 13,1 4% -1% 3% Filipinas 11,9 11,0 11,7 12,2 12,2 5% -1% 2% Brasil 8,5 7,2 8,4 8,2 8,2 -2% -1% 2% Japão 8,1 7,9 7,9 7,8 7,7 -2% -1% 2% Paquistão 7,0 6,8 6,8 7,5 7,4 9% -1% 2% Estados Unidos 7,1 6,1 7,1 5,7 6,9 -20% 22% 1% Camboja 4,9 4,9 5,3 5,4 5,5 3% 2% 1% Coreia do Sul 4,2 4,3 4,2 4,0 3,9 -5% -2% 1% Nigéria 3,8 3,9 3,8 3,8 3,8 0% 0% 1% Nepal 3,2 2,9 3,5 3,3 3,3 -5% 1% 1% Outros 41,6 42,0 43,4 43,0 42,1 -1% -2% 9% TOTAL 482,0 476,2 490,2 494,3 490,7 0,8% -0,7% 100%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL56

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

China 141,0 141,0 141,8 142,5 142,8 1% 0% 29% Índia 98,2 93,6 95,8 98,7 100,0 3% 1% 20% Indonésia 38,3 37,9 37,8 38,1 38,3 1% 1% 8% Bangladesh 35,1 35,1 35,0 35,2 35,2 1% 0% 7% Vietnã 22,0 22,5 22,0 21,8 22,1 -1% 1% 5% Filipinas 13,0 12,9 12,9 13,3 13,5 3% 2% 3% Tailândia 10,0 9,1 12,0 11,2 10,2 -7% -9% 2% Burma 10,5 10,4 10,0 10,1 10,1 1% 0% 2% Japão 8,8 8,8 8,7 8,7 8,6 -1% -1% 2% Brasil 7,9 7,9 8,0 8,0 8,0 0% 0% 2% Nigéria 6,1 6,4 6,6 6,7 6,9 2% 3% 1% Coreia do Sul 4,2 4,2 4,7 4,9 4,7 5% -4% 1% Estados Unidos 4,3 3,6 4,2 4,3 4,2 1% -1% 1% Camboja 3,9 3,9 4,0 4,1 4,2 2% 2% 1% Egito 4,0 3,9 4,3 4,2 4,1 -2% -2% 1% Nepal 3,8 3,4 4,0 3,9 3,9 -2% 1% 1% Outros 61,4 62,3 65,9 67,1 69,0 2% 3% 14% TOTAL 474,7 468,8 483,6 482,6 488,4 -0,2% 1,2% 100%

Tabela 17 - Consumo mundial de Arroz Beneficiado por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Quanto à importação, é possível notar que os principais compradores do Arroz brasileiro devem aumentar suas

importações no ano que vem. A Nigéria – que é o principal destino das exportações brasileiras do grão – já aumentou

4% em 2018 e projeta-se um aumento de 15% no ano seguinte, mas é importante a observação pois é um país que

costuma ser bastante variável em suas compras, influenciados por seu governo. Além disso, o continente africano deve

aumentar como um todo, destacando a Costa do Marfim e o Senegal, outros importantes compradores brasileiros.

Mercado Brasileiro

O ano de 2018 foi marcado pela expansão da demanda, especialmente por parte dos consumidores externos,

resultando na expansão de 22% das nossas exportações de Arroz. Destaque para o arroz em casca, que atingiu

o recorde de 480 mil toneladas exportadas, para se ter uma comparação, até este recorde o maior volume

exportado tinha sido em 2013, cerca de 280 mil toneladas, representando um aumento de 71% neste ano. Esse

recorde se deu por uma interferência do governo na realização de leilões de PEP e PEPRO, resultado de um

grande esforço das entidades. Importante destacar o fato de esses leilões terem ocorrido no momento correto,

no início da colheita, pois assim já ocorreria o escoamento da produção simultaneamente à recuperação do

preço, caso contrário o mesmo sofreria bastante dado o estoque da safra anterior somado com a produção na

57RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

nova safra, dificultando a recuperação ao longo do ano. Aliado a isso, a taxa de câmbio desvalorizada também

contribuiu para esse recorde.

Como a produção foi menor nesta safra 2018, foi necessário recorrer ao mercado internacional via importações

de Arroz para suprir a demanda. Também foi necessário utilizar dos estoques finais afim de atender o mercado,

o que resultou em redução de 33% dos estoques finais.

Baseado na queda da intenção de plantio dos arrozeiros levantada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz

(IRGA), estimamos uma redução de 7,54% da produção gaúcha em 2019. Para fins de projeção, pressupomos

todos os demais Estados com igual produção de 2018, logo o Brasil constataria uma queda em 2019, chegando

a 11,35 milhões de toneladas, valor este que no período 2010-2018, só não é menor que o ano de 2016

quando tivemos uma quebra de safra. Em função da menor produção, a oferta de Arroz no Brasil deve ser 7,2%

menor em 2019.

A demanda também deve reduzir, já que as exportações devem ser menores, estimuladas por uma possível

redução da taxa de câmbio em 2019. Entretanto, a redução na oferta deve ser mais expressiva que a queda

esperada para a demanda, logo, será necessário recorrer mais uma vez aos estoques afim de atender a

demanda. O resultado dessa conjuntura deve ser a redução de 95% os estoques finais de Arroz.

Outro fator favorável a esta conjuntura deve ser a redução das importações, pelo fato de o Uruguai estar

produzindo e exportando menos Arroz neste ano e ter a projeção de queda para 2019, o que deve significar

menos entradas de Arroz no Brasil e favorecer o preço nacional. A Argentina, que vem sofrendo com uma

grande crise econômica, resultando em elevação da sua taxa de câmbio e também da taxa de juros, deve ter

Tabela 18 - Fundamentos do mercado brasileiro de Arroz em casca, em milhões de toneladas

Fonte: USDA (nov/18); 2019: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

FUNDAMENTOS 2014 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

ÁREA COLHIDA (milhões de ha) 2,40 2,30 2,01 1,98 1,97 1,96 -0,40 -0,66Estoque Inicial 0,78 0,94 0,94 0,45 0,70 0,47 54,23 -32,67Produção 12,21 12,45 10,60 12,33 12,07 11,35 -2,08 -6,00Importação 0,78 0,58 1,33 0,90 0,99 0,96 9,94 -3,71OFERTA TOTAL 13,76 13,97 12,88 13,68 13,76 12,77 0,57 -7,19Consumo Interno 11,62 11,65 11,62 11,76 11,80 11,80 0,32 -0,00Exportação 1,20 1,37 0,80 1,22 1,49 0,95 22,07 -36,24DEMANDA TOTAL 12,82 13,02 12,42 12,99 13,29 12,75 2,36 -4,07ESTOQUE FINAL 0,94 0,94 0,45 0,70 0,47 0,02 -32,66 -95,43Estoque/Consumo 0,08 0,08 0,04 0,06 0,04 0,00 -32,88 -95,43

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL58

uma queda expressiva de 5% em sua produção, já que os insumos importados estão encarecendo e o acesso

ao crédito está cada vez mais difícil. O Paraguai é o único país do Mercosul que tem projeção de aumento na

produção da próxima safra, logo o saldo do bloco deve continuar sendo negativo.

Com o menor volume de entrada de Arroz no Brasil e o recorde de exportação causado pelos leilões, o preço

foi favorecido no ano de 2018, se recuperando a partir de abril e chegando a R$ 45,53 a saca de 50 kg em

setembro. É importante destacar que este preço, diferentemente de 2016 que chegou a R$ 50,00/sc por causa

da quebra de safra, é fundamentado em um saldo positivo entre exportações e importações, o que significa

um aumento da demanda pelo produto. Para 2019 a projeção é de que o preço continue sua recuperação e se

mantenha em níveis elevados, já que se espera uma queda forte dos estoques.

1.4.2 MILHO

Por Danielle Guimarães e Bruno Gurgel

Mercado Mundial

A produção mundial de Milho no ano de 2018 registrou uma queda de 4%, influenciada principalmente pelas

perdas registradas nos Estados Unidos e na China, que representam mais de 50% da produção mundial. Por

outro lado, o consumo registrou um pequeno aumento de 0,2%, mas o suficiente para o mesmo ser maior do

que a quantidade produzida, conforme o gráfico abaixo.

Fonte: Cepea/Esalq/Senar-RS; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul

Gráfico 39 - Preço do Indicador do Arroz Esalq/Senar-RS, em reais por saca de 50 kg

nov/14; 37,30

nov/15; 41,18

nov/16; 49,04

nov/17; 37,27

nov/18; 42,57

25,00

fev/1

4

jun/1

4

out/14

fev/1

5

jun/1

5

out/15

fev/1

6jun

/16

fev/1

7

jun/1

7

out/17

out/16

fev/1

8

jun/1

8

out/18

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

55,00

59RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Este cenário atual deve se manter na safra 2019. Apesar de se projetar um aumento para a produção mundial,

o consumo deve ser ainda maior, resultando em mais um ano em que a demanda supera a oferta no mercado

mundial de Milho.

Com o consumo superando a produção nesta safra e na próxima, o estoque final no mercado internacional

deve reduzir cerca de 3% em 2018 e projeta-se uma queda forte para 2019, de 10%. Estas quedas estimadas

para os estoques, caso confirmadas, devem indicar valorização do preço internacional no médio prazo. O

gráfico abaixo explicita a relação entre o estoque final mundial e o preço internacional.

Fonte: FAS/USDA (nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Gráfico 40 - Comparação entre produção e consumo mundiais de Milho, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18) e CME Group; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa do estoque para 2018; preço de novembro de 2018(**) Projeção do estoque para 2019

Gráfico 41 - Comparação entre o estoque final mundial de Milho e o preço internacional

1.057

1.013

1.122

1.0761.099

992 981

1.084 1.086

1.132

900

950

1.000

1.050

1.100

1.150

2015 2016 2017 2018* 2019**

Produção Consumo

279,20 311,42

350,27 340,92 307,51

5,56

4,90

4,46

4,01

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

100

150

200

250

300

350

400

2015 2016 2017 2018* 2019**

Estoque Final Preço (US$/Bsh)

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL60

Analisando o mercado mundial de Milho por país, além da redução na produção dos Estados Unidos e da China

como mencionado anteriormente, observa-se na tabela abaixo as quedas fortes no Brasil (-17%), Argentina

(-22%) e Ucrânia (-14%) que foram consequências de problemas climáticos que prejudicaram o plantio do

grão.

Em 2018, as quedas das produções nos Estados Unidos e China resultaram em cerca de 18 milhões de toneladas

a menos no mercado, evidenciando a importância destes dois países no mercado mundial de Milho

Para 2019, o aumento projetado para a produção mundial se deve especialmente à recuperação de Brasil,

Argentina e Ucrânia, já que se estima condição normal do clima nestes países. Em contrapartida, a China deve

apresentar queda de sua produção (-1%) e os Estados Unidos deve manter praticamente o mesmo nível deste

ano. Destacamos a importância de se manter atento às mudanças no mercado, pois estas ainda são projeções

iniciais e que se atualizam mensalmente.

O consumo mundial deve seguir sua trajetória de alta. Em 2018, a demanda pelo grão se manteve praticamente

no mesmo nível de 2017, apenas 0,2% maior – o que deixou a demanda mundial maior que a oferta no mercado

internacional pela primeira vez desde 2011. Destaca-se que foram registrados aumentos em praticamente todos

os países analisados. A demanda mundial deve seguir aquecida em 2019, com crescimento estimado em 4%. O

aumento deve ser baseado na expansão de consumo esperado para Estados Unidos, União Europeia e China.

Tabela 19 - Produção mundial de Milho, por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

PAÍS 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

Estados Unidos 361,1 345,5 384,8 371,0 371,5 -4% 0% 34%China 249,8 265,0 263,6 259,1 256,0 -2% -1% 23%Brasil 85,0 67,0 98,5 82,0 94,5 -17% 15% 9%UE-28 75,7 58,7 61,9 62,1 59,5 0% -4% 5%Argentina 29,8 29,5 41,0 32,0 42,5 -22% 33% 4%Ucrânia 28,5 23,3 28,0 24,1 33,5 -14% 39% 3%México 25,5 26,0 27,6 27,5 26,0 -0% -5% 2%Índia 24,2 22,6 25,9 28,7 26,0 11% -9% 2%Canadá 11,6 13,7 13,9 14,1 14,5 2% 3% 1%África do Sul 10,6 8,2 17,6 13,5 13,0 -23% -4% 1%Indonésia 9,0 10,5 10,9 11,4 11,9 5% 4% 1%Rússia 11,3 13,2 15,3 13,2 11,3 -14% -15% 1%Nigéria 10,1 10,6 10,4 11,0 11,0 6% 0% 1%Filipinas 7,7 7,0 8,1 8,0 8,2 -1% 3% 1%Etiópia 7,2 7,3 7,3 7,0 7,1 -4% 1% 1%Sérvia 7,7 6,0 7,6 4,0 7,0 -47% 75% 1%Outros 102,1 99,2 100,2 107,6 105,5 7% -2% 10%Total 1.056,8 1.013,2 1.122,4 1.076,2 1.099,0 -4% 2% 100,0%

61RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Como consequência da demanda maior que a oferta de Milho no mercado mundial, o fluxo de exportações/

importações deve aumentar em 2019 com destaque para a Argentina – que se recupera das perdas

causadas pela seca no país e que apesar da queda na produção, manteve o mesmo nível de exportação

– e da Ucrânia que também retoma os níveis anteriormente exportados.

Mercado Brasileiro

O ano de 2018 foi marcado por um clima desfavorável para o plantio de Milho no Brasil, o que resultou em

uma produção aproximadamente 17% menor. Apesar de termos iniciado o ano com estoques elevados,

carregados da safra anterior, a queda da produção foi tão significativa que a oferta de Milho disponível

reduziu em 10%.

Com as exportações voltando a subir após um 2017 de queda e com o consumo crescendo cerca

de 6% em 2018, a demanda total registrou um aumento de quase 12%. Estes resultados levaram a

um estreitamento entre oferta e demanda, causando a redução dos estoques finais em quase 25% e

impactando positivamente os preços de Milho no Brasil.

Tabela 20 - Consumo mundial de Milho, por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

PAÍS 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

Estados Unidos 301,8 298,8 313,8 313,8 320,8 0% 2% 28%China 206,0 229,0 255,0 263,0 276,0 3% 5% 24%UE-28 77,9 73,5 74,0 76,5 82,5 3% 8% 7%Brasil 57,0 57,5 60,5 64,5 66,5 7% 3% 6%México 34,6 37,3 40,4 42,3 43,7 5% 3% 4%Índia 22,4 23,6 24,9 26,7 27,5 7% 3% 2%Egito 13,9 14,9 15,1 15,9 16,2 5% 2% 1%Japão 14,6 15,2 15,2 15,6 15,2 3% -3% 1%Canadá 12,8 12,0 12,9 14,1 13,7 9% -3% 1%Vietnã 9,4 12,2 12,9 13,4 13,4 4% 0% 1%África do Sul 11,7 11,0 12,7 12,3 12,6 -3% 2% 1%Indonésia 12,2 12,1 12,3 12,1 12,5 -2% 3% 1%Argentina 9,3 9,3 11,2 11,9 12,4 6% 4% 1%Nigéria 9,9 10,6 10,9 11,1 11,3 2% 2% 1%Coréia do Sul 10,3 10,1 9,4 10,0 10,3 6% 3% 1%Irã 7,4 8,8 9,3 9,8 10,1 5% 3% 1%Outros 163,6 164,5 168,5 175,0 179,2 4% 2% 16%Total 991,8 981,0 1.083,6 1.085,6 1.132,4 0,2% 4% 100,0%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL62

Em 2019 espera-se a retomada da oferta total, influenciada pela recuperação da produção com o clima mais favorável

ao plantio no Brasil, voltando a patamares acima dos 90 milhões de toneladas, mas ainda abaixo do ano de 2017.

O consumo interno deve ter um cenário mais favorável na próxima safra a medida que ocorre a melhora no

mercado de aves e suínos, onde se espera uma redução nas barreiras não tarifárias dos países importadores

destes produtos, o que fomentaria a exportação dos mesmos e elevaria a demanda por Milho no mercado

nacional. Além disso, a melhora do cenário internacional também deve levar à um cenário melhor em 2019.

Por outro lado, é importante que o produtor fique atento às mudanças na taxa de câmbio, pois uma valorização da

mesma tende a ir na contramão dos fundamentos destacados acima e enfraquecer a aceleração dos preços ou até

mesmo mudar esta trajetória. Logo, não podemos esperar grandes mudanças para o preço em 2019, uma vez que os

fundamentos não devem apresentar grandes alterações em relação a este ano e a taxa de câmbio deve ser menor.

Tabela 21 - Fundamentos do mercado brasileiro de Milho, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Fonte: Broadcast; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul

Gráfico 42 - Preço do Milho em Paso Fundo – RS, em R$/sc 60 kg

nov/14; 22,95

nov/15; 29,10

nov/16; 37,28

nov/17;

nov/18; 33,56

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

jan/

14ab

r/14

jul/1

4ou

t/14

jan/

15ab

r/15

jul/1

5ou

t/15

jan/

16ab

r/16

jul/1

6ou

t/16

jan/

17ab

r/17

jul/1

7ou

t/17

jan/

18ab

r/18

jul/1

8ou

t/18

FUNDAMENTOS 2014 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

ÁREA COLHIDA (milhões de ha)

15,80 15,75 16,00 17,60 16,60 17,50 -5,68 5,42

Estoque Inicial 9,15 13,97 7,84 6,77 14,02 10,52 107,11 -24,97Produção 80,00 85,00 67,00 98,50 82,00 94,50 -16,75 15,24Importação 0,85 0,53 1,57 2,44 0,94 1,00 -61,34 6,04OFERTA TOTAL 90,00 99,51 76,41 107,71 96,96 106,02 -9,98 9,34Consumo Interno 55,00 57,00 57,50 60,50 64,50 66,50 6,61 3,10Exportação 22,04 21,91 35,38 19,79 25,18 25,00 27,22 -0,72DEMANDA TOTAL 77,04 78,91 92,88 80,29 89,68 91,50 11,69 2,03ESTOQUE FINAL 13,97 7,84 6,77 14,02 10,52 10,52 -24,97 0,00Estoque/Consumo 0,25 0,14 0,12 0,23 0,16 0,16 -29,62 -3,01

63RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Por outro lado, o consumo mundial de Soja registrou aumento de 2% em 2018 em relação à 2017, fato que

acompanhado da redução na produção contribuiu para um estreitamento da relação entre os mesmos, seguido de

um aumento nos estoques mundiais de 2%. Essa aproximação entre oferta e demanda na safra 2018 deveria refletir

em preços superiores no mercado internacional, entretanto, a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos

trouxe certa instabilidade para o mercado, afetando negativamente os preços, como pode ser observado no gráfico

abaixo.

Para 2019, a projeção é de que o consumo se mantenha em expansão assim como a produção, porém com taxas

de crescimento menores. A produção por sua vez deve ser recorde, chegando a aproximadamente 370 milhões

de toneladas produzidas mundialmente, com grande influência da recuperação da produção da Argentina – este

número, porém, ainda precisa de confirmação como será melhor explorado adiante.

O resultado desta projeção de safra recorde é de que deve ocorrer um aumento de 12% dos estoques mundiais em

2019, justamente pelo fato mencionado anteriormente: o consumo, mesmo aumentando, cresce a taxas menores que

a produção. Caso a estimativa se confirme, o preço da Soja no mercado internacional pode apresentar novas quedas.

1.4.3 SOJA

Por Danielle Guimarães e Bruno Gurgel

Mercado Mundial

Em 2018 a produção mundial de Soja reduziu 3% em relação ao ano anterior, mesmo com o aumento registrado

na área plantada global, mas ainda assim se manteve em um nível elevado. O principal motivo dessa queda

foi a seca histórica nas maiores regiões produtivas da Argentina, o que levou a uma redução de 31% na

quantidade produzida pelo país vizinho. Somado a isso, como foi projetado no Relatório Econômico anterior,

houve ainda uma queda da produtividade média mundial de 7 pontos percentuais.

Fonte: FAS/USDA (nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Gráfico 43 - Comparação entre produção e consumo mundiais de Soja, em milhões de toneladas

320,6 316,2

348,9338,6

367,5

303,2314,8

329,4336,8

351,9

250

270

290

310

330

350

370

2015 2016 2017 2018* 2019**

Produção Consumo

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL64

Fonte: FAS/USDA (Nov/18) e CME Group; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa do estoque para 2018; preço de outubro de 2018(**) Projeção do estoque para 2019

Gráfico 44 - Comparação entre o estoque final mundial de Soja e o preço internacional

78,6 80,9

97,4 99,7

112,1

10,5

11,110,6

9,7

8,59,09,510,010,511,011,512,012,513,0

2030405060708090

100110120

2015 2016 2017 2018* 2019**

Estoque Final (milhões de toneladas) Preço (US$/Bsh)

Realizando uma análise ampliada da produção por país, o ano de 2018 foi marcado pela queda da produção

mundial apesar de ter sido registrado crescimento nos dois maiores produtores: Estados Unidos (3%) e Brasil

(5%). Como comentado anteriormente, a seca histórica que ocorreu na Argentina foi a principal influência na

queda da produção mundial já que causou a retração de um terço da produção do país.

Para o ano de 2019, a projeção de recuperação da Argentina deve ajudar a elevar a produção mundial em 9%,

entretanto é importante destacar que essa recuperação expressiva depende do desenrolar da crise econômica

que vem atingindo os argentinos.

Para observarmos: nos últimos 12 meses as moedas dos países emergentes apresentaram desvalorizações em

relação ao dólar. Tais desvalorizações resultam na elevação dos custos de produção nos países que dependem

da importação de insumos, como é o caso de Brasil e Argentina: no Brasil, a desvalorização ante o dólar chegou

a 29% no mesmo período; já na Argentina a situação é ainda mais alarmante, pois não contavam com reservas

cambiais suficientes para conter a desvalorização que acumulou 120% no período. Além disso, a taxa de juros

brasileira de 6,5% ao ano é considerada uma das mais altas do mundo, sendo um grande obstáculo à obtenção

de crédito para investimento. Assim como na Argentina, onde a taxa de juros que atinge 45% ao ano torna

ainda mais complicada a obtenção de crédito.

Além do aumento esperado na Argentina, os Estados Unidos, maior produtor mundial de Soja, deve expandir

em 4% sua produção, renovando seu recorde. Apesar dos incentivos e subsídios do atual governo, o que deve

impulsionar o aumento de produção deve ser o uso de tecnologias e as condições climáticas favoráveis, uma

vez que se espera redução da área plantada.

65RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Pelo lado da demanda, em 2018 o consumo continuou sua trajetória de expansão. A China continua sendo o

maior consumidor de Soja do planeta, além de sua demanda se manter em crescimento – assim como Brasil e

Estados Unidos. Já na Argentina, o consumo também sofreu os impactos causados pela seca e teve uma queda

relevante. Destaca-se um crescimento do consumo pelo continente europeu, que havia sofrido uma queda no

ano anterior, voltando aos patamares de 2016.

Tabela 22 - Produção Mundial de Soja por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

EUA 106,9 106,9 116,9 120,0 125,2 3% 4% 34%Brasil 97,2 96,5 114,6 119,8 120,5 5% 1% 33%Argentina 61,5 58,8 55,0 37,8 55,5 -31% 47% 15%China 12,7 12,4 13,6 15,2 16,0 11% 5% 4%Índia 8,7 6,9 11,0 8,4 11,0 -24% 32% 3%Paraguai 8,2 9,2 10,3 9,8 9,8 -5% -0% 3%Canadá 6,0 6,5 6,6 7,7 7,5 17% -3% 2%Outros 19,4 19,1 20,9 19,9 22,0 -5% 11% 6%TOTAL 320,6 316,2 348,9 338,6 367,5 -3% 9% 100%

Tabela 23 - Consumo mundial de Soja por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

China 87,8 95,9 103,5 106,3 109,6 3% 3% 31%Estados Unidos 55,0 54,5 55,7 59,0 60,1 6% 2% 17%Argentina 44,4 47,7 47,8 41,7 47,9 -13% 15% 14%Brasil 43,6 42,9 43,7 47,0 46,0 8% -2% 13%UE-27 16,0 16,6 16,0 16,7 18,3 4% 10% 5%Índia 8,9 6,7 10,3 9,0 10,5 -12% 17% 3%Rússia 4,1 4,6 5,0 5,2 5,6 4% 8% 2%México 4,2 4,4 4,6 5,3 5,3 14% 1% 2%Paraguai 3,8 3,9 3,8 3,8 4,0 -1% 7% 1%Japão 3,3 3,4 3,5 3,5 3,5 1% 0% 1%Indonésia 2,8 2,9 3,1 3,2 3,4 4% 5% 1%Egito 2,0 1,2 2,2 3,2 3,3 45% 3% 1%Thailandia 2,2 2,9 3,1 2,6 3,2 -18% 23% 1%Irã 1,5 2,0 2,1 2,7 2,8 32% 4% 1%Turquia 2,3 2,4 2,2 2,6 2,7 16% 7% 1%Outros 21,6 23,0 22,8 25,1 25,7 10% 2% 7%TOTAL 303,2 314,8 329,4 336,8 351,9 2% 5% 100%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL66

A projeção atual é de continuação do aquecimento da demanda em 2019, isso porque a China mantém

seu consumo em expansão e a Argentina deve recuperar sua produção aos patamares anteriores a seca,

portanto não deve enfrentar problemas de disponibilidade do produto novamente. É importante observarmos

a projeção de aumento do consumo europeu, já que a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos

tende a derrubar os preços da Soja, tornando o produto mais atrativo para os europeus. Observa-se também

uma leve queda no consumo brasileiro, que será melhor analisada quando apresentarmos o mercado nacional.

Com as projeções de aumento tanto da oferta quanto da demanda para 2019, é possível observar um maior

fluxo de exportação/importação no mercado mundial. O aumento de 1% esperado apenas irá se confirmar

caso a Argentina consolide a projeção de exportação quatro vezes maior que 2018.

Além das questões de taxa de câmbio e juros mencionados anteriormente, para que a projeção se confirme

será preciso observar as tarifas que incidem sobre a Soja exportada na Argentina. No Relatório Econômico

2017 e Perspectivas 2018 comentamos a intenção do governo argentino em reduzir estas tarifas, as chamadas

retenciones. Neste ano, retornamos a comentar a importância que essa política tem no mercado mundial de

Soja, uma vez que o governo demonstrou intenção de manter tais tarifas, em função da atual crise cambial em

que o país se encontra. Caso elas permaneçam, o aumento das exportações de Soja da Argentina pode não ser

tão expressivo quanto esta previsão atual.

Pela ótica das importações, a projeção para 2019 é de aumento de 1,2%. O maior crescimento de demanda

deve ser da União Europeia que, novamente, deve se beneficiar do baixo preço internacional resultante da

guerra comercial entre os Estados Unidos e China. Outra consequência dessa disputa comercial deve ocorrer

na China, que depois de ter dobrado suas importações de Soja nos últimos 10 anos deve, pela primeira vez,

manter seus níveis de importação inalterados.

Mercado Brasileiro

O mercado nacional em 2018 registrou um aumento na oferta total de Soja de aproximadamente 10%. Foi

registrado também aumento da área colhida, chegando a 35 milhões de hectares, assim como um aumento na

produtividade média das lavouras de Soja brasileiras, ultrapassando o ano anterior e alcançando 3.413 kg/ha.

Além disso, como resultado da grande safra de 2017, os estoques iniciais acumularam um aumento de quase

43%, contribuindo fortemente para o aumento mencionado da oferta em 2018.

Já o ano de 2019 deve ser diferente, as projeções indicam queda na oferta brasileira de Soja, uma vez que a

demanda em 2018 teve um aumento expressivo e encurtou os estoques iniciais da próxima safra, além de um

leve aumento esperado para a produção.

Por outro lado, as exportações devem registrar um aumento de aproximadamente 1%, importante pois o Brasil

é o líder mundial das exportações de Soja e vem se beneficiando da forte demanda chinesa, diante da guerra

comercial com os Estados Unidos. Esse crescimento só não acaba sendo maior principalmente pela crise no

67RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

setor de transportes nacional que acabou gerando o tabelamento do frete. Outro empecilho para a exportação

brasileira é que estamos batendo no teto de nossa problemática capacidade logística, o que cria maiores

barreiras para o escoamento da produção.

No caminho contrário às exportações, o consumo interno brasileiro de soja deve ser menor na próxima safra,

influenciado pela menor demanda pelo grão no setor de aves e suínos, resultando em uma demanda total

brasileira de Soja 2,2% menor.

Enquanto os preços internacionais vêm em trajetória de queda, no Brasil seguem no caminho oposto. Contudo,

é importante ter muito cuidado com estas comparações pois as variações dos preços nacionais dependem

também da taxa de câmbio, que é uma variável bastante volátil. O ano de 2018 foi marcado por uma forte

instabilidade, da mesma, fazendo com que a direção dos preços nacionais fosse totalmente oposta a dos

internacionais, deixando-os bastante valorizados. Podemos dizer que os preços nacionais têm muito espaço

para cair em 2019, à medida que a taxa de câmbio se estabilize, sendo o oposto também verdadeiro. Portanto,

recomendamos que as negociações sejam feitas com cautela, de forma conservadora e como proteção

sugerimos que se busque travar os preços nos mercados futuros ou físicos.

Tabela 24 - Fundamentos do mercado brasileiro de Soja, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

FUNDAMENTOS 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

ÁREA COLHIDA (milhões de ha) 32,10 33,30 33,90 35,10 37,50 3,5 6,8Estoque Inicial 15,82 19,18 18,76 26,81 23,55 42,9 -12,2Produção 97,20 96,50 114,60 119,80 120,50 4,5 0,6Importação 0,31 0,41 0,25 0,18 0,20 -30,6 14,3OFERTA TOTAL 113,33 116,09 133,61 146,79 144,25 9,9 -1,7Consumo Interno 43,59 42,95 43,66 47,04 46,00 7,7 -2,2Exportação 50,61 54,38 63,14 76,19 77,00 20,7 1,1DEMANDA TOTAL 94,20 97,33 106,80 123,24 123,00 15,4 -0,2ESTOQUE FINAL 19,18 18,76 26,81 23,55 21,25 -12,2 -9,8Estoque/Consumo 0,44 0,44 0,61 0,50 0,46 -18,5 -7,7

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL68

Fonte: Broadcast; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul

Gráfico 45 - Preço da Soja em Rio Grande - RS, em reais por saca de 60kg

nov-14;

fev-14

jun-14

out-14

fev-15

jun-15

out-15

fev-16

jun-16

out-16

fev-17

jun-17

out-17

fev-18

out-18

jun-18

64,29

nov-15;81,04

nov-16;78,74 nov-17;

73,93

nov-18;87,19

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

1.4.4 TRIGO

Por Danielle Guimarães e Bruno Gurgel

Mercado Mundial

A maior produtividade das lavouras de Trigo neste ano de 2018 possibilitou uma expansão da produção que se

somou aos elevados estoques da safra anterior e configurou uma oferta 2% maior. O crescimento da demanda

não acompanhou a oferta e o resultado foi um estoque 7% maior que o ano anterior, mantendo a trajetória de

crescimento dos últimos anos e derrubando ainda mais os preços internacionais.

As projeções para o ano de 2019 levam a uma queda forte da produção mundial (4%), uma vez que a Europa

passa por problemas climáticos causados pela onda de calor e seca que atingiu o continente no último verão,

gerando problemas às plantações de Trigo já que o inverno acabou sendo bastante úmido e tardio. Ao mesmo

tempo, o consumo mundial deve registrar um pequeno aumento de 0,1%, conforme ilustra o gráfico a seguir.

69RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Caso essas projeções sejam confirmadas, o mercado mundial deve registrar um consumo maior que a produção

pela primeira vez em 6 anos, dessa forma será necessário recorrer aos estoques para atender essa nova demanda.

A queda estimada para os estoques finais é de 4%, o que pode influenciar positivamente os preços internacionais,

ainda que estes se mantenham em patamares baixos já que, apesar da queda, os estoques devem permanece em

níveis elevados. Além do mais, é importante ressaltar que as reduções de estoque devem ocorrer especialmente nos

países exportadores, que devem ter, a partir de 2019, menos produto disponível para atender suas demandas interna

e externa, iremos dissertar mais detalhadamente sobre isso adiante.

O gráfico que segue mostra o comportamento do preço internacional e dos estoques mundiais nos últimos

anos, deixando claro a relação entre estoques altos e preços baixos.

Fonte: FAS/USDA (nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

Gráfico 46 - Comparação entre produção e consumo mundiais de Trigo, em milhões de toneladas

730,4738,4

756,5763,1

733,5

705,1716,3

739,8745,1 745,8

680690700710720730740750760770

2015 2016 2017 2018* 2019**

Produção Consumo

Fonte: FAS/USDA (Nov/18) e CME Group; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa do estoque para 2018; preço de outubro de 2018(**) Projeção do estoque para 2019

Gráfico 47 - Comparação entre o estoque final mundial e o preço internacional

222,25

244,36

261,04

279,00 266,71

8,1

6,5

5,5 5,2

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

180

200

220

240

260

280

300

2015 2016 2017 2018* 2019**

Estoque Final (milhões de toneladas) Preço (US$/Bsh)

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL70

Analisando mais profundamente a produção mundial, identificamos que o comportamento apontado no Relatório

Econômico 2017 e Perspectivas 2018 acabou se confirmando. Estados Unidos e Canadá reduziram significativamente

suas produções de Trigo em 2018 ante 2017 (-25% e -7%, respectivamente), influenciados pela queda nas áreas

plantadas e na produtividade. Entretanto, Índia e Rússia aumentaram suas produções em 13% e 17% respectivamente,

tornando a produção mundial aproximadamente 1% maior em 2018.

Para 2019 a expectativa é de queda significativa na produção, sendo o clima o grande vilão. Grandes produtores,

como União Europeia, Rússia, Ucrânia e Turquia devem apresentar queda na produção e, consequentemente, queda

nas suas exportações (juntos, configuram quase 50% das exportações mundiais de Trigo). Também se estima redução

a produção da Austrália (18%), que passa por problemas climáticos semelhantes aos mencionados anteriormente e

já vem diminuindo sua produção desde 2018 (quando caiu 33% ante 2017).

Em 2018 o consumo continuou sua trajetória positiva, sendo estimulado pelas maiores demandas da Índia e Rússia.

Já para 2019, a projeção é de um leve aumento do consumo, com destaque para expansões na União Europeia,

China e Rússia. Cabe ressaltar que grandes importadores como a própria União Europeia, norte da África e Indonésia

devem expandir o consumo em um ano de baixa produção.

Tabela 25 - Produção mundial de Trigo por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

Part. %

UE-28 156,9 160,5 145,4 151,3 137,6 4% -9% 19%China 128,3 132,6 133,3 134,3 132,5 1% -1% 18%Índia 95,9 86,5 87,0 98,5 99,7 13% 1% 14%Rússia 59,1 61,0 72,5 85,0 70,0 17% -18% 10%Estados Unidos 55,1 56,1 62,8 47,3 51,3 -25% 8% 7%Canadá 29,4 27,6 32,1 30,0 31,5 -7% 5% 4%Paquistão 26,0 25,1 25,6 26,7 25,5 4% -4% 3%Ucrânia 24,8 27,3 26,8 27,0 25,0 1% -7% 3%Argentina 13,9 11,3 18,4 18,5 19,5 1% 5% 3%Turquia 15,3 19,5 17,3 21,0 19,0 22% -10% 3%Austrália 23,7 22,3 31,8 21,3 17,5 -33% -18% 2%Cazaquistão 13,0 13,7 15,0 14,8 15,0 -1% 1% 2%Irã 13,0 14,5 14,5 14,0 14,5 -3% 4% 2%Egito 8,3 8,1 8,1 8,5 8,5 4% 0% 1%Marrocos 5,1 8,1 2,7 7,1 7,3 160% 3% 1%Uzbequistão 7,2 7,2 6,9 6,9 6,0 -1% -13% 1%Outros 55,4 56,9 56,2 50,9 53,1 -9% 4% 7%Total 730,4 738,4 756,5 763,1 733,5 0,9% -3,9% 100%

71RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O cenário descrito acima – de queda da produção nos países exportadores ao passo que os importadores devem

aumentar a demanda – deve enfraquecer as exportações/importações mundiais, com redução estimada em

aproximadamente 2% em 2019. A Rússia, que é o maior exportador mundial e deve ter menos produto disponível

para atender o mercado externo, o que deve contribuir para esta redução das transações de Trigo. Além da Rússia,

outros importantes exportadores europeus e a Argentina, que teme o retorno das retenciones, também devem

reduzir suas exportações na próxima safra.

A menor disponibilidade do Trigo para os importadores deve aumentar a disputa pelo trigo exportado, o que

configura um cenário positivo para o produtor brasileiro podendo, inclusive, indicar melhora dos preços nacionais,

valorizando o produto apesar da menor demanda interna estimada para 2019. O contrapeso pode ser a taxa de

câmbio, que está estimada em queda no próximo ano.

Mercado Brasileiro

A redução de cerca de 10% da área plantada de Trigo em 2018, desestimulada pelo baixo rendimento da atividade

na safra anterior, resultou em queda de 37% da produção nacional. Além da menor área de plantio, a queda do

rendimento médio também contribuiu para a menor da produção. Esses fatores levaram a uma forte utilização dos

Tabela 26 - Consumo mundial de Trigo por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

Part. %

UE-28 124,7 129,9 128,0 130,4 125,0 2% -4% 17%China 117,5 117,5 119,0 121,0 123,0 2% 2% 16%Índia 93,1 88,6 97,1 95,8 98,0 -1% 2% 13%Rússia 35,5 37,0 40,0 44,0 40,5 10% -8% 5%Estados Unidos 31,3 31,9 31,9 29,3 31,3 -8% 7% 4%Paquistão 24,5 24,4 24,5 25,0 25,3 2% 1% 3%Egito 19,1 19,2 19,4 19,8 20,1 2% 2% 3%Turquia 17,5 18,0 17,4 18,0 18,0 3% 0% 2%Irã 16,4 16,6 16,8 16,9 17,1 1% 1% 2%Brasil 10,7 11,1 12,2 12,0 12,1 -2% 1% 2%Argélia 10,1 10,3 10,4 10,5 10,6 1% 1% 1%Marrocos 9,0 9,8 10,2 10,4 10,6 2% 2% 1%Indonésia 7,4 9,1 10,0 10,6 10,2 6% -4% 1%Uzbequistão 8,9 9,4 9,3 9,7 9,7 4% 0% 1%Canadá 9,1 8,0 10,8 9,2 9,0 -15% -2% 1%Ucrânia 11,5 12,2 10,3 9,8 8,7 -5% -11% 1%Outros 154,1 160,9 168,3 170,9 173,6 2% 2% 23%Total 705,1 716,3 739,8 745,1 745,8 0,7% 0,10% 100%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL72

estoques, fazendo com que os mesmos diminuíssem quase 42% em 2018 e ajudassem na recuperação dos preços

que chegaram a R$42,37/sc 60kg em setembro (39% maior que no mesmo mês de 2017).

Para a próxima safra, deve ocorrer um aumento na produção brasileira, entretanto a mesma segue em níveis baixos.

Importante destacar que esse cenário reflete uma projeção, ou seja, um cenário que ainda precisa ser confirmado, já

que estamos tratando de uma cultura que é bastante sensível às mudanças, principalmente aos invernos chuvosos e

com granizo, comuns na região sul do país. Outra variável que pode interferir nessa projeção é a trajetória do preço

do Trigo até o final desde ano de 2018, já que uma valorização nestes últimos dias pode estimular uma maior área

plantada em 2019 e, consequentemente, aumento da produção.

Caso a projeção de aumento da produção se confirme, assim como a expectativa de maior importação do produto,

teremos uma oferta de Trigo cerca de 3% superior. Entretanto, além dos fatores que podem influenciar na quantidade

produzida citadas acima, também existe uma variável essencial para que a projeção de importação se confirme: a

taxa de câmbio. Conforme iremos aprofundar na segunda parte do presente trabalho, a expectativa para 2019 é

de menor taxa de câmbio, mas ainda é incerto o tamanho dessa queda. Caso a valorização do Real seja maior do

que os agentes de mercado atualmente estimam é provável que as importações de Trigo sejam superiores a estas

projetadas, configurando um cenário menos favorável para o preço nacional do produto.

O consumo deve aumentar cerca de 1% à medida que a economia brasileira apresenta melhora. Historicamente, o

consumo brasileiro é superior à produção, logo as importações suprem esse excesso de demanda. Porém, conforme

apontado anteriormente, o ano de 2019 deve ser marcado pela dificuldade de importação do Trigo e esse cenário

pode tornar o Trigo brasileiro mais valorizado.

Tabela 27 - Fundamentos do mercado brasileiro de Trigo, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

FUNDAMENTOS 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

ÁREA COLHIDA (milhões de ha) 2,73 2,45 2,12 1,92 2,04 -9,62 6,47Estoque Inicial 1,89 0,87 1,00 2,26 1,31 126,51 -41,89Produção 6,00 5,54 6,73 4,26 4,80 -36,64 12,57Importação 5,87 5,92 7,79 6,70 7,50 -13,94 11,91OFERTA TOTAL 13,76 12,33 15,51 13,22 13,61 -14,77 2,94Consumo Interno 10,70 11,10 12,20 12,00 12,10 -1,64 0,83Exportação 1,69 1,06 0,61 0,25 0,30 -59,70 22,45DEMANDA TOTAL 12,39 12,16 12,81 12,25 12,40 -4,40 1,27ESTOQUE FINAL 0,87 1,00 2,26 1,31 1,21 -41,89 -7,63Estoque/Consumo 0,08 0,09 0,18 0,11 0,10 -40,92 -8,39

73RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Os estoques devem continuar em queda em 2019 e a relação estoque/consumo está em apenas 10%, ou seja,

nossos estoques são pequenos para um país que sofre bastante com o clima e considerando uma maior disputa

pelas importações no mercado internacional. Situação essa que pode ser interessante para os preços, que devem se

manter como em 2018, mesmo com uma possível queda na taxa de câmbio.

1.4.5 PECUÁRIA DE CORTE

Por Danielle Guimarães

Mercado Mundial

A produção mundial de carne bovina cresceu sistematicamente nos últimos anos, o principal motivo é o crescimento

do consumo, que cria estímulos para os produtores expandirem a produção. No ano de 2018, a produção cresceu

acima do consumo, gerando um excedente de oferta que refletiu em queda dos preços no mercado internacional.

Com a projeção de estreitamento entre oferta e demanda em 2019, conforme ilustra o gráfico a seguir, pode haver

valorização dos preços.

Fonte: Cepea/Esalq; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul

Gráfico 48 - Preço do Trigo em Passo Fundo - RS, em reais por saca de 60 kg

nov/14;24,53

nov/15;32,41

nov/16;29,61

nov/17;29,76

nov/18;37,60

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

fev-14

jun-14

out-14

fev-15

jun-15

out-15

fev-16

jun-16

out-16

fev-17

jun-17

out-17

fev-18

out-18

jun-18

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL74

Fonte: FAS/USDA (Nov/18) e CME Group; Elaboração: Assessoria Econômica/ Sistema Farsul(*) Estimativa do estoque para 2018; preço de outubro de 2018(**) Projeção do estoque para 2019

Gráfico 49 - Comparação entre produção e consumo mundiais de Carne Bovina, em milhões de toneladas

60,859,7

60,561,6

62,963,6

58,7757,81

58,7659,67

60,7261,73

54

56

58

60

62

64

66

2014 2015 2016 2017 2018* 2019**

Do lado da oferta, houve uma expansão de 2% em 2018 e se projeta outro aumento de 1% em 2019. Os protagonistas

devem ser os Estados Unidos e o Brasil, os maiores produtores mundiais. A China, um dos maiores importadores

de carne bovina do Brasil, desacelerou o crescimento da produção em 2018, apresentando expansão de 1%. A

expectativa para 2019 é de queda de 1% ao passo que seu consumo deve crescer a taxas mais elevadas. Isso pode

representar oportunidade para o mercado exportador brasileiro de carne bovina.

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

Estados Unidos 10,8 11,5 11,9 12,3 12,7 3% 4% 20%Brasil 9,4 9,3 9,6 9,9 10,2 4% 3% 16%UE-28 7,7 7,9 7,8 7,9 7,8 2% -1% 12%China 6,7 7,0 7,3 7,3 7,4 1% 1% 12%Índia 4,1 4,2 4,3 4,3 4,3 1% 1% 7%Argentina 2,7 2,7 2,8 3,0 3,0 4% 2% 5%Austrália 2,5 2,1 2,1 2,3 2,2 7% -5% 3%México 1,9 1,9 1,9 2,0 2,0 2% 2% 3%Paquistão 1,7 1,8 1,8 1,8 1,8 1% 1% 3%Turquia 1,4 1,5 1,4 1,4 1,4 0% 0% 2%Rússia 1,4 1,3 1,3 1,3 1,4 0% 1% 2%Outros 9,4 9,4 9,3 9,4 9,4 1% 0% 15%Total 59,7 60,5 61,6 62,9 63,6 2% 1% 100%

Tabela 28 - Principais Produtores de Carne Bovina por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

75RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Do lado da demanda, observamos crescimento em quase todos os principais consumidores. Porém, o grande

destaque é a China, que é o segundo maior consumidor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A tabela a seguir

nos permite observar que no ano de 2018 a China passou o Brasil e se destacou como o segundo maior consumidor.

Até então, Brasil e União Europeia disputavam por essa colocação que, agora, passa a ser ocupada pela China,

marcando uma forte mudança no mapa mundial de consumo de carne.

Como o consumo cresce especialmente em países que não são grandes produtores, o resultado refletem maiores

fluxos de exportação e importação entre os países. Isso indica que o consumo é cada vez menos interno e mais

externo, marcando uma nova tendência mundial. Essa nova tendência tende a beneficiar o Brasil, que é o maior

exportador de carne bovina do mundo. O fato de sermos um importante exportador e o principal comprador, a

China, estar localizada do outro lado do mundo, torna evidente a importância da logística brasileira para que seja

possível nos mantermos no mercado internacional com preços competitivos.

Em 2018 os Estados Unidos deve se manter na posição de maior importador de carne bovina do mundo, com

1,4 milhões de toneladas importadas. Entretanto, os Estados Unidos é o maior importador em termos, porque a

China, segunda colocada nesse ranking, deve importar 1,2 milhões de toneladas ao final deste ano que, somado às

importações de Hong Kong (pertencente à China) resulta em importação de 1,8 milhões de toneladas. Ou seja, se

somarmos as importações totais da China, isto é, incluindo Hong Kong, a China ultrapassa a importação dos Estados

Unidos e se consolida no primeiro lugar de importada.

Tabela 29 - Principais Consumidores de Carne Bovina por país, em milhões de toneladas

Fonte: FAS/USDA (Nov/18); Elaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

REGIÃO 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19 Part. %

Estados Unidos 11,28 11,68 12,05 12,21 12,66 1% 4% 21%China 7,34 7,76 8,23 8,53 8,71 4% 2% 14%Brasil 7,78 7,65 7,75 7,85 8,05 1% 2% 13%UE-28 7,74 7,90 7,83 7,94 7,82 1% -1% 13%Índia 2,29 2,44 2,40 2,64 2,71 10% 3% 4%Argentina 2,53 2,43 2,55 2,45 2,43 -4% -1% 4%México 1,80 1,81 1,84 1,87 1,89 1% 1% 3%Rússia 1,97 1,85 1,84 1,82 1,81 -1% -1% 3%Paquistão 1,64 1,69 1,72 1,74 1,76 1% 1% 3%Turquia 1,46 1,50 1,42 1,49 1,47 5% -1% 2%Japão 1,19 1,22 1,28 1,32 1,32 3% 0% 2%Outros 10,81 10,85 10,76 10,88 11,13 1% 2% 18%Total 57,81 58,76 59,67 60,72 61,73 2% 2% 100%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL76

Mercado Brasileiro

Historicamente, o Brasil aumenta sua produção sempre que possível, apenas apresentando quedas quando surgem

problemas exógenos, como seca por exemplo. Em contrapartida, o consumo reduziu nos anos de 2015 e 2016,

reflexo da crise econômica brasileira, uma vez que existem fortes correlações entre indicadores econômicos - como

desemprego, inflação, renda, entre outros – e o consumo de carne bovina no Brasil.

Apesar da estimativa de retomada do consumo interno para patamares semelhantes aos anteriores à crise, ainda

assim a produção deve crescer acima do consumo. Este excedente produtivo deve ser destinado ao consumo externo,

estimulado também pela elevada taxa de câmbio, que tornou o produto brasileiro mais atrativo. Por essa razão, é

estimada uma expansão de 13% das exportações em 2018 comparado com o ano anterior.

A projeção para 2019 é de que, novamente, a produção apresente ganhos percentuais maiores que o esperado para

o consumo interno. Mais uma vez, o mercado brasileiro vai escoar parte da sua produção para o mercado externo, o

aumento da exportação brasileira de carne bovina deve ser de quase 5%. É importante lembrar que a cada 10 navios

que saem dos nossos portos, 4 têm como destino a China e Hong Kong, o que reforça a importância da capacidade

logística.

Tabela 30 - Fundamentos do mercado brasileiro de Carne Bovina, em milhões de toneladas

Fonte: USDA – outubro de 2018(*) Estimativa para 2018(**) Projeção para 2019

FUNDAMENTOS 2015 2016 2017 2018* 2019** Var % 17/18

Var % 18/19

Produção 9,43 9,28 9,55 9,90 10,20 3,66 3,03Importação 0,06 0,07 0,06 0,05 0,05 -10,71 -10,00OFERTA TOTAL 9,49 9,35 9,61 9,95 10,25 3,58 2,96Consumo Interno 7,78 7,65 7,75 7,85 8,05 1,29 2,48Exportação 1,71 1,70 1,86 2,10 2,20 13,15 4,76DEMANDA TOTAL 9,49 9,35 9,61 9,95 10,25 3,58 2,96

Ano passado foi um ano difícil para os pecuaristas. O mercado sentiu efeito da Operação Carne Fraca e, em seguida,

os escândalos de corrupção ligados à JBS, o resultado foi uma queda significativa do preço do boi no mercado

brasileiro. Em seguida, na metade de 2017, com a redução das operações da JBS especialmente na região central do

país, muitas carcaças vieram para o Rio Grande do Sul, afetando nosso mercado local e reduzindo significativamente

nosso preço.

Com a demanda interna ainda afetada pelos reflexos da crise econômica e a baixa capacidade de exportação por

parte do estado, os preços persistiram na trajetória de queda. Apesar da expansão das exportações gaúchas de carne

bovina em relação ao ano anterior, ainda assim não foi suficiente para escoar o excesso da oferta, uma vez que dos

77RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

350 frigoríficos gaúchos, apenas 4 estão habilitados para exportação. No mercado brasileiro, a proporção de plantas

habilitadas à exportação é muito maior, por essa razão a conjuntura dos preços a nível nacional se mostrou mais

favorável neste ano de 2018, já que a baixa demanda interna foi neutralizada pela exportação.

1.4.6 BOVINOCULTURA DE LEITE

Mercado Mundial

No mercado de leite fluído, existe uma semelhança entre as quantidades ofertada e demandada em função da própria

característica do produto, que impossibilita o estoque por longos períodos nem um fluxo de comércio intenso. Logo,

a produção geralmente surge como uma resposta à demanda doméstica, dessa forma, um aumento da produção

acima da demanda interna acaba afetando direta e negativamente os preços. Assim como uma conjuntura econômica

que desestimule o consumo, também faz com que exista um descompasso entre oferta e demanda, resultando em

menores preços.

A produção mundial de leite fluído apresenta uma trajetória de aumento à medida que o consumo cresce. Em

2018 a produção deve ser 2,4% maior que no ano anterior, com expansão em quase todos os principais produtores

mundiais, vide tabela a seguir.

Fonte: Emater/RS(*) Até novembro

Gráfico 50 - Preço do Boi no Rio Grande do Sul, em reais por quilograma carcaça

7,007,508,008,509,009,50

10,0010,5011,0011,50

fev-14

jun-14

out-14

fev-15

jun-15

out-15

fev-16

jun-16

out-16

fev-17

jun-17

out-17

fev-18

out-18

jun-18

nov/18;9,02

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL78

Tabela 31 - Produção de Leite Fluído por país, em milhões de toneladas

REGIÃO 2014 2015 2016 2017 2018* Var % 16/17

Var % 17/18 Part. %

Índia 140,5 147,0 154,0 160,0 167,0 3,9% 4,4% 27,2%União Europeia 150,9 154,6 155,6 158,0 160,2 1,6% 1,4% 26,1%Estados Unidos 93,5 94,6 96,3 97,7 98,8 1,4% 1,1% 16,1%China 38,8 39,1 37,6 37,0 38,7 -1,8% 4,7% 6,3%Rússia 30,5 30,5 30,5 30,6 30,7 0,3% 0,3% 5,0%Brasil 25,5 25,7 25,9 26,9 27,3 4,0% 1,4% 4,4%Nova Zelândia 21,9 21,6 21,2 21,5 21,7 1,4% 1,0% 3,5%México 11,6 11,9 12,1 12,3 12,4 1,7% 0,6% 2,0%Argentina 11,3 11,6 10,2 10,1 10,8 -1,0% 7,0% 1,8%Ucrânia 11,4 10,9 10,6 10,6 10,5 -0,6% -0,4% 1,7%Canadá 8,4 8,8 9,1 9,5 9,8 4,1% 3,7% 1,6%Austrália 9,8 10,1 9,5 9,5 9,7 -0,3% 2,0% 1,6%Bielorrússia 6,7 7,1 7,2 7,4 7,5 2,5% 2,1% 1,2%Japão 7,3 7,4 7,4 7,3 7,2 -1,5% -0,5% 1,2%Coréia do Sul 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 0,5% 0,5% 0,3%Taiwan 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,0% -1,3% 0,1%Outros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,8% 4,5% 0,0%Total 570,8 583,2 589,7 600,7 614,9 1,9% 2,4% 100,0%

Fonte: USDA – outubro de 2018(*) Estimativa para 2018

O aumento esperado para a produção de leite na Índia é o mesmo que a expansão estimada para o consumo interno

desse país, principalmente o consumo das indústrias de laticínio. Na União Europeia, apesar da redução, o preço

recebido pelo produtor neste ano, estima-se aumento de 2,23 milhões de toneladas da produção, o que deverá

possibilitar uma expansão de 2,18 milhões de toneladas do consumo interno, além de permitir maior quantidade de

vendas para outros países. Lembrando que este bloco é o maior exportador de leite do mundo.

A Argentina, conforme ilustrado na tabela a seguir, deve apresentar uma expansão de 7% do consumo, possível

graças a expansão da produção em igual proporção. Isso porque, no passado, o país sofreu com condições climáticas

não favoráveis e elevados custos de produção, que desestimularam grande parte dos produtores. Logo, a expectativa

da recuperação da produção e, consequentemente, do consumo de leite fluído na Argentina se deve à esperança de

clima favorável e melhora nas condições financeiras do país.

79RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Mercado Brasileiro

O ano de 2017 foi um período de dificuldades para os produtores de leite, especialmente em razão da baixa demanda,

o que voltaremos a falar mais a diante. Entretanto, houve uma expansão de 5% da quantidade produzida, o que

pressionou os preços para baixo e contribuiu para uma redução da rentabilidade dos produtores, agravando ainda

mais o quadro. Para 2018, se estima uma recuperação, ainda que tímida, do consumo de lácteos, logo, projetamos

para o final deste ano uma expansão de 1% da produção.

Tabela 32 - Consumo de Leite Fluído por país, em milhões de toneladas

Fonte: USDA – outubro de 2018(*) Estimativa para 2018

REGIÃO 2014 2015 2016 2017 2018* Var % 16/17

Var % 17/18 Part. %

Índia 140,5 147,0 154,0 160,0 167,0 3,9% 4,4% 27,2%União Europeia 150,3 153,8 154,7 157,2 159,4 1,6% 1,4% 25,9%Estados Unidos 93,4 94,5 96,3 97,7 98,8 1,5% 1,1% 16,1%China 39,1 39,5 38,2 37,6 39,4 -1,7% 4,9% 6,4%Rússia 30,9 30,8 30,8 30,9 30,9 0,2% 0,2% 5,0%Brasil 25,5 25,6 25,9 26,9 27,3 4,0% 1,4% 4,4%Nova Zelândia 21,8 21,4 21,0 21,3 21,5 1,7% 0,9% 3,5%México 11,6 11,9 12,2 12,4 12,4 1,7% 0,6% 2,0%Argentina 11,3 11,5 10,2 10,1 10,8 -0,9% 7,0% 1,8%Ucrânia 11,4 10,9 10,6 10,5 10,5 -0,6% -0,4% 1,7%Canadá 8,5 8,8 9,1 9,5 9,8 4,0% 3,7% 1,6%Austrália 9,7 9,9 9,3 9,3 9,4 -0,5% 1,7% 1,5%Japão 7,3 7,4 7,4 7,3 7,2 -1,5% -0,5% 1,2%Bielorrússia 6,5 6,8 7,0 7,1 7,2 1,3% 2,1% 1,2%Coréia do Sul 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 0,5% 0,5% 0,3%Taiwan 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 2,5% 0,0% 0,1%Outros 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4% 0,2% 0,1%Total 570,4 582,7 589,1 600,2 614,3 1,9% 2,3% 100,0%

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL80

Fonte: Pesquisa Trimestral do Leite/ IBGE(*) Projeção da Assessoria Econômica do Sistema Farsul, a partir da projeção do USDA

Gráfico 51 - Produção brasileira de Leite Adquirido, em mil litros

24.747.038

24.062.308

23.169.654

24.333.511 24.579.279

22.000.000

22.500.000

23.000.000

23.500.000

24.000.000

24.500.000

25.000.000

2014 2015 2016 2017 2018*

Como comentado anteriormente, uma das dificuldades enfrentadas pelos produtores nos últimos anos foi a redução

do consumo de lácteos. Nos anos de 2015 e 2016 o Brasil passou pela maior crise econômica da história, período

este marcado por alto desemprego, inflação elevada, menor renda média per capita e retração do PIB. Todos esses

fatores contribuíram para que os brasileiros modificassem seu padrão de consumo e o resultado foram dois anos

consecutivos de redução no consumo de lácteos no Brasil, de 1% em 2015 e 4% em 2016.

Os anos de 2017 e 2018 ainda apresentam reflexos da crise e a recuperação do consumo foi tímida. Vale lembrar

também que a greve dos caminhoneiros no mês de maio deste ano prejudicou o transporte do leite e muito produto

foi desperdiçado neste período. A expectativa para os próximos anos, segundo Rabobank, é de que a demanda siga

se recuperando, atingindo os níveis anteriores à crise econômica apenas em 2020.

Fonte: Rabobank(*) Projeções do Rabobank

Gráfico 52 – Consumo per capita de lácteos no Brasil, em litros

174173

166 166

168

170

173

162

164

166

168

170

172

174

176

2014 2015 2016 2017* 2018* 2019* 2020*

81RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O gráfico anterior deixa evidente a significativa redução do consumo em 2016, entretanto, houve uma valorização

dos preços do leite nesse mesmo ano. Isso somente foi possível porque a redução da demanda veio acompanhada

de uma forte redução na oferta, o que permitiu que o preço chegasse a R$ 1,34/litro em setembro daquele ano.

O consumo de lácteos persistiu sentindo os reflexos da crise em 2017, a diferença para o ano anterior foi o aumento

da oferta, uma vez que a produção brasileira expandiu 5% em relação a 2016. O resultado da combinação de alta

oferta e baixa demanda foi a queda dos preços, que atingiu R$ 0,93/litro em dezembro daquele ano, conforme ilustra

o gráfico a seguir.

Neste ano de 2018, apesar de projetar-se uma produção 1% superior que o ano anterior, ainda assim observamos

valorização dos preços de 38% entre janeiro e setembro. O recuo nos meses finais do ano trata-se de um

comportamento sazonal, em função do aumento da captação no período.

Fonte: Emater/RS(*) Até novembro

Gráfico 53 - Preço médio mensal do Leite no Rio Grande do Sul, em R$/litros

set/16; 1,34

dez/17; 0,93

nov/18; 1,23

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

fev/

14

mai

/14

ago/

14

nov/

14

fev/

15

mai

/15

ago/

15

nov/

15

fev/

16

ma i

/16

ago/

16

nov/

16

fev/

17

mai

/17

ago/

17

nov/

17

fev/

18

mai

/18

ago/

18

nov/

18

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL82

2. CONJUNTURA ECONÔMICAPor Antônio da Luz

Nesta primeira parte do relatório, detalhamos o desempenho da agropecuária ao longo deste ano e realizamos

projeções para o ano de 2019. Para tanto, fomos muito além das questões físicas de área e produção e tratamos

também da tomada de crédito, fizemos análises de mercado, custos de produção e rentabilidade das safras.

2.1 ECONOMIA BRASILEIRA

O percentual de crescimento econômico sozinho, muitas vezes, não revela todas as informações por detrás

de determinada economia. Crescer 1,48%, que neste momento é a nossa projeção para 2018, sem dúvidas é

um crescimento muito tímido, seja na comparação com a média histórica da economia brasileira ou seja na

comparação com a economia mundial, que esse ano crescerá 3,2% de acordo com o FMI.

Por outro lado, se considerarmos que entre 2015 e 2016 tivemos uma queda acumulada de 6,7% e que no

ano passado nosso crescimento foi de apenas 1,1%, podemos dizer que 2018 nem foi tão ruim assim em

relação ao passado recente. Além do mais, temos que ver o contexto desse crescimento. Até maio de 2017

o governo do presidente Michel Temer estava fortalecido, com um Congresso absolutamente favorável e

com uma agenda de reformas importantes em punho. Entretanto, na metade daquele maio vazaram os

conteúdos das delações premiadas dos controladores da JBS, causando além do enorme constrangimento

ao governo e ao governante, denúncias que, nas palavras do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot,

viriam em forma de “flechas” nas quais perfurariam o tecido protetor dado pelo Congresso até que uma

feriria o Presidente de morte. Seu plano não deu certo, o tecido era mais grosso do que o Procurador

esperava, contudo, custou ao presidente sua força política que aos poucos esvaiu-se em forma de conchavos

de ocasião e perda de credibilidade. O ímpeto reformista deu espaço a um enorme esvaziamento político,

incompatível com a árdua tarefa de reformar as estruturas econômicas do país que, por sua vez, agiriam com

o combustível da retomada da confiança e do crescimento econômico.

Simplesmente a grande, necessária, vistosa e tão desejada Reforma da Previdência deu lugar à uma intervenção

militar no Rio de Janeiro, cujos resultados são absolutamente discutíveis, mas que, o que não se discute, foi a

saída honrosa para devolver essa reforma à gaveta e desde então a sociedade direcionou para as eleições de

2018 a ansiedade de mudanças. No entanto, não somos muito bons de debate. Discutimos no período eleitoral

temas relacionados aos costumes e as escolhas individuais, deixando de discutir com a necessária profundidade o

baixo crescimento e suas razões e, mais do que tudo, as soluções para darmos meia-volta. No momento em que

escrevemos esse relatório as equipes de transição estão a todo vapor, discutindo os temas que deveriam ter sido

discutidos no debate eleitoral com elevado rigor técnico, com nomes que empolgam o mercado para assumir

cargos-chave na equipe econômica. No entanto, faltam apenas 30 dias para finar o ano e as boas expectativas

que começam a surgir no horizonte chegam tarde para um crescimento mais substancial neste ano.

83RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Diante de tudo que vivemos nesses últimos tempos, com delações, flechadas, facadas, vai e vem de reformas,

incertezas eleitorais, pouca discussão de economia - e, quando surgiam, muitas vezes revestidas de folclore e

bravatas, como aquelas que previam “tirar as pessoas do SPC e Serasa” ou “controlar preços do gás” – até que

crescer 1,48% nesse contexto e fazendo déficits primários enormes, até que nem é tão ruim assim, poderia ter

sido pior.

Para 2019 esperamos um crescimento bem mais robusto do que temos tido nos últimos anos, atingindo 2,89%.

Mesmo que não seja um percentual capaz de devolver os patamares de atividade econômica de 2014, período

pré-crise, ainda assim é um crescimento significativo dentro do contexto do país.

A economia brasileira encontra-se nesse momento metaforicamente como uma mola encolhida, ou seja,

concentra muita energia aguardando as condições ideais para sua liberação. O próximo ano poderá ser aquele

que criará o ambiente para “expansão da mola”, desde que traga uma agenda de reformas que reequilibrem

o lado fiscal brasileiro e que destravem o ambiente de negócios, diminuindo o poder da burocracia e

gradativamente abrindo a economia, de forma que ela se modernize e crie um clima de confiança. Apenas

com a capacidade instalada que temos condições de crescer em 2019, mas para recuperarmos nosso espaço

no contexto mundial, temos muito o que crescer nos próximos anos.

Fonte: IBGE (Até 2018.II). Assessoria Econômica Sistema Farsul (2018.IV e 2019 IV)

Gráfico 54 - Variação (%) do PIB do Brasil, acumulado em 4 trimestres

2017.IV ; 1,06

2018.IV ; 1,48

2019.IV ; 2,87

-6,00

-5,00

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

2012

.I20

12.II

2012

.III

2012

.IV20

13.I

2013

.II20

13.II

I20

13.IV

2014

.I20

14.II

2014

.III

2014

.IV20

15.I

2015

.II20

15.II

I20

15.IV

2016

.I20

16.II

2016

.III

2016

.IV20

17.I

2017

.II20

17.II

I20

17.IV

2018

.I20

18.II

2018

.III

2018

.IV20

19.IV

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL84

2.1.1 ECONOMIA BRASILEIRA NO CONTEXTO MUNDIAL

Como dito anteriormente crescer, em 2019 não poderá ser espantoso tendo em vista a capacidade ociosa da

economia brasileira alinhada com a expectativa de um novo modelo econômico, mais liberal. Contudo, nossa

economia está muito distante das taxas de crescimento apresentadas pela maioria dos países emergentes e

não consegue sequer acompanhar o ritmo global de crescimento.

Fonte: FMI

Gráfico 55 - Comparação da taxa de crescimento do PIB do Brasil com grupos de Países Ricos, Emergentes e o Mundo (2006-2019)

2,4

4,7

2,1

3,7

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

Brasil Países Emergentes Países Ricos Mundo

Conforme podemos observar no gráfico, o Brasil descolou seu crescimento econômico do restante do mundo.

Tivemos nesses anos de baixo crescimento no Brasil um exuberante crescimento da economia mundial que,

além de não aproveitarmos em sua plenitude, ainda nos afastamos da atividade econômica global, pois à

medida que crescemos menos do que o mundo, a média da atividade econômica nos demais países ganhou

mais produção do que o Brasil, onde a recuperação exigirá algo que não fazemos há muitas décadas: crescer

substancialmente acima do mundo por vários anos para compensar esse tempo de atraso.

O FMI projeta para 2019 um crescimento de 2,4% para o Brasil e de 3,7% para o mundo. Nossa previsão é mais

otimista para economia brasileira do que o FMI, no entanto, ainda assim bem abaixo do crescimento médio

global, o que indica que em 2019 ficaremos mais para trás ainda, apesar de uma possível retomada.

85RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Um dos reflexos mais aparentes do atraso da economia brasileira frente à média global é a perda de renda

per capita em Paridade Poder de Compra, medido pelo Banco Mundial. O Brasil até o período anterior à

crise econômica exibia uma renda per capita superior à média mundial, ou seja, se fossemos simplificar as

rendas per capitas em apenas dois grupos, sendo ricos ou pobres, o Brasil estaria entre os ricos, ao passo que

após a crise econômica brasileira e com o crescimento mundial, passamos para metade pobre. Sabendo-se

que em 2018 obtivemos crescimento no Brasil, no entanto, inferior ao desempenho mundial, temos que nos

afastarmos ainda mais, mesmo crescendo.

2.1.1.1 PIB Agropecuário

O ano de 2018 foi repleto de problemas para a agropecuária brasileira. Antes mesmo dele iniciar já esperávamos

PIB negativo nesse ano pelo simples fato de que, com produtividades normais, teríamos um ano abaixo que

2017, que foi um ano exuberante do ponto de vista do regime de chuvas. Entretanto, problemas climáticos

ocorreram em diversas frentes, em especial aqui no Rio Grande do Sul onde a metade sul foi massacrada –

mais uma vez – por estiagem, dessa vez entrando no perímetro da seca que teve seu epicentro na Argentina.

Se em caso de normalidade já teríamos queda, com perdas em algumas regiões a situação certamente pioraria.

Fonte: Banco Mundial

Gráfico 56 - Comparativo da evolução da Renda Per Capita do Brasil e do Mundo (PPP Constante e, 2011 - $ Internacional)

14.103,45

15.469,21

8.000,00

9.000,00

10.000,00

11.000,00

12.000,00

13.000,00

14.000,00

15.000,00

16.000,00

1990 2000 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Brasil Mundo

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL86

Fonte: IBGE. Assessoria Econômica do Sistema Farsul (2018.IV e 2019.IV)

Gráfico 54 - Variação (%) do PIB Agropecuário do Brasil, acumulado em 4 trimestres

2017.IV; 12,54

2018.IV; 0,70

2019.IV; 2,10

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,0020

12.I

2012

.II20

12.II

I20

12.IV

2013

.I20

13.II

2013

.III

2013

.IV20

14.I

2014

.II20

14.II

I20

14.IV

2015

.I20

15.II

2015

.III

2015

.IV20

16.I

2016

.II20

16.II

I20

16.IV

2017

.I20

17.II

2017

.III

2017

.IV20

18.I

2018

.II20

18.II

I20

18.IV

2019

.IV

Mas não foi somente o clima nosso algoz nesse ano. A falta de estabilidade macroeconômica e a ausência

de uma recuperação mais robusta da economia deprimiu o consumo interno, o que exigiu maior esforço

exportador. Para “contribuir” com esse esforço o Governo Federal criou, como resposta ao pleito dos

caminhoneiros que reivindicavam medidas que amenizassem o Custo Brasil para trabalhar com melhores

margens, a Tabela do Frete, passando para os demais setores da economia a conta que ele, Governo

Federal junto dos Estaduais, precisava pagar. Ao invés de enfrentar os privilégios e o empreguismo no

setor público, sobretudo de servidores sob o regime da estabilidade, a gastança e a falta de eficiência

nas estatais, o empilhamento de servidores em setores cuja finalidade é criar mais protocolos e licenças

para serem pedidas, retroalimentando a necessidade de cada vez mais servidores, num ciclo vicioso sem

fim, o governo entendeu que o melhor caminho seria o tabelamento. Aliás, medidas como essa foram

adotadas nas décadas de 80 e parte dos anos 90 no país e fracassaram. Foram tentadas na Argentina, com

péssimos resultados e, mais recentemente, na Venezuela, que quando adotou tabelamentos determinou

a escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados.

Para 2019 esperamos uma retomada do crescimento do PIB Agropecuário diante da perspectiva de maior

safra. No entanto, cabe salientar que dado o forte aumento dos custos de produção, reflexo da elevação da

taxa de câmbio no período de aquisição de insumos, o valor adicionado será menos do que seria caso não

houvesse a forte elevação dos insumos, que formam o consumo intermediário. Cabe ressaltar, ainda, que há

87RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

incertezas em relação ao faturamento no próximo ano devido ao risco de oscilação cambial. Para 2019 nossa

projeção do PIB do Agronegócio é de 2,10%.

2.1.1.2 PIB Industrial

Após um longo “inverno” de resultados trimestrais acumulados em 4T negativos, alcançando 13 trimestres

seguidos nessa situação, a indústria brasileira encerrou o ano 2017 com mais uma queda de 0,5%. Embora seja

uma nova retração, é uma queda mais contida que as anteriores. Ao longo daquele ano, a indústria custou as

e recuperar, apresentando PIB trimestral positivo apenas no último trimestre. Em 2018 estimamos crescimento

de 1,67%, o que não é o suficiente para retomar os níveis de atividade pré-crise, porém comemorado diante

das circunstâncias e incertezas vividas pelo setor.

Para 2019 esperamos um crescimento mais expressivo do setor que, por sua vez, deverá ser puxado pela

demanda doméstica e a retomada de níveis mais elevados de investimentos.

Ao lançarmos um olhar sobre o desempenho dos segmentos que compõe a indústria, verificamos que a

fotografia mudou bastante em relação ao relatório passado, quando tínhamos um número expressivo de

segmentos com resultados negativos.

Fonte: IBGE. Assessoria Econômica do Sistema Farsul (2018.IV e 2019.IV)

Gráfico 58 - Variação (%) do PIB Industrial do Brasil, acumulado em 4 trimestres

2017.IV ; 0,02

2018.IV ; 1,67

2019.IV ; 3,48

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

2012

.I20

12.II

2012

.III

2012

.IV20

13.I

2013

.II20

13.II

I20

13.IV

2014

.I20

14.II

2014

.III

2014

.IV20

15.I

2015

.II20

15.II

I20

15.IV

2016

.I20

16.II

2016

.III

2016

.IV20

17.I

2017

.II20

17.II

I20

17.IV

2018

.I20

18.II

2018

.III

2018

.IV20

19.IV

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL88

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física

Gráfico 56 - Variação da Produção Física Industrial Acumulado nos Últimos 12 Meses, por Seções e Atividades Industriais (09/2018)

2,70,2

3,1

-2,4

2,3

-2,8

0,4

-2,6 -3,3

5,4 5,9

-3

1,4 1,8 1,84,2 4,1

0,2

6,9

2,2

10,5

0,8

4,3

18,2

-0,4

4,4

-0,6

2,1

-5

0

5

10

15

20

Indú

stria

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eis

Prod

utos

Div

erso

s

Man

uten

ção

Máq

uina

s e

Equi

pam

ento

s

É bastante claro que segmentos relacionados ao nível de investimentos têm se destacado ao passo que veículos,

fora desse grupo, apresentam o melhor desempenho acumulado nos grupos relacionados ao consumo. Chama

a atenção o fraco desempenho de Alimentos e Bebidas dando voz ao nosso posicionamento contrário ao senso

comum que acredita que por pior que seja a crise as pessoas têm de comer e, logo, alimentação não é afetada

pela crise. Ao contrário, em que pese as pessoas não deixem de se alimentar elas o fazem de forma muito

diferente conforme o ambiente econômico, refletindo com muita força a mudança de postura nos indicadores

de volume e faturamento do segmento. Para 2019 nossa projeção do PIB para Indústria é de 3,48%.

2.1.1.3 PIB Serviços

A (modesta) recuperação econômica também chegou no setor de Serviços em 2018. Com crescimento que

projetamos para este ano de 1,61%, os Serviços nem de longe retomam os níveis de 2014, mas pelo menos

confirmaram a expectativa de alta que tínhamos para 2018.

89RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Essa concentração esconde um problema metodológico do cálculo do PIB do setor, já que a PMC tem um

critério em que considera apenas empresas acima de um certo porte. Nesse caso, se uma empresa grande abre

e fecham dezenas no entorno, apenas a entrada da grande empresa será considerada, o que termina inflando

o resultado. Concentração, portanto, é positivo para o cálculo do PIB, em que pese seja ruim para o PIB em si.

A análise segmentada aponta para uma recuperação mais rápida e mais sólida do comércio – em especial o

ampliado – em comparação aos serviços, onde alguns segmentos estão ainda com acumulados negativos.

Surpreende o forte crescimento do segmento de comércio relacionado à venda de veículos pelo percentual,

ainda que o resultado seja coerente com o desempenho industrial do segmento.

Fonte: IBGE. Assessoria Econômica do Sistema Farsul (2018.IV e 2019.IV)

Gráfico 60 - Variação (%) do PIB dos Serviços do Brasil, acumulado em 4 trimestres

2017.IV ; 0,52

2018.IV ; 1,61

2019.IV ; 3,12

-4,50

-3,50

-2,50

-1,50

-0,50

0,50

1,50

2,50

3,50

4,50

2012

.I20

12.II

2012

.III

2012

.IV20

13.I

2013

.II20

13.II

I20

13.IV

2014

.I20

14.II

2014

.III

2014

.IV20

15.I

2015

.II20

15.II

I20

15.IV

2016

.I20

16.II

2016

.III

2016

.IV20

17.I

2017

.II20

17.II

I20

17.IV

2018

.I20

18.II

2018

.III

2018

.IV20

19.IV

Diante de um consumidor desconfiado, mercado de trabalho ainda com elevado nível de desemprego e

com forte retração da renda per capita, o setor tem enfrentado coma resiliência os desafios, mas com muitas

dificuldades e concentração de mercado em grandes redes.

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL90

Fonte: IBGE (Setembro/2018)

Gráfico 61 - Desempenho Acumulado no ano (jan-set) do Volume de Serviços e de Vendas do Comércio. Brasil

-0,8 -1,2 -1,9

1,3 1,63,9

2,35,2

15,7

-3

2

7

12

17

Pres

tado

s às

fam

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Info

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stru

ção

Vare

jista

Vare

jista

Am

plia

do

Veícu

los

Serviços Comércio

Nossa Projeção para o PIB dos Serviços para 2019 é de 3,12%.

2.1.2 Economia Brasileira em 2018 e Perspectiva para 2019 – ótica do dispêndio

O PIB analisado pela ótica do dispêndio, resulta da soma das despesas em consumo das famílias e do governo,

mais as variações de estoques, menos as importações de mercadorias e serviços e mais as exportações dos

mesmos.

2.1.2.1 Desempenho do Consumo das Famílias e do Governo

A primeira impressão que se tem quando se olha para o gráfico que relaciona o desempenho do Consumo

das Famílias e o Consumo do Governo é que a crise não é igual para todos. A sociedade sofre muito mais a

crise do que o governo, muito por conta das proteções que existem no setor público, como a estabilidade

do funcionalismo. Evidentemente que em um mundo ideal houvessem também salvaguardas voltadas a esse

mesmo propósito no caso das famílias, no entanto, isso é absolutamente impossível. E, se um lado precisa

91RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

sofrer pelos dois, logo o esforço que as famílias fazem e seu sofrimento termina sendo maior do que seria em

caso de igualdade de condições, ou seja, a sociedade consume menos pelos dois.

Após chegar a estar caindo 5,2%, o consumo das famílias vem crescendo desde o fundo do poço que registramos

no II trimestre de 2016. De lá para cá há uma constante recuperação, ainda que no agregado esteja em níveis

de consumo bem abaixo do pré-crise.

O consumo das famílias tem enorme importância devido a sua expressão sobre o PIB, representando cerca de

dois terços do total. Dentre vários fatores que determinam o desempenho deste indicador está a Confiança

do Consumidor, já que fizemos diversos estudos que apontam para forte correlação entre a confiança e o

consumo, o que intuitivamente não é difícil de entender, uma vez que dificilmente alguém está disposto a

aumentar seu consumo, sobretudo com uso de crédito, se sua confiança em relação ao país e sua própria

condição empregatícia não for conveniente.

Fonte: IBGE

Gráfico 62 - Variação (%) Consumo das Famílias e do Governo no Brasil, acumulado em 4 trimestres

-5,2

2,3

-0,4

-6,0

2010

.I

2010

.III20

11.I

2011

.III20

12.I

2012

.III20

13.I

2013

.III20

14.I

2014

.III20

15.I

2015

.III20

16.I

2016

.III20

17.I

2017

.III20

18.I

-4,0

-2,0

-

2,0

4,0

6,0

8,0

Consumo das Famílias Consumo do Governo

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL92

Fonte: Fecomércio/SP

Gráfico 63 - Índice de Confiança do Consumidor no Brasil (ICC)

86,1

100

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

110,0

120,0

jan/

06se

t/06

mai

/07

jan/

08se

t/08

mai

/09

jan/

10se

t/10

mai

/11

jan/

12se

t/12

mai

/13

jan/

14se

t/14

mai

/15

jan/

16se

t/16

mai

/17

jan/

18se

t/18

O fato é que consumidor ainda está com a confiança muito baixa. Nos períodos que antecederam o

impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff tivemos a pior taxa de confiança desde que o índice foi criado.

Após o impedimento o índice teve uma reação importante, no entanto, insuficiente para ultrapassar a marca

dos 100 pontos, que divide confiante de não confiante, do ponto de vista do consumidor. Pesam contra a

confiança a elevada taxa de desemprego e o endividamento das famílias, por exemplo.

2.1.2.2 Desempenho dos Investimentos (via Formação Bruta de Capital Fixo)

O crescimento econômico de hoje somente é possível porque houve investimento ontem. Não se faz

produção de bens sem investir em capital, tampouco não se expande os serviços sob e sobre esses bens

sem investimentos, ou seja, somente se produz porque se investe. Isso sendo verdade, temos um problema

para os próximos anos.

93RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Se cresceremos amanhã de acordo com nossa capacidade de produção que, por sua vez, depende dos

investimentos que fizemos hoje, então temos um problema de crescimento nos próximos anos. Diante da

forte crise econômica o país mergulhou em um profundo desestímulo aos investimentos, reação normal em

tempos de crise. A queda acumulada em 4 trimestres chegou a quase -16%, o que sequer repõe o capital físico

instalado.

Isso não significa dizer, contudo, que não teremos crescimento econômico no curto prazo. Somente para

voltarmos aos níveis de 2014 precisamos crescer cerca de 5%, o que podemos fazer com o capital que já

existe, ou seja, reutilizando nossa capacidade ociosa, seja em capital ou trabalho. Porém, para crescermos

acima de nossa máxima atividade já registrada contaríamos com investimentos que deixamos de fazer, o que

é preocupante.

Por outro lado, olhando o copo meio cheio, tendo em vista a elevada correlação entre a confiança do empresário

e o nível de investimentos, em um cenário de expectativas firmemente positivas para o país poderíamos ver,

em um cenário bem otimista, uma espécie de “rally de investimentos”, ou em outras palavras, poderíamos

viver um período de concentração de investimentos represados, ocorrendo de forma simultânea, estimulados

pelas oportunidades – já que o Brasil está barato em termos de capital – e, nas palavras da economista Patrícia

Palermo, aproveitando a “promoção de talentos existente no mercado de trabalho”, já que com as elevadas

taxas de desemprego atuais temos oportunidades únicas de recrutamento.

Fonte: IBGE

Gráfico 64 - Variação (%) da Formação Bruta de Capital Fixo no Brasil, acumulado em 4 trimestres

-15,8

2,6

-20,0-15,0-10,0-5,0 -

5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

2007

.I20

07.II

I20

08.I

2008

.III

2009

.I20

09.II

I20

10.I

2010

.III

2011

.I20

11.II

I20

12.I

2012

.III

2013

.I20

13.II

I20

14.I

2014

.III

2015

.I20

15.II

I20

16.I

2016

.III

2017

.I20

17.II

I20

18.I

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL94

Nesse cenário bastante otimista que não prevemos, mas temos ele no radar, poderíamos ter crescimentos em

taxas mais elevadas apesar, e também por causa, do baixo nível de investimentos dos últimos anos.

Fonte: CNI

Gráfico 65 - Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)

53,7

50

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

55,0

60,0

65,0ja

n/12

mai

/12

set/

12ja

n/13

mai

/13

set/

13ja

n/14

mai

/14

set/

14ja

n/15

mai

/15

set/

15ja

n/16

mai

/16

set/

16ja

n/17

mai

/17

set/

17ja

n/18

mai

/18

set/

18Não há dúvidas que houve uma melhora significativa no período pós-impeachment, mas não o suficiente para

manter em patamar elevado a confiança dos empresários com consistência apesar das turbulências do Governo

Temer e incertezas eleitorais. O fato é que o período de crise política acabou – o que não significa que não

possa surgir outra – e as incertezas eleitorais também. Basta o governo prover um ambiente macroeconômico

estável e aprovar reformas importantes que teremos plenas condições de retomar níveis mais elevados de

confiança e, por consequência, de investimentos.

2.1.2.3 Desempenho do Comércio Exterior (via Exportações e Importações)

Acompanhando o desempenho dos demais indicadores macroeconômicos, as transações comerciais com os

demais países também apresentaram taxas positivas quando avaliadas conjuntamente.

95RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

O período de câmbio mais elevado ajudou as exportações a se manterem em constante crescimento, ao passo

que as importações atravessaram um período de forte contração. No entanto, a recuperação da economia –

ainda que lenta – estimula o aumento das importações.

2.1.3 Expectativa para a Inflação

Dentre os diversos legados que o ano de 2018 deixa um deles é a discussão sobre a necessidade de independência

do Banco Central, a qual defendemos com vigor. Estamos no fim de um ciclo virtuoso de controle monetário

que resultou não apenas na redução dos patamares superiores ao dobro do centro da meta para uma região

abaixo da meta, mas também mostrou de forma didática que, quando há autoridade monetária independente,

com fluente comunicação com o mercado, garantindo previsibilidade das ações, conseguimos reduzir as taxas

de inflação para as metas estipuladas. Isso também nos mostra que sim, as explicações para inflação estão na

condução da Política Monetária.

Fonte: CNI

Gráfico 66 - Variação (%) das Exportações e Importações Brasileiras, acumulado em 4 trimestres

8,8

4,7

-18,0

7,1

-30,0

-20,0

-10,0

-

10,0

20,0

30,0

40,0

Exportação Importação

2010

.I

2010

.IV

2011

.III

2012

.II20

13.I

2013

.IV

2014

.III

2015

.II20

16.I

2016

.IV

2017

.III

2018

.II

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL96

Fonte: IBGE (2000-2017). Assessoria Econômica do Sistema Farsul (Projeção 2018 e 2019)

Gráfico 67 - IPCA e Expectativa para 2018 e 2019, em percentual acumulado no ano

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

*20

19*

6,0

7,7

12,5

9,3

7,6

5,7

3,1 4,5

5,9

4,3

5,9 6,5 5,8 5,9 6,4

10,7

6,3

3,0 4,1 4,2

6,5

4,5

2,5

-

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

Para 2018 esperamos que a inflação medida pelo IPCA seja de 4,1% e para 2019 de 4,2%.

O Presidente Ilan Goldfajn deixa um legado extremamente positivo, a quem esta Assessoria Econômica

reverencia e agradece. Seu sucessor, Roberto Campos Neto, muito além dos laços familiares com um dos

maiores economistas de todo o mundo, desponta com um excelente currículo, uma trajetória de sucesso e

tem luz própria, além de receber um legado positivo de seu antecessor. Desejamos muita sorte e sabedoria,

ao mesmo tempo que esperamos que sucessivos bons trabalhos metas mais baixas para a inflação e maior

concorrência do setor bancário.

2.1.3.1 Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) e Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR)

A forte oscilação da taxa de câmbio ao longo de 2018 deixou seu registro nos principais índices de inflação do

meio rural, o IICP que mede a evolução dos custos de produção e o IIPR que acompanha os preços recebidos.

O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) registrou em outubro no acumulado de 12 meses uma

alta de 12,65%, justamente no período em que os produtores estão formando seus custos de produção. Para

termos dimensão do impacto do câmbio, a maior alta mensal de toda a série histórica ocorreu em setembro

deste ano, quando o IICP aumentou 3,68% apenas neste mês.

97RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Já o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR) também sofreu forte reação impulsionado pela taxa

de câmbio, acumulando no mesmo período 28,04%. No ano passado, nesse mesmo espaço do relatório,

mostrávamos uma queda de 24,10%, o que demonstra o impacto do câmbio nas variações. Embora essa alta

seja importante para os produtores, cabe ressaltar que ela ocorre na entressafra, quando há menos produtos

disponíveis para a venda, ou seja, de nada adianta preços elevados quando os produtores não têm produto

para vender, mas, por outro lado, estão implantando lavouras com os custos mais elevados e determinando

aumentos para o próximo ano.

Outro dado muito relevante desta análise é a comparação destes índices com IPCA e IPCA Alimentos, sobretudo.

Nota-se que claramente a variação nos preços dos alimentos segue o IPCA como um todo que, por sua vez, é

resultado da Política Monetária do Banco Central. Queremos dizer com isso que não é correto afirmar que os

preços dos alimentos – deforma agregada - sobem ou baixam de acordo com safras ou preços recebidos. Esse

padrão de desconexão é mostrado há anos aqui nesse relatório.

2.1.3.2 Expectativas para a Taxa Selic

Com inflação abaixo do centro da meta e com possibilidade de expansão monetária sem maiores consequências

diante do enfraquecimento da demanda interna, a Taxa Selic se manteve em seus mais baixos patamares desde

março deste ano.

Fonte: Sistema Farsul/Assessoria Econômica

Gráfico 68 - Comparação entre o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR) com IPCA e IPCA Alimentos. Acumulado em 12 meses (Outubro)

12,65%

28,04%

4,56% 3,33%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

1IICP IIPR IPCA IPCA Alimentos e Bebidas

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL98

Há, no entanto, como consequência da própria retomada da economia, é possível que seja necessária

uma elevação da taxa de juros, sobretudo pressionado pelo aumento paulatino dos juros nos EUA.

Nossa projeção para a Selic ao final de 2018 é de 6,5% e para 2019 nossa expectativa é que seja de 7%.

Com isso, dificilmente teremos uma queda nos juros do Crédito Rural no próximo Plano Safra, ao passo

que os produtores devem ficar atentos às dificuldades de tomada de pré-custeio. Se eventualmente

houver uma sinalização de alta, possivelmente os agentes financeiros reduzam os valores ofertados

nessa modalidade visando emprestar recursos mais caros a partir de julho.

2.1.3.3 Movimentações dos Empregos

Após um longo período de 36 meses de destruição de postos de trabalho no acumulado em 12 meses, em

fevereiro de 2018 voltamos a ter criação de postos de trabalho e aos poucos o emprego vai retomando

no país. Em agosto de 2018, último dado em que temos registro no momento em que escrevemos esse

relatório, o acumulado em 12 meses já chega a quase 375 mil postos criados.

Fonte: BCB (Até Nov/18) Assessoria Econômica do Sistema Farsul (Dez/18-Dez/19)

Gráfico 69 - Meta para Taxa Selic (%)

6,5

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

mar

/10

set/

10m

ar/1

1se

t/11

mar

/12

set/

12m

ar/1

3se

t/13

mar

/14

set/

14m

ar/1

5se

t/15

mar

/16

set/

16m

ar/1

7se

t/17

mar

/18

set/

18m

ar/1

9se

t/19

7,0

99RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Há basicamente duas explicações para essa retomada: a primeira delas está relacionada à própria recuperação da

economia. À medida que a produção aumenta, aumentam também a abertura de postos de trabalho. A segunda

razão sem dúvidas foi a Reforma Trabalhista. Dizíamos no nosso relatório do ano anterior que o último indicador a

retomar infelizmente seriam os empregos e, em boa medida, isso devia-se as regras trabalhistas existentes.

A Reforma Trabalhista não tinha e nem nunca teve como objetivo gerar empregos, como cobram alguns de seus

detratores. Quem gera emprego é a economia! O papel da reforma era criar um ambiente menos incerto para o

emprego, diminuindo os custos e tornando menos arriscado para quem gera emprego a criação de uma nova vaga,

reduzido a “indústria” maligna das ações trabalhistas. Com a reforma, por fim, poderíamos ter uma retomada mais

rápida dos empregos e é exatamente isso que está acontecendo.

Fonte: MTE

Gráfico 70 - Saldo das movimentações do Emprego no Brasil, por setor, acumuladas entre em 12 meses. (out – set)

-1.883.696

374.911

-2.200.000-1.700.000-1.200.000

-700.000-200.000300.000800.000

1.300.0001.800.0002.300.000

abr/

08se

t/08

fev/

09ju

l/09

dez/

09m

ai/1

0ou

t/10

mar

/11

ago/

11ja

n/12

jun/

12no

v/12

abr/

13se

t/13

fev/

14ju

l/14

dez/

14m

ai/1

5ou

t/15

mar

/16

ago/

16ja

n/17

jun/

17no

v/17

abr/

18se

t/18

Fonte: MTE/Caged

Gráfico 71 - Saldo das movimentações do Emprego no Brasil, por setor, acumulado nos últimos 12 meses. (out-set)

29.936

-9.654

53.028

293.956

7.645

-50.000

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

Indústria ConstruçãoCivil

Comércio Serviços Agropecuaria

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL100

Abrindo os dados acumulados por setor vemos que a retomada está sendo liderada pelo setor de Serviços. No

ano passado esse setor estava com resultado negativo de mais de 158 mil postos destruídos, ou seja, mais do

que recuperou os 12 meses. Já a construção civil continua negativa, justamente este setor que no ano passado

apresentava mais de 202 mil postos destruídos em 12 meses. A indústria como um todo criou quase 30 mil vagas,

mas no ano passado tinha destruído mais de 127 mil postos, ou sejam há muito ainda o que recuperar. Nosso setor

agropecuário gerou mais 7,6 mil postos nestes últimos 12 meses, mas no ano passado já tinha sido o único setor a

gerar emprego quando os demais setores destruíam, alcançando no ano passado 10,3 mil postos gerados. Ou seja,

o setor agropecuário não está recuperando, mas gerando ainda mais postos de trabalho.

2.1.4 TAXA DE CÂMBIO (R$/US$)

Há poucas certezas sobre o câmbio, logo, pela lei da escassez elas tornam-se valiosas: o câmbio está elevado e os

primeiros seis meses do Governo Bolsonaro serão determinantes para sabermos até onde vai o câmbio.

Quando escrevemos esse relatório o mês de novembro aponta para uma uma média de R$ 3,75/US$ para a taxa de

câmbio. Se considerarmos que a média do período do Plano Real (1995-2018) é de R$ 2,23/US$ e, se descontarmos

o período em que ele o câmbio foi fixo (1999-2018) a média fica em R$ 2,44/US$. Ou seja, a taxa de câmbio está

alta se considerarmos as médias históricas. É bem verdade que no passado o país não tinha o alto endividamento

gerado pela Nova Matriz Econômica, fazia superávit primário e mantinha sob controle a relação Dívida/PIB. Além do

Fonte: BCB

Gráfico 72 - Variação da Média Mensal da Taxa de Câmbio R$/US$ e Média do Período do Plano Real total e Período Flutuante

4,05 4,12

3,75

2,232,44

- 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50

jul/9

5se

t/96

nov/

97ja

n/99

mar

/00

mai

/01

jul/0

2se

t/03

nov/

04ja

n/06

mar

/07

mai

/08

jul/0

9se

t/10

nov/

11ja

n/13

mar

/14

mai

/15

jul/1

6se

t/17

nov/

18

R$/US$ Média do Período Média Período Flutuante

101RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

mais, embora soubesse que a Previdência entraria em colapso em algum momento, ele ainda estava distante, o que

não está mais. Dizendo isso queremos reforçar que não somos mais uma economia onde seja possível voltar para as

médias históricas, pois estamos negativamente diferentes de como éramos.

Entretanto, ainda assim estamos com uma taxa de câmbio muito acima da média e inflada pelo mau desempenho da

economia, já que passamos ainda pela pior crise de nossa História e por incertezas quanto a aprovação de reformas

importantes. Queremos, portanto, prever que se as reformas forem aprovadas em 2019, sobretudo da Previdência

e se Jair Bolsonaro conseguir criar um ambiente de estabilidade e confiança, é bastante possível que venhamos a

ter um fortalecimento de nossa moeda e, por consequência, reduzindo a taxa de câmbio, apesar dos aumentos das

taxas de juros nos EUA.

Esse cenário deve ser de preocupação para o produtor que plantou a safra mais cara de todos os tempos por

conta do câmbio e não sabemos quanto estará essa cotação quando os produtores forem colher. Nessa situação

recomendamos aos produtores que se utilizem de mecanismos de proteção de preços.

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL102

2.2 ECONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL

A análise da economia gaúcha está prejudicada neste relatório pela interrupção do cálculo do PIB Trimestral que era

calculado pela extinta FEE (Fundação de Economia e Estatística). O Governo do Estado extinguiu a Fundação sem

antes determinar para outro órgão de Estado a continuidade do trabalho, deixando um vazio de dados. A extinção da

FEE sempre foi uma opção discutível, mas extinguí-la sem que uma solução duradoura para manutenção dos dados

e das séries fosse dada não havia sequer o que discutir, foi um enorme erro de gestão.

Como tratamos com destaque o desempenho do Setor Agropecuário na primeira seção desse relatório, trataremos

nesta seção os demais setores e indicadores de emprego.

2.2.1 DESEMPENHO DO SETOR INDUSTRIAL

Ao longo de 2018 a indústria acumula alta na atividade física de 4,7%, o que deve ser comemorado diante dos

desempenhos dos anos anteriores. O maior destaque é a produção de Celulose e Papel, com crescimento de 36,8%

no ano. Evidentemente, temos que descontar desse crescimento as paradas para manutenção que ocorrem no

ano passado na maior empresa de celulose e papel do Estado. Fabricação de veículos também teve uma forte

retomada no ano, mas que também deve ser visto com reservas, diante da base fraca do ano passado que paralisou

a montadora no Estado.

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física

Gráfico 73 - Produção Física Industrial - Variação Acumulada no Ano (set/18)

4,7 4,7

-0,4

-7,3-3,5

2,3

36,8

4,1

-2,9 -4,6

2,7

12,39,8

3,2

21,2

3,6

-10-505

10152025303540

1 Ind

ústria

geral

3 Ind

ústria

de tran

sform

ação

3.10 F

abric

ação de p

rodutos a

lemen

tícios

3.11 F

abric

ação de b

ebidas

3.12 F

abric

ação de p

rodutos d

o fumo

3.15 P

repara

ção de c

ouros e

fabric

ação de...

3.17 F

abric

ação de c

elulose,

papel

e...

3.19 F

abric

ação de c

oque, d

e produto

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3.20C

Fabric

ação de o

utros p

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3.22 F

abric

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rodutos d

e borra

cha e

...

3.23 F

abric

ação de p

rodutos d

e mine

rais...

3.24 M

etalur

gia

3.25 F

abric

ação de p

rodutos d

e meta

l,...

3.28 F

abric

ação de m

áquin

as e e

quipam

entos

3.29 F

abric

ação de v

eículo

s auto

motores,...

3.33 F

abric

ação de M

óveis

103RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Tanto alimentos como bebidas seguem com atividade negativa, mostrando a gravidade da crise econômica e o

impacto dessa no consumo de alimentos.

Quando observamos a comparação em 12 meses e não no ano, a alta cai para 3,5%, o que demonstra a fraqueza do

último trimestre do ano passado e, por outro lado, o potencial de manutenção do crescimento firme da atividade

industrial esse ano. Já na comparação com o Brasil a atividade física industrial está mais ativa no Rio Grande do Sul.

Contra o crescimento de 3,5% no RS no acumulado de 12 meses o Brasil cresce 2,7%, o que sugere um crescimento

mais acentuado do PIB RS da Indústria do resultado geral brasileiro.

Nossa projeção para o PIB da Indústria no RS é de 2,1% para 2018 e de 3% para 2019.

2.2.2 DESEMPENHO DO SETOR DE SERVIÇOS

Em que pese todas as discussões possíveis em torno na metodologia do IBGE para a Pesquisa Mensal do Comércio

(PMC), que desconsidera os efeitos da concentração em comércios maiores, assim como a base fraca de 2017, ainda

assim é inegável o crescimento deste setor no ano de 2018.

Com exceção ao segmento de Livros, Jornais e Revistas todos os segmentos tiveram altas expressivas no acumulado

do ano até setembro, o que permite construirmos um cenário de crescimento mais robusto neste ano para o setor,

em linha com o que tínhamos projetado no ano passado.

Fonte: PIM-PF/IBGE (set/18)

Gráfico 74 - Comparação da Produção Física Industrial Total e Transformação entre o RS e o Brasil, em percentual acumulado nos últimos 12 meses

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Indústria geral Transformação

Brasil Rio Grande do Sul

2,7

3,1

3,5 3,5

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL104

Na comparação com o desempenho brasileiro temos também o setor de Serviços, a exemplo do Industrial, tendo

uma performance melhor do que o indicador nacional para varejo e pior para serviços.

Nos serviços, tanto Brasil como Rio Grande do Sul tiveram uma queda menor que a do ano passado acumulado no

mesmo período, mas ainda estão com queda. Já o varejo no RS cresce 7,8% contra alta de 2,8 para Brasil, enquanto

o varejo ampliado cresce no Estado 10% contra 5,8% do indicador do país.

Isso indica que deveremos ter um resultado do PIB dos Serviços melhor do que no ano passado e com RS melhor

do que Brasil.

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-Set/18)

Gráfico 75 - Índice de volume de vendas no comércio varejista (%) – Acumulado no Ano (Set/18)

2,9 5,1 5,8 7,85,3

1,2

8,15,5

-10,4

20,714,8

-15-10

-505

10152025

Combustív

el e l

ubrifi

cantes

Hipermerc

ados,..

.

Hipermerc

ados e

...

Tecidos, v

estuá

rio e

calçad

os

Móveis e

eletr

odoméstico

s

Móveis

Eletro

doméstico

s

Artigos f

armacê

utico

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Livros, j

ornais,

revist

as e...

Equip

amen

tos e m

ateria

is...

Outros a

rtigos d

e uso

...

Fonte: PMC/IBGE e PMS/IBGE (set/17)

Gráfico 76 - Comparação entre o desempenho do Volume de Vendas no Varejo, Varejo Ampliado e Serviços, nos anos de 2017 e 2018, entre RS e Brasil, acumulado nos últimos 12 meses

-2,8 -3,2

2,1

7,2

4,0

13,3

-0,3 -1,3

2,8

7,8 5,8

10,0

-6,0-4,0-2,0

- 2,0 4,0 6,0 8,0

10,0 12,0 14,0 16,0

Brasil RS Brasil RS Brasil RS

Serviços Varejo Varejo Ampliado

2017 2018*

105RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Nossa Projeção para o PIB do Setor de Serviços no RS é de 1,79% em 2018 e 2,95 em 2019.

2.2.3 DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO DO RIO GRANDE DO SUL

Por Renan Hein dos Santos

Esta etapa do relatório tem por objetivo apresentar os principais números referentes ao comercio exterior do Rio

Grande do Sul no ano de 2018. No período acumulado de janeiro a outubro de 2018, o RS exportou US$ 17,9 bilhões,

sendo US$ 10,06 bilhões (56,1%) provenientes do agronegócio. Esse total exportado de US$ 17,9 bilhões em 2018,

representa um aumento de 21% em relação ao total exportado em 2017. No entanto, observa-se uma pequena

queda da participação do agronegócio, já que o mesmo passou de uma participação de 64,8% em 2017 para 56,1%

em 2018, essa queda na participação está relacionada a melhora no desempenho dos outros setores da economia

que vinham passando dificuldades com a crise brasileira. O volume exportado pelo agronegócio chegou a 17,9

milhões de toneladas, 87,3% do volume total exportado pelo RS. O saldo da Balança Comercial do RS no período de

janeiro a outubro de 2018 foi de US$ 8,6 bilhões, enquanto o saldo da Balança Comercial dos produtos provenientes

do agronegócio foi de US$ 9,4 bilhões.

2.2.3.1 Comparação das Exportações do Agronegócio Gaúcho entre os anos de 2017 e 2018 (Jan-Out)

No período acumulado de janeiro a outubro de 2018, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 10,06 bilhões

com um volume exportado de 17,9 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período de 2017 o valor exportado

chegou a US$ 9,6 bilhões e o volume exportado chegou a 17,7 milhões de toneladas. O saldo da Balança Comercial

do Agronegócio Gaúcho apresentou um aumento de 5,2%, de US$ 8,9 bilhões em 2017 para US$ 9,4 bilhões em 2018.

Fonte: Assessoria Econômica do Sistema Farsul

Tabela 33 – Resumo das Projeções da Assessoria Econômica do Sistema Farsul2018 2019

PIB Brasil 1,48 2,87Agropecuária 0,70 2,10Indústria 1,67 3,48Serviços 1,61 3,12PIB Rio Grande do Sul 1,80 2,60Agropecuária -0,50 2,50Indústria 2,10 3,13Serviços 1,79 2,95IPCA 4,10 4,20Taxa Selic 6,50 7,00

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL106

Podemos observar um crescimento de 4,73% no valor exportado no período acumulado de janeiro a outubro de

2018 ante 2017. Esta é a primeira vez, desde 2015, que o estado atingiu a marca de US$ 10 bilhões exportados pelo

agronegócio. O volume exportado aumentou em 1,29%, totalizando 17,9 milhões de toneladas. O preço do US$/ton

foi positivo em 2018 em relação ao valor de 2017, com aumento de 3,3%.

O grupo Complexo Soja exportou, no período analisado de 2018, um total de US$ 5,15 bilhões, aumento de 8,7%

em relação ao mesmo período de 2017. O seu volume exportado aumentou em 0,76%, chegando a 12,9 milhões

de toneladas. Como consequência do aumento do valor exportado muito maior do que o aumento do volume

exportado, o preço do US$/ton aumentou em 7,9%.

Abrindo o grupo Complexo Soja, as exportações de Soja em Grãos aumentaram o seu valor exportado em 4,2%,

totalizando US$ 4,2 bilhões, enquanto o seu volume exportado teve queda de 2,4%, resultando em um aumento

do preço do US$/ton de 6,8%. O Farelo de Soja também apresentou bons resultados, observado as respectivas

proporções em relação à Soja em Grãos, com aumento no valor exportado de 44,5% (US$ 819 milhões), com um

incremento no volume exportado de 19,3% e com um aumento no preço do US$/ton de 21,1%. O Óleo de Soja foi o

único subitem do grupo Complexo Soja que apresentou queda no seu valor exportado, de 2,8% (US$ 164 milhões),

apesar de ter aumentado o seu volume exportado em 2%, resultando em uma queda do preço do US$/ton de 4,8%.

Verifica-se, no grupo Carnes, quedas de 31,9% no seu valor exportado e de 28,9% no volume exportado, e ainda

uma queda de 4,2% no preço do US$/ton. O item Carne Bovina foi o único a apresentar crescimento entre as três

2017 2018 Var (%)VALOR US$ 9.610.570.055 10.064.871.744 4,73%VOLUME KG 17.711.415.284 17.940.748.840 1,29%PREÇO US$/ton 542,62 561,01 -0,17%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 34 - Comparação entre as exportações do agronegócio no RS entre 2017 e 2018 (jan-out), em Valor (US$), Volume (KG) e Preço da tonelada (US$/ton)

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Gráfico 77 – Valor exportado, valor importado e Saldo da Balança Comercial do Agronegócio do RS (jan-out), em US$ bilhões

12,0010,00

8,006,00

Exportação-0,632

9,610

-0,619

10,064

Saldo BalançaComercial

Importação

4,002,00

0,00-2,00

US$

Bilh

ões

8,987 9,445

2017 2018*

107RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

principais proteínas animais exportadas, totalizando US$ 197 milhões, o que representa um crescimento de 27,8%

no valor exportado, ainda observam-se aumentos de 25,8% no volume exportado e de 1,6% no preço do US$/ton.

Por outro lado, as exportações de Carne de Frango e Carne Suína, apresentaram quedas bastante expressivas. É

importante destacar que as exportações de ambas proteínas sofreram muito ao longo do ano, seja por questões

endógenas, como a greve dos caminhoneiros e as consequências do tabelamento do frete, quanto exógenas, como

por exemplo o embargo da União Europeia ao frango brasileiro e da Rússia para a carne suína.

As exportações de Carne de Frango totalizaram US$ 625 milhões, queda de 37,2% em relação ao ano anterior. O

volume exportado também registrou queda, de 34,4%, assim como o preço do US$/ton, que teve queda de 4,3%. A

Carne Suína teve um valor exportado de US$ 226 milhões, o que representa uma queda de 46,3% em relação ao ano

anterior. O seu volume exportado e o preço do US$/ton também sofreram quedas de, respectivamente, 31,1% e 22%,

O grupo Cereais apresentou crescimento de 20,5% no seu valor exportado, totalizando US$ 397 milhões, ainda que

o volume tenha tido queda de 5,6%. Este desempenho só foi possível graças ao desempenho das exportações de

Arroz, já que o Milho e o Trigo passaram por quedas muito expressivas. As exportações de Arroz totalizaram US$

358 milhões, o que representa um crescimento de 95,3%. O volume exportado cresceu 115,2% (1,02 milhões de

toneladas) e o preço do US$/ton teve queda de 9,2%. Estas exportações, conforme explicado anteriormente neste

relatório, foram possíveis graças aos leilões de PEP e PEPRO realizados durante o período de colheita do arroz.

As exportações de Milho e Trigo sofreram grandes quedas neste ano. O Milho totalizou US$ 15,8 milhões, o que

representa uma queda de 70%, que foi acompanhada pelo volume exportado, que também caiu 70%. Já o preço do

US$/ton teve aumento de 2,2%. O mesmo cenário ocorreu no Trigo, que totalizou US$ 28,6 milhões, queda de 70%.

O seu volume exportado teve queda de 71,4% enquanto o preço do US$/ton aumentou em 4,9%.

Destaca-se também o grande crescimento das exportações de Bovinos Vivos, que totalizaram US$ 82,9 milhões,

crescimento de 198,6%. O volume exportado aumentou em 187,4% enquanto o preço do US$/ton aumentou

em 3,9%.

As exportações do grupo Fumo e seus Produtos apresentou crescimento de 2,6%, totalizando US$ 1,2 bilhão. O seu

volume exportado foi de 294 mil toneladas, crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, enquanto o preço do

US$/ton teve uma pequena queda de 0,9%.

O valor exportado pelo grupo Lácteos foi de US$ 1,8 milhões, queda de 74,9% em relação ao ano anterior. O seu

volume exportado também passou por uma queda expressiva, com queda de 43,6%, enquanto o preço do US$/

ton contraiu em 54,2%. Destaca-se que nos relatórios de 2017 e 2016 este grupo já havia apresentado quedas

muito expressivas no seu valor exportado e no seu volume exportado, o que demonstra um enfraquecimento nas

exportações do setor.

Por fim, o grupo Produtos Florestais, retomou o seu crescimento nas exportações, totalizando US$ 952 milhões,

crescimento de 49,7%. O seu volume exportado aumentou em 6,3%, totalizando 2,1 milhões de toneladas. O Preço

do US$/ton aumentou em 40,7%, passando de 325 dólares por toneladas para 457 dólares por toneladas.

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL108

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109RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

2.2.3.2 Comparação das Importações do Agronegócio Gaúcho entre os anos de 2017 e 2018 (Jan-Out)

As importações de produtos que têm o agronegócio como origem diminuíram em 1,95% na comparação do período

acumulado de janeiro a outubro de 2017 e 2018, totalizando US$ 619 milhões em 2018. O volume importado teve

uma queda de 4,4%, totalizando 924 mil toneladas. O preço do US$/ton teve aumento de 2,58%.

O grupo Carnes aumentou o seu valor importado em 11,4%, totalizando US$ 40,8 milhões, enquanto o volume

importado diminuiu em 2,2% e o preço do US$/ton aumentou 14%. As importações de Carne Bovina apresentaram

estabilidade neste período de comparação, totalizando US$ 27 milhões, o que representa um aumento de 0,27%. O

volume importado teve queda de 13% e o preço do US$/ton aumentou 15,3%.

As importações do grupo Cereais, que totalizaram US$ 136 milhões, apresentaram queda na comparação entre

2017 e 2018, com quedas de 7,7% no valor importado e 13,3% no volume importado, enquanto o preço do US$/ton

aumentou em 6,3%. As importações de Arroz sofreram queda de 48,1%, totalizando US$ 17,9 milhões, enquanto o

volume e preço do US$/ton tiveram quedas de, respectivamente, 47,7% e 0,74%. O Milho teve a maior redução no

valor importado entre os cereais analisados, totalizando US$ 11 milhões, o que representa uma queda de 56,1%. O

seu volume importado também diminuiu expressivamente, com queda de 45%, enquanto o preço do US$/ton caiu

20%. Por fim, as importações de Trigo, apesar de terem diminuído muito menos do que as importações de Arroz e

Milho, também registrou queda, de 3,3%, totalizado US$ 54,5 milhões. O seu volume importado teve queda de 20,6%

enquanto o preço do US$/ton aumentou em 21,6%.

As importações do grupo Frutas totalizaram US$ 69,3 milhões, incremento de 12,8% em relação ao mesmo período

do ano anterior. O seu volume importado aumentou em 16,7% enquanto o preço do US$/ton teve queda de 3,3%.

O grupo Fumo e seus Produtos aumentou as suas importações no período em questão, o seu valor importado

totalizou US$ 36,6 milhões, crescimento de 14,6%. O seu volume importado caiu 20%, totalizando 6,64 mil toneladas.

O preço do US$/ton subiu 43,4%.

Observa-se queda nas importações do grupo Lácteos, que diminuiu o seu valor importado em 38,1%, totalizando

US$ 46,7 milhões. O seu volume importado chegou a 17,4 mil toneladas, queda de 29,9%. O preço do US$/ton teve

queda de 11,6%.

Por fim, verificamos queda também nas importações do grupo Produtos Florestais, de apenas 0,23%, totalizando

US$ 72,1 milhões. O seu volume importado subiu 1,9%, chegando a 49,9 mil toneladas, enquanto o preço do US$/

ton contraiu 2,1%.

2017 2018 Var (%)VALOR US$ 632.305.045 619.962.071 -1,95%VOLUME KG 967.226.700 924.475.331 -4,42%PREÇO US$/ton 653,73 670,61 2,58%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 36 - Comparação entre as importações do agronegócio no RS entre 2017 e 2018 (jan-out), em Valor (US$), Volume (KG) e Preço da tonelada (US$/ton)

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL110

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94

6.6

37.0

22

-20,

07%

3.8

54,8

2 5

.527

,66

43,4

0%LÁ

CTEO

S 7

5.60

5.60

1 4

6.77

3.51

7 -3

8,13

% 2

4.80

3.00

3 1

7.37

4.85

6 -2

9,95

% 3

.048

,24

2.6

92,0

2 -1

1,69

%

Leite

UH

T e

Leite

em

65.

473.

361

39.

478.

868

-39,

70%

20.

344.

000

14.

193.

400

-30,

23%

3.2

18,3

1 2

.781

,49

-13,

57%

PRO

DUT

OS

FLO

REST

AIS

72.

309.

009

72.

141.

517

-0,2

3% 4

8.94

1.79

8 4

9.87

8.15

3 1,

91%

1.4

77,4

5 1

.446

,36

-2,1

0%O

UTRO

S 2

00.5

84.9

02

212.

959.

914

6,17

% 1

40.6

17.1

99

189

.051

.886

34

,44%

1.4

26,4

6 1

.126

,46

-21,

03%

TOTA

L 6

32.3

05.0

45

619.

962.

071

-1,9

5% 9

67.2

26.7

00

924

.475

.331

-4

,42%

653

,73

670

,61

2,58

%

111RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

2.2.3.3 Parceiros Comerciais do Rio Grande do Sul nos anos de 2017 e 2018 – Exportação (Jan – Out)

No período acumulado de janeiro a outubro de 2018, assim como em 2017 e 2016, a China foi o principal importador

de produtos oriundos do agronegócio no RS, com 46,8% do valor exportado tendo este país como destino. Esta

participação representa um valor de US$ 4,7 bilhões, o que torna o país o nosso principal parceiro comercial com

uma larga distância para o segundo colocado. Em segundo lugar aparece os Estados Unidos com US$ 362 milhões e

uma participação de 3,6%. Em terceiro lugar temos a Bélgica com participação de 2,9% e US$ 293 milhões.

País2018 Participação

%Valor (US$)China 4.710.226.293 46,80%Estados Unidos 362.748.541 3,60%Bélgica 293.473.539 2,92%Eslovênia 288.119.450 2,86%Coreia do Sul 271.932.176 2,70%Arábia Saudita 184.859.766 1,84%Hong Kong 175.358.474 1,74%Uruguai 170.677.687 1,70%Itália 166.863.441 1,66%Índia 159.551.111 1,59%TODOS PAÍSES 10.064.871.744 100,00%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 38 - Parceiros comerciais do RS - Exportação 2018 (jan-out), em US$

País2017 Participação

%Valor (US$)China 4.228.647.501 44,00%Estados Unidos 377.864.882 3,93%Rússia 326.533.310 3,40%Coreia do Sul 273.456.125 2,85%Eslovênia 251.884.373 2,62%Itália 233.044.536 2,42%Irã 219.719.554 2,29%Bélgica 215.883.938 2,25%Hong Kong 174.246.605 1,81%Vietnã 172.621.520 1,80%TODOS PAÍSES 9.610.570.055 100,00%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 39 - Parceiros comerciais do RS - Exportação 2017 (jan-out), em US$

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL112

2.2.3.4 Parceiros Comerciais do Rio Grande do Sul nos anos de 2017 e 2018 – Importação (Jan – Out)

No período acumulado de janeiro a outubro de 2018, assim como em 2017 e 2016, a Argentina foi o principal

parceiro comercial do RS nas importações de produtos relacionados ao agronegócio, com US$ 229 milhões e 36,9%

de participação. Em segundo lugar aparece o Uruguai com US$ 114 milhões e com uma participação de 18,5%. Em

terceiro lugar temos o Chile com US$ 71 milhões e 11,4% de participação.

País2018 Participação

%Valor (US$)Argentina 229.088.883 36,95%Uruguai 114.794.734 18,52%Chile 71.084.451 11,47%Alemanha 27.225.651 4,39%Estados Unidos 20.886.642 3,37%China 17.211.696 2,78%Paraguai 15.262.566 2,46%Portugal 13.912.218 2,24%Itália 12.285.488 1,98%Tailândia 9.713.022 1,57%TODOS PAÍSES 619.962.071 100,00%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 40 - Parceiros comerciais do RS - Importação 2018 (jan-out), em US$

País2017 Participação

%Valor (US$)Argentina 228.043.382 36,07%Uruguai 149.510.273 23,65%Chile 57.711.311 9,13%Estados Unidos 24.443.628 3,87%Alemanha 18.688.038 2,96%China 16.044.681 2,54%Tailândia 12.891.941 2,04%Paraguai 12.568.723 1,99%Itália 10.576.795 1,67%Espanha 8.768.665 1,39%TODOS PAÍSES 632.160.927 100,00%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

Tabela 41 - Parceiros comerciais do RS - Importação 2017 (jan-out), em US$

113RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL

Tabela 38 - Participação dos principais parceiros comerciais nas exportações do agronegócio do RS em 2018 (jan-out), em percentual

China Estados Unidos Bélgica Eslovênia Outros

43,98% 46,80%

2,86% 3,60%

2,92%

Fonte: MDIC/Comex StatElaboração: Assessoria Econômica/Sistema Farsul

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL114

3. EXPEDIENTE

GEDEÃO SILVEIRA PEREIRAPresidente

ASSESSORIA ECONÔMICA

Antônio da Luz

NÚCLEO DE CONJUNTURA ECONÔMICA

Danielle Montiel Guimarães

Ruy Augusto da Silveira Neto

Bruno Gurgel da Silva

Conrado Avancini Pereira Zanferari

NÚCLEO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Renan Hein dos Santos

RELATÓRIO ECONÔMICO 2018 E PERSPECTIVA 2019 - SISTEMA FARSUL116

Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do SulPraça Prof. Saint Pastous, 125 | Caixa Postal 1.114

Cep 90.050-390 | Porto Alegre | RS

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