APLICAÇÃO DO MODELO DE REFERÊNCIA SCOR – SUPPLY CHAIN OPERATIONS REFERENCE MODEL – NO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DA VONPAR REFRESCOS

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  • APLICAO DO MODELO DE REFERNCIA SCOR SUPPLY CHAIN OPERATIONS

    REFERENCE MODEL NO CENTRO DE DISTRIBUIO DA VONPAR REFRESCOS

    Felipe Barros Maia Vinagre

    Fernando Antonio Paiva Vasconcellos

    Projeto de Graduao apresentado ao Curso de

    Engenharia de Produo da Escola Politcnica,

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

    parte dos requisitos necessrios obteno do

    ttulo de Engenheiro.

    Orientador: Heitor Caulliraux

    Co-orientador: Virgilio Ferreira F

    Rio de Janeiro

    Janeiro de 2010

  • i

    APLICAO DO MODELO DE REFERNCIA SCOR SUPPLY CHAIN OPERATIONS

    REFERENCE MODEL NO CENTRO DE DISTRIBUIO DA VONPAR REFRESCOS

    Felipe Barros Maia Vinagre

    Fernando Antonio Paiva Vasconcellos

    PROJETO DE GRADUAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

    ENGENHARIA DE PRODUO DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS

    PARA A OBTENO DO GRAU DE ENGENHEIRO DE PRODUO.

    Examinada por:

    ________________________________________________

    Heitor Mansur Caulliraux, D.Sc. (Orientador)

    ________________________________________________

    Virgilio Jos Martins Ferreira Filho D.Sc. (Co-orientador)

    ________________________________________________

    Leonardo Aderne Pozes Pereira

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    JANEIRO de 2010

  • Maia Vinagre, Felipe Barros

    Vasconcellos, Fernando Antonio Paiva

    Aplicao do modelo de referncia SCOR Supply Chain

    Operations Reference Model no centro de distribuio da

    VONPAR Refrescos/ Felipe Barros Maia Vinagre e Fernando

    Antonio Paiva Vasconcellos. Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

    Politcnica, 2010.

    XI, 86 p.: il.; 29,7 cm.

    Orientador: Heitor Caulliraux

    Co-orientador: Virgilio Ferreira F

    Projeto de Graduao UFRJ/ Escola Politcnica/ Curso

    de Engenharia de Produo, 2010.

    Referencias Bibliogrficas: p. 84.

    1. Modelo de Referncia 2.Supply Chain 3.Distribuio

    Urbana. I. Cauliraux, Heitor. II. Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, Escola Politcnica, Curso de Engenharia de Produo.

    III. Titulo.

  • iii

    Agradecimentos

    Nesses cinco anos e meio de universidade e 24 anos de vida, so muitos os

    agradecimentos que temos de realizar, a todos que de alguma forma, mais ou menos intensa,

    contriburam para a concluso desse projeto. Projeto este que representa, no somente a

    concluso de um estudo, mas tambm o fim de uma etapa muito importante em nossas vidas, que

    para ser superada exigiu a contribuio e fora das pessoas as quais prestaremos agradecimentos.

    Primeiramente, agradecemos vida, deus ou ao acaso, pela famlia que nos foi

    concedida, pelos amigos que cruzamos em nosso caminho e pela oportunidade de estudar numa

    das principais universidades brasileiras. Agradecimentos especiais aos nossos pais, pela

    dedicao, ateno e amor ao longo de todos nossos anos de vida, nos preparando para a dura

    realidade fora do bero e sempre nos acolhendo em momentos difceis. Agradecemos aos irmos,

    familiares, amores e amigos prximos que nos influenciam positivamente e nos fornecem outras

    vises, seja em momentos de seriedade e responsabilidade, seja em momentos de descontrao e

    diverso, mas que, com certeza, nos propiciam a superao dos limites pessoais e o

    engrandecimento de esprito. Agradecemos ao corpo docente da Engenharia de Produo da

    UFRJ, aos muitos professores que nos agregaram nos anos universitrios, em especial aos

    componentes da banca do presente projeto, que nos apoiaram no desenvolvimento do mesmo,

    pela seriedade e disponibilidade. Por ltimo, um agradecimento profundo e especial aos amigos

    da turma EP042 que, em muito, contriburam em nossa formao, atravs de um relacionamento

    construtivo, enriquecedor, no competitivo e no invejoso, qualidades raras no ambiente

    competitivo dos dias atuais.

  • iv

    Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica/ UFRJ como parte dos

    requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro de Produo.

    APLICAO DO MODELO DE REFERNCIA SCOR SUPPLY CHAIN OPERATIONS

    REFERENCE MODEL NO CENTRO DE DISTRIBUIO DA VONPAR REFRESCOS

    Felipe Barros Maia Vinagre

    Fernando Antonio Paiva Vasconcellos

    Janeiro/2010

    Orientador: Heitor Caulliraux

    Co-orientador: Virgilio Ferreira F

    Curso: Engenharia de Produo

    O presente estudo fundamenta-se na aplicao do Modelo SCOR (Supply Chain Operations

    Reference Model) para a avaliao da cadeia de suprimentos da engarrafadora VONPAR.

    Primeiramente, elaborou-se uma descrio da empresa estudada, indicando o funcionamento do

    sistema Coca-Cola, depois adentrando na operao brasileira e finalmente na descrio em

    detalhe da VONPAR. Em seguida, realizou-se uma reviso bibliogrfica do Modelo SCOR,

    desenvolvido pelo Council of Supply Chain Management com base na verso 8.0, para ento

    aplicar o modelo. Vale ressaltar que o foco de anlise o Centro de Distribuio de Porto Alegre

    e seus processos internos que envolvem a cadeia de suprimentos. Ao final, realizou-se uma

    anlise de gaps entre indicadores, melhores prticas, entradas e sadas que o modelo sugere com

    os praticados pela empresa. O estudo conclui com uma anlise de aplicabilidade do modelo,

    indicando pontos positivos e limitaes do mesmo.

    Palavras-chave: Modelo de Referncia, Supply Chain, Distribuio Urbana.

  • v

    Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Engineer.

    SCOR SUPPLY CHAIN OPERATIONS REFERENCE MODEL APPLICATION AT THE

    VONPAR REFRESCOS DISTRIBUTION CENTER

    Felipe Barros Maia Vinagre

    Fernando Antonio Paiva Vasconcellos

    January/2010

    Advisor: Heitor Caulliraux

    Co-advisor: Virgilio Ferreira F

    Course: Industrial Engineering

    The present study is based on the application of the SCOR Supply Chain Operations Reference

    Model for the analysis of the bottling company, VONPAR Refrescos, supply chain. First of all,

    we described the case study enterprise context, indicating the Coca-Cola system, the Brazilian

    operation and, finally, the VONPAR detailed operations. After that, we did a literary research

    about reference models and, specifically about the SCOR model. It is important to signalize that

    this study is focused in the Porto Alegre distribution center and its supply chain operations

    processes. At the end, we did a gap analysis comparing SCOR descriptions with the distribution

    center activities, inputs, outputs, KPIs and best practices. The study ends concluding about the

    SCOR model positive points and limitations.

    Keywords: Reference Model, Supply Chain, Urban Distribution.

  • vi

    SUMRIO 1. Introduo ........................................................................................................................................ 9

    2. A empresa ...................................................................................................................................... 10

    2.1. Sistema Coca Cola ................................................................................................................. 10

    2.2. The Coca-Cola Company ..................................................................................................... 12

    2.3. VONPAR e sua Cadeia de Valor ......................................................................................... 16

    3. Centro de Distribuio de Porto Alegre ................................................................................. 22

    3.1. Ciclo do Pedido ...................................................................................................................... 23

    4. Modelos de Referncia ............................................................................................................... 26

    4.1. Definio e Classificao ..................................................................................................... 26

    4.2 Modelos de Supply Chain Management........................................................................... 31

    5. O Modelo SCOR ............................................................................................................................ 34

    5.1. Introduo ................................................................................................................................ 34

    5.2. Nveis de aplicao do SCOR ............................................................................................. 35

    5.2.1. Primeiro Nvel ................................................................................................................... 36

    5.2.2. Segundo nvel ................................................................................................................... 37

    5.2.3. Terceiro Nvel .................................................................................................................... 38

    5.2.4. Quarto nvel ....................................................................................................................... 40

    5.3. Etapas de aplicao do modelo SCOR ............................................................................ 40

    6. Aplicao do Modelo SCOR ...................................................................................................... 43

    6.1. Diagrama de Negcios.......................................................................................................... 43

    6.2. Mapa Geogrfico .................................................................................................................... 44

    6.3. Diagrama SCOR ...................................................................................................................... 48

    6.4. Modelo de Processos............................................................................................................ 51

    6.4.1. Descrio das Atividades de Nvel 3 do processo S1 do SCOR .............................. 54

    6.4.2. Descrio das Atividades de Nvel 3 do processo D1 do SCOR .............................. 56

    6.5. Anlise de GAPs ..................................................................................................................... 59

    7. Concluses e Avaliao do Modelo SCOR ........................................................................... 80

    8. Bibliografia ..................................................................................................................................... 86

    9. ANEXOS .......................................................................................................................................... 87

  • vii

    ndice de Figuras

    Figura 1: Cadeia de Suprimentos do Sistema Coca-Cola ................................................................. 10

    Figura 2: rea de Atuao das Engarrafadoras brasileiras............................................................... 11

    Figura 3: Sub-Sistemas do Coca-Cola Company Mundial ................................................................ 13

    Figura 4: Volumes 2007 dos sub-sistemas da Coca-Cola Company em Bilhes de caixas

    unitrias (Bi UC) ....................................................................................................................................... 14

    Figura 5: Volumes dos pases do sub-sistema Amrica Latina ........................................................ 15

    Figura 6: Volume2007 de Produtos Coca-Cola por pas ................................................................... 15

    Figura 7: Viso, Misso e Valores da VONPAR ................................................................................. 16

    Figura 8: Market Share VONPAR em sua rea de influncia ........................................................... 17

    Figura 9: Sazonalidade da operao VONPAR .................................................................................. 18

    Figura 10: Participao nas Vendas por Grupo de Produto .............................................................. 18

    Figura 11: Participao nas Vendas por tipo de cliente ..................................................................... 20

    Figura 12: Localizao das instalaes ................................................................................................ 21

    Figura 13: Mapa de Densidade Geogrfica de Demanda da VONPAR .......................................... 22

    Figura 14: Distribuio da Demanda VONPAR por municpio (em volume) .................................. 23

    Figura 15: Foto area da Fbrica e CD de Porto Alegre ................................................................... 23

    Figura 16: Ciclo do Pedido ..................................................................................................................... 24

    Figura 17: Tecnologia do Processo de Ciclo do Pedido .................................................................... 25

    Figura 18: Estrutura de Classificao de Modelos de Referncia ................................................... 29

    Figura 19: Nvel 1 do SCOR ................................................................................................................... 35

    Figura 20: Nveis de Aplicao do SCOR ............................................................................................ 36

    Figura 21: Nvel 2 de Aplicao do SCOR ........................................................................................... 37

    Figura 22: Categorias do Nvel 2 por tipo de Processo ..................................................................... 38

    Figura 23: Processos do Planejamento da Cadeia de Suprimentos (P1) ....................................... 39

    Figura 24: Diagrama de Negcios ......................................................................................................... 43

    Figura 25: Fluxos de Fornecimento ....................................................................................................... 45

    Figura 26: Representatividade dos Insumos (Volume e Valor monetrio) ..................................... 46

    Figura 27: rea de Atendimento por Instalao .................................................................................. 47

    Figura 28: Fluxos de Venda ................................................................................................................... 48

    Figura 29: Diagrama SCOR ................................................................................................................... 49

    Figura 30: Processos de Nvel 3 do Centro de Distribuio .............................................................. 52

    Figura 31: Comparao entre Atividades do SCOR e Atividades Mapeadas durante Entrevistas

    .................................................................................................................................................................... 54

    Figura 32: Distribuio dos Custos Logsticos por Atividade ............................................................ 60

    Figura 33 Ciclo do Pedido VONPAR ..................................................................................................... 61

  • viii

    ndice de Tabelas

    Tabela 1: Definies de Modelo de Referncia .................................................................................. 27

    Tabela 2: Mais definies de Modelos de Referncia ........................................................................ 28

    Tabela 3: Indicadores de Desempenho do Processo de Balancear Recursos e Requerimentos

    da Cadeia de Suprimentos (P1.3) ......................................................................................................... 39

    Tabela 4: Melhores Prticas para o Processo de Balancear Recursos e Requerimentos da

    Cadeia de Suprimentos (P1.3) ............................................................................................................... 40

    Tabela 5: Sub-Processos Nvel 3 do Processo S1 (Source Stocked Product) do SCOR ............ 55

    Tabela 6: Sub-Processos Nvel 3 do processo D1 (Delivery Stocked Product) do SCOR .......... 57

    Tabela 7: Atributos e Funcionalidades do SCOR ............................................................................... 84

  • 9

    1. Introduo

    A logstica e a gesto da cadeia de suprimentos so processos fundamentais na busca pela

    diferenciao no mercado altamente competitivo dos dias de hoje. Diversas so as formas com

    que os gestores conduzem essas atividades de forma a garantir um bom desempenho e uma

    melhora progressiva de suas operaes. O amadurecimento da gesto trs consigo uma

    extensa gama de ferramentas a disposio dos executivos, para gui-los na transformao e

    anlise de suas operaes. Apesar da dinamicidade do mercado, as atividades logsticas j

    esto mais bem compreendidas e mapeadas. Nesse sentido, assim como para outros

    processos de negcio, surgem modelos de referncia de operaes da cadeia de suprimentos,

    para melhor compreender as relaes de intercmbio de material e informao entre seus elos,

    e sugerir as melhores prticas encontradas no mercado.

    Assim, a aplicao de modelos de gesto no ambiente empresarial cada vez mais presente,

    na busca pela excelncia de operaes. No entanto, muitas vezes, essas aplicaes ocorrem

    sem uma prvia discusso dos objetivos das mesmas, de suas limitaes e alcances. Os

    modelos de referncia das operaes, de forma geral, no fogem a essa regra, sendo

    utilizados sem o entendimento do que se pode extrair com a aplicao do mesmo e,

    principalmente, de suas restries quanto especificidade de cada operao.

    O presente estudo pretende abordar os modelos de referncia de operaes, com foco no

    modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference Model). A partir da compreenso do

    mesmo, parte-se para o estudo de caso, o aplicando na engarrafadora do sistema Coca-cola

    da regio sul do Brasil, chamada VONPAR. Em conjunto com o especialista de operaes do

    Sistema Coca-Cola se faz uma anlise de gaps, comparando as melhores prticas sugeridas

    pelo modelo com as da VONPAR. Ao final, analisa-se se o modelo SCOR cumpre os objetivos

    dos modelos de referncia propostos pela literatura, e se uma boa ferramenta de gesto do

    ponto de vista do gestor.

    O texto foi estruturado para seguir o raciocnio acima, com uma breve introduo sobre o

    sistema Coca-Cola, a empresa VONPAR e seu centro de distribuio de Porto Alegre

    (captulos 2 e 3). Em seguida, revisa-se a literatura de modelos de referncia de operaes

    (captulo 4) e, em detalhe, o modelo SCOR (captulo 5). O captulo 6 aborda a aplicao do

    modelo e anlise de gaps, e, finalmente, o captulo 7 conclui avaliando os pontos positivos e

    negativos do modelo.

  • 10

    2. A empresa

    2.1. Sistema Coca Cola

    A VONPAR Refrescos S.A. a franqueada da Coca-Cola no Rio Grande do Sul e em Santa

    Catarina. Em todo o mundo, os produtos Coca-Cola chegam ao mercado atravs das

    chamadas engarrafadoras (franqueadas) Coca-Cola. As engarrafadoras Coca-Cola so

    responsveis por fabricar, vender e distribuir os produtos Coca-Cola em seus respectivos

    mercados de atuao. Enquanto a The Coca-Cola Company (TCCC) possui a responsabilidade

    de fornecer o xarope concentrado de fabricao e dar apoio na divulgao da marca, com

    programas de marketing e vendas.

    Os concentrados de xarope so fornecidos as engarrafadoras posicionadas ao redor do

    mundo. Essas, por sua vez, so responsveis por adicionar gua e acar para em seguida

    engarrafar o lquido final nos mais variados tipos de embalagem. Os produtos finais so

    distribudos pelas engarrafadoras atravs dos seus centros de distribuio para os pontos de

    venda (supermercados, restaurantes, bares, etc.), os quais vendem para o consumidor final.

    Esse processo produtivo e logstico envolvendo concentrado e produto final com a participao

    dos agentes TCCC, engarrafador, clientes e consumidor final chamado de Sistema Coca-

    Cola.

    Figura 1: Cadeia de Suprimentos do Sistema Coca-Cola

    Fonte: Os Autores

    Planta -

    Engarrafadora

    Planta de

    Concentrado -

    TCCC

    Pontos de

    Venda e

    Consumidores

    Centro de

    Distribuio -

    Engarrafadora

  • 11

    importante ressaltar que no existe competio entre as engarrafadoras. Para cada regio do

    mundo s existe uma empresa engarrafando e distribuindo produtos Coca-Cola. Tal fato faz

    parte da estratgia da The Coca-Cola Company. Por exemplo, nos pases baixos, Frana

    Continental, Blgica, Luxemburgo, Gr-Bratenha e Mnaco s existem operaes da

    engarrafadora Coca-Cola Enterprises. Mesmo em casos nos quais existe mais de uma

    engarrafadora em um mesmo pas, cada uma possui sua prpria regio de atuao, como o

    caso da Espanha que possui sete engarrafadoras em localidades especficas, sem competio

    e do Brasil que possui 17 engarrafadoras distribudas pelo territrio nacional.

    Figura 2: rea de Atuao das Engarrafadoras brasileiras

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Na verdade, cada engarrafadora tem um contrato de exclusividade, que as permitem fabricar e

    distribuir os produtos Coca-Cola, de acordo com as exigncias de qualidade da TCCC. Em

    contrapartida, a TCCC fornece suporte em publicidade, marketing e algumas vezes em

    investimentos, como fuses, aquisies e ampliaes de capacidade.

  • 12

    Cada engarrafadora possui departamentos e reas empresariais tpicas de qualquer empresa,

    independentes da The Coca-Cola Company. A rea de marketing a que possui uma maior

    dependncia entre engarrafadora e TCCC, devido interseo entre suas atividades. Quanto

    formao do capital das engarrafadoras, existem empresas que possuem parte de seu capital

    pertencente TCCC e outras que possuem capital 100% prprio.

    2.2. The Coca-Cola Company

    Desde que foi apresentada pela primeira vez ao pblico, em 1886, na Jacobs Pharmacy, em

    Atlanta, nos Estados Unidos, Coca-Cola inaugurou sua trajetria de sucesso e hoje, segundo a

    Interbrand Corporation, a marca mais famosa do mundo.

    Assim como outras invenes que entraram para a histria, a criao de John Pemberton, um

    farmacutico americano, foi motivada pela curiosidade. Na tentativa de criar uma nova frmula

    contra dor de cabea, Pemberton, criou uma mistura de cor caramelo que ao ser misturada

    com gua gasosa, deu origem marca mais famosa da atualidade. Segundo a unidade

    portuguesa da TCCC, Coca-Cola a marca mais valiosa do mundo, avaliada em 70,5 milhes

    de dlares. Atualmente, alm da Coca-Cola, The Coca Cola Company (TCCC) possui mais de

    400 marcas, entre elas trs marcas que encabeam o ranking de bebidas no alcolicas em

    nvel mundial: Coca-Cola Light, Fanta e Sprit.

    Desde a sua primeira comercializao em oito de maio de 1886, quando possua uma venda de

    nove produtos ao dia at os dias atuais com um volume de venda dirio de mais de 1,3 bilhes

    de produtos, The Coca Cola Company (TCCC), expandiu seu mercado de atuao e hoje atua

    em mais de 200 pases. Atualmente, a TCCC divide seu negcio em seis zonas geogrficas e

    uma unidade de negcios chamada Bottling Investiments, totalizando sete unidades.

  • 13

    Figura 3: Sub-Sistemas do Coca-Cola Company Mundial

    Fonte: The Coca-Cola Company

    Essa diviso fundamenta-se na similaridade dos mercados constituintes e do foco estratgico

    de atuao. A unidade Bottling Investiments, de forma geral, responsvel pelos investimentos

    em engarrafadoras, como melhoria operacional, aquisies e fuses.

    Dentro dos sistemas operativos, segundo nmeros da prpria The Coca-Cola Company,

    Amrica do Norte e Amrica Latina representam grande parte do volume mundial da empresa,

    representando, somados, mais que 50% do volume mundial.

    Amrica do Norte

    Amrica Latina

    Unio Europia

    frica

    Eurasia

    Pacfico

  • 14

    Figura 4: Volumes 2007 dos subsistemas da Coca-Cola Company em Bilhes de caixas

    unitrias (Bi UC)

    Fonte: The Coca-Cola Company

    Amrica Latina o sistema operativo que possui o maior volume de vendas com mais de seis

    bilhes de caixas unitrias vendidas no ano de 2007. Seu volume impulsionado por pases

    populosos como Mxico e Brasil, que comercializaram cerca de 2,6 e 1,5 bilhes de caixas

    unitrias, respectivamente, no ano de 2007. Somados, os volumes dos dois pases

    correspondem a mais que 68% do volume total da Amrica Latina.

    6,1

    3,6 3,4

    2,3

    1,6

    5,7

    c

    Volume Mundial22,7 Bi UC

    128,9 Bi Litros

    A. Latina

    A. Norte Pac

    fico UE Eurasia fric

    a

    27%

    25%16%

    15%

    10%7%

    27%

    25%16%

    15%

    10%7%

    Bi UC 2007

  • 15

    Figura 5: Volumes dos pases do subsistema Amrica Latina

    Fonte: The Coca-Cola Company

    O sistema brasileiro visto pela matriz da TCCC como uma rea bastante estratgica que vem

    ganhando cada vez mais importncia no cenrio mundial. Em 2007, o Brasil foi o terceiro maior

    pas em termos de consumo mundial de produtos Coca-Cola.

    Figura 6: Volume2007 de Produtos Coca-Cola por pas

    Fonte: Adaptado The Coca-Cola Company

    2.635

    858 490 306306

    1.532c

    Volume AL6,1 Bi UC

    34,8 Bi Litros

    Mxico Bras

    il Central

    Latina Arg

    entina

    Chile

    Outros

    43%14%

    8%5%

    25%

    5%

    43%14%

    8%5%

    25%

    5%

    MM UC 2007

    5.6

    75

    2.6

    35

    1.5

    32

    1.2

    35

    90

    8

    61

    3

    52

    4

    49

    0

    47

    7

    47

    2

    43

    1

    40

    9

    34

    1

    31

    8

    30

    6

    30

    6

    29

    2

    29

    1

    21

    8

    54

    5

    A. N

    orte

    Mex

    ico

    Bra

    sil

    Chi

    na

    Japa

    o

    Ale

    man

    ha

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    anha

    Afric

    a do

    Sul

    Arg

    entin

    a

    Gra

    -Bet

    anha

    Phi

    lipin

    as

    Rus

    sia

    Turq

    uia

    Italia

    Indi

    a

    Chi

    le

    Fran

    ca

    Hol

    anda

    Aus

    tral

    ia

    Taila

    ndia

  • 16

    Segundo o jornal Valor Econmico, o presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent, anunciou

    um aumento de 75% no investimento da companhia no Brasil para os prximos cinco anos

    (2010 a 2014), o que representar R$ 11 bilhes. O motivo do investimento , alm do

    crescimento das operaes da Coca-Cola no Brasil, o fato de o pas sediar a Copa do Mundo

    de 2014 e os Jogos Olmpicos de 2016. Nos ltimos 25 anos, o volume de vendas no Brasil

    cresceu 50 vezes.

    2.3. VONPAR e sua Cadeia de Valor

    Atualmente, a VONPAR Refrescos S.A. atende a aproximadamente 13 milhes de pessoas em

    sua rea de cobertura, que compreende, aproximadamente, 75% do estado do Rio Grande do

    Sul e 100% do estado de Santa Catarina. Com atuao voltada para o marketing e servios,

    com nfase em qualidade, atendimento, distribuio e relacionamento, a VONPAR opera na

    fabricao e distribuio de bebidas da linha Coca-Cola e na distribuio de bebidas da Femsa

    Cerveja Brasil e gua Mineral Charrua.

    A filosofia da empresa voltada para a satisfao das partes interessadas, principalmente, dos

    clientes internos, externos, fornecedores, governo e composta pelo conjunto de conceitos

    traduzidos pela Viso, Misso e Valores da empresa.

    Figura 7: Viso, Misso e Valores da VONPAR

    Fonte: www.vonpar.com.br

    A evoluo dos nmeros reflete o crescimento da VONPAR nos ltimos anos. No ano de 2000

    eram 2.203 colaboradores diretos. Hoje, a VONPAR conta com mais de 2.700 colaboradores,

    representando um crescimento de 22,6%. Atualmente, a produo mdia da empresa de 67

    milhes de litros de bebidas por ms.

  • 17

    O faturamento bruto no ano de 2005 foi de R$ 937 milhes. Em 2006 foi de R$ 1,04 bilhes e

    em 2007 registrou um faturamento de R$ 1, 20 bilhes. J em 2008 atingiu R$ 1,40 bilhes.

    Portflio de Produtos e Volumes

    Segundo pesquisas de mercado fornecidas pela prpria empresa em Maro de 2008, a

    VONPAR a empresa com maior participao no volume de refrigerantes dentro da sua regio

    de cobertura.

    Figura 8: Market Share VONPAR em sua rea de influncia

    Fonte: www.vonpar.com.br

    Atualmente, a produo mdia da empresa de 67 milhes de litros de bebidas por ms. A

    operao da VONPAR, assim como no mercado de bebidas, em geral, est sujeita a uma

    grande sazonalidade fruto do impacto na demanda provocada pelo vero e palas datas festivas

    de final de ano. Nota-se o pico de demanda nos meses de novembro e dezembro e o vale da

    demanda nos meses de inverno em maio, junho e julho.

  • 18

    Figura 9: Sazonalidade da operao VONPAR

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    A VONPAR possui um total de cerca de 210 SKUs (stock keeping unit), divididos entre

    diferentes sabores e tipos de embalagem. O sabor Coca-Cola possui a maior

    representatividade de vendas, com cerca de 75% do total do volume de vendas.

    Figura 10: Participao nas Vendas por Grupo de Produto

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Seguindo a tendncia do mercado brasileiro, a empresa concentra suas vendas na embalagem

    de PET e Lata, com mais de 90% do total do volume de vendas.

    A VONPAR conta, atualmente, com cerca de 500 fornecedores espalhados por todo o Brasil.

    Pode-se dividir os fornecedores da VONPAR em quatro tipos distintos:

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    Milh

    are

    s

    1,09 1,021,17

    0,960,79

    0,880,82

    0,910,81

    0,951,13

    1,47

    11%

    75%

    8%

    Fanta GuaranCoca Sprite

    6%

  • 19

    1. Fornecedores de matria-prima

    2. Fornecedores de embalagens

    3. Fornecedores de MRO (peas de reposio)

    4. Fornecedores de revenda

    O maior valor de compras refere-se ao suprimento de matria-prima e embalagem, que juntos

    representam quase 85% do valor total de compras da empresa. A compra de produtos que so

    revendidos corresponde em mdia a 14% do total comprado pela empresa. O maior volume de

    compras de revenda est concentrado na aquisio de cerveja Kaiser, que representa mais da

    metade do total revendido. O fornecimento de peas de reposio/manuteno corresponde a

    somente 1% do total de compras.

    Os clientes da VONPAR, assim como das outras engarrafadoras Coca-Cola, podem ser

    divididos em quatro grupos distintos:

    1. Rota

    2. Autoservio (AS)

    3. Depsito de Bebidas

    4. Distribuidores de rea (DA)

    O canal Rota representa os clientes com baixo volume por pedido, no qual so utilizados

    veculo de menor porte para a distribuio, como veculos toco. So clientes de varejo como

    bares, restaurantes e lojas de convenincia. Os clientes classificados como Autoservio so as

    grandes redes de supermercados e atacado, que possuem pedidos com volumes

    representativos entregues por veculos de maior porte. J os depsitos de bebidas so clientes

    que se encontram em um patamar intermedirio de volume entre os clientes rota e os clientes

    de Autoservio. So depsitos de bebidas destinados a clientes que compram em grande

    volume para a realizao de festas e eventos. Parte do volume produzido pela VONPAR

  • 20

    comercializado por terceiros, conhecidos como distribuidores de rea (DA). Os distribuidores de

    rea atendem regies nas quais a lucratividade de atendimento para a VONPAR baixa tendo

    em vista o alto custo logstico de atendimento devido distribuio urbana e a baixa receita

    oriunda do pequeno volume. Os distribuidores de rea, alm de comercializar produtos Coca-

    Cola fornecidos pela VONPAR, vendem outras bebidas, diluindo o custo de atendimento dos

    pontos de venda.

    Os clientes Rota representam mais de 90% do total de clientes. Contudo, em termos de

    volume, os clientes Rota e AS se equalizam devido ao pedido mdio elevado dos clientes de

    Autoservio.

    Figura 11: Participao nas Vendas por tipo de cliente

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    A VONPAR possui atualmente trs fbricas e cinco centros de distribuio (CD), cobrindo a

    regio dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    DA

    AS

    Rota

    Outros

    Depsito de Bebidas

    37%

    34%

    16%

    7%6%

  • 21

    Figura 12: Localizao das instalaes

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    As unidades fabris possuem alocadas ao mesmo espao geogrfico, centros de distribuio

    para estocagem e comercializao.

    Instalaes e DAs

    Porto Alegre/RS

    Pelotas/RS

    Farroupilha/RSSanto Angelo/RS

    Chapec/SC

    Joenvilelle/SC

    Blumenau/SC

    Antnio Carlos/SC

    Instalaes e DAs

    Instalaes e DAs

    Fbrica e CD Vonpar

    CD Vonpar

    DA

  • 22

    3. Centro de Distribuio de Porto Alegre

    A unidade de Porto Alegre constituda por uma unidade fabril e um centro de distribuio. A

    unidade fabril alimenta o centro de distribuio que est localizado no corao da demanda da

    empresa. A Figura 13 ilustra a concentrao da demanda da VONPAR, na qual o tamanho do

    crculo representa a demanda de cada municpio.

    Figura 13: Mapa de Densidade Geogrfica de Demanda da VONPAR

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Nota-se que a maior concentrao de demanda est localizada no municpio de Porto Alegre.

    Dessa maneira, a unidade de Porto Alegre a maior do sistema VONPAR com cerca de 44%

    do volume total da empresa.

  • 23

    Figura 14: Distribuio da Demanda VONPAR por municpio (em volume)

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Figura 15: Foto area da Fbrica e CD de Porto Alegre

    Fonte: www.vonpar.com.br

    3.1. Ciclo do Pedido

    Para uma melhor compreenso dos processos do centro de distribuio que sero descritos ao

    longo do estudo, necessrio que compreendamos o ciclo do pedido.

    Todos os pedidos da VONPAR buscam ser entregues em D+1, isto , todos os pedidos que

    entram no sistema no dia D, tem como objetivo ser entregues no dia D+1. O processo do ciclo

    44%

    28%

    8%

    6%

    5%

    4%3% 2%

    ASSIS BRASIL

    ANTONIO CARLOS

    SANTO ANGELO

    FARROUPILHA

    CHAPECO

    BLUMENAU

    PELOTAS

    JOINVILLE

    PORTO ALEGRE

  • 24

    de pedido dos clientes rota inicia-se com o vendedor Coca-Cola que percorre uma rota pr-

    estabelecida. O vendedor passa por cada ponto de venda e anota o pedido pelo PDA, no qual

    possvel verificar a disponibilidade de estoque no incio do dia. J os pedidos dos outros

    clientes (AS, distribuidores de rea e depsito de bebidas) so recebidos atravs de fax, pela

    internet ou pelo PDA do vendedor. realizado o upload no sistema de todos os pedidos

    recebidos at as 19 horas. Os pedidos passam por uma aprovao de crdito e em seguida

    realizada a verificao da disponibilidade de estoque tendo em vista os pedidos com aprovao

    de crdito realizada. Das 19 horas at as 21 horas os pedidos aprovados so alocados a um

    dos veculos de distribuio tendo em vista o processo de roteirizao de entrega. Das 21

    horas do dia D at o fim da madrugada do dia D+1 realizado a separao de pedidos

    (picking) no armazm por veculo de entrega e as notas fiscais so emitidas. No incio da

    manh (7 horas) doa dia D+1 os caminhes de entrega saem do armazm para realizar a

    entrega dos pedidos. A Figura 16 ilustra o ciclo de pedido assim como a tecnologia empregada.

    Figura 16: Ciclo do Pedido

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Processos

    Cliente (Rota)

    Vendedor coloca pedido do cliente via PDA

    Vendedor

    Vendedor descarrega pedidos do PDA no SPP no final do dia

    Adm / Logstica

    Emisso das Notas Fiscais

    Estoque

    Expedio dos pedidos e

    carregamento dos caminhes

    Distribuio

    Entrega dos pedidos

    Processos

    Cliente (AS e Distrib.)

    Cliente coloca pedido para o supervisor via

    EDI/ Fax/ PDA

    Supervisor

    Supervisor coloca pedidos no SPP

    Estoque

    Pedidos so separados (Picking) e os pallets mistos so montados

    Distribuio

    Pedidos so alocados em cargas aps

    roteirizao

    Distribuio

    Pedidos descarregados no SPP at s 19hs so

    roteirizados

    Comercial

    Aprovao de crdito dos pedidos

    Distribuio

    Verificao de disponibilidade de

    estoques

  • 25

    Figura 17: Tecnologia do Processo de Ciclo do Pedido

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    SPP SAPBASIS

    Vendedores descarregam PDAs no f im do dia

    Supervisores colocam pedidos de AS e Distribuidores

    durante o dia

    Basis repassa ao SPP informao de disponibilidade

    de estoque

    Emisso das Notas Fiscais dos Pedidos

    SAP atualiza o Basis a cada 30 min com informao de

    nvel de estoque

    Checagem de disponibilidade de

    estoque para atender o pedido

  • 26

    4. Modelos de Referncia

    4.1. Definio e Classificao

    O incremento da competitividade cada vez mais ntido no ambiente organizacional atual.

    HAYES et al. (2008) afirma que o incremento da competitividade est diretamente relacionado

    com o fenmeno da globalizao/internacionalizao da economia. Incertezas da demanda,

    customizao de produtos e exigncia de reduo dos leads times de entrega so alguns dos

    desafios atuais das grandes organizaes. Em meio aos novos desafios da nova economia, o

    desenvolvimento das prticas de gesto atuais e a busca por novas alternativas tornaram-se o

    foco da ateno tanto de pesquisadores envolvidos com o mundo acadmico quanto de

    gestores das grandes empresas de mercado. Conceitos, tcnicas e ferramentas de gesto se

    tornaram cada vez mais difundidas objetivando o melhor desempenho organizacional. Dessa

    maneira, as Referncias procuram, atravs do cumprimento de certos objetivos, direcionarem a

    gesto de uma organizao (CARDOSO, 2008).

    SMARARO (2009) afirma que os Modelos de Referncia podem ser considerados como

    bases de informao que so criadas para que o conhecimento contido nela seja reutilizado por

    outras organizaes. SMARARO (2009) acrescenta que, dessa maneira, os Modelos de

    Referncia facilitam a projetao de novas prticas - processos, arquiteturas organizacionais,

    sistemas - na organizao, ou mesmo como uma base de comparao para rever os j

    existentes e indicar possveis mudanas. Os modelos so criados para terem suas informaes

    utilizadas - ou reutilizadas - por uma ou mais organizaes (VAN DER AALST et al., 2005). Na

    literatura isto retratado como o paradigma do design by reuse, ou projeto pelo reuso.

    Segundo BUARQUE DE HOLANDA (1999), Modelos de Referncia representam objetos

    destinados a serem reproduzidos por imitao. CARDOSO (2008) acrescenta que os Modelos

    de Referncia so padronizados e genricos, que desempenham um papel de referncia para

    os agentes quem tomam deciso a respeito de prticas a serem empregadas nas operaes e

    processos organizacionais.

    Na literatura, um dos principais aspectos ressaltados que um modelo de referncia uma

    representao genrica, devendo ser utilizado apenas como ponto de partida para a

    elaborao de uma soluo especfica, de acordo com o contexto que determinada

    organizao est inserida. A organizao deve adaptar o modelo de referncia a sua realidade

    (VAN DER AALST et al., 2005).

  • 27

    Em sua tese de doutorado CARDOSO (2008) cita seis definies do que ele considera as

    principais encontradas na literatura:

    Tabela 1: Definies de Modelo de Referncia

    Fonte: CARDOSO (2008)

    Autor Definio

    VERNADAT (1996)

    Modelo padronizado, que seja reconhecido e aprovado por todas as

    partes interessadas e que possa ser usado como base para o

    desenvolvimento ou avaliao de outros modelos especficos.

    SHEHABUDDEEN

    ET AL. (1999)

    Estrutura de entendimento e comunicao dentro de um sistema

    para um propsito definido

    ZIBOLVICIUS (1999)

    Operam como prescries para os agentes que tomam decises a

    respeito de prticas a serem empregadas no campo da organizao

    da produo

    RECKER ET AL (2007)

    Modelo conceitual genrico que formaliza prticas recomendadas

    para certo domnio, e objetiva facilitar o projeto de modelos

    especficos de uma organizao por meio da apresentao de uma

    soluo genrica.

    VON BROCKE (2007)

    Modelo de informao que as pessoas desenvolvem ou utilizam

    para suportar a construo de modelos de aplicao e so utilizados

    no projeto de outros modelos ou na criao de aplicaes

    especficas de uma organizao

    FETTKE E LOOS (2007)

    Representam formatos reutilizveis de regras organizacionais,

    processos ou tecnologias. So modelos que estruturam e guiam a

    criao dos modelos especficos da organizao

  • 28

    SMARARO (2009), em sua tese de mestrado, acrescenta mais quatro definies:

    Tabela 2: Mais definies de Modelos de Referncia

    Fonte: Adaptado de SMARARO (2009)

    FETTKE, LOSS e ZWICKER (2005) apud CARDOSO (2008) apresentam uma estrutura de

    classificao dos Modelos de Referncia baseada em trs dimenses:

    1. Caracterizao

    2. Construo

    3. Aplicao

    Autor Definio

    VAN DER AALST

    AT AL (2005)

    Um modelo de referncia prov uma soluo genrica que precisa

    ser configurada para ser utilizada em uma situao especfica.

    SCHELP &

    WINTER (2006)

    Modelos de Referncia so modelos conceituais genricos que

    podem ser utilizados como um figura de referncia de um certo

    domnio. Eles descrevem estrutura de processos ou informaes

    vlidas para um determinado conjunto de empresas.

    BECKER,

    DELFMANN E

    KNACKSTEDT

    (2007)

    Modelos de referncia so modelos de informao desenvolvidos

    com o objetivo de serem reutilizados com diferentes propsito,

    porm similares.

    ROSEMANN E

    VAN DER AALST

    (2007)

    Um modelo de referncia uma fotografia de recomendadas

    prticas e, desta forma, uma fonte de processos de negcio

    utilizveis e eficientes nos quais as organizaes podem modelar

    os dela prpria.

  • 29

    Figura 18: Estrutura de Classificao de Modelos de Referncia

    Fonte: Adaptado de FETTKE, LOSS e ZWICKER (2005) apud CARDOSO (2008)

    No modelo proposto, a Identificao significa a denominao do Modelo de Referncia. A

    dimenso caracterizao subdivida em quatro itens que, segundo os autores, podem ser

    compreendidas das seguintes maneiras:

    1. Origem: a distino sugerida est na origem cientfica e prtica do Modelo de

    Referncia.

    2. Responsabilidade: entidade ou pessoa responsvel pelo modelo de referncia.

    3. Acesso: relacionado acessibilidade das organizaes ao modelo. Pode ser

    classificado em livre, controlado ou restrito. Livre quando o acesso e uso so

    ostensivos. Controlado quando o acesso aberto, mas o reconhecimento de uso

    Classificao

    Caracterizao Construo Aplicao

    Origem

    Responsabilidade

    Acesso

    Ferramentas Suporte

    Domnio

    Linguagem

    Diagrama

    Dimenso

    Mtodo de Construo

    Evoluo

    Mtodo de Aplicao

    Reuso e Customizao

    Uso

    Identificao

  • 30

    restringido. Restrito quando o acesso restrito (compra) e o uso restringido por

    reconhecimento

    4. Ferramenta de Suporte: Existncia ou no de ferramenta suporte utilizao do

    modelo.

    A dimenso construo refere-se ao mtodo de construo e evoluo. Essa dimenso pode

    ser dividida em seis aspectos que so definidas pelos autores das seguintes maneiras:

    1. Domnio: representa o campo de aplicao da perspectiva dos usurios do modelo.

    So identificadas duas composies: Domnio de Aplicao e Domnio de Escopo.

    Domnio de Aplicao est relacionado abrangncia de sua aplicao na

    organizao: Institucional, Funcional ou Processual. Para domnio de escopo os

    autores no identificaram critrios de avaliao. Contudo, CARDOSO (2008) utiliza

    os Modelos de Referncia levantados nas pesquisas do GPI/COPPE/UFRJ para

    definir as seguintes classificaes: Gesto pela Qualidade e Excelncia, Gesto de

    TI, Governana e Controle Corporativo e Gesto de Projetos.

    2. Linguagem de Modelagem: relacionada linguagem que foi utilizada para expressar

    o Modelo de Referncia.

    3. Diagrama do Modelo: est relacionado na existncia ou no de uma estrutura

    diagramtica de explicao.

    4. Dimenso: associada ao tamanho do modelo.

    5. Mtodo de Construo: mtodo utilizado para a construo do Modelo de

    Referncia, podendo ser: dedutivo ou emprico.

    6. Evoluo: refere-se aos mtodos utilizados para avaliar o prprio Modelo de

    Referncia.

    A ltima dimenso sugerida pelos autores a Aplicao e pode ser dividida em trs aspectos:

  • 31

    1. Mtodo de Aplicao: corresponde ao mtodo utilizado para aplicar o modelo.

    2. Reuso e Customizao: relacionada aos conceitos para reutilizao ou

    customizaes do modelo.

    3. Uso: descreve como o modelo realmente aplicado.

    4.2 Modelos de Supply Chain Management

    Atualmente, o sucesso de uma organizao depende substancialmente do bom gerenciamento

    de sua cadeia de suprimentos. Esse gerenciamento envolve o relacionamento entre os elos, o

    fluxo de materiais e o contra-fluxo de informaes, abrangendo os diversos processos e

    operaes dos elos da cadeia, que interfaceiam entre si, para atender a demanda do cliente

    final.

    Objetivando estruturar o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, foram desenvolvidos

    Modelos de gerenciamento da Cadeia de Suprimentos atravs de parcerias entre grupos

    industriais, instituies acadmicas e consultorias de Supply Chain Management. Em geral,

    esses modelos estabelecem uma estrutura de organizao e padronizao dos processos

    utilizados no gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Tal padronizao facilita a

    comunicao entre os participantes da Cadeia de Suprimentos.

    Segundo CHRISTOPHER et al. (2008), no artigo escrito para a Revista Supply Chain Quarterly

    do CSCMP Council of Supply Chain Management Professional edio Q3/2008, os Modelos

    de Cadeia de Suprimentos devem conter alguns atributos e funcionalidades essenciais para

    serem efetivos como ferramentas de gesto:

    Suportar uma definio padro da gesto da Cadeia de Suprimentos.

    Estabelecer uma linguagem comum que permita a comunicao entre os profissionais

    de Supply Chain.

    Prover definies padres para os processos chaves da Cadeia de Suprimentos,

    permitindo a documentao dos processos.

  • 32

    Avaliar a desempenho da Operao da Cadeia de Suprimentos atravs da utilizao de

    mtricas que possam ser mensuradas sem interpretaes ambguas.

    Suportar o contnuo desenvolvimento, provendo dados de benchmarking alinhados com

    o modelo para a comparao da medio do desempenho da empresa com as

    melhores prticas de mercado.

    Prover um modelo que possa ser utilizado em mltiplas indstrias.

    Prover um formato que seja fcil de entender, implementar e prtico como ferramenta

    de gesto.

    Prover transparncia da Cadeia de Suprimentos, suportando o mapeamento dos fluxos

    de materiais e informao.

    Facilitar uma viso multifuncional da organizao que possibilite o desenvolvimento do

    incio ao fim da Cadeia de Suprimentos.

    Permitir um ponto de referencia comum entre os membros da equipe e executivos.

    Permitir o desenvolvimento de programas de treinamento para o futuro do

    conhecimento da Cadeia de Suprimentos.

    Permitir que os profissionais da Cadeia de Suprimentos possam expandir a importncia

    da gesto da Cadeia de Suprimentos para os negcios e para economia.

    Dos mais conhecidos Modelos de Supply Chain Management pode-se citar quatro deles:

    Supply Chain Operations Reference Model, conhecido como SCOR model, foi

    desenvolvido pelo Council of Supply Chain Management;

    Supply Chain Management Institutes SCM Framework, conhecido como SCMI, foi

    desenvolvido pelo Global Supply Chain Forum (GSCF) da Universidade de Ohio;

  • 33

    APQC Process Classification Framework (PCF);

    Supply Chain Consortiums Best Practice Framework;

  • 34

    5. O Modelo SCOR

    5.1. Introduo

    O SCOR (Supply-Chain Operations Reference-model) um modelo de referncia,

    desenvolvido pelo Council of Supply Chain Management, para a gesto da cadeia de

    suprimentos. Atravs de sua aplicao, as atividades da cadeia de suprimentos so mapeadas,

    avaliadas e melhoradas, seguindo uma abordagem por processos, com quatro nveis de

    detalhamento. Atravs do mapeamento hierrquico compreende-se os processos da cadeia

    desde um maior grau de agregao at os sub-processos especficos de cada atividade.

    Aps uma compreenso extensiva, seguindo a metodologia de modelagem SCOR, pode-se

    avaliar a aplicao de indicadores de referncia para os processos, padronizando a linguagem

    e o gerenciamento de parceiros, alm de avaliar os sub-processos segundo as melhores

    prticas (benchmarking) definidas pelo modelo.

    Vale ressaltar que o escopo de anlise do SCOR engloba o relacionamento com os clientes,

    desde o pedido at o faturamento, fluxos de materiais, desde os fornecedores dos

    fornecedores at os clientes dos clientes, e as interaes com o mercado, desde a previso da

    demanda agregada at o cumprimento de cada pedido.

    Dentre as atividades no abrangidas pelo SCOR, encontram-se algumas de Vendas e

    Marketing (gerao de demanda, desenvolvimento de produto, Pesquisa e Desenvolvimento e

    alguns elementos de Ps-venda). Alm disso, o modelo trata de algumas atividades, sem uma

    anlise direcionada e especfica, como as de Recursos Humanos, treinamentos, Controle de

    Qualidade, e Tecnologia da Informao.

    A estrutura do modelo divide-se em ter fatores:

    Elemento de Planejamento: Elemento que alinha recursos esperados para atender os

    requerimentos de uma demanda esperada. O processo de planejamento equilibra uma

    demanda agregada cruzando horizonte de planejamento consistente. Geralmente,

    ocorrem em intervalos regulares de tempo e podem contribuir para melhorar o tempo de

    resposta da cadeia de suprimentos.

    Processos de Execuo: Inclui programao e seqenciamento da produo,

    transformando materiais e servios, e movendo o produto.

  • 35

    Processos de Apoio e Suporte: Preparar, manter e gerenciar a informao ou

    relacionamentos, sobre os quais os processos de planejamento e execuo

    desempenham.

    O modelo SCOR baseado, tambm, em cinco categorias de processo. So elas: Plan

    (Planejar), Source (fornecer), Make (produzir), Deliver (entregar) e Return (retornar).

    A Figura 19, ilustra o primeiro nvel de mapeamento da cadeia de suprimentos, segundo a

    metodologia SCOR. A empresa onde o modelo ser aplicado possui posio central,

    estendendo-se o mapeamento, de um lado, at os fornecedores dos fornecedores e, de outro,

    at os clientes dos clientes.

    Figura 19: Nvel 1 do SCOR

    Fonte: Council of Supply Chain Management

    5.2. Nveis de aplicao do SCOR

    Como dito anteriormente, o modelo SCOR possui quatro nveis de aplicao. A representao

    esquemtica desses quatro nveis encontra-se na Figura 20, ilustrando e descrevendo cada

    nvel de forma resumida.

  • 36

    Figura 20: Nveis de Aplicao do SCOR

    Fonte: Council of Supply Chain Management

    5.2.1. Primeiro Nvel

    O primeiro nvel aborda as definies do processo. As suas mtricas so primrias e o

    desempenho em relao concorrncia medido nos mltiplos processos do SCOR

    (processos de planejar, fornecer, produzir, entregar e retornar).

  • 37

    Atravs dos indicadores de desempenhos desse nvel, se define o contedo e o mbito de

    atuao do SCOR, e acertado o desempenho a ser atingido em relao competio.

    5.2.2. Segundo nvel

    Esse nvel configura as operaes das organizaes usando os cinco processos, separando-o

    em diferentes categorias, visando descobrir ineficincias e nivelar o canal, podendo analisar e

    avaliar o impacto de um potencial aperfeioamento.

    Figura 21: Nvel 2 de Aplicao do SCOR

    Fonte: Adaptado de Council of Supply Chain Management

  • 38

    Pela Figura 21, possvel observar que o modelo pode ser agrupado em trs tipos de

    processo: planejamento, execuo (que engloba fornecimento, produo, entrega e retorno) e

    apoio. A figura 22 mostra a relao entre esses trs tipos de processos e os processos do

    SCOR definidos no primeiro nvel.

    Figura 22: Categorias do Nvel 2 por tipo de Processo

    Fonte: Adaptado de Council of Supply Chain Management

    5.2.3. Terceiro Nvel

    Nesse nvel, definido o fluxo do processo, as entradas e sadas dos elementos dos

    processos, a origem das entradas e o destino das sadas. A figura 23 ilustra um exemplo desse

    nvel.

  • 39

    Figura 23: Processos do Planejamento da Cadeia de Suprimentos (P1)

    Fonte: Council of Supply Chain Management

    Tabela 3: Indicadores de Desempenho do Processo de Balancear Recursos e

    Requerimentos da Cadeia de Suprimentos (P1.3)

    Fonte: Adaptado de Council of Supply Chain Management

    Atributos de Desempenho Mtricas

    Tempo de Ciclo do Balanceamento de Recursos

    e Requerimentos da Cadeia de SuprimentosTempo Mdio do Balanceamento de Recursos com os Requerimentos da cadeia de

    Suprimentos

    Custos do Balanceamento de Recursos e

    Requerimentos da Cadeia de Suprimentos

    Soma dos Custos associados ao Balanceamento de Recursos e Requerimentos da

    Cadeia de Suprimentos

    Taxa de Concluso % de encomendas do estoque expedidas dentro do prazo de 24 horas da recepo

    da ordem. Para servios, % dos servios concludos no prazo de 24 horas

    Idade Mdia dos Estoques Mdia de 5 pontos anuais do estoque /(CPV*365)

  • 40

    Tabela 4: Melhores Prticas para o Processo de Balancear Recursos e Requerimentos da

    Cadeia de Suprimentos (P1.3)

    Fonte: Adaptado de Council of Supply Chain Management

    5.2.4. Quarto nvel

    O nvel 4 definido para atingir vantagem competitiva e para adaptar as condies de

    mudanas do negcio, focando no aperfeioamento das aes, com base nos seus processos,

    prticas e sistemas particulares.

    J que mudanas so nicas para cada companhia, os elementos especficos deste nvel no

    esto definidos dentro de um modelo padro, devendo ser adaptado as especificidades de

    cada organizao. Portanto, este nvel apresenta-se fora do escopo do SCOR.

    5.3. Etapas de aplicao do modelo SCOR

    Para a aplicao do modelo SCOR, so propostas algumas etapas, visando facilitar a

    compreenso do modelo pelo usurio. As etapas definidas pelo SCOR so:

    Criao do diagrama de negcios

    o Criar um diagrama do negcio da Cadeia de Suprimentos a ser modelada.

    Melhores Prticas Descrio

    Business Inteligence (BI)

    DWH a fonte de todo planejamento e transao de dados, normas. Ferramentas

    Analticas que habilitam a manuteno permanente e melhoria nas normas

    baseadas nos dados atuais.

    Customer Relationship Management (CRM)

    Software que providencia os inputs dos clientes e os mantm informados sobre o

    planejamento da produo eo processo de entrega pelo gerenciamento dos

    contatos e comunicao com os clientes atravs da internet e dos canais

    tradicionais de venda.

    Planejamento da Demanda e liderana do fluxo

    de demanda

    Software que providencia mltiplos modelos de dados incluindo as normas e as

    mtricas para todo o processo da cadeia de suprimentos. Algortmos usam as

    normas e as mtricas como condutores para o planejamento.

  • 41

    o Identificar clientes e fornecedores e inter-los no diagrama, junto organizao

    estudada.

    o Identificar as principais entidades das organizaes presentes no diagrama.

    o Desenhar os fluxos de material e, com conectores diferentes, os fluxos de

    informao.

    Criao do mapa geogrfico

    o Criar um mapa do contexto da Cadeia de Suprimentos a ser modelada.

    o Inserir as entidades da organizao estudada, de seus clientes e de seus

    fornecedores.

    o Identificar os processos do nvel 2 do SCOR para cada entidade.

    o Desenhar os fluxos de material.

    Criao do diagrama SCOR

    o Criar as colunas contendo a organizao estudada, os clientes e fornecedores.

    o Inserir no diagrama SCOR os processos do nvel 2 representados no mapa

    geogrfico.

    o Desenhar os fluxos de material representados no mapa geogrfico.

    o Desenhar os fluxos de informao, usando conectores diferentes.

    Estabelecimento dos modelos de processo (fluxos)

    o Obter descries genricas (o que as pessoas dizem)

  • 42

    o Mapear essas descries genricas aos processos IDs do SCOR (normalizar)

    o Criar Raias para refletir as fronteiras organizacionais

    o Adicionar descries aos fluxos que reflitam os inputs/outputs dos processos

    O prximo passo do presente trabalho a aplicao do modelo SCOR no Centro de

    Distribuio de Porto Alegre, da empresa VONPAR, engarrafadora do Sistema Coca-Cola,

    operante na regio Sul brasileira.

  • 43

    6. Aplicao do Modelo SCOR

    6.1. Diagrama de Negcios

    A construo do Diagrama de Negcios consiste na identificao dos elos da cadeia de

    suprimentos, assim como na descrio de seus inter-relacionamentos, posicionando a empresa

    estudada no contexto de seu negcio. Dessa forma, separou-se a cadeia VONPAR em trs

    elos: Fornecedores, Clientes e a prpria VONPAR, como pode ser visto na Figura 24.

    Figura 24: Diagrama de Negcios

    Fonte: Os autores

    Iniciando a descrio pela prpria VONPAR, seu sistema produtivo constitudo de plantas

    engarrafadoras onde o lquido fabricado (mistura de concentrado, gua e outros

    componentes) e engarrafado. A produo diria das plantas fabris transferida para os centros

    Revenda

    Matria-Prima

    Embalagem

    Peas Reposio

    Fornecedores

    Centros de Distribuio

    Concentrado* Rota

    Autoservio

    Distribuidores de rea

    Depsito de Bebidas

    Outros

    Vonpar Refrescos Clientes Vonpar

    Fbricas

    Legenda

    Fluxo de Material e Informao

    Fluxo de Informao

  • 44

    de distribuio, onde os produtos so estocados e aguardam o pedido dos clientes,

    caracterizando, assim, uma produo empurrada.

    Os clientes da VONPAR so classificados em grupos, de acordo com seus perfis. Como visto

    anteriormente, o grupo Rota constitudo por clientes que demandam volumes menores,

    representando uma demanda mais pulverizada. Os clientes AS, por sua vez, so formados

    pelas grandes cadeias de supermercados, empresas areas, dentre outros, que demandam

    altos volumes, vistos como key Account para a VONPAR. Quando a demanda se torna muito

    pulverizada, representando altos custos de distribuio para a operao logstica, a empresa

    adota outras opes de canais de distribuio, como os Distribuidores de rea e os depsitos

    de bebidas.

    O principal fornecedor a The Coca-Cola Company, que entrega os concentrados desde

    Manaus para todas as engarrafadoras do Brasil. Depois existem os fornecedores de

    embalagens, matria-prima, etc.

    A descrio detalhada do relacionamento entre os elos foi feita no captulo anterior, de

    caracterizao da empresa.

    A VONPAR vende, aproximadamente, 200 diferentes SKUs para cerca de 30 mil clientes, e

    suprida por uma base de cerca de 500 fornecedores, com cerca de 2900 insumos.

    6.2. Mapa Geogrfico

    Aps a realizao do diagrama de negcios, identificando os elos e as relaes entre os

    mesmos, a prxima etapa da aplicao do modelo SCOR a construo do mapa geogrfico.

    O mapa geogrfico consiste no posicionamento dos elos geograficamente, sinalizando os

    fluxos fsicos de materiais.

    O primeiro grfico mostra os fluxos de fornecimento para a VONPAR. O principal fornecedor

    (The Coca-Cola Company) localiza-se em Manaus, porm a maioria de seus quase 500

    fornecedores localiza-se no Centro-Sul, principalmente, nos estados de So Paulo e Paran.

  • 45

    Figura 25: Fluxos de Fornecimento

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Analisado a representatividade dos fornecedores, por grupo de insumo, percebemos que, em

    termos de volume, os itens de MRO so os mais representativos, com mais de 80% do Volume.

    Por outro lado, mesmo com apenas 2% de representatividade em volume, o concentrado

    possui a maior representatividade em valor de compras.

  • 46

    Figura 26: Representatividade dos Insumos (Volume)

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Cada centro de distribuio possui uma rea de atendimento especificada de acordo com o

    planejamento de redes da empresa. O centro de Distribuio de Porto Alegre (escopo de

    anlise), apesar de no atender a uma grande rea geogrfica, opera, aproximadamente, 50%

    do volume, devido alta concentrao de demanda na regio de Porto Alegre e da Serra

    Gacha.

    83%

    11%

    4% 2%

    PECAS REPOSICAO/MANUTENCAO MATERIAL DE EMBALAGEM MERCADORIA DE REVENDA MATERIA PRIMA

    Representatividade dos Tipos de Fornecodrespor Quantidade

    Representatividade dos Tipos de Fornecedorespor Valor de Compra

    43%

    40%

    16%

    1%

    83%

    11%

    4% 2%

    PECAS REPOSICAO/MANUTENCAO MATERIAL DE EMBALAGEM MERCADORIA DE REVENDA MATERIA PRIMA

    Representatividade dos Tipos de Fornecodrespor Quantidade

    Representatividade dos Tipos de Fornecedorespor Valor de Compra

    43%

    40%

    16%

    1%

  • 47

    Figura 27: rea de Atendimento por Instalao

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    Os fluxos de venda (fluxo de produtos finais, desde os CDs at os clientes diretos) esto

    representados na Figura 28. Os fluxos para clientes AS, apesar de em menos quantidade,

    representam grandes volumes, com alta produtividade logstica. Por outro lado, os fluxos para

    os outros tipos de clientes (Rota e Distribuidores), so mais pulverizados e distribudos

    geograficamente, sendo uma operao menos eficiente devido ao alto nmero de entregas por

    caminho.

  • 48

    Figura 28: Fluxos de Venda

    Fonte: Case do Frum Internacional de Logstica 2007 COPPEAD

    6.3. Diagrama SCOR

    Nesta etapa do estudo ser realizado o mapeamento dos fluxos da cadeia de suprimento do

    Sistema Coca-Cola da VONPAR tendo em vista a abordagem de nvel 2 do SCOR.

    Sero abordados os processos do nvel 1 do SCOR:

    1. Planejamento

    2. Fornecimento

    3. Produo

    AS

    Rota

    Distribuidor

    Origem: Unidade Vonpar

    Destino: Cliente Direto

  • 49

    4. Entrega

    5. Retorno (fornecimento e entrega)

    Aplicando a metodologia SCOR para a Cadeia de Suprimentos da VONPAR, identifica-se o

    diagrama SCOR conforme a Figura 29: Diagrama SCOR. O diagrama SCOR ser estabelecido

    seguindo a legenda apresentada na Figura 21 do captulo 5.

    Figura 29: Diagrama SCOR

    Fonte: Os autores

    Fornecedoresdo Fornecedor

    D1

    D2

    S1

    S2

    M1

    M2

    D1

    D2

    S1

    S2

    M1 D1 S1 D1

    FornecedoresVonpar Fbrica Vonpar CD Vonpar

    ClientesVonpar

    Clientes do Cliente

    S1 D1

    SR1

    SR3

    SR2*

    DR3

    DR2*

    DR1

    SR2*DR2*

    S1

    P2 P3 P4 P2 P4

    SR1

    SR3DR3

    P5

    DR1

    DR3

    SR1DR1

    P1

    P5

    SR3

  • 50

    As linhas pontilhadas representam o fluxo de informao referente ao processo de

    planejamento, enquanto a linha slida representa o fluxo fsico dos outros processos. Os

    processos de planejamento e retorno s foram estendidos ao elo da fbrica e do centro de

    distribuio da VONPAR, tendo em vista o foco do estudo na empresa e o alcance de uma

    maior clareza do diagrama SCOR. A seguir, ser descrito cada um dos processos ilustrados no

    diagrama SCOR.

    Como representado no Diagrama de Negcios na figura 24, a empresa possui cinco tipos de

    fornecedores:

    1. Fornecedor de Concentrado

    2. Fornecedor de Matria-Prima

    3. Fornecedor de Embalagem

    4. Fornecedores de Peas de Reposio

    5. Fornecedor de Produtos de Revenda

    Dos cinco fornecedores, todos possuem fornecimento, produo e entrega de produtos

    estocados. Tais processos esto representados pelos fluxos S1, M1 e D1 no elo de

    fornecedores. O fornecedor de revenda realiza a entrega do produto estocado diretamente no

    centro de distribuio, representando o fluxo entre o D1 do elo fornecedor e o S1 do elo centro

    de distribuio. J os outros quatro fornecedores realizam a entrega de produtos em estoque

    na fbrica da VONPAR, representando o fluxo entre o D1 do elo fornecedor e o S1 do elo

    fbrica.

    Alm do fornecimento de produtos em estoque, a fbrica da VONPAR suprida por produtos

    produzidos por ordem de pedido. Tal fornecimento oriundo de prticas de marketing

    referentes a datas festivas ou eventos patrocinados pela Coca-Cola que exigem embalagens

    customizadas de produtos. Eventos como a Copa do Mundo, por exemplo, na qual na lata de

    Coca-Cola h uma figura ilustrativa sobre o evento. Esses processos de fornecimento,

    produo e entrega das embalagens customizadas fruto de pedidos especficos esto

    representados por S2, M2 e D2 no elo do fornecedor e no elo da fbrica da VONPAR. Produtos

  • 51

    defeituosos e em excesso so retornados aos seus fornecedores, simbolizados por SR1/DR1 e

    SR2/DR3, respectivamente, nos elos de fornecedores e fbrica. O retorno de produtos de

    revenda entregues diretamente no centro de distribuio simbolizado por SR3/DR3 e

    SR1/DR1.

    Na VONPAR s ocorre produo e entrega de produtos para estoque, simbolizados por M1 e

    D1 nos elos de fbrica e centro de distribuio VONPAR. Os produtos defeituosos e em

    excesso entregues pela VONPAR so retornados para o centro de distribuio. Os produtos

    em excesso voltam a ser estocados, enquanto os produtos defeituosos so destrudos. O

    retorno de produtos em excesso e defeituosos so simbolizados por SR3/DR3 e SR1/DR1,

    respectivamente.

    Alm do retorno de produtos em excesso e defeituosos, existe o retorno das garrafas de vidro

    retornveis vazias que sero lavadas, reintegradas ao processo produtivo na fbrica e

    engarrafadas novamente. A metodologia SCOR classifica trs tipos de retorno: de produtos em

    excesso, de produtos defeituosos e de produtos de MRO (manuteno, reposio e reparo).

    Dessa maneira, no h aderncia do modelo quando avaliamos o retorno de garrafas de vidro

    retornveis vazias, j que ela no se encaixa em nenhuma das trs classificaes de retorno

    do SCOR. Com o objetivo de identificar no diagrama SCOR tal processo, optou-se por utilizar a

    simbologia SR2*/DR2* pela maior similaridade do retorno de produtos MRO.

    Os planejamentos de fornecimento e entrega so realizados individualmente pela fbrica e pelo

    centro de distribuio. Eles so simbolizados, respectivamente, por P2 e P4. J o planejamento

    de produo da fbrica simbolizado por P3. O retorno de produtos em excesso e defeituosos

    oriundos dos fornecedores com destino a fbrica planejado individualmente pela unidade

    fabril, simbolizado por P5. J o controle do retorno de produtos em excesso, defeituosos e

    retornveis entregues no cliente planejado em conjunto entre a unidade fabril e o centro de

    distribuio devido articulao existente. O planejamento da cadeia de suprimentos da

    empresa simbolizado por P1.

    6.4. Modelo de Processos

    Nesta etapa sero descritos os processos da operao interna do centro de distribuio, foco

    do presente estudo. O grau de detalhamento segue os padres do nvel 3 do Modelo SCOR,

  • 52

    descrevendo as atividades de Suprimento (Source) e Entrega (Delivery), em maior detalhe,

    alm de atividades de Retorno (Return) e Apoio (Enable). Vale ressaltar que no existem

    atividades de produo (Make) no Centro de Distribuio.

    O fluxo dos processos internos do Centro de Distribuio est representado adiante, seguido

    de uma legenda para o melhor entendimento das atividades.

    Figura 30: Processos de Nvel 3 do Centro de Distribuio

    Definir Dimenso da Frota (Prpria)

    Programar freq. de Ressuprimento por

    Classe (A,B,C)

    Verificar Plano de Manuteno

    Disponibilizar Veculos para a

    Operao

    Comprar Veculos Novos

    # Veculos Suficientes?

    No

    Sim

    Emitir Ordem de Picking por Caminho

    Otimizar Roteirizao

    Conferir carga do caminho de

    entrega

    Carregar caminho e Conferir

    Documentao

    Conduzir Veculo at Ponto de Venda

    N

    Descarregar pedido do Ponto N

    Receber Pagamento do

    Cliente N

    Pedido OK?Conferir Pedido

    (Cliente)

    Sim

    Retornar Produtos Defeituosos ou em

    Excesso

    Realizar CheckFinanceiro

    Retornar ao CD

    No

    Carregar Caminho com Retornveis

    Motorista e Caminho Liberados

    Chegada do Caminho de Transferncia

    Descarregar Caminho de Transferncia

    Checar Carga e Entrar com dados

    no Sistema

    Movimentar palletsfechados na rea

    de Reserva

    Armazenar palletsem blocos

    empilhadosAbastecer rea de

    Picking

    PalletArmazenado

    Otimizar Utilizao das Docas de Recebimento

    Otimizar Utilizao das Docas de Recebimento

    Necessidade de Reabastecimento

    no PickingSinalizada

    Realizar Pickingpor Caminho

    Volumes de SKU por Instalao

    Logstica Alocados

    Fazer Up Load de Pedidos no Sistema

    Verificar Disponibilidade de

    Estoque

    Roteirizar Viagens de caminho

    Gerenciar Estoques (Polticas,

    Parmetros)

  • 53

    Fonte: Os autores

    O fluxograma acima representa o mapeamento das atividades realizadas no centro de

    distribuio, de acordo com entrevistas realizadas com o Especialista de Operaes Coca-

    Cola. A partir desse mapeamento, o prximo passo ser confrontar as atividades realizadas no

    Centro de Distribuio com as propostas pelo modelo.

    A Figura 31 mostra o resultado desse confronto, com a indicao das atividades do modelo

    SCOR relacionadas com as do Centro de Distribuio. Os principais sub-processos

    encontrados foram os de Suprimento para Estoque (S1) e os de Entrega para Estoque (D1),

    como visto anteriormente no Diagrama SCOR. Alm desses, foram sinalizados tambm

    processos de Retorno de Entrega de Defeituosos (DR1), Retorno de Entrega de MRO (DR2) e

    Retorno de Entrega de Produtos em Excesso (DR3).

    O prximo passo ser a anlise mais detalhada dos processos S1 e D1, onde sero descritas

    tambm em maior detalhe as atividades de retorno e de apoio identificadas acima.

    Suprir (Source)

    Entregar (Delivery)

    Apoiar Suprimento (Enable Source)

    Apoiar Entrega (Enable Delivery)

    Planejar (Plan) Evento

    Atividade

    Ponto de Deciso

    Retornar Entrega (Delivery Return)

    Cores Formas

  • 54

    Figura 31: Comparao entre Atividades do SCOR e Atividades Mapeadas durante

    Entrevistas

    Fonte: Os Autores

    6.4.1. Descrio das Atividades de Nvel 3 do processo S1 do SCOR

    O modelo SCOR define 5 sub-processos de nvel 3 para o processo S1 (Source Stocked

    Product). Essas 5 atividades esto descritas na tabela a seguir. Dessa forma, foi feita uma

    correlao entre esses sub-processos S1 e os processos descritos atravs das entrevistas com

    o especialista de operaes Coca-Cola.

    Definir Dimenso da Frota (Prpria)

    Programar freq. de Ressuprimento por

    Classe (A,B,C)

    Verificar Plano de Manuteno

    Disponibilizar Veculos para a

    Operao

    Comprar Veculos Novos

    # Veculos Suficientes?

    No

    Sim

    Emitir Ordem de Picking por Caminho

    Otimizar Roteirizao

    Conferir carga do caminho de

    entrega

    Carregar caminho e Conferir

    Documentao

    Conduzir Veculo at Ponto de Venda

    N

    Descarregar pedido do Ponto N

    Receber Pagamento do

    Cliente N

    Pedido OK?Conferir Pedido

    (Cliente)

    Sim

    Retornar Produtos Defeituosos ou em

    Excesso

    Realizar CheckFinanceiro

    Retornar ao CD

    No

    Carregar Caminho com Retornveis

    Motorista e Caminho Liberados

    Chegada do Caminho de Transferncia

    Descarregar Caminho de Transferncia

    Checar Carga e Entrar com dados

    no Sistema

    Movimentar palletsfechados na rea

    de Reserva

    Armazenar palletsem blocos

    empilhadosAbastecer rea de

    Picking

    PalletArmazenado

    Otimizar Utilizao das Docas de Recebimento

    Otimizar Utilizao das Docas de Recebimento

    Necessidade de Reabastecimento

    no PickingSinalizada

    Realizar Pickingpor Caminho

    Volumes de SKU por Instalao

    Logstica Alocados

    S1.1S1.2

    S1.3 S1.4

    S1.4

    D1.9

    Fazer Up Load de Pedidos no Sistema

    D1.2

    Verificar Disponibilidade de

    Estoque

    Roteirizar Viagens de caminho

    D1.3D1.4 D1.6

    D1.10 D1.11

    D1.12

    D1.13D1.15

    D1.15

    DR1

    DR3DR2*

    Gerenciar Estoques (Polticas,

    Parmetros)

    ES.4

    ES.6

    ED.4

    ED.6

  • 55

    Tabela 5: Sub-Processos Nvel 3 do Processo S1 (Source Stocked Product) do SCOR

    Fonte: Adaptado Council of Supply Chain Management

    A atividade de suprimento inicia-se com a programao da freqncia de ressuprimento por

    classe de produto (A, B, C). Os produtos classe A, por exemplo, so os de alto giro como Coca-

    Cola PET 2 litros (29% do volume) e Coca-Cola Lata 350 ml (14% do volume), que recebem

    prioridade de recebimento nas docas e, portanto, so programados inicialmente para posterior

    alocao de Recebimento dos produtos classe B e C. A essa atividade foi feita uma correlao

    com o sub-processo S1.1 do SCOR (Agendar Entrega de Produto). Aps a chegada do

    caminho, o mesmo descarregado e os produtos so recebidos e postos na rea de

    recebimento. A essa atividade correlacionou-se o sub-processo S1.2 (Receber o Produto).

    Seguindo o fluxo do processo, aps a descarga do caminho de transferncia proveniente da

    fbrica de Porto Alegre, o funcionrio do CD conferi se a carga est de acordo com a ordem de

    transferncia e d entrada no sistema de gesto SAP. Essa atividade de checagem da carga

    transferida foi comparada ao sub-processo S1.3 do SCOR (Verificar Produto). Por sua vez, o

    sub-processo S1.4 (transferir produto) foi correlacionado s atividades de movimentao e

    armazenagem do pallet na rea de Reserva do CD. O sub-processo S1.5 foi considerado no

    aplicvel aos processos do CD, pois os fornecimentos que ocorrem ali possuem carter de

    transferncia da fbrica desde Porto Alegre, no representando fluxo de dinheiro.

    Sigla Processo Definio

    S1.1Agendar entrega de

    produto

    Agendar e gerir a execuo das entregas individuais do produto a partir dos

    contratos existentes ou ordens de compra. Os requerimentos para liberao

    dos produtos so determinados com base no planejamento detalhado de

    fornecimento ou outros tipos de sinais para puxar o planejamento detalhado

    de fornecimento ou outros tipos de sinais para puxar o produto.

    S1.2 Receber produtoO processo e as atividades associadas do recebimento de produto at

    requerimentos de contratao.

    S1.3 Verificar produtoO processo e as aes requeridas determinando a conformidade dos produtos

    em relao aos requerimentos e critrios.

    S1.4 Transferir Produto

    A transferncia de produtos aceitos para o local de estoque apropriado na

    cadeia de suprimentos. Isso inclui todas as atividades associadas ao

    empacotamento, transferncia e estocagem de produtos.

    S1.5Autorizar pagamento

    do fornecedor

    O processo de autorizao do pagamento e pagar fornecedores por produtos

    ou servios.

  • 56

    Existem duas principais atividades de apoio ocorrendo em paralelo operao do CD que so

    a de Otimizao da Utilizao dos Tneis de Recebimento e de Gerenciamento de Estoques do

    CD. Com relao primeira, sua importncia deriva da quantidade restrita de tneis (dois) e o

    intenso fluxo de transferncia, exigindo um fator pensante para otimizar sua utilizao e

    priorizar produtos de maior giro. Essa atividade foi correlacionada atividade de apoio ES.6

    (Gerenciar Chegada de Produtos), que inclui o gerenciamento e manuteno de informaes

    necessrias para anlises, a realizao dessas anlises e a comunicao e implementao dos

    resultados obtidos na programao de recebimento dos caminhes de transferncia. O

    Gerenciamento de Estoques, por sua vez, feito atravs do Sistema SAP que armazena as

    informaes de entrada e sada de produtos, e disponibiliza para os vendedores a posio de

    estoque no incio de cada rodada comercial. Entende-se por rodada comercial, o ciclo dirio

    dos vendedores que passam pelos clientes conferindo posio de estoque dos mesmos e

    avaliando necessidades de reposio. No momento de abordagem ao cliente, o vendedor pode

    acessar a posio em estoque de cada SKU no CD, e avaliar a disponibilidade em atender a

    necessidade do cliente. O Gerenciamento de estoques tambm inclui definio de poltica para

    o suprimento dos CDs. A deciso corporativa, mas a parametrizao local e dinmica,

    tendo que ser revista de ms em ms. O supervisor do CD responsvel pelo check das

    ordens de transferncias disparadas de acordo com a necessidade de reposio e os

    parmetros da poltica. atividade de gerenciamento foi correlacionada ao sub-processo ES.4

    (Gerenciar Estoque de Produto).

    6.4.2. Descrio das Atividades de Nvel 3 do processo D1 do SCOR

    O modelo SCOR define 15 sub-processos de nvel 3 para o processo D1 (Delivery Stocked

    Product). Essas 15 atividades esto descritas na tabela a seguir. Dessa forma, foi feita uma

    correlao entre esses sub-processos D1 e os processos de entrega descritos atravs das

    entrevistas com o Gerente de Produo.

  • 57

    Tabela 6: Sub-Processos Nvel 3 do processo D1 (Delivery Stocked Product) do SCOR

    Fonte: Adaptado de Council of Supply Chain Management

    A atividade de Entrega inicia-se quando o vendedor retorna empresa e faz o up load de

    pedidos no sistema. Nesse momento, os pedidos j foram acordados e orados, restando, a

    partir de ento, a avaliao de crditos e o check de disponibilidade de estoque. Depois disso,

    se segue com a programao e execuo de entregas para o dia seguinte (D+1 a poltica de

    nvel de servio VONPAR). Nesse sentido, a atividade Fazer Up Load de Pedidos no Sistema

    SAP foi correlacionada com a atividade D1.2 (Receber, Dar Entrada e Validar Ordens). A

    validao consiste na avaliao de crdito do cliente e o check de disponibilidade de estoque, a

    partir da consolidao das ordens de todos os vendedores.

    Sigla Processo Definio

    D1.1 Recepao do Pedido e Oramento Receber e responder pedido dos clientes com cotaes

    D1.2 Receber, Dar entrada e Validar Ordens

    Receber ordens dos clientes e dar entrada no sistema de processamento de pedido da

    companhia. Ordens podem ser recebidas por telefone, fax ou midia eletrnica. Avaliar as

    ordens "tecnicamente" para garantir uma configurao ordenada e prover um preo

    acurado. Checar crdito do cliente. Aceitar pagamento, opcionalmente.

    D1.3Reservar Estoque e Determinar data

    de Entrega

    Nvel de estoque e/ou capacidade (ambos em mo e programados) identificado e

    reservado para ordens especficas e uma data de entrega acordada e programada

    D1.4 Consolidar ordensProcesso de analisar ordens e determinar agrupamentos buscando menor custo/melhor

    servio de distribuio e transporte.

    D1.5 Planejar Cargas e Descargas Modais de transporte so selecionados e carregamentos eficientes so planejados

    D1.6 Rotear Viagens Cargas so consolidadas e roteadas segundo modal, rota e localizao

    D1.7Selecionar Transportadores e

    Precificar Viagens

    Transportadoras especficas so selecionadas de acordo com menor custo por rota e as

    viagens so precificadas.

    D1.8Receber Produto do Fornecimento ou

    Produo

    Atividades como receber o produto, verificar, registrar o recibo do produto, determinar a

    localizao no armazm, armazenar e registrar localizao que a companhia realiza no seu

    prprio armazm. Talvez inclua inspeo de qualidade.

    D1.9 Separar (Picking ) Produto

    Uma srie de atividades incluindo selecionar ordens para separar, determinar

    disponibilidade de estoque, planejar o sequenciamento do picking, realizar o picking,

    registrar a separao e entregar o produto na rea de carregamento.

    D1.10 Empacotar ProdutoAtividades como agrupar/combinar os produtos, embalar/construir kites, colar

    estiquetas, cdigos de barra, etc. e entregar o produto para rea de carregamento

    D1.11Carregar Veculo e Gerar a

    Documentao da Viagem

    A srie de atividades incluindo posicionar/carregar o produto nos modais de transporte a

    gerar a documentao necessria para atender as necessidades internas, do cliente, da

    transportadora ou governamentais.

    D1.12 Entregar o Produto O Processo de levar o produto ao stio do cliente.

    D1.13Receber e Verificar o Produto pelo

    Cliente

    O processo de receber a entrega pelo stio do cliente (tanto para o stio do cliente quanto

    para a rea de carregamento no caso de auto-coleta) e verificar se a ordem est completa

    e o produto atende aos termos de entrega.

    D1.14 Instalar ProdutoQuando necessrio, o processo de preparar, testar e instalar o produto no stio do cliente.

    O produto est com funcionalidade 100% aps completar a instao.

    D1.15 Faturar

    Um sinal enviado para a organizao financeira informando que a ordem foi entregue e

    que o processo de faturamento deve comear e o pagamento precisa ser recebido ou ou

    fechado no caso do pagamento j ter sido recebido. O Pagamento recebido do cliente

    de acordo com os termos de pagamento da fatura.

  • 58

    Com as ordens validadas, o estoque reservado para cada pedido dos clientes, constituindo

    assim o sub-processo D1.3 (Reservar Estoque e Determinar Data de Entrega). Vale ressaltar

    que a data de entrega definida como D+1, representando a poltica de servio de distribuio

    da empresa. Seguindo com as atividades do CD, a prxima etapa a Roteirizao dos

    Caminhes de Entrega, de acordo com os pedidos do dia. A partir da roteirizao, os pedidos

    so consolidados por caminho. Essas atividades correspondem aos sub-processos D1.4

    (Consolidar Ordens) e D1.6 (Rotear Viagens).

    O sub-processo D1.7 (Selecionar Transportadores e Precificar Viagens) no aplicvel, pois a

    operao de entrega feita 100% com frota prpria da empresa. Seguindo o fluxo do processo

    de entrega, o prximo passo mapeado foi o picking de produtos, com a ressalva que o mesmo

    realizado por caminho. A essa atividade correlacionou-se o elemento D1.9 (Separar

    Pedidos). Durante a etapa de separao dos pedidos, tambm realizada a unitizao dos

    pedidos em pallets constituindo assim o elemento SCOR D1.10 (Empacotamento do Pedido). O

    caminho carregado e a documentao conferida (D1.11 Carregar Caminho e Gerar

    Documentao), para as 7:00 AM as entregas serem iniciadas e os pedidos entregues para os

    clientes (D1.12 Entregar Produto).

    Aps cada entrega, o cliente conferi se o pedido est de acordo com os requisitos de contrato

    e, conforme o caso, retorna defeituosos e em excesso. O processo de conferir o pedido pelo

    cliente correlaciona-se com o elemento D1.13 (Receber e Verificar o Produto pelo Cliente),

    enquanto que as atividades de retorno encaixam-se com DR1 (Retorno de Produtos

    Defeituosos) e DR3 (Retorno de Produtos em Excesso). Seguindo o processo, o cliente paga o

    entregador (em dinheiro, cheque ou boleto) que carrega para o caminho os retornos, incluindo

    agora as garrafas de vidro retornveis (RGB). Para cada garrafa entregue, tem-se que recolher

    uma RGB. A esse ltimo retorno associa-se o elemento DR2 (Retorno de Produtos MRO).

    Com relao s atividades de apoio, listamos a principal delas que envolve o processo de

    entrega, o dimensionamento de frota e a disponibilizao de caminhes. Esse um processo

    de mdio prazo, onde o CD recebe da matriz um input de previso, que reporta a quantidade

    prevista de SKU por instalao por canal. Com esse nmero, e o plano de manuteno,

    verifica-se a disponibilidade de frota e avalia-se a necessidade de compra. A essa atividade de

    apoio, correlacionou-se o elemento ED.6 (Gerenciar Transporte).

  • 59

    6.5. Anlise de GAPs

    Nessa etapa do estudo iremos focar em um dos processos estabelecidos para analisar os

    parmetros benchmarking definidos pelo modelo SCOR com os parmetros identificados na

    operao VONPAR. A idia estabelecer uma anlise de GAP tendo em vista quatro frentes

    de anlise propostas pelo modelo:

    Mtricas

    Melhores prticas

    Entradas do processo

    Sadas do processo

    A escolha do processo a ser focado emerge da anlise de representatividade de custos alm

    da complexidade operacional exigida por cada atividade. Excluindo os custos de produo e

    compra, a atividade de transporte representa 72% do total do custo operacional