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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA PROFISSÃO DOCENTE: FORMAÇÃO, IDENTIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
RELATÓRIO TÉCNICO
“FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ESTUDOS SOBRE IDENTIDADE E
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS“
PRESIDENTE PRUDENTE
2012
2
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
SUMÁRIO
Conteúdo
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
OBJETIVOS ................................................................................................................ 4
Objetivo geral .............................................................................................................. 4
Objetivos específicos .................................................................................................. 5
ALGUNS DADOS SOBRE REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE
PRUDENTE ................................................................................................................. 5
PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PRES.
PRUDENTE-SP ........................................................................................................... 7
Perfil socioeconômico .............................................................................................. 8
Trajetória escolar e profissional ............................................................................. 14
O PERFIL DAS EDUCADORAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO:
DESAFIOS A VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL ....................................................... 20
Perfil sócio-econômico e de formação das educadoras do município de Presidente
Prudente ................................................................................................................ 22
A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA: O QUE PENSAM OS PROFESSORES 27
A PESQUISA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE
............................................................................................................................... 27
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO CENTRADA NA
ESCOLA: O CASO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP ........................................... 35
OS SUJEITOS DA PESQUISA E SUAS CONCEPÇÕES ..................................... 35
A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA: O QUE PENSAM OS GESTORES
ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE 43
OS GESTORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE
PRUDENTE E SUAS CONCEPÇÕES................................................................... 43
CONSIDERAÇÕES INCONCLUSIVAS ..................................................................... 54
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
ANEXOS ................................................................................................................... 59
ANEXO I ................................................................................................................ 60
ANEXO II ............................................................................................................... 73
ANEXO III .............................................................................................................. 75
3
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO IV .............................................................................................................. 77
ANEXO VI .............................................................................................................. 81
ANEXO VII ............................................................................................................. 82
ANEXO VIII ............................................................................................................ 84
ANEXO IX .............................................................................................................. 85
ANEXO X ............................................................................................................... 87
ANEXO XI .............................................................................................................. 89
4
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
INTRODUÇÃO
O grupo de pesquisa PROFISSÃO DOCENTE: FORMAÇÃO,
IDENTIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS1 têm por objeto de estudo a Rede
Municipal de Ensino de Presidente Prudente, adotando como objetivo geral mapear
o perfil dos profissionais da Educação Infantil e Séries/anos Iniciais do Ensino
Fundamental e diagnosticar as condições de formação e atuação dos docentes
neste município.
Os sujeitos da pesquisa são as Educadoras infantis, os professores
da Educação Infantil e Séries/anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como os
gestores educacionais.
Este projeto está interligado a dois outros projetos, em execução
por pesquisadores das Universidades de Genebra-Suíça e Universidade de
Lisboa/Instituto Politécnico de Santarém–Portugal.
Os dados aqui analisados resultam de uma coleta do tipo survey
realizada junto aos professores da Rede Municipal de Ensino de Presidente
Prudente.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Mapear o perfil dos profissionais da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino
Fundamental e diagnosticar as condições de formação e atuação dos docentes no
município de Presidente Prudente.
1. A pesquisa desenvolve-se em dois outros países, executadas por pesquisadores das seguintes
universidades: Universidade de Genebra-Suíça (Professor Abdeljalil Akkari) e Universidade de
Lisboa/Instituto Politécnico de Santarém–Portugal (Professor Pedro Guilherme Rocha Reis). A
parceria com duas universidades estrangeiras possibilita o intercâmbio de informações na área de
pesquisa sobre formação de professores.
5
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Objetivos específicos
1. Identificar e analisar os saberes docentes e as práticas educativas para a
Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental;
2. Identificar e analisar as políticas de formação inicial e continuada de professores
para Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental considerando a
escola como espaço de formação;
3. Identificar os impactos das políticas públicas nacionais na construção das
políticas públicas municipais para Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino
Fundamental.
ALGUNS DADOS SOBRE REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE
PRESIDENTE PRUDENTE
Presidente Prudente está localizada na região da Alta Sorocabana2
do estado de São Paulo, contando com um número de aproximadamente 200.000
habitantes. A população escolarizável é atendida por 64 estabelecimentos de ensino
pré-escolar, 82 estabelecimentos de Ensino Fundamental (1º e 2º ciclos) e 32
estabelecimentos de Ensino Médio. A Educação Infantil e o 1º ciclo do Ensino
Fundamental são atendidos pela rede municipal de educação.
A Rede Municipal de Educação conta atualmente com 232
professores de Educação Infantil, 357 professores de Ensino Fundamental além de
462 Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (EI), atualmente nomeadas Educadoras
Infantis, de acordo com novo Plano de Cargos e Salários implantado pelo
município3.
Para identificar quem são estes profissionais foram utilizados
questionários com 40 questões (fechadas e abertas), que foram respondidos por 2.Com a expansão da Estrada de Ferro Sorocabana, uma importante forma de penetração e uma via
de escoamento da produção cafeeira, a colonização tornou-se mais fácil e rápida. Ao longo da
ferrovia multiplicaram-se os núcleos urbanos, dentre os quais Presidente Prudente cuja origem está
ligada a dois coronéis, - os senhores Francisco de Paula Goulart e José Soares Marcondes. 3. Dados de 2010.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
professores de Educação Infantil, Séries/Anos iniciais do Ensino Fundamental,
Auxiliares de Desenvolvimento Infantil, além dos Gestores (Diretores e Orientadores
Pedagógicos), perfazendo um total de 900 sujeitos4.
Os dados quantitativos apresentados a seguir, foram tratados no software estatístico
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences); e para melhor a organização
dividiremos a exposição em dois tópicos: perfil socioeconômico; trajetória escolar e
profissional.
4.Cabe salientar que os questionários não foram respondidos integralmente pelos sujeitos, o que
justifica a discrepância nos totais de sujeitos apresentados nas tabelas.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DE PRES. PRUDENTE-SP
A investigação teve como objetivo geral mapear o perfil dos
profissionais da Educação Infantil e Séries/anos Iniciais do Ensino Fundamental da
Rede Municipal de Educação de Presidente Prudente e diagnosticar as condições
de formação e atuação dos docentes neste município.
Segundo Leite et al. (2010, p. 105);
O conhecimento da realidade dos sistemas municipais de educação
– e de seus professores – significa uma exigência que se coloca de
forma premente, uma vez que esse conhecimento é pressuposto
para qualquer intervenção qualificada a eles direcionada.
Assim, a opção metodológica está fundamentada numa abordagem
qualitativa, e se caracteriza como estudo de caso, visto que procuramos analisar
uma unidade profundamente, e observar detalhadamente um contexto (BOGDAN e
BIKLEN, 1994; TRIVIÑOS, 1995). A investigação, estruturada em dois grandes
eixos: trajetória profissional de professores e políticas públicas para formação de
professores adota como instrumento de coleta de dados para as diferentes etapas
da pesquisa: análise documental, questionário e entrevistas com roteiros semi-
estruturados.
Apresentaremos apenas os dados gerais que caracterizam o perfil
dos profissionais que atuam na educação pública, em âmbito municipal, na cidade
de Presidente Prudente-SP.
A análise aponta que: 64,1% são professores e 34,9% EI; desses
profissionais 38,6% trabalham em Creches; 22,5% na Pré-Escola e 38,8% no Ensino
Fundamental (séries/anos iniciais). Constatamos também que 80% são efetivos na
Rede; sendo 70,5% efetivos com classe e 10,5% efetivos substitutos; em relação à
faixa etária, temos um quadro de profissionais com idade entre 36 e 45 anos
(38,4%). Esses profissionais são oriundos da Escola Pública, pois em sua maioria
cursaram seus estudos (Educação Infantil a Ensino Médio) em estabelecimentos
8
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
públicos, sendo que 42,2% cursaram o Magistério. No que diz respeito à formação
inicial, 76,3% cursaram o ensino Superior; sendo que 66,7% cursaram em
estabelecimento particular; e 91,1% através de ensino presencial. No que se refere à
formação continuada, 41,4% possuem especialização “lato sensu”; sendo 83,2% em
Instituições Privadas. Um dado interessante a ser destacado é referente à
escolarização dos pais desses profissionais, tanto os pais (57,6%) quanto às mães
(51,2%) possuem escolarização até a 4ª série do ensino Fundamental, o que nos
permite afirmar que esses profissionais são a primeira geração da sua família a
cursar Ensino Superior.
Perfil socioeconômico
No que diz respeito à faixa etária, nos deparamos com uma
população de profissionais relativamente jovens (Tabela 1), pois além de tratar-se de
uma Rede de Ensino nova (constituída em 1986), o processo de municipalização do
ensino que resultou na expansão do quadro de profissionais de ensino iniciou-se no
ano de 1996.
Sobre a municipalização, Caravina (1996, p. 15) nos apresenta as
seguintes informações:
[...] o Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de
Estado da Educação de São Paulo (SEE/SP), tendo como objetivo
reduzir sua participação na oferta do ensino fundamental público
estadual instituiu o Programa de Ação de Parceria Educacional
Estado-Municípios” através do qual celebrava convênios com
prefeituras realizando a transferência, para os municípios, de prédios
e equipamentos escolares, pessoal docente e técnico-administrativo,
recursos financeiros e matrículas das primeiras quatro séries.
A municipalização das séries iniciais do Ensino Fundamental mudou
radicalmente o perfil dos educadores da Rede Municipal, tendo em vista a
necessidade de ampliação do quadro funcional. Pode-se observar na Tabela 1 (logo
abaixo) que, de um total de 495 professores, 271 sujeitos estão na faixa etária entre
21 e 40 anos, e de 294 EIs, 144 sujeitos estão nesta mesma faixa etária. Se
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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cruzarmos essas informações com os dados da Tabela 10, observaremos que 60%
desses profissionais têm até 15 anos de experiência como profissionais da
educação.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
TABELA 1 - FAIXA ETÁRIA:
Faixa Etária Cargo Total
Professor EI
21-25 24 23 47
26-30 65 18 83
31-35 87 47 134
36-40 95 56 151
41-45 91 61 152
46-50 66 50 116
51-55 45 26 71
56-60 19 13 32
(+) 60 0 3
Total 495 294 789
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
Por outro lado, predominam profissionais do sexo feminino (99,1%),
com percentual ínfimo de profissionais masculinos (0,9%), o que nos permite
relacionar isso com a tradição de reservar às mulheres esta fatia do mundo do
trabalho. Segundo Ferreira Junior e Bittar (2006, p. 1162), “A conjugação entre perfil
feminino e padrão de ensino seletivo era um dos traços dos “anos dourados” da
educação brasileira, cujo auge foi exatamente a década de 1960”.
Embora os autores refiram-se aos anos 1960, podemos sugerir que
esta tradição permanece e continua prevalecendo a forte presença feminina na
profissão. Esta característica coincide com os dados nacionais divulgados pelo
relatório da UNESCO5:
O primeiro dado que salta à vista na tabela 6.4 é a feminização da
docência: 75,4% dos estudantes são mulheres. Como é sabido, este
não é fenômeno recente. Desde a criação das primeiras escolas
normais, no final do século XIX, as mulheres começaram a ser
recrutadas para o magistério das primeiras letras. A própria
escolarização de nível médio da mulher se deu pela expansão dos
5.Professores do Brasil: impasses e desafios / Coordenado por Bernadete Angelina Gatti e Elba
Siqueira de Sá Barreto. – Brasília: UNESCO, 2009. 294 p.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
cursos de formação para o magistério, permeados pela
representação do ofício docente como prorrogação das atividades
maternas e pela naturalização da escolha feminina pela educação.
Forte determinante da entrada da mulher no mercado de trabalho, a
carreira do magistério expandiu-se por meio de um padrão altamente
segmentado do ponto de vista do gênero, seja em relação a outras
carreiras, seja com respeito à própria carreira docente, a qual
durante muitas décadas reservou aos homens as funções de mando
nos sistemas educativos (direção e supervisão), enquanto as
mulheres ficaram restritas às salas de aula. Predominantes
especialmente no magistério das séries iniciais do ensino
fundamental e da educação infantil, as mulheres constituem
igualmente a maioria absoluta dos estudantes de Pedagogia: 92,5%
na atualidade. (GATTI; BARRETO, 2009, p. 161-162)
TABELA 2 – LICENCIADOS SEGUNDO O SEXO – ENADE, 2005
FONTE: Gatti & Barreto (2009, p. 162)
Considerando a combinação idade versus tempo de serviço,
acrescentando a situação civil dos sujeitos pesquisados, percebemos que mais de
60% das profissionais da educação são casadas. Isso confirma que se trata uma
população em meio à constituição da carreira profissional e consolidação da vida
pessoal.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
TABELA 3 – ESTADO CIVIL
Freqüência Percentual Percentual
válido
Percentual
cumulativo
Válidos
Solteiro 158 19,2 19,3 19,3
Casado 544 66,0 66,4 85,7
Divorciado 65 7,9 7,9 93,7
Viúvo 26 3,2 3,2 96,8
Outro 26 3,2 3,2 100,0
Total 819 99,4 100,0
Não
considerados
99 3 ,4
System 2 ,2
Total 5 ,6
Total 824 100,0
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
Ao considerarmos as características dos pais dos sujeitos
pesquisados, constatamos que se trata de profissionais oriundos de famílias de
baixa escolaridade predominando o ensino das séries/anos iniciais, ou seja, famílias
com até quatro anos de escolarização. Além disso, observamos percentuais ínfimos
de pais que chegaram a ensino superior. Ou seja, são profissionais oriundos de
famílias de pouca tradição de escolarização. (Tabelas 4 e 5)
Sobre este fenômeno, podemos tecer algumas considerações
acerca da mudança do perfil do profissional da educação rumo à proletarização.
Segundo Ferreira Junior e Bittar (2006, p. 1.162)
Se no passado os professores da escola pública brasileira provinham
das classes médias e altas, a situação atual é bastante distinta [...]
No caso brasileiro, entretanto, a proletarização do professorado não
significou apenas o empobrecimento econômico, mas também a
depauperação do próprio capital cultural que a antiga categoria
possuía, ou seja, a velha formação social composta de profissionais
liberais – como advogados, médicos, engenheiros, padres etc. –
constituía um cabedal cultural amealhado em cursos universitários de
13
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
sólida tradição acadêmica. Ao contrário, as licenciaturas instituídas
pela reforma universitária do regime militar6 operaram um processo
aligeirado de formação com graves conseqüências culturais.
Reforçando esse aspecto, Gatti & Barreto (2006, p. 166), indicam
que número significativo de alunos de cursos de licenciatura é oriundos de famílias
de pais analfabetos ou que tiveram freqüência reduzida à escola, o que denota um
claro processo de ascensão social e profissional desse grupo geracional que chega
à escola como profissionais da educação.
Além da expansão quantitativa das redes escolares e conseqüente
ampliação dos quadros profissionais, observamos também uma sucessão de
políticas de arrocho salarial dos professores que gradativamente foi afastando
potenciais candidatos ao magistério. Em outras palavras, o aumento da demanda
por mais profissionais para atender as séries/anos iniciais coincidiu com o
desinteresse crescente pela profissão. Por outro, lado o aumento de oportunidades
educacionais atraiu para a escola e para as profissões ligadas à educação,
segmentos empobrecidos e desfavorecidos da sociedade que historicamente
estiveram segregados dos benefícios educacionais e do ingresso profissional neste
nicho do mundo do trabalho.
6.Os autores referem-se à Reforma Universitária de 1968 e à Lei 5.692/71 quando foram criadas as
licenciaturas curtas e foram redefinidas as áreas de conhecimento para as quais os professores
deveriam ser preparados.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
TABELA 4 – ESCOLARIDADE DO PAI
Escolaridade do Pai Cargo Total
Professor EI
Sem escolaridade 54 72 126
1ª-4ª série 304 143 447
5ª-8ª série 57 27 84
Ensino Médio Incompleto 14 5 19
Ensino Médio Completo 48 19 67
Ensino Superior Incompleto 7 2 9
Ensino Superior Incompleto 16 5 21
Total 500 273 773
Fonte: Pesquisa de campo – 2010
TABELA 5 - ESCOLARIDADE DA MÃE
Escolaridade da Mãe Cargo Total
Professor EI
Sem escolaridade 53 75 128
1ª-4ª série 262 141 403
5ª-8ª série 68 27 95
Ensino Médio Incompleto 19 7 26
Ensino Médio Completo 62 21 83
Ensino Superior Incompleto 7 0 7
Ensino Superior Incompleto 34 6 40
Pós-graduação 1 5 6
Total 506 282 788
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
Trajetória escolar e profissional
15
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Quanto à trajetória escolar dos sujeitos da pesquisa, observamos as
seguintes características: entre aqueles que responderam ao questionário,
predominam os sujeitos oriundos das escolas públicas de Ensino Fundamental -
92%; Ensino Médio – 91%.
Paradoxalmente, dos 622 profissionais que indicaram terem
concluído um curso superior (Tabela 6), 426 o fizeram em instituições particulares
(67%). Outro aspecto significativo é que 345 sujeitos (42%) – 266 professores e 79
EIs - informaram a conclusão do antigo curso normal em nível médio.
16
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
TABELA 6 – CURSO SUPERIOR
Curso Superior Total
Sim Não Em curso
Cargo
Professor 495 29 2 526
EI 127 156 6 289
Total 622 185 8 815
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
Considerando a condição funcional dos sujeitos da pesquisa que
responderam aos questionários, podemos sintetizar estes dados da seguinte forma:
• A população da pesquisa compõe-se de cerca de 520 professores e 290 EIs;
• Entre os professores, temos cerca de 200 atuando na Educação Infantil 300
no Ensino Fundamental;
• Sobre os professores que atuam na Educação Infantil, 65% deles estão em
salas de pré-escola e 35% em agrupamentos de creche.
• Entre as EIs, aproximadamente 240 atuam em creches e 50 em pré-escolas,
tendo ainda uma delas atuando no Ensino Fundamental;
No que diz à situação funcional, a Rede Pública de Ensino de
Presidente está composta por:
• 62% de professores efetivos com classe; 23% contratados e 15% de
substitutos;
• 90% de EIs efetivas com classe e 10% de substitutas.
No que se refere à idade em que esses sujeitos adentraram ao
mercado de trabalho, temos um numero significativo de 108 professores e 128 EIs
que começaram a trabalhar com menos de 15 anos.
TABELA 7 - IDADE QUE COMEÇOU A TRABALHAR
Idade que começou a trabalhar Total
10-15 16-20 21-25 26-30 (+) 31
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
(-) 10
Cargo
Professor 15 93 256 100 29 14 507
EI
15 113 108 19 13 19 287
Total 30 206 364 119 42 33 794
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
Acerca do tempo de atuação profissional, Silva (2000) cita os
trabalhos de Fuller (1969), Huberman (1992) e Gonçalves (1992) para identificar a
existência de fases de desenvolvimento profissional dos professores. Segundo a
autora, essas etapas ou estágios se configuram em diferentes e específicas
preocupações e motivações para com o trabalho. Apesar da diferença na
nomenclatura e no número de estágios identificados pelos autores, podemos
sintetizar esta tese da seguinte forma: o professor vai passar os primeiros cinco anos
de sua carreira se “firmando” na profissão, “adquirindo experiência”, para então
passar os próximos 10 ou 15 anos por uma fase de certa estabilidade; os anos a
seguir serão marcados pelo distanciamento e algumas vezes pela lamentação
profissional.
A partir destas considerações, podemos inferir que os profissionais
da educação inseridos na rede municipal de Presidente Prudente, estão vivendo o
período positivo da profissão tendo vista que cerca de 60% deles estão na faixa que
está entre os 6 e os 20 anos de atuação (Tabela 8); poderíamos dizer que estão na
“zona de conforto profissional”, já adquiriram experiência e vivem o período estável
da profissão.
TABELA 8 – TEMPO COMO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO
Freqüência Percentual Percentual
válido
Percentual
cumulativo
Válidos (-) 1 10 1,2 1,9 1,9
1-5 69 8,4 13,5 15,4
6-10 128 15,5 25,0 40,4
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
11-15 103 12,5 20,1 60,4
16-20 93 11,3 18,1 78,6
21-25 84 10,2 16,4 94,9
26-30 16 1,9 3,1 98,1
(+) 31 10 1,2 1,9 100,0
Total 513 62,3 100,0
Não
considerados
99 311 37,7
Total 824 100,0
Fonte: Pesquisa de campo - 2010
20
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
O PERFIL DAS EDUCADORAS DA REDE MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO: DESAFIOS A VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
Neste tópico apresentaremos o perfil das educadoras infantis da
Rede Municipal de Educação. A pesquisa, em parte aqui sintetizada, tem por objeto
de estudo a rede municipal de ensino de Presidente Prudente-SP que contava em
2010 com 232 professores de educação infantil, 357 professores de ensino
fundamental e 462 educadoras infantis, sendo estas últimas as profissionais que
trabalham diretamente com as crianças de 0 a 5 anos e atuam em agrupamentos de
Berçário (período integral), Maternal e Pré-escola em horário oposto ao que as
crianças encontram-se sob a responsabilidade do professor de educação infantil.
Atualmente as educadoras infantis trabalham 06 horas diárias com a criança e tem
duas horas semanais de HAC (Hora de Atividade Coletiva), que tem como objetivo
se constituir como espaço de formação continuada7.
O objetivo do referido estudo é mapear o perfil dos profissionais da
educação infantil e séries/anos iniciais do ensino fundamental e diagnosticar as
condições de formação e atuação dos docentes e educadores do município de
Presidente Prudente.
Para organização do presente texto, abordaremos os dados
referentes à formação e perfil sócio-econômico das educadoras do município
investigado com o objetivo de caracterizá-las e propor possíveis encaminhamentos
sobre a formação do profissional de educação infantil, responsável pelo cuidado e
educação da criança desse nível de ensino.
7. A denominação deste profissional mudou de Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (EI) para
educador infantil no início de 2011, assim como suas condições de trabalho. Quando foram
aplicados os questionários, no início de 2010, essas profissionais eram denominadas de EI e
trabalhavam 08 horas diárias com a criança, sem horário garantido de HAC e sem outras vantagens
que o plano de carreira trouxe. Entretanto, o Estatuto do Magistério do município continua sem
incluir estas profissionais. Optamos por utilizar o termo educador infantil por ser aquele utilizado
atualmente pela Secretaria Municipal de Educação de Presidente Prudente para se referir a esse
profissional.
21
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Concordarmos com Oliveira (2001) que a formação do profissional
que trabalha com as crianças de 0 a 5 anos de idade se mostra como um dos
principais fatores de impacto sobre a qualidade da educação infantil. De acordo com
a mesma autora, desde a inserção da creche com o advento da Constituição de
1988, têm sido propostas discussões e alternativas por especialistas para formação
deste profissional. Entretanto, essa discussão tem esbarrado em “[...] algumas
questões conflitantes quando se considera a diversidade de atendimentos realizados
e, consequentemente, de educadores que trabalham nessa área.” (OLIVEIRA, 2001,
p.92).
Segundo Tsuda (2008), embora o atendimento às crianças
pequenas em Presidente Prudente tenha sido iniciado nos anos de 1930, é no
final da década de 1960 que ocorre a criação das primeiras creches
filantrópicas para cuidado dos filhos das mulheres trabalhadoras. Em
decorrência do “Movimento de Lutas pelas creches”, o poder público estadual
passou a assumir a construção e manutenção das creches a partir da década
de 1980. Atendendo ao disposto na Constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB), na década de 1990, as creches
desse município são oficialmente incorporadas ao sistema de ensino. Tsuda
(2008) explica que, desde então, tem ocorrido um aumento progressivo nas
matrículas da educação infantil.
Este avanço gerou desdobramentos que se constituem
desafios, como por exemplo, o de definir a formação do profissional para atuar
na educação das crianças de 0 a 5 anos e como formar aqueles que já
trabalham junto às crianças. Em 1999, a Lei Complementar nº 79/99 – Estatuto
do Magistério Público Municipal definiu que a educação dos bebês seria
também responsabilidade dos professores de educação infantil, além das
crianças em idade pré-escolar. Entretanto, apesar dessa alteração no Plano de
Cargo e Carreiras do Magistério do município, tal norma não foi cumprida e a
creche (0 a 3 anos) continuou sob responsabilidade das auxiliares de
desenvolvimento infantil, atualmente denominadas educadoras infantis (TSUDA,
2008).
Diante do exposto, consideramos importante e necessário tratar
do perfil sócio-econômico e de formação dessas profissionais.
22
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
A opção metodológica da pesquisa ora sintetizada está
fundamentada numa abordagem qualitativa, uma vez que esta se trata de “uma
metodologia que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o
estudo das percepções pessoais” (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 21), e se
caracteriza como estudo de caso, visto que procuramos analisar uma unidade
profundamente, e observar detalhadamente um contexto (BOGDAN e BIKLEN,
1994; TRIVIÑOS, 1995).
Para realização do diagnóstico sobre a formação e as
condições de atuação das educadoras, assim como dos demais professores
que compõem a rede municipal de ensino, foi aplicado nas escolas municipais,
em fevereiro de 2010, um questionário composto por 35 perguntas. Esse
questionário foi formulado em três partes: caracterização do sujeito, formação
profissional e expectativas e representações sobre a profissão. Neste texto
abordaremos a análise das questões referentes a caracterização do sujeito e a
formação profissional.
Foi obtido um total de 295 questionários respondidos pelas
educadoras infantis, o que constitui uma amostra de 64% do total de
profissionais que atuavam nesse cargo em 2010.
Perfil sócio-econômico e de formação das educadoras do município de
Presidente Prudente
De acordo com os dados obtidos, 82% dos sujeitos
participantes da pesquisa atuavam na educação infantil, com crianças de
creche (0 a 3 anos) e o restante, constituído por um total de 18%, atuava com
crianças em idade pré-escolar (4 a 5 anos). Esse percentual provavelmente se
deve ao modo de organização das unidades de educação infantil do município
investigado no que diz respeito ao atendimento de crianças menores (0 a 3
anos), em que comumente há a presença de profissionais de duas categorias
distintas com uma mesma turma exercendo as funções de professoras e de
auxiliares de sala.
23
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
O grupo de educadoras do município de Presidente Prudente-
SP é composto por mulheres, em sua maioria com idade acima de 30 anos. Os
índices em relação a idade ficaram assim distribuídos: 16% possuem entre 31 e
35 anos, 19% entre 36 e 40 anos, 20% entre 41 e 45 anos, 17% entre 46 e 50
anos.
Do grupo investigado, 38% das educadoras começaram a
trabalhar quando tinham entre 10 e 15 anos; 36% possuíam entre 16 e 20 anos
de idade; 6% entre 21 e 25 anos e outros 6% mais de 31 anos. Outros 5%
começaram a trabalhar com menos de 10 anos de idade e 4% entre 26 e 30
anos. Os índices parecem demonstrar, portanto, que a maioria das educadoras
começou a trabalhar bastante jovem ou ainda crianças, com idades entre 10 e
20 anos.
Do total de sujeitos participantes da pesquisa, 88%
descreveram sua situação funcional como efetivas, com turmas na Rede
Municipal de Ensino e 9% como efetivas em regime de substituição, no
momento de aplicação dos questionários. As respostas aos questionários
também demonstraram os seguintes índices em relação ao tempo de trabalho
na função: 37% dos sujeitos investigados possuem entre 11 e 15 anos de
experiência como educadora na Rede Municipal de Ensino de Presidente
Prudente, 32% entre 1 e 5 anos, 12% entre 16 e 20 anos e 10% entre 21 e 25
anos. Dessa forma, conforme é possível perceber pelos índices dispostos, a
maioria das educadoras do município de Presidente Prudente possui mais de
10 anos de experiência na função e tem vínculo empregatício efetivo, o que
parece indicar que não há grande rotatividade desses profissionais.
Em relação a situação familiar, 65% são casadas, 20% são
solteiras, 8% são divorciadas, 3% são viúvas e 4% afirmaram estar em outros
modos de organização familiar, diferentes dos já citados. No que diz respeito às
educadoras casadas, 24% dos cônjuges possuem ensino médio completo, 14%
possui formação escolar entre 5ª e 8ª séries, 10% desses cônjuges possuem
ensino médio incompleto, 7% possui formação entre 1ª e 4ª séries e 6%
cursaram ensino superior.
Ainda no que diz respeito à situação familiar, também foi
investigada a escolaridade do pai e da mãe dessas educadoras. Em relação à
24
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
escolaridade do pai das educadoras, 49% possui entre 1ª a 4ª série, 24% não
possui escolaridade e 9% possui entre 5ª e 8ª série. Quanto à escolaridade da
mãe, 48% possui entre 1ª e 4ª séries, 25% não possui escolaridade e 9% têm
formação escolar de 5ª a 8ª séries. A escolaridade máxima dos pais da maioria
das educadoras parece se constituir, portanto, como abaixo das séries iniciais
do ensino fundamental.
Foi investigada também a escolaridade das próprias
educadoras em todas as etapas da educação básica e no ensino superior. A
educação infantil foi freqüentada por 38% dos sujeitos investigados, sendo que
30% do grupo cursou a pré-escola, 5% freqüentaram a creche e 3% tanto a
creche quanto a pré-escola. Desses sujeitos que foram matriculados na
educação infantil, 48% o fizeram em escolas públicas, 4% em escola pública e
particular e 1% somente em particular.
O ensino fundamental foi cursado por 92% das educadoras na
modalidade regular, por 6% em ensino supletivo e 1% cursou esse nível de
ensino uma parte regular e outra no supletivo, sendo que 93% das educadoras
cursaram esse nível de ensino em escola pública.
Quanto ao ensino médio, 34% cursaram esse nível de ensino
em estabelecimento regular de ensino; 14% em supletivo e 23% cursaram o
magistério. Os índices apontaram também que 90% das educadoras cursaram
esse último nível de ensino em escola pública, 4% somente em particular e 3%
parte em escola pública e parte em particular. Os dados demonstram que a
maioria (98%) das educadoras concluiu o ensino médio, dado bastante diverso
daquele encontrado no município de Presidente Prudente em 2008, em que, de
acordo com Tsuda (2008), 47% desses profissionais possuía como nível
máximo de escolaridade o ensino fundamental. Esse aumento no nível de
escolaridade pode ser explicado pelo fato de que a partir do concurso público
realizado em 2005, a titulação mínima exigida como condição de acesso e
ingresso para o cargo de educadora (até então auxiliar de desenvolvimento
infantil) passou a ser nível médio, na modalidade normal. Assim, o governo
municipal em lugar de introduzir professores na creche, deu prosseguimento à
política de ingresso de auxiliares de desenvolvimento infantil, sem exigência do
nível superior, cargo atualmente denominado de educador infantil.
25
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Em relação a formação em nível superior das educadoras, 2%
estão cursando esse nível de ensino e aquelas que já concluíram se distribuem
da seguinte maneira:
Tabela 1. Distribuição da formação em nível superior das educadoras
Ensino Superior
43%
Presencial Á distância Semipresencial
79% 13% 7%
Estabelecimentos particulares 87%
Estabelecimentos públicos 11%
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.
Conforme é possível observar na Tabela 1, menos da metade (43%)
das educadoras possuía ensino superior à época da coleta de dados, provavelmente
por não ser exigido esse nível de formação para o cargo que ocupam. Além disso, a
maior parte delas possui ensino superior presencial, cursado em estabelecimentos
particulares.
No que diz respeito ao ensino superior, além dos dados
apresentados na tabela acima, 6% cursaram Pós-graduação em nível de
especialização. Dessas que cursaram Pós-graduação, 83% o fizeram em
estabelecimentos particulares.
O alto índice (43%) de educadoras com ensino superior, mesmo
esse não sendo um nível de ensino exigido para o cargo em que atuam, nos faz
pensar que essas profissionais podem estar buscando mais conhecimentos acerca
do trabalho que realizam ou uma formação com vista a atuação em outra área no
mercado de trabalho. Nesse sentido, as educadoras foram questionadas se
mudariam de profissão. Do grupo investigado, 59% das educadoras afirmaram ter
interesse em deixar a profissão e 38% responderam que não gostariam. Desse
grupo que não gostaria de mudar de profissão, 29% afirmou não ter essa pretensão
por gostar do que faz e 9% afirmou não querer, mesmo sendo uma profissão
26
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
desvalorizada. Quanto as educadoras que gostariam de mudar de profissão, 26%
desejam fazer isso com a pretensão de mudar de cargo na área da educação, sendo
professoras, por exemplo, 21% o fariam por falta de motivação e valorização e 6%
gostariam de mudar de área profissional.
27
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA: O QUE PENSAM OS PROFESSORES
A PESQUISA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE
Apresentamos alguns dados referentes ao perfil dos professores e
as questões que dizem respeito à formação centrada na escola, a concepção dos
professores, os reflexos dessa formação na prática do professor e na aprendizagem
dos alunos.
A análise apresentada se baseia num total de 528 questionários
respondidos pelos professores, sendo que 99% destes sujeitos são do sexo
feminino, reforçando as estatísticas e discussões já realizadas acerca da presença
maciça de profissionais do sexo feminino na área da docência, principalmente
quando se trata de professores da Educação Infantil e 1º ciclo do Ensino
Fundamental.
No que diz respeito à idade, 82% dos professores estão entre 30 e
50 anos de idade. Com relação ao estado civil, 67% dos professores são casados e
19% são solteiros. Quanto a idade em que começaram a trabalhar, 50% deles
começaram com idade entre 16 e 20 anos e 83% residem no município. Em relação
ao tempo de docência, 45% estão entre 6 e 15 anos de docência e 34% entre 16 e
25 anos de docência e no que diz respeito ao tempo de docência na rede municipal
41% se concentra entre 6 e 15 anos de docência.
Como já dito anteriormente, na breve apresentação do perfil dos
professores, nossa análise teve como foco os profissionais docentes da Educação
Infantil e do 1º ciclo do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de
Presidente Prudente. Salientamos que nossa análise sobre formação continuada e
formação centrada na escola foi realizada a partir da categorização das questões
abertas do questionário e que o discurso dos professores é o principal elemento no
resultado da pesquisa. Cabe lembrar que para cada questão, os sujeitos atribuíram,
em vários casos, mais de uma resposta, e que consideramos em nossa análise o
número de respostas.
Nossa primeira questão analisada foi: “O que entende por formação
continuada?”. Nessa questão, obtivemos 555 respostas, pois 70 questionários
28
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
vieram sem resposta a esta questão. Destas 555 respostas, 228 professores
responderam que entendem por formação continuada o aperfeiçoamento e a
atualização profissional, 153 entendem que se trata da continuidade da formação e
63 deram respostas que consideramos inadequadas. Ainda 58 professores
responderam que a formação continuada se refere às atividades internas à escola e
53 que se referem às atividades externas à escola.
Em nossa análise, consideramos que os 228 professores que
apontam a formação continuada como aperfeiçoamento e atualização profissional,
consideram que há a necessidade de aperfeiçoar a prática pedagógica, num sentido
de busca da perfeição ou de aproximar, de melhorar essa prática profissional, assim
como atualizar conhecimentos e novas formas para compreender o processo
educacional e o fazer pedagógico. Sobre os 153 professores que entendem a
formação continuada como continuidade da formação, levantamos a hipótese de que
talvez se trate da compreensão da “aprendizagem ao longo da vida”, que não se
esgota, que estamos sempre em processo de aprendizagem.
Quanto aos 70 professores que não responderam a esta questão,
mais os 63 que deram respostas inadequadas, e que juntos somam 133, levantamos
a hipótese de que esses profissionais podem não conhecer este termo, ou seja, não
apresentaram respostas condizentes com a pergunta, o que nos permite inferir
desconhecimento sobre o conceito de formação continuada, o que talvez se explique
pelo grande número de professores contratados, alguns em início de carreira,
presentes na Rede Municipal e que ainda não iniciaram um processo de constituição
da sua profissionalização docente.
Em relação aos 58 professores que apontam que a formação
continuada trata-se de atividades internas à escola, estes podem estar considerando
a formação em serviço, ou mesmo a formação centrada na escola no sentido da
resolução de problemas locais, ou mesmo das atividades formativas que ocorrem na
escola, como o momento do HTPC, as trocas de experiência entre pares, os estudos
realizados, o próprio planejamento e as atividades definidas em grupo. Quanto aos
53 que atribuem a formação continuada às atividades externas à escola,
provavelmente consideram os cursos, palestras, especializações e outras atividades
formativas relacionadas à atividade profissional realizadas em outros espaços e com
enfoques que fogem ao âmbito escolar.
29
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
A segunda questão analisada foi: “Para você o que é formação
centrada na escola?”. Obtivemos nesta questão 524 respostas, pois 106
questionários retornaram com esta questão em branco. Das 524 respostas obtidas,
223 apontaram que a formação centrada na escola diz respeito às atividades
internas para a resolução de problemas da unidade escolar; 140 de que se trata de
atividades internas gerais e 76 que apontam outras atividades como cursos,
palestras e outros. Temos 44 professores que deram respostas inadequadas a
questão e 41 professores alegaram que sua unidade escolar não possui formação
centrada na escola.
Entendemos que os 223 professores que apontaram como
formação centrada na escola as atividades internas para a resolução de problemas
da unidade escolar, enfocaram a formação centrada na resolução de problemas, que
pode e deve ser um enfoque da formação centrada na escola, mas não pode ser o
único, deve também abordar as questões relativas ao projeto educativo da escola.
Os 140 professores que apontaram que a formação centrada na
escola refere-se às atividades internas gerais consideram que toda atividade que
ocorre na escola é formação centrada na escola, podendo ser as atividades
formativas, mas também as festividades, reuniões em geral (de pais, do conselho de
escola, pedagógicas, de avaliação) que talvez esteja mais próximo do conceito se
considerarmos que se trata da participação de todos os funcionários da escola na
real construção do projeto educativo. Porém, esta interpretação pode não ser real.
Em relação aos 76 professores que apontam outras atividades como
cursos e palestras, em geral alegam que são atividades realizadas na escola e feitas
por pessoas externas às escolas, o que fica claro que não consideram as atividades
de formação realizadas entre eles, os gestores e demais funcionários da escola
como formação centrada na escola, mas que exigem a presença de pessoas
externas à escola, atribuindo apenas à questão do espaço físico, ou seja, por ocorrer
no espaço da escola.
Quanto aos 106 professores que não responderam à questão e 44
que deram respostas inadequadas, somando 150 profissionais, podemos considerar
que estes professores não sabem ou não entendem o que seja formação centrada
na escola, o que é compreensível, pois ainda se trata de um conceito novo e muito
pouco utilizado entre os professores e gestores brasileiros. Os 41 professores que
30
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
alegam que não há formação continuada em sua unidade escolar, talvez não
identifiquem nenhuma atividade formativa da sua escola como formação centrada na
escola ou podem entrar na mesma situação dos que não responderam ou deram
respostas inadequadas e então somamos 191 sujeitos que não sabem do se trata.
A terceira questão analisada foi: “A formação realizada na escola
tem reflexos na prática do professor e como conseqüência na aprendizagem dos
alunos? Justifique”. Esta questão recebeu 603 respostas, sendo que 523
responderam que sim, 54 responderam que algumas vezes e 26 responderam que
não.
Dos 523 que responderam que sim, 173 justificaram que a formação
realizada melhora a sua prática pedagógica, 116 responderam que melhora a
aprendizagem dos alunos, 161 não justificaram sua resposta, 70 professores
responderam que a formação atende a realidade da escola e três professores deram
respostas inadequadas. Dos 54 professores que responderam que algumas vezes,
44 não justificaram sua resposta, seis professores justificaram que a formação nem
sempre atende a realidade da escola, três deram respostas inadequadas à questão
e um professor justificou que a formação nem sempre melhora a sua prática
pedagógica.
Quanto aos 26 que responderam que a formação não tem reflexos
na prática do professor, nenhum justificou a sua resposta. Nesta questão, tendo em
vista que 523 professores responderam que a formação realizada na sua unidade
escolar tem reflexos na sua prática e destes, 359 professores apontam reflexos
positivos ao considerar que melhoram sua prática pedagógica, melhoram a
aprendizagem dos alunos e atendem a realidade da escola, consideramos que há
uma parcela grande de professores que consideram a formação realizada nas
escolas eficiente. Os 54 professores que responderam que algumas vezes a
formação realizada na escola tem reflexos na sua prática, apenas sete professores
justificaram a sua resposta e os 26 professores que responderam que a formação
realizada na escola não tem reflexos na sua prática, não justificaram sua resposta, o
que nos impede de realizar uma análise mais detalhada sobre as respostas dadas a
esta questão.
A quarta questão analisada foi: “Se você pudesse mudar algo na
formação centrada na escola, o que mudaria e por quê?”. Recebemos nesta
31
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
questão, 397 respostas, pois 246 questionários retornaram sem resposta a esta
questão. Vimos na segunda questão analisada que 191 professores ainda não
sabem, não identificam ou não compreendem bem o que seja a formação centrada
na escola, o que pode justificar o grande número de questionários sem resposta a
esta questão.
Das respostas obtidas, 90 professores indicam que mudariam na
formação centrada na escola a organização, referindo-se à adequação de temas, a
burocracia e a dinâmica, 85 professores mudariam o horário e o tempo da formação
centrada na escola, 73 professores deram respostas inadequadas à questão; 52
alegam que não mudariam nada, 51 alegam que acrescentariam à formação
centrada na escola cursos com especialistas (psicólogos, fonoaudiólogos e outros) e
46 apontam que mudariam as trocas de experiências.
Com relação aos 90 professores que responderam que mudariam a
organização da formação centrada na escola, referindo-se a adequação de temas, a
burocracia e a dinâmica, consideramos a hipótese de que estes professores sentem
necessidades de mudança em relação aos temas que os próprios professores
elegeram para estudo, discussão e tomada de decisões na escola, a forma como
ocorrem estes momentos, e a imensa burocracia que se traduz em inúmeros
recados e avisos, muitos procedimentos para a realização de atividades que
poderiam ser simplificadas.
Os 85 professores que alegam que mudariam o tempo e o horário da
formação centrada na escola, constitui-se tanto de professores que consideram o
horário inadequado para a realização das atividades de formação, como a maioria
que indica a questão do tempo, alegam que há pouco tempo para estes momentos,
como também a necessidade de uma relação adequada entre estes (tempo e
horário). Quanto aos 73 professores que deram respostas inadequadas à questão,
somados aos 246 que não responderam a questão, resultando em 319 professores,
nossa hipótese é de que não sabem, não identificam e não compreendam o que seja
a formação centrada na escola.
A quinta e última questão analisada no que se refere à formação
centrada na escola foi: “Para você HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo)
é...” Nesta questão obtivemos 646 respostas, sendo que 34 questionários
retornaram sem resposta a esta questão. Das 646 respostas, 238 professores
32
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
apontaram o HTPC como sendo momento de troca de experiências, 168 indicam
que o HTPC é momento de estudo e reflexão, 98 professores indicam com sendo o
momento de planejamento, 51 apontam aspectos negativos do HTPC, 39 deram
respostas inadequadas, 30 atribuíram ao HTPC atividades burocráticas e 22
indicaram esse momento como de planejamento de outras atividades da escola
(eventos). O HTPC é o momento específico destinado aos professores da Rede
Municipal de Ensino para a formação continuada dos professores e se constitui de
um dos momentos da formação centrada na escola; ocorre num total de 4 horas
semanais para todos os professores, garantido na sua jornada de trabalho e,
portanto, remunerado. Segundo Mendes (2008, p. 40)
A HTPC traz como principal característica a valorização da escola como local de formação e o fortalecimento do coletivo como força motivadora de mudanças; entendemos este espaço coletivo como o lócus privilegiado para a construção do trabalho docente, uma vez que possibilita aos docentes a troca de experiências, a contribuição mútua na construção de sua “pedagogia” e a construção das dimensões enunciadas [...]
É interessante observar que das respostas obtidas, 504, imprimem
ao HTPC o momento de troca de experiências, ao estudo e reflexão sobre a prática
e ao planejamento. É possível observar nesta questão que o número de respostas
inadequadas é bem menor que nas outras questões, tendo em vista que não é
possível que o professor não saiba o que é o HTPC, uma vez que já se trata de
prática estabelecida; a inadequação provavelmente diz respeito ao uso que se faz
dele.
Em pesquisa realizada na mesma rede de ensino, Mendes (2008)
revela que
Através das informações contidas nos discursos dos professores e dos orientadores e também nas atitudes reveladas pelos orientadores pedagógicos em relação à pouca freqüência dos professores na HTPC e na necessidade da criação de mecanismos que obriguem esses profissionais a estarem presentes neste momento de formação (passar o cartão ponto, por exemplo) nos levam a crer que a representação social que os professores construíram sobre a HTPC é que ela é um momento de tempo perdido tendo em vista a forma como é conduzida e organizada. (MENDES, 2008, p. 89)
33
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
A referência de Mendes (2008) aproximada com as respostas
obtidas dos professores da rede municipal sobre formação centrada na escola
sugere que embora vários sujeitos reconheçam a importância desse modelo de
formação, a forma de condução do Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo
(HTPC), espaço privilegiado de formação, não tem sido conduzida adequadamente
pelos gestores da escola.
Com base nas indicações dos autores citados no início deste texto, e
os dados desta pesquisa realizada recentemente, consideramos que constitui-se
importante instrumento para se pensar e elaborar as políticas de formação
continuada dos professores para Rede Municipal de Ensino de Presidente Prudente.
A formação centrada na escola é uma importante modalidade formativa que articula
a formação de professores ao projeto educativo ou projeto político pedagógico da
escola.
Na pesquisa apresentada, é possível perceber que os professores
atribuem à formação um papel importante para a melhoria de suas práticas
pedagógicas e a conseqüente aprendizagem dos alunos, porém, precisam ter mais
domínio sobre os significados, abrangência e importância da formação centrada na
escola para que dela possam fazer uso.
Pensar a formação dos professores a partir da escola significa dar
um novo sentido ao processo de formação, que deve estar presente em todos os
espaços e tempos da escola, articulado ao projeto educativo e presente no trabalho
com a comunidade escolar e que deve ter como objetivo a melhoria da qualidade do
ensino oferecido aos alunos, permitindo que estes tenham sucesso no processo de
aprendizagem.
Para tanto, o investimento neste momento da formação precisa ser
pensado e repensado pelos gestores da escola, que são as lideranças que
organizam, planejam e executam a formação centrada na escola. Como aponta
Nóvoa (1999), as lideranças devem promover estratégias concertadas de atuação
em projetos de trabalho, devem coordenar o processo de construção do projeto
educativo articulado com a formação de todos os que compõem o cotidiano da
escola. Esta importante contribuição de Nóvoa imprime aos gestores um importante
papel no sentido da mudança, da articulação, da construção e da condução de um
processo de formação que desencadeará a transformação dos processos de ensino-
34
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
aprendizagem, tão necessários para a transformação da escola pública, que se
constitui enquanto escola de todos.
35
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA: O CASO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP
Apresentaremos a discussão acerca das concepções que as
Auxiliares de Desenvolvimento Infantil – ADI’s, atualmente nomeadas educadoras
infantis, de acordo com novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários implantado pelo
município para este profissional, tem sobre formação continuada e centrada na
escola. Os dados a serem apresentaremos são resultado da coleta realizada no
início do ano letivo de 2010, a partir da aplicação de questionários junto a estes
profissionais (que na citada data eram em número de 462, no entanto, somente 296
deles responderam ao questionário, o que significa 64% do total).
OS SUJEITOS DA PESQUISA E SUAS CONCEPÇÕES
Incialmente, cabe chamar a atenção que as respostas oferecidas às
questões abertas do questionário aplicado não foram consideradas excludentes, o
que acarretou, na categorização dos dados, várias respostas para a mesma
questão, sendo considerado na análise a frequência das respostas. Outro dado
importante é que nem todas as questões propostas foram respondidas pelos
sujeitos, o que gerou a disparidade entre a quantidade de respostas obtidas para as
diferentes questões.
Assim, a questão: “O que entende por formação continuada?”,
apresentou um número de 380 respostas, sendo que 141 delas apontam que a
formação continuada diz respeito ao aperfeiçoamento e a atualização profissional,
128 que se trata da continuidade da formação, 21 de atividades externas à escola e
ainda 12 respostas dizendo que se trata de atividades internas a escola. Tivemos
ainda 55 questões não respondidas e 23 respostas foram consideradas inadequadas
à questão.
Em nossa análise, as duas primeiras categorias levantadas (1 –
aperfeiçoamento e atualização profissional e 2- continuidade da formação) apontam
que as profissionais consideram que há a necessidade de que aperfeiçoar a prática
pedagógica, num sentido de busca da perfeição ou de aproximar, de melhorar essa
prática profissional, assim como buscar atualizar conhecimentos, buscar novas
36
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
formas para compreender o processo educacional e o fazer pedagógico. É possível
ainda inferir que talvez estas profissionais compreendam a dimensão da
aprendizagem profissional como elemento que não se esgota, a “aprendizagem ao
longo da vida”.
As demais categorias levantadas (atividades externas e atividades
internas da escola) podemos considerá-las como um tanto quanto limitadas, pois
reduzem a formação continuada à atividade profissional realizadas em outros
espaços e com enfoques que fogem ao âmbito escolar.; ou até mesmo equivocada
pois as profissionais podem estar considerando que trata-se da formação em
serviço, ou mesmo da formação centrada na escola, no sentido da resolução de
problemas locais, ou mesmo das atividades formativas que ocorrem na escola, como
o momento do HAC (Hora de Atividade Coletiva), as trocas de experiência entre
pares, os estudos realizados, o próprio planejamento e as atividades definidas em
grupo.
Acerca das “não respostas” e das respostas inadequadas, que
juntas perfazem 20% dos sujeitos, levantamos a hipótese de que essas educadoras
podem não conhecer este termo, ou seja, não sabem bem o que é formação
continuada, e que devido a própria trajetória da Educação Infantil no Brasil ainda não
iniciaram um processo de constituição da profissionalidade docente e não identificam
nem o termo nem a necessidade de formação continuada.
A segunda questão analisada: “Para você, o que é formação
centrada na escola?”, nos forneceu um total de 437 respostas, sendo que 104 delas
fazem referência à formação centrada na escola relacionada às atividades internas
gerais; 63 respostas apontam que se trata de atividades internas para a resolução
de problemas da unidade escolar; 61 citam atividades como cursos, palestras como
representativos da formação centrada na escola; e, ainda 10 respostas que apontam
que é a formação direcionada à melhoraria da qualidade do ensino; 25 alegam que
sua unidade escolar não possui formação centrada na escola e 18 respondentes
alegam que não sabem o que é formação centrada na escola. Temos 85
questionários sem resposta à esta pergunta e 71 respostas consideradas
inadequadas.
De acordo com os dados inferimos que na primeira categoria
(atividades internas gerais) as educadoras consideram que toda atividade que
37
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ocorre na escola é formação centrada na escola, podendo ser as atividades
formativas, mas também as festividades, reuniões em geral (de pais, do conselho de
escola, pedagógicas, de avaliação) que talvez esteja mais próximo do conceito se
considerarmos que se trata da participação de todos os funcionários da escola na
construção do projeto educativo. Porém, esta interpretação pode não ser real, tendo
em vista podem estar se referindo também as atividades burocráticas, como
preenchimento de fichas de avaliação, avisos administrativos, entre outros. A
segunda categoria com maior frequência (resolução de problemas da unidade
escolar) indica o entendimento de um aspecto que pode e deve ser um enfoque da
formação centrada na escola, mas não pode ser o único.
Acerca da categoria outras atividades como cursos e palestras, nos
parece claro que não são consideradas como atividades de formação centrada na
escola aquelas realizadas entre eles, os gestores e demais funcionários da
instituição, sendo para tanto exigido a presença de pessoas externas à escola,
considerando como “centrada na escola” apenas a questão do espaço físico, ou seja, por
ocorrer no espaço da escola.
Quanto as 85 educadoras que não responderam à questão, as 71
que deram respostas inadequadas, somando ainda as 25 educadoras que alegam
que não há formação continuada em sua unidade escolar, por talvez não serem
capazes de identificar nenhuma atividade formativa da sua escola como formação
centrada na escola; e, as 18 que responderam que realmente não sabem do que se
trata, temos um percentual 67% dos sujeitos que não sabem do que se trata esta
modalidade de formação. Este número permite confirmar a hipótese levantada na
questão anterior que grande parte dos sujeitos não sabe ou não entende o que seja
formação centrada na escola, o que é compreensível, pois ainda se trata de um
conceito novo e muito pouco utilizado entre professores, educadores e gestores
brasileiros.
A terceira questão analisada: “A formação realizada na escola tem
reflexos na prática do professor e como conseqüência no desenvolvimento das
crianças? Justifique”, recebeu 445 respostas. Deste total, 231 responderam que sim
e 74 algumas vezes. Dos 231 que responderam sim, 148 justificaram que a
formação realizada auxilia na prática pedagógica, 48 que melhora o
desenvolvimento das crianças e 35 responderam que atende a realidade da escola.
38
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
As educadoras que responderam que algumas vezes, não justificaram sua resposta.
Temos ainda nesta questão 50 respostas que consideramos inadequadas, 66
questões em branco, 19 que alegam não haver a formação na escola e 5 que
alegam que se houvesse a formação esta teria reflexos na sua prática.
Tendo em vista que 231 educadoras responderam que a formação
realizada na sua unidade escolar tem reflexos na sua prática e apontam reflexos
positivos ao considerar que melhoram sua prática pedagógica, melhoram o
desenvolvimento das crianças e atendem a realidade da escola, consideramos que
há uma parcela considerável de educadoras que já incorporam a prática da
formação continuada em serviço como necessária a sua atuação como profissional e
consideram a formação realizada na escola boa ou mesmo, eficiente.
Acerca da resposta de que algumas vezes a formação realizada na
escola tem reflexos na sua prática, entendemos que as educadoras consideram que
essa formação em alguns momentos atinge esse objetivo, mas tendo vista que os
motivos desta afirmação não foram explicitados, não temos como tirar maiores e
melhores conclusões.
Já com relação às respostas inadequadas e as deixadas em branco,
que somam 39%, entendemos que os sujeitos não entenderam a questão, não
identificam ou não estabelecem relação com a formação realizada na escola e a
necessidade de mudança na sua prática ou mesmo se sentem intimidados em
afirmar que a formação não ocorre. Nesta questão ainda há 24 educadoras que
afirmam não ocorrer a formação, sendo que 5 educadoras, pela resposta dada,
consideram a formação importante, mas como não ocorre, não há como haver
reflexos em sua prática.
Quanto ao fato da formação nas unidades escolares não ocorrer,
especificamente às de Educação Infantil, deve-se também ao fato de que quando
aplicamos os questionários, em fevereiro de 2010, este profissional não possuía na
sua jornada de trabalho momento específico para a realização dessa atividade. A
formação ocorria quando era possível e de acordo com a organização de cada
unidade escolar, que dependia, principalmente, de quadro de funcionários completo,
e na maioria das vezes, era um momento individual, pois não era possível reunir
mais de uma educadora por vez, ocorria apenas entre uma educadora e o
Orientador Pedagógico, não sendo possível um momento reflexivo, com
39
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
planejamento conjunto e troca de experiências. A partir de fevereiro de 2011 este
quadro mudou, pois as educadoras infantis passaram a gozar dos direitos do seu
Plano de Cargo, Carreira e Salário, em que foi incorporado em sua jornada de
trabalho semanal, duas horas de Hora de Atividade Coletiva (HAC).
A quarta questão analisada: “Se você pudesse mudar algo na
formação centrada na escola, o que mudaria e por quê?” obteve 216 respostas. O
número reduzido de respostas se justifica antes os dados da segunda questão
analisada onde ficou explicitado que 199 educadoras ainda não sabem, não
identificam ou não compreendem bem o que seja a formação centrada na escola.
Das respostas obtidas, 64 educadoras mudariam o horário e o
tempo da formação centrada na escola, 23 educadoras a organização, referindo-se
a adequação de temas, a burocracia e a dinâmica, 16 alegam que acrescentariam a
formação centrada na escola cursos com especialistas (psicólogos, fonoaudiólogos e
outros), 14 apontam que mudariam as trocas de experiências, 14 deram respostas
inadequadas a questão, 85 não responderam a questão e 5 disseram não haver
formação centrada na escola.
Com relação às respostas que alegam que mudariam o tempo e o
horário da formação centrada na escola, constitui-se tanto de educadoras que
consideram o horário inadequado para a realização das atividades de formação,
como as que indicam a questão da duração, podem estar se referindo tanto a
questão do pouco tempo para estes momentos, como também a necessidade de
uma relação adequada entre estes (tempo e horário).
As educadoras que responderam que mudariam a organização da
formação centrada na escola, referindo-se a adequação de temas, a burocracia e a
dinâmica, consideramos a hipótese de que estas educadoras sentem necessidades
de mudança em relação aos temas que as próprias educadoras elegeram para
estudo, discussão e tomada de decisões na escola (quando ocorre o levantamento
de demandas junto às próprias educadoras), a forma como ocorrem estes
momentos, e a imensa burocracia que se traduz em inúmeros recados e avisos;
enfim, muitos procedimentos para a realização de atividades que poderiam ser
simplificadas.
Em relação às educadoras que apontam a necessidade de cursos
com psicólogos, fonoaudiólogo e outros, talvez seja uma questão apontada em
40
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
razão da necessidade de orientações específicas para o trabalho com as crianças
que possuem ou apresentam algumas dificuldades ou mesmo de melhorar as
relações interpessoais dentro da própria unidade escolar, entre funcionários ou entre
funcionários e as crianças. Ainda as 14 educadoras que alegam que mudariam as
trocas de experiências talvez se refiram a forma como tem ocorrido, ou mesmo que
há a necessidade de mais trocas de experiências.
A quinta e última questão analisada no que se refere à formação
centrada na escola foi: “Para você HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo)
é:”. Cabe destacar que em 2010, quando aplicado o questionário, o termo HTPC era
igualmente utilizado tanto para as atividades direcionadas aos professores quanto
para as educadoras infantis, que até então eram denominadas ADI’s (Auxiliares de
Desenvolvimento Infantil); porém, ao aprovar o Plano de Cargos, Carreiras e
Salários das educadoras infantis, este termo mudou para HAC (Hora de Atividade
Coletiva).
Nesta questão obtivemos 372 respostas, sendo que 100 educadoras
apontaram o HAC como momento de estudo e reflexão, 77 indicam como sendo o
momento de planejamento e 69 educadoras apontam como momento de troca de
experiências. Ainda 15 educadoras indicam que o este é o momento de atividades
burocráticas, 12 apontam aspectos negativos e 6 respondem que se trata do
momento da formação centrada na escola. Temos ainda 17 educadoras que deram
respostas inadequadas a questão, 47 que não responderam a questão e 29 alegam
não ter o momento do HAC.
A HAC é o momento específico destinado às educadoras infantis da
Rede Municipal de Ensino para a formação continuada e se constitui em um dos
momentos da formação centrada na escola; ocorre num total de 2 horas semanais
para todas as educadoras, garantido na sua jornada de trabalho, e portanto,
remunerado.
É interessante observar que das respostas obtidas, 246 imprimem
ao HAC o momento de troca de experiências, ao estudo e reflexão sobre a prática e
ao planejamento, somado as mais 6 educadoras que indicam que é o momento da
formação centrada na escola, temos 252 educadoras que podemos considerar
enfatizam os aspectos positivos da HAC. Apenas 27 educadoras enfatizam aspectos
41
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
negativos, sendo que a este número estamos somando as 15 educadoras que
apontam a HAC como momento de atividades burocráticas.
Quanto as respostas consideradas inadequadas e as questões em
branco, além das que alegam não ter esta atividade, temos cerca de 31% dos
sujeitos; considerando que a pergunta feita na época da aplicação dos questionários
utilizava o termo e/ou denominação HTPC, que até então só os professores tinham
garantido em sua jornada de trabalho, podemos considerar que tal quadro está
relacionado a ausência de garantia de realização deste momento de formação para
este profissional, só conquistado em 2011.
Os dados aqui apresentados nos permitem perceber que os
profissionais atribuem à formação um papel importante para a melhoria de suas
práticas pedagógicas, porém, precisam ter mais domínio sobre os significados,
abrangência e importância da formação centrada na escola para que dela possam
fazer uso.
Portanto, entendemos que investir na qualidade do atendimento das
crianças que freqüentam a educação infantil é investir na formação continuada dos
profissionais que nela atuam. Nesta direção, os dados aqui apresentados e
brevemente analisados já nos indicam algumas pistas sobre a formação continuada
e centrada na escola das educadoras infantis da Rede Municipal de Ensino de
Presidente Prudente, que seguem a tendência nacional.
Como já afirmamos anteriormente ainda há muito a se fazer no que
diz respeito às políticas públicas relacionadas ao atendimento da Educação Infantil
no país e formação dos educadores. A garantia de direitos para os profissionais da
educação infantil, como salários dignos, jornada de trabalho que inclua momentos
para a formação continuada e centrada na escola, entre outros são fundamentais
para um bom atendimento a criança desta faixa etária. No entanto, várias são as
dificuldades encontradas na implantação desta política, fruto da própria trajetória da
educação infantil no Brasil, muitas são as resistências em todos os âmbitos, tanto
dos governantes, dos gestores e muitas vezes dos próprios educadores. A visão de
que para trabalhar com a criança pequena não há a necessidade de processo
contínuo de formação do profissional que atua com esta etapa da Educação Básica
ainda é muito forte.
42
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Dessa forma, a atuação de todos os atores das unidades de
educação infantil torna-se fundamental, pois sendo a escola o lugar da formação, é
necessário que a construção do projeto político-pedagógico de cada escola seja
construído com a participação de todos os envolvidos e articulado com o processo
de formação de seus profissionais; é necessário ainda que seja desencadeado o
processo de formação-ação, que tenha como objetivo oferecer atendimento de
qualidade a toda criança que frequente uma instituição pública de Educação Infantil.
Neste sentido, a “formação centrada na escola” constitui hoje um
referencial atual e importante a ser considerado ao pensar os sistemas educacionais
e as escolas de uma forma geral, tendo em vista atender as novas necessidades de
formação dos professores. Tais necessidades devem ser analisadas e avaliadas
com base nos problemas vivenciados a partir da escola e de seu projeto educativo
construído com a participação de todos os seus atores.
Esta é uma tarefa nem sempre fácil devido às inúmeras
dificuldades encontradas nas unidades escolares, que envolvem vários níveis, desde
ausência e inadequação do espaço físico para a realização da formação continuada,
ausência de recursos humanos para o auxílio no momento da formação continuada,
tempo específico na jornada das educadoras infantis destinado para a formação
continuada, ausência de formadores na unidade escolar com experiência na
Educação Infantil para a realização de formação adequada e significativa para este
profissional, até a resistência das educadoras infantis em inserir na sua prática
cotidiana, novas formas de trabalhar que envolvam ações educacionais e não
apenas de cuidados.
43
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA: O QUE PENSAM OS GESTORES ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE
Neste texto explicitaremos a discussão acerca das concepções dos gestores
escolares sobre a formação centrada na escola, onde foram selecionadas seis
questões abertas.
OS GESTORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE E SUAS CONCEPÇÕES
Acerca dos gestores educacionais atuantes no município de
Presidente Prudente, se faz necessário esclarecer que o diretor de escola tem como
forma de provimento o concurso público, sendo este efetivo no cargo, enquanto que
o vice-diretor e o orientador pedagógico são professores eleitos por todos os
funcionários da escola para mandato de três anos, podendo concorrer à reeleição.
Estes gestores atuam em unidades escolares que atendem a Educação Infantil e 1º
ciclo do Ensino Fundamental, sendo que há unidades que atendem apenas a
Educação Infantil, unidades que atendem apenas o Ensino Fundamental e aquelas
que atendem as duas modalidades de forma concomitante.
Tendo como pressuposto a necessidade de se refletir sobre o papel
dos gestores no processo de formação centrada na escola, a análise dos dados
obtidos a partir das questões abertas foi realizada à luz da teoria da análise de
conteúdo (BARDIN, 2010). Desta forma, a categorização das respostas oferecidas
buscou identificar as concepções dos gestores para além do discurso cotidiano.
Ainda sobre a categorização e análise, salientamos que para algumas questões as
respostas não foram consideradas excludentes, o que ocasiona um número de
respostas superior ao número de sujeitos; assim, para a discussão dos resultados
nos deteremos no número de respostas.
Na primeira questão deste eixo (formação centrada na escola) os
sujeitos foram convidados a se manifestarem sobre “O que entende por formação
centrada na escola?”. Obtivemos aqui 58 respostas, sendo que 27 delas indicaram
que se trata da formação realizada na escola, com foco nos problemas,
necessidades e profissionais da escola. Temos 16 respostas que apontaram a
44
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
formação que ocorre no HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), como os
estudos, as trocas de experiências, os momentos de planejamento e de avaliação,
as reuniões pedagógicas. Foram oferecidas ainda 7 respostas indicando ser a busca
de formação, troca de conhecimentos e a formação de todos os profissionais,
apontando para uma ideia de formação mais geral e outras 4 respostas que indicam
a formação mais específica, voltada para a aprendizagem dos alunos e/ou para
sanar problemas de aprendizagem dos alunos.
De forma geral, entendemos que os gestores demonstraram um
entendimento relativamente acertado do que é a formação centrada na escola. Isto
porque, no primeiro grupo de respostas, também com frequência maior, a ideia
explicitada se aproxima do real, pois há o entendimento de que a formação centrada
na escola destina-se a pensar e a resolver as questões que dizem respeito aos
desafios enfrentados pelos educadores no cotidiano, nas práticas realizadas em sala
de aula e nos seus resultados, avaliando se estes são ou não qualitativos,
empregando grandes esforços para garantir a aprendizagem dos educandos.
Nas palavras de Imbernón (2006):
A formação centrada na escola envolve todas as estratégias empregadas conjuntamente pelos formadores e pelos professores para dirigir os programas de formação de modo a que respondam às necessidades definidas da escola e para elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem em sala de aula e nas escolas. Quando se fala de formação centrada na escola, entende-se que a instituição educacional transforma-se em lugar de formação prioritária diante de outras ações formativas. A formação centrada na escola é mais que uma simples mudança de lugar da formação, representa uma mudança de paradigma, pois, tem como princípio norteador o desenvolvimento de processos de formação baseados na colaboração entre os profissionais da instituição escola. Baseia-se na reflexão deliberativa e na pesquisa-ação, mediante os quais os professores elaboram suas próprias soluções em relação aos problemas práticos com que se defrontam num processo de autodeterminação baseado no diálogo; implanta-se um tipo de compreensão partilhada pelos participantes sobre as tarefas profissionais e os meios para melhorá-las e não um conjunto de papéis e funções que são aprimorados mediante normas e regras técnicas pré-determinadas pelos órgãos superiores. (p. 80-86)
Tomando o mesmo autor como referência, podemos afirmar ainda
que o segundo grupo de respostas também indica uma proximidade com o que
realmente deve ocorrer; mesmo com a ressalva que a formação não está restrita ao
45
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
momento específico do HTPC, uma vez que este é um espaço dirigido apenas aos
professores e educadores infantis.
O terceiro grupo se aproxima da concepção de formação
considerada ideal ao apontar a ideia da resolução de problemas, mas se distancia
da proposta da formação em contexto. Nesta questão ocorreram ainda duas
respostas indicando que a formação centrada na escola baseia-se em palestras com
outros profissionais, o que representa um equívoco, pois remete a formação como
sendo um conjunto de ações desenvolvidas por pessoas que não fazem parte do
cotidiano do contexto escolar.
Em termos de quantidade de gestores que ofereceram respostas
consideradas adequadas, temos um total de 43 (cerca de 76%). Tal dado é bastante
positivo tendo em vista que o trabalho do gestor está diretamente relacionado a este
tema, pois enquanto liderança na unidade escolar, os gestores são os responsáveis
diretos pela coordenação, elaboração e execução da formação de todos os
profissionais da escola; seu papel e função estão diretamente ligados à formação
continuada dos professores, educadores e demais funcionários da escola.
A segunda questão analisada solicitava aos sujeitos que
apontassem: “Quais são as principais dificuldades que você percebe na realização
dos momentos de formação centrada na escola? Pontue por ordem de prioridade.”
Considerando-se a escola como um sistema, e ainda, que este
último se define como um todo organizado formado por elementos interdependentes
inseridos num contexto, evidentemente que este interage com o meio exterior;
podemos então considerar que fatores externos interferem no funcionamento da
escola.
Tendo como premissa a consideração do parágrafo anterior, na
organização das repostas obtidas, estas foram agrupadas da seguinte forma:
dificuldades intra-escolares que dizem respeito ao contexto escolar e dificuldades
extra-escolares que dizem respeito à organização do sistema escolar, mas
interferem diretamente na organização do contexto escolar.
As dificuldades que podem ser arroladas como intra-escolares são
aquelas que interferem diretamente no funcionamento da escola como a dificuldade
para reunir toda a equipe escolar, a falta de envolvimento, interesse e compromisso
46
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
dos profissionais e a resistência às atividades de formação por parte dos
profissionais da escola.
Por outro lado, dificuldades como a falta de profissionais da
Secretaria de Educação para realização de formação nas escolas, pouco tempo de
HTPC nas escolas, falta de recursos financeiros e materiais, rotatividade de
professores prejudicando a sequência do trabalho, espaços físicos inadequados
para os momentos de formação podem ser consideradas extra-escolares.
Assim, a categoria que soma mais indicações (22) refere-se à
dificuldade de reunir toda a equipe da escola para realizar a formação, em
decorrência da jornada de trabalho dos professores que são obrigados a alongar sua
carga horária em outras escolas buscando ampliar rendimentos financeiros. Outras
categorias com número significativo de indicações são as que apontam falta de
envolvimento, interesse e compromisso dos profissionais para a realização da
formação centrada na escola (11) e resistência as atividades de formação (9).
Em nossa análise consideramos que podem ser vários os motivos
pelos quais isso ocorre: a própria jornada de trabalho dos professores que trabalham
em mais de uma rede pode ser uma delas, se traduzindo em professores cansados,
desanimados e sem estímulo para enfrentar os momentos de formação, resistência
em mudar sua prática de sala de aula porque se sentem seguros fazendo da forma
como estão acostumados a fazer e desconfiados de que a mudança dará mais
trabalho, ou que cause uma falta de controle da sala de aula.
Para Sampaio e Marin (2004, p. 1212):
A análise da precarização do trabalho dos professores com relação às condições de trabalho precisa ocorrer em diferentes facetas que o caracterizam. Dentre essas facetas destacamos: carga horária de trabalho e de ensino, tamanho das turmas e razão entre professor/alunos, rotatividade/itinerância dos professores pelas escolas e as questões sobre carreira no magistério.
A referência à falta de profissionais da Secretaria de Educação para
realização de formação nas escolas, que definimos como uma das dificuldades
externas se contrapõe à questão da autonomia das escolas; a formação centrada na
escola não necessariamente precisa ser feita por agentes externos; porém, esta
queixa pode indicar a falta de autonomia para definir sua própria equipe de formação
e delinear o tipo de formação pretendida colocando em xeque a função do orientador
47
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
pedagógico e do gestor escolar que têm como papel primordial a formação
continuada em serviço e a gestão, coordenação, elaboração e execução de todo
esse processo de formação; isto porque, segundo Wittmann (2000, p. 89): “a
ampliação da autonomia da escola e a democratização de sua gestão constituem,
hoje, exigências histórico-sociais”.
Ainda segundo o mesmo autor:
O caráter intersubjetivo vem se firmando como inalienável nas relações educativas emancipadoras. Uma educação emancipadora fundamenta e exige a autopoiese e a autogestão. A autopoiese consiste em processos emancipatórios auto-organizativos, em que as pessoas são sujeitos porque assumem sua produção histórica e a construção da história. A autogestão é o princípio que implica progressiva superação da alteridade determinante. Na perspectiva da educação emancipatória e intersubjetiva, a determinação extrínseca ou heterogestionária da prática pedagógica é antieducativa e incompatível. Em conseqüência, a autonomia progressiva da escola é uma exigência da prática educativa emancipadora [...] (WITTMANN, 2000, p. 90-91)
Embora com menos indicações pelos gestores, o HTPC é apontado
como insuficiente; aliando essa dificuldade à extensa jornada de trabalho dos
professores e educadores infantis, podemos inferir que fatores internos (condições
intra-escolares) aliados a fatores externos (planos de carreira, políticas salariais
inadequadas, etc.) inviabilizam processos de formação centrados da escola.
Na terceira questão analisada: “Quais são as práticas de formação
realizadas na sua escola? Relate por ordem de prioridade”, foram oferecidas 105
respostas, que podem ser assim agrupadas: 1. Processos de curta duração
(palestras, oficinas e mini-cursos); processos de longa duração (HTPC) e processos
pontuais (trocas de experiências, reuniões de planejamento, reuniões pedagógicas,
etc.).
Ao analisar esta questão, é significativo e ao mesmo tempo
surpreendente observar que a realização de palestras, oficinas e mini-cursos
recebeu o maior número de respostas, com uma frequência de 24 indicações; isto
porque palestras, oficinas e mini-cursos são normalmente realizados por pessoas
externas à unidade escolar e possuem um caráter um tanto imediatista e relacionado
a questões mais práticas do cotidiano dos educadores. Em seguida, com 20
respostas estão indicadas as reuniões de HTPC, onde percebemos que mesmo no
48
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
discurso dos gestores, o HTPC é o principal momento de formação realizada na
escola e que possui um público muito específico, professores e educadores infantis,
que são os profissionais que atuam diretamente com as crianças.
As demais indicações referem-se a atividades (planejamento, estudo
de textos, exibição de filmes) que ocorrem nos momentos de HTPC.
Para Mendes (2008, p. 40)
A HTPC traz como principal característica a valorização da escola como local de formação e o fortalecimento do coletivo como força motivadora de mudanças; entendemos este espaço coletivo como o lócus privilegiado para a construção do trabalho docente, uma vez que possibilita aos docentes a troca de experiências, a contribuição mútua na construção de sua “pedagogia [...]”. (grifos da autora)
Em outras palavras, o HTPC é momento privilegiado para o trabalho
coletivo e formação centrada na escola, além de momento de apropriação por parte
dos sujeitos envolvidos (gestores, professores e educadores infantis) da gestão da
escola rumo à construção da autonomia escolar.
Neste sentido, Barroso (1996, p. 186) destaca que
‘Não há ‘autonomia da escola’ sem ‘autonomia dos indivíduos’ que a compõem. Ela é, portanto o resultado da ação concreta dos indivíduos que a constituem, no uso das suas margens de autonomia relativa. Não existe uma ‘autonomia’ da escola em abstrato fora da ação autônoma organizada dos seus membros”. (grifos do autor)
A questão seguinte buscou identificar os reflexos da formação na
prática do professor. Antes de comentar as respostas obtidas, cabe ressaltar que
esse aspecto relacionado à relação teoria-prática tem sido um ponto controverso no
que diz respeito à profissão docente.
Segundo Candau e Lelis (1988, p. 49-50)
Certamente a relação entre a teoria e a prática não é objeto de preocupação exclusivamente dos educadores. A questão não é nova e, de fato, tem estado presente ao longo da história do pensamento humano e, de modo especial, da filosofia ocidental.
Neste sentido, adotamos como premissa a visão de unidade entre
teoria e prática, entendendo estes como dois componentes indissociáveis e
indissolúveis da práxis pedagógica, definida primordialmente como atividade teórico-
prática, ou seja, possuidora de um lado ideal, teórico e um lado material,
propriamente prático. Essa relação não pode ser entendida como direta nem
49
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
imediata, mas realizada através de intensas e profundas abstrações, materializando-
se através de um processo complexo, no qual algumas vezes se passa da prática à
teoria e outras desta à prática (VASQUEZ, 1977 apud CANDAU; LELIS, 1988).
No entanto, a separação, e mesmo oposição, entre teoria e prática é
frequentemente denunciada pelos profissionais da educação, ao mesmo tempo em
que é explicitado o desejo de buscar novas formas de relacionamento entre estas
duas dimensões da realidade.
Desta forma, essa é uma questão recorrente no campo da formação
inicial e continuada e na atuação profissional do professor. Como articular teoria e
prática na formação de professores e na sua atuação? Candau e Lelis (1988)
propõem algumas questões para reflexão “[...] que nos ajudem a penetrar mais nos
mecanismos de articulação e/ou dissociação entre a teoria e a prática”. (p. 61).
Dentre várias questões propostas, duas nos chamam a atenção: como é trabalhada
a relação teoria-prática e como é compreendida a prática educacional. Parece-nos
que para escapar desse nó górdio é necessário que os professores dediquem a
pensar coletivamente sobre teoria e prática nos espaços escolares coletivos.
Tendo esta questão em mente, perguntamos aos gestores “Você
acredita que a formação realizada na sua escola tem reflexos na prática do professor
e como consequência na aprendizagem dos alunos?”.
Obtivemos então 56 respostas, sendo 40 delas positivas, justificando
que a teoria é colocada em prática, melhora a prática dos educadores em sala de
aula, tem reflexo positivo na aprendizagem dos alunos e auxilia na sala de aula. As
demais respostas foram imprecisas ou sugeriram que depende do envolvimento e
compromisso do professor.
A grande maioria das respostas indica, portanto que a formação
realizada na escola tem reflexos na prática do professor e na aprendizagem dos
alunos; isto deixa claro que os gestores acreditam que a formação faz grande
diferença na melhoria da qualidade da educação, inclusive no que diz respeito à
formação realizada na sua escola e que tem como foco o seu próprio trabalho.
Importante destacar que apesar do pequeno número de respostas
apontando que os resultados da formação centrada na escola dependem do
professor, reforçam a ideia de que esta formação sem o compromisso e dedicação
do professor pouco resultam na prática docente e no aproveitamento dos alunos.
50
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Não há, no entanto, apontamentos claros, nem instrumentos e
critérios para avaliar quais são os efeitos da formação na aprendizagem dos alunos;
apenas um gestor apontou as avaliações de finais de bimestres, as avaliações
externas como Saresp, Provinha e Prova Brasil como instrumentos que poderiam
avaliar esses resultados, ainda que de forma mais quantitativa do que qualitativa.
Segundo Leal (2006, p. 77, citando FREITAS, 2005) há a
necessidade de buscar no processo de formação “a interação inteligente, criadora e
autônoma do docente com os problemas singulares e complexos de sua sala de
aula, abordados através de um diálogo reflexivo com determinadas situações
problemáticas”.
Assim, parece-nos que o tema exige uma profunda reflexão e um
diagnóstico sobre as condições da escola para o planejamento de uma formação
que privilegie as necessidades e demandas dos professores.
Marin, Giovanni e Guarnieri (2011, p. 24) expõem algumas ideias
que podem favorecer esse planejamento:
O primeiro passo, em fase ainda de planejamento, consiste na tomada de consciência da situação a ser enfrentada, no levantamento das condições existentes: trata-se de mapear condições e intenções diante de um compromisso educacional específico. É neste momento que a equipe coleta dados relativos à situação a ser vivida: quem são as pessoas com as quais o trabalho será realizado; quem é esse profissional real que está na vida das escolas; que tarefas desempenham e com que tipo de formação; em que ambiente ocorrerá o trabalho, quais os recursos disponíveis e prováveis para uso; que condições facilitarão o trabalho, quais as previsões e empecilhos e, conseqüentemente, como otimizar as primeiras e tentar inibir os últimos. Trata-se da fase diagnóstica em que se concentram as ações no reconhecimento da situação da escola, de seus professores, das condições de exercício do trabalho docente, do perfil do alunado e dos professores.
O enunciado acima nos permite refletir sobre outra questão proposta
aos gestores: “Aponte o que você gostaria de mudar na formação centrada na
escola”.
As respostas obtidas nos remetem exatamente para a questão do
planejamento, pois alguns gestores (11 deles) indicam a necessidade da formação
se estender a formação a todos os funcionários da escola; 10 respostas indicam a
necessidade de ampliar o tempo de formação, mais momentos e maior frequência
para a formação centrada na escola; sete reivindicam a presença de especialistas,
51
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
profissionais especializados e mais pessoas para contribuir, e finalmente seis
respostas indicam que deveriam trabalhar os temas de maior interesse e
necessidades da unidade escolar. As respostas obtidas evidenciam grande
reconhecimento quanto à importância da formação centrada na escola, mas revelam
ao mesmo tempo a necessidade de diagnosticar necessidades e demandas.
Ora, parece-nos que sem a fase diagnóstica proposta por Marin,
Giovanni e Guarnieri (2011) qualquer projeto de formação centrada na escola estará
seriamente ameaçado de chegar a bom termo por falta de planejamento e definição
de objetivos.
As mesmas autoras dizem que a fase posterior ao diagnóstico é o
planejamento em que “[...] a equipe se mobiliza para a formulação e ordenação de
passos do processo, desdobrando itens para abranger as questões básicas de
qualquer projeto educativo, ou seja, como começar, como desenvolver, como
encerrar [...]” (MARIN; GIOVANNI; GUARINERI, 2011, p. 25)
Finalmente inquirimos os gestores sobre o Horário de Trabalho
Pedagógico Coletivo (HTPC), a questão formulada foi: “Para você, HTPC é...”. Nesta
questão obtivemos 109 respostas e apenas um questionário retornou sem resposta.
Destas, 46 indicam que o HTPC é o momento de formação, estudo, aprendizagem e
capacitação; 31 respostas indicam o HTPC como espaço para troca de experiências
e de ideias e 28 indicam que se trata de momento de planejamento, organização do
trabalho, reflexão sobre a prática e avaliação do trabalho. Temos ainda duas
respostas que indicam que o HTPC é uma conquista da categoria e duas respostas
que consideramos vagas.
Considerando que o nosso foco é a formação centrada na escola,
nas duas primeiras categorias de respostas, entendemos que os gestores indicam o
HTPC como espaço privilegiado de formação e ainda como momento para a reflexão
das questões pedagógicas cotidianas, o que significa que este é o principal
momento que os gestores possuem para realizarem a formação continuada e
centrada na escola, mas que essa formação se restringe aos profissionais que
possuem garantido em sua jornada de trabalho o HTPC, que no caso da rede
municipal de Presidente Prudente são somente professores e educadores infantis.
A terceira categoria apontada, que diz respeito ao momento de
planejamento, organização do trabalho, reflexão sobre a prática e avaliação do
52
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
trabalho, recebeu 28 respostas e atribui um caráter mais organizativo ao HTPC, que
também faz parte do processo de formação, porém, consideramos que não deve ser
o único, pois imprime a este momento apenas um aspecto prático das atividades de
formação.
Segundo Mendes (2008, p. 91) em estudo realizado na mesma rede
de ensino,
A saída encontrada pelos professores e gestores educacionais, tendo em vista o contexto individualista em que vivemos, é reforçar a importância do contato entre as pessoas para que mudanças possam ocorrer [...] Esses profissionais admitem que precisam do outro, porém somente a presença física do outro num local, não garante que todos estejam em busca de um objetivo comum.
Os resultados parciais aqui expostos indicam que as questões
relativas à formação centrada na escola é uma ideia já assimilada pelos gestores
que o veem como possibilidade preciosa de organização coletiva. Porém, deixam
entrever a falta de clareza quanto às formas de organização dessa formação que
podem se tornar em situações de aprendizagem para os profissionais envolvidos e
para a instituição, quando responde às necessidades do grupo e da escola.
(AMIGUINHO, 1997 apud MARIN; GIOVANNI; GUARINERI, 2011, p. 30).
Para Mendes (2008, p. 43): “de forma geral, os aspectos
organizacionais que interferem para o bom resultado das HTPC são referentes à
gestão escolar, ao trabalho do Professor Coordenador Pedagógico, quanto à
organização da reunião e das ações desenvolvidas”.
A análise das respostas dos gestores da Rede Municipal de Ensino
de Presidente Prudente nos permite algumas considerações, ainda que provisórias,
sobre a construção de um projeto autônomo de formação centrada na escola.
É interessante observar que pouco são os gestores que mencionam
e/ou reclamam da falta de autonomia para a realização da formação centrada na
escola. Mesmo os gestores que assim o fazem, oscilam entre desejar um processo
mais autônomo e/ou esperar os mandos e desmandos da Secretaria Municipal de
Educação. Inclusive em várias respostas obtidas ao longo da pesquisa, os gestores
clamam pela presença de profissionais da Secretaria Municipal de Educação para
conduzirem a formação o que revela grandes dificuldades em tomar as rédeas desse
processo. Ao mesmo tempo em que há um imenso reconhecimento da importância
53
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
da formação centrada na escola, existe um total despreparo para a tomada de
decisões que nos permite intuir que são gerados por falta de conhecimentos teórico-
práticos e ao mesmo tempo organizacionais.
A ausência destes saberes que poderíamos chamar de
administrativo-pedagógicos constitui-se em obstáculo para que os gestores
assumam a condução desse processo. Isto fica evidente quando os gestores
destacam a questão da resistência dos professores e ao mesmo tempo da falta de
envolvimento e de compromisso com suas atividades.
Portanto, para assegurar a formação centrada na escola, é
necessário que se desenvolva um processo autônomo nas unidades escolares, com
um grupo coeso e participativo, que esteja atuante para pensar, fazer e resolver
todas as questões que a escola necessite, de acordo com as decisões de seu corpo
de funcionários e comunidade escolar. Para desencadear esse processo, a atuação
dos gestores como liderança é de fundamental importância.
Assim, diante do exposto, é possível apontar a necessidade de
repensar a formação dos gestores concatenada com as necessidades atuais de
mudanças na gestão das instituições escolares, pois mais do que nunca sua tarefa
inclui o conhecimento e o domínio da capacidade de saber mobilizar situações
concretas de aprendizagem na formação reflexiva dos atores escolares.
54
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
CONSIDERAÇÕES INCONCLUSIVAS
A formação docente para Educação Básica tem sido
recorrentemente debatida nas últimas décadas, principalmente em função da
expansão de oportunidades educacionais no Brasil, resultando na inserção de
segmentos historicamente alijados do sistema educativo formal.
Porém, essa difusão da escola de massas pressionou os sistemas
de ensino exigindo aplicação de volume maior de recursos ao mesmo tempo em que
paradoxalmente, verifica-se a escassez de recursos financeiros face às políticas
públicas de contenção de gastos com saúde e educação.
No entanto, este não é um privilégio nacional; Nóvoa (1991) aponta
que a profissão docente e o papel que esta desempenha numa dada sociedade
acompanha as mudanças e transformações que ocorrem em seu interior em
diferentes níveis: culturais, econômicos, etc..
Mas, o que nos diferencia de outros contextos, é que,
aparentemente, nunca houve uma preocupação significativa em investir-se em
educação como meio de transformação da realidade. (BRASIL, 2002).
Assim, cabe dizer que a tarefa de ensinar sempre constituiu um
desafio ao profissional responsável por ela, pois este se depara, entre outros
problemas, com a resistência do outro em aprender, seja por falta de interesse, de
capacidade ou mesmo de motivação. Exige-se muito esforço, vontade, e
principalmente, muita dedicação para colocar em prática o “fazer aprender”.
Desta forma, “aprofundar o conhecimento sobre quem são esses
professores constitui condição essencial para que se possam tornar efetivas as
iniciativas voltadas à sua valorização e à possibilidade real de que venham
corresponder às expectativas neles depositadas” (UNESCO, 2004, p. 19).
Os dados que aqui apresentamos, corroboram os que foram e são
apresentados em pesquisas similares (UNESCO, 2004; GATTI; BARRETO, 2009,
entre outros), que reiteram as considerações sobre a desqualificação profissional
que a categoria docente sofreu nas últimas décadas, seja pela feminização da
profissão, pelo descaso das políticas públicas com sua formação e atuação, seja
pela democratização do ensino e do acesso à carreira do magistério, este último fato
55
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
implicando na ampliação das camadas sociais e culturais dos que buscam essa
profissão e cuja formação antes de se tornar professor é também precária.
Com base nas questões propostas acima, consideramos de suma
importância o investimento nas Redes Municipais e seus respectivos sistemas de
ensino, da construção da formação centrada na escola, como importante
modalidade formativa que imprime a formação de professores articulado ao projeto
educativo ou ao projeto político pedagógico da escola. Os resultados da pesquisa
ora apresentada constituem-se em importante ferramenta para repensar os projetos
de formação de professores das escolas municipais de Presidente Prudente. Nela é
possível perceber que os professores atribuem à formação um papel importante para
a melhoria de suas práticas pedagógicas e a conseqüente aprendizagem dos
alunos, porém, precisam ter mais domínio sobre os significados, abrangência e
importância da formação centrada na escola para que dela possam fazer uso. O
investimento neste momento da formação precisa ser pensado e repensado pelos
gestores da escola, que são as lideranças que organizam, planejam e executam a
formação centrada na escola. Como aponta Nóvoa (1999), as lideranças devem
promover estratégias concertadas de atuação em projetos de trabalho, devem
coordenar o processo de construção do projeto educativo articulado com a formação
de todos os que compõem o cotidiano da escola.
56
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO I
DADOS GERAIS
ANEXO 1- DADOS DO PERFIL
Área de atuação Frequência Percentual Percentual
acumulado
Educação Infantil - Creche
Educação Infantil - Pré-escola
Ensino Fundamental
Educação Infantil e Ensino Fundamental
Total
Não considerados
Total
73 13,8 13,9
133 25,2 39,3
317 60,0 99,8
1 ,2 100,0
524 99,2
4 ,8
528 100,0
Situação funcional Frequência Percentual Percentual acumulado
Efetivo com classe na Rede
Efetivo substituto na Rede
Contratado
Estagiário
Outro
Total
Não considerados
99
Total
311 58,9 59,9
55 10,4 70,5
118 22,3 93,3
5 ,9 94,2
30 5,7 100,0
519 98,3
9 1,7
528 100,0
61
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Faixa etária Frequência Percentual Percentual
válido
Percentual acumulado
21-25
26-30
31-35
36-40
41-45
46-50
51-55
56-60
(+) 60
Total
Não considerados
99
Total
24 4,5 4,8 4,8
65 12,3 13,1 18,0
87 16,5 17,6 35,6
95 18,0 19,2 54,7
91 17,2 18,4 73,1
66 12,5 13,3 86,5
45 8,5 9,1 95,6
19 3,6 3,8 99,4
3 ,6 ,6 100,0
495 93,8 100,0
33 6,3
528 100,0
Sexo
Frequência Percentual Percentual
válido
Percentual acumulado
Valid Masculino 6 1,1 1,2 1,2
Feminino 512 97,0 98,8 100,0
Total 518 98,1 100,0
Não
considerad
os
99 10 1,9
Total 528 100,0
62
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Situação Familiar
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual acumulado
Valid Solteiro 100 18,9 19,1 19,1
Casado 352 66,7 67,3 86,4
Divorciado 42 8,0 8,0 94,5
Viúvo 15 2,8 2,9 97,3
Outro 14 2,7 2,7 100,0
Total 523 99,1 100,0
Não
considerados
99 3 ,6
System 2 ,4
Total 5 ,9
Total 528 100,0
Residência
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Presidente
Prudente
437 82,8 83,1 83,1
Outra cidade 88 16,7 16,7 99,8
3 1 ,2 ,2 100,0
Total 526 99,6 100,0
Não
considerados
99 2 ,4
Total 528 100,0
63
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Idade que começou a trabalhar
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual acumulado
Valid (-) 10 15 2,8 3,0 3,0
10-15 93 17,6 18,3 21,3
16-20 256 48,5 50,5 71,8
21-25 100 18,9 19,7 91,5
26-30 29 5,5 5,7 97,2
(+) 31 14 2,7 2,8 100,0
Total 507 96,0 100,0
Não
considerad
os
99 21 4,0
Total 528 100,0
Tempo como docente
Frequência Percentual Valid Percentual Percentual acumulado
Valid (-) 1 10 1,9 1,9 1,9
1-5 69 13,1 13,5 15,4
6-10 128 24,2 25,0 40,4
11-15 103 19,5 20,1 60,4
16-20 93 17,6 18,1 78,6
21-25 84 15,9 16,4 94,9
26-30 16 3,0 3,1 98,1
(+) 31 10 1,9 1,9 100,0
Total 513 97,2 100,0
Não
considerados
99 15 2,8
Total 528 100,0
64
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Tempo como docente/EI na Rede Municipal
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual acumulado
Valid (-) 1 59 11,2 13,6 13,6
1-5 143 27,1 32,9 46,4
6-10 111 21,0 25,5 72,0
11-15 67 12,7 15,4 87,4
16-20 21 4,0 4,8 92,2
21-25 32 6,1 7,4 99,5
26-30 2 ,4 ,5 100,0
Total 435 82,4 100,0
Não
considerad
os
99 93 17,6
Total 528 100,0
Horas diárias de trabalho
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual acumulado
Valid 5-10 482 91,3 94,0 94,0
10-15 28 5,3 5,5 99,4
(+) 16 2 ,4 ,4 99,8
5 1 ,2 ,2 100,0
Total 513 97,2 100,0
Não
considerad
os
99 15 2,8
Total 528 100,0
65
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Horário trabalho remunerado semanal
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Até 25
horas/semana
52 9,8 11,1 11,1
26-30
horas/semanais
141 26,7 30,2 41,3
31-35
horas/semanais
133 25,2 28,5 69,8
(+) 35
horas/semanais
141 26,7 30,2 100,0
Total 467 88,4 100,0
Não
considerados
99 61 11,6
Total 528 100,0
Horário Lazer semanal
Frequência Percentual Valid Percentual Percentual acumulado
Valid 5-10 171 32,4 54,1 54,1
11-15 39 7,4 12,3 66,5
16-20 35 6,6 11,1 77,5
(+) 21 70 13,3 22,2 99,7
6 1 ,2 ,3 100,0
Total 316 59,8 100,0
Não
considerados
99 212 40,2
Total 528 100,0
66
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Freqüência Educação Infantil
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sim - Pré-escola 220 41,7 54,1 54,1
Sim - Creche 7 1,3 1,7 55,8
Sim Creche/Pré-
escola
15 2,8 3,7 59,5
Não 165 31,3 40,5 100,0
Total 407 77,1 100,0
Não
considerados
99 121 22,9
Total 528 100,0
Tipo de Estabelecimento - EI
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Somente escola
pública
230 43,6 83,6 83,6
Somente escola
particular
13 2,5 4,7 88,4
(+) Escola
Pública/Escola
Particular
19 3,6 6,9 95,3
(+) Escola
Particular/Escol
a Pública
10 1,9 3,6 98,9
(=) Escola
pública/Escola
particular
3 ,6 1,1 100,0
Total 275 52,1 100,0
Não considerados 99 253 47,9
Total 528 100,0
67
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Freqüência Ensino Fundamental
Frequência Percentual Valid Percentual Percentual acumulado
Valid Regular 518 98,1 99,2 99,2
Supletivo 4 ,8 ,8 100,0
Total 522 98,9 100,0
Não considerados 99 5 ,9
System 1 ,2
Total 6 1,1
Total 528 100,0
Tipo de Estabelecimento - EF
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Escola pública 477 90,3 91,0 91,0
Escola particular 9 1,7 1,7 92,7
(+) Escola
pública/Escola
particular
32 6,1 6,1 98,9
(+) Escola
particular/Escola
pública
3 ,6 ,6 99,4
(=) Escola
pública/Escola
particular
3 ,6 ,6 100,0
Total 524 99,2 100,0
Não
considerados
99 4 ,8
Total 528 100,0
68
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Freqüência Ensino Médio
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Regular 111 21,0 21,1 21,1
Supletivo 4 ,8 ,8 21,9
Magistério 266 50,4 50,6 72,4
Regular/Magistério 145 27,5 27,6 100,0
Total 526 99,6 100,0
Não
considerados
99 2 ,4
Total 528 100,0
Tipo de Estabelecimento EM
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Escola Pública 474 89,8 91,0 91,0
Escola Particular 17 3,2 3,3 94,2
(+) Escola
pública/Escola
particular
16 3,0 3,1 97,3
(+) Escola
particular/Escola
pública
9 1,7 1,7 99,0
(=) Escola
pública/Escola
particular
5 ,9 1,0 100,0
Total 521 98,7 100,0
Não considerados 99 6 1,1
System 1 ,2
Total 7 1,3
Total 528 100,0
69
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Curso Superior
Frequência Percentual Valid Percentual Percentual acumulado
Valid Sim 495 93,8 94,1 94,1
Não 29 5,5 5,5 99,6
Em curso 2 ,4 ,4 100,0
Total 526 99,6 100,0
Não considerados 99 2 ,4
Total 528 100,0
Tipo de estabelecimento ES
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Particular 310 58,7 62,2 62,2
Público 168 31,8 33,7 96,0
Particular/público 20 3,8 4,0 100,0
Total 498 94,3 100,0
Não
considerados
99 29 5,5
System 1 ,2
Total 30 5,7
Total 528 100,0
Tipo de Curso
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Presencial 466 88,3 94,1 94,1
À distância 4 ,8 ,8 94,9
Semipresencial 24 4,5 4,8 99,8
4 1 ,2 ,2 100,0
Total 495 93,8 100,0
Não
considerados
99 31 5,9
System 2 ,4
Total 33 6,3
Total 528 100,0
70
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Pós-graduação
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Não 171 32,4 38,5 38,5
Sim/Especialização 265 50,2 59,7 98,2
Sim/Mestrado 8 1,5 1,8 100,0
Total 444 84,1 100,0
Não
considerados
99 84 15,9
Total 528 100,0
Tipo de Estabelecimento Pós-graduação
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Particular 232 43,9 83,5 83,5
Público 34 6,4 12,2 95,7
Particular/público 12 2,3 4,3 100,0
Total 278 52,7 100,0
Não
considerados
99 250 47,3
Total 528 100,0
Escolaridade do Pai
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sem escolaridade 54 10,2 10,7 10,7
1ª-4ª série 304 57,6 60,4 71,2
5ª-8ª série 57 10,8 11,3 82,5
EM incompleto 14 2,7 2,8 85,3
EM completo 48 9,1 9,5 94,8
ES incompleto 7 1,3 1,4 96,2
ES completo 16 3,0 3,2 99,4
Pós-graduação 3 ,6 ,6 100,0
Total 503 95,3 100,0
Não considerados 99 25 4,7
Total 528 100,0
71
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Escolaridade da Mãe
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sem
escolaridade
53 10,0 10,4 10,4
1ª-4ª série 262 49,6 51,5 61,9
5ª-8ª série 68 12,9 13,4 75,2
EM incompleto 19 3,6 3,7 79,0
EM completo 62 11,7 12,2 91,2
ES incompleto 7 1,3 1,4 92,5
ES completo 34 6,4 6,7 99,2
Pós-graduação 4 ,8 ,8 100,0
Total 509 96,4 100,0
Não
considerados
99 19 3,6
Total 528 100,0
Escolaridade do Cônjuge
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sem
escolaridade
2 ,4 ,5 ,5
1ª-4ª série 14 2,7 3,8 4,3
5ª-8ª série 40 7,6 10,8 15,1
EM incompleto 30 5,7 8,1 23,2
EM completo 141 26,7 38,1 61,4
ES incompleto 36 6,8 9,7 71,1
ES completo 83 15,7 22,4 93,5
Pós-graduação 24 4,5 6,5 100,0
Total 370 70,1 100,0
Não
considerados
99 153 29,0
System 5 ,9
Total 158 29,9
Total 528 100,0
72
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Fez estágio supervisionado ao longo da formação?
Frequência Percentual Valid Percentual Percentual acumulado
Valid Sim 505 95,6 97,1 97,1
Não 15 2,8 2,9 100,0
Total 520 98,5 100,0
Não considerados 99 8 1,5
Total 528 100,0
Há práticas de formação realizadas na sua escola?
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sim 226 42,8 50,1 50,1
Não 79 15,0 17,5 67,6
Algumas
vezes
146 27,7 32,4 100,0
Total 451 85,4 100,0
Não
considerados
99 77 14,6
Total 528 100,0
A formação realizada na escola reflete na pratica do professor e na aprendizagem dos
alunos?
Frequência Percentual Valid
Percentual
Percentual
acumulado
Valid Sim 347 65,7 78,2 78,2
Não 21 4,0 4,7 82,9
Algumas
vezes
75 14,2 16,9 99,8
5 1 ,2 ,2 100,0
Total 444 84,1 100,0
Não
considerados
99 84 15,9
Total 528 100,0
73
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO II
PERFIL DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE P. PRUDENTE
TOTAL: 528 PROFESSORES
60% ATUAM NO DO ENSINO FUNDAMENTAL
40% NA EDUCAÇÃO INFANTIL
QUADRO 1 Situação funcional Sexo 70% EFETIVOS 23% CONTRATADOS 7 % OUTROS
99% SEXO FEMININO 1% SEXO MASCULINO
QUADRO 2 Idade
Estado civil
Residência
68,5% de 31 a 50 anos 18% de 21 a 30 anos 13,5 % de 50 a 60 anos ou mais
Casado 67,3% Solteiro 19,1% Outros 13,6%
Presidente Prudente 83% Outras cidades 13,5 %
QUADRO 3 Idade que começou a trabalhar
Tempo de serviço como docente
Tempo de serviço na rede
50,5 % começaram a trabalhar novos na faixa de 16 a 20 anos
15,5% até 5 anos 45% de 6 a 15 anos 39,5% + de 16 anos
58% dos docentes têm de 1 a 10 anos.
QUADRO 4
HORAS DIÁRIAS DE TRABALHO
HORAS SEMANAIS DE TRABALHO
HORAS SEMANAIS DE LAZER
94% dos professores trabalham de 5 a 10 horas.
41% trabalham de 26 a 30 h (não dobram)
59% trabalham de 31 a 35 horas ou mais
66% têm de 5 a 15 horas de lazer
QUADRO 5
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio 54,1%
fizeram a pré escola
1,7%
creche
83,6% dos que
cursaram o fizeram em
Escola pública
98,1% fizeram o
ensino regular
91% em escola pública
50,4 % fizeram o magistério
27,5% fizeram o
ensino regular e o magistério
91% fizeram na
escola pública
74
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
QUADRO 6 Graduação Pós Graduação
95% têm curso superior
5% não cursaram
62% cursaram em instituições particulares
34% cursaram em instituições
públicas 4% cursaram instituições públicas e
particulares
60% fizeram especialização
2% fizeram mestrado
38% não fizeram pós graduação
83,5% fizeram em instituição
particular e 12,2% fizeram em
instituição pública 4,3% fizeram em
instituições públicas e
particulares
QUADRO 7 Escolaridade do pai Escolaridade da mãe Escolaridade do cônjuge 71,7% cursaram o ensino fundamental 1º ciclo
65% cursaram o ensino fundamental 1º ciclo
38,1% cursaram o ensino médio 22,4% são graduados
QUADRO 8 Fez estágio supervisionado?
Há práticas de formação na escola?
A formação se reflete na prática e na aprendizagem dos alunos?
97% Sim 2,9% Não
50% sim 28% as vezes 15% não
78% sim 17% as vezes 5% não
ALGUMAS INDICAÇÕES: - Repensar a questão da dupla jornada e do acumulo de cargo caminhando para Jornada única/ dedicação exclusiva (Vide horas de trabalho e horas de lazer); - Garantir a formação universitária para os 5% dos professores que ainda não tem; - Refletir sobre o processo de formação inicial e continuada realizado na rede municipal (estágios, HTPCs, reuniões de planejamento e avaliação, etc.) atrelando aos dados de avaliações internas e externas.
75
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO III
PERFIL DOS EDUCADORES INFANTIS DA REDE MUNICIPAL DE P. PRUDENTE.
TOTAL: 296 Educadoras Infantis
82,4% na Creche
17,3% na Pré escola
0,03% no Ensino Fundamental
QUADRO 1 Situação funcional
Sexo
89,3% EFETIVOS 9,3% CONTRATADOS 1,3 % OUTROS
99,7% SEXO FEMININO 0,03% SEXO MASCULINO
QUADRO 2 Idade
Estado civil
Residência
72,7% de 31 a 50 anos 13,9% de 21 a 30 anos 13,2 % de 51 a 60 anos ou mais
Casado 64,9% Solteiro 19,6% Outros 15,6%
Presidente Prudente 91,5% Outras cidades 8,5 %
QUADRO 3 Idade que começou a trabalhar Tempo de serviço na rede 77 % começaram a trabalhar novos na faixa de 10 a 20 anos
77,2% dos educadores têm de 1 a 15 anos.
QUADRO 4
HORAS DIÁRIAS DE TRABALHO
HORAS SEMANAIS DE TRABALHO
HORAS SEMANAIS DE LAZER
99,7% dos professores trabalham de 5 a 10 horas.
99,6% trabalham 35 horas ou mais
83,4% têm de 5 a 15 horas de lazer
QUADRO 5
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio 40,9%
fizeram a pré escola
10,1% creche
88,4% dos que
cursaram o fizeram em
Escola pública
93,2% fizeram o
ensino regular
93,9% em escola pública
27,1 % fizeram o magistério
23,4% fizeram o
ensino regular e o magistério
92,1% fizeram na
escola pública
76
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
QUADRO 6 Graduação Pós Graduação
43,9% têm curso superior
54% não cursaram 2,1% estão cursando
87,9% cursaram em instituições
particulares 11,4% cursaram em instituições
públicas
92,5% não fizeram pós graduação 7,5 % fizeram especialização
78,9% fizeram em instituição
particular e 21,1% fizeram em
instituição pública
QUADRO 7 Escolaridade do pai Escolaridade da mãe Escolaridade do cônjuge 52,4% cursaram o ensino fundamental 1º ciclo e 24,3% não estudaram
50,7% cursaram o ensino fundamental 1º ciclo e 27% não estudaram
35,3% cursaram o ensino médio 20,9% cursaram o ensino fundamental
77
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO IV
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
CITE AS PROFISSÕES QUE JÁ EXERCEU. (DA PROFISSÃO MAIS ANTIGA ATÉ A MAIS RECENTE)
359 professores relataram que trabalharam / trabalham no setor educacional ou exclusivamente nele
234 no setor de serviços (comércio/ escritório)
VOCÊ ACREDITA QUE SUA FORMAÇÃO INICIAL CONTRIBUIU/CONTRIBUI PARA SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL? JUSTIFIQUE:
455 dizem que sim e justificam que contribui/ preparou para a atuação profissional
VOCÊ FEZ ESTÁGIO SUPERVISIONADO AO LONGO DE SUA FORMAÇÃO INICIAL? EM CASO AFIRMATIVO, QUAL A IMPORTÂNCIA DESTA ATIVIDADE PARA SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL?
472 dizem que sim e justificam que possibilitou reflexão sobre a prática com vistas a sua melhoria
23 dizem não ter feito
48 avaliam negativamente
QUE AUTORES VOCÊ CONHECE/LÊ E QUE AJUDAM NA SUA PRÁTICA EM SALA DE AULA?
350 professores citaram autores que tratam de temas relacionados a avaliação/ letramento/ linguagem.
357 autores da área da psicologia.
203 da formação de professores/ políticas públicas e legislação.
ALGUMAS INDICAÇÕES:
Necessidade de ampliar o repertório de autores e temáticas discutidas pelos professores tendo em vista a amplitude de aspectos envolvidos na prática pedagógica e a necessidade de focar a atuação/ prática do professor, a avaliação e a sua constante reflexão e retorno a ação.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Cite as profissões que já exerceu. (da profissão mais antiga até a mais recente) Profissões exercidas Freqüência Setor educacional (Professor, EI, Alfabetizadora de jovens e adultos, Auxiliar de Educação Infantil, Estagiário – Colégio Anglo, Instrutora de informática, Professor/aulas particulares, professora SENAC, Professora de Educação Infantil, Professora Auxiliar, Estagiária municipal, Coordenação Pedagógica)
273
78
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Setor de serviços (comércio): Atendente de lanchonete, Caixa de loja, vendas de porta em porta, Vendedor, Balconista, Feirante, garçom, garçonete, comerciante, cabeleireira, crediarista, operadora de telemarketing, confeiteira.
111
Setor de serviços (escritórios): Assessora de imprensa, Auxiliar administrativo, Auxiliar de escritório, Serviços administrativos, Saída de caixa, auxiliar de escritório, Secretária, Auxiliar de serviços gerais, atendimento ao cliente, Secretária, Caixa, Secretaria, monitora de informática, Secretário, Recepcionista, escrituraria, escrita fiscal, auxiliar de dentista, gerente de indústria.
123
Setor financeiro: Departamento pessoal, Telefonista, Atendente, Crediarista, Agência Bancária.
42
Profissional Liberal/Autônomo (Advogada, Microempresária).
3
Trabalhador rural 1 Serviços domésticos: Empregada doméstica, Babá, Cozinheira.
60
Funcionário Público 2 Trabalhos escolares (Inspetor, Secretaria).
4
Área da saúde 1 Outros serviços: Entregador de jornal; Guarda - mirim, Monitora de violino, Técnico em informática, supervisora de Censo, auxiliar fotográfico.
37
Somente professora. 86 Não respondeu 30 Total de respostas 773
79
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Você acredita que sua formação inicial contribuiu/contribui para sua atuação profissional? Justifique: Opções de Respostas Freqüência Contribuiu para Profissionalização (Formação Profissional)
214
Preparou para a futura atuação profissional (deu base, experiência, teoria e pratica, relação com a criança, cotidiano escolar, conhecimento, etc.)
207
Criticas 45 Modelos positivos 20 Em parte 6 Não contribuiu 3 Respostas confusas 10 Sim, mas não justificou. 14 NÃO RESPONDEU 16 Total 535
Você fez estágio supervisionado ao longo de sua formação inicial? Em caso afirmativo, qual a importância desta atividade para sua atuação profissional? Opções de respostas Freqüência Não fez estágio 23 Estagio contribuiu (análise positiva: para profissão, entender o cotidiano, vida escolar, aprender como ser professor, lidar com crianças, relação teoria e prática, conhecimento prévio, orientou, esclareceu, provocou reflexões, adquirir experiência)
455
Análise Negativa (não teve espaço, não foi bem recebido, não foi orientado, não foi suficiente).
48
Sim, mas não justificou. 17 Justificativa confusa 1
Não respondeu 17 Total 561
Que autores você conhece/lê e que ajudam na sua prática em sala de aula?
Opções Freqüência Alfabetização/Letramento/Linguagem 350 Literatura (Infantil/Adulto) 64 Psicologia 357 Auto-ajuda/Religião 130 Filosofia 6
80
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Formação de professores/Políticas Públicas/Legislação
203
Avaliação/Didática/ Metodologias 77 Livro Didático 2 PCN 5 Matemática 15 Psicopedagogia 5 Periódicos (Nova Escola, Super Interessante)
10
Alega que atualmente não tem lido 8 Não cita nomes de autores 15 Não respondeu 71 Outros 90 Total 1.408
81
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO VI
FORMAÇÃO CONTINUADA
CURSOS/ATIVIDADES:
OFERECIDAS PELA SEDUC -
240 professores citam cursos de curta duração de até 120h
150 não responderam
BUSCADAS POR VOCÊ-
403 professores citam curso de longa duração com mais de 120h até 360h.
100 não responderam.
REALIZADAS NA ESCOLA-
204 citam a HTPC
255 não responderam
137 citam atividades de formação fora do HTPC
QUAIS SÃO AS DIFICULDADES NA REALIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA? PONTUE POR ORDEM DE PRIORIDADE.
173 não responderam
113 colocam com dificuldade a organização do tempo e do horário
HÁ PRÁTICAS DE FORMAÇÃO REALIZADAS NA SUA ESCOLA?
226 dizem que sim
146 dizem que algumas vezes
79 dizem não haver práticas de formação na escola
40 não responderam
EM CASO AFIRMATIVO, APONTE POR ORDEM DE PRIORIDADE AS QUE VOCÊ CONSIDERA MAIS IMPORTANTES.
386 professores apontam as atividades relacionadas a Discussão de temas do cotidiano, as HTPCs e trocas de experiência.
ALGUMAS INDICAÇÕES:
- Rever conceitos e práticas relacionadas à formação continuada e a forma de organização desse momento de formação na escola.
82
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO VII
FORMAÇÃO CONTINUADA Cursos/atividades: Oferecidas pela SEDUC
Opções Freqüência Congressos 116 Cursos curta duração (120h) 118 Cursos longa duração (120h-180h) 104
Não especificado 50 Não respondeu 150 Nenhum 20 TOTAL 548
Buscadas por você:
Opções Freqüência Congressos 50 Cursos curta duração (120h) 134 Cursos longa duração (+120h-180h) 138 Cursos de especialização (360h) 265 Não respondeu 100 Não especificado 20 Nenhum 10 TOTAL 717
Realizadas na escola:
Opções Freqüência HTPC 204 Atividades de formação fora do HTPC 137 Não respondeu 255 Não especificado 28 Nenhum 48 TOTAL 673
Quais são as dificuldades na realização dos momentos de formação centrada na
escola? Pontue por ordem de prioridade. Respostas Freqüência
Tempo/horário 113 Organização (preparo do organizador, burocracia, parcerias, temas)
92
Estrutura (espaço, materiais, recursos) 90 Interesse/compromisso 72 Respostas que não se adéquam a questão 45 Não respondeu 173 Nenhum 30 Total 615
83
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Há práticas de formação realizadas na sua escola? Em caso afirmativo, aponte
por ordem de prioridade as que você considera mais importantes. Há práticas de formação realizadas na sua escola?
Frequência
Percentual
Valid Percentual Percentual acumulado
Valid Sim 289 35,1 40,8 40,8 Não 153 18,6 21,6 62,4 Algumas
vezes 266 32,3 37,6 100,0
Total 708 85,9 100,0 Não
considerados
99 116 14,1
Total 824 100,0
Cargo * Há práticas de formação realizadas na sua escola?
Há práticas de formação realizadas na sua escola? Total
Sim Não Algumas vezes
Cargo Professor
226 79 146 451
EI 63 74 120 257 Total 289 153 266 708
Respostas Freqüência Primeira parte Sim 226 Não 79 Algumas vezes 146 Não respondeu 40 TOTAL 491 Segunda parte Temas do cotidiano escolar (indisciplina, leitura, preparação de aulas, ética profissional)
162
HTPC 156 Troca de experiências 68 Respostas que não se adéquam a questão 52 Não respondeu 40 Não Justificaram. 65 Total 543
84
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO VIII
FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA
O QUE ENTENDE POR FORMAÇÃO CONTINUADA?
381 professores conceituam a formação continuada como Aperfeiçoamento/ atualização profissional/ continuidade da formação.
PARA VOCÊ O QUE É FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA?
363 definem a formação centrada na escola como espaço para a realização de atividades internas da escola seja para resolução de problemas da U.E e ou outras definições tais como eventos, recados, combinações etc.
A FORMAÇÃO REALIZADA NA ESCOLA TEM REFLEXOS NA PRÁTICA DO PROFESSOR E COMO CONSEQÜÊNCIA NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS?
359 dizem que sim e justificam que com ela ocorre a melhoria da prática pedagógica e de aprendizagem dos alunos, pois é organizada tendo como base a realidade das escolas.
PRA VOCÊ HTPC É:
504 professores dizem que a HTPC é: troca de experiência, planejamento e estudo e reflexão.
SE VOCÊ PUDESSE MUDAR ALGO NA FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA O QUE MUDARIA E POR QUÊ?
246 não responderam
175 falam da organização e adequação de tempo e horário.
ALGUMAS INDICAÇÕES:
- Rever conceitos e práticas relacionadas à formação continuada e a forma de organização desse momento de formação na escola.
- Repensar a questão da dupla jornada e do acumulo de cargo caminhando para Jornada única/ dedicação exclusiva (Vide horas de trabalho e horas de lazer e o que mudaria na formação centrada na escola);
85
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO IX
FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA O QUE ENTENDE POR FORMAÇÃO CONTINUADA?
CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Resposta inadequada 63 Continuidade da formação 153 Aperfeiçoamento/atualização profissional (pratica) 228 Atividades externas à escola 53 Atividades internas na escola 58 Não respondeu 70
PARA VOCÊ O QUE É FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA?
CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Resposta inadequada 44 Atividades internas para resolução de problemas da u.e. 223 Atividades internas gerais 140 Outras atividades (cursos, palestras, etc. 76 Não tem 41 Não respondeu 106
A FORMAÇÃO REALIZADA NA ESCOLA TEM REFLEXOS NA PRÁTICA DO
PROFESSOR E COMO CONSEQÜÊNCIA NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS? RESPOSTA NÃO:
Resposta Freqüência Não justificou 26
RESPOSTAS - SIM
CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Melhoria da pratica pedagógica 173 Melhoria da aprendizagem dos alunos 116 Atende a realidade da escola. 70 Resposta inadequada. 3 Não justificou 56 Não respondeu 105
RESPOSTAS - ALGUMAS VEZES
CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Melhoria da pratica pedagógica 1 Melhoria da aprendizagem dos alunos 0 Atende a realidade da escola. 6 Resposta inadequada. 3 Não justificou 38 Não respondeu 6
86
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
PRA VOCÊ HTPC É: CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Troca de experiências 238
Momento de planejamento 98
Momento de estudo e reflexão 168 Aspectos negativos do HTPC 51 Respostas não adequada 39
Não respondeu 34 Planejamento de outras atividades da escola (eventos) 22 Atividades burocráticas 30
SE VOCÊ PUDESSE MUDAR ALGO NA FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA O QUE MUDARIA E POR QUÊ? CATEGORIAS FREQÜÊNCIA Adequação de tempo e horário 85 Cursos com especialistas (psicólogo, fonoaudiólogo, etc.) 51 Troca de experiências 46 Não mudaria 52 Organização (adequação de temas, burocracia, dinâmica) 90
Respostas inadequadas 73
Não respondeu 246
87
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO X
REPRESENTAÇÕES DA PROFISSÃO
SE PUDESSE ESCOLHER OUTRO CURSO, QUAL ESCOLHERIA? POR QUÊ?
216 escolheriam licenciaturas ou pedagogia
118 Psicologia
114 escolheriam o mesmo curso que fizeram, não mudariam
129 não responderam
PARA MIM, SER PROFESSOR É...
Para 216 professores ser professor é Amar a profissão/ realização de um sonho/ é um dom/ dádiva;
196 apontam como características do professor a formação do aluno cidadão e a transmissão de conhecimento;
110 apontam as dificuldades e desafios para o exercício da docência.
VOCÊ PENSA EM MUDAR DE PROFISSÃO?
366 gostam do que fazem e não mudariam, sendo que 35 deles gostariam de ocupar outros cargos/funções na educação;
85 demonstram indecisão, ora gostariam de ficar, outras de sair
59 dizem pensar em mudar de profissão tendo em vista a desvalorização e falta de motivação para o trabalho.
VOCÊ ACHA QUE HÁ DIFERENÇA ENTRE OS ALUNOS QUE FREQÜENTAM A ESCOLA PÚBLICA E A ESCOLA PARTICULAR HOJE?
338 dizem que sim tendo em vista o nível sócio cultural da família e a estrutura da escola
146 dizem que não
64 dizem que depende
PORQUE VOCÊ ACHA QUE OS ALUNOS VÃO À ESCOLA?
275 dizem que para aprender, se desenvolver e adquirir conhecimentos.
146 dizem que por obrigação e influencia familiar;
134 dizem que por necessidades da família: não tem onde deixar e pela alimentação;
78 para interagir com as outras pessoas.
COMO VOCÊ ACHA QUE DEVE SER O SEU PAPEL COMO PROFESSOR DIANTE DOS ALUNOS QUE ESTÃO NA ESCOLA HOJE?
142 dizem que seu papel é de Mediador/ facilitador de aprendizagens;
141 dizem que é ser um profissional crítico e comprometido com a formação de cidadãos;
102 dizem que é transmitir conhecimentos e preparar o aluno para o futuro
88
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
103 apontam como primordial a habilidade par despertar o interesse dos alunos.
ALGUMAS INDICAÇÕES:
- Resgatar e construir junto ao grupo de professores e a sociedade em geral qual o papel e importância do professor hoje e qual o perfil que esperamos dele.
- Pensar em formas de organização da prática pedagógica com vistas a devolver a escola o papel de transmitir os conhecimentos acumulados pela sociedade sem perder de vista o papel ativo que o aluno deve exercer nesse contexto.
89
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
ANEXO XI
REPRESENTAÇÕES DA PROFISSÃO
Se pudesse escolher outro curso, qual escolheria? Por quê?
Categorias Freqüência Resposta inadequada (ex. Psicopedagogia, educação especial, informática, inglês) pós-graduação
50
Psicologia 118 Direito 13 Medicina veterinária 3 Jornalismo 9 Artes 31 Serviço social 36 Pedagogia 65 Letras 58 Física 1 Matemática 62 Fonoaudiologia 3 Economia 2 Turismo 1 Arquitetura 7 Ciências biológicas 4 História 9 Administração 6 Secretariado 2 Agronomia 1 Estatística 1 Música 1 Filosofia 3 Enfermagem 3 Teologia 2 Medicina (pediatria) 5 Educação física 5 Nutrição 2 Educação artística 3 Computação 1 Não respondeu 129 Não mudaria 114 Engenharia 2 Total 752 Para mim, ser professor é... Categorias Freqüência Amar a profissão/gratificante/gostar do que faz/ realização de um sonho
147
90
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Formar cidadãos/alunos 108 Ser comprometido (ser paciente) 92 Transmitir conhecimentos 88 Um dom (missão, dádiva, vocação) 69 Enfrentar dificuldades/desafios 110 Não respondeu 47 Respostas inadequadas 45 Outras respostas 12 Total 718 Você pensa em mudar de profissão? Categorias Freqüência Sim. Falta de: motivação, valorização. 59 Não. Mudança de cargo/função dentro da educação
35
Não. Gosto do que faço 274 Não sei/às vezes/talvez/por enquanto não 85 Respostas inadequadas 11 Não respondeu 41 Não 57 Total 562 Você acha que há diferença entre os alunos que freqüentam a escola pública e a escola particular hoje? Justifique Resposta Freqüência Sim 338 Não 146 Depende/às vezes 64 Não respondeu 27 Resposta inadequada 11 Total 528 Porque você acha que os alunos vão à escola? Respostas Frequência Obrigação e/ou influência familiar 146
Aquisição de conhecimento/ aprendizagem e desenvolvimento 275 Interação social 78 Necessidade dos pais: não têm onde deixar ou pela alimentação 134 Programas do governo 29 Não respondeu 32
Resposta inadequada 22
Outras respostas 14
Total 730
Como você acha que deve ser o seu papel como professor diante dos alunos que estão na escola hoje?
91
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
Categorias Freqüência Mediador/orientador/facilitador do aprendizado 142 Profissional comprometido/crítico/ formar cidadãos de forma integral para viver em sociedade
141
Transmitir conhecimentos e preparar o aluno para o futuro 102 Várias funções, como: amigo, exemplo (orientador), psicólogo, pai, mãe, assistente social.
73
Habilidoso, que desperta o interesse dos alunos. 103 Não respondeu 47 Outras respostas 18 Total 626