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Relatório_Exp3_Atrito entre Superfícies_Fenômenos Mecânicos_Trim1.2

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Trabalho apresentado como avaliação parcial da disciplina de Fenômenos Mecânicos do BC&T da UFABC.Trata sobre Atrito entre Superfícies.

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Page 1: Relatório_Exp3_Atrito entre Superfícies_Fenômenos Mecânicos_Trim1.2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

FERNANDO HENRIQUE GOMES ZUCATELLI GUILHERME HADDAD FIGUEIREDO

MARCELO ALBINO ROBERTO DENIN LIU

RELATÓRIO DE FENÔMENOS MECÂNICOS

SANTO ANDRÉ

2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

FERNANDO HENRIQUE GOMES ZUCATELLI GUILHERME HADDAD FIGUEIREDO

MARCELO ALBINO ROBERTO DENIN LIU

EXPERIÊNCIA 3 – ATRITO ENTRE SUPERFÍCIES

Trabalho apresentado como avaliação parcial da disciplina de Fenômenos Mecânicos do BC&T da UFABC.

Orientador: Profº Pedro

SANTO ANDRÉ

2009

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Sumário

1. RESUMO ...........................................................................................................................3 2. INTRODUÇÃO..................................................................................................................3 3. OBJETIVOS.......................................................................................................................4 4. PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................4

4.1. Materiais .....................................................................................................................4 4.2. Métodos ......................................................................................................................5

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................7 6. CONCLUSÃO..................................................................................................................10 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................10

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1. RESUMO

O deslocamento de corpos sobre superfícies está sujeito a ação de uma força

denominada força de atrito que surge da interação dos próprios corpo e depende do

material e do acabamento das superfícies de contato.

Podem-se definir dois tipos básicos de atrito neste caso, o estático (enquanto

não ocorre movimento relativo entre as superfícies) e o cinético (quando ocorre tal

movimento).

Estes tipos de atrito foram estudados neste experimento e foi possível observar

que há diferenças entre os coeficientes de atrito entre materiais diferentes além de

se comprovar, conforme literatura, que o coeficiente de atrito cinético é menor que o

estático para os mesmo materiais.

2. INTRODUÇÃO

Ao se empurrar ou tentar empurrar um corpo sobre uma superfície, há uma

resistência ao movimento devido a uma ligação entre o corpo e a superfície. Esta

resistência é considerada através de uma única força Fat, chamada de força de

atrito. Esta força é dirigida ao longo da superfície, e aponta no sentido oposto à

tendência do movimento.1

As forças de atrito são inevitáveis na vida diária. Se não fosse possível vencê-

las, elas parariam todo objeto em movimento assim como todo eixo em rotação1.

Quando se aplica uma força sobre um bloco em repouso sobre uma mesa em

um certo sentido e o bloco não se mover, significa que uma força de atrito Fe está

dirigida no sentido oposto equilibrando a força que foi exercida. A força Fe é

chamada de força de atrito estático. Na medida que aumentar a intensidade da força

aplicada, a intensidade da força de atrito estático Fe também aumenta. Mas quando

a força aplicada atinge uma certa intensidade a ponto do bloco se soltar do seu

contato intimo com a superfície da mesa acelerando-se, a força de atrito que então

passa a se opor ao movimento é chamada de atrito cinético Fc.1

Normalmente, a intensidade da força de atrito cinético, que atua quando há

movimento, é menor do que a intensidade máxima da força de atrito estático, que

atua quando não há movimento.1

Pode-se calcular o modulo da força máxima do atrito estático Fe,Max pela

seguinte expressão:

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,e Máx e NF Fµ=

(1)

Onde o µe é o coeficiente de atrito estático e Fn é o módulo da força normal que

a superfície exerce sobre o corpo. Se o módulo da componente de F que é paralela

à superfície exceder Fe,Max , então o corpo começa a deslizar ao longo da superfície.1

O cálculo da força de atrito cinético é dado pela seguinte expressão:

c c NF Fµ=

(2)

Onde µc é o coeficiente de atrito cinético. A partir disso, durante o

deslizamento, uma força de atrito cinético fc com módulo dado pela equação (2) se

opõe ao movimento com uma intensidade constante.1

3. OBJETIVOS

O objetivo deste experimento é compreender o comportamento do atrito entre

superfícies macroscopicamente lisas.

Para calcular o valor do coeficiente de atrito estático será utilizado um plano

inclinado e a sua inclinação será variada até o limite crítico do atrito estático.

Para calcular o coeficiente de atrito cinético, será usado um sistema que force

o bloco a se deslocar ao longo do plano inclinado por uma distância conhecida e

medida a variação de tempo do bloco neste percurso.

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. Materiais

Os materiais utilizados neste experimento foram:

- 2 Tábuas de madeira de 1,35 m (1 delas com roldana acoplada).

- 1 Bloco de madeira.

- 1 Régua de 15 cm.

- 1 Cronômetro.

- 1 Objeto (macaco) para inclinar a tábua de madeira.

- 1 Trena (5 m).

- 3 Contrapesos.

- Fita adesiva

- Fio de nylon

- Balança digital

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4.2. Métodos

Para se obter uma inclinação da tábua de teste, colocou-se embaixo dela o

macaco, dessa forma, o cateto vertical do triângulo retângulo corresponde à altura

(h) do macaco.

Para que fosse possível garantir uma correta dimensão do cateto

horizontal,decidiu-se por medir a distância b (base do triângulo), da extremidade do

macaco até o encosto da mesa conforme Figura 1.

Figura 1 – Plano inclinado para coeficiente de atrito estático.

Analisando o plano inclinado da Figura 1, a soma das forças tangentes e

normais ao plano que a zero ( bloco estático), então:

Forças tangentes:

ˆ ˆ0 sin ( ) ( )

sint e

e e

F P i F i

P F N

θ

θ µ

= = + −

= =

∑�

(3)

Forças normais

ˆ ˆ0 ( ) cos ( )

cos cosn

F N j P j

N P mg

θ

θ θ

= = + −

= =

∑�

(4)

Igualando (3) e (4) tem-se (5):

sin

sin cos tane

e e e

P F

mg N mg

θ

θ µ θµ µ θ

=

= = ⇒ = (5)

Dessa forma, o coeficiente de atrito estático µe será igual a tangente do ângulo

de inclinação.

Para calcular o cálculo do coeficiente de atrito cinético, usou-se a tábua com

uma roldana acoplada a uma de suas extremidades, e foram pendurados pesos (a, b

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e c) cuja soma é representada por m1 e estes são conectados ao bloco de madeira

m2 por um fio (considerado ideal) conforme Figura 2.

Figura 2 – Plano inclinado para coeficiente de atrito cinético.

Analisando o plano inclinado da Figura 2, a soma das forças normais ao plano

que a zero, mas a soma das forças tangentes implica em uma resultante diferente

de zero e na direção da roldana e, também deve-se analisar as forças sobre o bloco

de massa m1.

Forças em m1:

1

1 1

1 1 1

; 0

ˆ ˆ ˆ( ) ( ) ( )

( )

n n tF m a F

T j P j m a j

T m g m a T m g a

= =

+ = −

− = − ⇒ = −

∑ ∑� �

(6)

Forças em m2 ao longo do eixo tangente:

2

2 2

2 2 2

ˆ ˆ ˆ ˆ( ) ( ) sin ( ) ( )

sin ( sin )

t t

c

c c

F m a

F i T i P i m a i

F T m g m a F T m g a

θ

θ θ

=

+ − + = −

− + = − ⇒ − = − −

∑�

(7)

Forças em m2 ao longo do eixo normal:

2

2 2

2

0

ˆ ˆ( ) cos ( ) 0

cos cos

cos

t

c c c c

F

N j P j

N P N m g

F N F m g

θ

θ θ

µ θµ

=

+ − =

= ⇒ =

= ⇒ =

∑�

(8)

Substituindo T de (6) em (7) e usando Fc de (8), tem-se (9) :

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7

1 2

1 2

2 1 2

1 2

2

( ) ( sin )

( ) ( sin )

cos ( ) ( sin )

( ) ( sin )

cos

c

c

c c

c

F m g a m g a

F m g a m g a

F m g m g a m g a

m g a m g a

m g

θ

θ

θµ θ

θµ

θ

− − = − −

= − + − −

= = − − +

− − + +∴ =

(9)

Para o calcular o coeficiente de atrito cinético (µc), deve-se usar a aceleração

que o bloco ficou submetido durante seu escorregamento, para tal, usa-se de

relações da cinemática:

O espaço e a velocidade do bloco são:

2

0 0 0 0

2

2

; _ ; 02

2.

2

atx x v x x x v

at xx a

t

= + − ∆ = − =

∆∆ = − ⇒ = −

(10)

Portanto, se faz necessário durante o experimento a medição do tempo de

deslocamento do bloco, partindo do repouso até a distância dial conhecida.

Com os valores de diversas tomadas de tempo, pode-se aproximar a

aceleração do bloco e em seguida usá-la para calcular o valor de µc.

Para minimizar os erros nas medições, o operador responsável por controlar o

cronômetro, também era responsável por liberar o bloco no percurso, isto é, disparar

o cronômetro ao mesmo tempo em que solta do bloco deixando-o sujeito apenas às

forças descritas nas equações acima e, também é responsável por parar o

cronômetro quando o bloco atingisse a marcação da distância conhecida,

visualizada por uma linha e por uma régua posta perpendicularmente sobre a linha.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os valores dos coeficientes de atrito estático (µe) do bloco

de madeira sobre a tábua também de madeira, também apresenta as medidas dos

lados do triângulo que contém o ângulo θ, medido três vezes através da medição

dos catetos (b e h) no momento em que o bloco começou a escorregar e de acordo

com a equação (5) o valor µe deve ser igual à tangente deste ângulo:

Tabela 1 – Bloco de madeira com tábua de madeira.

b [mm] h [mm] tg θ = µe θ

678 218 0,32 17,82°

720 277 0,38 21,04°

548 205 0,37 20,51°

média 0,36 19,80°

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desvio padrão 0,034

De acordo com a Tabela 1, o µe destes dois matérias é igual a 0,36 ± 0,04.

A Tabela 2 apresenta os valores do bloco de madeira deslizando sobre uma fita

adesiva.

Tabela 2 – Bloco de madeira com fita adesiva.

b [mm] h [mm] tg θ = µe θ

1050 147 0,14 7,97°

761 117 0,15 8,74°

859 107 0,12 7,10°

média 0,14 7,94°

desvio padrão 0,015

O µe entre o bloco e a fita adesiva, de acordo com a Tabela 2 é 0,14 ± 0,02,

sendo este coeficiente menor que o coeficiente encontrado entre o bloco e a própria

tábua de madeira.

O coeficiente de atrito estático entre as superfícies depende do material (e do

acabamento) deles. Nota-se que a fita adesiva é menos rugosa que a madeira, e

como consequência possui permite que o bloco de madeira deslize com mais

facilidade sobre uma superfície recoberta com ela.

Para o cálculo do coeficiente de atrito cinético necessita-se conhecer as

massas dos contrapesos (m1 da Figura 2) e do bloco que deslizará sobre o plano

inclinado (m2 da Figura 2), estes dados estão na Tabela 3.

Tabela 3 – Massas do Bloco de madeira e dos contrapesos usados.

Contrapesos massa [Kg]

A 0,02

B 0,05

C 0,09

Bloco (m2) 0,24

Além das massas, também se faz necessário ter os valores da distância (∆S)

que o bloco percorre durante a medição do tempo e da inclinação do plano, sendo

está também calculada com base nos catetos do triângulo que o plano forma com a

mesa horizontal. Os valores usado neste experimento encontram-se na Tabela 4.

Tabela 4 –Lados do plano, ângulo de inclinação e distância percorrida pelo Bloco.

b [mm] h [mm] tg θ θ

1000 112 0,11 6,39°

∆S 700 mm sen θ 0,11

∆S 0,7 m cos θ 0,99

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Foram realizadas duas medições distintas dos tempo que o bloco levou para

percorrer a distância ∆S determinada para que fosse possível comparar o valor do

coeficiente de atrito cinético com acelerações diferentes. Para obter-se acelerações

diferentes, utilizou-se de diferentes combinações dos contrapesos A, B e C. Na

Tabela 5 encontram-se as cinco medições de tempo realizadas para cada

combinações de pesos

Tabela 5 – Massas e variação de tempo.

Contrapesos

A + C A + B + C

massa 1 0,11 0,16

∆t [s] ∆t [s]

1,65 0,88

1,97 0,81

1,53 0,87

1,62 1,09

1,75 0,97

Média t 1,70 0,92

desvio padrão t 0,168 0,109

Para o cálculo da aceleração tomou-se o valor da média das variações de

tempo e utilizou-se da fórmula (10) e a variação de espaço (∆S=∆x) da Tabela 4 em

metros.

Tabela 6 – Aceleração de cada conjunto de contrapesos.

a [m/s2] (A+C) a [m/s

2] (A+B+C)

-0,48 -1,64

Para calcular o valor de µc, utiliza-se a equação (9),

Tabela 7 – Coeficiente de atrito cinético de cada conjunto de contrapesos.

µc (A+C) µc (A+B+C)

0,277 0,278

Segundo a Tabela 7, os valores de µc se diferenciam apenas na terceira casa

decimal, todavia, pode-se considerá-los iguais, ou seja, independente da soma das

massas usadas como contrapeso, foi possível atingir o mesmo valor para o

coeficiente. O uso de duas situações diferentes para a medição conduziu ao mesmo

resultado. Assim µc entre o bloco de madeira e a tábua de madeira é: 0,27.

Não foi calculado o erro para esta medida, por ser derivada de muitas outras.

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Comparando o valor do coeficiente de atrito estático µe da Tabela 1 igual a 0,36

com o valor do coeficiente de atrito cinético µc da Tabela 7 igual a 0,27, percebe-se

que o coeficiente cinético é menor que o estático, conforme encontrado na literatura

[1].

6. CONCLUSÃO

Diferentes materiais com diferentes acabamentos superficiais possuem valores

de coeficiente de atrito diferente entre si, conforme observado entre a madeira com a

madeira e com a fita adesiva.

O coeficiente de atrito cinético é menor que o estático para a mesma dupla de

materiais. Para explicar este fato, pode-se imaginar que microscopicamente, as

imperfeições dos materiais estão “encaixadas” umas nas outras, dificultando o início

do movimento, entretanto, quando o bloco rompe seu estado inercial e inicia seu

movimento, torna-se mais difícil para as imperfeições microscópicas se “encaixarem”

novamente, dessa forma, o atrito cinético é esperado menor que o atrito estático.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl; Fundamentos de Física , 7. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2005. V.1 p 105,128-130