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J O R N A L ANOVIII-EDIÇÃO Nº27 NovaTribuna Editor: MILTON GIANCOLI Março, 2010 - Região SUDESTE Suplemirto Distribuição Gratuita - Porque se vender ninguém compra (Página 3) 1 5 3 I B I Ú N A A N O S Se o governo perde a decência, o povo perde a paciência Fernado Henrique Cardoso Opinião (Página2) Um projeto político para os ibiunenses. Denúncia (Página3) O calote dos precatórios Administração não paga dívida e vereadores apoiam Cidade (Página 6) 1968 (Página10) Vai fazer 42 anos que o Congresso da UNE em Ibiúna virou lama. (Páginas 5 a 8) Os novos homens do poder

Relembrando a Edição comemorativa de 153 anos

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Edição 27 do Jornal Nova Tribuna, na comemoração dos 153 anos da emancipação política e administrativa do município de Ibiúna.

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J O R N A L ANOVIII-EDIÇÃO Nº27

NovaTribunaEditor: MILTON GIANCOLI Março, 2010 - Região SUDESTE

Suplemirto

Distribuição Gratuita - Porque se vender ninguém compra

(Página 3)

153I B I Ú N A A N O S

Se o governo perde a decência,o povo perde a paciência

Fernado Henrique Cardoso

Opinião

(Página2)

Um projetopolítico para

os ibiunenses.

Denúncia

(Página3)

O calotedos precatórios

Administração nãopaga dívida e

vereadores apoiam

Cidade(Página 6)1968

(Página10)

Vai fazer 42 anos queo Congresso da UNE

em Ibiúna virou lama.(Páginas 5 a 8)

Os novoshomens do

poder

NovaTribuna 02painel | opinião | política | geral | região

editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . momento

EXPEDIENTEEditor e Jornalista Responsável: Milton Eduardo Giancoli MTb 34976

Projeto Gráfico: Editora Giancoli - Impressão: Diário de SorocabaTiragem: 3000 exemplares - Distribuição: Região Sudeste PaulistaMatriculado sob N.º 753 em 13/09/2002 em Títulos e Documentos

Contato: [email protected] e pelo Site: www.aloibiuna.com.brAvenida São Sebastião, 60 Centro - Ibiúna/SPFone: (15) 3248-3978 CNPJ 05.089.954/0001-36

Quando os cúmplices se acusam . . .

Dize-me quem é que te apoia ,que eu te direi quem és!

SE TODOS concordam que não vale a pena tomar partido na briga dacorte política é porque os que se acusam já deitaram, e rolaram, namesma cama. E é quase certo que vão chegar as vias de fato, commuito bolo e pouca festa. Começa assim. Antes, os partícipes se abra-çam, se beijam e juram cumplicidade eterna. Depois, exaltam suasqualidades sem dar provas. Agora, que não tem aplausos e a maioriatorce o nariz, a coisa vira baixaria.

Antes, os bons políticos andavam pelas ruas de Ibiúna a vontade.Depois, os prefeitos passaram a andar com seguranças e colete a pro-va de bala (Porque será?). Agora, até assessor de secretário tem segu-rança ostensiva (Barbaridade!) . Mas, “a verdade de tudo isso”, dispa-rou um observador político que ajudou a consagrar o time “é que osdois lados têm razão, quando se acusam”.

No embate dos que já foram mas agora não são, contra os que nãoeram e agora são, os mandatários no poder local, vai rolar muito bate-boca e pouca virtude a comemorar. Só se lamenta que tudo isso nãonos leva a lugar algum. Se querem usar da ardilosa pequenez em suasvinganças pessoais, de suspeita honestidade, que o façam fora do pal-co público, para não pesar ainda mais no arrependimento do povo.

PROVAVELMENTE, esse seria o julgamento atual de um messias devanguarda, repreendendo os mercadores déspotas. Diria esse reden-tor, que no caso é o reformador (da política): “cuidem para não seentregar aos vendilhões do voto, pois esses, vão lhes passar a perna”.

Ainda hoje, o eleitor pede o currículo e recebe a ficha corrida docandidato, para votar naquele que desaparece. De outra forma, maiscomum nestas paradas, é pão e circo que mata o voto e, depois, au-menta o desgosto e a fome.

Apesar de que, já se comenta, todos vão querer saber quem pagouo Show. E de quem vai ser o apoio? O resultado de tudo isso podesurpreender. Tem também um novo estilo brejeiro de questionar osgrandes políticos pelas ruas da cidade, bem a moda ibiunense: “can-didato de quem?”. É isso mesmo, porque o padrinho político qualificaou desqualifica as promessas parlamentares . Se de boa cepa ibiu-nense, daqueles que não barganham e nem vendem a boa-fé do povo,o candidato merece consideração, senão . . .

Resta, por derradeiro, pedir ao redentor que ilumine o nosso cami-nho, porque, se a coisa continuar como agora e a boiada tiver quetomar novo rumo de eleitoral, depois de Ibiúna, SÓ POR PIEDADE.

Um projeto político para os ibiunensesJonas de Campos

OPINIÃO

DIFICULDADESnos mais varia-dos setores daprefeitura, parabem atender anossa popula-ção, sempre foio cotidiano dasnossas adminis-trações munici-pais.

Assim foi quando tive o privi légio deser prefeito por dois mandatos con-tando com o apoio indispensável dosfuncionários públicos municipais, osquais eu estimo como experientes eimportantes trabalhadores ibiunen-ses.

Também não foi diferente com osmeus antecessores, aos quais acom-panhei pelo legislativo, por dois man-datos, como vereador.

Já para os meus sucessores, somen-te a coisa pública não foi diferente,lembrando que contribui economica-mente com a reengenharia da plantagenérica de valores e a criação do Ser-la, para regularizar a situação dos lo-teamentos que não pagavam nenhumimposto no município.

Só para se ter uma idéia do impactodestas medidas na arrecadação domunicípio, eu recordo que no primei-ro ano da minha segunda gestão, em1997, o orçamento era de pouco maisde 12 mi lhões enquanto que a arre-cadação do primeiro ano da atual ad-ministração, em 2009, foi de espeta-culares 89 milhões, ou seja, 7 (sete)vezes maior do que o nosso tempo.

Os problemas daquela época eramos mesmos que embaraçam a novaadministração: a saúde com o hospi-tal condenado, a reestruturação nosetor da educação, o lixão, o transpor-te sucateado, a segurança, a urbani-zação descontrolada e as estradas cas-tigadas pelo tempo.

Modestamente, fico orgulhosoquando lembro que com a pouca ar-recadação daqueles 4 (quatro) anos(1997-2000) conseguimos enfrentargrandes dificuldades, como a reformado Hospital Municipal, para aumen-tar o número de atendimentos na pre-venção de saúde, tanto na zona urba-na como na rural.

Apesar da incompreensão de certossetores oposicionistas daquela épo-ca, alguns conterrâneos sempre selembram do nosso trabalho. A aten-ção dos médicos, aquela reforma fei-ta no hospital, a duras penas, diga-sede passagem, com a ajuda dos pees-sedebistas da república de Ibiúna e donosso estimado Asilo Santa Rita.

O saudoso governador Mário Covasveio pessoalmente nos entregar oimportante asfaltamento da estradado Rio de Una, quando, também,anunciou a pavimentação da estradado Colégio. Fundamos a Guarda Mu-nicipal com a inédita colaboração detodos os grandes loteamentos de Ibi-úna, a ajuda de empresários ibiunen-ses e amigos comerciantes, em gran-de mobi lização.

Adquirimos a primeira área do atu-al aterro sanitário através da ação fis-calizadora do Serla. Enfim, com mui-to pouco fizemos o que era possível.Deixamos alguma dívida, que a ma-temática comparativa pode bem ex-plicar, quando se julga uma prefeitu-ra que faz sem muitos recursos. Omais importante, no meu julgamen-to, respeitando a opinião dos que nãoadvogam o valor dos recursos huma-nos da municipalidade, é que, hoje euentendo que estávamos construindoum projeto político para Ibiúna, feitopor uma equipe de ibiunenses - senão na totalidade, com certeza, nasua grande maioria - que deveria serretomado para fortalecer o que é nos-so, como acontece em certos setores.

Com a convocação para atuar nogoverno do estado, que muito acres-centou a minha experiência pessoal,e a oportunidade de comparar a nos-sa realidade com as melhores cidadesdo interior paulista, firmei minha con-vicção de que precisamos reviveraquele projeto político, feito pelopovo para o nosso povo, como bemeternizou a democracia. Não impor-ta quem, mas, sim, como vamos cons-truir esse projeto para o enriqueci-mento de todos e não apenas de al-guns ou de certos setores. Não vaiaqui nenhuma crítica a ninguém, mas,o desejo, de coração, de construiroportunidades reais, para todos osibiunenses, sem falsos discursos.

NovaTribuna 03painel | opinião | tribuna | política | geral | região

QUEM TEVE A OPORTUNIDADE de as-sistir o julgamento da prestação de con-tas de 2007, na Câmara ou na Internet,ficou sabendo porque os ibiunenses nãoreceberam os precatórios da prefeitura.Na Internet, o vídeo de 167 minutos massó passa a apresentar o que realmenteinteressa depois de 97 minutos de fala-ção política.

A partir desse momento, o vereadorEduardo Anselmo Domingues, o profes-sor Eduardo, apresenta o relatório doTribunal de Contas que apesar de apro-var as contas de Fábio Bello, com 30apartes, foi contestado pelo Edil decla-rando seu voto contra a decisão do TC.Os apartes são indicações desfavoráveis,das comissões técnicas do tribunal, naavaliação das contas dos prefeitos, paraembasar os julgamentos dos Conselhei-ros.

A exposição do professor EduardoA princípio, explicou o professor Eduar-

do, estava propenso a aprovar as contasdo ex-prefeito em consonância com adecisão proferida pelo egrégio Tribunalde Contas do Estado de São Paulo. De-pois, foi buscar mais esclarecimentossobre as suas dúvidas no TC de Soroca-ba, acompanhado do vereador PauloSasaki; para reavaliar a sua decisão.

Na sequência os audientes ouviram aleitura do inteiro teor de alguns apartesno relatório técnico, que apontavam osproblemas nos gastos de Fábio em rela-ção à verba do FUNDEB. Destaque foidado a três fatos: 1) O pagamento dadívida parcelada com a Danúbio Azul,referente ao ano de 1996, que a normado fundo não permitia incluir na contadaquele ano, segundo o relator; 2) Acontiguidade entre a escola Calil Haal ea quadra poliesportiva no Jardim Euro-pa. Que o vereador também contestoua “exclusividade de uso escolar”, deter-minado pelos investimentos com recur-sos do FUNDEB (no caso, segundo de-clarou, a quadra também é usada pelacomunidade local), e, finalmente, 3) Ajustificativa fotográfica na defesa do gas-to incluso na verba do FUNDEB com aconstrução da quadra poliesportiva pró-xima da escola Benedito Cordeiro deMedelos, a qual foi feita na gestão jul-gada e só tempos depois as salas de aulaforam construídas naquele local, já naatual gestão, no ano de 2009.

O Edi l terminou a exposição condenan-do as contas do ex-prefeito Fábio Bellode Oliveira e na justificativa do voto,depois da votação final, afirmou o se-guinte "a minha decisão é a partir do queeu (Eduardo) observei e a partir do queeu vivi como conselheiro do FUNDEB...muitas coisas nem estão ai... não tempessoa "a", nem pessoa "b" ou "c" quemanda eu votar. O legislativo tem queser independente, mas, infelizmentenão é...".

Segundo observadores da política lo-cal, tal manifestação colocou em dúvidaa isenção do legislativo no julgamentodas contas do ex-prefeito que, de manei-ra inédita, reprovou as contas de 2007por 7 votos contra 3.

Queixa intempestivaAproveitando a coordenação dos tra-

balhos e antes de passar a palavra paraa defesa, o presidente da Casa gastouum bom tempo criticando as obras dagestão Fábio Bello afirmando que "dei-xaram a desejar" e que houve "descasona aplicação do dinheiro público". Cha-mando o asfalto da pavimentação nagestão de Fábio, de "casca de ovo" edenunciando que "está todo quebrado,apesar da garantia de 5 anos", ele repro-vou o trabalho das empreiteiras contra-tadas naquela gestão. No entanto, fezquestão de destacar que só o asfalto noseu bairro, o Campo Verde, foi de quali-dade exemplar em função da sua aguer-rida supervisão, deixando dúvidas quan-to à competência dos seus pares, parafiscalizar o mesmo trabalho nos demaisbairros.

O calote dos precatóriosCONTAS PÚBLICAS

JULGAMENTO DE EX-PREFEITO REVELA APROVAÇÃO DO CALOTE

Respostas e revelaçõesDepois de todos os apartes dos nobres

vereadores, o presidente concedeu ape-nas 5 (cinco) minutos para a manifesta-ção do ex-prefeito. Tomando a palavra,Fábio fez uma reflexão econômica dodinheiro que empregou e chamou aatenção para a arrecadação de 2009, quechegou a 89 (oitenta e nove) milhões edaí disparou "Ibiúna tem dinheiro gen-te, a prefeitura arrecada, onde tá essedinheiro. Obra que tão inaugurando ago-ra é obra minha". Consternado, ainda fezacusações a equipe de governo e aoscontrários a aprovação de sua conta em2007.

Defesa revela aprovação de calotenos precatórios ibiunenses

Na sequência, o presidente concedeua palavra ao advogado de defesa, quedeveria fazer sua exposição em 10 (dez)minutos. Bastante ponderado nas suascolocações, o advogado fez uma argu-mentação técnica, para motivar a apro-vação das contas de 2007.

Abriu a exposição lembrando que nojulgamento das contas de 2005 e 2006,reprovadas pelo Tribunal de Contas pelafalta de pagamento de precatórios mu-nicipais, a Câmara aceitou a argumen-tação da defesa e aprovou as contasusando o argumento de que, se o esta-do pode dar calote e não pagar precató-rios judiciais em dia, porque o Fábio nãopoderia fazer o mesmo, dizendo “rever-ter o parecer do Tribunal era fazer justi-ça para valer a mesma regra que o TCaplica nas contas do Governador”, mas,segundo ele mesmo, o argumento nãofoi aceito pelo Tribunal de Contas.

O que é precatório?Precatório é o valor devido pela pre-

feitura, em face de uma condenação ju-dicial de dívida pública, que tem que serpago ao credor. A prefeitura de Ibiúnadeve mais de 2 (dois) milhões em pre-catórios de diversas origens, principal-mente, da área trabalhista. E esses va-lores, como no caso da rotatória da fa-mília Silva, são devidos aos ibiunenses,que tentam receber o que lhes é de di-reito sem sucesso. Daí não se pode tiraroutra conclusão, senão a de que os ve-readores que aprovaram as contas de2005 e 2006, foram cúmplices do caloteaos ibiunenses, muitos deles, eleitoresdesses mesmos edis que não fiscalizam,segundo a interpretação do presidenteda casa, e se fizeram de cegos no casodo precatório dos trabalhadores.

Dia 24/03/1857Com intensa comemoração cívico-

cultural, a comunidade mantém atradição de festejar o aniversário domunicípio fundado pelo capitãoManoel de Oliveira Carvalho, cujaelevação se deu no dia 24 de marçode 1857, sob a denominação de Una( corruptela de Y-Una, que em tupi-guarani significa água escura). Essadenominação se manteve até 1944,quando, por força de decisão ofici-al, ela ficou com um município ho-mônimo, mais velho, situado naBahia. Foi, então, escolhida a deno-minação Ibiúna (que também deri-va do tupi-guarani Ibi-Una, que sig-nifica terra preta), porém mantém-se inalterada a data de fundação.

Dia 24/03/1985O aumento do serviço forense lo-

cal acompanhou o crescimento domunicípio. Isso fez com que o funci-onamento de apenas uma vara ju-dicial fosse incompatível com o pro-pósito de celeridade das lides foren-ses. Reconhecida essa deficiênciapelas autoridades judiciárias, foi au-torizado o funcionamento da segun-da vara, que foi inaugurada em 24de março de 1985, pelo juiz de di-reito Augusto Machado de BarrosFilho.

Dia 24/03/1987O prefeito José Vicente Zezito Falci

inaugurou no dia 24 de março de1987 o terminal rodoviário do mu-nicípio, oferecendo aos ibiunensese visitantes um local confortávelpara espera de condução, embarquee desembarque dos ônibus das li-nhas que servem o município. Atéaquela data, os viajantes contavamsomente com um acanhado “abrigo”situado junto à Praça MarechalDeodoro, marco da era das jardinei-ras. Além de maciço comparecimen-to popular, a festa contou com a pre-sença de José Serra, que era o se-cretário estadual dos Transportes.

MARÇORevendo a História

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DOS ATRATIVOS NATURAIS de Ibiúna, anossa represa (Itupararanga) sempre foi amais importante atração turística da cida-de, que seduzia banhistas e pescadores detodas as regiões paulistanas. Para os nasci-dos em Ibiúna, os diversos remansos aco-lhedores eram de recreação domingueiraou local de convescote em família. Para ospescadores históricos, o grande lago piscosoera de pescaria recreativa e até para o sus-tento de família. Aos poucos, a voraz espe-culação imobiliária, a restrição doschacareiros marginais da represa e a ausên-cia do poder público municipal foram limi-tando, cada vez mais, o acesso do povo atéas águas tranqüilas da nossa represa.

Dos locais públicos mais freqüentados, namargem ibiunense, a beira d'água no "Es-critório", que é o nome popular dado a áreaque fica no final da estrada do Bairro daCachoeira, foi o último e lamentável localfechado ao acesso livre na nossa represa.O bloqueio da estrada municipal, no bairrodo Campo Verde de Baixo, ressuscitou umavelha pendenga, que o ex-prefeito OrlandoSilva já havia resolvido com coragem.

Segundo um abaixo assinado que foi en-caminhado ao Ministério Público no ano de2002, o Executivo municipal da época ha-via privilegiado um empreendimento imo-

biliário particular, naquela área, fechandoa quase secular estrada do escritório, quan-do nela autorizou que fosse instalada a por-taria do loteamento Ibiúna Marina & GolfClub, Fazenda Santa Isabel. Diante dessefato, que alguns consideraram uminexplicável abuso de autoridade da prefei-tura, os signatários do documento requeri-am a abertura de Ação Direta deInconstitucionalidade (ADIN) contra o de-creto municipal, alegando que além de fe-rir o direito de ir e vir dos moradores da

região prejudicada, ele também criava pri-vi légios a favor de abastados adventícios.

Questão de direitoDe acordo com as explicações daquele

abaixo assinado, esse acesso à represa tra-ta-se de estrada pública municipal que ser-viu ao município desde 1912, quando foi degrande importância para os moradores dobairro Campo Verde de Baixo e adjacências.Na nomenclatura oficial do município, a es-trada recebeu o número cinquenta, inserin-do-se nos mapas das vias de transportecomo IBN-050. Dessa forma, pelo decretonº 756, de 4 de julho de 2002, a prefeituraautorizou a construção de uma portaria nolocal questionado, junto à margem da re-presa, que restringiu a passagem de qual-quer pessoa nos horários em que a porta-ria permanecesse fechada e de qualquer ve-ículo de turista, com chapa de outros mu-nicípios.

O decreto, segundo apurou-se, afronta ojudiciário numa sentença que já transitouem julgado. Em 1978, foi construído ummesmo tipo de portaria naquele local. O fe-chamento foi questionado pelo então pre-feito Orlando Silva no processo 81/78, quetramitou pela 1ª Vara Cível da Comarca. Aquestão chegou ao acórdão exarado peloTribunal de Justiça (TJ), que deu ganho decausa aos in teresses da populaçãoibiunense. Já em 2002, o prefeito Fábio Belloacatou os argumentos ajuizados na inicialdaquele processo, em que os interessadosOswaldo Mesa Campos, sua mulher e maisJorge Solymos, disseram que "permitiam apresença de alguns pescadores em seu imó-vel, dada à vizinhança do mesmo com a re-presa de Ibiúna, mediante autorização in-dividual", o que, até a presente data, trans-formou as margens do escritório em áreaparticular, num acordo injustificável de ex-ceção. Cabe lembrar que, quando OrlandoSi lva contestou os referidos interessados,que posteriormente venderam a área parao empreendimento Ibiúna Marina & GolfClub, ele ofereceu prova de que "o cami-nho fechado pelos autores, já antes do anode 1912 ligava o bairro do Campo Verde deBaixo ao município de Sorocaba, atravessan-do a propriedade dos antigos donos até en-contrar o Rio Sorocaba, que era a divisa domunicípio. Em 1913, quando construíram arepresa de Itupararanga, a ponte de madei-ra sobre o rio Sorocaba ficou submersa, bemaonde cortava a estrada velha do CampoVerde ao Carafat, bairro que pertencia aSorocaba". Logo se conclui que, aquela pas-sagem já servia aos munícipes de Ibiúna

bem antes de 1913. A Prefeitura, naqueleepisódio, pediu a improcedência da deman-da e mandou derrubar a portaria. Além demanter a passagem livre, a municipalidadeconservou a área sagrada e velhos elemen-tos de um cemitério, em terreno que ali foidoado pela igreja católica, sobre o qual nãose tem notícia. Assim, a justiça reconheceuo direito da municipalidade sobre o queidentificou como caminho público e por issoum "bem de uso comum do povo". A sen-tença foi ratificada pela instância superior,ou seja, pelo Tribunal de Justiça do Estado

Miopia turísticaNo plano turístico do município, o fecha-

mento daquele acesso à represadesqualifica o propósito de consolidarIbiúna como estância turística do Es tado.Até mesmo o velho cemitério desapareci-do, redescoberto naquele episódio, seriauma importante atração da reminiscênciahistórica do município.

Justificando esse abuso, já se comentousobre um investimento nababesco para aconstrução de um complexo turístico na-quele local. Não obstante, pelos falaciososrumores e a inexis tência de fatos, é de seimaginar que, mais uma vez, estão passan-do a perna nos ibiunenses, para o benefíciode alguns espertalhões. Até mesmo porque,o fundamento alegado para o fechamentoda via pública, foi àquela lei municipal 385/98, que é inconstitucional. E se assim nãofosse, como a referida lei só se aplicava aosloteamentos urbanizados, fica patente quehouve uma manobra para favorecer umaárea privada onde nunca foi cons truídoloteamento algum. Vale, contudo, algum es-clarecimento do setor turístico a respeito,desde que, apresentem ao povo ibiunenseo enorme recolhimento de IPTU gerado poraquele "grande empreendimento".

Senão . . .devolvam a área do escritório

ao povo ibiunense.

A represa é nossa?!DIREITO DE IR E VIR

A LEI do inqui linato é, sem dúvida, umdos principais diplomas do direito civilbrasileiro, tendo em vista que as rela-ç ões locatícias,em seus mais va-riados matizes,r e p r e s e nt a muma importanterelação jurídicade nossa socieda-de.

A edição da Lein. 12.112, de 9 dedezembro de2009, trouxe importantes inovaçõesmateriais e processuais à Lei do Inquili-nato, e todas elas certamente refletirãodecisivamente no mercado imobi liário.A obra dos mestres em Direito Civi l,Brunno Pandori Giancoli (foto) e FábioVieira F igueiredo, tem por objetivo iden-tificar as modificações operadas, com-parando-as com a atual posição da dou-trina e da jurisprudência sobre o tema.Dessa forma, permite uma visão geral esis temática do assunto, favorecendo oestudo e a reflexão dos impactos queessas alterações podem causar no dia adia. Trata-se de uma obra de interessegeral, destinada aos estudantes e pro-fissionais do Direito, e também àquelesque atuam no mercado imobi liário,como consultores e corretores, para quetodos possam entender de maneira cla-ra e objetiva as principais discussões. Emlinguagem concisa e objetiva, o livro fazuma análise crítica das mudanças, indi-cando seus aspectos impactantes e ospontos que demandarão análise maisprofunda da doutrina e da jurisprudên-cia no caso concreto.

A Nova Lei doInquilinato

Editor: MILTON GIANCOLI

JORNAL NOVA TRIBUNA

Suplemirto“Veja Bem!”

O ENROLEIXOM & EMBROMEIXOMDOS FILHOS DA POLÍTICA

depois do“tamo n’água”

A políticaA políticaA políticaA políticaA política de Ibiúnaé cheia de episódios

pitorescos. Nesses momentos, asexpressões mais contundentes setornam lenda e, por vezes, reve-lam um sentimento único. Esse é ocaso, por exemplo, dos manos quefazem sucesso JOGANDO futebol “COM CERTEZACOM CERTEZACOM CERTEZACOM CERTEZACOM CERTEZA”.

Seichi Miyaji, nosso ilustre ex-prefeito, certa ocasião, quandorepresentantes da colônia JAPONE-SA FORAM cobrar providências doestado em razão da falta de segu-rança NA ZONA RURAL, perdeu a pa-ciência E CANSADO DO enXugar geloeternizou a expressão “TTTTTAMOAMOAMOAMOAMON’ÁGUAN’ÁGUAN’ÁGUAN’ÁGUAN’ÁGUA”, DEPOIS DE ENTORNAR UMCOPO DE ÁGUA NA REUNIÃO.

AGORA, dA VELHA MANIA POLÍTICADE dar resposta SEM conteúdo OB-JETIVo dO QUE SE PERGUNTA, OS CI-ENTISTAS E FILÓSOFOS IBIUNENSESDESCOBRIRAM COMO IDENTIFICAR UMesperto ENROLEIXOm & EMBROMEI-XOM.

FIQUE ATENTO. SE VOCÊ PERGUNTARQUALQUER COISA PARA A TURMA DO LE-GISLATIVO OU EXECUTIVO E A RESPOS-TA COMEÇAR COM “VEJA BEMVEJA BEMVEJA BEMVEJA BEMVEJA BEM”, ESTEJACERTO DE QUE ELES VÃO TE ENROLAR.

lançam oPolíticos

PROTESTANDO CONTRA O ENXUGA GELONA QUESTÃO DA SEGURANÇA

Segura o homem gente!!

calma miyajicalma miyajicalma miyajicalma miyajicalma miyaji

assimassimassimassimassimnão dááááánão dááááánão dááááánão dááááánão dááááá

tamotamotamotamotamon’água!n’água!n’água!n’água!n’água!

Março, 2010 - Região SUDESTESem alegria a vida não tem graça

o víruso víruso víruso víruso vírus

zébolazébolazébolazébolazébolaaterrorizou ibiúnaaterrorizou ibiúnaaterrorizou ibiúnaaterrorizou ibiúnaaterrorizou ibiúna

nos anos 90. Pnos anos 90. Pnos anos 90. Pnos anos 90. Pnos anos 90. PAG.06AG.06AG.06AG.06AG.06

Vai pro buracoVai pro buracoVai pro buracoVai pro buracoVai pro buracoou nãoou nãoou nãoou nãoou nãovai ???vai ???vai ???vai ???vai ??? P P P P PAG.07AG.07AG.07AG.07AG.07

segredos desegredos desegredos desegredos desegredos depalito-de-dentepalito-de-dentepalito-de-dentepalito-de-dentepalito-de-dente

P P P P PAG.08AG.08AG.08AG.08AG.08

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NovaTribuna 06

daquele hospitaldaquele hospitaldaquele hospitaldaquele hospitaldaquele hospital municipal que vi-rou p.a. (p.ode a.guardar) o povo nemcomenta mais, cansado de ouvir aque-la mesma resposta “veja bemveja bemveja bemveja bemveja bem”.

do seu rafinha, que veio atormen-tar a equipe do coronel, ninguém sou-be mais nada. dizem que a melhor res-posta que conseguiu para dar solu-ção ao caso, não passou do seguinte“veja bem...veja bem...veja bem...veja bem...veja bem...”.

a tal c.p.ic.p.ic.p.ic.p.ic.p.i (C.âmara p.opulista quenão dá i.bope) da saúdeda saúdeda saúdeda saúdeda saúde ficou no es-quecimento. se perguntar a respeito,vem aquela resposta “veja bemveja bemveja bemveja bemveja bem”.

o mote, agora, é cuidar de outrac.p.i. (c.onta do p.refeito i.nimigo)que é a única forma de tirar o belodo páreo. mas, se álguem não tem cer-teza que isso vai dar certo e pergun-ta aos palpiteiros o que vai aconte-cer, a resposta pode ser “com certe-com certe-com certe-com certe-com certe-zazazazaza” ou “veja bemveja bemveja bemveja bemveja bem”.

o certo mesmo é que “tamo n’águatamo n’águatamo n’águatamo n’águatamo n’água”porque é tudo farinha do mesmofarinha do mesmofarinha do mesmofarinha do mesmofarinha do mesmosacosacosacosacosaco.

NO ANONO ANONO ANONO ANONO ANO em que o Anta Virus e o ÉbolaÉbolaÉbolaÉbolaÉbolaaterrorizavam o mundo, Ibiúna viviamomentos conturbados na saúde pú-blica, como sempre.“ veja bem....”“ veja bem....”“ veja bem....”“ veja bem....”“ veja bem....”O Ébola era, e ainda é, um dos virus

mais temidos do mundo. no zaire, avítima passava por uma grandeenferminda e sangrava até morrer.Fato parecido acometia o cofre pú-

blico, segundo os politicamente cor-retos.Mas aqui o virus foi identificado

como zébola, ou zé bolazé bolazé bolazé bolazé bola para algunsfornecedores.Na sua ação devastadora, o zebola

atacava o cofre do povo e sangrava obicho até endividar as vitimas.a campanha de combate ao virus foi

tão intensa que, até hoje, o zébolapermanece desaparecido da área pú-blica. quase incomunicável...

Na época, a descoberta do zébola ir-ritou os vermes que mandaram seusalunos pesquisarem sobre o ébola dozaire, mas, os alunos mais aplicadostambém dissertaram sobre os zébolaslocais.quem eram eles...veja bemveja bemveja bemveja bemveja bem!

E AÍ MEU VELHO

Suplemirto1995

NovaTribuna Suplemirto 07

vamovamovamovamovamointerrÁ esseinterrÁ esseinterrÁ esseinterrÁ esseinterrÁ esse

assuntoassuntoassuntoassuntoassuntoDOS 20 PDOS 20 PDOS 20 PDOS 20 PDOS 20 PAU!AU!AU!AU!AU!

Ó, SENHOR!Eu te agradeço

por não ser maissindicalista e

principalmentepor não recebero salarinho do

companheiroEdevan

100%APAGÃO?

TÔ TENO UMAS LUiZIS AQUI NATÔ TENO UMAS LUiZIS AQUI NATÔ TENO UMAS LUiZIS AQUI NATÔ TENO UMAS LUiZIS AQUI NATÔ TENO UMAS LUiZIS AQUI NAMINHA CAchola. DEPOIS DESSEMINHA CAchola. DEPOIS DESSEMINHA CAchola. DEPOIS DESSEMINHA CAchola. DEPOIS DESSEMINHA CAchola. DEPOIS DESSE

SALARiãOSALARiãOSALARiãOSALARiãOSALARiãO, QUE T, QUE T, QUE T, QUE T, QUE TALALALALALna próxima campanha:na próxima campanha:na próxima campanha:na próxima campanha:na próxima campanha:

QUEM ANDA NO SÍTIOQUEM ANDA NO SÍTIOQUEM ANDA NO SÍTIOQUEM ANDA NO SÍTIOQUEM ANDA NO SÍTIO SABE. SE PER-GUNTAR DAS ESTRADAS A RESPOSTA VEMLIGEIRA “qUE ESTRADA?qUE ESTRADA?qUE ESTRADA?qUE ESTRADA?qUE ESTRADA?”. CONVIDEI OJORNALEIRO DO TRIBUNA PRA TIRARUMAS FOTOS LÁ PELAS BANDAS DO SER-TÃO, MAS, O JIPPE DELE ENCALHOULOGO NO PRIMEIRO BURACO, TIPO“ÃO”. GRITEI SÊ NÃO TINHA CORRENTE“SÓ SE FOR COM CIPÓ PRA SAIR DESTAPIRAMBA” RESPONDEU INDIGNADO,QUE FEZ ECO NO CARRERO.

DIZEM QUE PREFEITO GOSTA DE BU-RACO. QUANTO MAIOR O BURACO, MAI-OR A VERBINHA DO ESTADO; QUE JÁ VEMCERTO PRA DISTRIBUIR O CASCALHO ECOBRIR DE “CASCA DE OVOCASCA DE OVOCASCA DE OVOCASCA DE OVOCASCA DE OVO” (OUVI ISSOLÁ NA CÂMARA).

TÁ CERTO QUE ESSA CHUVA FOI UMCASTIGO PARA O AGRICULTOR, MAS,SEM MANUTENÇÃO, A COISA PEGA E OPREJUÍZO DOS ELEITORES NA ESTRADATÁ GRANDE. POR FALAR NISSO, SERÁQUE A PREFEITURA VAI ARRUMAR ES-SAS ESTRADAS ATÉ A PRÓXIMA ELEIÇÃO.

PERUA PRA TRANSPORTAR VOTO TÁCHEIO. MAS, COM ESSA BURAQUEIRA,SEI NÃO?

VejaBem!

Veja Bem!

Briga de Titãs

Cuidado com o JAPA?!perus, peruas e Perueiros, donzelinhas e

donzelonas distraídas, ex-maridos,ricardões e pagadores de pensão, políti-

cos e politiqueiros, jornalistas ejornaleiros, se cuidem porque o

japabrinqueirotá na área e

é palanqueiro!

AAhááá!!

NovaTribuna Suplemirto 08

VEJABEM

Galeria de ex-prefeitos,

ex-presidentes e ex...ex-vereadores,ex-candidatos,

SEGREDOS DE

munícipes estão desconfiados que dESVIARAM O DINHEIRO DAmunícipes estão desconfiados que dESVIARAM O DINHEIRO DAmunícipes estão desconfiados que dESVIARAM O DINHEIRO DAmunícipes estão desconfiados que dESVIARAM O DINHEIRO DAmunícipes estão desconfiados que dESVIARAM O DINHEIRO DAOBRA em 1968, porque o prédio não está lá! OBRA em 1968, porque o prédio não está lá! OBRA em 1968, porque o prédio não está lá! OBRA em 1968, porque o prédio não está lá! OBRA em 1968, porque o prédio não está lá! rsrsrs...

PALITO-DE-DENTEO NOVO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

ENTRE O COMANDANTE BRENÁ E OILUSTRE PREFEITO, NA MATUTINA DOCAFÉ COM LEITE É NO PALITO.

O PREFEITO ENTREGA O PALITO PARAO BAIXINHO E ELES COMEÇAM: BEZIZI...BEZEZE..ZIIP...ZAAP, QUE NÃO PARAMAIS. A MESA ESTÁ DESCONFIADA QUEELES ESTÃO ACHANDO QUE PALITO-DE-DENTE É ANTENA.

QUE TAL USAR O TELEFONE?!

NovaTribuna 09painel | opinião | tribuna | política | geral | região

COM A APROXIMAÇÃO das eleiçõesgerais de outubro, renasce, vigorosa-mente, o movimento em favor da fi-cha limpa dos candidatos.

Os motivos desse ressurgimento sãofáceis de compreender. Nada desesti-mula mais o eleitor a exercer o direitodo voto do que saber da existência,nas múltiplas legendas que compõemo nosso sistema partidário, de umaquantidade muito elevada de candida-tos que têm contas a acertar com aJustiça. Para alguns destes, a principalrazão pela qual correm atrás de ummandato ou buscam reeleger-se é di-ficultar a ação dos órgãos julgadores.

Tomar como ponto de partida do pro-cesso de escolha a definição por esteou aquele partido, na maioria dos ca-sos, não ajuda muito. Os elevados ide-ais que as agremiações políticas sepropõem a atingir, não impedem quese infi ltrem em suas chapas de aspi-rantes a cargos eleitorais, vampirossedentos que se julgam aptos a admi-nistrar bancos de sangue.

A certificação, pelo Judiciário, da ine-xistência de condenações contra ocandidato é a garantia digna de crédi-to de que ele está apto a receber osvotos de eleitores honestos, interes-sados em ações políticas e administra-tivas que levem em conta o bem co-mum e não interesses ilegítimos docandidato.

Mas, também nesse terreno, exage-ros e extremos de severidade são con-traproducentes. É essencial assegurarao candidato o direito, garantido atodo cidadão comum, do duplo graude jurisdição.

Troquemos isso em miúdos.O postulante à eleição ou à reelei-

ção, que tenha sido condenado porum tribunal, deve ser excluído da lis-ta de candidatos do seu partido, im-placavelmente. Não importa que, noterreno processual, ainda lhe restemcinco ou seis tipos de recursos diver-sos. Ele que primeiro prove a sua ino-cência, naquelas instâncias da Justiça,e depois reclame a devolução do di-reito de candidatar-se.

Situação inteiramente diversa é a dequem foi alcançado por decisão con-denatória de um juiz de 1ª instânciaque, movido pelo excessivo entusias-

mo de quem,em início decarreira, sepropõe a mu-dar o mundoa partir do ór-gão judicanteem que atua,deixou-se le-var por umaaversão inconfessável à pessoa do can-didato ou, até por conta de uma vin-gança pessoal, decide, sozinho, torná-lo inelegível.

Há hoje amplo consenso de políticose juristas, conhecedores da legislaçãoe provados na convivência com a rea-lidade, acerca da necessidade de en-contrar um ponto de equilíbrio entrea impunidade aberta, hoje imperan-te, e os abusos do julgamento indivi-dual.

Fundamentar o impedimento deuma candidatura com base na delibe-ração solitária de primeira instância éafoiteza condenável. Condicionar aexclusão do candidato ao esgotamen-to de todas as instâncias julgadoras éavalizar a continuidade do abuso e ins-taurar o direito de saque aos cofrespúblicos.

É indispensável fazer valer de imedi-ato a regra da ficha limpa. Esta devealicerçar-se em decisões de tribunais,órgão colegiados de segunda instân-cia, com poderes para reexaminar e,quando seja o caso, modificar a sen-tença de primeira instância.

O julgamento pelos tribunais conci-lia adequadamente o exercício do di-reito de ampla defesa do candidatocom a adoção de medidas concretasde forma que só participará da dispu-ta eleitoral quem tiver ficha limpa.

Esse procedimento mudará para me-lhor a disposição interior com que osbrasi leiros comparecem às urnas, le-vando-os a deslocar-se até sua seçãoeleitoral com a alegria daquele quevive numa democracia e a confiançade quem sabe estar escolhendo entrenomes que, sem exceção, acham-sesintonizados com os princípios de éti-ca e honestidade essenciais à tarefa debem governar.

Os critérios da ficha limpa*Antonio Carlos Pannunzio

OPINIÃO

(*) Deputado federal, membro da Comissão de Cons-tituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Relações Ex-teriores e de Defesa Nacional (CREDN), foi líder debancada e presidente Estadual do PSDB/SP.

PROSSEGUE EM IBIÚNA o trabalho deregularização fundiária realizado pelaFundação Instituto de Terras do Estadode São Paulo (Itesp). Trata-se de atuali-zação cadastral com vistas à regulariza-ção fundiária de 800 imóveis inseridosna área urbana do município.

O convênio terá duração de 15 meses,a contar da assinatura, realizada em ju-nho de 2009. A mais recente ação den-tro do cronograma de trabalho foi o cur-so de cadastro para 18 pessoas - funcio-nários e indicados pela prefeitura - mi-nistrado pelo analista Oziel Pinto, doItesp, realizado nos dias 25 e 26 de feve-reiro passado. Foram indicadas pelaSecretaria de Desenvolvimento Urbanode Ibiúna as seguintes áreas como obje-to dos trabalhos: Vila Lima, Vila Pitico,Laval I e II e Bairro do Coto.

Entre as atividades já realizadas, aindaem 2009, estiveram a implantação e ras-treio de oito marcos de concreto refe-rentes aos pontos da poligonal principale o início do levantamento topográficoda Vila Lima, além de processamento eajustamento dos dados referentes aorastreio com GPS dos seis marcos im-plantados. Em fevereiro passado, foramprotocolados ofícios nos cartórios de Ibi-úna e São Roque, solicitando certidõesatualizadas de transcrições e matrículasreferentes a imóveis situados nos bair-ros que são alvo dos trabalhos. E nestemês de março de 2010, teve início o ca-dastro da Vila Lima com quatro cadas-tradores contratados pela prefeitura.Atualmente, está em andamento o le-vantamento topográfico da Vila Lima,área que conta com aproximadamente200 imóveis. Deste total, cerca de 80%já foram cadastrados.

O trabalho de regularizaçãoA Fundação Itesp é a entidade respon-

sável por planejar e executar as políti-cas agrária e fundiária do Estado de SãoPaulo. É vinculada à Secretaria de Esta-do da Justiça e da Defesa da Cidadania.Entre suas principais atividades está aregularização fundiária de áreas urbanase rurais, hoje realizadas em mais de 80municípios.

De 1995 para cá foram concedidos maisde 25 mil títulos de domínio, em parce-ria com prefeituras e com a Procurado-ria Geral do Estado, por meio do Progra-ma Minha Terra. O trabalho de regulari-zação fundiária proporciona segurançajurídica ao cidadão, favorecendo o sane-amento do sistema de registro públicode imóveis.

Itesp avança com a regularizaçãofundiária em Ibiúna

SEGURANÇA JURÍDICA AO CIDADÃO

FOTO

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Gustavo Hungaro (ITESP), Jonas de Campos e ao fundo o ex-secretário municipalMarcos Truvilho, que se empenharam para trazer os benefícios do ITESP aos ibiunenses

NovaTribuna 10painel | opinião | política | educação | geral | região

ABRILACONTECEU EM

O FRUSTRADO CONGRESSO da UNE,que aconteceu em Ibiúna num sába-do chuvoso de 12 de outubro de1968, está sendo lembrado nummonumento construído defronte aIgreja Nossa Senhora das Dores, napraça matriz, exatamente onde nãofuncionava aquela fonte lamosa, queo Jair Pires transformou em motepara cobrar providências dos prefei-tos. A providência veio e é mérito dosecretário de turismo que aterrou oburaco para fazer o monumento.

Entre os personagens do congres-so, com mais de 700 delegados vin-dos de todos os rincões estaduais donosso Brasil, para a não realização do30º congresso dos estudantes, a ex-vereadora de Ibiúna Neusa Ferreirade Sousa, casada com Domingos Si-mões que na época tomava conta dosítio Murundu onde ia acontecer ocongresso, revelou o seguinte paraum jornalista "no período da realiza-ção do Congresso, eu permanecia nacidade de São Paulo para comprar osalimentos que iriam abastecer os jo-vens, enquanto o meu marido trans-portava esses mantimentos", o quemuitos ibiunenses que se lembramdaqueles dias contestam, porque foi

exatamente o excesso de compra nocomércio de Ibiúna que chamou aatenção da polícia. O nosso estima-do amigo Clovão, filho do saudosoGildo da Padaria São Sebastião, con-ta que, naquela época com 8 anos deidade, foi junto com o entregador dapadaria, para levar uma grande re-messa de pães e quase foram deti-dos pela polícia naquele dia.

Contam os registros na imprensanacional que Milton Dota, estudan-te da faculdade de Direito na USP,revelou qual foi o principal motivo dadescoberta do Congresso. "Pegaramo jipe e foram até a cidade comprarcomida. Pararam em uma padaria (apadaria do Gildo que ficava ao ladodo bar Guarani que hoje é a PadariaPrincesa) e compraram todo o pãoque tinha.

Em seguida, foram em outra pada-ria e compraram mais pão e chocola-te. Só que (segundo eles) o delegadode polícia da cidade, que ia corriquei-ramente à padaria comprar seu pão-zinho, ouviu do padeiro que um moçocabeludo e barbudo tinha compradotodo o pão. Na outra padaria ouviu omesmo. Desconfiado, o delegado li-gou para o DOI-CODI."

Dota havia sido escolhido pelo Di-retório XI de Agosto, Junto com maisdois alunos da faculdade de Direito,para ser delegado do evento em Ibi-úna.

De forma clandestina, acompanha-do do militante paulista, hoje minis-tro da Comunicação Social FranklinMartins, notou, assim que chegou aosítio Murundú, que a estrutura malorganizada do congresso era um ver-dadeiro fiasco.

O Congresso foi interrompido pou-cos minutos antes da polícia chegar,quando o estudante Jean Marc Vander Weid, membro da Ação Popular(AP), já havia sido eleito para a presi-dência da UNE. Jean era procuradopela polícia porque tinha sido enqua-drado pelo Exército do Rio de Janei-ro, antes da realização do Congres-so. "Vim para São Paulo, um lugar emque eu era menos conhecido pelapolícia e fiquei clandestino junto como Luís Travassos, então presidente daUnião Estadual dos Estudantes", lem-bra o ex-estudante de engenhariaquímica da UFRJ. Jean chegou à Ibiú-na numa segunda-feira onde encon-trou Dota, que também era filiado àAção Popular (AP).

Vai fazer 42 anos que o Congressoda UNE em Ibiúna virou lama.

A DESORGANIZAÇÃO FOI A MARCA PRINCIP AL DO CONGRESSO E ISSO SÓ PODIA TER ACONTECIDO EM IBIÚNA, HÁ “40” ANOS ATRÁSDia 02/04/1618Partindo de São Paulo, a maior de to-

das as bandeiras, com mais de 4.000homens contratados pela União Ibérica,empresa que detinha o monopólio co-mercial das colônias portuguesas e es-panholas, sob o comando de AntônioRaposo Tavares e Manoel Preto, seguiupara o oeste, com o objetivo de atacar afortificação de Guairá, no extremo sul,o que seus comandantes conseguiramem 1629. A gigantesca expedição nãocontava, no entanto, que muito próximode Piratini, Parnaíba e Cotia encontras-sem seu primeiro obstáculo: no dia 02de abril de 1618, depararam com umgrande vale escuro que escondia umgrande lago coberto por espesso nevo-eiro (y-una), defendido por valentes tu-pis-guaranis, que ali se refugiavam quan-do necessário. A bandeira preferiu con-tornar o grande lago e seguir pela rotade Parnaíba, mas, em seus registros, fi-cou assentada a existência de “y-una”, aágua preta, que um século mais tardedenominaria Una, que posteriormenteseria Ibiúna.

Dia 04/04/1914O prefeito Bento Soares de Campos

assinou, em 4 de março de 1914, con-trato autorizando José Antônio Pinto, arealização dos trabalhos de implantaçãoe manutenção de iluminação pública agás no centro da cidade e na cadeia pú-blica.

Os serviços importariam em 800$000(oitocentos mil réis). Foi fiador dessenegócio o professor Roque Bastos. Essesistema de iluminação pública teve du-ração efêmera. Cinco meses depois oprefeito formalizou concessão para a SãoPaulo Eletric instalar no município a ilu-minação a eletricidade, que foi inaugu-rada em 1916. Por esses atos, Bento So-ares de Campos ficou conhecido pelaalcunha de “Prefeito da Luz”.

NovaTribuna 11

1968 FOI O ANO que marcou o mai-or retrocesso político no Brasil. "Oano que não terminou" é o que selê na faixa que pregaram na frente docoreto moderno, daquele arquitetomineiro, que o ex-prefeito mandoubuscar em Minas Gerais para enter-rar o resto da nossa histórica praci-nha. Justamente no ano em que a ju-ventude brasileira conseguiu atingirseu mais elevado grau de organiza-ção e passou a ameaçar o regimemilitar, o movimento estudanti l so-freu seu maior golpe, justamente, emIbiúna.

Naquele episódio, contam os ex-congressistas que três correntes ri-vais se digladiavam pelo poder naentidade: o grupo liderado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu(PT), chamado Dissidência; o de Jean-Marc van der Weid, apoiado peloentão presidente da UNE, Luiz Travas-sos, da Ação Popular (AP); e o deMarcos Medeiros, do Partido Comu-nista Brasileiro Revolucionário, oPCBR. A nova direção da entidadenão chegou a ser eleita. Eram 7h30da manhã, num sábado lamacento,depois de dias seguidos de chuva,quando o bauruense Milton Dota, naépoca com 28 anos, matava a fomecom uma barra de chocolate, en-quanto ele e os colegas aguardavamo início das plenárias do congresso.Relatou numa entrevista, que tudoindicava que o grupo do Zé Dirceu iaganhar a eleição para a diretoria.

De repente, conta Dota, ele ouviugritos e tiros que quebraram o si lên-cio na mata. Em pouco tempo, ele eas demais lideres estudantis viram-se cercados por um grupo de aproxi-madamente 200 soldados, fortemen-te armados. Os estudantes foramdetidos e obrigados a caminhar a pépor vários quilômetros, até chegaremà cidade de Ibiúna. Depois, foramcolocados em ônibus e mandadospara o Presídio Tiradentes, no centroda cidade de São Paulo. Lembrandodaquele acontecimento, conta o José

Edson Pedroso (o Zito), sobrinho doGildo, que o Acir Pires, o Roni Von deIbiúna, com aquela cabeleira de es-tudante congressista, foi empurradopara dentro de um dos ônibus e qua-se foi dormir no DOI-CODI.

A respeito das prisões, o Dota con-tava o seguinte "aqui lo era pior queuma possilga". Milton Dota foi umdos cinco estudantes da cidade deBauru, que estiveram presentes nocongresso. Hoje, com mais de 70anos, o advogado e ex-vereador porquase uma década, no período daredemocratização do País, lembra detudo aquilo que teve de passar du-rante o Congresso de Ibiúna. "A fa-zenda do evento era bonita, tinha atéuma cachoeira. Só que a infra-estru-tura era precária demais. Não haviabanheiro e a gente quase não tinhao que comer. Para dormir, eu e algunscolegas tivemos que improvisar umacama no chiqueiro dos porcos", rela-tou Dota. O chiqueiro, garante ele,era infinitamente mais asseado queo Presídio Tiradentes. "Não tinhanem comparação. Tivemos de ficaramontoados feito animais por quasedois dias naquelas celas", afirma.Dota e os companheiros ainda seri-am transferidos para outros lugares,antes de serem finalmente liberta-dos, graças a um habeas corpus ob-tido às pressas, em 12 de dezembro,um dia antes do Ato InstitucionalNúmero Cinco (AI-5) entrar em vigor.

Alguns dos estudantes não conse-guiram obter o habeas corpus a tem-po e acabaram tendo de permane-cer na cadeia por vários meses, atéserem por fim trocados pelo embai-xador norte-americano Charles BurkeEllbrick, sequestrado, em 1969, pelaAliança Libertadora Nacional (ALN) epelo Movimento Revolucionário 8 deOutubro (MR8). O José Dirceu, quepassou pela experiência, acabou seexi lando no México e em Cuba, e sóretornaria ao Brasil em 1971, na clan-destinidade. A essa altura, o movi-mento estudanti l já se encontrava

completamente desarticulado. No fi-nal dos anos 70, entidades e gruposligados à juventude ressurgiriam comforça e assumiriam um papel de des-taque na redemocratização do País,deixando Ibiúna no rol das amargaslembranças.

Até os dias de hoje, os ibiunensessão meros figurantes mudos dessahistória. Mas, tem muitos relatos depé-de-orelha, que estão aflorando nacidade, em razão do que se discutesobre a localização da obra, que po-deriam dar um novo rumo aos fatos,do ponto de vista dos ibiunenses.Coisa que poderia ter um foco dife-rente se os munícipes participassemdessas decisões e, aproveitando osacontecimentos, a área de educaçãomunicipal incentivasse os estudantespara fazer uma grande pesquisa lo-cal, para enriquecer o grande acervovirtual encontrado na internet.

AMANTE DA LIBERDADE e da le-galidade, o estudante de Geolo-gia da USP, Alexandre VannuchiLeme, sorocabano de 22 anos, foipreso, torturado e morto pelosórgãos de repressão da Revolu-ção de 1964. De viva inteligência,consciência crítica e nacionalista,contam os que o conheceram,não se conformava com a políti-ca imposta pelo governo militardaquela época. Isso lhe custou aprópria vida, falecendo em con-seqüência das torturas no dia 17de março de 1973.

30º Congresso da UNE acabou como movimento estudantil

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Dia 08/04/1916Em 1914, a comunidade católica iniciou

os trabalhos de implantação de assoa-lho e forro na Igreja Matriz, obra que seestendeu por todo o ano seguinte. Con-cluída essa etapa, sem tomar fôlego, opadre Antônio de Sá Ferro decidiu quedeveria iniciar a reconstrução da facha-da e a construção da torre, que teve iní-cio no dia 8 de março de 1916.

Dia 11/04/1640A descoberta do vale escuro, o “Vale

de Una” bem serviu aos propósitos doscolonizadores, principalmente aos en-carregados pela captura de índios parao trabalho escravo. Em pouco tempo ostupis-guaranis foram subjugados e foipossível a travessia segura do vale até afixação de colonos em suas adjacências.O primeiro a fixar-se no local, segundoos registros da época, teria sido o ban-deirante Pascoal Moreira Cabral. No dia11 de abri l de 1640, com familiares,agregados, escravos índios e negros, ins-tala-se em terras onde provavelmenteé a região onde se situa hoje o bairro doPiratuba, nas divisas atuais entre Voto-rantim e Ibiúna.

Dia 13/04/1957A comunidade de há muito reivindica-

va o funcionamento do curso ginasialpúblico no município. O deputado esta-dual Francisco Scalamandré Sobrinho, apedido das lideranças locais, dedicouespecial esforço para convencer o gover-no do Estado a atender o povo ibiunen-se. O sucesso dessa empreitada veio nodia 13 de março de 1957, quando o go-vernador Jânio Quadros autorizou o fun-cionamento do Ginásio Estadual de Ibi-úna.

Dia 21/04/1935O prefeito João Carlos Marcondes pre-

tendia construir um mercado municipal,mas não dispunha de verba. Para con-seguir recursos, decidiu vender o TeatroBom Jesus, pelo valor mínimo de2:000$000 (dois contos de réis). O com-prador foi Jacob Florentino da Silva e aescritura foi lavrada no dia 21 de marçode 1935.

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