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Relatório 12/03/2014

Relatorio final 12 03 m coifas

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Relatório 12/03/2014

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Resumo 3

Varejo 6

Consumo 16

Crédito 24

Economia 39

Estudo: Neuromarketing 74

Franquias 64

Espaços Gourmet 69

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Resumo

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O Brasil vive um período de crise na economia, com inúmeras mudanças que contribuem para a instabilidade do cenário. Entre elas, o aumento da energia elétrica, que atinge consumidores residenciais e também os industriais; alta do dólar; redução dos incentivos pelo governo, como a desoneração da folha de pagamento; alta nos preços dos combustíveis; o crescimento da taxa de juros e a queda na criação de novas vagas de trabalho. Com tudo isso, o setor produtivo está desestabilizado, sem confiança para novos investimentos e contratações. Caiu também a confiança do consumidor, que está mais cauteloso e menos à vontade para contrair novas dívidas, fazer compras e procurar crédito. A previsão mais dramática para 2015 é de que este será um ano drástico para o varejo. Porém, por mais pessimistas que sejam as expectativas, índices econômicos apontam um crescimento do setor, mesmo que timidamente e em proporção bem menor que o esperado. Especialistas indicam que a saída para o varejo é focar no consumidor, buscando inovação. Mas isso não significa investir em novas tecnologias, propriamente ditas, mas sim em novidades na área que abaenge o relacionamento com o cliente. É preciso investir em marketing, antecipar novas tendências, ampliar os horizontes e entender o que o consumidor deseja.O que se vende hoje é mais que o produto em si, mas também o serviço, os valores agregados, as facilidades, o relacionamento de forma geral. Neste cenário, entre outras coisas, boas ferramentas são as plataformas virtuais, as redes sociais e outros canais de interação, mesmo que não se invista especificamente nas vendas on-line – o e-commerce.Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 78% das compras ainda são efetivadas nas lojas físicas. Porém, a influência das redes digitais atinge 84% desses consumidores. Eles utilizam os ambientes virtuais para melhorar a experiência de compra, pesquisando sobre os produtos, as características, preços, tirando dúvidas. Quando vão às lojas, esperam por bom atendimento, praticidade, entrega imediata, entre outras coisas. É isso que cada empresa deve investigar em seu público-alvo. O que eles esperam do seu segmento, dos seus produtos, da sua loja. No Brasil, houve um aumento de 25% nas compras on-line nos últimos anos, sendo que o crescimento salta para 82% nas compras por celular.

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Crédito para inovação

A Desenvolve SP (Agência de Desenvolvimento Paulista) começa a oferecer uma nova opção de financiamento, a Linha Inovacred Expresso, da Finep, cuja operação de concessão é mais simplificada e voltada para a promoção de projetos de inovação para micros e pequenas empresas.Com limite de até R$ 150 mil, a nova modalidade atende companhias com receita bruta anual de até R$ 16 milhões. A taxa de juros aplicada é de 0,68% ao mês com prazo de pagamento para até 48 meses, que inclui carência de 6 meses a um ano.Dos itens financiáveis, a linha cobrirá equipamentos nacionais e importados, aquisição de softwares vinculados ao desenvolvimento de inovação, matérias primas e materiais de consumo relacionados a prototipagem ou lotes pioneiros, além de serviços de consultoria tecnológica, marketing e vendas da inovação, patenteamento e certificação.

FranquiasO setor de Franchising no Brasil cresceu 7,7% em 2014, com um faturamento superior a R$ 127 bilhões. A modalidade de microfranquias, com investimentos de até R$ 80 mil pelo franqueado, teve um aumento ainda superior, de 14,7%, devido exatamente a um menor valor de entrada no mercado. No setor, vem ganhando destaque as mulheres. Elas representam atualmente 42% dos franqueados no Brasil, e em 2015 serão 48% dos novos investidores na área. Além disso, é creditado a elas um faturamento até 35% maior que os negócios administrados por homens. O sucesso delas deve-se ao fato de serem consideradas mais focadas, motivadas e dedicadas.

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Varejo

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Redes de varejo falam em cortar investimentos

A redução na desoneração da folha de pagamento, anunciada na semana passada pelo governo e que faz parte do conjunto de medidas do ajuste fiscal, deve ter impacto sobre os custos e investimentos no varejo. Hoje a direção do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que agrupa as grandes redes varejistas, se reúne, em São Paulo, com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa."Nessa reunião que teremos amanhã (nesta sexta-feira, 6), nossos companheiros vão dar depoimentos sobre reduções severas dos programas de investimentos", adiantou, o vice-presidente do IDV e do Grupo Guararapes, Flávio Rocha. Segundo ele, informalmente, algumas redes já falam em frear o investimento.Para o executivo, a nova metodologia de tributação é um "golpe muito maior" do que se imagina. Na cadeia têxtil e de confecção, na qual a sua empresa está inserida, haverá um aumento "brutal" de custos. No Grupo Guararapes, dono da rede de lojas Riachuelo, o aumento da carga tributária por causa da redução da desoneração será de R$ 60 milhões nos próximos 12 meses. Diante das margens comprimidas, Rocha disse que esse aumento de custos será repassado para os preços."A redução da desoneração da folha era algo que a gente não esperava", disse a presidente do IDV e do Magazine Luiza, Luiza Trajano. Ao contrário do que o ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou na sexta-feira, 27 de fevereiro, que a desoneração não protegeu o emprego, Luiza disse que a medida ajudou muito o varejo a gerar postos de trabalho. Hoje o varejo é o maior empregador do País e responde por quase 7 milhões de empregos.Por enquanto, Luiza disse que o varejo não vai demitir e que o futuro depende de como as vendas se comportarem. Em janeiro, o mercado varejista foi muito fraco, mas em fevereiro houve uma melhora. "Se a venda não acontece, automaticamente você demite", explicou. Segundo Flávio Rocha, as empresas que serão mais afetadas são as pequenas varejistas. Ele teme que haja um retrocesso na formalização da economia, que avançou nos últimos anos.

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Piora confiança de empresário varejista em fevereiro, diz CNC

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) renovou o piso histórico em fevereiro. O índice recuou 2,5% na comparação com janeiro, já descontados efeitos sazonais, atingindo 100,6 pontos. Além de registrar a sétima queda consecutiva, o resultado mostra a confiança dos empresários mais próxima da zona negativa, abaixo de 100 pontos.Ao todo, oito dos nove componentes que medem a confiança dos empresários chegaram ao seu menor patamar na série, iniciada em março de 2011, incluindo as avaliações sobre a economia, as expectativas para o setor e a previsão de investimentos. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 5, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, serviços e Turismo (CNC).Na comparação com fevereiro de 2014, o Icec recuou 14,6%. A avaliação do setor com relação às condições correntes da economia foi o que mais pesou para este resultado. No mês passado, quatro em cada cinco empresários do setor (79,8%) consideraram que a economia piorou.A apuração da pesquisa também indica que os empresários do comércio devem investir menos. Para 47,1% dos entrevistados, o realinhamento do setor ao menor ritmo de crescimento das vendas implica menos contratações."A menor expectativa em relação ao crescimento real da receita do setor, a elevação dos gastos a partir dos reajustes de tarifas públicas e o encarecimento do crédito deverão levar os empresários a ações mais cautelosas ao longo do ano", afirmou o economista da CNC Fabio Bentes, em nota.A expectativa da CNC para a criação de vagas no varejo em 2015 aponta para a geração de 110 mil postos de trabalho no setor, 23% a menos do que o total de vagas geradas no ano passado (144 mil).A desaceleração do mercado de trabalho, o encarecimento do crédito e a inflação ainda elevada levaram a CNC a revisar a previsão de vendas do crescimento do volume de vendas de 2,4% para 1,7% ao final de 2015. Confirmada a projeção, esse seria o pior resultado dos últimos 12 anos. Em 2003, o volume de vendas do varejo caiu 3,7%.

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Perspectivas para o comércio varejista em 2015

O ano mal começou e uma série de medidas já vem sendo tomadas pelo governo brasileiro, com impactos diretos na economia e cujos efeitos são sentidos pela indústria e comércio, pelo agronegócio e por toda a população brasileira.Aumento de tributos, inchaço nas contas decorrentes de serviços públicos com preços regulados como energia, água, transporte e combustível, além do acréscimo dos juros, são variáveis que refletem diretamente no preço dos produtos vendidos ao consumidor final. Somados ao pacote de mudanças anunciados e já postos em prática, o Brasil também passa por uma crise ambiental, hídrica e energética, o que torna ainda mais sensível o cenário econômico brasileiro.Nesse panorama, entre o governo, que pretende colocar a casa em ordem através do aumento de tributos, e o consumidor, que deverá arcar com todo o custo, encontra-se o setor varejista. Ele já estampa a alta de preços em seus produtos, também na tentativa de ultrapassar uma corda bamba que será este ano de 2015, na busca da superação de todos os desafios que a cada dia se apresentam.Com efeito, no que se refere ao varejo, este ano promete ser bastante dramático. A própria Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC) já reviu sua estimativa de projeção de vendas no seguimento varejista para o ano corrente, diminuindo-a expressivamente.O fato é que em um cenário de forte recessão que assola a economia atual, com o consumidor cada vez mais ressabiado e cauteloso na hora de gastar, é provável que haja uma considerável queda na demanda em razão da retração do PIB, ao mesmo tempo em que se estima um aumento do custo operacional decorrente da expansão da inflação.Com tal panorama, a expectativa é que seja adotado um conjunto de medidas sistêmicas tendentes a minimizar os efeitos do aumento dos preços, com a recuperação da estabilidade econômica e que ultrapassa todos os setores da sociedade, ou seja, governo, empresas, bancos e consumidor.Por mais que, em curto prazo, as perspectivas sejam nebulosas e conturbadas, com possibilidade de redução de faturamento, o setor varejista não deve deixar o pessimismo dar o tom da situação. É necessário não perder de vista o fato de que mesmo as projeções mais pessimistas preveem que o varejo continuará a crescer, ainda que em proporção claramente menor do que o esperado anteriormente.

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Para fazer parte dessa fatia do varejo que continuará em expansão é necessário que o varejista se reinvente, com a utilização de métodos criativos para reduzir o custo e com a constante busca de alternativas para se destacar em meio à concorrência. Nesse delicado contexto, armar-se de bons planejamentos financeiro, societário e tributário, bem como de eficazes técnicas publicitárias e de logística podem ser essenciais para sobreviver à crise. E, quem sabe, até crescer com ela.

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Varejo paulistano vendeu 9,2% menos em fevereiro, segundo a ACSP

Com dias úteis a menos que fevereiro de 2014 devido ao carnaval e em decorrência dos recentes reajustes de tarifas, as vendas do comércio varejista da cidade de São Paulo registraram um recuo de 9,2% em fevereiro na comparação com igual mês de 2014. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o recuo foi ainda maior em relação a janeiro: 15,5%. "A renda das famílias está sendo drenada pelo tarifaço, impactando diretamente nas vendas no varejo como um todo", afirma Rogério Amato, presidente da ACSP.Amato estima que haja recuperação do comércio varejista em março. Novamente o efeito calendário deve afetar os resultados, desta vez de maneira positiva, já que neste ano o mês não terá menos dias úteis devido ao carnaval, como visto no ano passado.No mês passado, houve retração de 8,3% nas vendas a crédito ante fevereiro de 2015 e de 16% sobre janeiro deste ano. Nas mesmas bases comparativas, a diminuição da circulação de cheques foi de 10,1% e 15%, respectivamente.A inadimplência na capital paulista avançou 6,1% na passagem de janeiro para fevereiro, de acordo com o Indicador de Registro de Inadimplentes (IRI), que mede o volume de carnês em atraso. Segundo a ACSP, trata-se de um movimento típico dessa época do ano, reflexo das compras feitas no natal.A associação avalia que, descontados os efeitos sazonais, a inadimplência está estável e sob controle. "Mas, se a taxa de desemprego passar a crescer de maneira mais acentuada, a inadimplência pode aumentar", pondera a ACSP, em nota.O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, e é baseado em amostra de dados de clientes da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Reúne indicadores sobre vendas a prazo e à vista, inadimplência e recuperação de crédito.

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O que o varejo físico pode aprender com o e-commerce

Para sair da crise, o varejista tem que buscar a rentabilidade máxima de seu ponto-de-venda. Tem que parar com a rotina de “abre-a-loja-vende-o-que-deu-para-vender-e-fecha-a-loja”. Se não bastasse a crise da demanda, ainda temos à disposição uma mão de obra cada vez menos qualificada, que mesmo com todos os esforços de associações e entidades, ainda vê o varejo como apenas uma porta de entrada no mercado de trabalho, algo temporário por vezes, e não como uma profissão de carreira.E como buscar rentabilidade em tempos de crise? A resposta pode estar no e-commerce. Mas antes que você imagine que a solução é abrir uma operação virtual (caso você não tenha), me refiro principalmente a adotar todas as métricas de uma loja virtual.Os varejistas brasileiros ainda são cegos no que se refere às métricas. Dos que utilizam algum tipo de métrica, além de faturamento, para entender seu negócio, poucos saem do trinômio “vendas, número de cupons e ticket médio”. Eis algumas métricas importantes no e-commerce:Número de acessosNúmero de páginas visitadas/acessoTempo de permanênciaTaxa de conversão (acessos x compras realizadas)Taxa de rejeição (entram e não efetuam nenhuma ação no site e saem)Páginas mais visitadasProdutos mais procuradosCaracterísticas do consumidor (aliando-se à perfis em redes sociais)Taxa de abandono de carrinhos (iniciou o processo de compra, mas não o finalizou)Essas métricas, obtidas quase sempre em tempo real, permitem ao varejista eletrônico uma rápida tomada de decisão. Permitem, por exemplo, que assim que ele verifica que um produto que possui um bom desconto não está sendo procurado ou vendido, poder colocar esse “na cara do gol”, na página principal em local destacado. De outras formas, se esse mesmo varejista identifica que possui uma “taxa de rejeição” alta, ele busca aperfeiçoar questões como o tempo de carregamento ou a disposição de links e imagens do site, para melhorar a experiência do usuário.

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Não dá mais para o varejo acreditar que o incremento de venda só acontece quando se atrai mais clientes. Nem todo varejista tem o poder de fogo ou orçamento publicitário para estar em propagandas no rádio ou na televisão. O segredo talvez não esteja em buscar mais consumidores, e sim, em entender o comportamento dos consumidores que já entram em sua loja, e assim, aperfeiçoar a experiência deles, tendo como consequência o aumento de faturamento.A receita que estamos buscando pode já estar hoje dentro do ponto-de-vendaPara se ter apenas uma ideia do que estamos falando, empresas (varejo físico) que mensuram eletronicamente sua taxa de conversão, obtêm como resultados 20 a 25% de taxa de conversão. Mais o que isso significa? Significa que a cada 5 clientes que opta por entrar em sua loja, certamente com alguma intenção de compra, somente 1 cliente é convertido. Se existe a intenção de compra, ou seja, se já vi algo na vitrine, ou fui ao ponto-de-venda por gostar dos produtos da marca, por que não compro? Os motivos quase sempre são internos: mau atendimento (esse sempre o grande campeão entre os motivos), falta de produtos ou tamanhos, preço, e até mesmo filas. Sim, pois o brasileiro não tem mais paciência para filas e chega a deixar cestas ou carrinhos cheios de produtos ao se deparar com um processo final de pagamento maior do que consegue suportar.Sendo que os principais motivos são internos, e não externos, a receita que estamos buscando pode já estar hoje dentro do ponto-de-venda. Cabe ao varejista entendê-la, e trabalhá-la.

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Aumenta em 82% o número de brasileiros que compram pelo celular

A quantidade de consumidores brasileiros que faz compras online semanalmente aumentou 25% no último ano, segundo a pesquisa Total Retail 2015, da PwC. Quando se analisa o resultado por canais, o aumento é de 82% entre os que usam celular/smartphone para comprar diariamente, semanalmente ou mensalmente, e 55% entre os que usam tablet.Além de comprar, o consumidor está utilizando seus dispositivos móveis para pesquisar produtos (69%), comparar preços (63%), e pesquisar a localização das lojas físicas (34%). O estudo traz uma fotografia do comportamento do consumo brasileiro e de mais 18 países e indica tendências relevantes para o varejo.Baseados nas respostas de mais de 19 mil consumidores no mundo e mais de mil no Brasil, a PwC identificou as tendências para o varejo. O maior impacto virá da transformação das lojas físicas, do aumento do uso de dispositivos móveis, da presença maciça do consumidor nas redes sociais e das mudanças demográficas.A ascensão social com o aumento da renda garantiu o crescimento das vendas nos últimos anos. Porém, em tempos de crescimento mais tímido, a pesquisa mostra que é preciso se voltar para a “experiência de compra”.- O consumidor, mais exigente e com acesso a tecnologia, deseja atendimento personalizado, mais opções de produtos/serviços e interatividade, mais informações e ferramentas de comparação - explica Ricardo Neves, sócio da PwCBrasil e líder de Varejo & Consumo.Desde sua primeira edição, a pesquisa mostra a evolução do mercado de consumo no meio eletrônico a cada ano. O preço mais baixo ainda é o principal motivo para comprar online para a maioria (54%) dos entrevistados. No entanto, este aspecto vem perdendo importância e a tendência é que a diferença de preços desapareça. “Os consumidores vêm, cada vez mais, optando por fazer compras online pela conveniência de não precisar se deslocar, assim como pela facilidade de comprar em horários alternativos”, diz Neves.Ver e tocar os produtos também são motivos pelos quais 60% dos consumidores optam por comprar em lojas físicas e a possibilidade de levar o produto imediatamente é a razão apontada por 55%.- A idéia de que a loja física ia acabar caiu por terra. A principal questão para os players do varejo não é optar entre o off-line ou online, é estar presentes em todos os canais e operá-los de forma integrada, explorando as vantagens de cada um e a complementariedade entre eles - resume Neves.

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Os resultados destacam ainda a preocupação dos consumidores com o serviço de entrega das empresas. Este aspecto faz com que quase 50% deles façam o caminho inverso: pesquisem online e comprem em lojas físicas. O motivo é simples: evitar problemas e desgastes para receber os produtos. Além disso, a facilidade de devolução e troca dos produtos adquiridos é apontada por 27% como uma das principais razões para realizar compras no estabelecimento.- Esse relacionamento com a empresa é cada vez mais importante para o consumidor, cujos hábitos de consumo estão se sofisticando tornando-o mais exigente - explica.As mídias sociais têm papel importante nesse aumento do relacionamento com as empresas e o estudo mostra que esse é um aspecto que merece a atenção dos varejistas. Em 2014, praticamente um terço dos consumidores utilizou as mídias sociais para postar sua experiência com determinado produto e/ou marca (34%).- Os profissionais precisam estar conectados às redes não apenas para tomar conhecimento do resultado da experiência de compra do consumidor com a sua marca, mas também para interagir com esses clientes, respondendo de forma precisa e eficiente - analisa Ana Hubert, especialista em Varejo & Consumo da PwC Brasil.De acordo com a pesquisa, essa interação entre o varejista e o consumidor é decisiva e pode influenciar bastante: 77% dos consumidores disse que a interação com o varejista por meio das redes sociais influencia sua decisão de compra. Os principais motivos que levam o consumidor a escolher onde comprar são: confiança no varejista (87%) e facilidade de navegação no site (85%).A chamada “geração digital”, que compreende os nascidos durante a década de 90, tem suas decisões de compras mais influenciadas pelas redes sociais do que as outras gerações. A pesquisa aponta que 49% dos jovens entre 18 e 24 anos seguem as marcas favoritas na redes sociais. Descobrir marcas (38%), pesquisar feedbacks (30%) ou fazer comentários sobre as marcas (26%) também apresentam uma interação maior entre a geração digital. “Para as varejistas, o dever de casa é planejar o futuro de acordo com as mudanças demográficas”, explica Ricardo Neves.Foram realizadas 19.068 entrevistas online no período de agosto a setembro de 2014. Os países que fazem parte da amostra são: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China/Hong Kong, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Oriente Médio, Rússia, África do Sul, Suíça, Turquia, Reino Unido e EUA.

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Consumo

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Participação das importações no consumo nacional é recorde em 2014

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o coeficiente de participação das importações, que mede a presença dos produtos importados no consumo nacional, bateu recorde e atingiu 22% no ano passado. Em relação a 2013, houve aumento de 0,6 ponto percentual.Segundo a CNI, o valor é o mais alto desde o início da série histórica em 1996. Os números estão no documento Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado hoje (5) pela CNI e elaborado em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).Na avaliação dos técnicos, o consumo de insumos importados pela indústria também foi recorde (24%), com aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao ano anterior. “O aumento no índice foi puxado, sobretudo, pela indústria de transformação, cujo coeficiente de insumos importados atingiu 24,9% no ano passado. Dos 21 segmentos analisados, apenas os de celulose e papel e derivados de petróleo e biocombustíveis tiveram queda no coeficiente em comparação a 2013”, informou a CNI.O coeficiente de exportação, que calcula o percentual de produção exportado, ficou em 18,8% e manteve-se praticamente estável em 2014 na comparação com 2013, quando atingiu 19%, mostra ainda o estudo.O crescimento da fatia de insumos importados na indústria, aliado à estabilidade nas vendas para o exterior, contribuiu para a queda de 0,8 ponto percentual, no período, no coeficiente de exportações líquidas, que é a diferença entre a receita com exportações e o gasto com insumos importados. Em 2014, esse índice foi 3,5% em relação a 2013 (4,3%).

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Pesquisa: consumo nas favelas movimenta R$ 68 bilhões ao ano

Os 12,3 milhões de moradores das favelas brasileiras movimentam por ano R$ 68,6 bilhões, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Instituto Data Favela com apoio do Data Popular e da Central Única das Favelas (Cufa).De acordo com o levantamento, houve alta no consumonas favelas, “graças ao aumento real do salário mínimo e do emprego formal”. Em 2013, quando a última pesquisa foi realizada, 46% das casas das favelas tinham TV de plasma, LED ou LCD, por exemplo, enquanto atualmente 67% dos domicílios são equipados com esses aparelhos.O levantamento também aponta para o avanço na posse de máquina de levar, de carros e motos em comparação a 2013. Atualmente, 75% das casas têm máquinas de lavar, ante 69% em 2013. Já com relação à posse de veículo, 24% dos moradores possuem um automóvel, ante 20% na mesma comparação, e 14% possuem moto, ante 13% em 2013.Contudo, o estudo mostra que as favelas estão mais endividadas hoje do que há dois anos. De acordo com o Data Favela, 35% das pessoas possuem alguma dívida atualmente, ante 27% em 2013. O endividamento é mais alto entre as pessoas de 35 a 49 anos, com 45% das pessoas endividadas. A inadimplência segue estável, com 22% das contas atrasadas há mais de 30 dias.

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País elimina 82 mil empregos

Com o consumo das famílias e as vendas em queda, o comércio puxou as demissões de trabalhadores formais no país em janeiro. Na largada do segundo mandato de Dilma Rousseff, o Brasil fechou 81,8 mil vagas com carteira assinada. Em janeiro de 2014, haviam sido criadas 62,4 mil vagas.O saldo de vagas de janeiro é o pior para o mês desde 2009, auge da crise econômica, quando 101,7 mil postos foram fechados.Segundo o ministro Manoel Dias (Trabalho), que estava em Santa Catarina e comentou o resultado por meio de nota, os setores que tradicionalmente demitem nesta época, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais contribuíram para a contração.Na construção civil, houve redução de 9.700 postos de trabalho ante dezembro. A área de serviços demitiu 7.100 trabalhadores. Houve perdas principalmente no setor de transportes, alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e no de hospedagem.O resultado de janeiro veio pior do que esperava o governo e o mercado, que projetava saldo negativo em torno de 20 mil vagas, em média, segundo a agência Bloomberg.Entre os oito setores analisados, apenas a indústria de transformação (metalúrgica, siderúrgica e petroquímica, por exemplo) e serviços industriais de utilidade pública (como geração e distribuição de energia, construção de ferrovias e portos) apresentaram criação de vagas.

IndústriaDepois de oito meses demitindo, a indústria de transformação voltou a contratar em janeiro. Foram 27,4 mil postos de trabalho, informou o ministério, que avalia o dado como reação do setor.

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Dilma pede 'desperdício zero' e diz que aumento na conta de luz é passageiro

A presidente Dilma Rousseff inaugura parque eólico ao lado do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (27) o consumo "racional" de energia no país. Para ela, é precisco buscar o "desperdício zero" e garantir a diversificação das matrizes energéticas para garantir a "segurança" do país.Dilma participou na tarde desta sexta de cerimônia de inauguração do Parque Eólico de Geribatu e Sistema de Transmissão Associado na cidade de Santa Vitória do Palmar (RS)."A gente tem de defender o atual papel do consumo racional de energia. Consumo racional de energia é aquele que signfica não desperdiçar. Desperdiciozero", pediu a presidente."Então, diversificação da matriz mais desperdício zero é a garantia de segurança do país. A nossa parte [do governo] é garantir oferta: termelétrica, eólica, biomassa, hidrelétrica. A parte do cidadão é buscar não desperdiçar energia", completou.Segundo Dilma, os aumentos no preço das contas de energia são "passageiros" e foram motivados pela crise hídrica em que o país se encontra. "Agora, isso também não signfica que nós vamos sair por aí jogando energia pela janela e não consumindo de forma racional.""Eu quero explicar que os aumentos nos preços da energia são passageiros. Eles estão em função do fato que o Brasil enfrenta a maior falta de água dos últimos 100 anos. Isso não significa que nós vamos ter qualquer problema sério ou mais sério na área de energia elétrica", explicou.Ao defender o “desperdício zero”, a presidente afirmou que a energia é gerada no país por meio do dinheiro do contribuinte e pediu que a população não jogue o dinheiro “pela janela”.“Desperdício zero é um compromisso de não jogar fora pela janela esse dinheiro, que é suado pelo povo brasileiro”, afirmou.A presidente também disse ter "lutado muito" pela segurança energética do Brasil, e destacou que garantir o fornecimento de energia deve durar o ano inteiro. "Essa garantia não é de dez minutos, duas horas, ela é 24 horas por dia, 365 dias por ano. Até porque tem aquela fala: faça chuva ou faça Sol”, completou.

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.InvestimentosNo discurso, a presidente afirmou que ao longo deste ano serão entregues 6,5 mil MW de energia por meio de mais de 7 mil quilômetros de linhas de transmissão. Ao defender os investimentos do governo no setor, a presidente comparou a geração de energia com andar de bicicleta.“Se você parar de pedalar, cai. Então, você tem de procurar oportunidades todos os anos para garantir os investimentos em energia”, disse.Sem citar o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que governou o país entre 1995 e 2002, a presidente afirmou que “nos oito anos da época do racionamento” – no ano de 2001, durante a gestão FHC, o país passou por racionamento de energia – o governo federal produziu menos de 21 mil MW. “O que nós produzimos em quatro”, afirmou.

O parque

Conforme o Palácio do Planalto, o Parque Eólico Geribatu é composto por dez usinas e tem potência instalada (capacidade de geração de energia) de 258 MW. O parque faz parte do Complexo Eólico Campos Neutrais, formado por outros dois parques, e terá capacidade de abastecer 1,5 milhão de habitantes na região.Ainda segundo a Presidência, com o parque, a geração de energia eólica será ampliada em 30% no complexo por meio de 129 aerogeradores. A obra inaugurada nesta sexta pela presidente Dilma Rousseff faz parte da lista do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e custou R$ 2,1 bilhões.

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Consumo de energia cresce 1,1% em janeiro ante janeiro de 2014, diz EPE

O consumo de energia elétrica na rede atingiu 40.660 GWh em janeiro, o que representa uma expansão de 1,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi puxado para cima pelo aumento de 6,1% no consumo da classe residencial e de 4,1% na classe comercial, conforme dados divulgados nesta sexta-feira 27, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A demanda da indústria, por outro lado, encolheu 4,7% em igual base comparativa e atingiu apenas 13.822 GWh, o pior resultado para meses de janeiro desde 2010. A EPE ressalta que o setor continua a apresentar tendência de queda registrada desde o segundo trimestre do ano passado, afetada pelos fracos dados operacionais de setores como a indústria de alumínio, automobilística e de químicos.

"O panorama de janeiro é o mesmo dos últimos meses, com performance negativa do consumo industrial e alta do consumo na baixa tensão, notadamente residências e serviços", destacou a EPE. "Contudo a variação do consumo residencial acumulada em 12 meses vem caindo progressivamente desde março do ano passado, sugerindo uma tendência de ajuste desse consumo", complementou a EPE em Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica.

Os dados dos últimos 12 meses apontam uma expansão de 1,9% no consumo elétrico, puxado por uma alta de 7% da classe comercial. O segmento residencial cresce 5,6%, na comparação com 12 meses encerrados no período imediatamente anterior. O consumo da indústria encolheu 4% no período, enquanto a categoria Outros tem alta de 4,9%.

O resultado da classe residencial continua a ser puxado pelas temperaturas mais elevadas. Esta é a explicação dada pela EPE para justificar o aumento de 6,1% no consumo residencial de janeiro, na comparação anualizada. Outro fator, segundo a EPE, é o chamado "efeito calendário", ou seja, o maior número de dias úteis no início deste ano em igual base comparação. O efeito, neste caso, explicaria uma expansão de cerca de 1 ponto porcentual. As mesmas condições também explicam o aumento da demanda da classe comercial.

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Famílias apertam cintos, e intenção de consumo é a menor da série

Indicador da CNC caiu 9,3% em fevereiro ante o mesmo mês de 2013.Piora foi semelhante entre as faixas de rendaO ano é de contenção da gastos para os brasileiros. Em fevereiro, a intenção de consumo das famílias registrou queda de 9,3% frente ao mesmo mês do ano passado, e atingiu 117,7 pontos – o menor patamar da série histórica da Confederação Nacional do Comércio, que tem início em dezembro de 2012.A pesquisa mostra que a piora foi semelhante entre as faixas de renda. Na comparação com janeiro, o nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos teve queda de 1,6%, enquanto entre as famílias com renda acima desse patamar o recuo ficou em 1,7%.ItensEntre os componentes do índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), três atingiram o menor valor da série histórica.O indicador de emprego atual teve queda de 4% frente a fevereiro de 2013, para 128,9 pontos. "O percentual de famílias que se sente mais segura em relação ao emprego atual é de 42,6% –quesito que vem diminuindo a cada mês", afirma a CNC.O nível atual de consumo, por sua vez, recuou 3,1% ante o mesmo mês do ano passado, para 96,9 pontos. "O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo", diz a pesquisa.Já as perspectivas de consumo tiveram queda de 5,3% também ante fevereiro de 2013, para 127 pontos. Índices acima de 100, no entanto, mostram nível favorável.

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Crédito

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Transações feitas com cartões de crédito e de débito cresceram 14,8% em 2014

Em relação ao ano anterior atingiu-se R$ 978,8 bilhões

Cresceram 14,8% no país as compras pagas com cartões de crédito e de débito, em relação ao ano anterior, atingindo R$ 978,8 bilhões. Foi o que constatou o balanço divulgado essa semana pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).Do montante alcançado, R$ 625,5 bilhões corresponderam a transações feitas por cartões de crédito, que registraram crescimento de 13,1%, e R$ 353,3 bilhões foram realizadas por débito (+17,8%).O número de transações cresceu 11% no mesmo intervalo, para 10,3 bilhões, sendo que com cartão de crédito subiu 8,1% e de débito, de 13,7%, somando 4,9 bilhões e 5,4 bilhões, respectivamente. Para 2015, a Abecs projeta expansão de 12% a 13% no valor transacionado com cartões, o que somaria R$ 1,1 trilhão.O diretor executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira, afirmou que o tíquete médio do cartão de crédito vem caindo ano a ano e que ao final do segundo semestre do ano passado estava em R$ 86 9, contra R$ 87,70 de dezembro de 2013. O mesmo ocorreu com o cartão de débito, cujo tíquete médio passou de R$ 44,70 para R$ 42,80.

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Pequenas e médias empresas de SP agora podem contar com crédito para inovação

Com o objetivo de promover os projetos de inovação de micros e pequenas empresas, a Desenvolve SP (Agência de Desenvolvimento Paulista), começa a oferecer uma nova opção de financiamento, a Linha Inovacred Expresso, da Finep, cuja operação de concessão é mais simplificada.Com limite de até R$ 150 mil, a nova modalidade atende companhias com receita bruta anual de até R$ 16 milhões. A taxa de juros aplicada é de 0,68% ao mês com prazo de pagamento para até 48 meses, que inclui carência de 6 meses a um ano.Dos itens financiáveis, a linha cobrirá equipamentos nacionais e importados, aquisição de softwares vinculados ao desenvolvimento de inovação, matérias primas e materiais de consumo relacionados a prototipagem ou lotes pioneiros, além de serviços de consultoria tecnológica, marketing e vendas da inovação, patenteamento e certificação.Valter Pieracciani, como especialista em inovação, pode comentar a fundo a iniciativa, contar quais devem ser os primeiros passos que as pequenas e médias empresas devem seguir, por onde devem começar na aposta da inovação.Além disso, podemos mostrar exemplos de inovações nesses portes de empresas (que são exemplos de sucesso) e fazer uma panorama geral da inovação no Brasil.

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Brasil vive maior arrocho do crédito em 6 anos

Juro básico de 12,75% ao ano, definido pelo Banco Central, sobe pela quarta vez e só perde para taxa na crise de 2008

O Banco Central (BC) mantém o ritmo de aperto nos juros básicos, que remuneram os títulos do governo no mercado financeiro e servem de referência para os empréstimos nos bancos e no comércio, a despeito da economia em marcha lenta. Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. É o maior patamar desde dezembro de 2008, quando a Selic estava em 13,75% ao ano, num cenário complicado pela crise financeira.Esperada pelo mercado financeiro, a elevação deixa claro que o governo está mais preocupado com o comportamento da inflação, embora isso custe levar o Brasil para um campo ampliado de dificuldades para sair da retração. Com os reajustes de impostos e dos chamados preços administrados pelo o governo, a exemplo de combustíveis e da energia elétrica, a carestia vem batendo pesado na renda das famílias.Na avaliação de analistas de bancos e corretores consultados pelo BC na pesquisa Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial do país, deverá alcançar 7,47% até dezembro – maior nível desde 2004. O aumento da Selic foi o quarto consecutivo, na tentativa de controlar o crédito e conter o consumo. O outro lado da moeda é o indesejável encarecimento do crédito destinado a investimentos produtivos no país, que afeta as necessidades de crescimento do Brasil.A reunião dos membros do Copom terminou com a divulgação da justificativa para o arrocho do crédito: “avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 0,50 p.p. (ponto percentual), para 12,75% a.a. (ano ano). Se antes mesmo de o BC decretar uma nova elevação da Selic os bancos já vinham pesando a mão sobre os empréstimos, agora, a situação tende a piorar.Uma simulação feita pela Associação Nacional de Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac) mostra que, diante da nova elevação de 0,5 ponto percentual na Selic, as linhas de crédito mais usadas pelas famílias ficarão mais salgadas. O aperto maior será sentido por quem for financiar veículos utilizando o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), que deve ficar até 2,33% mais caro. Na fatura do cartão de crédito, os encargos subirão para 259,81% ao ano – um recorde. Em média, a elevação nos juros, em seis linhas pesquisadas, será de 0,86% ao ano.

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A elevação dos juros é desastrosa, para a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). “Se o ajuste fiscal e monetário for excessivamente rigoroso, além de toda pressão popular que o governo terá de enfrentar, a atividade econômica e, sobretudo, a indústria, vão sucumbir. A arrecadação também vai despencar, e o ajuste pode perder sua eficácia” afirmou o presidente da instituição, Olavo Machado Júnior.A medida, no entanto, é vista com bons olhos pelo economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Caio Gonçalves, que prevê um efeito positivo na economia brasileira a médio e longo prazo. “Apesar de ter um caráter restritivo agora, alterando ainda mais o poder de compra do consumidor que sofre com a alta da inflação e do dólar, a medida pode controlar o aumento do dois indicadores”, comentou. A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) avalia que a elevação da Selic é um processo que prejudica mais os brasileiros.

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Samsung Pay promete substituir cartões de crédito

O mercado de pagamento móvel é uma das grandes apostas para o futuro, todos querem entrar na corrida. A Apple já anunciou seu sistema e a Google deve reviver o Wallet em breve. Porém, a implementação vem sendo problemática. Um dos maiores obstáculos é o suporte para essas tecnologias, podendo ser usado apenas em alguns lugares.Com o Pay, serviço anunciado oficialmente hoje, a Samsung promete resolver esse problema.O sistema permite o pagamento em lojas usando o smartphone no lugar do cartão de crédito tradicional. Ao fazer parceria com a VISA e MasterCard, já terá grande suporte pelo mundo. A fabricante afirmou já ser aceito por mais de 30 milhões de lojas.Para ser usado, o usuário precisa registrar um cartão de crédito no smartphone. Então, basta abrir o aplicativo ao deslizar o dedo a partir da borda inferior, se autenticar através do sensor de impressão digital presente no Galaxy S6 e S6 Edge, escolher o cartão e encostar o dispositivo na máquina de cartão de crédito.Outra barreira para a popularização desse tipo de sistema é a segurança. Pensando nisso, a Samsung não armazena as informações do cartão de crédito no smartphone, mas apenas um token. Ou seja, um código será usado para a verificação e confirmação dos pagamentos, sem a necessidade do uso do número do cartão.Por usar uma diversidade de tecnologias além do NFC, o suporte para o serviço se simplifica bastante. A tecnologia MST permite o uso mesmo em máquinas que não foram feitas pensando nisso. A novidade promete e com certeza fará os competidores pensarem sobre suas próprias soluções.O Samsung Pay estará disponível nos Estados Unidos e Coreia do Sul ainda neste ano e chegará a seguir na Europa. Não há informações sobre o suporte no Brasil.

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Crédito imobiliário tem melhor janeiro da história, diz Abecip

Volume de empréstimos para aquisição e construção somou R$ 9,1 bilhões.Aumento foi de 12% em relação ao mesmo mês de 2014.

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 9,1 bilhões, aumento de 12% em relação a janeiro do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip).Foi o melhor mês de janeiro da série histórica do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).Na comparação com dezembro do ano passado, os empréstimos recuaram 14,1%. "Isso apenas confirma o comportamento sazonal do crédito imobiliário, caracterizado pela redução das operações nos inícios de ano", disse a associação, em nota.Nos últimos 12 meses, até janeiro, R$ 113,8 bilhões foram destinados ao financiamento à aquisição e construção de imóveis, resultado 2,9% superior ao dos 12 meses anteriores.Nos 12 meses compreendidos entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2015, os financiamentos imobiliários atingiram 542,1 mil imóveis, 1,5% acima do registrado nos 12 meses anteriores. "Os dados revelam que se mantém a tendência de crescimento das concessões de crédito."

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Saldo de crédito cai para três setores, divulga BC

Entre outras novidades, o Banco Central incluiu na nota mensal de crédito um quadro com o crédito do sistema financeiro separado por atividade econômica. Houve queda nos três setores: agropecuária, indústria e serviços.O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 797,491 bilhões em janeiro e teve uma queda de 1,1% na comparação com dezembro. Dentro desse setor, o comércio puxou a queda, com retração de 3 3% no período e ficou em R$ 297,171 bilhões em janeiro. Em transporte, ficou estável, com R$ 155,183 bilhões. Na administração pública, houve alta de 0,1% para R$ 99,233 bilhões. A categoria "outros" subiu 0,6% para R$ 245,950 bilhões.Para a indústria, o crédito recuou 0,9% em janeiro, na margem, para R$ 730,214 bilhões. O segmento que mais foi prejudicado foi o da construção, com queda de 2,1%, com um total de R$ 113,683 bilhões. A indústria de transformação recuou 1,7% para R$ 439 126 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (SIUP) registraram aumento do crédito de 0,5% no mês passado, para R$ 140,808 bilhões. No caso da extrativa, houve uma alta de 6,8% em janeiro, para R$ 36,597 bilhões.Para o setor agropecuário, o crédito minguou 0,7% em janeiro ante dezembro e ficou em R$ 22,573 bilhões. Além dos três setores, o Banco Central registrou queda de 2,8% em janeiro no estoque de crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados para R$ 37,359 bilhões.

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Sobe juro do crédito para o consumidor em janeiro

Brasileiro paga, em média, 52,6% ao ano de juros pelo dinheiro que pega emprestado

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 37,6% ao ano em dezembro para 39,4% ao ano em janeiro, segundo dados divulgados pelo Banco Central, nesta quarta-feira (25). Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 50,1% em dezembro de 2014 para 52,6% em janeiro deste ano.Para pessoa jurídica, houve alta de 24,2% para 25,2% no período.Na divulgação deste mês, o Banco Central fez alterações na nota de crédito, com destaque para a inclusão das taxas de juros de cartão de crédito, o que alterou os dados inclusive dos meses anteriores.Leia mais notícias de EconomiaPor enquanto, a instituição ainda não atualizou a série histórica da nota de crédito em seu site. O BC passou a regulamentar o setor de cartões em maio de 2013.O BC também passa, a partir de agora, a detalhar os saldos de crédito por atividade econômica e por regiões. Também amplia as informações sobre cheque especial e conta garantida, que passam a incorporam os excessos sobre os limites contratuais dos correntistas."Faz-se necessário mencionar que as revisões das estatísticas de crédito, particularmente daquelas que fazem referência a consolidação das operações, refletiram ajustes conceituais, reclassificações de operações entre modalidades e, sobretudo, a incorporação de novas informações, em especial, das taxas de juros do cartão de crédito, afetando os cálculos consolidados para as taxas de juros e os spreads", informou a instituição.

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Lei do ”nome sujo” pode reduzir crédito a famílias em 17%, diz parecer

As leis dos Estados de São Paulo e Mato Grosso que dificultam deixar “sujo” o nome de devedores inadimplentes tendem a encarecer o crédito nessas regiões em até 9 pontos percentuais e levar a uma queda na concessão de empréstimos às famílias de até 17%. As conclusões são de um levantamento interno da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e constam em um parecer sobre o tema assinado por Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, ao qual o Valor teve acesso.Aprovadas em janeiro, as leis estaduais determinaram que só pode ficar com o “nome sujo” o devedor que for antes notificado por uma carta com aviso de recebimento (AR), que precisa ser assinada por quem a recebeu. Antes, bastava carta simples, sem essa confirmação. Bancos e lojistas questionam a regra, criada para proteger o consumidor. Os argumentos são que as leis encareceram o registro de inadimplentes e o deixaram menos eficiente, o que têm reflexo na forma como o banco avalia o risco dos tomadores.“Se forem mantidas as novas exigências, a evidência disponível indica que haverá uma redução na eficiência (que pode chegar a 60%) na inclusão de devedores inadimplentes nos cadastros negativos e também na cobrança desses devedores“, argumenta Lisboa, no parecer. Ainda de acordo com o documento, os birôs de crédito deixaram de incluir cerca de 3 milhões de consumidores e empresas inadimplentes nos últimos 30 dias em seus bancos de dados, para se adequar às novas regras.No parecer, Lisboa afirma que a carta AR dá oportunidade para recusa de recebimento por parte do devedor, direito que pode ser exercido com má-fé. Também abre espaço para o não recebimento por outros motivos, como o cliente não se encontrar em casa, ter se mudado e não informado ao banco, o endereço não existir ou ser de difícil acesso. Sem a confirmação de que a carta foi entregue, o birô não “negativa” o cliente e sua base de dados acaba desatualizada.

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“A consequência deste novo cenário é que as instituições financeiras, para se protegerem, tenderão a ser mais conservadoras no crédito“, diz o parecer. De acordo com dados internos levantados pela Febraban, que Lisboa cita no parecer, as medidas tendem a reduzir as concessões de crédito para pessoas físicas nas regiões das leis entre 11% a 17%. Já para a pessoa jurídica, a queda ficaria entre 4% e 9%.A redução afetaria principalmente os tomadores de menor renda, com menos garantias a oferecer, afirma Lisboa. Juntos, os Estados de São Paulo e Mato Grosso representam cerca de 32% do crédito no país.Segundo ele, para que seja possível um parecer de fato independente sobre o impacto das medidas, seria necessário que o Banco Central (BC) abrisse o acesso a uma série de microdados que hoje não são públicos. Porém, afirma que as conclusões da Febraban são “qualitativamente consistentes” com a literatura acadêmica sobre o tema.Outra consequência possível é um aumento das taxas de juros nas operações de crédito, puxado pelo crescimento do risco de inadimplência. O exercício da Febraban indica que o aumento de juros nas operações de crédito ao consumo seria de 7 a 9 pontos percentuais, para compensar o risco do novo procedimento de “negativação”.Segundo o parecer, um consumidor com “nome sujo” tem inadimplência quatro vezes maior que o sem restrições. O documento também diz que mais de 50% das dívidas em atraso são quitadas após o envio da notificação que o devedor será incluído no cadastro, mesmo sem a AR.“Intervenções legais que querem proteger o consumidor com base em uma situação específica acabam prejudicando quem não vive o problema“, afirmou Lisboa, em entrevista ao Valor. Ele afirma que mesmo em países em que há obrigação de se notificar o devedor antes de incluí-lo em um cadastro negativo – caso dos Estados Unidos e da Colômbia – a exigência é mais flexível e o devedor pode ser notificado via o extrato da conta bancária.

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O parecer de Lisboa foi encomendado pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif), que reúne entidades do setor. A Consifpediu ingresso como parte interessada na ação direta de inconstitucionalidade que a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) move contra a lei no Supremo Tribunal Federal (STF). Os diretórios do PT e do PMDB paulistas, a associação de defesa do consumidor Proteste e o sindicato dos advogados de São Paulo também pedem ingresso na ação, em defesa da validade do projeto.Dados da Proteste mostram que, das 28,3 mil reclamações recebidas no ano passado, cerca de 20% eram relacionadas à “negativação” de devedores. As queixas incluem lançamento indevido no cadastro e consumidores que alegam não ter sido informados que iriam para a lista.

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Cautela freou procura de consumidor por crédito em fevereiro, avalia a CNC

Os brasileiros estão mais cautelosos em relação a novas compras ou novos empréstimos e financiamentos, o que mostra certo "aprendizado", na visão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Contudo, a contenção de gastos que alivia o orçamento familiar terá como reflexo negativo a continuidade de desaceleração nas vendas do varejo. "As famílias estão demandando menos crédito não por inadimplência, mas por cautela. Existe um processo de aprendizado", afirmou a economista Marianne Hanson, da CNC. Nesta quintafeira, 26, a Confederação anunciou que o endividamento das famílias ficou em 57,8% em fevereiro. A fatia é maior do que a verificado em janeiro (57,5%), mas bem menor do que em fevereiro de 2014 (62,7%). O aumento do endividamento na comparação mensal já era aguardado, segundo Marianne. "No primeiro trimestre incidem gastos diversos como IPTU, IPCA, matrícula escolar e materiais. Muitas famílias não se preparam e acabam recorrendo ao crédito", explicou a economista. Na comparação anual, porém, a redução do endividamento demonstra a cautela dos consumidores. O incomum é que veio a despeito de um aumento na fatia dos que têm contas em atraso e devem permanecer inadimplentes de 5,9% em fevereiro do ano passado para 6,4% neste mês. "Não é comum, normalmente o endividamento sobe quando aumenta o número de famílias com contas em atraso. É um fator positivo que elas consigam fazer isso. Mas também é graças ao ano passado, já que houve em 2014, principalmente no segundo semestre, uma tendência de redução do endividamento", detalhou Marianne. Como resultado, a parcela média da renda comprometida com dívidas entrou em queda livre na passagem do ano. De 30,6% em dezembro, esse indicador passou a 29,5% em janeiro e a 28,8% em fevereiro.

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O que aumentou foi o tempo médio de pagamento, de 6,9 meses em dezembro para 7,1 meses na pesquisa divulgada hoje. Além do cenário econômico incerto, a economista da CNC apontou a elevação dos juros como o principal desestímulo ao consumo. Quem tem contas em atraso, por sua vez, encontra condições menos favoráveis para renegociar as dívidas. A despeito disso, ela lembrou que a inadimplência ainda está em níveis historicamente baixos. Se por um lado toda essa cautela traz alívio ao orçamento das famílias, por outro derruba ainda mais a atividade. "O aspecto negativo é uma desaceleração no consumo das famílias", comentou a especialista. Recentemente, a CNC revisou sua projeção para o crescimento das vendas no varejo restrito (sem veículos e materiais de construção) este ano, para alta de apenas 1,7%.

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Aumenta a procura por crédito nas empresas

A procura por crédito pelas empresas aumentou 12,3% em janeiro, na comparação com dezembro, como mostra o Indicador Serasa de Demanda das Empresas por Crédito. Em relação a janeiro de 2014, a busca cresceu 6,4%.Segundo economistas da Serasa, o avanço é devido ao “movimento de recomposição de estoques, típico de início de ano após as vendas do Natal”. Eles destacaram que a maior demanda ocorreu entre as MPEs. Na avaliação dos economistas, isso pode decorrer da busca de opções de financiamento como o crédito mercantil, já que as instituições financeiras passaram a ter mais rigor na concessão de crédito.As MPEs empresas ampliaram a demanda em 13,1% de dezembro para janeiro. A taxa é superior à registrada entre empresas de médio porte (1,9%). Entre as grandes empresas, a procura diminuiu 0,4%.Na comparação com janeiro do ano passado, as MPEs também elevaram a demanda, em 7,5%. Já nos demais segmentos empresariais, ocorreram quedas. Nas médias empresas, houve recuo de 10,2% e nas grandes empresas, de 0,9%.A indústria foi o setor que mais buscou crédito em janeiro, com alta de 15,5% sobre dezembro. Na sequência, aparecem o comércio, com expansão de 12,2%, e os serviços, com ampliação de 11,9%. Em relação a janeiro de 2014, o comércio lidera o aumento (8,9%), seguido dos serviços (6,3%). Nesse tipo de comparação, a indústria buscou 2,9% menos crédito.Por região, o Sul foi o que apresentou maior crescimento em janeiro, com índice de 13,8% sobre dezembro. No Sudeste, foi registrada expansão de 12,6%; no Nordeste, de 12,4%; no Centro-Oeste, de 10,5%; e no Norte, de 8,8%. Em relação a janeiro do ano passado, a maior alta ocorreu no Norte (13,7%). Em seguida, vêm o Centro-Oeste (8,8%), o Sul (7,7%), o Nordeste (6,5%) e o Sudeste (2,4%).

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Economia

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Emprego foi o maior impulsionador da redução da desigualdade no Brasil

Pesquisa divulgada, nesta sexta-feira (20), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) explora a redução da desigualdade socioeconômica após 2004. Segundo o estudo, a partir de 2004, as famílias, em especial as de baixa renda, foram amplamente beneficiadas pelo aumento da renda total fomentado pela geração de empregos formais, pelo incremento dos níveis de renda individual induzido pelas políticas públicas de salário mínimo, de proteção social e de transferência de renda. Ainda, foram importantes para a ampliação do poder de compra das famílias: a dinâmica da inflação na década de 2000 (que tendeu a um patamar ao redor de 5% entre 2004 e 2011, permitindo a preservação do poder de compra dos rendimentos do trabalho e das políticas públicas), a valorização cambial e barateamento da importação de equipamentos domésticos e de vestuário, o comportamento razoavelmente favorável dos preços dos alimentos, e o aumento do acesso ao crédito no período. Assim, a queda da desigualdade econômica ocorreu em um ambiente macroeconômico mais consistente.

Redimento

Segundo o estudo, os níveis de rendimentos dos 10% de famílias de maior renda evoluiu abaixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) durante o período 2001-2011 e o rendimento dos 50% de famílias de menor renda apresentou ganhos mais expressivos que os observados para o PIB, enquanto o nível de rendimento médio acompanhou o incremento do produto.O estudo mostra que a queda da desigualdade esteve associada à expansão do consumo das famílias, que, desde 2004, têm se mantido em um patamar ao redor de 60% do PIB.Acrescida a parcela do consumo público, o consumo tem garantido 80% do PIB, tendo o investimento uma trajetória instável e insuficiente em igual intervalo de comparação. Assim, se a desigualdade de rendimentos caiu, a redução do diferencial de acesso dos diversos estratos da população a bens públicos (que dependem de investimentos), como educação, saúde, água e saneamento, proteção trabalhista e social, habitação, mobilidade urbana, entre outros, foi lenta, exceto quanto ao ingresso na educação básica.

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Geração de emprego

O estudo mostra a importância do mercado de trabalho para a redução da desigualdade de renda corrente, e aponta que avanços mais expressivos na redução da desigualdade social dependerão da capacidade de o país estabelecer uma dinâmica sustentada e distributiva do investimento. É grande a expectativa quanto à continuidade da queda da desigualdade em todas as suas formas, em especial à desigualdade no acesso a renda e a direitos.

O estudo está disponível no site do Ipea

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Juros básicos da economia sobem para 12,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou ontem os juros básicos da economia (Selic) de 12,25% para 12,75% ao ano. Com essa decisão, já esperada por economistas do mercado financeiro, a taxa volta ao mesmo nível de seis anos atrás, quando o mundo ainda absorvia os primeiros efeitos da crise financeira internacional iniciada em 2008. Com a elevação, os fundos de renda fixa estenderam ainda mais sua atratividade em relação à poupança, ficando mais vantajosos do que a caderneta em quase todos cenários.

A elevação dos juros, decidida de forma unânime pelo colegiado, foi a quarta consecutiva. A primeira, logo após a eleição presidencial de outubro de 2014, surpreendeu os agentes econômicos. Na ocasião, a Selic subiu de 11% para 11,25% ao ano. Nas duas reuniões seguintes, foram promovidos aumentos como o de ontem, de meio ponto. Por enquanto, a projeção do mercado é de um novo avanço, para 13% ao ano, na reunião de abril - nível que tende a permanecer até o início de 2016. O aumento da taxa é estratégia para combater a inflação.

De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), fundos de renda fixa com taxas de administração de até 2% ao ano rendem mais do que a poupança independentemente do prazo de resgate. À taxa de 2,5%, a caderneta só é mais vantajosa no curto prazo, caso haja resgate em até seis meses. Em um ano, à mesma taxa, o rendimento é o mesmo que o da poupança.

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Em manifesto, indústrias e sindicatos pedem mudanças na economia

Industriais brasileiros costuram com as centrais sindicais um texto conjunto, batizado "Manifesto da Coalizão Capital-Trabalho para a Competitividade e o Desenvolvimento", para pedir foco das políticas públicas ao setor. O manifesto, a ser anunciado neste mês, será endereçado à presidente Dilma Rousseff, ao Congresso e aos governadores, mas também cita os ministros da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento.O documento, obtido pelo jornal "O Estado de S. Paulo", foi preparado por 39 entidades industriais e pelas principais centrais sindicais. "A competitividade da indústria de transformação nacional está sendo destruída", dizem as entidades, que listam quatro eixos para o ataque: os juros elevados (e que continuam aumentando), o câmbio ainda valorizado, a carga tributária que também está em elevação pelo governo e a cumulatividade de impostos.Neste ponto, as empresas afirmam que "os tributos escondidos que incidem cumulativamente, por exemplo, sobre as cadeias da construção civil, automotiva e de máquinas e equipamentos oneram adicionalmente os produtos nacionais entre 10% a 15%". Além de pedir racionalidade da política monetária, os industriais querem desoneração de impostos. Ou seja, o oposto do que tem sido praticado pelo governo federal, por exemplo, desde o início de 2015.Além do aumento de impostos sobre o crédito ao consumidor e sobre combustíveis anunciado em janeiro, de R$ 20,6 bilhões, o governo também anunciou na semana passada a elevação do tributo sobre o faturamento das empresas antes beneficiadas com a desoneração da folha de pagamentos. "A indústria de transformação tem a maior carga tributária entre todos os setores da economia, pois de tudo o que produz 45% viram impostos. A sociedade brasileira não aguenta mais aumento de imposto", dizem as entidades.SeguroIndustriais e sindicalistas também apontam o dedo, de forma indireta, para a proposta de apertar benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego: "Precisamos equilibrar as contas públicas pela racionalização e transparência das despesas, preservando os direitos sociais e trabalhistas".Em 2014, a indústria de transformação registrou um gigantesco déficit comercial, de US$ 111 bilhões.

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Com isso, advogam as empresas, os empregos são gerados no exterior, e não no Brasil. Neste ponto está a senha para a chamada "coalizão" entre industriais e trabalhadores. "A questão que se coloca à sociedade, ao governo, ao Congresso Nacional e à Nação é: queremos ter uma indústria no País ou queremos vê-la sucateada como está ocorrendo?", questionam as entidades no documento.Entre as entidades que assinam o documento estão o Instituto Aço Brasil, Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) entre outros. Pelas sindicalistas estão Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), além dos maiores sindicatos do País, dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, e dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical.

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Produção da indústria sobe em janeiro, mas faturamento recua

Horas trabalhadas na produção avançam 1,9% frente a dezembro de 2014.Faturamento industrial, porém, teve terceira queda seguida no último mês.

As horas trabalhadas na produção da indústria, indicador relacionado com o nível de atividade, registraram alta 1,9% em janeiro deste ano, em comparação com o mês anterior, mas o faturamento do setor registrou o terceiro mês seguido de queda nesta comparação, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio dos indicadores industriais.“Esse resultado sugere que a enfraquecida demanda doméstica segue como um limitador adicional à recuperação da indústria”, avaliou a entidade, por meio de nota à imprensa. De acordo com a CNI, as horas trabalhadas na produção, embora tenham crescido frente a dezembro do ano passado, tiveram queda de 8% na comparação com o primeiro mês de 2014.Apesar da queda no faturamento, a indústria mantém estável o emprego pelo segundo mês consecutivo, informou a entidade. "No entanto, esse indicador está 3,5% abaixo do registrado em De acordo com a CNI, a indústria operou, em média, com 81,5% da capacidade instalada em janeiro, 0,4 ponto percentual acima do registrado em dezembro do ano passado. "Mesmo com a alta, a utilização da capacidade instalada ainda está 0,3 ponto percentual abaixo do resultado de janeiro do ano passado, o que sinaliza ociosidade do parque fabril", avaliou.A pesquisa mostra ainda, de acordo com a entidade, que a massa salarial na indústria recuou 0,5% entre janeiro e dezembro. Contudo, o rendimento médio real cresceu 0,3% no período. "O rendimento médio ainda mostra crescimento porque há certa inércia dos reajuste salariais de 2014 e os efeitos da redução do emprego na indústria ainda é parcial", informou a CNI.

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A partir de março, o que esperar da economia?

O Brasil fechou o ano com um dos piores resultados nas contas públicas da históriaO País avançou apenas 0,2% nos três primeiros trimestres do ano passado. Saiu da recessão técnica, mas a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser a menor desde 2009, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. Ainda, o Brasil fechou o ano com um dos piores resultados nas contas públicas da história. Os juros, após um longo ciclo de baixa, voltaram a subir. O dólar continua oscilando em alta. Após sucessivos recordes de baixa, a taxa de desemprego parou de cair. A indústria decepcionou, apesar da importante recuperação no terceiro trimestre. Outro pilar do crescimento, o consumo das famílias desacelerou após anos de crescimento.No cenário internacional, a queda nos preços das matérias-primas (commodities), com a menor demanda da China por estes insumos, não tem favorecido as exportações brasileiras. E o fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos, pelo Federal Reserve, devolveu a volatilidade e incerteza a mercados emergentes como o Brasil.O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está comandando um severo ajuste fiscal com cortes de gastos e aumento na arrecadação de impostos, além de uma meta de superávit primário de 1,2% do PIB, para colocar a “casa em ordem”.Com esse cenário, quais os rumos da economia em 2015? A condução da nova política econômica será crucial para determinar o reequilíbrio do País Só não há consenso quanto à eficácia dessa medida para recuperar a saúde da economia. E seu sucesso dependerá de pequenas partes dessa engrenagem, entre elas, as decisões de investimento das empresas, a concessão de crédito pelos bancos e a confiança do consumidor para voltar a injetar dinheiro na economia.

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Mercado de trabalho pode sofrer grandes perdas em 2015

As dificuldades do baixo crescimento econômico do ano passado, e a possível recessão deste ano, e ainda os efeitos de medidas adotadas devem gerar consequências negativas no mercado de trabalho brasileiro ainda neste ano. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical destacam a necessidade da ações compensatórias aos cortes anunciados na política fiscal, para que as consequências não sejam tão graves. Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da área de Economia Aplicada da FGV/Ibre e especialista em mercado de trabalho, aponta para mudanças nas casas brasileiras, com a projeção de crescimento nulo na renda, considerando a inflação, e a pressão para que integrantes que estavam fora do mercado de trabalho passem a buscar ocupação devido a demissões na família.Impacto na renda das famílias deve incentivar pessoas fora do mercado a procurar empregoNesta sexta-feira (27), dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho mostraram o pior saldo na geração de emprego para janeiro em seis anos. O número de trabalhadores admitidos no mês foi menor do que o total de demissões. Ocorreram 1.600.94 admissões contra 1.681.868 desligamentos. No mesmo dia, Firjan e Fecomércio-RJ criticam a redução da desoneração sobre folha de salários.As novas regras de concessão do seguro-desemprego também começaram a valer neste sábado, em relação a cinco benefícios trabalhistas e previdenciários. O trabalhador que for demitido a partir de agora terá que comprovar vínculo com o empregador por pelo menos 18 meses nos 24 meses anteriores, na primeira vez em que requerer o benefício. Na segunda, terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores. A partir do terceiro pedido, o período voltará a ser de seis meses.Novas regras no seguro-desemprego valem a partir deste sábadoVagner Freitas, presidente da CUT, em conversa com o JB por telefone antes desses números serem anunciados e da medida entrar em vigor, comentou que construir uma política econômica apenas para segurar o desempenho da economia, e com as medidas que foram anunciadas, se não houverem mesmo medidas compensatórias, como tem se anunciado que deve ter, para incentivar o crescimento, claro que a paralisação da economia significa diminuir atividade econômica, que significa diminuir oferta de emprego.

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"O Brasil tem tido um processo de expansão do emprego no mercado de trabalho, por conta de uma política econômica adotada, que propiciou isso. Então, o governo tem se vangloriado, e corretamente, tanto o governo Lula quanto primeiro governo Dilma, de bater recorde de geração de emprego, e isso é um ativo importante para o governo. Agora, nós estamos preocupados, porque com a crise econômica, da forma como ela está se alastrando hoje, e com a retração do mercado de trabalho no mundo inteiro, o Brasil vinha sendo quase que uma exceção à regra. O que a CUT tem preocupação é que não haja alteração na política econômica", disse Vagner.De acordo com ele, a CUT quer entrar nesse debate, para fazer propostas econômicas que barateiem o crédito e incentivem o crescimento do mercado interno, para a geração de emprego continuar. "Ficamos, sim, preocupados com as primeiras medidas, porque nós achamos que, até agora, elas foram apenas medidas de corte e enquadramento. Nós queremos medidas de expansão e crescimento."O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, por sua vez, apontou par aumagrande preocupação, que vem desde o ano passado, principalmente com os efeitos da conjuntura no setor industrial. "A coisa agravou muito", acredita. "O cenário que nós estamos vendo é muito complicado. Vai aumentar muito o desemprego, sem nenhuma perspectiva ainda de futuro, porque não tem uma medida para alavancar otimismo."Para Miguel, seria preciso enfrentar a crise como foi feito com a de 2008, com incentivo ao aquecimento da economia, e não com restrições.Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Ibre, destaca a projeção de aumento da taxa de desemprego, como um reflexo da economia estagnada por longo período e à expectativa dos agentes em relação à piora. Índices de confiança da FGV indicam uma piora tanto do lado do consumidor quanto do das empresas, em relação ao desempenho dos negócios e ao emprego. "O ajuste fiscal anunciado e também o provável aumento da taxa Selic devem deteriorar o mercado de trabalho. Provavelmente, isso deve começar com um aprofundamento das demissões, o que já vem ocorrendo em alguns setores, como o da indústria, e que deve se propagar para o setor de serviços."Com o aumento na taxa de desemprego, deve diminuir também a pressão sobre os salários, pois deve diminuir o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações. A família deve ter uma perda de renda, por causa de um aumento menor na renda e também porque alguns membros da família devem perder o emprego. Aqueles que estavam fora do mercado de trabalho, com isso, voltarão a participar, o deve aumentar a PEA (População Economicamente Ativa) e pressionar o desemprego, num segundo momento, explica Moura.

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Um terceiro fator que deve elevar o desemprego, aponta o pesquisador, é a questão do seguro desemprego, que deve gerar um "rally de demissões", se já não está gerando. Muita gente vai querer entrar num acordo com as empresas, forçar demissão, para poder receber o seguro desemprego. Além disso, muitos que forem demitidos a partir de hoje, não poderão ter acesso ao seguro desemprego.Para Moura, esse ajuste no seguro é um bom exemplo de como um ajuste fiscal pode afetar o mercado de trabalho, neste caso, diretamente. O aumento de impostos, por outro lado, também deve implicar em em aumento de custos para a empresa, que repassarão os custos para preço ou vão diminuir a produção,o que também implica em demissões.Para 2016, projeta, a tendência é que a taxa de desemprego continue aumentando, como reflexo do baixo crescimento deste ano.

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O sistema financeiro trava a economia do paísNão é mais possível não vermos o papel dos atravessadores que travam a economia. Não há PIB que possa avançar com tantos recursos desviados.

A conta é simples.O crédito no país representa cerca de 60% do PIB. Sobre este estoque incidem juros, apropriados por intermediários financeiros. Analisar esta massa de recursos, na sua origem e destino, é por tanto fundamental.É bom lembrar que o banco é uma atividade “meio”, a sua produtividade depende de quanto repassa para o ciclo econômico real, não de quanto dele retira sob forma de lucro e aplicações financeiras. Aqui simplesmente foram juntadas as peças, conhecidas, pare evidenciar a engrenagem, pois em geral não se cruza o crediário comercial com as atividades bancárias formais e os ganhos sobre a dívida pública, e muito menos ainda com os fluxos de evasão para fora do país.O principal entrave ao desenvolvimento do país aparece com força.O reajuste financeiro é vital, não o reajuste fiscal proposto, compreensível este último mais por razões de equilíbrios políticos do que por razões econômicas.(Aqui vai o esqueleto do artigo de 14 páginas sobre o sistema, veja o artigo completo aqui.)Pense que o crediário cobra por exemplo 104% para “artigos do lar” comprados a prazo. Acrescente os 238% do rotativo no cartão, os mais de 160% no cheque especial, e você tem neste caso mais da metade da capacidade de compra dos novos consumidores drenada para intermediários financeiros, esterilizando grande parte da dinamização da economia pelo lado da demanda. O juro bancário para pessoa física, em que pese o crédito consignado, que na faixa de 25 a 30% ainda é escorchante, mas utilizado em menos de um terço dos créditos, é da ordem de 103% segundo a Anefac.A população se endivida muito para comprar pouco no volume final. A prestação que cabe no bolso pesa no bolso durante muito tempo. O efeito demanda é travado.Os bancos e outros intermediários financeiros demoraram pouco para aprender a drenar o aumento da capacidade de compra do andar de baixo da economia, esterilizando em grande parte o processo redistributivo e a dinâmica de crescimento.Efeito semelhante é encontrado no lado do investimento, da expansão da máquina produtiva, pois se no ciclo de reprodução o grosso do lucro vai para intermediários financeiros, a capacidade do produtor expandir a produção é pequena, acumulando-se os efeitos do travamentos da demanda e da fragilização da capacidade de reinvestimento.

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Quanto ao financiamento bancário, os juros para pessoa jurídica são proibitivos, da ordem de 40 a 50%, e criar uma empresa nestas condições não é viável. Existem linhas de crédito oficiais, mas compensam em parte apenas a apropriação dos resultados pelos intermediários financeiros.Terceiro item da engrenagem, a taxa Selic. Com um PIB de 5 trilhões, um por cento do PIB representa 50 bi. Se o superávit primário está fixado em 4% do PIB, por exemplo, são cerca 200 bi dos nossos impostos transferidos essencialmente para os grupos financeiros, a cada ano. Com isso se esteriliza parte muito significativa da capacidade do governo de financiar mais infraestruturas e políticas sociais. Além disso, a Selic elevada desestimula o investimento produtivo nas empresas pois é mais fácil – risco zero, liquidez total – ganhar com títulos da dívida pública.E para os bancos e outros intermediários, é mais simples ganhar com a dívida do que fomentar a economia buscando bons projetos produtivos, o que exige identificar clientes, analisar e seguir as linhas de crédito, ou seja, fazer a lição de casa. Os fortes lucros gerados na intermediação financeira terminam contaminando o conjunto dos agentes econômicos.Assim entende-se que os lucros dos intermediários financeiros avancem de 10% quando o PIB permanece em torno de 1%, e o desemprego seja tão pequeno: o país trabalha, mas os resultados são drenados pelos crediários, pelos juros bancários para pessoa física, pelos juros para pessoa jurídica e pela alta taxa Selic. É a dimensão brasileira da financeirização mundial.Fechando a ciranda, temos a evasão fiscal. Com a crise mundial surgem os dados dos paraísos fiscais, na faixa de 20 trilhões de dólares segundo o Economist, para um PIB mundial de 70 trilhões. O Brasil participa com um estoque da ordem de 520 bilhões de dólares, cerca de 25% do nosso PIB. Ou seja, estes recursos que deveriam ser reinvestidos no fomento da economia, não só são desviados para a especulação financeira, como sequer pagam os impostos no nível devido.Já saíram, por exemplo, os dados do Itaú e do Bradesco no Luxemburgo, bem como domispricing (fraude nas notas fiscais) que nos custa 100 bi/ano, enviados ilegalmente para o exterior, segundo pesquisa do Global Financial Integrity, além dos fluxos canalizados pelos HSBC e outros bancos.Junte-se a isto o fato dos nossos impostos serem centrados nos tributos indiretos, com os pobres pagando proporcionalmente mais tributos do que os ricos, e temos o tamanho do desajuste. De certa forma, temos aqui o espelho do que o Pikettyanalisa para os países desenvolvidos. O artigo completo abaixo constitui uma sistematização do mecanismo, apresentado de uma forma que qualquer não economista possa entender. E se trata do bolso de todos nós. As contas batem. Os dados são conhecidos, aqui se mostra como se articulam.

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O texto anexo não é um “artigo” de opinião acadêmica, e sim um relatório sobre como a engrenagem foi montada. Uma ferramenta que espero seja útil para nos direcionarmos, pois precisamos de muito mais gente que se dê conta de como funciona o nosso principal entrave.Não há PIB que possa avançar com tantos recursos desviados. O problema não é só de um “ajuste fiscal”, e sim de um ajuste fiscal-financeiro mais amplo.Tanto o consumidor, como o empresário-produtor e o Estado na sua qualidade de provedor de infraestruturas e de políticas sociais têm tudo a ganhar com isto. Um empresário com quem discuti este texto me disse que estava gastando mais com juros do que com a folha de pagamento. Aqui temos até interesses comuns entre empresários efetivamente produtivos, situados na economia real, e os trabalhadores que querem se tornar mais produtivos e ganhar melhor.Não é mais possível não vermos o papel dos atravessadores que travam a economia.

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Especialistas dão dicas para empresários driblarem a crise

Combustível e energia elétrica mais caros. Pacotes com medidas impopulares. Dólar subindo. Possibilidade de rodízio no abastecimento de água. O momento da economia brasileira não é dos mais promissores. Com tantas más notícias no início de 2015, a hora é de cautela, principalmente para quem tem um negócio e pretende deixá-lo imune à crise. Pensando nisso, o Diário preparou um lista com oito dicas para comerciantes, pequenos e grandes empresários não deixarem se abater pela crise. São conselhos dados pelo Sebrae para que a empresa não fique no sufoco e permaneça firme nesse momento turbulento. Quando a situação do País melhorar, o negócio vai estar muito mais forte. "São ações que devem ser seguidas durante qualquer momento econômico do País, pois facilitam a administração da empresa. Quando a gestão é profissionalizada, o empresário sente menos os impactos da crise", diz o gerente do Sebrae em Rio Preto, Marcos Amâncio. Segundo ele, é preciso ter bem definidas as áreas financeiras e de marketing. Caso contrário, serão necessários planos de contingência. "Quando se administra da forma correta rotineiramente, tudo acontece com mais naturalidade. Isso facilita, inclusive, as tomadas de decisões."Situação Para o consultor de finanças João Elias Martins, a situação econômica deve demorar um pouco para ter melhora acentuada. "Tudo depende da capacidade e da rapidez para agir do governo nas políticas macroeconômicas, mas espera-se uma melhora a partir do segundo semestre de 2016." Isso não quer dizer que os empresários devem ficar parados esperando a situação melhorar. Segundo Martins, é hora de reorganizar a empresa, estruturar recursos financeiros e, de forma cautelosa, continuar investindo. "Em momentos de crise é que surgem as melhores oportunidades para comprar e para contratar bons profissionais que o mercado dispensou e ainda com salários mais adequados", afirma o especialista. Mas o investimento na empresa deve ser feito sem a tomada de financiamentos, principalmente se os valores forem expressivos. "Pois os juros não estão favoráveis e devem permanecer assim ainda nos próximos dois anos", diz Martins

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Cabe às empresas adotarem medidas inteligentes para que possam continuar crescendo ou mantendo o ritmo de vendas. Além das dicas desta página, Martins sugere também estímulos para o cliente comprar à vista ou com prazo menor para o pagamento e, se possível, financiar as vendas a prazo com capital próprio. Controlar gastos é essencial para empresaRelacionamento. Esse pode ser o fator para escapar ileso à crise econômica vivida pelo país. Ou pelo menos sofrer o menos possível. Combinado a uma gestão profissionalizada - com controle sobre todos os aspectos administrativos - o bom relacionamento com clientes e fornecedores é vital para evitar perdas na empresa. Conquistar novos clientes é sempre bom para a empresa. Mas em momentos de crise econômica, esse não deve ser o foco principal. Fidelizar quem já conhece o serviço pode ser mais importante. Isso acontece oferecendo vantagens ou novas sensações aos clientes. "É preciso oferecer benefícios, mas sem aumentar muito o custo. Valorizar a experiência de compra do cliente faz diferença", diz o gerente do Sebrae em Rio Preto, Marcos Amâncio.O salão de beleza Puhblic Hair, por exemplo, está lançando dois novos atrativos para os clientes. O primeiro é focado em grávidas. É o "Gestante Beauty Day". O dia é todo voltado ao atendimento e embelezamento de mulheres grávidas. Elas podem fazer hidratação, corte, escova, reflexologia, entre outros. Basta agendar.O outro serviço é aberto para todos os tipos de clientes. De terça a sexta-feira, os clientes podem juntar um grupo e fechar a unidade do Centro por algumas horas para fazer a própria festa. Aniversários, despedidas de solteiro, outras comemorações especiais ou simplesmente um happy hour. O pacote completo inclui bebidas, aperitivos, som e iluminação. Além dos serviços estéticos."Criamos essas novas ações com o objetivo de utilizar mais o espaço em dias de menos movimento, além de ser diferente e uma nova opção", diz Patricia Mota, uma das proprietárias do salão. Com o fornecedor, cultivar a boa relação também é fundamental. Não se trata de ganhar privilégios ou obter vantagens ilícitas. O relacionamento vai ajudar a conseguir melhores prazos, bons descontos e garantia de entrega. "Resumindo, boas relações trazem boas negociações", diz Amâncio.EstoqueEm tempos de crise, o empresário precisa cuidar como nunca do seu capital de giro. Qualquer falha pode prejudicar as finanças e comprometer a saúde econômica da empresa. Pensando nisso, não dá para errar com o estoque. O controle deve ser rígido para que nem sobre nem falte.

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Afinal, se tem muito de um mesmo produto estocado é sinal de que há dinheiro parado. E se falta algum produto, o atendimento ao cliente está comprometido e uma má impressão pode ser criada. Para otimizar o estoque, a proprietária do K Bistrô, Karina Macri Zanon, fez mudanças na hora de comprar. A análise das vendas e a quantidade de cada produto estão mais precisas. "Buscamos fornecedores que entregam semanalmente e diariamente. Com isso, reduzimos consideravelmente o desperdício de mercadorias." Os benefícios foram inúmeros, diz. "Melhoramos a qualidade dos produtos, pois eles são mais frescos, e também o fluxo de caixa da empresa. O controle evita gastos desnecessários e que o lucro fique parado no estoque. Isso é essencial para a sobrevivência da empresa."

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Governo lança programa para agilizar abertura e fechamento de empresas

Projeto chamado de Bem Mais Simples foi apresentado em Brasília. Empresas poderão ser fechadas por meio de site na internet.

O governo lançou nesta quinta-feira (26) o programa Bem Mais Simples, que tem objetivo de facilitar fechamento e abertura de empresas no país. De acordo com o projeto, empresários poderão agora encerrar seus empreendimentos em um site na internet (www.empresasimples.com.br), por meio da chamada baixa automática. As dívidas das micro e pequenas empresas serão repassadas automaticamente para os CPFs dos proprietários.Segundo o ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, que discursou em evento de divulgação do programa, o governo pretende promover a "desburocratização" no dia a dia das empresas.O sistema de baixa automática começou a ser aplicado no Distrito Federal desde outubro do ano passado, como teste. Atualmente, micro e pequenos empresários devem protocolar os atos de extinção na Junta Comercial, com o comprovante do Distrato Social – documento que especifica os motivos da dissolução da empresa e como será a partilha dos bens entre os sócios – e a Certidão Negativa de Débito (CND), fornecida pela Secretaria da Receita Previdenciária.Segundo a secretaria da Micro e Pequena Empresa, com o sistema de fechamento de empresas pela internet, os micro e pequenos empresários serão dispensados de apresentar certidões de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas.A presidente Dilma Rousseff, que também discursou no evento, cobrou uma ação integrada dos ministérios para eliminar os trâmites burocráticos desnecessários que afetam as empresas."Criamos a obrigação de todos os ministérios de tomar um conjunto de atitudes no prazo até abril, de apresentar aquilo que pode ser reduzido a pó. Aquilo que não vai funcionar mais. E ao, mesmo tempo, todos os processos e sugestões para que possamos ter um cronograma. Os ministros hoje já saem daqui com uma tarefa. Até 20 de abril deverão apresentar uma lista com todos os normativos existentes em suas áreas que foram superados e devem e podem ser eliminados de imediato", disse a presidente.

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Outros pontos do projetoDe acordo com o ministro Guilherme Afif Domingos, o programa prevê, além da baixa automática na internet, a unificação dos cadastros do cidadão que pretende abrir uma micro ou pequena empresa em todos os órgãos públicos responsáveis pela abertura de empresas; concentrar o atendimento dos serviços públicos voltados para abertura de empresas em um mesmo lugar; e a disponibilização das informações de cada micro e pequeno empresário em um único sistema.Após o lançamento do programa, Afif explicou que todas as ações previstas no plano deverão ser implementadas em até três anos. No Palácio do Planalto, ele explicou que as medidas para facilitar o fechamento das empresas passarão a valer a partir desta quinta e as de unificação do cadastro e acesso ao serviço em um local, até 2017. Outra meta, segundo ele, é que uma micro ou pequena empresa possa ser aberta no Brasil no prazo de cinco dias.Segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, atualmente são exigidos no Brasil 20 documentos e cadastros para a abertura de empresas, enquanto, em Portugal, são exigidos três. No brasil, são necessários, em média, 102 dias para a abertura de micro e pequenas empresas, enquanto no país europeu, são necessários dois, e nos Estados Unidos, quatro.Para a presidente Dilma Rousseff, o Bem Simples é um dos programas mais importantes do governo. Segundo ela, a abertura e o fechamento de empresas serão “transformados” e o governo tem compromisso em agilizar o processo.“Dizia-se que era difícil abrir uma empresa no Brasil, e impossível fechar. Com isso [o plano], nós, hoje, rompemos com essa que era uma realidade no Brasil. E o benefício será para todos os brasileiros. Você pode ter o seu negócio e saber que vai fechar e abrir quando for do seu interesse”, argumentou a presidente.'Peso' do EstadoNo discurso de lançamento do plano, a presidente ressaltou que é preciso tirar das costas do cidadão o “peso” do Estado. Dilma destacou que as pessoas precisam ser tratadas de forma civilizada, sem a exigência de “vários papéis” para que alguém prove ser honesto.A uma plateia formada por ministros, empresários e convidados, ela enfatizou que o cidadão precisa ser tratado como alguém honesto.“Para nós, o cidadão brasileiro é honesto, trabalhador e não desiste nunca. Esse eu considero o nosso princípio norteador. O que nós temos de fazer é tornar o Estado brasileiro um peso muito menor do que é hoje nas costas dos cidadãos e empresários, além de todos os agentes, sejam ONGs ou movimentos sociais e todos aqueles que, de uma forma ou de outra, entram em contato com o Estado”, afirmou.

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InformatizaçãoAfif Domingos defendeu a informatização dos dados, mas disse que é preciso desburocratizar os processos. Para o ministro, atualmente há sistemas que permitem aos órgãos públicos fazer o “cará e crachá” dos empresários de forma mais rápida do que se fazia há algumas décadas.“Nós temos hoje, dentro de cada ministério, de ver o que está sendo feito. Tem muitos portais, ações dispersas. Temos que fazer a unificação. Temos de ter sistemas unificados, que devem ser desburocratizados e informatizados. Hoje já tem muita coisa que é informatizado, mas tem burocracia. Por exemplo, um processo é todo informatizado, mas exige 50 procedimentos, enquanto poderia ser só um”, disse.Questionado sobre quando custará ao governo a implementação do plano, Afifdisse que a “turma” só se preocupa com os gastos, mas é preciso entender, segundo ele, que quanto mais simples for o processo de abertura de empresas, menor será a informalidade e, assim, o governo arrecadará mais.

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Cai percentual de famílias inadimplentes, diz CNCCautela no consumo e taxas de juros mais elevadas levaram à redução. O cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros alcançou 57,8% em fevereiro - em janeiro era de 57,5%, e em fevereiro de 2014 era de 62,7%. Já o índice de famílias inadimplentes (com dívidas ou contas em atraso) diminuiu na comparação mensal – de 17,8% em janeiro para 17,5% em fevereiro. Também houve queda no percentual de famílias inadimplentes em relação a fevereiro de 2014, quando o indicador alcançou 19,7%. O levantamento é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável na comparação mensal, aumentando, contudo, em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 6,4% em fevereiro de 2015, ante 5,9% em fevereiro de 2014.“Fatores sazonais relacionados ao maior comprometimento de renda das famílias com gastos extras de início de ano ajudam a explicar essa alta mensal. Na comparação anual, entretanto, manteve-se a tendência de queda. A maior cautela do consumidor em relação ao consumo, além das taxas de juros mais elevadas, levou à redução não apenas do endividamento, mas também dos indicadores de inadimplência”, explica Marianne Hanson, economista da CNC.Segundo ela, a diminuição do número de famílias com contas ou dívidas, tanto na comparação mensal quanto em relação ao mesmo período do ano anterior, reflete a moderação do crescimento do crédito para as famílias e o perfil mais favorável de endividamento, concentrando-se em modalidades de risco mais baixo e prazos mais longos, o que melhorou a percepção das famílias em relação ao seu endividamento e manteve a inadimplência em patamares baixos.O estudo ainda mostra que houve melhora também na percepção das famílias em relação ao seu endividamento, com recuo na proporção daquelas que se declararam muito endividadas, que alcançou, este mês, o menor patamar da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2010.

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A proporção das famílias que se declararam muito endividadas diminuiu entre os meses de janeiro e fevereiro – de 10,0% para 9,7% do total de famílias – o menor patamar da pesquisa desde seu início, em janeiro de 2010. Na comparação entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 24,3% para 20,9%, e a parcela pouco endividada passou de 26,3% para 27,2% do total de famílias.

Tempo de atrasoEntre as famílias com contas ou dívidas em atraso o tempo médio de atraso foi de 60,5 dias em fevereiro de 2015 – acima dos 58,2 dias de fevereiro de 2014. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,1 meses, sendo que 24,3% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 33%, por mais de um ano.Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 30,9% para 28,8%, e 18,2% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.

Tipos de dívidaO cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 70,9% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 18%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 14,5%. Entre as famílias com renda até 10 salários mínimos, cartão de crédito, por 72,5%, carnês, por 19,2%, e financiamento de carro, por 11,4%, são os principais tipos de dívida apontados. Já entre aquelas com renda acima de 10 salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em fevereiro de 2015 foram cartão de crédito, para 63,4%, financiamento de carro, para 28,7%, e financiamento de casa, para 17,8%.

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Economia brasileira tem dificuldades para sair do "atoleiro", diz revistaThe Economist diz que economia brasileira está uma bagunça, com problemas maiores do que o governo admite.

O Brasil gasta mais do que arrecada. Nas contas externas, o que sobra é um buraco, que costuma ser preenchido com investimento estrangeiro. Por isso, o que o resto do mundo pensa sobre o Brasil é importante demais pra gente.Em 2009, a revista britânica The Economist fez uma capa que virou um ícone. Ela mostrava o Cristo Redentor propulsionando. O Brasil era um país que decolava.O tempo passou. O país se descolou dos demais emergentes. E em 2013, o mesmo Cristo mergulhou em parafuso. E a pergunta: “Será que o Brasil estragou tudo?”Agora, mais uma vez o país do Carnaval estampou a capa da The Economist para a América Latina. Dessa vez a imagem é de uma passista presa em um pântano de gosma verde. O título: “O atoleiro do Brasil".Para a revista, nossa economia está uma bagunça, com problemas maiores do que o governo admite ou do que os investidores parecem perceber. A Economist diz que boa parte dos problemas nasceram do próprio governo, que adotou um modelo de capitalismo de Estado. E que "a hora de colocar tudo no lugar é agora".Se serve de consolo, o editorial arremata dizendo que mesmo com todos os seus problemas, o país não está tão mal quanto a Rússia.

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Levy nega problemas na economia brasileira e aposta em novo ciclo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira que "não existe nada problemático" na economia brasileira, mas advertiu que é necessário "tomar decisões rápidas" para gerar um novo ciclo de crescimento que inclua dar mais impulso para as exportações.Em boletim divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado prevê um encolhimento de 0,5% do PIB neste ano."Não há nada de problemático na economia brasileira. Ainda há inúmeras vantagens no país, como nosso capital humano. Temos certeza de que temos condições de fazer essa reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade", afirmou Levy na câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo.Para Levy, no entanto, o governo deve "tomar decisões rapidamente" e "criar e consolidar um novo ambiente, criar as bases para um novo ciclo de crescimento, se valendo dos recursos naturais, um crescimento baseado no nosso capital humano e na nossa capacidade de poupança".O ministro reiterou que o governo da presidente Dilma Rousseff "tem vontade e meios para fazer os ajustes necessários" para retomar o crescimento econômico.Levy defendeu as mudanças em alguns benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego, e disse que os ajustes vão deixar estes "instrumentos mais fortes".Uma das saídas para a economia, segundo é Levy, é o comércio exterior, após a balança comercial registrar em 2014 o primeiro déficit dos últimos 14 anos, com um saldo negativo de US$ 3,93 bilhões."É preciso aumentar o vínculo do Brasil com a economia mundial porque o mercado está em transformação. Devemos nos incluir mais nas cadeias de produção, com mais agressividade, mais combatividade para crescer novamente nos mercados estrangeiros", sustentou o ministro.

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Decisão para alta do emprego deve ser tomada logo, diz Levy

Ministro da Fazenda defende medidas de ajuste como uma forma de o País criar mais empregos

O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu as medidas de ajuste econômico que têm sido introduzidas na administração federal como uma forma de o País voltar a criar mais empregos. Em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo, Levy disse que “as decisões que vão levar ao crescimento do emprego” devem começar “a ser tomadas logo”.“As estatísticas mostram que só foram criados 150 mil empregos formais no ano passado. Portanto, temos de sinalizar mudanças rapidamente, para dar tempo de reverter, ainda este ano, essa tendência de estagnação”, afirmou o ministro.De acordo com Levy, a diminuição de subsídios, incentivos fiscais e ajustes em benefícios previdenciários e trabalhistas não vão “fazer o País parar”.Sucintamente, o ministro criticou a maneira que a política econômica vinha sendo conduzida no País, o que teria contribuído para a diminuição na criação de empregos. “Em 2014, o emprego desacelerou fortemente. Ficou claro que insistir nas políticas anticíclicas não estava dando certo. A incerteza fiscal começou a minas a vontade de investir e isso tinha de mudar. Estamos respondendo a essa realidade.”Levy também disse que não vê ameaça ao cumprimento da meta fiscal deste ano, um dos pilares de sua gestão à frente do Ministério da Fazenda. “Não tenho dúvidas sobre isso. A presidente Dilma vem mostrando total comprometimento com o superávit de 1,2% do PIB [Produto Interno Bruto] para este ano. Há meios para chegarmos lá, sim.”

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Franquia

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Em franquias, mulheres podem faturar até 35% mais que os homens

Segundo pesquisa, mulheres são mais decididas e focadas.Franquias de saúde e beleza, acessórios e fast food são as preferidas.Elas são mães, donas de casa e trabalham fora. E algumas sonham em ter o negócio próprio. Muitas vezes, as mulheres que querem empreender apostam nas franquias. De acordo com uma pesquisa da Rizzo Franchise, nesse setor, elas podem faturar até 35% mais que os homens.Por 10 anos, Heloísa teve loja própria. Trabalhava com roupas. Em 2009, resolveu trocar de negócio e optou por uma franquia de sapatos femininos. Ela não deixa o negócio só nas mãos dos funcionários, todos os dias vai à loja acompanhar o trabalho. Mas diz que é mais fácil administrar uma franquia do que um negócio próprio.“Acho que a maior facilidade de ter uma franquia é poder focar no varejo, na minha equipe de vendas, e não precisar me preocupar com a retaguarda por trás, porque a gente vê um sapato em uma loja ou uma roupa e não imagina o que tem por trás. Então, eu consegui focar naquilo que eu gosto de fazer, que é venda, varejo. Eu não preciso me preocupar com a vitrine que eu vou fazer para o Dia das Mães, a ação que eu vou fazer para o Natal. Isso a gente já recebe pronto. Isso me ajuda bastante no meu dia a dia”, diz Heloísa Costa, franqueada da Santa Solla.Todas as oito funcionárias da loja são mulheres. Heloísa acredita que elas podem ajudar mais nas escolhas das clientes. Uma pesquisa de uma empresa de consultoria especializada em franquias mostrou que nos últimos anos as mulheres perceberam que investir em um negócio era uma alternativa no mercado de trabalho. Para elas, as franquias representam mais segurança porque os produtos são mais conhecidos.As franquias preferidas pelas mulheres são dos setores de saúde e beleza, acessórios pessoais, fast food, vestuário, alimentação especializada, móveis e decoração, produtos e serviços para residências e educação e treinamento.A pesquisa mostrou ainda que as franqueadas podem faturar cerca de 35% a mais que os homens porque as mulheres são decididas, focadas e buscam resultado e satisfação antes mesmo do retorno financeiro.Vanessa abriu a própria empresa na área de estética há cinco anos. Desenvolveu técnicas de micropigmentação em sobrancelhas e atualmente oferece mais de 10 tipos de serviços. Algumas pessoas se interessaram em oferecer estes tratamentos fora de São Paulo.

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Ela então decidiu abrir franquias. Atualmente já são três. Todas administradas por mulheres.“Essas mulheres se tornam minhas parceiras. Elas entendem o que a minha marca quer levar para as pessoas e qual a importância desse serviço. Eu ganhei ajuda de pessoas que querem fazer o negócio dar certo nessas clínicas”, diz Vanessa Silveira, empresária da Clínica VS.

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Mulheres deverão representar 48% de todos os novos franqueados em 2015

As mulheres já representam 42% de todos os franqueados do país. São 56 mil mulheres no Brasil operando franquias de diversos setores e a maioria delas têm entre 46 e 55 anos. Esses são alguns dos resultados da recente pesquisa da Rizzo Franchise -consultoria especializada em pesquisas sobre o Franchising em toda a América Latina. As previsões da pesquisa indicam, ainda, que a participação das mulheres no total de franquias que serão abertas em 2015 será de 48%.Além do crescente número de mulheres, a pesquisa também revela que elas faturam 35% a mais do que os homens em seus negócios próprios. Segundo o especialista em Franchising e autor da pesquisa, Marcus Rizzo, os principais motivos que levam as mulheres a procurarem cada vez mais as franquias e, posteriormente, ter um desempenho maior do que os homens são:• As mulheres são extremamente focadas - se estiverem interessadas, elas irão fundo até chegarem ao que estão querendo;• São auto motivadas - buscam o resultado e a satisfação, antes mesmo da recompensa financeira;• São mais decididas - quando estão à frente de um negócio que as satisfaçam, são verdadeiros tratores."As mulheres participam integralmente dos programas de treinamento e são mais disciplinadas para aprender do que os homens. Além disso, elas têm uma postura mais estável com a equipe de funcionários, gerando, assim, menor rotatividade de pessoal e estão mais presentes no dia a dia do negócio, ao passo que os homens se ausentam mais e tendem a delegar a franquia para funcionários", explica Rizzo.Um exemplo de mulher à frente do próprio negócio, que iniciou um mercado no Brasil quando ele ainda era inexplorado e foi à luta sozinha é Vanessa Silveira, formada em Relações Públicas, que hoje está expandindo sua clínica de micropigmentação por meio de franquias em todo o país.Ela sempre foi apaixonada pelo mercado de Estética e queria lançar algo inédito no Brasil, porém embasado em técnicas avançadas já utilizadas em outros países. Foi aí que resolveu ir estudar no exterior as técnicas de micropigmentação para cobertura de áreas da pele ou remoção de imperfeições, ainda desconhecidas no Brasil. Passou a criar técnicas próprias para Micropigmentação Capilar e Paramédica e, mais recentemente, a Micropuntura, tornando-se sendo referência no país neste mercado. Em 2008, abriu sua primeira clínica em São Paulo e 5 anos depois, sua segunda unidade. No início deste ano, inaugurou sua primeira franquia em Porto Alegre e já fatura anualmente R$ 1,6 milhão. A previsão para 2015 é a abertura de mais 15 unidades da Clínicas VS em várias localidades do Brasil.

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Mulheres deverão representar 48% de todos os novos franqueados em 2015

As mulheres já representam 42% de todos os franqueados do país. São 56 mil mulheres no Brasil operando franquias de diversos setores e a maioria delas têm entre 46 e 55 anos. Esses são alguns dos resultados da recente pesquisa da Rizzo Franchise -consultoria especializada em pesquisas sobre o Franchising em toda a América Latina. As previsões da pesquisa indicam, ainda, que a participação das mulheres no total de franquias que serão abertas em 2015 será de 48%.Além do crescente número de mulheres, a pesquisa também revela que elas faturam 35% a mais do que os homens em seus negócios próprios. Segundo o especialista em Franchising e autor da pesquisa, Marcus Rizzo, os principais motivos que levam as mulheres a procurarem cada vez mais as franquias e, posteriormente, ter um desempenho maior do que os homens são:• As mulheres são extremamente focadas - se estiverem interessadas, elas irão fundo até chegarem ao que estão querendo;• São auto motivadas - buscam o resultado e a satisfação, antes mesmo da recompensa financeira;• São mais decididas - quando estão à frente de um negócio que as satisfaçam, são verdadeiros tratores."As mulheres participam integralmente dos programas de treinamento e são mais disciplinadas para aprender do que os homens. Além disso, elas têm uma postura mais estável com a equipe de funcionários, gerando, assim, menor rotatividade de pessoal e estão mais presentes no dia a dia do negócio, ao passo que os homens se ausentam mais e tendem a delegar a franquia para funcionários", explica Rizzo.Um exemplo de mulher à frente do próprio negócio, que iniciou um mercado no Brasil quando ele ainda era inexplorado e foi à luta sozinha é Vanessa Silveira, formada em Relações Públicas, que hoje está expandindo sua clínica de micropigmentação por meio de franquias em todo o país.Ela sempre foi apaixonada pelo mercado de Estética e queria lançar algo inédito no Brasil, porém embasado em técnicas avançadas já utilizadas em outros países. Foi aí que resolveu ir estudar no exterior as técnicas de micropigmentação para cobertura de áreas da pele ou remoção de imperfeições, ainda desconhecidas no Brasil. Passou a criar técnicas próprias para Micropigmentação Capilar e Paramédica e, mais recentemente, a Micropuntura, tornando-se sendo referência no país neste mercado. Em 2008, abriu sua primeira clínica em São Paulo e 5 anos depois, sua segunda unidade. No início deste ano, inaugurou sua primeira franquia em Porto Alegre e já fatura anualmente R$ 1,6 milhão. A previsão para 2015 é a abertura de mais 15 unidades da Clínicas VS em várias localidades do Brasil.

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EspaçosGourmet

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Varanda Gourmet ganha destaque nas casas

Bem comum aos novos empreendimentos, a varanda gourmet ganha destaque entre os ambientes da casa por ser um espaço de convívio e lazer para a família. Em geral, a estrutura e a decoração do local oferecem condições para o preparo de uma boa refeição e uma agradável receptividade às visitas. Dessa maneira, transformar essa área na “queridinha” da casa não é difícil, mesmo se você dispõe de poucos metros quadrados.Segundo a empresária Zelândia Galvão, à frente da Evviva Bertolini, como em qualquer cômodo da residência, o projeto da varanda ou terraço gourmet deve primeiramente atender às necessidades dos moradores, sempre considerando a dimensão do espaço disponível. “Esta é uma tendência que já se consolidou no mercado, pois é uma proposta moderna e prática de integrar os espaços , conferindo, num mesmo ambiente, o conforto da sala de estar com a descontração da cozinha”, comenta. Quanto a decoração do espaço, não há regras específicas. O importante é tornar o ambiente aconchegante sem cometer exageros. “ Para as varandas mais amplas, investir em uma bancada ou aparador, para apoio das comidas, e mesa e cadeiras confortáveis é o primeiro passo. Também é possível apostar nos revestimentos, que podem seguir o estilo adotado na casa ou tornar o ambiente mais rústico, utilizando porcelanato de madeira, tijolos maciços, entre outros”, revela Zelândia.Outra dica importante para deixar este espaço ainda mais convidativo é trabalhar o paisagismo. O contato visual com a natureza pode ser feito através de vasinhos pendurados na parede, ripados de madeira, cachepôs com plantas maiores, mini-hortas e até mesmo pequenas fontes com plantas aquáticas. Tudo isso confere um toque todo especial. Já para os imóveis que não dispõem à princípio desta área, a arquiteta orienta: “ Apostando em detalhes, é possível transformar a varanda ou terraço convencional em um ambiente charmoso e convidativo”, comenta. A indicação é optar por móveis planejados. Assim, é possível otimizar o espaço e deixá-lo organizado. “Dimensionar esse mobiliário adequadamente é fundamental para que o ambiente tenha área livre e possa comportar mais pessoas. Embutir eletrodomésticos e perceber o que de fato cabe no ambiente é importante para não deixá-lo sobrecarregado, permitindo, assim, a circulação das pessoas”, revela a empresária.

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Além disso, Zelândia também aconselha o uso dos espelhos, que proporcionam uma sensação de amplitude ao local. Para possibilitar mais aconchego ao espaço social, uma boa sugestão é a instalação de um sistema de som ambiente e iluminação indireta. A luminosidade direta do sol sobre os tecidos e a madeira dos móveis e do piso pode danificá-los com o passar do tempo. Caso a varanda não tenha a proteção do vidro, escolha móveis de fibras sintéticas ou de madeira e prefira os tecidos impermeáveis, específicos para áreas externas, pois são materiais de alta durabilidade, que resistem bem ao tempo (chuva, vento e sol).

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Gift Fair espera receber 65 mil lojistas e movimentar R$ 3 bi em negócios

Feira em SP apresenta as novidades para o setor de produtos domésticos.Entre os 700 expositores, seis são de outros países.Uma feira em São Paulo reúne as novidades em artigos para casa. E mesmo em tempos de economia combalida, espera movimentar R$ 3 bilhões em negócios, o mesmo montante registrado no ano passado.Utensílios para casa, decoração, design. Todo ano, a Gift Fair apresenta as novidades para o setor de produtos domésticos. A venda é feita diretamente para os lojistas. Este ano, 65 mil pessoas devem passar pela feira.Em quatro dias de evento, os organizadores calculam que devem ser fechados R$ 3 bilhões em negócios, o mesmo valor do ano passado, mas o setor segue otimista.“O nosso segmento, moda casa, acompanha a construção civil. Tanto quanto condomínios, prédios se constrói, tanto quanto serão consumidos geladeiras, televisores, jogos de panelas, faqueiros e pratos. Então, é um segmento muito forte na economia e tende a se manter num processo crescente sempre”, explica Mauro Jordão, presidente da Girt Fair.Uma marca de utensílios para cozinha participa da feira desde a primeira edição, em 1990. Este ano trouxe 400 produtos novos. O presidente da empresa calcula que deve fechar R$ 300 milhões em vendas no evento.“É uma feira que representa praticamente o faturamento do primeiro trimestre para o mercado brasileiro. Nós recebemos a maioria dos nossos clientes e eles vêm aqui com uma coisa muito importante: eles vêm aqui com o objetivo de fechar negócios”, conta Clovis Tramontina, presidente da Tramontina.Entre os 700 expositores, seis são de outros países. Uma marca italiana de utensílios domésticos aposta nas cores e no design diferenciado para conquistar o mercado brasileiro.“Aqui na Gift a gente tem uma grande possibilidade de atingir um público grande ou apresentar a marca, que na Itália vai comemorar 40 anos no próximo ano, mas aqui no Brasil tem só dois anos de atividade”, diz Andrea Grandi, diretor comercial da Brandani.A feira tem espaço para marcas de todos os tamanhos. Esta é a oitava vez que uma pequena empresa de Santa Catarina participa. O gerente calcula que deve fechar R$ 300 mil em negócios. Durante a feira este ano conseguiu até vender produtos para lojas de outros países.“Aparecem muitas oportunidades no exterior, na América Latina. Então, a gente tem essa frase forte que é ‘mirar no que vê e acertar no que não vê’”, conta Valdemar Retke, gerente da Naxos.

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Estudo

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Neuromarketing

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No final da década de 1990, Gerald Zaltman, médico e pesquisador da universidade norte-americana de Harvard, resolveu usar aparelhos de ressonância magnética para novos fins. Surgia então o Neuromarketing, termo cunhado por Ale Smidts, um professor de Marketing na Erasmus University em Roterdã, Holanda. Essa nova ciência chamou atenção por estudar os principais fenômenos da mente capazes de influenciar o consumidor no momento de decisão de compra. Hoje, das 100 marcas mais importantes no mundo, 23 já utilizam essa técnica. Já se provou que pelo menos 85% de nossas atitudes são tomadas na zona inconsciente do cérebro. Este, por sua vez, é capaz de usar padrões aprendidos, emoções e instintos antigos para criar um contexto com o qual podemos tomar decisões diárias. Optar se compramos ou não algum produto está muito mais ligado a aspectos emocionais do que racionais. Ao trabalhar com essas ideias, o Neuromarketing tornou-se uma ferramenta capaz de obter informações relevantes para o processo de desenvolvimento de um produto ou de um conceito a ser elaborado. Entre as vantagens está a possibilidade de descobrir que sentimento uma campanha de Marketing desperta nas pessoas. Isso permite que uma empresa elabore melhor suas ações e tenha uma fonte de pesquisa mais confiável, já que as tradicionais limitam-se a testar hipóteses, quantificar e descrever o comportamento do consumidor. Ao responder um questionário, as pessoas podem dar respostas que apenas refletem uma experiência recente ou influenciada por terceiros. Já na aplicação do Neuromarketing, as respostas são mais pessoais, pois o grau de emoção que é gerado em um consumidor a partir de um estímulo diz muito mais do que simplesmente a opinião dele. Embora os produtos sejam similares, uns emocionam mais que outros. Essa questão ajuda a identificar, por exemplo, se existe algum conflito de valor ou de atributos. A neuropesquisa tem caráter experimental, uma vez que o foco está em identificar relações de causalidade entre um determinado estímulo e uma reação do consumidor. Estas relações não são detectadas a partir de perguntas, mas sim a partir da observação das reações cerebrais ou do corpo. Conhecer os fatores capazes de gerar uma percepção positiva no público gera uma boa vantagem no mercado. “É preciso ir além de simplesmente atributos e benefícios. Os consumidores pagam mais pela experiência. Óbvio que todos buscam qualidade naquilo que consomem, mas se a empresa consegue agregar valor a partir disso, ela vai além, pois há uma relação direta com emoção, que gera lembrança forte”, explica Billy Nascimento, CEO da Forebrain e Professor da ESPM. Descrever os sentimentos por meio de impulsos elétricos ou fluxo sanguíneo pode se limitar à ideia de que o ser humano possui resposta pronta para certos estímulos. Por isso, os resultados obtidos por meio do

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Neuromarketing, apesar de mais confiáveis, ainda não são 100% assertivos. “Isso significa que teremos de admitir os limites do Neuromarketing, uma vez que esta técnica se centra, tantas vezes exclusivamente, no exercício resultante, assombrando erradamente modelos de representação da existência humana”, comenta Paulo Vieira de Castro, Diretor do Centro de Estudos Aplicados em Marketing do Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto, em Portugal. Nesse contexto, as emoções pessoais e socioculturais também devem ser consideradas, o que explica ainda mais a falta de exatidão. Outra limitação é a impossibilidade de prever as mudanças de comportamento de alguém ou mesmo de estabelecer um padrão perfeito para determinadas ações de Marketing, uma vez que uma série de fatores imprevisíveis pode influenciar a decisão de compra na hora da venda. A chegada da Forebrain ao mercado nacional, em 2010, deu mais visibilidade ao Neuromarketing. Formada por neurocientistas egressos do Laboratório de Neurobiologia do Instituto de Biofísica da UFRJ, a empresa é pioneira no oferecimento de pesquisas voltadas para a área de Marketing. “A aplicação deste estudo para entender o consumidor é algo que será um dos métodos mais utilizados nesse século. Desenvolver produtos que sejam adequados à satisfação do consumidor é muito importante num mundo de milhares de produtos, marcas e experiências. A possibilidade de entender o consumidor profundamente, conseguindo extrair informações que vão além do que ele simplesmente diz é a maior diferença do Neuromarketing. Não é uma metodologia que substituirá os outros métodos, acredito que seja um método complementar”, analisa Billy Nascimento.

Estratégias mentais de compra e consumo

Em nosso inconsciente ocorrem fenômenos que determinam as estratégias mentais de consumo. No processo de compra, por exemplo, as pessoas preferem consumir em locais conhecidos, familiares e sem risco. Situações complexas são mais perturbadoras e podem fazer com que a aquisição de um produto ou serviço não seja realizada. Normalmente, os sites de maior sucesso têm botões e atalhos do tipo “prossiga para o checkout agora”, assim como os itens colocados em primeiro lugar na loja online tendem a vender 75% mais pelo simples fato de ser o primeiro. Outro ponto importante é o efeito visual. Os vídeos funcionam no mundo do e-commerce porque as pessoas usam muito mais o sentido da visão do que os demais. Há inclusive estudos médicos que mostram que o

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Neuromarketing, apesar de mais confiáveis, ainda não são 100% assertivos. “Isso significa que teremos de admitir os limites do Neuromarketing, uma vez que esta técnica se centra, tantas vezes exclusivamente, no exercício resultante, assombrando erradamente modelos de representação da existência humana”, comenta Paulo Vieira de Castro, Diretor do Centro de Estudos Aplicados em Marketing do Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto, em Portugal. Nesse contexto, as emoções pessoais e socioculturais também devem ser consideradas, o que explica ainda mais a falta de exatidão. Outra limitação é a impossibilidade de prever as mudanças de comportamento de alguém ou mesmo de estabelecer um padrão perfeito para determinadas ações de Marketing, uma vez que uma série de fatores imprevisíveis pode influenciar a decisão de compra na hora da venda. A chegada da Forebrain ao mercado nacional, em 2010, deu mais visibilidade ao Neuromarketing. Formada por neurocientistas egressos do Laboratório de Neurobiologia do Instituto de Biofísica da UFRJ, a empresa é pioneira no oferecimento de pesquisas voltadas para a área de Marketing. “A aplicação deste estudo para entender o consumidor é algo que será um dos métodos mais utilizados nesse século. Desenvolver produtos que sejam adequados à satisfação do consumidor é muito importante num mundo de milhares de produtos, marcas e experiências. A possibilidade de entender o consumidor profundamente, conseguindo extrair informações que vão além do que ele simplesmente diz é a maior diferença do Neuromarketing. Não é uma metodologia que substituirá os outros métodos, acredito que seja um método complementar”, analisa Billy Nascimento.

Estratégias mentais de compra e consumo

Em nosso inconsciente ocorrem fenômenos que determinam as estratégias mentais de consumo. No processo de compra, por exemplo, as pessoas preferem consumir em locais conhecidos, familiares e sem risco. Situações complexas são mais perturbadoras e podem fazer com que a aquisição de um produto ou serviço não seja realizada. Normalmente, os sites de maior sucesso têm botões e atalhos do tipo “prossiga para o checkout agora”, assim como os itens colocados em primeiro lugar na loja online tendem a vender 75% mais pelo simples fato de ser o primeiro. Outro ponto importante é o efeito visual. Os vídeos funcionam no mundo do e-commerce porque as pessoas usam muito mais o sentido da visão do que os demais. Há inclusive estudos médicos que mostram que o córtex visual (parte do cérebro que processa as imagens e as transformam em pensamentos) é muito poderoso para criar memórias, além de ser 40 vezes mais rápido do que o cortex não especializado. O consumidor também prefere coisas tangíveis e, por isso, conceitos abstratos que escondem uma série de outras ideias são difíceis de compreender e não prendem a atenção

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A publicidade deve ser direta para manter o público alvo no campo de influência. Em algumas situações, menos é mais. Outra questão é que as pessoas são mais emocionais. Quando há uma emoção associada a um evento, a lembrança é muito mais forte. Além disso, o ser humano tende a ser imediatista, ou seja, prefere os benefícios que um produto poder trazer no presente e não no longo prazo. Da mesma forma, o medo da perda é mais forte do que o potencial de ganho. Por isso, a forma como são colocadas as palavras fazem diferença. Focar no que pode dar certo em um produto ou serviço é muito mais eficiente do que destacar a chance mínima de dar errado.

Desmistificando o Neuromarketing

Apesar de basear análises em mudanças fisiológicas e nas reações diante de um determinado estímulo, como embalagens, peças publicitárias ou a composição de um produto, o Neuromarketing não garante a efetivação da compra. “Só porque pesquisamos o inconsciente, muitos acreditam que somos capazes de induzir o público. Isso é um erro, pois não induzimos ninguém a nada. Simplesmente identificamos e entendemos como os sentimentos operam no momento de consumo e usamos estas informações para que as empresas melhorem a sua comunicação”, afirma Marcos Veçoso, CEO do Grupo Resulta. “As pesquisas nos revelam que embora os produtos sejam similares, uns têm uma capacidade de emocionar mais que os outros. Não significa que estamos apertando um botão de compra automática no consumidor. As ferramentas apenas indicam em qual produto a probabilidade de sucesso é maior. O Neuromarketing não é uma panaceia”, explica Carlos Augusto da Costa, Diretor Adjunto de Mercado e Coordenador do Laboratório de Neuromarketing da FGV Projetos. O Laboratório oferece trabalhos de pesquisa baseados na neurociência no país e trabalha com o desafio de convencer o mercado sobre os benefícios gerados por estas ferramentas. A tendência é que as marcas usem o Neuromarketing para aumentar o grau de acerto de suas decisões, mesmo que algumas empresas ainda questionem a integração entre as observações neurométricas e as pesquisas quantitativas e qualitativas tradicionais. Em curto e médio prazo, a pesquisa tradicional não será substituída. A diferença é que no Neuromarketing não se faz perguntas. Apenas são observadas as reações fisiológicas e emocionais das pessoas que abrem um novo leque de respostas. O processo de tomada de decisão no momento do consumo é complexo e pouco racional, uma vez que as pessoas têm a sua disposição uma variedade enorme de produtos e a escolha entre um e outro leva em conta elementos que nem sempre são percebidos. Pela sua própria condição muito subjetiva, fica mais claro perceber que boa parte das decisões de consumo são emocionais e não racionais.

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Como funciona o processo de tomada de decisão

O processo da compra começa pela visão do produto e passa pela emoção causada por ele. As lembranças, seja pelo cheiro, tato ou formato de embalagem, fazem com que um seja escolhido em detrimento do outro. O Neuromarketingmonitora a atenção, a emoção e, por fim, o potencial de memorização. Isso significa que ao retornar no ponto de venda, a pessoa terá uma memória do item no subconsciente e é provável que volte a comprar novamente aquele produto. Muitas vezes, a pessoa não consegue racionalizar a decisão e justificará a compra apenas porque achou a embalagem bonita, por exemplo. O diferencial dessa técnica é que diante de um produto que provoca emoções positivas, a probabilidade de consumo é maior. São estas sutilezas que o Neuromarketingavalia, ou seja, percepções micro e de sistemas muito precisos em que a quantidade de erro é bem menor do que quando se ouve a opinião verbalizada das pessoas. Ao observar as reações diante de algum estímulo pode se enxergar o caminho indicado para a tomada de decisão. É preciso considerar também que esta é uma área que exige investimentos constantes, já que surgem novas tecnologias a toda hora, como equipamentos de ressonância magnética, eletroencefalografia, eye-tracking e outros. São essas máquinas que monitoram os batimentos cardíacos, a abertura e fechamento das pupilas e, com isso, é possível perceber o grau de excitação que um determinado produto ou serviço causa no consumidor. “Um número que é sempre citado é que de cada 100 lançamentos de produtos no Japão e Estados Unidos, apenas 15 conseguem êxito. O restante fracassa. O que se percebe é que com a aplicação do Neuromarketing, há uma melhora considerável nestes índices”, conta Carlos Augusto da Costa, Diretor Adjunto de Mercado e Coordenador do Laboratório de Neuromarketing da FGV Projetos.

Conhecendo o consumidor para definir a estratégia

No mundo do varejo, a experiência de compra do consumidor no momento em que está no ponto de venda é sempre pessoal e imprevisível. Mas a partir de uma análise de histórias de vida e modelos mentais que se refletem em comportamentos semelhantes é possível segmentar os clientes de uma loja ou rede. Isso possibilita o diálogo com o comprador e a adaptação do ambiente da loja. O sucesso da comunicação das marcas de bens de consumo e dos varejistas com o comprador se baseia fundamentalmente em criar uma espécie de sintonia com os diferentes públicos que visitam um estabelecimento. Esta sintonia é chamada de “rapport”. Um exemplo prático: quando um vendedor de seguros conhece a estratégia de aposentadoria de um cliente em potencial, ele tem mais chances de fechar a sua venda.

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A loja de roupa Abercrombie & Fitch (A&F) em Nova York tem um estilo “balada”, com luzes estroboscópicas, música alta e modelos malhados em fotos nas paredes e atrás dos balcões. Toda essa ambientação pode desagradar um grupo de consumidores, mas a estratégia é a base do sucesso da marca, que conquistou milhares de fãs adolescentes pelo mundo. No Brasil, a Chilli Beans é outro exemplo de como uma loja pode entrar em sintonia com seu público em vários níveis, criando uma experiência única. Em um quiosque da marca, é possível reconhecer a assinatura marcante dos seus criadores e o seu foco no público jovem. A empresa teve êxito ao definir um alvo claro e conectar-se com ele no ponto de venda em todos os níveis neurológicos da experiência.

Como as experiências são processadas em nossa mente

As nossas experiências são processadas em cinco níveis ligados à própria forma como o cérebro foi desenhado. O ambiente é o mais instintivo dos níveis, por isso podemos gostar ou não de um local sem nem entender o porquê. Já o comportamento envolve algumas emoções associadas ao efeito “amor à primeira vista”, ou seja, a maneira como a pessoa se sente depende muito da forma como ela é recebida. A questão da identidade, por sua vez, está ligada ao sistema imunológico. Desta forma, as pessoas se sentem mais confortáveis entre semelhantes. Um exemplo é a loja de infantil American Girl que cria uma conexão com as meninas e as mães. Além das crianças poderem comprar bonecas, elas podem se vestir com roupas iguais. As crenças e valores também atuam no poder de decisão. Muitas pessoas decidem não comprar produtos testados em animais por uma questão de valores. O tipo de experiência que vai além da identidade pode ser chamada de espiritual e envolve a forma como enxergamos uns aos outros. As grandes aspirações humanas e os sentimentos mais nobres como a compaixão acontecem nesse nível. Então, quando uma marca está envolvida em ajudar a comunidade, aumentam as chances das pessoas se conectarem com ela.

Usando a mente para criar uma experiência de compra memorável

Os níveis neurológicos são úteis para se criar uma experiência de compras memorável. Vender mais é possível com o aumento do tráfego de pessoas na loja e a conversão de vendas dentro do estabelecimento. Mas para conduzir a estratégia de Neuromarketing, é necessário conhecer os compradores por meio de pesquisas, análises de dados, observação no ato da compra e interação. Escutá-los é fundamental para conhecê-los. Sem entender o funcionamento da mente do consumidor, é mais difícil haver uma conexão.

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Criar uma segmentação, baseada em perfil demográfico, comportamento e motivações de compra, vai garantir mais eficiência na comunicação com o público no futuro. Do mesmo modo, escolher o segmento no qual a empresa já tem mais afinidade aumentará as chances de sucesso. Os valores da empresa precisam coincidir com os valores do público alvo. Uma experiência de compra genuína será criada por meio da transformação da estratégia onde a comunicação, atendimento e design serão percebidos na interação do consumidor com o ponto de venda. Participar da vida social dos shoppers é um meio de aumentar o senso de identidade com a marca. Ao vender ingressos para concertos de música jovem, a Chilli Beans estabelece um vínculo com seu público por meio do gosto musical, assim como a marca de whisky Buchanna’s que patrocina eventos de jazz. Envolver os cinco sentidos dos shoppers torna a experiência mais completa e mais memorável. Como as pessoas tendem a confiar muito em seus sentidos, é possível extrair vantagem desse aspecto neurológico. É seguindo essa linha que os jeans da A&F têm um cheiro característico e um chip Intel tem selo e som inconfundíveis. Os sentidos ajudam a reconhecer as marcas instintivamente. A Victoria Secret´s possui uma sacola característica rosa de listras negras. Além disso, a fragrância das lojas é inesquecível pelas suas visitantes. Em outro segmento, o colombiano Grupo Helm usa uma cor específica e vai além. A instituição financeira também têm uma fragrância própria em suas instalações, sons diferentes em cada parte das agências e até oferece doces com marca e sabor únicos para envolver todos os sentidos dos seus clientes. Os caixas eletrônicos do Grupo Helm também são os únicos onde se pode sacar dinheiro sentado em apoios acolchoados. Outro exemplo são as lojas de luxo que oferecem mimos aos seus consumidores. O olfato e o paladar são sentido ligados diretamente ao afeto. Pensando nisso, muitas marcas oferecem chocolates, trufas, biscoitos, sucos e até champanhe na tentativa de criar um vínculo afetivo com a marca. Alguns supermercados exploram muito bem esse aspecto, usando as degustações de forma eficaz para criar um ambiente ainda diferenciado.

Contexto relevante para converter comprador

Enquanto a experiência cria a conexão com o shopper em diversos níveis e os sentidos o envolvem, é por meio da comunicação que se cria um contexto relevante para que o público vire um comprador. Isso é possível quando se conhece a mente do consumidor, a forma como pensa, suas estratégias de decisão e consequentemente, como ele age. Essa é a diferença entre um lançamento de produto e o que é conhecido como “arremesso de produto”. É mais relevante uma mala direta com ofertas personalizadas do que um encarte de ofertas genérico.

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A rede americana Macy’s tem vários tipos de catálogo de ofertas, um para cada segmento. Somente com um contexto relevante é possível usar a emoção para mover o consumidor e influenciá-lo a favor de uma marca. Nesse ponto, é preciso usar esse recurso para reduzir o arrependimento potencial com a compra, fazendo o consumidor se sentir menos culpado por gastar seu dinheiro com bens de consumo. Quando um varejista sinaliza que um produto é o mais vendido, como a inglesa TESCO, reduz o risco de uma decisão errada por parte do cliente. Doações imediatas para causas nobres e selos de qualidade têm efeito semelhante. Para usar a emoção a favor de uma marca, é preciso de uma chamada direta e relevante no contexto de vida do shopper. São milhares opções no ponto de venda e apenas alguns minutos para converter mais um comprador.

Técnicas da Neurociência aplicadas ao Neuromarketing

Para entender o comportamento do consumidor em relação aos estímulos causados pelas marcas, as pesquisas de Neuromarketing utilizam métodos como eye-tracking, eletroencefalograma, ressonância magnética e outros. Entenda como essas técnicas colaboram para expandir o conhecimento sobre o público alvo: 1 - Expressões faciais (eletromiografia) A eletromiografia (EMG) facial consiste em detectar a atividade muscular através de sensores colocados em determinados locais da superfície da pele, acima dos músculos faciais. A utilização dessa técnica oferece uma forma de decodificar as diferentes expressões faciais e medir mudanças muito sutis de estados emocionais. É bastante promissora, pois agrega valor às tradicionais pesquisas de mercado e fornece dados extremamente importantes para compreender mais a fundo as emoções do consumidor.

2 – Eletrocardiografia A eletrocardiografia serve para mensurar a atividade elétrica cardíaca. Este método utiliza sensores para detectar as diferentes mudanças no campo elétrico que acontecem durante o ciclo cardíaco. Os dados fornecidos pelos processos psicofisiológicos, que acontecem em resposta a várias situações do dia a dia, são altamente aplicáveis em estudos que investigam as respostas comportamentais dos consumidores.

3 – Condutância da pele É uma das técnicas aplicáveis em Neuromarketing mais antigas e utilizadas na história da psicofisiologia. Mensurar a condutância da pele é uma forma indireta de quantificar estados de alta relevância emocional, seja positivo ou negativo.

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Isso pode ser medido através de eletrodos que passam uma pequena quantidade de corrente elétrica entre dois pontos na superfície das mãos, que geralmente são nas pontas dos dedos.

4 - Ressonância magnética funcional (fMRI) A Ressonância Magnética Funcional é uma das técnicas mais utilizadas na neurociência e em estudos envolvendo Neuromarketing, que auxilia no mapeamento das áreas cerebrais envolvidas na realização das mais variadas tarefas. Por meio dela, é possível verificar aspectos envolvidos em comportamento de consumo e Marketing sensorial, por exemplo. Apesar de ser uma técnica de alto custo, fornece dados bastante informativos e precisos sobre quais áreas específicas são ativadas em resposta a determinadas situações.

5 – Eye-trackingPermite avaliar para onde o consumidor está olhando através do movimento dos olhos. Essa técnica é geralmente usada em pesquisas sobre o sistema visual, em psicologia, linguística e, agora, por profissionais de Marketing. O objetivo é entender melhor quais são as informações que os consumidores estão olhando e, consequentemente, percebendo, ao seu redor.

6 – Eletroencefalografia Entre as características marcantes dessa técnica está a possibilidade de gravar a atividade elétrica de grupos neuronais com uma resolução temporal de milissegundos, possibilitando o estudo da função cerebral em tempo real. As informações geradas podem servir de base para compreender a relação entre a marca e seus consumidores, uma vez que indicam as preferências e avaliam estímulos mais complexos como embalagens e produtos.

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Fim