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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO 1 N° 15/15 SEMANA: 11/05/15 a 15/05/15 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS PARA A Oi COM A VENDA DA PT OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV COMPRA DA GVT APROVADA COM CONDICIONANTES AMÉRICA MÓVIL REDUZ INVESTIMENTOS NO BRASIL SERVIÇO UNIVERSAL – NOS USA E NO BRASIL FCC – DEPARTAMENTO DA INTERNET! E NO BRASIL? QUEM MANDA NA INTERNET? O DOMÍNIO DO FACEBOOK 01. COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Indicação para o CD da Anatel Centrais de Atendimento da Oi O Uso da Internet no UK Definido o Modelo de Conversor da TV Digital O Vídeo Online é a categoria de publicidade que cresce mais rapidamente Resultado do Balanço da Telefônica no 1T2015 Aquisição da DirectTV pela AT&T A semana não foi particularmente movimentada em relação a termos específicos de interesse geral no Brasil. Alguns dos principais assuntos são sinteticamente apresentados e comentados a seguir. Indicação para o CD da Anatel Os rumores sobre a possível indicação do ex-Senador Aníbal Diniz para o Conselho Diretor da Anatel, na vaga de Jarbas Valente, ganharam corpo durante a semana. Há, comentários, não confirmados, de que o nome já teria sido encaminhado pelo Ministro Berzoini para o Palácio do Planalto, com o aval da Bancada do PT, mas, com algumas dissidências.

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

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N° 15/15

SEMANA: 11/05/15 a 15/05/15

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA

NOVOS CABOS SUBMARINOS

COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL

POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS PARA A Oi COM A VENDA DA PT

OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV

COMPRA DA GVT APROVADA COM CONDICIONANTES

AMÉRICA MÓVIL REDUZ INVESTIMENTOS NO BRASIL

SERVIÇO UNIVERSAL – NOS USA E NO BRASIL

FCC – DEPARTAMENTO DA INTERNET! E NO BRASIL?

QUEM MANDA NA INTERNET? O DOMÍNIO DO FACEBOOK

01. COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Indicação para o CD da Anatel

Centrais de Atendimento da Oi

O Uso da Internet no UK Definido o Modelo de Conversor da TV Digital

O Vídeo Online é a categoria de publicidade que cresce mais rapidamente

Resultado do Balanço da Telefônica no 1T2015

Aquisição da DirectTV pela AT&T

A semana não foi particularmente movimentada em relação a termos específicos de interesse geral

no Brasil. Alguns dos principais assuntos são sinteticamente apresentados e comentados a seguir.

Indicação para o CD da Anatel

Os rumores sobre a possível indicação do ex-Senador Aníbal Diniz para o Conselho Diretor da

Anatel, na vaga de Jarbas Valente, ganharam corpo durante a semana. Há, comentários, não

confirmados, de que o nome já teria sido encaminhado pelo Ministro Berzoini para o Palácio do

Planalto, com o aval da Bancada do PT, mas, com algumas dissidências.

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Ainda segundo os comentários, a falta de consenso no PT não se relaciona a qualquer problema de

ordem pessoal que pese contra o ex-Senador. É, tão somente, uma reação de alguns parlamentares

mais ortodoxos que se amarram à tese histórica do Partido de só indicar técnicos para as Agências

Reguladoras que tenham alguma forma de vinculação com o Setor. Ou seja: seria uma indicação

politicamente referendada, mas, não uma indicação de uma pessoa com perfil de político.

Foi tomada como uma evidência de que o rumor tem fundamento o fato de o ex-Senador ter

comparecido a uma Audiência Pública da CCT do Senado Federal, na qual foi ouvido o Ministro

Ricardo Berzoini, que seria o principal avalista da sua indicação.

Aníbal Diniz não confirmou, mas, também não negou e deixou transparecer que “está no páreo”.

Caso se confirme a indicação pela Presidente da República ocorrerá a sabatina no Senado Federal

que precede a votação em Plenário.

Não deixa de haver alguma preocupação do Setor em relação à possível nomeação do ex-Senador

como Conselheiro em função do seu perfil profissional que contrasta bastante com o do

profissional que irá substituir (Jarbas Valente).

Ainda que não haja qualquer fator determinante para a indicação em relação a este aspecto, o fato

de Jarbas ter um perfil técnico e uma experiência regulatória indiscutível que o torna uma

referência do Setor, acaba por criar uma inevitável comparação desfavorável ao novo pretendente

ao cargo. O temor é que o Conselho Diretor perca substância técnica com potencial de influir no

desempenho e nas decisões da Agência principalmente em um momento em que se deverá tomar

decisões com importantes repercussões no futuro do Setor de Telecomunicações brasileiro.

A questão toma uma dimensão muito maior ao se considerar que o Conselheiro Bechara já

anunciou que renunciará ao mandato no próximo mês de agosto abrindo outra vaga. Se ela vier a

ser preenchida seguindo-se critério idêntico à do atual caso – e a probabilidade de que isto

aconteça passa a ser real – então, haverá razões para ampliar o nível de preocupação.

Cabe ressaltar enfaticamente não estar havendo referências ou restrições a pessoas neste

comentário. Mas, é inegável - confirmando-se as previsões - que estará se adotando um paradigma

de indicação que o Setor não havia experimentado desde que foi implantado o novo Modelo há

cerca de 18 anos.

Centrais de Atendimento da Oi

A Oi foi questionada pela CVM nos seguintes termos:

“Em notícia veicula pelo jornal Valor Econômico, edição de 13/05/2015, consta, entre outras

informações, que essa empresa contratou o banco Credit Suisse para vender seus call centers, que

empregam 11% de toda sua mão de obra.

Solicitamos esclarecimentos, até 14/05/2015, sobre o teor da referida notícia, bem como outras

informações consideradas importantes”.

A Oi, respondeu nos seguintes termos:

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“A Companhia informa que o Credit Suisse foi contratado em 2012 pela Oi para buscar alternativas

de obtenção de liquidez com o ativo de call centers. Entretanto, não há até esta data qualquer

decisão relativa à venda do citado ativo, cujo valor não é material”.

Quanto à informação relacionada à parcela da mão de obra da Oi envolvida com tal ativo, a

Companhia informa que a mão de obra utilizada na prestação dos serviços de call center não é

diretamente da Oi mas sim contratada pela Brasil Telecom Call Center S.A., sociedade controlada

indiretamente pela oi que presta serviços de call center para a Companhia”.

Por oportuno, cabe registrar que o contingente de empregados à qual a notícia faz referência é da

ordem de 19.000 pessoas.

Esta questão tem alguma relação com um assunto que está momentaneamente nas manchetes

diárias pois diz respeito à questão da “terceirização” de mão de obra, ainda que não deva ser a

motivação do questionamento da CVM.

Há discussões sobre se as atividades do Call Center são “atividades fim”, portanto, deveriam

obrigatoriamente ser prestados por empregados da própria Empresa. A legislação que está em vias

de ser promulgada vai dirimir de modo definitivo as dúvidas porventura existentes sobre o assunto.

O Uso da Internet no UK O OFCOM divulgou o resultado de uma pesquisa time-spent-online-doubles-in-a-decade em que analisa a evolução do uso da Internet no período de 10 anos (2005 – 2015) fornecendo uma ideia da “atividade online” das pessoas (no caso, no Reino Unido). A principal conclusão é que, no período, cada cidadão, em média, passou a utilizar a Internet em 2015 do que o fazia em 2005. Além do mais, aumentou a quantidade de pessoas que utilizam a Internet que, atualmente, é da ordem de 90% dos cidadãos britânicos. Mais dados podem ser obtidos acessando uma síntese dos resultados no link acima indicado, ou, acessando o infográfico pelo link ofcom10_years_at_a_glance_Infographic.pdf. Estes fatos são representativos de uma tendência que se espalha por todo o mundo, inclusive, no Brasil. Por esta razão o RELATÓRIO SEMANAL repercute os dados que foram divulgados pela imprensa internacional especializada.

Definido o Modelo de Conversor da TV Digital

O GIRED tomou uma de suas decisões mais sensíveis e importantes em reunião que durou todo o

dia 15/05. Foram estabelecidas as especificações básicas do Conversor da TV Digital a ser

distribuído aos beneficiários do Bolsa Família. Um volume que envolve milhões de dispositivos e

que juntamente com os Filtros e antenas e outros gastos, terá um custo que deve ser ajustado aos

recursos previstos de 3,6 bilhões de Reais, um orçamento a ser gerenciado e executado pela EAD.

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Acabou prevalecendo uma solução intermediária para as especificações do Conversor: nem tão

sofisticado quanto desejava inicialmente o governo, nem tão simples, quanto desejavam as

Operadoras do LTE 4G que evitam incorrer no risco de ter o valor do orçamento ultrapassado.

Em síntese o Conversor pode ser qualificado da seguinte forma. A interatividade será possível de

uma forma restrita utilizando o “midleware” do Ginga C, com 512 MB de memória RAM e 2GB de

memória flash. Não disporá de Bluetooth, Wi-FI, nem um Modem 3G de fábrica, mas, com

possibilidade de ser incorporado posteriormente. Terá disponibilidade de uma porta Ethernet para

a interligação de Banda Larga Fixa quando o cliente dispuser de tal facilidade e desejar integrar ao

sistema. Além disto, disporá de duas entradas UBS e os drivers adequados para receber o Modem

externo.

Na verdade, trata-se de um dispositivo tipo “Set-top box” simplificado para os propósitos aos quais

está essencialmente dirigido: permitir que os sinais da TVD possam ser adequadamente recebidos,

processados e convertidos nos aparelhos de TV Analógicos. Qualquer funcionalidade acima desse

propósito é conceitualmente desejável, mas, envolveria custos que estariam fora do escopo para

os quais os recursos estão destinados. Desta forma, parece que a decisão tomada é bastante

razoável e atende a alguns interesses complementares. Como exemplo, a implementação do Ginga

C e a possibilidade da interatividade para atender aos interesses do Governo, disponibilizando um

canal limitado de Banda Larga, ainda assim suficiente para permitir algumas comunicações com o

grupo de usuários beneficiários do processo.

Uma das consequências da solução de “compromisso” aprovada é que tal Conversor não está

disponível no mercado. Os modelos existentes devem ser ajustados ou adaptados para atender as

especificações ora aprovadas. Neste sentido, começa uma corrida contra o tempo para que a EAD

coloque os pedidos no mercado e já em novembro do corrente ano alguns milhares de dispositivos

estejam disponíveis para os testes em Rio Verde (GO).

De qualquer forma, o Governo deixou uma porta aberta para a eventual reavaliação do assunto,

do ponto de vista mais geral, se durante os testes de campo e com a evolução do processo

industrial, se verificar que é possível ajustar o orçamento disponível a uma forma “mais evoluída”

do Conversor.

Cabe lembrar que os 3,6 bilhões de Reais devem ser gastos (não há previsão de sobra que favoreça

as Operadoras ou o Governo), e, não há interesse de ultrapassar tal valor, pois, neste caso, o

excesso teria de ser suportado pelas Operadoras. Assim, é possível no que decorrer do tempo se

tenha alguma versão “plus” o que é natural, pois, o processo deverá terminar em 2018 e neste

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período é lógico supor que alguns avanços tecnológicos, sem repercussão sensível nos preços,

sejam passíveis de acontecer.

O Vídeo Online é a categoria de publicidade que cresce mais rapidamente

Uma recente pesquisa da ZenithOptimedia, cujas informações podem ser obtidas no link zenithoptimedia mostrou que o vídeo online é a forma de publicidade que cresce mais rapidamente. Em um dos tópicos do texto é dito o seguinte (em tradução livre):

“A categoria de publicidade que cresce mais rapidamente é o vídeo online, graças à explosão do consumo do vídeo móvel e a propagação de dispositivos conectados à Internet, tais como “smart TVs” e consoles de jogos.

Os Smartphones passaram a ter telas maiores e melhores (definição mais precisa), e as tecnologias de transmissão tais como 4G estão melhorando as velocidades de conexão, tornando possível para os consumidores ver conteúdo de vídeo de alta qualidade onde e quando eles desejarem. De acordo com Ooyala Global Video Index, os dispositivos móveis contribuíram com 34% de todas as sessões online de vídeo no 4° trimestre de 2014 contra 17% um ano antes.

Diversos outros fatores estão contribuindo para o crescimento do vídeo online: agências de pesquisa de audiência estão investindo em pesquisas para rastrear a exposição a publicidade de vídeo de usuários de computadores desktop, de tablets, e de aparelhos de TV; as principais plataformas de mídia social estão todas desenvolvendo seus produtos de vídeo; e, mais vídeo online está sendo vendido por compras programáticas, proporcionando aos anunciantes mais controle e melhor valor. Estima-se que o vídeo online global cresceu 34% em 2014, e projeta-se que irá crescer a uma média de 29% ao ano até alcançar $23,3 bilhões, em 2017.

Este comentário é feito principalmente pelo fato de que em outros tópicos do presente RELATÓRIO SEMANAL a questão do vídeo online estar presente e, certamente, isto acontecerá muito mais em textos futuros.

Resultado do Balanço da Telefônica no 1T2015

A Telefônica Brasil divulgou para a CVM os resultados do 1° trimestre de 2015. A Nota oficial da

Empresa sobre o assunto pode ser obtida em telefonicavivo.resultados 1T.

Aquisição da DirectTV pela AT&T

Há indicações firmes de que está para ser aprovada pelas autoridades norte americanas

(Departamento de Justiça e FCC), ainda no mês de maio corrente, a compra da DirectTV pela AT&T.

O processo já se prolonga por quase um ano e é possível que os Reguladores imponham alguns

condicionamentos. Entretanto, tal possibilidade não parece trazer preocupações para as Partes.

A aquisição no valor de $49 bilhões não demonstra o mesmo nível de preocupações verificado

recentemente na operação Comcast – TWC que não foi aprovada.

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02. PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA - BLPT

Em pronunciamento por ocasião da posse do Presidente da Telebras, Jorge Bittar, o Ministro

Ricardo Berzoini declarou que o lançamento do Programa Banda Larga para Todos depende de

negociações com o Tesouro Nacional com vistas à liberação de recursos que o suportarão. Por

enquanto, tais recursos estão contingenciados. Sob este mesmo tema ele já havia se pronunciado

em Audiência Pública realizada na CCT do Senado Federal, no dia 12/05.

Na CCT o Ministro ressaltou a importância do BLPT que deverá ser lançado ainda este ano. O Plano

considera que em 2018 haverá 300 milhões de conexões com velocidade média de 24 Mbps.

Também está previsto que 90% dos Municípios brasileiros estarão conectados por Fibras Ópticas e

45% dos domicílios contarão com facilidade similar. Os recursos sairão de investimentos diretos,

leilões reversos de créditos tributários e investimentos privados.

Já durante a Posse, disse que o PBLT deve ser anunciado ainda no primeiro semestre e o primeiro

leilão reverso pode ocorrer, também, neste ano. Segundo o Ministro, estaria sendo definido o

modelo de leilão mais adequado e na expectativa de que a equipe econômica se posicione sobre o

contingenciamento, o que deve ocorrer até o final de maio.

Mas, o Ministro sinalizou que as maiores realizações devem ocorrer a partir de 2016 estando

confiante de que até o final de 2018 todas as Metas serão alcançadas.

03. NOVOS CABOS SUBMARINOS

Não houve fatos novos divulgados publicamente sobre este assunto durante a. Cabe observar que

há alguns prazos críticos em relação a compromissos assumidos pelo Governo brasileiro junto à

Comunidade Europeia. Com a posse de Jorge Bittar na Presidência da Telebrás há a expectativa de

que o assunto possa evoluir.

04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL

Não houve alterações significativas sobre este tema durante a semana.

05. POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS PARA A Oi COM A VENDA DA PT

Não houve comentários específicos sobre este assunto na semana. A Oi espera que a operação seja

encerrada de forma a receber os recursos provenientes da venda por parte da Altice.

06. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites implantados de maio de 2009 em diante.

A regulamentação da Anatel deverá estabelecer as condições e parâmetros em que isto ocorrerá conforme abordado no RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15.

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07. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do

RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei

aprovada com os vetos da Presidente de República).

08. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL

O fato importante da semana foi a aprovação das especificações do Conversor da TV Digital, conforme está indicado no item “Definido o Modelo de Conversor da TV Digital” no item COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste RELATÓRIO SEMANAL. Permanecem, também, os comentários do RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. 09. COMPRA DA GVT APROVADA COM CONDICIONANTES

Não houve fatos novos durante a semana. O ítem será mantido na expectativa dos

desdobramentos que deverão acontecer em algum momento.

10. AMÉRICA MÓVIL REDUZ INVESTIMENTOS NO BRASIL

São mantidos os comentários do RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15 com a observação referente à Oi

que ao divulgar os resultados do T1 2015 (ver COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA) também anunciou

a redução nos investimentos em 2015. Isto aumenta a preocupação em relação a este tema

conforme mencionado no RELATÓRIO anterior.

11. SERVIÇO UNIVERSAL – NOS USA E NO BRASIL

O caso dos USA

Nos USA um número significativo de Senadores (61 num total de 100) da Comissão de Comércio, Ciência e Transportes, encaminhou uma Carta ao Presidente da FCC Tom Wheeler exortando-o a fazer “cuidadosas e focadas” atualizações das regras que governam o Fundo de Universalização dos Serviços (USF). Este Fundo suporta a prestação de serviços de telecomunicações em regiões do País onde as tarifas tendem a ser mais elevadas para se obter taxas de retorno adequadas em função de gastos adicionais na implantação e operação dos sistemas.

Esta prestação, normalmente, é feita por pequenas Operadoras locais rurais que são reguladas com base na taxa de retorno e, portanto, necessitam de aporte adicional do Fundo para permitir que os preços finais cobrados aos usuários sejam razoáveis e da mesma ordem de grandeza, ou menores, dos que os praticados em regiões onde há competição. Estabelece-se, assim, um processo de subsídio indireto que, originalmente, suportava somente o Serviço Telefônico mas, agora, também deve se estender ao acesso à Internet.

Ocorre que é crescente o número de usuários que estão deixando o serviço telefônico convencional fixo e desejam continuar somente com o acesso à Internet. Mesmo porque, na maioria das vezes, eles têm alternativas com outros sistemas como é o caso da telefonia celular, sem fio. Neste caso, o Serviço Universal passa a ser exclusivamente o acesso à Internet. E, logicamente, os usuários não

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querem pagar pelos dois Serviços (o telefônico e o acesso à Banda Larga) se estão usando somente um deles.

Tal situação é fonte de um desequilíbrio econômico e financeiro ainda maior para as pequenas Operadoras que os congressistas tentam convencer a FCC a resolver com os recursos do USF. Os Senadores argumentam que as regras da Comissão “não mantiveram o ritmo com as mudanças tecnológicas nem com as alterações nas preferências dos consumidores”.

A preocupação com os pequenos Provedores

Um ponto que fica claro é a preocupação com as pequenas Companhias telefônicas que atendem as áreas rurais. Isto é algo que faz o diferencial nos USA; o fato de estes pequenos Operadores além de disporem realmente de recursos complementares do Fundo de Universalização para viabilizar o seu negócio ainda contam com o apoio dos Parlamentares para fazer pressão no Executivo se o processo não está sendo adequadamente conduzido ou os resultados não são os esperados.

Observe-se que, no caso, os recursos do Fundo estão voltados para a operação dos Serviços em função de um financiamento aos usuários para pagarem as suas contas. Não deixa de ser uma “bolsa telecomunicações” no “estilo americano” e que, historicamente, tem funcionado bem. Mas, os recursos também se aplicam em investimentos inclusive por Empresas que não são ligadas diretamente às telecomunicações como é o caso, por exemplo, das Companhias de energia elétrica que podem utilizar sua infraestrutura para implantar redes de telecomunicações em áreas rurais.

O caso Brasil

No Brasil uma ação desta natureza seria inócua do ponto de vista prático, pois, não é o Presidente da Anatel que tem o poder de decisão sobre a aplicação dos recursos do FUST. E é provável que não seria fácil conseguir, nas mesmas proporções, um número de assinaturas de senadores em uma correspondência enviada ao Presidente de uma Agência Reguladora. Aqui, é tradição convocar as Autoridades para participarem de Exposições ou Depoimentos em Comissões que, via de regra, tem resultados pouco significativos pois não geram compromissos formais.

Também é limitada, senão impossível, a possibilidade de os recursos do FUST financiarem a prestação dos serviços alocando diretamente recursos aos usuários, por exemplo, sob a forma de um bônus como acontece nos USA. E, mesmo que fosse possível, isto somente seria possível para o Serviço Telefônica Fixo (STFC) que é o único objeto da universalização dos Serviços de telecomunicações, no País.

Uma questão essencial

Este, aliás, é um dos pontos essenciais da questão. Em um tempo no qual o STFC está em franca decadência - que deverá se acelerar nos próximos anos - os recursos do FUST não podem ser utilizados em outros Serviços como seria o caso do SCM (Serviços de Comunicação Multimídia) que suporta a prestação da Banda Larga no Brasil. Assim, é praticamente certo que os recursos deste

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Fundo continuarão sendo recolhidos e contingenciados pelo Tesouro Nacional sem terem qualquer proveito para a finalidade para a qual foram concebidos e estão sendo recolhidos.

Programa Banda Larga para Todos

Dentro da linha colocada dificilmente será possível alocar recursos do FUST para os projetos do Programa Banda Larga para Todos. E, este fato pode criar dificuldades para o seu desenvolvimento, pois, somente se poderia contar com recursos para investimentos provenientes de financiamentos, ou, da poupança das próprias Operadoras. A possibilidade de aplicar recursos públicos é complicada como pode ser deduzido da manifestação do Ministro das Comunicações citadas no item 02 deste RELATÓRIO SEMANAL. No caso dos pequenos Provedores do Interior do País isto se constitui em uma barreira muito difícil de transpor.

Cabe sempre reiterar que o Banda Larga nas grandes metrópoles é uma questão praticamente equacionada – salvo certas condições de qualidade dos serviços - nas regiões de maior poder aquisitivo. Lá, na maioria das vezes, há uma competição estabelecida com, pelo menos, duas Operadoras; mas, podem existir três ou quatro. Os maiores problemas estão situados: (i) nas periferias destas regiões; (ii) nas cidades de médio e pequeno porte (abaixo de 80.000 habitantes); e, (iii) nas regiões rurais, principalmente as mais isoladas.

Então, é necessário concentrar esforços nesta questão e, desde logo, seria necessário começar pelo equacionamento dos aspectos financeiros. Os recursos do FUST são uma fonte importante. Mesmo que se decida que será daqui para frente, ou seja, os recursos contingenciados do passado não fariam parte do montante que deve ser estabelecido nos orçamentos anuais. Mas deve haver uma determinação firme no sentido de que eles sejam efetivamente utilizados.

Sobre este item valem os comentários do presente RELATÓRIO SEMANAL colocados em função de declarações do Ministro Ricardo Berzoini, indicados no item 02.

O aumento da alíquota do FUST

Recentemente, foi divulgado pela imprensa que uma Comissão do Senado Federal está tentando aprovar uma legislação por meio da qual se reduziriam as taxas do FISTEL e aumentaria a taxa do FUST. O melhor é que houvesse a redução de um sem o aumento do outro. Mas, em sendo inevitável que isto ocorra, devidos às condições econômicas do País, o aumento dos recursos do FUST não deixa de ser, sob este aspecto, uma possibilidade alvissareira desde que os mesmos sejam empregados na sua finalidade precípua.

Nesta hipótese fica, ainda, mais evidente a necessidade de, rapidamente, se adotarem medidas de ordem legal e regulatória para facilitar a utilização de tais recursos no contexto geral descrito no presente tópico que pode ser sintetizado sob a forma de quatro ações, entre outras possíveis: (i) financiamento direto dos serviços de telecomunicações prestados aos usuários sob a forma de um bônus mensal; (ii) inclusão do acesso à Banda Larga como um dos Serviços financiados pelo FUST; (iii) prioridade do atendimento a pequenas e médias localidades do Interior, regiões periféricas das grandes cidades, regiões rurais isoladas; (iv) financiamento dos Serviços para Entidades de

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comprovada utilidade pública que assistam grupos carentes ou que tenham grande capacidade de atuação em projetos educativos ou culturais; e, (v) apoio aos pequenos Provedores para que eles tenham condições técnicas, econômicas e financeiras para desenvolver projetos em áreas da atuação limitada sob as quais eles tenham domínio e conhecimento.

12. FCC – DEPARTAMENTO DA INTERNET! E NO BRASIL?

Linhas Gerais da Questão

Conforme comentado em RELATÓRIO SEMANAL anterior, um grupo de Prestadoras de Serviços de

Telecomunicações (Operadoras) dos USA, diretamente ou através de Associações da indústria,

impetraram recursos no Tribunal Federal de Recursos do Distrito de Washington contra as regras

(Norma), instituída pela FCC – Federal Communications Comission, estabelecendo que os Serviços

de Acesso à Internet serão tratados da mesma forma que os Serviços tradicionais de telefonia cujas

bases de regulação remontam a 1934, ou seja, como uma “public utility”. Tais regras começarão a

ter validade a partir de 12/06/2015.

Em termos mais técnicos esta Decisão da FCC é mencionada como uma “reclassificação” dos

Serviços de Acesso à Internet, pois, com o novo posicionamento eles ficam sujeitos a um nível de

regulação antes inexistente e quebrou um paradigma, até então vigente, de que a Internet seria

um ambiente com regras menos restritas; sujeito a uma competição mais aberta; e, com o mínimo

de intervenção do Poder Público.

O que as Operadoras estão pedindo

Em uma das petições o grupo expressa a preocupação de que os ISPs tenham perdas financeiras

significativas e uma “avalanche” de processos administrativos sejam interpostos na FCC e nos

Tribunais, se as mencionadas regras entrarem em vigor e pede que sua aplicação seja adiada.

Textualmente o grupo escreveu: "Estes desafios colocam algumas das mais impactantes questões

com as quais este Tribunal poderá se defrontar a respeito de aspectos tecnológicos, o futuro da

economia do Setor, e os limites de aplicação das decisões administrativas". E, citando as palavras

do Comissário Ajit Pai – um dos dois dissidentes na decisão da FCC – o grupo inseriu na petição uma

frase forte que ele havia pronunciado por ocasião das discussões do mérito da matéria: “Se a

Norma se tornar efetiva, a FCC se transformará no “Departamento da Internet””.

Uma situação paradoxal

Por trás da Decisão da FCC que resultou numa radical mudança em relação ao seu posicionamento

anterior, se coloca uma posição até certo paradoxal. A maioria simples dos Comissários (3x2)

entendeu que para ser mantido o princípio da “Neutralidade de Rede” tinha que se ampliar o

“poder regulatório”: ou seja: para alcançar a “neutralidade” seria necessário impor mais regulação.

Esta postura é que, basicamente, está no foco das discussões, pois, o “Regulador” passará a ter um

poder que não se pode garantir a priori seja, necessariamente, “neutro”. E, tudo isto, decorre

simplesmente dos “temores” (ou interesses) de alguns grupos (basicamente OTTs) que um

determinado tipo de tráfego da Internet tenha prioridade sobre outro!

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Grupos organizados desafiam a FCC

Os Provedores de Serviço e diversos políticos do Partido Republicano estão, decididamente,

desafiando a autoridade que a FCC se concedeu (é bem verdade que calcada em uma decisão

judicial estabelecida em processo anterior) poderes para decidir sobre o assunto. Ao mesmo tempo

questionam o processo de estabelecimento das novas regras. A demanda judicial pode durar anos;

em razão disto eles estão tentando que o Tribunal suspenda a aplicação de tais regras até uma

decisão final do mérito e pedem, no mínimo, que seja dada prioridade ao caso.

No campo legislativo, os Republicanos ameaçam a possibilidade de aprovar legislação retirando

poderes da FCC. Uma posição que, alguns, entendem como simples ameaça, pois, além das

dificuldades para aprovar tal matéria no Congresso (e o tempo que isto demandará) ainda há a

possibilidade de ser vetada pelo Presidente Obama.

A FCC, por seu lado, já deu a entender que se considera segura em relação à sua decisão, pois, as

regras estariam “dentro da autoridade estatutária da Comissão, são consistentes com precedentes

estabelecidos pela Suprema Corte, e atendem plenamente à Lei dos Procedimentos

Administrativos”.

A data de vigência das regras se aproxima e as possíveis repercussões

O dia 12/06 está próximo. A decisão do Tribunal Federal de Recursos americano será decisiva para

o tratamento da questão nos USA. Pode estar em jogo o futuro da Internet como a conhecemos

hoje. A possibilidade de tal decisão repercutir em outros países é real; inclusive, no Brasil.

Tal repercussão pode ocorrer de forma direta caso se adotem aqui procedimentos regulatórios na

linha do que já foi aprovado nos USA (não necessariamente de forma igual), ou, de modo indireto

através de procedimentos operacionais que possam ter reflexos aqui, pois, a grande maioria das

empresas OTT envolvidas, as plataformas de serviços e muitos aplicativos estão associadas ou

vinculadas a procedimentos ou ações controladas ou baseadas naquele País.

No Brasil as discussões mais próximas da questão estão sendo travadas na regulamentação do

Marco Civil da Internet, com Consultas Públicas desenvolvidas no Ministério da Justiça e na Anatel.

Será desta forma que se cristalizarão no Brasil as discussões ora travadas nos USA, ou, haverá

outros caminhos a serem percorridos?

13. QUEM MANDA NA INTERNET? O DOMÍNIO DO FACEBOOK

O RELATÓRIO SEMANAL sugere a leitura de reportagem publicada no site do jornal espanhol El

País, do dia 17/05/2015, sob o título acima e que pode ser acessada pelo link

tecnologia.elpais.com1.quem manda na internet.

A reportagem complementa e amplia o texto e comentários do item 14, do RELATÓRIO SEMANAL

N° 14/15, sob o título “FACEBOOK PARA TODOS?!” Na sequência, é feita uma síntese à qual são

acrescentados alguns comentários.

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

12

O tom da reportagem

Já no subtítulo é dado o “tom” da reportagem com a frase “Na nova ordem mundial virtual a

empresa fundada por Mark Zuckerberg não tem rival” que é justificada pelo texto (em tradução

livre):

“O Facebook consolidou sua posição como plataforma dominante no campo das redes sociais, uma

potência hegemônica, sem rivais reais. A passagem rápida e agressiva da empresa para o mundo

da telefonia móvel e sua campanha estratégica para incorporar conteúdo de vídeo em toda a sua

rede, foram inovações revolucionárias que aumentaram a vantagem competitiva do Facebook em

relação aos seus rivais e propiciou um crescimento espetacular, com 1,44 bilhão de usuários em

todo o mundo. A visão de futuro que persegue com insistência Mark Zuckerberg, cofundador, CEO

e Presidente da Empresa, pode determinar o futuro da Internet”.

Talvez haja algum exagero nas colocações, mas, não há dúvidas que o Facebook alcançou um nível

de poder capaz de ditar rumos “na Internet”. Entretanto, não é consensual que seja capaz de mudar

os rumos “da Internet”. Na verdade, o nível de dependência em relação a fatores que ele não

controla diretamente é razoável e isto pode trazer rápidas mudanças no cenário que,

eventualmente, lhe tragam algumas dificuldades. É o caso, por exemplo, das relações comerciais e

estratégicas com as Operadoras de Serviços de telecomunicações.

Por outro lado, aspectos relacionados com a privacidade das pessoas e das instituições;

nacionalismo; competição forte que pode surgir a qualquer momento; economia do negócio, etc.

podem ter influência neste cenário de predominância.

E, a reportagem segue colocando o assunto de forma mais concreta:

“A empresa segue investindo agresivamente na mobilidade: nos aparelhos portáteis e sem fio, cujo

número supera atualmente os 7 bilhões, uma cifra que corresponde aproximadamente à população

mundial. O Facebook comprou o Instagram, um aplicativo para compartilhamento de fotos

muitissimo popular entre a juventude. E, a compra por 16 bilhões de dólares do WhatsApp,

empresa de mensagens para móveis, permitirá aumentar sua implantação em países como México,

Alemanha, India e Brasil. Também investiu em realidade virtual e na melhora de seu serviço de

vídeo, assim como na construção de custosos Centros de Dados”.

O Poder da Internet

Esta força do Facebook se impõe em um ambiente que está sendo bem identificado na reportagem:

“O poder na Internet está envolvido em um processo de profunda redefinição. Cada vez mais, a

influência e o domínio na Rede surgem de uma mistura de forças que muitas empresas aspiram,

mas, poucas conseguem alcançar. Nas redes sociais, o aumento da relação entre usuários,

consumidores, anunciantes, e criadores de conteúdo tem o potencial de causar efeitos bastante

importantes. A recompensa final é a criação de um ecosistema integrado para o comércio, o

conteúdo e a comunicação na Internet. Uma plataforma progressivamente maior, mais povoada,

contendo mais dados e sem poder ser alcançada pelo resto dos competidores”.

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

13

A força de Zurckerberg

Zurckerberg, atualmente, o 10° homem mais rico do mundo está tentando passar uma imagem de

“mecenas digital” dentro do propósito de criar uma rede digital mundial capaz de integrar classes

sociais mais pobres e oferecer serviços a bilhões de pessoas pela primeira vez. Ainda que o

propósito seja louvável há desconfianças de que ele esteja fazendo isto movido por interesses

comerciais de forma a ampliar, ainda mais, o poder do Facebook. Este ponto já havia sido

assinalado nos comentários trazidos pela reportagem da Veja (ver RELATÓRIO SEMANAL N° 14/15),

e o El País ressalta o fato com a frase:

“Os céticos creem que por trás do desejo de redução da brecha digital há atitudes puramente

econômicas”.

Mas, “Zuckerberg considera esses argumentos demasiado cínicos. A Internet, em sua opinião, é

uma tecnologia capaz de produzir as mudanças socioeconômicas mais positivas da história”.

Sobre a posição e as intenções de Zuckerberg a reportagem ainda acrescenta:

“No verão passado, sustentava nas páginas do The Wall Street Journal que um maior acesso

mundial à Internet permitiria incrementar as oportunidades econômicas e reduzir a pobreza

mundial. “Nas próximas décadas, assistiremos à maior revolução até à data, já que bilhões de

pessoas se conectarão pela primeira vez”. Atualmente, a Internet conta com mais de 3 bilhões de

usuários em todo o mundo, e a cada dia se unem a eles outros 500.000. Para alcançar suas

aspirações, Zuckerberg criou um consorcio de empresas tecnológicas incluindo, entre outras,

Ericsson, Qualcom, Nokia e Samsung”.

Clube de Leitura

Em uma tentativa adicional de criar uma imagem positiva para a Empresa (e, desconfia-se, para si

mesmo) Zuckerberg foi o inspirador da criação de um “Clube de Leitura”. Diz a reportagem:

“No início de 2015, o Facebook criou um Clube de leitura para seus usuários. Sua primeira seleção

foi O Fim do Poder (Debate), de Moisés Naim, brilhante estudo sobre o modo pelo qual o poder no

século XXI está mudando, o que provoca transtornos, gera inovações, e cria novas hierarquias de

influência em um mundo globalizado e conectado de forma instantânea. É uma dinâmica que

Zuckerber parece entender intuitivamente e uma história que o dominante Facebook exemplifica

para que todo o mundo possa ver e aprender com ela. No âmbito da Internet, o poder das redes

sociais mudou para uma plataforma e essa plataforma é o Facebook.

Alguém manda na Internet?

Claro que há forças bem estruturadas por trás de tudo o que acontece na Internet. Isto acontece,

por exemplo, nos aspectos técnicos. Determinadas pessoas e instituições também têm

participação ativa nos seus rumos. Mas, é difícil aceitar que haja alguém que mande na Internet,

inclusive Zuckerberg e todo o império do Facebook.

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

14

A tecnologia e as aplicações ainda estão no início; tudo é muito novo e as coisas ocorrem de forma

rápida. Tanto para crescer (Facebook) como para entrar numa linha de decadência (Twitter). Muito

ainda está por acontecer e, não há dúvidas, com influência na maneira como a sociedade do futuro

viverá e se relacionará.

Se for aceito o princípio de que haja alguma força que domine a Internet isto poderá ser o princípio

de seu fim ou, o que parece mais certo, o início de um novo ciclo em que a pluralidade, a

universalidade, as liberdades individuais, a livre iniciativa, entre outros atributos, sejam objetivos

a serem perseguidos e alcançados.

Uma reflexão sobre o Brasil

Isto é absolutamente válido para o Brasil. No nosso país, além de todos estes aspectos conceituais

e institucionais ainda temos que lidar com a crônica falta de infraestrutura resultante da falta de

recursos para investimentos, ou, de sua inadequada aplicação. A Internet, não deve ser entendida

somente como uma simbologia, algo que representa o futuro mas que está distante de nós. E a

atual geração não tem o direito de negar à próxima os recursos mínimos para poder ir à luta em

uma mundo cada vez mais competitivo em termos tecnológicos.

A famosa e indesejada “brecha digital” não pode se configurarar ou, se existir, deve ser mantida

em níveis que não cheguem a comprometer o progresso do país e o bem estar da sociedade.

Também é indesejável que ela não exista para uns e exista para outros. Este é o desafio imenso

pelo qual todos somos responsáveis visando o estabelecimento de uma sociedade mais justa e que

proporcione idênticas oportunidades para todos aqueles que se esforcem em alcança-las.