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Curso de Processo Penal 2014 -Renato Marcão.pdf

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    ISBN 978-85-02-21821-5

    Marco, RenatoCurso de processo penal/Renato Marco. So Paulo:Saraiva, 2014.Bibliografia.1. Processo penal 2. Processo penal Brasil I. Ttulo.13-11792 CDU-343.1

    ndice para catlogo sistemtico:1. Processo penal: Direito penal 343.1

    Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente editorial Thas de Camargo Rodrigues

    Assistente editorial Poliana Soares de AlbuquerqueProdutora editorial Clarissa Boraschi Maria

    Arte, diagramao e reviso Know-how EditorialServios editoriais Kelli Priscila Pinto / Surane Vellenich

    Capa Orlando Facioli DesignProduo grfica Marli Rampim

    Produo eletrnica Ro Comunicao

    Data de fechamento da edio: 21-1-2014

    Dvidas?Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

  • Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao daEditora Saraiva.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

  • Dedico este livro a mim mesmo.

  • Mais que um simples livro, este novo trabalho tornou-se um VERDADEIRO AMIGO.COMPANHEIRO FIEL: esteve ao meu lado em todos os momentos, mais ou menos difceis;COMPREENSIVO: soube entender minhas dificuldades e limitaes; COMPLACENTE: permitiuque eu colocasse em suas pginas virgens, dia aps dia, minhas inquietaes ilimitadas;PACIENTE: soube entender que h tempo para tudo, inclusive para o silncio; CRTICO:convocou-me a refletir profundamente sobre a vida; SEVERO: arrastou-me para a realidadequando dela busquei me distanciar; GENEROSO: permite-me agora desfrutar de sua existncia.

    A partir deste momento j no s meu; seguir vida prpria.Desejo que cumpra a misso para a qual foi concebido e gerado, e que sua aceitao seja

    proporcional ao meu esforo, dedicao e afeto.

  • Com este e os demais livros...disputo a glria de ensinar at depois de morto.

    (Roberto Lyra)

  • SUMRIO

    Apresentao

    CAPTULO 1INTRODUO

    1. Conceito de Direito2. Origem e Misso do Direito Penal3. Breve Desenvolvimento Histrico da Pena Criminal4. Necessidade de Regras Procedimentais Democrticas5. Direito de Punir6. Jurisdio7. Processo8. Procedimento9. Atos Processuais10. Relao Jurdica Processual11. Direito Processual Penal12. Finalidades do Processo Penal13. Princpios do Processo Penal14. Sistemas de Processo Penal

    14.1. Classificao14.1.1. Sistema inquisitivo14.1.2. Sistema acusatrio14.1.3. Sistema misto

    14.2. Sistema adotado no Brasil

    CAPTULO 2FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL E INTERPRETAO DA LEI PROCESSUAL PENAL

    1. Fontes do Direito Processual Penal1.1. Conceito1.2. Classificao1.3. Fontes materiais1.4. Fontes formais

  • 1.5. Doutrina, jurisprudncia e analogia2. Interpretao da Lei Processual Penal

    2.1. Espcies de interpretao2.2. Interpretao autntica2.3. Interpretao doutrinria2.4. Interpretao judicial2.5. Interpretao gramatical ou literal2.6. Interpretao lgica ou teleolgica2.7. Interpretao histrica2.8. Interpretao sistemtica2.9. Interpretao declarativa, restritiva e extensiva

    3. Analogia e Interpretao Analgica4. Diferena entre Interpretao Extensiva e Analogia

    CAPTULO 3LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAO

    1. Noes Introdutrias2. Lei Processual Penal no Espao3. Atos de Cooperao Internacional4. Leis de Organizao Judiciria5. Lugar da Infrao Penal6. Tratados, Convenes e Regras de Direito Internacional7. Tenso entre Regras Dispostas em Tratados Internacionais e o Direito Interno8. Regras sobre Proteo a Direitos Humanos9. Crimes de Responsabilidade Praticados pelo Presidente da Repblica, Ministros de Estado e do

    Supremo Tribunal Federal10. Imunidades Parlamentares

    10.1. Imunidades parlamentares durante estado de stio11. Imunidade Diplomtica/Consular12. Processos de Competncia da Justia Militar13. Processos da Competncia de Tribunal Especial14. Processos por Crimes de Imprensa15. Aplicao Subsidiria do CPP

  • CAPTULO 4LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

    1. Vacatio Legis e Vigncia2. Revogao3. Repristinao4. Princpio Tempus Regit Actum e Princpio da Incidncia Imediata5. Norma de Natureza Mista

    CAPTULO 5INQURITO POLICIAL

    1. Persecuo Penal2. Polcia Judiciria3. Inqurito Policial

    3.1. Conceito, finalidade e natureza jurdica3.2. Destinatrios3.3. Caractersticas do inqurito policial

    3.3.1. Oficialidade3.3.2. Autoridade3.3.3. Oficiosidade3.3.4. Obrigatoriedade3.3.5. Materializao na forma escrita3.3.6. Ausncia de ampla defesa e contraditrio pleno3.3.7. Indisponibilidade3.3.8. Sigiloso

    3.3.8.1. Organizao criminosa3.3.9. Procedimento prescindvel3.3.10. Funo asseguradora

    4. Competncia5. Valor Probatrio6. Vcios ou Irregularidade no Inqurito Policial7. Instaurao do Inqurito

    7.1. Justa causa para instaurao de inqurito7.2. Notitia criminis

  • 7.3. Delatio criminis7.3.1. Formas de delao7.3.2. Delao annima

    7.4. Instaurao visando apurao de delito de ao penal pblica incondicionada7.5. Instaurao a requerimento do ofendido7.6. Instaurao para apurao de delito de ao penal pblica condicionada

    7.6.1. Delito de ao penal pblica condicionada representao7.6.1.1. Representao do ofendido7.6.1.2. Retratao da representao

    7.6.2. Delito de ao penal pblica condicionada requisio do Ministro da Justia7.6.2.1. Destinatrio da requisio do Ministro da Justia7.6.2.2. Requisio Ministerial versus requisio Ministerial

    7.6.3. A autoridade judiciria e o Ministrio Pblico podem requisitar instaurao de inquritode ao penal pblica condicionada?

    7.7. Instaurao visando apurao de delito de ao penal privada7.8. Instaurao em razo de flagrante delito7.9. Instaurao de inqurito para apurao de infrao penal de menor potencial ofensivo

    8. Diligncias8.1. Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal8.2. Preservao do local8.3. Apreenso de objetos

    8.3.1. Busca e apreenso realizada em escritrio de advocacia8.4. Oitiva do ofendido8.5. Identificao e oitiva do investigado

    8.5.1. Oitiva de investigado menor de 21 anos8.5.2. Oitiva do investigado no auto de priso em flagrante

    8.6. Reconhecimento de pessoas e coisas8.6.1. Reconhecimento fotogrfico

    8.7. Acareaes8.8. Exame de corpo de delito e outras percias8.9. Averiguao da vida pregressa do investigado

    9. Oitiva de Testemunhas10. Reproduo Simulada dos Fatos11. Interceptao Telefnica

  • 12. Leis Especiais12.1. Lei Maria da Penha

    12.1.1. Representao da ofendida12.2. Lei de drogas12.3. Lei de combate ao crime organizado

    13. Incomunicabilidade14. Indiciamento

    14.1. Lei n. 9.034/95 (Lei de combate ao Crime Organizado)14.2. Lei n. 9.613/98 (Crimes de Lavagem de Dinheiro)14.3. Lei n. 12.037/2009 (Regula a Identificao Criminal)14.4. Membros do Ministrio Pblico, da Magistratura e da Defensoria Pblica14.5. Indiciamento tardio

    15. Prazo para Concluso do Inqurito15.1. Prazos especiais15.2. Contagem do prazo15.3. Prorrogao do prazo

    15.3.1. Investigado preso15.3.2. Investigado solto15.3.3. O Ministrio Pblico e o pedido de prorrogao de prazo15.3.4. O juiz frente ao pedido de prorrogao de prazo

    15.3.4.1. Investigado preso15.3.4.2. Investigado solto

    16. Materializao e Encerramento do Inqurito16.1. Contedo do relatrio

    17. Remessa do Inqurito Relatado ao Juiz Competente18. O Ministrio Pblico e o Inqurito

    18.1. Prazo para manifestao do Ministrio Pblico18.2. Requisio de novas diligncias18.3. Pedido de extino da punibilidade18.4. Pedido de remessa dos autos a outro juzo18.5. Pedido de remessa dos autos a outro Promotor de Justia18.6. Pedido de arquivamento do inqurito18.7. Oferecimento de denncia

  • 18.8. Delito de ao penal privada19. O Ofendido e o Inqurito

    19.1. Delito de ao penal privada exclusiva19.2. Delito de ao penal pblica

    20. Arquivamento do Inqurito20.1. Arquivamento implcito20.2. Arquivamento indireto20.3. O juiz frente ao pedido de arquivamento de inqurito

    20.3.1. Arquivamento em grau de competncia originria21. Desarquivamento ou Reabertura de Inqurito

    21.1. Quando o desarquivamento ou reabertura no possvel22. Ajuizamento de Ao Penal23. Outras Formas de Investigao

    23.1. Termo circunstanciado23.2. Inqurito visando expulso de estrangeiro23.3. CPI Comisso Parlamentar de Inqurito23.4. Investigao conduzida pelo Ministrio Pblico

    23.4.1. Crtica23.5. Investigao de delito praticado por parlamentar23.6. Delito cometido nas dependncias do Congresso Nacional23.7. Investigao de delito praticado por membro do Ministrio Pblico ou por Magistrado

    23.7.1. Investigao de delito praticado por membro do Ministrio Pblico23.7.2. Investigao de delito praticado por magistrado

    23.8. Inqurito policial militar24. Controle Externo da Atividade Policial

    CAPTULO 6AO PENAL

    1. Perspectiva Histrica da Pena Criminal e do Direito de Ao2. Fundamento Constitucional do Direito de Ao3. Conceito4. Natureza e Caractersticas5. Classificao das Aes Penais6. Condies da Ao no Processo Penal

  • 6.1. Condies genricas da ao6.1.1. Possibilidade jurdica do pedido6.1.2. Legitimao ad causam6.1.3. Interesse de agir

    6.2. Condies especficas ou de procedibilidade6.3. Justa causa para a ao penal

    7. Das Aes Penais7.1. Da ao penal pblica

    7.1.1. Ao penal pblica incondicionada7.1.1.1. Titularidade7.1.1.2. Princpios

    7.1.2. Ao penal pblica condicionada7.1.2.1. Ao penal pblica condicionada representao do ofendido

    7.1.2.1.1. Quem pode formular representao7.1.2.1.2. A representao: natureza jurdica e forma7.1.2.1.3. Prazo e destinatrios da representao7.1.2.1.4. Retratao da representao7.1.2.1.5. Retratao da retratao7.1.2.1.6. Renncia ao direito de representao7.1.2.1.7. Eficcia objetiva e no vinculao

    7.1.3. Ao penal pblica condicionada requisio do Ministro da Justia7.1.3.1. Requisio do Ministro da Justia7.1.3.2. Prazo para a requisio e contedo7.1.3.3. Retratao da requisio7.1.3.4. Eficcia objetiva7.1.3.5. Destinatrios da requisio7.1.3.6. No vinculao do Ministrio Pblico

    7.1.4. Ao penal privada7.1.4.1. Princpios que regem a ao penal privada7.1.4.2. Quem pode formular queixa-crime7.1.4.3. Queixa-crime; querelante e querelado; contedo, prazo e destinatrio7.1.4.4. O Ministrio Pblico e o art. 19 do CPP7.1.4.5. Procurador com poderes especiais

  • 7.1.4.6. Ao penal privada exclusiva e ao penal privada personalssima7.1.4.7. Ao penal privada subsidiria da pblica7.1.4.8. Renncia ao exerccio do direito de queixa7.1.4.9. Perdo do ofendido7.1.4.10. Perempo7.1.4.11. Interveno fiscalizadora do Ministrio Pblico nas aes penais privadas

    8. Causas de Extino da Punibilidade9. Custas Processuais e Taxa Judiciria

    CAPTULO 7PETIO INICIAL DA AO PENAL: DENNCIA OU QUEIXA-CRIME

    1. Noes Preliminares e Conceito2. Requisitos da Denncia ou Queixa

    2.1. Endereamento2.2. Exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias

    2.2.1. Denncia ou queixa no concurso de agentes2.3. Qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo2.4. Classificao do delito2.5. Pedido de condenao2.6. Rol de testemunhas2.7. Deve ser escrita na lngua oficial2.8. Indicao do local e data de sua elaborao2.9. Identificao do subscritor2.10. Assinatura

    3. Prazos3.1. Prazo para o oferecimento da denncia3.2. Prazo para o oferecimento da queixa3.3. Prazos para aditamento da denncia ou queixa

    4. Rejeio e Recebimento da Denncia ou Queixa

    CAPTULO 8AO CIVIL EX DELICTO

    1. Introduo2. Execuo Civil da Sentena Penal Condenatria

  • 2.1. Reviso criminal e suas consequncias2.2. Sentena que concede perdo judicial2.3. Sentena de absolvio imprpria2.4. Sentena que reconhece prescrio

    3. Ajuizamento das Aes Civil e Penal de Conhecimento4. Causas de Excluso da Antijuridicidade5. Independncia das Jurisdies Penal e Civil6. Legitimidade Ativa7. Legitimidade Passiva8. Competncia Jurisdicional e Prazo Prescricional

    CAPTULO 9JURISDIO E COMPETNCIA

    1. Introduo2. Jurisdio

    2.1. Jurisdio penal e jurisdio extrapenal2.2. Jurisdio especial e jurisdio comum ou ordinria2.3. Jurisdio estadual e jurisdio federal2.4. Jurisdio inferior e jurisdio superior2.5. Jurisdio de primeiro grau e jurisdio de segundo grau2.6. Jurisdio poltica ou extraordinria2.7. Caractersticas e elementos da jurisdio2.8. Princpios da jurisdio

    3. Competncia3.1. Modalidades de competncia

    3.1.1. Competncia interna e competncia internacional3.1.2. Competncia absoluta e competncia relativa

    3.1.2.1. Prorrogao de competncia3.1.3. Competncia funcional3.1.4. Delegao de competncia

    3.2. Diviso constitucional de competncias3.2.1. Supremo Tribunal Federal3.2.2. Superior Tribunal de Justia3.2.3. Tribunais Regionais Federais

  • 3.2.4. Juzes Federais3.2.5. Tribunais de Justia Estaduais

    3.2.5.1. Justia Militar3.3. Garantias dos juzes e vedaes constitucionais3.4. Regras de delimitao de competncia no Cdigo de Processo Penal

    3.4.1. Competncia pelo lugar da infrao3.4.1.1. Outras observaes pertinentes

    3.4.2. Competncia pelo domiclio ou residncia do ru3.4.3. Competncia em razo da natureza da infrao

    3.4.3.1. Desaforamento3.4.3.2. Deslocamento de competncia3.4.3.3. Smulas do STF e do STJ a respeito de competncia em razo da natureza da

    infrao3.4.4. Competncia por distribuio3.4.5. Competncia em razo de conexo ou continncia

    3.4.5.1. Conexo3.4.5.1.1. Modalidades de conexo

    3.4.5.2. Continncia3.4.5.3. Foro prevalente

    3.4.5.3.1. Competncia para avocar processo3.4.5.4. Separao de processos

    3.4.5.4.1. Separao obrigatria3.4.5.4.2. Separao facultativa

    3.4.5.5. Perpetuao da jurisdio (perpetuatio jurisdictionis)3.4.6. Competncia por preveno3.4.7. Competncia originria ou por prerrogativa de funo

    3.4.7.1. Competncia por prerrogativa de funo na jurisdio poltica3.4.7.2. Foro competente aps o fim da investidura no cargo3.4.7.3. Exceo da verdade oposta em relao a quem tem foro privilegiado3.4.7.4. Competncia por prerrogativa de funo versus competncia do Tribunal do Jri

    4. Disposies Especiais

    CAPTULO 10QUESTES E PROCESSOS INCIDENTES

  • 1. Introduo2. Das Questes Prejudiciais3. Dos Procedimentos Incidentes

    3.1. Das excees3.1.1. Exceo de suspeio

    3.1.1.1. Oportunidades, modalidades e legitimidade3.1.1.2. Forma, juiz competente, processamento e ataque recursal3.1.1.3. Exceo de suspeio contra membro do Ministrio Pblico3.1.1.4. Exceo de suspeio contra perito; intrpretes, serventurios ou funcionrios da

    justia3.1.1.5. Exceo de suspeio contra jurado3.1.1.6. Exceo de suspeio contra delegado de polcia3.1.1.7. Convalidao da nulidade que decorre da suspeio

    3.1.2. Exceo de incompetncia do juzo3.1.2.1. Reconhecimento ex officio, legitimidade, arguio, processamento, deciso

    judicial e ataque recursal3.1.3. Exceo de litispendncia

    3.1.3.1. Reconhecimento ex officio, legitimidade, arguio, processamento, decisojudicial e ataque recursal

    3.1.3.2. Litispendncia e incompetncia de juzo3.1.3.3. Litispendncia e inqurito policial

    3.1.4. Exceo de ilegitimidade de parte3.1.4.1. Reconhecimento ex officio, legitimidade, arguio, processamento, deciso

    judicial e ataque recursal3.1.5. Exceo de coisa julgada

    3.1.5.1. Limites subjetivos e objetivos da coisa julgada3.1.5.2. Reconhecimento ex officio, legitimidade, arguio, processamento, deciso

    judicial e ataque recursal3.1.6. Regras gerais sobre as excees

    3.2. Das incompatibilidades e impedimentos3.3. Conflito de competncia

    3.3.1. Modalidades de conflito3.3.2. Pressupostos e objeto do conflito3.3.3. Legitimidade para suscitar o conflito3.3.4. Conflito em sede de execuo penal

  • 3.3.5. Arguio, processamento e deciso3.3.6. Competncia para julgar conflito3.3.7. Recurso contra deciso proferida em conflito de competncia3.3.8. Avocatria3.3.9. Conflito de atribuies

    3.4. Da restituio das coisas apreendidas3.4.1. Bens que no comportam restituio

    3.4.1.1. Direito do lesado ou de terceiro de boa-f3.4.2. Restituio pela autoridade policial3.4.3. Restituio judicial. Procedimento3.4.4. Coisa adquirida com os proventos da infrao3.4.5. Destinao dos objetos apreendidos3.4.6. Ataque recursal

    3.5. Das medidas assecuratrias3.5.1. Sequestro

    3.5.1.1. Bens que podem ser sequestrados3.5.1.2. Momento da decretao3.5.1.3. Requisitos3.5.1.4. Juiz competente e legitimao ativa3.5.1.5. Procedimento3.5.1.6. Ataque recursal3.5.1.7. Cabimento de embargos e competncia para julgamento3.5.1.8. Levantamento do sequestro

    3.5.2. Especializao de hipoteca legal3.5.2.1. Requisitos3.5.2.2. Bens sujeitos hipoteca legal3.5.2.3. Legitimao ativa. Quem pode requerer?3.5.2.4. Momento em que pode ser requerida3.5.2.5. Requerimento e procedimento3.5.2.6. Ataque recursal

    3.5.3. Arresto3.5.3.1. Bens suscetveis de penhora3.5.3.2. Modalidades

  • 3.5.3.3. Requisitos3.5.3.4. Legitimidade ativa3.5.3.5. Momento em que pode ser requerido3.5.3.6. Requerimento e procedimento3.5.3.7. Levantamento do arresto3.5.3.8. Alienao antecipada3.5.3.9. Ataque recursal

    3.6. Do incidente de falsidade3.7. Da insanidade mental do acusado

    3.7.1. Cabimento, legitimidade ativa, instaurao, processamento e ataque recursal3.7.1.1. Perito ou peritos?

    3.7.2. Concluses possveis e suas consequncias3.7.2.1. Durao da medida de segurana substitutiva

    CAPTULO 11PROVA

    1. Introduo2. Conceito, Destinatrio e Finalidade3. Objeto da Prova

    3.1. Fato axiomtico ou evidente3.2. Verdade sabida ou fato notrio3.3. Fato incontroverso3.4. Presunes3.5. Prova do direito

    4. Classificao da Prova5. nus da Prova

    5.1. nus da prova quanto ao elemento subjetivo do tipo5.2. Produo de prova por iniciativa do juiz5.3. Momento de se produzir prova: limites objetivos

    6. Meios de Prova e Sujeito de Prova7. Atividade Probatria8. Sistemas de Valorao das Provas

    8.1. Sistema adotado no CPP vigente8.2. Os outros dois sistemas e o CPP

  • 9. Princpios Reguladores10. Das Provas em Espcie

    10.1. Do Exame de Corpo de Delito e Percias em Geral10.1.1. Percia: conceito e natureza jurdica10.1.2. Da prova pericial: procedimento

    10.1.2.1. Sistemas de avaliao da prova pericial10.1.2.2. Quem pode determinar o exame pericial?10.1.2.3. Indeferimento do pedido de exame pericial10.1.2.4. Percia feita por carta precatria10.1.2.5. Necessidade de contraditrio judicial

    10.1.3. Do exame de corpo de delito10.1.3.1. Exame de corpo de delito direto e indireto

    10.1.4. Das percias em geral10.1.4.1. Autpsia ou necropsia10.1.4.2. Exumao e exame cadavrico10.1.4.3. Leses corporais10.1.4.4. Local onde houver sido praticada a infrao penal10.1.4.5. Percias de laboratrio10.1.4.6. Destruio ou rompimento de obstculo e escalada10.1.4.7. Avaliao de coisas destrudas, deterioradas ou que constituam produto do

    crime10.1.4.8. Incndio10.1.4.9. Exame grafotcnico10.1.4.10. Instrumentos empregados para a prtica do delito

    10.1.4.10.1. Apreenso e percia da arma empregada em crime de roubo10.1.5. Prova pericial nos crimes sexuais10.1.6. Exames de alcoolemia e teste do bafmetro10.1.7. Do interrogatrio do acusado

    10.1.7.1. Conceito10.1.7.2. Natureza jurdica10.1.7.3. Obrigatoriedade e ausncia de interrogatrio10.1.7.4. Momento do interrogatrio10.1.7.5. Local do interrogatrio10.1.7.6. Caractersticas

  • 10.1.7.7. Diviso temtica do interrogatrio10.1.7.8. Direito de permanecer calado10.1.7.9. Contedo do interrogatrio de mrito

    10.1.7.9.1. Interrogatrio negativo10.1.7.10. Interveno das partes no interrogatrio

    10.1.7.10.1. Participao defensria no interrogatrio de corru10.1.7.11. Formalizao do interrogatrio10.1.7.12. Pluralidade de acusados. Interrogatrio em separado10.1.7.13. Interrogatrio do ru preso

    10.1.7.13.1. Interrogatrio por videoconferncia10.1.7.14. Interrogatrio do mudo, do surdo e do surdo-mudo10.1.7.15. Interrogatrio de quem no fala a lngua nacional10.1.7.16. Interrogatrio da pessoa jurdica10.1.7.17. Presena de curador especial no interrogatrio

    10.1.7.17.1. Curador ao ru menor10.1.7.17.2. ndios e doentes mentais

    10.1.7.18. Renovao de interrogatrios10.1.7.19. Conduo coercitiva para interrogatrio

    10.1.8. Da confisso10.1.8.1. Conceito e objeto10.1.8.2. Natureza jurdica10.1.8.3. Requisitos de validade10.1.8.4. Modalidades de confisso

    10.1.8.4.1. Confisso tcita ou ficta10.1.8.5. Caractersticas

    10.1.8.5.1. Divisibilidade10.1.8.5.2. Retratabilidade

    10.1.8.6. Momento da confisso10.1.8.6.1. Confisso extrajudicial

    10.1.8.7. Confisso e chamada de corru10.1.8.8. Delao premiada10.1.8.9. Atenuante genrica e crime de autoacusao falsa10.1.8.10. Valor probatrio da confisso

  • 10.1.9. Do ofendido10.1.9.1. Conceito10.1.9.2. Natureza jurdica10.1.9.3. Inquirio

    10.1.9.3.1. Reperguntas ao ofendido10.1.9.3.2. Possibilidade de conduo coercitiva

    10.1.9.4. O ofendido no comete crime de desobedincia10.1.9.5. O ofendido como elemento de prova10.1.9.6. O ofendido como fonte de prova10.1.9.7. Dispensa do compromisso de dizer a verdade10.1.9.8. O ofendido no comete crime de falso testemunho10.1.9.9. Comunicao ao ofendido dos atos processuais10.1.9.10. Atendimento multidisciplinar ao ofendido10.1.9.11. Preservao da intimidade do ofendido10.1.9.12. Valor probatrio das declaraes do ofendido

    10.1.10. Das testemunhas10.1.10.1. Conceito10.1.10.2. Natureza jurdica10.1.10.3. Quem pode ser testemunha10.1.10.4. Caractersticas da prova testemunhal10.1.10.5. Classificao10.1.10.6. Dever de testemunhar

    10.1.10.6.1. Excees ao dever de testemunhar10.1.10.6.2. Exceo s excees do dever de testemunhar

    10.1.10.7. Proibio de testemunhar10.1.10.7.1. Exceo proibio de testemunhar

    10.1.10.8. Momento para arrolar testemunhas10.1.10.9. Nmero de testemunhas que se pode arrolar10.1.10.10. Chamamento para testemunhar e dever de comparecimento

    10.1.10.10.1. Ocupantes de cargos pblicos de alto escalo10.1.10.10.2. Militares e funcionrios pblicos10.1.10.10.3. Ausncia injustificada da testemunha

    10.1.10.11. Acomodaes prvias e colheita de depoimentos em separado

  • 10.1.10.12. Do compromisso10.1.10.13. Da inquirio em juzo

    10.1.10.13.1. Testemunha surda, muda e surda-muda10.1.10.13.2. Testemunha que no conhece a lngua nacional10.1.10.13.3. Recusa da testemunha em fornecer dados de sua qualificao ou

    fornecimento de dados falsos10.1.10.13.4. Recusa em depor

    10.1.10.14. Da contradita e da arguio de defeito10.1.10.15. Perguntas diretamente pelas partes10.1.10.16. Impresses pessoais da testemunha10.1.10.17. Redao e formalizao do depoimento10.1.10.18. Inquirio de testemunha sem a presena do acusado

    10.1.10.18.1. Hipteses do art. 217 do CPP10.1.10.18.2. Ausncia de requisio do acusado preso

    10.1.10.19. Local da inquirio10.1.10.20. Carta precatria, carta rogatria e carta de ordem10.1.10.21. Audincia em local especialmente designado10.1.10.22. Produo antecipada da prova testemunhal10.1.10.23. Corru como testemunha10.1.10.24. Depoimento infantil10.1.10.25. Depoimento de policial10.1.10.26. Valor probatrio da prova testemunhal10.1.10.27. Falso testemunho10.1.10.28. Lei de proteo testemunha

    10.1.11. Do reconhecimento de pessoas e coisas10.1.11.1. Conceito e modalidades10.1.11.2. Natureza jurdica10.1.11.3. Formalidades

    10.1.11.3.1. Reconhecimento por videoconferncia10.1.11.4. Reconhecimento de pessoa

    10.1.11.4.1. Reconhecimento em juzo10.1.11.5. Reconhecimento fotogrfico10.1.11.6. Reconhecimento de objeto10.1.11.7. Reconhecimento de voz

  • 10.1.11.8. Vrias pessoas chamadas a fazer reconhecimento10.1.11.9. Valor probatrio do reconhecimento

    10.1.12. Da acareao10.1.12.1. Conceito e finalidade10.1.12.2. Natureza jurdica10.1.12.3. Momento de sua realizao10.1.12.4. Admissibilidade, pressuposto e objeto10.1.12.5. Procedimento10.1.12.6. Valor probatrio

    10.1.13. Dos documentos10.1.13.1. Conceito10.1.13.2. Natureza jurdica e objeto10.1.13.3. Momento de se produzir prova documental10.1.13.4. Classificao10.1.13.5. nus da prova documental10.1.13.6. Produo de prova documental por iniciativa do juiz10.1.13.7. Fotografia de documento10.1.13.8. Documento inteiro10.1.13.9. Cartas particulares10.1.13.10. Documento em lngua estrangeira10.1.13.11. As pblicas formas e sua conferncia judicial10.1.13.12. Incidente de falsidade documental10.1.13.13. Desentranhamento e devoluo de documento10.1.13.14. Valor do documento como prova

    10.1.14. Prova emprestada10.1.14.1. Conceito10.1.14.2. Natureza jurdica10.1.14.3. Valor probatrio

    10.1.15. Dos indcios10.1.15.1. Conceito10.1.15.2. Natureza jurdica10.1.15.3. Classificao dos indcios10.1.15.4. Presuno

  • 10.1.15.5. Indcio versus presuno10.1.15.6. Contraindcios10.1.15.7. Valor probatrio dos indcios

    10.1.16. Da busca e apreenso10.1.16.1. Distino10.1.16.2. Conceito10.1.16.3. Natureza jurdica10.1.16.4. Momentos para realizao10.1.16.5. Iniciativa10.1.16.6. Mandado de busca: (des)necessidade10.1.16.7. Finalidades, modalidades, cabimento, condio e taxatividade10.1.16.8. Busca domiciliar

    10.1.16.8.1. Busca em reparties pblicas10.1.16.8.2. Documento em poder do defensor10.1.16.8.3. Cautelas e procedimento10.1.16.8.4. Regras especiais

    10.1.16.9. Busca pessoal10.1.16.9.1. Busca em mulher10.1.16.9.2. Desnecessidade de mandado

    10.1.16.10. Diligncia de apreenso em territrio de jurisdio alheia11. Produo Antecipada de Prova12. Atividade Probatria na Execuo Penal13. Prova Ilcita

    13.1. Prova ilcita por derivao13.2. Encontro causal ou furtuito de prova13.3. Teoria da proporcionalidade13.4. Prova ilcita em favor do acusado

    CAPTULO 12SUJEITOS PROCESSUAIS

    1. Introduo2. Do Juiz

    2.1. Garantias da magistratura2.2. Vedaes

  • 2.3. O juiz e o processo de natureza criminal2.4. Impedimento e suspeio

    3. Do Ministrio Pblico3.1. Garantias e vedaes3.2. O Promotor de Justia e o processo de natureza criminal3.3. Impedimento e suspeio3.4. Princpio do promotor natural

    4. Do Acusado4.1. Direito de defesa4.2. Conduo coercitiva do acusado para colaborar com a produo de prova4.3. Outros direitos assegurados

    5. Do Defensor5.1. Constituio de defensor5.2. Impedimento

    6. Do Curador Especial7. Do Assistente

    7.1. Tipo de processo em que se admite a figura do assistente7.2. Quem pode figurar como assistente

    7.2.1. Regras dispostas no CPP7.2.2. Pessoa jurdica de direito pblico ou privado como assistente

    7.3. Ingresso do assistente no processo7.4. Recebimento do processo no estado em que se encontrar7.5. Abandono da causa pelo assistente7.6. Corru como assistente7.7. Faculdades processuais

    8. Dos Funcionrios da Justia9. Dos Peritos e Intrpretes

    9.1. Disciplina legal9.2. Impedimento e suspeio

    CAPTULO 13PRISO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISRIA

    1. Regras Gerais1.1. Critrios para fixao de medidas cautelares

  • 1.2. Contraditrio prvio e contraditrio diferido1.3. Revogao e/ou substituio da medida aplicada1.4. Modalidades de medidas cautelares pessoais1.5. Formalidades e concretizao da priso1.6. Priso a ser executada fora da jurisdio do juiz processante1.7. Cadastro de mandados de priso em banco de dados no Conselho Nacional de Justia1.8. Fuga e priso1.9. Separao de presos provisrios1.10. Priso especial1.11. Uso de algemas

    2. Da Priso em Flagrante2.1. Natureza jurdica2.2. Sujeitos do flagrante

    2.2.1. Sujeito ativo2.2.1.1. Flagrante facultativo2.2.1.2. Flagrante obrigatrio ou compulsrio

    2.2.2. Sujeito passivo2.3. Excepcionalidade da priso em flagrante2.4. Priso em flagrante no interior de residncia2.5. Infraes que admitem priso em flagrante2.6. Autoridade competente2.7. Classificaes

    2.7.1. Flagrante em sentido prprio2.7.2. Flagrante imprprio2.7.3. Flagrante presumido2.7.4. Flagrante preparado ou provocado2.7.5. Flagrante forjado2.7.6. Flagrante esperado2.7.7. Flagrante prorrogado, protelado, retardado ou postergado

    2.8. Flagrante em situaes particulares2.8.1. Flagrante em crime permanente2.8.2. Flagrante em crime habitual2.8.3. Flagrante em crime continuado

  • 2.8.4. Flagrante em crime de ao penal pblica condicionada2.8.5. Flagrante em crime de ao penal privada2.8.6. Flagrante nas infraes penais de competncia dos Juizados Especiais Criminais2.8.7. Flagrante estando o preso hospitalizado e/ou inconsciente2.8.8. Apresentao espontnea do autor da infrao penal

    2.9. Formalizao da priso em flagrante2.9.1. Lavratura do auto de priso em flagrante

    2.9.1.1. Prazo para a lavratura do auto de priso em flagrante2.9.2. Autoridade competente para a lavratura do auto de priso em flagrante2.9.3. Condutor2.9.4. Testemunhas2.9.5. Interrogatrio2.9.6. Escrivo2.9.7. Infrao penal praticada na presena da autoridade, ou contra esta, no exerccio de suas

    funes2.9.8. Nota de culpa

    2.10. Recolhimento ao crcere2.10.1. Hipteses em que o autuado se livra solto2.10.2. Liberdade provisria mediante fiana

    2.11. Comunicao da priso: controle imediato2.11.1. Controle jurisdicional2.11.2. Controle ministerial2.11.3. Prazo mximo de durao da priso por fora de flagrante

    2.12. Relaxamento da priso em flagrante3. Da Priso Preventiva

    3.1. Conceito3.2. Natureza jurdica3.3. Constitucionalidade3.4. Momento da decretao3.5. Modalidades

    3.5.1. Priso preventiva obrigatria ou compulsria3.6. Quem pode decretar priso preventiva

    3.6.1. Decretao ex officio3.7. Quem pode postular a decretao

  • 3.7.1. Requerimento do Ministrio Pblico3.7.2. Requerimento do querelante3.7.3. Requerimento do assistente3.7.4. Representao da autoridade policial

    3.8. Requisitos para a decretao3.8.1. Pressupostos

    3.8.1.1. Prova da existncia do crime3.8.1.2. Indcios suficientes da autoria

    3.8.2. Hipteses de cabimento3.8.2.1. Art. 313, I, do CPP: crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade

    mxima superior a quatro anos3.8.2.2. Art. 313, II, do CPP: reincidncia dolosa3.8.2.3. Art. 313, III, do CPP: crime de covardia3.8.2.4. Art. 313, pargrafo nico, do CPP: dvida sobre a identidade do agente3.8.2.5. Descumprimento de qualquer das obrigaes impostas por fora de outras

    medidas cautelares3.9. Retroatividade benfica3.10. Circunstncias autorizadoras

    3.10.1. Garantia da ordem pblica3.10.2. Garantia da ordem econmica3.10.3. Convenincia da instruo criminal3.10.4. Assegurar a aplicao da lei penal

    3.11. Decretao da priso preventiva3.11.1. Contraditrio na decretao

    3.12. Condio especial impeditiva da priso preventiva3.13. Converso da priso em flagrante em preventiva3.14. Relaxamento da priso em flagrante e imediata decretao da priso preventiva3.15. Decretao da priso preventiva na sentena de condenao ou deciso de pronncia3.16. Decretao por fora da revelia. A questo do art. 366 do CPP3.17. Art. 23, caput, I, II e III, do CP3.18. Necessidade de deciso fundamentada3.19. Prazo de durao da priso preventiva3.20. Revogao e nova decretao3.21. Reao defensiva decretao da priso preventiva

  • 3.22. Substituio da priso preventiva por priso domiciliar4. Priso Cautelar Domiciliar, Substitutiva da Priso Preventiva

    4.1. Conceito4.2. Natureza jurdica4.3. Pressuposto e hipteses de cabimento

    4.3.1. Pessoa maior de 80 anos4.3.2. Pessoa extremamente debilitada por motivo de doena grave4.3.3. Pessoa imprescindvel aos cuidados especiais de menor de 6 anos de idade ou de pessoa

    com deficincia4.3.3.1. Pessoa menor de 6 anos de idade4.3.3.2. Pessoa portadora de deficincia

    4.3.4. Gestante a partir do stimo ms de gravidez ou sendo esta de alto risco4.3.4.1. Gestao a partir do stimo ms de gravidez4.3.4.2. Gestao, a qualquer tempo, de alto risco

    4.4. Necessidade de prova idnea4.5. Quem pode requerer4.6. Substituio ex officio4.7. Momento em que pode ser concedida4.8. Condies de permanncia4.9. Domiclio ou residncia?4.10. Pluralidade de residncias4.11. Momento de se conceder autorizao de sada da residncia4.12. Descumprimento de condio do benefcio

    4.12.1. Descumprimento justificvel4.12.2. Sustao cautelar do benefcio4.12.3. Revogao definitiva

    4.13. Detrao4.14. Preso que no tem defensor4.15. Possibilidade de habeas corpus

    5. Da Priso Temporria5.1. Conceito5.2. Natureza jurdica5.3. Cabimento

    5.3.1. Imprescindibilidade para as investigaes

  • 5.3.2. Quando o indiciado no tiver residncia fixa ou no fornecer elementos necessrios aoesclarecimento de sua identidade

    5.3.3. Quando houver fundadas razes, de acordo com qualquer prova admitida na legislaopenal, de autoria ou participao do indiciado nos crimes arrolados no inc. III

    5.3.4. Entendendo a aplicao das hipteses de cabimento5.4. Quem pode postular a decretao5.5. Quem pode decretar5.6. Deciso que aprecia pedido de priso temporria5.7. Procedimento5.8. Prazo da priso

    5.8.1. Generalidade dos casos5.8.2. Crimes hediondos e assemelhados5.8.3. Trmino da priso temporria5.8.4. Excesso de prazo na priso temporria

    6. Liberdade Provisria Mediante Fiana6.1. Liberdade provisria como gnero6.2. Conceito6.3. Natureza jurdica6.4. Finalidade6.5. Cabimento

    6.5.1. Inafianabilidade por determinao constitucional6.5.2. Inafianabilidade conforme as regras do CPP

    6.6. Quem pode postular6.7. Quem pode arbitrar

    6.7.1. A autoridade policial6.7.2. O juiz6.7.3. Fiana junto aos tribunais

    6.8. Momento da concesso6.9. Quem pode prestar fiana6.10. Destinao da fiana6.11. Obrigaes do afianado6.12. Valor da fiana6.13. Extino da fiana

    6.13.1. Fiana quebrada

  • 6.13.1.1. Consequncias do quebramento6.13.2. Fiana perdida6.13.3. Fiana cassada6.13.4. Fiana sem efeito

    6.14. Sentena no processo de conhecimento6.14.1. Absolvio6.14.2. Condenao

    6.15. Fiana dispensada6.16. Fiana reduzida e fiana aumentada6.17. Fiana restaurada ou restabelecida6.18. O Ministrio Pblico e a fiana6.19. Extino da fiana libertadora e impossibilidade de retorno priso

    6.19.1. Implicaes da extino6.20. Reao defensiva

    7. Liberdade Provisria sem Fiana7.1. Liberdade provisria sem fiana como garantia constitucional7.2. Conceito7.3. Natureza jurdica7.4. Quem pode postular7.5. Quem pode conceder7.6. Momento da concesso7.7. Regulamentao do CPP

    7.7.1. Art. 310 do CPP7.7.1.1. Sobre o pargrafo nico do art. 310 do CPP

    7.7.2. Art. 321 do CPP7.7.3. Art. 350 do CPP

    7.8. A questo da vinculao da liberdade provisria sem fiana7.8.1. A vinculao da liberdade provisria conforme o CPP

    7.9. Deciso judicial sobre liberdade provisria sem fiana7.9.1. A deciso que nega e seus fundamentos7.9.2. A deciso que concede e seus fundamentos

    7.10. Crimes hediondos e assemelhados7.11. Trfico de drogas

  • 7.11.1. O art. 44 da Lei de Drogas7.11.2. A vedao fiana no exclui a possibilidade de liberdade provisria sem fiana7.11.3. Declarao de inconstitucionalidade da vedao

    7.12. Crimes contra a economia popular e de sonegao fiscal7.13. Revogao da liberdade provisria sem fiana

    8. Medidas Cautelares Restritivas Diversas da Priso8.1. Previso legal8.2. Conceito8.3. Natureza jurdica8.4. Pressuposto8.5. Cabimento8.6. Quem pode decretar8.7. Decretao ex officio8.8. Quem pode postular a decretao8.9. Momento da decretao8.10. Decretao8.11. Substituio, revogao e nova decretao

    8.11.1. Suspenso cautelar da medida8.11.2. Ampla defesa e contraditrio na revogao8.11.3. Revogao de medida cautelar e decretao de priso preventiva8.12. Modalidades de medidas cautelares diversas da priso8.12.1. Comparecimento peridico em juzo8.12.2. Proibio de frequentar determinados lugares8.12.3. Proibio de contato com pessoa determinada8.12.4. Proibio de ausentar-se da comarca8.12.5. Recolhimento domiciliar8.12.6. Suspenso do exerccio de funo pblica ou de atividade de natureza econmica ou

    financeira8.12.7. Internao provisria8.12.8. Fiana8.12.9. Monitoramento eletrnico8.12.10. Proibio de ausentar-se do pas

    8.13. Fiscalizao das medidas8.14. Recurso contra a deciso que no acolhe pedido de decretao de medida cautelar

  • 8.15. Reao defensiva contra a decretao8.16. Prazo de durao e extino da medida cautelar8.17. Detrao

    CAPTULO 14FATOS E ATOS PROCESSUAIS

    1. Conceito2. Tipos de Atos Processuais3. Atos Praticados pelas Partes4. Atos Jurisdicionais5. Atos Praticados por Auxiliares da Justia

    5.1. Termos6. Atos Praticados por Terceiros

    CAPTULO 15CITAO E INTIMAO

    1. Introduo2. Citao

    2.1. Modalidades de citao2.1.1. Citao pessoal

    2.1.1.1. Citao por mandado2.1.1.2. Citao por carta precatria

    2.1.1.2.1. Carta precatria itinerante2.1.1.3. Citao por carta rogatria2.1.1.4. Citao por carta de ordem2.1.1.5. Citao por requisio2.1.1.6. Citao do funcionrio pblico2.1.1.7. Citao do ru preso2.1.1.8. Citao do incapaz

    2.1.2. Citao por edital2.1.2.1. Outras hipteses em que cabvel a citao por edital2.1.2.2. Requisitos formais do edital de citao2.1.2.3. Publicao do edital

    2.1.3. Citao por hora certa

  • 2.1.4. Efeitos da citao vlida2.1.5. Revelia

    2.1.5.1. O art. 366 do CPP e seus desdobramentos2.1.5.1.1. Suspenso do processo em razo da revelia

    2.1.5.1.1.1. Requisitos para a suspenso do processo2.1.5.1.1.2. Recurso adequado contra a deciso que suspense, ou no, o

    curso do processo2.1.5.1.2. Suspenso do prazo prescricional2.1.5.1.3. Produo antecipada de provas2.1.5.1.4. Decretao da priso preventiva

    2.1.5.2. Revelia nos termos do art. 367 do CPP3. Intimao

    3.1. Conceito3.2. Procedimento3.3. Intimao e requisio de ru preso para audincia3.4. Intimao por meio eletrnico

    CAPTULO 16SENTENA E COISA JULGADA

    1. Sentena1.1. Requisitos intrnsecos da sentena1.2. Princpio da correlao1.3. Emendatio libelli1.4. Mutatio libelli

    1.4.1. Desclassificao de crime doloso para culposo1.5. Sobre o art. 385 do CPP1.6. Sentena absolutria1.7. Sentena condenatria1.8. Sentena datilografada1.9. Publicao da sentena1.10. Intimao da sentena1.11. Embargos de declarao1.12. Priso resultante de sentena condenatria recorrvel

    2. Coisa Julgada

  • 2.1. Conceito2.2. Elementos2.3. Fundamento2.4. Limites subjetivos e objetivos da coisa julgada2.5. Coisa julgada material, coisa julgada formal e precluso2.6. Coisa julgada e coisa soberanamente julgada2.7. Exceo de coisa julgada

    CAPTULO 17PROCEDIMENTOS

    1. Introduo2. Processo e Procedimento3. Princpios Incidentes4. Procedimento Comum e Procedimento Especial

    4.1. Procedimento comum4.1.1. Procedimento ordinrio

    4.1.1.1. Rejeio da denncia ou queixa4.1.1.1.1. Inpcia manifesta4.1.1.1.2. Falta de condio da ao ou de pressuposto processual

    4.1.1.1.2.1. Pressupostos e excees processuais4.1.1.1.3. Justa causa4.1.1.1.4. Recurso contra a deciso de rejeio

    4.1.1.2. Suspenso condicional do processo4.1.1.3. Recebimento da denncia ou queixa

    4.1.1.3.1. Desclassificao da conduta por ocasio do despacho de recebimento4.1.1.4. Citao e resposta escrita4.1.1.5. Absolvio sumria4.1.1.6. Audincia de instruo e julgamento

    4.1.2. Procedimento sumrio4.1.3. Procedimento sumarssimo: Juizados Especiais Criminais

    4.2. Procedimentos especiais4.2.1. Procedimento previsto para os crimes de responsabilidade praticados por funcionrio

    pblico4.2.2. Procedimento previsto para os crimes contra a honra

  • 4.2.2.1. Exceo da verdade4.2.2.1.1. Exceo da verdade oposta em relao a quem goza de foro privilegiado

    4.2.3. Procedimento previsto para os crimes contra a propriedade imaterial4.2.3.1. Destinao dos bens apreendidos

    4.2.4. Procedimento para restaurao de autos extraviados ou destrudos4.2.4.1. Restaurao de autos de execuo extraviados ou destrudos

    CAPTULO 18PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DE COMPETNCIA DO TRIBUNAL DO JRI

    1. Fundamentao Constitucional2. Competncia3. Plenitude de Defesa4. Da Acusao e da Instruo Preliminar

    4.1. Da absolvio sumria, da desclassificao, da impronncia e da pronncia4.1.1. Absolvio sumria4.1.2. Desclassificao4.1.3. Impronncia4.1.4. Pronncia

    4.1.4.1. Fundamentao da deciso de pronncia4.1.4.2. Decretao de priso preventiva4.1.4.3. Intimao da deciso de pronncia4.1.4.4. Alterao da pronncia em razo de circunstncia superveniente4.1.4.5. Despronncia

    4.2. Da preparao do processo para julgamento em plenrio4.3. Desaforamento4.4. Organizao da pauta e designao do julgamento4.5. Dos jurados

    4.5.1. Alistamento4.5.2. Sorteio e convocao4.5.3. Exerccio da funo de jurado e modalidades de recusas previstas

    4.5.3.1. Priso especial para quem tenha exercido funo de jurado5. Composio do Tribunal do Jri e Julgamento em Plenrio

    5.1. Verificaes e providncias iniciais5.2. Formao do Conselho de Sentena

  • 5.3. Instruo em plenrio5.4. Debates

    5.4.1. Aparte5.5. Quesitos

    5.5.1. Formulao5.5.2. Votao

    5.5.2.1. Ordem de votao5.6. Sentena5.7. Ata dos trabalhos

    CAPTULO 19NULIDADES

    1. Introduo2. Conceito3. Nulidade Absoluta e Nulidade Relativa4. Princpios Incidentes

    4.1. Pas de nulitt sans grief4.2. Instrumentalidade das formas4.3. Netio auditur propriam turpitudines allegans4.4. No se declara nulidade cujo reconhecimento s interessa parte contrria4.5. No se declara nulidade de ato irrelevante4.6. Princpio da causalidade4.7. Princpio da convalidao

    5. Nulidades Absolutas e Relativas: Hipteses Previstas5.1. Advertncias necessrias5.2. Hipteses de nulidade absoluta

    5.2.1. Consideraes destacadas5.2.1.1. Incompetncia do juzo5.2.1.2. Ilegitimidade do representante da parte5.2.1.3. Omisses da denncia ou queixa

    5.3. Hipteses de nulidade relativa6. Momento Oportuno para Arguio de Nulidade

    6.1. Smula 160 do Supremo Tribunal Federal7. Atos Irregulares e Atos Inexistentes

  • 8. Nulidade em Inqurito Policial

    CAPTULO 20RECURSOS

    1. Sobre o Inconformismo2. Fundamento Constitucional3. Conceito e Natureza Jurdica4. Generalidades5. Princpios6. Pressupostos7. Interposio e Processamento na Origem8. Efeitos9. Efeito Extensivo10. Desero11. Recurso Ex Officio12. Dos Recursos em Espcie

    12.1. Recurso em sentido estrito12.1.1. Cabimento

    12.1.1.1. Hipteses de cabimento listadas no CPP12.1.2. Prazos12.1.3. Efeitos12.1.4. Interposio e processamento12.1.5. Endereamento

    12.2. Apelao12.2.1. Legitimidade12.2.2. Cabimento12.2.3. Prazos de interposio12.2.4. Efeitos12.2.5. Processamento

    12.2.5.1. Juizados Especiais Criminais12.3. Correio parcial

    12.3.1. Processamento12.4. Embargos de declarao

    12.4.1. Prazos

  • 12.4.2. Efeitos12.4.3. Interposio e processamento12.4.4. Interrupo do prazo para outros recursos12.4.5. Prequestionamento por meio de embargos

    12.5. Embargos infringentes e embargos de nulidade12.5.1. Prazo, endereamento e efeitos12.5.2. Processamento

    12.6. Embargos de divergncia12.7. Carta testemunhvel

    12.7.1. Legitimao12.7.2. Prazo12.7.3. Efeitos12.7.4. Processamento

    12.8. Recursos especial e extraordinrio12.8.1. Recurso especial

    12.8.1.1. Cabimento12.8.1.2. Requisitos12.8.1.3. Prazo e endereamento12.8.1.4. Efeito12.8.1.5. Interposio e processamento

    12.8.2. Recurso extraordinrio12.8.2.1. Requisitos12.8.2.2. Prazo e endereamento12.8.2.3. Efeito12.8.2.4. Interposio e processamento dos recursos especial e extraordinrio

    12.9. Reclamao12.9.1. Procedimento

    12.10. Recurso ordinrio constitucional12.10.1. Prazos12.10.2. Processamento12.10.3. Habeas corpus como substitutivo do recurso ordinrio constitucional

    12.11. Agravo nos prprios autos e agravo regimental12.11.1. Agravo nos prprios autos

  • 12.11.2. Agravo regimental12.12. Agravo em execuo

    CAPTULO 21REVISO CRIMINAL

    1. Introduo2. Conceito3. Prazo4. Efeitos5. Legitimao6. Cabimento

    6.1. Reviso de condenao imposta pelo tribunal do jri6.2. Reviso nos juizados especiais criminais6.3. Reviso em sede de execuo penal

    7. Competncia para o processo e julgamento8. Procedimento9. Indenizao por Erro Judicirio

    CAPTULO 22HABEAS CORPUS

    1. Introduo2. Natureza Jurdica3. Conceito4. Modalidades5. Cognio Limitada6. Cabimento

    6.1. Outras situaes no listadas7. Habeas Corpus como Substitutivo de Recurso Adequado8. Restries Constitucionais9. Legitimidade Ativa e Passiva

    9.1. Legitimidade ativa9.1.1. Pessoa jurdica como paciente9.1.2. Desnecessidade de advogado

    9.2. Legitimidade passiva

  • 10. Competncia Jurisdicional10.1. Deciso proferida por turma recursal de juizado especial criminal

    11. Habeas Corpus Sucessivos12. Petio Inicial da Ao13. Processamento

    13.1. No primeiro grau de jurisdio13.2. No segundo grau de jurisdio

    CAPTULO 23RELAES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADES ESTRANGEIRAS

    1. Introduo2. Disposies Gerais3. Cartas Rogatrias4. Homologao de Sentena Estrangeira

    CAPTULO 24DISPOSIES GERAIS

    1. Audincias e Sesses2. Publicidade dos Atos Processuais3. Comportamento Perante o Juiz4. Polcia das Audincias5. Prtica de Atos Processuais6. Prazos

    6.1. Classificao dos prazos7. Retirada de Autos do Cartrio8. Custas Processuais9. Estatsticas Criminais

    Referncias

  • Apresentao

    Desde os bancos universitrios fui tomado de encantamento pelo Direito Penal e Processual Penal o que para muitos acadmicos regra e na medida em que me aprofundava nos estudos o flerteinicial foi se transformando em verdadeira paixo, que ainda hoje domina.

    Encerrada a graduao, vieram as gratificantes experincias proporcionadas pela advocaciacriminal, interrompida pelo ingresso na carreira do Ministrio Pblico de So Paulo, onde encontreioutro fecundo ambiente para minhas j incontveis inquietaes.

    A completa seduo no me permitiu desatender ao chamado, e ento vieram as aulas de DireitoProcessual Penal em cursos de graduao e preparatrios para carreiras jurdicas. Pouco tempodepois, levado pelo avassalador envolvimento passei a ministrar aulas de ps-graduao em cinciascriminais, especialmente como professor convidado nas Escolas Superiores da Magistratura e doMinistrio Pblico, em quase todo o territrio nacional.

    Neste contexto, por meio de palestras e artigos comecei a expor meus pensamentos de maneiradifusa, e l se vo centenas deles. Tambm em livros (este o dcimo quarto, sendo dez pela EditoraSaraiva), passei a cuidar de variados temas: Execuo penal; Lei de drogas; Crimes de trnsito;Crimes ambientais; Dignidade sexual; Estatuto do Desarmamento; Prises cautelares, dentre outros.

    Depois de mais de uma dezena de livros publicados e outras tantas vivncias, inclusive comoMembro do Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria (Ministrio da Justia), aindahavia um projeto desafiador, concebido nos bancos da faculdade, e que o tempo e as experinciascuidaram de aprimorar: escrever um Curso de processo penal. Em meados de 2012 a ntimaconvico sinalizou que havia chegado a hora de materializ-lo, e mais uma vez no fugi sconvocaes da conscincia e do dever.

    Logo de partida, no planejamento da obra, um instigante problema: no poderia ser apenas maisum Curso dentre tantos outros; afinal, a doutrina nacional sempre contou com vrios, de excelentequalidade, inclusive publicados pela prpria Saraiva.

    Entretanto, da mesma maneira que apreendi ser o momento de a ele me dedicar intensamente, logocompreendi a metodologia a ser empregada, pois ela j se encontrava formatada em meuspensamentos, fruto das experincias colhidas e do estudo atento de todas as outras obras jpublicadas no Brasil com o mesmo objeto de estudo, alm do compulsar frequente de tantaspublicaes aliengenas.

    Neste trabalho que agora apresento, o estimado leitor ir verificar que todos os temas foramrevisitados e refletidos sob a claridade do Direito Constitucional; em vrios momentos foi precisodiscordar, sempre de maneira respeitosa e fundamentada, de alguns posicionamentos sedimentadosna doutrina nacional, e em decorrncia disso apresentar novas perspectivas e concluses.

    Em cada captulo, alm das convices prprias solidamente expostas, alguns argumentosescolhidos pelo grau de complexidades ou disceptaes foram reforados com apoio em fartadoutrina nacional e estrangeira, especialmente por meio de obras clssicas e especficas, sem deixarde apontar, inclusive, pensamento em sentido contrrio.

    No poderia faltar o valioso aval da jurisprudncia, e no falta.Do incio ao fim, em meio ao texto ou em notas de rodap, o leitor encontrar inmeras

  • referncias jurisprudncia mais atualizada possvel do Superior Tribunal de Justia e do SupremoTribunal Federal, e neste particular impende observar que na maioria das vezes a obra apresenta oposicionamento das duas Turmas criminais e da 3 Seo do STJ, das duas Turmas e do Plenrio doSTF, alm de eventuais Smulas de ambas as Cortes.

    Merece destaque, ainda, algo que reputamos fundamental e constitui caracterstica marcante emtodas as nossas publicaes: a linguagem simples.

    Este livro foi feito exatamente como imaginei. a materializao de um sonho bom.Meu desejo que ele contribua para a realizao de coisas virtuosas, de alguma maneira e em

    alguma medida.Quanto a voc, que dele agora se ocupa: no abandone seus sonhos.

    RENATO MARCOPrimavera de 2013

  • Captulo 1INTRODUO

    1. CONCEITO DE DIREITO

    Conceituar o Direito no tarefa fcil.Conhecer seus institutos, suas relaes com as coisas da vida, e estabelecer sobre eles uma

    verdade universal mesmo impossvel, no s em razo da enorme diversidade cultural reinante,apesar da globalizao, que de certa forma tende a criar ncleos mais ou menos homogneos emvrios segmentos, mas, sobretudo, em razo dos variados fundamentos filosficos que empolgamcertos temas. No outra a realidade do Direito e de seus apaixonantes temas.

    Talvez por essa razo HART1 tenha sentenciado que mesmo hbeis juristas tm sentido que, emboraconheam o direito, h muito acerca do direito e das suas relaes com outras coisas que no socapazes de explicar e que no compreendem plenamente.

    Para KANT, o direito uma coao universal, que protege a liberdade de todos. STUART MILL diziaque o direito uma liberdade limitada por outra liberdade.

    Como bem observou VICENTE RO, o direito ampara o ser humano desde o momento em que concebido e enquanto vive no ventre materno. E depois o segue e acompanha em todos os passos econtingncias de sua vida, contemplando o seu nascimento e, com o seu nascimento, o incio de suapersonalidade. Protege-lhe, com a liberdade, a integridade fsica e moral. Prev e segue, de grau emgrau, seu desenvolvimento fsico e moral, dispondo sobre sua capacidade progressiva ou sobre suaincapacidade. Regula relaes de famlia, como filho, parente, nubente, esposo e pai, bem assim suasrelaes patrimoniais, quer tenham por objeto bens corpreos, quer recaiam sobre outras pessoas,obrigadas a uma prestao de dar, fazer, ou no fazer alguma coisa. Prev e disciplina asconsequncias patrimoniais e penais da violao de seus direitos.

    E arremata: (...) encontra-se, pois, a origem do direito na prpria natureza do homem havidocomo ser social. E para proteger a personalidade deste ser e disciplinar-lhe sua atividade, dentrodo todo social de que faz parte, que o direito procura estabelecer, entre os homens, uma proporotendente a criar e a manter a harmonia na sociedade. Constitui, pois, o direito, o fundamento daordem social.2

    De uma forma simplificada, para VON LISZT3 o Direito a ordenao da sociedade organizada emEstado; manifesta-se em um sistema de normas coercitivas que ligam os particulares com acomunidade e que garantem a consecuo dos fins comuns. Todo direito existe para o homem. Tempor objeto a defesa dos interesses da vida humana. O Direito , por sua natureza, a proteo dosinteresses.

    2. Origem e Misso do Direito Penal

    O Direito Penal, como objeto de cincia autnoma, nasce com o iluminismo. nesse momentoque o homem moderno toma conscincia crtica do problema penal como problema filosfico ejurdico que . Os temas em torno dos quais se desenvolve a nova cincia so, sobretudo, os

  • fundamentos do direito de punir e da legitimidade das penas (em particular, da pena de morte) nadialtica das relaes entre os indivduos, que tomavam conscincia de seu intrnseco valor humano,e o Estado, sado do perodo do absolutismo procura de diferentes estruturas: o motivo condutorera a concepo jusnaturalista do Estado e do direito. Nessa perspectiva, tem desde logo importnciaa elaborao do princpio da legalidade e, junto a este, com predominante funo de garantia, o temada sano penal.4

    Proteger valores e bens jurdicos fundamentais da vida comunitria no mbito da ordem social egarantir a paz jurdica em sua plenitude so desafio e tarefa do Direito Penal.

    SAUER5 ensina que o delito uma apario, nunca extirpada completamente, da vida social detodos os povos e de todas as pocas; ele exige o tratamento e a luta segundo determinadas linhas deorientao sobre cujo contedo essencial os modernos Estados civilizados esto de acordo.

    O mesmo SAUER afirma que o Direito Penal , segundo sua essncia e contedo, o tratamentojurdico e tico-social do delito.

    Na viso de WELZEL, o Direito Penal aquela parte do ordenamento jurdico que determina ascaractersticas da ao delituosa e impe penas ou medidas de segurana. Misso da cincia penal desenvolver e explicar o contedo destas regras jurdicas e sua conexo interna, dizer,sistematicamente. Como cincia sistemtica estabelece a base para uma administrao de justiaigualitria e justa. E arremata: A misso do Direito Penal proteger os valores elementares da vidaem comunidade.6 Na sua viso, a tarefa do Direito Penal consiste na preservao dos valoresticos-sociais, no se restringindo mera proteo de bens jurdicos.

    Como intuitivo, a concepo de WELZEL no reina absoluta, e conforme assinala WESSELS,7 bastante questionvel a matria referente s funes do Direito Penal. Dentre as mais diversasorientaes, cita o autor trs grupos principais: a) dos que entendem que sua tarefa consiste,primeiramente, em proteger os valores ticos-sociais do nimo (ao) e s secundariamente os bensjurdicos concretos; b) dos que se fixam exclusivamente (ou quase exclusivamente) na proteo dosbens jurdicos; c) dos que vinculam a proteo aos bens jurdicos com outros fins ou maispropriamente com a paz jurdica ou social.

    Para VON LISZT,8 se o direito tem como misso principal o amparo dos interesses da vida humana, odireito penal tem como misso peculiar a defesa mais enrgica dos interesses especialmente dignose necessitados de proteo por meio da ameaa e execuo da pena, considerada como um malcontra o delinquente.

    Seja qual for a orientao a ser seguida, a misso/funo incumbida ao Direito Penal sesubordina, entre outros fatores, forma de Estado, absoluto ou de direito, que condiciona a produolegislativa no mbito do sistema de direito penal.

    3. Breve Desenvolvimento Histrico da Pena Criminal

    A origem da pena a vindita. Nos povos primitivos, a ideia da pena nasceu do sentimento devingana, inicialmente na forma privada, e posteriormente foi alada categoria de direito.

    Segundo REN ARIEL DOTTI,9 generalizada a opinio de que a pena deita razes no instinto deconservao individual movimentado pela vingana. Tal concluso, porm, contestada diante daafirmao segundo a qual tanto a vingana de sangue como a perda da paz no caracterizavam

  • reaes singulares, mas a revolta coletiva.O homem primitivo, assinala DUEK MARQUES,10 encontra-se muito ligado sua comunidade, pois

    fora dela sentia-se desprotegido dos perigos imaginrios. Essa ligao refletia-se na organizaojurdica primitiva, baseada no chamado vnculo de sangue, representado pela recproca tuteladaqueles que possuam uma descendncia comum. Dele se originava a chamada vingana de sangue,definida por ERICH FROMM como um dever sagrado que recai num membro de determinada famlia, deum cl ou de uma tribo, que tem de matar um membro de uma unidade correspondente, se um de seuscompanheiros tiver sido morto.11

    Aps o surgimento do Estado, com o aparecimento das religies, surgiram regras de Direito Penalcom conotao de divindade. A punio se aplicava em nome desta, e, sendo o ato considerado comoatentado divindade, a sano tendia para a eliminao ou expulso do transgressor, sacrifcio quese oferecia aos deuses.12

    A vingana perdurou at ser substituda pelas penas pblicas.13

    A ideia da pena como instituio de garantia foi obtendo disciplina atravs da evoluopoltica da comunidade (grupo, cidade, Estado) e o reconhecimento da autoridade de um chefe aquem era deferido o poder de castigar em nome dos sditos. a pena pblica que, emboraimpregnada pela vingana, penetra nos costumes sociais e procura alcanar a proporcionalidadeatravs das formas do talio e da composio. A expulso da comunidade substituda pelamorte, mutilao, banimento temporrio ou perdimento de bens.14

    No se deve confundir a origem histrica da pena com sua origem jurdica.Na correta viso de HENNY GOULART: A partir do sculo XV, a elaborao das ideias liberais,

    condicionada pela renovao de conceitos a respeito do mundo e do destino do ser humano, acentua-se, concretizada, afinal, no sculo XVIII, com os postulados da Revoluo Francesa. Novasconcepes surgem, ento, no campo penal e, com elas, as doutrinas acerca do fundamento do direitode punir.15

    A abordagem do tema impe destacar a figura de CESARE BONESSANA, Marqus de Beccaria, filsofoitaliano, nascido em Milo, em 1738, seguidor das ideias de ROUSSEAU e MONTESQUIEU, autor do famosolivro Dos delitos e das penas (1764), a quem se tem atribudo a criao da ideia utilitarista e omovimento de renovao do Direito Penal da poca, que deu origem Escola Clssica, de quefizeram parte CARMIGNANI, CARRARA, FILANGIERI, PESSINA, FEUERBACH, entre outros.

    Por fim, oportuna a lio de CARRARA16 quando adverte sobre a impossibilidade de enumerartodos os diversos sistemas que imaginaram os publicistas para dar ao direito de castigar seuprincpio fundamental, e difcil distingui-los, porque, ainda que amide sejam diferentes naexterioridade das palavras, unificam-se no fundo.

    4. Necessidade de Regras Procedimentais Democrticas

    Em todos os tempos, em todas as pocas e culturas, a imposio de pena criminal sempre pendeuao cometimento de abusos e, portanto, injustias. Marcada pela nota de desproporcionalidade que emmuitos casos ainda persiste; praticada por mos privadas; em nome da divindade ou pelo Estado, seumanuseio sempre tendeu ao excesso.

  • Com o passar dos tempos, e sob a efervescncia de justas postulaes democrticas, ocorreramabrandamentos em relao natureza das penas, especialmente nos pases ocidentais e no tocantequelas que causavam mutilaes fsicas e a eliminao, mas no correto afirmar que tais prticasforam abolidas, como cedio.

    Mas isso nunca foi suficiente. Era preciso mais. Era necessrio um conjunto de regras igualmentedemocrticas que dispusessem previamente a respeito das providncias a serem observadas nomomento de se investigarem fatos dotados de aparente feio delitiva; regras a respeito datitularidade do direito de postular a aplicao de pena em face de outrem; formalidadesprocedimentais a respeito do incio, meio e fim da atividade oficial capaz de levar imposio depena criminal pelo Estado, e, bem assim, regras a respeito da execuo da pena eventualmenteaplicada.

    Sem limites procedimentais claros e definidos, a realizao prtica do Direito Penal desordenada e fonte inesgotvel de injustias.

    nesse cenrio tempestuoso que as regras procedimentais surgem e lentamente se consolidam nahistria como valioso instrumento de conteno, em qualquer medida, dos mais variados tipos deexcessos verificados na prtica de dizer o direito aplicvel em face de quem seja apontado comoautor de delito, e em razo disso se torne passvel de suportar os rituais que podem culminar com aimposio de pena criminal.

    Como veremos, tais regras devem levar em conta a dignidade da pessoa humana e andar emconformidade com todo o sistema de valores e garantias fundamentais a que paulatinamenteevolumos, pois de nada adianta contra o cometimento de injustias a existncia de qualquerprocedimento tipificado, se este no atender fervorosamente aos postulados do Estado Democrticode Direito.

    5. DIREITO DE PUNIR

    Atualmente, como emanao da soberania, titular exclusivo do jus puniendi (direito-dever depunir) o Estado.

    O direito-dever de punir, ou poder-dever de punir, abstrato, genrico e impessoal, posto que,pairando em potencial, no se dirige a determinada pessoa ou fato, mas ao corpo social. Autorizadonos moldes da doutrina contratualista de ROUSSEAU, revela-se imprescindvel na ordenao da vidaem sociedade.

    Nas denominadas aes penais privadas que estudaremos em momento prprio , o Estadoapenas outorga ao particular a legitimidade para o ajuizamento da ao. Defere-se o jus persequendiin judicio (direito de ajuizar a ao; pedir a instaurao e seguir com o processo), jamais o juspuniendi (direito-dever de punir).

    A vingana privada fazer justia com as prprias mos deixou de ser regra e tornou-seexceo, cabvel somente em casos determinados (legtima defesa, estado de necessidade, desforoimediato, v.g.), de modo que sua prtica quando juridicamente incabvel chega a tipificar crime(exerccio arbitrrio das prprias razes, no caso do art. 345 do Cdigo Penal brasileiro).

    Quando ocorre a prtica de um delito, o jus puniendi deixa de ser abstrato e passa para o planoconcreto.

  • Aquilo que era um direito em potencial passa a ser um direito em face de determinada pessoa, porfato igualmente determinado.

    Essa materializao do direito de punir faz nascer a pretenso punitiva; a justa pretenso doEstado contra aquele que incidiu na norma penal incriminadora.

    N a generalidade dos casos, a violao de natureza penal atinge interesse pblico de maneirapreponderante, da a necessidade de o Estado, como titular do direito a ser restaurado, atuar pormeio de outro rgo: o Ministrio Pblico titular do direito de ao (dominus litis).Excepcionalmente, e tendo em conta a natureza do bem jurdico tutelado, o direito de ao outorgado ao particular ofendido. No primeiro caso, temos as aes penais pblicas; no ltimo, asaes penais privadas.

    Em regra, portanto, haver de um lado o Estado como detentor do direito de ao, e do outro oinvestigado ou acusado, detentor do direito de ver preservada sua liberdade e integridade moral.

    Em substituio s partes envolvidas, como terceiro imparcial, tambm cabe ao Estado exercer ojus puniendi e resolver a controvrsia penal, seja ela pblica ou privada, e isso s se faz cabvel pormeio do devido processo, posto que impossvel a aplicao de pena criminal sem processo.

    Mesmo naquelas hipteses em que admitido o instituto da transao penal no modelo da Lei n.9.099/95, que instituiu Juizados Especiais Criminais para as infraes penais de menor potencialofensivo, a homologao judicial imprescindvel e s por meio dela que pode nascer o ttulo queadquire fora executiva.

    6. JURISDIO

    A palavra jurisdio vem do latim juris dictio, que significa dizer o direito.Com a concretizao da teoria idealizada por ARISTTELES, segundo a qual as funes essenciais do

    Estado devem ser distribudas entre rgos distintos, independentes e harmnicos entre si,posteriormente reformulada em parte por JOHN LOCKE e difundida especialmente a partir da tripartioelaborada por MONTESQUIEU, a funo de dizer o direito ou funo jurisdicional cabe ao PoderJudicirio; seu o poder-dever de dizer o direito aplicvel na soluo de uma controvrsia.

    Bem observou GSSEL que, segundo MONTESQUIEU,17 no existe liberdade quando a competnciajudicial no est separada da legislativa e da executiva. El poder sobre la vida y la libertad de losciudadanos sera ilimitado si la competencia judicial estuviera adscrita a la competencia legislativa,pues el juez sera el legislador. Y si el Poder Judicial estuviera vinculado al Poder Ejecutivo, el jueztendra el poder coactivo de un opresor. Todo estara perdido si un solo hombre o una mismacorporacin, de los poderosos o de los nobles o del pueblo, ejercieran los tres poderes en formaabsoluta: promulgar leyes, ejecutar decisiones y juzgar los crmenes y los litigios privados.18

    Historicamente, a partir do monoplio da jurisdio em mos do Estado que surgiu o direito deao. Desde ento, aquele que desejar ver satisfeito um direito seu, lesado ou ameaado de leso,dever apresentar sua pretenso em juzo, posto que no poder buscar justia pelas prprias mos.Bem por isso, o atual art. 5, XXXV, da Carta Magna, assegura que a lei no excluir da apreciaodo Poder Judicirio leso ou ameaa a direito.

    Com o surgimento ftico do direito de punir, caber ao Estado, em regra, investigar o delito pormeio de instituies prprias (instituies policiais); promover a ao penal pela iniciativa do rgo

  • ativamente legitimado (Ministrio Pblico), e dizer o direito aplicvel na soluo da controvrsiapenal, funo constitucionalmente atribuda de maneira preponderante ao Poder Judicirio.

    7. Processo

    Em CARNELUTTI,19 encontramos que a origem da palavra processo deriva de procedere: proceder;caminhar, ir adiante.

    Idealmente, o processo o instrumento20 democrtico de que se vale o Estado para dar resposta pretenso punitiva e fazer justia.

    Por meio do processo se permite que o rgo incumbido da acusao prove perante o PoderJudicirio, observadas as regras e garantias preestabelecidas, que um delito foi praticado e quem foiseu autor, a fim de que se aplique a sano prevista na lei penal para o responsvel,21 da BELING terafirmado que a funo do processo, como instituio jurdica, atuar como meio de tutela do DireitoPenal.22

    GIOVANNI LEONE23 destacou o particular carter instrumental do processo penal em razo doprincpio nulla poena sine iudicio (nenhuma pena seno em juzo), a determinar que no possvel,em caso algum, a aplicao de sano penal sem processo.

    Jurisdio funo, e processo, o instrumento por meio do qual se verifica o seu exerccio.Com a instaurao do processo, surge a lide penal,24 e na soluo desta o Estado far valer,

    coativamente, sua deciso, da o acerto de TUCCI quando afirma que, Em suma, o processo complexo de atos, sucessivos e coordenados, tendentes ao exerccio da funo jurisdicional, ou, maissimplesmente, da jurisdio, sendo ainda um instrumento, tcnico, pblico, poltico e tico derealizao do Direito, pelos agentes do Poder Judicirio, quais sejam os juzes e tribunais.25

    8. Procedimento

    No se deve confundir processo com procedimento.Sem rodeios, sob o enfoque que verdadeiramente nos interessa, procedimento a marcha

    ordenada de atos processuais; a sequncia como se desenvolve o processo com seus rituais, do incioao fim. Envolve a ideia de orden, secuencia, progresividad en el desarrollo de la actividad de lajusticia, na expresso de BINDER.26

    Conforme sintetizou ARAGONESES ALONSO, o procedimento a coordenao de atos que tendem a umefeito jurdico comum.27

    Na feliz metfora utilizada por FENECH,28 o procedimento para o processo o que os trilhos sopara o trem.

    O art. 394 do Cdigo de Processo Penal subdivide os procedimentos no primeiro grau dejurisdio em comum e especial, sendo que o procedimento comum pode ser ordinrio, sumrio ousumarssimo, conforme veremos oportunamente.

    Processo o ambiente em que se materializa o procedimento; o universo ou corpo onde os atosprocedimentais so concretizados. , por fim, o instrumento em que se materializa formalmente oconflito que se estabelece entre o jus puniendi do Estado e o jus libertatis do acusado.

  • 9. Atos Processuais

    Atos processuais so atos jurdicos praticados no processo, com vistas a criar, modificar ouextinguir direitos processuais.

    No possvel pensar a existncia de processo sem procedimento e sem a prtica de atosprocessuais, bem por isso o acerto de GIOVANNI LEONE29 quando afirma que, numa viso restrita, oprocesso pode ser apontado como um conjunto de atos encaminhados a uma deciso jurisdicionalacerca de uma notitia criminis.

    O desenvolvimento da marcha processual reclama uma sucesso de atos que devem ser praticadospelas partes; pelo juiz; por auxiliares da justia e tambm por terceiros (interessados oudesinteressados).

    Para o momento, basta saber que as partes podem praticar atos postulatrios, instrutrios edispositivos; o juiz deve praticar atos instrutrios, de polcia processual, de coero, decisrios etambm atos anmalos; os auxiliares da justia devem (funcionrios do Poder Judicirio) praticaratos de movimentao, de documentao e de execuo.

    Terceiros tambm praticam atos processuais, tal como ocorre com a testemunha chamada a deporem juzo, alis, em regra a prova testemunhal um ato processual de extrema importncia para ojulgamento da causa.

    Voltaremos ao assunto em momento mais apropriado; por aqui, so suficientes as noes geraisapresentadas.

    10. Relao Jurdica Processual

    Do que foi dito at aqui, possvel extrair que a realizao do direito de punir traz consigo aideia de relao jurdica processual , assim compreendida a situao que se estabelece entre ossujeitos que protagonizam o processo, entenda-se: partes (autor e ru) e juiz, a quem o sistemanormativo atribui faculdades, direitos, obrigaes e nus processuais. uma relao entre ossujeitos processuais, juridicamente regulada.30

    Nesse cenrio, importante destacar a significativa contribuio de BLLOW,31 que, como bemobservou J. GOLDSCHMIDT, foi quem estabeleceu a teoria de que o processo tem o carter de umarelao jurdica pblica existente entre o Estado e as partes.32

    Como se v, no processo possvel identificar a existncia de dois elementos distintos: 1) oprocedimento e 2) a relao jurdica processual.

    Enquanto o procedimento diz respeito materializao do processo e, portanto, sua formaextrnseca, a relao jurdica processual o liame subjetivo que vincula os sujeitos do processo.

    11. Direito Processual Penal

    Os atos processuais, o procedimento e o processo no se realizam aleatria e desordenadamente,da a necessidade de que sejam normatizados; previstos expressamente em regras jurdicas.

    Encontramos regras dessa natureza na Constituio Federal, em tratados internacionais, em leisinfraconstitucionais e outras espcies normativas.

    No Brasil, o Cdigo de Processo Penal (Decreto-Lei n. 3.689/41) que disciplina as regras

  • gerais que devem ser observadas do incio da investigao at a soluo final do processo.Em leis especiais, como exemplo a Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006),33 encontramos regras

    procedimentais para a investigao e processamento dos delitos particularmente tipificados,aplicando-se subsidiariamente as regras gerais do Cdigo de Ritos.

    H ainda leis que abordam temas especficos ligados ao processo penal, tal como ocorre com aLei n. 9.296/96, que trata da interceptao de comunicaes telefnicas para prova em investigaocriminal e instruo processual penal, de modo a regulamentar o art. 5, XII, parte final, da CF.

    Direito processual penal, portanto, o conjunto de regras jurdicas que disciplinam a persecuopenal em sentido amplo, da investigao at a deciso final do processo, ou, como ensina MAIER,34 um ramo da ordem jurdica interna de um Estado, cujas normas instituem e organizam os rgospblicos que cumprem a funo judicial penal do Estado e disciplinam os atos que integram oprocedimento necessrio para impor uma pena ou medida de segurana. um dos ramos do DireitoPblico.

    Se a prestao jurisdicional resultar em sentena condenatria ou de absolvio imprpria (assimconsiderada a sentena que aplica medida de segurana), a execuo do julgado ficar submetida aosrituais determinados na Lei de Execuo Penal (Lei n. 7.210/84),35 que normatiza o queconvencionamos denominar processo execucional.

    12. Finalidades do Processo Penal

    Inicialmente, h que se distinguir a existncia de finalidade imediata e finalidade mediata.A finalidade imediata a administrao e soluo do conflito; do litgio de natureza penal.Como detentor do direito de punir, cabe ao Estado fazer atuar as regras jurdicas em busca de

    resolver a lide penal, de modo a solucionar definitivamente a instncia com a proclamao do direitoaplicvel na soluo da controvrsia, e, sendo caso, aplicar a sano cabvel.

    Na medida em que resolve pontual e casuisticamente as questes penais, o Estado tambmcaminha em direo ao atingimento da finalidade mediata do processo penal, que a paz social.

    No h dvida de que a administrao e adequada soluo dos litgios leva a alcanar no apenasa pacificao das pessoas diretamente envolvidas, mas tambm o meio social. Na medida em que assituaes de conflito se multiplicam no cotidiano, no haveria paz social sem a intervenogarantidora do Estado, que em regra no permite ao particular fazer justia com as prprias mos eassegura a interveno da justia pblica, mediante o exerccio do poder-dever de dizer o direitoaplicvel ao caso.

    Resolvendo os conflitos isoladamente, numa viso mais ampla o Estado estar solucionando noapenas os conflitos entre as partes (finalidade imediata), mas pacificando todo o meio social(finalidade mediata).

    13. Princpios do Processo Penal

    Princpio ensinou BANDEIRA DE MELLO , por definio, mandamento nuclear de um sistema,verdadeiro alicerce dele, disposio fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o esprito e servindo de critrio para sua exata compreenso e inteligncia, exatamente por

  • definir a lgica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tnica e lhe d sentidoharmnico.36

    Os princpios jurdicos so verdadeiros dogmas; constituem postulados fundamentais, expressosou implcitos, que integram o sistema jurdico e se prestam a ressaltar valores de categoria superior,de modo a orientar e delimitar a interpretao e aplicao das regras jurdicas.

    Ainda que se desconhea uma regra especfica (um artigo de lei, por exemplo), conhecendo osprincpios aplicveis, por certo ser possvel imaginar a soluo justa para o caso. Exemplo:sabendo que o Ministrio Pblico pode arrolar na denncia at 5 testemunhas de acusao, ainda quese desconhea o artigo de lei que dispe a respeito do nmero de testemunhas que a defesa poderarrolar no processo, por certo no haver dificuldade em se conhecer a resposta se logo pensarmosno princpio da igualdade das partes.

    O que acabamos de dizer bem demonstra a preciso de BANDEIRA DE MELLO ao afirmar que oconhecimento dos princpios que preside a inteleco das diferentes partes componentes do todounitrio que h por nome sistema jurdico positivo.37

    possvel afirmar a existncia de princpios gerais, tal como se verifica em relao ao princpioda legalidade e ao princpio da dignidade da pessoa humana, dentre outros, e princpios especficos,estes, ligados a determinadas reas de maneira particular: princpios atrelados jurisdio;princpios relacionados prova; princpios vinculados especificamente ao sistema de nulidades ouaos recursos etc.

    H princpios que devem ser observados na fixao e tambm na execuo da sano penal, esobre estes tratamos em nosso Curso de execuo penal (Saraiva).

    Violar um princpio, disse tambm BANDEIRA DE MELLO com a inteligncia de sempre, muito maisgrave que transgredir uma norma. A desateno ao princpio implica ofensa no apenas a umespecfico mandamento obrigatrio, mas a todo o sistema de comandos. a mais grave forma deilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalo do princpio atingido, porque representainsurgncia contra todo sistema, subverso de seus valores fundamentais, contumlia irremissvel aseu arcabouo lgico e corroso de sua estrutura mestra. Isto porque, com ofend-lo, abatem-se asvigas que o sustm e alui-se toda a estrutura neles esforada.38

    Por opo metodolgica, neste tpico trataremos dos princpios gerais e de apenas algunsespecficos, a fim de que, em conjunto, permitam visualizar mais amplamente o processo penal, demodo a facilitar o caminho para a compreenso sistmica.

    Os princpios especficos sero abordados e enfatizados por ocasio da anlise das matrias aque se encontram atrelados (ao penal; jurisdio e competncia; prova, sentena, procedimentosetc.), o que no quer dizer que no podero ser revisitados a qualquer momento, sempre quepertinente.

    Na Constituio Federal, encontramos a maioria dos princpios gerais reguladores do processopenal; outros decorrem de regras processuais propriamente ditas; e outros, do sistema adotado.

    Vejamos quais so os que despertam interesse para o momento:

    1) Princpio da dignidade da pessoa humanaNo por acaso, j no art. 1, III, a Constituio Federal destaca a relevncia do princpio da

    dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrtico de Direito, e nem

  • poderia ser de modo diverso.A propsito, diz o 2 do art. 5 que os direitos e garantias expressos na Constituio Federal no

    excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratadosinternacionais em que o Brasil seja parte.

    Ensina LUS BARROSO que A dignidade humana, como atualmente compreendida, se assenta sobre opressuposto de que cada ser humano possui um valor intrnseco e desfruta de uma posio especialno universo.39

    Bem por isso, esse princpio fundamental deve nortear toda a edio, interpretao e aplicaodas regras jurdicas. No se admite na persecuo penal, em absoluto, qualquer consequncia quecontrarie a regra de mxima valorao estudada.

    Qualquer espcie normativa ou simples dispositivo de lei que esteja em rota de coliso com osvalores alcanados pelo princpio da dignidade da pessoa humana no poder surtir efeitos prticos,e dever ser extirpada do cenrio jurdico. Nesse tema incide a regra da mxima efetividade dosdireitos fundamentais.

    No tem sentido imaginar ou praticar um sistema de prestao jurisdicional em que no sereconhea a dignidade humana, antes e acima de qualquer outra finalidade, como valor maior a serpreservado.

    2) Princpio da legalidadeA teor do disposto no art. 5, XXXIX, da CF, e no art. 1, do CP, no h crime sem lei anterior

    que o defina, nem pena sem prvia cominao legal.Disso decorre afirmar que a possibilidade de instaurao de persecuo penal (investigao de

    natureza criminal e tambm processo) vinculada; s se faz possvel quando houver elementosmnimos indicativos da prtica de conduta tpica (crime ou contraveno).

    Iniciada a investigao ou o processo, todos os atos que se praticarem, do incio ao fim, devemestar em relao de subordinao e obedincia lei; guardar conformidade com as regras aplicveisna espcie.

    Enquanto o particular, na vida privada, pode fazer tudo o que no for proibido, o Estado s podefazer o que for permitido.

    No Estado de Direito, asseverou BANDEIRA DE MELLO, a Administrao s pode agir em obedincia lei, esforada nela e tendo em mira o fiel cumprimento das finalidades assinadas na ordenaonormativa.40

    Esse dogma deve ser observado em todas as reas de atuao do Estado.

    3) Princpio do devido processo legalO mesmo art. 5 da CF, no inc. LIV, dispe que ningum ser privado da liberdade ou de seus

    bens sem o devido processo legal.Instaurado o processo, de rigor sejam cumpridas as regras dispostas no ordenamento jurdico.Sob a vigncia do Estado de Direito, no se admite processo que no se ajuste aos modelos legais

    tipificados.Qual o devido processo?Aquele previsto em lei, obviamente.

  • Para tanto, preciso admitir que esse princpio alcana todo o sistema processual, de modo aestabelecer relaes com cada fase do processo e com outros tantos princpios incidentes.

    De tal sorte, haver quebra ao devido processo, por exemplo, se o juiz no observar, j de incio,a necessidade de notificao do acusado para resposta escrita, nos casos e na forma em queaplicvel o disposto no art. 396 do CPP. Note-se, ainda, que essa violao tambm guarda relaocom os princpios da ampla defesa e do contraditrio, que veremos mais adiante.

    De igual maneira, haver quebra do princpio tratado caso o juiz no cumpra o disposto no art.212 do CPP, que trata da forma de inquirio de testemunha.

    Forma garantia, e o descumprimento do procedimento tipificado causa de nulidade porevidente violao ao princpio do devido processo legal.

    Para melhor compreenso do princpio ora tratado, calha transcrever a ementa que segue,referente a julgado do STF relatado pelo Min. CELSO DE MELLO:

    O exame da clusula referente ao due process of law permite nela identificar algunselementos essenciais sua configurao como expressiva garantia de ordem constitucional,destacando-se, dentre eles, por sua inquestionvel importncia, as seguintes prerrogativas: (a)direito ao processo (garantia de acesso ao Poder Judicirio); (b) direito citao e aoconhecimento prvio do teor da acusao; (c) direito a um julgamento pblico e clere, semdilaes indevidas; (d) direito ao contraditrio e plenitude de defesa (direito autodefesa e defesa tcnica); (e) direito de no ser processado e julgado com base em leis ex post facto; (f)direito igualdade entre as partes; (g) direito de no ser processado com fundamento em provasrevestidas de ilicitude; (h) direito ao benefcio da gratuidade; (i) direito observncia doprincpio do juiz natural; (j) direito ao silncio (privilgio contra a autoincriminao); (l) direito prova; e (m) direito de presena e de participao ativa nos atos de interrogatrio judicial dosdemais litisconsortes penais passivos, quando existentes. O direito do ru observncia, peloEstado, da garantia pertinente ao due process of law, alm de traduzir expresso concreta dodireito de defesa, tambm encontra suporte legitimador em convenes internacionais queproclamam a essencialidade dessa franquia processual, que compe o prprio estatutoconstitucional do direito de defesa, enquanto complexo de princpios e de normas que amparamqualquer acusado em sede de persecuo criminal, mesmo que se trate de ru estrangeiro, semdomiclio em territrio brasileiro, aqui processado por suposta prtica de delitos a ele atribudos(STF, HC 94.016/SP, 2 T., rel. Min. Celso de Mello, j. 16-9-2008, DJe 38, de 27-2-2009, RTJ209/702; STF, HC 94.601/CE, 2 T., rel. Min. Celso de Mello, j. 4-8-2009, DJe 171, de 11-9-2009, RTJ 211/379).

    4) Princpio da oficialidadeA persecuo penal obrigao Constitucional imposta ao Estado, que a desenvolve por seus

    rgos legitimados: polcias; Ministrio Pblico e Poder Judicirio.Verificada a prtica de infrao penal, cabe ao Estado, por intermdio da polcia judiciria (civil

    ou federal), investigar o fato em sua plenitude (CF, art. 144). Sendo caso, caber ao MinistrioPblico o ajuizamento da ao penal pblica (CF, art. 129). Ao Poder Judicirio, a ConstituioFederal incumbe o papel de dizer o direito aplicvel na soluo da controvrsia (CF, art. 92 eseguintes).

  • Todas as atividades indicadas so pblicas, desempenhadas por rgos oficiais, portanto.Nas denominadas aes penais privadas, clssico exemplo de substituio processual,

    encontramos ligeira exceo no que diz respeito titularidade ativa, pois o Estado outorgou aoparticular a legitimidade para o exerccio do direito de ao.

    Note-se, entretanto, que o particular ofendido s detm o jus persequendi in judici, e no o juspuniendi. A execuo da pena ou medida de segurana aplicada em processo de ao penal privada atribuio do Estado, sem qualquer possibilidade de iniciativa ou interveno do particularofendido.

    5) Princpio do juiz naturalLembra SCARANCE que So vrias as denominaes utilizadas para a garantia a ser examinada:

    garantia do juiz natural, do juiz legal, do juiz competente. No direito espanhol usa-se a denominaojuiz competente, enquanto juiz legal usada no direito alemo. Entre ns a denominao maisutilizada a de juiz natural.41

    Ensina GIMENO SENDRA42 que o direito ao juiz legal ou natural um direito fundamental que assistea todos os sujeitos de direito, de ser julgado por um rgo jurisdicional pertencente jurisdiopenal ordinria, comprometido com os princpios Constitucionais de igualdade, independncia,imparcialidade e submisso lei, e constitudo com base nas normas comuns de competnciapreestabelecidas.

    O princpio do juiz natural decorre do disposto no art. 5, LIII, da CF, segundo o qual ningumser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente.

    Trata-se de verdadeira garanzia fondamentale di libert, conforme expressou BETTIOL.43Como veremos oportunamente, a Constituio Federal e o Cdigo de Processo Penal adotaram um

    sistema de distribuio de competncias entre os rgos da jurisdio; ora em razo do lugar dainfrao; ora por fora da natureza da infrao; e, ainda, em razo da distribuio, de conexo oucontinncia, de preveno ou prerrogativa de funo.

    Disso decorre que no basta a existncia de um juiz regularmente investido e no exerccio dafuno jurisdicional. preciso mais. indispensvel seja ele o juiz competente para o caso, emconformidade com as regras jurdicas do momento.

    Bem por isso, a prpria Constituio Federal diz em seu art. 5, XXXVII, que no haver juzo outribunal de exceo, de forma a impedir julgamento por quem no seja o juiz competente para o casodeterminado, e no mesmo art. 5, XXXVIII, letra d, fixa a competncia do Tribunal do Jri para ojulgamento dos crimes dolosos contra a vida.

    Em outros momentos, a Constituio Federal tambm fixa o juiz natural, como o caso, dentreoutros, do art. 29, X, que trata da competncia do Tribunal de Justia para o julgamento de prefeito;do art. 96, III, que outorga aos Tribunais de Justia a competncia para julgar os juzes estaduais e doDistrito Federal, bem como os membros do Ministrio Pblico, nos crimes comuns e deresponsabilidade, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral; e do art. 102, I, letra a, queestabelece a competncia do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar, originariamente, nasinfraes penais comuns, o Presidente da Repblica, o Vice-Presidente, os Membros do CongressoNacional, seus prprios Ministros e o Procurador-Geral da Repblica.

    6) Princpio do promotor natural

  • No h dispositivo de lei que disponha expressamente a respeito deste princpio, que decorrelogicamente do sistema processual e de garantias fundamentais adotadas.

    Promotor Natural, in casu, o Membro do Ministrio Pblico (Promotor ou Procurador de Justiano mbito Estadual; Procurador da Repblica na esfera Federal) com atribuies para atuar no feitode natureza criminal (inqurito ou processo) em razo de regras previamente conhecidas.

    Imagine-se, por exemplo, hiptese envolvendo crime de roubo consumado na cidade Xis, ondeh apenas um cargo de Promotor de Justia. evidente que o Promotor Natural para o feito criminalrespectivo o Promotor da indicada comarca, o que impede que Promotor de comarca diversa possaatuar nos autos, salvo situaes excepcionais (frias; licena etc.) e mediante designao doProcurador-Geral de Justia.44

    No mesmo exemplo, se na comarca existirem dois Promotores de Justia, um com atribuiescveis e outro com atribuies criminais, Promotor Natural para o feito em questo ser este ltimo.

    No incomum, entretanto, a designao de membros do Ministrio Pblico para atuar emconjunto com o Promotor Natural, em expediente de competncia deste.

    Note-se que em tais situaes o Promotor Natural no sair do caso; apenas contar com o auxliode outro, necessidade que por vezes poder estar justificada na complexidade dos fatos ou at mesmono interesse de preservar e fortalecer o rgo de execuo das atividades Ministeriais noenfrentamento de determinados casos em que se identifique grau a