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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIÁRIO ACIONALr 5EÇAO I ANO XXXV - Nf,.l 075 CAPITAL FEDERAL SABADO, 2 DE AGOSTO DE 1980 -CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÃRIO 1- ATA DA 79." 'SESSãO DA 2." SESSãO LEGlSiliATIVA DA 46." LEGJJSLATURA EM 1." DE AGOSTO DE 1911O I- Abertura da Sessão D- e assinatura da ata. da !Iessií.o anterior DI - Leitura do Expediente PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO IXJ Sr. José Carlos Vasconce1os e outros. REQUERIMENTOS - Do Sr. João Menezes; - Do Sr. José Costa; e - Do Sr. Adhemar Santillo, solicitando Sua transíerêneía para o Bloco Parlamentar do Partido do Movimento Democrá- tico Brasíleíro, tendo em vista a não-formalização do pedido de registro provisório do. Partido dos Trabalhadores. OFíCIOS - N.o 111/80, do Sr. Thales Ramalho, Líder do Partido Popular: - N.o 232/80, do Sr. Nilson Gibson, Presidente da COIlÚS- são de Trabalho e Legislação Social; e - N.o 152/80, do Sr. Antônio Mazurek, comunicando que se ausentará do País. OOMUNICAÇOES Dos Srs. Chrístiano Lopes, José Frejat, Audálio Dantas, Ary Alcântara, Roberto Freire, Ralph Biasi, Freitas Nobre, Pedro Sampaio, Marcus Cunha, Siqueira Campos, Cdstina Tavares, Adalberto Camargo e Del BoSCo Amaral, comunicando que' se ausentarão .do País. TElIEGRAMA Do Sr. Flávio Chaves, eomuníeando que se ausentará do País. . IV - Pequeno Expediente NILSON GIBSON - Visita do Presidente João Figueiredo ao Nordeste. . ANTONIO PONTES - Necrológio do ex-Governador Pauxy Gentil Nunes, do Amapá. . HIllLIO DUQUE - Necrológio do ex-Ministro Roddgo Octá- vio Jordão .Ramos. . JORGE VIANNA -r-r- Administração do Estado da Bahia. WAL'IlER SILVA - Desvio de verbas na Cooperativa dos Pescadores do Norte-Fluminense. Contexto econômico regional. NAOOR JúNIOR - Questão flmdiária no .Acre. MARIO HATO r: Estatuto dos &trangeiros. JUAREZ BATISTA - Politica creditícia. BRABO DE CARVALHO - Artigo do engenheiro BrasUo Accioly sob o titulo' "Desinformação e subde.,senvolvimento". JOEL FERREIRA - Produção de borracha natural no Bra- silo ADHEMAR SANTILLO - &tatuto dos l!:strangeiros. AIiUíZIO PARAGUASSU - Transporte rodoviário de pas- sageiros. - DIVAIDO SURUAGY - Aproveitamento dos recursos hí- dricos do Nordeste. OCTAiCíLIO QUEIROZ - criminalidade na Paraíba. SIQUEIRA - Realização da "Semana das Nações Cativas", Taiwan. ·MILTON BRANDÃO - Falecimento do médico píauíense . Caio Ooelho Damasceno. ROSA FLORES - Politica salarial. V- Grande Expediente WA!LTER SILVA - Estatuto dos Estrangeiros. JERONEMO SANTANA - Questão fundiária em Rondônia. VI - Ordem do Dia JOÃO LINHARES, MARCELO MEDEIROS - Apresentação de proposições. WAiLTER SILVA - Comunicação, como Líder, sobre golpe de Estado na Bolívia. DIVALDO SURU'AGY - Comunicação: como Lider, sobre o reconhecimento do novo Governo da Bolívia pelo Brasil. NOSSER ALMEIDA (ComO Líder.) - Problemática run- dláría do Acre. paVimentação da BR-364. MARro HATO (Como Líder.) - Crise econõmíca. JOÃO LINHARES (C«m1o Líder.) - Quadro político-admi- nistrativo nacional. VII - Desi&,nação da. Ordem do Dia vm - Encerramento 2- ATA DA 3- MESA (Relação dos membros) 4- LíDERES E. VICE-LiDERES DE PARTIDOS (Relação dos membros) 5- COMISSOES (Relação dos membros das Comissões Permanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO ACIONALr

5EÇAO I

ANO XXXV - Nf,.l 075 CAPITAL FEDERAL SABADO, 2 DE AGOSTO DE 1980

-CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÃRIO

1 - ATA DA 79." 'SESSãO DA 2." SESSãO LEGlSiliATIVADA 46." LEGJJSLATURA EM 1." DE AGOSTO DE 1911O

I - Abertura da Sessão

D - Leitu~ e assinatura da ata. da !Iessií.o anteriorDI - Leitura do Expediente

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO

IXJ Sr. José Carlos Vasconce1os e outros.

REQUERIMENTOS

- Do Sr. João Menezes;- Do Sr. José Costa; e- Do Sr. Adhemar Santillo, solicitando Sua transíerêneía

para o Bloco Parlamentar do Partido do Movimento Democrá­tico Brasíleíro, tendo em vista a não-formalização do pedidode registro provisório do. Partido dos Trabalhadores.

OFíCIOS

- N.o 111/80, do Sr. Thales Ramalho, Líder do PartidoPopular:

- N.o 232/80, do Sr. Nilson Gibson, Presidente da COIlÚS­são de Trabalho e Legislação Social; e

- N.o 152/80, do Sr. Antônio Mazurek, comunicando quese ausentará do País.

OOMUNICAÇOES

Dos Srs. Chrístiano Lopes, José Frejat, Audálio Dantas, AryAlcântara, Roberto Freire, Ralph Biasi, Freitas Nobre, PedroSampaio, Marcus Cunha, Siqueira Campos, Cdstina Tavares,Adalberto Camargo e Del BoSCo Amaral, comunicando que' seausentarão .do País.

TElIEGRAMA

Do Sr. Flávio Chaves, eomuníeando que se ausentará doPaís. .

IV - Pequeno ExpedienteNILSON GIBSON - Visita do Presidente João Figueiredo

ao Nordeste.. ANTONIO PONTES - Necrológio do ex-Governador Pauxy

Gentil Nunes, do Amapá. .HIllLIO DUQUE - Necrológio do ex-Ministro Roddgo Octá-

vio Jordão .Ramos. .

JORGE VIANNA -r-r- Administração do Estado da Bahia.WAL'IlER SILVA - Desvio de verbas na Cooperativa dos

Pescadores do Norte-Fluminense. Contexto econômico regional.NAOOR JúNIOR - Questão flmdiária no .Acre.

MARIO HATO r : Estatuto dos &trangeiros.JUAREZ BATISTA - Politica creditícia.BRABO DE CARVALHO - Artigo do engenheiro BrasUo

Accioly sob o titulo' "Desinformação e subde.,senvolvimento".JOEL FERREIRA - Produção de borracha natural no Bra-

siloADHEMAR SANTILLO - &tatuto dos l!:strangeiros.AIiUíZIO PARAGUASSU - Transporte rodoviário de pas-

sageiros. -DIVAIDO SURUAGY - Aproveitamento dos recursos hí­

dricos do Nordeste.

OCTAiCíLIO QUEIROZ - criminalidade na Paraíba.SIQUEIRA C~MPOS - Realização da "Semana das Nações

Cativas", Taiwan.·MILTON BRANDÃO - Falecimento do médico píauíense

. Caio Ooelho Damasceno.

ROSA FLORES - Politica salarial.

V - Grande ExpedienteWA!LTER SILVA - Estatuto dos Estrangeiros.JERONEMO SANTANA - Questão fundiária em Rondônia.

VI - Ordem do DiaJOÃO LINHARES, MARCELO MEDEIROS - Apresentação

de proposições.WAiLTER SILVA - Comunicação, como Líder, sobre golpe

de Estado na Bolívia.DIVALDO SURU'AGY - Comunicação: como Lider, sobre

o reconhecimento do novo Governo da Bolívia pelo Brasil.NOSSER ALMEIDA (ComO Líder.) - Problemática run­

dláría do Acre. paVimentação da BR-364.MARro HATO (Como Líder.) - Crise econõmíca.JOÃO LINHARES (C«m1o Líder.) - Quadro político-admi-

nistrativo nacional.

VII - Desi&,nação da. Ordem do Dia

vm - Encerramento

2 - ATA DA M"~A

3 - MESA (Relação dos membros)4 - LíDERES E. VICE-LiDERES DE PARTIDOS (Relação

dos membros)

5 - COMISSOES (Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

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67'18 Sâ'bado Z DlARIODO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) AJosto de 1983

Amazonas

Joel Ferreira - PDS; Josué de Souza - PDS; Ubaldino Mei­relles -PDS.

Pernambuco

Carlos WilJson - PP; Fernando Coelho - PMDB; InocêncioOliveira - PDs; José Carlos Vasconcelos - BMDB; Marcus CUnha- PMDB; Nilson Gibson - PDS; Roberto Freire - PiMDB; 'I1halesRamalho - P!P.

Pará.

Antônio Amaral - PDS; Brabo de Oarvalho - ros; JorgeArbage - P'DS; Osvaldo Melo - MS.

Maranhão

-Edison Lobão - PDS; Edson Vídígal - PP; Epitácio Cafe­teira - PMDB; José Rihamar Machado - PDS; Maráo Filho ­PDS; Naglb Haickel - FIDS.

Goiás

Adhemar Santillo - PMDB; Anísio de Souza - P!DS; tramSaraiva - PMDB; Siqueira Campos - PDS.

MatoGr05SO

Corrêa da Costa - PIDS; Gílson de Barros - :ffi.m)(B.

Mato Grosso do Sul

Ruben Figueiró - PDS; Uibaldo Barém - PDB.

Paraíba

PDS; Carneiro Arnaud -:- PP; OctaeílioAntônio GomesQueiroz - :ro.IDB.

Piauí

Hugo Napoleão - PDS; Joel Ribeiro - PDS; Milton Brandão- PDS; Paulo Ferraz - POS.

Ccará.

Cesário Barreto -'- PDS; EvlLndro Ayres de Moura - PDS;Figueiredo Correia - PP; Flávio Marcíllo - PDS; Gomes daSilva - PDS; Marcelo Linhares - PDS; Ossían Araripe - PIOS;P:aes de Andrade - FlMDB; Paulo Lustosa - PDS.

Rio Grande do Norte

João Faustino - PDS; Pedro Lucena - PP; Vingt Rosado ­PDS.

AJa.&'oasAlbérico Cordeiro - IDS; Divaldo Surusgy - P.DS; José Costa

~ PMDB; Murilo Mendes - PDT.!Sergipe

J~ackson Barreto - PM1DB; Raymundo Diniz - POS.­

Bahia

Afrisio Vieira Lima - PDS; Carlos Sant',Anna - PP; Fran­cisco Benjamin - PDS; Hildérico Oliveira; João Alves - PDS;Jorge Vianna; Manoel No....aes -- PDS; Prisco Viana - PDS;Raymundo Urbano; Rogério Rego - PiOS; Vasco Neto - PD8.

Espírito SantG

Feu RoSa - PDS; Gerson Camata - PM1DB; Theodorico Fer­raço-roS.

Rio de Janeiro

Alcír Pimenta - PIP; lilvaro Valle - PDS; Celso 1'eçanha ­PMDiB; Daso Coimbra - W; JG de AJra.újo JOI1ge - PlDT; JorgeCury - PTB; José Maria de Carvalho - RM:DB; José Mauricio ­FDT; - Lygia Lessa Bastos - FID8; Modesto da Silveira - P!MDiB;Oswaldo Lima - BMDiB; Peixoto Filho - prp; Péricles Gonçalves- 1'1'; Walter Silva - PMDB .

Minas Gerais

Antônio Dias - 1'00; EdilJson Lamartine Mendes - PIDS;Homero Santos - 1'DS; Humberto Souto - PDS; José Carlos Fa:­gundes - POS; Luiz Vasconcellos - PDS; Magalhães Pinto ­PP; Nogueira de Rezende - PDS; Pimenta da Veiga - PMDB;Rosemburgo Romano - PP.

Sã& Pa.ulo

Adalberto Oamargo - PDS; Airton Sandov·al - PiM.IDB; Athiêooury - PDS; Del Bosco Amaral - RM:DB; Diogo Nomura ­PDS; Flávio Chaoves - PMDB; F-reitas Nobre - PMlDB; OCtacilloAlmeida - PMDB; Ralph Biasi - PMDiB; Roberto Carvalho ­PIOS; Ruy Côdo.

ATA DA 79.a SESSÃOEM 1.0 DE AGOSTO DE 1980

PRESIDtNCIA DOS SR8.:EPITACIO CAFEI'EIRA, 2Q-Secretário;

NOSSER ALMEIDA, Suplente de Secretário; eNABOR JÚNIOR, Suplente de Secretário.

IV - As 13:30 horas comparecem os Senhores:

Flávio MarcilloHomero Santos'Epitácio CafeteiraAr! KffuriiNosser iAlmeidaDaso CoimJbraNabor Júnior

Avisos

CAM:ARA DOS DEPUTADOSSECRETARIA GERAL DA MESA

ReIaçãio dos Deputados Inscritos no Grande Expedientea{Ostol1980

DATA DIA DA SEMANA NOME-~-,------------- .._- -_._------

4 Segunda-feira Aluizio Bezerra ..Antônio Mariz·

5 Terça-feira Antônio Morimoto·Carlos cotta >

6 Quarta-feira Airton Soares·Juarez Furtado

7 Quinta-feira Silvio Abreu Jr.Mário Rato

8 Sexta-feira Nivaldo KrügerGeraldo- Fleming

11 Segunda-feira Milton BrandãoAdhemar Bantíllo

12 Terça-feira Nasser AlmeidaModesto da Silveira

13 Quarta-feira Benedito MareílloMilton Figueiredo

14 QuiJJta-feira Jranildo !PereiraCristina Tavares

15 Sexta-feira Louremberg Nunes RochaNabor Júnior

18 Segunda-feira Elqulsson SOaresCarlos B-ezerra

19 Terça-feira _ Rosa FloresArtenir Werner

20 Quarta-feira Ruben FigueiróJorge Vianna

21 Quinta-feira Nilson GibsonTheodorico Ferraço

22 Sexta-feira Airton SandovalGílson de Barros

25 Segunda-feira Vivaldo FrotaEdilson Lamartine Mendes

26 Terça-feira Igo LossoBrabo de Carvalho

27 Quarta-feira Feu RosaPaulo iLustosa

28 Quinta-feira Nélio LobatoStoessel Dourado

tw.!9 Sexta-feira SantllH SobrinhoValter Garcia

...._---_.-~-~""'-

----------------------------

.. Inscrições automáticas para o mês de agosto, nos termos da Re­solução n.o 37, de 1979.

AcreAmilcar de Queiroz - P'DS; Naibor Júnior - PMDB; Nasser

Almeida - PDS_

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/\rosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 67n

Paraná

Ary Kffuri - PDS; Euclides SCalco - PMDB; Hélio Duque- PMDB; Osvaldo Macedo - PMD'B; 'Walber Guimarães - PP.

Santa Catarina

Arnaldo Schmitt - FlP; Juare·z Furtado - PMDB; NelsonMorro-PDS.

Rio Grande do 'Sul

Alceblades de Oliveira - PDS; Alceu Collares - PDT; AluizioParaguassu - FIDT; Carlos Santos - PMDB; João Gllbento ­PMDB; Jorge Uequed - PMDB; Lidovino Fanton - PDT; NelsonMarchezan - 'PDS; Odacir Klein -- PMDB.

Amapá

Antônio Pontes - PDS.Rondônia

Odacir Soares - PDS.Roraima

Júlio Martins - PDS.OS&. PltElSIDENTE (Epitácio Cafeteira) - A lista de presença

acusa o comparecimento de 126 Senhores Deputados.

íEstá aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhoa.O Sr. S'ecretário proeedrá à leitura <Ia ata da sessão anterior.

11- O SR. NOS,SER ALMEIDA, Suplente de Becretáelo, servin-do como 2.0-Secretãrio, procede à leítura da ata da sessão ante­cedente, a qual é sem observações, assinada.

O SR. PltESIDENTE (Epitácio, Cafeteira) - Passa-se à leiturado expediente. .

O SR. DASO COIMBRA, Suplente de Secretário, servindo comol.°-Secretário, procede à leitura do seguinte.

IH ~ EXPEDIENTEPROPOSTA DE EMENDA À CONSTlTUIÇAO

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O , DE 1980Altera dispositivos do Titulo I, Capítulo V, da Coosti·

tuição Federal.As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,nos

termos do art. 49 da Constituição Federal, promulgam a seguinteemenda ao texto constitucional:

Art. 1.0 Os dispositivos da Constituição Federal, abaixo enu­merados, passam a víger com as seguintes alterações:

"Art. 19. . '" " .. , , .. , ,• .•• 1.' •••1••~ •••• '••••• o' -•••••••• ' ••' ••••••••• ',' •• ~ " ~

§ 2.<> A União, mediante lei complementar e atendendo arelevante interesse social e econômico nacional, poderáconceder isenções de impostos estaduais e municipais, des­de que a perda de arrecadação decorrente seja devida­mente compensada.• • • •r. • .'_. • • • • .'''. • • • .'. • • • • • • •~. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Art. 21.

• .. '.' ...1.. • .. • .. • .. ••• .. • .. • .. •••••••••••• .. •• .. • .. ········,

VIII - produção, importação, circulação, distribuição ouconsumo de lubrificantes e combustíveis liquidas ou ga­sosos;IX - produção, importação distribuição ou consumo deenergia elétríca;

X - extração, circulação, distribuição ou consumo dosminerais do País, enumerados em lei.. .• •• :••••1• .J ••••••••• o' •••1•• ~ & o" ••••••••• o' •••• ' ••••••••••••••••

§ 7.° Os impostos a que se referem os n.os VIII, IX e X,incidem, uma só vez, sobre uma dentre as operações aliprevistas e excluem quaisquer outros tributos, sejam quaisforem a sua natureza e competência, relativos às mesmasoperações;§ 8.° O disposto nó parâgrato anterior não exclui, toda­via, a incidência, dentro dos critérios e limites fixados emlei federal, do imposto sobre a circulação de mercadoriasna operação de distribuição ao consumidor final dos lu­bri1icantes e combustíveís Iiquídos.

,Alt. 23. . , . " .....\ 1·.,-·.·.·· ··.·- ·.·•·.· ·.. · · .

II - operações relatlvas à circulação de mercadorias, rea­lizadas por produtores, industriais e comercíantes, impostoeste que incidirá sobre o valor total de cada operação,que não seeá cumulativo e do qual se abaterá, nos termosdo disposto em lei complementar, o montante cobrado nasanteriores pelo mesmo ou por outro Estado.§ 5.° A alíquota do imposto a que se refere o item II seráuniforme para todas as mercadorias nas operações inter..nas e interestaduais, e. não excederá, naquelas que S1~

destinem a outro Estado e ao exterior, os limites fixadosem resolução do Senado, nos termos do disposto em leicomplementar.• •• : •• , .• o' •••• '0 •••••••••••• ,., •••••••••., •••• :', .

•••••••1••, ••••••••••••••••••••••••••••• , .

§ 7.° O imposto de que trata o item II não incidirá sobreas operações de produtos índustrtalízados e outros que alei indicar, .destínados ao exterior, observado o dispostono final do § 2.0 do art. 19.

Art. 25. Do produto da arrecadação dos impostos men­cionados nos itens IV e V do art. 21, setenta por centoconstituirão receita da União e trinta por cento receitados Estados. Distrito Federal, Territórios e Municipios.§ 1.0 A receita dos Estados, do Distrito Federal, dos Ter..rítóríos e dos Municipios a que se refere este artigo serádlstríbuída da seguinte forma:

a) quinze por cento ao Fundo de partíclpaeâo dos Estados,do Distrito Federal e dos Territórios:

b) quinze por cento ao Fundo de participação dos Muni··cípíos.

§ 2.0 A distribuição aos Fundos rererídos no parágrafoanterior será feita com base na área, na população eno inverso da renda per eapíta, conforme percentuais ecritérios fixados em leI complementar, que atribuirá aoTribunal de Contas da União o cálculo das quotas men­sais de cada entidade participante.

§ 3.° Do montante dos recursos do Fundo de participa·.'ção previsto na alínea "a" do § 1.0, sessenta por cento se­rão distribuídos com todos os participantes e quarenta porcento com os Estados e Territórios pertencentes às regiõe~iNorte. e Nordeste.

§ 4.<;> Para efeito de cálculo da percentagem destinada,aos Fundos de participação, serão observados os seguin­tes critérios:

a) excluir-se-á a parcela do Imposto sobre a Renda €

proventos de qualquer natureza que, nos termos do art.24, §§ 1.0 e 2.°, pertence aos Estados, ao Distrito Federale aos Municipios;

b) incluir-se-á a parcela correspondente às isenções e in-ocentivos fiscais concedidos sobre os impostos a que serefere o eaput deste artigo.

Art. 26. Do produto da arrecadação do imposto a que serefere o art. 21 constituem receita dos Estados, do Distri­to Federal e dos Municipios:

I - sessenta por cento do produto da arrecadação doimposto sobre lubrificantes e combustíveis líquidos ougasosos mencionados no item VIII;

II - ..• ••••••1. • • • • • • ••••••••••• " .~. • • • • • • • • • • • •• ~ ••••••••••••••••

III - ;, .· . '1" .' .•,.•••.••. , •••..• , '" ..•• 'I" " • " .•.••••••

§ 1.0 A distribuição da receita prevista no caput desteartigo será regulada em resolução do ''senado Federal, nostermos do disposto em lei complementar, obedecendo aosseguintes critérios:

a) , .• " .. ,I ', " .. ' ,I " .

b) , ....•.. , .•... ' .••....••..1•••; , •••••/•••••••••• ,......: ·1· ~ .'~ • , ••••••• ~ ~ .1 I •••••••••••••••.•

§ 2.°......1 \ 1. ~ • ,. o" o' ~ .. ~.' " •••• : ..

Art.2.0 Esta Emenda entra em vigor a 1." de janeiro de 1981.

Justificação. Como é sabido, a Lei n,v 5.172, de 25 de outubro de 1966 ­

Código Tributáiro Nacional - que regulamentou a Emenda Cons­titucional n.? 18, de 10 de dezembro de 1965, introduziu profundasmodírtcaçõee no Sistema Tributário Nacional. Dando ênfase ao

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&780 Sábado 2 DlARIO DO. CONGRESSO NACIONAL (Seção J) A~Ollto de 1980

aspecto econômico, a Reforma Tributária eliminou e criou tribu­tos; rernanejou-Ihe a competência; e mediante Fundos constituí­dos por parcelas da arrecadação de impostos federais, instituiuum sistema de transferência de recursos a Estados e Municipios.

Transcorridos mais de 13 anos, desde sua aplicação, inúmerastêm sido as criticas feitas ao Sistema Tributário Nacional. A pro­pósito, em 1968, a Secretaria de Economia e Finanças do Ministé­rio da Fazenda, tendo em vista solicitação do titular da pastaapresentou, no IV Congresso Nacional do ICM. realizado em Ma­naus, entre 24 e 28 de julho daquele ano, um estudo sobre os"Reflexos da Reforma Tributária de 1966 nas Finanças Estaduais",relacionando, entre outras, as seguintes críticas àquela Reforma:

"a) excessiva centralização tributária em virtude de:- redução do poder decisório dos Estados no que se rere­re à eapacídade de legislar no campo fiscal. tornando-osdependentes do Poder Central,. e

- alargamento de competência tributária da União, pelacriação de novos tributos e absorção de outros;b) elevação de grau de dependência dos Estados e Muni­cípios em relação aos recursos transferidos pela União,em decorrência da redução da capacidade própria de ar­recadação;c) perda de autonomia na gestão desses recursos em facedas excessivas vinculações legais estabelecidas pela União;ed) perda da receita em conseqüência da utilização do reMcomo instrumento de política econômica, através de isen­ção e incentivos fiscais. (Cfr. Revista: de Finanças Públi­cas n.o 336, Rio, 1978, p. 47).

Embora alterações posteriores tenham sido empreendidas, no sen­tido de reduzir as disparidades de receita entre a União e os Es­tados e entre os próprios Estados, as distorções apontadas per­sistem, comprometendo seriamente a sobrevivência do principiofederativo, consagrado na ConstituIção brasileira.

Ainda sob esse aspecto, registre-se, por oportuno, a recenteanálise realizada por 'esta Casa, na Comissão Parlamentar deInquérito Destinada a Apurar as Causas do Crescente Empobre­cimento dos E.stados e Municípios, face ao Sistema Tributário Na­cional, oportunidade em que criticas abalizadas foram emitidas,reforçando

"a convicção de que as dificuldades financ<liras das nos­sas unidades federativas e de nossas comunas começarama se configurar desde a Reforma Tributária< de 1966,acentuando-se à medida que mais se fez presente a von­tade do poder central, manietando na camisa-de-força dadependência dos Estados e dos Municípios dos recursos pú­blicos provenientes da arrecadação federal. E isto, porforça da exclusividade que o Governo Federal se atribuiuna criação de novos impostos, na estipulação de alíquotas,na concessão de íncentivos fiscais, na anulação da pró­pria competência dos Estados e Municípios, de arrecadar osimpostos de sua competência, mediante a concessão, pelaUnião, de isenções quanto a tais tributos". (Cfr. Conclu­sões da OPI dos Municípios in DON - T, de 5-1'2-79, p. 01.)

Existe, como se vê, opinião unânime quanto aos graves pro­blemas que afetam as finanças públicas estaduais e munícípaís,decorrentes da sistemática tributária vigente.

Não há, pois, exagero algum em se afirmar que o excesso de.centralização de competência tributária em poder da União enfra­queceu a autonomia dos Estados e Municípios, tornando-os, porIsso, cada vez mais dependentes de transferências financeiras fe­derais, especialmente os das regiões mais pobres do País.

Desse modo, entendendo que o Sístema Tributário deve serinstrumento indispensável para se alcançar o objetivo político do·federalismo autêntico, a Proposta de Emenda à Constituição, queora trazemos à consideração de nossos pares, busca, antes de tudo,o fortalecimento dos Estados e Municípios, ao restituir-lhes parteda autonomia financeira.

Cumpre observar, de inicio, que, com a presente iniciativa, não'temos os signatários a pretensão de Introduzir alterações quemodifiquem substancialmente nosso sistema de discriminação' derendas, mas, conforme ressaltamos anteriormente, de restituir aosEstados e Municipios parte da autonomia financeira, objetivandoa uma distribuição mais equânime das receitas públicas. Na ver­dade, tais alterações requerem a ocorrência de amplos debates,com a participação efetiva de todas as forças vivas da sociedade,O que, ao nosso ver, só seria possível mediante a celebração. deum novo pacto social.

Nesse contexto, iniciamos por propor alterações no § 2.0 doart. 19, no sentido de que as perdas de receita decorrentes de ísen-

eões de impostos estaduais e municipais sejam necessariamentecompensadas. Importa ressaltar que não há, de nossa parte, qual­quer restrição no que se refere à concessão de tais isenções, emespecial quando se trata de atender a relevantes interesses so­ciais e econômicos. Todavia, entendemos que, por representaremsignificativa. sangria nas já combalidas finanças das entidadespolíticas autônomas; compete à União, que congloba em seu poderfinanceiro a mais importante parcela dos tributos, compensar asperdas de arrecadação.

As alterações introduzidas no art. 21 visam basicamente reto­mar a redação constante da Carta de 1967, quanto aos atuaisitens VIII e IX que, em nossa proposta, correspcndem aos itensVIII, IX. X. Da mesma forma, retomamos os §§ 55' e 6.° daqueleEstatuto Superior, aditados com a numeração de §§ 7.° e 8,°A razão fundamental da alteração consiste em reínstítuír a co­brança do 10M sobre combustíveis e lubrificantes, na sua distri­buição ao consumidor final. Entendemos tratar-se de medida que,em seus efeitos, há de resultar no fortalecimento da capacidadefinanceira dos Estados e Municipios.

Com relação ao art. 23, a proposta cuida de inserir regras,no item lI, no sentido de garantir a incidência da alíquota doICM sobre o valor total de cada operação; e no § 7.°, no sentidode compatibilizar sua redação com o disposto no § 2.° do art. 19.

No que pertine ao § 5.° do citado art. 23, intentamos retomara redação da Constituição de 1967, eliminando a exclusividade dainiciativa da resolução em que serão fixadas as alíquotas máximasque incidirão sobre as operações internas, interestaduais e deexportação. Indubitavelmente, é o Senado Federal o foro compe­tente para as decisões que digam respeito às Unidades Federadas,posto que compõe-se de representantes que cuidam dos interessesdos Estados enquanto Estados. Daí por que entendemos não poderessa Casa ficar privada de iniciativa desse caráter.

As alterações do art. 25 envolvem os seguintes aspectos:a) elevam de 18% para 30% a participação dos Estados e Mu­

nicípios no produto da arecadação do Imposto sobre a Renda eproventos de qualquer natureza e do Imposto sobre Produtos In­dustrializados, com a eliminação do Fundo Especial;

b) mantêm os atuais critérios de distribuição do Fundo dePartieipação dos l~stados (FPE) , conforme estabelecido na Lei n.o5.172/86;

c) elevam de 20% para 40% o percentual do FPE destinado àReserva Especial dos Estados do Norte e Nordeste, prevista noDecreto-lei n.O 1. 434/75;

d) eliminam totalmente as vinculações na: aplicação dos re­cursos dos Fundos de Participação; e

e) estabelecem que o cálculo da percentagem destinada aosFundos de Participação seja efetuado com base na receita virtual(receita efetiva mais incentIvos concedidos pela União, à contado IPI e IR).

Importa acentuar, de início, que a maior participação dosEstados e Municípios nas receitas federais não deverá ser enten­dida como dádiva generosa da União, mas resulta de imperiosanecessidade para sobrevtvêncía do próprio sistema federativo.Nesse sentído, a participação das entidades polítícas autônomas,em 30% da receita do IPI e do IR, representa, antes de tudo,uma divisão mais justa das finanças públicas, melhorando, so­hretudo, a situação financeira daquelas entidades, sem abalar asreceitas da União. A titulo de ilustração, regístre-se que a ele­vação de 20% (computado o percentual de 2% correspondente aoFundo Especial) para 30% implica na redução das disponibilida­des da União, na rubrica Receitas Tributárias, em cerca de 5%.

Nesse passó, cumpre observar que a ínícíatlva, nos termospropostos, atenta para o fortalecimento da posição financeira dosEstados e MunicípIos mais pobres e, de conseqüência, para a míní­mízação das disparidades regionais de renda. Com efeito, de acordocom simulações efetuadas, com base nos valores efetivamentetransferidos aos Estados, Territórios e Distrito Federal, no pri­meiro trimestre de 1980, verificamos que o acréscimo de 10% (naparticipação na receita do IPI e IR) resulta em ganhos pa~atodas as Regiões, notadamente as do Norte e Nordeste do PaIS.O quadro adiante inserido, evidencia, em termos percentuais, osganhos das Regiões.

Cabe ressaltar que a presente Emenda Constitucional incor­pora as relvíndlcações ct"os Secretários da Fazenda ou Finançasdo Norte-Nordeste, contidas em documento de 23-10-79, dirigido aoSr." Ministro da Fazenda, referendadas no documento "Medidasde Política de Interesse do Desenvolvimento do Nordeste", que"retrata a posição da Secretaria Executiva da SUDENE e dosrepresentantes de todos os Governos Estaduais do Nordeste, reu­nidos na sede da autarquia regional, nos dias 25 e 26 de fevereirodo corrente ano".

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Agosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sá.bado 2 6"l1l1

QUADRO COMPARATIVO DA PARTICIPAÇAOPOR REGIAO NO FPE1.° trimestre de 1980

a) Secretaria de Economia e Finanças do M.F.b) Tribunal de Contas da União.

,I!: de se observar que, para cálculo dos valores constantes doquadro supra, não se leva em conta a receita virtual do IPI e IR,assim entendida a receita efetiva mais as isenções e incentivosfiscais concedidos à conta desses impostos. Ora, não é difícil per­ceber que, quando a Uníão concede isenções e incentivos fiscaisde tributos de sua própria competência, de cuja receita partici-

Norte 1. 915.860 2.894.684 51.09Nordeste 6.381.206 1l.083.173 42,34Sudeste 1.440.791 1.639.872 13,82Sul 973.551 1.194.049 22,65Centro-Oeste 806.21& 950.615 17,91

--..._-----.---,.

BRASIL 11.517.632 15.762.396 36,85

Fonte:

pam as entidades menores. sem compensar as diferenças, estáprivando aquelas entidades de receitas a que, têm direito por

.,.imperativo constitucional. Por isso, a cláusula que consta da ali­nea b do § 4°. do art. 25 insere regras, no sentido de que o cál­culo dos valores a serem transferidos considere a receita virtual.

A par das medidas de ordem financeira, importa destacar asprovidências relacionadas com a total eliminação das vinculaçõesna aplicação das receitas oriundas dos Fundos de Partícípação.Tais providências, sem dúvida, guardam perfeito ajustamentocom a linha filosófica que proclama, como condição para atingira autonomia politica, a' au tonomía nas decisões de alocacão elerecursos. "

Finalmente. quanto ao art: 26. julgamos de todo oportuna aretomada do texto de 1946, no que concerne à elevação elo per­centual de participação dos Estados, Municípios e Distrito Federalna receita do Imposto sobre Lubrificantes e combustiveisLiquidose Gasosos. Trata-se de medida que, sem dúvida, se adequa perfei­tamente ao contexto da proposta de fortalecimento das finançasestaduais e municipais. Na verdade, indispensável se nos parece aelevação do nível de caixa das coletividades menores, face aos inú­meros e crescentes encargos com que se defrontam.

Também aqui, a proposta cuida, no § 1.0, de desvincular orecebimento das parcelas que competem a cada entidade de pré­via apresentação e aprovação de plano de aplíeaçâo. As razões,entendemo-las devidamente justificadas em passo anterior.

Cremos que o conjunto de medidas, ora proposto, voltado fun­damentalmente para a atenuação das disparidades regionais elerenda e das dificuldades financeiras dos Estados e Municipios, pe­las suas elevadas repercussões, de caráter rmancetro, econômicoe social, deva merecer a acolhida dos ilustres pares.

Fundo de Participação dos Estados

Atual Simulado Variação ,,;(Ai fBl B/A

crs mil

Regiões

TEXTO ATUAL TEXTO PROPOSTO

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal eaos Municipios:

I - instituir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça,ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

II - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou mercado-rias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais: e.

III - instituir impostos sobre:a) o patrímônío, a renda ou os serviços uns dos outros;b) os templos de qualquer culto;c) o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos

e de instituições de educação ou de assistência social, observados osrequisitos da lei; e .

d) o livro, o jomal eos periódicos. assim como o papel destina­do à sua impressão.

§ 1.0 .........................................•...............

§ 2.0 A UnIão, mediante lei complementar e atendendo a re­levante interesse .soelal ou econômico nacional, poderá concederisenções de Impostos estaduais e municipais.

"Art.19 ......•..•..•..•...........•.........................

I - .

II - .

lU - : .

a) •••••..••...• , •••••.••••••.••••••.•.. , •••.•.••..•••••..•...

b) .

c) .....••..•• , •••.•••••••••••.•••••••.•..•••••••..••••••••..•

d) •.....••.....••.•••• ~ .••..••.••.•••••.•••.•••••....•...•...

§ 1.0 " .§ 2.° A União, mediante lei complementar e atendendo a re­

levante interesse social e econômico nacional, poderá conceder isen­ções de impostos estaduais e municipais, desde que a perda de ar­recadação decorrente seja devidamente compensada.

Art. 21. Compete à União instituir impostos sobre:1- .

II - : .

III - , .

IV - .V- .

VI- , .VII- ...............•........ , ; .VIII - produção, importação, ctrculação, distribuição ou con­

-sumo de lubrificantes e combustíveís líquidos ou gasosos e deener­gia elétrica, imposto que incidirá uma só vez sobre qualquer dessasoperações, excluíôa a incidência de outros tributos sobre elas; e

IX - a extração, a circulação, a distribuição ou consumo dosminerais do País enumerados em lei, imposto que incidirá umavez sobre qualquer dessas operações, observado o disposto no finaldo item anterior.

§ 1.0

§ 2.°

,Art. 21.....•.••.....•.•........•.. , ..• , .

1- , .

II - " , .UI - ................•................ , .IV - .V- " .

VI- .VII- .

VIII - produção, importação, circulação. distribuição ou eon­bustíveis liquidas ou gasosos;

IX - produção, importação, distribuição ou consumo de ener­gia elétrica;

x - extração. circulação, distribuição ou consumo dos mine­rais do País, enumerados em Lei.

§ 1.° ....................................•......... , •.

§ 2.° ......•...••. , .••..••..•....••...........................

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6'1ltl Sábado 2

TEXTO ATUAL

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

TEXTO PROPOSTO

Agosto de 1980

~ 3.°

§ 4.°

§ 5.°

§ 6.°

Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir'Impostos sobre:

I - .I! - operações relativas à circulação de mercadorias. realiza­

das por produtores, industriais e comerciantes, impostos que nãoserão cumulativos e dos quais se abaterá, nos termos do dispostoem lei complementar, o montante cobrado nas anteriores pelomesmo ou por outro Estado.

§ 1.0 ...................•.......••...........................

§ 2.° ..........•.............................................

§ 3.° .

§ 4.° ............................•...........................

§ 5.0 A alíquota do imposto a que se refere o item II seráuniforme para todas as mercadorias nas operações internas e inte­restaduais; o Sena:do Federal, mediante resolução tomada por ini­ciativa do Presidente da República, fixará as alíquotas máximaspara as operações internas, as interestaduais e as de exportação.

§ 6.° : .§ 7.° O imposto de que trata o item II não incidirá sobre as

operações que destinem ao exterior produtos industrializados e ou­tros que a lei indicar.

§ 8.0 .•.....•..•.•.•...••••••.••••••••••••.......•.•.• ,' ..•.••

Art. 2·5. Do produto da arrecadação dos impostos menciona­dos nos itens IV e V do artigo 21, a União distribuirá vinte porcento na forma seguinte:

I - nove por cento ao Fundo de Participação dos Estados. doDistrito Federal e Territórios;

II - nave por cento 00 Fundo de Participação dos Municípios; e

III - dois por cento ao Fundo Especial, que terá sua aplicaçãoregulada em leI.

§ 1.0 A aplicação dos fundos previstos nos itens I e II será re­gulada por lei federal, que incumbirá o Tribunal de Contas daUnião de fazer o cálculo das quotas estaduais e municipais. fi­cando a sua entrega a depender:

a) da aprovação de programas de aplícação elaborados pelosEstados, Distrito Federal e Municípios com base nas diretrizes eprioridades estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;

b) da vinculação de recursos próprios, pelos Estados, pelo Dis­trito Federal e pelos Municípios, para execução dos programas ci­tados na alínea a;

c) da transferência efetiva., para os Estados, o Distrito Federale os Municípios, de encargos executivos da União; e

§ 3.° .

§ 4.° .

§ 5.0 " " , .§ 6.° ..........•.....•.......................................§ 7.° Os impostos a que se referem os itens vrn, IX e X, in­

cidem, uma só vez, sobre uma dentre as operações ali previstas eexcluem quaisquer outros tributos, sejam quais forem a sua natu­reza e competência, relativos às mesmas operações;

§ 8.° O disposto no parágrafo anterior não exclui. todavia, aincidência, dentro dos critérios e limites fixados em lei federal,do imposto sobre a circulação de mercadorias na operação de dis­tribuição ao consumidor final dos lubrificantes e eombustíveís lí­quidos.

Art. 23.

I - .

II - operações relatlvas à circulação de mercadorias, realiza­das por produtores, industriais e comerciantes, imposto este queincidirá sobre o valor total de cada operação, que não será cumula­tivo e do qual se abaterá. nos termos do disposto em lei comple­mentar, o montante cobrado nas anteríores pelo mesmo ou poroutro Estado.

§ 1.0 .

f 2.0 ...•......•..•..•.•.....•............•....•..•..........

§ 3.° .§ 4.° .

§ 5.° A alíquota do imposto a que se refere o item II será.uniforme para todas as mercadorias nas operações internas e inte­restaduaís, e não excederá naquelas que se destinem a outro Estadoe ao exterior, os limites fixados em resolução do Benado, nos ter­mos do disposto em lei complementar.

§ 6.° " .§ 7.° O imposto de qúe trata o item II não incidirá sobre as

operações de produtos industrializados e outros que a lei indicar,destinados ao exterior, observado o dísposto no final do § 2.° doart. 19.

§ 8.0 •.••..•.•••.•••.•••••••••••••••••••.••.•••..•.....•.••••

Art. 25. Do produto da arrecadação dos impostos menciona­dos nos itens IV e V do art. 21, setenta por cento constituirão re­ceita da União e trinta por cento receita dos Estados, DistritoFederal, Territórios e Municípios.

§ 1.0 A receita dos Estados, do Distrito Federal, dos Territó­rios e dos Municípios a"llue se refere este artigo será. distribuída daseguinte forma:

R) quinze por cento ao Fundo de Participação dos Estados, doDistrito Federal e dos Territórios;

1,) quinze por cento ao Fundo de Participação dos Municípios.

§ 2.° A distribuição aos Fundos referidos no parágrafo ante­rior será. feita com base na área, na população e no inverso darenda per eapita, conforme percentuais e critérios fixados em leicomplementar, que atribuirá ao Tribunal de Contas da União ocálculo das quotas mensais de cada entidade participante.

§ 3.° Do montante dos recursos do Fundo de Participaçãoprevisto no alínea a do § 1.0, sessenta por cento serão distribuidoscom todos os participantes e quarenta por cento com os EstadOSe Territórios pertencentes às regiões Norte e Nordeste.

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Arosto de 1980

TEXTO ATUAL

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SIll)áo J)

TEXTO PROPOSTO

Sábado 2 678a

d) do recolhimento dos impostos federais arrecadados pelosEstados, pelo Distrito Federal .e pelos Municípios, e da liquidaçãodas dívidas dessas entidades ou de seus órgãos de administraçãoIndireta, para com a União, inclusive as oriundas de prestação degarantias.

§ 2.° Para efeito de cálculo da percentagem destinada' aosFundos de Participação, excluir-se-á a parcela do imposto de ren­da e proventos de qualquer natureza que, nos .termos dos artigos23, § 1.0, e 24, § 2.°, pertence aos Estados e Municípios.

Art. 26. A União distribuirá aos Estados, ao Distrito Federale aos Municípios:

I - quarenta por cento do produto da arrecadação do Impos­to sobre lubrificantes e eombustíveís líquidos ou gasosos mencio­nado no item VIII do artigo 21;

11 - ...................................................•....In - .§ 1.° A distribuição será feita nos termos de lei federal, que

poderá dispor sobre a forma e os fins de aplicação dos recursosdistribuídos, conforme os seguintes erltérlos:

a) .....•..•.••••.••••.•.•.•...•.•..•....••.•.................

b) ...•......•............................•...................

§ 2.° .

DEPUIl'ADOS: José Carlos Vasconcelos - Paes de Andrade ­Iranlldo Pereira - Cristina Tavares -- Evandro Ayres de Moura ­Theodorico Ferraço - Artenir Werm:r - Divaldo Suruagy - Hei­tor Alencar Furtado - Marcus Cunha - Gilson de Barros - Octa­cílio Queiroz - Peixoto Filho - José Ribamar Machado - Oswal­do Lima - Horácio Ortiz - Israel Dias-Novaes - Airon Rios ­Délio dos 'Santos - Mauricio Fruet <- Osvaldo Macedo - FelippePenna - Furtado Leite - Edson Vidlgal - Pimenta da Veiga'­José Carlos Fagundes - Osvaldo Melo - Brabo de Carvalho ­Milton Brandão - Walmor de Luca - Walber Guimarães - tturí­val Nascimento _' Airton Sandoval -- Angelo Magalhães - Boni­fácio de Andrada - Nilson Gibson - Osmar Leitão - Cardoso Al­ves - Murilo Mendes - Albérico Cordeiro - Gerson Oamata ­Nosser Almeida - Nabor Júnior - Anisio de Souza - Hugo Napo­leão - Tertuliano Aezevedo - Paulo Borges - Walter de Castro ­Eloar Guazelli - Mendonça Neto - Jorge Arbage - Magnus Gui­marães- Manoel Gonçalves ---"- Figueiredo Correia - Genival Tou­rinho - Claudino Sales - Carlos SanVAnna - Carneiro Arnaud­Freitas Nobre - Rosa Flores - Túlio Barcellos - João Alberto ­Audálio Dantas - Jorge Vianna - Iram Saraiva - João Linhares- José Costa - Marcondes Gadelha - Marcelo Linhares c- AldoFagundes - Pedro Ivo - Juarez Furtado - Benedito Marcilio ­Leopoldo Bessone - Hélio Duque - Garlos Santos - Wilson Braga- Epitácio Cafeteira - Haroldo Sanford - Fernando Cunha ­Roberto Freire - Oswaldo Coelho -' Alceu Oollares - InocêncioOliveira - Francisco Pinto - Henrique Eduardo Alves - AlbertoGoldman - Arnaldo Schmitt - Modesto da Silveira - JacksonBarreto - Josias Leite - Milton Ftgueiredo - Carlos Wilson ­João Carlos de Carli - Antônio Morais - Airton Soares - MárioFrota - Paulo Lustosa - Renato Azeredo - Magalhães Pinto ­Adauto Bezerra - Djalma Marinho - Célio Borja - Alclr Pimenta- João Cunha - Adhemar Santillo --Mendes de Melo - CardosoFregapani - Harry Sauer - Júlio Oostamilan - JG de AraújoJorge - Celso Carvalho - Djalma Bessa - Elqulsson Soares ­Adhemar de Barros Filho - Wildy Vinna - Sebastião RodriguesJr. - Augusto Lucena - Flávio Chaves - Mac Dowel Leite deCastro - Francisco Castro - Raymundo Urbano - Carlos Chia­relli - Edagrd Amorim - Jorge Mou:ra - Júnia Marise - DanielSilva - Henrique Brito - Ludgero Raulino - Carlos Cotta - Jor­ge Gama - Ernesto de Marco - RUy Côdo - Mário Hato - Joséde Castro Coimbra - Paulo Marques -- Edilson Lamartíne Mendes- Natal Gale - Fernando Coelho -l'aulo Pimentel- Hugo Mar­dlní - Francisco Leão - Adalberto Camargo - Getúlio Dias ­Mário stamm - José Amorim - Francisco Benjamim - MárioMoreira - Athiê Coury - Luiz Baptista - Arnaldo Lafayette ­- Alcides Franciscato - Odulfo Dorningues - Paulo Guerra ­Paulo Studart - Victor Fontana - Jorge Paulo - Cesário Barreto- Alcebiades de Oliveira.

SENADORES: Marcos Freire - José Richa - Teotônio Vilela- Pedro Simon - Orestes Quércia - Roberto Saturnino - NelsonCarneiro - Humberto Lucena - Itamar Franco - Jaison Barreto- Gilvan Rocha - Affonso Camargo -- Henrique SantUlo - Adal­berto Sena - Hugo Ramos - Lázaro Barboza - Franco Montoro- Tancredo Neves - Passos Porto -- Cunha Lima - RaimundoParente - lMauro Benevides - Henrique de La Rocque,

§ 4.° Para efeito de cálculo da percentagem destinada aosFundos de Participação, serão observados os seguintes critérios:

a) excluir-se-á a parcela do Imposto sobre a Renda e proven­tos de qualquer natureza que, nos termos dos .arts. 23. § 1.0, e 24,~ 2.°, pertence aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

b) incluir-se-á a parcela correspondente às isenções e íncen­tivos fiscais concedidos sobre os impostos a que se refere o C&]Iut,deste artigo.

Art. 26. Do produto da arrecadação do imposto a que se re­fere o art. 21 constituem receita dos Estados, do Distrito Federal edos Municipios:

I - sessenta por cento do produto da arrecadação do impostosobre lubrificantes e combustíveis líquidos ou gasosos mencionadono item VIII;

II - .UI - .§ 1.0 A distribuição da receita prevista no caput deste artigo

será regulada em resolução do Senado Federal, no.'! termos do dís­posto em lei complementar, obedecendo aos seguintes critérios:

a) ............••••••••.••.•..•......••••............., .

b) ...............•...........................................

§ 2.° ...................•....................................

REQUERI'MENTOS

Excelentissimo Senhor

Presidente da Oâmara dos Deputados.Com fundamento no disposto do § 4.°, art. 28, segunda parte,

do Regimento Interno, como autor do Projeto de Lei n.? 1.8l12/79,que "autoriza o Poder Executivo a organizar um sistema de fisca­lização no Projeto Jari", considerado inconstitucional pela doutaComissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, re­queiro a V. Ex.a, no prazo legal, que o parecer da Comissão sejasubmetido à apreciação do plenário para discussão prévia.

Sala das Sessões, 10 de abril de 1980. - J'oão Mene2\es.Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados

José Costa, abaixo assinado, integrante do Bloco Parlamentardo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), expõe erequer a Vossa Excelência o seguinte:

1. No dia seis de j unho fluente o signatário, arrimado no art.38 da Constituição Federal e no art. 128, XVI, elo Regimento Inter­no da Câmara dos Deputados, propôs a convocação do Excelentís­símo Senhor Ministro das Minas e Energia, César Cals, para, noPlenário desta Casa do Congresso Nacional, justificar a produção edifusão pela Divisão de Segurança e Informações daquele Ministé­rio do documento confidencial classificado como Apreciação n.O40/8/80, destinada ao titular daquela Pasta e a alguns funcioná­rios, do segundo e terceiro escalões daquele órgão.

2. O referido documento - como é público - versa sobre umapretensa conspiração urdida pelos Estados Unidos e a União So­viética contra o Acordo Nuclear, celebrado pelo Brasil com a Ale­manha Ocidental, nela enredando e colocando sob suspeição

a) toda a OPI do Acordo Nuclear, ora em atividade no SenadoFederal, e em especial três dos seus eminentes membros, os Sena­dores Franco Montoro; Saturnino Braga e Dirceu Cardoso;

b) toda a comunidade judaica, "como grupo social (sícl ;

c) destacados homens de empresa e da comunidade cientificabrasileira, como Antônio Ermílio de Moraes: Kurt Mirow; JoséGoldenberg: Mário schemberg: Luiz Pinguem Rosa: Rogério Oer­queira Leite; Marcelo Dammy: David Simon: John Cotrim, dentreoutros;

d) entidades como a FIESP; ABIMAQ; ACAPEMA, etc;e) revistas e jornais brasileiros como "Veja", o "Estado de S.

Paulo"; "Gazeta Mercantil": "Folha de S. Paulo"; "Jornal do Bra­sil", etc; e

3. Desnecessário, por conseguinte, justificar a conveniênciade o Excelentissimo Senhor Ministro das Minas e Energia ser con­vocado, em caráter de urgência, para explicar à Casa não apenasas razões que ensejaram a produção de tão fantástica peça de in­formação, mas, sobretudo, o despreparo intelectual e a deformaçãoideológica de analistas da onerosa Divisão de Segurança e Infor­mações daquele Ministério e que tem por lei, a tarefa de "assesso­rá-lo diretamente em todos os assuntos pertinentes à segurança

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6784 Sábado:e DIJ\.RlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A:"osto de lIJ80

nacional, á mobilização e às informações" (art. 1" Decreto n" 75.640,de ~2-4-75). .

4. Mais ainda: justificar perante a Câmara dos Deputadoscomo foi possível que o Diretor daquela Divisão, que só pode "di­fundir informações de conformidade com as diretrizes do Ministrode Estado e o Plano Nacional de Informações" I art. lO, item IX, docitado diploma legal), dlstribuisse documento de conteúdo tão sur­realista quanto danoso para os reais interesses do Pais, interna eexternamente.

5. Ocorre que a CPI do Acordo Nuclear. instalada no senadoFederal, convocou com igual propósito e com a presteza que se fa­zia necessária o Ministro César Cals, ouvindo-o sm longo depoi­mento na última terça-feira, dia 24, tendo na oportunidade SuaExcelência demonstrado total desíntormação a respeito da autoriado documento aludido, das atividades da Divisão de segurança eInformações do seu Ministério e até de fatos corriqueiros do día-a­dia de sua Pasta.

6. .0 alheamento revelado por Sua Excelência a respeito dosassuntos de sua Pasta, sobre contribuir para a fixação na opiniãopública de uma Imagem altamente negativa do Governo que repre­senta, mostra a desvalia de sua presença para. no Plenário da Câ­mara dos Deputados, falar sobre os fatos que informam o Reque­rimento de Convocação n.O 71/80 de autoria do subscritor da pre­sente, razão pela qual dele formalmente desiste.

Posto isso,pede deferimento.

Brasília, 27 de junho de 1980. - José Costa.Senhor Presidente,O signatário deste, de acordo com o Ato n.> 40, de 1980. alte­

rado pelos de n."" 43 e 50 do ano em curso. da Mesa Diretora daCâmara dos Deputados, tendo em vista a não-formalização do pe­dido de registro provisório do Partido dos Trabalhadores, requer aVossa Excelência a sua transferência para o Bloco Parlamentar doPartido do Movimento Democrático Brasileiro - ~MDB, a partirda presente data.

Câmara do Deputados,"8 de Julho de 1980. - Adhemar Santillo.'

OFiCIOSDo Sr. Líder do Partido Popular, nos seguintes termos:

Brasília, 27 de junho de 1980.

Of. n.? U1l80-LID/PP.

Senhor Presidente:

Tenho a honra de Indicar a V. Ex.a, para as providências cabí­veis, o Sr. Deputado José Bruno para membro titular da Comis­são do Interior, e Suplente da Comissão de Educação e Cultura.

Valho-me da oportunidade para apresentar a V, Ex." protestosde estima e consideração. - Thales Ramalho, Lider do PP,

Do Sr. Presidente da Comissão de Trabalho e Legislação Social,nos seguintes termos:

Oficio n.o 232/80

Senhor Presidente:

Em atendimento á deliberação unarume desta Comissão. emreunião ordinária realizada em 25-6-00, solicito a Vossa Excelên­cia o obséquio de autorizar a anexação do Projeto de LeI núme­ro 1.404/79, do Sr. Eloy Lenzl, que "Compatlbiliza o instituto daestabilida-de com o sistema do Fundo de Garantia do Tempo deServiço" ao Projeto de Lei n.O 1-29, de 1979, por versarem ma­térias análogas.

Antecipadamente grato pelas providências que Vossa Exce­lência determinar, aproveito o ensejo para reiterar-lhe protestosde estima e consideração. - Nilson Gibson, Presidente.

Brasilia, 3 de julho de 1980.

senhor Presidente:Nos termos do artigo 247, do Regimento Interno da Câmara

dos Deputados, comunico a Vossa Excelência que ausentar-me-eí doterritório nacional no período de 7 do corrente a 6 de agostop. vindouro.

Sem outro particular, valho-me da oportunidade para reiterara Vossa Excelência os meus protestos de muito apreço e elevadaconsideração.

Atenciosamente. - Antonio Mazurek.

COl\IUNICAÇõES

Brasília, 25 de junho de 1980.Senhor Presidente:

Comunico a Vossa Excelência, para os devidos flns, que esta­rei ausente do País, em viagem de estudos, no período de 29-6-1980a 4-8-1980.

Aproveito a oportunidade para reiterar-lhe os protestos damaior estima e consíderacão. - Christiano Dias Lopes.

Brasília, "26 de junho de 198{}.Senhor Presidente:Comunico a V. Ex,", para os fins legais, que viajarei para o

extertor, às minhas expensas no dia 8 de julho próximo.Atenciosamente. - José Frejat.

Brasília, 26 de junho de 1980.

Senhor Presidente:Venho por meio desta comunicar à Câmara dos Deputados o

meu afastamento do Pais durante o mês de julho próximo. apartir do dia 1.°

Atenciosamente. - Audálio Dantas.

Br·asília, 27 de junho de 1980.Senhor Presidente:

Pelo presente, tenho a grata satisfação de cumprimentarVossa Excelência, oportunidade em que sirvo-me do ensejo paracomunicar-lhe o meu afastamento do Brasil, durante o período derecesso parlamentar do mês de julho de 1980, quando encontrar­me-eí nos países do Uruguai e Argentina.

Sendo o que se nos apresenta para o momento, reafirmo aVossa Excelêneía, meus protestos de consideração e profundorespeíto.

Cordialmente. - Ary Alcântara,Ex.mo Sr. Presidente da Câmara dos Deputados:

Roberto João Pereira Freire, abaixo assinado, vem mui res­peitosamente comunicar a V. Ex..., nos termos do RegimentoInterno da Câmara dos Deputados, que irá se ausentar do Paisdurante o período de recesso parlamentar que se Inicia no próximodia 1.0 de julho.

Nestes termosP. DeferimentoSala das Sessões, 27 de junho de 1980. - Roberto Freire.

Brasilia, 1.0 de julho de 1980,Ex.mo Sr. Presidente:Venho à presença de V. Ex." para informar que estarei au­

sente do País no período de 1.0 a :n de julho corrente.Valho-me do ensejo paro renovar os protestos de estima e

consideração.Respeitosamente. - Ralph BIasi.

Brasília, 3 de julho de 1980.Ex.mo Sr. Presidente:lt a presente para comunicar a V. Ex." que me ausentarei

do Pais por alguns dias no corrente mês de julho.Cordialmente. - Freitas Nobre.

Brasflla, 3 de jul!ho de 1000.Senhor Presidente:

Cumprimentando-o cordialmente, cumpre-me comunicar aVossa Excelência que estarei ausente do Pais, pelo "período demais ou menos 30 dias, a partir de 7 de julho corrente, em via­gem à Europa.

Na oportunidade, reitero a Vossa Excelência os meus elevadosprotestos de estima e consideração.

Atenciosamente. - Pedro Sampaio.

Brasilia,8 de julho de 1000.Senhor Presidente:Comunico a V. Ex.", nos termos regímentaís, que me ausen­

tarei do Pais no próximo dia 12 do corrente mês de julho.

Atenderei convite do governo da República do rraque e minhaausência do Brasil será, mais ou menos, de trinta dias.

Atenciosamente. _ Marcus Cunha.

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AJ'Osto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 G785

==-==""""""===="""""""======================Sumo Pontífice, da mobilização que produziu e das expectativasque despertou. Se,. de um lado, a reforma agrária pode contribuirpara o aumento da produção agrícola, sabe o .Presldente Figuei­redo, de outro, que haverá momentos de contradição entre o in­teresse econômico e o social, nos quais a execução de projetos dereforma agrária prejudicará a produção. Ainda assim. parece fi­xada a prioridade ao social.

O Presidente Figueiredo fez, em Mossoró. Rio Grande doNorte, uma de suas mais dramáticas orações: "os gastos com asimportações de petróleo e o pagamento da divicla externa são osresponsáveis pela falta de um adequado fornecimento de recursosa uma região tão necessitada como o Nordeste".

Só mesmo uma sítuacão econômica bastante critica. pôde le..var o Presidente João Figueiredo a desabafar em termos quasepatéticos: "o Pais não dispõe de recursos para atender à regiãonordestina, área que abriga seus cidadãos mais pobres". Só rnes­mo a consciência de atribulações econômicas tão profundas pôdearrancar de um governante uma confissão dessa natureza.

A seca voltou a dominar a reunião cio Conselho Deliberativoda SUDENE, realizada terça-feira passada. dia 29 de julho, Go··vernadores de seis Estados atingidos - Píauí. Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe -' denunciaram a in­suficiência e o atraso .nas liberações do crédito de emergência ea escassez de recursos para pagamento aos trabalhadores ruraisalistados nas propriedades. O Governador Marco Maclel pediu areabertura do processo de alistamento de trabalhadores em oitoMunicípios do Estado e mais recursos para pagamento dos já alis..tados, além do reforço da estrutura operacional da EMP.TER - PE,para atendimento ao programa de emergência.

Em resposta às críticas dos Governadores, o Diretor do Ban­co cio Brasil, Sr. Arístópnanes Pereira, exortou a uma ação poli­tíca coordenada das lideranças regionais para elevar o total dorecursos destínados à emergência. Admitiu que o Banco está emsituação dificil para atender às necessidades da Região. Atribuiuas dificuldades do Banco, em parte, ao pequeno número de agên­cias - 100 para atender do Piaui a Sergipe -- e disse que vai ha­ver uma pulverização dos recursos do BB - 2,1 bilhões de cruzei..ros para crédito -- pelos 651 municípios inscritos no programaaté agora. Para o Diretor do Banco do Brasil, Sr. ArtstóphanesPereira, "os números são por demais chocantes" e que o Bancovai ter que realizar um verdadeiro "milagre de multiplicação dosrecursos".

A visita que acaba de fazer ao Nordeste, depois de contactarcom os setores da população, situam o Presidente João Figueiredocomo o mais móbil de todos os Chefes de Estado já ínvestídos na.função de primeiro magistrado da Nação. Mais até do que Jusce··llno Kubitschek, em seu tempo criticado [ustamente por não es··quentar lugar, como se diz na gíría,

observe-se que, em pouco mais de um ano ele Governo, já setornou dificil enumerar as vezes que a região Norte-Nordeste foIpisada pelo Presidente da República. Isso é bom. É de larga sig··nírícacão auspiciosa, sobretudo porque aos olhos do Governo nãose escondem as incorreções ou as mazelas que só conseguem sercuradas ou sanadas com a presença inevitável de quem se alça àresponsabilidade de dirigir ou comandar comunidades como anossa.

Senhor Presidente:Comunico a V. Ex.a , para os fins regimentais, que vou me

ausentar do Pais no próxima dia 9 do corrente.Sala das Sessões, 8 de julho de" 1980. - Síquelra Campos.

Brasília. 15 de julho de 1980.

Senhor Presidente:

'Em cumprimentá a legislação vigente, venho comunicar aV. Ex.a que durante o mês de julho ausentei-me do Pais. em viagemde observação política.

Cordialmente. - Cristina Tavares.Senhor Presidente:

Comunico a Vossa Excelência que me ausentarei do Pais, apartir de 25 de julho corrente.

Brasília. 25 de julho de 1!}80. _. Adalberto Camargo.

Senhor 'Presidente:Comunico a Vossa Excelência que vou me ausentar do Pais,

a partir desta data, a fim de partieípar como Observador Parla­mentar, da 3,a Convenção sobre Direitos do Mar, patrocínada pelaONU, a realizar-se na cidade de Genebra, até o dia 29 de agosto,requerendo, em conseqüência, seja considerada 'a minha ausên­cia como missão autorízada, para os fins do disposto no Ato daMesa n.O 83, de 1978, letra C.

Sala das Sessões, 31 de julho de 1980. - Del Bosco Amaral.TELEGR}lMA

TelegramaDeputado Flávio MarcílioCâmara dos Deputados - Gablnete da PresidênciaBrasília/DF (70160)

Comunico Vossência que deverei ausentar-me do País a Partirdo dia 6-7-80 Atenciosamente. -Fllávio Chaves.

O SR. PRESIDENTE (Epitácio ()afeteira) - Está finda a lei-tura do expediente.

IV _ Passa-se ao Pequeno .EX)~iente.

Tem a palavra o Sr. Nilson Gibson.O SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuneía o seguinte

discurso.) - Sr. presidente, sras, e srs, Deputados. com a presen­ça do Presidente João Figueiredo e cinco Ministros. sexta-feirapassada, dia 25 de julho, no Recife, foram assinados, em soleni­dades no Palácío do Campo das Princesas, convênios no vaiar de:Cr$ 19.223 bilhões, entre .a Caixa Econômica Federal e o Gover­no do Estado; entre o Ministério do Interior - através do BNH,JONQCS e DNOS - e o Governo do Estado; entre a SIDERBRAS,o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de MaterialElétrico de Pernambuco e o Instituto Nacional dos Distribuidores·de Aço e entre a PE'I1ROBRAS e a Empresa Suape. Também foicriada a Comissão Executiva do Programa Especial de Apolo àsPopulações Pobres das Zonas Canavieiras do Nordeste.

O Presidente João Figueiredo entregou, por ocasião de suavisita a Pernambuco, no Engenho Massangana, no Município deI'pojuca, títulos de posse de terra a trabalhadores rurais e garan­tiu que a sua intenção é fazer a reforma agrária da conciliação, O Instituto Brasl1eiro de Geografia e JE:statístlca - IBGE,"do mesmo modo que estendi as minhas mãos aos meus adversá- divulgou dados; recentemente, indicando que 'O Nordeste já entrourios políticos, para que, juntos, num movimento de união nacional. em um processo de rápida e profunda recessão.pudéssemos esquecer as nossas querelas momentâneas, deixásse-mos de pensar um pouco nos nossos Interesses pessoaís e de nossos Vive o Nordeste dias amargos: E ainda por muito tempo.grupos e pensássemos um pouco antes neste nosso Brasil tão ca- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a preocupação com osrente de união da nossa gente". desníveis regionais e o crescente interesse em corrigi-los têm sido

Ainda se referindo aos seus oposttores políticos, disse o Pre- relevados de forma cada vez mais acentuada pelo Presidente Joãosídente que "se não querem a minha mão estendida para a con- Figueiredo.ollíação política que tantas coisas viria facilitar. inclusive o pro- De' nada adiantarão planos que não se aplicam, programa­blema fundiário, isso não significa que nós vamos parar no tem- ções de irrigação ou de reformas agrárías que não se efetivam,po à espera de que se decidam a aceitar a minha mão estendida. pois, então, jamais superará o Governo a desigualdade regional.lNós vamos continuar, com eles ou sem eles". econômica e social, que nos distancia do Centro-Sul.

Na casa grande do Engenho Massangana, onde Joaquim Na- Era o que tinha a dizer.cuco viveu na sua infância, o Presidente João Figueiredo reco-nheceu ser verdade que o problema da terra não foi encarado O SR. ANTONIO PONTES (PDS - AP. Pronuncia o seguinte·de início com a urgência que ele requeria, porém "posso contes- dlseurso.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, faleceu, no últimosar que não tive capacidade, de início, para contornar as difi- dia 20 de julho, no 'Rio de Janeiro, o Sr. Pauxy Gentil Nunes que,culdades ou afastá-las de maneira a enfrentá-las como queria, durante o período de 1958 a 1961, governou o Território Federalaté que, por sugestões de auxíüares meus, veio a feliz idéia de do Amapá, Unidade da Federação que tenho a honra de repre-criar um organismo especíal que me assessorasse nesse sentido". sentar nesta Casa.

O pronunciamento do Presidente Figueiredo sobre reforma' Paraense de nascimento, filho de ilustre Ifamília da cidade deagrária é uma prova pública de concordância com as posições óbídos, do Baixo Amazonas, Pauxy Gentil Nunes era irmão de<Ia Igreja: em matéria de justiça social e de reconhecimento da dois eminentes homens públicos - Coaracy Gentil Nunes e Jana.­importância política da ação pastoral da hierarquia católica. Tra- 'ry Gentil Nunes, o primeiro já falecido - que também represen­ta-se de enfrentar o desafio que se coloco~ a partir da visita do taram o Território do Amapá nesta Câmara :f.i'ederal.

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6786 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSQ NACIONAL (Seção I) Agosto de 1980

Pauxy Gentil Nunes foi, desde os prímelros anos de juventude,um apaixonado pelas coisas da Região Amazônica e, principal­mente, pelo Território do Amapá, prestando-lhe relevantes ser­viços a partir dos primeiros anos de criação dessa Unidade. Quan­do o então Capitão Janary Gentil Nunes foi nomeado Governa­dor do Amapá. em setembro de 1943, Pauxy era um adolescente,mas logo se dedicou a estudar os problemas do Território e, empouco tempo, transformou-se em seu mais importante defensorno Sul do Pais, onde estudava e trabalhava.

Poucos anos depois, nomeado representante do Território noRio de Janeiro. então Capital da República, Pauxy Gentil Nunesconseguiu, com o seu trabalho, perseverança e dedicação, obtersignificativas vantagens para o Amapá. Graças a esse esforço oTerritório pôde receber recursos materiais e financeiros para arealização de obras indispensáveis ao seu desenvolvimento; foiatravés de Pauxy Gentil Nunes que o Território conseguiu gran­jear prestigio em todo o Pais, inclusive na áréa esportiva, quandochegou a transformar-se campeão brasileiro de natação, revelan­do atletas que, em pouco tempo, alcançaram consagração nacio­nal.

'Em razão direta desse elevado conceito de que desfrutavajunto às autoridades do Pais, Pauxy Gentll Nunes foi nomeadopelo então Presidente Juscelino Kubitschek, Governador do Ter­ritório do Amapá, cargo que assumiu em 1958. E, durante trêsanos consecutivos, ele dedicou-se com a maior abnegação à ad­ministração do Território, realizando um trabalho que hoje podeser considerado como o verdadeiro marco do desenvo.vímento da­quela Unidade da Federação. A Capital amapaense, Macapá, porexemplo, deve a Pauxy Gentil Nunes a ousada reformulação ur­banistica que recebeu durante o seu Governo. Hoje, 'Macapá éuma cidade-modelo e, com exceção de algumas atrofias sofridasno curso de sucessivos governos. ainda guarda, e para sempre,suas linhas moderníssimas, representadas pelas largas avenidase praças constantes do seu plano pioneiro.

Mesmo afastado do Governo do Território - e ai já se vãoquase vinte anos - Pauxy Gentil Nunes persistiu na sua luta,relegando e esquecendo as agruras que o destino lhe impunha.Nos últimos cinco anos, por exemplo, ele sofreu vicissitudes, comreflexos na sua vida pessoal, mas ainda assim continuou a sualuta, à espera de uma impossivel compreensão. Chegou mesmo aescrever um livro, ainda inédito, onde conta suas experiências,suas mágoas, frustrações e apresenta soluções para que o Amapáconsiga logo a sonhada emancipação política, administrativa esocial, que tem todos os direitos de merecê-la.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Território Federal do Ama­pá, criada há quase 37 anos, conseguiu desenvolver-se graças aotrabalho pioneiro de centenas de brasileiros, de todas ou quasetodas as naturalidades, que renunciaram à vida 'nos grandes cen­tros em troca da: expectativa da Unidade recém-instalada no se­tentrlão do Pais. Foi a participação desses homens, o seu deste­mor e a confiança que depositaram no futuro da região que pos­sibilitaram a transformação do Amapá numa Unidade progres­sista e hospitaleira ea sua conseqüente inserção no concertodesenvolvimentista do Pais. Pauxy Gentil Nunes, cuja morte es·­tou registrando neste instante, está Incluído entre- esses homenspioneiros. .

O desaparecimento do Sr. Pauxy Gentil Nunes consternou osseus amigos e enlutou o Território do Amapá que, por meu inter­médio, reverencia a imagem do ex-Governador, já inscrito nahistória dessa Unidade da Federação pelo trabalho que prestou,com toda a abnegação e coragem, em favor do bem-estar e feli­cidade do povo amapaense.

O SR. HÉLIO DUQUE (PMDB - PRo Pronuncia o seguinte dis­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a morte é uma contingên­cia natural da vida. Neste mundo temporal, todos sabem que seudia chegará.' Não se pode ser contra a morte. Mas deve-se lamen­tar as mortes provocadas, sem a violência direta do atentado àvida, mas pela ação insidiosa e melíflua daqueles que tudo fazemconsiderando unicamente as razões de um Estado autoritário. Amorte .do General Rodrígo Octávio Jordão Ramos, nas circuns­tâncias em que se deu, pode ser catalogada como um fato provocadoe -alímentado, ao longo dos últimos anos, por quem nele temia suavocação liberal, nacionalista e de Indiscutível liderança junto avastos segmentos da sociedade brasileira, civil e militar.

Brasileiro dos maiores da sua geração, viu-se marginalizado,quando tanta participação contributiva tinha para oferecer à suaPátria. Por isso mesmo, a Nação sentiu e, pelo que ela tem demais sensível e civilizado, chorou o desaparecimento desse ilustrepatricia. Infelizmente, virtude e competência nos ciclos autori­tários só se reconhece quando se curva aos designíos dos deten­tores do Estado. Esta é uma earacterístíca básica da intolerânciaautoritária, em qualquer dos segmentos ideológicos em que se fun­damente. A concepção totalitária estatal, seja fascista ou eomu-

ntsta, pune sempre quem não se submete aos imperativas danova classe.

Pensador que era, o General Rodrigo Octávio Jordão Ramosaliava sua condicão de verdadeiro intelectual com a missão profis­sional de, integrante da arma de Engenharia, consolidar os bata-

, lhões -de engenharia do nosso E;cército nos mais Icngíquos pontosda PátrIa, tãà bem sintetizado na Amazônia brasileira, onde acha­va ser Imprescindível a criação do V Exército. Ali, além do tra­balho material, projetou aquele que foi, e ainda é, o mais impor­tante modelo de ocupação racional, dentro de uma verdadeira po­lítica eolonízatóría das vastas áreas amazônicas. Consistia seuprojeto colonizatórIo em criar Departamentos Municipais, Integra­dos ao Poder Central, onde, com o deslocamento planejado, se as~

sentariam as bases do futuro território e, mais à frente, do Estadoque naturalmente haveria de surgir. COm este modelo eolozínatórío;a um só tempo se estaria ocupando com competência, fazendo umapermanente reforma agrária e gerando uma base econômica las­treada numa forte e participativa integração social. Sua voz,lamentavelmente, não teve o eco que era de se esperar. Por ver­dadeira ironia histórica, o modelo que se adotou para a Amasônlafoi o da ocupação de grandes projetos mtltínacíonaís, conflltandopermanentemente com a segurança naelonal. O símbolo dessa terrí­vel e impatriótica política tem sua síntese no Projeto Jari.

Co~tra isto, o General Rodrigo Octávio Jordão Ramos lutou.Até porque, soldado da Pátria, entre os interesses nacionais e osnão nacionais nunca vacilou. Ficou sempre com seu povo, com aampla maioria do seu Exército, com a dígnídade nacional.

Na semana em que submetido à vontade de Deus, iria de­saparecer . aquele grand~ brasileiro concedia histórica entrevistaao jornal O Esta!lo de S. Paulo, onde analisava com segurança eprofundo conhecimento o atual m?mento nacional. Nela mostI"ayaque o projeto redemocratizante já era possível desde 19'72, alemde conceituar com enorme cultura histórica, [urídíca e humanis­tlca as alterhativas que se apresentam para o quadro política­institucional brasileiro. Quanto à missão constitucional das ForçasArmadas, sua opinião ali está expressada:

"A fase Institucional sob 'a responsabllldade das Forças Ar­madas, a meu ver, não podia ter durado mais de 3 a 4anos em seu periodo corretivo, tempo necessário para quese fl~ssem os expurgos e se planej assem um Brasil novoe progressísta, dentro da lei e d_e um regim~ p!en~m.er:tedemocrático. Na verdade, a funçao tutelar nao e hístórícanem funcionalmente inerente às Forças Armadas, pois, in­tervindo nas crises institucionais como elemento moderador,tão logo sejam as mesmas superadas, elas se retiram parao desemp-enho das suas 'atribuições normais, Foi assim em89, 30, 45, 54,55, uma vez que não lhes compete dirigir oPais além do tempo necessário ao restabelecímento da nor­malidade pois, erodidas pela aeão executiva, perderiam arespeitabilidade e a imparcialid-ade que sempre as envol­veram nesses momentos críticos para a nacionalidade, einfirmariam as suas credenciais de reserva moral da Naçãoe recurso último para as situações de emergências."

SObre a saída possível e necessária para o atual Impasse emque mergulhamos, naquela mesma entrevista afirmava:

"Da convergência entre a segurança do Estado e as aspi­rações e interesses da sociedade surge o pacto constitucio­nal fundamentado nas liberdades individuais, na justiçasocial, no desenvolvimento econômico, na segurança. naharmonia e na índependêneía dos poderes, em termos deentendimento duradouro e não transitório e casuístico, aosabor das conveniências político-partidárias dos detento­res eventuais do poder, visando a sua permanência Ilegí­tima, em todos os escalões de governo, à revelia do consen­so popular.

:11: a-autorízada voz de um democrata que assim se expressava,emitindo conceitos que só podem ser considerados perigosos porparte daqueles adeptos do totalitarismo estatal. Em absoluto nãodefendia um liberalismo irrealista, até por que sabia muito bemque "a democracia pode ser liberal, sem ser suícída ... "

Por isso mesmo, na carta enviada aos Ministros. do SuperiorTribunal Militar, pedindo sua aposentadoria, em certo trecho dizia:

"Se outras oportunidades surgirem, repetirei todos osconceitos aqui emitidos, equivocadamente julgados p-eri­gosos, pois nem a toga nem a farda podem exonerar o ci­dadão, e sobretudo um revolucionário de todos os temposdo seu dever cívíco para com a Pátria."

Além do homem, um simbolo legalista desapareceu, em ummomento de intensa pobreza moral e intelectual na vida públicabrasileira. Morreu Rodrigo Octávio Jordão Ramos, mas seu exem­plo fecundo de patriotismo jamais poderá ser esquecido.

O SR. JORGE VIANNA (BA. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, dois artigos publicados pelo jornal OEstado de S. Paulo, nos dias 24 e 25 de julho deste ano, se referem

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Agosto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6781

ao processo de distribuição de 330 ambulâncias pelo Governador"biônico" da Bahia que, ao arrepio da lei. ofereceu-as aos Pre­feitos de diversos Municipios, pois que, para adquiri-las, não rea­lizou concorrência pública. Ao mesmo tempo em que fez utilizarum próprio do Estado, o Teatro castro Alves, para ali realizar oencontro partidário, o Governador pretende que os recenseadoresque farão o Censo no Brasil sejam nomeados de acordo com umcritério que envolve a votação obtida: pelos Deputados em cadamunicípio.

Fazemos desta tribuna essa denúncia, pois se prepara anomeação dos recenseadores deste ano pelo critério não deconcurso, mas da representatdvtdade parlamentar dos Depu­ta:dos do PDS em cada Município. Referido Governador.sobre o qual pesam denúncias de corrupção apresentadas nes­ta Casa, é um homem que conduz o Estado a truculêneías, Comobem disse o Deputado Stoessel Dourado. em telegrama dirigidoa S. Ex.a , .nas delegacias da Bahia se costuma dar óleo e cimentoàs pessoas, levando-as à morte.

Sr. Presidente, frente a esses atos, dizemos, desta tribuna.que a Bahia, ao receber as ambulâncias. necessita de socorro. esocorro urgente.

Passo a ler os citados artigos:"AMBULANCIAS PODEM DAR PROCESSO NA BAHIA

Da sucursal deSALVADOR

O Deputado Domingos Leonelli, do PMDB baiano, denun­ciou ontem, em Salvador. que o Governo do Estado nãorealizou licitação pública para a aquisição das 330 ambu­lâncias distribuídas aos Prefeitos governistas que com­pareceram ao lançamento oficial do PDS, na véspera."Isto é um verdadeiro escândalo - comentou o Deputado.Apesar de ter sido realizada uma transação envolvendosoma superior a 100 milhões de cruzeiros o Governo pre­feriu comprar as ambulâncias diretamente da direção daGeneral Motors do Brasil, quando não havia qualqueremergência que pudesse justificar a dispensa da licitação- a não ser, é claro, que se queira considerar o encontrodo PDS como essa emergência".Com base nessa denúncia, Leonelli proporá na próximareunião do PMDB "um vigoroso repúdio" ao ato do Go­vernador Antônio Carlos Magalhães, que ele classificoucomo "um dos muitos exemplos de corrupção político-ad­ministrativa" .Já o Deputado José Galdino Leite, Secretário-Geral doPartido Popular na Bahia, anunciou que seu partido estáestudando a possibilidade de tomar medidas judiciais con­tra o Governadôr, "por ter ele. em aberta ínfríngêneía àsnormas eleitorais vigentes, utilizado prédio público - oTeatro Castro Alves - para encontro partidário".A propósito, Galdino Leite lembrou que, na palestra quefez para os Prefeitos na abertura do encontro governista.o Secretãrio do POS, Deputado Murilo Cavalcanti, "reite­rou diversas vezes que não se usasse prédios públicos emseus respectivos municípios para fins partidários".

ACIDENTE

As ruas de Salvador, enquanto isso, eontínuavam.cheías deambulâncias e, anteontem, uma delas - doada ao Prefeitode Itanhém, l!:dimo Afonso Leles dos Santos - chocou-secom três carros no bairro da iBarra, um dos mais elegantesda cidade. Houve comentários de que o Prefeito ficou irri­tado com o acidente e pensou em procurar o Secretário­Geral do PDS para discu·tir o assunto, sendo, porém, acon­selhado a pagar os prejuízos e encerrar o episódio.O mesmo Prefeito llldimo Leles foi acusado, em extensanota publicada ontem na imprensa baiana, de "realizarenormes falcatruas, desmandos, abuso de poder, desviode verbas, enriquecimento iIlícito, atentados a diversoscidadãos da cidade, peraegutções de todas as espécies, inér­cia administrativa, incompetência, espancamentos eameaças". A nota não era assinada por nenhum dos par­tidos oposicionistas, mas por todos os Vereadores da ban­cada do próprio PDS na Câmara Municipal de Itanhaéme pelo Presidente da Casa, ;rosino José Curvelo."

"DIA DE FESTA E PASSE1(OS PARA PREl'ErrOS DABAHIA

Da. sucursal de SALVADOR

Se para o governador baiano, Antônio Carlos Magalhães,a festa do lançamento do PDS no Estado acabou anteon­tem à noite com o encerramento do encontro, para os 300prefeitos - cujo comparecimento ao evento e a opção po-

Iítíca pelo PDS valeram. de presente, uma ambulância no­va e equipada - o dia de ontem ainda foi de muita fes­ta, compras, contatos e passeios pela capital.E como todas essas atividades eram realizadas pelos pre­feitos e suas comitivas com as novas e v ~osas ambulân­cias o trânsito de Salvador ganhou, ontem, um coloridodiferente. Onde quer que se fosse encontravam-se váriasdelas circulando e, ao que se presume, dirigiras pelos pró­prios prefeitos que, desacostumados com o trânsito da: ca­pital acionavam as sirenas em qualquer congestionamento.Além do Shopping Center Iguatemí, lojas do centro e lo­cais de lazer. a Secretaria de Planejamento do Estado eramulto procurada pelos prefeitos e desde as oito horas damanhã, caravanas de prefeitos, em suas ambulâncias, pro­curavam o secretário Antonio Osório para reivindicar, prin­cipalmente, obras do sistema viário e de urbanízacão deseus munícípíos. .

Osório, que coordenou lodo o trabalho de distribuição dasambulâncias e assinou os convites para o encontro, foi, sin­tomaticamente, o terceiro nome do PDS extra-oficialmentelançado, durante o evento, à sucessão estadual. No dia doencontro. vários prédios no Centro Administrativo da Ba­hia amanheceram pichados com frases, que lançavam osecretário do Planejamento à sucessão de Magalhães.

O presidente do Banco do Estado da Bahia e ex-prefeitode Salvador. Clériston Andrade, outro virtual candidato àsucessão estadual, também tirou proveitos do encontro doPDS em Salvador. Depois de ter feito, há cerca de 15 dias,uma reunião com os gerentes das agências do Interior doEstado e distribuído, entre eles, um grande lote de "che­ques-mate" lo cheque garantido do Banebl, para caboseleitorais e representantes do PDS nas cidades, Cléristonatendeu. também. ontem a um grande número de prefei­tos.Hoje, a maior parte dos convidados do lançamento do PDSdevem retornar a seus respectivos municípios, inclusiveJosé Guedes, prefeito de :Ruy Barbosa. Filiado ao extintoMDB, Guedes continua oposicionista, mas ainda não tinharevelado sua nova opcãopartídárla, Recebeu, então, o con­vite e compareceu ao encontro, certo de que receberia umaambulância. Mas, como não se filiou ao partido do governo,soube, pelos assessores do governo, que a ambulância re­servada ao seu município seria doada à Santa Casa deMisericórdia, cujos diretores são 'do POS. Guedes voltouontem à tarde para' Ruy Barbosa, mais oposicionista do quenunca e prometeu fazer um vigoroso pronunciamento nacidade, denunciando a. tentiva de alíelamento de que foivitima." .

O SR. WALTER SILVA (PMDB - RJ. Sem revisão do orador.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, os pescadores do Municipio de

São João da Barra pedem que transmitamos denúncia das maisgraves a quem de direito, ou melhor, à SUDEPE, Denunciam eleso desvio de verbas ocorrido na cooperativa dos pescadores do nor­te-fluminense, com sede em Atafona, distrito daquele Municipio,esperando providências imediatas e urgentes da SUDEPE no sen­tido de se apurar o caso e se identificarem os culpados atravésde inquérito próprio para se restabelecer a ordem administrativa,porquanto é péssima a situação daqueles pescadores, sobretudo dosque vivem exclusivamente da indústria pesqueira naquela amplaregião do norte-fluminense.

Ora, Sr. Presidente, é sabido também que o Município de SãoJoão da Barra, inserido na região norte-tlumínense, sofre, comotodos os demais 14 Municípios daquela mesma região, de um graveestrangulamento econômico ocasionado, sobretudo, pela falta dediversificação na agricultura e também na indústria. Há falta deincentivos fiscais, tão reclamados pelas populações daquela região.O fato se torna mais grave, porque o vizInho Estado do EspiritoSanto já dispõe desses incentivos fiscais desde o ano de 1969,concedidos através do Decreto-Lei n.O 880, de 1969, que tem sidorenovado através de sucessivos decretos-leis do Poder Executivo.Ora, sendo aquele Municípío fronteiriço do Esp:írito Santo, nenhumindustrial mais se instala em São João da: Barra e,. também, nosMunicipios de Campos, Itaperuna e Bom Jesus de Itabapoana, exa­tamente porque são atraídos pelas vantagens oferecidas pelo Go­verno do Espírito Santo e pelos incentivos que o próprio GovernoFederal concede através de uma legislação específica.

Temos clamado, Sr. Presidente, quase que diariamente contraessa 'situação dramática, contra esse verdadeiro quisto instaladonuma das regiões outrora mais desenvolvidas do Estado do Riode Janeiro, mas que hoje se encontra numa situação inversa, deestrangulamento econômico. com populações rurais e urbanas numverdadeiro êxodo para as Capita:is do Rio de Janeiro, de São Pauloe para a Grande Vitória, exatamente em razão dessa falta deajuda dos Poderes constituídos. Mais uma vez junto à denúncía

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6788 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A&"osto de 1980

e ao pedido dos pescadores de São Joào da Barra o apelo daspopulações do norte-fluminense para que o Governo Federal voltesuas vistas para aquela região, à beira da falência, com umarenda per capita das menores do País, sofrendo brutal esvazia­mento econômíco e, conseqüentemente, social.

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, srs, Deputados, o caos fundiário noAcre, apesar dos seguidos e dramáticos apelos formulados nestatribuna e em diversas oportunidades, é ainda um sério problema.causando grandes prejuízos e até mesmo situações de verdadeiraconvulsão política e social.

O Acre está a prantear, hoje, dois cidadãos, vitimados pelaindefinição e pela incompetência do Governo na regulamentaçãoda posse da terra, Crimes bárbaros, cercados de conotações tene­brosas, carentes da mais exemplar apuração para que os culpadasnão se nutram na impunidade. Sem entrar no mérito das vitimas.creio necessário ressaltar o simples fato de que ainda se matae se morre, no Acre, por causa de glebas, por disputa de soloe de domínío territorial.

No dia 21 de julho último, tombou, assassinado, o Presidentedo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasíléla, Wilson Pinhei­ro de sousa, baleado na própria sede da organização, certamenteem virtude da obra desempenhada como líder classista. Uma se­mana depois, o gerente de uma fazenda situada na rodovia Bra­siléia-Assis Brasil também perdia a vida, em víolento entreverecom cerca de 30 trabalhadores rurais. -,

M;,ais duas mortes, mais duas famílias enlutadas, mais tensãoe mais promessas de violências - num quadro já conturbado eexplosivo. Até quando?

É sabido que a luta pelo domínio da terra, colocando-se emposições antagônicas posseiros e propríetários nem sempre legí­timos, representa um gerador de insegurança social e coletiva. Asverdadeiras batalhas, já ocorridas ou prestes a ocorrer, avoluman­se ante os olhos inertes do Governo; este, detendo os argumentose os remédios legais para sanar a situação, nada faz de positivo.

Existe, além do plano pessoal, outro mais amplo: essa índe­finlção fundiária representa um sério e nocivo fator de prejuízoao desenvolvimento regional. FinancIamentos, planos fecundos emedidas capases de desenvolver o Acre e a Amazônia, inviabili­zam-se perante o problema da posse das terras. É preciso queas autoridades assumam suas responsabilidades, impondo uma' or­dem soelal mais justa e maís humana nessas regiões conflagradas:impõe-se .o cumprimento, ao menos, das leis já existentes, emparticular o Estatuto da Terra, onde se estabelece o uso sociai dosolo e seu melhor aproveitamento em prol da coletividade.

Tenho reclamado seguidamente, nesta tribuna e em outrasoportuidades, contra a morosidade do INCRA na implantação deprojetos de colonização dirigida, no Acre. O aproveitamento damão-de-obra, dos seringueiros expulsos de suas áreas de origem, éuma providência que não mais pode ser protelada, sob pena dese perder o controle da situação social e da segurança.

O Partido do Movimento Democrático Braslleiro tem apresen­tado posições firmes e decididas, postulando uma solução para oproblema. Sem abandonar as fontes tradicionais de riqueza e deocupação da mão-de-obra, advoga o estabelecimento de projetosagropecuártos racionais, que não representem a morte da econo­mia, extrativista, o látex e a castanha.

Preocupado com o problema agrário no País o PMDB fez in~eluír no seu Programa um Capítulo especialménte dedicado àsrelações sociais e econômicas do campo e das áreas extrativistas,sob o titulo "Estrutura Agrária e Produção tRural". Vale repetir,nesta oportunidade, as disposições ali propostas:

"Considera imprescindível uma profunda mudança na po­lítica e na estrutura agrária do País. Deseja que a agri­cultura tenha por objetivo primordial alimentar os brasi­leiros; que não seja utilizada para sustentar um parqueíndustríal e de serviços, favorécedor do consumo de luxoque não implique o esvaziamento dos campos e, sobre~tudo, que não obrigue à miséria social e à exploração aque estão submetidos os trabalhadores rurais."

O PMDB defende a necessidade da reforma agrária, princi­palmente onde coexiste o latifúndio improdutivo com o minifúndioinviável, redistribuindo-se a propriedade da terra em favor dosque a trabalham, segundo crítéríos simultâneos de conveniênciaeconômica e eqüidade social. Condena a forma predatória deocupação das fronteiras agrícolas e com a expulsão dos posseIrosque as desbravaram.

O PMm3 considera como objetivo essencial da política agráriao fortalecimento dos sindicatos rurais, livrando-os da tutela doEstado.

Por isso. apresento, em nome do PMDB, minha solidariedadeaos trabalhadores rurais de Brasiléia. pessoalmente e na repre­sentação de seu Sindicato. A morte do seu presidente, Wilson Pi­nheiro de Souza, deve ser creditada ao próprio sistema fundiáriovigente, injusto e criminoso pelas mortes e dores ,que produz.

Concluo, Sr. Presidente, srs, Deputados, reiterando meu pesare meu protesto pela omissão que vem pautando as atitudes doGoverno do Estado do Acre, na apuração e na punição dos res­ponsáveis por aquele crime - integrado na série de fatos que agri­dem a própria índole pacifica e cristãmente ordeira do bravo povoacreano.

O SR. MÁRIO BATO (PMDs - SP. Pronuncia o seguintedlscurso.) - Sr. Presidente. como membro da Comissão Mista doCongresso Nacional que debateu o Projeto de Lei n,O 9, de 1980, quedefine a situação jurídica do estrangeiro no Brasil e cria o Con­selho Nacional de Imigração, pude expor os motivos do meu cate­.górteo "não" a este projeto.

,Ele é discriminatório contra aqueles que aqui vieram de fora,trabalham e constroem nossa Pátria e que agora se vêem acossa­dos e intimidados pelo próprio Governo.

Ele é inconstitucional, porque admite a ,possibilidade de ex­pulsar o próprio brasileiro, quando filho de estrangeiro expulso doPaís. Ele é arbitrário, porque deixa a critério de qualquer autori­dade a decisão sobre "o que sejam interesses nacionais", mesmoque o estrangeiro satisfaça todas as exigências da lei para per­manecer ou vir ao Brasil. Descamba, portanto, para a penaliza­ção sem justificativa e sem direito de defesa, atentando contra osmínimos direitos humanos,

'Eie é fascista, pois pretende institucionalizar a delação sobreas llitivídades privadas dos estrangeiros através da imposição defichamentos pelos hotéís, ímoblliârías, juntas comerciais e síndicosde edifícios, ao Ministério da Justiça, sobre os contratos ou suasestadias.

óEle é atentatórío contra o direito de ir e vir, ao propor oconfinamento do estrangeiro, fixando sua residência em determi­nada área "para fins de exercíeío da profissão, sob cuja condiçãoele veio para o Pais".

Portanto, Sr. Presidente, este projeto de lei está eivado de in­correções, injustiças e desavenças. 11: contra o estrangeiro, contraa solidariedade entre os povos, contra a cultura, o comércio e oturismo, contra o progresso e contra o próprio brasileiro nato.

Recentemente, o Sr. Ministro da Justiça, Ibrahim Abi-akel,disse que "o Executivo não -tem a últíma palavra sobre o assunto,pois, se assim fosse, seria desnecessária a existência do Parla­mento, cabendo aos Senadores e Deputados a função decorriglr oserros, omissões e demasias que porventura o projeto contenha".

Ai está, Srs. Deputados, a evidência de que o Governo, autordo projeto, tem noção de que existem "erros, omissões e demasias",E apresentam-nos estes "erros, omissões e demasias" depois de 8anos de mirabolantes estudos nos corredores dos Palácios e Minis­térios. E enaltecem a inteligência dos Congressistas, qoue devemestudá-lo em apenas 40 dias, pois, caso contrário, será aprovadopor decurso de prazo, mesmo com os "erros, omissões e demasias".

Faço minhas as palavras do ilustre Ministro da Justiça, sobrea necessária exístêncía do Parlamento. Por isto, concito os nobrespares desta Casa, especialmente os membros do partído do Go­verno, a não repetirem a melancólica votação em bloco ocorrida naComissão Mista do Congresso Naeíonal, na tranqüilidade da vitó­ria preconcebida do Senador Bernardino Vianna, relator do pro­jeto governamental.

O Parlamento tem ainda, mais uma vez, sua hora histórica delevantar .sua voz e corrigir os "erros, omissões e demasias". Opróprio Senador Bernardino Vianna implicitamente admite os"erros, omissões e demasias", quando diz que "esta é uma situa­ção transitória, para que se possam regularizar os casamentos e osregistros fraudulentos que estão-se fazendo neste Pais".

Ora, Sr, Presidente, isto é o mesmo que ínstãtucíonalízac ocasuísmo. Pretende-se aprovar o particular, para deixar para maistarde o raciocínio sobre o geral.

Admitem os "erros, omissões e demasias" ferindo a Justiça,a paz e a tranqüilidade da família brasileira "em caráter transi­tório" .

E eu pergunto: quem reparará as injustiças que serão come­tidas em nome da "Segurança Nadonal"? Em nome dos "interessesnacionais"? Em nome da "defesa da mão-de-obra nacional"?

Como aprovar uma lei que preconiza a injustiça dentro doseu próprio conteúdo?

Por tudo isto, Sr. Presidente, e como o prazo de discussão doProjeto em pauta extingue-se a ,5 de agosto próximo, sem tempo

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Agosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado.e 6789

hábil para elaboração adequada de tão importante instrumentonormalizador de nossa sociedade, proponho ao Governo a reti­rada do Projeto de Lei dos Estrangeiros da pauta de discussões.

É ato de indiscutível grandeza admitir erro; porém, é ato deabsoluta justiça corrigi-lo. Retirem-no, pois - é meu veementeapelo.

O SR. JUAREZ BATJjSTA (PP .- MG. sem revísão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, lamentavelmente, o Mi­nistro Delfim Netto continua cavando a sepultura do Brasil. Nomês de julho, este Ministro" que já trouxe tantas dificuldades àNação brasileira, talvez aproveitando o recesso do Congresso, ela­borou uma portaria contra o pequeno e médio empresários bra­sileiros. S. Ex.a , o Ministro Delfim Netto, proibiu praticamenteo crédito bancário, o desconto de duplicatas para o pequeno emédio empresários brasileiros. Com a justifi.cativa única de com­bater a inflação, de que é o maior culpado, tanto assim que jáé até chamado de "Ministro do Planeja Aumento", S. Ex.a tornouo crédito impossível à pequena e média empresas. E hoje, em to­das as cidades brasileiras, aumenta víolentarnente o desemprego.Fazendo-se um levantamento na Justiça do Trabalho verificar­se-á que, relativamente ao mês passado, houve um aumento tal­vez de 100% na dispensa de empregados. A continuar este arro­cho creditício, neste mês vão aumentar violentamente o númerode títulos protestados, os pedidos de concordatas e de falênciasde pequenas e médias empresas brasileiras. Se para combater ainflação é necessário este mal maior, não sabemos até onde podechegar este desastrado Ministro brasileiro.

É lamentável que uma Nação que precisa caminhar. que pre­cisa desenvolver-se fique aguardando as decisões desse falso mi­lagreiro, que quando assumiu o Ministério do Planejamento en­controu uma inflação de 47% e conseguiu levá-la às raias de100%, agora, demonstrando total desconhecimento da realidadebrasileira, corta o crédito tão necessário ao desenvolvimento eà manutenção das tão sacrificadas pequena e média empresasbrasileiras. .

O que está conseguindo S. Ex.a com esta portaria é o incre­mento de agiotagem, cujos juros já estão a mais de 15%. Existemfinanceiras cobrando mais de 10% de juros, isto em cima deuma economia. débil, em cima do pequeno e médio empresários,que lutam para manter suas empresas.

É necessário que ergamos nossa voz de protesto. Não pode aNação ficar aguardando as decisões da tecnocracia braslleíra. que-está levando ao desespero as pequenas e médias empresas na­cionais. Urge, pois, que seja revogada essa portaria, a fim deevitar, Inclusive, um grande número de falências e concordatas,É necessário, pois, que se mude de imediato esta política, queo Sr. Delfim Netto, o Sr. Ministro da Fazenda e a Diretoria doBanco do Brasil suspendam esse arrocho, que está levando aocaos a economia brasileira.

O SR. BRABO DE CARVkLHO (PDS - PA. Pronuncia liseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Brs, Deputados, ninguémmais pode ignorar a importância e o valor do _Proieto Carajáspara o Brasil, assunto que está a exigir desta Câmara e do Con­gresso Nacional uma definição corajosa e efetiva, inclusive aconstituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, objeti­vando apurar toda verdade e análise dos projetos até então con­siderados lesivos e espoliativos à Pátria, manipulados e condu­zidos por maus brasileiros que visam acima de tudo seus própriosinteresses.

Pelo seu valor e propriedade com que analisa a matéria, nes- .te pronunciamento nos resumimos a ler, considerando como parteintegrante do mesmo, para registro na ata e transcrição nosAnais desta Casa, o artigo do Eng.o Brasllio Accioly, sob o titulo"Desinformação e subdesenvolvimento", publicado no jornal "OLiberal", ed. de 28 de julho, 1.0 caderno, fls. 6, solicitando à Pre­sídêncía seja este trabalho encaminhado aos Exmos. Srs. Presi­dente e Vice~Presidente da República e Ministros de Estados.

;Lemos a seguir o artigo:"Se há uma indagação crucial no Brasil, nesta hora, é saber

em que medida a manipulação da informação econômica estáconcorrendo para a critica situação de nossa economia e, conse­qüentemente, para a deterioração do panorama político. Qtle estamanipulação é flagrante e muito grande, deformando decisiva­mente não só a opinião pública, mas a dos órgãos representatí­vos do povo e dos mais altos escalões do Governo que tomam asdeclsões, não temos a menor dúvida e há inúmeros exemplos parademonstrá-los.

Outra constatação é que tal manipulação se faz a nível deterceiro e quarto escalões e que os órgãos de segurança e infor­mação não estão aparelhados para neutralizá-la, limitando os seustrabalhos aos eventuais e superficiais efeitos políticos que decor­rem dos problemas sócío-econômícos,

Num pais de planejamento ascendente como o nosso, em queprimeiro se concebe o projeto, atendendo a interesses de deter­minados grupos, para posteriormente enquadrá-lo nos progra­mas e nos planos governamentais, é natural que a tecnocraciade terceiro e quarto escalão se associem aos referidos interessespara promover através dos "lobbles' e da manipulação das in­formações os projetos em que se engajaram.

O que não parece natural é que os altos escalões do Governoe os representantes do povo não encontrem os caminhos adequa­dos para defender a Nação de informações manipuladas e dosprojetos lesivos e espoliativos que comprometem a nossa seguran­ça e desenvolvimento.

Poderíamos ilustrar essas considerações com o que ocorre eminúmeros projetos governamentais. Porém, o[) que a nosso vermerece a mais urgente atenção do Executivo e do Congresso Na­cional é o de Carajás, pela sofreguidão com que se pretende atodo custo consumá-lo, tornando o erro Irreversível.

Nesse projeto, a manipulação das informações atinge tanto osfatos como os conceitos. Não se informou, por exemplo, ao púbüconem aos altos escalões do Governo que o projeto sofreu as maiscontundentes contestações da engenharia brasileira em recentesimpósio no Clube de Engenharia do Rio de :.r'aneiro.

Não se ínrormou, também, da posterior destituição de todaa diretoria da Amazônia Mineração, responsável pelo projeto. Nemse divulgou que este foi severamente criticado em relatório do, Mi­nistério dos Transportes e iniciado desobedecendo a leis e normasvigentes no Pais. Publicam-se com insistência as maiores falsida­des como a de que já estão construídos 500 km ou 50% da fer­rovia, quando de fato ainda não se aplicou 1 ou 2% "dos investi­mentos' previstos.

No plano conceitual, sobre méritos, prioridade e oportunidadedo projeto, ficou evidenciada toda a manipulação de informaçõesnas discussões do Clube de Engenharia, o que explica a sonegaçãode noticias sobre as mesmas nos principais órgãos de comunica­ção do País.

Estando o Clube de Engenharia empenhado em discutir e es­clarecer o projeto, só podemos entender como produto de informa­ções deturpadas declarações atribuídas ao presidente do Clube deque "são inócuas as discussões sobre as alternativas várias" e deque "o projeto resultou de detidos estudos da AJMZA", publicádasem jornal visivelmente integrado no "lobby" de Carll.jás.

O presidente do Clube de Engenharia, tendo presenciado ointenso questionamento ao projeto, inclusive por diretores do Clu­be, dificilmente emitiria opinião da maneira como foi publicada,antes do pronunciamento das divisões técnicas e do Conselho Di­retor da entidade. Por outro lado, o Professor Plínio Cantanhedefoi um dos ilustres nomes da engenharia brasileira que, com váriosoutros presidentes de sociedades congêneres, subscreveram abaixoassinado à OPI da Amazônia no Senado Federal solicitando a in­vestigação do projeto Carajás, Abaixo assinado que, numa provade desapreço à nossa engenharia e por ironia dos fatos, foi engave­tado por um senador do Pará, estado que será justamente o maisprejudicado com o projeto.

Ao contrário do que se informou, o presidente do Clube deEngenharia foi dos primeiros a considerar não inócua, mas damaior importância a discussão sobre Oarajás, mormente agoraquando o projeto extrapolá para o aproveitamento de outras ri­quezas e potencialidades da região. Basta, aliás, um pouco de bomsenso para se ver o absurdo de considerar uma ferrovia concebidapara exportar minério in natura para o Japão como a infra-estru­tura viária ideal para desenvolver a Amazônia. Ainda mais semum estudo macroeconômico.. O não aparelhamento dos órgãos de segurança e informação,

identificados com as Forças Armadas, para analisar e neutralizaressas manipulações da informação, de certa forma contribui paradesgastar a imagem do militar brasileiro, ao dar a idéia de que,por omissão, ele favorece a espoliação nacional.

E o que esperar dos políttcos? Sem dúvida, esperar que presti­giem as manifestações patrióticas e desinteressadas da engenha­ria nacional, feitas através de nossas sociedades de engenheiros,e que entrem a fundo e com urgência nas questões econômícas deinformações tão manípuladas como a de Oarajás ,

Receamos, entretanto, que se tais assuntos tiverem de aguar­dar, no Congresso, a conclusão das importantes discussões que seprocessam sobre vários temas polítícos, nossos filhos e netos cor­rem o risco de receber uma nação semídevorada, aleij ada e maisdependente."

Durante o discurso do Sr. Brabo de Carvalho, o Sr. EpitácioCafeteira, 29-Secretário, deixa a cadeira da presidênciaque é ocupada pelo Sr. Nasser Almeida, Suplente de Secre­tário.

O SR. PRESIDENTE (NosSier Almeida) - Tem a palavra o Sr.JoelFerreira. (Pausa.)

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6790 Sábado 2 OIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A«OIIto de 1980

o SR. JOEL FERREIRA (PDS - AM. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, nos últimos anos, com a carênciado petróleo, a borracha natural vem readqulrindo o seu prestígio.Até há pouco tempo, a borracha sintética dominava o mercado, emrazão dos preços baixos do petróleo. Hoje, porém, já se tornam in­viáveis os grandes complexos petroquimicos e a produção em largaescala da borracha sintética. Portanto, tem havido esforço nosentido de reativar os seringais da Amazônia, que foram abando­nados naturalmente, sobretudo em razão do preço baixo da bor­racha sintética. Por outro lado, o Governo procura estimular oschamados seringais de cultivo, não apenas na Amazônia, mas tam­bém na Bahia, onde já se produz em larga escala o látex.

Devo ressaltar a grande capacidade administrativa do atualSuperintendente da SUDHEVEA, o jovem e patrIota Dr. José Oesá­rio. Entretanto, talvez por causa das restrições aos financiamentosdestinados à ativação dos seringais naturais da Amazônia e à am­pliação do seu plantio, esses programas do Governo não estão al­cançando os objetivos propostos. Carece, pois, de ser aprofundadoo esforço do Governo no sentido de ativar os seringais nativos e deampliar os cultivados. Não bastam o talento e a boa vontade doatual Superintendente da SUDHEVEA. É preciso que se liberem osrecursos através do Banco da Amazônia, ou de outros bancos ofi­ciais, a fim de que se multiplique a produção da borracha naturalno Brasil.

Tenho Informação de que os financiamentos estão quase para­lisados, independentemente, repito. da boa vontade do atual Su­perintendente da SUDHEVEA.

Sr. Presidente, valho-me, pois, desta tribuna para dirigir umapelo ao Sr. Ministro da Indústria e do Comércio e ao próprio Go- _verno da República no sentido de que não deixem fracassar o pro- .grama. de ampliação da produção de borracha natural. Para queisto não aconteça, é necessário que o Governo ampare os produto­res através de financiamento adequado, na ocasião certa, porquefora de época de nada adiantaria esta providência. O Brasil hojeimporta cerca de dois terços da borracha de que necessita, e nãopodemos permitir que este percentual seja aumentado. E, como te­nho dito desta tribuna, se amanhã uma conflagração explodir nospaíses que nos fornecem a matéria-prima, o Brasil ficará sem con­dições de sobrevivência no que respeita a borracha natural paraprodução de pneus de avião, de grandes c,.: ques e de caminhõesespeciais que não utillzam matéria stntétícr., mas, sim, borrachanatural.

Faz-se necessário e urgente que o Governo dê prioridade paraque o financiamento para o programa da borracha natur.rl daAmazônia seja restabelecida imediatamente.

O SR. ADHEMAR SANTILLO (PT - GO. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Associação de AdvogadosLatino-Americanos pela Defesa dos Direitos Humanos; o Comitêde Defesa dos Direitos Humanos no Cone Sul-CLAMOR; o Co­mitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da América Latina; aComissão Arquidiocesana da Pastoral de Direitos Humanos e Mar­ginalizados de São Paulo; o Comitê Brasileiro pela Anistia; a Co­missão de Justiça e Paz de São Paulo encaminham ao CongressoNacional "Carta Aberta ao Parlamento Brasileiro", cuja integra éa seguinte:

"CARTA AO PARLAlMENrI'O BRASILEIROA sociedade civil brasileira, extremamente preocupada,acompanha o curso da Mensagem Presidencial n,o 64/80,que silenciosa e rapidamente tramita no Congresso Na­cional, com prazo até 5 de agosto, com o objetivo de re­gular a situação do estrangeiro no Brasil. E a mensagemo faz violando tratados internacionais de que o Brasil ésignatário, afrontando o texto constitucional vigente eaviltando nossa generosa tradição de acolhida aos estran­geiros e, em particular, aos imigrantes e aos asilados porperseguição.Esta carta é uma exortação aos parlamentares para que,refletindo na situação da familla brasileira, em cujas pri­meiras Unhas de ascendência sempre existe um estran­geiro, votem lei que disciplinando a sua condição, não ofaça com a presunção de que ele seja sempre um Indese­jável, alguém a merecer punição ou desprezo, até provaem contrário.A possibilidade de expulsar estrangeiro com filho ou côn­juge brasileiros, inédita desde antes da República, acar­reta uma de duas hipóteses igualmente nocivas: ou, coma expulsão se rompe o grupo famílíar, cuja proteção êdever do Estado (C.F., art. 175), ou se determina o de­gredo do cônjuge e do filho, brasileiros ambos, o que aConstituição igualmente veda (art. 153, §§ 11, 13 e 19>-Em mais um ponto, a mensagem viola a indole do povobrasileiro, ao Instituir a delação oficial de estrangeiros,por parte de imobiliárias, hotéis, síndicos de edificios, pro­prietários de imóveis que abrigarem estrangeiros ou com

eles contratarem, ao criar àqueles o dever de enviar osdados destes ao Ministério da Justiça. A par da violaçãoaos direitos de propriedade e de privacidade, restauram­se, entre nós, o medo. a desconfiança, os abusos todosque tal incentivo à delação sempre geram.A nova lei criará a odiosa possibilidade de confinamentode estrangeiros, permitirá a cassação do visto de turista,

. a qualquer momento e injustificadamente, oporá obstá­culos vários à entrada de cientistas e de prof-essores.E tudo isso se fará a pretexto de atender a interessesnacionais que o projeto não especifica e, assim, poderãoser os pensados pelo fiscal de quarteirão de plantão nasfronteiras ou nos aeroportos.A mensagem tem endereço certo. Visa atingir principal­mente os milhar-es de latino-americanos que abandona­ram os regimes ditatoriais que viviam nos países do ConeSul e que hoje deveriam gozar no Brasil das garantiasque as Convenções internacionais lhes outorgam.Para a solução da situação desses estrangeiros, o projetoestabelece como condição preliminar a criação de convê­nios com os países de origem, sendo, sintomaticamente,uma das cláusulas obrigatórIas o ressarcimento das des­pesas de deportação ...Jl: fácil imaginar o sofrimento, a angústia de tais estran­geiros, forçados à dramática opção: ou se apresentam àautoridade brasileira, e se submetem a eventual confina­mento, correndo o seriissimo risco de serem deportadospara os países de origem (sempre de acordo com os "obje­tivos nacionais" que a lei não -define); ou ficam irregu­larmente no pais, sujeitos à delação, Impedidos de levaruma vida normal, aspiração de todo o ser humano!

Trágica opção, mas que ainda depende de aprovação doCongresso Nacional, que pode substituí-la por fórmulamais humana, mais digna, mais brasileira.

Igualmente, a disciplina da situação do asilado continuadesconhecendo as Convenções sobre Asilo de Montevídéue de Caracas, hoje incorporadas ao direito interno bra­sileiro.A mensagem não reconhece o direito de todo o perseguí­do à concessão de' asilo, como recomendado pela Declara­ção dos Direitos do Homem (artigo XIV), à medida emque sujeita quem ingressa clandestinamente no país àimediata deportação, sem qualquer controle jurisdicional.A par disso, a mensagem sujeita o asilo reconhecido comotal à obediência não só das normas de direito Interno eInternacional, mas também àquelas que o Governo bra­sileiro, arbitrariamente, houver por bem lhe fixar.A expulsão e a deportação - a mensagem dá ênfase 'es­pecial à aplicação de pena - têm rito rapidíssimo, semqualquer exigência ou mesmo possibilidade de interferên­cia do Poder Judiciário no seu controle.A experiência juridica recente revelou que o imediatorecurso ao Poder Judiciário demonstrou ser ineficientepara sustar expulsão irregular e arbitrária, desde que estaseja processada com a rapidez que a lei permite.Todas essas draconianas disposições, que transformam oEstatuto de Estrangeiros em verdadeiro e indisfarçadoCódigo repressivo, sem a garantia do princípio da legali­dade, serão aplicadas segundo a doutrina da segurançanacional (art. 2.°), em nome da qual a lei é aqullo que oPoder quer que ela seja, como nos mostrou a históriarecente do país. Em nome dessa segurança nacional, osopositores dos regimes ditatoriais da Argentina, do Para­guai, do Uruguai, do Chile, da Bolivia, os religiosos queaqui se dedicam à atividade que lhes é própria, os estran­geiros em geral, tenderão a ser transformados no inimigoInterno a ser perseguido aqui também, apesar de todasas convenções internacionais.Mas, isso ainda: depende do consentimento do CongressoNacional.E essa é a esperança da sociedade civil brasileira.No momento em que o Congresso Nacional luta pela res­tauração de suas prerrogativas - e os parlamentares ofazem para honrar e justificar o mandato popular quereceberam _ não teria sentido deixar intocável mensa­gem tão iníqua, tão desconforme nossas tradições, tãodesapegada daquilo de estrangeiro que corre no sangue detodo o brasíleíro.

Assim, minimamente, espera-se que o Congresso Nacional:- restaure o privilégio de inexpulsabilidade do estran­geiro que tiver cônjuge brasileiro, ou filho brasileiro;

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Agosto de 1980 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãô I) Sábado 2 6791:

- dê solução digna aos estrangeiros que aqui já estão,apenas deles exigindo, em processo judicial sumário e gra­tuito, a prova de recursos para a própria manutenção ea prova negativa de antecedentes judiciais criminais noBrasil;- restaure a proteção a todo o perseguido, na forma daDeclaração dos Direitos do Homem;- elimine a delação como odioso dever jurídico:,- afaste o confinamento como condição eventual de per-manência do estrangeiro; -- assegure, na aplicação de qualquer pena, amplo con­trole jurisdicional, na forma garantida pela ConstituiçãoFederal;- suprima" da lei critérios vagos para sua aplicação, comoa menção a "objetivos nacionais", causa, certamente, dearbítrio e de corrupção;- dê, enfim, ao estrangeiro, não um regime policial, pe­nai, mas uma disciplina legal social, humana, brasileira.Com os olhos voltados para todos aqueles que, no Brasil,vieram buscar trabalho ou refúgio, com o coração voltadopara todos os que, lá fora, assim receberam tantos brasi­leiros, a sociedade civil aguarda do Congresso Nacionallei que defina de forma justa a situação do estrangeiroe não envergonhe a nação brasileira no concerto dos povos.Associação de Advogados Latino-Americanos pela Defesados Direít6s Humanos - Comitê de Defesa dos DireitosHumanos no Cone Sul (CLAMOR) - Comitê Brasileiro deSolidariedade aos Povos da América Latina - ComissãoArquidiocesana da Pastoral de Direitos Humanos e Mar­ginalizados de São Paulo - Comissão Justiça e Paz deSão Paulo - Comitê Brasileiro pela Anistia."

Sr. Presidente, a Constituição Federal, em seu art. 51, dá po­deres ao Presidente da República para solicitar ao Congresso Na­cional, através da Câmara e do Senado, que, em 45 dias, cadaum aprove' a mensagem, caso contrárío, consoante o § 2.0 domesmo artigo, o Presidente tem o díreíto de requerer que a men­sagem seja discutida e votada em uma sessão conjunta da Câ­mara e do Senado, em 40 dias. Esse prazo vencerá brevemente,no próximo dia 5. O ·Presidente da República, atendendo ao cla­mor de toda a Nação brasileira, está na obrigação de prestar umserviço à causa pública, mandando retirar a urgência para apre­ciação desse projeto, para que tenha tramitação normal, a fimde que todos nós possamos receber informações corretas a res­peito da matéria e votá-la de acordo com a consciência de cada.um dos parlamentares.

O SR. ALUíZIO PARAGUASSU (PDT - RS. Sem revisão doorador.) _ Sr. Presidente, Srs. Deputados, leio, para que constedos nossos Anais, o trabalho espetacular feito pelo Sindicato de

.Agências e Estações Rodoviárias do Rio Grande do Sul, sob otitulo "Terminal Integrado, uma Solução para o Transporte Ro­doviário de Passageiros".

"O MOMENTO ATUAL ...

Abertura política, necessidade imperiosa de desenvolvi­mento, crises energéticas, são alguns dos fatores que al­teraram radicalmente a estrutura sócio-econômica do pais.Diante de tantas mcdtrícações, o Brasil enfrenta difícilprocesso de adaptação.

A atual situação, caracterizada pela reavaliação de valo­res, processos e sistemas, objetiva dar ao progresso maiorsentido social.

Não há dúvida que estabelecer equilibrio entre o ritmo decrescimento e as necessidades existentes é algo difícil deser alcançado; na realidade, uma verdadeira conquista.As transformações que se fazem sentir são muitas; en·tretanto, o posicionamento a ser adotado deverá ser firmee seguro, para que num espaço de tempo não muito longrras dificuldades observadas possam superar-se. Uma dessasdificuldades refere-se ao

TRANSPORTE RODOVIÃRIO DE PASSAGEIROS.Por sua: importância no atual contexto sócio-econômico, otransporte rodoviário constítut um dos pontos prioritáriosa exigir transformações, que possibilitem atender às ne­cessidades e exigências de milhões de usuários.

PROBLEMÁTICA ATUAL DO TRANSPORTERODOVIARIO DE PASSAGEUtQSEm virtude da crise de combustíveís que assolou o mundoa partir de 1973, quando o preço do barril de petrOleo pra­ticamente triplicou em poucos meses, o automóvel, compa­nheiro de todas as horas, passou a ter seu uso questiona­do na hora de encher o tanque.

A partir de então, o problema foi se agravando de forma.acelerada, exigindo que milhares de pessoas integrassem 'I

ônibus à SUa vida cotidiana. •O transporte rodovíárío tomou-se, assim, um recurso ex­tremamente necessário e a cada dia mais procurado de­sequilibrando. em conseqüência, o planejamento e a iiJfra.estrutura até o momento alcançados.Com a substituição do. automóvel pelo ônibus multiplica­ram-se as exigências para a implantação de novas linhas.intensificando o problema referente à falta de terminais.Entretanto, as empresas transportadoras não estão con­seguindo ampliar as suas frotas para acompanhar o cres­cimento da demanda, em Iuneâo do elevado volume de in­vestimentos que a nova situação requer. A repressão dademanda está assim atuando como fator de tensão' socialinibindo o crescimento do sistema, contribuindo negativa~mente em termos de imagem e, principalmente, erradican­do do transporte coletivo milhões de usuários que não en­contram a~ condições esperadas de atendimento e con­forto.

Nos encontramos, portanto. diante de um verdadeiro de­safio que não deve intimidar, mas servir como estímulo nabusca de alternativas que possibilitem solucionar o im­passe surgido.SISTEMA COM TERMINAL INTEGRADOUma alternativa em questãoF::ce à problemática existente, o momento atual exige.nao mais posicionamentos isolados, mas sim uma sólidaintegração de esforços, com a preocupaeâo única de so­lucionar as dificuldades constatadas.O Sistema com Terminal Integrado se fundamenta na in­ter-relação sócio-econômica de três elementos: empresatransportadora, usuário e um ponto de equilíbrio controlee troca: o Terminal Integrado. Este sistema integrando ostrês. elementos, permite desenvolver e contrólar, dentro dosparametros adequados, as necessidades e possibilidades dasempresas transportadoras e usuários. Desta forma, são evi­tados problemas decorrentes da repressão da demanda aomesmo tempo em que é estimulado o desenvolvimento har­mônico e racional do sistema.

Com características bem definidas: rápido desenvolvimen­to, fácil adaptação, profundo sentido' social crescimentoharmônico, seguro e econômico, o Termin'al Integradooferece uma alternativa que permite desenvolver o caráterpúblico do transporte rodoviário de passageiros e centro­lar o crescimento racional do sistema. Evita, assim, a ocio­sidade ou exploração comercial, no caso de uma ofertapropositadamente insuficiente. '

O Sistema com Terminal Integrado é viável a partir deduas condições básicas:l.a - investimento maciço na implantação e construcãode terminais rodoviários, com recursos provenientes .dainiciativa privada. estimulada pela ausência de investi­mentos do poder público no setor, e pela remuneração[usta que o próprio poder público garante ao investidor;2.a _ eooperatívação dos custos de comerclalízacão das em­presas transportadoras que operam no terminal estimu­lando assim a criação de pequenas e médias empresas, dotipo familiar. Apesar da baixa rentabílídade, essas linhassão indispensáveis à função social do transporte de pas­sageíros ,

No Sistema Integrado, as passagens são emitidas atravésdo terminal para todas as empresas transportadoras, evi­tando imobilizações desproporcionais, tanto de recursoshumanos, quanto de recursos materiais.

Outra vantagem observada é que o passageiro escolhe nãoapenas o horário para a viagem, mas também a empresaque melhor atende às suas necessidades, através de umúníco contato com o recepcionista do terminal. Estas si­tuações são gratificantes e benéficas ao passageiro comotambém estimulam as empresas a oferecerem um' aten­dimento cada vez mais aprimorado.

As vantagens observadas com a implantação do TerminalIntegrado estende-se também à população do meio rural.Estabelece melhor equilíbrio na distribuição demográfica,contribuindo, principalmente, para a fixação da mão-de­obra especializada para a agricultura e manutenção deminifúndios produtivos. A possibilidade de encontrar ser­viços de primeira necessidade a poucas horas de viagempor linhas de ônibus regulares incentiva a permanênciado indivíduo no meio rural, evitando o fluxo migratôriopara as áreas urbanas.

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679Z Sábado lt DIARIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1980

Graças à política de terminais rodoviários. foi possível im­plantar no Rio Grande do Sul. apesar de algumas imper­feições. nada menos que 267 terminais e 1.150 linhas deônibus sem o menor custo financeiro para o poder púb.íco,nem ônus para as empresas transportadoras e usuários.RECURSOS FINANCEIROS DO TERMINAL INTEGRADOO terminal é implantado com recursos financeiros prove­nientes da iniciativa privada, seguindo as normas ema­nadas do poder concedente, no que se relaciona a projetoarquítetônlco, dimensionamento, localização e regulamen­tacao da operação.O retorno do capital investido, assim como os recursos paraa manutenção do terminal, originam-se da tarifa de em­barque paga pelo usuário, o que corresponde a apenas3,47% do valor total da passagem. O critério de percen­tagem evita aumentos desproporcionais nas passagens demenor valor, as quais, pela sua importância social sevêem subsidiadas pelos usuários das linhas de longo per­curso. Considerando que os 3,47% representam o retornodo investimento aplicado e a fonte de receita para a ma­nutenção do terminal, verifica-se que o valor médio emcruzeiros situa-se abaixo do valor das taxas usuais.Quanto à empresa transportadora, esta remunera o ter­minal c0!?l uma comissão correspondente a 7%, atravésda qual sao pagas todas as despesas com emissão de bilhe­tes, recebimento de numerários, prestação de contas, assimcomo a manutenção da infra-estrutura que possibilita aoperação da empresa transportadora no terminal. Estaporcentagem de 7% é equivalente à comissão paga a qual­quer agente, com a diferença que o terminal, além de ete­tuar a comercialização, mantém ainda toda a infra-estru­tura operacional.O critério de comissionamento adotado para a comerciali­zaçâo permite que empresas de pequeno porte ou com baixafreqüência possam também operar no terminal sem o me­nor prejuízo.

A'IiUAÇAO DO PODER púBLICO NOSISTEMA COM TERMINAL INTEGRADO

Liberado o poder público da implantação e construção dosterminais rodoviários, poderá dispor de recursos financei­ros apreciáveis para a pesquisa a nivel nacional e inter­nacional.Essa pesquisa ganha ênfase na busca de uma tecnologiamais aprimorada, que propicie melhores condições na ope­racíonaízaçâo do sistema e fiscalização do processo, asse­gurando, assim, melhora substancial no transporte rodo­viário de passageiros.Em matéria de transportes rodoviários, o Brasil atingiu um

.determinado nível de tecnificação que o faculta a ingressarnum estágio mais avançado.Entretanto, em outros países, a engenharia de transportescriou modernos mecanismos para controle, testou sistemasavançados de transportes, assim como desenvolveu umasérie de estudos sobre os diversos elementos que integrama relação oferta-demanda.O acesso à moderna tecnologia internacional somente épossível por intermédio do poder público, que já conta comos órgãos e técnicos apropriados para adaptação do know­how à nossa realidade sócio-econômica.O correto funcionamento do Sistema com Terminal Inte­grado depende portanto de uma rigída e severa fiscaliza­ção do poder público. Coibindo excessos, obrigando o es­trito cumprimento da regulamentação, estará evitando des­vios no verdadeiro sentido que o transporte de passageirosobjetiva.

POTENCIALIDADES DO TERMINALINTEGRADO NA EVOLUÇAO DO SISTEMA

A - Racionalização dos recursos disponíveispara empresas com demandas sazonais

Algumas empresas possuem linhas com demanda desigualnos dias da-semana ou em determinadas épocas do ano.Este desequilíbrio da demanda impede um dimensiona­mento da frota que satisfaça aos interesses "da empresa edo usuário. Ou a empresa superdímensíona a frota com osconseqüentes prejuízos, em vista do alto índice de ociosi­dade, ou a dimenslona conforme a demanda média, trans­ferindo o prejuízo para o usuário em forma de demandareprimida.

O problema tende a acentuar-se principalmente no casode linhas sazonais, nas quais a demanda aumenta em de­terminadas épocas do ano, verão por exemplo, caindo ver­ticalmente no inverno.

Esta sítuaeão não pode continuar a ser contornada emdetrimento do passageiro, que fica à espera: de lugar e ho­rário para realizar sua viagem, provocando verdadeirasaglomerações humanas. perturbadas ante a simples' açãode comprar uma passagem de ônibus..'\. solução do problema está na utilização racional dos re­cursos disponíveis.O Sistema Integrado. pela sua condição de elemento re­gulador na redação oferta-demanda, e por estar relaciona:do a todas as empresas transportadoras através da comer­cialização cooperatívada, poderá solicitar os serviços de ou­tras empresas, com capacidade ociosa, para subsidiar dcforma rentável a demanda reprimida da empresa conces­sionária da linha. Esta receberia das empresas contrata­das uma comissão por passageiro transportado aumentan­do assim a oferta de lugares, a rentabilidade' como tam­bém oferecendo melhores serviços sem nenhum' custo extra.

B - Passagem Integrada - Passagem Interm.odal

- Passagem Social - Opções oferecidaspelo Terminal Integrado.

PASSAGEM INTEGRADA

O Terminal Integrado permite implantar este tipo de pas­sagem entre .as linhas de uma empresa ou entre váriaslinhas de diferentes empresas.Inúmeras vantagens são constatadas quando de sua im­plantação efetiva:- oferece múltiplas alternativas de deslocamento rodo­viário, sem a necessidade imediata de criar novas linhas;- equilibra os índices ocupacionais das empresas nos di­ferentes trechos, através do acesso de novos usuários;- diminui a existência de lugares vagos, permitindo re­dução geral de custos, beneficIando, em função disso, em­presas e passageiros;- símpüüca a compra de bilhetes, reduzindo prováveistranstornos para o passageiro, agilizando assim o atendi­mento e a operação.- incentiva a substituição do transporte individual pelotransporte coletivo, atendendo à politica de racionaliza­ção no USO de combustíveis.

PASSAGEM INTERMODAL

Face ao volume de investimentos .requerldos, o desenvol­.vímento do transporte coletivo de passageiros exige umaproveitamento global de todos os recursos já existentes .Através da Passagem Intermodal, o terminal integradooferece melhores condições de transporte para a população,maiores alternativas de deslocamento, utilizando para tan­to recursos já existentes. Unificando numa mesma passa­gem diversos meios de transporte coletivo, o terminal es­tará integrando diferentes subsistemas independentes aum macrossístema de transportes, possibilitando assim adiminuição de custos para ° usuário, como também o de­senvolvimento dos subsistemas integrados.

P~SAGEM SOCIAL

Diversos fatores sócio-econômicos incidem sobre o trans- .porte coletivo de passageiros, determinando diferentes va­lores sociais às linhas. Problemas habitacionais, princi­palmente custos, geraram o aparecimento das chamadascidades-dormitórios, concentrando exageradamente aprincipal parcela da mão-de-obra.Por outro lado, fatores como a descentralização industrial,implantação de distritos, afastamento de indústrias polui­deras dos centros urbanos, estâo fazendo recair sobre otransporte coletivo de passageiros uma responsabilidademuito grande, especialmente no sentido de propiciar me­lhores condições de vida às classes produtivas com baixarenda.Atualmente, as linhas que Interrelacionam os centros ha­bitacionais com os centros de produção são tratadas, emtermos tarifários, como qualquer outra linha, Intensifi­cando o problema eeonômíco e estimulando, embora in­voluntariamente, as tensões de caráter social.O sistema com terminal integrado permite auxiliar linhasdo tipo social, com recursos provenientes de outras linhascom alta rentabilidade. Isto é possível sem causar qualquerprejuízo às empresas concessionárias das linhas, uma vezque estas recebem do terminal o valor pago pelo passa­geiro, mais o subsídio original pelas linhas subsidiadoras.

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Apsto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6793:

C - Autofinanciamento do Sistema

- Incorporação de novos recursos.

Em torno dos terminais rodoviários existe um comércio,que tem por alvo o próprio usuário do terminal.A integração desse comércio ao terminal permitirá aobtenção de novos recursos, que poderão ser canalizadospara os usuários e empresas transportadoras em formade' benfeitorias, visando a melhorar as condições de utili­zação e operação no terminal.O SIstema com Terminal Integrado permite a implantaçãode novos serviços: abastecimento, lavagem, lubrificação eestacionamento para os ônibus em' local adjacente, evi­tando, assim, desperdício de combustível e de tempo com,os deslocamentos para as garagens das empresas.

....: Aperfelçeamento da Comercialização

Nos grandes centros urbanos a demanda apresenta índí­ces maiores acompanhados de sensíveis alterações, em'função de determinados horários e dias da semana.Esse desequilíbrio acarreta problemas no atendimento,provocando a formação de extensas filas nas ocasiõesmais procuradas. O único meio viável para equilibraro processo de comercializa.ção é agilizar ao máximoo fluxo, simplificando e diminuindo o tempo consumidona operação. Essa meta poderá ser alcançada com a im­plantação do computador para emissão e controle daspassagens.Com a utilização do computador, todas as passagens serãoemitidas de acordo com o horário e a empresa, sendo asmesmas transtsrídas para o usuário através de um aten­dimento flexível, que permita o deslocamento de recursoshumanos em função das necessidades momentâneas dosdiferentes setores de comercialização. Desta forma, otempo requerido para este processo sofreria uma diminui­ção correspondente a 70% do tempo normalmente consu­mido no atendimento ao passageiro.A computação também agllíza os relatórios e extratos deprestação de contas do terminal para as empresas trans­,portadoras, possíbílítando simultaneamente a obtenção dedados precisos sobre o comportamento da relação oferta­demanda.

TERMINAL IN'DEGRADO

'Um sistema compatibilisado com os objetivos sociais,políticos e eeonômíeos do desenvolvimento brasileiro.

O sistema com terminal integrado, pelo seu próprio al­cance sócio-econômico, pela infra-estrutura apresentada epor não exigir recursos do setor público, torna urgente enecessária a sua implantação. Através desta implantaçãoestará atendendo às necessidades do usuário, elementoconstitutivo da sociedade, como também colaborando comos interesses das empresas que a ele se integrarem.A partir do momento em que se oferecer atendimentomais' rápido e flexível, estarão sendo criadas as condiçõespara que consideráveis parcelas da população recebam osbenefícios de um verdadeiro serviço público.Assegurando ao 'empresário as condições de normalidadeque permitam a certeza de retorno do investimento apli­cado, concomitantemente com a aplicação estrita e eqüi­tativa da regulamentação normativa, estará o poder con­cedente propiciando crescimento rápido e seguro ao trans­porte rodoviário de passageiros.O Terminai Integrado será um ponto de equilíbrio econô­mico, um fator de progresso social, contribuindo decidi­damente na construção de uma sociedade melhor, maishumana e mais justa."

O SR. DIVALDO SURUAGY (1mS - AL. Pronuncia o seguintedIscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, as crises cíclicas doNordeste brasileiro, em diversas ocasiões ao longo deste século,desencadearam processos de decisão, quer da parte de técnicosestudiosos do assunto, quer da parte do Governo, constituindo-seem objeto de preocupação constante. Não resta a menor dúvidade que, para qualquer tomada de posição face a essas crises. nãose poderá esquecer todo um passado de tentativas e realizações.

A região nordestina, além de uma irregular precipitação plu­viométrica anual, detém um índice médío inferior a .1.OOOmm dechuvas em mais de 2/3 do seu território.

Juntam-se a estes fenômenos a, impermeabilidade do solocristalino em mais de 415% de sua área, o que, aliado às grandesprecipitações pluvíométrícas concentradas em 4 meses, normal-

mente contínuos; provocam cheias violentas, acelerada recessãoe a conseqüente descarga nula dos ríos nos períodos de estiagem.

Não diferem multo no Nordeste seus regimes 'hidrológicos, ora.pelas condições pluvíométrícas e solos cristalinos, ora pela formada sua rede hidrográfica e pela vegetação.

Todos estes fatores juntos vêm ocasionando a sazonalidadedas grandes estiagens, cujas conseqüências econômicas e sociaissão do conhecimento de .todos.

Os esforços do Governo Federal na área se fizeram sentiratravés da implantação de grandes e médios açudes, além daperfuração de poços, disseminados pelo semi-árido do Nordeste, emtraballios realizados pelo UNoes e pela SUDENE. Segundo dadosdaSuperíntendência do Desenvolvimento do Nordeste, até 1972o DNOCS construiu 253 açudes, com eapaeídade total de ar­mazenamentode 12 bilhões de metros cúbicos de água, além deter perfurado juntamente com outros órgãos federais, 2.173 poçose recuperado 2.,505. Contudo, srs, Deputados, está comprovada apouca eficiência dos grandes açudes pela grande evaporação quesofrem, acelera-se a salíníaação de suas águas. Além disso, loca­lizados em sua maioria nas regiões de pequena densidade demo­gráfica e solos de baixa aptidão agricola, estão subaproveítados,em função principalmente da irrigação e da 'psreníaação dos rios,a jusante.

Quanto aos poços tubulares, o próprio solo cristallno tem sidoo maior entrave ao sucesso, do programa, ora pelos altos valores desalínízação, ora pela potabilldade, só em grande parte aceitávelpara o consumo por animais.

Entretanto, à falta de outras soluções, têm sido estas as uti­lizadas em larga escala, prestando-se, mesmo precariamente, adar sobrevivência ao sertanejo.

O Programa estabelecido pelo eminente Presidente João Fi­gueiredo,através da EM 10/79, apresenta, em suas alternativas,já uma inversão de prioridades, contemplando a pequena e médíaaçudagem, a perenízação de rios e a perfuraçâo e recuperação depoços tubulares nas regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro.Esta nova política adotada para a região nordestina representaum grande passo para as definitivas soluções, acrescida ainda datenacidade recentemente demonstrada pelo Ministro Mário An­dreazza, da Pasta do Interior, em transformar as esporádícas as­sistências ao Nordeste em um programa permanente. Defendemosum conjunto Integrado de soluções que possam efetivamente con­tribuir para a redução das conseqüências das grandes estiagens,além de criar condições para a consolidação econômica e socialda área.

Observadas as peculiaridades de cada Estado, ressaltamos, porexemplo, o caso de Alagoas, o meu Estado, onde os esforços devemser concentrados no abundante manancial do rio São Franllisco,como solução definitiva para água potável, estendendo-se à peque­na e média irrigação em terras previamente selecionadas. Asadutoras já construídas que atendem à bacía leiteira e à regiãoagreste, se ampliadas, terão condições de pleno atendimento deágua potável às populações urbanas e grande parte das comuni­dades rurais. No momento, concentram-se os esforços do GovernoGuilherme Palmeira na conclusão da terceira adutora, a do Ser­tão, que fecharia, assim, o ciclo de atendimento às populações dosertão alagoano , Para estes grandes projetos, aliados à comple­mentação dos espaços vazios com pequena açudagem e perfura­ção de poços, devem ser concentrados os esforços maiores doGoverno federal, resolvendo definitivamente os problemas de águaem um dos Estados nordestinos.

É óbvio que os problemas do semi-árido do Nordeste não seresumem simplesmente a recursos hídricos, embora este seja obásico.

Dentre vários estudos e análises já realizados ao longo demuitos anos sobre o combate preventivo aos efeitos das secas noNordeste, destacamos o que foi elaborado pela equipe da SUDENEem 1973, sob a coordenação do Eng.o otamar de Carvalho, do qualcitaremos seus objetivos, no íntuíto' de reatívar posições estraté­gicas, estando algumas destas já em plena ofensíva através doMINTER e da SUDENE.

"Em síntese, a consolidação, na Zona Semi-Arida do Nordeste,de uma economia resistente às secas significa adequá-la aos con­dicionantes ecológicos e transformá-la em economia de mercado.Para tanto, as intervenções requeridas pressupõem a seqüêncialógica de pelo menos quatro fases: a racionalização do uso dosrecursos naturais (água, solo, vegetação e recursos minerais); areorganização das atividades econômicas primárias (no campo);a reorganização das atividades dos setores secundário e terciário(nas cidades) e convergência final dos investimentos, em carátercomplementar, para consolidar o sistema produtivo da zona comoum todo".

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6794. Sábado ~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A~to de 1980

'Flnali:l:ando, Srs. Deputados, gostaríamos de ser coerentes comAlbert Hirschmam, autor de "Política Econômica na América La­tina", quando ressalta o fato de que as soluções apontadas comocapazes de apresentar resultados positivos no combate às secasforam sempre dêfinidas e perseguidas por ocasião de uma estia­gem, perdendo o vigor em épocas normais e voltando a se agravara situação quando da ocorrência de uma nova estiagem.

Deixará este fato de voltar a se cumprir, pois temos a firmeconvicção dos altos propósitos do presidente João Figueiredo emdar continua assistência ao Nordeste, na esperança de que aquelaregião brasileira possa vencer os obstáculos para a concretizaçãode sua estratégia de desenvoívímento.

O SR. OCTACtLIO QUEIROZ (PMiDB - PB. Pronuncia. o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há dias, antesdo recesso parlamentar, havia denunciado perante este Plenárioa atuação criminosa e oculta do "Esquadrão da Morte" ou da "MãoBranca" na Paraíba, com o registro de vários assassinatos de in­dividuos considerados marginais, sendo que tais crimes eram per­petrados sob a forma mais aviltante, ao inteiro arrepio da lei ­o que trazia a população de Campina Grande e de João pessoaem verdadeiro e justo sobressalto.

Hoje, perante esta Câmara de Deputados, venho proclamarque, com extrema gravidade, aqueles delitos se repetem. Cerca detrês policiais, ligados ao serviço secreto da Polícia Civil dali, foramidentificados pela esposa de outra vítima, assassinada no muni­eípío de Gurjão, no dia 9 de julho, na zona dos Cariris Velhos daParaíba.

No caso, trata-se de Orlanda Maria dos Santos, mulher deDjalma Batista, seqüestrado, algemado, naquela data, por quatroindivíduos trajados de civis e armados de matralhadoras, tendosido, mais tarde, o seu corpo encontrado e reconhecido naquelemunicípio, queimado, ainda algemado e crivado de balas.

Os criminosos reconhecidos por Orlanda Maria foram o sar­gento Honorato e os soldados Francisco Alves e Teixeira, todos doserviço secreto do 3.° Batalhão de Policia, faltando apenas índen­tUicar-se um dos seqüestradores da vítima. Trata-se no caso doex-cabo Cabral, que se acha desaparecido, alvitrando-se ali ahipótese de que também teria sido eliminado por suspeitas devinculações anteriores com Djalma Batista, acusado de puxadorde automóveis, que estaria ligado a uma gangali operando.

Graças à atuação da Comissão de Justiça e Paz em OampinaGrande, à frente o seu Bispo Dom Manuel pereira, vinham-seregistrando veementes protestos contra a atuação sanguinária eembuçada do Esquadrão da Morte naquela área. Também o ar­cebispo da Paraiba, Dom José Maria Pires', levantou sua autorizadaYOz contra a sucessão daqueles ominosos crimes.

Representando a Comissão de Justiça e paz, o advogado Ge­raldo Beltrão, um dos nomes mais expressivos do foro paraibano,conseguiu obter provas incontestáveis sobre o trucidamento deDjalma Batista, levando-as, através de carta,ao Governador doEstado e pedindo a designação, pelo Tribunal de Justiça da Paraí­ba, de Comissão Judiciária para apurar todos aqueles fatos cri­minosos.

Antes, com os assassinatos de sete pessoas, a Comissão deJustiça e Paz já denunciara tais crimes, de igual natureza,

Designado pelo Procurador de Justiça do Estado o Promotorde Campina Grande, bel. Agnelo Amorím, foram apontados cin­co investigadores como seus responsáveis.

Mas isso não bastou, e nada impediu que prosseguisse a sériede crimes. Agora, em face de tudo isso, por sua conduta justa eoportuna, estão ameaçados de morte e tortura, através de cartasanônimas, o Bispo de Oamplna Grande, Dom Manoel Pereira. eos membros da Comissão de Justiça e Paz, padre Cristiano, padreCarlos e a advogada Teresa Braga.

Os criminosos apontados como autores do assassinato deDjalma Batista estão soltos em Campina Grande.

E todos os bispos paraibanos, ao lado de Dom Helder Câmara,Arcebispo de Olinda e do Recife, irão promover cerimônia reli­giosa em desagravo à pessoa daquele bispo campínense,

l1: esta, Sr. Presidente, a situação grave e ameaçadora por queatravessa a Paraíba. Daí a procedência deste pronunciamento emque incluo, mais uma vez, urgente apelo às autoridades respon­sáveis do Estado da Paraíba e, em especial, ao Sr. Ministro daJustiça, para a tomada de medidas cabíveis e inadiáveis.

O' SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - GO. Pronuncia Q seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a convite do Dr,Ku Cheng-Kang, presidente da Asían Peoples Antí-CommunístLeague e Presidente Honorário da Warld Anti-communist League,estive em Taiwan, participando da Semana das Nações Cativas.anualmente realizada em um dos diversos países democráticos domundo desde 1959. ano em que foi instituía... pelo Congt'esso dos Es-

tados Unidos da América do Norte, visando, sobretudo, ,à defesa dosdireitos humanos dos povos subjugados pela tecnocracia comunistae ao restabelecimento da liberdade e da democracia nos países sobo domínío de cruéis e impiedosas ditaduras.

'I'aíwan, Quemoi, Quemoi II Matsu e algumas outras ilhas demenor expressão, abrigam cerca de dezessete milhões de chinesesque, não concordando em submeter-se à ditadura ínstaurada naChina continental, vivem sob a bandeira da República da China,instituída em 1911, pelo povo do antíquíssímo "Império Populardas Terras Florescentes do Centro" que, liderado por Sun Yat-Sen,transformou-se na prímelra República da Ásia.

Dotado de poderosa e moderna infra-estrutura, Taiwan é umdos mais prósperos e desenvolvidos países do mundo, desfrutandoseu povo de elevadíssimo padrão de vida e da mais ampla liberda­de. ,Muito embora leve às últimas conseqüências a luta contra ogoverno comunista instalado na Ohina continental, o Governo daRepública da China, sediado em Taipé, repele com energia qual­quer forma de ditadura, mantendo-se, com igual denodo, 'na lutaanti-fascista dos povos e governos democráticos de todo o mundo.

E é exatamente a consciência democrática do povo chinêsque o leva a uma total coessão na luta antãcomunísta liderada peloDr. Ku Cheang-kang e outros proeminentes condutores daquelepais.

Nesta viagem à Ohina, que estendi por cinco dias ao Japão,cheguei à conclusão, Sr. Presidente de que não é possível combaterqualquer dos extremismos que de vez em quando ameaçam os po­.vos, especialmente os das nações do chamado Terceiro Mundo, sema prática de governo estritamente democrático no campo social,econômico e político. Sem uma justa dlstríbulção das riquezas edas rendas nacionais; sem uma perfeita e severa desconcentraçãoda economia e a prática de uma efetiva justiç~ social e sem a ins­tituição de um sistema que garanta os direitos individuais que as­segure liberdade a todos os cidadãos, nã'b será possível a qualquerdas nações deter o comunismo ou livrar-se do fascismo.

O Governo do Presidente Chiang Ching-kuo, dá continuidadeà magnifica democracia que Chiang Kai-shek instalou em Taiwane que um dia, que não está muito longe, se espargirá sobre todaa grande China, para felicidade de todos os povos amantes dapaz, da justiça social e da liberade.

De fato, chega a ser surpreendente o grau de desenvolvimen­to econômico, politico e social do povo chinês de Taiwan. Para nós,brasileiros, que amargamos as dificuldades de um subdesenvolví­menta que não tem fim, parece in crivei que uma nação de dezessetemilhões de habitantes, ocupando um território com apenas trin­ta e seis mil quilômetros quadrados possa remeter, diariamente, to­neladas de alimentos e os' mais diversos aparehos eletrônicos paradiminuir as carências de novecentos mílhões de pessoas que ha­bitam um continente com mais de nove milhões de quilômetrosquadrados, sem afetar o alto padrão de vida de sua população.

Difícil, também, possamos compreender como Formosa pódetransformar-se num país infra-estruturalmente organizado, commodernas rodovias e ferrovias, agricultura sofisticadamente ex­plorada, tão modernas quanto ricas e opulentas cidades e dotadode todos os meios de progresso, por uma condição tecnológica quesomente as superpotências dispõem.

Após ver a China de Taiwan e o Japão, Sr. Presidente, e desentir de perto a realidade comunista do contInente chinês, che­guei à conclusão que nossa elite política tem que mudar muito,no comportamento, nas ações e de mentalidade. Se não promo­vermos, espontaneamente, transformações, corremos o grave ris­co de vê-las implantadas pela violência, que tomará conta dasmassas espoliadas e marginalizadas do nosso grande País. O anti­doto mais eficaz contra o comunismo não é a caça terrorista aosseus adeptos e simpatizantes, nem a punição de "crimes ideoló­gicos". O melhor meio de deter o comunismo está na prática dademocracia, da justiça social e na ação eficiente por parte dosgovernos, a exemplo do que se faz em Taiwan, conduzida pelaelite polítíca do Governo do eminente estadista Presidente OhiangChing-kuo.

Registrando entusiásticos aplausos aos organizadores da "Se­mana das Nações Cativas" realizada em Taipé, Taiwan e Quemói.de 13 a W de julho recém-findo, e ao democrátíco governo do Pre­sidente Chíang, consigno também sinceros agradecimentos ao Pre­sidente Ku Cheng-kang e aos seus colaboradores da WACL peladelicadeza e pelas atenções cem que cumularam durante os me­moráveis dias que passei naquele extraordinário pais. Estou certode haver contribuído para a vitória das forças democráticas sobreo totalitarismo que ameaça o mundo livre.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. MíLTON BRANDãO (PDS - f'l. Sem revísâo do Ol".wUI'.1

Sr. Presidente, vitima de acídentê na cidade de PauüstanaPlattí, faleeeu no hopístal de Juazeiro para onde foi transporta-

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Agosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NA()IONAI, (Seção I) Sábado 2 G't95i

do, o Dr. Caio Coelho Damasceno, médico do maior conceito eprestigio em todo .o Estado.

Fui seu companheiro na Assembléia Legislativa do Estado,. noperíodo da Constituinte, tendo Caio Coelho Damasceno i.ntegradoa Mesa Diretora e várias comlssões Importantes, desenvolvendointensa atividade em favor do Paíuí. Destacava-se Caio CoelhoDamasceno pelas suas qualidades de homem honrado e caridoso,além de líder político mconteste. Pertencendo a tradicional família,com grande prestígio social e político, representou sua região emvárias Legislaturas na Assembléia Legislativa do Estado do Piauí.

Sr. Presidente, a trágica notícia do desaparecimento de CaioCoelho Damasceno significa para todos quantos o conheceram, prin­cipalmente os seus amigos, motivo de profundo pesar e para a nossaregião perda Irreparável. Caio Coelho Damasceno foi realmente umlíder, um condutor de massas e desfrutava, pelas suas elevadas qua­lidades, alto conceito em todo o Estadlo.

Ao registrar a ocorrência, Sr. Presidente, requeremos seja con­signado em ata um voto de pesar, com a respectiva comunicação àfamília enlutada, ao tempo em que transmitimos ao povo de Paulis­tana, ao povo píauíense, a nossa solidariedade, a nossa saudade eimensa dor. .

O SR. ROSA FLORES (PMDB -RS. Pronunela o segulnüe dis­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, perdida a confiabilidadedos trabalhadores, passou o Mínístro do Trabalho a cuidar da clas­se média, através de expressões de deito como "inchar a classemédia é a solução". De uma conferência. do Ministro do Trabalhona Escola Superlor ele Guerra, era de esperar reflexões e diretrizesconcernentes à sua área, a do Trabalho. Como S. Ex.'" nada tinhaa dizer, resolveu analisar a política econômica, omitindo a políticasalarial.

Dspoís que o Ministério do Trabalho se transformou em po­licial do interesse das multinaclonais da metalurgia de São Paulo- e a greve do ABC retratou essa triste realidade - o Mlni,stroperdeu o resto da credibilidade não malbaratada pelo regimen.Nos últimos anos, a contenção dos salários dos trabalhadores foiperseguida sem trégua, valendo para alcançá-la até a manipula­ção dos indíees de inflação em 1973. Mas a intervenção truculen­ta e policial só passou a ocorrer a partir da greve do ABC, quan­do dirigentes sindicais foram reprimidos, presos, indiciados emleis autoritárias. Neste episódio é que se manifestou, sem más­cara, com quem estava o Governo, a que interesses se consorciara.Depois de 16 anos de massacre salarial sempre denunciado pelaOposição, o atual Ministro,' como se o seu governo nada tivessecom essa política. afirma que "o ônus da inflação não deveráincidir exclusivamente sobre o trabalhador". A inflação não é umfenômeno autônomo. Ela deriva do modelo econômico adotadopelo regímen, a inflação é criatura da divida externa, da .desna­.cínnallzaçâo da economia, da orgia dos gastos internos, nota­damente com mordomias, da ímprevísâo administrativa, da cen­tralização do poder econômico e do poder poJitico.

Que não deve a Inflação ser debelada através de uma políticaque imponha mais sacrlficios aos trabalhadores é indiscutível,mesmo porque medidas superficiais não trarão soluções duradou­ras. Ou se procede a reformas de profundidade na área .econôrrã­ca, ou a inflação não será contida. Ou se retiram privilégios efacilidades aos grupos econômicos _. que só enriquecem com ainflação - ou as providências terão caráter meramente dema­gógico. Resta saber se O Governo tem independência e autorida­de para impor limitações a interesses de que tem sido servo.

O SR. PRESIDENTE (Nosser Abtlieida) -

V - Passa-se ao Grande ExpedienteTem. a palavra o Sr. Walter SilvaO SR. WALTER SILVA (PMDB - RJ. Sem revisão do orador.)

Sr. Presidente, Srs. Deputados, na próxima terça-feira, dia 5de agosto, nesta Casa, reunidos o Senado da República e a Câ­mara dos Deputados, haverá a discussão e votação do projeto de leido Poder Executivo que cuida de definir a situação [urídíca dos es­trangeiros no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração e dáoutras providências. Remetido ao Congresso Nacional através dáMensagem n,v 64, em caráter de urgência, este projeto de leiteve interrompido sua tramitação normal em face do recesso dejulho. Pois, precisamente nesse período acendeu-se, em todo oPais, uma enorme discussão quanto ao caráter arbitrário, fascis­ta desta lei que em má hora o Governo brasileiro criou, rompen­do, todas as tradições de hospitalidade que caracterizam o cída­cão brasileiro. Segundo a suspeita generalízada da Nação, du­rante sete longos anos o Governo preparou requintadamente umprojeto de lei que lhe possibilita, em estreita conexão com ospaíses totalitários do Cone Sul Uruguai, Argentina, Chile e Para­guai - a expulsão ou deportação de refugiados e exilados po­litícos perseguidos por aqueles regimes, o que significa devolvê­los à tortura e à morte. É Inconcebível que, no momento em queproclama a volta do Estado nacional ao regime democrático, te-

nha mandado a esta Casa projeto de lei tão draconiano e. pode­mos até afirmar, superado no tempo. Lamentável, Sr. Presidente.que ameace a todos nós, aos estrangeiros em especial e a nés queintegramos as duas Casas do Congresso Nacional. fazer esse pro­jeto passar por decurso de prazo.

Ainda hoje, ao recebermos o calendário da discussão e votaçãodos projetos em pauta no Congresso Nacional, fomos surpreendidosao verificar que, estranhamente, a do projeto em referência estámarcada para a sessão do dia 5, às 10 horas da manhã, emboraa pauta da noturna do mesmo dia contemple o exame de umasérie de projetos. o que faz crer que é propósito cio Qoverno vê-loaprovado por decurso de prazo. A Mesa do Senado, Que é quemelabora, afinal, as pautas, não o íncluíu, para o início de suadiscussão, por exemplo na pauta de hoje à noíte nem na segunda­feira. Deixou para fazê-lo exatamente no último dia do prazo enuma única sessão matutina, como a mostrar mais uma vez oseu caráter intransigente e arbitrário.

A simples existêncía, Sr. Presidente, dessa extravagância, des­sa teratologia juridica, que é a aprovação de projetos do Executi­vo por simples decurso de prazo, é uma violência ao Poder Le­gislativo, significa torná-lo um Poder que não pode, um Poderque não legisla, já que somos ·obrigados a votar em 40 dias umaproposta para cuja elaboração o Executivo gastou sete anos, re­quintando-a eom dtsposítívos do mais puro arbítrio e da maispura violência.

Ora, Sr. Presidente, já é por si mesmo incompatível com oregime democrático, com a independência e harmonia das Po­deres esse instrumento de decurso de prazo constante da nossalegislação constitucional e dos Regimentos das duas Casas doCongresso Nacional. E além do decurso de prazo, estamos amea­çados também pelo pedido de urgência para sua votação. Noentanto, diante do clamor nacional contra a face cruel desseprojeto, quando a Igreja Católica, através ela Conferência Na­cional dos Bispos do Brasil, alerta todos nós, citando até mesmoas palavras do Papa João Paulo Ir, tudo .eva a crer, Sr. Presidente,que o Governo, se fosse sensato e se realmente quisesse restabele­cer o diálogo, a discussão franca, visando ao aprimoramentodessa proposição, o minimo que poderia fazer seria retirar o ca­ráter de urgência, sem menosprezo, sem menoscabo, sem qual­quer implicação quanto à própria honra do Poder Executivo. Ora,Sr. Presidente, nem isso o Executivo faz. E o que é pior, o as­sessor principal do Ministro da Justiça, num artigo publicado no"Correio Braztlíense", da Capital da R~pública, e reproduzidopelos principais jornais do Pais, agride a figura soberana do Car­deal de São Paulo, D. Evari.sto Arns; agride brutalmente o Cardealqus fora abraçado, que fora prestigiado pessoalmente pelo próprioPapa João Paulo 11, quando daquele memorável encontro com ostrabalhadores paulistas no Estádio Morumbi. I~ o faz apenas por­que S. Eminência neste momento luta em favor dos pobres, dosoprimidos, dos marginalizados, dessa camada imensa de brasileirosameaçada pelo sistema; porque esse bravo cardeal paulista enearnaaquele homem horizontal, aquele homem vertical e aquele homeminterior, como Cristo desejava fossem todos os cristãos; porquenão é apenas um homem vertical que pensa apenas no divino, nosupra-humano 'mas também um homem horizontal, que pensa nosseus Irmãos",Aquele cristão que é também irmão e não apenasfilho, só por isso tem sido vitima dessas agressões verbais.

Mas, Sr. Presidente, voltamos ao caráter ditatorial, violento,absurdo dessa lei, que logo no art. 2.°, consagra o culto, a idolatriaa essa estranha doutrina de segurança nacional, imposta aoBrasil e às demais nações latino-americanas nos laboratórios deWest Poínt, nos laboratórios americanos, porque é certo que osgovernos dos Estados Unidos, sejam ees republicanos ou democra­tas, sempre se preocuparam em manter uma dominação capitalistasobre os países periféricos Quanto à economia nuclear,. que é aeconomia dos Estados Unidos da América do Norte, hoje aliadaà chamada Trilateral, que alcança o Mercado Comum Europeu ea economia japonesa. Concedo o aparte a V. Ex.a

O Sr. Divaldo Suruagy - Deputado Walter Silva, comunga­mos com V. Ex.a quanto à necessidade de um exame mais acurado,mais profundo para a elaboração de um projeto de tanta signi­ficação social e humana. Entretanto, ousamos discordar de V. Ex.aquando afirma, peremptoriamente, a esta Casa e, através dela,à Nação, que o Presidente João Figueiredo recusa o diálogo, nãoaceita idéias ou sugestões que visem a aperfeiçoar este projetode lei. V. Ex.a recorda-se muito bem de que o Secretário-Geralda Conferência Nacional dos Bispos, Dom Luciano. procurou oMinistro da Justiça, Deputado Ibrahim Abí-Ackel, para levar aS. Ex.a as sugestões da Igreja Católica relativamente ao aperfei­çoamento do projeto em questão. O Governo brasileiro acatouessas sugestões e, segundo o Ministro da Justiça, está sensívelàs colocações feitas por S. Ex.a Reverendíssima, quando traduziao pensamento da Igreja. Católica, externado por Sua Santidade,o Papa ,João Paulo 11, ao Presidente da nossa Câmara, DeputadoFlávio Mareílio. Concordamos com V. Ex.a quando defende comeloqüência, uma caracteristica da sua atuação parlamentar, a

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6796 Sábado 2 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I) Agosto de 1980

não-interferência de nações estrangeiras no que diz respeito àlegislação brasileira. Não queremos que nenhum país do mundo,principalmente as duas grandes potências, os Estados Unidos ea União Soviética, interfira nos., rumos que devam ser traçadospara o processo evolutivo da sociedade brasileira. Assim comoconcordamos com o protesto de V. Ex." ao afirmar que os EstadosUnidos desejam .ínterferír no nosso processo legislativo, tambémestamos convencidos de que V, Ex." concorda conosco em que nãopodemos permitir que os países comunistas tracem os rumos parauma guerrilha que venha a dividir a sociedade brasileira, comoocorreu em vários países do mundo onde tiveram tanta influên­cia e muito interferiram. Deputado Walter Silva, o Governo,através do Ministro da Justiça e de entrevista concedida peloPresidente da República, afirmou. com rara felicidade, que o nos­so Pais é resultante de um processo de colonização. Este Pais,que acaba de completar 480 anos, nada mais é do que um sis­tema. transplantado de nações que colonizaram e criaram estasociedade que desejamos se torne, a cada dia. mais perfeita e amelhor possível, dentro do convívio humano, na busca da suaplenitude democrática. Tenho certeza de que V. Ex.... justo comoé, há de saber que a sua preocupação é a mesma do GovernoFigueiredo.

O SR. WALTER SILVA - Nobre Deputado Divaldo Suruagy.tivemos o cuidado de examinar, artigo por artigo, cada um dosparágrafos e incisos desse projeto de lei, e confessamos a V. Ex."que ficamos verdadeiramente estarrecidos, tais os absurdos e asbarbaridades cometidos por quem elaborou sua redação. Há, porexemplo. absurdos como o do art. 18, que estabelece o confina­mento de estrangeiros no território nacional. Ora, sabemos que oconfinamento é vedado constitucionalmente, e tem este artigo osentido claro de confinar - ainda que mencione localizar - osmissionários, sejam eles padres católicos ou missionários pro­testantes que. a critério do Governo. possam incomodar. na suapregação evangélica, os detentores do poder, que implantaramneste País um sistema econômico elítísta, concentrador da rendae que levou a maioria do povo brasileiro ao estado de miséria,de fome e de' desespero a que todos assistimos.

O Sr. Divaldo Suruagy - Deputado Walter Silva, ouso apar­tear V. Ex." mais uma vez. apenas para fazer uma observação.V. Ex." pode ficar convencido de que esse projeto de lei. não estádirigido contra missionários que vêm trazer a cristianização àsociedade brasileira. V. Ex.a bem sabe que o aspecto mais draco­niano da proposta visa a coibir uma falha que. na prática. temocorrido. a respeito de alguns traficantes que. escudados na nossalegislação, têm cometido crimes em seus países de origem e, che­gando aqui, acobertam-se na nossa iei para fugir a processos aque teriam de responder na Justiça das nações de onde provie­ram. O caso mais famoso é o daquele inglês que assaltou um tremna Inglaterra e que, chegando ao Brasil, contraiu núpcias comuma brasileira, e hoje, para suprema ironia. monta uma empresade segurança contra assaltos a bancos. Evidentemente, ele temtodo o know-how para montar uma empresa de tal porte. V. Ex."sabe que o Ministério da Justiça tem catalogados, estatisticamen­te. através de informações da Policia Federal. mais de mil casosde traficantes que ingressaram clandestinamente na nossa fron­teira, inclusive pessoas de vinte e poucos anos de idade que têmcontraído núpcias com senhoras de mais de 70 anos. adquirindoa certidão de casamento para dar entrada no processo de cida­dania. fugindo, assim, às exigências da lei de seus países de ori­gem. Evitar isto. na minha opinião, é uma das preocupações doprojeto de lei. Em momento algum este projeto visa a minimizara ação missionária de qualquer sacerdote que tenha vindo aoBrasil trazer a sua palavra de paz. justiça, fraternidade e con­graçamento. Muito obrigado, Deputado Walter Silva, pelos apar­tes que me concedeu e pela honra de participar de seu brilhantediscurso.

O SR. WA,LTER SI!L~A - Eu é que agradeço, Deputado Di­valdo Suruagy, a sua contribuição. mas lamento discordar deV. Ex.", pois o nobre colega parte do processo indutivo, isto é,argumenta do particular para o geral, quando a matéria exigeexatamente a apreciação segundo os critérios de um processo de­dutivo, isto é, do geral para o particular. Adotar-se o exemploisolado, que até Se pode multiplicar, desse Sr. Bíggs, que assaltouum trem pagador na Inglaterra, não justifica. por exemplo, acolocação no art. 26 do projeto do § 2.0, que diz simplesmente oseguinte, para estarrecimento geral de todos nós:

"O impedimento de qualquer dos integrantes da famíliapoderá estender-se a todo o grupo familiar."

Ora, nobre Deputado, quem tem o mais elementar conheci­mento de Direito Penal sabe que a pena não pode passar dapessoa do criminoso. Esta é uma regra de Direito Penal consa­grada no Brasil desde tempos imemoriais. COm esse dispositivocolocado nesse projeto de lei. recuamos à pré-História do DireitoPenal no mundo. ao admitir-se que o Governo brasileiro possapenalizar a família do estrangeiro que porventura ele queira im­pedir de entrar no Pais e expulsá-lo justamente com seus fami­liares.

Ora, Sr. Deputado, se isto não consistir no rompimento detoda uma tradição histórica e cara à consciência [urídíca nacio­nal, não sei a que atribuir uma disposição desta ordem.

Só a existência deste dispositivo justificaria, de nossa parte.uma reflexão muito serena para pinçar dispositivos tais comoesse, que realmente dão ao projeto uma feição draconiana, in­compatível com as tradições cristãs do povo brasileiro.

Com muito prazer concedo o aparte ao nobre Deputado Adhe­mar Santillo.

O Sr. Adhemar Santillo - Deputado Walter Silva, primeira­mente, quero parabenizar V. Ex." pela maneira serena e, acimade tudo. incisiva com que se porta na tribuna, analisando estamatéria, que causa a maior preocupação em toda a Nação nesteinstante. O que nos chama a atenção, Deputado - e foi abor­dado por V. Ex." no início do seu pronunciamento - é que esteanteprojeto já se encontrava nas gavetas dó Ministério da .Jus­tíça pelo menos há 5 anos - V. Ex." fez uma alusão aos 7 anosde sua tramitação interna no Ministério da Justiça - e vempara o Congresso Nacional com base no § 2.0 do art. 51, o que,conseqüentemente. faz com que a Casa. em sessão conjunta daCâmarâ--e do Senado. aprecie a matéria em 40 dias. sob pena deser ela aprovada por decurso de prazo. Coincidentemente. estamatéria vem à Casa alguns dias após a visita do General Flguel­redo à Argentína e ao Paraguai e-V. Ex." está correto - visaa. facilitar a ação repressiva dos países, através dos seus admi­nistradores. que formam o Cone Sul para com esses cidadãos que,'sofrendo ação repressora no seu pais, vêm buscar abrigo aqui noBrasil e que poderão, se aprovada essa lei. ser devolvidos a seuspaíses de origem, onde estarão sujeitos à pena e a todo tipo detortura. São vários milhões de estrangeiros que aqui estão nestascondições. E lamentavelmente, o Brasil. que exportou para váriasnações as técnicas mais sofisticadas de tortura, agora vai permitirque esses que aqui vieram buscar abrigo seguro, -que nunca faltoupor parte do Governo brasileiro em nenhuma outra época, re­tornem para sofrer essas técnicas requintadas de tortura lá na­queles países onde a ditadura é bastante sofisticada. Portanto. aNação está na obrigação de tomar uma posição. Aliás, já tomoua sua posição, através de todos os setores. A sociedade civil ea sociedade eclesiástica tomaram posicionamento contra a apro­vação da matéria. Por isso me parece, Deputado Walter Silva,que nos restam duas alternativas: ou votamos contra o projeto,ou fazemos as modificações profundas para a sua adaptação euma norma mais consentânea com o mundo civilizado. O Governobrasileiro, que ficou quase sete anos no regime mais repressivo,quando brasileíros eram torturados, desapareciam, sem sequerdar-se informações à família. deve retirar a urgência dessa ma-~rlL .

Giuando vivíamos sob o AI-5 e todo o tipo de tortura sofis­ticada, esse projeto não foi enviado à Casa. E agora, que se con­cede anistia - mesmo parcial - que se fala em abertura, mandamo projeto; de uma hora para outra, para tramitar em 40 dias.Parece-me que o Governo brasíleíro está na obrigação de retiraresta urgência e deixar que o Congresso Nacional debata ampla­mente a matéria. Nessas condições não podemos aprová-la, sobpena de o Congresso Nacional ser conivente com esta monstruo­sidade que se quer praticar através desta nova lei do estrangeiro.

O SR. WALTER SILVA - Deputado Adhemar Santillo, agra­deço as achegas do seu aparte. realmente muito importantes nailustração daquilo que estamos tentando dizer. Em abono da teseque V. Ex." acaba de sustentar no seu aparte. eu queria lembraro episódio ocorrido também nesta Casa do Congresso, numa oca­sião em que talvez nós dois não estivéssemos aqui, porque o fatose processou no ano de 1966. mas já na vigência da Revolução

-de março de 64. Foi mandado a esta Casa um projeto de lei or­dínáría estabelecendo um novo sistema tributário nacional, umalei de grande significado, que recebeu o número 5.172, de 1966.que é hoje o Código Tributário Nacional. Pois bem, o Governode então. tal como o de agora, também ditatorial, também arbi­trário. exigiu urgência na tramitação de um projeto complexo.Sabe V. Ex.a muito bem que as matérias financeiras e tributáriasrequerem conhecimentos técnicos especializados. Não podem serdiscutidas ligeiramente e num prazo tão curto. Na verdade. umcódigo tem que tramitar sem prazo. É da essência. da próprianatureza dos códigos. Pois o Governo mandou esse código comolei ordinária, e, depois que o congresso, a toque de caíxa, votouaquela lei, o Poder Executivo, usando arbitrariamente do seupoder legislativo ilegítimo, baixou o Ato Complementar n.O 33.para tratar de matéria inteiramente distinta. Mas no art. 7.° desseato complementar. o legislador solitário do Planalto de entãodeclarou o seguinte: "Passa a denominar-se Código TributárioNacional a Lei n.O 5.172, de outubro de 1966". Deu. portanto, umarasteira no Congresso; usou de expediente escuso. E a mesma coisavai-se repetir agora. O que vamos discutir e votar é mais do queuma lei ordinária comum para a qual o Governo pudesse exigirurgência; é, na verdade, uma consolidação de leis do estrangeirovigente, já draconiana. É um verdadeiro código; é. na verdade,um 'B:statuto do Estrangeiro ...

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Agosto de 1980- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 679'1

O Sr. Rosa Flores - Permite-me V. Ex." um 'aparte?O Sr. Walter Silva _ ... Então. não se justifica a urgência

nem o decurso de prazo. que. na verdade, não tem cabimentonum episódio como esse.

Antes de conceder o aparte .ao Deputado Rosa Flores, eu que­ria, Deputado Adhemar Santillo, dar razão a V. Ex." quando en­t'atlza o caráter realmente arbitrário, conivente, do Governo bra­sileiro com os governos repressivos, arbitrários, ditatoriais, mili­tares do Cone Sul.

E a prova do que V. Ex." acaba de afirmar - e que eu querogizar com muita ênfase -' está aqui no art. 57 do projeto, especi­almente no seu parágrafo único: Trata-se do capítulo dedicado àdeportação do estrangeiro: "A deportação far-se-á para o país danacionalidade ou da procedência do estrangeiro ou para outro queconsinta em recebê-lo".

Ora, nobre Deputado, é uma barbaridade, que rompe com -astradições do Direito brasileiro. E nesse particular queria enfatizarum outro aspecto importante, porque, há poucos dias, o GeneralFigueiredo, que ocupa a Presidência da República, não pela von­tade soberana do povo brasileiro, porque não foi eleito, mas ocupabionicamente a Presidência, disse que a nossa lei não é tão rigo­rosa quanto, por exemplo, a lei da Suíça. Pois bem, muito maisrigorosa do que a lei suíça é a lei norte-americana sobre imigraçãoe sobre estrangeiros, e nem por isso os Estados Unidos deixam deacolher os asilados, os exilados e os perseguidos políticos. Bastaverificar. por exemplo, que Miami, hoje, é uma cidade cosmopo­lita, é uma verdadeira babel recebendo refugiados de vários paísesdo mundo, como os Estados Unidos recebem. Então, não colhe oargumento nem colhe o paradigma sobretudo infeliz. Sabemos quea legislação européia consagrou o Instituto do chamado jus sanguí­nís, Isso significa dizer que o europeu nascido em qualquer lugardo mundo, o filho de qualquer europeu é oriundo do país dos seuspais, da nação dos seus país. Ele tem, portanto, dupla nacionali­dade, porque são países de emigração. É muito, diferente do Brasile dos países sul-americanos, dos países americanos como um todoque adotaram desde o início de sua civilização o chamado jussolís, exatamente para receber, ,para agasalhar e para se desen­volver graças ao .trabalho generoso dos estrangeiros que aquiaportam.

O Sr. Rosa Flores - Permite V. Ex.a um aparte?O SR. WALTER SILVA - Com muito prazer.O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - A Mesa lembra ao

nobre orador que o tempo de S. Ex.a está esgotado, e por umaquestão de tolerância vai permitir que o nobre Deputado RosaFlores aparteie V. Ex." .

O Sr. Rosa Flores - Confio na tolerância da Mesa, até porquea impressão que se tem é de que o nobre orador não será sucedidopor outro, aproveitando o mesmo espaço. Mas distinguiria doisaspectos no pronunciamento de V. Ex.a Aquele que V. Ex.a denun­cia a lei como eminentemente fascista, uma lei que procura, numaidentificação de todos esses regimes do Cone Sul, institucionalizaraquilo que na prática vem ocorrendo: a prisão e os seqüestros depresos politicos que são devolvidos aos seus países de origem. NoRio Grande do Sul, o momentoso 'caso que abalou a opinião pú­blica nacional, de Lilian Celiberti e esposo, seqüestrados por po­liciais uruguaios, revelou, em toda a sua extensão e plenitude, ointercâmbio da repressão uruguaia e brasileira naquele seqüestro,provado fartamente através de testemunhas e de outros meios. Fi­cou revelado que as polícias uruguaia e brasileira vinham, jâ delonga data, utilizando um tipo de intercâmbio. de permuta, detroca de presos políticos. Há pouco tempo, desertando do Serviçode Segurança do Uruguai, umpolidal depôs no Rio Grande doSul, revelando, com minúcias, como isso se faz. V. Ex.a se referetambém ao art. 26 da lei, em que regredímos a períodos obscu­rantistas anteriores à Lei do Talião. De fato, a Lei do Talião, ain­da que bárbara, fixou a responsabiHdade, a personalidade da pe­na: só era responsável pelo delito quem o praticava. As sançõesao delito não alcançavam mais familiares do praticante do delito.Pois bem, de acordo com esse art. 2,5, regredímos a período ante­rior ao da Lei do Talião. Por isso, V. Ex.a distingue estes dois as­pectos da maior importância: o interesse na fixação de uma leique institucionalize a tortura, a prisão, o seqüestro, que vinha sendouma prática do próprio Governo, através de seus agentes polici­ais; e o segundo, a regressão a que essa lei remete toda a legisla­ção e toda a tradição generosa do Direito Internacional brasileiro,no que diz respeito ao asilo político.

O SR. WALTER SILVA - Encerro, Sr. Presidente, não semantes agradecer o aparte ao Deputado Rosa Flores, lembrando doisaspectos também importantes dessa lei: primeiro. a consagraçãoda delação,· contida no art. 46, quando o dispositivo diz simp'lfS-mente o seguinte: i

"Art. 46. O estabelecimento hoteleiro, a empresa ímobí­Iíáría, o proprietário, locador, sublocador ou locatário ideimóvel e o síndico de edifício remeterão ao Ministério Ida

Justica os dados de identificação do estrangeiro admitidona cóndição de hóspede, locatário, sublocatário ou mora­dor."

Essa atitude ignominiosa. absurda e deplorável de delação, quefoi instituida no Brasil a partir de 1964, passa a receber consa­gração legal, se aprovarmos dispositivo tão draconiano quanto vio­lento.

Finalmente, Sr. Presidente, se o Governo adotar essa lei, comopretende, estará rompendo, inclusive, tratados e convenções ín­ternacíonaís assinados pelo Brasil, onde a ngura do hemacrose,do apátrida. tem recebido respeito e consideração devidos, pelasua peculiar condição, A figura do hemacrose, repito, é uma con­ceituacão do Direito Internacional Público com que o projeto doGoverno também pretende romper, submetendo os brasileiros amedidas de represália que os países estrangeiros poderão tambémadotar contra nós.

,O SR. JERôNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o se··guinte diseurso.) _. Sr. Presidente, Srs. Deputados, em diversasoportunidades provamos, nesta Casa, através de farta documen..tação e fatos escrabosos, que a maior frente de expansão do la ..tifúndio na Amazônia se encontra hoje, em Hondônia. Ali se pro ..cessa a verdadeira Anti-Reforma Agrária, onde fizeram meia dú­zia de projetos de colonização oficial para iludir os incautos, Portrás desta fachada da colonização oficial, o que existe é umagrande negociata das terras públicas do Território, feita peloINCHA, num grande escândalo que vai passando despercebido pe..la imprensa e até por este Congresso Nacional.

Os Projetos de Colonização do INORA não absorvem os gran..des contingentes migratórios que se dirigem ao Território. O INCRAconfessa que existe cerca de 16.000 famílias sem terras em Rondô..nia. Outros dados dão conta de um contingente de posseiros e mi ..grantes em número talvez ao dobro daquele confessado pelo INCRA.

A prova da expansão do latifúndio em Rondônia, patrocinadopelo INCRA, está na análise da destinação das terras para os Pro..jetos Fundiários (grandes áreas) e a comparação destas com osProjetos Integrados de Colonização (PICs) ou Projetos de Assen ..tamento Dirigidos IPADsl, segundo a nomenclatura do INCRA.

O balanço fundiário do território. conforme assinalei em pro..nunciamento nesta Casa, DCN de 20-11-79, estaria assim constí ..tuido:

"É interessante verificar que na publiicidade que o INCRAlança nos jornais de Porto Velho são focalizadas apenasas situações dos Projetos de cotonízação, quando entãofornece os dados com áreas de cada projeto e o númerode lotes concedidos. como fizeram em o jornal "O Guaporé".em 17-!}-79.

Não foram mostrados nestes números as áreas dos Proje­tos Fundiários, pois esses são aqueles setores por onde (I

latifúndio se expande, através da regularização de igran­des glebas ou pela licitação e o conseqüente .agrupamentodas parcelas de 2.000 e 31000 hectares.

Temos, assim, as 'áreas dos Projetos Integrados de Oolo­nízação:

- PIC Jy - Paraná (Cacoal1 - 491.800,0000 haPIe Pe. Adolpho Rohl 36,5.000,0000 haPIe Sidney Girão 255.500,0000 haPIe Ouro Preto 540.000,0000 haPIC 'Paulo Assis Ribeiro 380.000,0000 haPAD Burareíro 320.750,0000 haPAD Marechal Dutra 455.000,0000 ha

Enquanto isso as áreas são infinitamente maiores, poden..do-se verificar que a área de um desses projetos Iundíá- .rios é superior a todas as áreas dos projetos de colonização- PF Corumblara 5.753.000.0000 ha- ~F Alto Madeira '5.570.000;0000 ha- PIF Guajará-lMirim ., 7.045.000,0000 ha- PF Jaru - Ouro Preto 5.536.000,0000 haEsses dados em cotejo não são mostrados pelo INCHA, poisa sua técnica é enfatizar o contingente migratório, quan­do a grande corrida para Rondônia se verifica. pelos gru­pos em busca de la tifúndios.

Por esse relato vemos que o Projeto Fundiário Rio Ma:Cdeíra não reservou até agora nenhuma área para a co­Ionização de sentido social. Esse Projeto Fundiário tem5. 1570.000,0000 ha. São as áreas contíguas a Porto Velho,O Projeto Fundiário Corumbíara com uma área de5.753.000,0000 ha, desta área apenas aquela destinada ao

PIC Paulo Assis Ribeiro, de 413.500,000 hectares foi des­tinada à colonização de sentido social. O resto está reser­vado ao latifúndio. É preciso assinalar que, na região dePimenta Bueno e Vilhena, abrarigídas por esse Projeto, éque se propaga mais o latifúndio hoje, em Rondônia, como patrocinio do INCRA, como os já conhecidos agrupa-

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:6798 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1980

mentos de lotes de 2.000 hectares, como fizeram com oví­dio de Brito, Agapíto Lemos e Moisés de Freitas e tantosoutros que obtiveram com o patrocínio do !NeRA até 50lotes de 2.000 hectares.O Projeto Fundiário Ouro Preto, com 5.536.000,0000 hatem apenas 934.5la,9700 ha destinados à colonização desentído social.

O Projeto Fundiário Guajará-Mirim, com uma superfíciede 'f. 045.000,0000 ha, desta imensidão se destinaram ape­nas 60.000 ha para a colonização de sentido social, que éo PIe Sidney Girão, aliás muito mal sucedido por sinal.O Governo informa que as áreas do Território de Ron­dônia destinadas aos sete Projetos de Colonização é de2.500,0000 hectares em 1977."

Ouço o nobre Deputado Rosa Flores.

O Sr. Rosa Flores - Nobre Deputado Jerônimo Santana,V. Ex.a enríque, com esses números, aquela convicção que temosbaseada em fatos, de que a política do Governo, no setor fundiá­rio, é de fortalecer o latifúndio. Desconhece o minifúndio do Suldo País, notadamente, problema tão grave quanto o latifúndio. Elafoge à reformulação da estrutura fundiária do País, pressionadapelos interesses adversos a essa reformulação e coerente com aindole do Governo, da sua polítíca de fortalecimento do latifúndiotradicional. agora reforçada por essa política de criação de novoslatifúndios, desatenta ao problema gravíssimo de milhares de fa­mílias sem terra neste País. O próprio meRA confessa, com seusnúmeros, que temos 12 milhões de brasileiros sem terra, vivendono interior do País. O Governo elegeu um tipo de política insen­sível - aliás, sensível apenas à pressão dos grupos eeonômícos ­e constrói esses latifúndios que eie próprio financia com dinheirode incentivos fiscais. Depois, socorre esses projetos agropecuários,que se vão implantando, com financiamentos do próprio Bancodo Brasil.

O SR. JERÚNIMO. SANTANA - O Governo dá a terra e odinheiro.

O Sr. Rosa Flores - O problema básico do Brasil é a reformada estrutura fundiária, é a reforma agrária. E o Governo não sóreprime todo movimento no sentido da reforma. como auxilia,fomenta, encoraja, assiste e estimula a politica da anti-reforma,através da assistência ao latifúndio tradicional, histórico, e aonovo latifúndio que se cria neste País. As cidades incham em vir­tude dos 'desertores do interior do pais, em virtude das multidõesempobrecidas, esquecidas pela política do Governo. A crímína.ída­de e todos os grandes problemas que nos desafiam são decorrentesdo Iatítúndío e da política do Governo.

O SR. JERÔNIMO SANTANA - No latifúndio, é a [agunçada.

O Sr. Rosa Flores - Temos hoje as megalópoles como SãoPaulo, Rio de Janeiro, Brasília porque essas multidões esquecidas,não socorridas, desassistidas, vão para OS grandes centros embusca do subemprego e da marginalização. V. Ex.a, guerreiro aserviço desses interesses da reforma, sabe disso, e os números quetraz reforçam a convicção que temos de que a política do Governoé de concentração da renda nacional. E na área fundiária ela Sefaz através do incremento ainda maior das terras novas.

O SR. JERôNIMO SANTANA - Irielusíve tem o controle dospreços da terra. E é um absurdo o preço da terra hoje.

O Sr. Rosa Flores - Para o latifúndio ela não custa nada,Deputado. Ela é financiada em 20 anos, com 5 anos de carência,sem correção monetária, a juros simbólicos de 6% ao mês.

O SR. JERôNIMO SANTANA - Mas custa para o colono.

O Sr. Rosa. Flores - Para o colono não há preço. Aí é queestá também a contradição. Aos que, têm vocação de prestar~~erviços na terra, de tirar dela o que ela pode dar e resolver oproblema social do País, a estes é vedado o acesso à terra. E todosos investimentos que o Governo faz em termos de estradas, cons­truções, para integrar essas imensas regiões são drenados parao interesse privado, para as multínacíonats e para os grandes gru­pos nacionais. A multínacíonal agora, no Pais, violenta muitasvezes sua tradição como indústria metalúrgica e se transformaem indústria agropecuária no Norte. aliciada' por esse tipo de polí­tica que a atrai. Agradeço a V. Ex.a ter-me ouvido. É muito opor­tuno seu pronunciamento.

O SR. ;JERôNIMO SANTANA - Estamos de pleno acordo,Deputado Rosa Fiores. No desenvolvimento de meu discurso mos­t.ro a gravidade do problema na Amazônia.

Verificamos assim que de um total de 24.000.000,0000 de hec­tares, que compõem o Território de Rondônia, na sua maioria deterras devolutas federais, apenas 2.808.050,0000 ha foram desti­nados à colonização oficial para o assentamento de colonos mi­grantes. É claro que, diante do grande contingente migratório quese dirige para o Território, a preocupação com o assentamento

destas famílias em parcelas de 100 hectares devia ser redobrada,o que não vem acontecendo desde 1977, quando foram desacelera­dos os proj etos de colonização de sentido social para darem ênfaseà política da destinação de grandes áreas aos grandes grupos doCentro-Sul, na Amazônia. Seria a meta fracassada do "Sul vaiao Norte", ou das diretrizes da Transamazônica, .de levar o ho­mem sem terra do Nordeste para as terras sem homens da Ama­zônia. Em Rondônia acontece 8,0 contrário, o homem sem terrachegou à Amazônia e continua sem terra, apesar de termos imen­sas reservas de terras, conforme revela os dados do Balanço Fun­diár:o de Rondônia e, de um modo geral, de toda a Amazônia. Nocaso de Rondônia, para onde converge a cobiça das grupos gri­leiros do Centro-Sul e, especialmente, em razão da corrida damadeira, as negociatas de terras no INCRA adquirem uma di­mensão muito maior, apesar de não se dar solução aos conflitos,por causa da terra, como ocorre em Jy-Paraná, ár-eas ocupadase em disputa pelos grupos Calama, Curralinho e tantos outros.Conflitos em Cacoai, Pimenta Bueno e Aríquemes, Em Cacoal osconflitos de Prosperidade, Condomínto Bonanza e Domingos San­são são um escândalo pe'la parcialidade do INCRA e Go-v-erno doTerritório, desamparando os colonos e procurando apoiar o grupobeneficiário do latifúndio.

A expansão do latifúndio se processa em Rondônia em mui­to maior velocidade do que o atendimento das milhares de' ra­mílías sem terra que sofrem a procura e a espera de uma parcelade 100 hectares ou de quantos o INCRA lhes resolva destinar.

Em Jy-.Paraná, os colonos denunciam que as terras férteiscentrais do Território são destinadas aos grandes grupos, inclu­sive a personalidades de Brasília, enquanto os colonos são expul­sos para as terras fracas ou encostas de serras, conforme recenteseleção que fizeram naquele municipio na qual o INORA mandouos colonos procurarem lotes distantes mais de 100 quilômetrosda sede do município. E lá comparecendo os colonos deram contado blefe. As terras são Imprestáveis para a agricultura. 11: maisuma tentativa do Governo de destinar as terras férteis aos gruposque têm dinheiro de sobra para subornar funcionários da Au­tarquia. das Terras.

Enquanto enganam e perseguem os colonos sem terra, ou co­locam a policia contra os posseiros, a propagação do latifúndio éum fato. Basta verificar as regularizações da grilagem de NovaVida, a quem estão destinando nada menos de 20.000 hectaresde terras devolutas sem autorização do senado. Da mesma forma,a burla à legislação específíca se processa nos grupamentos fa­miliares, como fizeram com José Milton Rios, Oiodoaldc de AI­meira e grupos Goes-Mareolino, Cajazeiras e tantos outros.

Concedo o aparte ao Deputado Divaldo Suruagy.

O Sr. Divaldo Suruagy - Deputado Jerônimo santana, V. Ex.ae o Deputado Rosa Flores traçaram comentários e opiniões sobreum dos maiores problemas que a nossa sociedade enfrenta desdeo nosso período colonial, quando para colonizar este pais-conti­nente a corte portuguesa o dividiu nas célebres e famosas capita­nias hereditárias. A partir daí, a estruturação e a formação dopoder do Brasil surgiram em torno da grande propriedade. Mas,ao ouvir V. Ex.a e o Deputado Rosa Flores, acudiu-me uma ima­gem que é um retrato, uma fotografia real do nosso País. V. Ex.afala da Amazônia com grandes extensões de terra por serem con­quistadas, com grandes áreas por serem integradas econômica esocialmente ao Pais, e o Deputado Rosa Flores denuncia a suagrande preocupação, como representante do Rio Grande do Sul,com os minifúndios nas terras gaúchas. Está aí a grande contra­dição, está ai o grande desnível das diversas regiões que formamo conjunto geográfico brasileiro: a Amazônia e o Extremo Sul.Mas existe um ponto em comum entre o pronunciamento deS. Ex.as, a minha e a opinião do Governo João Figueiredo: trans­formar a terra não apen-as numa estrutura formal de posse, masnum instrumento e num elemento de desenvolvimento e de pro­gresso. para que venha a corrigir não somente os desníveís regio­nais, mas, fundamentalmente, os desníveis sociais. A Nação viu eouviu com alegria há poucos dias S. Ex.a, o Presidente da Repú­blica, distribuir terras altamente valorizadas como as da Zonada Mata do interior pernambucano, região onde domina a culturacanavíeíra. Essas terras foram dístríbuídas aos pobres, aos maisnecessitados, aos colonos, numa demonstração inequívoca de queo seu Governo se preocupa, acima de tudo, com a correção dosdesníveis sociais e regionais. Congratulo-me, pois, com V. Ex.apela importância do tema que aborda e oferece ao julgamento dosseus pares nesta tarde. Congratulo-me também com o DeputadoRosa l!'lores, porque tanto ele quanto V. Ex.a ofereceram a todosnós uma fotografia do verdadeiro Brasil.

O SR. JERôNIMO SANTANA - Respondendo a V. Ex.a , pensoque é preciso verificar que, no início do Governo Figueiredo, oentão Ministro da Agricultura, Sr. Delfim Netto. dizia que reformaagrária era assunto para economistas desocupados. Agora vem oPresidente da República proclamar em .Pernambuco a necessidade

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Agosto de 1980 DIAt..IO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Sábado 2 679~

Ouço novamente o Deputado Rosa Flores.O Sr. Rosa Flores - V. Ex.a revela muito bem este quadro.

Quando o Governo rístríbuí títulos de propriedade e chama a istode reforma agrária, esse gesto tem o sabor de demagogia. porquereforma agrária realmente não é, embora ele, auxiliado pelosmeios de divulgação, como ontem à noite. mostre 11. entrega de terrasaos indíos na Bahia. E só um dado revela que o Governo não faznada em matéria de reforma agrária: o INCRA, nestes 16 anos,distribuiu 100. mil títulos. E comemorou o fato festivamente. OGoverno sabe que tinha de distribuir 10 milhões de titulos. Para istosocorreu-se de autoridades ligadas à FAO, que aqui vieram e fi­zeram um diagnóstico de um quadro já conhecido aqui: se o Brasildistribuísse 250 mil títulos por ano - e esta foi a prescrição daFAO em 1968 - em 10 anos teríamos tão-somente 2 milhões e 500mil propriedades. quando deveríamos ser lO milhões. E estes nú­meros estão desatualizados. Hoje, com 15 milhões de Utulos.talvez o Governo não leve a solução para a área rural. Mas o.INCRA compras-se com 100 mil títulos, e o Presidente da República,quando distribui alguns títulos, como em Pernambuco ou na Bahia.cerca-se da maior publicidade. Durante todos esses anos houveo desmantelamento dos órgãos que se Interessavam pela reforma,a perseguição ou, quando não, a prisão dos dirigentes rurais queconscientizavam o povo para a reforma. E, quando a Igreja assu­miu o comando deste problema na orfandade de dirigentes que ofízessem, também sofreu as sanções. E V. Ex." sabe quantos pre­lados, quantos representantes da Igreja, mais do que presos; foramtorturados e mortos nos últimos anos quando comandavam omovimento de protesto, de reclamação, de alarme, de denúncia dasituação fundiária no País.

O SR. JERôNIMO SANTANA - Estamos de pleno acordo. Es­tão aí. nobre Deputado Rosa Flores, as denúncias da CONTAG.nunca desmentidas, bem assim o trabalho da CPI do Sistema Fun­diário nesta Casa.

Prossigo. Sr. Presidente.

Para os municípios do Território, conforme os números con­tidos nos decretos mencionados, o INCRA destinou cerca de 40.000hectares para as cidades - áreas urbanas e expansão urbana.Porto Velho é uma cidade hoje surocada pelas terras de grupos.A cidade não pode expandir-se. Trata-se de uma capital com cercade 20.000 habitantes e, para essa cidade, com toda a problemátícasocial dramática. com despejos de bairros inteiros e conflitos portodos os lados, o INCRA destinou apenas 7.000 hectares para a suaárea urbana, Absoluta falta de critério destinar essa cifra à áreaurbana de Porto Velho, do tamanho das áreas de Vilhena e Pi­menta Bueno, que são municípios do interior.

Esses dados são para provar que o Governo é culpado peloproblema social urbano em Rondônia, bem assim a escandalosaespeculação imobiliária, nos loteamentos clandestinos, mormennteem Porto Velho e Jy-Paranà. Guajará-Mlrím, até hoje, não obtevesequer a doação de sua área urbana. Problemas por causa de ter­renos ali surgem por todos os lados, como no caso do Bairro 10de Abril.

A menção do problema das áreas urbanas é apenas para provarque o INCRA e o Governo do Território não se interessam porresolver os graves problemas das áreas urbanas em Rondônia.

Oacoal é já um município sufocado pelas áreas de fazendas,município que surgiu há cerca de seis anos, tl as grandes áreas nãoirão permitir a sua expansão, sendo que a situação mais escan­dalosa éa da Capital.

Para os seis municípios do Território, o INORA destinou áreasurbanas inferiores ao que destinou' aos grupos, como os casos deCalama, José Mílton Rios e Hugo Frey. Essa observação serve paramostrar que 'a injustiça urbana, a especulação imobiliária, a fa.ltade lotes para as famílias construirem suas casas em Porto Velho,Jy-Paraná e Guajará-Mirim é um mecanismoéngrenado peloINCRA e Governo do Território. Esses órgãos é que criaram o pro­blema e se negam a resolve-lo. Terras há demais, o que falta éboa vontade e competência, como no caso de Porto Velho.

O caso das áraes urbanas dos municípios em Rondônía e suadísparldade, serve para mostrar o escandaloso apoio que o INCRAvem dando aos grupos latifundiários e grileiros, em detrimento elapopulação posselra, tanto nas áreas urbanas como rural.

Ainda no mês de junho, conforme DCN de 26 e 27, denuncieio escândalo do grupo Rio Candeias em Rondónia. Esse grupo agoraé beneficiário da Mensagem do Governo solicitando licença doSenado Federal para alienar em seu favor nada menos de 33.000

de que se faça a reforma agrária no Pais. Não sei áté que ponte>essa lei de reforma agrária, que é de 1964, vem sendo sabotadapelo próprio Governo, porque já provamos aqui que ela foi feitapara ser engavetada. Reforma agrária seria o combate ao agru­pamento do míní túndío e ao latifúndio: entretanto, deu-se ênfasesomente ao latifúndio. Essa é a situação. A pressão hoje é tantoque' o Presidente da República se vê obrigado a dizer que é precisofazer a reforma agrária.

Prossigo, Sr. Presidente.Burla maior vem ocorrendo no caso dos grupamentos de lotes

de 2.000 hectares no Projeto Corumbiara, na região de PimentaBueno, onde um só elemento conseguiu obter 52 (cinqüenta e dois)lotes através de nomes de terceiros. Estão ai os casos de Ovidiode Brito, Moisés de Freitas, Agapito Leomos, Rocha Freitas eHugo Frey, em Ariquemes. Os agrupamentos de lotes no ProjetoBurareiro, em Aríquemes. é outro escândalo patrocinado peloINiCRA. De tudo a autarquia sabe e patrocina, mas nada é fiscali­zado. Os escalões ínterrnedíáríos promovem os escândalos nas lici­tações, dependendo do poder financeiro do grupo. Escândalo maioré aquele de os próprios funcionários do mORA regularizarem parasi áreas no Município de Ariquemes, como o caso do grupo AssisCanuto, Miashi, Rubico e F'rederíco Afonso, no Seringal 70,. Depoisde obterem a legalização dos lotes, terras prevílegíadas, deixaramo lNORA e agora tomaram conta "bionicamente" da Prefeiturade Jy-J'araná. Os exemplos mencionados servem para mostrar opatrocínio do INCRA à expansão do latifúndio em Rondônía. Bastaverificar a expeculação imobiliária de Aldo Castanheira e Hono­ríno do Va~e nas áreas do rio Madeira.

A preocupação do :mORA é com o patrocínio do latifúndio aquem oferecem todo o apoio. Basta ver o imenso conflito geradoem Jy-Paraná pelo apoio descarado do INCRA à especulação imo­biliária do grupo Calama. Estamos focalizando apenas os escàn­dalos fundiários. A devastação madeireira será objeto de outrasdenúncias da maior gravidade que vêm ocorrendo em Rondônia.

Enquanto o INCRA patrocina a expansão do latifúndio, ne­gando tudo que se entende por reforma agrária, os municípios doterritório não dispõem de áreas para a sua própria expansão. Ocaso de Guajará-Mirim é um exemplo flagrante. Os municípiosestão sufocados pelo latifúndio. É o caso de Vilhena, por exemplo,onde a área de expansão urbana está espremida no meio do Pro­jeto Fundiário, com latifúndios por todos os lados.

O INCRA, para seis municípios de Rondônia, ou seja, parafazer as cidades suas áreas urbanas, suburbanas, zonas industriais,chácaras, ete., destinou menos terras do que para um só grupolatifundiário, como José Milton ou Hugo Frey. sem falar nosgrupamentos familiares.

Senão, vejamos:MUNICíPIO DE PORTO VELHO

- Area destinada pelo Governo para a área ur-bana: Decreto n.O 84.712/80 7.034,0478 ha

MUNlCíPIO DE ARIQUEMES- Decreto n.? 83.958/79 4.127.05451 na

MUNICíPIO DE JY-PARJ\NA- Decreto n.v 83.W3/79- Presidente Médici ;..... 97,8696 ha- Decreto n.o 83.964/79 3.600,0000 ha

Decre.to n.o 83.965/79~ Ouro Preto ,... 2.331,0721 ha

MUNICíPIO DE CACOAL- Decreto n.O 83.960/79Sede.......................................... 1.236,6889 ha- Decreto n.O 83.961/79Riozinho ,.......................... 262,8303 ha- Decreto n.O SS.962/79Sede ...................•. ".................... 1.631,5696 ha"'-' Decreto n,v 83.959/79Rolim de Moura " , .. "...... L 600,3609 ha

MU'NIOfPIO DE PIMENTA BUENO- Decreto n,o 83. W6/79Sede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . L 148.0080 ha- Decreto n.O 83.967/79Sede , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.797,3450 ha- Decreto n.o 83.968/79Sede .. ' . . . . . . . . . .. 1.622,8103 ha- Decreto n,v 83.969/79Espigão D'Oeste .. ,.. ., ... _.................. 2.293,0717 ha

MUNICíPIO DE VILHENA- Decreto n.? 83.970179

Sede .- Decreto n.? 83.971179

Colorado .' .. , ,

7.687.1324 ha

I. 574.0247 lha

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t)800 Sábado 2 DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Il Agosto de 1980

hectares nas proximidades de Porto Velho, tias áreas denominadas:Igarapé, Três Casas, Rio preto, Baixo Candeias ou Glebas Candeias.

A venda desta área para um grupo que não beneficiou nem4.000 hectares é outro escândalo. Em 1974 disseram que haviamformado 700 hectares na gleba e que outros 2.400 hectares estavamem beneficiamento. Em 1979 disseram que já haviam mais de5.000 hectares de pastagens (ofício do Sr. Luiz Machado à ....SUDAMl.

O Processo do INORA do qual originou o pedido de licençaao Senado Federal, conforme Mensagem n,> 47/80 e de número1..569/63, é um emaranhado de confusão.

A gleba Candeias, para a qual foi solicitada licença para alie­nação, não foi objeto de vistoria. Não se sabe ao certo quantos hec­tares estão ali beneficiados, não se sabe da existência de possei­ros, nem tampouco de índios. Aliás, a Procuradoria do INCRA deupela confusão, que não foi sanada, quando, em seu informePJ-063/715, tratando do problema da anulação da titulação dagleba Candeias, expressou, verbis:

"Destaca que somente foi realísada vistoria, como se vêdos autos, em área que não corresponde à titulação acimaindicada, mas, sim, naquela da qual a interessada simples­mente possuirá ... ".

Como se verifica agora, pede licença para alienar uma glebade 00.000 hectares próxima a Porto Velho - Gleba Candeias. Eo processo do INCRA enviado ao Senado não traz qualquer visto­ria sobre tal gleba. A vlstoría que nele contém da Gleba Urupá,distante mais de 380 quilômetros de Porto Velho, é hoje integrantedo Município de Jy-Paraná.

A Procuradoria do INCRA, em 1975, deu pela falha, quando as-sinalou com propriedade:

"Quando a outra área, aquela que não é titulada (Ur'upá ie na qual foi feita vistoria, somente a sua aquisição pode­ria ser feita independente de licitação mediante a combi­nação da regra do artigo 160 (Decreto n.o 9.760/461, aci­ma transcrito com o artigo 5.0 do referido art. 105. Isto,porem, se se tratar de terras reservadas para 'a exploraçãoagrícola e desde que cultívada diretamente pela interessa­da. É de salientar que nesse caso, salvo melhor juízo, aárea a ser adquirida não poderá ser superior àquela cul­tivada, acrescida das parcelas legalmente previstas o querepresenta aquisição consideravelmente inferior à pre­tendída."

A aquisição pretendida pelo Grupo Urupá, em Jy-Paraná, de100.000 hectares, éde terras todas gríladas, conforme mostrare­mos neste pronunciamento. Quais as informações objetivas con­tidas nos processos do INCRA relativamente à Gleba Rio Can­deias? - Nenhuma. Apenas ressalta o grilo das escrituras feitas porintermédio de José Maria Branco e outros.

Para essa gleba, sem qualquer informação, pretende-se licen­ça para alienar 33.000 hectares ao Grupo, quando esse se muitobeneficiou foram 3.000 hectares. O que existe nos autos é farta do­cumentação, provando que se trata de uma grande grilagem agoraamparada pelo Governo, e alnda fazem confusão, Apesentam avistoria de uma gleba que não é aquela que se pretende alienar.Seria má fé? seria a pretensão de ludibriar o Senado, pelo grandecalhamaço que é o processo n.o 1.569/73?

A esse respeito o grupo esclarecia em 8-5-75:

"Solicitamos por Isso que, dado o desdobramento feito noprocesso em referência, fossem reconhecido os títulos trans­crItos no registro de imóveis - destinando-se 72.000 hec­tares à Rio Candeias e 7.608 hectares à Agropecuária ta­pagem, áreas estas -eítuadas entre os Rios Candeias ePreto.

Quanto a outra área, gleba em ambas as margens do rioUrupá próxima à Vila Rondônia, hoje Jy-Paraná, não cons­ta hoje mais dos processos n.O 1.'5tl9/73 e 1.298171'>. mas simdos processos INCRA n,o 5.706/74,1.296/75 e 1.297i75, aindaem tramitação no Instituto e pertencente a outra empresa(madeireira Urupá e Agropecuária Urupi) e que deverãomerecer em nosso entender, no momento oportuno pa­recer de V. Ex.""

Em 1979, afirmava o Sr. Luiz Machado em ofício dirigido àSUDAM:

"Quanto à Gleba Urupá (100.000 hectares quase dentrode Jy-Paraná1 por acordo com o meRA, a empresa con­tinua mantendo. íntegra a sua posse. devendo a regularl­zaã.o definitiva operar-se através de licitação pública,na qual concorremos com preferência assegurada."

Qual acordo que fizeram com o INCRA na Gleba Urupá-? Oprocesso enviado ao Senado não mostra.

o Sr. Luiz Machado ainda confessava à SUDAM que o INCRAnão só patrocina o latifúndio em Rondônia como orienta a sualegalização e implantação. Quando no mesmo documento meneio­nado esclarecía, confessando:

"Por volta de 197,5, por orientação do INCRA, a Rio Can­deias SIA constitui três subsidiárias destinando a cadadelas uma fração das terras, nas seguintes condições:

- AGROPECUÁRIA INDUSTRIAL E COLONIZADORARIO /CANDEIAS S.A., ficaria com Holding, encarregan­do-se de atividades madeireiras em parte das terras daGleba Candeias;

- APROPECUÁRIA TAPAGEM S.A .. exerceria atividadesagropecuárias, em parte das terras da Gleba. Candeias;- MADEIREIRA URUPÁ S.A., com atividades madeirei­ras em parte da Gleba Urupá;- AGROPECUÁRIA URUPÁ S.A., com atividades agro­pecuárias em parte das terras da Gleba Urupá.

Esta orientação emanada do INCRA visava a possibilitara definitiva regularização das terras, já que nenhuma dasempresas detinha posse superior ao módulo máximo pre­visto para a região.A partir de 1976, a Rio Candeias e suas subsidiárias pas­saram para o controle acionário da Madeireira De 2)orziS .A., empresa líder do grupo De Zorzi.A Agropecuária Tapagem S.A. e Urupi foram desatíva­das, devendo ambas serem absorvidas pelas outras duas(Candeias e Urupá í.

As terras da Gleba Candeias são de qualidade inferioràs terras da G'eba Urupá, daí a cobiça do grupo pelasterras em Jy-Paraná. O Processo n,v 1.569/79, formado noINORA e enviado ao Senado Fed·eral, acompanhando aMensagem n.o 47/80, é malíeioso como mostramos, umavez que omite todas as Informações objetivas exigidaspelo Regimento Interno do Senado para se ter aprovadatal pretensão.

Os projetos de aproveitamento da área foram elaboradosquando o grupo pretendia. mais 200.000 hectares.Quem do Poder Público procedeu à vistoria na área paraconferir as informações sobre a implantação de pastagens,rebanhos, etc.? - Não consta nenhum documento a res­peito no processo. Como ficou provado, as vistorias exis­tentes no Processo foram realizadas em gleba para a qualnão se solicitou licença para ser alienada.É pois um processo confuso e cheio de malielas e meiasverdades, com informações tendenciosas e, em muitos ca­sos, mentirosas. Esse processo no mCRA prova bem oquanto pode o dinheiro e o poder da corrupção e o tráficode influência. Talvez nele o Governo esteja saldando comnossas terras seus compromissos eleitorais no sul do Pais.O lobby do grupo é poderoso e influente e para tantoaplica-se a Resolução grileira n.o 005, que não tem amparoem 'qualquer Lei ou Constituição."

11: oportuno mencionarmos a Mensagem n.O 47/80, no SenadoFederal, e 072 na origem, solicitando licença para a alienação dagleba, bem assim as exposições de motivos e avisos ministeriais arespeito do problema, que, na verdade, é mais um escândalo fun­diário, verbis:

Brasília, 3 de março de 1980. - José Figueiredo.Às Comissões de Legislação SOcial, de Constitui­ção e Justiça e de A~icultura.

Em 5 de março de 1980.

MENSAGE,'M N.o 72Excelentíssimos Senhores Membros do Senado Federal:Nos termos do parágrafo único do art. 171 da Constituição,tenho a honra de propor a Vossas Excelências seja au­torIzada a alienação de terras públicas no TerritórioFederal de Rondônia, de conformidade com a inclusa

. Exposição de Motivos do Sr. Ministro de Estado da Agri­cultura.Brasília, 3 de março de 1980.E. M. n,o 27

]lm 14 de fevereiro de 1980.Excelentissimo Senhor Presidente da República:O Instituto Nacional de Colonização e Reforma. Agrária ­INCRA, encaminha pedido da Agropecuária Industrial eColonizadora Rio Candeias Ltda., para a aquisição de ter­ras públicas, situadas no Território Federal de Rondônia.

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Agosto de 1980 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6801

Dos processos anexos, verifi.ca-se que a pretensão recebeuparecer favorável dos órgãos técnicos daquela autarquia,os quais concluíram pela apücabílídade da Exposição deMotivos CSN-MA/005/76. Dessa forma, os interessados po­dem auferir do beneficio de aquisição, com dispensa de li­citação, da área máxima equivalente a seiscentas vezeso módulo regional, o que corresponde, atualmente. a tríntae três mil hectares.

A propósito, a Secretaria-Geral do Conselho de SegurançaNacional, pelo Aviso n.O 167179, de 7 de dezembro de 1979,a fls. 172 do íncluso ProceSllO n.O 1.569, nada opôs à alie­nação, informando "... que a empresa poderá ser bene­.ficiada pelo tratamento excepcional de alienação, sem.concorrência ... "Tendo em vista a extensão da área, superior a três milhectares, é necessária, para a alienação pretendida. aprévia aprovação do Senado, consoante dispõe o art. 171,parágrafo único, da Constituição.Nestes termos, tenho a honra de levar o assunto à altadeliberação de Vossa Excelência, permitindo-me subme­ter-lhe a inclusa mensagem a ser encaminhada aos ilus­tres Membros do Senado Fed·eral.Valho-me do ensejo para renovar a Vossa Excelência osprotestos de meu mais profundo respeito.

Angelo Amaury Stábile."

Em 3 de março de 1980."Aviso n.o.72 - SUPAR/80A Sua Excelência o SenhorSenador Alexandre CostaDD. Primeiro-Secretário do Senado FederalBrasília - DF.Excelentíssimo Senhor Primeiro-Secretário:Tenho a honra de encaminhar a essa Secretaria a Men­sagem do Excelentíssimo Senhor Presidente da República,acompanhada de Exposição de Motivos do Sr. Ministro deEstado da Agricultura, relativa a processo de alienação?e terras públicas no Território Federal de Rondônia.Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciaprotestos de elevada estima e consideração.

Golbery do Couto e Silva, Ministro Chefe do Gabinete Civil.

Em 7 de dezembro de 1979.Aviso n,v 167179

A Sua Excelência o SenhorDI'. Angelo Amaury StábileDD. Ministro de Estado da AgriculturaNesta.De ordem à Douta Consultoria jurídica.

Senhor Ministro:Tenho a honra de dirigir-me a V. Ex.a para restituir oanexo Processo lNCRA n.o 1.569173 e apensos, que tratade pedido de concessão de terras públicas situadas noTerritório Federal de Rondônia, formulado por Agrope­cuáría, 'Industrial e Colonizadora Rio Oandeias Ltda.2. Informo, a V. Ex.a, que esta Secretaria-Geral 'do Con­selho de Segurança Nacional, considera que a Empresapoderá ser beneficiada pelo tratamento excepcional dealienação, sem concorrência, com uma área máxima deseiscentas vezes o módulo de exploração indefinida, fi­xado para a respectiva região, nos termos da Exposiçãode Motivos n.O 5176.

3. Entende- esta Secretaria, Sr. Ministro, que para evitara formação consentida de latifúndio, o que contrariaria,frontalmente, a filosofia emanada da Lei n.o 4.504, de30 de novembro de 1964, será necessário calcular a áreaa ser alienada tendo por base o módulo em vigor, paraa região, à época em que for assinado o Decreto peloEx.mo Sr. Presidente da República, o que eorresponderta,hoje, a um teto de 33.000 ha.Aproveito a oportunidade para reiterar a V. Ex.a meusprotestos de elevada estima e distinta consideração.General-de-Brigada Danilo Venturini, Ministro de Estado.Secretário-Geral do Conselho de Segurança Nacional."

É preciso que fiquem registrados esses atos para amanhã aNação saber o nome daqueles que hoje estão leiloando os seusbens.

Após a constatação da grilagem das áreas e após processo naJustiça de Porto Velho, verifica-se a troca de Avisos entre o Mi-

nístro da Agricultura e o Chefe de Gabinete Militar da Presi­dência da República. Faz-se oportuna sua transcrição, verbis:

Em 9 de junho de 1971),Aviso n.O 394

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Divisão Hugo de Andrade AbreuMD. Secretário-Geral do Egrégio Conselho de Segurança'Nacíonal.Senhor Secretário-Geral:Tenho a honra de me dirigir a V. Ex.a, a fim de enca­minhar o Processo mCRA n.O 1: 569/73 e apensos, de in­teresse da Agropecuária Industrial e Colonizadora RioCandeias Ltda., empresa que postu.la a aquisição de 2(duas) áreas no Território Federal de Rondônia, denomi­nadas seringais "Baixo Candeias" e "'Três Casas" e "GlebaUrupá", situadas, respectivamente, nos municípios dePorto Velho e Vila de Rondônia.Devo esclarecer a V. Ex.a que o exame, por parte desseEgrégio Colegiado, deve cingir-se somente à pretensãorelativa à aquisição da primeira das áreas - seringais"Baixo Candeias" e "Três Casas" -, uma vez que, quantoà outra, houve desistência da Interessada, após conven­cer-se, tendo em vista a unanimidade dos pronunciamen­tos carreados aos autos, da inviabilidade do requerido.Valho-me do ensejo para reiterar a V. Ex.a o testemunhodo meu elevado apreço.

Em 16 de outubro de 1971>'Aviso n.O 131175A Sua Excelência o SenhorProfessor Alysson PaulinelliDD. Ministro de Estado da AgriculturaNesta.Senhor Ministro:Tenho a honra de dirigir-me a V. Ex.a, confirmando nos­sos entendimentos verbais, para restttuír os Processosn.O 1.569/73 e n.v 1.298/75, de interesse da AgropecuáriaIndustrial e Colonizadora Rio Candeias Ltda. e da Agro­pecuária Tapagem S.A., informando o seguinte:- esta Secretaria-Geral, examinando o processo sob 00prisma de Segurança Nacional, eoncluíu que são inapli­cáveis à espécie os arts. 105 e 160 do Decreto-lein.O 9.760/46;- as terras, cuja regularização é pretendida pelas ·empre­sas, são devolutas da União, cabendo ao INCRA, caso nãoseja' obtido um acordo amigável, ingressar em juizo comação anulatória dos regístros imobiliários irregulares, damesma forma como foi feito com relação à LAMINASA;- após o registro das terras em favor da União, o mORApoderá proceder à alienação onerosa, mediante concor­rência pública e prévia autorização do Senado Federal,concorrendo as empresas já citadas, em igualdade de con­dições com os demais pretendentes, se os houver.Àproveito a oportunidade para apresentar a V. Ex.a meusprotestos de elevada estima e distinta consideração. -­General-de-Divisão Hugo de Andrade Abreu, Secretário­Geral do Conselho de Segurança Nacional."

A confusão e má fé do processo do INCRA é evidente. O pro­cesso começou com a pretensão do grupo Rio Candeias, conformetranscrevemos abaixo. Para essas áreas apresentaram projetos ese propuseram inclusive o apoio da SUDAM. Em 1974, antes daanulação do grilo pela Justiça, fato que se deu em 1976,.conrormesentença do Juiz de Porto Velho (cópias no Processo naquelaépoca - 15 de tevereíro de 1974), o grupo solicitou do INCRAo seguinte:

"A Rio Candeias solicita, para implantação de seus pro­jetos, a titulação definitiva de duas áreas, sendo:

l.a) gleba com 143.608,7 ha, situada próximo a Porto Ve­lho, entre os rios Preto e Gandeias, conforme EscrituraPública e contratos de Promessa de Compra e Venda emapas constantes do processo;

2.a) gleba com 100 mil ha, situada próximo a Vila de Ron·­dônía, em ambas as margens do rio Urupá, tendo comolimite Norte paralelo 11, à Leste a gleba Pirineus (titulodefinitivo da CALAMA S.A.) e ao Sul e Oeste com terrasdevolutas, formando um retângulo de 50.000 metros emsuas linhas Leste/Oeste por 20.000 metros em suas divisasNorte/Sul. Ver mapas.A posse sobre esta área adquirida pela Rio Candeias, foireconhecida pelo próprio INCRA, poli; que seu antigo pro-

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f802 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL {Seção I} Agosto de 1980

príetárto. antes de vendê-la à Rio Candeias, pleiteou erecebeu indenização pelas benfeitorias existentes sobreparte da área (18.600 hai ocupada pelo projeto OuroPreto.senhor Ministro:Para o uso econômico destas áreas a Rio Candeias, de­senvolveu estudo básico encaminhado à SUDAM e 'estáultimando os projetos definitivos para aprovação daqueleórgão, com investimentos previstos em cerca de '.,Cr$ 100.000.000.00. voltados para a agricultura, pecuária.madeira e hevecultura."

Para o conhecimento do Senado apareceu apenas a solicitaçãode uma área de 33.000 hectares. Qual os pro] etos para essa área?Permanecem os mesmos feitos antes?

,Numa região infestada de índios como é Rondônia. no entan­to, em todo o processo não aparece uma vez sequer consulta àPUNAI.

O Governo do território também não' foi ouvido sobre essenegócio.

É oportuno transcrevermos os atos do Presidente do INCRA,e Ministro do Interior, onde se vê seu endosso a esse escândalo.e, bem assim ,0 pronunciamento do Superintendente da SUDAM,tudo feito com base na pretensão inicial ou. pelo menos, parauma área de 60.000 hectares.

Esses aspectos estão focalizados no processo do INCRA peloentão diretor, Cristiano Machado Neto. Seguem os documentosque mencionei, verbis:

Brasília. 4 de novembro de 1978.

"Of. INCRA/P/n.o 440/78.

A Sua Excelência, o SenhorProfessor Alysson PaulinelliDignissimo Ministro de Estado da AgriculturaNestaSenhor Ministro:Em atendimento aos termos do despacho exarado àsfls. 510 do anexo Processo INCRA/BR/n.o 1.569/73. tenhoa satisfação de informar a Vossa Excelência que o projetode bovinocultura apresentado pela Agropecuária, Indus­trial e Colonizadora Rio Candeias S. A.. constante do Pro­cesso INORA/BR/n.o 4.111/78. apenso, após análise pelosetor competente deste Instituto. foi considerado perfei­tamente exeqüível, desde que o seu desempenho fiquecondicionado à observância das normas que ditaram sua.elaboração.2. Tal projeto destina-se ao aproveitamento de uma áreade 60.000 hat sessenta mll hectares}. dimensão que cor­respondia a 600 (seiscentas J vezes o módulo de exploraçãoindefinida fixado para o Município de Porto Velho, Terri­tório Federal de Rondônia. quando em vigência a Instru­ção Especial INGRA/n.o õ-a. de 6 de junho de 1973.3. Não obstante as manífestaeões favoráveis acerca daviabilidade de tal projeto, esta' Presidência entende, porconveniente, que a Superintendência do Desenvolvimentoda Amazônia - SUDAM. deva examina-lo, verificando se oempreendimento que a interessada se propõe a executar,face a seu vulto, é compatível com os planos de Desenvol­vimento elaborados para a região.

4. Destarte, caso Vossa Excelência esteja de acordo, su­giro a remessa dos autos ao Ministério do Interior, com vis­tas à Autarquia referida acima. objetivando seu pronun­ciamento a respeito do aludido projeto de bovinocultura..Posteriormente, e em caso de manifestação favorável daSuperintendência do Desenvolvimento da Amazônia ­SUDAM, a matéria estará em condições de ser apreciadapelo Conselho de Segurança Nacional e pelo Senado Fe­deral a quem cabe no CREO, autorizar a alienação da área.Aproveito a oportuiüdade para renovar a Vossa Excelênciaos protestos do meu mais profundo respeito. - LourençoVieira da Silva, Presidente".Aviso/GM/N.o 377A Sua Excelência o SenhorDoutor Antônio néinm NettoDignissimo Ministro de Estado da Agricultura

•Senhor MinistroOOnsignando meu endosso à análise e às consideraçõesexpendidas pela Superintendência de Desenvolvimento daAmazônia - SUDAM, apraz-rne passar às mãos de VossaExcelência, para apreciação e flns convenientes, os in­clusos autos do processo n,? 10.055179 '-- MINTER, decor-

rentes do Aviso GM n,« 552, de 22-12-78, dessa Secretariade Estado. que abordou projeto envolvendo concessão deterras públicas, de interesse da Agropecuária. Industrial eColonizadora Rio Candeias S/A.Aproveito a oportunidade para reiterar a Vossa Excelénciaprotestos de elevada estima e distinta consideração. ­Mário David Andreazza."dGS/DAI - O n. o 001404Excelentíssimo SenhorDr, Mário David AndreazzaDD, Ministro de Estado do InteriorMinistério do Interior70.000 - Brasília - DF.Senhor Ministro,Relativamente ao expediente encaminhado a esta Supe­rintendência. no qual é solicitado um pronunciamento daSUDAM sobre a compatibilidade com os planos de desen­volvimento para a região, de um empreendimento de in­teresse da Agropecuária e Colonizadora Candeias S/A, em­presa que pretende a concessão de terras públicas situa­das no Território Federal de Rondônia, cumpre-me infor­mar a Vossa Excelência que, de acordo com os estudosprocedidos nesta Autarquia, as atividades a serem desen­volvidas pela Empresa, voltadas para os setores pecuárioe madeireiro, são consideradas como de interesse para odesenvolvimento da Região Amazôntca.v de acordo com odisposto no artigo 77, itens I e III, letra "f" do Regula­mento Básico para concessão de Incentivos Financeiros eFiscais em favor de Empreendimentos localizados na Ama­zônia Legal, aprovado peca Resolução n.v 2.525, de 23-4-76e vão ao encontro das diretrizes preconizadas pelo II PNDe PDA.

.oom relação à atividade pecuária, esta Superintendêncianão aprova projetos localizados em mata média (artigo 37letra "b" da Resolução n.v 2.525176, do CONDEL/SUDAM),excetuando essa proibição, no caso de constatação da ne­cessidade de formação de rebanhos para o abastecímentode área de ínfluência do projeto. fato evídencíado no pleitoda empresa em questão, considerando sua localização, apro­ximadamente, 40 quilômetros di!- cidade de Porto Velho.No caso da atividade madeireira, desde que a Empresamantenha integrado a seu processo produtivo, [I atividadede exploraeào florestal, conduzida com fi objetivo de auto­sustentação, a fim de evitar a depredação da floresta, elaé considerada de interesse para o desenvolvimento da re­gião.outrossim. informo que, a Empresa em questão não pleiteianenhum Incentivo fiscal ou financeiro adm ln isbrn do pelaSUDAM, motivo pelo qual não há previsão de recursos de)FINAM para o empreendimento no ano em curso.Na certeza de ter atendido sua solicitacão. no ensejo re­novo-lhes protestos de estima e dístínguída consideração.- Elias Sefer. Superintendente."

"Of. INCRA/P/N.o 254/79 Brasília. 5 de setembro de 1979A Sua Exceléncia, o SenhorDoutor Angelo Amaury Stabile-Dígníssímo Ministro de Estado da AgriculturaNesta

Senhor Ministro,Em atendimento aos termos do despacho exarado às fI.158, do Processo n.> 10055/MI/DCS/BSB/79 anexo ao pro­cesso INCRA/BR/N,o 1569/73 e apensos, tenho a satisfaçãode informar a VO;SSa Excelência, que a instrução processualencontra-se completa, de acordo com os critérios estabe­lecidos pela Exposição de Motivos MA-GSN/N.o 005176.2. O enquadramento da matéria na referida Exposiçãode Motivos foi deferida à interessada pelo então Ministroda Agricultura, consoante despacho exarado às fls. 508/510,do processo INGRA/BR/N.o 1569/73.3. O projeto de exploração agropecuária apresentado pelaempresa, após exame e manifestação da Secretaria de Pla­nejamento e Coordenação Geral - PP do INGRA, que oconsiderou viável, foi submetido à SUDAM objetivando seupronunciamento, cuja manifestação às fls. 153/154, do pro­cesso n.O 10055/MI/DCA/BSBI79, esclarece que o mesmo Bde interesse para o desenvolvimento da Região Amazônica.4. Pelo exposto, e caso Vossa Excelência esteja de acor­do, a matéria está em condições de ser submetida ao oon­selho de Segurança Nacional, e em caso de manifestaçãofavorável daquele órgão, ao Senado Federal, a quem com­pete autorizar a alienação em causa.

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AfOsto de 1980 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n .Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelên·cia os protestos do meu mais profundo respeito. - PauloYoIkota, Presidente."

Sr. Presidente e srs, Deputados, da análise do processo 1569173INCRA sobre o grupo Rio Candeias, além das análises feitas pelostécnicos do INCRA que se portaram com mais altivez neste tristeepisódio,. podemos mencionar a posíção assumida por Maria .JovitaWolney Valente, Procuradora autárquica, que, em seu parecerde 14-10-77, repeliu uma série de irregularidades pretendidas pelogrupo. Também o advogado Francisco Amir Lando, em pareceraltivo, repeliu e diagnosticou a grilagem do grupo.

O ESCANDALo" DA GLEBA URUPA EM JY-PARANAConforme assinalamos ao longo deste pronunciamento, o grupo

Rio Candeias - hoje Madeireira U:rupá ou grupo De Zorzi, man­tém a posse de 100.000 hectares na Gleba Urupá, guarnecida comcerca de 80 jagunços.

Os crimes cometidos na regíâo contra posseiros e colonos sãonumerosos. Há totai eonivêncía das autoridades policiais do ter­ritório com o "[agunclsmc" do grupo rio Candeias em Jy-Paraná.Não raro se encontram cadáveres boiando no rio Urupá, tudofruto da ação de jagunçada colocada para vigiar uma área que édevoluta da União e que o INORA, num verdadeiro crime, re­serva para o grupo. não destinando aquelas terras à colonízaoãode sentido social, pois são terras próximas à cidade de JY-Paranáe dentro da faixa de 100 quilômetros e, portanto, prioritárias paraa reforma agrária conforme o Decreto-lei n.O 1.164171.

O "[aguncísmo" no Urupá é mantido desde o tempo de Wai­mar Meira, preposto do grupo como nos casos de Tapirema. Essegrupo, em vez de sofrer uma devassa dos órgãos de segurançapelos crimes que já cometeu contra colonos, seringueiros e .ín­díos, ao contrário, é premiado com 33.000 hectares, hoje, naGleba Baixo Candeias, sendo que amanhã, por certo, receberá os100.000 hectares da Gieba 'U1rupá, de acordo, ·aliás, com suas pre­tensões junto ao INCRA.

O caso da Gleba Urupá é o maior "grilo" que existe hoje emRondônia, depoís daquele que praticaram com o Grupo Calamali; o apoio escandaloso do INCRA à grilagem em detrimento de mi­lhares de colonos sem terra em Jy-Paraná, aos quais o INCRAdeixa de atender pata reservar, quase dentro da cidade, uma áreapara utll poderoso grupo.

Ao grupo Rio Candeias, terras férteis, enquanto milhares decolonos são empurrados para terras estéreis nas encostas dasserras que não se adaptam à agricultura. Essa é a justiça doINCRA nos Territórios. Tudo manipulado a serviço dos grupos.A Rio Candeias está vigiando a área do rio Urupá e dela extrain­do a madeira ilegalmente, pois se trata de terras devolutas, sendoo INCRA - mDF e Governo do Território coniventes com os cri­mes que esse grupo ali pratica contra indefesas familias de co­lonos.

Lamentável por todas as formas que a Secretaria Geral doConselho de Segurança Nacional proponha a entrega de terrasa um grupo que tem uma polícia particular no Território. ao in­vés de investigar suas ativlâades e enquaddrá-to na Lei Penal,ou mesmo na Lei de Segurança Nacional. Tudo feito em nome deum pseudodesenvolvímento com base em latifúndios anti-sociaisonde não vem sendo dado sentido social à ocupação da terra. Oescândalo do grupo Rio Candeias serve para confirmar as denún­cias que inúmeros livros têm feito .sobre a Amazônia, entre osquais sobressai o de Otávio Ianni, com denúncias até hoje nãodesmentidas, que se írrtítula: "A Dítadura e a Agricultura".

O caso rio Candeias é um modelo clássico da ocupação erí­mínosa da Amazônia de sentido nitidamente anti-social e l~ti­

fundiário que vem sendo feita pela pata do boi, pela devastaçãoe pelo exterminio dos indios - sem falar no extermínío dos pró­prios colonos e posseiros.

Começou esse escândalo no INCRA, antes do advento da Re­solução n,v 005, que se destinou a amparar a grilagem na área.Àquela época" a autarquia se propunha a regularizar a área parao grupo, conforme foi confessado em documento dirigido à SUDAM,desde que a mesma fosse diluída entre várias empresas. Dai cria­ram as várias empresas, conforme afirma Luiz Machado, já men­cionado.

O caso Urupá deve ser destacado, pois, quando da vistoria queali fizeram por iniciativa do INCRA, em 1974, para sua realizaçãoforam designadas como peritos mncíonâríos do INCRA e um fun·eíonárío da Rio Candeias, Emillo EÍnsfield, tudo conforme ato doCoordenador do INCRA de então, o Sr. Assis Canuto, verbis:

"Instituto Nacional. de Colonização e Reforma Agrária ­INCRA, Coordenadoria Regional da Amazônia Ocidental- CR-14Ordéln de Serviço n.O OR-14/001-PVH/74O coordenador da implantação da Coordenadoria Regionalda Amazônia Ocidental - CR-14, usando das atribuições

que lhe são conferidas pela Portaria n.o 1.150. de 6-9-7·1.do Sr. Presidente do INCRA,Resolve designar os servidores Amad·eu Guilherme M. Ma·ehado, Advogado/CLT do Projeto Fundiário de Rondônia.Leovegildo Pedroso de Abreu, Técnico Agrícola/CLT doPIe OUro Preto e Luiz Roberto da Silva, Técnico Agrí­cola/CLT do Projeto Fundiário de Rondônia, para sob acoordenação do prímeíro, para, juntamente com o Enge­nheiro Agrônomo Emílio Einsfield, representante da RioCandeias, promoverem vistoria na Gleba Urupá de pre­tensão da Agropecuária Rio Candeias Ltda., para verítícara existência ou não de posseiros na referida área.Determinar o prazo de 15 (quinze) dias para0 cumpri.mento desta, apresentando relatório circunstanciado.Dê ciência e cumpra-se.Rio Branco IACl, 27 de novembro de 197'1. - Assis Canuto,Coordenador Implantaçâo CR-H, Portaria 1.150/74."

O relatório conclusivo, Sr. Presidente, foi elaborado dandoconta de uma vistoria cuja preocupação era mais esconder averdade. Mas. mesmo assim, vagaram algumas informações, con­forme relatório subscrito por Amadeu Machado. É oportuna aleitura desses relatórios, porque são em si mesmo graves denún­cias:

"Instituto Nacional de Co'onízaçâo e Reforma Agrária ­INCRA - Coordenadoria Regional da Amazônia OcidentalCR-14Relatório Preliminar Comissão - OS. CR-14/001-PVH/7<lDando execução à Ordem de Serviço n,v CR-H/00I-P,VH/74vimos apresentar o relatório das ativídades e levantamen­tos procedidos .na área de pretensão da empresa Agro­pecuária Industrial e Colonizadora Rio Candeias Ltda.,constituída pelo seringal Itapirena, situado em ambas asmargens do rio Urupá, fundos do Projetr, Integrado de Co­lonização Ouro Preto.As verificações promovidas prendem-se à tendência dagleba. tendo em vista a situação possessória, especialmentecom o escopo de apurar a mansidão da posse dos preten..dentes, bem assim eventual tensão social manifestada naárea.Deslocamo-nos para a sede da administração do ProjetoOuro Preto, onde equacionamos critérios e formas de tra..balho, concluindo pela necessidade de sobrevoarmos todaa gleba pretendida, obtendo, por conseguinte, ínrorma­ções preliminares, elucidativas ou, peio menos, orientado..res de trabalho a ser desenvolvido no terreno.Pudemos observar, a lo largo cerca de 100 (cem) ocupa..ções, e a maioria delas por parte de seringueiros, rema..nescentes da tarefa da extração do látex, todos, ou quasetodos, vinculados ao seringalista até então detentor daárea, Sr. Walmar Meira Paes Barreto.Cremos' eabível, no caso, uma pequena digressão, sobre aforma de aquisição e transmissão do referido seringal:Walmar Meira, como todo o seringalista, ocupou expon..taneamente e estendeu suas atividades de extração ve..getal sobre imensa porção de terras, Iastreado em exíguaalegação de posse mansa e pacifiCa sobre terras devolutasda União. Houve por bem, em dado momento, alienar taísdireitos à empresa já mencionada, a qual está, agora, in-ovocando discutível sucessão nos direitos possessóríos e plei-­teando regularização da gleba.Em regresso à temática principal.Usamos em parágrafo anterior uma expressão denotandosuperficialidade, visto estarmos simplesmente sobrevoan­do a área e, para que não permanecessem dúvidas, enca­rando com a máxima fidelidade a missão que nos foi atrí­buída, usamos de um outro expediente elucidativo, qualfora marcarmos uma reunião, em locai próximo à gleba,pléíteada, nos limites do Projeto Integrado de Colonização'OUro Preto, com todos os ocupantes, ou "ex", da área emtela. Frise-se que, uma vez adotada ta.l decisão, encontra­mos total oposição do membro representante da Rio Can··delas, o qual [ulgcu impraticável este tipo de procedimento,por o mesmo decretar, a curto prazo, um renascimento deesperanças dos colonos, determinando, conseqüentemente,novas invasões. Tal sorte de observação e restrição aguçounosso interesse e, no intuito de apurar todas as situaçõese fornecermos informações fidedignas procedemos à ci­tada reunião.Com apenas dois dias de difusão, compareceram ao local,na data aprazada, 86 (oitenta e seis) colonos.O representante da empresa interessada acompanhou paripassu, todos 'OS acontecimentos, os quais, muito antes deserem agradáveis, foram apenas constrangedores.

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6804 )llibado:a DIARIO DO CONGRESSO NAOIONAL (Seção I) 4osto de ·1980

Patenteamos a Impossibilidade de ocupação indiscriminadade lotes, alertando que o INDRA não regularizaria ínva­seres, e tais ponderações atentavam aos Interesses de duaspartes, a Autarquia e a empresa.Os colonos, embora o acatamento às nossas palavras nãodeixaram de registrar uma série de acusações ao gerenteda Rio Candeias, ali presente, tais como queimas de ran­chos. expulsões sumárias através de fiscais (jagunços)ameaças ao patrimônio e à vida. sem que tivessé havidôqualquer contestação da parte afetada.QueiX'aram-se também da peremptória negativa de Inde­nização das benfeitorias ímplantadas e em síntese dei­xaram bem nítida sua desconformidade ~om o tratamentorecebido por parte de Rio Candeias e INCRA investindoem dados momentos, para conceituações de ordem legal esoeíal, transparecendo um bom índice de politização tal­vez re!lexo do recente pleito eleitoral. ou, quem sabe, meraínãução, quanto ao que caracterizaram como injustiça edisparidade social, a, partir da percepção de que a glebaserá regularizada para a "Companhia" (designação doscolonos) em detrimento de seus anseios e necessidades.Alegaram Igual sorte de direitos. vez que o Incitamento doGoverno Federal para a ocupação da Amazônia foi indis­criminado.Um diálogo ocorrido na reunião, que pensamos válidotranscrever:- "Dr., o senhor é advogado, é do INCRA?

- Sim.- Então, como advogado, deve conhecer leis?- Alguma coisa ...- Explique-me, ou diga-me. qual a lei que autoriza per-mite ou consente que um homem, porque está trabalhando,deve ter sua casa queimada e ser expulso do seu local detrabalho!?"

Tivemos que usar grande cuidado no responder a tal es­pécie de Indagações, mas cremos que as respostas não che­garam a ser, nem nunca serão convincentes, na medida emqUe o direito é idêntico para as partes.~ara concluir a reunião, de vez que começavam a surgiranimos mais exaltados, orientamos todos os presentes aque comparecessem na administração do projeto Ouro Pre­to, a fim de preencherem fichas de identificação paraJ?Os~rior assentamento, em local a ser determinado peloorgao.Regressando ao Projeto. estabelecemos a sistemática davistoria a ser procedida no terreno, dela participando téc­nicos agrícolas do Fundiário e da Colonização, assim comoelementos da Rio Candeias, nos termos da Ordem de Ser­viço. O roteiro previsto corresponde a, mais ou menos,180 km (cento e oitenta quilômetros), de caminhada sendoque o pessoal destacado entrou para a selva no dia 2 dedezembro, e até o momento não se tem qualquer noticiado seu paradeiro, quanto mais dos dados colhidos.Um. dos técnicos agrícolas. destacado para a missão, Leo­vegíldo Pedroso de Abreu, no dia anterior à saída sofreu11m acidente, tendo que ser substituído pelo técnico Francis­co Hélio Cavalcante. conforme OS n,v CR-14/002-PVH/74.Em conversa com o admínístrador da empresa Interessadafomos cientificados de que as únicas benfeitorias implan­tadas, foram um picadão meramente estratégico, no li­mite com o Ouro preto, tendo 700 m (setecentos metros)de largura por 6 km (seis quílômetros) de profundidade,afim de evitar Invasão, estando nesta área instalados osfiscais; afora este trabalho procedeu-se à demarcação daárea. serviço que o topógra,fo paralisou ao deparar comvestigios de silvícolas.Quanto aos seringueiros estabelecidos no local consta ha­ver contrato do ex-seringalista com a Rio candeias de queaté 31 de dezembro corrente cessará a responsabilidade deWalmar Paes Barreto com relação àqueles empregadostendo então que optar por serem trabalhadores do nov~dono. ou desocuparem suas colocações. Há homens ali ra­dicados há mais de 15 (quinze) anos e que nada têm. Háoutros que, embora encravados na gleba pretendida já for­malizaram pedidos de regularização de posse. estando estesprocessos tramitando no Projeto Fundiário, já em fase deconcessão de Licença de ocupação, posto que devidamentevistoriados .Procuraram-nos. para obter ínrosmações uma senhora denome Alzil'a Barros de Oliveira e um Íilho. de vez que,como seríngalísta tradicionais (Seringal Aninga, processo

IN'CRA - CR-04/T(3)/DF n.O 3.603/73) com mais de 20(vinte> anos-de ocupação, estão tendo Sériás diticuldade.spara objetivarem em concreto sua pretensão fundiária, emv~rtude de nao encontrarem um termo de eomposíção amí­gável de dívísas, com a empresa Rio Candeias. Dizem játerem sofrido perseguições e que a faixa de tolerância de­les e dos demais ocupantes da região está em nível de sa­turação, e que o ambiente é totaimente tensionado játendo ocorrido boa quantídade de homicídios tanto de' co-lonos como de "fiscais" da empresa. 'No dia 3 próximo passado, consoante ficara combinado nareuniã~ que tivemos com os colonos, estes compareceramao Projeto Ouro Preto para fazerem seleção - (como éconhecido o documento). Na oportunidade surgido' não sesabe de' onde, o comentárlo de que, uma vez selecionados,os colonos seriam enviados para outros projetos. ocorreramos fatos. que nos foram relatados pelo técnico agrícolaEustáquio Chaves Godinho, e que transcrevemos:

"RELATóRIO DE COMUNICAÇAO

Técnico Responsável: Eustáquio Cha:ves GodinhoTéc. Agricola - Çhe!e: GPO/A

Local: Projeto Ouro Preto/RO., ,

Objetivo: comuntcecâo.,Atendendo ordem do Sr. Executr do PIe-Ouro Preto atra­vés do advogado do Projeto Fundiârio de Rondôni~ (Dr,Amadeu), foi marcada uma reunião com os colonos queocupam a área pretendida pelo firma Rio Candeias. no dia09-12-1974, 8.30 h, a fim de identificá-los, porém semarcar com nenhum compromisso com os mesmos.Após o Responsável pelo Grupo de Assentamento Regula­rização de OCupação explicar a realidade da situação pas­sou a ouvir os 86 (oitenta e seis) colonos que estavampresentes. havendo a maioria se manifestado contrária àposição do INCRA. Alegraram que ocuparam terras do Go­verno há um ano e•. portanto, de lá não sairiam. Inclusive,disseram que seus barracos e roças haviam sido queimadospor elementos da referida firma e que, devido ao INCRAnão lhes dar cobertura total, iriam voltar aos lotes es­perando, entrincheirados, qualquer ataque de eleméntosresponsáveis por aquela firma.Como aquele encontre estava se transformando num tu­multo, o Responsável pelo Grupo comunicou o fato ao Sr.Executor do Projeto, que designou um Guarda Rural paraa.c~lmar a situação; voltaram os colonos a fazer fila, pron­tífíeando-se apenas 23 (vinte três) a fazerem seleção.Neste ínterim, observou também o Responsável pelo Grupoque alguns dos presentes eram portadores de armas defogo. Contudo. não deixou transparecer o fato a fim dea situação não voltar a ficar tumultuosa. '

Os outros colonos dispersaram-se, alegando que não iriamfazer aquele tipo de seleção, pois não sabiam para ondeiriam depois, e que procurariam as autoridades maiorespara reclamarem os seus direitos. '

Este é o relatório.

PIe-Ouro Preto/RO, 12/lDEZEMBRO/1974."Após estes acontecimentos os colonos dirigiram-se à Vilade Rondônia, tendo procurado pelas autoridades do localpara apresentarem seus protestos e reivindicações en­volvendo e comprometendo o mCRA, como conivente nasituação por eles vivida.

Um. jornalista da localidade, Sr. Dionislo, redator-chefed? .Jor~al A,Palavra, antevendo a possibilidade de boa ma­tena, íntíttrou-se entre os homens, mas, não podendo ou­vIr a todos, pediu que indicassem um representante oqual, numa nova demonstração de maturidade politic~ eorientação de grupo, foi indicado em menos de dois mi­nutos. sem nenhuma constestação, Este representanteHenrique de Tal, prestou declarações por escrito acerca dásituação global na área, e assínou o documento. para quefosse publicado. Saindo do local com a matéria o jorna­lista foi embargado por quatro elementos, supostamentepertencentes ao grup? de colonos, mas que o redator julgaserem homens da Rio Candeias e tomaram-lhe o termode declarações. alegando que o c~lega declarante seria pre­judicado.

Logo ~ se.guh:, foi iniciado um abaixo-assinado, para serremetido a ça~ara F'edel'al, dirigido ao Deputado, recém­reeleito, Jerommo Santana, comunicando as Injustiças earbitrariedades praticadas pela Rio Oandeíns, com o avaldo INCRA, e pedindo provldênci-as.

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AtQsto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 61105

Todos os presentes subscreveram o abaixo-assinado, (se­tenta e seis) e o líder Henrique levou mais folhas para omato, a fim de tomar a assinatura de mais 600 (seiscentos)homens que lá estão, segundo o mesmo

O ambiente em Vila de Rondônia é tenso, nervoso, e espe­ra-se para qualquer momento o desencadear de ações maisincisivas e vitais.Dizem os colonos que, se o INCRA determinar sua saída,eles sairão, mas que "sabem onde moram os responsáveispelo fato".As ameaças já deixam de ser veladas e a previsão maisotimista é de que muitas mortes ocorrerão.Vila de Rondônia é pólo de atração em todo o Território eali encontram-se problemas fundiários crônicos e destoan­tesdo contexto governamental proposto, em função da le­gislação agrária vigente. De um .lado, encontra-se aCALAMA S.A. que possui domínio e justo título de umaGleba com 104.000,0000 ha (cento e quatro mil hectares),adiante o seringalista José Milton de Andrades Rios, quedetém, por simples ocupação, 240.000,0000 ha (duzentose quarenta mil hectares), a ferro e fogo; havia o Sr. Wal­mar Meira; hoje, Rio candeias.Os colonos chegam atraídos pelo convite do Governo epelo Projeto Ouro Preto. Elite está completamente saturadoe não tem área disponível para expandir. O instinto desobrevivência impele o homem a adentrar qU!';~1Í.iler terra,principalmente a ociosa; está gerado o conflito entreproprletárlos e pseudoproprietários contra os temidos esempre escorraçados invasores.Acresça-se a este círculo vicioso a campanha política docandidato reeleito, que usa a problemática fundiária comoestandarte de suas vistorias.Seu fraseado é padronizado:

- "Na faixa de cem quIlômetros para cada lado de BRnão pode haver fazenda";

- "Todo o homem tem direito à terra que cultiva".

Estas são as principais, e para aqueles que estão sendoperseguidos por serem invasores o conselho dado é de quedevem reagir de todos os meios, para garantir sua terra.sua integridade, sua casa, seus filhos.

Nesta preliminar que damos, aguardando dados concretosdo pessoal que está efetuando a vistoria: global da área;esperamos 'ter podido projetar imagens acerca de situaçõesfáticas, que vos permitam discernir sobre as necessidades eobjetivos a serem concretizados.Porto Velho, 1'1 de dezembro de 19'14. - Amadeu G. M.Machado ADV. P. F. RO."

Sr. Presidente, era natural que o laudo do funcionário daRio Candeias discordasse das vistoriás dos técnicos do INCRA.Entretanto, é preciso perguntar: () que está valendo hoje para .oINCRA é a vistoria de seus técnícos ou o laudo do próprio fun­cionário do Grupo? - Esse é umescândalo que brada aos céus ...

A respeito da Gleba URUPA, o Sr. Sílvio Gonçalves Farias,então executor do INCRA, ír.rormava, com dignidade, em 1974, oseguinte, verbis:

·'PROC. !NCRA N.o 1.569/'13

Interessado: Agro Pecuária Industrial Rio Candeias Ltda.Assunto: Terras Públicas - PossesInformação n.o

Em atenção ao despacho de fls. 52, venho apresentar bre­ves informações relativas à situação fundiária do SeringalItapirema, com vistas a instruir o presente processo.Walmar Meira Paes Barreto, seringalista residente nestacapital compareceu à Discriminatória dizendo-se proprie­tário ,do Seringal Itapirema, situado nas proximidades deVila de Rondônia, confrontando com terras pertencentes àCALA'MA S/A, pelo lado direito, com terras pertencentes aJ. Milton A. Rios, no rio Muqui e Seringal "Trinta" no rioMachado ou Jy-Faraná; e, pelo lado esquerdo, com terrasque pertenciam a Luiz Mário de Almeida, hoje pertencen­tes ao Projeto Ouro Preto, e, pelos fundos,com terras de-

. volutas (conforme consta à fI. 55 do presente) perfazendoao todo uma área de 160.ll00 ha, dos quais alegava origi­nariamente 21.600 ha conformarem domínio (Processo10.200/71) oriundos do Titulo Definitivo Pirineus, proprie­dade de CAliAMAS/A., obtidos mediante doação. Agora,à Il, 56 verso, reduz a 10.000 ha, a área doada,sem outrasexplicações, e sem redução do total declarado.

Sobre o restante da área, 150.000 ha, o Sr. Walmar MeiraPaes Barreto tem enfiteuse de uma gleba de 2.000 ha,Aforamento n,v .18'1; e seus filhos walter Rocha Meira étitular da L.O. n.O 384 e Wanderley Rocha Meira é cessio­nário da L.O. n.O 309, conforme instrumento público decessão anexa.Como se constata, a.área remanescente de 144.000 ha quedeclara possuir, .não configura mais do que simples deten­ção de Terras Públicas Federais - Devolutas -, destituidade quaisquer foros de legítímídade, revestida de peeulíarprecaridade que dispensa outras considerações, senão onão reconhecimento de qualquer pretensão sobre a mesmaalém do direito às benfeitorias ou edificações realmenteexistentes.

.c~rivém registrar que parte desta área inicialmente de­clarada de 160.000 ha, já foi incorporada pelo ProjetoOuro preto o Setor 2, (cerca de 18.tiOO ha) e mais 3.40() haé de extremo interesse imediato para expansão do Setor2 do mesmo Projeto, dentro dos seguíntes limites: Le:lteTítulo Pirineus; Sul com as glebas 8F e 4F (conformeplanta anexa) que proporcionará o assentamento de, apro­ximadamente, 200 famílias das quais cerca de 50 já pene­traram na área e estão sob ameaça de despejo ou de des­forço imediato do Sr. Walmar Meira Paes Barreto, Diretorda Empresa.Porto Velho \RO), 24 de agosto de 1973. Silvio Gonçalvesde Faria."

Provado, pois. Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o grupoRio Candeias ou De Zorzi não tem terras no Urupá, Ao contrário,vigia uma gleba de 100.000 hectares ali. Alega ter posse sobre ela.Como estender o conceito tie posse sobre tão vasto latifúndio? ­Agora é o latifúndio da posse...

Que posse é essa?O INCRA, através de informações de Silvio de Farias. dísse

que não se tratava de posse e, sim, de mera detenção. Mesmoporque o conceito de seringal aceito pela Justilfll. não transformaem propriedade a imensidão explorada, não pelo seringalista, mas,sim, pelo seringueiro. Quem deve alegar posse são os seringueiros,através de suas colocações. O seringalista é mero explorador co­mercial do trabalho do seringueiro. E como explora! ...

É preciso apurar - e isso não está esclarecido no processo doINCRA - se o grupo Candeias - De Zorzi transformou-se real­mente em um grupo de seringalistas nativos em Urupá.. Qual odestino dos seringueiros que existem na gleba? Estão produzindoborracha nativa? Quantas toneladas?

Aos bancos solicitaram financiamento para tal finalidade, em­bora não o houvessem conseguido por falta de titulação da terra.À época, formularam o seguinte pedido ao INCRA:

"AoInstituto 'Nacional de Colonização e Reforma AgráriaPôrto Velho ROAgropeciíária Industrial e CoI. Rio Candeias S/A., esta­belecida nesta capital à Av. Lauro Sodré, s/n.v, por seurepresentante legal abaixo assinado, vem à presença deV. s.as a fim de expor e requerer o que segue:1.0 - Que a requerente detém a posse dos seringais: Ita­pirema, Novo Destino, Santa Helena e Urupi, os quaisformam um todo com a área aproximada de 100.000 hecta­res, no distrito de Vila de Rondônia, com os seguintes li­mites aproximados: ao Norte, pela linha do paralelo í í,com ,o PIC Ouro Preto; ao Sul, com o seringal Muqui; aLeste com a Gleba Pyrineos da CALAMAS/A; a Oeste comterras devolutas;2.° - Que a requerente passou a efetuar a extração deborracha na referida área, sob sua responsabilidade, con­tendo já 56 colocações em funcionamento e pretendendoabrir mais 44 colocações, totalizando 100 colocações;3.° - Que a requerente necessita se valer de crédito espe­cífico para tal atividade junto ao Banco da AmazôniaS/<A., ou seja, financiamento de custeio para safra de bor­racha de 1976, ao prazo de um ano;4,0 - Que, para que tal financiamento se concretize éexigência do agente financeiro que esse Instituto forn~;çauma carta de anuência.Em vista do exposto,'Requer,lhe seja fornecida a citada carta de anuência para o fimdiscriminado acima.N. TermosP. E. DeferimentoPorto Velho, 14 de janeiro de 1976. - José Roque."

E bastante cl~ro, hoj~, na Jurísprudêncía dos Tribunais, queo conceito de sermgal nao serve para caracterizar a posse em

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6:J06 Sábado % DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) AI"Otito de 19l1l)

terras devolutas federais. Aliás, o INCRA, em outros casos. temse recusado a admitir a extensão do conceito de posse às imensi­dões dos seringais nativos. O 1NCRA, à época, caracterizou asítuação da Urupá como mera detenção, conforme informaçãode Sílvio de Farias, já mencionada. Entretanto, o grupo, em 1979,através de Luiz Machado, continuava a dizer:

"Quanto à Gleba Urupá, por acordo com o INCRA. aempresa continuava mantendo íntegra a sua posse, de­vendo a sua regularização definitiva operar-se através delicitação pública, na qual concorre com preferência asse­gurada".

Qual seria esse acordo com o INCRA? Esse acordo dá direitoa extração da madeira, como estão fazendo? Esse acordo permiteao grupo manter um exército de pistoleiros para vígíar a área,como estão fazendo? Esse "acordo" transforma a area por an­tecipação em propriedade do Grupo?

Os Pareceres da Procuradoria do INCRA deram pela situaçãoanômala e escandalosa que o grupo mantém na área, graças àfalta de Justica no Território e à conivência do Governo. Anali­sando o relatórío da vistoria feita na área. a Procuradora MariaJovita Wolney Valente assinalou, conforme se lê à página <W9 doProcesso n.? 1.569173, verbis:

"O relatório conclusivo. fls. 124/25, traz os seguintes dados:_ foram localizados 54 seringueiros e apenas vestígios deocupação espontânea. (Os jornais de Porto Velho, em mar­co de '1979, davam conta dos conflitos em Itapirema poreausa das terras I:_ o sistema de vigilância é inexpugnável, pois em cada 10quilômetros existe um rancho habitado por um fiscal do­tado de excelente armamento bélico;_ que a maior quantidade de colonos - por métodosviolentos - foi retirada há um ano;_ a CR-14 ínformou que o grupo estava implantando pí­cadões em área superior à que adquiriu e que, além dospicadões e 480 hectares derrubados, nada mais existia naárea, senão as colocações dos seringueiros."

Como se verifica, Sr. Presidente, o processo deixou vazar osistema de "janguncismo" da Rio Candeias no Urupá, hoje redo­brado tudo por conivência do INCRA. O grupo alega que tem umacordb com a autarquia. Esse acordo, que não consta do Processo,preveria a faculdade de o grupo manter ali o "jaguncismo" quemantém e que é eufemisticamente denominado de vigilância.

Não obstante a existência de todas essas infoqnaçóes no Pro­cesso, o Conselho de Segurança Nacional não procurou investigartal situação; ao contrário, como prêmio ao grupo, aprovou a con­cessão das terras, conforme atos que menciono neste pronuncia­mento.

O processo do grupo Rio Candeias no INCRA é um escândalo,eis que se trata do maior amparo da grilagem por parte da au­tarquia: grilagem do Sr. José Maria Branco e Walmar Meira. Aliás,esses elementos são multo conhecidos na região pelas suas ativi­dades no campo da grilagem. Aliás, a grilagem agora está am­parada por uma misteriosa e não menos escandalosa Exposiçãode motivos, de n.o. 005, em nome da qual "ressuscitaram" o pro­cesso do grupo na area,

O ESCÁNDALO DOS PRIVILÉGIOS DO GRUPO RIO CANDEIAS ­MADEIREIRA URUPÁ NA EXPLORAÇÃO ILEGAL DA MADEIRA

DA GLEBA DO MESMO NOMEUma das alegações do grupo Río Candeias - De Zorzi para ­

manter a ocupação ilegal e violenta da gleba Urupá em Jy-Para­ná é a necessidade de, como indústria, dispor de uma reservamadeireiras. Imagine-se se a moda pega. Hoje, em Jy-Paraná hámais de 100 serrarias funcionando, todas com abundância de ma­deira para beneficiar. Entretanto, essas serrarias não solicitarampara si 100.000 hectares de matas em reservas para delas extrairmatéría-prima.

A indústria madeireira sohrexlste sem a propriedade do solo.Hoje, em Rondônia, existem mais de 400 serrarias. Se o INORA con­cedesse milhares de hectares a cada uma, o Território se transfor­maria em propriedade dos madeireiros.

,Está provado que a vigilância inexpugnável na área do Urupádiz respeito apenas à extração ilegal da madeira de terras devo­lutas. E, o que é mais grave, essas atividades têm o apoio deBrasília. O Grupo De Zorzi, ora declara que tem madeira demais,provinda dos projetos de colonização do INCRA, ora diz que pre­cisa de uma área de reserva madeireira. À SUDAM esclareceu:

"A Madeireira Urupá SIA foi totalmente implantada noMunicípio de Jy-Paraná, onde atua há mais de dois anos'na industrialização da madeira, destinada a todo o merca­do brasileiro, além de uma linha de casas pré-Iabrícadas,"

A Madeireira Urupá goza de um privilégio em JY-Paranâ deque nenhuma outra empresa da ramo usufrui, ou seja, dispõe deuma área de reserva madeireira, de graça, de mais de 100.000hectares, próxima à cidade. Os, outros madeireiros poderiam, ale­gando o precedente, solicitar para si iguais reservas.

Do processo do INCRA consta seu requerimento, não deferido,datado de 21-7-77, solicitando permissão para a exploração dasreservas madeireiras no Urupá, que transcreverei por valer comoconfissão e denúncia. Dele não consta, entretanto, a autorizaçãooficial para a extração da madeira, que, graças à omissão doGoverno do Território, do INCRA e do IBDF, continua sendo feitacom o incentivo da Prefeitura locai, que até construiu estradaspara o grupo puxar toras da área.

É oportuno ler esse documento e indagar do IBDF, INCRA eda Secretaria de Finanças do Território, quais as providências ado­tadas para a preservação do patrimônio .públíeo em que se eons­tituia a madeira da gleba devoluta de Urupá, madeira que hoje éa maior riqueza de Rondi'Jnía:

"A experíêncía colhida nestes últimos dois meses noscomprovou que somente a exploração intensiva e racionalde Uma área que contenha boas reservas de madeiras co­mercializáveis. é que poderá viabilizar o nosso propósitode 'permanecer no Território de Rondônia, safando-nos dainsolvência iminente, que já ronda as nossas empresas.A solução alternativa de adquirir dos parceleíros dos Pro­jetos do INCRA o produto dos desmatamentos que efetuam,mostrou-se insuficiente às nossas necessidades. Até porque,pelo fato de estarmos dando a estes parceleiros a vanta­gem adicional de abrirmos novas estradas e de conservar­mos as já existentes, ensejamos a outros o meio de pene­tração nos lotes. através dos quais eles obtêm destes mes­mos parceleíros, muito pouco afeitos ao cumprimento docontratos previamente ajustados, o fornecimento da maté­ria-prima originalmente destinada à nossa indústria.14 - Tentamos, também, extrair madeiras que adquírímosem uma área de aproximadamente 10 mil ha, original­mente pertencente à empresa CALAMA S/A. Porém estaárea está afetada por invasores, os quais se dizendo' legí­timos proprietários impedem a nossa ação. Nem persua­didos pela Polícia recuaram em seus propósitos.portanto, como se trata de problema bastante delicado, ca­paz de gerar conseqüências ímprevísíveís, preferimos espe­rar que os legítimos proprietários das terras adotem aslJrovidênc~as que couberem. Não queremos, no futuro, serresponsabílízados por fatos a que não demos origem, comojá ocorreu em outras ocasiões.

15 - Por tudo que se expôs até agora, Sr. presidente, en­fatizamos que a única solução compatível "é a explora­ção intensiva e racional de uma área pré-delimitada, quecontenha boas reservas de madeiras comercializáveis",

E isto, analisadas as circunstâncias e á localização geográ­fica da nossa indústria, somente será possível na "glebaUrupá", já sob nossa posse, inteiramente livre de possei­ros e integrantes do nosso pleito de regularização fundiá­ria. Nesta gleba, por força de desmatamento que efetuamospara a formação de cerca de 500 ha de pastagens, já exis­te razoável quantidade de madeira extraída, que entraráem processo de deterioração, caso não seja imediatamenteindustrializada.

16 - Desde já, desejamos esclarecer que a exploração ma­deireira que estamos pleiteando estará ao inteiro abrigo dalegislação florestal, uma vez que o compromisso de pro­mover a necessária reposição dos recursos explorados serásatísfeito pelo recolhímento da Taxa do IBDF ou pela aqui­sição de cotas em projeto de reflorestamento existente naregião. Aliás, modalidades estas que já praticamos há lon­ga data, visto estarmos impossibilitados de promover oefetivo e direto reflorestamento, pelo fato de não dispor-mos de terras próprias no Território. .c:17 - Por outro lado, Sr. PresIdente, desejamos esclare­cer que, ao pleitearmos a permissão para a exploraçãode madeiras na "Gleba Urupá", já sob nossa posse, nãoestamos pretendendo um privilégio. Se, afinal não formoscontemplados com a área de terras que exploramos, com­prometemo-nos a pagar a quem afinal venha a ser o seudefinitivo proprietário, seja o Governo, através do INCRA.seja ao IBDF. o valor de mercado de toda matéria-primaque extrairmos.18 - Por último, Sr. Presidente, insistimos na imperiosanecessidade de que V. s.a dê a mais rápida solução pos­sível ao que ora pleiteiam as signatárias, visto que o regi­me pluviométrico a que está submetida a região somente

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Agosto de 19811 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado Z 68Ó"

permite as atividades de mato até iJ mês de novembro.quando, então. as constantes precipitações impedem a ex­tração de toras até meados do mês de abril do ano se­guinte. Vale dizer. que restam às signatárias apenas qua­tro meses de atividades extrativas para suprirem-se dematérias-primas para todo o longo período chuvoso.Isto posto requerem as sígnatárías:1. Se digne V. s.a autorizar que se efetive a exploraçãode matérias-primas vegetais, por parte das requerentes, nasglebas hoje sob sua efetiva posse no Território Federal deRondônia;2. Que dita exploração se faça sob a fiscalização domCRA, do IBDF ou do órgáo que for mais apropriado. con­sistindo dita fiscalização no registro sistemático das es­pécies e quantidades efetivamente extraidas pelas reque­rentes;3, Que se. finalmente. as áreas sob exploração não 'fo­rem tituladas às signatárlas, fiquem estas compromissa­das a recolher aos Cofres da União, através do órgão efpela forma que lhes for indicada. o valor do total da'madeira extraída, calculada aos preços vigentes no mer­cado local na época da respectiva extração."

Do Processo do INCRA não consta o assentimento para a ex­ploração madeireira pretendida. Entretanto, ela continua sendofeita e incentivada. O grupo mente a toda hora em seus requeri­mentos. No pedido de autorlzacão para extração da madeira afir­maram ao IN'CRA o seguinte:

"A solução alternativa de adquirir dos parceleíros dos pro­jetos do lNCRA o produto dos desmatamentos que efetuammostrou-Se insuficiente às nossas necessidades" ...

Esta era uma das razões que alegaram para pleitear a reservamadeireira, privilégio que as outras madcíretras ainda não obtive­ram. O grupo mente escandalosamc-nte. pois o que mais existe emRondônia é madeíra para serrar. Não confessou. entretanto. que() pretendido era madeira de graça - como estão extraindo dasterras devolutas sem nada pagar a ninguém. A aquisição dos par­celeiros é remunerada. Ao mesmo tempo em disseram. em 1977.que a aquisição da madeira dos parceleíros não atendia aos seusinteresses. em 1979 confessaram o contrário, em documento dirigidoa SUDAM. o que passo a ler;

"Além disso. a empresa industrializa toda a macieira extrai­da compulsorlamcnte nos lotes rurais do, projetos doINCRA:'

Ao que parece. SE'. Prexldcntr-, o grupo tem pretensão mono­polísta, Além do mais, nem toda a madeira é industrializada pêloGrupo. Em Jy-Paraná existem outras serrarias que também ad­quírsm os produtos dos colonos.

A 'Procuradoria Juddíca do INCRA constatou. com propríe­dade. que .não existe qualquer projeto do grupo de refloresta­mento na área. o que. aliás, é por ele confessado. conforme o do­cumento retromeneíonado, item 17.

O fato de maior gravidade no que se refere à situação dogrupo Rio Candeias em Rrmdón!a é o envo'vimEnto do INCRAcom sua exploração madeireira em área devoluta, exploração estaque vem sendo feita mediante "acordo", Está provado que a maiorriqueza de Rondónia, hoje, é a madeira que vem sendo beneficiadae exportada para o exterior, com espécies raras, como mogno.cerejeiras, emburanas, cedros, etc., de pronta saída, a altíssi­mos preços por metro cúbico. Desta forma. para o grupo grileiroé vantajosa a indecisão burocrática. e mesmo a falta de resposta doINCRA à sua solicitação relacionada com a madeira do Urupá.porque. enquanto o tempo passa, continuam extraindo a toda ve­locidade aquele potencial madeireiro. E. se não há nenhum controle,como será calculada, amanhã. a extração feita para efeito de in­denlzacâo? Sabe-se. a propósito. que, numa área de 2;5 hectaresde matas, em Rondônia. existe madeira que, se vendida em torashoje, permitiria a apuração de, simplesmente. ors 300.000,00.

O caso da exploração da macieira do Urupá pelo Grupo DeZorzi pode ser objeto de uma ação popular. O IBDF diz aos jornaísque não tem condições de nscalízar as atividades madeireiras eflorestais no Território. Isso é um convite à devastacão de todaordem e é o que vem ocorrendo. O que interessa mesmo ao grupoé a madeira da gleba e esta vem sendo por ele extraída - daía jagunçada que é denunciada DDr toda a ponulacâo da cídade..O clima de insegurança e intranqüilidade predomina. Ninguémpode hoje subir o. rio Urupá, que logo acíma da cidade é barradopelos jagunços. apesar de o rio ser de jurisdição da Marinha.

E por isso que no ~rocesso n.? 1.569/73 o parecer conclusivode Maria Jovita Valente caracterizou bem a ação dessa jagunçada."que ainda permanece impune", pois a Procuradoria em diversasoportunidades constatou:

"Além disso, existem vários ocupantes na área de preten­são do Urupá e Urupi, onde reina um clima insustentável

e esta a reclamar sotucão por parte do poder público. poistranspira insegurança da simples lettura do relatório apre­sentado pelos vístortadorcs." rpág, 489 I

Ainda analisando o processo. advertia a Procuradoria;"Os pícadões abertos pela empresa nesta- área ficam soba guarda de fiscais que são considerados jagunços e re­pelem qualquer invasão a mão armada." (pág. "486)

"A emprc,sa transformou os seringueiros em seus ernpre­gados. havendo resistência de uma mínoría.""O relatório preliminar do Seringal Itapirema: sobrevoan­do a área foram localizados cerca de 100 ocupações. a maio­ria delas por parte de seringueiros remanescentes da ta­refa da extração do Iátex."

Os relatóríos dão conta, ainda. Sr. Presidente, da presençaindígena na área e - denunciam mais - dizem que o grupo vemexterminando os indios para, em futura vistoria, não serem asterras caracterizadas como área indígena.

O que diz a FUNAI destas denúncias? O Sr. Mario Andreazzadiz. no Aviso n,? 377, de 3-7-79. que consigna o seu endosso àsntividades do grupo. . .

O Processo do rio Candeias define bem. Sr. Presidente, o mo­delo de ocupação da Amazônia e a "reforma agrária" promovidapelo INCRA na região. Esse é o modelo de expansão dos latifún­dios e da aliança do Estado com os grupos na área, conforme denun­cia Octãvío Ianní.

O PMDB denuncia, igualmente. tal sltuacão à Nacâo e con­dena com veemência as injustiças contra os colonos. índios e pos­seiros em Rondônia.

O caso do grupo Rio Candeias envolve o apoio de quase todaa República a um grupo que por todos os fatos c provas é inidô­neo e inescrupuloso.

O Senado não pode aprovar a Mensagem n.o 47/80. sob penade oferecer seu aval a uma imoralidade.

Registramos aqui. perante a História, a indIgnacão do povo deRondônia a essa imoralidade. que constitui um prívilégjo anti­social. Quanto à Gleba Urupá, se destinada aos colonos. nela po­deriam ser assentadas 600 familías de parcclelros. pois tem loca­lizacão privilegiada. próxima a cidade. comprovado está maisuma VE'Z o modelo de ocupacáo ela Amazônia pelos grandes grupos.

Quando a refJrma agrária vai chegar a Rondônia?

Durante o discurso do SI'. Jeroninu: Saniuna, o Sr. NOSMTAimeuia, Suplente de Secretário. deixa a cadeira da pre­suiétu-in; que ê ocupada pelo Sr. Nabor Júnior. Suplente deSecretário.

O SR PRESIDENTE (Nabo!" Júnlor) -- Estã findo o tempodestinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os Srs.:

AcreNosser Almeida - PDS; Wildy Vianna - PDS.

AmazonasMário Frota - PMDB.

Pará

Lúcia Viveiros - PP; Sebastião Andrade - PDS.Maranhão

João Alberto - PDS.

PiauíPinheiró Machado - PP.

CearáClaudinoSales - PDS: Iranildo Pere.ira - PMDB; Leorne

Belém - PDS.Ril> Grande do Norte,

Djalma. Marinho - PDS.

ParaíbaAntônio Mariz - PP; Emani' Satyro -- PDS.

Pernambuco.rosías Leite - PDS; Ricardo Fiuza - PDS.

AlagoasGeraldo Bulhões; Mendonça Neto - PMDB.

Sergip.eFrancisco Rollemberg - PGd.

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i&808 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Beçâe J) Al"osto de 1980

Bahia.Honorato Vianna - PDS; Menandro Minahim - PDS; Ney

Ferreira - PDS; Odulfo Domingues - PDS: Ruy Bacelar - PDS.Espírito Santo

Mário Moreira - PMDB.Rio de Janeiro

Darcílio Ayres - PDS; Jorge Moura - PP; Lázaro Carvalho­lPP; MarcelIo Cerqueira - PMDB.

MinaS GeraisCarlos Cotta - PP; Castejon Branco - PDS; Moacir Lopes

- PDS: Renato Azeredo - PP.São Paulo

Audálio Dantas - PMDB; Carlos Nelson - PMDB; José Ca­margo - PDS; Mário Hato - PMDB; Valter Garcia - PMDB.

GoiásGenésio de Barros - PDS.

Mato GrossoCarlos Bezerra - PMDB; Milton Figueiredo - PP.

Mato Grosso do SulAntônio Oarlos de Oliveira - PT.

Paraná.Amadeu Geara - PMDB; Igo Losso - PDS; Nivaldo Kruger

PMDB; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB.Santa Catarina

Evaldo Amaral - PDS; Pedro CoIlin - PDS; Victor Fontana-- Pns.

Rio Grande do SulAry Alcântara - PD8; Fernando Gon~alves - PDS; Hugo

Mardini - PDS; waldir Walter - PMDB.Roraima

Hélio Campos - PDS.VI - Ordem do Dia

O SR. PRE'SIDENTE (Nabor Júnior) - A lista de presença-scusa o comparecimento de 178 Srs. Deputados,

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar.poderão tazê-Io.

O SR. JOAO LIN'HARES - Projeto de lei que altera o caputdo art. 492 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada peloPeereto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943, e acrescenta pará­grafo ao art. 1.0 da Lei n.o 5.107, de 13 de setembro de 1966 (Criao Fundo de Garantia. do Tempo de serviço), assegurando a esta­bilidade no emprego ao trabalhador optante pelo regime do Fundode Garantia do Tempo de serviço.

O SR. MAROELO MEDEIROS _ Proj eto de lei que dispõe sobrea contagem reciproca de tempo de serviço público estadual e deatividade privad-a, para efeIto de aposentadoria.

O SR. WALTER SILV-A - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Lider.

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Tem a palavra o nobreDeputado.

O SR. WALTER SILVA (PMDB - RJ. sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Sra. Deputados, reínícíamos os nossos trabalhoscom um tato realmente lamentável: o golpe contra as instituiçõesdemocráticas bolivianas.

Após uma eleição, marcada a posse dos eleitos, para a qualinclusive já havia sido designado o representante do Brasil, osmilitares na Bçlivia despresaram a manifestação das umas e avontade soberana do seu povo e retornaram ao poder. O reconhe­cimento pelo Brasil do governo militar boliviano, juntamente comos governos do Uruguai, do Paraguai e da Argentina, é isto sim,lamentabilissimo.

Sr. Presidente, segundo denúncias que a Liderança do Partidodo Movimento Democrático Brasileiro acabou de receber, encon­tram-se desaparecídos desde a semana passada, na Bolivia, dírí­gentes sindicais, parlamentares, operários e o Deputado CarlosFlores, eleito para o Parlamento daquele país em 1979.

Diante de fatos já noticiados pela imprensa no Brasil sobreas constantes violações' aos direItos da pessoa humana, atravésde assassinatos, seqüestros e prisões cometidas pelo golpe mimarcontra parlamentares, sindicalistas, estudantes, religiosos e inte­lectuais comprometidos com a democracía e o progresso social,concluí-se que aquele parlamentar e os demais presos politicoscorrem sério risco de vida.

Ainda hoje a imprensa diária está anunciando o assassinatodo líder sindical mineiro boliviano Juan Lechin, após ter sidoobrigado a comparecer frente às câmaras de televisão da Bolíviapara pedir o fim da greve dos mineiros bolivianos.

Assim sendo, dirigimo-nos à consciência jurídica não só d~povo brasileiro, mas de todos os povos da América Latina, paraque exija conosco a libertação imediata dos parlamentares, estu­dantes, sindicalistas, jornalistas, religiosos e intelectuais presospelos órgãos de segurança durante o golpe de estado, responsávelpela perda de inúmeras vidas e pelo 'desrespeito à vontade dopovo boliviano, expressa nas eleições recentemente ocorridas, ecujos eleitos não chegaram à posse por, força desta intervenção.

Ainda hoje a imprensa brasileira nos traz a seguinte noticiavinda de Washington.

WASIDNGTON - O jornal Washington Post disse ontemque o interesse dos militares bolivianos em manter o trá­fico da cocaína - e não o temor do comunismo - foi overdadeiro motivo do golpe de Estado de 17 de julho. "Osgenerais bolivianos estão entre os principais. traficantesda cocaína, que dá maiores lucros do que o café paraeste pais", afirmou o jornal. "O grande temor dos milita­res bolivianos era o de que o presidente eleito, Siles Zuazo,pudesse acabar com o contrabando de drogas", disse oPost, acrescentando: "Alguns golpes militares são repro­váveis. Mas o da Bolívia foi vil". segundo o jornal ame­ricano, "o contrabando da cocaína, principalmente paraos Estados Unidos, se converteu na principal fonte dereceita de exportação para a Bolívia".

E de Londres, Sr. Presidente, um telegrama dá noticia de que:LON[)RES - Mais de 1.500 pessoas foram mortas e 2.500estão detidas em conseqüência do golpe militar de 17 dejulho na Bolívia, declarou ontem à Anistia Internacionalum pastor metodísta, membro da Comissão Nacional deDefesa da Democracia (Oonade), O pastor, que conseguiufugir para a Inglaterra subornando um funcionário doMinistério do Interior da Bolívia, não quis identIficar-se,porque sua mulher ficou em La Paz e dois de seus irmãosestão presos.

Pois bem, Sr. Presidente, apesar do clamor de toda a Nação,apesar dos pedidos que fizemos, mesmo no recesso, o governo bra­sileira acaba de reconhecer, lamentavelmente, o governo ml1ttarda Bolívia, Instalado pela força.

O Sr. Divaldo Suruagy - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Líder.

O SR. PRE~1DENTE (Nabo!' Júnior) - Tem a palavra o nobreDeputado.

O SR. DIVALDO SURUAGY (PDS - AI.. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, é tradição do Brasil reconhecer os gover­nos que se constituem e que tenham o controle do pais, indepen­dentemente do regime que ali seja implantado. O exemplo maisevidente dessa orientação traçada pela polítíca.exteríor brasileiraé o reconhecimento dos países comunistas. Esse reconhecimentonão significa um endosso, não sIgnifica um aval, não significaum comprometimento do Governo Brasileil'o com o que está ocor­rendo na Bolivla, como não significa nenhum comprometimentocom a invasão do Afeganistão e suas r-elações com a União Bovíé­tíca. O Brasil preocupa-se apenas com o reconhecimento de Go­vernos que tenham o controle do Pais. Essa orientação tem sidoa tradíção do Governo Brasileiro ao longo dos anos e não significa- repito - nenhum endosso ao que esteja ocorrendo na políticainterna de qualquer nação..Defendemos, sim, a soberania dospovos.

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Nãe havendo quorumpara votação da matéria constante da Ordem do Dia, concedo apalavra ao Sr. Nosser Almeida, na qualidade de Líder do PartidoDemocrático SOCIal.

O SR. No.SSER ALMEIDA (PDS - AC. Como Líder. Pronunciao seguinte díseurso.) - Sr. Presidente; Srs. Deputados, ao ensejodo reinício das atividades parlamentares, trago a esta Casa umanova análise sobre um dos maíores problemas de nossa realidadesócio-econômica 'e notadamente das regiões menos favorecidas, auma das quais inclui-se o Acre, onde estive durante o recesso par­lamentar que hoje se encerra.

Trata-se de um assunto do qual me tenho ocupado Inúmerasvezes e que, por seu grau de importância e por suas conseqüêncíasaltamente preocupantes, constitui-se em UÍIl dos principais fatoresque geram a tensão social, a injustiça e a víolêneía, necessitando,por isso, de soluções urgentes, duradouras, definitivas e que sobre­tudo conciliem os interesses de grandes contingentes populacionaispor todo o País.

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tArosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 68(19

A questão fundiária tem sido para mim um dos ternas demaior preocupação, porque a sua i:ndefinição representa um sérioentrave para os programas de desenvolvimento do Acre, da Ama­zônia e de todo o Brasil, razão por que tenho insistido na reivin­dicação de que é preciso acelerarmos medidas para a completaregularlzação das terras, em extensas áreas, de forma a que seimpeça a, conttnuacão do êxodo rural, hoje em níveis alarmantes,principalmente porque grande parcela de nossa população ruralnão dispõe da porção de terra mínima que lhe dê condições parauma produção de sobrevivência, Dessa forma, a injustiça social de­corrente de uma distribuição domíníal inapropriada constitui fatogerador de inúmeras distorções, que se agravam à medida quemais se acentua a crise econômica no PaÍB,

Mas, se é verdade que a situação da titulação de terras, espe­cialmente na Região Norte brasileira, tem sido motivo de reitera­das manifestações deste e de inúmeros outros parlamentares, inclu­sive com criticas ao INCitA por uma morosídade no tratamento,não posso deixar de registrar que retorno do recesso com umaindisfarçável dose de otimismo, em razão das perspectivas quecomeçam a se vislumbrar; como uma 'verdadeira solução para oproblema.

'São efetivamente perspectivas, SI', Presidente, indicadoras deuma ação conjunta que se desenvolve no Governo Figueiredo,reunindo esforços e recursos para transformar a atual realidadeagrária, sob os princípios da justiça social e da participação maiordo homem do campo no processo de desenvolvimento brasileiro,

O Sr. Divaldo Suruagy _ Permita-me V. Ex.a um aparte?O 'SR. NOSSER ALMEIDA - l!:: com muito prazer que concedo

o aparte ao nobre Líder do meu partido nesta tarde. DeputadoDivaldo Suruagy.

O Sr. Divaldo Suruagy - Nobre Deputado ~osser Almeida,como representante da Amazônia nesta Casa, V. Ex.a traça umaanállse do processo de colonização daquela região. que tem amaíor extensão de terra no mundo para ser colonizada e con­quistada, V. Ex.a fala de cátedra, por ser um profundo conhecedorda realidade e da sociedade amazonense, e enfatiza os êxitos, asvitórias alcançadas pela política de colonização do Governo bra­sileiro na Amazônia. V. Ex." poderia acrescentar - e julgo que ofará no decorrer do seu magnífico pronunciamento - o índiceverdadeiramente impressionante da população de Rondônia nosúltimos dez anos. Rondôni.a, que tinha pouco mais de 100 mil ha-

. bitantes, hoje ultrapassou a casa de um milhão de habitantes eserá, tranqüilamente, para alegria de todos nós, a próxima Uni­dade da Federação brasileira. Trata-se de uma conquista não sódo povo de Rondônia, mas também da política de colonização,traçada pelo Governo Federal no que diz respeito à Amazônia.Congratulo-me com V. Ex.a e muito mais com o povo da Amazô­nia, que o mandou para este Parlamento.

O SR. NOSSER ALMEIDA - Agradeço ao nobre Líder DivaldoSuruagy o aparte. '

Prossigo, Sr. Presidente.Na semana passada, o Presidente FigueIredo proporcionou

provas Inequívocas de sua intenção, ao afirmar, em Pernambuco,que vai promover a reforma agrária da conciliação, sobretudoporque também acredita que o problema da terra é de justiça, Esalientou, no seu discurso dirigido a trabalhadores rurais:

"Farer com uma reforma agrária uma solução concilia­tória, do mesmo modo que estendi a~ minhas mãos aosadversários políticos para que juntos, num movimento deunião nacional, pudéssemos esquecer as nossas querelasmomentâneas, deixássemos de pensar um pouco nos nos­sos interesses pessoais e dos nossos grupos, e pensássemosum pouco antes neste nosso Brasil, tão carente de uniãoda nossa gente."

iE encerrou sua fala agradecendo ao Padre Antônio Melo Cos-ta as palavras que proferira, enfatizando:

"/Espero que essas palavras possam ressoar por esses braslsafora, para que o homem do campo sinta que, enquantoeu for o maíor mandatário desta Nação, eu estarei com ajanela do meu gabinete voltada para o campo, porquecontinuo a acreditar piamente, antes de mais nada, quea salvação da nossa Pátria está no trabalho da terra e naprodução conseqüente."

Na oportunidade, o Chefe da Nação fez a entrega ~ título depropriedade de terras a uma Cooperativa Agrícola, e do primeirotitulo entre 1.692 que serão entregues até o fim do ano a famíliasresidentes em vários municípios de Pernambuco.

São, portanto, medidas concretas que definem o interesse dopróprio Presidente da República em promover o bem-estar a todosos brasileiros, especialmente àqueles menos favorecidos, cujas di­ficuldades até mesmo de sobrevivência ensejam um quadro quenecessita ser. modificado com urgência.

11: realmente um esforço que ja começa a dar resultados prá­ticos, eapecíalmente se for considerado que as profundas dlstorçõesque se verificam na estrutura fundiária brasileira remontam à.época de sua formação, quando os processos de aproprlação ouposse observam critérios não condizentes com "s princípios doaproveitamento da terra, acentuando-se tais anc .alías à medidaque se valorizam as áreas já ocupadas.

Na minha recente viagem ao Acre, me foi possível constatarmais uma vez que os conflitos entre posseiros e fazendeiros adqui­rentes de terras, para cuja gravidade tenho chamado a atencãoreiteradamente nesta tribuna, só poderão alcançar um fim quandoexecutados programas de assentamentos dirigidos que permitamfixar ao meio rural, em terras de sua propriedade, trabalhadoresrurais e pequenos proprietários.

Estive em contato com os mais diferentes setores interessadosna regularização de terras no Acre, entre eles os que adquiriramáreas para a criação de gado e para a lavoura, seringueiros e se­ringalistas, .famílias que se deslocaram para as' áreas urbanas, embusca de novos horizontes e de outra atividade - mas onde asdificuldades são ainda maiores - representante da Igreja e dossindicatos rurais, integrantes do Governo do meu Estado, dirigen­tes do INCRA na região. enfim, as mais expressivas Ilderançaslocais, e volto com 'Q otimismo de quem sentiu, apesar da gravi­dade da situação pelo clima tenso que a indefinição provoca, aexistência de algumas ações recentes e sobretudo de um consensosobre como aplicar as medidas conciliadoras de todos os ínte­resses,

Concedo o aparte ao nobre Deputado Wildy Vianna,

O Sr. Wildy Vianna - Deputado Nosser Almeida, queremoscumprimentar V. Ex.a pela felicidade na escolha do tema do seudiscurso. Louvamos o cuidado de V. Ex.a com a questão fundiáriano nosso Estado, porque, como é sabido, ela é a causa dos demaisproblemas da região, No Acre, especialmente, e na Amazônia,esses problemas são conseqüência da má política fundiária. La­mentavelmente, hoje o nosso Estado, em particular a minha cidadenatal, vive momentos os mais difíceis. V. Ex." não ignora o choquehavido entre proprietários e posseiros, ou seringueiros, e a perdairreparável do cidadão Wilson, Presidente do Sindicato Rural noMunicipio de Brasiléia. Não podemos deixar de condenar, maisuma vez, a má política adotada pela Coordenadoria do INCRAem nosso Estado. Conforme já disse inúmeras vezes, o mCRA,em mais de 10 anos de atuação em nosso Estado, não nos deuo prazer de registrar, desta tribuna, ou mesmo da tribuna daAssembléia Legislativa, onde convivemos durante 12 anos, a ex­pedição. de um só título definitivo. Consideramos o INCRA, noAcre, mero trocador de titulas de ocupação provisória por títulosdefinitivos. E é dificil, num momento como este, não se condenar,mais uma vez, a falta de conhecimento - se não de conhecimen­to, de amor - na busca da solução dos problemas fundiários, eisque a morosidade em resolvê-los vem agravando a tensão socialgerada naquele Estado, transformando uma população humildee pacata em homens de emboscadas, com o sacrifício de vidaspreciosas, o que é de se lamentar. Cumprimentando mais umavez V. Ex.a, registro aqui minha descrença na atuação do Coorde­nador do INÜ'RA no meu Estado. Acredito que o seu desempenhoseja até conseqüência da sua idade avançada.

O SR. NOS'SEItt ALMEIDA - Agradeço a V, Ex.a o aparte,Deputado Wildy Vianna. Temos feito severas criticas ao INCR"'­nesta Casa. Mas, durante o recesso parlamentar, tivemos opor­tunidade de visitar aquele órgão e alguns setores em que ele vematuando, em nosso Estado, desapropriando determinadas áreasatravés do próprio Governo do Estado e assentando colonos. Agoramesmo, formam-se cooperativas em Padre Peixoto, onde mais de300 agricultores são orientados pelo INCRA. São medidas que oINCRA está tomando na região. Também faço criticas a esseórgão, mas é preciso que tenhamos confiança não somente notrabalho do mORA, como no do Governo Federal.

O Sr. Wildy Vimnna - são mais de dei; anos, Deputado NasserAlmeida. Já é demais essa espera.

O SR. NOSSER ALMEIDA - Na hora em' que for preciso fazer­'mos a nossa crítica, voltaremos a esta tribuna, da mesma formacomo estamos nela agora para enaltecer o trabalho do INCitAcom referência ao pequeno posseiro no nosso Estado,

Continuo, Sr. Presidente.

O Il.róprio INCRA, de cuja atuação se tem reclamado insis­tentemente, exigindo-se maior agilização em seu trabalho, comoorganismo criado para resolver o histórico problema fundiáriono Brasil, parece finalmente estar encontrando o legitimo cami­nho que o levará a promover a tão reclamada reforma agráriano Pais, pois já se vislumbram sintomas .de que os óbices, quetanto determinavam a morosidade do órgão, começam a ser su­perados, fazendo surgir daí alguns resultados concretos e alta­mente positivos.

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6810 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Ag~sto de 1980

No início do ano. por exemplo. a Presidência do Instituto de­terminou às Coordenadorias Regionais fossem identificadas asáreas de tensão social. como medida preliminar á competentedesaproprtacáo de terras. visando ao assentamento de famíliasIá ocupantes das áreas. cuja situação. por regularizar. impede os-eu acesso à assistência técnica e crediticia. o que os deixa emcondições de absoluta inferioridade para desenvolver qualquerprocesso de produção extrativa ou agropastoril. .

Concluiu a Coordenadoria Regional que jurisdieiona o Estadodo Acre pela apresentação de sete seringais como áreas dr- ele­vada tensão social. justificando-se a sua desapropriação por ínte­resse social. pois .se caracteriza a ocupação por trabalhadores ru­rais. seringueiros. constituindo uma permanente fonte de intran­qüllídade dada a impossibilidade de recuperação do domínio pelospresumíveis proprietários e a condição de marginalização em quevivem all aproximadamente duas mil famílias.

Louve-se mais uma vez o esforço e o trabalho que desenvolveo Governador Joaquim Falcão Macedo. reivindicando. fazendogestões junto às autoridades federais e até ao Presidente da Re­pública. a quem dirigiu apelo. consubstanciado em lunga exposícàoda realldade fundiária acreana. suas caracteristicas e peculiari­dades. conseqüências e alternativas de solução. no sentido dr quesejam direcionados recursos para a concret.izaçào dos programascapazes de reverter a tendência concentracíontsta da terra noEstado. Aliás, a definição de áreas prioritárias para desapropria­ção, de acordo com a conclusão da CR-14 INCRA. de que falci hápouco. deve-re muito à colaboração prestada pelo Governo acrea­no, o qual. para cumprimento de seus objetivos eminentementesociais, sobremodo de valorização às atividades produtivas pre­dominantemente absorvedoras de mão-de-obra. reivindica a re­gularização da posse de terras. condição realmente precípua paraa consecução de obras de elevado interesse coletivo e para o bem­estar de toda a população.

No dia 10 de [ulho último. em ato administrativo de grandeIrnportàncía - a Portaria n,v 200, da sua Diretoria de RecursosFundíártos - o INCRA resolveu arrecadar como terra devoluta.incorporando-a ao patrtmómo da União, 38.700 hectares de terrascompreendidas nos MuniciplOs de Cruzeiro do Sul e Màncio Lima.para providenciar. posteriormente, o devido registro da referidagleba no Cartório de Cruzeiro do Sul.

Outro fato ocorrido no mês de julho. que se reveste de elevadasignificação. foi a constituição. da Cooperativa Integral de Refor­ma Agrária do Projeto de Assentamento Dirigido Pedro Peixo­to. com sede no Km 61 da BR-364. a ser administrada pelos par­celeiros sob a fiscalização do INCRA, que proporcionará vultososinvestimentos para a sua organização e funcionamento. benefi­ciando dessa forma milhares de acreanos.

A propósito, Sr. Presidente. só se pode entender como dinâmi­co o comportamento Je um órgão da importância do INCRA quan­do se tornarem Ir eqüentes medidas como estas que acabo demencionar, quais sejam. a de regularização de terras. para pos­terior implantação de projetos de assentamento. e a efetiva apli­cação desse mecanismo de fixação do homem à terra. É precisoque se compreenda' também que as glebas para assentamentodevem corresponder a áreas produtivas e que a elas se deva pro­porcionar a estrutura miníma para cornerclalízacâo. especial­mente no que se refere ao sistema de transportes. Neste particular.a construção de uma rodovia. bem como o seu adequado aprovei­tamento. representam aspecto de absoluta príorldade para o es­timulo que se pretende conceder à exploração econômica da terra.visando a aumentar a produção e. conseqüentemente. a rendaregional.

No Acre, é importante que as áreas de assentamento dirigidodisponham dessas características. porque para uma economia re­conhecidamente frágil e dependente como a adrearia, não obstan­te sua enorme potencialidade para a produção de borracha na­tural. guaraná. dendê. café, pímenta e uma série de produtosagrícolas, e para a pecuária, o estrangulamento de sua comercia­lização. por deficiências em suas vias de escoamento, constituientrave dos mais sérios ao desenvolvimento. contribuindo paramanter o Estado em nivel de absoluta carência e inferioridadefrente a grande parte das demais Unidades da Federação.

Dai por que li insistência com que temos ~ todos os acrea­nos _ solicitado a pavimentação da BR-364, a única forma dese fazer lá chegar os produtos que o Estado necessita importare de permitir o escoamento de sua produção. Há um verdadeiroconsenso quanto a isso: enquanto não estiver pavimentada aBR-364, por maior que seja o esforço para sua conservação, gê­neros alimentícios serão perdidos antes de chegarem ao Estado.riquezas acreanas se perderão estocadas por impossibilidade detransporte a outros Estados. e o custo de vida em Rio Branco,nas demais cidades e na área rural continuará a ser extrema­mente mais elevado do que na maioria dos Estados brasileiros.Pavimentar a BR-364. Sr. Presidente. representará antes de tudoconceder estímulos à produção, ao agricultor. ao seringueiro. ao

homem do campo. ao acreano de modo geral. E significará. porisso. o mais amplo estimulo para o desenvolvimento econômico csocial de todo o Estado.

i\. enorme vocação agrícola alia.da à histórica tradição degrande produtor de borracha fazem 'do Acre um Estado de indis­cutível potencialidade econômica. que necessita. evidentemente,de um aporte de recursos externos. já que não dispõe de umaestrutura de receita que lhe permita atender no momento nemmesmo ás necessidades mais prioritárias. São realmente crescen­tes as dificuldades do Goverriador Falcão Macedo para executaias inúmeras obras de cunho social que constam do seu programade Governo. razão por que formulo um apelo às autoridades eco­nômicas para que se proporcíonr- maior volume de recursos finan­ceírcs ao Acre. os quais - tenho a certeza - serão alocados ematividades e empreendimentos de absoluto interesse de toda acoletividade acreana.

Exemplo típico de que o Acre responde de maneira positivaaos estímulos que lhe são concedídos-verrüca-se no entusiasmodos acreanos com o incentivo que vêm..recebendo da atual admi­nistração da Superintendência da Borracha. Em oportunidadesanteriores. Sr. Presidente. fiz consíderacôes sobre o extraordiná­rio trabalho que' realiza a SUDHEVEA. a cuja frente encontra-seo Dr. José Cezário Menezes de Barros. fomentando o plantio daseringueira, recuperando os seringais nativos e solidificando umapolítica para a borracha, em que os resultados atualmente obtidossugerem previsões de que, em futuro não muito distante. estaránovamente o Brasil em posição de destaque quanto à, produção'gumifera mundial. proporcionando incontáveis ..beneficios à ba..lança comercial brasileira e fazendo autever um sensível aumen­to no consumo do produto natural comparativamente ao uso ·daborracha sintética no País.

Há, com efeito, uma satisfação generalizada no Acre comrelação aos financiamentos que estão sendo concedidos para oplantio da seringueira. em observância ao que propõe o PROBOR H,surgindo restrições apenas em razão de alguns aspectos de na­tureza burocrática, ainda um tantu dificeis de serem cumpridaspelos pequenos agricultores. o que. segundo eles. constitui umobstáculo não enfrentado pelos grandes plantadores.

O Acre necessita de que esse entusiasmo. hoje dominante nosque se dedicam á borracha. apesar das dificuldades. enfrentadasprincipalmente pelos seringueiros. sE' multiplique no setor agrí­cola. através de estímulos creditícios para o piantio de riquezascomo o café e o guaraná e muito especialmente com a pavimen­tação da BR-364.

É dessa forma, portanto. que retorno do recesso parlamentarde julho entendendo que o Brasil está buscando efetivamente umasolução conciliatõria, perrettams-nte possível e viável pela dispo­sição do Presidente Figueiredo em realizá-la e pela credibilidadeque alcancarn hoje suas intenções nos mais diferentes segmentosda sociedade brasüeíra. muitos dos quais. ontem hesitantes. pro­porcionando uma aproximação e uma colaborncão mais concre­tas para a formulação de um novo pacto tão reclamado por nossasociedade.

Vive o Brasil momentos difíceis. que exigem esforços extraor­dinários do Governo e do nosso povo. mas a firmeza. a segurançae a vontade de proporcionar o bem-estar a todos os brasileirostransmitem a certeza de que estamos todos construindo umaNação mais justa e humana. cujos resultados. evidentemente alongo prazo. traduzirá os verdadeiros ideais de toda a gerrto bra­sileira.

É indispensável para isso. entretanto. que nos unamos todosem torno desse objetivo maior. esquecendo-nos das diferençasexistentes entre as diversas correntes políticas ou ideológicas, eabraçando a causa comum, tão insistentemente pregada pelo Pre­sidente Figueiredo, qual seja. a de lutarmos por um Brasil maisforte. mais unido e sobretudo mais justo na distribuição de suarenda,

Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Concedo a palavra aoSr. Mário Hato, na qualidade de Lider do Partido do MovimentoDemocrático Brasileiro.

O 8R. MARIO RATO (PMD8 - SP, Como Lider. Pronuncia oseguinte díseurse.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. o Brasilestá em crise, não uma crise parcial. mas uma críse total. abran­gente. que afeta todos os setores. A crise pode ser vista com pâni­co. mas pode ser objetivamente encarada como um Impasse. di­ante do qual se faz uma avaliação dos erros e distorções que con­duziram ao impacto para que se promova as devidas correções,para que se faça os devidos ajustamentos, Tal procedimento nãopode. todavia. ser conseguido da esfera de participação popular.sem a manifestação dos diversos setores e segmentos da sociedade.especialmente da maioria sobre cujos ombros recaem as pesadasconseqüências de toda a crise, Soluções autoritárias, tecnocratas,

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Agosto de 1980 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Il Sábado 2 681l

destituídas de delegacão do povo. não têm compromisso com o seubem-estar. com solução para os seus problemas, portanto. pade­cem de significação nacional. A distância que separa os órgãosde decisão econômica. social e politíca em relação àqueles a quemtais decisões atingem de forma vigorosa. as populacôes, produzresultados a cada dia mais discrepantes' em relação às verdadei­ras necessidades. aos anseios do povo brasileiro. Isto conduz. in­variavelmente. à descrença nos govenos, à insegurança pessoal. aodesespero para os muitos crescentemente sacrificados.

Tais condições. não há dúvida. não podem conduzir à solucüode nenhuma crise. Não se resolve crise sem credibilidade. semconfiança. Somos. portanto. de opinião. que o ponto básico. fun­damental. inadiável. é a recuperação da confiança do povo naque­les a quem delega a gerência de seus negócios. na administraçãodos seus destinos. quê devem estar voltados para o atendimentodas necessidades das maiorias. Tàl confianca, e stamcs convictos.teria necessarlamcnte de partir da convocação de uma AssembléiaNacional Constituinte, para a elaboracâo de uma verdadeira Car­ta Magna em cujo conteúdo, elaborado por representantes reaisdo povo. estivessem contidos os preceitos reguladores da vida so­cial democrática por que anseia o povo,

Acreditamos na democracia. acreditamos que o povo brasi­leiro deseje, acima de tudo uma Constituinte dernocrátíca, que lhegaranta. de forma ínequívocn. o direito de participar ativamentena vida política social e econõmica do Pais. i~áo pouemcs entenderdemocracia sem participação. Não Cornpreendemc s democraciacomo o direito de poucos decidirem sobre tudo para todos. com res­paldo em legislação discriminatória e injusta. Náo uccita mos urnademocracia que nega à grande massa. aos trabalhadores e cons­trutores desta Nação, os direitos maís elementares. isto e. o di­reito de reivindicar seus direitos. de participar das riquezas quegeram. de usufruir dos serviços que prest.am. É essa a democra­cia que entendemos ser desejada pelo nosso povo. e essa a de­mocracia que deve ser encaminhada a partir' da base. de umaConstituição elaborada pelos representantes legítimos do povo.

Dizer que a nossa crise é atual. conjuntural. decorrente dacríse internacional gerada a partir especialmente de 1974. como controle dos preços do petróleo pelos países produtores que de­cidiram se cuidar e reduzir sua produção ao mesmo tempo emque elevam seus preços. e fugir ao essencial. é buscar tapar osol com a peneira. é tentar escapar das causas fundamentais quenos conduziriam, Inquestíonavelmente. às soluções adequadas. Épreciso, antes de mais nada. indagar par que estamos hoje com­pleta e absolutamente. dependentes do petroleo importado, porque não podemos sobreviver' sem importações. por que temos deexportar tudo que produzimos. por que estamos cada vez corren­do mais e mais depressa sem sair do lugar. ou pior. ficando pro­greasívamente para trás.

As respostas a essas indagações e que vão nos levar às ver­dadeiras causas da nossa dependência. da má qualidade de vidada quase totalidade de nossas populações, da inflação galopanteque nos devora. da dívida externa assombrosa. da divida internacalamitosa. dos conflitos, Insa.tlsfaeôes, frustrações. desespero donosso povo. da violência que se propaga mais que fogo no paiol. Etudo isso. toda essa configuração de caos. está claramente definidano modelo de desenvolvimento econômico imposto pela Revoluçãode março de 1964. defendido por esses longos 16 anos de arbítrio.cristalizado no mais injusto estilo de desenvolvimento, que dedesenvolvimento não teve nada. pois crescimento de produto in­terno. todos sabemos, não é indicador de desenvolvimento. maspura e simplesmente de crescimento econõmico. Os verdadeiros in­dicadores de desenvolvimento. como os coeficientes de mcrtalídadeinfantil. a relação entre menor e maior salários. as 'taxas de es­colarização formal na idade adequada, o acesso a serviços deágua e esgoto. todos estes nos dizem que nos últimos quinze anosnão obtivemos nenhum desenvolvimento, muito pelo contrário.regredimos e regredímos assustadoramente. Os resultados estão aí,expressos de forma clara rias nossas condições de vida. na nossacompleta dependência da boa vontade do capital estrangeiro, quêdirige os nossos destinos, que orienta a vida nacional na direçãoque lhe convém.

Os resultados do nosso modelo de desenvolvimento económieodurante estes últimos anos estão consubstanciados nos docurnen­tos oficiais do Governo que registram, em 1979, uma divida externaliquida de quarenta bilhões de dólares, uma dívida éxterna brutade quarenta e nove bilhões. quatrocentos e cinqüenta mi'hôes dedólares. um déficit na balança de pagamentos de dez bilhões dedólares. uma divida interna de trezentos bilhões de cruzelros euma inflacão de 77.2'1;·. Neste ano de 1980, estamos convivendocom uma inflação de aproximadamente 8% ao mês. em média. Ainflação acumulada nos últimos doze meses já beira a ..casa dos100';; .

Não são dados criados em mentes pessimistas, nem em fabri­cantes de·"eliS"e. São dados oficiais. dados a partir dos quais o Go­verno define sua política de ação. toma as suas decisões. O Impor-

tante. todavia. é que se esclareça como chegamos a essa deplorá­vel situação. para que se possa. a tempo. corrigir os erros, extinguiros condicionantes. e promover um encaminhamento para me­lhores posições.

A marca registrada do nosso modelo económíco é a aberturada economia ao capital estrangeiro, com todos os estirnulos pos­síveís para atrair este capital. ao lado de ênfase na concentra­ção progressiva de riqueza. Isto foi conseguido com pleno êxito,estando hoje as empresas multinnclonals Iírrnemente rmplan­tadas no Pais e a riqueza nacional encontra-se mais que nuncaconcentrada. De acordo com dados do IBGE. os cinqüenta porcento mais pobres da população se apropriavam. em 1960. de16.02 c ; da renda nacional. ficando reduzida a sua par'tícípaçâo.em 1976. a apenas 13.44%. Enquanto isso. os cinco por cento maisricos, que detinham. em 1960 34,12',; da riqueza. passaram a COI1...·tar, em 1976. com 37,87% da mesma.

Quanto às multlnaclonais. detentoras do produto e do capitalmundial. garantiu-se com o regime vitorioso em 1964 a segurançaque exigiam para seus investimentos. tendo sido uma das pri..meíras medidas dos donos do Poder o estabelecimento de rací­lídades para remessa de lucros para o exterior, tornando o Brasil,pais de grandes potencialidades de recursos e de mão-de-obrabarata. bem como detentor de população capaz de constituir bommercado. o paraiso dessas empresas. Assim plantadas. hoje dãoos frutos que não podemos comer. Dominam todas as áreas ím-.portantes de economia, como siderurgia. de mineração. automo­bllístíca, de equipamentos de comunícacâo. farmacêutica. de all­mentes e muitas outras mais. estando. agora. contra toda a opl­níão pública, infiltrando-se no setor de prestação de serviços desaúde. Na agricultura. onde temos mais que capacídade de pro­mover o desenvolvimento autónomo, estamo" assistindo à en­trada franca. estimulando, subsidiada. protegida, das multinacio­naís, sob a premissa de que a produção em escala é f atnr deaumento de produção e, em conseqüência. de rebaixamento dospreces. Isso se houvesse livre concorrência. isto Se se tratasse depequenos e médios empreendimentos, mas não com oligopólioscapazes de controlar os seus preços: não com o uso, até mesmo ..abusivo. da chamada "tecno:ogia moderna". que. na verdade.eleva os custos de produção, uma vez que para isso â.S impor­tações entram ai de forma abundante. Esta política agrária en­terrou de uma vez por todas as mais tênues esperanças de umareforma agrária, expulsando o homem do campo. criando a novafigura' do proletariado rural. dos bóias-frias. que vieram encheras periferia" elos grandes centros.

A implantação maciça da empresa multínacíonal no Paisveio. de imediato. agravar a situação da nossa conta de serviços.hlstorâcamente deficltária. cujo déficit passou de aproximada­mente um bilhão de dólares no inicio dos anos 70. pua maisde sete bilhões em 1979. No ano passado. apenas a remessa dejuros. que agora é feita facilmente. conforme regulamentaçãoda Resolueão n.? 63 do Banco Central. foi ele um bilhão e tre­zentos mllhões de dólares. As empresas estão interessadas narepartição do seu capital, o que é feito. conforme a nossa Iegis­lacâo, automaticamente. de forma bem desburocratizada.

Essa abertura ampla ao capital internacional, em forma deinvestimento direto ou de financiamento, todavia. só foi oossívclgraças ao aniquilamento das diversas correntes de opiniões quesempre lutaram por uma politica nacionalista de desenvolvimen­to. pelo fortalecimento da pequena c média empresa. pelo regimede maior concorrência. competitividade. Tais empresas forampraticamente extintas. obrigadas a ceder lugar aos oligopólios.dentro da política de consórcios industriais nos diversos setores.consórcios comerciais. agrícolas, índustrlaís..flnanceiros. origemdas mais gritantes distorções na área financeira, geradora denossas atuais dificuldadcs, alímentadora inegável da espiral in­flacionária.

O Sr. \Valter Silva - Permite-me V. Ex. a um aparte?

O SR. MARIO RATO - Com todo o prazer ouço o nobre lí­der. Deputado Wálter Silva.

O Sr. ""álter Silva - Deputado Mário Hato, serei breve. por­que o discurso de V. Ex. a é tão bem feito que dispensa realmentemaiores considerações. Quero apenas subscrevê-lo. em nome daLiderança do Partido do Movimento Democrático Brasileiro. edizer que V. Ex. a traça. com perfeição o retrato da nossa depen­dência econõmíca às multinacionais. que implantaram neste Paissuas raízes profundas graças ao golpe mílítar de março de 1964.Infelizmente. a economia do Brasil torna-se cada vez mais periré­rica em relação às economias nucleares que dominam o mundoocidental de hoje. As decisões políticas nacionais já não são to­madas no Brasil; os centros de decisões estão sendo transferidos,infelizmente para nós brasileiros e em detrimento da nossa so­berania que, como V. Ex." sabe bem. é a projeção do poder nacio­nal interna e externamente. estão sendo transreridos, repito. paraWashington. Londres. Paris e Tóquio. Nós. aqui, apenas servimos ao

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,6812 Sábado 2 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Agosto de 1981);

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capital estrangeiro espollador, continuando o Governo a adotarmedidas que os patrões internacionais determinam, Primeiro foia lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. acabando com aestabilidade do trabalhador; depois veio a rigida politica salarial,anunciada novamente agora pelo ooverno que ameaça os assala­riados com um retrocesso na atual política que já não é boa. Atra­vés de um decreto-lei. promete retornar a mesma compressãosalarial. culpando a mão-de-obra como a única responsável pelosurto inflacionário, que superou os 100%. quando sabemos queela é apenas um dos três fatores da produção. sendo que os doisoutros. a matéria-prima e o capital, na verdade não sofrem qual­Quer tipo de controle. De forma que a recídíva da polítíca de con-

ncão salarial tem de merecer repulsa de todos nós. democrataslue lutamos pelo fortalecimento do poder de compra do cidadãobrasüeíro e pelo fortalecimento do mercado interno, Preconizamosmudança total do modelo econômico elítista e concentrador. vol­tado para as exportações. Milhões de patrícios voltarão nova­mente a um sacrifiCio extremo. em beneficio exatamente daque­las empresas multinacionais que exp'oram o trabalho dos brasi­leiros, Meus parabéns a V. Ex.'

O SR. MARIO HATO - Agradeço ao nobre líder DeputadoWalter Silva, as palavras elogiosas. S, Ex.'. com sua inteligênciae sabedoria. vem enriquecer o meu pronunciamento.

Prossigo, Sr. Presidente.O estímulo ao capital internacional baseou-se, entre outras

facilidades, no estabelecimento de taxas de juros diferenciadas.ou seja, ao capital estrangeiro pagava-se juros Inferiores. ficandoelevado o custo do capital interno, Isso. além de ostimular oingresso de capital para produção. gerou a mais monstruosa Ior­ma de especulação, As empresas contraiam seus empréstimos noexterior e aplicavam as sobras. que foram se tornando cada vezmaiores, em função do desaceleramento do ritmo de crescimentoda economia. em letras do governo. Que rendiam juros mais altosdo que os que elas tinham que pagar em ref'crêricla ao empréstimo,Capital ocioso. improdutivo. alimentador da inflação. pois a cadadólar que entra no País passam a corresponder novos cruzeiros.

Este foi o mecanismo fundamental da acumulação interna.reforçada esta pe.o arrocho salarial e a \lY'possibilidade ds ex:pressão pela classe trabalhadora de reívind, .açôes salariais. Estaacumulação aumentou consideravelmente as distorcôr-s na distri­buição da riqueza, aumentando a diferença entre o menor renrü­mento e os rendimentos mais elevados. destinados estes a alir,lé'n­tal' o consumo da indústria nascente. indústria de bens duriveís.

A euforia com o desenvolvimento rápido, a crença do que oBrasil poderia sempre estabelecer uma relação de troca equilibra­da no mercado internacional. desviou completamente o rumo donosso desenvolvimento. Passamos a uma industrialização dê bensduráveis, sem nenhum desenvolvimento tocno.ógíco importante,abandonando as lutas pela implantação da indústria de base,fonte segura do desenvolvimento equilibrado. Passamos a importaros instrumentos básicos da produção. desprezamos nossos planosde pesquisa de vanguarda. fator írnprescíndivel à autonomia eco­nômica de qualquer país, estabelecendo urna relacâo de troca domesmo tipo colonial: exportação de matéria-prima e industriali­zados sem maiores pesos. e a importar os elementos básicos aodesenvolvimento. A orientação, passou, portanto. a ser a exporta­ção. Exportar é a .solução, foi o slogan consagrado pela orientaçãodesenvolvímentísta. Exportar para pagar os custos elevados de umprocesso absurdo de desenvolvimento. .

Tal orientação conduziu, naturalmente, a modificação na es­trutura de gastos internos. A ênfase foLdada ao setor de trans­portes rodoviários, visando, naturalmente; a oferecer ao trans­'Porte individual condições de expansão. O transporte coletivo. defundamental importància para as classes trabalhadoras, toramrelegados à última oportunidade. O setor ferroviário. desativado,O hidrovlãrlo, num país que conta com .bacías privilegiadas, pra­ticamente inexiste. Mas o rodoviário. necessário ao sucesso daindústria automobilística multínacíonal, floresceu. O transportede carga foi-se tornando progressivamente mais rodoviário. Em1975. 69,3%. segundo dados do GEIPOT. dos transportes de cargaeram da modalídaríc rodoviária. enquanto o ferroviário respondiapor 19,9%. Os transportes maritímos para carga passaram de25,3S; em 1952, para 10,7'1<- em 1975. Tudo isso é decorrência domodelo de desenvolvímento que se considerou bom para o Brasil,contra toda a lógica, em oposição ao bem-estar da sociedadebrasileira.

Ouço, com satisfação, o aparte do líder do PDS, DeputadoRicardo Fiuza.

O Sr. Ricardo Fiuza - Nobre Deputado, não desejo. com omeu aparte, tomar o tempo de V. Ex.' Na análise que faz, V. Ex."acaba de referir-se a um tópico com o qual concordo, qual sejao de que nós demos ênfse à política rodoviária. quando nos deve­ríamos ter preocupado com os portos. com as vias navegáveis, como transporte ferroviário. Mas há de convir V. Ex." em que essa

crise de petróleo - não é que não tenha havido imprevidênciade nossa parte - houve, mas ela foi uma surpresa para o mundotodo. Entretanto. nobre Deputado. permita-me não concordar como pessimismo de V. Ex.' Tem V. Ex.". por acaso. memória de quan­to custava um barril de petróleo em 1964? Eu vou dizer a V. Ex.":um dólar. Sabe qual era o preço desse mesmo barril no primeirodia do Governo João Baptista Figueiredo? Doze tíólares. Sabequanto custa hoje? Trinta e dois. Não tenha dúvida, V. Ex." dis­corre o tema com muito equilíbrio. O Deputado Walter Silva é queparece, deu uma demonstração de xenofobia hoje, mostrando-sepreocupadíssímo com a invasão estrangeira. num exagero evidenteque põe em risco até a credibilidade de S. Ex.". Deputado muttcequilibrado. Quero dizer que V. Ex." usou uma expressão muitoadequada, quando disse que precisamos recíclar, corrigir os erros.Eu vejo que o colega é homem de muito bom senso. É evidenteque. ao longo de dezesseis anos, erros devem ter sido cometidos.e muitos; mas gostaríamos de fazer um raciocínio inv-erso: se oBrasil não devesse um dólar. se a nossa divida externa fosse zero.nós estaríamos dizendo hoje que. ao longo destes últimos 16 anos,tínhamos tido governos incompetentes. porque, enquanto todo omundo lançava mão 'da poupança interna para acelerar seu de­senvolvimento. o Brasil, com 130 milhões de habitantes. era umpais sem capacidade de acumulação para investir, já que, com apopulação crescendo 3~( ao ano. não haveria praticamente dife­rença entre o produto bruto e o crescimento populacional. Nãoteriamos os grandes projetos dos metais não-ferrosos. dos fertili­zantes. nem os das grandes hidrelétricas. nem o projeto nuclearque tantos combatem. mas a que depois darão razão. Acho queV. Ex.' traz uma séria contribuição à Casa, embora não concordecom os seus pontos de vista, É dessa forma. debatendo, analisandoa crise que V, Ex." diz ser global. que haverão de surgir as fór­mulas. O Governo está empenhado numa política de contenção.de combate à inflação. e não tenha dúvida de que. dentro de umano, veremos seus efeitos e poderemos retomar o crescimento nosníveis Que desejamos.

O SR. MARIO HATO - rncorporo o aparte de V. Ex.' ao meudiscurso. mas devo dizer que. ao mesmo tempo em que se paga32 dólares pelo barril. o Governo revende por aproximadamente380 dólares os produtos derivados do petró.eo, Gostaríamos desaber - aliás, todos sabemos - o que o Governo faz com esselucro exorbitante oriundo dessa revenda.

O Sr. Ricardo 'Fiúza - Digo a V. Ex.' .. ,

O SR. MARIO HATO - É ele aplicado na construção de obrassuntuártas. pomposas. Posso citar. como exemplo. o prédio da Cai­xa Econômica Federal. do Banco Central. as obras dos metrôs doRio e de Sào Paulo. a ponte Rio-Niterói.

O Sr. Ricardo Fiúza - Permita-me, nobre Deputado. Concordocom V. Ex.' em que. num país subdesenvolvido como o nosso. éum absurdo as obras suntuárías que existem. num respeito à ad-ministração de recursos escassos. Incorporo-me a V. Ex.a '

O SR. MARIO HATO - V. Ex.' também há de concordar emque o Governo deveria preocupar-se com obras de grande enver­gadura social. Isto não estamos vendo.

O Sr. Ricardo Fíúza - Neste caso. data vênia, incorre V. Ex.anum terrível erro. Os recursos oriundos do Fundo de Petróleo sãohoje aplicados no programa energético integralmente. V. EX,adeve recordar-se de que, inclusive. no ano passado. através delei aqui aprovada, mudamos a destinação deste fundo paramaior ...

O SR. MARIO RATO - V. Ex.a está-se referindo às usinas-nucleares?

O Sr. Ricardo Fiúza - Não. Inclusive às usinas nucleares. Masme refiro principalmente...

O SR. MARIO BATO _ Lamento bastante, porque V. Ex."deve conhecer muito bem o coeficiente de mortalidade infantilque está atingindo níveis críticos neste Pais. E os gastos com asusinas nucleares também contribuem para esta inflação ga·,lopante.

O Sr. Ricardo Fiúza - Conheço. Mas conheço também a dataem que se exaurirão os recursos hídricos deste País. em que pa­rará o seu crescimento. No entanto, reconheço que as obras devemser feitas concomitantemente. Este fundo é aplicado em pesquisasde carvão, xisto betuminoso, no programa do Alcool. na prospec­ção petrolífera.

O SR. MARIO RATO - Nobre Deputado, lastimo bastante queo Governo. nestes 16 anos. não se t-enha preocupado com nenhumestímulo à pesquisa. à tecnologia, ..

O Sr. Ricardo Fiúza - V. Ex." está mal informado.

O SR. MARIO HATO - De forma alguma aceito esta Inver­dade. Com suas afirmações, está V. Ex.a tentando defender o in­defensável. Permita V. Ex.' que faça uma análise em alto nível

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Ag'Osto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6813'

da crise econômica, .sem paixão. Não me estou baseando em dadosfalsos, Não sou nenhum pessimista.

O Sr. Ricardo Fiúza - Mas quero dizer a V. Ex.n que, emprimeiro lugar, não tive nenhuma intenção de baixar o nivel daanálise de V. Ex.n O segundo ponto é que não dei nenhum dadofalso, e estou disposto a demonstrar a V. Ex.a

O SR. MARIO BATO - Mas não será através de um aparteque V. EX,n irá demonstrar as causas da crise econômica queestamos analisando.

O Sr. Ricardo Fiúza - Não desejo fazer um discurso paralelo.Achei por bem chamar a atenção de V. Ex.n para alguns ~qUiVOCDSem que incorreu, embora reconheça alguns pontos positivos nodlscurso que pronuncia. Procurei ater-me est~(tamente dentro docomportamento parlamentar.

O SR. MÁRIO BATO - Entendo a posição de V. Ex,"

O Sr. Ricardo Fiúza - A minha. posição é de absoluta coerên­cia. Defendo o que acredito, como espero que V. Ex.n esteja defen­dendo o que acredita.

O 8R. MARIO BATO - O direito de divergir é inerente aoParlamento. Respeito, mas não concordo com os seus argumentos.

O Sr. Divaldo Suruagy - Deputado Mário Hato, concede-meV. Ex.num aparte? .

O SR. MARIO BATO - Com todo prazer, ouço o aparte dobrilhante Deputado Divaldo Suruagy, Líder do pDS e ex-Governa­dor do Estado de Alagoas.

. O Sr. Divaldo Suruagy --:. Deputado Mário Ha!ü, V. Ex.", coma propriedade que lhe é característica na sua açao parlamentar,sempre aborda da tribuna desta Casa os problemas mais palpi­tantes e do maior interesse nacional, seja no campo econômico,seja no campo da medicina, seja no campo social. Hoje, V. Ex.'"'analisa e discorre sobre as dificuldades econômicas que o Brasilvem atravessando nesses últimos anos. V. Ex.n bem sabe que foiuma opção do nosso povo, uma opção do nosso País. o modelo eco­nômico esbruturado dentro de uma orientação capitalista, naépoca em que nos transformamos em Nação independente. Desde182'2, foi feíta uma opção dentro de um modelo, dentro de umaestrutura capitalista. Na década de 1950. o Presidente JuscelinoKubitschek ansiava dar o grande sato desenvolvimentista nestePais. Quando S. Ex.a. tomou posse, o Brasil era o terceiro país emindustrialização na América do Sul: com índices inferiores aosda Argentina e aos do Chile. Quando S. Ex." concluiu seu qüin­qüênio administrativo, o Brasil liderava a produção tndustrial doContinente. No eixo Rio-São Paulo--Minas Gerais implantava-seo maior parque industrial da América Latina. O Presidente Jus­celino Kubitschek achou, apoiado nos seus consultores, nos seusassessores econõrnícos, que a locomotiva do processo de desenvolvi­mento deveria ser a indústria automobilística. Então, à época,'a medida foi a mais acertada, a mais louvável e a mais aplaudidapossivel, porque um quilômetro de estrada asfaltada equivalia amenos da metade de um quilômetro de ferrovia. Ora, como a in­dústria automobilística precisava do maior número possível dequilômetros de estradas para que existisse espaço onde pudesseatuar, gerou ao mesmo tempo, dentro do seu bojo desenvolvimen­tista, um sistema financeiro capaz de fazer com que a pequenaclasse média tivesse acesso ao automóvel, sim bolo de status, que,depois, tornou-se instrumento índíspensàvel ao viver nos dias dehoje. A Indústria 'automobilística foi. assim, a alavanca desse pro­cesso de desenvolvimento que. durante vários anos, revelou suapotencialidade, bem como a firmeza e a felicidade do PresidenteKubitschek em implantar uma indústria automobilística que, porsi, geraria todo esse indice de desenvolvimento. A crise do petró­leo que se abateu sobre o mundo trouxe sérias dificuldades parao nosso sistema de transporte, apoiado no meio mais nobre, o ro­doviário à exceção do aerovíárío, Com a costa imensa que possuí­mos, poderia ter sido solidificado o transporte marítírno ou otransporte ferroviário. Passamos, então, a sofrer, com maior agu­deza do que muitos países do mundo Ocidental, a crise do petró­leo, porque todo o nosso sistema de transportes se apoiava nasrodovias. Isso fez com que entrássemos num dos períodos de maiorestrangulamento da nossa economia, fazendo com que todas essasdificuldades que se estão abatendo sobre a realidade braslleíra, nosdias de hoje, tivessem como conseqüência não a crise do petróleoem si. Porém, como o Brasil tinha anoíado todo o seu desen­volvimento na indústria, automobilística, o problema tornou-Semuito mais profundo. De fato, se acaso tivéssemos apoiado nossodesenvolvimento na indústria metalúrglcaou .na Indústria quí­mica, a realidade seria outra. Mas como ela foi toda apoiada esedimentada na indústria automobilística, gerou-se toda essa criseque estamos vivendo. Concordamos com V. Ex.a quando dl!'Stacacomo razão maior do processo inflacionário brasileiro grandes pro­jetos, como !taipu, Tucurui e os dois metrôs. V. Ex.a bem sabe queo Brasil é o único pais do mundo que se está dando ao luxo deconstruir dois metrôs ao mesmo tempo. Nem os Estados Unidos,nação mais rica do mundo procedeu assim. Primeiro, construíram

o de Nova Iorque, para depois construirem o de Chicago. Nem aAlemanha, que, primeiro, construiu o metrô de Berlim, para depoisconstruir o de Munique. Pois bem. O Brasil está se dando ao luxode construir dois metrôs - o do Rio e o de São Paulo - sim uita­nearnerite. Da mesma forma O problema se agrava com o pro­grama nuclear e a Ferrovia do Aço. São essas grandes obras queensejaram esse endividamento externo. Mais de 90(~ da divida'externa brasileira foi contraída para financiar tais investimentos.Não discutimos, neste ínstanteva validade de tais obras. Tenhocerteza de que V. Ex." concorda comigo em que são elas Indis­pensáveis, fundamentais à grande nação na. qual desejamos queo Brasil se torne amanhã. Mas, na verdade, o nosso Pais não tínnacondições financeiras para. ao mesmo tempo, partir para obras detanta significação de ordem econômica. Isso gerou compromissosenormes, aumento da divida externa,com pagamento exorbitantede juros e maior dependência do exterior, desembocando tudo nessainflação que ai está. Em segundo lugar, na minha opinião. vemo petróleo, com muita gravidade, como conseqüêncía do processode desenvolvímento, de 1950 para cá. nestes trinta anos, ter-seapoiado na indústria automobilística. Então. estes são os dois gran­des fatores de geração da atual inflação. aliados ao terceiro, que éaltamente subjetivo. Como V. Ex.a bem sabe. a inflação gera a.não poupança. Dentro do regime inflacionário galopante que es..tamos vivendo, o racíooinlo natural é de comprar hoje, porqueamanhã está mais caro. Não apenas V, Ex." e eu pensamos assim.São milhões que assim pensam. E à medida em que milhões pen­sam. milhões compram: e à medida em que milhões compram.criou-se um mercado altamente aquecido, que está sendo alícer­çado dentro do regime inflacionário. Desse modo, duplica-se a,inflação, que atingirá índices verdadeiramente alarmantes. V. Ex."há de convir em que. dentro desse elenco de medidas, a grande'preocupação dos dias de hoje deve ser o combate à inflação, a fimde que o Pais volte a ritmos normais de desenvolvimento. comum percentual muito acima da explosão demográtíca. Aí. não te­remos nu:- processo de retração. Não somos contrártos, por xeno­foblsmo, a presença de multínaelonaís. quando elas trazem know­how, quando trazem capital. Entãof aliam-se ao esforco da socie­dade brasileira na busca do desenvolvimento. O Deputado WalterSilva. no magnífico discurso que fez, honrou-me concedendo-meum aparte permitindo que com ele debatesse o problema do estran­geiro. S. ~x." destacou a presença do estrangeiro no processo dedesenvolvimento brasileIro. Num aparte paralelo. neste momento,S. Ex." diz que foi a pessoa física. No entanto, é claro que o Depu­tado Walter Silva, com a inteligência que lhe épecuiiar, tambémdestaca um papel importante para a pessoa Jurídica, quando elavem trazer tecnologia e capí tal e não apenas 'explorar o povo bra­sileiro. Porque. dentro da orientação capitalista, esse clima e esseprocesso visam apenas ao desenvolvimento. Congratulo-me com 'ODeputado Mário Hato por mais um magnifico discurso com que nosbrinda. discurso de uma sígníftcacão tão zrands que nos possi­bilita debater. nesta Casa, os maiores problemas que a sociedadebrasileira enfrenta. Meus parabéns. Deputado.

O SR. MARIO BATO - Fico deveras honrado com as palavraselogiosas de V. Ex.'" e devo dizer que esta é a nossa preocupação.Apenas julgo que, para encontrarmos o nosso objetivo é precisoque haja uma participação ativa. efetiva e organizada de todosos segmentos da sociedade. e isto só podemos conseguir atravésele uma Assembléia Nacional Constituinte.

Prossigo, Sr. presidente.

Este desvario rodoviário. com ênfase especial no transpor­te individual, conduziu a uma modificação vertiginosa nas impor­tações do petróleo. Em 1953. imnortávamos 19.6'70 do nosso consu­ImO; vinte anos depois, em 1973, a nossa importação já era deSO,2<k do que consumíamos. Isto naturalmente aconteceu comodecorrência de uma mentalidade colonialista. de dependência pro­"ramada, desprezando-se os recursos próprios. a nossa imensa.invejável biomassa, os nossos recursos renováveis, capazes de,.com tratamento adequado, oferecer-nos a auto-suficiência, Dizer,agora. que a culpa das nossas desgraças é da conjuntura interna­~ional, é do exagerado aumento do preço do barril de petróleo,e negar a evidência da irresponsabilidade na administração destePaís.

Mas as nossas dificuldades não se assentam apenas no exa­gerado consumo de petróleo. Todo o modelo econômico montado,rigidamente defendido, propícíou inúmeras formas de distorções;gerou oportunidades Imensuráveís de apropriação indevida, in­justa, do dinheiro do povo. No auge da fase de crescimento daeconomia, ao invés de se inv-estir em setores básicos,como já foireferido, preocupou-Se o Governo em gastar abundantementaremobras públicas não produtívas.. onde se gastava pelo puro e sim­ples gosto de gastar, como no caso da Transamazônica, da ponteRio-Nlterói e outras mais, destinadas exclusivamente a propor­cionar bons lucros aos seus executores. Não havia reeursos parainvestir na siderurgia, que ficou dependente do capital estran­geiro e que, não sendo do seu interesse, só :fez amarrar. o seuprocesso. Mas havia dinheiro e muito para as loucuras rodoviárias,

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6814 Sábado 2 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Agosto de 1980

cujos preços o povo pagou. sem saber até hoje quanto custoue. pior, sem tirar disso beneficio algum.

a gosto governamental por obras de alto luxo foi outra formade aparentar uma preocupação com gastos públicos de valor so­cial, sem que de fato beneficios se fizessem presentes. a metrôde São Paulo, um dos mais luxuosos do mundo, é um exemplo decomo o Governo sabe gastar muito em obras públicas sem bene­ficiar o povo, O trânsito em São Paulo continua tão engarrafadocomo antes, o trabalhador continua suas desgastantes e carasviagens para o trabalho. mas as autoridades se sentem muitoorgulhosas dos seus feitos.

A usina nuclear de Angra dos Reis é assunto novíssimo, estáai, ocorrendo agora. As obras são contratadas em atençãoexclu­siva a interesses pessoais, sem a menor preocupação com a melhoroferta, com idoneidade da contratada, com a segurança da obra.Nada disso importa. O que importa é privilegiar a quem interessa,a quem tem poder de carrear para si lucros monstruosos. Istosem falar nos aspectos da oportunidade ou não desses investi­mentos. E o dinheiro público jorra abundantemente. alimentandoa inflação, nutrindo os recheados bolsos, cada vez mais acumu­lados.

A ideologia da concentração de recursos, que conduziu o BNHa gerir o Fundo de Garantia do trabalhador, dinheiro do tra­balhador conseguido à custa da insegurança do emprego. não éutillzado em empreendimentos de real valor sócío-econômico, mastem uma grande parcela desviada para a especulação financeira.como é moda nas empresas públicas, nas fundações criadas peloGoverno e até mesmo na administração direta. E isto. como todossabem, é um dos mecanismos mais eficientes para gerar aumentode meios de pagamentos, para exacerbar a inflação., para sacri­ficar a vida do pobre trabalhador. Os bancos de desenvolvimentonão representaram de fato nenhuma mudança para melhor na.politica de desenvolvimento. Pulverizaram seus recursos em em­preendimentos subjetivos. de duvidosos interesses sócio-econômi­cos, mas de inquestionável interesse na especulação. Isto fez adivida interna ficar simplesmente insuportável. estando .na casados trezentos bilhões de cruzeiros. ao lado de uma dívida externacada vez mais opressora. .

Mas a ênfase na exportação continua. Diariamente ouvimosos gestores na nossa economia proclamar que precisamos expor­tar. Exportar, que há mais de cinco anos não é solução para oPais, continua sendo o mais atual objetivo de nossa gerênciaeconômica. Mas o jogo exportação-importação tem seu significado.sua importância. no quadro geral do nosso processo de desen­volvimento. As importações continuam muito acima das exporta­ções, como está demonstrado no gritante desequílfbrío da balançacomerciaL Além de estimular nossa dependência .nos insumos bá­sicos. este tipo de transação tem sido muito frutifero a deter­minadas áreas, As compras no exterior são nababescamente com­pensadas com comissões de compras. fator' corriqueiro em altosnegócios. Tais comissões, que não aparecem nos registros dastransações, já têm o seu destino certo. que são os bancos es­trangeiros. especialmente os bancos com as famosas contas se­cretas na Suíça. conforme denúncia feita pelo jornalista DavidNasser na revista Manchete de 2 de fevereiro de 1980. onde contaocupar o Brasil o quarto lugar na lista dos maiores depositantes.Tais contas são engrossadas com superfaturarnento das nossasimportações. além das próprias comissões, pelas facilidades deque os setores de exportação-importação dispõem. Mas não ocorreapenas o superfaturamento das importações, o que por si só re­presenta assunto da maior seriedade. pois é o dinheiro público. onosso dinheiro que está pagando essa bela mordomia; com asexportações ocorre o mesmo em sentido inverso, isto é, as expor­tações passam pelo processo de subfaturamento. ficando o belosaldo positivo depositado em magníficas contas particulares noexterior. Por isso. além dos problemas intrinsecos ao estilo dedesenvolvimento. estes paralelos, e com pleno respaldo na suaorientação, desenvolvem-se com pleno êxito, sem o menor cons­trangimento.

As contas de brasileiros no exterior florescem a cada dia, pormecanismos cada vez mais criativos. Uma forma atualmente mui­to em moda nos diversos ministérios é o pagamento em dólar avários "especialistas". Isto. ocorre de uma forma muito simples.bastante desburocratizada. O Brasil, como participante dasor­ganísações tnternaeíoaaís, como Organização Mundial da Saúde,UNESCO. aEA e muitas outras mais. deve contribuir para o fundocomum. Dessa transferência vêm os famosos convênios que pres­crevem a contratação de pessoal, que é. por sua vez. remuneradoem dólares. Esta situação cria uma discriminação enorme em re­lação aos outros servidores que recebem o vil cruzeiro. cada vezmais desvalorizado, além de constituir evasão de reservas, poiso dinheiro geralmente fica depositado no exterior. ou pior. trans­forma-se em mercado negro do dólar no Pais, contribuindo paraoutras distorções maiores, que todos conhecemos com relação aeste tipo de comércio. As pessoas agraciadas com tais remunera­ções estão desde aquelas que não têm nenhum vinculo com o

ministério até servidores que ocupam cargos de confiança. no gru­po de Direção e Assessoramento Superior. Tudo isso ocorre coma maior facilidade. sem nenhum óbice quer de executores de altonív-el. quer das agências de fiscalização. Fazem parte do nossodesenvolvimento. E como são assuntos muito importantes. a re­muneração tem que ser correspondente. São remunerações quechegam a estar acima de quatro rníl dólares mensais. em algunscasos.

Não podemos desconhecer que apenas estes simples aspectos.estas ligeiras "dtstorçôes", causam um prejuízo enorme ao Pais.Contribuem para alteração significativa da balança comercial.no caso de subfaturamento de exportações e superfaturamento deimportações. especialmente. além de constituir elemento de evasãoconstante de divisas, sendo. sem a menor sombra de dúvida. atosque representam, não há como negar. ausêncía de espírito nacio­nalista, falta de respeito ao suor do nosso povo.

As tão volumosas importações são em grande parte desneces­sárias. Estão muitas vezes relacionadas à filosofia da "moderna"empresa. da qual a empresa pública é o maior exemplo. de efí­cíência e eficácia. A titulo de conseguir maior eficiência. estasempresas desprezam o produto nacional. desestimulam o seu de­senvolvimento e vão buscar no exterior, na importação lucrativa,os seus instrumentos de produção, os seus equipamentos, equi­pamentos muitas vezes completamente em desacordo com a nos­sa verdadeira necessidade. Quantb a este aspecto vale salientara modalidade conhecida como linha de crédito especial interna­cional para fornecimento de equipamentos. É um procedimentoque dispensa licitação. logo pode ser feito ao gosto do freguês.Na área da saúúde e da educação ocorrem coisas gravíssírnas emtais aquisições. o mesmo ocorrendo em outras áreas. São inúmerosaparelhos, especialmente os destinados ao controle e terapêuticado câncer, que se encontram encaixotados nos mais distanteshospitais. enferrujando-se sem condições de serem operados. Nasuniversidades e escolas técnicas vamos encontrar máquinas e apa­relhagem destinadas ao treinamento de alunos. treinamento quenão vai servir dc nada porque tais equipamentos nada têm a vercom as necessidades do nosso ensino com as práticas futuras dosprofissionais formados. Mas essas aquisições são muito úteis aocapital estrangeiro, são muito bem-vindas aos nossos agentes decompras que viajam pelo mundo graciosamente e recebendo pol­pudas comissões para os bons negócios. Bons para quem? Parao povo. que está pagando, certamente não é.

São inúmeras as formas desenvolvidas para o alcance do obje­tivo de acumulação e tão criativas. que tudo que se possa ima­ginar e mais o inimaginável está sendo feito. Temos aí os casosAta lía, os Lutfalla. as terras dos índíos, as fazendas do MatoGrosso. os projetos' Jari. a devassa dos minerais. os desfalques doINPS. as faturas falsas de entidades falsas, tipo Conceição, doINAMPS. as especulações das formas mais variadas com papéisdo Governo, as ações do Vale do Rio Doce, os vazamentos daPETROBRÁS e mais as obras públicas sem licitação ou com pro­cesso viciado, e mais um sem-número de outras atividades dogênero que o nosso Tribunal de Contas da União não vê. quenão consegue encontrar o responsável quando se faz uma denún­cia. porque a responsabilidade ficou "muito diluída". Essa diluiçãoda responsabilidade é a solidariedade inaugurada com o processode centralização baseado numa burocratização muito bem estru­turada que permite. estimula a necessidade de propinas para queas coisas andem, para que se consiga o que é de direito como sefosse favor, que dá status, que só permite a glória do formalismo,que despreza o fim último da administração pública, que é pro­mover o bem-estar e a justiça social.

Não há como transferir para os árabes a responsabilidadedos nossos problemas. Esta é a explicação de quem não está inte­ressado em encontrar soluções, pois as soluções terão, sem dúvida,que contrariar interesses muito fortes, muito potentes, carinho­samente mantidos e protegidos nestes longos dezesseis anos.

:Mas soluções criativas é que não faltam e estas são sempreno sentido de manter o status quo. A revista Exame do mês demarço do corrente ano dá a informação de que estamos prontosa transferir para as multinacionais as trezent-as toneladas deouro de Andorinhas e Caraj ás, no Pará, mais 100 toneladas naBahia. além de um bilhão de toneladas de cobre também de Ca­rajás. Esta é a explicação encontrada para o sorriso do Ministrodo Planejamento. conforme colunista social bem informada doPlanalto, como forma de resolver o problema da nossa dividaexterna. As multinacionais já sabem o que querem: a Shell. RioTinto Zinc e Utah ficam com o cobre; a Oomínco, Goldfieldse Anglo Amerícan preferem o ouro. Tudo resolvido, lá se vãomais algumas riquezas. Isto sem falar na ação das multinacionaisna produção .de borracha natural, na extração e produção demadeira c na produção de tabaco na região Amazônica, tambéminteressadas na produção de alimentos. conforme depoimentoprestado pelo economista Francisco de .Assis Costa na CPI daAmazônia.

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Arosto de 1980 DtARlO DO CONGRESSO NACIONAL ISeçii.Q I) Sábado:Z 68150

Não bastassem todos esses agravos à nossa economia, con­tamos ainda com um grande desperdício de nossas riquezas, denossos recursos naturais, desperdícios decorrentes da falta de es­tímulos ao desenvolvimento de tecnologia mais econômica, espe­cialmente no caso de energia, além de toda sorte de mau uso,depredações que os apressados no processo de enriquecimento uti­lizam, sem o menor respeito pelo presente ou pelo futuro dasnossas gerações, ..

Temos, pois, que convir: o Brasil não é um País com proble­mas. É um Pais grande, em território, em bens naturais, em po­pulação. Mas é, principalmente, um Pais saqueado. m nisso. por­tanto, que reside o nosso problema. É aí que se. aninham as nos­sas dificuldades.

Que confiança pode o povo brasileiro depositar nos governosque são coniventes com tais situações. as ignoram, as protegem?Não é possível alimentar fé naqueles que prometem justiça sociale estimulam a exploração do trabalhador; que prometendo demo­cracia, faz intervenção em sindicatos. prende líderes legítimos,impede eleições; que anunciando desenvolvimento, estimula cres­cimento e acumulação nas mãos de uns poucos. O povo não podeter fé, confiança, esperança em tal governo, nem nas suas leis quesó servem aos objetivos de uma minoria pouco representativados cento e vinte milhões de brasileiros, O povo precisa recuperara sua fé.

Trazemos, pois. a esta tribuna o nosso apelo por uma As­sembléia Nacional Constituinte, única forma capaz de definir umaConstituição realmente representativa da nossa realidade, elabo­rada pelos verdadeiros representantes do povo, per sua delegação.É esta a fórmula primeira para uma participação efetiva, para aexpressão dos diversos segmentos da nossa sociedade. para defi­nição de uma regra básica merecedora da confiança do povo,pois foi elaborada por sua delegação, com a sua participação.Este é, portanto, o passo inicial para se reconquistar a confiançanos documentos que regulam à vida social, a vida econômica ea vida política do Pais. A partir dai, com base nos principiasdemocráticos firmados, o Brasil terá condições de deixar de serapenas um pais grande, para se tornar um grande país, ondeimpere a justiça social, onde a maioria tenha vez, onde hajaverdadeira democracia. (Palmas. O orador é cumprímentado.)

Durante o discurso do Sr. Mário Hato, o Sr. Nabor Júnior.Suplente de Secretário, deixa a cadeira da presidência, queé ocupada pelo Sr. Nosser Almeida. Suplente de Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Concedo a palavraao Sr. João Linhares, na qualidade de Lider do Par.tido Popular.

O SR, 10AO UNHARES l'PP - SC, Como Líder. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, Iniciamos, após orecesso de julho, esta segunda metade da Sessáo L~gislativa e. co}I1onão poderia deixar de ser. sendo esta Casa a caixa de ressonan­eía do sentimento do povo e da Nação brasileira, dentro de umclima de melancolia, de perplexidade e de incerteza, fruto dadensa névoa que tolda o futuro deste País, onde o Governo Fe­deral, perdido no cipoal criado pelo seu próprio arbítrío - porquedistanciado da sociedade brasileira, isolado nas salas palacianas_ pensa que, sendo o titula!" único da verdade, pode ficar ma­quinando, no seu ísolacíonísmo. medidas que - sem ,qualquerparcialidade partidária - têm prejudicado o País e feito com queele mergulhe em um clima de Insegurança, de falta de rumos. deincertezas para as classes política e empresarial, para a agrí­cultura e a pecuária, para os operários e, enfim, para toda afamília. brasileira.

Melancolia e perplexidade porque as interativas declaraçõesdo Presidente João Baptista Figueiredo de que buscaria o apri­moramento democrático, a participação do Congresso nas grandesdecisões nacionais e, acima de tudo, a participação responsável dosvários segmentos da sociedade na orientação político-administra­tiva do Pais não se tornaram realidade, do contrário, cada ato eCada decisão governamentais vão representando um recuo, umfechamento, um continuo perjúrio das juras escritas não só no seudiscurso de posse como em outros pronunciamentos e documentosoficiais que encaminhou a esta Casa. •

O Brasil pensou que iria iniciar uma nova era com o GovernoJoão Baptista Flguelredó, e muitas esperanças nasceram e se for­taleceram em vártos segmentos da sociedade. Esta Casa tambémse embalou nestes sonhos e pensou que pelo menos a palavra pre­sidencial seria cumprida à risca. Mas o que vemos é exatamentea abertura, hoje, ser representada por uma pequena fresta, poronde nem a luz da esperança podemos enxergar, porque a crisecconómlca, politica e social que o Pais enfrenta é das mais graves.Este Congresso e a sociedade brasílelra, por mais que queiramparticipar das decisões. apresentando as suas sugestões, que umavez ou outra. para enganar a opinião publica, têm sido reclamadaspelo próprio Presidente da República" pelo Governo e o partido quelhe dá sustentaçâo, não podem faze-lo, Tudo Isto não passa demero engodo. pois nem pelo próprio partido que lhe dá apoio - e

Isto lamentamos -- o sistema revolueíonárío tem apreço, consi­deração. Os malsinados pacotes, de triste memória. porque sempreestudados e decididos por meia dúzia isolada nas salas herméticasdo Palácio. infellcltaram a vida nacional e fizeram-na mergulharno caos em que nos encontramos. Ninguém sabe o dia do amanhá.Fale-se com qualquer empresário, pequeno, médio ou grande. Es­tão todos vivendo uma Incerteza absoluta, duvidam das medidasque hoje vigoram e desconhecem as que sobrevirão amanhã.

Há um tato que chama a atenção e serve para comprovarentre os muitos gritantes e maiores. a assertiva que não é nossa,mas está na boca de todos os brasileiros. de que este Governo nãoquer a nossa participação, não deseja a prática da boa democracia.E o tratamento secundário que este Congresso continua recebendodo sistema revolucionário. que dirige o Pais. O Sr. Presidente daRepública, por repetidas vezes, pelo menos demonstrando sensí­bilidade às reclamações que os politdcos lhe levavam até o HotelAracoara, onde instalou seu gabinete, .disse, que só editaria de­cretos-leis em última Instãncla. Não repetiria o método condená­vel dos seus antecessores que usaram e abusaram desta figura es­púria do decreo-leí. Poi bem, do exame dos três períodos, Gover­no Médici, Governo Geisel e Governo Figueiredo, no primeiro anode administração, haveremos. de constatar que foi precisamente oPresidente que jurou melhorar a nossa democracia. a começar pormanter uma boa convivência com o Congresso Nacional, aceitandoa nossa participação, restringindo ao máximo a expedição de de­cretos-leis. o que mais se valeu deste expediente. Médici editou76; Geisel 77. e o atual Presidente da República. 79. E os proce­dimentos subseqüentes seguiram a mesma linha triste e decepcío­nante para todos nós, que hoje nos mergulha num clima de me­lancolia, pois os projetos encaminhados a esta Casa dela tiveramparticipação míníma, mas formal do que propriamente funda­mental. Na elaboracão das leis e nas medidas de ordem cconómlca,não tivemos participação alguma. porque vieram sempre atravésdos malsinados pacotes. Nem a colaboração do próprio partidoque lhe dá sustentação é recebida pelo Palácío do Planalto.

Temos agora um exemplo recente, o Estatuto dos Estrangeiros,que recebeu, nas duas Casas, cerca de 34 ou 38 emendas, todasrejeitadas, à exceção de duas, sem nenhuma. ímportàncía, porquede efeito redacional ou de substítuícáo de expressões. E não fal­taram vozes em abundância na bancada das Oposições e algumas.ainda que poucas, da bancada situacionista para mostrar. compalavras sensatas. sem nenhuma exacerbação, sem nenhum ra­díea'Ismo, os momentos. e inconstitucionalidade, de aberração aosmais respeitáveis príncípíos do Direito Internacional e a marcasempre condenada do arbitrlo que estava enxertado na lei dosestrangeiros. E a toda esta argumentação, mesmo vinda dos com­panheiros que de maneira tão fiel e de forma submissa lhe servem,respondeu que o projeto era bom, juridico e constituctcnal e quenada havia a reparar.

Era a voz do povo brasileiro que aqui, na limitação das suasa tríbuíções, se levantava. E esperávamos que pelo menos nesteaspecto, já que atingia uma pequena parcela da comunidade bra..süeíra, pudesse ser recebida como uma colaboração patriótica !~

salutar. Mas nada aconteceu. Foi necessário que a CNBB. porta­voz de Sua Santidade o Papa, reclamasse de forma veemente eque fosse ao Palácio do Planalto para então o Governo mostrar-se.sensível a algumas alterações no projeto. Mas as vozes desta Casa,estas foram desconsideradas como muitas vezes aconteceu.

Recebo com muito prazer e honra o aparte do Deputado Di­valdo Suruagy, no exercicío da Liderança do PDS.

O Sr. Divaldo Suruagy - Deputado JoãoLlnhares, o Brasilestá vivendo uma experiência singular. Não conheço nenhum país- e se V. Ex.a tiver conhecimento, por gentileza. me informe ­que tenha saído de um processo revolucionário para um Estado deDireito num momento de crise financeira. Os inúmeros exemplosque conheço e que transformaram os rumos da humanidade sãoexatamente os opostos; países fundamentados em Estado de Di"relto em momentos de crise econômica derivaram para soluçõesrevolucionárias. V. l:!:x.a bem sabe que a Revolucâo Americana, de4 de julho de 1776, que traria em seu conteúdo o surgimento dosEstados Unidos da América do Norte. foi uma resultante. umaconseqüência da insatisfação das colônias contra o sistema tri­butário opressivo da Corte ingresa, insensível aos reclamos e ape­los dos colonos americanos. A Revolução Francesa. um marco naHistória Universal, que foi uma reação da classe burguesa que sevia explorada e que trabalhava constantemente para manter G­alto padrão de vida dos nobres, também foi conseqüência de umacrise econômica. Ahandonemos os exemplos uníversaís ", fixemo­nos aqui no Brasil. A Inconfidência Mineira a Guerra dOI' Em­boadas e a Inconfidência Baiana foram movimentos armados. mo­vimentos revolucíonárlos oriundos da grande erise econômica quese abatia sobre o Brasil, com o desaparecimento da produção au­rífera e com a ínsenslbílídade e cegueira das cortes portuguesasque queriam manter no período áureo o mesmo sistema trtbutártode um período de crise. A Independência do B:a,;ll foi uma eons-

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6816 Sábado 2 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) AI'OIlW de 1980

ciência das elites econômicas, que foram buscar a inteligência su­perior e privilegiada. de José Bonifácio, que na verdade foi o pri­meiro estadista que esta Nação conheceu, que conseguiu convencerum jovem príncipe de pouco mais de 20 anos de idade a renunciarao trono português que ele, dentro de poucos anos, herdaria; re­nunciou ao trono português para se transformar em Imperador doBrasil. E D. Pedro I não conseguiu resolver a crise, porque ela in­dependia dos homens, como delesíndepende neste instante. V. Ex."há de concordar comigo neste ponto: o Presidente João Figueiredoassumiu um compromisso maior não apenas com a sua consciên­cia, mas com a Nação brasileira, de nos levar, com todos essespercalços, com todos esses obstáculos e todas essas dificuldades,à conquista da plenItude demoerátíca. Este movimento foi ence­tado em boa hora pelo Presidente Ernesto Geisel e aplaudido porV. Ex." e por todos nós desta Casa. A liberdade de imprensa, odesaparecímento da censura, o estabeleciménto de eleições diretaspara Governadores em 1982. Disso ninguém pode duvidar. E o Pre­sidente, quando um jornalista coloca alguma dúvida que possapairar sobre a mente de qualquer pessoa no Brasil, diz até comcerta irritação! "Não admito que duvidem da minha palavra." Eleassumiu um compromisso com esta Nação. E V. Ex." será convo­cada por nós - e tenho certeza de que nas atenderá a participardesse momento de euforia e de alegria, porque é o que V. Ex."deseja. V. Ex.á será convocado por nós à tribuna desta Casapara se congratular com o Presidente João Baptista Figueiredoe para .aplaudí-Io pela implantação da plenitude democrática noBrasil.

O SR. JOAo LINHÁRES - Agradeço o aparte a V. Ex." Seique as palavras simples mas sinceras que estou a pronunciar destatribuna dificilmente seriam contestadas por V. Ex." Dai a digres­são que acabou de fazer, valendo-se de uma inteligência privile­giada e de uma cultura que todos respeitamos, derivando para

.outros momentos da HIstória, para fugir à análise dos dias pre­sentes, que são duvidosos, difíceis e negros, fruto ainda do exer­cício do poder sem respeito à democracia, do exercício do podersem desejar a participação da sociedade e do Congresso Nacional.

Disse no início do meu discurso que o Brasil deu um quê deconfiança a primeira fala presidencial com relação aos seus com­promissos de melhorar não' só o "modelo" da democracia brasi­leira, mas também a sua situação econômica. Recordo-me - estavaneste plenário e pertencia a antíga ARENA - de que, no dia daConvenção Nacional que lançou o General João Baptista Figuei­redo à Presidência da República, S. Ex.", em trecho do seu discurso,enfatizou que a agricultura seria a meta prtorltáría número umdo seu período governamental. E, por uma trágica coincidência,foi a agricultura a primeira a sucumbir ao descumprimento dapalavra presidencial, a primeira vítima das medidas mais drás­ticas e mais incompreensíveis deste Governo,a começar pelomalsinado pacote econômico de 7 de dezembro, anunciado numarede nacional de televisão pelo próprio Presidente como a salvaçãoeconômica do País. Quarenta e oito horas depois já era alteradopara, dali a um mês, ser revogado por outra medida contra aagricultura e contra a pecuáría, que ainda hoje vivem os efeitosdaquele momento mal-inspirado, a tal ponto que as áreas daslavouras de trigo reduziram-se à metade. Hoje, o produtor ruralnão tem crédito em nenhum estabelecimento bancário para in­vestimentose para a pecuária, e isso é anunciado enfaticamentepelo Ministro Delfim Netto. Ora, como vamos acreditar em com­promisso de quem se diz o primeiro a eleger a agricultura e a pe­cuária como metas .príorítârtas número um, quando sua prímeíramedida foi elevar os juros dos empréstimos rurais de 1<5 para 36%,e vir daí num crescendo triste e lamentável de medidas contraesse fundamento da riqueza nacional, o fundamento da própriabalança comercial do Pais?

:poderia ainda enumerar a falta de credibilidade do processode abertura política. O Presidente da República, em mensagem aoCongresso Nacional extinguindo os partidos e propondo a refor­mulação partidária, disse que o bípartídartsmo, se prestou serviços,não servia mais à democracia que ele queria para a Nação. Então,solicitava o pluripartidarismo. Hoje o que vemos é o Governo ma­nipulando o Poder, imoral e llicitamente, distribuindo favores amancheias, perseguindo, pressionando e comprando consciênciasde parlamentares para voltar ao blpartídarísmo, procurando su­focar as demais agremiações que desejam nascer do sentimentode liberdade de escolher o caminho 'que melhor convém aos seusanseios e à formação democrática.

Nem. a Justiça fugiu a essa sanha, porque aí está a queda, aeoordenação do ressurgimento da sigla do antigo Partido Tra­balhista Brasileiro, que, numa manobra que esta Casa condenou,acabou caindo nas mãos de uma figura que privara da intimidadedo Palácio do Planalto. Ai está o meu partido, o Partitlo Popular,nascendo só nós sabemos a que duras penas, porque tem sidoperseguido por todos os meias. Foi revogado inclusive o decretopresidencIal que designava o Deputado Milton Figueiredo paracursar a Escola Superior de Guerra, quando S. Ex." anunciou sua:

escolha pelo Partido Popular, partido de aposição. Nem isto esca­pou ao estranho compromisso democrático, no qual o Pais inteironão acredita mais. Nós, que voltamos do recesso e que conversamoscom os homens simples das cidades do interior, com empresáriosimportantes e humildes, com intelectuais e com gente sem grandesconhecimentos, constatamos de perto que não há mais credibili­dade na palavra presidencial. O Pais vive a sua incerteza, é umPais sem futuro porque não sabe que medidas amanhã serãoeditac1as pela autoritarismo e pelo arbítrio. Esta. é a grande reali­dade que o seu partido inclusive conhece, porque nem V. Ex."poderá responder se efetivamente teremos eleições este ano ouno ano que vem para as Prefeituras Municipais e as -Câmaras deVereadores. Nem sabemosse as eleições para Governadores serãodiretas ou indiretas, se virão com ousem eubíegendas, se seráinstituído o voto distrital ou não. Não há regras neste jogo. UmademocracIa que se preze e que tenha dignidade tem de ter ummínimo de regras morais para poder sobreviver.

O Sr. Divaldo Suruagy - Permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. JOAO LINHARES - Em primeiro lugar, cuvíreí o apar­te da Deputado Walter Silva, que o havia solicitado anteriormente.Em seguida, concederei o aparte a V. Ex."

, O Sr. Walter Silva - O discurso de V. Ex.a, nobre Líder doPartido Popular, vem límpido porque V. Ex.", como bem ressal­tou da tribuna, pertenceu, num passado recente às hostes dopartido governista. Então, o depoimento de V. Ex." sobre a ver­dadeira face do regime que ainda nos domina realmente merecede todos nós a maior credibilidade. Apenas queria ressaltar umaspecto do aparte do Deputado Divaldo Suruagy, que, como V. Ex ....muito bem lembrou" culto, inteligente, de palavra fácil e sedu­tora, relamente consegue dourar a pílula. Mas, na verdade, oexemplo que S. Ex." trouxe a colação, dos Estados Unidos daAmérica do Norte, é diametralmente oposto ao nosso. Lá há umasó ~nstitulção, com 200 anos de existência, com apenas 5 artigosde lei e somente 30 emendas constitucionais ao cabo desse perío­do, bem como com um profundo respeito à autonomia de cada umdos Poderes daquela grande República. Por isso ela é a naçãomais rica e mais forte do mundo. Há respeito e dignidade humanae respeito às instituições republicanas e às instituições federati­vas, o que não acontece no Brasil. V. Ex.", com muito brilhan­tismo e com muita felicidade, traçou esse perfil nesta tarde.

O SR. JOÃO UNHARES - Muito obrigado.O Sr. Walter Silva - A crise econômica a que o Deputado

Divaldo Suruagy se referiu é crlação desse sistema arbitrário, au­torítárío que já dura 16 anos. E se esse sistema não soube admi­nistrar a economia do Pais deixando a Nação endividada, essemesmo sistema tem de confessar a sua falência e nos devolver ademocracia plena, porque esta sim resolve as crises econômicas,tal como aconteceu na Itália do pós-guerra na Alemanha Oci­dental do pós-guerra, na França, na Inglaterra, nos Estados Uni­dos e nos países onde realmente se exercita a verdadeira democra­cia. O exemplo histórico que S. Ex." nos trouxe não serve tam­bém para colação, porque sabemos que os movimentos llbertáriosna América o foram, de Bolivar a San Martin, para devolver a li­berdade, a independência dos povos da América, o que está .sendosufocado agora por golpes mllitares que grassam na nossa infelizAmérica do Sul.

O SR. JOÃO LINHARES - Muito obrigado. Ouço o DeputadoDivaldo Suruagy.

O Sr. Divaldo Suruagy - Lamentavelmente o Deputado Wal­ter Silva obriga-me, com tristeza, a fazer uma vinculação. ~ que,analisando as democracias existentes no mundo, encontramos umavinculação muito próxima, muito nítida entre fortalecimento de­mocrático e Produto Nacional Bruto, entre renda per capita e umaverdadeira democracia. Os países subdesenvolvidos, os países deeconomia frágil, todos eles, ao longo da história têm apresen­tado, para tristeza de todos nós, períodos de excéção como umaconseqüência direta das dificuldades econômicas que atravessam.Uma democracia se consolida, dentro de todo aquele conceitoamplo que V. Ex." coloca com bastante felicidade e com a elo­qüência que lhe é peculiar, ...

O SR. SOA0 LINHARES - Multo obrigado.{) Sr. Divaldo Suruagy - ... como um processo direto do for­

talecimento econômico. A independência de um povo é como aindependência do individuo. Ela está muito vinculada a sua po­sição financeira e econômica e ao seu nível de cultura, porque,possuindo nível cultural, mesmo que' viva dificuldades econômí­cas, ele é homem independente dentro do contexto social. E estequadro é verdadeiro para um conjunto, para um corpo comunitá­rio. Diria até que me recuso a acreditar que V. Ex.a, deputadoJoão Linhares, descreia fundamentalmente do Presidente da Re­pública, porque infeliz de um povo .que' deixar de' acreditar noseu primeiro magistrado, porque a partir daí é o caos. Tenhocerteza de que V. Ex.a há de concordar comigo, que, ao términodo Governo, o Presidente João Baptista Figueiredo terá cumprido

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Agosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6817

todas as suas promessas, porque se trata de um compromisso comas aspirações maiores deste Pais.

O SR. JOAO LlNHARES - Agradeço a V. Ex." o aparte e comele vou concordar em parte. V. Ex." tem toda a razão, o povo bra­sileiro está profundamente infellz. E quanto li tese de V. Ex."sobre a prevalência ou a interdependência da situação econômi­ca com a situação política de um pais, em que pese ao tato deser ela extremamente polêmica, mesmo em termos filosóficos,. tra­go, não em socorro de mim próprio, mas para meditação deV. Ex.", palavras, que não lhe são favoráveis, do supermínístro doPlanejamento, Prof. Delfim Netto, que disse que a crise econômicaque o Pais vive não trará nenhum obstáculo, nenhum atrapalho àredemocratização, ao novo modelo demoérático que o Governo dizbuscar e se compromete a cumprir. Vejo que V. Ex." fica um poucosolitário, à distância da palavra governamental. Eu também, Sr.Deputado, acho que, se vivemos momentos de dificuldades econô­micas, isso não impede que haja respeito a um minímo de liber­dade e ao verdadeiro funcionamento do Congresso NaCIOnal, mes­mo atuando no limitado espaço das poucas atribuições que aConstituição nos confere. Mas se pelo menos espaço o Governonos deixasse atuar, tenho certeza, e fi. Nação sabe disso, de quemuitas das dificuldades que estamos vivendo, muitos dos errosque estamos ·pagando, frutos dessas decisões isoladas do Paláciodo Planalto, não estariam a acontecer. O que queremos. neste iní­cio da segunda metade desta Sessão Legislativa, é que o COn­gresso realmente possa participar, que a Maioria, que diz que. porser Maioria, manda e decide, pelo menos exercite este poder livreda tutela do sistema revolucionário e possa, junto com a Oposi­ção, contribuir para melhorar os nossos dias e facilitar o que ôpovo braslleiro deseja. Este é o compromisso desta Casa e o obje­tivo que haver-emos de perseguir, sejam quais forem as regras quevierem por aí. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Dou conhecimento àCasa de Ofício oriundo do Senado Federal, vazado nos seguintestermos:CN/127 Em 1.0 de agosto de 1980

Senhor Presidente,Venho comunicar a Vossa Excelência e, por seu alto intermé­

dio à Câmara dos Deputados, que esta Presidência convocou ses­são conjunta à realizar-se, hoje, il.!; dezoito horas e trinta minu­tos no Pleriárío da Câmara dos Deputados, destinada à aprecia­çãó do Projeto de Lei n. O 12, de 1980-CN, que "altera dispositivosda Lei n.o 5.821, de lO de novembro de 1972, que dispõe sobre aspromoções dos oficiais da ativa das Forças Armadas, e dá outrasprovidências".

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência osprotestos de alta consideração e apreço. - Senador Luis Viana,Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Nada mais havendoa tratar, vou levantar a sessão.

Comparecem, ainda, os senhores:Acre

Aluízio Bezerra - PMDB; Geraldo Fleming - PMDB;WildyVianna - PDS. .

Amazonas

'Rafael Faraoo - ros; Vivaldo Frota - PDS -.,Pará.

Jader Barbalho - PMDB; João Menezes - PP; Manoel Ri­beiro - PDS; Nélio Lobato - PP.

Maranhão

Freitas Diniz - PT; Luiz Rocha - PDS; Temistocles TeixeiraVictor Trovão - PDS; Vieira da Silva - PDS.

PiauíCarlos Augusto - Correia Lima - PtDS; Ludgero Raulino

- PDS.

Ceará

Adauto Bezerra - PDS; Antônio Movais - PDT; Cláudio Phí­lomeno - PDS; Furtado Leite - piDS; Haroldo Bantord - PDS;Manoel Gonçalves - PP; Mauro Sampaio - PUS; Paulo Studart- roS.

Rio Grande do NorteAntônlo Florêncio - PDS; Carlos Alberto - PMDB; Henrique

Eduardo Alves - PP; Wanderley M:iriz - PDS.

Paraíba.

Ademar Pereira - PDS; Alvaro Gaudêncio - PDS; ArnaldoLafayette - PDT; Joaci! Pereira - PDS; Marcondes Gadelha ~PMDB; Wilson Braga - PDS.

PernambucoAiron Rios - PDS; Augusto Lucena. -- PDS; Femàndo Lyra

- PMDB; Geraldo Guedes - ?OS; João Carlos de carli - PDS;Joaquim Coutinho - PDS; Joaquim Guerra -.:. PDS; José MIm.dança Bezerra - PDS; Oswaldo Coelho - PDS; Pedro Corrêa ­PDS; Sérgio Murilo - PDT. .

Alagoas

Antônio Ferreira - PDS.'Sergipe

Adroaldo 'Campos PDS; Celso Carvalho - PP; TertulianoAzevedo - PP.

Bahia

Angelo Magalhães PDS; Djalma Bessa - PDS; Elqul.ssonSoares - PMDB; Fernando Magalhães - PDS; F11ancisco Pinto- PMDB; Henrique Brito - PDS; Horácio Matos - PDS; JClsáAmorím - PDS; José Penedo - PDS; Leur Lomanto - PDS;Marcelo Cordeiro - Rômulo Galvão - PDS; Roque Aras - Bto­essel Dourado - PDS; Ubaldo Dantas - PP; Wilson Falcão- PDS.

Espírito SantoChristiano Lopes - PDS; Luiz Baptista - PMDB; Max Mau­

ro - PMDB.Rio de .Janeiro

Alair Ferreira - PDS; Célio Borja - PDS; Daniel Silva - PlE';Délio dos Santos - PMDB; Edison Khair _. PMDB; Felíppe Peno.na - PP; Florim Coutinho - Hydekel Freitas - PDS; Joel Lima"":PP; Joel Vivas - PP; Jorge Gama - PMDB; José Bruno;José Ma.uricio - PDT; José Torres - PDS; Léo Simões ._PDS; Leônidas Sampaio - PI'; Mac Dowel Leite de Castro - pp;Marcelo Medeiros - PP; Márcio Macedo - PP; Miro Teixeira .­PP; Osmar Leitão - PDS; Paulo Rattes - PMDB; Paulo Torres- PP; Pedro Faria - PP; Rubem Dourado -- PP; Rubem Medina- PDS; sarama!l"0 Pinheiro - PDS; Simão Sessim - PDS.

Minas GeraisAécio Cunha,- PDS; Altair Chagas - PDS; Batista. Miranda

- Bento Gonçalves - F"P; Bias Fortes - PDS; Bonifácio de An­drada - PDS; Christóvam Chiaradia - PDS; Dario Tavares __PDS; Delson Scarano - ros; Edgard Amorim - PMDB; FuedDib - PMDB; Geníval Tourinho - PDT; Hélio Garcia - PI';Hugo Rodrigues da Cunha - PDS; Jairo Magalhães - PDS; Joã,QHerculíno - PMDB; Jorge Ferraz - PP;Jorge Vargas - PI";Juarez Batista - PP; Júnia Marise - beopoldo Bessone - PP;Luiz Bacearíní - PI'; Melo Freire - PP; Navarro Vieira Filhoc- PDS; Newton Cardoso - PP; Raul Bernardo - BDS; RonanTito - PMDB; Sérgio Ferrara - PP; Silvio Abreu Jr. - PP; TaI'­cisto 'Delgado - PMDB; Telêmaco Pompeí -- PDS; Vicente Gua-.bíroba -PDIS.

São PaJt1KJAdhemar de Barros Filho - PDS; Airton Soares - PT; Alci­

des Franciscato - BDS; Alberto Goldman - PMDB; Antônio Mo.rímoto - PDS; Antônio Russo - PMDB; Antônio Zacharias __PDS; Aurélio Peres - PMDB; Baldacci Filho - PDS; Benedito'Marcílio - PT; Bezerra. de Melo - PDS; Caía Pompeu - PP;Cantídio Sampaio - Pl;lS; Cardoso Alves - PMDB; Cardoso deAlmeida - PDS; Erasmo Dias - PDS; Francisco Leão - PDS;Gióia Júnior - PDS; Henrique Turner - PDS; Herbert Levy _.!PP; Horácio Ortdz - PMDB; Israel Días-Novaes - PMDB; JayroMaltoni - PDS; João Arruda - PDS; João Cunha - PT; JorglePaulo - PDS; Malul1 Netto - Natal Gale -- PDS; Octávio Tor..recilla - PDS; Pacheco Chaves - PMDB; Pedro Carola - PDS;Pedro Geraldo Costa - PDS; Ruy Silva - Salvador Julianelli ­BDS; Samir Achôa - PMDB; Santilli Sobrinho - PMDB; Tidelde Lima - PMDB; Ulysses Guimarães - PMDB.

Goiás

Fernando Cunha - PMDB; Francisco Castro - Guido Aran..tes - PDS; Hélio Levy - PDS; Ituríval Nascimento - PMDB:;:José Freire - PMDB; Paulo Borges - P1IDB; Rezende Mon..teiro - PDS; Wilmar Guimarães - PDS.

Mat& GrossoBento Lobo - PP; Gilson de Barros - PMDB; Júlio Campos

- PDS; Louremberg Nunes Rocha - PP.Ma.to Grosso do Sul

Leite Schmidt - PDS; Levy Dias - PMDB; Walter de Casotro - PDS. .

ParanáAdolpho Franco - PDS; Adriano Valente - PDS; Álvaro Dias

- PMDB; Alipio Carvalho - PDS; Antônio Anrríbellí - Antônio

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6818 Sábado Zc:

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II Ag:osto de 1980

Mazurek -' POS; Antônio Ueno - PDS; Aroldo Moletta - POS;Borges da Silveira - PP; Braga Ramos - PDS; Ernesto DalJ'Oglio- PMDB; Heitor Alencar Furtado - PMDB; Hermes Macedo ­J'lDS; ítalo Conti - PDS; Lúcio Cíoní - PDS; Mário Stamm ­PDS; Mauricio Fruet - PMDB; Norton Macedo -' PDS: PauloMarques - PMDB; Paulo Pimentel - PDS; Pedro Sampaio - pp;Roberto Galvaní - PDS; Vilela de Magalhães - PTB; WaldmirBelinati - PIOS.

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - PDS; Artenir Werner - PDS; Ernesto deMarco - PMDB; Francisco Líbardoní - PMDB; João Linhares_. PP; Luiz Oechinel - PT; Mendes de Melo - PP; Pedro Ivo- PMDB; Walmor de Luca - PMOB.

Rio Grande do Sul

Alberto Ho!fmann - ms; Aldo F'agundes - PMDB; Alexan­dre Machado - POS; Cardoso Fregapanl ~ Carlos Chiarelli ­PDS; Cláudia Strassburger - PDS; Darcy Pozza - PDS; EloarGuazelll - PMDB; Emidlo Perondí - PDS; .Getúlio Dias - PDT;Harry Sauer - Jairo Brum - PMDB; Júlio Costamilan - PMDB;Magnus Guimarães - PDT; Pedro Germano - PDS; Rosa Flores-- PMDB; Telmo Kirst - PDS; Túlio Barcellos - POSo

Amapá

Paulo Guerra- PDS.

Rondônia

Jerônimo Santana - PMDB.

Deixam de comparecer os Senhores:

Pernambuco

Cristina Tavares - PMDB.

Espiríte Santo

Walter de Prá - POS,

Minas Gerais

Me:gaihães Pinto - PP,

São Paulo

José de Castro Coimbra - PD5,

Paranâ

Olivir Gabardo - PMDB.

Rio Grande do Sul

Eloy Lenzi - !FOT,VIr _ O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Levanto a

sessão designando para a ordinária da próxima segunda-feira,dia 4, às 13:30 horas, a seguinte

ORDEM DO l?IA

Sessão em 4 de agosto de 1980

<Segunda-feira)

TRAMITAÇAOEM URG:gNCIA

Votação

1PROJETO DE LEI N.'" L408-C, DE 1979

Votação. em discussão única, do Proj eto de Lei n,v L 40S-C. de1979. que altera o art. 2.0 da Lei n.o 5 .17~, de 27. d~ outubro de1006, que dispõe sobre o Plano de Valorizaçao Econo~lca da Ama­zônía: tendo pareceres: da Comissão de Constituiçao e Justll;a,pela ~onstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa: e, daComissão do Interior, pela aprovação. Parecer às emendas de Ple·nárío: da Comissão de Constituição e Justiça. pela constituciona­lidade. [urídícídade e técnica legislat~vadas de n.()~ 1. 2 e 4 e pelarejeícão, por falta de técnica Icgtsíatíva 'da de n,v 3. Pendente deparecer da Comissão <lo Interior. i~ Senl;ldo FederaU - Rela­tores: 51'S. Lidovino Fant<m e HenrIque Bnto.

GRANDE EXPEDIEN'fE

Oradores:

- Aluizio Bezerra.

. i 2 - Antônio Mariz

ORDINARlA

Votação

2

PROJETO DE LEIN,c' I! Al92-.I\.., 'DE Ul'7S

Votação.. em discussão prévia, do Parecer da Comissão de Cons­tituição €' JUstiça, concluindo pela inconstitucionalidade do Projetode Lei n.v 1. 892-A. de 1979, que autoriza o Poder Executivo aorganizar um sistema de fiscalização .no interior do Estado do Parà,parte do Território do Amapá. abrangendo o Projeto Jari. 100Sr. João Menezes.: '- Relator: Sr. Francisco Benjamim.

Dlscussão

3

PROJErrODE RESOLUÇAO N.V 115-A. DE 1980

Díscussâo única do Projeto de Resolução n.? 115-'A. de 19<80.que altera dispositivo da Resolução n.o 18, de 197ti: tendo parecerda Mesa, pela aprovação. l'Do Sr. Pacheco Chaves.' - Relator: SI'Homero Santos.

4-

PROJETO DE LEI N." 3769-A. DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n." 3.700-A, de 1977. queacrescenta parágrafo ao art. 3.0 da Lei n.v 5.524, de 5 de novembrode lOOS, que "díspôe sobre o exercício da profissão de Técni1::oIndústrial de Nível Médico"; tendo pareceres da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridIcldade e técnicalegislativa; e. da Comissão de Trabalho e Legislação' Social, pelaaprovaçào.- Relatores: Srs. Gomes da Silva f' Arnaldo Latayette.

1>

PROJETO DE ,LEI N,v 3.771-A. DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n." 3.77I-A, de 1977, Queproíbe que os diretores das empresas públicas e sociedades deeconomia mista participem dos respectivos lucros: tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa; da Comissão de 'Economia, Iridús­tría e Comércio, pela aprovação. com emendas: e, da. Comissão de.F1inanças. pela aprovação. - Relator: Sr. Athié Coury.

6

PROJETO,DE LE'I N." 1.045-A, DE HJ79

Discussão única do Projeto de Lei n." 1045-A. <le 1979. quealtera o § 2.0 do inciso IV do art. 10 da Lei n,v 4.59·1, de 16 dedezembro de 1964, que dispõe sobre o condomínio em edítlcaçôese tncorporacões imobiliárias, acrescenta-lhe novos parágrafos. re­gulamentando a realização de obras externas nos edíticíos, oquorum para decisões nas reuniões de condominio,e dá outras pro­vidências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade,e técnica legislativa e, nomérito. pela aprovação, com Substitutivo:e. da Comissão do Inte­rior, pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão deConstituição e Justiça, IDo Sr. JGde Araújo Jorge.• - 'Relatores:Srs. Brabo de Carvalho e 'Délio dos Santos.

7

PROJETO DE LEI N.o 187-A, DE 19-79

Discussão única <lo Projeto de Leín.v 187-A, de 1979, que tornaobrtgatórío o plantio de 5~;· de árvores frutíferas nos florestamen­tos e refiorestamento oficiais. nos financIados pelos cofres pú­blicos. e nos provimentos em razão de estímulos fiscais. e deter­mina outras providências: tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade. Juridicidade e técnicalegi,slativa, com emendas; da Comissão de Agricultura e PolitícaRural, pela aprovação, com adoção das emendas <la Comissão deConsttiuição e Justiça: e, da Comissão de Finanças, pela aprovação,((Do Sr. Flávio Chaves.' - Relatores: 8rs. Claudino Sales, BentoLobo e Olivir Gabardo.

8

PROJETO DE LEIN." LI94-A. DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei I1,u 1.194-A. de 1979. queconfere a denominação de Aeroporto Internacional de BrasíliaJ'uscelino Kubitschek ao da Capital da República, e determinaoutras providências: tendo pareceres: da Comissão dê Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, j urtdíctcíude e técnica legisla­tiva; e.da Comissão de Transportes. pela aprovação. 100 SLGenlval Tourinho. I - Relatores; 81'S Gomes da Silva p RaulBernardo

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Agosto de 1980 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sáblldt>:a 68Itl

li

PROJETO DÉ LEI No'-' 532-A, DE 19711

Discussão única do Projeto de Lei n," 532-A, dt- 1979, que lns­titui o Seguro de Acidentes. nos estabelecimentos de ensino técnicoprofissional; tendo pareceres: da, Comlssâo de Constituição l' Jus­tiça. pela constitucionalidade, jnrldic,idade e técnica legislativa.com emendas; da Comissão de Trabalho c Legislação Sodal. pelaaprovação, com adoção das emendas da Comissão de Const.ltuicúoe Justiça; e, <;la Comissão de Economia, Indústria e Comércio. pelaaprovação. com emendas. IDo Sr, Josê Maria de Carvalho. I Re­latores: Srs. Cardoso Alves. Audàllo Dantas e Pedro Sampaio.

10

PRO.&'TO DE LEI N," 4 524-A. DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n," 4,524-A. de 1977. quedispõe sobre a gratuidade na expedição de documentos pelas re­partições públicas. nos casos e condições que especifica; tendo.pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, j urtdícídade, técnica leg'islatlva e, no méríto. pelaaprovação; e, da Comissão de Finanças. pela aprovação. comemendas, IDo Sr. Jorge Arbage.) .- Relatores: Srs, Tarcisio Del"gado e Florim Coutinho.

11

PROJETO DE LEI N," 369-A. DE 1-979

Díscussão única do Projeto de Lei n,' 369-A, de 1'979, quealtera dispositivo de aposentadoria da Lei Orgúnlca da PrevidênciaSocial; tendo pareceres; da Comissão de Oonstltuíçâo e Justiça,pela constitucionalidade e [urídíctdade: e, das Comissões de Tra­balho e Legislação Social e de Finanças. pela aprovação. IDo Sr,Alcir Pímenta.) -- Relatores: Srs. Osvaldo Melo, Túllo Barcelos eJosé Torres

12

PROJETO DE LEI N,0 '1.312-A. DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n." 1:.312-A, de 1979, quetnstltuí o "Dia do Aposentado": tendo pareceres: da Comissão deConstlt.uição e Justiça, pela, constãtueíonalídade. jurídícídade. téc­nica legislativa e, no mérito, pela aprovação do de n." 1.451179 epela prejudicialidade deste e do de 11." '1.452/79: e, du Comissàode Trabalho e Legislação SociaL pela aprovação. com substitutivoI Do Sr. Antônio Russo.) - Relatores: Srs. Nilson Gibson e AdhemarGhisi,

13

PROJETO DÉ LEI N." 4,625-A. DE 10977

Segunda discussão do Projeto de Leí n.' 4,625-A. de 1977, queacrescenta § 5.° ao art. 169, da Lei n.'· 4 737, de 15 de julho de 1965- Código Eleitura.L I Do Sr. Igo Losso.i

14

PROJETO DE LE.I N," 68-D. DE 197·9

Segunda díscussâo do Projeto de Lei n.v 68-C. de 1979, queproíbe a propaganda de cigarros e bebidas alcoólicas no cinema,rádio e televisão. e determina outras providências". I Da Comissãode Constituição e Just.iça. I .- Relator: Sr. Nilson Gibson.

15

PROJ'ETO DE RESOLUÇãO N.o 136. DE 1980-

'Primeira dlscussâo do Projeto de Resolução n,v 136. de 1980.que altera o § 2,0 do art. 3.° da Resolução n." 30. de 31 de outubrode 1972 t Regtmento Interno). estabelecendo formalídade para àposse dos suplentes durante o recesso do Congresso Nacional, IDaMesa, 1 - Relator: Sr. Renato Azeredo

16

PROJETO DE LEI N." 2001-A. DE 1976

Primeira discussão do 'Projeto de Lei nY 2.001-A, de 1976, quealtera a redacão do item I do art. 10 da Lei n." &.8S0, de 8 de junhode Üi73, assegurando à mulher o direito de aposentar-se pelaPrevldêncíu SOCial aos 25 anos de servíco com 80':;, do salário-de­benefício: tendo pareceres: da oomíssüo de Constituição e Justiça.pela inconstitucionalidade, contra os' votos dos Srs. Noide Cerqueira.José Bonífácío Neto e Joaquim Bevílucqua: da Comissão de Tra..balho e Lcgíslaçâo Social, pela aprovação: e, da Comissão deFinanças, pela aprovação. contra o voto em separado do Sr. MiltonSteinbruch. IDo Sr. Léo simões.i - Relatores: Srs. Gomes da Silva,Pedro Carolo e Odacir Klein,

PROJETO DE LEI N." L762-A, DE 1!l7~1

Prímeí ra discussão do 'Projeto de Lei n.' I 762--'\, de 1979, quecondiciona a filiação partidária apenas aos que estiverem no gozodos direitos políticos, alterando li redação do art. 62 da Lei n,v5,682. de 21 de julho de 1971 '. Lei Orgânica dos Partidos PoUticos:tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade. jurldlcldade. técnica legislativa e. no mérito, pela.aprovação, IDo SI'. Nilson Gibson.' - Relator: Sr. Luiz Leal

18

PROJETO DE LEI N.o 4,,150-A, DE 1917

Primeira discussão do Projeto de Lei n,v 4. 150-A. de 1977, queacrescenta dispositivo ao vigente Código Civil rLei n.v 3,071, de1,0 de janeiro de 19161; tendo parecer, da Comissão de Constf tuíçàoe Justiça, pela constítucíonalídade, juridicidade. técntca legislativae, no mérito, pela aprovação. -~ Relator: Sr. Gomes da Silva

19

PROJETO DE RESOLUqAO NY 1,16, DE 1980

Primeira discussão do Projeto de Resolução n." 116. de 1980.que altera e acrescenta dispositivos do Regimento Interno daCâmara dos Deputados f Resolução n,v 3D, de 19'121. ID:l Mesa. I

20

PROJ'ETO DE LEI N," 422-"'-, DE 1979

'Primeira discussão do Projeto de Lei n,O 422-A, de 1979. quealtera o art. 432 da Consolidação das Leis do Trabalho; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucio­nalidade, Jurtdícídade e técnica legislativa: c, da Comissão de Tra­balho e Legislação Social, pela aprovação, com Substitutivo, contrao voto do Sr. Flávio Chaves. I'DO Sr. Peixoto Filh.o.l -Relatores:Srs. Jorge Arbage e Tertuliano Azevedo,

21

PROJETO DE LEI N,0 2.014-A. DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n,O 2,014-A. de 1979, queacrescenta parágrafo ao art. 145. do Cádig'o de Processo Civiii:tcnpo parecer. da Comissão de Constltulcâo e Justiça, pela cons­trtucíonaltdade. juridicidade, técnica legislativa e, no mérito. pelaaprovação. IDo Sr. Horácio ortaz.i- -- Relatnr; Br: Joaci! Pereira,

22

PROJETO DE LEI NY I. 233-A, DE 1979

Discussão prévia do Parecer da Comissão de Constltulcão e.Iustica, concluindo pela inconstitucionalidade do Projeto de Lei.n.v 1 233-A. de 1979, que autoriza o Conselho Monetário Nacionala abrir linha especial de financiamento às pequenas e médiasempresas genuinamente brasileiras, l'Do Sr. Epitácio Cafeteira,.'

Relator: Sr, ,Jorge Arbage .

Avisos

CÂMARA DOS DEPUTADOSSIWRETARI,<\ GERAL DA MESA

Relação dos Deputados Inscritos no Grande Expediente

Agosto/1980

DATA DIA DA SEMANA NOM1~

_~~,=,~~~~<,~_o=•• ,. _ ~ •• ~~ _~=~".• ".-.--~'-""-~'---~ -~_.~~- .._~~--

'" Segunda-feira Aluizio Bezerra •Antônio Mariz"

5 Terça-feira Antônío Morimoto •Carlos Cotta •

6 Quarta-feira Airton Soares •Juarez Furtado

7 Quinta-feira Sílvio Abreu Jr.Mário Hato

8 Sexta-feira Nivaldo KrügerGeraldo Fleming

11 Segunda-feira Milton BrandãoAdhemar Saritdllo

12 Terça-feira Nosser AlmeidaModesto da Silveira

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6820 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

• Inscrições automáticas para o mês de agosto, nos termos da Re­solução n,o 37. de 1979.

13 Quarta-feira Benedito MarcílioMilton Figueiredo

14 Quinta-feira Iranildo PereiraCristina Tavares

15 Sexta-feira Louremberg Nunes RochaNabor Júnior

la Segunda-feira Elquísson SoaresCarlos Bezerra

19 Terça-feira Rosa FloresArtenir Werner

20 Quarta-feira Ruben FigueiróJorge Vianna

21 Quinta-feira Nilson GibsonTheodoríeo Ferraço

22 Sexta-feira Airton SandovalGilson de Barros

25 Segunda-feira Vivaldo FrotaEdilson Lamartíne Mendes

26 Terçá-feira Igo LossoBrabo de Carvalho

27 Quarta-feira Feu, Rosa,Paulo Lustosa

28 Quinta-feira Nélio LobatoStoessel Dourado

29 Sexta-feira Santilli SobrinhoValter Garcia

DATA DIA DA SEMANA

Líder

Vice-Lideres

2."-feira

:I!'"-leira

~.II-leira

ã."-Ieira

tl...··leira

Líder

Vice-Líderes

:t,·-feil'a

S.·-feira

...··feira

S.··feira

e.·-felra

iNOME

LIDERANÇAS

PDS

Nelson Marchezan

I escala)

Claudino BalesNorton MacedoAfrísio Vieira Lima

Bonifácio de Andrada.Divaldo Suruagy

Cantidío SampaioEdison Lobão

RIcardo FiuzaDj alma BessaHugo Mardini

Hugo NapoleãoMarcello LínharesAlcides FranciscatoJorge Al'bage

PMDB

Freitas Nobre

I escala)

Jackson BarretoTarcisio Delgado

Israel Dias-NovaesOsvaldo Macedo

Fernando LyraOdacir Klein

Marcondes GadelhaWalter Silva

Odacir KleinFlávio Chaves

...

pp

Líder Thales Ramalho

Více-Líderes (escala)

%.·-feira I Figueiredo Correia.

1I."-feira I Carlos CottaWalber Guimarães

t."-feira I João Linhares

S.a-feira J Antõnío Mariz

6.·-feira I Carlos Sant'Anna

POT

Líder Alceu Oollares----

Vice-Líderes I escalar

2.a-feira J JG de Araújo Jorge

3,a-feill'a I JG de Araújo Jorge

4.a- feira I JG de Araújo Jorge

s.a-feira I JG de Araújo Jorge

6.a- feil'a I JG de Araújo Jorge

PT

Líder Airton Soares

Vic:e-Llderes I escala \

2.a - feíra

3.a-feira

4.a -feira

5.a -feira

6.a-feiJ:a

CPIsCPI - Amazônia

'Reunião: 5-8-80

Hora: 10:00 h .Pauta: comparecimento do Sr. Dr. Aníbal Barcelos - Go­

vernador do Amapá.

CPI - Indústria FarmacêuticaReunião: 6-8-80

Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Yoshiml Morizono - Presido

do Laboratório DORSAY.--x--

Reunião: 7-8-80

Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Fernando Augusto Peixoto de

Figueiredo - Seco Nacional de Vigilância Sanitária,00"0....0 "AOIO"AL

1

PROPOSTA DE EMENDA A. CON8TITUIÇAO N." 10/80"SuprimI! a letra "d" do parágrafo \ÍJ11eo do ar~. 10 da. COI1l~

~ltulçã.o Federal." (S/Requerimentos de Informações aos Mlnlsté­tios.) Auoor: Deputado Wilson Braga,

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Agnsto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6821,

Oon\i....-sã.o MistaPresidente: Senador Cunha LIma.Vke-Presidente: Deputado Saramago PinheiroRelator: Deputado Alberto Hoffmann

Praz.,Até dia 12-8-80- no Congresso Nacional.

SP.ROPOST.II..S DE EMENDA A CONSTITUIÇAO NYs 11, 14 E 15/80

"Dá nova redação ao inciso VIII do art. 13: acrescenta pará­grafo ao art. 32; acrescenta parágrafo ao art. 13 da ConstituiçãoFedera! f S/ímunidades p/vereadores I. Autores: Srs. Mário Moreira.Christóvam Chiaradia e Nilson Gibson.

"Comi!ll$it) .Nfil'lta

Presidente: Deputado Cardoso AlvesVlw-Presldente: Senador Almir PintoRelaror: Senador Jorgl!Kalunll!

l'rAXo

Até dia 12-8-80- no CongreillSo Nacional.

3

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITvIÇAO N." 12/80

"Dispõe sobre a aplicação de recursos, pelos Estado$ e' Mu·nícíplos, em programas de alimentação escolar, acrescentando pa­rágrafo ao art. 13 e alterando a redação da alínea. f do parágrafo3.° do art. 15 da Constituição Federal." Autor: Sr. Samir Achôa.

Oomissêo Mista.

Presidente: Senador Adalberto senaVice-Presidente: Deputado Adolpho FrancoRelator: Deputado Honorato Vianna

Prazo

Até dia 12-8-80 - no Congresso Nacional

4PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 13/80

"Revoga o Inciso V do art. 46 e o art. 55. seus incisos e pará­arafos, da Constituição Federal." Autor: Deputado Adolpho Franco.

Comissão Mista

Presidente: Deputado João GilbertoVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Senador Juta.hy~Magalhães

PrazoAté dia 12-8-80 ~ no Congresso Nacional

5

PROPOSTAS DE: EMENDA A CONSTlTUIÇAON.08 16, 20, 21, 22, 23. 24 E 25/80

"Alteram os arts. 23 e 24 da Constituição FederaL" (S/compe­tência de Estados, DF e Municípios Instítuírem impostos.' Autore.:Senador AtfonJ!O Camargo, Deputados WIlson Braga, FranciscoLíbardoní. Antônio Russo, Senador Lomanto Júnior, Deputado CaioPompeu e Senador Jutahy Magalhães, respecttvamente.

Comissão l\1i!lta

Presidente: Senador Itamar FI'ancoVice-Presidente: Senador Juta:hy MagalhãesRelator: Deputado Alberto Horfmann

PraxoAté dia 20-8-80 _.• no Congresso Nacional.

6PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO

N.o~ 17. 28, 29. 30 E 31/80

"Alteram a redação dos artigos 35 e 152 da Constituição Fe­deral.' (S/ mandato de 'Parlamentares e s/ organização e funcio­namento dos partidos politícos.r Autores: 81'S. Affonso Camar­gO,Roberto Freire, Geniva! Tourinho, Rogério Rego e AdhemarGhlsl, respectivamente.

Oonússão l\UstaPresidente: Deputado Antônio MarizVIce-Presidente: Deputado Afríslo Vieira LimaRelator: Senador Aderbal JurE'ma

Pra2:o

Até dia. 20-8-80 no Oongresso Nacíonal.

,PROPOSTAS DE EMENDA A CON8TI'I'UIÇAO

N."" 18, 32, 33, 34 E 35/80

"Alteram a redação da letra a do § 1." do art. 15 da Consti..'tuíção Federal, e dá outras providências," IS/ nomeação de Fretei··tos das Capitais dos Esta.dos e Municípios, consíderados e.stfíncla:ihídromínerals.) Autores: Deputado Navarro vleíra 1"11ho, Senll.dOl~

Jutahy Magalhães, Deputado Flávio Chaves. Deputado EpltáciI)Caf~reira e Senador Mauro Benevides.

Comissão Mista.Presidente; Senador' Lázaro Ba.rboza.Vice-Presideut.e: Senador Passos PõrtoRelator: Deputado Nosser Almeida

PrazoAté 26-8-80 ~... no Congresso Nacional.

8

PROPOS1'.-\ DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 19/80

"Altera a redação do § 1." do art. 36 da Ccmstltuição ~derlÚ."

(S/ convocação ele suplente de Deputado e 8e11ador.1 Autor: pepu­tado Samir Achôa.

Comissão Mista.

- Presidente: Deputado Iranildo PereiraViee-Pre$idente: Deputado Claudino SalesRelator: Sena.dor Tarso Dutra

Prazo

Até dia 26-8-60 - no Congresso Nacional.

9

PROPOSTA DE EMENDA ACONSTITUIÇAO N." 26/80

"Acrescenta parágrafo único ao art. 160 da Constituição Fe·,dera!, dispondo sobre a criação de Oonselhos de Defesa do Ocn­sumíoor". t Apresentada pelo Senhor Deputado Airton Sandoval. I

Autor: Deputado Airto~ Sandoval.Comissão l\lista

Presidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Lomanto JúniorRelator: Deputado 'Altair Chagas

Pra..r;oAté dia 26-8-80 _. no Congresso Nacional.

lOPROPOSTA DE EMENDA ACONSTITvIÇAO N.Q 27/80

"Dávnova redação ao art. 5.° da Constituição Federal," iB/'bens dos Estados.) Autor: Senador Passos pôrto.

Comissão l\lista

Presidente: Deputado Octacilío QueirozVice-Presidente: Deputado Nelson MonoRelator: Senador Bernardino Viana

Pra2:o

Até dia 26-8-60 -- no Congresso Nacional,

11PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUrçAO N.Q 36/S0-CN"InstituI, em caráter obrigatório. o ensino- pré-escolar, e atua­

Um a. nomenclatura. da legislação do ensino. alterando li redaçãoelos itens I a VI do § 3.0 do art. 176 da Onnstituição Federa!."Autora: Deputada Lygía Lessa Bastos.

Co.missãoMista.Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: senador Aderbal Jurema.Relator: Deputado Bezerra de Melo

PrazoAte- dia 9-9-80 ~ no Congresso Nacional;

11

P,ROPOSTl\S DE EMENDA A CONSTITUIç.AO N."~ 37 E 40/80

"Dispôem sobre estabilidade de Servidores Públicos," Autores:Deputados Hugo Mardíní e Juarez Furtado. respectivamente.

Comissão l\'lista.Presidente: Deputado Juarez FurtadoVice-Presidente: Deputado Ossian ArarípeRelator: Senador Bernardino Viana

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06822 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo 1) Ag'osto de 1118Ó

Até dia 9-9-80

Prazono Congresso Nuclorral.

PrazoAté dia. 16-9-80 -- no Congresso Nacional.

13

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 38 81}

"Acrescenta art-, 211 ao Titulo V da Constâtulçâo Federal:'18/ projetos de irrigação da Região Nordeste.r Autor: SenadorHumberto Lucena. '

Comissão Mista.

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador P':h~SOS PortoRelator: Deputado Darcilio Ayres

Prazo

Até dia 9-9-80 .. no Congresso Nacional.

li

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N."" 39 E 41/80

"Acrescentam artigos ao Titulo V - Das Disposições Gerais eTransitórias." Autores: Senador Orestes Quércia e Deputado Tar­eísío Delgado.

Comlssão Mista.

Presidente: Deputado Tarclsio DelgadoVice-Presidente: Deputado Bonifácio de AndradaRelator: Senador Aloysio Chaves

Pra.zoAté dia 9-9-80 _. no Congresso Nacional.

15

l'ROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.<> 42/80

"Restabelece beneficios fiscais ao Nordeste e à Amazônia,"Autnr: Deputado lranildo Pereira.

Comissão Mista

Presidente: Senador Cunha LimaVice-Presidente: Senador Helvidio NunesRelator: Deputado Saramago Pinheiro

Prall:oAté dia 16-9-80 no Congresso Nacional.

16

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 43.'80

"Introduz modificações no Capitulo VII ' . Do Poder Judiclá­do; suprime os arts. 94, 95, 96, 111, 203, 20,4' e 207, e segunda.parte do § 4.0 do art. 153; e acrescenta dlspositlvos ao Titulo V,- Disposições Gerais e Transitórias -- da Constituição Federal."Autor: Deputado Sérgio Mutilo.

Comissão l\1istll.Presidente: Deputado Waldir WalterVice-Presidente: Deputado Antônio DiasRelator: Senador Aderbal Jurema

Prazu

Até dia 16-9-80 no Congresso Nacional.

11PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N." 44/80

"Altera o J 5.° do art. 51 e acrescenta parágrafo ao art. 56da Constituição Federal." Autor: Senador Humberto Lucena,

Comissão Mistll.

Presidente: Senador orestes Quércia.Vice-Presidente: Senador Passos PortoRelator: Deputado Altair Chagas

Prazo

Até dia 16-9-80 -- no Congresso Nacional.

18

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N."" 45 E 46/80

"Restabelecem as normas de votos dos membros do CongressoNacional, couslderados juntamente, para aprovação de Emenda à.Constituição." Autores: Deputado Benedito Marcillo e DeputadoSamir Achôa.

Comissão l\lista

Presidente: Deputado José Costa.Vice-Presidente: Deputado Francisco RossiRelator: Senador Helvídlo Nunes

19

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 47/80

"Xntroduz; modificações no art. 30 da Constituição Federal."(Será de 1 ano o mandato das Mesas da. CO e dó SF. bem ramodas Assembléias Legislativas t' Càmaras Muníclpala.i Autor: Depu­tado Iturival Nascimento.

Comissâe Mista

Presidente: Senador Cunha LimaVice-Presidente: Senador Bernardino VÍlmaRelator; DC'PULlldo Raul Bcrnardn

Prazo

Até dia 23-9-80 -- no oongresso Nactonal.

20

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUrQAo N," 48/80

"Altera a redação do § 35 do art. 153 da Constít ulçâo Federal."(Asst'gura ao cidadão o direito ás informações de- carâter Pl!'S$OilUAutor: Deputado Hélio Duque.

Comissão Mista

Presidente; Deputado Audálio DantasVicl'-Presidente: Deputado Odulfo DomlnguesRelator: Senador Jorge Kalume

Prazo

Até dia 23-9-80 - no Congresso Nacional.

21

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 49/80

"Restaura o pleno direito de greve sem restrição de qualquernatureza." I Autor: Deputado Benedito Marcíllo.i

Comíssâo Mista

Presidente: Senador Franco MontaraVice-Presidente: Senador Aloysio ChavesRelator: Deputado Ricardo Fiúza

Prazo

!\té dia 15-8-80 - na oormssão Mista:

Até dia 14-10-80 -- no Congresso Nacional.

22

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N,'" 50, 54 E 55/80

"Modificam dispositivos dos arts. 101, 102 e 165 do TextoConstitucional, estabelecendo' aposentadoria dos professores aosvinte e cinco anos de serviço." Autores: 81'S. Alexandre Machado,João Faustino e Simão Sessim, respectivamente.

Comissão Mista

Presidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Afrisio Vieira. Lima

Pra20Até dia. 30-9-80 - no Congresso Nacional.

U

PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇAO N.o~ 51, 52 E 53/80

"Dispõem sobre prorrogação de mandatos e eleições de Pre­feitos. Vice-Prefeitos e Vereadores." Autores: Senhores DeputadosAnisio de Souza, Henrique Brito e Pacheco Chaves.

Comissão MistaPresidente: Deputado Alberto Goldm-anVice-Presidente: Deputado Nilson GibsonRelator: Senador MOl1cyr Dalla

Prazo

Até dia, 30-9-80 -, no Congresso Nacional,

UPROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N."s 56 E 57/80

"Acrescenta parágrafo, sob n.o 4.0, no art. 176 da ConstituiçãoFederal. estabelecendo a obrigatoriedade de a União aplicar partede sua receita na área da educação." Autores: Deputada! JúniaMarise e Deputado Celso ,Peça:nha.

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

Comissão !\lista

Presidente: Deputado Celso Peçanh»Vice-Presidente: Deputado Oswaldo CoelhoRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 15-8-80 - na Comissão Mista:

Até dia 14-10-80 - no Congresso Nacional.

25

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇAO R" 58/80

"Acrescenta item ao art. 44 da Constítuícâo Federal. relau­varnerite á. autorização para ernpréstímo. aval ÓU operação de cré­dito em favor de Empresa Privada. Autor: Deputado Hélio Duque.

Comissão Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Lenoír VargasRelator: Deputado Josi:as Leite

Prazo

Ate dia 17-8-80 ~- na Comissão Mista:

Até dia 16-10-80 - no Congresso Nacional.

26

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAON."" 59. 60. 61. 62 E 63/80

"Alteram a redação do dispositivos do Capitulo VII do Titulo 1,e acrescenta item ao ·art. 81' da Constituição Federal." I Autores:Deputados Djaima Marinho, .Epitádo Cafeteira. Octacilio Queiroz.Gomes da Silva. Mauricio Fruet, respectívamente.t

Comissão Mista

Presidente: Deputado Pimenta da VeigaVice-Presidente: Deputado Síqueíra CamposRelator: Senador Aloysio Chaves

Prazo

Até dia 17-8-80 - na Comissão Mista:

Até dia 16-10-8'0 - no Con?;resso Nacional.

%7PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIQAO N.o 64/80

",Acrescenta inciso ao art. 20 da Constituição FederaL" Autor:Deputado Albérico Cordeiro.

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Senador Passos PõrtoRelator: Deputado Fernando Magalhães

Calendário

Dias 25, 26, 27 28 e 29-6; I.", 2 e 3-8-80 - Apresentação dasemendas. perante a Comissão.

Praz()

Até dia 22-8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 21-10-80 - no Congresso Nacional

28-

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIQAO N." 65/80

"Assegura às Policias civis e milltares ,1, percepção de umadicional de risco de vida". Autor: Deputado Walter de PI·á.

Comissão Mista,

Presidente: Deputado Geraldo FlemingVicc-Presidente: Deputado Paulo StudartRelator: Senador Raimundo Parente.

Calendário

Dias 25, 26, 27. 28 e 29-6; 1.0, 2 e 3-8-80 -" Aprescntacáo dasemendas, perante a Comissão.

Pr:aZ()Até dia 22-8-80 - na Cornlssào Mista;

Até dia 21-10-80 - no Congresso Nacional

29PROPOSTA D.E DELEOAÇAo LEGISLATIVA 1'1." :l1'1~

"Propõe delei'ação de poderes ao SenhorPre.ld,nl<t d. Blpt­bllcu para elaboração de lei, instituindo normas tundil.mentwpara o zoneamento 'industrial nas áreas cr!tl,cU dI' pol!l1çilO••dltermlna outras provldênctas''. Autor: Deputll(fO rrtHII' :Nobr.-.

Com.illllio Mista

Presh:lentt': Senador Dirceu CardosoVIcIo'-Pr~lIidente: St'nadorPasllós PõrtoR~tlltor: Oe<p\lb.d<:> A.fr\.lllo Vieira Lima

30

PROPOS1'A DE DELEGAÇAO LEGISl.ATIVA N." 1./711

"Propôe delegação de poderes ao Pre:[;ldente da RepúbUclapara elaboração dI" lei criando o Ministério da Produçâo AlIlnlll~1,

• d'tttrmJnando outras providências," Autor: DC'Put,lJ,(100 Ruben 1'1·,ulillro

. Comlssâo Mista

Presidente: Deputado Cardoso FregapanlVice-Presidente: Deputado Genesio de Bl'/;rro.sRélator: Senador Affonso Camargo

31PROPOSTA DE DELF...oAÇAO LEGISLATIVA N.o 51711

"Propõe delegação de poderes ao Presidente d" Rl'púbUca palraelaboração de lei. dispondo sobre o desdobramento do Ministérioda, Minas e Enel'gla, em Ministério das Minas e Ministério d.:l'nt<rglà." Autor: Deputado Horácio orne, .

t~omissào l\futa

Presidente: Senador Henrique SantllloVice-Presidente: Senador Alberto SilH~

Relator: Deputado Oarlos Ss.nt'Anna

32PROPOSTAS DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N."II 6, 7 E 8f71l

"Propõem deleguçào de poderes ao Presidente da República pa­u eluboração de Iel, dispondo sobre a criação do Ministério da Mu­lher e da Criança." Autores: Deputada Lúcia Viveiros. Senact10rLázaro Barboza " Deputada .Túnia Marisf'. respectivamente.

Comissão Mista

Presidente: Deputada Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Leur LomantoRelator: Senador Almir Pinto

33

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISI"ATIVA N.o lIBO

"Propóe delegação de poderes ao Presidente da RepúbU<:a,criando um parque aleoolquimíco no litoral. do Estado do Piauí."Autor: Deputada Carlos Augusto.

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor Maria.Vict'-PI"esidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Osmar' Leltáo

34

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N." 2/80

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para.elaboração de lei criando o Instituto Nacional do Babacu. e deter­minando outras providencias." Autor: Deputado João Alberto,

Comissão Mista.

Presidente: Deputado Gflsnn de BarrosVice-Presidente: Deputado João Carlos de CarliRelator: Senador Raimundo Parente

35PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N." 380

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paracrtacáo do Ministério do Desenvolvimento do Nordeste.·{' dá outrasprovidências," Autor: Deputado Sérgio Murilo.

Comissão MistaPresidente: Senador Marcos FreireVlcc-Prcsldcnter Senador Bernardino VianaRelator: Deputado Nelson Morro

36

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N." 13/80-CN

"Altera o Decreto-1ei n." 406. de 31 de dezembro ele 1968. queestabelece normas gerais de Direito Tributário. e dá outras provi­dénclas.' I Mens. n.v 811BO-cN.l Autor: poder Ex('cutlvo.

Comissão Mista.

Presidente: senedor Marcos FreireVice-Presidente: Senador José LinsRelator: Deputado Honorato Vianna

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6824 SábadQ)1, DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) . Arosto de 198&

Até dia. 6-'8-80

Até dia 26-8-80

Prazo

Até dia 6-8-80 - na Comissão Mista:

Até dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

37PROJETO DE LEI N." 9/80-CN

"DéCin'" a situação [uridíca do estrangeiro no Brasil. cria oConselho Nacional de Imigração. e dá outras provídêncías." Autor:Poder Executivo.

Comissão 1I1ista.

Presidente: Deputado Marcello CerquelraVke-Presidente: Deputado Henrique TurnerRelator: &'nador Bernardino Viana

Prazo

Até dia 5-8-80 -no Congresso N·acional.

38PROJETO DE LEI N." 12!80-CN

"Altera dispositivos da Lei n.o 5,S2i, de 10 de novembro de1972, que dispõe sobre as promoções dos oficiail< da ativa dasForças Armadas. e dá outras providencias," Autor: Poder Executivoí Mens. n."5 207/80-PE e 80/80-CNI

Comissão Mista

Presidente: Deputado Pedro IvoVice-Presidente: Deputado Alípio CarvalhoRelator: Senador Murilo Badaró

Prazo

na Comissão Mista:

no Congresso National

39

MENSAGEM N." 4218U-CN

"Submete a deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n,v 1.747, de 28 de dezembro de 1979, que "fixa I) valordo soldo base do calculo de rcmuneraçào dos míhtares." Autor:.'Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Jorge KalumeVice-Presidente: Senador Passos PórtoRelator: Deputado Haroldo Sanfoz'd

PrazoAté dill 11-8-80 ... no Congresso Nacíonal.

40

MENSAGEM N," 43 '80-CN

"Submete 11 deliberação do Congresso Nacional o texto do De­ereto-Ieí n.o 1.748. de 28 de dezembro de 1979, que "dispõe sobreo valor da .contribuição para a pensão militar," Autor: PoderExecutivo.'

Comlssâo Mista

Presidente: Deputado Siqueira CamposVice-Presidente: Deputado Odulfo DominguesRelator: Senador Almir Pinto

PrazoAté dia 11-8-80 -- no Congresso Nacional.

41

MENSAGEM N.o H/aO-CN

"Submete. á deliberaçáo do Congr"s.~o Nacional o. texto dóDecreto-lei n." 1.749. de 28 de dezembro de 1979, que eleva em atéCI1 350,000.000,00 t trezentcs e cinqüenta milhões de cruzetros)<I llmlte atribuído ao Governo do DLstrlto Fedeml para abertura.dt crédito suplementar." Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Deputado Adolpho FrancoVice-Presidente: Deputado Honorato ViannaRelator: Senador Passos Pôrto

PrazoAté dia 11-8-80 - no Congresso Nacional.

42

MENSAGEM NY 45/80-CN

"Submete à deliberação do Con~resso Nacional o texto doDetreto-Iei n." 1.750. ele 28 de dezemoro de 1979, que reaju:lta oi!

veneímentos e proventos dos membros do Tríbunal de Contlll aoDistrito Federal e respectivo MiIlLstêrio Público, e dá. outra,; pro­vídéncias." Autor: Poder Executivo,

Comissão Mist;1

Presidente: Senador Bernardino VianaVíce-Prestden te ; Senador Murilo BadaróRelator: Deputado Raul Bernardo

l"raw

Atê dia 11-8-80 no COn!\TeSSO Nac!>na.1.

43

MENSAGEM N." 46180-CN

"Submeu> 11 deliberação do Congresso Nacional o tcx~o doDecreto-lei n.v 1. 751, de 28 de dezembro de 1979, que reajU$t.: (),j

vencimentos, salários e proventos dos servídores dOI! ServtçOd Ao.·xíllares do Tribunal de Contas do Distrito Federal, e di>. outruprovidências." Autor: Poder EXecutivo.

Comlssâo l\lista

Presidente: Deputado Vasco NetoVice-Presídente: Deputado Angelino RosaRelator: SE.'na.t\()r Murilo Badaró

Pra,;o

Até dia 12-S-80· no Congresso Naclonal.

UMENSAGEM N." 47/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional O texto doDecreto-lei \1." \.752. de 31 de dezembro de 1979, que exUnvue OCertificado de Aplícacâo previsto no art. 15 do Decreto-lei n." 1.376.de 12 de dezembro de 1974. e dá outras provídéneías." Autor: PoderEXecutivo.

Comissão :\lisb

Presíden te: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputado Baramago Pinheiro

Pr:lZI)

Até dia 12-8-80 . - no Congresso Nacional,

45

MENSAGEM N." 48/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do Dvereto-lei n.O 1.753, de 31 de dezembro de 1979. que adapta 11Tarifa Aduaneira do Brasil 11 Nomenclatura Brasllelra de Merca­dorias. e dá outras providências." Autor: Poder Executivo.

COmiSSàAl Mista

Presidcnte : Deputado Igo LossoVice-Presidente: Deputado José CamargoRelator: aenador José Lins

Pra,;oAté dia 12-8-86 . no Congresso Nacional.

46

MENSAGEM N.o 4V'SO-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nactnal o texto do De­creto-lei n.v I. 754, de 31 de dezembro de 1979, que altera a.eompo­lllção do Fundo Nacional de Desenvolvimento, e dã. outras provt­dênclas." Autor: Poder Executivo.

Comissão :\Iista

lPresidente: Senador Helvidio NunesVice-Presidente: Senador Lourival BapL1$taRelator: Deputado Ricardo Fiuza

Fra:lo

Ati- dia lZ-S-80 no Congresso Nacional.

47MENSAGEM N.u 51· SO-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n." 1.755. de 31 de dezembro de 1979, que dispõe sobre• arrecadação e restituiçáo das receitas federais, e dá outras pro­yldênc1as." Autor: Poder Executivo.

Comissão l\fistll

prcsidtmte: Deputado José Carlos FRlI'undesVice-Presidente: Deputado Nosser AlmeidaRelator: Senador Raimundo Parente

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Agosto de 198(1 DlAR.IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábãdo.2. 6lJí:5

MENSAGEM N.o 56/80-CN"Submete, á deliberação do Congresso Nacional, o texto do

Decreto-Ieí n.o 1.760, de '7 de janeiro de 1980. que reajusta 0$vencimentos, salários e proventos dos servidores dos Tribullallldo Trabalho, e dá outras providê-ncias." Autor: Poder ExecuMvo.

Comissão 1\1ista.

Presidente: Deputado Francisco RollembergVice-Presidente: Deputado Ruben FigueiróRelator: Senador Bernardino Viana

Prazo

Até dia 19-8-80 - no Congresso Nacional.

Oomissâo .Mista

Presidente: Senadora EunIce MichilesVice-Presidente: Senador Almir PIntoRelator: Deputado Alcebíades de Olíveíra

Prazo

At~ dia 19-8-80 - no Congresso Nacional.

54MENSAGEM N." 58/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDeereto-Iei n v 1. 762, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta osvencimentos e proventos dos funcionarias das Secretarias dosTribunais RegionaIs. e dá outras provídêncías." Autor: PoderExecutivo.

Comtssãe 1\lista

Presidente: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Lomanto JúniorRelator: Deputado Adhemar Ghisi

Prazo

Até dia. 25-8-80 ~ no Congresso Nacionl~l.

56MENSAGEM N.o 61/80-CN.

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n,v I. 7(l4, de 17 de janeiro de 1980. que reajusta osvencimentos e proventos dos servidores da Sl?cretaria do Tribunalde Justiça do Distrito Federal." Autor: Poder Ex('cutivo.

Comíssão :\lista

Presidente: Deputado Claudino SalesVice-Presidente: Deputado Ossían ArarípeRelator: Senador Aderbal Jurema

Prazo

Até dia 25-8-80 -. no Congresso Nacional.

57

MENSAGEM N.o 62!IlO-CN

"Submete á deliberação do Congresso Na<:ional o texto do De ..creto-Ieí n." 1. 765. de 17 de janeiro de 1980, que reajusta 05 veneí­mentes. salários e proventos dos .servidores dos órgâos Auxiliarellda Justiça de Prímeíra Instância do DIstrito Federal e dos Terrl··tóríos." Autor: Poder Executivo.

Comissão I\iísta.

Presidente: Senadora Eunice MichilesVice-Presidente: senador Passos PôrtoRelator: Deputado Joel Ferreira

PÍ'azoAté dia 25-8-80 - no Congresso Nacional.

5SMENSAGEM N,o 63/80-CN·

"Submete à deliberacâo do Congresso Nacional o texto deiDecreto-lei n,v 1.766, de 28 de janeiro de 1980. que dispõe sobre'doação de irnóvels em pagamento de débitos relativos ao ImpOllWIsobre a Propriedade Terrttoríal Rural, "o. Ta.xa de Serviços Cl\,-

Oomíssão Mista

Presidente: Deputado Feu RosaVice-Presidente: Deputado Octávio TorreclllaRelator: Senador Jorge Kalume

Prazo

Até dia. 19-8-80 -no Congresso Nacional.55

MENSAGEM N.o 60/80-CN

"Submete à deliberação' do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n." 1.7/i3, de 16 de janeiro de 1980, que altera a re­dação do art. 91 do Decreto-lei n,v 200, de .27 de fevereiro de 196"1',modificado pelo Decreto-lei n." 900. de 29 de setembro de 1969,"Autor: Poder Executivo.

53MENSAGEM N,o 57/80-CN

"Submete á deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n." 1.']61, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta .'HIvencimentos e proventos dos funcionários da Secretaria do TrI·bunal Superior Eleitoral, e dá outras providências." Autor; Podl~r

Executivo,

Prazo

no Congresso Nacional.

Até (lia 19-8-S0

-Até dia lS-S-SO

~8 _

MENSAGEJM N:U 52/aO-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional ti tllxto do Dê­

ereto-lei n.> 1,756. de 31 de dezembro de 1979, que aumenta. 011limites do Decreto-lei n.v 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, alte­rados pelos Decretos-leis n.OS 1.460, de 22 de abril de 1976, 1.562.de 19 de julho de 1977, e 1.651, de 21 de dezembro de 1978. e dáoutras provídênclas." Autor: Poder Exec\lti~o,

. Comissão Mista

Presidente: Senador José LinsVice-Presidente; Sf'nador Murilo BadaróRelator: Deputado Athíê Coury

Prazu>

Até dia ÍS-8-80 -- no Congresso Nacional.

49MENSAGEM N." 53/80-CN

"Submete, à deliberação do Congresso Nacional, o texto doDecreto-lei n.O 1.757, de 3 de janeiro de 1980, que reajusta os ven­cimentos, salários e proventos dos servidores da Becretarla-Geraldo Tribunal de Contas da União, I! dá outras provídênclas." Au­tor: Poder Executivo.

Comissão i\11.<;ta

Presidente: Senador Bernardino VianaVice-Presidente: Senador Lourival BaptÍlltaRelator: Deputado Horácio Matos

PrazoAté dia 18-8-80 _. no Oongresso Nacional.

511

MENSAGEM N,o 54.aO-CN

"SUbIIlt'tC, à deliberação do Oongresso Nacional, o texto doDecreto-lei 11.0 1.758, de 3 de juneíro de 1980, que reajusta Ollivencimentos; saláríos e proventos dos servidores das seerê~arias

do Tribunal Federal ele Recursos e elo Conselho da Justiça Fe­deral, e dá outras providencias." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Osvaldo MeloVlchPresidente: Deputado Guido ArantesRelator: Senador HelvidioNunes

Prazo

Até dia 18-8-80 ._- no Congresso Nacional

51

MENSAGEM N." 55/80-CN

"Submete, à delíberaçào do Congresso Nacional, o texto doDecreto-fei n.O 1.759, de 7 de [aneíro de 1980, que reajusta. 011vencimentos e proventos dos servidores das Secretarias das ~­

ções Judiciárias da Justiça Federal de Primeira tnstâncía. e dIÍoutras providências." Autor: poder Executivo,

Comissão Misia.Presidente: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Dal'cílio AyNs

Prazo

110 Congresso Nacional,

52

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~826 Sábado 2: DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo 1) Agosto de 1980

da"Lrlll s, a Contribuição SIndkal Rural e a Contribuição de quett.ril.ta o art. 5.0 do Decreto-lei n. U I 146, de 31 de dezerunro de11170, e dá outras providencias:' Autor: Poder EXecutivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Athlé Coul1'Vice-Pré'sidente: Deputado João Carlos de GarI(Rda.tor: Senador Almir Pinto

PrazoAté dia 25-8-80 - no Congresso Nacional.

59MENSAGEM N.o 65/80-CN

"Submete a deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.v 1.767. de LU de fevereiro de 1980. que cria grupoexecutivo para regularização fundiária no Sudeste do Par(". NórLt>de Goiás e ()este do Maranhão, e dá outras provídênclss." Autor:Poder Executivo

Comissão l\lista

Presidente: Senador Aloysio ChavesVice-Presidente: Senador José CaixetaRelator: Deputado SIqueIra Campos

PrazoAté dia 26-8-80 -- no Congresso Nacional.

6Q

MENSAGEM N.o 66/80-CN

"Submete á deliberação do Congresso Nacional (J texto doDecreto-lei n.v 1.768. de 14 de revereíro de 1980, que autorlza li.EMBRAER -- Empresa Braslleira de Aeronáutica S. A..• a erraruma sociedade subsidtáría no exterior," Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Hélio CamposVice-Presidente: Deputado 19o LossoRelator: Senador Murilo Badaró

Prazo .

Até (lia 26-8-80 -- no Ccmgresso Nacíonnt.

61MENSAGEM N." 67/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n,v 1.769. de 14 de fevereiro de 1980. que autoriza li;EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica SI A. a partíct­par acíonaríamente do capital social da Indústria AeronáutícaNEIVA S/A. nas condições que estabelece," Autor: Poder Executivo.

Comlssâo Mista

Presidente: Senador Luiz CavalcanteVice-Presidente: Senador Passos Põrto~elator: Deputado Alipio Carvalho

PrazoAté dia 26-S-S0 - no Congresso Nacional.

62

MENSAGEM N.0 68/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n,v 1.770. de 20 de fevereiro de 1980. que "dispõe sobreI criação de cargos. não remunerados, de Juiz de Paz. na Just,Içado Distrito Federal e dos Territórios. e dá outras provldéncías.'Autor: Poder Executivo.

Oomíssão Mista

Presidente: Deputado Júlio CamposVice-Presidente: Deputado Hélio CamposRelator: Senador Bernardino Viana

PrazoAté dia 26-S-80 - no Congresso Nacional.

63

MENSAGEM N.C1 69/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n." 1.771, de 20 de fevereiro de 1980, que estende agratificação Instituida pelo Decreto-lei n.o 1.714. de 21 de novembrode. 1979, aos integrantes da Policia RodOviária FederaL" Autor:Poder Executivo.

Comissão Mista.

Presidente: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Raim undo ParenteRelator: Deputado Ossian Ararípe

PraZD

Até dia 1.°-9-80 - no Congresso Nacional.

64

MENSAGEM N." 70/80-CN

"Submete, à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei 11." 1.772. de 26 de fevereiro de 1980. que dispõe sobreisenção ou redução fiscal na importação," Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

presidente: Deputado Evandro Ayres de MouraVice-Presidente: Deputado Maràn FilhoRelator: Senador Jorge Kalume

PrazDAté dia. 1.°-9-80 -~ no Congresso Nacional.

65

MENSAGEM N.o 71/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecriô'to-Iei n.o 1.773, de 3 de março de 1980, que regula a. incidên­cia de contribuição previdenciária sobre a Representação MenSalprevista no Decreto-lei n.O 1.445. de 13 de fevereiro de 1970:'Autor: Poder Executivo.

Comissã-o Mista

Presidente: Senador Lomanto JúniorVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Horácio Matos

Prazo

Até dia. 1.°-9-80 - no Congresso Nacional.

66

MENSA.GElM N.o 7280-CN

.·Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecrr-to-Iel n." 1.774, de 5 de março de 1980. que altera o Iímíteda Gratificação de Produtividade instituida pelo Decreto-lei n.O1.544. de 15 de abril de 1977, f." dá outras provídênctas." Autor:Poder Executivo.

Comissão Mista

Presíden te : Deputado Vasco NetoVíce-Presídente : Deputado Amilcar dI;' Qut'irozRelator:. SE'nador AlrnlrPinto

PrazoMe dia. 1."-9-80 _. no Congresso Nacional.

67

MENSAGEM N." 75'80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto deDecreto-Ieí n.? 1.775. de 12 de março de 1980. que altera uliquot asdo Imposto de Importacão. e dá outras providencias." Autor:Poder Executivo,

Comissão l\fista

Presidente: Senador Passos PórtoVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhàesRelator: Deputado Aíron Rios

Prazo

Até dia 8-9-80 - no Congresso Nacional.

68

MENSAGEM N." 76/80-CN

~'Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n." 1.776, de 17 de março de 1980. que dispõe sobrepagamento da Gratificação de Produtividade. nos casos que men­ciona, e dá outras provídenclas." Autor: Poder Executivo.

Comissão l\1ista

Presidente: Deputado Ossían ArarípeVice-Presidente: Deputado Adhemar PereiraR.elator: Senador Murilo Badaró

Prazo

Até dia. 8-9 ..80 -- no Congresso Nacional.

69MENSAGEM N.o 78/80-CN

"Submete il deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.v' 1.777 de 18 de março de 1980. que rixa o valor dosoldo dos postos de Coronel PM da Polícia. Militar e de Coronel BM

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Ji,osto de 1980 DIARIO DO {)f)NGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 2 6821

do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, e dá outras provi­dências."

Comissão Mista,

Presidente: Senador Almir PintoVice-Presidente: Senador João LúcioRelator: Deputado Odulfo Domingues

Prazo

Até 'dia 6-8-80 - na Comíssâo Mista:

Até dia 15-8-80 - no Congresso Nacional.

70

MENSAGEM N.o 79/BO-CN

"Submete à delíberacâo do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1. 778, de 18 de março de 1980, que cria o Sistemade Defesa Aeroespacial Brasileiro '- SISDABRA. e dá outras pro­vidências." Autor: Poder Executívo ,

Comissão Mista

Presidente: Deputado Paulo Studart,Vice-Presidente: Deputado ;roel RibeiroRelator: Senador Passos Porto

Prazo

Até dia 6-8-80 - na Comissão Mista:

Até dia 15-9-80 - no Congresso Nacional.

71

MENSAGEH N.o 82/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.v 1.779, de 26 de-rna.reo de 1980, que concede incenti­vos fiscais às empresas de mineração. e dá outras providências".Autor: Poder Executivo.

Comíssão Mista

Presidente: Senador José LinsVice-Presidente: Benador Lourival BaptistaRelator: Deputado Wildy Vianna

PrazeAté dia 13-8-80 - na 'Comissão Mista;

Até dia 22-9-80 - no Congresso Nacional.

72MENSAGEM N.o 83/80

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDeerato-Ieí n.O 1. 780, de 14 de abrit de 1!}80, que concede isençãodo imposto sobre a renda às empresas de pequeno porte e dispensaobrigações acessórias", Autor: Poder Execuivo,

Comíssâo Mista

Presidente: Deputado Luiz VasconcellosVice-Presidente: Deputado João AlbertoRelator: Senador João Lúcio

Prazo

Até dia 13-8-80 - na Comissão Mista;

Até dia' Z2-9-S0 ~ no Congresso Nacional.

73

MENSAGEM N.o 84/80-CN

"Submete à delíberacâo do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1. 781, de 16 de abril de 1980, que dispõe sobre re­cursos recebidos pela Companhia (lo Amapá (CEM, e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Paulo Guerra:Vice"'Presidente: Deputado Antônio PontesRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 13~8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 22-9-80 - no Congresso Nacional.

74

MENSAGEM N;o 85/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.? 1.782, de 16 de abril. de 1980, que institui emprés­timo compulsório para absorção temporária de poder aquísítívo."Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista,

Presidente: Deputado Antônio DiasVice-Presidente: Deputado Vingt RosadoRelator: Senador Raimundo Parente

Prazo

Até dia 13-8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 22-9-80 - no Congresso Nacional.

75

VETO TOTAL - PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.(' 1/80-CN

"Estabelece normas pura oficialização progressiva das serven­tias da Justiça dos Estados, do Distrito Federal e dos Territóri'DS,e dá outras providências." (Mensagem n," 74, de 1980-CN «, ' Autor:Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alceu OollaresVice-Presidente: Deputado Cantidio SampaioRelator: Senador Almir Pinto

Pra.zoAté dia 24-8-80 - no Congresso Na:cionaI.

VIII - Levanta-se a Sessão às 17 horas e 10 minutos.

MESA

Ata da 7.a Reunião da Mlesa, realizada em 2 de julho de 1980

Aos dois dias do mês de julho de mil novecentos e' oitenta.às 9:00 horas, reúne-se a Mesa da Câmara dos Deputados, soba presidência do Sr. Deputado Flávio Marcílio, Presidente. Pre­sentes os Srs. Homero Santos, Renato Azeredo, Wilson Braga eAry Kffuri, respectivamente, 1.0 e 2.o-Vice-presidentes, 1.0 e 3.0-Se­cretáríos, Ausentes, por motivo justificado, os Senhores Depu­tados Epitácio Cafeteira e Walmor de Luca, respectivamente, 2.° e4.0-Secretários. I - Pauta do Sr. Presidente. A Mesa resolve: a) ten­do em vista o que dispõe o § 5.° do art. 237, do Regimento Interno,considerar, a partir de 1.0 de' agosto de 19BO, para o efeito daopção do deputado que exercer as funções de Ministro de Estado,Secretário de Estado e Prefeito de capital, a percepção de subsí­dio fixo e variável, sessões extraordinárias da Câmara dos Depu­tados e as Sessões Conjuntas do Congresso Nacional; b i designarRuth Hooper Silva, Taquígrafo Legislativo, -Classe Especial, ponton.O 335, e José Botelho Filho, Técnico Legislativo, Classe Especial,ponto n.o 1210, para substituirem, sucessivamente, o Diretor Le­gislativo, CD-nAS·,101. 5, em seus impedimentos eventuais, a par­tir de 24 de junho de 1980; C) ratificar os despachos favoráveisproferidos ad ref'~rendum 'da Mesa, nos seguintes expedientes:Il tratamento de saúde. Processo n.v 8.116/80. Deputado Sal­vador Julianelli. Pagamento de despesas com tratamento médico;2) contratação. Processo n.o· 7.935/80. Maria Lucia de FigueiredoGoldszal. Contratação para prestar assístêncía técnica qualificadaà Comissão de Transportes, por prazo indeterminado; 31 mate­ria!. Processo n.o 23.385/79. Coordenação de Serviços Especiais.Concorrência n.v 2/80 - Aquisição de móveis para o Anexo IVda Câmara dos Deputados; 4) requisição. Manoel 'Osôas Ferreira,Técnico Judiciário, Classe "C", Ref. 49, da Justiça Federal, peloprazo de um ano. II - Pauta do Sr. l.o-Secrd á rio. A Mesa aprovaos pareceres proferidos por Sua Excelência nos seguintes expe­dientes: ai aposentadoria. 11 Processo n,v 6.880/80. Clóvis Melo,Técnico Legislativo, CD-AL-Oll, Classe Especial, Ref. 57. "Tratao presente processo da aposentadoria, por invalidez. de ClóvisMelo, no cargo de Técnico Legislativo, CD-A:L-Oll, Classe Especial,Referência 57. O servidor em apreço foi submetido a exames porJunta Médica especialmente constltuída, que o considerou defí­nítívamente incapacitado para o serviço público, conforme se ve­rifica do. laudo datado de 27-5-80. Pela informação do Departa­mento de Pessoal, a concessão da aposentadoria enquadra-se nosarts. 101, item I, e 102, item I, alínea b, da Constituição da R(~­

pública Federativa do Brasil, combinados com os arts. 183, ítem IIT,1B4, 186, item I, alínea b, da Resolução n.v 67, de 1962. Manifes­to-me favoravelmente, de acordo com as informações". 2) Pro­cesso n,v 2.427/80. José da Rocha Leão, Assistente de PesquisaLegislativa, Classe Especial. "Trata o presente processo do pedidode aposentadoria formulado por José da Rocha Leão, ocupante docargo de Assistente de Pesquisa Legislativa, CD-AL-012, ClasseEspecial, Referência 43. Segundo informa o Departamento de Pes­soal, o requerente conta com o tempo de serviço necessário àconcessão, o que foi demonstrado através de certidão, podendoser aposentado nos termos dos arts. 10l,item TIl, e 102, ítem I,alínea a, da oonstítutcão da República Federativa do Brasil,combinados, com os arts. 183, item n, alínea a, e 186, item T,alínea a, da Resolução n,o 67. de 1962, com o provento acrescidode 20%, na forma do art. 193, item n, da mesma Resolução, ecom a vantagem prevista no art. 171 da Resolução citada, com-

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6828 Sá.bado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) A~ollf;o de 1*··=""""==""""""=-======o"""=~========="""=============""""""'~=""""""'===

blnado com o art. 3.° da L€I n. O 5.902, de 9de julho de 1973.observando-se o disposto no § 2.° do citado art. 102 da Cons­tituição. Manifesto-me pelo deferimento, de acordo com as In­formações". b i retorno ao serviço público. Processo n.o 350/80.Deodato Pinto Ribeiro Rivera, ex-funcionário da Câmara. "Deo­dato Pinto Ribeiro Rlvera, ex-Auxiliar Legíslativo da Câmara, di­rige-se à Mesa, através do requerimento datado de 18 de dezembrode 1979 e entregue no Consulado-Geral do Brasil em Paris, -noqual o requerente, demitido do cargo de Auxiliar Legíslatívo,sim bolo PL-8, por Ato da Mesa de 22 de fevereiro de 1965, plei­teia seu retorno ao serviço ativo nos termos da Lei n.v 6.683,de 28 de agosto de 1979 (Lei da Anistia), Na conformidade dosdispositivos legais pertinentes, o requerimento foi encaminhadoà Câmara dos Deputados pelo Ministério das Relações Exteriores,E:ncaminhado o processo ao Departamento de Pessoal, foi ouvidaa Assessoria Juridica do órgão, que assim se manifestou às fls. 7:"Em conformidade com as disposições constantes do Decreton,o 84.143, de 31 de outubro de 1979, que regulamenta a LeiD.o 6.683, de 28 de agosto de 1979, que concede anistia, propomosseja o presente processo submetido à alta consideração do Exce­lentisslmo Senhor Presidente da Casa, para que Sua Excelênciadesigne os membros da Comissão a ser constituída para o fimprevisto no art. 11 do referido diploma legal". Com a concor­dância do titular do órgão de pessoal, do Diretor Administrativoe do Diretor-Gerai, subiram os autos à consideração da Presi­dência que, arrimando-se no art. 11, II, do Decreto n.O 84.143,de 31 de outubro de 1979, constitui comissão integrada por servi­dores da Casa para efetuar o processamento e instrução do reque­rimento. Quanto à forma. Consta dos autos pedido de retornoao serviço ativo; nos termos da Lei n,v 6.683, de 1979. Foi cons­tituida a comissão especial prevista na referida lei e nos termosdo regulamento baixado pelo Decreto n,o 84.143, de 31 de outu­bro de. 1979, arts. .s.0 e 11. Quanto ao mérito. O art. 3.0 da Lein,v 6.683/79 estabelece as condições para o retorno ao serviçoativo dos servidores anistiados; e, em seu ~ 1.0 fixa a compe­tência da comissão especial: "Art. 3.° ..... ~ 1.0 Os requerimen­tos serão processados e instruídos por comissões especialmentedesignadas pela autoridade à qual caiba apreciá-los". Por outrolado, o art. 8.° do Decreto n. O 84.143179 - que regulamentoua referida lei - designa, em seu inciso II, o Presidente da Câmarados Deputados como autoridade competente para receber os pedi­dos de retorno ao serviço ativo: e o art. 11, rI, estabelece acompetência daquela autoridade para designar a comissão espe­cial. Já o art. 9." dispõe sobre o encaminhamento da matériapelo Presidente - no caso da Câmara - à autoridade compe­tente para decidir sobre provimento do cargo; no caso concretoa Mesa da Câmara. Segundo o art. 1.0 da Lei da Anistia, foramanistiados todos quantos, no período compreendido entre 2 desetembro de 1961 a 15 de agosto de 1979, cometeram crímespolíttcos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveramdireitos políticos suspensos e... aos servidores' dos Poderes Le­gislatlvo. .. punidos com fundamento em Atos Institucionais eComplementares. A Comissão Especlal, por seu turno, entendeu:"Evidencia-se, pois, que os motivos ensejadores do afastamentode requerente ao serviço, no interregno entre a ocorrência dachamada "revolta dos sargentos" e aeclosão do Movimento Re­volucionário de 31 de Março, levando-o a cometer o ilícito adrní­nistratívo de abandono do cargo, estão relacionados com ativi­dades políticas desenvolvidas pelo mesmo, e que o compelirama ausentar-se do exercício do cargo no mencionado período, te­meroso, por razões óbvias, de atuação revolucionária". "Dai aconclusão desta Comissão. Especial, no sentido de reconhecer queo pedido de Deodato Pinto Ribeiro enquadra-se no -art, 1.0 daLei n.? 6.683, de 28~8-79, estando, pois, ao agasalho dos benefíciosda legislação da anistia". Uma vez fixado, pela Comissão, o enten­dimento de que o caso de que tratam estes autos se enquadra nahipótese legal, passou-se à análise das condições em que poderáocorrer o .retorno do ex-servidor. Estabelece a lei que "o retorno oureversão ao servidor ativo somente será deferido para o mesmocargo... que o servidor... ocupava na data de seu afastamento, con­dicionado, necessariamente, à existência de vaga e ao interesse daadministração". E mais, a prova de capacidade, mediante inspeçãomédica, a observâncla do limite de idade e à comprovação do nívelde escolaridade exigido para o desempenho do cargo. Parece à Co­missão: a) quanto à exigência de retorno para o mesmo cargo:"Com a implantação do Plano de Classificação na Câmara, em1973, deixaram de existir os cargos da situação anterior"; b) há re­ferência, nos autos, à existência de vagas no Quadro; c) quanto aointeresse da administração: está manifestado às fls. 440 v., atravésde declaração do Diretor do Departamento de Pessoal; d) quantoao limite de idade: "o interessado satisfaz às exigências legais"; e)quanto ao nlvel de escolaridade: "o interessado satisfaz às exigên­cias legais"; fi quanto à prova de capacidade mediante inspeçãomédica: "providência posterior à alta decisão da Administração".Parece, ainda, à Comissão, necessário ser dada interpretação à nor­ma em consonância com as "peculiaridades" da Câmara. a fim deque sejam criadas condições de aplicabilidade, especialmente so­bre: a) a questão do retorno para o mesmo cargo, impossível de se

verificar, uma vez que o cargo que o requerente ocupava (AuxiliarLegislativo) foi transposto para o Plano de Classificação de Car­gos, implantado em 1973, com a denominação de Técnico Legisla­tivo; h) a inclusão do servidor em "Quadro Suplementar", inexis­tente na Câmara, embora existente em todos os órgãos da esferado Poder Executivo. E, em razão desse entendimento propõe:"Diante do exposto e considerando que o texto da E:xposiçáoqe Mo­tivos que acompanhou o projeto original da Lei de Ani!Stlll., conduzao entendimento de que o legislador buscou ordenar o retornocom a preocupação de abrir perspectivas a todos os políticos e. in­cluir, sem discriminação, todos os servidores qualquer que seja asua posição face ao Estado, unanimemente esta Comissão, porentender indiscutível a autonomia da Câmara dos Deputados naaplicação de dispositivos legais pertinentes aos seus assuntos admi­nistrativos. recomenda o retorno do ex-funcionário Deodato PintoRibeiro Rivera, aos quadros da Câmara dos Deputados, em vagaexistente na Classe "B", da Categoria Funcional de Técnico Legis­lativo", Entretanto, o Senhor Consultor-Geral da República, emparecer aprovado pelo Senhor Presidente da República em 2 deabril de 1980, entendeu de modo diverso: "... Sou de parecer que;1.0) o servidor civil anistiado, que haja de qualquer modo manifes­tado a intenção de regresso à função pública, desde que haja inte­resse da administração no aproveitamento dele, somente será apro­veitado no mesmo cargo ou emprego que ocupava ao tempo do seuafastamento, encontrando-se os cargos referidos pela Lei da Anis­tia para tal fim e assim restabelecidos: devendo agora serem orga­nizados em um "Quadro Suplementar" por decreto; 2.°) que odeferimento do retorno ou reversão, devendo ser ato vinculado aomesmo cargo ou emprego que o anistiado ocupava ao tempo doafastamento, conseqüentemente. ainda que venham tais cargos aintegrar um Quadro Suplementar Especial, será outorgado na con­dição estatutária plena, que desfrutava, ao tempo do afastamento,sem quaisquer restrições especiais; 3.°1 que a Lei n.O 6.683179 de­terminando o' regresso a Quadro Suplementar e no mesmo cargoou emprego, tem-se que os cargos e empregos, se extintos, forampela mesma lei restabelecidos, restando ao Decreto a mera dispo­sição organízatíva do Quadro e só com anistiados, a serem neleincluídos; 4.°) que a condição da existência de "vaga" só se aplicaao reingresso a cargo da Magistratura, nâo Incide no caso daAdministração Pública". Aceita a posição do Senhor Consultor­Geral da República, ter-se-á, como conseqüência, que: a} criar-seum Quadro Suplementar no qual seriam incluidos dois servidores,o requerente e o Taquígrafo Legislativo Mauro Motta Burlamaqui-, cujo retorno já foi decidido pela Mesa; b) o servidor seria en­quadrado no mesmo cargo que ocupava no plano anterior, sem selevar em conta que todos os Auxlliares Legislativos - cargo queocupava - tiveram seus cargos transpostos para o novo Plano coma denominação de Técnico Legislativo; c) e, em conseqüência,criar-se um plano de elevação funcional (ascensão, progressão eaumento por mérito) e uma tabela de remuneração exclusivamentepara o requerente. Como se não bastasse o elenco das providências- que acima se enumera - tendentes a criar condições para queapenas dois servidores possam retornar, porque anistiados, ao ser­viço público ainda é neeessârío considerar que indubitavelmente olegislador pretendeu, ao preconizar o Quadro Suplementar paraabrigar os anistiados, criar condições para o retorno, sem prejuízopara as situações [urídícas constítuídas, isto é, os cargos anterior­mente ocupados por eles já se encontram ocupados, hoje, por ou­tros servidores. Assim, em nenhum momento da Exposição de Mo­tivos manifestou o Chefe do Poder Executivo a intenção de esta­belecer restrições funcionais aos servidores que viessem a requerero retorno. Pelo contrárto, há trechos da exposição que não deixamdúvidas quanto à inexistência de discriminação. "O Projeto, exa­minado em cotejo com os antecedentes históricos, ganha em dl­mensão ao atingir extensa área com o pleno esquecimento"; emais: "Todos terão seus direitos patrimoniais assegurados peran­te o Estado, embora o retorno à atividade dependa de vagas, nointeresse da Administração e da verificação de que o afastamentonão foi motivado pela improbidade do servidor". Tão só, nenhumarestrição. E não há na lei nenhum vislumbre de que se pretendeuestigmatizar o anistiado - pois a lei.dlsso não pode cuidar e mui­to menos uma lei de anistia, que anistia é esquecimento. Houvesseo legislador traçado as características do tal Quadro Suplementar,reduzido estaria o campo de ação do intérprete. Mas não, cônsciode que a matéria poderia encontrar óbices na fase de execução,cuidou de criar mecanismos de viabilização; e o Quadro Suple­mentar é um deles. Se não for necessária a sua criação, tanto me­lhor, pois seria um complicador a agravar os problemas causadoscom a Implantação do último Plano de Classificação de Cargos.Há mais um fato a considerar: se o servidor retornasse no antigoplano de classificação de cargos, além das conseqüências já des­critas .havería ainda a considerar que o novo plano não criou si­tuação que possa ser considerada benéfica ao servidor público; elealterou as condições anteriores mas, objetivamente, não é possívelidentificar uma melhoria unilateral para qualquer das partes - oservidor e o Estado. Se é verdade que houve um aumento real dosvencimentos, é também verdade que a jornada de trabalho foiacrescida de três horas. O próprio Consultor-Geral da República

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Ã&"osto de 198& DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sellão I) Sábado 2 G8~!}

entende que os servidores passariam a integrar o Quadro Suple­mentar Especial. na condição estatutária plena. sem quaisquerrestrições especiais. Ora, a lei veio para declarar como juridica­mente irrelevantes certos fatos que antes dela eram consideráveispara o mundo jurídico, tanto que provocaram efeitos, sobretudo aexclusão de servidores do serviço altivo. Por ela criou-se a ficçãolegal da inexistência dos fatos que provocaram direta. ou indire­tamente as exclusões. Não fora demitido do serviço público. o re­querente teria o seu cargo transposto pera a Categoria Funcio­nai de Técnico no novo plano; e para isso dele não mais se exi­giria do que o silêncio, poiS a simples ausência de manifestação,num prazo determinado, é que fez operar a transposição de car­gos de um para outro plano. Ora. desfeita a causa tornou-se ine­xistente o efeito - desde. claro, que atendidas condições expressasna lei. Outro aspecto digno de menção constante do referido pa­recer é a afirmação, reiterada com insistência, de que Os antigoscargos foram extintos, sim, quando do advento do novo plano,mas restabelecidos pela Lei da Anistia. Entretanto, o plano declassificação de cargos da Câmara dos Deputados não extinguiucargos; ao Invés, aproveitou todos os cargos do plano anterior, osquais foram transpostos para novo plano - como o que ocupavarequerente - ou transformados em outros cargos diversos na me­dida das necessidades da Casa. O cargo Técnico Legislativo se en­quadra na exigência contida no decreto que regulamentou a Leida Anistia. E por tudo que aqui foi exposto, nem o retorno noantigo cargo (cabível apenas através de interpretação literal danorma) nem a criação do Quadro Suplementar <é absolutamentedesnecessária para que seja obtido o resultado declarado pelo le­gislador) resistem a um exercício de interpretação sistemática damatéria. Não podem senão ser considerados meios para que possaser atingido o fim almejado, Resta apenas proclamar que as nor­mas restritivas devem ser expressas; não é dado ao intérprete, nocaso, o exercício da dedução. Conclusão. Não há como deixar deconsiderar viáveis e em consonância com a legislação da anistia ostermos da proposta da Comissão Especial. Eis porque manifesto­me no sentido do acolhimento da recomendação da Comissão, deque seja autorizado o retorno de Deodato Pinto Ribeiro Rivera aosquadros da Câmara dos Deputados, na Classe "B" da Gategoria deTécnico Legislativo, condicionado esse retorno à prova, medianteinspeção médica, de capacidade". c) Inversão de Classificação emConcurso Público. Processos n.OS 14.347 e 12.873, de 1978. "SamuelMalhelros, aprovado em concurso público e nomeado para o cargode Assessor Legislativo, peticiona através do Processo n.o 14.347/78,em 28-12-78, se torne sem efeito o ato que o nomeou, publicado noDCN de 31-10-78, bem assim a colocação de seu nome no final dalista de classificados. al-egando estar à disposição do Ministério daIndústria e Comércio, por decisão da Mesa em 26-10-78. Dora Mas­sarí Reis, na mesma situação. em requerimento processado sob on. O 12.873/78, solicita inclusão de seu nome em lista suplementarque lhe faculte nova convocação. Fundamenta o pedido em razõesparticulares de trabalho e de Iamilía. Anexados que foram os pro­cessos, e encaminhados ao Departamento de Pessoal. a Coordena­ção de Estudos e Aplicação de Normas Legais manífestou-se pelonão colhlmento da pretensão, argumentando que o procedimentolegal adotado por esta Casa desconhece a hipótese da inversão,pois que subordina a nomeação dos candidatos aprovados à obser­vância da ordem de classificação. E que. os requerimentos estãodíssonantes do costume administrativo, que. em casos semelhan­tes, os tem deferido antes de consumadas as respectivas nomea­ções. Por final, sugere o pronunciamento da Assessoria Técnico­Jurídica do Departamento. Na ímpossíbíltdade momentânea dessepronunciamento, foi convocado o concurso da Assessoria Técnico­Juridica da Diretoria-Geral, opinando a Ulretorla Administrativa,na oportunidade, em favor dos requerentes, por nenhum prejuízoo que podem acarretar aos demais candidatos classificados. A As­sessoria Técnico-Jurldica da Direto:ria-Geral, ao examinar, con­junta e isoladamente, os requerimentos, chama a atenção para oProcesso n.O 14.347/78. em que, à parte a autenticidade compro­metida da petição inicial, apresentada sob a forma de telex. seriadigna de consideração e ocorrência da nomeação do candidato ime­diatamente ciassificado, em conseqüência de se ter tornado semefeito a nomeação do requerente. Â luz da legislação interna, es­pecificamente da Resolução n.O 67/62 em seu art. 103. H 1.0 e 2.°.não há como deferir os requerimentos, conclui aquela Assessoria.No entanto, acena aos postulantes com a possibilidade de a Mesa.se assím decidir, ofertar-lhes nova classificação - "desde quenomeados e admitidos todos os demais candidatos", segundo orien­tação que colheu em circular do Poder Executivo sobre a espécie,referida em obra de Eduardo Pinto Pessoa Sobrinho. Tal reclas­sificação deveria ainda estar sujeita aos prazos de validade do pré­falado concurso. Endossando esse parecer, a Diretoria-Geral com­pleta os esclarecimentos dizendo qUE;, em se verificando o deferi­mento. a Inversão de classificação pretendida em nada prejudicaráa administração ou a qualquer outro candidato. Inobstante difiramna maneira de expressar, os pedidos equivalem-se em conteúdo;inversão de classificação em concurso público. por não estarem osrequerentes podendo atender ao chamamento a investidura ­donde estarem os processos reunidos, a possibilitar uma só decisão.

A tempestividade das postulações resulta inquestionável dos autos,malgrado a só experiência, na Casa, como lembrado pela CEANll.rrelatórío - item 3). de deferimentos, em casos semelhantes, an­tes de consumadas as respectivas nomeações. li: que à administra­ção não conveio aguardar oportunidade de analisar tais requeri­mentos com suspensão das nomeações, de que necessitava, dos can­didatos imediatos, o que não subtrai aos papéis, no entanto. la.caracterização de entrados antes de expiradas as respectivas pror­rogações de prazo para a posse. No mérito, se não há propríamentéum direito subjetivo ao pleiteado - mercê de razões, aliás, benidefinidas nos dois primeiros parágrafos de n. 7 (" ... sendo, geral­mente, nos concursos realizados pela Câmara, em nível de escola­ridade média e primária, o número de candidatos aprovados muitosuperior ao de vagas a preencher, tornava-se praticamente ínvíá­velo aproveitamento do candidato que se recusasse a ser nomea­do em tempo hábil.") -, a solução favorável em nada se evidenciaem prejuízo de lei ou direito, coletivo ou individual, possíbílltando,ainda, se se concretize, o aproveítamento de candidatos já revela­dos em prova pública como à altura das necessídades da Casa.Colheu esta Secretaria telefonicamente, do Departamento de Pes..soai, informação de que na Area 3 - Economia, a que concorreuDora Massari Reis, bem assim nas Areas 1 -' Díreíto e 13 - Dis ..cursos, a que concorreu Samuel Malheiros, presentemente não hávaga, como de resto em todas as outras. Esperam chamada 32 can­dídatos na Área 13. 1 na Area 3 e 5 na Area 1. Ponho-me pelo defe­rimento dos pedidos de fls. 1 e 2, devendo os requerentes aguardar,postados que ficarão no final da lista de classificação das respectí­vas áreas de aprovação, o aproveitamento dos candidatos restan­tes, sujeitos. outrossim, ao prazo de validade do concurso". d) Con ..tríbulção Previdenciária. Processo n.O 4.633/811. "A Ooordenaeâo deEstudos e Aplicação de Normas Legais COEANL), do Departamen­to de. Pessoal, propõe, por minuta que acosta aos autos, se emen..de a Resolução .n,v 1.; de 7-3-8G - que, na esteira da Lei n.O 6.732,de 4-12-79, respeitante ao Executivo, alterou o art. 189 da Resolu­ção n,v 67/62 e deu outras providências -, com vistas a introduzir..lhe dispositivo que determine - a exemplo do que teria ocorridoapenas no Executivo, pelo Decreto-Lei n.O 1.773, de 3-3-80 - íneí­dêncla de contribuição previdenciária sobre a Representação Men··sal, lá criada pelo Decreto-Lei n.O 1.445, de 13-2-76, aqui pela Lein.O 6.325. de 14-4-76. O móvel da ação está no art. 6.° da resolução.cuja emenda se propõe. que permite passe essa vantagem a fazerparte dos proventos se o servidor perfez ao menos dois anos nocargo com ela, como se dá, no Executivo, com o art. 2.0 do Decreto­Lei n.> 1. 746, de 2'1-12-79. A Diretoria do Departamento concluipelo acolhimento, sugerindo nova redação ao dispositivo proposto,no que é apoiada pela Diretoria-Geral. O procedimento alvitradopelo órgão de pessoal não se compadece com normas da Lei Maior.Por ele se estaria legislando internamente sobre matéria cujo tra..tamento se encontra definido na Constituição de modo a obsta..cular que assim se faça. De efeito, pela alínea c do inciso XVII doart. 8.°. em nova redação dada pelo artigo único da Emenda Cons­titucional n.v 'i, de 13-4-77, compete à União legislar sobre normasgerais de previdência social, cabendo, por outro lado (art. 43,eaput) , ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente daRepública, dispor sobre todas as matérias de competência da União.Valendo-se da faculdade que lhe foi outorgada pelo inciso II doart. 55 (expedição de decretos-leis. em casos de urgência ou ínte­resse público relevante. sobre "finanças públicas, inclusive normastributárias"). o Presidente da República expediu. então, o Decre­to-Lei n.O 1.773, de 3-3-80, que, ao dizer que a imposição se faziaem decorrência do disposto no art. 2.° do Decreto-Lei n.o 1.746. de27-12-79, e ao relacionar a Representação Mensal com o Decreto­lei n.v 1.445, de 13-2-76, que operaram efeitos no âmbito do Exe ..cutivo tão-só, teria limitado a essa área a própria abrangência. Oque em realidade não ocorreu. tal a evidência da Intenção do de­creto-lei de alcançar pela contribuição previdenciária a Represeu­taçâo Mensal, qualquer que seja o cargo ou emprego a que se ligue- aqui o ponto que importa: Representação Mensal -, lá even­tualmente com origem no Decreto-lei n.O 1.'145, de 13-2-76, aqui,eventualmente com origem na Lei n.? 6.325. de 14-4-76. Não visou,pois, o decreto-lei a este ou àquele grupo de servidores da União,a esta ou àquela área da prestação de serviços, mas à Representa­ção Mensal, onde quer que ela esteja, tendo em vista o dispostono art. 2.° do Decreto-lei n.O 1.746/79. correspondente, mutatismutandis, ao nosso art. 6.° da Resolução n.O 1/80. O escopo único"em suma, foi propiciar arrecadação à previdência social sobre par­cela de remuneração que passou a ser, em determinada situação,considerada nos cálculos dos proventos; encargo maior. logo, aindaque em certos casos indiretamente, a que haveria de corresponder

.apoío no custeio. A interpretação que se abraça é tanto mais lidi­ma quanto se considere que a Lei n.O 6.439, ele 1-9-77, unificandoa previdência social sob o SINPAS (Sistema Nacional de Previ­dência Soclall fez que funções como as do IPASE. por exemplo, sevissem inteiramente absorvidas nesse sistema geral de previdên­cia social. Uma só conclusão, portanto. se impõe, e a ela me filio:nenhuma provídêncía cabe à Câmara face ao Decreto-lei n,v 1.773,de 3-3-80, senão a de executá-lo nos termos, em substância, emque posto. Supérflua seria, ademais, uma resolução que mandasse

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6830 Sábado 2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Afosto de 1980

aqui aplicá-lo, como a que fosse simplesmente declaratória de seualcance. Nesse sentido é o parecer", Prosseguindo, o Senhor 1.0_Secretário devolve o requerimento de informações do DeputadoHélio Duque, ao Senhor Ministro da Fazenda, sobre a maxídesva­lorlzação do cruzeiro em 30%, que solicitara vista com parecer fa­vorável ao voto do relator. Em seguida, a Mesa resolve aprovar asseguintes designações: 1) Ives de Freitas, Técnico Legislativo, Cias­se Especial, ponto n.O 1.289, 1.° substituto do Chefe da Coordenaçãode Movimentação de Créditos, OD-DAS-I01.3, do Departamento deFinanças. em seus impedimentos eventuais, no período de 1 a 31do corrente mês; 2) Margarida María Queiroz Oliveira Cabral.Técnico Legislativo, Classe Especial, ponto n.> 1.536, e Dalcy BezziCoelho, Técníco Legislativo, Classe Especial, ponto n.O 1.639. parasubstituírem, sucessivamente, a Diretora da Coordenação de Co­missões Permanentes, CD-DAS-101.3. do Departamento de Comis­sões, em seus impedimentos eventuais, a partir de 19 de junho de1980; 3) Joanir Ferreira de Oliveira, Técnico Legislativo, Classe Es­pecial, ponto n.v 1.074, e Jane Queiroz Marques da Cruz, Assisten­te de Pesquisa Legislativa, Classe Especial. ponto n.O 1. 747, parasubstituirem, sucessívamente.. o Chefe de Gabinete do 4.o-Secretá­rio, CD-DAS-I01.3, em seusfmpedtmentos eventuais, a partir de24 de junho de 1980. Nada mais havendo a tratar, às 12 horas, oSenhor Presidente suspende a reunião por 15 mmutos, a fim deser lavrada a presente ata. Reaberta' a reunião, é a ata lida eaprovada. Eu, Paulo Affonso Martins de Oliveira, Secretário-Geralda Mesa, lavrei a presente ata que vai à publicação. - F1âvio Mar­cílio, Presidente da Câmara dos Deputados.

• * *A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que

lhe confere o artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combina­do com o artigo 102 da Resolução n.O 67, de 9 de maio de 1962. eo artigo 3.° da Resolução n.O 32, de 28 de setembro de 1976, resolvenomear, na forma do artigo 103, alínea "b' da Resolução n.v 67,de 9 de maio de 1962, Jorge Duarte de Oliveira Filho, para exercero cargo de Assessor Legislativo - Area Treze - CD-DAS-I02.3,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados. em vaga de­corrente do falecimento de José da Silveira Dumont.

Câmara dos Deputados, 19 de junho de 1980. - Flávio Marcí­lia, Presidente da Câmara dos Deputados.

xxxA Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que

lhe confere o artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combina­do com o artigo 102 da Resolução n.? 67, de 9 de maio de 1962, eo artigo 3.° da Resolução \n.O 32, de 28 de setembro de 1976, resolvenomear, na forma do artigo 103, alínea "b" da Resolução n.v 67,de 9 de maio de 1962, Marina Villalva Civatti, para exercer o car­go de Assessor Legislativo - Arca Treze - CD-DAS-I02.3, da As­sessoria Legislativa, do Quadro Permanente da Câmara dos Depu­tados, em vaga decorrente da exoneração de Gilson SObral.

Câmara dos Deputados, 19 de junho de 1980. - Flávio Marcí­Iio, Presidente da Câmara dos Deputados.

xxxA Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que

lhe confere o artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combina­do com o artigo 102 da Resolução n.? 67, de 9 de maio de 1962. etendo em vista o que consta do Processo n,v 350/80, resolve rea­dmitir, de acordo com o disposto na Lei n.O 6.683, de 28 de agostode 1979, Deodato Pinto Ribeiro Rivera, no cargo de Técnico Legis­lativo, CD-AL-Oll. Classe B, Referência 44, do Quadro Permanen­te da Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados. 2 de julho de 1980, - Flávio Mareílio,Presidente da Câmara dos Deputados.

xxxA Mesa da Câmara .dos Deputados. no uso das atribuições que

lhe confere o artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combina­do com o artigo 102 da Resolução n.v 67, de 9 de maio de 1962, etendo em vista o que consta do Processo n.O2U.654/79, resolve rea­dmitir, de acordo com o disposto na Lei n.O 6.683, de 28 de agostode 1979, Mauro Motta Burlarnaquí, no cargo de Taquígrafo Legis­lativo, CD-AL-DI3, Classe B, Referéncia 44, do Quadro Permanenteda Câmara dos Deputados.

Cãmara dos Deputados, 19 de junho de 1980, - Flávio Marcí­Iio, Presidente da Câmara dos Deputados.

xxxA Mesa da Câmara dos Deputados. no uso das atribuições que

lhe conferem o artigo 14, inciso VI, do Regimento Interno e o ar­tigo 102. da Resolução n.O 67, de 9 de maio de 1962, resolve, nostermos dos artigos 101, item I, e 102, item I, alínea "b". da Cons­tituição da República Federativa do Brasil, combinados com os ar­tigos 183, item IIl, 184, 186, item I, alínea "b", e 193, item lI, daResolução n.O 67, de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoria a

Maria da Glória Péres Torelly, no cargo de Técnico Legislativo,CD-AL-Oll, Classe Especial, Referência 57, do Quadro Permanenteda Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados, 28 de agosto de 1979. -Flávio Marcí~

Iío, Presidente da Oàmara dos Deputados.

APOSTILA

De acordo com o § 2.0 do artigo 189 da Resolução n.v 67, de 9de maio de 1962, a inativa a quem se refere o presente Ato daMesa passa a ser considerada aposentada no cargo de Técnico Le­gislativo, CD-AL-Oll, Classe Especial, Referência 57, com as vanta­gens da Iunçâo de Chefe da Seção de Execução, CD-DAI-ll1.3-NS,nos termos do item I do citado artigo, a partir de 29 de abril de1980.

Diretoria-Geral, 2 de julho de 1980. - Alteredo de Jesus Bar­ros, Diretor-Geral.

xxx

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições quelhe confere o artigo 14, inciso VI, do Regimento Interno, combina­do com o artigo 102 da Resolução n.O 67, de 9 de maio de 1962, re­sotve., nos termos dos artigos 101, inciso IIl, e 102, inciso T, alínea"a", da Constituição da República Federativa do Brasil, combina­dos com os artigos 183, inciso TI, e 189 (redação dada pela Reso­lução n,v 1If}, de 26 de novembro de 1970), alínea "a", da Resolu­ção n.? 67, de 9 de maio de 19-62, conceder aposentadoria a Eenri­queta Paúra, no cargo de :récnico Legislativo "C" CD-AL-Ol1.8, doQuadro Permanente da Câmara dos Deputados, com as vantagensda função gratificada de Assistente de Planos, Programas e Orça­mento, símbolo FG-2, observado o disposto no artigo 8.° da Reso­lução n,o 40, de 19 de junho de 1973.

Câmara dos Deputados, 29 de novembro de 1973. - FlávioMareílio, Presidente da Câmara dos Deputados.

APOSTILA

De acordo com o § 2.° do artigo 189 da Resolução n.O 67, de 9de maio de 1962, a inativa a quem se refere o presente Ato da Me­sa passa a ser considerada aposentada no cargo de Técnico Legis­lativo, CD-AL-Oll, Classe Especial, Referência 56, com o proventoaumentado de 20%. nos termos do artigo 193, item II, da citadaResolução. a partir de 2 de janeiro de 1980.

Diretoria-Geral, 4 de julho de 1980. - Alteredo de Jesus Bar-ros, Diretor-Geral. .

CAMARA OOS DEPU'I1ADOS

COORDENAÇãO DE SELEÇAO E TREINAMENTO

CONOURSO PúBLICO PARA TJ1:CNICO DE CONTABIiLIDAiOE

(C.02/80)

EDITAL

A Diretoria da Coordenação de seleção e Treinamento convo­ca os candidatos inscritos no Concurso Público de Técnico de Con­tabilidade para a realização da prova de CONTABILIDADE.

nata: 9 de agostoHorário: 14 horas

Local: Anexo II da.Oãmara dos Deputados (Comissões)

Observações: Os candidatos deverão comparecer com antece-dência mínima de 30 minutos do horário estabelecido para o inícioda prova, tendo em seu poder:

a) Cartão de Inscrição

b) Documento de Identidade

e Caneta esferográfica azulou preta.

A distribuição dos candidatos dar-se-á conforme numeraçãoa ser afixada no local.

Brasília, 24 de julho de 1980. - Vera Lucia Rodrig1les Barreto,Diretora Substituta da CST.

CAMARA DOS DEPUTADOS

COORDENAÇãO DE SELEÇãO E TREINAMENTO

CONCURSO PÚBLICO PARA DATILÓGRAFO C.03/80

HOMOLOGAÇãO DE INSORIÇÕES

Faço público que foram HOMOLOGADAS as inscrições para oconcurso público destinado ao provimento de empregos da cate­geria funcional de DATILóGRAFO, da Tabela Permanente de Em­pregos da Câmara dos Deputados, exceto as de número: 154 _

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Alfosto de 198ft DlARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sribado Z 6831

2062 _ 2489 - 2949 -- 3357 - 3951 - 4875 - 4975- 5078 5183.totalízando 5.319 I cinco mil trezentos e dezenove; candidatos.

Brasília. 25 de julho de 1980. - Vera Lucia Rodrigues Barreto,Diretora Substituta da CST.

CA:\fARA DOS DEPUTADOS

COORDENAÇAO DE SELEÇÃO E TREINAMENTO

CONCURSO P(~BLICO PARA DATILúGRAFO C.03/80

EDITAL

A Drretoru da Coordenacão de Selecão e Treinamento convocaos candidatos inscritos no Concurso Público de DATILoGRAF'o.cujas inscrições foram homologadas. para a realização da provade PORTUGUES:

Data: 10 de agosto de 1930.

Horário: 14:00 horas.

Loca.l: A.E.U.D.F. rAssoclacáo de Ensino Unificado do Dis­trito Federal; :

11 BLOCO A I prédio frente W-4;

Setor Ol. rsemí-enterraoo i : ínscrtcôes de 0001 a 1100

Setor 02 I L° andarr: inscrições de 1101 a 2300

Setor 03 12° andar J: inscrições de 2301 a 3300

21 BLOCO B 'prédio frente W-S - entrada pela W-41

Setor 04 f semí-en terrado I: Inscrtcões de 330i a 4450

Setor 05 11.0 aridar r : inscrições de 4451 a 5329.

Observações: Os candidatos deverão comparecer ao local daprova com antecedência mínima de 30 (trinta) minutos do horárioestabelecido para o inicio da prova. tendo em seu poder:

a) cartão de ínscriçào

b ) documento de identidade

c) lápis preto n,v 02.

Brasilía. 24 de julho de 1980. - Vera Lúcia Rodrigues Barreto,Diretora Substituta da CST.

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6832 Sábado 2 DI,4.RIO 00 CONGRESSO x.vcrovxr. r Secâo fi Agosto de 1980

MESA LIDERANÇAS

PMDB

Vice-Lideres:

Líder:

Frettas Nobre

'PDS

Líder:

Nelson ~larchezan

Vice-Líderes:

PTLíder :

PPLIdeI':

T'hales Ramalho

Vice-Lideres:

Antônio MarizFigueiredo Correia

Herbert LevyJoão Línhares

Carlos Sanl'AnnaWalber Guimarães

Carlos Cotta

PDTLíder :

Alceu ColIares

Vice-Lideres:

JG de Araújo JorgeMurilo Mendes

Airton Soares

Odacir KleinOsvaldo MacedoTare islo Delgado

Walter Silva"F'lávio Chaves

.l!:dison LobãoHugo MardiniHugo Napoleão.Iorge Arbage

Marcelo LínharesNorlon MacedoRicardo Fiuza

Marcondes GadelhaFernando Lyra

Israel Dias-NovaesJackson Barreto

An-ísio Vieira LimaAlcides FranCisca to

Bonifácio de AndradaCantidio Sampaio

Claudino SalesDivaldo Suruagy

Djalma Bessa

Presidente:Flávio :\larcilio .- PDS

1.'-'-Více-Presíden te:Homero Santos - PDS

2,u" Více-Presiden te:Renato Azeredo - PP

1.°-Secretário:Wilson Braga - PDS

2.o- Secret á r io :Epitáeio Cafeteira - PMDB

3,o-Secretário:Ari KfCuri - PDS

4u - Secre t á r io :Walmor de Luca - PMDB

SUPLENTES

Nosser Almeida,- PDSDaso Coimbra - PPJoel Lima - PPNabor Junior - PMDB

Titulares

Suplente"

COMISSOES PERMANENTES

DEPARTAMENTO DE COM_ISSOES

PDS

.raím MagalhãesJoaci! PereiraNatal Ga!eNelson MorroOswaldo MeloPaulo PírnentelTheodorico FerraçoWilmar GuimarãesVago

PP

Paulo PimentelRômulo GalvâoTelmo José KirstVago

PMDB

Joáo GilbertoMarcello Cerquerra

Titulares

PDS

vteíra da SilveiraVago

Suplentes

PDS

Antonio AmaralGióia JúniorJorge PauloLúcio CioniRoberto Galvaní

Presidente: Milton Figueiredo - PPVice-Presidente: Samir Achoa -- PMDBVice-Presidente : Alcebíades de Oliveira - PIÀ'>

REUNlóES

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramais 653 e 654Secretária: Ioie Lazzaríní

Afrísto Vieira UmaAltair ChagasAntonio DiasAntônio MorimotoBonifácio de AndradaBrabo de CarvalhoClaudino SalesDjulrna BessaDjalrna MarinhoFrancisco Benjamin

Fernando LyraGerson Cama ta

PMDB

Audálio Dantas Israel Días-NovaesCristina Tavares

4) (OMISSÃO DE CONSTfTUlÇAO E JUSTiÇA

Presidente- Ernaríi Satyro - PDSVice-Presidente: Gomes da Silva - PDSVice-Presidente' Mendonça Neto - PMDB

Titulares

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇAO

Alair FerreiraAntonio ZachariasJoão ArrudaManoel Ribeiro

pp

Vago

.Lúcia víveíros

Mário Moreira

Nelson MorroVingt Rosado

José PenedoWalter de Prá

Pedro Faria

Octacilio Queiroz

Pedro LucenaUbaldo DantasWalber Guimarães

PP

PP

PT

PP

Herbert Levy

PDS

PDS

PMDB

Mario HatoPimenta da VeigaRonan TitoSantllli Sobrinho

PMDB

PMDB

Aurélio PeresErnesto de MarcoGeraldo FlemingLevy Dias

Haroldo sanrordMoacyr Lopes

Felípe Penna

Fernando CunhaJorge jJequed

Edson Vidigal

Titulares

Suplentes

Alexandre MachadoHugo Mardtnl

Presidente: Edson Vidigal - PPVice-Presidente: Mario Frota - PMDBVice-Presidente: Antônio Florêncio -_. PDS

REUNIOES

Quartas e quíntas-teiras, às 10:00 hora"Local: Anexo II - Sala no" 11 - R 621 e 62;lSecretario: .rosé Salomão Jacobina Aires

2) COMISSAO DE CI.@NCIA E TECNOLOGIA

Cristina Tavares

REUNIÓES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 66~

Secretária: Maria Luzia .Brandão

Carlos WilsonJorge Vargas

, Louremberg NunesRocha

Francisco LeãoHenrique BritoJúlio MartinsLúcio CioniStoessel DouradoWildy Vianna

PDS

João Carlos de CarliJoaquim GuerraJosé AmorimJúlio CamposLuiz RochaPedro GermanoSebastião AndradeTelêmaco PompeiVictor Fontana

Juarez BatistaMendes de Melo

PP

Tturival NascimentoMarcus CunhaNivaldo KrügerPacheco Chave"Paulo Rattes

PDS

PMDB

Albérico CordeiroAntonio GomesAntonio MazurekAroldo MolettaCardoso de Almeida.Delson Scarano'Edilson Lamartine

MendesEmilio PerondiHugo Rodrigues

da Cunha

J) COMISSÃO DE AGRICULTURA E POUTICARURAL

Presidente: Carlos Bezerra - PMDBVice-Presidente: Melo Freire - Pi>Vice-Presidente: Saramago Pinheiro - PDS

Diretor: Jolimar Corrêa Pinto

Local: Anexo II - Telefones: 224-2848 e225-4805- Ramal 661

Cardoso AlvesDel Bosco AmaralErnesto Dall'OglíoFrancisco LibardoniGerson Camala

coordtmaçáo de Comissões Permanentes

Diretora: Sílvia Barroso Martins

Local: Anexo II - Telefones: 224-5179 e225-4805 - Ramais 601 e 619

Arnaldo BchmittBento LoboCelso Carvalho

Alberto HoffmannAlexandre MachadoAntonio DiasAntonio UenoCorreia LimaEvaldo Amaral

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Agosto til' 198Q OJARIO DO CONGRESSO N,.\CIONAL t See âo 11 Sábado'~ 6833

PMDB PT 7) COMISSÃO DE fiNANÇAS

Suplentes

Antônio Carlos deOliveira

PMDB

PDS

José Carlos Fagundes.rosé Mendonça BezerraMarão FilhoVicente Guabiroba

Titulares

Airon RiosAthiê CouryChristovam ChiaradiaFernando MagalhãesHonorato Vianna

Presídern e : Jorge Vargas - ppVice-Prc~idcnte: Alberto Ooldman - PMDBVice-Presidente; Leorne Belém - PDS

Edilson LamartineMendes

Honorato ViannaNagfb HaíckelRogério RegoVictor Trovão4 vagas

PDS

Airon RiosAlbérroc CordeiroAntonio MazurckCardoso de AlmeidaDivaldo Suruagy

Lázaro CarvalhoLuiz LealMiro TeixeiraPérrcles Gonçalves

Pimenta da VeigaTatcisio DelgadoVagoVago

PP

PDT

Antônio RussoElquisson SoaresJoão GilbertoMarcello CerquetraOsvaldo Macedo

Antônio MarizJorge MouraLouremberg Nunes

Rocha

Lidovino Fanton

PT

Suplentes

Alberto GoldmanEuclides ScalcoFlávio ChavesPacheco Chaves

PMDB

Rosa FloresSebastião Rodrigues

Júnior

Odacir KleinOlivir Gabardo

Hélio Garcia

VagoVago

PP

Luiz Baccartni

PTPDS PP Joáo Cunha

REUNIÕES'

Titulares

6) COMISSÃO DE EDUCAÇAO E CULTURA

Presidente: Braga Ramos - PDSVice-Presidente: Darcfllo Ayres - PDSVice-Presidente: Luís Cechínel - PT

Silvio Abreu Junior

P:P

PT

Suplentes

PMDB

Mauricio FruetPaulo Marques

Antônio Carlos deOliveira

Antônio RussoJader BarbalhoJoáo Herculíno

Celso CarvalhoPedro Faria'

8) COMISSÃO DE flSCAILIZAÇAO fiNANCEiRAE TOMADA DE CONTAS

Presidente: Josias Leite _. PDSVice-Presidente: Alberto Hoffmann - PDSVice-Presidente: Peixoto Filho ,- PP

REUNICES

I Quartas e quíntas-reírus. às 10:00 hora,Local: Anexo II - Sala 16 - Ramais 642 e 643,

(Direto 226-BIl7'Secretário: Ruy Ornar Prudêncío da Silva

Mac Dowell Leite deCastro

Pinheiro Machado

Leur LomantoLygia Lessa BastosRómulo GalvãoSalvador JulianelliVago

PDS

Quartas e quíntas-teiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 4 - Ramal 631Secretária: Delzuite Macedo de Avelar vülas

Boas

Arnaldo SchmlrtJuarez Batísta

Aécio CunhaAlvaro ValleAnisio de SouzaBezerra de MeloJosé Torres

Marcelo MedeirosMárcio MacedoRubem DouradoSérgio Ferrara

PDT

PP

Juarez FurtadoRoberto FreireVatter GarciaWaldir WalterWalter Silva

José Mendonça BezerraNilson GibsonNey FerreiraOsmar LeitãoPedro CoJ\inRaimundo DirrizRicardo FiuzaVagoVagoVagoVago

PMDB

Amadeu GearaCardoso AlvesDélio dos SantosEdgard AmorímJosé Costa

Caio PompeuCarlos WilsonHenrique Eduardo

Alves

José Mauricio

Adhemar de BarrosFilho

Cantidio Sampa,ioCarlos ChiarelliCélio BorjaDarcilio AyresFeu RosaGeraldo GuedesHugo NapoleãoIgo LossoJorge Arbage

REUNIÕES

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA ECOM~RCIO

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala, 17 - Ramal 6:16Secretária: Maria Inllta Pessoa César

Titulares

Humberto SoutoJorge ArbageNosser AlmeidaRafael FaracoTelmo José KirstVasco Neto

Rosa FloresRonan TitoWalter Silva

Marcelo Medeiros

.rosé Carlos VasconcelosPaulo BorgesVago

PP

PP

Mendes de MeloMilton Figueiredo

.P'r

PDS

PMDB

Suplentes

PMIOB

Daso CoimbraMárcio Macedo

Airton SandovalErnesto de MarcoIranildo Pereira

João MenezesMelo Freire

Vago

REUNIÕES

Quartas e Quintas-feiras" às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 665Secretário: Wnlter Gouvêa Costa

Titnlares

Adhemar de BarrosFilho

Amilcar QueirozAngelina RosaCastejon BrancoClaudio Philomeno

, Furtado Leite

Helio DuqueJairo Brum

, Jorge Uequed

Luiz BaptistaPaulo Marques

Nivaldo KrügerOctacilio Almeida

Carlos Sant'AnnaDaniel Silva

VagoVago

Nasser AlmeidaOssian AraripePedro GermanoRafael FaracoSimão. SessimVieira tia Silva

PP

PP

PDS

PMDB

PMDB

Suplentes

Alcir PimentaCaio Pompeu

REUNIOES

Baldacci FilhoBonifácio de AndradaHydeckel FreitasJairo MagalhàesJoão FaustinoNorton Macedo

Jader BarbalhoJoão HerculinoJoSé Maria de

Carvalho

Alvaro DiasIram SaraivaMário Moreira

Quartas-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo Ir - Sala 9 - 1224-0769'Ramal 639

Secretária: Marta. Clélia Orrícc

Daso CoimbraRosemburgo Romano

PDS

Marcondes GadelhaSantilli Sobrinho

Joào ArrudaJosé CamargoLéo SimõesLuiz VasconcellosPaulo LustosaRicardo FiuzaRuy Silva

Silvio Abreu Junior

pp

PDS

PMDB

PT

Presidente: Ralph Biasi - PMDBVice-Presidente: Pedro Sampaio - PPVice-Presidente: Cláudio Strassburger

Felippe PennaManoel Gonçalves

Aldo F'agtmdesFernando CoelhoHélio Duque

Luiz Cechinel

Adolpho FrancoCesário BarretoEvaldo AmaralEvandro Ayres de

MouraIgo Losso.roão Alberto

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6834 Sábadu 2 DIARIO DO CONGRESSO NAClo'NAL i Seçâo I) Agosto de 1980

'I'It ulares

9) COMISSÃO DO INTERIOR

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Julio Martins - PDSVice-Presidente: Newton Cardoso - PP

Titulares

Leur LornantoPaulo StudartRaul BernardoRoberto GalvaníRuben FigueiróSiqueira CamposTheodorico FerracoVasco NetoWilmar Guimarães7 vagas

José FreireMarcus CunhaPaulo RattesSamir Achou4 vagas

Mac Dowell Leite deCastro

Magalhães PintoVago

PT,

PP

PDS

PMDB

Airton Soares

Figueiredo CorrêaJoão LinharesJoão MenezesLeopoldo Besson e

Anisio de SouzaAugusto LucenaCláudio PhilomenoErnani SatyroFernando MagalhãesGuído ArantesHermes MacedoJosé CamargoLeorne Belém

Suplentes

Elquisson SoaresFrancisco PintoIrrael Días-NovaesJackson BarretoFurtado Leite

Vago

PP

Vago

PDS

REUNIÕES

Newton CardosoLeônidas Sampaio

Carlos Nelson Mário FrotaHeitor Alencar Furtado Ralph BiasiJerônimo Santana Tidei de Lima

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo TI - Sala 7 - Ramal 660Secretária: Allia Felieio Tobias

Suplentes

PMDB

1Jl (OMiSSÃO DE REDAÇÃO

Presidente: Iranildo Pereira ~ PMDBVice-Presidente: Daso Coimbra - PPVice-Presidente: Airon Rios - PDS

: Djalma Bessa

Milton BrandãoNagib HaickelOdacir SoaresOswaldo CoelhoPaulo FerrazPaulo GuerraRuben Figueiró,Victor TrováoVingt RosadoWanderley MarizVago

José FreireModesto da SilveiraOctacílío QuefrozRoberto FreirePedro Ivo

PP

PDS

PMDB

Adauto BezerraAdroaldo CamposAngelo MagalhãesBaldacci FilhoCorreia LirnaCrfstino CortesJ"díson LobãoHenrique Brito.rosué de SouzaManoel Novaes

Carlos NelsonDêllo dos SantosJack50n BarretoJerônimo SantanaJosê Carlos Vascon-

celos

Suplentes

REUNIôES

13) COMiSSAO DE SAÚDE

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - sala 7 - Ramal 677Secretária: Edna Medeiros Barreto

Miro TeixeiraPedro SampaioVagoVago

PP

Daniel SilvaHélio GarciaJorge MouraLázaro de Carvalho

Hugo NapoleãoPrisco Viana

Vago

PDS

PMDB

PMDB

Suplentes

Freitas Nobre

Cantídio SampaioClaudino Sales

Ulysses Guimarães

Julio CostamilanNabor JúniorOsvaldo MacedoVagoVago

Lucia ViveirosWalbel' GuimarãesVago

PMDB

Carlos WilsonHenrique Eduardo

AlvesHerbert Levy

Aluizio BezerraCarlos BezerraIranildo PereiraIturíval NascimentoJorge Gama

Titulares

REUNIOES

10) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Presidente- Genésio de Barros - f'DS

Vice-Presidente: Antônio Zacharias - PDSVice-Presidente: Fued Dib - PMDB

Mário Hato

Menandro MinahlmNavarro Vieira FilhoPedro CorreaWilson Falcão

Inocêncio OliveiraJoão AlvesSalvador JulianellíWaldmir Belinntl

PP

Ubaldo Dantas

Marcondes GadelhaVago

PP

Carlos CottaJoel Vivas

PDS

PMDB

PMDB

Suplentes

PDS

Presidente: Max Mauro - PMDBVice-Presidente: Dario Tavares - PDSVice-Prestdente : Rosemburgo Romano - PP

Titulares

Adernar PereiraJosé de Castro

CoimbraLudgero RaulínoMauro Sampaio

Euclides Scalco

REUNIôES

Leônidas SampaioPedro Lucena

Athié CouryBraga Ramosoastejon BrancoFrancisco RollembergGenésio de Barros

Borges da SilveiraCarneiro Arnaud

Ernesto Dall'OglioLuiz Baptista.

Quartas e quintas-feiras, às la :00 horas, Local: Anexo II - Sala 10,- Ramais 681 e 682, Secretária: Inã Fernandes Costa

PP

PDS

.Ioaquím CoutinhoJosé Ribamar MachadoMarcelo Linhares

Nort.on MacedoPedro CollinRaymundo Díniz

Roberto CarvalhoStoessel DouradoUbaldo BarernWaldmir BelinatiVago

sebastião RodriguesJúnior

Ulysses GuimarãesWaldir Walter

'i vagas

PMDB

Titulares

REUNIÕES

Aleir Pimenta

Presidente: Rogér ío Rego - PDS

Vice-Presidente: Pinheiro Machado - PPVice-Presidente: Nogueira de Rezende - PDS

12) (OMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Quartas e quintas-feiras. às 10 :00 horas

Local: Anexo II - sala 14 - Rs. 671. 672 e 67:iSecretária:' Laura Perrela Partsi

Adalberto CamargoAdriano Valente

, Antonio UenoAry AtcàntaraBías Fortes

Célio BorjaDíogo NomuraFeu RosaGeraldo GuedesHenrique TurnerHugo Napoleão

ítalo Conti

Aluizio Bezerra: ,Carlos Santos

I Irarn Saraiva, Jairo Brum

Levy Dias

Mauricio Fruet,Oswaldo LimaVago

Jorge Ferraz

Horácio MatosJoão FaustinoPrisco VianaSiqueira CamposVago

PP

Nêlio LobatoTertuliano AzevedoVago

PT

PP

PT.

PDS

PMDB

Bento GonçalvesLeopoldo BessoneManoel Gonçalves

Freitas Dmlz

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8,-- Ramais 011 e 613

Secrctãrio: Ivan Roque Alves

Nélio LobatoRubem Dourado

AIvaro DiasHorácio ortis

Freitas Díníz

Antonio FerreiraCantídío SampaioDivaldo SuruagyGuido Arantes

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Agosto de 1980 DlARIO DO COSGRESS.o SACIOl'IíAL (Seção I) Sábado 2 683Ei

14) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: Erasmo Dias - PDSVice-Presidente: Joel Ferreira - PDSVice-Presidente:

Titulares

i 16) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIALPresidente: Nilson Gibson - PDS

Vice-Presidente: Osmar Leitão - PDSVice-Presidente: Amadeu Geara - PMDB

Titulares

PTAirton Soares

REUNIüES

Quart,as e quín tas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo Il - Sala 5 -' Rs. 696, 697 e 698Secretário: Carlos Brasil de Araújo

,REUNIõES

Quartas e qutntas-Jeíras. às 10:00 horasLocal: Anexo II -- Sala 13 - Ramais 688 e 689Secretário; Paulo Ernani 'Fonseca Aires

PMDB

Celso Peçanha VagoEloar GuazzeIli Vago

PP

Suplentes

COMISSÕES DE INQUÉRITO1) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQDtRITO

DESTINADA A PROCEDER À AVALlAÇAO CRf.TKA DA PROBLEMÁ'rlCA DA AGROPfCUÁ·RIA NO BRASIL

REQUERIMENTO N." 22, DE 1979

ICPI,

Prazo: 30-5-79 a 1.°-8-80

Presidente: Antônio Morimoto - PDSVice-Presidente: João~Carlos de Carli - PDS

Relator: Paulo Rattes - PMDB

Titulares

COORDENAÇÃO ,DE (OMISSÕESTEMPORARIAS

Diretor: Abeguar Machado MasseraLocal: Anexo II - 'I'el.: 226-2912 (direto>

Ramal - 749

Seção de Comissões Especiais

Chefe; SieUa Prata da Silva LopesLocal: Anexo 11 - Sala 8-B - Te!.: 223-8289

I direto> Ramal 604

Seção de Comissões Parlamentaresde Inquérito

Chefe: Lucy Stumpf Alves de SouzaLocal: -Anexo II - Te1.: 223-7289 1direto.

Ramal 612

Octávío TorrecillaPedro CaroloTülio BarcelosUbaldino MeirelesVivaldo FrotaVago

Joel VivasTertuliano Azevedo

PP

Joacil PereiraJosé Carlos FagundesJulio CamposLygia Lessa BastosNatal GaleRezende MonteiroVago

PMDB

Max MauroOswaldo LimaTarcisio Delgado

PT

PMDB

José Costa •Júlio CostamilanValter Garcia

PP

Suplentes

PDS

Vago

Audálio DantasDel Bosco AmaralEloar GuazzelliFernando Cunha

Antonio GomesAroldo MolettaBezerra de MeloBrabo de CarvaihoFurtado LeiteGióia JúniorJayro Maltoni

Aurélio PeresEdgard AmorimFlávio Chaves

Borges da SilveiraCarneiro Arnaud

PDS

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioArtenir WernerCarlos ChiarelliFrancisco RollembergJoão Alves

Ney FerreiraOdulto DominguesPaulo Studart

Péricles Gonçalves

3 vagas

PP

PDS

Túlio BarcelosVicente GuabirobáWalter de PráVago

Vago

PDS

PMDB

Modesto da Silveira

Luiz Baccarini'Edson Vidigal

ítalo ContiMilton BrandãoOctavio TorrecilIaPaulo GuerraTelémaco Pornpeí

Carlos CottaPaulo Torres

Alípio CarvalhoAntonio PontesHaroldo SallfordHélio Campos

PDS

PMDB

PP

15) COMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Pimenta da Veiga

Odulfo DominguesVictor Fontana

PPWalber Gulmaráes

PD:3

PMDB

Suplentes

PDS

Norton MacedoRuben Figueiró

PMDB

Hélio Duque

PF'

,REUNIõES

Mendes de Melo

Gomes da SilvaMário stamm

Carlos Bezerra

Arnaldo SchmittBento Lobo

Iturival NascimentoPacheco Chaves

Cardoso de AlmeidaEdilson Lamartine

Mendes

Quintas-feiras, às 09:00 horasLocal: Anexo II - Sala das CPIs'RamaIs: 497 - 509 - 547 - Anexo lIISecretária: Myrthes Hooper Silva

2) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUtRlTt~

DESTINADA A INVES'rfGAR AS ATIVIDADESLIGADAS À INDúSTRIA FARMAC~UTICA EMTODO O TERRITóRIO NACIONAL

REQUERIMENTO N.o 25, DE 1979

<CPI>

Prazo: 8-8-79 a 5-9-80

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Ubaldo Dantas - PPRelator: Sebastião Rodrigues Junior - PMDBRelator-Substituto: Max Mauro - PMDB

Luiz LealNélio Lobato

José Maria de CarvalhoOdacir KleinVagoVago

PP

PDS

301.'1 RibeiroManoel RibeiroRezende MonteiroRaul BernardoRuy BacelarSimão Sessim

PMDB

Octacilio de AlmeidaPaulo BorgesTidei de LimaVago

PPSérgio FerraraVago

Suplentes

PMDB

Carlos Sant'AnnaJoão Línhares

Francisco LibardoniGilson de BarrosHorácio Ortíz

Bento GonçalvesJoel Lima

Fernando LyraGeraldo FlemingNabor Júnior

Jorge FerrazUbaldo Dantas

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Agassís Nylander Brito

Antônio MarizJoel Lima

Alair FerreiraAlcides FranciscatoDarcy PozzaFrancisco LeãoHélio LevyHermes MacedoJayro Maltoni

Titulares

17) COMISSAO DE, TRANSPORTESPresidente: Hydekel Freitas - PDS

Vice-Presidente: Mário Siamm - PDSVice-Presidente:

Pedro IvoVago

PMDB

PP

Suplentes

PDSDjalma MarinhoHorácio MatosOsvaldo MeloPaulo Ferraz

REUNIõES

Carlos SantosFernando CoelhoFreitas Nobre

peixoto Filho

Vago

.Adauto BezerraAdernar PereiraAry AlcântaraClaudino Sales

Quartas-feiras, ás 10:00 horas ,Local: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro

Presidente: Juarez Furtado - PMDBVice-Presidente: Heitor Alencar Furtado ­

PMDBVice-,Presidente: Fernando Gonçalves - PDS

Titulares

Francisco Pinto Jorge GamaGilson de Barros Paes de Andrade

Augusto Lucena VagoMoacyr Lopes Vagoossían Araripe VagoWildy Vianna

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6836 Sábado 2 OIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1980

Adernar PereiraCantldio Sampaio

Titul......,,,

POS

Dario TavaresWaldmir Belinati

PMDB

Antônio PontesJúlio MartinsM:anoei Ribeiro

Titulares

PDS

Rafael FaracoWlldy Vianna

PMDB

Adroaldo CamposErasmo DiasJoel RibeiroOctavio Torrecilla

Tltu.la.res

PDS

Paulo LustosaPrisco Viana'I'heodortco Perraço

REUNIóES

Quartas e Quintas-feiras. às 9:30 horasLocal: Anexo II - Sala das CPIsRamais: 497 - 509 - 547 - Anexo nISecretário: Sebastião Augusto Machado

3) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUtRITODESTINADA A INVESTIGAR DISTORÇÕESOCORRIDAS NA EXECUÇAO DOS PLANOS DEDESENVOLVIMENTO DA AMAZõNIA

4) COMISSAO PARLAMENTAII DE INQutRITODESTINADA A INVESTIGAR A ACAO DAPETROBRÁS E SUAS SUBSIDIÁRIAS .

Jorge UequedJosé Costa

Fernando GonçalvesGenésio de BarrosJorge ArbageSimão SessimStoessel Dourado

PP

PP

PT

PDS

PMBD

PMDB

Valter Garcia

Suplentes

Tertuliano Azevedo

Antonio DiasAntônio FlorêncioAntônio zacnartaaCantidio SampaioCarlos Chiarelli

Fernando CunhaHélio DuqueJackson Barreto

Daso Coimbra.

Freitas Diníz

Horácio Ort.ízMarcello Cerqueira

Pauio GuerraVivaldo Frota

Geraldo Plemmg

pp

, Nélio Lobato

PT

PMDB

Mário Frota

Ruplent"s

PDS

Freitas Diniz

REUNIÓES

Terças-feil'as. às 10:00 horasLocal: Anexo n - Plenário das CPIsRamais: 497, 509 e 547 (Anexo IH I

Secretária: Maria da ooncercâo Azevedo

Antônio Carlos

Bento Lobo

Epitácio Cafeteira

Amilcar de QueirozNasser AimeidaOdacir Soares

Aluizio BezerraJerônimo Santana

Carneiro Arnaud

pp

Vago

PP

PDS

Menandro MinahimNavarro Vieira FilhoPedro CorreaWilson Falcão

,"uplcotes

Borges da Silveira

José de CastroCoimbra

Ludgero RaulínoMauro Sampaio

Mário Hato

Carlos Cotta

RESOLUÇAO N.o 18 79

Prazo: 13-09-79 a 7-10-80

Presidente: Josué de Souza - PDSVice-Presidente: Brabo ~ Carvalho - PDS

Relator: Jader Barbalho - PMDB

REQUERIMENTO N," 20 79

Prazo: 19-09-79 a 08-09-80

Presidente: Francisco Benjamin - PDSVice-Presidente: Paulo Studart - PDS

Relator: João Cunha - PT

REUNIúES

Terças-feiras. às 9 :30 horasLocal: Anexo Ir - Sala das CPIsRamais: 497 - 509 - 547 - Anexo IIISecretário: Manoel Augusto Campelo Neto

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Agosto de 19Ho. DIAlOO no CO~GHESS() ~.\('IO~.\L rSecân n

UIAR_IO DO CO'NGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINA1·URA

Seção I (Cãmara dos Deputados)

Sá hado 2 1;&.~·1

Via-Superflcie:

Semestre

Ano ...

Exemplar avulso

.... Cr$ 400,00

· Cr$ 800.00

...... Cr$ 3,00

Via-Aérea:

Semestre

Ano ..

Exemplar avulso

Cr$ 1200,00

Cr$ 2400,00

Cr$ 5,00

Seção 11 (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre ...

Ano

Exemplar avulso ..

· Cr$ 400,00

.. Cr$ 800,00

· Cr$· 3,00

Via-Aérea:

Semestre

Ano ..

Exemplar avulso

.... Cr$ 1200,00

Cr$ 2400,00

.CrS 5.00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal, pagáveis 13m

Brasília ou Ordem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal -Agência.Parlamento. Conta­

Corrente n9 950052~5 a favor do:

Centro Gráfico do Senado Federal

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília - DF

CEP 70.160

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DIARIO DO CO:-iGIU:SSO .'iAClO1líAL (S('~ào I)

REVISTA DE INFORMAÇÃOLEGISLATIVA

Está circulando o nQ 61 da REVISTA DE INFOR­

MAÇÃO LEGISLATIVA, periódico trimestral de pesquisa jurídico

e documentação legislativa editodo pela SUBSECRETARIA DE

EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL.

Este número contém as teses e conclusões do 1Q

Congresso Latino-Americano sobre Meios de Comunicação e Pre­

'!(~nção do Delito, realizado na Colômbia, extensa pesquisa sobre

a 'problemática do menor (Luiz Otávio de Oliveira Amaral), o his­

tórico da Emenda Constitucional n9 12/78 e trabalhos doutri­

nários sobre: a regulomentação do art. 106 da Constituição

(Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena), OI argüição de relevância da

questão federal (lduna W. Abreu), desenvolvimento do direito

autoral (Antônio Ch~ves), o crçcmento-proqromo e suas impli­

cações (Janes França Martins), a recente evolução jurisprudencial

n? interpretação da Lei n? 4.121 (Arnoldo Wald), legislação pre­

videnciária (Sully Alves de Souza), triburcçõo urbana (Fides An­

gélica Ommati), lei das S.A. (Otto Gil e José Reinaldo de Lima

Lopes), o princípio do probidode no Código de Processo Civil (Al-

cides de Mendonça Lima) e o "certiorari" omericano e o avoco­

tória no 5TF(lgor Tenório).

A revista, contendo 3:30 páginas, pode ser obtida

ao preço de Cr$ 30,00, pelo sistema de reembolso postal, dirigi­

do o pedido à SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS

SENADO FEDERAL - Brasília, DF .- CEP: 70.160.

Agosto de 1980

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Agosto de 1980- DIARIO DO CO~GRESSO ~ACIOSAL (Seçâo I) Sábado 2 6839'

CÓDIGO PENAL MILITARQuadro Comparatiivo

Decreto-Lei n9 1.001/69Decreto-Lei nCJI 6.227/44

Contendo ainda textos do Anteprojeto (Ivo D'Aquino), Exposição de Mo­

tivos (Min. Gama e Silva). Código de Processo Penal Militar. Lei de Organi­

zação Judiciária Militar e em.entário de legislação sobre Justiça Militar e

Segurança Nacional.

"Revista de Informaçlo Legislativa" n' 26 .-:439 péginas

Preço: Cr$ 20,00

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SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL- BRASíUA- DF -70160

acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em Brasilia e emitido a favor do

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ou pelo sistema de Reembolso Postal.

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c-.t.ro 0dtlM do Studo re'linl0IIu~l;,_

BrUIIIa ~ DI'