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, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XXXIX - SUPLEMENTO AO N9 047 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 1984 CÂMARA D()S DEPUTADOS REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N9 634,-B, de 1975 QUE INSTITUI o CÓDIGO CIVIL

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DIARIORepública Federativa do Brasil

===li'I~~

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XXXIX - SUPLEMENTO AO N9 047 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 1984

CÂMARA D()S DEPUTADOS

REDAÇÃO FINAL DO

PROJETO DE LEI

N9 634,-B, de 1975

QUE INSTITUI o CÓDIGO CIVIL

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002 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

ensino.

REDAçAO FINAL DO PROJETO DE LEI N9 634-B, DE 1975

QUE INS~ITUI O CODIGO CIVIL

o CONGRESSO NACIONAL decreta:

homologação judicial, e por sentença do juiz,se o menor tiver dezoito anos completos.

b) Pelo casamento.c) Pelo exercício de emprego públicod) Pela colação de grau em curso de

rior.

ouvido o tutor,

efetivo.

supe-

C{1DIGO CIVIL

e) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pe­la existência de relação de emprego, desde que. em função d!les, o menor, com dezoito anos completos, tenha economia pr§pria.

e um anos.

CAPITULO I

DAS PESSOAS rISICAS

DA PERSONALIDADE E DA. CAPACIDADE

por

99. Serão inscritos em registro público:_ Os nascimentos, casamentos e óbitos.

_ A emancipação por outorga dos pais, ou

Art.I

II

Art. 69. A existência da pessoa física terminacom a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes. nos casosem que a lei autoriza a abertura de sucessio definitiva.

Art. 79. Pode ser declarada a morte presumida, semdecretação de ausência:

I - Se for extremamente provável a morte de quemestava em perigo de vida.

11 - Se alguém, desaparecido em campanha ou fei­to prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o tér­mino da guerra.

Parágrafo un~co. A declaração da morte presumida,nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgota­das as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a da­ta provável do falecimento.

Art. 89. Se dois' ou mais indivíduos falecerem namesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comori­

./entes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente~tos.

IV - A sentença declaratória de ausência e de mor

te presumida.

Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:I - Das sentenças que decretarem a nulidade ou

a anulação do casamento, a separação judicial e o restabeleci

mento da sociedade conjugal.11 - Das sentenças que julgarem ilegítimos os fi­

lhos concebidos na constância do casamento, e as que declara­

rem a filiação legítima.111 - Dos atos judiciais ou extrajudiciais que de-

clararem ou reconhecerem a filiação ilegítima.IV - Dos atos judiciais ou extrajudiciais de ado-

ção, e dos que a dissolverem.

sentença do juiz.111 - A interdição por incapacidade absoluta ou r!

lativa.

t

G E R A L

TITULO I

DAS PESSOAS

L I V.R O

P,AR T E

Art. 19. Todo homem é capaz de direitos e obriga­

ções na ordem civil.

Art. 29. A personalidade civil do homem começa do

nascimento com vida; mas a lei põe a salvo os direitos do

nascituro.

Art. 39. são absolutamente incapazes de exercer

pessoalmente os atos da vida civil:I - Os menores de dezesseis anos.11 - Os que, por enfermidade ou retardamento me~

tal, não tiverem o necessário discernimento para a prática

desses atos.111 - Os que, ainda por causa transitória, não p~

derem exprimir sua vontade.

Art. 49. são incapazes, relativamente a certos a­

tos, ou ã maneira de os exercer:I - Os maiores de dezesseis e menores de vinte

11 - Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos,

e os que, por fraqueza mental, tenham o discernimento reduzi

dp.111 - Os excepcionais, sem desenvolvimento mental

cbmpleto.IV - Os pródigos.Parágrafo'único. A capacidade dos silvícolas sera

regulada por legislação especial.

Art. 59. Aos vinte e um anos completos acaba a me

noridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os atos

da vida civil.Parágrafo único. Cessará, para. os menores, a inca

pacidade:a) Por concessão dos pais, ou de um deles na falta

do outro, mediante instrumento público independentemente de

CAPITULO II

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exc~ção dos casos· previstos em lei,

os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenun­ciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação volun-

tária.Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a

lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e da-

sem prejuízo de outras sanções previstas em , .nos, _e1.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 003

Parágrafo único.

gitimação para requerê-la o

quer parente da linha reta,

grau.

Em se tratando de morto,

cônjuge sobrevivente, ou

ou Ja colateral até o

terá l-e

qual,­

quarto

Art. 23. Também se declarará a ausência, e se no­

meará curad?r, quando o ausente deixar mandatário, que nao

que~ra, ou nao possa exercer ou continuar o mandato, ou se

os seus poderes forem insuficientes.

Art. 21+. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe­

á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, obse~

vando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tuto­

res e curadores.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que nao es­

teja separado judicialmente, ou de fato há mais de cinco a­

nos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo cu­

rador.

§ 19. Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens

do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem,

nao havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.

§ 29. Entre os descendentes, os mais próximos pr~

cedem os mais remotos.

Art. 13. Salvo eX1.gencia médica, os atos de dis··

pos1.çao do próprio corpo são defesos quando importarem dimi,·

nuição permanente da integridade física, ou contrariarem os

bons costumes.

Parágrafo UnJ.co. Admitir-se~ão, porém, tais atos

para fins de transplante, na forma estabelecida em lei espe··

ciaL

Art. 11+. t válida, com objetivo científico, ou

altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo

ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser li··

vremente revogado a qualquer tempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a subme··

ter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a interven

ção cirúrgica.

§ 39. Na falta das pessoas mencionadas,

ao juiz a escolha do curador.

compete

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ~l

sente, são partes 1egítimas para requerer essa proteção o

cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Art. 21. A vida privada da pessoa física·é invio

lável, e o JU1.Z, a requerimento do interessado, adotará as

providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato

contrário a esta norma.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o no,­

me alheio em propaganda comercial.

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lí·~

citas goza da proteção que se dá ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias

ã administração da justiça ou à manutenção da ordem pública,

a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a pu··

blicação, a exposição .ou a utilização da' imagem de uma pe!~

soa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo

da indenização que couber, se lhe. atingirem a honra, a boa

fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comel~

ciais.

empregado

exponham ao

difamató··

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome,

comp~eendidos o prenome e o nome patronímico.

Art. 17. Ó nome da pessoa não pode ser

por outrem em publicações ou representações que a

desprezo público, ainda quando não haja intenção

ria.

neleSeçãe II

Da sucessão provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens

do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador,

em se passando três anos, poderão os interessados requerer

que se declare a ausência e se abra provisoriamente a suces­

são.

Art. 27. Somente se consideram, para esse efeito,

interessados:

I O cônjuge não separado judicialmente.

11 - Os herdeiros presumidos, legítimos ou tes­

tamentários.

111 - Os que tiverem sobre os bens do ausente di­

reito dependente de sua morte.

IV - Os credores de obrigações vencidas e não p~

gas.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da

sucessão prOV1.sor1.a só produzirá efeito seis meses depois de

publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, se

procederá ã abertura do testamento, se existir, e ao invent~

rio e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

§ 19. Findo o prazo do art. 26, e não havendo ab­

solutamente interessados na sucessão provisória, cumpre ao

Ministério Público requerê-la ao juízo competente.

CAPf'l'ULO III

DA AUSt:NCIA

.Seção I

Da curadoria dos bens do ausente

Art. 22. Desaparecendo urna pessoa do seu domicí­

lio sem que dela haja notícia, se nao houver deixado repre­

sentante ou procurador, a quem toque administrar-lhe os bens,

o juiz, a requerimento de qualquer .interessado ou do Minis­

tério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

§ 29. 'Não comparecendo? para requerer o,inventá ­

rio, herdeiro ou interessado, até trinta dias depois de pas­

sar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provi­

sória, proceder-se-á ã arre~adação dos bens do ausente pela

forma estabelecida nos arts. 1.81+2 a 1.81+6.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar

conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos

a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos gara~

tidos pela União.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse

dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,m~

diante penhores, ou hipotecas, equivalentes aos quinhões res

pectivos.

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004 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

cônju­

poderão,

bens do

§ 19. O que tiver direito à posse provisória, mas

não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será ex­

cluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a admi­

nistração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo

juiz, e que preste a dita garantiá.

§ 29. Os ascendentes, os descendentes e o

ge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros,

independentemente de garantia, entrar na posse dos

ausente.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alie

nar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o or

dene o juiz, para lhes evitar a ruína.

Art. 32. Empossados nos bens, o~ sucessores provi

sórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente,

de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que

de futuro àquele se moverem.

Art. 33. O descendente, ascendente, ou cônjuge,que

for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os fru­

tos e rendimentos dos bens ~ue a este couberem. Os outros su

cessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e

rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o

representante do Ministério Público, e prestar anualmence

contas ao juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar

provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perd~

rá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendi ­

mentos.

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse

provisória, poderá, justificando falta de meios, requerer

lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe

tocaria.

Art. 35. Se durante a ~osse provisória se provar

a epoca exata do falecimentos do ausente, considerar-se-á,ne~

sa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o e­

ram àquele tempo.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou, se lhe provar

a existência, depois de estabelecida a posse provisória, ce~

sarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos,

ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias

precisas,até à entrega dos bens a seu dono.

Seção IH

Da sucessão definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a

sentença que concede a abertura da sucessão provisória, pod~

rão os interessados requere~ a definitiva ~ o levantamento

das cauções prestadas.

Art. 38. Também se pode requerer a sucessão defi­

nitiva, provando-se que o ausente conta oitenta anos de ida­

de, e que d,e cinco datam as últimas notícias suas.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos se­

guintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus

descendentes, ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os

~ens existentes no estado em que se acharem, os subrogados

em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessa

dos houverem recebido pelos alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos deste artigo,

o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a su-

cessão definitiva, a plena propriedade dos bens arrecadados

passará ao Município ou ao Distrito Federal, se o ausente e­

ra domiciliado nas respectivas circunscrições.

TíTULO H

DAS PESSOAS JURíDICAS

CAPíTULO I

DISPOSIÇQES GERAIS

Art. 4D. As pessoas jurídicas são de direito pú­

blico, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público

interno:

I - A União.

H Os Estados, o Distrito Federal e os Territó

rios.

IrI - Os Municípios.

IV - As autarquias.

V - As demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário,as

pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado

estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quan­

to ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público

externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem

regidas pelo direito internacional público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público

interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agen­

tes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado

o direito regressivo contra os causadores do dano, se hou­

ver, por parte destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - As associações.

II - As sociedades.

III - As fundações.

Parágrafo único. As disposições concernentes as

associações aplicam-se, subsidiariamente, às sociedades que

são objeto do Livro II da Parté Especial deste Código.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas j~

rídicas de direito privado com a inscrição do ato constituti

vo no respectivo registro, ~recedida, quando necessário, de

autorização ou aprovação do Governo. Serão averbadas no re­

gistro todas as alterações por que passar o ato constituti­

vo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de

anular a constituição das pessoas jurídicas de direito priv~

do, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publi­cação de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:

I - A denominação, os fins, a sede, o tempo deduração e o fundo social, quando houver.

II - O nome e a individualização dos fundadores

ou instituidores, e dos diretores.

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Maio de 1984 VIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 005

da·pessoa jurídica

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos a~

ministradores, exercidos nos limites de seus poderes defini­

dos no ato constitutivo.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração

coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos

presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo di­

verso.Parágrafo único. Decai em três anos o direito de

anular as decisões a que s~ refere este artigo, quando viola

rem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simu.­

lação ou fraude.

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de

exercer direito ou função que lhe tenham sido legitimamente

conferidos, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei

ou nos estatutos.

Art. 57. A exclusão do associado so e admissível

em havendo justa causa, obedecido o disposto nos estatutos,

mas, sendo estes omissos, poderá também ocorrer se for reco­

nhecida a existência de motivos graves, em deliberação funda

mentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembléia g~

ral especialmente convocada para esse fim.

Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de con­

formidade com os estatutos, decretar a exclusão, caberá sem­

pre recurso à assembléia geral.

I - A denominação, os fins e a sede da associa-ção.

ral:

Art. 59. Compete privativamente à assembléia g~

11 - Os requisitos para a admissão, demissão eexclusão dos associados.

111 - Os direitos e deveres dos associados.

IV As fontes de recursos para sua manutenção.

V - O modo de constituição e funcionamento dosórgãos deliberativos e administrativos.

VI - As condições para a alteração das disposi­ções estatutárias e para a dissolução.

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos,

mas os estatutos poderão instituir categorias com vantagens

especiais.

Art. 56. A qualidage de associado é intransmissí­

vel, se os estatutos não drspuserem o contrário.

Parágrafo único. Se o associado for titular de

quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transf~

rência daquela não importará, de per si, na atribuição da

qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo

disposição diversa dos estatutos.

subsidi-

jurídica

interessa.-

ou não,

Art. 49. Se a. administração da pessoa

vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer

do, nomear-lhe-á administrador provisório.

Art. 50. A pessoa jurídica não pode ser desviada

dos fins estabelecidos no ato constitutivo, para servir de

instrumento ou cobertura à prática de atos ilícitos, ou abu­

sivos, caso em que poderá o juiz, a requerimento de qualquer

dos sócios ou do Ministério Público, decretar a exclusão do

sócio responsável, ou, tais sejam as circunstâncias, a diss~

lução da entidade.

Parágrafo unlCO. Neste caso, sem preJulzo de ou­tras sanções cabíveis, responderão, conjuntamente com os da

pessoa jurídica, os bens pessoais· do administrador ou repre­

sentante que dela se houver utilizado de maneira fraudulenta

ou abusiva, salvo se norma especial determinar a responsabi­

lidade solidária de todos os membros da administração.

111 - O modo por que se administra e representa,,~

tiva e passivamente, judicial e extrajudicialmente.

IV - Se o ato constitutivo é reformável no tocan

te à administração, e de que modo.

V - Se os membros respondem,

ariamente pelas obrigações sociais.

VI - As condições de extinção

e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa juríd~

ca, ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela su~

sistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

§ 19. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídi­

ca estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.

§ 29. As disposições para a liquidação das socie­

dades se aplicam, no que couber, às demais pessoas jurídicas

de direito privado.

§ 39. Encerrada a liquidação, promover-se-a o can

celamento da inscrição da pessoa jurídica.

I - Eleger os administradores.

11 - Destituí-los.

111 - Aprovar as contas.

IV - Alterar os estatutos.

Parágrafo único. Para as deliberações a que aludem

os incisos II e IV é exigido o voto concorde de dois terços

dos presentes à assembléia especialmente convocada para esse

fim, não podendo ela deliberar, em primeira convocação, sem

a maioria absoluta dos assopiados, ou com menos de um ter­

ço, nas seguintes.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no qu.e

couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Art. 60. A convocação da assembléia geral far-se­

á na forma dos estatutos, garantido a um quinto dos associa­

dos o 9ireito de promovê-la.

CAPITULO Ir

DAS ASSOCIAÇOES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união

de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, di­

reitos e obrigações reciprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, os estatutos das

associações conterão:

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente

do seu patrimônio liquido, depois de deduzidas, se for o ca­

so, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo unlCO

do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos

designada nos estatutos; ou, omissos estes, por deliberação

dos associados, a instituição municipal, estadual ou fede­

ral, de fins idênticos ou semelhantes.

§ 19. Por cláusula dos estatutos ou, no seu silê~

cio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da

destinação do remanescente referida neste artigo, receber em

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006 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplementb Maio de 1984

restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições

que tiverem prestado ao patrimônio da associação.

§ 29. Não existindo no Município, no Estado, no

Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver

sede, instituição nas condições indicadas neste artigo,o que

remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Esta­

do, do Distrito Federal ou da União.

de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qual­

quer interessado, lhe promoverá "a extinção, incorporando-se

o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato cons­

titutivo, ou nos estatutos, em outra fundação, designada pe­

lo juiz, que se proponha a fim igualou semelhante.

TITULO III

CAPíTULO III DO DOMIC!LIO

DAS FUNDAÇOES

Art. 62. Para criar uma fundação, far-lhe-á o seu

instituidor, por escritura pública ou testamento, dotação e~

pecial de bens livres, especificando o fim a que a destina,

e declarando, se quiser, a ~aneira de administrá-la.

Parágrafo único. A fundação somente poderá cons­

tituir-se paJ~a fins religiosos, morais, culturais ou de as­sistência.

Art. 70. O domicílio da pessoa física é o lugar

onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa física tiver diver ­

sas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á

domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. t também domicílio da pessoa física,qua~

to às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é

exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão

em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio pa­

ra as relações que lhe corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa física,

que nao tenha residência habitual, o lugar onde for encontr~

da.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a resi

dência, com a intenção manifesta de o mudar.

Parágrafo único. A prova da intenção resultará do

que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que

deixa, e para onde vai, ou se tais declarações não fizer, da

própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio

Art. 76. Têm domicílio necessarlO o incapaz, o seE

vidor público, o militar, o marítimo e o preso.

Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do

seu representante ou assistente; o do servidor público, o-lu

gar em que exercer permanentemente suas funções; o do mili­

tar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a

sede do comando a que se encontrar imediatamente subordina­

do; o do marítimo, onde o navio. estiver matriculado; e o do

preso, o lugar em que cumprir a sentença.

III - Do Município, o lugar onde funcione a admi­

nistração municipal.

IV - Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde

funcionarem as respectivas diretorias e àdministrações, ou

onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atos

constitutivos.

§ 19. Tendo a pessoa jurídica diversos estabeleci

mentos em lugares diferent~s, cada um será considerado domi­

cílio para os atos nele praticados.§ 29. Se a administração, ou diretoria, tiver a

sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurldica, no tocante às obrigações contraídas por cada urna das

suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, aque ela corresponder.

respectivas

- Da União, o Distrito Feder.al.

- Dos Estados e Territórios, as

I

II

e:

capitais.

Ar-t. 63. Quando insuficientes para constituir a

fundação, os bens a ela destinados serão, se outra coisa não

dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação, que

se proponha a fim igualou semelhante.

Art. 64. Constituída a fundação por negoclo jurí­

dico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe

a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados,

e, se não o fizer, serão transcritos, ou inscritos, em nome

dela, por mandado judicial.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a

aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formu­

larão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), os estatu

tos da fundação projetada, submetendo-os, em seguida, à apr~

vação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

Parágrafo único. Se não elaborarem os estatutos no

prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, den­

tro em seis meses, caberá ao Ministério Público fazê-lo.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Pú­

blico do Estado, onde situadas.

Parágrafo único. Se funcionarem no Distrito Fede­

ral, ou em T~rritório, ou, ainda, se estenderem a sua ativi­

dade a mais de um Estado, caberá ao Ministério Público Fede­

ral esse encargo.

Art. 67. Para que ~e possam alterar os estatutos

da fundação é mister que a reforma:

I - Seja deliberada por dois terços dos compo-

nentes para gerir e representar a fundação.

11 - Não contrarie ou desvirtue o fim desta.

III - Seja aprovada pelo órgão do Ministério Pú-

blico, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la a re­

querimento do interessado.

Ar"t. 68. Quando a alteração não houver sido apr~

vada por votação unânime, os administradores da fundação, ao

submeterem os estatutos ao órgão do Ministério Público, re­

quererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la,

se quiser, dl~ntro em dez dias.

Ar-t. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inú­

til a finalidade a Que visa a fundação, ou vencido o prazo

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 007

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, ci­

tado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem desig­

nar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado

no Distrito Federal ou no último ponto do território brasi­

leiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos poderão os contr~

entes especificar domicílio onde se exercitem e cumpra~ os

direitos e obrigações dele resultantes.

Seção lI!

Dos bens fungíveis e consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substi

tuir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis, cujo uso

importa destruição imediata da própria substância, sendo tam

bém considerados tais os destinados a alienação.

L I V R O I ISeção IV

Dos bens divisíveis

Os bens que formam essa universa

relações jurídicas próprias.

DOS BENS

TfTULO ONICO

DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

CAPfTULO I

DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Seção I

Dos bens imóveis

Art. 79. são bens imóveis o solo e tudo quanto se

lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos l~

gais:I - Os direitos reais sobre imóveis e as ações

que os asseguram.

II - O direito ã sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - As edificações qúe, separadas do solo, mas

conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - Os materiais provisoriamente separados de

um prédio, para nele mesmo se reempregarem.

Seção Ir

Dos bens móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi-o

mentu próprio, ou de remoçãp por força alheia, sem alteração

da substância ou da destinação econômico-sociai.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos le··

gais:

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fra­

cionar sem alteração na sua substância, diminuição considerá

vel de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tor

nar-se indivisíveis por determinação da lei, ou vontade das

partes.

Seção V

Dos bens singulares e coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reuni

.dos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a plur~

lidade de bens singulares que, pertinentes ã mesma pessoa,

tenham destinação unitária.

Parágrafo único.

lidade podem ser objeto de

Art. 91. Constitui universalidade de direito o

complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de va

lor econômico.

CAPíTULO Ir

DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si,

abstrata ou concretamente. Acessório, aquele cuja existência

supõe a do principal.

Art. 93. são pertenças os bens que, não constitu­

indo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao

uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

Art. 94. Os negópios jurídicos; que dizem respei­

to ao bem principal, não abrangem as pertenças, salvo se o

contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou

das circunstâncias do caso.

ações correspondentes.

III - Os direitos pessoais de caráter patrimonial

e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma const~!

ção, enquanto não forem empregados, conservam a sua qualida··

de de móveis. Readquirem essa qualidade os provenientes da

demolição de algum prédio.

I

Ir

- As energias que tenham valor econômico.

- Os direitos reais sobre objetos móveis e as

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem

principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio

jurídico.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias,

úteis ou necessárias.

§ 19. são voluptuárias as de mero deleite ou re­

creio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o

tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

§ 29. são úteis as que aumentam ou facilitam o u-

so do bem.

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008 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

os

ser

§ 39. São necessárias as que têm por fim conser­

var o bem ou evitar que se deteriore.

Ar-t. 97. Não se consideram benfeitorias os melho­

ramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção

do proprietáJ~io, possuidor ou detentor.

CAPITULO III

DOS BENS POBLICOS

Art. 98. são públicos os bens do domínio nacional

pertencentes as pessoas jurídicas de direito público inter­

no. Todos os outros são particulares, seja qual for a pes­

soa a que pertencerem.

Art. 99. são bel10S públicos:

I - Os de uso comum do povo, tais como os ma-

res, rios, estradas, ruas e praças.

II - Os de uso especial, tais como os edifícios

óu terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da admi­

nistração federal, estadual, territorial ou municipal, inclu

sive o de suas autarquias.

IIr - Os dominicais, que constituem o patrimônio

das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de di­

reito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contr~rio,

consideram-sE~ dominicais os bens pertencentes às pessoas ju­

rídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de

direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo

e os de uso especial são inalienáveis enquanto conservarem

a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem

alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Salvo disposição especial de lei,

bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos. bens públicos pode ser

gratuito ou l~etribuído, conforme for legalmente estabelecido

pela entidade, a cuja administração pertencerem.

nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste

caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação co

mum.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não

invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar a~

tes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não

dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamen­

te a exigir.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a es­

critura pública é essencial à validade dos negócios jurídi­

cos que visem a constituição, transferência, modificação ou

renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a

trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a clá!:!;

sula de não valer sem instrumento público, este é da subs­

tância do ato.

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ain­

da que o seu autor haja feito a reserva mental de não que­

rer o que manifestou, salvo se dela o d6stinatário tinha co­

nhecimento.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as

circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessá ­

ria a declaração de vontade expressa.

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá

mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido lite

ral da linguagem.

Art. 113. Os negoclos jurídicos devem ser inter

pretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebra

ção.

Art. 114. Os negoclos jurídicos benéficos e a re­

núncia interpretam-se estritamente.

CAPíTULO Ir

DA REPRESENTAÇAo

DO NEG6CIO JURíDICO

TITULO I

DOS FATO~ JURIDICOS

L I V R O I I I

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se

por lei, ou pelo interessado.

Art. 116. A manifestação de vontade pelo repre ­

sentante, nos limites de seus poderes, pro~uz efeitos em re­

lação ao representado.

Art. 117. Salvo se o.permitir a lei ou o represe~

tado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no

seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesm~

CAPITULO I

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - Agente capaz.

II - Objeto lícito, possível, determinado ou de­

terminável.

III - Forma prescrita ou nao defesa em lei.

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das par­

Tes nao pode ser invocada pela outra em benefício próprio,

Parágrafo único. para esse efeito, tem-se como ce

lebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em

quem os poderes houverem sido subestabelecidos.

Art. 118. O representante é obrigado a provar as

pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qua-

lidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, nao o fa-

~ndo, responder pelos atos que a estes excederem.

Art. 119. ~ anulável o negócio concluído pelo re­

presentante, em conflito de interesses com o representado,se

tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele

tratou.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) - Suplemento Quinta-feira 17 009

rias.

CAPíTULO III

lícita.

DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO

exercício,Ar-t. 131. O termo inicial suspende o

mas nao a aquisição do direito.

Art. 136. O encargo nao suspende a aquisição, nem

o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto

no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensi

va.

Art. 137. O encargo ilícito ou impossível se con­

sidera não escrito, exceto se constituir o motivo determina~

te da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídi

co.

Art. 133. Nos testamentos o prazo se presume em

favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedo~

salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das cir

cunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do cre­

dor, ou de ambos os contraentes.

Art. 13'-1. Os negócios jurídicos entre vivos, sem

prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver

de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no

que couber, as disposições relativas à condição suspensiva

e resolutiva.

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional

em contrário, computam-se os prazos, excluindo o dia do come

ço, e incluindo o do vencimento.

§ 19. Se este cair em dia feriado, considerar-se­

á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.

§ 29. -Meado considel.'a-se, em qualquer mês, o seudécimo quinto dia.

§ 39. Os prazos de meses a anos expiram no dia de

igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata

correspondência.

§ '-19. Os prazos fixados por hora contar-se-ão de

minuto a minuto.

negócio

verifi-

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do

à condição suspensiva, enquanto esta se não

se terá adquirido o direito, a que ele visa.

jurídico

car, não

Art. 12'-1. Têm-se por inexistentes as condições 'i!!!:

péssíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impo~

sível.

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que,d~

rivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o e­

feito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Art. 122. são lícitas, em geral, todas as condi­

ções nao contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costu

mes. Entre as condições defesas se incluem as que privarem

de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro

arbítrio de uma das partes.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes

sao subordinados:

1- As condições física ou juridicamente impo~

síveis, quando suspensivas.

11 - As condições ilícitas, ou de fazer coisa i-

III - As condições incompreensíveis ou contraditó

Parágrafo único. ~ de seis meses, a contar da co~

clusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de

decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.

Art. 120. Os requisitos e os efeitos da represen­

tação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; e

os da representação voluntária, os da Parte Especial deste

Código.

Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob con

dição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela no­

vas disposições, estas não terão valor, realizada a condi­

ção, se com ela forem incompatíveis.

CAPíTULO IV

DOS DEFEITOS DO NEG6CIO JURíDICO

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto

es·ta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo ~

xercer-se desde a ~onclusão deste o direito por ele estabele

cido.

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, exti~

gue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe.

Mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou perlO­

dica, a sua realização, salvo disposição em contrário, nao

tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compa­

tíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos

ditames de boa-fé.

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efei­

tos jurídicos, a condição, cujo implemento for maliciosamen­

te obstado pela parte, a quem desfavorecer. Considera-se, ao

contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a

efeito por aquele, a quem aproveita o seu implemento.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos ca­

sos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido prati

car os atos destinados a conservá-lo.

Seção I

Do erro ou ignorância

Art. 138. são anuláveis os negócios jurídicos,quan

do as declarações de vonta~e emanarem de erro substancial

que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal,

em face das circunstâncias do negócio.

Art. 139. O erro é substancial:

I Quando interessa ã natureza do negócio, ao

objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a

ele essenciais.

11 - Quando diz respeito à identidade ou a quali

dade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de

vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante.

III - Quando, sendo de direito e não implicando

recusa à aplicação da lei, for o móvel único ou principal do

negócio jurídico.

Art. 1'-10. Só vicia a declaração de vontade o fal­

so motivo quando expresso como razão determinante.

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010 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 141. A transmissão errônea da vontade por

meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a

declaração direta.

Art. 142. O erro da indicação da pessoa, ou coi­

sa, a que se referir a declaração ·de vontade, não viciará o

negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se

puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

Ar't. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a re

tificação da declaração de vontade.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do neg~

cio jurídico, quando a pessoa, a quem a manifestação de von­

tade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade

da vontade real do manifestante.

Seção 11

Do dolo

Art. 145. são os negócios jurídicos anuláveis por

dolo, quando este for a sua causa.

Ar'L 146. O dolo acidental só obriga à satisfação

das perdas e danos. t acidental o dolo, quando a seu despei­

to o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Ar't. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o si

lêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou

qualidade, que a outra parte haja ignorado, constitui omis­

são dolosa, provando-se que sem ela se não teria celebrado

o negócio.

Ar't. 148. Pode também ser anulado o negócio jurí­

dico por dolo de terceiro, se a parte, a quem aproveite, de­

le tivesse ou devesse ter conhecimento. Em caso· contrário,

ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá

por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

Ar't. 149. O dolo do representante . legal de uma

das partes só obriga o representado a responder civilmente ~

tê a importância do proveito que teve. Se, porém, o dolo for

do representante convencional, o representado responderá so­

lidariamente com ele por perdas e danos.

Ar't. 150. Se ambas as partes procederem com dolo,

nenhuma pode alegá-lo, para anular o negócio, ou reclamar in

denização.

Seção III

Da cáação

Ar't. 151. A coação, para viciar a declaração da

vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor

de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família,

ou aos seus bens.

Parágrafo un1CO. Se disser respeito a pessoa nao

pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas cir

cunstâncias, decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-á em con­

ta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do

paciente e todas as demais circunstâncias, que lhe possam in

fluir na gravidade.

A~t. 153. Não se considera coação a ameaça do e­

xercício normal de um direito, nem o simples temor reveren­

cial.

Art. 154. Vicia o negoc10 jurídico a coação exer­

cida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecime~

to a parte a quem aproveite, e esta responderá solidariamen­

te com aquele por perdas e danos.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coa

çao decorrer de terceiro, sem que dela tivesse ou devesse

ter conhecimento a parte a quem aproveite, mas o autor da

coação responderá por todas as perdas e danos que houver cau

sado ao coacto.

Seção IV

Do estado de perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando

alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de

sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assu­

me:obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa nao perte~

cente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as

circunstâncias.

Seção V

Da lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob

premente necessidade, ou por inexperi~ncia, se obriga a pre~

tação manifestamente desproporcional ao valor da prestação o

posta.

§ 19. Aprecia-se a desproporção das prestações se

gundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o ne

gácio jurídico.

§ 29. Não se decretará a anulação do negócio, se

for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favoreci­

da concordar com a redução do proveito.

Seção VI

Da fraude contra credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de

bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já in­

solvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o

ignore, poderão ser anulado; pelos credoreS quirografários,

como lesivos dos seus direitos.

§ 19. Igual direito assiste aos credores cuja ga­

~antia se tornar insuficiente.

§ 29. Só os credores, que Ja o eram ao tempo da­

queles atos, podem pleitear-lhes a anulação.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos

onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for no­

tória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contra­

ente.

Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor in­

solvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximad~

mente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo,

com a citação de todos os interessados.

Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para

conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corres

panda ao valor real.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159,

poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 011

por úni

hipot;::

somente

que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulent a.,

ou terceiros adquirentes que haj~~ procedido de má fé.

Art. 162. O credor quirografário, que receber do

devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida,

ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se

tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

Art. 153. Presumem-se fraudatórias dos direitos

dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor in

solvente tiver dado a algum credor.

Art. 164. Presum~m-se, porém, de boa fé e valem

os negócios ordinários indispensáveis ã manutenção de estabe

lecimento mercantil, rural, ou industrial, ou ã subsistência

do devedor e de sua família.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a

vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre

que se tenha de efetuar o concurso .de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios tinham

co objeto atribuir direitos preferenciais, mediante

ca, penhor, ou anticrese, sua invalidade importará

na anulação da preferência ajustada.

CAPITULO V

DA INVALIDADE DO NEGOCIO JURíDICO

Art. 169. O negoclo jurídico nulo não é suscetí

vel de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo con­

tiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim,

a que visavam as partes, permitir supor que o teriam queri­

do, se houvessem previsto a nulidade.

Art. 171. Além dos .casos expressamente declarados

na lei, é anulável o negócio jurídico:

I - Por incapacidade relativa do agente.

11 - Por vício resultante de erro, dolo, coação,

estado de perigo, lesão ou 'fraude contra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado

pelas partes, salvo direito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a sub~

tância do negócio confirmado e a vontade expressa de confir­

má-lo.

Art. 174. t escusada a confirmação expressa, qua~

do o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente

do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução vo

luntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174,

importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que

contra ele dispusesse o devedor.

incapaz.

Art. 166. t nulo o negócio jurídico:

I - Quando celebrado por pessoa absolutamente

11 - Quando for ilícito, impossível ou indetermi

nável o seu objeto.

111 - Quando o motivo determinante, comum a ambas

as partes, for ilícito.

IV - Quando nao revestir a forma prescrita em

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar

da falta de autorização de terceiro, será validado, se este

a der posteriormente.

Art. 177. A anulabilidade nao tem efeito antes de

julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício. Só os int;::

ressados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que

a alegarem, salvo o caso de solidariedade, ou indivisibilid~

de.

lei.

V - Quando for preterida alguma solenidade que

a lei considere essencial para a sua validade.

VI - Quando tiver por objetivo fraudar lei impe-

rativa.

VII Quando a ],ei taxativamente o declarar nulo,

ou proibir-lhe a prática, sem cominar sançao.

Art. 167. t nulo o negocJo jurídico simulado, mas

subsistirá o qu~ se dissimulou, se válido for na substância

e na forma.

Art. 178. t de quatro anos o prazo de decadência

para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:

I - No caso de coação, do dia em que ela ces-

saro

11 - No de erro~ dolo, fraude "contra credores,e~

tado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio

jurídico.

111 - No de atos de incapazes, do dia em que ces­

sar a incapacidade.

Haverá simulação nos negócios jurídicos:

Quando aparentarem conferir ou transmitir~

diversas das a quem realmente se conferem,

111 - Quando os instrumentos particulares forem

antedatados, ou pós-datados.

§ 29. Ressalvam-se os direitos de terceiros de

boa fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes ~

dem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministé ­

rio Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo un~co. Devem ser pronunciadas pelo juiz

quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as

encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las ainda

que a requerimento das partes.

§ 19.

I

reitos a pessoas

ou transmitem.

11 - Quando contiverem declaração,

condição ou cláusula não verdadeira.

confissão,

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ~

to é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anu­

lação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão

do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e vinte e um

anos, nao pode, para se eximir de uma obrigação, invocar a

sua idade, se dolosamente a ocultou, inquirido pela outra

parte, ou se, no ato de se obrigar, espontaneamente se decla

rou maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma o­

brigação anulada, pagou a um incapaz, se nao provar que re­

verteu em proveito dele a importância paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir­

se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e,

não sendo possível restituí-las, serao indenizadas com o e­

quivalente.

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012 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção f) - Suplemento Maio de 1984

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz

a do;negócio jurídico sempre que este puder provar-se por ou

tro meio.

Ar-t. 184. Respeitada a intenção das partes, a in­

validade par-cial de um negócio jurídico não o prejudicará na

parte válida, se esta for separável. A invalidade da obriga­

ção principal implica a das obrigações acessórias, mas a des

tas não induz a da obrigação principal.

TITULO Ir

DOS ATOS JURIDICOS LíCITOS

k~t. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não se­

jam negóci08 jurídicos, aplicam-se, no que couber, as dispo­

sições do Título anterior.

TITULO III

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser

alterados por acordo das partes.

Art. 193. A prescri.ção pode ser alegada em qual­

quer grau de juriSdição, pela parte a quem aproveita.

Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a a­

legação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente in

capaz.

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas

jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representa~

tes legais, que derem causa à prescrição,ou não a alegarem ~

portunamente.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa

continua a correr contra o seu sucessor.

Seção Ir

Das causas que impedem ou suspendem a prescrição

A~t. 197. Não corre a prescrição:I - Entre os cônjuges, na constância da socieda

de conjugal.

o pátrio poder.111 _ Entre tutelados ou curatelados e seus tuto-

res ou curadores, durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a yrescrição:

I - Cõntra os incapazes de que trata o art. 39.

11 - Contra os ausentes do Brasil em serviço pu-

blico da União, dos Estados, ou dos Municípios.111 - Contra os que se acharem servindo nas For-

ças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato qued~

apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição an

respectiva sentença d~finitiva.

DOS ATOS ILíCITOS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntá

ria, negligi~ncia ou imprudência, violar di.reito e causar da­

no a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilí­

cito.

A:C't. 187. Também comete ato ilícito o titular de

um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limi­

tes impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé

ou pelos bons costumes.

A:C't. 18B. Não constituem atos ilícitos:

I - Os praticados em legítima defesa ou no exer

cicio regular de um direito reconhecido.11 A deterioração ou destruição da coisa a-

lheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminen­

te.

Parágrafo único. Neste último caso, o ato será l~

gitimo somente quando as circunstâncias o tornarem absoluta­

mente'necessário, não excedendo os limite~ do indispensável

para a remoção do perigo.va ser

tes da

Ir

Art.

I

Ir

IrI

Entre ascendentes e descendentes,

199. Não corre igualmente:

_ Pendendo condição suspensiva.

_ Não estando vencido o prazo.

Pendendo ação de evicção.

durante

I

TíTULO IV

DA PRESCRIÇÃO E DA DECAD~NCIA

CAPITULO

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos

l "dA " SOA aproveitam os outros, se a obrigaçãocredores so l arlOS,

for indivisível.

Seção 111

Das causas que interrompem a prescrição

em

Art. 202. A interrupção da prescrição, que so po­

derá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - Pelo despacho do juiz, ainda que incompete~

te, que ordenar a citação, se o interessado a promover no

prazo e na forma da lei processual.

11 Pelo protesto, nas condições do inciso ante

DA PRESCRIÇÃO

Seção I

Disposições gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular

a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos

a que aludem os arts. 205 e 206.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo

que a pretemsão.

Art. 191. A renúncia da prescrlçao pode ser expres

sa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de ter­ceiro, depois que a prescrição se consumar. Tácita é a re­

núncia, qUémdo se presume de fatos do interessado, incompativeis com a prescrição.

rior.

111 - Pelo protesto cambial.

IV - Pela apresentação do título de crédito

juízo de inventário, ou em concurso de credores.

V - Por qualquer ato judicial que constituamora o devedor.

VI - Por qualquer ato inequívoco, ainda que

trajudicial, que importe reconhecimento do direito pelovedor.

em

em

ex-

de-

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 013

CAP1TULO II

DA DECAD:t:NCIA

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da de­

cadência, quando estabelecida por 'lei.

VI - A pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

em

e

pelo

prest~

fixada

e far­

ou medi

- A pretensão dos engenheiros, arquitetos

pelos seus honorários.

- A pretensão dos professores e mestres

lições que derem.

Art. 209. t nula a renúncia ã decadência

b) Para os administradores, ou fiscais, da apre­

sentação, aos sócios, do balanço referente ao exerClClO

que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assem

bléia geral, que dela deva tomar conhecimento.

c) Para os liquidantes, da primeira assembléia semestral, posterior ã violação.

VIII - A pretensão para haver o pagamento de títu­

lo de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as dispo­sições de lei especial.

IX - A pretensão do benefl'cl'a-rl'o tcon ra o 'segur~

dor, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de res­

ponsabilidade civil obrigatório.

§ 49. Em quatro anos, a pretensão relativa ã tute

la, a contar da data da aprovação das contas.

§ 59. Em cinco anos:

I A pretensão de cobrança de dívidas líquidas

constantes de instrumento público ,ou particular.

11 - A pretensão dos médicos, odontólogos

macêuticos, por suas visitas, operações, assistência

camentos, contado o prazo da data do último serviço

do, em relação ao mesmo tratamento.

em lei.

V A pretensão de reparação civil.

VI - A pretensão de restituição dos lucros ou di

videndos recebidos de má fé, correndo o prazo da data em que

foi deliberada a distribuição.

VII - A pretensãp contra as pessoas em seguida in

dicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:

a) Para os fundadores, da publicação dos atos cons

titutivos da sociedade anônima.

Art. 208. Aplica-se ã decadência o disposto nos

arts. 195 e 198, n9 I.

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário,não

se aplicam ã decadência as normas que impedem, suspendem ou

interrompem a prescrição.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a pa!:

te a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de juri~

dição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

111 - A pretensão dos advogados, curadores e nro­

curadores judiciais, para o pagamento de seus honorários~con

tado o prazo do vencimento do contrato, da decisão final d~

processo, da ciência da cessação do mandato, ou da conclusãodo negócio.

pagamento das

IV

agrimensores,

V

Seção IV

Dos prazos da prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando

a lei não lhe haja fixado prazo menor.

§ 29. A interrupção operada contra um dos herdei­

ros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros

ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direi­

tos indivisíveis.

§'39. A interrupção produzida contra o principal

devedor prejudica o fiador.

herdeiros.

§ 29. Em dois anos, a pretensão para haver pres­

tações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

§ 39. Em três anos:

I - A pretensão relativa a aluguéis de prédios

urbanos ou rústicos.

11 - A pretensão para receber prestações venci ­

das de rendas temporárias ou vitalícias.

111 - A pretensão para'haver juros, dividendos ou

quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos nao

maiores de um ano, com capitalização ou sem ela.

IV - A pretensão de ressarcimento de enriqueci ­

mento sem causa.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recome

ça a correr da da'ta do a to que a interrompeu, ou do úl timo

do processo para a interromper.

Art. 204. A interrupção da prescrlçao por um cre­

dor nao aproveita aos outros. Semelhantemente, a interrupção

operada contra o co-devedor~ ou seu herdeiro, nao prejudica

aos demais coobrigados.

§ 19. A interrupção, porém, por um dos credoresso

lidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efe­

tuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por

qualquer interessado.

Art. 206. Prescreve:

§ 19. Em um ano:

I - A pretensão dos hospedeiros ou fornecedores

de víveres destinados a consumo no próprio estabelecim~nto ,

para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos.

11 - A pretensão do segurado contra o segurador,

ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) Para o segurado, no caso de seguro de responsa

bilidade civil, da data em que é citado para responder ã a­

ção de indenização proposta pelo terceiro prejudicado ou da

que a este indeniza, com a anuência do segurador.

b) Quanto aos delllais seguros, da ciência do fa'to

gerador da pretensão.

111 - A pretensão dos tabeliães, auxiliares da :ius

tiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela pe!:

cepção de emolumentos, custas e honorários.

IV - A pretensão contra os peritos, pela avalia­

ção dos bens que entraram para a formação do capital de so­

ciedade anônima, contado da publicação da ata da assembléi a

que aprovar o laudo.

V '- A pretensão dos credores não pagos, cont:r'a

os sócios ou acionistas, e os liquidantes, contado o prazo

da publicação da ata de encerramento da liquidação da socie­

dade.

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014 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) - Suplemento Maio de 1984

TíTULO V ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por

outro escrivão consertados.

séntado.

DA PROVA

Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser

anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

111 - Testemunha

IV - Presunção

V - Perícia.

Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém,

com as disposições principais, ou com a legitimidade das par

tes, as declarações enunciativas não eximem os interessados

em sua veracidade do ônus de prová-las.

Art. 220. A anuência, ou a autorização de outrem,

necessária à validade de um ato, provar-se-á do mesmo modo

que este, e constará, sempre que ser possa, do próprio ins­

trumento.

Art. 217. Terão ~ambém a mesma força probante os

traslados e as certidões, extraídos por oficial público, de

instrumentos ou documentos lançados em suas notas.

Art. 218. Os traslados e as certidões considerar­

se-ão instrumentos públicos, se os originais se houverem pr~

duzido em juízo como prova de algum ato.

Art. 219. As declaraçõe~ constantes de documentos

assinados prcsumem-se verdadeiras em relação aos signatá-

rios.

Se feita por um representante,s~

em que este pode vincular o repr~

Não tem eficácia a confissão se provem

de dispor do direito a que se referem os

Art. 213.

de quem não é capaz

fatos confessados.

Parágrafo único.

mente é eficaz nos limites

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma es

pecial, o fato juridico pode ser provado mediante:

I - Confissão

11 - Documento

Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas

de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova

plena.

§ 19. Salvo quando exigidos por lei outros requi­

sitos, a escritura pública deve conter:

a) Data e local de sua realização.

b) Reconhecimento da identidade e capacidade das

partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como

representantes, intervenientes ou testemunhas.

c) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,d~

micílio e residência das partes e demais comparecentes, com

a indicação, quando necessário, do regime de bens do casame~

to, nome do outro cônjuge e filiação.

d) Manifestação clara da vontade das partes e dos

intervenientes.

e) Referência ao cumprimento das exigências leglis

e fiscais inerentes à legitimidade do ato.

f) Declaração de ter sido lida na presença daspartes e demais comparecentes, ou de que todos a leram.

g) Assinatura das partes e dos demais comparecen­

tes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, encer ­

rando o ato.

§ 29. Se algum comparecente nao puder ou nao sou­

ber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu ro-

go.

§ 39. A escritura sera redigida na língua nacio-

nal.

§ 49. Se qualquer dos comparecentes nao souber a

língua nacional e o tabelião não entender o idioma em que se

expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de

intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa ca

paz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimen­

tos bastantes.

§ 59. Se algum dos comparecentes rião for conheci­

do do tabelião, nem puder identificar-se por documento, deve

rão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o co­

nheçam e atestem sua identidade.

Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as

certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo

das audiênci~s, ou de outro qualquer livro a cargo do escri­

vão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por

Art. 221. O instrumento particular, feito e assi­

nado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposi­

ção e administração de seus bens, prova as obrigações conve~

cionais de qualquer valor. Mas os seus efeitos, bem como os

da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de

transcrito no registro público.

Parágrafo único. A prova do instrumento particu ­

lar pode suprir-se pelas outras de caráter legal.

Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada

a autenticidade, faz prova mediante conferência com o origi­

nal assinado.

Art. 223. A cópiá fotográfica de documento, conf~

rida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração

da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exi

bido o original.

Parágrafo único. Essa prova não supre a ausência

do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei

ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito àsua exibição.

Art. 224. Os documentos redigidos em língua es­

trangeira serão, para ter efeitos legais no País, vertidos

em português.

Art. 225. As reproduções fotográficas, cinemato ­

gráficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer

outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de

coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem fo­

rem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.

Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e so

ciedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu

favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínse

co, forem confirmados por outros subsídios.

Parágrafo único. A prova resultante dos livros e

fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura

pública, ou escrito particular revestido de requisitos espe­

ciais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou

inexatidão dos lançamentos.

Art. 227. Salvo os ~asos expressos, a prova exclu

sivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cu

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 015

fato:

Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre

111 Que o exponha, ou as pessoas aludidas no in

ciso anterior, a perigo de çlemanda ou de dano patrimonial i­

mediato.

I - Os menores de dezesseis anos.

11 - Os que, por enfermidade ou retardamento mel'!

tal, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vi

Cla civil.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa

certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tra­

dição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá,

salvos, porem, a ele os seus direitos até o dia da perda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do deve­

dor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorarsem

culpa do devedor, recebê-Ia-á, tal qual se ache, o credor,

sem direito a indenização; se por culpa do devedor, obser­

var-se-a o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, a coisa tivermelhoramento ou aumento, sem despesa, ou trabalho do deve-

dor, lucrará o credor o melhoramento, ou o aumento, sem pa­

gar indenização.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, acoisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou

pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação @

ra ambas as partes. Se a perda resultar de culpa do deve­

dor, responderá este pelo equivalente, e mais perdas e danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o deve­

dor culpado; poderá o credor resolver a obrigação, ou acei­

tar a coisa, abatido ao seu preço o valor, que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o cre­

dor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em

que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,

indenização das perdas e danos.

Art. 237. Até à tradição pertence ao devedor a

coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais

poderá exigir aumento no preço. Se o credor não anuir, pod~

rá o devedor resolver a obrigação. Também os frutos percebi

dos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

fa­

fal-

testemu-Art. 228. Não podem ser admitidos como

nhas:

I~I - Os cegos e surdos, quando a ciência do

to, que se quer provar, dependa dos sentidos que lhes

tam.

IV - O interessado no litígio, o amigo íntimo ou

o inimigo capital das partes.

V - Os cônjuges, os ascendentes, os descenden-

tes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das par­

tes, por consangtlinidade, ou afinidade.

Parágrafo único. Para a prova de fatos que só e­

las conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a

que se refere este artigo.

jo valor não ultrapasse o deéuplo do maior salário mínimo vi

gente no País ao tempo em que foram celebrados.

Parágn;tfo único. Qualquer que seja o valor do n,,­

goc~o jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsi­

diária .ou complementar da prova por escrito.

I - A cujo respeito, por estado ou profissão,d~

va guardar segredo.

11 - A que não possa responder sem desonra pró­

pria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo

íntimo.

Art. 230. As presunções, que 'não as legais, não

se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemu-

nhal.Art. 231. Quem se nega a submeter-se a exame me

dica necessário, não poderá aproveitar-se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada p~

lo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o

exame.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, em­

pregou o devedor trabalho, ou dispêndio, o caso se regulará

pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realiza­

das pelo possuidor de boa ou má fé.

Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, o~

servar-se-á, do mesmo modo, o disposto.neste Código, acerca

do possuidor de boa ou má fé.

P A R T E E S P E C I A L

L I V R O I

DO DIREITO DAS OBRIGAÇOES

Seção 11

Das obrigações de dar coisa incerta

Art. 245. Cientificado o credor da escolha, vigo­

rará o disposto na Seção anterior.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e

peJa·quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrá­

rio não resultar do título da obrigação. Mas não poderá dar

a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

TITULO I

DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇOES

CAPITULO I

DAS OBRIGAÇOES DE DAR

Seção I

Das obrigações de dar coisa certa

Art. 243. A coisa incerta sera indicada, ao

nos, pelo gênero e quantidade.

me-

ge-lhe os

contrário

caso,

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abran-~ .-

acessor~os, posto não mencionados, salvo se o

resultar do título, ou das circunstâncias do

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor

alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força

maior, ou caso fortuito, salvo se se tratar de dívida gene­

rica restrita.

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016 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

CAPíTULO II

DAS OBRIGACOES DE FAZER

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar per­

das e danos o devedor que recusar a prestação a ele só im­

posta, ou séi por ele exeqifível.

Ar't. 248. Se a prestação do fato se impossibili ­

tar sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por

culpa do d'evedor, responderá este pelas perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por ter­

ceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do de­

vedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indeni­

zação cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o cre­

dor, independentemente de autorização judicial, executar ou

mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

CAPíTULO III

DAS OBRIGACOES DE NÃO FAZER

Ar't. 250. Extingue-se a obrigação de nao fazer,

desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abs

ter-se do fato, que se obrigou a não praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja ab~

tenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça,

sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado

perdas e danos.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderáo cre

dor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autori

zação judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

CAPíTULO IV

DAS OBRIGAÇOES ALTERNATIVAS

AI't. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha

cabe ao deve,dor, se outra coisa não se estipulou.

§ 19. Não pode, porém, o devedor obrigar o credor

a receber parte em uma prestação e parte em outra.

§ 29. Quando a obrigação for de prestações per~o­

dicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada pe­

ríodo.

§ 39. No caso de pluralidade de op~antes, não ha-

vendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o

prazo por este assinado para a deliberação.

§ 49. Se o título deferir a opção a terceiro, e

este não quiser, ou nao puder exercê-la, caberá ao juiz a

escolha, se não houver acordo entre as partes.

Ar't. 253. Se uma das duas prestações não puder

ser objeto de obrigação, ou se tornar inexeqifível, subsisti­

ra o débito quanto à outra.

Ar·t. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder

cumprir nenhuma das prestações, não compet~ndo ao credor a

escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por

último se irr~ossibilitou, mais as perdas e danos que o caso

determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma

das prestações se tornar impossível por culpa do devedor, o

credor terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou

o valor da outra, com perdas e danos. Se, por culpa do deve­

dor, ambas se tornarem inexeqifíveis, poderá o credor recla­

mar o valor de qualquer das duas, além da indenização pelas

perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem im­

possíveis, sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.

CAPíTULO V

DAS OBRIGAC0ES DIVISíVEIS E INDIVISíVEIS

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de

um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividmaem

tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores,

ou devedores.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a pre~

tação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de

divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou

dada a razão determinante do negócio jurídico.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a

prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívi

da toda.

Parágrafo único. O devedor, que paga a dívid~ ffillr

roga-se no direito do credor em relação aos outros coobriga­

dos.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, pod~

rá cada um destes exigir a dívida inteira. Mas o devedor ou

devedores se desobrigarão, pagando:

I - A todos conjuntamente.

11 - A cada um, dando este caução de ratificação

dos outros credores.

Art. 261. Se um só dos credores receber a presta­

ção por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de

exigir dele em dinheiro a parte, que lhe caiba no total.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a

obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes

so a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.

Parágrafo único. O mesmo se observará no caso de

transação, novação, compensação ou confusão.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obri

gação que se resolver em perdas e danos.

§ 19. Se, para esse efeito, houver culpa de todos

os devedores, responderão todos por partes iguais.

§ 29. Se for de um só a culpa, ficarão exonerados

os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

CAPíTULO VI

DAS OBRIGACOES SOLIDÁRIAS

Seção I

Disposições gerais

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obri­

gação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, ca-

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 017

da um com direito, ou obrigado, ã dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta

da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e

simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicio­

nal, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o ou­

tro.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição, ou obriga­

ção adicional, estipulada entre um dos devedores solidários

e o credor, não poderá' agravar a posição dos outros, sem con

sentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por cul

pa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o en­

cargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só

responde o culpado.'

DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇOES

TíTULO Ir

Art. 284. No caso de rateio, entre os co-devedo­

res, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente, co~

tribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor.

Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclu­

sivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela

para com aquele que pagar.

pelos ju­

somente

obrigação

Art. 280. Todos os devedores respondem

ros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta

contra um; mas o culpado responde aos outros pela

acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor

as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não

lhe aproveitando, porém, as pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar ã solidariedade

em favor de um, alguns ou todos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar da solid~

dade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por in­

teiro tem direito a. exigir de cada um dos co-devedores a sua

quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se

o houver. Presumem-se iguais, no débito, as partes de todos

os co-devedores.Art. 271. Convertendo-se a pres",:ação em perdas I:

danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remido a dívida ou

recebido o pagamento, responderá aos outros pela parte, qUI:

lhes cabia.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores so­

lidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.

Art. 270. Se falecer um dos credores solidários

deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigi:!:'

e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão

hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Art. 273. A um dos credores solidários nao pode ()

devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos credo··

res solidários não atinge os demais; o julgamento favorável

aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao

credor que o obteve.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários

não demandar o devedor comum, a qualquer daqueles poderá es­

te pagar.

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem di­

réito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por in­

teiro.

Seção Ir

Da solidariedade ativa

CAPíTULO I

Seção IrI

Da solidariedade passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber'

de um ou alguns dos devedores, parcial, ou totalmente, a dí-·

vida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os de-o

mais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto..

Parágrafo único. Não importará renúncia da solid~

riedade a propositura de ação pelo credor'contra um ou al­

guns dos devedores.

Art. 276. Se morrer um dos devedores solidários,

deixando herdeiros, cada um destes não será obrigado a pagar

senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditá ri o,

salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos se­

rão considerados como um devedor solidário em relação aos

demais devedores.

DA CESSÃO DE CRtDITO

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a

isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a con­

venção com o devedor. A cláusula proibitiva da cessão não

poderá ser oposta ao cessionário de boa fé, se não constar

do instrumento da obrigação.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na ces­

são de um crédito se abrangem todos os seus acessórios.

Art. 288. t ineficaz, em relação a terceiros, a

transmissão de um crédito, se se não celebrar mediante ins­

trumento público, ou instrumento particular revestido das

solenidades do § 19 do art. 654.

Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem

o direito de fazer averbar a cessão ã margem da inscri ç ã o

principal.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos de

vedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos ou­

tros devedores, senão até ã concorrência da quantia paga, ou

relevada.

Art. 290. A cessão do crédito nao tem eficácia em

relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por

notificado se tem o devedor que, em escrito público ou parti

cular, se declarou ciente da cessão feita.

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018 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 291. Ocorrendo var~as cessões do mesmo crédi

to, prevalece a que se completar com a tradição do titulo do

crédito cedido.

dor, notificado, nao impugnar, dentro. em um mês, a transfe­

rência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes

de ter conhecimento da cessão, paga ao' credor primitivo, ou

que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao ces­

sionário que lhe apresenta, com o titulo de cessão, o da o­brigação cedida. Quando o crédito constar de escritura pú­

blica, prevalecerá a prioridade da notificação.

TíTULO III

DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇOES

CAPíTULO I

Art. 293. Independentemente do conhecimento da

c~ssão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos' con­

servatórios do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as

ezceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em

que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o ceden

te.

Ar't. 295. Na cessão por titulo oneroso, o ceden­te, ainda que se não responsabilize, fica responsável ao ces

sionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe ce­

deu. A mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por titu

lo gratuito, se tiver procedido de má fé.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o ceden

te não responde pela solvência do devedor.

Ar-t. 297. O cedente, responsável ao cessionácio p~

la solvência do devedor, não responde por mais do que daqu~

le recebeu, I~om os respectivos juros; mas tem de ressarcir­lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver fei­

to com a cobrança.

Seção I

De quem deve pagar

DO PAGAMENTO

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da di

vida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios

conducentes ã exoneração do devedor.Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro

não interessado, se o fizer em nome e por conta do devedor,

salvo oposição deste.

Art. 305. O terceiro nao interessado, que paga a

dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do

que pagar; mas não se sub-roga nos direitqs do credor.Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dí­

vida, so terá direito ao reembolso no vencimento.

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com des

conhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar

aquele que pagou,se o devedor tinha meios para ilidir a ação

Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que impor­

tar em transmissão da propriedade, quando feito por quem Po!

sa alienar o objeto, em que ele consistiu.Parágrafo único. Se, porém, se der em pagamento

coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que,de

boa fé, a recebei e consumiu, ainda que o solvente não tives

se o direito de alheá-la.

os

pode

da

de

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não

transferido pelo credor que tiver conhecimento

mas o devedor que o pagar, não tendo notificação

exonerado, subsistindo somente contra o credor

de terceiro.

CAPíTULO Ir

mais ser

penhora;

la, fica

direitos

DA ASSUNÇÃO DE DíVIDA

Seção II

Daqueles a quem se deve pagar

Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pa­gamento o portador da quitação, exceto se as circunstâncias

contrariarem a presunção daí resultante.

Art. 310. Não vale, porém, o pagamento cientemen­te feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor nao pro­

varque em benefício dele efetivamente reverteu.

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou

a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois

de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu pro ­

veito.

Art. 309. O pagamento feito de boa fé ao credor

é válido, ainda provando depois que não era cre-putativo

dor.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de

intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação

a ele oposta por terceiros, o p~gamento não valerá contra e!

tes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, fi­

cando-lhe, entretanto, salvo o regresso contra o credor.

Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor

primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da

dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas

ao credor.

Art. 299. t facultado a terceiro assumir a obri­

gação do devedor, com o consentimento expresso do credor, f:!:,

cando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tem

po da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

Pa:J:'ágrafo único. Qualquer das partes pode assinar

prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, in­

terpretando-se o seu silêncio como recusa.

Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor

as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode

tomar a seu (largo o pagamento do crédito garantido; se o cre

Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser

anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias.Não se restauram, porém, as garantias prestadas por tercei­

ro, exceto s,~ este conhecia o vício que inquinava a obriga ­

ção.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 019

Designados dois ou mais lugares,

a escolha.

Seção IH

Do objeto do pagamento e" sua prova

Art. 313. O credor nao é obrigado a receber pres

tação diversa da que lhe é devida, embora mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto

prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a rece­

ber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se aju~

tou.

Art. 315. As dívidas em dinheiro devem ser pagas

em moeda corrente e pelo seu valor nominal, no vencimento, a

partir de quando sofrerão correção monetária.

Art. 316. Aplica-se a correção monetária nas dívi

das em dinheiro e nas de valor, a partir do respectivo venci

mento.

Parágrafo único. t lícito convencionar o aumento

progressivo de prestações sucessivas.

Art. 317. Quando, pela desvalorização da moeda, ~

correr desproporção manifesta entre o valor da prestação d,:­

vida e o do momento da execução, o juiz determinará a corr,:­

ção monetária, mediante aplicação dos índices oficiais, por

cálculo do contador.

Art. 318. são nulas as convençõés de pagamento em

ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a di:f~

rença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados

os casos previstos na legislação especial.

Art. 319. O devedor, que paga, tem direito a qui-

tação regular, e pode reter o pagamento, enquanto lhe não

for dada.

Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada

por instrumento particular, designará o valor e a espécie da

dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o

tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou

do seu representante.

Parágrafo único. Ainda sem esses requisitos vale­

ra a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resul

tal' haver sido paga a dívida.

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na

devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir,

retendo o pagamento, declaração do creqor, que inutilize o

título sumido.

Seção IV

Do lugar do pagamento

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio

do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente,

ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação

ou das circunstâncias.

Parágrafo único.

cabe ao credor entre eles

Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de

um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no

lugar onde este se acha.

Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se nao

efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor

fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.

Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em ou­

tro local faz. presumir renúncia do credor relativamente ao

previsto no contrato.

Seção V

Do tempo do pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário,não

tendo sido ajustada época para o pagamento, o credor pode e­

xigi-lo .imediatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se

na data do implemento da condição, incumbida ao credor a pr~

va de que deste houve ciência o devedor.

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar

a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou

marcado neste Código:

I - No caso de falência do devedor, ou de cq~

curso de credores.

II - Se os bens, hipotecados ou empenhados, fo­

rem penhorados em execução por outro credor.

III - Se cessarem, ou se tornarem insuficientes ,

as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor,

intimado, se negar a reforçá-las.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se hou­

ver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará venci

do quanto aos outros devedores solventes.

dicas,

rio, a

Art. 322.

a quitação da

presunção de

Quando

última

estarem

o pagamento

estabelece,

solvidas as

for em quotas peri6­

até prova em contrá­

anteriores.

CAP1TULO H

DO PAGAMENTO POR CONSIGNAÇAO

Art. 323. Sendo a quitação do capital sem rese:l:'­

va dos juros, estes presumem-se pagos.

Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a

presunção do pagamento.

Parágrafo único. Ficará, porém, sem efeito a qui­

tação assim operada se o credor provar, dentro em sessen"ta

dias, o não pagamento.

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue-se a

obrigação, o dep6sito judicial da coisa devida, nos casos e

forma legais.

Art. 335. A consignação tem lugar:

I - Se o credor não puder, ou: sem justa causa,

recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida for

ma.

III - Se o credor for incapaz de receber, ou for

desconhecido, ou declarado ausente, ou residir em lugar in­

certo, ou de acesso perigoso ou difícil.

Art." 325. Presumem-se a cargo do devedor as des'p~

sas com o pagamento e quitação. Se, porém, ocorrer aumen"to

por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.

Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por

medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que

aceitaram os do lugar da execução.

II - Se o credor não for, nem mandar receber

coisa no lugar, tempo e condições devidas.

a

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020 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) - Suplemento Maio de 1984

IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitima­

mente receber o objeto do pagamento.

V - Se pender litígio sobre o objeto do paga-

mento.

Ar't. 336. Para que a consignação tenha força de

pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao

objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é

válido o pagamento.

Ar-t. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do p~

gamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante,

os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado impro­

cedente.

Ar't. 338. Enquanto o credor nao declarar que acei

ta o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer

o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistin

do a obrigação para todas as conseqüências de direito.

Art. 347. A sUb-rogação é convencional:

I - Quando o credor recebe o pagamen~o de ter-

ceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos.

II - Quando terceira pessoa empresta ao devedor

a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expre~

sa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor sa­tisfeito.

Art. 348. Na hipótese do artigo antecedente, n9I, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.

Art. 349. A sUb-rogação transfere ao novo credor

todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primiti­

vo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fia­dores.

Art. 350. Na sUb-rogação legal o sub-rogado não

poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à

soma, que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o deve- Art. 351. O credor originário, so em parte reem-dor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, se- bolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívi-nao de acordo com os outros devedores e fiadores. da restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar

Art. 340. O credor que, depois de contestar a li­de ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá

a preferência e garantia que lhe competiam com respeito à

coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-deve­

dores e fiadores, que não anuíram.

Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo

certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá

o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob

pena de ser depositada.

Ar't. 342. Se a escolha da coisa indeterminada CO!!!

petir ao credor, será ele citado para esse fim, sob comina ­

ção de perder o direito e de ser depositada a coisa que o d~

vedor escolher. Feita a escolha pelo devedor, proceder-se-ácomo no artigo antecedente.

Art. 343. As despesas com o depósito, quando jul­gado procedente, correrão por conta do credor, e, no caso con

trário, por conta ão devedor.

Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exone

rar-se-a mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos

pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumi­

ra o risco do pagamento.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio

entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá

qualquer deles requerer a consignação.

CAPíTULO IH

DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

inteiramente o que a um e outro dever.

CAPíTULO IVDA IMPUTAÇÃO DO PAGP~ENTO

Art. 352. A pessoa obrigada, por dois ou mais dê

bitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de in­dicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líqui­

dos e vencidos.

Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual

das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, seaceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar

contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haverele cometido violência, ou dolo.

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento i!!!putar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital,

salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a qui­

tação por conta do capital.

Art. 355. Se o devedor nao fizer a indicação do

art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta

se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar.Se

as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a

imputação far-se-á na mais onerosa •.

CAPíTULO V

DA DAÇÃO EM PAGN1ENTO

Art. 356. O credor pode ,consentir em receber pre~

tação diversa da que lhe é devida.

Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em p~

gamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas nor

mas do contrato de compra e venda.

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebi­

da em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, fi

cando sem efeito a quitação dada, ressalvaãos os direitos de

terceiros.

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direi­

to, 'em favor:

I - Do credor que paga a dívida do devedor co-

mum.11 - Do adquirente do imóvel hipotecado, que pa­

ga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o

pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel.

111 Do terceiro interessado, que paga a dívida

pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

Art. 358. Se for título de crédito a coisa

em pagamento, a transferência importará em cessão.

dada

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 021

CAPíTULO VI Ir

alimentos.

- Se uma se originar de comodato, depósito ou

DA NOVAÇÃO III - Se uma for de coisa não suscetível de pe-

Art. 360. Dá-se a novação:

I - Quando o devedor contrai com o credor nova

dívida para extinguir e substituir a anterior.

II - Quando novo devedor sucede ao antigo. fican

nhora.

Art. 374. A matéria da compensação. no Que concer

ne as dívidas fiscais, é regida pela legislação especial a

respeito.

do este quite com o credor.

III - Quando, em virtude de obrigação nova. outJ~o

credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com

este.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou

tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simples­

mente a primeira.

Art, 362. A novação por substituição do devedor

pode ser efetuada independente de consentimento deste.

Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, n2lo

tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primei

ro, 'salvo se este obteve por má fé a substituição.

Art. 364. A novação extingue os acessórios e ga­

rantias da dívida, sempre que não houver estipulação em con­

trário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o pe­

nhor, hipoteca, ou anticrese, se os bens dados em garanti.a

pertencerem a tercei.ro, que não foi parte na novação.

Art. 365. Operada a novação entre o credor e um

dos devedores solidários, somente sobre OS bens do que con.­

trair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias

do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por

esse fato exonerados.

Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação

feita sem seu consenso com o devedor pr.incipal.

Art. 367. Não podem ser objeto de novação obriga­

ções nulas ou extintas. Não assim, quando a obrigação for

simplesmente anulável.

CAPITULO VII

DA COMPENSAÇÃO

Art. 375. Não haverá compensação quando as partes

por mútuo acordo a excluírem, ou no caso de renúncia prévia

de uma delas.

Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa,

não pode compensar essa dívida com a Que o credor dele lhe

dever.

Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe àcessão, Que o credor faz a terceiros, dos seus direitos. não

pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão

teria podido opor ao cedente. Se, porem, a cessão lhe não

tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensa ­

ção do crédito que antes tinha contra o cedente.

Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis

no mesmo lugar. não se podem compensar sem dedução das des­

pesas necessárias à operacão.

Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por va­

rias dividas compensáveis. serão observadas, no compensá-las,

as regras estabelecidas quando à imputação do pagamento.

Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo

de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do

seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode o­

por ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio cre­

dor disporia.

CAPITULO VIII

DA CONFUSÃO

Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na

mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.

Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito

de toda a dívida, ou só de parte dela.

Art. 368. Se duas pes soas forem ao mesmo tempo Cl;:'

dor e devedor uma da outra. as duas obrigações extinguem-se,

até onde se compensarem.

Art. 370. Embora sejam do mesmo genero as coisas

fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão,~~

rificando-se que diferem na qualidade, quando especificada

no contrato.

Art. 369. A compensação efetua-se entre

líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

dívidas

Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor

ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrê~

cia da respectiva parte no crédito. ou na dívida, subsistin­

do quanto ao mais a solidariedade.

Art. 384. Cessando a confusão. para logo se rest~

belece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.

CAPITULO IXArt. 371. O devedor so pode compensar com o cre·­

dor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dí

vida com a de seu credor ao afiançado.

Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados

pelo uso geral, não obstam a compensação.

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas nao im

pede a compensação, exceto:

I - Se provier de esbulho, furto ou roubo.

DA REMISSÃO DAS DíVIDAS

Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo deve­

dor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.

Art. 386. A devolução voluntária do título da 0-

brigação, quando por escrito particular, prova desoneraçao

do devedor e seus co~brigados. se o credor for capaz de alie

nar, e o devedor, capaz de adquirir.

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022 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Não havendo termo, a mora se cons­

judicial ou extrajudicial.

Art. 387. A restituição voluntária do objeto emp~

nhado prova a renúncia do credor à garantia real, mas não a

extinção da dívida.

Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedo

res extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo

que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os ou­

tros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte

remitida.

TITULO IV

DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGACOES

CAPíTULO I

DISPOSICOES GERAIS

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o de

vedor por perdas e danos, mais juros e correção monetária e

honorários de advogado.

Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é ha

vido por inadimplente. desde o dia em que executou o ato de

(].ue se devia abster.

Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações res­

pondem todos os bens do devedor.

Az't. 392. Nos contratos benéficos, responde por

simples culpa o contraente, a quem o contrato aproveite, e

só por dolo,. aquele a quem não favoreça. Nos contratos onero

sos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exce­

ções previstas em lei.

Az't. 393. O devedor nao responde pelos prejuízos

resultantes de caso fortuito, ou força maior, se expressame~

te não se houver por eles responsabilizado.

CAPíTULO rI

DA MORA

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não

efetuar o pagamento, e o credor que o não quiser receber no

tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a

que sua mora der causa, mais iu;ros, correção monetária e ho­

norários de advogado.

Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora,se

tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a

satisfação das perdas e danos.

Az't.396. Não havendo fato ou omissão ímputável ao

devedor, não incorre este em mora.

Az't. 397. O inadimplemento da ol?rigação. positiva

e líquida. no seu termo, constitui de pleno direito em mora

o devedor.

Pa.rágrafo úniço.

titui mediante interpelação

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilí­

cito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

Art. 399. O devedor em mora responde pela impos­

sibilidade ela prestação, embora essa impossibilidade resulte

de caso fortuito, ou força maior, se estes ocorrerem durante

o atraso. salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano so

breviria, ainda quando a obrigação fosse oportunamente desem

penhada.

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor ise~

to de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, o­

briga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conser­

vá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável

ao devedor, se o seu v~lor oscilar entre o dia estabelecido

para o pagamento e o da sua efetivação.

Art. 401. Purga-se amora:

I - Por parte do devedor, oferecendo este a pres-

tacão, mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia

da oferta.

11 - Por parte do credor, oferecendo-a este a re

ceber o pagamento e suieitando-se aos efeitos da mora até a

mesma data.

CAPíTULO rII

DAS PERDAS E DANOS

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previs­

tas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, a­

lém do que ele efetivamente perdeu. o que razoavelmente dei­

xou de lucz'ar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo

do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efeti­

vos e os-lucros cessantes por efeito dela direto e imediato,

sem preiuízo do disposto na lei processual.

Art. 404. As perdas e danos. nas obrigações de p~

gamento em dinheiro, serão pagas com correção monetária, a­

brangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejui

zo da pena convencional.

Parágrafo único. Provado que os juros da mora nao

cobrem o preiuízo, e não havendo pena convencional, pode o

juiz conceder ao credor indenizacão suplementar.

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a cita

ção inicial.

CAPíTULO IV

DOS JUROS LEGAIS

Art. 406. Quando os juros moratórios nao forem

convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando

provierem de determinacão da lei. serão fixados segundo a t~

xa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos

devidos à Fazenda Nacional.

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é o­

brigado o devedor aos iuros da mora que se contarão assim às

dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza,

uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por senten

ça judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

CAPíTULO V

DA cLÁUSULA PENAL

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na

cláusula penal, desde que, cúlposamente, deixe de cumprir a

obrigacão, ou se constitua em mora.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 023

Art. 409. A cláusula penal, estipulada conjunta ­

mente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-seã

inexecução completa da obrigacão, ã de alguma cláusula espe­

cial ou simplesmente ã mora.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal p~

ra o caso de total inadimplemento da obrigação, esta conver­

ter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal p~

ra o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusu­

la determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfa

ção da pena cominada, iuntamente com o desempenho da obriga­

ção principal.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusu­

la penal não pode exceder o da obrigação principal.

Art. 413. A penalidade ,deve ser reduzida eqüitati

vamente pelo iuiz se a obrigação principal tiver sido cum­

prida em parte, ou se o montante da penalidade for manifest~

mente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade

do negócio.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os

devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas

esta só se poderá demandar integralmente do culpado. Cada um

dos outros só responde pela sua quota.Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada

a aoão regressiva contra o que deu causa ã aplicação da pen&

Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só i~

corre na pena o devedor, ou o herdeiro do devedor que a in­fringir, e proporcionalmente ã sua parte na obrigação.

Art. 416. Para exigir a pena convencional, nao é

necessar~o que o credor alegue preiuízo.

Parágrafo único. Ainda que o preiuízo exceda ao

previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indeni­

zacão suplementar se assim não foi convencionado. Se o ti­

ver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo

ao credor provar o prejuízo excedente.

CAPITULO VI

DAS ARRAS OU SINAL

Art. 417. ,Se por ocasião da conclusão do contrato,uma parte der ã outra, a título de arras, dinheiro ou outro

bem móvel, deverão as arras, em caso de execução. ser resti­

tuídas, ou computadas na prestação devida, se do mesmo gêne­

ro da principal.

Art. 418. Se a parte que deu as arras nao execu ­

tar o contrato, poderá a outra havê-lo por· desfeito. retendo­

as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem

as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução,

mais o equivalente, com correção monetária, juros e honorá ­

rios de advogados.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização

suplementar. se provar maior prejuízo, valendo as arras como

taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execu­

~ão do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras co­mo o mínimo da indenização.

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direitode arrependimento para qualquer das partes, as arras ou si-

nal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem

as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as re

cebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casosnão haverá direito ã indenização suplementar.

TITULO V

DOS CONTRATOS EM GERAL

CAPITULO I

DISPOSIÇOES GERAIS

Seção I

Preliminares

Art. 421. A liberdade de contratar sera exercid a

em razão e nos limites da função social do contrato.

Art. 422. Os contraentes são obrigados a guardar,

assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os pri~

cípios de probidade e boa fé.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão

cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a in­

terpretação mais favorável ao aderente.

Art. 424. Nos contratos de adesão, sao nulas as

cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a

direito resultante da natureza do negócio.

Art. 425. t lícito as partes estipular contratos

atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Seção Ir

Da formação dos contratos

Art. 427. A proposta de contrato obriga o propo ­

nente, se o contrário não resultar dos termos dela, da nature

za do negócio, ou das circunstâncias do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - Se, feita sem prazo a uma pessoa presente,

nao foi imediatamente aceita. Considera-se também presente

a pessoa que contrata por telefone, ou meio de telecomunica ­ção semelhante.

11 - Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver

decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.

111 - Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido

expedida a resposta dentro no prazo dado.IV - Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar

ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

Art. 429. A oferta ao p~blico equivale a propostaquando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se

o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.

Parágrafo un~co. Pode revogar-se a oferta pela

mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta facul­

dade na oferta realizada.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância impr~

vista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comu­

nicá-lo-á imediatamente ao aceitante. sob pena de respon'derpor perdas e danos.

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024 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições,

restrições, ou modificacões, importará nova proposta.

Art. 432. Se o negócio for daqueles, em que se não

costuma a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispen­

sado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo

a recusa.

Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação,se

antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do a­

ceitante.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam- se

perfeitos desde que a aceitação é expedida. exceto:

r - No caso do artigo antecedente.

rr - Se o proponente se houver comprometido a es

perar resposta.

rrr - Se ela nao chegar no prazo convencionado.

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lu

gar em que foi proposto.

Seção IIrDa estipulação a favor de terceiro

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro po­

de exigir o cumprimento da obrigação.

Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se

estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando,

todavia. suieito às condições e normas do contrato, se a ele

anuir, e o não inovar nos termos do a rt. 43 S .

Art. 437. Se ao terceiro, ém favor de quem se fez

o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução,não

poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direi­

to de substituir o terceiro designado no contrato. independe~

temente da sua anuência e da do outro contraente.

Parágrafo único. A substituição pode ser feita por

ato entre vivos ou por disposição de última vontade.

Seção rvDa promessa de fato de terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de ter­

ceiro responderá por perdas e danos. quando este o não execu­

tar.

Parágrafo único. Tal responsabilidade não existi­

rá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da

sua anuência o ato a ser praticado, e desde que. pelo regime

do casamento, a indenização. de algum modo, venha a recair so

bre os seus bens.

.Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para o que se

comprometer por outrem. se este, depois de se ter obrig a do,

faltar à prestação.

Seção V

Dos vícios redibitórios

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato

comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos,

qUe a tornem imprópria ao uso a que ê destinada, ou lhe dimi­

nuam o valor.

Parágrafo único. t aplicável a disposição deste ar

tigo as doações onerosas.

Art. 442. Em vez de reieitar a coisa. redibindo o

contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no

preço.

Art. 443. Se o alienante conhecia o vício, ou de­

feito, restituirá o que recebeu, com perdas e danos; se o não

conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as

despesas do contrato.

Art. 444. A responsabilidade do alienante subsis­

te ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se pere­

cer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.

Art. 445. O adquirente decai do direito de obter

a redibição ou abatimento no preço, no prazo de trinta dias

se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel. contados da

entrega efetiva. Se já estava na posse, o prazo conta-se da

alienação, reduzido ao meio.

§ 19. Quando o vício, por sua natureza, só puder

ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em

que do mesmo se tiver ciência, até o prazo máximo de seis me­

ses em se tratando de bens móveis. e· de um ano para os imó­

veis.

§ 29. Em se tratando de venda de animais, os pra­

zos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em

lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais. aplican­

do-se o disposto no parágrafo anterior, se não houver regras

disciplinando a matéria.

Art. 446. Não correrao os prazos do artigo anteri­

or na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente d~

ve denunciar o defeito ao alienante dentro nos trinta dias do

descobrimento, sob pena de caducidade.

Seção VI

Da evicção

Art. 447. Nos contratos onerosos o alienante res­

ponde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aqui­

sição se tenha realizado em hasta pública.

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa,

reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a g~

rantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto

a receber o preço, que pagou pela coisa evicta. se não soube

do risco da evicção, ou dele informado, o não assumiu.

Art. 450. Salvo estipulacão em contrário, tem di­

reito o evicto, além da restituição integral do preço, ou das

quantias, que pagou:

r - À indenização dos frutos que tiver sido o­

brigado a restituir.

11 - À das despesas dos contratos e dos prejuí­

zos que diretamente resultarem da evicção.

111 - Às custas judiciais e aos honorários de ad­

vogado. po~ ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou

parcial, será o do valor da coisa, na época em que se even ­

ceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção

parcial.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n- Suplemento Quinta-feira 17 025-

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obriga ..

ção, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada. exceto

havendo dolo do adquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens

das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las.

o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe hou-·

ver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis,

não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alie-o

nante.

Art. 454. Se as benfei;torias abonadas ao que so-·

freu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor

delas será levado em conta na restituição devida.

Art. 455. Se a evicção for parcial. mas consider~i

vel, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a

restituição da parte do preço correspondente ao desfalque so

frido. Se não for considerável, caberá somente direito a in

denização.

Art. 456. Para poder exercitar o direito, que da

evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o a··

lienante imediato, ou qualquer dos anteriores. quando e co··

mo lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à de·­

nunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evic-­

ção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou u-­

sar de recursos.

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela e-­

vicção. se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

Seção VII

Dos contratos aleatórios

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer

respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem

a existir assuma um dos contratantes, terá direito o outro

de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que

de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada

do avençado venha a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele

coisas futuras. tomando o adquirente a si o risco de virenl

a existir em qualquer quantidade. terá também direito o alie

nante a todo o preço. desde que de sua parte não tiver con .­

corrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantid~

de inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a e-­

xistir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o pr~:

ço recebido.

Art. 460. Se for aleatório, por se referir a coi·­

sas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquire!~

te terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto

que a coisa já nao existisse. em parte, ou de todo, no dia

do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o

artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo pre-­

judicado, se provar que o outro contraente não ignorava a

consumação do risco, a que no contrato se consider~va expo~

ta a coisa.

Seção VIII

Do contrato preliminar

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto àforma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contra­

to a ser celebrado.

Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com ob

servância do disposto no artigo anterior, e desde que dele

não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes

terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinan

do prazo à outra para que o efetive.

Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser

levado ao registro competente.

Art. 464. Esgotado esse prazo, poderá o juiz, a

pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplen­

te, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar,sa!

vo se a isto se opuser a natureza da obrigacão.

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao

contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo des ­

feito, e pedir perdas e danos.

Art. 466. Se a promessa de contrato ror unilate ­

ral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá

manifestar-se dentro no prazo nela previsto. ou. inexistindo

este, dentro no que lhe for razoavelmente assinado pelo dev~

dor.

Seção IX

Do contrato com pessoa a declarar

Art. 467. No momento da conclusão do contrato, p~

de uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pes­

soa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações de

correntes do contrato.

Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à ou

tra parte dentro no prazo de cinco dias da conclusão do con­

trato. se outro não tiver sido estipulado.

Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não

sera eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes

usaram para o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com

os artigos anteriores. adquire os direitos e assume as obri­

gações decorrentes do contrato, a partir do momento em que

este foi celebrado.

Art. 470. O contrato sera eficaz somente entre os

contraentes originários:

I - Se não houver indicação de pessoa, ou se o

nomeado se recusar a aceitá-la.

II - Se a pessoa nomeada era insolvente. e a ou­

tra pessoa o desconhecia no momento da indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou in­

solvente, no momento da nomeação, o contrato produzirá seus

efeitos entre os contraentes originários.

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026 Quinta-feira 17

CAPíTULO H

DA EXTINÇÃO DO CONTRATO

Seção I

Do distrato

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento

TíTULO VI

DAS VÁRIAS ESptCIES DE CONtRATO

CAPíTULO I

DA COMPRA E VENDA

Maio de 1984

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exi­

gida para o contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em

que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera median

te denúncia notificada ã outra parte.

Parágrafo único. Se. porem, dada a natureza do

contrato, uma das partes houver feito investimentos conside­

ráveis para a sua execucão, a denúncia unilateral só produzi

rá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natu­

reza e o vulto dos investimentos.

Seção tIDa cláusula resolutiva

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de

pleno direito; a tácita depende de interpelacão judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode

pedir a resolução do contrato. se não preferir exigir-lhe o

cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por

perdas e danos.

Seção IH

Da exceção de contrato não cumprido

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos

contraentes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir

o implemento da do outro.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, so

brevier a uma das partes contratantes diminuição em seu pa­

trimônio, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a presta­

ção pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se ã presta­

ção que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe com­

pete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

Seção IV

Da resolucão por onerosidade excessiva

Seção I

Disposições gerais

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda. um dos

contraentes se obriga a transferir o domínio de certa coisa.

e o outro, a pagar-lhe certo preco em dinheiro.

Art. 482. A compra e venda, quando pura. conside­

rar-se-a obrigatória e perfeita. desde que as partes acorda­

rem no obieto e no preço.

Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coi

sa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contra­

to se a coisa não vier a existir, salvo se a intenção das ~

tes era a de concluir contrato aleatório.

Art. 484. Se a venda se realizar ã vista de amos­

tras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor a~

segura ter a coisa as qualidades que lhes correspondem.

Parágrafo único. Se houver contradicão ou difere~

ça entre o protótipo ou o modelo e a maneira pela qual se ães

creveu a coisa no contrato, prevalecem aqueles.

Art. 485. A fixação do preco pode ser deixada ao

arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou

prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbên ­

cia, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os

contraentes designar outra pessoa.

Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do

preço ã taxa do mercado. ou da bolsa, em certo e determinado

dia e lugar.

Art. 487. t lícito as partes fixar o preco em fu~

ção de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de obje­

tiva determinação.

Art. 488. Convencionada a venda sem fixacão de

preço, ou critérios para a sua determinação, se não houver

tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram

ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.

Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havi

do diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.

Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor

nao é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.

Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda,quan

do se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a taxa­

ção do pl:'eço.

Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as

despesas de escl:'itura e registro a cal:'go do compl:'ador, e a

cargo do vendedor as da tradição.

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou

diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessi

vamente onerosa, com extrema vantagem para a outra. em virt~

de de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá

o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen­

tença, que a decretar, retroagirão ã data da citacão.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, ofere ­

cendo-se o reu a modificar eqaitativamente as condicões do

contrato. Art. 492. Até o momento da tradição. os riscos

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a

apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua presta­

ção seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la. a fim

de evitar a onerosidade excessiva.

da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por con­

ta do comprador.

§ 19. Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no

ato de contar, marcar, ou assinalar ~oisas, que ccmumente se

recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 027

correrãojá tiverem sido postas à disposição do comprador,

por conta deste.

§ 29. Correrão também por conta do comprador os

riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as rece

ber, quando postas ã sua disposição no tempo, lugar e pelo

modo ajustados.

Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de

estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontra

va, ao tempo da venda.

Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar dive~

so, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos,

uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das

instruções dele se afastar o vendedor.

ao comprador o direito de provar que, em tais circunstân

cias, não teria realizado o negócio.

§ 29 Se em vez de falta houver excesso, e o ven

dedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata

da área vendida, caberá ao comprador, a sua escolha, compl~

tar o preço ou devolver o excesso.

§ 39 Não haverá complemento de área, nem devolu

ção de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e

discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência as

suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter

sido a venda ad corpus.

Art. 501. Decai do direito de propor as açoes pr~

vistas no artigo anterior o vendedor ou o comprador que o

não fizer no prazo de um ano, a contar da transcrição do tí

tulo.

Art. 496. t anulável a venda de ascendente a des

Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o p~

gamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvên-­

cia, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até

que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.

Art. 498. A proibição contida no artigo anterior,

n9 111, não compreende os casos de compra e venda ou cessa0

entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para gara~

tia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido

ítem.

Art. 497. Sob pena de nulidade, nao podem ser com-­

prados, ainda em hasta pública:

I - Pelos tutores, curadores, testamenteiros e a!!

ministradores, os bens confiados ã sua guarda ou administra·­

ção.

Seção II

Das cláusulas especiais ã compra e venda

Subseção I

Da retrovenda

Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reser­

var-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadên ­

cia de três anos, restituindo o preço recebido, e reembol­

sando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o

período de resgate, se efetuaram com a sua autorização es­

crita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.

Art. 508. Se duas ou mais pessoas tiverem direito

ao retracto sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, pode-

Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as

quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o dire i to

de resgate, as depositará judicialmente.

Parágrafo único. Verificada a insuficiência do de

pósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio

da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o com­

prador.

Art. 507. O direito de resgate, que é cessível e

transmissí~el a herdeiros e legatários, poderá ser exercido

contra o terceiro adquirente.

Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisí

vel vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a qui

ser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhe

cimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si

a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de seis

meses, sob pena de decadência.

Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, pre­

ferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta

de benfeitorias, o de quinhão maior. Se os quinhões forem

iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a

quiserem, depositando previamente o preço.

Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de

posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela flui

ra o prazo de decadência.

Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contráriq

responde por todos os débitos que gravem a coisa até o mo

mento da tradição.

Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o de

feito oculto de uma nao autoriza a rejeição de todas.

cônj~~

o cônjuge do

dispensa-se o

for o da separ~

cendente, salvo se os outros descendentes e

alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos,

consentimento do cônjuge se o regime de bens

ção obrigatória.

Art. 499. t lícita a compra e venda entre

ges, com relação a bens excluídos da comunhão.

11 - Pelos servidores públicos, em geral, os bens

ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que este

jam sob sua administração direta ou indireta.

111 - Pelos juízes, secretários de tribunais, arbi

tradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares daj~~

tiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal,

juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se es

tender a sua autoridade.

IV - Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de

cuja venda estejam encarregados.

Parágrafo único. As proibiçõ~s deste artigo esten

dem-se ã cessão de crédito.

Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o

preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva

area, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, as di

mensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o compl~

mento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a

resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.

§ 19; Presume-se que a referência âsdimensões foi

simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não

exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado

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028 Quinta-feira 17DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção T) - Suplemento Maio de 1984

rã o comprador intimar as outras para nele acordarem, prev~

lecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito,

contanto qUl~ seja integral.

Subseção 11

Da venda a contento e da sujeita a prova

Art. 509. A venda feita a contento do comprador ~

tende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coi

sa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, en­

quanto o adquirente não manifestar seu agrado.

Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume­

se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as

qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o

fim a que se destina.

Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do co~

prador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa com­

prada, são as de mero comOdatário, enquanto não manifeste a

ceitá-la.

Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a de­

claração do comprador, o vendedor terá direito a intimá-lO,

judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo im

prorrogável ..

Subseção 111

Da preempção ou preferência

Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao

comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que

aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use

de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.

Parágrafo único. O prazo para exercer o direito

de preferência não poderá exceder a seis meses, se a coisa

for móvel, ou a dois anos, se imóvel.

Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu di

reito de prelação, intimando-o ao comprador, quando lhe

constar que este vai vender a coisa.

Art. 515. Aquele que exerce a preferência está,

sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condiçôes iguais,

o preço encontrado, ou o ajustado.

Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito

de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercen

do nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos

dois meses subseqüentes à data em que o comprador tiver no­

tificado o vendedor.

Art. 517. Quando o direito de preempção for esti­

pulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode

ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das

pessoas, a quem ele toque, perder, ou não exercer o seu di­

reito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita.

Ar't. 518. Responderá por perdas e danos o compra­

dor, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do

preço e dae: vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá

solidariamemte o adquirente, se tiver procedido de má fé.

Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de ne­

cessidade elU utilidade pública, ou por interesse social,não

tiver o destino, para que se desapropriou, ou não for utili

zada em obI'as ou serviços públicos, caberá ao expropriacb di

reito de preferência, pelo preço atual da coisa.

Art. 520. O direito de preferência nao se pode ce

der nem passa aos herdeiros.

Subseção IV

Da venda com reserva de domínio

Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vende­

dor reservar para si a propriedade, até que o preço estej a

integralmente pago.

Art. 522. A cláusula de reserva de domínio sera

estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do

comprador para valer contra terceiros.

Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reser­

va de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfei

ta, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, deci­

de-se a favor do terceiro adquirente de boa fé.

Art. 524. A transferência de propriedade ao com­

prador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente

pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador

a partir de quando lhe foi entregue.

Art. 525. O vendedor somente poderá executar a

cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador

em mora, mediante protesto do título ou interpelação .judi­

cial.

Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá

o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança

das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for de

vido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.

Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecede~

te, é facultado ao vendedor reter as 'prestações pagas até o

necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas

feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente

será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobra­

do, tudo na forma da lei processual.

Art. 528. Se o vendedor receber o preço à vista,

ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição

do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e

ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer ou­

tro. A operação financeira e a respectiva ciência do com­

prador constarão do registro do contrato.

Subseção V

Da venda sobre documentos

Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição

da coisa é substituída pela entrega do seu título represen­

tativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou,

no silêncio deste, pelos usos.

Parágrafo único. Achando-se a documentação em or­

dem, nao pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto

de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo

se o defeito iá houver sido comprovado.

Art. 530. Não havendo estipulacão em contrário, o

pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos

documentos.

Art. 531. Se entre os documentos entregues ao com

prador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do tDa~s

porte, correm estes por conta do comprador, salvo se,ao ser

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Maio de 1984DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 029

concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou

avaria da coisa.

dente ao valor dos 8erv~cos remunerados, ou ao encargo 'im­posto.

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sen

do aceita pelo seu representante legal.

Art. 543. Se o donatário for absolutamente inca -

Art. 541. A doacão far-se-á por escritura públi­

ca, ou instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal sera válida. se.

versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir

incontinenti a tradição.

Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de

banco. caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documen­

tos. sem obrigacão de verificar a coisa vendida, pela qual

não responde.

Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recu­

sa do banco a efetuar o pagamenTo, poderá ~o vendedor preten·­

dê-lo diretamente do comprador.

CAPíTULO II

DA TROCA OU PERMUTApaz. dispensa-se a aceitação, desde que se trate de

pura.

doação

Art. 533. Aplicam-se à troca as disposicões refe·­

rentes à compra e venda, com as seguintes modificações:

I - Salvo disposicão em contrário, cada um dos

contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento

da troca.

II -:t: anulável a troca de valores desiguais en·­

tre ascendentes e descendentes, sem consentimento expresso

~os outros descendentes.

CAPíTULO III

DO CONTRATO ESTlMAT~RIO

Art. 53lt • Pelo contrato estimatório, o consignan-­

te entrega 'bens móveis ao consignatário, que fica autorizado

a vendê-los. pagando àquele o preco aiustado, salvo se pre-­

ferir. dentro no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa

consignada.

Art. 535. O consignatário não se exonera da obri-·

gacão de pagar o preco, se a restituição da coisa, e~ sua

integridade. se tornar impossível, ainda que por fato a ele

não imputável.

Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto

de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, en-'

Quanto nao pago integralmente o preço.

Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa

antes de lhe ser restituída. ou de lhe ser comunicada a res­

tituição.

CAPíTULO IV

DA DOAÇÃO

seção I

Disposições Gerais

Art. 538. Considera-se doacão o contrato em QUe ~

ma nessoa. por liberalidade, transfere do Seu patrimônio bens

ou vantagens para o de outra.

Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário,

para declarar se aceita, ou não. a liberalidade. Desde que

o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro nele. a decl~

ração, entender-se-á que aceitou. se a doação não for sujei-­

ta a encargo.

Art. 540. A doação feita em contemplação do mere-­

cimento do donatário não perde o caráter de liberalidade. c~~

mo o não perde a doacão remuneratória. ou a gravada, no exce

Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes,

ou de um cônjuge a outro, importa adiamento do que lhes ca­

be por heranca.

Art. 545. A doação em forma de subvenção periódi­

ca ao beneficiado extingue-se, morrendo o doador, salvo se

este outra coisa dispuser, mas não poaerá ultrapassar a vi­

da do donatário.

Art. 546. A doacão feita em contemplação de casa­

mento futuro com certa e determinada pessoa, Quer pelos nu­

bentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou

aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser

impugnada por falta de aceitacão, e so ficará sem efeito se

o casamento não se realizar.

Art. 547. O doador pode estipular que os bens do~

qos voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.

Parágrafo único. Não prevalece cláusula de rever

são em favor de terceiro.

Art. 548. t nula a doação de todos os bens, sem

reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do

doador.

Art. 549. Nula é também a doação Quanto à parte,

que exceder a de Que o doador, no momento da liberalidade,P2

derià-dispor em testamento.

Art. 550. A doacão do cônjuge adúltero ao seu

cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus

herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a

sociedade conjugal.

Art. 551. Salvo declaracão em contrário, a doacão

em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre

elas por igual.

Parágrafo único. Se os donatários. em tal caso,f2

rem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para

o côniuge sobrevivo.

Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros

moratórios, nem é suieito às conseqüências da evicção ou do

vício redibitório. Nas doacões para casamento com certa e

determinada pessoa, ficará suieito à evicção. salvo conven­

ção em contrário.

Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os en­

cargos da doação. caso forem a benefício do doador, de ter ­

ceiro, ou do interesse geral.

Parágrafo único. Se desta última espécie for o en

cargo, o Ministério Público poderá exigir sua execucão, de­

pois da morte do doador, se este não tiver feito.

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030 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - SuplementoMaio de 1984

A!'t. 5b'l. A doação a entidade futura caducará se,

dentro em dois anos, esta não estiver constituída regularme!:!

te.

Seção II

Da revogacão da dOàção

Art. 566. O locador é obrigado:

I - A entregar ao locatário a coisa alugada,com

suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina,

e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato. salvo cláu

sula expressa em contrário.

II A garantir-lhe, durante o tempo do contrato,

o uso pacífico da coisa.

A!·t. 555. A doação pode ser revogada por ingr-ati­

dão do donat:ário, ou por inexecução do encargo.

Ar-t. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o

direito de r-evogar a liberalidade por ingratidão do donatá

rio.

Ar-t. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as

doacões:

I - Se o donatário atentou contra a vida do doa

dor ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele.

II - Se cometeu contra ele ofensa física.

III - Se o iniuriou gravemente, ouo caluniou.

IV - Se, podendo ministrar-lhos, recusou ao doa

dor os alimentos de que este necessitava.

Art. 558. Pode ocorrer também a revogacão quando o

ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge. asde~

dente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.

Art. 559. A revogação por qualquep desses motivos

deverá ser pleiteada dentro em um ano, a contar de quando

chegue ao conhecimento do doador o fato, que a autorizar, e

de ter sido o donatário o seu autor.

Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a

coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir

redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, ca­

so já não sirva a coisa para o fim, a que se destinava.

Art. 568. O locador resguardará o locatário dos

embaraços e turbações de terceiros, que tenham, ou pretendam

ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá pelos seus

vícios. ou defeitos, anteriores ã locação.

Art. 569. "O locatário é obrigado:

I - A servir-se da coisa alugada para os usos

convencionados, ou presumidos. conforme a natureza dela e as

circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como

se sua fosse.

II A pagar pontualmente o aluguer nos prazos

ajustados. e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugan

III - A levar ao conhecimento do locador as tur­

bações de terceiros. que se pretendam fundadas em direito.

IV - A restituir a coisa. finda a locação. no

estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao

uso regular.

Não se revogam por ingratidão:

doações puramente remuneratórias.

oneradas com encargo já cumprido.

que se fizerem "em cumprimento de obriga-

Art. 576. Se a coisa for alienada durante a loca­

ção. o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrat~

Art. 573. A locação por tempo determinado cessa

de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente

de notificação. ou aviso.

Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso

diverso do aiustado, ou do a que se destina, ou se ela se da

nificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de

rescindir o contrato. exigir perdas e danos.

pelo

fa-

tempo que faltar.

O lo~atário gozara do direito de

ressarcido.

Art. 572. Se a obrigacão de pagar o aluguer

tempo que faltar constituir indenização excessiva. será

cultado ao iuiz fixá-la em bases razoáveis.

não pagando o aluguer pelo

Parágrafo único.

retencão, enquanto não for

Art. 571. Havendo prazo estipulado ã duração do

contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a

coisa alugada. senão ressarcindo ao locatápio as perdas e da

nos resultantes. nem o locatário devolvê-la ao locador, se-

Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário conti­

nuar na posse da coisa alugada, sem oposição do locador. pr~

sumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguer, mas sem

prazo determinado.

Art. 575. Se, notificado o locatário, nao resti­

tuir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o alu­

guer que o locador arbitrar, e responderá pelo dano, que ela

venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.

Parágrafo único. Se o aluguer arbitrado for mani­

festamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo. mas tendo sem

pre em conta o seu caráter de penalidade.

A1~t. 561. No caso de homicídio doloso do doador,

a açao caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver peEdoado.

A1~t. 560. O direito de revogar a doação não se

transmite aos herdeiros do doador. nem prejudica os do dona­

tário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo

doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se

este falecel~ depois de aiuizada a lide.

CAPITULO V

DA LOCAÇÃO DE COISAS

Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes

se obriga a ceder ã outra. por tempo determinado, ou não, o

uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuicão.

Art. 564.

I - As

Ir - As

IrI As

cão natural.

IV - As feitas para determinado casamento.

Al~t. 562. A doação onerosa pode ser revogada por

inexecução do encargo. se o donatário incorrer em môra. Não

havendo prazo para o cumprimento. o doador poderá notificar

iudicialmente o donatário. assinando-lhe prazo razoável para

que cumpra a obrigacão assumida.

Al~t. 563. A regovacão por ingratidão nao prejudi­

ca os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatá

rio a restituir os frutos percebidos antes da citacão váli­

da~ mas suiEüta-o a pagar os posteriores, e, quando não pos­

sa restituil~ "em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo

meio termo do seu valor.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 031

dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantida

de.

Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da

coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os

riscos dela desde a tradição.

I - Se a pessoa, de cu~a autorização necessita-

va o mutuário, para contrair o empréstimo, o ratif~car pos­

teriormente.

II - Se o menor, estando ausente essa pessoa, se

viu obrigadó a contrair o empréstimo para os seus alimentos

habituais.

antece -

pre­

pode

Art. 589. Cessa a disposicão do artigo

Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem

via autorização daquele sob cuja guarda estiver, não

ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.

Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locat~

rio goza do direito de retenção. no caso de benfeitorias ne­

cessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houve rem

sido feitas com expresso consentimento do locador.

se nele nao for consignada a cláusula da sua vigência no ca·­

so de alienação. e não constar de registro.

§ 19. O registro, a aue se refere este artigo. s~

rá o de Títulos e Documentos do domicílio do locador. quando

a coisa for mqvel; e será o Registro de Imóveis da respecti·­

va circunscrição. quando imóvel.

§ 29. Em se tratando de imóvel, e ainda no caso

em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato,

não 'poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo

de três meses apos a notificacão.

Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário,tran!~

fere-se aos seus herdeiros a locacão por tempo determinado.

CAPITULO VI

DO EMPR~STIMO

rrr - Se o menor tiver bens ganhos com o seu tra­

balho. Mas. em tal caso, a execução do credor não lhes po­

derá ultrapassar as forças.

rv - Se o empréstimo reverteu em benefício do me

Seção I

Do comodato

nor.

v - Se o menor obteve o empréstimo maliciosa-

mente..

Art. 579. O comodato é ·0 empréstimo gratuito d,~

coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradicão do objeto.

Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos

os administradores de bens alheios não poderão dar em comoda

to, sem autorização especial, os bens confiarlos à sua guar··

da.

Art. 581. Se o comodato nao tiver prazo convencio

nal, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido;não

Dodendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente,

recõnhecida pelo juiz. suspender o uso e gozo da coiRa em··

prestada. antes de findo o prazo convencional, ou o que se

determine pelo uso outorgado.

Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar.co

mo se sua própr; a fora, a coisa emprestada, não podendo usa··

la senão de acordo com o contrato, ou a natureza dela, soh

pena de responde.... po.... perdas e danos. O comodatário conRti··

tuídn em mora, além de por ela responder, pagará, até rest~~

tuí-la, o aluguer da coisa, que for. arbitrado pelo comodante.

Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato

juntamente com outros do comodatário; antepuser este a salv~,

ção dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo da­

no ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou

força maior.

Art. 584. O comodatário nao poderá jamais reco­

brar do comodante as despesas feitas com o uso e gozó da coi

sa emprestada.

Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simulta­

neamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente­

responsáveis para com o comodante.

Seção II

Do mútuo

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungí­

veis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que

Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da res­

tituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notóriamu

dança em sua situação econômica.

Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos,

presumem-se devidos juros, os quais. sob pena de redução.não

poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406,.permitida

a capitalização anual.

Art. 592. Não se tendo convencionado expressame~

te, o prazo do mútuo sera:

r - Até a próxima colheita, se o mútuo for de

produtos agrícolas, assim para o consumo, como para a se

meadura.

rr - De ,trinta dias, pelo menos, se for de di

nheiro.

rrr - Do espaço de tempo que declarar o mutuan

te, se for de qualquer outra coisa fungível.

CAPITULO VII

DA PRESTAÇÃO DE SERVrçO

Art. 593. A prestação de serviço, que não esti

ver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, regeE

-se-á pelas disposições deste Capítulo.

Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho

lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante

retribuição.

Art. 595. No contrato de prestação de serviço,

quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o

instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas

testemunhas.

Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado

a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribui

ção, segundo o costume do lugar, o tempo rle serviço e sua

qualidade.

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032 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

despe­

paga~

a

AI't. 6OO. Não se conta no prazo do contrato o

tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, dei

xou de servir.

AI't. 597. A retribuiçãÇl pagar-se-á depois de

prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, n~o hou

ver de ser adiantada, ou paga em prestações.

AI't. 601. Não sendo o .prestador de serviço con

tratado para. certo e determinado trabalho, entender-se-á

que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com

as suas forças e condições.

Art. 616. No caso do artigo antecedente, segu~

da parte, pode o que encomendou a pbra, em vez de enjeit~

la, recebi-la com abatimento no preço.

Art. 614. Se a obra constar de partes distintas,

ou for das que se determinam por medida, o empreiteiro te

ra direito a que também se verifique por medida, ou segu~

do as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento

na proporção da obra executada.

§ 19 Tudo o que se pagou, presume-se verificado.

§ 29 O que se mediu,presume-se verificado, se,

dentro em trinta dias, a contar da medição, não forem de

nunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra, ou por

quem estiver incumbido da sua fiscalização.

Art. 615. Concluída a 'obra de acordo com o aju~

te, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la.

Poderá, porém, enjeitá-la, se o empreiteiro se afastou das

instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras téc

nicas em trabalhos de tal natureza.

Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os mate

riais, correm por sua conta os riscos até o momento da en

trega da obra, a contento de quem a encomendou, se estenão estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua

conta correrão os riscos.

§ 19 A obrigação de fornecer os materiais não

se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

§ 29 O contrato para elaboração de um projeto

não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar

lhe a execução.

Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode con

tribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os mate

riais.

CAPíTULO VIII

Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de la

vor (art. 610), se a coisa perecer antes de entregue, sem

mora do dono, nem culpa do empreiteiro, este perderá a re

tribuição, se nao provar que a perda resultou de defeito

dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua qua~

tidade ou qualidade.

Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de­

obra,todos os riscos, em que não tiver culpa, correrão por

conta do dono.

DA EMPREITADA

Art. 607. O contrato de prestação de serviço a

caba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda,

pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela

rescisão do contrato mediante avisq prev~o, por inadimpl~

mento de qualquer das partes e pela impossibilidade da con

tinuação do contrato, motivada por força maior.

Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas

por contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a

este a importância que ao prestador de serviço, pelo aju~

te desfeito, houvesse de caber durante dois anos.

Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde

prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão

do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo

com o adquirente da propriedade, ou com o primitivo con

tratante.

por

AI't. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se

podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do

lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante pr~

vio aviso, pode resolver o contrato.

Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

a) Com antecedincia de oito dias, se o salário

se houver fixado por tempo de um mês, ou mais.

b) Com antecipação de quatro dias, se o salário

se tiver ajustado por semana, ou quinzena.

c) De véspera, quando se tenha contratado

menos de sete dias.

Al,t. 603. Se o prestador de serviço for

dido sem justa causa, a outra parte sera obrigada a

lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade

que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.

Al~t. 598. A prestação de serviço não se poderá

convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato

tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta,

ou se destine a execução de certa e determinada obra. Nes

te caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o con

trato, ainda que não concluída a obra.

Art. 604. Findo o contrato, o prestador de ser

viço tem direito a exigir da outra parte a declaração de

que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se

for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo

justo para deixar o serviço.

Art. 605. Nem aquele, a quem os serviços sao

prestados, poderá transferir a outrem o direito aos ser

viços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazi­

mento da outra parte, dar substituto, que.os preste.

Al~t. 606. Se o serviço for prestado por quem

não possua título de habilitação, ou não satisfaça requi­

sitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os

prestou cobJ~ar a retribuição normalmente correspondente ao

trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para

a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma com

pensação razoável, desde que tenha agido 'com boa fé.

Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte

deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço

resultar de lei de ordem pública.

Ar't. 602. O prestador de serviço contratado por

tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausen

tar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o

tempo, ou concluída a obra.

Parágrafo único. Se se despedir sem justa cau

sa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por

perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido com justa

causa.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 033

o de

deposi

Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os m~

teriais que recebeu, se por imperícia ou negligência os inu

tilizar.

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifí ­

cios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de

materiais e exe~ução responderá, durante o prazo irredutí­

vel de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, a~

sim em razão dos materiais, como do solo.

Parágrafo único. Decairá do direito assegurado

neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o

empreiteiro, nos seis meses seguintes ao aparecimento do vi

cio ou defeito.

Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o em

preiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo pl~

no aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir

acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modifica ­

ções no projeto, a não ser que estas resultem de instruções

escritas do dono da obra.

Parágrafo único. Ainda que nao tenha havido aut~

rização escrita, o dono da obra é obrigado a pagar ao empr~i

teiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado,

se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não

podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.

Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do mat~

rial ou da mão-da-obra, superior a um décimo do preço gl~

bal convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do do

no da obra, mas apenas quanto ao que exceder aquela parcela,

feita a atualização dos valores monetários.

Art. 621. Sem anuência de seu autor, nao pode o

proprietário da obra introduzir modificações no projeto por

ele aprovado, ainda que a execução seja confiada a tercei

ros, a não ser que por motivos supervenientes ou razões de

ordem técnica fique comprovada a inconveniência ou a exces

siva onerosidade da execução do projeto em sua forma origi

nária.

p~rágrafo único. A proibição deste artigo nao a

brange alterações de pouca monta, ressalvada sempre a unida

de estética da obra projetada.

Art. 622. Se a execução da obra for confiada a

terceiros, a responsabilidade do autor do projeto respecti

vo, desde que não assuma a direção ou fiscalização daquela,

ficará limitada aos danos resultantes de defeitos previstos

no art. 618 e seu parágrafo único.

Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, p~

de o dono da obra suspendê-la, desde que pague ao empreitei

ro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos,

mais a indenização razoável, calculada em função do que ele

teria ganho, se' concluída a obra.

Art. 624. Suspensa a execução da empreitada, sem

justa causa, responde o empreiteiro por perdas e danos.

Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:

I - Por culpa do dono, ou por motivo de forçamaior.

11 - Quando, no decorrer dos serviços, se mani

festarem dificuldades imprevisíveis de execução, resulta~

tes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes

de modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o

dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao pr~

jeto por ele elaborado, observados os preços.

111 - Se as modificações exigidas pelo dono da o

obra, por seu vulto e natureza, forem desproporcionais ao pr~

jeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o

acréscimo de preço.

Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada

pela morte de qualquer das partes, salvo se ajustado em con

sideração às qualidades pessoais do empreiteiro.

CAPíTULO IX

DO DEPOSITO

Seção I

Do depósito voluntário

Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe

positário um objeto móvel, para guardar, até que o

tante o reclame.

Art. 628. Este contrato é gratuito, exceto se hou

ver convenção em contrário, se resultante de atividade ne­

gocial ou se o depositário o praticar por profissão.

Parágrafo único. Se o depósito for oneroso, e a

retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar

de ajuste, será determinado pelos usos do lugar, e, na falta

deste, por arbitramento.

Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda

e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência

que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la,

com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o deposita~

te.

Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, cola

do, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá.

Art. 631. Salvo disposição em contrário, a res­

tituição da coisa deve dar-se no lugar em que tiver de ser

guardada. As despesas de restituição correm por conta do

depositante.

Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no

interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientifi

cado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar­

se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele.

Art. 633. Ainda que o. contrato fixe prazo ã res

tituição, o depositário entregará o depósito, logo que se

lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se

refere o art. 644, se o objeto f~r judicialmente embargado,

se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou

se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi do

losamente obtida.

Art. 634. No caso do artigo antecedente, última

parte, o depositário, expondo o fundamento da suspeita, re

querera que se recolha o objeto ao Depósito Público.

Art. 635. Ao depositário será facultado, outros

sim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por moti

vo plausIvel, a não possa guardar, e o depositante não lha

queira receber.

Art. 636. O depositário, que por força maior hou

ver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lu­

gar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ce

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034 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

pagar ao

prejuízos

der-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro res

ponsável pela restituição da primeira.

l~t. 637. O herdeiro do depositário, que de boa

fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a assistir o dep~

sitante na reivindicação, e a restituir ao comprador o pr~

ço recebido.,

l~t. 638. Salvo os casos previstos nos arts.633

e 63lf, não poderá o depositário furtar-se ã restituição do

depósito, qlegando não pertencer a coisa ao depositante, ou

opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar.

j~t. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e di

visível a coisa, a cada um só entregará o depositário a

respectiva parte, salvo se houver entre eles solidariedade.

Art. 6lfO. Sob pena de responder por perdas e da

nos, não poderá o depositário, sem licença expressa do de

positante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em de­

pósito a ou-trem.

Parágrafo único. Se o depositário, devidamente

autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, sera

responsável se agiu com culpa na escolha deste.

Art. 6lfl. Se o depositário se Tornar incapaz, a

pessoas que lhe assumir a administração dos bens, diligenci

ará imediatamente restituir a coisa depositada e, não qu~

rendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhe-Ia-á

ao Depósito Público, ou promoverá nomeação de outro deposi

tário.

Art. 6lf2. O depositário não responde pelos ca­

sos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá

de prová-los.

Art. 6lf3. O depositante é obrigado a

depositário as despesas feitas com a coisa,e os

que do depósito provierem.

Al~t. 6lflf. 6 depositário poderá reter o depósito

até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido va­

lor das despesas, ou dos prejuízos, a que se refere o arti

go anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou es

sas despesas.

Barágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou

prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem i­

líquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do de

positante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o

Depósito Público, até que se liquidem.

Art. 645. O depósito de coisas fungíveis,em que

o depositário se obrigue a restituir objetos do mesmo gên!

ro, 'qualidade e quantidade, regular-se-á pelo disposto a

cerca do mútuo.

Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por

escrito.

Seção 11

Do depósito necessário

Art. 6lf7. t depósito necessário:

I - O que se faz em desempenho de obrigaçãolegal,

rr - O que se efetua por ocasião de alguma

calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o

saque.

Art. 6lf8. O depósito de que se trata no artigo

antecedente, n9 I, reger-se-á pela disposição da respecti

va lei, e, no silêncio, ou deficiência dela, pelas conce~

nentes ao depósito voluntário.

Parágrafo único. Essas disposições aplicam-se,

outrossim, aos depósitos previstos no artigo antecedente,

n9 11; podendo estes certificar-se por qualquer meio de

prova.

Art. 6lf9. A esses depósito~ é equiparado o das

bagagens dos viajantes, hóspedes ou fregueses, nas hospe­

darias, ou casas de pensão, onde eles estiverem.

Parágrafo único. Os hospedeiros por elas res ­

ponderão como depositários, bem como pelos furtos e rou

bos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nas

suas casas.

Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecede~

te, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que

os fatos prejudiciais aos hóspedes, viajantes ou fregu!

ses, não podiam ter sido evitados.

Art. 651. O depósito necessário nao se presume

gratuito. Na hipótese do art. 6lf9, a remuneração pelo de

pósito está incluída no preço da hospedagem;

Art. 652. Seja voluntário ou necessário o depó

sito, o depositário, que o não restituir, quando exigido,

será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a

um ano, e ressarcir os prejuízos.

CAPITULO X

DO MANDATO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 653. Opera-se o mandato, quando alguém rece

be de outrem poderes, para, em seu nome, praticar atos, ou

administrar interesses. A procuração é o instrumento do

mandato.

Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas p~

ra dar procuração mediante instrumento particular, que vale

ra desde que tenha a assinatura do outorgante.

S 19 O instrumento particular deve conter a indi

cação do lugar onde foi passado, os nomes do outorgante e

do outorgado, a data e bem assim o objetivo da outorga com

a designação e a extensão dos poderes conferidos.

S 29 O terceiro, aom quem o mandatário tratar,p~

derá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.

Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por

instrumento público, pode substabelecer-se mediante instru­

mento particular.

Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito,

verbal ou escrito.

Art. 657. A outorga do mandato está sujeita ãforma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se

admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 035

escrito.

Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou

mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do man

dante.

Art. 661. O mandato em termos gerais so confere

poderes de administração.

§ 19 Para alienar, hipotecar, transigir, ou pr~

ticar outros quaisquer atos, que exorbitem da administração

ordinária, depende a procuração de poderes especiais e ex

pressos.

Art. 658. O mandato presume-se gratuito, quando

não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu ob­

jeto for daqueles que o mandatário trata por ofício ou pr~

fissão lucrativa.

Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, cabe­

rá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contr~

to. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usop

do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.

Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita,

e resulta do começo de execuçao.

§ 19 Se, não obstante proibição do mandante, o

mandatário se fizer substituir na execuçao do mandato, res

ponderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob

a gerência do substituto, embora provenientes de caso for

tuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo,ainda que

nao tivesse havido subestabelecimento.

§ 29 Havendo poderes de subestabelecer, so serao

2IDputáveis ao mandatário os danos causados pelo subestabe­

lecido, se tiver agido com culpa na escolha deste, ou nas

instruções dadas a ele.

§ 39 Se a proibição de subestabelecer constar

da procuração, os atos praticados pelo subestabelecido nao

obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retro

agirá à data do ato.

§ 49 Sendo omissa a procuração quanto ao subes

tabelecimento, o procurador será responsável se o subesta­

belecido proceder culposamente.

Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas

de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens

provenientes do mandato, por qualquer título que seja.

Art. 669. O mandatário não pode compensar os

prejuízos a que deu causa com os proveitos, que, por outro

lado, tenha granjeado ao seu constituinte.

fir'§ 29 O poder de transigir nao importa o de

mar compromisso.

ser expres·­

ã data do

Art. 665. O mandatário, que exceder os poderes

do mandato, ou proceder contra eles, reputar-se-á mero

gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar

os atos.

Art. 666. O maior de dezesse2s e menor de vin

te e um anos não emancipado pode ser mandatário, mas o

mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com

as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por

menores.

Art. 663. Sempre que o mandatário estipular n~

gOC20S expressamente em nome do mandante, será este o úni

co responsável; ficará, porém, o mandatário pessoalmente ~,

brigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio

seja de conta do mandante.

Art. 664. O mandatário tem direito a reter, do

objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste pa

ra pagamento de tudo quanto lhe for devido em conseqfiência

do mandato.

devedito do mandante, comprar, em nome próprio, algo que

Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao man

dante, ou recebeu'para despesas, mas empregou em proveito

seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abu

sou.

Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou cre-

ra comprar para o mandante, por ter sido expressamente de­

signado no mandato, terá este ação para obrigá-lo ã entre

ga da coisa comprada.

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários n2

meados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer

os ,poderes outorgados, se não forem expressamente declara

dos conjunt~s, nem especificamente designados para atos di

ferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os manda

tários forem declarados conjuntos, não,terá eficácia o ato

praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratifi

cação, que retroagirá à data do ato.

Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os

poderes do mandatário, com ele celebrar negócio jurídico,

exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário,

salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante, ou se

responsabilizou pessoalmente.

Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou

mudança de estado do mandante, deve o mandatário concluir

o negócio já começado, se houver perigo na demora.

nao tenha

ineficazes

salvo se

Art. 662. Os atos praticados por quem

mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são

em relação àquele em'cujo nome foram praticados,

este os ratificar.

Parágrafo un2CO. A ratificação há de

sa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá

ato.

Seção II

Das obrigações do mandatárioSeção lIr

Das obrigações do mandante

Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar t~

da sua diligência habitual na execução dO'mandato, e a in

denizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daque­

le a quem subestabelecer, sem autorização, poderes que de

via exercer pessoalmente.

Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer to

das as obrigações contraídas pelo mandatário, na conformi­

dade do mandato conferido, e adiantar a importância das des

pesas necessárias ã execução dele, quando o mandatário lho

pedir.

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036 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

AJ:·t. 676. ~ obri~ado o mandante a pagar ao mand~

tário a remuneração ajustada e as despesas da execução do

mandato. ainda que o negócio não surta o esperado efeito.

salvo tendo o mandatário culpa.

Ar·t. 677. As somas adiantadas pelo mandatário .p~

ra a execução do mandato, vencem iuros, desde a data do de

sembolso.

AJ:·t. 678. ~ igualmente obrigado o mandante a re~

sarcir ao mandatário as perdas que sofrer com a execução do

mandato, serr~re que não resultem de culpa sua. ou excesso

de poderes.

Ar-t. 67!'!. Ainda que o mandatário contrarie as

instruções do mandante, se não exceder os limites do manda­

to, 'ficará o mandante obrigado para com aqueles, com Quem

o seu procuI'ador contrat.ou: mas terá contra este ação pelas

perdas e danos resultantes da inobservância das instruções.

AJ:'t. 68 O. Se o mandato foI' outorgado por duas ou

mais pessoas. e para negócio comum, cada uma ficará solida­

riamente responsável ao mandatário por todos os comoromis ­

sos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas

quantias qUE! pagar, contra os outros mandantes.

AI't. 681. O mandatário tem sobre a coisa.de que

tenha a posse em virtude do mandato, direito de retenção. ~

té se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu.

Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário

a nomeação de outro, para o mesmo negócio, considerar-se-á

revogado o mandato anterior.

Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada

ao mandante, que, se for prejudicado pela sua inoportunid~

de, ou pela falta de tempo, a fim de prover à substituição

do pro~urador, será indenizado pelo mandatário, salvo se es

te provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo

considerável, e que nao lhe era dado subestabelecer.

Art. 689. São válidos, a respeito dos contraen­

tes de boa fé, os atos com estes.ajustados em nome do mandan

te pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele,

ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.

Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o ne

goc~o a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência do manda­

to, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como

as circunstâncias exigirem.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antece

dente, devem limitar-se às medidas conservatórias, ou conti

nuar os negócios pendentes, que se não possam demorar sem

perigo, regulando-se os seus serviços, dentro nesse limite,

pelas mesmas normas, a que os do mandatário estão sujeitos.

Seção IV

IDa extinção do mandato

A~t. 682. Cessa o mandato:

Seção V

Do mandato judicial

III - Pela mudança de estado, que inabilite o

mandante pa:~a conferir os poderes, ou.o mandatário para os

exercer.

teso

I

II

Pela revogação, ou pela renúncia.

- Pela morte, ou interdição de uma das paE~~t. 692. O mandato judlcial fica subordinado as

normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação pr~

cessual, e, supletivamente, às estatuídas neste Código.

IV - Pela terminação do prazo, ou pela conclu

são do negócio.

A17t. 684. Quando a cláusula de irrevogabilida­

de for condição de um' negócio bilateral., ou tiver sido est~

pulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do

mandato será ineficaz.

AJ7t. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em

causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se

extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o man

datário dispensado de prestar contas, e podendo transferir

para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obede

cidas as fOJ7malidades legais.

AJ7t. 686. A revogação do mandato, notificada so

mente ao mandatário, não se pode opor aos terceiros que,

ignorando-a, de boa fé, com ele trataram; mas ficam salvas

ao constituinte as ações, que no caso lhe possam caber con

tra o procuI'ador.

PôLrágrafo único. :t: irrevogável o mandato que con

tenha pOderE!S de cumprimento ou confirmação de negócios ence

tados, aos quais se ache vinculado.

obrigadoArt. 694. O comissário fica diretamente

Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a

aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio

nome, por conta do comitente.

CAPíTULO XI

DA COMISSÃO

para com as pessoas com quem contratar, sem .que estas tenham

ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o co

missário ceder seus direitos a qualquer das partes.

Art. 695. O comissário é obrigado a agir de con­

formidade com as ordens e instruções do comitente. Na falta

destas, não. podendo pedi-las a tempo, deverá proceder segu~

do os usos em casos semelhantes. Ter-se-ão sempre por justi

ficados os atos do comissário, se deles houver resultado van

tagem para o comitente, e ainda no caso em que, nao admitin­

do demora a realização do negócio, o comissário agiu de acor

do com os usos.

Art. 696. No desempenho das suas incumbências o

comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, nao só

para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda paI'a

lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar

do negócio. Por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão,

Quando o mandato contiver a cláusula

e o mandante o revogar, pagará perdas e

Al7t. 683.

de irrevogabilidade

danos.

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Maio de 1984 DIÁRIO De. )NGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 037

ocasionar ao comitente, responderá o comissário, b _~~o moti

vo de força maior.CAPíTULO XII

DA AGtNCIA E DISTRIBUIÇÃO

pod~

dos

pode conferir

na conclusão

Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa as

sume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência,

a obrigação de promover, por conta de outra, mediante retri

buição, a realização de certos negócios, em zona determinad~

Caracteriza-se a distribuição quando o agente tiver à sua

disposição a coisa a ser negociada.

Parágrafo único. O proponente

res ao agente para que este o represente

contratos.

Art. 697. O comissário não responde pela insol ..

vência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa

e no do artigo seguinte.

Art. 698. Se do contrato de comissão constar a

cláusula del credere, responderá o comissário solidariamen··

te com as pessoas com que houver tratado em nome do comiten

te. Neste caso, salvo estipulação em ·contrário, o comissá··

rio tem direito a remuneração mais elevada, para compensar

o ônus assumido.

Art. ÔS~. Presume-se o comissário autorizado a

conceder dilação do prazo para pagamento, na conformidade

dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se não houver

instruções diversas do comitente.

Art. 7OP• Se houver instI'uções do comitente proi

bindo prorrogação de prazos para pagamento, ou se esta nao

for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que

o comissário pague incontinenti, ou responda pelas conse

qllências da dilação concedida. Proceder-se-á de igual mo

do, se o comissário não der ciência ao comitente dos prazos

concedidos e de quem é seu beneficiário.

Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao

comissário, será ela arbitrada segundo os usos correntes no

lugar.

Art. 7D2. No caso de morte do comissário, ou,qu~

do, por motivo de força maior, não puder concluir o negócio,

será devida pelo comitente uma remuneração proporcional aos

trabalhos realizados.

Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa,

terá o comissário direito a ser remunerado pelos serviços ú

teis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de

exigir daquele os prejuízos sofridos.

Art. 70~. Salvo disposição em contrário, pode o

comitente, a qualquer tempo, alterar as instruções dadas ao

comissário, entendendo-se por elas regidos também os neg~

cios pendentes.

Art. 711. Salvo ajuste, o proponente nao pode

constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zo

na, com idêntica incumbência. Nem tampouco pode o agente as

sumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero,

por conta de outros proponentes.

Art. 712. Deve o agente, no desempenho que lhe foi

cometido, agir com toda diligência, atendo-se às instruções

recebidas do proponente.

Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as des

pesas com a agência ou distribuição correm a cargo do agente

ou distribuidor.

Art. 71~. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor

terá direito à remuneração correspondente-aos negócios con

cluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferên­

cia.

Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à

indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o aten­

dimento das propostas, ou reduzi-lo tanto que se torna antie

conômica a continuação do contrato.

Art. 716. A remuneração será devida ao agente tam

bém quando o negócio deixar de ser realizado por fato imput~

vel ao propônente.

Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa,

terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis

prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e

danos pelos prejuízos sofridos.

Art. 705. Se o comissário for despedido sem jusi:a

causa, terá direito a ser remunerado pelos trabalhos presi:~

dos, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resulta~

tes de sua dispensa.

Art. 706. O comitente e o comissário sao obriga­

dos a pagar juros um ao outro; o primeiro pelo que o comissá

rio houver adiantado para cumprimento de suas ordens; e o se

gundo pela mora na entrega dos fundos que pertencerem ao co

mitente.

Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agen­

te, terá ele direito à remuneração até então devida, inclusi

ve sobre os negócios pendentes, além das indenizações previ~

tas em lei especial.

Art. 712. Se o agente não puder continuar o trab~

lho, por motivo de força maior, terá direito à remuneração

correspondente aos serviços realizados. No caso de morte,e~

se direito cabe aos seus herdeiros.

Art. 707. O crédito do comissário, relativo a co

missões e despesas feitas, goza de privilégio geral, no caso

de falência ou insolvência do comitente.

Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem

como para recebimento das comissões devidas, tem o comissá

rio direito de retenção sobre os bens e valores' em seu poder

em virtude da comissão.

Art. 709. são aplicáveis à comissão, no que cou

ber, as regras sobre mandato.

Art. 720. Se o contrato for por tempo indetermin~

do, qualquer das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso

prévio, com a antecedência de três meses, desde que transcor

rido prazo compatível com a natureza e o vulto do investime~

to exigido do agente (art. ~73, parágrafo único).

Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agência e dis

tribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato

e à comissão e as constantes de lei especial.

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038 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l)- Suplemento Maio de 1984

CAPíTULO XIII

DA CORRETAGEM

Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pes~

soa, não ligada a outra em virtude do mandato, de prestação

de serviços ou qualquer relação de dependência, obriga-se a

obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instru

ções recebidas.

Art. 723. O corretor é obrigado a executar a m~

diação com a diligência e prudência que o negócio requer,pre~

tando ao cliente, espontaneamente, todas as informações so­

bre o andamento dos negoc~os. Deve, ainda, sob pena de res­

ponder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os escl~

recimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da segurança

ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais que

possa influir nos resultados da incumbência.

Art. 72Q. A remuneração do corretor, se não es­

tiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbi

trada segundo a natureza do negócio e os usos locais.

Art. 725. A remuneração é devida ao corretor u­

ma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato

de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de

arrependimento das partes.

Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diret~

mente entre as partes, nenhuma remuneraçãb será devida ao cOE.

retor. Mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com

exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral,

ainda que l~ealizado o negoc~o sem a sua mediação, salvo se

comprovada sua inércia ou ociosidade.

Ar.c. 727. Se, por não haver prazo determinado, o

dono do negócio dispensar o corretqr, e o negócio se reali

zar posteriormente, como fruto da sua mediação,a corretagem

lhe sera devida. Igual solução se adotará se o negócio se

realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por ~

feito dos trabalhos do corretor.

Art. 728. Se o negócio se concluir com a interme

diação de mais de um corretor, a remuneração será paga a to

dos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.

l\rt. 729. 05 preceitos sobre corretagem, constan

tes deste Código, não excluem'a aplicação de outras normas

da legislação especial.

CAPíTULO XIV

DO TRANSPORTE

Seção I

Disposições gerais

Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém seo

briga, mediante retribuição, a transportar,de um lugar para

outro, pessoas ou coisas.

Art. 731. O transp9rte exercido em virtude de au

torização,permissão ou concessão, rege-se pelas normas reg~

lamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem

prejuízo de) disposto neste Código.

l~t. 732. Aos contratos de transporte, em geral,

são aplicáveis, quando couber,desde que não contrariem as

disposiçõef: deste Código, 05 preceitos constantes da legisl~

ção especial e de tratados e convenções internacionais.

Art. 733. Nos contratos de transporte cumulat~vo,

cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativa­

mente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele

causados a pessoas e coisas.

§ 19 O dano, resultante do atraso ou da interruE

ção da viagem, será determinado em razão da totalidade do

percurso.

§ 29 Se houver substituição de algum dos transpo~

tadores, no decorrer do percurso, a responsabilidade solidá

ria estender-se-á ao substituto.

Seção II

Do transporte de pessoas

Art. 73Q. O transportador responde pelos danos

causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo m~

tivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente

da responsabilidade.

Parágrafo único. t lícito ao transportador exigir

a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da

indenização.

Art. 735. A responsabilidade contratual do trans

portador, pelo acidente com o passageiro,não é elidida por

culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.

Art. 736. Não se subordina às normas do contrato

de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou corte

sia.

Parágrafo único. Não se considera gratuito o

transporte quando, embora feito sem remuneração, o transpo~

tador auferir vantagens indiretas.

Art. 737. O transportador está sujeito aos horá

rios e itinerários previstos, sob pena de responder por pe~

das e danos, salvo motivo de força maior.

Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se

às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no

bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de

quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passagei

ros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a exe

cução normal do serviço.

Parágrafo único. Se o preJu~zo sofrido pela pes

soa transportada for atribuível ~ transgressão de normas e

instruções regulamentares, o juiz reduzirá eqfiitativamente

a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido

para a ocorrência do dano.

Art. 739. O transportador não pode recusar pa~

sageiros, salvo os casos prev~scos nos regulamentos, ou se

as condições de higiene ou de saúde do interessado o justi

ficarem.Art. 7QO. O passageiro tem direito a rescindir o

contrato de transporte antes de iniciada °a viagem, sendo­

lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que

feita a comunicação ao transportador em tempo de ser rene

gociada.

§ 19 Ao passageiro é facultado desistir do trans

porte, mesmo depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a

restituição do preço correspondente ao trecho não utilizad~

desde que provado que nele outra pessoa haja sido transnnrta

da em seu lugar.

§ 29 Não terá direito ao reembolso do preço da

passagem o usuário que deixar de embarcar, salvo se provado

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 039

transpo!:

valor

que, devido a essa circunstância, outra pessoa foi

tada em seu lugar, caso em que lhe será restituído o

do bilhete não utilizado.

§ 39 Nas hipóteses previstas no presente artigo e

seus parágrafos, o transportador terá o direito de reter até

cinco por .cento da importância a ser restituída ao passage~

ro, a título de multa compensatória.

Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer

motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em conse

qüência de evento imprevisível, fica ele obrigado a con­

cluir o transporte contratado em outro veículo da mesma ca

tegoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade di

ferente, à sua custa, correndo ~ambém por sua conta as desp~

sas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de

novo transporte.

Art. 742. O transportador, uma vez executado o

transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de pass~

geiro e outros efeitos pessoais deste, p~ra garantir-se do

pagamento do preço da passagem que não tiver sido paga no i

nício ou durante o percurso.

Seção IrI

Do transporte de coisas

Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve

estar caracterizada pela sua natureza, valor, peso e quantid~

de, e o mais que for necessário para que não se confunda com

outras. O destinatário deve ser indicado ao menos pelo nome

e endereço.

Art. 744. Ao re~eber a coisa, o transportador emi

tirá conhecimento, com a menção dos dados que a identifiquem,

obedecido o disposto em lei especial.

Parágrafo único. O transportador poderá exigir que

o remetente lhe entregue, devidamente assinadá, a relação dis

criminada das coisas a serem transportadas, em duas vias, uma

das quais, por ele devidamente autenticada, ficará fazendo

parte integrante do conhecimento.

Art. 750. A responsabilidade do transportador, li

mitada ao valor constante do conhecimento, começa no momen

to em que ele, ou seus prepostos, recebem a coisa; e termi

na quando é entregue ao destinatário, ou depositada em jui

zo, se o mesmo não for encontrado.

Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos ar

mazens do transportador, em virtude de contrato de transpo!:

te, rege-se, no que couber, pelas disposições relativas a

depósito.

Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o trans

portador nao e obrigado a dar aviso ao destinatário, se as

sim não foi convencionado. Também a entrega a domicílio de

pende de ajuste. As cláusulas de aviso, ou de entrega a

domicílio, devem constar do conhecimento de embarque.

Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou

sofrer longa interrupção, o transportador_ solicitará, incon

tinenti, instruções ao remetente, e zelará pela coisa, por

cujo perecimento ou deterioração responderá, salvo força

maior.

§ 19 Perdurando o impedimento, sem motivo imputá­

vel ao transportador e sem manifestação do remetente, poderá

aquele depositar a coisa em juízo, ou vendê-la, obedecidos os

preceitos legais e regulamentares, ou os usos locais, deposi

tando o preço.§ 29 Se o impedimento for da responsabilidade do

transportador, este poderá depositar a coisa, por sua conta e

risco, mas só poderá vendê-la, se perecível.§ 39 Em ambos os casos, o transportador deve infor

mar o remetente da efetivação do depósito ou da venda.

§ 49 Se o transportador mantiver a coisa depositada

em seus próprios armazéns, continuará a responder pela sua

guarda e conservação,sendo-lhe devida,porém, uma remuneração

pela custódia, a qual poderá ser contratualmente ajustada ou

se conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte.

Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa

descrição no documento a que se refere o artigo anterior, se

ra o transportador indenizado pelo prejuízo que sofrer, deven

do a ação respectiva ser ajuizada no prazo de cento e vinte

dias, a contar daquele ato, sob pena de decadência.

cuja

risco

bens.

Art. 746. Poderá o transportador recusar a

embalagem seja inadequada, bem como a que possa

a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e

coisa,

pôr em

outros

Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao

destinatário, ou a quem apresentar o conhecimento endossado.

No ato da entrega deve o destinatário conferi-las e apresentar

as reclamações que tiver, sob pena de caducidade dos direitos.

No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível à pri­

meira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o trans

portador, desde que denuncie o dano dentro em dez dias a con

tar da entrega.

Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamen-te

recusar a coisa, cujo transporte ou comercialização não sejam

permitidos, ou que venha desacompanhada dos documentos exigi

dos por lei ou regulamento.

Art. 748. Até a entrega da coisa, pode o remeten

te desistir do transporte e pedi-la de volta, ou ordenar se

ja entregue a outro destinatário, pagando, em ambos os ca

sos os acréscimos de despesa decorrentes da contra-ordem,

mais as perdas e danos que houver.

Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao

seu destino, tomando todas as cautelas necessárias para man

tê-los em bom estado e entregá-la no prazo ajustado ao pr~

visto.

Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja odes

tinatário, o transportador deve depositar a mercadoria em jui

zo, se não lhe for possível obter instruções do remetente. Se

a demora puder ocasionar a deterioração da coisa, o transpor­

tador deverá vendê-la, depositando o saldo em juízo.

Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos

os transportadores respondem solidariamente pelo dano causadoperante o remetente, ressalvada a apuração final da responsa

bilidade entre eles, de modo que.o ressarcimento recaia, por

inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo

percurso houver ocorrido o dano.

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040 Quinta-feira 17DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

CAP1TULO XV

DO SEGURO

Ar·t. 768. O seguro perderá o direito à garantia.

se agravar intencionalmente o risco objeto do cantrato.

Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados

a guardar na conclusão e na execução do contrato a mais es

trita boa fé e veracidade, assim a respeito do objeto, como

das circunstâncias e declarações a ele concernentes.

Ar-t. 767. No seguro por conta de outrem, o segur~

dor pode OpOl~ ao segurado quaisquer defesas que tenha contra

o estipulant'~, por descumprimento das normas de conclusão do

contrato, ou de pagamento do prêmio.

pelo

p~

Art. 774. A recondução tácita do contrato

mesmo prazo, mediante expressa cláusula contratual, não

derá operar mais de uma vez.

Seção Ir

Do seguro de dano

Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato,

sabe estar passado o risco, de que o segurado se pretende co

brir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o

prêmio estipulado.

Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometi

da não pode ultrapassar o valor do interésse segurada no mo

mento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art.

766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.

Art. 775. Os agentes autorizados do segurador pr~

sume-se seus representantes para todos os atos relativos aos

contratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinhei

ro o prejuízo resultante do risco assumido, salvo se conven

cionada a reposição da coisa.

Art. 777. O disposto no.presente Capítulo aplica­

se, no que couber, aos seguros regidàs. por leis próprias.

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao se

gurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agr~

var consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o

direito à garantia, provando-se que silenciou de má fé.

S 19 O segurador, desde que o faça nos quinze dias

seguintes ao recebimento do aviso da agravação do risco sem

culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de

sua decisão de resolver o contrato.

S 29 Essa resolução só será eficaz trinta dias a

pós a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a

diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário,a diminui

ção do risco no curso do contrato nao acarreta a redução do

prêmio estipulado. Todavia, se a redução do risco for consi

derável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a

resolução do contrato.

Art. 771. Sob pena de perder o direito à indeniz~

ção, o segurado participará o sinistro ao segurador,logo que

o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe

as conseqüências.

Parágrafo único. Correm por conta do segurador, ~

té o limite fixado no contrato, as despesas de salvamento

conseqüentes ao sinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro

obriga à correção monetária da indenização devida, sem pre­

juízo dos juros moratórios.

Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os

preJulzos resultantes ou conseqüentes, como sejam os estra­

gos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou

salvar a coisa.

Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de

coisas transportadas, começa no momento em que são pelo tran~

portador recebidas, e cessa com a sua entrega ao destinatá­

rio.

com a e

sua fal

respectivo

Art. 758. O contrato de seguro prova-se

da apólice ou do bilhete do seguro, e, na

documento comprobatório do pagamento do

xibição

ta, por

prêmio.

Art. 759. A emissão da apólice deverá ser prece­

dida de proposta escrita com a declaração dos elementos es

senciais do interesse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serao

nominativos, à ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos

assumidos, o começo e o fim deste, o limite da garantia e Co

prêmio devido, e, quando for o caso, o neme do segurado e Q

do beneficiário.

,Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice

ou o bilhete não podem ser ao portador.

Art. 761. Quando o risco for assumido em co-seg~

ro, a apólice indicará o segurado; que administrará o con

trato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de

risco provéniente de ato doloso do segurado, do beneficiá­

rio, ou de representante de um ou de outro.

Art. 763. Não terá direito a indenização o seg~

rado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer

o sinistro antes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de

se não ter verificado o risco, em previsão do qual se faz o

seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.

Seção I

Disposições gerais

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador

se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir inte­

resse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa,

contra riscos predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no con

trato de seguro, como segurador, entidade para tal fim le­

galmente autorizada.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu repre

sentante, fizer declarações inexatas, ou omitir circunstân

cias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa

do prêmio, p.erderá o direito à garantia, além de ficar obri

gado ao prêmio vencido.

Pa:t:'ágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas

declarações não resultar de ma fé do segurado, o segurador

terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, ainda após

o sinistro, a diferença do prêmio.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 041

normalmente

intrínseco

admite­

alienação

Art. 181. A indenização não pode ultrapassar o va

lor do interesse segurado no momento do sinistro, e, em hip~

tese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice,

salvo em caso de mora do segurador.

Art. 182. O segurado, que na vigência do contrato

pretender obter novo seguro, sobre o mesmo interesse, e con

tra o mesmo risco, junto a outro segurador, deve previamente

comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a

soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a o'

bediência ao disposto no art. 178.

Art. 183. Salvo disposição em contrário, o seguro

de um interesse por menos do que valha, acarreta a redução

proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.

Art. 184. Não se inclui na garantia o sinistro pr~

vocado por vício intrínseco da coisa segurada, nao declarado

pelo segurado.

Parágrafo único. Entende-se por vício

o defeito próprio da coisa, que se não encontra

em outras da mesma espécie.

Art. 785. Salvo disposição em contrário,

se a transferência do contrato a terceiro, com a

ou cessão do interesse segurado.

§ 19 Se o instrumento contratual é nominativo, a

transferência só produz efeitos em relação ao segurador, me

diante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessioná­

rio.

§' 29 A apólice ou o bilhete à ordem só se trans

ferem por endosso em preto, datado e assinado pelo endossan

te e pelo endossatário.

Art. 186. Paga a indenização, o segurador se sub

roga integralmente nos direitos e ações que ao segurado com

petirem contra o autor do dano, sendo ineficaz qualquer ato

do segurado que diminua ou extinga tais direitos em prejuf­

zo do segurador.

Parágrafo único. ::íalvo dolo, a sub-rogação não

tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado,

seus descendentes ou ascendentes, consangaineos ou afins.

Art. 181. No seguro de responsabilidade civil, ()

segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos p~

lo segurado a terceiro.

§ 19 Tão logo saiba o segurado oas conseqaências

de ato seu, suscetível. de lhe acarretar a responsabilidade

incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador.

§ 29 ~ defeso ao segurado reconhecer sua respo~

sabilidade ou confessar a ação, bem como.transigir com ()

terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuen

cia expressa do segurador.

§ 39 Intentada a açao contra o segurado, dará es

te ciência da lide ao segurador.

§ 49 Subsistirá a responsabilidade do segurado

perante o terceiro, se o segurador for insolvente.

Art. 188. Nos seguros de responsabilidade le­

galmente obrigatórios, a indenização por sinistro será pa­

ga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.

Seção IrI

Do seguro de pessoa

Art. 189. Nos seguros de pessoas, o capital se­

gurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode

contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o

mesmo ou diversos seguradores.

Art. 190. No seguro sobre a vida de outros, o

proponente é obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o

seu interesse pela preservação da vida do segurado.

Parágrafo único. O interesse se presume, até

prova em contrário, quando o segurado é cônjuge, ascenden­

te ou descendente do proponente.

Art. 191. Se o segurado nao renunciar à facul­

dade, ou se o seguro não tiver por causa declarada a ga­

rantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do be­

neficiário, por ato entre vivos ou de última vontade.

Parágrafo único. O segurador, que não for cienti

ficado oportunamente da substituição, desobrigar-se-á paga~

do o capital segurado ao antigo beneficiário.

Art. 192. Na falta de indicação da pessoa do be­

neficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que

for feita, o capital segurado será pago por metade ao con

juge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros

do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária.

Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas

neste artigo, serão beneficiários os que provarem que q mOEte do segurado os privou dos meios necessários à subsistên­

cia.Art. 193. ~ válida a instituição do concubino co

mo beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era

separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fa

to do seu cônjuge há mais de cinco anos.

Art. 194. No seguro de vida ou de acidentes pe~

soais para o caso de morte, o capital estipulado nao está

sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança p~

ra todos os efeitos de direito.

Art. 195. t nula, no seguro de pessoa, qualquer

transação para pagamento reduzido do capital segurado.

Art. 196. O prêmio, no seguro de vida, sera con

vencionado por prazo limitado, ou por toda a vida do segur~

do.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, porém, no

seguro individual, o segurador não terá ação para cobrar o

prem~o vencido, cujo não pagamento, nos prazos previstos, a

carretará, conforme se estipular, a resolução do contrato,

com a restituição da reserva já formada, ou a redução do ca­

pital garantido, proporcionalmente ao prêmio pago.

Art. 191. No seguro de vida para o caso de morte,

é lícito estipular-se um prazo de carência, dentro no qual

o segurador não responde pela ocorrência do sinistro.

Parágrafo único. Neste caso, porem, o segurador

é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva

técnica já formada.

Parágrafo único. Demandado em ação direta pela

vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceçao de

contrato não cumprido pelo segurado, sem promover a cita­

ção deste para integrar o contraditório.

Art. 198. O beneficiário nao tem direito ao

tal estipulado quando o segurado se suicida dentro nos

meiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da

recondução depois de suspenso, observado o disposto no

go anterior, parágrafo único.

capi

pri

sua

arti

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042 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

renda se

ultrapa~

o con

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista

neste artigo, é nula a cláusula contratual que exclui o p~

gamento do capital por suicídio d9 segurado.

Al~t. 799. O segurador não pode eximir-se ao paga

mento do seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se

a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização

de meio de transporte mais arriscado, da prestação de servi

ço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade

em auxílio de outrem.

A]~t. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador nao

pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do

beneficiário, contra o causador do sinistro.

A]~t. 801. O seguro de pessoas pode ser estipula-

do por pessoa física ou jurídica em proveito de grupo que

a ela, de qualquer modo, se vincule.

§ 19 O estipulante não representa o segurador p~

rante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o

segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contra

tuais.

§ 29 A modificação das condições da apólice em

vigor dependerá da anuência expressa de segurados, que repr~

sentem três quartos do grupo.

AI,t. 802. Não se compreende nas disposições des

ta Seção a garantia do reembolso de despesas hospitalares

ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto

e de funeral do segurado.

CAPfTULO XVI

DA CONSTITUIÇ~O DE RENDA

AI,t. 80S. Pode uma pessoa, pelo contrato de cons

tituição de renda, obrigar-se para com outra a uma presta­

ção periódica, a título gratuito.

Ar't. 804. O contrato pode ser também a título o

neroso, entregando-se bens móveis ou imóveis a pessoa que

se obriga a .satisfazer as prestações a favor do credor ou

de terceiros.

Art. 805. Sendo o contrato a título oneroso, pode

o credor, ao contratar, exigir que o rendeiro lhe preste g~

rantia real, ou fidejussória.

~t. 806. O contrato de constituição de

rá feito a prazo certo, ou por vida. O prazo pode

sar a vida do devedor mas não a do credor, seja ele

traente, seja terceiro.

Art. 807. O contrato de constituição de renda re

quer escritura pública.

Art. 808. ~ nula a constituição de renda em fa

vor de pessoa Ja falecida, ou que, dentro nos trinta dias se

guintes, vier a falecer de moléstia que já sofria,quando foi

celebrado o contrato.

Art. 809. Os bens dados em compensação da renda

caem, desde a tradição, no domínio da pessoa que por aquela

se obrigou.",

Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, deixar de

cumprir a obrigação estipulada, poderá o credor da renda acio

ná-lo, assim para que lhe pague as prestações atrasadas, com~para que lhe dê garantias das futuras, sob pena de rescisão do

contrato.

Art. 811. O credor adquire o direito à renda dia

a dia, se a prestação não houver de ser paga adiantada, no co

meço de cada um dos períodos prefixos.

Art. 812. Quando a renda for constituída em bene

fício de duas ou mais pessoas, sem determinação da parte de

cada uma, entende-se que os seus direitos são iguais; e, sal

vo estipulação diversa, não adquirirão os sobrevivos direito

à parte dos que morrerem.

Art. 81S. A renda constituída por título gratui­

to pode, por ato do instituidor, ficar is~nta de todas as exe

cuções pendentes e futuras. Essa isenção existe de pleno di

reito em favor dos montepios e pensões alimentícias.

CAPfTULO XVII

DO JOGO E DA APOSTA

Art. 814. As dívidas de jogo, ou aposta, nao o­

brigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que

voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se

o perdente é menor, ou interdito.

§ 19 Estende-se esta disposição a qualquer con

trato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fian

ça de dívida de jogo; mas a nulidade resultante nao pode

ser oposta ao terceiro de boa fé.

§ 29 O preceito contido neste artigo tem aplic~

ção, ainda que se trate de jogo não proibido, so se excetuan

do os jogos e apostas legalmente permitidos.

§ S9 Excetuam-se, igualmente, os prêmios ofere­

cidos ou prometidos para o vencedor em competição de nature­

za esportiva, intelectual ou artística, desde que os inte ­

ressados se submetam às prescrições legais e regulamentares.

Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que

se emprestou para j.ogo, ou aposta, no ato de apostar, ou j~

gar.

Art. 816. São equiparados ao jogo, submetendo ­

-se, como tais, ao disposto nos artigos antecedentes,os con­

tratos sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores,em que

se estipule a liquidação exclusivamente pela diferença entre

o preço ajustado e a cotação que eles tiverem, no vencimento

do ajuste.

Art. 817. O sorteio para dirimir questões, ou di

vidir coisas comuns, considera-se sistema de partilha,ou pro:

cesso de transação, conforme o caso.

CAPfTULO XVIII

DA FIANÇA

Seção I

Disposições gerais

Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa g~

rante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo deve ­

dor, caso este não a cumpra.

Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não

admite interpretação extensiva.

Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda sem

consentimento do devedor, ou contra a sua vontade.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 043

,Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de

fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senao

depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal

devedor.

Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreen-

derá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as

despesas judiciais, desde a citação do fiador.

Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao

da obrigação principal e contraída em condições menos onero ­

sas. Quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa

que ela, nao valerá senão até ao limite da obrigação afian

cada.

Art. 824. As obrigações nulas nao sao suscetí­

veis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de in

capacidade pessoal do devedor.

Parágrafo único. Esta exceção nao abrange o ca

so de mútuo feito a menor.

Art. 825. Quando alguém houver de dar fiador,o

credor nao pode ser obrigado a aceitá-lo, se não for pessoa

idônea, domiciliada no Município, onde tenha de prestar a

fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obrig~

ção.

Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente, ou

incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído.

Seção Ir

Dos efeitos da fiança

Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da

dívida tem direito a exigir, até con~estação da lide,que se

jam primeiro executados os bens do devedor.

Parágrafo único. O fiador ~e alegar o benefí­

cio de ordem,a que se refere este artigo,?eve nomear bens

do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembarga ­

dos, quantos bastem para solver o débito.

Art. 828. Não aproveita este benefício ao fia-

dor:

Art. 832. O devedor responde também perante o

fiador por todas as perdas e danos que este pagar, e pelos

que sofrer em razão da fiança.

Art. 833. O fiador tem direito aos juros do de

sembolso pela taxa estipulada na obrigação principal, e, nao

havendo taxa convencionada, aos juros legais da mora.

Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, de

morar a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador

promover-lhe o andamento.

Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fian­

ça que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que

lhe convier, ficando, porém, obrigado por todos os efeitos

da fiança, durante sessenta dias após a notificação do cre­

dor.

Art. 836. A obrigação do fiador passa-lhe aos

herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao

tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapas­

sar às forças da herança.

Seção III

Da extinção da fiança

Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exce

ções que lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação

que competem ao devedor principal, se não provierem simple~

mente de incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito

a pessoa menor.

Art. 838. O fiador, ainda que solidário, fica­

ra desobrigado:

I Se, sem consentimento seu, o credor co~

ceder moratória ao devedor.

II Se, por fato do credor, for impossível

a sUb-rogação nos seus direitos e preferências.

III - Se o credor, em pagamento da dívida,acei

tar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era

obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por

evicção.

Art. 831. O fiador, que pagar integralmente a

dívida, fica sub-rogado nos direitos do credor; mas só pod~

rá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva ~)

ta·;

I Se ele o renunciou expressamente.

11 Se se obrigou como principal pagador, ou

devedor solidário.

111 ~ Se o devedor for insolvente, ou falido.

Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a· um

só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de s~

lidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem

o benefício de divisão.

Parágrafo único. Estipulado este benefício,cada

fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe

couber no pagamento.

Art. 830. Pode também cada fiador taxar, no co~.

trato, a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade,e,

neste caso, não será obrigada a mais.

Parágrafo único. A parte do fiador

distribuir-se-á pelos outros.

insolvente

Art. 839. Se for invocado o benefício da excus

são e o devedor, retardando-se a execução, cair em insolvên

cia, ficará exonerado o fiador que o invocou, provando que

os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, sufici

entes para a solução da dívida afiançada.

CAPíTULO XIXDA TRANSAÇÃO

Art. 840. ~ lícito aos interessados prevenire~

ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.

Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de

caráter privado se permite a transação.

Art. 842. A transação far-se-á por escriturapÚ­

blica, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumen

to particular, nas em que ela o admite. Se recair sobre di

reitos contestados em juízo, será feita por escritura públi

ca, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e

homologado pelo juiz.

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044 Quinta-feira 17 :JIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 843. A transação interpreta-se restritiv~

mente. Por ela não se transmitem, apenas se declaram ou re

conhecem direitos.

Art. 844. A transação nao aproveita, nem prej~

dica senao aos que nela intervierem, ainda que diga respei­

to à coisa indivisível.§ 19 Se for concluída entre o credor e o devedor

desobrigará o fiador.

§ 29 Se entre um dos credores solidários e o de­

vedor, extingue a obrigação deste para com os outros credo­

res.

§ 39 Se entre um dos devedores solidários e seu

credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores.

Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por

um dos transigentes, ou por ele transferida à outra parte,

não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evic

to cabe o di]~eito de reclamar perdas e danos.

Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir,

depois da transação, novo direito, sobre a coisa renuncia­

da ou transferida, a transação feita não o inibirá de exer­

cê-lo.

Ar't. 846. A transação concernente a obrigações

resultantes de delito não perime a ação penal pública.

Art. 847. t admissível, na transação, a pena con

vencional.

Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da

transação, nula será esta.

Pal~ágrafo único. Todavia, quando a transação ver

sar sobre diversos direitos contestados, independentes en

tre si, o fato de não prevalecer em relação a um, não prej~

dicará os demais.

Ari:. 849. A transação so se anula por dolo, coa

ção, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.

Parágrafo único. A transação não se anula por

errO de direito a respeito das questões que foram objeto de

controvérsia entre as partes.

Art. 850. ~ nula a transação a respeito do liti

gio decidido por sentença passad~ em julgado, se dela nao

tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título

ulteriormentl~ descoberto, se verificar que nenhum deles ti:,

nha direito I,obre o obj eto da transação.

CAPITULO XX·

DO COMPROMISSO

Art. 851. As pessoas capazes de contratar pod~

rão 10uvar-sEl, mediante compromisso, em árbitro ou árbitros

que lhes resolvam as pendências judiciais ou extrajudiciais.

Ari:. 852. Não se admite compromisso para a solu

ção de questéíes de estado, de direito pessoal de família e

de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial.

Ari:. 853. Se as partes se fizerem representar p:1r'

procurador, deverá este ter poderes especiais.

Art. 854. Admite-se nos contratos a cláusula co~

promissória, pela qual as partes convencionem submeter qu~

quer divergências a juizo arbitral. Neste caso, deverão

indicar desdE~ logo' o árbitro ou árbitros. Se estes não p~

derem servir" e as partes não acordarem em outros, ficará

sem efeito a cláusula.

Art. 855. A despeito da cláusula compromissor~a,

poderá o interessado submeter a questão a justiça comum,que

sera a competente, se o réu não excepcionar.

TITULO VII

DOS ATOS UNILATERAIS

CAPITULO I

DA PROMESSA DE RECOMPENSA

Art. 856. Aquele que, por anúncios públicos, se

comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha

certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrig~

ção de fazer o prometido.

Art. 857. Quem quer que, nos termos do artigo ag

tecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda

que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recom

pensa estipulada.

Art. 858. Antes de prestado o serviço, ou preen­

chida a condição, pode o promitente revogar a promessa, cog

tanto que o faça com a mesma publicidade. Se, porém,houver

assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á que re

nuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta. O can

didato de boa fé, que houver feito despesas, terá direito a

reembolso.

Art. 859. Se o ato contemplado na promessa for

praticado por mais de um indivíduo, terá direito à recompeg

sa o que primeiro o executou.

Art. 860. Sendo simultânea a execução, a cada um

tocará quinhão igual na recompensa. Se esta n~o for divisí

vel, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa da

ra ao outro o valor de seu quinhão.

Art. 861. Nos concursos que se abrirem com pr~

messa pública de recompensa, é condição essencial, para va

lerem, a fixação de um prazo, observadas também as disposi­

ções dos parágrafos seguintes.

§ 19 A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios,

corro juiz, obriga os interessados.

§ 29 Em falta de pessoa designada para julgar o

mérito dos trabalhos, que se apresentarem, entender -se - á

que o promitente se reservou essa função.

§ 39 Se os trabalhos tiverem mérito igual, proc~

der-se-á de acordo com os arts. 859 e 860.

Art. 862. As obras premiadas, nos concursos de

que trata o artigo anterior, só ficarão pertencendo ao pro­

mitente, se assim for estipulado na publicação da promessa.

CAPITULO II

DA GESTÃO DE NEG6CIOS

Art. 863. Aquele que, sem autorização do intere~

sado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á se

gundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando

responsável a este e às pessoas com que tratar.

Art. 864. Se a gestão foi iniciada contra a vonta­

de manifesta ou presumível do interessado, responderá o ge~

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n- Suplemento Quinta-feira 17 045

tor até pelos casos fortuitos, não provando que teriam sobre­

vindo, ainda quando se houvesse abatido.

Art. 865. No caso do artigo antecedente, se os pr~

JU1Z0S da gestão excederem o seu proveito, poderá o dono do

negócio exigir que o gestor restitua as coisas ao estado ante

rior, ou o indenize da diferença.

Art. 866. Tanto que ser possa, comunicará o gestor

ao dono do negócio a gestão, que assumiu, aguardando-lhe a

resposta, se da espera não resultar perigo.

Art. 867. Enquanto o dono não providenciar, velará

o gestor pelo negócio, até o levar a cabo, esperando, se aqu~

le falecer durante a gestão, as instruções dos herdeiros, sem

se descuidar, entretanto, das medidas que o caso reclame.

Art. 868. O gestor envidará toda sua diligência ha

bitual na administração do negócio, ressarcindo ao dono todo

o prejuízo resultante de qualquer culpa na gestão.

Art. 869. Se o gestor se fizer substituir por ou

trem, responderá pelas faltas do substituto, ainda que seja

pessoa idônea, sem prejuízo da ação, que a ele, ou ao donq do

negócio, contra ela possa caber.

Parágrafo único. Havendo mais ae um gestor, será 50

lidária a sua responsabilidade.

Art. 87D. O gestor responde pelo caso fortuito,

quando fizer operações arriscadas, ainda que o dono costu­

masse fazê-las, ou quando preterir interesse deste por a

mor dos seus.

Parágrafo único. Não obstante, querendo o dono

aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o ge~

tor das despesas necessárias, que tiver feito, e dos pr~

juízos , que por causa da gestão, houver sofrido.

Art. 871. Se o negócio for utilmente administr~

do, cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seu nome,

reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis

que houver feito, com os juros legais, desde o desembolso.

Responderá, ainda, pelos prejuízos que este houver sofrido

por causa da gestão.

§ 19 A utilidade, ou necessidade, da despesa, ~

preciar-se-á não pelo resultado obtido, mas segundo as cir

cunstâncias da ocasião em que se fizerem.

§ 29 Vigora o disposto neste artigo, ainda qua~

do o gestor, em erro quanto ao dono do negócio, der a ou

tra pessoa as contas da gestão.

.Art. 872. Aplica-se, outrossim, a disposição do

artigo antecedente, quando a gestão se proponha acudir a

prejuízos iminentes, ou redunde em proveito do dono do ne

gócio, ou da coisa. Mas nunca a indenização ao gestor ex

cederá em importância as vantagens obtidas com a gestão.

Art. 873. Quando alguém, na ausência do indiví­

duo obrigado a alimentos, por ele os prestar a quem se de

vem, poder-Ihes-á reaver do devedor a importância, ainda

que este não ratifique o ato.

Art. 874. Nas despesas do enterro, proporcionadal;

aos usos locais e à condição do falecido , feitas por tercei..

ro, podem ser cobradas da pessoa que teria a obrigação de a

limentar a que veio a falecer, ainda mesmo que esta não te

nha deixado bens.

Parágrafo único. Cessa o disposto neste artigo e

no antecedente, em se provando que o gestor fez essas despe-­

sas com o simples intento de bem-fazer.

Art. 875. A ratificação pura e simpl~s do dono do

negoc10 retroage ao dia do começo da gestão, e produz todosos efeitos do mandato.

Art. 876. Se o dono do negócio, ou da coisa, desa

provar a gestão, por contrária aos seus interesses, vigorará

o disposto nos arts. 864 e 865, salvo o estatuído nos arts.871 e 872.

Art. 877. Se os negócios alheios forem conexos ao

do gestor, de tal arte que se não possam gerir separadament~

haver-se-á o gestor por sócio daquele, cujos interesses age~ciar de envolta com os seus.

Parágrafo único. Neste caso, aquele, em cujo bene

fício interveio o gestor, só é obrigado na razão das vanta­gens que lograr.

CAPITULO II!

DO PAGAMENTO INDEVIDO

Art. 878. Todo aquele que recebeu o que lhe não

era devido fica obrigado a restituir. A mesma obrigação in

cumbe ao que recebe dívida condicional antes de cumprida a

condição.

Art. 879. Ao que voluntariamente pagou o indevi­

do incumbe a prova de tê-lo feito por erro.

Art. 88D. Aos frutos, acessões, benfeitorias e

deteriorações sobrevindas à coisa dada em pagamento indevi­

do, aplica-se o disposto neste Código sobre o possuidor de

boa ou de má fé, conforme o caso.

Art. 881. Se aquele que indevidamente recebeu um

imóvel o tiver alienado em boa fé, por título oneroso, res­

ponde somente pelo preço recebido; mas, se obrou de má fé,

além do valor do imóvel, responde por perdas e danos.

Parágrafo único. Se o imóvel se alheou por títu­

lo gratuito, ou se, alheando-se por título oneroso,obrou de

má fé o terceiro adquirente, cabe ao que pagou por erro o

direito de reivindicação.

Art. 882. Fica isento de restituir pagamento in

devido aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadei

ra, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou ~

briu mão das garantias que asseguravam seu direito; mas o

que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro de­

vedor e seu fiador.

Art. 883. Se o pagamento indevido tiver consisti

do no desempenho de obrigação de fazer ou para eximir-se da

de não fazer, aquele que recebeu a prestação fica na obrig~

ção de indenizar o que a cumpriu, na medida do lucro obtido.

Art. 884. Não se pode repetir o que se pagou pa

ra solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicial _

mente inexigível.

Art. 885. Não terá direito à repetição aquele

que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral,ou proi

~o por lei.

Parágrafo único. Neste caso, o que se deu rever­

terá em favor de estabelecimento local de beneficência, a

critério do juiz.

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046 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

se fa

por

resti

CAPITULO IV

DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

Art. 886. Aquele que, sem justa causa, se enri ­

quecer ã custa de outrem, será obrigado a restituir o inde­

vidamente auferido, feita a atualização dos valores monetá­

rios.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver

objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a

tuí-la. Se a coisa não mais subsistir, a.restituição

rá pelo valor do bem na epoca em que foi exigido.

Art. 887. A restituição é devida, não só quando

não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas

também se esta deixou de existir.

Art. 888. Não caberá a restituição por enriquec!

mento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se res

sarcir do prejuízo sofrido.

TíTULO VIII

DOS TITULaS DE CR~DITO

CAPíTULO I

DISPOSIÇOES GERAIS

A~t. 889. O título de crédito, documento necessá

rio ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,

somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

Art. 890. A omissão de qualquer requisito legal,

que tire ao escrito a sua validade como título de crédito ,

nao implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu ~

rigem.

Art. 891. Deve o título de crédito conter a data

da emissão" a indicação precisa dos direitos que confere,e,

por último" a assinatura do emitente.

~i 19 ~ à vista o título de crédito que não conte

nha indicação do vencimento.€i 29 Considera-se lugar de emissão e de pagamen­

to, quando não indicado" no título, o domicílio do emitente.

lwt. 892. Consideram-se não escritas no título a

cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de

responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dis

pense a observância de termos e formalidades prescritas, e

a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja

direitos e obrigações.

r~t. 893. O título de crédito, incompleto ao te~

po da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ~

justes realizados. O descumprimento de tais ajustes pelos

que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao

terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, ti

ver agido de má fé.

i~t. 894. Aquele que, sem ter poderes, ou exce ­

dendo os que tem, lança a sua assinatura em título de créd!

to, como mandatário ou representante de outrem, fica pes

soa1mente obrigado. Pagando o título, tem ele os mesmos di

reitos que teria o suposto mandante ou representado.

Art. 895. A transferência do título de crédito

implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.

Art. 896. O portador de título representativo de

mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade

com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber ~

que1a independentemente de quaisquer formalidades, além da

entrega do título devidamente quitado.

Art. 897. Enquanto o título de crédito estiver em

circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser obj~

to de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos

ou mercadorias que representa.

Art. 898. O título de crédito não pode ser revin

dicado do portador que o adquiriu de boa fé -e na conformida

de das normas que disciplinam a sua circulação.

Art. 899. O pagamento de título de crédit~, que

contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser g~

rantido por aval.

Parágrafo único. ~ vedado o aval parcial.

Art. 900. O aval deve ser dado no verso ou no an

verso do próprio título.

S 19 Para a validade do aval, dado no anverso do

título, é suficiente a simples assinatura do avalista.

S 29 Considera-se não escrito o aval cancelado.

Art. 901. O avalista equipara-se àquele cujo no

me indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor

final.

S 19 Pagando o títulO, tem o avalista ação de re

gresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anterio­

res.

S 29 Subsiste a responsabilidade do ava1ista,ai~

da que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos

que a nulidade decorra de vício de forma.

Art. 902. O aval posterior ao vencimento produz

os mesmos efeitos do anteriormente dado.

Art. 9 O3'. Fica validamente desonerado o devedor

que paga título de crédito ao legítimo portador, no venci ­

mento, sem oposição, salvo se agiu de má fé.

Parágrafo único. Pagando, pode o devedor ex~g~r

do credor, além da entrega do título, quitação regular.

Art. 904. Não é o credor obrigado a receber o pag~

mento antes do vencimento do título. Aquele que o paga,antes

do vencimento ,"fica responsável pela validade do pagamento.

S 19 No vencimento, não pode o credor recusar pag~

mento, ainda que parcial.S 29 No caso de pagamento parcial, em que se nao 2

pera a tradição do títulO, além da quitação em separado,outra

deverá ser firmada no próprio títulO.

Art. 905. Salvo disposição diversa em lei especial,

regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.

CAPíTULO II

DO TITULO AO PORTADOR

Art. 906. A transferência de título ao portador se

faz por simples tradição.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CON( 'SO NACIONAL (Seçào I) - Suplemento Quinta-feira 17 047

Art. 907. O possuidor de titulo ao portador t

reito ã prestação nele indicada, mediante a sua simples ":',:lJ"'I"'

sentação ao devedor.

Parágrafo único. A prestação ê devida ainda que o

título tenha entrado em circulação contra a vontade do emiten

te.

Art. 908. O devedor so poderá opor ao portador ex

ceção fundada em direito pessoal , ou em nulidade de sua obri

gação.

Art. 909. t nulo o título ao portador emitido sem

autorização de lei especial.

Art. 910. O possuidor de título dilacerado, porem,

identificável, tem direito a obter do emitente a substitui­

ção do anterior, mediante a restituição do primeiro e o p~

gamento das despesas.

Art. 911. O proprietário, que perder ou extrav~

título, ou for dele injustamente desapossado, poderá obter

novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem

capital e rendimentos.

Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter

c~encia da ação referida neste artigo, exonera o devedor,

salvo se' se provar que ele tinha conhecimento do fato.

CAPITULO IH

DO TITULO À ORDEM

Art. 912. O endosso deve ser lançado pelo endos­

sante no verso ou anverso do próprio título.

S 19 Pode o endossante designar o endossatário .

Para a validade do endosso, dado no verso do título, é su

ficiente a simples assinatura do endossante.

S 29 A transferência por endosso completa-se com

a tradição do título.

S 39 Considera-se nao escrito o endosso cancela­

do, total ou parcialmente.

Art. 913. Considera-se legítim? possuidor o po~

tador do título ã ordem com série regular e ininterrupta de

endossos, ainda que o último seja em branco.

Parágrafo único. Aquele que paga o título está o

brigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas

não a autenticidade das assinaturas.

Art. 914. Considera-se não escrita no endosso qual

quer condição a que o subordine o endossante.

Parágrafo único. t nulo o endosso parcial.

Art. 915. O endossatário de endosso em branco pode

mudá -lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome

ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco

ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso.

Art. 916. Ressalvada cláusula expressa em contrá ­

rio, constante do endosso, não responde o endossante pelo cum

primento da prestação constante do título.

S 19 Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o

endossante se torna devedor solidário.

S 29 Pagando o título, tem o endossante ação de re

gresso contra os coobrigados anteriores.

Art. 917. O devedor, além das exceções fundadas nas

relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a

este as exceções relativas ã forma do título e ao seu conteú

do literal, ã falsidade da própria assinatura, a defeito de

capacidade ou de representação no momento dá subscrição, e àfalta de requisito necessário ao exercício da ação.

Art. 918. As exceções, fundadas em relação do deve

dor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ~

le opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver

agido de má fé.

Art. 919. A cláusula constitutiva pe mandato, lan­

çada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos di­

reitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente es

tatuída.

S 19 O endossaté.rio de endosso-mandato so pode en

dossar novamente o título na qualidade de procurador, com os

mesmos poderes que recebeu.

S 29 Com a morte ou a superveniente incapacidade

do endossante, o endosso-mandato não perde eficácia.

S 39 Pode o devedor opor ao endossatário de endos

so-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.

Art. 920. A cláusula constitutiva de penhor, lan

çada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos di

reitos inerentes ao título.

S 19 O endossatário de endosso-penhor só pode en

dossar novamente o título na qualidade de procurador.

§ 29 Não pode o devedor opor ao endossatário de

endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante,sal

vo se aquele tiver agido de má fé.

Art. 921. A aquisição de título à ordem, por meio

diverso do endosso, tem efeito de cessão civil.

Art, 922. O endosso posterior ao vencimento pro­

duz os mesmos efeitos do anterior.

CAPíTULO IV

DO TITULO NOMINATIVO

Art. 923. t título nominativo o emitido em favor

de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.

Art. 924. Transfere-se o título nominativo medi­

ante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprie­

tário e pelo adquirente.

Art. 925. O título nominativo também pode ser

transferido por endosso que contenha ,o nome do endossatário.

S 19 A transferência, mediante endosso, só tem ~

ficácia perante o emitente, uma vez feita a competente ave~

bação em seu registro. O emitente pode exigir do endossat~

rio que comprove a autenticidade da assinatura do endossan­

te.S 29 O endossatário, legitimado por série reg~

lar e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a a­

verbação no registro do emitente, comprovando a autenticida

de das assinaturas de todos os endossantes.

S 39 Contendo o título original o nome do primi­

tivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emi­

tente novo título, em seu nome. A emissão do novo título

deve constar no registro do emitente.

Art. 926. Ressalva<:la proibição legal, pode o tí

tulo nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador,

a pedido do proprietário e à sua custa.

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048 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 927. Fica desonerado de responsabilidade o

emitente de boa fe que fizer a transferência pelos modos in

dicados nos artigos antecedentes.

Art. 928. Qualquer negócio ou medida judicial,~

tenha por objeto o título, só produz efeito perante o em~

tente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no

registro do emitente.

TíTULO IX

DA RESPONSABILIDADE CIVIL

CAPíTULO I

DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Art. 929. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186

e 187) , causar dano a outrem, e obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Todavia, haverá obrigação de re

parar o dano, independentemente de culpa, nos casos especifi

cados em l,ei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida

pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os

direitos de outrem.

Art. 930. O incapaz responde pelos prejuízos que

causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obri­

gação de o fazer ou não dispuserem de meios suficientes.

Parágrafo un1CO. A indenização prevista neste ar

tigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se ela pri­

var do necessário o incapaz, ou as pessoas que dele dependem.

lwt. 931. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa,

no caso do art. 188, n9 lI, não forem culpados do perigo, a~

sistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.

Art. 932. No caso do art. 188, n9 lI, se o perigo

ocorrer por culpa 'de terceiro, contra este terá o autor do

dano ação I'egressiva para haver a importância que tiver res

sarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra a

quele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, n9 I).

Art. 933. Ressalvados outros casos previstos em

lei especial, os empresários individuais e as empresas res­

pondem pelos danos causados pelos produtos postos em circu­

lação.

Art. 934. são tambem responsáveis pela reparação

civil:

I. - Os pais, pelos filhos menores que estive

rem sob seu poder e em sua companhia.

II - O tutor e o curador, pelos pupilos e cura­

telados, que se acharem nas mesmas condições.

III - O empregador ou comitente, por seus empre­

gados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que

lhes competir, ou em razão dele.

IV - Os donos de hoteis, hospedarias, casas ou

estabelecimentos, onde se albergue por dinheiro, mesmo para

fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos.

V - Os que gratuitamente houverem participado

nos produtos do crime, ate a concorrente quantia.

Art. 935. As pessoas indicadas nosns. I a III do

artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte,

responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referi

dos.

Art. 936. O que ressarcir o dano causado por ou

trem pode reaver daqueles, por quem pagou, o que houver pago,

exceto se o causador do dano for descendente seu, absoluta cu

relativamente incapaz.

Art. 937. A responsabilidade civil e independente

da criminal; nao se poderá, porem, questionar mais sobre a

existência do fato, ou quem seja o seu autor, quando estas

questões se acharem decididas no crime.

Art. 938. O dono, ou detentor, do animal ressar­

cirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítim~

ou força maior.

Art. 939. O dono do edifício ou construção res

ponde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta pro­

vier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 940. Aquele que habitar predio, ou parte de

le, responde pelo ~ano proveniente das coisas, que dele caí

rem ou forem lançadas em lugar indevido.

Art. 941. O credor, que demandar o devedor antes

de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita,

ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o venci­

mento, a descontar os juros correspondentes, embora estipu­

lados, e a pagar as custas em dobro.

Art. 942. Aquele que demandar por dívida já pa

ga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebi ­

das, ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a p~

gar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver co

brado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, sal

vo se houver prescrição.

Art. 943. Não se aplicarão as penas dos dois ar

tigos anteriores, quando o autor desistir da ação antes de

contestada a lide, salvo ao reu o direito de haver indeniza

ção por algum prejuízo que prove ter sofrido.

Art. 944. Os bens do responsável pela ofensa ou

violação do direito de outrem ficam sujeitos ã reparação do

dano causado; e, se tiver mais de um autor a ofensa, todos

responderão solidariamente pela reparação.

Parágrafo único. são solidariamente responsáveis

com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art.

934.

Art. 945. O direito de eX1g1r reparação e a obri

gação de prestá-la transmitem-se com a herança.

CAPITULO II

DA INDENIZAÇÃO

Art. 946. A indenização mede-se pela extensão do

dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva despropor ­

ção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz redu

zir, eqüitativamente, a indenização.

Art. 947. Se a vítima tiver concorrido culposa ­

mente para o evento danoso, a sua indenização será fixada,

tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com

a do autor do dano.

Art. 948. Se a obrigação for indeterminada,e não

houver na lei ou no contrato disposição fixando a indeniza-

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 049

pe,E.ção devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor dasdas e danos na forma que a lei processual determinar.

Art. 949. Se o devedor não puder cumprir a pre~

tação na espécie ajustada, substituir-se~á pelo seu valor ,

em moeda corrente.

Art. 950. A indenização, no caso de homicídio,co~

siste:

I - No paga~ento das despesas com o tratamentoda vítima, seu funeral e o luto da família.

II - Na prestação de alimentos às pessoas a quáno defunto os devia, levando-se em conta a duração provávelda vida da vítima.

Art. 951. No caso de lesão ou outra ofensa ã saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do trata ­mento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, ~

lém de algum outro prejuízo que prove haver sofrido.

Art. 952. Se da ofensa resultar defeito peloqual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão,ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização,~

lém das despesas do tratamento e lucros cessantes até aofim da convalescença, incluirá uma pensão correspondente àimportância do trabalho, para que se inabilitou, ou da de

preciação que ele sofreu. O prej~dicado, se preferir, pod~

rá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma sóvez.

Art. 953. O disposto nos três artigos anterioresaplica-se também no caso de indenização devida por quem, noexercício de atividade profissional, por negligência, impr~

dência ou imper~c~a, causar a morte do paciente, agravar

-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o traba­lho.

Art. 954. Havendo usurpação ou.esbulho do alheio,além da restituição da coisa, a indenização consistirá empagar o valor das suas deteriorações e o devido a título delucros cessantes. Faltando a coisa, dever-se-á embolsar o

seu equivalente ao prejudicado.

Parágrafo único. Para se restituir o equivalente"quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seupreço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não SE'

avantaje àquele.

Art. 955. A indenização por injúria ou calúniaconsistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendi.·do.

Parágrafo único. Se este não puder provar prejuí­zo material, caberá ao juiz fixar, eqfiitativamente, o valor.da indenização, de conformidade com as circunstâncias do caso.

Art. 956. A indenização por ofensa ã liberdadepessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobr~

vierem ao ofendido. Se este não puder provar preJu~zo, temaplicação o disposto no parágrafo único do artigo anterior.

TfTULO XDAS PREFERtNCIAS E PRIVILtGIOS CREDIT~RIOS

Art. 957. Procede-se ã declaração de insolvência

toda vez que as dívidas excedam à importância dos bens do

devedor.Art. 958. A discussão entre os credores pode

versar, quer sobre a preferência entre eles disputada,quer

sobre a nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos.

Art. 959. Não havendo título legal à preferên ­cia, terão os credores igual direito sobre os bens do de­

vedor comum.

Art. 960. Os títulos legais de preferência sãoos privilégios e os direitos reais.

Art. 961. Conservam seus respectivos direitos oscredores, hipotecários ou privilegiados:

I - Sobre o preço do seguro da coisa gravadacom hipoteca ou privilégio, ou sobre a indenização devida,havendo responsável pela perda ou danificação da coisa.

II - Sobre o valor da indenização, se a coisaobrigada a hipoteca ou privilégio for desapropriada.

Art. 962. Nesses casos, o devedor do preço doseguro, ou da indenização, se exonera pagando sem oposiçãodos credores hipotecários ou privilegiados.

Art. 963. O.crédito real prefere ao pessoal dequalquer espec~e; o crédito pessoal privilegiado, ao simpIes; e o privilégio especial, ao geral.

Art. 964. Quando concorrerem aos mesmos bens, epor título igual, dois ou mais credores da mesma classe e~

pecialmente privilegiados, haverá entre eles rateio, pro ­porci;nal ao valor dos respectivos créditos, se o produto

não bastar para o pagamento integral de todos.

Art. 965. O privilégio especial só compreende osbens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamentodo crédito, que ele favorece; e o geral, todos os bens nãosujeitos a crédito real, nem a privilégio especial.

Art. 966. Têm privilégio especial:I - Sobre a coisa arrecadada e liquidada, o

credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecada­ção e liquidação.

II - Sobre a coisa salvada, o credor por desp~

sas de salvamento.

III - Sobre a coisa oeneficiada, o credor porbenfeitorias necessárias ou úteis.

IV - Sobre os prédios rústicos ou u~banos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credorde materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação,r~

construção , ou melhoramento.

V - Sobre os frutos agrícolas, o credor porsementes, instrumentos e serviços ã cultura, ou ã colheita.

VI - Sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de alugu~

res, quanto às prestações do ano corrente e do anterior.VII - Sobre os exemplares da obra existente na

massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representaTItes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da ediçãO

maO cárcere privado.A prisão por queixa ou denúncia falsa e de

c) A prisão ilegal.

Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da libero

pessoal:a)

b)

dade

fé.

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OSO Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art: 968. Na remuneração do art. 967, n9 VII,se

inclui a dos mestres que, durante o mesmo período ensina ­

ram aos descendentes menores do devedor.

S 29 À margem da inscrição, e com as mesmas forma­

lidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorren

teso

111 - O capital.

IV - O objeto e a sede da empresa.

S 19 Com essas indicações, a inscrição sera tomada

por termo no livro próprio do Registro das Empresas, e obede

oerá a número de ordem contínuo para todos os empresários ins

oritos.

Art. 972. O empresarlo, que instituir sucursal, f~

lial ou agência, em lugar sujeito ã jurisdição de outro Regi~

tro das Empresas, neste deverá também inscrevê-la, com a prova

da inscrição originária.

Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição

do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Regist~o

das Empresas da respectiva sede.

Art. 973. São dispensados de inscrição e das res

trições e deveres impostos aos empresários inscritos:

I - O empresário rural, assim considerado o que

exer'ce atividade destinada ã produção agrícola,. silvícola, p~

cuária e outras conexas, como a que tenha por finalidade tr~s

formar ou alienar os respectivos produtos, quando pertinentes

aos serviços rurais.

11 - O pequeno empresário, tal como definido em

decreto, ã vista dos seguintes elementos, considerados isola­

damente ou em conjunto:

a) Natureza artesanal da atividade.

b) Predominância do trabalho próprio e de familia-

- Os demais créditos de privilégio geral.VIII

guinte, sobre

I

to sem pompa,

lugar.

II

despesas com a

III

- O crédito por custas judiciais, ou por

arrecadação e liquidação da massa.

- O crédito por despesas com o luto do côn

juge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram

moderadas.

IV - O crédito por despesas com a doença de

que faleceu o devedor, no semestre anterior ã sua morte.

V - O crédito pelos gastos necessarlOS ã man

tença do devedor falecido e sua família, no trimestre ant~

rior ao falecimento.

VI - O crédito pelos impostos devidos ã Fazen

da Pública, no ano corrente e no anterior.

VII - O crédito pelos salários dos empregados

do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis

meses de vida.

VIII - Sobre o produto da colheita, para a qual

houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quai?

quer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agríco­

la, quanto ã dívida dos seus salários.

Art. 967. Goze~ de privilégio geral, na ordem se

os bens do devedor:

- O crédito por despesa de seu funeral,fei

segundo a condição do finado e o costume do

res.

c) Capital efetivamente empregado.

L I V R O I I

DO DIREITO DE EMPRESA

d)

e)

da exigUidade

Renda bruta anual.

Condições peculiares ã atividade, reveladoras

da empresa exercida.

TíTULO I

DO El1PRESÁRIO

CAPíTULO I

DA CARACTERIZAÇÃO E DA INSCRIÇÃO

Art. 974. O empresário, cuja atividade rural cens

titua sua principal profissão, pode, observadas as formali­

dades de que tratam o art. 971 e seus parágrafos, requerer

inscrlçao no Registro das Empresas da respeotiva sede, ca

so em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para to

dos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Art. 969. Considera-se empresário quem exerce pr~

fissionalmente atividade econômica organizada para a prod~

ção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo unlCO. Não se considera' emp:r'esário quem

exerce profissão intelectual, de natureza científica, liter~

ria ou aFLística., ainda com o con curso de auxiliares ou col~

boradores, salvo se o exercício da profissão constituir ele

mento de empresa.

Art. 970. t obl~igatória a inscrição do empresár·io

no Registro das Empresas da rcspectiva sede, antes do inicio

de sua ati.vidade.

Art. 971. A inscrição do empresário far-se-á ~e

diante requerimento qu~ contenha:

I - O seu nome, nacionalidade, domicílio, est~

do civil, e, se casado, o regime de bens.

grafa.

II - A firma, com a respectiva assinatura aut§

CAPITULO II

DA CAPACIDADE

Art. 975. Podem exeroer atividade de empresário

os que estiverem em pleno gozo da capaoidade civil e não fo

rem legalmente impedidos.

Parágrafo único. Somente se tiver dezoito anos,

poderá o menor emancipado pelo casamento exercer atividade

de empresário.

Ar~. 976. A pessoa legalmente impedida de exer

cer atividade própria de empresário, se a exercer responde­

rá pelas obrigações oontraídas.

Art. 977. Por meio de representante ou devidame~

te assistido, poderá o incapaz continuar a empresa antes ~

xercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor

da herança.

S 19 Em tais casos, precederá autorização judi

cial, àpôs exame das circunstâncias e dos riscos da empresa,

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 051

bem como da conveniência em continuá-la. Essa autorização

pode ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou

representantes legais do menor ou ~o interdito, sem prejui

zo dos direitos adquiridos por terceiros.

§ 29 Não ficam sujeitos ao resultado da empresa

os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou

da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, de­

vendo tais fatos constar do alvará 'que conceder a autoriz~

ção.

§ 39 Completando o menor a idade de dezoito a

nos, poderá ser autorizado pelo juiz a assumir a direção

da empresa, ouvidos os pais, ou o representante legal. A

autorização implica emancipação.

Art. 978. Se o representante ou assistente do

incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder ~

xercer atividade de empresário, nomeara, com a aprovação

do juiz, um ou mais gerentes.

§ 19 Do mesmo modo será nomeado geloente em to

dos os casos em que o juiz encender ser conveniente.

§ 29 A aprovação do juiz não exime o represen ­

tante ou assistente do menor ou do interdito da responsabi

lidade pelos atos dos gerentes nomeados.

Art. 979. A prova da emancipação e da autoriza­

ção do incapaz, nos casos do art. 977, bem como a de even­

tual revogação desta, será inscrita ou averbada no Regi~

tro das Empresas.

Parágrafo único. O uso da nova firma caberá,co~

forme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz;

ou a este, quando puder ser autorizado.

Art. 980. Faculta-se aos cônjuges contratar socie

dade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado

no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação

obrigatória.

Art. 981. O empresário casado pode, sem necessid~

de de outorga conjugal, qualquer que seja o r-egime de bens ,

hipotecar ou alienal' os imóveis que lhe são próploios e os ad

quiridos no exercício da sua atividade.

Art. 982. Além de no Registro Civil, serão arqui­

vados e averbados, no Registro das Empresas, os pactos e d~

clarações antenupciais do empresá~io, bem como o título de

doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomuni­

cabilidade ou inalienabilidade.

Art. 983. A sentença, que decretar ou homologar a

separação judicial do empresário, bem como o ato de reconci­

liação não podem ser opostos a terceiros antes de arquivados

e averbados no Registro das Empresas.

T!TULO II

DA SOCIEDADE

CAPÍTULO ONICO

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 984. Celebram con·trato de sociedade as pe~

soas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou

serviços, para o exercício de atjvidade econêmica e a part~.

lha, entre si, dos resultados.

Parágrafo único. A atividade pode restringir-se

à realização de um ou mais negócios determinados.

Art. 985. Salvo as exceções expressas, conside­

ra··se empresária a sociedade que tem por objeto o exercí ­

cio de atividade própria de empresário sujeito a registro

(art. 970); e, sim~les, as demais.

~ar'ágrafo único. Independentemente àe seu obje­

to, considera-se empresária a sociedade por ações; e, sinl

pIes, a cooperativa.

Art. 986. A sociedade empresária deve consti

tuir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1042 a

1092; a sociedade simples pode constituir-se de conformida­

de com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se as

normas que lhe são próprias.

Parágrafo único. Ressa.lvam-se as disposições con

cernentes ã sociedade em conta ae participação e à cooper~

tiva, bem como as constantes de leis especiais que, para o

exercício de certas atividades, imponham a constituição da

sociedade segundo determinado tipo.

Art. 987. A sociedade que tenha por objeto o ~

xerC~ClO de atividade própria de empresário rural e seja

constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos

de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art.

971 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro das

Empresas da sua sede, caso em que, depois' de inscrita, fi­

cará equiparada, para todos os efeitos, ã sociedade empre­

sária.

Parágrafo único. Embora já constituída a socieda

de segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se su

bordinará, no que for aplicável, às normas que regem a trMS

formação.

Art. 988. A sociedade adquire personalidade juri

dica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei,

dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).

SUBTíTULO I

DA SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA

CAPíTULO I

DA SOCIEDADE EM COMUM

Art. 989. Enquanto não inscritos os atos consti­

tutivos, reger-se-á a sociedade, exceto a por ações em orga

nização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidi~

riamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da

sociedade simples.

Art. 990. Os sócios, nas relações entr'e si ou

com terceiros, somente por escrito podem provar a existên ­

cia da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qual

quer modo.

Art. 991. Os bens e dívidas sociais constituem ~a

trimônio especial, de que os sócios são titulares em c~mum.

Art. 992. Os bens sociais respondem pelos atos de

gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto ex

presso limitativo de poderes, que somente terá eficácia con

tra o terceiro que o conhe~a ou deva conhecer.

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052 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) - Suplemento Maio de 1984

Art. 993. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefí ­

cio de ordem, previsto no art. 1027, o que tratou pela sacie

dade.

SUBTíTULO Ir

DA SOCIEDADE PERSONIFICADA

CAPíTULO I

DA SOCIEDADE SIMPLES

caso

prazo

profi.§.

firma

jurídi

Seção I

Do contrato social

- A denominação, o objeto, a sede e o

Art.l~DDD. A sociedade constitui-se mediante con­

trato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas

estipulada.s pelas partes, mencionará:

I - O nome, nacionalidade, estado civil,

são e residência dos sócios, se pessoas físicas, e a

ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se

Ir

da sociedade.

III - O capital da ~ocicdade, expresso em moeda

corrente, podendo compreender qua.lQuer espécie de bens, sus

cetíveis de avaliação pecuniária.

IV - A quota de cada sócio no capital social, e

o modo de realizá-la.

V - As prestações a que se obriga o sócio, cuja

contribuição consista em serviços.

CAPíTULO II

DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇAO

Art. 991.1. Na sociedade em conta de participação,a

atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamen­

te pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua

própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais

dos resultados correspondentes.

Art. 996. O contrato social produz efeito somente

entre os séicios, e a eventual inscrição de seu instrumento em.

qualquer registro não confere personalidade jurídica ã sacie

dade.

Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão ­

-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante es

te, o sócio participante, nos termos do contrato social.

Art. 995. A constituição da sociedade em conta de

participação independe de qualquer formalidade e pode provar­

-se por todos os ~eios dG direito.

Parágrafo único. Sem preJu~zo do direito de fis­

calizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante

não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com

terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pe

las obrigações em que intervier. -

Art. 997. A contribuição do sócio participante

constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial,oE

jeto da conta de participação', relativa aos negócios so

ciais.

§ 19 Essa especialização patrimonial somente pr~

duz efeitos em relação aos sócios.

li 29 A falência do sócio ostensivo acarreta a

dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta,

cujo saldo constituirá crédito quirografário.

fi 39 Falindo o sócio participante, o contrato s~

cial fica sujeito as normas que regulam os efeitos da falên

cia nos contratos bilaterais do falido.

Art. 998. Salvo estipulação em contrário, o so

cio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimen

to expresso dos demais.

A:L't. 999.. Aplica-se à sociedade em conta de par

ticipação, subsidiariamente e no que com ela f 01' compatível,

o disposto para a sociedade simples. A sua liquidação re­

ge-se pelas normas relativas à prestação de contas, na for­

ma da lei processual.

VI - As pessoas físicas incumbidas da administra

ção da.sociedade, e seus poderes e atribuições.

VII - A participação de cada sócio nos lucros e

nas perdas.

Parágrafo único. t ineficaz em relação a tercei

ros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no ins

trumento do contrato.

Art. 1.001. Nos quinze dias subseqfientes à sua

constituição, deve a sociedade requerer a inscrição do con

trato social no Registro Civil das Fessoas Jurídicas do lo

cal de sua sede <art. 1.150).§ 19 O pedido de inscrição será acompanhado do

instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio ne

le houver sido representado por procurador, o da respecti­

va procuração, bem como, se for o caso, da prova de autori

.zação da autoridade competen~e.

§ 29 Com todas as indicações enumeradas no arti

go anterior, será a inscrição tomada por termo no livro de

registro próprio, e obedecerá a numero de ordem contínuo

para todas as sociedades inscritas.

Art.l.Q02. As modificações do contrato social,

que tenham por objeto matéria indicada no art. 1000, depe~

dem do consentimento de todos os sócios; as demais podem

ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato

nao determinar a necessidade de deliberação unânime.

Parágrafo único. Qualquer modificação do contr~

to social será averbada, cumprindo-se as formalidades pr~

vistas no artigo precedente.

Par'ágrafo único. Havendo mais de um sócio osten­

sivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no

mesmo processo.

Art. 1.003. A sociedade simples que instituir s~

cursaI, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de

outro Registro Civil das Pessoas ,Jurídicas, neste deverá

também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 053

Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição

da sucursal, filial ou agência deve:r-á ser averbada no Regis··

tI'O Civil da respectiva sede.

Seção 11

Dos direitos e obrigações dos sócios

Art. 1.004. As obrigações dós sócios começam ime ..

diatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e

terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as

~esponsabilidadcs sociais.

Art. 1.005. O sócio não pode ser substituído no ~

xercício das suas funções, sem o consentimento dos demais so

cios, expresso em modificação do contrato social.

Art.l.006. A cessão total ou parcial de quota,sem

a correspondente modificação do contrato social com o consen

timento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes

e a sociedade.Parágr-afo único. Ate dois anos depois de averbada

a modificação do contrato, l'esponde o ceden'te solidariamente

com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas o

brigações que tinha, como sócio.

Art. 1. 00'7. Os sócios são obloigados, na forma e

prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato

social. O que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes

ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta p~

lo dano emergente da mora.

Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maio

ria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do

sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realiza

do, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 19 do

art. 1034.Art.l.OOS. O SOC10 que, a título de quota social,

transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e

pela solvência do devedor, o que transferir credito.

Ar~. 1.009. O sócio, cuja contribuição consista em

serviços, não pode, salvo convenção em contrário, emp:r-egar -­

-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser priv~

do de seus lucros, e excluído dela.

Art. LOlO. Salvo estipulação em contrário, o so-­

cio participa dos lucros e das perdas, na p:r-oporção das res­

pectivas quotas, nas aquele, cuja contribuição consiste, em

serviços, somente participa dos lucros, na proporção da me

dia do valor das quotas.

Art. 1.011. É nula a estipulação contratual que

exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.

Art,. 1;012. A distribuição de lucros ilícitos oufictícios acarreta responsabilidade solidária dos administr~~

dores que a realizarem e dos sócios que os l'eceberem, conhe-·

cendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.

Seção IrI

Da administração

Art. 1.013. Quando, por lei ou pelo contrato so

cial, competir aos sócios decidir sobre os negócios da so ­

ciedade, as deliberações serão tomadas por maiorià de votos,

contados segundo o valor das quotas de cada um.

§ 19 Para formação da maioria absoluta sao neces

~ários votos correspondentes a mais de metade do capital.

§ 29 Prevalece a decisão sufragada por maior nu

mero de sócios no caso de empate, e, se este persistir, de

cidirá o juiz.

§ 39 Responde por perdas e danos o sócio que,te~

do em alguma operação interesse contrário ao da sociedade ,

participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.

Art. 1.014. O administrador da sociedade deverá

ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência

que todo homem ativo e probo costuma empregar na administra

çao de seus próprios negócios.

§ 19 Não podem ser administradores, alem das pe~

soas impedidas por lei especial, os condenados a pena que

vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;

ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborn~

concus são, pecula'to; ou contra a economia popular, a fe p~

blica, ou a propriedade.§ 29 Aplicam-se, no que couber; à atividade dos

administradores as disposições concernentes ao mandato.

sc" Art. 1.015. O administrador, nomeado por instru.-

mento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da

'sociedade, e pelos atos que praticar, antes de requerer a

averbação, responde pessoal e solidariamente com a socieda

de.

Art. 1.016. A administração da sociedade, nada

dispondo o contrato social, compete disjuntivamente a cada

um dos sócios.

§ 19 Se a administração competir disjuntivamen­

te a vários administradores, cada um pode impugnar opera ­

ção pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios,por

maioria de votos.

§ 29 Responde por perdas e danos perante a so ­

ciedade o administrador que realizar operações, sabendo ou

devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.

Art.~.017. Nos atos de competência conjunta de

vários administradores, torna-se necessário 9 concurso de

todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou tar­

dança das providências possa ocasionar dano irreparável ou

grave.

Art.l~OlS. No silêncio do contrato, os adminis­

tradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão

da sociedade. Não constituindo objeto social, a oneração

ou a venda de bens imóveis depende do que decidir a maio

ria dos sócios.

Parágrafo único. O excesso por par'te dos admi ­

nistradores somente pode ser oposto a terceiros,se ocorrer

pelo menos uma das seguintes hipóteses:a) Se a limitação de poderes estiver inscrita ou

averbada no registro próprio da sociedade.

b) Provando-se que era conhecida do terceiro.

c) Tratando-se de operação evidentemente estra­

nha aos negócios da sociedade.

Art. 1.019. Os administradores respondem solida­

riamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados

por culpa no desempenho de suas funções.

Art. 1,020. O administrador que, sem consentirnen

to escrito dos sócios, aplicar credito ou bens soclals, em

proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los ã

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· 054 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

sociedade, ou pagar o eqUivalente, com todos os lucros re

sultantes, e, se houver prejuízo, por eles também responde

rá.

cOI'I'er à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a

sociedade.

Seção IVDas r'elações com terceiros

Art. 1.028. O sócio, admitido em sociedade J a

constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores

à admissão.

Art. 1.027. Os bens partiçulares dos sócios não

podem ser' executados por dívidas' da sociedade, senao de

pois de executados os bens sociais.

.Art.l.030. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o

cônjuge do que se separou judicialmente, não podem ex~g~r

desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas con

Art. 1.033. Ressalvado o disposto no art. 1007 e

seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído ,judicialmen­

te, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por

falta grave no cumprimento de suas obr~gações, ou, ainda,

por incapacidade superveniente.

Parágrafo único. Será de pleno direito excluído

da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota

tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art.

1029.

Seção V

Da resolução da sociedade em relação a um sócio

Seção vrDa dissolução

Art. 1.036. Dissolve-se a sociedade quando ocor

Art. 1..031. No caso de morte de sócio, liquidar-se­

á sua quota; salvo:

r - Se o contrato dispuser diferentemente.

rr - Se os sócios remanescentes optarem pela

dissolução da sociedade.

rrr - Se, por acordo com os herdeiros, regular-se

a substituição do sócio falecido.

Art. 1.032. Além dos casos prev~stos na lei ou no

contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade;se de

prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios,

com anteceãência mínima de dois meses; se de prazo determi

nado, provando judicialmente justa causa.

Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes ànotificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da

sociedade.

Art.I~034. Nos casos em que a sociedade se re

solver em relação a um sócio, o valor da sua quota, consid~

rado pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se - á,salvo disposição contratual em contrário, com base na situ~

ção patrimonial da sociedad,;, à data da resolução, verific~

da em balanço especialmente levantado.

§ 19 O capital social sofrerá a correspondente~

dução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota.

§ 29 A quota liquidada' será paga em dinheiro, no

prazo de três meses, a partir da liquidação, salvo acordo,

ou estipulação contratual em contrârio.

Art. 1.035. A retirada, exclusão ou morte do so

cio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade

pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após a

verbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros

casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto nao

se requerer a averbação.

r - O vencimento do prazo de duração, salvo

se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a so

ciedade em liquidação, caso em que se prorrogarâ por tem­

po indeterminado.

rer:

Fica sujeito às mesmas sanções

em qualquer operação interesse

tome parte na correspondente de

Parágrafo único.

o administrador que, tendo

contrário ao da sociedade,

liberação.

Art. 1.024. Salvo estipulação que determine é

poca própria, o soc~o pode, a qualquer tempo, examinar os

livros e documentos, e o estado da caixa e da carteira da

sociedade.

Art. 1.025. A sociedade adquire direitos, assu­

~e obrigações e procede judicialmente, por meio de admini?

tradores com poderes especiais, ou, não os havendo, por

intermédio de qualquer administrador.

Art. 1,026. Se os bens da sociedade não lhe co

brirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na pr~

porção em que participem das perdas sociais, salvo cláusu

la de responsabilidade solidária.

Art. 1~21. Ao administrador é vedado fazer - se

substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe, entre­

~anto, facultado, nos limices de seus poderes, constituir

mandatários da sociedade, especificados no instrumento os

atos e operações que poderão praticar.

Art. 1~22. são irrevogáveis os poderes do so

cio investido na administração por cláusula expressa do

contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicial ­

mente, a pedido de qualquer dos sócios.

Parágrafo único. são revogáveis, a todo tempo,

os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem

não sej.a sócio.

A~t. 1.023. Os administradores são obrigados a

prestar aos sócios contas justificadas de sua administra­

ção, e apresentar-lhes, anualmente, o inventário, bem co

mo o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Art. 1.029. O credor particular de sócio pode,

na 'insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a

execução sobre o que a este coubér nos lucros da sociedade,

ou na parte que lhe tocar em liquidação.

Parágrafo único. Se a sociedade nao estiver dis ­

solvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do d~

vedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.034,. será de­

positado em dinheiro, no juízo da execução, até três meses

após aquela liquidação.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 055

compete

limites

pod~

II - O consenso unânime dos soc~os.

111 A deliberação dos sócios, por maioria ao

soluta, na sociedade de prazo indeterminado.

IV - A falta de pluralidade de sócios, nao re

constituIda no prazo de seis meses.

V - A extinção, na forma da lei, de autoriza

çao para funcionar.

Art.l.037. A sociedade pode ser dissolvida ju'

dicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios,quando:

I - Anulada a sua constituição.

11 - Exaurido o fim social, qu verificada a

sua inexeqllibilidade.

Art. 1..03 B• O contrato pode prever outras cau

sas de dissolução, a serem verificadas judicialmente qua~

do contestadas.

Art. 1.039. Ocorrida a dissolução, cumpre aos admi

nistradores providenciar imediatamente a investidura do li

quidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiá-·

veis, vedadas novas operações, pelas quais responderão soli

dária e ilimitadamente.

Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a so

ciedade, pode o sócio requerer, desde logo, a liquidação j~

dicial.

Art. 1.043. A sociedade em nome coletivo se rege

pelas 'normas deste Capitulo e, no que seja omisso, pelas do

Capitulo precedente.

Art.l.044. O contrato deve mencionar, além das

indicações referidas no art. 1000, a firma social.

Art .1, OLf5. A administl.'ação da sociedade

exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos

do contrato, privativo dos que tenham os necessários

res.

Art.l.046. O credor particular de sócio nao pode,

antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da

quota do devedor.

Parágrafo único. Poderá, entretanto, fazê-lo qua~

do:

a) A sociedade houver sido prorrogada tacitamente.

b) Tendo ocorrido prorrogação contratual, for ac~

lhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo

de três meses, contado da publicação do ato dilatório.

Art. 1.047. A sociedade se ~issolve de pleno direi

to por qualquer das causas enumeradas no art. 1036, e, se em

presária, também pela declaração da falência.

Art. 1.040. Ocorrendo a hipótese prevista no art.

1036, n9 V, o Ministério Público, tão logo lhe comunique a

autoridade competente, promoverá a liquidação judicial da so

ciedade, se os administradores não o tiverem feito nos trin

ta dias seguintes à perda da autorização, ou se o soc~o não

houver exercido a faculdade assegurada no parágrafo único do

artigo antecedente.

Parágrafo único. Caso o Ministério Público nao

promova a liquidação judicial da sociedade, nos quinze dias

subseqllentes ao recebimento da comunicação, a autoridade co~

petente para conceder a autorização nomeará interventor, conl

poderes para requerer a medida e administrar a sociedade até

que seja nomeado o .liquidante.

Art.1.041. Se não estiver designado no contrato

social, o liquidante será eleito por deliberação dos sócios ,.

podendo a escolha recair em pessoa estranha à sociedade.

§ 19 O liquidante pode ser destituIdo, a todo

tempo:

a). Se eleito pela forma prevista neste

mediante deliberação dos sócios.

b) Em qualquer caso, por via judicial, a requeri

mento de um ou mais sócios, ocorrendo justa causa.

§ 29 A liquidação da sociedade se processa de

conformidade com o disposto no Capitulo IX, deste SubtItulo.

CAP1TULO III

DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Art. 1.048. Na sociedade em comandita simples to

mam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pes­

soas físicas, responsáveis solidária e illinitadamente pelas

obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente~

lo valor de sua quota.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os

comanditados e os comanditários.

Art. 1.049. Aplicam-se à sociedade em comandita

si~ples as normas da sociedade em nome co~etivo, no que fo

rem compatíveis com as deste Capítulo.

Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos

direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coleti

vo.

Art. 1.050. Sem prejuízo da faculdade de partici

par das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as o

perações, não pode o comanditárió praticar qualquer ato

de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de fi

car sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.

Parágrafo único. Pode, entretanto, o comanditá­

rio ser constituído procurador da sociedade, pa~a negócio

determinado e com poderes especiais.

Art. ln51. Somente após averbada a modificação

do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a diminui­

ção da quota do comanditário, em conseqllência de ter sido

reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credo

~es preexistentes.

social pa:r

receber

Diminuído o capital

pode o comanditário

reintegrado aquele.

Art. 1.052. O sócio comanditário não é obrigado

à reposição de lucros recebidos de boa fé e de acordo com

o balanço.

Parágrafo único.

perdas supervenientes, não

quaisquer lucros, antes de

CAPITULO II

DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Art. 1.042. Somente pessoas físicas podem tomar

parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os

sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações so­

ciais.

Parágrafo único. Sem preJu~zo dessa responsabili

dade perante terceiros, podem os sócios, no ato constituti­

vo, ou por unânime convenção posterior, limitar, entre si,

a responsabilidade de cada um.

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056 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 1.061. Não integralizada a quota de sócio re

misso, os outros sócios podem, sem prejuízo do disposto no

art. 1.007 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transfe

ri-la a estranhos, excluindo o primitivo titular e devolven

do-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as

prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.

Art. 1.062. Os sócios serão obrigados ã reposição

dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, po~

to autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quan­

tias se distribuírem com prejuízo do capital.

Art. 1.053. No caso de morte de sócio comanditá­

rio, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará

com os seus sucessores, que designarão quem os represente.

Art. L05!f. Dissolve-se de pleno direito a socie

dade:

I - Por qualquer das causas previstas no art.

1047.

11 - Quando por mais de seis meses perdurar a

falta de uma das categorias de sócio.

Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado,os

comanditários nomearão administrador provisório para prati:

caI', durante o período referido no n9 11 e sem assumir a con

dição de sócio, os atos de administração.

'único do art. 1.006, a partir da averbação do

instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.

respectivo

CAPíTULO IV

DA SOCIEDADE LIMITADA

Seção I

Disposições preliminares

Ar-t.1.055. Na sociedade limitada, a responsabili­

dade de cada sócio é restrita ao valor de sua quota, mas t~

dos respondE,m solidariamente pela integralização do capital

social.

Ar-t.l',056. A sociedade limitada rege-se, nas omis

soes deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.

Ar't.l.057. O contrato mencionará, no que couber,

as indicaçõE's do art. 1000,e, se for o.caso, a firma social.

Seção Ir

Das quotas

Al~t. 1,058. O capital social divide-se em quotas,

iguais ou d(~siguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio

mas, em qualquer caso, as primitivas são distintas das post~

riormente adquiridas.

§ 19 Pela exata estimação de bens conferidos ao

capital social, respondem solidariamente todos os sócios.

§ 29 t vedada contribuição que consista em pre~

tação de ser'viços.

Ar't.1.059. A quota é indivisível em relação à so

ciedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se

observará o disposto no art. 1.060.

§ 19 No caso de condomínio de quota, os direitos

a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino

representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio fa

lecido.

§ 29 Sem prejuízo do disposto no art. 1.055, os

condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas

prestações necessárias à sua integralização.

Art. 1.060. Na omissão do contrato, o soc~o pode

ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio ,

independentemente de audiência dos outros, ou a estranho,

se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do

capital social.

Parágrafo un~co. A cessão terá eficácia quanto à·sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo

Seção 111

Da administração

Art. 1.063. A sociedade limitada é administrada

por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em

ato separado.

Parágrafo único. A administração atribuída no

contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito

aos que posteriormente adquiram essa qualidade.

Art.l.064. Se o contrato permitir administrad~s

estranhos à sociedade, a sua designação dependerá da aprov~

ção da unanimidade dos soc~os, enquanto o capital não esti

ver integralizado; ou, após a integralização, de votos cor

respondentes, no mínimo, a três quartos dele.

Art.l.065. O administrador designado em ato sep~

rado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no li

vro de atas da administração.

§ 19 Se o termo não for assinado nos trinta dias

seguintes à designação, esta se tornará ~em efeito.

§ 29 Nos dez dias seguintes ao da investidura,d~

ve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no

~istro das Empresas, mencionando o seu nome, nacionalidade,

estado civil, resid~ncia, o ato e a data da nomeação e o pr~

zo de gestão.

Art. 1.066. O exercício do cargo de administrador

cessa pela destituição, a todo tempo, do titular, ou pelo

término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado ,

não houver recondução.

§.19 Tratando-se de sócio nomeado no contrato, a

destituição somente se opera com a aprovação de titulares de

quotas correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital

social.

§ 29 A cessação do exercício do cargo de adminis­

trador deve ser averbada no Registro das Empresas, mediante

requerimento apresentado nos dez dias seguintes ao da ocor

rênc~a.

§ 39 A renúncia de administrador torna-se eficaz,

em relação à sociedade, desde o momento em que esta toma co

nhecimento da comunicação escrita do renunciante; e, em re

lação a terceiros, após a averbação e publicação.

Art. 1.067. O uso da firma ou denominação social

é privativo dos administradores que tenham os necessários p~

deres.

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Maio de 1984 Dl b.R10 DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 057

~<~.':'-~0 IV

Do con3Llho fie cal

proceder-se-~ ao lC\'antaIT~r~~o do invent5rio, ~.) balanço p~

trimonial e do de resultadc econômico.

Art. 1.0&8. Ao -L é:c'mino de cada ~ ,exerC2-Cl') soe-ial, ó1'gão da soe iedade, e a respon',abil idade de seus membros ob~

decc à regro.:, '1'10 define a dos administradores (art. 1.019).

Pal~grafo único. O conselho fiscal poderi esco­

lher para assisti-lo no examc dos livros, dos balanços e das

c.)!: tas, 0,)11 tdl'i lista lega lr;lente habilitado, mediante remune­

racão aprovGda pela assembléia dos s6cios.

feito.

Art. 1.073. As <l't'ribuições e poderes conferidos p~

la lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro

I - Examinar, pelo menos trimestralmente, os

livros e pape~s da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes asinformações solicitadas.

11 - Lavrar no liv1'0 de atas e pareceres do con

selho fiscal o resultado dos exames refer'idos no n9 I desteartigo.

Art. 1..071. A remuneração dos membros· do conselho

fiscal sel'á fixada', anualH:E';1te, pela assembléia dos sócios

que os eleger.

Art. 1.072. Além de outras atribuições determina­

das na lei ou no contrato social, aos membros do conselho

fiscal 'incumbem, individual ou conjuntarrlente, os deveres se

guintes:

I - Por sócio, quando os administradores retar­

darem a convocação, por' mais de dois meses, nos casos pre

vistos em lei ou no contrato, ou por titulares de mais de

um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de oito

dias, pedido de convocação fundamentado, com 'indicação das

~atérias a serem tratadas.

Art. 1.074. Dependem da deliberação dos sácios, a

lém de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:

I - A aprovação das contas da administração.

II - A designação dos administradores, quando

feita em ato separado.

III - A destituição dos administradores.

IV - O modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato.

V - A modificação do contl'ato social.

VI - A incorporação, a fusão e a dissolução da

sociedade, ou a cessação do estado de liquidaç20.

VII - A nomeação e destituição dos liquidantes e

o julgamento das suas contas.

VIII - O pedido de concordata.

II - Pelo conselho fiscal, se houver, nos casosa que aluc1e o n9 V do art. 1.072.

Seção VDa assembléia dos sócios

da:

Art. 1.075. As deliberações dOG sócios serao toma

das em assembl~ia, convocada pelos administradores, nos casos previstos em lei ou no contrato.

§ 19 Dispensam-se as formalidades de convocação

previstas no art. 1.152, § 39, quanélo tedos os sócios comp,0.;reçam ou se declarem, por escrito, ciantes do local, data,hora e ordem do dia.

§ 29 A assembléia se torna dispensável quando t~

dos os sácios decidirem, por escrito, sob1'e a mat8ria que

dela seria objeto.

§ 39 No caso do n? VIII do artigo precedente, osadministradores, se houver urgência e com autorização de ti

tulares de mais da metade do capital social, podem requerex'

concordata preventiva.§ 49 As deliberações tomadas de conformidade com

a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que au

sentes ou dissidentes.

Art. 1.076. A assembléia pode também ser convoca-

A1't. 1.077. A assembléia dos sócios instala-se can

a presença, em primeira convocação, de titu1al'es de três

quartos, no mínimo, do eapi,tal social, e, em segunda, comqualquer numero.

§ 19 O sócio pode sex' representado na assembléiapor outl'O GOC10, 0\1 por advogado, mediante outorga de mand~

to com especificação dos atos autorizados. O instrumentoserá levado a registx'o, jun·tamente com a ata.

as-- Exarar no mesmo livro e apresentar àIH

Art. 1.069. Sem pT'cjuízo dos poderes da assembléia

dos sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal com

posto de três ou mais membl:os E respectivos supl,?ntes, so

cios ou não, residentes no País, eleitos na assembléia a­

nual prevista no art. 1.081, n9 I.

§ 19 Não podem faze1' parte do conselho fiscal,

além dos inelegíveis enulTJ8rados no § 19 do art. lD14,os me!!!

bros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela co~

trolada, os empregados de quaisquer delas ou dos respecti ­

vos administradores, o cônjuge ou parente destes até o ter­

ceiro grau.

§ 29 ~ assegurado aos sócios dissidentes, que r~

presentarem pelo menos um quinto do capital social, o direi

to de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fis

cal e o respectivo suplente.

Art. 1.070. O membro ou suplente eleito, assinan­

do termo de posse lavrado no livro de atas e pareceres do

conselho fiscal, em que se mencione o seu nome, nacionalid~

de, estado civil, residência e a data da escolha, ficará i~

vestido nas suas funções, que exex'cerã, salvo cessação ant~

rior, até a subseqi181rte assembléia anual.

P~rágrafo único. Se o termo não for assinado nos

trinta dias seguint':G ao d::t eleição, esta se tOl"nará sem e

sembléia anual dos sócios parecer sobre os negócios e as op~

rações sociais do exercício em que servirem, tomando por ba

se o balanço patrimonial G o de rcsultado econômico.

IV - Denunciar' os cr'ros, fraudes ou crimes quedescobrirem, sugeri:ido px'ovidências ú·teis à sociedade.

V - Convocar a assembléia dos s6cios se a dire

toría retardar por mais de 11m mês a sua convocação anll'''1, ou

sempre que ocorram motivos graves e urgentes.

VI - Praticar, durante o período da liquidaçãoda sociedade, os atos a que se refere este artigo, tendo eB

vista as disposições especiais x'eguladoras da liquidação.

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058 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

§ 29 Nenhum sócio, por si ou na condição de man

datário, pode votar matéria que lhe diga respeito diretamen

te.

Art.l.078. A assembléia será presidida e secret~

riada por sé;cios escolhidos entre os presentes. Dos traba­

lhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da asse~

bléia, ata assinada pelos membros da mesa e por SOC10S par

ticipantes da reunião, quantos bastem ã validade das delib~

rações, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la.

§ 19 Cópia da ata autenticada pelos aruninistrad~

res, ou pela mesa, será, nos vinte dias subseqüentes ã reu

nião, apresentada ao Registro das Empresas para arquivamen­

to e averbação.

§ 29 Ao sócio, que o SOlicitar, será entregue co

pia autenticada da ata.

Ar't.1.079. Ressalvado o disposto nos §§ 19 e 29

dos arts. lP63 e 1~66, as deliberações dos sócios serão to­

madas:

I - Pelos votos correspondentes, no mínimo, a

três quartos do capital social, nos casos previstos nos ns.

V e VI do <;trt. 1.074.

11 - Pelos votos correspondentes a mais de me­

tade do capi·tal social, nos casos previstos nos ns. 11, 111,

IV e VIII, do art. 1.074.

111 - Pela maioria de votos dos presentes, nos

demais casos previstos na lei ou no contrato, se este nao ~

xigir maioria mais elevada.

Art. 1.080. Quando houver modificação do contrato,

fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por ou

tra, terá o sócio, que dissentiu, o direito de retirar - se

da sociedade, nos trinta dias subseqilentes ã reunião, apli:

cando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o

disposto no art.l.034.

A:r>t. 1.081. A assembléia dos sócios deve realizar­

-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes ãterminação do exercício social, com o objetivo de:

I - Tomar as contas dos administradores e delibe

rar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

11 - Designar administradores, quando for o caso.

111 - Tratar àe qualquer outro assunto constante

da ordem do dia.

§ 19 Até um mes antes da data marcada para a as

sembléia, 08 documentos referidos no ri9 I deste artigo devem

ser postos, por escrito, e com a prova do respectivo recebi­

mento, ã disposição dos sócios que não exerçam administração

§ 29 Instalada a assembléia, proceder-se-á ã lei:

tura dos documentos r'eferidos no parágrafo precedente, os

quais serão submetidos, pelo presidente, a discussão e vot~

ção, nesta não podendo tomar parte os membros da administra­

ção e, se houver, os do conselho fiscal.

§ 39 A aprovação, sem reserva, do balanço patrim~

nial e do de resultado econômico, salvo erro, dolo ou simul~

ção, exonera de responsabilidade os membros da administração

e, se houveJ~, os do conselho fiscal.

§ 49 Extingue-se, em dois anos, o direito de anu

lar a aprovação a que alude o parágrafo anterior.

Al~t. 1.082. As delibera.ções infringentes do contra

to ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que ex

pressamcnte as aprovaram.

seção VI

Do aumento e da redução do capital

Art. lnS3. Ressalvado o disposto em lei especial,

integralizadas as quotas, pode ser o capital aumentado, com

a corresponàente modificação do contrato.

§ 19 Até trinta dias após a deliberação, terão os

sócios preferência para participar do aumento, na proporção

das quotas de que sejam titulares.

§ 29 À cessão do direito de preferência, aplica­

-se o disposto no caput do art. 1. O6 O.

§ 39 Decorrido o prazo da preferência e assumida

pelos sócios, ou por terceiros, a totalidade do aumento,com

a concordância daqueles, realizar-se-á a assembléia dos so

cios, a fim de aprovar a modificação do contrato.

Art. 1.084. Pode a sociedade reduzir o capital,m~

diante a correspondente modificação do contrato:

I - Depois de integralizado, se houver perdas

irreparáveis.

11 - Se excessivo em relação ao objeto da socie-

dade.

Art. 1.085. No caso do n9 I do artigo anterior, a

redução do capital será realizada com a diminuição propor ­

cional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a

partir da averbação, no Registro das Empresas, da ata da as

sembléia que a tenha aprovado.

Art. 1.086. No caso do n9 11 do art.l.084, a red~

ção do capital será feita restituindo-se parte do valor das

quotas aos s6cios, ou dispensando-se as prestações ainda de

vidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do va

lor nominal das quotas.

§ 19 No prazo de três meses, contado da data da

publicação da ata da assembléia que aprovar a redução, o cre

dor quirografário, por título líquido anterior a essa data,

poderá opor-se ao deliberado.

§ 29 A redução somente se tornará eficaz se, den­

tro nesse prazo, não for impugnada, ou se provado o pagamen­

to da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.

§ 39 Satisfeitas as condições estabelecidas no p~

rágrafo anterior, proceder-se-á ã averbação, no Registro das

Empresas, da ata que tenha aprovado a redução.

Seção VII

Da dissolução

Art. 1.087. A sociedade se dissolve, de pleno di­

reito, por qualquer das causas previstas no art. 1.047.

CAPíTULO V

DA SOCIEDADE ANÔNIMA

Seção Única

Da caracterização

Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o

capital se divide em ações, obrigando-se cada sócio ou acio­

nista somente pelo valor nominal das que subscrever ou adqui:

rir.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 059

Art., 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei

especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposi ­

ções deste Código.

§ 19 t limitada a responsabilidade na cooperati­

va em que o sócio responde somente pelo valor de suas q!.10 ­

tas e pelo prejuízo porventura verificado nas operações so

ciais, guardada a proporção de sua participação nas mesmasoperações.

CAPíTULO VI

DA SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇDES

§' 29 t ilimitada a. responsabilidade na cooperati

va em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas

obrigações sociais.

Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações

tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas r~

lativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações

constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação.

Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam- se

as disposições referentes à sociedade simples, resguardadas

as características estabelecidas no art. 1.094.

Art. 1.099. Diz-se filiada a sociedade de cujo~

CAPíTULO VIII

DAS SOCIEDADES LIGADAS

Art. 1.097. Consideram-se ligadas as sociedades

que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas,

ou de simples participação, na forma dos artigos seguintes.

Art. 1.098. t controlada:

I - A sociedade, de cujo capital outra socieda­

de possua mais de cinqüenta por cento do capital com direi­to de voto.

11 - A sociedade, cujo controle, referido no in­ciso I, esteja em poder de outra, mediante ações ou quotas

possuídas por sociedade ou sociedades por esta já controla­das.

centopital outra sociedade possua de dez a cinqüenta por

do capital, com direito de voto.

Art. 1. 092. A assembléia geral nao pode, sem o

consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da so

ciedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou dimi

nuir o capital social, criar debêntures, ou partes benefici

árias.

Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade p~

ra administrar a sociedade e, como diretor, responde subsi­

diária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.

§ 19 Se houver mais de .um diretor, serão solida,­

riamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais.

§ 29 Os diretores serão nomeados no ato constitu

tivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente pod~

rao ser destituídos por deliberação de acionistas que repr~

sentem dois terços, no mínimo, do capital social.

§ 39 O diretor destituído ou exonerado continua,

durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais con

traídas sob sua administração.

CAPíTULO VII

DA SOCIEDADE COOPERATIVA

Art. 1.093. Ressalvada a legislação especial sobre

sociedade cooperativa, reger-se-a esta pelo disposto no pre

sente Capítulo.

Art. 1.094. são características da sociedade coop~

rativa:

I - Variabilidade, ou dispensa do capital social.

11 - Concurso de sócios em número mínimo necessá­

rio a compor a administração da sociedade, sem limitação de

numero máximo.

111 - Limitação do valor da soma de quotas do cap~

tal social que cada sócio poderá tomar.

IV - Intransferibilidade das quotas do capital a

terceiros estranhos à sociedade, ainda por herança.

V - Quorum, para a assembléia geral funcionar e

deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e

nao no capital social representado.

VI Direito de cada sócio a um so voto nas deli

berações, tenha, ou não, a sociedade capital, e qualquer que

seja o valor de sua participação.

VII - Distl'ibuição dos resultados, proporcionalmen

te ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a socieda­ue, podendo ser atribuído ao capital realizado juro fixo.

VIII - Indivisibilidade do fundo de reserva entx'e

os sócios, ainda em caso de dissolução da sociedade.

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabi

lidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada.

Art. 1.100. t de simples participação a socieda­

de' de cujo capital outra sociedade possua menos de dez por

cento do capital com direito de voto.

Art. 1.101. Salvo disposição especial de lei, a

sociedade não pode participar de outra, que seja sua sócia,

por montante superior, segundo o balanço, ao das próprias ~~

servas, excluída a reserva legal.

Parágrafo único. Aprovado o balanço em que se v~

rifique ter sido excedido esse limite, a sociedade não pode

rá exercer o direito de voto correspondente às ações ou qu~

tas em excesso, as quais devem ser alienadas dentro nos

seis meses seguintes àquela aprovação.

CAPíTULO IX

DA LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE

Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e nomeado o

liquidante na forma do disposto neste Livro, procede-se àsua liquidação, de conformidade com os preceitos deste Capi

tulo, ressalvado o disposto no ato constitutivo ou no ins

trumento da dissolução.Parágrafo único. O liquidante, que não seja admi

nistrador da sociedade, investir-se-á nas funções, averbada

a sua nomeaçao no registro próprio.

Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:

I - Averbar e publicar a ata, sentença ou ins-

trumento de dissolução da sociedade.

11 - Arrecadar os bens, livros e documentos da

sociedade, onde quer que estejam.

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060 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

111 - Proceder, nos quinze dias seguintes ao da

sua investidura e com a assistência, sempre que possível,dos

administradores, ao levantamento do inventário e do balanço

geral do ativo e passivo.

IV - Ultimar os negócios da sociedade, realizar

o ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente en~re os

sócios ou acionistas.

v - Exigir dos quo·tistas, quando insuficiente

o ativo à solução do passivo, a integralização de suas qu2.

tas e, se for o caso, as quantias necessárias, nos limites

da responsabilidade de cada um e proporcionalmente a respec­

tiva participação nas perdas, repartindo-se, entre os sócios

solventes e na mesma proporção, o devido pelo insolvente.

VI - Convocar assembléia dos quotistas, . cada

seis meses, para apresentar relatório e balanço do estado da

liquidação, prestando conta dos atos praticados durante o se

mestre, ou sempre que necessário.

VII - Confessar a falência da sociedade e pedir

concordata, de acordo com as formalidades prescritas para o

tipo de sociedade liquidanda.

VIII - Finda a liquidação, apresentar aos sócios o

relatório dei liquidação e as suas contas finais.

IX - Averbar a ata da assembléia, ou o instrumen

to firmado pelos sócios, que considerar encerrada a liquida ­

ção.

Parágrafo único. Em todos os atos, documentos oupublicações, o liquidante empregará a firma ou denominação ~

cial sempre seguida da cláusula "em liquidação" e de sua as

sinatura individual, com a declaração de sua qualidade.

Art. 1.104. As obrigações e a responsabilidade do

liquidante :roegem-se pelos preceitos peculiares às dos admi ­

nistradores da sociedade liquidanda.

Art. 1.105. Compete ao liquidante representar a

sociedade e praticar todos os atos necessários ã sua liquid~

ção, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, r~

ceber e dar quitação.

Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo contrato social, ou pelo voto da maioria dos sócios,

não pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imãveis, contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao

pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora

para facilitar a liquidação, na atividade social.

Arot. 1.106. Respeitados os direitos dos credores

preferenciais, pagará o liquidante as dívidas sociais propoE

cionalmente, sem distinção entre vencidas e vincend~s, was,

em relação a estAs, com desconto.

Parágrafo único. Sp o a+ivo for supe~ior aã passi

vo, pode o Jiquidante, sob sua responsabilidade pes~oaJ, pa­

gar inteera1mente as dívidas vencidas.

ArT. 1.107. OR sócios, por maioriA de votos, po­

dem resolver, antps de ultimada a liquidação, mas depois depagos os credores, que o liquidante faça rateios por anteci­

pação da partilha, à medida em que se apurem os haveres so

ciais.

Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado o remane~

cente, convocara o liquidante assembléia dos sócios para a

prestação final de contas.

Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a li

quidacão, e a sociedade se extingue, ao ser averbada no re

gistro próprio a ata da assembléia.

Parágrafo único. O dissidente tem o prazo de tr.in

ta dias, a contar da publicação da ata, devidamente averba­

da, para promover a ação que couber.

Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o credor não

satisfeito só terá direito a exigir dos sócios, individual­

mente, o pagamento do seu crédito, até o limite da soma por

eles recebida em partilha, e a propor contra o liquidante

se for o caso, ação de perdas e danos.

Art. 1.111. No caso de liquidação judicial, será

observado o disposto na lei processual, nomeado o liquidan­

te em reunião convocada e presidida pelo juiz.

Parágrafo único. O juiz pode recusar pessoas sem

idoneidade para aquelas funções, nomeando liquidante de sua

confiança.

Art. 1.112. No curso da liquidação judicial, o

JU~Z convocará, se necessário, assembléias para deliberar 50

bre os interesses da liquidação e as presidirá, resolvendo

sumariamente as questões suscitadas.

Parágrafo un~co. As atas das assembléias serão,

em cópia autêntica, apensadas ao processo judicial.

CAP:LTULO X

DA TRANSFORMACÃO, DA INCORPORAÇÃO E DA FUSÃO DAS SOCIEDADES

Art. 1.113. O ato de transformação independe de

dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos pre­

ceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do

tipo em que vai converter-se.

Art. 1.114. A transformação depende do consenti­

mento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitu

tivo, caso em,~ue o dissidente poderá retirar-se da socieda

de, aplicando-se, no silêncio do contrato social. o dispos­

to no art. 1.034.

Art. 1.115. A transformação nao modificará nem

prejudicará. em qualquer caso, os direitos dos credores.Parágrafo único. A falência da sociedade trans ­

formada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que,

no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os

titulares de créditos anteriores ã transformação, e somente

a estes beneficiará.

Art. 1.116. Na incorporação, uma ou várias socie

dades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os

direitos e obrigações, devendo todas aprová-la. na forma es

tabelecida para os respectivos tipos.

Art. 1.117. A assembléia da sociedade incorpora­

da deverá aprovar as bases da operação e o projeto de refoEma do ato constitutivo.

§ 19 A sociedade, que houver de ser incorporada,

tomará conhecimento desse ato, e, se o aprovar, autorizaráos administradores a praticar o necessário ã incorporação ,

inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que

se verificar entre o ativo e o passivo.

§ 29 A assembléia da sociedade incorporadora nomeara os peritos para a avaliação do patrimônio líquido dasociedade que tenha de ser incorporada.

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Maio de 1984 DIÁRIO De SONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta·feira 17 061

Art.l.118. Aprovados os atos da incor- 'ação, a

incorporadora declarará extinta a incorporada, ~romovera

a respectiva averbação no registro próprio.

Art. 1.119. A fusão determina a extinção das so··

ciedades que se unem, para formar sociedade nova, que lhes

sucederá nos direitos e obrigações.

Seção Ir

Da sociedade nacional

Art. 1.126. t nacional c sociedade organizada de

conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede

de sua administração.

Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma est~

belecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que P~

tendam unir-se.

§ 19 Em assembléia dos sócios de cada sociedade ,

deliberada a fusão e aprovados o projeto do ato constitutivo

da nova sociedade e o plano de distribuição do capital so­

cial, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimô­

nio da sociedade.

P~rágrafo único. Quando a lei ex~g~r que todos ou

alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anôni

ma revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qual­

quer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arqui­

vada cópia autêntica do documento comprobatório da nacional i

dade dos sócios.

Art. 1.127. Não haverá mudança de nacionalidade de

soci~dade brasileira sem o consentimento unânime dos sócios

ou acionistas.

Art. 1.121. Constituída a nova sociedade, aos ad­

ministradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da

sede, os atos relativos à fusão.

Art. 1.122. Até três meses del(ois de publica dos os

atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior,

por ela prejudicado, poderá promover-lhes judicialmente a a­

nulacão.

§ 39 Ocorrendo, no prazo deste ar.tigo, a

cia da sociedade incorporadora ou da sociedade nova,

quer credor anterior terá direito a pedir a separação

patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos

bens das respectivas massas.

Art. 1.130.

ção se a sociedade não

nanceiras ou jurídicas

criação contrariar os

Poderá o Governo recusar a autoriza ­

satisfizer às condições ec~nômicas,fi

especificadas em lei, ou quando sua

interesses da economia nacional.

Art. 1.131. Expedido o decreto de autorização,cu~

pr~ra a sociedade publicar os atos aludidos nos arts. 1.128

e 1.129,·dentro em trinta dias, no órgão oficial da União,

cujo exemplar representará prova para inscrição, no regi~

próprio, .dos atos constitutivos da sociedade.

Art. 1.128. O requerimento de autorização de so­

ciedade nacional deve ser acompanh?do de cópia do contrato,

assinada por todos os sócios, ou, tratando-se de sociedade

anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documen

tos exigidos pela lei especial.

Parágrafo único. Se a sociedade tiver sido consti

tuida por escritura pública, bastará juntar-se ao requerime~

to a respectiva certidão.

Art. 1.129. O Governo poderá exigir alterações ou

aditamentos ao contrato, ou aos estatutos? caso em que os s~

cios, ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores,p~

moverão, com as formalidades prescritas na lei para os res­

pectivos atos constitutivos, deliberação social sobre as e­

xigências, de cujo cumprimento será juntada ao processo pro­

va autêntica.

falên ­

qual

dos

pelos

CAPíTULO XI

§ 19 A consignação em pagamento prejudicará a anu

lação.pleiteada.

§ 29 Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá

garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de anula­

çao.

§ 29 Apresentados os laudos, os administrado J!'8'S

convocarão a assembléia dos sócios, que deles tomará conhe­

cimento, decidindo sobre a constituição definitiva da nova

sociedade, vedado aos participantes votar o laudo da avalia­

ção do patrimônio da sociedade de que façam'parte.

A sociedade promoverã, também no

prazo de trinta dias, a publica-

Parágrafo único.

órgão oficial da União e no

ção do termo de inscrição.

Art. 1.132. As sociedades anônimas nacionais, que

dependem de autorização do Governo para funcionar,não pode­

rão constituir-se sem obtê-la previamente, quando seus funda

dores pretenderem recorrer a subscrição pública para a forma

ção do capital.

§ 19 Os fundadores deverão juntar ao seu requeri­

mento cópias autênticas do projeto dos estatutos e do prosp~

autoriza

títUlO,

Seção I

Disposições Gerais

DA SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO

Art. 1.123. A sociedade, que dependa de

cão do Governo para funcionar, reger-se-á por este

sem prejuízo do disposto em lei especial.

Parágrafo único. A competência para a autoriza ­

ção é sempre do Governo Federal.

Art. 1.124. Na falta de prazo estipulado em lei

ou em ato do poder público, será considerada caduca a auto­

rização se a sociedade não entrar em funcionamento nos doze

meses seguintes à respectiva publicação.

Art. 1.125. Poderá o Governo, a qualquer tempo,

cassar a autorização a sociedade nacional ou estrangeira,

que infringir disposição de ol'dem pública, ou praticar atos

contrários aos fins declarados nos estatutos.

to.

§ 29 Obtida a autorização e constituída a socieda

de, proceder-se-á à inscrição dos seus atos constitutivos.

Art. 1.133. Dependem de aprovação as modificações

do contrato ou dos estatutos de sociedade sujeita a autoriz~

çãodo Governo, salvo se decorrer de aumento do capital so­

cial, em virtude de utilização de reservas ou reavaliação do

ativo.

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062 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

no

Seção III

Da sociedade estrangeira

Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que

seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Governo, fu~

cionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados,

podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser

acionista de sociedade anônima brasileira.

§ 19 Ao requerimento de autorização devem jun"tar-

se:

a) Prova de se achar a sociedade constituída con­

forme a lei de seu país.

b) Inteiro teor do contrato ou dos estatutos.

c) Relação dos membros de todos os orgaos da ad­

ministração da sociedade, com o nome, nacionalidade, profis­

são, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor

da participação de cada um no capital da sociedade.

d) Cópia do ato que autorizou o funcionamento no

Brasil e fixou o capital destinado às operações no territó ­

rio nacional.

e) Prova de nomeação do representante no Brasil,

com poderes expressos para aceitar as condições exigidas pã­

ra a autorização.

f} Oltimo balanço.

§ 29 Todos os documentos serao autenticados, de

conformidade com a lei nacional da sociedade requerente, le­

galizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acom­

panhados de tradução em vernáculo.

Art. 1.135. Poderá o Governo, para conceder a au­

torização, estabelecer condições convenientes à defesa dos

interesses nacionais.

Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o

Governo o decreto de autorização, do qual constará o montan­

te de capital destinado às operações no País, cabendo à so­

ciedade pl'omover a publicação dos atos aludidos no § 19 do

art. 1.134 e no art. 1.131.

Al~t. 1.136. A sociedade autorizada não pode ini­

ciar sua atividade antes de inscrita no registro próprio do

lugar em que se deva estabelecer.

§ 19 O requerimento de inscr~çao será instruído

com exemplar da publicação exigida no parágrafo único do art •

1.135, acompanhado de documento do depósito em dinheiro, no

Banco do Brasil, do capital ali mencionado_

§ 29 Arquivados esses documentos, a inscrição se­

rá feita pOl~ termo em livro especial para as sociedades es­

trangeiras, com número de ordem contínuo para todas as socie

dades inscritas. No termo constarão:

a) O nome, o objeto, a duração e a sede da socie­

dade no estl~angeiro.

b) O lugar da sucursal, filial ou agência,

País.

c) A data e o numero do decreto de autorização.

d) O capital destinado às operacões no País.

e) A individuação do seu représentante permanen-

te.

§ 39 Inscrita a sociedade, promover-se-á a publi­

cação determinada no parágrafo único do art. 1.131.

Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a

funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros,

quanto aos atos ou operações praticadas no Brasil.

Parágrafo único. A sociedade estrangeira funciona

ra no território nacional com o nome que tiver em seu país

de origem, pódendo, entretanto, acrescentar as palavras "do

Brasil" ou "para o Brasil".

Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a

funcionar é obrigada a ter, permanentemente, representante no

Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e rece­

ber citação judicial pela sociedade.

Parágrafo único. O representante somente pode a­

~ir perante terceiros, depois de arquivado e averbado o ins­

trumento de sua nomeação.

Art. 1.139. Oualquer modificação no contrato, ou

nos estatutos, dependerá da aprovação do Governo, para prod~

zir efeitos no território nacional.

Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve, sob pe­

na de lhe ser cassada a autorização, reproduzir no órgão ofi

cial da União, e do Estado, se for o caso, as publicações qu~

segundo a sua lei nacional, seja obrigada a fazer' relativ~

te ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico, bem

como aos atos de sua administração.

Parágrafo único. Sob a mesma pena, deverá publi­

car o balanço patrimonial e o de resultado econômico das su­

cursais, filiais ou agências exis·tentes no País.

Art. 1.141. A sociedade estrangeira, autorizada a

funcionar no País, pode, mediante autorização do:Governo, na

cionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil.

§ 19 Para esse fim, deverá, por seus representan­

tes, oferecer, com o requerimento, os documentos exigidos no

art. 1.134, e ainda a prova da realização do capital, pela

forma declarada no contrato, ou nos estatutos, e do ato em

que foi deliberada a nacionalização.

§ 29 O Governo poderá impor as condições que jul­

gar convenientes à defesa dos interesses nacionais.

§ 39 Aceitas as condições pelo representante, pr~

ceder-se-á, após a expedição do decreto de autorização,à ins

cricão da sociedade e publicação do respectivo termo.

TITULO IIr

DO ESTABELECIMENTO

CAPíTULO ONICO

DISPOSIÇOES GERAI~

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo com

plexo de bens organizado, para exercício da empresa, P01' em­

presário, ou sociedade empresária.

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto uni

tário de direitos e de neeócios jurídicos, translativos ou

constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.

Art. 1.144. O contr'ato, que tenha por obj eto a a­

lienação, o usufruto ou o arrendamento do °estabelecimento,só

produzirá efeitos quanto a terceiros, depois de averbado à

margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresa­

ria, no Registro das Empresas, e de publicado na imprensa o­

ficial.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 063

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens su­

ficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação

do estabelecimento depende do pagamento de todos os credo­

res, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito,

em trinta dias a partir de sua notificação.

Art. 1.146. O adquirentR do estabelecimento res­

ponde pelo pagamento dos débitos anteriores à transfp.rência,

desde que regularmente cont~bilizados, continuando, porém,

o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um

ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação,

e, quanto aos outros, 0a data do vencimento.

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o

alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao

adquirente, nos cinco anos subseqHentes à transferência.

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usu­

fruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo

persistirá durante o prazo do contrato.

Art .. 1.148. Salvo disposição em contrário, a trens

fcrência importa a sUb-rogação do adquirente nos contratos

estipulados para exploração do estabelecimento, se não tive­

rem caráter pessoal. Os terceiros poderão, porém, rescindir

o contrato dentro em três meses a contar da publicação da

transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste ca­

so, a responsabilidade do alienante.

Art. 1.149. A cessão dos créditos referenTes ao

estabelecimen·to transferido produzirá efeito em relação aos

respectivos devedores, desde o momento da publicação da

transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa fé

pagar ao cedente.

TITULO IV

DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES

CAPITULO I

DO REGISTRO

Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresá­

ria vinculam-se ao Registro das Empresas a cargo das Juntas

Comerciais e a sociedade simples, ao Registro Civil das Pes­

soas Jurídicas, ainda que adotado um dos tipos de sociedade

empresária. cujas normas de Registro deverão, neste caso,ser

obedecidas.

Art. 1.151. O registro dos atos a ele sujeitos,s~

ra requerido pela pessoa obrigada, em lei, e, na omissão ou

demora, pelo sócio ou qualquer interessado.

Parágrafo único. As pessoas obrigadas a requerer

o registro responderão pelas perdas e danos que na omissão ou

demora ocasionar.

Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do regi.stro v~

rificar a regularidade das publicações determinadas em lei,

de acordo com o disposto nos parágrafos d:ste artigo.

§ 19 Salvo exceção expressa, as publicações orde­

nadas neste Livro serão feitas no órgão oficial da União, ou

do Estado, conforme o local da sede do empresário ou da so­

ciedade, e em outro jornal de grande circulação.

§ 29 As das sociedades estrangeiras serão feitas

nos órgãos oficiais da União e do Estado onde tiverem sucur­

sais, filiais ou agências.

§ 39 O anúncio de convocação da assembléia de so­

cios sera publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar,

entre a data da primeira inserção e ~ da realização da assem

bléia. o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convoca­

ção, e de cinco dias, para as posteriores.

Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes

de efetivar o registro, verificar a autenticidade e a legiti

midade do signatário do requerimento, bem como fiscalizar a

observância das prescrições legais concernentes ao ato ou

aos documentos apresentados.

§ 19 Das irregularidades encontradas deve ser no­

tificado o requerente, que, se for o caso, poderá saná-las,

obedecendo às formalidades da lei.

§ 29 Do despacho, que indeferir o requerimento,c~

be recurso para o juiz, na forma da lei processual.

Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas

disposjções especiais da lei, nao pode, antes do cumprimento

das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo

prova de que este o conhecia.

Parágrafo único. O terceiro nao pode alegaD igno­

rância, desde que cumpridas as referidas formalidades.

Art. 1.155. O órgão, que efetuar o registro, pro­

videnciará, no prazo de trinta dias, a. remessa à F\Hldação

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:

I - De cópia dos termos de inscrição e de cance

lamento de inscrição dos empresários e sociedades empresá­

rias.

11 - De exemplar da folha do órgão oficial com a

publicação do balanço patrimonial e do de resultado econômi­

co das sociedades que, inscritas nos seus livros, funcionam

autorizadas pelo Governo.

CAPíTULO II

DO NOHE

Art. 1.156. Considera-se nome de empresário a fir

ma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capít~

lo, para o exercício de empresa.

Parágrafo único. Equipara-se ao nome de empresá ­

rio, para os efeitos da proteção da. lei. a denominação das

sociedades simples, associações e fundações.

Art. 1.157. O empresário opera sob firm~ consti ­

tuída por seu nome, completo ou abreviado, aditan~o-lhe, se

quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de

aTividade.

Art. 1.158. A sociedade, em que houver sócios de

responsabilidade ilimitada, operará sob firma, na qual somen

te os nomes daqueles poderão figurar. bastando, porém, para

fOiomá-la, aditar ao nome de um deles a expressão "e compa­

nhia", ou sua abreviatura.

Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente

responsáveis pelas obrigações contraí~as sob a firma social os

que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que

traTa este artigo.

Art. 1.159. Pode a sociedade limitada adotar fir­

ma ou denominação, inte-gradas pela palavra final "limitada",

ou a sua abreviatura.

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064 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

§ 19 A firma será composta com o nome de um ou

mais sócios" de3de que pessoas físicas, de modo indicativo da

relação social.§ 29 A denominação Jeve designar o objeto da so­

ciedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais

sócios.§ 39 A omissão da palavra "limitada" determina a

responsabilidade solidária e ilimitada dos administrar'! or e s

que .assim empre~arem a firma ou a denominação da sociedade.

Art. 1.160. A sociedade cooperativa opera sob de­

nominação integrada pelo vocábulo "cooperativa".

Art. 1.161. A sociedade anônima opera sob denomi­

nação designativa do obieto social, integrada pelas expres­

sões "soc iedac1e anônima" ou "companhia", por extenso ou abre

viadamente.Par.ágrafo único. Pode constar da denominacão o no

me do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido pa­

ra o bom êxito da formação da empresa.

Art. 1.162. A sociedade em comandita por ações p~

de, em lugar de firma, adotar denominação' designativa do ob­

jeto social, aditado da expressão "comandita por ações".

Art. 1.163. A sociadade em conta de participação

r ., ~ pode ter firma ou denominação.

Art. 1.16~; O nome de empresário deve distinguir­

se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.

Pará~rafo único. Se o empresário tiver nome idên­

tico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designa ­ç::;.') que o distinga.

Art. 1.165. O nome de empresário não pode ser ob­

j8tO de alienação.

Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento,

pC'l' ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar onc~e do alienante, precedido do seu próprio, com a qualific~

ção de sucessor.

Art. 1.166. O nome de sócio que vier a falecer,

lê l' excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma

social.

Art. 1.167. A inscrição do empresário, ou dos a­

Ü"L <:oo!!stitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas ~

v'2~~ações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do

li'" ~ l'OS limites do respectivo Estado.Parágrafo un~co. Esse uso estender-se-á a todo o

t·.i l'itório naciollal, se regi.strado na forma da lei especial.

Art. 1.168. Cabe RO prejudicado, a qualquer te.rnpo,

para anular a inscrição do nome de empresário feita com\··~~c da lei ou do contrato.

Art. 1.169. A inscrição do nome de ampresário se­

..;lcelada, a requerimento de qualquer interestóado, quando

.:~~ o exercício da atividade para que foi adotado, ou u1­'L.:.dl'-Se a liquidação da sociedade que o inscreveu.

CAPf'EULO III

DOS PREPOSTOS

Seção I

Disposições gerais

Art. 1.170. O presposto nao pode, sem autorização

escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposiçeo,sob

pena de responder pessoalmente pelas atos do substituto e p~

las obri~ações por elp. contraídas.

Art. 1.171. O preposto, salvo autorização expre~

sa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem

participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gen~

ro da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas

e danos e de serem retidos pelo preponente Os lucros da op~

ração.

Art. 1.172. Considera-se perfeita a entrega de p~

pêis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo prepone~

te, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja

prazo para reclamação.

Seção II

Do gerente

Art. 1.173. Considera-se gerente o preposto perm~

nente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursa~

filial ou agência.

Art. 1.174. Quando a lei nao exigir poderes espec~a~s, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os

atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram ou~

torgados.Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa,

consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais

gerentes.

Art. 1.175. As limitações contidas na outorga de

poderes, para serem opostas a terceiros, dependem do arquiv~

mento e averbação do instrumento no Registro das Empresas,

salvo se provado serem conhecidas da pessoa que tratou com o

gerente.Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idênti

ca ressalva, deve a modificação ou revogação do mandato ser

arquivada e averbada no Registro das Empresas.

Art. 1.176. O preponente responde.com o gerente

pelos atos que este pratique em seu próprio nome, mas por 0021ta daquele,

Art. 1.177. O gerente pode estar em juízo em nome

do preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da

sua função.

Seção III

Do contabilista e outros auxiliares

Art. 1.178. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados

de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de

ma fê, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele •

Parágrafo único. No exercício de suas f~nções,. osprepostos são pessoalmente responsáveis, perante os prepone~

tes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidaria ­

mente com o preponente, pelos atos dolosos.

Art. 1.179. Os preponentes são responsáveis pelos

atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabeleci­

mentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não au­

torizados por escrito.

Parágrafo único. Quando, porém, tais atos forem

praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o pr~

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 065

Art. 1.186. O empresarlO 011 sociedade empresária,

que adotar o sistema de fichas de lqnçamentos, poderá 'subs~

tituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Bala~

ços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas

para aquele.

Art. 1.187. O livro Balancetes Diários e Balan ­

ços sera escriturado de modo que registre:

I - A posição diária de cada uma das contas ou

títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balan

cetes diá:::-ios.11 - O balanço patrimonial e o de resultado eco

nômico, no encerramento do exercício.

Art. 1.188. Na coleta dos elementos para o inven

tário serao observados os critérios de avaliação a seguir~e

terminados:

I - Os bens destinados ã exploração da ativida

de serão avaliados pelo custo de aquisição, devendo, na av~

liação dos que se desgastam ou depreciam com o uso, pela ~

ção do tempo ou outros fatores, atender-se ã desvalorização

respectiva, criando-se fundos de amortização para asscgurar­

-lhes a substituição ou a conservação do valor.

11 - Os valores mobiliários, matéria-prima,bens

destinados ã alienação, ou que constituem produtos ou arti

gOG da indústria ou comércio da empresa, podem ser estima ­

dos pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço

corrente, sempre que este for inferior ao preço de custo.Quando o preço corrente ou venal estiver acima do valor do

custo de aquisição, ou fabricação; e os bens forem avalia ­dos pelo preço corrente, a diferença entre este e o preço

de custo não será levada em conta para a distribuição de lu

cros, nem para as percentagens referentes a fundos de reser

va.

ponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cui~

instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autênti-·

ca do seu teor.

CAPíTULO IV

DA ESCRITURAÇÃO.

Art. 1.180. O em~resarlO e a sociedade empresária

sao obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecaniz~

do ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros,

em correspondência com a documentação respectiva, e a levan­

tar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econo­

mico.§ 19 Salvo o disposto no ar-t. 1.181, o número e a

espécie de livros ficam a critério dos int~ressados.

§ 29 t dispensado das exigências deste artigo o

pequeno empresário a que se refere o art. 973, n9 11.

Art. 1.181. Além dos demais livros exigidos por

lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por

fichas no caso de escrituração mecanizada, ou eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa

o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço 'p~

trimonial e do de resultado econômico.

Art. 1.182. Salvo disposição especial de lei, os

livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de

postos em uso, devem ser autenticados no Registro das Em­presas.

Parágrafo único. A autenticação não se fará' semque esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresári~,

que poderá, outrossim, fazer autenticar livros não obrigat~

rios. III - O valor das açoes e dos títulos de renda

~ permitido o,uso de código. deque constem de livro próprio, re

Art. 1.183. Sem prejuízo do disposto no art.l.17S,'

a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilis .­

ta legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localida

de.

Art. 1.184. A escrituração será feita em idioma e

moeda corrente nacionais, e em forma contábil, por ordem cr~

nológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem 'en

trelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as

margens.Parágrafo único.

numeras ou de abreviaturas,

gularmente autenticado.

Art. 1.185. No D:i.ário serao lanç~das, com indivi··

duação, clareza e caracterização do documento respectivo,diaa dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações

relativas ao exercício da empresa.

§ 19 Admite-se a escrituração resumida do Diário,com totais que não excedam o período d~ um mês, relativamen

, ~

te a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas !~

ra da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros

auxiliares regularn,ente autenticados, para registro indivi-··

dualizado, e conservados os documentos que permitam a sua

perfeita verificação.§ 29 Serão lançados no mesmo livro Diário o 'ba

lanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos

ser assinados por contabilista legalmente habilitado e pelo

empresário ou sociedade empresária.

fixa pode ser determinado com base na respectiva cotação da

Bolsa de Valores; os nao cotados e as participações não a

cionárias serao consiuerados pelo seu valor de aquisicão.

IV - Os créditos serão considerados de confor-

midade com o presumível valor de realização, não se levando

em conta os prescritos ou de difícil liquidação, salvo se

houver, quanto aos últimos, previsão equivalente.

Parágrafo único. Entre os valor~s do ativo podemfigurar, desde que se preceda, anualmente, à sua amortiza ­

ção:a) As despesas de instalação da sociedade, até o

limite correspondente a dez por cento do capital .social..;.

b) Os juros pagos aos acionistas da sociedade 'ano

nima, no período antecedente ao início das operações sociais,.

ã taxa naQ superior a doze por cento ao. ano, f~xada nos esta

tutos.c) A quantia efetivamente paga a titulo de avia ­

mento de estabelecimento adquirido pelo empresário ou socie

dade.

Art. 1.189. O balanço patrimonial deverá exprlmlr,

com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, aten.

didas as peculiaridades de~ta, bem como as disposições dasleis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.

Parágrafo único. A lei especial disporá sobre as

informações que acompanharão b balanço patrimonial, em caso

oe sociedade coligadas.

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066 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

pessoal, ou real, nao anula a indireta, de quem aquela foi

havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse con

tra o indireto.

Ari:. 1.199. Consider'a-se detentor aquele que,

achando-se em relação de dependência p~ra com outro, canseI'

vaa posse em no:ne deste e em cl.l.mpri;nen'to de ordens ou ins

truções suas.Parágrafo único. Quem começou a comportar- se

desse modo, em relação à coisa e à outra pessoa, presume- se

detentor, até que prove o contrârio.

Art. 1.190. O balanço de resultado econômico (de

monstração da conta de lucros e perdas) acompanhará o balan­

ço patrimonial e dele constarão o crédito e o débito, na for

ma da lei especial.

Art. 1.191. Ressalvados os casos previstos em lei,

nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer . pretexto,

poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empr~

sário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus li

vros e fichas, as formalidades prescritas em lei.

Art. 1.192. O juiz oó poderá autorizar a exibição

integral dos livros e papéis de eocrituração quando necessa­

ria para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou

sociedade, administração ou gestão por conta de outrem,ou em

·caso de falência.

Art. 1.200. Se duas ou mais pessoas

coisa ~ndivisa, poderá cada uma exercer sobre elA

sórios, contanto que não excluam os dos outros

res.

.possuirem

atos poss~

compossuid~

Art. 1.194. As restrições estabelecidas neste~

pítulo ao exame da escL'ituração, em parte ou por inteiro •

não.' se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da

fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos

das respectlvas leis especiais.

.Art. 1.195. O empresário e a sociedade empresá­

ria são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrit~

ração, correspondência e mais papéis concernente~ à sua a

tividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no

tocante aos atos neles consignados.

Art. 1.193. Recusada a apresentação dos livros,

nos casos do art. 1.192, serão apreendidos judicialmente e,

no do seu § 19 , ter-se-á como verdadeiro o alegado pela

parte contrária para se provar pelos livros.

Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser destruída por prova documental em contrário.

§ 19 O JU~Z ou tribunal, que conhecer de medida

cautelar ou de ação, pode, a requerimento ou de ofício, 0E.denar que os livros de qualquer das partes, ou d~ ambas,s~

jam examinados na presença do empresário ou da sociedadeem

presária, a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeàda, para deles se extrair o que interessar à questão.

§ 29 Achando-se os livros em outra jurisdição ,

nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.

ou

Art. 1.205. Adquire-se a posse desde o mome~

to em que se torna possível o exercício, .em nome próprio,

de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.206. A posse pode ser adquirida:

I - Pela própria pessoa que a pretende,por seu representante.

Art. 1. 204. Salvo prova em contrário, enten

de-se manter a posse o mesmo caráter, com que foi adquiri­

da.

Art. 1.201. f justa a posse que não for vio

lenta, clandestina, ou precária •

Art. 1.203. A posse de boa fé só perde ~ste

caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias

façam presumir que o possuidor não ignora que possui inde

vidamente.

CAPITULO Ir

DA AQUISIÇÃO DA POSSE

Art. 1.202. ~ de boa fé a posse, se c possui

dor ignora o vício, ou o obstáculo que lhe impede a aquisi

ção da coisa.

Parágrafo un1CO. O possuidor com justo tí~u'

lo tem por si a presunção de boa fé, salvo prova em contr~ .

rio, ou quando a lei expressamente não admite esta presun­

ção.

apl!.do em

Art. 1.196. As disposições· deste Capítulo

cam-se às sucursais, filiais ou agências, no Brasil,presário ou sociedade com sede em país estrangeiro.

L I V R O I I I 11 - Por terceiro sem mandato, dependendo de

DO DIREITO DAS COISAS ratificação.

TITUr.o I

DA POSSE

CAPITULO I

DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

Art. 1.197. Considera-se possuidor todo aquele

que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos pdd~

res ·inerentes à propriedade.

Art. 1.198. A posse direta, de pessoa que tem

a coisa em seu poder, temporariamp.nte, em virtude de direito

Art. 1.207. A posse transmite-se aos herdei

ros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.

Art. 1. 208. O sucessor universal continua de

direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor sing~

lar é facultado unir sua posse à do antecessor, para os ~

feitos legais.

Art. 1.209. Não induzem posse os atos de m~

ra permissão ou tolerân~ia assim como não autorizam a

sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senãode

pois de cessar a violência ou a clandestinidade.

Art. 1.210. A posse do imóvel faz presumir,

até prova contrária, a das coisas móveis que nele estive­

rem.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 067

CAPíTULO lI!

DOS EFEITOS DA POSSE

Art. 1.211. O possuidor tem direito a ser

mantido na posse em caso de turbação, restituído no de es

bulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo

receio de ser molestado.

§ 19 O.possuidor turbado, ou esbulhado, p~

derá manter-se ou restituir-se por sua própria força, con

tanto que o faça logo; os a·tos de defesa, ou de desforço,

não podem, porém, ir além do indispensável à manutenção ,

ou restituição da posse.

§ 29 Não obsta à manutenção ou reintegração

na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito

sobre a coisa.

Art. 1.212. Quando mais de uma pessoa se

diRser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que ti

ver a coisa, não sendo manifesto que a obteve de alguma

das outras por modo vicioso.

Art. 1.213. O possuidor pode intentar a a

ção de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro,que

recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era.

Art. 1.214. O disposto nos artigos antece ­

dentes nao se aplica as servidões não aparentes, salvo

quando os respectivos títulos provierem do possuidor do

prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.

Art. 1.215. O possuidor de boa fé tem direi

to, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo unlCO. Os frutos pendentes ao tem

po em que cessar a boa fé devem ser restituídos, depois

de deduzidas as despesas da produção e custeio. Devem

ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Art. 1. 222. As benfei·torias compensam-se com

os danos, e só obrigam ao ressarcimento, se ao tempo da e­

vicção ainda existirem.

Art. 1.223. O reivindicante, obrigado a ind~

nizar as benfeitorias ao possuidor de má fé, tem o direito

de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possu~

dor de boa fé indenizará pelo valor atual.

CAPíTULO IV

DA PERDA DA POSSE

Art. 1.224. Perde-se a posse quando cessa, e~

bora contra a vontade do possuidor, o podep sobl'e a coisa ..,

ao qual se refere o art. 1.197.

Art. 1.225. Só se considera perdida a posse

para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia

dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá­

-la, á violentamente repelido.

TíTULO I!

DOS DIREITOS REAIS

CAPíTULO ONICO

DISPOSIÇÕES GERAIS

Ar·t. 1.226. São direitos reais:

I - A propriedade.

11 - A superfície.

111 - As servidões~

IV O usufru·to.

V - () uso.

VI - A habitação.

VII - O direito do promitente comprador do i.

móvel.

TíTULO I!I

DA PROPRIEDADE

Art. 1.228. Os direitos rea.is sobre imóveis

constituídos, ou transmi~idos por atos entre vivos, so se

adquirem com a transcrição, ou a inscrição no Registro de !móveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo

os casos expressos neste Código.

sobre coisas mo

Art. 1.216. Os frutos naturais e industriais

reputam-ne colhidos e percebidos; logo que são separados.

Os civis reputam-se percebidos dia por dia.

Art. 1.217. O possuidor de -má fé reôponde

por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos

que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento

em que se constituiu de má fé; tem direito, porê.m,ãs des

pesas da produção e custeio.

Art. 1.218. O possuidor de boa fé nao respon

de pela perda ou deterioração da coisa, a que não der cau

saIO

Art. 1.219. O possuidor de má fé responde p~

la perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais ,

salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando

ela na posse do reivindicante.

veis, quando

vivos, só se

VIII - O penhor.

IX - A hipoteca.

X - A anticrese.

Art. 1.227. Os direitos reais

constituídos, ou transmitidos

adquirem com a tradição.

por atos entre

Art. 1.220. O possuidor de boa fé tem direi­

to à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem

como, quanto às vOluptuárias, se lhe não forem pagas, a le

vantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa. Pelo va

lar das benfeitorias necessárias e úteis poderá exercer o

direito de retenção.

Art. 1.221. Ao possuidor de má fé serão res

sarcidas somente as benfeitorias necessárias; mas nao lhe

assiste o direito de retenção pela importância destas, nem

o de levantar as voluptuárias.

CAPíTULO I

DA PROPRIEDADE EM GERAL

Seção I

Disposiç3es preliminax'es

Art. 1.229. O proprietário tem a faculdade de

usar, gozar e dispor da coisa, e o dir~ito de reavê-la do

poder de quem quer que injustamente a possua, ou detenha.

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068 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

§ 19 O direito de propriedade deve ser exerci

do em consonância com as suas finalidades econômicas e so

ciais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o

estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas

naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e

ar'tístico, bem como evitada a poluiçã.o do ar e das águas.

§ 29 São defesos os atos que não trazem ao pro­

prietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam anima­

dos pela in~enção de prejudicar outrem.

§ 39 O proprietário pode ser privado da coisa,nos

casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade públi­

ca ou interesse social, bem como no de requisição, em caso

de perigo público iminente.

§ 49 O proprietário também pode ser privado da coi

sa se o imóvel reivindicando consistir em extensa área, na

posse ininterrupta e de boa fé, por mais de cinco anos, de

considerável número de pessoas, e estas nela houverem reali­

zado, enl conjunto ou separadamente, obras e serviços consid~

rados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.

Nesse caso, o juiz fixará a justa indenização devi

da ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como tí­

tulo para a transcrição do imóvel em nome dos possuidores.

Art. 1.230. A propriedade do solo abrange a do

espaço aéreo e subsolo correspondentes,em altura e profundi­

dade úteis ao seu exercício, não.podendo o proprietário o­

por-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros,

a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interes

se legítimo em impedi-las.

Art. 1.231. A propriedade do solo não ~brange

as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais

de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros

bens referidos por leis especiais.

Parágrafo único. O proprietário do solo tem o

direito de explorar os recursos minerais de emprego imedia

to na construção civil, desdp que não submetidos a trans ­

formação inc1ustrial, obedecido o disposto em lei especial.

Art. 1.232. A propriedade presume-se plena e

exclusiva, até prova em contrário.

Art. 1.233. Os frutos e mais produtos da coi

sa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário.

salvo se, por preceito jurídico especial, houverem de caber

a outrem.

Seção 11

Da descoberta

Art. 1.234. Quem quer que ache coisa alheia

perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.

Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobr~

dor fará por encontrá-lo, e, quando se lhe não oepare,entr~

gará a coisa achada à autoridade competente.

Art. 1.235. O que restituir a coisa achada,

nos termos do artigo precedente. terá diréito a uma recom

pensa não inferior a cinco por cento do spu valor, e ã in­

denização pelas despesas que houve~ feito com a conserva ­

ção e transporte da coisa, se o dono não preferiT abandoná­

la.

Parágrafo único. Na determinação do montante

da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido ~elo

descobridor para encontrar o dono, ou legítimo possuidor

as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a

situação econômica de ambos.

Art. 1.236. O descobridor responde pelos pr~

jujzos causados ao proprietário ou possuidor legítimo,qua~

do tiver procedido com dolo.

Art. 1.237. A autoridade competente dará "co

nhecimento da descoberta através da imprensa e outros meios

de informação, somente expp.dinào editais se 0 seu valor os

comportar.

Art. 1.238. Decorridos dois meses da divulg~

ção da notícia pela imprensa, ou do edital, não se aprese~

tando quem comprove a propriedade' sobre a coi~a, será 'esta

vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas,

mais a recompensa· do descobridor, pertencerá o ren;anes"en­

te ao Município em cuja circunscrição se deparou o ..objeto

perdido.

Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, p~

derá o Município abandonar a coisa em favor de quem a a

chou.

CAPlTULO II

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IM6vEL

Seção I

Do usucapião

Apt. 1.239. Aquele que, por quinze anos, sem in­

terrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adqu~~­

lhe a propriedade, independentemente de título e boa fé; po­

dendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a

qual servirá de título para a transcrição.no Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste arti­

go reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabeleci­

do no imóvel a sua morada habitual, ou nele realizado obras

ou serviços de car&ter produtivo.

Art. 1.240. Ressalvado o disposto em lei especial,

todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano,po~

suir como seu, contínua e incontestavelmente, por cinco anos

consecutivos, imóvel considerado por lei suficiente para as­

segurar-lhe a. subsistência, e à de sua família., nele tendo a

sua morada, adquirir.·lhe-á o domínio, independentemente de

justo título e boa fé.

Art. l. 24l. Poderá o possuidor requerer ao juiz' se­

ja declarada adquirida, mediante :-,sucapião, a propriedade imóvel.

Parágrafo único. A declaração obtida na forma de~

te artigo constituirá título hábil para transcrição no Regi~

tro de Imóveis.

Art. 1.242. Adquire também a prop~iedade do imó­

vel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo títu

lo e boa fé, o possuir por dez anos.

Parágrafo único. Se~á de cinco anos o pra~ó pre ­

visto no presente artigo se o imóvel houver sido adquirido,

onerosamente, com base em transcrição constante do registro

próprio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores

nele tiverem estabelecido a sua morada, ou realizado investi

mentos de interesse social e econômico.

Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar

o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 069

posse a dos seus antecessores Cart. 1.208), contanto que to

das sejam continuas, pacificas e, nos casos do art. 1.242 e

seu parágrafo único, com justo titulo e de boa fé.

ao longo das ma.l'gens dus corren"'::'c~s 'I ou peJo desvio ct·].S a

p;uas des'tas, pertencem aos dono:;; dos terl''',:03 mal'Rinais, s.;n

inclenizilç'ão.

Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o dispgsto quan­

to ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem, ou in

terrompem a presc~'ição, as quais. também se aplicam ao usucapião.

Pa~'ágrafo único. O terreno aluv ia], que Sf,

fOl'TI:€',l' em fr'ente de prédios de llPoPI'ietár'ios difm,'cntes ,d i.vidi..-.-se-á entr'e eles, na pr'oporção da tes1:ada de eada um

sobra a antiga ~argem.

Seção II

Da aquisição pela 1:I'anserição do título DA AVULSÃO

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a proprieda­

de mediante a transcrição do título translativo no Registro

de Imóveis.

§ 19 Enquanto se nno transcrever o titulo transla

tivo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.

§ 29 Enquanto se não promover, através de ação

própria, a decretação de invalidade da transcrição, e o res­

pectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido co­

mo dono do imóvel.

Ar'i:. 1. 2 SI. Quando, POl' força nêltllI'al violcE.

t:a 1 tl~n-7\ 1)...')i"'ção de ·terPR se des·tacar de um prédio e se ju~

t.",:' a olHe'o, o dono deste adquirira a pr'opriedade do aCl'':;~

(', i "'id.. fI'; i.r~deniz~l' o dono do prime.il'''Io OU, s<='m indeniza.ção,

é,~:', dentro em um ano, nin8uém houver reclamado.

Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento

de i,'4'~ni:?",ção, o dono do prédio, a que s.c iuntou a pOl'ça:>

de ter'I a, deverá aouiescer a q.le So" remOVi] a parte acresci

da.

Art. 1.246. A transcrição é eficaz desde o momen­

to em que se apresentar o título ao oficial do registro, e

este o prenotar no protocolo.

mil' a verdade poderá o interessado reclamar que se retifi­

que, ou anule.

Parágrafo único. Cancelada a transcrição, p~

derá o pP0p~'ietário reivindicar o i~óvel, independentemen­

te da boa fé, ou do título do terceiro adquirente.

Art. 1.247. Se o teor da transcrição nao expri-

DO ALVEO ABANDONAl10

Art. 1.252. O álveo eban00nado de corrente ~~r

tence aos propp'; etários ribeil'inhof~ c}'J.'3 duas ;nargens, s~m "'lO::

tenham indenizaçÃo os donos dos terremos pOl' onde as n[;:,l':"

abrirem novo curso. Entende-se que os prédIos mareina is ~'.r.'\

estendem até o meio do álveo.

DAS CONSTRUÇíJES r: I'LilNTAÇDES

Art. 1.248.

DA ALUVIÃO

DAS ILHAS

Seção III

Da aquisição por acessão

Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má fé,adquirirá o propl'ietário as sementes, plan'tas e construções,

devendo, pOl"ém, ressarcir' o valor das acessoes.

Par·ágpafo único. Presume··se md fé no propriei.~

r'io') qurtrldu o t:r'élba.lho de- constf'ução, 0 1.1 lavoura, se fez em

sua pl'·~senç'a c scm impugnação sua.

Art. 1.253. Toda '.:'onstl'clção, ou plantação,exi~

tente em um terreno, se presume ieita pelo proprietário e isua custa, até que o contrápío se prove.

Art. 1.254. Aquele que semeia, planta, ou edi­

fica em terpeno próprio c'.:'m sementes, plantas ou materiais ~

lheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado apagar-lhes o valor, a10rn de responder por perdas e. danos, se

agiu de má fé.Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifi

ca em terreno alheio pepde, em proveito do proprietário, as

semen'tes, plantas e construções, mas, se ppocedeu de boa fé,

terá direito a indenizaçâo.

Par58rafo único. Se a construção ou a planta.­

ção exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que,

de boa fé, plantou ou edificou, adquirir~ a pr'opriedade do

selo, medíant'" pagamen'to da indenização fixada judicialmente,

se não houvpr acordo.

Ari:. 1. 257. O disposto no art igo ant"'cE!dsll t (; ~

plica- S8 tajil.bém dO caGO de 1130 p'2Y'tcncc"('c-:m. e.s r;Li~3nteG, rL.:.!!!

telS ü .....' lf:d'L('.riélis a quem de Lua fé os cmpr'c(;oll. em solo 3.J:!~~' ~(_~.

Parágrafo único. O pl.'01!d.8tário (jilS êE'ment,:,~;

plRn~as ou m~tcriaj.s podcr5 cobrar do proprl~i_5rio do G01~ a

indcr:i 2ilC{\(' dc.vida, quando não )::udr,r hav:;-la do pl :'\c, i>:ldc".- ,-'u

eonst"i'll'tO:r"".

A acessa0 pode dar-se:formação de ilhas.

aluvião.

- Por

- Por

- Por avulsão.

- Por abandono de álveo.

- Por construções ou plantações.

I

II

IJI

IV

V

Art. 1.250. Os acréscimos f oPinados , sucessi­

va e imperceptivelmente, por depósitos e aterros na j 'Tt'ais

111 - As que se formarem pelo desdobramento

de um novo braço do rio continuam a pepi:",ncer aos proprie­

tários dos teprenos ~ custa dos quais s~ constituíram.

Art. 1.249. As ilhas, que se formarem em co~

rentes comuns ou particulares, pertencem aos proprietários

ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:

I - As que se formarem no meio do rio coE.

sideram-se acréscimos sobrevindos 'aos terrenos ribeirinhos

fronteirofl de ambas as margens, na pr'oporção de suas testa

das, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais.

11 - As que se formarem entre a referida li

nha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terre ­nos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado.

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'070 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Seção IVDa tradição

Seção VDa especificação

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em maté

ria-prima em parte i'llheia, obtiver espécie nova, desta se

râ proprietário, se nao se puder restituir à fo~na ante

rior.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos

dois artigos precedentes, se ressarcirá o dano que sofrerem,

menos ao especificador de má fé, no caso do artigo ante~ior,

o § 19, quando irredutível a especificação.

Feita por quem nao seja proprietá-Art. 1. 268.

Apt. 1.767. A propriedade das coisas não se

transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.

Parág~afo único. Subentende-se a tradição qua~

do o transmitente continua a possuir pelo constituto posses­sório; cede ao adquirente o direito à restituição da caisa,

que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquiren­

te já es,tá na posse da coisa, por ocasião do negócio jUl'ídi­

co.

rio, a tradição não aJheia a propriedade, exceto se a coi­

sa, oferecida ao público, em leilão ou es-tabelecimento co

mercial, for transferida em cil'cunstâncias tais que, ao aà

quirente de boa fé, como a qualquer pessoa, o alienante se

afigurar dono.S 19 Se o adquirente estiver de boa fé e o

alienante ~dquirir depois a propriedade, considera-se rea­

lizada a transferência desde o momento em ;ue ocoJ.'rcu a

tradição.§ 29 Não transfere a propriedade a tradição,

quando tiver por título um negócio jurídico nulo.

Art. 1.270. Se toda a mat6ria for alheia, enão puder reduzir à forma precedente, será do especifica

dor de boa fé a espécie nova.S 19 Mas, sendo -PI'aticável a redução, ou

quando impraticável, se a espec~e nova se obteve de ma fé,

pertencera ao dono da matéria-prima.

§ 29 Em qualquer caso, porém, inclusive o da

pintura em relação à tela, da escultUl"a, escritura e ou:tro

qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a e~

pécie riova será do especificador, se o seu valor exceder

consideravelmente o da matéria-prima.

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel co

mo sua, contínua e incontestadamente durante três anos,com

justo título e boa fê, adquirir-lhe-á a propriedadE'.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se pr~

longar por cin~o anos, produzirá usucapião independenteme~

te de título ou boa fé.

Seção nDa ocupação

Art. 1.258. Se a ~onstrução, feita parcialmen­

te em solo pI'ópri o, invade solo alhE' j o em pJ."oporçã0 não sup,':.

rior ã vigésima parte deste, adquire o construtor ele boa fê

a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da cons­

trução exceder o dessa parte, e responde por indenização que

represente, também, o valor da área perdida e a desvaloriza­ção da área remanescenté.

Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas

e danos previstos neste artigo, o construtor de má fê adqui­

re a prop.r;·iedade da parte do solo que invadiu, se em propor­

ção ã vigésima par'te deste e o vàlo:L' da construção exceder

consideravalmente o dessa parte e não se puder demolir a,poE

ção'invasora sem grave prejuízo para a construção.

Seção I

Do usucapião

Art. 1.262. Aplicam-se ao usucapião das cvi

sas r::óveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.2'14.

CAPíTULO In

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE,M6vEL

Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa fê,e a invasão do solo alhcj.o exceder a vigésima parte deste ,a~

quire a propriedade da parte do solo invadido, e responde perperdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer

à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização

da área remanescente; se de má fê, é obrigado a demolir o

que nele construiu, pagando as p~r'das e danos apurados ,que

serão devidcs em dobro.

Seção InDo achado do tesouro

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem

dono para logo lhe adquire a pr,opriedade, não sendo essa o

cupação defesa por lei.

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preci?sas, oculto e de cujo dono não haja memória, sera divídido

por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o te­

souro casualmente.

AJ.'t. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro nD

proprietário do prédio, se for achado 'por ele, ou em pesQui

sa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.

Seção VIDa confusão, comistão e adjunção

AI't. 1.272. As coisas pertencentes a, àiversos do­

nos, confundidas, misturadas, ou adjuntadas, sem o consenti­

mento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível sep~

rá-las sem deterioraçno.

AI't. 1. 266. Achando,-se em terl'eno aforado ,o t~

!louro será dividido POI' igual entre o descobridor e o enfi ­teuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja odes

cobpidor.

§ 19 Não o sendo, ou exigindo a separação dispên­

dio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada umdos donos quinhão ppoporcional ao valo!" da coisa, com que

entrou para a mistura ou agregado~

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 071

§ 29. Se, porém, uma das coisas puder considerar-o

se principal, o dono sê-lo-ã do todo, indenizando os outros.

Art. 1.273. Se a confusão, adjunção ou comistão

se operou de má fé, a outra pal"te caberá escolher enb'é ad­

qUlrlr a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que

lhe pertencer, caso em que será indenizado.

Art. 1.274. Se d~ união de matérias de natureza di

versa se f'opmar espécie nova, à confusão, co:nistão ou adjun­

ção apl:i (~'lm-Gp. ilS nOY';uas dos artigos anteriores.

CAPíTULO IV

DA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste

Código, perde-se a propriedade:

I - Pela alienilção.11 - Pela rcnúnciil.

111 - Pelo abandono.

IV - Pelo pereci.mento da coisa.

V - Pela desapropriaç~o.

Parágrafo único. Nos dois primeiros casos deste

artigo, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subor

dinados ã transcrição do título transmissivo, ou do ato renun

ciativo, no Registro de Imóveis.

Art. 1.276. O imóvel urbano aue o proprietário

abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu pa ­

trimônio, e que se n5.0 encontrar na posse de outrem, podel'á

ser arrecadado, como bem vago, e passar, cinco anos depoi.s, ã.propriedade do Muni<':'J.pio, ou e. do Distrito Federal, se se ~

char nas rc~sDectivas circunscrJ.çoes. O imóvel, s i·tuado na zona rural, abandonado na s mesma.G ci l'cuns·tâncias, poderEi ser ar

recadado, como bem vago, e passar, cinco anos depois, ã pr~

priedade da União, onde quer que ele se localize.

Parágl'afo único. Presumir-se.-á de modo absoluto

a intenção, a que se refere este arti~o, quando, cessados os

atos de posse, deixar o proprie·tário de satisfazel' os onus

fiscais.

Cf.P1TULO V

DOS DIREITOS DE VI7,INHANCA

Seção I

Do uso anormal da pr'oprierlade

Art. 1.277. O proprietário, ou possui.dor deum prédio, tem o direito de fazer cessar as interferências

prejudiciais i segurança, ao sossego e i safide dos que ohabitam, provocados pela utilização da propriedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferênciasconsiderando-se a natureza da utilizaçâo, a localização do

prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações

em zonas, e os limites ordinários de tole.r·âneia dos moradores da vizinhança.

Art. 1.278. Não existe o direito a que se r~

fere o art. 1.277, quando as interferências fnrem justifi­

cadas por interesse público, caso em que o proprictário,ou

possuidor, cause.dOl.' delas, pagará ao vizinho indenizaçdCi cabal.

Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial asinterferências devam sel' 'Lolepadas, podEorá o vizinho exi

gir a S1Ja r<2duçdo, ou eliminação, quando estas se tornarem

possíveis.

At:'t. 1.280. O pi.'oprietário,. ou possuidor, tem

direito a exigir do dono do préd:i.o vizinho a demolição, ou

a rcparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe

preste caução pelo dano iminente.

Art. 1. 281. O proprietário, ou o possuidor de

um prédio, em que alguSm tenha dil'eito de fazer obras,pode,

no caso de dano iminsn·tc, exigir do autor delas as neceSS;J­

riü.s garantias contra o prejuízo eventual.

Seção Ir

Das árvores limítrofes

Ar't. l.? 8 2 . A al'vore, cuj o tronco estiver' na

linha divisári&, presume-Re pcrtencer em comum aos donos dos

prédios confinantes.

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore,que

uItrapilssar8m a estre;:u do prédio, poder'ão S0r cortados ,até

o plano vertical divisório, pela proprietário do terreno in

vadido.

·Ápt. r.28~. Os frutos caídos de árvot'P do ter

reno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este

for de propriedade particular.

Seção ITI

Da passagem fOI'çada

Arto 1.285. O dor;o do prédio que nao tivep ~

cesso ~ via pública, nascente nu porto, pode, mediante paG~

mento de indeni.zaç'ío cabal, cons'cranger o vizinho a 1]18 da.,.,

passagem, cujo l"UmO será judicialmente i'ixado, se necessa ­

rio.

§ 19 Sofrerá o cons·trangimento o vizinho, cujo

imóvel mais na·tural e faeilment0 se prestar à passagem.

§ 29 Se ocorrer alienação par'cial do préãio,ãe

modo que uma das partes perca o ace·sso a v ia pública, nasce~

te ou por'to, o proprietário da oui:r'''I deve tolerar a passagem.

§ 39 Aplica-se o paT.'ágrafo antcl'ior ainda qua~

do, antes dÇl. alienação, existia passagem a·través de im6"el v.L

zinho, não estando o propl"ietário deste constrangido, depois,

a dar uma outra.

Seção IVDa passagem de cabos c tubulil.çõ~8

Art. 1.286. Hcdiant~ l"ecebimento de indeniza ­

ção que atenda, também, ã Clcsvalol'ização da área remanescen­

te, o proprietário é obrigaria a tolerar a passagem, a1:ravés

de seu imóvel, de cabos, tubula~ões e outros condutos subteE

raneos de serviços de ut ilidadc pública, em proveito de pro-o

prietRrios vizinhos, quanclo ele oui:r'o modo for impossível, ou

excessivamente onerosa.

Parág-,,'afo único. U proprlctár·:w prcjudicé'do p~

de exigir que a instalHçi~o seja. feita de modo m~no8 r.:PdVODO

ao pr,édio oneraào, bem :::C~0, depoü:, :õeja :cm,lOvida, é>. suacüsta, para outro loc'''} de irru3v("1.

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072 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Seção VDas água.s

ve risco, sel.,á facultado ao propl'ietál'io do ppédio onerado ~

xigir a realização de o1>ras de segurança.

Art. 1.288. O dono, ou possuidor, do pr~dioin

f",x'iol' é obrigado a l'ecebt.::L' as águas que COl'rem na'turalmente

do SUpcT'lor, não podendo l'calizar obras que cmbapacem o seu

fluxo. A condição natul.'al e an'tepiol' do p'L,ádio inferior' no3.o

POd3 ser ogpavada poP obras feitas pelo dono, ou possuidor,do prédio superior.

Art. 1. 287. Se as instalações oferecerem rioR dos imóveis podel'5.o usar das águas do aquedl.1to para as

primei.ras necessidadeG da. vida.

Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supér­

fluas, out:L'OS poderão canalizá-las, para os fins previs­tos no art. 1.293, mediante pagaJ:lento de indenização, aos

pl'oprietá:r'ios prejudicados e ao dono do aqueduto, de im

port~ncia equivalente ~s despesas que então seriam neces­

sárias p8.ra a conduçê:o das águas até o ponto de derivação.

Parágrafo único. Têm preferência os proprie­

tál'ios dos imóveis atravessados pelo aqueduto.

Seção VIDos limites entre prédios e do direito de tapagem

Apt. 1. 291. O possuidol' do imóvel sup3pior

não poder.:! polui!' as águas indü'pE:ns.:iveis às primeiras nece~

sidades da v:ida dos possuidol"'CS dos ij:íóv-eis infel"iorcs ;éJS "de

Art. 1.290. O ppopriet.J:l'io de nascente, ou do

S910 onde cacm águas pluviais, satisfeitas as necessidadp.s

de seu consumo, nZío pode impedir, ou ,1~svia:r o curso natural

das águas rClfléll1eScentes pelos prédios infe1:'iopes.

Art. 1.289. Quando as aguas, artificialmente le

vadas ao prédio superior, ou a{ colhidas, correrem dele para

o inferiol.', poderá o dono deste l'E'clemar que se desviem, ouse lhe indenize o pr'e;uízo, que sofrer.

Parágrafo único. Da indenizaç'3o sera ceduzidoo valor do benefício obtido.

O proprietário tem direito

Art. 1.297. O proprietário tem direito a cer

cal', mupar, valar ou tapar de qualquer ITodo o seu prédio,upbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a

pl'oceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a avi

ventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou ar

ruinados, repartindo-se prop0l'cionalmente entre os inte ­

ressados as respectivas despesas.

§ 19 Os intervalos, muros, cercas e os tap~

mes divisórios, tais como sebes vivas, c,-;rcas de a:'ame ou

de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em

contrário, pertcncer a ambos os proprietápios confinantes,

sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da

localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despe­

sas de sua construção e conservação.

§ 29 As sebes vivas, as árvores, ou plantas

quaisquer, que servem de mar'co divisório, só podem ser c~

tadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.de

ressarcindo os danos que

a recupepação ou odes

Art. 1. 292

mais, que poluir, devcl.,ã r'Gcuper-ar,

estes SOfl'Cl'em, se não for possível

via do curso artificial dus águas.

constr'uir' bapi:'ldgens, açudes", ou outras obras para represa ­

mento d'água em seu prédio. Se as águas represadas invadi­Y'em prédio alheio, será o proprie'tápio deste indenizado pe­

lo dano sOÍl,ido, d8duzido o valor do benefício obtido.

Art. J..293. B permitido a quem quer que seja,

mediante prévia indenização aos proprietál'ios ppejudicados,

con::;truir canais, atr'úves de prédios alheios, para pecebep

as águ2G e que ten),D. direito" indispensáveis as primeiras

necessidades da vida, e, desda que não cause prejuizo consi

derável, à agl.'icul tura e à lndustria, bem como papa o escoa

mento de águas supérfluas ou acumuladas, 0'.1 a drenagem de

terrenos.

§ 39 A construção de tapumes especiais para i~

pedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro

fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles,

pelo proprietário, que não está obl.'igado a concorrer par'a as

despesas.

Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em fal

ta de outl'O' meio, se detePlninapão de conformidade com a pos­

se justaõ;e, não se achando ela provada, o terreno contesta

do se dividirií. por partes iguais entre os prédios, ou, ni'lO

sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles,m~

diante indenização ao outro.§ 19 Ao proprie tário prêjudicado, em tal caso,

tamb6m assiste direito a l'ebsarcimento pelos danes que de

futuro lhe ac:.vcnhalfi óa infiltração ou irrupção das águas,

bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá ­las.

§ L~' O pl'opr,ietário pl.'ejudicado poderá exigir'

que seja ::ubteri,'::1110d a canalização que atr'avessa areas edi

ficadas, p~tios, hortas, japdins ou quintais.

§ 3 Çl O aquedl.1 to scp,i cons tl'uído de mane i.ra que

cause o mono!" prejulzo aos prol~rietários dos imóveis vizi

nhos, e a expEmsas do seu dono, a quem incumbem também as

Seção VII

Do dir'eito de cons'truir

Art. 1.299. O proprie'tário pode levantar em

seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direi­

to dos vizinhos, e os regulamentos administrativos.

Art. 1.300. O propr'ietário construÍ1.,á de manei

ra que o seu I)1.,êdio não defJpej e águas, diretamente, sobre o

prédio vizinho.despe8a~ de c0n8el'vaç~o.

Art. 1. L94. f,p] iCdm-se ao direito de aqueduto

oe arts. 1.L86 e 1.281 deste C5dipo.

Art. 1.301. t defeso abrir janelas, ou fazer

eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terre

no vizinho.

Ar't. 1.295. O aquedutú nao impedirá que os·pt"lopI'ie·tár:i os cerquem os imóveis e constr'uam sobre ele, sem

pl"'1eju2 zo ~ar a a sua segurclnça e conservação; os prop)~ietá-

§ 19 As janelas cuja visão não incida sobre alinha divisória bem como as perpendiculares não poderão ser

abertas a menos de setenta e cinco centímetros.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 073! 1 ! I I r lI! I I J , I I ! ! • , , , I I I i I ' I

§ 29 As disposições deste artigo não abrangem

as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez cen

tímetros de largura sobre vinte de comprimento e construí­

das a mais de dois metros de altura de cada piso.

Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de

ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça

janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio. Es

coado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem aten

der ao disposto no artigo anterior, nem impedir, ou difi ­

cultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo

para o prédio vizinho.

Parágrafo único. Em se tratando, porem, de

vaos ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade ,

altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, leva~

tal' a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a

claridade.

Art. 1.303. Na zona rural, nao é permitido l~

vantar edificações a menos de três metros do terreno vizi

nho.

Art. 1.30~. Nas cidades, vilas e povoados, cu

ja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono de um

terreno pode edificá-lo, madeirando na parede divisória do

prédio ccntíguo~ se ela agUentar a nova construção; mas te

rá de embolsar ao vizinho meio valor da parede e do chão

correspondente.

Art. 1.305. O confinante, que primeiro cons

truir pode assentar a parede divisória até meia espessu­

ra no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a ha

ver meio valor dela se o vizinho a travejar. Neste caso, o

primeü'o fixará a largura e a profundidade do alicerce.

Parágrafo único. Se a parede divisória perten­

cer a um dos vizinhos, e nao tiver capacidade para ser tra

vejada pelo outro, nao poderá este fazer-lhe alicerce ao p~

sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a constru

ção anterior.

Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode u­

tilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a s~

gurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previa­

mente o outro condômino das obras, que ali tenciona fazer.

Não pode, porém, sem consentimento do outro, fazer, na par~

de-meia, armários~ ou obras semelhantes, correspondendo a

outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto.

Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode aI

tear a parede divisória, se necessário reconstruindo-a,para

suportar o alteamento; arcará, porém, com todas as despe ­

sas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho

adquirir meação também na parte aumentada.

Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede di­

visória chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou

depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interfe ­

rências prejudiciais ao vizinho.

Parágrafo único. A disposição anterior nao a

brange as chaminés ordinárias e os fogões de cozinha.

Art. 1.309. são proibidas construções capazes

de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do p~

ço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.

Art. 1.310. Não é permitido fazer escavaçoes ou

quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascente de outrem a

água indispensável às suas necessidades normais.

Art. 1.311. Não é permitida a execução de qua!

quer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento

ou deslocaçào de terra, ou que comprometam a segurança do

prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acau

telatórias.

Parágrafo· único. O proprietário do prédio vizi

nho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer,

nao obstante haverem sido realizadas as obras acautelató·:"

rias.

Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibi ­

ções dos artigos anteriores é obrigado a demolir as constru

ções feitas, respondendo por perdas e danos.

Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imá

vel é obrigado a tolerar que entre no prédio, mediante pr~

vio aviso, o vizinho para:

I - Que dele temporariamente use, quando indi~

pensável ã reparação, construção, reconstrução ou limpezade

sua casa ou do muro divisório;

11 - Apoderar-se de coisas suas, inclusive ani

mais que aí se encontrem casualmente.

§ 19 O disposto néste artigo aplica-se aos ca

sos de limpeza ou reparação de esgôtos, goteiras, aparelhos

higiênicos, poços e nascentes e ao decote de cerca viva.

§ 29 Na hipótese do item 11 deste artigo, uma

vez entregues as coisas buscadas pelo vizinho, poderá ser

impedida a sua entrada no imóvel.

§ 39 Se do exercício do direito assegurado ne~

te artigo provier dano, terá o prejudicado direito a ressar

cimento.

CAPITULO VI

DO CONDOMINIO GERAL

Seção I

Do condomínio voluntário

Subse'ção I

Dos direitos e deveres dos condôminos

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa

conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direi ­

tos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro,

defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou

gravá-la.

Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode aI

terar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou g~

zo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, na propor­

ção de sua parte, a concorrer para as despesas de conserva­

ção ou divisão da coisa, e a suportar os onus a que estiver

sujeita.

Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes

ideais dos condôminos.

Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pag~

mento das despesas e dívidas, renunciando a parte ideal.

§ 19 Se os demais condôminos assumem as despe­

sas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindõ a

parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos

que fizerem.

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074 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

§ 29 Se nao há condômino que faça os pagamen­

tos, a coisa comum será dividida.

Art. 1.317. Quando a dívida houver sido con

traída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte

de ca.da um na obrigação, nem se estipular solidariedade,e~

'tende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu

quinhão na coisa comum.

Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos

condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam

o con'tra.ente; mas terá este ação regressiva contra os de

mais ..

§ 29 Não sendo possível obter a maior'ia absolu

ta, decidirá o juiz, a requerime~to de qualquer condômino ,

ouvidos os outros.

li 39 Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão,

se:pa est,a avalia.do judicialmente.

Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não ha

vendo em contr·ário estipulação ou disposição de última von­

tade, serao partilhados na proporção dos quinhões.

Seção Ir

Do condomínio necessário

Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da

obra, sera este arbitrado por peritos, a 'expensas de ambos

os confinantes.

Art. 1. 327 . O condomínio pOI' meaçao de paredes,

cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código

Carts.l.297 e 1.29B; 1.304 a 1.307).

Art. 1.330. Qualquer que seja o preço da mea

ção, enquanto o que pretender a divisão não o pagar ou dep~

sitar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca

ou qualquer outra. obra divisória.

a es·tremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou

valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, mu

ro, valado, ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do

que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupadoCart

1.297).

direitoArt. 1.328. O proprietário que tiver

li 39 A requerimento de qualquer interessado e

se graves ra.zoes o aconselharem, pode o juiz determinar a

divisão da coisa comum antes do prazo.

Art. 1.319. Cada condômino responde aos ou

tros pelos frutos que percebeu da coisa comum, e pelo dano,

que lhe causou.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condô

mino exigir a divisão da coisa. comum, respondendo o qui

nhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.

li 19 Podem, porem, os condôminos acordar que

fique indivisa. por prazo nao maior de cinco anos, suscetí­

vel de prorrcgaçao ulterior.

li 29 Se a indivisão for estabelecida pelo doa

dor, ou testador, nao poderá igualmente exceder de cinco

anos.

Art. 1. 321., Aplicam-se, no que for cabível, àdivisão do condomínio as regras de partilha da herançaCarts.

'2.039 a 2.048).

Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e

os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando

os outros, será vendida e repartido o preço, preferindo_se,

na venda, em condições igUi:lis de oferta, o condômino ao es

tranho, entre os condôminos o que tiver na coisa benfeito ­

rias mais va.liosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.

Parágr'afo único. Se nenhum dos condôminos tem

benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomí ­

nio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estra

nhos e, antes de adjudicada a coisa ao que ofereceu maior

lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim

de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer me

lhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao

estl'anho.

Subseção 11

Da administração do condomínio

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a admi

nistração da coisa cómum, escolherá o administrador, que po

ãerá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, pr~

ferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o e.

Art. 1.324. O condômino, que administrar sem o

posição dos outros, presume-se representante comum.

Ar't. 1. 325 . A maioria será calculada pelo valer

dos quinhões.

§ 19 As deliberações serão obrigatórias, sendo

tomadas por maioria absoluta.

CAPíTULO VII

DO CONDOMíNIO EDILfcIO

Seção I

Disposições gera~.s

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes

que sao propriedade exclusiva, e partes que são propriedade

comum dos condôminos.

li 19 As partes suscetíveis de utilização inde­

pendente, tais como a.partamentos, escritórios, salas, lojas,

sobrelojas, ou abrigos para veículos, com as respectivas f~

ções ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se

a propriedade exclusiva, podendo ser alienadaG e gravadas ~

vremente por seus proprietários.

li 29 O solo, a estrutura do prédio, o telhado,

a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletri­

cidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais

partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público,são

utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alie­

nados separadamente, ou divididos.

li 39 A fração ideal no solo'e nas outras pa~

tes comuns é proporcional ao valor da unidade imobiliária,o

qual se calcula em relação ao conjunto da edificação.

li 49 Nenhuma unidade imobiliária pode ser pri

vada do' acesso ao logradouro público.

§ 51,? O 'terraço de cobertura é parte comum ,

salvo disposição contrá~ia da escritura de constituição do

condomínio.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 075

Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício

por ato entre vivos ou testamento, inscrito no Registro de

Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em

lei especial:

I - A discriminação e individualização das

unidades de pr-opriedade exclusiva, estremadas uma das ou

tras e das j)artes comuns.

11 - A determinação da fração ideal atribuí-

da a cada ur,idade, relativamente ao terr'eno e partes co

muns.

111 - O fim a que as unidades se destinam.

Art. 1.333. A convenção que constitui o con

domínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no

mlnlmo, dois terços das frações ideais e torna-se,desde lo

go, obriga'tória para os titulares de· dir'eito sobre as uni­

dades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção

Parágrafo único. Para ser oponível contra ter

ceiros, a convenção do condomínio deverá ser inscrita no

Registro de Im6'leis.

Art. 1.33~. Além das cláusulas reteridas no

art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem esti

pular, a convenção determinará:

I - A quota proporcional e o modo de pagame~

to das contribuições dos condôminos para atender às despe­

sas ordinárias e extraor'dinárias do condomínio.

11 - Sua forma de administração.

Irr - A competência das assembléias, forma de

sua convocação e 'quorum exigido para as deliberações.

rv - As sanções a que estão sujeitos os condô

minos, ou possuidores.

V - O regimento interno.

§ 19 A convenção poderá ser feita por escritu­

ra pública ou por instrumento particular.

§ 29 são equiparados aos proprietários, para

os fins do presente artigo, salvo disposição em contrário,

os promitentes compradores e os cessionários de direitos re

lativos às unidades autônomas.

Art. 1.335. são direitos dos condôminos:

r - Usar, fruir e livremente dispor das suas

unidades.

rr - Usar das partes comuns, conforme a sua des

tinação, e contanto que não excluam a utilização dos demais

compossuidores.

rrr - Votar nas deliber-ações da assembléia e delas participar, estando quite.

Art. 1.336. são deveres dos condôminos:

r - Contribuir para as despcsas do condomí -

nio, na proporção de suas frações ideais.

rr - Não realizar obras qqe comprometem a se

gurança da edificação.

rrr - Não alterar a forma e a cor da fachada ,

das partes e esquadrias externas.

rv - Dar às suas partes a mesma destinação que

tem a edificação, e não as utili7.ar de maneira prejudicial

ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos

bons costumes.

§ 19 O condômino, que nao pagar a sua contribui:

ção, ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou,

não sendo previstos, os de um POI- cento ao mês, muIta de

dez P01" cento sobrc o débí,to, acrescido dê ccr·reç'ão monet5 -

ria, segundo os índices vigen'tes em matéria de locação pr.§.

dial.

§ 29 O condômino, que não cumprir qualquer dos

deveres estabelecidos nos ns. Ir a V do presente artigo, pa

gal'd a muIta prevista no ato constit~tivo ou na convenção ,ncü

podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas con ­

tribuições mensais, independentemente das perdas e danos que

se apurarem. Não havendo disposição expressa, caberá à as

sembléia gc~al, por dois terços no mínimo dos condôminos res

tantes, deliberar sobre a cobrança da multa.

Art. 1.337.· O condômino, ou possuidor, que não

cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomí­

nio poder-á, por deliberação de três quartos dos condôminos

restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até

ao quíntuplo das suas contribuições, conforme a gravidade

das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e da

nos que se apurem.

Parágrafo único. O condômino, ou possuidor, que

por causa do seu reiterado comportamento anti-social, tornar

absolutamente insuportável a mOl'adia dos demais possuidcres,

ou a convivência com eles, poderá, de igual modo, ser cons

trangido a pagar multa correspondente ao,décuplo das suas

contribuições, a qual vigorará até ulterior deliberação da

assembléia.

Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar area

no abrigo para veículos, ~~eferir-se-â, em condições iguais,

qualquer dos condôminos ao estranho.

Art. 1.339. Os direitos de cada condomino as

partes comuns são inseparáveis de sua propriedade exclusiva

As unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias, são

também inseparáveis das frações ideais corresponãentes. ~,

em ambos os casos, proibido alienar, ou gravar, esses bens,

em separado.

Parágrafo único. t facultado, porém, ao condômi.

no alienar parte acessória de sua unidade imobiliária.a o~

tro condômino, titular de unidade contígua, só podendo fazê­

-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo

do condomínio, e se a ela não se opuser a assembléia geral

dos condôminos.

Art. 1.3~O. As despesas relativas a partes co

muns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles ,

incumbem a quem delas se serve.

Art. 1.3~1. A realização de obras voluptuárias

depcnde de aprovação da unanimidade dos condôminos; a das o

bras ~teis depende da de dois terços de seus votos; as o

bras ou reparações necessarlas podem ser realizadas pelo sín

dico independentemente de autorização.

Parágrafo único. Se as obras., ou reparações ne­

cessarlas importam despesas excessivas, deve o síndico .dar

prévio conhecimento delas à assembléia, salvo quando sejam

absolutamente indispensáveis e urgentes. No impedimento ou

omissão do síndico, podem estas ser efetuadas por iniciativa

de qualquer, dos condôminos. Mas não terá o condômino direi­

to a reembolso das despesas que fizer com obras, ou repara,­

ções, de outra natureza, embora no interesse comum.

Art. 1.3~2. A realiz~ção de obras, em partes co

muns, em ac:::,éscimo às Ja existente,s, a fim de lhes facilitar

ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois ter

ços dos votos dos condôminos. Não serão permitidas constru

ções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utiliza

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076 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

cão, por qualquer dos corldâm'inos, das partes próprias, 011 co

muns.

Art. 1.345. O adquirente de unidade responde p~

los débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusi­

ve multas e juros moratórios.

Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cober

tura incumbem as despesas da sua conservação, de modo que

não haja danos às unidades imobiliárias inferiores.

depende da aprovação da

juiz

provar o orçamento das despesas, as contrihl.lições dos co~

dôminos e a prestação de contas, e eventualmente ~lege~ ­

-lhe o substituto e alterar o regulamento interno.

§ 1~ Se o síndico não convocar a assembléia,

um quarto das condôminos poderá fazê-lo.

§ 29 Se a assembléia não se reunir, o

decidirá> a requerimento de qualquer' condômino.

Art. 1.351. Depende da aprovação de dois ter

ços dos votos dos condôminos a alteração dos atos consti­

tutivos do condomínio e do regulamento interno. A muda~

ça da des·tinação do edifício, ou de unidade imobiliál'ia ,

depende de ser aprovada pela unanimidade dos condôminos.

unanimidade

A construção de outro pavim8nto,ou,

edifício, destinada a conter novas

Art. 1.343.

no solo comum, de outro

unidades imobiliárias,

dos condôminos.

)wt. 1.346. t obrigatório o seguro de toda a ~

gificação contra o risco de incêndio, ou destruição, total

ou parcial.

Art. 1.352. Salvo quando exigido quorUTIl esp~

cial, as deliberações da assem~léia serão tomadas, em pri

meÍl'a convocação, por maioria de votos dos condôminos pr~

sentes que representem pelo menos metade das frações i

deais.

Seção Ir

Da administração do condomínio

Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndico,

que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio,

por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.

Art. 1.348. Compete ao síndico:

I Convocar a assembléia dos condôminos.

11 Representar, atlva e passivamente, o co~

domínio, pra-ticando, em juízo ou fora dele, os atos necessa

rios à defesa dos interesses comuns.

111 - Dar imediato conhecimento à assemhléia da

existência de procedimento judicial ou adminis·trativo, de

interesse do condomínio.

IV - Cumprir, e fazer. todos os condôminos, ou

possuidores, cumprirem as determinações da escritura de co~s

tituição do condomínio, do regulamento interno e da assem ­

bléia.

v - Diligenciar a conservaoão e a guarda das

partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que inte­

ressem aos possuidores.

VI - Elaborar o orçamento da receita e da des

pesa relativa a cada ano.

VII - Cobrar dos condôminos as suas contribui­

ções, bem como impor e cobrap as multas devidas.

VIII - Prestar contas à assembléia, anualmente

e quando exigidas.

IX - Realizar o seguro da edificação.

§ 19 Poderá a assembléia investir outra pessoa,

ao invés do síndico, em poderes de representação.

§ 29 ~ facultado ao síndico transferir a ou

trem, total ou parcialmente, os seus poqeres de representa­

ção, salvo se houver proibição na escritura de constituição

do condomínio, ou da assembléia.

Art. 1.349. A assembléia, especialmente convo.

cada para esse fim, poderá, pelo voto da maiOria absoluta

de seus membros, destituir o síndico que praticar irregu­

laridades, n~ío prestar as contas ~ ou não administrar con

venientemente o condomínio.

Parágrafo único. Os votos serão proporcion~

às frações ideais no solo e nas outras partes comuns, pe~

tencentes a cada condômino, salvo disposição diversa da

escritura de constituição do condomínio.

Art. 1.353. Se não comparecerem condôminos em

numero suficiente para deliberar de conformidade com o dis

posto no artigo anterior, nova reunião será convocada, a

realizar-se dentro nos dez dias seguintes. Salvo quando ~

xigido quoru~ eSQecial, a assembléia poderá, em segunda

convocação, deliberar por maioria de votos dos concôminos

presentes, que representem um terço das frações ideais.

Art. 1.354. A assembléia não poderá deliberar,

se todos os condôminos não forem convocados para a l'eunião.

Art. 1.355. Assembléias extraordinárias pod~

rao ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condô

minos.

Seção IIr

Da extinção do condomínio

Art. 1.356. Se a edificação for total ou con­

sideravelmente destruída, ou ameace ruína, os condôminos de

liberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda,por

votos ~le representem metade mais uma das frações ideais.

§ 19 Deliberada a reconstrução, poderá o con

dômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, ~

lienando os seus direitos a outras condôminos, mediante a

valiação judicial.

§ 29 Realizada a venda, em"l'lue se preferirá ,

em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, s~

ra repartido o preço entre os condôminos, proporcionalmen­

te ao valor das suas unidades imobiliárias.

Art. 1.35'7. Se ocorrer desapropriação, a inde

nização será repartida na proporção a que se refere o § 29

do artigo anterior.

CAPíTULO VTIl

DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL

JWt. 1.350. Convocará o síndico, anualmente,

uma reunião da assembléia dos condôminos, na forma previ~

ta na escritura de constituição do condomínio, a fim de a

Art. 1.358. Resolvida a propriedade pelo im

plemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 077

TfTULO VDAS SERVlDOES

TíTULO IV

DA SUPERFíCIE

CAPíTULO IDA CONSTITUIÇÃO DAS SERVIDOES

Art. 1.366. Aplica-se ã propriedad~ f.i~uciária;

no que couber, o disposto nos arts.1.419, 1.423, 1.424

1.425 e 1.434.

imóvel outem direito

Não poderá ser estipulado, a

qualquer quantia pela transfe-

A servidão proporciona uti1idade,ouArt. 1. 376.

Art. 1.372. Em caso de alienação doda superfície, o superfici~rio ou o proprietário

de preferência, em igualdade de condições.

Parágrafo único.

nenhum título, o pagamento de

rência da superfície.

Art. 1.373. Antes do advento do termo, reso1vel~

se-a a superfície se o superficiário der ao terreno destina­

ção diversa daquela para a qual lhe foi concedida.

Art. 1.374. Extinta a superfície, o proprietá

rio passará a ter o domínio pleno sobre o terreno, constru

ção ou plantação, independentemente de indenização, se as IJél!:tes nao houverem estipulado o contrário.

Art. 1.375. O direito de 'supeT'fície, constituí­

do por pessoa jurídica de direito público interno, rege-se

por este Código, no que não for diversamente disciplinado em

lei especial.

Art. 1.368. O proprietário pode conceder a outrela o direito de construir ou de plantar em seu terreno ,por

ten~o determinado, mediante escritura pública devidamente inscrita no Registro de Imóveis.

Art. 1.369. A concessão da superfície será gr~

Luitaou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o p~

~mento será feito de uma só vez, ou parceladamente.

Art. 1.370. O superficiário responderá pelos en

cargos e tributos que incidirem sobre o imóvel.

Art. 1.371. A superfície pode transferir-se a

terceiro, e, por morte do superficiário, se transmite a seus

herdeiros.

Art. 1.367. O terce~ro, interessado ou não, que

pagar a dívida, se sub-rogará de p1en~ direito no crédito e

na propriedade fiduciária.

comodidade, para o prédio dominante, e grava o pr,édio servi­

ente, que pertence a diverso dono. Constitui-se mediante de­

claração expressa dos proprietários, ou por testamento,e sub

seqllente inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 1.377. O exercício incontestado e contínuo

de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art.

1.242, autoriza o interessado a inscrevê-la em seu nome noRegistro de Imóveis, valendO-lhe corno título a sentença quejulgar consumado o usucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tiver títu­lo, o prazo do usuoapião será de vinte anos.

Art. 1.360. Considera-se fiduciária a propri~

uaae resolúvel de coisd móvel infungível que o devpnor,com

escopo de garantia, transfere ao credor.

§ 19 Con~titui-se a propriedade fiduciária com

o arquivamento do contrato, celebrado por instrumento púb1i

co ou particular, que lhe serve de título, no Registro de

Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tr~

tando de veículos, na repartição competente para o licenci~

mento, fazendo-se a anotação no certificado de propriedade.

§ 29 Com a constituição da propriedade fiduci~

ria, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor

possuidor direto da coisa.

§ 39 A propriedade superveniente, adquirida ~

10 devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transfe -­

rência da propriedade fiduciária.

Art. 1.361. O contrato, que serve de título ãpropriedade fiduciária, conterá:

I - O total da dívida, ou sua estimativa.

11 - O prazo, ou a época do pagamento.

111 - A taxa de juros, se houver.

IV - A descrição da coisa objeto da transfe ­

rência, com os elementos indispensáveis ã sua identificação.

CAPfTULO LXDA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA

Art. 1.359. Se, porém, a propriedade se reso!

ver por outra causa superveniente, o possuidor, que a ti ­

ver adquirido por título anterior ã suareso1ução,será co~

siderado proprietário perfeito, restando ã pessoa, em cujo

benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja pro ­

priedade se resolveu para haver a própria coisa, ou o seu

valor.

tambem resolvidos os direitos reais concedidos na sua pe~

dência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolu­

ção, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua oudetenha.

Art. 1.362. Antes de vencida a dívida, o deve­

dor, a suas expensas e risco, pode servir-se da coisa segu~

do sua destinação, sendo obrigado, como depositário:

I - A empregar na guarda da coisa a diligên-cia exigida por sua natureza.

11 - A entregá-la ao credor, se a dívida nao

for paga no vencimento.

Ar-t. 1.363. Vencida a dívida, e não paga, fica

o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente

a coisa a terceiro, a aplicar o preço no pagamen-to de seu

crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se

houver, ao devedor.

Art. 1.364. t nula a cláusula que autoriza o

proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em g~

rantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência

do credor, dar seu direito eventual ã coisa em pagamento dadívida, após o vencimento desta.

Art. 1.365. QUqndo, vendida a coisa, o produto

não bastar para o pagamento da dívida e das des.pesas de cc<

brança, continuará o devedor obrigado pelo restante.

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078 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

CAPíTULO II

DO EXERCíCIO DAS SERVIDÕES

lI!

lar a servidão.

Quando o dono do prédio serviente resga -

Art. 1.B78. O dono de uma servidão pode fazert3

das as obras necessárias à sua conservação e uso. Se a ser­

vidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas ratea

das entre os respectivos donos.

Art. 1.379. As obras, q que se refere o artigoantecedente, devem ser feitas pelo dono do prédio dominante,

se o contrário não dispuser o título, expressamente.

Art. 1.380. Quando a obrigação incumbir ao dono

do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando,t~

tal ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante.Parágrafo único. Se o proprietário do prédio do

minante se recusar a receber a propriedaoe do serviente, ou

parte dele, caber-lhe-á custear as obras.

Art. 1.381. O dono do prédio serviente não po­

derá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servi­

dão.

Art. 1.382. A servidão pode ser removida, de um

local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua cus~

ta, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou

pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incre­

mento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente.

Art. 1.383. Restringir-se-á o exercício da ser­

vidão às necessidades do prédio dominante, evitando, quantopossível, agravar o encargo ao prédio serviente.

§ 19 Constituída para certo fim, a servidão não

se pode ampliar a outro.

§ 29 Nas servidões de trânsito, porém, a de mai

or inclui a de menor ônus, e a menor exclui'a mais onerosa.

§ 39 Se as necessidades da cúltura, ou. da indú.§.

tria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largue­

za, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direi

to a ser indenizado pelo excesso.

Art. 1.384. As servidões prediais são indivisí­veis. Subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefí­

cio de cada uma das porções do prédio dominante, e continuama gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por na­

tureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um, ou

de outro.

CAPíTULO lI!

DA EXTINÇÃO DAS SERVIDOES

Art. 1.385. Salvo nas desapropriações, a servi·

dão, uma vez inscrita, só se extingue, com respeito a tercei

ros, quando cancelada.

Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver

hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário

sera também preciso, para a cancelar, o consentimento do cre

dor.

Art. 1.386. O dono do prédio serviente pode, p~

los meios judiciais; cancelar a inscrição, embora o dono do

prédio dominante lho impugne:I· - Quando o titular houver renunciado a sue

servidão.

11 - Quando tiver cessado, para o prédjo domi­

nante, a utilidade, ou a comodidade, que determinou a consti

tuição da servidão.

Arx. 1.387. Também se extingue a servidão, fi­

cando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la can­

celar, mediante a prova da extinção:

I - Pela reunião dos dois prédios no domínio

da mesma pessoa.

11 - Pela supressão das respec'tivas obras pOI

efeito de contrato, ou de outro título expresso.

111 - Pelo não uso, durante dez anos contInuos.

TíTULO VI

DO USUFRUTO

CAPíTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Ar"\:. 1.38 B• O usufru·to pode r'ecair em um ou mais

bens, móveis oú imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte

deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e uti­

lJ.dades.

Art. ~:389. O u§ufruio de imóveis, quando nao

retiulte de usucapião, constituir~Be-ámediante inscrição no

Registro de Imóveis.

Art. 1.390. Salvo disposição em contrário,o us~

fruto estende-se aos acessórios da coisa e seus ~crescidos.

§ 19 Se, entre eles, 'houver coisas consumíveis,

terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto ,

as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero,

qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor,

estimado ao tempo da restituição.

§ 29 Se há no pjédio, em que recai o usufruto ,

florestas, ou os re~ursos minerais a que se refere o art.

1.231, devem o,dono e o usufrutuário prefixar-lhes a exten ­

são do gozo e a maneira de exploração.

§ 39 Se o usufruto recai sobre universalidade ou

quota-parte'de bens, o usufrutuário tem direito à parte do

tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do

prédio uS':lfruído, para obter meação em parede, cerca, muro,vala ou valado.

Art. 1.391. Não se pode transferir o usufrutopor alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por Títule

gra~uito ou oneroso.

'::APíTULO Ir

DOS DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO

Art. 1.392. O usufrutuário tem direito à posse,

uso, administração e percepção dos ~rutos.

Art. 1.393. Quando o usufruto recai em título s

de crédito, o usufrutuário Tem direito a perceber os frutos

e a cobrar as respectivas dívidas.Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufru-'

tuário aplicará, de imediato, a importância em títulos damesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com

cláusula de correção monetária, se houver.

Art. 1.39'1. Salvo direito adquirido por outrem,

o usufrutuário faz seus os frutos naturais,penden~es ao come

çar o usufrut.o. sem encargo de pagar as despesas de produção.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 079

Parágrafo único. Os frutos naturais, porém, pe~,

dentes ao tempo em que cessa o usufruto, pertencem ao dono,

também sem cúmpensação das despesas.

Art. i.395. As crias dos animais pertencem ao

usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabe

ças de gado existentes ao começar o usufI'uto.

Art. 1.396. Os frutos civis, vencidos na data

inicial do usufruto, pertencem ao proprietáL'io, e ao usufru­

tuário os vencidos na data em que cessa o usufruto.

Art. 1.397. O usufrutuário pode usufruir em pes

soá, ou mediante arrendamento, o prédio, mas não mudar-lhe a

destinação econômica, sem expressa au·torização do proprietá­

rio.

CAPITULO III

DOS DEVERES DO USUFRUTUÁRIO

Art. 1.398. O usufrutuário, antes de assumir ousufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, de

terminando o estado em que 'se acham, e dará caução, fidejus­

sória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela con­

servação, e entregá-los findo o usufruto.

Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doa­

dor que se reservar o usufruto da coisa doada.

Art. 1.399. O usufrutuário, que não quiser ou

não puder dar caução suficiente, perderá o direito de admi ­

nistrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administra­

dos pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução,

a entregar ao usufrutuár:i o o rendimento deles, deduzidas as

despesas da administração, entre as quais se incluirá a qua~

tia taxada pelo juiz em reinuneração do administrador.

Art. 1.400. O usufrutuário não é obrigado a pa­

gar as deteriorações resultantes do exercício regular do usu

fruto.

Art. 1.401. Incumbem ao usufrutuár'io:

I - As despesas ordinárias de conse~vação dos

bens no estado em que os recebeu.

II - As prestações e os tributos devidos pela

posse, ou rendimento da coisa usufruída.

Art. 1.402. Incumbem ao dono as reparações ex-o

traordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usu··

frutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as

que forem necessárias à conservação, ou áumentarem o rendi •.

mento"da coisa usufruída.

§ 19 Não se consideram módicas as despesas sup~

riores a dois terços do líquido rendimento em um ano.

§ 29 Se o dono não fizer as reparações, a que

está obrigado, e que são indispensáveis à conservação da coi

sa, o usufrutuário pode realizá-las, cobrando daquele a im··

portância despendida.

Art. 1.403. Se o usufruto recair num patrimônio,

ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dí

vida que onerar o patrimônio ou a parte dele.

Art. 1.404. O usufrutuário é obrigado a dar ci··

ência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da

coisa, ou os direitos deste.

Art. 1.405. Se a coisa estiver segurada, incum·,

be ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribui .'

ções do seguro.

§ 19 Se o usufrutuário fizer o seguro, ao pro ­

prietário caberá o direito dele resultante contra o segura ­

dor.

§ 29 Em qualquer hipótese, o direito do usufru­

tuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro.

Art. 1.406. Se um edifício sujeito a usufruto

for destruído sem culpa do proprietário, não será este obri­

gado a reconstrui-la, nem o usufruto se restabelecerá, se o

proprietário reconstruir à sua'custa o prédio; mas se a ind~

nização do seguro for aplicada à reconstrução do ·prédio,'re~

tabelecer-se-á o usufruto.

Art. 1. 1107. Também fica sub-rogada ·no ônus do

usufruto, em lugar do prédio, a indenização paga, se ele for

desapropriado, ou a importância do dano, ressarcido pelo ter

ceiro responsável no caso de danificação, ou perda.

CAPITULO IV

DA EXTINÇÃO DO USUFRUTO

Art. 1.408. O usufruto extingue-se, cancelando-

se a inscrição no Registro de Imáveis:

I - Pela renúncia ou morte do usufrutuário.

II - Pelo termo de sua duração.

III - Pela extinção da pessoa jurídica, em fa­

vor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar,

pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exer

cer.

IV - Pela cessação dQ motlvo de que se origina.

V - Pela destruição da coisa, guardadas as dis

posições dos arts. 1.405, 1.406, 2a. parte, e 1.407.

VI - Pela consolidação.

VII - Por culpa do usufrutuário, quando aliena,

deteriora, ou deixa arruinar os bens, não l~es acudindo com

os reparos de conservação, ou quando; no usufruto de títulos

de crédito, não dá às impor·tâncias recebidas a aplicação pr~

vista no art. 1.393, parágrafo único.

VIII - Pelo não uso, ou nao fruição, da coisa em

que o usufruto recai (arts. 1.388 e 1.397).

Art. 1.409. Constituído o usufruto em favor de

duas ou mais pessoas,extinguir-se-á a parte em relação a ca

da uma das que falecerem, salvo se. por estipulação expressa,

o quinhão desses couber ao sobrevivente.

TITULO VII

DO USO

Art. 1.410'. O usuário usará da coisa e percebe-,

ra os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e

de sua família.

§ 19 Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do

usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver.

§ 29 As necessidades da f~~ília do usuário com­

preendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros" ainda que

ilegítimos, e das pessoas d~ seu serviço doméstico.

Art. 1.411. são aplic~veis ao uso, no que não

for contrário à sua nat~reza, as disposições relativas ao

usufruto.

TITULO VIII

DA HABITAÇÃO

Art. 1.412. Quando o uso consistir no direito

de hab~tar gratuitamente casa alheia. o titular deste direi~

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080 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

to nao a po(te alugar) nem' empT'<?stal.... , nas simplesT,lcn"te

dela com sua falI: íl:i a.

\l5ar tingue-se, por~m, esse direito decorridos quin38 anoB da d~­

ta de sua constituiçâo.

Ar't. 1.413. Se o direito real de habita.çâ:o fOl"

conferido a mais d~ 11ma pessoa, qualquer delas que hõ.bi te,

sozinha, a casa, n3.oterá de: paga'!:' aluguer à outra, ou as

01,1 traG) m,'l.S n:So as pode iniLir' de exc!"'ccy'em, q1.lercndo, o di­

r-aito, que 1:ambém :; hes compete, de habi'Lá-la.

Art. 1. '11'.. São aplicávei s ã habitação, no em

que lhe nao contrariem a natureza, as disposiç5cs concernen­

tes ao usufruto.

/l.rt. 1. 11~' 2. Os con11'at08 d0 penhor, anticr,~se e

hipo~eca declarar~o, sob pena de não terem eficácia:

I - O valor do crédito, sua estimação, ou va-

101' máximo.

11 - O pra:~o fixado para pae;ame!lto.

111 - fi. taxa dos juros, se houver.

IV - O bem ,dado em garantia com as suas especi

ficações.

Art. 1.'.23. A dívida considera-se vencid2.:

I - Se, deteriorando-sc, ou depr'feciando-sc o

bem dado em segurança, desf~Jcar a garantia, e o devedor, in

timüdo, a não reforçar, ou substituir.

TíTULO IX

DO DIrr:ITO DO PROHI'T'ENTE COHr;,ADOR

AJ:'t. 1. '115. Ned iante promessa de compriJ e venda,II - Se o devedor' cair em insolvência, ou fa-'

em que se nao pa.ctuou dy-rependlmento, celebr-ada per instru­

mento público ou particular, e inscrita no Registro de Imó­veis, adq'.ilJ'c o pl'omiter>te comprador direito real à aquisi ­

çã:o do iméivcl.

Art. 1.416. O promitente comprador, titul~r de

dire:i-co :<:'ca1, pode exigir' do promit?nte vendedor, ou de ter­

ceiro, u. qÚ:'.Jn os direitos deste for2T" r;edidos, a 01.1tol'e;a á,,.

escritura d~fi.nitiva de cumpra e v~n~la, cOIlforme o disvosto

no instl"'Uw';ll~O prelimin.::n:·; e, SE~ J1úuver' l"E.CUGd, T'8t,!uer-er' ao

juiz a adjudicação do illló'J81.

TíTULO X

DO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESE

CAPI'T'ULO I

DISPOSICOES GERAIS

Al't. 1. 1117. Nas dlvic1õ.s garantidas por penhor,

ant:i.c::rc::,e ou hipoteca, o bem dado em gar,mtia fica sujeite,

por vInculo real, ao cumprimento é"1. obrigação.

lir.

Ir! - Se as prect0.cÔ8S nao fOflem pontualmc.nte p~

g'::.~, toda vez que d(;8t(~ modo se ach2.p es t1pulado o pa,gwrr:ento.

Ne:', t(, ca20, o recebimento posterior da prestação atr'd<:aG3. j,T:l

pOj'~ta renú·ncia do cY'(;dor ao s·~u direito de exec'.lç:3.o imedia ta.

IV - S'c perecei' o belJ1 da.do e:n garantiii, e nac

for substi·tu!do.

V - Se GCl d03sapl'C\pria.r o bem dc:.do er', ea,:'anti"l,

hipótE:-;se na qual se depositéD..... t~ êt pax'te do preço çue fOl~ neCt.;·~

sár ia par'a o pagamento ir:tegr'al do ct'ec1or ..

§ 19 Nos casos de perecimento da coisa dad2 em

gu+C'antiR, esta se sub-roga.x'lá na indeni~~ação do segul"'o, ou r~o

r8ssarclocnto do dano, em benefIcio do credor, a qUGm assis­

til"l,.i sobpe ela pref~::r'ência até r.:to seu comple"to ;"C?i..·l~·lholso ..

§ 29 Nos casos dos flS. IV e V, 86 se vencsr~ a

hipoteca antes do prdzo estipulado, 82 o perecimento, ou a

de~&prop~iaç5o recair sabre o beJD d~ldo em sarantia, e esta

n~o abrallger outras; SUb3isti.ndü, no caso co]\1:r5]~io, a divi­

da redu~ida, c~'rn u respectiva g,:-::t"'o:..l1rtia sobr~~ os c.eJTt,·~ i. .... l-.

m'.o desapropr-.iados, ou dc,struIdc>s.

§ 19 A propriedad~ superveniente torna eficaz,

desde a transcriçâo, as garantias reais estabelecidas por

qU0.m não era dono.

§ 29 A coisa comum a dois ou mais proprietários

não pode sel' dada em g.:ll'antia real, na sua totalidad", sem o

consentimen1:0 dê todos; mas cada um pode individualrr.ente dar

em garantia real a parte que tiver.

Art. 1.418. Só aquelc que pode alienar

eml'r:nhar, dal' em anticrese ou hipo'tecar. Só os bens

podem alienar poderão ser dados em penho.!:', anticrese

teca.

pod er 5.que se

ou hip~

Art. 1. 424. Nas hipóteses do artiGO antcl'iG:l' ,de

vencimento antecipado da dívida, noo se compreendcrr os jUl"03

cori'c:spondentes ao tempo ainda não decorrido.

Art. 1.425. Sillvo cl,~usula expressa, o tel"ceiro,

que presta gar-2!llt5a real por dívida alheia, não fica obrigatlo

a su.bstituí-Ia, ou refor'ç2-1a, quando, sem culpa sua, se per­

ca, d~ter-iorc, ou dcsvalie.

Art. 1.426. É nula a cláusula que autoriza o

credor pignc.ratício, antic,'ético ou hipotecáJ:'io a ficar com

o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencirnen

to.

Arto 1. 419. O po'1,gamento de uma ou mais presta ­

ções da dívida não importa exoneração correspondente da ga­

rantia, ainda que esta compr<?enda vários bens, salve dispos:!:

ção expressa no tItulo, ou n,,- qui'cação.

Art. 1.420. O credor hipotecário e o pignoratí­

cio têm o direi to de excutir a coisa, hipotecada, ou empznha­

da, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada ,

quanto à hipoteca, a prioridade na inscrição.

Parágr'afo único. Excei:uam,·se cesta regrã 2.S dí­

vidas que, em vi~tude de outras"leis, devam &er pagas preci­

puamente a quaisquer outros créditos.

Art. 1.421. O credor an'ticrético tem direito a

1'e'(:er em seu poder o bem enquanto a dívida não for paga. Ex-

Pará2,:r'úfo único. Após o veIlocirnenü,:, poderá ,po

r'ém, o devedor dar é. coisa ",m pagamento da dívida.

Art. J..'f27. Os sucessor'?s do devedor não p:?

dem remir par·cial:nen-ce o penhor ou él hipoteca na proporção

dos seus guinh5es; qualquer deles, po::.oém, pode fazê-Io no

todo.

Pará?;l'afo único. O herdeiro ou sucessor que

fi:.:er a remição fica sub-rog?.do nos dÍl'eitos do credor p~

las quotas que hculit'r satisfeito.

Art. 1.428. Quando, excutido o penhor, ou êxe

cutada a hipoteca, o produto não bastar para F'.gr.:menTo da

dívida e despesas judiciais, continuilrá o dcvedo~ obrigado

pessoalmente pelo restante.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 081

CAPfTULÓ riDO PENHOR

Seção I

Da constituição do penhor

servação, nos juros e no capital da obrigação garantida,s~

cessivamemte.IV - A restituí--la, com os respectivos fru

tos e acessões, uma vez paga a dívida.

V - A entregar o que sobeje do preço,quando

a dívida for paga, no caso do art. 1.431, n9 IV.

Seção IIIDas obrigações do credor pignoratício

Art. 1.432._ O credor não pode ser constrangi­

do a devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes

de ser in-tegralmente pago. Mas pode o juiz, a requerimen­

to do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma

das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficien"te para o

pagamento do credor.

Art. 1.429. Constitui-se o penhor pela trans

ferência efetiva da posse, que, e~ garantia do- débito, ao

credor, ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém

por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.

Parágrafo único. No penhor rural, industrial,

mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em

poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

Art. 1.433. O credor pignoratício é obrigado:I ~ 11. custódia da coisa, como depositário,e

a ressarcir ao dono a perda ou d!'-'~erioração, de que for cuJ­

pado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente

quantia, a importância da responsabilidade.11 - 11. defesa da posse da coisa empenhada a

a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que torna­

rem necessário o exercício de ação possessória.

111 - A imputar o valor dos frutos, de que se

apropriar (art. 1.431, n9 V) nas despesas de guarda e con

Art. 1.436. Constitui-se o penhor rural media~

te instrumento ptblico ou particular,- inscrito no Registro

de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as

coisas empenhadas.

Parágvafo único. Prometendo pagal' em dinhüir'o

a dívida, que garante com penhor rural, o devedor poderá e

lnitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na

forma determinada em lei especial.

Art. 1. 1137. O penhor agrícola e o pecuário so

podem ser convencionados, respectivamente, pelos prazos ma

ximos de três e quatro anos, prorrogáveis, uma só vez, até

o limite de igual tempo.

§ 19 Embol'a vencidos os prazos, per'manece agarantia,enquanto subsistirem os bens que a constituem.

§ 29 A prorrogação deve ~er averbada ã margem

da inscrição respec-tiva, mediante requerimento do credor edevedor.

Subseção I

Disposições gerais

Art. 1.439. 'Tem o credor direito a verificar o

estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se ~

charem, por si ou por pessoa que credenciar.

Art. 1.438. Se o prédio es-tiver hipotecado, o

penhor l'ural poderá constituir-se independentemen-te da a

nuência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o di­

reito de preferência, nem restringe a extensão da hipoteca,

ao ser executada.

Seção V

Do penhor rural

Seção IV

Da extinção do penhor

Art. 1.434. Extingue-se o penhor:

I - Extinguindo-se a obrigação.

11 - Perecendo a coisa.

111 - Renunciando o credor.

IV - Confundindo-se na mesma pessoa as quali­

dades de credor e dono da coisa.

V - Dando-se a adjudicação judicial, a remi-

ção ou a venda da coisa empenha.da, feita pelo credor ou por

ele autorizada.

§ 19 Presume-se a renúncia do credor,quando c~

sentir na venda particular do penhor sem reserva de preço,

quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir àsua substituição por outra garantia.

§ 29 Operando-se a confusão tâo-somente qua~

to a parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o p~

nhor quanto ao resto.

Art. 1.435. Produz efeitos a extinção do penhor

depois de averbado o cancelamento da inscrição, à vista da

respectiva prova.

o do p~

Documen-

deverá ser

Seção IIDos direitos do credor pignoratício

Ar-t. 1.43 O• O ins trumento do penhor

levado a registro, por qualquer dos contraentes;

nhor comum será inscrito no Registro de Títulos e

tos.

Art. 1. '131. O credor pignoratício -tem direito:I 11. posse da coisa empenhada.

11 11. retenção dela, até que o indenizem das

despesas devidamente justificadas, que tiver feito,não sen

do ocasionadas por culpa sua._111 - Ao ressarcimento do prejuízo que houver

sofrido por vício da coisa empenhada.IV - A prqmover a execução judicial, ou a ve~

da amigável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou

lhe autorizar o devedor mediante procuração.

V - A apropriar-se dos frutos da coisa emp~

nhada, que se encontra em seu poder.VI - A promover a venda antecipada, mediante

prev~a autorização judicial, sempre que haja receio funda­

do de que a coisa empenhada soe perca ou deteriore, devendoo preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode im­

pedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo ou

tra garantia real idônea.

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082 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Subseção II

Do penhor derícola

Art. 1.440. Podem ser objeto ·de penhor:

I - Máquinas e instrumentos de agricultura.

Parágrafo único. Prometendo.pagar em dinheiro ~

dívida, que garante com penhor industrial, ou mel'cantil, o d.'t

vedar poderá emi'tir, em favor do credor, cédula do respect'ivo

crédito, na forma e para os fins que a lei especial determi ­

nar.

111 - FrUTOS acondicionados ou armazenados.

IV - Lenha cortada e carvão vegetal.

V - Animais do serviço ordinário de eScabe-

lecimento agrícola.

Art. 1. '+41. O penhor agrícola que recai sobre

colheita pendente, ou em via de formação, abrange a imedia­

tamente seguinte, no caso de frustT'ar-se ou ser insuficicn­

te,a dada em garan·tia.

Parágrafo único. Se õ credor" nao financiar a

nova saf~oa, poderá o dev~dol' constituir com outrem novo pe­

nhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro. O segu~

do penhor terá, porém, pT'eferênc{a sobre o primeiro, abran­

gendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte.

ção.

Ir - Colheitas pendentes, ou em via de formaArt. 1.447. O devedor não pode, sem o consen­

timento por escrito do credor, alterar as coisas empenha ­

das ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor

que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deve­

rá repor outros be~s da mesma natureza, que ficarão sub-ro

gados no penhor.

Art. 1.448. Tem o credor direito a verificara

estado das 'coisas empenhadas, inspecionando-as onde se a­

charem, por si ou por pessoa que crcpenciar.

Seção V;J:I

Do penhor de direi·tos e tItulas de crédito

Art. 1.449. Podem ser objeto de penhor direi

~os, suscetíveis de cessão, sobre coisas'móveis.

Subseção 111

Do penhor pecuário

Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor os ani

mais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lac­

ticínios.

Art. 1.443. O devedor nao poderá alienar os a

nimais empenhados sem prévio consentimento, por escrito, do

credor.

Parágrafo único. Quando o devedoT' pretende ~

lienar o gado empenhado ou, por negligência, ameace prejudi

cal" o credor, poderá este requerer se depositem os animais

sob a guarda de terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívi

da de imediato.

Art. 1.444. Os animais da mesma espécie, compra­

dos para substituir os mOl'tos, ficam sub-rogados no penhor.

Parágrafo único. Esta substituição presume -se,

mas não terá eficácia conTra terceiros, se não constar de

menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser a­

verbada.

Seção VI

Do penhor industrial e mercantil

Art. 1. 445. Podem s.er objeto de penhor' máquinas,

aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funciona­

mento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados

na indústria; sal e bens destinados ã exploração das salinas;produtos de suinocultura, animais destinados à industrializa­

ção de carnes e derivados; matérias-primas e produtos indus­

trializados.

Paráerafo único. Regula-se pelas disposições re

lativds aos armazéns gerais o penhor das nlercadorias neles de

positadi::s.

Art. 1. 446. Constitui-se o penhor industrial, ou

o mercantil, mediante instr'umen'to público ou particular, ins

crito no Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem

si·tuadas as coisas empenhadas.

Art. 1.450. Constitui-se o penhor de direito

'mediante instrumento público ou particular, inscritá no Re

gistro de Títulos e Documentos.

Parágrafo único. O titular de direito empenh~

do deverá entregar ao credor pignoratício os documentos com

probatórios desse direito, salvo se tiver' interesse legíti

mo em conservá-los.

Art. 1.451. O penhor de crédito nao tem eficá

cia senão quando notificado ao devedor; mas por notifica­

do se tem o devedor que, em instrumento público ou partic~

lar, se declarar ciente da existência do penhor.

Art. 1.452. O credor pignoratício deve prati­

car os atos necessários à conserv?ção e defesa do direito

empenhado e cobrar os juros e mais prestações acessórias com

preendidas na garantia.

Art. 1.453. Deverá o credor pignoratício cobrclr

o crédito, empenhado, assim que se torne exigível. Se este

consistir numa prestação pecuniária, deposi.tará a importân ­

cia recebida, de acordo com o devedor pignoratício, ou onde

o juiz determinar; se consistir na entrega da coisa, nesta

se sUb-rogará o penhor.

Parágrafo único. Estando, porém, vencido o cré­

dito pignoratício, tem o credor diI'eito a reter. da quantia

recebida, o que lhe·é devido, restituindo o restante ao deve

dor; ou a excutir a coisa a ele entI'egue.

Art. 1.454. Se o mesmo crédito for objeto de vá

rios penhores, só ao credor pignoratício, cujo direito prefi

ra aos demais, o devedor deve pagar; responde por perdas e

danos aos demais credores o credor preferente que, notifica­

do por qualquer um deles, não promover oportunamente a co­

brança.

Art. 1.455. O titular do crédito empenhado só.

pode reccber o pagamento com a anuência, por escrito, do cr~

dor pignoratício, caso em que o penhor se extinguirá.

Art. 1.456. O penhor, que recai sobre título de

crédito; constitui-se mediante instrumento público ou parti­

c~lar', ou endosso pignoratício, com a tr-adição do tItulo ao

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 083

I Conservar a posse do título e recuperã-

-la de quem quer que o detenha.

II - Usar dos meios judiciais convenientes ~

ra assegurar' os seus direitos, e os do cr~edor do título em

penhado.

III - Fazer intimar ao devedor do título que

não pague ao seu credor, enquanto durar o penhor.

IV - Receber a importância consubstanciadano

título e os respectivos jurüs, se exigíveis, restituindo o

título ao devedor, quando este solver a obrigação.

cônsigo

despesas

credoI'. regendo-se pelas Dispos:Lç2;e's Ger'ais deste Titulo

~o que couber, pelos artigos da presente Seção.

Art. 1.457. Ao credor, em penhor de título

crédito, compet.e o direito de:

e,

de

i'et..queos seus consumidores ou fregueses tiverem

nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas

ou consumo que aí tiverem feito.

rr - Odo~o do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarn~

cendo o mesmo prédio, pelos alugueres ou rendas.

Art. 1.466. A conta das dívidas enumeradas no

artigo antecedente, n9 I, será extraída conforme a tabela

impressa, prévia e ostensivamente exposta na casa, dos pr~

ços de hospedagem, da pensão ou dos gêneros fornecidos, sob

pena de nulidade do penhor.

Art. 1.467. Em cada um dos casos do art. 1.465,

o credor poderá tomar em garantia um ou mais objetos até ao

valor da dívida.

Art. 1.458. O devedor do título empenhado,que

receber a intimação do art. 1.457, n9 111, ou se der por

ciente do penhor, não poderá pagar ao seu credor. Se o fizer, responderá solidariamente por este, por perdas e da ­

nos, perante o credor pignoratício.

Parágrafo único. Se o credor der quitação ao

devedor do título empenhado, deverá saldar imediatamente a

dívida, em cuja garant~a se constituiu o penhor.

Seção VIII

Do penhor de veículos

.Art. 1.459. Podem ser objeto de penhor os veí

culos empregados em qualquer espécie de transporte, ou condução.

Art. 1.460. constitui-se o penhor, a que se

rerere o artigo antecedente, mediante instr'umento público,­

ou particular, inscrito no Regist.ro de Títulos e Documen ­tos do domicílio do devedor, e anotado no certificado depropriedade.

Parágrafo' único. Ybometendo pagar em dinheiro

a dívida garantida com o penhor, Roderá o devedor emitir

cédula de crédito, na forma e para os fins que a lei espe­

cial determinar.

Art. 1.461. Nâo se fará o penhor de veículos

sem que estejam previamente segurados contra furto, avaria,

perecimento e danos causados a terceiros.

Art. 1.462. Tem o credor direito a verificar o

estado do veículo empenhado, inspecionando-o onde se achar,

por si ou por pessoa que credenciar.

Art. 1.463. A alienação ou a mudança do veícu10 empenhado, sem prévia qomunicação ao credor, importa no

vencimento antecipado do crédito pignoratício.

Art. 1.464. O penhpr de veículos só se pode

convencionar pelo prazo máximo de dois anos, prorrogável ~

té o limite de igual tempo, averbada a prorrogação ã mar

gem da inscrição respectiva.

t;eçãõ IXDo penhor legal

Art. 1.465. são credores pignoratícios, inde­

pendentemente de convençao:

I - as nospedeiros, ou fornecedores de pousa

da ou alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias ou dinhei

Art. 1.468. Os credores, compreendidos no art.'

1.465, podem fazer efetivo o penhor, antes de recorrerem ãautoridade jUdiciária, sempre que haja perigo na demora,dan

do aos devedores comprovante dos bens de que se apossarem.

Art. 1.469. Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo, a sua homologação judicial.

Art. 1.470. Pode o locatário impedir a consti­

tuição do penhor mediante. caução idônea.

CAPITULO III

DA HIPOTECA

Seção rDisposições gerais

Art. 1.471. Podem ser obj~to de hipoteca:

r - Os imóveis e os acessórios dos imóveis eon

juntamente com eles.

rr - O domínio direto.111 - O domínio útil.

IV - As estradas de ferro.

V - Os recursos naturais a que se refere o art.

1.231, independentemente do solo onde se achar.

VI - Os navios.

vrI - As aeronaves.

Parágrafo único. A hipoteca dos navios e aerona­

ves reger-se-á pelo disposto em lei especial.

Art. 1.472. A hipoteca abrange todas as acessões,

'me1horamentos oU'construções do imóvel. Subsistem os ônus

reais constituídos e registrados, anteriormente ã hipoteca,s~

bre o mesmo imóvel.

Art. 1.473. t nula a cláusula que proibe ao pr~

prietário alienar imóvel hipote~ado.

Parágrafo único. Pode convencionar-se, porém,que

vencera o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado.

Art. 1.474. O dono do imóvel hipotecado pode cons

ituir sobre ele, mediante novo títulO, outra hipoteca,em fa­

lor do mesmo, ou de outro credor.

Art. 1.475. Salvo o caso de insolvência do deve

dor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, nã~ poderá

executar o imóvel antes de vencida a primeira.

Parágrafo único. Não- se considera insolvente O

devedor, por faltar ao pagamento das obrigações garantidas per

hipotecas, posteriores à primeira.

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084 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 1.476. Se o devedor da obrigação garantida

pela primeira hipoteca nao se oferecer, ·no vencimento, para

pagá-la, o c:r>edor da segunda pode promover-lhe a extinção,

consignando a importância e citando o primeiro credor para

recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o se

gundo credor, efetuando o pagamento, se sub-rogará nos di

reitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que lhe comp~

tirem contra o devedor comum.

Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver

promovendo a execução da hipoteca, o credor da segunda dep~

sitará a importância do débito e as despesas judiciais.

Art. 1.477. O adquirente do imóvel hipotecado ,

desde que não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as

dívidas aos credores hipotecários, poderá exonerar-se da hi

poteca, abandonando-lhes o imóvel.

Art.l.478. O adquirente notificará o vendedor

e os credores hipotecários, deferjndo-lhes, conjuntamente,a

posse do imóvel, ou o depositará em juízo.

Parágrafo único. Poderá o adquirente exercer a

faculdade de abandonar o imóvel hipotecado, até as vinte e

quatro horas subseqüentes à citação, com que se inicia o

procedimento executivo.

Art.l.479. Dentro em trinta dias, contados da

transcrição do título aquisitivo, tem o adquirente do imó

vel hipotecado o direito de remi-lo, citando os credores hi

potecários e propondo importância não inferior ao preço por

que o adquiriu.

§ 19 Se o credor impugnar o preço da aquisiçã~

ou a importância oferecida, realizar-se-á a licitação, efe

tuando-se a venda judicial a quem oferecer maior preço, as

segurada preferência ao adquirente do imóvel.

S 29 Não impugnado pelo credor, o preço da aqui

s~çao ou o proposto pelo adquirente, haver-se-á por definiti

vamente fixado para a remição do imóvel, que ficará livre de

hipoteca, urna vez pago ou depositado o preço.

S 39 Se o adquirente deixar de remir o imóvel,

sujeitando-o a execução, ficará obrigado a ressarcir os cre

dores hipotecários da desvalorização que, por sua culpa, o

mesmo vier a sofrer, além das despesas judiciais da execução

S 49 Disporá de ação regressiva contra o vende

dor o adquirente, que ficar privado do imóvel em conseqüên

cia de licitação ou penhora, o que pagar a hipoteca, o que,

por causa de adjudicação, ou licitação, desembolsar com o p~

gamento da hipoteca importância excedente à da compra e o

que suportar custas e despesas judiciais.

Art.I.48D. Realizada a praça, o executado pod~

ra, até a assinatura do auto de arrematação .ou até que seja

publicada a sentença de adjudicação, remir o imóvel hipote­

cado, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver

havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido. Igual

direito caberá ao cônjuge, aos descendentes ou ascendentes

do executado.

Art.i.48l. No caso de falência, ou insolvência,

do devedor hipotecário, o direito de remição defere-se à mas

sa, ou aos credores em concurso, não podendo o credor recu

saI' o preço da avaliação do imóvel.

Parágrafo único.· Pode o credor hipotecário tod~

via, para pagamento de seu crédito, requerer a adjudicação do

imóvel avaliado em quantia inferior àquele, desde que dê quitação pela sua totalidade.

Art. 1.482. t lícito aos interessados fazer cons

tar das escrituras o valor entre si ajustado dos imóveis hi

potecados, o qual, devidamente atualizado, será a base para

as arrematações, adjudicações e remições, dispensada a ava

liação.

Art.I.483. Mediante simples averbação, requeri­

da por amb~s as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até

perfazer vinte anos, da data do contrato. Desde que perfaça

esse prazo, só poderá subsistir o contrato da hipoteca, re

constituindo-se por novo título e nova inscr~çao; e, nesse

caso, lhe será mantida a precedência, que então lhe competir.

Art.l.484. Podem o credor e o devedor, no ato

constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da correspond~

te .cédula hipotecária, na forma e para os fins previstos em

lei especial.

Art.l.485. A hipoteca pode ser constituída para

garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determi

nado o valor máximo de crédito a ser garantido.

S 19 Nesses casos, a execução da hipoteca depe~

derá de prévia e expressa concordância do devedor quanto ãverificação da condição, ou ao montante da dívida.

S 29 Havendo divergência entre o credor e o d~

vedor, caberá àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido

este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e danos em

razão da superveniente desvalorização do imóvel.

Art.l.486. Se o imóvel, dado em garantia hipote

carla, vier a ser loteado, ou se nele se constituir condomí­

nio edilício, poderá o ônus ser dividido, gravando cada lote

ou unidade autônoma, se o requererem ao juiz o credor, o de

vedor ou os donos, obedecida a proporção entre o valor de ca

da um deles e o crédito.

s 19 O credor só poderá se opor ao pedido de

desmembramento do ônus, provando que o mesmo importa em dimi

nuição de sua garantia.

S 29 Salvo convenção em contrário, todas as des

pesas judiciais ou extrajudiciais necessárias ao desmembramen

to do ônus' correm por conta de quem o requerer.

S 39 O desmembramento do onus não exonera o .de

vedor originário da responsabilidade a que se refere o art.

1428, salvo anuência do credor.

Seção Ir

Da hipoteca légal

Art.l.487. A lei confere hipoteca:

I - Às pessoas de direito público interno

(art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da

cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e

rendas.

II Aos filhos, sobre os imóveis do pai, ou

da mãe, que passar a outras núpcias, antes de fazer o inven­

tário do casal anterior.

III - Ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre

os imóveis do delinqüente, para satisfação do dano causado

pelo delito e pagamento das despesas judiciais.

IV - Ao co-herdeiro para garantia do seu qui

nhão ou torna da partilha, sobre o imóvel apjudicado ao heI'

deiro reponente.

V - Ao credor sobre o imóvel ar'rematado, pal"a

garantida do pagamento do restante do preço da arrematação.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 085

Art. 1.488. O credor da hipoteca legal, ou quem

o represente, poderá, provando a insuficiência dos imóveis

especializados, exigir do devedor que seja reforçado com ou

tros.

Art. 1.489. A hipoteca legal pode ser substituí

da por caução de títulos da dívida pública federal ou esta

dual, recebidos pelo valor de sua cotação mínima no ano cor

rente; ou por outra garantia, a critério do juiz, a requer~

mento do devedor.

Seção lI!

Da inscrição da hipoteca

Art. 1.490. Todas as hipotecas serão inscritas

no registro de lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o

título se referir a mais de um.

Parágrafo único. Compete aos interessados, exi

bindo o tÍ"tulo, requerer a inscrição da hipoteca.

Art. 1.491. As inscrições e averbações seguirão

a ordem em que forem requeridas, verificando-se ela pela da

sua numeração sucessiva no protocolo.

Parágrafo único. O número de ordem determina a

prioridade, e esta a preferência entre as hipotecas.

Art. 1.492. Não se inscreverão no mesmo dia

duas hipotecas, ou uma hipoteca e outro aireito real, sobre

o mesmo imóvel, em favor de pessoas diversas, salvo se as es

crituras, do mesmo dia, indicarem a hora em que foram lavra­

das.

Art. 1.493. Quando se apresentar ao oficial do

registro título de hipoteca que mencione a constituição de

.anterior, não inscrita, sobrestará ele na inscrição da no

va, depois de a prenotar, até trinta dias, aguardando que o

interessado inscreva a precedente. Esgotado o prazo, sem

que se requeira a inscrição desta, a hipoteca ulterior sera

registrada e obterá preferência.

Art. 1.494. Se tiver dúvida sobre a legalidade

da inscrição requerida, o oficial fará, não obstante, a pr~

notação do 'Pedido. Se a dúvida, dentro em noventa dias ,fol~

julgada improcedente, a inscrição efetuar-se-á com o mesmo

número que teria na data da prenotação; no caso contrário,

cancelada esta, receberá a inscrição o número corresponden­

te à data, em que se tornar a requerer.

Art. 1.495. As hipotecas legais, de qualquer~

tureza, deverão ser inscritas e especializadas.

S 19 A inscrição e a especialização das hipot~

cas legais incumbem a quem está obrigado a prestar a garan­

tia, mas os interessados podem promover a inscrição delas,

ou solicitar ao Ministério Público que o faça.

S 29 As pessoas, a quem incumbir- a inscrlçao e

a especialização das hipotecas legais, estão sujeitas a pe~

das e danos pela omissão.

Art. 1.496. Vale a inscrição da hipoteca, en·-

quanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em com·-

pletando vinte anos, deve ser renovada.

Seção IV

Da extinção da hipoteca

Art. 1.497. A hipoteca extingue-se:

I - Pela extinção da obrigação principal

I! - Pelo perecimento da coisa.

I!I - Pela resolução da propriedade.

IV - Pela renúncia do credor.

V - Pela remição.

VI - Pela arrematação, ou adjudicação.

Art. 1.498. Extingue-se, ainda, a hipoteca com

a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento de ins

crição, ã vista da respectiva prova.

Art. 1.499. Não extinguirá a hipoteca, devida­

mente inscrita, a arrematação, ou adjudicação, sem que te­

nham sido notificados judicialmente os respectivos credores

hipotecários, que não forem de qualquer modo partes na exe­

cução.

Seção V

Da hipoteca de vias férreas

Art. 1.500. As hipotecas sobre as estradas de

ferro serao inscritas no Município da estação inicial da

respectiva linha.

Art. 1.501. Os credores hipotecários nao podem

embaraçar a exploração da linha, nem contrariar as ·modifica

ções, que a administração deliberar, no leito da estrada,em

suas dependências, ou no seu mate~ial.

Art. 1.502. A hipoteca será circunscrita ã li­

nha ou às linhas especificadas na escritura e ao respectivo

material de exploração, no estado em que ao tempo da execu­

ção estiverem. Não obstante, os credores hipotecários pod~

rão opor-se ã venda da estrada, à de suas linhas, de seus

ramais ou de parte considerável do material de exploração

bem como ã fusão com outra empresa, sempre que com isso a

garantia do débito enfraquecer.

.Art. 1.503. Nas execuçÕeS dessas hipotecas se

rá intimado o representante da União, ou do Estado, para,

dentro em quinze dias, remir a estrada de ferro hipotecada,

pagando o preço da arrematação, ou da adjudicação.

CAPíTULO IV

DA ANTICRESE

Art. 1.504. Pode o devedor ou outrem por ele,

entregando ao credor imóvel, ceder-lhe o direito de perce ­

ber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos.

§ 19 t permitido estipular que os frutos e ren

dimentos do imóvel sejam percebidos pelo cred~r ã conta de

juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permiti

da em lei para as operações financeiras, o remanescente se

rá imputado ao capital.

S 29 Quando a anticrese recair sobre bem imó

vel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anti

crético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado tam

bém poderá ser dado em anticrese.

Art. 1.505. O credor anticrético pode admini~

trar os bens dados em anticrese e fruir seus frutos e uti­

lidades, mas. deverá apresentar anualmente balanço, exato e

fiel, de sua administração.

S 19 Se o devedor anticrético nao concordar

com o que se contém no balanço, por ser inexato, ou ruino-

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086 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

sa a administração, poderá impugná-lo, e, se o quiser, requerer a transformação em arrendamento, fixando o juiz o

valor mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido anualmente.

§ 29 O credor anticrético pode, salvo pactoem sentido contrário, arrendar os bens dados em anticrese

a terceiro, man'tendo, nesse caso, até ser pago, direito de

retenção do imóvel, embora o aluguer desse arrendamento não

seja vinculativo para o devedor.

Art. 1.506. O credor anticrético responde p~

las deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a so

freI', e ,pelos frutos e rendimentos que, por sua negligên ­

cia, deixar- de perceber.

Art. 1.507. O credor anticrético pode vindi ­

caI' os seus direitos contra o adquirente dos bens, os cre­

dores quirogl'afários e os hipotecários posteriores ã trans

crição da anticrese.

§ 19 Se, porém, executar os bens por não paga

mento da dívida, ou permitir que outro credor o execute

sem opor o 13eu direito de retenção ao exeqtlente, não terá

preferência sobre o preço.

§ 29 Também não a terá sobre a indenização do

seguro, quando o prédio sej a destruído, nem, se fOl"em desa

priados os bens, sobre a desapropriação.

Art. 1.508. O adquirente dos bens dados em an

ticrese pod'~rá remi-los, antes do vencimento da dívida,

prestando a sua totalidade ã data do pedido de remição e

imitir-se-á, se for o caso, na sua posse.

L I V R O I VDO DIREITO DE FAMfLIA

TfTULO I

DO DIREITO PESSOAL

SUBTíTULO I

DO CASAMENTO

§ 19 O registro civil do ,casamento religios o

deverá ser feito logo após a celebração, por comunicação. do

celebrante ao oficial do registro civil, quando os consor ­

ciados houverem-se habilitado para o casamento nos termos

do Capítulo V deste Livro, e pelos consorciados; e, a qual­

quer tempo, se assim o requerer, qualquer interessado.

§ 29 Será ineficaz o registro civil do casame!!

to religioso, se, antes dele, qualquer dos consorciados hou

ver contraído com outrem matrimônio civil.§ 39 O casamento religioso, celebrado sem a ob

servância das exigências da lei civil, só produz efeito s

civis se, a requerimento do casal, for inscrito no reg~stro

público, mediante prévia habilitação perante a autorida de

competente.

CAPíTULO Ir

DA CAPACIDADE MATRIMONIAL

Art. 1.5111. O homem com dezoito anos e a mu­

lher com dezesseis podem casar, mas, para o casamento dos

menores de vinte e um anos, é mister a autorização de ambos

os pais, ou de seus representantes legais.Parágrafo único. Se houver divergência entre

os pais, aplica-se o disposto no parágrafo,único do art.

1.659.

Art. 1.515. :Até ã celebração do matrimônio po­

dem os pais, tutores ou curadores revogar a autorização.

Art. 1.516. A denegação do consentimento, qua!!

do. injusta, pode ser suprida pelo juiz.

Art. 1.517. Será permitido o casamento de m~

nor incapaz (art. 1.514) para evitar imposição ou cumprime!!to de pena criminal, ou para resguardo da honra da mulher ,

que não atingiu a maioridade. Nesses casos, o juiz poderá

ordenar a separação de corpos, até que os cônjuges alcancem

a idade legal.

CAPíTULO III

DOS IMPEDIMENTOS

CAPíTULO I

DISPOSICOES GERAIS

Art. 1.509. O casamento estabelece comunhão ple­

na de vida, com base na igualdade dos cônjuges, e institui afamília legíTima.

Art. 1. 510.

reito público ou privado,

tituída pelo matrimônio.

t defeso a qualquer pessoa, de di

interferir na comunhão de vida cons

Art. 1.518. Não podem casar:

I - Os ascendentes com os descendentes, seja

o parentesco legítimo ou ilegítimo, natural ou civil.

11 - Os afins em linna reta.

111 - O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.

IV - Os irmãos legítimos ou ilegítimos, ge~

manos, ou não, e os colaterais, legítimos ou ilegítimos, a­

té o terceiro grau inclusive.

VIII - A pessoa que tenha contraído matrimônio

religioso com outrem, desde que requerida a inscrição desse

casamento no Registro Civil.

Art. 1.519. Os i~pedimentos podem ser opostos,

até o momento da celebração do casamento, por qualquer pe~

soa capaz.

seu concondenado

Art. 1.511. O casamento se realiza no momento em

que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua von

tade de estabelecer vínculo matrimonial, e o juiz os declara

casados.

Art. 1.512. O casamento religioso, que atenderas exigências da lei para a validade do civil, equipara-se a

este, desde que inscrito no regis,tro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.

Art. 1.513. O registro do casamento religip~'o

submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o do civil ..

V

VI

VII

por homicídio ou

sorte.

- O. adotado com o filho do adotante.

- As pessoas casadas.

O cônjuge sobrevivente com o

tentativa de homicídio, contra o

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Maio de 1984 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 087

Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de r~

gistro, tiver conhecimento da existência de algum impedimen­

to, será obrigado a declará-lo.

Registro Civil de

se-á a fazê-lo se

causa suspensiva.

ambos os nubentes, por trinta dias.

ocorrer impedimento, ou se argllida

Far-se-á a publicação no Diário

Recusar­

alguma

Oficial,

CAPITULO VI

DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

Art. 1.531. Ce1ebrar-se-á o casamento, no dia, ho

ra e lugar previamente designados pela autoridade que houver de

presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mes

trem habilitados com a certidão do art. 1.529.

Art. 1.529. Verificada a inexistência do fato obs

tativo, e cumpridas as formalidades dos arts. 1.523 e 1.525, ex

trairá o oficial do registro o certificado de habilitação.

Art. 1.530. A eficácia da habilitação será de

três meses a contar da data em que foi extraído o certificado.

das aUdiências, com toda publicidade, a portas abertas, presen­

tes pelo menos duas testemunhas, ~arentes ou não dos contraentes,

ou, em caso de força maior, querendo as partes e consentindo o

juiz, noutro edifício público, ou particular.

Parágrafo único. Quando o casamento for em casa

particular, ficará esta de portas abertas durante o ato, e, se

algum dos contraentes não souber escrever, serão quatro as tes

temunhas.

casaArt. 1.532. A solenidade ce1ebrar-se-á na

onde houver.

Parágrafo único. A autoridade competente, haven­

do urgência, poderá dispensar a publicação, deSde que se lhe

àpresentem os documentos exigidos no art. 1.522.

Art. 1.526. ~ dever do oficial do registro escla

recer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasiona~ a

invalidade do casa~ento, bem como sobre os diversos regimes

de bens.

Art. 1.527. Tanto os impedimentos quanto as cau­

sas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assina

da, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indica­

ção do lugar onde possam ser obtidas.

Art. 1.528. O oficial do registro dará aos nu­

bentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os

fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.

Parágrafo único. Fica salvo aos nubentes reque ­

reI' prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos aleg~

dos, e promover as ações civis e criminais contra o oponente

de má fé.

Art. 1.533. Presentes os contraentes, em pessoa

ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o

oficial do registro, o presidente do ato,. ouvida aos nubentes

a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vont~

de, declarará efetuado o casamento, nestes termos:

"De acordo com a vontade que ambos acabais de afi~

mar perante mim, de vos receberdes por marido e

mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."

Art. 1.53~. Do matrimônio, logo depois de celebr~

do, se lavrará o assento no livro de registro. No assento, as

sinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas,e

o oficial do registro, serão exarados:

I Os prenomes, nomes, datas de nascimento,p~

fissão, domicílio e residência atual dos cônjuges.

CAPfTULO IV

DAS CAUSAS SUSPENSIVAS

CAPfTULO V

DO PROCESSO DE HABILITACÃO MATRIMONIAL

Art. 1.520. Não devem casar:

I - O viúvo ou a viúva que tiver filho do

cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do

casal e der partilha aos herdeiros.

II - A viúva, ou a mulher cujo casamento se

desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses de

pois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade con­

jugal.

III - Declaração de duas testemunhas maiores ,_

parentes, ou estranhos, que atestem conhecê-los e afirmem

não existir impedimento que os iniba de casar.

IV - Declaração do estado civil, do domicílio

e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se fo

rem conhecidos.

V - Certidão de óbito do conJuge falecido,de

sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamen­

to, transitada em julgado, ou do registro da sentença de di

vórcio.

Art. 1.521. As causas suspensivas da celebra ­

ção do matrimônio podem ser argllidas pelos parentes em li

nha reta de um dos nubentes, sejam consangilíneos ou afins,

e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consagilíneos

ou afins.

111 - O tutor ou curador e os seus descenden ­

tes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pe~

soa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou

curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Parágrafo único. Faculta-se aos ~es solici­

tar ao JU~z a dispensa das exigências previstas nos ns. I e

III deste artigo, provando a inexistência ~e prejuízo para o

herdeiro, ou para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso

do n9 lI, a gravidez ou o nasciménto de algum filho, na flu­

ência do prazo.

Art. 1.522. O requerimento para habilitação m~

trimonial será firmado por ambos os nubentes, de seu próprio

punho, ou, a seu pedido, por outrem que os represente. Deve

ser instruído com os seguintes documentos:

I - Certidão de idade ou prova equivalente.

II - Autorização por escrito das pessoas sob

cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a su

pra.

Art. 1.523. A habilitação será feita perante o

oficial do Registro Civil e, após a audiência do Ministério

Público, será homologada pelo juiz.

Art. 1.524. O processo de habilitação será arqu:!:.

vado, quando os requerentes não preencherem os requisitos ne­

cessários à celebração do casamento.

Art. 1.525. Estando em ordem a documentação, o

oficial extrairá o edital, publicando-o nas circunscrições do

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088 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

A relação dos documentos apresentados ao ~

efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data

da celebração e, quanto aos filhos comuns, à data do nasci­

mento.

Art. 1.540. O casamento pode celebrar-se median

te procuração, por instrumento público, com poderes esp~

ciais.

§ 59 Serão dispensadas as formalidades des-

te e do artigo anterior, se o enfer~o convalescer e puder ra

tificar o casamento na presença da autoridade competente e

do oficial do registro.

os§ 49 O assento assim lavrado retrotrairá

§ 19 A revogação do mandato 'não necessita che­

gar ao conhecimento do mandatário. Mas, celebrado o casame~

to sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciên­

cia da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.

§ 29 Verificada a idoneidade dos cônjuges pa­

ra o casamento, assim o decidirá a autoridade competente,com

recurso voluntário as partes.

§ 39 Se da decisão nao se tiver recorrido, ou

se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o

juiz mandará transcrevê-la no livro do Registro dos Casamen­

tos.V

ficial do registro.

VI O prenome, nome, profissão, domicílio e re

sidência atual das testemunhas.

VII - O regime do casamento, com a declaração da

data e do cartório em cujas notas foi passada a escritura ante­

nupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o le

gal estabelecido para certos casamentos.

Art. 1.535. O instrumento da autorização para ca

sar transcrever-se-á integralmente na escritura antenupcial.

Art. 1.536. A celebração do casamento será imedia

tamente suspensa se algum dos contraentes:

I Recusar a solene afirmação da sua vontade.

II Declarar que esta não é livre e espontânea

III - Manifestar-se arrependido.

II Os prenomes, nomes, datas de nascimento ou

de morte, domicílio e residência atual dos pais.

III - O prenome e o nome do cônjuge precedente e

a data da dissolução do casamento anterior.

IV - A data da publicação dos proclamas e da ce

lebração do casamento.

Parágrafo, único. O nubente que, por algum de~

tes fatos, der causa ã suspensão do ato, não será admitido

a retratar-se no mesmo dia.

§ 29 O nubente que não estiver em iminente ri~

co de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupa­

tivo.

Art. 1.537. No caso de moléstia grave de um

dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se en

contrar o impedido, sendo urgente, ainda à noite, perante

duas testemunhas que saibam ler e escrever.

§ 39 A eficácia do mandato nao ultrapasará no

venta dias.

§ 49 Só por instrumento público se poderá revo

gar o mandato.

Art. 1.539. Realizado o casamento, devem as

testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais

próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por ter

mo a declaração de:

§ 19 Autuado o pedido e tomadas as declarações,

o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se

os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária,

ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze

dias.

II - Que este parecia em perigo de vida, mas

em seu juízo.

III - Que, em sua presença, declararam os

contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido

e mulher.

Art. 1.538. Quando algum dos contraentes es

tiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da

autoridade, a quem incumba presidir o ato, nem a de seusubs

titufó, poderá o casamento ser celebrado na presença de

seis testemunhas, que com o nubentes não tenham parentesco

em linha re'ta, ou, na colateral, em segundo grau.

perda

de

DAS PROVAS DO CASAMENTO

Art. 1.541. O casamento celebrado no Brasilp~

certidão do registro.

Parágrafo unlCO. Justificada a falta ou

civil, é admissível qualquer outra espéciedo registro

prova.

va-se pela

CAPíTULO VII

Art. 1.545. Na dúvida entre as provas favorá ­

veis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônju

Ant. 1.544. Quando a prova da celebração legal

do casamento resultar de processo judicial, a inscrição da

sentença no livro do Registro Civil produzirá, assim no que

toca aos cônjuges, como no que respeita aos filhos,todos os

efeitos civis desde a data do casamento.

Art. 1.542. O casamento de brasileiro, celebr~

do no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou

os cônsules brasileiros, deverá ser registrado quando um ou

ambos os cônjuges voltarem ao Brasil, dentro no prazo de

seis meses, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua

falta, no 19 Ofício da Capital do Estado em que passarem a

residir.

Art. 1.543. O casamento de pessoas que, na

pos,se do estado de casadas, não possam manifestar vontade ,

ou tenham falecido, não se pode" contestar em prejuízo da pr~

le comum, salvo mediante certidão do Registro Civil, que

prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o ma

trimônio impugnado.

enQue foram convocadas ~or parte doI

§ 19 A falta ou impedimento da autoridade com

petente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer

dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Ci

vil por outl~O ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.

§ 29 O termo avulso, lavrado pelo oficial ad

hoc, será transcrito no respectivo registro dentro em cin

co dias, pe'rante duas testemunhas, ficando arquivado.

fermo.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 089

ges, cujo matrimônio se impugna, viverem ou tiverem

na posse do estado de casados.

CAPITULO VIII

DA INVALIDADE DO CASAMENTO

vivido § 29 Não se anulará, porém, o casamento se àsua celebração houverem assistido os representantes legais do

incapaz, ou esses tiverem, por qualquer modo, manifestado a

sua aprovação.

Art. 1.555. O casamento pode ser anulado por

vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao

consentir, erro essencial quanto à pessoa dq outro.

Art. 1.559. O prazo para a anulação do casa ­

mento, a contar da data da celebração, é:

I - De seis meses, no caso do art. 1.549,i~

II A ignorância do crime, anterior ao casa-

mento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida con­

jugal.

Art. 1.558. Somente o cônjuge que incidir em

erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamen

to. Mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o a

to, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art.

l. 556.

Art. 1.556. Considera-se erro essencial sobre

a pessoa do outro cônjuge:

I - O que diz respeito à sua identidade, sua

honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento

ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enga­

nado.

de

de

- De três anos, nos casos do art. 1.556

- De dois anos, se.incompetente a autori-

- De quatro anos, se houver coação.

Extingue-se, em seis meses, o direito

da menor de dezesseis anos e do menor

ciso·IV.

II

dade celebrante.

III

incisos I a IV.

IV

§ 19

anular o casamento

dezoito, contado o prazo para o menor do dia em que perfez

essa idade; e da data do matrimônio, para seus representa~

tes legais ou ascendentes.

§ 29 Na hipótese do art. 1.549, inciso V, o

prazo para anulação do casamento é de seis' meses, a partir

da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.

Art. 1.560. A anulação do casamento não obsta

a legitimidade do filho concebido ou havido antes ou na crns

tância dele.

III - A ignorância, anterior ao casamento, de

defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmi~

sível, por contágio ou herança, capaz de por em risco a saú­

de do outro cônjuge ou de sua descendência.

IV - A ignorância, anterior ao casamento, de

doença mental grave, e que, por sua natureza, torne insupor­

tável a vida em comum ao cônjuge enganado.

Art. 1.557. t anulável o casamento em virtude

de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os con­

juges houver sido captado mediante fundado temor de mal con

siderável e iminente para a vida, Q saúde e a honra, sua ou

de seus familiares.

brante.

II - Do menor em idade núbil, quando não auto

rizado por seu representante legal.

III - Por vício da vontade, nos termos dos

arts. 1.555 a 1.557.

IV - Do incapaz de consentir ou manifestar ,

de modo inequívoco, o consentimento.

V - Realizado pelo mandatário, sem que ele

ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato,e não

sobrevindo coabitação entre os cônjuges.

VI - Por incompetência da autoridade ceIe

Art. 1.546. t nulo o casamento contraído:

I - Pelo enfermo mental sem o necessário dis­

cernimento para os atos da vida civil.

II - Por infringência de impedimento.

Art. 1.547. A decretação da nulidade de casa ­

mento, no caso do item II do artigo anterior, pode ser prom~

vida, mediante ação direta, por qualquer interessado, ou p~

lo Ministério Público.

Art. 1.548. A infringência de impedimento, re

sultante da adoção plena, põe termo a esta e acarreta a nuli

dade do casamento, persistindo, porém, o i~pedimento.

Art. 1.549. t anulável o casamento:

I - De quem não completou a idade mínima pa-

ra casar.

Parágrafo único. Equipara-se à revogação a in­

validade do mandato judicialmente decretada.

Art. 1.550. Por motivo de idade nao se anulará

o casamento de que resultou gravidez.

Art. 1.551. A anulação do casamento da menor de

dezesseis anos, ou do menor de dezoito anos, será requerida:

I Pelo próprio cônjuge menor;

II Por seus representantes le~is;

III - Por seus ascendentes.

Art. 1.552. O menor que não atingiu a idade

nupcial poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamen

to, com a autorização de seus representantes legais, se ne ­

cessária, ou suprimento judicial.

Art. 1.553. Subsiste o casamento celebrado por

aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exer ­

cer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa

qualidade, ti~er inscrito o ato no Registro Civil.

Art. 1.554. Nos casos do art. 1.549, inciso II,

o casamento só poderá ser anulado dentro de seis meses, por

iniciativa do incapaz, quando o deixar de ser, de seus repr~

sentantes legais ou de seus herdeiros necessários.

§ 19 O prazo será contado do dia em que cessou

a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no

segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz, quando esta ~

correr durante a incapacidade.

Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se

contraído de boa fé por ambos os cônjuges, o casamento, em

relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até

o dia da sentença anulatória.

§ 19 Se um dos cônjuges estava de boa fé ao ce

lebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos fi

lhos aproveitarão.

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090 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

§ 29 Se ambos os cônjuges estavam de má fé ao

celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos a­

proveitarão.

Art. 1.562. Antes de mover a açao de nulidade

do casamento, a de anulação ou a de separação judicial, r~

quererá a parte, com documentos que a autorizem, a separação

de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevi

dade.'

Art. 1.563. Concedida a separação de corpos, os

alimentos provisionais devidos ao cônjuge hão de ser compati

veis com o nível de vida do casal.

Art. 1.564. Proposta a ação de nulidade ou anu

lação de casamento, será nomeado curador do vínculo.

Art. 1.565. A sentença que decretar a nulidade

retroagirá ã data da celebração do casamento, sem prejudicar,

todavia, a aqu~s~ção de direitos, ,a título oneroso, por ter­ceiros de boa fé, nem a resultante de sentença transitada em

julgado.

Art. 1.566. Quando o casamento for anulado por

culpa de um dos cônjuges, este incorrerá:

I - Na perda de todas as vantagens havidas do

cônjuge ·inocente.

11 Na obrigação de cumprir as promessas que

lhe fez no contrato antenupcial.

CAPfTULO IX

DA EFICÁCIA DO CASAMENTO

Art. 1.573. Se qualquer d~s cônjuges estiver em

lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de seis me­

ses, ou interditado judicialmente, o outro exercerá a direção

da família, cabendo-lhe a administração dos bens.

CAPíTULO XDA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL

Art. 1.574. A sociedade conjugal termina:I - Pela morte de, um dos cônjuges.

II Pela nulidade ou anulação do casamento.

III - Pela separação judicial.

IV - Pelo divórcio.Parágrafo único. O casamento válido só se disso~

ve pela 'morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio,não se lhe

aplicando a presunção estabelecida neste CÓdigo quanto aos ausentes.

Art. 1.575. Qualquer dos cônjuges poderá propor

a ação de separação judicial, imputando ao outro conduta de­

sonrosa ou qualquer ato que importe em grave violação dos de­

veres do casamento e torne insuportável a vida em comum.

§ 19 A separação judicial' pode também ser pedida

se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de

cinco anos consecutivos e a impossibilidade de. sua reconstituição.

§ 29 O cônjuge pode ainda pedir a separação judi

cial quando o outro estiver acometido de grave doença mental,

manifestada apos o casamento, que torne impossível a conti­

nuação da vida em comum, desde que, após uma duração de

cinco anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura im

provável.

Art. 1.567. Criando a família legítima, o casa

mento legitima os filhos comuns, antes dele nascidos ou con

cebidos.

Art. 1.569. A direção da sociedade conjugal se

rá exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no intel:,esse do casal e dos filhos.

Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer

dos cônjugeG poderá recorrer ao juiz, desde que as questões

sejam essenciais e não se trate de matéria personalíssima.

Art. 1.570. Os cônjuges são obrigados a concor

rer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho,

para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer

que seja o regime patrimonial.

Art. 1.571. O domicílio do casal será escolhi­

do por ambos os cônjuges, mas um e outro, podem ausentar - se

do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao e

xercício de sua profissão, ou a interesses particulares rale

vantes.

Art.

I

II

III

IV

V

1.568. são deveres de ambos os cônjuges:

- Fidelidade recíproca.

Vida em comum, no domicílio conjugal.

- Mútua assistência.

Sustento, guarda e educação dos filhos.Respeito e consideração mútuos.

§ 39 Nos casos dos parágrafos anteriores, re­

verterão ao cônjuge, que não houver pedido a separação judi

cial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento,

e~ se o regime dos bens adotado o permitir, também a meação

nos adquiridos na constância da sociedade conjugal.

Art. 1.576. Nos casos dos §§ 19 e 29 do arti­

go anterior, a separação judicial poderá ser negada se con~

tituir respectivamente causa de agravamento das condições

pessoais ou da doença do outro cônjuge, ou determinar em

qualquer caso as consequências morais de excepcional gravi­

dade para os filhos menores.

Art. 1.577. Considerar-se-á impossível a com~

nhão de vida tão somente se ocorrer algum dos seguintes mo­

tivos:I - Adultério.11 - Tentativa de morte.

111 - Sevícia ou injúria grave.

IV - Abandono voluntário do lar conjugal, du

rante um ano contínuo.V Condenação por crime infamante.

VI - Conduta desonrosa.

Art. 1.578. Dar-se-á a separação judicial pormútuo consentimento dos cônjuges se forem' casados por mais

de um ano, manifestado perante o juiz e devidamente homolo­

gado.

Art. 1.572. Pelo casamento, homem e mulher ass~

mem.mutuamente a condição de consortes, companheiros e res,­

ponsáveis pelos encargos da família.

Parágrafo único. A mulher, querendo, assume o

nome patronj~ico do marido.

Art. 1.579. A sentença de separação judicial

importa na separação de corpos e na partilha de bens.

Parágrafo· único •• A partilha de bens poderá ser

feita mediante proposta dos cônjuges e homolagada pelo juiz

ou por este decidida.

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Maio de 1984 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 091

Art. 1.580. A separação judicial põe termo aos

deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime ma

trimonial de bens, como se o casamento fosse dissolvido.

Parágrafo un~co. O procedimento judicial da se

paração caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapaci­

dade, serão representados por curador, ascendente ou irmão.

Art. 1.581. Seja qual for a causa da separação

judicial, e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges

restabelecer a todo o tempo a sociedade conjugal, nos termos

em que fora constituída, contanto que o façam por ato regu ­

lar em juízo.

Parágrafo único. A reconciliação em nada prej~

dicará o direito de terceiros, adquirido antes e durante o

estado de separado, seja qual for o regime de bens.

juges, ainda que nao mantenha relações sociais com o outro,

a quem, entretanto, será assegurado o direito de visita.

Art. 1.589. Se houver sido homologada somente a

separação de corpos, o juiz atendendo às circunstâncias rele

vantes da vida dos cônjuges e de suas famílias, deferirá com

preferência a guarda dos filhos menores à mãe.

Art. 1.590. Havendo motivos graves, poderá o

juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira

diferente da estabelecida nos artigos anteriores à situação

deles para com os pais.

Art. 1.591. No caso de invalidade do casamento,

havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto nos arts.

1.588 e 1.590.

Art. 1.582. A mulher condenada na ação de sep~

ração judicial perde o direito a usar o nome do marido.

§ 19 Aplica-se, ainda, o disposto neste artigo

quando é da mulher a iniciativa da separação judicial com

fundamento nos §§ 19 e 29 do art. 1.575.

§ 29 Nos demais casos caberá à mulher a opção

pela conservação do nome de casada.§ 39 Condenado o marido na ação de separação ~

dicial, poderá a mulher renunciar, a qualquer momento, ao direito a usar o nome do marido.

Art. 1.583. O divórcio não modificará os direi­

tos e deveres dos pais em relação aos filhos.

Parágrafo único. O novo casamento de qualquer

dos pais ou de ambos também não imputará restrição a esses

direitos e deveres.

Art. 1.58Q. Não se decretará o divórcio se ain­

da não houver sentença definitiva de separação judicial, ou

se esta não tiver decidido sobre a partilha dos bens.

Art. 1.585. A conversa0 em divórcio da separa­

ção judicial dos conJuges, existente há mais de três anos,

contada da data da decisão ou da que concedeu a medida caute

lar corr'espondente, será decretada por sentença, da qual não

constará referência a causa que a determinou.

Art. 1.592. O pai ou a mãe, que contrair novas

núpcias, não perde o direito de ter consigo os filhos, que

só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado

que qualquer deles não os trata convenientemente.

Art. 1.593. Os pais, em cuja guarda não estejam

os filhos, poderão visitá-los e tê-los em sua companhia, se­

gundo fixar o juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e edu

cação.

Art. 1.59Q. As disposições à guarda e prestaçãode alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores invá

lidos.

SUBTíTULO Ir

DAS RELAÇOES DE PARENTESCO

CAPíTULO I

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 1.595. são parentes em linha reta as pes­

soas que estão umas para com as outras na relação de ascen ­

dentes e descendentes.

Art. 1.596. são parentes em linha colateral outransversal, até o sexto grau, as pessoas provenientes de um

só tronco, sem descenderem uma da outra.

Art. 1.586. O pedido de divórcio somente compe­tirá aos cônjuges.

Parágrafo único. Se, porem, o conJuge for inca­

paz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê.-lo o as­

cendente, curador ou irmão.

CAPíTULO XI

DA PROTEÇÃO DA PESSOA DOS FILHOS

Art. 1.587. No caso _de dissolução da sociedade

conjugal pela separação judicial por mútuo consentimento, c~

servar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dosfilhos.

Art. 1.588. Sendo a separação judicial,ficarão

os filhos menores com o cônjuge inocente.

Art. 1.597. O parentesco é legítimo, ou ilegíti

mo, segundo procede, ou não, de casamento; natural ou civil,

conforme resulte de consangUinidade, ou adoção.

Art. 1.598. Contam-se, na linha reta, os graus

de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, tam­

bém pelo número delas, subindo, porém, de um dos parentes a­

té ao ascendente comum, e descendo, depois, até encontrar ooutro parente.

Art. 1.599. Cada cônjuge é aliado aos parentesdo outro pelo vínculo da afinidade.

Art. 1.600. A afinidade, na linha reta, não se

extingue com a dissolução da sociedade conjugal.

Art. 1.601. A adoção restrita somente estabele­ce parentesco civil entre o adotante e o adotado.

CAPITULO Ir

DA FILIAÇÃO LEGITIMA

Art. 1.602. São legítimos os filhos concebidos

na constância do casamento, ainda que anulado ou mesmo nulo,

independente da boa ou má fé de seus' pais.

os filhos perman~

juiz a sua guarda

qualquer dos côn-

deferirá o

família de

§ 19 Se ambos os cônjuges forem·culpados, fica­

rão em poder da mãe os filhos menores, salvo se o juiz veri­

ficar que de tal solução possa advir prejuízo de ordem mo­

ralou social, para eles.

§ 29 Verificado que nao devem

cer em poder da mãe nem do pai,

a pessoa notoriamente idônea da

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092 Quinta-feira 17 DlÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 1.603. Presumem-se concebidos na constânciada sociedad,e conjugal:

I - Os filhos nascidos cento e oitenta dias,

pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal.

II - Os nascidos dentro nos trezentos dias sub

seqUentes ã dissolução da sociedade conjugal, por morte, se­paração judicial ou anulação.

Art. 1.604. A legitimidade do filho nascido an­

tes de decOl~ridos os cento e oitenta dias de. que trata o n'?I do artigo antecedente não pode, entretanto, ser contesta ­da:

I - Se o marido, antes de casar, tinha ciênciada gravidez da mulher.

II - Se assistiu, pessoalmente, ou por procurador, a lavrar-se o termo de nascimento do filho sem contes ­

tar a paternidade.

Art. 1.605. Salvo prova em contrário, se, antes

de decorrido o prazo previsto no n'? II do art. 1.520, a mu­

lher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este

se presume do primeiro marido, se nascido dentro nos trezen­tos dias a contar da data do falecimento deste; do segundo,

se o nascimemto ocorrer após esse período e já decorrido o

prazo a que alude· o n'? I do art. 1.603.

Art. 1.606. A legitimidade do filho concebido na

constância d,3. sociedade conjugal, ou presumido tal (arts. 1.602

e 1.603),só se pode contestar, provando-se:

I - Que o marido se achava impossibilitado de

coabitar com a mulher nos primeiros cento e oitenta dias, ou

mais, dos t:C'ezentos que houverem precedido o nascimento do

filho.

II - Que a esse tempo estavam os cônjuges sep~

rados de direito ou de fato.

Art. 1.607. Não valerá o motivo do artigo prece-

dente, n9 lI, se os cônjuges houverem convivido algum diasob o teto conjugal.

Art. 1.608. A prova da impotência do cônjuge para gerar, ã epoca da. concepção, i1ide a presunção da legiti­midade do filho.

Art. 1.609. Não basta o adultério da mu1her,ai~

da que confessado, para ilidir a presunção legal de 1egitimidade da prole.

Art. 1.610. Cabe ao marido o direito de contes­

tar a legitimidade dos filhos nascidos de sua mulher.

§ 19 Decairá desse direito o marido que, presen

te ã época do nascimento, não contestar, dentro em dois me­

ses, a fi1iôlção.

§ 29 Se o marido se achava ausente, ou lhe ocu1

taram o nasc!imento, o prazo para repúdio será de três meses;

contado do dia de sua volta ã casa conjugal, no primeiro ca­

so, e da dat:a do conhecimento do fato, no segundo.

Art. 1.611. Contestada a fi1iação,·na forma doartigo prece,dente, passa aos herdeiros do marido o direito de

tornar eficaz a contestação.

Art. 1.612. Não basta a confissão materna paraexcluir a pôlternidade.

Art. 1.613. A filiação prova-se pela certidão

do termo de nascimento inscrito no Registro Civil.

Art. 1.614. Ninguém pode vindicar estado contrá

rio ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando­

se erro ou falsidade do registro.

Art. 1.615. Na falta, ou defeito, do termo de

nascimento, poderá provar-se a filiação legítima por qualquer

modo admissível em direito:I - Quando houver começo de prova por escrito,

proveniente dos pais, conjunta ou separadamente.

II - Quando existirem veementes presunções re­

sultantes de fatos já certos.

Art. 1.616. A ação de prova de filiação legíti­

ma compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros,

se ele morrer menor ou incapaz.

Art. 1.617. Se a ação tiver sido iniciada pelo

filho, poderão continuá-la os herdeiros, salvo se o autor de

sistiu, ou a instância foi perempta.

CAPITULO III

DA LEGITIMAÇÃO

Art. 1. 618 . A legitimação resulta do casamen t o

dos pais, estando concebido, ou depois de havido o filho.

Art. 1.619. Os filhos legitimados são, em tudo,

equiparados aos legítimos.

Art. 1.620. A legitimação dos filhos falecidos

aproveita a seus descendentes.

CAPITULO IV

DO RECONHECIMENTO DOS FILHOS ILEGITIMOS

Art. 1.621. O filho ilegítimo pode ser reconheci­

do pelos pais, conjunta ou separadamente.

Art. 1.622. Quando a maternidade constar do termodo nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provan­

do a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.

Art. 1.623. O reconhecimento voluntário do filho

ilegítimo pode fazer-se no próprio termo de nascimento, ou

mediante escritura pública, ou por testamento.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o

nascimento do filho, ou ser posterior ao seu falecimento, se

ele deixar descendentes.

Art. 1.624·. Os filhos adulterinos somente podem

ser reconhecidos após a dissolução da sociedade conjugal.

Parágrafo único. Equipara-se ã dissolução, para

esse efeito, a separação ininterrupta do casal por mais de

cinco anos, devidamente comprovada em juízo.

Art. 1.625. O reconhecimento não pode ser revoga­do, nem mesmo quando feito em testamento.

Art; 1.626. O filho ilegítimo, reconhecido por umdos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o con­

sentimento do outro.

Art. 1.627. O filho reconhecido, enquanto menor,

ficará sob o poder do genitor que o reconheceu, e, se ambos

o reconheceram e não houver acordo, sob o de quem melhor a­

tender aos interesses do menor.

Art. 1.628. são ineficazes a condição e o termo

apostos ao ato de reconhecimento do filho.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 093-

da o ato.

§ 39 O consentimento posterior do adotado vali

do adotante, podendo determinar a modificação de seu prenome,

a pedido do adotante ou do adotado.

Art. 1.644. Somente será admitida a adoção que

constituir efetivo benefício para o adotando.

nomeArt. 1.646. A decisão confere ao menor o

Art. 1.645. A adoção plena atribui a situação de

filho legítimo ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo

com os seus pais e parentes, salvo os relativos a impedimen­

tos matrimoniais e ã sucessão prevista no art. 1.861.

dotar, e, também, da concordância deste, se contar mais de

quatorze anos de idade.

Art. 1.640. Ninguém pode ser adotado por duas

pessoas, salvo se forem marido e mulher.

Parágrafo único. Se adotantes forem ambos os

cônjuges, basta que um deles tenha completado trinta anos

de idade.

Seção II

Da adoção plena

Art. 1.641. t permitida a adoção do menor de d~

zesseis anos, ou do menor de vinte e um não emancipado,que,

desde idade não superior a dezesseis anos, tenha estado, de

fato ou de direito, aos cuidados do adotante.

Art. 1.642. A adoção, que se constituirá medi­

ante processo judicial, depende do consentimento do adotado

ou de seu representante legal, se for incapaz.

§ 19 Podem os pais dar por antecipação o seu

consentimento, sem designar o adotante.

§ 29 Essa declaração é revogável, se a nova de

cisão chegar ao conhecimento do juiz antes de lavrada a se~

tença.

Art. 1.643. Não há necessidade do consentimen­

to do representante legal do menor, se se provar que se tr~

ta de infante exposto, ou de menor abandonado, cujos pais s~

jam desconhecidos, estejam desaparecidos, ou tenham sido de~

tituídos do pátrio poder, sem nomeação do tutor; ou de órfão

não reclamado por qualquer parente, por mais de um ano.

Art. 1.629. O filho maior nao pode ser reconheci

do sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reco­

nhecimento, dentro nos quatro anos que se seguirem ã maiori

dade, ou ã emancipação.

Art. 1.630. Os filhos ilegítimos têm açao contra

os pais, ou seus herdeiros, para demandar o r'econhecime n to

da filiação:

I - Se ao tempo da concepção a mae estava con-

cubinada com o pretendido pai.

II - Se a concepção do filho reclamante coinci­

diu com o rapto da mãe pelo suposto pai, ou com suas rela ­

ções sexuais com ela.

III - Se existir declaração daquele a quem se

atribui a paternidade, reconhecendo-a expressamente.

Parágrafo único. Em se tratando de filho adulte­

rino deverão também ser satisfeitos os requisitos do art.

1.624 e seu parágrafo único.

Art. 1.631. A filiação incestuosa, reconhecida an

sentença irrecorrível não provocada pelo filho, ou quando c~

provada por confissão ou declaração escrita do pai, faz cer

ta a paternidade para efeito de alimentos.

Art. 1.632. A investigação da maternidade só não

se permite quando tenha por fim atribuir prole ilegítima ãmulher casada, ou incestuosa ã solteira.

Parágrafo único. Admite-se, porém, a investiga ­

çao, se o filho ilegítimo da mulher casada tiver sido conce

bido depois da dissolução da sociedade conjugal, ou da sep~

ração ininterrupta do casal por mais de cinco anos devidamen

te comprovada em juízo.

Art. 1.633. Qualquer pessoa, que justo interes­

se tenha, pode contestar a ação de investigação de paternid~

de, ou maternidade.

Art. 1.634. A sentença, que julgar procedente a

ação de investigação, produzirá os mesmos efeitos do reconh~

cimento. Poderá, porém, ordenar que o filho se crie e eduque

fora da companhia dos pais, ou-daquele que lhe contestou es­

sa qualidade.

Art. 1.635. A filiação materna ou paterna pode

resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as con

dições do putativo.

a

CAPfTULO V

DA ADOÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 1.636. Só os maiores de trinta anos podem

adotar.

Art. 1.647. Os efeitos da adoção começam a par­

tir da inscrição da sentença; e as relações de parentesco se

estabelecem não só entre o adotante e o adotado,como também

entre aquele e os descendentes deste.

Parágrafo único. Para que os efeitos da adoção

se estendam aos ascendentes do adotante é necessário que e­

les a aprovem por ato inequívoco, perante o juiz competente.

Art. 1.648. Só será suscetível de rescisão

Parágrafo único. Ninguém pode adotar, sendo ca­

sado, senao decorridos cinco anos do casamento.

Art. 1.637. O adotante há de.ser pelo menos de­

zesseis anos mais velho que o adotado.

Art. 1.638. Enquanto não der contas de sua ad-

ministração e nao saldar o débito, não poderá o tutor, ou

curador, adotar o pupilo ou o curatelado.

Art. 1. 639. A adoção depende do consentimen to

dos pais, ou dos representantes legais de quem se deseja a-

sentença,quando se verificar:

I Não terem os pais culpa do abandono do a-

dotado e provarem que, por todos os meios ao seu alcance,te~

taram encontrá-lo.

II - Ter sido a adoção intencionalmente estabe

lecida em favor do adotante.

Parágrafo único. Neste caso, não se liberam os

adotantes, ainda que rescindida a sentença, de prestar-lhe os

alimentos necessários, se o adotado não tiver meios de sub­

sistir.

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094 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

ou interdi-

ao em que

Seção II

Do exercício do pátrio poder

Art. 1.662. Compete aos pais, quanto à pessoa

dos filhos menores:I - Dirigir-lhesa criação e educação.

11 - Tê-los em sua companhia e guarda.

III - Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento

res-

59,@

1.663. Extingue-se o pátrio poder:

_ Pela morte dos pais ou dos filhos.

Pela emancipação nos termos do art.

Seção III

Da suspensão e extinção do pátrio poder

VII - Exigir que lhes prestem obediência,

peito e os serviços próprios de sua idade e condição.

Art.

1

II

rágrafo único.

nha.

para casarem.IV - Nomear-lhes tutor por testamento ou docu­

mento autêntico, se o outro dos pais lhe não ,sobreviver, ou

o sobrevivo não puder exercer o pátrio poder.

V - Representá-los, até aos dezesseis anos,

nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos

atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento.

VI - Reclamá-los de quem ilegalmente os dete-

Seção III

Da adoção restrita

Art. 1.651. O parentesco resultante da adoção re~

trita limita-se ao adotante e ao adotado.

Art. 1.649. Com a rescisão, restabelece-se a e­

ficácia do vínculo do parentesco natural.

Art. 1.650. No caso de ser adotado filho ilegí­

timo de outrem, não perde, por isso, o direito de propor a­

çao de investigação de paternidade, a qual, julgada procede~

te, desfaz a adoção.

Art. 1.652. A adoção restrita far-se-á por escri

tura pública sujeita a homologação judicial, que, em se tra­

tando de menor, não será deferida se não for do interesse des

te.

Art. 1.654. O adotado, quando menor

to, poderá desligar-se da adoção no ano imediato

cessar a interdição ou a menoridade.

Art. 1.655. Também se dissolve o vínculo da ado

Art. 1.653. Os direitos e deveres que resultam

do parentesco natural não se extinguem pela adoção restrita,

exceto o pát:rio poder, que será transferido do pai natural

para o adotivo.

çao restrita:

o pa­

deles,

I - Quando as duas partes convierem.

11 - Nos casos em que é admitida a deserdação.

Art. 1.656. No ato da adoção serão declarados

quais os nomes de família que pas sará a usar o adotado.

Parágrafo único. O adotado poderá conservar o

nome dos pais naturais, assumir o do adotante, ou acrescentar

este àquele.

Art. 1.657. Aplica-se à adoção restrita, no que

couber, o disposto na Seção anterior.

CAPíTULO VI

DO PÁTRIO PODER

Seção I

Disposições Gerais

Art. 1.658. Os filhos legítimos, os legiLimados,

os legalmente reconhecidos e os adotivos estão sujeitos ao

pátrio poder, enquanto menores.

Art. 1.659. Durante o casamento, compete

trio poder aos pais. Na falta ou impedimento de um

passara o outro a exercê-lo com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os progenitores q~

to ao exercício do pátrio poder, qualquer deles terá o direi

to de recorrer ao juiz para solucionar a.divergência.

Art. L 664. O pai ou a mae que contrai novas nÚp­

cias nao perde, quanto aos filhos do leito anterior, os di­

reitos ao pátrio poder, exercendo-os sem qualquer interfe ­

rência do novo cônjuge.

Parágrafo único. Igual preceito se aplica à mu­

lher solteira que casar.

Art.' 1.665. Se o pai, ou a mãe, abusar de seu

poder, faltando aos deveres paternos, ou arruinando os bens

dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o M!

nistério Público, adotar a medida qué lhe pareça reclamada

pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o

pátrio poder, quando convenha.

Parágrafo un~co. Suspende-se igualmente o exer­

c~c~o do pátrio poder ao pai ou à mãe condenados por senten

ça irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois

anos de prisão.

Art. 1.666. Perderá por ato judicial o pátrio~

der o pai, ou a mãe:

I - Que castigar imoderadamente o filho.

II - Que o deixar em abandono.

I!! - Que praticar atos contrários à moral eaos

bons costumes.

TíTULO II

DO DIREITO PATRIMONIAL

Art. 1.660. A separação judicial não altera as

relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que

aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.

.~rt. 1.661. O filho ilegítimo, não reconhecido

pelo pai, fic)a sob o poder manterno. Se, porém, a mãe nãofor conhecida ou capaz de exercer o pátrio poder, dar-se-ã ~

tor ao menor ..

SUBTíTULO I

DO REGIME DE BENS ENTRE OS CONJUGES

CAPíTULO I

DISPOSICOES GERAIS

Art. 1667. ~ lícito aos nubentes, antes de ce­

lebrado o casamento, 6êtipu1ar, quanto aos seus bens, o que

lhes aprouver.

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Maíode 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 095

I - Alienar, hipotecar ou gravar de ônus real

os bens imóveis, ou direitos reais sobre imóveis alheios.

Art. 1.673. As ações fundadas nos ns. 111, IV e

V do art. 1.670 competem ao cônjuge prejudicado e seus her­

deiros.

Art. 1.675. Ressalvado o disposto no art 1.684,

nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto

no regime da separação absoluta:

Art. 1.674. No caso dos ns. 111 e IV do art.

1.670, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao

autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que reali­

zou o negócio juridico, ou seus herdeiros.

futuraos bens comuns, ou com os que podem fazer parte dameação.

Art. 1.684. No pacto antenupcial, que adotar o

regime de participação fin~l nos aqUestos, poder-se-á con­

vencionar a livre disposição 40s bens imóveis, desde queparticulares.

11 - Como procurador, se tiver mandato expres­

so ou tácito para os administrar.

111 Como depositário, se não for usufrutuário,

nem administrador.

11 - Pleitear, como autor ou reu, acerca des­

ses bens ou direitos.

111 - Prestar fiança.IV - Fazer doação, não sendo remuneratória,com

mum.

Parágrafo único. são válidas, porém, as doações

nupc~a~s feitas aos filhos por ocasião de casarem, ou esta­

belecerem economia separada.

Art. 1.681. t nulo o pacto antenupcial não sen­

do feito por escritura pública, e ineficaz não se lhe se­guindo o casamento.

CAP:LTULO r:rDO PACTO ANTENUPCIAL

Art 1.676. Cabe ao juiz, nos casos do art igo él!!.tecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a dene­

gue sem motivo justo. ou lhe seja impossível dá-la.

Art. 1.677. A falta de autorização, não suprida

pelo juiz, quando necessária (art. 1.675), tornará anulável

o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a a­

nulação, até dois anos depois de terminada a sociedade con­

juga'Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato,

desde que feita por instrumento público, ou particular, au­

tenticado.

Art. 1.678. A decretação de invalidade dos atos

praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem Ruprimen­

to 'do juiz, só poderá ser demandada pelo, cônjuge a quem ca­

bia dá-la, ou por seus herdeiros.

Art. 1.679. Quando for impossível a um dos con­

juges administrar os bens que lhe incumbem por força do re­gime matrimonial adotado, caberá ao outro:

I - Administrar os bens comuns.

11 - Alienar os bens móveis comuns.

111 - Administrar os bens imóveis.

IV Alienar os imóveis comuns e do outro con-

juge, mediante autorizaçâo judicial.

Art. 1.680. O cônjuge, que estiver na posse dos

bens particulares do outro, será para com este e seus her ­

deiros responsável:

I - Como usufrutuário, se o rendimento for co

Art. 1.682. A eficácia do pacto antenupcial,re~

lizano por menor, fica condicionada ã aprovação de seu re­

presentante legal, salvo as hipóteses de ,regime obrigatório

de separação de bens.

Art. 1.683. t nula a convençao ou a cláusula que

prejudique os direitos conjugais ou paternos, bem como a que

contravenha disposição absoluta da lei.

o regime de bens entre os con­

a data do casamento e é irrevo

Parágrafo único.

juges começa a vigorar desde

gável.

ça ou doação realizados pelo outro cônjuge com infração do

disposto nos ns. 111 e IV do art. 1.675.

V - Reivindicar os bens comuns, móveis ou im~

veis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubi­

no ou ã concubina, cabendo-lhe provar que os bens não foramadquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver se

parado de fato por mais de cinco anos.

VI - Praticar todos os atos que nao lhes forem

vedados expressamente.

Art. 1.671. Podem os cônjuges, independentemen­

te de autorização um do outro:

'I - Comprar, ainda a crédito, as coisas neces

sárias ã economia doméstica.11 - Obter, por empréstimo, as quantias que a

aquisição dessas coisas possa exigir.

Art. 1.672. As dividqs contraidas para os finsdo artigo anterior obrigam solidariamente a ambos os cônju­

ges.

Art. 1.668. Não havendo convenção, ou sendo ela

nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônju­

ges, o regime da comunhão parcial.

Parágrafo único. Poderão os nubentes, no pro­

cesso de habilitação, optar pelo regime da comunhão univer­

sal, sendo a opção reduzida a termo.

Art. 1.669. ~ obrigatório o regime da separação

de bens no casamento, sem a comunhão de aqUestos:

I - Das pessoas que o contrairem com inobser-

vância das causas suspensivas da celebração do matrimônio.

11 Do maior de sessenta e da maior de cin-

qüenta anos.

111 - De todos os que dependerem, para casar,de

suprimento judicial.

Art. 1.670. Qualquer que seja o regime de bens,

tanto o marido quanto a mulher podem livremente:

I - Praticar todos os atos de disposição e deadministração necessários ao desempenho de sua profiss'ão ,

com as limitações do art. 1.675, n9 I.

11 - Administrar os bens próprios.

111 Desobrigar ou reivindicãr os imóveis que

tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou

sem suprimento judicial.IV - Demandar a rescisão dos contratos de fian

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096 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

J\rt 1.685. As convenções antenupciais nao te­

rão efeito perante terceiros senão depois de transcritas,em

livro espe,cial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domi

cílio dos cônjuges.

CAPITULO IIr

DO REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL

Art. 1.686. No regime da comunhão parcial, com~

nicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do

matrimônio, com as exceções dos artigos seguintes.

Art. 1.687. Excluem-se da comunhão:

I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar,

e os que lhe sobrevierem, na constância do matrimônio, pordoação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.

II - Os adquiridos com valores exclusivamente

pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens par­

ticulares.

111 - As obrigações anteriores ao casamento.IV - As provenientes de atos ilícitos, salvo

reversão em proveito do casal.

V - Os bens de uso pessoal', os livros e ins-

trumentos de! profissão.

VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada

cônjuge.

VII - As pensões, meios-soldos, montepios e ou­

tras rendas semelhantes.

der aos encargos da família, às despesas de administração e

as decorrentes de imposição legal.

Art. 1.693. A administração e a disposiçao dos·

bens que constituem o patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo disposição contrária no pacto ante

nupcial.

Art. 1.694. As dívidas, contraídas por qualquer

dos cônjuges na administração de seus bens particulares e

em benefício destes, não obrigam aos bens comuns.

CAPITULO IV

DO REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL

Art. 1.695. O regime da comunhão universal im­

porta a comunicação de todos os bens presentes e futuros doscônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo

seguinte.

Art. 1.696. São excluídos da comunhão:

I - Os bens doados ou herdados com a cláusu~

la de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar.

11 - Os bens gravados de fideicomisso e o di­

reito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a con

dição suspensiva.

111 - As dívidas anteriores ao casamento, salvo

se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em

proveito comum.

l\rt. 1.688. Entram na comunhão:

I - Os bens adquiridos na constância do casa-mento por tItulo oneroso, ainda que só em nome de um dos

cônjuges.

IV

cônjuges ao

V

art. 1.687.

- As doaçõ~s antenupciais feitas por um

outro com a cláusula de incomunicabilidade.

- Os bens referidos nos itens V a VII

dos

do

II - Os adquiridos por fato eventual, com ousem o concUl~SO de trabalho ou despesa anterior.

111 - Os adquiridos por doação, herança ou le­

gado, em favor de ambos os cônjuges.

IV - As benfeitorias em bens particulares de

cada cônjuge.

V - Os frutos dos bens comuns, ou dos partic~

lares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamen­

to, ou pendemtes ao tempo de cessar a comunhão.

Art. 1.689. são incomunicáveis os bens cuja a­

quisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.

Art. 1.690. No regime da comunhão parcial, pre­sumem-se adquiridos na constância do casamento os bens mo­

veis, quandcl não se provar que O foram em data anterior.

l~t. 1.691. A administração do patrimônio comum

compete a qualquer ·dos conJuges.

§ 19 As dívidas contraídas no exercício da admi

nistração obrigam aos bens comuns e particulares do cônjuge

que os administra, e aos do outro na razãp do proveito que

houver aufeI'ido.

§ 29 A anuência de ambos os cônjuges é necessa­

ria para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão

do uso ou gozo dos bens comuns.

§ 39 Em caso de malversação dos bens, o juiz p~

derá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.

Art. 1.692. Os bens da comunhão respondem pelas

obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher' para aten-

Art 1.697. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo anterior não se lhes estende aos frutos,

quando se percebam ou vençam durante o casamento.

Art. 1.698. Aplica-se ao regime da comunhão u­

niversal o disposto no Capítulo anterior, quanto à adminis­tração dos bens.

Art. 1.699. Extinta a comunhão, e efetuada a di

visão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de

cada um dos cônjuges para com os credores do outro por dí­vidas que este houver contraído.

CAPíTULO V

DO REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS

Art. 1.700. No regime de participação final nos

aqUestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoan­

te disposto no artigo seguinte, cabendo-lhe, todavia, à ép~

ca ela dissolução da sociedade conjugal, direito à metade

dos bens adquiridos pelo casal, a. título oneroso, na cons­

tância do matrimônio.

Art. 1.701. Integram o patrimônio próprio os

bens que cada cônjuge possuía ao casar e ~s por ele adquiri

dos, a qualquer título, na constância do casamento.

Parágrafo único. A administraQão desses bens é

exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar,se forem móveis.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 097

a-

seu

rei-

por

Nes-

Art. 1.715. Estipulada a separação de bens, es­

tes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um

dos cônjuges, que os poderá livremente alienar, hipotecar ou

gravar de ônus real.

SUBTíTULO n

DO USUFRUTO E DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DE FILHOS MENORES

Art. 1.716. Ambos os cônjuges são obrigados a

contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendi­

mentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em

contrário no pacto antenupcial.

Art. 1.717. O pai e a mãe, enquanto no exercí ­

cio do pátrio poder, são usufrutuários dos bens dos filhos

Cabe-lhes, outrossim, a administração dos bens dos filhos me

nores que se achem em seu poder.

CAPíTULO VI

DO REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS

Art. 1.703. Ao se determinar o montante dos

qnestos, computar-se-á também o valor das doações feitas

um dos cônjuges sem a necessária autorização do outro.

se caso, poderá o cônjuge prejudicado OÚ seus herdeiros

vindicar o bem, ou imputá-lo ao monte partilhável, por

valor à época da dissolução.

Art. 1.704. t imputável, por igual, ao monte o

valor dos bens alienados em detrimento da meação, podendo o

cônjuge lesado, ou seus herdeiros, preferir reivindicá-los.

Art. 1.702. Sobrevindo a dissolução da socieda­

de conjugal, apurar-se-á o montante dos aqnestos, excluindo­

se da soma dos patrimônios próprios:

I - Os bens anteriores ao casamento e os que

em seu lugar se sub-rogaram.

II - Os que sobrevieram a cada cônjuge por su­

cessão ou liberalidade.

III - As dívidas relativas a esses bens.

Parágrafo único. Salvo prova em contrário, pre­

sumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.

se o

tercei

Art. 1.705. Pelas dívidas posteriores ao casa ­

mento, contraídas por um só dos cônjuges, somente este res­

ponderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmen

te, em benefício do outro.

Art. 1.706. Se um dos cônjuges solveu uma dívi­

da do outro com bens do seu patrimônio, o ~alor do pagamento

deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à mea

ção do outro cônjuge.

Art. 1.707. No caso de bens adquiridos pelo tr~

balho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no

condomínio, ou no crédito por aquele modo estabelecido.

Art. 1.708. As coisas móveis, em face de

ros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo

bem for de uso pessoal do outro.

Art. 1.709. Os bens imóveis são de propriedade

do cônjuge cujo nome constar no registro.

Parágrafo único. Impugnada a sua titularidade ,

caber-lhe-á provar a causa da aquisição.

Art. 1.710. O direito à futura meação não é re­

nunciável, cessível ou penhorável.

Art. 1.718. Compete aos pais, e na falta de um

deles ao outro com exclusividade, representar os filhos meno

res de dezesseis anos bem como assisti-los depois'dessa ida­

de.

Parágrafo único. Ambos os genitores devem deci­

dir em comum as questões, mas, se divergirem, poderá qual­

quer deles recorrer ao juiz para solução da divergência em

questões essenciais.

Art. 1.719. Não podem os pais alienar, hipotecar,

ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,

em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da sim­

ples administração, exceto por necessidade ou evidente utili

dade da prole, mediante prévia autorização do juiz.

Parágrafo único. Só podem pleitear a declaração

de nulidade desses atos:

a) O filho.

b) Os herdeiros.

c) O representante legal.

Art. 1.720. Sempre que no exercício do pátrio

poder colidir o interesse dos pais com o do filho, a requeri

menta deste ou do Ministério Público, o juiz lhe dará cura ­

dor especial.

Art. 1.711. Na dissolução do regime de bens por

separação judicial, verificar-se-á o montante dos aqnestos àdata em que aquele for requerido.

Art. 1.712. Se não for possível, nem convenien­

te a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o

valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao

cônjuge nao proprietário.

Parágrafo único. Não se podendo realizar a rep~

sição em dinheiro, serão avaliados e, ouvido o juiz, aliena­

dos tantos bens quantos bastarem.

Art. 1.713. Na dissolução da sociedade conjugal

por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge supérstite de

conformidade com os artigos anteriores, deferindo-se a heran

ça aos herdeiros na forma estabelecida nes~e Código.

Art. 1.714. As dívidas de um dos cônjuges, qua~

do superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus

herdeiros.

Art. 1.721. Excluem-se assim do usufruto como da

administração dos pais:

I - Os bens adquiridos pelo filho ilegítimo,~

tes do reconhecimento.

II - Os proventos auferidos pelo filho maior

de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional e

os bens com tais recursos adquiridos.

III - Os bens deixados ou doados ao filho, sob

a condição de não serem usufruídos, ou administrados, pelos

pais.

IV - Os bens que aos filhos couberem na heran­

ça, quando os pais forem excluídos da sucessão.

SUBTíTULO In

DOS ALIMENTOS

Art. 1.722. Podem os paréntes ou os cônjuges p~

dir uns aos outros os alimentos de que necessitam para vi-

ver de modo compatível com a sua condição social, inclus i v e

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098 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

para atender às necessidades de sua educação, quando o bene­

ficiário for menor.

§ 19 Os alimentos devem ser fixados na propor ­

ção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa

obrigada.

§ 29 Os alimentos serao apenas os indispensáveis

à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de

culpa de quem os pleiteia.

Art. 1.723. são devidos os alimentos quando quem

os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo

seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se recla

mam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu

sustento.

Art. 1.721}. O direito à prestação de alimento s

é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os as ­

cendentes, l~ecaindo a obrigação nos mais próximos em grau,

uns em falta de outros.

Art. 1.725. Na falta dos ascendentes cabe a obri

gação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, fal­

tando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

Art. 1.726. Se o parente, que deve alimentos em

primeiro lugar, não estiver em condições de suportar total ­

mente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imed~

to. Sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos ,

todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos.

Intentada aç:ão contra uma delas, poderão as demais ser chama

das a integrar a lide.

Art. 1.727. Se, fixados os alimentos, sobrevier

mudança na situação patrimonial de quem os supre, ou na de

~uem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, con­

forme as cÍI'cunstâncias, exoneração, redução ou agravaçãc :'.~

encargo.

Art. 1.728. A obrigação de prestar alimentos não

se transmite aos herdeiros do devedor.

Art. 1.729. A pessoa obrigada a suprir alimen

tos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e

sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua

educação, quando menor.

Parágrafo único. Compete, porém, ao JU~Z, se as

circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da

prestação.

Art. 1.730. Na separação judicial litigiosa,se~

do um dos cônjuges inocente e desprovido de recursos, pres­

tar-lhe-á o outro a pensão alimentícia q~e o juiz fixar, obe

decidos os critérios estabelecidos no art. 1.722.

Art. 1.731. Para a manutenção dos filhos, os

cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção

de seus recursos.

Art. 1.732. Se um dós conJuges separados judi­

cialmente vier a necessitar de alimentos, será'o outro obri­

gado a prestá-los, mediante pensão a ser fixada pelo juiz,c~

so não tenha sido considerado culpado na separação judicial.

Parágrafo único. Se o cônjuge considerado culp~

do vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em

condições de prestá-los, e nem aptidões para o trabalho, o

outro cônjuge será obrigado a fazê-lo, fixando o juiz apenas

o indispensável à subsistência.

Art. 1.733. Para obter alimentos, também os fi­

lhos adulterinos, que não satisfaçam aos requisitos do art.

1.621} e seu parágrafo único, bem como os incestuosos, podem

acionar os genitores, em segredo de justiça.

.Art. 1.731}. Os alimentos provisionais serão fi­

xados pelo juiz, nos termos da lei processual.

Art. 1.735. Pode-se deixar de exercer, mas não

se pode renunciar o direito a alimentos, nem pode o respecti

vo crédito ser objeto de cessão, transação, compensação ou

penhora.

Art. 1.736. Ao cônjuge separado judicia~tenão

cabem alimentos, enquanto viver em concubinato, ou tiver pr~

cedimento indigno.

Art. 1.737. O casamento ou o concubinato do cre

dor da pensão alimentícia determinará a sua extinção.

Art. 1.738. Se o cônjuge devedor da obrigação vi

er a casar-se, o novo casamento não alterará a sua obrigação.

Art. 1.739. As prestações alimentícias, de qual

quer natureza, serão corrigidas monetariamente obedecendo à

variação nominal da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacio­

nal - ORTN.

SUBTíTULO IV

DO BEM DE FAl1fLIA

Art. 1.7I}O. Podem os cônjuges, mediante escritu

ra pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio ~

ra instituir bem de família, desde que não ultrapasse um teE

ço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição ,

até o limite máximo de mil vezes o maior salário mínimo vi­

gente no País.

Parágrafo un~co. O terceiro poderá igualmente

instituir bem de família por testamento ou doação, dependen­

do a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônj~

ges beneficiados.

Art. 1.71}1. O bem de família consistirá em pre­

dia residencial, ou rural, com suas pertenças e acessórios,

destinando-se, em ambos os casos, a domicílio familiar, e p~

derá abranger também valores mobiliários, cuja renda será a­

plicada na conservação do imóvel e no sustento da família.

Art. 1.711 2. Os valores mobiliários, destina dos

aos fins previstos no art. 1.71}1, não poderão exceder o va­

lor do prédio instituído em bem de família, à época de sua

instituição.

§ 19 Deverão os valores mobiliários ser devida­

mente individualizados no instrumento de instituição do bem

de família.

§ 29 Se se tratar de títulos nominativos, a sua

instituição como bem de família deverá constar dos respecti­

vos livros de registro.

§ 39 O instituidor poderá determinar que a adm~

nistração dos valores mobiliários seja confiada a institui ­

ção financeira, bem COlJiO disciplinar a forma de pagamento da

respectiva renda aos beneficiários. Neste caso, a responsa­

bilidade dos administradores obedecerá às regras do contrato

de depósito.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 099

Art. 1.749. Salvo disposição em contrário do a­

to de instituição, a administração do bem de família compete

a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergên

cia.

Art. 1.748. Comprovada a impossibilidade da ma­

nutenção do bem de família nas condições em que foi instituí

do, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extin­

gui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem

em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público.

Parágrafo único. No caso de execução pelas dívi

das referidas neste artigo, o saldo existente será aplica d o

em outro prédio, como bem de família, ou, em títulos da dívi

da pública para sustento familiar, salvo se motivos relevan­

tes aconselharem outra solução, a critério do juiz.

Art. 1.750. A dissolução da sociedade conjuga 1

nao extingue o bem de família.

Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conju­

gal pela morte de um dos conJuges, o sobrevivente poderá pe­dir a extinção do bem de família, se for o único bem do ca­

sal.

grau,

compete

11 - Decaindo os pais do pátrio poder.

Art. 1.753. O direito de nomear tutor

aos pais.

Seção 11

Dos Incapazes de Exercer a Tutela

Art. 1.754. Nula é a nomeação de tutor pelo pai

ou pela mae que, ao, tempo de sua morte, não tinha o pátrio~

der.

Art. 1.755. Em falta de tutor nomeado pelos pais,

in~ a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por es­

ta ordem:I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais

próximo ao mais remoto.

11 - Aos colaterais até o terceiro grau, pref~

11 Quando estes forem excluídos ou escusados

Parágrafo único. A nomeação deve constar de tes

tamento ou de qualquer outro documento autêntico.

Art. 1.756. O juiz nomeara tutor idôneo e resi~

dente no domicílio do menor:

I - Na falta de tutor testamentário, ou legí-timo.

os mais velhos aos mais moços. Em qualquer dos casos ante ­

riores, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a

tutela em benefício do menor.

rindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo

da tutela.

111 - Quando removidos por nao idôneos o tutor

legítimo e o testamentário.

Art. 1.757. Aos irmãos órfãos se dará um so tu­

tor. No caso, porém, de ser nomeado mais de um, por disposi

ção testamentária, entende-se que a tutela foi cometida aoprimeiro, e que os outros lhe hão de suceder pela ordem de

nomeação, dado o caso de morte, incapacidade, escusa ou qual

quer outro impedimento.

Parágrafo único. Quem institui um menor herdei­

ro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial pa­

ra os bens deixados, ainda que o menor se ache sob pátrio p~

der, ou tutela.

Art. 1.758. Os menores abandonados terão tuto­

res nomeados pelo juiz, ou serão recolhidos a estabelecimen­

tos públicos para este fim destinados'. Na falta desses esta

belecimentos, ficam sob a tutela das pessoas que, voluntáriae gratuitamente, se encarregarem da sua criação.

os

se

Parágrafo único. Com o falecimento de ambos

administração passará ao filho mais velho,

Caso contrário, ao tutor.

Art. 1.745. A isenção, de que trata o artigo an

terior, durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta

destes, até que os filhos completem a maioridade.

Art. 1.746. O prédio e os valores mobiliários

constituídos como bem de família, não podem ter destino di

verso do previsto no art. 1.741 ou serem alienados, sem o

consentimento dos interessados e seus representantes legais,

ouvido o Ministério Público.

Art. 1.747. Qualquer forma de liquidação da en­

tidade administradora, a que se refere o § 39 do art. 1.742,

nao atingirá os valores a ela co~fiados, ordenando o juiz a

sua transferência para outra instituição semelhante, obede ­

cendo-se, no caso de falência, ao dispost9 sobre pedido derestituição.

Art. 1.743. O bem de família, quando instituído

pelos cônjuges, constitui-se pela inscrição de seu título no

Registro de Imóveis; pela transcrição, quando por terceiro.

Art. 1.744. O bem de família é isento de execu­

ção por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que

provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de

condomínio.

cônjuges, a

for maior.

Art. 1.752. Os filhos menores são postos em tu-

Seção IDos Tutol'es

CAPíTULO I

DA TUTELA

TíTULO IH

DA TUTELA E DA CURATELA

111 - Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou

que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutel~

IV - Os condenados por crime de furto, roubo,estelionato, falsidade, contra a ~amília ou os costumes, te

nham ou não cumprido pena.

Art. 1.759. Não podem ser tutores e serão exone

rados da tutela, caso a exerçam:

I - Os que não tiverem a livre administração

de seus bens.

11 - Os que, no momento de lhes ser deferida a

tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o me­

nor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqu~

les cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o

menor.

- Falecendo os pais, ou sendo julgados au-I

sentes.

tela:

Art. 1.751. Extingue-se ,igualmente , o bem de fa

mília com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos fi

lhos, desde que não sujeitos a curatela.

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100 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

V As pessoas de mau procedimento, ou falhas

em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores.

VI - Os que exercerem função pública incompati

vel com a boa administração da tutela.

Seção IrI

Da Escusa dos Tutores

Art. 1.769. Os bens do menor serao entregues ao

tutor mediante termo especificado dos bens e seus valores,

ainda que os pais o tenham dispensado.

Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for

de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício

da tutela ã prestação de caução bastante, podendo dispensá­

la se o tutor for de reconhecida idoneidade.

filhos.

Art. 1.760. Podem escusar-se da tutela:

I - As mulheres casadas.

II - Os maiores de sessenta anos.

III Os que tiverem em seu poder mais de três

Art. 1.770. Se o menor possuir bens será susten

tado e educado a expensas suas, arbitrando o JU~Z para tal

fim as quantias que lhe pareçam necessárias, atento o rendi­

mento da fortuna do pupilo, quando o pai ou a mãe não as hou

ver taxado.

IV - Os impossibilitados por enfermidade.

V - Os que habitarem longe do lugar, onde se

haja de exercer a tutela.

Art. 1.761. Quem não for parente do menor nao

poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar ~

rente idôneo, consangHíneo ou afim, em condições de exercê ­

·la.

eVI

VII- Os que já exercerem tutela, ou curatela.

- Os militares em serviço.

Art. 1.771. Compete mais ao tutor:

I - Representar o menor, até os dezesseis a-

nos,nos atos da vida civil, e assisti-lo, apos essa idade,nos

atos em que for parte.

II - Receber as rendas e pensões do menor,

as quantias a ele devidas.

III - Fazer-lhe as despesas de subsistência e

educação, bem como as de administração, conservação e melho­

ramentos de seus bens.

IV - Alienar os bens do menor destinados a venArt. 1.762. A escusa apresentar-se-ã nos dez

dias subseqüentes à designação, sob pena de entender-se re­

nunciado o direito de alegá-la. Se o motivo escusatório o­

correr depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ãodo

em que ele sobrevier.

Art. 1.763. Se o juiz nao admitir a escusa, e­

xercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não

tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e da­

nos, que o menor venha a sofrer.

Seção IV

Do Exercício da Tutela

Art. 1.764. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa

do menor:

I - Dirigir-lhe a educação, defendê-lo e pre~

tar-1he alimentos, conforme os seus haveres e condição.

II - Reclamar do juiz que providencie como hou

ver por bem, quando o menor haja mister correção.

III Adimplir os demais deveres que normalmen

te cabem aos pais, ouvindo a opinião do menor, se este já

contar quatorze anos de idade.

da.

V - Promover-lhe, mediante preço conveniente,

o arrendamento de bens de raiz.

Art. 1.772. Compete-lhe, também, com a autoriza

ção do juiz:

I Pagar as dívidas do menor·.

II - Aceitar por ele heranças, legados ou doa­

ções, ainda que com encargos.

III - Transigir.

IV - Vender-lhe os bens móveis, cuja conserva­

ção nao convier, e os imóveis nos casos em que for permitid~

V - Propor em juízo as ações, ou nelas assis-

tir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, as

sim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.

Parágrafo único. No caso de falta de autoriza ­

ção, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulteri­

or do juiz.

Art. 1. 773 . Ainda com a autorização j udicial,não

pode o tutor, sob pena de nulidade:

I - Adquirir por.si, ou por interposta pes~

por contrato particular, bems móveis ou imóveis pertencentes

ao menor.

Art. 1.765. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do

juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste,cu~

prindo seus deveres com zelo e boa fé.

Art. 1.768. A responsabilidade do juiz será pes

soaI e direta, quando não tiver nomeado o tutor ou quando a

nomeação não houver sido oportuna, e subsidiária se não o

houver removido, tanto que se tornou suspeito.

Art. 1.767. Se os bens e interesses administra­

tivos exigÍJ:'em conhecimentos técnicos, forem complexos, ou se

realizarem em 1ug~res distantes do domicílio do tutor, pode­

rá este, mediante aprovação judicial, delegar a outras pes­

soas físicas ou jurídicas o exercício parcial da tutela.

Art. 1.766. Para fiscalização dos atos do

tor, pode o juiz nomear um protutor.

tu-

II - Dispor dos bens do menor a título gratui-

to.

III - Constituir-se cessionário de crédito, ou

direito, contra o menor.

Art. 1.774. Os imóveis pertencentes aos menores

sob tutela só podem ser vendidos, quando houver manifesta van

tagem,mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.

Art. 1.775. Antes de assumir a tutela, o tutor

declarará tudo o que lhe deva o menor, sob pena de não lhe

poder cobrar, enquanto exerça a tutoria, salvo provando que

nao conhecia o débito quando a assumiu.

Art. 1.776. O tutor responde pelos prejuízos

que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito

a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tu~e

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)-Suplemento Quinta-feira 17 10I

la, salvo no caso do art. 1.758, e.a perceber remuner~o~

porcional à importâricia dos bens administrados.§ 19 Ao protutor será arbitrada uma gratifica ­

ção módica pela fiscalização efetuada.§ 29 são solidariamente responsáveis pelos pre­

juízos as pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do

tutor, e as que concorreram para o dano.

seção VDos Bens do Tutelado

Art. 1.777. Os tutores não podem conservar emseu poder dinheiro dos tutelados, além do necessar10 para asdespesas ordinárias com o seu sustento, a sua educação e a

administração de seus bens.§ 19 Se houver necessidade, os objetos de ouroe

prata, pedras preciosas e móveis serão avaliados por pessoaidônea e, após autorização judicial, alienados, e o seu pro­duto convertido em títulos, obrigações e letras de responsa­bilidade direta ou indireta da União ou dos Estados, atendegdo-se preferentemente à rentabilidade, e recolhidos ao Bancodo Brasil ou Caixa Econômica, ou aplicado na aquisição de i­móveis, conforme for determinado pelo juiz.

§ 29 O mesmo destino previstô no parágrafo ant~

rior terá o dinheiro proveniente de qualquer outra procedên­

cia.

S 39 Os tutores respondem pela demora na aplic~

ção dos valores acima ditos, pagando os juros legais desdeo dia em que deveriam dar esse destino, o que não os eximeda -obrigação, que o juiz fará efetiva, da referida aplicação.

Art. 1. 778._ Os valores, que existirem no Ban­co do Brasil e nas Caixas Econômicas, na forma do artigo an­terior, não se poderão retirar, senão mediante ordem do juiz,e somente:

I - Para as despesas com o sustento e educa -ção do tutelado, ou a administração de seus bens.

11 - Para se comprarem bens imóveis e títulos,obrigações ou letras, nas condições previstas no § 19 do art.1. 777.

111 - Para se empregarem em conformidade com odisposto por quem os houver doado, ou deixado.

IV - Para se entregarem aos órfãos, quando e­mancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus herdeiros.

seção VI

Da Prestação de Contas

Art. 1.779. Os tutores, embora o contrário dis­pusessem os pais dos tutelados, são obrigados a prestar con­tas da sua administração.

Art. 1.780. No fim de cada ano de administração,os tutores submeterão ao JU1Z o balanço respectivo, que, de­pois de aprovado, se anexa~á dOS autos do inventário.

Art. 1.781. Os tutores prestarão contas de dois

em dois anos, e bem assim quando, por qualquer motivo, deix~

rem o exercício da tutela ou toda vez que o juiz o hou ver por'

conveniente.Parágrafo único. As contas serão prestadas em

juízo, e julgadas depois da audiência dos interessados; reco

lhendo o tutor imediatamente ao Banco do Brasil ou às CaixasEconômicasos saldos, ou adquirindo bens imóveis, ou títulos,obrigações, ou letras, na forma dó § 19 do art. 1 ••77.

Art. 1.782. Finda a tutela pela emancipação oumaioridade, a quitação do menor não produzirá efeito antes deaprovadas as contas pelo juiz, subsistindo inteira, até en­tão, a responsabilidade do tutor.

Art. 1.783. Nos casos de morte, ausência, ou interdição do tutor, as contas serao prestadas por seus herdeiros ou representantes.

Art. 1.78~. Serão levadas a crédito do tutor to­das as despesas justificadas e reconhecidamente proveitosasao menor.

Art. 1.785. As despesas com a prestação das con­tas serão pagas pelo tutelado.

Art. 1.786. O alcance do tutor. bem como o saldocontra o tutelado são dívidas de valor e vencem juros desdeo julgamento definitivo das contas.

Seção VIIDa Cessação da Tutela

Art. 1.787. Cessa a condição de tutelado:I - Com a maioridade ou a emancipação do me-

nor.11 - Caindo o menor sob o pátrio poder, no ca­

so de legitimação, reconhecimento óu adoção.

Art. 1.788. Cessam as funções do tutor:I - Expirando o termo, em que era obrigado a

servir.11 - Sobrevindo escusa legítima.111 - Sendo removido.

Art. 1.789. Os tutores são obrigados a servir

por espaço de dois anos.Parágrafo único. Podem, todavia. continuar a­

lém desse prazo, no exercício da tutela, se o quiserem, e ojuiz tiver por conveniente ao menor.

Art. 1.790. Será destituído o tutor, quando ne­gligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.

CAPITULO IIDA CUHATELA

Seção IDos Interditos

Art. 1.791. Estão sujeitos a curatela:I - Os que, por enfermidade ou retardame Il t o

mental, não tiverem o necessário discernimento para os atosda vida civil.

11 - Os que, por outra causa duradoura nao p~

derem exprimir a sua vontade.

111 - Os fracos da mente, os ébrios habituais eos viciados em tóxicos.

IV - Os excepcionais·sem completo desenvolvi -mento mental.

V - Os pródigos.

Art. 1.792. A interdição deve ser promovida:I Pelos pais ou tutores.

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102 Quinta-feira 17 DIÁ RIO DO CONGRESSO N ACrONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 1.793. O Hinistério Público so promoveraa

Ir

IIr

Pelo cônjuge, ou algum parente próximo.

- Pelo Hinistério Público.de qualquer das pessoas a que alude o art. 1.792, dar-se-lhe­

á curador para cuidar de todos ou alguns de seus negócios

ou bens.

por

interdição:

I - No caso de loucura furiosa.

II - Se não existir ou não promover a interdi­

ção alguma das pessoas designadas no artigo antecedente, ns.

I e lI.

III - Se, existindo, forem menores ou incapazes.

Art. 1.794. Nos casos em que a interdição for

promovida pelo Hinistério Público, o JU1Z nomeará defensor ao

suposto incapaz. Nos demais casos o Ministério Público será

o defensor.

Art. 1.795. Antes de se pronunciar acerca da in

terdição, examinará pessoalmente o juiz o argüido de incapa­

cidade, ouvindo profissionais.

Art. 1.796. Pronunciada a interdição das pessoas

a que alude o art. 1.791, ns. III e IV, o juiz assinará, se­

gundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os

limites da curatela, que poderão circunscrever-se às restri­

ções constantes do art. 1.806.

Art. 1.797. A sentença que declara a interdição

produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso.

Art. 1.798. Aplicam-se ~ curatela as disposições

concernentes à tutela, com as modificações dos artigos se­

guintes.

Art. 1.799. O cônjuge, nao separado judicialme~

te, e, de direito, curador do outro, quando interdito.

§ 19 Na falta do cônjuge, é curador legítimo o

pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que se demons

trar mais apto para tal.

§ 29 Entre os descendentes, os mais próximos p~

cedem aos mais remotos.

§ 39 Na falta das pessoas mencionadas, competeao juiz a escolha do curador.

Art. 1.800. Havendo meio de educar o excepcio ­

nal ou o fraco da mente, o curador promover-lhe-á o ingresso

em estabelecimento apropriado.

Seção IrI

Do exercício da curatela

Art. 1.805. As regras a respeito do exercício da

tutela aplicam-se ao da curatela, com arestrição do art.

1.796 e as desta seção.

Art. 1.806. A interdição do pródigo so o priva·­

rá de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, ali~

nar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em g~

ral, os atos que não sejam de mera administração.

Art. 1.807. Quando o curador for o cônjuge

e o regime de bens do casamento for de comunhão universal,não

será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judi

cial.

L I V R O VDO DIREITO DAS SUCESSOES

TíTULO I

DA SUCESSÃO EM GERAL

CAPíTULO I

DISPOSIÇOES GERA~S

Art. 1.808. Aberta a sucessão, a herança tran~

mite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentá ­

rios.

Art. 1.809. A sucessao abre-se no lugar do úl­

timo domicílio do falecido.

Art. 1.810. A sucessão dá-se por lei ou

disposição de última vontade.

Art. 1.811. Regula a sucessao e a legitimação

para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Art. 1.812. Morrendo a pessoa sem testamento,

transmite a herança aos herdeiros legítimos. Ocorrerá ou­

tro tanto quanto aos bens que não forem compreendidos no

testamento. Também subsiste a .sucessão legítima se o testa

mento caducar, ou for julgado nulo.

Art. 1.801. Os incapazes referidos nos incisos

I, III e IV do art. 1.791, sempre que parecer inconveniente

conservá-los em casa, ou o exigir o seu tratamento, serao tam

bém recolhidos em estabelecimentos adequados.

Art. 1. B02. A autoridade do curador estende-se ~

pessoa e bens dos filhos do curatelado, nascidos ou nascitu­

ros.Art. 1.813. Havendo herdeiros necessários,

testador so poderá dispor da metade da herança.

o

Seção Ir

Da curat,,,,la do nascituro e do enfermo ou portador

de deficiência física

Art. 1.B03. Dar-se-á curador ao nascituro, se o

pai falecer estando a mulher grávida, e não tendo o pátrio~

der.

Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita,

seu curador sera o do nascituro.

Art. 1.804. A requerimento do enfermo ou porta­

dor de deficiência física, ou, na impossibilidade de fazê-lo,

CAPíTULO Ir

DA HERANÇA E DE SUA ADMINISTRAÇÃO

Art. 1.814. A herança defere-se como um todo u

nitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

Parágrafo único. Até à partilha, o direito dos

co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será

indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condo

mínio.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 103

Art. 1.815. O herdeiro nao responde por encar­

gos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porem, a

prova do excesso, salvo ~e existir inventário, que o escuse,

demonstrando o valor dos bens herdados.

Art. 1.816. O direito à sucessão aberta, bem

como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser obj~

to de cessão por escritura pública.

§ 19 Os direitos, conferidos ao herdeiro em

conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, pre

sUmem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.

§ 29 t ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de

seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança consi

derado singularmente.

§ 39 Ineficaz, outrossim, é a disposição, por

qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário,

pendente a indivisibilidade, sem prévia autorizaçãq, do juiz

da sucessao.

Art. 1.817. O co-herdeiro nao poderá ceder a

sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessdo, se ou

tro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Ir - As pessoas jurídicas.

IrI - As pessoas jurídicas, cuja organizaçãofor determinada .pelo testador sob a forma de fundação.

Art. 1.823. No caso do inciso I do artigo pr~

cedente, os bens da herança serão confiados, após a liqui­

dação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.

§ 19 Salvo disposição testamentária em contrá

rio, a curatela caber~ à pessoa, cujo filho o testador es

perava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.820.

§ 29 Os poderes, deveres e responsabilidade do

curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições concer­

nentes à curatela dos incapazes, no que couber.

§ 39 Nascendo com vida o herdeiro esperado

ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos

relativos à deixa, a partir da morte do testador.

§ 49 Se, decorridos dois anos após a abertura

da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens

reservados, salvo disposição em contrário do testador, ca-

berão aos herdeiros legítimos.

herdeiros,

Art. 1.818. O co-herdeiro, a quem nao se derconhecimento da venda, poderá, depositado o preço,haver pa­

ra si a quota cedida a estranho, se o requerer até seis me­

ses após a transmissão.

Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros

a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o qui­

nhão vendido, na proporção das respectivas quotas hereditá­

rias.

Art. 1.819. Dentro em um mês, a contar da abe~

tura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio~

reditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão,

p'ara fins de liquidação e, quando for o caso, de partilhada

herança.

Art. 1.820. Até o compromisso do inventarian­

te, a administração da herança caberá, sucessivamente:I - Ao cônjuge, se com o outro convivia ao

tempo da abertura da sucessão.

11 - Ao herdeiro que estiver na posse e admi-

nistração dos bens, e, se houver mais de um nessas con-

dições, ao mais velho.111 - Ao testamenteiro.

IV - A pessoa de confiança do juiz, na falta

ou escusa das indicadas nos itens anteriores, ou quando ti

verem de ser afastadas por motivo grave levado ao conheci ­

meIito do juiz.

Art. 1.824. Não podem ser nomeadosnem legatários:

I - A pessoa que, a rogo, escreveu o testame~

to, nem o seu cônjuge, ou os seus ascendentes e irmãos.

11 - As testemunhas do testamento.

111 - O concubino do testador casado, salvo seeste, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge, hámais de cinco anos.

IV - O oficial público, civil ou militar, ou ocomandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como oque fizer, ou aprovar o testamento.

Art. 1.825. São nulas as disposições testamentárias em ravor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda

quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitasmediante interposta pessoa.

Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpos _tas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjugedo não legitimado a suceder.

Art. 1.826. t lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.

CAPíTULO IV

DA· ACEITAÇÃO E RENONCIA DA HERANÇA

Art. 1.827. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da suces­são.

CAPITULO IH

DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

Art. 1.821. Legitimam-se a suceder as pessoas

existentes, ou já concebidas no momento da abertura da su

cessão.

ainda ser chamados a suceder:I - Os filhos, ainda não concebidos, de pe~

soas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao a­

brir-se a sucessão. ros.

herança, quando ex

Quando tácita, a a

atos próprios da qu~

Art. 1.828. A aceitação da

pressa, faz-se por declaração escrita.

ceitação há de resultar tão-somente de

lidade de herdeiro.

§ 19 Não exprimem aceitação da herança os atos

oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conserva­

tórios, ou os de administração e guarda provisória.

§ 29 Nã9 importa igualmente aceitação a cessa0

gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdei-

Parágrafo único. A transmissão tem-se por nãoverificada quando o herdeiro renuncia à herança.

podemArt. 1.822. Na sucessão testamentária

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104 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONG RESSO N ACTO~"\ 1. (Seçào 1\ - ~\Iple111ent(l Maio de 1984

Art. 1.829. A renúncia da herança deve constar

expressamente de instrumento público ou termo judi~ial.

Art. 1.830. O interessado em que o herdeiro de

clare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias de

pois de aberta a sucessão; requerer ao juiz prazo razoável,

não maior de trinta dias, para, dentro nele, se pronunciar

o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Art. 1.831. Não se pode aceitar ou renunciar a

herança em parte, sob condição ou a termo.

§ 19 O herdeiro, a quem se testarem legados,p~

de aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, re

pudiá-los.§ 29 O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a

mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios di

versos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que ~

ceita e aos que renuncia.

Art. 1.832. Falecendo o herdeiro antes de de

clarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos

herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a umacondição suspensiva, ainda não verificada.

Parágrafo único. Os chamados à sucessao do her

deiro, falecido antes da aceitação, desde que anuam em rece

ber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a pri ­

meira.

Art •. 1.833. Na sucessão legítima, a parte do

renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe

e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.

Art. 1.834. Ninguém pode suceder, representan­

do herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legíti

mo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe re

nunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por

direito próprio, e por cabeça.

Art. 1.835. São irrevogáveis os atos de aceitação ou renúncia da herança.

Art. 1.836. Quando o herdeiro prejudicar osseus credores, renunciando à herança, poderão eles, com au

torização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.

§ 19 A habilitação dos credores se fará no pr~

zo de trinta (30) dias seguintes ao conhecimento do fato.

§ 29 Pagas as dívidas do renunciante, prevale­

ce a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos

demais herdeiros.

CAP!TULO VDOS EXCLU!DOS DA SUCESSÃO

Art. 1.837. são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

I - Que houverem sido autores de homicídio do

loso, ou tentativa deste, contra. a pessoa de cuja sucessão setratar, seu cônjuge ou descendente.

11 - Que houverem acusado caluniosamente em juizo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua

honra, ou de seu cônjuge.

111 - Que, por violência, ou meios fraudulentos,

inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente

de seus bens por ato de última vontade.

Art. 1.838. A exclusão do herdeiro ou legatário,

em qualquer desses casos de indignidade, será declarada porsentença.

Pardgrafo l:ínico. O dil":::i.to de demandar a exclu­

SdO do herdeiro ou lCi,dtário ex"Cingue-se àentro em qua"Cro a

nos, contados da abertura da sucessao.

Art. 1.839. são pessoais os efeitos da exclusão.

Os descendentes do herdeiro excluíd.) sucedem, como se ele mor

to fosse antes da abertura da suces2ão.

Parágrafo único. O exc111ído GOl sucessão nao te

rá direito ao usufruto ou à admin i ,,':ração ('OS bens, que a

seus sucessores couberem na heranç~, nem ~ sucessão eventualdesses bens.

Art. 1. 840. são válicccs as al ienações onerosas

de bens hereditários a terceiros de hoa fé, e os atos de ad­

ministração legalmente praticados pelo hc!'deiro, antes da

sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando

prejudicados, o direito de demardar-lhe perdas e danos.

Parágrafo único. O excluído da sucessão é abri

gado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da h~

rança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das

despesas com a conservação deles.

Art. 1.841. Aquele q'_ie incorreu em atos que de

terminem a exclusão da herança se~~ admitido a suceder, se

o ofendido o tiver e;x:pressamente c ·~"bili t~do em testamento,

ou em outro ato autêntico.Parágrafo único. Nãc' Lavendo ~'eabilitação ex

pressa, o indigno, contemplado em testa~s~to do ofendido

quando o testador, ao testar, já c':lheci~ 3 causa da indig­

nidade, pode suceder dentro no li~ite da ':'isposição testa ­

mentária.

CAPlTULO VI

DA HERANÇA JACENTE

Art. 1.842. Falecendo alguém sem deixar testa­mento, ao herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens

da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e

administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor

devidamente habilitado, ou a declaração de sua vacância.

Art. 1.843. Praticadas as diligências de arre

cadaçâo e ultimado o inventário, serão expedidos editais

na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua pri-

meira publicação, sem que haj~ herdeiro habilitado, ou pen­

da habilitação, será a herança declarada vacante.

Art. 1.844. t assegurado aos credores o direi­

to de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limi­

tes das forças da herança.

Art. 1.845. A declaração da vacância da heran­

ça não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilita­rem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão,os

bens arrecadados passarão ao domínio dos Municípios da si ­

tuação dos bens, e, ao Distrito Federal, se aí estiverem si

tuados.Parágrafo único. Não se habilitando até a de

claração da vacância, os colaterais ficarão excluídos da su

cessão.

Art. 1.846. Quando todos os chamados a suceder

renunciarem a herança, será esta desde logo declarada vacan

te.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 105

CAPITULO VII

DA PETIÇÃO DE HERANÇA

Art. 1.8~7. O herdeiro pode, em ação de peti­

ição,'de herança, demandar o reconhecimento de seu direito su

cessório, para obter a restituição da herança, ou de parte

dela, contra quem na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem tí

tulo, a possua.

Art. 1.8~8. A ação de petição de herança,ainda

que exercida por um só dos herdeiros, poderá com:'Y'eender to

dos os bens hereditários.

Art. 1.8~9. O possuidor da herança está obri­

gado ã restituição dos bens do acervo, fixando-se-lhe a

responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto

nos arts. 1.215 a 1.223.

Parágrafo único. A partir da citação, ares

ponsabilidade do possuidor se há de aferir pelas regras con

cernentes ã posse de má fé e a mora.

Art. 1.850. O herdeiro pode demandar os bens

da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da

responsabilidade do possuidor orig~nário pelo valor dos

bens alienados.

Parágrafo único. são eficazes as alienações

feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a tercei­

ro de boa fé.

Art. 1.851. O herdeiro aparente, que de boa

fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar o e

quivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o di­

reito de proceder contra quem o recebeu.

TíTULO II

DA SUCESSÃO LEGíTIMA

CAPíTULO I

DA ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

Art. 1.852. A sucessão legítima defere-se na

ordem seguinte:

I - Aos descendentes, em concorrência com o

conJuge sobrevivente~ salvo se casado este com o falecido

no regime da comunhão universal, ou no da separação obriga­

tória de bens (art. 1.668, parágrafo único); ou, ainda,se,

no regime da comunhão parcial, o autor da herança não hou

ver deixado bens particulares.

11 - Aos ascendentes, em concorrência com o

cônjuge.

111 Ao cônjuge sobrevivente.

IV Aos colaterais.

Art. 1.853. Somente é reconhecido direito su

cessório ao cônjuge ,sobrevivente, se, ao tempo da morte do

outro, não estavam separados judicialmente, nem separados

de fato há mais de cinco anos, salvo prova, neste caso, de

que essa convivência se tornara impossível sem culpa do so

brevivente.

Art. 1.85~. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer

que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da

participação que lhe caiba na herança, o direito real de ha

bitação.relativamente ao imóvel destinado ã residência da

família, desde que seja o único daquela natureza a inventa­

riar.

Art. 1.855. Em concorrência com os descenden ­

tes (art. 1.852, n9 I), caberá ao cônjuge um quinhão igual

ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota

ser inferior'ã quarta parte da herança, se for ascendente

dos herdeiros com que concorrer.

Ar~. 1.856. Se concorrer com descendente somen

te do cônjuge falecido, caberá ao cônjuge sobrevivente:

I - Uma terça parte da herança, se os descen­

dentes forem ilegítimos.

11 - O usufruto da quarta parte da herança,nos

demais casos.

Art. 1:857. Entre os descendentes, os d~ grau

mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de re

presentação.

Art. 1.858. Os descendentes da mesma classe, l~

gítimos, legitimados ou ilegítimos, têm os mesmos direitos ã

sucessão de seus ascendentes.

Art. 1.859. Na linha descendente, os filhos su-

cedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou

por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.860. O filho adotivo, por força de ado­

ção plena, equipara-se ao legítimo ou legitimado, para os ~

feitos da sucessão, tanto com referência ao adotante como

aos seus descendentes.

Parágrafo único. Não há, todavia, sucessão en

tre o filho adotivo e os ascendentes do adotante, salvo se e

les ~iverem aprovado a adoção com a formalidade prevista no

parágrafo único do art. 1.6~7.

Art. 1.861. Em se tratando de adoção restrita,

se o adotante deixar descendentes legítimos ou legitimados ,

ascendentes ou cônjuge, o adotado não será chamado ã suces

são. Inexistindo sucessores nessas condições, tocará ao a­

dotado a herança do adotante.

Parágrafo único. Nenhum vínculo sucessório exis

te entre o restritamente adotado e os parentes do adotante.

Art. 1.862. Falecendo sem descendência o filho

adotivo, a herança caberá ao adotante, ou, na falta deste,aos

ascendentes do adotado, ressalvada a concorrência do cônjuge

sobrevivo, consoante o disposto no art. 1.852.

Parágrafo único. No caso de adoção restrita, a

herança será deferida aos ascendentes do adotado, e, na fa!

ta destes, ao adotante, ressalvada, em qualquer hipótese, a

concorrência do cônjuge sobrevivente.

Art. 1.863. N~ falta de descendentes, são cha

mados ã sucessão os ascend~ntes, em concorrência com o côn

juge supérstite.

§ 19 Na classe dos ascendentes, o grau mais~

ximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.

§ 29 H~vendo igualdade em grau e diversidade em

linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, ca

bendo a outra aos da linha materna.

Art. 1.86~. Concorrendo com ascendente em pri

meiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança. Caber­

-lhe-á a metade desta se houver um .só ascendente, ou se

maior for aquele grau.

Art. 1.865. Em falta de descendentes e ascen ­

dentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge so

brevivente.

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106 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) - Suplemento Maio de 19R4

do falecido

um destes

Art. 1.866. Se não houver cônjuge sobrevivente,

nas condições estabelecidas no art. 1.853, serão chamados a

suceder os colaterais até o quarto grau.

Art. 1.867. Na classe dos colaterais, os mais

próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de repre­

sentação concedido aos filhos de irmãos.

Art. 1.868. Concorrendo à herança

irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada

herdará metade do que cada um daqueles herdar.

Art. 1.869. Não concorrendo à herança irmão bi

lateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais.

Art. 1.879. O direito de ~epresentação dá-se

na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

Art. 1.880. Na linha transversal, só se dá o

direito de representação em favor dos filhos de irmãos do

falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Art. 1.881. Os representantes só podem herdar,

como tais, o que herdaria o representado, se vivesse.

Art. 1.882. O quinhão do representado partir­

-se-á por igual entre os representantes.

Art. 1.883. O renunciante à herança de uma pe~

soa poderá representá-la na sucessão de outra.

tador somente a elas se tenha

Art. l.885. O testamento é ato personalíssimo,

e pode ser revogado a qualquer tempo.

Art. 1.884. Toda

testamento, da totalidade dos

para depois de sua morte. A

rios não poderá ser .incluída

Parágrafo único.

testamentárias de caráter não

Art. 1.870. Na falta de irmãos, herdarão os fi

lhos destes e, não os havendo, os tios.

§ 19 Se só concorrerem à herança filhos de ir

mãos falecidos, herdarão por cabeça.

§ 29 Se concorrerem filhos de irmãos bilaterafu

com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a

metade do que herdar cada um daqueles.

§ 39 Se todos forem filhos de irmãos germanos,

ou todos de irmãos unilaterais, heI'clarão por igual.

Art. 1.871. Não sobrevivendo cônjuge, nem pa ­

rente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança,

esta caberá ao Dietrito Federal ou aos Municípios, em que

se tiver aberto a sucessão.

pessoa capaz pode dispor, por

seus bens, ou de parte deles,

legítima dos herdeiros necessa

no testamento.

São válidas as disposições

patrimonial, ainda que o tes­

limitado.

Art. 1.886. Extingue-se em cinco anos o direi­

to de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da

data c.o seu registro.

CAPíTULO II

DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS

CAPíTULO II

DA CAPACIDADE DE TESTAR

desArt. 1.872. são herdeiros necessários os

cendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Art. 1.873. Pertence aos herdeiros necessários,

de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituin­

do a legítima.

Art. 1.874. Calcula-se a legítima sobre o va

10r dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as

dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em segui­

da, o valor dos bens sujeitos a colação.

Art. 1.887. Além dos incapazes, nao podem tes

tar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discerni ­

mento.

Parágrafo único. Podem, porém, testar os maio­

res de dezesseis anos.

Art. 1.888. A incapacidade superveniente do

testador não invalida o testamento, nem o testamento do in

capaz se valida com a superveniência da capacidade.

deira.

Seção I

Disposições gerais

Art. 1.889. são testamentos ordinários:

I - O público.

11 - O cerrado.

111 - O particular.

CAPíTULO III

DAS FORMAS ORDINÁRIAS DO TESTAMENTOjusta causa devi­

o testador estabe

impenhorabilidade

bens, que a consti-

Art. 1.875. Salvo se houver

damente expressa no testamento, não pode

lecer cláusulas de inalienabilidade ou

quanto à legítima, nem a conversão dos

tuem, em outros de outra espeCle.

Parágrafo único. Ao testador é facultado, po

rem, livremente, impor a cláusula de incomunicabilidade,ou

confiar os bens da legítima à administração da mulher her

Art. 1.876. O herdeiro necessário, a quem o

testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado

não pérderâ o direito à legítima.

Art. 1.890. f. proibido o testamento conjuntivo,

seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.

CAPíTULO III

DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

deiros colaterais, basta que o testador disponha de seu p~

trimônio sem os contemplar.

Art. 1.877. Para excluir da sucessão os herArt. 1.891. Não se admitem outros testamentos

especiais além dos contemplados neste Código.

Seção II

Do testamento público

Art. 1.878. Dá-se o direito de representação,

quando a lei chama certos parentes do falecido a sucederem

todos os direitos, em que ele sucederia, se vivesse.

Art. 1.892. São requisitos essenciais do testa

mento público:

I - Ser escrito por tabelião ou seu substitu

to legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 107

11 - Lavrado o instrumento, ser lido em voz

alta pelo oficial ao testador e a duas testemunhas, a um so

tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e

do oficial.

111 - Ser o instrumento, em seguida à leitura,

assinado pelo testador, pelas testemunhas 8 pelo oficial.

Parágrafo único. O testamento público pode ser

escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pe

la inserção da declaração de vontade em partes impressas de

livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo

testador, se mais de uma.

Art. 1.a93. Se o testador nao souber, ou nao

puder assinar, o tabelião ou seu substituto legal assim o

declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seurogo, uma das testemunhas instrumentárias.

Art. 1.a94. O indivíduo inteiramente surdo, s~

bendo ler, lerá o seu testamento, e, se o não souber, desi~

nará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.

do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou

pontamentos.

a Art. 1.900. Não pode' dispor de seus bens em tes

tamento cerrado quem não saiba ou não possa ler.

Art. 1.901. Pode fazer testamento cerrado o sur

do-mudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua mão,

e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas teste­

munhas, escreva, na face externa do papel, ou do envoltório,

que aquele e o seu testamento, cuja aprovação lhe pede.

Art. 1.902. Depois de aprovado e cerrado, seráo testamento entregue ao testador, e o oficial lançará, no

seu livro, nota do lugar, dia, mês e ano em que o testamen­to foi aprovado e entregue~

Art. 1.903. Falecido o testador, o testamentoserá apresentado ao juiz, que o abrirá e o fará registrar

ordenando seja cumprido, se não ach~r vício externo que o

torne eivado de nulidade, ou suspeito de falsidade.

Seção IV

Do testamento particular

Art. 1.a96. O testamento escrito pelo testador,outra pessoa, a seu rogo, e por aquele as

será válido se aprovado pelo oficial público, ob

as s~guintes formalidades:

Art. 1.a95. Ao cego só se permite o testamento

público, que lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma p~

lo tabdiião ou seu sUDstituto legal, e a outra por uma das

testemunhas designadas pelo testadór, fazendo-se de tudo

circunstanciada menção no testamento.

Seeão rII

Do testamento cerrado

ou por

sinado,

servadas

I - Que o testador o entregue ao oficial empresença de duas testemunhas.

11 - Que o testador declare que aquele é o seutestamento e quer que seja aprovado.

111 - Que o oficial lavre, desde logo, o auto de

aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia, em se-o

guida, ao testador e testemunhas.

IV - Que o auto de aprovação seja assinado pe-'

lo oficial, pelas testemunhas e pelo testador.

Parágrafo único. O testamento cerrado pode serdatilografado, desde que seu subscritor enumere e autentique,

com a sua assinatura, todas as folhas.

Art. 1.904. são requisitos essenciais do testamento particular:

I - Que seja escrito e assinado pelo testa -dor.

11 - Que nele intervenham cinco testemunhas,~

lém do testador.

111 - Que seja lido perante as testemunhas, e,depois de lido, por elas assinado.

Art. 1.905. Morto o testador, publicar-se-á emjuízo o testamento, com citação dos herdeiros legítimos.

Art. 1.906. Se as testemunhas forem contestessobre o fato da disposição, ou, ao menos, sobre a sua leit~

ra perante elas, e se reconhecerem as próprias assinaturas,

assim como a do testador, será confirmado o testamento.

Art. 1.907. Faltando até três das testemunhas,

por morte ou ausência em lugar não sabido, o testamento pode

ser confirmado, se as duas restantes forem contestes,nos ter

mos do artigo antecedente.

Art. 1.90a. O testamento particular pode ser es

crito em língua estrangeira, contanto que as testemunhas a

compreendam.

CAPíTULO IVDOS CODICILOS

Art. 1.a9a. Se o oficial tiver escrito o testa­

mento a rogo do testador, podê-lo-á, não obstante, aprovar.

Art. 1. a 97. O oficial deve começar o auto de a-o

provação imediatamente depois da última palavra do testador,

declarando, sob sua fé, que o testador lho entregou para ser

aprovado na presença das testemunhas; passando a cerrar e coser o instrumento aprovado.

Parágrafo único. Se não houver espaço na última

folha do testamento, para início da aprovação, o oficial ap~

rá nele o seu sinal pÚblico, mencionando a circunstância no auto.

Art. 1.a99. O testamento pode ser escritolíngua nacional ou estrangeira, pelo próprio testador,

por outrem, a seu rogo.

em

ou

Art. 1.909. Toda pessoa capaz de testar poderá,

mediante escrito particular seu, datado e assinado,fazer di~

posições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de po~

ca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminada­

mente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis

roupas ou jóias, nao mui valiosas, de seu uso pessoal.

Art. 1.91D. Esses atos, salvo direito de tercei

ro, valerão como codicilos, deixe, ou não, testamento ~ au

toroArt. 1.911. Pelo modo estabelecido no art.1.909,

poder-se-ão nomear ou substituir testamenteiros.

Art. 1.912. Os atos desta espécie revogam-se por

atos iguais, e consideram-se revogados, se, havendo testamen

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108 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

to posterior, de qualquer natureza, este os não confirmar,ou

modificar.

Art. 1.913. Se estiver fechado o codicilo,abrir­

-se-a do mesmo modo que o testamento cerrado.

CAP!TULO V

DOS TESTAMENTOS ESPECIAIS

Seção I

Do testamento'marítimo e aeronáutico

Art. 1.91~. Quem estiver em viagem, a bordo de

navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante

o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que

corresponda ao testàmento público ou ao cerrado.

Parágrafo único. O registro do testamento seráfeito no diário de bordo.

lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado. Esta no

ta será assinada por ele e pelas ditas testemunhas.

Art. 1.921. Caduca o testamento militar, desde

que, depois dele, o testador esteja, três meses seguidos,em

lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse

testamento apresentar as solenidades prescritas no parágra­

fo único do artigo antecedente.

Art. 1.922. As pessoas designadas no art.l.919,

estando empenhadas em combate, ou feridas, podem testar nu~

cupativamente, confiando a sua última vontade a duas teste­

munhas.

Parágrafo único. Não terá, porem, efeito esse

testamento, se o testador nao morrer na guerra, ou convales

cer do ferimento.

CAPITULO VI

DAS DISPOSICOES TESTAMENTÁRIASArt. 1.915. Quem estiver em viagem, a

aeronave militar ou comercial, pode testar perante

designada pelo comandante, observado o disposto no

anterior.

berdo de

pessoa

artigo

Art. 1.923. A nomeação de herdeiro, ou legat~­

rio, pode fazer-se pura e simplesmente, sob condição, para

certo fim ou modo, ou por certo motivo.

Art. 1.916. O testamento marítimo ou aeronáuti

co ficará sob a guarda do comandante, que o entregará às au

toridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto na

cional, contra recibo averbado no diário de bordo.

Art. 1.917. Caducará o testamento marítimo, ou

aeronáutico,.se.o testador não morrer na viagem, nem nos

·três meses subseqtlentes ao seu desembarque em terra, onde

possa fazer, na forma ordinária, outro testamento.

. Art. 1.918. Não valerá o testamento marítimo

bem que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se

fez, o navio estava em porto, onde o testador pudesse desem

barcar, e testar na forma ordinária.

Seção Ir

Do testamento militar

Art. 1.919. O testamento dos militares e mais

pessoas a serviço das Forç~s Armadas em campanha, dentro do

País ou fora. dele, assim éomo em praça sitiada, ou que est~

ja de comunicações cortadas, poderá fazer-se, não havendo ~

ficial público, ante duas testemunhas, ou três, se o testa­

dor não puder, ou não souber assina~, caso em que assinará

por ele a terceira.

§ 19 Se o testador pertencer a corpo ou seção

de corpo destacado, o testamento será escrito pelo respecti

vo comandante, ainda que oficial inferior.

§ 29 Se o testador estiver em tratamento no hos

pital, o testamento será escrito pelo respectivo oficial de

saúde; ou pelo diretor do estabelecimento.

§ 39 Se o testador for o oficial mais graduado,

o testamento será escrito por aquele que o substituir.

Art. 1.920. Se o testador souber escrever, po­

derá fazer o testamento de seu punho, contanto que o date e

assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado,na pr~

sença de duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de p~

tente, que lhe faça as vezes neste mister.

Parágrafo único. O auditor, ou oficial, a quem

o testamento se apresente, notará, em qualquer parte dele,o

Art. 1.92~. A designação do tempo em que ieva

começar ou cessar o direito do herdeiro, salvo nas disposi­

ções fideicomissárias, ter-se-á por não escrita.

Art. 1.925. Quando a cláusula testamentária for

suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que

melhor assegure a observância da vontade do testador.

Art. 1. 926. t nula a disposição:

I - Que institua herdeiro, ou legatário, sob

a condição captatória de que este disponha, também por tes-

tamento, em benefício do testador, ou de terceiro.

Ir - Que se refira a pessoa incerta, cuja iden

tidade se não possa averiguar.

III - Que favoreça a pessoa incerta":~metendoa'

,determinação de sua identidade a terceiro.

IV - Que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de

outrem, fixar o valor do legado.

V - Que favoreça as pessoas a que se referem

os arts. 1.825 e 1.826.

Art. 1.927. Valerá, porém, a disposição:

I - Em favor de pessoa incerta que deva ser dé

terminada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencion~

das pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a um

corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado.

II - E~ remuneração de serviços prestados ao t~

tador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fi

que ao arbítrio do herdeiro, ou de outrem, determinar o va­

lor do legado.

Art. 1.928. A disposição geral em favor dos po

bres, dos estabelecimentos particulares de caridade, ou dos

de assistência pública, entender-se-á relativa aos pobres do

lugar do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos

estabe::..écimenLos aí s':' tos, salvo se manifestamente con:ótar'

que tinha em mente beneficiar os de outra localidade.

Parágrafo único. Nestes casos, as instituições

particulares preferirão sempre às públicas.

Art. 1.929. O erro na designação da pessoa do

herdeiro, do 'legatário, ou da coisa legada anula a disposi -

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Maio de 1984 mAldI) DO COi\:GRrSsoNAcrO~AL(Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 109

-------_._._-----_._-----------------------

oão, salvo se, pel'''1 conte"'-.'t ü do tGstarr~....7~nto, p02" outros dOS'll­

mentes, ou por fai.r:"3 ine.~.·. :\rocos) se l)lld;~r idl~'l::~ i f:! C·.::'P ,3 r-:-"!soa ou coisa, a qu(~ o te;;·~·'.-30r (:iJ.:~ria :t-.eferil'-ss.

Art.l.?'30. SI:) testamento r.om.:\.~l,·' t.11)i.3 OÜ lnais

herdeiros, sem dif.:.\~pimin~.. · ... paJ.-~:!~ d~ C~C-3. lJ.;I~ pctl'·:...:.i.t~l"l-S"I.::­

á por igual, entrEo todos, :. por.:,:,,;.; di.·"j.;~;r:ível do t,""t dor.

Art. 1.931. '> o testador- r:cmear certo:? har'dei

ros individualment.~, e out::'cs coletivãmente, a heranr;a ::er"ó

dividida em tantas quotas, quantos fOl'em os indivíduos e osgrupos designados.

Art. 1.932. Se forem determinadas as quotas de

cada herdeiro, e nao absor'verem toda a herança, o rúmanes ­cente pertencerá aos herd",ipos legítimos, segundo a ordem.da

vocação hereditária.

Art. 1.933. Se forem determinados os q11inhões

de uns e não os de outros h~rdeiros, quinhoar-se-á distribui

damente, por igual, a estes últimos o que restar, depois de

co~pletas as porções hereditárias dos primeiros.

Art. 1.93~. Dispondo o testador que não caiba

ao herdeiro instituído cerTO e determinado objeto, dentre os

da herança, tocará ele aas herdeiros legítimos.

Art. 1.935. São anuláveis as disposições testa

mentárias inquinadas de erro, dolo, ou coação.Parágr.3.fo único. E:ttinguc-wzc em q,u.::.trc tJ.!~C; c

direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhe~imento do vício.

Art. 1.936. A ineficácia de uma disposição te~

tamentária importa "- das outras que, sem aquela, não teriam

sido determinadas pelo testador.

Art. 1.937. A ~láusula de inalienabili9ade, i~

posta aos bens pele doador 0U testador, implica ir:comunica­

bilidade e impenhorabilidade.

Parágrai"o úni '::'0. No caso de desapropri3çã"J cebens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência eco

nômica do donatário ou do J.';;rdeiro, mediante autorização j~

dicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens,s~

bre os quais incidirão as r'estrições apostas aos priJr.eiros.

CAPíTULO VII

DOS LEGADOS

Seç.30 I

D:sposiç~es gerais

Art. 1,~38. r ineficaz o legado de ooisa certa

que não pertença ao testador no J:1omento da al:.cl't'lra da su ­cessão.

Art. 1.~39. Se o testador ordenar que o herdei1'0, ou legatário, entregue coisa de sua propriedade a ou.,.trem, não o cumprir.cc ele ~ entender-se-á que renunciou a he

rança, ou o legado,

Art. 1,940. Se tão-so~ente em parêe pertenoer

ao testador, ou, no caso de artigo antecedente, ao herdeiro,

ou ao legatário, a coisa legada, só qU3~tO a essa parte va­lerá o legado.

Ar't. 1. 9~1. Se o legado for de coisa que se de

l:eT·j:t:i..n~ ç-e:'.·) ;;(:;"'Ol'O, sCl'á o mesmo cumprido, ainda que tal

coisa n~~ ex~~(c entre os b~ns deixados pelo testador.

Ar·t. 1.9'+ '2. Se o testador legar coisa sua, sin

"':j.:Caloizar:(~.,-.3., só terá eficácia o legado, se, ao tempo do

seu falecifficnTo, ela se achava entre os bens da herança.Se,

porém, a coisa legada existir entre os bens do testador,mas

e~ quantiiaje inferior à do legado, este será eficaz apenas

quanto ã €Àistente.

Art. 1.943. O legado de coisa que deva encon ­

trar-se em determinado lugar só terá eficácia se nele forachada, salvo se removida a título transitório.

Art. 1.94~. O legado de crédito, ou de quita ­ção de dívida, terá eficácia tão-somente até a importância

desta, ou daquele, ao tempo da morte do testador.

§ 19 Cumpre-se este legado, entregando o her­

deiro ao legatário o título respectivo.

§ 29 Este legado não compreende as dívidas po~

teriores à data do testamento.Art. 1.945. Não o declarando expressamente o

testador, nao se reputará compensação da sua dívida o lega­

do que ele faça ao credor. Subsistirá do mesmo modo inte ­

gralmente esse legado, se a dívida lhe foi posterior, e o

testador a solveu antes de morrer.

Art. l.9~6. O legado de alimentos abrange osustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatâ ­

rio viver, além da educação, se ele for menor.

Art. 1.947. O legado de usufruto, sem fixação

de tempo, entende-se deixado ao legatário por toda a sua vi

da.

Art. 1.948. Se aquele que legar um imóyel lhe

ajuntar depois novas aquisições, estas, ainda que contíguas,

não se compreendem no legado, salvo expressa declaração em

contrário do testador.Parágrafo único. Não se aplica o disposto nes-

te artigo às benfeitorias necessárias, úteis ou voluptuárias,feitas no prédio legado.

Seção II

Dos efeitos do legado e do seu pagamento

Art. 1.9~9. Desde a abertura da sucessão, pe~

tence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo

se o legaào estiver sob condição suspensiva.

§ 19 Nãp se lhe defere, porém, de imediato, a

posse da coisa, nem nela pode ele entrar por autoridade pró­pria.

§ 29 O legado de coisa certa, existente na herar:ça, transfere também ao legatário os frutos que produzir,

desde a morte do testador, exceto·se dependente de condiçãosuspensiva, ou de termo inicial.

Art. 1.950. O direito de pedir o legado não seexercerá, enquanto se litigue sobre a validade do testamento,

e, nos legados condicionais, ou a ?razo, enquanto penda acondição, ou o prazo se não vença.

Art. 1.951. O legado em dinheiro so vence juros

desde o dia em que se constituir em mora a pessoa obrigada a

prestá-lo.

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110 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Art. 1.952. Se o legado consistir" em renda vi-

talícia, ou pensão periódica, esta, ou aquela, correrá da

morte do testador.

Seção IIIDa caducidade dos legados

dor.

II - Se o testador alienar, por qualquer tí-

tulo, no todo, ou em parte, a coisa legada. Em tal caso,c~

ducarã o legado, até onde ela deixou de pertencer ao testa­

dor.

Art. 1.966. Se o legado for de duas ou mais

coisas alternativamente, e algumas delas perecerem, subsis­

tirá quanto às restantes. Perecendo parte de uma, valerá,

quanto ao seu remanescente, o legado.

III - Se a coisa perecer cu for evicta, vivo

ou morto o testador, sem cúlpa do herdeiro, ou legatário,i~

cumbido do seu cumprimento.

IV - Se o legatário for excluído da sucessão,

nos termos do art. 1.837.

V - .Se o legatário falecer antes do testa -

a forma, nem

o testador modi

Art. 1.965. Caducará o legado:

I - Se, depois do testamento,

ficar a coisa legada, ao ponto de já não ter

lhe ': .. ' caber a denominação, que possuía.

Art.'l.955. Se o legado consiste em coisa de

terminada pelo gênero, ao herdeiro tocará escolhê-la,guar­

dando, porém, o meio termo entre as congêneres da melhor e

pior qualidade.

Art. 1.956. A mesma regra observar-se-á, qua~

do a escolha for deixada a arbítrio de terceiro; e, se e~

te a não quiser, ou não puder exercer, ao juiz competirá~

zê-la, guardado o disposto no artigo anterior,última pa~

te.

Art. 1.953. Se o legado for de quantidades, cer­

tas, em prestações periódicas, datará da morte do testador o

primeiro período, e o legatário terá direito a cada pres!a

ção, uma vez encetado cada um dos períodos sucessivos, ain

da que antes do termo dele venha a falecer.

Art. 1.954. Sendo periódicas as prestações,só

no termo de cada período se poderão exigir.

Parágrafo único. Se, porém, forem deixadas a

título de alimentos, pagar-se-ão no começo de cada período,

sempre que o contrário não disponha o testador.

Art. 1.957. Se a opção foi deixada ao legatá­

rio, este poderá escolher, do gênero determinado, a melhor

coisa que houver na herança; e, se nesta não existir coi

sa de tal gênero, dar-lhe-á de outra congênere o herdeiro,

observada a disposição do art. 1.955, última parte.

Art. 1.958. No legado alternativo, presume-se

deixada ao herdeiro a opção.

Art. 1.959. Se o herdeiro, ou legatáriõ, a

quem couber a opção, falecer antes de exercê-la, passará es

te poder aos seus herdeiros.

Art. 1.960. No silêncio do testamento, o cum

primento dos legados incumbe aos herdeiros e, não os haven

ao, aos legatários, na proporção do que herdaram.

Parágrafo único. Este encargo, porém, não haven

do disposição testamentária em contrário, caberá tão-só ao

herdeiro, ou legatário, incumbido pelo testador da execução

do legado. Quando indicados mais de um, os onerados dividi­

rão entre si o ônus, na pr~porção do que recebam da herança.

Art. 1.961. Se algum legado consistir em coisa

pertencente a herdeiro ou legatário (art.l.939), só a ele

incumbirá cumpri-lo, com regresso contra os co-herdeiros, p~

la quota de cada um" salvo se o contrário expressamente dis

por o testador.

Art. 1.962. As despesas e os riscos da entrega

do legado correm por conta do legatário, se não dispuser di

versamente o testador.

Art. 1.963. A coisa legada entregar-se-á, com

seus acessórios, no lugar e estado em que se achava ao fale­

cer o testador, passando ao legatário com todos os encargos,que a rmerarem.

CAPíTULO VIIIno DIREITO DE ACRESCER ENTRE HER~EIROS E LEGATÁRIOS

Art. 1.967. Quando vários herdeiros, pela mes

ma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados àherança em quinhões não determinados, e qualquer deles nao

puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos

co-herdeiros, salvo o direito do substituto.

Art. 1.968. O direito de acrescer competirá,t~

bém, aos co-legatários, quando nomeados conjuntamente a re~

peito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o ob­

jeto do legado não puder ser dividido sem risco de desvalo­

rização.

Art. 1.969. Se um dos co-herdeiros, ou co-leg~

tários, nas condições do artigo antecedente, morrer antes do

testador; se renunciar a herança ou legado, ou destes for

excluído, e bem assim se a condição, sob a qual foi insti ­

tuído, não se verificar, acrescera o seu quinhão, salvo o

direito do substituto à parte dos co-herdeiros ou co-legat~

rios conjuntos.

Parágrafo único. Os co-herdeiros, ou co-legat~

rios, a quem acresceu o quinhão do que não quis ou não pôde

suceder, ficam sujeitos às obrigações ou encargos que o one

ravam.

Art. 1.970. Quando nao se efetua o direito de

acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga

do nomeado.

Parágrafo único. Não existindo, porém, o direi

to Je acrescer entre os co-legatários, a quota do que fal

tar acresce ao herdeiro, ou legatário, incumbido de satisf~

zer esse legado, ou a todos os herdeiros, na proporção dos

seus quinhões, se o legado se .leduziu da hé..ra~lça.

Art. 1.964. Ao legatário, nos legados com enca~

go, se aplica o disposto neste Código quanto às doações de i

gual natureza.

Art. 1.971. Não pode o beneficiário do acrésci

mo repudiá-lo separadamente da herança ou legado que lhe

caiba, salvo se o acréscimo comporte encargos especiais im

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào \) - Suplemento Quinta-feira 17 I I I

Se, porém, nao houver conjun­

ou se, apesar de conjuntos, so

postos pelo testador; caso em que, uma vez repudiado, re

verte o acréscimo para a pessoa a favor de quem os encargos

foram instituídos.

Art. 1.972. Legado um so usufruto conjuntamen­

te a duas ou mais pessoas, a parte de que faltar acresce aos

cO-legatários.

Parágrafo único.

ção entre os cO-legatários,

lhes foi legada certa parte do usufruto, consolidar-se- ao

na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que e­

les forem faltando.

CAPITULO IX

DAS SUBSTITUIÇDES

Seção I

Da substituição vulgar e da recíproca

Art. 1.973. O testador pode substituir outra

pessoa ao herdeiro, ou legatário, nomeado, para o caso de

um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança, ou

o legado. Presume-se que a substituição foi determinadap~

ra as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se

refira.

Parágrafo único. t obrigado, porém, a proce ­

der ao inventário dos bens gravados, e, se lho exigir o fi

deicomissário, a prestar caução de restituí-los.

Art. 1.980. Salvo disposição em contrá:io do

testador, se o fiduciário renunciar a herança ou o legado,

defere-se o poder de aceitar ao fideicomissário.

Art. 1.981. O fideicomissário pode renunciar

a herança ou o legado, e, neste caso, o fideico~Isso cadu­

ca, deixando de ser resolúvel a propriedade ~o fiJuciário,

se não houver disposição contrária do testador.

Art. 1.982. Se o fideicomissário aceitar a he­

rança ou o legado, terá direito à parte que, ao fiduciário,

em qualquer tempo acrescer.

Art. 1.983. O fideicomissário responde pelos

encargos da herança que ainda restarem, quando vier à suces

são.

Art: 1.984. Caduca o fideicomisso, se o fidei­

comissário morrer antes do fiduciário, ou antes de realizar

-se a condição resolutória do direito deste último. Neste

caso, a propriedade consolida-se no fiduciário nos tesmos

do art. 1.981.

Art. 1.985. São nulos os fideicomissos além do

segundo grau.

Art. 1.974. Também lhe é lícito substituir mui

tas pessoas a uma so, ou vice-". ersa, 8 ainda ô:>ubs-ci-ruir com

reciprocidade ou sem ela.

Art. 1.986. A nulidade da substituição ilegal

nao prejudica a instituição, que valerá sem o encargo reso­

lutório.

Art. 1.975. O substituto fica sujeito à con

dição ou encargo impostos ao substituído, quando nao for

diversa a intenção manifestada pelo testador, ou nao resul

tar outra coisa da natureza da condição, ou do encargo.

CAPITULO X

DA DESERDAÇÃO

Art. 1.976. Se, entre muitos co-herdeiros ou

legatários de partes desiguais, for estabelecida substitu~

ção recíproca, a proporção dos quinhões, fixada na primei­

ra disposição, entender-se-á mantida na segunda. Se, po­

rem, com as outras, anteriormente nomeadas, for incluída

mais alguma pessoa na substituição, o quinhão vago perten­

cera em partes iguais aos substitutos.

Art. 1.987. Os herdeiros necessários podem ser

privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos

em que podem ser excluídos da sucessão.

Art. 1.988. Além das causas mencionadas no art.

1.837, autorizam a deserdação dos descendentes por seus as

C:endentes:

I - Ofensas físicas.

Art. 1.990. A deserdação só pode ser ordenada

em testamento, com expressa declaração de causa.

Art. 1.989. Semelhantemente, além das causas ~

numeradas no art. 1.837, autorizam a deserdação dos ascen -

IV - Desamparo do ascendente em alienação men

tal ou grave enfermidade.

Art. 1.991. Ao herdeiro instituído, ou aquele

a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade

da causa alegada pelo testador.

o

- Injúria grave.

- Relações ilícitas com a madrasta, ou

II

III

dentes pelos descendentes:

I - Ofensas físicas.

II - Injúria grave.

III - Relações ilícitas com a mulher do filho

ou neto, ou com o marido da filha ou neta.

IV - Desamparo do filho ou neto em alienação

mental ou grave enfermidade.

padrasto.Seção II

Da substituição fideicomissária

Art. 1.978. A substituição fideicomissária so

mente se· permite em favor dos não concebidos ao tempo da

morte do testador.

Parágrafo único. Se, ao tempo da morte co te~

tador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este

a propriedade dos bens fideicometidos; .. convertendo-se em

usufrl\to o direito do fiduciário

Art. 1.977. Pode também o testador instituir

herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de

sua morte, a he~ança ou o legado se transmita ao fiduciá ­

rio, resolvendo-se, porém, o direito deste, por sua morte,

a certo tempo, ou sob certa condição, em favor de outrem,

que se qualifica de fideicomissário.

Art. 1.979. O fiduciário tem a propriedade da

herança ou legado, mas restrita e resolúvel.

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112 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

Se a revogação for parcial,ou

contiver cláusula revogatória

em tudo que não for contrário

Art. 2.00l.

se o testador dispuser da

h~rdeiros necessários, de

os exclua dessa parte.

Parágrafo único. O direito de provar a causa

da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar

da data da abertura do testamento.

CAP!TULO XI

DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇOES TESTAMENTÁRIAS

Art. 1.992. Quando o testador só em parte dis

puser da qu'ota hereditária disponível, o remanescente pe!:

tencerá aos herdeiros legítimos.

Art. 1.993. As disposições, que excederem a

parte disponível, reduzir-se-ão aos limites dela, de confo!:

midade com o disposto nos parágrafos seguintes.

§ 19 Em se verificando excederem as disposições

testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente

reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, a

tê onde baste, e, não bastando, também os legados, na pro ­

porção do seu valor.§ 29 Se o testador, prevenindo o caso, dispu ­

ser que se inteirem, de preferência, certos herdeiros e le­

gatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados,

observando-se, a seu respeito, a ordem estabelecida no par~

grafo anterior.

Art. 1.994. Quando consistir em prédio divisí­velo legado sujeito a redução, far-se-á esta, dividindo-o

proporcionalmente.§ 19 Se não for possível a divisão, e o exces­

so do legado montar a mais de um quarto do valor do prédio,

o legatário deixará inteiro na herança o imóvel legado,' fi

cando com o direito de pedir aos herdeiros o valor que cou

ber na parte disponível. Se o excesso não for de mais de

um quarto, aos herdeiros torná-lo-á em dinheiro o legatário,

que ficará com o prédio.S 29 Se o legatário for ao mesmo tempo herdei­

ro necessário, poderá inteirar sua legítima no mesmo imóvel,

de preferência aos outros, sempre que ela e a parte"subsis­

tente do legado lhe absorverem o valor.

CAP!TULO XII

DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO

Art. 1.995. O testamento pode ser revogado pe­

lo mesmo modo e forma por que pode ser feito.

Art. 1.996. A revogação do testamento pode ser

total ou parcial.

Parágrafo único.

se o testamento posterior não

expressa, o anterior subsiste

ao posterior.

Art. 1.997. A revogação produzirá seus efeitos,

ainda quando o testamento, que a encerra, caduque por excl~

são, incapacidade, ou renúncia do herdeiro, nele nomeadomas não valerá, se o testamento revogatório for anulado poromissão ou infração de solenidades essenciais, ou. por vícios

intrínsecos.

Art. 1.998. O testamento cerrado que o testadcr

abrir ou dilacerar, O~ ror auerto ou dilacerado com seu con

sentimento, haver-se-á como revogaáo.

CAP!TULO XIII

DO' ROMPIMENTO DO TESTAMENTO

Art. 1.999. Sobrevindo descendente suscessível

ao testador, que o não tinha, ou não o conhecia, quando te~

tou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se

esse descendente sobreviver ao testador.

Art. 2.000. Rompe-se também o testamento feito

na ignorância de existirem outros herdeiros necessários.

Não se rompe, porém, o testame?to,

sua metade, não contemplando oscuja existência saiba, ou quando

CAP!TULO XIV

DO TESTAMENTEIRO

Art. 2.002. O testador pode nomear um ou mais

testamenteiros, conjuntos ou separados, para lhe darem cum

primento às disposições de última vontade.

Art. 2.003. O testador pode também conceder ao

testamenteiro a posse e a administração da herança, ou de

parte dela, não havendo cônjuge ou herdeiros necessários.

Parágrafo único. Qualquer herdeiro pode, entr~

tanto, requerer partilha imediata, ou devolução da herança,

habilitando o testamenteiro com os meios necessarlOS para ocumprimento dos legados, ou dando caução de prestá-los.

Art. 2.004. Tendo o testamenteiro a posse e a

administração dos bens, incumbe-lhe requerer inventário e

cumprir o testamento.

Art. 2.005. O testamenteiro nomeado, ou qual­

quer parte interessada. pode requerer, assim como o"juiz p~

de ordenar, de ofício, ao detentor do testamento que o levea registro.

Art. 2.006. O test~menteiro é obrigado a cum­

prir as disposições testamentárias, no prazo marcado pelotestador, e a dar contas do que recebeu e despendeu, sub ­

sistindo sua responsabilidade enquanto durar a execução dotestamento.

Art. 2.007. ~ompete ao testamenteiro, com o

concurso do inventariante e dqs herdeiros instituídos, ou

sem ele, defender a validade do testamento.

Art. 2.008. Além das atribuições exaradas nos

artigos anteriores, terá o testamenteiro as que lhe confe­

rir o testador, nos limites da lei.

Art. 2.009. Não concedendo o testador prazo

maior, cumprirá o testamenteiro o testamento e prestará COl1

tas no lapso de seis meses, contado da aceitação da testa­

mentaria.Parágrafo único. Pode esse prazo prorrogar-se,

porém, ocorrendo motivo cabal.

Art. 2.010. Na falta de testamenteiro nomeado

pelo testador, a execução testamentária competE a um dos

cônjuges, e, em falta destes, ao herdeiro nomeado pelo

juiz.

Art. 2.011. O encargo da testamentaria nao se

transmite aos herdeiros do testamenteiro, nem é delegável.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 113

e asMas ,o testamenteiro pode fazer-se representar em juízo

fora dele, mediante mandatário com poderes especiais.

Art. 2.012. Havendo simultaneamente mais de um

testamenteiro, que tenha aceitado o cargo, poderá cada

qual exercê-lo, em falta dos outros. Mas todos ficam soli

dariamente obrigados a dar conta dos bens, que lhes forem

confiados, salvo se cada um tiver, pelo testamento, fun­

ções distintas, e a elas se limitar.

Art. 2.013. Salvo disposição testamentária em

contrário, o testamenteiro, que não seja herdeiro ou lega­

tário, terá direito a um prêmio, que, se o testador o nao

houver taxado, será de um a cinco por cento,. arbitrado pe­

lo juiz, sobre a herança líquida, conforme a importância ~e

la, e a maior ou menor dificuldade na execução do testamen

to.

Parágrafo único. O prem~o, assim arbitrado,se

ra pago à conta da parte disponível, quando houver herdei­

ro necessário.

Art. 2.014. O herdeiro ou legatário, nomeado

testamenteiro, poderá preferir o prêmio à herança ou ao le

gado.

Art. 2.015. Reverterá à herança o prêmio, que

o testamenteiro perder, por ser removido, ou não ter cv~ ­

prido o testamento.

Art. 2.016. Se o testador tiver distribuído to

da a herança em legados, exercerá o testamenteiro as fun

ções de inventariante.

TITULO IV

DO INVENTÁRIO E PARTILHA

CAPITULO I

DO INVENTÁRIO

Art. 2.017. Desde a assinatura do compromisso

até a homologação da partilha, a administração da herança

será exercida pelo inventariante.

·cAPITULO Ir

DOS SONEGADOS

Art. 2.018. O herdeiro, que sonegar bens da

herança, não os descrevendo no inventário, quando estejam

em seu poder, ou, com ciência sua, no de outrem, ou que os

omitir na colação, a que os deva levar, ou o que deixar de

restituí-los, perderá o direito, que sobre eles lhe cabia.

Art. 2.019. Além da pena cominada no artigo

antecedente, se o sonegador for o próprio inventariante,r~

mover-se-á, em se provando a sonegação, ou negando ele a ~

xistência dos bens, quando indicados.

Art. 2.020. A pena de sonegados só se pode r~

querer e impor em ação, movida pelos herdeiros, ou pelos

credores da herança.

Parágrafo único. A sentença que se proferir na

ação de sonegados, movida por qualquer dos herdeiros, ou

credores, aproveita aos demais interessados.

Art. 2.021. Se não se restituírem os bens so

negados, por já os não ter o sonegador em seu poder, paga-

gará ele a importância dos valores, que ocultou, mais

perdas e danos.

Art. 2.022. Só se pode argüir de sonegação o

inventariante depois de encerrada a descrição dos bens, com

a declaração, por ele feita, de não existirem outros por in

ventariar e partir, e o herdeiro, depois de declarar no in

ventário que os não possui.

Art. 2,023. A herança responde pelo pagamento

das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respon­

dem os herdeiros, cada qual em proporção da parte, que na

herança lhe coube.

§ 19 Quando, antes da partilha, for requerido

no inventário o pagamento de dívidas constantes de documen­

tos, revestidos de formalidades legais, constituindo prova

bastante da obrigação, e houver impugnação, que se não fun­

de na alegação de pagamento, acompanhada de prova valiosa,o

juiz mandará reservar, em poder do inventariante, bens sufi

cientes para solução do débito, sobre os quais venha a re

cair oportunamente a execução.

§ 29 No caso figurado no parágrafo antecedente,

o credor sera obrigado a iniciar a ação de cobrança dentro

no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar de nenhum ~

feito a providência indicada.

Art. 2.024. As despesas funerárias~ haja ou

não herdeiros legítimos, sairão do monte da herança. Mas

as de sufrágios por alma do finado só obrigarão a h~rança ,

quando ordenadas em testamento ou codicilo.

Art. 2.025. Sempre que houver ação regressiva

de uns contra outros herdeiros, a parte do co-herdeiro in­

solvente dividir-se-á em proporção entre os demais.

Art. 2.026. Os legatários e credores da heran­

ça podem exigir que do patrimônio do falecido se discrimine

o do herdeiro, e, em concurSo com os credores deste, ser­

-lhe-ão preferidos no pagamento.

Art. 2.027. Se o herdeiro for devedor ao espó­

lio, sua dívida será partilhada igualmente entre todos, sa!

vo se a maioria consentir que o débito seja imputado intei­

ramente no quinhão do devedor.

CAPíTULO IV

DA COLACÃO

Art. 2.028. Os descendentes, que concorrerem àsucessão do ascendente comum, são obrigados, para igualar as

legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida

receberam, sob pena de sonegação.

Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o

valor dos bens conferidos é computado na parte indisponível,

sem aumentar a disponível.

Art. 2.029. A colação tem por fim igualar, na

proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos des ­

cendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os d~

natários que, ao tempo do falecimento do doador, já não po~

suirem os bens doados.

Parágrafo único. Se, computados os valores' das

doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no a

cervo bens suficientes para igular as legítimas dos descen­

dentes e do cônjuge, os bens assim doados serão conferidos

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114 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSONACrONAL (Seção O-Suplemento Maio de 1984

em espécie, ou, quando deles já nao disponha o donatário, pe

lo seu valOl:' ao tempo da liberalidade.

Art. 2.030. O valor de colação dos bens doados

será aquele" certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato deliberalidade.

S 19 Se do ato de doação nao constar valor cer­

to, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão

conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem aotempo da liberalidade.

S 29 Só o valor dos bens doados entrará em colação; nao assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pe~

tencerão ao herdeiro donatário, correndo também por conta d~

te os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas queeles sofrerem.

Art. 2.031. São dispensados da colação as doa

ções que o doador determinar saiam da parte disponível, con­

tanto que .não a excedam, computado o seu valor ao tempo dadoação.

Parágrafo único. fresume-se iJllputada. na paI"i:edisponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo

do ato, não. seria chamado à sucessão na qualidade de herdei­ro necessário.

Art. 2.032. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo 'doador em testamento, ou no próprio título de

liberalidade.

.~rt. 2.033. São sujeitas a redução as doações

em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dis

por, no momento da liberalidade.

S 19 O excesso será apurado com base no valor

·que os bens doados tinham, na mesma época.

s 29 A redução da liberalidade far-se-á pela

restituição ao monte do excesso assim apurado. A restitui­

ção será em espécie, ou, se não mais existir o bem em poder

do donatário, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da

abertura da sucessão, observadas, no que forem aplicáveis,

as regras deste Código sobre a redução das disposições tes

tamentárias.§ 39 Sujeita-se a redução, nos te~nos do pará­

grafo anterior, a parte da doação feita a herdeiros neces8~

rios que exceder a legítima e mais a quota disponível.

S 49 Sendo várias as doações a herdeiros nece~

sários, feitas em diferentes datas, serão elas reduzidas a

partir da última, até a eliminação do excesso.

Art. 2.034. O que renunciou a herança, ou dela

foi excluído, deve, não obstante, conferir as doações rece­

bidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.

.~rt. 2.035. Quando os netos, representando os

seus pclis, sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à

colação, ainda que o nao hajam herdado, o que os pais teriam

de conferir.

Art. 2.036. Não virão à colação os gastos ordi

nários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na

sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas

enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento,

ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime.

Art. 2.037. As doações remuneratórias de servi

ços feitos ao ascendente também não estão sujeitos a cola ­çao.

Art. 2.038. Sendo feita a doação por ambos os

cônjuges, no inventário de cada um se-conferirá por metade.

CAPITULO V

DA PARTILHA

Art. 2.039. O herdeiro pode sempre requerer a

partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual fa

cUldade aos seus cessionários e credores.

Art. 2.040. Pode, todavia, o testador indicaros bens e valares que devem compor os quinhões hereditá

rios, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá,

salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas esta­

belecidas.

Art. 2.041. Se os herdeiros forem capazes, p~

derão fazer partilha amigável, por escritura pública, ter­

mo nos autos do inventário, ou escrito particular, homolo­gado pelo juiz.

Art. 2.042. Será sempre judicial a partilha,se os herdeiros divergirem, assim corno se algum deles forincapaz.

Art. 2.043. No partilhar os bens, observar-se­

-a, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior i

gualdade possível .

Art. 2.044. t válida a partilha feita por as

cendente, por ato entre vivos ou de última vontade, conta~

to que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

Art. 2.045. Os bens insuscetíveis de divisão

'cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente,

ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialme~

te, partilhando-se o preço, a nao ser que haja acordo para

serem adjudicados a todos.S 19 Não se fará, também, a venda judicial, se

o cônjuge sobrevivente, ou um ou mais herdeiros requererem

lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro,

a diferença, após avaliação atualizada.

S 29 Se a adjudicação for requerida por mais

de um herdeiro, observar-se-á o processo da licitação.

Art. 2.046. Os herdeiros em posse dos bens da

herança, o cônjuge supérstite e o inventariante são obrig~

dos a trazer ao acervo os frutos que, desde a abertura da

sucessão, perceberam, têm direito ao reembolso das despesas

necessárias e úteis, que fizeram, e respondem pelo dano, a

que, por dolo, ou culpa, deram causa.

Art. 2.047. Quando parte da herança consistir

em bens remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou deliquid~ção morosa ou Jifícil, pod8r& proceder-se, no prazo

lega~ ã partilha dos outros, reservando-se aqueles para urna

ou mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do

mesmo ou diverso inventariante, e aprazimento da maioriados herdeiros.

Àrt. 2.048. Também ficam sujeitos a sobrepart~

lha os bens sonegados e quaisqudr outros bens da herança deque se tiver ciência após a partilha.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 115

ser'á

CAPíTULO VI

DA GARANTIA DOS QUINHOES HEREDITÁRIOS

Art. 2.049. Julgada a partilha, fica o direito

de cada um dos herdeiros circunscrito aos bens do seu quinhão.

Art. 2.050. Os co-herdeiros são reciprocamenteobrigados a indenizar-se no caso de evicção dos bens aqui ­

nhoados.

Art. 2.051. Cessa essa obrigação mútua, haven­

do convenção em contrário, e bem assim dando-se a evicção

por culpa do evicto, ou por fato posterior à partilha.

Art. 2.052. O evicto será indenizado pelos co­

-herdeiros na proporção de suas quotas hereditárias, mas, se

algum deles se achar insolvente, responderão os demaís na

mesma proporção, pela parte desse, menos a quota que corres

ponderia ao indenizado.

CAPITULO VII

DA ANULAÇÃO DA PARTILHA

Art. 2.053. A partilha, uma vez feita e julga­da, so é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em

geral, os negócios jurídicos.

Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.

LIVRO COMPLEMENTAR

DISPOSIÇOES FINAIS E TRANSITORIAS

Art. 2.054. Este Código entrará em vigor um ano

apos a sua publicação, ficando, desde então, revogados o Có­digo Civil, de 19 de janeiro de 1916, a Parte Primeira do

Código Comercial, de 25 de junho de 1850, e toda a legisla ­

ção civil e mercantil por esta Lei abrangida, ou com ela in­

compatível, ressalvado o disposto no presente Livro.

Art. 2.055. Todas as remissões, em diplomas le­

gislativos, aos Códigos, ou às leis civis e mercantis, refe­

ridos no artigo antecedente, consideram-se feitas às disposi

ções correspondentes deste Código.

Art. 2.056. Serão os da lei anterior os prazos,

quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entr~

da em vigor, já houver transcorrido mais de metad~ do tempo

estabelecido na lei revogada.

Art. 2.057. Até dois anos após a entrada em vi.­

gor do presente Código, os prazos estabelecidos no parágrafoúnico do art. 1.239 e no parágrafo único do art. 1.242 serão

acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcor­

rido na vigência. do anterior.

Art. 2.058. Igual acréscimo de dois anos

feito nos casos a que se refere o § 39 do art. 1.229.

Art. 2. 059. As associações, sociedades e fundél­

ções, constituídas na forma das leis anteriores, terão o pr~

zo de um ano para se adaptarem às disposições do presente Cª

digo, a partir de sua vigência. Igual prazo é concedido aos

empresários.

Art. 2.060. As fundações, instituídas segundo a

legislação anterior, inclusive as de fins diversos dos pre ­

vistos no parágrafo único do art. 62, subordinam-se, quanto

ao seu funcionamento, ao disposto neste Código.

Art. 2.06i. Salvo o disposto em lei especial,as

modificações dos atos constitutivos das pessoas jurídicas 'r~

feridas no art. 44, bem como a sua transformação, incorpora­

ção ou fusão, regem-se desde logo pelo novo Código.

Art. 2.062. A dissolução e liquidação dessas en

tidades, quando iniciadas antes da vigência deste Código, o­

bedecerão ao disposto nas leis anteriores.

Art. 2.063. A validade dos negócios e demais a­

tos jurídicos, constituídos antes da entrada em v.igor deste

Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas

no art. 2.054, mas os seus efeitos, produzidos após a vigên­

cia do novo Cód~go, aos preceitos deste se subordinam, salvo

se houver sido prevista pelas partes determinada forma de

execução. 'Parágrafo único. Todavia, nenhuma convenção pr~

valecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais cornoos estabelecidos por este Código para assegurar a função so­

cial da propriedade e dos contratos.

Art. 2.064. A locação do prédio urbano, que es­

teja sujeita a lei especial, por esta continua a ser regida.

Art. 2.065. Salvo disposição em contrário, apli

cam-se aos empresar10S e sociedades empresárias as disposi ­

ções de lei, não revogadas por este Código, referentes a co-

merciantes, 'ou a sociedades comerciais, bem como à ativida ­

des mercantis.

Art. 2.066. Fica proibida a constituição de en­

fiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até

sua extinção, às disposições do Código Civil, de 19 de janei

ro de 1916, e leis posteriores.Parágrafo único. A enfiteuse dos terrenos de 'ma

rinha e acrescidos regula-se por lei especial.

Art. 2.067., O regime de bens nos casamentos ce­

lebrados na vigência do Código Civil de 1916 é o por esse 'e~

tabelecido, mas se rege pelas disposições do presente Código.

Art. 2.068. As adoções, instituídas antes da 'vi

gência deste Código, regem-se pela lei anterior, ressalvado

aos adotantes o direito de convertê-las em adoções plenas,

mediante escritura pública homologada pelo juiz, e inscrita

no Registro Civil.Parágrafo único. Essa conversão dependerá' do

consentimento do adotado, ou de seu representante legal, se

for incapaz (art. 1.639).

Art. 2.069. A hipoteca legal dos bens do tutor

ou curador, inscrita de conformidade com o art. 827, n9 IV,

do Código Civil anterior, poderá ser cancelada, obedecido o

disposto no parágrafo único do art. 1.769. deste Código.

Art. 2'.070. As novas disposições relativas ao re

conhecimento de filhos adulterinos aplicam-se aos filhos co~

cebidos ou nascidos antes da entrad~:em vigor deste Código.

Parágrafo único. Tal reconhecimento não terá e­

ficácia para fins de sucessão aberta antes da referida vi­

gência.

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116 Quinta-feira 17 DIÃRIO DO C01':GRESSO 1':ACIO" \L (S<:,~io I) - Suplemento Maio de 19R4

a-

do

apos

sido

adi PIMENTA DA VEIGA, Presidente ERNANI SATIRO, Relator ­

BPABO DA CAFVALHO - CRISTINA TAVARES - FANCISCO BENJAMIM - CEL­

SO BARROS - ~LQUISSON SOARES - ARNALDO !!,ACIEL •

Art. 2.073. Até que por outra forma se discipl~

nem, continudffi em vigor as disposições de natureza processu­

al, administrativa ou penal, constantes de leis, cujos pre­

ceitos de natureza civil hajam sijo incorporados ao presente

Código.

de maio de 1984.$a:a ~a'Gomissão,

P~t. 2.071. As disposições deste Código relati­

vas ã ordem da vocação hereditária (arts. 1.852 a 1.871) não

se aplicam ã sucessão aberta antes de sua vigência, prevale­

cendo o disposto na lei anterior.

Art. 2.072. Aplica-se o disposto no caput

art. 1.875, quando aberta a sucessão dentro em um ano

a vigência deste Código, ainda que o testamento tenha

feito na d0 anterior. Se, naquele prazo, o testador não

tar o testamento para declarar a justa causa da cláusula

posta ã legítima, não subsistirá a restrição.

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira 17 117

PARTE GERAL, art. 19-232 •••.••.. ---- .•••••.•••..•••••••••••

LIVRO I - Das pessoas, art. 19-78 .•••••••••••.••••••.•••.•••

TITULO I - Das pessoas físicas, art. 19-39 .•••••..•••••..CAPITULO I - Da personalidade e da capacidade, art •••.

19-10 ..••••..••...••••••..••••••••••.••.•.

CAPITULO 11 - Dos direitos da personalidade, art. 11-21..

CAPITULO 111 - Da ausência, art. 22-39 .•••••••••.•••••.

Seção I - Da curadoria dos bens do ausente,art. 22-25 ..

Seção 11 - Da sucessão provisória, art. 26-36 •••• ~ ••.

Seção 111 - Da sucessão definitiva, art.37-39 ••••••.•

TITULO 11 - Das pessoas jurídi~as, art. 40-69 ••••..••••••

CAPITULO. I - Disposições gerais, art. 40-52 •.••••••••••

CAPITULO 11 - Das associações, art. 53-61 •••.••••••••••

CAPITULO 111 - Das fundações, art. 62-69 •.•••••••••••••

TITULO 111 - Do domicílio, art. 70-78 •.••••••••••.••.••••

LIVRO 11 - Dos bens, art. 79-103 .•••.•••..•••••.••.••••••••

TITULO OMICO - Das diferentes classes de bens, art.79-103 ••

CAPITULO I - Dos bens considerados em si mesmos, art •••

79-91 .••.••••••••••••••••••••••••••.••••••

Seção I - Dos bens imóveis, art. 79-81 •••••••••••••••

Seção 11 - Dos bens móveis, art. 82-84 ••.•..••.••••.•Seção 111 - Dos bens fungíveis e consumíveis, art •••

85-86 •••••••.••.•••••••••.•••••••••••••••

Seção IV - Dos bens dIvisíveis, art. 87-88 •••••••••••Seção V - Dos bens singulares e coletivos,art. 89-91. ••

CAPITULO 11 - Dos bens reciprocamente considerados,art.

92-97 •••••••••.••••.•.•••••••••••••••••••CAPITULO 111 - Dos bens públicos, art. 98-103 ••..••••••

LIVRO 111 - Dos fatos jurídicos, art. 104-232 •••••••.••••••

TITULO I - Do negócio jurídico, art. 104-184 ••••••••••••.

CAPITULO I - Disposições gepais, art. 10~-114•••••••.••

CAPITULO 11 - Da representação, art. 115-120 •••••••.•••

CAPITULO 111 - Da condição, do termo e do encargo, art.

121-137 •••••••.•••••.•..••••.••••..••.•.CAPITULO IV - Dos defeitos do negócio jurídico, art ••••

138-165 •••.•.••.••.•..••••••••••.•..•••..Seção I - Do erro ou ignorância, art. 138-144 •.••••••

Seção 11 - Do dolo, art. 145-150 .••••.•••••••....••.•

Seção 111 - Da coação, art. 151-155 •••••••••••.••••••

Seção IV - Do estado de perigo, art. 156 •••.•.•••••••

Seção V - Da lesão, art. 157 .•••••••••••••••.•••••••.

Seção VI - Da fraude contra crec!ores, ar't. 158-165 •••

CAPITULO V - Da invalidade do negócio jurídico, art .•••

166-184 ••••••••.•••.•.•••••••••••••..•..••

TITULO 11 - Dos atos jurídicos lícitos, art. 185 •••••••••

TITULO 111 - Dos atos ilícitos, art. 186-188 ••••••••••••.

TITULO IV - Da prescrição e da decadência, art. 189-211 ••

CAPITULO I - Da prescrição, art. 189-206 •••••••••.•••••

Seção I - Disposições gerais, art. 189-196 •••••••••••

Seção 11 - Das causas que impedem ou suspendem a pre~

crição, art. 197-201 ••••••••••••••••••••••

Seção 111 - Das causas que interrompem a. prescrição,

art. 202-204 •••.•••••••••••••••••••••••••

Seção IV - Dos prazos da prescrição, art •. 205-206 ••••

CAPITULO 11 - Da decadência, art. 207-211 ••••.•••••••••

TfTULO V - Da prova, art. 212-232 ••••••••••••••••••••••••

PARTE ESPECIAL, art. 233-2.053 •••••••••..••••.•••••••• , •••.

LIVRO I - Do direito das obrigações, art. 233-968 ••••••••••

TITULO I - Das modalidades das obrigações, art. 233-285 ••

CAPfTULO I - Das obrigações de dar, art. 233-246 •••••••

Seção I - Das obrigações de dar coisa certa, art •••••

233-242 •••••••••••.••••••••..••••••.•••••••

Seção 11 - Das obrigações de dar coisa incerta, art ••

243-246 .••••.•••••••••••••••••••••••••..••

CAPITULO 11 - Das obrigações de fazer, art. 247-249 ••••

CAPITULO 111 - Das obrigações de não fazer, art. 250-251.

CAPITULO IV - Das obrigações alternativas, art. 252-256 •.CAPITULO V.- Das obrigações divisíveis e indivisíveis,

art. 257 - 263 ••••.•..•••••••••••••.•.••••••

CAP!TULO VI - Das obrigações solidárias, art. 264-285 ••Seção I - DispOSições gerais, art. 264-266 •••••••••••

Seção 11 - Da solidariedade ativa, art. 267-274 ••••••

Seção 111 - Da solidariedade passiva, art. 275-285 •••

TITULO 11 - Da transmissão das obrigações, art. 286-303 ••

CAP!TULO I - Da cessão de crédito, art. 286-298 ••••••••

CAP!TULO 11 - Da assunção de dívida, art. 299-303 ••.••• '

TITULO IrI - Do adimplemento e extinção das ol'lvigaÇlêjez~ar,:t;·.:

304-388 ••••••••••••••• '" ••••••••••••••.••••

CAPITULO I - Do pagamento, art. 304-333 ••.••••••••••••••

Seção I - De quem deve pagar, art. 304-307 .•••••••.•.Seção II - Daqueles a quem se deve pagar, art .••••••

308-312 •.•••••••.•.••..•••.•..••••••.•••••Seção III - Do objeto do pagamento e sua prova, art ••

313-326 •••••••••••••••••..•••.••••••••••.

Seção IV - Do lugar do pagamento, art. 327-330 ••••••

Seção V - Do tempo do pagamento, art. 331-333 ••••••••

CAPíTULO II - Do pagamento por consignação, art. 334-345.

CAPITULO III - Do pagamento com sub-rogação, art ••.••••

346-351 •••••••••••••••••••••••••••••••••

CAPITULO IV - Da imputação do pagamento, art. 352-355 ••••

CAPITULO V - Da dação em pagamento, art. 356-359 ••••••• ·

CAPITULO VI - Da novação, art. 360-367 ••..••.••••••••••

CAPITULO VII - Da compensação, art. 368-380 ••••.•••••••

CAPITULO VIII ~ Da confusão, ~t. 381-384 •••••••••••••••CAPITULO IX - Da remissão das dívidas, art. 385-388 •..•

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118 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n- Suplemento Maio de 1984

TITULO IV - Do inadimplemento das obrigações, art .••...•.

389-'-120 .••.•••.••....••••.•••..•••••.....••••CAPITULO I - Disposições gerais, art. 389-393 ..•.•.••••

CAPITULO 11 - Da mora, art. 394-'-101 •••.••••.••••••••.•

CAPITULO 111 - Das perdas e danos, art. '-102-405 ••••••••

CAPITULO IV - Dós juros legais, art. '-106-'-107 ..••••.••••

CAPITULO V - Da cláusula penal, art. '-108-416 ••••.•••••

CAPíTULO VI - Das arras ou sinal, art. 417-'-120 •••••••••

TITULO V - Dos contratos em geral, a rt. '-121-480 .

CAPITULO I - Disposições gerais, art. '-121-'-171 ••••••••.•

Seção I - Preliminares, art. '-121-'-126 •.•••••••••••••••

Seção 11 - Da formação dos contratos, art. 427-'-135 .••

Seção 111 - Da estipulação a favor de terceiro, art.,'-136-438 ••••••.••••••.••••••••••••••••.•••

Seção IV - Da promessa de fato de terceiro, art ••••••439-440 •••••••••.•.••••••••••••••••••••••.

Seçãp V - Dos vícios redibitórios, art. '-1'-11-'-1'-16 ••••.•

Seção VI - Da evicção, art. '-1'-17-'-157 •••••••..•••••••••Seção VII - Dos contratos aleatórios, art. '-158-'-161 •••

Seção VIII - Do contrato preliminar, art.'-I62-'-I66 •••••

Seção IX - Do contrato com pessoa a declarar, art ••••

'-167-'-171 ••••.••••••••••••••••••••.•••••••••

CAPITULO 11 - Da extinção do contrato, art. '-172-480 .•••

Seção I - Do distrato, art. '-172-'-173 •.••••••••••••••••

Seção 11 - Da cláusula resolutiva, art. '-17'-1-475 ••••••

Seção 111 - Da exceção de contrato não cumprido, ar~.

'-176-'-177 ••••••••••••••••••••••••••••••••••

Seção IV - Da resolução por onerosidade excessiva ,art.'-I 78-lf80 •••••••••••••••••••••••••••••••••••

TITULO VI - Das várias espécies de contrato,art. 481-855•••

CAPITULO I - Da c~mpra e vénda, art. lf81-532 •••.•••••••

Seção I - Disposições gerais, art. 481-50'-1 •••••••••••Seção 11 - Das cláusulas especiais à compra e venda,

art. 505-532 ••••••••••••••••••••••.•••••••

Subseção I - Da retrovenda, art. 505-508 .

Subseção 11 - Da venda a contento e da sujeita a

prova, art, 509-512 ••••••••••••••••••

Subseção 111 - Da preempção ou preferência, art •••

513-520, ••••••••••••••••••••••••••••

Subseção IV - Da venda com reserva de domínio, art.

521-528 •••••••••••••••.•.••••••••••••

Subseção V - Da venda sobre documentos, art. 529-532.

CAPITULO 11 - Da troca ou permuta, art. 533 •••••••••..•CAPITULO:III - Do contrato estimatório, art. 53lf-537 ..•

CAPíTULO IV - Da doação, art. 538-56'-1 ••••••••••••••••••Seção I - Disposições gerais, art. 538-55lf .••.•••.•••Seção 11 - Da:revogação da doação, art. 555-56'-1 •••.••

CAPITULO V - Da locação de coisas, art. 565-578 ••.•••.•

CAPITULO VI - Do)empréstimo, art. 579-592 ••••••••••••••

Seção I - Do comodato, art. 579-585 •••••••••.•..•..••

Seção 11 - Do mútuo, art. 586-592 ••••••••••••••.••••

CAPíTULO VII - Da prestação de serviço, art. 593-609 ••••

CAPITULO VIII - Da empreitada, art. 610-626 ••.••..•••••CAPITULO IX - Do depósito, art. 627-652 .

Seção I - Do depósito voluntário, art. 627-6lf6 ••.••••

Seção 11 - Do depósito necessário, art. 6lf7-652 ••.•••

CAPITULO X - Do mandato, art. 653-692 ••••••••••••••••••Seção I - Disposições gerais, art. 653-666 ••••.••.•••

Seção 11 - Das obrigações do mandatário ,art. 667-674.••

Seção 111 - Das obrigações do mandante, art. 675-681...•

Seção IV - Da extinção do mandato, art. 682-691 ••••••Seção V - Do mandato judicial, art. 692 ••••••.•••••••

CAPITULO XI - Da comissão, art. 693-709 .•••••••••••••••

CAPITULO XII - Da agência e distribuição, art. 710-721••••

CAPíTULO XIII - Da corretagem, art. 722-729 ••••••••.•••

CAPíTULO XIV - Do transporte, art. 730-756 .••••••••••••

Seção I - Disposições gerais, art. 730-733 •••••••••••

Seção 11 - Do transporte de pessoas, art. 73'-1-7lf2 ••••

Seção 111 - Do transporte de coisas, art. 7'-13-756 ••••

CAPITULO XV - Do seguro, art. 757-802 ••••••••••••••••••

Seção I - Disposições gerais, art. 757-777 ••••••..•••

Seção 11"- Do seguro de dano, art. 778-788 •••••••.•••

Seção 111 - Do seguro de pessoa, art. 789-802 ••••••• ;CAPITULO XVI - Da constituição de renda, art. 803-813 ••

CAPíTULO XVII - Do jogo e da aposta, art. 81lf-817 ••••••

CAPITULO XVIII - Da fiança; art. 818-839 •••••••••••••••Seção I - Disposições gerais, art. 818-826 •••••••••••

Seção 11 - Dos efeitos da fiança, art. 827-836 •••••••Seção 111 - Da extinção da fiança, art. 837-839 ••••• ;

CAPITULO XIX - Da transação, art. 8lfO~850••••••••••••••

CAPITULO XX·- Do compromisso, art. 851-855 •••••••••••••

TITULO VII - Dos atos unilaterais, art. 856-888 ••••••••••

CAPITULO I - Da promessa de recompensa, art. 856-862 •••

CAPITULO 11 - Da gestão de negócios, art. 863-877 ••••• ,

CAPITULO 111 - Do pagamento indevido, art. 878-885 •••••

CAPITULO IV - Do enriquecimento sem causa, art. 886-888 ••

TITULO VIII - Dos títulos de crédito, art. 889-928 •••••••

CAPITULO I - Disposições gerais, art. 889-905 ••••••••••

CAPITULO 11 - Do título ao portador, art. 906-911 ••••••

CAPITULO 111 -" Do título à ordem, art. 912-922 •••••••••

CAPITULO IV - Do título nominativo, art. 923-928 •••••••

TITULO IX - Da responsabilidade civil, art. 929-956 ••••.•

CAPITULO I - Da obrigação de indenizar, art. 929-9'-15 ••.

CAPITULO 11 - Da indenização, art. 946-956 •••••••••••••

TITULO X - Das preferências e privilégios creditórios, art.957-968. " •••••••••••••••••••••••••••••••• " ••

LIVRO 11 - Do direito de empresa, art. 969-1.196 .•••.••••••

TITULO I - Do empresário, art. 969-983 •••••••.•••••••••••

CAPITULO I - Da caracterização e da inscrição, art •••••

969-974 ••••••.•••••••••.••••...•••.• , ••.••CAPITULO 11 - Da capacidade, art. 975-983 ••••••••••••••

TITULO 11 - Da sociedade, art. 98lf-l.141•.•••••••••••••••CAPITULO ONICO - Disposições gerais, art. 98lf-988 ••••.•

SUBTITULO I - Da sociedade não personificada, art ••••••

989-999 •••••••••••••••••••••• " ••••••.•••CAPITULO I - Da sociedade em comum, art. 989-993 •••••.•

CAPITULO 11 - Da sociedade em conta de participação, art.

99lf-999 •••••.••• " •••••••••••••..••.•••••SUBTITULO 11 - Da sociedade personificada, art •.••••..•

1.000-1.1lf1 •••••••••••••••.••••.••••••••CAPITULO I - Da sociedade simples, art. 1.000-1.0'-11 ••••

Seção I - Do contrato social,~t. 1.000-1.003 ••••••••

Seção 11 - Dos direitos e obri~ações dos sócios, art.1.004-1.012 •••••••••••••.••••••••••••••.••

Seção 111 - Da administração, art. 1.013-1.02lf •••••••

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Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) - Suplemento Quinta-feira 17 119

Seção IV - Das relações com terceiros, art. 1.025-1.030

Seção V - Da resolução da sociedade em relação a umsócio, art. 1.031-1.035 .••..•..•.•..••...•.

Seção VI - Da dissolução, art. 1.036-1.0~1.•.•••••..

Seção II - Da descoberta, art. 1.23~-1.238••••..•••••

CAPITULO II - Da aquisição da propriedade imóvel, art ••1.239-1.259 .••...•.•••.••.••...••..•••...

1.0~2-1.0~7••••••••.•••••••••••••••••••• ;

CAPITULO III - Da sociedade em comandita simples, art ••

1.0~8-1.05~•••••••••.•.•••••••...•.••..•

CAPITULO IV - Da sociedade limitada, art.1.055-1.087 •••

Seção I - Disposições preliminares, art. 1.055-1.057•••Seção II - Das quotas, art. 1.058-1.062 ••••.•••.•.••.

Seção III - Da administração, art. 1.063-1.068 •.•.•.•

Seção IV - Do conselho fiscal, art. 1.069-1.073 ...•.•

Seção V - Da assembléia dos sócios, art. 1.07~-1.082.

Seção VI - Do aumento e da redução do capital, art •••

1.083-1.086 ••••••••••••.••••••••••••••••••

Seção VII - Da dissolução, art. 1.087 •.•••..••..•.•••CAPITULQ V - Da sociedade anônima, art. 1.088-1.089 ••••

Seção única - Da caracterização,~t. 1.088-1.089 •.•••

CAPITULO VI - Da sociedade em comandita por ações,art .•

1.090-1.092 .

CAP±TULO VII - Da sociedade cooperativa, art •••...•••••

, .093-1.096 •...••••••••••.••••.•.•.•.•••

CAPITUL0 VIII - Das sociedades ligadas, art ••...•••••••

1.097-1.101 .......•••••••••.•••....••.•.

CAPITULO IX - Da liquidação da sociedade, art •...••••••

1.102-1.112 •••••••.•...••••••.••....•••••

CAPITULO X - Da transformação, da incorporação e da fu­são das sociedades, art. 1.113-1.122 ..•..••.•••

CAPITULO XI - Da sociedade dependente de autorização ,

art. 1.123-1.1~1••.••••••••.•.•••••••••••Seção I - Disposições gerais, art. 1.123-1.125 ...•.••

Seção II - Da sociedade nacional, art. 1.126-1.133 •••

Seção III - Da sociedade estrangeira, art. 1.13~-1.141..

CAPITULO Ir Da sociedade em nome coletivo, ar~ ••••••• Seção I - Do usucapião, art. 1.239-1.2~~••••••••.•.••

Seção II - Da aquisição pela transcrição do título, .•

art. 1.2~5-1.2~7••.•.••••.•••••••.••.•••.•

Seção III - Da aquisição por acessão, art. 1.2~8-1.259.

Das ilhas, art. 1. 2~9 •.•.•••••••.••••••••••••••••.•

Da aluvião, art. 1.250 .

Da avulsão, art. 1.251 •••••••••••••••••••••••••••••

Do álveo abandonado, ~t. 1. 252 •••••••••••••..••••••

Das construções e plantações, art. 1.253-1.259 •••••

CAPITULO III - Da aquisição da propriedade móve1,art ••

1. 260-1.27~•••••••...•.••••••.....••••••

Seção I - Do usucapião, art. 1.260-1.262 ••.••••••••••Seção II - Da ocupação, ~t. 1.263 ••..••..••...••••••

Seção III - Do achado do tesouro, art. 1.26~-1.266..•Seção IV - Da tradição, art. 1.267-1.268 ••...••••••••

Seção V - Da especificação, art. 1.269-1.271 .••..••..

Seção VI - Da confusão, comistão e adjunção, art .•..•

1.272-1.27~•••••••••••••••..•••••••••.•.•.CAPITULO IV - Da perda da propriedade, art. 1.275-1.276

CAPITULO V - Dos direitos de vizinhança, art. 1. 277-1. 313

Seção I - Do uso anormal da propriedade, art •.••••.•.

1.277-1.281 .••••••••••.••••••••••.•.••••.••Seção II - Das árvores 1irnftrofes, art. 1.282-1.28~.•

Seção III - Da passagem forçada, art. 1.285 •••••...••Seção IV - Da passagem de cabos e tubulações, art .. :.

1.286-1.287 •••••.••••••••••••••.••••••••••

Seção V - Das águas, art. 1.288-1.296 •••••••••••.•.••Seção VI - Dos limites entre prédios e do direito de

tapagem, art. 1.297-1.298 ••••••••.••.•••••

Seção VIr - Do direito de construir, art. 1. 299-1. 313 .•

TITULO III - Do estabelecimento, art. 1.1~2-1.1~9••••••••

CAPITULO úNICO - Disposições gerais, art. 1.1~2-1.149••

TITULO IV - Dos institutos complementares, art. 1.150-1.196CAPITULO I - Do registro, art. 1.150-1.155 •.••.•..•••••

CAPITULO II - Do nome, art. 1.156-1.169 ••••••••••••••••

CAPITULO III - Dos prepostos, art. 1.170-1.179 •••••••••

Seção I Disposições gerais, art. 1.170-1.172 •••.••.

Seção II - Do gerente, art. 1.173-1.177 .••••••••.••••Seção III - Do contabilista e outros auxi1iares,art .•

1.178-1.179 ••••••••••••••••••••••••••••••CAPíTULO IV - Da escrituração, art. 1.180-1.196 •••••••.

LIVRO III - Do direito das coisas, art. 1.197-1.508 .•..••.•

TITULO I - Da posse, art. 1.197-1.225 •••••••••••••••.••••CAPITULO I - Da posse e sua classificação, art ..•.•••.•

1.197-1.20~.••••.••••••••••.••••••.••...•.

CAPITULO Ir - Da.aquisição da posse, art. 1.205-1.210 ••

CAPITULO III - Dos efeitos da posse, art. 1.211-1.223 ••

CAPITULO IV - Da perda da posse, art. 1.22~-1.225.•.•••

TITULO II - Dos direitos reais, art. 1.226-1.228 •••••••••

CAPíTULO úNICO - Disposições gerais ,art. 1.226-1.228 •••

TITULO III - Da propriedade, art. 1.229-1.367 ••••.•••••••

CAPITULO I - Da propriedade em geral, art. 1.229-1.238.Seção I - Disposições preliminares, art. 1.229-1.233.

CAPITULO vr - Do condomínio geral, art. 1.31~-1.330••••

Seção r - Do condomínio. voluntário, art. 1. 31~-1.326••.

Subseção r - Dos direitos e deveres dos condôminos,

art. 1.31~-1.322••••••••••••••••••••••

Subseção rI - Da administração do condomínio, art ••

1.323-1.326 •.••.•••••••.••••••••••••••

Seção Ir - Do condomínio necessário, a rt. 1. 327-1. 330 ••

CAPITULO vrr - Do condomínio edi1ício, art. 1. 331-1. 357 ..Seção I - Disposições gerais, art. 1.331-1.3~6....•.•

Seção rr - Da administração do condomínio, art •••••••1.3~7-1.355.•..•••••.•.••.•.••••••••••••••

Seção III - Da extinção do condomínio, art ••••.••••••

1.356-1.357 ••.....••.•..••••• , ••..•.•••••

CAPITULO VIII - Da propriedade resolúvel, art .••.•••••••

1.358-1.359 •.•...•••.•••••..•••...•••.•

CAPITULO rx - Da propriedade fiduciária, art •••.•••••••

1.360-1.367 ••••••••••••••••••••••••••••.•

TITULO IV - Da superfície, art. 1.368-1.375 ••••••••.••••.

TITULO V~- Das servidões, art. 1.376-1.387 .•••••••...••••

CAPITULO r - Da constituição das servidões, art .••.•.••

1.376-1.377 ••••••••••••••••••••••••.•.••••CAPITULO II - Do exercício das servidões, art ••••.••.••

1.378-1.38~••..••••••••••••••••••••••••••CAPITULO III - Da extinção das servidões, art ..•.••••••

1.385-1.387 •••••••••••••••••••••••••••••

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120 Quinta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) - Suplemento Maio de 1984

TíTULO VI - Do usufruto, art. 1.388-1.409 ••••••••••••••••

CAPITULO I - Disposições gerais, art. 1.388-1.391•••.••CAPíTULO 11 - Dos direitos do usufrutuário, art .•••••••

1.392-1.397 ••••••••••••••••••••••••••••••

CAPITULO 111 - Dos deveres do usufrutuário, art ••••••••

1.398-1.407 •••••••••••••••••••••••••••••CAPíTULO IV - Da extinção do 'usufruto, art. 1.408-1.409••••

TITULO VII - Do uso, art. 1.410-1.411••••.••••••••••••••

TíTULO VIII - Da habitação, art. 1.412-1.414 •••••••.•••.•

TíTULO IX - Do direito do promitente comprador, art •.••••

1.415-1.416 ••••••••••.•••.••••••••••• ,•.••••..

TITULO X - Do penhor, da Hipoteca e da Anticrese, art ••••

1.417-1.508 •.••••••••••••••••'•••••••••••••••••

CAPITULO I - Disposições gerais, art. 1.417-1.428 ..••••

CAPíTULO II - Do penhor, art. 1.429-1.470 •••••••.••••••

Seção I - Da constituição dopenhor, art. 1.429-1.430.•••

Seção 11 - Dos direitos do credor pignoratício, a rt ••

1.431-1.432 ••••••••••••••••••••••••.••••••

Seção 111 - Das obrigações do credor pignoratício,art.

1.433 •••••••••••••••••••••••••••••.••••••Seção IV - Da extin~ão do penhor, art. 1.434-1.435 •••

Seção V - Do penhor rural, art. 1.436-1.444 •••••..•••

Subseção I - Disposições gerais, art. 1.436-1.439 ••

Subseção 11 - Do penhor agrícola, art. 1.440-1.441.Subseção 111 - Do penhor pecuário,art. 1.442-1.444.

Seção VI - Do penhor industrial e mercantil, art •.•••

1.445-1.448~•••••••••.•••••••••••••••.••••Seção VII - Do penhor de direitos e títulos de crédi-

to, art. 1.449-1.458 •••••••••••••••••••••Seção VIII - Do penhor de veículos, art. 1.459-1.464.

Seção IX - Do penhor legal, art. 1.465-1.470 •••••••••

CAPíTULO 111 - Da hipoteca, art. 1.471-1.503 •••••••••••

Seção I - Disposições,gerais, art. 1.471-1.486 •••••••

Seção 11 - Da hipoteca lega~art. 1.487-1.489 ••••••••Seção 111 - Da inscrição da hipoteca, art ••••••••••••

1.490-1.496 ••.•••••••••••••••••••••••••••

Seção IV - Da extinção da hipoteca, art. 1.497-1.499.

Seção 'V - Da hipoteca de vias férreas, a:>t ••••••••••••1.500-1.503 ••.•••••.••.••.•••••••••••••••••

CAPITULO IV - Da anticrese, art. 1.504-1.508 •••••••••••

LIVRO IV - Do direito de família, art. 1.509-1.807 •••••••••

TITULO I - Do direito pessoá1,ar>t. 1.509-1.666 •••••••••••

SUBTITULO I - Do casamento, ',art. 1. 5O9-1. 594 •••••••••••

CAPíTULO I - Disposições gerais, art. 1.509.1.513 ••••••

CAPíTULO 11 - Da capacidade matrimonial, art •••••••••••

1.514-1.517 •••. '" •••••••••••••••••••••••

CAPITULO 111 - Dos impedimentos, art. 1.518-1.519 ••••••

CAPITULO IV - Das causas suspensivas, art. 1.520-1.521.

CAPíTULO V - Do processo de habilitação matrimonial, ••.

art. 1.522-1.530 ••••••••••••••••••••••••••

CAPíTULO VI - Da celebração do casamento, art ••..•••.••1.531-1.540 ••••••••••••••••••••••••••••••

CAPíTULO VII - Das provas do casamento, art. 1. 541-1. 545 ••CAPITULO VIII - Da invalidade do casamento, art .•••••••

1.546-1.566 •••••••••••••••••.••••••••••

CAPITULO IX - Da eficácia do casamento,art. 1.567-1.573 ••

CAPITULO X - Da dissolução da'sociedade conjugal, art ••

1.574-1.585 •••••••••••••••••••••.•••••••••

CAPITULO XI - Da proteção da pessoa dos filhos, art ••••

1.587-1.594 ••••••••••••••••.•.•••••••••••

SUBTíTULO 11 - Das relações de parentesco, art •••••••••

1.595-1.666 ••••••••••••••••••••••••••••.

CAPITULO I - Disposições gerais, art. 1.595-1.601••.•••

CAPITULO 11 - Da filiaéão legítima, art. 1.602-1.617 .••

CAPíTULO 111 - Da legitimação, art. 1.618-1.620 •.••••••

CAPITULO IV - Do reconhecimento dos filhos ilegítimos,.

art. 1.62}-1.635 ••••••••••••••••••••••.••

CAPíTULO V - Da adoção, art. 1.636-1.657 •••••••••••.•••

Seção I - Disposições gerais, art. 1.636-1.640 .••••••Seção 11 - Da adoção plena, art. 1.641-1.650 .••••.•••

Seção 111 - Da adoção restrita, art. 1.651-1.657 •••••CAPíTULO VI - Do pátrio poder, art. 1.658-1.666 ••••••••

Seção I - Disposições gerais, art. 1.658-1.661•..••.••

Seção 11 - Do exercício do pátrio poder, art •••••••••

1.662 •••••••••••••••••••••••••••••••••••••Seção 111 - Da suspensão e extinção do pátrio poder,.

art. 1.663-1.666 ••••• ~ .•••.•••••••.••••••

TíTULO 11 - Do direito patrimonial, art. 1:667-1.751 •••••

SUBTíTU~O I - Do regime de bens entre os cônjuges, art.

1.667-1.716 ••••••••••••••••.•.•••••.•.•••CAPITULO I - Disposições gerais, art.l.667-1.680 •••••••

CAPíTULO 11 - Do pacto antenupcial, art. 1.681-1.685 •••CAPíTULO 111 -' Do regime da comunhão parcial,art ..••.••

1.686-1.694 •••••••••••••••••••••••••••••CAPITULO IV - Do regime'da comunhão universal, art •.•••

1.695-1.699 ••••••••••••••••••••••••••••••CAPíTULO V - Do regime de participação final nos aqües-

tos, art. 1.700-1.714 •••.•.•••••••••••••••

CAPíTULO VI - Do regime de separação de bens, art ••••••

1.715-1.716 ••••••••••••••••••••••••••••••,"

SUBTITULO 11 - Do usufruto e da administração dos bens

de filhos menores, art. 1.717-1.721 •••••

SUBTíTULO 111 - Dos alimentos, art. 1.722-1.739 •••••••.

SUBTITULO IV - Do bem de família,art. 1.740-1.751••••••

rITULO 111 - Da tutela e da curatela, art. 1.752-1.807 .••

CAPITULO I - Da tutela, art. 1.752-1.790 •••.•.•••••••••Seção I - Dos tutores, art. 1.752-1.758 ••••••••••••••

Seção 11 - Dos incapazes de exercer a tutela, art ••••1.759 ..••.••..••• : •••..•••••••••.••.••••••

Seção 111 - Da escusa dos tutores, art. 1.760-1.753 ••

Seção IV - Do exercício da tutela, art. 1.764-1.776 ••

Seção V - Dos bens do tutelado, a rt. 1. 777 -1. 778 •••••

Seção VI - Da prestação de contas, art. 1.779-1.786 ••

Seção VII - Da cessação da tutela, art. 1.787-1.790 ••

CAPITULO 11 - Da curatela, art. 1.791-1.807 ••••••••••••

Seção I - Dós interditos, art. 1.791-1.802••••.••••••Seção 11 - Da curatela do nascituro e do enfermo ou

portador de deficiência física, art •••••••1.803-1.804 •••••••••••.••••••••••••••••••••

Seção 111 - Do exercício da curatela, ~rt.l.805-1.807

LIVRO V - Do direito das sucessões, art. ~.808-2.053•••••••

TITULO I - Da'sucessão em geral,' art. 1.808-1.851 •••••.••

CAPITULO I - Disposiçõ~s gerais, art. 1.808-1.813 ••••••

Page 121: República Federativa do Brasil DIARIO ===li'I~~ DO ...imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD17MAI1984SUP.pdf · Art. 79. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de

Maio de 1984 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIO'\lAL (Seção I) - Suplemento Quinta-feira I7 121

CAPíTULO II - Da herança e de sua administração, art .•.

1.814-1.820 ••••••••.••.•..•.•.•••••.••.••

CAPíTULO III - Da vocação hereditária, art.l.821-1.826.

CAPíTULO IV - Da aceitação e renúncia da herança, art ••

1.827-1.836 ••••••••••••••••••••••••••.•.•

CAPíTULO V - Dos excluídos da sucessão, art.l.~37-1.841

CAPíTULO VI - Da herança jacente, art. 1.842-1.846 •••••

CAPíTULO VII - Da petição de heranca, art. 1.847-1.851.

TíTULO II - Da sucessão legítima, art. 1.852-1.883 ••.•••.

CAPíTULO I - Da ordem da vocação hereditária,act •••••••

1.852-1.871••.•••.•...•••••..•..•.•.•...••CAPíTULO II - Dos herdeiros necessários, art .•.•••••..•

1.872-1.877 .•......•.••.•••••••••••••..••CAPITULO III - Do direito de representação, art .•.•.•••

1.878-1.883 .........••.•••••••••..••••..

TíTULO III - Da sucessão testamentária, art. 1.884-2.016.

CAPíTULO I - Do testamento em eeral, art. 1.884-1.886 ••

CAPíTULO II - Da capacidade para fazer testamento, art.

1.887-1.888 ..........•••••••••••••••••••.

CAPíTULO III - Das formas ordinárias do testamento, ••••

art. 1.889-1.908 .•••••••••••••••••••.•••

Seção I - Disposições gerais, art. 1.889-1.891 •••••••

Seção II - Do testamento público, art. 1.892-1.895 •••

Seção ·III - Do testamento cerrado,art. 1.896-1.903 •••

Seção IV - Do testamento particular, art. 1.904-1.908

CAPíTULO IV - Dos codicilos, art. 1.909-1.913 ••.•••••••

CAPITULO V - Dos testamentos especiais ,art. 1.914-1.922Seção I - .Do testamento marítimo e aeronáutico, art ••

1.914-1.918 .•••••..••••••••••••..•••••••••.

Seção II - Do testamento militar, art. 1.919-1.922 •••

CAPíTULO VI - Das disposições testamentárias, art ••••••

1.923-1.937 •••••••••••••••••••••••••••..•

CAPíTULO VII - Dos legados, art. 1.938-1.966 ••••.••••••

Seção I - Disposições gerais, art. 1.938-1.948 •••••••

Seção II - Dos efeitos do legado e do seu pagamento,

art •. 1.949-1.964 ••••••••••••••... - - - .•••••

Seção III - Da caducidade dos legados, art •••••••••••

1.965-1.966 ••••••••••••••••••••••••••••••

CAPíTULO VIII - Do direito de acrescer entre herdeiros

e legatários,~t. 1.967-1.972 •••••••.•.

CAPíTULO IX - Das substituições, art. 1.973-1.986 ••••••

Seção I - Da substituição vulgar e da recíproca, art.

1.973-1.976 •••••••••••••••••••••••••••••• ·••Seção II - Da substituição fideicomissária, art •..•..

1.977-1.986 •••••••..••.•••••••••••••••••••

CAPíTULO X - Da deserdação,art. 1.987-1.991 ••••••••••••CAPíTULO XI - Da redução das disposições testamentárias,

art. 1.992-1.994 ••••••..••.••.•••••••••••

CAPITULO XII - Da revogação do testamento, art ••••.••••

1.995-1.998 ••••••••••••••••••••••.•.••••

CAP1TULO XIII - Do rompimento do testamento, art •••••••

1.999-2.001•.•••••••••••••••••••••••••••

CAPíTULO XIV - Do testamenteiro, a:>t. 2.002-2.016 •••••••

TITULO IV - Do inventário e partilha, art. 2.017-2.'053 •••

CAPíTULO I - Do inventário, art. 2.017 •••••••••••••••••

CAPíTULO II - Dos sonegados, art. 2.018-2.022 .•••••••••

CAPíTULO IH - Do pagamento das dívidas, art. 2.023-2.027.

CAPíTULO IV.- Da colação,art. 2.028-2.038 •..•••••••••••

CAPíTULO V - Da partilha, art. 2.039-2.048 •••••••••••••

CAP1TULO VI - Da garantia dos quinhões hereditários, ••.art. 2.049-2.052 •••.•••••••••••••••••••••

CAPíTULO VII - Da anulação da partilha, art. 2.053 ••••••

LIVRO COMPLEMENTAR - Disposições finais e transitórias, ••••art. 2.054-2.073 .