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Relatório dos projetos
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RedeParceria
SocialRelatórioProjetosVonpar
2009 | RS
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Fundação VonparPresidente: Rodrigo VontobelDiretor Executivo: Léo VoigtContadora: Cristiane Souza
CAMP – Centro de Educação PopularSecretário Executivo: Mauri José Vieira CruzEquipe técnica:Alessandro Soares Beatriz Hellwig Daniela Zilio Raquel Chites Robinson Henrique ScholzRoque Spies
Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social – SJDSSecretário: Fernando Luis SchülerDiretora executiva: Denise Ries RussoCoordenador da Rede de Parceria Social: Daltro Jardim GarciaCoordenador da Lei da Solidariedade:Roberto Silva Pesce
DiagramaçãoBeto Fagundes | Agência de Arte
RedeParceria
SocialRelatórioProjetosVonpar
2009 | RS
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í n d i c e
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7 Apresentação - Rodrigo Vontobel
9 Apresentação - Secretário Fernando Luis Schüler
11 Introdução - Léo Voigt
17 Projeto Integrado da Reciclagem
23 Projetos
24 Reciclando Cooperação e Cidadania
28 Recicla Tuca
29 Recicladores Atuando em Rede
33 Reciclar, Aprender e Empreender
34 Projeto Recicladores - Trabalho em Rede e Qualificação da Gestão
38 Lixo é Luxo
39 Cadeia Produtiva da Reciclagem: Caxias Sustentável
42 Socioambiental Acata 2009/2010
43 Melhorando as Condições de Trabalho da Ecos do Verde
44 Reciclando Vidas
45 Autogestão Para Geração de Trabalho e Renda com Catadores
46 Desenvolvimento do Associativismo na Área da Reciclagem em Passo Fundo
49 Centro de Triagem a Arte de Reciclar
50 Reciclar - Um Sonho - Uma Realidade
51 Catadoras: Construindo Cidadania e Consciência Ambiental
53 Gestão Administrativa Financeira dos Projetos
57 Resultados Gerais
59 Indicadores
67 Aprendizados e Desafios
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CONTINUIDADE E COMPROMISSO COM A CAUSA
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Oinvestimento social da Vonpar teve a reco-mendada continuidade, mantendo a linha e metodologia de atuação. Os projetos e uni-
dades beneficiadas em 2009 se expandiram em número e nas expectativas de oportunizar bons resultados.
A peculiaridade do exercício ocorreu por conta de nossa maior experiência em apoiar projetos de asso-ciações de recicladores, maior objetividade no uso dos aprendizados, além de novos parceiros que foram se jun-tando ao projeto de inserção produtiva e empreendedo-rismo popular para catadores e associações de reciclagem nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Aqui, todos serão apresentados ao longo destas páginas que se-guirão.
Estamos aqui consolidando dados referentes aos projetos no RS, apoiados em parceria com a Secretaria Es-tadual da Justiça e do Desenvolvimento Social. Apresen-tamos detalhes da operação do ano e, em primeira mão, os resultados colhidos. Pelo menos os resultados que são quantificáveis e sejam passíveis de consolidação na fase de prestação de contas final a Rede de Parceria Social.
No ano os galpões de reciclagem, assim como nós e nossos parceiros de operação, experimentamos mo-mentos bem distintos em um mesmo exercício. Iniciamos a carteira em plena vigência da crise macro-econômica, em que os indicadores nacionais de refluxo aplacaram também a comercialização de todos os tipos de materiais que são triados nas unidades de reciclagem de periferia urbana, levando preços de compra a valores tão reduzi-
dos que se tornaram impraticáveis para os trabalhadores do sistema.
No segundo semestre, houve recuperação lenta e isto foi o suficiente para reaquecer o mercado de mate-riais. Esta era a realidade ao final do ano quando proce-demos o encerramento dos dados: recuperação de postos de trabalho e valores da partilha entre os catadores.
A leitura atenta demonstra, em números, as di-ficuldades deste período. No entanto, elas não impedi-ram de alcançarmos expressiva expansão da renda média mensal, elemento considerado central para outras melho-rias qualitativas na vida desta população.
Por fim, em 2009 a empresa deu passos inovado-res em sua trajetória, tendo criado a Vonpar Alimentos em complementação a Vonpar Refrescos, por todos co-nhecida há 60 anos. A expansão da atividade empresarial se dá em consonância com nossas ambições na atividade comunitária - cultural e social. Estamos dedicados a mon-tar uma operação que busca edificar conquistas compar-tilhadas em todos os campos de nossa atividade e respon-sabilidade. Almejamos prosseguir o sucesso empresarial crescente, compartilhar as conquistas com os segmentos mais excluídos de nossa região de atuação, estabelecen-do um ciclo longo de sustentabilidade das empresas, das pessoas e do ambiente.
Vamos acompanhar o Brasil nesta virada!
Rodrigo VontobelPresidente da Fundação Vonpar
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A Vonpar tem sido uma empresa de vanguarda na gestão social. Gestão de projetos em rede, junto a um segmento da população que vive
em situação por vezes de extrema vulnerabilidade social. A escolha em trabalhar no segmento da reciclagem por certo reflete uma opção de enfrentar o tema da exclu-são exatamente no espaço em que ele se faz mais agudo. Onde se combinam a privação de renda, o preconceito, o déficit educacional e cultural e a convivência com as diver-sas patologias sociais, da violência e da drogadição.
Tem sido uma satisfação, nestes anos, trabalhar com a Vonpar junto à Rede Parceria Social. Pelo envolvi-mento direto da Empresa, de seus dirigentes e executi-vos, a parte a liderança e apuro técnico alcançado pela Fundação Vonpar. É efetivamente um grande desafio dar eficiência á gestão dos galpões de reciclagem, melhorar as condições de trabalho, agregar valor sob a forma de novas tecnologias, maior acesso ao mercado e maior si-nergia entre os diversos atores que integram a cadeia da reciclagem.
Em especial, o trabalho que a Vonpar vem rea-lizando chama a atenção na medida em que apresenta um traço explicitamente não-assistencial. Isto é, seu ob-jetivo é tornar as organizações e comunidades envolvidas na reciclagem gradativamente independentes e capazes de trabalhar por si mesmas junto ao mercado, com o do-mínio de boas técnicas de gestão e capacidade de prover uma renda digna para as famílias. Isto expressa o melhor de uma política social. Políticas sociais devem ter como foco a emancipação dos indivíduos, condição essencial ao exercício pleno da cidadania.
Que a Vonpar continue nesta mesma direção, sabendo que o trabalho social em rede é o resultado de uma lenta e por vezes difícil construção. A Rede Parceria Social é uma forma de dar escala a este trabalho de rede e de permitir um uso inteligente dos benefícios da Lei da Solidariedade. Que o exemplo da Vonpar possa ser útil a muitas empresas gaúchas.
Fernando Luis SchülerSecretário de Estado da Justiça e do Desenvolvimento Social
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POLITICA PÚBLICA EM REDE
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Metodologia e Desenvolvimento
Por ocasião da publicação do Edital 2009 a Funda-ção Vonpar recebeu 34 postagens contendo 38 projetos. Destes, 15 projetos foram considerados
plenamente em acordo com as normas do Edital. Nestes estavam abrigadas 38 unidades associativas de recicla-gem de 22 cidades gaúchas.
O acompanhamento técnico das entidades can-didatas começou antes mesmo da aprovação final pela Comissão de Avaliação de Projetos – CAP, integrada por representantes de diferentes setores da política pública de assistência social. Durante a etapa de leitura e análise deu-se início ao processo de conhecimento e aproxima-ção que caracteriza a metodologia de acompanhamento, além de efetiva cooperação técnica. Nesta fase denomi-nada pré-qualificação, as equipes da Fundação Vonpar e CAMP visitaram as organizações que não eram integran-tes da Rede de Parceria Social (RPS) para conhecer a re-alidade, dialogar sobre a avaliação, qualificar a demanda que apresentavam para a RPS, além de auxiliar na elabo-ração da versão final do projeto.
Com base na aproximação e em projetos melhor estruturados chegou-se a avaliação da CAP para aprova-ção final, tendo o trabalho logrado enquadrar no finan-ciamento as 38 unidades que desde o primeiro momento eram consideradas aptas a concorrer. Assim, foram assi-nados 15 contratos incluindo 37 galpões de reciclagem de RSU e um centro de educação profissional de jovens, que realiza reciclagem de computadores.
Desde o primeiro momento os projetos recebe-ram visitas da equipe técnica para monitoramento da execução do plano. Trabalhou-se na melhoria das condi-ções de trabalho e renda dos catadores, sustentabilidade
dos empreendimentos associativos analisando-se aspec-tos sociais, econômicos e ambientais em cada unidade. Durante as ações no terreno houve especial esforço para compartilhar com os integrantes da associação as ações e objetivos planejados no projeto, o comprometimento que representa receber recursos financeiros, os resultados a serem buscados, conectando os fins com as melhorias via-bilizadas pelo financiamento.
A metodologia de comprometer todos com o projeto visa contribuir para que recicladores e lideranças analisem criticamente a situação da unidade, visualizem as melhorias a serem buscadas e fortaleçam dinâmicas de participação, transparência e compromisso, reduzindo a alienação sobre resultados bem como manipulações e centralização demasiada.
No acompanhamento e avaliação dos projetos as equipes realizaram escuta e diálogo, coleta de dados, oferta de insumos e instrumentos, problematização da si-tuação e busca de soluções, informações que alimentam pareceres e indicadores de impacto sócio-econômico, tais como:
1. Número de trabalhadores beneficiados e vagas novas criadas;2. Incremento na tonelagem de materiais proces-sados (coleta de dados por tipo de material);3. Valor alavancado por meio de novas parcerias a partir do início do projeto;4. Número de dependentes diretamente benefi-ciados;5. Número de entidades envolvidas e cidades be-neficiadas;6. Recursos financeiros gerados e valores ratea-dos entre os integrantes.
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A EXPERIÊNCIA DO INVESTIMENTO VONPAR EM 2009
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Além de avaliar, objetiva-se instrumentalizar os associados com informações que findam não acessando ou mesmo não se envolvendo dentro da unidade, dele-gando às lideranças estas tarefas por desinteresse. Am-pliar a percepção sobre a importância do trabalho que realizam e viabilizar a implantação de ferramentas de ges-tão que possam auxiliar no controle da produção e dos resultados são objetivos do monitoramento.
Outro enfoque central é o diálogo com o poder público local sobre coleta seletiva. Unidades populares de triagem não são viáveis sem materiais entregues à do-micílio e em escala, obtidos por meio da coleta seletiva pública. Assim, durante a cooperação técnica, estimula-se a articulação de empresas privadas locais, comunidade e prefeituras no gerenciamento dos resíduos sólidos da cidade. Embora menos freqüente que o desejável, o fato é que o ingresso de novos players na localidade, como as
grandes empresas e governo estadual, induz a uma mobi-lização antes difícil de acontecer. Freqüentemente a car-teira Vonpar foi o elemento indutor da primeira política municipal para resíduos recicláveis. Em outros lugares viabilizou, pelo menos, diálogos produtivos entre atores locais que antes não se punham em acordo.
A formação alcançada aos catadores, viabilizada com apoio da Fundação Banco do Brasil e executada pelo CAMP, foi construída sobre o conhecimento acumulado pelas organizações do Projeto Integrado. Com base na avaliação das capacitações previstas nos projetos, o de-senvolvimento concentrou-se nos pontos de dificuldades. Destacam-se os gargalos na comercialização e dificulda-des de classificação correta dos RSU – resíduos sólidos ur-banos. Uma vez que são diferentes os níveis de aprendi-zado entre os grupos, a oferta de oficinas de capacitação foi formatada de acordo com as características e deman-das de cada unidade.
• Formação sobre Comercialização: aprofunda-mento da temática da comercialização e arti-culação de estratégias comuns entre as unida-des vizinhas para solução dos maiores desafios, bem como estudos de mercado, técnica de classificação e logística.
• Visitas Técnicas: visitas as experiências de boas práticas para conhecerem processos produti-vos exemplares, modelos de gestão bem suce-didos, relações de parceria com poder público, destinação dos materiais e visitas a indústrias que utilizam RSU.
• Estudos de Viabilidade Econômica e Gestão Participativa: realização de estudos de viabi-lidade econômico-financeira e maior envolvi-mento dos integrantes com o gerenciamento das associações.
Visita à Associação de Recicladores de Bom Princípio
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Implantar sistemas de acompanhamento e apu-ração de dados na reciclagem e estabelecer indicadores que sejam comparáveis passou a ser um longo e não total-mente alcançado desafio. Uma simples planilha para lan-çamento dos dados de recebimento e produção significa, por si só, um avanço no gerenciamento e fator de transpa-rência entre associados.
Com a perspectiva de capacitar e mobilizar foram realizados dois encontros estaduais de integração entre associações e entidades de apoio, troca de experiências e retroalimentação do processo. O encontro final, deno-minado Simpósio Recicla Brasil Sul, reuniu recicladores, representantes de prefeituras e do Estado, parceiros do setor privado, entidades de apoio e comunidade acadê-mica atuante na temática.
Dados referentes a materiais comercializados e preços obtidos, que são rotineiramente tabulados no mo-nitoramento Vonpar, serviram como base de dados para uma pesquisa desenvolvida em 2009 e que está descrita no próximo capítulo. Para firmar o comprometimento dos galpões no levantamento dos dados foram feitas visitas específicas as unidades da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) para alinhamento sobre a responsabilida-de com informações mensalmente apuradas, elementos partilhados durante o Simpósio. Ao final, foi fornecida pla-nilha de acompanhamento contendo os diferentes tipos de materiais, quantidades comercializadas, forma e preço de venda.
Impactos Preliminares
Os 38 projetos financiados cumpriram o crono-grama de desembolsos dentro do prazo, sem haver perda de recursos ou cancelamento do investimento. Tão pouco foi identificado ou denunciado qualquer desvio dos fins
contratados. Com freqüência, houve eficiência na aplica-ção dos recursos sendo recorrente a execução orçamen-tária com menor dispêndio do que o orçado. Isto permitiu o remanejamento complementar para outras rubricas ou, eventualmente, a aprovação de novas despesas, coeren-tes com o projeto.
Por outro lado, a desejada alavancagem de recur-sos - mais R$ 2,00 a cada R$ 1,00 investido pela Vonpar - não foi alcançada. Isto se deve, queremos crer, a dois fatores:
1. Galpões de Reciclagem não repetem o mesmo desempenho de entidades assistenciais tradicio-nais, profícuas na mobilização de mais recursos, complementares a um orçamento base aprova-do. As associações de reciclagem são, reconheci-damente, uma nucleação de pessoas socialmente carentes (em risco social), porém com fins pecu-niários porque auferem resultado econômico de suas atividades. Isto reduz a disponibilidade de doações na comunidade.2. As parcerias mais freqüentes dos galpões se dão com o poder público local, ou empresa de coleta pública. Elas passam a contemplar as asso-ciações na política de coleta e destinação de resí-duos urbanos. Isto não é contabilizado a guisa de alavancagem de recursos por difícil quantificação destes aportes e porque esta medida de impacto se avalia na variação de renda para os associados (elevação da renda média mensal).
Em contrapartida os recursos de alavancagem foram mais expressivos na captação de parcerias diretas da própria Carteira Vonpar, tendo reunindo outras orga-nizações financiadoras para os mesmos fins e estratégia, que deram origem ao Projeto Integrado: Braskem, Funda-
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ção Banco do Brasil, CAMP, IFSUL (Instituto Federal Sul-rio-grandense). Logo, os recursos originais de R$ 752 mil alcançaram outros R$ 700 mil para projetos de reciclagem no RS, representando 1/1 de alavancagem no exercício de 2009.
De forma semelhante, a meta de gerar novas va-gas de trabalho no interior das associações, teve desem-penho atípico como a própria economia em 2009. Nos pri-meiros 5 meses houve redução drástica da atividade nos galpões, havendo unidades que paralisaram o trabalho entre fevereiro e março. Logo, o indicador apurado nos primeiros 6 meses do ano apontou redução das vagas de trabalho, tendo ficado negativo. Entretanto, a recupera-ção da atividade econômica no mundo e no Brasil duran-
te o segundo semestre do ano, permitiu 100% de recuperação das vagas de trabalho perdidas. Muito embora não tenhamos dados referentes ao mês de de-zembro, por fechamento deste relatório, a variação de vagas de trabalho entre o primeiro mês do financiamento e o último foi próxima de zero.
A boa notícia é a expan-são da renda mensal ao longo do ano. A renda expandiu, em média, 26% nas 37 unidades de reciclagem durante o período.
Concluímos a segun-da rodada de financiamento Vonpar através da Rede de Par-ceria Social, tendo alcançado bons resultados apesar do ano de relativa crise no setor. Fo-
ram dados importantes passos para a formação de uma rede comprometida com a reciclagem e com os catado-res no Rio Grande do Sul. O ano tornou a todos nós mais experientes e maduros e aproximou ainda mais para as próximas rodadas.
Aprendizados e Desafios para 2010
Consolidar os ricos aprendizados em curso na carteira Vonpar exigiria uma publicação volumosa, de caráter técnico-descritiva, o que comprometeria o obje-tivo instrumental do presente documento: leitura fácil e prestação de contas.
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Simpósio Recicla Brasil Sul
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Antes de avançar, é necessário relembrar que a caminhada percorrida pelo investimento social privado da Vonpar aqui apresentada está limitada a descrever o exer-cício de 2009. Porém, contém processos e descobertas das diversas edições. Ter uma verdadeira apreensão da acumu-lação em andamento exige a leitura atenta de cada relató-rio anual, os pareceres e consolidações comparativamente.
Vamos construindo este empreendimento social de forma cumulativa e visualização histórica. Os impactos serão mais expressivos em ciclos completos, sem interrup-ções anuais, como funcionam os programas e planejamen-tos.
Dentre as convicções construídas nestes anos, compartilhada com os envolvidos no período 2007/2009, está a compreensão da reciclagem popular como um even-to oficioso, marginal na sociedade e periférico no sistema, de baixíssimo custo operacional e socialmente penoso, que existe em todos os lugares onde há população presente.
Os entes da reciclagem podem ser classificados nos seguintes níveis do “sistema”:
Catadores – são os “puxadores de carrinho”• desorganizados e fragmentados• tem caráter marginal no sistema• não acessam apoios públicos ou privados• não estão integrados ao sistema de coleta pú-
blica
Triagem - galpões de separação de RSU• organizados em associações, tem vínculos e
certa permanência• são prioridade para apoio Vonpar• visam nuclear, organizar os catadores• dependem diretamente da coleta seletiva pú-
blica
Comercialização – chamados de “atravessadores”• maior margem de resultado econômico• tem todo o tipo de agente: parceiros & ex-
ploradores• aspira-se fazer um atalho, sempre que possí-
vel, sobre este grupo
Beneficiamento – quando a unidade agrega valor ao material triado• é o atual desafio do sistema: avanço de pa-
radigma• acontece quando os trabalhadores são quali-
ficados: produtividade• custos de investimento são mais elevados:
tecnologia• exige materiais em escala: caminho do con-
sórcio entre associações• foco do novo investimento Braskem: 2010• só são viáveis quando já se tornaram “siste-
mistas” na coleta pública
Com base nesta compreensão definiu-se a estra-tégia de apoio e a busca de novos parceiros para partici-par das tarefas que não alcançamos sozinhos.
A carteira Vonpar almeja ser uma experiência de política pública que retire os catadores da periferia do sis-tema, inscreva-os como entes prestadores de um serviço de interesse público e ambiental e alcancem viabilidade econômica e financeira de longo prazo, a ponto de gerar sustentabilidade para os envolvidos.
Léo Voigt Diretor Executivo da Fundação Vonpar
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1º Encontro Estadual
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A Formação da Parceria
A carteira Vonpar de fomento ao empreende-dorismo em unidades populares de recicla-gem completou o segundo ano consecutivo
de investimentos, aprendizados e avaliação de resultados. Integrante da Rede de Parceria Social do Governo Estadu-al, é financiada pela empresa Vonpar Refrescos tem como entidade âncora a Fundação Vonpar. Em 2009 logrou reu-nir outros parceiros financiadores e técnicos ampliando o escopo do trabalho.
A integração de novas organizações ampliou o potencial de mudanças no ambiente dos galpões de tria-gem de resíduos, facilitou a execução dos projetos das unidades de triagem e permitiu desenvolver modelos de gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, opor-tunizando maior sustentabilidade para a cadeia de recu-peração e comercialização de descartes.
Além da continuidade do investimento da Funda-ção Vonpar, em associação executiva com o CAMP - Centro de Educação Popular, responsável pelo acompanhamento no terreno, se somaram à estratégia de ação a Fundação Banco do Brasil e a empresa Braskem. Cada organização atendeu sua programação de investimento social privado, só que findou trabalhando conjuntamente, integrando e fortalecendo uma mesma estratégia pública de ação, ge-rando resultados não previstos e produtos além daqueles contratados originalmente.
No planejamento conjunto a iniciativa foi deno-minada Projeto Integrado. Envolveu 38 unidades de tria-
gem, distribuídas em 22 cidades do estado do Rio Grande do Sul, com os seguintes eixos de atuação:
• Financiamento e tecnologia para sistemas de tria-gem e comercialização de RSU
• Monitoramento de associações por indicadores sócio-econômicos de gestão e proteção social
• Assistência Técnica e capacitação para catadores e lideranças
• Pesquisas de campo nos galpões e do mercado de resíduos pós-consumo
Liderando o Projeto Integrado, a Fundação Vonpar participou com uma carteira de R$ 752 mil desti-nada às 38 unidades associativas aprovadas pela Comis-são de Avaliação de Projetos da Secretaria da Justiça e De-senvolvimento Social, por meio da Lei da Solidariedade. Neste ano deu-se continuidade a contratualização com o CAMP que, por seu turno, investiu R$ 79.800,00 mil com recursos próprios a guisa de contrapartida.
De outro lado a Fundação Banco do Brasil apro-vou um projeto de R$ 148 mil para capacitação técnica das associações e para a realização da pesquisa, dos quais foram aplicados R$ 96 mil em 2009: “Reciclagem de Re-síduo Pós-consumo no Rio Grande do Sul – Enfoque na cadeia de fornecimento de matéria prima”. O estudo foi realizado pelo CAMP, em parceria com a consultoria Ma-xiquim, especializada em mercado de plásticos, e fez um levantamento detalhado sobre a realidade das unidades populares de reciclagem, coletando informações sobre comercialização e mercado de resíduos na Região Metro-politana de Porto Alegre – RMPA.
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PROJETO INTEGRADO PARA A RECICLAGEM
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Durante a execução destes componentes foi aprovada na Secretaria de Justiça e Desenvolvimento So-cial (SJDS) e lançada a carteira Braskem de investimentos em reciclagem, denominada Inclusão Produtiva - Consór-cios de Reciclagem e Empreendedorismo. Dentre as 38 associações selecionadas pela CAP, três delas se revela-ram aptas a receber tecnologia e capacitação para bene-ficiamento de materiais – triagem, lavagem, picotagem e comercialização direta com a indústria de plásticos. As condições para justificar o investimento para agregar va-lor aos materiais da triagem são:
a) unidade da associação e gestão interna quali-ficada;b) produção organizada em processo, capaz de operar em larga escala;c) equipe qualificada para operar o sistema de beneficiamento;d) volume de materiais em escala, seja da própria unidade ou operando em consórcio com outros galpões.
A cuidadosa preparação de aplicação findou levan-do a carteira Braskem a iniciar os desembolsos no montan-te de R$ 378 mil no ano que inicia. Deverá concluir investi-mentos e avaliação de impacto ainda no primeiro semestre de 2010.
Por fim, as organizações que formaram o Projeto Integrado convidaram o Instituto Federal Sul-rio-grandense – IFSUL, localizado em Sapucaia do Sul, entidade educacio-nal especializada em formação profissional e pesquisa so-bre plásticos, a integrar o grupo gestor.
Congregando objetivos complementares, estas organizações reuniram-se em oficina de planejamento no mês de maio, tendo por ferramenta a metodologia de Pla-nejamento de Projetos Voltados para Objetivos - ZOPP (si-gla em alemão). Cada entidade apresentou seus ativos em reciclagem e os objetivos que moviam a participar da par-ceria. Lograram construir, participativamente, uma mesma estratégia consolidada na Matriz de Planejamento, que se tornou o plano de ações do Projeto Integrado: inserção produtiva de catadores e fortalecimento de unidades de reciclagem no RS.
PROJETO INTEGRADO - Investimentos 2009- em R$
Carteira VONPAR- nível 2 da cadeia da reciclagem
Financiamento para melhoria das condições de trabalho e produção em 38 associações selecionadas em Edital público (22 municípios) incrementando vagas de trabalho e renda
752.000,00
Carteira BRASKEM- nível 4 da cadeia da reciclagem
Financiamento para beneficiamento de materiais em 7 galpões de reciclagem (3 cidades da RMPA), selecionados em Edital público, para agregar valor e elevar renda
378.000,00
Projeto FundaçãoBanco do Brasil- pesquisa e capacitação
Financiamento a capacitação e pesquisa em 20 galpões da RMPA, 400 recicladores, integrantes da RPS e levantamento sobre mercado de RSU em 83 empresas compradoras
96.410,00
Contrapartida CAMP- coordenação executiva
Coordenação operacional do Projeto Integrado: planejamento, contratações, monitoramento, capacitação, assistência técnica e avaliação
79.800,00
Total Financiado 1.306.210,00
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Por decorrência, em meados de 2009 diferentes ativos e competências estavam reunidos e alinhados no RS para a execução de política pública em reciclagem. O foco operacional de todas as ações são catadores articu-lados em grupos associativos ou cooperativados de tria-gem e comercialização de RSU, localizados nas periferias urbanas e a coleta seletiva pública de materiais a serem entregues nos galpões nas cidades beneficiadas.
Esta experiência singular de parceria reuniu empresas privadas, entidades de ensino e pesquisa, ONGs de proteção social e governo estadual. No pla-nejamento conjunto definiu-se como Missão:
Integrar distintos atores, competências e aprendi-zados em uma mesma estratégia para o desenvolvimento sustentável, reunindo entes envolvidos com sistemas de
reciclagem e proteção social, visando à maximização de esforços e recursos, potencializando o impacto econômi-co e social na sociedade gaúcha.
Houve ainda compartilhamento das motivações institucionais que ficaram assim condensadas:
• Os materiais descartados no pós-consumo (RSU) não podem estar jogados nas ruas ou depositados no meio ambiente. Trata-se de riqueza econômica desperdiçada;
• Não existem mais razões – humana, econô-mica ou ético-moral – para a persistência de relevantes contingentes de brasileiros viven-do abaixo da linha da pobreza, sem renda dig-na e estável e cidadania plena.
Planejamento do Projeto Integrado 2009
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O mesmo exercício durante a Oficina de Planeja-mento alinhou uma Visão Compartilhada:
A cadeia produtiva de bens duráveis e de consu-mo está descontinuada no pós-consumo. A reciclagem vem preencher esta lacuna do ciclo produtivo. Por isso ela não forma uma cadeia própria nem isolada.
Empreendimentos formais privados poderão absorver descartes e toda a cadeia da reciclagem priva-tizando RSU e seu potencial econômico. Desejamos forta-lecer os grupos e associações de catadores, periféricos e alternativos no sistema, como efetivos empreendedores e prestadores de serviços para que a cadeia produtiva se complete com inclusão, escala e sustentabilidade.
O custo mais elevado do reaproveitamento de materiais é a coleta. Há que reunir os diversos materiais
que foram dispersados pelo consumo, seletivamente; há que separá-los por especificidade técnica do material e aglutinar para que a reciclagem tenha viabilidade econô-mica e utilidade industrial.
O sistema de galpões populares associativos é economicamente mais vantajoso se comparado a qual-quer outra alternativa que pense a reciclagem. Tem me-nor custo e viabiliza inclusão social.
Por fim, os Produtos daparceria ficaram assim firmados:
Empowerment – dimensão do fortalecimento.38 galpões de reciclagem fortalecidos por meio de financiamento, capacitação e cooperação técnica.
Metodologia de Proteção – dimensão da assistência social.Metodologia de apoio a sistemas populares de reciclagem desenvolvida e documenta-da.
Desenvolvimento Tecnológico – dimensão técnica.Três experiências piloto de agregar valor a materiais recicláveis implantadas, monito-radas e avaliadas técnica e metodologica-mente na RMPA.
Conhecimento – dimensão da realidade.Pesquisa quantitativa e qualitativa sobre co-leta, triagem e comercialização de RSU – 20 associações da RMPA realidade do mercado de compra de RSU – 83 empresas.
Documentação do Processo – dimensão de replicabilidade.
Visita à reciclagem de São Miguel das Missões
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Publicação contendo os resultados e ensinamentos obtidos em cada linha de investimento.
Compartilhamento – dimensão da participação demo-crática e transparência;
SIMPÓSIO RECICLA BRASIL SUL - PROPONDO NO-VAS TECNOLOGIAS SOCIAS, com parceiros, organi-zações satélites do sistema, entidades, prefeituras e lideranças das associações.
Alguns dos produtos acima estão ainda em fase de execução, notadamente o investimento em tecnologia
e conhecimento viabilizado pela carteira Braskem, lan-çada em novembro durante o Simpósio Recicla Brasil Sul. Os elementos produzidos ao longo de 2009 estão aqui condensados nesta publicação. Porém, exigiram uma caminhada que iniciou de fato, no Edital de 2008 da RPS, consolidado em relatório análogo no período. O desempenho aqui relatado tem continuidade asse-gurada para 2010, seja nos investimentos da carteira Braskem, a partir de janeiro, seja no desdobramento seqüencial da terceira rodada da carteira Vonpar, hora em preparação, com desembolsos previstos a partir de abril do ano que inicia.
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Articulação dos Grupos de Passo Fundo em Setembro de 2009
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Galpão da Associação de Catadores de Porto Alegre – Ilha Grande dos Marinheiros
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PROJETOS
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Localização dos Projetos por Município
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Entidade proponente
Avesol
Unidades de triagem
Associação dos Trabalhadores Urbanos de Recicláveis Orgânicos e Inorgânicos - Aturói VitóriaAssociação de Reciclagem Nova ConquistaAssociação de Reciclagem Jardim GlóriaAssociação de Reciclagem Pôr do Sol - ARPSAssociação de Selecionadores de Material Reciclável - ASMARAssociação de Catadores de Materiais de Porto Alegre - Ilha Grande dos MarinheirosProfetas da EcoIogia I
Nº pessoas envolvidas
34 homens e 97 mulheres
Ações realizadas
Encontros de formaçãoRealização de melhorias nas instalaçõesAquisição de equipamentosGestão compartilhada do projeto
Resultados
Processos de formação amadureceram o trabalho coletivoMelhorias de infra-estrutura nos galpõesIncremento na renda média mensal
RECICLANDO COOPERAÇÃO E CIDADANIASão Leopoldo | Porto Alegre Santa Maria | Bento Gonçalves
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Município SANTA MARIA
Unidade de triagemAssociação de Reciclagem Pôr do Sol - ARPS
Nº pessoas envolvidas 5 mulheres
Relação com poder público
Prefeitura repassa apenas 1 dia por semana a coleta seletiva. Associação também realiza coleta com carrinhos.
Organização do trabalho Triagem individual e enfardamento do material para a comercialização
DestaquesMelhoria no local de trabalho por meio de reforma do espaço (piso e portas)
Unidade de triagemAssociação de Selecionadores de Material Reciclável - ASMAR
Nº pessoas envolvidas 10 mulheres e 6 homens
Relação com poder público
Prefeitura repassa apenas 1 dia por semana a coleta seletiva. Associação também realiza coleta com transporte próprio.
Organização do trabalho Triagem em mesa e enfardamento do material para a comercialização
DestaquesMelhoria das condições do caminhão para a coleta com a troca dos pneus
ARPS – Santa Maria
ASMAR – Santa Maria
26
Município PORTO ALEGRE
Unidade de triagemAssociação de Catadores de Materiais de Porto Alegre -Ilha Grande dos Marinheiros
Nº pessoas envolvidas 5 homens e 12 mulheres
Relação com poder público
Cedência de galpão e equipamentos, repasse mensal de recursos financeiros e coleta seletiva
Organização do trabalho Triagem em cestos e enfardamento para a comercialização
DestaquesMelhoria de infra-estrutura com aquisição de uma prensa enfardadeira de papel
Unidade de triagem Profetas da EcoIogia I
Nº pessoas envolvidas 5 homens e 18 mulheres
Relação com poder públicoRecebimento da coleta seletiva e de repasse mensal de recursos financeiros.
Organização do trabalho Triagem em mesas e enfardamento para a comercialização
DestaquesMelhorias de infra-estrutura por meio de reforma no galpão.
26
Ilha Grande dos Marinheiros
Profetas I
27
Município BENTO GONçALVES
Unidade de triagemAssociação de Reciclagem Jardim Glória
Nº pessoas envolvidas 4 homens e 18 mulheres
Relação com poder públicoRecebimento de repasse financeiro mensal, alimentação no local de trabalho e coleta seletiva
Organização do trabalho Triagem em bancada e enfardamento dos materiais para a comercialização. Associação realiza coleta com transporte próprio.
DestaquesMelhoria na infra-estrutura com a aquisição de equipamentos para cozinha e escritório, balança e reforma do transporte de coleta
27
28
RECICLA TUCAPorto Alegre
Entidade proponente
Associação Comunitária do Campo da Tuca
Unidade de triagem
Associação Comunitária do Campo da Tuca
Nº pessoas envolvidas
7 homens e 13 mulheres
Relação com poder público
Convênio com a Prefeitura para recebimento de materiais da coleta seletivaRecebe também um repasse mensal para custeio da atividade de triagem
Organização do trabalho
Triagem em mesas e enfardamento para a comercialização
Ações realizadas
Reformas no galpãoInstalação de mesas para a triagem
Resultados
Melhoria nas condições de trabalho e na produtividade do grupo
p r o j e t o s
29
Entidade proponenteCirculo Operário Leopoldense
Unidades de triagemAssociação dos Trabalhadores Urbanos de Recicláveis Orgânicos e Inorgânicos - Aturói VitóriaAssociação de Reciclagem Nova ConquistaAssociação de Recicladores de Dois IrmãosCooperativa de Produção, Trabalho e Habitação Ltda. - COOPERNOVAAssociação de Recicladores Nascente do ValeCooperativa de Construção Civil e Limpeza Urbana - COOLABOREAssociação de Recicladores de Bom PríncipioCooperativa de Catadores e Recicladores de São Leopoldo – UniciclarAssociação de Recicladores Amigas Solidárias - ARLASAssociação de Recicladores de Materiais de Canoas - ARMCAssociação de Triagem e Reciclagem Mato Grande - ATREMAGAssociação RenascerAssociação de Recicladores e Catadores - ARCA
Nº pessoas envolvidas153 homens e 157 mulheres
Ações realizadas do projeto VonparCapacitação sobre materiaisArticulação para negociação de preços e venda em conjuntoFormação sobre associativismo e cooperativismoAmpliação da relação com a comunidadeDebate sobre a politica pública de tratamento dos resíduosAquisição de equipamentos e melhorias na infra-estrutura
Resultados das ações do projetoMelhor conhecimento sobre materiaisConhecimento e troca de informações sobre comercializaçãoReflexão sobre a figura jurídica das unidades de triagemRealização de atividades de educação ambiental nas comunidadesOrganização e participação em eventos e debate com gestores públicos
RECICLADORES ATUANDO EM REDESão Leopoldo | Canoas | Esteio | Bom Principio Dois Irmãos | Campo Bom | Sapiranga | Nova Hartz
p r o j e t o s
30
Município SAPIRANGA
Unidade de triagem
Cooperativa de Produção, Trabalho e Habitação Ltda. - COOPERNOVA
Nº pessoas envolvidas
29 homens e 11 mulheres
Relação com poder público
Contrato de prestação de serviço, com cedência de prédio e equipamentos com repasse financeiro mensal
Organização do trabalho
Triagem em esteiras e compostagem
DestaquesGrande quantidade de materiais tria-dos, grupo prepara-se para atuar no beneficiamento
Município NOVA HARTz
Unidade de triagem
Associação de Recicladores Nascente do Vale
Nº pessoasenvolvidas
18 homens e 2 mulheres
Relação com poder público
Contrato de prestação de serviço, com cedência de prédio e equipamentos com repasse financeiro mensal
Organização do trabalho
Triagem em esteiras e beneficiamento de plásticos
DestaquesCriação de uma horta, melhor relação com o poder público, nova organização jurídica em cooperativa
30
COOPERNOVA
Nascente do Vale
31
Município CAMPO BOM
Unidade de triagem
Cooperativa de Construção Civil e Limpe-za Urbana - COOLABORE
Nº pessoas envolvidas
30 homens e 4 mulheres
Relação com poder público
Contrato de prestação de serviço, com cedência de prédio e equipamentos e repasse financeiro mensal
Organização do trabalho
Triagem em esteira e compostagem (be-neficiamento de plásticos temporariamen-te desativado)
DestaquesBoa organização para o trabalho, conquis-ta de financiamento BNDES e boa relação com os catadores de rua da cidade
Município BOM PRíNCIPIO
Unidade de triagem
Associação de Recicladores de Bom Príncipio
Nº pessoasenvolvidas
8 homens e 2 mulheres
Relação com poder público
Contrato de prestação de serviço, com cedência de prédio e equipamentos e repasse financeiro mensal
Organização do trabalho
Triagem em esteira e compostagem
DestaquesOrganização do espaço físico, alta pro-dutividade e uso do composto orgânico na horta
31
Associação de Recicladores de Bom Príncipio
COOLABORE
32
Município SãO LEOPOLDO
Unidade de triagemCooperativa de Catadores e Recicla-dores de São Leopoldo – Uniciclar
Nº pessoas envolvidas 12 homens e 18 mulheres
Relação com poder público
Cedência de prédio
Organização do trabalho
Triagem em mesa
DestaquesMelhoria na comercialização e na renda a partir da aquisição de pren-sa, formação jurídica em cooperativa
Unidade de triagemAssociação dos Trabalhadores Urbanos de Recicláveis Orgânicos e Inorgânicos - Aturói Vitória
Nº pessoas envolvidas 6 homens e 13 mulheres
Relação com poder público
Cedência de prédio
Organização do trabalho
Triagem em mesa
DestaquesMudança para local de trabalho mais adequado
Unidade de triagemAssociação de Reciclagem Nova Conquista
Nº pessoas envolvidas 8 homens e 21 mulheres
Relação com poder público
Cedência de prédio e equipamentos
Organização dotrabalho
Triagem em esteira
DestaquesOrganização do local de trabalho, melhoria nas condições de trabalho por meio da aquisição de elevador
32
Uniciclar
Aturói Vitória
Nova Conquista
33
Entidade proponente
Centro Social Marista de Porto Alegre - CESMAR
Empreendimento
Centro de Recondicionamento de Computadores - CRC
Nº pessoas envolvidas
57 homens e 17 mulheres
Ações realizadas
Ampliação predial do Centro de Reciclagem de Computadores
Resultados
Formação técnica para jovens em hardware, periféricos, servidores, redes, robótica, formação humana e de grafitagem. Os computadores recuperados são entregues a telecentros comunitários em todo o Brasil.
RECICLAR, APRENDER E EMPREENDER Porto Alegre
p r o j e t o s
34
PROJETO RECICLADORES - TRABALHO EM REDE E qUALIFICAçãO DA GESTãOCanoas | Esteio
Entidade proponente
Unilasalle - Centro Universitário La Salle
Unidades de triagem
Associação de Recicladores Amigas Solidárias - ARLASAssociação de Recicladores de Materiais de Canoas - ARMCAssociação de Triagem e Reciclagem Mato Grande - ATREMAGAssociação RenascerAssociação de Recicladores e Catadores - ARCA
Nº pessoas envolvidas
26 homens e 81 mulheres
Ações realizadas
Melhorias de infra-estrutura e aquisição de equipamentosCapacitação sobre produção, materiais, triagem, gestão coletiva e financeira e informáticaFormação de agentes de multiplicação de conhecimento para atingir todos os associados de cada galpãoDesenvolvimento de controles de produtividade estabelecendo metasRealização de intercâmbios entre integrantes dos gruposEstímulo à escolarização dos associadosPlanejamento e desenvolvimento da comercialização em rede através de pesquisaEstudo do processo de beneficiamentoRegularização jurídica para comercialização e beneficiamento em conjuntoAproximação com o poder público e comunidade para divulgar o trabalho das associações
Resultados
Melhoria nas instalações das associaçõesQualificação para as lideranças e multiplicação para os associadosAvanços na comercialização em redeAvanços no conhecimento do beneficiamento dos plásticosAssociações estão regularizadas juridicamente e com licenciamento ambientalAvanços na negociação entre os grupos de Canoas e Prefeitura para assumirem a coleta seletiva da cidade
p r o j e t o s
35
Município CANOAS
Unidade de triagem
Associação de Recicladores Amigas Solidárias - ARLAS
Nº pessoas envolvidas
8 homens e 22 mulheres
Relação com poder público
Cedência de prédio e recebimento de coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem em mesas
DestaquesBoa relação com a comunidade e organização do ambiente de trabalho
Unidade de triagem
Associação de Recicladores de Materiais de Canoas - ARMC
Nº pessoas envolvidas
16 mulheres
Relação com poder público
Recebimento de coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem em esteira
DestaquesEstatuto revisado e mudança de nome da Associação
35
ARLAS
ARMC
36
Unidade de triagem
Associação Renascer
Nº pessoas envolvidas
12 homens e 5 mulheres
Relação com poder público
Cedência de espaço dentro da área de aterro sanitário e recebimento de coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem individual em bags
DestaquesPor meio do projeto o galpão registrou-se juridicamente
Unidadede triagem
Associação de Triagem e Reciclagem Mato Grande - ATREMAG
Nº pessoas envolvidas
1 homem e 20 mulheres
Relação com poder público
Cedência de prédio e recebimento de coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem em mesas
DestaquesAs condições de trabalho melhoraram por meio da aquisição do elevador
36
Renascer
ATREMAG
37
Município ESTEIO
Unidade de triagem
Associação de Recicladores e Catadores - ARCA
Nº pessoas envolvidas
3 homens e 16 mulheres
Relação com poder público
Cedência do prédio, equipamentos e recebimento da coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem em esteira
DestaquesMelhoria da renda resultante da capacitação e articulação com outras unidades de triagem
37
38
Entidade proponente
Se Ame - Movimento pela Livre Orientação Sexual
Unidades de triagem
ACATA - Associação de Catadores de Alvorada
Nº pessoas envolvidas
2 homens e 9 mulheres
Relação com poder público
A Prefeitura realiza a coleta seletiva com a participação da ACATA. Contribuiu com melhorias no galpão.
Organização do trabalho
Triagem em mesas, de forma individual, com utilização de bombonas, e enfardamento dos materiais para a comercialização
Ações realizadas
Aquisição de elevador, carrinho, computador e EPI´sAssessoria jurídica: assistência jurídica e regularização institucionalEncontros de formaçãoProdução e distribuição de materiais sobre reciclagem
Resultados
Melhoria na relação com a PrefeituraMelhorias de infra-estrutura do galpão e nas condições de trabalhoAumento da produtividade
LIxO é LUxOAlvorada
p r o j e t o s
39
Entidade proponente
Fundação Caxias do Sul
Unidades de triagem
Associação dos Recicladores Vida Nova do Bairro FátimaAssociação de Recicladores Novo AmanhãAssociação de Recicladores ConsolaçãoAssociação dos Recicladores Carroceiros do Aeroporto - ARCAAssociação dos Recicladores InterbairrosAssociação dos Recicladores Serrano
Nº pessoas envolvidas
33 homens e 69 mulheres
Ações realizadas
Aquisição de equipamentosRealização de reformas e melhorias nos galpões
Resultados
Melhorias das condições de trabalho nos centros de triagem
CADEIA PRODUTIVA DA RECICLAGEM: CAxIAS SUSTENTáVELCaxias do Sul
p r o j e t o s
4040
Associação de Recicladores Consolação
Município CAxIAS DO SUL
Unidade de triagem
ASSOCIAçãO DOS RECICLADORES VIDA NOVA DO BAIRRO FáTIMA
Nº pessoas envolvidas
3 homens e 14 mulheres
Relação com poder público
Recebimento do material da coleta seletiva, cedência do galpão e equipamentos
Organização do trabalho
Triagem individual em cestos e enfardamento para a comercialização
DestaquesAmpliação do espaço para a triagem e armazenamento dos materiais por meio da construção de silo
Unidade de triagem
Associação de Recicladores Novo Amanhã
Nº pessoas envolvidas
1 homem e 11 mulheres
Relação com poder público
Cedência do galpão e equipamentos e recebimento da coleta seletiva.
Organização do trabalho
Triagem em esteira e enfardamento para a comercialização.
DestaquesMelhorias das condições de trabalho por meio da ampliação da área do silo e aquisição de um elevador elétrico
Unidade de triagem
Associação de Recicladores Consolação
Nº pessoas envolvidas
4 homens e 11 mulheres
Relação com poder público
Recebem o material da Coleta Seletiva
Organização do trabalho
Triagem em esteira e enfardamento para a comercialização
DestaquesMelhoria nas condições de trabalho com a aquisição de prensa e implementação de esteira em parceria com a Prefeitura
Vida Nova do Bairro Fátima
41
Unidade de triagem
Associação dos Recicladores Serrano
Nº pessoas envolvidas
12 homens e 12 mulheres
Relação com poder público
Cedência do prédio e equipamentos, recebimento da coleta seletiva.
Organização do trabalho
Triagem em mesas e enfardamento para a comercialização
Destaques
Economia de energia pela colocação de telhas transparentes. Facilidade de carregamento de vidros com a construção do silo.
41
Unidade de triagem
Associação dos Recicladores Carroceiros do Aeroporto - ARCA
Nº pessoas envolvidas
6 homens e 12 mulheres
Relação com poder público
Cedência de galpão e recebimento da coleta seletiva
Organização do trabalho
Triagem em mesas e enfardamento para a comercialização
DestaquesMelhoria nas condições de trabalho por meio da aquisição de um elevador elétrico
Unidade de triagem
Associação dosRecicladores Interbairros
Nº pessoas envolvidas
7 homens e 9 mulheres
Relação com poder público
Recebem o material da Coleta Seletiva
Organização do trabalho
Triagem em mesas e enfardamento para a comercialização
DestaquesMelhoria das condições de trabalho por meio da aquisição de elevador elétrico
Associação dos Recicladores Serrano
Associação dos Recicladores Interbairros
42
Entidade proponente
Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Nororeste do Estado - FIDENE
Unidades de triagem
Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ijuí - ACATA
Nº pessoas envolvidas
4 homens e 8 mulheres
Relação com poder público
Prefeitura isenta a taxa de licença ambiental, disponibiliza energia trifásica para utilização da prensa e fornece material da coleta seletiva. Estão ampliando o número de centros de triagem no município, com foco na comercialização articulada.
Organização do trabalho
Triagem em mesas e enfardamento dos materiais para a comercialização
Ações realizadas
Construção de espaço multiusoAquisição de bombonas, mesas, luvas e aventaisOficinas de segurança no trabalhoAssessoria em gestão
Resultados
Ampliação do diálogo com a PrefeituraMelhoria das condições de trabalhoA ACATA tem realizado oficinas com os recicladores da cidade, sendo referência nesta temática
SOCIOAMBIENTAL ACATA 2009/2010Ijuí
p r o j e t o s
43
Entidade proponente
Associação de Reciclagem e Educação Ambiental Ecos do Verde
Unidade de triagem
Associação de Reciclagem e Educação Ambiental Ecos do Verde
Nº pessoas envolvidas
20 homens e 13 mulheres
Relação com poder público
Projeto construído com a Prefeitura que dará, em contrapartida, a construção de um espaço para armazenamento de materiais, ainda não concretizado. A Prefeitura contribuiu com recursos durante a crise de preços dos materiais.
Organização do trabalho
A Ecos do Verde é dividida em dois espaços: a usina - onde é feita a triagem em duas esteiras, a prensagem e a comercialização do material oriundo da coleta seletiva; o entreposto - onde é feita a compra de materiais pré-selecionados por catadores individuais e associados, além de armazenagem e prensagem.
Ações realizadas
Compra de EPI’s, computador e impressoraReformas na usinaReforma da prensa e dos carrinhos de coleta
Resultados
Melhora na relação de parceria com o poder públicoQualificação do produto com a construção para armazenagem dos fardos de papéisO grupo está se reerguendo gradativamente após o incêndio que atingiu a usina, o que fragilizou muito o trabalho e provocou expressiva rotatividade de pessoal
MELHORANDO AS CONDIçõES DE TRABALHO DA ECOS DO VERDESanto Ângelo
p r o j e t o s
44
Entidade proponente
Associação de Recicladores Barra Limpa
Unidades de triagem
Associação de Recicladores Barra Limpa
Nº pessoas envolvidas
3 homens e 5 mulheres
Relação com poder público
A coleta seletiva nas ruas é realizada pela Associação com carroças e um trator cedido uma vez por semana pela prefeitura. Trata-se de uma relação em construção.
Organização do trabalho
A Associação realiza a catação de materiais com carroças. A triagem em mesas foi implantada durante execução do projeto e ainda está em fase de adaptação.
Ações realizadas
Aquisição de talha elétrica e EPI’sAquisição de mesas de triagem e bombonasConstrução do mezaninoColocação de vidros nas janelas e exaustores eólicosReforma das carroças
Resultados
Incremento na produção, na organização do galpão e na gestão do grupo. Os recicladores são participativos nos cursos e buscam mudanças na realidade laboral.
RECICLANDO VIDASBarra do Ribeiro
p r o j e t o s
45
Entidade proponente
Fundação Universidade de Cruz Alta
Unidades de triagem
Associação dos Catadores de Cruz Alta – ACCA
Nº pessoas envolvidas
15 homens e 5 mulheres
Relação com poder público
O grupo recebe material seletivo da universidade e faz a coleta nas ruas com carrinhos e carroças. A coleta seletiva na cidade começa a ser discutida pela prefeitura que alcançou ao grupo capital de giro para o início da atividade e para pagamento da luz.
Organização do trabalho
Existem catadores que trabalham individualmente nos carrinhos e outros no galpão operando os equipamentos. Há desafio de bom relacionamento entre eles, compreensão sobre trabalho coletivo e da remuneração do trabalho de prensagem e venda dos materiais.
Ações realizadas
Encontros de formação e acompanhamento de educadorasAquisição de fragmentadora de papel, EPI’s e computadorArticulação e trocas entre os grupos de reciclagem da cidadeDiálogo com a Prefeitura para a implementação da coleta seletiva
Resultados
Reativação das atividades da associaçãoQualificação nas relações com o poder público
AUTOGESTãO PARA GERAçãO TRABALHO E RENDA COM CATADORESCruz Alta
p r o j e t o s
46
Entidade proponente
Cáritas Diocesana de Passo Fundo
Unidades de triagem
Associação de Recicladores Esperança da Vitória - AREVIAssociação Amigos do Meio Ambiente - AAMACoop. Mista de Produção e Trabalho dos Empreendimentos Populares Santa Marta Ltda. - COOTRAEMPO
Nº pessoas envolvidas
7 homens e 23 mulheres
Ações realizadas
Encontros de formação e articulação entre os grupos e acompanhamento de educadorasAquisição de fragmentadora de papel, EPI’s, bombonas para coleta de óleo, container para armazenamento de rejeito, tela de projeção, datashow e material de expediente
Resultados
Articulação e trocas entre os grupos de reciclagemAvanços na formação para o trabalho cooperativo e em redeQualificação do diálogo com a Prefeitura para a ampliação da coleta seletiva
DESENVOLVIMENTO DO ASSOCIATIVISMO NA áREA DA RECICLAGEM EM PASSO FUNDOPasso Fundo
p r o j e t o s
47
Município PASSO FUNDO
Unidade de triagem Associação de Recicladores Esperança da Vitória - AREVI
Nº pessoas envolvidas 5 homens e 5 mulheres
Relação com poder públicoA Associação não possui um Centro de Triagem para realização do trabalho. Há tratativas com o Poder Público para a construção.
Organização do trabalho A associação possui 10 carrinhos com os quais os catadores realizam o trabalho de coleta e depois fazem em casa a separação do material. Não há uma organização coletiva de trabalho, uma vez que ainda estão sem galpão.
Destaques Mobilização dos recicladores pela construção do galpão com o Poder Público
47
48
Unidade de triagemAssociação Amigos do Meio Ambiente - AAMA
Nº pessoas envolvidas 6 mulheres
Relação compoder público
Recebem materiais da coleta seletiva realizada pela prefeitura e empresa terceirizada, porém, o volume de material é muito baixo
Organização do trabalho
Triagem em mesas de forma coletiva, enfardam e comercializam, inclusive óleo de cozinha
DestaquesColeta do óleo de cozinha em pontos da cidade, armazenamento e venda direta para a indústria
Unidade de triagem
Coop. Mista de Produção e Trabalho dos Empreendimentos Populares Santa Marta Ltda. - COOTRAEMPO
Nº pessoas envolvidas 2 homens e 12 mulheres
Relação com poder público
Realizam a coleta com caminhão próprio em diversos locais da cidade.
Organização do trabalho
Triagem em mesas, com armazenamento nos bags e enfardamento para comercialização
DestaquesMelhoria nas condições de trabalho por meio da aquisição da fragmentadora de papelAAMA
COOTRAEMPO
48
49
Entidade proponente
Associação de Recicladores a Arte de Reciclar
Unidades de triagem
Associação de Recicladores a Arte de Reciclar
Nº pessoas envolvidas
5 homens
Relação com poder público
Não há coleta seletiva de resíduos e os catadores recolhem com carrinhos os materiais. O galpão recebeu a licença ambiental da FEPAM. Associação aguarda contribuição na instalação elétrica para a prensa adquirida pelo Projeto Vonpar.
Organização do trabalho
Os recicladores coletam e levam para entreposto, onde um trator da prefeitura transfere o material para o galpão de triagem, armazenamento e comercialização. Possuem sede administrativa na Central de Empreendimentos Solidários.
Ações realizadas
Aquisição de Prensa, balança, máquina fotográfica, material de escritório, EPI’sContratação de estagiária para apoio administrativo
Resultados
Melhorias nas condições de trabalho e de produção com maquinários para a reciclagem
CENTRO DE TRIAGEM A ARTE DE RECICLARSão Miguel das Missões
p r o j e t o s
50
Entidade proponente
Associação dos Papeleiros de Carazinho
Unidades de triagem
Associação dos Papeleiros de Carazinho
Nº pessoas envolvidas
1 homem e 5 mulheres
Relação com poder público
A coleta seletiva da cidade é destinada à Associação do Aterro Sanitário. Para a Associação dos Papeleiros houve alguns avanços de parcerias com a Prefeitura, como a cedência de um caminhão para coletar alguma doação, quando se faz necessário. Porém, esta relação necessita ser ampliada.
Organização do trabalho
A Associação compra material de outros catadores, prensam e armazenam o material para a venda mensal Também catam materiais na rua para aumentar o volume de materiais, uma vez que não recebem materiais da coleta seletiva
Ações realizadas
Reformas no galpãoCompra de EPI´s, mesas de triagem e bombonasContratação do gestor para auxiliar o grupoContratação de contador
Resultados
Reativação das atividades da associação
RECICLAR - UM SONHO - UMA REALIDADECarazinho
p r o j e t o s
51
Entidade proponente
Associação dos Amigos da Semente da Esperança
Unidades de triagem
Associação de Lixo Reciclável Vitória da Vila da quinta
Nº pessoas envolvidas
1 homem e 4 mulheres
Relação com poder público
Recebem apenas uma vez por semana o material da coleta seletiva do município. Além disso, recebem materiais da FURG - Universidade Federal do Rio Grande e de uma escola.
Organização do trabalho
Por não haver materiais suficientes, o grupo regula suas atividades de acordo com o volume de material que recebe, normalmente trabalhando no turno da tarde, em escalas alternadas. Além disso, o grupo compra materiais de catadores individuais. A triagem é feita em mesas e a comercialização em bags. Estão com projeto aprovado pela Petrobrás para aquisição de uma prensa.
Ações realizadas
Aquisição de elevador elétrico, EPI’s, material de limpeza e escritórioAtividades de formaçãoPagamento de serviços contábeisConstrução de box para armazenamento dos materiais
Resultados
Melhoria nas condições de trabalhoQualificação das recicladoras para o trabalho coletivo e organização para o diálogo com o Poder Público
CATADORAS: CONSTRUINDO CIDADANIA E CONSCIêNCIA AMBIENTALRio Grande
p r o j e t o s
5252
Reunião de integração entre indústrias e centros de triagem
53
GESTÃO ADMINISTRATIVA FINANCEIRA DOS PROJETOS
53
5454
A segunda etapa da Carteira Vonpar da Rede de Parceria Social abrangeu o período de abril a dezembro de 2009. Neste fase a
Fundação Vonpar investiu R$ 731.504,50 capacitando técnica e financeiramente quinze projetos selecionados
A solicitação de investimentos apresentam-se da seguinte forma por rubrica:
Os repasses financeiros foram mensais, de acordo com a rubrica solicitada.Projetos M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 Total
O Lixo é Luxo 11.966,12 1.360,00 1.748,89 1.860,00 2.266,66 3.531,66 2.266,67 25.000,00
Centro de Triagem a Arte de Reciclar 3.678,00 2.100,40 860,90 794,90 886,20 1.719,60 13.860,00 23.900,00
Catadoras Contruindo Cidadânia e Consc. Ambiental 12.307,50 3.396,00 1.081,00 1.361,50 927,00 927,00 0,00 20.000,00
Recicaldores. Trabalho em rede e qualif. da Gestão 7.947,50 33.395,00 5.360,00 3.525,00 12.330,00 6.827,50 25.712,88 95.097,88
Socio Ambiental ACATA 2009/2010 433,25 3.688,25 10.120,75 9.508,25 433,25 823,25 1.763,00 26.770,00
Estrutura da Ecos do Verde 16.580,00 18.000,00 8.420,00 2.000,00 0,00 0,00 0,00 45.000,00
Auto-Gestão p/geração trabalho e renda c/catadores 345,00 8.735,00 1.576,00 3.135,00 696,00 2.733,00 0,00 17.220,00
Recicladores Atuando em Rede 1.318,40 29.039,30 4.506,00 4.553,50 2.496,00 3.576,00 12.914,43 58.403,63
Reciclar, Aprender e Empreender 40.000,00 20.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 60.000,00
Cadeia Produdiva da Reciclagem: Caxias Sustentável 58.121,52 8.100,00 500,00 1.250,00 1.000,00 1.250,00 0,00 70.221,52
Desenv. Assoc.na Area da Reciclagem em Passo Fundo 1.846,71 7.096,32 17.846,71 1.846,71 3.976,71 3.693,42 3.693,42 40.000,00
Reciclar - Um Sonho - Uma Realidade 7.605,00 865,00 865,00 5.135,00 530,00 0,00 0,00 15.000,00
Recicla Tuca 8.835,55 7.275,55 555,55 555,55 555,55 1.111,10 1.111,15 20.000,00
Reciclando Vidas 8.880,00 5.600,00 9.700,00 1.320,00 0,00 0,00 0,00 25.500,00
Reciclando Cooperação e Cidadania 3.350,00 23.347,50 20.572,50 6.250,00 9.635,00 6.735,00 0,00 69.890,00
Total 183.214,55 171.998,32 83.713,30 43.095,41 35.732,37 32.927,53 61.321,55 612.003,03
Itens de despesa M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 Total % Invest. p/despesa
Gastos com pessoal (Sem Leis Sociais) 2.648,89 3.048,89 3.048,89 3.463,89 4.828,89 6.097,78 2.836,68 25.973,91 4,24
Alimentação 898,40 190,00 350,00 1.530,90 614,40 1.375,00 2.161,15 7.119,85 1,16
Outros gêneros necessários a manutenção 4.031,30 3.958,65 3.941,40 3.524,50 3.846,80 2.912,00 1.250,55 23.465,20 3,83
Transporte 2.495,90 1.807,20 5.201,00 4.993,50 3.646,00 3.513,50 3.133,83 24.790,93 4,05
Mat. de expediente, pedagógico, de esporte e recreação 6.020,47 5.386,67 783,67 1.021,17 883,67 1.018,20 2.461,34 17.575,19 2,87
Telefonia, luz, água, internet e gás 265,00 287,85 506,00 486,50 586,05 439,74 269,45 2.840,59 0,46
Materiais de construção 81.911,50 20.672,35 17.207,50 5.450,00 158,95 1.374,85 126.775,15 20,71
Serviços de terceiros 33.346,06 59.872,60 29.474,84 17.344,95 16.097,61 17.301,31 10.430,07 183.867,44 30,04
Material permanente 51.597,03 76.774,11 23.200,00 5.280,00 5.070,00 270,00 37.403,63 199.594,77 32,61
Total 183.214,55 171.998,32 83.713,30 43.095,41 35.732,37 32.927,53 61.321,55 612.003,03 100,00%
Dos recursos solicitados, os maiores investimentos estavam previstos para: material de construção (20,71%), serviços de terceiros (30,04%) e material permanente (32,61%).
através de edital público lançado em novembro de 2008. As entidades apresentaram planilha de desembolso financeiro e memória de cálculo divididas em rubricas de despesas, contendo os valores necessários a execução físico-financeira dos projetos, conforme quadro abaixo:
55
p r e s t a ç ã o d e c o n t a s
55
Recursos Realizados
Durante a execução dos projetos os recursos investidos foram aplicados da seguinte forma:
Itens de Despesa Total% Invest.
p/despesaGastos com pessoal (Sem Leis Sociais) 28.800,00 4,72%
Alimentação 4.220,94 0,69%
Outros gêneros necessários a manutenção 23.735,52 3,89%
Transporte 17.817,33 2,92%
Materiais de expediente, pedagógico, de esporte e recreação
16.784,85 2,75%
Telefonia, luz, água, internet e gás 4.817,96 0,79%
Materiais de construção 124.025,90 20,34%
Serviços de terceiros 184.482,45 30,25%
Material permanente 205.089,65 33,63%
Total 609.774,60 100,00%
Conforme previsto no cronograma físico-financeiro dos projetos aprovados a receber recursos no exercício de 2009, os maiores investimentos foram realizados nas rubricas materiais de construção, serviços de terceiros e material permanente.
Recursos Previstos x Recursos Realizados
Itens de DespesaRecursos Previstos
Recursos Realizados
Variação (%)
Gastos com pessoal (Sem Leis Sociais)
25.973,91 28.800,00 10,88%
Alimentação 7.119,85 4.220,94 -40,72%Outros gêneros necessários a manutenção
23.465,20 23.735,52 1,15%
Transporte 24.790,93 17.817,33 -28,13%Materiais de expediente, pedagógico, de esporte e recreação
17.575,19 16.784,85 -4,50%
Telefonia, luz, água, internet e gás
2.840,59 4.817,96 69,61%
Materiais de construção 126.775,15 124.025,90 -2,17%
Serviços de terceiros 183.867,44 184.482,45 0,33%
Material permanente 199.594,77 205.089,65 2,75%
Total 612.003,03 609.774,60 -
Dos recursos previstos, não foram aplicados 0,36% que serão devolvidos a Rede de Parceria Social, conforme Instrução Normativa nº 001/2008, da lei 11.853.
Análise da Execução Físico-financeira
A gestão administrativa e financeira dos Projetos da carteira Vonpar foi realizada de forma transparente. Algumas das entidades parceiras demonstraram dificuldades no preenchimento das planilhas de prestação de contas, problemas que foram sendo solucionados no transcorrer do processo e que serviram como aprendizado. Nesta segunda etapa esperava-se que as entidades da Rede tivessem conhecimento da prestação de contas. Para a terceira etapa da RPS prepara-se uma estratégia para melhor realizar a prestação de contas
Embora algumas instituições tenham apresentado dificuldades, no encerramento das prestações de contas desta segunda fase da carteira chegou-se a bom termo, tendo-se alcançado fechamento de contas em todos os projetos, demonstrando, de forma transparente e documental, como foram aplicados os recursos.
5656
1º Encontro Estadual em 2009
57
RESULTADOS GERAIS IndIcadores
aprendIzados e desafIos
57
5858
Trabalhadores de Nova Hartz
59
Este relatório apresenta dados indicativos dos projetos selecionados pelo Edital Público apresentado pela Fundação Vonpar no âmbito
da Rede de Parceria Social do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. No ano de 2009 foram selecionados 15 projetos, originários de 22 cidades e envolvendo 37 empreendimentos socioambientais (galpões de reciclagem) e 01 centro de formação para jovens, especializado na reciclagem de computadores.
Dados dos Projetos - Números Gerais
Cidades 22Projetos 15Executoras 15
Empreendimentos 38
Pessoas EnvolvidasInício 732
Final 719
O referido centro de formação para jovens – CESMAR - iniciou o projeto em janeiro com 88 estudantes aprendizes técnicos em hardware e encerrou ao final do projeto, em novembro de 2009, com 74 beneficiários. Do total de beneficiários, diretos aproximadamente 640 pessoas são recicladores de resíduos sólidos urbanos abrigados nos projetos financiados pela Fundação Vonpar, em 2009, no Rio Grande do Sul.
A tabela a seguir, apresenta os dados referentes à escolaridade dos beneficiários em 2009. Verifica-se que apenas 4% deles possui o ensino médio completo e 65% não completou o ensino fundamental. Estes dados referem-se a educação regular. Em contrapartida, muitos recicladores realizaram capacitação e participaram de atividades de formação diversas no âmbito da educação popular. Portanto, muito embora a baixa escolaridade, são trabalhadores e trabalhadoras que aceitam aprendizado e qualificação nas diversas oportunidades que lhes são acessadas. Houve um número considerável que retornou à sala de aula.
Escolaridade - Base março 2009
Não Alfabetizado 6%Ensino Fundamental Incompleto 65%Ensino Fundamental Completo 12,5%Ensino Médio Incompleto 11%Ensino Médio Completo 4%
Ensino Superior Incompleto 1%
Ensino Superior Completo 0,5%
Nos aspectos econômico e financeiro, o ano de 2009 foi atípico em decorrência da crise mundial deflagrada a partir de outubro de 2008. A cadeia produtiva da reciclagem sofreu diretamente os efeitos da parcial paralisação da atividade econômica dos demais setores. No galpão de triagem isto foi vivido de forma mais profunda, tendo-se inviabilizado a remuneração, por semanas a fio, em muitas unidades. Como estamos falando de populações sem reservas, o impacto foi muito forte. No início dos projetos da carteira Vonpar (março de 2009) a renda média dos 37 centros de triagem era de R$ 390,00. Os preços dos materiais caíram ainda mais a partir daí, paralisando a comercialização por quase 60 dias seguintes. Em junho percebeu-se o primeiro sinal de reversão, com aumento de 3% na renda média mensal. Na terceira e última mensuração - novembro, a renda havia alcançando 27% de incremento médio, se comparado a março. Ao final, isso representou ampliação da remuneração, o que decorreu:
• das ações de capacitação técnica e fomento à produção econômica nestes grupos;• recuperação lenta, porém efetiva dos preços no segundo semestre do ano;• implantação de novas tecnologias e instrumentos de triagem;• conhecimento sobre plásticos e separação adequada de materiais;• apoio de políticas públicas em alguns municípios.
i n d i c a d o r e s
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1º Encontro Estadual em 2009
61
i n d i c a d o r e s
Renda Média Mensal
Meses Pessoas Média Individual (R$) %Março 644 390,00 Junho 633 401,64 3%
Novembro 645 497,41 27%Os dados referem-se aos
37 galpões de reciclagem participantes.
Os resultados acima são consolidados com os números baseados apenas na comercialização daquilo que foi separado e prensado. Muitos materiais triados nos centros não são comercializados, seja por falta de compradores ou por ser rejeito sem valor comercial.
Em março, a comercialização total das unidades beneficiadas na rede Vonpar foi de 1.057.064 kg . Até novembro houve um incremento aproximado de 10% neste volume, conforme a tabela seguinte. O total de trabalhadores envolvidos ficou inalterado entre os dois pontos – inicial e final, passada a crise. Isto sugere crescimento da produtividade e da comercialização dos resíduos triados. Outro indicador importante é que a produção per capita também cresceu, em torno de 10%, passando de 1.641 kg/mês por pessoa, para 1.796 kg/mês em novembro.
A produtividade é um dado importante a ser observado uma vez que as associações populares de reciclagem operam diversas dimensões - econômica, social e ambiental. O volume de produção (quantidade de materiais separados em kg) que cada reciclador alcança na triagem eleva diretamente a sua renda e impacta os volumes comercializados pela unidade, melhorando negociações na hora da venda. A qualidade da separação não impacta tanto no volume mas diretamente no valor da comercialização uma vez que a indústria recicladora é exigente na aquisição de resíduos sem misturas e baixa contaminação.
Volumes Processados nas Associações
Meses Pessoas Total (Kg)Média Individual
(Kg)Março 644 1.057.064 1.641
Junho 633 1.112.557 1.758
Novembro 645 1.158.136 1.796Os dados referem-se aos
37 galpões de reciclagem participantes.
De acordo com o próximo gráfico, a comercialização dos papéis é a mais expressiva para os galpões, representando 48% do total vendido, seguido por plásticos - 34%, metal e vidro - 9% cada.
Produção 2009: 9.253,5 Ton.
Dados referentes à pesquisa realizada em 2009, com base em 20
galpões da Região Metropolitana de Porto Alegre.
A seguir as tabelas apresentam dados por região sobre a produtividade per capita (volume total de material comercializado pelo número de trabalhadores). Estes dados não são comparativos entre os centros de triagem já que diversos fatores influenciam os números: tecnologia utilizada, gestão da produção, engajamento do trabalhador, forma de coleta, volume e qualidade dos materiais recebidos e preços alcançados.
61
626262
A tabela a seguir reúne os galpões de reciclagem do interior do RS, com respectivos dados de produção per capita. Na média, houve aumento de produtividade a partir de junho, reflexo da comercialização de alguns galpões que não tiveram vendas em março e também decorrente da retomada dos preços no mercado de materiais de reciclagem (fim da crise). Percebe-se que em novembro houve novamente uma ligeira queda na média geral, ficando em 1.357 kg/mês. Importa referir que em cada cidade há uma dinâmica específica em relação à reciclagem, coleta seletiva, políticas públicas, galpões etc., que exigem análises mais locais.
Interior - RS
Produção Per Capita (kg)
Empreendimentos MAR JUN NOV
Jardim Glória 687 2.688 2.660
Carazinho 463 2.719 714
ARCA 2.012 788 1.622
Consolação 1.972 817 2.136
Interbairros 2.354 3.731 2.012
Novo Amanhã 1.152 3.001 1.457
Serrano 2.293 2.423 1.896
Vida Nova Fátima 1.880 1.648 1.404
ACCA 0 345 0
ACATA/Ijuí 0 267 359
AAMA 1.692 1.895 2.559
AREVI 0 1.421 485
Cootraempo 1.304 3.934 1.553
Vitória da Vila da Quinta 967 862 773
ARPS 423 537 291
ASMAR 1.196 1.227 1.487
Ecos do Verde 2.257 1.601 2.296
A Arte de Reciclar 389 550 719
Média 1.169 1.692 1.357
Já a região do Vale do Sapateiro, próxima tabela, apresentam produtividade expressiva, decorrente de vários fatores regionais:
• desenvolveram sistemas de triagem em esteiras para todos os resíduos coletados nas cidades da região• trabalham com contratos com as prefeituras, integrando o sistema público municipal• possuem recursos humanos mais estáveis e com experiência fabril• em alguns centros de triagem já realizam beneficiamento de plásticos (agregam valor ao material)Tudo isto contribui para a elevada produtividade e renda nesta região (acima de R$ 1.200,00 per capita) em comparação com as demais.
Vale do Sapateiro - RS
Produção Per Capita (kg)
Empreendimentos MAR JUN NOV
Dois Irmãos 4.164 2.926 4.546
Coopernova 3.259 3.600 3.978
Coolabore. 3.578 3.503 3.729
Nascente do Vale 2.031 1.912 1.602
Recibom 4.637 4.009 3.194
Média 3.534 3.190 3.410
Na cidade de São Leopoldo, o sistema de coleta seletiva foi alterado em 2009. Os centros de triagem faziam coleta porta a porta, empregando significativo número de associados dos grupos. O restante ficava no galpão processando a triagem. O modelo entrou em crise e a Prefeitura contratou uma empresa para realizar a coleta, que será estendida, progressivamente, a todo o território da cidade. Os centros de triagem ainda fazem a coleta em alguns bairros, configurando-se um período de transição. Esta dinâmica afeta diretamente a produtividade e os
6363
i n d i c a d o r e s
63
resultados econômicos da associação. Todavia, houve um crescimento médio da produção se comparado aos outros meses anteriores a novembro, conforme a tabela a seguir.
São Leopoldo - RS
Produção Per Capita (kg)
Empreendimentos MAR JUN NOV
Aturói Vitória 344 212 571
Nova Conquista 1.050 1.041 858
Uniciclar 514 633 619
Média 636 629 683
O projeto Canoas/Esteio apresenta situações diferentes referente ao acesso aos materiais da coleta seletiva. Enquanto em Canoas os centros de triagem são abastecidos com bons volumes pela empresa contratada, em Esteio, as associadas se envolvem com a coleta acompanhando o caminhão cedido pela Prefeitura. A média da produção per capita teve um ligeiro aumento em junho e estabilização em novembro, se comparados a março. Algumas dificuldades de organização interna refletem negativamente a produtividade de alguns grupos, enquanto que em outros, a evolução é evidente.
Canoas e Esteio - RS
Produção Per Capita (kg)
Empreendimentos MAR JUN NOVARCA/Esteio 887 867 804
Renascer 1.698 1.679 1.265
ARLAS 1.166 1.406 2.069ARMC 791 1.008 1.508ATREMAG 1.088 967 263
Média 1.126 1.185 1.182
A próxima tabela apresenta dados da produção per capita referentes à Porto Alegre, Alvorada e Barra do Ribeiro. Houve 40% de aumento da produtividade se comparados ao momento considerado zero pelo
sistema de acompanhamento. Um destaque a ser feito é no projeto Barra Limpa: embora a cidade de Barra do Ribeiro sustente uma coleta seletiva muito incipiente e em fase de reestruturação, ainda divididos entre coleta nas ruas e triagem, os trabalhadores alcançam alto nível de produtividade se comparados com as demais unidades de triagem de Porto Alegre (exceto Profetas da Ecologia I que recebe materiais da coleta seletiva municipal).
Porto Alegre, Alvorada e Barra do Ribeiro - RS
Produção Per Capita (kg)
Empreendimentos MAR JUN NOVIlha Grande dos Marinheiros 966 769 1.381Campo da Tuca 1.402 1.832 1.351Profetas da Ecologia I 1.033 205 2.133ACATA/Alvorada 893 802 1.166Barra Limpa 1.308 1.050 1.838
Média 1.120 931 1.574
Oficina de plásticos em Esteio
64
A seguir, a situação da coleta seletiva nos municípios beneficiados pela carteira Vonpar e o Projeto Integrado, identificando-se como funciona o sistema atualmente. Em algumas cidades não existe coleta seletiva por parte do poder público, apenas coleta regular. Na maior parte das cidades a coleta seletiva é operada por empresas terceirizadas que entregam os materiais nos galpões. Em outras, além
do trabalho da triagem, as associações atuam na coleta em parceria com a Prefeitura, porém na maioria das vezes sem o devido repasse de recursos para apoio à operação e reconhecimento pelo relevante serviço público prestado pelos catadores e galpões. Em relação ao trabalho de separação e triagem dos resíduos recicláveis a situação dos municípios foi descrita anteriormente dentro de cada projeto.
Formas de Acesso ao Material
Alvorada A Prefeitura realiza a coleta seletiva com a participação da Associação
Barra do Ribeiro Coleta (não seletiva) realizada por empresa terceirizada e coleta seletiva realizada pela Associação
Bento Gonçalves Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Bom Príncipio Coleta (não-seletiva) realizada pela Prefeitura
Campo Bom Coleta (não-seletiva) realizada por empresa terceirizada
Canoas Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Carazinho Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada e pela Associação
Caxias do Sul Coleta seletiva realizada pela Prefeitura
Cruz Alta Coleta (não-seletiva) realizada por empresa terceirizada
Dois Irmãos Coleta seletiva realizada pela Prefeitura
EsteioColeta (não-seletiva) realizada por empresa terceirizada e a seletiva realizada pela própria Associação em parceria com a Prefeitura
Ijuí Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Nova Hartz Coleta seletiva realizada pela Associação de Recicladores
Passo Fundo A coleta seletiva realizada pela prefeitura, empresa terceirizada e Cootraempo
Porto Alegre Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Rio Grande Coleta seletiva realizada pela Prefeitura
Santa Maria Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Santo Ângelo Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
São LeopoldoColeta foi reformulada durante este ano em que uma empresa terceirizada substituiu a coleta realizada pelas associações
São Miguel das Missões Coleta (não-seletiva) realizada por empresa terceirizada e material reciclável recolhido pela Associação
Sapiranga Coleta seletiva realizada por empresa terceirizada
Os dados referem-se a 21 municípios, pois no município de Viamão o projeto não teve continuidade e, portanto, não houve coleta de dadosos dados tabulados.
A seguir, a sistematização dos 37 empreendimentos de reciclagem contemplados no ano de 2009, com
respectivos dados auferidos em março, junho e novembro.
64
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Empreendimentos Sócio-ambientais Apoiados
EMPREENDIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS
N° Pessoas Envolvidas Renda Média Individual (R$) Volume Material Mensal (Kg)
MAR JUN NOV MAR JUN NOV MAR JUN NOV
Dois Irmãos 21 21 21 1.350,00 1.120,00 1.750,00 87.446 61.451 95.474
Coopernova 56 50 40 800,00 750,00 950,00 182.483 180.006 159.130
Coolabore 34 34 34 1.100,00 1.000,00 1.300,00 121.635 119.100 126.787
Nascente do Vale 21 20 20 699,00 700,00 763,29 42.660 38.233 32.048
Recibom 9 8 10 1.200,00 1.400,00 948,37 41.730 32.069 31.935
Aturói Vitória 24 24 19 145,00 125,00 186,80 8.250 5.087 10.856
Nova Conquista 28 30 29 290,00 276,00 260,00 29.406 31.240 24.892
Uniciclar 25 27 30 133,00 150,00 260,00 12.856 17.100 18.575
ARCA/Esteio 16 15 19 275,00 280,00 273,00 14.196 13.000 15.284
Renascer 17 17 21 450,00 450,00 400,00 28.863 28.545 26.569
ARLAS 34 32 30 320,00 409,73 650,00 39.643 44.997 62.057
ARMC 13 14 16 175,00 210,00 359,71 10.279 14.113 24.127
ATREMAG 21 25 21 344,00 300,00 90,50 22.841 24.169 5.526
Ilha Grande dos Marinheiros 18 20 17 466,00 300,00 400,00 17.389 15.387 23.474
Campo da Tuca 21 19 20 250,00 250,00 350,00 29.436 34.799 27.010
Profetas da Ecologia I 25 22 23 200,00 400,00 645,00 25.817 4.500 49.050
ACATA/Alvorada 16 15 11 168,00 376,00 342,00 14.289 12.023 12.830
Barra Limpa 9 9 8 350,00 376,00 635,00 11.768 9.450 14.704
Jardim Glória 25 26 22 178,60 566,19 634,00 17.177 69.890 58.511
Carazinho 6 4 6 20,00 120,00 200,00 2.777 10.876 4.283
ARCA/Caxias do Sul 16 25 18 550,00 450,00 611,00 32.185 19.701 29.189
Consolação 5 15 15 200,00 180,00 9.859 12.261 32.039
Interbairros 18 17 16 550,00 380,00 825,00 42.372 63.423 32.186
Novo Amanhã 9 9 12 588,00 764,00 680,00 10.369 27.007 17.486
Serrano 29 28 24 540,00 450,00 650,00 66.511 67.840 45.502
Vida Nova Fátima 15 18 17 420,00 311,00 406,00 28.202 29.672 23.871
ACCA 10 4 20 * 120,00 * * 1.378 *
ACATA/Ijuí 13 6 12 * 53,71 55,74 * 1.600 4.309
AAMA 6 6 6 176,56 243,07 499,73 10.152 11.368 15.353
AREVI 18 7 10 * 472,12 319,00 * 9.949 4.847
Cootraempo 8 8 14 149,13 318,18 299,27 10.430 31.471 21.741
Vitória da Vila da Quinta 6 5 5 104,28 200,00 66,90 5.804 4.309 3.865
ARPS 4 6 5 77,00 130,00 98,00 1.690 3.220 1.454
ASMAR 14 15 16 280,00 400,00 400,00 16.748 18.403 23.798
Ecos do Verde 26 26 33 280,00 230,00 400,00 58.688 41.620 75.780
A Arte de Reciclar 8 6 5 54,14 600,00 203,77 3.113 3.300 3.594
TOTAL 644 633 645 390,39 401,64 497,41 1.057.064 1.112.557 1.158.136
* Não houve comercialização.
i n d i c a d o r e s
6666
Oficina do CAMP em Nova Hartz
67
Aprendizados e Desafios do Projeto Integrado
O ano de 2009 fica marcado pela consoli-
dação do Projeto Integrado, que reune
diversos atores em torno da temática da
reciclagem. O trabalho em rede e as relações de par-
ceria permitiram a construção de um projeto coletivo
e complementar a partir de diferentes áreas de atua-
ção e formas de apoio. O processo de construção desta
dinâmica demorou um pouco até ser assimilado, pois
são vários atores; cada um com um papel específico,
efetivando um tipo de contribuição.
Trabalhou-se na promoção da autonomia dos
grupos, estimulando para que estejam preparados
para tomada de decisões e resolução de problemas.
Houve um processo de escuta sobre as formas como os
grupos se organizam internamente, tanto em relação
aos processos produtivos como do uso das ferramen-
tas administrativas. A partir disso, foram indicadas me-
lhorias.
As intervenções nos centros de triagem du-
rante o monitoramento dos projetos apoiados pela
Vonpar são bastante diversas e depende de cada rea-
lidade, das demandas apresentadas e da possibilidade
de atuação do CAMP e da Fundação Vonpar. A realiza-
ção de visitas técnicas aos novos parceiros que apre-
sentaram projetos, anteriormente à sua aprovação,
pode ampliar a perspectiva de atuação na gestão dos
resíduos dos municípios e contribuir no início da exe-
cução dos projetos.
De maneira geral, avalia-se que algumas inter-
venções foram qualificadas e resultaram em benefícios
para os grupos, principalmente no que se refere ao di-
álogo com o poder público e à implantação da tecno-
logia de triagem em mesas, buscando maior produtivi-
dade.
O trabalho de ampliar o diálogo e a partici-
pação do poder público na solução da coleta é visto
como prioritário porque a promoção de coleta seleti-
va de qualidade e a entrega da matéria-prima para os
recicladores é papel do poder público, essencial para
a gestão de resíduos dos municípios e, consequente-
mente, para viabilizar a atuação dos grupos associati-
vos.
O que temos observado é que a existência da
coleta seletiva em uma cidade não é suficiente para ga-
rantir qualidade e resultados positivos. É preciso que
haja abrangência geográfica no recolhimento dos re-
síduos sólidos e que a educação ambiental seja cons-
tantemente estimulada para obter-se separação com
qualidade pela comunidade. A qualidade da triagem
é essencial para relações comerciais favoráveis e para
a p r e n d i z a d o s e d e s a f i o s
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Encontro de parceiros do Projeto Integrado
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permitir avanços na cadeia produtiva, como por exem-
plo, o beneficiamento de materiais.
De forma geral, no interior do Estado, a ques-
tão do gerenciamento de resíduos sólidos pela muni-
cipalidade ainda é pouco desenvolvida e afeta direta-
mente o desenvolvimento sustentável. Outrossim, a
reciclagem é vista como um problema a ser resolvido
e não tem uma importância estratégica de tratamento
de resíduos e inclusão social, além de orçamentos re-
duzidos. Também nota-se pouca atuação do setor pri-
vado nesta temática.
O processo de monitoramento reforça a idéia
de que não há mudanças significativas apenas a partir
da aquisição de equipamentos. é essencial o trabalho
educativo de acompanhamento a recicladores. A la-
cuna técnica é mais fácil de ser solucionada do que o
desafio da gestão. Por se tratar de um empreendimen-
to econômico deve buscar rentabilidade e tecnologia
atualizada, sem descuidar do caráter social, que busca
instituir uma dinâmica democrática e participativa na
gestão, o que se revela desafiador.
A avaliação de impacto realizada ao final dos
projetos foi profunda. Por meio da realização de gru-
pos focais com os recicladores foi possível compreen-
der as leituras em relação aos empreendimentos e aos
resultados obtidos através dos projetos. Além disso, as
entidades proponentes e apoiadoras dos grupos res-
ponderam questionários avaliativos sobre a execução
da experiência.
Uma das dificuldades enfrentadas foi a cole-
ta de dados para os indicadores Vonpar. De um lado,
observa-se a grande fragilidade da maioria dos grupos
em relação à implantação de controles sistemáticos. De
outro, falta de compreensão sobre a importância no
fornecimento de dados esperados como contrapartida
do empreendimento ao recebimento do apoio.
Em relação ao monitoramento, fornecimento
de dados e prestação de contas para a Rede de Parce-
ria Social, CAMP e Fundação Vonpar podem melhorar
a comunicação com os centros de triagem por meio de
capacitação específica sobre esta temática.
No eixo Porto Alegre – Caxias do Sul, salvo al-
gumas exceções, os centros de triagem têm garantia de
fornecimento suficiente de materiais para a triagem.
Contudo, as tecnologias e principalmente a forma
como os trabalhadores se organizam na produção têm
mostrado ainda baixos índices de produtividade. Ca-
racterísticas das associações e cooperativas do Vale do
Sapateiro revelam índices de produtividade e graus de
organização diferenciados (vide quadros de produção
per capita, por região, em Indicadores).
São as dinâmicas internas que precisam evoluir
para que se obtenha renda suficiente, que motive as
a p r e n d i z a d o s e d e s a f i o s
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a p r e n d i z a d o s e d e s a f i o s
pessoas a permanecer nesta atividade. Quando alcan-
çam uma estabilidade mínima através da melhoria de
renda, as associações têm possibilidades de planejar
melhor a organização. Com renda melhor, podem con-
tribuir para a previdência social, o grande anseio dos
trabalhadores.
Outro fator observado é a significativa dife-
rença entre as regiões em termos de comercialização.
A diferença de preços na venda de materiais fragiliza
os galpões mais afastados da região metropolitana de
Porto Alegre, Vale do Sinos e Serra, onde há concentra-
ção de aparistas e de indústrias de reciclagem.
No início do ano, os trabalhadores dos centros
de triagem enfrentavam grandes dificuldades nos pre-
ços e na colocação dos materiais no mercado. Houve
grande rotatividade de trabalhadores, uns se desmoti-
vando e outros buscando renda para sustento fora da
associação. No segundo semestre, o quadro começou
a se alterar trazendo novo ânimo. Nos momentos de
crise qualidade dos materiais triados e capacidade de
negociação são fatores importantes para enfrentar a
situação.
A fase aguda da crise revelou a importância
do beneficiamento de plásticos que alguns centros de
triagem já realizam. Os plásticos beneficiados não so-
freram quedas de preços como os demais materiais.
Além disso, na crise, conseguiram colocar no mercado
materiais que os outros centros de triagem não conse-
guiam vender. Deste modo, estes grupos não sofreram
tão grande redução de renda.
A pesquisa realizada pelo CAMP em parceria
com a Maxiquim aponta fatores críticos e oportunida-
des de negócio. Isto representa o que os centros de
triagem e parceiros têm a enfrentar na continuidade
dos projetos.
Os aprendizados alcançados ao longo deste
ano reportam a muitos desafios persistentes no setor
da reciclagem. Muito tem sido feito e muito há ainda
por fazer, demonstrando que embora o caminho seja
longo, ele deve ser percorrido com obstinação. Mui-
tas ações positivas já são desenvolvidas nos centros de
triagem. Porém, o auxílio aos grupos deve ser sistemá-
tico, contínuo e planejado, sabendo-se as fragilidades
deste tipo de empreendimento. Trabalhando nas limi-
tações acontecerão avanços significativos na cadeia
produtiva da reciclagem.
CAMP - CENTRO DE EDUCAÇÃO POPULAR
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Equipe Reciclando CAMP 2009
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