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RELATÓRIO SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO E · planejamento de cada UTP no sentido de articular as condições físicas e de ... DE LISBOA 5.213,534 18.427 9 RIO RATONES 32

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RELATÓRIO No RL-0309-800-942-MPB-002EMPREENDEDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE

FLORIANÓPOLIS – PMF/SC

Página 1 de

CONTRATANTE E GERENCIADORA DO CONTRATO

SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO E SANEAMENTO AMBIENTAL – SMHSA

PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

PRODUTO 2: DIAGNÓSTICO DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DAS UNIDADES TERRITORIAIS DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO

REVISÃO DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

PARTE 1 1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO

ITEM ORIGINAL REVISÃO A REVISÃO B REVISÃO C REVISÃO D REVISÃO E

DATA DE ELABORAÇÃO

EXECUTADO POR

DATA APROVAÇÃO GTE

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................5

1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO ...............................................................................5

1.1 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS ....................................7

1.2 CLIMA .................................................................................................................9

1.2.1 Clima regional...................................................................................................9

1.2.2 Clima local ......................................................................................................11

1.3 Geologia e Pedologia ......................................................................................16

1.3.1 Geologia .........................................................................................................16

1.3.2 Pedologia........................................................................................................22

1.4 GEOMORFOLOGIA E RELEVO .......................................................................27

1.4.1 Geomorfologia e Relevo .................................................................................27

1.4.2 Condições de Suscetibilidade a Processos Erosivos......................................37

1.5 HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA.................................................................41

1.5.1 Hidrologia........................................................................................................41

1.5.2 Hidrogeologia..................................................................................................45

1.6 VEGETAÇÃO ....................................................................................................55

1.6.1 Vegetação da Ilha de Santa Catarina .............................................................55

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REFÊRENCIAS. ......................................................................................................67

APÊNDICE A – DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)......................................67

APÊNDICE B – MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS. ..................................................................................................88

APÊNDICE C – MAPA DE VEGETAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS..................................................................................................................................90

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APRESENTAÇÃO

O presente Relatório é parte integrante da realização de serviços de consultoria

para a Elaboração do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico do Município de Florianópolis, e diz respeito às atividades relacionadas ao Produto 2

Relatório contendo diagnóstico com a caracterização física do Município de

Florianópolis e das Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTP).

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1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO

Para o Diagnóstico do Meio-Físico do município de Florianópolis e por conseguinte,

das Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTPs), foram tomados como

referências trabalhos já realizados no município. A área estudada tem os limites das

Bacias hidrográficas elementares, transformadas em UTPs a fim de se facilitar e de

propor elementos para o planejamento.

Durante os meses de março e abril foram realizadas atividades relacionadas ao

levantamento do meio físico, caracterizando os seguintes elementos: clima,

geologia, pedologia, relevo, geomorfologia, hidrologia, hidrogeologia e vegetação.

Para a Elaboração do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico do

Município de Florianópolis, o Produto 1 delimitou as Unidades Territoriais de

Análise e Planejamento (UTP), essas foram essencialmente demarcadas sobre as

bacias hidrográficas elementares. Ainda conforme o Produto 1 ficou delimitada uma

sub-divisão na Bacia Hidrográfica de Ratones em três sub-bacias transformadas

para o planejamento em três UTPs.

O mesmo processo foi realizado com a Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri ao qual

foi realizada uma divisão da bacia que leva em conta as necessidades do

abastecimento público pela CASAN.

Na Bacia da Lagoa do Peri foi estabelecido um limite entre a sub-bacia que drena a

área do Pântano do Sul (UTP Pântano do Sul) e a sub-bacia que drena a Lagoa do

Peri (UTP Lagoa do Peri).

No mesmo sentido a fim de facilitar o planejamento à pequena bacia do Matadeiro e

da Ponta do Falcão no sul da Ilha foram integradas a UTP Lagoinha do Leste,

sobretudo, por essa ser uma área protegida como Unidade de Conservação e

entendendo-se as suas peculiaridades físicas de forma uniforme.

No continente dividiu-se em duas UTP’s, Coqueiros e Estreito, sendo que existem

três bacias hidrográficas elementares. Buscou-se novamente pensar no

planejamento de cada UTP no sentido de articular as condições físicas e de

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ocupação. Abaixo as UTP’s (conforme apresentada no Produto 1) com as

respectivas áreas e o perímetro:

UTP NOMENCLATURA ÁREA m2 PERÍMETRO m 1 FLORIANÓPOLIS 9.361,486 18.196 2 ESTREITO 6.002,156 12.074 3 COQUEIROS 5.782,626 14.881 4 ITACORUBI 28.504,022 26.983 5 LAGOA DA CONCEIÇÃO 85.752,011 60.988 6 SACO GRANDE 17.194,056 22.317 7 CACUPÉ 1.813,874 7.867 8 SANTO ANTONIO DE LISBOA 5.213,534 18.427 9 RIO RATONES 32.386,231 24.570

10 MANGUEZAL DE RATONES 13.717,325 19.112 11 BARRA DO SAMBAQUI 782,785 5.773 12 PAPAQUARA 44.146,773 48.599 13 INGLESES 19.177,681 29.413 14 SANTINHO 5.170,214 20.925 15 JURERÊ 7.564,679 17.653 16 PONTA GROSSA 724,498 4.863 17 PONTA DAS CANAS 2.716,958 9.507 18 PRAIA BRAVA 2.397,759 9.591 19 LAGOINHA DO NORTE 1.800,778 8.544 20 COSTEIRA 3.907,535 11.469 21 RIO TAVARES 49.238,504 36.997 22 MORRO DAS PEDRAS 10.798,994 23.747 23 TAPERA 7.607,564 11.715 24 RIBEIRÃO DA ILHA 21.271,510 40.555 25 LAGOA DO PERI 19.866,974 20.866 26 PÂNTANO DO SUL 16.267,876 23.132 27 LAGOINHA DO LESTE 6.045,293 17.102 28 SAQUINHO 6.203,162 18.628 ATERRO DA BAÍA SUL1 1.603,547 10.467

Quadro 1: Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTP) e respectivas áreas e perímetros. Fonte: PRODUTO 1.

1 O aterro da Baía Sul, na Ilha de Santa Catarina, não trata-se de uma UTP específica, mas sim de uma diferenciação na tabela apenas para observação dos dados. O Aterro está na análise física dentro da área de duas UTP’s: Florianópolis e Costeira.

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1.1 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

O município de Florianópolis está localizado no Estado de Santa Catarina na

Região Sul do Brasil. A capital do estado de Santa Catarina ocupa uma área de

438,5 km2 (incluindo os últimos aterros), entre as coordenadas geográficas 27°10’ e

27°50’ latitude sul, e entre 48°25’ e 48°35’ de longitude oeste (FLORIANÓPOLIS,

2008).

Florianópolis possui limites geográficos configurados na parte insular e continental.

A Ilha de Santa Catarina apresenta 426,6 km2 de área, possui uma forma alongada

no sentido norte/sul com 54 km; e com largura máxima de 18 km no sentido

leste/oeste. A parte do município que é continental apresenta forma levemente

retangular com 11,9 km2 de área (FLORIANÓPOLIS, 2008). (FIGURA 1).

A ilha é individualizada do continente pela Baía de Florianópolis, denominadas

baías Sul e Norte, sendo que ocorre um estreitamento de canal com largura

aproximada de 500m de largura e uma profundidade máxima de 28 m, sobre o qual

foram construídas três pontes que ligam a ilha ao continente (FLORIANÓPOLIS,

2008).

Ao longo do tempo geológico a linha de costa da ilha de Santa Catarina foi

modificando-se, principalmente conforme as flutuações do nível do mar, sendo que

há 11.000 anos AP2 a Ilha encontrava-se ligada ao continente; e há 5.000 anos AP

o nível do mar estava a 2 metros acima do atual, inundando extensas áreas da

planície costeira; após a transgressão marinha a ilha configurou-se no que é

atualmente, com uma linha de costa bem recortada (OLIVEIRA; HERRMANN,

2001).

OBS: O aterro na parte continental (iniciado em 2008) não consta nesse trabalho de diagnóstico. Por

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Figura 1: Mapa de Localização do Município de Florianópolis

Fonte: Organização e elaboração Orlando Ferretti

ser recente e ainda estar em fase de finalização não se dispõe, ainda, de dados concretos. 2 Antes do presente.

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1.2 CLIMA

1.2.1 CLIMA REGIONAL

O litoral catarinense, incluindo Florianópolis, é de clima subquente, com a

temperatura média anual superior a 20°C e com um inverno ameno. A temperatura

média inferior oscila no mês mais frio entre 15°C e 18°C, e a temperatura média de

janeiro entre 24°C e 26°C (NIMER, 1979). Este clima é uma transição entre o clima

tropical quente das latitudes baixas do Brasil, e temperado mesotérmico das

latitudes médias da região Sul, acaba sendo um prolongamento climático da região

Sudeste. Portanto o clima deve ser classificado como subtropical mesotérmico

úmido (conforme proposto por Strahler) equivalente ao Cfa de Köppen.

Tanto a uniformidade quanto a unidade das condições climáticas são dadas pelos

fatores climáticos dinâmicos. O Sul é uma região sujeita a passagem da frente polar

em frontogênese, tornando a região apta a brusca mudança de tempo. A posição

marítima determina uma forte e constante concentração de núcleos de

condensação nas camadas inferiores de sua atmosfera que, certamente,

contribuem para o acréscimo de chuvas em seu território. A predominância da

formação florestal no litoral está em perfeita concordância com o caráter úmido do

clima regional (NIMER, 1979).

Durante todo ano qualquer parte da Região Sul é constantemente submetida a

mudanças de tempo que são divididas em 4 grupos principais, segundo Nimer

(1979):

Estável com temperatura mediana a elevada, sob o domínio do Anticiclone

Subtropical do Atlântico Sul;

Tempo instável de chuvas mais ou menos pesadas que acompanham a

passagem da Frente Fria;

Retorno do tempo estável sob o domínio do Anticiclone Polar que traz tempo

ensolarado, umidade relativa baixa e calmaria e;

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Com o desaparecimento do Anticiclone Polar este último tempo é submetido

pelo primeiro, recomeçando novamente o ciclo.

Outros fenômenos como o ENOS ou El Nino (Oscilação Sul) e La Ninã também

influenciam o clima na região. Pode-se generalizar como fenômenos da interação

atmosfera-oceano, associado à alteração dos padrões normais da temperatura do

oceano e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial. Além desses índices,

o fenômeno ENOS pode ser também quantificado pelo Índice de Oscilação Sul

(IOS). Este índice representa a diferença entre a pressão ao nível do mar entre o

Pacifico Central (Taiti) e o Pacifico do Oeste (Darwin/Austrália). Valores negativos e

positivos da Oscilação Sul são indicadores da ocorrência do El Niño e La Nina

respectivamente.

La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas

ao El Niño, e que se caracteriza por um esfriamento anormal nas águas superficiais

do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos

aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta

impactos significativos no tempo e clima devido à La Nina.3 Na região sul do Brasil

os dois fenômenos são representativos em casos de chuva intensa ou seca

prolongada.

Ainda há poucos trabalhos com aprofundamento sobre o efeito local dos fenômenos

ENOS, apesar de serem bem caracterizados. No entanto, em trabalho apresentado

por Mendonça e Monteiro (1997) os autores demonstram que as precipitações que

ocorreram na região costeira e centro sul do Estado de Santa Catarina em

novembro de 1991, fevereiro de 1994 e dezembro de 1995 são episódios de

precipitações excepcionais concentradas em curto período, causados por sistemas

frontais de rápido deslocamento, não estando associados ao fenômeno El Niño,

caracterizando-as por chuvas locais de grande intensidade. Portanto,

incorretamente muitas vezes fenômenos considerados normais dentro da

classificação climática onde está localizado o município de Florianópolis é

confundido com efeitos dos fenômenos ENOS.

3 Disponível em <http://www.cptec.inpe.br/enos/Oque_el-nino.shtml>. Acesso em: 12/10/2008

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Trabalhos de pesquisa sobre as alterações climáticas regionais ou locais

decorrentes do aquecimento global também estão em fase inicial na região. Não

foram encontradas pesquisas com caráter analítico para apontar nesse diagnóstico,

apenas apontamentos quanto ao Ciclone Extratropical batizado de Catarina que

atingiu o litoral do estado em abril de 2004 (FIGURA 2). Entretanto é importante

considerar que a criação de áreas protegidas, e, sobretudo, uma rede de áreas

protegidas, como a Reserva da Biosfera Urbana4, deve auxiliar a minimizar

impactos, no que diz respeito ao conforto climático urbano, a médio e longo prazo.

Os projetos de criação de unidades de conservação, de corredores ecológicos e de

áreas verdes em centros urbanos fazem parte da estratégia apontada por

organismos internacionais, como a União Internacional para a Conservação da

Natureza (IUCN) e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas Globais

(IPCC), para reduzir e atenuar impactos climáticos locais e regionais.

1.2.2 CLIMA LOCAL

O clima do município de Florianópolis é condicionado pelo domínio da massa de ar

quente e úmida, a Massa Tropical Atlântica (MTA) e pela influência das Massas de

Ar Intertropical (quente) e a Massa Polar Atlântica (MPA, fria), que dão caráter

mesotérmico à região. Destaca-se a Frente Polar Atlântica, responsável pelo ritmo

de chuvas da Ilha (em geral frontais, pré-frontais e pós-frontais), e que resulta do

encontro das massas MPA, responsável pelos ventos Sul e Sudeste, e MTA,

responsável pelos ventos Norte e Nordeste (FREYESLEBEN, 1979).

O clima é classificado em subtropical mesotérmico úmido, com verões quentes e

invernos amenos. Florianópolis apresenta temperatura média anual de 20,4ºC,

com o mês mais quente em janeiro 24.5°C em média, e a média mensal mais baixa registrada no mês de julho em torno de 16,5°C (CARUSO, 1983; M.

MONTEIRO, 1991; MENDONÇA, 2002).

4 Categoria do Programa MaB (homem e biosfera) da UNESCO. O projeto para a cidade de Florianópolis apresenta como principal objetivo: Desenvolver um projeto piloto de MaB em ambiente urbano, que ensaie e aplique métodos de uso adequado e desenvolvimento sustentável, nas zonas e amortecimento e transição e de consolidação da zona núcleo da Reserva de Biosfera da Mata Atlântica no território da ilha de Santa Catarina.

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Apresenta chuvas bem distribuídas ao longo do ano sem uma estação seca bem

definida, a passagem das frentes frias polares ocasiona bruscas mudanças de

tempo atmosférico em qualquer estação. Em função da maritimidade, a umidade relativa do ar é em média de 80%. Os ventos predominantes sopram do

quadrante norte, com velocidade média de 3.5 m/s, no entanto os mais velozes e

também mais freqüentes sopram do sul com velocidade média de 10 m/s,

associados a Tropical Marítima e Polar Marítima do Atlântico. Os ventos sul

antecedem a entrada de frentes frias e da Polar Marítima do Atlântico com rajadas

chegando até 80 km/h (M. MONTEIRO, 1991; MENDONÇA, 2002).

Em dados do Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa

Catarina – CLIMERH, nos últimos 70 anos tem-se a predominância dos ventos

Norte (36.92%); seguido pelos ventos de Sudeste (16.92%); Sul (15.77%); Nordeste

(10.05%); Noroeste (2.85%) e Sudoeste (1.14%).

Estações sinóticas e/ou meteorológicas na Ilha de Santa Catarina:

Estação Convencional e de Altitude em Florianópolis junto ao Departamento

de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) (junto ao Aeroporto);

Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática do Itacorubi

em Florianópolis (Instituto Nacional de Meteorologia - INMET);

Estação Meteorológica da UFSC, Departamento de Engenharia Sanitária e

Ambiental, localizado no Campus Universitário da Trindade próximo a

Biblioteca Central;

Estação Hidrológica da Bacia da Lagoa do Peri (que incluem dados

pluviométricos) – Estação de Tratamento de Água da CASAN;

Estação Meteorológica do Laboratório de Hidráulica Marinha (LAHIMAR) na

Barra da Lagoa.

Segue quadro com dados somados das estações de Florianópolis da década de 90

e nos anos de 2005 a 2006.

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ANO OU PERÍODO

PRECIPITAÇÃO

ANUAL (MM)

VELOCIDADE MÉDIA

DE VENTO (M/S) 1991 1766,3 3,31

1993 1627,2 3,21

1994 1869,4 3,17

1995 2011,7 3,31

1996 1794,5 3,42

Set/2005 Ago/2006 1108,5 2,41

Quadro 2: Dados de precipitação e velocidade média do vento levantados em

pesquisa de Giongo (2007). Fonte: Giongo, 2007. Modificado por Ferretti, 2008.

Importante destacar que em sete meses no ano Florianópolis apresenta valores

médios mensais de temperatura de bulbo seco acima de 20°C, com umidade

relativa do ar média nestes meses entre 80 a 85%. O horário de ocorrência das

temperaturas máximas diárias é entre 13:00 e 14:00 horas com temperaturas

mínimas diárias está entre 5:00 h. e 7:00 h. Em Florianópolis a média anual de

amplitudes térmicas diárias é maior que 7°C (CARUSO, 1983; MENDONÇA, 2002).

No verão ocorrem chuvas convectivas associadas ao aquecimento do continente.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em 71 anos (1925 a

1995) a média anual de precipitações foi de 1493,12 mm com média de chuvas de

35% no verão (janeiro a março), 25% na primavera (setembro a dezembro), 20% no

outono (abril a junho), e 19% no inverno (de julho a setembro) (MENDONÇA, 2002).

Analisando dados de 25 anos, a pesquisadora Maria Lucia Herrmann (1998)

concluiu que não é necessário índice pluviométrico excepcional para ocorrer

enchentes e escorregamento nas regiões urbanizadas das áreas conurbadas de

Florianópolis. A autora verificou que em totais diários inferiores a 40 mm

antecedidos por dias chuvosos, ou em torno de 40 mm concentrados em poucas

horas, antecedidos por dias secos, foram suficientes para a ocorrência de

enchentes moderadas e escorregamentos localizados (HERRMANN, 1998;

HERRMANN apud MENDONÇA, 2002).

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Os trabalhos de Dias (2000), Cristo (2002) e Saito (2004) todos orientados por

Maria Lucia de Paula Herrmann, apontam que não são por si só os grandes

eventos climáticos que vem gerando acidentes como enchentes e, sobretudo

escorregamentos, mas a má apropriação e construção sobre o espaço urbano.

Há algum tempo à atmosfera das grandes cidades passou a ser objeto de trabalhos

científicos, principalmente por estudos do clima e do conforto urbano. O clima

urbano destaca-se pelas diferenças que apresenta em relação ao clima das áreas

rurais vizinhas. Acrescentam-se aos fatores geográficos do tempo e clima e a

geomorfologia, os fatores urbanos modificando os atributos ambientais.

A altura, densidade e forma das construções mudam a morfologia do solo urbano,

influenciando no ângulo de incidência da radiação solar, de modo que podem

diminuir ou aumentar a recepção de energia em determinadas áreas da cidade. Nas

cidades, os ventos fortes são desacelerados e os fracos acelerados à medida que

se movimentam no interior das mesmas.

Mendonça (2002) aponta que nos meses de maio e junho ano de 1987, Sezerino e

Monteiro (apud MENDONÇA, 2002), realizaram trabalho de pesquisa com

temperaturas do centro de Florianópolis onde destacavam “sintomas” na área

urbana do fenômeno conhecido como “ilha de calor” (FIGURAS 3 e 4). Os

pesquisadores apontaram ao aumento de temperatura em mais de 1ºC, em alguns

pontos da cidade onde há ocupação vertical, ao adensamento e a

impermeabilização do solo.

Maurici A. Monteiro em pesquisa exploratória sobre o comportamento das variáveis

climáticas na região Sudeste do Morro da Cruz, conseguiu também dados com 1º C

de diferença com relação à Estação Meteorológica de Proteção ao Vôo de

Florianópolis, da rede Meteorológica do Ministério da Aeronáutica no Aeroporto

Hercílio Luz. A pesquisa também detectou o acúmulo de poluição por material

particulado e óxido de enxofre situação atribuída a pouca vegetação e constante

fluxo de veículos automotores nesses locais (Mendonça, 2002).

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O padrão característico de ocupação do solo urbano com construções verticais de concreto e vidro e cobertura de asfalto e calçados é armazenador e refletor de calor, elevando as temperaturas no interior das cidades. Nas áreas com maior percentual de vegetação, o calor é absorvido e se desprende lentamente durante o dia, por causa da evaporação nas folhas. Já o calor absorvido pelos materiais dentro da cidade se perde somente ao entardecer até a noite causando mal estar nos habitantes. A noite o calor entre os edifícios também dificulta o resfriamento do ar da cidade. (MENDONÇA, 2002, p. 14 e 15).

A professora Magaly Mendonça, em seu trabalho de tese (2002) desenvolveu a

medição de temperaturas na área urbana em pontos do município e do continente,

analisando diferenças importantes entre os pontos mais urbanizados e áreas em

que a vegetação predomina. A autora cartografou como “arquipélagos” de calor e

não como o termo tradicional “ilhas de calor”, isso dada à descontinuidade e frações

dos espaços mapeados, destacou o caráter multinucleado da urbanização e,

sobretudo a compartimentação morfológica como causa. De forma geral, a autora

aponta diferenças que podem chegar a mais de 6º C. gerando espaços de calor

intenso na cidade. O trabalho da autora aponta temperaturas mais amenas com

rápida dissipação do calor ao longo do dia nas áreas verdes próximas ao Maciço

Central.

Monteiro (1976) aponta para a necessidade de cidades mais sustentáveis com

importante papel da vegetação na conjuntura ambiental, ressaltando que não é só

uma questão de valor sentimental ou estético desempenhado pela mata, mas,

sobretudo de qualidade ambiental também no entorno desta.

Em virtude do tempo para o levantamento de informações para este diagnóstico

(dois meses) não foi possível realizar diagnósticos com levantamento empírico de

dados sobre temperatura e pluviometria diretamente nas UTP’S, no entanto

recomenda-se que tais dados sejam previstos para e no planejamento das UTP’s.

Propõe-se que sejam realizados convênios com universidades e grupos de

pesquisa para o estudo mais detalhado (preferencialmente nas quatro estações do

ano), sobre a quantidade e distribuição espacial das chuvas, com registro

pluviométrico na cabeceira das bacias. Esses dados quando cruzados com a

morfogênese do relevo e a declividade podem apontar mais detalhes sobre o risco

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do processo de ocupação e a necessidade de replantio e aumento das áreas de

mata, sobretudo a montante.

1.3 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

1.3.1 GEOLOGIA

A evolução geológica estrutural do município de Florianópolis está relacionada ao

rifteamento5 do supercontinente Gondwana, que ocasionou sua separação e

formação do Oceano Atlântico durante o período Cretáceo. A história geológica

evidencia o fato que a sua formação encontra-se ainda em andamento, o que

implica também em permanente transformação, em importantes modificações

geológicas, geomorfológicas e ambientais (CARUSO JÚNIOR 1993; SCHEIBE

2002).

Florianópolis está geologicamente constituída por duas formações básicas: os

terrenos rochosos chamados cristalinos e os terrenos sedimentares de formação

recente. As rochas cristalinas estão no chamado Embasamento Cristalino ou

Escudo Catarinense que ocorre em toda a borda leste do estado, são as rochas

mais antigas, datadas desde o Eon Arqueano – ou Proterozóico Superior (mais de

2,5 bilhões de anos) até a Era Paleozóica (aproximadamente 280 milhões de

anos) – período do processo de formação das rochas mais antigas as mais

recentes. Já os terrenos sedimentares estão em áreas baixas e planas com a

chamada cobertura Sedimentar Quaternária (da Era Cenozóica), onde são

denominadas “Planícies Costeiras” (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Os terrenos cristalinos formam as partes mais elevadas na Ilha de Santa Catarina,

destacando-se uma cadeia central de direção N-S e os pontos rochosos que se

sobressaem no entorno. Os terrenos sedimentares nas partes baixas formam a

planície costeira com depósitos aluviais, dunas, restingas e manguezais

(FLORIANÓPOLIS, 2008).

Segue a descrição da geologia presente no município (FIGURA 2), com detalhe das

UTP’s no APENDICE A.

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Complexo Granítico-Gnáissico

As rochas cristalinas incluem a suíte intrusiva Pedras Grandes, e a formação Serra

Geral e a Formação Cambirela. Compreende rochas graníticas, gnáissicas, e

migmatíticas polifásicas, envolvidas nos processos de deformação regional,

relacionados ao cisalhamento dúctil e às injeções de magmas graníticos. A

composição é granítica, a coloração é acinzentada e a granulometria varia de fina a

grosseira. Pode-se distinguir a olho nu o quartzo, o feldspato e a biotita.

Apresentam estrutura maciça ou lineada, com variedades porfiroblásticas bastante

comuns.

Complexo Canguçu

São granitóides em geral, com estruturas metamorfizadas com xistosidade bem

definidas. Ocorrem em Florianópolis no costão dos Ingleses, entre a praia do

Santinho e Moçambique e na ponta do Caicanguçu no sul da Ilha (vertente oeste).

A foliação é sempre bem visível, de origem cataclástica. Apresenta feições

tipicamente migmatiticas. Na figura 2 são representados pela sigla PSc.

Suíte Intrusiva Pedras Grandes

A maior parcela de rochas da Ilha de Santa Catarina é constituída por esse tipo de

granito,também denominado Granito Ilha por Caruso Jr. (1993), como pode ser

observado no Mapa Geológico (FIGURA 2). Segundo Silva (1987,p.68), “sua

composição é quase que exclusiva de granitos 'stricto sensu',exibindo pequena

variação composicional.” Essa unidade é caracterizada por constituir-se de corpos

graníticos homogêneos, não deformados, mas que apresentam variações texturais

de granulação e de coloração. Geralmente são constituídos de granitos e

granodioritos de cores rósea a cinza clara, e com granulações bastante variáveis,

desde fina até grosseira, e textura equigranular aporfirítica, localmente com

5 O ciclo completo pelo qual passa uma bacia oceânica é: rifteamento (rompimento das rochas), subsidência, abertura do oceano, início da subducção, fechamento da bacia oceânica e, eventualmente, colisão continente-

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deformação cataclástica. Na figura 2 essa formação é representada pela sigla

PSуpg.

Formação Cambirela

Esta denominação é utilizada para identificar rochas vulcânicas e subvulcânicas de

composição ácida que ocorrem na Ilha de Santa Catarina na forma de derrames ou

diques. Os derrames (riolito) encontram-se representados nos maciços rochosos

que ocorrem na região das praias do Matadeiro, da Armação e do Pântano do Sul.

Ocorrências menores sob a forma de diques, estão dispersas em diversos

locais,como,por exemplo, no Morro da Cruz e no Morro do Campeche. Os riolitos

extrusivos exibem cores escuras, caracterizadas por uma matriz vítrea, englobando

fenocristais de quartzo e feldspato potássico. Quando na forma de

diques,apresentam cores avermelhadas e cremes. Os granitos subvulcânicos são

pórfiros, geralmente avermelhados ou castanho-acinzentados, caracterizando-se

por apresentar fenocristais de feldspato potássico e quartzo, imersos em matriz

microcristalina. Composta por rochas vulcânicas extrusivas6 que ocorrem na forma

de derrames, diques e pequenos “stocks”7 de riolitos8 e granitos pórfiros

(FLORIANÓPOLIS, 2008). Na figura 2 essa formação é representada pela sigla

Єca.

Formação Serra Geral

Na Ilha de Santa Catarina, a Formação Serra Geral encontra-se representada por

diques de diabásio com espessuras que variam de centímetros a vários metros,

freqüentemente intrusivos nas rochas graníticas, com direção preferencial NE-W

evento subvulcânico ao qual estão associados desenvolveu-se no intervalo de 119

a 147 M.a, intimamente relacionado com a deriva dos continentes,neste caso,com a

separação entre América do Sul e África. Representado na figura 2 pela sigla JKsg.

continente. 6 Rocha que chega a superfície ainda em estado de fusão, e na superfície se consolida rapidamente. 7 Intrusão de material magmático que aparecem em fendas da crosta. 8 Rocha extrusiva correspondente ao magma granítico, porém com textura mais porfirítica.

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A figura 3 mostra o contato do dique de Diabásio (em azul) encaixado entre as

cristas de Riolito/Cataclasito9 (cor bege) em rosa o granito na ponta norte do

Maciço Central do Morro da Cruz.

Diques na Ilha de Santa Catarina

Diversos diques já foram mapeados na Ilha e podem ser observados no Mapa

Geológico. Deu um modo geral, suas espessuras são da ordem de 20 a 50 metros.

Os principais afloramentos onde podem ser encontrados são: Morro das Pedras, na

Praia da Armação; Costão da Praia da Joaquina; Ponta de Naufragados; Morro do

Pântano do Sul; Ponta da Lagoinha; Ponta do Açúcar; Ilha do Campeche;

Cachoeira do Canto da Lagoa; Ponta do Gravatá; Ponta da Praia da Galheta; Morro

do Pinheiro;Morro da Vargem Pequena; Morro das Feiticeiras;Bancadas da pedreira

PEDRITA;e Morro da Cruz.

Depósitos Colúvio-alúvio-eluviais Indiferenciados

Formados por material fragmentário, sub-anguloso, mal classificado, com variações

desde cascalhos até blocos com 2 a 3 metros (podendo chegar até 10 metros),

geralmente envolvidos em material alterado, argiloso a arenoso, com cores

tendendo ao vermelho são encontrados no pé de morros.

Depósitos do Quaternário

Sob esta denominação encontram-se reunidos os Depósitos de origem Marinha e

Eólicos Retrabalhados, Depósitos Colúvio-aluvionares Pleistocênicos, Depósitos

Colúvio-aluvionares, Depósitos Síltico-Argilosos de Baías e Lagunas, Depósitos

9 Riolito: Rocha vulcânica ácida equivalente extrusiva a granitos, com mais de 72% SiO2. Cataclasito: Rocha metamórfica cataclástica, normalmente de grão fino com tendência equidimensional como, por exemplo, rochas quartzo feldspáticas com uma estrutura maciça, pouco foliácea, no que se distingue do milonito que mostra minerais filitosos e comportamento mais plástico durante as tensões metamórficas (Glosário Geológico Ilustrado www.unb.br/ig/glossario/index.html. Acessado em 15/12/2008).

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Arenosos de Origem Marinha, Depósitos Arenosos de Origem Eólica, Depósitos

Aluvionares e Depósitos Argilo-Síltico-Arenoso.

Figura 2: Mapa Geológico do Município de Florianópolis. Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando

Ferretti.

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Figura 3: Montagem sobre o Software Google Earth a partir do MDT e Mapa Geológico do Maciço

apresentando vista tridimensional do setor Norte do Maciço do Morro da Cruz. Fonte: Organização geógrafo Harideva M. Hégas, 2008.

Na Suíte Intrusiva Pedras Grandes está incluída a maioria das rochas granitóides

que ocorrem no município, tanto na Ilha como no continente. Geralmente, é

constituída por granitos a granodioritos (FLORIANÓPOLIS, 2008).

Os diques de diabásio da formação Serra Geral estão representados por corpos

tabulares alongados, orientados, preferencialmente segundo a direção N10° - 30°E,

com espessuras que vão de poucos centímetros a centenas de metros

(FLORIANÓPOLIS, 2008).

Os sedimentos quaternários encontrados em Florianópolis são dos tipos marinhos

litorâneos e eólicos retrabalhados; colúvio-alúvio-eluvionares de idade

indiferenciada; de baías e lagunas; arenosos de origem eólica; marinhos atuais; e

argilo-síltico-arenosos (FLORIANÓPOLIS, 2008).

A geologia de Florianópolis pode ser descrita como um conjunto de rochas

cristalinas (granitos, gnaisses e riolitos) representando o Ciclo Tectônico Brasiliano,

cortados localmente por diques de diabásio de idade Juro-Cretácica, sobrepostos

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por coberturas sedimentares recentes, relativas aos eventos

Terciários/Quaternários (CARUSO Jr, 1993; GUEDES JÚNIOR, 2005).

1.3.2 PEDOLOGIA.

O trabalho de Sommer e Rosatelli no Mapeamento Temático do Município de

Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 1991) procurou apresentar um levantamento de

solos de nível de reconhecimento, em escala 1:50.000, com o objetivo de fornecer

informações qualitativas para o planejamento geral de programas de conservação,

manejo e uso do solo.

Em 1999 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA promoveu

uma nova classificação dos solos no Brasil. Portanto este trabalho apresenta o

material levantado por Sommer e Rosatelli (FLORIANÓPOLIS, 1991), apresentado

no Atlas de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Segue os tipos de solo presente no município de Florianópolis conforme nova

classificação, mas mantendo as informações do levantamento de 1991 e das

informações de 2004. A descrição dos solos por UTP no APENDICE A.

Argissolos - eram chamados solos podzólicos até 1999. São Solos que

apresentam migração de argila do horizonte A para o B, criando uma diferença de

textura entre esses horizontes (o A fica mais arenoso e o B mais argiloso). Sua

profundidade é de aproximadamente 1,5 m. De relevos ondulados - das encostas

de morros e colinas. Possui fragilidade à erosão quando não possuem cobertura

vegetal. Os argissolos vermelho-amarelos geralmente derivam do intemperismo dos

granitos e apresentam textura areno-argilosa, não possuindo boa fertilidade. Os

argissolos vermelhos originam-se da alteração das rochas de diabásio e

apresentam textura argilosa, sendo geralmente mais férteis. Na área onde o Granito

Ilha predomina, os solos apresentam espessura em torno de 1 m (horizontes A + B)

(HERRMANN, 1989), tipo Argissolo Vermelho-Amarelo, com o horizonte A em cor

clara e o horizonte B apresentando acúmulo de argila e coloração vermelho-

amarelada.

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Cambissolos - são solos com profundidade média entre 0,5 a 1,5 m, possuem

geralmente horizonte B ainda em formação, com pouca espessura (cerca de 10

cm). Sua textura pode ser cascalhenta, pois pedaços do material de origem ainda

pouco alterados podem estar ao longo do perfil. Encontrado nas encostas íngremes

dos morros ou na base das encostas, sendo formado a partir dos depósitos de

sedimentos. A sua fertilidade vai depender do material de origem de onde ele se

desenvolve. O Cambissolo apresenta um horizonte subsuperficial B em início de

desenvolvimento, sem um acentuado grau de intemperismo com impossibilidade de

formação de solos profundos. Cristo (2002) argumenta que por sua baixa

intemperização, apresentam processos pedogenéticos pouco expressivos, por isso

tem pequeno incremento de argila, com cerosidade praticamente ausente,

apresentando minerais parcialmente alterados, com fracos agrupamentos

estruturais desenvolvidos no horizonte B.

Neossolos Litólicos - caracterizam-se por serem muito rasos (14 a 40 cm de

espessura) e por não possuírem um horizonte B, tendo o horizonte A diretamente

sobre o C ou sobre a rocha matriz. Sua textura varia de arenosa a cascalhenta e

até pedregosa. Pode apresentar o horizonte A húmico, ou seja, rico em matéria

orgânica. No território do município, esse solo ocorre sobre os maciços rochosos,

junto aos costões da Ilha de Santa Catarina e nas pequenas ilhas próximas.

Afloramento de Rochas - Os Afloramentos de rochas aparecem na forma de uma

capa (laje) de rocha que recobre o terreno ou na forma de acúmulo de blocos e

matacões ao longo das encostas e/ou na sua base. Os afloramentos de rocha na

forma de laje são comuns nos trechos mais íngremes das encostas e nos costões

junto às praias.10 Os afloramentos rochosos aparecem quase todas as áreas de

crista e nos topos do Maciço Central (FIGURAS 8 e 9). Estas atualizações da

cobertura superficial estão presentes em um mapa de cobertura superficial da parte

central (Maciço do Morro da Cruz) de Florianópolis realizado por Saito (2004)

(APÊNDICE A).

10 Infelizmente o mapeamento dos Afloramentos de Rochas é recente e ainda precisa ser mais bem caracterizado em campo. Neste trabalho procuramos apontar os principais afloramentos.

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Espodossolos Hidromórfico - Esses solos eram chamados solos de podzol, são

solos arenosos e geralmente profundos (1 a 3 m) com migração de matéria

orgânica, alumínio e ferro da superfície para uma região mais profunda no perfil,

formando um horizonte chamado espódico, cuja cor é castanha. O termo

hidromórfico é devido ao fato de apresentar-se saturado de água até próximo à

superfície do terreno. Não possui boa fertilidade natural e, por conter muito alumínio

é inadequado para agricultura convencional. Tem ocorrência mais significativa na

região próxima à foz do rio Ratones, no norte da Ilha de Santa Catarina.

Gleissolos - Os Gleissolos são divididos em háplicos e tiomórficos.

O Gleissolo háplico é um solo encharcado, com horizonte A com matéria orgânica,

seguido em profundidade por um horizonte chamado Glei cujas cores são

acinzentadas, esverdeadas ou azuladas por causa do excesso de água. A textura é

geralmente argilosa. Apresentam boa fertilidade, mas precisam ser drenadas para o

uso agrícola. Esse solo é comum nas áreas de planícies da Ilha de Santa Catarina.

Já o Gleissolo Tiomórficos é um solo que ocorre nos manguezais. Apresenta

textura argilosa e a presença de enxofre e sais (pois é alagado pela água do mar

quando a maré enche). Por ser um solo encharcado, a matéria orgânica não se

decompõe totalmente, o que explica a presença de enxofre e a sua cor escura e,

por vezes, o mal cheiro. Ocorre em grande parte do município, onde o mar é calmo,

junto à desembocadura de rios em enseadas e baías, como é o caso do Rio

Ratones, Tavares, e dos rios que têm sua foz nas enseadas como a do Saco

Grande, a do Itacorubi, entre outras.

Organossolos - O Arganossolo era chamado até 1999 de solo orgânico. É um solo

alagado e com muita matéria orgânica, por isso são muito escuro. O excesso de

matéria orgânica se deve a matéria orgânica não se decompor totalmente no

ambiente encharcado e ir se acumulando no perfil do solo. Apresenta textura

geralmente argilosa e boa fertilidade natural, embora necessite drenagem para o

seu uso agrícola, ocorre nas áreas planas e baixas da Ilha Santa Catarina.

Neossolo Quartzarênico - Os neossolos eram chamadas areias quartzosas. São

solos arenosos e profundos (1 a 3 m), não alagados, com baixa fertilidade natural e

pouca capacidade de retenção de água, em virtude de sua textura arenosa.

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Colonizados normalmente pela vegetação de restinga. Estes solos ocorrem nas

planícies da Ilha de Santa Catarina e nos depósitos de dunas antigas. No

mapeamento (FLORIANÓPOLIS, 2004) foram chamadas de Areias Quartzosas

Álica.

Os Neossolos Quartzarênicos Hidromórficos são semelhantes aos anteriores,

contudo são encharcados pela presença do lençol freático próximo à superfície e

por isso apresentam maior acúmulo de matéria orgânica, o que os torna

acinzentados e um pouco mais férteis do que os neossolos quartzarênicos.

Entretanto, para uso agrícola precisam ser drenados. Ocorrem nas áreas mais

baixas do relevo, junto dos neossolos quartzarênicos. No mapeamento

(FLORIANÓPOLIS, 2004) de 1991 foram chamadas de Areias Quartzosas

Hidromórficas Álicas.

Areais Quartzosas Marinhas - Trata-se de sedimentos que recobrem as praias e

que ainda não passaram pelos processos de formação de solo (pedogênese), pois

estão em um ambiente extremamente dinâmico, onde o trabalho do mar e do vento

é incessante. Na legenda do mapeamento de 1991 são chamadas de Areia

Quartzosa Marinha Álica.

Dunas - As dunas são os depósitos arenosos de dunas móveis, onde vento age

significativamente, não permitindo a formação do solo.

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Figura 4: Mapa de Solos do Município de Florianópolis.

Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.

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1.4 GEOMORFOLOGIA E RELEVO

1.4.1 GEOMORFOLOGIA E RELEVO

Florianópolis possui uma paisagem que é resultado do contraste entre as planícies

litorâneas e as elevações montanhosas, gerando paisagens naturais bastante

diversificadas. O litoral é muito recortado, com pequenas ilhas (30), praias (42),

enseadas, promontórios, costões, lagunas, restingas, manguezais (4) e campos de

dunas (2). As planícies costeiras emolduram morros isolados e cristas montanhosas

descontínuas no sentido NE-SW, que chegam a uma altitude máxima de 522 m

(GUEDES JÚNIOR, 2005).

A atual ilha de Santa Catarina resulta da interligação de um grande número de

morros que correspondem aos topos de blocos mais elevados, separados do

continente e entre si por fossas tectônicas hoje preenchidas, parcial ou totalmente,

por sedimentação quaternária11. Antes desta sedimentação, e em épocas de nível

mais elevado do mar, sua configuração não era de uma ilha, mas sim de muitas

ilhas. Característica esta que vem sendo salientadas nos principais trabalhos que

tratam dos seus aspectos geológicos e geomorfológicos, como os de Scheibe e

Teixeira (1970); Caruso Jr. (1993); Zannini et al (1997); Cruz (1998); Tomazzoli e

Pellerin (2001); Herrmann (1989).

As duas unidades geomorfológicas da Ilha de Santa Catarina são a Serra Litorânea

e a Planície Costeira. Na Ilha é encontrado um relevo dominado por morros

cristalinos com altitudes de até 522 m, como o morro do Ribeirão da Ilha (CARUSO

JR., 1993; CRUZ, 1998). O embasamento rochoso está representado por granitos,

riolitos e por intrusões em forma de diques de diabásio; onde o granito se apresenta

cataclasado ocorrendo em vales em forma de calha. Nas áreas onde ocorrem

diques, o relevo apresenta-se deprimido em relação às rochas encaixantes mais

resistentes, pois os diques mostram-se com menor resistência ao intemperismo. O

relevo onde aflora o riolito encontra-se em forma de cristas acentuadas,

11 O Quaternário é o período mais recente da era Cenozóica e congregando as épocas Pleistoceno e Holoceno.

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destacando-se na paisagem (CARUSO JR., 1993). Desta forma, a geomorfologia

da ilha apresenta relação com o substrato geológico. O embasamento serve de

apoio às áreas sedimentares que delineiam o atual contorno da ilha (HERRMANN,

1989).

As planícies costeiras constituem uma extensão de terrenos planos ou muito pouco

dissecados, onde a geração do relevo está intrinsecamente relacionada à

sedimentação devido às variações do nível do mar ocorrido durante o Quaternário,

e que formam ambientes marinhos, lacustres, eólicos, fluviais e de leques aluviais.

(GUEDES JÚNIOR, 2005).

Entre as duas unidades geomorfológicas descritas, há um processo de acumulação

chamado de rampas, que podem ser de dois tipos: colúvio-eluviais e de dissipação.

As rampas colúvio-eluviais são constituídas basicamente por materiais originários

da decomposição de rochas graníticas, deslocadas vertente abaixo, que avançam

sobre as planícies e os relevos modelados em rochas cristalinas, sendo mais

comuns na face oeste da Ilha. As rampas de dissipação são formadas a partir de

dunas de captação juntamente com materiais oriundos da vertente deslocados por

solifluxão, fluxos de areia e lama, rolamento etc. e que ocorrem freqüentemente na

face leste da Ilha (GUEDES JÚNIOR, 2005).

A Ilha de Santa Catarina possui ainda um sistema de lagoas, Lagoa da Conceição e

do Peri, e corpos lagunares menores como as lagoas do Jacaré, da Chica,

Lagoinha Pequena, Lagoinha do Leste e Lagoinha de Ponta das Canas. Os

principais rios que drenam a ilha são: Vermelho, Ingleses, Tavares, Itacorubi, Saco

Grande e Ratones. O entorno da ilha em estudo sofre a atuação dos agentes

oceanográficos, destacando-se a ação das ondas, marés e correntes litorâneas

(HORN FILHO, 2006).

As áreas sedimentares têm sua formação associada aos períodos trans-regressivos

dos últimos períodos geológicos (Terciário e Quaternário). Na tabela abaixo está

representada a coluna estratigráfica construída por Guedes Júnior (2005) para o

município de Florianópolis:

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QUATERNÁRIO HOLOCENO E/OU PLEISTOCENO

Depósitos de praia

Depósitos de Leques Aluviais e Aluviais atuais (calhas de drenagens)

Depósitos de manguezais

Depósitos eólicos atuais

Depósitos lagunares

Depósitos eólicos antigos

Depósitos transicionais lagunares

Depósitos de turfas

Depósitos marinhos praiais.

TERCIÁRIO / QUATERNÁRIO

Depósitos de encosta

JURO-CRETÁCEO

Diques de diabásio

PROTEROZÓICO SUPERIOR ao EO-PALEOZÓICO Magmatismo pós-tectônico

Suíte Vulcano-Plutônica Cambirela (Riolito Cambirela, Granito Itacorubi)

Suíte Pedras Grandes (Granito Ilha)

(CICLO TECTÔNICO BRASILIANO)

Magmatismo tardi-tectônico (Granitóide São Pedro de Alcântara)

Magmatismo sin-tectônico (Granitóide Paulo Lopes)

Quadro 3: Coluna Estratigráfica da Ilha de Santa Catarina. Fonte: CARUSO Jr.,1993 modificada por GUEDES JÚNIOR, 2005.

Os Maciços Granitícos constituem, em geral, áreas com moraria bastante

movimentada. Cruz (1998) chama a atenção para o fato de que, nos topos mais

rebaixados, as formações são normalmente mamelonadas, caracterizando-se por

um alto grau de intemperismo-pedogênese nas vertentes, e recebendo também os

produtos de movimentos de massa e da drenagem que corta as vertentes de

elevada declividade, escarpas de falha e vales profundos, com topos em cristas,

dos maciços graníticos. Apresentam uma dissecação em montanha ou morraria

apresentando vales encaixados, interflúvios e vertentes com diversas declividades

(com altitudes superiores a 200 metros). Esse domínio morfoestrutural é também

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chamado de Domínio dos Embasamentos em Estilos Complexos (HERRMANN;

ROSA, 1991).

Para este trabalho caracterizou-se as formas de relevo conforme trabalho de

Herrmann e Rosa (FLORIANÓPOLIS, 1991) para o município de Florianópolis.

Conforme esses autores na área do município estão presentes dois tipos de

modelados: de dissecação e de acumulação. (Figura 5). A descrição dos

modelados por UTP estão presentes no APENDICE A com Mapa original no

APENDICE B.

Nos modelados de dissecação as formas de relevo estão associadas a os corpos

graníticos (granito, riolito, cataclasito e diabásio) que tem forma em colinas, morro e

montanhas. Essas são esculpidas por processos erosivos. Quando essas

elevações alcançam a faixa litorânea, podem delimitar as enseadas e os sacos

(enseadas completamente circundadas por morros, como a do Saco Grande, a dos

Limões e a da Lama). Os costões e os pontais rochosos fazem parte dessas

elevações e delimitam as praias. As Ilhas, como a do Campeche, a das Aranhas, a

do Xavier, entre outras, são a continuação dessas elevações além mar (CARUSO

JR., 1993; CRUZ, 1998; FLORIANÓPOLIS, 2004;).

O embasamento cristalino na ilha de Santa Catarina possui morfologia típica dos

maciços rochosos, apresenta aspecto de cristas e acentuado declive das encostas.

As altitudes variam entre 300 e 500m, e as encostas dissecadas por uma drenagem

incipiente, apresentam vales em forma de “V” e pouco profundos.

As rochas cristalinas (ígneas) constituem os morros, formando um conjunto de

elevações alinhadas na direção NE, ao longo de toda e extensão da Ilha. Estes

morros servem como anteparos para o acúmulo de material sedimentar,

comumente retrabalhado, muitas vezes derivado dos próprios morros. Os

granitóides afloram principalmente nos topos dos morros sob a forma de matacões

de médio e grande porte, onde a alteração superficial é bastante pronunciada e,

nos costões como lajeados, quase não apresentando solos.

Os diques de diabásio possuem extensão limitada, com direção predominante N-S

e NE-SW (direção predominante das falhas e fraturas da Ilha) apresentando-se

geralmente alterados devido ao intemperismo. Estes diques ocorrem cortando os

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31

granitos, ao longo de toda a Ilha, alcançando em geral, alguns metros a dezenas de

metros de largura e centenas de metros de extensão.

O modelado de dissecação é susceptível à atuação de fenômenos erosivos como

enxurradas, deslizamentos, queda de blocos e matacões, entre outros,

principalmente nas encostas mais íngremes e naqueles cujos solos rasos dos

morros e montanhas não apresentam cobertura vegetal (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Dentro os tipos de Modelados de Dissecação conforme Herrmann e Rosa (1991) e

também citado no Atlas de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS 2004):

Modelado de Dissecação em Montanha - considera-se as elevações mais

altas e com encostas mais íngremes, as quais estão localizadas principalmente

no interior e na porção sul da Ilha de Santa Catarina. Dissecação com vales

encaixados, ocasionalmente com terraços12 alveolares13, interflúvios14

angulosos e vertentes com diferentes graus de declividade. Amplitude

altimétrica superior a 200 metros. Apesar de serem chamadas popularmente de

morros, as elevações conhecidas como Morro das Aranhas, do Rio Vermelho,

da Lagoa, da Cruz, da Pedra da Listra, do Ribeirão, entre outras, fazem parte

desse modelado;

Modelado de Dissecação em Morro (ou morraria ou ainda outeiro)-

dissecação com vales pouco encaixados conformando morros com vertentes

convexa-côncavas. Amplitudes altimétricas inferiores a 200 metros. Erosão em

morros de altitudes menores do que as do modelado em montanhas e ocorre

mais próximo da zona litorânea, sendo mais expressivo na porção norte da Ilha

de Santa Catarina, como o Morro dos Ingleses, o da Galheta, o do Cacupé. No

sul da Ilha pode-se citar o Morro do Campeche.

O modelado de acumulação é constituído por formas de relevo geradas em

ambientes de deposição marinhos, eólicos, lacustres, torrenciais e fluviais. De

acordo com a característica dominante do relevo e com a natureza dos sedimentos

12 São superfícies horizontal ou levemente inclinada, constituída por depósitos sedimentares ou modeladas pela erosão e limitada por dois declives do mesmo sentido. Sendo então um patamar interrompendo um declive contínuo. 13 Seções alargadas de um vale entulhadas de sedimentos.

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32

que os constituem os modelados de acumulação são classificados em

compartimentos conforme o Atlas de Florianópolis (2004):

Compartimentos Praiais – agrupados em formas de relevo criadas a partir de

sedimentos transportados e depositados pelo regime de ondas e correntes

litorâneas. São as formas de relevo encontradas nesse compartimento: praias

atuais, terraços marinhos, planícies de restinga, planícies lacustres e as

planícies de maré. Muitas dessas feições são o resultado de processos que

ocorreram no passado geológico recente do litoral, como o aumento e

rebaixamento do nível do mar nos últimos milhares de anos. As praias atuais

são diferenciadas de acordo com a sua posição: as voltadas diretamente para o

Oceano Atlântico possuem areias mais fina e um regime de ondas e correntes

com mais energia, ao passo que aquelas voltadas para as águas das baías sul e

norte são ambientes de menor energia e possuem areias mais grossa. Cruz

(1998) afirma que este ambiente é extremamente instável e muda de acordo

com a época do ano, com situações de erosão no final do inverno e da

primavera e de deposição no final do verão. As praias voltadas para o Atlântico

são as mais afetadas por esses fenômenos, Cruz (1998) constatou que as

praias de Ingleses, Moçambique, Campeche, Armação, Daniela, Ponta das

Canas, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Lagoinha, Forte e Pântano do

Sul apresentam sinais visíveis de erosão, demonstrando uma instabilidade

ambiental que por vezes é ampliada pelas construções humanas. Os terraços

marinhos são formas de degraus modelados em sedimentos arenosos

depositados pelo mar. Na Ilha de Santa Catarina, os terraços apresentam-se em

dois níveis: um, mais elevado, representa o nível do mar mais alto de outros

tempos (Pleistoceno) e geralmente, se encontram encostados na base das

elevações; e os terraços marinhos atuais que se encontram mais próximos

das linhas de praias contemporâneas. As planícies de restinga foram criadas

através da deposição sucessiva de cordões arenosos pelas correntes litorâneas,

enquanto o mar baixava seu nível e regredia em direção ao litoral atual. A

morfologia típica dessas planícies é a de cristas e cavados arenosos

sucessivos, com cada crista representando um cordão e cada cavado

14 Pequenas ondulações que separam os vales, cujas vertentes são na sua maioria convexas formando pequenas colinas.

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33

representando o limite entre dois cordões. Entretanto, pode ocorrer a deposição

de dunas sobre essa morfologia, o que torna difícil identificar as cristas e os

cavados. Como os cavados são áreas mais baixas, aí se acumula umidade e se

formam brejos e pântanos. Muitas vezes, os cordões de restinga aprisionavam

corpos d'água formando lagoas, como a do Peri, a da Conceição e corpos

lagunares menores,como a da Chica, a Lagoinha, etc. A planície lacustre é

formada pelo entulhamento que as lagoas sofrem com o tempo. Esse

entulhamento, também chamado de colmatação, se deve à chegada de

sedimentos trazidos pelos rios, pela chuva e pelo vento. Esse processo faz com

que se forme uma área rebaixada e pantanosa, com solo escuro. A Lagoa da

Conceição apresenta alguns trechos colmatados ao norte, em direção ao Rio

Vermelho. A planície de maré ocorre nas áreas de mar calmo das baías Norte

e Sul, desenvolvendo-se nas reentrâncias do litoral e na foz dos rios, onde o

fundo marinho é raso. Nesses locais acumulam-se sedimentos finos (do

tamanho dos de silte e de argila) que formam um solo lamoso freqüentemente

encharcado pelo lençol freático próximo da superfície e pela invasão das águas

do mar nos períodos de maré cheia. A cor escura desse solo é resultante da

decomposição lenta e incompleta da matéria orgânica em ambiente saturado de

água. Nesse ambiente, desenvolve-as espécies vegetais típicas de manguezal

e, por ser um lugar de águas calmas, com presença de nutrientes, algumas

espécies de peixes, crustáceos e moluscos aí se reproduzem e completam seus

estágios de crescimento (FLORIANÓPOLIS, 2004:26, 28).

Compartimentos Eólicos – constituído por formas de relevo criadas a partir da

ação do vento em ambiente litorâneo. Em Florianópolis, fazem parte desse

compartimento os campos de dunas móveis e estabilizadas (com vegetação),

onde podem ser encontrados diferentes tipos de dunas - longitudinais,

transversais, parabólicas e cômoros. Nos campos de dunas também aparecem

bacias de deflação, pequenas lagoas temporárias e pântanos. As dunas

longitudinais, transversais e parabólicas diferenciam-se por sua forma graças à

direção do vento, à disponibilidade de areia e à presença de obstáculos para o

vento começar a depositá-las. As longitudinais apresentam-se como cordões de

areia alinhados à direção do vento mais constante, as transversais têm essa

denominação porque se desenvolvendo sentido perpendicular à direção do

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34

vento mais constante; e as parabólicas têm a forma de uma ferradura com as

pontas bem fechadas, que se desenvolvem no sentido contrário ao vento mais

freqüente. Os ventos do quadrante nordeste são os mais freqüentes em nosso

litoral, enquanto os do quadrante sul são menos constantes, mas mais intensos,

e ambos influenciam na formação das dunas. As bacias de deflação são áreas

rebaixadas e embaciadas que surgiram pela retirada de areia pelo vento. Em

alguns pontos, o vento retira tanta areia que rebaixa a superfície até fazer aflorar

o lençol freático, formando pântanos nessas depressões. Os cômoros, ou

“combros”, como dizem nativos descendentes de açorianos, é uma espécie de

muro de areia, formado por dunas altas e contínuas, que limita a área litorânea.

As dunas fixas são estabilizadas pela instalação de espécies vegetais de

formação pioneira ou de restinga e ocorrem nos lugares mais protegidos do

vento. Os campos de dunas e os cômoros são mais expressivos na parte leste

da Ilha de Santa Catarina, junto ao Oceano Atlântico, se dividindo Em dois

campos principais: o de Ingleses até a Barra da Lagoa, passando pelo Rio

Vermelho, e o da Joaquina até o Campeche, passando pelo Rio Tavares,

orientados na direção Sul - Sudoeste e Norte - Nordeste. Há dunas também em

outros pontos da Ilha, como Daniela, Ponta das Canas, Canasvieiras, Pântano

do Sul, entre outras praias. A altura média das dunas de nosso território é de

cerca de 10 metros; contudo, no campo de dunas da Joaquina está a duna mais

elevada com cerca de 40 metros. Esse compartimento é extremamente

dinâmico, mudando suas formas literalmente ao sabor do vento. É uma região

na qual não deve haver intervenção ou ocupação humana, pois as estruturas

criadas pelo homem tendem a ser permanentes e a paisagem do compartimento

eólico não é permanente (FLORIANÓPOLIS, 2004:28).

Compartimentos colúvio-aluvionar - representa a transição entre as unidades

da planície costeira e a das serras do leste catarinense. Apresenta formas de

rampas constituídas por depósitos de sedimentos acavalados nas elevações

cristalinas e que se estendem sobre a planície costeira. Esses sedimentos são

mal selecionados e compostos por diferentes tamanhos de grãos, como

matacões, seixos, areias e argilas. Herrmann e Rosa (1991) classificam-nas em

dois tipos: rampas colúvio-eluvionais e rampas de dissipação. As rampas

colúvio-eluvionais são formadas por alterações de rochas in situ e por depósitos

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35

de sedimentos que se deslocam das partes mais altas a partir de enxurradas,

deslizamentos e quedas de blocos. Os sedimentos maiores, como matacões e

blocos, são encontrados com maior freqüência nas declividades mais

acentuadas, enquanto os mais finos (areias e argilas) formam o meio e a

extremidade mais baixa das rampas, já avançando sobre a planície. As cores

dos materiais dessas rampas são avermelhadas ou amareladas, podendo

passar a acinzentadas nas partes baixas junto à planície por influência da

presença do lençol freático. Onde o nível do lençol oscila ao longo do tempo são

encontradas cores mosqueadas entre manchas avermelhadas e

acinzentadas/esbranquiçadas. As rampas de dissipação são formadas por

dunas acavaladas nas elevações, que recebem contribuição de sedimentos das

alterações e/ou solos dessas elevações quando ocorrem enxurradas ou

deslizamentos. São areias eólicas com contribuição de argilas, seixos e

grânulos derivados da alteração dos granitos e do diabásio que compõem as

elevações que funcionaram como um obstáculo para o vento, e que acabam

formando depósitos avermelhados em virtude da contribuição de argilas e

óxidos. Pela maneira como se origina, esse tipo de rampa aparece com mais

freqüência na parte leste da Ilha de Santa Catarina (FLORIANÓPOLIS,

2004:28,29).

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Figura 5: Mapa dos domínios geomorfológicos do Município de Florianópolis.

Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.15

15 A figura apresentada trata-se apenas de um desenho dos domínios de dissecação e acumulação sem representar os elementos geomorfológicos de encostas, vertentes, interflúvios etc.

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Na Figura 6 pode-se observar em bege a dissecação em montanha, e em rosa e

verde o modelado de acumulação no Maciço do Morro da Cruz. Em lilás as Bacias

Suspensas.

Figura 6: Montagem a partir do MDT e Mapa Geomorfológico do Maciço no Software Google Earth

com vista tridimensional do setor Sul do Maciço do Morro da Cruz. Fonte: Organização geógrafo Harideva M. Hégas.

1.4.2 CONDIÇÕES DE SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS EROSIVOS

Analisado os elementos presentes na legislação municipal, 0 – 30%, 30- 46,6%; e

acima de 46,6% e conforme mapa de declividades do município de Florianópolis,

observa-se áreas susceptíveis a riscos naturais, principalmente os relacionados a

deslizamentos e enchentes.

Através das diferenças de inclinações do terreno (declividades) estabeleceu-se

considerações legais e de ordenação sobre locais sujeitos às enchentes e propícios

a estabilizações de encostas, mas que infelizmente nem sempre são cumpridas em

Florianópolis.

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Nas áreas de encostas do Maciço do Morro da Cruz, no Morro da Lagoa e em

outros maciços ao longo da Ilha observa-se ocupação em áreas de declividades

acentuadas, com a retirada da vegetação. Há uma massa edificada que é mais

densa até a cota 50m, e fica mais rarefeita até a cota dos 100m, chegando mesmo

a cota de 200 metros em alguns pontos do Morro da Cruz (PAMPLONA, 1999).

Do ponto de vista geoambiental, as áreas de maiores declividade dos maciços

graníticos são impróprias à ocupação e também a diversos usos de

agricultura/criação de animais, porque uma vez desmatada ou terraplanada para

construções, podem tornar-se susceptíveis à erosão, deslizamentos e rolamentos

de matacões, conforme aponta Saito (2004), Dias (2000) e Cristo (2002).

Herrmann e Rosa (1991) apontam que a declividade acentuada é determinante na

ocorrência de movimentos de massa, do tipo solifluxão em que os deslizamentos

resultam em cicatrizes com deslocamento de material e processos erosivos.

O escorregamento (ou deslizamento) é um movimento de massa e/ou material

sólido encosta abaixo, como solos, rochas e vegetação, sob a influência direta da

gravidade. As chuvas vão fornecer condição para ocasionar os escorregamentos,

no entanto a má utilização e ocupação do solo é, diretamente responsável pelos

desastres que atingem as comunidades humanas (KOBIYAMA et al, 2006).

Augusto Filho (1994 apud KOBIYAMA et al 2006) destaca quatro tipos de

movimentos básicos: os rastejos (creep), os escorregamentos (slides), as corridas

(flows) e as quedas de blocos (falls). Rapidamente podem ser descritos como;

Rastejo é um fenômeno lento (centímetros ao ano) com baixo poder de

destruição e facilmente identificado pela posição de muros, árvores etc;

Escorregamentos, propriamente ditos, podem ser rotacionais e

translacionais, são movimentos rápidos e com velocidades médias a altas

(em metros por hora ou metros por segundo), de rápida duração com grande

poder de destruição;

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As Flows ou corridas são movimentos extremamente rápidos (em metros por

segundo), normalmente com material viscoso. Apesar de serem mais raras

de ocorrer, produzem estragos maiores que os escorregamentos;

Quedas de blocos acontecem quando rochas rolam de encostas, em

movimento de queda livre com velocidade alta.

A Ilha de Santa Catarina é palco de constantes episódios de escorregamentos,

notadamente associados a uma instabilidade temporal ou, o que é pior, apenas a

um evento de chuva mais prolongada.

Oliveira e Herrmann (2004, p. 157) analisando a área de dissecação de montanha,

em que está parte do Maciço Central apontam que

A declividade acentuada determina a ocorrência ocasional e localizada de movimentos de massa do tipo solifluxão e deslizamentos que resultam em cicatrizes de arranque de material e nichos erosivos. O escoamento superficial difuso promove a lavagem do material de menos granulometria e concentra blocos e matacões graníticos ao longo das vertentes. Muitos desses blocos rochosos encontram-se em condições precárias de equilíbrio e constituem, durante os períodos de chuva intensas, fator de alto risco para a população que ocupa as áreas adjacentes.

Na maioria das vezes, os escorregamentos estão relacionados com a própria

dinâmica das encostas e as grandes declividades, com movimentos gravitacionais

de massa (SAITO, 2004; CRISTO, 2002). Associado a esta dinâmica podem

manifestar-se outros tipos de movimentos de massa, como corridas de lama,

rastejo, quedas de blocos, tombamentos de blocos e/ou matacões.

Os escorregamentos acontecem com os deslocamentos de solo sobre um

embasamento saturado de água, processo que depende de vários fatores, entre os

quais estão: a inclinação das vertentes, a quantidade e freqüência das

precipitações, da presença ou não da vegetação e da consolidação do material.

Em Florianópolis, na área do Maciço Central, muitos dos deslizamentos estão

associados com a utilização de forma inapropriada de áreas com declividade acima

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de 46,6%; mas áreas com inclinação menores podem sofrer a atuação dos

processos de movimento de massa, sobretudo devido a construções inadequadas

como a movimentação de material sujeito a escorregamento.

A pressão urbana sobre locais susceptíveis a deslizamentos, com vulnerabilidade

ambiental, inclui a morfologia do relevo (sobretudo a declividade), a litologia

(estrutura geológica) e o tipo de cobertura e uso do solo.

Fica evidenciado, pelos trabalhos de pesquisa do Núcleo de História, Cultura e

Desenho da Cidade (CIDADHIS), do Departamento de Arquitetura junto ao Centro

Tecnológico da UFSC, que o material utilizado, muitas vezes restos de outras

construções ou placas e a própria mata adjacente (como árvores para mourão de

cerca), e ainda a carência técnica dos moradores para seguir parâmetros de

segurança, contribuem para a maior vulnerabilidade da população e

consequentemente da área. São comuns cortes em terrenos nas encostas e a

retirada da vegetação (seja por corte ou queimada) que protege o solo, bem como

os aterros para aumentar a área útil de construção, normalmente as mesmas são

realizadas sem respeitar as condições mínimas de segurança, como a geometria do

talude, bem como qualidade e compactação do material empregado para a

construção dos aterros, condicionam a ocorrência de escorregamentos. Além disso,

a inexistência de sistemas de drenagem eficientes impede o correto escoamento da

água, podendo provocar seu acúmulo e a conseqüente desestabilização da encosta

(SCHEIBE et al. 2007).

Saito (2004) apresenta um mapa dos Assentamentos Precários do Maciço Central

de Florianópolis destacando as comunidades que estão em conflito com o Plano

Diretor, sobretudo como no caso do Alto da Caieira onde apesar de estar em uma

área definida como APL há atualmente um processo de urbanização com

asfaltamento da principal via de acesso, ligação de água e esgoto.

Com as chuvas acumuladas no ano de 2008, de agosto a novembro, e com uma

série de escorregamentos por todo o Estado, Florianópolis não ficou imune. O

excesso da concentração de chuva no mês de novembro, com o conseqüente,

acúmulo e a saturação do solo ocasionaram diversos incidentes, como constantes

escorregamentos com casas em área de risco nos maciços graníticos da Ilha.

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41

1.5 HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA

1.5.1 HIDROLOGIA

A rede hidrográfica do município de Florianópolis caracteriza-se por bacias, lagoas,

rios e córregos normalmente de pequenas extensões que deságuam diretamente

nas baías Norte e Sul, e no Oceano Atlântico. Destacam-se em as bacias do rio

Ratones (UTP’s Papaquara, Rio Tavares e Manguezal do Rio Ratones), Saco

Grande (UTP Saco Grande), Lagoa da Conceição (UTP Lagoa da Conceição),

Itacorubi (UTP Itacortubi), Rio Tavares (UTP Rio Tavares) e Lagoa do Peri (UTP

Lagoa do Peri e UTP Pântano do Sul).

O relevo do município possui inclinação acentuada entre as planícies e as encostas

o que forma uma grande quantidade de vertentes com córregos e quedas d’água,

que geram pequenos cursos d’água dependentes do regime pluviométrico. A

hidrologia caracteriza-se pela fraca capacidade de vazão das redes de drenagem e

a ausência de mananciais vigorosos. Os cursos d’água fazem parte das bacias

hidrográficas de alguns rios, a maioria com embocaduras nas baías Norte e Sul. As

principais são as bacias dos rios Ratones (80 km2), Tavares (33 km2), Itacorubi (27

km2), Saco Grande (17 km2) e Capivari (12 km2) (GUEDES JÚNIOR, 2005).

Os maciços graníticos presente na parte central Ilha de Santa Catarina propiciaram

a formação de pequenas bacias hidrográficas, estando essas subdivididas em

quatro vertentes distintas que correspondem aos setores leste, oeste, norte e sul.

Na vertente leste, os rios e córregos nascem no embasamento cristalino, não

atingindo diretamente o mar, são captados pelas águas da Lagoa da Conceição no

setor centro-norte e Lagoa do Peri no setor sul. Os rios da vertente oeste

desembocam nas baías Norte e Sul, enquanto que aqueles das vertentes norte e

sul direcionam-se diretamente para o oceano Atlântico.

No continente a bacia do Estreito tem suas águas correndo para a Baía Norte,

enquanto na Bacia de Coqueiros tem parte das águas drenada para a Baía Sul, em

Coqueiros.

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42

Grande parte dos rios e córregos nas áreas urbanizadas do município se encontram

canalizados, sendo que destes a maioria absoluta está contaminado por dejetos

domésticos. Essas alterações no regime natural das águas das bacias hidrográficas

têm gerado, sobretudo no verão, a ocorrência de alagamentos com as cheias de

rios e córregos. O formato do relevo e o processo de ocupação intensa sobre a

planície costeira também contribuí para os processos de alagamento.

A bacia hidrográfica mais representativa é a de Ratones, por ser a de maior

extensão. Nela encontram-se representados todos os diferentes ecossistemas

presentes em Florianópolis do manguezal à floresta ombrófila densa.

Para a demarcação das bacias (conforme Produto 1) foi utilizado a base do IBGE

1:50.000 sobre o qual procurou-se corrigir pequenas distorções nos divisores de

água dessas bacias com base cartográfica do IPUF na escala 1:2.000. Na UTP

Florianópolis é possível dividir a área em sub-bacias: Bacia da Baía Norte; Bacia do

Morro do Horácio; Bacia do Saco dos Limões; Bacia do José Mendes; Bacia da

Prainha e Bacia do rio da Bulha. Com destaque para as bacias suspensas do Alto

da Caieira e Morro da Queimada

A maioria dos córregos presentes nas bacias nas áreas mais densamente

ocupadas está completamente alterada quanto a sua morfometria natural

(sobretudo nas UTP’s centrais). A retirada da vegetação nativa, a ocupação

irregular, o entulho de materiais e lixo, além dos desvios para abastecimento e o

lançamento de águas servidas transformaram os pequenos córregos perenes e os

intermitentes. Há pequenas nascentes preservadas nos maciços da Ilha de Santa

Catarina, sobretudo no maciço central que corta a Ilha. Muitas dessas nascentes

correm diretamente ao mar.

Os principais rios que drenam a Ilha de Santa Catarina são: rio Vermelho; rio dos

Ingleses, rio Tavares, rio Itacorubi, rio do Saco Grande e rio Ratones. A ilha possui

um sistema lagunar que incorpora dois ambientes principais: Lagoa da Conceição

(trata-se de uma laguna) e a Lagoa do Peri.

Há também corpos lacustres menores: Lagoa do Jacaré; Lagoa Pequena do Rio

Tavares; Lagoa da Chica; Lagoa de Ponta das Canas (também uma laguna) e a

Lagoinha do Leste.

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43

Por sua dimensão, por suas características físicas e, sobretudo por sua paisagem,

a Bacia da Lagoa da Conceição detém maior interesse ecológico, alem de possuir

muitos usos. Deságua no oceano pelo Canal da Barra da Lagoa, com

aproximadamente 2 km de extensão.

A Lagoa do Peri possui um espelho d’água com 5,10 km2, como principal aporte

d’água possui dois rios principais Cachoeira Grande e Ribeirão Grande. No entanto

o índice pluviométrico é o principal elemento.

A Lagoinha do Leste localiza-se na praia de mesmo nome, sendo isolada por

depósitos eólicos de idade pleistocênica e holocênica. Os canais que abastecem a

lagoinha apresentam pouco volume de água e estão encaixados nas falhas

estruturais do embasamento cristalino. O canal de escoamento deste corpo lagunar

geralmente isolado do oceano devido à presença da barra arenosa no cordão

praial. Eventualmente, seja em períodos de alta pluviosidade ou durante eventos de

tempestades “ressacas”, rompe-se a barra arenosa junto a praia e o canal da

Lagoinha deságua no Oceano Atlântico (SILVEIRA, 1999 apud OLIVEIRA,2002).

No norte da Ilha a Lagoinha do Norte está na retaguarda da praia da Lagoinha,

entre as pontas do Rapa e da Laje, ao norte da Ilha de Santa Catarina. Trata-se de

um ambiente paleolagunar onde porções remanescentes do corpo aquoso ainda se

fazem presentes; porém, é evidente o estágio adiantado de colmatação. Estas

porções não alcançam profundidades superiores a 1 metro e a expansão imobiliária

e a abertura da barra de seu rio Sangradouro são as prováveis causas do rápido

assoreamento da laguna (OLIVEIRA, 2002).

Também no norte da Ilha a Lagoa de Ponta das Canas é caracterizada por estar

isolada do oceano por uma flecha arenosa formada pelo transporte de sedimentos

costeiros e pela atuação de correntes de deriva litorânea. É um ambiente de

deposição recente em função da dinâmica oceanográfica local, com elevado grau

de comprometimento ambiental, em razão da presença da urbanização e

desassoreamento regulares para a manutenção das hidrovias para barco de pesca

e de lazer (NUNES, 2002 apud OLIVEIRA 2002).

A expansão das áreas urbanas e o conseqüente aumento dos arruamentos e da

impermeabilização do solo, tanto nas encostas, como nas planícies, favorecem o

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aumento da velocidade e do volume d’água proporcionando seu acúmulo nas

drenagens, e transbordamento causando enchentes a jusante.

Manancial Localização Área da Bacia Contribuição

(KM2)

Vazão Média (l/s)

Vazão média

estiagem (Q7,19)(l/s)

Vazão média

Captação (l/s)

Data Implantação

Cachoeira do

Assopra

Lagoa da

Conceição

0,97 21,20 5,90 10,00 1910

Ana D’Avila

(Quilombo)

Itacorubi 1,16 25,93 7,05 4,0 1910

Rio Tavares Rio Tavares 2,36 51,57 14,34 20,00 1922

Monte Verde

(Rio Pau do

Barco)

Monte Verde 3,00 56,59 15,06 7,00 1984

Cidade das

Abelhas (Rio

do Mel)

Saco Grande 1,35 29,50 8,21 4,00 1984

Cacupé

(Córrego do

Meiembipe)

Saco Grande 1,23 26,88 7,48 4,00 1984

Córrego

Grande

(Poção)

Córrego

Grande

1,94 42,39 11,79 14,00 1977

Lagoa do Peri Lagoa do Peri 20,1 433,78 121,63 200,00 2000

Quadro 4: Mananciais de Florianópolis advindos das bacias hidrográficas.

Fonte: FLORIANÓPOLIS, 2004.

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1.5.2 HIDROGEOLOGIA

A caracterização da Hidrogeologia da Ilha de Santa Catarina é representada neste

trabalho pelas pesquisas e pelo Mapa Hidrogeológico da Ilha de Santa Catarina,

escala 1:50.000 de Guedes Jr (1999 e 2005) (FIG 8). A descrição detalhada por

UTP estão presentes no APENDICE A.

Do ponto de vista hidrogeológico, os depósitos sedimentares em Florianópolis são

exemplos típicos de formações geológicas permeáveis e com porosidade capazes

de acumular e armazenar grande quantidade de água de boa qualidade. No

Município de Florianópolis há basicamente dois tipos de aquíferos, o Sistema

Aquífero Cristalino, Fraturado e o Sistema Aquífero Sedimentos Inconsolidados.

Conforme o trabalho de Guedes Jr. (1999), as diferentes cores presentes no Mapa

Hidrogeológico (FIGURA 8) representam os aqüíferos e a vazão média possível de

ser obtida para poços perfurados na unidade referente.

Das cores originais do Mapa Hidrogeológico da Ilha de Santa Catarina de Guedes

Jr (1999) foram realizadas pequenas alterações na figura 12 para que fosse

possível exemplificar as explicações deste sub-capítulo, sem, no entanto alterar a

localização dos elementos principais.

As tonalidades de azul (e cinza) representam os aqüíferos sedimentares e as cores

em tons de verde as rochas, onde a ocorrência de água subterrânea concentra-se

nas fraturas (GUEDES JR.,1999).

As tonalidades de azul mais escuro representam aqüíferos sedimentares com maior

possibilidade de produtividade e em tons mais claro produtividade menor (assim

como no cinza do Aqüífero dos Ingleses). Na mesma forma, os aqüíferos fissurais

mais produtivos receberam as cores verdes em tons mais escuros, enquanto os

menos produtivos em tons claros. A cor amarela mais escura foi reservada para

Depósitos de Praia e aterros artificiais, enquanto as cores marron/laranja

reservadas para os depósitos sedimentares com muita argila (camadas

impermeáveis). Os depósitos heterogêneos, onde há muita variação entre camadas

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46

de areia, silte e argila, a cor representativa é o amarelo. As fraturas das rochas

aparecem como traços contínuos e descontínuos.

Segundo Guedes Jr. (2005) o Sistema Aqüífero Costeiro Brasileiro ocorre na ilha

como depósitos sedimentares capazes de armazenar e transmitir água, sobretudo

na porção norte e leste da ilha. Os depósitos possuem idade quaternária, estão no

domínio geomorfológico de acumulação, trata-se de sedimentos, sobretudo dos

maciços cristalinos que por processos de erosão e deposição vão formar os

depósitos sedimentares. Estes depósitos formam os melhores aqüíferos para

captação de água na Ilha.

Guedes Jr. (1999) retrata que os aqüíferos sedimentares são compostos por

elementos que variam de areia grossa a fina, podendo apresentar quantidades

pequenas de silte e argila.

No ano de 1996 técnicos da CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos

Minerais realizaram um trabalho sobre as águas subterrâneas na porção nordeste

da Ilha de Santa Catarina. A partir de levantamento geofísico indicaram os

seguintes parâmetros médios para o aqüífero: porosidade dominante entre 35% e

45%; capacidade específica de retenção de 15%. Com estes dados a porosidade

eficaz do aqüífero foi estabelecida entre 20 e 30%. Para caracterizar a velocidade

de circulação do aqüífero de Ingleses do Rio Vermelho os autores estabeleceram

os seguintes valores médios para determinados parâmetros: gradiente hidráulico

médio de 0,015 m/m, permeabilidade de 0,001m/s; velocidade do fluxo superficial

das águas subterrâneas de 15.10-6 m/s correspondendo a 1,3 m/dia; velocidade

nos poros de 3 a 4,5.10-6 m/s, cerca de 30 cm/dia (WESTARB, 2004).

Segue a classificação de Guedes Júnior (1999, 2005) para os aquíferos no

município de Florianópolis.

Aquíferos Sedimentares Inconsolidados

Os aquíferos sedimentares estão em relevo plano ou suave ondulado, sendo

característica marcante deste sistema a alta permeabilidade dos materiais

constituintes. Os solos são pouco espessos ou mesmo inexistentes, enquanto as

áreas de recarga relacionam-se a completa extensão do aquífero, recebendo águas

diretamente de precipitação e da superfície dos morros (GUEDES JR.,1999).

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Evidentemente que a água dos aquíferos fraturados também contribui para os

aquíferos sedimentares através de camadas mais profundas confinadas.

Dentre esses aquíferos estão classificados:

Aquífero Joaquina - composto por depósitos eólicos holocênicos, de dunas ativas,

localizado essencialmente no leste da Ilha. São depósitos sedimentares compostos

quase que exclusivamente por grãos de quartzo, tamanho areia fina, que formam

acumulações espessas, podendo atingir até 50 metros de altura e grandes

profundidades. Estendem-se desde a Praia do Campeche ao sul (UTP Morro das

Pedras), passando pelas dunas da Joaquina (UTP Lagoa da Conceição) até a Praia

dos Ingleses ao norte (UTP Ingleses) (GUEDES JR.,1999).

Guedes Jr. (1999) aponta que os depósitos eólicos demonstram estratificação

cruzada por causa da constante mudança da direção dos ventos, mas isso não

impede que a água subterrânea distribua-se de maneira homogênea no meio.

Como no Aqüífero Joaquina em que as propriedades hidrogeológicas praticamente

são uniformes em toda sua extensão. O nível freático é superficial, sendo que por

vezes aflora em depressões. Estes depósitos recobrem depósitos também eólicos,

mais antigos, depósitos paleolagunares e depósitos marinho-priaiais.

Para Guedes Jr. (1999 e 2005), as dunas da Ilha de Santa Catarina são ideais para

o desenvolvimento de água subterrânea, pois possuem intensa recarga, quando de

índices pluviométricos normais. Alem disso há boa condutividade hidráulica

permeabilidade, e evidentemente há qualidade das águas para consumo.

Trata-se o aqüífero nas áreas sedimentares como aqüífero livre (freático), isótropo

e homogêneo. Não existem camadas de solo sobre estes depósitos e pode-se dizer

que toda a área de ocorrência das dunas funciona como área de recarga (GUEDES

JR., 2005).

Trata-se de um manancial ainda pouco explorado, mas essencial para o

abastecimento de água no futuro, contudo sua preservação está muito associada a

utilização da superfície já que esse aquífero está em áreas de dunas sujeitas a uma

ocupação e transformação maior do ambiente.

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Aquífero Rio Vermelho - proveniente de depósitos de origem eólica antigos

(paleodunas) são de idade Holocênica (+ ou - 2.600 anos) (ZANNINI, 1997 apud

GUEDES JR. 2005), ocorrem principalmente na porção leste e nordeste da Ilha,

junto aos morros. A maior ocorrência é na região do Sítio Capivari na UTP Ingleses,

mas também ocorrem na UTP Lagoa da Conceição, a leste da UTP Papaquara e

em alguns cordões de restinga nas praias do sul da Ilha.

Para Caruso Jr. (1993) aponta que desses depósitos eólicos de paleodunas podem

ser de idade Pleistocênica.

Com relevo suave, nesse aqüífero são comuns partículas de quartzo tamanho areia

fina, com pequenas contribuições de silte e argila, provenientes dos processos

erosivos de dissecação em morros da região (GUEDES JR. 2005).

Esse aquífero é muito utilizado pela população local através do sistema de

ponteiras. A CASAN também possui poços nesse aquífero com canos de 6

polegadas de diâmetro atingindo profundidade de até 70 metros com vazões

médias de 35.000 l/h.

Aquífero Ingleses - Segundo Guedes Jr. (1999) o aquífero Ingleses está

relacionado aos depósitos arenosos de origem marinho - praial ocorre nas UTP’s

dos Ingleses, Santinho, e norte da UTP Lagoa da Conceição. Aparecendo também

na UTP Rio Tavares e Tapera.

É uma camada aqüífera sedimentar livre, sendo de areia grossa limpa, areia fina ou

areia fina argilosa com contato direto com a superfície, possui uma camada

confinada a profundidades maiores do que quinze metros (GUEDES JR., 1999).

Guedes Jr. (1999) aponta que a origem principal da camada sedimentar é marinho-

praial, sendo areia média a grossa predominante, podendo em alguns locais a

contribuição eólica ser grande, favorecendo a ocorrência de areia fina.

Junto à Praia dos Ingleses, na região do Rio Vermelho e próximo à Praia do

Moçambique, aparece como aqüífero livre, freático, homogêneo e isótropo. Em sub-

superfície a camada aqüífera geralmente varia em ocorrência em profundidades

maiores do que 18 metros, apresentando espessuras de aproximadamente 20

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metros, dependendo do local de perfuração, sendo confinada por uma camada de

rgila que pode atingir até 10 metros de espessura, sendo um manancial estratégico

e utilizado em raríssimas vezes ao longo da Ilha (GUEDES JR., 2005).

Este aquífero é muito utilizado para o abastecimento público. Cálculos das vazões

deste aqüífero, segundo Guedes Jr. (1999:93), podem chegar a 24.000 l/h, ainda

que em pontos de menor extensão de ocorrência, as vazões médias ficam entre

2.000 a 6.000 l/h, como na Praia Brava.

O trabalho de Westarb (2004) retrata o Aquífero dos Ingleses, aponta a

nomenclatura SASFI, Sistema Aquífero Sediementar Freático dos Ingleses. Na

figura 13 segue mapa com poços profundos da empresa CASAN até 2004.

No Aqüífero Ingleses os depósitos arenosos têm como única fonte de recarga a

precipitação atmosférica. No entanto, nem toda a água da chuva que se infiltra

atinge o nível freático, parte dela sobre o processo de evapotranspiração.

Para se estimar o volume da recarga para o aqüífero, Westarb (2004) cita a

parcela da precipitação que sustenta a reserva de água subterrânea denominada

de Infiltração eficaz (Ie) por que corresponde a parte que efetivamente pode

percolar até o nível freático e reabastecer o aqüífero (CASTANY,1975 apud

WESTARB 2004).

Ainda conforme Westarb a “recarga potencial” que envolve toda água disponível

para a recarga subterrânea no Distrito de Ingleses, seria de apenas 1.595 mm/ano

representada pela quantidade de chuva que caiu em média por ano na área em

estudo para o período de 1980/2002. Com base no balanço hídrico para o Distrito

de Ingleses obteve-se o equivalente à Infiltração eficaz (Ie) de 499 mm de chuva

anualmente, correspondendo à “recarga real” (RUSHTON,1988 apud WESTARB

2004).

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Figura 7: Mapa de localização de poços profundos da CASAN

Fonte: WESTARB, 2004.

Os canais de drenagem representam para o Aquífero Ingleses o extravasamento de

suas águas em períodos de elevação do freático. Por outro lado, mostra o quanto o

sistema aqüífero em estudo, também já foi modificado pela ação humana de tal

maneira que ele fica seco por longos períodos. Salienta-se que é ao longo do rio

dos Ingleses que muitos dos poços da CASAN estão localizados (WESTARB 2004).

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A autora Westarb (2004) aponta que as dunas representam uma importante área de

recarga subterrânea para o aquífero, dada à excelente condição de permeabilidade

e porosidade das areias. No campo de dunas ativas de Ingleses do Rio Vermelho o

afloramento da superfície freática forma lagoas. Desta forma, a formação de lagoas

nas dunas, evidencia a abundância das águas subterrâneas, ou seja, é o aqüífero

extravasando o excesso de suas águas. Assim, o comportamento das lagoas,

representa via de regra, as condições das reservas do manancial subterrâneo ().

Aquífero Canasvieiras - Compreende depósitos sedimentares em superfície que

aparecem em diversos pontos da Ilha de Santa Catarina, em áreas planas e

próximas a manguezais. Destacam-se na UTP Papaquara e Rio Tavares no norte,

a oeste UTP Saco Grande e Itacorubi, no sul UTP Rio Tavares e UTP Pântano do

Sul. Os depósitos desse aquífero são compostos por sedimentos finos tamanho

silte ou argila, podendo ocorrer areia grosa (+ ou – 40%), assim como areia fina

(em 70%). Esses sedimentos são remanescentes de eventos marinhos regressivos

que formaram pequenos lagos, assim como de processos de deposição em

dissecação dos maciços graníticos. Evidentemente que também processos

recentes de maré contribuem (GUEDES JR., 1999).

Guedes Jr. Considera que esse aquífero seja impróprio para a utilização humana,

pois o município ainda dispõe de outros aquíferos de melhor qualidade para o

abastecimento humano.

Aquífero Conceição - Corresponde a depósitos sedimentares de origem

continental, de leques aluviais. Com sedimentos mal classificados de cascalhos e

areia fina, com silte e argila, e depósitos de aluviões atuais compostos

principalmente por areia grossa, com seixos, site e argila em menor quantidade.

Não são expressivos na Ilha, aparecem no norte da Lagoa da Conceição, na UTP

de mesmo nome e na UTP Tapera. Quanto em sub-superfície, estes podem cobrir

mananciais de outros tipos de depósitos, como depósitos marinho-praiais ou

fraturas de embasamento cristalino (GUEDES JR.,1999).

Tanto os depósitos argilosos ou orgânicos (como os presentes em áreas de

manguezal) com os depósitos de praia não são considerados aquíferos pela

quantidade de sal no material.

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Sistema Aquífero Cristalino – Fraturado

Nesse tipo de aquífero estão as rochas ígneas intrusivas e metamórficas (granitos,

diabásios e gnaisses), como as rochas vulcânicas (riolitos) no município de

Florianópolis. A água da chuva infiltra-se no solo e acumula-se nas interconexões

entre as rochas. Quanto maior a quantidade de fraturas na rocha maior a

possibilidade de ocorrência de água subterrânea. É um tipo de aquífero que

depende de caminhos específicos da rocha, sendo heterogêneo e anisótropo16

(GUEDES JR, 1999).

Nos morros e nos maciços que cortam a Ilha de Santa Catarina e o continente,

existem camadas de solo17 de várias espessuras sobre as elevações, sendo mais

espessos nas encostas, com topos com maior possibilidade de recarga desse tipo

de aquífero, pois possui menor camada de solo e menor declividade.

Os solos são em geral na Ilha bem drenados o que impede apenas parcialmente a

passagem das águas, por isso são considerados livres, freáticos. Existem no

município dois tipos desses aquíferos:

Aquífero Ilha - Abrange granito Ilha e Itacorubi, diques de diabásio e os

metagranitos ocorrentes no Costão do Santinho e costão sul da praia dos Ingleses

(Granitóide Paulo Lopes) (GUEDES JR, 1999). A captação de água é feita nas

fraturas da rocha, com extrema dificuldade de colocação de poços tubulares.

Apesar dessa dificuldade técnica, na Ilha de Santa Catarina as rochas estão bem

fraturadas o que facilita encontrar boas vazões.

GUEDES JR. (1999) aponta possibilidade de vazões em torno de 5.000 l/h, com

profundidade em torno de 40m.

Quanto aos diques de diabásio, Guedes Jr. (1999) aponta que por vezes essas

rochas aparecem encaixadas nas falhas do granito, podendo apresentar por isso

boa vazão. Nesse sentido o autor aponta o Morro da Cruz como melhor local de

captação nesse tipo de rocha, já que possui um dique de grande expressão.

16 A isotropia é a propriedade que caracteriza as substâncias que possuem as mesmas propriedades físicas independentemente da direcção considerada. Portanto anisótropo são propriedades variáveis, ou diferentes, segundo a direção em que se mede.

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A qualidade da água deste aquífero é excelente podendo ser consumida sem

nenhum tipo de tratamento especial. Possui captação entre 30 e 90 m e pode ter

uma vazão média de 4 a 6 mil l/h (GUEDES JR, 1999).

Aquífero Cambirela - Aparece nos riolitos ocorrentes, sobretudo na Ilha de Santa

Catarina. Este tipo de rocha aparece na forma de diques e derrames, sendo a maior

expressão na parte sul da Ilha, próximo a praia da Armação na UTP Lagoinha do

Leste. Esse tipo de rocha, por causa da sua formação (de resfriamento na

superfície) há diversas fraturas ocasionando possibilidade de maior infiltração de

água e, portanto maior vazão. No entanto em Florianópolis, apesar da excelente

qualidade do tipo de aquífero, possuem área pequena, alem do fato de estarem

muito próximas ao mar acarretando a saída da água para o mar (GUEDES JR,

1999).

Neste trabalho procurou-se atender a demanda de explicitar a Hidrogeologia do

município de Florianópolis sem, no entanto adentrar a questão da capacidade de

vazão específica (apesar de alguns dados estarem citados) e, sobretudo da

qualidade atual dessas águas, ficando essas questões para produto específico. No

entanto é importante acrescentar que apesar dos excelentes aquíferos

sedimentares, esses correm sério risco com o aumento da ocupação de ambientes

ocasionando problemas, a saber: a diminuição da recarga do aquífero pelo uso

intenso e por vezes inadequado, o recobrimento do solo, a salinização da água

(sobretudo aquífero Ingleses), e, sobretudo a poluição dos aquíferos por descarga

de dejetos.

17 Nesses tipos de aquíferos encontram-se os sedimentos coluvionares terciários que são considerados equitardos dentro do Sistema Aquífero Cristalino Fraturado.

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Figura 8: Mapa Hidrogeológico do Município de Florianópolis.

Fonte: GUEDES JR. 1999, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.

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1.6 VEGETAÇÃO

1.6.1 VEGETAÇÃO DA ILHA DE SANTA CATARINA

Apesar da importância dessa temática ainda há poucos trabalhos sobre o município

como um todo. No momento há trabalhos sendo concluídos no setor público com

levantamentos atuais do desenvolvimento e da recomposição vegetal, ainda não

estando disponíveis para esse relatório. No entanto como o objetivo deste é compor

um quadro dos aspectos físicos, utilizou-se o mapeamento de 1990 realizado por

Cora Neto e Klein (FLORIANÓPOLIS, 1991) (APENDICE C), entendendo-se que,

evidentemente houve retrocessos e recomposição da vegetação. No detalhe das

UTP’s, conforme APENDICE A pode-se observar a descrição dos elementos físicos

e a vegetação.

A evolução da paisagem vegetal está ligada às diversas flutuações climáticas e

oscilações do nível do mar ao longo do período terciário e quaternário, onde

modificações geomorfológicas alteraram sucessões e migrações vegetais,

sobretudo sobre a planície costeira. A cobertura vegetal do município de

Florianópolis é composta pelas seguintes formações: Vegetação Litorânea, Floresta

Ombrófila Densa e Vegetação Secundária ou Reflorestamento.

Vegetação Litorânea

Restinga - É sobre a faixa de areia depositada pelo trabalho construtivo do mar, a

restinga, que aparece uma cobertura vegetal especializada. São plantas

normalmente halófitas, ou sejam vivem sempre com excesso de sal. As plantas são

rasteiras, suas folhas, estreitas, pequenas e muito duras (coriáceas), têm tamanho

reduzido das folhas para reduzir ao máximo à perda pela transpiração. Além disso,

os arbustos e as árvores formam densos grupamentos, com que se protegem do

vento,da luz e do calor. Duas famílias de plantas colonizam a restinga da Ilha:

Gramineae mais próximas ao mar, e Myrtaceae nas dunas fixas e semifixas

(BRESOLIN, 1979 apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

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Vegetação de Ante-Dunas - As ante-dunas formam uma faixa arenosa entre a

zona das marés e as dunas, umedecida pelo mar, constantemente batida pelo

vento e borrifada pelos respingos das ondas (FLORIANÓPOLIS, 2004). Nelas

predominam gramíneas resistentes ao excesso de sal na areia. As gramíneas são

ervas pouco exigentes. Na restinga da Ilha aparecem a Hydrocotyle bonariensis,

Paspalum Vaginatum (grama-de-praia), Remirea marítima (pinheiro-de-praia),

Heleocharis geniculata, Ipomoea pés-caprae (batata-de-praia ou salsa-de-praia),

etc.(BRESOLIN,1979 apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

Vegetação das Dunas Móveis e Semi-Fixas - Pode ser vista no Pântano do Sul,

na Lagoinha de Leste, no Rio Vermelho, em Ingleses, em Jurerê, no Campeche e

na faixa arenosa que se estende da praia da Joaquina até a Lagoa da Conceição.

As dunas móveis formam uma faixa de areia transportada ora pelo vento sul, ora

pelo vento nordeste, portanto, desprovida de vegetação, tendo ao seu lado uma

faixa coberta por vegetação pouco densa, que tenta, sem muito êxito, segurar e

fixar a areia, impedindo-a de ser levantada pelo vento. Afastada do mar, protegida

pelos cômoros de areia que as separam da praia, as dunas móveis e semi-fixas

enfrentam temperaturas elevadas, que podem chegar a 60º C no verão (REITZ,

1961 apud FLORIANÓPOLIS, 2004). A espécie dominante é a Spartina ciliata,

aparecem também Ipormoea pés-caprae, Canavalia marítima, Remirea marítima e

Scaevola plumieri (BREZOLIN apud FLORIANÓPOLIS, 2004). Essas espécies são

importantes fixadores de dunas.

Vegetação de Dunas Fixas - As dunas estabilizadas aparecem no interior das

restingas, em áreas mais protegidas do vento. São cobertas por uma densa

vegetação, cujos espécimes se juntam em grupos cerrados, formados por arbustos

e árvores baixas. A areia é fina e mais compacta e já mostra um teor de argila,

ainda que pequeno, e uma fina camada de húmus, formada a partir da

decomposição das plantas que morrem. O sombreamento das plantas dos

grupamentos mantém maior teor de umidade na areia. Entre as dunas, nas

depressões, acham-se pequenas lagoas de água salobra, em torno das quais

aparece uma formação pioneira de ervas, gramíneas e arbustos diminutos. No

interior das lagoas rasas, plantas aquáticas são comuns, principalmente

Nymphoides indica. As árvores e arvoretas têm os galhos cobertos por epífitas,

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como bromélias. Orquídeas eram comuns, mas a depredação erradicou-as

completamente. Na falta das orquídeas, as bromélias passaram a ser procuradas e,

hoje, o seu número está muito reduzido.

Manguezais - São áreas de estuários, como pequenos rios, canais, margens de

baías, banhados, brejos, com alta salinidade e muita matéria orgânica. Na zona de

contato entre a água do mar e a dos rios instalam-se plantas aquáticas e seletivas

higrófilas (herbáceas, arbustos e árvores) dotadas de adaptações, que lhes

permitem viver num ambiente frágil e com diversos graus de adversidade, o que

reduz a população das comunidades a espécimes muito especializados e

resistentes. A Ilha de Santa Catarina tem manguezais sempre no lado mais

protegido de suas costas o interior das baías,de águas calmas e rasas. Na Ilha, os

manguezais só existem na face oeste voltado para o continente: nas

desembocaduras dos rios Ratones,Tavares e Itacorubi. O primeiro é ocupado por

uma comunidade em que a gramínea Spartina montevidenses é a espécie

dominante. O Ryzophora mangle, ou mangue vermelho possui população muito

reduzida, sobretudo no manguezal de Rio Tavares. No ambiente seguinte aparece

a Avicenia schaueriana a ciriúba ou siriúba, é a espécie predominante, que se fixa

na vasa acumulada em torno da espartina. É uma árvore de 6 a 12 metros, que

ocorre por quase toda a extensão externa dos manguezais. É a espécie mais

comum na Ilha. Na mistura do lodo com a areia dos ambientes mais secos,

aparece a Laguncularia racemos, ou mangue branco. Em terreno que somente

marés muito altas atingem aparece o Hibiscus tiliceus (guaximba), as samambaias

e as corticeiras, alem da capororoca do Brejo.

A Floresta Ombrófila Densa

No município de Florianópolis a Floresta Ombrófila Densa estende-se em dois

ambientes: planície quaternária litorânea e as encostas dos morros pré-cambrianos.

A floresta de planície quaternária possui solo de baixa fertilidade com matas de no

máximo 15 metros. Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) aponta a floresta

na Ilha com a seguinte estrutura: no estrato superior aparece Calophtllum

brasiliense (olandi), Tapira guianensis (cupiúva), Fícus organensis (figueira-da-

folha-miúda), Coussapoa schotti (figueira-do-brejo) e Tabebuia umbellata (ipê-da

várzea). No extrato médio a Myrcia dichrophylla (guamirim-de-facho) e M. multiflora

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(cambuí). Entre os arbustos destaque para as palmeiras Geonoma schottiana

(guaricana) e Bactris lindmaniana (tucum). No extrato das ervas diversos tipos de

bromeliáceas compõem a paisagem. Trata-se de uma floresta quase extinta na Ilha

devido a crescente ocupação das áreas de planície. Restando poucas áreas com

aparecimento de pequenas porções isoladas ou com profundas modificações

humanas.

A floresta das encostas do morros pré-cambrianos é a legitima floresta atlântica,

que dá nome ao bioma, com árvores atingindo mais de 30 metros de altura e muitas

epífetas das famílias das Bromeliáceas, Orquidáceas, Aráceas, Piperáceas,

(samambaias) e lianas (cipós) das famílias das Bignoniáceas e Sapindáceas

(KLEIN; 1978, apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) descreve a estrutura com estrato

superior existem 10 espécies que atingem mais de 30 metros de altura e 65

espécies que atingem entre 21 e 30 metros de altura. Conforme o professor Klein

citado por Caruso (apud FLORIANÓPOLIS, 2004) as mais importantes são Ocotea

catharinensis (canela preta), Aspidosperma pyricollum (peroba), Ginnamomum

glaziovii (garuva), Schizolobium parahybum (garapuvu), Chrysophyllum viride

(caxeta amarela), Talauma ovata (baguaçu). No extrato médio Klein identificou 164

espécies de árvore com 11 e 20 metros, sendo a Euterpe edulis (palmiteiro ou

íçara) (extinto hoje na ilha) a mais importante. Tanto o extrato arbustivo com o

herbáceo possui poucas espécies já que a sombra das árvores não permite o

crescimento de muitas espécies.

Dessa descrição da Floresta primária pouco restou na Ilha, estando restrito as

unidades de conservação e/ou áreas de difícil acesso.

A Vegetação Secundária

Quanto a vegetação secundária na Ilha de Santa Catarina é importante apontar que

houve crescimento das áreas de vegetação do inicio do século XX até hoje, no

entanto Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) aponta que, comparando

fotografias aéreas de 1938 e de 1978, houve crescimento da vegetação secundária

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na Ilha, isso aconteceu devido ao abandono de práticas agrícolas e o

desenvolvimento econômico em outras práticas. A autora aponta ainda que, no

entanto, o crescimento deveria ser melhor, em virtude da zona climática em que se

encontra a Ilha, e analisa que as queimadas que dificultam o estabelecimento de

árvores de grande porte pode ser um dos motivos, alem do domínio de espécie

exóticas, nesse caso a autora cita o capim melado. Mas pode-se apontar também o

crescimento desordenado do pinus por toda a Ilha (sobretudo na área da UTP

Lagoa da Conceição).

Florestas Secundárias ou em regeneração são classificadas de acordo com

conceito e as características de cada um dos estágios sucessionais da Mata

Atlântica, conforme definição nas Resoluções do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), observando as peculiaridades dos ecossistemas de cada

Estado. Para a Ilha de Santa Catarina podemos considerar:

A Capoeirinha, ou estágio inicial de regeneração, que surge após o abandono de

uma área agrícola ou de uma pastagem. Este estágio geralmente vai até 6 anos,

podendo em alguns casos durar até 10 anos em função do grau de degradação do

solo ou da escassez de sementes. Nas capoeirinhas geralmente existem grandes

quantidades de capins e samambaias de chão. Predominam também grandes

quantidades de exemplares de árvores pioneiras de poucas espécies. A altura

média das árvores em geral não passa dos 4 metros e o diâmetro de 8 centímetros.

Algumas das espécies que ocorrem no estágio inicial são: capororoca (Rapanea

ferrugínea), vassouras (Baccharias spp), aroeira (Schinus terebinthifolius),

embaúbas (Cecropia spp), cambará (Lantana câmara), araçá (Myrcia sp), cambui

(Myrciaria sp), e outras.

A Capoeira, ou estágio médio de regeneração, surge depois dos 6 anos de idade,

durando até os 15 anos. Neste estágio as árvores atingem altura média de 12

metros e diâmetro de 15 centímetros. Nas capoeiras a diversidade biológica

aumenta, mas ainda há predominância de espécies de árvores pioneiras como as

capororocas, ingás e aroeiras. A presença de capins e samambaias diminui, mas

em muitos casos resta grande presença de cipós e taquaras. Palmiteiros começam

a aparecer. Algumas das espécies que ocorrem no estágio médio são: capororoca

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(Rapanea ferruginea), vassouras (Baccharis dracunculifolia, B. articulata e B.

discolor), ingá-feijão (Inga marginata), pata-de-vaca (Bauhinia candicans),

maminha-de-porca (Zanthoxylon rhoifolium), jacatirão (Miconia fairchildiana), ipê-

amarelo (Tabebuia chrysotricha), cinco-folhas (Sparattosperma leucanthum),

caroba (Cybistax antisyphilitica), guapuruvu (Schizolobium parahiba) e outras.

No Estágio avançado de regeneração, o Capoeirão, se inicia geralmente depois dos

15 anos de regeneração natural da vegetação, podendo levar de 60 a 200 anos

para alcançar novamente o estágio semelhante à floresta primária. A diversidade

biológica aumenta gradualmente à medida que o tempo passa e que existam

remanescentes primários para fornecer sementes. A altura média das árvores é

superior a 12 metros e o diâmetro médio é superior a 14 centímetros.

Neste estágio os capins e samambaias de chão não são mais característicos.

Começam a emergir espécies de árvores nobres como as canelas, cedros,

sapucaias e imbuias. Os cipós e taquaras passam a crescer em equilíbrio com as

árvores assim como as palmeiras. Algumas das espécies que ocorrem no estágio

avançado são: canela-branca (Nectandra leucothyrsus), aroeira vermelha (Schinus

terebinthifolius), camboatá-vermelho (Cupania vernalis), angico-vermelho

(Parapiptadenia rigida), guajuvira (Patagonula americana), camboatá-branco

(Matayba ealeagnoides), cedro (Cedrela fissilis), figueira (Ficus spp.), jequitibá-

branco (Cariniana legalis), jequitibá-rosa (Cariniana estrellensis), perobas

(Aspidosperma spp.), e o famoso palmito (Euterpe edulis) entre outras.

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APÊNDICE A – DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE

TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP).

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68

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA18

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações19

FLO

RIA

POLI

S

9,36

1

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) por todo o Maciço do Morro da Cruz. Dique de Riolito Formação Cambirela (direção N-S e NE-SW) e diques de Diabásio e de Aplito/Cataclasito (direção N-S), de idade entre 119 a 128 milhões de anos, cortando as rochas bem como as estruturas (falhas, zonas de cisalhamento) super-impostas a eles.

Falhas e lineamento NW-SE (preferencialmente). Depósitos flúvio-marinhos na ponta norte da UTP antes do aterro da Beira Mar Norte.

No Maciço do Morro da Cruz domínio dos Argissolos e Cambissolos (normalmente associado ao relevo mais montanhoso). Afloramento de rochas por todo o Maciço rochoso. O Cambissolo aparece ao Norte da área do MMC nas áreas de relevo suave ondulado. Já nas áreas de patamares da alta encosta cortando a parte central do Maciço aparece em associação ao Argissolos Vermelho-Amarelo de relevo montanhoso. Sobre a planície no Saco dos limões há areias quartzosas marinhas. Na região do centro do município ocorre as areias quartzosas. Presente nessa UTP muitas áreas de Aterro.

Maciço de Granito (Maciço do Morro da Cruz com altitude máxima de 238m) e planície costeira (área do centro da cidade). Declividades acentuadas no Maciço, acima de 45%. Declividade média da UTP 0 a 30%. Domínio da dissecação em montanha em todo o maciço. Ao norte (próximo a Avenida Beira Mar Norte) dissecação de outeiro (morro). Duas bacias suspensas (Morro da Queimada e Alto da Caieira). Na planície há rampas de colúvio-aluvio e áreas de acumulação marinha. Grandes áreas de aterro antropocêntrico.

Hidrografia com rios que nascem nas encostas do maciço central e morros adjacentes. Maioria dos canais intermitentes. Grande número de canais de drenagem canalizados e cobertos (abaixo de ruas). UTP formada pelas sub-bacias do Morro do Horácio; Baía Norte; Rio da Bulha; Prainha e Saco dos Limões. Sistema Aqüífero Cristalino, Fraturado – Aqüífero Ilha (granito e diques de diabásio) e Aqüífero Cambirela (no grande Dique de Diabásio do Morro do Horácio). O dique de diabásio no Maciço possui excelente capacidade de vazão de água para abastecimento o que poderia ser boa alternativa para o abastecimento dos morros centrais em Florianópolis.

Floresta essencialmente urbana. Restrita ao Maciço do Morro da Cruz. Fragmentos de capoeirinha em morros adjacentes. Domínio de capoeirinha. Presença de Capoeirão na área atrás do Hospital de Caridade (RPPN). Presença de capoeira nas bordas do Morro da Cruz e Alto da Caieira.

Parque Urbano do Maciço do Morro da Cruz (lei municipal 6893 de 8/12/2005). Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Menino Deus (Processo no IBAMA nº 02026.001868/96-15). Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

18 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 19 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA20 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações21

ESTR

EIT

O

6,00

2

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) no embasamento e servindo de divisor de águas para a UTP Coqueiros. Nas bordas próximo ao litoral sedimentos colúvio-aluvio-eluvionares indiferenciados no entorno da Av. Ivo Silveira e sedimentos arenosos bem selecionados de ambiente marinho litorâneo próximo a Ponta do Leal.

Domínio dos Argissolos sobre área próximo e no granito. Areias quartzosas e quartzosas marinhas no litoral.

Declividades pouco acentuadas de 0 a 15%. Dissecação em outeiro (morro). Apresenta rampas de colúvio-eluvionais e áreas de acumulação marinha (nas praias do Matadouro e praia do Balneário). Áreas de aterro antropocêntrico recente na praia do Matadouro.

Canais intermitentes. Maioria dos canais de drenagem canalizados e cobertos (abaixo de ruas). Sistema Aqüífero Cristalino, Fraturado – Aqüífero Ilha (granito).

Inexistente Inexistente

CO

QU

EIR

OS

5,78

2

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) no embasamento e servindo de divisor de águas para a UTP Estreito. Sedimentos colúvio-aluvio-eluvionares indiferenciados (em contato com a Baía de São José) e sedimentos arenosos bem selecionados de ambiente marinho no ambiente voltado para a Baía Sul.

Domínio dos Argissolos. Afloramento de rochas sobre áreas de planície marinha da Ponta José Francisco até a Praia das Palmeiras. Areias quartzosas e quartzosas marinhas no litoral.

Declividades pouco acentuadas de 0 a 30%. Dissecação em outeiro (morro). Apresenta rampas de colúvio-eluvionais e áreas de acumulação marinha em toda face da baía Sul.

Canais intermitentes. Maioria dos canais de drenagem canalizados e cobertos (abaixo de ruas). Sistema Aqüífero Cristalino, Fraturado – Aqüífero Ilha (granito).

Inexistente Inexistente

20 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 21 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA22

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações23

ITAC

OR

UB

I

28,5

04

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) por todo o Maciço do Morro da Cruz. Diques de Diabásio e de Aplito/Cataclasito (direção N-S). Falhas e lineamento E-W (preferencialmente) e grande falha NW-SE. Formação Cambirela em morro isolado no bairro Pantanal na divisa com a UTP Costeira. Depósito flúvio-marinhos na ponta NW da UTP antes do aterro da Beira Mar Norte e Sedimento colúvio-aluvio-eluvionares indiferenciados em toda área formada pelo Campus da UFSC (Bairro Trindade). Sedimento argilo-arenosos no manguezal do Itacorubi. Sedimento areno-silticos argilosos de baía e laguna (bairro Santa Mônica).

No Maciço do Morro da Cruz domínio dos Argissolos e Cambissolos (normalmente associado ao relevo mais montanhoso). Litólicos nas áreas de alta encosta principalmente, nos setores sudeste e nordeste da sub-bacia do Itacorubi, com abrangência nas cabeceiras de drenagens. Afloramento de rochas no divisor de águas no Morro da Cruz Solo indiscriminado de manguezal no Manguezal do Itacorubi, mais precisamente, junto à foz do Rio Itacorubi. Glei pouco húmico na Planície Flúvio-Marinha que circunda o Manguezal do Itacorubi.

Maciço de Granito (Maciço do Morro da Cruz com altitude máxima de 238m) e planície). Declividades acentuadas no Maciço, acima de 45%. Declividade média da UTP 0 a 30%. Domínio da dissecação em montanha próximo ao divisor. Dissecação de outeiro na Serrinha e Trindade e Pantanal. Rampas de colúvio-aluvio nas áreas da Trindade e Pantanal. Áreas de acumulação marinha próximas ao manguezal do Itacorubi. Grandes áreas de aterro antropocêntrico em toda a Beira Mar Norte. A sub-bacia do Itacorubi as nascentes estão no Maciço da Costeira, pertencentes às elevações rochosas da Unidade Geomorfológica Serras do Leste Catarinense, onde há seqüência de elevações dispostas de forma sub-paralela, orientadas predominante no sentido NE – SW, as quais apresentam menores elevações em direção ao mar. Pelas feições topográficas da sub-bacia do Itacorubi há contrastes altimétricos com amplitudes na ordem de 500 metros, destacando-se o morro da Costa da Lagoa com cerca de 496 metros.

Hidrografia com rios que nascem nas encostas do maciço central e morros adjacentes. Rios intermitentes. Maioria dos canais de drenagem canalizados e cobertos (abaixo de ruas). Nascentes ainda presentes na sub-bacia da Serrinha e do Córrego Grande. A bacia do Campus da UFSC tem aproximadamente 4 km2, com o canal principal está situado desde as nascentes (340,00 m) ate a foz (5m), sendo tributário do Rio Três Córregos, que deságua na Baía Norte, dentro dos limites da UFSC, este canal é chamado de Rio do Meio. A leste o rio Córrego Grande, abrange uma área total de 16,80 Km2, compreendendo cerca de 1.680 ha, com um perímetro de 21.751 metros. No baixo curso o Itacorubi, situa-se na Planície Flúvio-Marinha local de baixa declividade com alto índice de urbanização. Sistema Aqüífero Cristalino, Fraturado – Aqüífero Ilha (granito).

Floresta essencialmente urbana. No Maciço do Morro da Cruz. Capoeira nas bordas do Morro da Cruz. Fragmentos de capoeirinha em morros adjacentes.

Parque Manguezal do Itacorubi Decreto Municipal 1529/2002 Área: 150 ha. Parque Urbano do Maciço do Morro da Cruz. Lei municipal 6893 de 8/12/2005. Área: 144,9 ha. Parque Municipal do Maciço da Costeira Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 Área: 1453,3 ha. (dividido com outras 3 UTP’s). Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

22 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 23 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA

24 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações25

LAG

OA

DA

CO

NC

EIÇ

ÃO

85,7

50

A face oeste da UTP, mais montanhosa, assim como os morros da Galheta e da Joaquina estão sob domínio da Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis). Falhas e lineamento preferencialmente N-S e NE-SW. Presença de grande áreas com sedimentos sobre a planície, sendo principalmente de sedimento silticos-argilo arenosos de baía e laguna (nos arredores da Av. das Rendeiras) e nas laterais da rodovia que liga Barra da Lagoa ao Rio Vermelho. Sedimentos de origem eólica imediatamente após os sedimentos marinho litorâneos da praia da Barra da Lagoa. E sedimentos colúvio-aluvio-eluvionares indiferenciados nas proximidades do centrinho da Lagoa. Na Fortaleza da Barra da Lagoa, na margem do Canal da Barra à direita no sentido S-N, aparecem também sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados.

No Morro da Lagoa sob o granito domínio dos Argissolos. Domínio de dunas próximo a praia da Joaquina. Domínio das areias quartzosas hidromórficas na planície a leste da Lagoa. Ao norte da Lagoa aparecimento do Gleissolo eutrófico.

Relevo montanhoso a oeste da UTP com planícies e costões a leste com dissecação em montanha. Declividades bem acentuadas a oeste em área de montanha. Na Barra da Lagoa, no Morro da Barra, dissecação em morraria assim como no Morro da Praia Mole e Joaquina. Nas franjas da montanha e dos morros modelados de acumulação em rampas colúvio-eluvionais. Planície de acumulação lacustre em toda a área costeira da praia do Moçambique e Barra da Lagoa com cordões de restinga separando as áreas lacustres e o mar. Presença de rampas de dissipação no entorno da rodovia nas proximidades do Parque Estadual do Rio Vermelho. Presença de áreas de acumulação lacustre também nas áreas de encontro dos rios que descem o maciço cristalino com a Lagoa da Conceição. A Lagoa da Conceição forma corpo d’água salobra (em menor grau de salinidade ao norte da lagoa) A parte norte recebe as águas de muitos rios que descem pelo maciço granítico. A sudeste da UTP domínio de áreas de acumulação em planície eólica, com presença de dunas fixas e móveis. Áreas de planície fluvio-lacustre em vários pontos a leste da UTP.

Lagoa da Conceição, com 19 km2 de superfície da lagoa. Canal de vazão (Canal da Barra da Lagoa) com aproximadamente 2km. A Lagoa tem larguras variáveis entre 2,5 km e 150metros que acompanham o desenho da costa. O seu comprimento total é de 13,5 km e o seu volume de aproximadamente 49.87 x 106 m3. A Lagoa da Conceição pode ser definida como uma lagoa de águas rasas, com profundidade máxima de 8,7 metros e mínimas variando entre 50cm a 2 metros. A amplitude de maré dentro da Lagoa varia cerca de 20 cm, podendo atingir 40 cm em períodos de chuvas fortes ou prolongadas. A entrada de água doce acontece por rios com baixa vazão como o rio João Gualberto (na área Norte), o qual drena uma sub-bacia de 4 km2 de superfície e alguns córregos na borda oeste, os quais nascem no embasamento cristalino adjacente; alem de haver infiltração de água subterrânea na porção Sul.

No cume do Morro da Lagoa existência ainda da Floresta Ombrófila Densa Montana, com vegetação antropizada no seu entorno, capoeira e capoeirinha. No Morro da Costa presença de capoeirão. Nas margens montanhosas da lagoa presença de capoeirinha e capoeira (mais ao norte da lagoa a capoeira é mais freqüente). No Morro de Ratones e Morro do Sertão capoeirão. Nas partes mais altas do Morro do Badejo presença de capoeirão com franjas de capoeirinha na média encosta. Nas dunas da Lagoa vegetação com influência marinha herbácea e arbustiva (vegetação de restinga). No Morro da Joaquina e Praia Mole vegetação com influencia marinha arbustiva e arbórea. No Morro da Galheta presença de capoeirinha e capoeira. No Morro da Barra presença de capoeirinha. Sobre a planície costeira ainda domina as plantações de pinus no Rio Vermelho, mas com capoeirinha crescendo as margens e entre as espécies exóticas (sempre que são cortadas a veg. nativa se regenera). Na costa presença de vegetação de influencia marinha herbácea, arbustiva e arbórea. Ao longo da lagoa e nas margens do rio Vermelho vegetação fluvial herbácea.

Parque Florestal do Rio Vermelho (Estadual) Dec. Est. 2006/62 Área: 1.100 ha (presente também na UTP Santinho). Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição Dec. Mun.231/88 Área: 453 ha. Parque Municipal da Galheta Lei Mun.3455/92 Dec. 698/94 Área: 149,3 ha. Parque Municipal do Maciço da Costeira Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 Área: 1453,3 ha. (dividido com outras 3 UTP’s). Região da Costa da Lagoa Dec. 247/86 Área: 976,8 ha Todo o caminho da Costa, a vegetação e as edificações de interesse histórico e artístico existente na região são protegidos por esse Decreto. Dunas da Barra da Lagoa Lei Mun.3711/92 Área: 6,6 ha Área constituída por duna móveis e fixas de baixa altitude, formando um cordão litorâneo ao longo da praia da Barra da Lagoa e que tem sua continuidade ao longo da Praia do Moçambique. Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

24 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 25 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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72

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA26 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOL

OGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações27

SA

CO

GR

AN

DE

17,1

94

Nas áreas de maior elevação Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis). Na área da baixa vertente ao longo das áreas de margem dos rios e riachos presença de dois tipos de sedimentação: sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna e sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados (na margem direita, sentido S-N) da SC 401). E grande quantidade de sedimentos silticos-argilosos-arenosos com matéria orgânica típicas de áreas de manguezal.

Nas cabeceiras de drenagem nos morros graníticos domínio dos Argissolos (solos podzólicos vermelho-amarelos) e cambissolos argilosos, Solo indiscriminado de manguezal no Manguezal de Saco Grande. Glei pouco húmico na Planície Flúvio-Marinha que circunda o Manguezal.

Dissecação em montanha ao longo das áreas do maciço granítico, com vários interflúvios e com vales em V. Rampas na média e baixa encosta de acumulação colúvio-eluvionais. Acumulação em planície flúvio-marinha próximo a SC 401. Planície de maré na área do Manguezal.

Sub-bacias dos rios Vadik, Pau de arco, Jacatirão e do Mel. Destas a sub-bacia do rio do Mel ainda é utilizada para o abastecimento de algumas famílias. Domínio do aquífero Ilha, com aparecimento do aquífero Canasvieiras na planície.

Ao sul e a leste da UTP, nos Morro do Cantagalo, Morro da Fortaleza, Morro das Canelas e no Morro Pedra de Listra presença de capoeirinha e capoeira em algumas vertentes. Na área de manguezal vegetação flúvio-marinha arbórea, arbustiva e herbácea.

Manguezal do Saco Grande (Estação Ecológica de Carijós) Dec. Fed. 94656/87 Área: 93,5 ha Todo o manguezal situado entre a Rodovia SC-401 e o mar, formando uma área contínua recoberta por densa vegetação. Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

CA

CU

1,81

3

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) nos morros com grande lineamento no sentido N-S. Sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados na baixa vertente (entre 10 e 50m de altitude). Sedimentos marinhos litorâneos na praia do Cacupé Pequeno e Cacupé Grande.

Argissolos sob os morros graníticos. Presença de areias quartzosas marinhas nas praias do Cacupé.

Possui elevações com vales. A praia está dividida em uma parte ao norte, outra ao sul - por uma elevação rochosa que avança até o mar, possui estreita faixa de areia em parte acompanhando a Estrada Geral de Cacupé. Dissecação em morraria nos corpos graníticos, com interflúvio convexizado. Acumulação marinha na praia de Cacupé Pequeno e Praia Comprida. Rampas colúvio-eluvionais ao longo dos pequenos rios.

Pequenos córregos que nascem do paredão rochoso e descem para oeste para a Baía Norte. Aquífero Ilha.

Vegetação com capoeirinha e no alto do morro capoeira.

Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna.

26 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 27 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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73

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA28 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações29

SAN

TO A

NTÔ

NIO

DE

LIS

BOA

5,21

3

Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) dividindo as UTP’s ao sul e a leste. Lineamento no sentido N-S. Sedimentos marinhos litorâneos na área costeira da Baía Norte.

Argissolos sobre o granito, com profundidades variáveis. Presença de areias quartzosas marinhas.

O relevo é constituído por encostas do maciço cristalino, entremeadas por algumas áreas planas próximas a baía, principalmente em Santo Antônio de Lisboa, além de uma extensa planície úmida que faz limite com o manguezal de Ratones. A encosta mais íngreme e de maior altitude é o Morro da Praia Comprida, cujo divisor de águas constitui o limite leste, sendo o cume mais elevado alcança 352m de altitude. Na parte sul há dissecação em montanha, mais ao norte no Morro da Barra do Sambaqui dissecação em morraria. Presença de rampas colúvio-eluvionais ao longo dos breves riachos. Acumulação marinha nas praias.

Pequenos Córregos que deságuam a oeste na Baía Norte Aquífero Ilha. Com uma faixa possível de Aquífero Ingleses que precisa ser mais bem avaliada por sondagem.

Morros com a presença de capoeirão e capoeira nas vertentes.

Restinga da Ponta do Sambaqui Dec. 112/85 Área: 1,3 ha A Ponta do Sambaqui se originou através de processo de sedimentação de uma antiga ilha, chamada de tômbolo. A cobertura vegetal é caracterizada por árvores frutíferas.

28 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 29 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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74

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA30 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações31

RIO

RA

TON

ES

32,3

86

Nas cabeceiras de drenagem da Bacia presença do Granito Florianópolis. Na média e baixa vertente (aprox. de 5 a 50m) sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. Sobre a planície fluvial (nas margens do Rio Ratones) sedimento silticos-argilo arenosos de baía e lagunas.

Grande variação de solos, que acompanham a complexidade do ambiente. Argissolos nas cabeceiras de drenagem com o aparecimento de cambissolos a média vertente sobre as rampas de colúvio. Espodossolos hidromórficos junto ao Canal do DNOS juntamente com solos indiscriminados de manguezal.

Dissecação em montanha na parte sul da UTP, com vertentes em rampas de colúvio-eluvionais. Grande área em planície lacustre ao longo do rio Ratones. Área de Acumulação em planície de maré próximo a SC 401.

Maior bacia na Ilha. O Rio Ratones possui aproximadamente 10 km de extensão com largura média de 3 metros, maior tributário da bacia forma um pequeno estuário. Os principais rios tributários são os rios o Veríssimo, do Costa e Piçarras, além de afluentes menores como os ribeirões Vargem Pequena e da Capela e o córrego Silvino. A bacia é influenciada pela ação das marés. Muitos canais de drenagem antrópicos realizados ao longo dos últimos 50 anos modificaram as áreas mais planas. Os córregos que descem dos morros estão mais bem preservados. Domínio do aquífero Ilha, mas com planície com aquífero Canasvieiras.

No alto do Morro de Ratones e Sertão presença de capoeirão. No Morro dos Vitorinos presença de capoeirinha, capoeira e capoeirão. Influencia flúvio-herbácea ao longo do ribeirão Vargem Pequena. Ao longo do arroio dos Macacos presença de capoeirinha.

Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna.

30 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 31 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

75

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA32

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações33

MA

NG

UE

ZAL

DE

RA

TON

ES

13,7

17

Nas áreas de maior elevação Suíte Intrusiva Pedras Grandes (Granito Florianópolis) – apenas no divisor com UTP de Santo Antônio de Lisboa (ao sul) e a sudeste com UTP Ratones. UTP com bastante material sedimentar: sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados; sedimentos areno-síticos argilosos de baía e laguna e na área do manguezal sedimentos silticos-argilosos-arenosos com matéria orgânica.

Argissolos nas cabeceiras de drenagem. Com muitos Espodossolos hidromórficos (sobretudo pela baixa declividade e solos encharcados) solos indiscriminados de manguezal.

Dissecação de morraria ao sudoeste no Morro do Sambaqui com rampas de colúvio-eluvionais. Dissecação de montanha a sudeste com grandes rampas de colúvio-eluvionais. Domínio da planície lacustre.

Principal rio o Rio Ratones já na planície com constante domínio das marés. Aquíferos de depósitos argilosos impróprios para uso humano (no momento). Aquífero Ilha no embasamento cristalino a montante.

Ao sul presença de capoeirinha e capoeira em nas vertentes. Na área de manguezal vegetação flúvio-marinha arbórea, arbustiva e herbácea.

Manguezal de Ratones (Estação Ecológica de Carijós) Dec. Fed. 94656/87 Área: 625,07 ha É APP toda área estuária do Rio Ratones e do Rio Veríssimo, recoberta pela vegetação de mangue, bem como toda a extensão ao longo da linha da costa do Pontal da Daniela.

BA

RR

A D

O

SA

MB

AQ

UI

0,78

2

Granito Florianópolis no Morro da Barra do Sambaqui. Com lineamento NE-SW. Pequena praia na Ponta da Luz com presença de sedimentos marinhos litorâneos.

Argissolos em fina camada sobre o granito, com aparecimento de afloramento de rochas. Areias quartzosas marinhas em pequena área próxima a Ponta da Luz.

Dissecação de morraria junto ao morro do Sambaqui com pequenas áreas de acumulação marinha.

Pequenos Córregos que deságuam a oeste na Baía Norte Aquífero Ilha.

Morros com a presença de capoeira e capoeirinha nas vertentes.

32 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 33 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

76

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA34 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações35

PA

PA

QU

AR

A

44,1

46

Nos divisores com UTP Ponta das Canas, Ingleses e Lagoa da Conceição presença do Granito Florianópolis. Assim como no morro da Vargem Pequena que divide com a UTP Ratones e o Morro do Jurerê (a oeste da UTP). Na Cachoeira do Bom Jesus de sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados, assim como toda a baixa encosta dos morros no entorno da UTP. Ao longo do Papaquara presença de sedimentos silticos-argilo arenosos de baía e laguna. Nas margens do Rio Ratones (até a SC 401) sedimentos silticos-argilosos-arenosos com matéria orgânica.

Grande diversidade de solos com predomínio de Gleissolo eutrófico com presença de solos orgânicos ao longo de todo rio Papaquara. Ao sul da UTP Jurerê presença de solos Espodossolos Hidromórficos com a presença de areias quartzosas. Nos divisores da UTP e cabeceiras de drenagem presença de Argissolos. Presença de Cambissolo próximo ao Morro do Pinheiro (sobre área de rampa colúvio). Presença de areias quartzosas em próximo ao rio dos Macacos e em Vargem Pequena.

Dissecação de morraria no Morro da Vargem Pequena com rampas de dissipação na vertente oeste do Morro. Ao longo do arroio dos Macacos planície fluvio-lacustre. No Morro do Marques e da Capivara dissecação em montanha com rampas colúvio-eluvionais. A Vargem Grande está sobre uma rampa de dissipação. No Morro da Cachoeira do Bom Jesus dissecação em morraria com franjas em rampas de colúvio-eluvionais. Sobre a enorme área de planície a parte mais ocupada da paisagem. Nas margens do rio Papaquara aparece a planície lacustre. Na praia da Cachoeira cordões de restinga. Planície de restinga na praia de Canasvieiras.

O Rio Papaquara é o rio principal correndo por áreas planas, densamente ocupadas e muito modificadas por canais de drenagem antrópicos. O rio da Palha e o Rio dos Macacos apesar de estarem bem preservados a montante também estão completamente modificados e poluídos na planície. Bons aquíferos na planície, como o aquífero Ingleses, Canasvieiras e Rio Vermelho.

Presença de capoeirinha e capoeira nas vertentes a leste. Na planície vegetação flúvio-marinha arbustiva e herbácea.

Manguezal de Ratones (Estação Ecológica de Carijós) Dec. Fed. 94656/87 Área: 625,07 ha É APP toda área estuária do Rio Ratones e do Rio Veríssimo, recoberta pela vegetação de mangue, bem como toda a extensão ao longo da linha da costa do Pontal da Daniela.

34 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 35 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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77

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA36 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações37

ING

LESE

S

19,1

77

O Granito Florianópolis está presente nos divisores com a UTP Papaquara (a oeste). Ao noroeste o morro das Feiticeiras também tem formação do Granito. À nordeste a ponta dos Ingleses formação de granitóides foliados (complexo Canguçu). Na franja dos maciços graníticos presença de sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. A UTP possui vasta área sob domínio de depósitos sedimentares: na praia sedimentos marinhos litorâneos, sendo que os sedimentos marinos litorâneos e eólicos retrabalhados vão formar os terrenos mais ocupados e transformados; sedimentos arenosos de origem eólica vão formar os campos de dunas móveis e fixas (essa próxima a divisa com UTP Santinho). As margens do rio Capivari presença de sedimentos silticos-argilo arenosos de baía e laguna.

Na UTP há o predomínio de areais quartzosas que apresentam perfis de solo com espessuras superiores a 2m. Os argissolos de textura média argilosa e argilosa, constituem área de solos medianamente profundos a profundos situando-se nos Morros dos Ingleses. Solos Glei pouco húmico ocorrem em parte da margem esquerda do rio do Capivari, possuem horizonte A com espessura menor de 25 cm e menos de 5% de matéria orgânica. Argissolos mais hidromórfico com as areias quartzosas hidromórficas ocorre no plano do rio Capivari e do rio dos Ingleses situado na base do cordão de dunas fixas. São solos com predominância de textura arenosa ao longo do perfil, extremamente ácidos e apresentam profundidades variáveis. O lençol freático encontra-se próximo ou à superfície do solo. Os campos de dunas ativas Moçambique-Ingleses constituem os depósitos eólicos alcançando altitude de 45 m. Ao longo das duas laterais deste campo de dunas ativas estão presentes as dunas fixas vegetadas que constituem os depósitos eólicos pleistocênicos, sendo que a mais alta encontra-se apoiada no Morro das Aranhas alcançando 65 m de altitude.

No Morro das Feiticeiras dissecação em morraria com a praia dos Ingleses formada por acumulação marinha. Planície flúvio-marinha nas margens do rio Capivari. Grande rampa de dissipação próximo ao Morro do Muquem (este de dissecação em montanha), assim como em quase toda a planície onde está a comunidade do Rio Vermelho. Nos campos de dunas, formados pelas planícies eólicas aparecem as dunas parabólicas, com dunas fixas e dunas semi-estabilizadas.

A hidrologia resume-se a dois rios: o rio Capivari e seu afluente o rio dos Ingleses, pequenos canais que descem dos morros, por lagoas que ocorrem no campo de dunas ativas e por aquelas que ocorrem no Santinho, a Lagoa do Jacaré e das Lavadeiras na lateral do Morro das Aranhas. O rio Capivari apresenta no seu baixo curso, características de estuário, desaguando numa boca única As nascentes do rio Capivari encontram-se no morro do Muquém localizado a sudoeste do Distrito, mas descem outros pequenos canais do morro da Vargem do Bom Jesus e do morro da Ponta das Feiticeiras. O rio dos Ingleses é alimentado pela descarga do Sistema Aqüífero Sedimentar Freático Ingleses –através das águas que afloram no campo dunas, o volume do rio depende do nível de água do aqüífero. Inicia seu curso no sopé do cordão de dunas fixas, no Rio Vermelho próximo ao limite com o Distrito de São João do Rio Vermelho, a oeste do campo de dunas ativas e fixas e flui para o norte até encontrar o rio Capivari. Os depósitos predominantemente arenosos que constituem a bacia sedimentar possibilitaram a formação de um sistema aqüífero sedimentar freático.

Presença de capoeirinha no divisor com UTP Jurerê. Na planície vegetação de capoeirinha em fragmentos.

Dunas dos Ingleses Dec. 112/85 Área 953,5 ha É um campo de dunas fixas, semi-fixas e móveis, que se estendem da Praia do Moçambique pelo planície do Rio Vermelho até próximo da área urbanizada dos Ingleses.

36 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 37 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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78

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA38 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações39

SAN

TIN

HO

5,17

0

No Morro dos Ingleses na ponta nordeste presença de granitóides foliados (complexo Canguçu), assim como no Morro das Aranhas ao sul. Na ponta sul do Morro dos Ingleses próximo a praia do Santinho presença do Granito Florianópolis. No Morro das Aranhas há um dique da Formação Serra Geral e uma parte do morro é da Formação Cambirela. Os sedimentos são formados por marinhos litorâneos na praia, seguidos por sedimentos arenosos de origem eólica (formando dunas) e sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados como sedimentos mais antigos.

Frágil camada de Argissolos sobre o Morro dos Ingleses e das Aranhas, com afloramentos rochosos significativos. Domínio do Campo de Dunas e de Areias quartzosas marinhas sobre a planície.

Dissecação de morraria no Morro dos Ingleses e no Morro das Aranhas. Próximo a Lagoa do Jacaré rampas de dissipação. Planície eólica ao longo da praia do Santinho. Na vertente norte do Morro das Aranhas planície flúvio-marinha. Rampas de dissipação ao sul da vertente do Morro das Aranhas, assim como rampa colúvio-eluvionais. Os afloramentos do Embasamento Cristalino constituem as elevações conhecidas como: Morro dos Ingleses, com 195m, e o Morro das Aranhas com 255 m.

Aqüífero relacionado aos depósitos arenosos de origem marinho - praial ocorre em superfície.

Presença de vegetação de influencia marinha herbácea, arbustiva e arbórea. Com predomínio de vegetação herbácea fixando dunas.

Parque Florestal do Rio Vermelho (Estadual) Dec. Est. 2006/62 Área: 1100 ha (presente também na UTP Lagoa da Conceição). Dunas do Santinho Dec. 112/85 Área 91,5 hectares É um campo de dunas fixas, semi-fixas e móveis, situado ao longo da praia dos Ingleses e paralela a Estrada Geral do Santinho.

38 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 39 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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79

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA40 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações41

JUR

ER

Ê

7,56

4

Granito Florianópolis no Morro do Norte (que separa da UTP Ponta Grossa) e no Morro do Jurerê que separa da UTP Papaquara. Na base do Morro do Jurerê presença de sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. Na área da praia sedimentos marinhos litorâneos. Sob a área de maior ocupação no Jurerê sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna.

Domínio de Espodossolos hidromórficos + areias quartzosas na UTP. Faixa da praia com presença de areias quartzosas marinhas. Nos divisores a leste e oeste fraca cobertura de argissolos sobre os maciços.

Dissecação em morraria no maciço granítico que faz limite com UTP Papaquara, assim como no Morro do Forte (mais a oeste). Planície de restinga formando o modelado de acumulação, com cordões de restinga.

Apresenta hidrologia completamente alterada pela ação antrópica com muitos canais de drenagem. Ocorrência do aquífero Ingleses.

Presença de capoeirinha no nas encostas dos morros. Na planície vegetação de capoeirinha em fragmentos e presença de vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Com predomínio de vegetação herbácea fixando dunas.

PO

NTA

G

RO

SS

A

0,72

4

Granito Florianópolis no Morro do Norte. Na Praia do Forte sedimentos marinhos litorâneos.

Paredão rochoso com pouco solo sobre a rocha mãe, aparecimento de fina camada de Argissolo.

Dissecação de morraria no Morro do Forte com a presença de acumulação marinha na praia.

Pequenos Córregos que deságuam a oeste na Baía Norte Aquífero Ilha.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Capoeirinha nas encostas

PO

NTA

DA

S C

AN

AS

2,71

6

No morro que separa da UTP Praia Brava presença do Granito Florianópolis, assim também como no morro que forma a ponta da Laje e a Ponta das Canas. Sedimentos marinhos litorâneos na área da praia. Presença de sedimentos silticos-argilosos-arenosos com matéria orgânica no entorno da laguna, assim como sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna.

Na praia de Ponta das Canas domínio de areias quartzosas marinhas, com alteração para areias quartzosas após a laguna. Aparecimento de espodossolos + areias quartzosas. Com afloramentos da rocha mãe no maciço da ponta das Canas.

Dissecação em morraria no corpo granítico, com acumulação fluvial e lacustre nas margens da laguna. Cordões de restinga próximo a comunidade das Ponta das Canas.

Lagoa (laguna) de Ponta das Canas está isolada do oceano por uma linha arenosa formada pelo por sedimentos costeiros e pela atuação de correntes litorâneas. É um ambiente de deposição recente

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Com predomínio de vegetação herbácea fixando dunas. Capoeirinha nas encostas

Restinga da Ponta das Canas Dec. 216/85 Área: 21,5 hectares Restinga em processo de formação já recoberta por uma vegetação característica desse sistema, inclusive com a formação de mangue situado na extremidade norte e na porção sul, junto à foz do Rio Thomé.

40 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 41 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

80

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA42 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações43

PR

AIA

BR

AV

A

2,39

7

Granito Florianópolis no Morro das Feiticeiras e no Morro da Cachoeira, assim como no Morro do Rapa (na ponta norte). Presença de sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados e na praia sedimentos marinhos litorâneos.

Argissolos em fina camada sobre o granito. Presença de areias quartzosas marinhas sobre a planície.

Dissecação em morraria com vertentes com rampa de dissipação, seguida pelos cordões de restinga. Acumulação em planície fluvial próximo ao Morro das Feiticeiras.

Pequenos Córregos que deságuam na ponta norte da Ilha. Presença do aquífero Ingleses.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Com predomínio de vegetação herbácea fixando dunas. Capoeirinha nas encostas

LAG

OIN

HA

DO

NO

RTE

1,80

0

Granito Florianópolis no Morro do Rapa e no Morro da Ponta das Canas e no Maciço ao sul que separa as três UTP’s da ponta norte. Da praia a montante, presença de sedimentos marinhos litorâneos, seguido por sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna e por sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados.

Na praia de Lagoinha domínio de areias quartzosas marinhas, com alteração para areias quartzosas. Pequenas áreas com. espodossolos + areias quartzosas. Com afloramentos da rocha mãe no maciço na Ponta da Laje.

Dissecação em morraria no maciço granítico, com rampas de dissipação na vertente e com áreas de acumulação fluvial e acumulação lacustre.

Pequenos Córregos que deságuam na ponta norte da Ilha. Há uma pequena laguna em estágio adiantado de colmatação. Não alcança profundidades superiores a 1 metro e a expansão imobiliária e a abertura da barra de seu rio Sangradouro são as prováveis causas do rápido assoreamento da laguna. Presença do aquífero Ingleses.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Capoeirinha nas encostas

42 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 43 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

81

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA44 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações45

CO

STEI

RA

3,90

7

Domínio do Maciço Central que corta a Ilha, de Granito Florianópolis com lineamento NE-SW, com topo dominado pela Formação Cambirela (na divisa com UTP Itacorubi). Grande área de aterro na Baía Sul.

Predomínio de Argissolos em fina camada (por causa da declividade acentuada). Aterros recentes sobre a Baía Sul. Gleissolo eutrófico próximo ao manguezal do rio Tavares.

Dissecação em montanha com grandes desníveis altimétricos. Acumulação flúvio-marinha antes do aterro. Grande área de aterro da Baía Sul.

Por causa da declividade há várias pequenas sub-bacias independentes que correm para a Baía Sul. Os córregos são na sua maioria intermitentes. Domínio do Aquífero Ilha com possibilidade de abastecimento das comunidades dos Morros.

Domínio de capoeirinha com presença ainda de campos com espécies exóticas. Presença de Capoeirão no alto do Maciço.

Parque Municipal do Maciço da Costeira Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 Área: 1453,3 ha (dividido com outras 3 UTP’s). Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

44 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 45 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

82

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA46 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações47

RIO

TA

VA

RE

S

49,2

38

Morro do Campeche com domínio do Granito Florianópolis, mas aparecimento de Formação Cambirela s isolados na planície. Pequena elevação também na parte norte dominada pelo Granito Florianópolis. Ao sul da UTP na divisa com a UTP Tapera morros isolados sobre a planície de Granito com diques da Formação Cambirela. Na ponta da Caicanga-Mirim presença do Granito Florianópolis, assim como na ponta das Laranjeiras e morros próximo (no topo Formação Cambirela). A planície é formada pelos sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados (a leste); sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna (próximo a rodovia que corta a planície); sedimentos marinhos litorâneos próximo no entorno do Aeroposto e em Carianos; sedimentos silticos-argilosos-arenosos com matéria orgânica nas áreas de manguezal do Rio Tavares e Tapera.

Pelo tamanho da UTP e pelo domínio da planície há diversos tipos de solos. Ao norte domínio de solo de manguezal. Areias quartzosas hidromórficas com domínio na UTP, na região do Aeroposto, Carianos e ao longo das margens da SC 405. Espodossolos aparecem próximos ao trevo do Capeche. Presença de Gleissolo eutrófico ao longo do rio Tavares. Areias quartzosas ao redor do Morro do Campeche. Nesse morro aparece fina camada de Argissolo com presença de afloramentos rochosos.

Terraço marinho recente na área onde está o aeroporto e próximo a ponta da Caiacanga-Mirim e terraço marinho mais antigo onde está a base aérea. Dissecação em morraria próximo a Tapera (comunidade) com acumulação marinha na praia. Ao longo da Planície do Campeche acumulação marinha mais antiga. Próximo ao manguezal presença da planície de maré com acumulação marinha em Carianos.

Ao norte, o Rio Tavares nasce no Morro do Sertão e do Badejo, ao sul seu principal afluente o Ribeirão da Fazenda, nasce no Morro dos Padres. Após união de suas águas dentro do Manguezal do Rio Tavares, ainda restará percurso de 2.175m até atingir a baía sul. A intensa modificação dos canais de drenagem na planície para diminuir as cheias e a entrada de maré. Pequena faixa de aquífero Ingleses a leste com possibilidade de aquífero Canasvieiras também.

Presença de vegetação de influencia marinha herbácea, arbustiva e arbórea. Presença de capoeirinha nas encostas dos morros com áreas de capoeira ainda na planície entre o Campeche e o Rio Tavares.

Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé (no Manguezal Rio Tavares) Dec. Fed. 533/92 Área: 1444 ha. 740 hectares de manguezal, mais 700 hectares de baía. Parque Municipal do Maciço da Costeira Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 Área: 1453,3 ha (dividido com outras 3 UTP’s). Manguezal da Tapera Lei 2193/85 Área: 52,2 ha É protegida toda área constituída pelo mangue, na data de aprovação do Plano Diretor (1985).

46 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 47 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

83

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA48 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGI

A

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações49

MO

RR

O D

AS

PE

DR

AS

10,7

98

Morro do Campeche de formação Granito Florianópolis. Na ponta sul da UTP no Morro das Pedras presença de Granito Florianópolis com encostas com sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. UTP dominada por sedimentos marinhos litorâneos, com sedimentos arenosos de origem eólica sobre a restinga (na praia do Campeche). No entorno da área da Lagoa da Chica e Lagoa Pequena sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna.

Domínio de dunas, com areias quartzosas marinhas na linha de praia e de areias quartzosas hidromórficas nos cordões de restinga.

Rampas de dissipação na comunidade do Rio Tavares (ao norte da Lagoinha Pequena) e na baixa vertente do Morro do Campeche (este sendo dissecação em morraria). Acumulação em planície lacustre nas margens da Lagoinha Pequena e na Lagoa da Chica. Rampas de dissipação também ao sul do Morro do Campeche. Cordões de restinga ao longo da praia do Campeche com presença de dunas fixas e semi-fixas.

Pela faixa litorânea que essa UTP está localizada há apenas pequenos córregos que intermitentes. A Lagoa Pequena está próxima a depósitos eólicos e não possui ligação com o oceano. A Lagoa da Chica está relacionada à alta pluviosidade local e secando quando em períodos secos. São corpos aquosos típicos de formação lacustre de restinga. Presença de bons aquíferos, Ingleses, Canasvieiras e Joaquina.

Vegetação de influencia marinha herbácea, arbustiva e arbórea. Com predomínio de vegetação herbácea fixando dunas.

Lagoa da Chica Dec. 135/88 Área: 4,6 ha Estão protegidos a lagoa e uma faixa em seu entorno de 50 metros em relação ao leito. Lagoinha Pequena Dec. 135/88 Área: 27,5 ha A Lagoinha e uma área em seu entorno, de largura variável, é considerada Área Verde de Lazer (AVL), sendo assim definida pelo Plano Diretor dos Balneários. Dunas do Campeche Dec. 112/85 Área 121 ha É um campo de dunas fixas, semi-fixas e móveis, situado ao longo da praia do Campeche.

48 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 49 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

84

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)

UTP ÁREA50 (KM2)

GEOLOGIA SOLO

RELEVO/ GEOMORFOLOGIA

HIDROLOGIA/ HIDROGEOLOGIA

VEGETAÇÃO U.C, APP e outras legislações51

TAP

ER

A

7,60

7

Na parte sul da UTP domínio do Granito Florianópolis (Morro do Ribeirão e Morro dos Padres). Nas encostas do maciço presença de sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. Nas margens do Rio Alto Ribeirão sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados.

Solo mais espesso em Argissolos próximo ao morro do Ribeirão e sobre as rampas de colúvio. Gleissolo eutrófico nas margens de rios e córregos com solo indiscriminado de manguezal na baía do Ribeirão. Areias Quartzosas hidromórficas + areias quartzosas no ao norte da UTP.

Dissecação de montanha no maciço rochoso do Morro do Ribeirão com rampas colúvio-eluvionais. Terraço marinho antigo e recente nas margens do Rio Alto Ribeirão. Presença de acumulação marinha próximo a baía.

O rio Alto Ribeirão é o principal rio dessa Bacia, alem de rios de planície como o ribeirão do Porto. O Rio Alto Ribeirão nasce no Morro do Ribeirão e pela declividade acentuada possui grau considerável de processos erosivo nas encostas. Alem do aquífero Ilha nas encostas, o aquífero Conceição também está presente, sobre a planície.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva. Capoeira e capoeirinha nas encostas.

Manguezal da Tapera Lei 2193/85 Área: 52,2 ha É protegida toda área constituída pelo mangue, na data de aprovação do Plano Diretor (1985).

RIB

EIR

ÃO

DA

ILH

A

21,2

71

Na UTP domínio do Granito Florianópolis. Na ponta do Caiacanguçu e em parte do Morro da Tapera presença de Granitóides Foliados. Formação Cambirela na ponta oeste do Morro do Ribeirão e ao norte da praia da Ponta. Na Praia de Naufragados sedimentos marinhos litorâneos seguido por sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna. Ao longo da planície junto ao Rio da Tapera presença de sedimentos marinhos eólicos retrabalhados e sedimentos de baía e laguna. Na Praia de Fora e Praia da Ponta sedimentos de baía e laguna e entre as duas praias sedimentos marinhos eólicos retrabalhados. Na Costeira do Ribeirão da Ilha sedimentos marinhos litorâneos.

Domínio absoluto dos Argissolos com diferentes profundidades ao longo da UTP, muito argiloso acompanhando o relevo de grande declividade e montanhoso. Areias quartzosas marinhas + dunas na praia da Tapera e na praia da Ponta. Solo indiscriminado de manguezal também na praia da Tapera.

Dissecação em montanha. Acumulação flúvio-marinha próximo a comunidade do Ribeirão da Ilha e na Costeira do Ribeirão da Ilha. Na ponta do Caiacanguçu, rampa de dissipação envolta por acumulação flúvio-marinha. Na praia do Sinhô acumulação marinha. No rio Tapera rampa de dissipação (a montante) seguida por acumulação flúvio-marinha. Na praia da Tapera planície de maré. Na praia Grande e na Caieira da Barra do Sul planície flúvio-marinha.

Pela declividade e por correr diretamente das encostas para a Baía Sul, há poucos rios importantes nessa área, mas muitos córregos intermitentes. Dos rios perenes destaque para o rio Tapera e o rio Naufragados. Aquífero Ilha domina.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva nas áreas próximas ao mar e Capoeira, capoeirinha e capoeirão nas encostas.

Parque do Tabuleirinho (estadual) – Parte integrante do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Dec.Est. 2335/77 Área: 346,5 ha. (presente também na UTP do Saquinho). Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna.

50 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 51 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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85

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA52

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações53

LAG

OA

DO

PE

RI

19,8

66

Na parte sul e oeste da UTP domínio do Granito Florianópolis com lineamento NE-SW ao sul, e a oeste tanto NE-SW quanto N-S. Na parte norte da UTP sedimentos colúvio-aluvio eluvionares indiferenciados. Próximo a entrada do Rio do Peri na Lagoa, ao sul, presença de sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna, esse tipo de sedimento vai aparecer em toda a margem leste da Lagoa. Próximo a captação de água da CASAN sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados. Ao longo da Praia da Armação e na restinga presença de sedimentos marinhos litorâneos.

Argissolos no relevo montanhoso, com profundidades variáveis ao longo da UTP, sendo mais profundo próximo ao rio do Peri e na parte norte da UTP. A leste domínio das areias quartzosas hidromórficas e somente quartzosas. Areias quartzosas marinhas na praia da Armação. Presença de Gleissolo ao longo do canal Sangradouro.

Dissecação em montanha no material cristalino. Com acumulação lacustre nas margens da lagoa. O relevo apresenta domínio das terras altas, parte integrante das serras do Leste Catarinense, cujas, características são as cristas angulosas intercaladas por depressões e elevações. As maiores altitudes da Lagoa do Peri, estão situadas ao longo das cristas que contornam a bacia hidrográfica. Entre os picos mais elevados estão o morro da Chapada (440m), morro da Tapera (371m), morro da Boa Vista (350 m) e morro do Peri (320m). As encostas encontram-se dissecadas por vales encaixados e pouco profundos em forma de “V”, sendo em geral abruptas com uma declividade que varia de 20 a 45º graus. No rio Peri, acumulação fluvio-lacustre. A leste da lagoa rampa de dissipação com cordões de restinga.

Com 5,10 km2 de superfície da lagoa, possui dois rios principais: Cachoeira Grande e Ribeirão Grande (rio Sertão), que nascem no alto dos morros e desembocam na lagoa. O rio Cachoeira Grande possui uma extensão de 1.7 km, nasce a uma altitude de 280 m e apresenta uma declividade média de 20 cm/m, drenando uma área de 1.66 km2. O rio Ribeirão Grande ou Sertão nasce a 285m de altitude, possui uma extensão de 4.6 km e declividade média de 12 cm/m e drena uma área de 6.98 km2. A profundidade da Lagoa aumenta de Oeste pra Leste. Apresentando um canal Sangradouro com uma extensão de 6,7 m de largura e 0,90 m de profundidade utilizado quando a Lagoa está cheia. O Sistema de Abastecimento Costa Leste-Sul de concessão da CASAN que capta água da Lagoa desde 2000 para as localidades do sul e leste da Ilha, com vazão em torno de 190 L/s, não alterada nem no inverno ou no verão, mudando apenas o tempo em que é consumido o volume de água armazenado na caixa que fica no morro da Lagoa do Peri, com capacidade de 20 milhões de litros, segundo dados da CASAN.

Floresta Ombrófila Densa Sub-montana e montana no embasamento cristalino com elevado índice de preservação (técnicos da FLORAM consideram essa mata como um dos únicos espaços em Florianópolis com floresta primária). Com áreas de capoeirinha, capoeira e capoeirão no Sertão do Peri. Vegetação Litorânea na planície costeira; além de pequeno reflorestamento de espécies exóticas que está sendo substituído ao longo dos últimos anos por espécies nativas.

Parque Municipal da Lagoa do Peri Lei Mun.1828/81 e Dec. 091/82 Área: 2030 ha. Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

52 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 53 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA54

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações55

PÂN

TAN

O D

O S

UL

16,2

67

A oeste da UTP domínio do Granito Florianópolis, com o aparecimento da Formação Cambirela em duas cristas de morros. A leste grande maciço da Formação Cambirela (no morro do Cucuruto e Matadeiro). Na praia do Pântano do Sul sedimentos marinhos litorâneos seguidos por sedimentos arenosos de origem eólica. No loteamento Balneário de Açores grande presença de sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados. Ao longo do rio Armação sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna. Na Praia da Armação sedimentos marinho litorâneos.

Na planície predomínio das areias Quartzosas hidromórficas. Presença de Argissolos sobre o embasamento cristalino. Na faixa litorânea aparecimento de dunas logo após as areias quartzosas marinhas. Gleissolo ao longo do rio da Armação.

Dissecação em montanha a leste e a oeste da UTP. Acumulação marinha com cordões de restinga na praia do Pântano (com dunas fixas e móveis). Rampa de dissipação no loteamento de Balneário de Açores. Grande planície lacustre junto ao rio da Armação e acumulação fluvial próximo a comunidade de Armação. Na praia da Armação cordões de restinga.

A planície do Pântano do Sul tem como rio principal o rio Armação. Há pequenos córregos drenando o Morro do Boa Vista e o Morro do Pântano , mas na sua maioria intermitentes. Para efetuar drenagem da planície, há muitos canais de drenagem antrópicos. Há bons aquíferos na UTP, como o aquífero Canasvieiras e Rio Vermelho, alem do aqüífero Ilha nas encostas.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva em dunas, com capoeirinha sobre a planície, com capoeira e capoeirão nas encostas.

Dunas do Pântano do Sul Dec.112/85. Área 24,2 ha Campo de dunas fixas, semi-fixas e móveis, situada ao longo da praia. Dunas da Armação Dec.112/85 Área 5,9 hectares É um campo de dunas fixas, semi-fixas e móveis, situado ao longo da praia.

54 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 55 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA56

(KM2) GEOLOGIA SOLO

RELEVO/

GEOMORFOLOGIA HIDROLOGIA/

HIDROGEOLOGIA VEGETAÇÃO U.C, APP e outras

legislações57

LAG

OIN

HA

DO

LE

STE

6,04

5

Maciço rochoso da Formação Cambirela no entorno da UTP. Ao redor da laguna presença de sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna. Ao norte da praia da Lagoinha do Leste sedimentos arenosos de origem eólica. Na praia depósito sedimentar marinho litorâneo. Sedimentos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados nos meandros do canal que liga a laguna ao mar.

Argissolos em predomínio, com muitas faces com afloramento de rochas. Na praia aparece as areias quartzosas marinhas seguida de um campo de dunas. No meandro da laguna presença de areias quartzosas.

Dissecação em montanha. No entorno da laguna acumulação de planície lacustre, com rampa de dissipação entre o meandro da laguna. Na praia cordão de restinga com dunas móveis e fixas. Na praia do Matadeiro acumulação flúvio-marinha junto aos riachos, e acumulação marinha na praia.

Os canais que abastecem a lagoinha apresentam pouco volume de água e estão encaixados nas falhas estruturais do embasamento cristalino. O canal do escoamento lagunar geralmente isolado do oceano devido à presença da barra arenosa no cordão praial. Eventualmente, seja em períodos de alta pluviosidade ou durante eventos de tempestades “ressacas”, rompe-se a barra arenosa junto a praia e o canal da Lagoinha deságua no mar. Possui aquífero Rio Vermelho e Ilha.

Vegetação de influencia marinha herbácea e arbustiva em dunas, com capoeira e capoeirão nas encostas.

Parque Municipal da Lagoinha do Leste Lei Mun.4701/92 Área: 480,5 ha. Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

SA

QU

INH

O

6,20

3

Domínio absoluto do Granito Florianópolis com depósitos sedimentares marinhos litorâneos nas praias do Saquinho e Solidão. Na ponta nordeste da UTP sedimentos arenosos de origem eólica.

Argissolos predominam sendo normalmente de pouca profundidade pela declividade do relevo. Na face do litoral aparecimento de muitos afloramentos rochosos.

Dissecação em montanha. Acumulação flúvio-marinha na praia da Solidão (rio das Poças) e na praia do Saquinho, na linha de praia em ambas, acumulação marinha. Na praia de Naufragados, cordão de restinga.

Córregos intermitentes ao longo da UTP correndo diretamente ao mar. Destaque para o rio da Pacas na praia da Solidão. Aquífero Ilha.

Capoeira e capoeirão. Parque do Tabuleirinho (estadual) – Parte integrante do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Dec.Est. 2335/77 Área: 346,5 ha. (presente também na UTP do Ribeirão da Ilha). Encostas Leis 2193/85 e 1851/82. Protege todas as encostas com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

56 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 57 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

88

APÊNDICE B – MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

89

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

90

APÊNDICE C – MAPA DE VEGETAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS.

_______ _ PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

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