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Página 1 de 69 Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Norte de Minas Gerais RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº : 20160801 PERÍODO : 23/05/16 a 30/09/2016 TIPO DE AUDITORIA : Auditoria Operacional AÇÃO DE AUDITORIA : N°10 do PAINT/2016 ÁREA : Obras Públicas PROCESSO Nº : 23414.000709/2016-14 DATA : 28 de novembro de 2018 SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO............................................................................................................................3 II. ESCOPO DOS TRABALHOS................................................................................................... 3 III. CRITÉRIOS DE AUDITORIA................................................................................................. 4 IV. METODOLOGIA APLICADA................................................................................................. 7 V. LIMITAÇÕES............................................................................................................................. 9 VI. ANÁLISE DOS TRABALHOS REALIZADOS.................................................................... 10 6.1 Quanto a existência de normativos internos e formalização processual.................................. 11 6.2 Da observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93...................................................................14 6.3 Do atendimento às recomendações/pareceres jurídicos...........................................................16 6.4 Da regularidade na execução contratual e suas alterações...................................................... 20 6.5 Do cumprimento do cronograma físico-financeiro..................................................................25 6.6 Atuação da Fiscalização e da regularidade dos registros no Diário de obras.......................... 28 6.7 Da regularidade dos pagamentos............................................................................................. 31 VII. RESULTADO DOS TRABALHOS....................................................................................... 33 7.1 Quanto a existência de normativos internos e da formalização processual.............................33 7.2 Quanto ao cumprimento das cláusulas contratuais e legislação vigente................................. 45 7.4 Quanto a regularidade dos pagamentos................................................................................... 57 7.5 Formalização dos documentos após conclusões das obras...................................................... 63 VIII. CONCLUSÃO...................................................................................................................... 67 Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 – Vila Brasília, Montes Claros/MG - Cep. 39.400-149 Tel. (38) 3201 3077 / [email protected]

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Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal do Norte de Minas Gerais

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº : 20160801PERÍODO : 23/05/16 a 30/09/2016

TIPO DE AUDITORIA : Auditoria OperacionalAÇÃO DE AUDITORIA : N°10 do PAINT/2016

ÁREA : Obras Públicas PROCESSO Nº : 23414.000709/2016-14

DATA : 28 de novembro de 2018

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO............................................................................................................................3II. ESCOPO DOS TRABALHOS...................................................................................................3III. CRITÉRIOS DE AUDITORIA.................................................................................................4IV. METODOLOGIA APLICADA.................................................................................................7V. LIMITAÇÕES.............................................................................................................................9VI. ANÁLISE DOS TRABALHOS REALIZADOS....................................................................106.1 Quanto a existência de normativos internos e formalização processual..................................116.2 Da observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93...................................................................146.3 Do atendimento às recomendações/pareceres jurídicos...........................................................166.4 Da regularidade na execução contratual e suas alterações......................................................206.5 Do cumprimento do cronograma físico-financeiro..................................................................256.6 Atuação da Fiscalização e da regularidade dos registros no Diário de obras..........................286.7 Da regularidade dos pagamentos.............................................................................................31VII. RESULTADO DOS TRABALHOS.......................................................................................337.1 Quanto a existência de normativos internos e da formalização processual.............................337.2 Quanto ao cumprimento das cláusulas contratuais e legislação vigente.................................457.4 Quanto a regularidade dos pagamentos...................................................................................577.5 Formalização dos documentos após conclusões das obras......................................................63VIII. CONCLUSÃO......................................................................................................................67

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LISTA DE SIGLAS

ART – Anotação de Responsabilidade TécnicaBDI – Bonificação e Despesas IndiretasCAU – Conselho de Arquitetura e UrbanismoCEI – Cadastro Específico do INSSCND – Certidão Negativa de DébitoCONFEA – Conselho Federal de Engenharia e AgronomiaCREA - Conselho Regional de Engenharia e AgronomiaDG – Diretor-geralDINFRA – Departamento de InfraestruturaDOU – Diário Oficial da UniãoGRU – Guia de Recolhimento da UniãoIBRAOP – Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras PúblicasIFNMG – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas GeraisIN – Instrução NormativaMPOG – Ministério do Planejamento, Orçamento e GestãoNA – Nota de AuditoriaOB – Ordem bancáriaPAINT – Plano Anual de Auditoria InternaPCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional SA – Solicitação de AuditoriaSFC – Secretaria Federal de ControleSIAFI – Sistema de Administração Financeira do Governo FederalSIASG - Sistema Integrado De Administração De Serviços Gerais SICAF - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores SIMEC - Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação SRF – Secretaria da Receita FederalTA – Termo AditivoTCU – Tribunal de Contas da UniãoUG – Unidade Gestora

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I. INTRODUÇÃO

Em cumprimento a ação nº10 – Acompanhamento de Obras Públicas, doPAINT/2016 foi realizado no período de 23/05/2016 a 30/09/2016, trabalhos de auditoria nestaInstituição.

Em atendimento à determinação contida no artigo 11 da IN/CGU/24/2015, quedispõe sobre os trabalhos realizados pelas unidades de auditoria interna, apresentamos osresultados dos exames realizados.

Os trabalhos de auditoria objetivaram o fortalecimento institucional através daavaliação dos processos de obras públicas ocorridas nas unidades gestoras da amostra, no que dizrespeito a avaliação da execução e fiscalização dos contratos.

Destarte, as constatações identificadas bem como as recomendações apresentadas nopresente relatório devem ser consideradas por todas as unidades gestoras e pela Reitoria, nabusca do fortalecimento dos controles internos e a mitigação de riscos.

II. ESCOPO DOS TRABALHOS

A auditoria teve como objetivo a verificação concernente à conformidade, eficiênciae eficácia dos atos administrativos dos responsáveis pelos Campi e da Pró-Reitoria deAdministração do IFNMG, especificamente nos processos de contratação, execução efiscalização de obras públicas, bem como identificar os pontos fortes e fracos de controle,sugerindo, quando necessário, medidas que venham a fortalecê-lo. Para tanto, foramselecionados, por amostragem, os Campi Almenara, Arinos, Januária e Pirapora paralevantamento das informações necessárias na realização deste trabalho.

Os trabalhos foram realizados por meio de indagação escrita e oral, análisedocumental, conferência de cálculos, observação, correlação de informações e inspeção física,em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

A realização dos exames contemplaram os seguintes itens:

1. Verificar se o projeto básico abrange toda a obra de forma suficiente e adequada (art. 6º,IX, da Lei Federal n° 8.666/1993 e conforme Orientação Técnica OT-IBR 001/2006 doInstituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas - IBRAOP;

2. Verificar se o Caderno de Especificações Técnicas foi elaborado de forma a caracterizartodos os materiais, equipamentos e serviços a serem utilizados no desenvolvimento daobra;

3. Verificar se a planilha orçamentária foi devidamente elaborada com a apuração dosserviços e quantidade dos itens necessários à execução da obra (Composição do BDI,Composição custos unitários conf. art. 7º, § 1º, II, da Lei Federal n° 8.666/1993);

4. Verificar se o cronograma físico-financeiro é compatível com o porte da obra (arts. 7º, §2º, III, 40, XIV, “b” e art. 55, IV, da Lei Federal n° 8.666/1993 e art. 63 da Lei Federal n°4.320, de 17 de março de 1964);

5. Analisar se há observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93 (dos contratos); se ocontrato está em conformidade com os termos do edital e da proposta a que se vincula.

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6. Verificar se as alterações contratuais (art. 65) em seus termos aditivos qualitativos ouquantitativos (acréscimo ou supressão) foram devidamente formalizados, contemplandodesde a solicitação e fundamentação, verificação de disponibilidade orçamentária, até oexame de legalidade (parecer jurídico);

7. Verificar se as alterações contratuais de prorrogação de prazos foram devidamenteformalizadas, observando o art.57 da Lei de licitações;

8. Verificar se os valores pagos está conforme o estabelecido no contrato;

9. Verificar se o pagamento foi efetuado mediante a comprovação da regularidade fiscal etrabalhista da empresa;

10. Averiguar se as notas fiscais contêm: data de recebimento, descrição os itens de acordocom o objeto, ateste do fiscal e autorização de pagamento;

11. Conferir se os tributos foram retidos em acordo com os percentuais estabelecidos noanexo I da IN nº 1234/2012 – SRF;

12. Verificar a regularidade do registro de ocorrências durante a execução do contrato noDiário de obra (vias assinadas pela administração/contratada) conforme art. 67 da Lei8.666/93; bem como se as irregularidades, falhas ou defeitos anotados pela fiscalizaçãoforam solucionadas, conforme Resolução Confea nº 1.024/2009;

13. Verificar se as medições seguem o cronograma executivo da obra;

14. Verificar se consta no processo as ARTs (de projetos e orçamentos, de execução e defiscalização);

15. Verificar o cadastramento/atualização dos contratos e aditivos do processo no SIASG;

16. Verificar se existe fiscalização do contrato e da obra, observando o cumprimento dositens do contrato e o cronograma de execução físico-financeiro do projeto;

17. Verificar se ao final da obra (se for o caso) foi formalizado o termo de recebimentoprovisório, o termo de recebimento definitivo e o termo de garantia da obra;

18. Verificar se há normativos na instituição regulamentando os procedimentos a seremadotados pelos representantes designados a acompanhar e fiscalizar a execução doscontratos. (Acórdão nº 2.958/2012, Plenário. Rel. Min. José Jorge. DOU, 08/11/2012); e

19. Verificar quanto ao atendimento das recomendações feitas nos últimos trabalhos deauditoria.

III. CRITÉRIOS DE AUDITORIA

Os critérios são normas de referência, requisitos, legislação, regulamentos,especificações, procedimentos internos, dentre outros, que poderão ser usados como referênciapara realizar a auditoria.

Para execução dos trabalhos foram consideradas as normas aplicáveis a área de obraspúblicas, especialmente as seguintes:

• Lei n.º 8.666, de 21/06/1993: regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federale institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outrasprovidências;

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• Decreto nº 92.100, de 10/12/1995 – estabelece as condições básicas para a construção,conservação e demolição de edifícios públicos a cargo dos órgãos e entidades integrantesdo Sistema de Serviços Gerais (SISG) e dá outras providências;

• Decreto 2.271, de 7 de julho de 1997, dispõe sobre a contratação de serviços pelaAdministração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências;

• Lei Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões deEngenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências;

• Lei Federal nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977: institui a “Anotação deResponsabilidade Técnica” na prestação de serviços de engenharia, arquitetura eagronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura eAgronomia (Confea), de uma mútua de assistência profissional e dá outras providências;

• Lei Federal 4.320/64: estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração econtrole dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF;

• Lei Complementar Federal 101/2000 – LRF: estabelece normas de finanças públicasvoltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências;

• Normas da ABNT;

- Portaria nº 2.296, de 23/07/1997 – MARE - www.comprasnet.gov.br - estabelece as práticas deprojeto, construção e manutenção de edifícios públicos federais, a cargo dos órgãos e entidadesintegrantes do sistema de serviços gerais (SISG), com exigências mínimas de aceitabilidade;

- Normas, instruções e procedimentos dos órgãos executores de obras (ex. DNIT);

- Regras definidas nos Cadernos de Encargos, nas especificações e memoriais descritivos,integrantes dos editais de licitação;

- Ofício-Circular/PROAP/IFNMG/118/2011, de 15/12/2011 – Contratação de Obras peloIFNMG;

• Legislação e normas do Sistema CONFEA /CREA, dentre elas:

- Decisão normativa nº 034 do Confea, de 9 de maio de 1990: dispõe quanto ao exercícioprofissional de nível superior das atividades de engenharia de avaliações e perícias deengenharia;

- Decisão normativa nº 064 do Confea, de 30 de abril de 1999: dispõe sobre o registro deAnotação de Responsabilidade Técnica (ART) pertinente aos trabalhos que abrangem asjurisdições de diversos CREAs;

- Decisão normativa nº 069 do Confea, de 23 de março de 2001: dispõe sobre a aplicação depenalidades aos profissionais por imperícia, imprudência e negligência e dá outras providências;

- Resolução nº 361 do Confea, de 10 de dezembro de 1991: dispõe sobre a conceituação deprojeto básico em consultoria de engenharia, arquitetura e agronomia;

- Resolução nº 425 do Confea, dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e dáoutras providências;

- Resolução nº 1.025/09: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o AcervoTécnico Profissional;

- Resolução nº 1.048/13: consolida as áreas de atuação, as atribuições e as atividadesprofissionais relacionadas nas leis, nos decretos-lei e nos decretos que regulamentam asprofissões de nível superior abrangidas pelo Sistema Confea/Crea;

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Resoluções da CAU:

- Resolução nº 17 do CAU/BR, de 2 de março de 2012: Dispões sobre o Registro deResponsabilidade Técnica (RRT) na prestação de serviços de arquitetura e urbanismo e dá outrasprovidências;

• Resolução nº 21 do CAU/BR, de 5 de abril de 2012: Dispõe sobre as atividades e atribuiçõesprofissionais do arquiteto e urbanista e dá outras providências;

Resoluções, Instruções Normativas e Súmulas do Tribunal de Contas da União - TCU:

- Súmula nº 191: Torna-se, em princípio, indispensável a fixação dos limites de vigência doscontratos administrativos, de forma que o tempo não comprometa as condições originais daavença, não havendo, entretanto, obstáculo jurídico à devolução de prazo, quando aAdministração mesma concorre, em virtude da própria natureza do avençado, para interrupçãoda sua execução pelo contratante;

- Súmula nº 258/2010: As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociaise do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia,devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem serindicados mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas;

- Súmula nº 259/2010: Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição docritério de aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços máximos paraambos, é obrigação e não faculdade do gestor;

- Súmula Nº 260/2010: É dever do gestor exigir apresentação de Anotação de ResponsabilidadeTécnica – ART referente a projeto, execução, supervisão e fiscalização de obras e serviços deengenharia, com indicação do responsável pela elaboração de plantas, orçamento-base,especificações técnicas, composições de custos unitários, cronograma físico-financeiro e outraspeças técnicas;

- Súmula nº 261/2010: Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária aelaboração de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado comtodos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo quetransfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos.

• Referências Bibliográficas:

BRASIL, Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio & Secretaria de Logística eTecnologia da Informação; Manual de Obras Públicas de Edificações – Prática da Secretaria deEstado da Administração e do Patrimônio (SEAP): Projeto.

BRASIL, Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio & Secretaria de Logística eTecnologia da Informação; Manual de Obras Públicas de Edificações – Prática da Secretaria deEstado da Administração e do Patrimônio (SEAP): Construção.

BRASIL, Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio & Secretaria de Logística eTecnologia da Informação; Manual de Obras Públicas de Edificações – Prática da Secretaria deEstado da Administração e do Patrimônio (SEAP): Manutenção.

TCU (Org.). Obras Públicas: Recomendações básicas para a contratação e fiscalização deobras de edificações públicas. 4 ed. Brasília: TCU, 2014.

IBRAOP; Orientação Técnica OT-IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria deObras Públicas - IBRAOP;

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IV. METODOLOGIA APLICADA

Durante a fase de execução dos trabalhos de auditoria interna, foram emitidoscorreios eletrônicos e solicitações de auditoria formalizando o pedido de documentos,informações ou justificativas acerca dos assuntos considerados relevantes para odesenvolvimento dos trabalhos.

Foram adotados como procedimentos por esta auditoria interna os testes deobservância e substantivos. Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança deque os controles internos estabelecidos estão em efetivo funcionamento e cumprimento, já ostestes substantivos visam à obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dosdados produzidos nos processos licitatórios e contratos administrativos.

A seguir, citamos as técnicas de auditoria utilizadas neste trabalho:

• Indagação escrita e oral: Que consistiu na formulação de quesitos e obtenção derespostas. As respostas foram obtidas através de declarações formais e informais. Formaisatravés da apresentação de Solicitação de Auditoria junto ao responsável da unidade paraa obtenção de dados e informações escritas;

• Análise documental: a) Exame dos processos licitatórios para que fossem observados seos princípios da administração pública foram respeitados; b) A formalização do processoconforme estabelece a lei nº 8.666/93; c) Observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93(dos contratos); d) Conferência de documentação do canteiro de obras (Diário, cópia deprojetos, correspondências, laudos, resultados de ensaios, atas de reuniões);

• Conferência de Cálculos: objetivaram a conferência de cálculos dos pagamentos dasnotas fiscais e das retenções tributárias;

• Observação (evidência física): visando à obtenção de razoável segurança de que osprocedimentos de controles internos estabelecidos pela Instituição e as informaçõespublicizadas pela mesma estão em efetivo funcionamento e cumprimento com as normascorrelatas a área auditada

• Inspeção Física: visita aos canteiros de obras e verificação da execução do contrato, seestavam de acordo com a planilha orçamentária e o cronograma físico-financeiro. Esteexame físico possuiu as seguintes características:

• Existência física: comprovação visual da existência do objeto;

• Autenticidade: discernimento da fidedignidade do objeto em relação aoestabelecido no contrato;

• Registrar fotograficamente durante as visitas in loco, as obras da Instituição,para futuras demonstrações;

• Correlação das Informações Obtidas: confrontou-se as informações obtidas através dosprocedimentos e técnicas de auditoria acima mencionados.

O trabalho de auditoria teve como propósito a regularidade das contratações paraexecução de obras públicas iniciadas em 2013 no âmbito do IFNMG, dando ênfase aos contratose aditivos, tendo como critério a materialidade na Ação 2031.20RG.

Para tanto, foi realizada a extração da amostra dos processos de obras no sistema decadastramento das informações contratuais – SIASG e no site do Portal da Transparência eCompras Governamentais do Governo Federal. Através destes sistemas também foram obtidasinformações acerca de valores totais de despesas empenhadas as quais se submeteram o processo

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administrativo, verificando assim o registro dessas despesas pelo montante total da modalidadelicitatória. Dos sistemas, foi extraída a seguinte amostra:

Quadro 01: Relação da amostra auditada.

UnidadeGestora

Nº Processo Objeto ValorContratado

ValorContratado

(após aditivos)

ValorAuditado *

Almenara 23390000243/2013-20

Construção do “Novo Prédio Pedagógico”

3.338.281,03 385.1136,37 2.604.351,18

Arinos 23392000301/2012-14

Construção do “Centro de Desenvolvimento de Tecnologia e Inovação - CDTI”

1.569.960,63 1.962.188,21 1.962.188,21

Januária 23393000542/2013-34

Construção dos “Laboratórios de Física, Biologia, Botânica”.

1.639559,28 1.713.298,96 1.663.801,01

Pirapora 23395000250/2013-81

Adequação da Quadra poliesportiva.

1.112.314,89 1.389.759,31 1.389.359,32

Fonte: Sistemas do Governo Federal

* Valores se refere ao somatório das medições e notas fiscais que se encontravam acostadas aos autos durante os trabalhos de auditoria.

Inicialmente foi desenvolvido o Programa de Auditoria e a Matriz de Planejamentocontendo as diretrizes a serem seguidas no decorrer do trabalho de auditagem. Em seguida, foiencaminhado ao Reitor e aos diretores-gerais o Ofício n°93/2016-AUDIN/REITORIA/IFNMGcomunicando acerca da realização das ações de auditoria na área de Obras Públicas. Foramencaminhadas aos diretores-gerais dos Campi as Solicitações de Auditoria (quadro 02)requisitando os processos bem como cópia das portarias dos fiscais dos contratos; cópia dapublicação oficial dos responsáveis pelos setores de Diretoria de Administração e Planejamento;da Coordenadoria de Compras e Contratos; da Comissão de Licitações e Coordenação deExecução Orçamentária e Financeira.

Quadro 02: Solicitações de auditoria requisitando processos e portarias.SA Campus Data Envio Solicitação atendida em (protocolo Reitoria)

SA20161001 Januária 24/05/2016 18/07/2016

SA20161002 Arinos 24/05/2016 29/06/2016

SA20160804 Pirapora 04/07/2016 14/07/2016

SA20160805 Almenara 04/07/2016 14/07/2016

Fonte: Papéis de trabalho da auditoria

Também ficou definido que a visita in loco seria realizada nos Campi: Pirapora,Arinos e Almenara pelos auditores da Reitoria e do Campus Januária pelo seu auditor.

Nos dias 16 e 17/08/2016, foi realizada visita in loco à Quadra Poliesportiva doCampus Pirapora com a presença da engenheira do Campus, fiscal do contrato, a servidoramatrícula SIAPE n° 2157712.

Nos dias 23 e 24/08/2016, foi realizada visita in loco ao prédio do Centro deDesenvolvimento Tecnológico e Inovação – CDTI, do Campus Arinos com a presença doengenheiro do Campus, fiscal do contrato, o servidor matrícula SIAPE n° 2156959.

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Nos dias 13 e 14/09/2016, foi realizada visita in loco à construção do “Novo PrédioPedagógico” do Campus Almenara com a presença do engenheiro da Reitoria, fiscal do contrato,o servidor matrícula SIAPE n° 1602722.

Após análise dos processos encaminhados pelos gestores dos Campi, foi requisitado,através de Solicitações de Auditorias (SA) e Nota de Auditoria (NA), esclarecimentos,documentos e informações que não constavam nos processos licitatórios.

Quadro 03: Solicitações de auditoria requisitando documentos e informações.Nº

SolicitaçãoCampus

Data deenvio

Prazo paraResposta

Data deResposta

Observações

SA20160806 Arinos 08/08/16 23/08/16 21/09/16 Comunica visita técnica nos dias 23 e 24/08.DG solicitou dilação de prazo até 05/09/16. Nesta data, solicitou por e-mail, prorrogação e novo prazo.

NA20160801 Arinos 08/08/16 23/08/16 05/09/16 DG determinou as diligências necessárias.

SA20160807 Pirapora 10/08/16 - - Comunica visita técnica nos dias 16 e 17/08.

SA20160808 Pirapora 17/08/16 02/09/16 17/10/16 DG solicitou dilação de prazo até 16/09/16.

SA20160809 Januária 08/09/16 19/09/16 Parcialmente em

20/10/16

Respondida parcialmente através de e-mail contendo anexos não assinados pelo DG. E-mail enviado pelo auditor do Campus

SA20160810 Arinos 01/09/16 08/09/16 21/09/16

SA20160811 Almenara 29/09/16 07/10/16 16/11/16

SA20160812 Arinos 27/09/16 05/10/16 14/10/16

SA20160813 Pirapora 27/09/16 05/10/16 Não houve resposta aos esclarecimentos.

SA20160814 Reitoria 26/10/16 07/11/16 29/11/16

Fonte: Papéis de trabalho da auditoria

Os prazos de atendimento das SAs não foram atendidos, sendo solicitado poralgumas diretorias-gerais, a dilação de prazo.

Dando continuidade as atividades programadas, foi realizado aplicação de check listpara verificar a formalização dos processos e se os atos foram realizados conforme legislaçãoreferente a contratação de obras no serviço público, e assim auxiliar como suporte àsconstatações de auditoria.

De posse dos documentos encaminhados, visita no local da obra e indagações orais eescritas, foi feita análise e cruzamento de dados, e posteriormente a identificação dasconstatações da auditoria através das evidências coletadas e critérios adotados.

Ao final dos trabalhos, este relatório foi encaminhado ao Colégio de Dirigentes paraas devidas manifestações sobre os apontamentos e recomendações.

V. LIMITAÇÕES

Apesar de todos os esforços aplicados no desenvolvimento e conclusão do presentetrabalho, o mesmo teve algumas limitações nas análises dos trabalhos e no cumprimento doprazo previsto no PAINT/2016.

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Ana
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Conforme o PAINT/2016, o prazo previsto para finalização dos trabalhos da presenteauditoria era até o dia 30/09/2016, contudo, o referido prazo não pode ser cumprido emdecorrência de atrasos na entrega de respostas às Solicitações de Auditorias emitidas para osCampi que compuseram a amostra, bem como do envio dos documentos solicitados. Foi enviadoe-mails para aos diretores-gerais nos dias 11/10 e 18/10/2016 reiterando os prazos deatendimentos às solicitações de auditoria. Conforme se pode verificar em e-mails recebidos poresta equipe de auditoria, os atrasos na entrega dos documentos solicitados foram significativos, oque por consequência impossibilitou que as análises e a conclusão do presente trabalho ocorresseno prazo previsto.

Também algumas informações e documentos solicitados pelas SAs enviadas nãoforam atendidas. Tais impropriedades serão tratadas no relatório.

Mesmo diante das limitações descritas, foi possível concluir o presente trabalho deforma satisfatória.

VI. ANÁLISE DOS TRABALHOS REALIZADOS

Os trabalhos objetivaram responder as questões formuladas na matriz planejamentoda auditoria que abrangeram os tópicos tratados a seguir:

• Há normativos na instituição regulamentando os procedimentos a serem adotados pelosrepresentantes designados a acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos.?(regulamentos, fluxo de processos, manuais, passo a passo)?

• Foi dada a devida formalização do processo conforme orientações e procedimentoslegais?

• Há observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93 (dos contratos)?

• As medições estão de acordo com o cronograma de execução?

• As notas fiscais contêm: data de recebimento, descrição os itens de acordo com o objeto,ateste do fiscal e autorização de pagamento?

• O pagamento foi efetuado mediante a comprovação da regularidade fiscal e trabalhista daempresa, os tributos foram retidos de acordo com os percentuais estabelecidos no anexo Ida IN nº 1234/2012 – SRF e as notas fiscais atendem todas as exigências constantes nocontrato?

• As ocorrências foram devidamente registradas no Diário de obra?

• Consta no processo as ARTs (de projeto, orçamento, execução e de fiscalização)?

• Há eficiência na fiscalização do contrato e da obra?

• A contratada tem cumprido as cláusulas do contrato e o cronograma de execução físico-financeiro do projeto?

• Ao final da obra (se for o caso) foi formalizado o termo de recebimento provisório, otermo de recebimento definitivo e o termo de garantia da obra?

• As obras possuem autorização para o início da utilização “certidão habite-se” (oudocumento equivalente)?

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6.1 Quanto a existência de normativos internos e formalização processualA Administração Pública somente poderá fazer o que estiver expressamente

autorizado em lei e nas demais espécies normativas, ou, quando for o caso, em ato de delegaçãode competência.

Destarte, não se pode tratar de Obras Públicas, Gestão de Contratos e Fiscalização deObras sem considerar os instrumentos legais, regulamentos, normas ou procedimentospadronizados.

Em uma breve pesquisa na internet é possível identificar vários manuais eorientações técnicas/legais a respeito de contratação de obras públicas:

• Manual de Obras Públicas, elaborado pelo Tribunal de Contas da União. Disponível emhttp://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2545893.PDF.

• Manual de obras públicas – EDIFICAÇÕES da Secretaria de Estado da Administraçãoe do Patrimônio – SEAP, Portaria nº 2.296/97 do MARE. Disponível em:http://www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manuais/manual_construcao.pdf ehttp://www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manuais/manual_projeto.pdf ehttp://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/manuais/manual_manutencao.pdf;

• Guia de Obras – Justiça Federal. Elaborado pelo conselho da Justiça Federal –Disponível em: http://licitacoes.ufsc.br/files/2014/10/Guia-de-Obras-da-Justi%C3%A7a-Federal.pdf

Com relação a existência de normativos ou procedimentos internos no IFNMG naárea de gestão de contratos e fiscalização de obras, em pesquisa ao site e e-mails institucionaisrecebidos, temos as seguintes observações:

◦ A Pró-reitoria de Administração e Planejamento enviou aos diretores-gerais em15/09/2011, OFICIO-CIRCULAR/PROAP/IFNMG/118/2011, sugerindo a adoção deprocedimentos quanto à contratação de obras pelo IFNMG;

◦ Em maio/2014, a PROAD/Reitoria elaborou e disponibilizou várias minutas demanuais: Compras, Gestão de Sansões Administrativas, do Almoxarifado, dePatrimônio, do Protocolo, de Uso dos Veículos Oficiais e uma minuta de Gestão eFiscalização de Contratos, onde tal documento tratava das características eespecificidades da contratação e fiscalização de obras públicas e de serviçosterceirizados;

◦ Em novembro/2015, houve a aprovação pelo Conselho Superior das minutas acimatornando-os manuais da Instituição.

A falta ou a não aplicação de normativos, rotinas e procedimentos operacionaispadrões claramente definidos podem ser a causa das seguintes impropriedades ou irregularidadesidentificadas na condução de processos administrativos:

▪ Documentos não localizados no processo ou inexistentes;

▪ Falta de padronização na formalização do processo;

▪ Falhas na comunicação entre setores envolvidos;

▪ Falhas na fiscalização do contrato;

▪ Inobservância da legislação referente à área auditada, especialmente a Lei nº8.666/93 e suas alterações.

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Com relação as impropriedades identificadas para este assunto, serão tratados emitens específicos do tópico “VII - Achados de Auditoria” - “Constatação 20160801”, desteRelatório.

Com relação à formalização processual, foi possível verificar que os processos foramautuados, numerados e registrados, na forma do artigo 38 da Lei nº 8.666/93, contudo, foramidentificadas incorreções que se repetiram nos processos auditados: páginas não localizadas noprocesso; erro na numeração das páginas; documento anexado estranho ao objeto do processo(pag. 647 do processo 23395000250/2013-81 referente a aquisição de apagadores de madeiradestinado ao Pronatec); falta de carimbo “confere com o original” em documentos apensados aoprocesso; ausência de termo de abertura e de encerramento nos volumes; documentos foramapensados sem assinatura do elaborador, dos responsáveis técnicos, e/ou da autoridadecompetente.

Para facilitar a leitura e manuseio, os processos foram divididos em vários volumes,devidamente iniciados e encerrados, observando os ritos. Entretanto, no processo23395000250/2013-81 iniciou-se novo volume com a palavra ANEXO, contrariando o Manualdo Protocolo do IFNMG, no item 11.5.9 que diz:

A abertura de um novo volume será executada diretamente pela unidade que detenha oprocesso, providenciando o preenchimento da nova capa, certificando a sua abertura eatualizando o sistema de protocolo correspondente. Os volumes deverão ser numeradosna capa do processo, com a seguinte inscrição: 1º volume, 2º volume, etc.

E ainda: “no novo volume, logo após a capa, incluir-se-á 'TERMO DE ABERTURADE VOLUME', devidamente numerado, obedecendo-se à sequência do volume anterior”. Pornão se tratar de documento encadernado ou em brochura, bem como de grande volume, osdocumentos apensados devem ser incluídas na sequência normal da numeração de páginas doprocedimento, sendo este considerado um novo volume do processo.

A Lei Federal 8.666/93 em seu art. 40, inciso XVII, parágrafo 1° diz que “o originaldo edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que oexpedir, permanecendo no processo de licitação (...)”. Especificamente para os processos23390000243/2013-20 e 23392000301/2012-14, o edital e seus anexos, com a devidaaprovação da autoridade competente não foram apensados, após o exame e aprovação daminuta, pela assessoria jurídica da Administração (art. 38, § único). Já em relação aos outros doisprocessos, o edital foi anexado, porém suas folhas não foram rubricadas.

No que concerne a documentação exigida pela legislação e pelo edital e da suaexistência nos autos, constatou-se a ausência dos seguintes documentos nos processos:

Quadro 04: Impropriedades quanto a formalização dos processos. Documentação não localizada Processos sem a documentação exigida

Cópia do edital e seus anexos, devidamente rubricados eassinado pela autoridade competente

23390000243/2013-20 e 23392000301/2012-14

Projeto Executivo 23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Cópia do alvará Licença de Construção, junto à prefeitura domunicípio, quando for o caso

23392000301/2012-14, 23393000542/2013-34,23395000250/2013-81

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Documentação não localizada Processos sem a documentação exigida

ART de fiscalização das obras; 23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e

Cópia da matrícula CEI 23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Parecer técnico do DINFRA quanto a análise e aprovação doprojeto básico

23390000243/2013-20

O PCMAT - Programa das Condições do Meio Ambiente naIndústria da Construção Civil ou Programa de Prevenção deRiscos Ambientais (PPRA) (caso não seja obrigatório oPCMAT deve adotar o PPRA), quando for o caso

23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

O PCMSO - Programa de Controle e Medicina de SaúdeOcupacional, quando for o caso

23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Os projetos “as built”, atualizados com as alteraçõeseventualmente ocorridas no decorrer da obra (desenhosCOMO CONSTRUÍDO) foram entregues em meiomagnético e via impressa assinada pelos respectivosresponsáveis técnicos pela execução;

23392000301/2012-14 e 23395000250/2013-81

Complementação da garantia contratual quanto da efetivaçãode novos aditivos (prazo e valor)

23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Atualização da ART de projeto, junto ao CREA-MG, quandoda alteração do Projeto Básico.

23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Atualização da ART da execução, junto ao CREA-MG,quando da alteração do Projeto Básico.

23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Memórias de cálculo das medições; 23390000243/2013-20; 23392000301/2012-14;23393000542/2013-34 e 23395000250/2013-81

Fonte: Processos da amostra.

Nos processos 23392000301/2012-14 (Campus Arinos) e 23395000250/2013-81(Campus Pirapora), em que as obras já foram concluídas, não localizamos os seguintesdocumentos:

a) Comunicação de término da obra;

b) Termo de Recebimento Provisório;c) A Certidão Negativa de Débitos junto ao INSS, relativa à matrícula CEI da obra,

antes do recebimento definitivo;

d) Termo de Recebimento Definitivo;e) Aprovação da obra concluída pelos concessionários públicos e corpo de

bombeiros;

f) A carta de habitação (Habite-se) da obra junto a Prefeitura Municipal;g) Termo de Garantia da obra emitido pela contratada, de no mínimo 5 anos após o

termo de recebimento definitivo;

h) Documento oficial do Campus liberando os valores do seguro-garantia junto àseguradora para a Contratada;

i) Cópia do Diário de obras não apensado aos processos.

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Estes assuntos serão tratados em itens específicos do tópico “VII - Achados deAuditoria” - “Constatação 20160802”, deste Relatório.

6.2 Da observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93De acordo com a Lei 8.666/93, “considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre

órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontadespara a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for adenominação utilizada” (art. 2º, parágrafo único).

O contrato administrativo é definido por Helly Lopes Meirelles (2008), como “oajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com particular ou outraentidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condiçõesestabelecidas pela própria Administração”.

As particularidades dos contratos administrativos baseiam-se nas chamadascláusulas exorbitantes, essas superam as cláusulas comuns do direito privado, pois garantem auma das partes determinadas prerrogativas não extensíveis a outra. Isto acontece em virtude doprincípio da supremacia do interesse público em relação ao privado. O contrato de obra públicasendo um contrato administrativo se beneficia de alguns privilégios e garantias em relação aocontrato privado. Como por exemplo, os listados a seguir, citados nos artigos 58 e 62 na Lei8.666/93:

• Possibilidade de modificar e rescindir unilateralmente o contrato (nos termos da Lei); • Poder de acompanhamento e fiscalização da execução;

• Aplicação direta de penalidades contratuais;• Ocupar provisoriamente imóveis e bens móveis relacionados ao objeto do contrato

em situações específicas;

• A formalização do instrumento contratual; e • A exigência de garantia.

O contrato administrativo é o instrumento hábil e necessário para dirimir quaisquerdúvidas, elencar direitos, atribuir responsabilidades e firmar demais cláusulas necessárias ao bomandamento da obra, tais como: garantias, seguros, prazo de execução, prazo de vigência docontrato, critérios de reajustamento, penalidades e de recebimento. Deve estabelecer com clarezaas condições para sua execução, em conformidade com os termos da licitação e da proposta aque se vinculam.

Frente a isso, verifica-se que os contratos auditados não trazem em si, cláusulasnecessárias, conforme estabelece o art. 55 da Lei 8.666/93:

Quadro 05: Cláusulas necessárias conf. art. 55 da Lei 8.666/1993.Cláusulas necessárias Contrato

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

Almenara-Contrato12/2013

Arinos-Contrato28/2012

Januária-Contrato 57/2013

Pirapora-Contrato22/2013

I - o objeto e seus elementos característicos; Sim Sim Sim Sim

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; Não * Sim Sim Sim

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo

Parcial-mente

Sim Sim Sim

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Cláusulas necessárias Contrato

pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; Não Sim Sim Sim

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; Sim Sim Sim Sim

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; Sim Sim Sim Sim

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; Não * Sim Sim Sim

VIII - os casos de rescisão; Não * Sim Sim Sim

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; Sim Não ** Não ** Não **

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; NA NA NA NA

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; Sim Sim Sim Sim

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; Não ** Sim Sim Sim

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação Não ** Sim Sim Sim

Fonte: Art.55 da Lei 8.666/93 Versus Contratos auditados

Legenda: NA = Não se aplica

* Em relação a esses incisos, o contrato 12/2013 traz a informação em seu texto: “...previstos no Projeto Básico,anexo ao Edital”, portanto, não possui tais cláusulas necessárias, inseridas no contrato.** Incisos não são referenciados no edital e no contrato.

Da leitura dos processos auditados, cujas autuações, certames e contrataçõesocorreram entre 2012 e 2013, percebe-se: divergências textuais, falta de padronização em seusconteúdos e na organização dos textos nos editais e seus anexos. Tal comportamento ocorre,como exemplo, no processo 23393000542/2013-34 (Campus Januária), onde as cláusulas doedital e do contrato se divergem quanto ao prazo de execução:

Quadro 06: Divergência textuais entre Edital e Contrato no processo 23393000542/2013-34.Edital - Concorrência 003/2013 Contrato 057/2013

16. DA VIGÊNCIA DO CONTRATO E PRAZO DE EXECUÇÃO DA OBRA16.1 Prazo de vigência contratual: O prazo devigência do Contrato será de 100 (cem) dias após otérmino do prazo de execução, podendo tal prazoser prorrogado nas hipóteses elencadas no parágrafoprimeiro do artigo 57 da Lei nº 8.666, de 1993.16.3 Prazo de execução das obras: O prazo deexecução da obra será de 12 (doze) meses, contadosdo décimo dia após a assinatura do contrato.16.3 Será emitida Ordem de Serviço autorizando o

6. Cláusula Sexta – Dos Prazos:6.1 Prazo de execução da obra: I. O prazo para a execução do objeto do presente instrumento de contrato será de 12 meses consecutivos, e terá como termo inicial o 10º (décimo) dia após a emissão da Ordem de Serviço.a) o prazo de execução somente poderá ser prorrogado (…)6.2 Da vigência:I. O presente contrato terá vigência de 465 (quatrocentos e sessenta e cinco) dias, contados a partir da assinatura, podendo sua duração ser estendida, consoante o artigo 57,

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início da obra. inciso I da Lei 8.666/93, por meio de Termo Aditivo que consignara a respectiva dotação orçamentaria.

O contrato foi efetivado na seguinte forma:

DataAssinatura

Publicação DOU Vigência Ordem de Serviço Prazo de Execução

Contrato057/2013

31/12/201324/02/2014(publicação

intempestiva)

31/12/2013 a10/04/2015

12/03/2014(prorrogada pela

gestão p. 31/03/2014-fl 665)

01 TA 10/04/2015(fl. 1248)

15/04/15 (fl. 1251)10/04/15 a07/12/15

12/03/15 a 07/09/15(180 dias)

02 TA04/12/15 14/12/15 (fl. 1543)

04/12/15 a04/05/16

07/09/15 a 04/02/16(150 dias)

03 TA03/05/2016 04/05/2016

03/05/16 a04/10/16

04/02/16 a 04/07/16(150 dias)

Fonte: Processo 23393000542/2013-34

Na prática, o prazo de execução do contrato 57/2013 não seguiu o que diz o edital,tão pouco o contrato, e demostrou a fragilidade na sua elaboração. Entretanto, é possívelobservar uma evolução nos editais publicadas posteriores diante de um amadurecimento doconhecimento técnico nos setores envolvidos e da contribuição da assessoria jurídica daInstituição. A exemplo, tem-se o recorte abaixo do edital de Concorrência 01/2014:

11. DO PRAZO DE EXECUÇÃO E DA VIGÊNCIA DO CONTRATO 11.1. O prazo para assinatura do Contrato por parte do licitante vencedor será de 10 (dez) diascorridos, contados a partir da notificação feita pelo IFNMG – CÂMPUS JANUÁRIA, sob penade decair do direito à contratação, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis.11.2. Assinado o Contrato, a CONTRATADA terá até 10 (dez) dias corridos para mobilização einício da obra e, após a execução total do objeto Contratado, terá até 05 (cinco) dias corridospara comunicar o fato ao IFNMG – CÂMPUS JANUÁRIA.11.3. O prazo de vigência do Contrato será de 12 (doze) meses, contados a partir de suaassinatura, prazo este equivalente ao somatório dos prazos para início e mobilização da obra;prazo de execução da obra; prazo para regularização da obra perante os órgãos competentes;prazo de comunicado do encerramento da obra e conclusão total do objeto; prazo dorecebimento provisório e prazo de recebimento definitivo da obra e para o pagamento.11.4. O prazo de execução total da obra será conforme estabelecido no Cronograma Físico-Financeiro, presente no projeto básico da obra, anexo a este edital, contados a partir do 10°(décimo) dia subsequente à assinatura do Contrato.11.5. A obra será executada em tantas etapas distintas quanto constem no Cronograma Físico-Financeiro, presente no projeto básico da obra, anexo a este edital, sendo de até 31 (trinta e um)dias o prazo máximo de execução de cada uma.11.6. As alterações correspondentes a prorrogação de prazo deverão acompanhar-se darespectiva complementação do registro da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) daobra junto ao CREA ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) junto ao CAU, da regiãoonde os serviços serão realizados.

As impropriedades identificadas quanto à formalização dos processos serão tratadasno tópico “VII - Achados de Auditoria” - “Constatação 20160804”, deste Relatório.

6.3 Do atendimento às recomendações/pareceres jurídicosA Lei Federal 8.666/93 fundamenta em seu art. 38, parágrafo único que as minutas

de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem serRua Professor Monteiro Fonseca, 216 – Vila Brasília, Montes Claros/MG - Cep. 39.400-149

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previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. Nesse diapasão,o art. 10 da lei nº 10.480/202 dispõe que “a Procuradoria Geral Federal compete arepresentação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas federais, asrespectivas atividades de consultoria e assessoramento jurídicos”. E ainda, a Ordem de Serviçoconjunta nº 01/REITORIA/PF-IFNMG, de 19 de dezembro de 2013, que estabelece o RegimentoInterno da Procuradoria Federal Junto ao IFNMG, dispõe no art. 4º, I, “b” que serão objetos deanálise jurídica prévia e conclusiva da Procuradoria, obrigatoriamente, dentre outros, minutas decontratos e seus termos aditivos.

Dos processos auditados identificamos o exame e aprovação preliminar pelaProcuradoria Federal Junto ao IFNMG em minutas dos editais (editais e contratos). Entretanto,constatamos a ausência do exame e aprovação preliminar em termos aditivos de alteração deprazo e/ou valores em alguns dos processos auditados.

Com relação às recomendações dos pareceres da Procuradoria Jurídica, nosprocessos auditados, realizamos o levantamento das recomendações não atendidas e solicitamosesclarecimentos aos gestores nas seguintes SAs:

Quadro 07: Levantamento das recomendações apontadas nos pareceres jurídicos dosprocessos que não foram atendidas.

Arinos: SA20160806, de 08/08/2016

Recomendações da Nota nº 171/2014/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 26/08/2014 (fls. 714-719) referente ao 2ºTermo Aditivo.

Recomendação Não Atendimento

a) “seja alterada a referência ao prazo para constar tãosomente que o prazo de vigência não será alterado pelopresente termo aditivo.”

Após aprovada a minuta do aditivo, a DINFRA recomendou através do Oficio nº 1227/2014, de 15/09/14 a dilação do prazo de execução da obra, por um período de até 12 meses a partir dessa data” (fl 731). Dessa forma, foi concedido também prorrogaçãodo prazo de vigência do contrato neste mesmo Termo Aditivo

c) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro e o valor da garantia;

Não localizamos atualização do cronograma e dos valores do seguro-garantia.

d) que todo e qualquer termo aditivo seja previamente submetido à apreciação da Procuradoria, em obediência ao disposto no art. 38, parágrafo único da lei 8.666/93;

Foi elaborado e assinado o 3º Termo Aditivo (de prazo) sem prévio parecer técnico e parecer jurídico.

e) que seja assinado novo termo aditivo fixando o prazo final da execução da obra;

Não localizamos no processo termo aditivo que atualize os prazos de execução da obra, somente a vigência. Dessa forma não há como acompanhar o cronograma físico-financeiro.

f) que seja tornada mais efetiva a fiscalização do contratoquanto aos prazos de cumprimento das etapas da obra, ehavendo atrasos injustificados deverão ser aplicadas assansões contratualmente prevista.

Não localizamos no processo documentos que demonstrem a atuação mais efetiva da fiscalização (relatórios, notificações, atas de reuniões) junto à Contratada.

Recomendações da Nota nº 0482/2015/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 24/09/2015 (fls 2137-719) referente ao 3º Termo Aditivo.

b) que seja incluído o item 2.2 com a seguinte redação: “O prazo de execução do contrato nº 28/2012 fica prorrogado, apartir desta data, em mais ...(...) meses. (vide item 11 desta nota).

Não localizamos no processo documento que demonstre a inclusão da redação em termo aditivo.

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Arinos: SA20160806, de 08/08/2016

Recomendações da Nota nº 171/2014/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 26/08/2014 (fls. 714-719) referente ao 2ºTermo Aditivo.

c) que a garantia contratual e o cronograma físico-financeirosejam ajustados aos novos prazos

Não localizamos atualização do cronograma e dos valores do seguro-garantia.

d) que seja anexado ao processo relatório circunstanciado noqual se demostre de forma didática e clara as razões que determinaram tamanho alongamento do prazo contratual. Ressalto, de antemão que o IFNMG não pode assistir, inerte a eventuais atrasos injustificados por parte da empresa contratada, devendo, se for o caso, impor as sansões legais econtratuais previstas.

Não localizamos no processo documento que atenda esta recomendação.

Pirapora: SA20160808, de 17/08/2016:

Recomendações da Nota nº 4882013/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 17/10/2013 (fls 164-177) referente a análise daminuta do edital.

Recomendação Não Atendimento

a) “juntada de documento relativo à aprovação do projeto básico pelo DG.”Documento não localizado no processo.

c) que o anexo I seja transformado em mais um volume do processo e suas folhas devem ser incluídas na sequência normal da numeração de páginas do procedimento.”

Recomendação não atendida.

e) que seja anexada ao processo declaração de que a utilização da modalidade de licitação “tomada de preços” não implica fuga à modalidadelicitatória.

Documento não localizado no processo.

f) juntada de declaração de que os preços constantes da planilha não são superiores à mediana de seus correspondentes no SINAPI e que os quantitativos e custos são compatíveis com os custos do SINAPI.

Documento não localizado no processo.

Recomendações da Nota nº 00024/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 10/12/2014 (fls 1023-1028) referente ao 3º Termo Aditivo.

Item 6, letras a, b, c, c1, c2, c3,c4, c5, c6, d, eNão localizamos no processo documento que atenda esta recomendação.

Almenara: SA201608011, de 29/09/2016:

Recomendações da Nota nº 486/2013/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 13/10/2013 (fls 207-219) referente a minutado edital.

Recomendação Não Atendimento

Item 6: “Verifico que não se encontra nos autos as declarações exigidas peloart.16, II, da Lei Complementar n.101/200 (LRF)”.

Não localizamos no processo a que demonstre atendimento da recomendação da procuradoria.

c) Em razão da interativa jurisprudência do TCU, nesse sentido, substituirvisita obrigatória por facultativa (item 28.3.2.2) e incluir no edital exigênciade declaração do licitante de que tem conhecimento do local da obra.

Não localizamos no processo tão pouco no edital publicado no comprasnet a que demonstre atendimento da recomendação da

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procuradoria.

f) que seja providenciada planilha de composição de custos unitários, a fimde atender completamente a exigência do § 2º, inciso II, do artigo 7º da Lei8.666/93.

Não localizamos no processo documento que demonstre a inclusão da redação em termo aditivo.

Recomendações da Nota nº 003/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 12/03/2014 (fls. 440)referente ao 1º Termo Aditivo 01/2014.

“(...) ser providenciada a atualização do cronograma físico-financeiro (....)”Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Recomendações da Nota nº 0205/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 20/10/2014 (fls. 523v)referente ao 2º Termo Aditivo – 02/2014.

b) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro, e se for o caso, a garantia.

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

c) quando o orçamento for obtido a partir de pesquisa de mercado, o preço aser considerado deverá ser a média de ao menos três pesquisas para cada item, sendo que os comprovantes das pesquisas devem ser anexados ao processo, o que recomendo que seja feito, inclusive no presente caso.

Não localizado no processo a referida pesquisa de mercado.

Recomendações da Nota nº 0227/2014/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 17/11/2014 (fls. 933-942) referente ao03/2014 Termo Aditivo (valor).

a) o item 2.2 da minuta do termo aditivo deverá ser corrigido para excluir o termo “repactuação”, pois o acréscimo não se trata de repactuação do contrato (instituto aplicável apenas aos contratos de serviços continuados), também, deverá ser corrigido o valor para se adequar ao valor aprovado pela DINFRA. (Chamo à atenção que essas mesmas observações foram feitas no termo aditivo anterior...).

Não localizamos no processo documento que demonstre atendimentoà recomendação.

b) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro, e se for o caso, a garantia.

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

d) que a alteração contratual seja devidamente justificada, expondo-se as razões tanto de ordem técnica quanto do ponto de vista da conveniência e oportunidade das alterações.

Não identificamos relatório ou justificativa técnica posterior ao parecer em atendimento à recomendação.

Recomendações da Nota nº 0115/2015/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 11/04/2015 (fls. 1465-1471).

b) que o cronograma físico-financeiro seja ajustado aos novos prazos.Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Recomendações da Nota nº 00187/2016/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 19/05/2016 (fls. 2048).

(…) como também, que sejam anexadas ao processo as ART's relativas às planilhas (art. 10 Decreto nº 7.983/2013).

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

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Fonte: Processos da amostra.

Estes assuntos serão tratados em itens específicos na parte de “VII - Achados deAuditoria” - “Constatação 20160803”, deste Relatório.

6.4 Da regularidade na execução contratual e suas alteraçõesA execução da obra inicia-se com a assinatura do contrato e a emissão da Ordem de

Serviço, sendo concedido o prazo de até 10 dias para a contratada iniciar os trabalhos demobilização da obra. Nesta etapa, o contrato já deve estar cadastrado no SIASG e no SIMEC.Um representante habilitado ou uma comissão técnica da Administração deve ser designado pelaautoridade competente, por ato formal para acompanhar e fiscalizar o contrato, desde o início atéo recebimento provisório. Este servidor (fiscal da obra) ou comissão, em respeito ao princípio dasegregação de funções, não pode ter participado da comissão de licitação nem deve participar dorecebimento definitivo da obra.

Assim que realizada a execução dos serviços previstos em cada uma das etapas docronograma, a Contratada receberá através de medição, as despesas mensais dos serviçosexecutados. A medição de serviços e obras, uma das principais atividades da fiscalização, deveráser realizada tempestivamente e constar em relatórios periódicos, com memória de cálculodetalhada e registros fotográficos necessários à comprovação das quantidades efetivamenteexecutadas. Considera-se antecipação de pagamento a remuneração por serviços novosexecutados sem cobertura contratual, antes da realização de aditivos. O pagamento de serviços sópode ser efetuado após a comprovação de sua efetiva realização, lastreado em contrato.

Em todas as obras auditadas ocorreram situações que provocaram atrasos naexecução do cronograma.

As impropriedades identificadas quanto à execução contratual serão tratadas notópico “VII - Achados de Auditoria” - “Constatação 20160807”, deste Relatório.

As alterações das condições de um contrato de obra pública, em face da dinâmica daexecução do objeto, são pertinentes. A Lei 8.666/93, em seu art. 65, permite que os contratossejam alterados unilateralmente pela Administração quando houver modificação do projeto oudas especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos, ou quando necessária amodificação contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa do seu objeto.Contudo, essas modificações não podem ser utilizadas para corrigir grandes falhas de projetos ouespecificações de serviços, já que antes do procedimento licitatório, a Lei das Licitações exigiu aelaboração do projeto básico com elementos necessários e suficientes, com nível de precisãoadequado, para caracterizar o objeto. Dessa forma, conforme o diploma, podem ser celebradostermos de aditamento contratual formalizando os ajustes necessários do projeto, desde queobservados alguns pontos, em especial, que os acréscimos e supressões de serviços nãoultrapassam 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no casoparticular de reforma de edifício ou de equipamento, o limite de 50% (cinquenta por cento). Nahipótese de supressões resultante de acordo celebrado entre os contratantes, os referidos limitespoderão ser ultrapassados.

Além disso, o Decreto 7.983/2013 estabelece que a diferença percentual entre o valorglobal do contrato e o preço global de referência não poderá ser reduzida em favor do contratadoem decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária (art. 14) ou quando dolimite máximo de 10% do valor total contratado para correção de falhas ou omissões emqualquer das peças: orçamentos, plantas, especificações, memoriais e estudos técnicospreliminares (art. 13).

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As alterações (prazo ou valor) deverão ser justificadas e comprovadas tecnicamente(parecer técnico) por escrito e autorizadas pela autoridade competente que celebrou o contrato(art. 57, § 2º). Somado a isso, suas minutas devem ser previamente examinadas e aprovadas pelaassessoria jurídica da Administração (art. 38, § único) e logo após serão assinados pelas partes eprovidenciada suas publicações para plena eficácia dos atos. Dessa forma, deverão constar noprocesso: documento da empresa contratada solicitando o aditivo (quando for o caso); planilhade serviços original com os serviços excluídos (quando o caso) e os a serem acrescidos; provasdos fatos (justificativas coerentes); memórias de cálculos; e, novo cronograma físico-financeiro(com atualização dos períodos e valores) aprovado pela fiscalização.

Em todos contratos dos processos da amostra foram celebrados aditamentos comalterações de valores e/ou prorrogações de prazo de execução do objeto e de vigência docontrato. Tais aditamentos foram realizados durante a vigência dos contratos, sendo autorizadospela autoridade competente. O quadro 08, a seguir, elenca as fragilidades identificadas nosprocessos da amostra referente às alterações contratuais das obras.

As impropriedades identificadas quanto às alterações contratuais serão tratadas notópico “VII - Achados de Auditoria” - “Constatação 20160806”, deste Relatório.

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Quadro 08: Impropriedades nos termos aditivos contratuais.

Nº ContratoNº Aditivo

Valor/ VigênciaDt Ass.

DtPublicação

Impropriedades OBS

Contrato 12/2013 (Almenara).

Vigência: de21/12/2013 a10/04/2015.

Obra com 76,51% concluída.

Processo n°: 23390000243/2013-20

01/2014 (1ºTA)

R$33.194,99 (0,99%) 20/03/2014 21/03/2014

Não localizado para este termo consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.

ART do valor aditado não localizado.

02000/2014(2º TA)

R$87.419,51 → R$66.623,81 (2,00%)

24/10/2014 11/08/2015

Não localizada cópia da primeira publicação no processo. No SIASG e no DOU consta publicação em 11/08/2015, com retificação em 30/10/2015, ou seja, a publicação do TA foi feita de forma intempestiva.Não localizado para este termo consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.

Seguro-Garantia não complementada.

Cronograma físico-financeiro não atualizado.

ART do valor aditado não localizado.

DINFRA aprovou em Parecer Técnico n°35/2014/DINFRA/REITORIA/IFNMG (fl.515 e 516) o aditivo no valor de R$66.623,81, contudo o aditivo 02000/2014 foi assinado no valor de 87.419,51 (fl.898/899). Identificado o erro, a UG fez o termo TA 003/2016 (fl. 3023) de 07/06/2016, no valor de 170.368,46, corrigindo o erro.

03/2014 (3ºTA)

R$359.379,57 (10,77%)

20/11/2014 24/11/2014

Não localizado para este termo consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.Seguro-Garantia não complementada.

Cronograma físico-financeiro não atualizado.

ART do valor aditado não localizado.

01/2015 (4ºTA)

13/04/2015 a 12/04/2016

10/04/2015 18/05/2015

Não localizado para este termo consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.

Seguro-Garantia não atualizada.

ART do valor aditado não localizado.

Em 31/03/15, a obra estava com 49,85%de execução. (13ª medição)

02/2015 (5ºTA)

R$53.656,97 (1,61%).

06/11/2015 16/11/2015

Não localizado para este termo consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.

Seguro-Garantia não complementada.

Cronograma físico-financeiro não atualizado.

ART do valor aditado não localizado.

Não localizado o original do termo aditivo (via da UG).

01/2016 (6ºTA)

10/04/2016 a 09/04/2017

07/04/2016 11/04/2016 Não localizado as consultas quanto a Regularidade Fiscal e Trabalhista.

Em 30/03/16, a obra estava com 78/01%de execução. (25ª medição).

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Nº ContratoNº Aditivo

Valor/ VigênciaDt Ass.

DtPublicação

Impropriedades OBS

Não localizada atualização do Seguro-Garantia.

ART do valor aditado não localizado

Contrato 28/2012 (Arinos).Vigência: 06/12/2012 a 05/12/2013.

06/12/12 a 01/12/2013(retificação DOU 29/01/2016)

Obra 100% concluída.

Processo n°: 23392000301/2012-14

01/2013 (1ºTA)

06/12/2013 a 05/12/2014

01/12/2013 a 01/12/2014 (retificação DOU 01/02/2016)

21/11/2013 12/02/2014

TA assinado um dia após solicitação da contratada. Não foram providenciados os pareceres técnicos e jurídico.

Intempestividade na publicação do Termo no DOU (em 12/02/2014).

Executado 21,88% do contrato (R$307.996,70), a contratada solicita em20/11/13 prorrogação de prazo do contrato e justifica que “tal solicitação sedeve em função da complexidade da execução da obra do objeto (fl.609).

02/2014 (2ºTA)

R$392.227,58 e 16/09/2014 a 15/09/2015

01/12/2014 a 01/12/2015 (retificação DOU 29/01/2016)

26/09/2014

(NoSIASG e napublicação

está16/09/14)

07/10/2014

Minuta do TA foi alterada após ser examinada e aprovada pela Procuradoria Federal em 26/08/14 (fl 720), desde que atendidas as recomendações. A minuta do TA era somente de alteração de valor e após aprovação pela assessoria jurídica, foi incluída cláusula de alteração de prazo para prorrogação da vigência do contrato (+ 12 meses), conforme recomendado pela DINFRA ofício nº 1.227/2014 de 15/09/14 (fl 731), emitido após parecer jurídico.

Executado 41,96% do contrato (R$658.675,21), a contratada solicita aditivo de valor, em 20/06/2014, em função de alterações feitas pela diretoria.

03/2015 (3ºTA)

16/09/2015 a 15/09/2016

01/12/2015 a 01/12/2016 (retificação DOU 29/01/2016)

09/09/2015 17/09/2015

TA assinado sem prévio exame e aprovação da minuta pela Procuradoria Federal.

O processo enviado para apreciação em 09/09/15, recebido pela Reitoria em 11/09/15 e apreciado pela PF em 24/11/15.

Executado 92,11% do contrato (R$ 1.618.716,90), a contratada solicita em 08/08/15 prorrogação de prazo. Justificativa: Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução da obra. A fiscalização acatou a justificativa em 10/09/15.

Contrato 57/2013(Januária).Vigência: de 31/12/2013 a 10/04/2015.

Obra com %.

01/2015 (1ºTA)

10/04/2015 a 07/12/2015

Prazo Execução 180dias (12/03/15 até 07/09/15).

10/04/2015 15/04/2015 Seguro-Garantia não atualizada Obra com 59,75% executada, conforme cronograma físico-financeiro (fl. 1211) 10ª medição (23/02/15). Solicita 180 dias e justifica-se: Houve atraso no início das obras devido a substituição do tipo de fundação. Foi necessário aguardar o novo cálculo da fundação para executar os serviços;

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Nº ContratoNº Aditivo

Valor/ VigênciaDt Ass.

DtPublicação

Impropriedades OBS

Processo n°: 23393000542/2013-34

Houve demanda de tempo superior ao previsto na execução dos brises em concreto, devido à complexidade.

02/2015 (2ºTA)

R$80.128,66 e 04/12/2015 a 04/05/2016

Prazo Execução: 150 dias (07/09/15 a04/02/16)

04/12/2015 14/12/2015

Solicitação da fiscalização: 03/11/15 (fl.1513) com 93,3% concluída. 17 medição.

03/2016 (3ºTA)

03/05/2016 a 04/10/2016

Prazo Execução: (04/02/16 a 04/07/16)

03/05/2016 04/05/2016

Não houve prévio parecer jurídico antes da assinatura do 3º TA.

Não localizada a atualização dos prazos da garantia contratual.

Publicado em 04/05/2016 (fl 1577). Os dados da publicação referente aos prazos de execução e vigência em desacordo com as informações do 3º TA.

04/2016 (4ºTA)

04/10/2016 a 03/03/2017

04/10/2016 19/10/2016

Contrato 22/2013 (Pirapora).

Vigência: 22/11/2013 a 21/11/2014.

Obra 100% concluída.

Processo n°: 23395000250/2013-81

01/2014 (1ºTA)

R$248.444,42 (22,33%)

19/05/2014 20/05/2014

02/2014 (2ºTA)

12/12/2014 a 09/06/2015

12/12/2014 15/12/2014Não localizada atualização do Seguro-Garantia.

03/2014 (2ºTA)

R$29.000,00 (2,60%)

02/03/2015 05/03/2015

Não localizada atualização do Seguro-Garantia.

Não localizado o parecer jurídico da Procuradoria Federal para o 3º Termo aditivo.

Fonte: Processos da amostra.

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6.5 Do cumprimento do cronograma físico-financeiroA OT-IBR 001/2006 do IBRAOP – Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras

Públicas visa uniformizar o entendimento quanto à definição de Projeto Básico especificada naLei Federal 8.666/93. Suas orientações são consideradas pelo TCU, através do Acórdão Nº632/2012 - TCU – Plenário. Nela diz que o cronograma físico-financeiro é a “representaçãográfica do desenvolvimento dos serviços a serem executados ao longo do tempo de duração daobra demonstrando, em cada período, o percentual físico a ser executado e o respectivo valorfinanceiro despendido”. Ele será o produto da planilha orçamentária e deverá prever o períodode execução e o desembolso financeiro total e mensal durante esse período.

O cronograma físico-financeiro é elaborado pelo(a) orçamentista/autor(a) do ProjetoBásico e serve de base para definição dos prazos de execução e de vigência do contrato de umaobra. Também deve ser atualizado sempre que as etapas da obra e prazo de execução foremalterados. Deve sempre refletir as condições reais da obra.

Assim, os cronogramas devem ser atualizados após a conclusão dos aditivoscontratuais e seguidos rigorosamente pela contratada, sendo acompanhado o cumprimento decada etapa pela fiscalização.

O art. 57, § 1º da lei 8.666/93 estabelece que os prazos de início de etapas deexecução, de conclusão e de entrega, admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas docontrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorraalgum dos seguintes motivos devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes,que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordeme no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidospor esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pelaAdministração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aospagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento naexecução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

E no parágrafo 2º estabelece ainda que: “toda prorrogação de prazo deverá serjustificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar ocontrato.”

Todos os contratos analisados tiveram aditivos de valor e de prazo, alterando avigência contratual e de execução da obra, inicialmente estabelecido. O Quadro 09 a seguir,demonstra o quantitativo de dias acrescidos em razão das alterações contratuais.

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Quadro 09: Tempo aditado nos contratos da amostra.

Contratos Vigência ContratualInicial

Vigência Contratual Final Qtde Dias Aditados

Contrato 12/2013(Almenara)

21/12/2013 a 10/04/2015. 21/12/2013 a 09/04/2017 730

Contrato 28/2012 (Arinos)

06/12/2012 a 05/12/2013. 06/12/2012 a 01/12/2016 1092

Contrato 57/2013(Januária)

31/12/2013 a 10/04/2015. 31/12/2013 a 03/03/2017 693

Contrato 22/2013(Pirapora)

22/11/2013 a 21/11/2014. 22/11/2013 a 09/06/2015 200

Fonte: Processos da amostra.

Percebe-se pelo quadro 09 que a maioria dos contratos tiveram seus prazos aditadosem aproximadamente dois anos, sendo que as justificativas apresentadas pelas contratadas parasolicitar a prorrogação de prazo, que deram causa nas alterações dos cronogramas foramfracamente fundamentadas, dais quais destacamos:

Quadro 10: Justificativas das contratadas para aditamentos de prazos.

Processo Nº Justificativas Observação

23390000243/2013-20(Almenara)

a) “como justificativa a alterações eadequações que se fizeram necessárias, eo atraso na liberação dos recursos parapagamentos das últimas medições (fl.1460).

b) “além disso, a ponte que dá acesso aocentro da cidade encontra-se interrompidaa mais de 60 dias.” (fl. 1460).

Nesse particular, a Procuradoria federal se posicionouem parecer nº 0115/2015/PROC/PFIFNORTE DEMINAS/PGF/AGU: “Contudo, tendo em vista aelasticidade do prazo da prorrogação da obra elevando em conta a notícia de que até o momentocerca de 42% da obra fora concluída, e ainda, nãohavendo nos autos qualquer relatório de fiscalizaçãoque noticie fato relevante pra causar tamanho atraso, épreciso que seja juntado aos autos relatóriocircunstanciado acerca de quais motivos, exatamente,levaram ao atraso na obra e à necessidade de prazo deprorrogação tão longo. Após o relatório, deverá serfeita nova análise sobre a pertinência do prazo oraconcedido para, se for o caso, ajustar o prazorealmente necessário.” (fl. 1467). Não localizamos noprocesso, relatório elaborado posterior a esteparecer, que expresse tais motivos.

23392000301/2012-14(Arinos)

a) Tal solicitação (aditivo de prazo) sedeve em função da complexidade daexecução da obra objeto do referidocontrato. (fl 609).

b) Superveniência de fato excepcional ouimprevisível, estranho à vontade daspartes, que altere fundamentalmente ascondições de execução da obra.(fl.2127)

a) O aditivo 01/2013 foi assinado pela gestão semprevia análise técnica e jurídica

b) Em documento encaminhado pela contratada amesma não descreve os fatos ocorridos de formaexcepcional e imprevisível que motivasse asolicitação TA n° 28/2012, posteriormente aprovadapela Contratante.

Concernente a este mesmo aditivo, em NOTAn°00482, datada em 24/11/2015, a procuradoriarecomendou que fosse feito relatório circunstanciadodemonstrando didaticamente as razões doalongamento do prazo contratual. Tal relatório não foilocalizado no processo.

23393000542/ “Houve atraso no início das obras devido

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Processo Nº Justificativas Observação

2013-34(Januária)

a substituição do tipo de fundação. Foi necessário aguardar o novo cálculo da fundação para executar os serviços; Houve demanda de tempo superior ao previsto na execução dos brises em concreto, devido à complexidade.”

23395000250/2013-81(Pirapora)

Solicitar prorrogação da vigência docontrato 22/2013 referente à obra citadaaté o dia 28/02/15, por se tratar de teremsurgido mudanças na execução eintempéries no seu decorrer.” (fl. 976)

Fonte: Processos da amostra.

Quadro 11: Comparativo dos “Aditivos de Prazos” Versus “% executado da obra”

Contratos Termo Aditivo Prorrogação de Prazo % Executado

Contrato 12/2013(Almenara)Vigência:

de21/12/2013 a10/04/2015.

01/2015 (4º TA)

10/04/2015 a 07/12/2015

Prazo Execução 180 dias(12/03/15 até 07/09/15)

Em 31/03/15, a obra estava com 49,85% de execução. (13ª medição)

01/2016 (6º TA) 10/04/2016 a 09/04/2017Em 30/03/16, a obra estava com 78/01% de execução. (25ª medição).

Contrato 28/2012(Arinos).

Vigência: 06/12/2012 a 05/12/2013.

06/12/12 a 01/12/2013(retificação DOU 29/01/2016)

01/2013 (1º TA)

06/12/2013 a 05/12/2014

01/12/2013 a 01/12/2014 (retificação DOU 01/02/2016)

Executado 21,88% do contrato (R$307.996,70), a contratada solicita em 20/11/13 prorrogação de prazo do contrato e justifica que “tal solicitação se deve em função da complexidade da execução da obrado objeto (fl.609).

02/2014 (2º TA) R$392.227,58 (valor) e 16/09/2014 a 15/09/2015 (prazo)

01/12/2014 a 01/12/2015 (retificação DOU 29/01/2016)

Executado 41,96% do contrato(R$658.675,21), a contratada solicita aditivode valor, em 20/06/2014, em função dealterações nos projetos, feitas pela diretoriado Campus.

03/2015 (3º TA) 16/09/2015 a 15/09/2016

01/12/2015 a 01/12/2016 (retificação DOU 29/01/2016)

Executado 92,11% do contrato (R$ 1.618.716,90), a contratada solicita em 08/08/15 prorrogação de prazo. Justificativa: “Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições deexecução da obra.” A fiscalização acatou a justificativa em 10/09/15.

Contratos Termo Aditivo Prorrogação de Prazo % Executado

Contrato 57/2013(Januária)

Vigência: de31/12/2013 a10/04/2015.

01/2015 (1º TA) 10/04/2015 a 07/12/2015

Prazo Execução 180 dias(12/03/15 até 07/09/15).

Obra com 59,75% executada, conforme cronograma físico-financeiro (fl. 1211) 10ª medição (23/02/15). Solicita 180 dias e justifica-se: “Houve atraso no início das obras devido a substituição do tipo de fundação. Foi necessário aguardar o novo cálculo da fundação para executar os

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serviços; Houve demanda de tempo superior ao previsto na execução dos brises em concreto, devido à complexidade.”

02/2015 (2º TA)(prazo e valor)

R$80.128,66 e 04/12/2015 a 04/05/2016

Prazo Execução: 150 dias (07/09/15 a 04/02/16)

Solicitação da fiscalização: 03/11/15 (fl.1513) com 93,3% concluída. 17 medição.

03/2016 (3º TA) 03/05/2016 a 04/10/2016

Prazo Execução: (04/02/16 a 04/07/16)

04/2016 (4º TA) 04/10/2016 a 03/03/2017

Contrato 22/2013(Pirapora)Vigência:

22/11/2013 a21/11/2014.

02/2014 (2º TA) 12/12/2014 a 09/06/2015

Fonte: Processos da amostra.

Em cada processo, a fiscalização foi favorável em seus pareceres às solicitações dascontratadas e recomendou os períodos pleiteados, contudo sem demonstrar tecnicamente em seusrelatórios se o tempo pleiteado para a execução das obras era suficiente, considerando osaditamentos de valores (acréscimo e supressões de itens e quantitativos), os atrasos ocorridos poralterações de projetos estruturais e tomada de decisões durante a execução (alteração de locaçãoda obra).

Dos processos analisados, consta recomendações nos pareceres jurídicos daassessoria jurídica para que os cronogramas fossem devidamente atualizados, entretanto osresponsáveis incorreram no erro de não providenciar a devida atualização do cronograma físico-financeiro, além disso, tal recomendação foi recorrente num mesmo processo. É possívelobservar nas anotações do quadro 07, o não cumprimento destas recomendações.

Este assunto será tratado em item específico no tópico “VII - Achados de Auditoria”- “Constatação 20160807”, deste Relatório.

6.6 Atuação da Fiscalização e da regularidade dos registros no Diário de obrasA fiscalização é uma atividade que deve ser exercida de modo sistemático pelo

contratante (Poder Público) e seus prepostos, objetivando a verificação do cumprimento dasdisposições contratuais, técnicas e administrativas, em todos os seus aspectos. A função dafiscalização é exigir da contratada o cumprimento integral de todas as suas obrigaçõescontratuais, segundo procedimentos definidos no edital e no contrato e o estabelecido nalegislação em vigor.

A Lei nº 8.666/93 trata no art. 67 da fiscalização da obra. Ela exige a execução doscontratos seja acompanhada e fiscalizada por representante, devidamente designado. Ressalta-seque a escolha do fiscal deve recair sobre aqueles que detenham a necessária capacitação técnica eexperiência relacionada com o objeto da contratação. Cabe ainda à Administração recolher a

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respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de fiscalização para cada obra quecontratar no nome do fiscal designado.

Para o desempenho da atividade, o fiscal deve receber todo material necessário paraacompanhamento, ou seja:

a) Informações sobre as regras estabelecidas no procedimento licitatório;

b) Projetos aprovados com especificação dos serviços e materiais e alterações queocorram;

c) Contrato devidamente assinado, acompanhado das planilhas de preços e serviçosque compõem o contrato, assim como aditivos celebrados;

d) Alvará de construção e licença ambiental, quando for o caso;

e) outros documentos imprescindíveis para início da obra, a exemplo de Ordem deServiço, certificado de matrícula da obra no Instituto Nacional de SeguridadeSocial – INSS e ARTs dos responsáveis técnicos pela obra (projetos, execução efiscalização).

O fiscal deve anotar em registro próprio, todas as ocorrências e notificaçõesrelacionadas com a execução do contrato para a devida regularização das faltas edescumprimentos observados. Um documento de grande relevância numa execução de uma obraé o Diário de Obras. A fiscalização exigirá seu preenchimento na forma de relatórios diários daexecução dos serviços e obras, contendo o registro de fatos extraordinários (suspensão dosserviços) e normais do andamento dos serviços, como: entrada e saída de equipamentos, serviçosem andamento, efetivo de pessoal, condições climáticas, visitas ao canteiro de serviço, inclusivepara as atividades de suas subcontratadas.

Nas situações que ultrapassem sua competência, o fiscal deve submetê-las àapreciação dos superiores para aprovação em tempo hábil. É normal em obras públicas oenvolvimento de vários profissionais responsáveis por uma ou mais fases, como projeto,fiscalização, elaboração de aditamento, avaliação de preços, recebimento definitivo. Às vezes,por motivo de grandes prazos ou atrasos para conclusão do contrato, esses responsáveis sãosubstituídos no decurso do tempo. É importante que se faça a delimitação e o registro do início efim da responsabilidade de cada técnico envolvido, de modo a permitir a imputação pessoal eevitar a figura da “responsabilização solidária” de todos.

Para os processos auditados, verificamos que foram devidamente designados,mediante portarias, fiscais tecnicamente habilitados (servidores cujo cargo são engenheiros civilou técnico em edificações) para acompanhar a obra e fiscalizar o cumprimento dos contratos.

Todavia, algumas falhas na atuação da fiscalização dos contratos foram identificadas:

• Acompanhamento das obras com o cronograma físico-financeiro desatualizado;

• Falta de comunicação junto ao gestor do contrato quanto a eventuais atrasos nos prazosde execução do objeto;

• Comunicação ao gestor de contrato fora de prazo hábil nos casos de necessidade deaditivos de prazo e valor – acréscimo ou supressões no objeto do contrato;

• Ausência de notificações ou notificações intempestivas quanto ao cumprimento docronograma físico-financeiro, pela Contratada;

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• Falta de registros quanto da exigência e o acompanhamento das obrigações da contratadaestabelecidos no instrumento contratual (ex.: pendência de documentaçãofiscal/trabalhista, resposta às notificações emitidas pela Unidade Gestora)

• Ausência de providências quanto a aplicação das penalidades (quando for o caso);

• Documentação exigida segundo legislação e instrumento contratual com inconformidadesou inexistentes no processo (diários de obras, atualização de ART, PCMAT; PCMSO;seguro-garantia e atualização de seguro-garantia)

• Ausência do devido “Termo de Paralisação” da obra, quando for o caso.

No Campus Januária, o auditor do Campus pontuou sobre a atuação da fiscalizaçãoem seu relatório de auditoria – RA20150801 (20/06/2016):

“5.9 DA FISCALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

As obras auditadas têm fiscal devidamente nomeado todavia observamos que itens docontrato para a construção das obras da guarita e dos prédios dos Laboratórios de Física,Biologia e Botânica pela Empresa CFW Ltda não foram cumpridos. Exemplos são: afalta de equipamentos de segurança para os funcionários, falta de identificação e aindaos atrasos na execução da obra que foram notificados porém uma ação mais efetivasomente aconteceu agora na fase final das obras.”

Durante visita às obras dos Campi Arinos, Almenara e Januária, foi possível verificara existência do Diário de Obras, entretanto identificamos impropriedades como: falta depreenchimento das informações/ocorrências pelo contratado; ausência das rubricas do fiscal nasfolhas. Nos Campi Arinos e Pirapora não foi localizado a via do diário de obras arquivado naunidade, pois foi elaborado apenas uma via que fica de posse da contratada.

Já no Campus Januária, o auditor do Campus já havia constatado tal impropriedadeem seu Relatório de Auditoria – RA20150801 (20/06/2016):

“5.10 DOS REGISTROS DAS OCORRÊNCIAS NO DIÁRIOS DE OBRAS.

Solicitamos os diários de obras em análise através de SAs e na oportunidadeverificamos que os referidos documentos das obras da Guarita e da construção dosprédios dos Laboratórios sob responsabilidade da empresa CFW LTDA estavam sem omínimo de organização exigido. Diários com mais de quatro meses de atraso em relaçãohá registros, sem ocorrências, assinatura do engenheiro responsável, nem tampoucoencadernados.”

Com relação a adequação do ginásio poliesportivo do Campus Pirapora não tivemoscontato com o Diário de Obra, sendo uma limitação para o andamento dos trabalhos de auditoria.O diário de obras foi solicitado pela SA2015080802, solicitação não atendida, pois o documentonão foi disponibilizado para análise da auditoria, com a justificativa de que não havia cópiadisponível no Campus.

Estes assuntos serão tratados em item específico no tópico “VII - Achados deAuditoria” - Constatações 20160806 e 20160809”, deste Relatório.

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6.7 Da regularidade dos pagamentosO pagamento de qualquer despesa somente pode ser efetuado quando ordenado após

sua regular liquidação, assim entendido o ato de verificação do direito adquirido pelo credortendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (arts. 62 e 63 da Lei4.320/64). No caso de obras públicas, tendo por base o contrato e o projeto para o qual a empresafoi contratada para executar o objeto (com suas alterações), as respectivas medições emitidaspela fiscalização, notas fiscais e documentação legal.

No regime de empreitada por preço global, as etapas (conjuntos de serviços)previstas no contrato são definidas no cronograma físico-financeiro, com seus prazos deconclusão e respectivos percentuais do preço total. As medições apontam as etapas concluídas.

Destarte, os serviços executados devem ser pagos após a emissão das mediçõesrealizadas pela fiscalização, atestados pelo engenheiro fiscal da obra e após o cumprimento decondições contratuais e apresentação de todos os documentos exigidos no contrato, como porexemplo: comprovantes de recolhimento de contribuição previdenciária (INSS), comprovantesde recolhimento de FGTS, etc.

Ao averiguarmos tal quesito nos processos, verificamos que todos os pagamentosforam realizados após as medições atestadas pelos fiscais e emissão das notas fiscais, contudoconstatamos inconformidades derivados da fragilidade nos controles internos em cada unidadegestora. Conforme quadro 12, abaixo, não foi possível localizar vários documentaçõesnecessárias para processar os pagamentos das notas fiscais apresentadas.

Também foi possível constatar que em algumas notas fiscais foram devidamenteatestadas pela fiscalização conforme as medições apresentadas, entretanto houve momentos emque as Contratadas apresentaram os comprovantes de regularidade fiscal e trabalhista daempresa e suas CNDs das esferas federais, estaduais e municipais, posteriormente à entregada nota fiscal, o que ocasionou atrasos nos pagamentos. A Coordenação de ExecuçãoOrçamentária e Financeira – CEOF, responsável por conferir toda documentação, realizou ospagamentos e retenções tributárias.

Quadro 12: Inconformidades nos procedimentos referentes aos pagamentos

Campus Processo Inconformidade encontrada Medições

Almenara23390000243/2013-20

Documentação trabalhista comprobatória para se efetivar opagamento das notas fiscais apresentadas no devido período dasmedições, conforme legislação, não consta no processo.

1, 2, 3, 4, 5 e 11

Certidão negativa de improbidade administrativa, SICAF impressosem assinatura de servidor.

Em todas as 25medições dasreferidas notasfiscaisapresentadas.

Arinos 23392000301/2012-14

Documentação trabalhista comprobatória para se efetivar opagamento das notas fiscais apresentadas no devido período dasmedições, conforme legislação, não consta no processo.

10, 16,18, 19, 20, 22 e 23.

Na Nota fiscal 2013000143, foi recolhido ISS a menor (3% sendo o certo 5%), e pagamento para a empresa maior desta diferença.

4

Não foi localizado OB referente ao pagamento da NF 2013000149, (não foi anexada ao processo)

6

SICAF com regularidades fiscais vencidas, falta comprovante da 8

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Campus Processo Inconformidade encontrada Medições

guia FGTS paga do referido período.

Não foram localizadas no processo as guias de FGTS e INSS pagas, referente à Nota fiscal 2014000172 de 06/03/2014.

9

Não consta na NF autorização de pagto do ordenador de despesa. 10

Data do período de 14º medição informado erroneamente: 12/06 a 22/08/14 (folha 1267) onde deveria ser 25/07 a 22/08/14.

14

Nota fiscal 2014000198 foi emitida em 24/09/14, anteriormente à 15º medição (30/09/2014).

15

Nota fiscal 2014000210 foi emitida com valor líquido errado. Não foi solicitado à Contratada a correção dos valores da NF (folha 1502).

16

Relatório de Medição não informa o período a que se refere. 24 e 25

Relatório de medição não informa a data de sua emissão.19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25

Januária23393000542/2013-34

Documentação trabalhista comprobatória para se efetivar opagamento das notas fiscais apresentadas no devido período dasmedições, conforme legislação, não consta no processo.

6, 9 e 18

Documento não localizado: 13º Medição não localizada entre as fls 1359 a 1391. 13

Pirapora23395000250/2013-81

Documentação trabalhista comprobatória para se efetivar opagamento das notas fiscais apresentadas no devido período dasmedições, conforme legislação, não consta no processo.

6, 10, 11 e 12

Documentos não localizados: Certidão negativa de improbidade administrativa, Cadastro Nacional de empresas inidôneas e suspensas (CEIS).

1 e 2

Documentos não localizados: Certidão negativa de improbidade administrativa, CEIS, Certidão negativa de débitos trabalhistas; qualificação econômico-financeira vencida no SICAF.

5 e7

Não foram localizadas no processo as guias de FGTS e INSS pagas, referente às Notas fiscais 2014000193, 2014000200 e 2014000212.

4, 6 e 8

Falta assinatura do ordenador de despesa autorizando pagamento na NF 2015000224; há cópias de recibos de pagamentos sem assinaturados funcionários da Contratada.

10

Falta assinatura do ordenador de despesa autorizando pagamento na NF 2015000236 e não localizados as cópias dos recibos de pagamentos dos funcionários

11

Não foram localizadas no processo as guias de FGTS referente à Nota fiscal 2014000242.

12

Fonte: Processos da amostraDas inconformidades acima, em sua maioria decorrem de falhas materiais nos

procedimentos internos da UG, no entanto, infere-se que houve pagamentos sem que a empresaapresentasse a documentação trabalhista.

Este assunto será tratado em item específico no tópico “VII - Achados de Auditoria”- “Constatação 20160808”, deste Relatório.

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VII. RESULTADO DOS TRABALHOS

Para a consecução dos objetivos propostos, as análises efetuadas visaram responderàs questões de auditoria elencadas no item 6 deste Relatório, tendo-se constatado, em relação acada uma delas, o que segue:

7.1 Quanto a existência de normativos internos e da formalização processual

QUESTÃO 01: Há normativos na instituição regulamentando os procedimentos a seremadotados pelos representantes designados a acompanhar e fiscalizar a execução doscontratos.? (regulamentos, fluxo de processos, manuais, passo a passo)?

Constatação 20160801

Normativos internos apresentados não tratam do tema com profundidade, além daausência de procedimentos operacionais padronizados da área de gestão e fiscalização decontratos de obras públicas.

Não aplicação dos normativos internos e ausência de procedimentos operacionaispadronizados da área de gestão e fiscalização de contratos de obras públicas.

Causa

Falhas nos controles internos institucionais quanto a implementação de normas eprocedimentos padronizados referentes a contratação e fiscalização de obras públicas.

Manifestação do responsável

Através da SA20160814 foi questionado à PROAD/Reitoria e ao DINFRA/Reitoriasobre existência de normativos internos (instruções normativas, orientações técnicas, manuais oupasso a passo) ou procedimentos operacionais padronizados quanto ao acompanhamento daexecução e fiscalização de contratos de obras da Instituição. Através do MEMORANDO2018/2016/DINFRA/PROAD/IFNMG, datado em 28/11/2016, o Diretor de Infraestrutura,matrícula SIAPE 1553847 se manifestou dizendo:

“Sim. Foi disponibilizado no site www.ifnmg.edu.br/documentosinstitucionais/manuaiso Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos;Também foi disponibilizado pela Pró-Reitoria de Administração e Planejamento osseguintes documentos:No site www.ifnmg.edu.br/proad-adm/informes o informe PROAD 002/2016 que tratada fiscalização de contratos;- Foram disponibilizados aos Diretores Gerais, Diretores de Administração ePlanejamento e engenheiros a Publicação de Obras Públicas do Tribunal de Contas daUnião sobre recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras deEdificações Públicas, 4ª edição.”

Questionado se o IFNMG fomentou capacitações na área de gestão e fiscalização deobras públicas para os servidores e, caso afirmativo, a periodicidade das capacitações, segue aresposta:

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Ana
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“Sim. Curso sobre contratos de obras e serviços de engenharia – Gestão eFiscalização. Servidores que participaram do curso: (…)Período de realização do curso 11 a 13 de novembro de 2013.”

Complementado a resposta, o Diretor de Infraestrutura do IFNMG disse terparticipado da capacitação Seminário Brasileiro de Obras Públicas, tema “Soluções simples emtempos difíceis” evento realizado em 2016.

Análise da manifestação

As orientações aos fiscais de contratos através do Manual de Gestão e Fiscalizaçãode Contratos do IFNMG, Ofícios Circulares, Informes da PROAD, e-mails institucionais e aadoção do periódico Obras Públicas: Recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalizaçãode Obras de Edificações Públicas (TCU), converge para inibir a ocorrência de falhas nafiscalização contratual. Entretanto, faz-se necessário a elaboração de controles internos (manuais,procedimentos operacionais padrões, fluxograma) específicos da área de fiscalização de obraspúblicas do IFNMG, haja vista a complexidade e materialidade desta área.

Capacitações e reuniões regulares são fundamentais para aprimoramento, adquirirconhecimentos específicos e disseminação das informações concernentes a área de obraspúblicas. Observou-se que dentre os Campi da amostra apenas o fiscal de contrato do CampusAlmenara participou de capacitação no ano de 2013, de acordo resposta do Diretor deInfraestrutura do Instituto.

A não aplicação de normativos internos aprovados e a falta de rotinas eprocedimentos operacionais padrões claramente definidos podem ocasionar impropriedades ouirregularidades na condução de processos administrativos.

Em relação a este quesito, cabe a instituição estabelecer e divulgar suas normas eregulamentos internos que fixarão a padronização dos procedimentos operacionais relativos acontratação e fiscalização de obras públicas. Assim contribuirá para o fortalecimento doscontroles internos da instituição.

É importante que o normativo tenha informações suficientes para que oscolaboradores possam utilizá-lo como um guia, para que, em caso de dúvida saiba onde buscarmais informações ou a quem recorrer e saber dos seus direitos e obrigações. O normativo serádestinado a quem executa as tarefas e deve ser simples, completo e objetivo para que possa serinterpretado por todos. Quanto a sua aplicação, será a base para garantir a padronização detarefas e assegurar aos usuários uma rotina de trabalho livre de variações (não conformidades)que poderão interferir na sua qualidade final.

Importante ressaltar que a Administração Pública possui responsabilidade solidáriaao designar o agente fiscal de contrato, pois é sua obrigação precípua de fornecer todos os meiosnecessários para o fiel cumprimento das funções. Assim manifesta o TCU:

Acórdão nº319/2010 – Plenário

(responsabilidade solidária daquele que designa o fiscal do contrato e não lhe dá osmeios necessários para o exercício das suas atribuições)

As falhas detectadas no processo de seleção e contratação das entidades, bem como asirregularidades verificadas na execução dos contratos, apontam para quadro dedescalabro administrativo, o qual decorreu, em grande parte, da conduta omissiva doentão titular da Seter, que não forneceu a seus subordinados os meios materiais e o

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treinamento necessário ao fiel desempenho das atribuições daqueles servidores, nemdeu cumprimento às seguidas determinações exaradas pelo Tribunal de Contas doDistrito Federal. (Voto do Min-Rel. Walton Alencar Rodrigues)

Recomendação 20160801.1

Estruturar o funcionamento de controles internos, mormente na área de gestão efiscalização de contrato de obras públicas, de modo que seus mecanismos, procedimentos,instruções, manuais, ações, avaliação de riscos e monitoramento possam ser padronizados epercebidos pelos diversos Campi, definindo, se necessário, check-list ou modelos de documentosa serem adotados no âmbito da gestão.

Recomendação 20160801.2

Promover capacitações e reuniões periódicas com todos os gestores e fiscais decontratos de obras e servidores do Dinfra, objetivando ampliar, fortalecer o conhecimento eequalizar procedimentos.

QUESTÃO 02: Foi dada a devida formalização do processo conforme orientações eprocedimentos legais?

Informação

Quanto às inconformidades na formalização processual, solicitamos adisponibilização de documentos não localizados e esclarecimentos através de solicitações deauditoria, contudo as solicitações foram parcialmente atendidas, como demostrado a seguir:

Quadro 13: Relação de solicitações de auditoria.

Campus Solicitações Status

Almenara SA20160811 Parcialmente atendida

ArinosSA20160806 Atendida

SA20160812 Atendida

Januária SA20160809 Parcialmente atendida

PiraporaSA20160808 Parcialmente atendida

SA20160813 Sem Resposta

Constatação 20160802

Formalização inadequada de processos, como as citadas a seguir:

• Páginas não localizadas no processo;

• Erro na numeração das páginas;

• Documento anexado estranho ao objeto do processo em documentos apensados aoprocesso;

• Ausência de termo de abertura e de encerramento nos volumes;

• Documentos foram apensados ao processo sem assinatura do elaborador, dosresponsáveis técnicos, e/ou da autoridade competente;

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• Documentos não localizados ou inexistentes e cuja exigência são previstas em legislaçãoou nos editais, conforme demonstrado no item 6.2 deste Relatório.

Causa

Falhas nos controles internos institucionais quanto a formalização de processos.

Manifestação do responsável

Não houve manifestação de todas as impropriedades constatadas.

Dentre as manifestações dos gestores quanto a documentos exigidos em legislação ouedital estes responderam:

• Da ausência do Projetos Executivos:

“Os projetos executivos foram revisados e complementados por intermédio do setor deengenharia do campus e dos projetos constantes no As Built da obra, pois tratam-seapenas de revisão e complementação dos projetos apresentados naquela época dedesenvolvimento de projetos, fundamentado no detalhamento e nos ajustes realizadosno transcorrer da execução da obra.”(resposta do gestor matrícula SIAPE 1730616registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016).

“Visando anteder o disposto no item 5, de acordo com o fiscal, o projeto executivo foiexecutado, conforme pode-se observar no nas fls. 994/997, onde consta que o Projetode Estrutura Metálica foi elaborado pelo Eng. Luiz Fernando Dias Costa. Já osprojetos estrutural e elétrico foram executados no decorrer da obra, e os mesmos serãoanexados no processo posteriormente.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMGde 17/10/2016).

• Da ausência do “As Built”:

“Os documentos dos projetos As Built, estavam nos arquivos do setor de engenharia eserão inseridos no processo, conforme recomendação.”(resposta do gestor matrículaSIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de12/09/2016).

“De acordo com o fiscal da obra, a CONTRATADA não entregou os “as built” (item14), e o mesmo comprometeu-se de solicitar a elaboração dos mesmos e encaminharpara este Campus.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registradoem Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

Outras manifestações acerca de documentos não acostados no processo serão tratadasem constatações seguintes deste Relatório.

Análise da manifestação

As inconsistências constatadas na formalização do processo como ausência depáginas, carimbos, assinaturas e numeração incorreta, demonstra a fragilidade na constituição etrâmite do processo. O IFNMG tem como normativo interno o Manual do Protocolo, percebe-seque as impropriedades quanto a formalização de processo é devido a inobservância de tal norma.

No que concerne as respostas dos gestores quanto ao projeto executivo, observa-seque parece haver certa imprecisão no entendimento destes quanto às diferenças entre projetobásico e projeto executivo. A Lei 8666/93 estabelece que:

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Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: …IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível deprecisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ouserviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicospreliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impactoambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e adefinição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra eidentificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma aminimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboraçãodo projeto executivo e de realização das obras e montagem;c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos aincorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultadospara o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;(...)f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos deserviços e fornecimentos propriamente avaliados;X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes àexecução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas - ABNT; (grifo nosso)(…)Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviçosobedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão eaprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, àexceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com aexecução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

Diante da definição disposta na legislação não foi localizado nos processos daamostra documento que identifique o projeto executivo. A autorização para o desenvolvimentodo projeto executivo concomitante a execução da obra foi apensado apenas no processo23392000301/2012-14, os demais processos não continha tal autorização, contrariando §1°,alínea III do art. 7° da Lei 8666/93.

Além do projeto básico, é necessária a elaboração do projeto executivo, utilizadopara descrever como será executada a obra, para Justen Filho (2002, p. 114) esse projeto“deverá conter todas as informações e orientações necessárias à execução completa da obra oudo serviço, de acordo com as normas da ABNT [...]” JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários àlei de licitações e contratos administrativos. 9. ed. São Paulo: Dialética, 2002.

O projeto executivo não está condicionado a ser elaborado previamente à data dalicitação, conforme orientação do TCU:

Para realização de procedimento licitatório não há obrigatoriedade da existência préviade projeto executivo, uma vez que este poder ser desenvolvido concomitantemente coma execução de obras e prestação de serviços, se autorizado pela Administração. Nocaso, a licitação dever prever a elaboração do competente projeto executivo por parte docontratado e preço previamente fixado pela Administração. (TRIBUNAL DE CONTASDA UNIÃO, 2010, p. 180).

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A orientação do TCU reforça a importância de subsidiar o edital do certame cominformações de condições e regras preestabelecidas aos licitantes quanto ao projeto executivo.

A ausência do projeto executivo ou da autorização da Administração de que o mesmopoderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução de obras e prestação de serviços,pode implicar na anulação da licitação ou contratos realizados e na apuração de responsabilidadede quem lhes tenha dado causa, em obediência ao art. 7º, inc. II, § 1º da Lei nº 8.666/1993, sobpena de aplicação do § 6º do mesmo artigo:

§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratosrealizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

Quanto à entrega dos projetos “as built” verificou-se que a maior parte dos editaisnão referenciava a exigência dos mesmos ao final da obra e tampouco fazia constar na planilhaorçamentária o custo de responsabilidade da contratada. O TCU recomenda:

Ao final da construção do empreendimento, é importante que a Administração receba adocumentação que retrate fielmente o que foi construído. Essa documentação éconhecida como as built – que significa “como construído” – e deve incluir todas asplantas, memoriais e especificações, com detalhes do que foi executado e quais insumosforam utilizados nessa execução. (TCU, 2014, p. 43)

Ainda, conforme TCU (2014), a exigência para entrega do “as built” deve constar doedital de licitação e no contrato sendo responsabilidade da contratada entregá-los, a fim desubsidiar futuras intervenções a título de manutenção ou reformas.

Recomendação 20160802.1

Instituir controles internos administrativos no setor a fim de dar eficácia e eficiêncianas operações, propiciando informações oportunas e confiáveis e evitando a repetição das falhasapontadas anteriormente.

Recomendação 20160802.2

Faça constar em editais referentes a obras públicas a exigência da entrega do “asbuilt” assim como o custo de responsabilidade da contratada nas planilhas orçamentárias.

Recomendação 20160802.3

Recomenda-se que seja feita a reconstituição dos processos, apensando osdocumentos não localizados e que sejam convalidados os atos administrativos com a devidaassinatura dos responsáveis nos documentos citados com ausências de assinaturas.

Recomendação 20160802.4

Apurar responsabilidade através de processo administrativo pelo extravio dedocumentos não localizados e falhas apontadas.

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Constatação 20160803

Não atendimento de recomendação do parecer jurídico do edital e descumprimento da norma legal.

Fato

Conforme foi apresentado no quadro 07 do item 6.3 deste relatório, foram identificadas várias recomendações apresentadas nos pareceresjurídicos da Procuradoria Federal junto ao IFNMG que não foram atendidas, observadas ou mesmo justificadas no processo o não atendimento de taisrecomendações, pela unidade gestora.

Quadro 14: Manifestação dos gestores e Análise da Manifestação

Arinos: SA20160806, de 08/08/2016

Recomendações da Nota nº 171/2014/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 26/08/2014 (fls 714-719) referente ao 2º Termo Aditivo.

Recomendação Não Atendimento

Manifestação do responsável (matricula SIAPE1730616 registrado em Oficio nº

672/2016-DG-/CAMPUS ARINOS/IFNMG de13/10/2016))

Análise da manifestação

a) “seja alterada a referência ao prazo para constartão somente que o prazo de vigência não seráalterado pelo presente termo aditivo.”

Após aprovada a minuta do aditivo (de valor), a DINFRA recomendou através do Oficio nº 1227/2014, de 15/09/14 a dilação do prazo de execução da obra, por um período de até 12 meses a partir dessa data” (fl. 731). Dessa forma, foi alterada a minuta, sendo concedido também prorrogação do prazo de vigência do contrato neste mesmo Termo Aditivo sem novo parecer jurídico.

“Ressaltamos que foram tomadas a providências, pois (1) a empresa já havia providenciado a atualização dos valores do seguro-garantia. (2) Os termos aditivos de prazo seguintes foram submetidos a apreciação técnica e parecer jurídico.(3) O setor de engenharia está empenhado em aprimorar atuação efetiva da fiscalização (relatórios, notificações, atas de reuniões). Ressaltamos ainda que a empresa por ser de pequeno porte, justificou o alongamento na execução da obra, principalmente devido aos constantes atrasos no pagamento das medições realizadas o que em alguns períodos críticos ocorreu devido a atrasos no desembolsos financeiros dos pagamentos das medições”

c) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro e o valor da garantia;

Não localizamos atualização do cronograma e dos valores do seguro-garantia.

d) que todo e qualquer termo aditivo seja previamente submetido à apreciação da Procuradoria, em obediência ao disposto no art. 38,parágrafo único da lei 8.666/93;

Foi elaborado e assinado o 3º Termo Aditivo (de prazo) sem prévio parecer técnico e parecer jurídico.

e) que seja assinado novo termo aditivo fixando o Não localizamos no processo termo

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prazo final da execução da obra;

aditivo que atualize os prazos de execução da obra, somente a vigência. Dessa forma não há como acompanhar o cronograma físico-financeiro.

f) que seja tornada mais efetiva a fiscalização docontrato quanto aos prazos de cumprimento dasetapas da obra, e havendo atrasos injustificadosdeverão ser aplicadas as sansões contratualmenteprevista.

Não localizamos no processo documentos que demonstrem a atuação mais efetiva da fiscalização (relatórios, notificações, atas de reuniões) junto à Contratada.

Recomendações da Nota nº 0482/2015/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 24/09/2015 (fls 2137-719) referente ao 3º Termo Aditivo.

b) que seja incluído o item 2.2 com a seguinte redação: “O prazo de execução do contrato nº 28/2012 fica prorrogado, a partir desta data, em mais ...(...) meses. (vide item 11 desta nota).

Não localizamos no processo documento que demonstre a inclusão da redação em termo aditivo.

Sem manifestaçãoSem manifestação, houve limitação dos trabalhos

c) que a garantia contratual e o cronograma físico-financeiro sejam ajustados aos novos prazos

Não localizamos atualização do cronograma e dos valores do seguro-garantia.

Sem manifestaçãoSem manifestação, houve limitação dos trabalhos

d) que seja anexado ao processo relatório circunstanciado no qual se demostre de forma didática e clara as razões que determinaram tamanho alongamento do prazo contratual. Ressalto, de antemão que o IFNMG não pode assistir, inerte a eventuais atrasos injustificados porparte da empresa contratada, devendo, se for o caso, impor as sansões legais e contratuais previstas.

Não localizamos no processo documento que atenda esta recomendação.

Sem manifestaçãoSem manifestação, houve limitação dos trabalhos

Pirapora: SA20160808, de 17/08/2016:

Recomendações da Nota nº 4882013/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 17/10/2013 (fls 164-177) referente a análise da minuta do edital.

Recomendação Não Atendimento Manifestação do responsável () Análise da manifestação

a) “juntada de documento relativo à aprovação doprojeto básico pelo DG.”

Documento não localizado no processo.

Não houve manifestação até a conclusão do relatório.

Art. 7 da Lei 8.666/93:

§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

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I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

c) que o anexo I seja transformado em mais um volume do processo e suas folhas devem ser incluídas na sequência normal da numeração de páginas do procedimento.”

Recomendação não atendida.

Não houve manifestação até a conclusão do relatório.

Sem manifestação, houve limitação dos trabalhos

e) que seja anexada ao processo declaração de que a utilização da modalidade de licitação “tomada de preços” não implica fuga à modalidade licitatória.

Documento não localizado no processo.

Não houve manifestação até a conclusão do relatório.

Sem manifestação, houve limitação dos trabalhos

f) juntada de declaração de que os preços constantes da planilha não são superiores à mediana de seus correspondentes no SINAPI e que os quantitativos e custos são compatíveis com os custos do SINAPI.

Documento não localizado no processo.

Não houve manifestação até a conclusão do relatório.

Sem manifestação, houve limitação dos trabalhos

Recomendações da Nota nº 00024/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 10/12/2014 (fls 1023-1028) referente ao 3º Termo Aditivo.

Item 6, letras a, b, c, c1, c2, c3,c4, c5, c6, d, eNão localizamos no processo documento que atenda esta recomendação.

Não houve manifestação até a conclusão do relatório.

Sem manifestação, houve limitação dos trabalhos

Almenara: SA201608011, de 29/09/2016:

Recomendações da Nota nº 486/2013/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 13/10/2013 (fls 207-219) referente a minuta do edital.

Recomendação Não Atendimento

Manifestação do Responsável (matriculaSIAPE 1885049 registrado em Oficio nº

909/2016-DG-/CAMPUSALMENARA/IFNMG de 14/12/2016)

Análise da manifestação

Item 6: “Verifico que não se encontra nos autos asdeclarações exigidas pelo art.16, II, da LeiComplementar n.101/200 (LRF)”.

Não localizamos no processo demonstre atendimento da recomendação da procuradoria.

A declaração está anexada ao processo. Vide página 05 dos autos. Atendida

c) Em razão da interativa jurisprudência do TCU, nessesentido, substituir visita obrigatória por facultativa(item 28.3.2.2) e incluir no edital exigência dedeclaração do licitante de que tem conhecimento dolocal da obra.

Não localizamos no processo tão pouco no edital publicado no comprasnet a que demonstre atendimento da recomendação da

(…) O grande desnível do terreno acarretadesalento em boa parte dos construtores da região. Para não haver reclamação por parte da empresa vencedora, a

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procuradoria.Administração tomou por bem, tornar obrigatório a vistoria das empresas que tenham a intenção de concorrer.

f) que seja providenciada planilha de composição decustos unitários, a fim de atender completamente aexigência do § 2º, inciso II, do artigo 7º da Lei8.666/93.

Não localizamos no processo documento que demonstre a inclusão da redação em termo aditivo.

“Não foi apresentado a composição de custos unitários, porém foi exigido que os concorrentes apresentassem junto com a proposta, a composição de custos unitários situados nas páginas 280 a 397. Caso seja necessário será providenciado”.

Recomendações da Nota nº 003/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 12/03/2014 (fls. 440) referente ao 1º Termo Aditivo 01/2014.

“(...) ser providenciada a atualização do cronograma físico-financeiro (....)”

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Conforme mencionado anteriormente, já solicitamos ao engenheiro fiscal a documentação.

Recomendações da Nota nº 0205/2014/PROC/PFIFNORTE DE MINAS/PGF/AGU, de 20/10/2014 (fls. 523v) referente ao 2º Termo Aditivo – 02/2014.

b) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro, e se for o caso, a garantia.

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

(…) já solicitamos ao engenheiro fiscal o cronograma físico-financeiro, e à empresacontratada, a extensão monetária e vigência do prazo do seguro-garantia.

c) quando o orçamento for obtido a partir de pesquisa de mercado, o preço a ser considerado deverá ser a média de ao menos três pesquisas para cada item, sendoque os comprovantes das pesquisas devem ser anexados ao processo, o que recomendo que seja feito, inclusive no presente caso.

Não localizado no processo a referida pesquisa de mercado.

Segundo informa o engenheiro fiscal do contrato, não houve item obtido por pesquisa de mercado. Página 3318F.

Após realizarmos comparação entre a planilha da empresa (folha 454) dos itens a acrescentar e suprimir do contrato, com a planilha elaborada pelo engenheiro fiscal (folha 517) percebe-se os erros materiais em sua elaboração: a) o servidor não informa o código SINAPE/SETOP do item 1.2; b) na descrição informa erroneamente: “PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO GALVANIZADO (2,88x1,80m) PADRÃO OBRAS FEDERAIS” e não “ENGARREGADO GERAL”.

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Recomendações da Nota nº 0227/2014/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 17/11/2014 (fls. 933-942) referente ao 03/2014 Termo Aditivo (valor).

a) o item 2.2 da minuta do termo aditivo deverá ser corrigido para excluir o termo “repactuação”, pois o acréscimo não se trata de repactuação do contrato (instituto aplicável apenas aos contratos de serviços continuados), também, deverá ser corrigido o valor para se adequar ao valor aprovado pela DINFRA. (Chamo à atenção que essas mesmas observações foram feitas no termo aditivo anterior...).

Não localizamos no processo documento que demonstre atendimento à recomendação.

(…) Relativo ao termo “repactuação” usado de forma indevida no termo aditivo 03/2014 (pag. 947 e 948 do volume XIV),o Instituto irá realizar novo termo aditivo a fim de retificar o documento.

b) em virtude dos acréscimos que seja atualizado o cronograma físico-financeiro, e se for o caso, a garantia.

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Estamos providenciando a atualização dosdocumentos.

d) que a alteração contratual seja devidamente justificada, expondo-se as razões tanto de ordem técnica quanto do ponto de vista da conveniência e oportunidade das alterações.

Não identificamos relatório ou justificativa técnica posterior ao parecer em atendimento à recomendação.

As justificativas podem ser encontradas à página 902 do volume XIV, que se encontra o parecer técnico do engenheiro fiscal indicando ser favorável a mudança de local do miniauditório, o que evitaria a construção de um muro de arrimo tornando a construção mais econômica. E na página 943 do mesmo volume, onde háuma ata de reunião a qual o diretor-geral do Campus informa a necessidade de ampliar o IFNMG Campus Almenara comsalas administrativas para atender exigência do MEC na expansão de cursos para graduação. Caso seja necessário um termo formal do diretor do Campus relatando a importância da modificação, favor comunique para providenciarmos.

Recomendações da Nota nº 0115/2015/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 11/04/2015 (fls. 1465-1471).

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b) que o cronograma físico-financeiro seja ajustado aos novos prazos.

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Os cronogramas físico-financeiros estão sendo realizados.

Recomendações da Nota nº 00187/2016/PF-IFNMG/PGF/AGU, de 19/05/2016 (fls. 2048).

(…) como também, que sejam anexadas ao processo as ART's relativas às planilhas (art. 10 Decreto nº 7.983/2013).

Não localizamos no processo documentos que demonstre atendimento à recomendação.

Conforme relatado, estamos providenciando todas as ARTs pendentes.

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Análise da manifestação

A Procuradoria Federal tem como atribuição, assessoria e orientação jurídica aoReitor e às autoridades máximas dos Campi do IFNMG, no intuito de oferecer segurança jurídicaaos atos por eles praticados. Em seus pareceres expressa claramente que: “aprovo, desde queatendida as recomendações”. Portanto, caso as recomendações não forem atendidas, não háaprovação jurídica da referida análise, seja uma minuta de edital, seja minuta de aditamentocontratual.

Recomendação 20160803.1

Atender as recomendações apresentadas nos pareceres jurídicos da ProcuradoriaFederal junto ao IFNMG ou se manifestar no processo o motivo do não atendimento.

7.2 Quanto ao cumprimento das cláusulas contratuais e legislação vigente

QUESTÃO 03: Há observância do Capítulo III da lei nº 8.666/93 (dos contratos)?

Constatação 20160804

Inobservância a cláusulas contratuais e regulamentações específicas.

Fato 1

Em análise dos autos do processo, constatou-se a falta dos seguintes documentoscitados em cláusula contratuais e exigidos em regulamentações específicas:

• Alvará Licença de Construção, junto à prefeitura do município, quando for o caso;

• Apólice de garantia com valores e vigência atualizados;

• PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria daConstrução;

• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Operacional.

Fato 2

Nos Quadros 05 e 06 deste Relatório evidenciou-se a falta de padronização doscontratos de obras públicas incorrendo em instrumentos inconformes a legislação e com ostermos do edital de licitação.

Causa

Falhas nos procedimentos internos referentes ao monitoramento do cumprimento dascláusulas contratuais de obras públicas e regulamentações específicas.

Manifestação do responsável

• Alvará Licença de Construção:Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 – Vila Brasília, Montes Claros/MG - Cep. 39.400-149

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“Estamos encaminhando o alvará de Habite-se nº 008/2016, processo 77.546/2016,emitido em 22/07/02016 pela prefeitura municipal de Arinos. Considerando que a obrajá foi concluída, estamos encaminhando o alvará de habite-se que atesta sua conclusãode acordo com os padrões técnicos estabelecidos pela legislação municipal.” (respostado gestor matrícula SIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº.583/2016 de 12/09/2016).

“Foi solicitada a contratada, aguardando envio.” (resposta em documento entreguepelo fiscal de contrato/engenheiro SIAPE 2157020 ao auditor do Campus Januáriaenviado para AUDIN por e-mail em 20/10/2016).

“Quanto ao item 1 da solicitação em questão, informamos que o referido documento foisolicitado e está sendo providenciado pela prefeitura local.” (resposta do gestormatrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593/2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

• Apólice de garantia com valores e vigência atualizados:

“Sim, foi solicitada mas a empresa não encaminhou. Estamos providenciando novanotificação e possíveis sanções à contratada.” (resposta em documento enviado aAUDIN por e-mail em 08/10/2016 pela servidora SIAPE 2052167 do CampusAlmenara).

“Encaminha as atualização das garantias contratuais. Celebrados os aditivos de prazo(03 aditivos solicitado a contratada, referente atualização da vigência das garantiascontratuais (Lei 8.666/93. art; 55. VI e art. 56, par. 2º).” (resposta do gestor matrículaSIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de12/09/2016).

“Foram prorrogadas as garantias dos termos 1 e 2.” (resposta em documento entreguepelo fiscal de contrato/engenheiro SIAPE 2157020 ao auditor do Campus Januáriaenviado para AUDIN por e-mail em 20/10/2016).

“No que tange as garantias contratuais (itens 18 e 19) de valor e vigência, informamosque a atualização das garantias contratuais (seguro-garantia) não foram solicitadas àCONTRATADA e a mesma não apresentou a atualização de tais documentos.” (respostado gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

• PCMAT e PCMSO:

“Foi solicitada a contratada, aguardando envio.” (resposta em documento entreguepelo fiscal de contrato/engenheiro SIAPE 2157020 ao auditor do Campus Januáriaenviado para AUDIN por e-mail em 20/10/2016).

“De acordo com o fiscal, em razão de o PCMAT e do PPRA (itens 20 e 21) não teremsido apresentados e a obra encontrar-se concluída, o mesmo não vê necessidade deapresentar tais documentos.”(resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS-PIRAPORA/IFNMG de17/10/2016).

“Temos informações que existe a iniciativa da DINFRA no sentido de propiciar aregulamentação do programa para atender um padrão técnico para todas as unidadesda instituição. Estaremos requisitando ao setor de engenharia do campus a adoção dasprovidências para regularização.” (resposta do gestor matricula SIAPE 1730616registrado em Oficio nº 614/2016-DG-/CAMPUS ARINOS/IFNMG de 15/09/2016).

Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 – Vila Brasília, Montes Claros/MG - Cep. 39.400-149Tel. (38) 3201 3077 / [email protected]

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Análise da manifestação

Os contratos administrativos visam à preservação dos interesses da coletividade e éuma instrumentalização de acordo de vontades com o objetivo determinado, na qual as partesenvolvidas se comprometem a honrar as obrigações e direitos previamente pactuados.

Evidencia-se através das respostas dos gestores a intempestividade na juntada dedocumentos ao processo, falhas na fiscalização, o não cumprimento de cláusulas contratuais elegislação vigente por parte da contratada e contratante e a falta de providências da Instituiçãoquanto a não aplicação das penalidades cabíveis à Contratada.

Os documentos não acostados no processo – apólice de garantia e programas decondições de trabalho e saúde do trabalhador – são considerados documentos importantes queasseguram a responsabilização da contratada diante a terceiros e a administração, pois garante ofiel cumprimento das obrigações contratuais. O PCMAT é um programa obrigatório doMinistério do Trabalho, regulamentado pela Norma Regulamentadora (NR) 18 no item 18.3 e oPCMSO, regulamentado pela NR 7, do Ministério do Trabalho, estabelece a obrigatoriedade deelaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitamtrabalhadores como empregados.

O alvará de construção autoriza o início da execução da obra. As respostas dosgestores demonstra que a legislação municipal não está sendo observada podendo a unidade sermultada ou até mesmo ter a obra embargada por motivo de não emissão do alvará.

Recomendação 20160804.1

Para as futuras obras do IFNMG e as que estão em andamento, exigir dascontratadas apólice de garantia com valores e vigência atualizados, emissão do PCMAT ePCMSO no intuito de que em eventual sinistro, a Administração, que responde subsidiariamentepelos danos, esteja devidamente resguardada.

Recomendação 20160804.2

Recomenda-se aos gestores o fortalecimento dos controles internos administrativosestabelecendo nos procedimentos administrativos, que ao emitir a Ordem de Serviço paraContratada, determinar que a Contratada providencie junto a Prefeitura Municipal a emissão doAlvará de Licença de construção, estipulando prazo de entrega do documento e não sendoapresentado o documento ou justificado a não apresentação, notificar a Contratada pelodescumprimento do contrato conforme exige o edital e a legislação (Lei Federal nº 10257/01, art.36. Legislação municipal).

Recomendação 20160804.3

Aplicar as penalidades previstas no contrato, caso a contratada não apresente todosos documentos previstos em cláusulas contratuais e legislações específicas.

Recomendação 20160804.4

Aprimorar e/ou elaborar controles internos referentes ao monitoramento doscontratos objetivando o cumprimento das cláusulas contratuais e legislação vigente.

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QUESTÃO 04: Consta no processo as ARTs (de projeto, orçamento, execução e defiscalização)?

Constatação 20160805

Falta e/ou emissão intempestiva de ART que se repetiram nos processos auditados.

Causa

Falha ou negligência da fiscalização quanto a exigência das ART (de projeto,orçamento, execução e de fiscalização) de forma tempestiva e em cumprimento a legislaçãovigente.

Manifestação do responsável

“Relativo a ART de execução e ART de fiscalização atualizada estamosprovidenciando.”(resposta em documento enviado a AUDIN por e-mail em 08/10/2016pela servidora SIAPE 2052167 do Campus Almenara).

“Encaminha a atualização das ART's de execução e fiscalização. Uma vez que foramcelebrados termos aditivos de prazos do contrato 028/2012, foram realizadas asdevidas atualizações de ART's de execução e fiscalização, junto ao CREA-MG.”(resposta do gestor matrícula SIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016).

“A ART não foi atualizada, mas como consta na própria ART de execução efiscalização a data de término é prevista e não real, e somente a Baixa no CREA que édada como concluída a obra/serviço, portanto só foi atualizada quando teve aditivo devalor.”(resposta em documento entregue pelo fiscal de contrato/engenheiro SIAPE2157020 ao auditor do Campus Januária enviado para AUDIN por e-mail em20/10/2016).

“Quanto a atualização das ART (item 17), de acordo com o fiscal, a ART de elaboraçãode projeto e de fiscalização foi emitida em 07/08/2016, a qual encontra-se na fl. 348, ejá inclui os temos termos aditivos. Já a ART de execução, fl. 302, não foi atualizada, e aCONTRATADA poderá providenciar a atualização da mesma. Iremos entrar e contatocom a Empresa.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registradoem Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS-PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

Análise da manifestação

A partir das respostas dos gestores evidencia-se a falta da emissão das ARTs ouemitida de forma intempestiva. A Lei 6.496/1977 instituiu a Anotação de ResponsabilidadeTécnica na prestação de serviços de engenharia:

Art. 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação dequaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomiafica sujeito à ‘Anotação de Responsabilidade Técnica’ (ART).

Art. 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos peloempreendimento de engenharia, arquitetura e agronomia.

Todas as peças dos projetos devem conter a identificação e assinatura dos seusautores, bem como necessitam ser registradas Anotações de Responsabilidade Técnica de todosos responsáveis que assinaram os projetos. Nesse sentido, o Tribunal consolidou entendimentosobre o assunto consubstanciado na Súmula 260/2010:

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É dever do gestor exigir apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica – ARTreferente a projeto, execução, supervisão e fiscalização de obras e serviços deengenharia, com indicação do responsável pela elaboração de plantas, orçamento-base,especificações técnicas, composições de custos unitários, cronograma físico-financeiroe outras peças técnicas.

Com relação ao orçamento da obra, o art. 10 do Decreto 7.983/2013 exige que aanotação de responsabilidade técnica (ART) pelas planilhas orçamentárias deverá constar doprojeto que integrar o edital de licitação, inclusive de suas eventuais alterações.

Assim, o gestor que elaborar ou aprovar projeto básico ou orçamento inconsistentepoderá ser responsabilizado. O mesmo se pode afirmar sobre a aprovação de projetos e deorçamentos sem a assinatura, indicação do seu responsável ou sem a respectiva ART. Cita-se,como exemplo, o sumário do Acórdão TCU nº 2.546/2008 –Plenário:

“1. Os responsáveis pela elaboração e aprovação de projeto básico inadequado e semassinatura ou identificação do responsável técnico devem ser sancionados.”

Em todos os processos da amostra constatou-se o não cumprimento da legislaçãoquanto a emissão das ARTs o que demonstra fragilidade nos controles. Tal fragilidade podeacarretar em multa para o engenheiro responsável (fiscal) ou para unidade Gestora, pois segundoa Resolução nº 425/1998 do Confea,diz em seu art. 10 que “a falta de Anotação deResponsabilidade Técnica sujeitará o profissional ou a empresa contratada à multaprevista na alínea "a" do artigo 73 da Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966, e demais cominaçõeslegais, sem prejuízo dos valores devidos.” (grifo nosso)

Recomendação 20160805.1

Providenciar as ARTs identificadas no Quadro 08 não localizadas de forma a atendera legislação (Lei 6.496/77 art. 1º e 2º e Sumula TCU nº 260/2010) e anexá-las ao processo;

Recomendação 20160805.2

Recomenda-se ao gestor fortalecer os controles internos administrativosestabelecendo procedimentos administrativos de forma que ao emitir a Ordem de Serviço deobras para a Contratada:

1. Exigir da Contratada a emissão da ART de execução, dando o prazo de 30 dias paraapresentar o documento a Unidade Gestora, sujeito aplicação das penalidades cabíveis;

2. Solicitar do responsável pela fiscalização de obras (conforme portaria) que providencie aART de fiscalização da obra em questão, para ser anexada ao processo, de forma aatender a legislação (Lei 6.496/77 art. 1º e 2º e Sumula TCU nº 260/2010).

3. Em caso de algum(ns) dos projetos originais sofrerem alterações, exigir do responsávelpela elaboração do(s) novo(s) projeto(s) apresentação a(s) devidas ARTs de projeto sobsua responsabilidade, em atendimento à Sumula TCU nº 260/2010.

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7.3 Quanto a conformidade da execução contratual, do cumprimento do cronograma físico-financeiros e da atuação da fiscalização de contratos

QUESTÃO 05: Existe fiscalização do contrato e da obra, observando o cumprimento dositens do contrato e o cronograma de execução físico-financeiro do projeto?

Constatação 20160806

Falhas na fiscalização dos contratos em relação ao acompanhamento da execução eda exigência do cumprimento das cláusulas do contrato e do cronograma de execução físico-financeiro do projeto.

Causa

Inoperância dos responsáveis pela fiscalização contratual quanto ao devidocumprimento de suas atribuições incorrendo em falhas nos controles dos serviços e produtosrelacionados as obras executadas.

Manifestação do responsável

Questionados através de solicitações de auditoria acerca de notificações à Contratadapelo motivo de não apresentação de documentos exigidos em cláusulas contratuais, a exemplo damatrícula CEI, foi respondido:

“Até o momento acreditávamos que documento se encontrava no processo. O númeroda Matrícula é 51.222.76470/74 e está em anexo, página 19.”(resposta em documentoenviado a AUDIN por e-mail em 08/10/2016 pela servidora SIAPE 2052167 doCampus Almenara).

“Quanto a matrícula individual da obra junto ao CREA/MG, esclarecemos que deacordo com o fiscal a ART foi apresentada antes da primeira medição, porém aCONTRATADA não foi notificada pelo campus. Informamos ainda que este campus nãopossui rotinas e/ou procedimentos quanto ao acompanhamento/fiscalização dasobrigações da CONTRATADA.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMGde 17/10/2016).

Quanto a notificações referentes a atrasos injustificados na execução da obra(processo n°23393000542/2013-34) e referentes a imperfeições, falhas ou irregularidadesdispostas em relatório (fls 1336-1344 do processo n°23395000250/2013-81):

“Solicitar o fiscal Hélio, pois o fiscal atual Thiago iniciou a fiscalização em dezembrode 2014 e a etapa questionada (fundação) já estava concluída.” (resposta emdocumento entregue pelo fiscal de contrato/engenheiro SIAPE 2157020 ao auditor doCampus Januária enviado para AUDIN por e-mail em 20/10/2016).

“Com relação a notificação à CONTRATADA acerca das imperfeições, falhas ouirregularidades relatadas no relatório constante nas fls. 1336/1344 (item 8), de acordocom o fiscal, a notificação não foi feita porque a CONTRATADA tomou conhecimentodas mesmas e fez as correções necessárias.” (resposta do gestor matrícula SIAPE3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS-PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

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Análise da manifestação

Nos quadros 04, 08 e 12 demonstram de forma não exaustiva, já que em outrostópicos deste relatório também fica evidenciado, a ausência ou inexistência de documentosexigidos por força de lei e em cláusulas contratuais.

Percebe-se em alguns processos o esforço da fiscalização que através de notificaçõesprovocou a Contratada para que algumas falhas fossem sanadas, contudo, há ocorrências deempresas notificadas que não se manifestaram formalmente e permanecem as impropriedadessem correção e as penalidades devidas a elas não são devidamente aplicadas.

Recomendação 20160806

Orientar formalmente os gestores e fiscais de contrato para que se verifique aconformidade da prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma aassegurar o perfeito cumprimento do contrato, e que em caso de não cumprimento das cláusulascontratuais pela contratada que sejam aplicadas as devidas penalidades previstas.

Constatação 20160807

Itens constantes na planilha orçamentária contratada e não localizados, além deimperfeições na execução e problemas/defeitos de funcionamento.

Fato

Foram realizadas visitas in loco nas obras auditadas dos Campi da amostra com afinalidade de verificar se a execução da obra foi conforme a contratação, bem como a situaçãoatual da edificação. Foi registrada fotograficamente as impropriedades constadas e solicitado aosgestores esclarecimentos acerca das mesmas.

Impropriedades encontradas:

• Campus Pirapora: Processo n° 23.395000250/2013-81 – Adequação da QuadraPoliesportiva:

Quadro 15: Itens listados na planilha orçamentária e pagos e não localizados naauditoria in loco:

Item Cod Sinapi Descrição Serviços Quantidade Preço Unit. ComBDI Incluso R$

Preço Total ComBDI Incluso R$

10.10 ACE BEB-040 Bebedouro de jato inclinado 3 469,17 1407,52

15.01 SETOP INC EXT-016

Extintor incêndio tipo Pó Químico 2 152,77 305,56

15.02 SETOP-INC-LUM005

Luminária de emergênciaautônoma IE-16 com Lâmpada de18W

2 85,27 170,54

15.03 SETOP-INC-EXT-020

Base decorativa para extintores 2 33,12 66,24

15.04 SETOP-INC-PLA-015

Placa fotoluminescente “S1” ou“S2” - 380x190mm

4 26,08 104,35

TOTAL 2054,21

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Quadro 16: Situação identificada na vistoria in locoFoto 01: Possíveis infiltrações no teto dos banheiros: Foto 02: Pintura da quadra desbotada/descascada.

Foto 03: Falta de tampões de proteção no piso da quadra Foto 04: Fissuras no piso da quadra.

• Campus Arinos: Processo n° 23.392000301/2012-14 - Construção do CDTI – Adequaçãoda Quadra Poliesportiva:

Quadro 17: Itens listados na planilha orçamentária e pagos e não localizados naauditoria in loco:

Item Cod Sinapi Descrição Serviços Quant. Preço Unit. ComBDI Incluso

Preço Total ComBDI Incluso R$

15.1 10889 Extintor PQS tipo AB-6 kg 9 320,42 2.883,78

15.2 INC-LUM 005 Bloco autônomo para iluminação deemergência

23 63,59 1.462,62

15.3 INC-LUM-005 Bloco autônomo para saída deemergência

4 63,59 254,37

15.4 INC-PLA-015 Sinalizador fotoluminescente de saídapara direita

4 19,43 77,73

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15.5 INC-PLA-020 Sinalizador fotoluminescente de saídapara esquerda

4 19,43 77,73

15.6 NC-PLA-005 Sinalizador fotoluminescente paraextintor

9 16,59 149,35

15.7 Elaboração e aprovação de projeto deincêndio

3.389,32

190303 Dispenser p/sabonete em gel em plástico 15 38,50 577,47

190306 Dispenser p/toalha de papel 15 36,92 553,83

190307 Dispenser p/papel higiênico 18 29,84 537,03

190308 ACE-BEB-040 Bebedouro de Pressão em Aço 3 349,91 1.049,74

TOTAL 11.012,97

Quadro 18: Situação identificada na vistoria in loco

Foto 05: Possíveis infiltrações no teto de sala e paredepróximo a escada:

Foto 06: Cerâmicas do piso manchadas, descascadas.

Foto 07: Problema na instalação de porta do banheiro

feminino

Foto 08: Fechaduras de portas com defeito na instalação

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Foto 09 e 10: Falta de acabamento em paredes e tetos

Local: Anfiteatro Local: Área de circulação

Causa

Falhas nos procedimentos internos referentes a fiscalização para recebimento doobjeto em perfeitas condições conforme contratado.

Manifestação do responsável

O gestor do Campus Ainos SIAPE 1730616 manifestou quanto as impropriedadesobservadas em vista in loco através do ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 672/2016 de13/10/2016, justificando:

“A execução física da obra foi acompanhada e fiscalizada por intermédio do setor deengenharia do campus, as impropriedades detectadas na execução da obra, foramesclarecidas pelo setor, pois os projetos de combate a incêndio e pânico foram entreguee estão no setor de engenharia, juntamente com os equipamentos de iluminação deemergência e extintores aguardando a aprovação do projeto junto ao corpo de

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bombeiros para a adequada instalação. No tocante aos 03 (três) bebedouros de pressãofoi regularmente entregue pela empresa contratada (almoxarifado) e serão instalados,assim que houver as ampliações nas instalações elétricas externas do campus.”

“A empresa emitiu a garantida da obra por 60 (sessenta) meses e foi notificada paraprovidenciar as correções verificadas na visita in loco como: Infiltrações no teto dasala e parede próximo a escada, cerâmicas do piso manchadas, problemas nainstalação de porta do banheiro feminino, fechaduras de portas com defeito,acabamentos no anfiteatro e área de circulação.”

Foi também solicitado à gestora do Campus Pirapora SIAPE 1730132, através daSA20160813, esclarecimentos quanto às impropriedades observadas, contudo não obtivemosresposta até a conclusão deste relatório.

Análise da manifestação

De acordo a cartilha “Obras Públicas: Recomendações Básicas para a Contratação eFiscalização de Obras de Edificações Públicas” de autoria do TCU o recebimento provisório oudefinitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pelalei ou pela avença. Ainda o art. 69 da lei 8.666/93 diz que “o contratado é obrigado a reparar,corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto docontrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou demateriais empregados.”

O Código Civil (Lei nº 10.406/2002), traz em seu art. 618 que “nos contratos deempreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais eexecução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança dotrabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.” Contudo, conforme este mesmonormativo, o direito assegurado ao contrante da obra decairá se este não propuser a ação contra oempreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

Impropriedades constadas como itens contratados pagos e não recebidos éconsiderado prejuízo ao erário. Ainda que os itens não localizados em auditoria in loco estivercom pendência em instalação, são itens considerado relevantes a segurança do público interno eexterno da instituição, como os extintores, as luminárias de emergências e sinalizadores.

Haja vista as impropriedades constatadas em obras já conclusas, é deresponsabilidade do dirigente máximo da unidade gestora a averiguação do cumprimento fiel docontrato recebendo o objeto conforme contratado e identificado qualquer vício ou defeitoresponsabilizar a contratada para que os mesmos sejam sanados tempestivamente.

Recomendação 20160807.1

Notificar a empresa contratada para que a mesma entregue e instale os itens faltantes.Caso a empresa já tenha sido notificada e persistir no descumprimento da obrigação, aplicar aspenalidades previstas no contrato.

Recomendação 20160807.2

Orientar formalmente os fiscais de contrato que na conclusão de cada obra osmesmos realizem vistorias minuciosas e formalizem através de laudos de vistorias e lista de

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verificação certificando que todos os itens foram entregues e a obra conclusa conformecontratada.

QUESTÃO 06: A contratada tem cumprido com as cláusulas do contrato e o cronograma deexecução físico-financeiro do projeto? As medições estão de acordo com o cronograma deexecução?

Constatação 20160808

Atrasos injustificados na execução da obra ocasionando aditamento de prazo noscontratos e reavaliação do cronograma físico-financeiro.

Fato

Ao analisar os dados dos quadros 09, 10 e 11 deste relatório, percebe-se que em todasas obras ocorreram fatos que provocaram atrasos na execução do cronograma

Causa

Falhas nos procedimentos internos referentes ao monitoramento do cumprimentodas cláusulas contratuais de obras públicas.

Manifestação do responsável

O cronograma físico-financeiro atualizado já foi solicitado ao engenheiro responsávelanexar junto ao parecer técnico, mas até o momento não fomos atendidos.” (respostaem documento enviado a AUDIN por e-mail em 08/10/2016 pela servidora SIAPE2052167 do Campus Almenara).

Análise da manifestação

No Campus Januária, o auditor do Campus já havia constatado tal impropriedade emseu Relatório de Auditoria – RA20150801 (20/06/2016):

Neste ponto, sempre muito complexo em obras públicas em geral, os processosanalisados das obras em andamento no Campus do IFNMG em Januária não foramdiferentes no que se refere ao cumprimento de cláusulas contratuais.

Atrasos foram verificados já no início das obras. No caso da obra referente ao contrato57/2013 da concorrência pública 003/2013 (construção do prédio dos laboratórios defísica, biologia e botânica) o contrato foi assinado em 31 de dezembro de 2013 a ordemde serviço foi emitida em 12 de março de 2014, posteriormente alterada para que setivesse início da obra em 31 de março de 2014. Da data de assinatura do contrato até oinício da obra se passaram 90 dias.

Houve necessidade de alterar o projeto para substituição do tipo de fundação, já que foiverificado que a mesma não era a mais recomendada para o tipo da obra, conformerelatado no Memorando DAI/IFNMG/CAMPUS JANUARIA/176/2015. Foramnecessários fazer novos cálculos. A complexidade em executar os serviços dos brises e afalta de mão de obra especializada também foram relatadas.

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Somando-se a isso os atrasos ocorreram, conforme memorando acima mencionadoemitido pelo Sr. Engenheiro civil e fiscal da obra, possivelmente pela baixaprodutividade ou número de funcionários insuficientes.

Em trabalho de auditoria realizado pelo TCU, o relator discorre que:

O atraso na execução de obras públicas é ocorrência de extrema gravidade, sendocabível, quando a Administração dá causa ao descumprimento dos prazos, a apuração deresponsabilidades dos gestores. Nos atrasos advindos de incapacidade ou mora dacontratada, o órgão contratante tem o dever de adotar as medidas cabíveis para aplicaras multas contratuais e demais penalidades previstas em lei. Informativo de Licitações eContratos n.º 265, sessões de 27 e 28 de outubro de 2015.

Conforme Acórdão 2714/2015-Plenário, TC 011.481/2015-3, do relator MinistroBenjamin Zymler, 28.10.2015:

Quando a Administração concorre para o descumprimento dos prazos acordados, aapuração de responsabilidades dos gestores é cabível, principalmente quando a dilaçãofor consequência de negligência, imperícia ou imprudência dos gestores. De outraforma, nos atrasos advindos da incapacidade ou mora da contratada, o órgão contratantetem o dever de adotar as medidas cabíveis para aplicar as multas contratuais e demaispenalidades previstas em lei.

Recomendação 20160808.1

Que as medições de obras e serviços sejam demonstradas, minimamente, por meio damedição atual e medição acumulada, bem como sejam juntadas aos processos suas memórias decálculos, no que se refere aos valores e ao percentual de execução da obra ou serviço, a fim detornar o processo transparente e autoexplicativo ao cidadão.

Recomendação 20160808.2

Que os processos de contratação de obras e serviços de engenharia sejam instruídoscom a atualização do cronograma físico-financeiro sempre que este deixar de espelhar a situaçãoreal do andamento da obra, mormente por ocasião de assinatura de eventuais aditivos contratuaisque prorroguem o prazo de execução das obras e serviços.

Recomendação 20160808.3

Identifique de forma conclusiva os motivos e eventuais responsáveis pelos atrasosobservados nas obras da amostra e, caso verifique a prática de atos irregulares, submetaaplicação de penalidades cabíveis.

7.4 Quanto a regularidade dos pagamentos

QUESTÃO 07: As notas fiscais contêm: data de recebimento, descrição dos itens de acordocom o objeto, ateste do fiscal e autorização de pagamento?

Informação

Após a realização de análise documental, verificou-se que, de forma geral, e emconformidade com disposições legais e normas administrativas, em todos os processosanalisados, as notas fiscais foram devidamente atestadas e continham a data de recebimento, a

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descrição dos itens de acordo o objeto e encaminhadas para autorização de pagamento pelogestor.

QUESTÃO 08: O pagamento foi efetuado mediante a comprovação da regularidade fiscal etrabalhista da empresa, os tributos foram retidos de acordo com os percentuais estabelecidosno anexo I da IN nº 1234/2012 – SRF e as notas fiscais atendem todas as exigênciasconstantes no contrato?

Constatação 20160809

Ausência de documentação nos autos que comprove a regularidade trabalhista daempresa Contratada para a UG processar os pagamentos, conforme foi demonstrado no Quadro12 (pag. 29).

Fato 1

Conforme levantamento do quadro 12, não foi possível localizar váriosdocumentações necessárias e exigidas pelo edital para se processar os pagamentos das notasfiscais apresentadas.

Fato 2

Também foi possível constatar que em algumas notas fiscais foram devidamenteatestadas pela fiscalização conforme as medições apresentadas, entretanto houve momentos emque as Contratadas apresentaram os comprovantes de regularidade fiscal e trabalhista da empresae suas CNDs das esferas federais, estaduais e municipais, posteriormente à entrega dasrespectivas notas fiscais, o que ocasionou atrasos nos pagamentos. Por exemplo, ao que ocorreunos trechos dos e-mails apensados no processo (fl.636-638), que levou à notificação dacontratada, através do Oficio nº 454/2014-DG/CAMPUS ALMENARA/IFNMG, de 25/08/2014(fl. 511).

Quadro 19: Trechos de e-mails apensados ao processo 23390000243/2013-20

Data De Para Trecho FolhaNº

21/07/14 [email protected]

[email protected]

“Sou fiscal de contrato da obra do pedagógico campus Almenara. Verificamos que o salário pago aos funcionários daempresa era divergente (menor) doe que o previsto em convenção coletiva, diante disso solicitamos que fosse pago a diferença aos funcionários. A empresa alega que ficará difícil pagar o retroativo, porque a rotatividade é muito grande e alguns destes funcionários não estão mais na empresa mais outros permanecem. Encaminharam o documento anexo, umadeclaração dos funcionários dizendo que fizeram um acordo com a empresa e não reclamarão posteriormente este direito. Gostaria de saber da validade desta declaração para fins de resguardar a fiscalização e a instituição. Documentos similares foram enviados nas questões de vale-transporte e alimentação”

638

21/07/14 g ilvan.carvalho @ifnmg.edu.br

r egina.siqueira @ifnmg.edu.br

Regina, esses acordos não têm validade nenhuma. A empresa deve pagar o valor devido integralmente. Mas nos meses anteriores por que essa irregularidade não foi percebida? Não estava sendo conferido? Isso tem que ser visto mês a mês.

637

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Data De Para Trecho FolhaNº

21/07/14 r egina.siqueira @ifnmg.edu.br

g ilvan.carvalho @ifnmg.edu.br

Foi visto sim, a SEFIP de janeiro veio sem movimentação, não havia o registro de funcionários. No mês de fevereiro elesapresentaram três funcionários e apenas um deles com salário que o da convenção coletiva, pedi correção e eles informaramque ele estava emprestado para a obra e que pertencia a uma obra de Salinas cuna convenção coletiva pedia o salário-mínimo. No mês de março SEFIP sem movimentação. E no mês de abril, funcionários com valores diferentes novamente. Comunicamos para que pagassem a diferença salarial e a administração segurou o pagamento da medição para que fossem efetuadas as correções. Foi quando eles enviaram essadeclaração assinada que encaminhei ao senhor.

637

29/07/14 h eleno.mendes @ifnmg.edu.br

g ilvan.carvalho @ifnmg.edu.br

Peço se possível, nos orientar, quanto a situação relatada pela Contadora do campus. A empresa foi comunicada formalmente, e as notas fiscais não foram pagas, por pendência nessas documentações. Podemos reter os pagamentos até a regularização? Nossa preocupação é que a obra está em andamento e outras medições serão apresentadas. O que fazer nesse caso, interromper os trabalhos?

636

29/07/14 [email protected]

h eleno.mendes @ifnmg.edu.br

Heleno, conforme eu já havia respondido para Regina, nesse caso não há previsão para retenção dos pagamentos. A providência recomendada é a aplicação de multa à empresa pelo descumprimento de obrigações contratuais. Caso mesmo após a multa a empresa não solucionar os problemas, a depender da extensão das irregularidades e da gravidade das eventuais consequências a serem suportadas pelo IFNMG, o contrato poderá ser rescindindo; mas essa situação extrema (rescisão) se for o caso, deve ser apurada em procedimento administrativo.

636

Causas

• Fragilidades nos controles internos relativos ao recebimento de documentos quecomprove regularidade fiscal e trabalhista;

• Falhas no processamento de pagamento das medições;

• Descumprimento das obrigações contratuais pela contratada.

Manifestação do responsável

“Quanto ao quadro demonstrativo de disponibilidade orçamentária; consulta aoSICAF e nota de empenho do 2º Termo Aditivo, estes documentos estão em nossa possepara anexar ao processo. O cronograma físico-financeiro atualizado já foi solicitadoao engenheiro responsável anexar junto ao parecer técnico, mas até o momento nãofomos atendidos.O documento complementar do seguro-garantia também vimos pedindo a atualizaçãopor parte da contratada e a mesma alega necessitar da planilha a qual gerou o aditivo.Estamos providenciando a entrega formal de todas as planilhas de aditivos e exigir aextensão do seguro-garantia do contrato. (anexo páginas 10a 18)E relativo a ART de execução e ART de fiscalização atualizada estamosprovidenciando.” (resposta em documento enviado a AUDIN por e-mail em 08/10/2016pela servidora SIAPE 2052167 do Campus Almenara).

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Análise da manifestação

A importância da comprovação da regularidade fiscal e trabalhista da empresadecorre da responsabilidade subsidiária e solidária da Administração Pública, conformedetermina a Lei 8666/93, Súmula n°331 do TST e Instrução Normativa RFB nº 971/2009.

Art. 161. Quando da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação deserviços, cabe ao contratante, observado o disposto no § 4º, exigir: II - da empresa construtora contratada por empreitada total:a) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP com as informaçõesreferentes à obra, da folha de pagamento específica para a obra e do documento dearrecadação identificado com a matrícula CEI da obra, relativos à mão-de-obra própriautilizada pela contratada;b) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP identificada com a matrículaCEI da obra, informando a ausência de fato gerador de obrigações previdenciárias,quando a construtora não utilizar mão-de-obra própria e a obra for completamenterealizada mediante contratos de subempreitada;c) a partir da competência fevereiro de 1999 até a competência setembro de 2002, cópiadas notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços emitidos porsubempreiteiras, com vinculação inequívoca à obra, e dos correspondentes documentosde arrecadação de retenção;d) a partir da competência outubro de 2002, cópia das notas fiscais, das faturas ou dosrecibos emitidos por subempreiteiras, com vinculação inequívoca à obra, doscorrespondentes documentos de arrecadação da retenção e da GFIP das subempreiteirascom comprovante de entrega, com informações específicas do tomador da obra;e) a partir da competência outubro de 2002, Programa de Prevenção de RiscosAmbientais (PPRA), LTCAT, Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho naIndústria da Construção (PCMAT), para empresas com 20 (vinte) trabalhadores ou maispor estabelecimento ou obra de construção civil, e Programa de Controle Médico deSaúde Ocupacional (PCMSO), que demonstrem o gerenciamento de riscos ambientaispor parte da construtora, bem como a necessidade ou não da contribuição adicionalprevista no § 2º do art. 72, observado, quanto ao LTCAT, o disposto no inciso V do art.291.§ 1º Nas hipóteses da alínea "b" do inciso I e do inciso II do caput, o contratante deveráexigir da contratada comprovação de escrituração contábil regular para o período deprestação de serviços na obra, se os recolhimentos apresentados forem inferiores aoscalculados de acordo com as normas de aferição indireta da remuneração, previstas nosarts. 450 e 451.§ 2º A comprovação de escrituração contábil será efetuada mediante cópia do balançoextraído do livro Diário formalizado, para os exercícios encerrados, observado odisposto no § 5º do art. 47, e, para o exercício em curso, por meio de declaração firmadapelo representante legal da empresa, sob as penas da lei, de que os valores apresentadosestão contabilizados.§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, à empresa construtora contratadapor empreitada total que efetuar o repasse integral do contrato, conforme definido noinciso XXXIX do art. 322, bem como à empresa construtora que assumir a execução docontrato transferido. (Instrução Normativa RFB nº 971/2009)

Importante ressaltar que o Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos (2015),normativo interno que regulamenta os atos concernentes a gestão e fiscalização de contratos doIFNMG, traz no item 3.1. “Acompanhamento e Fiscalização”, as atribuições, deveres e oscuidados inerentes às atividades de fiscalização de contrato. Também neste manual, em seuAnexo II, é apresentado o “Roteiro para Atesto de Nota Fiscal/Fatura”, dentre as atividades desteroteiro está a juntada de documentos como: certidões de Regularidade Fiscal, Trabalhista, CNJ e

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CEIS, Cadin (Certidão Negativa, ou Positiva, com efeito de Negativa) atualizadas e válidas;recolhimento do ISS e de débitos previdenciários e trabalhistas, quando for o caso.

A inobservância a legislação e normativos pode incorrer em responsabilidade daAdministração Pública por eventuais danos causados aos trabalhadores em razão da precarizaçãodas relações de trabalho pela contratada e da possibilidade real e concreta de execuçõestrabalhistas.

Recomendação 20160809.1Recomenda-se a juntada dos documentos de comprovação da regularidade fiscal e

trabalhista das empresas contratadas que não foram localizados conforme identificados noQuadro 08.

Recomendação 20160809.2Orientar formalmente os membros da comissão de fiscalização de contratos de obras

públicas sobre a obrigatoriedade de atender a legislação e normativos internos que tratam dorecebimento e juntada ao processo de documentos de comprovação da regularidade fiscal etrabalhista das empresas contratadas.

QUESTÃO 09: As ocorrências foram devidamente registradas no Diário de Obra?

Constatação 20160810

Ausência de registro das ocorrências, desorganização na formalização dos Diários deObras, bem como inexistência de local para a guarda segura da documentação referente à obra.

Causa

Controles internos ineficientes quanto ao monitoramento dos registros dasocorrências nos Diários de Obras e falha por omissão dos fiscais quanto a formalizaçãosistemática dos diários de obras.

Manifestação do responsável

“Sim, durante o ano de 2014 a técnica em edificações realizava o “diário de obras”diariamente. Em acordo com o engenheiro civil e também fiscal, foi estendido esserelatório semanalmente ou de acordo com os avanços na obra. Atualmente é realizadodois diários, um por parte da empresa contratada e outro por parte da contratante. Porrecomendação da auditoria, anexaremos ambos ao processo no final da execução eentrega da obra para possíveis consultas futuras.”(resposta em documento enviado aAUDIN por e-mail em 08/10/2016 pela servidora SIAPE 2052167 do CampusAlmenara).

Análise da manifestação

O objetivo do diário de obras é controlar as atividades realizadas durante a execuçãoda obra, garantir o bom fluxo de informações e também caracteriza transparência na execuçãodos serviços.

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Pode ser observado, através da análise dos diários de obras dos Campi da amostra, aausência de registros de ocorrências como a diminuição no ritmo da execução da obra por parteda contratada e anotações de descumprimento de cláusulas contratuais a exemplo da falta de usode EPIs pelos funcionários da obra.

Algumas das inconsistências observadas nos diários dos Campi se referem a ausênciade assinaturas dos fiscais, desordem das páginas e até mesmos sujos, demonstrando a falta dezelo com a guarda de documentos públicos. Nos Campi Arinos e Pirapora, constatou-se que aguarda do único volume existente dos diários ficavam com as contratadas. Ressalta-se que oregistro das ocorrências é de responsabilidade dos fiscais do contrato e estes devem ficar deposse da unidade contratante.

Através dos adequados registros das ocorrências nos diários de obras é possível obterdados relevantes, que possam auxiliar em decisões gerenciais e resguardar juridicamente ainstituição. A obrigatoriedade do diário de obras pode ser observada na Lei 8666/93 que diz emseu art.67 parágrafo primeiro que o “representante da Administração anotará em registro própriotodas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que fornecessário à regularização das faltas ou defeitos observados.”

Recomendação 20160810.1

Recomenda-se que os registro das ocorrências nos diários de obras sejam atualizados,avaliados e assinados pelo fiscal de contrato.

Recomendação 20160810.2

Recomenda-se que os diários de obras com registros das ocorrências sejamapensados aos seus respectivos processos, com a colocação da etiqueta de anexo, contendo onúmero do processo e a palavra “anexo”, como determina o Manual do Protocolo do IFNMG(2015).

Recomendação 20160810.3

Orientar formalmente os fiscais dos contratos de obras públicas do IFNMG sobre aobrigatoriedade de atender a legislação e normativos internos que tratam dos registros dasocorrências ocorridas na execução das obras.

Recomendação 20160810.4

Aprimorar e/ou elaborar controles internos (padronização de documentos deregistros das ocorrências) e monitorar o preenchimento das informações relevantes quanto aocumprimento das cláusulas contratuais e legislação vigente.

Recomendação 20160810.5

Certificar-se de que a Contratada mantenha no local da obra, o Diário de Obra, emmais de uma via, devidamente com páginas numeradas e assinadas pelas partes, onde serão feitasas anotações diárias sobre o andamento dos trabalhos.

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7.5 Formalização dos documentos após conclusões das obras

QUESTÃO 10: Ao final da obra (se for o caso) foi formalizado o termo de recebimentoprovisório, o termo de recebimento definitivo e o termo de garantia da obra?

Constatação 20160811

Inexistência ou intempestividade na emissão dos documentos:

1. Comunicação da empresa do término da obra;

2. Termo de recebimento provisório;

3. Termo de recebimento definitivo;

4. Termo de garantia de obras concluídas;

5. Certidão negativa de débitos junto ao INSS;

6. Aprovação da obra concluída pelos concessionários públicos e corpo de

bombeiros.

Causa

Controles internos ineficientes quanto à adequada formalização dos documentos apósconclusões das obras.

Manifestação do responsável

• Da comunicação da empresa de término da obra:

“Encaminha documento da contratada comunicando a conclusão da obra (informaçãono site IFNMG inauguração em 18/03/2016), conforme cláusula terceira, item 3.2,alínea XIII/ cláusula décima do contrato.”(resposta do gestor matrícula SIAPE1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016).

“No que tange a emissão de documentação contendo comunicação da CONTRATADAacerca da conclusão da obra (item 6), de acordo com o fiscal, tal documento não foiemitido, o que não prejudicou o processo, pois como foi feito o termo de recebimentoprovisório, tal comunicação passou despercebida.” (resposta do gestor matrículaSIAPE 3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS-PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

• Do termo de recebimento provisório:

“Encaminha o termo de recebimento provisório, emitido pela fiscalização até 15 diasapos o recebimento da notificação da conclusão da obra pela contratada (art. 73 e 79da lei 8.666/93)”.(resposta do gestor matrícula SIAPE 1730616 registrado em ofícioOF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016)

“Quanto a emissão do termo de recebimento provisório (item 7), informamos que omesmo está na fl. 1401 do processo”. (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMGde 17/10/2016).

• Do termo de recebimento definitivo:

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“Conforme informado no ofício 583/2016 de nossa emissão, estaremos emitindo odocumento posterior a entrega da certidão negativa de débitos junto ao INSS(Matrícula CEI) por parte da empresa contratada”.(resposta do gestor matrículaSIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 672/2016 de13/10/2016)

“Quanto a emissão do termo de recebimento definitivo (item 9), informamos que omesmo está na fl. 1402 do processo. Quanto ao prazo de emissão do termo derecebimento definitivo (item 10), informamos que o mesmo está na fl. 1402 do processoe que não foi emitido após 90 dias corridos após a emissão do termo de recebimentoprovisório”. (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registrado emOfício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

• Do termo de garantia da obra:

“Encaminha o termo de Garantia da obra emitido pela contratada, de no mínimo 5anos após o recebimento definitivo, (cláusula décima segunda, item 12.1)”.(resposta dogestor matrícula SIAPE 1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº.583/2016 de 12/09/2016)

“Com relação a emissão de termo de garantia da obra emitido pela CONTRATADA deno mínimo 5 (cinco) anos após o recebimento definitivo, de acordo com o fiscal docontrato (item 15), tal documentação não se faz necessária, pois a legislação asseguratal obrigação à CONTRATADA.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMGde 17/10/2016).

• Da certidão negativa de débitos junto ao INSS:

“A matrícula da obra junto ao INSS (matrícula CEI) é de responsabilidade da empresacontratada, ou seja, em nome e CNPJ da construtora (art. 19, II, c; art. 26, I). Aempresa ainda não apresentou o documento e já foi cientificada para entrega,ocasionando a não emissão do termo de recebimento definitivo por parte dacontratante.”(resposta do gestor matrícula SIAPE 1730616 registrado em ofícioOF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016)

“Com relação a Certidão Negativa de Débitos Previdenciários (item 13), informamosque o referido documento será providenciado junto a Receita Federal do Brasil”.(resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593/2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

• Da aprovação da obra concluída pelos concessionários públicos e corpo de bombeiros:

“Sim, entretanto os projetos contra incêndio e pânico (corpo de bombeiros) não houveainda a aprovação dos projetos, pois a corporação/unidade de abrangência do campusArinos exige o recebimento integral de todos os projetos contra incêndio e pânico detodas as obras existentes no campus, incluindo as obras recebidas em doação pelaprefeitura e parceiros, e não apenas os projetos do referido empreendimento.Ressaltamos que os demais projetos estão sendo desenvolvidos, com previsão deconclusão até dez/2016”.(resposta do gestor matrícula SIAPE 1730616 registrado emofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016)

“De acordo com o fiscal do contrato, no que tange a aprovação da obra pelosconcessionários públicos (item 11), no que se refere à aprovação da CEMIG, a mesmase dá tacitamente pela própria ligação de energia da quadra. Quanto a aprovação doprojeto de combate a incêndio junto Corpo de Bombeiros, informamos que em razão daobra não possuir tal projeto, o mesmo não foi aprovado”. (resposta do gestor matrículaSIAPE 3815078 e 1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS-

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PIRAPORA/IFNMG de 17/10/2016).

Análise da manifestação

A lei de licitações e contratos administrativos é clara no que concerne ao recebimentoprovisório e definitivo:

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:I - em se tratando de obras e serviços:a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediantetermo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicaçãoescrita do contratado;b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo deobservação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,observado o disposto no art. 69 desta Lei; (…) (Lei 8.666/93).

A partir da análise dos documentos inseridos nos processos dos Campi da amostra,observou-se nas obras concluídas, a ausência dos documentos que formalizam a entrega da obrae comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, documento estes obrigatórios porlegislação ou previstos no contrato. Após questionamento em solicitação de auditoria quanto afalta dos documentos, os gestores se manifestaram apresentando ou direcionando a localizaçãono processo das cópias dos termos que foram inseridos após análise da auditoria. Algunsdocumentos foram emitidos intempestivamente, como o Termo de Recebimento Provisório daobra auditada do Campus Arinos com a data de emissão em 18/03/2016, sendo que a contratadacomunicou em documento datado em 30/10/2015 a conclusão da obra. Conforme legislaçãocitada o termo de recebimento provisório deve ser emitido 15(quinze) dias da comunicaçãoescrita do contratado. Também foi emitido intempestivamente o Termo de RecebimentoDefinitivo da obra auditada do Campus Pirapora, conforme afirmado pelo gestor em resposta àSA20160808.

A comunicação escrita do contratado quanto ao término das obras, termo de garantiada obra, certidão negativa do INSS, aprovação da obra concluída pelos concessionários públicose corpo de bombeiros, também são documentos exigidos em cláusulas contratuais e/ou legislaçãovigente e devem o seu cumprimento ser observado pela gestão e fiscalização de formatempestiva para assegurar e garantir que a obra está em perfeitas condições de uso e assimterceiros não sejam prejudicados pela omissão da administração que deve atentar aos Princípiosda Administração Pública, dentre estes o princípio da Legalidade que, como define Hely LopesMeirelles, em sua obra Direito Administrativa Brasileiro: “A legalidade, como princípio deadministração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a suaatividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles nãose pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidadedisciplinar, civil e criminal, conforme o caso.”

Recomendação 20160811.1

Proceder de forma tempestiva a formalização dos documentos após conclusões dasobras:

• Termo de Recebimento Provisório, pelo responsável por seu acompanhamento efiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze)dias da comunicação escrita do contratado;

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• Termo de Recebimento Definitivo, por servidor ou comissão designada pela autoridadecompetente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o prazo de 90(noventa) do recebimento provisório, salvo casos excepcionais, devidamente justificadose previstos no edital, que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,observada a determinação de que o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato emque se verificarem vícios, defeitos, ou incorreções resultantes da execução ou demateriais empregados;

• Termo de garantia da obra de no mínimo 05 (cinco) anos, a contar da data da emissão doTermos de Recebimento Definitivo da obra.

Recomendação 20160811.2

Considerando as diversas obras em andamento e concluídas no IFNMG, que aAdministração valha-se da garantia legal prevista no Art. 618, do Código Civil Brasileiro, que serefere aos vícios relacionados à solidez e estrutura das obras, ou, ainda, em situações em que seidentifiquem prejuízos graves à habitabilidade das construções, identificados posteriormente àentrega do objeto, sendo as empresas construtoras responsáveis objetivamente(independentemente de culpa) por tais erros, por até 5 (cinco) anos da data do termo derecebimento da obra, fazendo-se necessária a imediata notificação administrativa da contratadapara reparação dos problemas identificados, em até 180 (cento e oitenta) dias do seuaparecimento.

Recomendação 20160811.3

Recomenda-se que seja exigido da contrata, intempestivamente, a certidão negativade débitos junto ao INSS e aprovação da obra concluída pelos concessionários públicos e corpode bombeiros – no intuito de que em eventual sinistro, a Administração, que respondesubsidiariamente pelos danos, esteja devidamente resguardada. Caso a contratada não apresenteos documentos, que sejam aplicadas as penalidades previstas no contrato.

QUESTÃO 11: As obras possuem autorização para o início da utilização “certidão habite-se”(ou documento equivalente)?

Constatação 20160812

Falta de autorização para início da utilização do imóvel com a devida emissão daCarta de habitação (Habite-se) da obra pela Prefeitura Municipal.

Causa

Falhas nos procedimentos internos referentes ao monitoramento do cumprimento dascláusulas contratuais de obras públicas e regulamentações específicas, especificamente comrelação a emissão do Habite-se

Manifestação do responsável

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“Encaminha a carta de habitação (Habite-se) nº 008/2016, processo 77.546/2016,emitido em 22/07/02016, da obra junto a prefeitura municipal de Arinos (Cláusulaterceira do contrato, item 3.2, alínea XIV).”(resposta do gestor matrícula SIAPE1730616 registrado em ofício OF./DG-IFNMG/ARINOS Nº. 583/2016 de 12/09/2016).

“Com relação ao Habite-se (item 12), informamos que o referido documento foisolicitado, emitido, contudo, detectou-se erros de procedimentos, que estão sendosanados pela prefeitura local.” (resposta do gestor matrícula SIAPE 3815078 e1593580 registrado em Ofício n.º 593 /2016-GAB/DG/CAMPUS- PIRAPORA/IFNMGde 17/10/2016).

Análise da manifestação

A falta da emissão do “Habite-se” contraria a legislação municipal. O habite-se,também chamado de auto de conclusão da obra, é o documento que a prefeitura emitecertificando que o imóvel está pronto para ser habitado e foi construído ou reformado conforme asexigências legais estabelecidas pelo município, ou seja, é recomendado que o habite-se seja emitidoantes da ocupação do imóvel, o que não aconteceu nas obras concluídas da amostra que teve aemissão deste documento após meses do imóvel já estar em uso, podendo a unidade ser multadapor irregularidade.

Recomendação 20160812.1

Recomenda-se a emissão do habite-se tempestivamente em cumprimento alegislação municipal vigente.

VIII. CONCLUSÃO

O sucesso de qualquer serviço ou obra de engenharia na indústria da construção civilestá ligado ao planejamento e controle de suas etapas. Nas obras públicas, estes aspectosdemandam o conhecimento da legislação que regulamenta as tomadas de decisões por parte dosgestores envolvidos no processo.

Diante do cenário apresentado e do resultado dos trabalhos no período destaauditoria, foram constatadas não conformidades, relacionadas no item 7 deste relatório. Muitasdelas estão relacionadas a erros formais que após constatados, as devidas correções foramrecomendadas. A falta de procedimentos e rotinas bem definidas, de regulamentos e normativosrelacionados às atividades de gestão de contratos e fiscalização de obras e fragilidades noscontroles internos de cada Unidade Gestora também provocaram falhas no âmbito institucional,demonstrando que os controles são incipientes na área.

As questões pontuais ou formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quandoidentificadas, foram tratadas ou discutidas em reunião com gestores do IFNMG.

Com relação aos aditamentos ocorridos nos contratos, percebemos que forammotivados por ter ocorrido falhas ou erros/omissões nos projetos básicos. Sendo assim, aosgestores do IFNMG, com assessoria da equipe técnica da área de engenharia, cabe avaliar todosos estudos técnicos prévios e projetos básicos com níveis de precisão adequados, com propósitode mitigar riscos que possam ocasionar a inviabilidade da execução das obras por incongruênciados elementos que compõem os projetos básicos.

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ANEXO I

PLANO DE PROVIDÊNCIAS

Unidade Gestora:

Área Auditada: Obras PúblicasPeríodo: 23/05 a 30/09/2016.

Referente ao Relatório de Auditoria nº: RA20160801.

Nº Recomendação Providências a serem implementadas Prazo deAtendimento

Análise da AUDIN

20160801.1

(Descrever aqui as providências a seremimplementadas para atender a recomendação.)

___/___/_____

ou

( ) Recomendação já implantada.

( ) Atendido

( ) Parcialmente

Atendido.

( ) Não atendido

20160801.2

(Descrever aqui as providências a seremimplementadas para atender a recomendação.)

___/___/_____

ou

( ) Recomendação já implantada.

( ) Atendido

( ) Parcialmente

Atendido.

( ) Não atendido

20160802.1

20160802.2

20160802.3

(...)

____________________________________Responsável pela Resposta

Observação: Atenção ao preencher o número da recomendação.

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