13
Réplica ao Ateu Informa pela A2TEA. Afirmação: A Bíblia vem do politeísmo. O povo hebreu certamente foi um povo de muitos deuses, mas isso não faz da bíblia ou da ordem teológica fundada na bíblia, uma ordem politeísta e/ou monolátrica; as demonstrações de que a bíblia não vem do politeísmo serão demonstradas abaixo. Uma das afirmações do senhor Ateu Informa, é que os textos apontam para uma monolatria, vamos ver se isso de fato ocorre: Ex. 15.11: (AFA) 1 - Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas? Umas das alegações muito comuns dos neo- ateus é que inexiste um contexto bíblico, entretanto isto é falso, e será demonstrado mais adiante, inclusive o senhor Ateu Informa, dá a entender isso logo no início de seu vídeo satirizando as frases (leitura sistemática e contexto). Entretanto, há DUAS coisas importantíssimas que o A.I ignora (ou estrategicamente não cita) que são: 1. O texto citado está dentro do cântico de Moisés, portanto a linguagem é de EXALTAÇÃO, E POÉTICA. Numa música não é comum se trazer informações científicas (ainda mais tendo em conta que a bíblia não o pretende ser) ou sentenças com significado objetivo, na verdade, em poesias, poemas e musicas, normalmente se utiliza de linguagem metafórica , ou seja, muitas das coisas ali COM CERTEZA serão metafóricas, o trecho citado por A.I como demonstrado visa exaltar ao Deus hebraico sobre os demais deuses. 2. O momento histórico em que ocorre, é justamente no momento em que os hebreus estão saindo da casa da servidão no Egito; prova disso é que alguns capítulos antes podem ser encontrados a famosíssima passagem pelo mar vermelho e as pragas no Egito. À seguir veremos alguns textos que reforçam a nossa posição acerca da monolatria: o povo hebreu certamente se dobrou diante de muitos deuses que não YHWH, um exemplo disso pode ser encontrado adiante, por exemplo, enquanto Moisés estava no Sinai recebendo o decálogo, o povo hebreu havia erguido para si 1 Atualizada; Ferreira de Almeida.

Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Réplica ao Ateu Informa pela A2TEA.

Afirmação: A Bíblia vem do politeísmo.

O povo hebreu certamente foi um povo de muitos deuses, mas isso não faz

da bíblia ou da ordem teológica fundada na bíblia, uma ordem politeísta e/ou

monolátrica; as demonstrações de que a bíblia não vem do politeísmo serão

demonstradas abaixo.

Uma das afirmações do senhor Ateu Informa, é que os textos apontam para uma

monolatria, vamos ver se isso de fato ocorre: Ex. 15.11: (AFA) 1- Ó SENHOR, quem

é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em

louvores, realizando maravilhas? – Umas das alegações muito comuns dos neo-

ateus é que inexiste um contexto bíblico, entretanto isto é falso, e será demonstrado

mais adiante, inclusive o senhor Ateu Informa, dá a entender isso logo no início de

seu vídeo satirizando as frases (leitura sistemática e contexto). Entretanto, há DUAS

coisas importantíssimas que o A.I ignora (ou estrategicamente não cita) que são:

1. O texto citado está dentro do cântico de Moisés, portanto a linguagem é de

EXALTAÇÃO, E POÉTICA. Numa música não é comum se trazer informações

científicas (ainda mais tendo em conta que a bíblia não o pretende ser) ou

sentenças com significado objetivo, na verdade, em poesias, poemas e

musicas, normalmente se utiliza de linguagem metafórica, ou seja, muitas das

coisas ali COM CERTEZA serão metafóricas, o trecho citado por A.I como

demonstrado visa exaltar ao Deus hebraico sobre os demais deuses.

2. O momento histórico em que ocorre, é justamente no momento em que os

hebreus estão saindo da casa da servidão no Egito; prova disso é que alguns

capítulos antes podem ser encontrados a famosíssima passagem pelo mar

vermelho e as pragas no Egito.

À seguir veremos alguns textos que reforçam a nossa posição acerca da

monolatria: o povo hebreu certamente se dobrou diante de muitos deuses que não

YHWH, um exemplo disso pode ser encontrado adiante, por exemplo, enquanto

Moisés estava no Sinai recebendo o decálogo, o povo hebreu havia erguido para si

1 Atualizada; Ferreira de Almeida.

Page 2: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

um bezerro de ouro Ex. 32. 1-10. Todavia, uma boa evidência que nega tal

monolatria pode se encontrada nos textos de Ex. 7.22 – Ex. 8, 7 e Ex. 8, 18.

Se observarmos, a escritura mostra que os magos fizeram os mesmos feitos com

suas ciências ocultas (AFA) ou com seus encantos (A.M)2, entretanto, a bíblia não

diz que foram obras dos deuses ou de qualquer deidade em especial, mas sim os

sábios através de seus conhecimentos.

A.I chega a citar uma passagem em Reis; mas se ele tivesse tido um pouquinho

de coragem em ler mais teria lido também 1Rs.18, 26-39, na qual se pode ver o

embate entre Elias, o profeta de YHWH e os Baalin, profetas de Baal; como poderá

ser demonstrado no texto, o povo estava em dúvida quanto a divindade a seguir,

devido as influências históricas já demonstradas pelo próprio A.I, mas veremos

também que mesmo durante o sacrifício dos Baalin durante TODO O DIA nada

havia acontecido, entretanto, quando Elias faz a oração o fogo cai do céu e consome

o altar.

Na maioria das ocasiões em que a bíblia aponta outros deuses, ela aponta

também o lugar do qual ele é deus, por exemplo, deus dos sidônios, deuses dos

filisteus, etc.

Isso basicamente significa que o povo podia se idólatra, mas a religião

tradicional hebraica, e a bíblia como consequência não, ela é MONOTEÍSTA.

Os hebreus que seguiam as leis de YHWH acreditavam nos deuses de outros

povos, porque eles eram adorados pelos povos vizinhos, mas os via como deuses

falsos. Nós vemos tal exemplo a Bíblia toda do monoteísmo competindo com o

politeísmo.

Voltando ao êxodo, podemos observar que o povo hebraico não só saia da

escravidão física, mas cultural, poucos eram os que guardaram as tradições de

Yussef (José)3. Certamente não é fácil ser escravo de outro povo e viver distante de

seus hábitos, por exemplo, muitas coisas da cultura judaica forma perdidas, durante

o longo período da diáspora hebraica.

2 Ave Maria

3 Inclusive há disponível no youtube um documentário acerca do êxodo, onde o nome de Yussef é encontrado.

Page 3: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Então se há uma coisa que eu e A.I estamos de acordo é que a cultura de outros

povos influencia sim, na cultura hebraica, porém, não na religião, que sempre foi

monoteísta.

Se observarmos a Epopéia de Gilgamesh, veremos que existe um panteão com

inúmeros deuses que são finitos, isso é, surgem em dado momento. Passam da

não-existência à existência e o universo é que é eterno. A única ação criativa desses

deuses é a vida, porém o universo em si, é eterno. Os deuses do panteão sumério

eram deuses naturais (veremos mais abaixo) isso é, sua existência e poderes são

atribuídos a fenômenos da natureza.

Todas as religiões pagãs, tais como as da Antiguidade e as Greco-

romana, são religiões naturais; assim não exigem uma revelação

inicial, como acontece com o Budismo, o Cristianismo, o Judaísmo e

o Islamismo. (MICHALANY, 1970, p.46)

As divindades sumérias por serem finitas, não poderiam ser onipotentes e,

portanto, só poderiam ser responsáveis pelas várias ações no mundo físico se

formassem um panteão. É normal que atributos naturais fossem dado a eles, um

exemplo é que a morte é um fenômeno, natural, logo haveria um deus para a morte

e para o mundo dos mortos.

Já na Bíblia o que ocorre é EXATAMENTE O INVERSO. O Universo era

INEXISTENTE, e Deus ETERNO o cria ex-nihilo juntamente com toda a vida.

Perceba, o processo é completamente inverso. Por ser eterno, a imaterialidade e a

onipotência se aplica a YHWH e, portanto, elimina a hipótese de um panteão. Nós

podemos ver até alguns versículos de enaltecimento a YHWH atribuído a eles

glórias de vários tipos, mas nunca veremos a citação de que YHWH é o deus do

fogo, ou YHWH é o deus do ar, ou do mar, enfim. Por ser onipotente ele é o deus de

tudo. A onipotência elimina a possibilidade de outro deus onipotente, pois a

onipotência de um impediria a de outro; e se analisarmos a Bíblia veremos todo esse

contexto respeitado ali.

Page 4: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

A.I cita as deidades gregas, como tendo sido resultados de influencias

Sumérias e Fenícias. Sim, concordamos, mas veremos a seguir que o mesmo não

ocorre na bíblia e que o próprio desenvolvimento da filosofia na Grécia eliminou os

deuses do olimpo como concebidos pelos gregos e consequentemente elimina o

panteão sumério.

As definições de Deus pelos filósofos são definitivas para mostrar que o

panteão grego não sobreviveu a filosofia.

Sobre deus:

“É um ente uno, imenso, eterno, presente no mundo como a alma está

presente no corpo.” (SÓCRATES apud MICHALANY, 1970, p.33)

“É a ideia do bem, a ideia mais alta, a que todas as outras se subordinam

como meios”. (PLATÃO apud MICHALANY, 1970, p.33)

“É o primeiro motor imóvel, a forma mais alta e o fim mais elevado, que move

todas as coisas, não mecanicamente, mas pelo atrativo da beleza”. (ARISTÓTELES

apud MICHALANY, 1970, p.33)

“É a força originária universal, na qual estão contidas a causalidade e a

finalidade de todas as coisas e todos os acontecimentos”. (FILÓSOFOS ESTÓICOS

apud MICHALANY, 1970, p.33)

Dentre as deidades, gregas e sumérias, e também se colocarmos YHWH no

teste, perceberá que, os filósofos da antiguidade destroem o próprio panteão grego

e sumério, entretanto, YHWH é o único Deus que possui todas as qualidades acima

citada pelos filósofos.

Finalmente pode-se definir YHWH como ser absoluto, perfeito, causa primeira e

razão última de todas as coisas existentes ou possíveis. A diferença teológica entre

uma divindade e outra é incrivelmente grande, sobremodo grande que ambas

chegam a ser contraditórias.

A.I também nos mostra semelhanças entre as histórias de Gilgamesh e a

Bíblia e as semelhanças da Teogonia de Hesíodo com Gilgamesh e a Bíblia como

forma de sustentar suas alegações de que assim como os Sumérios influenciaram

Page 5: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

na religião grega, os sumérios teriam influenciado na bíblia e na fé hebraica.

Conforme demonstrado acima, não existe QUALQUER semelhança entre YHWH e o

panteão sumério; tanto que, a própria noção de panteão já é contraditória com as

características de YHWH. Também foi evidenciada a inexistência de monolatria, e

também foram demonstrados que a fé monoteísta coexistiu com o politeísmo.

As tais influências na bíblia são na verdade perfeitamente naturais, devido ao

fato de que no período os elementos os quais se poderiam constituir o mundo eo

universo eram visto de maneira simples. Elementos naturais são sempre colocados

nas histórias de criação: EX: Luz, fogo, água, árvores, terra, animais e etc.

Veremos agora uma grande semelhança entre histórias QUE EM NADA

TIVERAM A INFLUÊNCIA dos sumérios e, entretanto, são muito semelhantes aos

relatos gregos, sumérios e da bíblia.

Mito dos Tupi-Guaranis.

“Tupã cria a Mãe Terra e desenha nela as formas futuras: lagos, rios e montanhas.

Agora, precisa de alguém para continuar o trabalho de criação. Ele cuidou das

grandes coisas: criou o primeiro ser humano, Tupi-mirim4”.

Em destaque vemos ali a presença da água como elemento primeiro do

mundo.

“Esse primeiro ser humano não consegue habitar o mundo físico. Ele retorna a Tupã

e diz que não consegue. E ele não consegue porque ele é etéreo, alado,

luminoso, semelhante a um pássaro. Então, ele pergunta a Tupã: ‘Como faço para

habitar esse mundo?’”

Vemos também que A.I faz uma tentativa de analogia com um ser meio

humano e meio divino, e que seria filho de um deus, talvez tentando fazer uma

analogia com Jesus Cristo.

4 “Pequeno Criador” v. http://www.pindorama.art.br/file/a_sabedoria_dos_mitos.shtml

Page 6: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

[...] “Depois ele vai em direção ao Sul, onde encontra uma palmeira (a

palmeira é muito significativa na tradição). E aí ele fala para a palmeira: ‘como é

que eu faço para habitar essa terra?’. Ela fala: ‘entra em mim que você vai

aprender’. Ele entra e se torna à palmeira, se enraíza na terra. Então ele fala: ‘Ah

isso é que é viver na terra?’ E depois a palmeira responde: pronto, você já aprendeu,

agora busque outros mestres.”

Vemos aí a presença da Árvore, como elemento importante da história da

criação na visão dos tupi-guaranis, podemos ver a mesma coisa na mitologia grega

quando Hércules, nos 12 trabalhos vai atrás do pomo de ouro, que seria uma fruta

dourada que só poderia ser tocada pelos deuses, e se propõe a ficar no lugar do titã

Atlas segurando o céu, enquanto ele pegava o pomo para ele.

[...] no Leste, ele olha no alto da montanha vê uma gruta. Ele sobe. Daquela gruta

sai uma luz de dentro dela. Ele entra na gruta e vê que aquela luz que ele via sai de

uma serpente prateada. Uma serpente que não causava medo, mas serenidade.

Ele fala: ‘você pode me ensinar a viver aqui na Terra’ Ela diz: ‘claro, eu sou o

espírito da Terra.’ ‘Como faço par viver aqui’? A serpente vai caminhando em

círculos, acumulando do chão um barro, e vai formando duas pernas, quadris,

tronco, braços, um molde, que é o do primeiro ser humano.”5

Como podemos ver, há a referência a montanha, a serpente, que não

causava medo, assim como na bíblia, a serpente era astuta e não amedrontou Eva e

o mais espantoso, o homem, é formado do barro. Os Tupis-guaranis, em nada foram

influenciados pelos sumérios, entretanto o relato deles, é incrivelmente similar aos

relatos da mesopotâmia.

Um outro belíssimo exemplo, vem dos índio Hopi dos Estados Unidos da

América, que tem um mito e criação bem interessante:

5 TENODÉ, Tupã – A criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani, São Paulo: Petrópolis; 2001

– Também poder se encontrado na internet.

Page 7: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

“O primeiro mundo foi Tokpela, mas antes, se diz, existia apenas o

Criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um

começo ou fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais ou

vida. Simplesmente um vazio incomensurável [...] (GLEISER,

2004, p.26)

Será que teriam sido influenciados pelos sumérios? Penso que não. Vemos aí

um perfeito exemplo de criação ex-nihilo que nada teve de influência hebraica ou

suméria. Que por exemplo, pode ser visto no exemplo de Gn. 1:1,2

No princípio criou Deus, os céus e a Terra. A terra, porém era sem

forma e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo e espírito de

Deus movia-se sobre a as águas. (BÍBLIA SAGRADA (Paulinas)

apud GLEISER, 2004, p.31)

Como podemos perceber semelhanças nos relatos não são evidências de

qualquer influência religiosa dos sumérios na Bíblia, uma vez que povos que nunca

tiveram contato com eles conseguiram fazer mitos muitíssimo semelhantes. Dado o

que fora demonstrado sobre a inexistência de monolatria, a “vista-grossa” feita por

A.I ao contexto bíblico, as profundas diferenças teológicas e ao fato de monoteísmo

e politeísmo terem coexistido, podemos acrescentar este dado de modo a mostrar

de maneira clara que para se obter relatos similares não é necessário haver

influência da religião de um povo na do outro, e que isto é normal e se repete em

muitas outras culturas.

Existem também histórias diluvianas em diversas partes do mundo, Índia,

Egito, América do Norte, America do Sul, África, China e Oceania. O que vem a

confirmar o que foi postulado acima; similaridades de relatos não são suficientes

para estabelecer uma prova definitiva sobre qualquer influencia, ainda mais, tendo

em vista o que já fora citado acima.

A palavra Elohim, também é usada como argumento de que; estando no

plural se referiria a mais de um deus; no caso deuses. Mas veremos também que a

hipótese fracassa miseravelmente.

Page 8: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Existe no hebraico uma forma de tratamento que é chamada de plural

majestático6.

A palavra hebraica Elohim, se encontra no plural, ela é também a palavra

hebraica mais comum usada no Antigo Testamento para designar Deus. Este é um

nome plural. “No princípio Deus criou o céu e a terra.” (Gen. 1:1).

“Elohim” não é o nome pessoal de Deus. Ele é um adjetivo que se refere a Sua

divindade, Sua hierarquia superior aos demais. Elohim significa: deuses ou

elevados. Esta palavra do plural Hebraico é usada 2470 vezes no Velho

Testamento, para se referir a anjos, à Deus e a deuses pagãos, entretanto, quando

associado à YHWH, Elohim é visualmente associado à verbos no singular, adjetivos

e advérbios. Por exemplo, a palavra hebraica para “criar” em Gênesis 1:1 “bara” está

no singular. Se fosse plural seria “barú”.

A existência do Plural de majestade pode ser observada em outros autores.

Este pensamento é mantido nas seguintes citações. Em nota sobre Gênesis 1:1,

Joseph Bryant Rotherham (1901, p.33) 7faz as seguintes observações:

Deve ser cuidadosamente observado que, embora “elohim” seja a

forma plural ainda quando, como aqui, é construída com um verbo no

singular, é naturalmente singular no sentido; especialmente visto que

o “plural de qualidade” ou “excelência” abunda no Hebraico onde a

referência é inegavelmente a algo que deve ser entendido em

número singular.

Há quatro registros no Velho Testamento onde pronomes pessoais no plural

são usados em referencia a Deus. Os trinitarianos afirmam que isto ensina sua

teoria. Isto não é verdade. Em nenhuma maneira estes quatros textos ensinam que

existe uma pluralidade de pessoas em Deus. Os quatro textos em questão seguem:

Gênesis 1:26 - Façamos o homem à nossa imagem (nós)

Gênesis 3:22 - O homem se tornou um de nós (nós)

6 V. Elohim – plural ou singular; texto da UJC (Universidade Judaica Caraíta) disponível em:

http://judaismobiblico.blogspot.com.br/2012/07/elohim-plural-ou-singular.html 7 V. ROTHERHAM, Joseph Bryant. The Emphasized Bible. London: H.R. Alleson, 1901-Vol. I, p.33

Page 9: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Gênesis 11:7 - Desçamos e confundamos (nós)

Isaías 6:8 - Quem irá por nós? (nós)

Os pronomes pessoais no plural nestes versos referem-se a um Deus singular. Está

isto claro pelo fato de que pronomes singulares são usados no contexto fazendo

referência a Deus.

Em Gênesis 1: 26 Deus disse, “Façamos o homem à nossa imagem, segundo nossa

semelhança.” No próximo verso porém, nós lemos, “Então criou Deus o homem à

sua imagem, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou.”

Em Isaías 6:8 nós lemos, “Também eu ouvi a voz do Senhor dizendo: Quem eu

enviarei, e quem irá por nós?” Deus falou de Si no singular.

Isso demonstra uma enorme preguiça de A.I em continuar a leitura um

versículo à frente. Com exceção desses 4 momentos no AT, que tem exatamente as

mesmas características, em todas as outras formas YHWH fala de si no singular.

Dr. William Evans 8escreve o seguinte:

Alguns diriam que o “Façamos (us) em Gênesis 1:26 - “ Façamos nós

o homem,” refere-se à consulta de Deus ao anjo com quem Ele toma

conselho antes de fazer algo de importante, mas Isaías 40:14 – “Mas

de quem tomará conselho.” Mostra que este não é o caso; e Gênesis

1:27 contradiz a idéia, pois ela repete a posição “na imagem de

Deus,” não a imagem dos anjos; também em que Deus criou o

homem na Sua Própria imagem, na imagem de Deus (não anjos)

criou. “O nós” de Gênesis 1:26, portanto, é propriamente entendido

como plural de majestade, como indicativo de dignidade e majestade

do relator. A tradução apropriada para este verso não deveria ser

8 V. EVANS, William. The Great Doctrines of the Bible. Chicago: Moody Press, 1939, p. 27).

Page 10: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

“Façamos nós”, mas “nós vamos fazer,” indicando uma linguagem de

solução mais que consulta. (EVANS9, 1939, p.27)

Inclusive, o próprio português possui um plural de majestade; o português é

uma língua latina que também sofreu muitas influências das línguas árabes no qual

este tipo de ocorrência é muito comum; para quem se lembra durante muitos anos a

península ibérica foi dominado pelos islâmicos.

Há então, duas maneiras de se verificar se uma palavra se refere a plural

numérico ou plural de majestade.

1. Se os verbos, adjetivos forem plurais.

2. E pelo aporte contextual de onde está escrito.

Como podemos ver, durante todo o capítulo 1 surgem verbos no singular para as

expressões Elohim, dando um contexto unitário, singular; o versículo Gn. 1, 26 está

no plural, porém no versículo seguinte FALANDO SOBRE O MESMO ATO está no

singular; sendo assim, nos vemos forçados a aceitar que se refere a apenas um

Deus, YHWH.

Concluímos, que o único erro na interpretação é a do exegeta A.I, que parece

desconhecer algumas das regras elementares do hebraico; sugiro a ele um cursinho

desses de sinagoga.

Sobre os titãs, ele ainda na sua tentativa de mostrar a semelhança com os

gigantes da bíblia, primeiramente, os titãs eram deuses, os gigantes da bíblia não.

Segundo, existem lendas de gigantes em outros povos e culturas, como por

exemplo, o Piaimã que seria um ser que teria entre 3,5 m de altura e 4 metros de

altura, esta lenda pode ser facilmente encontrada nas obras de Mário de Andrade10,

que fala muito dos mitos e lendas brasileiros.

Já no final do vídeo, A.I. dá a entender que a todas as religiões construídas

sobre o monoteísmo são falsas devido às suas “supostas” origens pelas quais teria

sido influenciada; como podemos perceber, todo o vídeo, resume-se a uma enorme

9 V. http://evangelistaflavio.blogspot.com.br/2011/01/genesis-127-facamos-o-homem-plural.html

10 Macunaíma.

Page 11: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Falácia Genética, onde o indivíduo argumenta que a crença surgiu assim, foi

influenciada por tal coisa, e logo é falsa; como também foi demonstrado acima,

todas as premissas que foram colocadas sobre essa conclusão foram demonstradas

falsas, além, da falácia genética que é a bomba que implode todo o argumento.

Considerações Finais:

O Ateu Informa (A.I.) construiu um belíssimo castelo, com pilastras gregas, ao

melhor estilo jônico, nas suas formas e em seus belíssimos capitéis, ornamentou-o

com peças fenícias, egípcias e sumérias, entretanto, o fundamentou sobre bases

não sólidas, similaridades que não existem na bíblia e sobre uma péssima

interpretação do hebraico, aliado á uma notória falácia genética11; este moderador,

deseja mais sorte da próxima vez.

Saudosamente;

Mod. Ribeiro, AR

11

V. W.L. Craig talking about Genetic Fallacy - http://www.youtube.com/watch?v=HCjAWOKKpgI

Page 12: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

ANEXOS:

Locais onde podem ser encontradas histórias sobre um dilúvio.

Caracteres pictográficos chineses mostrando, uma construção curiosa.

Page 13: Réplica ao ateu informa pela a2 tea

Referências Bibliográficas:

EVANS, William. The Great Doctrines of the Bible. Chicago: Moody Press, 1939

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: Dos mitos de criação ao Big-Bang.

Cia. Das Letras, 2ªEd. São Paulo, 2004.

MICHALANY, Douglas. Educação Moral, Cívica e Política. 2ªEd. Brasília, 1970.

ROTHERHAM, Joseph Bryant. The Emphasized Bible. London: H.R. Alleson, 1901-

Vol. I, p.33

TENODÉ, Tupã. A criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a

tradição oral Guarani, São Paulo: Petrópolis; 2001.