Relatorio104 v2b Pt OIT

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    Conferncia Internacional do Trabalho 104. Sesso, 2015

    Relatrio V (2B)

    A transio daeconomia informal

    para a economia formal Quinto item da ordem de trabalhos

    Bureau Internacional do Trabalho, Genebra

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    As designaes constantes das publicaes da OIT, que esto em conformidade com as normas das Naes Unidas, bem como a forma sob a qual figuram nas obras, no refletem necessariamente o ponto de vista do Bureau Internacional do Trabalho relativamente natureza jurdica de qualquer pas, rea ou territrio ou respetivasautoridades, ou ainda relativamente delimitao das respetivas fronteiras. A referncia a nomes de empresas e produtos comerciais e a processos ou a sua omisso, no implica qualquerapreciao favorvel ou desfavorvel por parte do Bureau Internacional do Trabalho.

    As publicaes da OIT esto disponveis nas principais livrarias ou nos escritrios locais da OIT em vrios pases,ou diretamente atravs de: ILO Publications , International Labour Office, CH-1211 Geneva 22, Switzerland.

    A traduo desta obra e a sua edio em formato digital s foi possvel com o financiamento do Governode Portugal, atravs do Gabinete de Estratgia e Planeamento do Ministrio da Solidariedade, Emprego eSegurana Social

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    NDICE

    Pgina

    Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

    Textos propostos: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Proposta de Recomendao relativa transio da economia informal para a

    economia formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

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    INTRODUO O primeiro debate sobre a questo da transio da economia informal para a economia

    formal, com vista elaborao de um novo instrumento sobre a transio da economiainformal para a economia formal, ocorreu na 103. Sesso da Conferncia Internacional doTrabalho de 2014. No seguimento deste debate, e em conformidade com o artigo 39., pargrafo 1, do Regulamento da Conferncia Internacional do Trabalho, o BureauInternacional do Trabalho preparou e apresentou o relatrio 1 contendo a Proposta deRecomendao baseada nas Concluses adotadas pela Conferncia na sua 103. Sesso.2 Emconformidade com o artigo 39., pargrafo 6, do Regulamento da Conferncia, os governosforam convidados a enviar, aps consultarem as organizaes de empregadores e detrabalhadores mais representativas, as suas sugestes de alteraes ou comentrios de formaa chegarem ao Bureau at 30 de novembro de 2014, o mais tardar. Foi igualmente solicitado

    aos Governos que, at mesma data, informassem o Bureau se consideravam o texto propostouma base satisfatria para debate pela Conferncia na sua 104. Sesso (junho de 2015) e queindicassem as organizaes que consultaram. Deve notar-se que tais consultas so tambmexigidas pela alnea a) do pargrafo 1 do artigo 5. da Conveno (N. 144), sobre ConsultasTripartidas (Normas Laborais Internacionais), 1976, para os pases que ratificaram estaConveno. As respostas dos governos devem refletir os resultados das consultas.

    Na altura em que o presente relatrio foi preparado, o Bureau tinha recebido respostasdos constituintes de 94 Estados-Membros, incluindo os governos dos seguintes 67 Estados-Membros: frica do Sul, Alemanha, Arglia, Argentina, Armnia, Austrlia, ustria,Azerbaijo, Blgica, Brasil, Bulgria, Burkina Faso, Canad, Cazaquisto, China, Chipre,Colmbia, Cuba, Dinamarca, Egito, Equador, Espanha, Estados Unidos, Federao Russa,Filipinas, Finlndia, Frana, Gana, Grcia, Guatemala, Honduras, Hungria, ndia, Indonsia,Itlia, Japo, Letnia, Litunia, Maurcias, Mxico, Montenegro, Nambia, Nigria, Noruega,Pases Baixos, Peru, Polnia, Portugal, Qunia, Quirguisto, Reino Unido, RepblicaBolivariana da Venezuela, Repblica Checa, Repblica da Coreia, Repblica Islmica do Iro,Repblica da Moldvia, Romnia, Senegal, Sucia, Sua, Tajiquisto, Togo, Trindade eTobago, Tunsia, Turquia, Zmbia e Zimbabwe.

    O presente volume (Relatrio V (2B) contm a verso portuguesa no oficial do texto proposto, alterada luz das observaes feitas pelos governos e pelas organizaes deempregadores e trabalhadores e pelas razes expostas nos comentrios do Bureau no RelatrioV (2A).3 Algumas alteraes menores de redao foram tambm introduzidas, particularmente para assegurar total concordncia entre a verso inglesa e francesa do instrumento proposto

    Se a Conferncia assim o decidir, o presente texto servir de base para o segundo debate,na sua 104. Sesso (junho de 2015), com vista adoo de uma Recomendao sobre a

    transio da economia informal para a economia formal.

    1OIT: A transio da economia informal para a economia formal , Relatrio V (1), Conferncia Internacionaldo Trabalho, 104. Sesso, Genebra, 2015.

    2 OIT: Relatrio da Comisso relativo transio da economia informal , em Relatrio Provisrio n. 11 (Rev.),Conferncia Internacional do Trabalho, 103. Sesso, Genebra, 2014.

    3 OIT: A transio da economia informal para a economia formal , Relatrio V (2A), Conferncia Internacionaldo Trabalho, 104. Sesso, Genebra, 2015.

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    8 A transio da economia informal para a economia formal

    Discriminao (Emprego e Profisso), 1958, a Conveno (N. 138) sobre a IdadeMnima, 1973, e a Conveno (N. 182) relativa Interdio das Piores Formas deTrabalho das Crianas, 1999, e, alm disso, a Conveno (N. 122) sobre Polticade Emprego, 1964, que pertence a uma das Convenes de governao, e a suaRecomendao, 1964 (N. 122), a Recomendao (N. 169) sobre a Poltica deEmprego (disposies complementares), 1984, e a Recomendao (N. 202) sobreos Pisos de Proteo Social, 2012, bem como os instrumentos pertinentes das Naes Unidas, e

    Recordando a resoluo e as Concluses relativas ao trabalho digno e economiainformal adotada pela Conferncia Internacional do Trabalho na sua 90. Sesso(2002), e

    Notando, igualmente, a Recomendao (N. 189) sobre a Criao de Emprego nasPequenas e Mdias Empresas, 1998, e a resoluo e as Concluses relativas promoo de empresas sustentveis, aprovada na 96. Sesso da ConfernciaInternacional do Trabalho (2007), e

    Recordando a resoluo e as Concluses relativas crise do emprego jovem, adotada na101. Sesso da Conferncia Internacional do Trabalho (2012), e

    Recordando a resoluo e as Concluses relativas ao segundo debate recorrente sobreemprego, adotada na 103. Sesso da Conferncia Internacional do Trabalho (2014),e

    Afirmando que um dos objetivos da transio da economia informal para a economiaformal promover o trabalho digno para todos, e

    Reafirmando que a transio da economia informal para a economia formal essencial para alcanar o desenvolvimento inclusivo, e

    Reconhecendo a ampla diversidade da economia informal e de diferentes circunstnciasnacionais, e

    Constatando que a informalidade resulta de mltiplas causas, incluindo questes degovernao e estruturais, e que as polticas pblicas podem acelerar o processo detransio para a economia formal, num contexto de dilogo social, e

    Reconhecendo que alguns trabalhadores e unidades econmicas da economia informal podem ter um grande potencial empreendedor e que a sua criatividade, dinamismo, produtividade, competncias e capacidades inovadoras poderiam desenvolver-se

    plenamente se a transio para a economia formal fosse facilitada, e Reconhecendo a necessidade de os Membros tomarem medidas urgentes e apropriadas

    para permitir a transio de trabalhadores e unidades econmicas da economiainformal para a economia formal, e

    Reconhecendo que as organizaes de empregadores e trabalhadores desempenham um papel importante e ativo para facilitar a transio da economia informal para aeconomia formal, e

    Tendo decidido adotar determinadas propostas no que diz respeito transio daeconomia informal para a economia formal, o que corresponde ao quinto item daordem de trabalhos da sesso, e

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    Tendo determinado que estas propostas assumiro a forma de uma Recomendao,

    adota no presente dia... de junho de dois mil e quinze a seguinte Recomendao, aqual poder ser citada como a Recomendao da Transio da Economia Informal para a Economia Formal, 2015.

    I. OBJETIVOS E MBITO DE APLICAO 1. A presente Recomendao fornece orientaes aos Membros para:

    a) facilitar a transio de trabalhadores e unidades econmicas da economia informal paraa economia formal, respeitando os direitos fundamentais dos trabalhadores eassegurando oportunidades de segurana de rendimentos, de meios de vida e decapacidade empresarial;

    b) promover a criao, preservao e sustentabilidade de empregos dignos na economiaformal, bem como a coerncia entre as polticas macroeconmicas, de emprego, de proteo social e outras polticas sociais; e

    c) prevenir a informalizao de empregos da economia formal. 2. Para efeitos da presente Recomendao, o termo economia informal:

    a) refere-se a todas as atividades econmicas dos trabalhadores e das unidades econmicasque, na lei ou na prtica, no estejam cobertas ou estejam insuficientemente cobertas pordisposies formais; e

    b) no cobre as atividades ilcitas, particularmente a prestao de servios ou a produo,venda ou posse de bens proibidos por lei, incluindo a produo e o trfico ilcitos dedrogas, o fabrico e trfico ilcitos de armas de fogo, o trfico de pessoas e o branqueamento de capitais, como definido nos tratados internacionais pertinentes. 3. Para os efeitos da presente Recomendao, as unidades econmicas da economia

    informal incluem: a) unidades que empregam trabalhadores porconta de outrem ; b) unidades que so propriedade de indivduos que trabalham por conta prpria, sozinhos

    ou com o apoio de trabalhadores familiares no remunerados; e c) cooperativas e as unidades da economia social e solidria.

    4. A presente Recomendao aplica-se a todos os trabalhadores e a todas as unidadeseconmicas da economia informal, incluindo empresas, empresrios e famlias, em particular:

    a) aqueles que detm e operam unidades econmicas na economia informal, incluindo:

    i) trabalhadores por conta prpria isolados; ii) empregadores; e iii) membros de cooperativas e de unidades da economia social e solidria;

    b) trabalhadores familiares no remunerados, independentemente de trabalharem em unidadeseconmicas da economia formal ou informal;

    c) trabalhadores por conta de outrem com um emprego informal em empresas formais ou emunidades econmicas da economia informal ou que trabalham para elas [incluindo nascadeias de subcontratao e cadeias de fornecedores,] ou trabalhadores domsticosremunerados empregados por famlias; e

    d) trabalhadores cujas relaes de trabalho no sejam reconhecidas ou regulamentadas.

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    5. O trabalho informal pode ser encontrado em todos os setores da economia, tanto em

    espaos pblicos como privados. 6. Ao aplicar as disposies dos pargrafos 2 a 5 acima, e dada a diversidade da economiainformal nos Estados membros, a autoridade competente dever identificar a natureza eextenso da economia informal, como descrito na presente Recomendao, bem como a suarelao com a economia formal. Para tal, a autoridade competente dever recorrer amecanismos tripartidos com a participao plena das organizaes de empregadores etrabalhadores mais representativas, as quais devero incluir na sua hierarquia, de acordo coma prtica nacional, representantes de organizaes representativas de trabalhadores e unidadeseconmicas da economia informal, que se baseiam na afiliao de membros.

    II. PRINCPIOS ORIENTADORES 7. Ao definir estratgias coerentes e integradas para facilitar a transio para a economia

    formal, os Membros devero ter em conta os seguintes pontos:

    a) a diversidade de caractersticas, circunstncias e necessidades dos trabalhadores e dasunidades econmicas da economia informal, bem como a necessidade de responder a taldiversidade com abordagens individualizadas;

    b) a especificidade dos contextos e das prioridades nacionais para a transio para aeconomia formal;

    c) o facto de diferentes e mltiplas estratgias poderem ser aplicadas para facilitar atransio para a economia formal;

    d) a necessidade de coerncia e coordenao no mbito de uma diversidade de reas polticas visando facilitar a transio para a economia formal; e) a promoo e a proteo efetivas dos direitos humanos daqueles que operam na economiainformal;

    f) a consecuo de trabalho digno para todos atravs do respeito pelos princpios e direitosfundamentais no trabalho, na lei e na prtica;

    g) as normas internacionais de trabalho atualizadas que fornecem orientaes em reas polticas especficas (ver anexo);

    h) a promoo da igualdade de gnero e no discriminao; i) a necessidade de prestar especial ateno s mulheres, jovens, migrantes, idosos, povos

    indgenas e tribais, pessoas afetadas por VIH ou SIDA e pessoas portadoras dedeficincia [, aos trabalhadores domsticos e agricultores de subsistncia], especialmentevulnerveis aos dfices de trabalho digno mais graves da economia informal;

    j) a preservao e expanso, durante a transio para a economia formal, do potencialempreendedor, da criatividade, do dinamismo, das competncias e capacidadesinovadoras dos trabalhadores e das unidades econmicas da economia informal;

    k) a necessidade de uma abordagem equilibrada que combine incentivos com medidasdestinadas a promover o cumprimento; e

    l) a necessidade de prevenir e sancionar a evaso deliberada economia formal com vistaa evitar a tributao e a aplicao das leis e normas de regulao sociais e laborais.

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    III. ENQUADRAMENTO JURDICO E POLTICO 8. Os Membros devero adotar, rever e aplicar as leis e as normas de regulao nacionais,

    ou outras medidas, para assegurar que todas as categorias de trabalhadores e unidadeseconmicas sejam apropriadamente abrangidas e protegidas.

    9. Os Membros devero proceder a uma avaliao e a um diagnstico adequados dosfatores, caractersticas e circunstncias da informalidade no contexto nacional para a conceoe aplicao de leis e regulamentos, de polticas e de outras medidas destinadas a facilitar atransio para a economia formal.

    10. Os Membros devero assegurar a incluso de um quadro poltico integrado nasestratgias ou no plano de desenvolvimento nacionais ou nas estratgias de reduo de pobreza a fim de facilitar a transio para a economia formal, considerando, quandoapropriado, o papel de diferentes nveis do governo.

    11. Este quadro poltico integrado dever abordar: a) a promoo de uma estratgia de crescimento inclusiva e a gerao de empregos dignos na

    economia formal; b) o estabelecimento de um quadro legislativo e regulador apropriado;c) a promoo de um ambiente favorvel s empresas e aos investimentos; d) o respeito e a promoo e realizao dos princpios e direitos fundamentais no trabalho; e) a organizao e a representao de empregadores e trabalhadores para promover o dilogo

    social; f) a promoo da igualdade de gnero e a eliminao da discriminao;

    e) a promoo do esprito empresarial, de micro, pequenas e mdias empresas e outrasformas de modelos de negcio e unidades econmicas, tais como cooperativas e outrasunidades da economia social e solidria;

    h) o acesso educao, aprendizagem ao longo da vida e desenvolvimento decompetncias;

    i) o acesso a servios financeiros, compreendendo a promoo de um setor financeiroinclusivo atravs de um quadro regulador;

    j) o acesso a servios empresariais;k) o acesso aos mercados; l) o acesso a infraestruturas e tecnologia;m) a promoo de polticas setoriais;

    n) o estabelecimento de pisos de proteo social, quando inexistentes, e a extenso dacobertura da segurana social; o) a promoo de estratgias de desenvolvimento locais, tanto a nvel rural, como urbano,

    incluindo o acesso regulado ao espao pblico [e aos recursos naturais] para meios devida de subsistncia;

    p) polticas de segurana e sade no trabalho eficazes;q) inspees do trabalho eficientes e eficazes; r) segurana salarial, compreendendo polticas de salrios mnimos concebidas

    adequadamente; s) o acesso eficaz justia; e t) mecanismos de cooperao internacional.

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    12. Ao formular e aplicar um quadro de polticas integradas, os Membros devero

    assegurar uma coordenao entre diferentes nveis do governo e uma cooperao entre osorganismos e as autoridades pertinentes, tais como as autoridades fiscais, instituies desegurana social, servios de inspeo do trabalho, autoridades aduaneiras, organismos demigrao e servios de emprego, entre outros, consoante as circunstncias nacionais.

    13. Os Membros devero reconhecer a importncia da terra e da propriedade a fim desalvaguardar as oportunidades dos trabalhadores e das unidades econmicas para a seguranade rendimentos na transio para a economia formal.

    IV. POLTICAS DE EMPREGO 14. Na prossecuo dos objetivos de criao de emprego de qualidade na economia

    formal, os Membros devero formular e aplicar uma poltica de emprego nacional emconsonncia com a Conveno (N. 122), sobre Poltica de Emprego, 1964, e tornar a criaode emprego pleno, digno, produtivo e livremente escolhido o objetivo primordial da suaestratgia ou plano de desenvolvimento e crescimento nacional.

    15. Os Membros devero promover a aplicao de um quadro de polticas de empregoabrangente, baseado em consultas tripartidas, podendo incluir os seguintes elementos:

    a) polticas macroeconmicas favorveis ao emprego, que apoiem a procura agregada, oinvestimento produtivo e a transformao estrutural, promovam empresas sustentveis,fomentem a confiana dos empresrios e enfrentem as desigualdades;

    b) politicas comerciais, industriais, fiscais, setoriais e infraestruturais que promovam oemprego, aumentem a produtividade e facilitem processos de transformao estrutural;

    c) polticas empresariais que promovam empresas sustentveis e, em particular, ascondies para um contexto propcio, tendo em conta a resoluo e as Conclusesrelativas promoo de empresas sustentveis adotadas na 96. Sesso da ConfernciaInternacional do Trabalho (2007), incluindo o apoio a micro, pequenas e mdiasempresas, ao esprito empresarial e a normas bem concebidas, transparentes e bemdivulgadas, para facilitar a formalizao e uma concorrncia leal;

    d) polticas de educao e de desenvolvimento de competncias que apoiem aaprendizagem ao longo da vida, respondam evoluo das necessidades do mercado detrabalho e s novas tecnologias e que reconheam aprendizagens anteriores,nomeadamente atravs de sistemas de aprendizagem informais, alargando as opes parao emprego formal;

    e) polticas e instituies do mercado de trabalho, tais como polticas salariais concebidas

    de forma apropriada, nomeadamente em relao a salrios mnimos, sistemas de proteosocial incluindo prestaes em dinheiro, programas pblicos de emprego e de garantiasde emprego, bem como maior sensibilizao e prestao de servios de emprego juntodas pessoas que operam na economia informal, de forma a ajudar famlias de baixorendimento a sair da situao de pobreza e a aceder a um emprego livremente escolhido;

    f) medidas de ativao abrangentes para facilitar a transio dos jovens da escola para avida ativa, sobretudo os mais desfavorecidos, tais como programas de garantiadirecionados aos jovens para proporcionar o acesso formao e ao emprego produtivocontnuo;

    g) medidas para promover a transio do desemprego ou inatividade para o trabalho,sobretudo para desempregados de longa durao, mulheres e outros grupos

    desfavorecidos; e h) sistemas de informao pertinentes e atualizados sobre o mercado de trabalho.

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    V. DIREITOS E PROTEO SOCIAL 16. Os Membros devero tomar medidas para conseguir um trabalho digno e respeitar,

    promover e aplicar os princpios e direitos fundamentais no trabalho relativamente a todas as pessoas que operam na economia informal, nomeadamente: a) liberdade de associao e reconhecimento efetivo do direito negociao coletiva; b) eliminao de todas as formas de trabalho forado ou obrigatrio;c) abolio efetiva do trabalho infantil; e d) eliminao da discriminao em matria de emprego e profisso.

    17. Os Membros devero: a) tomar medidas imediatas para enfrentar as condies de trabalho perigosas e insalubres que

    frequentemente caracterizam o trabalho na economia informal; e

    b) promover e aumentar a proteo da segurana e da sade no trabalho aos empregadores etrabalhadores da economia informal. 18. No mbito da transio para a economia formal, os Membros devero alargar

    progressivamente, na lei e na prtica, a todos os trabalhadores da economia informal, asegurana social, a proteo da maternidade, as condies de trabalho digno e, caso exista,um salrio mnimo [vital].

    19. Aquando da construo e manuteno de pisos de proteo social nacional no mbitodo seu sistema de segurana social e da facilitao da transio para a economia formal, osMembros devero prestar particular ateno s necessidades e circunstncias daqueles queoperam na economia informal e das respetivas famlias.

    20. Com o objetivo de facilitar a transio para a economia formal, os Membros deveroalargar progressivamente a cobertura da segurana social s pessoas que operam na economiainformal e, se necessrio, adaptar os procedimentos administrativos, benefcios econtribuies, tendo em conta a sua capacidade contributiva.

    21. Os Membros devero incentivar a prestao de servios de guarda de crianas e deoutros servios de cuidados, de qualidade e economicamente viveis, bem como o acesso aosmesmos, de forma a promover a igualdade de gnero em matria de empreendedorismo eoportunidades de emprego com vista a possibilitar a transio para a economia formal.

    22. Os Membros devero tomar medidas apropriadas, incluindo, atravs da combinao

    de incentivos, a eliminao de desincentivos, a aplicao da lei e sanes eficazes, de formaa prevenir a evaso fiscal e contributiva bem como regulamentao social e do trabalho eoutra legislao.

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    VI. INCENTIVOS, CUMPRIMENTO E CONTROLO DA APLICAO 23. Os Membros devero reduzir, quando apropriado, os obstculos transio para a

    economia formal, incluindo os que esto relacionados com o registo, a tributao e aplicaodas leis e normas de regulao.

    24. Os Membros devero providenciar incentivos para a transio efetiva para aeconomia formal e promover as respetivas vantagens, incluindo a melhoria do acesso aservios empresariais, financiamento, infraestruturas, mercados, tecnologia, programas deeducao e de competncias, bem como a direitos de propriedade.

    25. No que diz respeito formalizao de micro e pequenas empresas, os Membrosdevero: a) empreender reformas relativas criao de empresas, reduzindo os custos de registo ou

    a morosidade do processo; b) reduzir os custos de conformidade, introduzindo regimes simplificados de clculo e pagamento de contribuies e impostos, nomeadamente os regimes que combinam oimposto sobre o rendimento, o imposto sobre o valor acrescentado e as contribuies para a segurana social num nico pagamento peridico;

    c) promover o acesso de micro e pequenas empresas contratao pblica, atravs dedeterminadas medidas, tais como, adaptando os volumes dos contratos e proporcionandoformao e aconselhamento sobre a participao em concursos pblicos, bem comoestabelecendo a reserva de quotas para estas empresas;

    d) melhorar o acesso a servios financeiros inclusivos, designadamente servios de crditoe mercado de aes, servios de pagamento e de seguros e regimes de garantias,adaptados dimenso e s necessidades destas empresas;

    e) melhorar o acesso formao em empreendedorismo e aos servios de desenvolvimentoempresarial personalizados; e f) melhorar o acesso cobertura da segurana social, por exemplo, atravs de subsdios

    temporrios ou permanentes para as contribuies para a segurana social. 26. Os Membros devero pr em prtica mecanismos apropriados ou rever mecanismos

    existentes, com vista a assegurar a conformidade com a legislao e aspetos de regulaonacionais [, e assegurando o reconhecimento e o cumprimento das relaes de trabalhoformais,] com o objetivo de facilitar a transio para a economia formal.

    27. Os Membros devero possuir um sistema de inspeo adequado e apropriado, alargara cobertura de inspeo do trabalho a todos os trabalhadores e locais de trabalho, e fornecerorientaes a organismos responsveis pela aplicao da lei, nomeadamente sobre o modo deabordagem das condies de trabalho na economia informal.

    28. Os Membros devero tomar medidas para assegurar a prestao eficaz deinformaes, a assistncia no cumprimento das leis e normas relevantes e a capacitao dosintervenientes relevantes.

    29. Os Membros devero implementar procedimentos eficazes e acessveis de queixa erecurso.

    30. Os Membros devero providenciar medidas preventivas e medidas corretivasapropriadas para facilitar a transio para a economia formal, e assegurar que as sanesadministrativas, civis e penais previstas na legislao nacional por incumprimento soadequadas e estritamente aplicadas.

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    VII. LIBERDADE DE ASSOCIAO, DILOGO SOCIAL E PAPEL DAS ORGANIZAESDE EMPREGADORES E TRABALHADORES 31. Os Membros devero assegurar que as pessoas que operam na economia informal

    gozam de liberdade de associao e do direito de negociao coletiva, incluindo o direito deconstituio de organizaes, federaes e confederaes da sua prpria escolha, e do direitode se afiliarem nas mesmas, sob reserva das regras da organizao em questo.

    32. Os Membros devero criar um ambiente propcio ao exerccio pelos empregadores etrabalhadores do seu direito de organizao e negociao coletiva e participao no dilogosocial na transio para a economia formal.

    33. As organizaes de empregadores e trabalhadores devem considerar, quandoapropriado, alargar a possibilidade de afiliao e os servios aos trabalhadores e s unidadeseconmicas da economia informal.

    34. Ao avaliar, pr em prtica e avaliar as polticas e os programas relevantes para aeconomia informal, incluindo a sua formalizao, os Membros devero consultar e promovera participao ativa das organizaes de empregadores e de trabalhadores maisrepresentativas, as quais devero incluir nas suas listas, de acordo com a prtica nacional,representantes de organizaes representativas de trabalhadores e de unidades econmicas daeconomia informal que se baseiem na filiao de membros.

    35. Os Membros e as organizaes de empregadores e trabalhadores podero solicitarassistncia ao Bureau Internacional do Trabalho com vista a fortalecer a capacidade dasorganizaes representativas dos empregadores e trabalhadores e, caso existam, dasorganizaes representativas daqueles que operam na economia informal para apoiartrabalhadores e unidades econmicas da economia informal, no intuito de facilitar a transio para a economia formal.

    VIII. RECOLHA E CONTROLO DE DADOS 36. Os Membros, em consulta com as organizaes de empregadores e trabalhadores,

    devero, numa base regular: a) se possvel e apropriado, recolher, analisar e divulgar estatsticas discriminadas por sexo,

    idade, local de trabalho e outras caractersticas socioeconmicas especficas sobre adimenso e composio da economia informal; e

    b) controlar os progressos no sentido da formalizao.

    37. Ao desenvolver ou rever os conceitos, definies e metodologia utilizados na produo de dados, estatsticas e indicadores sobre a economia informal, os Membros deveroter em conta as orientaes pertinentes fornecidas pela Organizao Internacional doTrabalho, em particular e, conforme apropriado, as orientaes relativas a uma definioestatstica de emprego informal, conforme adotada na 17. Conferncia Internacional dosEstaticistas do Trabalho em 2003.

    IX. EXECUO 38. Os Membros devero dar cumprimento ao disposto na presente Recomendao, em

    consulta com as organizaes de empregadores e de trabalhadores mais representativas, asquais devero incluir nas suas listas, de acordo com a prtica nacional, representantes

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    de organizaes representativas de trabalhadores e unidades econmicas da economiainformal que se baseiem na filiao de membros, atravs de um ou da combinao de vriosdos seguintes meios, conforme apropriado: a) leis e normas reguladorasnacionais; b) acordos coletivos; c) polticas e programas; d) coordenao eficaz entre entidades pblicas e outros stakeholders ; e) reforo das capacidades institucionais e mobilizao de recursos; e f) outras medidas coerentes com a legislao e prtica nacional.

    39. Os Membros devero rever frequentemente, conforme apropriado, a eficcia das polticas e medidas para facilitar a transio para a economia formal, em consulta com as

    organizaes de empregadores e trabalhadores mais representativas, as quais devero incluirnas suas listagens, de acordo com a prtica nacional, representantes de organizaesrepresentativas de trabalhadores e unidades econmicas da economia informal que se baseiemna filiao de membros.

    40. Ao estabelecer, desenvolver, pr em prtica e rever periodicamente as medidastomadas para facilitar a transio para a economia formal, os Membros devero considerar asorientaes relevantes para a economia informal fornecidas pelos instrumentos daOrganizao Internacional do Trabalho e das Naes Unidas, listados no anexo.

    41. Nenhuma disposio da presente Recomendao dever ser interpretada como umareduo das protees concedidas s pessoas que operam na economia informal por outrosinstrumentos da Organizao Internacional do Trabalho.

    42. O anexo pode ser revisto pelo Conselho de Administrao do Bureau Internacionaldo Trabalho. Qualquer anexo revisto, uma vez homologado pelo Conselho de Administrao,substituir o anexo anterior e ser comunicado aos Membros da Organizao Internacional doTrabalho.

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    ANEXOS

    Lista de instrumentos da Organizao Internacional doTrabalho e das Naes Unidas pertinentes para facilitar

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    INSTRUMENTOS DAORGANIZAOINTERNACIONAL DOTRABALHO

    Convenes fundamentais Conveno (N. 29), sobre o Trabalho Forado, 1930 e respetivo Protocolo de 2014 Conveno (N 87) sobre a Liberdade Sindical e Proteo do Direito Sindical, 1948 Conveno (N. 98) sobre o Direito de Organizao e Negociao Coletiva, 1949 Conveno (n. 100) sobre a Igualdade de Remunerao, 1951 Conveno (N. 105) sobre a Abolio do Trabalho Forado, 1957 Conveno (N. 111) sobre a Discriminao (Emprego e Profisso), 1958 Conveno (N. 138) sobre a Idade Mnima, 1973 Conveno (N. 182) relativa Interdio das Piores Formas de Trabalho das Crianas, 1999

    Convenes de governao Conveno (N. 81) sobre a Inspeo do Trabalho, 1947 Conveno (N. 122) sobre a Poltica de Emprego, 1964 Conveno (N. 129) sobre a Inspeo do Trabalho na Agricultura, 1969 Conveno (N. 144) relativa s Consultas Tripartidas (Normas Laborais Internacionais), 1976

    Outros instrumentos Liberdade de associao, negociao coletiva e relaes industriais Conveno (N. 141) sobre as Organizaes de Trabalhadores Rurais, 1975

    Conveno (N. 154) sobre a Negociao Coletiva, 1981 Igualdade de oportunidades e tratamento Conveno (N. 156) sobre os Trabalhadores com Responsabilidades Familiares, 1981

    Poltica e promoo do emprego Recomendao (N. 122) sobre a Poltica de Emprego, 1964 Conveno (N. 159 respeitante Readaptao Profissional e ao Emprego de Deficientes, 1983) Recomendao (N. 169) sobre a Poltica de Emprego (disposies complementares), 1984 Recomendao (N. 189) sobre a Criao de Emprego nas Pequenas e Mdias Empresas, 1998 Recomendao (N. 193) sobre a Promoo de Cooperativas, 2002 Recomendao (N. 198) sobre a Relao de Trabalho, 2006

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    Orientao e formao profissional

    Conveno (N. 142) sobre o Desenvolvimento dos Recursos Humanos, 1975 Recomendao (N. 195) sobre o Desenvolvimento dos Recursos Humanos, 2004

    Salrios Conveno (N. 131) e Recomendao (N. 135) sobre a Fixao dos Salrios Mnimos, 1970

    Segurana e sade no trabalho Conveno (N. 155) sobre Segurana e Sade no Trabalho, 1981 Conveno (N. 184) e Recomendao (N. 192) sobre a Segurana e Sade na Agricultura,

    2001 Conveno (N. 187) sobre o Quadro Promocional para a Segurana e Sade no Trabalho, 2006

    Segurana social Conveno (N. 102) relativa Segurana Social (normas mnimas), 1952 Recomendao (N. 202) sobre Pisos de Proteo Social, 2012

    Proteo da maternidade Conveno (N. 183) sobre a Proteo da Maternidade, 2000

    Trabalhadores migrantes Conveno (N. 97) (revista) sobre Trabalhadores Migrantes, 1949 Conveno (N. 143) sobre Trabalhadores Migrantes (disposies complementares), 1975

    VIH e SIDA Recomendao (N. 200) sobre VIH e SIDA, 2010

    Povos indgenas e tribais Conveno (N. 169) sobre Povos Indgenas e Tribais, 1989

    Categorias especficas de trabalhadores Conveno (N. 177) sobre o Trabalho no Domiclio, 1996 Conveno (N. 189) e Recomendao (N. 201) sobre os Trabalhadores Domsticos, 2011

    INSTRUMENTOS DASN AES UNIDAS Declarao Universal dos Direitos Humanos, 1948 Pacto Internacional sobre os Direitos Econmicos, Sociais e Culturais, 1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polticos, 1966 Conveno Internacional sobre a Proteo dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e

    dos Membros das suas Famlias, 1990.