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REPÚBLICA DE ANGOLAGOVERNO DA PROVINCIA DE CABINDA
SECRETARIA PROVINCIAL DO COMÉRCIO, HOTELARIA E TURISMO
2º CONSELHO CONSULTIVO ALARGADO DO MINISTÉRIO DO TURISMO
LUBANGO
I – INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento económico e social do país enquadra-se nas opçõesestratégicas de médio prazo definidas nos principais instrumentos de planificação,nomeadamente: PLANO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL (PDN) e deste, os PlanosProvinciais e Municipais de Desenvolvimento Local, para o período 2017-2022.Para realização eficiente e eficaz destas opções, tem-se em linha de conta aspotencialidades de cada região do país como denominador de capital importância para adiversificação da estrutura económica de Angola.É neste quadro que esta Secretaria Provincial tem estado a direcionar a sua acção durante operíodo em referência.Pretende-se com este informe facultar aos órgãos e organismos superiores, em especial oMinistério do Turismo, sobre o empenho da Secretaria no tratamento das ações ligadas aoTurismo na província.Para melhor elucidação dos factos, faremos uma incursão ao horizonte temporal de 2013ate I Semestre de 2019.
II- AS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO 2013-2019
A criação de infraestruturas, hoteleiras, restauração e similares é tarefa de exclusiva responsabilidade do sector privado, reservando-se ao Estado a função de licenciamento, acompanhamento, sensibilização, controlo, fiscalização e apoio.É com base no acompanhamento e sensibilização sistemáticos ao tecido empresarial local que foi possível o surgimento de algumas infraestruturas novas e a consolidação das que existiam antes.
Com base na nossa programação e, mesmo enfrentando dificuldades de natureza financeira ematerial realizamos várias actividades, com destaque para:
A Identificação e/ou levantamento dos pontos de interesse turístico da província, numa acçãoconjunta com a Secretaria Provincial da Cultura. O Licenciamento das unidades de alojamento e de restauração. vistorias e inspeções nas unidades existentes.Encontros conjuntos com outras secretarias e Administrações Municipais na preparação depropostas concretas sobre a elaboração dos Planos Directores, de acordo com os termos dereferência recebidos do Ministério do Turismo.
Criação de incentivos que proporcionaram a revitalização da associação dos hoteleiros(AHOTUCA) da província, com a qual temos vindo a trabalhar como parceira privilegiada. No âmbito da elaboração do PDN 2018-2022, apresentamos um conjunto de propostasde acções a realizar que, uma vez implementadas, a província poderá conhecer novosmomentos em termos do turismo.Nos encontros bilaterais que são realizadas periodicamente entre o Governo daProvíncia de Cabinda e as províncias dos países vizinhos, participamos no recenteencontro havido com as Províncias da República do Congo Brazzaville que fazem fronteiracom a Província de Cabinda, no qual foram abordados aspectos relacionados com ointeresse recíproco sobre o turismo.
2.1 – LICENCIAMENTO DA ACTIVIDADERegistou-se com agrado, durante o período em referência, o envolvimento do sector privado nacriação de infraestruturas, hoteleiras e similares, que proporcionaram emprego a muitos jovens naprovíncia.Eis as infraestruturas licenciadas por esta Secretaria:
2.1.1 – UNIDADES DE HOSPEDAGEM E/OU ALOJAMENTO
TIPO ATÉ
2012
Nº DE UNIDADES DE HOSPEDAGEM/ALOJAMENTO LICENCIADAS
TOTAL
GERAL
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (I SEM) TOTAL
HOTEIS 5 1 1 1 - 1 - - 4 9
MOTEIS 1 1 - - - - - - 1 2
APARTHOTEIS 3 4 - - 2 - - 6 9
ALDEAMENTOS
TURISTICOS
3 1 - - 2 - - - 3 6
PENSÕES 19 2 - 2 1 - 2 - 7 26
HOSPEDARIAS 2 4 1 - 2 2 - 2 11 13
TOTAL 33 13 2 3 7 3 2 2 32 65
TIPO ATÉ
2012
Nº DE QUARTOS NAS UNIDADES DE
HOSPEDAGEM/ALOJAMENTO LICENCIADASTOTAL
GERAL2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (I
SEM)
SUB
TOTAL
HOTEIS 219 27 25 273 - 44 14 - 383 602
MOTEIS 22 22 - - - - - - 22 44
APARTHOTEIS 18 19 - - - - - 19 37
ALDEAMENTOS
TURISTICOS
64 22 - - 34 - - - 56 120
PENSÕES 401 21 - 26 - - - 47 448
HOSPEDARIAS 10 8 10 - 15 22 - 17 72 82
TOTAL 734 119 35 299 49 66 14 17 599 1.333
TIPO
Nº DE CAMAS CRIADAS NAS UNIDADES DE
HOSPEDAGEM/ALOJAMENTO LICENCIADASTOTAL
GERALATÉ
2012
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (I
SEM)
SUB
TOTAL
HOTEIS 248 27 25 277 - 44 - - 373 621
MOTEIS 22 22 - - - - - - 22 44
APARTHOTEIS 18 19 - - - - - - 19 37
ALDEAMENTOS
TURISTICOS
93 31 - - 34 - - - 65 158
PENSÕES 401 21 - 26 - - 35 - 82 483
HOSPEDARIAS 10 32 10 - 15 22 - 17 96 106
TOTAL 792 152 35 303 49 66 35 17 657 1.449
EMPREGOS CRIADOS NAS UNIDADES DE HOSPEDAGEM/ALOJAMENTO LICENCIADAS
ANOS HOMENS MULHERES TOTAL
2013 270 236 506
2014 497 211 708
2015 599 228 827
2016 18 11 29
2017 7 4 11
2018 7 6 13
2019 (I SEM) 30 49 79
TOTAL 1.428 745 2.173
TIPO
NÚMERO DE UNIDADES DE RESTAURAÇÃO E SIMILARES
CRIADAS TOTAL
GERALATÉ
2012
201
3
201
4
201
5
201
6
201
7
2018 2019 (I
SEM)
TOTA
L
RESTAURANTES 23 - 2 3 2 4 1 3 15 38
SNACK-BARES 7 2 2 - 6 2 1 4 15 24
BARES - - 1 - 1 1 - - 3 3
DISCOTECAS 4 1 - 1 1 - - - 3 7
BOTEQUINS - - - 14 1 - - 2 17 17
PASTELARIAS - - - - 1 - - 2 3 3
EMPRESAS PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS
- - - - 3 1 - 3 7 7
TOTAL 34 3 5 18 15 8 2 14 65 99
TIPO
NÚMERO DE MESAS CRIADAS NAS UNIDADES DE RESTAURAÇÃO
E SIMILARES TOTAL
GERALATÉ
2012
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (I
SEM)
SUB
TOTAL
RESTAURANTES 831 - 30 45 33 25 30 24 187 1.018
SNACK-BARES 62 8 8 - 24 14 4 46 104 166
BARES - - 12 - - 8 - - 20 20
DISCOTECAS 42 15 - 20 - - - - 35 77
BOTEQUINS - - - 70 12 - - 12 94 94
PASTELARIAS - - - - - - 2 4 6 6
EMPRESAS PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS
- - - - - 25 - - 25 25
TOTAL 935 23 50 135 69 72 36 86 471 1.406
TIPO
NÚMERO DE CADEIRAS CRIADAS NAS UNIDADES DE RESTAURAÇÃO
E SIMILARES TOTAL
GERAL ATÉ
2012
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (I
SEM)
SUB
TOTAL
RESTAURANTES 780 - 120 180 132 100 30 96 658 1.438
SNACK-BARES 248 32 32 - 92 56 4 184 400 648
BARES - - 72 - - 32 - - 104 104
DISCOTECAS 124 - - 70 - - - - 70 194
BOTEQUINS - - - 280 36 - - 48 364 364
PASTELARIAS - - - - - - 2 12 14 14
EMPRESAS
PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS
- - - - - 50 - - 50 50
TOTAL 1.152 32 224 530 260 238 36 340 1.320 2.212
EMPREGOS CRIADOS NAS UNIDADES DE RESTAURAÇÃO E SIMILARES
ANOS HOMENS MULHERES TOTAL
2013 210 186 396
2014 149 94 243
2015 149 94 243
2016 21 16 37
2017 10 11 21
2018 7 6 13
2019 (I SEM) 26 42 68
TOTAL 572 449 1.021
Com base na estatística apresentada, constata-se que estamos em presença de um crescimentoainda muito tímido das infra-estruturas de apoio ao turismo e de um fraco movimento turísticona província, apontando como causas fundamentais desta situação, as seguintes:
A crise económica que o país vive
Descapitalização dos empresários
Deficiente ou quase nulo o acesso ao crédito junto dos bancos comerciais pelas empresas.
Ausência de Planos Directores do Turismo dos Municípios, instrumentos que facilitariam asempresas na identificação dos locais a implantar os investimentos.
A não implantação de infra-estruturas técnicas pelo Governo dos locais já identificados para odesenvolvimento do turismo.
A localização geográfica da Província com o resto do país, o que implica a utilização da via aéracomo a única para o turismo e com tarifas extremamente altas dos bilhetes de passagem que ascompanhias aéreas praticam.
III– CONSTRANGIMENTOS E PROPOSTA DE SOLUÇÃO:
Para além dos aspetos descritos atrás, existem outras informações que julgamos serem pertinentes e quepossam merecer uma atenção especial por parte dos órgãos e organismos superiores, tais como:
1. Elaboração dos Planos Diretores Municipais do Turismo e do Plano Provincial do Turismo.
ANTECEDENTES: Desde a Independência, a província nunca teve um plano diretor do turismo, nem a nível municipal e nem a nível provincial. No ano passado, o Ministério do Turismo preparou e remeteu-nos os termos de referência com vista a facilitar a elaboração destes instrumentos mas, devido a complexidade técnica e dos custos que a sua execução implicam, até ao momento não conseguimos dar um passo.
CONSEQUÊNCIAS: A ausência dos Planos Diretores Municipais e Provincial do turismo constituem um dos factores que impedem investimentos privados no turismo da província, ao lado de tantos outros como o mau estado de conservação das vias de acesso; a falta de água potável, energia e comunicações nos locais já identificados como potenciais locais de interesse turístico.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Incluir nos PIP’s de 2020 e 2021, acções que visam a elaboração dos referidos planos, passando necessariamente pela contratação de empresas tecnicamente idóneas, tendo em conta a complexidade técnica e financeira que esta actividade exige.
2. Construção de infraestruturas técnicas no espaço reservado para o projecto turístico náutico deLândana.
ANTECEDENTES: No quadro das preocupações do sector em desenvolver o turismo na Província, emarticulação com o Ministério do Turismo, a Vila de Lândana foi escolhida em 2015 como espaçoprivilegiado para implantação de um projecto turístico náutico, tendo-se iniciado os primeirosestudos de pormenor por uma empresa contratada pelo INFOTUR mas, por falta de recursos, osestudos estão paralisados.
CONSEQUÊNCIAS: Atraso na implementação do projecto; o espaço reservado começa a servandalizado; perda de uma das fontes de receita para o Estado numa altura em que se pretendeincrementar a diversificação da economia nacional, estando o turismo como uma das áreasprivilegiadas.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Incluir nos PIP’s de 2020 e 2021, acções que visam a conclusão dosestudos técnicos do espaço; elaboração do projecto e construção das referidas infraestruturastécnicas.
3. Pontos de interesse turístico identificados e não explorados:
ANTECEDENTES: Em acções concertadas, as Secretarias do Comércio, Hotelaria e Turismo e da Culturae as Administrações Municipais, foram identificados vários recursos naturas, histórico-culturais degrande interesse turístico que, nesta altura em que as atenções do Executivo estão viradas para odesenvolvimento do turismo como uma das alternativas para a diversificação da economia, poderiamser perfeitamente explorados pelo sector privado mas, devido a ausência de infraestruturas técnicasindispensáveis, a sua exploração não tem sido possível (Vias de acesso; água; energia; comunicações).
CONSEQUÊNCIAS: Com estas carências em infraestruturas técnicas, o sector privado tem receio deavançar com os investimentos, tornando impossível a implementação do turismo na província eperdade uma das fontes de receita para o Estado numa altura em que se pretende incrementar adiversificação da economia nacional, estando o turismo como uma das áreas privilegiadas.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Incluir nos PIP’s de 2020, 2021 e 2022 acções que visam a construção dasreferidas infraestruturas técnicas, de forma gradual, em locais a indicar e mobilizar o empresariadoprivado local para intervir com investimentos no domínio do turismo.
4. Funcionamento do Resort de Sanga Planície:
ANTECEDENTES:O Governo da Província investiu na construção do Resort deSanga Planície na Comuna de Miconje, Município do Belize. Depois de muitotempo inoperante, apareceu uma empresa privada que se ofereceu para suaexploração, na base de um contrato assinado, a qual não conseguiu rentabilizá-lo devido a sua localização. É possível que neste momento esteja novamenteinoperante.
CONSEQUÊNCIAS: Exploração paralisada e com ameaça da degradação dasinfraestruturas lá existentes.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Rescisão do contrato com a empresa e contrataruma outra, através de um concurso público e reabilitação das infraestruturasque estiverem danificadas. Também se pode optar pela privatização.
5. Funcionamento das Instalações da Piscina Municipal do Tafe:
ANTECEDENTES: Propriedade do Estado que era explorada pela Ex-EMPROTEL-UEE,redimensionada a favor de uma empresa que, por falta de recursos, não conseguiufazer nada. Perante esta paralisação, o Governo da Província reabilitou-as e concedeu-as à empresa Yelica para exploração, com base no contrato assinado. Em 2014, é opróprio Governo da Província que unilateralmente decidiu pela rescisão do contratocom a Yelica e exigiu a sua retirada do espaço em 24 horas.
CONSEQUÊNCIAS: Com a retirada da empresa Yelica, as instalações ficaramcompletamente abandonadas; funcionamento paralisado; instalações vandalizadas,necessitando de uma intervenção para reabilitação e apetrechamento.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Incluir nos PIP’s de 2020 e 2021 acções que visam areabilitação das referidas instalações e/ou privatiza-las.
6. Funcionamento do Centro de Superação Profissional de Hotelaria, vulgo “Escola de Hotelaria”:
ANTECEDENTES: Instituição que se dedica à formação de quadros do nível básico em matéria de hotelaria e turismo, beneficiando de verbas do OGE para o seu funcionamento, pois ela é Órgão Dependente(OD) da Unidade Orçamental do Governo da Província.Desde a sua abertura em 1990, já formou 1339 técnicos básicos que, muitos deles, estão no mercado do emprego nas diversas unidades hoteleiras, restauração e similares a nível do país em geral e da província, em particular.
As suas instalações, pequenas pela dimensão, estão em mau estado de conservação, precisando reabilitação, ampliação e apetrechamento em mobiliário e equipamentos, bem como a nomeação de uma direcção capaz de melhorar o seu funcionamento.
CONSEQUÊNCIAS: A actual situação que a instituição atravessa, não garante um eficiente processo de ensino e aprendizagem, sobretudo quando se trata de uma formação técnico-profissional.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO: Incluir nos PIP’s de 2020 e 2021 acções que visam a reabilitação, ampliação e apetrechamento em mobiliário e equipamentos, ou privatizá-las.
MATONDO
MUITO OBRIGADO