LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - Renato Brasiileiro

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    LEGISLAO PENAL ESPECIALINTENSIVO II

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    LAVAGEM DE CAPITAIS LEI 9.613/98 .................................................................................................................... 0

    1. Histrico da Lei ........................................................ .............................................................. ..................... 0

    2. Expresso Lavagem de Dinheiro ou Lavagem de Capitais................................................................... 0

    3. Conceito ....................................................... .............................................................. ................................ 1

    4. Geraes de Leis de Lavagem de Capitais .......................................................... ........................................ 1

    5. Fases da Lavagem de Capitais ................................................................ .................................................... 2

    1 Fase Colocao (Placement): ................................................................ ................................................... 3

    2 Fase Dissimulao (Layering = Camadas): ............................................................................................... 3

    3 Fase Integrao (Integration): ................................................................................................................. 3

    6. Bem Jurdico Tutelado ....................................................... ............................................................... .......... 3

    7. Acessoriedade da Lavagem de Capitais .............................................................. ........................................ 5

    8. Sujeitos do Crime de Lavagem ................................................................ ................................................... 8

    9. Tipo Objetivo: .................................................................................................................................................. 8

    10. Tipo Subjetivo: .............................................................. ............................................................... ........ 10

    11. Objeto Material: ............................................................ ............................................................... ........ 12

    12. Crimes Antecedentes: .............................................................. ............................................................ 13

    12.1 Trfico Ilcito de Drogas ....................................................... ............................................................ 13

    12.2 Terrorismo e seu financiamento ............................................................... ...................................... 16

    12.3 Contrabando ou Trfico de Armas ............................................................. ...................................... 17

    12.4 Extorso mediante seqestro ......................................................... ................................................. 18

    12.5 Crimes contra a Administrao Pblica ............................................................. .............................. 19

    12.6 Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional .............................................................. ................... 21

    12.7 Crimes praticados por Organizao Criminosa ............................................................. ................... 21

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    12.8 Crimes praticados por particular contra a administrao pblica estrangeira ............................... 22

    13. Tentativa: ............................................................ .............................................................. ................... 23

    14. Causa de aumento de pena: ............................................................... ................................................. 23

    15. Habitualidade Criminosa: ......................................................... ............................................................ 23

    16. Delao premiada / Chamamento de co-ru: ........................................................ .............................. 24

    17. Procedimento: .............................................................. ............................................................... ........ 31

    17. Autonomia do processo: ............................................................................................................................. 33

    18. Competncia criminal: ............................................................. ............................................................ 33

    19. Criao de varas especializadas para o julgamento de crime de lavagem de capitais: ....................... 36

    20. Justa causa duplicada:.............................. .............................................................. .............................. 39

    21. Requisitos da denncia: ........................................................... ............................................................ 39

    22. Suspenso do processo aplicao do CPP 366 na lei 9.613: ............................................................. 39

    23. Liberdade provisria: ............................................................... ............................................................ 42

    24. Recurso em liberdade: ............................................................. ............................................................ 46

    25. Recuperao de Ativos & Medidas Cautelares de Natureza Patrimonial: ........................................... 47

    26. Medidas Cautelares ................................................................. ............................................................ 48

    26.1 Apreenso ................................................................. ............................................................... ........ 48

    26.2 Sequestro ........................................................ .............................................................. ................... 48

    26.3 Arresto ............................................................ .............................................................. ................... 50

    27. Alienao Antecipada de Objetos ....................................................... ................................................. 53

    28. Ao Civil de Confisco .............................................................. ............................................................ 56

    29. Ao Controlada...................................... ............................................................... .............................. 56

    30. Efeitos da Condenao: ........................................................... ............................................................ 57

    LEI DAS ORGANIZAES CRIMINOSAS - LEI 9.034/95 ........................................................................................... 59

    1. Direito Penal da Emergncia ........................................................ ............................................................ 59

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    2. Direito Penal do Inimigo: .............................................................. ............................................................ 59

    3. Objeto da Lei 9.034/95 ................................................................. ............................................................ 59

    4. Crime Organizado por Natureza e Crime Organizado por Extenso ........................................................ 61

    5. Medidas Investigatrias ............................................................... ............................................................ 62

    5.1 Ao Controlada: ................................................................. ............................................................ 63

    6. Quebra do Sigilo de Dados Bancrios, Financeiros, Fiscais e Eleitorais ................................................... 64

    6.1 Quebra de Sigilo de Dados Bancrios e Financeiros ..................................................... ................... 68

    7. Captao e Interceptao Ambiental ................................................................ ....................................... 71

    8. Infiltrao de Agentes Policiais ............................................................... ................................................. 74

    8.1 Mecanismos de Proteo do Agente Infiltrado ............................................................ ................... 75

    9. Identificao criminal ........................................................ ............................................................... ........ 77

    10. Delao premiada ......................................................... ............................................................... ........ 78

    11. Liberdade provisria ................................................................ ............................................................ 78

    12. Prazo para encerramento da instruo criminal (do Processo) ........................................................... 79

    13. Recolhimento priso para apelar: ............................................................... ...................................... 81

    14. Incio do cumprimento da pena em regime fechado ........................................................ ................... 82

    15. Regime disciplinar diferenciado: ......................................................... ................................................. 84

    JUIZADOS ESPECIAIS .............................................................................................................................................. 84

    1. Previso constitucional: ............................................................... ............................................................ 84

    2. Jurisdio consensual: ....................................................... ............................................................... ........ 85

    3. Conceito de IMPO ............................................................. ............................................................... ........ 86

    4. Excesso da Acusao ......................................................... ............................................................... ........ 88

    5. Restries aplicao da Lei 9.099/95 .............................................................. ...................................... 88

    5.1 Lei M da Penha (art. 40, Lei 11.340) ........................................................ ...................................... 88

    5.2 Justia Militar (STF HC 106.212) ................................................................ ...................................... 89

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    5.3 Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) ............................................................. ...................................... 89

    6. Competncia originria dos Tribunais ................................................................ ...................................... 89

    7. Justia Eleitoral ........................................................ .............................................................. ................... 89

    8. Natureza da competncia do JECRIM: Absoluta X Relativa? ............................................................ ........ 90

    9. Causas modificativas da competncia do JECRIM: ..................................................... .............................. 90

    9.1 Impossibilidade de citao pessoal do acusado ........................................................... ................... 90

    9.2 Complexidade da causa ....................................................... ............................................................ 90

    9.3 Conexo e continncia ........................................................ ............................................................ 91

    10. Competncia territorial dos juizados especiais: ............................................................... ................... 91

    11. Lavratura de Termo Circunstanciado de Ocorrncia (TCO): ........................................................ ........ 92

    12. Oferecimento da Representao ........................................................ ................................................. 95

    13. Transao penal (art. 76 da lei 9.099/95): ............................................................. .............................. 96

    13.1 Conceito .......................................................... .............................................................. ................... 97

    13.2 Cabimento ................................................................ ............................................................... ........ 97

    13.3 Princpio da Discricionariedade Regrada ........................................................... .............................. 97

    13.4 Requisitos ................................................................. ............................................................... ........ 99

    a) Formulao de proposta pelo titular da ao penal; ............................................................... ........ 99

    b) Contraveno penal ou crime com pena mxima no superior a 2 anos, cumulada ou no commulta; ....................................................................................................................................................... 99

    c) No ter sido o agente beneficiado por outra transao penal no prazo de 5 anos; ....................... 99

    d) No ter sido condenado pela prtica de crime a pena privativa de liberdade por sentena comtrnsito em julgado. ................................................................................................................................. 99

    e) No ser caso de arquivamento do termo circunstanciado; ..................................................... ........ 99

    f) Antecedentes, conduta social personalidade, e circunstncias favorveis; .................................. 100

    g) Aceitao da proposta pelo autor do fato delituoso e por seu advogado .................................... 100

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    13.5 Descumprimento injustificado da Transao Penal ..................................................... ................. 101

    * Prescrio ............................................................................................................................................ 102

    14. Procedimento sumarssimo: ............................................................... ............................................... 102

    14.1 Oferecimento de uma pea acusatria (Denncia ou Queixa) ...................................................... 102

    14.2 Citao do acusado .............................................................. .......................................................... 103

    14.3 Defesa preliminar ................................................................ .......................................................... 104

    14.4 Sistema recursal............................................. ............................................................... ................. 106

    14.4.1 Rejeio da Pea acusatria............................. ............................................................... ...... 107

    14.4.2 Embargos de Declarao ....................................................... ............................................... 108

    14.4.3 RE & REsp ......................................................... ............................................................... ...... 109

    14.4.4 Habeas Corpus ............................................................ .......................................................... 110

    14.4.5 Reviso Criminal............... .............................................................. ....................................... 110

    15. Suspenso condicional do processo: ............................................................. .................................... 111

    15.1 Conceito .......................................................... .............................................................. ................. 111

    15.2 Cabimento ................................................................ ............................................................... ...... 111

    15.3 Iniciativa para proposta ....................................................... .......................................................... 112

    15.4 Cabimento da Suspenso condicional do processo em crimes de Ao Penal Privada ................ 113

    15.5 Prvio recebimento da pea acusatria ............................................................ ............................ 113

    15.6 Condies da Suspenso condicional do processo ....................................................... ................. 114

    15.7 Causas de Revogao da suspenso: ......................................................... .................................... 114

    15.8 Extino da Punibilidade...................................................... .......................................................... 115

    15.9 Suspenso da prescrio: ............................................................... ............................................... 115

    15.10 Recurso contra a deciso que homologa a suspenso condicional do processo ...................... 116

    15.11 Cabimento de Habeas Corpus durante o perodo de suspenso condicional do processo ...... 116

    15.12 Desclassificao do Delito & Suspenso Condicional do Processo ........................................... 117

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    15.13 Suspenso Condicional do Processo em Crimes Ambientais & nos casos de violncia domsticae familiar contra a mulher .......................................................................................................................... 117

    CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTRIA........................................................................................................... 119

    RACISMO............................................................................................................................................................. 128

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    Aula 1 29/01/2011

    Matria do Renato:Lavagem de CapitaisCrimes TributriosCrimes contra a Previdncia socialJuizados EspeciaisRacismoLei das Organizaes Criminosas

    O LAVAGEM DE CAPITAIS LEI 9.613/98

    Conveno das Naes Unidas em 1991, tem haver como foi concludo em Viena na data 20/12/1988.Conveno sobre o Trfico Ilcito de Entorpecentes. Essa conveno ratificada no Decreto n 154/1991. No h como combater o Trfico de Drogas sem reprimir a movimentao financeira das

    organizaes.

    De acordo com a doutrina, essa expresso tem origem nos EUA com correspondncia MoneyLaundering, em 1.920 (Chicago). Na poca da restrio da venda do lcool, surgem as lavanderias paramexer com dinheiro. Em alguns Pases da Europa utilizam a expresso Branqueamento de Capitais. NoBrasil, no utilizada a expresso Branqueamento de Capitais, como Portuga l e Espanha, e segundo

    a expresso da ideia de que branqueamento o dinheiro negro.

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    o processo por meio do qual bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de umdos crimes antecedentes listados no artigo 1, so integrados ao sistema financeiro, com a aparnciade terem sido obtidos de maneira lcita.

    Ex.:

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao oupropriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

    I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins;

    OBS: no necessria uma complexidade das operaes nem tampouco um vulto assustador dasquantias envolvidas. (STF > um simples depsito de um cheque j capaz de caracterizar a lavagem decapitais).

    Segue a mesma idia das Geraes de Direitos Fundamentais:

    Leis de 1 Gerao: o nico crime antecedente era o de trfico de drogas. Quando surgiramas primeiras leis de lavagem de capitais, geralmente eram ligadas ao trfico de drogas.

    Leis de 2 Gerao: houve uma ampliao do rol de crimes antecedentes; porm, permaneceum rol taxativo (ou seja, o trfico j no o nico crime, porm o rol taxativo numerusclausus ). o que ocorre na Lei brasileira 9.613.A lei brasileira de 2 gerao art. 1.

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao oupropriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

    I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins;

    II - de terrorismo;

    II de terrorismo e seu financiamento ; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    III - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo;

    IV - de extorso mediante seqestro;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2003/L10.701.htm#art1art1iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2003/L10.701.htm#art1art1iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2003/L10.701.htm#art1art1iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2003/L10.701.htm#art1art1ii
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    V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ouindiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atosadministrativos;

    VI - contra o sistema financeiro nacional;

    VII - praticado por organizao criminosa.

    VIII praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal). (Inciso includo pelaLei n 10.467, de 11.6.2002)

    Cuidado para no cair em pegadinha de provas : S posso pensar em lavagem de capitais se ocrime antecedente um desses 8 delitos.Ex.: dupla rouba relgios de alto valor, abre uma locadora para dissimular a origem dosvalores. No pode falar em lavagem de capitais, porque os valores tm origem no crime deroubo, no previsto no rol.

    Leis de 3 Gerao: consideram que qualquer crime grave pode figurar como delitoantecedente do delito de lavagem de capitais. o que acontece na Espanha e na Argentina.Pena mnima de 4 anos j entra no crime antecedente. Fique atento porque no CongressoNacional Brasileiro h um projeto de lei que visa suprimir o rol de crimes antecedentes etransformar tal lei em uma de 3 Gerao. O projeto de lei tira todos os crimes antecedentese diz:

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao oupropriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime (de infraopenal) .

    Na prtica, o que est escondido por trs do projeto de lei? Na lei atual preciso demonstrarque voc recebeu um dinheiro, voc sabia que aquele dinheiro era produto de trfico dedrogas e que voc ocultou a origem desses valores. difcil comprovar tudo isso,principalmente que voc sabia que os valores eram provenientes de trfico de drogas.

    O legislador quer colocar de infrao penal porque seria muito mais simples de condenar o

    acusado, demonstrando que o acusado sabia que o dinheiro era sujo, ilcito, e que vocestava lavando, sem necessidade de provar que voc sabia a origem do capital.

    Porm, atualmente, a redao brasileira de 2 Gerao.

    De acordo com o chamado GAFI Grupo de Ao Financeira sobre Lavagem de Dinheiro. Criadopelos pases mais ricos para coibir a lavagem de dinheiro.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10467.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337b
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    Consiste na introduo do dinheiro ilcito no sistema financeiro, dificultando a identificao daprocedncia dos valores; provavelmente, a fase mais fcil de combater o delito, porque odelito est mais prximo da sua origem.

    - Utiliza-se a tcnicaSMURFING, tcnica de fracionamento de grandes quantias empequenos valores.

    - Utiliza-se, tambm, a tcnica de estabelecimentos comerciais que trabalham comdinheiro em espcie. (Ex: Cinemas; Doleiro).

    Nessa fase, realizada uma srie de negcios ou movimentaes financeiras de modo aimpedir o rastreamento e encobrir a origem ilcita dos valores. Se voc apenas deixasse toda agrana na conta-corrente seria mais fcil de pegar o criminoso.

    Nessa fase, j com a aparncia lcita, os bens so formalmente incorporados ao sistemaeconmico, geralmente por meio de investimento no mercado mobilirio ou imobilirio, ourefinanciamento de atividades ilcitas.

    OBS: STF no necessria a ocorrncia das trs fases para que o delito de lavagem decapitais esteja consumado (STF RHC 80.816 processo da mfia dos fiscais SP).

    Outro caso: Caso Franklin Jurado

    Questo de prova do MPF:

    No h consenso na doutrina.

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    Correntes:

    1) diz que a administrao da justia: adotada em alguns pases da Europa; tratada comoespcie de favorecimento real.

    Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptao,auxlio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

    O cometimento da lavagem torna difcil a recuperao do produto do crime (posio do Prof.Rodolfo Tigre Maia).

    2) diz que o mesmo bem jurdico tutelado pelo delito antecedente: diante da diversidade decrimes antecedentes, no parece ser a melhor posio. Essa corrente pode at ser boa quandovoc pensa nas leis de 1 Gerao, onde s h o trfico como crime antecedente. Agora, na leibrasileira, fica complicado trabalhar com esta corrente, porque os crimes antecedentes so denaturezas muito distintas uma da outra.

    Ex.: trfico de drogas bem jurdico tutelado: sade pblica

    Extorso mediante sequestro bem jurdico tutelado: patrimnio

    Crimes contra a Administrao bem jurdico: Administrao

    Se voc adota esta corrente, estar dizendo que a lei tutela a sade pblica, o patrimnio, a

    Administrao Pblica. Por isso, esta corrente no tem muitos seguidores, no muitorespeitvel, no a que prevalece.

    3) diz que o bem jurdico tutelado a ordem econmico-financeira : ESSA A POSIO DEPREVALECE. Pois difcil para um particular concorrer com uma Lavanderia. Se o bem jurdicotutelado esse, perfeitamente cabvel o princpio da insignificncia.

    De acordo com o STF, quais os 4 pressupostos/requisitos para aplicao do princpio dainsignificncia?

    Mnima ofensividade da conduta Ausncia de periculosidade social da ao Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento Inexpressividade da leso jurdica provocada

    4) diz que a lavagem de capitais ofende dois bens jurdicos: o sistema econmico financeiro eo bem jurdico tutelado pelo crime antecedente. (posio do Prof. Alberto Silva Franco).

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    O crime de lavagem de capitais um crime acessrio, ou seja, os crimes antecedentes do artigo 1funcionam como elementar do crime de lavagem de capitais.A lavagem de capitais est ligada a outro crime, semelhante ao que ocorre com a receptao.O ideal que os 2 crimes sejam julgados no mesmo processo, em virtude da conexo probatria ouinstrumental, mas isso no significa dizer que os processos criminais no possam correrseparadamente.O ideal e, sendo possvel, juntar. Voc vai ter um quadro probatrio muito mais robusto.Portanto, os processos criminais pelo crime de lavagem e pelo crime antecedente so autnomos eindependentes, sendo punvel a lavagem ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crimeantecedente.

    O processo e julgamento do crime de lavagem de capitais no precisa tramitar obrigatoriamente emum simultaneus processus com o crime antecedente. Se isso for possvel, dever ocorrer. Mas da nose pode concluir que a reunio dos processos seja obrigatria. perfeitamente possvel que a pessoa seja condenada apenas pelo crime de lavagem de capitais.

    Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

    II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior ,ainda que praticados em outro pas;

    1 A denncia ser instruda com indcios suficientes da existncia do crime antecedente, sendopunveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime.

    2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo deProcesso Penal .

    CPP, Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado,ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar aproduo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisopreventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redao dada pela Lei n 9.271, de17.4.1996)

    Se os processos so autnomos e independentes

    Lavagem de Capitais Condenao a 5 anos Crime Antecedente Absolvio

    Essa absolvio vai repercutir no processo criminal de lavagem de capitais?

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366
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    Depende do fundamento da absolvio: para que o delito de lavagem de capitais seja punvel, aconduta antecedente deve ser tpica e ilcita (Princpio da Acessoriedade limitada), no exigida aculpabilidade.

    Portanto, caso o autor do crime antecedente seja absolvido com base na atipicidade ou com base emuma excludente da ilicitude, no ser possvel a condenao por lavagem de capitais. O raciocnio muito semelhante quando falamos em concurso de agentes: qual o nvel de importncia da condutado partcipe para que seja punvel? A doutrina vai dizer que se, de um lado, voc tem a lavagem, e deoutro, o crime antecedente, para que voc seja condenado pela lavagem, deve haver oreconhecimento da tipicidade e da ilicitude da conduta anterior. Se voc reconheceu que a condutaanterior tpica e ilcita, possvel a condenao por lavagem.

    Caso haja a absolvio do autor do crime antecedente com o fundamento na inexistncia do fato,no constituir o fato infrao penal, ou existir circunstncia que exclua o crime, NO SERPOSSVEL A PUNIO DO DELITO DE CAPITAIS.

    Basicamente, olhando para o art. 386, CPP, ele diz quais so as hipteses de sentenaabsolutria.

    Se a absolvio ocorrer com base nos incisos I, III e VI, estar impedida a condenao do crimede lavagem:

    Art. 386. O juiz absolver o ru, mencionando a causa na parte dispositiva, desde quereconhea:

    I - estar provada a inexistncia do fato;

    III - no constituir o fato infrao penal;

    VI existirem circunstncias que excluam o crime ou isentem o ru de pena (arts. 20,21, 22, 23, 26 e 1 o do art. 28, todos do Cdigo Penal), ou mesmo se houver fundadadvida sobre sua existncia; (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008)

    Por outro lado, se o autor do crime antecedente for absolvido com base em alguma causaexcludente da culpabilidade ou causa extintiva da punibilidade , nada impede a condenaopelo crime de lavagem de capitais. O cidado pode ser condenado por lavagem de capitais.

    Art. 386. O juiz absolver o ru, mencionando a causa na parte dispositiva, desde quereconhea:

    II - no haver prova da existncia do fato;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1
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    IV estar provado que o ru no concorreu para a infrao penal; (Redao dadapela Lei n 11.690, de 2008)

    V no existir prova de ter o ru concorrido para a infrao penal; (Redao dada pelaLei n 11.690, de 2008)

    VII no existir prova suficiente para a condenao. (Includo pela Lei n 11.690, de2008)

    Duas espcies de extino da punibilidade IMPEDEM a condenao pelo crime de lavagem:ABOLITIO CRIMINISe ANISTIA, cuidando-se de novatio legis que deixa de considerar o fatoantecedente como crime, no ser possvel a condenao pelo crime de lavagem de capitais.

    No basta indicar o trnsito de valores (dinheiro) para caracterizar o crime de lavagem. Para isso,tem que haver necessariamente comprovao que o dinheiro proveniente dos delitos previstosno art. 1.

    OBS: Se os processos j tiverem transitado em julgado, ex. se eu j havia sido condenado edepois, nesse processo, o juiz reconheceu a atipicidade, qual o instrumento que vou utilizar? Se

    a pessoa est presa, voc vai entrar com um HC e demonstrar que foi reconhecida a atipicidadedo crime antecedente. Se, no entanto, no h mais risco sua liberdade de locomoo, ocaminho entrar com uma Reviso Criminal, ex. se voc j cumpriu a pena, podendo cumularpedido de indenizao pela condenao indevida no crime de lavagem de capitais.

    Se for proveniente de outra espcie de delito, no caracteriza o delito de lavagem.

    A condenao pelo crime antecedente no pressuposto para a condenao do crime delavagem. (STJ HC 36837).

    A comprovao da ocorrncia do crime antecedente figura como uma questo prejudicialhomognea do mrito da ao penal relativa ao crime de lavagem.

    No que toca ao crime antecedente TENTADO, nada impede a condenao do agente pelo crimede lavagem, mas desde que tenham sido produzidos bens aptos a serem lavados.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1
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    Sujeito passivo: ESTADO.

    Sujeito ativo : um crime comum , ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.

    * O autor do crime antecedente tambm responde por lavagem de capitais?

    Imagina que voc o traficante, obteve o dinheiro com trfico de drogas. Lavagem s o crime do 3?Hoje, cada vez mais a lavagem passa por um processo de profissionalizao. No Brasil, o autor docrime antecedente tambm responde pelo delito de lavagem de capitais.

    Dinheiro guardado em casa, em baixo do colcho, no bolso, ..., no lavagem. apenas exaurimentoda conduta anterior.

    Caso o advogado, deliberadamente, concorra para a prtica do delito, responder normalmente pelodelito de lavagem de capitais (Operao Monte den).

    Terceiro: a participao no crime antecedente no requisito para que se possa ser sujeito ativo de

    lavagem, desde que o agente tenha conscincia quanto origem ilcita dos valores (STJ RMS 16813). Atendncia hoje que a lavagem seja terceirizada.

    OCULTAR: significa esconder a coisa, impedir ou dificultar a localizao da coisa. quando se praticaalgum tipo de conduta, objetivando dificultar ou impedir que se encontre essa coisa.

    O verbo ocultar exemplo de CRIME PERMANENTE. Obs.: caso os depsitos tenham sido efetuados antes da vigncia da lei, responder oagente normalmente pelo delito caso essa ocultao se prolongue no tempo(04/03/1998 data da vigncia da lei).

    STF Smula 711

    A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a suavigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia.

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    DISSIMULAR: significa disfarar, ou seja, o agente visa garantir a ocultao. Dissimulao significaocultao com fraude.

    Os verbos geralmente envolvem a prtica de crime permanente, o que se prolonga no tempoe sobre o qual voc tem domnio, assim como a extorso mediante sequestro.

    Os crimes de lavagem de capitais so crimes de ao mltipla ou de contedo variado.

    Princpio da Alternatividade: nos crimes de ao mltipla ou de contedo variado, responderpor crime nico o agente que praticar mais de uma conduta dentro do mesmo contextoftico. Se praticado mais de um verbo da figura delituosa em um mesmo contexto, o agenteresponde por crime nico.

    A lavagem de capitais exemplo, de acordo com a doutrina, de CRIME DIFERIDO ouREMETIDO ou ACESSRIO, porque depende da prtica do crime antecedente.

    Caput: figura material

    Crime material aquele cujo resultado est dentro do tipo penal. Homicdio: matar algum.S posso falar em homicdio se houver a morte de uma pessoa.

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio,movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ouindiretamente, de crime:

    1 e 2: figura formal

    Crime formal / de consumao antecipada: h um resultado, que no precisa ocorrer paraque o delito esteja consumado. Voc age com esse objetivo, mas o resultado no precisaocorrer:

    1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens,direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos nesteartigo:

    I - os converte em ativos lcitos;

    II - os adquire, recebe, troca, negocia, d ou recebe em garantia, guarda, tem emdepsito, movimenta ou transfere;

    III - importa ou exporta bens com valores no correspondentes aos verdadeiros.

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    2 Incorre, ainda, na mesma pena quem:

    I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabeserem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;

    II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que suaatividade principal ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei.

    Tipo congruente: h uma perfeita adequao entre os elementos objetivos e subjetivos do tipopenal. No tipo congruente, como se dissesse que o tipo objetivo absolutamente idntico ao tipo subjetivo.

    (Ex. homicdio tipo subjetivo: matar algum tipo subjetivo: querer matar algum).Tipo incongruente: no h uma perfeita adequao, sendo que o tipo subjetivo acrescido de

    um dolo especfico ou especial fim de agir. Tambm conhecido como tipo incongruente assimtrico.

    O art. 1, caput, exemplo de um TIPO CONGRUENTE.

    O 1 exemplo de um TIPO INCONGRUENTE.

    O trfico de drogas um exemplo de TIPO CONGRUENTE.

    O porte de drogas para consumo pessoal exemplo de TIPO INCONGRUENTE ouINCONGRUENTE ASSIMTRICO.

    No Brasil, o tipo de lavagem de capitais somente punido a ttulo de DOLO.Culpa no punida.

    Alguns doutrinadores dizem que o crime de lavagem somente seria punido a ttulo de DOLODIRETO.

    Quando o legislador quer afastar o DOLO EVENTUAL, ele o faz de forma expressa.

    EX: art. 339. Denunciao Caluniosa = de que o sabe inocente crime exige o dolo direito.

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    EX: Art. 180. Receptao = que sabe ser produto de crime o crime exige o dolo direto.

    Dolo Direto e Eventual:

    tanto no artigo 1, caput, quanto no artigo 1, 1 .

    No Art. 1, 2, s punido a ttulo de Dolo Direto.

    Todas as condutas do art .1 so punveis tanto a ttulo de dolo direito, quanto a ttulo de doloeventual.

    Porm, no caso do 2, as condutas somente so punveis a ttulo de dolo direto.2 - inciso I - que sabe.

    inciso II tendo conhecimento.

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio,movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ouindiretamente, de crime:

    1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens,direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos nesteartigo:

    I - os converte em ativos lcitos;

    II - os adquire, recebe, troca, negocia, d ou recebe em garantia, guarda, tem emdepsito, movimenta ou transfere;

    III - importa ou exporta bens com valores no correspondentes aos verdadeiros.

    2 Incorre, ainda, na mesma pena quem:

    I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabeserem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;

    II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que suaatividade principal ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei.

    Para que o agente responda pelo crime, o dolo deve abranger a conscincia de que os valoresocultados so provenientes de um dos crimes antecedentes previstos na lei brasileira (art. 1, Lei9.613/96). Esse o grande problema da legislao brasileira. Em Foz do Iguau, um sujeito foipreso com 500.000 dlares. No basta demonstrar que o cara est com o dinheiro. Tem que

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    provar que provm de um dos crimes e, alm disso, que o cara sabia que o dinheiro provinha deum dos crimes antecedentes.

    J caiu em prova:

    Teoria da Cegueira Deliberada : tambm conhecida como Teoria ou Instrues da Avestruz(Ostrich Instructions) . Origem no Direito Norte-americano. Se o agente tinha conscincia daelevada possibilidade de que um dos crimes antecedentes era proveniente e agiu de modoindiferente a esse conhecimento, responde pelo delito de lavagem de capitais a ttulo de doloeventual.

    O lavador prefere no saber a origem do dinheiro. O agente deliberadamente evita saber paradizer que no tinha conhecimento (ausncia de dolo).

    > quando o agente deliberadamente evita a conscincia quanto origem ilcita dos bens, assumeo risco de produzir o resultado, respondendo pelo delito de lavagem de capitais a ttulo de DOLOEVENTUAL.

    > Ex: caso do Banco Central de Fortaleza. Empresrios venderam veculos aos assaltantes,recebendo R$ 980.000 de reais e no informaram s autoridades a movimentao suspeita.

    So os bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente dos crimes antecedentesdefinidos no art. 1. dividido em produto direto e produto indireto:

    Produto direto ( producta sceleris ): o resultado imediato do delito

    Ex: no trfico de drogas, o dinheiro obtido com a venda; o objeto furtado.

    Produto indireto ou proveito da infrao ( fructus sceleris ): o resultado mediato do crime, ouseja, o proveito obtido pelo criminoso como resultado da utilizao econmica do produto diretodo delito.

    Ex: a compra de um veculo com o dinheiro do trfico.

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    A legislao brasileira adota um rol taxativo (numerus clausus ).

    Do rol do art. 1 no constam:

    CONTRAVENES PENAIS (mesmo praticadas por organizao criminosa, no se enquadram); CRIMES CONTRA ORDEM TRIBUTRIA; CRIMES AMBIENTAIS (trfico de animais gera muita lavagem).

    Mesmo que o crime antecedente conste do artigo 1 da Lei de Lavagem de Capitais, s se pode falarem lavagem se desse delito resultar na obteno de bens, direitos e valores. Portanto, a prevaricao,apesar de ser crime contra a Administrao, no me d dinheiro, ento no h o que lavar e aprevaricao no pode ser crime antecedente.

    Prevaricao

    Art. 319 - {1}Retardar ou {2}deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio, ou{3}pratic-lo contra Disposio Expressa de Lei, para satisfazer interesse ou sentimentopessoal[este o fim do agente] :

    Pena - deteno, de 3 meses a 1 ano, e .multa ($$$)

    Na lei 6.368/76 a jurisprudncia sempre considerou como trfico o art. 12 e o art. 13.

    Veja que o art. 14, que poca trazia a Associao para o Trfico, de acordo com a jurisprudncia majoritria, no era equiparado a hediondo (HC 83417).

    Na Lei 11.343/06, o art. 33, caput , trfico, mas h tambm outras figuras colocadas no artigo.H vrios crimes.

    Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,vender, expor venda, oferecer, ter em depsito, transportar, trazer consigo,guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda quegratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ouregulamentar:

    Pena - recluso de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

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    Fica a pergunta: quais so os crimes que posso chamar de trfico de drogas? A doutrina falapara usar como parmetro de interpretao o artigo 44.

    Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e 1 o, e 34 a 37 desta Lei soinafianveis e insuscetveis de sursis, graa, indulto, anistia e liberdadeprovisria, vedada a converso de suas penas em restritivas de direitos.

    Pargrafo nico. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se- olivramento condicional aps o cumprimento de 2/3 da pena, vedada suaconcesso ao reincidente especfico.

    Concluso: a partir da interpretao do artigo 44, voc pode entender que os crimes de trficode drogas so:

    Art. 33, caput Art. 33, 1 Arts. 34, 35, 36 e 37.

    Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor venda, oferecer, ter em depsito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, semautorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar:

    Pena - recluso de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500(mil e quinhentos) dias-multa.

    1o Nas mesmas penas incorre quem:

    I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expe venda, oferece,

    fornece, tem em depsito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar, matria-prima, insumo ou produto qumico destinado preparao de drogas;

    II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorizao ou em desacordo com determinaolegal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matria-prima para a preparaode drogas;

    III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,administrao, guarda ou vigilncia, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que

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    gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ouregulamentar, para o trfico ilcito de drogas.

    Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar aqualquer ttulo, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinrio,aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado fabricao, preparao, produoou transformao de drogas, sem autorizao ou em desacordo com determinao legalou regulamentar:

    Pena - recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000(dois mil) dias-multa.

    Art. 36. Financiar ou custear a prtica de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, capute 1o, e 34 desta Lei:

    Pena - recluso, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a4.000 (quatro mil) dias-multa.

    Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organizao ou associao destinados prtica de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 1 o, e 34 desta Lei:

    Pena - recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700(setecentos) dias-multa.

    O questionamento fica por conta do crime do artigo 35 delito de Associao para fins detrfico.

    Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,reiteradamente ou no, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 1 o, e34 desta Lei:

    Fazendo uma interpretao com base na lei antiga, dissemos anteriormente que o artigo 14no era trfico, de acordo com os Tribunais. De acordo com a nova lei, se voc interpreta o 44,fica parecendo que o legislador nos deu a idia de que o 35 poderia ser equiparado ao trfico,que a Associao estaria no rol dos crimes de trfico.

    Concluindo:

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    A Associao pode ser crime antecedente da lavagem?NO. A resposta a que voc deu para a prevaricao.Da Associao, por mais que voc queira pensar que ela pode ser chamada trfico de drogas,dela no resulta dinheiro para ser lavado. Da Associao, por si s, no resulta dinheiro. O 35no pode ser considerado crime antecedente.Enquanto estamos associados, no h dinheiro.Quando comearmos a vender a droga que haver dinheiro.

    O Art. 33, 2 - no resulta nenhum benefcio para ser lavado:

    Art. 33, 2o Induzir, instigar ou auxiliar algum ao uso indevido de droga:

    A maioria da doutrina entende que o delito de Terrorismo no est definido no ordenamento jurdico brasileiro.

    Alguns doutrinadores (prof. Antonio Scarance Fernandes), todavia, definem que o delito deTerrorismo estaria previsto no art. 20 da Lei 7.170/83 Lei de Segurana Nacional.

    Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqestrar, manter em crcereprivado, incendiar, depredar, provocar exploso, praticar atentado pessoal ou atosde terrorismo , por inconformismo poltico ou para obteno de fundos destinados manuteno de organizaes polticas clandestinas ou subversivas.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at o dobro; se resulta morte, aumenta-se at o triplo.

    Realmente, no artigo 20 o legislador faz meno a atos de terrorismo. Mas podemos da extrair oterrorismo? essa a melhor interpretao?

    A expresso utilizada pelo legislador dentro do tipo penal chama-se elemento normativo : umelemento constante do tipo penal cuja compreenso demanda um juzo de valor. Elementonormativo algo muito comum o legislador no consegue colocar apenas palavras objetivas, entousa muitas que devem ser interpretadas, valoradas. Elementos normativos so comumenteutilizados pelo legislador. O problema com esses elementos que sua utilizao exagerada acaba porviolar o princpio da legalidade, especificamente a taxatividade os tipos penais no podem ser

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    muito abertos, amplos, indeterminados, porque a dificulta a compreenso do tipo penal. Noconsigo viver sem eles, mas seu uso exagerado acaba violando o princpio da legalidade.

    Art. 233, ECA. Submeter criana ou adolescente sob sua autoridade, guarda ouvigilncia a tortura:

    Pena - recluso de um a cinco anos. 1 Se resultar leso corporal grave:Pena - recluso de dois a oito anos. 2 Se resultar leso corporal gravssima:Pena - recluso de quatro a doze anos.

    3 Se resultar morte:Pena - recluso de quinze a trinta anos. (Revogado pela Lei n 9.455, de7.4.1997:

    O que tortura? Voc sabe dizer?

    A constitucionalidade do artigo 233 foi levada ao STF, que entendeu que o conceito de torturapoderia ser extrado a partir de tratados internacionais dos quais o Brasil fosse signatrio. HC 70.389

    (Referido artigo foi revogado pela lei de torturas)

    No a corrente que prevalece.

    A maioria da doutrina entende que, no ordenamento jurdico brasileiro, no existe tipificao docrime de terrorismo.

    Dinheiro proveniente de terrorismo em territrio estrangeiro. Para a doutrina, deve serrespeitado o princpio da dupla incriminao, devendo ser incriminado o terrorismo no ordenamentobrasileiro. Como no existe, segundo grande parte da doutrina, o crime de terrorismo, ento noseria possvel que a pessoa respondesse pelo crime de lavagem no Brasil.

    O trfico de armas (comrcio) est previsto no art. 17 e 18 da Lei 10826/03 Estatuto doDesarmamento.

    Comrcio ilegal de arma de fogo

    Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter emdepsito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor venda, ou de

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm#art4
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    qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividadecomercial ou industrial, arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao ouem desacordo com determinao legal ou regulamentar:

    Pena recluso, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

    Pargrafo nico. Equipara-se atividade comercial ou industrial, para efeitodeste artigo, qualquer forma de prestao de servios, fabricao ou comrcioirregular ou clandestino, inclusive o exercido em residncia.

    Trfico internacional de arma de fogo

    Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou sada do territrio nacional,a qualquer ttulo, de arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao daautoridade competente:

    Pena recluso de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

    Esses 2 delitos so crimes antecedentes da lavagem de capitais.

    Alm disso, a doutrina aponta o trfico de armas no crime do art. 12 da Lei 7170/83 Lei deSegurana Nacional prev os crimes polticos.

    Art. 12 - Importar ou introduzir, no territrio nacional, por qualquer forma,sem autorizao da autoridade federal competente, armamento ou material militar privativo das Foras Armadas.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Na mesma pena incorre quem, sem autorizao legal,fabrica, vende, transporta, recebe, oculta, mantm em depsito ou distribui oarmamento ou material militar de que trata este artigo.

    Na lei de Segurana Nacional, deve haver uma motivao poltica; se no h motivao poltica, no crime contra a Segurana Nacional, fica sendo o crime do artigo 17 ou 18 da Lei 10.826/03.

    Previsto no art. 159 CP.

    O crime de extorso mediante seqestro tambm est previsto no Cdigo Penal Militar.

    Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquervantagem, como condio ou preo do resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9
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    Porm, a maioria da doutrina entende que quando o legislador fala da extorso mediantesequestro, refere-se apenas o da lei comum, no o da justia militar, que no crime antecedente.

    A Lei 9.613 tem umas prolas e o do inciso V uma delas. No finalzinho, coloca a redao daconcusso.

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao oupropriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

    V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ouindiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atosadministrativos;

    A parte final do inciso V caracteriza a concusso, e est enquadrado nos crimes contra aAdministrao Pblica.

    OBS: crimes conta a Administrao Pblica, mas desde que resulte proveito econmico a serlavado.

    Esto previstos entre os arts. 312 a 359, H, do CP, e em outras leis especiais, como na Lei deLicitaes, e ainda na Lei dos Crimes de Responsabilidade de Prefeitos e Vereadores Dec-Lei201/67.

    Aqui esto apenas os crimes contra a Administrao Pblica no esto inseridos os Atos deImprobidade Administrativa.

    Ato de improbidade administrativa no crime e no pode figurar como antecedente na lavagemde capitais, salvo se esse ato de improbidade tambm for crime. Lavagem precisa de CRIMEantecedente.

    *** TRF 4 : Todo crime funcional contra a Administrao Pblica ato de improbidade?

    E o contrrio: Todo ato de improbidade administrativa tambm crime funcional?

    Seo IDos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilcito

    Art. 9 Constitui ato de improbidade administrativa importandoenriquecimento ilcito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida emrazo do exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade nasentidades mencionadas no art. 1 desta lei, e notadamente:

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    Seo IIDos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuzo ao Errio

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errioqualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres dasentidades referidas no art. 1 desta lei, e notadamente:

    XIII - permitir que se utilize, em obra ou servio particular, veculos,mquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem comoo trabalho de servidor pblico, empregados ou terceiros contratados por essasentidades.

    Seo IIIDos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princpios da

    Administrao Pblica

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra osprincpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole osdeveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, enotadamente:

    Todo crime funcional tambm caracteriza ato de improbidade administrativa, pois haver, nomnimo, leso aos Princpios da Administrao Pblica.

    Qualquer crime funcional, no mnimo, violar os princpios da Administrao.

    E o contrrio? No, nem todo Ato de Improbidade configura crime funcional.

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra osprincpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole osdeveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, enotadamente:

    II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio;

    Esse ato muito parecido com o crime de prevaricao, mas falta o finalzinho para satisfazersentimento ou interesse pessoal. Se deixo de cumprir com minha obriga o dentro do prazo,pratico ato de improbidade, mas se no fizer para satisfazer sentimento ou interesse pessoal, no hcrime.

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    Esto previstos na Lei 7.492/86 e tambm na Lei 6.385/76.

    Esto previstos na Lei 7.492/86 e tambm na Lei 6.385/76.

    - Organizao criminosa:- Conceito:

    - segundo uma primeira corrente, no existe conceito legal de organizaes criminosas no Brasil.Essa corrente fica mais forte uma vez que h no Brasil vrios projetos de lei buscando conceituaro instituto. De acordo com o projeto de lei 7.223 organizao criminosa caracterizada por pelomenos trs das seguintes caractersticas:

    a) hierarquia estrutural;b) planejamento empresarialc) uso de meios tecnolgicos avanados;e) recrutamento de pessoas;f) diviso funcional das atividades;

    g) conexo estrutural ou funcional com ou poder pblico ou seus agentes;h) oferta de prestaes sociais;i) diviso territorial das atividades ilcitas; j) alto poder de intimidao;k) alta capacitao para a prtica de fraude;l) conexo local, regional, nacional ou internacional com outra organizao criminosa;

    - uma segunda corrente diz que enquanto a lei brasileira no fornecer um conceito legal deorganizaes criminosas, possvel a utilizao do conceito dado pela Conveno das NaesUnidas Contra o Crime Organizado Internacional, realizada em Palermo em 15 de dezembro de2.000. Assim, organizao criminosa seria o grupo estruturado de trs ou mais pessoas existenteh algum tempo, e atuando concertadamente com fim de cometer infraes graves, com ainteno de obter benefcio econmico ou moral. O decreto legislativo 231 ratificou essaConveno no Brasil, e tambm pelo decreto 5.115/04. No TRF da 4 regio j h julgados usandoesse conceito de organizao criminosa. Fernando Capez concorda com essa tese;- o professor Luiz Flvio Gomes entende que a definio de crime por meio de tratadointernacional estaria violando o princpio da legalidade, exatamente por violar uma das garantias,a da lex populi, uma vez que crimes e penas somente podem ser estabelecidos com aparticipao dos representantes do povo na elaborao e aprovao do texto final.- apesar de no haver conceito legal no Brasil, h um projeto de lei no Congresso.

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    - tais crimes foram inseridos no Cdigo Penal pela lei 10.467/02 (art. 337-B; art. 337-C; art. 337-D). Amesma lei que criou esse delito no Cdigo Penal o inseriu na lei de lavagem de capitais como crimeantecedente. Esse crime, mesmo cometido de forma habitual, no incide a causa de aumento de penado 4 do artigo 1 da lei de lavagem de capitais;

    CAPTULO II-A (Includo pela Lei n 10.467, de 11.6.2002)

    DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAO PBLICAESTRANGEIRA

    Corrupo ativa em transao comercial internacional

    Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionriopblico estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determin-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofciorelacionado transao comercial internacional: (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Pena recluso, de 1 (1) a 8 (8) anos, e multa ($$$). (Includo pela Lei n 10467, de

    11.6.2002)

    Pargrafo nico. A pena aumentada de 1/3 (1/3), se, em razo da vantagem ou promessa, ofuncionrio pblico estrangeiro retarda ou omite o ato de ofcio, ou o pratica infringindo dever funcional. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Trfico de influncia em transao comercial internacional (Includo pela Lei n 10467,de 11.6.2002)

    Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionrio pblicoestrangeiro no exerccio de suas funes, relacionado a transao comercial internacional: (Includopela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Pena recluso, de 2 (2) a 5 (5) anos, e multa ($$$). (Includo pela Lei n 10467, de11.6.2002)

    Pargrafo nico. A pena aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem tambm destinada a funcionrio estrangeiro. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Funcionrio pblico estrangeiro (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337chttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337bhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art2
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    Art. 337-D. Considera-se funcionrio pblico estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda quetransitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica em entidades estataisou em representaes diplomticas de pas estrangeiro. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Pargrafo nico. Equipara-se a funcionrio pblico estrangeiro quem exerce cargo, emprego oufuno em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Pblico de pasestrangeiro ou em organizaes pblicas internacionais. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

    Art. 1, 4, Lei 9.613/98 - A pena ser aumentada de um a dois teros, nos casos previstos nosincisos I a VI docaput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermdio deorganizao criminosa.

    - por ser crime subsistente, admite-se tentativa;

    - quando a lei nada disser, aplica-se as regras do CP;

    - deve-se ter cuidado com o artigo 1, 3 da lei 9.613/98, que remete ao Cdigo Penal em relao tentativa, sendo um dispositivo absolutamente desnecessrio e redundante, em virtude do que dispe oartigo 12 do Cdigo Penal (segundo o art. 12, as regrais gerais deste cdigo aplicam-se aos fatosincriminados por lei especial, se esta no dispuser de modo diverso);

    Art. 1, 3, Lei 9.613/98 - A tentativa punida nos termos do pargrafo nico do art. 14 doCdigo Penal.

    Art. 12 - As regras gerais deste Cdigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se estano dispuser de modo diverso.

    4 manda aumentar a pena de 1 a 2/3, se o crime antecedente estiver entre os incisos I a VI,quando o crime for praticado de forma habitual ou por intermdio de organizao criminosa.

    Art. 1, 4, Lei 9.613/98 - A pena ser aumentada de um a dois teros, nos casos previstos nosincisos I a VI docaput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermdio deorganizao criminosa.

    - essa habitualidade ser importante devido ao 4 do artigo 1 da lei 9.613/98, uma vez que prev oaumento de um a dois teros se o crime for cometido de forma habitual;

    - diante do artigo 1, 4, conclui-se que a habitualidade no uma elementar do crime de lavagem;

    - deve ter cuidado para no confundir o crime habitual com a chamada habitualidade criminosa:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337dhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2002/L10467.htm#art337d
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    Crime Habitual o delito em que a prtica de um ato isolado no tipifica a conduta delituosa, ouseja, exige-se do agente uma prtica reiterada da conduta a fim de restar caracterizado o delito(ex.: exerccio ilegal da medicina art. 282 do CP);

    Exerccio ilegal da medicina, arte dentria ou farmacutica

    Art. 282 - Exercer, ainda que a ttulo gratuito, a profisso de mdico, dentista ou farmacutico,sem autorizao legal ou excedendo-lhe os limites:

    Pena - deteno, de 6 meses a 2 anos.

    Pargrafo nico - Se o crime praticado com o fim de lucro, aplica-se tambm .multa ($$$)

    Habitualidade criminosa uma caracterstica do agente, que faz disso seu estilo de vida.Habitualidade criminosa sinnimo de reiterao delituosa ou de criminoso habitual, assim, nahabitualidade criminosa h pluralidade de crimes, sendo a habitualidade uma caracterstica doagente, e no da infrao penal; na habitualidade criminosa tem-se uma sequncia de atostpicos que demonstram um estilo de vida do autor.;

    - no necessria uma homogeneidade de circunstncias de tempo, lugar e modus operandi para aincidncia do aumento de pena do artigo 1, 4;

    - 1 histrico de delao premiada Judas

    - Joaquim Silvrio dos Reis

    - comeou no direito anglo-saxo, Inglaterra. Testemunha da coroa (Crown witness)

    - Itlia Mfia Italiana

    - Conceito:

    a possibilidade concedida ao participante ou autor de fato delituoso de receber determinadobenefcio mediante a prestao de informaes s autoridades.

    Pode ir da extino da pena extino da punibilidade

    S posso falar de delao se confesso a prtica do crime e aponto outra pessoa como co-ru.a delao premiada, tambm conhecida como chamada de co-ru consiste na possibilidadeconcedida ao associado ou participante de infrao penal, de ter sua pena reduzida, substitudapor restritiva de direitos, ou at mesmo extinta mediante a denncia de seus comparsas autoridade, possibilitando o desmantelamento do bando ou quadrilha, a descoberta de toda atrama delituosa, a localizao do produto do crime ou a facilitao da libertao do seqestrado,no caso do crime de extorso mediante seqestro cometido em concurso de agentes;

    - delao vem do verbo delatar, que significa apontar comparsas. O Professor Luiz Flvio Gomes, a partirdisso, vai dizer que a colaborao premiada seria o gnero do qual a delao seria espcie;

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    Cuidado: h situaes em que voc colabora com as autoridades, indicando o produto do crime, semapontar os comparsas. LFG entende que estas hipteses no seriam tecnicamente uma delaopremiada, mas uma colaborao premiada. No a posio que prevalece.

    - alguns doutrinadores questionam a delao premiada luz da tica e que no deveriam serincentivadas pelo Estado: se ele trair, ser beneficiado. Isso uma tese acadmica apenas, que noencontra respaldo na jurisprudncia.

    - no viola o direito no auto-incriminao a pessoa no obrigada a fazer prova contra si mesma. Apessoa no obrigada a colaborar, apenas se informar sobre o benefcio.

    - previso legal da delao premiada:

    - artigo 25, 2 da CEI 7.492/86 (lei dos crimes contra o sistema financeiro);

    2 Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partcipeque atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa tera sua pena reduzida de um a dois teros. (Includo pela Lei n 9.080, de 19.7.1995)

    - artigo 8, nico, da lei 8.072/90 (lei dos crimes hediondos);

    Art. 8 Ser de trs a seis anos de recluso a pena prevista no art. 288 do Cdigo Penal, quandose tratar de crimes hediondos, prtica da tortura, trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins outerrorismo.

    Pargrafo nico. O participante e o associado que denunciar autoridade o bando ou quadrilha,possibilitando seu desmantelamento, ter a pena reduzida de um a dois teros.

    Extorso mediante seqestro

    Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,como condio ou preo do resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90

    4 - Se o crime cometido em concurso, o concorrente que o denunciar autoridade, facilitandoa libertao do seqestrado, ter sua pena reduzida de 1 a 2 teros. (Redao dada pela Lei n 9.269,de 1996)

    - artigo 159, 4 do CP (crime de extorso mediante seqestro);

    - art. 16, pargrafo nico, da lei 8.137/90 (lei dos crimes contra a ordem tributria);

    Pargrafo nico. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partcipe que atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a tramadelituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros. (Pargrafo includo pela Lei n 9.080, de19.7.1995)

    - art. 6 da lei 9.034/95 (lei das organizaes criminosas);

    - a delao premiada, na lei de lavagem de capitais, traz uma diminuio da pena;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm#art9http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9080.htm#art1
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    - art. 1, 5 da lei 9.613/98, prev trs benefcios para a delao premiada1

    :- diminuio da pena de um a dois teros e fixao de regime inicial aberto;

    - substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;

    - perdo judicial (tem natureza de causa extintiva da punibilidade);

    5 A pena ser reduzida de um a dois teros e comear a ser cumprida em regime aberto,podendo o juiz deixar de aplic-la ou substitu-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor oupartcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam apurao das infraes penais e de sua autoria ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto docrime.

    - observar que o que est previsto apenas uma causa de diminuio de pena, o que muitopouco, porque sabemos que se sua pena apenas diminuda, voc cumprir pena provavelmenteno mesmo lugar do que seus comparsas.

    - artigo 35-B e 35-C da lei 8.884/94 (a lei dispes de crimes contra a ordem econmica) que prevo acordo de lenincia, tambm chamado de acordo de doura ou acordo de brandura (Damsio);

    Art. 35-B. A Unio, por intermdio da SDE, poder celebrar acordo de lenincia , com aextino da ao punitiva da administrao pblica ou a reduo de um a dois teros da penalidadeaplicvel, nos termos deste artigo, com pessoas fsicas e jurdicas que forem autoras de infrao ordem econmica, desde que colaborem efetivamente com as investigaes e o processoadministrativo e que dessa colaborao resulte: (Includo pela Lei n 10.149, de 21.12.2000)

    I - a identificao dos demais co-autores da infrao; e (Includo pela Lei n 10.149, de21.12.2000)

    II - a obteno de informaes e documentos que comprovem a infrao noticiada ou sobinvestigao. (Includo pela Lei n 10.149, de 21.12.2000)

    Art. 35-C. Nos crimes contra a ordem econmica, tipificados na Lei no 8.137, de 27 de novembrode 1990, a celebrao de acordo de lenincia, nos termos desta Lei, determina a suspenso do cursodo prazo prescricional e impede o oferecimento da denncia . (Includo pela Lei n 10.149, de21.12.2000)

    Pargrafo nico. Cumprido o acordo de lenincia pelo agente, extingue-se automaticamente apunibilidade dos crimes a que se refere o caput deste artigo. (Includo pela Lei n 10.149, de21.12.2000)

    1 Tais benefcios vo variar de acordo com o grau de colaborao.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8137.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L10149.htm#art2
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    - art. 13 e 14 da lei 9.807/99 (lei de proteo s testemunhas) prev a delao premiada, quesegundo alguns doutrinadores, age como lei geral da delao premiada em nosso ordenamento,podendo ser aplicada a qualquer delito;

    No art. 13, de acordo com a doutrina, esses incisos devero estar presentes cumulativamente,caso seja possvel no caso concreto. Alguns crimes possibilitam os 3 incisos; outros, no. Pode-seusar o artigo 13 para qualquer delito.

    Captulo II

    DA PROTEO AOS RUS COLABORADORES

    Art. 13. Poder o juiz, de ofcio ou a requerimento das partes, conceder o perdo judicial e a

    conseqente extino da punibilidade ao acusado que, sendo primrio, tenha colaborado efetiva evoluntariamente com a investigao e o processo criminal, desde que d