2
1 Destaque Depec - Bradesco Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Ano XII - Número 113 - 14 de julho de 2015 Repercussão palestra Octavio de Barros em 14 de julho de 2015, durante o painel “Economia Brasil”, no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo* BRADESCO revisa projeção de crescimento do pib em 2016 para zero, de 0,5% anteriormente São Paulo, 14/07/2015 - O Bradesco revisou hoje sua projeção de PIB para 2016 para zero, de 0,5% anteriormente. A informação foi dada pelo economista-chefe do banco, Octávio de Barros, durante o painel “Economia Brasil”, no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo. Segundo ele, o carrego estatístico da recessão este ano será muito grande. A projeção é que o consumo das famílias caia 2% no próximo ano e que a formação bruta de capital físico recue quase 8%. Em relação à projeção de inflação, o Bradesco vê uma alta de 5,2% no IPCA em 2016. “Nós economistas subestimamos o impacto de novos custos de impostos e tarifas, que teve um repasse muito maior do que prevíamos”, admitiu Barros. Para ele, nos horizontes mais dilatados as expectativas de inflação já estão bem ancoradas, por isso uma parada de juros poderia acontecer mais rápido do que o esperado. O banco prevê uma última alta da Selic de 0,25 ponto porcentual agora em julho, seguida de uma parada relativamente longa. A queda, mais à frente em 2016, deve ser de 2 pp. “Será um sinal muito importante para os empresários esse momento em que o Banco Central iniciar a queda de juros, um indício de que a confiança possa estar se recuperando um pouco”, comentou. O Bradesco revisou também a taxa média de desemprego para 2016, que passou de 8,2% para 8,5%. Para este ano, a projeção média está mantida em 6,8%. BRADESCO/Octávio de Barros: divergências entre Levy e Barbosa são irrelevantes São Paulo, 14/07/2015 - O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, afirmou há pouco que as diferenças entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o chefe do Planejamento, Nelson Barbosa, são irrelevantes. A declaração foi dada durante o painel “Economia Brasil”, no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo. Barros afirmou que tem contato frequente com a equipe econômica e o grau de divergência entre os dois principais ministros da área é mínimo. “Eu costumo dizer que os dois juntos vão longe”, comentou, afirmando que, separados, Levy e Barbosa podem não conseguir grandes resultados. “Uma divisão entre eles seria extremamente preocupante”, acrescentou. O Broadcast noticiou ontem que a presidente Dilma Rousseff manifestou na reunião de coordenação política inclinação contrária à proposta de criação de uma banda de flutuação para a meta de superávit primário das contas do setor público, segundo fontes da área econômica do governo. A proposta foi apresentada por Barbosa, um defensor antigo da mudança nas regras da política fiscal, mas enfrentaria resistência de Levy. Segundo o economista-chefe do Bradesco, Levy sabia que seu trabalho ia ser difícil, mas não que ia ser tão bombardeado, inclusive com projetos polêmicos do Congresso. Barros disse que, em seus contatos com a equipe econômica, fica claro que o objetivo no momento é “apagar incêndio”, equilibrando o lado fiscal, para depois avançar com uma agenda que (*) Matérias veiculadas pela Agência Estado News por Álvaro Campos em 14/07/2015.

Repercussão palestra Octavio de Barros em 14 ... - Bradesco...Destaque Depec - Bradesco Departamento de Pesquisas e Estudos Econmicos Ano XII - Número 113 - 14 de julho de 2015 Repercussão

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    Destaque Depec - BradescoD

    epar

    tam

    ento

    de

    Pesq

    uisa

    s e

    Estu

    dos

    Econ

    ômic

    osAno XII - Número 113 - 14 de julho de 2015

    Repercussão palestra Octavio de Barros em 14 de julho de 2015, durante o painel “Economia Brasil”, no 26º

    Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo*

    BRADESCO revisa projeção de crescimento do pib em 2016 para zero, de 0,5% anteriormente

    São Paulo, 14/07/2015 - O Bradesco revisou hoje sua projeção de PIB para 2016 para zero, de 0,5% anteriormente. A informação foi dada pelo economista-chefe do banco, Octávio de Barros, durante o painel “Economia Brasil”, no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo. Segundo ele, o carrego estatístico da recessão este ano será muito grande. A projeção é que o consumo das famílias caia 2% no próximo ano e que a formação bruta de capital físico recue quase 8%. Em relação à projeção de inflação, o Bradesco vê uma alta de 5,2% no IPCA em 2016. “Nós economistas subestimamos o impacto de novos custos de impostos e tarifas, que teve um repasse muito maior do que prevíamos”, admitiu Barros. Para ele, nos horizontes mais dilatados as expectativas de inflação já estão bem ancoradas, por isso uma parada de juros poderia acontecer mais rápido do que o esperado. O banco prevê uma última alta da Selic de 0,25 ponto porcentual agora em julho, seguida de uma parada relativamente longa. A queda, mais à frente em 2016, deve ser de 2 pp. “Será um sinal muito importante para os empresários esse momento em que o Banco Central iniciar a queda de juros, um indício de que a confiança possa estar se recuperando um pouco”, comentou. O Bradesco revisou também a taxa média de desemprego para 2016, que passou de 8,2% para 8,5%. Para este ano, a projeção média está mantida em 6,8%.

    BRADESCO/Octávio de Barros: divergências entre Levy e Barbosa são irrelevantes

    São Paulo, 14/07/2015 - O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, afirmou há pouco que as diferenças entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o chefe do Planejamento, Nelson Barbosa, são irrelevantes. A declaração foi dada durante o painel “Economia Brasil”, no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo. Barros afirmou que tem contato frequente com a equipe econômica e o grau de divergência entre os dois principais ministros da área é mínimo. “Eu costumo dizer que os dois juntos vão longe”, comentou, afirmando que, separados, Levy e Barbosa podem não conseguir grandes resultados. “Uma divisão entre eles seria extremamente preocupante”, acrescentou. O Broadcast noticiou ontem que a presidente Dilma Rousseff manifestou na reunião de coordenação política inclinação contrária à proposta de criação de uma banda de flutuação para a meta de superávit primário das contas do setor público, segundo fontes da área econômica do governo. A proposta foi apresentada por Barbosa, um defensor antigo da mudança nas regras da política fiscal, mas enfrentaria resistência de Levy. Segundo o economista-chefe do Bradesco, Levy sabia que seu trabalho ia ser difícil, mas não que ia ser tão bombardeado, inclusive com projetos polêmicos do Congresso. Barros disse que, em seus contatos com a equipe econômica, fica claro que o objetivo no momento é “apagar incêndio”, equilibrando o lado fiscal, para depois avançar com uma agenda que

    (*) Matérias veiculadas pela Agência Estado News por Álvaro Campos em 14/07/2015.

  • 2DEPEC

    Des

    taqu

    e D

    EPEC

    - B

    rade

    sco

    altere a “previsibilidade de parâmetros”. “Temos de reconhecer que o Brasil neste momento está no meio de um plano de estabilização. O desafio é identificar o que é cíclico e o que é estrutural”, explicou. Barros comentou também que a equipe econômica

    tem um grupo dedicado a combater um por um os problemas apontados pela pesquisa Doing Business, do Banco Mundial. “Os empresários precisam de uma sinalização de que o choque de custos acabou. Eles querem previsibilidade do parâmetro de impostos que teremos pela frente”, comentou.

    Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs PiresEconomia Doméstica: Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana Stephanie ZerbinattiAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi BarufiEstagiários: Thomaz Lopes Macetti / Victor Hugo Carvalho Alexandrino da Silva / Davi Sacomani Beganskas / Ives Leonardo Dias Fernandes / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves

    Equipe Técnica

    O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).