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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL RELATÓRIO TERMO DE REFERÊNCIA (TOR) PROJETO EXECUTIVO PARA APOIO AO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA REGIONAL DE INOVAÇÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

RELATÓRIO

TERMO DE REFERÊNCIA (TOR) PROJETO EXECUTIVO PARA APOIO AO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA REGIONAL DE INOVAÇÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

CONTATOS

Direção Nacional do Projeto

+ 55 61 2020.8527/1704/1823

[email protected]

www.dialogossetoriais.org

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Introdução ..................................................................................................................................................................... 4

1. Justificativa do projeto ............................................................................................................................................ 5 1.1. Enquadramento ....................................................................................................................................................... 5 1.2 Contextualização geral na Politica de CT&I no Brasil .............................................................................................. 5 1.3 Justificação para a escolha da região ...................................................................................................................... 6

2. Breve revisão da bibliografia e dos conceitos utilizados..................................................................................... 8 2.1 Sistemas de Inovação – definição e origem do conceito ......................................................................................... 9 2.2 Tipos de sistemas de inovação e tipos de conhecimento ...................................................................................... 11 2.3 Especialização Inteligente, escolhas e massa crítica ............................................................................................ 12 2.4 Variedade relacionada e especialização ................................................................................................................ 14 2.5 Espessura institucional, modelo de governação e monitorização: a governança de um sistema de inovação ..... 15

3. Objetivo Geral ......................................................................................................................................................... 17

4. Objetivos Específicos ............................................................................................................................................ 18

5. Aspectos Metodológicos ....................................................................................................................................... 18 5.1. Breve Diagnóstico do contexto socioeconómico do território selecionado ............................................................ 18

Breve caracterização geral dos recursos de CT&I no Estado de Pernambuco ................................................... 19 Breve caracterização do Subsistema Regional de Inovação Confeções ............................................................. 20 Breve caracterização do Subsistema Regional de Inovação TI-Automotivo ........................................................ 22

5.2 Benchmarking ........................................................................................................................................................ 23 5.3 Identificação de riscos e oportunidades ................................................................................................................. 24 5.4 Descrição das etapas de elaboração do Projeto ...................................................................................................... 25

ETAPA 1 – Estabelecer o modelo de governação da estratégia regional de inovação ....................................... 25 ETAPA 2 – Benchmarking.................................................................................................................................... 27 ETAPA 3 – Análise das necessidades de apoio à inovação ................................................................................ 27 ETAPA 4 – Análise dos recursos ......................................................................................................................... 28 ETAPA 5 – Identificação de variedade relacionada ............................................................................................. 30 ETAPA 6 – Processo de consulta pública ............................................................................................................ 30 ETAPA 7 – Visão e Programa de ação ................................................................................................................ 31

6. Identificação de equipes técnicas envolvidas no Projeto (nacionais e internacionais) .................................. 32

7. Cronograma físico detalhado................................................................................................................................ 33

8. Cronograma financeiro (com itens de despesas previstos) .............................................................................. 34

9. Referências ............................................................................................................................................................. 36

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INTRODUÇÃO

Este relatório constitui o Termo de Referência (ToR) que orienta as especificações

e requerimentos para elaboração de um projeto executivo para o apoio ao

desenvolvimento de dois Subsistemas Regionais de Inovação em dois territórios

piloto no Estado de Pernambuco.

De acordo com o PNDR existe a necessidade de alimentar o desenvolvimento

socioeconómico regional através do fortalecimento dos Sistemas de Inovação

Regionais no Brasil. Na União Europeia objetivos semelhantes têm vindo a ser

prosseguidos pela DG Regio utilizando a abordagem metodológica RIS3 –

Especialização Inteligente em Sistemas Regionais de Inovação. O projeto piloto

especificado no presente ToR foi realizado em cooperação com uma região

Europeia e irá foca dois Subsistemas Regionais de Inovação em Pernambuco,

nomeadamente o Subsistema de Inovação em Confeções e o Sistema de

Inovação em TI-Automotivo.

O relatório resulta da ação REG0012 - Bases para a Implementação de um

Sistema de Inovação em território selecionado da Politica Regional Brasileira,

ação financiada no âmbito da 8ª convocatória do “Projeto Apoio aos Diálogos

Setoriais União Europeia- Brasil”.

Esta ação é Coordenada pelo Ministério da Integração Nacional, em parceria com

o Centro de Gestão e Estudos Estratégicas - Ciência Tecnologia e Inovação

(CGEE) (organização supervisionada pelo Ministério da Ciência Tecnologia e

Inovação – MCTI), e com o JRC-IPTS – Institute for Prospective Technological

Services (Centro de Investigação da Comissão Europeia), tendo o apoio da

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Pernambuco.

Adotando e adaptando a metodologia RIS3, utilizada pela União Europeia nas

países e regiões Europeias, o relatório fundamenta do ponto vista conceptual e

metodológico, bem como estrutura os elementos do termo de referência de um

projeto executivo para a implementação de um Sistema Regional de Inovação no

Estado de Pernambuco.

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1. JUSTIFICATIVA DO PROJETO

1.1. ENQUADRAMENTO

Desde 2007, no seguimento da Primeira Cúpula UE-Brasil e no âmbito dos

memorandos de entendimento (MoUs) firmados entre a UE e vários países da

América Latina, o Brasil e a União Europeia firmaram uma parceria estratégica

que abrange diversos temas e visa o intercâmbio de conhecimentos e

experiências em áreas de interesse mútuo (CE 2011). No ano seguinte, em 2008,

foi criado o “Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil”, que tem como

objetivo, contribuir para o progresso e o aprofundamento da parceria estratégica e

das relações bilaterais entre o Brasil e a União Europeia por meio da elaboração

de estudos, intercâmbio de conhecimentos técnicos especializados, missões

técnicas e disseminação de resultados.

O Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil é coordenado em conjunto pelo

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – por meio da Direção

Nacional do Projeto – e pela Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA). É

no contexto deste projeto, nomeadamente da sua 8ª convocatória, que surge a

presente ação com o objetivo de adotar a metodologia Europeia RIS3, adaptando-

a às regiões Brasileiras e produzindo o ToR que oriente a realização de um projeto

executivo para desenho e implementação de medidas e ações de apoio a dois

Subsistemas Regionais de Inovação no Estado do Pernambuco.

A presente ação prevê: a escolha dos territórios alvo do projeto piloto (que

denominamos subsistemas de inovação regional); a realização de uma missão

aos territórios alvo para primeiro contato com atores chave do sistema regional de

inovação; a elaboração do ToR que adiante se irá detalhar; e a deslocação à

Europa de uma delegação brasileira composta por especialistas do MI – Ministério

da Integração, da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação do Estado de

Pernambuco – SECTI/PE e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicas – CGEE

acompanhados pelo IPTS para visitar a região Europeia que possa vir a ser

território espelho da ação e para apresentação dos resultados e discussão dos

próximos passos da ação junto da DG-Regio na União Europeia.

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL NA POLITICA DE CT&I NO BRASIL

No âmbito do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil o projeto executivo

para o apoio ao desenvolvimento do sistema regional de inovação em dois

territórios piloto no Estado de Pernambuco, deverá levar em conta quer o

enquadramento das Politicas Brasileiras, nacionais e regionais para o

desenvolvimento regional e para a Ciência Tecnologia e Inovação (CT&I), quer a

base metodológica RIS3 utilizada na UE para a Especialização Inteligente da

política CT&I regional Europeia.

Assim sendo, e em primeiro lugar, consideramos a Politica Nacional de

Desenvolvimento Regional – PNDR do Governo Federal do Brasil. O

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desenvolvimento e consolidação de um Sistema Regional de Inovação, seja qual

for a região deve em primeiro lugar levar em conta a necessidade de redução das

desigualdades regionais no plano económico e social e sobretudo a disparidade

de oportunidades para valorização económica dos recursos em ciência, tecnologia

e inovação no Estado onde se localizam os arranjos produtivos alvo.

Por outro lado, e em segundo lugar, consideramos a Estratégia Nacional para

Ciência, Tecnologia e Inovação - ENCTI (MCTI, 2012) que estabelece as diretrizes

para orientar as ações nacionais no horizonte temporal de 2012 a 2015. A ENCTI

dá continuidade e aprofunda o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação

2007-2010 (PACTI) e articula-se com a política de desenvolvimento regional

(PNDR), a política industrial Brasileira, representada pela Política Industrial,

Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a Política de Desenvolvimento

Produtivo (PDP) e pelo Plano Brasil Maior (PBM), que têm também a CT&I como

uma das diretrizes centrais da política de governo. A Estratégia Nacional para

CT&I dá especial relevo: ao aumento de atividades de P&D nas empresas

abrangendo um vasto conjunto de domínios; ao aumento das taxas de inovação;

ao reforço das infraestruturas científicas e tecnológicas; à popularização da CT&I

e melhoria do ensino de ciências; e, em particular, à inclusão produtiva e inovação

social.

Em terceiro lugar, o projeto executivo para o apoio ao desenvolvimento do sistema

regional de inovação no Estado de Pernambuco considera o Plano de Ciência,

Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento sustentável do Nordeste Brasileiro

CGEE(2014), realizado pelo CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos em

2014. Este Plano deve ser visto como uma contribuição essencial para o desenho

de uma política de inovação alinhada com os objetivos de convergência inter-

regional, alinhada portanto com a necessária redução das disparidades de

desenvolvimento social e económico entre as diferentes regiões e sub-regiões no

Brasil. O plano identifica 5 grandes desafios que correspondem a 5 objetivos

estratégicos para a região do Nordeste nomeadamente: (i) consolidar um sistema

regional de CT&I com capacidade endógena de formulação e implementação de

políticas e apto a interagir local, nacional e globalmente; (ii) transformar o Nordeste

em referência mundial na P&D e inovação para a convivência com a seca,

combate à desertificação e adaptação às mudanças climáticas; (iii) ter o Nordeste

como referência na P&D e inovação para o desenvolvimento inclusivo, com

destaque para a geração de conhecimentos que tenham foco no território, na

biodiversidade e na cultura regionais; (iv) ampliar na região o conjunto de

empresas competitivas, a partir de suas capacidades e competências em

tecnologia e inovação, que apresentem desempenho comparável às melhores

referências nacionais e globais, e; (v) desenvolver na região uma base técnico-

científica de excelência, globalmente conectada, capaz de produzir conhecimentos

de ponta, de alto conteúdo científico e tecnológico.

1.3 JUSTIFICAÇÃO PARA A ESCOLHA DA REGIÃO

Decorre do contexto sumariamente exposto na secção anterior a necessidade de

desenhar e implementar planos de ação ou projetos executivos de base local ou

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regional, envolvendo os atores locais e realizando politicas piloto com efeito

demonstrador, suscetíveis de serem escaladas e transferíveis para outros

subsistemas regionais em outros territórios no mesmo Estado, ou para outros

Estados.

Dentro do contexto da região do Nordeste, o Estado de Pernambuco possui uma

sólida estrutura técnico-científica e apresenta uma notável evolução no domínio da

política regional de ciência, tecnologia e inovação. Com uma despesa com P&D

de torno de 0,2-0,4%, relativa às receitas regionais, o Estado de Pernambuco tem

conhecido uma evolução positiva em quase todos os indicadores de Ciência e

Tecnologia, como por exemplo número de pesquisadores, número de doutores,

depósito de patentes, etc.

O Estado de Pernambuco é portanto um bom caso para projetos piloto uma vez

que, não só vem conhecendo uma assinalável dinâmica no domínio da Ciência

Tecnologia e Inovação, como também permite o contraste entre sub-regiões muito

diferentes: uma região interior com dinâmicas de inovação inclusiva e questões de

sustentabilidade que contrasta com o litoral mais dinâmico, com dinâmicas de

inovação tecnológica com maiores taxas de criação de novas empresas. No

contexto das diversas dinâmicas de inovação existentes no Estado de

Pernambuco é particularmente importante realçar dois setores. Em primeiro lugar

o setor das Confeções, não só pelo seu peso económico e sobretudo social, mas

também pelos desafios de inovação inclusiva e ambiental que são específicos

deste setor e que realçam ainda mais a sua relevância. Em segundo lugar o setor

Automotivo e em especial o setor dos componentes de Tecnologias de Informação

para a montagem de automóveis (TI-Automotivo), também pelo impacto

económico que tem na região e pelas enormes potencialidades que apresenta

para geração de externalidades e de indução de novas tecnologias inovadoras na

cadeia de valor onde se encontra inserido.

Tendo em conta que o projeto visa a utilização de uma semelhante ao processo

RIS3 utilizado no âmbito da estratégia Europeia EU2020, o Estado de

Pernambuco oferece ao mesmo tempo um ambiente propício para testar

especializações em torno da inovação de base social mais associada às

Confeções bem como para consideração de vários tipos de empreendedorismo a

par de novas práticas de inovação de base científica e tecnológica associada ao

TI-Automotivo, ambos com importantes ligações à pesquisa académica e

universitária.

A escolha do Estado de Pernambuco para este projeto executivo justifica-se,

portanto por conhecer atualmente um dinâmica de inovação crescente e por ser

um território chave para testar políticas de inovação inclusiva como contribuição

para o papel da redução das desigualdades sociais, permitindo ainda observar o

cruzamento de especializações em inovação tecnológica com especializações em

inovação social e com questões ambientais e de crescimento sustentável e

inclusivo.

Por outro lado, a escolha de uma região espelho que possa servir de termo de

comparação na aplicação da metodologia RIS3, deve ter em conta as

características económicas do Estado de Pernambuco e em particular o foco

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deste trabalho nos setores Confeções e TI-Automotivo. A região Norte de Portugal

tem uma composição industrial onde quer as Confeções quer o setor Automotivo

ocupam são da maior importância. Nesta região portuguesa, o têxtil e vestuário, as

máquinas e aparelhos (sobretudo do sector elétrico e eletrónico), a fileira

automóvel, o calçado, os metais comuns e os plásticos e borrachas constituíram,

em 2011, um pouco mais de dois terços (67,4%) das suas exportações. A

Especialização Inteligente RIS3 desta região foca em especial domínios que

podem ser de interesse para as especializações a desenvolver em Pernambuco

nomeadamente: Cultura, Criação e Moda; Indústrias da Mobilidade e Ambiente;

Sistemas Avançados de Produção.

A escolha da região Norte de Portugal como a região espelho para

acompanhamento da aplicação da RIS3 em Pernambuco justifica-se portanto não

só pela potencial semelhança de especializações, mas também pela importância

de reforço de contatos e colaborações entre as duas regiões, quer ao mais alto

nível visando a troca de experiências no desenho e implementação de politicas

regionais de inovação, quer ao nível das empresas visando trocas comerciais e

projetos de colaboração e desenvolvimento tecnológico.

2. BREVE REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA E DOS CONCEITOS UTILIZADOS

O projeto executivo para o apoio ao desenvolvimento do sistema regional de

inovação em dois territórios piloto no Estado de Pernambuco deve considerar um

conjunto de conceitos essenciais para a análise, desenho e monitorização de

políticas de ciência, tecnologia e inovação, nomeadamente:

(i) Sistemas de inovação regionais - processo interativo mediado através de

instituições e do mercado que envolve intensa comunicação e relacionamento

entre atores de subsistemas sociais da região (como por exemplo, o sistema de

educação e ciência, o sistema empresarial, o governo, etc.).

(ii) Tipos de sistemas de inovação e tipos de conhecimento - diferenças entre tipos

de inovação e/ou tipos de conhecimento que dão origem a diferentes tipos de

sistemas de inovação.

(iii) Especialização Inteligente, escolhas e massa crítica – processo de

identificação de um conjunto limitado e concreto de recursos e ativos regionais

prioritários.

(iv) Variedade relacionada e especialização – exploração sistemática de ligações

intersectoriais, combinando bases cognitivas e produtivas, combinando visões

verticais e horizontais.

(v) Espessura Institucional, modelo de governação e monitorização: tipos de

organizações que compõem o sistema regional de inovação, suas interações

colaborativas e suas relações de poder, bem como a forma como estas

condicionam e influenciam o processo de tomada de decisão politica.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

2.1 SISTEMAS DE INOVAÇÃO – DEFINIÇÃO E ORIGEM DO CONCEITO

No passado a inovação era entendida como um processo linear que tem origem

em atividades de P&D (atividades essas que acontecem nas universidades, nos

institutos universitários, nos laboratórios públicos ou numa minoria de empresas

que realizam P&D), sendo que após realizada a P&D, os seus resultados seriam

transferidos para a esfera económica e social. Segundo este modelo a maioria das

empresas, sobretudo as pequenas empresas, são apenas o “recetor” dessa P&D

e a transferência de resultados de P&D Cientifica e Tecnológica para as empresas

acontece de forma mais ou menos automática.

Mais recentemente a inovação passou a ser entendida como um processo

complexo e interativo que envolve intensa comunicação e relacionamento entre

atores de subsistemas sociais diversos (como por exemplo, o sistema de

educação e ciência, o sistema empresarial, o governo, etc.). Segundo este novo

modelo, o processo de inovação é visto como um Sistema de Inovação i.e. como

uma rede de interações entre diferentes atores (públicos e privados); interações

mediadas ou moderadas através de instituições e do mercado (Freeman, 1987;

Lundvall, 1992; Nelson,1993; Edquist, 1997).

Além disso, reconhece-se hoje que o sucesso do processo sistémico de inovação

depende também de fatores não-tecnológicos como o design, o comportamento

de consumidores, a aprendizagem técnica, bem como a experimentação e

validação no mercado de produtos e modelos de negócio (Arnold e Thuriaux,

1997; Laranja, 2005).

No essencial os sistemas de inovação enquanto conjuntos de atores que

interagem entre si e que representam diferentes segmentos da sociedade refletem

portanto, não só as suas configurações sociais, institucionais e culturais regionais

(Howells, 1999) ou setoriais (Malerba, 2002, Carlson et al., 2002), mas também as

suas próprias origens históricas.

Teoricamente podemos conceber dois tipos extremos de Sistemas de Inovação.

Por um lado sistemas de inovação inteiramente planeados de raiz, construídos

peça por peça no que respeita aos fatores económicos, sociais, políticos e

institucionais que possam influenciar a geração e difusão de inovações (Edquist,

1997). Por outro lado, também do ponto vista teórico, os sistemas de inovação

inteiramente espontâneos fruto da evolução natural do contexto socioeconómico e

institucional onde se inserem. Na prática os sistemas de inovação existentes

resultam de uma qualquer mistura destes dois tipos ideais (Cooke, 1988).

Mais planeados ou mais espontâneos, os sistemas de inovação são compostos

por uma vasta tipologia de atores onde se incluem infraestruturas de ciência

(públicas ou privadas), universidades e respetivos institutos e centros de ciência e

tecnologia (o sistema educacional/científico), empresas industriais e de

fornecedores de serviços especializados (o sistema empresarial), autoridades

político-administrativas e intermediárias e regulatórias (o sistema político), bem

como as redes formais ou informais de atores pertencentes a essas instituições

(Arnold e Kuhlman 2001; Kuhlmann e Edler, 2008) – Figura 1.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Ao reconhecer a importância das interações entre diferentes tipos de

organizações, as políticas orientadas a sistemas de inovação procuram melhorar a

comunicação entre os atores, facilitar a evolução e, a nível agregado, procuram

eliminar potenciais incoerências e ineficácias do sistema. Promover um sistema de

inovação equivale a dar atenção não só ao investimento em CT&I mas também à

difusão de tecnologias e à construção de capacidades nas empresas, da mesma

forma que se dá atenção à P&D científica em sentido estrito.

Em consequência, da crescente adoção do conceito de “sistema de inovação”

como racional para políticas de CT&I, as políticas de CT&I não devem ser

justificadas apenas pela existência de “falhas-de-mercado”. Num artigo recente

Edquist (2011) chama a atenção para a importância da identificação de “falhas-de-

sistema” como ponto de partida para o desenho e monitorização de políticas de

CT&I e para a necessidade da realização de diagnósticos do sistema de inovação

orientados à identificação de problemas atuais e potenciais.

Outra consequência da crescente utilização do conceito de inovação sistémica e

sistemas de inovação é que existe também hoje um crescente interesse pelo

policy-mix i.e. pelos instrumentos de política que no seu conjunto (em portefólio)

possam melhorar o funcionamento do sistema, com impacto na sua capacidade

de geração e difusão de inovações (Kieron et al., 2011). Em particular, a utilização

de instrumentos sistémicos orientados à promoção de ligações e interações entre

os diferentes atores do sistema (Smits e Kuhlmann, 2004) parece ser um aspeto

chave de uma política de inovação que tenha como base a noção de sistemas de

inovação.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

2.2 TIPOS DE SISTEMAS DE INOVAÇÃO E TIPOS DE CONHECIMENTO

Se considerarmos a taxonomia clássica de tipos de conhecimento - divisão entre

conhecimento tácito ou codificado e conhecimento explicito - o pressuposto em

sistemas regionais de inovação é que o conhecimento tácito ou implícito é muito

mais localizado (i.e. de difícil transmissão, por vezes denominado “stiky

knowledge”) e portanto pode constituir um recurso chave ou um ativo distintivo de

cada região. Ao contrário, sobretudo na era da internet, o conhecimento explicito

transmite-se mais facilmente e não constitui fonte de vantagem para sistemas

regionais de inovação nos mercado globais.

Contudo, como nunca foi devidamente provado o pressuposto de que o tácito é

menos transmissível à distância (ver entre outros Gertler and Levitte, 2005), outras

taxonomias têm vindo a ser propostas. Uma particularmente interessante é que

contrasta regiões e respectivos sistemas de inovação, consoante a sua base

dominante de conhecimentos seja de conhecimento analítico, sintético ou

simbólico (Asheim and Gertler, 2005).

Estas três “base de conhecimento” diferenciam-se no que respeita ao relativo

domínio do conhecimento tácito, grau de formalização e especificidade do

conhecimento relativo ao contexto em que é gerado. A distinção destes três tipos

deve ser encarada como ideal pois embora na prática qualquer atividade

económica contenha uma mistura dos três tipos de conhecimento, o tipo de

conhecimento dominante no sistema de inovação regional, permite caracterizar o

tipo de inovação mais frequente.

Assim uma base de conhecimentos analíticos é dominante em atividades

económicas que estejam fortemente ligadas ao progresso científico i.e. onde o

conhecimento é essencialmente baseado em modelos formais, conhecimento

científico codificado, métodos científicos e processos racionais (Asheim and

Gertler, 2005). Por exemplo em atividades como genética, biotecnologia e

tecnologias de informação a pesquisa e desenvolvimento básica ou fundamental é

diretamente relevante para a inovação na forma de novos produtos ou serviços.

Neste tipo de atividades as empresas têm os seus departamentos internos de

P&D e através destes criam ligações de colaboração com grupos de P&D nas

universidades (locais e em outros países). Ou seja para regiões com onde este

tipo de conhecimentos seja dominante a interação entre universidade e empresas

têm muito maior importância e a colaboração o mundo académico e empresarial

ocorre com mais frequência e grande intensidade.

Uma base de conhecimentos sintéticos é mais comum em atividades económicas

que baseiem a inovação na combinação de conhecimento existente com a

intenção de encontrar soluções para problemas concretos (Asheim and Gertler,

2005). Para este tipo de atividades a inovação não depende da descoberta de

princípios científicos, mas sim da capacidade de combinar “peças” de tecnologia e

conhecimento já existente em áreas como a engenharia de produção e operações

(engenharia industrial), design, criatividade, utilização eficiente de máquinas,

equipamentos e ferramentas especializadas, utilização de materiais, gestão da

qualidade, gestão da energia e ambiental, etc. Trata-se no essencial de inovação

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

incremental que não depende de P&D, depende sim da aplicação e difusão de

informação e conhecimentos. Para estas atividades o conhecimento adquire-se e

acumula-se através da curva de experiência, learning-by-doing –using e

interacting e não apenas através de atividades formais de P&D. O conhecimento

sintético assenta muito, portanto, não na descoberta de princípios científicos mas

sim no conhecimento prático e aplicado, nas aptidões, nas capacidades artesanais

localizadas. Para este tipo de aptidões, escolas de formação profissional e

politécnicos, formação no local de trabalho, apoios ao acesso a informação,

ligação com fornecedores de máquinas e serviços especializados e apoios através

de centros tecnológicos ou associações locais de empresas são de muito maior

importância do que ligações às universidades.

Os conhecimentos simbólicos são um terceiro tipo de conhecimento muito

diferente dos dois anteriores. Este tipo de conhecimento está fortemente presente

nas atividades culturais e criativas p.e. nos sectores das editoras de livros,

produção de filmes, publicidade, musica, moda e design, onde a inovação assenta

na criação de valores e imagens e não na criação de produtos ou processos

físicos. (Asheim, Coenen, and Vang, 2007). O conhecimento simbólico pode,

portanto, estar “contido” ou “materializado” em produtos de vestuário e confeções,

calçado, mobiliário, etc. Contudo, o seu impacto nos consumidores resulta do seu

caracter intangível e da sua qualidade aestética. O conhecimento simbólico é

criado e acumulado em determinados tipos de fornecedores de serviços

especializados como por exemplo advertising, design, produtores multimédia, pelo

que ligações fortes fornecedor-utilizador são um dos aspetos chave da inovação

que assenta neste tipo de conhecimentos. Um outro aspeto importante é que o

conhecimento simbólico é específico do contexto regional, uma vez que a

interpretação e valorização de símbolos, imagens, designs, histórias e artefactos

culturais está fortemente associada aos hábitos, normas e valores culturais das

comunidades regionais e respetivos grupos sociais (veja-se por exemplo como os

produtos de adversing podem ser muito eficazes num determinado tipo de cultura,

mas se não forem adaptados perdem eficácia ao ser lançados em outros

contextos culturais).

2.3 ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE, ESCOLHAS E MASSA CRÍTICA

O uso cada vez mais amplo do conceito de “Sistemas de Inovação” pode ser

percebido em função da sua incorporação por instituições supranacionais, como a

União Europeia, o Banco Mundial e a OCDE - Organização de Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (Lundvall, 1995, p. 5).

Desde meados dos anos 90, no seguimento das alterações efetuadas ao

WhitePaper sobre “Crescimento, Competitividade Emprego” que a União Europeia

vem convidando os Estados Membros a desenhar políticas de inovação a nível

nacional e regional com base no conceito de Sistemas de Inovação. Numa

primeira abordagem nos anos 90, a Comissão Europeia – CE convidou as regiões

a desenvolverem os seus “Planos Regionais de Inovação” - RTP (mais tarde

também denominados “Estratégias Regionais de Inovação” - RIS), logo de

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

seguida complementados pelas “Estratégias Regionais de Inovação e

Infraestruturas de Transferência de Tecnologia – RITTS).

Adotadas como uma componente essencial da Estratégia de Lisboa 2000-2010

para uma Europa mais competitiva, com o tempo e com a aprendizagem

resultante da aplicação dos primeiros planos e estratégias, o conceito de

“inovação sistémica” foi-se disseminando em toda a Europa e as metodologias

para o desenvolvimento de Estratégias Regionais de Inovação na Europa foram-

se tornando mais sofisticadas e detalhadas.

Mais recentemente, no contexto da Estratégia EU2020 – estratégia europeia para

um crescimento económico inteligente, sustentável e inclusivo – a CE adotou um

racional de política de inovação a nível regional mais sofisticado, conhecido por

Estratégias Regionais de Especialização Inteligente (Regional Smart

Specialization Strategies – RIS3).

A ideia introduzida em 2008 por Dominique Foray, Paul David e Bronwyn Hall

(2009) é relativamente simples. Para uma Estratégia de Inovação ter maior

possibilidade de sucesso deve assentar na concentração e utilização de recursos

regionais em apenas algumas áreas ou domínios onde a região disponha de

vantagens, e que complementem ou suplementem (i.e. evitem duplicação) dos

recursos regionais que já existam em outras regiões.

Em particular para as regiões com menor massa critica em atividades de I&D ou

menores capacidades tecnológicas, a sua afirmação no contexto internacional

exige concentração de recursos e ativos regionais em áreas onde a região possa

ter vantagens. Espalhar os investimentos nos recursos de CT&I regionais por

muitos domínios em simultâneo (p.e. em muitos domínios TI, Biotecnologia,

Nanotecnologia), significa uma diminuição das possibilidades de conseguir um

impacto significativo em alguma dessas áreas.

A especialização regional por domínios não deve, contudo, ser produto de um

qualquer processo de planeamento central. De acordo com Foray et al (2009) a

escolha de quais os domínios de especialização em que uma região se deve

concentrar, deve resultar de um “processo de descoberta empreendedora”

(entrepreneurial process of discovery). Cada região deve percorrer um processo

de aprendizagem que conduza à descoberta de quais os domínios de ciência e

inovação que mais se adequam à sua realidade e que ao mesmo tempo a

diferenciam das demais regiões. Este processo de aprendizagem deve ser um

processo coletivo, participado pelos atores relevantes do sistema regional de

inovação. É suposto ser um processo que, em vez de assentar em conhecimento

explícito, público e imediatamente disponível, deve assentar no conhecimento

tácito local e nas capacidades os atores do sistema de inovação regional para

análise e construção de visões e planos de ação.

Note-se que uma das questões mais importantes na aplicação da abordagem

RIS3 é que não é a concentração em domínios/áreas científicas e tecnológicas per

se que poderá melhorar as estratégias regionais, uma vez que não são as

tecnologias que por si só resolvem os problemas sociais, económicos ou

organizacionais. A atividade de descoberta de áreas de concentração deve

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portanto olhar também para combinações inovadoras de tecnologias, ou

“empacotamento” de tecnologias, que potenciem novos produtos, serviços ou

modelos de negócio.

A descoberta empreendedora de domínios de especialização a nível regional

pode, portanto, acontecer não só através da iniciativa dos governos regionais, mas

sobretudo através das empresas locais e suas iniciativas empreendedoras.

Acontece que, não tendo as empresas a certeza de conseguir apropriar as suas

descobertas empreendedoras (i.e. existindo falha de mercado), a descoberta de

domínios de especialização necessita de ser fortemente incentivada para que os

atores regionais se comprometam com este processo.

Ou seja, o papel dos responsáveis regionais pela política de CT&I é o de

incentivar o processo de descoberta e seleção de domínios de especialização. Isto

pode envolver o desenvolvimento de estudos de diagnóstico sobre os recursos

regionais e seu aproveitamento para inovação e competitividade; a organização e

difusão de informação sobre tecnologias e seu aproveitamento comercial; e o

apoio a empreendedores locais para aceleração de processos de experimentação

inovadora e descoberta de novos negócios.

No âmbito da EU2020, as Estratégias Inteligentes de Especialização Regional –

RIS3 são hoje consideradas como uma condição ex-ante para que todas as

regiões possam ver aprovados e contratualizados os seus Programas

Operacionais Nacionais/Regionais (programas de financiamento do

desenvolvimento regional com base no Fundo Europeu de Desenvolvimento

Regional – FEDER e Fundo Social Europeu – FSE). Ou seja, para o período de

programação dos apoios financeiros 2014-2020 todas as autoridades nacionais e

regionais tiveram de elaborar e propor à CE as suas respetivas RIS3 (Research

and Innovation Smart Specialization Strategies in Entrepreneurial Discovery

processes).

Em suma, as Estratégias Inteligentes de Especialização Regional RIS3 são muito

mais do que um processo que apenas visa evitar que diferentes regiões

desenhem estratégias muito semelhantes (por vezes desligadas dos seus ativos

regionais) e portanto com evidentes sobreposições e duplicação dos escassos

recursos humanos, financeiros e de P&D a nível Europeu. A utilização desta

abordagem não só promove a Ciência, Tecnologia e Inovação como fatores

prioritários como também oferece um percurso metodológico que permite realizar

de forma sistematizada uma avaliação detalhada dos recursos e sistemas

regionais, para que se identifiquem problemas associados com as trajetórias

evolutivas específicas de cada sistema e assim se possam desenhar politicas

mais ajustadas ao contexto de cada região.

2.4 VARIEDADE RELACIONADA E ESPECIALIZAÇÃO

A associação entre a composição setorial de uma região e o seu relativo

desenvolvimento socioeconómico é talvez um dos debates académicos e políticos

mais antigos em desenvolvimento regional. Uma das questões fundamentais é

saber se as empresas de uma determinada região aprendem (i.e. adquirem os

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conhecimentos que alimentam os seus esforços de inovação) a partir de

empresas do mesmo setor ou a partir de empresas em outras indústrias (Boschma

et al, 2011). Por outras palavras a questão é saber se uma região especializada

em comparação com uma região diversificada é potencialmente mais favorável à

geração de spill-overs que promovam a inovação e o desenvolvimento

socioeconómico.

Historicamente este debate já estava presente nos trabalhos de Marshall (1920) e

Jacobs (1969) que podem ser considerados como a origem de dois conceitos

dominantes. O primeiro diz respeito às “economias de aglomeração” (distritos

Marshalianos) e traduz-se em benefícios de mão-de-obra especializada,

fornecedores especializados e acesso a mercados mais alargados. O segundo diz

respeito às “externalidades de Jacobs” que resultam de uma estrutura económica

diversificada que promove oportunidades para interação intersectorial e

recombinação de recursos, promovendo assim geração de ideias e inovações.

Mais recentemente, uma terceira perspetiva que se situa entre estas duas, foi

proposta por Frenken et al. (2007). No essencial esta perspetiva defende a

necessidade de desagregar ou classificar diferentes tipos de diversificação,

nomeadamente de dividir a diversidade regional em “variedade relacionada” e

“variedade não-relacionada”. Enquanto a acumulação de conhecimentos tácitos e

práticas necessárias à inovação ocorre dentro dos setores ou entre setores

relacionados, por exemplo através das relações cliente-fornecedor, é a variedade

não-relacionada que protege a região contra ameaças externas específicas de

cada sector (Boschma e Iammarino, 2009).

De acordo com esta abordagem, a forma mais promissora de uma região

promover a inovação é ter uma estratégia assente numa trajetória de

diversificação baseada em áreas de ciência e tecnologia e respetivas aplicações

em produtos e serviços, relacionadas i.e. áreas próximas daquelas que já possui,

assentes em tecnologias, aptidões e talentos que já domina (em oposição a

trajetórias de diversificação para produtos e tecnologias não-relacionadas).

De certa forma o que esta abordagem recomenda é que é evolução dos sistemas

regionais de inovação de acordo com as suas estratégias de especialização

inteligente, se baseie prioritariamente em processos de descoberta

empreendedora assentes na complementaridade com as atividades económicas e

sociais já existentes e procurando novas formas de acrescentar valor.

2.5 ESPESSURA INSTITUCIONAL, MODELO DE GOVERNAÇÃO E MONITORIZAÇÃO: A GOVERNANÇA DE UM SISTEMA DE INOVAÇÃO

O sucesso de uma estratégia de inovação regional está associado, não apenas às

características do território ou ao conjunto de recursos científicos, tecnológicos e

outros que a região possa conter, mas também à sua “espessura institucional”

(institutional thickness) (Amin e Thrift, 1994) e ao seu modelo de governação ou

governança entendida como a estrutura de governo e respetivo processo

decisório. A “espessura institucional” de uma região pode ser caracterizada em 4

dimensões:

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

(i) A existência na região de múltiplas e variadas organizações como p.e.

associações de empresas, entidades financiadoras, câmaras de comércio e

indústria, organizações fornecedoras de serviços às empresas, sindicatos,

entidades públicas do governo local e regional, delegações de agências,

fundações ou institutos públicos nacionais.

(ii) Elevados níveis de interação entre as organizações locais, na forma de

contatos formais e informais regulares ou na forma de troca de informação e

projetos colaborativos. A intensidade de interação é importante porque conduz a

um certo isomorfismo de normas e hábitos sociais, contribuindo fortemente para o

capital social da região.

(iii) Um sentimento de pertença e de envolvimento num projeto regional comum e

mobilizador da região, traduzido no desenho de uma agenda participada, agenda

essa influenciada não só pelo modelo de governação, mas também pelos padrões

de poder exercidos pelos vários stakeholders e consequentes padrões de

legitimidade regional.

(iv) A existência de estruturas e coligações de atores dominantes que possam

ajudar a minimizar alguma excessiva segmentação, bem como ajudar a minimizar

os custos de socialização e aumentar a coordenação do sistema de inovação

regional. A existência destas estruturas reflete as bases de poder de cada

organização ou coligação de organizações, a sua dimensão e tipo de recursos que

controlam, bem como o seu poder financeiro e a sua relativa independência

relativamente a fatores externos (como por exemplo as decisões de nível

nacional).

Espessura institucional de uma região corresponde portanto aos tipos de

organização que compõem o sistema regional de inovação, o padrão de suas

interações, e as estruturas de poder que condicionam e influenciam o modelo de

governação, incluindo o processo de tomada de decisões politicas.

No desenho e implementação de Estratégias de Especialização Inteligente – RIS3

é pois muito importante ter em conta o modelo de governação adotado e a

espessura institucional subjacente. Na perspetiva de uma estratégia RIS3, quanto

mais rica for a espessura institucional, mais largo e participado deverá ser o

modelo de governação.

O modelo de governação de uma RIS3 deverá, portanto, conter todos os tipos de

organização que compõem o sistema regional de inovação – todas as

organizações ou coligações de organizações e interessados no sistema regional

de inovação. Embora uma das configurações mais comuns assente no chamado

modelo da hélice tríplice das relações universidade, indústria e governo (Etzkowitz

e Leydesdorf, 2000), é preciso não esquecer o importante papel que os

utilizadores (aqueles que no final da cadeia vão beneficiar das inovações) podem

ter no desenho e implementação das políticas regionais de CT&I. Ou seja, o

modelo de governação recomendado na Europa, junta ainda um quarto grupo de

interesse (hélice quadrupla) que represente as expetativas do utilizador final por

exemplo através de associações de consumidor e outras entidades relevantes da

sociedade civil.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Assim, a estrutura de governação de uma Estratégia de Especialização Inteligente

RIS3 deverá, por exemplo conter uma Comissão de Direção onde se encontram

representados todos os tipos de organização e grupos de interesse, um grupo de

gestão executiva (mandatado pela Comissão de Direção), um grupo de peritos

(conselho de orientação estratégica) e grupos de trabalho organizados por áreas

temáticas ou projetos de ação específicos, compostos pelas organizações

relevantes do sistema regional de inovação.

No essencial o modelo de governação escolhido deve envolver e unir debaixo de

uma mesma visão todos os grupos de interessados (stakeholders), bem como

ligar as pequenas às grandes empresas e ajudar ao reforço do capital e social ao

nível dos das comunidades que formam os sistemas territoriais alvo. Em vez de

decisões centralizadas, tomadas num contexto de um processo de decisão top-

down, a principal tarefa do modelo de governação é criar condições para que as

especializações e a geração de variedade relacionada em cada região, sejam

“descobertas” através de um processo empreendedor que conduza ao consenso

entre dos diversos atores.

3. OBJETIVO GERAL

Com o enquadramento que lhe é dado (ver seção 1) pela Estratégia Nacional de

Ciência, Tecnologia e Inovação, pela Estratégia de Ciência Tecnologia e Inovação

da Região de Pernambuco e os objetivos da ação do Projeto Diálogos, este

projeto executivo para o apoio ao desenvolvimento do sistema regional de

inovação em dois territórios piloto no Estado de Pernambuco, prossegue um

processo de diagnóstico da situação atual na região, partilha de informação entre

atores relevantes, debate de ideias e geração de consenso em torno das

metodologias e modelos de intervenção adequados ao contexto do sistema de

Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco.

Na atual fase da política regional de CT&I no Estado de Pernambuco, pretende-se

uma atuação mais específica ao nível de dois sectores da região (sectores piloto)

de forma a testar e validar as necessárias adaptações que decorrem da

adaptação da abordagem Europeia RIS3 ao contexto socioeconómico e de

governança deste Estado do Brasil.

Numa fase posterior à realização do projeto executivo, aqui especificado através

deste ToR, haverá uma fase de capitalização, disseminação da metodologia e dos

resultados a um conjunto alargado de setores e stakeholders, quer na própria

região alvo deste trabalho quer, eventualmente em outras regiões Brasileiras.

O objetivo geral do projeto que aqui se especifica deverá, portanto, ser:

Realizar um processo de debate participativo, conduzindo a um consenso

coletivo acerca da Estratégia, Programa de Ação e modos específicos de

intervenção e apoio para uma política regional de ciência tecnologia e

inovação no Estado de Pernambuco, focando dois subsistemas regionais de

inovação piloto.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Ou seja adaptando à realidade do Brasil e de Pernambuco, a abordagem RIS3 da

União Europeia, mediante a qual se articulam instituições públicas, sector

empresarial, institutos de investigação e organizações do terceiro setor, realizar na

região um projeto executivo de desenho e implementação de ações específicas de

apoio ao Sistema Regional de Inovação, focando 2 sectores chave da região

nomeadamente: o setor Confeções e o setor TI-Automotivo.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Em função do objetivo geral, o projeto deverá ter os seguintes objetivos

específicos:

(i) Criar um modelo de governação da Estratégia de Inovação Regional na lógica

da hélice quadrupla incluindo portanto, empresas, instituições de ensino e de

investigação e de desenvolvimento, governo e associações representativas do

mercado.

(ii) Analisar com mais detalhe os recursos CT&I existentes no Estado de

Pernambuco, bem como os atores que detêm esses recursos e sua função no

sistema regional de inovação.

(iii) Analisar as necessidades de apoio à inovação nas empresas dos dois STI

selecionados Confeções e TI-Automotivo.

(iv) Promover e orientar o debate regional sobre desenvolvimento e utilização dos

recursos regionais para a geração de variedade relacionado em torno dos dois

subsistemas regionais de inovação piloto: confeções e TI-Automotivo.

(v) Promover a participação ativa no debate e nas escolhas de especialização de

todos os parceiros e grupos de interesse relevantes em função dos dois

subsistemas regionais de inovação alvo.

(vi) Desenhar um programa de medidas e ações para apoio aos STI piloto

confeções e TI-Automotivo.

(vii) Criar e testar o modelo de governança participativa regional (e multinível)

adequado ao desenho, implementação e monitorização dos resultados do

programa regional de inovação.

5. ASPECTOS METODOLÓGICOS

5.1. BREVE DIAGNÓSTICO DO CONTEXTO SOCIOECONÓMICO DO TERRITÓRIO SELECIONADO

O projeto executivo para apoio ao desenvolvimento do Sistema Regional de

Inovação no Estado de Pernambuco deverá assentar em dois polos piloto, ou dois

subsistemas regionais de inovação distintos: Confeções e TI-Automotivo. Embora

o trabalho a realizar tenha de apresentar um diagnóstico detalhado dos recursos e

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

condições para a inovação nesses dois Subsistemas Regionais de Inovação,

apresenta-se aqui uma breve caracterização dos recursos regionais em CT&I no

Nordeste e no Estado de Pernambuco bem como uma caracterização dos dois

setores alvo.

Breve caracterização geral dos recursos de CT&I no Estado de Pernambuco

Como já foi referido o Estado de Pernambuco, no contexto da região do Nordeste,

apresenta uma invulgar dinâmica no domínio da Ciência Tecnologia e Inovação,

ao mesmo tempo que proporciona um território de contraste entre diferentes tipos

de inovação e, portanto, entre diferentes subsistemas regionais de inovação.

De acordo com o documento das “Bases para o Plano Estadual de Ciência,

Tecnologia e Inovação para o Estado de Pernambuco”, Pernambuco ambiciona

reforçar a utilização do conhecimento como base para o seu desenvolvimento

social e económico. Os recursos base para a Ciência, Tecnologia e Inovação

disponíveis no Estado de Pernambuco têm vindo a crescer, o que faz com as

Politicas regional de inovação possam encontrar neste território uma forte

aderência.

No que respeita à qualificação geral da população Pernambucana, a distribuição

percentual dos residentes de 25 anos ou mais segundo o grau de instrução mostra

uma evolução ascendente com cerca de 30% dos residentes com o Médio

completo e cerca de 8% com o Superior completo. As taxas de matrículas de

alunos de pós-graduação em áreas STEM tem também conhecido uma forte

evolução ascendente em linha com outros Estados do Nordeste. Por outro lado, a

oferta de programas de pós-graduação tem crescido acima das médias de outros

Estados vizinhos e da mesma região.

Do mesmo modo apesar de uma despesa com P&D relativa às receitas regionais

mais ou menos constante nos últimos anos (em torno de 0,2-0,4%) tem havido

também uma evolução positiva em quase todos os indicadores de Ciência e

Tecnologia, como por exemplo número de pesquisadores, número de doutores,

depósito de patentes, etc. No essencial a despesa com P&D é realizada por um

conjunto de instituições públicas de Ensino Superior e de Pesquisa e

Desenvolvimento (Universidades, Institutos Públicos de P&D).

A despesa com P&D realizada pelo sector privado (empresas ou instituições

privada) é no Estado de Pernambuco menor que a despesa pública o que de

algum modo resulta do perfil industrial da região que é concentrado em empresas

de baixa capacidade tecnológica. Com efeito em 2014, 58,9% dos empregos

formais da indústria de transformação eram em setores classificados de baixa

intensidade tecnológica.

Se considerarmos a evolução da estrutura económica com base na contribuição

para o Valor Adicionado por setor de atividade, vemos que entre os anos 2002 e

2012, a Administração Pública mantem um peso alto; o comércio, SIUP - Serviços

Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil ganham importância;

Agropecuária e as Atividades Imobiliárias e Aluguel e TIC perdem peso na

economia do Estado de Pernambuco.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Embora o setor primário represente apenas 4% da economia pernambucana, ele é

responsável por cerca de 20% da força de trabalho (dados de 2010). O setor

terciário ocupa mais de 57% de força de trabalho, sendo que a base produtiva

industrial, onde se destacam atividades de transformação, confeções, automotivo

e componentes automotivo (material de transporte) bem como mobiliário de

madeira e outros, ocupa cerca de 18% da força de trabalho (os restantes 5%

estão atribuídos a atividades mal especificadas). É também de assinalar a

contribuição importante para a economia do Estado de Pernambuco, dos novos

setores do Petróleo, setor Naval e Offshore. Do mesmo modo os setores de

Energias Renováveis e da Tecnologias de Informação têm conhecido neste setor

uma dinâmica crescente.

Em suma, com os recursos existentes e com base socioeconómica que forma o

Estado de Pernambuco, e tendo em conta que uma grande percentagem da

população ocupada tem rendimentos baixos e trabalha em regime de conta

própria ou consumo próprio, uma política de inovação social e inclusiva (inovação

que não foca o conhecimento tecnológico proprietário mas parte das

competências, conhecimentos e tradições populares) assume uma importância

vital.

No atual estado de desenvolvimento socioeconómico em Pernambuco faz pois

sentido pensar numa política regional de inovação segmentada i.e. com

programas e medidas específicas dirigidas quer a setores de maior informalidade

e com micro empresas de reduzidas capacidades, como é o caso do sector das

confeções, quer dirigidas a outros segmentos socioeconómicos constituídos por

empresas com capacidades tecnológicas próprias, como é o caso do sector

Automotivo e componentes Automotivo.

Breve caracterização do Subsistema Regional de Inovação Confeções

O setor das confeções é um setor muito importante em todo o Estado de

Pernambuco, representando cerca de 16,000 empresas que empregam cerca de

100,000 trabalhadores.

Embora existam empresas de confeções em todo o Estado de Pernambuco, um

conjunto alargado de municípios no Estado de Pernambuco (conjunto que

denominamos subsistema regional de inovação em Confeções) apresenta uma

forte especialização socioeconómica em torno deste setor. É o caso de Municípios

como Santa Cruz do Caribaribe, Toritama, Riacho das Almas e Caruaru, sendo

este ultimo o maior Município em extensão territorial.

O subsistema regional de inovação em Confeções é composto no essencial de

estabelecimentos de micro e pequena dimensão (cerca de 49% dos

estabelecimentos têm menos de 20 trabalhadores) caracterizados por baixa

tecnologia, portanto mão-de-obra intensivos e uma forte taxa de informalidade que

pode chegar aos 80%.

No total o subsistema regional de inovação em confeções gera em agregado um

valor adicionado de 5.870.232 (mil R$ de 2000), valor que pesa no total do sector

de Confeções Pernambuco apenas 5,9%.

21

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Contudo, embora a taxa de empregabilidade em 2010 tenha atingido os 86%,

temos de levar em conta que a população nos Municípios do subsistema regional

de inovação em Confeções apresenta baixas qualificações, abaixo das médias

regionais e nacionais. Com efeito, de acordo com o Censo Demográfico de 2010

nos Municípios que contém o subsistema regional de inovação em Confeções

mais de 66% da população com mais de 25 anos de idade não tem instrução ou

tem o Fundamental incompleto. Só 16,4% da população com mais de 25 anos

apresenta o Médio completo e 5,1% o Superior completo. Também de acordo com

o Censo Demográfico em 2010, apenas cerca de 6% da população frequentava

cursos de nível superior de graduação ou especialização de nível superior,

mestrado ou doutorado.

A importância das Confeções em Pernambuco e sua polarização num conjunto de

Municípios da região onde representam a principal atividade socioeconómica faz,

portanto, deste setor um dos mais importantes alvos da política de Ciência,

Tecnologia e Inovação deste Estado. Como tal, é da maior importância a

qualificação do aparato institucional de apoio à qualificação e formação que conta

com 232 unidades de formação (em todo o Pernambuco) e cerca de 20 no total do

conjunto de Municípios que constituem o subsistema regional de inovação em

Confeções. No domínio das ações de formação profissional é importante

considerar a atividade do SENAC (unidade de formação profissional em Caruaru)

uma vez que dispõe de uma oferta específica para têxteis e confeções.

No mesmo sentido é igualmente importante considerar a oferta de cursos de

graduação e pós-graduação com interesse, quer para as atividades industriais em

geral, quer em específico em torno das tecnologias e métodos de gestão mais

diretamente associados à produção e operações no setor das Confeções. Existem

em Pernambuco um total de 52 cursos de Mestrado e 21 de Mestrado Profissional

mas em Caruaru i.e. próximos da zona com maior especialização em Confeções,

existe uma oferta ainda muito escassa, limitada a 3 cursos, ministrados pelo Pólo

da UFPE em Caruaru.

Um outro aspeto importante nos sistemas de inovação regional e em particular nos

subsistemas regionais de inovação caracterizados por empresas de reduzidas

capacidades e por inovação incremental e inclusiva é a oferta de serviços de apoio

tecnológico. Estes serviços não são normalmente ventilados por Universidades

(pelo menos não de forma direta) mas sim por infraestruturas tecnológicas

(institutos ou centros tecnológicos) públicos ou em alguns casos (na Europa) na

forma de associações de empresas privadas mas sem fins lucrativos. Para o

sector das Confeções existe em Caruaru o Centro Tecnológico do Agreste – CT

Moda, gerido pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP. Inaugurado em

2003 este Centro serve a procura de apoios por parte do sector das confeções,

centrando a suas ações em serviços de apoio, qualificação de recursos humanos

e ações de inovação e empreendedorismo através do ITAC – Incubadora

Tecnológica do Agreste Central.

A localização deste setor em Municípios particularmente afetados pela falta de

água, faz com que a inovação no (re)uso da água e em gestão ambiental seja

22

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

uma questão da maior importância e portanto reforça a relevância da oferta de

serviços de apoio tecnológico nestes domínios.

Em geral o subsistema regional de inovação em Confeções tem, portanto, uma

grande relevância no Estado do Pernambuco e na região do Nordeste. As suas

principais fragilidades, para além das questões da gestão da água e ambiental

parecem estar associadas à informalidade no trabalho (trabalhadores não

registados), estabelecimentos de reduzida dimensão com dificuldades em ganhar

escala, dificuldades de investimento em novas tecnologias de apoio à gestão da

produção e alguma dependência de intermediários e canais de distribuição

nacionais e internacionais.

Breve caracterização do Subsistema Regional de Inovação TI-Automotivo

O setor Automotivo e em particular o setor de fornecedores especializados em

Tecnologias de Informação para o setor Automotivo, que denominamos TI-

Automotivo é também um setor de grande importância no Estado de Pernambuco.

No total para todo o Estado de Pernambuco o sector representa cerca de 7500

empresas que empregam mais de 67000 pessoas.

O setor de construção e montagem de automóveis, que é polarizado pela FCA –

Fiat Chrysler Automobiles em Goiana e os setores fornecedores especializados de

componentes TI para automóvel apresentam uma concentração territorial na zona

litoral e em torno de Recife, com outros Municípios relativamente mais interiores

como Belo Jardim e Gloria do Goitá a desempenharem também um papel

importante.

Alguns fornecedores importantes incluem as Baterias Moura (em Belo Jardim) a

WHB Fundição (em Glória do Goitá), os segundos fornecedores da Fábrica da

FCA (em Igarassu e Itapissuma) e a TCA (fabrica de chicotes e cablagem elétrica

em Jaboatão dos Guararapes).

A concentração territorial assim obtida, a que denominamos subsistema regional

de inovação em TI-Automotivo representa 3878 empresas que empregam cerca

de 47278 pessoas e deverá ser um dos focos do projeto executivo para apoio ao

desenvolvimento do sistema regional de inovação em Pernambuco.

Os estabelecimentos que compõem este subsistema regional de inovação são

maioritariamente de pequena e média dimensão e de baixa ou média baixa

tecnologia. Contudo cerca de 12% dos estabelecimentos são já considerados de

média alta e alta tecnologia.

O Subsistema Regional de Inovação TI-Automotivo gera no total um valor

adicionado de 51.815.792 (mil R$ de 2000) o que representa cerca de 52% do

Valor Acrescentado Bruto de Pernambuco (18% relativamente ao Nordeste).

As taxas de empregabilidade deste sector têm vindo a subir, refletindo o influxo de

investimento estrangeiro nos últimos anos e em 2010 atingiram 85%. Contudo, tal

como no subsistema regional de inovação em Confeções e de acordo com o

Censo Demográfico de 2010, a população dos Municípios onde se concentra o

subsistema regional de inovação TI- Automotivo apresenta qualificações baixas,

23

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

em linha com as médias nacionais e de Pernambuco. Em 2010 nos Municípios

que contém o subsistema regional de inovação TI-Automotivo, mais de 42% da

população com mais de 25 anos de idade não tem instrução ou tem o

Fundamental incompleto. Porém 30,3% da população com mais de 25 anos

apresenta o Médio completo 13% o Superior completo. Também de acordo com o

Censo Demográfico em 2010 cerca de 13% da população frequentava cursos de

nível superior de graduação ou especialização de nível superior, Mestrado ou

Doutorado.

No que respeita à oferta de serviços de apoio tecnológico, que como vimos pode

ser um dos aspetos cruciais no apoio a PMEs de média ou reduzida capacidade

tecnológica como parece ser o caso das empresas que pertencem ao subsistema

regional de inovação TI-Automotivo. Existem na região inúmeros centros de

pesquisa (alguns de base universitária) que deverão ser considerados como

atores chave no sistema regional de inovação e que abrangem áreas como as

Ciências de Computação e Informação, Desenho Industrial, Engenharias várias,

etc. É o caso de centros como o CESAR - centro privado de inovação que cria

produtos, serviços e negócios com Tecnologias da Informação e Comunicação, ou

centros de P&D associados às Universidades.

Refira-se ainda a existência do Parque Tecnológico Porto Digital que contém 205

empresas embarcadas, 20 incubadas e 5 aceleradores. Trata-se de um ator

imprescindível para o sistema regional de inovação, ator de charneira para a

interação entre os grupos de pesquisa universitários e as empresas.

Existem também cerca de 232 unidades de formação em Nível Superior que

devem ser consideradas como atores essenciais do subsistema regional de

inovação TI-Automotivo. O Recife concentra cerca de 72 destas unidades, mas

existe oferta espalhada em outras localizações. A oferta de programas de pós-

graduação nas Universidades e Institutos bem como cursos de aprendizagem de

nível de qualificação técnico e superior através do SENAI de Pernambuco com

relevância para o subsistema regional de inovação TI-Automotivo é também muito

rica, o que de alguma forma explica desde já a relativa qualificação deste setor

quando comparada como a do subsistema regional de inovação em confeções.

5.2 BENCHMARKING

O projeto executivo para apoio ao desenvolvimento do Sistema Regional de

Inovação no Estado de Pernambuco deverá apresentar casos de estudo em

regiões Europeias e Brasileiras, ilustrando não só o contexto socioeconômico

dessas regiões mas também os processos de desenho, implementação e

monitorização das respetivas políticas regionais de inovação.

Este estudo de Bechmarking deve apresentar pelo menos 2 casos de estudo em

outros Estados Brasileiros e 2 casos de estudo em regiões Europeias.

Não especificamos quais devam ser os Estados e as regiões Europeias, mas à

semelhança de outros estudos de Benchmarking, como por exemplo Navarro et al.

(2011), as regiões referência a escolher deverão ter um contexto socioeconômico

semelhante ao do Estado de Pernambuco. Para identificação dessas condições

24

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

de semelhança entre os Estados/regiões referência a escolher e Pernambuco

deverão ser utilizados quatro grupos de indicadores:

1. Dimensão e demografia: população, densidade populacional, distribuição etária

2. Estrutura Económica: distribuição sectorial do emprego, distribuição sectorial do

valor adicionado.

3. Especialização Industrial: emprego por sectores industriais

4. Especialização tecnológica: despesas com P&D por sector económico,

percentagem de distribuição de submissão de patentes

A organização dos casos de estudo quer outros Estados do Brasil quer nas

regiões Europeias deve, tanto quanto possível, ilustrar os conceitos fundamentais

atrás detalhados, nomeadamente:

- Sistema de inovação regional e seus atores mais relevantes.

- Tipos de conhecimento dominante na composição das economias

regionais por referência a conhecimento analítico, sintético e simbólico.

- Especialização regional.

- Variedade relacionada.

- Espessura institucional e modelo de governação e monitorização das

estratégias de inovação regionais.

5.3 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS E OPORTUNIDADES

O projeto executivo para apoio ao desenvolvimento do Sistema Regional de

Inovação no Estado de Pernambuco, encerra um conjunto de riscos ou

oportunidades (eventos com uma probabilidade de ocorrer no futuro impactando o

projeto de forma negativa ou positiva). Tendo em conta a descrição das Etapas do

projeto (ver 5.4) identificam-se os seguintes riscos:

- Falha na mobilização, motivação e empenho dos atores relevantes para

participar na estrutura de governação, sobretudo em garantir a sua

apropriação da estratégia de especialização inteligente desenhada.

- Dificuldades de acesso a informação que permita elaborar o benchmarking

de casos de estudo com sucesso no desenho e implementação de

Estratégias Regionais de Inovação no Brasil e na União Europeia. Em

particular não só o acesso mas sim o formato dessa informação uma vez

que diferente formas de angariação e coleção de estatísticas na UE e

Brasil, podem trazer dificuldades de comparação sistematizada. De igual

forma, diferentes formas de governança podem dificultar a interpretação de

diferenças entre regiões ou entre países na UE e no Brasil.

- Défice de identificação das necessidades de apoio à inovação – sobretudo

no que respeita ao alcance do setor informal, por falha na obtenção de

respostas por parte do sector empresarial relativa ao diagnóstico das suas

capacidades, práticas e eventuais necessidades de apoio.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

- Défice de recolha de evidência (indicadores e outros tipos de evidência)

relativa aos diferentes tipos de recursos regionais para ciência, tecnologia

e inovação, nomeadamente no que diz respeito a recursos científicos

(conhecimento analítico), mas também no que respeita aos recursos

tecnológicos e aos recursos simbólicos.

- Identificação de demasiados domínios de especialização (variedade

relacionada) ou especificação desses domínios a um nível demasiado

genérico, pouco específico ou de difícil associação aos subsistemas

regionais em foco no projeto executivo.

- Falha na aderência e participação dos atores dos subsistemas regionais de

inovação no processo de consulta pública.

- Défice no desenho e/ou comunicação da visão e da correspondente

Estratégia Regional de Inovação. Desadequação do desenho do Programa

de Ação, com o adequado mix de instrumentos (medidas e ações) em

função dos objetivos.

5.4 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO.

O projeto executivo para apoio ao desenvolvimento do Sistema Regional de

Inovação no Estado de Pernambuco, deverá optar por abordagem semelhante à

RIS3 usada nas regiões Europeias, segundo as seguintes etapas:

ETAPA 1 – Estabelecer o modelo de governação da estratégia regional de inovação

Partindo do processo de governança que está a ser usado na região, o primeiro

passo é o governo Estadual tomar a iniciativa de criar formalmente o modelo de

governação da estratégia de inovação regional. Deve fazer parte do processo de

“governança colaborativa” o conjunto de atores relevantes na lógica da hélice

quadrupla incluindo portanto, empresas, instituições de ensino, de investigação e

de desenvolvimento, entidades públicas de planeamento e de gestão de políticas

de CT&I e utilizadores de inovação ou entidades representativas da dimensão da

procura e dos consumidores de inovação (na nomenclatura Europeia também

designados “utilizadores avançados”).

O modelo proposto deve permitir um processo de decisão suficientemente flexível

que permita a cada ator envolvido a possibilidade de desempenhar um papel pró-

ativo, assumindo a liderança em certos projetos ou temas, de acordo com as suas

competências e com o seu conhecimento. Pretende-se um modelo que possibilite,

simultaneamente, intensas interações entre atores, interações essas consideradas

indispensáveis para a produção de inovação, e elevados níveis de eficácia na

decisão. Devem ser criadas as bases para que o modelo de governação criado

continue para lá do projeto e se mantenha ao longo da implementação das

medidas e ações. O modelo de governação deve considerar a constituição dos

seguintes órgãos (figura 2):

- Conselho Regional de Inovação.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

- Grupo de Peritos.

- Equipe de Gestão.

- Plataforma para a especialização em Confeções.

- Plataforma para a especialização em TI – Automotivo.

Figura 2 – Modelo de Governação da Estratégia Regional de Inovação

e Especialização Inteligente

Sob proposta da Secretaria de Estado de Ciência Tecnologia e Inovação do

Estado de Pernambuco deve ser criado um Conselho Regional de Inovação,

órgão responsável pela pilotagem da Estratégia Regional de Inovação. Presidido

pela Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Conselho Regional

de Inovação será composto por empresas, produtores de tecnologia e utilizadores

avançados, entidades do sistema científico e tecnológico, universidades,

associações empresariais, polos de empresas e entidades nacionais e estaduais

de planejamento e de gestão de políticas com incidência na inovação bem como

entidades municipais. Este Conselho Regional de Inovação reunirá em plenário ou

em seções orientadas para os domínios prioritários de especialização inteligente

regional, que se constituirão como Plataformas Regionais de Especialização

Inteligente.

A Equipe de Gestão deve ter como funções animar e coordenar as agendas das

reuniões do Conselho Regional de Inovação, bem como coordenar o processo de

monitorização e avaliação da Estratégia Regional. Competirá também à Equipe de

Gestão coordenar a recolha, o tratamento e a disponibilização de informação,

qualitativa e quantitativa, relevante para o acompanhamento da execução do

Plano de Ação nos dois subsistemas de inovação e nos vários domínios de

especialização inteligente.

Deve ser também considerada a constituição de um Grupo de Peritos em

sistemas de inovação regional que possa assessorar o funcionamento do

Conselho Regional de Inovação e a Equipe de Gestão.

Devem-se constituir duas Plataformas Regionais de Especialização Inteligente,

uma por cada subsistema regional de inovação (Confeções e TI- Automotivo), que

27

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

possibilitem uma resposta multi-territorial, multi-institucional e multi-setorial para a

particularização, avaliação e evolução das respetivas ações de apoio, procurando

dinamizar a cooperação e as redes, a inovação. Pretende-se que cada uma das

Plataformas Regionais de Especialização Inteligente se constitua como uma

instância coletiva de apoio à formulação de estratégias e de ações estruturantes

no âmbito de cada subsistema, contribuindo assim apara a definição concreta das

prioridades de investimento e de apoio regional.

Faz parte também da primeira a etapa a organização e realização de um evento

de lançamento do projeto com envolvimento de todos os atores e apresentação do

projeto executivo para desenho, implementação e monitorização da estratégia

regional de inovação e do seu modelo de governação proposto.

Os produtos desta primeira etapa deverá ser:

- Plano de Trabalho detalhado do Conselho Regional, Equipe de Gestão,

Grupo de Peritos e Plataformas.

- Relatório sobre o modelo de governação incluindo funções e atribuições

dos seus órgãos componentes.

- Evento de lançamento do projeto.

ETAPA 2 – Benchmarking

Esta etapa compreende a realização de ações de benchmarking junto de regiões

que se destacaram como casos de sucesso na implementação de Estratégias de

Especialização Inteligente e que possuam especialização semelhante nos

subsistemas regionais de inovação em Confeções e TI- Automotivo.

A análise pormenorizada destes casos visa fornecer um melhor entendimento

sobre os fatores críticos de sucesso na implementação da estratégia bem como

proporcionar contactos com instituições no sentido de construir uma rede de

parcerias capaz de partilhar conhecimento e dar continuidade às estratégias que o

Estado de Pernambuco de encontra a elaborar.

O exercício de benchmarking deve prestar particular atenção não apenas à

Estratégia Regional per se mas também aos instrumentos, medidas de ações

usados na implementação específica em cada domínio de especialização, ao

desenho e implementação da estrutura de governança e respetivas plataformas

de especialização.

O produto desta segunda etapa deve ser:

- Relatório de Benchmarking de casos de sucesso na União Europeia e no

Brasil

ETAPA 3 – Análise das necessidades de apoio à inovação

Considerando como referência a ENCTI a ENCTI/PE e/ou estudos existentes

sobre os setores confeções, automotivo, componentes automotivo, TI podemos

concluir que a posição do Estado de Pernambuco no domínio da Ciência e

Inovação se encontra caracterizada.

28

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Deve contudo, nesta fase ser realizada uma análise mais detalhada, não da

posição regional nos indicadores de P&D, formação de recursos humanos e

inovação, mas sim das capacidades de inovação da base empresarial regional

dominante e emergente, nos STI alvo, procurando estudar quais as necessidades

de apoio à inovação nas empresas

Isto deverá ser feito através de inquérito (por exemplo inquérito por entrevista) a

pelo menos 30 empresas em cada sector. Poderão ser utilizadas metodologias de

diagnóstico e auditoria da inovação publicamente disponíveis na Europa ou uma

sua adaptação à realidade da região e dos setores alvo

Esta análise deve também incluir um esforço de prospetiva de mercado que

identifique tendências da procura no mercado interno Brasileiro e no mercado

internacional (oportunidades e ameaças) e permita assim confrontar a capacidade

regional analisada com essas tendências. O exercício deve ser conduzido tendo

em vista a melhor forma de capacitar os dois STI elevando o respetivo grau de

controlo sobre as cadeias-de-valor nacionais e internacionais onde se encontram

inseridos.

O produto desta terceira etapa deve ser:

- Relatório de necessidades de apoio à inovação nos dois Subsistemas de

Inovação alvo, nomeadamente: Confeções e TI-Automotivo.

ETAPA 4 – Análise dos recursos

Considerando a ENCTI/PE e o trabalho prévio em preparação deste ToR,

relativamente aos dois STI selecionados, nesta etapa deve ser aprofundado o

levantamento dos recursos da região. Devem ser considerados diferentes

categorias de recursos:

- Recursos Infraestrutura regional.

- Recursos científicos (conhecimento analítico).

- Recursos tecnológicos em áreas técnicas e engenharia bem como em

gestão, gestão industrial, gestão de operações e de inovação

(conhecimento sintético).

- Recursos simbólicos em design, marcas, significados, estética, imagem,

recursos territoriais e culturais (conhecimento simbólico).

Para o levantamento dos recursos deve ser usada metodologia de mapeamento

de recursos para os seguintes tipos de recursos:

Recursos Infraestrutura regional:

- Infraestrutura de transporte regional, rodoviária, ferroviária, etc.,

- Infraestrutura ambiental com especial atenção ao tratamento de águas

residuais, reciclagem de água

- Infraestrutura de distribuição de água para uso industrial

- Infraestrutura de logística e escoação de produtos

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Recursos científicos:

- Despesas c/ P&D na região Nordeste e PE, classificados por domínio

científico.

- Despesas c/ P&D na região Nordeste e PE, classificadas por sector de

execução: empresas, universidades, institutos públicos de P&D, centros

privados s/fins lucrativos.

- Publicações científicas. Ventilação por áreas científicas.

- Patentes pedidas / concedidas (nacionais e internacionais) por ano e por

sector.

- Identificação das principais empresas com despesas de I&D, nos sectores

foco dos sistemas regionais de inovação.

- Programas de Doutoramento por domínio científico.

- Produção de doutorados por domínio científico / ano.

Recursos tecnológicos:

- Centros de apoio tecnológico e respetivos serviços de apoio usando uma

tipologia de serviços de apoio (referida na secção sobre conceitos).

- Número de alunos graduados/ano em programas graduação e pós-

graduação em engenharia e gestão (áreas relevantes para Confeções e

TI-Automotivo).

- Número de participantes em ações de formação profissional / por tipo de

curso e por área de formação.

Recursos Simbólicos:

- Modelos de Utilidade e Marcas pedidas / concedidas

- Ativos territoriais e culturais relevantes para Confeções e TI-Automotivo

O exercício deve ser conduzido com base na metodologia de “mapeamento de

recursos” e deve também incluir a sua localização no território bem como um

levantamento mais detalhado das funções e competências dos institutos, centros,

universidades locais no sistema regional de inovação.

Podendo haver informação não imediatamente disponível através das fontes

oficiais, os peritos devem recolher informação de fontes primárias através de

entrevista aos atores relevantes dos subsistemas regionais de inovação.

Recolhidos os elementos que permitam aprofundar o conhecimento dos recursos

regionais para a inovação, deve ser realizada uma breve avaliação de perceções

dos principais acores do sistema regional de inovação relativamente à sua atual

utilização em função dos setores alvo.

30

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

O produto desta quarta etapa deve ser:

- Relatório sobre os recursos regionais existentes, o seu estado de

atualização tecnológica e perceção relativa à sua relevância e utilização

para a inovação nos dois subsistemas regionais alvo: Confeções e TI-

Automotivo.

ETAPA 5 – Identificação de variedade relacionada

Conhecendo em mais detalhe os recursos que podem ser usados ao serviço do

Sistema Regional de inovação (Etapa 4) bem como as necessidades de apoio

(Etapa 3), nesta fase é criada a proposta de domínios de variedade relacionada e

especialização inteligente que melhor possam servir os dois subsistemas regionais

foco.

À semelhança das etapas anteriores esta etapa pode também ser suportada em

estudos já existentes, acerca das dinâmicas dos setores no território. Esta etapa

deve ser realizada com o apoio dos principais atores regionais em cada

subsistema regional de inovação.

Deste exercício deve resultar a escolha de um conjunto reduzido de domínios de

especialização inteligente (principais e emergentes). Para cada um destes

domínios, deve ser desenvolvida uma análise sobre principais necessidades de

especialização do capital humano, análise de gaps em competências científicas,

definindo-se um racional e um nível maior de especialização que possa conduzir

ao desejado desenvolvimento de variedade relacionada.

O produto desta quinta etapa deve ser:

- Relatório sobre geração de variedade relacionada nos dois subsistemas

considerados: Confeções e TI-Automotivo.

ETAPA 6 – Processo de consulta pública

Após as primeiras 4 etapas deve ser iniciado um processo de consulta pública que

conduza a um consenso regional (o mais alargado possível) sobre os domínios de

especialização mais adequados para os dois Subsistemas Regionais de Inovação

foco do trabalho.

Num primeiro momento devem ser consultadas, para além da SECTEC/PE outro

atores chave do Estado de Pernambuco e do governo do Brasil.

Num segundo momento deve ser aberta ao público regional a consulta pública,

procurando uma ampla participação regional que enriqueça e melhore a estratégia

regional de inovação.

Esta consulta deverá ser realizada através da realização de workshops temáticos

restritos aos atores relevantes em cada Subsistema Regional de Inovação.

Um possível modelo de workshop consiste em dividir os participantes por grupos

de stakeholders ou tipos de atores (tipologia de atores em sistemas regionais de

inovação). Depois organizar o workshop como um processo “design thinking”.

Focar uma 1ª parte do Workshop apenas na caracterização de problemas /

31

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

diagnósticos para identificar “dores”, “problemas”. Deixar para a 2ª parte do

Workshop as soluções para os problemas identificados e a forma como a

especialização pode criar condições para estimular a inovação.

O produto desta sexta etapa deve ser:

- Workshops temáticos: de 2 ou 3 em cada subsistema regional

ETAPA 7 – Visão e Programa de ação

Tendo em conta os múltiplos documentos e relatórios produzidos nas etapas

anteriores, bem como as reflexões em sede do Conselho Regional de Inovação,

deve nesta etapa ser produzida a visão regional para uma Estratégia de Inovação

e proposta de respetivo programa de ações (conjunto de medidas de instrumentos

de intervenção e apoio) para apoio à inovação.

Recorde-se que uma estratégia regional de inovação, na perspetiva da

especialização inteligente é a escolha das prioridades para diversificar o tecido

económico e social em torno de variedade relacionada, em função das

necessidades de apoio à inovação e com base nos recursos próprios, bases de

conhecimento, competências, características e ativos existentes no território.

A tónica da atuação regional coloca-se principalmente ao nível do incentivo à

inovação e à sua contribuição para a competitividade, reconhecendo-se a

importância das regiões como principais motores da inovação e que as

externalidades do conhecimento são identificáveis (apesar de não limitadas)

geograficamente, uma vez que a proximidade facilita a partilha local e global de

conhecimento e inovação.

Uma visão é o que a região almeja ser num futuro a medio-longo prazo, neste

caso no contexto dos dois subsistemas de inovação foco.

O programa de ação não deve perder de vista o conjunto de prioridades regionais

que estimulam um ciclo virtuoso de especialização (nos dois subsistemas) com

variedade relacionada e fomente assim o desenvolvimento dos dois subsistemas,

e portanto, o desenvolvimento do Estado de Pernambuco. O Programa de ação

deve ter em conta as especificidades de cada subsistema e como tal prever ações

específicas dirigidas aos dois subsistemas alvo.

Faz parte também desta última etapa a organização e realização de um evento de

apresentação da visão e Programa de ação, com envolvimento de todos os

atores.

O produto desta sétima etapa deve ser:

- Organização e realização de um evento final para apresentação da visão e

programa de ação

- Relatório final, incorporando as contribuições e propostas recolhidas em

consulta pública bem como contendo visão e proposta de programa de

ação.

32

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

6. IDENTIFICAÇÃO DE EQUIPES TÉCNICAS ENVOLVIDAS NO PROJETO (NACIONAIS E INTERNACIONAIS)

As Etapas de projeto atrás descritas, ou em alguns casos, partes da Etapa, serão

realizadas por contratação de equipes técnicas de consultoria. Consoante a Etapa

as equipas poderão ser nacionais ou equipes internacionais. Em qualquer dos

casos deverão ser formadas por profissionais com experiências comprovadas em:

- Estratégias de Inovação Regional – sendo fator de preferência o

conhecimento e experiência relativamente a metodologia de

especialização inteligente - RIS3.

- Aconselhamento a processos de governança multi atores, multinível.

- Diagnósticos e auditorias de inovação a empresas, quer empresas de

baixa intensidade tecnológica quer em sectores de alta tecnologia.

- Avaliação de sistemas regionais de inovação e respetivos tipos de

recursos.

- Benchmarking internacional e comparação de regiões, estratégias e

processos regionais de inovação.

- Aconselhamento a processos de geração de variedade relacionada,

construção de visão regional e desenho de programa de medidas e ações

de intervenção e apoio.

Na proposta de trabalho as entidades a contratar deverão indicar quais os

profissionais alocados para a execução das etapas do projeto, nas diferentes

funções que irão desempenhar no projeto, nomeadamente:

- Diretor de Projeto: responsável pelo direcionamento estratégico do projeto,

pelo seu enquadramento conceptual e por direcionar o projeto de acordo

com as melhores práticas no desenho, implementação e monitorização de

Estratégias Regionais de Inovação e Especialização Inteligente. Deverá

ser um profissional com notável conhecimento na área das Politicas

Economicas de Ciência Tecnologia e Inovação, com vasta experiência

académica, profissional e de atuação como Diretor de Projetos de

estratégia e planejamento regional de inovação.

- Gestor de Projeto: profissional especializado na gestão de projetos de

consultoria, organização de encontros, reuniões e workshops, mediação e

conciliação de interesses de diferentes grupos de interesse em torno do

processo de desenho e implementação de estratégias.

- Consultores em Inovação: Deverão ter um título de Pós-Graduação,

Mestrado ou Doutorado em domínios como, por exemplo: gestão da

inovação, transferência de tecnologia, geografia e desenvolvimento

regional, engenharia e gestão de tecnologias.

Para comprovação das qualificações das equipes técnicas propostas a entidade a

contratar deverá apresentar o currículo de cada profissional indicado, contendo

comprovação das qualificações. Os profissionais propostos para as equipes

33

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

técnicas não poderão ser substuídos salvo casos de extrema necessidade, desde

que justificado e aceite pelo contratante. Nesses casos os profissionais substitutos

devem possuir a mesma, ou superior, qualificação técnica daqueles que estão

sendo substituídos.

7. CRONOGRAMA FÍSICO DETALHADO

O prazo total para execução dos trabalhos será de 15 (quinze) meses, a partir da

assinatura do contrato e obedecerá ao seguinte cronograma físico:

Produto Descrição Prazo

1 Plano de Trabalho detalhado

Relatório sobre o modelo de

governação incluindo funções

e atribuições dos seus orgãos

Evento de lançamento do

projeto

Até 2 (dois) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

2 Relatório de Benchmarking de

casos de regiões de sucesso

na União Europeia e no Brasil

Até 4 (quatro) meses, a

contar da data de

assinatura do contrato.

Até 5 (cinco) meses, a

contar da data de

assinatura do contrato.

3 Relatório de necessidades de

apoio à inovação nos dois

Sistemas de Territoriais alvo,

nomeadamente: confeções e

TI-Automotivo.

Até 6 (seis) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

Até 7 (sete) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

4 Relatório sobre os recursos

regionais existentes, o seu

estado de atualização

tecnológica e percepção

relativa à sua relevância e

utilização para a inovação nos

dois sub-sistemas regionais

alvo: Confeções e TI-

Automotivo.

Até 8 (oito) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

Até 9 (nove) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

5 Relatório sobre geração de Até 10 (dez) meses a

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

variedade relacionada nos dois

subsistemas considerados:

Confeções e TI-Automotivo

contar da data de

assinatura do contrato

Até 11 (onze) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

6 Workshops temáticos: de 2 - 3

em cada subsistema regional

Até 12 (doze) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

7 Organização e realização de

um evento final para

apresentação da visão e

programa de ação

Relatório final, incorporando as

contribuições e propostas

recolhidas em consulta pública

bem como contendo visão e

proposta de programa de ação

Até 13 (treze) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

Até 15 (quinze) meses a

contar da data de

assinatura do contrato

A execução das Etapas deve, portanto obedecer ao seguinte cronograma geral:

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

ETAPA 1 – Estabelecer o modelo de governação da estratégia regional de inovação

ETAPA 2 – Benchmarking

ETAPA 3 – Análise das necessidades de apoio à inovação

ETAPA 4 – Análise dos recursos

ETAPA 5 – Identificação de variedade relacionada

ETAPA 6 – Processo de consulta pública

ETAPA 7 – Visão e Programa de ação

produtos entregáveis

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

8. CRONOGRAMA FINANCEIRO (COM ITENS DE DESPESAS PREVISTOS)

De acordo com o cronograma de execução física do ponto anterior e tendo em

conta os produtos finais em cata etapa o cronograma financeiro é o seguinte:

Produto Descrição Forma de Pagamento

1 Plano de Trabalho detalhado

Relatório sobre o modelo de

1) 100% na entrega do

Plano de Trabalho,

relatório sobre o modelo

35

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

governação incluindo funções

e atribuições dos seus orgãos

Evento de lançamento do

projeto

de governação,

participação no evento

de lançamento

Total P1: R$ 110.000,00

2 Relatório de Benchmarking de

casos de regiões de sucesso

na União Europeia e no Brasil

2a) 30% na entrega do

relatório parcial;

2b) 70% na entrega do

relatório final validado.

Total P2: R$ 300.000,00

3 Relatório de necessidades de

apoio à inovação nos dois

Sistemas de Territoriais alvo,

nomeadamente: confeções e

TI-Automotivo.

3a) 30% na entrega do

relatório parcial;

3b) 70% na entrega do

relatório final validado.

Total P3: R$ 220.000,00

4 Relatório sobre os recursos

regionais existentes, o seu

estado de atualização

tecnológica e percepção

relativa à sua relevância e

utilização para a inovação nos

dois sub-sistemas regionais

alvo: Confeções e TI-

Automotivo.

4a) 30% na entrega do

relatório parcial;

4b) 70% na entrega do

relatório final validado.

Total P4: R$ 250.000,00

5 Relatório sobre geração de

variedade relacionada nos dois

subsistemas considerados:

Confeções e TI-Automotivo

5a) 30% na entrega do

relatório parcial;

5b) 70% na entrega do

relatório final validado.

Total P5: R$ 180.000,00

6 Workshops temáticos: de 2 - 3

em cada subsistema regional

6) 100% após data

programada à realização

do evento.

Total P6: R$ 130.000,00

7 Organização e realização de

um evento final para

apresentação da visão e

programa de ação

Relatório final, incorporando as

contribuições e propostas

recolhidas em consulta pública

bem como contendo visão e

7a) 30% na entrega do

relatório parcial;

7b) 70% na entrega do

relatório final validado.

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

proposta de programa de ação Total P7: R$ 130.000,00

TOTAL: R$ 1.320.000,00

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL