Renato Brasileiro - Processo Penal

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Processo Penal Renato

Questes prejudiciais 1. Conceito So questes que devem ser avaliadas pelo juiz com valorao penal (Questes prejudiciais homogneas) ou extrapenal (heterognea) e devem ser decididas antes do juiz enfrentar o mrito da imputao. 2. Natureza Jurdica Para uma corrente minoritria uma espcie de conexo. Ex. conexo entre a validade do 1 casamento e o crime de Bigamia a doutrina minoritria. Para outra corrente uma elementar do tipo penal. Elementares so dados essenciais da figura tpica cuja ausncia desta pode produzir uma atipicidade absoluta (ser conduta atpica) ou atipicidade relativa (desclassificao do crime). Ex. art. 312 peculato Apropriar-se o funcionrio pblico... se retirar o funcionrio pblico da conduta tem-se uma atipicidade relativa; o que se ter o delito de furto. Circunstncias so dados perifricos que gravitam ao redor da figura tpica; podem aumentar ou diminuir a pena, mas no interferem no crime. Ex. agravantes e atenuantes. a doutrina retira este entendimento do art. 92 e 93 do CPP:Art. 92. Se a deciso sobre a existncia da infrao depender da soluo de controvrsia,.. Art. 93. Se o reconhecimento da existncia da infrao penal depender de deciso sobre questo diversa

3. Caractersticas das questes prejudiciais

a. anterioridade a questo prejudicial deve ser enfrentada antes do mrito da imputao principal. Ex. art. 244 CPDeixar, sem justa causa, de prover a subsistncia do cnjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente invlido ou maior de 60 (sessenta) anos, no lhes proporcionando os recursos necessrios ou ...:

Antes de se condenar pelo abandono deve-se provar que a pessoa em questo cnjuge, filho, ou um ascendente.

b. Essencialidade ou interdependncia deciso do mrito da questo prejudicial;

o mrito da ao principal depende da

c. Autonomia a questo prejudicial pode ser objeto de uma ao autnoma.

questo prejudicial Dizem respeito ao direito material

questo preliminares

o fato processual que impede que o juiz aprecie o fato principal ou a questo Esto no art. 92 a 94. principal. Conforme o art. 96 do CPP devem A controvrsia se funda numa matria que ser argidas antes de qualquer outra defesa, produzir um fato atpico ou desclassificar o salvo se fundada em motivo superveniente. crime(atipicidade relativa), p. ex. a Dizem respeito ao direito processual. propriedade de um bem que a defesa alega So as elencadas no art. 95 CPP (no sei se ser de propriedade do agente. existem outras)I - suspeio; II - incompetncia de juzo; III - litispendncia; IV - ilegitimidade de parte; V - coisa julgada.

So elementares infrao penal

ou

circunstncias

da Versam sobre os pressupostos processuais de existncia e de validade do processo ( uma defesa processual)

Dotadas de autonomia (ex. discusso da No tem autonomia. So vinculadas ao validade do casamento este por disposio processo criminal. expressa do art. 92 deve ser analisada no juzo cvel). Podem ser analisadas por um juzo Como esto vinculadas ao processo criminal, penal(com exceo das controvrsias em s podem ser avaliadas por um juzo relao ao Estado das pessoas) ou extrapenal criminal.

5. Sistemas de Soluo das questes prejudiciais

a) Sistema da cognio incidental (ou Sistema do predomnio da Jurisdio Penal) O juiz penal sempre ter competncia para apreciar a questo prejudicial, ainda que ela pertena a outro ramo do direito. A critica doutrinria se d no sentido de que poder haver decises contraditrias entre o juzo cvel e o juzo penal . b) Sistema da Prejudicialidade Obrigatria (ou da separao judicial absoluta) - O Juiz penal jamais ser competente para apreciar questo prejudicial pertencente a outro ramo do direito, nem mesmo de maneira incidental.

c) Sistema da prejudicialidade facultativa (ou da remessa facultativa) - O juiz penal tem a faculdade de apreciar ou no as questes judiciais pertencentes a outro ramo do direito. d) Sistema ecltico ou misto o sistema adotado pelo CPP. Resulta da fuso do sistema da prejudicialidade obrigatria e o da prejudicialidade facultativa. Em relao s questes prejudiciais relativas ao estado civil das pessoas vigora o sistema da prejudicialidade obrigatria. Em relao s demais questes prejudiciais heterogneas vigora o sistema da prejudicialidade facultativa.

6. Classificao das questes Prejudiciais 6.1. Classificao quanto sua natureza: a) Homognea, comum ou imperfeita a questo prejudicial pertence ao mesmo ramo do direito da questo prejudicada. Ex. receptao e crime anterior. Para condenar algum por receptao no basta estar com o objeto, tem que se demonstrar coisa que sabe ser produto de crime. Outro exemplo o crime de lavagem de capitais deve-se provar o crime antecedente. Ler art. 92 e 93:Art. 92. Se a deciso sobre a existncia da infrao depender da soluo de controvrsia, que o juiz repute sria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ao penal ficar suspenso at que no juzo cvel seja a controvrsia dirimida por sentena passada em julgado, sem prejuzo, entretanto, da inquirio das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.

Art. 93. Se o reconhecimento da existncia da infrao penal depender de deciso sobre questodiversa da prevista no artigo anterior, da competncia do juzo cvel, e se neste houver sido proposta ao para resolv-la, o juiz criminal poder, desde que essa questo seja de difcil soluo e no verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, aps a inquirio das testemunhas e realizao das outras provas de natureza urgente.

Ao tratar das questes prejudiciais, a preocupao do CPP nos art. 92 e 93 diz respeito apenas s questes heterogneas. Na verdade, as questes prejudiciais homogneas so resolvidas por meio de conexo probatria ou instrumental. Caso os dois crimes sejam objetos do mesmo processo, o juiz julgar ambos na mesma sentena. No entanto, se no houver o reconhecimento da conexo probatria ou instrumental, o primeiro crime (questo prejudicial homognea) dever ser apreciado apenas de maneira incidental para que o juiz possa julgar a imputao. Neste caso a deciso incidental sobre o primeiro crime no faz coisa julgada formal e material. b) Questes Prejudiciais Heterogneas (Incomum, Jurisdicional ou Perfeita) - A questo prejudicial diz respeito a outro ramo do direito. Ver art. 92 e 93 6.2. Classificao das questes prejudiciais: quanto sua competncia:

a. No devolutiva prejudiciais homogneas;

so sempre analisadas pelo juzo penal, ou seja, so as questes

b. devolutiva o juiz penal pode devolver o conhecimento da matria ao juiz natural. Estas questes podem ser de duas espcies: 1. devolutiva absoluta - aquela que nunca pode ser analisada pelo juiz penal. Corresponde s prejudicias heterogneas que dizem respeito ao estado civil das pessoas (Para o Prof. Mirabete trata-se de Estado Civil em Sentido Amplo: em relao ordem poltica [estado na cidade ou estado sob o ponto de vista poltico], s relaes de ordem privada [estado na famlia], e as de ordem fsica [estado pessoal], cidadania [no domnio do direito constitucional], famlia [casado, solteiro, parentesco e afins], e capacidade [normais e enfermos mentais, menores e maiores], as duas ltimas de estado civil em sentido estrito); 2. devolutiva relativa aquelas que podem ser analisadas eventualmente pelo juiz penal. Corresponde s questes prejudiciais heterogneas que no dizem respeito ao estado civil das pessoas.

6.3. Quanto aos efeitos das questes prejudiciais a. Obrigatrias aquelas que sempre acarretam a suspenso do processo, pois o juiz penal no tem competncia para apreci-las. Correspondem s questes prejudiciais heterogneas relacionadas ao estado civil das pessoas; b. Facultativas aquelas que nem sempre acarretam a suspenso do processo, pois o juiz penal pode eventualmente apreci-las. Correspondem s prejudiciais heterogneas no relacionadas ao estado civil das pessoas.

7. Questes Prejudiciais Obrigatrias

7.1. Pressupostos para o reconhecimento de uma questo prejudicial Obrigatria.x a. deve estar relacionada existncia da Infrao Penal (Elementar do Delito) pergunta: roubo contra o seu pai. No curso do processo o ru move uma ao negatria de paternidade dizendo que aquela pessoa no o seu pai como uma agravante (mesmo se fosse uma atenuante) no autoriza o reconhecimento dessa prejudicialidade obrigatria. b. A alegao deve ser sria e fundada c. A questo prejudicial heterognea deve estar relacionada ao Estado Civil das pessoas;

7.2. Consequncias de uma questo prejudicial obrigatria

1. Suspenso do processo e do prazo prescricionalquesto de que dependa o reconhecimento da existncia do crime;

(CP art. 116: Art. 116 - Antes de

passar em julgado a sentena final, a prescrio no corre: I - enquanto no resolvida, em outro processo,

)

Outros exemplos em que suspende o processo e a prescrio: I. Art. 116 CP II. Art. 366 CPP Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituiradvogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

III. art. 89 da lei 9099 suspenso condicional do processo

Sempre que houver suspenso do processo haver a suspenso do prescrio? S suspende a prescrio do processo se houver uma previso legal. Um exemplo disso no caso de doena mental superveniente infrao penal, onde o Cdigo DE Processo Penal prev a suspenso do processo, mas no haver a suspenso da prescrio - a CHAMADO DE CRISE DE INSTNCIA. Art. 152 CPP Art. 152. Se se verificar que a doena mental sobreveio infrao oprocesso continuar suspenso at que o acusado se restabelea, observado o 2 do art. 149.o

O Processo ficar suspenso at o transito em julgado da deciso no cvel.

b. Inquirio de testemunha e outras provas urgentes smula 455 STJ A deciso que determina a produo antecipada de provas com base no art. 366do CPP deve ser concretamente fundamentada, no a justificando unicamente o mero decurso do tempo.

Caso do MP pedir para ouvir as testemunhas com o propsito de que o tempo fazem com que elas esquecem. No possvel a aplicao de raciocnio semelhante ao da smula 455 do STJ, j que no caso do reconhecimento da prejudicialidade o acusado est presente para acompanhar a produo da prova testemunhal. (no o caso do art. 93 CPP onde o acusado est no processo com defensor nomeado).

c. Nos crimes de ao penal pblica, o MP deve promover a Ao Civil referente Questo Prejudicial ou dar prosseguimento quela em andamento, ainda que no tivesse a legitimidade originria art. 93 3 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ao

pblica, incumbir ao Ministrio Pblico intervir imediatamente na causa cvel, para o fim de promover-lhe o rpido andamento.

.

Questes Prejudiciais Facultativas

a. Dever estar relacionada existncia da Infrao Penal; b. Deve ser de difcil soluo; c. No deve versar sobre o Estado Civil das Pessoas; d. No deve o direito civil limitar a prova em relao questo prejudicial s pode suspender o processo criminal quando o cvel no haver limitao da prova. No Processo Penal a cvel vigora a limitao da prova ver o ex. do art. 401 CPC:Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados.

Se a lei civil estabelecer limitaes prova o acusado estaria sendo prejudicado caso fosse remetido ao cvel, porquanto no processo penal vigora o principio da busca da verdade e da liberdade da prova. e. A questo prejudicial deve ser da competncia do juzo extrapenal; f. A ao civil j deve estar em andamento.

Consequncias do Reconhecimento da questo prejudicial a. Se o juiz reconhecer a prejudicial haver a suspenso do processo e da prescrio. Neste caso o juiz criminal marca um prazo de suspenso do processo que pode ser prorrogado (1 a 2 anos pela doutrina). Espirado o prazo sem a deciso do cvel, o juiz criminal retoma sua competncia para apreciar a questo prejudicial fazendo-a de maneira incidental. b. Inquirio de testemunhas e produo de outras provas de natureza urgente; c. Nos crimes de ao Penal Pblica dever o MP intervir 3o Suspenso o processo, etratando-se de crime de ao pblica, incumbir ao Ministrio Pblico intervir imediatamente na causa cvel, para o fim de promover-lhe o rpido andamento.

Art. 93 CPP:Se o reconhecimento da existncia da infrao penal depender de deciso sobre questo diversa da prevista no artigo anterior, da competncia do juzo cvel, e se neste houver sido proposta ao para resolv-la, o juiz criminal poder, desde que essa questo seja de difcil soluo e no verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, aps a inquirio das testemunhas e realizao das outras provas de natureza urgente.

Observaes Finais

a. Contra a deciso que suspende o processo por conta de uma questo prejudicial, caber RESE art. 581 XVI CPP; b. Contra a deciso que no suspende o processo no h previso legal de recurso cabvel. O que entretanto, no impede a utilizao do HC e do Mandado de Segurana. O art. 93 2 2o Do despacho que denegar a suspenso no caber recurso. c. A suspenso pode ser decretada de ofcio ou a requerimento das partes; d. Se o juiz criminal apreciar uma questo prejudicial heterognea relacionada ao Estado Civil das Pessoas, sua deciso estar contaminada por nulidade absoluta por violao do princpio do juiz natural; e. O reconhecimento da prejudicialidade acarretar somente a suspenso do processo e no a do Inqurito policial; f. Tem fora de coisa julgada na esfera penal, a sentena cvel que apreciar a questo prejudicial heterognea, seja ela relativa ou no ao Estado Civil das Pessoas. Independentemente ou no ter havido a suspenso do processo. se o ru foi condenado devese entrar com uma reviso criminal; g. Se o juiz criminal decidir incidentalmente a questo no far coisa julgada na esfera cvel, j que a apreciao do juzo criminal ocorre de maneira incidental; h. PRINCPIO DA SUFICINCIA DA AO PENAL na verdade a suficincia do processo penal. Algumas prejudiciais no podem ser analisadas pelo juiz penal. Em certas situaes, o processo penal por si s suficiente para dirimir toda a controvrsia, no sendo necessrio remeter a deciso da prejudicial ao cvel. o que ocorre nas prejudiciais heterogneas no relacionadas ao Estado Civil das Pessoas e que no sejam de difcil soluo, as quais podem ser resolvidas no prprio processo penal.

25/07/11

1. Excees Conceito: so procedimentos incidentais em que se alegam fatos processuais referentes ausncia de condies da ao ou de pressupostos processuais, objetivando a extino do processo ou a sua simples dilao. As excees atacam o processo defesa processual.

2. Distino entre: Exceo e Objeo Exceo: a espcie de defesa que s pode ser apreciada pelo juiz se argida pela parte. Ex. incompetncia relativa e suspeio o juiz no pode conhecer de ofcio. Objeo: a espcie de defesa que pode ser apreciada de oficio pelo juiz. Ex. Coisa julgada e incompetncia absoluta.

Art. 95 CPP: Art. 95. Podero ser opostas as excees de: (So 5 as hipteses de exceo disposta pelo cdigo, entretanto, a palavra EXCEO foi utilizada de maneira equivocada, pois todas as questes listadas abaixo podero ser apreciadas pelo juiz de ofcio o cdigo chama de exceo o que deveria ser chamada de objeo)I - suspeio; II - incompetncia de juzo; III - litispendncia; IV - ilegitimidade de parte; V - coisa julgada.

3. Modalidades de Excees Estas so classificadas entre excees dilatrias e peremptrias 3.1. Excees dilatrias Estas provocam to somente a procrastinao do processo. Estas provocam o retardamento da prestao jurisdicional. So elas: a. Suspeio gera a remessa dos autos ao juiz competente. b. Incompetncia idem. c. Ilegitimidade - Alguns doutrinadores acrescentam como uma exceo, como Capez e Mirabete. a ilegitimidade ativa estes doutrinadores dizem que so dilatrias. Mas na verdade peremptria, pois o particular pode no querer mover o processo.

3.2. Exceo Peremptria a. Litispendncia b. Coisa Julgada c. Ilegitimidade outros colocam como espcie de exceo peremptria.

4. Procedimento das Excees e Suspenso do Processo Em regra, as excees so processadas em autos apartados e no suspendem o andamento do processo. No entanto, como o juiz pode apreciar as matrias de ofcio, ainda que a exceo tenha sido oposto de maneira incorreta, o juiz poder apreci-las. No caso de exceo de suspeio, se a parte contrria concordar possvel a suspenso do processo. CPP: Art. 111. As excees sero processadas em autos apartados e no suspendero, em regra, o andamento da ao penal. Na verdade, o que se suspende o processo ver : Art. 102. Quandoa parte contrria reconhecer a procedncia da argio, poder ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, at que se julgue o incidente da suspeio.

5. Exceo de Suspeio Impedimento ou Incompatibilidade 5.1. Suspeio As causas de suspeio esto listadas no art. 254 CPP. Em prova comum colocar-se as causas de suspeio e no meio coloca uma causa de impedimento. Em regra, as causas de suspeio referem-se a uma relao externa ao processo. Causas de suspeio do art. 254:

I - se for amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer deles; alguns doutrinadores dizem no ser causa de suspeio de amizade ntima entre advogado e juiz por estes no serem partes do processo. Em prova deve responder que causa de suspeio com o juiz e a parte.

II - se ele, seu cnjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato anlogo, sobre cujo carter criminoso haja controvrsia;

III - se ele, seu cnjuge, ou parente, consangneo, ou afim, at o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; Vl - se for scio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Todas as causas referem-se a algo que est fora do processo. Esta uma relao externa ao processo. Estas causas trazem um rol exemplificativo, assim entendido pela maioria da doutrina. Se por acaso um juiz praticar um ato suspeito no processo acarretar a nulidade absoluta do ato processual. ( processo a depender do momento em que o juiz adentrar no processo). Art. 564, I CPP A nulidade ocorrer nos seguintes casos:I - por incompetncia, suspeio ou suborno do juiz; II - por ilegitimidade de parte; III - por falta das frmulas ou dos termos seguintes:

Ainda: Art. 101. Julgada procedente a suspeio, ficaro nulos os atos do processo principal,pagando o juiz as custas, no caso de erro inescusvel; rejeitada, evidenciando-se a malcia do excipiente, a este ser imposta a multa de duzentos mil-ris a dois contos de ris.

5.2. Causas de Impedimentos

Esto listadas no CPP com o processo.

art. 252. O rol taxativo. Dizem respeito a uma relao interna

Art. 252. O juiz no poder exercer jurisdio no processo em que: I - tiver funcionado seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, rgo do Ministrio Pblico, autoridade policial, auxiliar da justia ou perito; II - ele prprio houver desempenhado qualquer dessas funes ou servido como testemunha; III - tiver funcionado como juiz de outra instncia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questo;

Observaes para este inciso: 1. Para o STF o Magistrado que julgou recurso administrativo pronunciando-se de direito sobre questo, no pode participar em julgamento de apelao criminal contra a mesma pessoa HC 86963; 2. Antes da reforma processual de 2008 entendia-se que somente haveria o impedimento caso o juiz se pronunciasse de fato ou de direito sobre a questo. Com as mudanas de 2008, o STJ tem entendido que pelo principio da identidade fsica do juiz no Processo penal, caso o magistrado tenha participado da instruo processual dever reconhecer seu impedimento para o julgamento de eventual apelao. STJ HC 121.416; 3. Para o STF no causa de impedimento a circunstancia de um juiz de vara nica julgar, sucessivamente, feito criminal e de natureza civil decorrentes da mesma situao ftica. STF HC 97.544.IV - ele prprio ou seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

OBS. Uma deciso proferida por um juiz impedido gera a inexistencia do ato processual.

5.3. Incompatibilidade Conceito: so as causas que prejudica a imparcialidade do juiz previstas nas leis de organizao judicirias no elencadas nas causas de impedimento e a suspeio. Incompatibilidade do ato processual. prejudicam a imparcialidade do juiz. Acarreta a nulidade absoluta

5.4. Procedimento da Exceo de Suspeio o mesmo para as causas de impedimento e incompatibilidade. a. A suspeio deve ser reconhecida de ofcio de juiz b. Caso no seja reconhecida de ofcio, as partes podero opor a respectiva exceo por meio de petio escrita;

c. A exceo de suspeio deve ser oposta na primeira oportunidade que a parte tiver para se manifestar no processo para a acusao, a exceo deve ser oposta por ocasio do oferecimento da pea acusatria. Para a defesa, a exceo deve ser oposta por ocasio do oferecimento da resposta acusao (concomitante e em uma petio em separada). d. Se oposta por advogado, a exceo deve vir acompanhada de procurao com poderes especiais e. Oposta a exceo, os autos sero encaminhados ao juiz seguinte conduta: este poder ter a

I. Se o magistrado acolhe a exceo, os autos sero remetidos ao substituto. Contra esta deciso no cabe recurso; II. Se o magistrado no acolhe a exceo deve apresentar a sua resposta remetendo os autos ao tribunal. Contra a deciso do tribunal no h a previso de recurso, o que no impede a utilizao do HC e do MS e tampouco dos Recursos Extraordinrios; (a nica exceo que no julgada na instncia que suscita suspeio do juiz) f. Prevalece o entendimento de que o assistente da acusao tambm pode opor exceo de suspeio hoje entende-se que o assistente tem o interesse na correta aplicao da justia.

5.5. Suspeio do MP Aos membros do MP aplicam-se os mesmos tipos de suspeies que so aplicados aos juzes. Veja o art. 258:Art. 258. Os rgos do Ministrio Pblico no funcionaro nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cnjuge, ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicvel, as prescries relativas suspeio e aos impedimentos dos juzes.

Observaes: 1. A participao do MP na fase investigatria no causa de impedimento ou suspeio para o oferecimento de denncia. 2. A suspeio do MP pode ser argida quando atuar como parte ou como atuar como fiscal da Lei, num processo de crime de ao penal privada; 3. Quem decide a suspeio do MP o prprio do MP de acordo com o CPP, a suspeio deve ser decidida pelo Magistrado art. 104 CPP: Se for argida a suspeio do rgodo Ministrio Pblico, o juiz, depois de ouvi-lo, decidir, sem recurso, podendo antes admitir a produo de

Porm, h doutrinadores que entendem que este art. no foi recepcionado pela CF, porquanto, viola os princpios institucionais do MP e o principio do Promotor Natural. Na verdade, quem deve apreciar a suspeio do MP o Conselho Superior do prprio MP. (No o juiz que deve tirar o Promotor do caso concreto).provas no prazo de trs dias.

5.6. Suspeio da Autoridade Policial O Art. 107 CPP trata disso: No se poder opor suspeio s autoridades policiais nos atos do inqurito, mas devero elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. . houve julgados que o IP foi considerado vlido quando a prpria autoridade policial o conduziu sendo ela prpria a vtima.

5.7. Suspeio dos Jurados art. 448 e 449 CPPArt. 448. So impedidos de servir no mesmo Conselho: I marido e mulher; II ascendente e descendente; III sogro e genro ou nora; IV irmos e cunhados, durante o cunhadio; V tio e sobrinho; VI padrasto, madrasta ou enteado. Art. 449. No poder servir o jurado que: I tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; (at pelo sigilo das votaes) II no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentena que julgou o outro

(hoje dificilmente h a separao dos processos simultaneamente)acusado;

mas se for julgados

III tiver manifestado prvia disposio para condenar ou absolver o acusado.

Observaes: Se o jurado no reconhecer sua suspeio de oficio a arguio deve ser feita de imediato cabendo ao juiz apreci-lo. Jurados excludos por impedimento ou suspeio sero levados em considerao para compor o nmero mnimo de 15 jurados necessrio para o incio da sesso de julgamento. O CPP art. 451: Os jurados excludos por impedimento, suspeio ou incompatibilidade sero consideradospara a constituio do nmero legal exigvel para a realizao da sesso.

A consequncia de um jurado impedido ou suspeito antes da lei 11.689, a atuao de jurado impedido era causa de nulidade relativa, sendo que a nulidade s devia ser reconhecida quando restasse comprovado o prejuzo (votao com resultado de 4 a 3). Com a lei 11.689, a votao passa a ser interrompida quando forme atingidos 4 votos em um sentido. Como no mais possvel saber o grau de influencia do voto do jurado, sua participao passa a ser causa de nulidade absoluta.

6. Exceo de Incompetncia

Por meio desta pode-se argir a incompetncia absoluta ou relativa. Tanto a incompetncia absoluta ou a relativa podem ser apreciadas pelo juiz de ofcio. 1. Se o juiz reconhece de ofcio a sua incompetncia caber RESE com base no art. 581, II CPP; 2. Se o juiz julga procedente a exceo de incompetncia caber RESE - art. 581, III; 3. Se o juiz julga improcedente a exceo de incompetncia no h Recurso cabvel. Nada impede HC ou MS ou preliminar de eventual apelao.

7. Exceo de Ilegitimidade Essa ilegitimidade questionada por meio da exceo pode ser: Ilegitimidade Ad Causam existncia de uma condio genrica da ao (ex. crime de Ao penal Privada MP no pode oferecer denncia). Acarreta uma nulidade absoluta por violar uma condio genrica da ao. Atentar para a mudana trazida pela lei 12015 ver condies da ao. Ilegitimidade Ad processum ao contrrio da ad causam funciona como um pressuposto processual (ex. ser maior de 18. Adolescente no pode outorgar uma procurao para um advogado oferecer queixa). Acarreta uma nulidade de natureza relativa para seer convalidado basta que o representante legal do adolescente comparea ao processo e ratifique os atos praticados.

8. Exceo de Litispendncia a pendncia de 2 ou mais lides.

8.1. Utilizao do conceito de lide no processo penal correto o termo lide para o processo penal? Lembre-se que, segundo o conceito clssico, lide um conflito de interesses qualificado por uma pretenso resistida. Este conceito no deve ser usado no processo penal pelos seguintes motivos: 1. No h um conflito de interesses, porquanto ao MP no interessa a condenao de um inocente; 2. No processo penal, independentemente da vontade do acusado, dever sempre haver resistncia por parte da defesa tcnica. Com exceo dos juizados, a resistncia uma caracterstica inerente ao processo penal.

8.2. Litispendncia no Processo Penal Ocorre quando o mesmo acusado est respondendo a 2 processos penais condenatrios distintos relacionados a mesma imputao. Se o mesmo fato da vida est sendo atribudo ao mesmo acusado. No processo civil, para haver a identidade de aes deve ser iguais:

y y y

Mesmas partes Mesma causa de pedir Mesmo pedido -

Mas para o processo penal deve-se atentar para haver a identidade de aes: Para reconhecer a litispendncia no processo penal deve-se substituir a expresso: y y No interessa o pedido so os mesmos para qualquer processo (receber a denncia ou queixa e condenao); Mesmo fato imputado mesmo fato imputado. o que h necessidade de haja o mesmo acusado e o

Observao 1. No h litispendncia entre IP e processo penal, pois somente se pode falar em litispendncia a partir da citao vlida; 2. Se o juiz julgar procedente a exceo de litispendncia o recurso cabvel ser o RESE. Se o juiz julgar improcedente, deve ser utilizado o HC, MS ou preliminar de apelao. Se o juiz reconhecer de oficio a litispendncia, caber apelao com fundamento no art. 593, III CPP (porque esta deciso no decide o processo mas ser proferida uma deciso com fora de definitiva por isso o recurso ser de apelao).

28/07/11

9. Exceo de coisa Julgada Conceito: a deciso jurisdicional contra a qual no caiba mais recurso tornando-o imutvel. O fundamento da coisa julgada a segurana jurdica. A CJ tem natureza absoluta no processo penal? Depende da natureza da sentena proferida. S tem natureza absoluta na hiptese de sentena absolutria ou declaratria extintiva da punibilidade, ainda que esta deciso seja proferida por um juzo absolutamente incompetente. (coisa soberanamente julgada). Em se tratando de sentena condenatria ou absolutria imprpria, a imutabilidade no tem natureza absoluta, j que se admite reviso criminal e HC mesmo aps o transito em julgado

Limites objetivos e subjetivos da coisa julgada Os limites objetivos dizem respeito ao fato natural imputado ao acusado e objeto de posterior sentena, independentemente da classificao que lhe seja atribuda.

Ex. uma pessoa absolvida de um processo que lhe imputa a autoria de um homicdio. Outro processo surge processando a mesma pessoa lhe atribuindo agora a participao do mesmo homicdio NO H QUE SE FALAR EM LITISPENDENCIA - j que as imputaes so distintas STF HC 82980. Deve-se olhar para a conduta que est sendo atribuda ao cidado.

Limites subjetivos da coisa julgada Dizem respeito pessoa da acusao penal. OBS. Deciso absolutria em relao a um dos co-autores do delito no fazem coisa julgada em relao aos demais, salvo se o juiz reconhecer categoricamente a inexistncia do fato delituoso. OBS. Finais: 1. Duplicidade de sentenas com o transito em julgado transitou em julgado; vale aquela que primeiro aquele que ocupa o plo passivo da demanda

2. Concurso formal de delitos a deciso a respeito de um dos fatos delituosos no faz coisa julgada em relao ao outro, salvo se houver o reconhecimento categrico da inexistncia da ao ou omisso; 3. Crime continuadoArt. 82 CPP. Se, no obstante a conexo ou continncia, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdio prevalente dever avocar os processos que corram perante os outros juzes, salvo se j estiverem com sentena definitiva. Neste caso, a unidade dos processos s se dar, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificao das penas.

Caso uma primeira srie de continuidade delitiva j tenha sido imputado ao executado, nada impede que ele seja novamente processado por outra srie de continuidade delitiva, ainda que nas mesmas circunstancias, com posterior unificao pelo juiz da execuo. 4. Crime habitual e crime permanente a coisa julgada refere-se apenas aos fatos ocorridos at o oferecimento da pea acusatria, pois nesse momento que se d a delimitao da imputao. Portanto, fatos posteriores podem ser objetos de um novo processo criminal. 5. Recurso Cabvel se o juiz julgar procedente a exceo de coisa julgada, o recurso cabvel ser o RESE. Se o juiz julgar improcedente, no h previso legal de recurso cabvel. Deve o prejudicado utilizar o HC. MS ou eventual preliminar de apelao Se o juiz reconhece de ofcio a litispendncia ou a coisa julgada, extinguindo o processo sem a apreciao do mrito, o recurso cabvel ser o de apelao, com base no art. 593, II CPP.

Novo procedimento comum 1. Direito Intertemporal Visa cuidar da sucesso das leis processuais no tempo. 1.1. Regra do Direito Penal O art. 5 XL CF traz a regra da irretroatividade da lei penal mais gravosa. OBS. Ateno para a lei 12.234 que aumentou para 3 anos a prescrio de pena menor que 1 ano e a prescrio retroativa entre a data do fato e a data da denncia. 1.2. Regra do Direito Processual Penal cada vez mais comum que os legisladores trabalhem com uma classificao da norma processual, para dividirem a sua vigncia no tempo. a. Norma Genuinamente Processual aquela que cuida de procedimentos, atos processuais, tcnicas do processo, etc. A estas aplica-se o princpio da aplicao imediata da lei penal Tempus regit Actum . Ex. Processo Criminal cujo interrogatrio fora realizado antes da entrada em vigor da lei 11.719/08 (entrou em vigor em 22/08/08), mas cuja instruo criminal ainda no estava encerrada por vigncia da referida lei e necessidade de realizao de novo interrogatrio: Para o STF se o interrogatrio foi realizado de acordo com a lei em vigor poca, no h de se falar em nulidade, tampouco em necessidade de realizao de novo interrogatrio HC 104.555. b. Norma Processual Material ou Hibrida subdividem-se em 2 correntes: 1. Corrente Restritiva - dispe sobre o contedo da pretenso punitiva, tais como normas relativas ao direito de queixa, representao, prescrio, decadncia, perdo, perempo, etc. EX: quando se transforma um crime em Ao Penal pblica s cabe a prescrio; so aquelas que estabelecem condies de 2. Corrente ampliativa procedibilidade, meios de provas, liberdade condicional e preventiva, enfim todas as normas que produzam reflexos no direito de liberdade do agente. A esta norma processual material aplica-se a regra do CP da lei mais gravosa, e a ultratividade da lei mais benigna. Exemplos: 1. Lei 9099 art. 90: Art. 90. As disposies desta Lei no se aplicam aos processos penais cuja instruo j estiver iniciada. Esta lei criou um novo procedimento, que so genuinamente processuais, mas trouxe elementos despenalizadores que podem ser tratados como normas processuais materiais. A ADI 1719 o STF entendeu que as normas de direito penal inseridas ou seja, a irretroatividade

na lei 9099 que tenham contedo mais benfico devem retroagir em favor do acusado, em fiel observncia do art. 5 XL CF. 2. Lei 9271/96 que deu nova redao ao art. 366 CPPArt. 366. Se o acusado, citado por

edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

Antes a redao era Art. 366. O processo seguir revelia do acusado que, citado inicialmente ou intimado para qualquer ato do processo, deixar de comparecer sem motivo justificado. O que fazia o processo seguir revelia do acusado. Com a nova redao suspende-se o processo e o curso do prazo prescricional (esta ltima mais benfica). Assim a lei 9271 com a nova redao do art. 366 do CPP e sua aplicao a crimes cometidos antes da sua vigncia: I. O art. 366 teria aplicao aos processos em andamento poca, seja em relao a suspenso do processo, seja em relao suspenso da prescrio. Esta corrente foi a minoritria; II. Seria possvel a aplicao imediata da norma processual relacionada suspenso do processo, mas no seria a suspenso da prescrio aos crimes cometidos antes da vigncia da lei 9271. No vingou este entendimento porque estaria criando uma terceira lei; III. A nova redao do art. 366 CPP somente seria aplicvel aos crimes cometidos aps a vigncia da lei 9271. Foi esta orientao que prevaleceu.

3. Leis 11.689/08 e 11.719/08 e sua aplicao aos processos em andamento poca de sua vigncia Doutrina: tem 3 sistemas para resolver: I. Sistema da unidade processual apesar de se desdobrar em uma serie de atos distintos, o processo apresenta uma unidade. Portanto, s pode ser regulamentado por uma nica lei, mesma que venha a sofrer alterao ao longo do processo; III. Sistema das fases processuais cada fase processual pode ser regulada por uma lei diferente. Fase postulatria, ordinatria (juiz saneia o processo), instrutria, decisria e recursal. Assim, para cada fase pode-se aplicar a uma lei. No foi adotado pelo CP Brasileiro; III. Sistema do Isolamento dos Atos Processuais - adotado pelo CP Brasileiro. A lei nova no atinge os atos processuais praticado sob a vigncia da lei anterior. Porm ser aplicada aos atos processuais que ainda no foram praticados, independentemente da fase processual em que o feito se encontrar art. 2 CPP A lei processual penal aplicar-se- desde logo,sem prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.

4. Art. 4 da Lei 11689/08 e extino do protesto por novo jri Esta lei, entre outras coisas, extinguiu o protesto por novo jri art. 607 e 608. Um crime cometido antes da lei (09/08/08) que foi a julgamento aps a entrada em vigor da lei. 2 correntes: I. Trata-se de norma processual material que repercute no direito de liberdade do agente. Portanto, para os crimes cometidos at o dia 08/08/08, ainda que seu julgamento ocorra na vigncia da lei 11689 o acusado ter direito ao protesto por novo jri; II. Tem prevalecido o entendimento de que se trata de norma genuinamente processual. A lei que se aplica ao recurso aquela em que a deciso recorrvel foi publicada, pois neste momento que o sucumbente passa a ter direito adquirido a observncia das regras recursais ento vigentes.

5. Lei 11689 e a alterao do Recurso cabvel contra a impronuncia e a absolvio sumria no Jri Absolvio sumria no jri era o RESE. Se a publicao do sentena

6. Lei 12403/11 obrigatria converso do flagrante em priso preventiva e indivduos que permanecem presos em flagrante at hoje, sem que tenha havido qualquer anlise da necessidade de sua manuteno convertendo-a em priso preventiva. O juiz obrigado a avaliar a sua conversibilidade porque envolve o direito de liberdade da pessoa. Com o advento da lei 12403/11, a priso em flagrante por si s no mais fundamento suficiente para que o individuo permanea preso sendo obrigatrio a converso do flagrante em preventiva. Caso no tenha havido a analise das hipteses que autorizem a priso preventiva e demonstrado que o cidado permanece preso por anterior priso em flagrante, de se concluir que esta priso se tornou ilegal a partir de 4 de julho de 2011. Deve ser impetrado HC dessa priso ilegal sendo vedado ao juiz converter o flagrante em preventiva por ocasio da prestao das informaes como autoridade coatora.

01/08/2011

2. Classificao do Procedimento comum art. 394 2.1. Procedimento Comum Ordinrio crimes com pena mxima igual ou superior a 4 anos. Independente se punido com recluso ou deteno. 2.2. Procedimento comum sumrio 2 anos. crimes com pena mxima inferior a 4 e superior a

2.3. Procedimento comum sumarssimo utilizados nos juizados. para as infraes de menor potencial ofensivo: contravenes penais + crimes com pena mxima no superior a 2 anos (cumulada ou no com multa) submetidos ou no a procedimento especial ressalvado: as hipteses de violncia domstica e familiar contra a mulher.

Observaes: 1. Concurso de crimes deve ser aplicado o critrio do cmulo material ou da majorao das penas, diferenciando-se assim do clculo da prescrio em que as penas so consideradas isoladas smula 723 e 243 STJ. devem ser levadas em considerao para fins de determinao do 2. Qualificadoras procedimento aplicvel. 3. Causas de Aumento e de diminuio de pena tambm devem ser levadas em considerao para fins de determinao do procedimento aplicado. Em se tratando de causa de aumento de pena deve ser aplicado o quantum que mais aumente a pena. Se diminuio aplica-se a que menos diminua. 4. Agravantes e atenuantes por no dar um quantum pr-determinado. Por este motivo no so levadas em considerao por ocasio da determinao do procedimento cabvel.

Procedimento a ser aplicado no caso de crimes conexos. No caso de dois crimes conexos com procedimentos distintos. Exemplos: 1. Homicdio doloso + estupro seguir o procedimento do jri; 2. Trfico de Drogas + Roubo os dois crimes tem procedimentos distintos. A antiga lei de drogas lei 6368 art. 28 dizia que: Art. 28. Nos casos de conexo e continncia entre os crimes definidos nesta Lei o outras infraes penais, o processo ser o previsto para a infrao mais grave, ressalvados os da competncia do jri e das jurisdies especiais. . Essa lei foi revogada pela Lei 11343 nova lei de drogas que silenciou a respeito do procedimento a ser adotado no caso de crimes conexos. Mesmo antes da revogao da antiga lei de drogas, o art. 28 j era criticado pela doutrina, porquanto, o seu procedimento no pode ser determinado com base na gravidade do crime na hiptese de infraes conexas. Diante da revogao da lei 6368 prevalece que o procedimento a ser adotado o mais amplo. Ou seja, aquele que oferece s partes maiores oportunidades ao exerccio das faculdades processuais. Assim, no exemplo acima, o procedimento mais amplo o procedimento comum ordinrio.

3. Desacato (IMPO ) + Estupro a competncia ser do juzo comum ou do tribunal do jri com a aplicao do respectivo procedimento, sem prejuzo da aplicao dos institutos despenalizadores em relao aos crimes de menor potencial ofensivo art. 60 p. nico Pargrafonico. Na reunio de processos, perante o juzo comum ou o tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis.

4. Anlise do antigo procedimento comum ordinrio: a. Oferecimento da pea acusatria;

b. Rejeio ou o recebimento da pea acusatria c. Citao do acusado podia ser: pessoal (por oficial de justia), ou por edital; d. O primeiro ato era o interrogatrio do acusado; e. A defesa apresentava a chamada defesa prvia. OBS. No novo procedimento no h a defesa prvia, que diferente da defesa preliminar e a defesa; f. Audincia para oitiva de testemunha de acusao e defesa 2 audincias, uma para ouvir as de defesas e outra para a acusao; g. Fase de diligncias o revogado art. 499; h. alegaes finais revogado art. 500; i. Eventuais diligencias determinadas ex officio pelo juiz juiz podia produzir provas de oficio. j. Sentena. o prprio CPP previa que o alguns juzes marcavam

5. Novo Procedimento Comum Ordinrio a. Oferecimento da Pea Acusatria os requisitos esto no art. 41 CPP: .A denncia ou

queixa conter a exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime e, quando necessrio, o rol das testemunhas.

Pergunta: quando ocorre o incio do processo penal? O art. 363 diz O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado . Mas, apesar disto, h 2 correntes a respeito do tema: 1. Comea com o recebimento da pea acusatria. O art. 35 do CPPM adota o entendimento majoritrio da doutrina O processo inicia-se com o recebimento da denncia pelo juiz, efetiva-se com a citao do acusado e extingue-se no momento em que a sentena definitiva se torna irrecorrvel, quer resolva o mrito, quer no. 2. Comea com o oferecimento da pea acusatria ainda que haja a rejeio da pea acusatria interposto o RESE com base no art. 581, I ser obrigatria a intimao do acusado para apresentar contrarrazes.

b. Oferecida a pea acusatria surge 2 possibilidades: 1. Rejeio da pea acusatria 2. Recebimento da pea acusatria

5.2. Rejeio da Pea Acusatria Antes da lei 11719 as causas de rejeio estavam no art. 43 que foi revogado: Art. 43. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: (Revogado pela Lei n 11.719, de 2008). I - o fato narrado evidentemente no constituir crime;

II - j estiver extinta a punibilidade, pela prescrio ou outra causa; III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condio exigida pela lei para o exerccio da ao penal. Depois da lei 11.719, as causas foram revogadas pelo art. 395.

5.2.1. Causas de rejeio I. Inpcia da pea acusatria formal. h doutrinadores que tratam da inpcia material ou

Inpcia formal ocorre quando no so observados os requisitos obrigatrios da pea acusatria: exposio do fato criminoso e a qualificao do acusado. Inpcia material ocorre quando no h a justa causa para o processo penal. Com a lei 11.719, a ausncia de justa causa como causa de rejeio da pea acusatria est prevista no art. 395, III.

OBS. De acordo com a jurisprudncia, a inpcia da pea acusatria deve ser argida at a sentena sob pena de precluso. Quando o juiz rejeita com base na inpcia faz coisa julgada formal (e no material), por estar ligada a um vcio da pea que dever ser sanado. Rejeitada a pea acusatria por inpcia (apesar de ser atacado por RESE) pode-se oferecer outra pea acusatria sanando os vcios apontados.

II. Falta de Pressuposto Processual ou das condies da Ao em relao aos pressuposto processuais pode-se subdividi-los em pressupostos processuais de existncia e de validade: Pressuposto Processual de Existencia : 1. Demanda veiculada pela pea acusatria; 2. Orgao Investido de Jurisdio ou impedido); (encaixa-se aqui o juiz incompetente capacidade das partes

3. Presena de Partes que possam estar em juzo para estar em juzo. Pressuposto processual de validade demanda e inexistncia de vcios de atos processuais.

dizem respeito originalidade da

Condies da Ao possibilidade jurdica do pedido, legitimatio ad causam , interesse de agir, e outros doutrinadores colocam a justa causa como condies da ao (395, III).

III. Falta de Justa Causa para o exerccio da ao penal rejeitar a pea acusatria.

o juiz constado esta dever

Justa Causa o lastro probatrio mnimo indispensvel para o incio do processo materializado pela prova da existncia do crime e indcios suficientes de autoria (Obra do Prof. Afrnio Silva Jardim). Com as mudanas da lei 11719 nesta fase o juiz no analisa o mrito mas causas de natureza processual. Em regra, a rejeio da pea acusatria s faz coisa julgada formal. Portanto, removido o defeito, nada impede o oferecimento de nova pea acusatria. Pode acontecer do juiz adentrar na anlise do mrito na hora de analisar a pea acusatria. Ver art. 395 CPP: Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condio para o exerccio da ao penal; ou III - faltar justa causa para o exerccio da ao penal.Art. 397. Aps o cumprimento do disposto no art. 396-A, e pargrafos, deste Cdigo, o juiz dever absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existncia manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existncia manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente no constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente.

Esta causas de absolvio sumria AQUI ANALISA CAUSAS DE DIREITO MATERIAL QUE SE D EM MOMENTO DIFERENTE DO ART. 395.

Assim, se por ocasio da anlise da pea acusatria estiver o juiz plenamente convencido de uma das hipteses que autorizam a absolvio sumria, deve rejeitar a denuncia ou queixa com base na impossibilidade jurdica do pedido Art. 395, III. Nesse caso, haver coisa julgada formal e material. (No responder isso na prova do MP por ser dois momentos distintos, um de anlise dos pressupostos processuais e outro dos pressupostos de direito material que far coisa julgada).

5.2.2. Rejeio Parcial da Pea Acusatria a rejeio parcial plenamente possvel e comum. Ex. denncia oferecida contra uma pessoa e no se oferece contra a outra por entender no haver justa causa.

5.2.3. Recurso Cabvel Contra a rejeio da pea acusatria rejeitada a pea acusatria, antes da lei 11.719/08 havia uma corrente minoritria que entendia que uma coisa era a rejeio da pea acusatria e outra era o no recebimento da pea acusatria. Rejeio da pea acusatria era relativa ao direito material (revogado art. 43 I e II no era crime e extinta a punibilidade). Contra a rejeio da pea acusatria, como estava sendo analisado o direito material, o recurso seria o de apelao. No recebimento da pea acusatria relativo ao direito processual (art. 43. III). Como havia uma analise to somente ao direito processual o recurso seria o RESE art. 581 CPP.

Depois da Lei 11.719 o certo dizer que REJEIO = NO RECEBIMENTO DA PEA ACUSATRIA. Com base no art. 581, I CPP Ateno: nos juizados o recurso o de apelao (julgado pelo tribunal recursal).

Observaes: 1. Interposto o RESE contra a rejeio da pea acusatria, caso o tribunal d provimento ao recurso o acrdo valer como marco interruptivo da prescrio, j que se equipara ao recebimento da denncia ou queixa. Nesse sentido a Smula 709 STF :

Salvo quando nula a deciso de primeiro grau, o acrdo que prov o recurso contra a rejeio da denncia vale, desde logo, pelo recebimento dela. Pode ser que h a nulidadeda deciso do juiz de 1 grau interrupo da prescrio; que s quando este juiz receber a denuncia que haver a

2. Interposto o RESE contra rejeio da pea acusatria, obrigatria a intimao do denunciado para apresentar contrarrazes recursais, no a suprindo a nomeao de advogado dativo. Ver a smula 707 STF

Constitui nulidade a falta de intimao do denunciado para oferecer contra-razes ao recurso interposto da rejeio da denncia, no a suprindo a nomeao de defensor dativo.5.3. Recebimento da Pea Acusatria no rejeitado a pea acusatria, esta ser recebida. Se o juiz verificar que a pea acusatria atende aos pressupostos processuais receber esta. 5.3.1. Momento para o recebimento da pea acusatria momentos distintos de recebimento. Ver art. 396 CPP com a lei 11719 fala-se em 2

art. 396. Nos procedimentos ordinrio e sumrio, oferecida a denncia ou queixa, o juiz, se no a rejeitar liminarmente, receb-la- e ordenar a citao do acusado para responder acusao, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Entretanto, o art. 399 fala de novo em recebimento da denncia. O que fez surgir 2 correntes:

1 O recebimento ocorre logo depois de oferecida a pea acusatria (art. 396), desde que no seja caso de rejeio. Esta corrente diz que nada mudou ao que era antes. 2 O recebimento da pea acusatria se d no art. 399 CPP primeiro haveria o O oferecimento da denuncia ou queixa;

o Notificao do acusado; o Defesa preliminar; o Recebimento ou rejeio da pea acusatria.

O julgado STJ HC 138.089 confirma que o que prevalece a 1 corrente. Pois o art. 396 fala ... e ordenar a citao... sendo este o momento em que se recebe a denncia ou seja, antes da citao do acusado.

5.3.2. Desnecessidade de Fundamentao do Recebimento fundamentado o recebimento da denncia.

a doutrina diz que deve ser

Posio Jurisprudencial no h necessidade de fundamentao do recebimento da pea acusatria, at mesmo para se evitar o pr-julgamento. Porm, nos procedimentos com previso de defesa preliminar, o recebimento da pea acusatria deve ser obrigatoriamente fundamentado. STF HC 84.919.

5.3.3. Recurso cabvel contra o recebimento da pea acusatria contra o recebimento da pea acusatria no h recurso cabvel (a antiga lei de Imprensa previa o RESE). Recebida a pea acusatria, os tribunais tem admitido, em situaes excepcionais, a impetrao de HC visando o trancamento do processo, nos casos: a. Manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa; b. Causa extintiva da punibilidade; c. Ausncia dos pressupostos processuais ou das condies da ao; d. Ausncia de justa causa para o processo;

OBS. Caso ho haja risco liberdade de locomoo o recurso ser o MS.

6. Citao do Acusado a citao materializa 2 garantias constitucionais: 1. Contraditrio atravs da citao se d cincia ao acusado do recebimento de denncia contra a sua pessoa; 2. Ampla defesa do direito de defesa. atravs da citao se d o chamamento ao processo para o exerccio

OBS. Qualquer vcio da citao dar ensejo a uma causa de nulidade absoluta por se violar garantias constitucionais. Apesar de essa nulidade ser absoluta poder ser convalidado pelo comparecimento pessoal do acusado.