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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Religiosidade e Mídia
Marina Auxiliadora Matos de Miranda
ORIENTADORA: Mestre Carly Barboza Machado
RIO DE JANEIRO
Janeiro / 2005
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Religiosidade e Mídia
Marina Auxiliadora Matos de Miranda
Monografia exigida como requisito Parcial para obtenção do grau de Tecnólogo da Educação
3
“Os princípios essenciais dos manuais religiosos clássicos são os mesmos em todos os lugares e em todos os tempos. Mas as práticas baseadas neles mudam de acordo com os tempos e os países.”
Mahatma Gandhi
4
Agradecimentos
Aos meus pais pela formação do meu caráter e dos meus valores. Ao meu
marido pela paciência em todos os momentos de comunhão das nossas vidas.
Aos meus alunos que são a razão da minha busca pelo saber e a todas as
pessoas que direta ou indiretamente contribuirão para mais uma formação
acadêmica na minha vida.
5
RESUMO Nesse trabalho mostro os valores e sentimentos a serem trabalhados no Ensino
Religioso e a dificuldade de trabalha-los de forma simultânea com os valores
apresentados na mídia televisiva, sobretudo nas telenovelas que mostra à
banalização dos ideais humanos contrariando a ótica do Ensino Religioso.
Nós educadores devemos estar sempre atentos para tornar os nossos jovens
críticos e sabedores da importância da ética e da moral para o seu
desenvolvimento sem se deixar influenciar por conceitos e modelos pré-fabricados
pela televisão.
6
Sumário
Agradecimentos
Resumo
Introdução
Capítulo 1 – O Ensino Religioso
1.1 - Educar a Religiosidade
1.2 - O Ensino Religioso no Projeto Pedagógico da Escola
1.3 - Arte: A Religião do Corpo Inteiro
1.4 - A Importância da Família
1.5 - A Prática da Espiritualidade
Capítulo 2 – Uma nova forma de apresentação da religião
2.1 - O surgimento da telenovela
2.2 - Televisão, uma estranha forma de expressão religiosa
2.3 - Deus nos meios de comunicação
2.4 - A Religião nas telenovelas
2.5 - Novelas da Rede Globo
2.6 - A Violência nas Telenovelas
2.7 - 1ª corrente: A crítica à presença da violência nas
telenovelas
2.8 - 2ª corrente: A defesa da representação da violência
Conclusão
A Influência da TV no comportamento do jovem e na educação
Referências Bibliográficas
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7
INTRODUÇÃO
Comecei a dar aulas de Ensino Religioso por acaso. Na minha
adolescência eu trabalhei como catequista. Já na Universidade tive um curso
básico sobre teologia. Como já havia trabalhado em paróquia e desenvolvi um
perfil de Educador Religioso, fui contratada para dar aulas em uma Escola
Católica e passado algum tempo, essa experiência me encantou e abriu as portas
em mais duas outras instituições na cidade.
Como educadora de Ensino Religioso, devo despertar nos educandos os
valores primordiais para vivermos em comunidade (sociedade), respeitando ao
próximo, inclusive as pluralidades religiosas, através de debates ou de fatos
marcantes apresentados pelas Telenovelas.
Nessa monografia relato a dificuldade de trabalhar o Ensino Religioso na
era da informação, tendo como objeto de reflexão as telenovelas.
È muito difícil trabalhar valores e sentimentos no Ensino Religioso enquanto
as telenovelas incentivam a prática de valores completamente diferentes,
deixando de levar em consideração o respeito pelo próximo, o companheirismo, a
solidariedade, etc...
Nós educadores de Ensino Religioso devemos estar sempre atentos as
duplas mensagens que os educandos estão recebendo na mídia, na escola e
dentro do ambiente familiar.
As telenovelas apresentam a banalização dos ideais humanos. A televisão
não atua alheia ao comportamento da sociedade, mas sim, influencia diretamente
na conduta da mesma, muitas vezes de forma contundente e outras mais amena.
A TV é parte da sociedade. Algumas mensagens são mais trabalhadas e
outras passam despercebidas sem sequer receber a interferência da mídia
obviamente.
Como o foco do trabalho é o adolescente, e se tratando de uma sociedade
formada em grande parte por crianças, cuja a idade não permite a formação do
8
senso crítico, elas são atraídas pelo “colorido” da televisão, o que certamente faz
com que eles sejam facilmente induzidos a absorção do conteúdo apresentado
pela mesma, independentemente do tipo de programação.
Segundo Professor Barros, um dos maiores problemas acontece quando a
ficção e realidade se misturam. Prova disto são atores, constantemente
confundidos com o personagem1.
“O ídolo construído pela mídia passa a ter influência sobre os jovens. Camisas, bonés, álbuns ou coisa parecida são provas de que a mídia não brinca.”( 1997 )
Pode se concluir que ter a mídia como aliada é importante para o
desenvolvimento da Educação Religiosa. A mídia atua como herói e vilã nesse
contexto, já que a sua programação diversificada nos proporciona subsídios para
trabalhar os diferentes valores e também mostrar a deturpação deles. É
necessário abrir as portas da escola para o universo tecnológico. Assim ela
acompanhará as transformações de uma nova sociedade que vive em plena era
da informação. No entanto a família não deve ficar alheia a esse processo. É
papel da família estar em sintonia com a escola, na contribuição para o
desenvolvimento de cidadãos críticos e conscientes de seu papel.
1 José T. Barros. Revista dos Educadores Salesianos, BH, 1997.
9
1º Capítulo - O Ensino Religioso
Nesse capítulo enfocarei o Ensino Religioso como disciplina fundamental
para o desenvolvimento da ética e de outros valores do educando. O objetivo é a
formação de cidadãos íntegros a fim de se criar uma sociedade mais justa.
O Ensino Religioso é uma disciplina que contribui de forma significativa
para a educação integral de cidadãos autônomos facilitando o entendimento de
outras manifestações religiosas instituídas ao longo da história.
A escola vai servir como local de reflexão dos valores éticos e humanos no
processo de formação do aluno, sem desconsiderar o papel da família. É muito
importante para o desenvolvimento da criança e para a constituição da sua
conduta. O aluno que vive essas experiências na família e na escola terá mais
oportunidades de construir sua identidade, desenvolver o senso crítico,
compreender e respeitar a pluralidade que o cerca.
No entanto, para se ter um bom resultado, é necessário a escola estar
aberta para as diversidades religiosas, independentemente da sua filosofia.
O currículo interdisciplinar deve conter o ensino religioso como instrumento
capaz de sensibilizar o aluno e fazê-lo participar de forma interativa e coletiva do
seu processo de formação.
Essa participação se dá a partir de um trabalho alicerçado em temas
fundamentais como valores familiares, verdade, liberdade, justiça, fraternidade,
solidariedade, responsabilidade, honestidade, exercício do diálogo, espírito
democrático, respeito pela vida e pela natureza, religiosidade, fé, paz e outros
assuntos que são de interesse dos alunos.
O Ensino Religioso tem como proposta uma prática educativa que privilegie
o ser humano em todas as suas dimensões. Assim, não encampa nenhuma
postura doutrinante, de modo que esse exercício seja feito de maneira abrangente
e respeitosa. Deve incentivar um processo de conhecimento e vivência a
religiosidade de cada aluno, assim como, interagir de forma positiva com outras
formas de espiritualidade. No entanto, deve se mostrar que aos educandos que a
10
prática dos valores nada tem haver com religião como mostra a professora Neide
de Oliveira2.
“O Ensino Religioso é uma disciplina
que hoje está bastante confundida com religião, contudo, devem ser vencidas as barreiras e começar a se trabalhar como qualquer outra disciplina do currículo escolar desenvolvendo seus conteúdos e buscando alcançar seus objetivos, para assim poder proporcionar o educando a liberdade de escolha , a base da cidadania e o sentido de vida”.( Oliveira , 2001 ,p. 14 )
1.1 - Educar a religiosidade
É necessário fazer do Ensino Religioso não um elemento estranho numa
escola confessional católica, mas, um espaço no qual buscamos habilitar desde a
criança da Educação Infantil até o jovem do Ensino Médio para um conhecimento
de si, do outro e do transcendente, respeitando a diversidade de todo o grupo.
A disciplina deve assumir sua finalidade própria, de desenvolver no
educando a compreensão, o conhecimento e a valorização da religiosidade e suas
expressões. A religiosidade – objeto do Ensino Religioso – abrange toda a
abertura do ser humano ao sentido fundamental de sua existência, incluindo todos
os caminhos pelos quais se tenta facilitar esta abertura, os religiosos e os que,
mesmo sem nenhuma aparência religiosa convencional, evidenciam esta sede
insaciável de infinito que marca a espécie humana.
A prática do Ensino Religioso, quando se aprofunda na raiz dos sonhos,
das aspirações, dos objetivos mais escondidos da pessoa, permite acreditar na
possibilidade da esperança, no projeto de uma nova humanidade integrada com
Deus.
A formação moral permite distinguir entre o bem e o mal , agir corretamente
, e é constituída basicamente por um conjunto de valores , normas e princípios 2Oliveira. A Renovação do Ensino Religioso – 2001 – pág14
11
que prescrevem o que se deve fazer , regulando os intercâmbios básicos entre os
indivíduos , nos aspectos que se relacionam com o bem – estar dos outros , com
sua liberdade e com a justiça. De acordo com a nossa tradição cultural e de toda
a humanidade , os valores éticos e morais foram sempre considerados
decorrência do reconhecimento da Transcendência como diz a psicóloga Izilda
Maria Zacarelli em artigo para a edição nº 11da Revista Diálogo3:
“Há algo ou alguém em função do que a vida humana vale a pena ser vivida , que dá sentido à prática da verdade , da justiça e da solidariedade”. (Zacarelli, 98, p. 25 )
Essa orientação para a transcendência é o que chamamos de religiosidade,
isso é , a capacidade de ir além da superfície das coisas , acontecimentos , gestos
, ritos e normas , para interpretar toda a realidade no seu sentido mais profundo e
atuar na sociedade de modo transportador. Esta dimensão do processo educativo
dá sentido novo a todo os setores da vida do educando.
O reconhecimento de que certos meios que utilizávamos para compreender
o nosso mundo eram muito rígidos. A realidade se mostrou maior do que esses
meios e acabou implodindo ou explodindo muitos de nossos esquemas
interpretativos.
Isso vale para nossas vivências religiosas. Estamos sempre aprendendo ,
muitas vezes a contra – gosto , que é limitado demais achar que eu tenho fé ou
religião e que o outro tem crença ou supertição , ou então , que minha fé garante
um acesso mais pleno , seguro e rápido ao sagrado. As reações diante deste fato
são bastante diferentes: alguns preferem agarrar suas tradições com unhas e
dentes , e outros , passam a tornar relativo toda vivência religiosa , sem se
preocupar com critérios ; outros vêem nesse momentos de corrigir-se e talvez criar
algo novo e melhor.
3Zacarelli – Agosto 1998 – pág 25
12
1.2 - O Ensino Religioso no projeto pedagógico da escola.
Os parâmetros curriculares tentam refletir esta nova realidade e convidam a
olhar a vida da qual a religião faz parte de um ângulo que não estamos mais
acostumados. Jostein Gaarder em O mundo de Sofia , diz que não estamos
condenados a viver no fundo da pelagem do coelho , escondido e seguro , mas
vale a pena correr o risco de procurar a ponta dos pêlos para ver o que existe lá
fora. Vale a pena deixar a tranqüilidade da minha fé aprendida de berço , ou
adquirida em algum momento de minha vida , para lançar um olhar mais amplo
sobre outras formas nas quais a fé se manifesta através das quais o sagrado é
concebido e apreendido.
Ao pensar no Ensino Religioso inserido no projeto pedagógico da escola ,
deve ter-se em mente esta simplificação como um dos principais norteadores.
Que pudesse planejar as atividades a partir da simplicidade / complexidade da
vida , não deixando vencer por simplismos que não levam a nada , pelo contrário ,
vão fazer com que o aluno fique privado da dimensão religiosa ao lidar com as
perguntas que a vida lhe coloca e também não complique a sua vida com
ensinamentos que pouco têm a ver com a sua existência concreta.
Os textos didáticos explorados nas salas de aula podem ajudar na
formação do aluno em relação a si, aos outros e a natureza ( que é criação de
Deus ) , o que deve ser usado bastante no dia-a-dia. Mas poderiam ser
elaborados pelos próprios alunos onde relatariam um pouco de suas experiências
religiosas vivenciadas no seu cotidiano.
Como vivemos numa realidade em que a mídia dita tendências através de
programas voltados para crianças, jovens e até adultos, pode-se afirmar que não
há o desenvolvimento de uma formação religiosa nos setores da mídia. Isto,
porque não é do seu interesse, o que é bastante preocupante para a sociedade,
formada em sua maioria por pessoas menos esclarecidas que absorvem esses
conceitos por ela idealizado, sem qualquer tipo de questionamento, contradizendo
todo o significado do ensino religioso.
13
Essa diversidade cultural-religiosa que deve ser levada para a sala de aula ,
fazendo com que o desenvolvimento e a ignorância intelectual das culturas e
tradições religiosas diferentes deixem de ter interpretações errôneas , levando o
conceito de tradição religiosa para a realidade do dia-a-dia , pode-se considerar
mais presente na tentativa de caracterizar as culturas.
O Ensino Religioso precisa abrir os horizontes dos alunos, levando-os a
terem uma visão positiva da diversidade religiosa onde cada ser tem o direito de
se expressar com liberdade, sem qualquer tipo de repreensão, seja quais forem as
suas idéias e crenças.
1.3 - Arte : A religião de corpo inteiro
A arte e a religião nasceram com os primeiros exemplares da nossa
espécie. São dois fenômenos que cruzam ao longo da aventura do ser humano
na história.
Nós seres humanos respiramos e transpiramos religião e arte em nosso
cotidiano, mesmo que não nos demos conta. Há muito de religiosidade em todas
as expressões de arte, ao mesmo tempo em que as expressões de caráter
religioso são todas veiculadas por uma linguagem artística.
O cristianismo, por exemplo, cultivou a música, a pintura e a escultura. O
objetivo desse pequeno texto é tentar ilustrar como se dá o processo recíproco, ou
seja, quais os elementos de caráter religioso estão embutidos na obra de arte.
1.4 - A importância da Família
.O núcleo familiar é o primeiro grupo social ao qual participamos e
recebemos não só a herança material e genética, mas principalmente os valores
morais. A formação do caráter, da personalidade do individuo vem do modelo
familiar. A formação da personalidade, do individuo ocorre em sua fase infantil. E
preciso entender que existe desvios de comportamento causados por influências
14
sociais (meio social, meios de comunicação e grupos sociais) é crises existenciais
que, podem fazer o indivíduo, em determinada fase de sua vida, ao fazer opções
pessoais que ignoram qualquer tipo ou exemplo familiar.
A religiosidade deve estar presente no ambiente familiar, o que
automaticamente contribuirá para a formação do indivíduo como um todo. Isso
permite a estruturação do mesmo além de traçar objetivos como a aquisição do
bem-estar pessoal e familiar através de uma concepção de vida, baseada em
crenças e valores.
O Ensino Religioso pode produzir alguns benefícios no indivíduo e na
sociedade em geral, independentemente de ser católico, protestante ou judaico.
1.5 - A Prática da Espiritualidade
O exercício de orações domésticas visa promover a espiritualidade do lar.
Vivemos em um mundo globalizado, onde a individualidade, o materialismo-
consumista tem ocupado prioridade no ambiente familiar, portanto valores
espirituais são de extrema importância para o alcance de uma boa vida familiar.
De acordo com o professor de Filosofia Vanderlei de Barros Rosas4,
“ A religiosidade familiar é importantíssima na formação de todo e qualquer ser humano. O maior perigo que a família moderna enfrenta é a Pós-modernidade “.
( Profº Barros Rosas, 2001 )
Ao mesmo tempo, as famílias enfrentam novos desafios que vêm de
mensagens, muitas vezes contraditórias, apresentadas pela mídia em geral. É o
momento de fazer uma reflexão sobre o uso dos meios de comunicação e o que
4 Prof: Barros Rosas www.mundodos filósofos.com.Br - 2001
15
eles pregam para que as famílias tenham discernimento sobre esse discurso e
saibam o modo como a mídia trata dos valores formativos.
O crescimento das comunicações permite que famílias, no mundo inteiro,
mesmo as que dispõem de recursos modestos, tenham acesso, no seu próprio lar,
a meios diversos.
Toda comunicação tem uma dimensão ética. Como o próprio Jesus Cristo
disse5:
“A boca fala daquilo de que o coração
está cheio” ( Mt: 12 , 34-35 ).
As Pessoas crescem ou diminuem de acordo com as palavras que
pronunciam e com as mensagens que escolhem para ouvir ou ver.
O grande volume de informações e a massificação do consumismo pela
mídia resultam na distorção dos valores fundamentais que a família deseja
transmitir aos filhos, uma vez que o desejo de ter sempre mais tende a estimular o
abandono de uma postura ética.
O Papa João Paulo II, em sua mensagem para o 38º Dia Mundial das
Comunicações Sociais, em 23/05/04, recorda que os meios de comunicação
possuem a capacidade de causar prejuízos graves às famílias, apresentando uma
visão inadequada e deformada da vida , da religião e da moral.
Segundo a jornalista Patrícia Silva em seu artigo para a edição de maio de
2004 da Revista Família Cristã6:
” Hoje se discute a possibilidade de uma maior interação entre o emissor e o receptor da mensagem. A mensagem só toma o seu significado nesta interação. O interlocutor se torna , de certa maneira , criador. A mensagem pode ser por ele
5 Bíblia Sagrada – Mateus 12, 34-35 6 Silva , Revista Família Cristã – maio 2004 – pág. 67
16
recomposta , reorganizada. A reflexão sobre a dimensão ética das comunicações deveria conduzir a iniciativas concretas , destinadas a prever e eliminar os riscos contra o bem-estar da família , apresentados pelos meios de comunicação.( Silva, 2004 , p.67)
17
Capítulo 2 - Uma nova forma de apresentação da religião
Nesse capítulo falarei um pouco sobre o histórico da telenovela. Um tipo de
programa que em pouco tempo formou seu público, muito fiel, por sinal, e que
atualmente é responsável por grande parte do faturamento da Rede Globo.
Veremos também que ao longo dos anos, muitos temas foram abordados
nas telenovelas, entre esses, a religião. Como a população do Brasil é
heterogênea e excessivamente crente, vamos mostrar um pouquinho como foi
apresentada essa manifestação da fé pelas novelas.
Também será apresentada a presença de Deus nos meios de comunicação
e como a exploração desse “personagem” alavanca audiência e
conseqüentemente lucro para a Globo, que não trabalha corretamente a
religiosidade com seu público. Muito pelo contrário. A exploração da violência é
um exemplo que a emissora não se importa muito com os valores familiares.
2.1 - O surgimento da telenovela
Segundo o artigo publicado no site da Universidade Federal da Bahia, em
1950 surge a televisão e logo depois, em 1951, a primeira telenovela é transmitida
na TV Tupi, Sua vida me pertence. Este novo tipo de narrativa era uma aquisição
recente, e não se sabia ainda como explorá-lo, então o passado radiofônico foi
usado como apoio. Durante praticamente toda a década de 50, a telenovela
evoluiu no interior de uma TV pautada pela improvisação técnica, organizacional e
empresarial. Este quadro que irá se transformar na década de 60. A implantação
de uma indústria cultural modifica o padrão de relacionamento com a cultura, uma
vez que definitivamente ela passa a ser concebida como um investimento
comercial, e transforma a mentalidade na forma de gerir o patrimônio7.
O advento da telenovela diária está estreitamente ligado a este quadro mais amplo de transformações. Com o surgimento do videoteipe,
7 www.facom.ufba.br/artcult/brasiltelenovela
18
a primeira telenovela diária, 2-5499 ocupado, do argentino Alberto Migré, é levada ao ar em julho de 1963 pela Excelsior. Ela surge como uma narrativa apropriada para ampliar o público das emissoras e dá certo, embora no início o público tenha tido ainda algumas dificuldades para se acostumar à sua seqüência diária. Ela entrou no cotidiano e já em 1964, tornou-se mania nacional, com o grande sucesso O Direito de Nascer. Entre 1963 e 1969 são levadas ao ar 195 novelas, número superior ao do período de 1951 a 1963, com uma diferença significativa, trata-se agora de histórias diárias, que preenchem a programação durante toda semana.
Programação obrigatória das emissoras, elemento fundamental na
distribuição dos horários e dos custos, a telenovela é também responsável pela
elevação dos índices de audiência das emissoras e alteração na distribuição da
programação. O horário entre 19h e 20h30, antes preenchido prioritariamente com
filmes e telejornalismo, passa a ser ocupado quase que inteiramente pelas
novelas. Somente em 1965 foram produzidos 48 textos diários. Isto significa, por
um lado, o fortalecimento do gênero, mas por outro, demonstra ainda a ausência
de um modelo de produção que racionalize a relação entre duração e custo
operacional, e permita determinar com alguma precisão qual o número de
capítulos que uma história deve ter para ser rentável.
Uma periodização histórica, de 1963-66, nos permite ter uma idéia do tipo
de novelas que marcam os anos 60. O que caracteriza o período é a presença do
melodrama. Mas se é verdade que o melodrama era homogêneo, é importante
levarmos em consideração que a década de 60 não se caracteriza exclusivamente
pela sua presença. Existiram algumas tentativas que buscaram reformular as
temáticas e os referenciais de linguagem circunscritos até então ao modelo
folhetinesco, como Beto Rockfeller que aparece como um marco no gênero. A
contradição que existia entre teleteatro e telenovela nos anos 50, enquanto
elemento de distinção entre dois gêneros dramático, se repõe no interior da
própria novela.
19
A partir da virada dos anos 60/70, a telenovela se encontra imersa num
processo cultural cada vez mais atravessado pelos influxos modernizadores da
sociedade. A época será de busca de padrões de excelência no campo
empresarial, de estabilização da programação, e também de qualificação da ficção
televisiva. A TV Globo emerge, então, como emissora exemplar e as telenovelas
passam a enfatizar o uso de linguagem coloquial, cenários urbanos,
contemporâneos e referências compartilhadas pelos brasileiros. Hoje, a telenovela
é responsável pela sustentação econômica e pela maior parte dos lucros das
emissoras de televisão. A atração do público pelo universo ficcional e a
rentabilidade que ela gera são os principais componentes para o sucesso desse
gênero.
2.2 - Televisão, uma estranha forma de expressão religiosa. A televisão representa, hoje, para a maioria da população, não apenas um
veículo a mais de informação, mas uma verdadeira e autêntica forma de
expressão religiosa.
Todas as culturas, tanto primitivas como modernas, apresentam suas
grandes narrativas históricas que explicam as origens da raça humana e informam
sobre o destino final reservado a seus membros. São as grandes visões do
universo, presentes nas narrativas das escrituras sagradas, garantindo o usufruto
do progresso tecnológico como finalidade última da história humana.
Os mitos dão respostas às dúvidas básicas do ser humano a respeito do
sentido do sofrimento, a respeito da vida e do destino de cada um. Sendo assim,
dão sentido aos atos e sedimentam o comportamento moral das pessoas.
Com a crise de valores que vive a humanidade, as instituições tradicionais
que davam sustentação e situavam o cidadão no mundo, tais como a família e as
distintas formas de expressão religiosa, estão sendo substituídas pela
comunicação, ou especificamente, pela televisão.
Os jovens já não compartilham com os sonhos de seus pais, nem com eles
conseguem manter diálogos significativos: no lugar do pai ou da mãe, do
20
sacerdote ou do pastor, do professor ou mesmo de um amigo íntimo, preferem
“dialogar” com a televisão. A TV representa, hoje, a instituição que conseguiu
chegar onde os jovens estão, tocando, sem pudores, suas dúvidas e ansiedades,
oferecendo, sem constrangimentos, respostas às perguntas escondidas em seus
imaginários8.
Segundo Khel (1997), a televisão ao trabalhar com a lei do imaginário, apresenta-se autoritária no diálogo que mantém permanentemente com suas audiências e com seus consumidores. Dela, os adultos, e principalmente as crianças, recebem a única, definitiva e imperiosa ordem: goze! Satisfaça seus desejos! Consuma!
A sedução exercida pela TV explica-se pela natureza ritual de sua presença na intimidade das salas de estar e dos quartos de dormir.
E não se diga que o telespectador mantenha-se passivo e facilmente influenciável. Hoje, nenhum cientista que se preze aceita como séria a teoria da manipulação, nem mesmo no que diz respeito à audiência infantil. Poucos, porém, desconhecem a natureza da relação ritualística que une os meios de comunicação, principalmente a televisão. Trata-se de um rito de qualidade, na hora marcada, numa linguagem existencial envolvente, enunciadora de temas do interesse da maioria e, de outro, na religiosa permanência do povo frente ao televisor em atitude de disponibilidade para um “diálogo” íntimo, franco e desprevenido.
2.3 - Deus nos Meios de Comunicação
A Igreja como notícia, transformadas em objeto dos canais de televisão,
toda vez que seus líderes ou grupos protagonizam acontecimentos que chamam a
atenção por sua excentricidade, como o Pastor da Igreja Universal que chutou
uma pequena estátua de Nossa Senhora Aparecida, ou por seu significado para
parcelas importantes dos usuários do meio de comunicação.
8Kehl, Revista Diálogo – nº6, 1997 – pág 49
21
De acordo com Aragão, colunista da revista Imprensa, especializado no
estudo do comportamento dos meios de informação, constata que nunca, como
agora os veículos de massa têm se dedicado tanto e tão freqüentemente ao
sagrado. E o que está impressionando não é propriamente as controvérsias entre
denominações religiosas, mas simplesmente a crescente presença da figura da
Virgem Maria na sociedade contemporânea e nos meios de informação comerciais
e seculares9.
O fervor dos meios de comunicação estaria introduzindo Deus na pauta dos veículos de informação ou, ao contrário, a mobilização em torno de Maria não passaria de uma estratégia de marketing a mais, na busca inescrupulosa da captura dos consumidores para ofertá-los, incautos, ao mercado publicitário?
A cruel suspeita vem do fato de que a maior homenagem prestada a Virgem
Maria, nos últimos anos, não foi promovida por nenhuma diocese ou santuário
católico, mas pela Rede Globo de Televisão no final do show amigos, no Natal de
1995, ao lado das três duplas sertanejas de maior sucesso, uma multidão de mais
de cem mil pessoas. Uma homenagem que no contexto da guerra entre a Globo e
a TV Record do Bispo Macedo, levou o povo às lágrimas comovidas das
adolescentes e jovens, em menos de três minutos. Não se pode deixar de lembrar,
a cobertura que a televisão (Rede Globo) dá ao lançamento das músicas
religiosas, ultimamente marianas dos álbuns anuais e shows do cantor Roberto
Carlos, no final do ano no programa da Rede Globo.
A Religião já não é apenas fonte de notícias, mas a própria expressão
cultural da população utilizada como espaço em meio ao qual os veículos de
comunicação buscam movimentar – se.
9 Aragão, Revista Diálogo – nº 6 – pág. 47 - 1997
22
2.4 - A Religião nas Telenovelas As diversas religiões existentes no Brasil e no mundo são temas sempre
abordados nas telenovelas brasileiras. O Espiritismo na novela "Esplendor", os
costumes das comunidades ciganas em "Explode Coração", Candomblé em "Porto
dos Milagres", o misticismo em torno do personagem de Roque, tido inicialmente
como morto, em "Roque Santeiro", o modelo de vida hippie, alternativo e o
Esoterismo em "Estrela Guia", o Catolicismo em "A Indomada" e "Tieta" e para
fechar o ciclo, a próxima novela das 20 horas intitulada "O Clone" de Gloria Perez
retratará o Islamismo.
Porém, nem sempre essas religiões são bem representadas nas
telenovelas. Muitas vezes essas religiões são representadas com exageros e
fanatismos e acabam fazendo com que as pessoas, que desconhecem ou tem
apenas uma breve idéia, construam uma imagem bem negativa a respeito dos
seus seguidores, cultos, leis e costumes.
Na novela Estrela Guia, por exemplo, nos últimos capítulos, uma das
personagens que viviam na comunidade hippie, a Su-Sukham, interpretada por
Mônica Torres, por causa da sua crença exagerada acabou ficando louca e
queimando a casa e cometendo suicídio. Isso faz com que pessoas acabem
achando que todos aqueles que seguem esse modelo de vida alternativo são
"loucos". Apesar de o objetivo da novela ter sido mostrar que nenhum fanatismo é
bom, ela acabou passando uma imagem ruim daquela personagem, ou melhor,
daqueles que tem o esoterismo como religião.
Em "Porto dos Milagres" essa caracterização excessiva das religiões
utilizada pelas telenovelas preocupa seguidores do Candomblé. O culto exagerado
e o uso de expressões como "minha mãe Yemanjá" isso, "minha mãe Yemanjá"
aquilo a todo o momento acaba, de certa forma, ridicularizando a religião na
novela. Em "Explode Coração", novela de Glória Perez exibida em 1995, os
ciganos apontaram diversos problemas. E mais uma vez, o fanatismo
representado na telenovela foi o aspecto mais criticado.
23
Geralmente, as novelas que se passam no cenário baiano, como "Tieta", "A
Indomada", tem sempre um grupo de católicos exagerados e fanáticos tentando
sempre defender a moral, os bons costumes e a ordem. A personagem Altiva (Eva
Wilma) em "A Indomada" e as beatas Perpétua (Joana Fomm), Cinira (Rosane
Gofmann) e Amorzinho (Lilia Cabral) em "Tieta" exemplificam bem esse tipo de
representação.
2.5 - Novelas da Rede Globo
A telenovela exerce um papel de fundamental importância na representação
da sociedade brasileira no meio televisivo. A representação é, de uma maneira
geral, o ato de tornar algo presente, através de imagens abstratas ou concretas,
de conteúdos mentais, de discursos e de outros meios, sem que a ausência
material seja superada. No caso da telenovela, a representação diz respeito à
capacidade artística de tornar presente, através de formas e figuras, um mundo
real ou possível, da experiência direta e concreta ou da fantasia, do delírio ou da
intimidade mais peculiar de ver, sentir e reagir.
Abordando temáticas fortes e contundentes, a telenovela se firmou como
um dos mais importantes e amplos espaços de problematização do Brasil, das
intimidades privadas às políticas públicas. Seus textos sintetizam o público e o
privado, o político e o doméstico, a notícia e a ficção, convenções formais do
documentário e do melodrama. São vários os exemplos de telenovelas que
trataram de forma incisiva, temas do âmbito público através da representação da
ficção: Verão Vermelho (1960) e Rei do Gado (1996) com a reforma agrária;
Gabriela (1975), Saramandaia (1976), O Bem Amado (1973) e Roque Santeiro
(1985) com o coronelismo direta ou indiretamente; Vale Tudo (1988), Que rei sou
eu (1989), Deus nos Acuda (1992) e Porto dos Milagres (2001) com a corrupção
política.
Esse gênero é capaz de propiciar a expansão de dramas privados em
termos públicos e de dramas públicos em termos privados. Os modelos de homem
e mulher, de relacionamentos, de organização familiar e social são amplamente
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divulgados e constantemente atualizados pela telenovela para todo o território
nacional. Ela estabelece padrões com os quais os telespectadores não
necessariamente concordam mas que servem como referência legítima para que
eles se posicionem e dá visibilidade a certos assuntos, comportamentos, produtos
e não a outros. O vestuário, a decoração, as gírias e as músicas que cada
telenovela lança transmitem uma certa noção do que é ser contemporâneo.
Personagens usam telefones sem fio, celulares, faxes, computadores, trens,
helicópteros, aviões, meios de comunicação e de transporte que atualizam de
modo recorrente os padrões vigentes na sociedade.
2.6 - Violência nas Telenovelas “Violência é o grande mal moderno. E da forma como é apresentada na TV,
ora explícita, ora disfarçada, mas constante, é uma das chaves de interpretação
da sociedade atual. A violência explícita das pancadas, dos tiros e das
perseguições de carros pelas ruas é reforçada por outra, mais insidiosa, presente
no jeito estúpido de falar, aos berros, de dirigir, agressivamente, e de amar, aos
trancos”10.
“Existem duas correntes no que diz respeito
à representação da violência nas telenovelas brasileiras: enquanto uns consideram esta representação extremamente nociva e capaz de trazer inúmeros danos à sociedade, há aqueles que acreditam que ela contribui para a conscientização da população acerca deste mal”.
Neste caso, é necessário o professor estar preparado para propor uma
reflexão acerca desse problema, orientando o aluno sobre aspectos positivos e
negativos. A meu ver as novelas não precisam ser tão violentas para abordar
alguns assuntos que fazem parte do cotidiano da nossa sociedade.
10 www.facom.ufba.br/artcult/brasiltelenovela
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È bem como diz o ditado: “De tristeza, já basta a vida”. Portanto, não vejo a
necessidade da ficção ser tão realista, já que assistimos aos programas na
televisão em busca de entretenimento.
2.7 – 1ª corrente: A crítica à presença da violência nas telenovelas
Qual poderia ser o problema da presença da violência ou outras imagens e
sons inconvenientes nas telenovelas? Além da deseducação dos sentidos e dos
sentimentos, o problema é que o ser humano grava tudo o que vivencia, a maior
parte em seu subconsciente. Assim, todas as milhões de imagens de violência
assistidas ficam também gravadas para sempre, em sua quase totalidade no
subconsciente. Em uma situação de stress, de emergência ou de ação
inconsciente, elas podem influir na atitude, nas ações, nos pensamentos e nos
sentimentos. Em uma situação especial, principalmente de inconsciência (devido a
tensão, drogas, emergência, etc.) uma pessoa pode agir ou reagir seguindo os
atos violentos que assistiu pela TV.
Um dos aspectos mais danosos da violência apresentada na indústria do
entretenimento é que ela é exercida tanto pelo Bem como pelo Mal. Isto é um
desastre para o comportamento social: as pessoas assimilam e passam a achar
normal. A violência, ao ser exercida pelo mocinho contra os bandidos, torna-se um
bem, para as consciências não críticas. O herói bate, mata e tortura em nome do
"bem". Por extensão, o Bem também pode espancar, assassinar e torturar, como
o Mal. E aí estamos a um passo de cometer e justificar atos insanos, de aceitar a
linguagem da violência como própria da realidade.
2.8 – 2ª corrente : A defesa da representação da violência
Encontramos uma corrente de defesa que a novela também pode contribuir
para a conscientização da população acerca da violência na sociedade. Isto é
possível porque as telenovelas se desenvolvem lentamente, durante
aproximadamente seis meses, a problemática até que esta seja resolvida, além de
se aprofundar nos fatos abordados.
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A novela pode ser considerada uma maneira de trazer os problemas para
serem discutidos, pois se o assunto permanecer como um tabu ele continuará na
sociedade eternamente. Critica-se a violência na telenovela, mas há toda uma
preparação das condições de criação desta violência na trama com suas causas,
conseqüências e reflexões.
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CONCLUSÃO
Nesse trabalho abordei de forma especial e com carinho, os cuidados com
que nós educadores devemos tratar o Ensino Religioso nas escolas e a
pluralidade encontrada nas mesmas.
Devemos trocar experiências com os educandos de forma que os mesmos
se desenvolvam tanto na forma de pensar sobre o mundo, quanto as
necessidades existentes nele, para que tenhamos um mundo melhor e mais
humano.
Dessa forma, vivenciando diversas experiências tanto na família, quanto na
escola, ele será capaz de construir sua própria identidade, desenvolvendo seu
senso crítico, compreendendo e respeitando a pluralidade religiosa que o cerca.
Seria de grande aprendizado se toda a escola desenvolvesse a
interdisciplinaridade, fazendo com que cada vez mais o aluno reflita sobre os seus
valores. Para que isso aconteça é importante ter um trabalho alicerçado em temas
fundamentais como a família, o respeito ao próximo,a verdade, a liberdade,
responsabilidade, fraternidade, igualdade e solidariedade, não esquecendo a
justiça e a honestidade, pois são valores muitas vezes esquecidos em nossa
sociedade.
O Ensino Religioso não deve ter uma postura doutrinante, mas sim
apresentar uma proposta de prática educativa que privilegie o ser humano.
É um erro acharmos que temos fé e o outro tem crença ou supertição.
Devemos ter um olhar universal sobre todas as outras formas de manifestação do
sagrado.
Os temas explorados na sala de aula podem ajudar na formação do aluno
em relação a si, ao outro e a natureza, Criações de Deus.
O Ensino Religioso deve levar os alunos a ampliarem seus horizontes e ter
uma visão positiva da diversidade religiosa, ou seja, todos têm o direito e a
liberdade de expressar suas idéias e crenças.
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O núcleo familiar é o primeiro a desenvolver a formação da personalidade e
caráter do indivíduo. Por isso se dá a importância da família em estar presente no
desenvolvimento do ser humano.
A influência da tv no comportamento do jovem e na educação
Os meios de comunicação, principalmente a televisão exerce uma grande
influência no comportamento do ser humano, principalmente aquele que está em
formação, caso das crianças e adolescentes, fazendo com que muitas vezes
tenham conflitos na sua concepção da realidade.
Exemplos disso estão nas novelas Vale Tudo e Pátria Minha, que numa
tentativa frustrada, os autores acabaram retratando a pobreza de forma
caricatural, com pobres resignados, porém fazendo três refeições ao dia, varrendo
felizes o seu jardinzinho, caracterizando aquela como se fosse a pobreza de
verdade, quando na realidade, o que é visto é completamente diferente da ficção.
Muitas vezes nas telenovelas a manifestação de Fé também é apresentada,
de forma deturpada. Um exemplo disso é a personagem Perpétua (Joana Fomm)
na novela TIETA, que mostrava uma Fé exacerbada. Ela idolatrava o sagrado,
mas fazia o mal até para os filhos.
Muitas vezes a idolatria faz com as pessoas percam um pouco da sua
razão. Na própria igreja católica encontramos essa manifestação de Fé nos
Carismáticos.
Outros exemplos da banalização dos valores anteriormente citados são as
novelas Torre de Babel e Começar de Novo. Na primeira, um triângulo amoroso
terminou em tragédia. O personagem vivido por Tony Ramos assassinou a golpes
de pá sua mulher e o amante.
No transcorrer da trama esse mesmo personagem descobre que seu
próprio pai também havia tido um relacionamento com sua mulher, gerando
inclusive, uma filha.
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Atualmente temos a novela Começar de Novo em que a personagem
interpretada por Eva Wilma faz qualquer coisa para ampliar seu patrimônio,
inclusive desrespeitado os sentimentos e valores dos seus filhos e netos.
O pontapé inicial com objetivo de alcançar uma programação voltada para
educação e valores já foi dado. A Globo, com o Programa Ação, comandado por
Serginho Groisman é um exemplo. Com conteúdo específico, o programa mostra
iniciativas de responsabilidade social por todo o Brasil, evidenciando ações de
cidadania e inclusão social, respeito pelo próximo, etc...
Outros exemplos de televisão de cunho educacional, são as programações
dos Canais Futura, TV Cultura, assim como a TV Escola, TV Educativa e a Multi-
Rio, uma produtora de TV subsidiada pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, José Tavares. Revista dos Educadores Salesianos. Belo Horizonte, 1997 OLIVEIRA, Neide. A Renovação do Ensino Religioso. Rio Grande do Sul: La Salle Editora , 2001 ZACARELLI, Izilda Mª Valente. Revista Diálogo nº 11. Agosto, 1998 ROSAS, Wanderlei de Barros.A importância do Ensino Religioso na família. www.mundodosfilosofos.com.br, 2001 BÍBLIA SAGRADA. Mateus: 12, 34-35. SILVA, Patrícia. Revista Família Cristã nº 821. Maio, 2004 www.facom.ufba.br/artcult/brasiltelenovela. Universidade Federal da Bahia KHEL, Maria Rita. Revista Diálogo nº 6. Maio, 1997 ARAGÃO, Murilo. Revista Diálogo nº 6. Maio, 1997 GRUEN, Wolfgang. O Ensino Religioso na Escola. Ed Vozes, 1995. 2ª Edição REVISTA DIÁLOGO nº 9. Março , 1998 REVISTA DIÁLOGO nº 12. Outubro, 1998 PESSINATTI, Nivaldo Luiz. A Escola do Novo Milênio. IIº Congresso Salesiano de Educação. São Paulo, agosto de 1999 PILLAR, Analice Dutra. Criança e Televisão: leituras de imagens. Ed. Mediação, Porto Alegre, 2001 TRASFERETTI, José. Filosofia, Ética e Mídia. Alínea Editora. SP. 2001 COSTA, Antonio Carlos Gomes. Projeto Cuidar. BH, outubro, 2000 DEMO, Pedro. Conhecimento e Aprendizagem na Nova Mídia. Plano Editora. 2000 CONTRERA, Malena Segura. Mídia e Pânico: Saturação da Informação, Violência e Crise Cultural na Mídia. Annablume. SP. Fevereiro, 2002