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1. Relatório palestra sobre Administração Pública 1.1. Conceitos Teóricos 1.1.1. Princípios Constitucionais da Administração Pública Determina o art. 37, caput, da Constituição Federal que a Administração Pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Cumpre ressaltar, por oportuno, que esses princípios não são os únicos apontados pela doutrina administrativista, fixando os publicistas inúmeros deles. Ademais, o próprio texto constitucional faz referência, no inciso XXI e nos §§ 5° e 6° do art. 37, a outros princípios da Administração Pública (licitação pública, prescritibilidade dos ilícitos administrativos, responsabilidade civil da Administração) além do célebre princípio da razoabilidade, também denominado de proporcionalidade. 1 – Princípio da Legalidade

Relatório Palestra Sobre Administração Pública

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1. Relatrio palestra sobre Administrao Pblica

1.1. Conceitos Tericos

1.1.1. Princpios Constitucionais da Administrao Pblica

Determina o art. 37, caput, da Constituio Federal que a Administrao Pblica direta e indireta, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, obedecer aos princpios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficincia.Cumpre ressaltar, por oportuno, que esses princpios no so os nicos apontados pela doutrina administrativista, fixando os publicistas inmeros deles. Ademais, o prprio texto constitucional faz referncia, no inciso XXI e nos 5 e 6 do art. 37, a outros princpios daAdministrao Pblica (licitao pblica, prescritibilidade dos ilcitos administrativos, responsabilidade civil da Administrao) alm do clebre princpio da razoabilidade, tambm denominado de proporcionalidade.1 Princpio da LegalidadeO princpio da legalidade encontra fundamento constitucional no art. 5, II, prescrevendo que ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei.Esclarece Hely Lopes Meirelles que," a legalidade, como princpio de administrao, significa que o administrador pblico est, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e s exigncias do bem comum, e deles no sepode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e exporse responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso" 1Em decorrncia do princpio da legalidade, costumeira a afirmao de que a Administrao Pblica no pode agir contra a lei (contra legem) ou alm da lei (praeter legem), s podendo agir nos estritos limites da lei (secundum legem). Neste sentido afirma o professor Kildare Gonalves,Diferentemente do indivduo, que livre para agir, podendo fazer tudo o que a lei no probe, a administrao, somente poder fazer o que a lei manda ou permite. Essa a principal diferena do princpio da legalidade para os particulares e para a Administrao Pblica, pois aqueles podem fazer tudo que a lei no proba, enquanto esta s pode fazer o que a lei determina ou autoriza.2 Princpio da M oralidadeA moralidade administrativa como princpio, segundo escreve Hely Lopes Meirelles, "constitui hoje pressuposto da validade de todo ato da Administrao Pblica". Conforme assentado na doutrina, no se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurdica, entendida como "o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administrao". Assim, o administrador, ao agir, dever decidir no s entre o legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas tambm entre o honesto e o desonesto. A doutrina enfatiza que a noo de moral administrativa no est vinculada s convices ntimas do agente pblico, mas sim noo de atuao adequada e tica existente no grupo social.Pode-se pensar na dificuldade que haveria em desfazer um ato, produzido conforme a lei, sob o fundamento do vcio da imoralidade. No entanto, a lei pode ser cumprida moralmente ou imoralmente. Quando sua execuo feita, por exemplo, com o intuito de prejudicar algum deliberadamente, ou com o intuito de favorecer algum, por certo que se est produzindo um ato formalmente legal, mas materialmente comprometido com a moralidade administrativa.Apenas a ttulo de ilustrao, imaginemos a hiptese em que um administrador pblico, com poderes de chefia, para se ver longe de um desafeto, o transfere para um outro Estado, fundamentado no relevante interesse pblico. Ningum infirma a possibilidade de transferncia de localidade do servidor pblico em razes de interesse pblico, no entanto, embora neste caso o ato seja formalmente vlido, ser materialmente proibido, pois ofende o princpio da moralidade administrativa.3 Princpio da ImpessoalidadePodemos analisar o princpio da impessoalidade sob dupla perspectiva, primeiramente, como desdobramento do princpio da igualdade (CF, art. 5, I), no qual se estabelece que o administrador pblico deve objetivar o interesse pblico, sendo, em consequncia, inadmitido o tratamento privilegiado aos amigos e o tratamento recrudescido aos inimigos, no devendo imperar na Administrao Pblica a vigncia do dito popular de que aos inimigos ofertaremos a lei e aos amigos as benesses da lei.Segundo o administrativista Celso Antnio Bandeira de Mello, a impessoalidade fundamenta-se no postulado da isonomia e tem desdobramentos explcitos em variados dispositivos constitucionais como o art. 37, II, que exige concurso pblico para ingresso em cargo ou emprego pblico, ou no art. 37, XXI, que exige que as licitaes pblicas assegurem igualdade de condies a todos os concorrentes.4 Princpio da PublicidadeO princpio da publicidade vem a concretizar os postulados bsicos do princpio republicano, a saber, a possibilidade de fiscalizao das atividades administrativas pelo povo, haja vista que todo o poder emana do povo, sendo toda a res (coisa) pblica.Assim, o princpio da publicidade tem como desiderato assegurar transparncia na gesto pblica, pois o administrador pblico no dono do patrimnio de que ele cuida, sendo mero delegatrio a gesto dos bens da coletividade, devendo possibilitar aos administrados o conhecimento pleno de suas condutas administrativas.5 Princpio da EficinciaConforme lio lapidar de Kildare Gonalves,O princpio da eficincia foi introduzido pela Emenda Constitucional n19/ 98. Relaciona-se com as normas da boa administrao no sentido de que a Administrao Pblica, em todos os seus setores, deve concretizar suas atividades com vistas a extrair o maior nmero possvel de efeitos positivos ao administrado, sopesando a relao custo benefcio, buscando a excelncia de recursos, enfim, dotando de maior eficcia possvel as aes do Estado. Consoante a lio da irreparvel professora Maria Sylvia Di Pietro, o princpio da eficincia apresenta dupla necessidade:1. Relativamente forma de atuao do agente pblico, espera-se o melhor desempenho possvel de suas atribuies, a fim de obter os melhores resultados2. Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administrao Pblica, exige-se que este seja o mais racional possvel, no intuito de alcanar melhores resultados na prestao dos servios pblicos.

2. A palestra A palestra foi ministrada por Arnaldo Magalhes Viana, administrador, advogado, empresrio e Secretario de Administrao da Prefeitura Municipal de Eunpolis. Seu inicio se deu com a apresentao dos princpios da administrao pblica e os seus respectivos conceitos. Para o Secretario o principal problema da Gesto Pblica de Eunpolis, est na ausncia de Bacharis em administrao nos diversos setores municipais. Ou seja, para Arnaldo inconcebvel o Hospital Regional de Eunpolis no ser administrado por um administrador.O secretrio descreveu que o excesso de burocracia ocorre devido s pessoas que l esto e, no pelo sistema em si. Ele acredita que a pessoa certa no cargo certo resolveria a questo do principio da eficincia. E, por isso, solicitou a contratao de administradores mediante concurso pblico. Outra questo a Lei de responsabilidade fiscal, onde o municpio se compromete a gastar de acordo a arrecadao do municpio e com isso a folha de pagamento fica comprometida. A palestra foi bastante proveitosa, onde Arnaldo, descreveu os principais pontos da Gesto publica e destacou a importncia do administrador na atualidade.