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Ministério da Defesa Departamento de Controle do Espaço Aéreo Relatório de Desempenho Operacional TERMINAL NATAL | 2019 |

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Ministério da Defesa Departamento de Controle do Espaço Aéreo

Relatório de Desempenho Operacional

TERMINAL NATAL

| 2019 |

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RELATÓRIO DE DESEMPENHO OPERACIONAL DA

TERMINAL NATAL

Este relatório apresenta uma análise de desempenho operacional do DTCEA-NT, com foco na

Área de Controle Terminal de Natal e no aeródromo da ALA 10.

O estudo insere-se nas atividades desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho de Indicadores

Operacionais para o SISCEAB, conduzidas pelo ICEA e gerenciadas pelo DECEA

(Departamento de Controle do Espaço Aéreo).

A realização deste estudo proporcionou a produção de resultados de indicadores para o caso do

DTCEA-NT, somando-se ao quadro geral dos outros PSNA contemplados no projeto de

indicadores, além da identificação de necessidades particulares acerca dos dados utilizados para

a localidade em questão.

O período aqui analisado estendeu-se do início do mês de setembro de 2018 ao fim do mês de

agosto de 2019.

Este trabalho foi conduzido pelo DTCEA-NT e supervisionado pelo ICEA.

Parnamirim, 12 de outubro de 2019.

______________________________________________________

José Carlos Bastos Souza Cap Esp Aer CTA R/1

Chefe da Seção de Operações do DTCEA-NT

______________________________________________________

Márcio Lima da Silva Maj Esp CTA

Comandante do DTCEA-NT

______________________________________________________

Brig Ar Cesar Faria Guimarães

Comandante do CINDACTA III

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DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO

Título do Documento Relatório de Desempenho Operacional da Terminal Natal (2019)

PROGRAMA

DE

REFERÊNCIA

EDIÇÃO DATA DA EDIÇÃO

Grupo de Trabalho Indicadores ATM

SUMÁRIO

Este relatório do grupo de Trabalhos Indicadores Operacionais apresenta uma análise

preliminar da performance do DTCEA-NT, com foco nas Áreas Principais de Performance

de Eficiência, Segurança, Capacidade, Meio ambiente e Custo Benefício.

Palavras chaves

Gerenciamento de Tráfego

Aéreo

Medidas de

Performance

Indicadores de

Performance

ATM TMA-NT SBNT

CONTATO

SDOP -DECEA

Av. General Justo, 160 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20021-130

Tel: +55 21 2101-6278

Email: [email protected]

ELABORADO POR

Cap Esp Aer CTA R/1 José Carlos Bastos Souza

2S BCT Mytchel Barreto Xavier Costa

REVISADO POR

Maj Esp CTA Márcio Lima da Silva

APROVADO POR

Brig Ar Cesar Faria Guimarães

STATUS E TIPO DOS DOCUMENTOS

STATUS DISTRIBUIÇÃO

Draft ( )

Edição Proposta ( ) Edição Revisada ( )

Ostensiva ( )

DECEA ( ) Restrita ( )

NOME DE REFEREÊNCIA INTERNO:

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 4

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 5

SIGLAS ..................................................................................................................................... 6

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9

1.1. Sobre este relatório .................................................................................................. 9

1.2. Escopo do relatório .................................................................................................. 9

1.3. Fontes de dados...................................................................................................... 11

1.4. KPA e KPI ............................................................................................................. 12

1.5. Estrutura do relatório ............................................................................................. 15

2. VISÃO GERAL DA TERMINAL NATAL .................................................................. 16

2.1. APP-NT ................................................................................................................. 16

2.2. Aeroporto Augusto Severo (SBNT) ...................................................................... 20

2.3. Dados Básicos ........................................................................................................ 23

2.4. Características dos ATCO ..................................................................................... 23

2.5. Evolução do tráfego ............................................................................................... 26

2.6. Variabilidade de tráfego ........................................................................................ 29

2.7. Meteorologia .......................................................................................................... 31

3. INDICADORES ATM .................................................................................................... 32

3.1. KPI 01 – PONTUALIDADE DE PARTIDA ........................................................ 32

3.2. KPI 02 – TEMPO ADICIONAL DE TAXI-OUT ................................................. 33

3.3. KPI 06 – CAPACIDADE DO ESPAÇO AÉREO ................................................. 33

3.4. KPI 09 – CAPACIDADE DE CHEGADA DO AEROPORTO ........................... 35

3.5. KPI 10 – TAXA PICO DE CHEGADA DO AEROPORTO ................................ 35

3.6. KPI 13 – TEMPO ADICIONAL DE TAXI-IN ..................................................... 37

3.7. KPI 14 – PONTUALIDADE DE CHEGADA ...................................................... 37

3.8. KPI 15 – VARIABILIDADE DO TEMPO DE VOO ........................................... 38

3.9. ID BR 01 – RELAÇÃO ENTRE DEMANDA X CAPACIDADE ....................... 38

3.10. ID BR 02 – TEMPO DE CHEGADA NA TERMINAL ....................................... 39

3.11. ID BR 03 – TEMPO DE SAÍDA NA TERMINAL .............................................. 40

3.12. ID BR 04 – HORAS DE VOOS EVOLUÍDOS NO ÓRGÃO ATC X

QUANTIDADE DO EFETIVO ............................................................................................ 41

3.13. ID BR 05 – HORAS DO EFETIVO DO ÓRGÃO X HORAS DE VOOS

EVOLUÍDOS NO ÓRGÃO .................................................................................................. 43

3.14. ID BR 06 – RELAÇÃO ENTRE HORAS DE LOGIN X HORAS ATCO .......... 45

3.15. ID BR 07 – RELAÇÃO ENTRE DEMANDA X CAPACIDADE NO SETOR .. 46

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 47

5. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 49

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - CROQUI DA TMA-SBXT ...................................................................................... 10

Figura 2 - SETORES DA TMA-SBXT .................................................................................... 17

Figura 3 - ESPAÇOS AÉREOS CONDICIONADOS NA TMA-SBXT ................................. 19

Figura 4 - TRAJETÓRIAS DE APROXIMAÇÃO PARA SBNT E SBSG ............................ 20

Figura 5 - OPERAÇÕES DE POUSOS E DECOLAGENS EM SBNT .................................. 21

Figura 6 - EVOLUÇÃO DO EFETIVO ................................................................................... 24

Figura 7 - EFETIVO ATCO X GRADUAÇÃO ...................................................................... 24

Figura 8 - QUANTIDADE DE ATCO X TEMPO DE SERVIÇO NO ÓRGÃO ATC ........... 25

Figura 9 - QUANTIDADE DE INSTRUTORES X TEMPO HABILITADO COMO

INSTRUTOR ............................................................................................................................ 25

Figura 10 - QUANTIDADE DE ATCO X NÍVEL DE INGLÊS ICAO.................................. 26

Figura 11 – EVOLUÇÃO DOS MOVIMENTOS EM SBNT ................................................. 27

Figura 12 - MÉDIA DIÁRIA DE MOVIMENTOS POR DIA DA SEMANA DE SBNT ...... 29

Figura 13 - TOTAL DE MOVIMENTOS DA AVIAÇÃO COMERCIAL POR MÊS EM

SBNT ........................................................................................................................................ 30

Figura 14 - TOTAL DE MOVIMENTOS DA AVIAÇÃO GERAL POR MÊS EM SBNT ... 30

Figura 15 - PROPORÇÃO DE OPERAÇÃO POR INSTRUMENTOS EM SBNT ................ 31

Figura 16 - MOVIMENTO HORA PICO X CAPACIDADE DE PISTA ............................... 36

Figura 17 - DEMANDA X CAPACIDADE DE PISTA .......................................................... 38

Figura 18 - HORAS DE VOO POR EFETIVO DA TWR-NT ................................................ 43

Figura 19 - HORAS DE VOO POR EFETIVO DO APP-NT .................................................. 43

Figura 20 - HORAS DE VOO POR HORA LOGADO NA TWR-NT ................................... 44

Figura 21 - HORAS DE VOO POR HORA LOGADO NO APP-NT ..................................... 45

Figura 22 HORAS LOGADO X HORAS ESCALADO NA TWR-NT .................................. 46

Figura 23 - HORAS LOGADO X HORAS ESCALADO NO APP-NT ................................. 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - AERÓDROMOS NA TMA-SBXT (CINDACTA III) ........................................... 10

Tabela 2 - DESCRIÇÃO DOS INDICADORES ..................................................................... 14

Tabela 3 - DIVISÃO DOS SETORES DA TMA-SBXT ......................................................... 16

Tabela 4 - MOVIMENTOS DE POUSOS E DECOLAGENS POR TIPO DE AERONAVE 22

Tabela 5 - VISÃO GERAL DA TMA-SBXT .......................................................................... 23

Tabela 6 - TOTAL DE MOVIMENTOS ANUAIS DE SBNT (POUSOS, DECOLAGENS,

CRUZAMENTOS E TGL) ....................................................................................................... 26

Tabela 7 - MOVIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS ......................................... 27

Tabela 8 - MOVIMENTOS NACIONAIS POR REGIÃO ...................................................... 28

Tabela 9 - MOVIMENTOS INTERNACIONAIS POR REGIÃO .......................................... 28

Tabela 10 - MOVIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DA AVIAÇÃO GERAL

.................................................................................................................................................. 28

Tabela 11 - MOVIMENTOS NACIONAIS DA AVIAÇÃO GERAL POR REGIÃO ........... 28

Tabela 12 - MOVIMENTOS ASA FIXA E ROTATIVA DA AVIAÇÃO GERAL ............... 29

Tabela 13 - CAPACIDADE DE SETOR ATC ........................................................................ 34

Tabela 14 - CAPACIDADE DE PISTA DE SBNT ................................................................. 35

Tabela 15 - TEMPOS DE CONTROLE NAS CHEGADAS PARA SBSG ............................ 40

Tabela 16 - EFETIVO PONDERADO DE ATCO .................................................................. 42

Tabela 17 - ID BR 04 HORAS DE VOO POR EFETIVO DO ÓRGÃO ................................ 42

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SIGLAS

ACC Area Control Centre

A-CDM Airport Collaborative Decision Making

ACFT Aircraft

AD Aerodrome

AIBT Actual In-Block Time

ALDT Actual Landing Time

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

ANS Air Navigation Service

AOBT Actual Off-Block Time

APLOG Assessoria de Planejamento, Orçamento e Gestão

APP Approach Control

ARR Arrival

ASBU Aviation System Block Upgrade

ATC Air Traffic Control

ATCO Controlador de Tráfego Aéreo

ATFM Air Traffic Flow Management

ATM Air Traffic Management

ATOT Actual Take-Off Time

ATS Air Traffic Services

BDC Banco de Dados Climatológicos

BHR Busy Hour Rate

BIMTRA Banco de Informações de Movimento de Tráfego Aéreo

CGNA Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea

CHS Capacidade Horário do Setor

CI Código de Identificação do Indicador

CINDACTA III Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego

Aéreo

CTP Capacidade Teórica de Pista

DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DEP Departure

DT Delta tempo de voo na TMA

DTCEA-NT Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Natal

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EEAR Escola de Especialistas de Aeronáutica

EIBT Estimated In-Block Time

ELDT Estimated Landing Time

EOBT Estimated off-block time

ETA Estimated time of arrival

FAF Final Approach Fix

FIR Flight Information Region

FL Flight Level

GANP Global Air Navigation Plan

HE Hora de escala

HL Hora Logada

HTM Hora de entrada na terminal

ICA Instrução do Comando da Aeronáutica

ICAO International Civil Aviation Organization

ICEA Instituto de Controle do Espaço Aéreo

ID Indicador

IF Intermediate Approach Fix

IFR Instrument Flight Rules

ILS Instrument Landing System

INF Informação

KPA Key Performance Area

KPI Key Performance Indicator

MCA Manual do Comando da Aeronáutica

Npico Número Pico

Nref Número de Referência

PBA Performance-Based Approach

PLN Plano de voo

PRU Performance Unit Review

PSNA Provedor de Serviços de Navegação Aérea

RMS Report Management System

RWY Runway

SAGITARIO Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego

Aéreo e Relatório de Interesse Operacional

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SBNT

SBSG

Aeródromo da ALA 10

Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves

SDOP Subdepartamento de Operações do DECEA

SGPO Sistema de Gerenciamento de Pessoal Operacional

SGTC Sistema de Gerenciamento de Torre de Controle

SID Standard Instrument Departure

SISCEAB Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

SRPV-SP Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo

STAR Standard Instrument Arrival

STDMA Sistema de Tratamento de Dados de Movimento de Aeródromos

TATIC Total Air Traffic Information Control

TGL Toque e arremetida

TMA Terminal Control Area

TMA-NT Área de controle terminal de Natal

TMST Tempo médio ponderado entre dois pousos consecutivos

TRef Tempo de Referência

TWR-NT

TWR-SG

Torre de controle de aeródromo de Natal

Torre de controle de aeródromo de São Gonçalo do Amarante

TWY Taxiway

UTC Universal Time Coordinated

VFR Visual Flight Rules

VHF Very High Frequency

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Sobre este relatório

Este relatório apresenta os resultados obtidos do estudo de caso realizado no APP-NT e na

TWR-NT, para auxiliar na especificação dos indicadores do macroprocesso ATM, na definição

dos sistemas de coleta de dados e no processo de automação, em suporte ao empreendimento

de Gestão por desempenho do Programa SIRIUS, do DECEA.

Seus resultados são fruto da análise de dados realizada pelos representantes do SDOP, ICEA,

CGNA, SRPV-SP, DTCEA-NT e APLOG, relativos ao período de 1º de setembro de 2018 a

31 de agosto de 2019, para atender aos seguintes objetivos específicos:

a) Definir a metodologia de indicadores ATM para o DECEA;

b) Definir o processo de coleta de dados para os indicadores do ASBU, da ICAO;

c) Definir os eventos relevantes para as metodologias dos indicadores e as respectivas

fontes de dados fidedignas;

d) Avaliar os desenvolvimentos necessários para a integração entre os sistemas de Torre

de Controle – TWR e de Controle de Aproximação – APP.

1.2. Escopo do relatório

Este estudo contempla o controle de Área Terminal de Natal (TMA-SBXT), representada na

Figura 1, onde é possível observar o esboço da área geográfica planificada da Terminal e os

principais aeródromos públicos, privados e militares que estão em seus limites horizontais.

Na TMA-SBXT (Terminal Natal), há dois principais aeródromos, quais sejam: SBNT, de

responsabilidade da ALA 10 (Força Aérea Brasileira) e SBSG, concessão à empresa privada

Inframerica. Além destes, há quatro aeródromos homologados que concentram os voos de

aviação geral da TMA: SJBX, SNOG, SSAZ e SSCE; e, finalmente, um aeródromo não

controlado de operação exclusivamente militar: SNXX.

Neste relatório serão apontados os indicadores relativos aos movimentos aéreos da Torre de

Controle de Natal (TWR-NT) e do Controle de Área Terminal de Natal (APP-NT) no período

de 01 de setembro de 2018 a 31 de agosto de 2019.

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10

Figura 1 - CROQUI DA TMA-SBXT

Tabela 1 - AERÓDROMOS NA TMA-SBXT (CINDACTA III)

COD ICAO NOME CIDADE TIPO

SBSG Gov. Aluízio Alves São Gonçalo do Amarante Público

SBNT Augusto Severo Parnamirm Militar

S-1

S-2

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COD ICAO NOME CIDADE TIPO

SNXX Maxaranguape Maxaranguape Militar

SNOG Ceará Mirim Ceará-Mirim Privado

SJBX Severino Lopes São José de Mipibu Privado

SSCE Campos de Melo São José de Mipibu Privado

SSAZ Stratus Ale Natal Privado

Fonte: AISWEB

1.3. Fontes de dados

As fontes de dados disponíveis foram aquelas provenientes de sistemas e órgãos do SISCEAB,

tais como:

• TATIC FLOW: dados de 33 aeroportos relacionadas aos movimentos de solo, pouso e

decolagem. Inclui assim as fases de Pushback, Taxi-Out, Take-Off, Landing, Taxi-In

etc. Sendo o período dos dados de 01 SET de 2018 a 31 AGO 2019.

• SAGITARIO: dados do RMS do sagitário da TMA-SBXT. É possível obter dados de

plano de voo, sobrevoo, mensagens ATS, conflitos etc. Foram coletados dados de 01

ABR de 2019 a 30 ABR 2019.

• SETA MILLENNIUM: banco de dados que importa informações do SGTC e TATIC

(e suas versões) para realizar estatísticas de movimento de aeroportos e espaço aéreo.

Conta com mais de 180 aeroportos, 42 TMA e 5 FIR. Possui dados validados desde

2011.

• BDC: Banco de Dados Climatológico, que apresenta dados das estações meteorológicas

de superfície e altitude, operadas no âmbito do SISCEAB.

• SGPO: Sistema de Gerenciamento de Pessoal Operacional. Contém dados de efetivo,

nível de inglês, setor de trabalho etc.

• CGNA: responsável por dados de capacidade de pista, capacidade de setores do espaço

aéreo e pelo anuário estatístico do SISCEAB.

• CAT62/ODIN: Banco de dados criado com informações do voo capturado pelo radar.

Conta com toda a informação da georreferência (latitude, longitude e nível) de um voo

a cada quatro segundos.

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• Publicações Aeronáuticas: dados das trajetórias, incluindo SID, STAR e rotas

utilizadas no planejamento dos voos, informações aeronáuticas (AIP Brasil) e

ROTAER, divulgados no portal AIS do DECEA (AISWEB).

1.4. KPA e KPI

As áreas de desempenho, também denominadas KPA (Key Performance Area), são uma

maneira de categorizar assuntos de desempenho relacionados a ambições e expectativas de alto

nível. A ICAO definiu 11 KPAs: segurança (safety e security), impacto ambiental, custo-

benefício, capacidade, eficiência de voo, flexibilidade, previsibilidade, acesso e equidade,

participação e colaboração, interoperabilidade (ICAO, 2009).

Uma breve descrição de cada área segue abaixo, as quais são apresentadas de maneira completa

no Doc 9854 (ICAO, 2005):

• Acesso e equidade – Um sistema de navegação aéreo (ANS) deve fornecer um ambiente

operacional que garante que todos os utilizadores do espaço aéreo tenham o direito de

acesso aos recursos ATM necessários de forma segura. Deve ainda assegurar a equidade

para todos os utilizadores do espaço aéreo que tenham acesso a um determinado espaço

aéreo ou serviço.

• Capacidade – O ANS deve explorar a capacidade inerente para atender a demanda de

usuários do espaço aéreo em horários de pico e locais, enquanto minimiza restrições

sobre o fluxo de tráfego.

• Custo-benefício – O ANS deve ser rentável e ao mesmo tempo equilibrar os diversos

interesses da comunidade ATM. O custo do serviço para os utilizadores do espaço aéreo

deve ser sempre considerado quando se avalia qualquer proposta para melhorar a

qualidade do serviço ATM ou o desempenho do serviço ATM.

• Eficiência – Aborda a eficácia operacional e econômica das operações de voo gate-to-

gate. Os usuários do espaço aéreo querem partir e chegar no horário selecionado e voar

a trajetória ótima escolhida para cada fase de voo.

• Meio Ambiente – O ANS deve contribuir para a proteção do meio ambiente levando em

conta o ruído, as emissões de gases na atmosfera e outras questões ambientais que

podem ser oriundas da implantação e operação do ANS.

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13

• Flexibilidade – É a habilidade de todos os usuários do espaço aéreo modificar

dinamicamente as trajetórias de voo e ajustar horários de partida e de chegada, de forma

a explorar oportunidades operacionais em tempo real.

• Interoperabilidade – O ANS deve ser baseado em padrões globais e princípios uniformes

para assegurar a interoperabilidade técnica e operacional dos sistemas de navegação

aérea.

• Participação – A comunidade ATM deve estar envolvida no planejamento,

implementação e operação do sistema para garantir que a evolução do ANS satisfaça as

expectativas da comunidade ATM a nível global.

• Previsibilidade – É a capacidade dos usuários do espaço aéreo e dos Prestadores de

Serviço de Navegação Aérea (ANSP) de fornecer níveis consistentes e confiáveis de

desempenho. É ainda uma medida de variância de atraso, frente ao objetivo de

desempenho. À medida que a variação do atraso esperado aumenta, maior é a

preocupação das companhias aéreas ao desenvolver e operar seus cronogramas de voo.

• Segurança (safety) – É a maior prioridade na aviação. O ATM desempenha um papel

importante no sentido de garantir a segurança global da aviação. Normas de segurança

uniformes e práticas de gerenciamento de risco e de segurança devem ser aplicadas de

forma sistemática para o ANS.

• Segurança (security) – Refere-se à proteção contra ameaças, que decorrem de atos

intencionais ou não intencionais contra a aeronave, as pessoas ou as instalações em solo.

O ANS deve ser protegido contra ameaças de segurança. Os riscos e ameaças devem ser

avaliados, de modo a garantir o acesso da comunidade ATM sem prejuízo dos níveis

aceitáveis de segurança.

A Abordagem com base no desempenho, também conhecida como PBA - Performance-Based

Approach, tem como base os seguintes princípios: foco nos resultados através da adoção de

objetivos e metas de desempenho, tomada de decisão colaborativa impulsionada pelos

resultados e dependência de fatos e dados.

O objetivo principal desse conceito busca um sistema mais seguro e eficiente através da redução

de custos e recursos, aplicação de práticas de cobrança mais equitativas e provisão de serviços

mais eficientes. De acordo com a metodologia da PBA, a avaliação das realizações é

periodicamente verificada através de uma revisão de desempenho, que, por sua vez, requer uma

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14

coleta adequada de dados, capacidades de medição de desempenho, bem como conhecimentos

adequados.

Os indicadores de desempenho, também chamados de KPI (Key Performance Indicator), são

métricas que expressam quantitativamente o desempenho passado e atual com base nos

objetivos organizacionais. Para serem relevantes, os indicadores precisam expressar fielmente

a intenção do objetivo específico associado. Os indicadores, em geral, não são medidos

diretamente, mas sim calculados a partir de métricas de suporte de acordo com fórmulas bem

definidas.

Para este estudo foi definido um conjunto de indicadores elencados como relevantes para uma

Área Terminal, os quais estão listados na Tabela 2. Nesse quadro vê-se o código de identificação

do indicador (CI), sua nomenclatura e uma breve definição do indicador. Para o código de

identificação é utilizado o prefixo “KPI”, quando se trata de indicadores que tiveram origem no

Doc 9750-NA/963 (ICAO, 2016) e o prefixo “ID BR”, quando se trata de indicadores criados

pelo Grupo de Trabalho.

Tabela 2 - DESCRIÇÃO DOS INDICADORES

CI Nome Definição

KPI01 Pontualidade de partida Porcentagem de voos saindo do gate no horário

programado (EOBT/ Horário do Registro)

KPI02 Tempo adicional de taxi-

out

Comparação entre o tempo médio de táxi

desimpedido de saída e o real por aeroporto

KPI06 Capacidade do espaço

aéreo

Número máximo de movimentos no volume de

espaço aéreo aceito sob condições normais em um

dado período de tempo

KPI09 Capacidade de chegada

do aeroporto

O maior número de pousos que um dado aeroporto

pode suportar em uma hora de operação (também

chamado de capacidade de pouso declarada ou taxa

de aceitação do aeroporto)

KPI10 Taxa pico de chegada do

aeroporto

95º percentil do número de pousos por hora da hora

mais “busy”, registrado em um aeroporto

KPI11 Utilização da capacidade

de chegada

Taxa de pouso do aeroporto (demanda acomodada)

comparada com a capacidade de pouso ou demanda

o que for menor

KPI13 Tempo adicional no taxi-

in

Comparação entre o tempo de taxi de chegada

desimpedido e o tempo real por aeroporto

KPI14 Pontualidade de chegada Porcentagem de voos chegando ao gate no horário

programado (EIBT)

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15

CI Nome Definição

KPI15 Variabilidade do tempo

de voo

Distribuição da duração do voo em torno de um

valor médio.

ID BR

01

Relação entre demanda x

capacidade de pista

Relação entre movimento (pouso, decolagem e

TGL) realizado e a capacidade de pista

ID BR

02

Tempo de chegada na

Terminal

É comparação do tempo desimpedido de chegada

na TMA com o tempo real de voo na terminal

ID BR

03

Tempo de saída na

Terminal

É comparação do tempo desimpedido de saída da

TMA com o tempo real de voo saindo da terminal

ID BR

04

Horas de voos evoluídos

no órgão x quantidade do

efetivo

Somatório das horas de voo no espaço aéreo de um

órgão operacional por quantidade de efetivo

ID BR

05

Horas de voos evoluídos

no órgão x quantidade de

horas do efetivo do órgão

Somatório das horas de voo no espaço aéreo de um

órgão operacional por:

-somatório de horas de ATCO na escala; e

-somatório de horas de ATCO logado

ID BR

06

Relação entre horas de

LOGIN x horas ATCO

Relação entre horas de tempo ATCO logado por

tempo de escala operacional

ID BR

07

Relação entre demanda x

capacidade no setor

Relação entre a demanda do setor e a capacidade

declarada

1.5. Estrutura do relatório

Este relatório está estruturado em cinco capítulos. No primeiro capítulo é apresentado o projeto

de Indicadores, o Grupo de Trabalho, o escopo do estudo e o embasamento teórico.

O segundo capítulo apresenta uma visão geral da TMA-SBXT (Terminal Natal), caracterizando

a terminal foco do estudo, assim como o principal aeroporto em análise (SBNT). Além disso,

alguns tópicos são exibidos, a fim de caracterizar aspectos que possuem certa influência nos

indicadores posteriormente apresentados, tais como: distribuição dos ATCO, perfil do tráfego

e meteorologia.

O terceiro capítulo apresenta resultados dos indicadores para a TMA-SBXT, mapeamento dos

dados e análise dos indicadores.

O quarto capítulo aponta as conclusões do estudo, quais foram as principais restrições, e como

replicar o mesmo estudo para outras Áreas de Controle Terminal do Brasil.

O quinto capítulo lista as principais referências que foram base para o desenvolvimento do

trabalho.

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2. VISÃO GERAL DA TERMINAL NATAL

2.1. APP-NT

As informações que seguem foram obtidas através do Modelo Operacional (DTCEA-NT,

2019a) e do Manual de Operações do APP-NT (DTCEA-NT, 2019b).

a) Setorização da Terminal Natal

A tabela 3 lista os setores da TMA-SBXT (Terminal Natal) e suas respectivas responsabilidades

primárias. Cada setor é também responsável pelos serviços de controle de tráfego aéreo cabíveis

aos movimentos de aeródromos em sua jurisdição.

Tabela 3 - DIVISÃO DOS SETORES DA TMA-SBXT

Setor Limites Função

SETOR

NATAL 1

Laterais: conforme ARC e AIP

Verticais: FL055 ao FL195

ALIMENTAÇÃO PARA NATAL (SBNT)

E SÃO GONÇALO (SBSG)

SETOR

NATAL 2

Laterais: conforme ARC e AIP

Verticais: GND/MSL a FL050

(inclusive)

FINAL NATAL (SBNT)

A setorização da TMA-SBXT cumpre o propósito de permitir o melhor gerenciamento dos

tráfegos nas operações de treinamento aéreo militar do período de alta demanda de tráfego de

instrução – compreendendo o intervalo entre os meses de abril a julho anualmente – que

caracteriza o movimento relevante para o APP-NT. Durante esse período, os esquadrões de

instrução sediados na ALA 10 realizam movimentos aéreos que interferem nas trajetórias de

chegadas dos tráfegos comerciais na terminal, como procedimentos por instrumentos (com

toques e arremetidas ou arremetidas na curta final para novos procedimentos), voos de

formação, instruções em espaços aéreos restritos, manobras militares como pilofe1,

treinamentos de emergência simulada, dentre outros.

Diferentemente do que ocorre em terminais onde não há voos de instrução militar, na Terminal

Natal há um grau elevado de voos que acontecem totalmente dentro dos limites jurisdicionais

do APP. As aeronaves que decolam de SBNT realizam operações em espaços aéreos

1 Pilofe (Peel Off) é um procedimento de aproximação visual utilizado por aeronaves militares em voos de

formação que consiste na dispersão das aeronaves da formação numa passagem sobre a pista de pouso, para

consecutivo reingresso na reta final, de modo que cada aeronave realize o touch down (toque) na pista

separadamente, em velocidade adequada.

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condicionados que podem durar cerca de uma hora e meia, retornando em seguida para

procedimentos de toque e arremetida ou mesmo para a realização de repetidos procedimentos

por instrumentos, sob controle do APP-NT, interferindo nas trajetórias de voos de aviação geral

e comercial que se dirigem aos aeródromos vizinhos. Abaixo, apresentamos o croqui da TMA-

SBXT (Figura 2) com a apresentação gráfica da setorização.

Figura 2 - SETORES DA TMA-SBXT

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Setor Natal 1: possui limites laterais e verticais definidos em publicação específica do DECEA

(ARC e AIP), conforme tabela 1, excluídas as porções do espaço aéreo definidas como o Setor

Natal 2. Cumpre o propósito de prestar os serviços de controle de tráfego aéreo e informação

de voo e alerta em sua área de jurisdição, que compreende o aeroclube do Rio Grande do Norte

(SNOG) na cidade de Ceará-Mirim, o aeródromo privado de Stratus Ale (SSAZ) no litoral norte

da cidade de Natal, o aeródromo militar de Maxaranguape (SNXX) e o Aeroporto Internacional

de Natal (SBSG) na cidade de São Gonçalo do Amarante, onde ocorrem as operações de voos

de transporte de passageiros na Terminal. O Setor Natal 1 também é responsável por prestar o

serviço de informação de voo a aeronaves militares que ocupem os espaços aéreos

condicionados (áreas restritas, descritas no item ‘b’ abaixo), quando esse serviço não puder ser

oferecido pelos órgãos de defesa aérea pertinentes.

Setor Natal 2: possui limites laterais e verticais definidos em publicação específica do DECEA

(ARC e AIP), conforme tabela 1, excluídas as porções do espaço aéreo definidas como o Setor

Natal 2. Cumpre o propósito de prestar os serviços de controle de tráfego aéreo e informação

de voo e alerta em sua área de jurisdição, que compreende os aeródromos privados Severino

Lopes (SJBX) e Campos de Melo (SSCE), além do movimento principal de aeronaves que

evoluem de e para SBNT.

A setorização na Terminal também foi estabelecida posteriormente à influência da inauguração,

em maio de 2014, às prévias da Copa do Mundo de Futebol sediada no Brasil, do Aeroporto

Internacional Aluízio Alves em São Gonçalo do Amarante (SBSG). O novo aeroporto tornou-

se responsável, desde então, por abrigar as operações de aeronaves civis e, primariamente, os

voos de aviação comercial para Natal. A proximidade dos dois aeroportos e a necessidade de

acomodar o volume de aeronaves em instrução militar de e para SBNT, sem impactos negativos

às operações em SBSG, demandou o estabelecimento dos setores acima descritos.

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b) Espaços aéreos condicionados na TMA-SBXT

Figura 3 - ESPAÇOS AÉREOS CONDICIONADOS NA TMA-SBXT

Como demonstrado na Figura 3 (acima), a terminal contém um conjunto volumoso de espaços

aéreos condicionados que ocupam parte importante – e majoritária – de sua área.

Espaços aéreos condicionados são porções do espaço aéreo com limites laterais e verticais

determinados que, quando de sua ativação, ficam reservados para a ocupação exclusiva de

aeronaves autorizadas.

No caso de Natal, os espaços aéreos condicionados funcionam como áreas de instrução militar

para os esquadrões de formação e operações. A ativação da maioria dessas áreas na Terminal é

de responsabilidade do APP-NT, conforme demanda dos pilotos militares, quando do

acionamento dos motores das aeronaves para início dos voos de instrução, de modo que a

circulação da Terminal é variável, a depender de quais áreas estejam ativadas. Para mais

detalhes sobre o tópico, consultar o AIP-Brasil, disponível nos canais online do DECEA.

CTR NATAL

(RAIO DE 20NM)

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c) Convergência crítica

Figura 4 - TRAJETÓRIAS DE APROXIMAÇÃO PARA SBNT E SBSG

As principais pistas utilizadas nos dois principais aeroportos da TMA-SBXT são a 16L em

SBNT e a 12 em SBSG. Por consequência disso e da distância entre os dois aeroportos (10NM,

ou cerca de 18,5km), as trajetórias de aproximação mais comumente realizadas pelas aeronaves

para esses aeródromos são conflitantes, como demonstrado nas setas da Figura 4 acima,

exigindo a aplicação de técnicas de separação e restrições por parte do APP-NT.

2.2. Aeroporto Augusto Severo (SBNT)

As informações que seguem foram obtidas através do Modelo Operacional (DTCEA-NT,

2019d) e do Manual de Operações da TWR-NT (DTCEA-NT, 2019c) além de documentos

publicados em canais informativos online da FAB.

O aeródromo SBNT é de administração militar, sob jurisdição da ALA 10, unidade da Força

Aérea Brasileira. As operações principais do aeródromo dizem respeito à formação e

treinamento de pilotos militares oriundos da Academia da Força Aérea, nos esquadrões de voo

de asas fixas Joker (2º/5º GAV) A29, Rumba (1º/5º GAV) C95 e asas rotativas Gavião (1º/11º

SBSG

SBNT

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GAV) H50, além da atuação de dois esquadrões operacionais: Pastor (2º ETA) C95 e Falcão

(1º/8º GAV) H36.

Além dessas aeronaves, em regime de exceção ou por acordos operacionais, a localidade

também conta com movimentos de aeronaves em operações de segurança pública, aeronaves a

serviço de Estado, aeronaves em operação de ambulância, aeronaves que estejam em

emergência e aeronaves estrangeiras em operações militares conjuntas, como no exercício

CRUZEX.

O aeródromo conta com três pistas de pousos e decolagens, todas com 45m de largura, a saber:

16L/34R (2600m), 16R/34L (1800m) e 12/30 (1825m). As operações ocorrem normalmente na

principal (16L), com a ocorrência de operações simultâneas VFR/VMC com a pista 16R. As

duas paralelas estão separadas por uma distância de aproximadamente 750 m. A localidade

conta ainda com quinze pistas de táxi utilizáveis (A, B, C, D, E, F, H, I, J, K, L, M, N, O e P),

além de faixas e linhas de táxi para os pátios que funcionam esporadicamente como trajetórias

de decolagem e pouso para os helicópteros sediados.

Na figura a seguir (Figura 5) observa-se a divisão proporcional dos movimentos de pousos e

decolagens em SBNT no período de 01/09/2018 a 31/08/2019, referentes ao quantitativo total

de 15.812 movimentos. Na tabela 4, abaixo, estão descritos os quantitativos dos principais

movimentos do aeródromo no período, por tipo de aeronave (o campo “Outros” refere-se a tipos

de aeronaves com movimento inferior a 100, no período).

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FIGURA 5 – OPERAÇÕES DE POUSOS E DECOLAGENS EM SBNT POR CABECEIRA

Cabe ressaltar que há diferentes nomenclaturas que são utilizadas para o mesmo tipo de

aeronave, como no exemplo do bimotor turboélice Super Tucano, que pode ser nomeado como

E314, A29 ou A29B, a depender de especificidades operacionais não relevantes para o

levantamento estatístico. Desse modo, optamos por agrupar tais casos, gerando a lista que

segue:

Tabela 4 - MOVIMENTOS DE POUSOS E DECOLAGENS POR TIPO DE AERONAVE

Equipamento Quantidade Percentual

A29 (E314) 4.555 28,81 %

C95 (E110) 4.187 26,48 %

H50 (AS50) 1.917 12,12 %

H36 (AS32/EC25) 572 3,62 %

C98 (C208) 376 2,38 %

C130 207 1,31 %

E120 181 1,14 %

F5 101 0,64 %

Outros 3.716 23,50 %

Fonte: TATIC FLOW

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2.3. Dados Básicos

Os dados abaixo explicitados apresentam um retrato da condição organizacional dos órgãos

operacionais do DTCEA-NT na data de confecção deste relatório (06/09/2019).

Tabela 5 - VISÃO GERAL DA TMA-SBXT

APP-NT TWR-NT

Área geográfica (mil NM²) 11,55 -

Número de ATCO em operação 29 24

Número de ATCO em instrução 2 0

Número de ATCO em funções de

apoio

3 3

Número de ATCO fora de operação 0 3

Efetivo total ATCO 29 27

Percentual operacional total 100% 88,89%

Número de setores (APP)/Posições

(TWR)

2 5

Quantidade de aeródromo público 1 0

Quantidade de aeródromo privado 4 0

Quantidade de aeródromo militar 2 1

Total de aeródromos 7 1

Fontes: SGPO; AISWEB.

2.4. Características dos ATCO

Ao longo deste item é abordado o perfil dos ATCO que atuam no DTCEA-NT, com base em

informações cedidas pelo destacamento. Na Figura 6, pode-se observar informações

quantitativas sobre o efetivo operacional do DTCEA-NT, ao longo dos anos de 2016 a 2019. O

pequeno aumento observado para o efetivo do APP no ano de 2019 pode ser explicado pela

implementação da setorização na Terminal, a partir do mês de março de 2018.

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Figura 6 - EVOLUÇÃO DO EFETIVO

Os descritores a seguir apresentam informações que retratam a situação atual do Destacamento,

no momento de confecção deste relatório (06/09/2019).

O gráfico abaixo (Figura 7) apresenta a distribuição quantitativa de ATCO por graduação (além

do caso de servidor civil na modalidade DACTA).

Figura 7 - EFETIVO ATCO X GRADUAÇÃO

O gráfico abaixo (Figura 8) apresenta a distribuição quantitativa de ATCO por tempo de serviço

em cada órgão de controle do DTCEA-NT, em quantidade de anos.

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Figura 8 - QUANTIDADE DE ATCO X TEMPO DE SERVIÇO NO ÓRGÃO ATC

O gráfico abaixo (Figura 9) apresenta a distribuição de instrutores de tráfego aéreo por órgão

de controle, por tempo de atividade/habilitação como instrutor.

Figura 9 - QUANTIDADE DE INSTRUTORES X TEMPO HABILITADO COMO INSTRUTOR

O gráfico abaixo (Figura 10) apresenta a distribuição ATCO por nível de proficiência em língua

inglesa, obtido no teste EPLIS 2018, aplicado pelo DECEA/ICEA.

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Figura 10 - QUANTIDADE DE ATCO X NÍVEL DE INGLÊS ICAO

2.5. Evolução do tráfego

Este subitem tem como objetivo fazer uma descrição da evolução do tráfego ao longo dos anos

na Terminal Natal, abordando as informações referentes ao então Aeroporto Internacional

Augusto Severo (SBNT) entre 2012 e 2014.

Neste relatório, restringimo-nos à análise do período supracitado pelo fato de o aeroporto de

SBNT ter deixado de constar nos anuários estatísticos do DECEA (2013, 2014, 2015), após o

último registro referente a 2014, quando da inauguração, em 31 de maio daquele ano, do

Aeroporto Internacional Aluízio Alves (SBSG).

A administração de SBNT pertence à Força Aérea Brasileira. Foi feita uma descrição da

evolução de movimentos anual, a Média Diária de Movimentos por Dia da Semana, os

Movimentos por Mês e Tipo de Voo, entre outras, com objetivo de analisar a evolução deste

aeroporto entre 2012 e 2014. Todos estes dados têm como fontes os Anuários Estatísticos de

Tráfego Aéreo do CGNA.

Tabela 6 - TOTAL DE MOVIMENTOS ANUAIS DE SBNT (POUSOS, DECOLAGENS, CRUZAMENTOS E TGL)

2012 2013 2014

Total 41.559 47.940 40.446

Comercial 22.834 19.981 8.740

Geral 5.329 6.127 2.834

Militar 13.396 21.832 28.872

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Pode-se observar que no ano de 2013 houve o maior número de movimentos: 47.940 voos. Em

maio de 2014 o aeroporto encerrou oficialmente suas operações de aviação comercial e geral

(com as poucas exceções de aeronaves de Estado, segurança pública, operações de ambulância

aérea e emergências), quando entrou em funcionamento o novo Aeroporto de São Gonçalo do

Amarante, responsável por absorver tais operações. Os números demonstram também a

tendência de crescimento da proporção de voos militares nos anos em questão.

Figura 11 – EVOLUÇÃO DOS MOVIMENTOS EM SBNT

2.5.1 Aviação Comercial em SBNT

A aviação comercial foi responsável por 22% dos movimentos do aeroporto de Natal em 2014,

quando as operações da aviação comercial foram encerradas. A seguir são apresentadas as

tabelas 7 a 9, que detalham os movimentos de voos comerciais no período.

Tabela 7 - MOVIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

2012 2013 2014

Total de Movimentos 22.834 19.981 8.740

Nacionais 22.190 19.424 8.557

Internacionais 601 534 180

Sobrevoos e TGL 35 7 2

Local não identificado 8 16 1

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Tabela 8 - MOVIMENTOS NACIONAIS POR REGIÃO

2012 2013 2014

Nacionais 22.190 19.424 8.557

Reg. Sudeste 10.078 9.588 4.360

Reg. Sul 2 3 1

Reg. Centro-Oeste 2.178 2.731 1.147

Reg. Nordeste 9.928 7.091 3.047

Reg. Norte 4 11 2

Tabela 9 - MOVIMENTOS INTERNACIONAIS POR REGIÃO

2012 2013 2014

Internacionais 601 534 180

América do Sul 54 22 1

América Central 0 8 0

América do Norte 7 1 2

Europa 431 401 136

Ásia 0 0 0

África 109 102 41

2.5.2 Aviação Geral em SBNT

A seguir são apresentadas as Tabelas 10 a 12 que detalham o movimento de voos da aviação

geral.

Tabela 10 - MOVIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DA AVIAÇÃO GERAL

2012 2013 2014

Total de Movimentos 22.834 19.981 8.740

Nacionais 22.190 19.424 8.557

Internacionais 601 534 180

Sobrevoos e TGL 35 7 2

Local não identificado 8 16 1

Tabela 11 - MOVIMENTOS NACIONAIS DA AVIAÇÃO GERAL POR REGIÃO

2012 2013 2014

Nacionais 22.190 19.424 8.557

Reg. Sudeste 10.078 9.588 4.360

Reg. Sul 2 3 1

Reg. Centro-Oeste 2.178 2.731 1.147

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2012 2013 2014

Reg. Nordeste 9.928 7.091 3.047

Reg. Norte 4 11 2

Tabela 12 - MOVIMENTOS ASA FIXA E ROTATIVA DA AVIAÇÃO GERAL

2012 2013 2014

Total 5.329 6.127 2.834

Fixa 4.727 5.140 2.362

Rotativa 602 987 472

2.6. Variabilidade de tráfego

Como destacado nas tabelas acima, não há quantidade relevante de movimentos de aviação

comercial e geral no aeroporto Augusto Severo, desde o encerramento das atividades civis em

maio de 2014. Portanto, as análises a seguir irão se deter no período entre 2012 e 2014. Em

SBNT, observando a Figura 12, considerando os dias da semana, a quarta-feira foi o dia mais

movimentado ao longo dos anos avaliados, apresentando a média de 144 movimentos, contra a

menor média diária dos domingos avaliados: 64 movimentos.

Figura 12 - MÉDIA DIÁRIA DE MOVIMENTOS POR DIA DA SEMANA DE SBNT

Em SBNT, a aviação comercial apresentava variabilidade ao longo do ano com picos nos meses

de janeiro, julho e outubro de 2012, picos em janeiro, julho e dezembro em 2013 e pico em

janeiro de 2014, com o evidente encerramento de atividades comerciais em junho daquele ano

(Figura 13).

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Figura 13 - TOTAL DE MOVIMENTOS DA AVIAÇÃO COMERCIAL POR MÊS EM SBNT

Pode-se observar também que o mês de abril apresentava o menor movimento nos anos de 2012

e 2013, enquanto em 2014, nos períodos de atividades comerciais, o mês com o menor

movimento foi o de fevereiro.

Figura 14 - TOTAL DE MOVIMENTOS DA AVIAÇÃO GERAL POR MÊS EM SBNT

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O mês de janeiro é o que registra o menor movimento da aviação geral em 2012. Junho em

2013 foi o mês com menor movimento no ano e, em 2014, nos meses em que havia relevante

proporção de movimentos da aviação geral, o mês de março apresenta o menor volume (Figura

14).

2.7. Meteorologia

O gráfico abaixo apresenta o balanço proporcional entre a operação em condições por

instrumentos (IMC) e operação em condições visuais (VMC) na localidade de SBNT entre os

anos de 2012 e 2019 (os dados do ano de 2019 dizem respeito aos meses de janeiro a julho). As

informações foram cedidas pelo CGNA.

A estatística mostra que, em média, os meses de junho e julho são os que apresentam o maior

percentual de tempo em operação IMC: 7,07% para o mês de junho e 7,59% para o mês de

julho. No restante dos meses do ano, a média permanece abaixo de 3,5%, de modo que os meses

de novembro e dezembro apresentam os menores índices de operação em IMC: 0,45% para

novembro e 0,64% para dezembro.

Figura 15 - PROPORÇÃO DE OPERAÇÃO POR INSTRUMENTOS EM SBNT

A partir dessas informações, podemos apontar que os impactos da meteorologia, para as

operações, são mínimos em SBNT, resultando em ocasionais adiamentos nos voos de instrução

militar.

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3. INDICADORES ATM

Cada subitem apresenta um indicador com seus resultados e discussões. A descrição detalhada

de cada indicador é apresentada no ANEXO A – DETALHAMENTO DOS INDICADORES

constante no documento Relatório de Desempenho Operacional da Terminal Confins (DTCEA-

CF, 2018, no prelo).

3.1. KPI 01 – PONTUALIDADE DE PARTIDA

Este indicador aponta para a previsibilidade desempenhada pelo aeroporto em suas operações

de decolagem, sendo calculado de duas formas: com base no horário programado de partida do

voo (Registro ANAC) e com base no EOBT do Plano de Voo.

A absoluta maioria dos voos realizados de e para SBNT são de aeronaves militares em instrução

ou operação militar. A apresentação dos planos de voo dos esquadrões militares baseados na

ALA 10 é realizada através de escalas de voo, em substituição à apresentação em sala AIS e,

tendo em vista que a ANAC não faz parte do circuito da realização dos voos militares, os dados

estatísticos, para este indicador, não se fazem consistentes.

Além disso, a natureza das operações militares e da instrução de voo, a partir de SBNT

implicam na completa flexibilidade de horários de EOBT, táxi, decolagens e pousos, de modo

a atender as necessidades formativas e operacionais dos esquadrões sediados na ALA 10. Por

exemplo:

a) há operações de defesa aérea que acontecem a partir da localidade, de modo que o

acionamento de motores das aeronaves em questão pode acontecer mesmo, sem que

haja plano de voo;

b) as instruções de voo incluem procedimentos de cheque prolongado sobre as pistas de

decolagens e até mesmo simulações de decolagens abortivas, além de manobras

simuladas de emergência como o retorno a pista2, ocasionando demora na transferência

dos voos da torre de controle para o APP;

c) é comum que, para o cumprimento de uma instrução de voo, um procedimento de

aproximação realizado de forma deficitária por um instruendo implique na realização

2 Retorno à pista é um procedimento realizado por uma aeronave que, após a decolagem, apresente falha

de equipamentos que ocasiona necessidade imediata de pouso. O procedimento consiste em realizar uma curva

fechada para pouso no sentido contrário da decolagem, com a maior brevidade possível.

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de um novo procedimento, o que resulta em estimados de tempo de voo muito

imprecisos.

Pelo exposto, consideramos que o indicador KPI 01 (Pontualidade de Partida) não é cabível ao

contexto de SBNT.

3.2. KPI 02 – TEMPO ADICIONAL DE TAXI-OUT

Este KPI tem como objetivo fornecer uma indicação da eficiência no táxi de saída no aeroporto.

Isso inclui a espera média que ocorre em pistas de decolagens, rotas não otimizadas de táxi e

paradas intermediárias durante o táxi de saída. Este KPI também é utilizado para estimar o

excesso de consumo de combustível e emissões associados. O KPI visa identificar o efeito do

layout do aeroporto, enquanto foca na responsabilidade do ATM em aperfeiçoar o fluxo de

tráfego saindo do gate para decolagem.

O tempo adicional de táxi é calculado depois de definido o tempo de táxi desimpedido, que por

sua vez pode-se começar com uma análise utilizando o 20º percentil do tempo de táxi, que é o

valor de táxi que separa uma lista de tempos de táxi ordenados em 20% dos mais rápidos e dos

80% mais demorados.

Pelo exposto no item 3.1 (ver acima), consideramos que o indicador KPI 02 (Tempo Adicional

de Taxi-Out) não é cabível ao contexto de SBNT.

3.3. KPI 06 – CAPACIDADE DO ESPAÇO AÉREO

Esse indicador não apresenta metodologia padronizada estabelecida pelo GANP, apenas a

referência de que deve ser apresentado o número máximo de movimentos em um determinado

intervalo de tempo por setor. Esse número depende do padrão de tráfego aéreo e da

configuração do setor.

Neste indicador foi utilizado a Capacidade Horária de Setor ATC (CHS), que é o número de

aeronaves a que determinado setor de controle ATC é capaz de prestar serviço de controle de

tráfego aéreo, no período de uma hora.

A Tabela 16 disponibiliza as informações de capacidade dos setores do APP-NT, sendo o CHS

o indicador de interesse. A coluna de “SETOR” indica a configuração de setores do APP.

O Nref expressa o número ótimo de aeronaves em controle simultâneo que um determinado

setor ATC é capaz de manter por um intervalo de tempo, sem que, em momento algum, esse

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número de aeronaves controladas simultaneamente provoque sobrecarga de trabalho para o

ATCO.

O Npico é a capacidade de controle simultâneo que um determinado setor ATC tem condições

de manter, por no máximo, 19 minutos (contínuos ou não) no intervalo de uma hora, a fim de

atender a um aumento de demanda de curta duração. Durante esse período, o ATCO

experimentará uma sobrecarga de trabalho controlada.

Tabela 13 - CAPACIDADE DE SETOR ATC

OPERAÇÃO RADARa OPERAÇÃO NÃO-

RADARb

SETOR

CTR com ASS CTR sem ASSc CTR com ASS

Nref Npico T Max CHS Nref Npico T

Maxd Nref Npico T Max

1+2 8 9

19’

45 4 5 19’

1 7 8

2 4 5 2 2 0’

Fonte: Modelo Operacional do APP SBXT

a. O número máximo de aeronaves controladas (Npico), estabelecido na tabela acima,

durante o tempo máximo (T Max) é de 19 (dezenove) minutos, contínuos ou não, por

uma hora, contando-se do instante em que os citados Npico forem alcançados na

CTR/TMA SBXT, prestando-se o serviço radar.

b. O número máximo de aeronaves controladas (Npico), estabelecido na tabela acima,

durante o tempo máximo (T Max) de 19 (dezenove) minutos, contínuos ou não, por uma

hora, contando-se do instante em que os citados Npico forem alcançados na CTR/TMA

SBXT, prestando-se o serviço não-radar.

c. A operação sem Assistente no Setor Natal 2 só poderá ser empregada com a posição

Coordenador ativa.

d. Na prestação do serviço radar sem Assistente ao ser atingido o número máximo de

aeronaves controladas (Npico), o Assistente deve ser ativado.

3.3.1 Análise do KPI

Este indicador é uma referência estática calculada e declarada pelo CGNA, por meio da

metodologia apresentada no MCA 100-17, a fim de fornecer parâmetros seguros para operação

em condições normais de cada setor. Esta capacidade só é alterada a partir de mudanças na

estrutura do espaço aéreo ou implantações de novas ferramentas no órgão.

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Cabe apontar que apenas a CHS na circunstância de operação radar e não-setorizada foi

disponibilizada durante a coleta de dados, de valor quarenta e cinco (45).

3.4. KPI 09 – CAPACIDADE DE CHEGADA DO AEROPORTO

Este indicador não apresenta metodologia padronizada estabelecida pelo GANP, apenas a

referência de que deve ser apresentado o número máximo de capacidade declarada em um

determinado período por aeroporto, considerando todas as restrições.

No contexto deste relatório foi considerado que o KPI 09 é igual à capacidade do sistema de

pistas do aeroporto, considerando somente pousos.

O cálculo de capacidade de pista (pouso e decolagem) é realizado pelo CGNA, com

metodologia estabelecida no MCA 100-14, enquanto a capacidade declarada equivale a 80%

desse cálculo, com a finalidade de se ter uma margem de segurança para possíveis acomodações

de tráfego e atrasos.

3.4.1 Análise do KPI

A Tabela 17 apresenta o valor da capacidade de pista calculado em 100% (27) até o percentual

de 80%, com o valor de, que é a capacidade de pista declarada para SBNT.

No entanto, o KPI 09 é calculado para a capacidade somente de pousos, desta forma o valor

para o indicador é de 14.

Tabela 14 - CAPACIDADE DE PISTA DE SBNT

100% 90% 80%

Capacidade 27 24 21

Capacidade de

Chegada 14 12 11

Este indicador é uma referência estática calculada e declarada pelo CGNA, por meio da

metodologia apresentada no MCA 100-14. Esta capacidade só é alterada a partir de mudanças

na estrutura do aeroporto, implantações de novas ferramentas ou mudanças operacionais.

3.5. KPI 10 – TAXA PICO DE CHEGADA DO AEROPORTO

A metodologia para este indicador já é bem definida e conhecida como “Busy-Hour Rate”

(BHR) na literatura (Ashford, Coutu & Beasley, 2013), geralmente aplicado ao contexto de

terminal de aeroportos, mas aqui introduzido para operação na pista. Esse indicador representa

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o 95º percentil do número de pousos reportados no intervalo de uma hora do aeroporto,

ordenado do horário menos para o mais movimentado.

Esse é um valor facilmente calculado e serve para o dimensionamento de aeroportos, nesse caso

podendo ser usado para o planejamento de configuração e capacidade de pista.

Conhecendo esse indicador é possível monitorar o crescimento do movimento no aeroporto e

servir como gatilho para novos investimentos na operação e na infraestrutura do aeroporto.

3.5.1 Análise do KPI

Figura 16 - MOVIMENTO HORA PICO X CAPACIDADE DE PISTA

A figura acima faz a comparação da capacidade de pousos do aeroporto e o 95º percentil do

número de pousos, ou seja, um momento de grande demanda.

O valor do KPI 10 é de sete (7) movimentos. Pelos dados apresentados, poderia ser suposto

que, em 95% do tempo de operação, o aeroporto utiliza menos do que 50% de sua capacidade

de chegadas. Apontamos, entretanto, a não facticidade dessas informações para tal suposição,

visto que não se computam, de modo a refletir a realidade da carga de trabalho local, os

procedimentos de toque e arremetida típicos do aeródromo.

Pensando-se nos movimentos com toque e arremetida - o qual a aeronave realiza uma

aproximação e, em vez de pousar quando toca a pista, realiza uma arremetida - , como são

realizados em SBNT, não é longe da realidade afirmar que uma única aeronave A29 chegue a

executar dez (10) sucessivas aproximações. Tendo em vista que, em SBNT, a TWR-NT pode

operar com até seis (6) aeronaves de instrução em toques e arremetidas simultaneamente (3 na

pista 16L e 3 na pista 16R), além de uma quarta aeronave em cada pista em decolagem ou pouso

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efetivo, consideramos subdimensionado o valor deste indicador ou, alternativamente,

apontamos a inadequação da metodologia de cálculo para a realidade de SBNT.

Portanto, é preciso lembrar que o KPI 10 aborda tão e somente os movimentos que efetivamente

pousam no aeródromo, sem levar em conta a capacidade real de aproximações.

A Figura 16 apresenta o indicador calculado para cada mês e o limite da capacidade, que é 14.

Nota-se que os meses de março a novembro concentram os maiores índices de movimentos,

refletindo, ainda que de modo amplamente subdimensionado, o impacto da instrução militar no

movimento do aeródromo.

3.6. KPI 13 – TEMPO ADICIONAL DE TAXI-IN

Este KPI tem como objetivo fornecer uma indicação da eficiência no táxi de chegada (taxi-in)

no aeroporto. Isso inclui rotas não otimizadas de táxi e paradas intermediárias durante o táxi de

chegada. Este KPI também é utilizado para estimar o excesso de consumo de combustível e

emissões associados. O KPI visa identificar o efeito do layout do aeroporto, enquanto foca na

responsabilidade do ATM em aperfeiçoar o fluxo de tráfego saindo da pista de pouso até o gate.

O tempo adicional de táxi é calculado depois de definido o tempo “ideal” de táxi desimpedido,

onde podemos começar uma análise utilizando o 20º percentil (GANP) do tempo de táxi, que é

o valor que separa, numa lista com os tempos de táxi ordenados, os 20% mais rápidos dos 80%

mais demorados.

Pelo exposto no item 3.1 (ver acima), consideramos que o indicador KPI 13 (Tempo Adicional

de Taxi-In) não é cabível ao contexto de SBNT.

3.7. KPI 14 – PONTUALIDADE DE CHEGADA

Este indicador aponta para a previsibilidade desempenhada pelo aeroporto em suas operações

de pouso, sendo calculado de duas formas: com base no horário programado de chegada do voo

(ETA – Registro ANAC) e com base no EIBT do Plano de Voo. O indicador ainda apresenta

três variantes para os parâmetros de discrepância de 5, 15 ou 30 minutos do horário de

referência, ou seja, podendo ser antecipação ou atraso do voo.

Pelo exposto no item 3.1 (ver acima), consideramos que o indicador KPI 14 (Pontualidade de

Chegada) não é cabível ao contexto de SBNT.

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3.8. KPI 15 – VARIABILIDADE DO TEMPO DE VOO

A "variabilidade" das operações determina o nível de previsibilidade para os usuários. Dessa

forma, tem impacto na programação das companhias aéreas. Concentra-se na variância

associada às fases do voo.

Quanto maior a variabilidade, maior será a distribuição dos tempos reais de viagem e o custo

desse tempo de buffer necessário nas agendas das companhias aéreas para manter um nível de

pontualidade satisfatório.

De acordo com a metodologia proposta para o cálculo deste indicador, apenas voos que se

repetem ao menos vinte vezes em um mês são considerados para o cálculo. Visto que em SBNT

não há planos de voo repetitivos, mas apresentações sempre novas de escalas de voo de

instrução, consideramos o KPI 15 (Variabilidade do Tempo de Voo) não aplicável.

3.9. ID BR 01 – RELAÇÃO ENTRE DEMANDA X CAPACIDADE

Este indicador visa mensurar a utilização da capacidade de pista (ARR, DEP e TGL) através de

dados obtidos do sistema TATIC FLOW.

O Indicador relaciona o movimento, a efetiva utilização da pista no intervalo de tempo de uma

hora, com a capacidade declarada de pista. É expresso em percentual.

3.9.1 Análise do ID

O gráfico a seguir compara a capacidade horária de pousos e decolagens (27) com a demanda

média diária por faixa horária no período de 1º de setembro de 2018 a 31 de agosto de 2019.

Figura 17 - DEMANDA X CAPACIDADE DE PISTA

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Um dos possíveis problemas desse indicador está na classificação do tipo de asa, porque deve

excluir a asa rotativa no cálculo deste indicador. Este campo tem que ser obtido através do tipo

de aeronave, o que gera a necessidade de revisão periódica com o lançamento de novos

equipamentos de asa rotativa.

Observando-se a Figura 17 conclui-se que, na maior parte do dia, SBNT opera muito abaixo de

sua capacidade. Faz-se novamente necessário apontar que os voos de instrução não são, em sua

imensa maioria, representados neste indicador, pela realização de toques e arremetidas. Apesar

disso, pode-se constatar a tendência de movimentos concentrados nos horários de 0900 UTC a

2100 UTC, com a subsequente queda quantitativa até a quase ausência de movimentos durante

as madrugadas, o que é comum no aeródromo pelos horários de instrução de voo típicos, a partir

de 06:00 até 18:00 horas em horário local.

3.10. ID BR 02 – TEMPO DE CHEGADA NA TERMINAL

Este indicador consiste na comparação entre o tempo desimpedido de chegada da TMA, obtido

segundo a metodologia ANS Performance EU, considerando tempos de voo desimpedido, com

o tempo real de voo na chegada na TMA de acordo com a pista em uso. Assim, permite que

seja determinado o percentual de voos pontuais, atrasados ou adiantados, tornando possível

medir a eficiência das operações, do design da terminal e da aderência das companhias aéreas

ao planejamento apresentado.

3.10.1 Análise do ID

Pelas peculiaridades de SBNT já apontadas extensamente neste relatório, para fins de obtenção

do ID BR 02 (Tempo de Chegada na Terminal), optamos pelo cálculo referente aos voos

destinados ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante (SBSG), que opera com companhias

aéreas em voos de transporte de passageiros e que são controlados pelo APP-NT. O número

obtido para este indicador foi de quinze (15) minutos.

Vale observar que, pelas características geográficas e jurisdicionais da TMA-SBXT (Terminal

Natal), além do fato de que a pista em uso em SBSG é, majoritariamente, a 12 (e, portanto, a

aproximação final é um prolongamento de 10NM que favorece o setor noroeste), há uma

diferença significativa no tempo que levam aeronaves de diferentes setores de aproximação

para chegar até o pouso em SBSG. Por exemplo, aeronaves que chegam à terminal vindas de

Fortaleza-CE, aproximando-se para SBSG pelo setor noroeste da terminal, precisam percorrer

apenas cerca de 20NM de distância na TMA até serem transferidas pelo APP à TWR São

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Gonçalo, enquanto aeronaves que cheguem pelo setor sul da terminal, vindas de Recife-PE,

precisam percorrer cerca de 75NM até serem transferidas para a TWR São Gonçalo.

A metodologia utilizada para o cálculo deste indicador levou em consideração a ponderação

dos tempos de chegada de aeronaves para o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, apenas

enquanto estivessem efetivamente dentro do espaço aéreo da terminal, sem levar em

consideração o tempo em que as aeronaves permaneceram sob controle do APP-NT, já em

procedimentos de chegada.

Por conta disso, a título de comparação, na tabela abaixo expomos intervalos de tempo de

alguns voos repetitivos que operam na Terminal Natal, levando em consideração todo o tempo

em que permaneceram sob controle do APP-NT. Os dados abaixo foram coletados por

operadores do APP-NT no dia 05 de setembro de 2019, através de observação visual do sistema

radar.

Tabela 15 - TEMPOS DE CONTROLE NAS CHEGADAS PARA SBSG

AERONAVE COMPANHIA ORIGEM TEMPO DE

CONTROLE

AT72 AZUL RECIFE 16:16

B738 GOL RIO DE JANEIRO 15:07

B738 GOL SALVADOR 13:15

A321 LATAM GUARULHOS 12:35

B738 GOL GUARULHOS 10:26

Consideramos importante apontar a discrepância entre o tempo de controle e o tempo de

ocupação de espaço aéreo visto que, através de acordos operacionais é comum a delegação do

serviço de controle de tráfego aéreo entre órgãos de controle adjacentes, o que, muitas vezes,

ocasiona a elevação da quantidade de movimentos ocupando um setor (interferindo, portanto,

na capacidade ATC e podendo, inclusive, impactar medidas de Gerenciamento de Fluxo,

mesmo sem a ocupação física do espaço aéreo) para favorecer a progressão dos voos.

3.11. ID BR 03 – TEMPO DE SAÍDA NA TERMINAL

Este Indicador consiste na comparação entre o tempo desimpedido de saída da TMA, obtido

segundo a metodologia ANS Performance EU, considerando tempo de referência, com o tempo

real de voo na saída da TMA. Em nível avançado deve-se determinar o tempo de saída

desimpedido para cada SID existente. Assim, permite que seja determinado o percentual de

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voos pontuais, atrasados ou adiantados, tornando possível medir a eficiência das operações, do

design da terminal e da aderência das companhias aéreas ao planejamento apresentado.

3.11.1 Análise do ID

Para os fins deste relatório, chegamos ao tempo médio de saída da Terminal Natal de sete (7)

minutos, tendo sido observadas saídas de voos regulares e não regulares do aeroporto de São

Gonçalo do Amarante (SBSG), no período de 1º a 31 de agosto de 2019. Os dados foram

coletados por observação da apresentação radar, durante diferentes turnos de serviço no APP-

NT.

Para este indicador, considerou-se o tempo entre a primeira apresentação radar imediatamente

após a decolagem dos tráfegos até o cruzamento dos limites jurisdicionais laterais ou verticais

da Terminal Natal.

3.12. ID BR 04 – HORAS DE VOOS EVOLUÍDOS NO ÓRGÃO ATC X

QUANTIDADE DO EFETIVO

O objetivo deste indicador é apontar a taxa de emprego do efetivo apresentando a quantidade

de horas de voo por ATCO.

Este ID pode ser apresentado considerando duas variantes para a quantidade de efetivo: uma é

a soma ponderada do efetivo na escala operacional, com o objetivo de equiparar a participação

de cada ATCO na escala, e a outra, o efetivo do órgão.

Para fins de cálculo, os estagiários não são considerados como pertencentes ao efetivo.

Para este estudo de caso, a fonte de dados utilizada para obtenção da quantidade de efetivo

ponderado foi a escala operacional. Para a quantidade de efetivo total, recorremos aos registros

do DTCEA-NT. Para o cálculo da quantidade de horas de voo foram utilizadas as informações

do TATIC FLOW e dados dos ID BR de Tempo de Chegada na Terminal e Tempo de Saída da

Terminal.

Destaca-se que, para a viabilidade do cálculo futuro deste indicador, é necessário que a

quantidade de efetivo ponderado seja obtida de forma automatizada. Da mesma forma, a

quantidade de horas de voo deverá ser obtida a partir do STVD, para APP e a partir do TATIC

FLOW, para TWR.

3.12.1 Análise do ID

Este ID indica a quantidade de horas de voo pelo efetivo ponderado e pelo efetivo do órgão no

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período de 1° a 30 de abril de 2019. A quantidade ponderada de ATCO está apresentada na

tabela abaixo:

Tabela 16 – EFETIVO PONDERADO DE ATCO

Órgão Efetivo Ponderado

TWR-NT 20

APP-NT 20

Considerando todos os turnos, significa que, para atender a quantidade de horas de voo do mês

em questão, seria necessário o número de ATCO apresentado na tabela acima trabalhando com

o máximo de dias de serviços observados em cada mês.

Considerando a primeira variante (Var 1) como o cálculo com o efetivo ponderado e a segunda

variante (Var 2) como o cálculo com o efetivo total, foram encontrados os valores apresentados

na tabela abaixo:

Tabela 17 - ID BR 04 HORAS DE VOO POR EFETIVO DO ÓRGÃO

Órgão Total Ponderado

TWR-NT 14,4 18,2

APP-NT 23,0 33,3

Na variante 1, a quantidade de horas por ATCO no mês considera o efetivo ponderado; já na

variante 2, considera todo o efetivo do órgão, independentemente do número de serviços de

cada ATCO.

Na figura 18 podemos observar os valores de horas de voo por efetivo de acordo com cada

turno de serviço da TWR-NT. Na figura 19 podemos observar os dados relativos ao APP-NT.

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Figura 18 - HORAS DE VOO POR EFETIVO DA TWR-NT

Figura 19 - HORAS DE VOO POR EFETIVO DO APP-NT

3.13. ID BR 05 – HORAS DO EFETIVO DO ÓRGÃO X HORAS DE VOOS

EVOLUÍDOS NO ÓRGÃO

O objetivo deste indicador é apresentar a quantidade de horas de voo sob responsabilidade do

órgão ATC em cada hora de escala do respectivo órgão.

Este ID pode ser apresentado considerando duas variantes para a quantidade de horas

trabalhadas no órgão ATC: uma é a soma das horas de escala cumprida, com o objetivo de

mensurar a quantidade de horas de voo por horas de escala, e a segunda, a quantidade de horas

de voo por horas logadas.

Para este estudo de caso, a fonte de dados utilizada para obtenção da soma de horas de escala

foram as escalas cumpridas, fornecidas pelo DTCEA-NT; e para a soma de horas logadas,

observou-se a distribuição dos ATCO nos turnos, realizada pelos supervisores, de acordo com

os LRO da TWR-NT e do APP-NT. A quantidade de horas de voo foi dada pelo TATIC FLOW,

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para a TWR-NT e o STVD do APP-NT apresentou os dados dos ID BR de Tempo de Chegada

na Terminal e Tempo de Saída da Terminal.

É necessário que a soma de horas de escala e horas logadas seja obtida de forma automatizada,

da mesma forma, a quantidade de horas de voo deverá ser obtida a partir do STVD para APP e

a partir do TATIC FLOW para TWR.

3.13.1 Análise do ID

A figura 20 e a figura 21 apresentam a quantidade de horas de escala e horas logadas por horas

de voo controlado no período de 1º a 30 de abril de 2019. Na primeira variante (Hora

Escala/Hora Voo) o valor é de 0,39 para o APP-NT e 0,18 para a TWR-NT.

Isso significa que para uma hora de voo controlado foi necessário 0,39 horas (ou cerca de 23

minutos) de controladores na escala para o APP-NT e 0,18 horas (ou cerca de 11 minutos) de

controladores na escala para a TWR-NT, com a possibilidade de análise para o conjunto dos

turnos ou de cada um, separadamente.

Na segunda variante (Hora Logado/Hora Voo) o valor é de 0,12 para a TWR-NT e 0,21 para o

APP-NT.

Figura 20 - HORAS DE VOO POR HORA LOGADO NA TWR-NT

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Figura 21 - HORAS DE VOO POR HORA LOGADO NO APP-NT

3.14. ID BR 06 – RELAÇÃO ENTRE HORAS DE LOGIN X HORAS ATCO

O objetivo deste indicador é apresentar a proporção de tempo na posição operacional para cada

hora de escala no respectivo órgão.

Este ID apresenta a relação entre a soma de horas logadas (HL = quantidade de tempo em horas

que um ATCO esteve guarnecendo uma posição operacional) e a soma das horas de escala

cumprida (HE), excetuando o tempo de briefing operacional.

Para este estudo de caso, as fontes de dados utilizada para obtenção da soma de HE foram as

escalas cumpridas fornecidas pelo DTCEA-NT e para a soma de HL foram as planilhas de

distribuição dos ATCO durante o turno de serviço registradas nos LRO dos órgãos.

A fim de otimizar o cálculo desse ID, faz-se necessário que a coleta da soma de HE e HL

(divisão de turnos) seja obtida de forma automatizada.

3.14.1 Análise do ID

O gráfico a seguir indica a quantidade de horas logadas dividida pela quantidade de horas de

escala cumprida no período de 1º a 30 de abril de 2019. O valor de 54,7% (no caso do APP-

NT) para todos os turnos indica que, em média, o ATCO está na posição operacional durante

pouco mais do que a metade do tempo de serviço. Quanto à TWR-NT, o indicador aponta o

valor de 69,8%, ou pouco mais de dois terços de ocupação da posição operacional por operador

durante o turno de serviço.

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Figura 22 - HORAS LOGADO X HORAS ESCALADO NA TWR-NT

Figura 23 - HORAS LOGADO X HORAS ESCALADO NO APP-NT

É importante apontar, a respeito do valor de 98,3% para a ocupação de posição operacional para

a TWR-NT durante o pernoite – o que implica, consequentemente, um viés para aumento do

valor de 69,8% do indicador – é gerado pelo fato de a TWR-NT operar com apenas dois

operadores durante o turno. Como há a obrigação de ativação de duas posições operacionais na

TWR-NT, na absoluta maioria do tempo, os dois operadores permanecem logados durante todo

o serviço. Cabe ressaltar que as equipes da TWR-NT operam com dois ATCO pela ausência

quase completa de movimentos após as 23:00 horas em horário local, até o início da manhã,

quando começam os voos de instrução militar.

3.15. ID BR 07 – RELAÇÃO ENTRE DEMANDA X CAPACIDADE NO

SETOR

Sem dados disponíveis.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este relatório oferece uma análise de desempenho operacional do DTCEA-NT, incluindo o

APP-NT e a TWR-NT.

O principal objetivo deste estudo foi dar continuidade aos trabalhos iniciais realizados pelo

DTCEA-CF para aplicação de indicadores operacionais que estão em desenvolvimento pelo

Grupo de Trabalho de Indicadores Operacionais ATM para o SISCEAB.

A partir dos objetivos estabelecidos no início deste documento, visando a lapidação da

metodologia de produção e análise dos indicadores propostos, achamos por bem apontar que o

caso do DTCEA-NT se apresentou como um desafio. As particularidades dos movimentos

aéreos na Terminal Natal, que incluem, como exposto no corpo deste relatório, grande volume

de voos militares em instrução, a proximidade de dois aeroportos que compartilham

quantidades similares de movimentos e a exclusividade das atividades militares no aeródromo

da ALA 10 (SBNT) são fatores que propõem reflexão acerca da relevância dos indicadores até

aqui desenvolvidos, e mesmo sobre a possibilidade de produção de outros indicadores ATM

mais adequados.

O cômputo das escalas e das horas efetivas de operação de controle de tráfego aéreo também

apresentam questões à adequação dos indicadores relevantes, visto que, como observado nas

discussões do Grupo de Trabalho, há especificidades em cada localidade estudada que implicam

em dificuldades na padronização dos resultados.

A metodologia de cálculo de tempos de chegada e saída também foi pontuada durante os

trabalhos do Grupo, no sentido de destacar que, dada a peculiaridade do SISCEAB, há uma

série de acordos operacionais que implicam na delegação da responsabilidade da prestação de

serviços de tráfego aéreo por parte dos APP fora dos espaços aéreos terminais, além do fato de

que há terminais com áreas de jurisdição bastante discrepantes entre si no país. Visto que as

chegadas de aeronaves em rota iniciam-se muitas vezes em diferentes áreas de jurisdição, fica

em questão a relevância da produção de indicadores que não levem em conta o tempo de

controle por parte do órgão ATC analisado.

Por fim, acreditamos que a análise de uma localidade como Natal possibilitou ao Grupo de

Trabalho grandes aprendizados no sentido de reconhecer a dimensão continental do espaço

aéreo brasileiro e da quantidade elevada de peculiaridades que cada localidade de controle de

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tráfego aéreo apresenta. O desenvolvimento de um sistema que permita análise e comparação

de indicadores só pode ser completo com a consideração de quantas variáveis forem possíveis

considerar e, portanto, mesmo os elementos inesperados e obstáculos encontrados na

elaboração deste relatório são lições importantes para a continuidade e expansão das atividades

do Grupo de Trabalho para outras localidades do SISCEAB.

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