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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - CAMPUS DE CASCAVEL CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM BIOCIÊNCIAS E SAÚDE NÍVEL MESTRADO ALESSANDRA MADALENA GARCIA SANTOS Repercussões do posicionamento corporal no estado fisiológico e comportamental de recém-nascido pré-termo CASCAVEL/PR Agosto/2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - CAMPUS DE CASCAVEL

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM BIOCIÊNCIAS E

SAÚDE – NÍVEL MESTRADO

ALESSANDRA MADALENA GARCIA SANTOS

Repercussões do posicionamento corporal no estado

fisiológico e comportamental de recém-nascido pré-termo

CASCAVEL/PR

Agosto/2016

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ALESSANDRA MADALENA GARCIA SANTOS

Repercussões do posicionamento corporal no estado

fisiológico e comportamental de recém-nascido pré-termo

Dissertação apresentada ao Programa De Pós-

Graduação Stricto Sensu em Biociências e Saúde

– Nível Mestrado, do Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde, da Universidade Estadual

do Oeste do Paraná, como requisito parcial para

a obtenção do título de Mestre em Biociências e

Saúde.

Área de concentração: Biologia, Processo

Saúde-Doença e Políticas de Saúde

Orientador (a): Dra Cláudia Silveira Viera

CASCAVEL/ PR

Agosto/ 2016

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ALESSANDRA MADALENA GARCIA SANTOS

Repercussões do posicionamento corporal no estado

fisiológico e comportamental de recém-nascido pré-termo

Esta dissertação foi julgada adequada para

a obtenção do título de Mestre em

Biociências e Saúde e aprovada em sua

forma final pelo Orientador e pela Banca

Examinadora.

Orientador: Profa. Dra_______________________________

Claudia Silveira Viera – UNIOESTE

Prof. Dr__________________________________________

Gladson Ricardo Flor Bertolini – UNIOESTE

Profa. Dra_________________________________________

Sarah Nancy Deggau Hegeto de Souza – UEL

CASCAVEL/PR

Agosto/2016

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A meu esposo Jhefferson, meus pais Celso

e Shirley, e meus queridos Alison , Ariel

e Allan.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por guiar e iluminar meus pensamentos e me dar

toda a força necessária para a conclusão desta etapa.

Ao meu esposo Jhefferson, pelo carinho, companheirismo e amor em

aceitar e me dar suporte nesta jornada, mesmo nos longos períodos de distância.

À minha família, pela paciência em aceitar os momentos de ausência, me

apoiar e incentivar em todos os sonhos almejados.

À minha orientadora Claudia Silveira Viera, que me orientou da forma mais

competente e carinhosa, se tornando uma amiga e exemplo de profissional e de

pessoa.

Aos professores Doutores Gladson Bertolini e Sarah Nancy Souza, por

aceitarem fazer parte da banca examinadora e terem contribuído com a

avaliação e aprimoramento do trabalho.

À professora Doutora Beatriz R. G. O. Toso, pela amizade e contribuição

nos primeiros resultados e na banca de qualificação.

À professora Doutora Ana Tereza Bittencourt Guimarães, que auxiliou nos

questionamentos estatísticos sempre com muita paciência e carinho.

Aos professores do mestrado em Biociências e Saúde, por terem

contribuído na formação interdisciplinar capaz de ampliar horizontes.

À nossa turma de mestrado. Colegas, vocês são sensacionais!

Às minhas amigas de mestrado Marcela Leite, Bruna Frizon, Grasiely

Barreto e Tatiane Morgernstern pela amizade e companheirismo, que tornaram

o processo muito mais agradável.

À professora Doutora Érica Osaku, por ter me incentivado a iniciar esta

jornada e me auxiliado com sua amizade sempre presente.

À professora Doutora Solange Reis que com muito carinho e amor à

docência, me impulsionou a entrar nesse mundo interdisciplinar e despertou o

mesmo amor em mim.

A CAPES, pela concessão de bolsa auxílio.

Aos pacientes e equipe da UTIN do HUOP, pela participação e respeito

pelo trabalho desenvolvido.

RESUMO

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O nascimento prematuro proporciona modificações tanto para a vida do Recém-Nascido (RN) quanto para a família. Dentre essas modificações tem-se o internamento em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) devido à imaturidade de órgãos e sistemas, gerando a necessidade de tratamento e cuidados intensivos. Em virtude da hospitalização, podem ocorrer complicações ou alterações biológicas, psicológicas e sociais para o Recém-nascido Prematuro (RNPT), que podem levar a alterações no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM). Uma das maneiras de minimizar estas complicações é por meio do posicionamento corporal adequado do prematuro, procedimento realizado durante a rotina de cuidados da equipe de uma UTIN. Contudo, evidencia-se lacuna no que se refere à resposta do RNPT durante o posicionamento correlacionando os diferentes decúbitos durante a hospitalização, bem como a comparação entre protocolos padronizados e procedimentos de rotina da UTIN. Para tanto, o objetivo principal desta pesquisa foi comparar as respostas fisiológicas, comportamentais e à dor apresentadas pelos RNPT submetidos a um Procedimento Operacional Padrão (POP) de posicionamento corporal com aqueles sob posicionamento de rotina da UTIN. Estudo quantitativo, prospectivo, do tipo ensaio clínico randomizado, realizado no período de julho de 2015 a março de 2016 com 30 RNPT internados na UTIN de um hospital escola do Oeste do Paraná. Os sujeitos foram separados randomicamente em grupo Decúbito de Rotina da Unidade (DRU) e Grupo Intervenção (GI), em que este foi submetido a protocolo de posicionamento previamente validado e proposto no ano de 2015. As variáveis analisadas no estudo foram: características fisiológicas (frequência respiratória, frequência cardíaca e saturação periférica de oxigênio); comportamento (mensurado pela escala de Brazelton modificada - EBM) e dor (verificada pela escala Neonatal Infant Pain Scale - NIPS). A amostra do estudo constituiu-se por RNPT com idade gestacional para ambos os grupos predominantemente entre 28 e 32 semanas e o peso ao nascimento entre 1001 e 1499 gramas, caracterizando a amostra como muito prematuros e de muito baixo peso. Em relação às variáveis fisiológicas observou-se durante todo o procedimento que a frequência cardíaca no DRU manteve-se menor em relação aos valores apresentados pelo GI; a Frequência Respiratória (FR) no DRU apresentou-se maior quando comparada ao GI e os valores de saturação periférica de oxigênio mantiveram-se estáveis nos dois grupos. O comportamento do RNPT, pela EBM e a dor pela NIPS, apresentaram escores semelhantes em ambos os grupos antes do inicio do procedimento, porém, significativamente menor no GI durante a intervenção. Aponta-se então, que o POP de posicionamento proporcionou redução da FR, nos escores das escalas de dor e comportamento, quando comparadas ao DRU. Acredita-se que um posicionamento padronizado na hospitalização contribuirá em longo prazo para o DNPM adequado. Palavras chave: prematuridade; unidade de terapia intensiva neonatal; posicionamento corporal.

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ABSTRACT

Preterm birth provides modifications for both the life of the Newborn (NB) as family. Among these changes has been hospitalization in Neonatal Intensive Care Units (NICU) due to the immaturity of organs and systems, generating the need for treatment and intensive care. Because of hospitalization, complications may occur or biological, psychological and social changes to the Newborn Preterm (PTN), which can lead to changes in Neuropsychomotor Development (DNPM). One way to minimize these complications is through proper body positioning premature procedure performed during routine care team in a NICU. However, a gap is evident as regards the PTN response during positioning correlating different positions during hospitalization, as well as the comparison between standard protocols and procedures routine in the NICU. Therefore, the main objective of this research was to compare the physiological, behavioral and pain responses presented by PTN subjected to a Standard Operating Procedure (SOP) body position with those in routine positioning of the NICU. Quantitative study, prospective, randomized clinical trial type, conducted from July 2015 to March 2016 with 30 preterm infants admitted to the NICU of a teaching hospital of the West of Paraná. The subjects were randomly separated into Unit Routine Decubitus group (URD) and Intervention Group (GI), on which it was subjected to previously validated positioning protocol and proposed in 2015. The variables analyzed in the study were: physiological characteristics (respiratory rate, heart rate and oxygen saturation); behavior (measured by the Scale of Brazelton Modified - EBM) and pain (scale verified by the Neonatal Infant Pain Scale - NIPS). The study sample consisted of preterm infants with gestational age for both groups predominantly between 28 and 32 weeks and birth weight between 1001 and 1499 grams, characterizing the sample as very premature and very low birth weight. Regarding the physiological variables it was observed throughout the procedure that the heart rate in URD remained lower compared to the values submitted by the IG; Respiratory Rate (RR) in the URD was higher when compared to IG and oxygen peripheral saturation values remained stable in both groups. The PTN behavior, by EBM and pain by NIPS, showed similar scores in both groups before the start of the procedure, however, significantly lower in IG during the intervention. It is pointed out then that the positioning SOP provided decrease in RR in scores of pain and behavior scales, when compared to the URD. It is believed that a standardized position in the long term hospitalization contribute to the proper DNPM. Key words: prematurity; neonatal intensive care unit; body positioning.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL.................................................................................... 14

OBJETIVOS ..................................................................................................... 18

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 18

REVISÃO GERAL DE LITERATURA .............................................................. 19

3.1 PREMATURIDADE ................................................................................. 19

3.1.1Panorama da prematuridade ......................................................... 19

3.1.2 Desenvolvimento Gestacional ....................................................... 21

3.1.3 O recém-nascido prematuro ......................................................... 25

3.2 REPERCUSSÕES DA PREMATURIDADE ............................................ 32

3.2.1 Repercussões da prematuridade durante a hospitalização .......... 32

3.2.2 Repercussões da prematuridade pós alta hospitalar .................... 39

METODOLOGIA .............................................................................................. 43

4.1 TIPO DE ESTUDO .................................................................................. 43

4.2 LOCAL DA PESQUISA ........................................................................... 43

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................... 43

4.4 COLETA DE DADOS .............................................................................. 45

4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA ........................................................... 45

4.5.1 Avaliação das respostas fisiológicas do RNPT ............................. 45

4.5.2 Avaliação da dor ........................................................................... 45

4.5.3 Análise comportamental................................................................ 47

4.5.4 Procedimento de posicionamento ................................................. 48

4.6 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................. 51

4.7 PROCEDIMENTOS ÉTICOS .................................................................. 51

RESULTADOS ................................................................................................. 52

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES ......................................... 52

5.2 POSICIONAMENTO E ASPECTOS FISIOLÓGICOS E

COMPORTAMENTAIS ..................................................................................... 53

5.2.1 Resposta fisiológica e comportamental de recém-nascidos

prematuros durante o posicionamento na hospitalização................................. 53

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5.2.2 Aplicação clinica de Procedimento Operacional Padrão de

posicionamento com Prematuros ..................................................................... 54

ARTIGO CIENTIFICO 1: Resposta fisiológica e comportamental de recém-

nascidos prematuros durante o posicionamento na hospitalização ................ 55

ARTIGO CIENTIFICO 2: Aplicação clinica de Procedimento Operacional

Padrão de posicionamento com Prematuros ................................................... 74

CONCLUSÕES ................................................................................................ 90

REFERENCIAS ................................................................................................ 91

APENDICES .................................................................................................... 99

APENDICE 1 ............................................................................................... 100

APENDICE 2 ............................................................................................... 101

APENDICE 3 ............................................................................................... 103

APENDICE 4 ............................................................................................... 104

ANEXOS ........................................................................................................ 105

ANEXO A .................................................................................................... 106

ANEXO B .................................................................................................... 107

ANEXO C .................................................................................................... 108

ANEXO D .................................................................................................... 110

ANEXO E .................................................................................................... 124

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Fluxograma da população do estudo ........................................... 43

FIGURA 2 – Descrição do procedimento ......................................................... 48

FIGURA 3 – Exemplo de posicionamento conforme DRU ............................... 48

FIGURA 4 – Posicionamento conforme POP (TOSO, et al., 2015) .................. 49

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Caracterização da amostra do estudo quanto as variáveis clínicas.

Cascavel, 2016 ................................................................................................. 51

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LISTA DE ABREVIATURAS

APS: Atenção Primária à Saúde

BIIP: Behavioral Indicators of Infant Pain

CEP: Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

DBP: Displasia Broncopulmonar

DD: Decúbito Dorsal

DLD: Decúbito Lateral Direito

DLE: Decúbito Lateral Esquerdo

DMH: Doença da Membrana Hialina

DNPM: Desenvolvimento Neuropsicomotor

DRU: Decúbito de Rotina da Unidade

DV: Decúbito Ventral

EDIN: Echelle de douleur et d’inconfort Du nouveau-né

FC: Frequência Cardíaca

FR: Frequência Respiratória

GI: Grupo Intervenção

HUOP: Hospital Universitário do Oeste do Paraná

IC: Idade Corrigida

IG: Idade Gestacional

ITU: Infecção do Trato Urinário

MMII: Membros Inferiores

MMSS: Membros Superiores

NIDCAP: Stability and Stress Cues Categories

NIPS: Neonatal Infant Pain Score

O2: Oxigênio

PIPP: Premature Infants Pain Profile

POP: Procedimento Operacional Padrão

RN: Recém-Nascido

RNPT: Recém-Nascido Prematuro

ROP: Retinopatia da Prematuridade

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SDR: Síndrome do Desconforto Respiratório

SNC: Sistema Nervoso Central

SpO2: Saturação Periférica de Oxigênio

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TIMP: Test of Infant Motor Performance

UNIOESTE: Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UTIN: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

VMI: Ventilação Mecânica Invasiva

VMNI: Ventilação Mecânica Não Invasiva

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INTRODUÇÃO GERAL

Os nascimentos prematuros representam 11,1% do número total de

nascimentos no mundo e no Brasil, este índice corresponde a 11,9% dos partos.

Neste contexto, o óbito associado à prematuridade representa 28,7% em relação

aos óbitos na primeira semana de vida do recém-nascido e, constitui-se na maior

causa de óbitos nos primeiros 27 dias de vida (WHO, 2012; BLENCOWE, 2013;

UNICEF, 2013; BRASIL, 2015a). Observa-se que mais de 60% dos óbitos

neonatais são de Recém-Nascidos Prematuros (RNPT) ou com baixo peso e tem

como principal causa de morte os fatores perinatais e maternos. Desse modo, a

prematuridade representa um problema de saúde pública devido ao impacto que

gera ao sistema de saúde tanto no que tange os aspectos epidemiológicos, visto

ser o maior contribuinte para a mortalidade neonatal, como no que se refere ao

âmbito econômico e familiar, uma vez que há a necessidade de hospitalização

em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) muitas vezes por longos

períodos (UNICEF, 2013; BRASIL, 2015a).

Assim, as repercussões da prematuridade envolvem tanto o próprio RNPT

quanto sua família, uma vez que há uma interrupção abrupta do vinculo do feto

com o útero materno, o que deixa o RNPT desprovido da proteção que o

envolvia. Dessa forma, a partir do nascimento a criança passa a não ter mais a

proteção, apoio e referência para sua movimentação, e se vê, repentinamente

em um ambiente estranho, representado pela incubadora ou berço. Grande parte

destes RNPT é encaminhada para UTIN, as quais são capazes de dar o suporte

necessário à vida do Recém-Nascido (RN) por meio de recursos humanos

especializados e tecnológicos, como a ventilação mecânica, acessos venosos,

medicações, cateteres, sondas e monitoramento hemodinâmico (BLENCOWE,

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2013; UNICEF, 2013; BRASIL, 2015a).

No entanto, a permanência dentro da incubadora, faz com que exista uma

diminuição do contato entre o RNPT com a mãe e a família e assim, um

sentimento de ansiedade e insegurança se instalam. Além disso, o internamento

prolongado vivenciado pelos RN gera uma série de estímulos nocivos como

excesso de manipulação pela equipe, de ruídos na unidade, variações na

luminosidade, procedimentos invasivos e dolorosos (MORELIUS, 2005;

RODRIGUES, 2012).

Além de necessitarem de internamento em UTIN, frequentemente os

RNPT apresentam imaturidade de sistemas e órgãos, o que pode gerar atrasos

no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) e dificuldade de adaptação à vida

extrauterina. O DNPM é resultado de uma série de fatores relacionados ao

indivíduo e ao ambiente, no qual este está inserido, ou seja, as diversas

influências que o ambiente exerce sobre o indivíduo têm responsabilidade sobre

o comportamento e desenvolvimento da pessoa, tanto no sentido de proteção

quando de prejuízo. Neste contexto, o ambiente hospitalar juntamente com as

condições clínicas do RNPT, pode influenciar no seu desenvolvimento, fazendo

com que o cuidado com o DNPM seja iniciado nos primeiros dias de vida, ainda

na UTIN, visto que estudos demonstram melhora das habilidades motoras em

RNPT que recebem estimulação precoce (SHEPHERD, 1998; SWEENEY, 2002;

RODRIGUES, 2011).

Um dos cuidados rotineiros nas UTIN refere-se ao posicionamento do

RNPT, o qual deve vivenciar posturas alternadas ao longo do dia, uma vez que

além de evitar lesões por pressão, previne o vício postural, as deformidades,

entre outros. Recomenda-se a troca de decúbito a cada quatro horas ou

conforme a necessidade do paciente. Por outro lado, a mudança de

posicionamento muitas vezes é condicionada ao estado clínico do RNPT, pois

nos casos em que o RN encontra-se mais grave, a manipulação se torna mínima,

bem como a mudança de decúbito é realizada conforme tolerância da criança

(SWEENEY, 2002; GOMELLA, 2006).

Quando o posicionamento não é realizado de forma adequada, ou seja,

que considere as condições da criança, a postura anatômica e sua maturidade,

pode somar-se aos prejuízos advindos da imaturidade do sistema

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musculoesquelético e assim, gerar complicações de alinhamento corporal,

principalmente em decorrência da hipotonia vivenciada nesta fase. Ademais,

deformidades na formação da cabeça como resultado de longa permanência e

pressão constante em determinada região, torcicolos, pés evertidos, pernas em

abdução e hiperextensão de pescoço também são relatados como prejuízos

advindos de um mau posicionamento (SWEENEY, 2002). As alterações

musculares oriundas de um posicionamento inadequado ainda na UTIN podem

representar, no futuro, atrasos e prejuízos no desempenho motor (SWEENEY,

2002; GUIMARÃES, 2011).

A manutenção de um posicionamento adequado, também, proporciona

controle de estados de excitação, melhora na função cardiorrespiratória e

conservação de energia, além de proporcionar melhora na autorregulação do

paciente, o que se reverte em menos episódios estressantes ao RN. Assim, a

manutenção de posições corporais adequadas é capaz de diminuir episódios de

comportamentos estressantes (GRENIER, 2003). A sustentação de períodos de

sono profundo e sem interrupções é capaz de interferir na criação de circuitos

neurais permanentes, além de estimular o desenvolvimento sensório-motor

(LIAW, 2012).

Diante dos aspectos abordados, é possível compreender que o RNPT

deve ser manejado de forma global ainda na UTIN, uma vez que além do cuidado

médico sobre sua doença e condição clinica, deve também ser direcionada a

atenção para outros aspectos relacionados ao RNPT como o seu

comportamento frente às adversidades do ambiente neonatal, assim como sua

resposta fisiológica aos procedimentos nesse local, tais como dor, sinais vitais e

sono. Esses aspectos influenciam nas habilidades do RNPT em se adaptar ao

ambiente extrauterino e promover ajustes para sua organização e gasto

energético para o funcionamento adequado do organismo, o que é conhecido

como a Teoria Síncrono Ativa do Desenvolvimento. Essas respostas englobam

os subsistemas motor, autônomo, comportamental atenção e interação e o

regulador (BRASIL, 2011a).

Desse modo, o posicionamento é um dos cuidados dentro do ambiente da

UTIN que pode contribuir para melhor adaptação do RNPT ao ambiente

extrauterino e propor melhores respostas e ajustes para sua reorganização.

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Esse cuidado quando adequadamente empregado, promove além de melhores

respostas durante a hospitalização pode também ter repercussões positivas ao

longo do desenvolvimento infantil, especialmente no que tange o sistema motor

(WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009). O estudo dessa temática faz-se

necessário, pois embora seja um procedimento de rotina dentro das UTIN ainda

não é utilizado como prática usual padronizada dentro das unidades hospitalares

(COUGHLIN; LOHMAN; GIBBINS, 2010). Dessa forma, conhecer os benefícios

proporcionados pelo posicionamento adequado durante a hospitalização é

premente para trazer a tona mais evidências científicas que estimulem os

profissionais de saúde a promoverem esse cuidado de forma padronizada.

A proposta de padronização de posicionamento através de Procedimento

Operacional Padrão (POP) tem sido demonstrada por alguns estudos como o de

Testa, Lavrador e Barraca (2002), Toso et al (2015). Também, no Brasil, foi

proposto pelo Ministério da Educação em 2015 (BRASIL, 2015b), diretrizes em

relação à padronização dos posicionamentos dentro das UTIN, em que alguns

dos objetivos foram adequar a regulação do estado neurocomportamental e a

autorregulação, promover suporte postural e de movimento, facilitar o

desenvolvimento musculoesquelético e o alinhamento biomecânico.

Para tanto, com base nos achados da literatura, identifica-se a

necessidade de obter evidências que mostrem qual a relação entre a resposta a

dor, fisiológica e de comportamento do RNPT frente ao posicionamento nos

diferentes decúbitos durante a hospitalização e a comparação entre protocolo

padronizado e procedimento de rotina da UTIN. Emerge, então, como

questionamento desse estudo se o posicionamento corporal proveniente de um

Procedimento Operacional Padrão (POP) promove melhores repercussões no

estado fisiológico, comportamental e à dor de RNPT em relação ao procedimento

de rotina promovido pela equipe?

Com base na análise das evidências da literatura em que se identifica que

a manutenção postural do RNPT durante a hospitalização pode ser capaz de

minimizar o estresse frente ao ambiente da UTIN e promover uma melhor

organização dos subsistemas de funcionamento de seu organismo, postula-se

como hipótese de investigação que após a intervenção pelo POP de

posicionamento os RNPT apresentam melhor resposta a dor, bem como o

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comportamento e o estado fisiológico são beneficiados quando comparado ao

posicionamento de rotina da UTIN.

OBJETIVOS

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2.1 Objetivo geral:

Comparar as respostas fisiológicas, comportamentais e à dor

apresentadas pelos RNPT submetidos a um POP de posicionamento

corporal com aqueles sob posicionamento de rotina da UTIN.

2.2 Objetivos específicos:

Descrever as respostas fisiológicas, comportamentais e à dor

apresentadas pelo RNPT do grupo intervenção (POP) e do grupo de

Decúbito de Rotina da Unidade (DRU) em cada posicionamento;

Comparar os diferentes tipos de posicionamento de um POP (grupo

intervenção) com o posicionamento pelo DRU (grupo controle) em relação

as respostas fisiológicas, comportamentais e a dor em RNPT.

Correlacionar os parâmetros fisiológicos, de comportamento e dor obtidos

entre os distintos decúbitos testados no POP.

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REVISÃO GERAL DE LITERATURA

3.1 Prematuridade

3.1.1 Panorama da Prematuridade

Os nascimentos prematuros representam 11,1% do número total de

nascimentos no mundo e no Brasil, este índice corresponde a 11,9% do total de

partos. O óbito relacionado à prematuridade representa 28,7% em relação aos

óbitos na primeira semana de vida do recém-nascido, constituindo-se na maior

causa de óbitos nos primeiros 27 dias. Ainda, durante o primeiro ano de vida a

prematuridade representa aproximadamente 70% do total de óbitos, sendo que

26% ocorrem nas primeiras 24 horas de vida (WHO, 2012; BRASIL, 2013;

UNICEF, 2013; UNICEF, 2014).

Os estados brasileiros que apresentam maior frequência de nascimentos

prematuros são Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo. No Paraná, a taxa

de prematuridade no ano de 2011 foi de 12%, semelhante aos estados do Rio

de Janeiro (12,5%) e Goiás (11,7%). Neste mesmo ano, o Distrito Federal foi o

estado com maior índice de partos prematuros (13%) e o estado de Rondônia

teve o menor índice de prematuridade (10,2%) (BRASIL, 2013). No município de

Cascavel, no ano de 2015 houve 4768 nascimentos e destes, 9,42% foram de

partos com Idade Gestacional (IG) <37 semanas (SINASC, 2016). Desse modo,

a prematuridade se configura em problema de saúde pública devido ao impacto

que gera ao sistema de saúde tanto no que tange os aspectos epidemiológicos,

visto ser o maior contribuinte para a mortalidade neonatal, tanto como no que se

refere ao âmbito econômico e familiar.

A prematuridade se caracteriza como o nascimento antes de 37 semanas

de gestação completas e pode ser classificado conforme a IG e o peso de

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nascimento, fazendo com que seja possível classificar e identificar riscos

perinatais e direcionar cuidados pós-natais adequados. A classificação quanto

ao grau de prematuridade pela IG é dividida em: prematuro extremo, aquele

nascido antes de 28 semanas de gestação completas, representando 5,2% do

total de nascimentos no mundo; muito prematuro, o nascido entre 28 e 32

semanas, que corresponde a 10,4% dos nascimentos; prematuro moderado,

aqueles nascidos entre 32 e 36 semanas (incluído os prematuros tardios, que

nascem entre 36 semanas a 36,6 dias), representando 84,3% dos nascimentos

(WHO, 2012). No município de Cascavel, do total de partos prematuros, 10,72%

apresentaram IG ≤32 semanas ao nascimento (SINASC, 2016).

Em relação ao peso ao nascimento classifica-se o RNPT em baixo peso,

aqueles nascidos com peso inferior a 2500 g; muito baixo peso, os nascidos com

menos de 1500 g e extremo baixo peso os RN com peso de nascimento inferior

a 1000g (CBCD, 2013).

Diversos aspectos podem acarretar um nascimento prematuro, como

falhas no acompanhamento pré-natal e fatores de risco como a diabetes

gestacional, hipertensão, obesidade materna e consumo de drogas ilícitas

durante a gestação. Uma das causas evitáveis do nascimento prematuro e baixo

peso ao nascer é o tabagismo materno durante a gestação, em que

aproximadamente 15% das brasileiras são fumantes (UNICEF, 2013). Outro

aspecto relevante que se constitui em uma das principais causas de ocorrência

do parto prematuro é a Infecção do Trato Urinário (ITU) durante a gestação. Mata

et al. (2014) apontam em seu estudo que para 57,5% das gestantes do estudo,

o parto prematuro foi desencadeado pela ITU.

Embora o acesso à saúde tenha sido ampliado, ainda existem falhas no

sistema de saúde que não oferecem esse acesso universal e equânime a toda

população. No ano de 2012, 26.899 óbitos de RNs no primeiro ano de vida

poderiam ter sido evitados com medidas como pré-natal eficaz, identificando

gestações de risco, assistência ao parto humanizado e assistência ao recém-

nascido (UNICEF, 2013; UNICEF 2014).

Outros aspectos relacionados ao nascimento prematuro são (UNICEF,

2013):

Escolaridade materna: uma análise em relação aos anos de escolaridade

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materna evidenciou que mães sem escolaridade tendem a ter níveis mais

elevados de nascimentos pré-termo em relação a mães com um a três

anos de estudo;

Idade materna: as mães com idade <15 anos apresentaram maior índice

de nascimentos prematuros, seguidos das mães com idade ≥ 35 anos;

Paridade: mães que ainda não tiveram filhos apresentaram maiores

índices de nascimento prematuro;

Tipo de parto: observou-se aumento no nascimento pré-termo nos partos

realizados por cesarianas, representando relação em 7,8% contra 6,4%

dos partos vaginais. Em relação ao parto por cesárea, as regiões Sul e

Sudeste apresentam maior prevalência nos nascimento pré-termo.

Identificar os aspectos epidemiológicos que envolvem a prematuridade se

faz pertinente para promover o cuidado adequado a gestante em busca da

prevenção do parto prematuro. No entanto, quando frente a um RNPT é preciso

conhecer suas características biológicas e comportamentais para planejar o

cuidado à sua saúde visando prevenir os agravos e complicações advindas da

prematuridade. Assim, o RNPT tem características que o diferem do RN a termo,

em aspectos físicos e fisiológicos, além de aspectos psicológicos e sociais,

sendo, portanto, mais vulneráveis ao aparecimento de desordens. Estas

alterações variam conforme a idade gestacional de nascimento, ou seja, quanto

menor a idade gestacional maiores as diferenças encontradas; estas se tornam

menos evidentes a medida que a idade gestacional aumenta (LEONE; RAMOS;

VAZ, 2003).

3.1.2 Desenvolvimento gestacional

O desenvolvimento fetal passa por diversas etapas até sua completa

formação. No período correspondente a 2ª e 3ª semanas de gestação, o feto

permanece muito pequeno e então, seu tamanho aumenta quase

proporcionalmente à evolução gestacional. Com 12 semanas de gestação, mede

aproximadamente 10 cm, aumentando para 25 cm as 20 semanas. Ao termo,

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com 40 semanas, mede aproximadamente 53 cm. Em relação ao peso, este é

aproximadamente de 500 gr com 23 semanas e no último trimestre de gestação

existe ganho acentuado de peso, sendo que com 32 semanas pesa em média

1350 gr, com 36 semanas em torno de 2 kg, e com 40 semanas, em média 3,2

kg - podendo variar de 2 a 5 kg em RN normais (GUYTON; HALL, 2011).

Os órgãos e sistemas desenvolvem-se e estabelecem-se dentro dos três

primeiros meses de gestação, porém, o desenvolvimento celular específico e

completo de cada órgão necessita de todos os meses seguintes para se definir

e completar-se (GUYTON; HALL, 2011).

O desenvolvimento pulmonar é caracterizado por cinco fases: 1) período

embriônico: durante as sete primeiras semanas de gestação, em que existe a

formação do broto pulmonar e ramificação de vias aéreas; 2) período

pseudoglandular: da 7ª a 17ª semanas, caracterizado pela divisão das vias

aéreas e formação de cartilagem e musculatura lisa; 3) período canalicular: entre

a 17ª e 26ª semanas, com o aparecimento de superfície de troca gasosa

potencial com bronquíolo respiratório, ducto alveolar e alvéolo, mais

diferenciação dos pneumócitos tipos I e II; 4) período sacular: durante a 26ª e

35ª semanas, caracterizado pelo achatamento das células epiteliais, formação

do saco terminal do ácino e aumento da vascularização. 5) período alveolar: a

partir da 35ª semana de gestação, inicia-se o aparecimento dos alvéolos

verdadeiros e aumento da superfície alveolar. Nota-se que RNPT prejudicam-se

principalmente no que diz respeito à fase sacular (entre 26ª e 35ª semanas),

entretanto, existe a parcela que nasce antes deste período, apresentando

prejuízos pulmonares em fases anteriores da formação (GUYTON; HALL, 2011;

RAMOS, 2003).

Não existe respiração durante a vida fetal, porém, ao final do primeiro

trimestre iniciam os primeiros movimentos respiratórios, ocasionados por

estímulos táteis ou asfixia fetal. Entretanto, nos últimos 4 a 3 meses de gestação

os movimentos respiratórios voltam a ser inibidos possivelmente por condições

químicas dos líquidos corporais do feto, presença de liquido pulmonar no feto ou

outros estímulos que ainda não foram estudados. Esta inibição nos últimos

meses de gestação impede que o pulmão se encha de mecônio e permite que

os espaços pulmonares se encham de uma secreção limpa que é excretada pelo

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epitélio alveolar (GUYTON; HALL, 2011; RAMOS, et al., 2003).

O período gestacional correspondente a 21ª e 25ª semana é caracterizado

pelo início da secreção de surfactante (pelos pneumócitos tipo II) para a

manutenção dos alvéolos pulmonares. Entretanto, o sistema respiratório ainda

não está totalmente desenvolvido, o que dificulta a sobrevivência de recém-

nascidos nesta etapa. Já entre a 26ª e 29ª semanas, os pulmões alcançam um

desenvolvimento capaz de desempenhar trocas gasosas pouco mais

adequadas; o Sistema Nervoso Central (SNC) já consegue trabalhar

movimentos respiratórios rítmicos e controlar a temperatura corporal. De toda

forma, no nascimento prematuro, o sistema respiratório ainda está pouco

desenvolvido, as capacidades vitais e residuais ainda estão reduzidas e a

secreção de surfactante encontra-se deprimida ou ausente, fazendo com que a

Síndrome da Angústia Respiratória seja uma causa comum de óbito entre RNPT

(GUYTON; HALL, 2011; MOORE; PERSAUD, 2008). Após o nascimento, a

adaptação referente à respiração é necessária. Em caso de parto normal,

quando a mãe não recebe nenhum tipo de anestésico, o RN inicia a respiração

imediatamente após o nascimento. Esta adaptação rápida pode ser explicada

pela rápida exposição ao ambiente externo, podendo ser consequência de uma

pequena asfixia que coincide com o momento do parto ou com impulsos

sensitivos decorrentes do resfriamento abrupto da pele. Caso não haja a

respiração imediata, o RN ficará hipoxêmico e hipercápnico, o que gera um

estímulo a mais ao centro respiratório, que geralmente, leva à respiração dentro

de alguns segundos (GUYTON; HALL, 2011).

O RNPT com 28 semanas apresenta ritmo respiratório irregular com

possibilidades de pausas breves, maior parte do tempo em sono e choro sem

sonoridade. Os quatro membros apresentam-se estendidos, com rotação de

cabeça e hipotonia cervical. Os movimentos são escassos ou ausentes e o

controle postural antigravitacional é reduzido. Já o RNPT de 30 semanas

também apresenta movimentos escassos e pausas respiratórias ocasionais. Os

momentos de vigília são mais frequentes e os olhos permanecem abertos por

breves momentos. Os membros estão em padrão extensor e hipotônico, mas

existe um leve aumento de tônus muscular de MMII. O RNPT de 32 semanas

apresenta-se mais ativo, apesar do crescimento ainda reduzido, e no caso do

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RNPT que nasceu de 28 semanas, ao alcançar 32 semanas (com quatro

semanas de vida pós-natal) observam-se fenômenos novos, associados à

continuação do amadurecimento fetal. Os olhos permanecem mais abertos, o

período de vigília é maior. A respiração é mais regular e sem pausas

respiratórias. Já o RNPT de 35 semanas, apresenta capacidade de manifestar

fome ou sede através do choro, os períodos de vigília e sono estão mais bem

delimitados nos casos de RNPT que nasceram antes e chegam a esta fase, além

de apresentar tônus muscular mais adequado e avança em sentido cefálico na

região inferior do corpo, que ao alcançar 37 semanas, progride para os MMSS e

pescoço. Portanto, às 37 semanas, o tônus esta aumentado, porém, na região

superior do corpo ainda não atingiu sua plenitude (MOURA-RIBEIRO, 2010).

Em relação aos reflexos cutâneos, estes estão presentes, em sua maioria,

por volta de 12 a 16 semanas de gestação. No período da 35ª a 38ª semanas,

já são capazes de segurar-se com firmeza e o sistema nervoso está maduro

suficiente para realizar algumas funções integrativas. Contudo, funções

aprimoradas do SNC que envolvem o córtex cerebral ainda não estão

desenvolvidas na 40ª semana de gestação, visto que a mielinização dos

principais feixes do SNC torna-se completos após, aproximadamente, um ano

de vida pós-natal (GUYTON; HALL, 2011; MOORE; PERSAUD, 2008).

Durante a gestação, o feto obtém energia principalmente pela glicose e

armazena proteínas e gorduras, sendo a maior parte desta sintetizada a partir

da glicose. Algumas particularidades em relação ao metabolismo fetal são

observadas, principalmente em relação ao cálcio, fosfato, ferro e vitaminas.

Durante a gestação, o feto acumula em média 22,5 g de cálcio e 13,5 g de

fósforo. Aproximadamente metade destas quantidades é armazenada durante as

37ª e 40ª semanas de gestação, período este que também existe rápida

ossificação e aumento acelerado de peso fetal. No inicio da vida fetal, ainda não

existe ossificação e os ossos possuem principalmente matriz cartilaginosa,

aproximadamente até a 16ª semana de gestação (GUYTON; HALL, 2011).

Quanto a circulação, no feto, a placenta reduz a resistência da circulação

periférica e exclusão parcial da circulação pulmonar, que recebe em torno de 8

a 10% do débito cardíaco, pois os pulmões são não funcionais durante a

gestação e o fígado, por exemplo, é parcialmente funcional, fazendo com que o

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coração do feto não precise bombear tanto sangue para estes órgãos durante a

gravidez. Assim, ao longo da vida fetal, a circulação pulmonar é menor e a maior

parte do organismo recebe sangue pouco oxigenado: metade do débito cardíaco

vai para a placenta, um quinto para os membros inferiores (MMII) e um décimo

aos pulmões. O sangue que retorna da placenta através da veia umbilical desvia

do fígado pelo duto venoso. Após a maioria do sangue que entra no átrio direito

proveniente da veia cava inferior, dirige-se pela face posterior do átrio esquerdo

e então, pelo forame oval, chega ao átrio esquerdo; em seguida, o sangue bem

oxigenado proveniente da placenta entra para o lado esquerdo do coração,

sendo bombeado pelo ventrículo esquerdo principalmente para os vasos da

cabeça e dos Membros Superiores (MMSS). Já a porção de sangue que entra

no átrio direito através da veia cava superior, segue para o ventrículo direito; este

sangue, em sua maioria, desoxigenado, é proveniente da região cranial do feto,

e é bombeado pelo ventrículo direito para a artéria pulmonar e após, para a aorta

descendente e as duas artérias umbilicais para a placenta, onde o sangue

desoxigenado é oxigenado (GUYTON; HALL, 2011; RAMOS, et al., 2003).

3.1.3 O recém-nascido prematuro

Por ocasião do nascimento, os ajustes circulatórios nas primeiras horas

de vida acabam desviando grande parte do sangue para o fígado, elimina-se a

circulação placentária, que durante a gestação demanda de grandes

quantidades de sangue, e há um aumento da resistência vascular sistêmica e

pressão arterial sistêmica. Esta alteração eleva a pressão aórtica no ventrículo

e átrio esquerdos. Como consequência do aumento da oxigenação do sangue

nos pulmões, o ducto arterioso contrai-se, sendo que seu fechamento anatômico

acontece por volta dos 02 ou 03 meses de vida. Com o aumento da oxigenação,

a resistência vascular pulmonar diminui (como consequência a expansão dos

pulmões), o fluxo sanguíneo para o coração aumenta, e consequentemente,

aumenta o fluxo sanguíneo para o átrio esquerdo, levando ao fechamento do

forame oval (GUYTON; HALL, 2011; RAMOS, et al., 2003).

O nascimento prematuro faz com que alguns sistemas e órgãos

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necessitem de atenção especial, visto que sua formação pode ainda estar

incompleta ou imatura. Além do prejuízo do sistema respiratório, devido à

ausência ou insuficiência de surfactante, bem como redução das capacidades

vitais e funcionais dos pulmões, quando comparados a RN a termo, outras

funções também apresentam prejuízos, como a imaturidade do fígado, que pode

resultar em deficiência no metabolismo intermediário levando a tendência

hemorrágica decorrente da formação deficitária dos fatores de coagulação;

imaturidade renal, principalmente na capacidade de excretar ácidos, levando a

predisposição ao desenvolvimento de acidose e alterações no balanço hídrico;

imaturidade do mecanismo hematopoiético da medula óssea, que leva ao

desenvolvimento de anemia; formação precária de gamaglobulina pelo sistema

linfoide, que está, geralmente, associada a infecções graves. Além disso, a

incapacidade do sistema gastrointestinal, principalmente em prematuros com IG

<32 semanas, faz com que exista uma dificuldade na ingestão e absorção dos

alimentos, principalmente na absorção de cálcio e vitamina D (GUYTON; HALL,

2011).

A pele do prematuro é mais vulnerável e não possui a proteção pelo verniz

caseoso, uma substância que recobre a pele do RN com mais de 38 semanas

de IG, a fim de manter uma proteção contra a perda de líquidos. É frágil,

transparente, com veias visíveis e sem lanulagem. Devido à fragilidade da pele

do RNPT existe maior facilidade para o desenvolvimento de lesões, que se torna

um fator contribuinte para a perda de água e calor, sendo um fator de

desequilíbrio hidroeletrolítico e térmico. Assim, bebês prematuros tem maior

risco de desenvolver sepse, e o simples fato de higienizar as mãos antes de tocá-

los e manter um ambiente limpo pode reduzir este risco. Em contrapartida, o

contato de pele com o RNPT pode resultar na estabilidade de sinais vitais,

padrões de crescimento positivo e termorregulação (KENNER, 2001; TAMEZ;

SILVA, 2002; WHO, 2012).

O RN apresenta padrões de reatividade e sono, em que o primeiro período

de reatividade tem início logo após o nascimento, sendo os primeiros 60 minutos

um período de grande alerta e atividade para o RN, que aos poucos, torna-se

menos alerta, diminui a atividade e dorme. Todos os RN apresentam a mesma

sequência de períodos, o que pode variar é o inicio e tempo de duração de cada

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período. O período de sono dura cerca de 2 a 3 horas após o nascimento e pode

permanecer adormecido de 2 a 4 horas. Enquanto adormecido, a FC do RN varia

de 120 a 140 batimentos por minuto e a FR aumenta. O segundo período de

reatividade começa quando o RN acorda e inicia-se uma resposta exagerada a

estímulos externos e internos, podendo durar de 4 a 6 horas, e quando finalizado,

o RN apresenta-se mais estável e normalizam-se FC e FR. Quando desperto e

calmo, a FR encontra-se em média 50 Incursões Respiratórias Por Minuto

(IRPM). Em relação a Pressão Arterial (PA), encontra-se como normal uma

pressão sistólica de 80±16 mmHg e diastólica 46±16 mmHg (KENNER, 2001;

RAMOS; CORRADINI; VAZ, 2003).

O RN possui um padrão de sono na sequência de: vigília, sono ativo, sono

quieto, sono ativo. O RN a termo dorme em média 16 a 18 horas por dia,

enquanto RNPT permanece 20 horas dormindo, alternando estados de sono e

vigília em ciclos de 3 a 4 horas, o que constitui o sono polifásico. Quando menor

a IG ao nascimento, maior a duração do sono ativo, que reduz ao longo dos

primeiros dias de vida passando a prevalecer o sono quieto após o primeiro mês

de vida; também durante o primeiro mês, tem inicio a adaptação do padrão sono-

vigília ao ciclo noite-dia, sendo que a partir do 2º e 3º mês de vida inicia a

liberação de melatonina e os períodos de sono noturno passam a serem maiores

(SCHMUTZLER, 2010).

O RNPT apresenta também características comportamentais

correspondentes ao grau de prematuridade, ou seja, apresentam-se mais

desorganizados em termos comportamentais do que os nascidos a termo, o que

é evidenciado pelos comportamentos sinalizadores de sua desorganização.

Assim, para caracterizar os aspectos singulares ao desenvolvimento, de acordo

com a fase cronológica e pela observação da fase evolutiva do RN, relacionando-

as aos estados fisiológicos característicos ao funcionamento de seu organismo

emergiu a teoria síncrono-ativa do desenvolvimento, proposta por Heidelize Als

em 1984 (BRASIL, 2011a).

Esta teoria evidencia aspectos do funcionamento homeostático e a

habilidade do recém-nascido pré-termo em realizar ajustes para sua

organização, assim como o parâmetro adequado à avaliação da quantidade de

energia exigida para o funcionamento adequado do organismo (BRASIL, 2011a).

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As respostas fisiológicas e comportamentais do RNPT, por essa teoria,

são medidas por cinco subsistemas, como segue:

01) subsistema autônomo ou fisiológico, que corresponde as funções

vitais, recebendo maior atenção por parte da equipe, pois assegura a

sobrevivência do bebê, compreendendo a Frequência Respiratória (FR),

Frequência Cardíaca (FC), Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2) cor e

aspecto da pele, presença de soluços, salivação, regurgitação e movimentos

peristálticos. Durante um desequilíbrio, podem surgir sinais de estresse e fadiga.

02) Subsistema motor, que envolve o tônus muscular, a postura e os movimentos

voluntários e involuntários. A estabilidade deste subsistema inclui posturas

harmoniosas e movimentos sincrônicos e harmoniosos. A resposta ao estresse

evidencia flacidez motora não patológica e períodos de hipertonicidade motora

não patológica, ou seja, o tônus é normal, mas aumenta em resposta ao estresse

ou atividade desordenada de membros, contorcimento ou arqueamento do

tronco. 03) No subsistema de estados comportamentais, observa-se seis

estados de consciência, sendo: sono profundo, sono leve, sonolência, alerta,

alerta com atividade e choro. 04) Atenção e interação: influencia na capacidade

do bebê permanecer no estado de alerta apreender as informações do meio que

está inserido e se comunicar através do olhar e do sorriso, por exemplo. Surge

por volta de 25 a 28 semanas de IG e só está bem desenvolvido próximo às 40

semanas de idade pós-concepcional. Em resposta ao estresse, pode virar a

cabeça para o lado oposto ao estímulo, levar as mãos ao rosto, cobrindo-o ou

até mesmo utilizar o sono. 05) Regulador: reúne as estratégias que o bebê usa

a fim de manter ou retornar a uma adequada integração dos subsistemas,

equilibrada, estável e relaxada. Também pode envolver o tipo de facilitação e a

quantidade desta que o RN necessita receber do meio.

Esses subsistemas interagem entre si e com o meio ambiente em que o

RNPT se encontra, dessa forma, promover o cuidado individualizado nas UTIN

embasado nesse conhecimento é fundamental para minimizar as consequências

negativas da hospitalização para o prematuro. A organização do RN reflete a

integração entre os sistemas fisiológicos e comportamentais que, trabalhando de

forma harmoniosa, tem repercussões sobre a sobrevivência do bebê permeando

as interações que este realiza com o meio, o que interfere diretamente no seu

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cérebro. O bebê demonstra reações frente aos estímulos ou situações onde, de

maneira geral, comportamentos difusos e em extensão refletem estresse e

movimentos bem modulados e em flexão demonstram competência regulatória

(BRASIL, 2011a).

Desse modo, avaliar a resposta fisiológica e comportamental do RNPT

deve ser parte do cotidiano da UTIN, utilizando preferencialmente instrumentos

apropriados para tal mensuração. Para avaliar o comportamento do RNPT

existem escalas específicas como a NIDCAP (Stability and Stress Cues

Categories) e a Avaliação Comportamental Neonatal de Brazelton - Behavioral

Assesstment Scale (LAWRENCE, et al., 1993; BRASIL, 2011b; BUENO, et al.,

2013).

Outro aspecto a ser observado em RNPT é o desenvolvimento, visto que

vários fatores são apresentados como responsáveis por distúrbios nesta ordem,

como a própria prematuridade, baixo peso ao nascer, fatores socioeconômicos,

hipertensão arterial materna, infecções materno fetais e neonatais, doenças

perinatais, asfixia perinatal, distúrbios respiratórios graves e hemorragia

intracraniana. Estes fatores aumentam os riscos de aparecimento de alterações

globais no desenvolvimento da criança, como distúrbios de linguagem,

motricidade, aprendizagem além do atraso no DNPM propriamente dito.

Entretanto, tais eventos podem evoluir para padrões de normalidade durante os

primeiros dois anos de vida. Todavia, maiores índices de alterações são

observados nas menores faixas de peso e IG, estando relacionados às

complicações inerentes do período neonatal. Pesquisas apontam que crianças

prematuras apresentaram maiores chances de alterações no desenvolvimento

(FALCÃO, 1999; OLIVEIRA; LIMA; GOLÇALVES, 2003; RUGOLO, 2005;

RESEGUE, 2007; RESEGUE, 2008; WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES,

2009; NICOLAU; COSTA, HAZIME, et al., 2011; MAUPIN; FINE, 2014).

Especificamente, Rodrigues, Bolsoni-Silva (2011) avaliaram mensalmente

130 lactentes divididos em dois grupos, a termo e prematuros, ao longo do

primeiro ano de vida. Os pacientes do grupo prematuros apresentaram menor

rendimento para desenvolvimento motor, cognição e socialização, quando

comparados com o grupo a termo, condizendo com os achados da literatura, que

relacionam a prematuridade com prejuízos no desenvolvimento motor.

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Para a avaliação do desenvolvimento do RNPT, existem escalas próprias

que levam em consideração a prematuridade, como o exemplo da Test of Infant

Motor Performance (TIMP) que tem como objetivo definir de que forma o controle

postural e seletivo necessita de movimentos funcionais desde muito cedo,

mediante a análise de controle da cabeça e tronco nos diferentes decúbitos,

levando em consideração o ambiente envolvido em crianças pré-termo desde 32

semanas de IG e crianças a termo, até os 4 meses. Tem-se também, a Alberta

Infant Motor Scale (AIMS) que avalia crianças pré-termo e a termo com Idade

Corrigida (IC), desde o nascimento até a aquisição da marcha independente.

Durante o acompanhamento do desenvolvimento motor do RNPT, deve ser

levada em consideração a idade corrigida (IC), pois assim, se tem um perfil de

desenvolvimento semelhante ao do RN a termo. A IC deve ser calculada através

da seguinte fórmula: Idade corrigida (semanas) = Idade cronológica (semanas)

– [40 – idade gestacional (semanas)] (GAETAN; MOURA-RIBEIRO, 2010;

CAÇOLA; BOBBIO, 2010; VOLPI, 2010).

O desenvolvimento tem evolução sequencial ao longo dos três primeiros

meses de vida, podendo ser observado por períodos longos o mesmo padrão de

habilidade motora nas posições supina e prona, porém com melhor competência

dos movimentos, que se desenvolvem de forma mais lenta, mas nunca

estacionária. Nas crianças pré-termo, evidencia-se posturas assimétricas com

relação ao posicionamento da cabeça e membros, em que a Amplitude de

Movimento (ADM) de rotação lateral da cabeça é maior, em decorrência do tônus

muscular diminuído, que proporciona maior mobilidade articular (GAETAN,

MOURA-RIBEIRO, 2010).

Durante o posicionamento em decúbito dorsal, o RNPT apresenta

descarga de peso principalmente na região occipital, tronco e sacro; a cintura

escapular durante as primeiras semanas é retraída e os ombros são abduzidos

e rodados externamente. RNPT apresentam maior movimentação de MMSS em

frequência e amplitude, quando comparados com RN a termo. Os quadris

permanecem abduzidos e rodados externamente e, durante a movimentação,

apresentam variados graus de amplitude. Aos três meses de idade corrigida,

podem apresentar-se menos simétrica em relação à posição da cabeça e MMSS.

A cintura escapular e a pelve estão em posição mais neutra e ocorre elevação

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da pelve em padrão de flexão, podendo representar o início da ação da

musculatura anterior do tronco (GAETAN; MOURA-RIBEIRO, 2010).

Os referidos autores mencionam que na posição prona, RNPT

demonstram assimetria de membros e tórax, com descarga de peso

principalmente na região superior como face, tórax e abdome superior,

permanecendo com ombros aduzidos e fletidos e quadris e joelhos levemente

fletidos. Aos três meses, já alcança a postura simétrica e mantém a cabeça

próxima à linha media, com descarga de peso no tórax inferior, coxas e joelhos.

A flexão das extremidades e o tônus axial surgem de forma caudocefálica

e centrípeta. Além disso, quando comparados com RN a termo, apresentam

maior tônus extensor, mais assimetrias e diferenças no comportamento, visto

que o menor tempo intraútero proporciona falta de flexão fisiológica que somada

à força da gravidade atuando sobre a musculatura ainda fraca, faz com que o

padrão extensor ganhe força (AYCHE, CORINTIO, 2003; GOMELLA, 2006).

Tendo como base o padrão de desenvolvimento motor típico, pode-se

observar que com quatro semanas pós-natal a cabeça do RN ainda oscila, as

mãos estão predominantemente fechadas e existe reflexo tônico cervical. Já

com 16 semanas, a cabeça apresenta-se mais firme em uma postura mais

simétrica e com mãos abertas. Por volta da 28ª semana, é capaz de sentar-se e

apoiar-se à frente, com as mãos. Também consegue segurar objetos. Na 40ª

semana, senta-se sem apoio, engatinha, fica em pé e tem liberação grosseira da

preensão. Aos 12 meses, consegue deambular com ajuda e pegar objetos com

mais precisão. É capaz de deambular sem cair, sentar-se sozinha e construir

torres aos 18 meses e correr aos dois anos (DEGENSZAJN, 2003; DIAMENT,

2010).

3.2 Repercussões da prematuridade

3.2.1 Repercussões da prematuridade durante hospitalização

O nascimento prematuro é a maior causa de óbito e uma importante causa

de perda de potencial humano em longo prazo entre os sobreviventes. As

complicações causadas pela prematuridade são a maior causa de óbito

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neonatal, responsável por cerca de 35% dos 3.1 milhões de óbitos ao ano no

mundo e a segunda maior causa dos óbitos em menores de cinco anos. Além

disso, o nascimento prematuro aumenta os riscos de óbitos por outras causas,

principalmente de infecções neonatais (WHO, 2012).

As repercussões da prematuridade envolvem o próprio RNPT, bem como

sua família, uma vez que há uma interrupção abrupta do vinculo do feto com o

útero materno, o que deixa o RN desprovido da proteção que o envolvia. Desse

modo, a partir do nascimento a criança passa a não ter mais a proteção, apoio e

referência para sua movimentação, e se vê, repentinamente em um ambiente

estranho, representado pela incubadora ou berço. Grande parte destes RNPT é

encaminhada para UTIN, as quais são capazes de dar o suporte necessário à

vida do RN por meio de recursos humanos especializados e tecnológicos, como

a ventilação mecânica, acessos venosos e periféricos, medicações, cateteres,

sondas e monitoramento hemodinâmico (TAMEZ; SILVA, 2002).

O ambiente proporcionado pela UTIN é muito diferente do que o bebê

encontrava no útero materno. Além da luminosidade continua e sons altos,

existem a ação da gravidade e dificuldade para realização de movimentos de

flexão, orientação à linha média e organização, por exemplo. O RN passa a ser

manipulado para os cuidados de rotina da equipe, como banho, medicações e

também para realização de alguns procedimentos dolorosos, que podem

acontecer a qualquer hora, conforme a necessidade do RN. As reações obtidas

após estes procedimentos podem estar presentes após vários minutos, quando

o RN aquieta-se por estar exausto. Estes episódios resultam em gasto

energético que pode, consequentemente, alterar negativamente o

desenvolvimento do SNC, respostas fisiológicas e na interação mãe-bebê, visto

que a permanência dentro da incubadora faz com que também exista uma

diminuição do contato entre o RNPT com a mãe e a família e assim, um

sentimento de ansiedade e insegurança se instala (MORELIUS, 2005; BRASIL,

2011a; RODRIGUES, 2012).

No ambiente da UTIN os ruídos, a luminosidade e as manipulações

somadas aos procedimentos dolorosos alteram as respostas fisiológicas e

comportamentais do RNPT. Comumente, os ruídos na hospitalização

apresentam-se de forma muito mais elevada do que a recomendada, que é 55

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dB. A intensidade média de ruídos dentro de uma UTIN é 77,4 dB, podendo

chegar até 85,8dB em momentos como admissões, passagens de plantão e

intercorrências. As alterações fisiológicas, decorrentes do excesso de ruídos, se

apresentam na forma de queda de SpO2, aumento da FC, FR e pressão

intracraniana, susto, dor, choro e dificuldade para manter um estado de sono

profundo. Em relação à luminosidade, o RNPT, devido a sua anatomia ocular,

possui uma resposta diferenciada a este estímulo, principalmente aos altos

níveis encontrados no ambiente da UTIN. Frente a isso, a primeira fase do

desenvolvimento visual pode ser prejudicada como resposta aos estímulos

competitivos, fortes e contínuos, sendo um deles a luz forte. Ademais, a luz

constante neste ambiente pode atrasar a organização dos ritmos circadianos

endógenos, que tem como consequência a privação do sono ou demora nos

ajustes do ciclo dia/noite. Também pode levar a queda de SpO2, em RN com

necessidade de suporte ventilatório (BRASIL, 2011a).

No que diz respeito aos procedimentos dolorosos, como punções

venosas, exames e outros, a exposição prolongada a estes agentes pode levar

a alterações nos estados comportamentais que geram irregularidades nos

sistemas que controlam o sono/vigília, atenção e emoção, o que implica na

interação, atenção seletiva e o processamento da informação. A dor tem grande

relevância dentro de uma UTIN, e se relaciona com outros fatores como

luminosidade, ruídos e estímulos não contingentes, sepse e hipoxemia, que

cumulativamente, pode afetar de forma negativa o desenvolvimento do RN

(BRASIL, 2011b).

Os estímulos dolorosos podem ser obervados pelas manifestações em

múltiplos órgãos e sistemas, como pelo aumento da FC e PA, elevação do

consumo de Oxigênio (O2), queda de SpO2, alteração da relação

ventilação/perfusão, além de alterações hormonais com o aumento da liberação

da adrenalina, corticosteroides, glucagon, hormônio do crescimento, entre

outros. A resposta à dor pode ser identificada através de choro, movimentos

faciais a corporal, estados de sono e vigília. Também, pode ser mensurada por

meio de escalas de avaliação de dor, como PIPP (Premature Infants Pain

Profile), EDIN (Echelle de douleur et d’inconfort Du nouveau-né), BIIP

(Behavioral Indicators of Infant Pain), COMFORT e NIPS - Neonatal Infant Pain

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Scale (BRASIL, 2011a; BRASIL, 2011b).

Além de necessitarem de internamento em UTIN por períodos

prolongados, frequentemente os RNPT apresentam imaturidade de sistemas e

órgãos, o que pode ocasionar intercorrências durante a hospitalização. Uma das

complicações de ordem respiratória decorrente da prematuridade é a Doença da

Membrana Hialina (DMH) ou também chamada de Síndrome do Desconforto

Respiratório (SDR), que atinge principalmente RNPT com peso <1500 gramas.

Visto que esta população ainda não apresenta desenvolvimento estrutural

completo dos pulmões e ainda se encontra em fase canicular ou sacular do

desenvolvimento pulmonar. Evidencia-se piora progressiva do padrão

respiratório durante as primeiras horas de vida, sendo consequência da

deficiência de surfactante pulmonar, que acarreta um aumento da tensão

superficial e leva a um colabamento alveolar. Estes, também chamados de

atelectasias, levam a uma hipoxemia e hipoperfusão pulmonar, lesando o epitélio

alveolar, levando a uma maior permeabilidade dos capilares e extravasamento

de plasma e sangue para os espaços alveolares, formando a membrana hialina.

O RN apresenta sinais característicos de insuficiência respiratória, como a

taquipnéia, batimento das aletas nasais, retrações da caixa torácica, cianose,

gemido expiratório e diminuição do murmúrio vesicular, presença de estertores

e sibilos expiratórios a ausculta pulmonar. Atinge cerca de 50% dos RN nascidos

entre 26 e 28 semanas de IG, e 20 a 30% dos RN entre 30 e 31 semanas. A

incidência e gravidade são inversamente proporcionais à idade gestacional e são

mais frequentes e graves em meninos (LEONE; CARDOSO; 2003;

CAVALCANTE, 2011).

Outra disfunção pulmonar comum na prematuridade é a Displasia

Broncopulmonar (DBP), lesão pulmonar presente no RN que precisou de suporte

de oxigênio acima de 21% por mais de 28 dias de vida. Avaliada conforme a IG

(<32 semanas ou ≥32 semanas) e classificados em DBP leve, moderada e grave.

Sua incidência inversamente proporcional à IG, ora que após os avanços

assistenciais ao RNPT, teve sua incidência diminuída em RNPT com IG >30

semanas e com peso de nascimento >1200 gramas (MACCARI;

TSOPANOGLOU, 2011).

O RNPT pode ainda ser acometido pela Retinopatia da Prematuridade

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(ROP) que se caracteriza por um distúrbio na formação da vasculatura retiniana,

decorrente de uma interrupção na progressão normal dos vasos da retina recém-

formados. A vasoconstrição e a obliteração dos capilares são seguidas pela

neovascularização, que se estende ao vítreo, edema de retina, hemorragia

retiniana, fibrose e retração e, ocasionalmente, descolamento de retina. Na

maioria dos casos, esta evolução pode ser revertida antes que se ocorra fibrose,

contudo, os estágios avançados podem ocasionar cegueira. (GOMELLA, 2006).

Além das alterações clínicas decorrentes da própria prematuridade,

existem as consequências observadas no DNPM e dificuldade na adaptação à

vida extrauterina. Considerando que o RNPT se vê, repentinamente, fora do

ambiente que lhe proporcionava apoio e referência representados pelas paredes

uterinas, e dentro da incubadora passa a vivenciar um novo espaço, passa a se

sentir inseguro, aumentando sua irritabilidade, gerando maior atividade motora

e maior gasto energético. Caso a posição de extensão seja mantida, haverá

dificuldade na evolução motora do RNPT, que pode levar a hipotonias transitórias

de MMII, retração escapular e alteração das mensagens que são transmitidas ao

SNC, o que leva as alterações no desenvolvimento deste (TESTA; LAVRADOR;

BARRACA, 2002). Contudo, o DNPM é resultado de uma série de fatores

relacionados ao indivíduo e ao ambiente, no qual este está inserido, ou seja, as

diversas influências que o ambiente exerce no indivíduo têm consequências

sobre o comportamento e desenvolvimento da pessoa, tanto no sentido de

proteção quanto de prejuízo. Sabe-se que entre 10 a 15% dos prematuros

apresentam alterações no desenvolvimento neurológico ao longo da infância e

destes, de 30 a 40% são acometidos por déficits motores, comportamentais e de

aprendizado na idade escolar, se tornando, desta forma, um problema de longo

prazo (FOULDER-HUGHES; COOKE, 2003).

No contexto da hospitalização então, pode-se identificar que os excessos

de exposições a estímulos inadequados levam o RNPT a buscar formas

compensatórias de organização, deixando-o vulnerável a complicações durante

o período neonatal. É preciso que a equipe de saúde da UTIN esteja preparada

e atenta para minimizar os efeitos do ambiente da unidade, das condutas

terapêuticas e do manejo do RN durante toda a hospitalização, para reduzir as

sequelas decorrentes desse período na vida da criança.

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37

Assim, uma das estratégias que pode minimizar ao menos as alterações

de desenvolvimento motor do RNPT, refere-se ao posicionamento dentro da

UTIN.

3.2.2 O posicionamento na UTIN

Apesar de serem conhecidos os benefícios de um posicionamento

corporal adequado durante o internamento, ainda não existe uma prática padrão

implementada e sustentada ao redor do mundo. Um posicionamento adequado,

principalmente estimulando a flexão, é capaz de colaborar para o

desenvolvimento motor e neuromuscular do recém-nascido prematuro, além de

diminuir o estresse e estimular o sistema neuromotor (XAVIER et al., 2012;

ZAREM et al., 2013).

Todo posicionamento adotado deve proporcionar e sustentar conforto

para o RN por meio de posturas flexora e com orientação para a linha média,

que irão facilitar outras funções posteriores como sugar, sentar, engatinhar e

deambular. Em todos os posicionamentos, deve se atentar para a função

respiratória utilizando cabeceira elevada, postura de semiextensão do pescoço,

a fim de retificar as vias aéreas e diminuir a resistência na entrada de ar. Além

disso, a cabeça deve ser mantida em linha média para diminuir os riscos de

aumento de pressão intracraniana e possibilidade de apneia obstrutiva (quando

em flexão excessiva do pescoço), as mãos devem ser mantidas livres e próximas

ao rosto, os pés apoiados e inibição ventral, pois o RN gosta de “se agarrar” ou

possuir algo para se aconchegar. Recomenda-se a alteração de decúbito a cada

três ou quatro horas, proporcionando os apoios adequados (TAMEZ, SILVA,

2002; BRASIL, 2011a).

Em decúbito dorsal, é possível ter melhor acesso ao bebê para a

realização de procedimentos, bem como melhor visualização global do mesmo.

Além disso, esta é a postura recomendada pela Academia Americana de

Pediatria (American Academy of Pediatrics) na prevenção da morte súbita, e

deve ser adotada tanto na UTIN quanto no seguimento em domicilio. Porém,

pode proporcionar hiperextensão de pescoço, elevação de ombros, retração de

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escápulas e achatamento de cabeça, além de dificultar a flexão fazendo com

que a gravidade tenha maior efeito, o que dificulta as atividades em linha média.

Contudo, estes efeitos podem ser minimizados pela utilização de rolos e suportes

para manutenção de flexão e adução dos membros levando-os para a linha

média (BRASIL, 2011a; McMULLEN, 2013).

Quando o RNPT encontra-se em decúbito lateral, existe facilitação para

os movimentos contra a gravidade e desenvolvimento do tônus postural com

melhor simetria e flexão, facilitando a postura dos MMII que permanecem fletidos

e orientação mão-boca com os MMSS posicionados em flexão. Neste

posicionamento, sugere-se a utilização de um “ninho” feito com rolos e panos

para a melhor adaptação do RN. Posicionado em decúbito lateral direito, existe

uma semelhança com as vantagens da posição prona no que diz respeito a

esvaziamento gástrico mais rápido. Em decúbito lateral esquerdo, existe redução

na duração dos eventos de refluxo gastroesofágico (BRASIL, 2011a).

O decúbito ventral tem sido estudado e adotado como um decúbito de

opção terapêutica e para posicionamento. Cândia et al (2014) observaram que

o posicionamento em prono diminuiu significativamente os níveis de cortisol

salivar, frequência respiratória e escore de sono na escala de Brazelton em

RNPT com IG entre 26 e 36 semanas. Em outro estudo Fineman (2006)

observou, comparando os decúbitos dorsal e prona, que este último pode ser

realizado de forma segura dentro da UTIN, podendo o RN ser manipulado com

segurança nesta posição. Em relação à ventilação, Chang, Anderson e Lin

(2002) observaram melhora na qualidade de sono e diminuição do estresse em

RNPT na posição prona, com menor gasto energético e assistência à adaptação

extrauterina. A correta utilização da postura prona proporciona melhora no

padrão respiratório e pode ser utilizada na fase aguda de disfunções

respiratórias, trazendo melhora da complacência pulmonar e volume corrente,

aumentando a SpO2 e regulando e sincronizando a FR. No aspecto motor,

estimula a flexão e adução de quadris e joelhos, evita rotação externa de quadril

e facilita a orientação mão-boca, favorecendo o desenvolvimento motor

(BRASIL, 2011a).

Desta forma, a padronização do posicionamento levando em conta os

benefícios de cada postura deve ser considerada dentro das UTIN. Testa,

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Lavrador e Barraca (2002) padronizaram este procedimento em uma UTIN a fim

de proporcionar ao RN todo o beneficio já conhecido das posturas, bem como

adequar funções cardiorrespiratórias, organizar estados de sono e vigília, facilitar

o alinhamento corporal adequado e proporcionar estímulos proprioceptivos

adequados. Em 2015, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)

divulgou um POP de posicionamento com objetivo de

promover a regulação do estado comportamental e a autorregulação, proporcionar suporte postural e de movimento, facilitar a participação do RN nas experiências sensório-motoras normais e otimizar o desenvolvimento musculoesquelético e o alinhamento biomecânico, promover a contenção e a adaptação ao ambiente extra-uterino, desenvolver a flexão para obter um padrão postural e de movimento semelhante a do RN a termo saudável, otimizar a estabilidade fisiológica e a organização neurocomportamental, facilitar a colocação das mãos na linha média, manter o alinhamento articular, prevenir as assimetrias posturais e o desenvolvimento de padrões posturais anormais, estimular a exploração visual do ambiente (com a cabeça em linha média), facilitar o movimento do controle da cabeça, auxiliar o movimento antigravitacional, encorajar o desenvolvimento das habilidades motoras e reflexas e do tônus postural, promover a interação familiar (BRASIL, 2015b, p. 07 - 08).

Em revisão realizada por Xavier et al. (2012), concluiu-se que o

procedimento de posicionamento terapêutico é capaz de interferir diretamente

sobre a resposta fisiológica do prematuro, associado a melhora da função

respiratória, redução dos episódios de refluxo e no tempo de esvaziamento

gástrico, atuando ainda sobre o padrão circulatório cerebral e desenvolvimento

comportamental. Ainda, observa-se que o posicionamento adequado do RNPT é

um cuidado de rotina na UTIN de extrema importância com repercussões

fisiológicas importantes, porém com pouca produção cientifica.

Com a sobrevida cada vez maior de RNPT, sobretudo do extremo baixo

peso e prematuros extremos, as consequências da prematuridade e do período

de hospitalização se prolongam para casa, uma vez que muitas aparecem em

longo prazo. Nesse sentido, o seguimento do RNPT em ambulatórios

especializados ou em serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) com equipe

conhecedora das possíveis complicações do prematuro no seu ciclo de vida, é

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requisto essencial para contribuir com a identificação precoce dessas alterações

e estimular todo o potencial de crescimento e desenvolvimento dessas crianças

após a alta hospitalar (SBP, 2012).

3.2.3 Repercussões da prematuridade pós-alta hospitalar

Nos últimos anos, a evolução da assistência hospitalar tornou as

condições de sobrevivência, de prematuros, maiores (TAMEZ, SILVA, 2002;

NICOLAU, et al., 2011). Todavia, complicações durante o processo de

desenvolvimento podem ser observadas nos lactentes que nasceram

prematuros. Tais complicações englobam alterações de linguagem, cognitivas e

alterações pessoal-sociais, que podem afetar as respostas sociais e

comportamentais (RODRIGUES, BOLSONI-SILVA, 2011; RUGOLLO, 2012).

Entretanto, as alterações que dizem respeito ao desenvolvimento motor também

são observadas durante o processo de desenvolvimento e são objetos de

diversos estudos (FRAGA et al., 2008; MAIA et al., 2011; NICOLAU et al., 2011;

BUENO; CASTRO; CHIQUETTI, 2014).

Caçola e Bobbio (2010) realizaram revisão de literatura relacionando o

baixo peso ao nascer com o desempenho motor de prematuros, observaram que

esta população está sujeita a alterações cognitivas, motoras e comportamentais,

porém, poucos estudos abordam a prática da intervenção precoce nestes

pacientes. De todo modo, é importante ser considerada como variável

diagnóstica para os déficits que podem existir. Ressaltam também que o

desenvolvimento humano é dependente de vários fatores e a detecção ou

predição de problemas futuros baseado apenas no peso de nascimento é um

desafio.

Os estudos, em sua maioria, são realizados durante os dois primeiros

anos de vida, contudo, o desempenho neurológico e cognitivo não pode ser

categorizado como típico ou atípico antes dos seis anos de idade. Durante o

processo de desenvolvimento humano, existem três áreas principais a serem

analisadas, sendo elas: motor, cognitivo e social. A detecção de atrasos ou

desempenho motor atípico pode ser associada à problemas neurológicos,

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fazendo com que a avaliação do desenvolvimento leve em consideração o

ambiente e as intervenções que este indivíduo está submetido (CAÇOLA,

BOBBIO, 2010).

Os referidos autores apontam ainda que o desenvolvimento motor de

crianças que nasceram prematuramente é diferente das crianças que nasceram

a termo, fazendo com que seja necessária a avaliação da função motora para

melhor compreensão do desenvolvimento neurológico. O desenvolvimento do

prematuro parece ser mais lento quando comparado ao bebê a termo, o que leva

a ideia de que a prematuridade pode estar relacionada a dificuldades para

compreensão ou processamento de informações sensoriais para o controle do

movimento, que aos cinco anos de idade já não apresenta diferença do bebê a

termo.

Em estudo realizado por Nicolau et al. (2011) foi analisado o desempenho

motor de prematuros com IC de até 120 dias por meio da escala TIMP (Test of

Infant Motor Performance). Observaram que os lactentes que apresentaram pior

desempenho motor foram os que permaneceram com suporte ventilatório por

maior tempo. Desta forma, pode-se relacionar a necessidade de suporte

ventilatório que leva a um maior tempo de internamento e consequentemente,

pior desempenho no desenvolvimento motor.

Em outro estudo, Bueno, Castro e Chiquetti (2014) observaram que

durante uma avaliação domiciliar 61,9% dos lactentes apresentaram alteração

no desenvolvimento motor, analisadas quanto ao atraso no desenvolvimento ou

suspeita de atraso. Uma vez que as condições disponíveis no domicilio

pareceram não favorecer o desenvolvimento motor, levando em conta a

abordagem multifatorial do desempenho, que engloba características biológicas,

psicológicas, sociais e ambientais.

Fraga et al. (2011) avaliaram 14 lactentes com 12 meses de idade

corrigida e observaram que no âmbito motor, 36% apresentaram alteração

significativamente prejudicada e 7% moderadamente prejudicada. Já no âmbito

mental, 36% das crianças apresentaram classificação moderadamente

prejudicada.

Ainda, estudos apontam que o posicionamento adotado enquanto na

UTIN, podem interferir no DNPM deste RNPT. Xavier et al. (2012) destacaram

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em sua revisão que RNPT apresentam maior chance de desenvolver

deformidades cranianas, por exemplo, fator este, desencadeado pela

permanência em uma mesma postura por longos períodos. Além das

deformidades físicas, atrasos no DNPM, alterações visuais e episódios de otite

média também podem ser observados em longo prazo.

Assim, observa-se que o nascimento prematuro leva, na maioria dos

casos, a alterações e atrasos motores, além de repercussões no

desenvolvimento psicossocial. Além disso, o posicionamento inadequado

persistente durante a internação pode comprometer o desenvolvimento motor

deste RN (HUNTER, 2003); ou seja, as intervenções realizadas ainda no período

de internamento, podem contribuir com o desenvolvimento motor deste RN,

facilitando posturas e evitando deformidades advindas de um mau

posicionamento.

METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Estudo de caráter quantitativo, com desenho experimental do tipo ensaio

clínico, os quais são designados a avaliar intervenções clínicas, com sequência

de atividades planejadas. Trata-se de um estudo prospectivo, o qual inicia com

avaliações de causas presumidas e segue para, ao longo de um tempo, observar

os efeitos (POLIT; BECK, 2012). Assim, o estudo teve início com uma

intervenção e acompanhou os RNPT para avaliar as respostas fisiológicas,

comportamentais e à dor frente ao POP de posicionamento corporal em

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comparação com o posicionamento de rotina na unidade.

4.2 Local da pesquisa

A pesquisa foi realizada com RNPT internados na UTIN do Hospital

Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), vinculado à Universidade Estadual do

Oeste do Paraná (UNIOESTE). O HUOP é referencia no atendimento de

gestações de alto risco na região de Cascavel e municípios vizinhos, referentes

a 10ª Regional de Saúde do Paraná. A UTIN onde foi desenvolvida a pesquisa

conta com 10 leitos e atende aproximadamente 250 pacientes ao ano, tendo

como diagnósticos principais prematuridade, malformações, anóxias perinatais

e pacientes cirúrgicos. A média de internamentos no período de 2006 a 2013 foi

de 258 internações/ano (ROVER, 2015). No ano de 2015, foram admitidos 225

RN e destes, 154 (68%) eram prematuros (CASCAVEL, 2016).

4.3 População e Amostra

A população do estudo foi composta por todos os RNPT admitidos na

UTIN no período de junho de 2015 a março de 2016. A partir desta população,

para arrolar os sujeitos da pesquisa, foram aplicados os critérios de inclusão:

RNPT com IG ≤32 semanas, pois estes são os que frequentemente necessitam

de maior tempo de internamento; sem anomalias congênitas. Como critérios de

exclusão: RNPT sem acompanhante legal; RNPT com alguma causa clínica que

impeça a mudança de decúbito (Figura 1).

O cálculo amostral prévio foi realizado por meio do programa GPower 3.1,

em que a amostra se constitui de 30 RNPT que foram randomizados por

pesquisador cego, por meio de sorteio simples, para serem alocados em Grupo

Decúbito de Rotina da Unidade (DRU) e Grupo POP. Os prematuros foram

identificados de um a 30 e separados em seis blocos, com cinco pacientes em

cada bloco. O decúbito a ser adotado a cada sujeito de pesquisa foi então

registrado pelo pesquisador cego em formulário próprio (Apêndice 1). O

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pesquisador responsável pela intervenção distribuiu os pacientes em seu

respectivo grupo em ordem crescente dos leitos no inicio de cada bloco. Essa

amostra corresponde a um poder de teste de 0,94 com um tamanho de efeito de

0,25 e um nível de significância de 0,05.

Figura 1: Fluxograma da população do estudo. Cascavel, 2016.

Legenda: IG (Idade Gestacional); DRU (Decúbito de Rotina da Unidade); POP: Procedimento

Operacional Padrão; DLD: Decúbito Lateral Direito; DD: Decúbito Dorsal; DLE: Decúbito Lateral

Esquerdo; DV: Decúbito Ventral.

4.4 Coleta de dados

Primeiramente os dados foram coletados nos prontuários dos RNPT, por

meio de instrumento previamente construído e testado quanto a sua aparência

e conteúdo (Apêndice 02), contemplando as variáveis referentes à

caracterização clínica dos RNPT (Idade Corrigida no inicio da intervenção, tempo

de internamento, procedimentos realizados durante a internação) e de dados

referentes à mãe (características da gestação e tipo de parto). Na sequencia, os

RNPT após alocação nos grupos DRU e GI, eram avaliados quanto a sua

resposta à dor, pela escala NIPS (Anexo A), resposta comportamental, por meio

da aplicação da Escala de Brazelton Modificada (EBM) (Anexo B) e mediante o

registro do monitoramento das respostas fisiológicas respiratória, cardíaca e

saturação periférica de oxigênio (Apêndice 03).

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4.5 Procedimentos de coleta

4.5.1 Avaliação das respostas fisiológicas do RNPT

Com base na Teoria Síncrono Ativa do Desenvolvimento, as variáveis se

apresentaram conforme os subsistemas fisiológico e de estados

comportamentais, que impactam no subsistema motor.

Os dados referentes às variáveis fisiológicas compreenderam a avaliação

cardiopulmonar com a Frequência Respiratória (FR), Frequência Cardíaca (FC)

e Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2). A FC e a SpO2 eram coletados a

partir dos dados obtidos pelo monitor multiparamétrico Omnimed – Omni 612, a

FR foi verificada a partir da observação e contagem pelo pesquisador das

incursões respiratórias no intervalo de um minuto.

4.5.2 Avaliação da dor

Para a mensuração da dor foi utilizada a escala Neonatal Infant Pain Scale

- NIPS (Anexo A), a qual foi desenvolvida em 1993 por um grupo de

pesquisadores do Children’s Hospital of Eastern Ontario, Canadá, que tinham

como objetivo criar um instrumento de avaliação de dor para RN, a partir de uma

pesquisa realizada durante quatro meses com 38 RN admitidos em uma UTIN.

O grupo de pesquisadores realizou registro por vídeo antes, durante e após

procedimentos dolorosos, como punção venosa, capilar ou arterial que foram

posteriormente avaliados por dois pesquisadores independentes. Como

resultado, a NIPS evidenciou aumento na resposta comportamental durante os

procedimentos e queda após a finalização destes, apontando que a escala

fornece uma avaliação de intensidade das respostas dos RN frente a

procedimentos invasivos, antes e após os mesmos. Também, mostrou alta

confiabilidade interobservadores e esteve bem estabelecida sua validade de

constructo (LAWRENCE et al., 1993).

A escala NIPS foi adaptada e validada para o Brasil no ano de 2015

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(MOTTA, SCHARDOSIM, CUNHA, 2015). É utilizada na rotina de UTIN para

avaliação da dor aguda, geralmente resultado de procedimentos dolorosos em

RN e lactentes de até dois anos de idade; é um instrumento multidimensional

que avalia indicadores comportamentais e fisiológicos de RN e lactentes

(BRASIL, 2011b). Composta por cinco elementos comportamentais e um

fisiológico, avaliados antes, durante e após procedimentos invasivos agudos por

meio de observação direta desses parâmetros: 1) expressão facial, nesta

avaliação não há pontuação quando a criança apresentar-se relaxada, se estiver

contraída, a pontuação é de um; 2) choro, quando ausente, não se pontua; se

há presença de “resmungos”, pontua-se um; quando o choro for vigoroso,

pontua-se dois; 3) respiração, se eupneico (relaxada), não se pontua; quando a

FR apresenta-se diferente da basal, pontua-se um; 3) braços, quando relaxados,

não pontua-se; se fletidos ou estendidos, pontua-se um; 4) pernas, se relaxados,

não se pontua; quando fletidos ou estendidos, pontua-se um; 5) estado de alerta,

quando o RN estiver dormindo ou calmo, não se pontua; apresentando-se

desconfortável, pontua-se um. Desta forma, ao pontuar cada item, será

considerado dor quanto o total for maior ou igual a quatro (GRUNAU, 1987).

4.5.3 Análise comportamental

Foi verificada por meio da Escala de Avaliação Comportamental Neonatal

de Brazelton Adaptada (Behavioral Assesstment Scale), aqui descrita como

Escala de Brazelton Modificada – EBM (Anexo B). Avaliação Comportamental

Neonatal de Brazelton (Behavioral Assesstment Scale). Esta escala foi

elaborada por Brazelton e colaboradores em 1973, pautada em conceitos

chaves: o RN ao nascer é capaz de controlar seu comportamento em reação ao

ambiente em que se encontra; se comunica pelo comportamento e são

organismos sociais, os indivíduos com suas próprias qualidades únicas, pronto

para moldar, bem como ser moldados pelo ambiente de cuidado. Tem como

objetivo mostrar o que a linguagem do recém-nascido quer dizer por meio da

identificação das diferenças comportamentais mediante a análise da atividade

motora em relação aos fatores inerentes ao ambiente. A referida escala combina

aspectos neurológicos com uma variação de itens comportamentais da criança

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47

durante um processo interacional. Para tanto, mede as capacidades de

enfrentamento e estratégias de adaptação da criança ao meio em que se

encontra. O processo interacional ideal é descrito como uma condição em que o

recém-nascido utiliza a maior parte de sua energia para interagir com o

ambiente, tem o controle fisiológico, e está controlando sua atividade motora e

do estado (BRAZELTON, 1990 apud LUNDQVIST; KARL-GÖRAN, 2000;

VIGNOCHI; TEIXEIRA; NADER, 2010).

Avalia seis estados comportamentais, a saber: sono profundo; sono ativo;

sonolência; alerta tranquilo; despertar ativo e choro intenso (LAWRENCE et al.,

1993; BRASIL 2011b; BUENO et al., 2013). Nesta escala, a avaliação do RN

ocorre pela observação direta do RN, que resultará em uma classificação do

comportamento em seis estados:

01) sono profundo, sem movimentos e respiração regular; 02) sono leve,

olhos fechados e algum movimento corporal; 03) sonolento, olhos abrindo e

fechando; 04) acordado, olhos abertos, movimentos corporais mínimos; 05)

totalmente acordado, movimentos corporais vigorosos; 06) choro. Com esta

avaliação é possível identificar que nos estados 5 e 6, o RN apresenta algum

desconforto (VIGNOCHI; TEIXEIRA; NADER, 2010).

Todas as variáveis citadas anteriormente foram registradas em formulário

próprio para esta fase da pesquisa, o qual também passou por testes para

adaptações na forma e conteúdo (Apêndice 03).

4.5.4 Procedimento de Posicionamento

Os RNPT foram divididos aleatoriamente entre DRU e POP, distribuídos

em seis blocos1 com cinco pacientes cada, conforme foram admitidos na UTIN

ao longo do período do estudo (Apêndice 01). Os RNPT de cada bloco foram

divididos em grupos2 conforme o posicionamento corporal: Decúbito Dorsal (DD),

1 Blocos: correspondem a cada conjunto com cinco RNPT, formado conforme a admissão destas na UTIN. Cada bloco era formado por um RNPT de cada grupo. 2 Grupos: correspondem ao grupo que cada RNPT foi randomizado, sendo estes: grupo decúbito lateral direito, grupo decúbito lateral esquerdo, grupo decúbito dorsal, grupo decúbito ventral e grupo decúbito de rotina da unidade. Ao final, houve dois grandes grupos, sendo o Decúbito de Rotina da

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Decúbito Lateral Direito (DLD), Decúbito Ventral (DV), Decúbito Lateral Esquerdo

(DLE) e Decúbito de Rotina da Unidade (DRU). Assim, formaram-se dois grupos,

o GI, composto pelos RNPT que receberam posicionamento conforme POP de

posicionamento e o DRU, que foi submetido aos cuidados usuais da equipe, em

que o posicionamento era realizado conforme a decisão e preferência do

profissional responsável pelo RNPT no momento na intervenção. Assim, a

amostra para o estudo foi constituída de seis RNPT para cada posição

(totalizando 24 RNPT) no GI e de seis no DRU, totalizando 30 RNPT.

O procedimento tinha início tomando o cuidado de que o RNPT tivesse

mais de 72 horas de vida, devido ao risco elevado de desenvolver HIC pela

manipulação excessiva neste período. Assim, durante cinco dias consecutivos,

30 minutos antes da segunda mudança de decúbito da manhã aplicava-se a

intervenção com a coleta dos sinais vitais, avaliação de dor pela escala NIPS e

avaliação comportamental pela EBM. Estas variáveis foram verificadas 30

minutos antes de posicionar os RNPT do GI no POP ou a equipe posicionar

conforme o DRU; 30 minutos após o posicionamento; a cada hora após o

posicionamento e 30 minutos após o final do procedimento, quando o RNPT já

havia recebido nova mudança de decúbito pela equipe em ambos os grupos

(Figura 2). O período compreendido pelas três horas de desenvolvimento do

POP e DRU, originou a medida de quatro dados para cada variável em análise

(FC, FR, SpO2, EBM e NIPPS). Assim, o dado final foi obtido pela média dessas

mensurações.

Figura 2: Descrição do procedimento.

Unidade (DRU) e Grupo Intervenção (GI) formado pelos quatro diferentes decúbitos realizados a partir do POP.

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49

O posicionamento conforme o POP foi realizado pela pesquisadora

responsável. Caso houvesse algum procedimento durante o período da

intervenção, este era registrado no formulário do sujeito e era realizado o

reposicionamento conforme o POP. O posicionamento conforme o DRU seguia

os padrões da equipe e do profissional responsável pelo RNPT naquele período,

conforme exemplo da figura 3. Da mesma forma, eram registrados os

procedimentos durante o período e o reposicionamento ficava a critério do

profissional responsável.

Figura 3: Exemplo de posicionamento conforme DRU.

O posicionamento conforme o POP (TOSO et al., 2015), conta com ninhos,

rolos ou demais apoios, a fim de assegurar a adequada posição corporal do RN

conforme observado na Figura 4.

Figura 4: Posicionamento conforme POP (TOSO; et al., 2015).

O POP consiste em (TOSO et al., 2015):

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Decúbito dorsal: posicionar a cabeça em linha média, flexão e adução de

MMSS e MMII, evitando abduções excessivas e rotação externa. Também,

manter o tórax exposto para possibilitar a avaliação do padrão respiratório.

Decúbito lateral (direito ou esquerdo): proporcionar ligeira flexão de

tronco, manter a cabeça em linha média; colocar um apoio entre as pernas para

manter uma posição neutra das extremidades e manter os MMSS livres para que

possam explorar a boca e facilitar os movimentos de autoconsolo.

Decúbito ventral (pronação): posicionar um rolo na horizontal para manter

a correta inclinação de quadril e pelve e manter o joelho fletido adequadamente.

Manter também um apoio lateral para as pernas e pés, a fim de evitar

deformidades e abdução excessiva do quadril.

O posicionamento do grupo DRU, se deu conforme a técnica do

profissional da enfermagem responsável pelo RNPT naquele período, podendo

variar entre os quatro decúbitos possíveis.

Em vista que o ambiente da UTIN gera alteração fisiológica no RNPT,

geralmente provocado pelo excesso de ruídos e luzes, na UTIN onde o estudo

foi desenvolvido, existe uma rotina de diminuir as luzes e os ruídos durante um

espaço de tempo que pode variar entre uma hora ou mais por período (sendo

maior durante o período da noite), conforme as demandas do dia. Desta forma,

cada bloco de RNPT foi submetido às mesmas variáveis constantes,

representadas pelas influências do ambiente, seja ele do DRU ou POP.

4.6 Análise de dados

Os dados coletados foram digitados em banco de dados no Excel for

Windows 2010 e submetidos à dupla conferência, para evitar erros de digitação

e proporcionar maior confiabilidade aos dados.

Foram analisados e comparados os resultados referentes aos diferentes

posicionamentos em relação às variáveis fisiológicas e comportamentais, e

então, identificado se existe diferença entre o grupo que recebe o

posicionamento da equipe em relação aos grupos que receberam o

posicionamento conforme o POP.

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51

Para caracterização da amostra a análise dos dados foi realizada pela

estatística descritiva (média, desvio padrão, mediana, mínima e máxima). As

variáveis qualitativas foram avaliadas pelo teste t não pareado e Mann-Withney,

para variáveis numéricas e categóricas, respectivamente.

A estatística inferencial foi utilizada para comparar os posicionamentos

com as repercussões comportamentais e fisiológicas da amostra, a partir dos

testes de Anova unidirecional e Friedman com auxílio do programa BioStat.

Todos os testes estatísticos utilizaram intervalo de confiança de 95%, ou

seja, nível de significância de 0,05 e foram realizados com Statistica 7.0.

4.7 Procedimentos éticos

A pesquisa foi recorte de projeto intitulado “Repercussões da

prematuridade: estresse materno e programação metabólica após a alta

hospitalar” aprovado pelo CNPq e pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos (CEP) da UNIOESTE, sob o número de parecer: 1.134.712 (Anexo C).

As mães dos RNPT randomizados no estudo assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice 04).

RESULTADOS

5.1 Caracterização dos participantes

Dos 30 RNPT participantes do estudo distribuídos em DRU e GI, pode-se

observar na tabela 1 as características quanto ao peso ao nascer, IG, índice de

APGAR, sexo, uso de oxigenoterapia e de sedação no período do estudo.

Tabela 1: Caracterização da amostra do estudo quanto às variáveis clínicas. Cascavel, 2016.

Variável DRU GI p-valor

FA FR FA FR

Sexo

Feminino 4 67% 8 33% 0,136

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Masculino IG

2

33%

16

67%

0,557

<28 semanas 0 0 4 17%

28 a 32 semanas Peso ao nascimento

6

100%

20

84%

<1000 gr 1 17% 5 21%

0,593

1001 a 1499 gr 3 50% 16 67%

1500 a 2000 gr Apgar 1º minuto

2

33%

3

13%

<04 0 0 4 17%

0,283

04 a 06 5 83% 12 50%

≥07 Apgar 5º minuto

1

17%

8

33%

<04 0 0 0 0

0,732

04 a 06 1 17% 5 21%

≥07 Oxigenoterapia

5

83%

19

79%

Sim** 4 67% 21 87%

0,221 Não

Sedação

2

33%

3

13%

Sim*** 0 0 10 42% 0,053

Não 6 100% 14 58%

* Considera-se significativo p-valor ≤0,05.

** Considera-se uso de oxigenoterapia a utilização de qualquer suporte ventilatório, seja ele

invasivo ou não invasivo, em qualquer momento durante o período do estudo.

*** Considera-se uso de sedação, a utilização de qualquer medicamento sedativo, em qualquer

momento durante o período do estudo.

Observa-se que a IG de ambos os grupos concentrou-se entre 28 e 32

semanas (p=0,557) e o peso ao nascimento entre 1001 e 1499 gramas

(p=0,593), caracterizando a amostra como muito prematuros e de muito baixo

peso ao nascer. Em relação ao boletim de Apgar, a avaliação no 5º minuto

mostrou que em ambos os grupos, a maioria dos pacientes atingiu Apgar entre

≥07, o que não caracteriza asfixia grave nesta população (p=0,732). Ainda na

tabela 1, pode-se identificar que a maioria dos pacientes, 67% no DRU e 87%

no GI (p=0,221), fizeram uso de algum tipo de oxigenoterapia no período do

estudo, sendo esta caracterizada pelo uso de Ventilação Mecânica Invasiva

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(VMI), Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) ou máscara de O2. Durante as

intervenções, nenhum paciente do DRU fez uso de sedativos, enquanto 58% dos

pacientes do GI utilizaram sedação ao menos uma vez ao longo do

procedimento, porém, este resultado não representou diferença estatística entre

os grupos (p=0,053).

5.2 Posicionamento e aspectos fisiológicos e comportamentais

A partir deste momento, apresentam-se os resultados da dissertação

formatados em dois artigos, como segue:

5.2.1 Resposta fisiológica e comportamental de recém-nascidos

prematuros durante o posicionamento na hospitalização.

Este artigo será submetido à Revista Physiotherapy.

Normas da revista (Anexo D)

5.2.2 Aplicação clínica de Procedimento Operacional Padrão de

posicionamento com Prematuros.

Este artigo será submetido para a Acta Paulista de Enfermagem.

Normas da revista (Anexo E).

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ARTIGO CIENTÍFICO 1:

Resposta fisiológica e comportamental de recém-

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55

nascidos prematuros durante o posicionamento na

hospitalização

Resposta fisiológica e comportamental de recém-nascidos prematuros

durante o posicionamento na hospitalização

Physiological and behavioral response of preterm infants during positioning in

hospital

Alessandra Madalena Garcia1

Claudia Silveira Viera1

1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, Brasil.

Autor correspondente: Claudia Silveira Viera.

R. Universitária, 2069 - Jardim Universitário, Cascavel - PR, 85819-110.

[email protected]

Contagem de palavras: 2.691

Resumo

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Objetivo: Comparar os diferentes decúbitos realizados a partir de um

Procedimento Operacional Padrão (POP) de posicionamento em relação a

resposta cardiopulmonar, dor e comportamento.

Método: Trata-se de estudo experimental, tipo ensaio clínico randomizado,

realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), no Sul do

Brasil.

Participantes: Amostra composta por 24 Recém-Nascidos Prematuros (RNPT)

com Idade Gestacional (IG) ≤32 semanas, hospitalizados na UTIN.

Intervenção: Conforme os critérios de inclusão no estudo, os RNPT eram

separados randomicamente em quatro grupos de seis crianças: Decúbito Lateral

Direito (DLD), Decúbito Dorsal (DD), Decúbito Lateral Esquerdo (DLE) e

Decúbito Ventral (DV). As variáveis avaliadas antes, durante e após o

posicionamento foram: Frequência Cardíaca (FC), Frequência Respiratória (FR),

Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2), avaliação comportamental pela escala

de Brazelton Modificada e avaliação de dor pela escala NIPS.

Resultados: Durante o posicionamento, a FC reduziu nos decúbitos DLD, DD e

DV, quando comparado aos valores do início da intervenção. A FR reduziu em

todos os decúbitos e a SpO2 manteve-se estável na maioria dos decúbitos com

discreto aumento no DLD. Na análise comportamental, a mediana reduziu para

1 nos decúbitos DLE, DD e DV. Em relação à dor, todos os decúbitos iniciaram

com mediana 1, o que não caracteriza dor. Durante o procedimento, a mediana

encontrada foi 0, porém, os decúbitos DLE, DD, DV apresentaram casos de dor,

com pontuação 4, em ao menos um sujeito.

Conclusão: O posicionamento a partir de um POP foi capaz de produzir mais

respostas positivas nos grupos DD e DV durante a intervenção.

Contribuição da pesquisa: Espera-se contribuir na rotina de posicionamento

nas UTIN, pois são conhecidos os prejuízos de um posicionamento inadequado

tanto durante a hospitalização quanto ao longo do desenvolvimento após a alta.

Para isso, a padronização dos posicionamentos na UTIN pode ser capaz de

auxiliar na resposta imediata dos sinais vitais, comportamento e dor do RNPT.

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Palavras-chaves: Prematuro; Dor; Posicionamento do Paciente;

Comportamento do Lactente.

Abstract

Objective: Compare the different positions made from a Standard Operating

Procedure (SOP) positioning.

Design: Experimental study randomized clinical trial conducted in a Neonatal

Intensive Care Unit (NICU) in southern of Brazil.

Participants: The sample was 24 preterm infants (PTN) with Gestational Age

(GA) ≤32 weeks hospitalized in the NICU.

Interventions: As the criteria for inclusion in the study, preterm infants were

randomly separated into four groups of six children: Right Side Position (RSP),

Supine Position (SP), Left Side Position (LSP) and Prone Position (PP). The

variables evaluated before, during and after the placement were: Heart Rate

(HR), respiratory rate (RR), Peripheral Oxygen Saturation (POS2), behavioral

assessment by the Scale of Brazelton Modified and evaluation of pain by NIPS.

Results: During the placement, HR decreased in RSP, SP and PP compared to

the values before intervention. The RR reduced in all positions and POS2

remained stable in most of position with a slight increase in the RSP. In behavioral

analysis, the median dropped to 1 in position LSP, SP and PP. In respect to pain,

all the position started with a median 1, which does not characterize pain. During

the procedure, the median found was 0, however, LSP, SP, PP positions

presented cases of pain with scores 4 in at least one subject.

Conclusions: It follows that the positioning from a SOP was able to produce

more positive responses in PP and SP groups during the intervention.

Contribution of the Paper: Expected to contribute to the positioning routine in

the NICU, because an inadequate positioning cause damage during

hospitalization and throughout the development after discharge. For this, the

standardization of positions in the NICU may be able to assist the motor

development as well as benefit preterm infants during hospitalization.

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Keywords: Premature; Pain; Patient Positioning; Infant Behavior.

INTRODUÇÃO

Os nascimentos prematuros representam 11,1% do número total de

nascimentos no mundo, no Brasil este número chega a 11,9% dos partos [1,2,3].

Associado as demandas advindas da própria prematuridade, o Recém-Nascido

Pré-termo (RNPT) geralmente necessita de hospitalização e em muitos casos,

por períodos prolongados. Além disso, frequentemente os RNPT apresentam

imaturidade de sistemas e órgãos, o que pode gerar dificuldade de adaptação à

vida extrauterina e atrasos no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) em

longo prazo.

A adaptação do RNPT ao meio ambiente da Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal (UTIN) varia de acordo com sua habilidade em realizar ajustes para

sua organização, assim como, a adequação da quantidade de energia exigida

para o funcionamento do organismo, a qual é descrita pela Teoria Síncrona Ativa

do Desenvolvimento, desenvolvida por Heidelize Als em 1984. Esta divide-se em

cinco subsistemas: fisiológico, motor, estados comportamentais, atenção e

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interação e por fim, subsistema regulador [4]. O DNPM resulta de uma série de

fatores inerentes ao indivíduo e ao ambiente no qual este está inserido,

influenciando no comportamento e desenvolvimento da pessoa, tanto no sentido

de proteção quanto de prejuízo [5].

Neste contexto, o ambiente hospitalar, juntamente com as condições

clínicas do RNPT, pode influenciar nas suas respostas fisiológicas e

comportamentais e em sua adaptação durante a hospitalização, bem como pode

produzir repercussões em seu desenvolvimento após a alta da UTIN. Visto que

estudos demonstram melhora das habilidades motoras em RNPT que recebem

estimulação precoce [5,6], sendo incluída nesta o posicionamento do RNPT na

UTIN. O sistema musculoesquelético do Recém-Nascido (RN) é responsável

pelo posicionamento do corpo, de forma especial durante o internamento, pois

os movimentos que o RN realiza, bem como as posturas adotadas, contribuem

para a formação das curvaturas da coluna, articulações e crânio, de forma que

a equipe da UTIN tem responsabilidade sobre o alinhamento corporal, postura e

movimento do RNPT [5].

O posicionamento do RNPT é um cuidado usual dentro das UTIN, em que

a criança deve vivenciar posturas alternadas ao longo do dia, pois além de evitar

lesões por pressão, previne o vício postural, as deformidades, melhora a

frequência respiratória, relaxamento do RNPT, entre outros. Para tanto,

recomenda-se a troca de decúbito a cada quatro horas ou conforme a

necessidade do paciente [7].

Quando o posicionamento não é realizado de forma adequada pode

incorrer em prejuízos advindos da imaturidade do sistema musculoesquelético e

assim, gerar complicações de alinhamento corporal, principalmente em

decorrência da hipotonia característica do período neonatal. Do contrário, a

manutenção de um posicionamento adequado proporciona controle de estados

de excitação, melhora na função cardiorrespiratória e conservação de energia,

além de proporcionar melhora na autorregulação do paciente, o que se reverte

em menos episódios estressantes ao RN [8]. Ainda, a sustentação de períodos

de sono profundo e sem interrupções é capaz de interferir na criação de circuitos

neurais permanentes, além de estimular o desenvolvimento sensório-motor [9].

Sweeney e Gutierrez (2002) citam que durante um posicionamento

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adequado, deve-se atentar para manter a postura e movimentos, aperfeiçoar o

desenvolvimento esquelético e alinhamento corporal, proporcionar estímulos

proprioceptivos, táteis e visuais controlados, conservando a calma e estado

regular de comportamento do RN. Desse modo, proporcionar a mudança de

decúbito, realizando um posicionamento adequado, interfere positivamente no

desenvolvimento motor mediante a estimulação das articulações e músculos que

influenciam os mecanorreceptores, a fim de aprimorar e adequar os movimentos.

Assim como promove melhora na oximetria periférica, na mecânica respiratória

e um período de maior relaxamento do RNPT [11].

Diante dos aspectos abordados é possível compreender que o RNPT

deve ser manejado de forma global ainda na UTIN, o que envolve desde o

cuidado à sua condição clínica como também a atenção para o posicionamento

adequado. Compreendendo-se este como uma alternativa de intervenção

precoce junto ao RNPT, contudo, embora o posicionamento dentro das UTIN

seja um procedimento de rotina, ainda não é empregado de maneira padronizada

que considere a correta forma de se posicionar um RNPT. Levantar evidências

que mostrem a influência da manutenção postural no estado comportamental e

fisiológico do RNPT hospitalizado nas UTIN pode contribuir para que os

profissionais de saúde empreguem o posicionamento adequado de modo

padronizado para produzir benefícios tanto na hospitalização como após a alta

da UTIN.

Dessa forma, o objetivo deste estudo é comparar os diferentes tipos de

posicionamento (decúbito lateral, decúbito ventral e decúbito dorsal) realizados

conforme um Procedimento Operacional Padrão (POP) e analisar se existem

diferenças em relação à resposta a dor, comportamental e fisiológica de RNPT

hospitalizados em UTIN.

MATERIAIS E MÉTODOS

Desenho do estudo

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61

Estudo de caráter quantitativo, com desenho experimental do tipo ensaio

clínico, prospectivo, realizado em um hospital universitário no sul do Brasil, no

período de junho de 2015 a março de 2016.

A população foi composta pelos RNPT internados na UTIN no período do

estudo submetidos aos critérios de inclusão: RNPT com IG ≤32 semanas; sem

anomalias congênitas. Os critérios de exclusão foram: RNPT sem

acompanhante legal; RNPT com alguma causa clínica que impedia a mudança

de decúbito. Cálculo amostral prévio realizado pelo programa GPower 3.1, em

que a amostra corresponde a um poder de teste de 0,94 com um tamanho de

efeito de 0,25 e um nível de significância de 0,05. A amostra se constituiu de 24

RNPT, posteriormente randomizados por pesquisador cego, por meio de sorteio

simples, sendo alocados seis RNPT em cada decúbito: Decúbito Lateral Direito

(DLD), Decúbito Dorsal (DD), Decúbito Lateral Esquerdo (DLE) e Decúbito

Ventral. Após a randomização, ao iniciar a intervenção, os sujeitos foram

distribuídos na ordem crescente aos leitos disponíveis na UTIN.

Coleta de dados

Primeiramente, para caracterização da amostra, foram coletados os

dados referentes ao nascimento e características do internamento de cada

sujeito. Durante a intervenção, as variáveis avaliadas remeteram ao proposto

pela Teoria Síncrono Ativa do Desenvolvimento, verificando-se assim as

respostas do subsistema fisiológico, responsável pelas funções vitais como

Frequência Cardíaca (FC), Frequência Respiratória (FR) e Saturação Periférica

de Oxigênio (SpO2). Também, incluiu o subsistema motor que envolve o tônus

muscular, a postura e os movimentos voluntários e involuntários; o subsistema

de estados comportamentais, que compreende seis estados de consciência,

sendo: sono profundo, sono leve, sonolência, alerta, alerta com atividade e choro

[9].

Para tanto, a variável dependente analisada refere-se ao posicionamento

dos RNPT em relação à resposta a dor mensurada pela Neonatal Infant Pain

Scale (NIPS); resposta comportamental verificada pela Escala de Brazelton

Modificada (EBM) e as respostas fisiológicas identificadas mediante o registro

do monitoramento da FC, FR e SpO2. Todas as variáveis foram avaliadas 30

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minutos antes do início do procedimento, 30 minutos após o procedimento e nas

três horas seguintes, representando a análise durante o procedimento e 30

minutos após a finalização do mesmo. O período compreendido pelas três horas

de desenvolvimento do POP originou a medida de quatro dados para cada

variável (FC, FR, SpO2, EBM, NIPS), a média dessas mensurações originou o

dado final a ser analisado.

A escala NIPS é utilizada na rotina de UTIN para avaliação da dor aguda,

pois se refere a instrumento multidimensional que avalia indicadores

comportamentais e fisiológicos de RN e lactentes, a partir de seis parâmetros a

serem pontuados, sendo considerado dor uma pontuação maior ou igual a quatro

[12].

A Escala de Avaliação Comportamental Neonatal de Brazelton Adaptada

(Behavioral Assesstment Scale), aqui descrita como Escala de Brazelton

Modificada – EBM [12] foi elaborada por Brazelton e colaboradores em 1973, e

avalia seis estados comportamentais, a saber: sono profundo; sono ativo;

sonolência; alerta tranquilo; despertar ativo e choro intenso [12,13]. Nesta

escala, a avaliação ocorre pela observação direta do RN, que resultará em uma

classificação do comportamento em seis estados, pontuados de 1 a 6, nos

estados 5 e 6, o RN apresenta algum desconforto [14].

Os dados referentes às variáveis fisiológicas compreenderam a avaliação

cardiopulmonar com a FR, FC e Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2). A FC

e a SpO2 eram coletados a partir dos dados obtidos pelo monitor

multiparamétrico Omnimed – Omni 612 (fabricado no Brasil), a FR foi verificada

a partir da observação e contagem pelo pesquisador das incursões respiratórias

no intervalo de um minuto. A FC média considerada para referencia foi 125,

variando de 70 a 190 bpm e a FR de 30 a 50 irpm [15]. Todas as variáveis citadas

foram registradas em formulário próprio para a pesquisa, o qual foi testado

quanto a sua forma e conteúdo.

Intervenção

O procedimento tinha início após 72 horas de vida do RNPT, devido ao

risco elevado de desenvolver Hipertensão Intra Craniana (HIC) pela manipulação

excessiva neste período. A intervenção ocorreu durante cinco dias consecutivos

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e o posicionamento foi realizado pela pesquisadora responsável.

Assim, 30 minutos antes da segunda mudança de decúbito da manhã

aplicava-se a intervenção (Figura 1) tendo inicio pela coleta dos sinais vitais,

avaliação de dor pela escala NIPS e avaliação comportamental pela EBM. Na

sequência, os RNPT foram posicionados conforme POP e essas avaliações se

repetiram 30 minutos após o posicionamento, a cada hora após o

posicionamento e 30 minutos após o final do procedimento, quando o RNPT já

havia recebido a mudança de decúbito de rotina da unidade.

O posicionamento conforme o POP [16] pode ser observado na Figura 2,

em que se utiliza de ninhos, rolos ou demais apoios, a fim de assegurar a

adequada posição corporal do RN. O POP consiste em:

Decúbito dorsal: posicionar a cabeça em linha média, flexão e adução de

MMSS e MMII, evitando abduções excessivas e rotação externa, mantendo o

tórax exposto para possibilitar a avaliação do padrão respiratório.

Decúbito lateral (direito ou esquerdo): proporcionar ligeira flexão de

tronco, manter a cabeça em linha média; colocar um apoio entre as pernas para

manter uma posição neutra das extremidades e manter os MMSS livres para que

possam explorar a boca e facilitar os movimentos de autoconsolo.

Decúbito ventral (pronação): posicionar um rolo na horizontal para manter

a correta inclinação de quadril e pelve e manter o joelho fletido adequadamente.

Manter também um apoio lateral para as pernas e pés, a fim de evitar

deformidades e abdução excessiva do quadril.

Análise de dados

Para caracterização da amostra foi realizada estatística descritiva (média,

desvio padrão, mediana, mínima e máxima). A análise inferencial a partir dos

testes de Anova unidirecional e Friedman com auxílio do programa BioStat.

RESULTADOS

Os RNPT participantes do estudo em sua maioria eram do sexo

masculino, com idade gestacional prevalente entre 28 e 32 semanas e o peso

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de nascimento entre 1000 e 1499. A maior parte fez uso de oxigenoterapia

durante o internamento e não fizeram uso de sedativos (tabela 1).

Na Tabela 2, observa-se a resposta nas variáveis fisiológicas em relação

aos respectivos decúbitos. Ao comparar os diferentes decúbitos a partir de um

POP, é possível observar que a FC reduziu nos decúbitos DLD, DD e DV durante

o procedimento, quando comparado aos valores do início da intervenção.

Enquanto que a FR reduziu em todos os decúbitos e a SpO2 manteve-se estável

na maioria dos decúbitos com discreto aumento no DLD.

Ainda, na Tabela 3, apresentam-se as respostas em relação às variáveis

comportamentais e a dor em comparação a cada decúbito. Na análise

comportamental, observa-se que todos os decúbitos os RNPT iniciaram o

procedimento com mediana de 2. O DV apresentou a máxima no estado

comportamental no inicio do procedimento. Durante a intervenção, a mediana

reduziu para 1 nos decúbitos DLE, DD e DV, embora a máxima encontrada nos

grupos tenha aumentado.

Quando avaliada a dor, todos os decúbitos

iniciaram com mediana 1, o que não caracteriza dor. No entanto, nos decúbitos

DLE, DD e DV houve RNPT com dor, visto que pontuaram escore 4 na escala

NIPS. Durante o procedimento, a mediana encontrada foi 0, porém, os mesmos

decúbitos continuaram apresentando casos de dor, com pontuação 4, em ao

menos um sujeito (tabela 3). Ao realizar a análise de dor intra grupos, houve

redução significativa entre o início e o final da intervenção no DLD (p=0,03), entre

o início e durante o procedimento no DD (p=0,01); o DV tendenciou a reduzir

entre o início e durante a intervenção (p=0,07).

DISCUSSÃO

Ao analisar os dados, observa-se que na avaliação da FC não houve

alteração em relação aos diferentes decúbitos, exceto durante o procedimento,

em que o DD apresentou maior redução na FC, porém sem diferença estatística

significativa. Essa observação foi evidenciada em estudo [17] em que a FC

também não apresentou alterações entre diferentes grupos de posicionamento,

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assim como não modificaram a incidência de bradicardia ou apneias.

Na observação da FR, identificou-se redução em todos os decúbitos do

POP, porém sem diferença estatística significante entre os decúbitos e entre os

momentos de avaliação. Uma pesquisa [8] encontrou redução na FR quando

comparou o decúbito inicial de RNPT (lateral ou dorsal) com o DV durante a

hospitalização na UTIN. Apreende-se que o posicionamento padronizado e

adequado é capaz de melhorar a capacidade respiratória dos pacientes

submetidos a ela, além de otimizar a estabilidade fisiológica que

consequentemente favorecem a melhora do padrão respiratório capaz de reduzir

a FR [18]. Ainda, outro estudo [19] observou na comparação entre decúbitos de

RNPT que o DLE e o DV proporcionaram melhores resultados na função

pulmonar e estratégia respiratória desta população.

Na avaliação da SpO2, todos os grupos iniciaram com mesmo valor de

SpO2, sendo que no DLD apresentou maior SpO2 entre todos os decúbitos. Este

resultado vai ao encontro dos resultados de outra pesquisa [20], que avaliou os

diferentes decúbitos em relação à distribuição ventilatória, sendo que na análise

da SpO2 também não houve diferença significativa entre o decúbito lateral, dorsal

ou prona. O mesmo foi observado em nosso estudo, em que não houve diferença

significativa entre os decúbitos.

Na avaliação comportamental realizada pela EBM, não foi encontrada

diferença entre os grupos, bem como na análise intra grupos, considerando os

momentos de avaliação em cada decúbito isoladamente. O mesmo foi

observado durante a avaliação de dor pela NIPS, em que em todos os decúbitos

iniciaram com escores similares e durante a avaliação obtiveram os mesmos

escores, com exceção do DLE que apresentou a menor variação entre todos os

decúbitos, mas sem diferença estatística significativa em relação aos demais

decúbitos. Em estudo realizado com RN [17] também não houve diferenças

significativas entre RN posicionados em DD ou DV na resposta a dor em

procedimentos invasivos. Todavia, os RNPT posicionados conforme o

procedimento padronizado em decúbito lateral apresentaram, naquele momento,

redução significativa nos escores de dor em relação aos RNPT não

posicionados.

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A redução nos escores da EBM nos distintos decúbitos, demonstrou maior

conforto e relaxamento do RNPT e auxilia a diminuição do gasto energético, que

consequentemente contribui com o desenvolvimento da criança e sua evolução

clínica durante a hospitalização [21].

O posicionamento adequado contribui ainda para reduzir as alterações

motoras e de desenvolvimento, visto que destacaram em um estudo de revisão

[22], os RNPT possuem maior risco para o desenvolvimento de deformidades

cranianas devido ao fato de permanecerem longos períodos com a cabeça na

mesma posição. Destacam ainda, que tais deformidades vão além das

alterações estéticas, levando a atrasos no DNPM, alterações visuais e episódios

de otite média.

Desse modo, durante a hospitalização em UTIN, a equipe de saúde deve

priorizar o posicionamento padronizado que obedeça principalmente o

alinhamento corporal, mantendo o correto posicionamento de cabeça, evitando

lateralização inadequada; estimulo para linha média e flexão de MMSS,

referência e apoio aos MMII. Este cuidado padronizado e seguindo a essas

diretrizes contribuirão para proporcionar maior conforto ao RNPT durante a

hospitalização e reduzir o risco de alterações do desenvolvimento motor ainda

na UTIN, assim como ao longo do período após a alta hospitalar.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o posicionamento a partir de um POP pode auxiliar na

adaptação das respostas fisiológicas e comportamentais de RNPT submetidos

a tal procedimento, enquanto hospitalizados em UTIN. Visto que durante os

diferentes decúbitos apesar de não haver diferença estatística significativa entre

eles, demonstrou redução na escala de dor e propiciou uma redução do escore

da escala de comportamento o que pode indicar maior relaxamento do RNPT

durante o posicionamento pelo POP. Assim como, em relação à dor, a qual

apresentou tendência a redução quando posicionado em DV e redução

significativa quando posicionado no DLD e DD. Portanto, as evidências mostram

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as contribuições de posicionar o RNPT de forma padronizada, seguindo as

diretrizes de um POP.

Comitê de ética em pesquisa

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos (CEP) da UNIOESTE, sob o número de parecer: 1.134.712.

Financiamento

A pesquisa foi recorte de projeto intitulado “Repercussões da

prematuridade: estresse materno e programação metabólica após a alta

hospitalar”, aprovado pelo CNPq sob processo: 457109/2014-9.

Conflitos de Interesse

Não houve conflitos de interesse na pesquisa.

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Figuras

Figura 1: Descrição do procedimento.

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Figura 2: Posicionamento conforme POP (TOSO et al., 2015, página: 1150-1151).

Tabelas

Tabela 2: Caracterização da amostra. Cascavel, 2016.

Variável FA FR

Sexo

Feminino 8 33%

Masculino 16 67%

IG

<28 semanas 4 17%

28 a 32 semanas 20 84%

Peso ao nascimento

<1000 gr 5 21%

1000 a 1499 gr 16 67%

1500 a 2000 gr 3 13%

Oxigenoterapia

Sim* 21 87%

Não 3 13%

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Sedação

Sim** 10 42%

Não 14 58%

Legenda: FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa.

* Considerou-se uso de oxigenoterapia qualquer suporte ventilatório, invasivo ou não

invasivo, durante o internamento.

** Considerou-se uso de sedação a administração de medicamentos sedativos ou que

alteram a resposta à dor durante os dias de intervenção.

Tabela 3: Respostas cardiopulmonares nos diferentes decúbitos. Cascavel, 2016.

Variável DLD Média±

DLE Média±

DD Média±

DV Média±

p-valor

FC

Antes Durante Depois

161±14 160±12 160±13

159±13 159±15 158±14

156±16 151±12 152±16

166±17 163±16 162±15

0,51 0,23 0,53

FR

Antes Durante Depois

49±11 48±9

51±11

44±10 42±10 44±10

47±13 43±10 43±9

51±11 47±12 49±9

0,54 0,57 0,57

SpO2

Antes Durante Depois

95±2 96±2 95±2

95±3 95±2 95±2

95±2 95±2 96±1

95±2 95±2 95±2

0,93 0,65 0,58

Legenda: DLD: Decúbito Lateral Direito; DLE: Decúbito Lateral Esquerdo; DD:

Decúbito Dorsal; DV: Decúbito Ventral; FC: Frequência Cardíaca; FR: Frequência

Respiratória; SpO2: Saturação Periférica de Oxigênio.

Tabela 4: Respostas comportamentais e de dor nos diferentes decúbitos. Cascavel, 2016.

Variável DLD Mediana

(Mín/ Máx)

DLE Mediana

(Mín/ Máx)

DD Mediana

(Mín/ Máx)

DV Mediana

(Mín/ Máx)

p-valor*

EBM Antes Durante Depois p-valor**

2 (1/4) 2 (1/4) 2 (1/4)

0,13

2 (1/4) 1 (1/4) 1 (1/5)

0,95

2 (1/3) 1 (1/4) 1 (1/4)

0,07

2 (1/5) 1 (1/6) 2 (1/4)

0,27

0,83 0,73 0,63

----

NIPS Antes Durante

1 (0/3)** 0 (0/3)

1 (0/4) 0 (0/4)

1 (0/4)** 0 (0/4)**

1 (0/4) 0 (0/4)

0,91 0,78

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Depois p-valor**

0,5 (0/3)**

0,03**

0 (0/4)

0,35

0 (0/4)

0,01**

0 (0/3)

0,07

0,88

----

*Considera-se significativo um p-valor <0,05. Análise entre os grupos.

** Considera-se significativo um p-valor <0,05. Análise intra grupos.

Legenda: DLD: Decúbito Lateral Direito; DLE: Decúbito Lateral Esquerdo; DD:

Decúbito Dorsal; DV: Decúbito Ventral; Mín: Mínima; Máx: Máxima; EBM: Escala de

Brazelton Modificada; NIPS: Neonatal Infant Pain Scale.

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ARTIGO CIENTIFICO 2:

Aplicação clínica de Procedimento Operacional Padrão de

posicionamento com Prematuros

Aplicação clínica de Procedimento Operacional Padrão de

posicionamento com Prematuros

Clinical application of standard operating procedure positioning with premature

Alessandra Madalena Garcia1

Claudia Silveira Viera1

1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, Brasil.

Autor correspondente: Claudia Silveira Viera.

R. Universitária, 2069 - Jardim Universitário, Cascavel - PR, 85819-110.

[email protected]

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Conflitos de Interesse: Não há conflitos de interesse a declarar.

Resumo

Objetivo: Comparar as respostas fisiológicas e comportamentais de recém-

nascidos prematuros posicionados conforme Decúbito de Rotina da Unidade

(DRU) com os submetidos a Procedimento Operacional Padrão (POP) de

posicionamento.

Métodos: Ensaio clínico randomizado realizado em UTIN no Sul do Brasil.

Avaliados 30 RNPT com idade gestacional ≤32 semanas alocados

randomizadamente em Decúbito de Rotina da Unidade (DRU) e Grupo

Intervenção (POP), este subdivididos em Decúbito Lateral Direito (DLD),

Decúbito Dorsal (DD), Decúbito Lateral Esquerdo (DLE); Decúbito Ventral (DV).

Avaliou-se antes, durante e após o procedimento: Frequência Cardíaca (FC);

Frequência Respiratória (FR); Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2);

comportamento pela Escala de Brazelton Modificada (EBM); dor pela NIPS.

Resultados: Durante a intervenção, a FR (p=0,023), os índices na EBM (p=0,01)

e NIPS (p<0,0001) reduziram significativamente no POP. A FC e a SpO2 não

apresentaram diferença significativa.

Conclusão: O posicionamento conforme o POP contribui para beneficio em

relação ao estado comportamental e fisiológico da população estudada.

Descritores: Posicionamento do Paciente; Recém-Nascido; Prematuro;

Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Abstract

Objective: To compare the physiological and behavioral responses of premature

infants positioned as the unit's routine with those submitted to Standard

Operating Procedure (SOP) positioning.

Method: randomized clinical trial conducted in a NICU in southern Brazil.

Evaluated 30 preterm infants with gestational age ≤32 weeks allocated randomly

in Unit Routine Decubitus (URD) and intervention group by SOP, this one divided

into Right Side Position (RSP), Supine Position (SP), Left Side Position (LSP)

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76

and Prone Position (PP). It was evaluated before, during and after the procedure:

Heart Rate (HR); Respiratory rate (RR); Peripheral oxygen saturation (SpO2);

behavior by Brazelton Scale Modified (EBM); pain by NIPS.

Results: During the intervention, RR (p = 0.023), the indices in EBM (p = 0.01)

and NIPS (p <0.0001) significantly reduced the POP. HR and SpO2 showed no

significant difference.

Conclusion: The positioning as POP contributes to benefit in relation to the

behavioral and physiological state of the studied population.

Keywords: Patient positioning; premature; Neonatal Intensive Care Unit

INTRODUÇÃO

A prematuridade vem nas últimas décadas se configurando como

problema eminente no mundo e no Brasil, visto que as taxas de nascimentos

prematuros passaram de 7,1% para 11,9% do total dos nascimentos,

respectivamente, nos anos de 2010 e 2013.(1,2) As diferentes regiões do país

apresentam índices distintos de nascimentos prematuros, evidenciando

disparidade regional visto que na região norte 12,9% dos nascimentos são

prematuros, enquanto que na região Sul, tem-se o menor índice - 11,1%.(2) A

prematuridade geralmente está associada a internamentos em unidades

hospitalares para prover os recursos necessários de suporte à vida conforme a

necessidade de cada Recém-Nascido Prematuro (RNPT).

A imaturidade do RNPT, que apresenta maior dificuldade na adaptação à

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vida extrauterina, associada às alterações clínicas decorrentes da própria

prematuridade, pode ter repercussões em sua organização e gasto energético

durante a hospitalização, assim como incorrer em alterações em seu

Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM). Após o nascimento esse recém-

nascido se vê, repentinamente, fora do ambiente que lhe proporcionava apoio e

referência representados pelas paredes uterinas e passa a vivenciar um novo

espaço, o das paredes da incubadora, o que causa insegurança, irritabilidade,

que gera maior atividade motora e maior gasto energético.(3)

No ambiente extrauterino promovido pela unidade de internação, o RNPT

é exposto muitas vezes a excesso de estímulos inadequados que o levam a

buscar formas compensatórias de organização, deixando-o vulnerável a

complicações durante o período neonatal. É preciso que a equipe de saúde da

UTIN esteja preparada e atenta para minimizar os efeitos do ambiente da

unidade, das condutas terapêuticas e do manejo para reduzir as sequelas

decorrentes desse período na vida da criança.(4,5)

Caso o RNPT não seja auxiliado pela equipe de saúde a manter-se em

posição confortável e protegida na hospitalização, como por exemplo, se a

posição de extensão dos Membros Superiores (MMSS) e Membros Inferiores

(MMII), sejam mantidas, haverá dificuldade de ajustes em sua organização para

o pleno funcionamento de seu organismo, bem como dificuldade na evolução

motora dessa criança. Essa situação pode levar ao aumento do desconforto

durante o sono, de dor, do padrão respiratório e ainda, hipotonias transitórias de

membros inferiores, retração escapular e alteração das mensagens que são

transmitidas ao sistema nervoso central, o que leva as alterações no

desenvolvimento.(6)

Assim, uma das estratégias que podem minimizar essas dificuldades,

refere-se ao posicionamento padronizado dentro da UTIN. Embora sejam

conhecidos os benefícios de um posicionamento corporal adequado durante o

internamento e existam alguns protocolos de posicionamento propostos em

alguns estudos, ainda não existe uma prática padrão implementada e sustentada

ao redor do mundo. A manutenção do posicionamento adequado, principalmente

estimulando a flexão, é capaz de colaborar para o desenvolvimento motor e

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neuromuscular do recém-nascido prematuro, além de diminuir o estresse e

estimular o sistema neuromotor.(6,7)

Todo posicionamento adotado deve proporcionar e sustentar conforto

para o Recém-Nascido (RN) mediante postura flexora e com orientação para a

linha média, que irão facilitar outras funções posteriores como sugar, sentar,

engatinhar e deambular. Em todos os posicionamentos, deve se atentar para a

função respiratória utilizando cabeceira elevada, postura de semi-extensão do

pescoço, a fim de retificar as vias aéreas e diminuir a resistência na entrada de

ar. A cabeça deve ser mantida em linha média para diminuir os riscos de

aumento de pressão intracraniana e possibilidade de apneia obstrutiva (quando

em flexão excessiva do pescoço); as mãos devem ser mantidas livres e próximas

ao rosto; os pés apoiados e inibição ventral, pois o RN gosta de “se agarrar” ou

possuir algo para se aconchegar. Recomenda-se a alteração de decúbito a cada

três ou quatro horas, proporcionando os apoios adequados.(8,9)

Desta forma a padronização do posicionamento, levando em conta os

benefícios de cada postura, deve ser considerada, uma vez que o procedimento

de posicionamento terapêutico é capaz de interferir diretamente sobre a resposta

fisiológica do prematuro, associada à melhora da função respiratória, redução

dos episódios de refluxo e no tempo de esvaziamento gástrico, atuando ainda

sobre o padrão circulatório cerebral e desenvolvimento comportamental.(6)

Recentemente, foi apresentado(10) um Procedimento Operacional Padrão

(POP) de posicionamento ao RNPT que requer aplicação na prática clínica para

contribuir para sua validação para uso nas UTIN. Nesse sentido, este estudo

propõe-se a comparar a resposta fisiológica, comportamental e à dor de RNPT

submetidos ao decúbito de rotina de uma UTIN com os submetidos a um POP

de posicionamento.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo com desenho experimental do tipo ensaio clínico, unicego,

prospectivo, realizado no período de julho de 2015 a abril de 2016, em uma UTIN

de um hospital do sul do Brasil (Figura 1)(11).

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Figura 1: Fluxograma de distribuição da amostra (CONSORT, 2010). (11)

Legenda: IG: Idade Gestacional; DRU: Decúbito de Rotina da Unidade; POP:

Procedimento Operacional Padrão; DLD: Decúbito Lateral Direito; DD: Decúbito Dorsal; DLE:

Decúbito Lateral Esquerdo; DV: Decúbito Ventral.

O estudo teve como critérios de inclusão: RNPT com IG ≤32 semanas;

sem anomalias congênitas ou neurológicas, pois poderiam influenciar na

resposta comportamental avaliada. Os critérios de exclusão compreenderam o

RNPT com alguma causa clínica que impedisse a mudança de decúbito ou RNPT

sem acompanhante legal.

Os RNPT foram randomizados para serem distribuídos nos decúbitos de

posicionamento do POP (Decúbito Dorsal – DD; Decúbito Lateral Direito – DLD;

Decúbito Ventral – DV; Decúbito Lateral Esquerdo -DLE) ou no grupo controle, o

qual era submetido ao Decúbito de Rotina da Unidade (DRU). Assim, formaram-

se dois grupos, o Grupo de Intervenção (POP), composto pelos RNPT que foram

submetidos ao POP de posicionamento, em que a pesquisadora responsável

realizava o procedimento de posicionamento e o Grupo Controle (DRU), que

recebeu o posicionamento por um profissional da unidade conforme a rotina.

Para tanto, a cada semana os RNPT admitidos na UTIN passavam a integrar os

cinco grupos nos referidos decúbitos, esse procedimento se deu ao longo de

cinco dias durante seis semanas. A amostra para o estudo foi constituída então

de seis RNPT para cada posição (24 RNPT no POP e seis no DRU), totalizando

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30 RNPT (Figura 1). O cálculo amostral prévio foi realizado por meio do programa

GPower 3.1, obedecendo a poder de teste de 0,94, tamanho de efeito de 0,25 e

nível de significância de 0,05.

O procedimento era realizado durante cinco dias consecutivos de

intervenção e tinha inicio 30 minutos antes da segunda mudança de decúbito da

manhã com a coleta dos dados: Frequência Cardíaca (FC), Frequência

Respiratória (FR), Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2); avaliação de dor

pela escala Neonatal Infant Pain Scale - NIPS (9) e avaliação comportamental

pela Escala de Brazelton Modificada – EBM(12). Estas variáveis foram verificadas

para o DRU e GI – POP, como segue: 30 minutos antes de posicionar o RNPT;

30 minutos após o posicionamento; nas três horas seguintes ao posicionamento

e 30 minutos após a mudança do posicionamento.

O posicionamento conforme o POP(10) conta com ninhos, rolos ou demais

apoios, a fim de assegurar a adequada posição corporal do RN e compreende

as seguintes diretrizes:

Decúbito dorsal: posicionar a cabeça em linha média, flexão e adução de

MMSS e MMII, evitando abduções excessivas e rotação externa. Também,

manter o tórax exposto para possibilitar a avaliação do padrão respiratório.

Decúbito lateral (direito ou esquerdo): proporcionar ligeira flexão de

tronco, manter a cabeça em linha média; colocar um apoio entre as pernas para

manter uma posição neutra das extremidades e manter os MMSS livres para que

possam explorar a boca e facilitar os movimentos de autoconsolo.

Decúbito ventral (pronação): posicionar um rolo na horizontal para manter

a correta inclinação de quadril e pelve e manter o joelho fletido adequadamente.

Manter também um apoio lateral para as pernas e pés, a fim de evitar

deformidades e abdução excessiva do quadril.

O posicionamento no grupo DRU se deu conforme a técnica do

profissional da enfermagem responsável pelo RNPT naquele período, podendo

variar entre os quatro decúbitos possíveis.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos (CEP) da instituição, sob o número de parecer: 1.134.712 e respeitou

os preceitos éticos e legais de estudos com seres humanos.

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RESULTADOS

Do total de participantes do estudo (n=30), a IG concentrou-se entre 28 e

32 semanas e o peso ao nascimento entre 1001 e 1499 gramas, caracterizando

a amostra como muito prematuros e de muito baixo peso ao nascer. A

prevalência no DRU foi de RNPT do sexo feminino (n=04) e do masculino no

POP (n=16). Ainda, os participantes do DRU não foram submetidos a nenhum

tipo de sedação e contrariamente, 42% do POP esteve sedado em algum

momento do estudo. A maioria, em ambos os grupos, fez uso de O2. O DRU e

POP não mostraram diferenças estatísticas significativas em relação à

caracterização apresentada (p-valor ≥0,05).

Analisando as respostas fisiológicas entre o POP e DRU, observa-se que

a FC e a SpO2 não apresentaram diferença estatística significativa entre os

grupos. A FR tendenciou a reduzir (p=0,058) no grupo submetido ao POP ao

final do procedimento quando comparada ao DRU (Figura 2). Em relação à

avaliação de comportamento, este apresentou redução significativa durante o

posicionamento pelo POP (p=0,04), bem como a análise de dor (p=0,03) quando

comparado ao DRU (Figura 2).

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Figura 2: Resposta cardiopulmonar, comportamental e a dor dos grupos DRU e POP

(intervenção). Cascavel, 2016.

Ao realizar a análise qualitativa das imagens pela comparação do DRU e

POP durante o posicionamento, observa-se durante o decúbito lateral, na figura

3 (A e B), que o paciente do POP (B) encontra-se posicionado de modo a

favorecer seu conforto e relaxamento quando comparado ao paciente do DRU

(A). No grupo POP a cabeça apresenta-se em linha média, o posicionamento de

MMSS e MMII estão em flexão, relaxados e com apoio distal nos MMII, bem

como tronco e quadril encontram-se alinhados, o que pode favorecer o correto

estimulo motor necessário para o desenvolvimento e contribuir para maior ou

menor gasto energético devido ao maior relaxamento e conforto do RNPT.

Figura 3: A e B: Decúbito lateral – RNPT do DRU e do POP (intervenção).

C e D: Decúbito ventral – RNPT do DRU e do POP (intervenção).

Ainda na figura 3 (C e D), durante o decúbito ventral, pode-se verificar que

o paciente do DRU (C) apresenta rotação e extensão inadequada de cabeça,

contração de MMSS, rotação de quadril e falta de apoio em MMII. Este

posicionamento pode resultar em torcicolos, assimetrias posturais e déficit na

adequação de tônus e força muscular e contribuir para maior desconforto do

RNPT, requerendo maior esforço e gasto energético para promover os ajustes

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em sua organização em prol do funcionamento adequado de seu organismo. Em

contrapartida, o RNPT posicionado conforme o POP (D) encontra-se com a

cabeça em posição adequada para o DV, MMSS fletidos e relaxados e com apoio

em quadril e MMII, fatores que podem auxiliar o estímulo motor, respiratório e

comportamental adequado.

DISCUSSÃO

Ao analisar a FC, observa-se que o DRU teve menor FC no inicio da

intervenção, enquanto que durante o procedimento, o grupo POP reduziu a FC,

contudo, essa diferença não se mostrou significativa estatisticamente.

Corroborando com estes achados, um estudo (13) mostrou que durante os

posicionamentos adequados com cabeça elevada e corpo inclinado não houve

associação com alterações na FC ou pressão sanguínea. Esta estabilidade

também se apresentou na avaliação da SpO2, em que ambos os grupos

iniciaram com mesmo valor de saturação, sendo que apenas o DRU reduziu a

SpO2 durante a intervenção, porém, sem diferença estatística significativa entre

os grupos, demonstrando a manutenção da SpO2. Dado semelhante foi

observado em estudo(16) que avaliou 12 RNPT com IG entre 24 e 32 semanas.

Na análise da FR, o POP apresentou tendência à redução significativa

quando comparado ao DRU. O posicionamento padronizado e adequado é

capaz de melhorar a capacidade respiratória dos pacientes submetidos a ela,

além de otimizar a estabilidade fisiológica que consequentemente favorecem a

melhora do padrão respiratório, capaz de reduzir a FR(14). No desenvolvimento

de um estudo(15) que comparou RN em decúbitos usuais (decúbito dorsal e

lateral) e DV, identificou redução significativa na FR quando os RN encontravam-

se posicionados em DV, sugerindo uma redução nos níveis de estresse com o

posicionamento em DV adequado.

Durante a avaliação da EBM e NIPS, o grupo do POP apresentou redução

significativa dos escores ao longo do procedimento das duas escalas. A redução

nos escores da EBM pode ser relacionada com o maior conforto no

posicionamento, o que gera diminuição do estresse e com isso menor gasto

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energético, que consequentemente contribui com o desenvolvimento da criança

e sua evolução clínica durante a hospitalização(17).

Em relação ao estado comportamental, em avaliação dos efeitos de

cuidados e posicionamento de 30 RNPT em uma UTIN por três períodos de 24

horas e os fatores associados às alterações comportamentais(18), os resultados

evidenciaram que durante a avaliação, os RN em estado de sono tranquilo

aumentaram enquanto os bebês não estavam recebendo cuidados, interação

social e sucção não nutritiva, sendo posicionados lateralmente. Também, o

número de RN chorando e agitados aumentou quando estes recebiam cuidados

incômodos ou mesmo de rotina.

Outro estudo(19) observou que RNPT submetidos ao posicionamento

proposto, representado pelo envolvimento do RNPT em um tecido mantendo

MMSS e MMII fletidos, apresentaram melhores respostas em relação a resposta

motora e reflexa em relação aos que recebiam métodos de posicionamento

usuais.

Reconhecendo-se que o RNPT não apresenta tônus muscular adequado,

consequentemente estão em risco para o desenvolvimento de padrões de

movimentos anormais, bem como deformidades esqueléticas. Na observação da

figura 3, pode-se sugerir que o RNPT submetido ao DRU está sujeito a possíveis

deformidades esqueléticas e motoras, visto que sua postura não promove apoio

e contenção adequados a sua mecânica corporal. Em contrapartida, observando

os RNPT do POP, nota-se que tal procedimento facilita o conforto aos RNPT

quando comparados às figuras que representam o grupo DRU, contribuindo para

o melhor ajuste da organização do RNPT no ambiente da UTIN. O

posicionamento adequado de cabeça, por exemplo, evita deformidades de

cabeça e pescoço, como torcicolos e plagiocefalia, alterações estas que podem

influenciar na aquisição de marcos motores ao longo do DNPM como rolar,

sentar e engatinhar(6).

Encontra-se na literatura(17,18) que a manutenção de estados mais

tranquilos demanda menor gasto energético, o que contribui para a recuperação

do RNPT na UTIN. Para tanto, conforme observado neste estudo e corroborado

pelas evidências, sugere-se que posicionar adequadamente o RNPT durante a

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hospitalização por meio de protocolos testados e validados clinicamente pode

contribuir tanto durante o período de hospitalização como após a alta da UTIN.

CONCLUSÃO

Os achados em relação às escalas NIPS e EBM, bem como a redução na

FR, podem estar relacionados com o fato de o RNPT estar mais calmo, relaxado

e confortável quando posicionado conforme um POP, pois apesar de partir de

um mesmo parâmetro médio de dor, por exemplo, os RNPT que foram

posicionados conforme um POP reduziram significativamente os escores de dor.

Ainda, apresentaram escores menores na EBM, que demonstram um sono mais

profundo, calmo e confortável. Este estado mais calmo, pode ter uma relação na

manutenção de SpO2 e reduzir a FR.

Desse modo, o POP de posicionamento mostrou benefícios em relação

ao posicionamento de rotina de uma UTIN. Assim, sugere-se que um POP de

posicionamento pode interferir diretamente sobre a resposta fisiológica e

comportamental do RNPT, bem como pode, em longo prazo, reduzir a ocorrência

de alterações osteomusculares como plagiocefalia, braquicefalia e torcicolos.

Contribuindo dessa forma para recuperação clínica durante a hospitalização e

promover melhor alinhamento e posição corporal para evitar prejuízos na

aquisição de marcos motores ao longo do desenvolvimento.

Empregar, portanto, rotinas de posicionamentos de RNPT na

hospitalização em UTIN deve seguir POP de posicionamento para evitar

sequelas futuras dessas crianças. A equipe de saúde deve ser/estar preparada

para implementá-lo no cotidiano do cuidado.

Agradecimentos

A pesquisa foi um recorte de projeto intitulado “Repercussões da

prematuridade: estresse materno e programação metabólica após a alta

hospitalar”, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e

Tecnológico (CNPq) sob o processo: 457109/2014-9.

Colaborações

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GARCIA AM declara que contribuiu na concepção do projeto, análise e

interpretação de dados, na redação do artigo, revisão critica relevante do

conteúdo intelectual. VIERA CS colaborou na revisão critica relevante do

conteúdo intelectual e aprovação final da versão a ser publicada.

Referências

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CONCLUSÕES

Os achados em relação às escalas NIPS e EBM, bem como a redução na

FR, podem estar relacionados com o fato de o RNPT estar mais calmo, relaxado

e confortável quando posicionado conforme um POP, pois apesar de partir de

um mesmo parâmetro médio de dor, por exemplo, os RNPT que foram

posicionados conforme um POP reduziram significativamente os escores de dor,

além de apresentar escores menores na EBM, que demonstram um sono mais

profundo, calmo e confortável. Este estado mais calmo, é capaz de promover a

manutenção de SpO2 e reduzir a FR. Encontra-se na literatura que a manutenção

de estados mais tranquilos demanda menor gasto energético, o que contribui

para a recuperação do RNPT na UTIN.

Ainda, acredita-se que um POP de posicionamento pode evitar alterações

osteomusculares como plagiocefalia, braquicefalia, torcicolos e assim, resultar

em benefícios no DNPM, pois promove melhor alinhamento e posição corporal

evitando prejuízo na aquisição de marcos motores ao longo do desenvolvimento.

Cuidados com o desenvolvimento do RNPT ainda no período neonatal

influenciam positivamente no DNPM desta criança. Assim, o posicionamento

adequado na UTIN é capaz de contribuir para o DNPM de um RNPT.

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98

APENDICES

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99

APENDICE 1: Instrumento de randomização dos sujeitos.

Bloco ID Paciente Grupo

01 01 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X)DRU

02 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

03 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

04 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

05 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

02 06 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

07 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

08 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

09 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X) DRU

10 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

03 11 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

12 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

13 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X) DRU

14 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

15 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

04 16 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

17 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

18 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

19 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X) DRU

20 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

05 21 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

22 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

23 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X) DRU

24 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

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100

25 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

06 26 (X)DLD ( )DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

27 ( )DLD ( )DD (X)DLE ( )DV ( ) DRU

28 ( )DLD (X)DD ( )DLE ( )DV ( ) DRU

29 ( )DLD ( )DD ( )DLE (X)DV ( ) DRU

30 ( )DLD ( )DD ( )DLE ( )DV (X) DRU

DLD: Decúbito Lateral Direito; DD: Decúbito Dorsal; DLE: Decúbito Lateral

Esquerdo; DV: Decúbito Ventral; DRU:Decúbito de Rotina da Unidade.

Apêndice 2: Instrumento de coleta de dados dos sujeitos.

FICHA DE ADMISSÃO – Estudo sobre posicionamento do RNPT

A. Dados de Identificação do RNPT

Nome: _____________________________________________________________________

Nome da mãe: ______________________________________________________________

Prontuário: _________________ Registro: ___________________

B. Dados de Nascimento

Data de nascimento: ___/___/______

1. Idade Gestacional: ________ 2. IGC (quando arrolado a amostra): __________

3. Diagnóstico clínico: __________________________________________________________

____________________________________________________________________________

5. Peso ncto: _________ 6. Apgar: _____/_______ 7. Tipo de parto: _______________

C. Dados da mãe

1. G: ____ 2. P: ____ 3. A: ____ 4. C: ____ 5. NV: ____

6. Fez pré-natal? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não

Paciente: _______ Leito: _______ Data: _______ Bloco: _______

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101

7. Intercorrências durante a gestação? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 3 Quais: ____________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

8. Usou medicamentos durante a gestação? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 3 Quais?________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

D. Internamento

Data UTIN: _____________________

1. Problemas clínicos na internação (até o dia da coleta de dados):

1 ( ) sepses 2 ( ) ECN clínica 3 ( ) ECN cirúrgica 4 ( ) HIC 5 ( ) Nenhum

6 ( ) Outros ________________________________________________________________

2. Utilizou VMI? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não Motivo: ___________________________________

3. Tempo em VMI: 1 ( ) até 1 dia 2 ( ) 1-3 dias 3 ( ) 4 a 7 dias 4 ( ) mais de 7 dias

4. Re-IOT? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 5. Motivo: _______________________________________

6. Utilizou VMNI? 1 ( ) Sim 2 ( )Não 7. Motivo: _____________________________________

8. Tempo em VMNI: 1 ( ) até 1 dia 2 ( ) 1-3 dias 3 ( ) 4 a 7 dias 4 ( ) mais de 7 dias

9. Retorno para VMNI? 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 10. Motivo: _______________________________

11. Fototerapia: 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 12. Motivo: ___________________________________

13. Tempo em foto: 1 ( ) até 1 dia 2 ( ) 1-3 dias 3 ( ) 4 a 7 dias 4 ( ) mais de 7 dias

14. Acessos venosos:

1 ( ) PICC 1.1 Local:_____________________________

2 ( ) Cateter flexível 2.1 Local______________________________

3 ( ) Flebotomia 3.1 Local:_____________________________

4 ( ) Scalp 4.1 Local:_____________________________

5 ( ) Intracat 5.1 Local: _____________________________.

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102

6 ( ) Cateter umbilical

7 ( ) Nenhum

15. Sedação: 1 ( ) Sim 2 ( ) Não

Qual?

01)_____________________________________________ Período:___/___ a ___/___/_____

02)_____________________________________________ Período:___/___ a ___/___/_____

03)_____________________________________________ Período:___/___ a ___/___/_____

Apêndice 3: Instrumento de coleta de dados durante a intervenção.

FICHA DE AVALIAÇÃO - Estudo sobre posicionamento do RNPT

ID Paciente: __________ Prontuário: ___________ Leito: ______ Bloco: _______

Intervenção nº _______ Data: ___/___/_____

Grupo: 1 ( ) DLD 2 ( ) DD 3 ( ) DLE 4 ( ) DV 5 ( ) Controle

Horário da última mudança de decúbito (feita pela equipe): ___________hr.

Data 11:30 12:30 13:30 14:30 15:30 16:30

Atendimento Pré-

intervenção

1ª hora 2ª hora 3ª hora 4ª hora Pós-

intervenção

Hora

Idade corrigida

Decúbito

Peso

Dieta Kcal/dia

Alimentação (SOG/ SNG/

NPT/ SM)

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103

Suporte Ventilatório

(VMI/ VNI/ Hallo/ Másc.

O2)

Si

nai

s V

itai

s FC

FR

SpO2

Co

mp

or

-

tam

ent

o

BZT

NIPS

Man

ipu

laç

ões

no

per

íod

o

Procedimentos

?

Quais?

Apêndice 4: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

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105

ANEXOS

Anexo A: Escala de avaliação de dor “Neonatal Infant Pain Scale” (NIPS)

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106

Fonte: BRASIL, 2011b

ANEXO B: Escala de avaliação comportamental de Brazelton modificada.

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107

Fonte: VIGNOCHI; TEIXEIRA; NADER; 2010.

ANEXO C: Parecer do Comitê de ética em pesquisa e Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

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ANEXO D: Normas da revista Physiotherapy

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ANEXO E: Normas da Acta paulista de Enfermagem

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