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Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária Superintendência Regional do Sudeste Aeroporto Internacional Tancredo Neves CEP 31500-900 Confins - MG Fone: (0xx) (31) 3689-2298 HOME PAGE: http://www.infraero.gov.br Fax : (0xx) (31) 3689-2542 Form. 02.02.01 - NI - 2.02/E (GDI) RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 025/ADSE/SRSE/2012 ASSUNTO: IMPUGNAÇÃO DO EDITAL IMPUGNANTE: MAC ID COMÉRCIO SERVIÇOS E TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA LTDA EPP REF: PREGÃO ELETRÔNICO N.º 025/ADSE/SRSE/2012 OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA FORNECIMENTO DE SOLUÇÃO DE IMPRESSÃO CORPORATIVA (OUTSOURCING) PARA A SUPERINTENDENCIA REGIONAL DO SUDESTE E AEROPORTOS VINCULADOS, PELO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS.”

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Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária

Superintendência Regional do Sudeste

Aeroporto Internacional Tancredo Neves

CEP 31500-900 – Confins - MG Fone: (0xx) (31) 3689-2298

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Form. 02.02.01 - NI - 2.02/E (GDI)

RELATÓRIO

DE

INSTRUÇÃO

PREGÃO ELETRÔNICO Nº 025/ADSE/SRSE/2012

ASSUNTO: IMPUGNAÇÃO DO EDITAL

IMPUGNANTE: MAC ID COMÉRCIO SERVIÇOS E TECNOLOGIA DA

INFORMÁTICA LTDA EPP

REF: PREGÃO ELETRÔNICO N.º 025/ADSE/SRSE/2012

OBJETO: “CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA

FORNECIMENTO DE SOLUÇÃO DE IMPRESSÃO CORPORATIVA

(OUTSOURCING) PARA A SUPERINTENDENCIA REGIONAL DO

SUDESTE E AEROPORTOS VINCULADOS, PELO SISTEMA DE

REGISTRO DE PREÇOS.”

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Form. 02.02.01 - NI - 2.02/E (GDI)

HISTÓRICO

A Mac Id Comércio, Serviços e Tecnologia da Informática Ltda - EPP, inscrita no CNPJ sob

o no 11.427.054/0001-54, sediada na Rua Reverendo Armando Ferreira, 350- sala 202, Largo da

Batalha, Niterói – RJ, por seu representante, que esta subscreve, vem pelo presente, com amparo e

observância integral da CF/88 Lei Nº 10.520/02 com aplicação subsidiária da Lei nº 8.666/93, e

decretos correlatos, a esta Douta Comissão de Licitação, impugnar tempestivamente o edital supra,

na modalidade Pregão Eletrônico, pelas razões, fatos e direitos que passa a expor:

DA EXIGÊNCIA DO ATESTADO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, DA IDENTIFICAÇÃO DA

LICITANTE, DA FALTA DE CLAREZA NA INFORMAÇÃO, DAS INFORMAÇÕES

DIVERGENTES, DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, DA EXIGÊNCIA DA

DECLARAÇÃO DE VISTORIA TÉCNICA, DA EXIGÊNCIA DA DECLARAÇÃO DO

FABRICANTE, DA EXIGÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO SEM AMPARO LEGAL PARA FINS

DE HABILITAÇÃO, DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE, DA

INDETERMINAÇÃO DO OBJETO E DAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

IRRELEVANTES E EXIGÊNCIAS DESCABIDAS

Em vista de resguardar os princípios das licitações públicas, previstos no art. 3º da Lei

8.666/93, de forma íntegra, garantir a observância do princípio constitucional da isonomia entre

todos os interessados a participar do certame licitatório, e garantir a obtenção da proposta mais

vantajosa para a Administração, corroboramos que o presente ato de impugnação tempestiva, do

edital em epígrafe, ocasiona-se pelas razões fático-jurídicas expostas a seguir:

I – DOS FATOS

O processo licitatório trata-se de “Contratação de empresa especializada para

fornecimento de solução de impressão corporativa (outsourcing) para a Superintendência

Regional do Sudeste e Aeroportos vinculados, pelo sistema de registro de preços.”, conforme

estipulado no edital supracitado.

Sabe-se que o edital é um documento fundamental da licitação. Com efeito, abaixo da

legislação pertinente à matéria, é o edital que estabelece as regras específicas de cada licitação, mas

seguindo de forma restrita e imutável a Lei 8.666/93.

Por falta de amparo legal, consideram-se ilícitas as exigências tratadas no caput, com base

nas razões e direitos a seguir:

II – DAS RAZÕES E DIREITOS

DA EXIGÊNCIA DO ATESTADO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

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Reproduzimos abaixo, trecho do Edital:

“10.1 c) atestado(s) ou certidão(ões) de capacidade técnica, emitido(s) por órgãos ou entidades da

Administração Pública direta ou indireta, federal, estadual ou municipal ou do Distrito federal, ou

ainda por empresas privadas, comprovando que a licitante executou fornecimento de solução de

impressão corporativa (Outsourcing);” (Edital)

Bem entendemos que o inciso II, art.30, da lei nº 8.666/93, lavra que para fins de

comprovação de desempenho da atividade do objeto da licitação, necessitar-se-á de uma

comprovação de aptidão para exercê-la, comprovação essa conhecida comumente como “atestado de

capacidade técnica”. Segue destaque da redação:

“...II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em

características, quantidades e prazos com o objeto da licitação ...”

Lavra posteriormente o §1º do art. 30, que a comprovação de aptidão referida no inciso II, nas

licitações pertinentes a obras e serviços, será feita através de atestados devidamente registrados nas

entidades competentes, sendo limitada a exigência, conforme lavra o inciso I, §1º, do mesmo artigo,

estritamente a profissional detentor de atestado de responsabilidade técnica responsável pela

execução dos serviços, não havendo a obrigatoriedade da licitante ser portadora de um atestado de

capacitação técnica, expedido em seu nome, pessoa jurídica, que seja registrado em órgão

competente. Segue destaque das redações:

“...I- capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro

permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro

devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade

técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas

exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas

as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;...”

Destaquemos o final da redação do §1º: “..limitadas as exigências a: ...”

Conforme visto, a Administração Pública somente poderá se ater à exigência de atestado de

capacidade técnica registrado em órgão competente em nome do profissional reconhecido pela

douta entidade, eximindo a licitante da posse de atestado registrado em seu nome. Corrobora

também esse entendimento o TCU no acórdão 3053/2006 – Primeira Câmara. Segue na íntegra:

“...Interessada: 2MM Eletro Telecomunicações Comércio e Representação Ltda.

Entidade(s)/Orgão(s): Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL

Determinar à Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel que se abstenha de exigir, para fins de

comprovação da capacitação técnico-profissional, que os atestados de capacidade técnica sejam

“...§ 1o

A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das

licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas

de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes,

limitadas as exigências a:...”

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Form. 02.02.01 - NI - 2.02/E (GDI)

apresentados em nome da empresa licitante, considerando que o art. 30, § 1º, icniso I, da Lei nº

8.666/93, estabelece que tal comprovação deverá se dar com relação ao profissional de nível

superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, que, na data prevista para

entrega da proposta, componha o quadro permanente da licitante.”

Considerando que o objeto da licitação não integra o grupo de atividades que necessitam

de fiscalização de órgão regulador de exercício da profissão, não se vislumbra a possibilidade de sua

exigência.

Corrobora esse entendimento o TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1º REGIÃO –

3º TURMA SUPLEMENTAR, no Acórdão nº AMS 1999.01.00.111785-1/DF de 24/12/2002, ,

que determinou a desnecessidade da Administração Pública, como exigência editalícia, a

inscrição de funcionários/empregados no CREA/CRA, não sendo lícito haver tal exigência, pelo

simples fato da atividade do objeto da presente licitação não necessitar de fiscalização dos referidos

conselhos.

Trazemos, em destaque, o assunto em especial abordado pelo TRF-1º Região, que

determinou:

“(...)1. Os serviços prestados pela impetrante (em consonância com seu objetivo social) podem ser

realizados por funcionários sem a habilitação legal de engenharia, administração e formação

superior.

2. Desnecessário o registro no CREA e no CRA dos empregados da impetrante (técnicos de nível

médio) para a execução do objeto da licitação, que, nos termos do edital, é a "prestação de serviços

de reprografia, encadernação, impressão gráfica, tratamento de documentos com fornecimento de

equipamentos e pessoal para a sua operação e manutenção, bem como o fornecimento de peças de

reposição de todo o material de consumo necessário", e tal atividade não exige fiscalização dos

referidos conselhos.

3. Apelação e remessa oficial improvidas(...)”

Com base no que lavra o art. 1º da Lei 6.389/80, o qual dispõe sobre o registro de empresas

nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões, e com a não observância na lide em

comento, o não enquadramento da atividade profissional referente ao objeto da licitação, considerar-

se-á inapropriada a exigência da licitante possuir registro em dito órgão, uma vez que o mesmo não

possui responsabilidade na fiscalização dos serviços a serem prestados.

DA IDENTIFICAÇÃO DA LICITANTE

O ato convocatório exige, sob pena de desclassificação da proposta de preços, o envio de

anexo, conforme reproduzido abaixo:

“8.1.2 b) manuais, catálogos e/ou folders, em língua portuguesa, com nível de informação suficiente

para avaliação pelo Pregoeiro e sua Equipe, tendo como requisitos as condições indicadas no

Termo de Referência (Anexo II);” (Edital)

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“9.3. Observado o estabelecido no subitem precedente, e nos subitens 19.5 a 19.8 deste Edital será

desclassificada a proposta que:

a) deixar de apresentar qualquer documento exigido ou apresentá-lo em desacordo com qualquer

exigência deste Edital e seus Anexos;” (Edital)

“19.2 Prospectos dos equipamentos oferecidos para os tipos descritos no Termo de Referência, em

idioma português ou com a devida tradução, que possibilitem a comprovação das especificações

técnicas exigidas no ANEXO I deste Termo de Referência. Caso os prospectos técnicos não sejam

suficientes para comprovar todas as exigências, a CONTRATADA poderá apresentar declaração do

fabricante das impressoras que ateste o atendimento dos requisitos a serem comprovados.” (Termo

de Referência)

Como veremos, a amplitude das características exigidas para os equipamentos é tal que se

torna obrigatório o envio de declaração do fabricante dos mesmos, com fins de comprovação dessas

características. Tal declaração acabaria por identificar o participante por intermédio de seu parceiro

fabricante do equipamento.

A identificação da ”Proposta de Preços” deve ser evitada, por ensejar a possibilidade de

conluio entre os participantes, antes da etapa de lances. Reproduzimos abaixo a vedação da

identificação dos fornecedores existente na norma específica que regulamenta o pregão, Decreto nº

5.450/05:

“Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, quando então os

licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico.

(...) § 5o Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real, do valor do

menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.”

DA FALTA DE CLAREZA NA INFORMAÇÃO

O Edital estabelece condições ilegais por confusas, ferindo o caráter constitucional da

impessoalidade, conforme reproduzimos com grifo nosso:

“10.4 b) solicitação à(s) licitante(s) vencedora(s) da etapa de lances - Arrematante(s), por meio do

sistema eletrônico, o atendimento do que segue:”(Edital)

“11.4. Constatado o pleno atendimento das exigências editalícias, a(s) licitante(s) será(ão)

declarada(s) a vencedora(s) do certame, e, não havendo interposição de recurso, o PREGOEIRO

adjudicará o objeto deste Edital à(s) licitante(s) vencedora(s) e, após encerrada a sessão,

encaminhará o processo à autoridade competente para fins de homologação da licitação;” (Edital)

Considerando o critério de julgamento de menor preço global (Item 3.4 do edital), de

qual forma pode ocorrer mais de uma vencedora?

“14.5. A prestação dos serviços será feita à(s) vencedora(s), mediante a celebração do contrato

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anexo V deste Edital, e desde que esta(s) esteja(m) com sua situação jurídica/fiscal regular;”

(Edital)

Além da questão exposta anteriormente afinal, quem prestará o serviço, e para quem?

“3.3 O ANEXO II descreve os locais, e quantitativos estimados, e pode ser utilizado como

referência para a formação dos preços dos itens.” (Termo de Referência)

Não existe o Anexo II.

“13.4 O não cumprimento dos itens acima dará direito à CONTRATANTE para cobrar multa

calculada pela seguinte equação:

Onde:

NTC = Número Total de Chamados Técnicos do Mês.

NTII = Número Total de Postos de Impressão Instalados.

VTPI =Valor Total dos Postos de Impressão” (Termo de Referência)

O que são Postos de Impressão? Cada um dos equipamentos? Os acessórios seriam

considerados novos postos de impressão?

“14.10 Esclarecer, em tempo hábil, eventuais dúvidas e indagações da CONTRATANTE, conforme

item13. 1.” (Termo de Referência)

A afirmação contida no subitem reproduzido acima não guarda sentido algum. O item (sic)

13.1 trata do “Acordo de Níveis de Serviço”.

“14.26 Caberá a CONTRATADA fornecer toda a infraestrutura de hardware e software necessária

para a implantação da solução proposta, conforme as seguintes premissas:” (Termo de Referência)

Como não existem, na estrutura do documento, subitens ao 14.26, não existem as referidas

premissas.

“17.1 Para o faturamento dos serviços, serão sempre considerados os volumes de impressão

registrados nos contadores dos hardwares, conforme item 3.14 deste Termo de Referência”.(Termo

de Referência)

Não existe o referido item (sic) 3.14.

“9.8 Nos casos relacionados nos subitens 8.3.1 a 8.3.3 destas Condições Contratuais, a

CONTRATADA será ressarcida dos eventuais prejuízos sofridos, desde que regularmente

comprovados, tendo, ainda, direito a: “ (Minuta do Contrato)

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Não existem os referidos subitens 8.3.1 a 8.3.3

“9.9 A rescisão do Contrato, efetivada pela CONTRATANTE, com base no ajuste constante nos

subitens 8.2.1 a 8.2.15 destas Condições Contratuais acarreta as seguintes conseqüências, sem

prejuízo da aplicação das sanções previstas neste Contrato e em lei: “ (Minuta do Contrato)

Não existem os subitens 8.2.5 ao 8.2.15, além de os subitens 8.2.1 ao 8.2.4 tratarem de sanções

a que a CONTRATADA estaria sujeita.

“11.1.1.2 O “chamado técnico para manutenção corretiva”, ou Suporte Técnico será efetuado pelo

representante da CONTRATANTE por meio de telefone, fax, e-mail, sistema web e web chat, que

neste momento preencherá o documento Acompanhamento de Abertura de Chamados Técnicos

fornecido à CONTRATADA, para fins de abertura do chamado técnico, no mínimo, as seguintes

informações:” (Termo de Referência)

O representante da CONTRATANTE efetuará a abertura do chamado por TODOS os meios?

É imperativo que se estabeleça a clareza na definição dos serviços objeto do edital.

Faz-se necessário a divulgação de tais informações, sob pena de vício do procedimento

licitatório e caracterização de desvio de poder. A falta de tais informações privilegia o detentor da

real informação.

Sendo o Edital não um balizador, mas um determinante da conduta do Administrador, há que

se dirimir tais dubiedades. Não pode a condução do certame, por determinação legal, estar maculada

por incertezas.

DAS INFORMAÇÕES DIVERGENTES

O ato convocatório e seus anexos, além de incorrerem na falta de clareza das sentenças,

conforme demonstrado, apresentam afirmações contraditórias e divergentes, conforme se reproduz

abaixo, com grifo nosso:

“3.2. Tipo de Licitação: MENOR PREÇO;

3.3. Regime de Contratação: PREÇO GLOBAL

3.4. Critério de julgamento: MENOR PREÇO GLOBAL”(Edital)

“11.4. Constatado o pleno atendimento das exigências editalícias, a(s) licitante(s) será(ão)

declarada(s) a vencedora(s) do certame, e, não havendo interposição de recurso, o PREGOEIRO

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adjudicará o objeto deste Edital à(s) licitante(s) vencedora(s) e, após encerrada a sessão,

encaminhará o processo à autoridade competente para fins de homologação da licitação;” (Edital)

“12.3.1. a declaração do vencedor compreende a aceitabilidade da proposta classificada em

primeiro lugar e o julgamento de habilitação, de acordo com as exigências previstas neste edital.”

(Edital)

“14.1. Após a homologação da licitação pela autoridade competente, a INFRAERO visando a

execução dos serviços, na forma estabelecida neste Edital, efetuará o registro dos preços ofertados,

na Ata de Registro de Preços Anexo IV deste Edital, a ser firmada entre a INFRAERO e a(s)

vencedora(s);“(Edital)

Estabelece-se a ocorrência de apenas um e, simultaneamente, de vários vencedores.

“4.4. Não poderá participar da presente licitação:

a) consórcio de empresas, sob nenhuma forma;” (Edital)

“17.3.3 quando se tratar de consórcio, a garantia poderá ser apresentada integralmente pela

empresa líder do consórcio, ou por cada uma das empresas integrantes deste, com os valores

proporcionais à sua participação no consórcio.” (Edital)

O Edital impede a participação de consórcios e prevê condição para que esses apresentem

garantia.

“13.7. Não havendo êxito nas negociações com a primeira colocada, a INFRAERO poderá

convocar as demais licitantes classificadas, nas mesmas condições ou revogar a Ata de Registro de

Preços ou parte dela”; (Edital)

“14.6.1. na hipótese dos novos preços apresentados pelas vencedoras permanecerem superiores aos

da pesquisa, o Fiscal deverá solicitar as aquisições por meio de novos processos licitatórios; “

(Edital)

Quando apresenta a possibilidade de readequação dos preços da ata, o Edital, mais uma vez,

admite a ocorrência de uma ou mais empresas vencedoras, além de estabelecer obrigação de novo

processo licitatório e, simultaneamente, a convocação das demais classificadas.

“3.10 Todos os equipamentos fornecidos deverão possuir interface de rede nativa. Os ativos de rede

necessários para ativação dos equipamentos, bem como o devido fornecimento de energia, ficarão a

cargo da CONTRATANTE.” (Termo de Referência)

“14.26 Caberá a CONTRATADA fornecer toda a infraestrutura de hardware e software necessária

para a implantação da solução proposta, conforme as seguintes premissas:” (Termo de Referência)

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O Termo de Referência, nos subitens reproduzidos acima, mistura as obrigações de

fornecimento de hardware necessário à implantação da solução. Ora o fornecimento dos ativos de

rede é de responsabilidade da CONTRATANTE, ora TODA a infraestrutura de hardware é de

responsabilidade da CONTRATADA.

“8.4. Ressalvados os casos de força maior devidamente comprovados e aceitos pela

CONTRATANTE, caso a CONTRATADA atrase o atendimento a chamados de suporte técnico, sem

justificativa aceita pela CONTRATANTE, ficará sujeita às seguintes multas:

8.4.1. multa de 2% (dois por cento) ao dia do valor do bem assistido, até o quinto dia de atraso;

8.4.2. o atraso superior a 5 (cinco) dias, será considerado como recusa de atendimento a chamados

de suporte técnico, ensejando a instauração de processo administrativo para rescisão do Contrato,

por justa causa, e aplicação de multa de dez por cento do valor global do contrato, com o

conseqüente impedimento do direito de licitar ou contratar com a CONTRATANTE, podendo,

ainda, ser declarada inidônea para licitar ou contratar com a Administração Pública, enquanto

perdurarem os motivos. “ (Minuta do Contrato)

“8.8 O não cumprimento dos itens acima dará direito à CONTRATANTE para cobrar multa

calculada pela seguinte equação:

Onde:

NTC = Número Total de Chamados Técnicos do Mês.

NTII = Número Total de Postos de Impressão Instalados.

VTPI =Valor Total dos Postos de Impressão” (Minuta do Contrato)

No contrato são estabelecidas duas formas, totalmente díspares, para a cobrança de multa por

não cumprimento aos prazos de atendimento de chamados de suporte técnico.

DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Não pode a Administração Pública, subverter a ordem jurídica através de mero ato

administrativo. O ato convocatório não pode impor proibições, estabelecer obrigações ou conceder

direitos sem amparo na lei.

Contudo, não é o que se vê nos documentos supracitados, conforme reproduzimos abaixo:

“12.8. Não serão conhecidas as impugnações e os recursos apresentados fora do prazo legal e/ou

subscritos por representante não habilitado legalmente ou não identificado no processo para

responder pela proponente;” (Edital)

Não existe previsão legal para tal gama de restrições, em verdade, o legislador primou por

estabelecer exatamente o contrário:

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“Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, qualquer pessoa

poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma eletrônica.”(Decreto nº 5.450/2005)

“8.2.1. multa de 10% (dez por cento) do valor da Ata de Registro de Preços, quando rescindi-la ou

der causa à sua rescisão, sem prejuízo de indenizar a CONTRATANTE em perdas e danos, com o

conseqüente impedimento do direito de licitar e contratar com a INFRAERO, bem como

descredenciamento junto ao SICAF, podendo, ainda, ser declarada inidônea para contratar e licitar

com a INFRAERO e toda a Administração Pública Federal;” (Minuta do Contrato)

É compreensível a intenção de a Administração proteger-se contra ações prejudiciais do

fornecedor. Contudo, não há amparo legal para a aplicação da penalidade estabelecida pelo subitem

reproduzido. Reproduzimos abaixo com grifo nosso trecho da Regulamentação

do Sistema de Registro de Preços que apresenta a possibilidade de revogação da ata, sem penalidade

para o fornecedor.

“Art. 12. A Ata de Registro de Preços poderá sofrer alterações, obedecidas as disposições

contidas no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

(...)

§ 3º Quando o preço de mercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor,

mediante requerimento devidamente comprovado, não puder cumprir o compromisso, o órgão

gerenciador poderá:

I - liberar o fornecedor do compromisso assumido, sem aplicação da penalidade, confirmando

a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados, e se a comunicação ocorrer antes do

pedido de fornecimento; e

II - convocar os demais fornecedores visando igual oportunidade de negociação.

§ 4º Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação

da Ata de Registro de Preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais

vantajosa.” (Decreto nº 3.931/2001)

DA EXIGÊNCIA DA DECLARAÇÃO DE VISTORIA TÉCNICA

Prevista no artigo 30, III, da Lei no 8666/93, a vistoria prévia das condições do local

enquadra-se entre os requisitos exigidos para habilitação técnica dos licitantes. O referido inciso

arrola como documento referente à qualificação técnica a "comprovação, fornecida pelo órgão

licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas

as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação".

Tal vistoria deve ser considerada como um direito do licitante. Nesse sentido o Processo no TC-

006.059/2006-4 do TCU:

"LICITAÇÃO. EXIGÊNCIA DE VISTORIA NO LOCAL. MEDIDA CAUTELAR PARA

SUSPENSÃO DE PREGÃO. CONCESSÃO.”

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- 1. Presentes a plausibilidade do direito invocado e a urgência, cabe a adoção de medida cautelar

para sustar procedimento licitatório em curso.

- 2. Eventual direito dos licitantes não pode se transmudar em obrigação, em especial se dela

decorrem ônus às interessadas e se existem meios alternativos que permitem obter o mesmo

resultado, caso em que fica configurada a desnecessidade da exigência".

Assim se manifestou o Relator do Processo:

"as empresas que exercerem o direito de vistoria disporão de condições muito superiores para

quantificação do valor do serviço, mas deve ficar à escolha da interessada decidir se prefere arcar

com o ônus de tal operação ou assumir os riscos de uma avaliação menos acurada. O direito à

opção é mais relevante no caso de empresas não localizadas em Brasília, para as quais os custos

envolvidos em uma vistoria in loco podem ser significativos em relação ao total do serviço. (...) Em

todo caso, a empresa que decidir não realizar a vistoria e eventualmente, subestimar sua proposta

estará incorrendo em risco típico do seu negócio, não podendo, futuramente, opô-lo contra a

Administração para eximir-se de qualquer obrigação assumida ou para rever os termos do contrato

que vier a firmar".

Ademais, exatamente por ser um direito é que poderia o licitante escolher entre não realizar a

vistoria ou exigir que a Administração lhe permita a visita, para que possa absorver a maior

quantidade de dados necessários para a elaboração de sua proposta, respeitando assim os

princípios da isonomia e da competitividade. O TJ/SP, ao se manifestar acerca do tema no Processo

n° 745 138 5/0-00, assim decidiu:

"Contudo, alega a apelante que depois de assinar o Termo de Permissão de Uso constatou que o

número de vagas existentes na área reservada para estacionamento de veículos não correspondia ao

número que constava no edital, quais sejam novecentas vagas. A apelante, como lhe foi facultado,

realizou a visita técnica programada e pôde verificar a distribuição das vagas e o espaço disponível.

Não impugnou o edital no momento oportuno, não sendo lícito contestar os critérios então fixados

nesta fase, inexistindo, inclusive qualquer elemento nos autos que indique irregularidade no

procedimento de licitação".

A vistoria técnica deve ser entendida como um direito dos licitantes, visto que ao mesmo

tempo em que transfere o ônus da escolha de realizar a vistoria prévia aos particulares, que não

poderão posteriormente alegar desconhecimento das condições para a

execução do serviço, continua a resguardar a Administração de possíveis inexecuções contratuais,

desde que não deixe o administrador de requerer dos licitantes a declaração de visita ao local do

serviço objeto da licitação ou termo de compromisso assumindo a responsabilidade de eventual

erro em sua proposta, decorrente da falta de visita ao local.

Logo, percebe-se que a exigência presente nos subitens “10.1 e)” do edital e “18.1” do Termo

de Referência do instrumento convocatório é ilegal e descabida.

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DA EXIGÊNCIA DA DECLARAÇÃO DO FABRICANTE

Os subitens “3.7” e “19.2” do Termo de Referência do edital em epígrafe exigem Declaração

do Fabricante.

Trazemos, na íntegra, o destaque do assunto em especial, que já foi abordado pelo TCU na

Decisão nº 486/200 – Plenário, que determinou aos órgãos licitantes:

“8.5.12. não incluam a exigência, como condição de habilitação, de declaração de co-

responsabilidade do fabricante do produto ofertado, por falta de amparo legal, além de constituir

uma cláusula restritiva do caráter competitivo das licitações, por não ser, em princípio, uma

condição indispensável à garantia do cumprimento das obrigações advindas dos contratos a serem

celebrados (cf. art. 3º § ,1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, e art. 37, inciso XXI, parte final, da

Constituição Federal ;”

Assim, entende-se que a exigência da declaração do fabricante citada acima implica na

restrição ao caráter competitivo do certame, violando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/93.

Segue o trecho do § 1º, art 3, inciso I :

“... I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que

comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou

distinções...”

Pondere-se que a relação existente entre o fabricante e o comerciante poderá consistir em um

contrato de compra e venda ou em um contrato de representação comercial, etc..., o qual se regerá

por regras do direito comercial, dependendo do caso. Logo, não há como a Administração interferir

diretamente nessa relação, pois simplesmente é tida como mero consumidor.

Aliás, o art. 3º do CDC preceitua que “fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades

de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição

ou comercialização de produtos ou prestação de serviços” . Como a responsabilidade é solidária para

o CDC, em regra, não existe diferença entre o fornecedor e o fabricante.

DA EXIGÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO SEM AMPARO LEGAL PARA FINS DE

HABILITAÇÃO

Em decorrência, o art. 27 da Lei nº 8.666/93 preceitua que para fins de habilitação exigir-se-á

dos interessados, exclusivamente, documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação

técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e prova de cumprimento do disposto

no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.

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Ainda: os arts. 28 a 31 apontam os documentos a serem exigidos para demonstrar a

regularidade em relação a essas situações. Então, conclui-se que aqueles são os únicos documentos

passíveis de serem solicitados para a habilitação em certame licitatório.

Corrobora esse entendimento o Tribunal de Contas da União, na Decisão nº 523/97, de

20.8.97, publicada no DO nº 167, de 01.09.97, que determinou a obrigatoriedade de a

Administração Pública, para fins de habilitação, ater-se ao rol dos documentos dos arts. 27 a 31 da

Lei nº 8.666/93, não sendo lícito exigir nenhum outro documento que não esteja ali elencado.

Assim, entende-se que a exigência constante no Item “10.1 a)” do edital em epígrafe, implica

na restrição ao caráter competitivo do certame, violando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93.

DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

No momento em que permeia o instrumento convocatório com exigências mutáveis ao

próprio sabor, a Administração fere de morte o princípio constitucional da impessoalidade,

conforme reproduzimos, com nosso grifo:

“b.1) encaminhamento, via fax, ou via e-mail (digitalizado), da(s) Planilha(s) de Preços,

ajustada(s) ao(s) novo(s) valor(es) unitário(s) e global final ofertado(s) na fase de lances e os

documentos exigidos para habilitação listados nos subitens 10.1 e dos listados no subitem 10.2.2, no

caso de licitante não inscrito no SICAF, bem como da comprovação prevista no subitem 9.16, se for

o caso, no prazo de até 4 (quatro) horas, salvo justificativas prévias aceitas pela INFRAERO, com

posterior encaminhamento dos originais ou cópias autenticadas destes documentos, no prazo de 3

(três) dias úteis, contado a partir do 1º (primeiro) dia útil subseqüente à data de realização do

PREGÃO;” (Edital)

“19.6.1 os licitantes intimados para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais deverão fazê-lo

no prazo determinado pelo PREGOEIRO ou à autoridade superior, sob pena de

desclassificação/inabilitação.“(Edital)

“13.5 Durante a execução do contrato, a CONTRATANTE poderá, sem aumentar o valor do

contrato e de comum acordo com a CONTRATADA, alterar os parâmetros de atendimento, para se

adequar à realidade das localidades atendidas.” (Termo de Referência)

DA INDETERMINAÇÃO DO OBJETO

O Edital em epígrafe, e seus anexos, pela falta de clareza e fornecimento de informações

divergentes, conduz a indeterminação do objeto, conforme reproduzimos abaixo:

“3.4 Durante a execução do contrato, a CONTRATANTE poderá, sem aumentar o valor do contrato

e de comum acordo com a CONTRATADA, alterar os tipos de equipamentos designados para cada

localidade caso sejam necessárias adequações às mudanças ocorridas nestas localidades. “ (Termo

de Referência)

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“11.1.2.4 Para atender às necessidades da CONTRATANTE e desde que não altere o valor do

contrato, este horário poderá ser alterado durante a vigência do contrato, tendo a CONTRATADA,

o prazo de 15 (quinze) dias para realizar os ajustes necessários à implantação da mudança de

horário. Não estarão previstas atividades nos feriados e nos finais de semana, exceto se houver

solicitação expressa da CONTRATANTE para atender necessidades eventuais, com antecedência

mínima de 72 horas, antes da prestação dos serviços. “(Termo de Referência)

“14.25 O fornecimento de estabilizadores fica a critério da CONTRATADA, em virtude da

existência de apenas poucos locais com rede estabilizada.” (Termo de Referência)

“Sistemas Operacionais suportados: Windows 2000, XP, Windows 7, Vista e Windows Server 2003

e superiores” (ANEXOI do Termo de Referência, equipamentos dos tipos I,II,III,IV,V,VI e VII)

“8.9 Durante a execução do contrato, a CONTRATANTE poderá, sem aumentar o valor do contrato

e de comum acordo com a CONTRATADA, alterar os parâmetros de atendimento, para se adequar

à realidade das localidades atendidas.“ (Minuta do Contrato)

É imperativo que se estabeleça a clareza na definição dos serviços objeto do edital.

Reproduzimos manifestação do TCU acerca do tema presente no Acórdão nº 284/2003 – Plenário:

“9.6.2. nenhuma compra ou serviço sejam licitados/contratados sem a prévia emissão de

solicitação do setor competente com a adequada caracterização de seu objeto, conforme exigem o

inciso III do §2º do art. 7º e art. 14 todos da Lei 8.666/93;”

DAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS IRRELEVANTES E EXIGÊNCIAS DESCABIDAS

Em seu Termo de Referência e Minuta do Contrato, o ato convocatório em referência

estabelece exigências de características restritivas e irrelevantes. Trata-se de desfile de exigências

sem qualquer pertinência ao real objeto da licitação. Abaixo reproduzimos alguns exemplos com

grifo nosso:

“3.11 Somente serão aceitos no máximo dois fabricantes de equipamentos, visando à padronização

do parque de impressão, facilitando assim, a utilização de drivers e equipamentos pelos usuários.

Todos os equipamentos deverão ser entregues acondicionados adequadamente, em caixas lacradas,

de forma a permitir completa segurança durante o transporte. “ (Termo de Referência)

“3.12 Todos os equipamentos deverão ter, obrigatoriamente, tecnologia laser ou led de impressão,

recurso de contabilização de páginas impressas e copiadas pelo próprio hardware, para

comparação com os resultados obtidos pelo sistema de contabilização e aferição dos volumes

efetivamente impressos, possibilitando a auditagem dos serviços, bem como a liberação das

impressões através de senhas, assegurando ao usuário o sigilo do seu trabalho a ser impresso.“

(Termo de Referência)

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Não existe motivo que justifique a exclusão de equipamentos com tecnologia de impressão de

Cera Sólida.

“8.1 O sistema de gestão dos serviços deverá ser em rede, via WEB, e possuir as seguintes

capacidades:

Monitorar os equipamentos on-line, possibilitando, no mínimo, gerenciar remotamente, via

rede TCP/IP, os equipamentos instalados, permitindo efetuar alterações de configuração,

checagem do status de impressão, nível dos suprimentos de impressão, etc.

Realizar inventário automático dos equipamentos.

Permitir a definição de custos de página impressa por impressora/multifuncional,

diferenciando custos para impressão em cores e preto e branco.

Permitir a administração de custos por grupos de impressoras/multifuncionais.

Permitir a definição de centros de custo para usuários e a geração de relatórios a partir dos

mesmos.

Permitir a definição de custos de página impressa por modelo de equipamento,diferenciando

custos para impressão monocromática e poli-cromática e o formato do papel.

Fornecer histórico de utilização dos consumíveis com vida útil real, por equipamento.

Realizar atualizações, visualizações e alterações remotas nas configurações dos componentes

das impressoras/multifuncionais/copiadoras.

Possibilitar agendamento e automação de tarefas relacionadas ao gerenciamento e

manutenção das impressoras/multifuncionais.

Disponibilizar o sistema que permita ao gestor a definição de perfis de utilização por

usuário.

Permitir que o usuário, conforme perfil e permissões, possa localizar através de sua estação,

impressoras/multifuncionais com base em campos como: localização, capacidade, color etc.

Requisitos Mínimos do Sistema:

Deverá rodar em plataforma Windows, além da Linux, devendo ser compatível com os

navegadores utilizados por estes sistemas operacionais (IE e Firefox);

Deverá fazer uso do protocolo SNMP para captura de informações das impressoras;

Deverá realizar monitoramento específico para impressoras com interface de rede nativa, a

partir de locais remotos, conforme normas de acesso da CONTRATANTE;

Deverá emitir alertas, em tempo-real, com relação aos insumos (toner, etc) com possível

aplicação de filtros;

Deverá controlar acesso às impressoras através da configuração de Contas e Grupos de

Usuários;

Deverá gerenciar impressoras de diversos fabricantes;” (Termo de Referência)

As exigências relativas aos pontos 3, 4, 5 e 6 devem fazer, ao menos, referência ao sistema

descrito no item 9 do mesmo Termo de Referência. A exigência de utilização de determinado

protocolo de comunicação não guarda a menor pertinência com o real objeto da licitação.

“9.5 O sistema informatizado de contabilização deverá atender aos seguintes requisitos mínimos:

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(...)

Os dados deverão residir em ambiente de Banco de Dados Relacional desenvolvido com qualquer

software que venha a ser fornecido na prestação de serviço, desde que acompanhado pelas licenças

de uso e acesso, sem ônus para a CONTRATANTE;” (Termo de Referência)

A exigência de sistemas de gerenciamento de Banco de Dados baseados no modelo Relacional,

não mantém a mínima relação com o objeto da licitação, além de impedir a oferta SGBDs

Orientados a Objetos, com tecnologia mais moderna.

“5.1. Para os equipamentos especificados, podem ser contratados os seguintes acessórios

compatíveis:

Tipo VIII - Dispositivo Automático de Separação de Trabalhos (escaninho) em Jogos:

Compatível com o Tipo II;

Separação dos trabalhos para o mínimo de 4 bandejas.“(Termo de Referência)

A quantidade limitada de fornecedores de equipamentos de impressão, compatíveis com as

características exigidas e que possuem a possibilidade de acoplar-se a opcional de escaninhos é tão

pequena, quanto a relação mantida entre tal exigência e a funcionalidade pretendida. A separação em

jogos pode se dar de forma eletrônica, além da impressão mediante senha permitir que os trabalhos

não se misturem na saída de impressão. Exigir o fornecimento de escaninhos só limita o número de

participantes, sem nenhum benefício à Administração.

“- Digitalização via porta USB, rede Twain, email, FTP, PC “(ANEXO I do Termo de Referência,

equipamentos dos tipos III, IV, VI e VII)

Considerando que os destinos de digitalizações realizadas através de driver Twain ou do

protocolo FTP são sempre um computador (inclusive PC) o que a Administração pretendeu ao exigir

o destino de digitalização PC? Qual a relevância dessa especificação para o serviço a ser prestado?

“Capacidade para atender em média de 4 a 10 usuários. “(ANEXO I do Termo de Referência,

equipamentos do tipo V)

Além da relevância duvidosa, a exigência não está estabelecida em patamares mínimos

conforme determinação legal. Vale resaltar que, por não estar disponível de forma corriqueira nos

materiais de marketing ou técnicos emitidos pelos fabricantes, a comprovação de tal exigência

estaria restrita a carta emitida para esse fim, que conforme demonstrado não deve ser admitida.

“6.1.8. fornecer versões em português, de todos os manuais originais de manutenção, operação e

catálogo de peças, inclusive em meio eletrônico;” (Minuta do Contrato)

Manuais de manutenção e catálogo de peças em português são irrelevantes na medida em que

os serviços de manutenção serão prestados pela CONTRATADA de forma exclusiva.

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O decreto nº 5.450/05 preceitua que a licitação na modalidade pregão deva ser conduzida

considerando o princípio da razoabilidade e competitividade, conforme reprodução do seu artigo 5º,

abaixo (grifo nosso):

“(...) A licitação na modalidade de pregão é condicionada aos princípios básicos da legalidade,

impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade administrativa,

vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, bem como aos princípios

correlatos da razoabilidade, competitividade e proporcionalidade. (...)

Lavra posteriormente o § 5º do art. 7º, que não se permita a realização de licitação cujo objeto

inclua bens ou serviços de marcas exclusivas. Segue destaque da redação (grifo nosso):

“...§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou

de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente

justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de

administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório...”

Reproduzimos abaixo o Art. 3º, inciso II da Lei 10.520/2002 que é claro em sua determinação:

“II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por

excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição.”

Bem entendemos que o inciso I, art.3º, § 1º da lei nº 8.666/93, lavra que é vedado aos agentes

públicos permitir a existência de fatores que restrinjam o caráter competitivo do certame. Segue

destaque da redação (grifo nosso):

“§ 1o É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que

comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou

distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra

circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;”

III – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como se viu à exaustão, muitas são as disposições constantes do Edital Pregão Eletrônico

nº 025/ADSE/SRSE/2012 que devem ser excluídas ou modificadas, sob pena de restarem violados

os mais comezinhos princípios norteadores das licitações públicas, inclusive de cunho

constitucional, prejudicando, de um lado, a Administração, e, de outro, os interessados no certame.

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Tais exigências - quesito do tema da presente impugnação - limitam a obtenção da proposta

mais vantajosas de empresa que encontre-se apta a desempenhar, e cumprir integralmente com fido,

todas as condições técnicas para a perfeita harmonia entre as partes.

Conforme exposto, esta empresa assume total responsabilidade por eventual erro em sua

proposta, decorrente de falta de vista ao local e solicita a exclusão da exigência descabida de visita

prévia.

No tocante à descrição das exigências técnicas dos equipamentos, alertamos para a

determinação de características realmente relevantes e estritamente necessárias ao atendimento das

necessidades da Administração.

Por fim, sugerimos que haja o imediato adiamento do referido certame, com a republicação

do edital informando suas significativas alterações, possibilitando a participação de empresas que

foram prejudicadas ao se depararem com tais exigências inapropriadas e ilegais. Sanando os

princípios feridos da isonomia e da impessoalidade, restabelecendo o caráter competitivo, a ampla

participação e a busca pela oferta mais vantajosa para o órgão, com base em todas as razões e

direitos supracitados.

TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

Tendo sido recebida e protocolada em 11/04/2012, ciente da data de abertura da licitação -

16/04/2012 - TEMPESTIVA é a peça impugnativa.

Portanto, esta Pregoeira CONHECE a impugnação formulada.

ANÁLISE DAS ARGUMENTAÇÕES

DA EXIGÊNCIA DO ATESTADO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Inicialmente transcrevemos texto do acórdão 607/2008:

“É necessária a exigência pela Administração de atestado que

demonstre haver o licitante executado objeto com

caracteristicas similares ao da licitação.”

Transcrevemos ainda o acórdão 265/2010 Plenário:

“Abstenha-se de exigir, no caso de contratação de serviços de

informática, o registro de licitantes ou profissionais, bem assim

a emissão de atestados, por quaisquer conselhos profissionais,

uma vez que as atividades de tecnologia da informação não são

regulamentadas por lei, em obediência ao principio da

legalidade e ao contido no art. 30, inciso I, da Lei no

8.666/1993.”

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Form. 02.02.01 - NI - 2.02/E (GDI)

Fica claro o entendimento de que é dever da Administração exigir atestados de capacidade

técnica que comprovem que a licitante executou, a contento, serviços similares ao do objeto da

licitação, o que é vetado é exigir que os atestados para contratação de serviços de informática sejam

registrados em conselho profissional. A exigência não se restringe apenas a serviços que podem ser

registrados em órgão competente, como afirma a impugnante.

O acórdão citado na peça impugnativa diz respeito à contratação de serviços de engenharia

(acórdão 3053/2006 Primeira Câmara) e a abordagem do TRF 1ª Região é sobre a exigência de

registro no CREA ou CRA para prestação de serviços gráficos, nenhum dos dois é condizente com o

objeto da presente licitação, que segue a orientação do acórdão 265/2010 Plenário, de não exigir

registro em conselhos profissionais para prestação de serviços de informática.

DA IDENTIFICAÇÃO DA LICITANTE

A exigência de manuais, catálogos e/ou folders não implica na identificação da licitante,

implica somente na descrição dos equipamentos ofertados de maneira que a equipe técnica possa

analisar se são ou não compatíveis com as exigências do Termo de Referência. Não é prática desta

Administração realizar julgamentos subjetivos acerca de propostas e equipamentos ofertados, seja

nesta análise preliminar ou já na fase de habilitação e classificação da proposta final.

DA FALTA DE CLAREZA NA INFORMAÇÃO

Diz o parágrafo 7º, do inciso II do art. 23 da Lei 8666/93

“Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja

prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação

de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a

ampliação da competitividade, podendo o edital fixar

quantitativo mínimo para preservar a economia de escala”

Visto que os editais são padronizados, sendo alteradas somente as informações específicas

de cada licitação, essas informações nao sofrem alterações. Considerando que o critério de

julgamente é “menor preço GLOBAL”, que não foi fixado quantitativo mínimo para proposta e

principalmente porque nao é uma licitação para bens de natureza divisível, obviamente esta licitação

só terá uma empresa vencedora.

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Será disponibilizado TERMO DE REFERÊNCIA RETIFICADO, contendo as alterações

necessárias, a informações faltantes e também os devidos adendos.

Postos de impressão são os equipamentos utilizados para a impressão de documentos,

devem possuir processamento, a multa será calculada considerando todos os equipamentos

contratados. Os acessórios não são classificados como postos de impressão, justamento por nao

possuírem a característica descrita acima.

A minuta de contrato será alterada em Errata.

O correto entendimento do Item 11.1.1.2 do TR é que pode ser utilizado qualquer dos

meios informados. O objetivo é agilizar a comunicação entre a contratante e a contratada, afim de

que seja atendido o Acordo de Nível de Serviço.

DAS INFORMAÇÕES DIVERGENTES

Se não é permitida a participação de consórcios basta desconsiderar o subitem 17.3.3. Tal

informação não tem nenhuma interferência na elaboração da proposta ou na execução dos serviços.

O item 8.4.1 da minuta de contrato será alterado em Errata.

DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

É fato a alegação de que qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório da licitação

eletrônica, porém para interpor recursos deverá esta ser habilitada legalmente ou identificada no

processo para responder pela empresa que interpõe o recurso, visto ser a empresa uma participante

do certame.

A impugnante questiona o subitem 8.2.1 da minuta de contrato onde diz:

“multa de 10% (dez por cento) do valor da Ata de Registro de

Preços, quando rescindi-la ou der causa à sua rescisão”

Não é um texto de difícil compreensão. Quando a empresa contratada rescindir o contrato

ou der causa à sua rescisão (por descumprimento de cláusulas contratuais) estará sujeita a multa e

impedimento de licitar, como em qualquer outro contrato. As cláusulas de um contrato oriundo de

uma Ata de Registro de Preços são as mesmas de qualquer outro contrato. O § 3º do art. 12 do

Decreto 3931, citado pela impugnante, discorre sobre a possibilidade de o preço de mercado tornar-

se superior ao preço registrado, ficando a contratada impossibilitada de cumprir o compromisso. O

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Decreto prevê a possibilidade de liberar o fornecedor do compromisso assumido, se devidamente

comprovada a veracidade dos motivos, sem aplicação de penalidade. No entanto, qualquer

descumprimento de cláusulas contratuais motivam as aplicações de multa e penalidade.

DA EXIGÊNCIA DA DECLARAÇÃO DE VISTORIA TÉCNICA

Alterado conforme Errata e Termo de Referência Retificado.

DA EXIGÊNCIA DA DECLARAÇÃO DO FABRICANTE O impugnante está correto, não será exigida conforme Errata.

DA EXIGÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO SEM AMPARO LEGAL PARA FINS DE HABILITAÇÃO

Ato discricionário da Administração. O documento exigido no subitem 10.1 alínea a) é

uma simples Carta de Apresentação dos Documentos, onde são relacionados os documentos

apresentados e onde a empresa declara estar ciente das cláusulas editalícias e em cumprimento com

a Lei. Não é passível de impugnação.

DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Não existe nenhuma afronta ao princípio constitucional da impessoalidade na alínea b.1) do

subitem 10.4 do Edital. Após a fase de lances, o vencedor deve enviar no prazo de 04 horas, via fax

ou e-mail, a proposta ajustada ao valor do lance final e os documentos não constantes no SICAF,

devendo os originais ou cópias autenticadas serem entregue no prazo máximo de 03 (três) dias úteis.

DA INDETERMINAÇÃO DO OBJETO

Também nao há indeterminação do objeto, apenas existem cláusulas contratuais que

garantem que em virtude do desenvolvimento tecnológico os equipamentos não ficarão obsoletos ou

incompatíveis com os sistemas operacionais que substituirão os existentes no mercado atual durante

a vigência contratual. As alterações nos tipos de equipamentos ou nos parâmetros de atendimento

serão feitas em comum acordo com a contratada, como descrito no subitem 3.4 do Termo de

Referência e no subitem 8.9 da minuta de contrato.

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O item 14.25 do TR é claro em informar que infraestrutura elétrica fornecida pela

contratante não é em sua totalidade estabilizada, deixa a decisão de instalar ou nao estabilizadores

por conta da contratada, uma vez que, a manutenção é realizada por ela.

DAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS IRRELEVANTES E EXIGÊNCIAS DESCABIDAS

Todas as informações são relevantes tendo e vista que no Termo de Referência deve ter o

máximo de especificações possível para que o licitante elabora sua proposta em total acordo com a

necessidade da Administração.

Item 3.11 do TR – a contratante permite até dois fabricantes, uma vez que o serviço deve

ser executado com qualidade e mantendo a padronização, aumentando assim a eficiência

administrativa.

Item 8.1 do TR – corrigido no Termo de Referência Retificado, com exceção do protocolo

SNMP, que é o padrão aberto utilizado para o gerenciamento remoto de equipamentos de

informática.

Item 9.5 do TR – estabelece padrões mínimos requeridos para o bom funcionamento da

solução, a utilização de Banco de Dados Relacional é imprescindível para a garantia de segurança,

robustez e facilidade na extração dos relatórios.

Item 5.1 do TR – é requerida a separação física em bandejas, uma vez que é um requisito

estabelecido pela área de negócios da contratante.

As demais especificações enumeradas são características básicas de equipamentos que

atentem à qualidade, robustez e confiabilidade requeridas pela contratante, além de possibilitar

melhor gestão sob o serviço contratado, dessa forma, em hipótese alguma podem ser consideradas

características técnicas irrelevantes, e estão pautadas pelos princípios da razoabilidade e

competitividade.

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CONCLUSÃO

Ante o exposto, tal como previsto no subitem 12.1.2 do instrumento convocatório, este

Pregoeiro decide ACOLHER PARCIALMENTE as argumentações esposadas na peça impugnativa,

adiando a data de abertura do certame para o dia 27/04/2012.

Confins-MG, 12 de abril de 2012.

MARTA SIBÉRIA SALOMÃO MARTINS

Pregoeira

(AA 130/SRSE(ADSE)/2012)