Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
AS REPERCUSSÕES DE UMA BRINQUEDOTECA COMUNITÁRIA NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL – O CASO DA BRINCASTELO EM GOIÁS1
Maria Clemência Pinheiro de Lima Ferreira2
Graziela Vanessa Parreira3
GT8 – Espaços Educativos, Currículo e Formação Docente (Saberes e Práticas)
RESUMO
Os espaços lúdicos têm sido foco de discussão uma vez que os ambientes para o brincar têm se
tornado mais escassos. A brinquedoteca garante especificidade para esta atividade. Assim, a presente
pesquisa teve como objetivo principal analisar as repercussões de uma brinquedoteca comunitária do
interior de Goiás na formação das crianças. Como objetivos específicos, buscamos analisar o brincar
neste contexto, descrever sua organização e identificar o desenvolvimento das crianças a partir da
perspectiva dos professores que se relacionam com elas na escola. As metodologias utilizadas foram:
revisão bibliográfica e coleta de dados por meio de questionário aplicado a 11 professoras; análise
documental e entrevista semi-estruturada com a diretora da instituição. Os resultados revelam que as
crianças frequentam a brinquedoteca demonstram aspectos significativos em seu desenvolvimento e
aprendizagem na escola e, portanto, esta tem relevância, no âmbito social e educacional.
Palavras-chave: Brincar. Brinquedoteca. Desenvolvimento infantil.
ABSTRACT Play spaces have been the focus of discussion since play environments have become more scarce. The
toy library guarantees specificity for this activity. Thus, the present research had as main objective to
analyze the repercussions of a community playhouse in the small cities of Goiás in the training of
children. As specific objectives, we seek to analyze the act of playing in this context, to describe its
organization and to identify children's development from the perspective of the teachers who relate to
them in school. The methodologies used were: bibliographic review and data collection through a
questionnaire applied to 11 teachers; Documentary analysis and semi-structured interview with the
director of the institution. The results reveal that the children attending the toy library demonstrate
significant aspects in their development and learning in school and, therefore, it has relevance in the
social and educational scope.
Keywords: Play. Toys. Child development.
INTRODUÇÃO
A partir do Renascimento, período que ficou conhecido como o da “compulsão
lúdica”, o brincar começou a ser visto como instrumento de desenvolvimento de inteligência e
facilitador do estudo. O brincar trazia com este período da história uma forma mais simples e
prazerosa de aprendizagem, e substituía métodos escolares tradicionais (KISHIMOTO, 1999).
1 Pesquisa financiada pela Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular (FUNADESP).
2 Mestra em Educação. Professora do curso de Pedagogia e Educação Física da UniEvangélica. E-mail:
<[email protected]>. 3 Mestre em Educação. Professora no curso de Pedagogia e Pós Graduação da UniEvangélica. E-mail:
2
Ao brincar a criança tem oportunidade de vivenciar inúmeras situações, as quais
acrescentarão vivências reais. São experiências que exigem esforço físico e mental, e que
contribuem para desenvolverem habilidades motoras e cognitivas. São problematizações e
resoluções de situações que terão de ser resolvidas assim como nos “jogos da vida”, ou seja,
que envolvem escolhas e tomadas de decisões (GIMENES, 2007)
O cumprimento de regras, sociabilização, preocupação com o próximo, quebrando
a barreira do individualismo, são características vivenciadas pelas crianças durante o
momento do brincar. Por meio da brincadeira a criança tem oportunidade de conhecer a
cultura dos adultos e do mundo que está à sua volta (CARNEIRO; DODGE, 2007).
O brincar é um ato indispensável à saúde física, emocional e intelectual do
indivíduo, mas para brincar de modo efetivo, as crianças precisam de acompanhamento e
companheiros de brincadeiras, com espaço e material adequados, onde possa brincar sozinha
ou em grupo, tendo tempo para explorar o ambiente e também dar fim àquilo que iniciou, para
que possam ampliar e aprofundar suas vivências (MOYLES, 2002).
Neste sentido, a discussão sobre os espaços lúdicos é um dos focos deste assunto,
pois na atual sociedade, os espaços para o brincar têm se tornado cada vez mais restritos
devido ao crescimento das grandes cidades e ao desenvolvimento urbano, comprometendo a
segurança e a existência de lugares apropriados para tal (CARNEIRO; DODGE, 2007).
O presente trabalho teve como objetivo principal analisar as repercussões de uma
brinquedoteca comunitária do interior de Goiás na formação das crianças. Como objetivos
específicos buscamos analisar o brincar neste contexto, descrever sua organização e
identificar o desenvolvimento das crianças a partir da perspectiva dos professores que se
relacionam com elas na escola.
Caracterizou-se como pesquisa qualitativa e quantitativa e um estudo de caso,
sendo as metodologias utilizadas: revisão bibliográfica sobre as implicações do brincar e
brinquedoteca e coleta de dados por meio de questionário com perguntas abertas e fechadas
aplicado a 11 professoras que atendem crianças entre 05 na e 12 anos que participam no
mínimo há dois anos das atividades desenvolvidas na Brincastelo, todas matriculadas no
Ensino Fundamental, com a finalidade de obter dados a respeito da contribuição deste espaço
sobre aspectos voltados ao desenvolvimento integral destas crianças. Foi feita uma análise
descritiva com percentual para organização dos resultados. Outras metodologias ainda foram:
análise documental dos registros da brinquedoteca e uma entrevista semi-estruturada com a
diretora da instituição para compreensão do funcionamento desta.
3
A BRINQUEDOTECA EM QUESTÃO
A brinquedoteca surge no cenário do brincar para garantir à criança um espaço
específico para isto. Muito além da ideia de um “depósito” de brinquedos, ela possui
características próprias voltadas para atividades lúdicas que influenciam definitivamente na
formação e desenvolvimento das crianças que a frequentam (SANTOS, 2002).
Segundo Hypolitto (2001), as Brinquedotecas surgiram no Brasil nos anos 80,
predominando características próprias voltadas para a necessidade de melhor atender as
crianças no que se refere aos espaços lúdicos com segurança e objetivos claros. Kishimoto
(1999), Santos (2002), Schlee (2008) registram que desde então, esta forma de vivência lúdica
vem se expandindo sendo defendida por profissionais que acreditam que o brincar é a forma
perfeita para perceber a criança e estimular o que ela precisa para desenvolver-se
Tradicionalmente se diz que uma brinquedoteca é um laboratório criado para
brincar. Sendo assim, profissionais que ali trabalham, devem pensar, discutir, analisar e
pesquisar a repercussão do brinquedo no desenvolvimento infantil (SCHLEE, 2008).
Nestes moldes uma brinquedoteca não pode ser comparada com uma sala de aula
ou sala de reunião ou sala múltipla. Idealizá-la como uma sala que terá quatro paredes
coloridas, confeccionar alguns brinquedos e escolher um(a) “tio(a)” para cuidar de tudo, é
uma redução grosseira das suas possibilidades (SCHLEE, 2008).
Para conceituar uma brinquedoteca deve ser também analisada a finalidade
(pragmática e filosófica) para qual o edifício (espaço) vai servir. Ela deve ser concebida como
o lugar de um grupo especial. Portanto, deve exprimir uma ideia de identidade. Uma
brinquedoteca que atenda adultos e idosos deverá ter propostas e formatos específicos, assim
como uma brinquedoteca que atenda crianças ou adolescentes (SCHLEE, 2008).
Na sociedade moderna, o tempo das crianças encontra-se saturado por deveres e
afazeres, restando-lhes pouco tempo para brincar. As brincadeiras ficam por conta dos
atributos tecnológicos, nem sempre utilizados de forma saudável e construtiva. Por outro lado,
há crianças que cedo são obrigadas a trabalhar e contribuir com o sustento familiar, o que
também retira delas o tempo e a chance de brincar e fazer suas próprias descobertas.
Outro agravante é o ritmo e a rotina da sociedade atual, o qual isola as pessoas.
Embora as relações sociais tenham sido ampliadas pela mídia, há menos relações sólidas com
proximidade afetiva. As crianças acabam brincando sozinhas em seu pouco tempo livre, o que
retira delas a chance do convívio social lúdico e a vivência de inúmeras aprendizagens
4
(CARNEIRO; DODGE, 2007). A brinquedoteca pode oportunizar o brincar, minimizando tais
problemas.
Segundo Cunha (2002), resumidamente os objetivos de uma brinquedoteca são os
seguintes: proporcionar um espaço onde a criança possa brincar sossegada, sem cobranças e
sem sentir que está atrapalhando ou perdendo tempo; estimular a concentração e a atenção;
favorecer o equilíbrio emocional; dar oportunidade à expansão das potencialidades;
desenvolver a inteligência criativa e a sociabilidade; proporcionar acesso a um número maior
de brinquedos, de experiências e de descobertas; dar oportunidade para que aprenda a jogar e
a participar; incentivar a valorização do brinquedo como atividade geradora de
desenvolvimento intelectual, emocional e social; enriquecer o relacionamento entre as
crianças e suas famílias, e ainda valorizar os sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade.
De acordo Santos (2002), a organização e função pedagógica da brinquedoteca,
permite oferecer uma seleção de brinquedos de qualidade, enquanto sua função social
possibilita às crianças menos favorecidas usarem brinquedos que nunca antes tinham tido
acesso. Tais elementos instigam o respeito, limites e a cooperação.
A estrutura de uma brinquedoteca pode se dar de diferentes formas, dependendo
de cada realidade e dos objetivos específicos que se pretende. Neste sentido, vários modelos
de brinquedoteca vêm surgindo: escolar, comunitárias, hospitalar e ambulante.
A brinquedoteca comunitária, de acordo com Santos (2002), configura-se como
um espaço lúdico que oferece oportunidade para as crianças brincarem livremente, tendo
acesso a brinquedos e oficinas de atividades artísticas, porém, cada iniciativa organiza-se e
oferece atividades de acordo com a própria realidade, atendendo, na maioria das vezes
crianças de classes mais baixas e menos favorecidas na sociedade.
Uma brinquedoteca necessita de espaços para exploração das alternativas lúdicas
e para vivência. É essencial determinar qual grupo será favorecido e quais atividades serão
desenvolvidas em cada local. A organização ideal de uma brinquedoteca deve garantir
espaços para o maior número possível de atividades diversificadas com uma estrutura, com
locais abertos e fechados para a livre expressão das crianças; acompanhamento de
brinquedistas e assessoria para o desenvolvimento destas atividades (ALMEIDA, 2002).
A brinquedoteca é o espaço que Schlle (2008, p. 64) chama de “espaço qualificado: ...
como pensar numa porta como local de encontro, não apenas como simples passagem”.
Portanto, é essencial refletir sobre este espaço lúdico e suas repercussões em uma tentativa de
5
analisar como o brincar explicitamente nele contido, pode influenciar no desenvolvimento
integral das crianças e na aprendizagem escolar das mesmas.
A BRINQUEDOTECA COMUNITÁRIA DE NERÓPOLIS – BRINCASTELO
O diferencial de uma brinquedoteca comunitária é o atendimento das crianças de
classes populares menos favorecidas, que buscam neste espaço, o que não encontram na rua
ou em instituições formais. Este ambiente se torna uma oportunidade de contato com a
diversidade de brinquedos, mas configura-se também como oportunidade de convívio
harmônico e respeito mútuo com outras pessoas (SANTOS, 2002).
A Brincastelo – Brinquedoteca Comunitária que localiza-se em Nerópolis, interior
do Estado de Goiás, nasceu da iniciativa de pessoas que lutam por espaços lúdicos. Esta foi
inaugurada em novembro de 1996, pela Prefeitura de Nerópolis, contando também com o
apoio de recursos vindos da Itália. Conforme folder explicativo da Brincastelo (2009), uma
revista italiana publicou um artigo sobre o funcionamento desta briquedoteca enfatizando sua
importância. De acordo com este documento e com o depoimento da diretora e fundadora da
brinquedoteca, a primeira grande quantidade de brinquedos que a Brincastelo recebeu, foi um
contêiner vindo da Europa, doados pela parceria feita com a AMI - Amigos em Missões
Indianas. Foi construída utilizando todo o espaço físico de uma praça no centro da cidade.
Portanto, possui ampla área verde com árvores por todo pátio.
O nome Brincastelo corresponde à estrutura física da entrada e aos muros que
cercam o espaço. Ambos simulam o formato de um castelo. Na entrada existem duas torres,
nas quais funcionam duas salas: a secretaria e a sala da diretora.
Constam da estrutura física geral: uma cozinha onde são preparados os alimentos;
uma área de lanche para as crianças; um pátio espaçoso em que são realizadas atividades
recreativas; banheiros; sala de brinquedos onde as crianças podem brincar utilizando jogos
educativos, de tabuleiro, pedagógicos, carrinhos, bonecas, bichinhos de pelúcia e ferramentas
que simulam profissões; sala de oficinas onde são realizadas atividades artesanais para
crianças a partir de nove anos e também adultos e idosos que se matriculam para oficinas
específicas (pintura em tecido, bijouterias, biscuit, bordado em vagonite, em pedraria e
culinária); uma casinha de alvenaria que simula uma casa de bonecas, local exploração de
jogo simbólico; uma sala de costura onde são confeccionadas fantasias e ainda um anfiteatro
em formato de arena onde acontecem as aulas de dança e teatro em que são realizadas
6
reuniões e eventos; “sala de fantasia”, atrás na coxia do anfiteatro onde são armazenadas as
fantasias utilizadas pelas crianças da brinquedoteca em apresentações de dança; play ground,
que no momento está desativado com brinquedos de madeira.
A Brincastelo oferece 300 vagas para crianças a partir de três anos de idade e
atende em sua maioria, as crianças de escolas ligadas à rede municipal de Nerópolis. Funciona
de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
De acordo os documentos de registro4, a proposta da Brincastelo estabelece os
seguintes objetivos: proporcionar um espaço saudável para o brincar; valorizar o brinquedo e
o brincar como “fenômenos sérios” e fundamentais no processo educativo e de
desenvolvimento integral e holístico da criança; aproximar a criança da arte e da cultura,
aspectos intimamente ligados ao lúdico; cultivar afetividade, sensibilidade, espontaneidade e
criatividade; elaborar formas de apropriação do conhecimento de diversas ordens, para a partir
daí, construir a identidade cultural das crianças; desenvolver nas crianças, vários processos
mentais como linguagem, memória, imaginação, pensamento, expressão e concentração.
Crianças com a idade entre de três e seis anos podem se matricular na Brincastelo.
Há opções no programa para todos os dias da semana, meio período, período integral, ou em
dias alternados. As atividades dos dias alternados se referem basicamente às oficinas. Para o
funcionamento das atividades são formados grupos de no máximo 25 crianças por faixa etária.
A rotina de atividades consta de acolhida no início do período com música ou
roda de conversa e em seguida uma atividade lúdica dirigida. Logo depois as crianças têm um
período de brincadeiras livres supervisionadas por agentes educativas que trabalham com as
crianças. Há também o momento do lanche, oferecido pela Prefeitura de Nerópolis, seguido
das aulas de teatro e dança.
As professoras planejam e executam as atividades sistematicamente; já as agentes
educativas auxiliam-nas. Mas há também a professora de Artes e uma costureira.
Os principais projetos da Brincastelo são: o Clubinho Ambiental, o Sarau
Cultural, o Festival Interno e as atividades que partem de temas geradores, na maioria das
vezes, ligadas à literatura envolvendo música e poesia. A equipe planeja reuniões de pais e
ocasiões para apresentar o que desenvolvem ali. O calendário segue a Secretaria de Educação.
4 Projeto Brinquedoteca Pública Municipal Brincastelo. Nerópolis, 2009.
7
BRINCASTELO: A PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
A primeira questão visou investigar junto a cada uma das professoras se elas
tinham conhecimento da brinquedoteca da cidade. Observamos que todas conheciam. Neste
sentido, pudemos comprovar que a direção da Brincastelo procura divulgar o espaço e as
atividades em toda a comunidade. A população da cidade local é de aproximadamente 24.210
habitantes (entre a zona rural e a zona urbana)5, e segundo depoimentos da direção, pessoas e
instituições como, por exemplo grupos de universidades, vêm de outros lugares para
conhecer a brinquedoteca. Tal fato indica que este local é conhecido da maioria da
população, e tem se tornado um referencial na região em que se encontra.
A tabela 01 mostra dados sobre o conceito que as professoras possuem com
relação às finalidades de uma brinquedoteca. Esta foi uma questão na modalidade aberta,
portanto as respostas foram agrupadas conforme a proximidade das palavras e de acordo com
o sentido da escrita de cada sujeito. Das entrevistadas, uma não respondeu, representando
9,1% do total de professoras; seis delas, representando 54,5% das respostas, responderam que
a brinquedoteca é um lugar lúdico com função educativa e quatro, representando 36,4%
responderam o mesmo, acrescido da função educativa, recreativa e artística.
Tabela 01: Conceito/finalidades da brinquedoteca
Classificação Frequência Porcentagem (%)
- Não respondeu 1 9,1
- É um lugar lúdico com função educativa 6 54,5
- É lugar lúdico com função educativa,
recreativa e artística 4 36,4
Total 11 100
Fonte: Autoria (2017).
As respostas condizem com a proposta de trabalho da brinquedoteca e
consequentemente com os tipos de atividades que são desenvolvidas ali. O fator ludicidade é
o principal, pois é inerente ao papel da brinquedoteca, mas as professoras compreendem que
existe implicitamente também uma função educativa.
Se nos remetermos aos conceitos de espaços educativos, deparamo-nos com o
que a literatura classifica como espaços formais e espaços não formais de educação. Os
5 Dados do IBGE (2013). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=521450&
search=goias|neropolis>.
8
espaços formais caracterizam-se como o tipo de educação organizada sistematicamente, em
sequência hierarquizada, a qual se dá especificamente no espaço escolar.
É a educação que ocorre nas instituições regidas pelas leis educacionais do país no
espaço físico chamado de escola, com todas as suas dependências. Já a educação não formal
segue também uma estrutura e uma organização, diferentes da escola e pode até sugerir uma
certificação, mas diverge da educação formal pelo fato de não fixar tempos e locais, bem
como pela flexibilidade de adaptação das diversas aprendizagens (BARZANO, 2008).
Assim, é possível compreender a educação não formal como qualquer tentativa
educacional organizada que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de
ensino. Neste sentido, a brinquedoteca pode ser classificada como um ambiente não formal
de educação, o que foi indicado pelas professoras participantes.
Uma observação interessante sobre a educação não formal é que:
Enquanto na educação formal quem educa é o professor, na educação não
formal, o grande educador é o outro, aquele com quem interagimos ou nos
integramos (...). As escolas são os espaços territoriais da educação formal.
Por outro lado, na educação não formal, os espaços educativos localizam-se
em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e
indivíduos, fora das escolas, em locais informais, locais onde há processos
interativos intencionais. (GOHN, 2006, p. 29 apud BARZANO, 2008, p. 2).
Segundo Bianconi e Caruso (2005), o sucesso das iniciativas de educação não
formal nos leva a acreditar que este tipo de ensino tem ainda um enorme potencial a ser
explorado no que diz respeito à capacidade de motivar os envolvidos em diferentes
aprendizagens, valorizando suas experiências anteriores e desenvolvendo a criatividade.
Um exemplo neste sentido é o que se observou no ambiente da brinquedoteca.
Ali as crianças têm liberdade para brincar e são estimuladas quanto ao desenvolvimento da
criatividade. Contam suas histórias, ouvem as dos colegas. Interagem naturalmente com as
brinquedistas que estão ali como orientadoras nos diferentes momentos das atividades. O
respeito ao próximo, respeito às regras em grupo, o incentivo às atividades coletivas com
tarefas em equipe são alguns dos elementos explorados neste ambiente e que se configuram,
portanto como parte da educação não formal. As crianças sempre são orientadas quanto à
responsabilidade de guardar e organizar todos os objetos utilizados. Aspectos desta natureza
indicam a função educativa da brinquedoteca a qual pode contribuir significativamente na
formação de um cidadão responsável, que sabe conviver de forma saudável em sociedade.
9
As professoras ressaltaram nas respostas os conhecimentos artísticos adquiridos
por meio das oficinas. Estas revelam o artesanato local e as marcas da cultura. São
expressões que nem sempre podem ser vivenciadas e elaboradas na escola e que se
configuram como conhecimentos adquiridos por meio de uma educação não formal.
A tabela 02 demonstra os dados da terceira questão feita às professoras, a qual diz
respeito à indicação ou não da brinquedoteca para outras famílias. Nove das entrevistadas,
representando 81,8%, responderam que indicariam a outros que matriculassem o filho na
Brincastelo e duas professoras, representando 18,2% do total, afirmam que não indicariam.
Tabela 02: Conselho sobre a brinquedoteca para outras famílias
Classificação Frequência Porcentagem (%)
-Indicaria para matricular o filho 9 81,8
-Não indicaria para matricular o filho 2 18,2
Total 11 100
Fonte: Autoria (2017).
Como a maior porcentagem assinalou positivamente, percebe-se que a maioria
destas professoras compreende que a brinquedoteca pode contribuir para a formação das
crianças e há possibilidades, portanto, desta ser um aliado na tarefa de educá-las, o que nos
remete às considerações feitas sobre a educação não formal.
A seguir foi feita uma pergunta aberta referindo-se à justificativa da questão
acima sobre os motivos pelos quais aconselhariam ou não outras famílias a matricularem
seus filhos na brinquedoteca. As palavras foram agrupadas para descrição dos resultados. As
duas professoras que não indicariam, justificaram que o ambiente físico é inapropriado e a
proposta de organização das atividades deixa as crianças muito ociosas (“soltas”); as oito
professoras que indicariam a matrícula justificaram que o ambiente pode contribuir
significativamente para a aprendizagem, e desta forma ajuda para que a criança preencha seu
tempo livre de forma criativa e prazerosa; e uma professora justificou que indicaria porque
este espaço lúdico fortalece a comunidade.
Supostamente, um dos aspectos é que a estrutura física da brinquedoteca
apresenta pontos de fragilidade em termos de estética e segurança. Itens como pintura do
ambiente; reforma de salas e mobiliário, dentre outros, indicam necessidades de constante
manutenção. Além disto, o espaço do parque (play ground em madeira), por ser muito
antigo, estava deteriorado e ficou por muito tempo comprometido, com acesso proibido, pois
10
havia riscos de acidente. Recentemente foi desmontado e retirado do local, onde há
indicações de que outro seja construído. Tais aspectos marcam de forma negativa a imagem
da estrutura física a qual pode prejudicar a aceitação do espaço por parte da população.
As críticas das professoras que assinalaram que o local é inapropriado podem
estar pautadas em alguma experiência ou relato de acontecimento desagradável, uma vez que
utilizaram a expressão “soltas”. Não deixam claro na resposta, a que exatamente atribuem
esse problema, apenas afirmam que “as crianças ficam muito ociosas, deixando a desejar”.
Na concepção de Kishimoto (1999) a criança não fica ociosa em seu tempo livre,
na verdade ela brinca, joga e elabora atividades simbólicas. Moyles (2002) também se refere
a tal manifestação lúdica e afirma que, por meio do brincar livre, exploratório, as crianças
aprendem alguma coisa sobre situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, dentre outros
elementos. Para as autoras, independente da manifestação do brincar, dirigido ou espontâneo,
é possível compreender que a ação educativa está presente em qualquer uma das situações.
POSSÍVEIS DIFERENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DA
BRINCASTELO
Os dados e análises a seguir referem-se a aspectos específicos das 18 crianças que
frequentam a Brinquedoteca há no mínimo dois anos. Depois do questionário acima, os
professores responderam questões sobre cada uma das crianças, seus alunos matriculados no
Ensino Fundamental, fornecendo dados a respeito do desenvolvimento e formação destes.
A tabela 03 registra os resultados da questão quanto aos aspectos que se
destacam nas ações de convívio em sala de aula. Diante das alternativas, duas professoras,
representando 11,1% dos entrevistados assinalaram a opção de que seus alunos que
frequentam a brinquedoteca demonstram facilidade no relacionamento com outras crianças e
adultos; sete dos professores, representando 38,9% do total, assinalaram até três opções e
oito professores, representando 44,4% do total, assinalaram mais de três alternativas. As
mais assinaladas foram as opções 3,5 e 6, as quais traziam as seguintes afirmações: possui
iniciativa para resolver problemas; tem facilidade de expressar-se publicamente e demonstra
facilidade em expressar suas opiniões. Uma das professoras não assinalou nenhumas das
alternativas, representando 5,6% do total de entrevistadas.
11
Tabela 03: Aspectos que se destacam nas ações de convívio das crianças em sala
Classificação Frequência Porcentagem (%)
- Nenhuma alternativa 1 5,6
- Demonstra facilidade no relacionamento com outras
crianças e adultos 2 11,1
- Assinalaram até 03 opções. 7 38,9
- Assinalaram mais de 04 opções 8 44,4
Total 18 100
Fonte: Autoria (2017).
É interessante observar que dentre os objetivos da brinquedoteca, a literatura
apresenta itens que se relacionam diretamente ao desenvolvimento de habilidades como as
assinaladas acima. Cunha (2002) afirma que as possibilidades das relações interpessoais no
ambiente da brinquedoteca favorecem o equilíbrio emocional e dão expansão às
potencialidades da criança.
Nesse sentido, compreende-se que as experiências ali vividas envolvem aspectos
emocionais e sociais e que, no estudo desta realidade, as crianças que a frequentam no
mínimo há dois anos, destacam–se no desenvolvimento de habilidades relacionais e de
linguagem, ou seja, comunicar-se publicamente e expressar suas opiniões. Santos (2002) cita
que a brinquedoteca é um ambiente onde a comunicação e a expressão são estimuladas nas
atividades lúdicas, o que ficou evidente na visão das professoras.
A tabela 04 registra os resultados de outra questão respondida pelos professores:
como cada criança é vista quanto a seu comportamento geral na escola. Das crianças avaliadas
por seus professores, quatro delas, ou seja, 22,2% apresentam comportamento exemplar,
sempre elogiado também por outros professores; 12 crianças, representando 66,7% do grupo
analisado, comportam-se normalmente como as outras crianças e duas crianças, ou seja,
11,11% delas são citadas como referência negativa em relação a outros alunos.
Tabela 04: Quanto ao comportamento geral demonstrado pela criança (seu aluno)
Classificação Frequência Porcentagem (%)
- Exemplar, sempre elogiado 4 22,2
- Comporta-se normalmente como as outras
crianças 12 66,7
- Citado como referência negativa em relação
aos outros alunos 2 11,1
Total 18 100
Fonte: Autoria (2017).
12
Convencionalmente, compreende-se uma criança de comportamento exemplar
aquela que não apresenta constantes atitudes maldosas e de desentendimentos com os colegas,
que não se faz necessário chamar sua atenção o tempo todo com relação a conversas paralelas
ou mesmo quanto a inquietudes nos momentos que deve se dedicar aos estudos e tarefas.
Na percepção das professoras, quatro crianças têm comportamentos considerados
“modelos”, mas no geral, a maioria não as surpreende, ou seja, não são crianças que
necessitam repreensão constante, por isso são consideradas “normais” no que diz respeito ao
que se espera delas na escola, na relação com o outro e diante dos desafios dos estudos.
Tal fato sugere um elemento interessante: tais crianças têm tido a oportunidade de
desenvolver a capacidade de equilibrar os momentos de estudo e tarefas com momentos de
ludicidade, demonstrando uma organização interna mais centrada e equilibrada, elementos
que são discutidos a partir de Luckesi (2002).
“[O] ato lúdico propicia uma experiência plena para o sujeito” (LUCKESI, 2002,
p. 2). Este considera que as atividades lúdicas são essenciais para conduzir a pessoa à
consciência de si mesmo, pois exige simultaneamente do corpo e da mente. Valoriza a
abordagem terapêutica e trata da atividade lúdica como experiência profunda do indivíduo.
Tais considerações trazem à reflexão sobre viver plenamente as experiências
lúdicas, as quais ajudarão a equilibrar as emoções, sentimentos, inteligência e ritmo pessoal,
na obtenção de uma organização e um equilíbrio interno diante vários fatores que nos cercam.
A tabela 05 registra os resultados da questão respondida pelos professores quanto
ao valor da brinquedoteca para seu aluno. A partir das alternativas apresentadas, uma
professora, ou seja, 5,6% do total, afirmou que a brinquedoteca é importante por proporcionar
lazer ao aluno; uma, representando 5,6% das respostas assinala que é importante por não
deixá-lo ocioso nas ruas; 16 professoras, o equivalente a 88,9%, assinalaram a alternativa que
envolvia estes mesmos itens acrescentados de fatores que contribuem para o desenvolvimento
integral da criança.
Dentre as alternativas, havia uma opção que indicava a negação deste espaço, ou
seja, que se a criança não frequentasse tal ambiente, não faria diferença alguma em seu
desenvolvimento. Nenhum dos professores assinalou esta opção.
13
Tabela 05: Quanto à importância da brinquedoteca na vida da criança (seu aluno)
Classificação Frequência Porcentagem (%)
- É importante por proporcionar lazer 01 5,6
- É importante por não deixá-lo com tempo ocioso 01 5,6
- É importante por não deixá-lo ocioso, por
proporcionar lazer e por contribuir com o
desenvolvimento integral da criança.
- Não faria diferença se ele não frequentasse
16
0
88,9
0
Total 18 100
Fonte: Autoria (2017).
Os resultados desta questão contribuem para uma análise sobre o valor que as
professores dão a este espaço lúdico em sua comunidade. Percebe-se que elas compreendem a
brinquedoteca como parceira na formação das crianças, e que ali há possibilidades de
desenvolvimento integral. Neste caso, baseiam-se nas observações junto às crianças que
frequentam e que não frequentem a brinquedoteca.
Afirmam que esta oportunidade tem contribuído significativamente para o
desenvolvimento de algumas de suas crianças que, afinal, demonstram aspectos diferenciais
em relação a outras. Não se deve atribuir tal desenvolvimento apenas ao fato de as crianças
frequentarem a brinquedoteca, mas acredita-se em uma parcela de contribuição positiva neste
caso, pois a porcentagem de professoras que assinalaram sobre a importância deste espaço foi
significativa.
Paralelamente ao questionário, foi solicitado aos pais das crianças em questão, o
boletim de notas escolares. Embora haja compreensão de que estas não revelam todos os
saberes que um indivíduo possui, ainda é uma maneira de registro formal sobre o nível de
produção de conhecimento e aprendizagem, os quais entrelaçam principalmente conceitos e
procedimentos. Estes elementos são constituídos a partir de elaborações mentais que os
indivíduos constroem por meio de estímulos e relação entre saberes (ZABALA, 1998).
Supostamente os conhecimentos adquiridos por meio da educação formal, na escola e da não
formal, por meio da brinquedoteca, podem refletir também nas notas escolares.
Nem todas as crianças, trouxeram o boletim de notas escolares. Das seis cópias
entregues aos pesquisadores, uma é do 1º ano, duas são do 2º ano, uma do 3º ano, uma do 7º
ano e uma é do 9º ano, todos do Ensino Fundamental. Dos seis boletins, apenas uma criança –
a do 7º ano - demonstrou notas um pouco abaixo da média (60 pontos). Foram valores
aproximados de 5,6 pontos em três disciplinas: Geografia, História e Ciências.
14
A intenção dos pesquisadores era observar se as crianças que frequentam a
brinquedoteca há pelo menos dois anos, demonstram um bom nível de desenvolvimento e
aprendizagem escolar. Apesar da mostra ser reduzida, foi possível perceber que, no geral,
estas crianças têm demonstrado bom desempenho. Com exceção do caso da criança do 7º ano,
todas as outras apresentaram médias escolares superiores a 60 pontos, atingindo até mesmo o
teto de 95 pontos em variadas disciplinas.
A despeito da quantidade de boletins a que tivemos acesso, o que dificultou uma
análise mais minuciosa da aprendizagem escolar e sua relação com elementos que as crianças
desenvolvem por meio da ludicidade na brinquedoteca, entendemos que os demais dados
apontam para o alcance dos objetivos que são estabelecidos pela referida brinquedoteca.
Portanto, para além dos aspectos voltados ao lazer e para melhor aproveitamento
do tempo ocioso, estas crianças são contempladas com a possibilidade de um melhor
desenvolvimento integral. Isto é um fator significativo que contribui para com o indivíduo
como um todo, em uma concepção que não o compartimenta como na abordagem racionalista,
mas sim valoriza o indivíduo em todos os seus aspectos, dando relevância ao brincar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa evidenciam que a brinquedoteca configura-se como um
espaço de educação não formal com repercussões positivas sobre a formação do indivíduo.
Ali os envolvidos demonstram-se motivados a diferentes aprendizagens, pois suas
experiências anteriores são valorizadas e a criatividade é desenvolvida sem imposições ou
pressões, comuns nas séries do Ensino Fundamental.
Os dados colhidos junto às professoras sobre o desenvolvimento das crianças
trazem-nos resultados significativos quanto aos aspectos das relações interpessoais,
habilidades comunicativas e expressivas; a iniciativa para resolver problemas; facilidade de
expressar-se publicamente; facilidade em expressar suas opiniões, itens mais assinalados.
Segundo elas, a maioria tem comportamentos positivos na relação com os outros, na
organização dos espaços e são consideradas “normais” no que diz respeito ao que se espera
delas no ambiente escolar. Não há nada de extraordinário com relação às notas escolares mas
o que fica evidente é o equilíbrio entre os momentos de estudo com momentos de ludicidade.
As professoras, sujeitos da pesquisa, confirmam os fatos acima e consideram que
seja válido indicar aos pais que matriculem seus filhos para frequentarem este espaço.
15
Portanto, consideram que a Brincastelo se constitui como parceira na formação das crianças e
acreditam que estas são contempladas sob aspectos integrais.
Todos os dados analisados evidenciam as repercussões da Brinquedoteca
Comunitária de Nerópolis quanto às diferentes possibilidades de aprendizagem e
desenvolvimento integral das crianças que a freqüentam. Conclui-se que a Brincastelo tem
desempenhado seu papel com significativa relevância, no âmbito social e educacional,
contribuindo positivamente junto às famílias locais, particularmente na formação e
constituição dos cidadãos daquela comunidade.
Entende-se que iniciativas como esta devem ser valorizadas pelos órgãos públicos
a fim de atender as classes sociais de baixa renda, melhorando as possibilidades de
aprendizagem e formação das crianças das comunidades locais.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcos Teodorico Pinheiro. Brinquedoteca e a importância de um espaço
estruturado para brincar. In: SANTOS, Santa Marli Pires (org). Brinquedoteca: o lúdico em
diferentes contextos. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
BARZANO, Marco Antônio Leandro. Educação não formal: apontamentos ao Ensino de
Biologia. Ciência em Tela. Feira de Santana, vol 1, n. 1, 2008. Disponível em: <http://www.
cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/Barzano_2008_1.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2016.
BIANCONI, M. Lúcia; CARUSO, Francisco. Educação não formal. Ciência e Cultura. São
Paulo, vol. 57, n.4, outubro – dezembro, 2005. Disponível em: <http://cienciaecultura
.bvs.br/pdf/cic/v57n4/a13v57n4.pdf > Acesso em: 20 jul. 2016.
CARNEIRO, Maria Ângela Barbato; DODGE, Janine J. A descoberta do brincar. São
Paulo: Editora Melhoramentos e Editora Boa Companhia, 2007.
CUNHA, Nylse Helena da Silva. A Brinquedoteca Brasileira. In: SANTOS, Santa Marli Pires
(org). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
HYPOLITTO, Dinéia. Brinquedoteca. In: Integração: ensino-pesquisa-extensão. São
Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, n. 24, ano VI, p.33-35, fev. 2001. Disponível em:
<https://www.usjt.br/proex/arquivos/produtos_academicos/33_24.pdf >. Acesso em: 29 jul.
2016.
JACOBUCCI, Daniela Franco Carvalho. Contribuições dos espaços não formais de educação
para a formação da cultura científica. Em Extensão. Uberlândia, vol.7, 2008. Disponível em:
<http://www.seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/20390>. Acesso em: 04 jul. 2016.
KHISHIMOTO, Tizuco Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3. ed.
São Paulo: Cortez, 1999.
16
LUCKESI, Cipriano Carlos. Ludicidade e atividades lúdicas: uma abordagem a partir da
experiência interna. Coletânea, Educação e Ludicidade. Ensaios. Salvador, Bahia, n. 2, p. 22-
60, 2002. Disponível em: <http://www.paralapraca.org.br/wp-content/uploads/2011/04/ludici
dade_e_atividades_ludicas.pdf.> Acesso em: 02 ago. 2016.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. 3. ed. Editora
Artmed, 2002.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. 8. ed. Rio
de Janeiro: Vozes, 2002.
SCHLEE, Andrey Rosenthal. Brinquedoteca: uma alternativa espacial. In: SANTOS, Santa
Marli Pires (org). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2008.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.