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DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL AA ANO LX - 192 - SEXTA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2005 - BRASÍLIA-DF

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DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

AA

ANO LX - Nº 192 - SEXTA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2005 - BRASÍLIA-DF

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MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (Biênio 2005/2006)

PRESIDENTE ALDO REBELO - PCdoB - SP

1º VICE-PRESIDENTE JOSÉ THOMAZ NONÔ - PFL - AL

2º VICE-PRESIDENTE CIRO NOGUEIRA - PP - PI

1º SECRETÁRIO INOCÊNCIO OLIVEIRA - PL - PE

2º SECRETÁRIO NILTON CAPIXABA - PTB - RO

3º SECRETÁRIO EDUARDO GOMES - PSDB - TO

4º SECRETÁRIO JOÃO CALDAS - PL - AL

1º SUPLENTE GIVALDO CARIMBÃO - PSB - AL

2º SUPLENTE JORGE ALBERTO - PMDB - SE

3º SUPLENTE GERALDO RESENDE - PPS - MS

4º SUPLENTE MÁRIO HERINGER - PDT - MG

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

SEÇÃO I

SUMÁRIO

1 – ATA DA 295ª SESSÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, ORDINÁRIA, DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA 52ª LEGISLATU-RA, EM 03 DE NOVEMBRO DE 2005

I – Abertura da sessãoII – Leitura e assinatura da ata da sessão

anteriorIII – Leitura do expediente

AVISO

Nº 1.818/05 – Do Senhor Adylson Motta, Presidente do Tribunal de Contas da União, enca-minhando cópia do Acórdão proferido nos autos do processo nº TC 020.394/2004-3. ........................... 53074

OFÍCIOS

Nº 900/05 – Do Senhor Jorge Armando Fe-lix, Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Se-gurança Institucional da Presidência da República, solicitando ao Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto fornecer detalhamento, os fatos ou dados que o levaram à denúncia que especifica. .................... 53688

Nº 1.250/05 – Do Senhor Deputado Mário Negromonte, Líder em exercício do PP, indicando o Deputado Feu Rosa para integrar a Comissão Especial destinada a proferir parecer à PEC nº 603/98. ................................................................ 53089

Nº 1.069/05 – Do Senhor Deputado Sandro Mabel, Líder do PL, indicando o Deputado Durval Orlato para integrar a Comissão de Ciência e Tec-nologia, Comunicação e Informática. ................... 53089

Nº 385/05 – Do Senhor Deputado Antônio Carlos Biscaia, Presidente da Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania, comunicando a apreciação do PL nº 4.473-A/04. .......................... 53089

Nº 402/05 – Do Senhor Deputado Luiz Antônio Fleury Filho, Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, comunicando a apreciação do PL nº 4.727/94. ................................................................ 53089

Nº 403/05 – Do Senhor Deputado Luiz Antônio Fleury Filho, Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, comunicando a apreciação do PL nº 404/99. ................................................................... 53089

Nº 678/05 – Do Senhor Deputado Paulo Delga-do, Presidente da Comissão de Educação e Cultura, comunicando a rejeição do PL nº 4.201/04. .............. 53090

Nº 282/05 – Do Senhor Deputado Geddel Vieira Lima, Presidente da Comissão de Finanças e Tributação, encaminhando os PL nº 1.997-B/03 e o PL nº 5.665/05, apensado apreciados pela re-ferida Comissão .................................................... 53090

Nº 341/05 – Do Senhor Deputado Enio Bac-ci, Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, comunicando a aprovação do PL nº 4.323/01 ................................ 53090

Nº 606/05 – Do Senhor Deputado Dr. Bene-dito Dias, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, comunicando a apreciação do PL nº 1.599/03. ........................................................... 53090

Nº 611/05 – Do Senhor Deputado Dr. Bene-dito Dias, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, comunicando a apreciação do PL nº 4.255/04. ........................................................... 53090

Nº 613/05 – Do Senhor Deputado Dr. Bene-dito Dias, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, comunicando a apreciação do PL nº 4.627/04. ........................................................... 53090

Nº 139/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a rejeição do PL nº 3.313/04. ................................................................ 53091

Nº 141/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a rejeição do PL nº 4.262/04. ................................................................ 53091

Nº 142/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a aprovação do PL nº 5.095/05. ................................................................ 53091

Nº 143/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a rejeição do PL nº 5.125/05. ................................................................ 53091

Nº 144/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a aprovação do PL nº 5.219/05. ................................................................ 53091

Nº 146/05 – Do Senhor Deputado Mário As-sad Júnior, Presidente da Comissão de Viação e Transportes, comunicando a aprovação do PL nº 5.450/05. ............................................................... 53092

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53070 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

CARTA

– Do Senhor Deputado Chicão Brígido, re-querendo certidão do andamento do processo de declaração do perda de mandato do Deputado Ro-nivon Santiago. ..................................................... 53092

PROJETOS DE LEI

Nº 5.943/2005 – Do Sr. Antonio Cambraia – Dispõe sobre a cobrança de direitos autorais mu-sicais e audiovisuais, de hotéis, restaurantes, bares e similares. ............................................................. 53092

Nº 6.007/2005 – Do Sr. Max Rosenmann – Acrescenta o artigo 42-A, à Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. ............................................ 53094

Nº 6.012/2005 – Do Sr. Leonardo Picciani – Dis-põe sobre o regime previdenciário e tributário do tra-balhador por conta própria de pequena renda e dos nanoempreendedores e cria o ESTATUTO DE PRO-TEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL. ................. 53094

Nº 6.017/2005 – Do Sr. César Medeiros – Al-tera o art. 6º do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de ju-nho de 1941, que “dispõe sobre desapropriações por utilidade pública”. ............................................. 53098

Nº 6.027/2005 – Da Srª. Laura Carneiro – Al-tera o art. 22 da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, que “Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB).” .................. 53099

Nº 6.033/2005 – Do Sr. Vitorassi – Autoriza o Poder Executivo a criar a Universidade Federal Rural do Oeste do Paraná, por desmembramento do campus da Universidade Federal do Paraná em Palotina. ................................................................. 53100

Nº 6.040/2005 – Do Sr. Lincoln Portela – Sus-pende os procedimentos de seleção para o acesso ao corpo discente das faculdades de Direito, nos casos previstos. ..................................................... 53101

Nº 6.048/2005 – Do Sr. Carlos Nader – “Torna obrigatório a aplicação tópica de flúor em crianças e adolescentes da rede pública de ensino médio e fundamental, e dá outras providências”. ............... 53101

Nº 6.049/2005 – Do Sr. Alex Canziani – Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Cozinheiro. ........................................................ 53102

Nº 6.050/2005 – Do Sr. Alex Canziani – Alte-ra a Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 2004, que “Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumi-dor.” ........................................................................ 53103

Nº 6.051/2005 – Do Sr. Ivo José – Altera dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que ‘”fixa diretrizes e bases da educação nacional”. .............................................................. 53104

Nº 6.052/2005 – Do Sr. Ivo José – Modifica a Lei nº 10.222, de 9 de maio de 2001, graduando as penalidades para emissoras que elevam volume durante intervalos e dá outras providências. ......... 53105

Nº 6.054/2005 – Do Sr. Ivo José – Estabelece incentivos fiscais da Contribuição Social sobre o Lu-cro Líquido – CSLL, Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – CO-FINS às cooperativas de transporte. ....................... 53105

Nº 6.055/2005 – Do Sr. Ivo José – Institui o vale-lanche para os empregados que exerçam ativi-dades que exijam esforço físico e percebam menos que quatro salários mínimos por mês. ................... 53106

Nº 6.057/2005 – Do Sr. Ivo José – Dispõe so-bre esclarecimento a consumidores sobre tributos incidentes sobre mercadorias e serviços e institui crédito tributário para pessoas físicas. .................. 53107

Nº 6.061/2005 – Do Sr. Ivo José – Modifica a redação do art. 983, do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973) e art. 1796, do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). ..................................................................... 53109

Nº 6.064/2005 – Do Sr. Eduardo Gomes – Al-tera o art. 225 do Código Penal, e dá outras provi-dências. ................................................................. 53110

RECURSO

Nº 241/2005 – Do Sr. Nilson Mourão – Recorre da Decisão da Presidência em Questão de Ordem de acolher Requerimento aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em 31/10/05, pror-rogando o prazo para a apreciação do processo disciplinar instaurado contra o Deputado José Dir-ceu (QO 640/05) .................................................... 53111

REQUERIMENTO

Nº 3.350/05 – Do Senhor Deputado Romeu Queiroz, Presidente da Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Comércio, requerendo novo despacho ao PL nº 4.565/04. ........................ 53118

SESSÃO ORDINÁRIA DE 3-11-05

PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – De-terminação de leitura do parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pelo arquivamento do Processo nº 05, de 2005 (Representação nº 40, de 2005), contra o Deputado Sandro Mabel. Encami-nhamento da matéria à publicação. ....................... 53118

IV – Pequeno ExpedienteALBERTO FRAGA (PFL – DF) – Divulgação

de novas denúncias de corrupção contra o Partido dos Trabalhadores. Responsabilidade do Governo Federal pelo grampo de telefones de Parlamentares oposicionistas. Constatação, pelo Tribunal de Contas da União – TCU, de irregularidades em contratos da PETROBRAS na gestão petista. ...................... 53119

OSÓRIO ADRIANO (PFL – DF) – Considera-ções acerca dos escândalos de corrupção sob inves-tigação pela CPMI dos Correios. Críticas ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. .................... 53120

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53071

GONZAGA MOTA (PSDB – CE) – Desafio do PSDB de formulação de programa de governo para manutenção da estabilidade econômica, alia-da à retomada do desenvolvimento a longo prazo no País, com vistas às eleições presidenciais de 2006. ...................................................................... 53120

CARLOS ABICALIL (PT – MT) – Divulgação de nota intitulada Resolução Política, pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, acerca do impacto dos escândalos de corrupção no Governo Luiz Inácio Lula da Silva e na estrutura interna do partido. Natureza tendenciosa de notícias contra a gestão petista veiculada por segmentos da imprensa brasileira. Imperiosidade da rigorosa apuração de responsabilidades pelos escândalos de corrupção no Governo Federal. .............................................. 53121

JÚLIO DELGADO (PSB – MG) – Esclareci-mento sobre os trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Repúdio à ameaça de seqües-tro contra a Deputada Angela Guadagnin. Congra-tulações aos Deputados pelo comparecimento à presente sessão. ................................................... 53123

RONALDO CAIADO (PFL – GO. Como Líder.) – Postura contraditória do Partido dos Trabalhadores no tocante à divulgação de matérias pela revista Veja. Repúdio ao ato de divulgação de panfletos, por integrantes do PT, contra o Senador Jorge Bor-nhausen. Incompetência do Governo Federal. ...... 53124

EDUARDO GOMES (PSDB – TO) – Investiga-ções da Polícia Federal sobre a denúncia de escuta telefônica ilegal no Estado do Tocantins. Realização do II Encontro da Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional. Indicação pelo Governo Fe-deral de diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica. Defesa do Plano de Cargos e Salários dos Servidores da Câmara dos Deputados. ................... 53125

ÁTILA LINS (PMDB – AM) – Expectativa das Prefeituras Municipais brasileiras diante de deter-minação do Tribunal de Contas da União sobre o repasse de recursos federais aos Municípios brasi-leiros. Apelo ao Governo Federal no sentido do des-contingenciamento de verbas da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. .............. 53126

MARCONDES GADELHA (PSB – PB) – De-claração de Costa Rica, resultante da IV Reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento Latinoamericano – PARLATINO. ........ 53127

WALTER BARELLI (PSDB – SP) – Homena-gem póstuma ao sociólogo Herbert José de Sou-za, o Betinho, ao ensejo do transcurso do seu 70º aniversário de nascimento. .................................... 53128

PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB – AC) – Re-sultado da viagem do Governador do Estado do Acre, Jorge Viana, e comitiva ao Peru. Importância da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado. .................................. 53128

CHICO ALENCAR (PSOL – RJ. Como Líder.) – Resposta a questionário do Instituto Brasileiro

de Análises Sociais e Econômicas – IBASE sobre Herbert José de Souza, o Betinho, comemorativo do aniversário de 70 anos do sociólogo. Incompa-tibilidade entre ameaças e ofensas e a prática do decoro parlamentar. ............................................... 53130

SEBASTIÃO MADEIRA (PSDB – MA) – Ar-tigo Não-Amestrados, da jornalista Miriam Leitão, sobre o autoritarismo do Governo Luiz Inácio Lula da Silva em relação à imprensa, publicado no jornal O Globo. Contradição do Partido dos Trabalhadores na passagem da Oposição para o Governo. ......... 53131

ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB – SP) – Gravidade das revelações do Relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio, sobre con-tratos de publicidade entre o publicitário Marcos Valério de Souza e a empresa VISANET. ............. 53131

LUIZ EDUARDO GREENHALGH (PT – SP. Como Líder.) – Exacerbação de denúncias contra o Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Necessidade de cautela e responsabilidade nas investigações de de-núncias de corrupção. Solidariedade do Partido dos Trabalhadores a Parlamentares vítimas de grampea-mento de seus aparelhos telefônicos. ...................... 53132

PASTOR FRANKEMBERGEN (PTB – RR. Como Líder.) – Contingenciamento de recursos da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA destinados aos Estados do Acre, Ron-dônia e Roraima. Compromisso do Ministro do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de instalação das áreas de livre comércio nos Municípios de Pacaraima e Bonfim, no Estado de Roraima. .......................................... 53133

ROGÉRIO TEÓFILO (PPS – AL) – Luta pela interiorização da Universidade Federal de Alagoas. Anúncio da implantação de campus da instituição de ensino no Município de Arapiraca. ................... 53134

V – Grande ExpedienteBENEDITO DE LIRA (PP – AL) – Defesa de

reorganização da estrutura federativa brasileira em face das dificuldades administrativas e financeiras dos Municípios no País. Desempenho do Ministro das Cidades, Márcio Fortes. Excelência do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social. Con-clusão das obras do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, no Estado de Alagoas. Recuperação das rodovias federais alagoanas. Solicitação ao Governador Estadual de adoção de medidas con-tra a febre aftosa. Pedido ao Governo Federal de liberação de recursos destinados aos Municípios brasileiros. ............................................................. 53135

ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB – SP) – Contribuição da Lei nº 9.840, de 1999, para o combate à corrupção em campanhas eleitorais. Gravidade das informações do Relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio, sobre corrupção no Governo Federal. Inexistência de projeto de de-senvolvimento social no Governo Luiz Inácio Lula da Silva. ................................................................ 53138

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53072 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

AFONSO HAMM (PP – RS) – Transcurso do cinqüentenário da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural – ASCAR. Relevância dos traba-lhos desenvolvidos pela entidade em conjunto com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMA-TER/RS. ................................................................. 53140

PASTOR FRANKEMBERGEN (PTB – RR) – Vulnerabilidade da população da região amazô-nica à malária, com ênfase no aumento de casos da doença no Estado de Roraima. Explanação de medidas para contenção da enfermidade. Urgência na apreciação da reforma política. ........................ 53143

JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL – BA. Como Líder) – Gravidade das denúncias sobre prática de grampo de telefones de Parlamentares. Conveniên-cia da convocação, pela Comissão Mista de Con-trole das Atividades de Inteligência, de autoridades governamentais para prestação de esclarecimentos sobre o caso. ......................................................... 53143

MÁRCIO REINALDO MOREIRA (PP – MG) – Considerações sobre o Orçamento Geral da União de 2006. Defesa da derrubada de vetos presiden-ciais à Lei Orçamentária. ....................................... 53147

Apresentação de proposições: ROGÉRIO TEÓFILO, ANDRÉ COSTA. ................................... 53149

VI – Ordem do Dia(Trabalho de Comissões)ZICO BRONZEADO (PT – AC. Pela ordem.)

– Participação em visita de delegação do Estado do Acre ao Peru para averiguação das possibilidades de construção da chamada Rodovia do Pacífico. Importância da integração econômica entre Brasil e Peru. ................................................................... 53150

JOSÉ DIVINO (PMR – RJ. Pela ordem.) – So-licitação ao Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de descontingenciamento de recursos orçamen-tários. Precariedade da BR-101 no Estado do Rio de Janeiro. Desvio na aplicação de recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômi-co – CIDE. Continuidade da política neoliberal no Governo petista. Urgente aprovação do Orçamento impositivo. .............................................................. 53150

PRESIDENTE (Natan Donadon) – Agradeci-mento aos ouvintes da Rádio Câmara e aos teles-pectadores da TV Câmara pelo acompanhamento dos trabalhos da Casa. Saudações aos funcionários da Câmara dos Deputados. ................................... 53151

VII – Encerramento2 – DECISÃO DA PRESIDÊNCIA– Referente ao Requerimento nº 2.854/05 da

Deputada Alice Portugal. ...................................... 511673 – PARECERES – Projetos de Lei nºs 4.727-

A/94, 404-A/99, 4.323-A/01, 1.599-A/03, 1.997-C/03, 3.313-A/04, 4.201-A/04, 4.255-A/04, 4.262-A/04, 4.473-B/04, 4.627-A/04, 5.095-A/05, 5.125-A/05, 5.219-A/05 e 5.450-A/05. 53170

COMISSÕES

4 – ATASa) Comissão Especial destinada a acompa-

nhar as negociações da Área de Livre Comércio das América, * 1ª Reunião (Instalação e Eleição do Presidente e dos Vice-Presidente), em 22.10.03, * 2ª Reunião (Ordinária), em 28.10.03, * 3ª Reunião (Ordinária), em 4.11.03, Termo de Reunião , em 12.11.03, * 4ª Reunião (Ordinária), em 2.12.03, * 5ª Reunião (Audiência Pública), em 3.12.03, * 6ª Reu-nião (Ordinária), em 9.12.03, * 7ª Reunião (Ordinária), em 16.3.04, * 8ª Reunião (Ordinária), em 13.4.04, 9ª Reunião (Audiência Pública), em 27.4.04 e *10ª Reunião (Ordinária), em 4.5.04. .............................. 53192

b) Comissão Especial destinada a proferir à PEC nº 199-A/03 (Radioisótopos), 1ª Reunião (Ins-talação e Eleição do Presidente e dos Vice-Presi-dente), em 18.5.05. ................................................ 53328

c) Comissão Externa destinada a visitar as Unidades Prisionais do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro, *1ª Reunião, em 6.7.04 e *2ª Reunião, em 11.8.04. .................................... 53329

SEÇÃO II

5 – ATOS DO PRESIDENTE a) Exonerar: Adeilza da Silva Manzi, Adolfo

Felipe de Oliveira, Adriano dos Santos de Oliveira, Alex Albert Felipe de Carvalho, Alfredo de Orlando Tenorio, Aluisio de Gayoso Ribeiro, Ana Maria Ribei-ro Portes, Andreia Regina Araujo da Silva, Antônio Alves de Oliveira, Antônio Ferreira da Cruz Neto, Ary de Souza Júnior, Barbara Rocha Gomes Car-doso, Brenda Rochelly Macedo dos Santos, Brina Rochelly Macedo Santos, Carlos Alberto Santiago de Melo Junior, Caroline Maria Ventura Morais, Cátia Aparecida de Oliveira Araujo de Souza, Cibele de Oliveira Lyrio, Deywyd Charles da Silva Santiago de Melo, Edson Alves Chaves, Eduardo Henrique de Matos, Eduardo Matheus Silva Mendes, Elaine de Souza Arantes Helou, Evandro Garla Pereira da Silva, Fabio Dias de Sant’ana, Fabricia Soares Lima, Fernando Luiz de Souza, Fernando Mesqui-ta de Carvalho Filho, Flavio Ragagnin, Francisca Dariana Gonçalves Lima, George Ventura Morais, Gislene Almeida Moreira, Giuliano Gonçalves Melles, Gloraci Rodrigues Barbosa, Jânio Pereira Noguei-ra, Joana D’arc Macêdo dos Santos, João Dalma-cio do Nascimento, Jonianderson Menezes, Jose Edimar Santiago de Melo Junior, Karla Siqueira Arantes, Katiane Fujita Vieira Lopo, Kelly Oliveira Araújo, Livia Oliveira Delgado, Luiz Augusto Be-zerra Cavalcanti de Albuquerque, Luiz Fernando Porto Mota, Marcela Mota de Lima, Marcelo Soa-res Dutra Vasconcelos, Marcos Antonio dos Santos Filho, Maria Clara Bezerra Cavalcanti de Albuquer-que, Maria de Lourdes Alves de Melo, Maria de Lourdes Mendes, Maria Raquel Costa do Amaral, Michelle Cristina Dornelas Anderle, Nilma Pereira

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53073

da Silva, Patricia Soares Borges, Pauline de Pina Barat Seidler, Paulo Roberto de Medeiros Gomes, Pompeo Ferreira da Silva, Rachel de Brito Barbeto de Oliveira, Reynaldo Velasco Puggi, Ricardo Do-nizetti Portilho Rodrigues, Rita de Cassia Quesa-do Alencar, Roberto Guimarães Meireles, Rogério de Macêdo Fernandes, Rogério de Paula Martins Silva, Rosa Maria Braga Andrade Dantas, Rosane Beatriz Mueller Frizon, Rosemary Ferreira Alves de Matos, Sonilene Soares dos Santos, Tatiana Ara-ribe Bezerra Menezes, Tchaianna Roberta Matias, Valério Atico Leite, Vânia Cury da Silva Meireles, Vera Lucia Wurges Issler Prada, Wellington Lopes Silva, Zelia Fortes Vilarinho. .................................. 53339

b) Nomear: Carlos Eduardo Cerqueira de Abranches, Divino de Camargo Borges, Elaine

Alessandra Vargas Resende, Fábio de Lima Le-lis, Hélide Cavalcante Pires Pereira, Igor Taques Rodrigues da Silva, Joail Benedito Arinos, Kleber Bezerra Santos, Márcio Lopes Cançado, Maria Sebastiana de Barros Taques, Maura Sônia Vas-concelos, Micheli Souza Veras, Rodrigo Castelo Branco Carvalho de Sousa, Tchaianna Roberta Matias, Tiago Alves da Silva . .............................. 53344

6 – PORTARIAS nºs 98 e 99, de 2005 – Da Primeira-Secretaria, referentes ao credenciamento de entidades. ......................................................... 53346

7 – MESA8 – LÍDERES E VICE-LÍDERES9 – DEPUTADOS EM EXERCÍCIO10 – COMISSÕES

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53074 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Ata da 295ª Sessão, em 3 de novembro de 2005Presidência dos Srs.: Eduardo Gomes, 3º Secretário João Caldas;

4º Secretário José Carlos Aleluia, Natan Donadon, Zico Bronzeado, § 2º do artigo 18 do Regimento Interno

I – ABERTURA DA SESSÃOO SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Ha-

vendo número regimental, declaro aberta a sessão.Sob a proteção de Deus e em nome do povo

brasileiro iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da

sessão anterior.

II – LEITURA DA ATAO SR. EDMAR MOREIRA, servindo como 2°

Secretário, procede à leitura da ata da sessão antece-dente, a qual é, sem observações, aprovada.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Pas-sa-se à leitura do expediente.

O SR. EDMAR MOREIRA, servindo como 1° Secretário, procede à leitura do seguinte

III – EXPEDIENTE

Aviso nº 1.818-SGS-TCU-Plenário

Brasília-DF, 5 de outubro de 2005

A Sua Excelência, o SenhorDeputado Federal Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosPraça dos Três Poderes – Câmara dos DeputadosBrasília – DF

Senhor Presidente,Encaminho a Vossa Excelência, cópia do Acórdão

proferido nos autos do processo TC nº 020.394/2004-3, examinado pelo Plenário desta Corte na Sessão Ordinária de 5-10-2005, bem como do Relatório e do Voto que fundamentaram aquela deliberação.

Respeitosamente, – Adylson Motta, Presidente.

ACÓRDÃO Nº 1.595/2005 – TCU – PLENÁRIO

1. Processo TC nº 020.394/2004-3.2. Grupo I – Classe de Assunto VII: Acompa-

nhamento.3. Interessados: Ministério da Integração Nacional

e Tribunal de Contas da União.4. Entidade: Ministério da Integração Nacional.5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.6. Representante do Ministério Público: não

atuou.

7: Unidade Técnica: 4ª SECEX.8. Advogado constituído nos autos: não há.9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de

Acompanhamento do Edital de Concorrência Pública nº

02/04, cujo objeto refere-se à aquisição de conjunto moto-bomba para o Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 43, I, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 250, II, do Regimento In-terno/TCU, em:

9.1. determinar ao Ministério da Integração Na-cional que:

9.1.1. proceda à renegociação dos preços junto às respectivas empresas e consórcio declaradas vencedoras dos lotes I, II e III da Concorrência Pública nº 02/2004-MI, visando adequá-los ao valor do orçamento-base atualiza-do até maio/2005, mês que deve ser considerado tanto para efeito de cômputo do prazo de validade das pro-postas, como para definição do marco inicial para futuro reajustamento contratual, e adotando esse valor como o limite máximo a ser aceito pela administração, nos termos da jurisprudência deste Tribunal (Decisão nº 417/2002-Plenário e Acórdão nº 1.564/2003-Plenário);

9.1.2. caso não obtenha sucesso na negociação de que trata o item anterior, proceda à revogação da Concorrência nº 02/2004 e, na hipótese de realização de nova licitação, estabeleça no edital o critério de acei-tabilidade de preços unitário e global, em observância ao disposto no art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93;

9.2. comunique a este Tribunal, no prazo de 15 (quinze) dias, o resultado da negociação a que se re-fere o subitem 9.1.1 supra;

9.3. informe a este Tribunal, à medida da ocorrên-cia dos fatos geradores, sobre as fases seguintes da Concorrência nº 02/2004 (homologação e assinatura do contrato), encaminhando cópias dos respectivos despachos, pareceres, atas, etc., a fim de que seja efetivado o acompanhamento de todo o Projeto de In-tegração do rio São Francisco com Bacias Hidrográfi-cas do Nordeste Setentrional;

9.4. inclua, nos contratos a serem assinados em decorrência da Concorrência nº 02/2004, cláusula

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53075

estabelecendo que a emissão das ordens de serviço para fabricação dos conjuntos de motobombas, con-siderados os respectivos prazos previstos de entrega, esteja de acordo com a ordem de execução dos lotes referentes às obras civis dos canais, na forma prevista pelo edital da Concorrência nº 02/2005, obedecendo à seqüência montante-jusante e ao andamento das obras civis das estações de bombeamento, de forma a otimizar o uso dos recursos financeiros, maximizar os benefícios à população e minimizar a possibilidade de ocorrência de danos ao Erário;

9.5. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) que encaminhe a este Tribunal o resultado das fiscalizações eventualmente realizadas conscien-tes ao Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, a fim de subsidiar o acompanhamento do referido Projeto no âmbito deste Tribunal;

9.6. encaminhar cópia do Acórdão que vier a ser proferido, bem como do Relatório e Voto que o funda-mentarem, ao Sr. Deputado Federal José Carlos Ma-chado, para cumprimento do disposto no subitem 9.2.3 do Acórdão nº 405/2005-TCU-Plenário, exarado nos autos TC-nº 004.487/2005-3, apenso a este processo, assim como ao Ministro de Estado da Integração Na-cional; às Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; à Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional; à Presidência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câ-mara dos Deputados; à Presidência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados; à Presidência da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal; à Presidência da Comissão de Desenvolvimento Regio-nal e Turismo do Senado Federal; e à Presidência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal.

10. Ata nº 39/2005 – Plenário11. Data da Sessão: 5-10-2005 – Ordinária12. Especificação do quórum:12.1. Ministros presentes: Adylson Motta (Presi-

dente), Marcos Vinícios Vilaça, Valmir Campelo, Wal-ton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler (Relator) e Augusto Nardes.

12.2. Auditor convocado: Lincoln Magalhães da Rocha.

12.3. Auditor convocado que votou com ressalva: Lincoln Magalhães da Rocha,

12.3. Auditores presentes: Augusto Sherman Ca-valcanti e Marcos Bemquerer Costa. – Adylson Motta, Presidente – Benjamin Zymler, Relator. – Fui presen-te: – Lucas Rocha Furtado, Procurador-Geral.

GRUPO 1 – CLASSE VII – PLENÁRIO

TC – 020.394/2004-3Natureza: AcompanhamentoEntidade: Ministério da Integração Na-

cionalInteressados: Ministério da Integração

Nacional e Tribunal de Contas da UniãoAdvogado constituído nos autos: não háSumário: Acompanhamento do Edital

da Concorrência nº 02/04, promovida pelo Ministério da Integração Nacional, tendo por objeto a aquisição de equipamentos destina-dos à implantação do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográfi-cas do Nordeste Setentrional. Determinações. Comunicações.

Origina-se o feito a partir do Aviso nº 146/MI, oriun-do do Ministério da Integração Regional, por meio do qual seu Titular, Ministro Ciro Gomes, solicita ao Tribunal que proceda ao acompanhamento técnico da execução do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

2. No presente feito efetua-se o acompanhamen-to da Concorrência Pública instaurada pelo Edital nº

02/04, com o objetivo de selecionar empresa para fornecimento de conjunto moto bombas, transporte e supervisão de montagem, comissionamento e coloca-ção em operação comercial e assistência técnica para manutenção dos conjuntos moto bombas para instala-ção nas estações de bombeamento, localizadas nos Eixos Norte e Leste do Projeto.

3. Incumbida da realização dos trabalhos, a 4ª SECEX verificou que a documentação encaminhada ao Tribunal ressentia-se de elementos necessários à análise da matéria, sendo proposta a realização de diligência junto ao Ministério da Integração Nacional, com vistas à obtenção de informações acerca das se-guintes questões:

– o estágio atual da licitação/contratação;– os motivos para divisão do objeto da licitação por

lotes e não por itens(bomba) (subitem 4.4 do Edital);– os critérios e parâmetros utilizados para a com-

posição das planilhas de preços, bem como enviar cópias em CD-ROM dos desenhos de localização das estações de bombeamento e as especificações técni-cas e desenhos dos equipamentos;

– as medidas adotadas para garantir que não haja um descompasso entre o cronograma de execução da obra, o cronograma da entrega das moto bombas e o cronograma de obtenção das licenças de forma a evi-tar a deterioração das moto bombas, e, caso o citado descompasso seja inevitável, quais medidas serão

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53076 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

adotadas no intuito de definir a responsabilidade pela guarda e manutenção das bombas então fabricadas, com vistas impedir a ocorrência de danos;

– os motivos pelos quais a assinatura do contrato não foi vinculada à obtenção da licença ambiental de instalação (LI), uma vez que as obras só poderão ser iniciadas após emissão desta;

– as medidas adotadas pelo Ministério para sal-vaguarda do interesse público na hipótese de que modificações no projeto básico do empreendimento, decorrentes de eventuais ajustes determinados na LP e/ou II, possam ocasionar alterações nas especifica-ções das moto bombas.

4. Por intermédio da diligência efetuada, foi tam-bém solicitado o encaminhamento de:

– cópia do ato de designação da comissão de licitação;

– cópia das atas, relatórios e deliberações da comissão de licitação;

– cópia dos despachos e pareceres de julgamen-to das propostas;

– cópia de eventuais impugnações ao Edital, bem como de recursos administrativos/judiciais inter-postos pelos licitantes e dos respectivos atos que os apreciaram.

5. As informações e documentos solicitados foram encaminhados ao Tribunal, sendo objeto de análise por parte da 4º SECEX, conforme instrução a seguir transcrita:

II – ANALISE DA DILIGÊNCIA

1.a) Da diligênciainformar sobre o estágio atual da licitação/con-

tratação;1.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados, o

Aviso de Licitação foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 18-11-2004 e em jornais diários de grande circulação do Distrito Federal, Correio Brasi-lense, O Globo de 18-11-2004, Diário de Pernam-buco, Gazeta Mercantil (Editora JB 5/A), no Estado de São Paulo e divulgado no Portal de Compras do Governo, site www.comprasnet.gov.br. Além disso, foi informado que a conclusão da fase de habilitação deu-se em 17-3-2005.

1.c) Da análiseCabe ressaltar que não foram enviadas cópias

dessas publicações na resposta à diligência. Contudo, pesquisando-se na página da Imprensa Nacional (IN), no DOU de 18-11-2004, Seção 3, p. 53, encontra-se a publicação do Aviso de Licitação da Concorrência Nº 02/2004 (fl. 157).

No entanto, devido ao fato de que este procedi-mento licitatório encontra-se em andamento, conside-ra-se de extrema importância propor-se determinação ao Ministério para que informe a este Tribunal, à medi-da da ocorrência dos fatos geradores, sobre as fases seguintes (julgamento das propostas, interposição de recursos administrativos/judiciais após esta fase, adjudicação, homologação e assinatura do contrato), encaminhando cópias dos respectivos despachos, pareceres, atas, etc., a fim de que seja efetivado o acompanhamento de todo o Projeto.

2.a) Da diligênciainformar sobre os motivos para divisão do objeto

da licitação por lotes e não por itens (bomba) (subitem 4.4 do Edital);

2.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados, a

divisão do objeto da licitação por lotes e não por itens visou à ampliação do caráter competitivo da licitação, levando-se em consideração as características técnicas e faixas de potências de acionamento dos conjuntos de moto bombas, conforme parecer técnico constante do processo licitatório 59100.000018/2004-68), pau-tando-se pelo princípio da economicidade, tendo em vista tratar-se de bens sob encomenda, que serão fabricados após a aprovação do projeto, segundo o subitem 12.1 do Edital.

2.c) Da análiseA solicitação desses esclarecimentos foi no sen-

tido de verificar se houve algum direcionamento do objeto a ser contratado, haja vista que as cotações de preços para elaboração das planilhas orçamentárias foram efetuadas junto a 4 Empresas, que também es-tão participando da licitação, quais sejam:

– KSB – SULZER – ALSTOM – FLOWSERVEMuito embora o fato não configure nenhuma

ilegalidade, essas Empresas, a priori, já estariam de posse de informações que facilitariam sua participação no certame. Mas devido às especificações técnicas peculiares, com os lotes divididos por faixas de potên-cia, haveria poucas empresas aptas ao fornecimento dos equipamentos, mesmo por itens, o que provavel-mente já poderia ter limitado a pesquisa de mercado. E nesse ponto cabe ressaltar que a divisão por itens poderia, de fato, comprometer o controle de qualida-de dos equipamentos, bem como sua padronização, sendo mais plausível a divisão em lotes por faixa de potência, sendo possível a adjudicação do objeto em função de seu porte e capacidade de fornecimento da empresa.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53077

Assim, tendo em vista a limitação de mercado, com poucas empresas aptas a fornecer os equipamen-tos objeto dessa licitação, e uma vez que não houve impugnações aos termos do Edital, bem como repre-sentações junto a este Tribunal, por parte de interessa-dos em participar do referido procedimento licitatório, que tivessem sido impossibilitados perante a divisão do objeto em lotes, não restou configurada violação a princípios que regem a atuação da Administração, estando, portanto, de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 23 da Lei nº 8.666/93.

3.a) Da diligênciainformar sobre os critérios e parâmetros utilizados

para a composição das planilhas de preços, bem como enviar cópias em CD-ROM dos desenhos de localização das estações de bombeamento e as especificações técnicas e desenhos dos equipamentos;

3.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

foram estabelecidos preços unitários dos conjuntos de moto bombas de cada Lote (planilhas às fls. 115/117) e preços unitários dos serviços (planilhas às fls. 118/121), que somados (valor do equipamento + serviços de supervisão de montagem, comissionamento e start-up e assistência técnica de manutenção) totalizaram o valor estimado de cada Lote, conforme subitem 2.1 do Edital (fl. 7).

Além dos custos elaborados pela Projetista, fo-ram adotados como parâmetros na composição das planilhas de preços, pesquisas de preços junto a for-necedores e preços praticados pela Codevasf em contratos de objeto similares, sendo consideradas as seguintes composições de custos, segundo os bens a serem adquiridos:

Com base em contratos da Codevasf para equi-pamentos com as mesmas características, foram ado-tados os seguintes parâmetros, tendo como referência maio/2004:

– bombas do Lote 1 – R$1.424,84/Kw; – bombas do Lote 2 – R$1.185,67Kw; – bombas do Lote 3 – R$946,55Kw.A partir destes valores obteve-se o valor total de

R$104.955.022,06 para os três Lotes.Posteriormente à determinação destes parâme-

tros, em julho e agosto/2004, foram feitas cotações junto aos principais fabricantes de bombas do Brasil, obtendo-se os seguintes valores:

– KSB R$129.800.000,00; – SULZER R$134.806.800,00; – ALSTOM R$132.400.000,00; – FLOWSERVE R$149.400.000,00.Foram encaminhados 4 CD-ROM’s, sendo que

1 contém o Edital Nº 2/04, e 3 o Projeto Básico de Transposição de Águas do Rio São Francisco para o Nordeste Setentrional.

Para o Trecho I – Eixo Norte, está prevista a existência de 9 bombas em cada uma das 3 estações, localizadas conforme mapa apensado à fls. 158/159, com as seguintes características:

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53078 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Na licitação em análise, serão licitados apenas 2 bombas por estação para os dois trechos.

Conforme destacado no Projeto Básico, a implan-tação do empreendimento se dará em fases. Assim, o cronograma de execução foi elaborado considerando as características de cada obra que pressupõem um período de construção ótimo (considerando a minimi-zação de custos), a relação entre as diversas obras e a evolução da demanda de água a ser atendida, o que justificou a opção de se licitar inicialmente apenas 2

bombas por estação.3.c) Da análiseApesar dos esclarecimentos prestados, conside-

ra-se importante tecer alguns comentários quanto às planilhas de custos para supervisão e montagem (fl. 119), start-up com comissionamento (fl. 120) e assis-tência técnica de manutenção (fls. 121).

Dessas planilhas constam as despesas com téc-nicos de nível superior para executar os serviços men-cionados. O salário, R$7.000,00, adveio de uma média de mercado, sendo acrescido 76,27% de encargos so-ciais, resultando um valor de R$12.338,90. Esse valor foi dividido por 176 horas, que correspondem a 8 horas diárias de trabalho durante 22 dias úteis mensais, com um valor de hora de R$70,11. Esse foi multiplicado por 8 horas diárias para se chegar ao valor do salário por dia, de R$560,86. A esse foram acrescidos valo-res diários com alimentação, R$30,00, hospedagem, R$70,00, passagem aérea, R$50,00 (estimou-se o valor mensal, mês de 30 dias, de R$1.500,00 com despesas com passagem aérea ida e volta), táxi, R$2,75 (esti-mou-se o valor mensal, mês de 30 dias, de R$82,50), e transporte (aluguel/mês), R$55,67 (estimou-se o valor mensal, mês de 30 dias, de R$1.670,00), obtendo-se o valor diário com todas essas despesas de R$769,28. Foi acrescido 30% de BDI (considerado razoável) sobre R$769,28, totalizando R$1.000,06, como custo diário do profissional.

Por fim, para se chegar ao preço total do profissio-nal, multiplicou-se o total de dias previstos para realiza-ção dos trabalhos por equipamento, quais sejam, motor e bomba, pelo valor do custo diário de R$1.000,06. A princípio, ainda que na ausência de parâmetros segu-ros e sem prejuízo da oportuna análise da execução contratual, esses custos parecem-nos razoáveis (não exorbitantes).

Analisando-se o subitem 3.1. do Edital (fls. 7/8), constatou-se que as potências das bombas localizadas nas Estações de Bombeamento EBI-l, EBI-2 e EBI-3, todas do Trecho I, de 4.829 kW, 7.664 kW e 10.573 kW, respectivamente, diferiram das potências indicadas no projeto básico, segundo o quadro acima. Em contato telefônico com a Sra. Lucianita Dayrell, Presidenta da

Comissão de Licitação, esta informou que se tratou de erro, mas que as propostas dos licitantes já contempla-ram as potências constantes do projeto básico.

Assim, tendo em vista que se tratou de erro for-mal, não afetando a formulação das propostas, nos termos do § 4º, in fine, do art. 21, da Lei nº 8.666/93, considera-se que não há necessidade de publicação da correção do Edital, com reabertura do prazo.

4.a) Da diligênciainformar as medidas adotadas para garantir que

não haja um descompasso entre o cronograma de execução da obra, o cronograma da entrega das moto bombas e o cronograma de obtenção das licenças de forma a evitar a deterioração das moto bombas, e, caso o citado descompasso seja inevitável, quais medidas serão adotadas no intuito de definir a responsabilidade pela guarda e manutenção das bombas então fabrica-das, com vistas impedir a ocorrência de danos;’.

4.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

a contratação das obras, após a obtenção da licença de instalação (LI), dar-se-á mediante liberação de or-dens de serviço (OS), de tal forma que o estágio de implantação da construção das elevatórias esteja com-patível com os prazos de entrega dos equipamentos e vice-versa. A assinatura do contrato dos conjuntos de motobombas, por sua vez, está vinculada à obtenção do licenciamento ambiental e a entrega efetiva dos equipamentos se dará somente quando autorizados pelo Ministério da Integração Nacional (MI), conforme previsto no Edital, com base na evolução das obras civis das elevatórias.

4.c) Da análiseInicialmente, há que se mencionar que o contrato

relativo a esta Concorrência, segundo consta dos su-bitens 19.3 e 19.3.1. do Edital (fls. 34), será celebrado somente após a obtenção da licença prévia (LP) e não após a obtenção da licença de instalação (LI), como se poderia dessumir dos esclarecimentos acima.

Segundo o subitem 21.6 do Edital (fl. 36), forne-cimento e serviços objeto desta licitação serão execu-tados em obediência às OS emitidas pelo Ministério, levando em consideração suas necessidades ou de preposto por ele designado, não havendo nenhuma referência que será levada em conta a evolução das obras civis das elevatórias. Assim, uma vez que as obras só serão iniciadas após a obtenção da LI, conforme entendimento firmado pelo Acórdão TCU nº 26/2002 – Plenário, haverá um lapso temporal imprevisível entre a obtenção da LP e a da LI, tendo em vista os prazos estabelecidos nos arts. 14 e 15 da Resolução Conama nº 237, de 19-12-97, já que na LP poderão ser estabelecidos requisitos básicos e condicionantes

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53079

a serem atendidos para obtenção da LI, que deman-darão tempo para sua efetivação. Cabe aqui a trans-crição do conceito constante dos incisos I e II do ca-put do art. 8º da Resolução Conama nº 237/97, das respectivas licenças:

– Licença Prévia (LP) – concedida na fase preli-minar do planejamento do empreendimento ou ativida-de aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas pró-ximas fases de sua implementação;

– Licença de Instalação (LI) – autoriza a insta-lação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

Destarte, teoricamente, poderá haver o retardo do início das obras, enquanto a execução dos equipamentos poderá estar adiantada, uma vez que a emissão das or-dens de serviço não poderá ser indefinidamente adiada, haja vista que a empresa/consórcio vencedora, diante de flutuações nos preços dos insumos/serviços, não possa garantir a manutenção dos preços acordados.

Entretanto, deve-se levar em conta que, por se tratar de equipamentos de grande porte a serem fabri-cados especificamente para o Projeto São Francisco, requerendo um prazo razoável para sua execução, não se poderá exigir que sua contratação se dê somente com o início da execução das obras, ou seja, após a obten-ção da LI, pois, teoricamente, poderá ocorrer a situa-ção inversa daquela descrita no parágrafo anterior, ou seja, um descompasso de cronogramas gerando uma situação limite em que as obras civis estariam prontas e as bombas ainda estariam em fabricação. Dessa for-ma, não se pode desconsiderar a possibilidade de que o descompasso ocorra, devendo ser perqueridas as providências a serem adotadas para evitar que caso a execução dos equipamentos esteja concluída antes do inicio das obras, esses não sofrerão qualquer dano.

Desse modo, deverá ser proposta determinação ao Ministério para que inclua cláusula no Edita] da Con-corrência Pública Nº 02/04 e na minuta do respectivo contrato, que defina responsabilidades pela guarda e manutenção das bombas então fabricadas, caso haja um descompasso entre o cronograma de execução da obra, o cronograma da entrega das motobombas e o cronograma de obtenção das licenças ambientais, com vistas a evitar a deterioração das motobombas e, con-seqüentemente, impedir a ocorrência de danos.

5.a) Da diligênciainformar os motivos pelos quais a assinatura do

contrato não foi vinculada d obtenção da licença am-

biental de instalação (LI), uma vez que as obras só poderão ser iniciadas após emissão desta.

5.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

esta condição está fixada no subitem 19.3 do Edital, e uma vez que a LP implica a aprovação do empre-endimento no que se refere a sua localização e con-cepção, atestando sua viabilidade ambiental e esta-belecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidas nas próximas fases, nos termos do inciso I do caput do art. 8º da Resolução Conama nº

237/97, sendo que esta deve ser concedida durante a elaboração do projeto básico, permitindo a licitação das obras referentes ao empreendimento licenciado, não há porque se condicionar a assinatura do contrato à LI, que serve para autorizar a obra em si.

Argumenta-se que a fabricação das bombas será antecedida de uma fase inicial, onde eventuais ade-quações das especificações das bombas poderão ser providenciadas. Além disso, tendo em vista o prazo de 15 meses para a fabricação dos conjuntos de motobom-bas, a espera pela obtenção da LI seria uma demora injustificável. Conclui a resposta aduzindo que sendo possível licitar a obra, não há razão para não se con-tratar a fabricação das bombas, já que as informações técnicas já estariam disponíveis.

5.c) Da análiseA diligência realizada traz à tona outro aspecto

importante, além da possível ocorrência de um des-compasso entre cronogramas de execução das obras e das motobombas: a discussão a respeito da possi-bilidade de licitá-las antes da obtenção das licenças prévia e de instalação.

Como dito anteriormente, a questão a respeito do descompasso dos cronogramas já foi tratada no item 4.c desta instrução, sendo, portanto, desnecessária qualquer consideração adicional.

Quanto à legalidade da licitação ocorrer antes da obtenção da LP, deve-se, inicialmente, fazer algumas considerações sobre as licenças ambientais.

Após a análise do projeto básico do empreendi-mento, o órgão ambiental poderá, por meio da emissão da licença prévia, aprovar sua localização e concepção, atestando sua viabilidade ambiental, e estabelecer, adicionalmente, requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de implemen-tação do empreendimento, nos termos do inciso I do caput do art. 8º da Resolução Conama nº 237/97. É nessa fase, portanto, que se conhecerá qualquer al-teração no projeto que deverá ser implementada para obtenção da LI.

Assim, como o MI estabeleceu no Edital que a assinatura do contrato estaria vinculada à obtenção da

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53080 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

LP, qualquer possível alteração do projeto da bomba poderá ser efetivada antes do inicio da fabricação dos equipamentos sem haver prejuízo para a Administra-ção, lembrando que a estimativa para a fabricação é de 15 meses.

Segundo informado pelo Ministério, a possibili-dade de ocorrência de possíveis alterações no projeto básico que possam ocasionar mudanças nas especi-ficações do conjunto de motobombas deverá ser mí-nima, devido ao fato de que o dimensionamento dos equipamentos leva em consideração a relação vazão x altura de recalque e que os ajustes deverão ser efe-tuados sem ônus para o Contratante.

De fato, no dimensionamento do conjunto moto-bombas são utilizados diversos parâmetros, entre os quais destacam-se:

– altura manométrica (desnível topográfico a ser vencido);

– rendimento da bomba;– vazão de água bombeada;– NPSH (Net Positive Succion Head), refere-se

à carga energética líquida e disponível na instalação para permitir a sucção do fluido, ou seja, diz respei-to às grandezas físicas associadas à instalação e ao fluido;

– Curva do Sistema, também conhecida como curva da tubulação, é uma curva traçada no gráfico ‘Altura Manométrica x Vazão’ e sua importância está na determinação do ponto de trabalho da bomba, pois esse é obtido no encontro dessa curva com a curva característica da bomba.

Destarte, tais parâmetros poderão ser adequados a qualquer eventual alteração do projeto estabelecida pela LP, pois, como já mencionado, a assinatura do contrato está condicionada à obtenção dessa licença e a fabricação da bomba se iniciará somente após todas as alterações do projeto serem efetuadas.

Quanto à aplicação ao caso em análise do en-tendimento firmado pelo TCU para a seqüência do li-cenciamento ambiental de obras, por meio do Acórdão nº 26/2002– Plenário, segundo o qual a obra somente poderá ser licitada após a obtenção da licença de ins-talação, deve-se fazer algumas considerações.

De acordo com o inciso II do caput do art. 8º da Resolução Conama nº 237/97, ao conceder a licen-ça de instalação, o órgão ambiental terá autorizado o início das obras. Dessa forma, tendo sido concedida a licença prévia, é perfeitamente legal licitar a obra antes da obtenção da LI, ao contrário do estabelecido no citado Acórdão. Além disso, devido à natureza pe-culiar do objeto do certame em análise, considera-se que o inicio da fabricação das motobombas não pode ser classificado como inicio da obra propriamente dita,

pois se trata de equipamento e sua construção não repercute diretamente no meio ambiente.

É diferente, por exemplo, do inicio da construção dos canais ou das barragens que deverão compor o projeto. Nesses casos, há uma interferência direta no meio ambiente e o início dessas obras só poderá ocor-rer após a obtenção da LI, a qual:

– estabelecerá medidas de controle ambiental, com vistas a garantir que a fase de implantação do empreendimento obedecerá aos padrões de qualidade ambiental estabelecidos em lei ou regulamentos;

– concordará com as especificações constantes dos planos ambientais, seus detalhamentos e respec-tivos cronogramas de implementação;

– fixará as condicionantes da licença (medidas mitigadoras).

Além disso, tendo como parâmetro os conceitos de obra e de compra constantes dos incisos I e III do caput do art. 6º da Lei nº 8.666/93, respectivamente, poder-se-ia concluir que o objeto da licitação, forneci-mento, ou seja, compra, não poderia ser considerado como a obra de engenharia para a qual estão sendo adquiridos os bens em questão.

Assim, do exposto, considera-se elidido este ponto, até porque a Licença Prévia nº 200/2005, foi concedida cm 29-4-2005.

6.a) Da diligênciainformar as medidas adotadas pelo Ministério para

salvaguarda do interesse público na hipótese de que modificações no projeto básico do empreendimento, decorrentes de eventuais ajustes determinados na LP e/ou LI, possam ocasionar alterações nas especifica-ções das motobombas;

6.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

‘a salvaguarda do interesse público está presenciada uma vez (sic) os conjuntos (sic) motobombas foram dimensionados em função da relação ‘razão x altura de recalque’, que são invariáveis em qualquer situa-ção...’, sendo que alterações locacionais, se houver, não alterariam as condições operacionais previstas. Ressaltou-se, também, que a contratação desses equipamentos se daria somente após a obtenção da LI, e que o Edital prevê uma etapa inicial de projeto de fabricação, na qual os ajustes seriam efetuados sem ônus para a Contratante.

6.c) Da análiseHá que se esclarecer que a contratação dos

equipamentos se dará após a obtenção da LP, nos termos dos subitens 19.3 e 19.3.1. do Edital (fl. 34), e não após a obtenção da LI.

Diante dos esclarecimentos de que os conjuntos de motobombas foram dimensionados em função da

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53081

relação vazão x altura de recalque, que é invariável em qualquer situação, fazendo com que não haja necessida-de de mudanças consideráveis nas especificações dos equipamentos, determinadas por possíveis requisitos e condicionantes constantes da LP, e tendo em vista que a Administração já se resguardou para a possibilidade de ocorrência deste fato, ao prever esta etapa inicial de projeto de fabricação, de ciência por parte dos licitantes, na qual os ajustes deverão ser efetuados sem ônus para o Contratante, considera-se elidido este ponto.

7.a) Da diligênciaencaminhar cópia do ato de designação da co-

missão de licitação;7.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados, fo-

ram anexadas cópias da Portaria nº 637, de 2-8-2004, publicada no DOU de 23-8-2004, complementada pela Portaria nº 744, de 1º-10-2004, publicada no DOU de 4-10-2004, contendo a designação da Comissão Es-pecial de Licitação.

7.c) Da análiseDe fato, como já exposto, as cópias encontram-

se às fls. 110 e 111, respectivamente. Desse modo, considera-se elidido este ponto.

8.a) Da diligênciaEncaminhar cópia das atas, relatórios e delibe-

rações da comissão de licitação.8.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

foi anexada cópia da Ata nº 01/05 de recebimento e abertura da documentação e proposta técnica.

8.c) Da análiseDe fato, a Ata nº 1/2005 da reunião para rece-

bimento e abertura das propostas, ocorrida em 31-1-2005, assinada pela Comissão Especial de Licitação, encontra-se às fls. 122/124 destes autos. Estavam presentes as seguintes empresas/consórcios: Alstom Brasil Ltda, Consórcio KSB/Sulzer, Flowserve do Brasil Ltda, Flygt do Brasil S/A. Segundo verifica-se do teor da Ata, não foi registrado nenhum incidente nesta reunião, bem como não ficou evidenciada, desses documentos, nenhuma impropriedade no processo. Assim, diante do exposto, considera-se elidido este ponto.

9.a) Da diligênciaEncaminhar cópia dos despachos e pareceres

de julgamento das propostas.9.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

foi anexada cópia do Relatório de Julgamento da Do-cumentação e Proposta Técnica.

9.c) Da análiseDe fato, o Relatório de Exame e Julgamento da

Documentação de Habilitação e Proposta Técnica en-

contra-se às fls. 125/137 destes autos. De acordo com a análise procedida pela Comissão, foram considera-das habilitadas e qualificadas tecnicamente o Consór-cio KSB/Sulzer e a empresa Alstom Brasil Ltda. Neste caso, considerando a capacidade fabril, a licitante es-taria apta ao fornecimento individual de quaisquer dos Lotes e cumulativamente dos Lotes I e III. A Comissão considerou inabilitada e desclassificada tecnicamente a empresa Flygt do Brasil S/A (Lotes I, II e III), com base no subitem 8.2.2 do Edital, por não atender aos subitens 4.3., 6.2.5., 6.2.5.4., 6.2.5.5. e 6.2.5.6. do instrumento editalício, e desclassificada tecnicamen-te a empresa Flowserve do Brasil Ltda. (Lote I), com base no subitem 8.2.1 do Edital, por não atender ao item 11 e aos subitens 5.3.b e 2.7 das Especificações Técnicas que integram o instrumento convocatório. Não ficou evidenciada, desses documentos, nenhuma impropriedade no processo.

De acordo com os esclarecimentos prestados, considera-se elidido este ponto.

10.a) Da diligênciaEncaminhar cópia de eventuais impugnações ao

Edital, bem como de recursos administrativos/judiciais interpostos pelos licitantes e dos respectivos atos que os apreciaram.

10.b) Da respostaDe acordo com os esclarecimentos prestados,

não houve impugnação ao Edital, bem como recursos judiciais. No entanto, foi interposto recurso administra-tivo pela empresa Flowserve do Brasil Ltda., contra desclassificação da proposta técnica referente ao Lote I, ao qual foi dado provimento.

10.c) Da análiseNos termos do Memorando nº 4-5/MI, de 20-4-

2005 (fl. 142), o qual encaminhou o Parecer da Comis-são Especial de Licitação sobre o Recurso Administra-tivo – Flowserve do Brasil Ltda – Concorrência Pública nº 2/2004 – Lote I (fls. 143/156), interposto tempesti-vamente, aduzindo os motivos analisados no item III – Da Análise do Recurso Interposto (fls. 149/155), o qual finaliza com as seguintes recomendações:

Recomendações:A Comissão Especial de Licitação recomenda

que faça constar do contrato como obrigação da con-tratada, caso a Recorrente venha sagrar-se vencedo-ra do Lote I, consoante o disposto no item 5.3.b das Especificações Técnicas que:

– A vazão deverá ser medida por proces-so a ser sugerido e fornecido pela Contratada e aprovado pela Contratante;

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53082 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

– Fornecer equipamentos e instrumen-tos necessários à execução dos testes de campo;

– a adoção de qualquer solução hidráu-lica dos poços de adução a ser sugerida pela recorrente deverá ser aprovada pelo Ministério da Integração Nacional, porém, a responsabili-dade técnica da solução será sempre da con-tratada.”

A Comissão deu provimento ao recurso, consi-derando classificada tecnicamente para abertura a proposta financeira apresentada pela empresa para o Lote I. Considera-se, pois, elidido este ponto.

III – Conclusão

Após os esclarecimentos prestados por meio da diligência, em contato telefônico com a Presidenta da Comissão de Licitação, foi informado que as propostas financeiras apresentadas pelos participantes estavam 30% acima do preço de referência cotado pela Codevasf, sendo solicitado pela Comissão de Licitação que apre-sentassem novas propostas, as quais serão abertas em sessão a realizar-se no dia 9/05. Estas só serão aceitas se estiverem até 20% acima do preço de referência, se-gundo entendimento da Comissão, o que, caso não se verifique, poderá levar ao cancelamento desse procedi-mento. Além disso, conforme já mencionado, foi emitida no dia 29/04 a Licença Prévia nº 200/2005, contendo as condicionantes a serem atendidas para obtenção da LI. O desdobramento desses fatos será efetuado por meio do acompanhamento do Projeto por este Tribunal.

Assim, uma vez que a licitação em análise está em andamento e tendo em vista que o objeto a ser contratado demanda tempo razoável para sua exe-cução, onde deverão ser consideradas as eventuais condicionantes ambientais decorrentes da obtenção da LP, não vislumbramos óbice à continuação da Con-corrência Pública nº 2/04, cujas próximas etapas serão objeto de acompanhamento por este Tribunal. Há que se mencionar que será proposta determinação para que a SFC encaminhe cópias de todos os trabalhos que realizar concernentes ao Projeto, o que reforçará o controle de todas as suas etapas.

IV – Proposta de Encaminhamento

Diante do exposto, submetemos os autos à con-sideração superior, propondo, com base no inciso I do caput do art. 43 da Lei nº 8.443/92 c/c o inciso II do caput do art. 250 do Regimento Interno deste Tribunal, as seguintes providências:

I – determinar ao Ministério da Integra-ção Nacional:

– informe a este Tribunal, à medida da ocorrência dos fatos geradores, sobre as fa-ses seguintes da Concorrência Pública nº 2/04 (julgamento das propostas, interposição de recursos administrativos/judiciais após esta fase, adjudicação, homologação e assinatura do contrato), encaminhando cópias dos res-pectivos despachos, pareceres, atas, etc., a fim de que seja efetivado o acompanhamento de todo o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nor-deste Setentrional;

– inclua cláusula no Edital da Concorrência Pública nº 2/04 e na minuta do respectivo contra-to, definindo as responsabilidades pela guarda e manutenção das bombas então fabricadas, caso haja um descompasso entre o cronograma de execução da obra, o cronograma da entrega das motobombas e o cronograma de obtenção das licenças de instalação e de operação, com vistas a evitar a deterioração das motobombas e, conseqüentemente, impedir a ocorrência de danos;

II – determinar que seja enviada cópia da decisão que vier a ser prolatada ao Sr. Deputado Federal José Carlos Machado, para cumprimen-to do disposto no subitem 9.2.3 do Acórdão nº 405/2005 – TCU – Plenário, exarado no âmbito do TC 004.487/2005-3, apenso a estes autos.

III – determinar à Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) que encaminhe a este Tribunal o resultado das fiscalizações eventual-mente realizadas concernentes ao Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, a fim de subsidiar o acompanhamento do referido Projeto em curso no âmbito deste Tribunal;

IV – apensar os presentes autos ao pro-cesso de fiscalização a ser autuado, com vistas ao acompanhamento da execução do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional;

V – encaminhar cópias do Acórdão que vier a ser exarado, bem como do Relatório e Voto que o fundamentarem, ao Ministro de Es-tado da Integração Nacional, à Presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, à Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Con-gresso Nacional, à Presidência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53083

da Câmara dos Deputados, à Presidência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, à Presidência da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, à Presidência da Comissão de Desenvolvimen-to Regional e Turismo do Senado Federal, e à Presidência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Con-trole do Senado Federal.”

6. O titular da 4ª SECEX, anuindo em parte às conclusões e ao encaminhamento proposto na instru-ção, adscreveu considerações e proposições acerca da matéria dos autos, no despacho de fls. 340/346, cujo teor passo a transcrever, no intuito de preservar sua integridade, senão vejamos:

“Manifesto concordância, em parte, com a proposta de encaminhamento de fls. 330-331, pelas razões a seguir expostas.

2. A principal questão que, a meu ver, re-manesce insuficientemente esclarecida nestes autos é o descompasso entre os valores das propostas vencedoras da Concorrência Públi-ca nº 2/2004-MI e o orçamento-base elabora-do pelo Ministério da Integração Nacional, já devidamente atualizado para a data da última apresentação das propostas.

3. Merece destaque o fato de que o va-lor originalmente orçado pelo Ministério, em maio/2004, tomou por base cotações reali-zadas justamente com as únicas quatro em-presas habilitadas na concorrência, a saber: KSB Bombas Hidráulicas S/A, Sulzer Brasil S/A, Alstom Brasil Ltda, Flowserve do Brasil Ltda. (fl. 106). Não obstante o edital ter permi-tido a participação de empresas nacionais e estrangeiras, inclusive em consórcio, apenas essas quatro tiveram suas cotações avaliadas, o que por si só revela a incipiente competição do certame. Tal fato torna-se ainda mais inusi-tado em função do resultado da concorrência, em que cada empresa habilitada foi adjudica-da para um dos três lotes, a saber: Flowser-ve (Lote I), Consórcio KSB/Sulzer (Lote II) e Alstom (Lote III).

4. O orçamento-base é datado de maio/2004, todavia a licitação foi aberta so-mente no final de janeiro/2005. Em razão dis-so, a Comissão de Licitação procedeu a atu-alização do valor original do orçamento-base utilizando-se, por analogia, da cláusula de re-

ajustamento de preços contratuais prevista no item 13 do edital (fl. 28 do Volume Principal). Tal dispositivo estabelece fórmula na qual são considerados os seguintes índices apurados pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, publica-dos na revista Conjuntura Econômica:

– Coluna 13 – Mão-de-obra Especiali-zada;

– Coluna 32 – Ferro, Aço e Derivados;– Coluna 39 – Serviços de Consultoria;– Coluna 40 – Motores e Geradores.5. Os menores preços apresentados em

janeiro/2005, por lote, para o conjunto de mo-tobombas, estavam, em média, 33% acima dos valores atualizados do orçamento-base e, em função disso, foram todas desclassificadas pela Comissão de Licitação, que considerou excessivos os preços cotados. Assim, foi fixa-da a data de 9-5-2005 para apresentação de novas propostas.

6. Nesse segundo momento, as no-vas propostas de preço foram comparadas com o orçamento-base, agora atualizado até maio/2005, apresentando valores aproxima-damente 10% superiores. A despeito disso, o Ministério as considerou aceitáveis, diante dos argumentos fornecidos pelas empresas, a saber: especificidade dos equipamentos, au-mento de escopo, mudanças na base fiscal e, principalmente, descolamento dos índices de preços apurados pela FGV daqueles pratica-dos pelo mercado.

7. Descolamento de índice é a defasa-gem entre a variação real ocorrida no insumo e a flutuação verificada no indicador apurado em publicação especializada. Partindo desse conceito, o Ministério afirma que os índices da Coluna 32 da FGV (Ferro, Aço e Deriva-dos) oscilaram, no período de maio/2004 a janeiro/2005, em 31,23%. No mesmo período, o preço da chapa de aço fornecida pela em-presa Usiminas teria aumentado em 63,09%. Dessa forma, estaria configurada a diferença de 24,27% entre o preço de mercado do aço e o índice de atualização previsto no edital, resultando em acréscimo de 6,3% no preço final das propostas apresentadas (fls. 238-239, V.P.).

8. Essa é a variação mais significativa e que produziria maior impacto no valor das pro-postas apresentadas, o que levou a Comissão de Licitação a aceitar os argumentos defendidos

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53084 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

pelas licitantes e considerar válidas propostas de preço em mais de 10% superiores, em mé-dia, ao inicialmente orçado, o que equivale dizer a um desembolso adicional pela administração em tomo de R$13,4 milhões (fl. 237, V.P.).

9. Observa-se que o parâmetro conside-rado pelo Ministério como ‘preço de mercado do aço’ é tão-somente o preço de uma única empresa, preço esse sem qualquer comprova-ção nos autos, ainda que existam no mercado brasileiro outras 13 empresas siderúrgicas¹.

10. A licitante Alstom defende a tese do descolamento dos índices apresentando ta-bela comparativa entre aqueles fornecidos pela FGV, pela Usiminas e pela Cosipa, para o período de janeiro/2004 a março/2005 (fl. 365 do Anexo 6), e apontando defasagem mé-dia de 20% entre o primeiro e os dois últimos, em janeiro/2005. Além disso, a mesma Alstom fornece cópias de notas fiscais emitidas pela Usiminas em abril/2004 e janeiro/2005 (fls. 274-275 do Anexo 6), a fim de fundamentar a tese defendida.

11. A análise do gráfico de evolução dos índices apresentado pela Alstom (fl. 366 do Anexo 6) sugere que o alegado descolamento de 20% ocorreu pontualmente, naquele mês de janeiro/2005. Tomando-se como fidedignos os dados do gráfico, percebe-se que na série histórica apresentada os indicadores são, em geral, coincidentes. Em alguns momentos a variação dos índices da FGV é até superior ao do preço hipoteticamente praticado pelas mencionadas siderúrgicas.

12. Além disso, nem a licitante, nem o Ministério, avaliaram o comportamento das curvas no período total de janeiro/2004 a maio/2005. Tal avaliação poderia mesmo levar a conclusão diametralmente oposta àquela alcançada inicialmente, qual seja, a de que os preços supostamente cobrados pelas empresas Usiminas e Cosipa varia-ram menos que o correspondente índice da FGV. Ainda assim, mesmo que tal hipótese não se confirme, eventual oscilação superior dos preços faturados por aquelas empresas pode significar tão-somente que elas ope-ram com preços acima dos praticados no mercado.

¹ Anuário Estatístico do Setor Metalúrgico 2004 (www.mme.gov.br) > Publicações Anuários)

13. Os indicadores apurados e publica-dos pela Fundação Getúlio Vargas refletem a variação média dos preços dos insumos no mercado brasileiro, ou seja, é sinalizador re-conhecidamente seguro da razoabilidade de preços, tanto que serão utilizados pelo próprio Ministério da Integração Nacional, nos termos do edital da licitação em comento, como prin-cipal insumo para reajustamento do contrato. Nesse contexto, o descolamento, em janei-ro/2005, dos índices apurados pela FGV e dos supostamente adotados pela Usiminas, embora decisivos para o juízo da Comissão de Licita-ção, a meu ver, não servem de parâmetro para legitimar as propostas de preço apresentadas na Concorrência nº 2/2004.

14. Da mesma forma, as notas fiscais apresentadas pela Alstom não têm qualquer valor probatório, uma vez que não há informa-ções acerca das condições contratuais em que foram estabelecidos aqueles preços. Como se sabe, uma mesma empresa pode praticar pre-ços diferenciados de acordo com o volume e características da transação comercial. Desse modo, não há nos presentes autos comprova-ção de que os preços de mercado variaram conforme alegado pelas licitantes e validado pelo Ministério.

15. A par disso, o edital apresentou ilega-lidade que tem reflexo direto e determinante na análise ora efetuada: o instrumento convocató-rio não estabeleceu critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, conforme exige o art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93.

16. A rigor, é a ausência do referido cri-tério editalício que fragiliza a administração no momento de avaliar as propostas de preços recebidas numa licitação pública. Com essa exigência, a Lei visa estabelecer, de antemão, parâmetro seguro e público de razoabilidade dos preços ofertados e impede, na prática, que sejam ofertados, pelos licitantes, e aceitos, pela administração, argumentos tais como o descolamento de índices alegado no certame ora em análise.

17. Os critérios de aceitabilidade de pre-ços servem, em especial, como garantia da obtenção de propostas mais vantajosas para a administração nas licitações de bens ou servi-ços com baixo nível de competição, nas quais, em tese, um mercado cartelizado pode ofertar preços excessivamente elevados, colocando

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53085

em risco a observância dos princípios cons-titucionais da eficiência e da economicidade que informam a gestão pública.

18. Por isso, mais que uma faculdade colocada à disposição do administrador², a Lei estabelece uma obrigação para o gestor que, no dizer do mestre Hely Lopes Meirelles³, ‘dispondo de meios para conhecer os preços praticados no mercado, deve empenhar-se em coibir práticas de preços superfaturados e atos antieconômicos’.

19. O Tribunal de Contas da União tem, reiteradamente, interpretado como grave tal irregularidade, passível, inclusive, de anulação do procedimento licitatório e de ser classificada como indicativo para suspensão do aporte de recursos orçamentários para os empreendi-mentos que apresentem tal falha. Consoante a jurisprudência dominante, os limites de acei-tabilidade de preços devem ser os valores es-timados no orçamento, devendo ser rejeitadas as propostas que não atenderem esse critério, de acordo como disposto no art. 48, inciso I, da mesma lei (Decisão nº 417/2002-Plenário e Acórdão nº 1.564/2003-Plenário).

20. Essa também foi a linha de argumen-tação e proposta de solução desta Secretaria, ao final acatada pelo Ministério da Integração Nacional, de adoção de critérios de aceitabili-dade de preços nos editais das Concorrências nos 1 e 2/2005, para contratação da supervisão das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco e de sua execução, respectivamente (TC-nº 010.341/2005-4)4.

4. Fiscobras 2005 – Auditoria nos editais para execução das obras civis para contratação dos serviços de supervisão da obra.

21. Considerando, assim, em breve re-capitulação:

a) que o orçamento-base elaborado pelo Ministério da Integração Nacional partiu de consulta às próprias empresas ao final adjudi-cadas, e únicas habilitadas na licitação;

b) que estimativas de preços efetuadas junto a mercado não-concorrencial, onde o ní-vel de competição real é quase nulo, devem, a rigor, ser consideradas como limite para contratação;

² O art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93 exige que obrigatoriamente o edital contenha o critério de aceitabilidade dos preço unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos (...) ³ Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 16ª edi-ção, 1991, Editora Revista dos Tribunais, p. 84-87.

c) a razoabilidade do critério de atualiza-ção desse orçamento adotado pela comissão de licitação;

d) a ausência, no edital, de critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, em desconformidade com o art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93;

e) a jurisprudência do Tribunal de Contas da União relativamente à matéria;

f) entendo necessário seja determina-do àquela Pasta Ministerial que renegocie os preços das propostas das licitantes declara-das vencedoras da Concorrência nº 2/2004, visando adequá-los ao orçamento-base da licitação, atualizado até maio/2005, mês de apresentação das novas propostas e que deve ser considerado tanto para efeito de cômputo dos respectivos prazos de validade, como para definição do marco inicial para futuro reajus-tamento contratual.

22. Alternativamente, caso não se obte-nha sucesso nas negociações de preços nos termos mencionados, entendo que deve ser determinada ao Ministério da Integração Na-cional a revogação da Concorrência nº 2/2004 e a realização de novo certame, adotando-se medidas com vistas a ampliar seu caráter com-petitivo e, conseqüentemente, obter proposta mais vantajosa para a administração, inclusi-ve avaliando-se a possibilidade de adoção do modelo de concorrência internacional.

23. É certo que essa providência impli-caria em relativo atraso no cumprimento dos prazos previstos. Todavia, o empreendimento como uni todo encontra-se em defasagem quanto ao cronograma inicial, em vista de pen-dências no processo de licenciamento ambien-tal e de sucessivos adiamentos nas licitações para contratação da execução e supervisão das obras civis, por força, principalmente, dos ajustes que se fizeram necessários por conta das conclusões das análises empreendidas por este Tribunal.

24. O segundo ponto que julgo relevante destacar é a previsão editalícia de fabricação simultânea dos conjuntos de motobombas li-citados. Conforme já destacado em instrução anterior (fl. 167, V.P.), para o Trecho I – Eixo Norte, está prevista a existência de nove bom-bas em cada uma das três estações de bombe-amento. Já no Trecho V – Eixo Leste, prevê-se a existência de cinco bombas em cada uma das seis estações. Em cada eixo, a seqüência

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53086 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

numérica utilizada para identificar as estações de bombeamento foi estabelecida conside-rando as correspondentes distâncias do Rio São Francisco (da numeração menor para a maior). Assim, as estações EBI-1 e EBV-1 são as mais próximas do ponto inicial de captação de água no Rio.

25. O Ministério da Integração Nacio-nal prevê, conforme resposta encaminhada ao TCU nos autos do TC-010.34l/2005-4, a implantação das obras priorizando a seqüên-cia montante-jusante, sempre que ocorrerem fatores que restrinjam a execução da obra como um todo.

26. Como é sabido, no Projeto de Integra-ção do Rio São Francisco os sistemas adutores serão construídos em diversos lotes. O item 5.4 do Edital da Concorrência nº 2/2005, analisado no referido TC-010.341/2005-4, estabelece a seguinte ordem para análise e julgamento da documentação de habilitação e qualificação técnica das propostas: lote 1; lote 9; lote 8; lote 13; lote 2; lote 10; lote 3; lote 11; lote 4; lote 12; lote 5; lote 6; lote 7; e lote 14.

27. A seqüência foi estabelecida alternan-do-se os lotes dos dois eixos (Eixo Norte: lotes 1 a 7; Eixo Leste: lotes 9 a 12), com os lotes 8 (estações de bombeamento do Eixo Norte), 13 (estações de bombeamento do Eixo Leste) e 14 (túneis do Eixo Norte). Em cada eixo, a ordenação priorizou os lotes mais próximos ao Rio São Francisco (da numeração menor para a maior).

28. Assim, a meu juízo, analogamente, o mesmo raciocínio poderia ser aplicado para o caso das motobombas, ou seja, a assinatura das ordens de serviço autorizando o início da fabricação dos equipamentos, considerado em cada caso o prazo para sua entrega, obe-deceria à seqüência montante-jusante, com-patibilizando-a, inclusive, ao cronograma de execução das estações de bombeamento, de forma a otimizar o uso dos recursos financei-ros, maximizar os benefícios para a população e minimizar a possibilidade de ocorrência de danos ao Erário. Por essa lógica, as bombas das estações EBI-1 (Eixo Norte) e EBV-1 (Eixo Leste) seriam as primeiras a ser construídas, e assim sucessivamente.

4 Fiscobras 2005 – Auditoria, nos editais para execução das obras civis e para contratação dos serviços de supervisão da obra.

29. Dessa forma, proponho seja deter-minado ao Ministério da Integração Nacional que inclua nos contratos que vierem a ser firmados cláusula estabelecendo que a emis-são das ordens de serviço esteja de acordo com a ordem deexecução dos lotes referentes às obras civis dos canais, na forma prevista pelo edital da Concorrência n° 02/2005, obe-decendo à seqüência montante-jusante e ao andamento das obras civis das estações de bombeamento, de forma a organizar o uso dos recursos financeiros, maximizar os benefícios à população e minimizar a possibilidade de ocorrência de danos ao Erário;

d.2) cláusula definindo as responsabilida-des pela guarda e manutenção das motobom-bas então fabricadas, caso haja descompasso entre os cronogramas de execução da obra, de entrega das motobombas e de obtenção das licenças de instalação e operação, com vistas a evitar a ocorrência de danos e a deterioração dos equipamentos;

II – determinar à Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) que encaminhe a este Tribunal o resultado das fiscalizações eventual-mente realizadas concernentes ao Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, a fim de subsidiar o acompanhamento do referido Projeto no âmbito deste Tribunal;

III – apensar os presentes autos ao TC-004.375/2005-7, com vistas ao acompanha-mento da execução do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidro-gráficas do Nordeste Setentrional;

IV – encaminhar cópia do Acórdão que vier a ser proferido, bem como do Relatório e Voto que o fundamentarem, ao Sr. Deputado Federal José Carlos Machado, para cumpri-mento do disposto no subitem 9.2.3 do Acór-dão nº 405/2005-TCU-Plenário, exarado nos autos TC-004.487/2005-3, apenso a este pro-cesso, assim como ao Ministro de Estado da Integração Nacional; às Presidências da Câ-mara dos Deputados e do Senado Federal; à Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Con-gresso Nacional; à Presidência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados; à Presidência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados; à Presidência da Comissão

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53087

de Assuntos Sociais do Senado Federal; à Presidência da Comissão de Desenvolvimen-to Regional e Turismo do Senado Federal; e à Presidência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Con-trole do Senado Federal.”

É o Relatório.

Voto

Registro, inicialmente, que o presente feito en-contrava-se sob a relatoria do eminente Ministro-Subs-tituto Augusto Sherman Cavalcanti, em virtude de Sua Excelência encontrar-se em substituição do Ministro Humberto Guimarães Souto.

2. Em razão de me haver sido atribuída a relatoria do acompanhamento de todo o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, em conformidade ao Comuni-cado da Presidência deste Tribunal, de 16-2-2005, o qual se desenvolve, precipuamente, nos autos do TC – 004.375/2005–7, o ilustre Ministro Sherman declinou de relatar o acompanhamento que tem lugar nestes autos, com o objetivo de centralizar os trabalhos do citado acompanhamento no gabinete deste relator.

3. Oportuno mencionar, ainda à guisa de preâm-bulo, que na Sessão de 10-8-2005, no esteio do Voto por mim apresentado nos autos do TC – 011.659/2005-0, este Plenário proferiu o Acórdão n° 1.147/2005, em cuja parte dispositiva constou determinação ao Minis-tério da Integração Nacional, no sentido de que este, cautelarmente, se abstivesse de dar continuidade aos atos conducentes à celebração do contrato com a em-presa vencedora da Concorrência n° 2/2004, até o total esclarecimento dos fatos em apuração neste feito.

4. Com o fim de proceder ao acompanhamento do Edital de Concorrência Pública n° 2/04, a Secex promoveu diligência junto ao Ministério da Integração Nacional objetivando informações sobre o andamen-to do certame, bem como cópias dos atos formais do processo licitatório, até então expedidos.

5. Outrossim, buscou-se informações quanto: a) aos motivos para a divisão do objeto licitado por lotes e não por itens (bomba); b) aos critérios parâmetros para a composição das planilhas de preços; c) às medidas adotadas para assegurar a sincronia entre os crono-gramas de execução da obra, de entrega das bombas e de obtenção das licenças ambientais; d) aos motivos pelos quais não foi vinculada a assinatura do contrato à obtenção da licença ambiental de instalação, cuja emissão condiciona o inicio das obras; e e) às medi-das adotadas pelo Ministério com vistas a resguardar o interesse público, em caso de se fazerem necessárias alterações nas especificações das motobombas, em

decorrência de eventuais modificações no projeto bá-sico do Empreendimento, ditadas por força de ajustes contidos na Licença Ambiental Prévia (LP) e Licença Ambiental de Instalação (LP).

6. O Ministério da Integração Nacional, com bas-tante presteza, atendeu à diligência deste Tribunal, encaminhando todos os esclarecimentos e documen-tações requeridas, cujos teores foram objeto da mi-nudente análise empreendida pela Unidade Técnica, conforme reproduzido no Relatório que fiz preceder este Voto.

7. As informações e esclarecimentos apresenta-dos, em sua maior parte, mostraram-se suficientes para dirimir as dúvidas suscitadas no âmbito da instrução. As propostas formuladas pela ACE foram acolhidas, no essencial, pelo Titular da Unidade Técnica.

8. Todavia, verificou-se divergência quanto ao encaminhamento sugerido com relação à questão dos preços integrantes das novas propostas apresentadas pelas licitantes habilitadas, na data de 9-5-2005, após a desclassificação daquelas apresentadas em janei-ro de 2005, nas quais se verificou um sobrepreço de, aproximadamente, 33% em relação ao orçamento-base, até então atualizado.

9. A instrução propugnou que tal questão fosse objeto de acompanhamento. A seu turno, o Secretá-rio de Controle Externo sugeriu a adoção de medidas corretivas, cujo teor adiante se comenta.

10. Conforme bem demonstrado no despacho do Titular da 4ª Secex, persistiu a existência de des-compasso entre as novas propostas de preços com o orçamento-base, desta vez atualizado até maio/2005. Os valores apresentados foram, em média, 10% su-periores ao orçado.

11. O fator apontado como preponderante na discrepância observada consistiu em alegado desco-lamento dos preços do aço, com relação aos índices a ele relativos, apurados pela FGV, no período de maio/2004 a janeiro/2005.

12. Conforme salientou o Secretário de Controle Externo, as justificativas apresentadas pelas licitantes, acerca deste aspecto, levaram o Ministério da Integra-ção Nacional a admitir as propostas majoradas em 10% relativamente ao orçamento-base, implicando em um aumento nos custos da licitação em torno de R$13,4 milhões.

13. A este respeito, perfilho integralmente o po-sicionamento manifestado pelo Titular da 4ª Secex, reputando inaceitável o parâmetro considerado pelo Mi-nistério como preço de mercado do aço. Neste sentido, admitiu-se tão-somente o preço da empresa Usiminas, segundo a qual a chapa de aço teria aumentado 63,09% no período que medeia as atualizações do orçamen-

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53088 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

to-base (maio/2004 a janeiro/2005). Ressalte-se que a divergência apontada não foi comprovada nos autos, havendo, inclusive, registro de que outras 13 empresas siderúrgicas operam no mercado brasileiro.

14. Com efeito, a renegociação de preços su-gerida no encaminhamento proposto no despacho do Secretário da 4ª Secex, transcrito no relatório que precede este Voto, é a medida que melhor atende ao interesse da Administração. O implemento desta so-lução permitirá a adequação dos preços propostos ao orçamento-base atualizado até maio/2005, termo de validade das propostas, e a partir do qual deverá fluir prazo para reajustamento do contrato.

15. Igualmente adequada mostra-se a proposição no sentido de que o Ministério da Integração Nacional, em não logrando êxito na referida negociação de pre-ços, proceda à revogação da Concorrência n° 2/04.

16. Em tal hipótese, se realizada nova licitação, no edital correspondente deverá constar critérios de aceitabilidade de preços unitário e global, em obser-vância ao disposto no art. 40, X, da Lei n° 8.666/93. Providência neste sentido, decerto, inibirá discrepân-cias de preços, tal como a que ora se verifica.

17. Ainda com relação a esta hipótese, de ins-tauração de nova licitação com a mesma finalida-de da Concorrência n° 2/04, ressalvo a proposição do Secretário, no sentido de que seja considerada a possibilidade de adoção do modelo de concorrência internacional. Ao meu ver, preservados os princípios da licitação, assim como a estrita observância à legis-lação de regência, entendo que aspectos tais como o mencionado situam-se na esfera de competência dis-cricionária do administrador, refugindo, portanto, ao escopo da atividade de controle.

18. Ressalvo, ainda, a sugestão formulada, no sentido de que seja inscrita cláusula no contrato a ser firmado, definindo responsabilidades pela guarda e manutenção das bombas então fabricadas. As impli-cações financeiras advindas com o implemento desta providência oneram, de maneira inequívoca, o con-tratado. Destarte, inexistindo previsão editalícia para tanto, parece-me que, nesta fase, não seja cabível a imposição de tal gravame ao contratado.

19. No entanto, caso revogada a licitação, pelas razões já alinhadas acima, mostra-se de todo perti-nente a inclusão desta recomendação no edital a ser elaborado.

20. De resto, anuo às demais proposições da Unidade Técnica, registrando que a determinação constante do subitem 9.1 do Acórdão n° 1.147/2005 – TCU – Plenário deverá ter seu levantamento autori-zado por este Plenário, após verificada a implementa-

ção das medidas contidas no Acórdão que proponho em anexo.

Em vista de todo o exposto, voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto a este Plenário.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, 5 de outubro de 2005. – Benjamin Zymler, Relator.

Encaminhe-se, por cópia, à Comissão de Minas e Energia. Publique-se. Arquive-se.

Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Oficio nº 900/2005/GS1PR/CH

Brasília, 1º de novembro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos Deputados70160–900 – Brasilia – DF

Senhor Presidente,Tendo em vista pronunciamento do Excelen-

tíssimo Senhor Deputado Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto, ocorrido na sessão extraordinária de 1º de novembro p.p., denunciando que “alguns parla-mentares, sobretudo da oposição, que participam mais ativamente do processo de investigação das graves denúncias de corrupção que imperam no Governo do Presidente Lula, estariam sendo monitorados, de ma-nhã, de tarde e de noite, pelo Serviço de Inteligência do Governo, patrocinado pela ABIN, Agência Brasileira de Inteligência”.

Dirijo-me à Mesa Diretora da Câmara dos Depu-tados para que seja solicitado àquele Deputado fornecer a este Gabinete, detalhadamente, os fatos ou dados que o levaram à denúncia em questão. Trata-se de uma grave acusação que atinge diretamente uma Instituição que todos lutamos para aprimorar e afeta a honra e o amor-próprio de seus mais de 1700 servidores.

Visa a presente solicitação subsidiar eventual procedimento administrativo a ser instaurado no âm-bito da Agência Brasileira de Inteligência, vinculada a este Gabinete de Segurança institucional, para apurar a veracidade, em tese, das atividades que geraram tal denúncia.

Considerando a gravidade das acusações. apro-veito a oportunidade para ressaltar que é missão per-manente do GSI/PR e dos servidores da Abin pautar as suas atividades como as de uma Instituição de Estado. Imune, portanto, a ingerências político-partidárias que possam vir a desvirtuar a sua atuação.

Desde já me coloco à disposição do Congresso Nacional para prestar quaisquer esclarecimentos jul-gados necessários.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53089

Respeitosamente. – Jorge Armando Felix, Minis-tro de Estado do Gabinete Institucional da Presidência da República. – C.C. – Aos Excelentíssimos Senhores Senador Roberto Saturnino Braga, Presidente da CCAJ – Deputado Aroldo Cedraz de Oliveira, Presi-dente da CREDN – Senador Eduardo Suplicy, Depu-tado Antônio Carlos Magalhães Neto.

Encaminhe-se, por cópia, ao Senhor Deputado Antônio Carlos Magalhães Neto e ao Senhor Ministro do Estado da Justiça. Pu-blique-se. Arquive-se.

Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of. Nº 1.250

Brasília, 3 de novembro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,Indico o Deputado Feu Rosa – PP/ES, como

Titular da Comissão Especial destinada a proferir pa-recer à Proposta de Emenda à Constituição nº 603, de 1998, da Senhora Laura Carneiro, que “revoga o § 3º do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias” (excluindo a aplicação da enfiteuse aos terrenos de marinha situados na faixa de segurança, na orla marítima).

Atenciosamente, Deputado Mário Negromonte, Líder em Exercício.

Publique-seEm 3-11-05. – Aldo Rebelo Presidente.

Of nº 1.069/05 – LPL

Brasília, 31 de novembro de 2005

Exmo Sr.Deputado Aldo RebeloDD. Presidente da Câmara dos Deputados Nesta

Senhor Presidente:Tenho a honra de comunicar a V. Exª que o

Partido Liberal indica o Deputado Durval Orlato (PT/SP) para ocupar a nossa vaga de suplente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Sendo o que se apresenta para o momento, rei-tero ao ilustre Presidente meus protestos de elevado apreço e distinta consideração. – Deputado Sandro Mabel, – Líder do PL.

Defiro. Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

OF. Nº 385-PP/2005 – CCJC

Brasília, 25 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimento ao

Art. 58 do Regimento Interno, a apreciação por este Órgão Técnico, nesta data, do Projeto de Lei nº 4.473-A/04.

Solicito a Vossa Excelência autorizar a publicação do referido projeto e parecer a ele oferecido.

Cordialmente, – Deputado Antonio Carlos Bis-caia, Presidente.

Publique-seEm 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Ofício-Pres. nº 402/2005

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Publicação do PL nº 4.727/94

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-

to ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a apreciação do Projeto de Lei nº 4.727/94, do Sr. Valdir Colatto, que “dispõe sobre propaganda para esclare-cimento e defesa do consumidor”, para publicação da referida proposição e do parecer a ela oferecido.

Atenciosamente, Deputado Luiz Antonio Fleury Filho, Presidente.

Publique-se Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Ofício-Pres. N° 403/2005

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Publicação do PL nº 404/99

Senhor PresidenteComunico a Vossa Excelência, em cumprimen-

to ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a apreciação do Projeto de Lei n° 404/99, do Sr. José Pimentel, que “torna obrigatória a instalação de por-ta de segurança nas agências bancárias e dá outras providências”, para publicação da referida proposição e do parecer a ela oferecido.

Atenciosamente, – Deputado Luiz Fleury Filho, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

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53090 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Ofício-Pres. N° 678/CECBrasília, 19 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: publicação do Projeto de Lei n° 4.201/04

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimento

ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a re-jeição do Projeto de Lei n° 4.201/04, do Sr. Ronaldo Vasconcellos, que “altera a Lei n° 9.615 de 24 de março de 1998 de forma a destinar diretamente aos Estados parte dos recursos dos concursos de prognósticos para realização de jogos escolares”, para publicação da re-ferida proposição e do parecer a ela oferecido.

Atenciosamente, Deputado Paulo Delgado, Pre-sidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of.P.- nº 282/2005

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Ofício de Publicação

Senhor Presidente,Encaminho a Vossa Excelência, para as providên-

cias regimentais cabíveis, o Projeto de Lei nº 1.997-8/03 e o PL nº 5.665/05, apensado, apreciados, nesta data, por este Órgão Técnico.

Atenciosamente, – Deputado Geddel Vieira Lima, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Ofício nº 341/05–Pres.

Brasília, 20 de setembro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Severino CavalcantiPresidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência que esta Comis-

são, em reunião realizada em 31-6-05, proferiu pare-cer pela aprovação do Projeto de Lei nº 4.323/01, com emenda, nos termos do parecer vencedor do Relator, Deputado Coronel Alves.

Respeitosamente, – Deputado Enio Bacci, Pre-sidente.

Publique-se.Em 3-11-2005. – Aldo Rebelo, Presi-

dente.

Ofício nº 606/2005-P

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-

to ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a apreciação, por este Órgão Técnico, do Projeto de Lei nº 1.599, de 2003.

Solicito a Vossa Excelência autorizar a publicação do referido projetos e do respectivo parecer.

Respeitosamente, – Deputado Dr. Benedito Dias, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Ofício nº 611/2005-P.

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-

to ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a apreciação, por este Órgão Técnico, do Projeto de Lei nº 4.255, de 2004.

Solicito a Vossa Excelência autorizar a publicação do referido projetos e do respectivo parecer.

Respeitosamente, – Deputado Dr. Benedito Dias, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Ofício nº 613/2005-P.

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-

to ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno, a apreciação, por este Órgão Técnico, do Projeto de Lei nº 4.627, de 2004.

Solicito a Vossa Excelência autorizar a publicação do referido projetos e do respectivo parecer.

Respeitosamente, – Deputado Dr. Benedito Dias, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53091

Of. P./139/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, ca-

put, do Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Comissão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº

3.313/04 – do Sr. Lobbe Neto – que “dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de vibradores sonoros nas rodovias”.

Atenciosamente, – Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of. P-141/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, caput,

do Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Co-missão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº 4.262/04 – do Sr. Renato Cozzolino – que “institui e disciplina as despesas com pedágio nas deduções relativas ao imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, em todo o Território Nacional”.

Atenciosamente, – Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of. P-142/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, caput,

do Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Co-missão de Viação e Transportes, em reunião ordinária

realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 5.095/05 – do Sr. Betinho Rosado – que “inclui a ligação ferrovi-ária EF-410, prevista no anexo da Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que instituiu o Plano Nacional de Viação, entre os trechos integrantes da Ferrovia Transnordestina”.

Atenciosamente, – Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of. P-143/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, caput,

do Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Co-missão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº 5.125/05 – do Sr. João Caldas – que “dispõe sobre a existên-cia de via alternativa e gratuita aos usuários como condição para a cobrança de pedágio e dá outras providências”.

Atenciosamente, _ Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

Of. P./144/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, caput, do

Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Comissão de Viação e Transportes, em reunião ordinária reali-zada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 5.219/05 – do Sr Welinton Fagundes – que “altera a Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973 (entroncamento com a BR-070 ao entroncamento com a BR-364, no Estado de Mato Grosso)”.

Atenciosamente, _ Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

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53092 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Of. P-146/05/CVT

Brasília, 26 de outubro de 2005

A Sua Excelência o SenhorDeputado Aldo RebeloPresidente da Câmara dos DeputadosAssunto: Apreciação de projeto de lei

Senhor Presidente,Em cumprimento ao disposto no art. 58, caput,

do Regimento Interno, comunico a V. Exª que a Co-missão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 6.450/05 – do Sr. Pedro Fernandes – que “inclui no anexo da Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que dispõe sobre o Plano Nacional de Viação, o trecho rodoviário que menciona”.

Atenciosamente, – Deputado Mário Assad Jú-nior, Presidente.

Publique-se.Em 3-11-2005. – Aldo Rebelo, Presi-

dente.

Brasília, 3 de novembro de 2005

Senhor Presidente,Venho, por intermédio deste, solicitar a Vossa

Excelência informações acerca da tramitação do pro-cesso que trata da minha posse nesta Casa como Deputado Federal eleito pelo Estado do Acre, tendo em vista a cassação já efetivada do Deputado Federal Ronivon Santiago.

Requeiro, portanto, emissão de certidão de an-damento do processo citado.

Ao ensejo, reitero protestos de elevada estima e apreço. – Deputado Chicão Brígido.

Encaminhe-se, por cópia, à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, para juntada aos autos da Consulta nº 9/2005. Pu-blique-se.

Em 3-11-2005. – Aldo Rebelo, Presi-dente.

PROJETO DE LEI Nº 5.943, DE 2005 (Do Sr. Antonio Cambraia)

Dispõe sobre a cobrança de direitos autorais musicais e audiovisuais, de hotéis, restaurantes, bares e similares.

Despacho: Apense-se À(Ao) Pl-3968/1997.

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação do Plenário

O Congresso Nacional Decreta:

Art. 1° A cobrança de direitos autorais de obras musicais e audiovisuais, bem como de fonogramas, de que trata a Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, será regida por esta Lei em hotéis, motéis, restauran-tes, bares e similares.

Parágrafo único – Consideram-se similares os meios de hospedagem e todas as empresas que for-necem alimentação preparada e bebidas para consu-mo local.

Art. 2° No caso da realização de eventos fecha-dos, sem cobrança de entrada, o valor dos direitos autorais a ser recolhido para o Escritório Central de Arrecadação – ECAD ou órgão assemelhado, será com base na metragem quadrada do local das aparições musicais ou audiovisuais.

Art. 3° Em se tratando de eventos, com cobran-ça de entrada, o valor dos direitos autorais a ser re-colhido ao Escritório Central de Arrecadação – ECAD ou órgão assemelhado, será com base no número de pessoas que comparecerem, e o recolhimento será feito posteriormente, com base na indicação deste número, pelo estabelecimento organizador ou terceiro por ele contratado.

Art. 4° Nos casos em que são disponibilizados aos clientes equipamentos sonoros ou audiovisuais, nos quartos ou apartamento de hotéis, hospedagens ou similares, para uso facultativo, o estabelecimento não está sujeito ao recolhimento de direitos autorais.

Art. 5° A execução de música ambiente em hotéis, motéis, hospedagem, restaurantes, bares e similares não está sujeita ao recolhimento de direitos autorais.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-blicação, revogadas as disposições transitórias.

Justificação

Atualmente há uma grande celeuma instalada na sociedade brasileira, inclusive com conflitos dentro do Poder Judiciário, quanto ao recolhimento de direitos autorais para o ECAD e os parâmetros usados para cobrança em hotéis, bares, restaurantes e similares, pois a Justiça está adotando procedimentos dispares em relação à matéria, devido à falta de marco legal que a regulamente de forma clara.

A função deste Congresso Nacional é elaborar leis em prol dos cidadãos brasileiros visando o bem estar social e a estabilidade das relações jurídicas.

Cabe apresentar o presente Projeto de Lei, que visa regulamentar a cobrança de direitos autorais, de forma clara e objetiva e destinada especificamente para a área de hotéis, restaurantes, bares e similares.

Este segmento econômico é importantíssimo para o desenvolvimento do turismo nacional, que represen-tam cerca de 1.230.000 (um milhão, duzentos e trinta

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53093

mil) empresas geradoras de mais de 8.900.000 (oito milhões, novecentos mil) empregos diretos, passa hoje por uma insegurança jurídica, tendo em vista a falta de normatização da cobrança de direitos autorais para estes estabelecimentos.

E essa insegurança leva a uma falta de estimu-lação de investimentos tanto internos como externos nestes setores, hoje é público e notório, que com as elevadas taxas de juros somente há investimento no setor produtivo se este tiver um marco regulatório claro, e hoje os hotéis, restaurantes, bares e similares não possuem isto no que concerne à cobrança de direitos autorais.

Atualmente não há um marco legal para determi-nar o que é execução pública e execução privada de música, o que vem causando uma verdadeira balbur-dia jurídica, pois cada tribunal entende de uma forma, e nem mesmo o Superior Tribunal de Justiça tem uma posição consolidada sobre o assunto. Isso causa sé-rios prejuízos para as empresas e conseqüentemente para o turismo no Brasil, pois a empresa não tem a segurança de investir, sem saber corretamente o que tem que pagar.

A lei atual parece não deixar dúvida que as emis-soras de radiodifusão são que pagam os direitos auto-rais das obras musicais que executam, pois colocam os seus programas no ar, disponibilizando em sua fre-qüência as músicas para toda a comunidade, indepen-dentemente deles estarem num hotel, num bar, num restaurante ou mesmo na própria residência.

Só que mesmo isto sendo uma verdade de clareza cristalina, em alguns Estados vêm-se tentando cobrar dos hotéis, restaurantes, bares e similares taxas porque os seus clientes ouvem as músicas transmitidas pelo rádio ou por outros meios. São, por vezes, cobrados por música ambiente, via transmissão por emissoras, ou com CD´s, por eles devidamente pagos.

Essas atitudes questionáveis criam passivos tra-balhistas para as empresas, que por vezes acarretam na falência destas, com fechamento de diversos postos de trabalhos, gerando desemprego em um setor que é grande gerador de empregos, por isso resta clara a necessidade de alteração legislativa.

O problema do desemprego constitui um dos maiores desafios a serem enfrentados pelo Governo Federal. O baixo desempenho da economia brasilei-ra dos últimos anos agravou ainda mais esta questão em nosso País.

O turismo tem sido reconhecido como uma das crescentes atividades humanas ao longo das últimas décadas e a sua importância tem sido ressaltada em inúmeros setores, particularmente na obtenção de recursos econômicos, na geração de empregos e na

melhoria da qualidade de vida, de maneira geral. Ob-servamos, ao longo dos últimos anos, que o turismo foi um dos setores que mais colaborou com a geração de novos empregos e para o reaproveitamento da mão-de-obra de outros setores.

Observamos, ao longo dos últimos anos, que o turismo foi um dos setores que mais colaborou com a geração de novos empregos e para o reaproveitamento da mão-de-obra de outros setores.

Segundo a Organização Mundial do Turismo, o turismo é responsável por um em cada nove empregos gerados no mundo.

O Plano Nacional do Turismo, programa gover-namental específico para o segmento, tem como me-tas, até 2007, criar condições para gerar 1.200.000 novos empregos e ocupações e carrear 8 bilhões de dólares em divisas.

Neste contexto o mercado nacional de hotelaria e turismo, responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB), com faturamento anual de R$ 53 bilhões e po-tencial de R$ 221 bilhões nos próximos dez anos.

E mais ainda, no que pertine a geração de novos empregos, indica a Instituto Brasileiro de Turismo (EM-BRATUR) que, enquanto na indústria automobilística, por exemplo, são necessários investimentos da ordem de R$ 170 mil para gerar um único emprego, no turismo bastam R$ 40 mil e apenas R$ 10 mil são suficientes para abrir um posto de trabalho em um restaurante.

Desse modo, cobrança de direitos autorais nos meios de hospedagem e alimentação extrapola a simples exegese subjetiva de dispositivos da Lei nº 9.610/1998 para desaguar no campo do interesse so-cial da matéria: geração de empregos em um País de Desempregados.

Nem se argumente com o prejuízo financeiro para os titulares de criações artísticas ou de nega-tiva da proteção dos direitos autorais, posto que os criadores das obras litero-musicais e de fonogramas já recebem sua retribuição autoral das emissoras de rádio, dos canais de televisão e da vendagem de suas composições.

Trata-se, antes, de privilegiar o interesse social, posto que, na dicção do artigo 5º, da Lei de Introdução do Código Civil, “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”

Diante disso cabe fazer esta regulamentação para que as empresas possam ter a certeza do quan-to devem, para poderem investir, gerando assim mais renda e emprego para o país, e possibilitando o de-senvolvimento do turismo, o que traz divisas externas para o Brasil. Ademais, cabe ser aprovada esta pro-posta para evitar os desvios cometidos com base na

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lei atual, que não é bem clara, ensejando o emprego de interpretações subjetivas.

Conclui-se que o presente projeto de lei deve ser aprovado para que seja sanada essa celeuma jurídica, em relação aos recolhimentos de direitos autorais em hotéis, motéis, restaurantes, bares e similares.

Sala das Sessões, 20 de outubro de 2005. – Deputado Antonio Cambraia.

PROJETO DE LEI Nº 6.007, DE 2005 (Do Sr. Max Rosenmann)

Acrescenta o artigo 42-A, à Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Despacho: Às Comissões de: Desen-volvimento Econômico, Indústria e Comércio; Defesa do Consumidor; Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional Decreta:Art. 1º. A Lei nº 8.078 de 11 de setembro de

1990, passa a vigorar acrescido do artigo 42-A, com seguinte redeção:

“Art. 42-A. O fornecedor fica obrigado a providenciar, no prazo de até 10 dias, o can-celamento do protesto dos títulos e dos docu-mentos de dívida a que der quitação.”

“Parágrafo Único. A hipótese de não ter havido a solicitação do cancelamento do pro-testo prevista no caput, não elide a possibili-dade dele ser efetuado a pedido do próprio devedor, desde que cumpridas todas formali-dades e exigências legais.”

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação oficial.

Justificação

O presente projeto de lei – que decorre de su-gestão do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB), cujo presidente é o Sr. Léo Barros Almada, e pelo Secretário Geral, o Sr. Cláudio Marçal Freire – visa a proteção do consumidor que, tendo sido protestado, procura o apresentante ou credor do título e efetua o pagamento do seu débito. Nessa oportuni-dade, dele são cobradas todas as taxas de juros, cor-reção monetária, os valores dos emolumentos e dos serviços de cobrança, razão pela qual, àquele que procedeu ao protesto do título e deu quitação, deve

competir a responsabilidade de proceder ao cancela-mento do protesto.

Com tal providência, coíbem-se fatos deprimen-tes ou que lhes possam causar constrangimento ao consumidor, nas divergências entre as informações dos bancos de dados de proteção ao crédito e as certidões positivas expedidas pelos tabelionatos de protesto.

Sala das Sessões,5 de outubro de 2005. – Depu-tado Max Rosenmann.

PROJETO DE LEI Nº 6.012, DE 2005 (Do Sr. Leonardo Picciani)

Dispõe sobre o regime previdenciário e tributário do trabalhador por conta própria de pequena renda e dos nanoempreende-dores e cria o ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL.

Despacho: Às Comissões de: Desen-volvimento Econômico, Indústria e Comércio; Trabalho, de Administração e Serviço Público; Finanças e Tributação (Mérito e Art. 54, RICD) ; Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:

CAPÍTULO I Das Disposições Preliminares

Art.1° Esta lei regula o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aplicável aos trabalhadores por conta própria, de baixa renda e aos nanoempre-endedores, relativos aos tributos e às contribuições Previdenciárias, em conformidade com o disposto no art. 179 da Constituição.

CAPÍTULO II Dos Trabalhadores Independentes

Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, consi-dera-se trabalhador independente aquele não vincu-lado a relações de subordinação e de dependência a um empregador ou único contratante.

Parágrafo único – Não se aplicam às relações do trabalhador independente as normas do Decreto-Lei n. 5.452 de 1° de maio de 1943, e de suas atua-lizações.

Art. 3° O trabalhador independente pode atuar como:

I – trabalhador por conta própria, quan-do realiza o seu trabalho individualmente re-

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cebendo de dois ou mais clientes ou fontes pagadoras, podendo contar com o apoio de auxiliares não remunerados;

II- empreendedor, quando explora uma atividade econômica, com dois ou mais clien-tes ou fontes pagadoras, podendo contar com o apoio de auxiliares remunerados.

Art. 4º – Para os fins do disposto nesta lei, con-sidera-se:

I – trabalhador por conta própria, de baixa renda, aquele cuja receita bruta, no ano-calen-dário, seja igual ou inferior ao limite de isenção do imposto de renda da pessoa física;

II – nanoempreendedor, aquele cuja re-ceita bruta, no ano-calendário, seja igual ou in-ferior ao limite de isenção do imposto de renda da pessoa física, multiplicado pelo número de pessoas remuneradas, até o limite de cinco.

§ 1º – No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, os limites de que tratam os incisos I e II serão proporcionais ao número de meses em que o trabalhador houver exercido atividade, desconsidera-das as frações de meses.

§ 2° – Para os fins do disposto neste artigo, con-sidera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o produto dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

CAPÍTULO III Do Sistema Integrado de Pagamento de Tributos e Contribuições dos Trabalhadores Independen-tes de Baixa Renda – Estatuto de Proteção ao

Trabalhador Informal

SEÇÃO I Da Definição e da Abrangência

Art. 5° – Os trabalhadores independentes enqua-drados nas condições de trabalhador por conta própria de baixa renda ou de nanoempreendedores poderão optar pela inscrição no Sistema Integrado de Tributos e Contribuições dos Trabalhadores Independentes de Baixa Renda – ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRA-BALHADOR INFORMAL.

§ 1° – A inscrição no ESTATUTO DE PROTE-ÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL implica paga-mento trimestral unificado dos seguintes impostos e contribuições:

a) Imposto de Renda das Pessoas Jurí-dicas – IRPJ;

b) Imposto de Renda das Pessoas Físi-cas – IRPF;

c) Imposto sobre Produtos Industriali-zados – IPI;

d) Imposto sobre exportação, para o ex-terior, de produtos nacionais ou nacionaliza-dos – IE;

e) Contribuição para os Programas de In-tegração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP;

f) Contribuição Social sobre o Lucro Lí-quido – CSLL;

g) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;

h) Contribuição Provisória sobre a Movi-mentação Financeira – CPMF;

i) Contribuições para a Seguridade So-cial, a cargo da pessoa jurídica de que tratam o art. 22 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991;

j) Contribuição para a seguridade social, a cargo da pessoa física de que trata o art. 21 da Lei n.º 8.212,de 24 de julho de 1991.

§ 2° O pagamento na forma do parágrafo ante-rior não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável:

a) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou va-lores mobiliários – IOF;

b) imposto sobre importação de produtos estrangeiros – II;

c) imposto de renda, relativo aos paga-mentos ou créditos efetuados pelo contribuinte e aos rendimentos ou ganhos líquidos auferi-dos em aplicações de renda fixa ou variável, bem assim aos ganhos de capital obtidos na alienação de ativos;

d) imposto sobre a propriedade territo-rial rural – ITR;

§ 3° – Os trabalhadores independentes poderão aderir voluntariamente ao regime do Fundo de Garan-tia do Tempo de Serviço – FGTS, regulado pela Lei n.º 8.036 de 11 de maio de 1990.

§ 4° – A inscrição no ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL dispensa as pessoas físicas e jurídicas do pagamento das demais contribui-ções instituídas pela União.

Art. 6° – O ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRA-BALHADOR INFORMAL poderá incluir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

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serviços de transporte interestadual e intermunicipal – ICMS ou o imposto sobre serviços de qualquer natu-reza – ISS devido por trabalhadores por conta própria de baixa renda e nanoempreendedores, desde que a Unidade Federada ou o Município em que esteja es-tabelecidas venha a aderir mediante convênio.

§ 1° – Os convênios serão bilaterais e terão como partes a União, representada pela Secretaria da Receita Federal, e a Unidade Federada ou Município.

§ 2° – O convênio entrará em vigor a partir do terceiro mês subseqüente ao da publicação, no Diário Oficial da União, do seu extrato.

§3° – Denunciado o convênio, por qualquer das partes, a exclusão do ICMS ou do ISS do ESTATU-TO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL somente produzirá efeito a partir de 1° de janeiro do ano-calendário subseqüente ao da denúncia.

SEÇÃO II Do Recolhimento e dos Percentuais

Art. 7° – O valor devido trimestralmente pelos trabalhadores independentes inscritos no ESTATU-TO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL será determinado mediante a aplicação sobre a receita bruta trimestral auferida do percentual de 1,33% (um inteiro e trinta e três centésimos por cento) com a se-guinte destinação:

I – 0% (zero por cento) relativo ao IR;II – 0,13 % (treze centésimos por cento)

relativo ao PIS/PASEP; III – O % (zero por cento) relativo à CO-

FINS;IV – 1,2 % (um inteiro e dois décimos por

cento) relativos às contribuições de que trata a alínea “i” do § 1° do art. 5°

§ 1° – Além do percentual estabelecido neste ar-tigo, os inscritos no ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL recolherão trimestral-mente, juntamente com esse percentual, a contribui-ção individual para a seguridade social com base na alíquota de 5% (cinco por cento) sobre o limite míni-mo do salário-de-contribuição para cada trabalhador associado ao seu negócio, até o limite de 4 (quatro) por trimestre.

§ 2° – Os trabalhadores associados deverão fazer a sua inscrição como contribuinte individual da Previ-dência Social, no âmbito do ESTATUTO DE PROTE-ÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL, ficando sujeitos exclusivamente à contribuição prevista no parágrafo anterior.

§ 3° – Caso o trabalhador por conta própria opte pela participação no Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço – FGTS, deverá acrescer uma contribuição de 8% (oito por cento) sobre a sua remuneração, que não poderá ser inferior a 70% (setenta por cento) da receita bruta, no caso de prestador de serviços e de 50% (cinqüenta por cento) da receita bruta, nos de-mais casos.

§ 4° – Caso o nanoempreendedor opte pela par-ticipação no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS par si e para os trabalhadores associados deverá acrescer uma contribuição de 8% (oito por cento) sobre a sua remuneração e dos trabalhadores associados, indicando a participação individual de cada trabalhador.

SEÇÃO III Da data e forma de pagamento

Art. 80 – O pagamento unificado de impostos e contribuições, devidos pelos inscritos no ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL será feito de forma centralizada, até o décimo dia útil do trimestre subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita bruta.

§1º – Para fins do disposto neste artigo, a Secre-taria da Receita Federal instituirá documento de arre-cadação único e específico (DARF – ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL).

Art. 9° – Os nanoempreendedores inscritos no ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR IN-FORMAL apresentarão anualmente, declaração simpli-ficada que será entregue até o último dia útil do mês de maio do ano-calendário subseqüente ao da ocorrência dos fatos geradores dos impostos e contribuições de que tratam o art. 7° desta lei.

§1º – Os nanoempreendedores ficam dispensados de escrituração comercial desde que mantenham, em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes todos os documentos e demais pa-péis referentes à movimentação do seu negócio.

CAPÍTULO IV Da Opção Pelo Estatuto de Proteção

ao Trabalhador Informal

SEÇÃO I Dos procedimentos para a opção

Art. 1º – A opção pelo ESTATUTO DE PROTE-ÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL dar-se-á pela inscrição múltipla do trabalhador independente enqua-drado na condição de trabalhador por conta própria, de baixa renda, ou de nanoempreendedor, junto à Re-ceita Federal, à Previdência Social ou ao Ministério do Trabalho e Emprego.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53097

§ 1° – A inscrição deverá ser simplificada reque-rendo-se exclusivamente os elementos de identificação pessoal, com elementos que minimizem a ocorrência de confusão com homônimos.

§ 2° – Com a inscrição trabalhador independente receberá dois códigos numéricos:

I – um correspondente à sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda, sendo:

a) do Cadastro das Pessoas Físicas – CPF, quando trabalhador por conta própria;

b) do Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas – CNPJ, quando na noempreen-dedor.

II – um correspondente à inscrição no PIS/PASEP.

§ 3° – No caso de convênio com as Unidades Fe-deradas e aos Municípios serão designados códigos numéricos referentes ao ICMS e ao 155.

§ 4° – Os trabalhadores já inscritos, detentores de códigos numéricos no Cadastro Geral de Contri-buintes e/ou no PIS/PASEP comunicarão os códigos atuais e solicitarão a alteração cadastral.

§ 5º – Os trabalhadores já inscritos no SIMPLES farão uma alteração cadastral, sem necessidade de qualquer documentação ou informação adicional.

§ 6° – A opção exercida de conformidade com este artigo, submeterá o trabalhador à sistemática do ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR IN-FORMAL a partir de ano da inscrição, com efeitos a partir de 1° de janeiro do referido ano, exceto se reali-zado no último trimestre, quando prevalecerá a partir do primeiro dia do ano-calendário subseqüente.

SEÇÃO II Das vedações à opção

Art. 11 – Não poderão optar pelo ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL:

I – o trabalhador por conta própria que, como pessoa física, seja obrigado a apresentar declaração anual de Imposto de Renda;

II – o nanoempreendedor que tenha aufe-rido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta igual ou superior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais);

III – o nanoempreendedor cujo negócio seja constituído sob a forma de sociedade por ações;

IV – o nanoempreendedor que participe com mais de 10 % (dez por cento) do capital de outra empresa, desde que a receita bruta

global ultrapasse o limite de que trata o inciso II deste artigo.

SEÇÃO III Da Exclusão do Estatuto de Proteção

ao Trabalhador Informal

Art. 12 – A exclusão do ESTATUTO DE PRO-TEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL será feita mediante comunicação do trabalhador inscrito ou de ofício.

Art. 13 – A exclusão mediante comunicação do inscrito dar-se á:

I – por opção:II – obrigatoriamente quando incorrer em

qualquer das situações excludentes previstas no art. 11.

§ 1º – A exclusão na forma deste artigo será for-malizada mediante alteração cadastral;

§ 2º – Aplicam-se ao ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL os procedimentos, no que couber, previstos no capítulo VI da Lei nº 9.317 de 5 de dezembro de 1996, que institui o SIMPLES.

CAPÍTULO V Das Disposições Gerais

SEÇÃO I Da Extensão dos Procedimentos do Simples

Art. 14 – Aplicam-se ao ESTATUTO DE PRO-TEÇÃO AO TRABALHADOR INFORMAL as normas referentes a arrecadação, cobrança, fiscalização e tri-butação previstas nos artigos 17 a 22 da lei nº 9.317 de 5 de dezembro de 1996.

SEÇÃO II Da vigência

Art. 15 – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo os efeitos a partir de 1º de ja-neiro de 2006.

Justificação

O mercado de trabalho no Brasil comporta uma legião de excluídos, que vivem à margem dos benefícios sociais garantidos pela legislação. São trabalhadores sem carteira assinada, cuja única fonte de sustento é a atividade informal de baixa remuneração. Os números não deixam dúvidas sobre a gravidade do problema. Segundo a Previdência Social, dos 180 milhões de brasileiros, pelo menos 41 milhões trabalham sem re-gistro formal. São ambulantes, costureiras, agricultores, empregados domésticos e autônomos, que hoje não têm qualquer proteção legal do Estado. Destes, 36,7 milhões vivem sem cobertura previdenciária.

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53098 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

A informalidade tem reflexos negativos sobre a economia brasileira, atingindo cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), o que afeta a arrecadação fiscal e a atividade produtiva. Os impostos que o Governo deixa de arrecadar contribuem de forma decisiva para reduzir sua capacidade de investimentos e de gerar empregos. A culpa, em grande parte, é da carga fiscal elevada e da legislação trabalhista ultrapassada, que onera a produção. O efeito é semelhante ao de uma bola de neve: o aumento da carga tributária estimula a economia informal, que, por sua vez, diminui a receita do Governo, aumenta os custos e reduz a competitivi-dade das empresas.

Para romper este círculo vicioso, é necessário um conjunto de iniciativas que promovam a inclusão dos trabalhadores informais. A atual proposição busca um regime jurídico capaz de abrigar adequadamente os trabalhadores informais, sem submetê-los à camisa-de-força das regulamentações ora em vigor. A base para essa profunda mudança no mercado de trabalho reside na criação de um grande plano de previdência popular e na unificação dos encargos fiscais e previ-denciários em uma só contribuição.

O ESTATUTO DE PROTEÇÃO AO TRABALHA-DOR INFORMAL vai reunir todos os encargos trabalhis-tas e impostos federais em uma única taxa, a ser paga trimestralmente. O autônomo será caracterizado – para os efeitos legais – como pessoa física, cuja inscrição será unitária, valendo para o Imposto de Renda, com um número de CPF, como trabalhador, com um número de PIS-Pasep, e como segurado da Previdência. Dessa forma, será possível simplificar os custos trabalhistas e promover a inclusão dos informais, garantindo-lhes benefícios que hoje são concedidos apenas aos tra-balhadores com carteira.

Diante dos novos encargos estabelecidos pela Previdência Social em 1999, a única saída para os trabalhadores por conta própria é transferir-se para o regime de pessoa jurídica, buscando o enquadramen-to no regime do SIMPLES. Mas essa solução é inviá-vel para o autônomo ou empregador de baixa renda, porque ele não tem como arcar os custos de gestão e controle de uma microempresa.

A alternativa está num regime próprio, como pes-soa física, portanto sem necessidade de atender às exigências válidas para pessoa jurídica, mas segundo critérios similares ao SIMPLES: uma única contribuição que envolva todos os encargos. As alíquotas serão sig-nificativamente mais baixas que as do INSS, de forma a estimular a participação dos trabalhadores informais.

Já o plano de previdência popular será funda-mental para garantir amparo social a esses profissio-nais. Um dos benefícios previstos é o Seguro Perda de

Renda, que assegura um auxílio mensal para o traba-lhador incapacitado em função de acidente. Também será instituída a declaração simplificada de renda para abrir conta em banco, além de auxílio-doença, pensão e facilidades para adquirir planos de previdência pri-vada e abrir linhas de crédito.

O projeto abre caminho para uma reforma geral na legislação trabalhista, mais necessária do que nunca. As leis precisam ser flexíveis, permitindo ao trabalha-dor optar pela negociação individual ou coletiva, por setor ou por empresa, com ou sem a participação dos sindicatos. A mesma flexibilidade deve ser adotada em relação à jornada de trabalho e aos encargos pagos pelos empregadores. A experiência mostra que, quando as regras legais e contratuais são flexíveis, as socie-dades conseguem acomodar as pessoas que são lan-çadas todos os anos ao mercado de trabalho. O Brasil precisa seguir esse rumo para gerar mais empregos e estimular o crescimento de sua economia.

Entendemos que esta iniciativa seja oportuna, peço o apóio aos ilustres Pares que lhe prestem o apoio indispensável à sua discussão e aprovação.

Sala das Sessões, 5 de outubro de 2005. – Leo-nardo Picciani, Deputado Federal PMDB/RJ.

PROJETO DE LEI Nº 6.017, DE 2005 (Do Sr. César Medeiros)

Altera o art. 6º do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, que “dispõe sobre desapropriações por utilidade pública”.

Despacho: À Comissão de: Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pela Comissão – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º O art. 6º, do Decreto-Lei nº 3.365, de 21

de junho de 1941, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 6º – A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da Repú-blica, Governador, Interventor ou Prefeito, que deverá constituir, imediatamente, Comissão Avaliadora encarregada de proceder a avalia-ção prévia do patrimônio desapropriado.

§ 1º – A Comissão Avaliadora de que tra-ta o caput será composta por um mínimo de três membros, incluindo representante(s) do expropriante, do expropriado e profissional(is) técnico(s) especializado(s) no tema objeto da desapropriação.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53099

§ 2º – O laudo da avaliação deverá ser firmado por todos os membros da Comissão Avaliadora, que por ele responderão solidaria-mente, salvo se a posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião de formalização do laudo, e deverá discriminar todos os critérios que nortearam a valoração efetuada” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A sistemática atual que regula as desapropriações por utilidade pública, disciplinada pelo Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, não tem conseguido, de fato, harmonizar os interesses da Administração com os legítimos direitos dos expropriados à uma in-denização justa pelo despojamento do bem havido, o que tem dado origem a inúmeros litígios judiciais, que, em geral, poderiam ser evitados com a utilização de mecanismos mais democráticos nos procedimentos de avaliação do patrimônio a ser desapropriado.

Pelo atual regramento, a desapropriação poderá ser efetivada por acordo ou intentada judicialmente, só que os acordos são tremendamente dificultados pela ausência de representação do expropriado junto à Comissão encarregada de proceder a avaliação, pela ausência recorrente da utilização, por parte da Admi-nistração, de profissionais técnicos especializados no tema objeto da desapropriação e pela absoluta falta de critérios objetivos que fundamentem, de maneira transparente, as valorações efetuadas.

Assim sendo, entendemos ser necessário a altera-ção do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, de forma a garantir uma democratização maior do proces-so de avaliação dos bens desapropriados por utilidade pública, a participação efetiva de profissionais técnicos especializados na Comissão Avaliadora e a obrigatorie-dade da discriminação, no laudo final de avaliação, dos critérios utilizados no processo avaliativo, de forma a restringir ao máximo a necessidade de pronunciamentos judiciais para o deslinde desses processos, reduzindo o já excessivo acúmulo de demandas em nossos tribu-nais, bem como a tornar efetivo o mandamento inscul-pido no inciso XXIV do art. 5º da Constituição Federal, que prevê uma justa e prévia indenização em dinheiro para as supracitadas desapropriações.

Em face do exposto, submetemos este projeto à apreciação dos nobres parlamentares com a convicção de que estamos contribuindo para a promoção dos va-lores democráticos e de cidadania no nosso País.

Sala das Sessões, 28 de setembro de 2005. – Deputado César Medeiros.

PROJETO DE LEI Nº 6.027, DE 2005 (Da Sra. Laura Carneiro)

Altera o art. 22 da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, que “Dispõe sobre o Estatu-to da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).”

Despacho: Apense-se à(ao) Pl-448/1999.Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-

ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24 II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei dispõe sobre a elaboração, pelos

Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, de listas anuais de advogados interes-sados em patrocinar causa de juridicamente neces-sitado.

Art. 2º O art. 22 da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 22. A prestação de serviço profissio-nal assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessita-do, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segun-do tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º O Conselho Seccional da OAB, por si ou por suas Subseções, organizará, anual-mente, relação de advogados interessados em patrocinar causa de juridicamente necessitado, a ser encaminhada à Defensoria Pública e ao presidente do Tribunal de Justiça locais.

§ 3º Na falta de estipulação ou de acor-do, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 4º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.

§ 5º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser re-

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53100 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

cebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.

§ 6º O disposto neste artigo não se apli-ca quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão (NR).”

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

De acordo com o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.906/94, o advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibili-dade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

Ocorre que nem sempre é ágil a nomeação, pelo juiz, de um advogado dativo, seja pela ausência de nomes previamente indicados para esse mister, seja pelo notório desinteresse dos profissionais em atuar em causa de juridicamente necessitado.

Assim, será de grande valia, não somente para ad-vogados, magistrados e Defensoria Pública, mas, prin-cipalmente, para a coletividade, que haja, anualmente, uma relação de profissionais que tenham demonstrado, previamente, seu interesse em atuar como dativos, facilitando sua indicação, quando necessária.

Tratando-se de medida que deverá aperfeiçoar a legislação vigente sobre a advocacia, contamos com o esclarecido apoio de nossos ilustres Pares para a conversão deste projeto de lei em norma jurídica.

Sala das Sessões, 6 de outubro de 2005. – Depu-tada Laura Carneiro, PFL/RJ.

PROJETO DE LEI Nº 6.033, DE 2005 (Do Sr. Vitorassi)

Autoriza o Poder Executivo a criar a Uni-versidade Federal Rural do Oeste do Paraná, por desmembramento do campus da Univer-sidade Federal do Paraná em Palotina.

Despacho: Apense-se à(ao) Pl-5426/2005. – Art. 24, II

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24 II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar a

Universidade Federal Rural do Oeste do Paraná, por des-membramento da Universidade Federal do Paraná.

Art. 2º A Universidade terá como objetivo mi-nistrar ensino superior, desenvolver a pesquisa nas diversas áreas do conhecimento e promover a exten-são universitária.

Art. 3º A estrutura organizacional e a forma de funcionamento da Universidade, observado o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e exten-são, serão definidos em estatuto e nas normas legais pertinentes.

Art. 4º É o Poder Executivo autorizado, ainda, a:

I – transferir saldos orçamentários da Universidade Federal do Paraná para a Uni-versidade Federal Rural do Oeste do Paraná, respeitadas as mesmas atividades, projetos e operações especiais, com respectivas ca-tegorias econômicas e grupos de despesas previstos na lei orçamentária;

II – praticar os demais atos necessários à efetivação do disposto nesta Lei.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

Defendemos a expansão da rede de ensino supe-rior gratuito e a ampliação do investimento em ciência e tecnologia pelo Estado e pela coletividade, promo-vendo a inclusão social, a erradicação da pobreza e desigualdades sociais e regionais na forma do Art. 3º da Constituição da República Federativa do Brasil. A criação recente de novas universidades federais na Bahia (Recôncavo Baiano) , Minas Gerais (Triângulo Mineiro, Alfenas e Vale do Jequitinhonha e Mucuri), Mato Grosso do Sul (Grande Dourados), Rio Grande do Norte (Rural do

Semi-Árido) e São Paulo (ABC paulista) , pro-piciam o debate da interiorização do ensino superior, pois o Paraná é o Estado que mais investe em ensi-no superior com recursos de seu tesouro e dispõe de apenas uma Universidade Federal em seu território, com dois campis

isolados: em Palotina e agora recentemente no Litoral.

A comunidade do Oeste do Paraná, tendo investi-mentos em universidades privadas em várias cidades e uma universidade estadual multi-campi nas cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon, além da recente incorporação da faculdade de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, reivindica o investimento federal na região. Neste caso o Estado do Paraná poderá ser parceiro da construção desta nova universidade federal transferindo recursos e estruturas

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53101

já existentes para a expansão da Universidade Federal Rural do Oeste do Paraná.

O campus da Universidade Federal do Paraná em Palotina, localizada na região Oeste do Paraná, com seu curso de Medicina Veterinária e investimen-to da comunidade local, é o ponto de partida para a consecução do objetivo de expandir a rede do ensino superior em regiões necessitadas, transformando-o em Universidade Federal Rural do Oeste do Paraná.

A criação da Universidade Federal Rural do Oeste do Paraná é uma necessidade da comunidade daquela região pujante e que tem nas cidades que compõe as regiões administrativas do Oeste, Sudoeste, Cantu-quiri-Guaçu e Entre-Rios uma enorme população que poderá desfrutar da universidade federal que inicial-mente disporá do campus de Palotina.

Expandirá rapidamente, pois contará com o apoio dos municípios, Itaipu Binacional e de órgãos interna-cionais, interessados no desenvolvimento da região fronteiriça do Brasil. Além disso contaremos com a possibilidade de atendimento a municípios do Mato Grosso do Sul, sul de São Paulo, oeste catarinense, norte argentino e o vizinho Paraguai.

Sala das Sessões, 10 de outubro de 2005. – Depu-tado Vitorassi, (PT – PR).

PROJETO DE LEI Nº 6.040, DE 2005 (Do Sr. Lincoln Portela)

Suspende os procedimentos de sele-ção para o acesso ao corpo discente das fa-culdades de Direito, nos casos previstos.

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura; Constituição e Justiça e de Cidada-nia (Mérito e Art. 54, RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1o Ficam suspensos os procedimentos de

seleção para acesso ao corpo discente das faculdades de Direito cujos diplomados não obtiverem, em média, vinte por cento de aprovação nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil, por dois anos consecutivos.

Parágrafo único. Atingida percentagem de vinte por cento, prevista no caput, podem as faculdades de Direito voltar a aplicar, normalmente, os procedimentos de seleção para acesso ao seu corpo discente.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

O ensino jurídico vem sendo aviltado em nosso País. Exatamente Direito, primeiro e mais tradicional

curso superior aberto no Brasil, vem sofrendo um inten-so processo de desmoralização devido à proliferação de instituições de ensino sem a menor condição de de-sempenhar o nobre papel para o qual foram criadas.

A responsabilidade maior pelo que vem acon-tecendo é do Poder Executivo Federal. O MEC con-cede autorizações para a abertura e funcionamento de cursos de Direito com a mesma liberalidade das prefeituras do interior, quando analisam a abertura de vendas da esquina.

O próprio Poder Executivo, por meio do Decreto nº 3860, de 9 de julho de 2001, atribui à OAB o pare-cer prévio quando da solicitação de abertura de novos cursos jurídicos. Entretanto, o MEC, pela tortuosa via do Conselho Nacional de Educação, vem, sistemati-camente, em centenas de casos, contrapondo-se ao parecer contrário da OAB. Assim, é a própria classe dos advogados, que é desrespeitada, na figura de sua entidade representativa.

Bem razão tem tido a OAB em confrontar-se com o MEC, seja no que diz respeito à concessão de autorização para o funcionamento de novos cursos jurídicos, seja na denúncia da vexatória situação do ensino superior no Brasil. Razão que é comprovada pelos resultados obtidos pelos bacharéis em Direito no “Exame de Ordem”: no exame da OAB de São Paulo , de novembro de 2004, apenas 8,57% dos 19.660 ins-critos foram aprovados. Em Santa Catarina, no primeiro semestre de 2004, apenas 12,77% dos candidatos fo-ram aprovados. No exame paulista do primeiro semes-tre de 2005 houve alguma melhora, com, ainda, pífios 20.65% de aprovação, que continuam a expressar a precariedade do ensino jurídico no Brasil.

Assim, este projeto de lei é apresentado para resgatar na sociedade civil, mais precisamente, jun-to a Ordem dos Advogados do Brasil, o critério ético e profissional que deve reger a formação de futuros bacharéis em Direito. Para a proteção dessa mesma sociedade e da classe dos advogados ameaçada por instituições de ensino de qualidade inaceitável para a formação dos quadros das carreiras jurídicas e da advocacia em geral.

Sala das Sessões, 11 de outubro de 2005. – Depu-tado Lincoln Portela.

PROJETO DE LEI Nº 6.048, DE 2005 (Do Sr. Carlos Nader)

“Torna obrigatório a aplicação tópica de flúor em crianças e adolescentes da rede pública de ensino médio e fundamental, e dá outras providências”.

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura; Seguridade Social e Família; Finan-

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53102 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ças e Tributação (Art. 54 RICD Constituição e Justiça e de Cidadan Ia (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Fica obrigado em todo o território nacional,

a aplicação tópica de flúor em crianças e adolescentes da rede pública de ensino médio e fundamental, com idade entre (06) seis e (16) dezesseis anos de idade.

Art. 2º Aplicação de que trata a presente lei, de-verá ser feita com periodicidade anual obedecendo o calendário escolar.

Art. 3º O Poder Executivo regulamentará a pre-sente lei, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 4º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A aplicação tópica de flúor, nas crianças e ado-lescentes com a faixa etária referida nesta proposição, tem por objetivo reduzir em 40% a incidência de cáries, evitando assim preventivamente, a perda precoce dos dentes permanentes.

Registra-se que a alta incidência de perda de dentes permanentes tem causado inúmeros prejuízos ao Poder Público, na exata medida em que tem que sustentar tratamentos cada vez mais caros.

Ademais, sendo os dentes a verdadeira moldura da face, há que se ressaltar que seu sorriso perfeito é motivo de valorização da auto estima do cidadão, prin-cipalmente daqueles que em idade de desenvolvimento, iniciam sua convivência social nas escolas.

Atualmente , a aplicação do flúor sob forma de gel em moldeiras individuais, é a técnica mais indica-da, por sua facilidade de aplicação e pela segurança proporcionada, uma vez que a ingestão do produto em excesso é prejudicial a saúde.

Diante do aqui exposto, e do grande alcance so-cial da presente medida, solicito o apoio dos nobres Pares, para aprovação da presente proposição.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Carlos Nader, PL/RJ.

PROJETO DE LEI Nº 6.049, DE 2005 (Do Sr. Alex Canziani)

Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Cozinheiro.

Despacho: Às Comissões de: Trabalho, de Administração e Serviço Público; Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Considera-se cozinheiro, para efeitos desta Lei,

aquele que manipula e prepara alimentos, observando os processos de cocção, os padrões de qualidade, os métodos de conservação e as boas práticas de ma-nipulação dos alimentos em meios de hospedagem, restaurantes, bares, quiosques, hospitais, escolas, in-dústrias, residências e similares.

Somente poderão exercer a profissão de cozinhei-ro os portadores de comprovantes de habilitação em cursos ministrados por instituições oficiais ou privadas, nacionais ou estrangeiras, ou aqueles, que à data de promulgação desta Lei, estejam exercendo efetivamen-te a profissão há, pelo menos, três anos.

São atividades específicas do cozinheiro:Realizar os procedimentos de abertura e fecha-

mento da área de trabalho:Organizar os utensílios de trabalho; ePreparar a mise-en-place.Manter higiene pessoal ao manusear alimentos

e bebidas:Manter o corpo, as roupas e os calçados limpos

e preparados para o trabalho, antes e durante o ma-nuseio dos alimentos e bebidas;

Higienizar as mãos, as unhas e os antebraços antes de realizar suas atividades;

Respeitar as regras com relação ao afastamento do profissional de atividades de manipulação de ali-mentos, em caso de ferimentos e outras afecções na pele que propiciem contaminação; e

Identificar e desenvolver hábitos no trabalho que previnam a contaminação dos alimentos.

Utilizar adequadamente todos os equipamentos e utensílios básicos de cozinha:

Conhecer os procedimentos para ligar, desligar e limpar os equipamentos de cozinha.

Medir, registrar e ajustar a temperatura no arma-zenamento e processamento de forma a promover a inocuidade dos alimentos:

Utilizar termômetro e registrador de temperatura;Conhecer os limites críticos para temperatura e

tempo de armazenamento, processamento e serviço de acordo com as boas práticas e a legislação pertinente;

Medir e registrar o tempo e a temperatura e, se necessário, aplicar e documentar as ações corretivas para atender as boas práticas; e

Aplicar as técnicas de manutenção dos alimentos até o consumo (quentes ou frios).

Identificar os gêneros alimentícios de acordo com a sua classificação: frutas, legumes, verduras, tubércu-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53103

los, cereais, ovos, laticínios, aves, peixes, crustáceos, carnes, farináceos, grãos, ervas, condimentos, mas-sas, conservas, entre outros.

Conhecer os ingredientes e insumos básicos da cozinha e as alternativas de substituição.

Pré-preparar os alimentos:Limpar e marinar carnes, aves, pescados e

vegetais;Porcionar alimentos;Preparar molhos;Pré-cozinhar alimentos; eUtilizar as técnicas adequadas de refrigeração,

congelamento, descongelamento e dessalgue para garantir a segurança dos alimentos.

Preparar os alimentos:Aplicar os processos de cocção utilizando os pro-

dutos alimentícios específicos das receitas;Empregar as técnicas de combinação de ali-

mentos de acordo com cor, textura, aroma, paladar e aspecto visual;

Preparar os pratos, observando os critérios de: higienlzação dos gêneros alimentícios, corte, grama-turas e métodos de cocção;

Empregar de forma adequada as técnicas de manipulação e processamento dos alimentos.

Prevenir a contaminação dos alimentos:Manter a área de trabalho, os equipamentos e os

utensílios em condições higiênico-santárias conforme as boas práticas, a legislação pertinente e as recomen-dações fornecidas pelos fabricantes dos produtos para higienização dos equipamentos e utensílios;

Limpar e sanitizar a área de trabalho, os equipa-mentos e utensílios;

Higienizar os alimentos de acordo com a legis-lação, as boas práticas e as instruções específicas de rotulagem;

Manusear alimentos, observando condições apro-priadas, inclusive quanto ao uso de luvas, tábuas de corte e outros utensílios;

Preparar os alimentos com utensílios adequados e em superfícies higienizadas;

Identificar a ocorrência de vetores e pragas, e aplicar procedimentos operacionais para prevenir a infestação de acordo com a legislação e as boas práticas.

Por em prática as técnicas adequadas de utilização de sobras na cozinha.

Lixo:Manter os recipientes de lixo devidamente limpos,

forrados e tampados;Remover o lixo para áreas apropriadas;Armazenar em recipientes cobertos;Classificar e separar o lixo orgânico do inorgânico.

Atender e resolver adequadamente os problemas e reclamações de clientes, tendo em conta a necessi-dade de assegurar um bom clima relacional.

Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A atividade de preparar refeições é tão antiga quanto a existência do próprio homem. Porém, para além do ambiente doméstico, a profissão de cozinhei-ro tornou muito diversificada e complexa. Hoje, esta atividade é vital para um grande número de empre-endimentos, especialmente os setores de turismo e restaurantes. O fornecimento comercial de refeições depende da figura do cozinheiro, e de sua atuação não só o sucesso do empreendimento, como também a saúde e a satisfação dos milhares de consumidores que todos os dias, por trabalho ou lazer, alimentam-se em estabelecimentos comercias.

Desse modo, a necessidade de regulamentar o exercício dessa importante profissão tem muitos pro-pósitos:

garantir, por meio de uma maior controle sobre a formação e a conduta dos cozinheiros, que os con-sumidores não correrão riscos sanitários;

contribuir para o aperfeiçoamento profissional do cozinheiro e de toda a cadeia de empreendimen-tos produtivos ligados ao ramos de alimentação, que hoje responde por milhares de empregos e necessita tornar-se competitivo de acordo com os padrões de qualidade internacionais para continuar a atrair inves-timentos para o setor.

Valorizar a profissão e o profissional, estimulando o ingresso de novos talentos para a cozinha.

Sendo, pois, inegável a importância da aprovação dessa matéria, pedimos, aos nossos pares, o neces-sário apoio par a aprovação do Projeto.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Alexis Canziani.

PROJETO DE LEI Nº 6.050, DE 2005 (Do Sr. Alex Canziani)

Altera a Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 2004, que “Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.”

Despacho: Apense-se à(ao) Pl-5589/2005.

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24 II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1o A Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 2004,

passa a viger acrescido do seguinte art. 1º-A :

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53104 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

“Art. 1º-A As concessionárias dos ser-viços públicos de distribuição de energia elé-trica, água e esgoto, bem como de telefonia fixa e móvel, também deverão disponibilizar suas faturas, na hipótese do consumidor ser deficiente visual, na escrita “braile”, de acor-do com a regulamentação a ser definida pelo Poder Executivo.

Parágrafo único. O consumidor que for deficiente visual, para fins de usufruir da faci-lidade prevista no caput, deverá solicitar for-malmente, com antecedência mínima de 15 (quinze dias), junto à respectiva concessioná-ria, a emissão de sua fatura contendo o valor e a respectiva discriminação do consumo em escrita “braile”(N.R)”

Art. 2º Esta lei entra em vigor no prazo de 90 (noventa) dias de sua publicação.

Justificação

É fato que no Brasil, existem de 500.000 a 1.200.000 portadores de deficiência visual e estes ci-dadãos são absolutamente discriminados pelas con-cessionárias dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica, água e esgoto, e de telefonia fixa e móvel, que sequer disponibilizam as suas faturas em escrita “braile” para permitir que esses consumidores possam ter acesso às informação ali contidas.

Certamente, os deficientes visuais recorrem, com freqüência, ao auxílio de outras pessoas para que pos-sam identificar o valor e o consumo em suas faturas de água, luz e telefone, quando mereceriam um trata-mento mais digno por parte dessas concessionárias de serviços públicos.

Dessa forma, não podemos dividir o país entre consumidores de primeira classe e os deficientes vi-suais, que são relegados ao segundo plano. Trata-se de um inaceitável desrespeito a esses cidadãos, que também deveriam estar amparados pela legislação consumerista no Brasil, na medida em que também são consumidores, pagam suas contas e deveriam ter seus direitos igualmente respeitados pelas concessio-nários de água, luz e telefone.

Assim, nossa proposição pretende estender as normas de Defesa do Consumidor, ainda que conti-das na legislação esparsa, a essa parcela importante e significativa da população brasileira, corrigindo uma lacuna que atualmente existe na legislação.

Para tanto, esperamos contar com o indispen-sável apoio de nossos Pares para aprovação desta proposição.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Alex Canziani.

PROJETO DE LEI Nº 6.051, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Altera dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que ‘”fixa diretrizes e bases da educação nacional”.

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura; Constituição e Justiça e de Cidada-nia (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art.14....................................................II – participação das comunidades escolar

e local, bem como dos pais ou responsáveis dos alunos, em conselhos escolares ou equi-valentes, que assumirão progressivamente atribuições relativas à autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira de que trata o art. 15 desta Lei.(NR)

...............................................................Art.25............. .......................................Parágrafo único. Cabe ao respectivo sis-

tema de ensino, à vista das condições dispo-níveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste artigo, observado que o número de alunos por professor, em cada turma, não ultrapasse:

I – vinte e cinco alunos na educação infantil;

II – trinta alunos nos quatro anos iniciais do ensino fundamental;

III – quarenta alunos nos quatro anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.(NR)

...............................................................Art.59.....................................................VI – obediência às normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com relação à acessibilidade para a construção e reforma de estabelecimentos de ensino.

Art.67.....................................................II – aperfeiçoamento profissional conti-

nuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim, pelo menos a cada biênio.(NR)

Art. 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53105

Justificação

Trata-se de explicitar na legislação educacional alguns direitos ou requisitos fundamentais para pro-mover a educação básica de qualidade e com justiça social. Primeiramente, assegurar, na gestão democrá-tica das escolas públicas, a participação dos pais ou responsáveis nos respectivos conselhos escolares ou equivalentes, conferindo a estes atribuições relativas à gestão pedagógica, administrativa e financeira das unidades escolares. Busca-se levar o público a assu-mir co-responsabilidade direta pelo que é seu, isto é, a escola pública, a escola do público.

A seguir, pretende-se estabelecer condições ade-quadas para o trabalho pedagógico, limitando o número máximo de alunos por professor em cada turma, de acordo com a etapa escolar.

Uma terceira medida tem por objetivo garantir a acessibilidade nos prédios escolares para os portado-res de deficiências. Muitas redes de ensino ainda não fizeram as adaptações necessárias e indispensáveis para dar cumprimento a esse mandamento constitu-cional.

Finalmente, não basta assegurar ao profissional do magistério o direito ao aperfeiçoamento. É preciso delimitar um horizonte de tempo para que ele ocorra periodicamente.

São estas razões que justificam a apresentação deste projeto de lei, cuja relevância certamente será reconhecida pelos ilustres Pares, emprestando-lhe o necessário apoio para sua aprovação.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

PROJETO DE LEI Nº 6.052, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Modifica a Lei nº 10.222, de 9 de maio de 2001, graduando as penalidades para emissoras que elevam volume durante in-tervalos e dá outras providências.

Despacho: Às Comissões de: Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei modifica a Lei nº 10.222, de 9 de

maio de 2001, que “padroniza o volume de áudio das transmissões de rádio e televisão nos espaços dedi-cados à propaganda e dá outras providências”, ele-

vando as penalidades pela infração às determinações previstas na mesma.

Art. 2º O art. 3º da Lei nº 10.222, de 9 de maio de 2001, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará o infrator às penas de:

I – multa;II – suspensão da transmissão de co-

merciais pela outorgatária pelo prazo de trinta dias, em caso de reincidência;

III – cassação da outorga, em caso de reicidências reiteradas.

Parágrafo único: a emissora geradora do sinal e as retransmissoras são solidariamente responsáveis pelas infrações previstas nesta Lei. (NR)”

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A Lei nº 10.222, de 2001, pretende punir as emis-soras que alterem o volume de recepção na veiculação de peças publicitárias. Trata-se de prática amplamente explorada no rádio e na televisão, apesar do descon-forto provocado no ouvinte.

Até o momento, porém, o dispositivo tem sido ineficaz, em que pese os elevados investimentos em infra-estrutura de fiscalização, realizados pela Anatel nos últimos anos.

Com vista a uma efetiva obediência ao coman-do legal, oferecemos este texto, que gradua as penas aplicáveis, podendo redundar até mesmo na cassa-ção da outorga.

Esperamos, assim, contribuir para um efetivo disciplinamento da radiodifusão e pedimos, por con-seguinte, aos ilustres Pares o apoio à iniciativa, indis-pensável à sua aprovação.

Sala das Sessões, 18 outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

PROJETO DE LEI Nº 6.054, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Estabelece incentivos fiscais da Con-tribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patri-mônio do Servidor Público – PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS às cooperati-vas de transporte.

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53106 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Despacho: Às Comissões de: Desen-volvimento Econômico, Indústria e Comér-cio; Finanças e Tributação (Mérito e Art. 54, RICD); Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei estabelece incentivos fiscais da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, da Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS às cooperativas de transporte.

Art.2º Os atos cooperativos praticados pelas so-ciedades cooperativas de transporte ficam isentos das seguintes contribuições:

I – Contribuição Social sobre o Lucro Lí-quido – CSLL, instituída pela Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988;

II – Contribuição para o Programa de In-tegração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP, instituída pela Lei Complementar n° 7, de 7 de setem-bro de 1970; e

III – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, instituída pela Lei Complementar n° 70, de 30 de de-zembro de 1991.

Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

As sociedades cooperativas de transporte estão, atualmente, sujeitas a uma carga tributária superior à suportada por empresas de médio e grande porte que atuam no mesmo setor de atividade.

Essa situação de desigualdade precisa, urgente-mente, ser modificada. A Constituição Federal estabe-lece (art,174,§ 2º) que a lei deve apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo.

Por estas razões é que propomos, no presente projeto de lei, que, aos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas de transporte, seja con-cedida isenção da CSLL, PIS/PASEP e COFINS.

Esperamos contar com o apoio de nossos emi-nentes Pares para a aprovação da proposta.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

PROJETO DE LEI Nº 6.055, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Institui o vale-lanche para os empre-gados que exerçam atividades que exijam esforço físico e percebam menos que qua-tro salários mínimos por mês.

Despacho: Às Comissões de: Trabalho, de Administração e Serviço Público; Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24, II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1o Fica instituído o vale-lanche, a ser forneci-

do, no início de cada jornada, a todo trabalhador que exerça atividade que exija esforço físico e cuja renda mensal seja inferior a quatro salários mínimos.

Parágrafo único. O benefício referido no caput con-siste em 1(um) copo com 200ml de leite, um pãozinho de 50 gm com manteiga e uma xícara de café.

Art. 2º O vale-lanche, concedido nas condições e limites definidos nesta Lei, no que se refere à con-tribuição do empregador:

não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos;

não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

Art. 3º. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará o empregador a multa diária de R$100,00 (cem reais) por trabalhador não atendido.

Parágrafo único. O valor estipulado no caput será reajustado anualmente pela taxa SELIC.

Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

Com o presente projeto, pretendemos iniciar, nes-ta casa, uma discussão séria a respeito de um tema que não pode mais ser protelado: a adequada alimentação do trabalhador de baixa renda, sobretudo daquele que exerce atividade de grande esforço físico.

Como se sabe, os programas que já foram expe-rimentados, com fornecimentos de tíquetes para que o trabalhador compre sua alimentação, não apresen-taram os resultados esperados.

São mais que conhecidas as cenas deprimentes dos trabalhadores sendo abordados nas portas das fábricas e demais locais de trabalho por cambistas

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53107

de toda espécie, que compram referidos tíquetes por menos que a metade de seu valor de face.

O projeto por nós apresentado, portanto, se aprova-do, garantirá não apenas a alimentação básica do traba-lhador, direito inalienável de todo cidadão brasileiro, frise-se, mas, com certeza, terá visíveis reflexos no aumento da produtividade média da economia brasileira. É desne-cessário lembrar que um trabalhador mal alimentado não consegue produzir tudo aquilo de que é capaz.

São essas as razões pelas quais contamos com sua aprovação.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

PROJETO DE LEI Nº 6.057, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Dispõe sobre esclarecimento a con-sumidores sobre tributos incidentes sobre mercadorias e serviços e institui crédito tributário para pessoas físicas.

Despacho: Apense-se à(Ao) Pl-3488/1997.

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação do Plenário

O Congresso Nacional decreta:Art. 1o Esta Lei cria, de acordo com o disposto

no § 5o do art. 150 da Constituição Federal, forma de esclarecimento aos consumidores a respeito de tribu-tos incidentes sobre mercadorias e serviços e institui crédito tributário para pessoas físicas.

Art. 2o Os fornecedores ficam obrigadas a informar nos cupons fiscais o percentuais médio dos tributos da União, dos estados e do Distrito Federal incidentes sobre mercadorias e serviços, tomando-se como refe-rência o preço final médio apurado no ano anterior.

§ 1o As informações de que trata este artigo de-verão ser impressas de forma legível e em destaque.

§ 2o As informações serão prestadas a partir de tabelas, a serem divulgadas pela Receita Federal do Brasil, que expedirá normas complementares a esta Lei, e contará, com auxílio do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE) no que se fizer necessário.

§ 5o Excepcionalmente, no primeiro ano de vigên-cia desta Lei, as tabelas deverão ser publicadas até 90 (trinta) dias após a publicação desta Lei.

Os fornecedores destacarão, em cupons e notas fiscais emitidos ao consumidor, individualmente e de forma legível, o valor dos seguintes tributos caso inci-dam na operação:

I – imposto sobre produtos industriali-zados – IPI;

II – contribuição de intervenção no domí-nio econômico relativa às atividades de impor-tação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível – CIDE/Combustíveis;

III – contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS, inclusive do importador de bens e serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar;

IV – contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimô-nio do Servidor Público – PIS/PASEP.

Art. 4o As pessoas físicas poderão, por ocasião da apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, deduzir do imposto de renda devido até 5% (cinco por cento) do total dos tributos des-tacados, na forma do art. 3º desta Lei, em notas e cupons fiscais emitidos até o final do ano-calendário anterior.

Parágrafo único. Os contribuintes que não pu-derem aproveitar todos os créditos em razão de ultra-passarem o imposto de renda devido poderão pedir o ressarcimento da diferença de acordo com o disposto no artigo seguinte.

Art. 5o As pessoas físicas não-obrigadas à apre-sentação da Declaração de Ajuste Anual poderão solicitar o ressarcimento de até 5% (cinco por cento) do valor dos tributos de que trata o art. 3o desta Lei, destacados em notas e cupons fiscais emitidos até o final do ano-calendário anterior.

Parágrafo único. Os pedidos de ressarcimento deverão ser apresentados até o dia final do prazo fixa-do para apresentação da Declaração de Ajuste Anual das Pessoas Físicas e deverão ser pagos juntamente com os lotes de restituição do Imposto de Renda das Pessoas Físicas.

Art. 5o O disposto nos arts. 4o e 5o aplica-se a no-tas e cupons fiscais emitidos a partir de 1o de janeiro do ano seguinte ao de publicação desta Lei.

Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

Nos últimos anos, a arrecadação tributária tem alcançado resultados bastante satisfatórios. A cada mês, os números anunciados superam os valores anteriormente previstos ou arrecadados. Apesar do modesto crescimento econômico, na última década, a arrecadação de tributos cresceu vertiginosamente, permanecendo, nos últimos três anos, em torno dos 35% do produto interno bruto recordes.

Tamanho sucesso, contudo, não se deve a esfor-ços efetivos de combate à evasão fiscal, mas é, princi-

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53108 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

palmente, resultado de alterações na legislação tribu-tária que majoraram alíquotas e bases de incidência. Esse é o caso, por exemplo, da instituição, ocorrida ao decorrer dos últimos três anos, dos regimes não-cumu-lativos das contribuições sociais e de novos tributos sobre a importação, o que, em muito, contribuiu para o bom desempenho da arrecadação tributária federal nesse período.

Nosso projeto é uma tentativa de romper com esse tipo de medida. A nossa idéia é criar um instru-mento de combate à sonegação, mediante o incentivo à emissão de documentos fiscais. Como as pessoas físicas poderão ressarcir-se de parte de tributos pagos, elas terão maior interesse em solicitar notas e cupons fiscais. O fisco, por seu turno, disporá de mais um me-canismo de reforço dos controles fiscais. Dessa forma, é muito provável que haja uma diminuição dos níveis de evasão fiscal e um aumento da arrecadação.

A par disso, propomos, com base § 5º do art. 150 da Constituição Federal, uma forma de esclareci-mento sobre tributos que incidem sobre mercadorias e serviços. Ao dispor dessas informações tributárias, os consumidores poderão avaliar melhor o impacto dos tributos sobre sua renda. O contribuinte, percebendo que uma significativa parte do seu dinheiro é repas-sado ao Estado, pode passar a adotar atitudes mais ativas em relação à atuação das autoridades públicas. O projeto pode ser, portanto, um incentivo ao aumento da participação das pessoas nas decisões sobre os destinos do País.

Os créditos a que terão direito os contribuintes pessoas físicas não vão causar impacto negativo nas receitas federais porque a exigência de notas fiscais vai coibir a sonegação, ampliando a arredação.

Tendo em vista os relevantes objetivos sociais de que se reveste nosso projeto, estamos certos de que contaremos com o apoio de nossos ilustres Pares.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS

– CEDI

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

....................................................................................

TÍTULO VI Da Tributação e do Orçamento

CAPÍTULO I Do Sistema Tributário Nacional

....................................................................................

SEÇÃO II Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asse-guradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da deno-minação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III – cobrar tributos:a) em relação a fatos geradores ocorri-

dos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

* Alínea c acrescida pela Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003.

IV – utilizar tributo com efeito de con-fisco;

V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos in-terestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

* § 1º com redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 42, de 19/12/2003.

VI – instituir impostos sobre:a) patrimônio, renda ou serviços, uns

dos outros;b) templos de qualquer culto;c) patrimônio, renda ou serviços dos par-

tidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência so-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53109

cial, sem fins lucrativos, atendidos os requi-sitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

* § 1º com redação dada Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003.

§ 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essen-ciais ou às delas decorrentes.

§ 3º As vedações do inciso VI, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empre-endimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pa-gar imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas b, c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º A lei determinará medidas para que os con-sumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativas a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g.

* § 6º com redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 3, de 17/03/1993.

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obri-gação tributária a condição de responsável pelo paga-mento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

* § 7º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/1993.

Art. 151. É vedado à União:

I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimen-to de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III – instituir isenções de tributos da com-petência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

..............................................................

PROJETO DE LEI Nº 6.061, DE 2005 (Do Sr. Ivo José)

Modifica a redação do art. 983, do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973) e art. 1796, do Có-digo Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002).

Despacho: Apense-se À(Ao) Pl-5890/2005.

Apreciação: Proposição Sujeita à Aprecia-ção Conclusiva Pelas Comissões – Art. 24 II

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei modifica o art. 983, do Código de

Processo Civil e artigo 1796 do Código Civil, aumen-tando de 30 (trinta) para 180 (cento e oitenta) dias o prazo para requerimento de inventário, estabelecendo sanções por descumprimento dos prazos.

Art. 2º O artigo 983 do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973) passa a vigo-rar com a seguinte redação:

“Art. 983. O inventário e a partilha devem ser requeridas dentro de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da abertura da sucessão, ultiman-do-se nos 6 (seis) meses subseqüentes.

Parágrafo único. Ultrapassado o prazo mencionado para término será devida multa, de caráter não cumulativo, calculada em função do tempo ultrapassado e valor do montante, como segue:

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53110 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Art. 3º O artigo 1.796 do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1.796. No prazo de 180 (cento e oi-tenta) dias, a contar da abertura de sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio heredi-tário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, da partilha da herança.”

Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

O índice de carência financeira de nossa popu-lação atinge níveis extremamente alto, é verdade que salta à vista de todos.

Outra realidade é que as atividades administrati-vas burocráticas (pedido de certidões, solicitações de documentos) quando procuradas, demoram tempo por demais excessivos; recentes reportagens de sema-nários tem demonstrado tal veracidade, que inclusive atrapalham ou impedem o desenvolvimento de ativi-dades econômicas e prestação de serviços.

O processo de inventário, embora de jurisdição graciosa, e por isso mesmo destinado a caminhar mais célere, não dispensa documentos que são indispen-sáveis à formação do processo.

É realidade pungente que, notadamente as pes-soas mais simples, tem origem dos mais diversos pontos do país, devido às migrações internas ocor-rentes.

Muitas vezes o óbito ocorre em local distante da origem do “de cujo” ou dos herdeiros; tal fato, aliado às dificuldades financeiras dos mais simples impossibili-tam ou dificultam a que possam eles obter documentos para abrir o inventário no prazo consignado no atual artigo 983 do CPC.

Assim, é de toda a pertinência que se amplie o prazo em questão, modificando os artigos 903 do CPC

e 1.796 do CC. Para evitar eventuais abusos entende-mos se colocar nas modificações propostas, multas, aplicadas em razão de valor dos bens inventariados e da demora em terminar o inventário.

As alterações são de toda oportunidade, motivo pelo qual apresentamos o PL, esperando total apoio dos nobres colegas.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Ivo José.

PROJETO DE LEI Nº 6.064, DE 2005 (Do Sr. Eduardo Gomes)

Altera o art. 225 do Código Penal, e dá outras providências.

Despacho: Apense-se à(Ao) Pl-6555/2002.

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação do Plenário

O Congresso Nacional decreta:Art. 1o Esta Lei torna a ação penal nos crimes

contra os costumes pública, condicionada à represen-tação do ofendido.

Art. 2º O art. 225 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 225. Nos crimes definidos nos capí-tulos anteriores, somente se procede mediante representação.

Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação pública, se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. (NR)”

Art. 3º Esta lei entra em vigor cento e vinte (120) dias após a data de sua publicação.

Justificação

A presente proposição tem por objetivo adequar a sistemática penal e processual penal dos crimes contra os

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53111

costumes à realidade forense. Para tanto, propõe alteração ao art. 225 do Código Penal para converter a ação penal nos casos de crimes contra os costumes de privada para pública condicionada à representação do ofendido.

Desta maneira, fica assegurada a participação do Ministério Público como titular da ação penal, o que resolve o problema recorrente da deficiência técnica do advogado da vítima ou do ofendido, em toda a es-tratégia de acusação, além de equacionar a questão dos custos envolvidos.

Com a alteração da regra dos crimes contra os cos-tumes, que passa a ser a ação penal pública condicionada à representação do ofendido, preserva-se a decisão de iniciar a ação penal a critério da vítima ou do ofendido, ao tempo em que se garante a qualidade da persecução penal, e por conseguinte, da prestação jurisdicional.

Mantém-se, neste projeto, a disciplina da ação penal pública incondicionada para os casos em que o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.

Conto, portanto, com o apoio dos ilustres pares, que ao aprovarem este projeto de lei contribuirão para a distribuição da justiça de forma mais eficiente, nos casos dos crimes contra os costumes.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2005. – Depu-tado Eduardo Gomes.

RECURSO Nº 241, DE 2005 (Do Sr. Nilson Mourão)

Recorre da Declaração da Presidência em Questão de Ordem de Acolher Reque-rimento Aprovado Pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em 31-10-05. Prorro-gando o Prazo Para A Preciação do Proceso Disciplinar Instaurado Contra o Deputado José Dirceu (QO 640/05)

Despacho: Á Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, Nos Termos do Art. 95, § 8º, do Regimento Interno. Publique-se.

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação do Plenário.

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53118 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

REQUERIMENTO N°3.350, DE 2005 (Da Comissão de Desenvolvimento Econômico,

Indústria e Comércio)

Requer novo despacho ao Projeto de Lei n° 4.565/04, do Sr. Carlos Nader – que “dispõe sobre o prazo de postagem dos bo-letos bancários, documentos de cobrança ou similares por parte das empresas dos setores públicos e privados para clientes e dá outras providências”.

Senhor Presidente,Nos termos do artigo 141, combinado com o Art.

32, VI, c, do Regimento Interno da Casa, solicito a Vossa Excelência proceder à revisão do despacho concedi-do ao Projeto de Lei n° 4.565/04, do Sr. Carlos Nader – que “dispõe sobre o prazo de postagem dos boletos bancários, documentos de cobrança ou similares por parte das empresas dos setores públicos e privados para clientes e dá outras providências”, de modo a propiciar à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio a oportunidade de se manifestar sobre o mérito da proposição, uma vez que a matéria – se aprovada – terá repercussão importante nas ati-vidades industriais e comerciais do País.

Sala das Comissões, 17 de outubro de 2005. – Deputado Romeu Queiroz, Presidente.

Defiro, nos termos do art. 141 do RICD, a solicitação de redistribuição de proposi-ção, e revejo o despacho inicial aposto ao PL. 4565/04, para incluir a CDEIC, esclarecendo que a Comissão deverá pronunciar-se antes da CDC. Oficie-se e, após, publique-se.

Novo Despacho: CDEIC, CDC, CCJC (art. 54) – Apreciação: proposição sujeita à apreciação conclusiva das Comissões (RICD, Art. 24,II) – Regime de Tramitação: ordinário).

Em 3-11-05. – Aldo Rebelo, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – An-tes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, referente ao Processo nº 5, de 2005 (Representação nº 40/05, do Partido Trabalhista Brasileiro), instaurado contra o Deputado Sandro Mabel.

Solicito ao Deputado Edmar Moreira, do PFL de Minas Gerais, que, na condição de Secretário, leia na íntegra o parecer do Conselho.

O SR. EDMAR MOREIRA – É lido o seguinte:

“Conselho de Ética e Decoro ParlamentarProcesso nº 05/2005

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53119

(Representação nº 40/05, do Partido Tra-balhista Brasileiro)

Parecer do ConselhoO Conselho de Ética e Decoro Parlamen-

tar, em reunião ordinária realizada hoje, apro-vou, por unanimidade, o Parecer do Relator, Deputado Benedito de Lira, referente ao Pro-cesso nº 05/2005 (Representação nº 40/05), pela improcedência da Representação contra o Deputado Sandro Mabel, determinando o arquivamento do processo disciplinar, ouvido o Plenário da Câmara dos Deputados.

Estiveram presentes os Senhores Depu-tados: Ricardo Izar, Angela Guadagnin, Bene-dito de Lira, Carlos Sampaio, Chico Alencar, Edmar Moreira, Jairo Carneiro, Josias Quintal, Júlio Delgado, Nelson Trad – Titulares. Ansel-mo, Antonio Carlos Mendes Thame, Celso Russomanno, Cezar Schirmer, Colbert Mar-tins, José Carlos Araújo, Marcelo Ortiz, Mauro Benevides, Moroni Torgan, Neyde Aparecida e Pedro Canedo, membros suplentes.

Participaram da votação os Senhores Deputados: Angela Guadagnin, Benedito de Lira, Carlos Sampaio, Chico Alencar, Edmar Moreira, Jairo Carneiro, Josias Quintal, Júlio Delgado, Nelson Trad, Anselmo, Antonio Car-los Mendes Thame, Cezar Schirmer, Moroni Torgan e Pedro Canedo.

Sala de Reuniões, 1º de novembro de 2005. – Deputado Ricardo Izar – Presidente, Deputado Benedito de Lira, Relator”.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Na forma do art. 14, inciso IX, do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, a matéria vai à publicação, na íntegra, em suplemento a este diário.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Fin-da a leitura do expediente, passa-se ao

IV – PEQUENO EXPEDIENTEConcedo a palavra ao Sr. Deputado Alberto Fra-

ga.O SR. ALBERTO FRAGA (PFL – DF. Sem revisão

do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a crise implantada no Governo Lula parece não ter fim: quando todos esperam a solução de um gravíssimo problema, porque o Brasil está parado, surgem novos escândalos.

Como se não bastasse a referência a Cuba, há ainda – e faço questão de relembrar – a denúncia so-bre o envolvimento com as FARC, que muitos disse-ram ser pura ilação, fantasia. Mas logo estará de volta esse assunto, talvez com alguns fatos novos, ou seja,

depósitos bancários. E podemos até imaginar o que o Partido dos Trabalhadores vai dizer dessa vez, pois se transformou no maior especialista em desqualificação de quem o acusa. É algo impressionante.

Ouvi colegas fazerem referência à revista Veja de forma pejorativa, como se não fosse um dos meios de comunicação mais respeitáveis do nosso País. E os petistas dizem que a revista é contrária ao partido. Mas, quando a revista CartaCapital lhe dá espaço para atacar seus adversários, torna-se séria.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a socie-dade brasileira está cansada dessa brincadeira, desse faz-de-conta, deste Governo que semeou em praças públicas a esperança em um Brasil melhor, mas que continua afundado num mar de corrupção.

A última notícia depõe contra a liberdade e tudo aquilo que sempre foi defendido pelo Partido dos Tra-balhadores. Surge agora a denúncia dos grampos telefônicos.

Sr. Presidente, não quero tirar a razão de quem fala em dar uma surra no Presidente da República, uma vez que, evidentemente, a frase foi usada em sentido figurado, ou seja, é metáfora. Mas já sabemos a res-posta de Lula: vai dizer que não sabia de nada.

A maioria dos Parlamentares que fazem oposi-ção a este Governo está com os telefones grampea-dos, além de estarem sendo seguidos e vigiados. E o órgão responsável por essa operação é a ABIN, que atende, sim, a pessoas ligadas ao Governo. Houve 2 ou 3 casos conhecidos, e tenho absoluta certeza de que outros serão divulgados. Mesmo porque não adian-ta falar sem apresentar prova material. Dizem que a prova testemunhal é a prostituta das provas, mas ela pode esclarecer muitas coisas. O PT não acredita nas revelações e continua insistindo na desqualificação, no desmerecimento de qualquer denúncia que surja contra o Governo Federal.

Quanto aos grampos, não tenho dúvida de que vai ficar provado que a ordem partiu do Governo Fe-deral, que tem interesse em saber, por exemplo, o que o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto tem feito em relação aos fundos de pensão. Todos sabemos que o calcanhar-de-aquiles do Governo Lula são os fundos de pensão, cujo grande mentor foi o ex-Ministro Luiz Gushiken. Sabemos ainda que, após desvendar alguns mistérios, algo mais surgirá.

Quero também pedir aos colegas apoio para in-sistirmos na investigação sobre a PETROBRAS, outro grande foco de corrupção deste Governo. Basta lembrar que estavam irregulares os seus últimos 14 contratos, analisados pelo Tribunal de Contas da União, que con-figuram calote de mais ou menos 5 bilhões de reais. Precisamos nos concentrar nessa grande maracutaia

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praticada na PETROBRAS – comandada atualmente pelo Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, a partir de agora, depois de longa ausência em virtude do referendo, viremos aqui denun-ciar tudo aquilo que depõe contra o Governo Lula.

Muito obrigado.O SR. OSÓRIO ADRIANO (PFL – DF. Sem re-

visão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-tados, o ilustre economista Joelmir Beting disse que o PT é um partido realmente interessante: começou com presos políticos e vai terminar com políticos pre-sos. Faz sentido, é a realidade.

Acabo de ouvir pela televisão que a CPI dos Correios descobriu um desvio de 60 milhões de reais. Vejam: 60 milhões de reais retirados de uma estatal! Ainda não mencionaram o nome da estatal, mas esse dinheiro foi transferido para o “valerioduto” sem nenhu-ma prestação de serviço – é bom que se esclareça. Esse valor, por sua vez, foi aplicado no Banco BMG e no Banco Rural para empréstimos ao PT.

Ora, Sr. Presidente, isso é grave, porque existe CPMI funcionando há quase 4 meses, mas ainda não concluiu o seu trabalho e vai demorar para fazê-lo, pois os Parlamentares sabem tudo, só não sabem a origem do dinheiro. Esta é a grande pergunta: de onde vem esse dinheiro? Que mentira é essa de que foi fruto de empréstimo de banco? Primeiro depositam o dinheiro no banco, depois vão lá e tomam o dinheiro emprestado.

Nós que já passamos dos 60 anos sabemos que ninguém dá dinheiro para ninguém. Isso é uma gran-de mentira! Eu fui empresário durante a vida inteira, antes de vir para esta Casa, e conheço as manobras daqueles que não têm moral.

Vejam V.Exas. como o PT anda mal. Os jornais noticiam que o Presidente Lula está pedindo um rela-tório dos Ministros, para fazer com que gastem mais. Ora, o superávit primário do Brasil foi para 6,1% do PIB, e a meta era de apenas 4,25% do Produto In-terno Bruto. É preciso gastar esse dinheiro, e querem gastá-lo neste final de ano e no primeiro trimestre do ano que vem. Lembro que o ano que vem é eleitoral, e eles têm de gastar o dinheiro agora.

Isso demonstra total falta de equilíbrio de quem não sabe nada. O Presidente Lula não dá notícia do que se passa. Fica passeando de avião, para baixo e para cima, não tem conhecimento do que se passa na área econômica e sacrifica principalmente a área social. Agora, ainda pede que gastem rapidamente o dinheiro, pensando na sua campanha política. Esse é o partido que está no poder.

Vejam a diferença. O Governo Bush dedicou 7 bilhões de dólares, o equivalente a 16 bilhões e 200

milhões de reais, para combater a gripe do frango, e o Governo Lula estava discutindo se mandou ou não recursos ao Rio Grande do Sul para combater a febre aftosa. Sabe quanto, Sr. Presidente? Três milhões e quinhentos mil reais.

Parece brincadeira! O Presidente da República não tem conhecimento da gravidade da situação. O problema no Rio Grande do Sul vai ocasionar pesados prejuízos ao País. Serão abatidas mais de 20 mil ca-beças de gado, reses, vacas, bois. Ficam lutando por causa de 3,5 milhões de reais, enquanto nos Estados Unidos estão dedicando o equivalente a 16 bilhões de reais preventivamente, por algo que poderá afetar o país americano.

Sr. Presidente, queremos apenas mostrar a falta de conhecimento e equilíbrio do Governo. Uma hora, faz excessiva economia; outra hora, quer gastar em excesso para fazer propaganda política.

Precisamos tomar medidas. A Oposição está preocupada em não pedir o impeachment do Presi-dente. É preciso agir com cuidado – reconheço –, mas vai chegar o momento de fazê-lo, porque a cada dia descobrimos uma falcatrua a mais desses que estão no Governo.

Muito obrigado.O SR. GONZAGA MOTA (PSDB – CE. Sem revi-

são do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não vou falar a respeito de crise porque já estou rouco. Concedi várias entrevistas e acredito que a verdade vai prevalecer, mas que enfrentaremos graves dificul-dades institucionais nos próximos meses ou – quem sabe? – nos próximos dias.

Sr. Presidente do Instituto Teotônio Vilela, meu caro companheiro Sebastião Madeira, falarei do nos-so partido.

O Partido da Social Democracia Brasileira de-para-se atualmente com a necessidade imperiosa de formular políticas que terão forte repercussão tanto no aspecto partidário quanto no futuro do País.

Afigura -se como prioridade a concepção de modelo que alie a necessidade de se manter a esta-bilidade da economia com a urgência da retomada do desenvolvimento, mediante a realização de investimen-tos sociais produtivos e infra-estruturais. A definição do mencionado modelo deverá ser fruto de profunda reflexão e de franco debate.

Nesse sentido, o PSDB deverá ter como objetivo principal a elaboração de proposta estratégica para o Brasil. Um programa com perspectivas de médio e longo prazos que defina, de forma consistente e viá-vel, a maneira como o nosso País se comportará nos próximos anos.

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Para se alcançar posição coerente, as decisões devem ser tomadas à luz do referido programa. Ma-nifestações segmentadas colocam em risco a coesão do partido e o afasta de seu compromisso maior com a sociedade brasileira.

Esse projeto, como já salientado, caro Presidente José Carlos Aleluia, deverá conter as diretrizes básicas para a retomada do desenvolvimento, possibilitando combater o desemprego e estancar a sangria e as inadimplências que afetam grande parte do setor pro-dutivo, em face sobretudo da pesada carga tributária e das elevadas taxas de spreads e de juros bancários. Deverá ainda esclarecer o nosso grau de envolvimento no contexto internacional, tanto no âmbito hemisférico quanto no processo de globalização, evitando-se a for-mação, desejada por alguns países ricos, de estrutura injusta na base do centro-periferia.

Com certeza o programa deverá ressaltar a me-lhoria dos índices de pobreza dos brasileiros, bem como justa distribuição de renda em termos regionais, setoriais e pessoais. A proposta estratégica, em última análise, deverá detalhar com ênfase de que forma po-derá ser conduzida a economia, para que seja possível alcançar o tão almejado desenvolvimento com justiça social e democracia.

Sabe -se da importância da estabilidade mone-tária, todavia não se pode confundi-la como a diretriz permanente para resolver problemas crônicos que nos afetam há anos. O controle da inflação é um meio e não a meta final.

É este posicionamento, maduro e conseqüente, que o Brasil espera do PSDB, para que seja, na verda-de, o principal intérprete da Social Democracia no País. A coerência programática, abrangendo indicadores po-líticos, econômicos e sociais, levar-nos-á ao caminho da liberdade, sem opressão física ou moral, mas com capacidade de entendimento ético-jurídico.

Sr. Presidente, por fim, a mencionada proposta estratégica precisa ser amparada numa lúcida análise da atual conjuntura, mas, principalmente, comprome-tida com a construção de uma nação justa, soberana, democrática e ética.

Muito obrigado.O SR. CARLOS ABICALIL (PT – MT. Sem revi-

são do orador.) – Sr. Presidente, Deputado José Carlos Aleluia, Líder da Minoria, prezados colegas, servidoras e servidores da Casa, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que esteve reunido no dia 22 de outubro, em São Paulo, divulgou resolução política em que defende novo estilo de gestão partidária – a partir da direção que tomou posse – e a necessidade de lutar por “profundas mudanças no sistema político-eleitoral brasileiro”.

Entre outras questões, a resolução destaca a importância de se reforçarem os mecanismos de co-municação direta com a base, para defender os avan-ços do Governo Lula e barrar a “tentativa de fulminar o projeto do PT”, cujo objetivo seria “eliminar” o partido da cena política democrática.

O documento afirma que uma série de distor-ções, meias-verdades e calúnias têm sido utilizadas “por boa parte da imprensa” para criminalizar o PT e tornar irrelevantes as conquistas do Governo.

Apresento a seguir a íntegra da resolução:

“O Diretório Nacional do PT aprova a se-guinte Resolução Política sobre a conjuntura, orientando as instâncias regionais e locais que a distribuam amplamente junto às bases partidárias.

1. A ofensiva das forças conservadoras contra o PT e contra o Governo Lula foi con-tida pela demonstração de força que a mili-tância petista deu nos dias 18 de setembro e 9 de outubro, bem como pela vitória que ob-tivemos na eleição do Presidente da Câmara dos Deputados.

2. As justas críticas que o nosso Partido recebeu durante este período de instabilidade política e de cerco ao Governo Lula devem ser apropriadas por toda a nossa base militante, aproveitadas para fundamentar a correção dos nossos erros e impulsionar o PT para um novo patamar político, novas relações com a sociedade em geral e com as bases sociais destinatárias do nosso programa. Um novo es-tilo de comando político e uma nova política de gestão partidária devem caracterizar a direção que assume, concluída a transição político-or-ganizativa iniciada em julho deste ano.

3. Outra correção diz respeito à necessi-dade de acentuarmos nossa defesa com pro-fundas mudanças no sistema político-eleitoral brasileiro, contaminado pelo poder econômico, pelo monopólio das comunicações, por distor-ções na representação e pela transformação dos partidos em meras legendas. O PT reco-nhece que, após a nossa chegada ao Governo Federal, falhamos em deflagrar um processo de reformas que pudesse instituir o financia-mento público das campanhas, a votação em listas e a proporcionalidade plena das banca-das parlamentares, entre outras medidas. O PT reconhece, também, que não conseguimos estabelecer um relacionamento de novo tipo com os partidos políticos que constituem a base de apoio do Governo.

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4. Destacamos, ainda, a necessidade de recuperar o caráter estratégico das relações entre o PT, o PSB e o PCdoB.

5. A renovação do Partido deve emergir de um novo pacto dirigente que, reafirmando o nosso projeto estratégico de socialismo de-mocrático, possa construir instituições repu-blicanas cada vez mais sólidas, estimular a democracia participativa e o controle público do Estado, bem como emprestar legitimidade aos movimentos sociais na cena política, para que o Estado abra-se, cada vez mais, para os ‘de baixo’ e para o ataque às desigualdades sociais e regionais.

6. A imprensa cumpre um papel importan-te na democracia, não pode e não deve, cons-titucionalmente, sofrer censura qualquer. Mas os órgãos de imprensa não são neutros nem isentos. Devemos, a partir desta compreensão, não só dialogar com ela e através dela, mas também informar diretamente a nossa base sobre os interesses políticos que estão repre-sentados nas suas opções informativas.

7. No caso concreto do debate político atual, boa parte da imprensa não está somente interessada em combater ‘desvios éticos’: tem sobretudo o propósito de ‘absolver’, previamen-te à campanha eleitoral, o Governo tucano-pe-felista, que representou na história do País os interesses mais mesquinhos da modernização conservadora. Não é de graça que o seu refrão é caracterizar que o ‘bom’ no Governo Lula é aquilo que é originário do Governo FHC, do qual herdamos juros altos, anarquia nas con-tas públicas, inflação alta, políticas sociais e educacionais indigentes, dívidas brutais com os aposentados, exportações em crise, dívida pública quadruplicada.

8. No contexto atual da disputa política, também é hora de compreender que, por dentro das informações sobre os acontecimentos que mancharam nosso prestígio político, face aos desvios éticos e as ilegalidades já assumidas por dirigentes, está em curso uma tentativa de fulminar o projeto do PT para nos eliminar da cena política democrática. Já fizeram ten-tativas semelhantes em outras oportunidades, não só assacando contra nós acusações sem provas ou sequer indícios de provas, mas tam-bém sem qualquer fundamentação. Não tem precedentes na história republicana, a não ser no curto espaço de existência legal do Partido Comunista do Brasil, antes do Golpe de 64,

uma campanha tão caluniosa, tão virulenta e tão sistemática contra uma comunidade par-tidária.

9. O uso de distorções, meias-verdades, calúnias, apelos a punições sumárias que violem o direito constitucional de defesa e as normas que regulam a vida partidária, são combinados com graves acusações, que va-riam rapidamente e sequer dão oportunidade de defesa.

10. Repetidas à exaustão, as acusações visam criminalizar a organização partidária. Ao mesmo tempo, pretendem tornar irrele-vantes as importantes conquistas do Governo Lula, que eles supunham não ter condições de recuperar a credibilidade política e a via-bilidade econômica do País, arruinada pela irresponsável gestão tucano-pefelista. Aliás, as privatizações selvagens, cujo grau de ile-galidades cometidas ainda não foi investiga-do, continuam sendo um obscuro episódio da vida nacional.

11. Trava a Oposição agora, na verdade, não mais uma luta política contra a corrupção no País. Já tratam é de mascarar a corrupção sistêmica aqui existente, aliás nunca tão com-batida como agora pela Polícia Federal e pe-los órgãos de controle do Estado. No tocante ao mascaramento, basta verificar os ‘desvios’ de investigação que a Oposição tucano-pe-felista promove nas CPIs, quando as provas se aproximam das fontes e das origens das ilegalidades, ocorridas nos financiamentos das campanhas dos seus partidos. Lembre-mo-nos, também, da inação do Governo FHC no combate ao crime organizado, inclusive na sua relação com o Estado, como já se verifi-cou, entre outras, na ‘Operação Vampiro’, que incidiu sobre esquemas existentes há quase dez anos no Ministério da Saúde.

12. O Partido dos Trabalhadores não vai e não pode se intimidar. Em que pesem as limi-tações e os erros do nosso Governo, cercado ideologicamente pela visão estreita do ‘cami-nho único’, é um governo que significou um avanço democrático importante para o País. Não somente pela correção da sua política externa, pelo avanço significativo da suas po-líticas sociais, mas também pelo respeito aos movimentos sociais:

– A política educacional do Governo Fe-deral, com iniciativas como o PROUNI; o FUN-DEB, que ofertará mais de R$50 bilhões, em

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13 anos, para a educação básica; reforma e ampliação da universidade pública; ampliação da educação técnica; Escola de Fábrica; e mais recursos para todas as áreas da educação; afirma o caráter republicano, progressista e democrático do Governo.

– Na área da saúde, a ampliação do acesso da população aos medicamentos es-senciais, com destaque para a Farmácia Po-pular; a qualificação do atendimento às urgên-cias com a implantação do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); a inclusão das populações pobres a uma política de saú-de bucal com o Brasil Sorridente; e a política universal de planejamento familiar;

– No combate à fome e à pobreza foram implantados 31 programas, e o Bolsa Famí-lia já atinge 8 milhões de famílias, com uma complementação de renda média de R$76, acompanhada pelo controle da vacinação e a presença escolar dos jovens beneficiados. Avançamos no apoio à agricultura familiar com o PRONAF, que mobiliza R$9 bilhões nos pro-cessos de desapropriação de terras e assen-tamentos de trabalhadores sem terra.

– Na habitação rural e urbana de interes-se social e nos investimentos em saneamento, o Governo Lula não só inovou na relação com os movimentos sociais, com essas políticas, como para elas direcionou recursos muitas vezes superiores ao Governo FHC. Os movi-mentos sociais, pela primeira vez depois do regime militar, são incorporados num diálogo respeitoso com o Poder Público federal, que substituiu a repressão pelo respeito e legiti-mação das suas demandas.

13. O PT contribuirá para o enfrentamen-to das limitações e erros, valorizando nossas instâncias partidárias; mantendo nossa auto-nomia política em relação ao Governo, para que possamos interferir positivamente no seu apoio e na sua sustentação na sociedade e no parlamento; perseverando na defesa de uma política de transição para um modelo de de-senvolvimento com altas taxas de crescimen-to, juros baixos e fortes políticas públicas de distribuição de renda, com base numa política de alianças afinada com os partidos do campo popular e democrático”.

Desejo, senhoras e senhores, que a militância do meu partido, o Partido dos Trabalhadores, ao in-crementar seu modelo de gestão, agregue às suas metas e anseios muito mais maturidade, já demons-

trada no processo de eleições diretas. Desejo que o PT assegure a sua linha popular, democrática e repu-blicana, mesmo em tempo de maiores obstáculos, de exposição de verdades e inverdades, de acusações e de investigações.

É verdade que a CPMI dos Correios constatou irregularidades contratuais e de gestão, não apenas em 2003. Os dados que nos chegam, inclusive do Tribunal de Contas da União, revelam que houve erros a partir de 1997, que não podem ser empurrados para debaixo do tapete, mas trazidos à luz com a devida responsa-bilidade e corrigidos, além da devida punição dos res-ponsáveis neste ou em outro período de gestão.

O grande PT, que aprendeu muito na crise e reagiu positivamente, não se deixou abater e não perdeu as esperanças. E, por falar em esperança, termino este pronunciamento com uma frase de D. Paulo Evaristo Arns, dita na época do assassinato do jornalista Vla-dimir Herzog, cuja morte completou 30 anos nesta se-mana: “Que a memória de Vladimir faça dessa geração a geração da esperança, que renasce todos os dias. E que as esperanças em conjunto formem uma corrente irresistível que nos levará a dias melhores”.

Muito obrigado.O SR. JÚLIO DELGADO (PSB – MG. Sem re-

visão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-tados, profissionais da Mesa e da Taquigrafia, que cobrem nosso trabalho, senhoras e senhores, nesta tarde, muito mais que fazer uma reflexão, estamos dando uma resposta à sociedade brasileira.

Agradeço aos colegas Parlamentares a presença logo após o feriado de Finados, na quarta-feira. Abrimos esta sessão de quinta-feira, sem efeito administrativo, sem corte dos nossos salários, com 83 Deputados, o que demonstra não só nossa preocupação, mas a desta Casa, em dar resposta de acordo com as atribui-ções e as prerrogativas do Poder Legislativo. Estamos cumprindo nossas funções, nossos compromissos e nossas obrigações.

Muitos fizeram enorme sacrifício para estar aqui nesta tarde. Embora alguns não o tenham consegui-do, estavam em seus Estados de prontidão. Apesar de tudo, obtivemos, de forma altaneira, quorum para realizar esta sessão e cumprir o prazo de 2 sessões exigido em razão do pedido de vista formulado pela Deputada Ângela Guadagnin do processo que vamos decidir amanhã no Conselho de Ética.

Se assim o fizermos, teremos condições na pró-xima semana de cumprir nossas obrigações relativas aos processos cujos prazos estão findando.

É importante esclarecer que, apesar do feriado de ontem, os Parlamentares que tiveram oportunidade de ir aos seus Estados interpretaram a prorrogação

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53124 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

de prazo no Conselho de Ética como fruto de acordo para beneficiar novamente os Deputados acusados, como se tivéssemos a intenção de dar sobrevida de 45 dias a S.Exas. Pelo contrário, na última terça-feira, aprovamos prorrogação preventiva exatamente para não perder o prazo.

Certamente, a prorrogação não será necessária, pois deveremos votar amanhã o relatório – anterior-mente já votado – no Conselho e, na próxima semana, concluir os 3 processos cujos prazos findarão dia 9, ca-bendo à Mesa definir a data de votação. Eles julgados pela instância máxima da nossa Casa, órgão supremo de deliberação de todas as matérias: o Plenário.

Hoje, vivemos clima de conturbação. Vários Par-lamentares alegam ser vítimas de perseguição, pois tiveram seus telefones clonados. É importante deixar claro que o sigilo telefônico, bancário e fiscal são direitos invioláveis, garantidos pela Constituição, independente de o cidadão exercer ou não o mandato parlamentar. Nesse sentido, está havendo abuso. Particularmente, se meus telefones estiverem clonados, não tenho re-ceio algum, já que não guardo segredos. Mas o mais grave é o fato de sofrermos esse tipo de ameaça como forma de pressão e intimidação.

Por isso, venho a esta tribuna me posicionar a favor da colega Deputada Angela Guadagnin. Hoje, quando chegava a Brasília, fui informado, por intermé-dio da imprensa, de que S.Exa. teria sido ameaçada de seqüestro pela forma como tem agido no Conse-lho de Ética. Vale ressaltar que sua postura tem sido respeitosa, porém partidária, acima de tudo em defesa desta instituição.

Não podemos nos calar diante de tais fatos. Que cada Deputado tenha livre arbítrio para manifestar sua posição e defender ou não os Parlamentares sob sus-peita, sem sofrer pressões espúrias, na tentativa de desmantelar o trabalho que desempenha nesta Casa. Esse o meu protesto nesta tarde contra tais atitudes.

Daremos continuidade aos nossos trabalhos no Conselho de Ética, Presidente José Carlos Aleluia, a fim de cumprirmos nossos objetivos, respeitando o di-reito de defesa de cada colega Deputado. Contudo, de forma alguma permitiremos qualquer tipo de ameaça ou de pressão que se sobreponha à atitude livre, so-berana e consciente dos nobres Parlamentares.

Ao concluir, parabenizo todas as Deputadas e Deputados por comparecerem a esta sessão, sem im-portância quanto a efeito administrativo, mas histórica com relação aos desejos desta Casa e da sociedade brasileira.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Con-cedo a palavra ao nobre Deputado Ronaldo Caiado, para uma Comunicação de Liderança, pelo PFL.

O SR. RONALDO CAIADO (PFL – GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, assim como o Deputado Júlio Delgado, cumprimento os 83 Deputados Federais que vieram a Brasília especialmente hoje para garantir quorum para a abertura desta sessão, permitindo ao Conselho de Ética cumprir o prazo regimental relativo a pedido de vista de processo e marcar para amanhã a votação naquele órgão. Assim, os outros processos poderão ser incluídos na pauta da próxima semana. É isso que a sociedade brasileira espera deste Par-lamento.

Mas , Sr. Presidente, neste momento, desejo vol-tar-me um pouco à discussão da crise do Governo. Na semana passada, presenciamos aqui a reação do Par-tido dos Trabalhadores e, no início desta, houve duros, agressivos e até contundentes depoimentos contra o PFL e o PSDB. Chegaram até a distribuir informes em que Berzoini, Presidente do PT, afirma que a revista Veja é panfleto de segunda linha do PSDB e do PFL.

O interessante é que, numa rápida consulta que fizemos em relação a esses últimos anos, o PT se uti-lizou exatamente das matérias da Veja para solicitar, em várias oportunidades, até instalação de CPIs. Em 21 de maio de 2001, o ex-Deputado José Genoíno diz que a denúncia da revista Veja ataca o coração do Governo e a medula do PSDB.

Logo a seguir, o então Líder Walter Pinheiro, após denúncia da revista Veja, apresentou como sendo fun-damental a criação também de uma CPI para tratar das acusações contra o ex-Diretor do Banco Central Chico Lopes.

Em 1999, veiculou-se a notícia de que o atual Senador e ex-Deputado Aloizio Mercadante queria, devido a denúncias publicadas pela revista Veja, uma CPI para cuidar de assuntos relativos à desvaloriza-ção do real.

Não vou mencionar todos os casos. São mais de 15 citações de Parlamentares do PT, que tomam como base para suas denúncias exatamente as publicações da referida revista. Agora, a mesma revista, por con-tinuar com a sua independência editorial, para trazer aquilo que não foi denunciado nem pelo PFL nem pelo PSDB, mas, sim, pelos membros do Governo ou filia-dos do PT, é considerada como panfleto dos partidos de Oposição.

Vejam como eles, com rapidez ímpar, mudam de posição no momento em que são Governo e não têm como explicar todos os escândalos que se abatem sobre o PT e o Governo Lula.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53125

O próprio Presidente Lula, durante sua campa-nha, usava exatamente a revista Veja para fazer cita-ções sobre os absurdos praticados no Governo daquela época, conforme mencionado no seu site oficial.

Sr. Presidente, o que está ocorrendo neste mo-mento? O que ouvimos, na última sessão, do Deputado Walter Pinheiro, ouvimos agora do Deputado Carlos Abicalil, de que não é aceitável o tom com que o Se-nador Arthur Virgílio e o Deputado Federal Antonio Carlos Magalhães Neto vieram à tribuna denunciar não só a espionagem, mas também o grampo em seus telefones.

O que vimos acontecer há poucos dias? O Ministro de Estado Luiz Marinho, juntamente com o Presidente da República, num evento no Itamaraty, atacaram o Pre-sidente do nosso partido, Jorge Bornhausen, dizendo o seguinte: “Bornhausen tem saudades de Hitler”.

No dia 20 de outubro, se o Senador Jorge Bor-nhausen, naquele momento, tivesse não só denunciado o fato, mas imaginado que ali já estava sendo monta-do algo absurdo e criminoso, talvez tivesse abortado o que ocorreu. No dia 25 de outubro, vimos em toda a cidade de Brasília cartazes do Senador vestido com o traje de Hitler. Os autores disso foram exatamente 3 filiados do PT, sindicalistas vinculados ao Ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Pergunto ao Deputado Walter Pinheiro que provi-dências foram tomadas, que punições foram adotadas para realmente se impedir que atitudes nazi-fascistas se repitam nos próximos dias ou meses? O que a li-nha paralela do PT, ou de simpatizantes do PT, ou do Sr. Luiz Marinho, está montando contra os Deputados Federais ou Senadores que ora levantam as denúncias feitas contra esse partido?

Quando dizem que o nível adotado ou os decibéis com que foram tratados os problemas pelo Deputado ACM Neto e pelo Senador Arthur Virgílio não são com-patíveis com o Estado Democrático de Direito, pergunto: e as atitudes praticadas por militantes do PT?

Este Governo quis criar o Conselho Nacional de Jornalistas para colocar freio na imprensa brasileira. Criaram a ANCINAV. Hoje, uma das mais respeitadas colunistas neste País, Miriam Leitão, disse no jornal O Globo:

“O governo Lula já pode ser considera-do o mais autoritário do período democrático no trato com a imprensa. E disputa cabeça a cabeça com alguns do regime militar”.

São citações duras, de pessoas qualificadas, que estão vivenciando, talvez, um dos momentos mais difí-ceis por que já passou a imprensa neste País.

Por isso pedimos, neste momento, que seja ga-rantido aos Parlamentares o direito de fiscalizar e de ter suas garantias individuais mantidas. Não venham, com esse jogo, pressionar ou ameaçar, achando que a Oposição vai acovardar-se neste momento crítico diante da causa desta crise: a incompetência do Go-verno Federal.

Era o que eu tinha a dizer.Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Con-

cedo a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Gomes.O SR. EDUARDO GOMES (PSDB – TO. Sem re-

visão do orador.) – Sr. Presidente José Carlos Aleluia, Sras. e Srs. Deputados, uso este espaço no Pequeno Expediente para tratar de 3 assuntos que considero da maior importância, sendo o primeiro deles a polêmica que envolve a Agência Brasileira de Inteligência no suposto grampo dos telefones de alguns Deputados, tema já discutido nesta Casa há alguns meses.

Posso afirmar, com base na resposta a um re-querimento de informações que encaminhei à Polícia Federal, referente a uma denúncia da Assembléia Legislativa do meu Estado – as supostas práticas do Governo Federal de que estamos falando, ao que pa-rece, estão contaminando os Governos Estaduais –, que realmente existem escutas telefônicas e outras práticas que se assemelham às de espionagem no meu Estado de Tocantins. Lá há também a suspeita de que equipamentos da Inteligência, da Segurança do Esta-do, estão a serviço desse crime. Em outras oportuni-dades já denunciamos desta tribuna essa prática, que infelizmente, no nosso Estado, já é do conhecimento de qualquer pessoa. Todos sabem que no Tocantins o sigilo de todos os telefones está comprometido. O terror é tamanho que fazem até brincadeiras sobre o assun-to, dizendo que é melhor esperar um pouco antes de começar a falar ao telefone para manter o emprego de quem o está grampeando, do contrário o responsável pelo grampo vai ficar desempregado.

Com as investigações da Polícia Federal, espe-ramos que essa quadrilha seja desbaratada. Acho até que ela deve ter um patrocinador no setor público. Os Parlamentares, com seu sigilo invadido por uma prá-tica que não tem respaldo na lei, acabam tendo suas atividades cerceadas.

Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para re-forçar o convite aos nobres Deputados e Deputadas para o II Encontro da Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional, que será coordenado pelo Deputado Eduardo Sciarra, do PFL, com o tema Gás na Matriz Energética: Desafios e Perspectivas. Esse importante evento terá lugar na Câmara dos Depu-

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tados no próximo dia 9 de novembro, no salão nobre da Casa.

Está em curso no País uma ampla discussão so-bre a infra-estrutura. V.Exa., Sr. Presidente José Carlos Aleluia, conhecedor do assunto, sabe que nessa área temos 2 Governos, o da ação e o da televisão. Eu já disse desta tribuna que para constatar que nesse se-tor o Governo Lula não atua basta desligar a televisão à noite, e quando tornarmos a ligá-la no dia seguinte veremos que nada de novo terá acontecido. Só ouvi-remos mais propagandas de obras administrativas re-quentadas – a conhecida “operação batom”. O Gover-no tem feito uma verdadeira maratona pelos Estados, gastando uma fortuna na inauguração de obras que precisavam apenas de retoques, obras há bastante tempo já agendadas.

Ora, precisamos discutir infra-estrutura com visão de Estado, não com visão de Governo. Sr. Presidente, veja V.Exa. que apenas anteontem conseguiram indi-car os 2 diretores da ANEEL, órgão cujo orçamento está contingenciado. Corre-se o risco de na próxima reunião do Conselho sentarem-se à mesa apenas os responsáveis pelo cafezinho, porque não há direto-res. Esse regime de interinidade, agora resolvido na Presidência da ANP, continua sendo o problema de várias agências reguladoras. Primeiro veio o boicote financeiro, com o contingenciamento dos recursos das agências, e depois o boicote político, porque o Governo não indica um nome para ser sabatinado pelo Senado. É importante conscientizarmo-nos de que isso é, sim, um entrave à área de infra-estrutura.

Por fim, Sr. Presidente, gostaria de dizer aos mem-bros desta Casa que, assim como já conversei com o 1º Secretário da Casa, o Deputado Inocêncio Oliveira, na próxima reunião da Mesa defenderei a aprovação do Plano de Cargos e Carreiras da Câmara dos Depu-tados. Não é possível que esta Casa continue discu-tindo na Justiça as indevidas intromissões do Poder Executivo neste Poder. E o pior é que o Governo põe em discussão o que havia sido fruto de acordo!

A Liderança e os representantes do Governo dis-seram que aceitariam o aumento; no entanto, já pela terceira vez essa conta não fecha e o Governo recorre à Justiça para proibir o aumento. Para que prevaleça a autonomia desta Casa, basta que os Deputados aprovem o Plano de Cargos e Carreiras, resultado de ampla discussão entre o sindicato e as Lideranças, e pronto.

Portanto, quero dizer aos funcionários da Câmara que como membro da Mesa vou empenhar-me junto ao Presidente Aldo Rebelo e demais membros para que se chegue a um consenso com relação ao Plano de Cargos e Carreiras.

Obrigado.O SR. PRESIDENTE (José Carlos Aleluia) – Pas-

so a Presidência ao Deputado Eduardo Gomes, 3º Secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Depu-tados.

O Sr. José Carlos Aleluia, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Gomes, 3º Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes) – Dan-do prosseguimento ao Pequeno Expediente, concedo a palavra, por 5 minutos, ao Deputado Átila Lins, do PMDB, da Amazonas.

O SR. ÁTILA LINS (PMDB – AM. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as Prefeituras de todo o Brasil têm, sem dúvida alguma, uma expectativa muito forte de que o Governo Federal acolha a determinação do Tribunal de Contas da União e deposite em suas contas os recursos oriundos do REFIS II, refinanciamento adotado pelo Governo e ar-recadado parceladamente, assim como os do Imposto Sobre Produtos Industrializados e do Imposto de Renda. De acordo com a Constituição Federal, 22,5% desses recursos deveriam ser repassados para os Municípios, engordando o Fundo de Participação dos Municípios – FPM, e 22,5% para os Estados, aumentando assim o Fundo de Participação dos Estados – FPE. No entanto, foram arrecadados mais de R$ 6,1 bilhões de agosto de 2003 até esta data e esse dinheiro não foi dividi-do, como determina a Constituição Federal. Portanto, recursos no valor de aproximadamente R$ 4 bilhões que deveriam ir para os Municípios e os Estados estão acumulados no Tesouro Nacional.

O Tribunal de Contas da União fez uma auditoria, verificou os fatos e determinou que o Governo fizesse o depósito na conta dos Municípios, inclusive os do meu Estado do Amazonas, que estão numa enorme expectativa. Como não foi aprovada a reforma tributária, que aumentaria de 22,5% para 23,5% os recursos do FPM, esse dinheiro acumulado no Tesouro ao longo de mais de 2 anos servirá para atender as demandas mais urgentes que nossos Municípios estão enfrentan-do. Faço, portanto, um apelo ao Presidente Lula e ao Ministro Palocci no sentido de que obedeçam à deter-minação do TCU. Até o dia 5 de dezembro, conforme foi determinado, esses recursos devem ser liberados, para minorar a crise que afeta os Municípios brasilei-ros. Isso permitirá que muitos deles, particularmente os amazonenses, honrem seus compromissos do final de ano, como o pagamento do 13º salário e outros.

Outra preocupação diz respeito ao contingen-ciamento de verbas que o Amazonas, a Amazônia

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Ocidental e o Amapá estão enfrentando. Trata-se dos recursos da Zona Franca de Manaus arrecadados mediante taxas e contribuições da instituição. Acon-tece que a legislação determina que a arrecadação da SUFRAMA seja colocada na Conta Única do Go-verno Federal, e esses recursos não vem sendo libe-rados para atender às demandas da região. Hoje a SUFRAMA tem acumulados no Governo Federal, na Secretaria do Tesouro, mais de R$ 464 milhões, devi-do ao contingenciamento que vem sendo feito do ano 2000 para cá. Portanto, isso não está ocorrendo só no Governo Lula. O contingenciamento vem desde o Governo Fernando Henrique, desde 2000, e continua neste Governo, até este ano de 2005.

Na reunião do Conselho de Administração da SUFRAMA, em Boa Vista, Roraima, foi aprovada pe-los Conselheiros uma espécie de moção de apelo ao Governo no sentido de que libere esses recursos con-tingenciados para amenizar a retração de investimen-tos na região. Naquela superintendência há projetos esperando por recursos há mais de 5 anos. Por falta de verbas, muitos projetos vêm sendo arquivados. E são recursos próprios da instituição, arrecadados no Amazonas para serem investidos naquele Estado, em Roraima, no Acre, em Rondônia e no Amapá. Não são recursos da Fonte 100 do Tesouro, mas da Fonte 192, arrecadados pela própria SUFRAMA e necessários para investimento na região amazônica, a fim de dimi-nuir as desigualdades, que, embora não sejam mais tão gritantes como antes, ainda são preocupantes, e superá-las é um enorme desafio, devido às grandes distâncias e às dificuldades regionais.

São os apelos que faço ao Presidente da Repú-blica e aos Ministros da área econômica.

O SR. MARCONDES GADELHA (PSB – PB. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, nobres Depu-tados, trago ao conhecimento da Casa a Declaração de Costa Rica, lavrada por ocasião da IV Reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária e Pesca do Parla-mento Latinoamericano, realizada em 06 e 07 de ou-tubro de 2005 na cidade de San José, Capital daquela república centro-americana.

O documento é uma espécie de súmula, um ato preparatório, com vistas a informar e instruir os Parlamentares da América Latina para a VI Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio, a realizar-se no próximo mês em Hong Kong. A matéria interessa sobremaneira ao Brasil, como grande pro-tagonista da cena mundial na produção e comerciali-zação de commodities.

O Brasil tem sido sistematicamente vítima de pressões e ações desleais de países de todos os ní-veis de desenvolvimento, e sofre com os obstáculos

alfandegários e não-alfandegários impostos aos seus produtos no mercado internacional. A Organização Mundial do Comércio, por sorte, é um ambiente, um cenário em que, de uma ou de outra forma, as conten-das são exercitadas num plano de lealdade e justeza, como comprovam algumas importantes vitórias que o País obteve junto àquela instituição. Cito, por exemplo, o caso do algodão, objeto de um processo contencioso com os Estados Unidos, e o do açúcar de cana versus açúcar de beterraba, motivo de uma contenda comer-cial com a Comunidade Européia. Em ambos os epi-sódios obtivemos bons resultados. Por isso, passamos a acreditar firmemente no diálogo como mecanismo para resolver as diferenças e encontrar as soluções adequadas para que se mantenha o equilíbrio no co-mércio mundial.

Sr. Presidente, o documento a que me refiro rati-fica todas as declarações anteriores, lavradas em São Paulo, Buenos Aires e Lima em agosto de 2004. Afir-ma, por exemplo, que o Parlamento Latinoamericano permanece atento ao cumprimento dos compromissos assumidos no Catar, referentes à Agenda de Desen-volvimento de Doha, assim como a decisão do Con-selho Geral da Organização Mundial do Comércio de julho de 2004, adotada em Genebra, e reclama uma efetiva redução dos apoios internos e dos subsídios à produção dos países desenvolvidos, criando-se claros limites, para reforçar o compromisso de eliminarem-se todas as distorções nos mercados internacionais. Re-clama ainda a supressão dos subsídios às exportações e dos controles estritos dos créditos das exportações, defendendo que é imprescindível melhorar substancial-mente o acesso dos países em desenvolvimento aos mercados mundiais.

Finalmente, Sr. Presidente, o documento insta os Parlamentos da América Latina a somarem sua vonta-de e seu apoio às discussões e negociações mediante a efetiva presença de representantes do povo na VI Conferência Ministerial da Organização Mundial do Co-mércio. É claro também o apoio à posição do G-20.

Peço a V.Exa., Sr. Presidente, que esse documen-to, subscrito por representantes de todos os países da América Latina, seja inclusive transcrito na íntegra aos Anais da Casa, para análise por nossos pares.

Reitero que estamos num tempo de caça às bru-xas, Há uma obsessão de colocar sob suspeita os con-troles sanitários do Brasil para criar mecanismos que obstem nossas importações, como aconteceu depois que surgiu a febre aviária e vem acontecendo agora com esses episódios de febre aftosa. Diante dessa obsessão, é preciso que nos mantenhamos atentos, e sobretudo que tenhamos o apoio dos nossos países

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irmãos e vizinhos, também vítimas do mesmo tipo de pressão.

Agradeço a V.Exa.O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes) – A Pre-

sidência autoriza a transcrição requerida.

(A Declaración de Costa Rica, a que se refere o Deputado Marcondes Gadelha, encon-tra-se na Coordenação de Arquivo do Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, conforme Memorando nº 123/05, emitido pelo Departamento de Taquigrafia, Re-visão e Redação – art. 98, § 3º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes) – Con-cedo a palavra ao Sr. Deputado Walter Barelli.

O SR. WALTER BARELLI (PSDB – SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-tados, hoje, 3 de novembro, completaria 70 anos um líder da minha geração: Herbert José de Souza, o Betinho, irmão de Henfil, como diz a música popular. Neste pronunciamento, quero salientar 6 momentos da sua trajetória.

Primeiramente, Betinho foi militante da Juventude Universitária Católica – JUC, que em 1960, no con-gresso de comemoração de seus 10 anos, no Rio de Janeiro, introduziu a reflexão sobre a realidade brasi-leira. Isso ocorreu antes do surgimento da Teologia da Libertação e fez com que essa entidade passasse a ter cada vez maior integração na vida política nacional e nas propostas de saídas para o País.

Logo após Betinho participou da fundação da Ação Popular. A JUC era um movimento religioso e a idéia era de que a Igreja não deveria misturar-se com a atividade política; deveria dar as grandes orientações, mas não poderia ter atuação de partido. Deveria res-peitar a opção de cada cidadão. Com base no nosso compromisso histórico, na consciência histórica de verificar nossa inserção no mundo a partir dos fatos que tinham ocorrido e das perspectivas que existiam, a Ação Popular elaborou um documento-base, como proposta de política alternativa.

Depois veio veio a primeira experiência desse grupo no Governo Federal, com a posse, no Governo Parlamentarista, do Ministro Paulo de Tarso Santos no Ministério da Educação. E Betinho disse então: “Olhem, nós vamos ser muito poucos, só 10, de fora do Ministério da Educação, porque quem sabe o que fazer é o funcionário público, que está há muitos anos dedicando-se às atividades públicas”.

Se os Governos, principalmente o atual, respei-tassem a cultura existente em cada um dos nossos Mi-nistérios, o Brasil teria andado muito mais depressa.

O quarto momento foi quando, depois do exílio, Betinho fundou o IBASE. Ele procurou o DIEESE di-zendo que precisávamos de um equivalente daquela instituição gerido pela sociedade civil. Daí surgiu o IBASE, que até hoje produz estudos importantes para toda a sociedade.

O quinto momento eu diria que foi o da preocu-pação com a fome. Todo o movimento de segurança alimentar que houve no CONSEA, no Governo Itamar Franco, continua vivo hoje em todas as Comissões de Segurança Alimentar. Betinho dizia: “Quem tem fome tem pressa”. E completava, dizendo ainda que era importante tocar em todos os aspectos referentes às necessidades alimentares, porque as pessoas tinham uma carência muito grande.

Finalmente, o sexto momento é uma síntese do seu exemplo de vida. Betinho militou o tempo todo no movimento estudantil como intelectual, como oposi-ção ao Governo Militar, como sociólogo, construindo instituições, participando da luta do povo brasileiro, e morreu lutando, como o grande brasileiro que foi.

Sr. Presidente, hoje Herbert José de Souza com-pletaria 70 anos. Estou nesta tribuna, em nome dos amigos de Betinho, para homenageá-lo, para não dei-xar passar em branco este dia.

Aproveito a oportunidade para saudar também todos os seus amigos, os integrantes do IBASE e seus companheiros de jornada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Walter Barelli, o Sr. Eduardo Gomes, 3º Secretário, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Natan Donadon, § 2º do art. 18 do Regi-mento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Con-cedo a palavra à Sra. Deputada Perpétua Almeida.

A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB – AC. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr . Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro nesta Casa as ações da comitiva acreana que, liderada pelo Governador Jorge Viana, esteve entre os dias 25 a 30 de outubro em várias cidades peruanas com o objetivo de estrei-tar os laços diplomáticos, culturais e comerciais entre as populações fronteiriças.

Fizemos um translado por onde passará a Ro-dovia Transoceânica, que permitirá a ligação terrestre entre os Oceanos Atlântico, na costa brasileira, e Pa-cífico, no Peru. Com essa iniciativa a América Latina passará a conhecer, pela primeira vez em sua história, uma nova rota de desenvolvimento, que muda toda a geografia econômica do continente.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53129

Como desdobramento da viagem dos acreanos e para selar cada vez mais os laços entre os 2 países, principalmente entre Governos regionais, Rio Branco deverá sediar, nos primeiros dias do ano que vem, um novo encontro entre brasileiros e peruanos. Estarão reunidos de novo empresários e autoridades dos 2 países a fim de complementar os acordos de interesse público e os negócios privados que se iniciaram com a visita a 4 Estados – ou Departamentos – peruanos: Madre de Deus, Cuzco, Puno e Arequipa.

Antes desse encontro, brasileiros e peruanos fi-carão novamente frente a frente em Assis Brasil, na inauguração da ponte sobre o Rio Acre, que deverá ficar pronta dentro de no máximo 40 dias. O evento, previsto para antes do final deste ano, deverá contar com as presenças dos Presidentes do Peru, Alejan-dro Toledo, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O Presidente da Bolívia, Eduardo Rodriguez, também está convidado.

A se concretizarem os convites, será a 4ª vez que Alejandro Toledo estará na região para discutir a questão da fronteira com o Governo brasileiro a par-tir de articulações do Acre. O primeiro dos encontros ocorreu em dezembro de 2002, no final do Governo Fernando Henrique Cardoso, na inauguração do tre-cho brasileiro da Estrada do Pacífico, os 111 quilô-metros entre Brasiléia e Assis Brasil. Toledo voltaria a encontrar um Presidente brasileiro, desta vez Luiz Inácio Lula da Silva, na inauguração da ponte entre Brasiléia e Cobija, na Bolívia, em agosto de 2004, e em setembro de 2005, no lançamento da pedra fun-damental da Rodovia Transoceânica, nos arredores de Puerto Maldonado.

Sr. Presidente, os convites para que as autorida-des e empresários peruanos venham ao Acre foram feitos pelo Governador Jorge Viana em cada região pela qual a comitiva acreana passou. Sob a liderança do Governador, durante 5 dias, viajando ora de ônibus, ora de avião, autoridades do Governo do Estado, dos Poderes Judiciário e Legislativo, além do Ministério Pú-blico do Estado – MPE, empresários dos mais diversos tipos de atividades na economia regional, membros de instituições financiadoras como o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia e dirigentes do Serviço Brasileiro de Apoio à Média e Pequena Empresa – SEBRAE pro-tagonizaram os lances mais significativos da história da luta pela integração entre os 2 países. A simples menção desse fato pelo Governador Jorge Viana, de-safiando os peruanos a fazerem o mesmo em relação ao Brasil, causava uma certa comoção em cada lugar por onde a comitiva passava.

Senhoras e senhores, a comitiva de acreanos saiu de Rio Branco num ônibus da empresa Real Norte para

uma viagem até a cidade brasileira de Assis Brasil, na fronteira com o Peru. Ali, ao lado da ponte sobre o Rio Acre, que vai unir o Brasil ao Peru, encontramo-nos com lideranças políticas, Prefeitos e Vereadores dos Municípios do Vale do Acre para uma reunião na qual anunciamos que a integração é a nova realidade com que os administradores públicos a partir de agora te-rão de se acostumar. Isso, aliás, explica a presença na comitiva do Presidente do Tribunal de Justiça do Acre, o Desembargador Samoel Martins Evangelista, e do Procurador-Geral de Justiça Edmar Monteiro, Chefe do Ministério Público do Estado.

Fomos recebidos na Câmara de Comércio da ci-dade de Peurto Maldonado, capital do Departamento de Madre de Dios, com uma população estimada em 100 mil habitantes, a 220 quilômetros da fronteira com o Acre, em plena Amazônia. Porto Maldonado recebe pelo menos 20% dos 1 milhão de turistas anuais que visitam Cuzco, a antiga capital do império inca, em busca dos hotéis de selva da região. Uma das metas do Governo e de empresários acreanos junto às au-toridades de Porto Maldonado é a de fazer com que esses turistas viagem um pouco mais para conhecer a Amazônia brasileira, através do Acre. A intenção é também fazer com que, enquanto os turistas não visi-tam o Acre, empresas e indústrias acreanas, que vão desde a construção civil à área de alimentos, turismo e entretenimento, possam estabelecer negócios e par-cerias com empresas peruanas. É por isso que tantos empresários integraram a comitiva, buscando negócios em várias áreas. Ao todo, foram 31 empresários, diri-gentes ou representantes das maiores empresas com atuação no Acre e em outros Estados, como Rondônia, Amazonas e Mato Grosso.

Sr. Presidente, distante pelo menos 4 mil quilô-metros do Atlântico, a referência do Acre em relação ao mar é o Oceano Pacífico. Em Matarani está o maior porto privado em operação na América do Sul, com capacidade de embarque e desembarque de até 12 mil toneladas de mercadorias por dia, o que significa uma movimentação de 600 toneladas por hora. Por Matarani passam os principais produtos de uma pau-ta de exportações que em 2004, segundo dados do Governo peruano, rendeu US$ 5,9 bilhões, a partir de produtos como pescados e seus derivados, metais não-ferrosos e manufaturados de prata, cobre, zinco, minérios, petróleo e derivados, algodão, café, açúcar – todos destinados a países como Estados Unidos, Chile, Japão, China, Reino Unido, o próprio Brasil, Venezuela, Espanha, Alemanha e México.

A pauta de importação peruana, que também passa por Matarani, ou ainda por outros 2 portos me-nores, o de Illo e um terceiro nos arredores de Lima,

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53130 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

a capital, inclui máquinas e equipamentos elétricos, produtos químicos, gêneros alimentícios, petróleo e derivados, veículos e tratores, ferro e aço, instrumen-tos científicos, papel e manufaturas, artefatos têxteis, tecidos e produtos farmacêuticos, os quais, em 2004, movimentaram US$ 8,4 bilhões.

Dados do Governo peruano informam que os principais setores que formam a composição do Pro-duto Interno Bruto são o de serviços, com 44,3%, a indústria, com 22%, a agropecuária, com 13,6%, o de construção civil, com 8,9%, o de mineração, com 8,5%, o de eletricidade e água, com 1,9%, e o de pes-ca, com 0,6%. Apontam ainda que a inflação projeta-da é de 5,5% ao ano – portanto, estabilizada –, com o desemprego estimado em 7,8%, em uma população estimada em 28 milhões de pessoas. Os dados são de julho de 2000, o último censo registrado na embaixada do Peru no Brasil.

Ainda de acordo com esse censo, essa população está espalhada num território 1.285.216 quilômetros quadrados. A linha de fronteira terrestre do Peru com seus vizinhos tem uma extensão de 6.940 quilômetros, sendo 1.560 quilômetros com o Brasil. O país possui ainda 2.414 quilômetros de costa.

Foram esses números, incluindo os da fronteira, que levaram os acreanos ao Peru.

Sras. e Srs. Deputados, ressalto a vital importân-cia da Estrada do Pacífico – ou Transoceânica, como querem os peruanos –, uma rodovia que dentro de 40 meses, quando inaugurada, vai alterar a geografia e a economia da região. É que pela primeira vez essa par-te do continente estará ligada de um oceano a outro, com o que diminuirá a distância para as exportações de produtos brasileiros para o sudeste asiático em pelo menos 25 mil milhas náuticas.

Mas a Estrada do Pacífico será também o caminho para o desenvolvimento de um contingente de mais de 30 milhões pessoas, correspondente às populações do Peru e da Bolívia a serem beneficiadas com a es-trada. Regiões brasileiras como o Acre, que importam produtos do Centro-Sul do País enfrentando até 4 mil quilômetros de distância, poderão importar produtos percorrendo menos de 700 quilômetros em linha reta, distância de Assis Brasil aos centros produtores e ex-portadores do Peru, como é o caso das cidades de Cuzco, Puno e Arequipa, que foram visitadas durante quase uma semana pela delegação acreana.

Os acreanos retornaram certos de que a integra-ção é um fato irreversível. A ida dos acreanos ao Peru terá desdobramento em Rio Branco, já no início do próximo ano, com uma nova reunião, agora no Brasil, entre brasileiros e peruanos.

Senhoras e senhores, essa foi a maior comiti-va da história do Acre em viagem oficial ao exterior, e também a primeira a visitar o Peru. Os integrantes dispensaram a utilização de passaporte, uma exigên-cia burocrática derrubada em setembro deste ano a partir de negociações que envolveram os Governos e os Congressos do Peru, do Brasil e da Bolívia, outro país ao qual o Acre está integrando-se.

Sras. e Srs. Parlamentares, nós acreanos pre-senciamos esse momento com entusiasmo, na certeza de que as condições de desenvolvimento e integração regional e as promissoras relações com os vizinhos pe-ruanos iniciam uma nova página da nossa história.

Muito obrigada.O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Con-

cedo a palavra ao nobre Deputado Chico Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL – RJ. Como Lí-der. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos os que assistem a esta sessão ou nela trabalham, dando seqüência à homenagem feita pelo Deputado Walter Barelli ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, quero lembrar que há 70 anos ele chegou à Terra e continua entre nós com o exemplo de luta e o alto espírito.

Neste 3 de novembro, Betinho faz – no presente mesmo! – 70 anos. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, organização não-governamen-tal que nele teve um dos sustentáculos, hoje celebrará sua vida na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Como parte dessa comemoração, o IBASE fez 3 per-guntas a alguns de seus amigos e admiradores. Não fui consultado, mas tomo a liberdade de respondê-las, para os que acompanham meu mandato público e pela grande e fraterna convivência que tive com Betinho, saudade e exemplo:

1. Quando pensa em Betinho, você lembra de quê?

De vida vivida em plenitude, na radicalidade, valorizada a cada segundo. Clamor contra as injus-tiças temperado com bom humor. Discursos e pales-tras sobre temas graves com um copo de cerveja na mão. E, especialmente, empenho em tornar cada idéia uma ação.

2. O que ele falaria hoje para o público jovem?Alimentem sua juventude! Com os ingredientes

que a “vitaminam”: indignação cidadã, curiosidade, pai-xão e sonho, sempre. Não envelheçam antes da hora, com a doença senil do individualismo e da acomoda-ção! Sigam na trilha de um outro mundo possível, que é sempre sonora.

3. Qual bandeira Betinho estaria levantando na atual conjuntura?

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53131

Aquela multicolorida que sempre empunhou: com o verde da reforma agrária, com o branco da ética na política, com o vermelho da igualdade social e do san-gue bom, com o azul do Rio de Janeiro – cidade que escolheu para viver, como bom mineiro – mais bem cuidado, com o amarelo luminoso do povo organizado, protagonista que fará desta vergonha uma Nação.

Faço essa exaltação em nome do Partido So-cialismo e Liberdade.

Por fim, Sr. Presidente, quero destacar, como membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que ofensas e ameaças de agressão, de surra em quem quer que seja, desde o mais modesto e anônimo fun-cionário, não condizem com o decoro parlamentar. O recomendável é partir para o debate político das ques-tões centrais e não para reações machistas a alguma situação, mesmo as que deixem alguém indignado. Esse caminho não é nada parlamentar. Aqui devem brigar as idéias, não as pessoas.

O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Conce-do a palavra ao Sr. Deputado Sebastião Madeira.

O SR. SEBASTIÃO MADEIRA (PSDB – MA. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a imprensa ocupa posição essencial em país democrático. No Brasil, os grandes avanços éticos ocorreram com a ajuda da imprensa. Como exemplo, cito a CPI do Orçamento. A publicação, nas páginas amarelas, da entrevista de um funcionário do Senado Federal que trabalhava na respectiva Comissão levan-tou a questão. A situação em que vivemos atualmente foi precipitada pela entrevista de Roberto Jefferson à jornalista Renata Lo Prete, do jornal Folha de S.Paulo. Enfim, a imprensa, chamada de o Quarto Poder, é fun-damental para a democracia.

Já que a briga deve se ater às idéias e não à luta corporal, gostaria de falar da relação do Presidente Lula e do seu Governo com a imprensa. Para isso, vou anco-rar-me em artigo da jornalista Miriam Leitão, intitulado Não-Amestrados, publicado em sua coluna, no jornal O Globo, do qual passo a ler alguns trechos:

“Os jornalistas fizeram perguntas ao presidente Lula sobre Cuba. Lula achou um absurdo que eles não se ativessem à Jamaica, que ele, Lula, considerava ser o assunto opor-tuno no momento. Chamou os repórteres de mal-educados. Depois eles foram repreendidos por um assessor que disse que o presidente considerava ‘inaceitável’ o comportamento dos jornalistas.

Inaceitável é o comportamento do pre-sidente e do governo dele. Deu apenas uma entrevista coletiva durante três anos, tentou expulsar um jornalista americano, tentou apro-

var um conselho para censurar a imprensa e uma agência para ameaçar os meios de co-municação, concedeu uma entrevista com cara de coisa arranjada em Paris, seu então Minis-tro das Comunicações, Luiz Gushiken, disse que jornalistas têm de dar notícias otimistas, multiplicou as publicações e órgãos oficias, transformou a Agência Nacional em centro de propaganda e demonstra por atos e palavras que não entendeu até agora por que os gover-nantes devem falar com os jornalistas.

Governantes não falam com a impren-sa porque gostam dos jornalistas. É aceitável que o presidente Lula não goste. Falar com jornalistas é um dos meios de prestação de contas à sociedade. O governo Lula já pode ser considerado o mais autoritário do período democrático no trato com a imprensa. E dis-puta cabeça a cabeça com alguns do regime militar. (...)

Tim Padgett, um dos vencedores deste ano do prêmio Maria Moors Cabot, da revista ‘Time’, num dos debates em Nova York, disse que tem mais facilidade de falar com Hugo Chávez do que com as autoridades petistas.

– Lula não dá entrevista. Na época de (Fernando Henrique) Cardoso, tínhamos mais informação, mas com Lula no governo somos tratados como gringos dos quais querem dis-tância. A ironia é que quando estavam na opo-sição eram bem acessíveis”.

Aliás, quando estava na Oposição, era muito diferente do PT do Governo: pregava a ética – e, no Governo, enterrou a ética; pregava a moralidade, a integridade e a honestidade – e, no Governo, sumiu com todos esses valores. E o que vemos são os es-cândalos de hoje.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME

(PSDB – SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Relator da CPMI dos Correios, o Deputado Osmar Serraglio, acaba de fazer uma das mais contundentes revelações desde que se iniciaram os trabalhos daquela Comissão: a de que as empresas do Sr. Marcos Valério receberam R$ 58,3 milhões por serviços que não chegaram a prestar e repassaram boa parte desses recursos ao PT.

Diz o Relator que numa primeira operação a VI-SANET, empresa que opera com o Banco do Brasil, repassou R$ 35 milhões a Valério, que imediatamen-te fez uma aplicação de R$ 10 milhões no BMG para lucrar com os juros, e em ato contínuo o Banco to-mou-lhe emprestados os R$ 10 milhões, quantia que

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53132 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

foi transferida integralmente para o PT – ou seja, um empréstimo de fachada. E não parou aí: em outra data Valério recebeu R$ 23,3 milhões da VISANET, retirou dessa quantia R$ 19 milhões e aplicou-os no BMG, que novamente, em ato contínuo, tomou emprestados do empresário os mesmos R$ 19 milhões. Que farsa! Que ópera bufa! Vejam: empresto R$ 19 milhões para o Banco, recebo juros de poupador de 1,5%, 2% ao mês, e tomo emprestado o mesmo dinheiro a um juro maior! Vou pagar esse empréstimo? É para pagar? Ou esse empréstimo é simplesmente para justificar a distribuição de recursos?

Valério ainda tem contas com os Correios, com o Banco do Brasil e, em valores menores, com a ELE-TRONORTE.

Afirma algo ainda mais grave o Relator em suas declarações, sem dúvida alguma as mais contunden-tes, desde que se iniciou a CPMI dos Correios: “A VI-SANET pagou a Valério por serviços de publicidade valores injustificáveis, incompatíveis com os serviços prestados.” Portanto, são empréstimos documentados como empréstimos, mas envolvem um duvidoso duplo procedimento: o dinheiro é depositado e aplicado no Banco para ser repassado, e em ato contínuo à apli-cação do dinheiro o Banco faz um empréstimo, que certamente no futuro não será cobrado.

É preciso analisar esse procedimento, que, se for comprovado, é o mais grave de todos os já relatados, sob um tríplice aspecto, já que realmente derruba o tripé em que se apóia a justificativa do Governo Lula – o de que, em primeiro lugar, nessa denúncia de cor-rupção não há recursos públicos; em segundo lugar, a corrupção é eleitoral, e se é apenas eleitoral é um pecadilho, não é corrupção propriamente dita; e em terceiro lugar, o crime está adstrito ao PT e não en-volve o Governo. Basta analisarmos: se for constatado efetivamente esse repasse da VISANET, empresa que opera com o Banco do Brasil, é sinal de que, primeiro, os recursos são, sim, públicos; segundo, a corrupção no caso não é eleitoral, pois o procedimento deu-se em época absolutamente distante do período de campanha e houve desvio de recursos de um banco; terceiro, o crime não está adstrito ao PT. Também esse terceiro pé não se sustenta. O tripé cai inteiro, porque estaria o Governo inexoravelmente envolvido. Não se tiram R$ 38 milhões de uma empresa que opera com o Banco do Brasil, no caso a VISANET, sem o envolvimento do Governo. A Secretaria de Comunicação centralizou as decisões. Concentrou o poder de forma absoluta. To-das as decisões relacionadas às estatais, às empresas coligadas, às empresas onde há capital misto são de competência do Secretário de Comunicação.

Portanto, essas denúncias são muito mais graves do que as referentes ao dinheiro oriundo de Cuba, mui-to mais graves do que a já gravíssima denúncia sobre grampos. Por isso, o Relator Osmar Serraglio precisa revelar os detalhes da operação, e o Deputado Gus-tavo Fruet, que publicou hoje um artigo sobre isso na Folha de S. Paulo, precisa complementar o relato dos fatos para deixar claro que essa é uma denúncia cabal, robusta, clara e consubstanciada em dados reais.

Durante o discurso do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame, o Sr. Natan Donadon, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. João Caldas, 4º Secretário.

O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Concedo a palavra, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT, ao nobre Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.

O SR. LUIZ EDUARDO GREENHALGH (PT – SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, ouvi com atenção pronunciamento do Deputado An-tonio Carlos Mendes Thame sobre uma notícia que ainda vai ser divulgada. O Deputado Osmar Serraglio vai dar uma entrevista às 16h de hoje para falar desse assunto. O relógio registra 15h30min e o Deputado An-tonio Carlos Mendes Thame já vem anunciando fatos dos quais ainda não tomamos conhecimento porque o Relator da CPI não os divulgou. Portanto, repete-se a mesma ladainha para alardear fatos antes que aconteçam.

Diz o Deputado que o tal fato que ainda vai ser noticiado é mais grave do que aquela história do di-nheiro de Cuba. Que dinheiro de Cuba? Isso não passou de uma denúncia absolutamente não compro-vada! Ninguém embarcou nessa notícia nem lhe deu repercussão. O máximo que fez a Oposição foi ir ao Tribunal Superior Eleitoral buscar informações. Isso é subestimar as possibilidades de Cuba, é subestimar as possibilidades do Governo brasileiro. Como pode-ria Cuba investir em campanha eleitoral neste País? Além de manter um bom relacionamento com todas as forças políticas do Brasil, Cuba precisa de dinheiro! Não tem condições de esbanjá-lo!

Atualmente há uma mania de fazer denúncias, um verdadeiro “denuncismo”. E a última palavra é sempre do morto. Sempre que há denúncia, há um morto. Isso lembra-me o famoso debate entre o ex-Presidente Jânio Quadros e o Senador Franco Montoro, no auditório do jornal Folha de S.Paulo, em São Paulo, quando ambos disputavam o Governo do Estado em 1982. Montoro disse que Jânio era corrupto, que tinha um terreninho em Mato Grosso e não poderia tê-lo comprado, pois não tinha dinheiro, e que o autor de um certo livro era

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testemunha disso. Jânio, bem calmamente, pergun-tou-lhe: “Quem é o autor do livro?” O Senador Franco Montoro respondeu que ele havia falecido. E Jânio re-trucou: “O senhor quer trazer a um debate entre vivos o testemunho de um morto?” E é isso que acontece agora nessa história dos grampos.

Vivemos um momento de “denuncismo” exacer-bado. Realmente os telefones dos Deputados Antonio Carlos Magalhães Neto, Osmar Serraglio e Ricardo Izar podem estar grampeados. O de qualquer um de nós pode estar sendo grampeado. Mas é um erro esse juízo precipitado, voraz, de atribuir ao Governo, à Agência Brasileira de Informações, a responsabili-dade por essa escuta. Inverte-se o processo. Primeiro aponta-se o culpado, o responsável, para depois se pedir a investigação.

Estou preocupado com a exacerbação desse cli-ma existente entre nós. Deputados e Senadores estão quotidianamente desrespeitando a figura do Presidente Lula. Chegam a dizer que querem partir para o tapa. Neste Congresso, uma pessoa por quem tenho respei-to assomou à tribuna e disse: “Senador Arthur Virgílio, V.Exa. não vai ficar sozinho. Eu também vou partir para o tapa!” Ora, que história é essa? Onde está o decoro parlamentar? Onde está a responsabilidade de todos nós? Vivemos uma crise de grande profundidade, e comportamentos como esses apenas fazem com que ela se perpetue.

Há 4 meses, além do Conselho de Ética e da Corregedoria desta Casa, 3 CPIs estão investigando os fatos. Há 150 dias estamos nesta situação e nada se encontra. Enquanto isso, disputam-se holofotes e multiplicam-se as denúncias e as críticas da Câmara dos Deputados ao Poder Judiciário. É incrível esta si-tuação!

Quando o Poder Judiciário, ao analisar deman-das do Parlamento, determinou a instalação da CPI dos Bingos, todos nós aplaudimos. Quando o Poder Judiciário derrotou o recurso do Deputado José Dirceu por 7 a 3, todos aplaudiram, mesmo os integrantes do Conselho de Ética. Ora, que condições têm de serem juízes, magistrados, aqueles que torcem por uma de-terminada decisão judicial? Mas, ao revés, o Poder Judiciário mandou refazer o relatório, subtrair dados confidenciais de transferência de sigilo bancário usados indevidamente numa crítica. Houve uma intervenção do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo.

Precisamos ter calma e manter o compromisso de levar adiante, até o fim, as investigações, apurar as responsabilidades, punir os responsáveis, mas não estabelecer conflito por desmerecimento entre os Po-deres Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Partido dos Trabalhadores informou aos Depu-tados que estão com seus telefones grampeados que terão toda a solidariedade na investigação. Mas nós do Partido dos Trabalhadores achamos equivocado atri-buir a autoria dessa irregularidade ao Governo. Temos mecanismos para investigar. Se desconfiamos que um órgão governamental está praticando tal ilegalidade, temos de convocar aqui o Ministro responsável por essa área. Por que não convocamos o Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional para saber se tais circunstâncias são verdadeiras e solicitar a inves-tigação do caso?

Quando a Polícia Federal libera antecipadamente os resultados de uma investigação a ela circunscrita e transmite-os a Deputados da Oposição, esta Casa aplaude. Mas quando se trata de investigar quem gram-peou o telefone de alguns Parlamentares, não aceitam a atuação da Polícia Federal e atribuem indiscrimina-damente o fato ao Governo. Acho que é errada essa atitude. E digo isso com a moral de quem está aqui há 4 mandatos e muitas vezes subiu a esta tribuna sozinho para reclamar contra esse tipo de prática, defendendo pessoas que sequer são do meu partido. Houve aqui o famoso episódio da troca, por um equívoco de datilo-grafia, do número de um CPF por um representante do Ministério Público que queria quebrar o sigilo bancário de determinada pessoa. Esse fato aconteceu no Go-verno anterior. Como não obteve autorização judicial, o Procurador determinou a quebra do sigilo bancário de uma terceira pessoa e forneceu um CPF como se fosse da que queria investigar. À época subi à tribuna para dizer que não aceitava esse procedimento, por-que, de acordo com a Constituição do Brasil, todos são inocentes até prova em contrário, e as pessoas só po-dem ser condenadas no exercício do direito de ampla defesa, e quando as provas são lícitas. Lícitas!

Por isso ocupo o tempo destinado ao Partido dos Trabalhadores para dizer aos Deputados que estão com seus telefones grampeados que contem conosco na apuração dos fatos. De antemão, porém, tenham a responsabilidade de dizer que o Governo nada tem a ver com o caso, e a apuração séria e isenta dos fatos poderá comprovar isso.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Concedo

a palavra ao nobre Deputado Pastor Frankembergen, para uma Comunicação de Liderança, pelo PTB. S.Exa. dispõe de até 5 minutos.

O SR. PASTOR FRANKEMBERGEN (PTB – RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Pre-sidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero chamar a atenção do Governo Federal especialmente para os recursos destinados à Amazônia, região tão sofrida

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não somente aos olhos dos demais brasileiros, mas também aos olhos internacionais, que estão voltados para lá. A região é rica, tem tudo para ser próspera, mas, infelizmente, pressões contrárias impedem o seu desenvolvimento.

Quero falar sobre a Área de Livre Comércio dos Municípios de Pacaraima e Bonfim, cuja lei foi promul-gada há mais de 14 anos e, lamentavelmente, até hoje não regulamentada.

Para se ter uma idéia, o Conselho da SUFRAMA esteve ontem reunido na Capital Boa Vista para decidir sobre alguns projetos da Amazônia. Foram aprovados 81 projetos para Manaus. Para os demais Estados da Amazônia Ocidental como o Acre – do Deputado Zico Bronzeado –, Rondônia e Roraima, não foram liberados recursos contingenciados. Portanto somen-te o Amazonas, Estado onde está localizada a Zona Franca e a Superintendência da SUFRAMA, obteve a liberação de recursos.

O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, Luiz Furlan, assumiu o compromisso de regulamentar a Área de Livre Comércio em Paca-raima e Bonfim, compromisso este assumido com o Governador Ottomar de Souza Pinto na última reu-nião. E o Governo do Estado e a nossa bancada têm cobrado agilidade na regulamentação e efetivação da área de livre comércio.

Para se ter uma idéia da situação, a Superinten-dente da SUFRAMA, Dra. Flávia Grosso, disse que a regulamentação da lei que criou a área de livre comércio de Bonfim e Pacaraima sofreu obstáculos por causa da Reserva Indígena São Marcos. Pasmem V.Exas: por causa da homologação de uma reserva indígena, toda uma cidade está impedida de se desenvolver! Querem que a cidade seja extinta, o que é um absurdo! Vai-se extinguir uma cidade, enquanto os povos indígenas estão na mata, vivem às margens da BR-174 e não interferem no Município da fronteira.

O Município de Pacaraima está na fronteira entre Brasil e Venezuela. De um lado está o Município de Pacaraima; do outro, Santa Helena do Uiarén.

Sr. Presidente, chamo a atenção para o fato. É necessário obter melhores condições para nosso Município.

Os recursos liberados para o Amazonas vão ge-rar 1.073 novos empregos, mas os demais Estados que fazem parte da Amazônia Ocidental não têm a mesma perspectiva de novos empregos, principal-mente o Estado de Roraima. Parece haver determi-nação internacional a fim de que não haja progresso naquela região.

Enquanto tivermos voz, vamos cobrar do Governo do Presidente Lula o descontingenciamento de recur-

sos para a SUFRAMA, recursos que foram retidos há 3 anos, e não há investimentos. Vários projetos prontos, não somente em Roraima, mas também, tenho certe-za, no Acre e em Rondônia, aguardam recursos para serem colocados em prática. Espero que realmente chegue o dia em que isso venha a acontecer. Quem sabe possamos ter esse presente de Natal?

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Concedo

a palavra ao Sr. Deputado Rogério Teófilo.O SR. ROGÉRIO TEÓFILO (PPS – AL. Pronun-

cia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há mais de 2 anos, quando iniciei o meu mandato de Deputado Federal aqui em Brasília, optei por fazer parte da Comissão de Educação e Cultura e assumi o propósito de lutar pela interiorização da Uni-versidade Federal de Alagoas, porque acredito que é através da educação que se processa o desenvolvi-mento de uma cidade e de sua população.

A princípio, esse sonho de um professor univer-sitário parecia meio distante, mas resolvi torná-lo re-alidade. Apresentei requerimento à Mesa Diretora da Câmara e indicação ao Ministério da Educação, para que fosse implantado o primeiro campus da UFAL no interior alagoano.

Mantive audiências com técnicos do Ministério da Educação; solicitei projeto técnico da Universidade Federal de Alagoas, para ter embasamento concreto a apresentar à Secretaria de Educação Superior do MEC; e, preocupado com o lado financeiro, apresentei emendas ao Orçamento da União.

Busquei e consegui apoios importantes a esse projeto, desde o da equipe da Universidade Federal de Alagoas, até o dos técnicos do Ministério da Edu-cação e da bancada alagoana na Câmara, bem como do Presidente do Senado, Renan Calheiros, dos de-mais Senadores alagoanos, do Prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, e dos demais Prefeitos dos Municí-pios beneficiados com esse projeto.

O campus da UFAL em Arapiraca, para atender a toda a região, deveria ter pólos em outros Municípios, conforme está discriminado no projeto de interiorização da Universidade Federal de Alagoas, aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Ministério da Educação com o campus e seus respectivos pólos.

Desta forma, o campus universitário de Arapi-raca será implantado com 16 cursos, sendo que 11 funcionarão no Município: Agronomia; Enfermagem; Zootecnia; Ciência da Computação; Educação Física; Administração; Física – Licenciatura; Biologia – Licen-ciatura; Matemática – Licenciatura; Química – Licencia-tura; Arquitetura. E outros 5 cursos serão distribuídos nos pólos localizados nas cidades de Palmeira dos

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Índios (Serviço Social e Psicologia); Penedo (Turismo e Engenharia de Pesca); e Viçosa (Veterinária); para atender aos alunos de cada região, que não precisa-rão se deslocar para a Capital, a fim de fazer um curso universitário federal.

O sonho da interiorização da UFAL foi concretiza-do no dia 14 de setembro, no gabinete do Ministro da Educação, quando foi assinado o convênio definitivo para a implantação do campus de Arapiraca e de seus respectivos pólos. À solenidade estiveram presentes, além do Ministro da Educação, Fernando Haddad, a Reitora da Universidade Federal de Alagoas, Ana Day-se, a bancada alagoana na Câmara, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, demais Senadores, Prefeitos das cidades beneficiadas e este Deputado.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Passa-

se ao

V – GRANDE EXPEDIENTEConcedo a palavra ao Sr. Deputado Benedito

de Lira. O SR. BENEDITO DE LIRA (PP – AL. Sem revi-

são do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna tratar de assunto que considero da maior importância para o País. O lugar onde vivemos, onde são criados os nossos filhos e onde as pessoas convivem permanentemente são os Municípios. Quero conversar nesta tarde sobre alguns aspectos que dizem respeito à vida dos Municípios brasileiros.

O tema que abordo merece profunda reflexão e acurada análise da classe política, dos dirigentes públi-cos, dos empresários, dos trabalhadores, da imprensa e de todos os demais segmentos da sociedade civil organizada do País. Trata-se do papel dos Municípios no contexto da atual Federação brasileira.

O Município é a única realidade concreta da Fe-deração. Os Estados, o Distrito Federal e a União são instrumentos jurídicos de conveniência, criados para viabilizar a administração de grandes extensões terri-toriais deste País de dimensões continentais. É no ter-ritório dos Municípios que verdadeiramente as pessoas vivem, residem, trabalham, estudam e se divertem, pois ninguém mora nos Estados ou na União.

Entretanto, apesar de essa realidade ser do co-nhecimento de muitos e de ocorrerem reiteradas ma-nifestações e discursos a favor dos Municípios em variados fóruns, continua-se a conviver no Brasil com um Estado excessivamente centralizado do ponto de vista político, gerencial, tributário e financeiro.

Muito embora a pirâmide populacional do País tenha sido fortemente invertida nos últimos 70 anos, passando de três quartos de habitantes que vivem no

campo para cerca de pouco mais de 20%, atualmente, apesar da acentuada concentração urbana, ainda não se instrumentalizaram os entes federados para enfren-tarem essa nova realidade, reveladora da importância do Município no sistema político, econômico e admi-nistrativo contemporâneo.

O Brasil ainda não despertou para a necessidade de uma reorganização institucional que situe o Muni-cípio no verdadeiro patamar de sua realidade social, econômica e jurídica.

Embora se defenda nos discursos que os Muni-cípios devem ser posicionados como entidades indis-pensáveis para a satisfação das necessidades mais imediatas e o meio mais idôneo para a participação cidadã nas decisões que afetam a comunidade, o dia-a-dia da quase totalidade dos cerca de 5.700 Mu-nicípios brasileiros é marcado por circunstâncias de centralização exacerbada da União nos aspectos nor-mativos, especialmente quanto à questão tributária e administrativa, em detrimento da autonomia do regi-me municipal.

Por outro lado, a administração dessas munici-palidades apresenta ainda as seguintes característi-cas e problemas.

No que se refere aos aspectos políticos: debilidade de suas funções, em virtude de o Go-

verno Federal ter assumido as mais importantes, com prejuízo da autonomia municipal;

ausência de mecanismos adequados de plane-jamento e coordenação entre os Governos Federal, Estaduais e Municipais;

criação de número excessivo de Municípios com total incapacidade econômica e de gestão;

subordinação do interesse comunitário a interes-ses político-partidários.

No que se refere aos aspectos econômicos:empobrecimento progressivo dos Municípios e

de sua população; maior dependência municipal do Governo Federal

e dos Governos Estaduais; atraso tecnológico.No que se refere aos aspectos administrativos: ausência de capacitação dos recursos humanos; alta taxa de rotatividade de servidores; remuneração inadequada; baixo nível de escolaridade e de capacitação dos

recursos humanos;estrutura e funcionamento organizacional ina-

dequado das Prefeituras e das Câmaras de Verea-dores;

ineficácia na prestação de serviços.No que se refere a suas relações com a comu-

nidade:

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53136 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ausência de mecanismos de participação dos munícipes na tomada de decisões;

não-atendimento das primordiais necessidades do povo.

O Governo Lula, em momento de absoluta luci-dez, criou o Ministério das Cidades. Qual a finalidade desse órgão público da administração federal? Orien-tar, cuidar, organizar, investir os recursos públicos na infra-estrutura básica indispensável à convivência e à vida da sociedade.

Já era chegada a hora de o Poder Público Federal instituir o Ministério das Cidades e colocar questões tão importantes nas mãos de um dirigente com co-nhecimentos, experiências, tirocínio político e espírito público necessários para enfrentar problemas que há tanto tempo afligem grande parte dos mais carentes do País.

O Ministério é novo. Passou por lá o Ministro Olívio Dutra, que organizou, estruturou aquela Pasta e deu seqüência aos trabalhos. Mas as coisas não ca-minharam com a rapidez que a sociedade brasileira, os Municípios exigem daqueles que ocupam cargos na administração pública federal.

Com a saída do Ministro Olívio Dutra, assume o Ministro Márcio Fortes, homem público de grande es-tirpe, dono de riquíssimo currículo. S.Exa. veio, então, preencher essa lacuna para a honra do meu partido, o Partido Progressista, que dá total apoio às medidas tomadas por aquela Pasta. Brilhante advogado e diplo-mata de carreira, servidor público com relevante folha de serviços prestados, teve expressiva atuação no Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no qual foi Secretário-Executivo, na gestão do então Mi-nistro Pratini de Moraes, tendo ocupado interinamente o cargo de Ministro por várias vezes. Foi, concomitan-temente, Presidente dos Conselhos de Administração da EMBRAPA, da CONAB e da CEAGESP.

Já no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, neste Governo, colaborou com o competente Ministro Luiz Furlan, exercendo o impor-tante cargo de Secretário-Executivo.

Aproveito a oportunidade para destacar a atua-ção do Ministro Márcio Fortes à frente do Ministério das Cidades. Com pouco tempo no cargo, S.Exa. já demonstra competência e tino gerencial no trato das questões mais relevantes daquela Pasta.

Em conjunto com o Ministério da Fazenda, por meio da Portaria Interministerial nº 335, de 29 de se-tembro de 2005, instituiu o Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH –, cujo principal objetivo é tornar acessível, aos segmentos populacio-nais de baixa renda, moradia digna, por meio de opera-

ções de financiamento ou parcelamento habitacionais de interesse social.

Na minha concepção, é o mais importante pro-grama social do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Por quê? Por meio dele aqueles que vivem nos mais diver-sos rincões deste País – nas encostas, nas favelas, em casas de lona, embaixo de pontes ou de pés-de-pau – podem aspirar à casa própria.

O PSH tem levado suas ações aos mais carentes. Durante alguns meses não se falou na sua continuida-de. O Ministro Márcio Fortes, em contato permanente com o Ministério da Fazenda, pretende colocar em leilão, até o final deste ano, cerca de 60 mil unidades habitacionais, número ainda insignificante. Mas tenho certeza absoluta de que, no exercício de 2006, o Go-verno vai aportar mais recursos para construir 20 ve-zes essa quantidade.

Sr. Presidente, já foi editada portaria que fixa para o dia 11 próximo um leilão de 30 mil unidades. O Ministério das Cidades teve a preocupação, junta-mente com o da Fazenda, de construir o maior número possível dessas habitações populares no Nordeste, a mais pobre e carente região brasileira. É evidente que o Norte também deve receber grande número para que os pobres, que não podem pagar aluguel, que moram, repito, em casas de lona, em calçadas, embaixo de árvores, possam dizer, com dignidade: “Esta casa é minha e da minha família”. Neste instante, congratu-lo-me com o Ministro Márcio Fortes pelo trabalho que desenvolve.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não é necessário ressaltar o grande déficit habitacional do País. Ele é de conhecimento do todos. Por isso, exalto a atitude do Ministro das Cidades, que, sensível ao drama de milhões de brasileiros, apresenta esse plano para mi-norar a carência de moradia nos Municípios.

S .Exa. editou recentemente a Portaria nº 468, que institui grupo de trabalho com o objetivo de acelerar a liberação de processos que aguardavam análise de técnicos do Ministério, a maior parte voltada para obras no setor de saneamento nos Municípios, os relatórios denominados Síntese de Projeto Aprovado – SPA. Tais relatórios visam facilitar e dar maior celeridade à implementação de projetos de infra-estrutura em prol dos Municípios brasileiros.

Todos sabemos que há volume considerável de emendas apresentadas por Parlamentares ao Orça-mento da União para os mais diversos Municípios, em vários Ministérios. Os empenhos começam agora, e o número de projetos cresce extraordinariamente. Só vão receber verba para execução das pequenas obras aqueles que efetivarem e concluírem seus projetos. Mas, ao chegar a esta Casa ou à Caixa Econômica

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Federal, por serem poucos os servidores que analisam os aspectos legais, as emendas não são pagas e os recursos não são transferidos.

Pois bem, o Ministro Márcio Fortes – e que sua atitude sirva de exemplo para outros – criou grupo de trabalho para agilizar a análise e homologação de projetos resultantes de emendas parlamentares já aprovados pela Caixa Econômica Federal. Antes do final do ano, eles estarão devidamente analisados e aprovados para que os recursos sejam liberados e encaminhados aos Municípios para a execução das obras. Muitos pensam que apenas as obras faraônicas são relevantes, mas as menores são de importância significativa para a vida dos munícipes.

O grupo de trabalho vai examinar as SPAs elabo-radas pela Caixa Econômica Federal sobre a viabilidade técnica dos projetos apresentados pelos Municípios. Cabe ainda a ele avaliar a funcionalidade dos projetos e aprovar a liberação dos investimentos. Estima-se o repasse imediato de aproximadamente 150 milhões de reais com o programa ora implementado.

Estou convicto de que em pouco tempo o Gover-no vai colher os frutos das providências tomadas. Ao oferecer habitação digna às famílias mais carentes e ao implementar com maior celeridade projetos de infra-estrutura nos Municípios, ele leva a verdadeira justiça social ao povo. As famílias vão ficar mais bem estru-turadas e com perspectivas de dias melhores; enfim, vão ter mais forças para lutar por seus anseios e mais orgulho e consciência de sua cidadania.

São iniciativas como essa que nos fazem acredi-tar num futuro melhor para o Brasil e o povo brasileiro. Certamente, eles merecem.

Sr. Presidente, aproveito o ensejo para também me congratular com o Sr. Presidente da República pelas importantes obras que acaba de entregar por meio do Governo Estadual de Alagoas: o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e um centro de convenções, abrindo nossas portas para o turismo nacional e internacional.

Sem nenhum demérito para os demais Estados do Nordeste, Alagoas é um pedaço de terra da melhor qualidade, onde há paisagens muito bonitas. Detém grande potencial turístico, e só faltavam os instrumen-tos públicos.

Espero que o Governo Federal continue o trabalho que tem feito em Alagoas de melhoria das estradas. V.Exa., Deputado João Caldas, tem consciência dis-so. As rodovias federais que cortam o Estado não têm um buraco. Por isso, devo fazer justiça ao Presidente Lula, porque os outros nunca tiveram essa preocupa-ção. O Estado está, nesse particular, bem servido. E há maior volume de recursos para outras obras: de

Carié a Santana do Ipanema, de Palmeira dos Índios a Maceió, as estradas, que têm cerca de 40 anos, estão sendo recuperadas.

Sr. Presidente, deixo apelo desta tribuna ao Go-vernador de Alagoas para que faça o dever de casa no que diz respeito à febre aftosa. Alagoas ainda vive num circuito em que a doença é desconhecida.

Estamos atravessando um momento de muitas dificuldades no Brasil. Como bem disse o Ministro, hou-ve uma despreocupação do Governo, dos empresários e dos criadores, a ponto de surgirem mais de 20 focos da doença em Mato Grosso do Sul, Paraná e outras Unidades da Federação. À guisa de exemplo, Alagoas há quase 9 anos não tem um caso de aftosa.

É preciso, portanto, Deputado João Caldas, que o Governador encaminhe à Assembléia Legislativa projeto de lei para criar condições necessárias e in-dispensáveis para a pecuária. Sergipe e Bahia já fe-charam suas barreiras. Provavelmente, nos próximos dias ou meses, Pernambuco vai fazer o mesmo. Assim, Alagoas, que hoje exporta genética de qualidade de gado nelore para o País, vai ficar isolada.

Ontem, ouvi no Canal Rural o comentário de um grande criador brasileiro, que teceu os mais rasgados elogios às matrizes da raça nelore alagoanas. Ele citou muito bem os irmãos Barros Correia, orgulho para todos nós. Mas é preciso que o Governador faça sua parte com urgência, para que não fiquemos isolados.

Neste instante significativo, quero registrar que acreditamos no Brasil e na República, porque nela vivemos. Acreditamos nos Municípios. Tenho certeza absoluta de que o Ministério das Cidades, na pessoa do Ministro Márcio Fortes, vai fazer todo o possível para que os mais carentes, localizados nas Regiões Norte e Nordeste, tenham o maior volume de recur-sos para investir em habitação, infra-estrutura e sane-amento básico.

Se o Governo pensar bem, perceberá que, inves-tindo em saneamento básico, vai gastar muito menos com saúde pública. Já deveria ter feito isso não apenas este, mas também os anteriores.

Neste instante, deixo apelo ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Ministro Antonio Palocci a fim de que liberem recursos às cidades brasileiras onde existe perspectiva de desenvolvimento, de crescimento e de turismo para que os habitantes tenham condições dignas de vida.

Liberem os recursos para os Municípios brasi-leiros, porque é onde vivemos, é onde nossos filhos crescem, é onde a Nação se desenvolve e pode al-cançar prosperidade.

Muito obrigado.

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53138 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Dando se-qüência ao Grande Expediente, concedo a palavra ao Sr. Deputado Antonio Carlos Mendes Thame. S.Exa. dispõe de 25 minutos.

O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB – SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão de Justiça e Paz da CNBB coordenou, entre 1997 e 1999, um vitorioso movimento, que empolgou o País, colhendo mais de 1 milhão de assinaturas de apoio ao primeiro projeto de iniciativa popular depois da Constituição de 1988.

O projeto de lei, que visava combater a corrupção nas campanhas eleitorais, foi aprovado em setembro de 1999 e transformou-se na Lei nº 9.840. A partir de então, candidatos flagrados na compra de votos, o que caracteriza abuso do poder econômico, tiveram o registro ou diploma cassado em tempo hábil, sem direito aos subterfúgios protelatórios que até então postergavam por anos o julgamento final das ações judiciais, impossibilitando, na prática, a condenação de corruptos.

A forte e contagiante motivação que gerou esse esforço nacional era muito clara: campanhas corruptas permitem que se elejam candidatos corruptos; eleitos corruptos farão administrações corruptas. Portanto, para tentar extirpar o mal pela raiz, na origem, é preci-so acabar com a corrupção nas campanhas eleitorais. E, como os recursos para a compra de votos nunca são contabilizados, o caixa 2 está, por isso, umbili-calmente ligado ao abuso do poder econômico, que desequilibra a concorrência e frauda o resultado das eleições, desvirtuando o sentido do voto, que deixa de expressar o poder dos cidadãos de escolher seus representantes no Governo. A eleição se transforma num negócio, em que candidatos inescrupulosos se aproveitam das carências populares e conseguem votos dos mais pobres pela satisfação de suas neces-sidades mais imediatas.

Essa conduta se torna ainda mais perversa na medida em que interessa a esses políticos manter esses pobres como verdadeiro exército de reserva, convocado a cada eleição para manter no poder os mesmos corruptos. Por isso não se pode fazer vista grossa, não se pode admitir o caixa 2 nas companhas eleitorais, aceitando-o com naturalidade.

O movimento vitorioso que redundou na aprova-ção da Lei nº 9.840, em setembro de 1999, efetiva e concreta contribuição para nossa legislação eleitoral, foi coordenado pelo Prof. Francisco Whitaker, renomado militante do PT e Presidente da Comissão de Justiça e Paz da CNBB. Na época, o PT apregoava ser um partido completamente diferente dos demais, muito melhor, por representar a ética na política.

Na reunião da Comissão de Constituição e Jus-tiça da Câmara dos Deputados, em 8 de setembro de 1999, o Deputado do PT José Dirceu foi enfático:

“Chamo a atenção de V.Exas. para a gra-vidade a que chegou a compra de votos no Brasil. Acredito que, apesar dos senões que podem ser apresentados, o problema maior, mais grave e escandaloso que depõe contra a democracia, que vai macular e que pode inviabilizar, inclusive o processo político-elei-toral brasileiro, é a avassaladora influência do dinheiro nesse processo”.

Paradoxalmente, hoje estamos vendo exatamen-te o inverso. Em 15 de julho passado, o Presidente da República, em entrevista concedida em Paris, foi o primeiro integrante do PT a revelar que o seu partido fazia caixa 2, ou seja, não contabilizava recursos nas campanhas. Revelou a fraude com naturalidade, enfa-tizando que, no Brasil, todos sistematicamente assim faziam. Com essa declaração, o Presidente Lula des-disse o que os petistas sempre afirmaram: que o PT era diferente, melhor que os demais partidos. Agora, o Presidente quer expressar exatamente o contrário: os integrantes do PT, diz S.Exa., não são piores que os membros dos demais partidos, são exatamente iguais. Por outro lado, corrupção eleitoral não é nada assim tão grave, pois todo mundo a pratica.

Ricardo Berzoini, candidato a Presidente Nacional do PT pelo denominado Campo Majoritário, venceu a disputa. Em entrevista recente ao jornal O Estado de S.Paulo, fez uma ginástica mental para explicar a si-tuação. Vejam a ginástica:

“A Justiça apura legalidade ou ilegali-dade, enquanto que o partido político apura quebra do decoro ou ética partidária”.

Berzoini tenta explicar que legalidade ou ilega-lidade é diferente de quebra de decoro ou ética par-tidária. Diz ele:

“Cometer uma ilegalidade não fere ne-cessariamente o decoro ou a ética partidária. Não há qualquer prova de corrupção. Assun-ção. Sim, assumimos o caixa 2, que é uma ilegalidade, mas não é corrupção”.

Caixa 2, na opinião de Berzoini, não é corrupção. É surpreendente, quase inverossímil, ouvir um dirigen-te do PT, partido que sempre defendeu a bandeira da moralidade, dizer que ilegalidade não é corrupção, que ilegalidade não fere a ética, não fere o decoro.

Alegar que é mera ilegalidade, que não fere a ética ou o decoro utilizar os 10 milhões que saíram de contas secretas do exterior para pagar os serviços

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53139

do publicitário Duda Mendonça ou destinar mais de 50 milhões das empresas do publicitário Marcos Va-lério, comprovadamente depositados em contas de políticos, por ordem do tesoureiro do PT, para pagar gastos não contabilizados de campanhas eleitorais, tem, na verdade, um objetivo claro: minimizar a gravi-dade dos crimes cometidos, já que as punições para as infrações eleitorais são imensamente mais leves do que as previstas para crimes contra a ordem tributária, contra o sistema financeiro ou crimes como sonega-ção fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilhas.

A tese do PT de que se trata1 apenas de ilegali-dade eleitoral se baseia num tripé: primeiro, que nesses desvios de recursos não se mexeu no dinheiro público; segundo, que a corrupção se atém somente ao período ou a gastos ocorridos nesse período; terceiro, que o crime não envolve o Governo, está adstrito ao PT.

Ora, hoje foi publicada na Folha Online afirmação do Relator da CPMI dos Correios, Deputado Osmar Serraglio, de que Marcos Valério recebeu 58 milhões de reais de uma empresa ligada ao Banco do Brasil, a VISANET. E vejam o que ele fez: recebeu esse valor em 2 vezes. Na primeira, deram-lhe 35 milhões de re-ais, e procedeu-se à aplicação de 10 milhões de reais no BMG. O que é uma aplicação? Retirou 10 milhões dos 35 milhões de reais e aplicou-os para render juros no BMG. Ato contínuo, o BMG emprestou os mesmos 10 milhões de reais a Marcos Valério, e eles foram transferidos ao PT. Na segunda vez, Marcos Valério recebeu 23 milhões de reais da VISANET, que ope-ra com o Banco do Brasil. Dos 23 milhões, fez uma aplicação, para render juros, de 19 milhões de reais no BMG, que, ato contínuo, emprestou-os de volta ao empresário para repassá-los ao PT ou a pessoas in-dicadas pelo tesoureiro do partido.

Portanto, trata-se de operações camufladas. Não são verdadeiros empréstimos. São operações casadas de investimentos versus empréstimos. E divulgam-se apenas os empréstimos para dar a idéia de que era dinheiro emprestado para financiar campanhas elei-torais.

A situação é grave e ajuda a demolir o tripé apre-sentado pelo PT. Ou seja, há recursos públicos, da VI-SANET, que opera com o Banco do Brasil.

Segundo , a corrupção não é eleitoral, é comple-tamente fora do período eleitoral. Em terceiro lugar, o crime não está adstrito ao PT, envolve inexoravelmente o Governo. Não se tiram 58 milhões de uma empresa ligada ao Banco do Brasil sem uma ação de Governo. Ainda mais que a Secretaria de Comunicação centra-lizou todas as decisões, concentrou o poder de forma absoluta no que se refere à autorização da publicidade

das estatais, das empresas e companhias mistas, de todos os órgãos ligados ao Governo Federal.

Portanto, trata-se de gravíssima situação, que precisa ser investigada. Espera-se que nos próximos dias a CPMI dos Correios faça relatório detalhado sobre essas movimentações das contas de Marcos Valério.

Mas tudo isso que estamos vendo, esse tenebro-so quadro de denúncias de corrupção disseminada, endêmica, que envolve o Governo Federal, não deve-ria constituir surpresa. Afinal, o próprio ex-Presidente do PT, José Genoíno, deu a senha lá atrás, anunciou que isso poderia vir a ocorrer, quando afirmou textu-almente, no artigo Os intelectuais e o Governo Lula, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, em 21 de junho de 2003:

“Na teoria,” – na teoria – “é possível dar-se uma liberdade maior para sustentar posições a partir de convicções e princípios” – o grifo é nosso. “Na prática política, principalmente no Governo, a liberdade de convicções e a própria vontade são limitadas pelo senso de respon-sabilidade que os agentes precisam ter”.

Compara convicções a responsabilidade, compa-ra a ética de convicções à ética de responsabilidade. Em outras palavras, Genoíno explicitava que, duran-te a existência como partido na oposição, o PT fora ferrenho adepto da ética da convicção. Agora, porém, que assumia o Governo, optava pela ética da respon-sabilidade.

Max Weber escreveu:

“A ética da convicção embute uma abor-dagem de princípios, enquanto que a ética da responsabilidade utiliza a abordagem da fina-lidade. Na ética da convicção, as ações são justificadas por leis morais, que não toleram desvios, ou são justificadas por ideais de vida coletiva. A ética da convicção tem caráter ab-soluto, apresenta-se de forma incondicional e presume que suas obrigações possuem caráter universal, princípios que valem para todos.

Por outro lado, na ética da responsabilida-de justificam-se os atos pelas conseqüências, as quais deveriam promover o máximo bem ao maior número de pessoas. A abordagem da fi-nalidade, seguindo a ética da responsabilidade, determina que se obtenham resultados, custe o que custar, pois as ações são legitimadas pela grandiosidade dos fins”.

Em outras palavras, tudo é válido, desde que seja para trazer o máximo de felicidade ao maior número possível de pessoas. As atitudes respaldadas na ética da responsabilidade repousam na complacência frente

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53140 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

às transgressões das normas morais. Quem a pratica tende a fugir ao dever e à lei, mas justifica suas ações alegando que se deve lançar mão dos meios dispo-níveis, ainda que escusos, para evitar que o mal ven-ça e prevaleça. Ou seja, para atingir fins bons, seria obrigado a recorrer a meios moralmente desonestos ou perigosos.

No fundo, seria essa a alegação do PT, já preco-nizada pelo seu ex-Presidente, em 2003, para justificar a rede de corrupção generalizada e sistêmica que se montou no atual Governo, em escala jamais vista?

É bom lembrar as palavras do próprio Max We-ber:

“Nenhuma ética do mundo é capaz de nos dizer em que momento e em que medida um fim moralmente bom justifica meios de-sonestos”.

A esse respeito, quais seriam esses fins moral-mente bons, defendidos pelo PT para justificar tama-nha corrupção? Qual o programa de governo do PT? Qual o projeto para diminuir desigualdades sociais e regionais? Qual o projeto para eliminar a pobreza ab-soluta? Qual a proposta para induzir o País a fazer investimentos em infra-estrutura que garantam firme crescimento? Qual a proposta do Governo para realo-car a carga tributária de forma a melhorar a distribui-ção de renda, diminuir a desigualdade neste País de tamanhas diferenças? Qual a proposta para aumentar a competitividade do Brasil, reduzir a informalidade, diminuir a injustiça tributária? Quais as propostas e políticas industriais para gerar novas especializações em setores dinâmicos da economia? Quais as pro-postas para abrir mercados e derrubar fronteiras aos produtos agrícolas brasileiros?

Tudo isso não se vê. O resultado é o que obser-vamos quando se faz levantamento dos índices de crescimento relativos, não absolutos. É uma análise em que se compara o crescimento de um país à mé-dia mundial. Se ele cresce acima dessa média, diz-se que houve desenvolvimento; se abaixo, se o índice é negativo, diz-se que há subdesenvolvimento, que está se desenvolvendo abaixo da média.

O professor de Economia Internacional Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comparou os índices de desenvolvimento de cada país aos da economia mundial, de 2003 a 2006. E o brasileiro ficará 1,4% abaixo da média, ou seja, 1,4% negativo. É o terceiro pior resultado desde 1901. Portanto, há 104 anos o Brasil só cresceu menos, em termos relativos, 2 vezes: no Governo João Goulart, quando o índice foi 1,5% negativo, e no Governo Fernando Collor, quando

chegou a 3,5% negativos. Em todas as outras situa-ções a posição relativa do Brasil foi melhor.

Portanto , nem mesmo a idéia de crescimento pujante da economia, com distribuição de renda, com melhora da condição de vida do mais pobre, tirando-o definitivamente da pobreza – o que nem o Fome Zero consegue fazer –, de promoção de desenvolvimento, nem isso se consegue.

Tudo isso mostra que não há um projeto, não há uma proposta para o País. À crise moral se soma a abulia administrativa, pela facilidade com que as coi-sas públicas foram tomadas de assalto, o que revela fragilidade das instituições e mostra a necessidade de mudar a legislação para evitar saques como esses que estamos vendo nas últimas semanas, nos últimos meses e, acima de tudo, para que o Brasil resgate a dignidade, a legitimidade e a honorabilidade de suas instituições, redirecionando-se rumo a uma socieda-de mais justa, como desejam todos os que acreditam no bem comum.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (João Caldas) – Concedo

a palavra ao nobre Deputado Afonso Hamm, do PP do Rio Grande do Sul.

O SR. AFONSO HAMM (PP – RS. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é motivo de grande satisfação, tendo assumido há ape-nas 30 dias mandato nesta Casa, falar pela primeira vez no período do Grande Expediente, espaço que oferece oportunidade para o debate de assuntos do maior interesse do País. Por isso, o tema que escolhi é de muita importância para a extensão rural do Rio Grande do Sul e do Brasil.

E, quando falo em extensão rural, não me refiro apenas à transferência de tecnologia, ao aumento de produção ou de produtividade, mas à concepção de atuação social no campo.

Venho da empresa ASCAR-EMATER do Rio Grande do Sul, que completa 50 anos de trabalho em favor sobretudo da pequena propriedade, da agricul-tura familiar. Com meio século de extensão rural, a ASCAR é referência para o Brasil e para o serviço de extensão rural. E conheço com profundidade a atuação do serviço de extensão e assistência técnica e social porque fui Superintendente Administrativo e Financeiro da empresa durante os 3 últimos anos.

Antes de apresentar alguns indicativos da impor-tância da ASCAR-EMATER, que passa por dificuldades no reconhecimento como filantrópica, ouço o Deputado Orlando Desconsi, também do Rio Grande do Sul, que está ansioso por fazer um registro.

O Sr. Orlando Desconsi – Muito obrigado, Depu-tado Afonso Hamm. Sr. Presidente, registro a presença

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53141

do Prefeito de Santo Ângelo, Eduardo Debacco Loureiro; do Presidente da 12ª FENAMILHO, Gilberto Pacheco; das respectivas esposas e da Rainha e das Princesas da Feira, respectivamente Juliana Bielohoubek, Bianca Radaeli e Morgana Moraes Garcia, que representam a beleza da mulher gaúcha e missioneira, em espe-cial de Santo Ângelo. A 12ª FENAMILHO acontecerá de 12 a 20 de novembro, em Santo Ângelo. Estive-mos há pouco com o Presidente Lula, que recebeu em mão o convite da comitiva oficial da FENAMILHO. Agradeço ao Deputado Afonso Hamm, que desde já, por ser gaúcho e Deputado Federal pelo Rio Grande, está convidado a participar da Feira. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. AFONSO HAMM – Quero apresentar-me como parceiro. E não poderia ser diferente, Deputado Orlando Desconsi, Prefeito de Santo Ângelo, Rainha, Princesas – a propósito, a beleza da mulher gaúcha está muito bem representada – e Coordenadores da FENAMILHO, afinal, o milho é o grão mais importante na conversão e reconversão produtiva. Gaúcho e apre-ciador das grandes festas, estarei presente a essa que Santo Ângelo faz com muita propriedade.

Sr . Presidente, retornando ao tema de meu dis-curso, ressalto a importância da ASCAR-EMATER, que vem trabalhando em busca da melhoria da qualidade de vida e da dignidade de quem vive no campo.

Com absoluta convicção, afirmo que ainda não co-nheci entidade social com tal capacidade de realização e execução de programas e projetos com reflexos ime-diatos e positivos junto às famílias de agricultores.

Agora no cargo de Deputado Federal e durante 3 anos no de Diretor Administrativo e Financeiro e Su-perintendente Administrativo dessas duas instituições, pude ter certeza de que no Rio Grande do Sul há meio século o homem do campo não está desamparado.

Em 2 de junho de 1955 nasceu, no Rio Grande do Sul, a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural – ASCAR, com o objetivo de promover o desen-volvimento da agricultura e o bem-estar da população do meio rural.

Em 1977, a ASCAR passou a atuar juntamente com a Associação Riograndense de Empreendimen-tos de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMA-TER-RS. A partir daí, sob a denominação ASCAR-EMATER, ambas as entidades executam a atividade oficial de assistência técnica e extensão rural no Rio Grande do Sul.

Desde 1988, a instituição assumiu o serviço de classificação e certificação, fazendo a rastreabilidade bovina e a certificação de produtos e processos na área de alimentos.

A ASCAR-EMATER, desde a sua criação como entidade civil de Direito Privado, incentivada pelo Go-verno Federal e com inserção constitucional, tem cum-prido sua missão como entidade privada preposta: a execução de tarefa de interesse público. Como prova disso, ainda em 1961, por meio do Decreto nº 50.632, a ASCAR foi considerada órgão de cooperação federal, e, em 1966, órgão de colaboração do Ministério da Agricultura para as atividades de extensão rural. No mesmo ano, também por meio de decreto, foi reco-nhecida como órgão de assessoramento técnico do Banco Central.

Mais recentemente, o Tribunal de Contas da União a considerou órgão idôneo para a aplicação de recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Foi reconhe-cida ainda a ASCAR como entidade pública federal e entidade pública estadual do Rio Grande do Sul.

Como se pode observar pelos títulos conferidos à ASCAR na qualidade de mandatária da extensão ru-ral, ela atua como entidade privada dentro de marcos conceituais de colaboração com o Poder Público. É uma entidade privada que atua em colaboração com setores públicos, com marcos de longa data reconheci-dos pela doutrina, pela legislação, pela jurisprudência e também por todo o contexto nacional. Por isso, vem recebendo sucessivas agregações, tanto conceituais como legislativas, que vêm ampliando seu horizonte de atividades.

Quanto à responsabilidade social, faço alguns comentários sobre a importância da atuação em ex-tensão rural do órgão ASCAR-EMATER. Em 2004, a ASCAR recebeu o certificado de responsabilidade social, conferido pela Assembléia Legislativa do Esta-do do Rio Grande do Sul. Esse título é concedido às mais destacadas entidades que atuam na área social no Rio Grande do Sul.

No momento, ela atua de forma compartilhada na execução de políticas públicas nas 3 esferas – federal, estadual e municipal. Na esfera municipal, é estratégi-ca e determinante.

No âmbito Federal, atua junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o Mi-nistério de Desenvolvimento Agrário e outros.

No âmbito estadual, há programas estratégicos, como o RS Rural, que visa principalmente dar algum alívio para as comunidades rurais localizadas nos cin-turões de pobreza e miséria decorrentes do abandono do Estado. Essas comunidades passam por processo de recuperação. Esse programa é feito em parceria com o Governo do Estado.

No que se refere aos Governos Municipais, a ASCAR-EMATER atua em 483 Municípios do Rio Grande do Sul, juntamente com Prefeituras, sindica-

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53142 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

tos, cooperativas, conselhos municipais, associações comunitárias, representações, enfim, com entidades municipais e microrregionais, fazendo parte do plane-jamento estratégico das ações de desenvolvimento do conjunto de Municípios por microrregião.

Destaco que essa atuação em 483 Municípios significa a cobertura de 97% do território do Rio Gran-de do Sul. Todos os Municípios agrícolas do Estado têm a assistência da ASCAR-EMATER no sentido mais amplo.

Temos hoje, entre os 483 escritórios, 44 unidades de classificação e certificação de alimentos para dar garantia a quem os consome.

Há também um laboratório de análise química e física dos alimentos; um laboratório de geoproces-samento, para identificar as microbacias, trabalho de grande importância do ponto de vista ambiental e de condução; 10 escritórios regionais, distribuídos em 10 grandes regiões, mapeando o Estado do Rio Grande do Sul; um escritório central, que é a sede administra-tiva em Porto Alegre; e 9 importantes centros de trei-namento, além de centros de referência, profissionali-zação e qualificação e capacitação de trabalhadores, produtores e formação de técnicos. Isso está fazendo diferença em termos de produtividade, renda e, prin-cipalmente, aspectos sociais.

O que faz a ASCAR-EMATER do Rio Grande do Sul? Quem realmente são os seus colaboradores? Hoje são 2.280 funcionários: engenheiros agrônomos, enge-nheiros florestais, zootecnistas, médicos, extensionistas veterinários, técnicos agrícolas, extensionistas na área social, classificadores, sociólogos, técnicos em infor-mática, enfim, vários profissionais das mais distintas áreas de competência, compondo esse quadro de alta qualificação que faz, com certeza, a diferença da ação da EMATER, que tem conseguido levar a ação social aos que dela mais precisam no meio rural.

Uma prioridade é a constante atualização. Pro-gramas de qualificação profissional fazem parte do planejamento e ocorrem anualmente, qualificando técnicos, professores, orientadores, enfim, quem pro-move a extensão rural, o conhecimento, a tecnologia e a condição de bem-estar.

Sr. Presidente, também me refiro aos números – e este é um dos pontos mais importantes de atuação da empresa. A quantificação de desempenho nesses números expressa a importância da ASCAR-EMATER em termos de ação social no campo. Na agricultura fa-miliar, temos no ano de 2005, o atendimento direto, em termos de beneficiários, de 395.429 homens, 281.246 mulheres e 66.092 jovens.

Também trabalhamos com públicos especiais: pescadores, assentados, quilombolas e indígenas,

que também temos no Rio Grande do Sul. São públi-cos importantes e essenciais. Pescadores são mais de 12 mil; assentados, quase 14 mil, quilombolas, 3.500; indígenas, 9.200. Portanto, são 782 mil os beneficiá-rios diretos do trabalho da extensão rural e assistência técnica na área essencialmente social no Rio Grande do Sul.

Ainda falando de números, a projeção dos anos de 2003, 2004 e 2005 é positiva no que diz respeito à atuação em prol das famílias de agricultores, essencial-mente pequenos agricultores e pecuaristas familiares. Passamos de 222 mil assistidos, em termos familiares, para 240 mil no ano passado. Este ano foram 248 mil famílias assistidas diretamente pelo serviço de exten-são rural. A grandeza desses números dá a dimensão dos 50 anos de atividade da assistência técnica através da ASCAR-EMATER.

O acesso ao crédito é importante para melhorar a renda. A ASCAR-EMATER contabilizou, de 2003 a 2005, liberação superior a 470 milhões. Mais de 63 mil famílias de pequenos agricultores foram assisti-dos pelo crédito, principalmente de custeio e a título de investimento.

Quanto à promoção social, a essência do traba-lho da ASCAR-EMATER do Rio Grande do Sul são as atividades promotoras de cidadania, de organização social, de saúde, de segurança alimentar, de melhoria da disponibilidade de alimentação das famílias e de melhor gestão ambiental.

Importante não esquecer, nos processos pro-dutivos, a sustentabilidade ambiental, o estímulo à organização de grupos de mulheres e de jovens ru-rais e também a melhoria do acesso às políticas dos Governos Federal e Estadual.

Ressalto programa que é referência para o Brasil no que diz respeito a atuação social efetiva nas comu-nidades rurais de alívio à pobreza: o RS Rural. Esse programa de alívio da pobreza já beneficiou até este momento 64 mil famílias de forma direta. Os recursos disponibilizados são de mais 144 milhões de reais em investimentos.

Mais de 2.034 projetos foram elaborados pela ASCAR-EMATER/RS. Com isso pode-se observar a dimensão, a grandeza e a importância dessa asso-ciação.

A ASCAR-EMATER/RS foi registrada no Conse-lho Municipal de Assistência Social de Porto Alegre e no Conselho Nacional de Assistência Social, sendo detentora do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, e faz parte da descentralização da assistência social, de conselhos estaduais e mu-nicipais.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53143

Poucos sabem, mas a atividade de assistência técnica e extensão rural e a isenção das entidades filantrópicas têm uma história comum. Nasceram jun-tas e, inclusive, a ASCAR está pré-qualificada, pelo Governo Federal no bojo da legislação instituidora da isenção, Lei nº 3.577/59, como entidade filantrópica merecedora de isenção.

O título de entidade filantrópica assemelha os hospitais beneficentes e as entidades executoras da extensão rural. Por essa razão, diz-se que entidades executoras da assistência técnica e extensão rural já nasceram filantrópicas, por força de lei.

O Poder Público proclamou a extensão rural ati-vidade de extrema relevância, uma vez que é a assis-tência social no campo.

O reconhecimento da legitimidade vem de longa data, tem meio século. A ASCAR-EMATER/RS, na qua-lidade de entidade filantrópica, é a garantia de futuro da assistência social e dos relevantes e vitais serviços prestados às famílias rurais.

São 50 anos de história da ASCAR-EMATER/RS. Em meio século alcançamos a maturidade. A institui-ção não envelheceu. Estamos de mãos dadas com a modernidade. Modernizamo-nos.

Orgulho -me de ter compartilhado longas jornadas de trabalho com a cooperação dos colegas extensio-nistas, na luta pela melhoria da qualidade de vida do homem do campo.

Ao prestar essa homenagem, parabenizo a AS-CAR-EMATER do Rio Grande do Sul, que cada vez mais é uma entidade eminentemente filantrópica, motivo de orgulho para os gaúchos. Com certeza, é referência altamente positiva para o Brasil.

Que o exemplo dessa instituição do Estado do Rio Grande do Sul seja efetivamente seguido pelos 4 cantos do País. Somente assim, teremos agricultura de futuro, políticas com início, meio e fim. Com o con-ceito de extensão rural atuando socialmente no cam-po, teremos mais dignidade, o corte do êxodo rural e, definitivamente, tanto as pessoas que vivem no campo quanto as que vivem na cidade, terão melhores condi-ções de vida e, principalmente, cidadania.

Era o que tinha a dizer neste ato de homenagem aos 50 anos da instituição ASCAR-EMATER.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Afonso Hamm, o Sr. João Caldas, 4º Secretário, deixa a ca-deira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Zico Bronzeado, § 2º do art. 18 do Regimen-to Interno.

O SR. PRESIDENTE (Zico Bronzeado) – Conce-do a palavra ao Sr. Deputado Pastor Frankembergen, que disporá de 25 minutos na tribuna.

O SR. PASTOR FRANKEMBERGEN (PTB – RR. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro que nos assiste pela TV Câmara, todos os anos passamos por novas provas e nos sentimos cada vez mais indefesos. Doenças antes desconhecidas agora nos apavoram. Estamos viven-ciando 2 novos surtos que causam preocupação em todo o mundo: o da gripe do frango e o da febre afto-sa. A segunda, embora não cause prejuízos à saúde do homem, enfraquece o comércio externo e causa pânico na população menos informada.

Mas não estou aqui para falar dessas doenças e, sim, de uma mais antiga, que, mesmo com o passar dos anos, nunca nos abandonou: a malária.

Foi em 1907 que Carlos Chagas começou seus estudos para o combate à malária, doença até então desconhecida, que fazia várias vítimas entre operários da Estrada de Ferro Central do Brasil no norte de Mi-nas Gerais. Chagas foi quem descobriu o hospedeiro da assustadora doença.

Depois de quase 100 anos da descoberta do hospedeiro e dos estudos de Chagas, a malária con-tinua a atacar, fazendo vítimas todos os dias, todos os meses, todos os anos.

A malária é a doença tropical e parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde, é supe-rada, em número de mortes, apenas pela AIDS.

Estima-se que cerca de 2,4 bilhões de pessoas, 40% da população mundial, convivem com os riscos de contágio da doença. Mais de 200 milhões de pes-soas adocem por ano, principalmente em países da África situados ao sul do Deserto do Saara, do Sudeste Asiático e no Brasil, onde a incidência da malária está concentrada nos Estados da Bacia Amazônica, com mais de 99% dos casos registrados.

Na África, aproximadamente 1 milhão morrem em conseqüência da doença. No Brasil, principalmen-te na região amazônica, são registrados cerca de 500 mil casos de malária por ano. Nos Estados da Bacia Amazônica, a incidência da malária não está homo-geneamente distribuída, incidindo prioritariamente em populações que vivem em condições insatisfatórias de habitação e trabalho.

A malária é perversa e se aproveita da fragilidade humana. Ela mata 1 criança a cada 20 segundos no mundo. De acordo com nova informação de pesquisa-dores do Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, grande percentagem de mortes infantis rela-cionadas à malária é atribuída à má nutrição e a de-

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53144 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ficiências de vitaminas. A revisão de dados recentes de regiões endêmicas de malária mostrou que, me-lhorando-se a nutrição infantil, pode-se prevenir mais doenças e mortes relacionadas à malária.

No meu Estado, Roraima, só este ano, já foram registrados cerca de 25 mil casos de malária, o que equivale a um aumento de 30%, se comparado com o mesmo período de 2004. Em 1999, foram registrados 36.238 casos e, em 2000, 35.902 casos.

Devido a sua ampla incidência e aos efeitos debi-litantes, a malária é a doença que mais contribui para a decadência do homem da região amazônica, além de reduzir os esforços das pessoas para desenvolver seus recursos econômicos, suas capacidades produ-tivas e a melhora de suas condições de vida.

Sr. Presidente, abro um parêntese para dar o meu testemunho. Também tive o desprazer de ser acometi-do pela malária. Talvez V.Exa. o tenha sido, por ser da região amazônica – sinaliza positivamente, afirmando que o foi por 2 vezes. Sofri durante 4 meses; tive ânsia de vômito, fui vítima de um derrame nos olhos, que me deixou com seqüelas. Eu tive sorte, porque mora-va na cidade, mas imaginem a dificuldade daqueles que trabalham em prol do Brasil e moram no meio da mata, no interior, no ponto mais longínquo do País, na fronteira com outros países.

A falta de infra-estrutura, de planejamento e de ações sanitárias são grandes aliados na propagação dessa terrível doença.

O desmatamento de áreas extensas, as agres-sões ao ambiente, a desorganização espacial e a con-centração de pessoal em condições sanitárias inade-quadas propicia a transmissão de doença, o que tem provocado o aumento da contaminação da malária. Os altos índices de pluviosidade, amplitude da malha hídrica e cobertura vegetal da Amazônia, aliados aos fatores sociais e ambientais citados, favorecem a pro-liferação do vetor e a exposição de grande quantidade de pessoas a essa doença.

Para se ter idéia da gravidade do problema, no período de 1999 a 2004, observou-se o aumento da incidência de malária de 18,6% para 23,7%, corres-pondendo a incremento de 27,4%, levando-se em conta essa proporção. Os Estados que mais contribu-íram para esse incremento foram Amazonas (11,5%), Amapá (272,6%), Maranhão (112,3%), Pará (19,2%) e Rondônia (22,5%).

A malária comove todo o mundo. Até Bill Gates, fundador da Microsoft, sensibilizou-se com a gravida-de do problema e prometeu 258,3 milhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento do combate à malá-ria, o que inclui fundos para se testar a primeira vacina contra a doença, a Mosquirix.

A ONU promoveu, no dia 9 de outubro deste ano, em Genebra, um evento chamado Unidos contra a malária e conseguiu arrecadar dinheiro suficiente para comprar 50 mil redes protetoras de cama, tratadas com inseticidas, para 2 áreas costeiras da Tanzânia. Inclusi-ve, o Ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil, foi um dos músicos que se apresentaram no show.

Segundo a ONU, por dia, cerca de 3 mil crianças morrem de malária no mundo. Esse trabalho é parte de um programa de força-tarefa que tem o objetivo de reduzir o sofrimento causado pela doença. Para dimi-nuir a incidência de óbitos nas nações acometidas pela doença, o grupo faz algumas recomendações:

aumentar o compromisso político de investir em soluções comprovadas: serviços de saúde essenciais devem ser vistos como bens públicos disponíveis gra-tuitamente para populações de países em desenvol-vimento;

implementar o pacote completo e integrado de medidas de controle da malária. Tais medidas incluem cortinados tratados com inseticidas, borrifação do-miciliar, diagnóstico precoce, tratamento efetivo com antimaláricos (tais como terapias combinadas com artemisinina), tratamento preventivo intermitente para gestantes, manejo ambiental, educação em saúde e conscientização, vigilância epidemiológica e sistemas de monitoria e acompanhamento;

fortalecer os sistemas de saúde, com foco na provisão, aos países endêmicos, da infra-estrutura em saúde, dos sistemas de monitoramento e dos serviços laboratoriais de que necessitam para garantir uma res-posta rápida e efetiva aos surtos de malária;

organizar comunidades para que participem co-letivamente no combate à doença (por exemplo, um programa na região de Tigra, na Etiópia, que treinou mães e avós para prevenir, diagnosticar e responder à doença – e forneceu remédios gratuitamente – redu-ziu em 40% o número de mortes entre crianças abaixo dos 5 anos de idade);

treinar e disponibilizar, para áreas endêmicas de malária, mais pessoal capacitado na implementação de técnicas comprovadas de prevenção, diagnóstico preciso e tratamento apropriado.

Sr. Presidente, esperamos que tais investimen-tos ocorram na nossa Amazônia, que está entregue à própria sorte. Sugestões feitas pela ONU devem ser aplicadas no Brasil. Essa força-tarefa concentra o seu trabalho no continente africano, pois é a região que mais sofre com a doença. Porém, nada nos impede de seguir essas recomendações para o combate à malária.

Sei que temos programas para combater a malária e que a incidência no Brasil baixou um pouco em alguns

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Estados, mas a situação ainda é grave. Não adianta apenas combater o hospedeiro, cuidar dos doentes e distribuir inseticidas. A malária está ligada às precárias condições de vida, à miséria, à falta de higiene, de sa-neamento básico. Precisamos atacar o mal pela raiz. Não podemos mais permitir assentamentos sem que haja projetos de saneamento e infra-estrutura básica. A população deve estar preparada para evitar a proli-feração do barbeiro, o grande malfeitor.

Devemos investir em saneamento, na educação de fiscais e agentes de saúde. Devemos nos conscienti-zar e proporcionar uma vida mais saudável aos nossos irmãos, com educação, saúde, alimentação adequada, saneamento e empregos com condições de segurança e higiene. Só assim poderemos reduzir o número de infectados e de óbitos causados pela malária.

Os brasileiros clamam por um País mais justo e menos desigual, onde todos tenham condições de vi-ver com dignidade, de alimentar a família, de levar os filhos à escola, de receber salários justos. Enfim, que-rem ver atendidos os seus direitos descritos no art. 6º da nossa Carta Magna, que assim estabelece:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a se-gurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”.

Continuaremos lutando para que a Constituição seja cumprida, para que seus preceitos não fiquem somente no papel. Precisamos vê-los efetivados, o que acontecerá quando os necessitados começarem a ser atendidos de fato.

As autoridades não devem agir de forma eleitorei-ra. Não me refiro somente ao Governo do Presidente Lula, mas também aos Governos anteriores, que tive-ram oportunidade de agir, e nada fizeram. Infelizmente, o Brasil hoje cresce desordenadamente. Mas espero que haja mudanças daqui para frente, principalmente diante dos dados que trago à tona.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passo agora a abordar outro assunto. Trata-se da tão falada e malfadada reforma política. Eu mesmo, por diversas vezes, tenho falado a respeito, mas, lamentavelmente, o que vemos são apenas conversas. Pelo que tenho acompanhado nesta Casa, o tema da reforma política tornou-se um grande imbróglio: um fala de um lado; outro, do outro. Todos os dias ouvimos alguém tratan-do da reforma política neste plenário; 90% dos Parla-mentares querem que ela seja aprovada. A população brasileira também espera que se faça uma reforma coerente. No entanto, vemos somente falácias e mais falácias, sem nenhum resultado.

Agora, o que me assusta e me preocupa é a re-forma política ser discutida nos bastidores, sem que os Parlamentares como um todo tomem conhecimen-to do que está sendo analisado. Mais uma Comissão foi instaurada para apresentar relatório sobre a PEC da reforma política, a fim de analisarmos o tema até 31 de dezembro. Que pontos estão sendo tratados? Quais são os principais tópicos dessa reforma? O que não se pode é, na última hora, tentar empurrar goela abaixo do Congresso Nacional uma reforma política que satisfaça apenas a alguns grupos.

Temos de atacar os problemas, saber de onde vêm essas idéias e que resultados trarão para o povo brasileiro. A sociedade não deseja uma decisão to-mada de última hora, mas, pelo andar da carruagem, no final do ano estaremos aqui, madrugadas adentro, debatendo para aprovar uma lei que não sabemos se efetivamente atacará os principais focos de corrup-ção, malversação do dinheiro público, abuso do poder econômico, base de toda sem-vergonhice que temos acompanhado.

Se não agirmos, tenho certeza de que a popula-ção brasileira, no ano que vem, tomará uma atitude, e muitos não voltarão para cá, pois são coniventes com determinadas ações.

Espero que o povo brasileiro não se deixe mais enganar. Se existe o corrupto, isso é porque o corruptor está agindo. Nas eleições acompanhamos claramente o abuso do poder econômico por parte daqueles que detêm melhores condições, que corrompem a consci-ência do povo brasileiro, principalmente a dos menos favorecidos, que passam anos e anos sendo engana-dos. Políticos fazem com que eles permaneçam à beira da miséria, ou mesmo na miséria, para que, quando chegar a época das eleições, possam trocar o seu voto por uma cesta básica, pelo pagamento de uma conta de luz ou por um botijão de gás.

Chamo a atenção do eleitor brasileiro, para que não caia mais nessa esparrela. Vote naqueles que está vendo que realmente têm uma ação coerente. O dever do Parlamentar é estar aqui procurando elabo-rar leis dignas que venham a satisfazer a necessida-de do povo e cobrar do Poder Executivo quando não executa a contento as ações que devem beneficiar o povo brasileiro.

Sr. Presidente, passadas todas essas questões que hoje estamos vivendo com as CPMIs, espero que nos possamos debruçar sobre a reforma política, a fim de evitar que, nas próximas eleições, o abuso do poder econômico seja o meio eficaz para que muitos retornem ao Congresso Nacional.

Tenho convicção de que, se o povo brasileiro não vender sua consciência, não se deixar enganar, virão,

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sim, para esta Casa representantes dignos. Aqui de-vemos ser porta-vozes de um povo que necessita de algo palpável, que traga resultados. Infelizmente não estamos vislumbrando nenhum benefício para esse povo carente, principalmente para aquelas pessoas que vivem à margem das grandes cidades, expulsas do seu hábitat.

Quantas pessoas que antes viviam no centro da cidade e, com o desenvolvimento e a falta de pers-pectiva e renda, venderam sua casa no centro e com-praram outra em um bairro mais distante. Quando não têm mais condições de viver ali, vendem a casa e vão para um bairro mais distante. Muitos estão vivendo nas periferias das grandes cidades, em más condições econômicas e de sobrevivência.

Espero que a população brasileira dê um basta a tudo isso.

Não venda seu voto, seja quem for. Seu voto é muito importante, porque pode trazer conseqüências positivas ou negativas.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Zico Bronzeado) – Con-

cedo a palavra ao nobre Deputado José Carlos Aleluia, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria. S.Exa. dispõe do prazo de até 7 minutos.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL – BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, Sras. e Srs. Deputados, quero falar hoje de crime e castigo, tema que tanto nos tem preocupado nesta Casa.

Pela imprensa, estamos acompanhando as de-núncias feitas pelo menos por 2 Deputados (Ricardo Izar e Antonio Carlos Magalhães Neto) e 1 Senador da República (Arthur Virgílio) de que tiveram seus telefo-nes grampeados e que pessoas ligadas ao Governo estariam bisbilhotando a vida de sua família.

Sr. Presidente, isso é crime. Só para recordar, no maior país democrático do mundo, os Estados Unidos, o Presidente Richard Nixon perdeu o mandato porque pessoas ligadas a ele espionaram os escritórios de campanha de seus adversários.

Levanto a questão apenas para lembrar a socie-dade brasileira que as acusações são extremamente graves, embora, no Brasil, de certa forma, estejamos nos acostumando a tratar práticas de grampo, espiona-gem e bisbilhotice como coisa corriqueira. Recordo-me de que o Presidente Itamar Franco foi grampeado, mas não tenho conhecimento de que os autores do crime estejam presos. Recordo-me de que o Presidente Fer-nando Henrique Cardoso também foi grampeado, mas não sei se os autores do crime estão presos. Agora, Deputados dizem que estão sendo grampeados. Isso é gravíssimo!

Sou membro, na condição de Líder da Minoria, da Comissão Mista de Controle das Atividades de In-teligência, formada quando da criação da ABIN, órgão de inteligência do Governo. Essa Comissão Mista é composta pelos Líderes da Maioria – que é o Líder do Governo – e da Minoria na Câmara dos Deputados; pelos Líderes da Maioria e da Minoria do Senado Fe-deral e pelos Presidentes das Comissões de Defesa Nacional das duas Casas, que se alternam na Presi-dência. Neste momento, o Presidente da Comissão é o Senador Cristovam Buarque, de Brasília.

Enderecei ao Senador Cristovam Buarque ofício datado de hoje pedindo que, em razão das denúncias apresentadas pelos Deputados Antonio Carlos Maga-lhães Neto e Ricardo Izar e pelo Senador Arthur Virgílio, convide o Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o General Jorge Armando Félix, para prestar esclarecimentos em conjunto – e este não convidado, mas convocado – com o Diretor-Geral da ABIN, Márcio Paulo Buzzanelli.

Penso ainda que a Comissão deve abrir um pro-cesso e colher, com os Deputados ACM Neto e Ricardo Izar e com o Senador Arthur Virgílio, os elementos de prova de que dispõem.

Não estou acusando o Governo de envolvimento nesses fatos, mas se eles forem comprovados, isso será tão ou mais grave que as outras denúncias de corrup-ção que envolvem o Governo do Presidente Lula.

A propósito, quero mencionar entrevista do Sr. Robert Mueller, a qual tem como título o tema do meu pronunciamento: Crime e castigo. O Sr. Robert Mueller é o Diretor do Federal Bureau of Investigation, o grande e famoso FBI, que, com 30 mil funcionários, atua em diversos países, até mesmo no Brasil, com treinamento e investigações sobre armas, drogas etc.

Diz o Sr. Mueller que, no treinamento dos agen-tes do FBI, ele leva os treinandos para o Museu do Holocausto e mostra o sofrimento do povo judeu, com ênfase na ação do regime de Hitler. Mostra também outros problemas, como as perseguições sofridas pe-los judeus em vários lugares do mundo. E assim o faz para que os agentes entendam o que pode acontecer quando um organismo policial não respeita os limites da Constituição.

É evidente que não se pode imaginar que a ABIN esteja participando desse tipo de bisbilhotagem da vida de Deputados e Senadores. Trago essa preocupação porque acredito que no Brasil está se desenvolvendo a idéia de que se combate o crime sem punição.

Da entrevista do Sr. Mueller, destaco a seguinte passagem:

“É importante que os processos sejam rápidos e as sentenças, fixas. Os criminosos

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precisam saber que pegarão 10, 15 ou 20 anos de cadeia, sem direito à liberdade condicional nem suspensão da sentença”.

A certeza da punição é um dos fatores que re-duziu a criminalidade americana, ao contrário dessa tentativa boba do Governo brasileiro de proibir a co-mercialização legal de armas e que terminou derrotada pela sociedade, que, ao dizer “não” a essa tentativa equivocada, disse “não” a Lula.

A sociedade sabe que uma das formas de com-bater a criminalidade é dar ao criminoso a certeza da punição. No âmbito do grampo, os arapongas e os que os contratam estão certos da impunidade. Quase con-sideramos essa prática irrelevante ou motivo de piada: gravou-se fulano, gravou-se sicrano. Gravam políticos, empresários, enfim, gravam inimigos do poder.

Não digo, repito, que o Governo do Presidente Lula esteja envolvido no caso, mas as acusações que lhe pesam nesse campo são tão graves como as do dinheiro sujo de Cuba, do “valerioduto” etc.

Era o que tinha a dizer nesta tarde.

Durante o discurso do Sr. José Carlos Aleluia, o Sr. Zico Bronzeado, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presi-dência, que é ocupada pelo Sr. Natan Donadon, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Dando seqüência ao Grande Expediente, concedo a palavra ao Sr. Deputado Márcio Reinaldo Moreira, que disporá de 25 minutos na tribuna.

O SR. MÁRCIO REINALDO MOREIRA (PP – MG. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos em período de exame, no Congresso Nacional, da proposta orçamentária da União para o exercício de 2006. A peça orçamentária encontra-se em tramitação na Comissão Mista de Pla-nos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. O Relator-Geral, digníssimo Deputado Carlito Merss, do PT de Santa Catarina, já elaborou o seu relatório preliminar, o qual se encontra pendente de aprovação no âmbito daquela Comissão.

Consta no referido relatório capítulo específico sobre as despesas financeiras da União, representa-das pelo estoque da dívida pública mobiliária federal, o serviço da dívida pública federal, os juros da dívida, a amortização da dívida e as operações oficiais de crédito.

Sras. e Srs. Deputados, confessamos a nossa preocupação ao examinarmos a evolução, nos últimos 3 anos, do estoque da dívida mobiliária federal interna. O crescimento médio anual registrado é de expressi-vos 14,82%. Saímos de um valor de 816,2 bilhões de reais, em dezembro de 2002, para uma indicação de fechamento, em dezembro de 2005, de 1 trilhão, 234

bilhões e 900 milhões de reais. Esse montante alcan-çado significa o fantástico crescimento da dívida mo-biliária federal interna de 51,3% no atual Governo. É um acréscimo de 418 bilhões e 700 milhões de reais. Equivalem a, aproximadamente, 21 vezes os investi-mentos realizados pelo Governo Federal – no concei-to de liquidados – de janeiro de 2003 a 15 de outubro de 2005.

Surge então a nossa primeira indagação? Vale a pena tanto sacrifício, como contenção de investimentos, achatamento de salários de servidores, comprometi-mento de satisfação de demandas dos segmentos de saúde, educação, assistência social e da nossa segu-rança pública? Acreditamos que não, e vamos demons-trar isso. Conforme se comprova pelo crescimento do endividamento, o ajuste fiscal não tem proporcionado melhoria nas contas públicas, ao contrário do que vem sendo propagado pelo Governo.

A razão do aumento do endividamento é, sem dúvida, a estratosférica taxa de juros praticada em nosso País. Mesmo a comemorada redução da taxa de juros SELIC para 19%, comandada pelos mágicos do COPOM, mantém o Brasil no ranking mundial como o maior patrocinador da agiotagem despudorada.

Vejamos as posições de alguns países em ter-mos de juros reais, descontada a inflação, praticados nos últimos 12 meses. O Brasil ocupa o primeiro lugar, com 11,9%. Em segundo lugar, encontra-se a Turquia, com 7,8%. Nossa taxa é mais do que uma vez e meia superior à de juro real praticada pelo segundo colocado no ranking mundial. Comparando-se com alguns dos nossos parceiros latino-americanos, constatamos po-sições ainda mais desconfortáveis. Temos uma taxa de juro real 3,1 vezes maior do que a do México (3,8%), 5,4 vezes superior à da Colômbia (2,2%) e 6,6 vezes acima da praticada na Venezuela (1,8%). Não compa-ramos com as taxas de juros reais da Argentina e do Chile, que são negativas.

Quanto à Colômbia, soube-se recentemente que naquele país, mesmo pagando uma taxa de juro real 6,6 vezes menor do que a paga no Brasil, o Go-verno impôs restrições à entrada de capital financeiro internacional.

O fato é, Sras. e Srs. Deputados, que o propa-gado ajuste fiscal não tem posicionado o Brasil com a credibilidade que deveria ter no cenário internacional. Apesar de todo o sacrifício que está sendo imposto à sociedade brasileira, o mercado não aposta na nossa gente, no nosso País. Que mistério é esse? É uma si-tuação surreal! Será que, se pagássemos juros reais, por exemplo, de 7,6%, que é o dobro do que pagam os mexicanos, não atrairíamos investidores? Ou, en-tão, se oferecêssemos remuneração real igual à que oferecem os turcos, seríamos desprezados? Será que não estaria faltando uma melhor visão dos magos do

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53148 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

COPOM quanto ao custo de oportunidade de se acre-ditar mais no Brasil?

Recusamo-nos a aceitar os argumentos infunda-dos de que, com a elevação da taxa SELIC de juros, estaria sendo inibida a demanda, daí contribuindo-se para baixar a inflação. O descompasso entre a taxa de juros paga pelos consumidores, de um modo ge-ral, e a tabelada pelo Governo é muito grande. Daí não ser convincente tal argumento. A verdade é que a orgia financeira praticada no País está transforman-do os estabelecimentos comerciais em financiadores dos consumidores, criando-se a obrigação de pagar juros. As lojas só querem vender a prazo e não admi-tem descontos para quem quer pagar à vista. É lógico que, em qualquer venda a prazo, há juros embutidos. Existe essa opção para que engordem os seus lucros também com receitas financeiras.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, voltemos a falar do efeito dos juros no endividamento crescente do setor público. Este tem como principal causa de aumento a capitalização dos juros. Isso pode compro-var-se ao examinarmos que o superávit primário não é suficiente para saldar as despesas de juros dimensio-nadas pelas altíssimas taxas praticadas no Brasil.

Vejamos que, nos últimos 3 anos, as despesas com juros do Governo Central – excluem-se as esta-tais –, pelos valores liquidados, foram as seguintes: em 2003, 65,7 bilhões de reais; em 2004, 74,4 bilhões de reais; e, até 15 de outubro de 2005, 71,4 bilhões de reais, com previsão de se alcançarem 110,8 bilhões de reais até o final do ano.

Por outro lado, os superávits primários do Go-verno Central, nesses anos, foram os seguintes: em 2003, 38,7 bilhões de reais; em 2004, 49,75 bilhões de reais; e, em 2005, estimam-se 46,4 bilhões de re-ais até dezembro.

Comparando-se os montantes de superávits pri-mários com os dos juros liquidados, observamos uma insuficiência de recursos para fazer face aos compro-missos com juros, no período 2003/2005, de 116,4 bilhões de reais! Esse seria, a princípio, o valor dos juros adicionados ao estoque da dívida.

Na realidade, Sras. e Srs. Deputados, os valores dos superávits primários não podem ser integralmente abatidos das despesas dos juros da dívida. Tais supe-rávits não são canalizados, in totum, para o pagamento de juros, haja vista que parte dos recursos decorre de receitas vinculadas que não podem ter outra destina-ção a não ser a determinada nas leis que as criaram, sobretudo as pertencentes ao Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, Agência Nacional do Petróleo – ANP, Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-nológico – FNDCT e Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST.

Esses órgãos, mais o Ministério dos Transportes, com os recursos da Contribuição da Intervenção no Domínio Econômico – CIDE, nos exercícios de 2003 e 2004, vêm tendo grande parte dos seus recursos classificada como despesas financeiras na Reserva de Contingência. Tais recursos ficam esterilizados em subcontas da conta única do Tesouro junto ao Banco Central e rendendo juros. Eles somam-se a uma reserva do Tesouro que, atualmente, ultrapassa 200 bilhões de reais e que é utilizada no abatimento da dívida bruta para apuração de dívida líquida.

Sras. e Srs. Deputados, sem dúvida, trata-se de um mecanismo contábil cujo efeito prático é dar satis-fação ao famigerado mercado financeiro. Essa reser-va é computada no abatimento da dívida bruta para efeito de apuração da dívida líquida. Portanto, ajuda a reduzir o percentual da relação dívida líquida/Produ-to Interno Bruto, que é uma variável levada em conta para o cálculo da redução do Risco Brasil, efetuado por agentes consultores patrocinados pelos banquei-ros e pelo FMI.

Avaliemos o prejuízo que a esterilização das recei-tas vinculadas para a geração de superávits primários tem causado aos programas a que se destinam legal-mente. Consideraremos os recursos que deixaram de ser aplicados em ações prioritárias no período de 2003 a 2005 inclusive, conforme dados do SIAFI. Pode-se afirmar que são, efetivamente, ações prioritárias e que não deveriam ter suas implementações prejudicadas, haja vista que a obrigatoriedade de gastos em progra-mas específicos foi pactuada com a sociedade. A nós contribuintes foram imputados tributos criados, cujo produto da arrecadação seria vinculado à execução de ações de grande interesse socioeconômico. Fomos enganados, porquanto isso não vem ocorrendo.

Do FAT foram subtraídos 19,93 bilhões de reais, no período 2003/2005! Estão sendo prejudicadas ações de emprego cujo compromisso legal foi estabelecido com a criação do fundo, tais como: seguro-desemprego, qualificação e requalificação profissional, programas de estímulo à geração de empregos e fortalecimento de pequenos e microempreendimentos, tão defendi-dos nesta tribuna.

Da ANP foram subtraídos 6,1 bilhões de reais! Com isso, há grande deficiência na fiscalização dos postos de venda de combustíveis, ficando desprote-gido o interesse do consumidor. Também estão sendo prejudicados os estudos geológicos e geofísicos e a modelagem de bacias sedimentares. Tais estudos visam identificar o potencial nacional de oferta de petróleo.

Quanto à ANATEL, chama a atenção a esterili-zação dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST, do qual foi subtraído 1,32 bilhão de reais, em prejuízo do aten-dimento a comunidades de baixo poder aquisitivo. A

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determinação legal é de implantar acessos a redes digitais, bem como assegurar a essas comunidades acessos individuais de serviço telefônico, em condi-ções favoráveis a estabelecimentos de ensino, biblio-tecas e instituições de saúde. Também deveriam ser direcionados recursos do FUST para o oferecimento de serviços de telecomunicações em áreas remotas e de fronteira de interesse estratégico, a implantação de telefonia rural etc.

Sr. Presidente, quando circulamos pelo Esta-do de Minas Gerais, um dos mais desenvolvidos do País, vemos que muitas cidades do interior, distritos e povoados não dispõem sequer de 1 orelhão. Existia previsão para, com recursos do FUST, instalação de telefones públicos. Só que isso está sendo esterilizado, na forma como relatamos.

Do FNDCT foram retirados 1,7 bilhão de reais, comprometendo-se uma variedade de projetos de pes-quisas, destacando-se as áreas de mineração, agro-negócio, biotecnologia e saúde.

Por último, destacamos a subtração dos recur-sos da CIDE, nos anos de 2003 e 2004, no montante de 7 bilhões de reais, para incrementar o famigerado superávit primário. Com esses recursos teriam sido recuperados 34.422 quilômetros de rodovias administra-das pelo Estado, ou seja, 58% dos 57.370 quilômetros que, conforme pesquisa da CNT, de setembro de 2005, estão em estado deficiente, ruim ou péssimo.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vejam que, nesse caso, esbarramos com o jogo de empur-ra-empurra: o Governo Federal, por meio do DNIT, diz que já repassou a rodovia para o Estado; o Estado diz que não recebeu dinheiro suficiente para assumir a administração da rodovia, que nem oficialmente, por meio da Assembléia Legislativa, de Lei Estadual, foi recebida. Vemos que a população fica entregue às moscas, que a rodovia fica abandonada. Em muitos trechos, há ações predatórias de grupos organizados que resolvem fechar a rodovia, resolvem partir para o “quanto pior, melhor”.

Agravando essa situação, estão sendo propostos mais sacrifícios, com o intuito de se assegurarem re-cursos para o superávit primário, em 2006. Para isso,

Sr. Presidente, chamamos a atenção do Congresso Nacional, deixando registrada nossa preocupação relativa ao que tem sido contingenciado, bloqueado. Serão sacrificados ainda mais: FAT, 8,3 bilhões de re-ais; Agência Nacional do Petróleo, 2 bilhões de reais; ANATEL, 1,9 bilhão de reais; FNDCT, 1,2 bilhão de reais; e FUST, 656 milhões de reais.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o Con-gresso Nacional não pode ficar assistindo sem reação a esse absurdo, a tamanho desvio de recursos de sua destinação legal para compor o superávit primário, que, na prática, não tem contribuído para a redução do nosso endividamento. Conforme demonstramos , o crescimento da dívida continua sendo monumental, uma verdadeira bola de neve. Como providência ime-diata para que tenhamos resultados no próximo ano, poderíamos começar com a derrubada de vetos im-postos à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2006, de modo a não permitir a esterilização de grande parte das receitas vinculadas a que nos referimos.

Houve inclusão de dispositivos na LDO para 2006, mediante emendas parlamentares, com o objetivo de não permitir o contingenciamento desses recursos. Todos foram vetados pelo Exmo. Sr. Presidente da República, possivelmente induzido pelos Ministros da área econômica, já que nos jornais desta semana S.Exa. manifesta preocupação de que é preciso fazer alguma coisa para deslanchar a implementação das ações prioritárias de governo.

Sr. Presidente, deixamos registradas essas con-siderações nos Anais da Casa. Esperamos que nos embates que travaremos em novembro, dezembro e, talvez, janeiro para aprovar o Orçamento da União para 2006 possamos reverter, de alguma forma, tão delicado quadro, que mostra que, além de a dívida con-tinuar crescendo como bola de neve, seguirão sendo sacrificados todos os programas sociais.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Apre-

sentação de proposições.

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53150 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

VI – ORDEM DO DIA(Trabalho de Comissões.)O SR. ZICO BRONZEADO – Sr. Presidente, peço

a palavra pela ordem.O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Tem

V.Exa. a palavra.O SR. ZICO BRONZEADO (PT – AC. Pela ordem.

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna falar da viagem empresa-rial e política que nós, do Estado do Acre, fizemos ao vizinho Peru, com o objetivo de averiguar as possibi-lidades e a viabilidade de construção da estrada que chamamos de Rodovia do Pacífico e que os peruanos chamam de Interoceânica, que ligará o Brasil, mais precisamente o Acre, ao Oceano Pacífico, e, conse-qüentemente, o Pacífico ao Atlântico, via Rondônia e Mato Grosso.

Mais de 30 empresários do Estado, de todos os segmentos, a maioria da imprensa acreana, considera-ram a viagem muito positiva. Eles foram acompanhados de 8 Deputados Estaduais e 2 Deputados Federais. A companheira Perpétua Almeida, do PCdoB, e eu par-ticipamos da missão liderada pelo Governador Jorge Viana, um dos mais ativos no que se refere à integra-ção do Acre com o Peru.

Fomos recebidos por Governadores de 4 Estados, com honras de missão oficial. Não conhecia os Esta-dos de Cusco, Puno, Arequipa e o Puerto de Matarani. Fiquei emocionado com a recepção dos peruanos, que têm muito respeito e consideração por todos nós.

O Peru ainda luta pelo desenvolvimento socioeco-nômico – apesar de ser antigo, sempre foi visto como país sem potência econômica –, mas observamos que pode contribuir para o mundo. O turismo é muito forte naquele país, principalmente nos Estados de Cusco e Puno, que ficam a mais de 4 mil metros de altitude. O Lago Titicaca, em Puno, um dos mais altos do mundo, atrai muitos turistas.

Quem quiser investir em turismo, no ramo de hotelaria e restaurantes, terá grande espaço no lado peruano. Fui informado disso.

Estou convicto de que o Acre não será o mesmo depois da inauguração dessa rodovia. O prazo para a sua construção é de aproximadamente 40 meses.

O Presidente Lula tem dado destaque a investi-mentos na integração do Brasil com os países sul-ame-ricanos como um dos pontos fortes do seu Governo. Pudemos observar isso na recepção que os peruanos nos fizeram.

O Presidente Lula, com o apoio do Acre, por in-termédio do Governador Jorge Viana, viabilizou junto ao BNDES – e contou com a participação do Gover-no peruano e da Corporação Andina de Fomento – o

financiamento dessa tão importante estrada que nos vai colocar de frente para o Oceano Pacífico, pois an-tes estávamos de costas.

E observamos algo ainda mais importante: a ne-cessidade de investimentos na área da aviação. A 50 minutos do nosso Estado está o maior pólo de turismo do lado peruano. Arequipa , que está a 50 minutos de Rio Branco, tem 1 milhão e 400 mil habitantes e pos-sui comércio forte. O Porto de Puno fica a mil e pou-cos quilômetros do nosso Estado. Poderemos, assim, exportar as nossas matérias-primas, como a madeira certificada, a melhor carne do País, a do chamado boi verde; e eles também exportarão para nós, acreanos, rondonienses e mato-grossenses. Com isso, economi-zaríamos quilômetros, pois consumimos os produtos vindos da Região Sul do Brasil.

Sr . Presidente, o meu Estado está importan-do fertilizante de uma região que fica a mais de 4 mil quilômetros. A distância para o Peru é de 1.800 quilô-metros. Um Estado só cresce se exporta ou importa a custo mais baixo. Dessa forma, estaríamos fazendo intercâmbio comercial, dando a necessária viabilida-de econômica a duas regiões: Madre de Dios, do lado peruano; e Acre, do lado brasileiro.

O cimento peruano é fabricado a 700 quilômetros do Acre, e o preço é muito mais acessível do que o do lado brasileiro; e aqui a carga tem de ser transportada por uma distância de 3 mil quilômetros.

Essas visitas devem se tornar rotineiras, pois es-tamos perdendo tempo para consolidar essa integração. Amanhã trarei números muito mais positivos em relação ao intercâmbio comercial entre Brasil e Peru.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a di-vulgação do meu pronunciamento nos meios de co-municação da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – V.Exa. será atendido.

O SR. JOSÉ DIVINO – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ DIVINO (PMR – RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, nobre Depu-tado Natan Donadon, na condição de Parlamentar flu-minense do Partido Republicano Brasileiro, ex-PMR, venho à tribuna cobrar do Ministro Palocci a liberação de recursos que estão contingenciados para favore-cer os bancos e o superávit, prática que considero um absurdo.

Esta Casa precisa priorizar e votar proposta de Orçamento impositivo – e deve fazê-lo com certa ur-gência. Sabemos que os bancos são contrários a essa idéia, porque ganham muito dinheiro com a aplicação do

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53151

dinheiro do superávit primário, o que apenas favorece os banqueiros e prejudica a sociedade brasileira.

Na semana passada percorri 300 quilômetros da BR-101 próximos à cidade de que sou filho adoti-vo, a minha querida Campos dos Goytacazes, norte fluminense, e pude constatar in loco o estado precá-rio daquela rodovia. Em razão do grande número de buracos, verdadeiras crateras, o motorista tem de ser um malabarista ao volante. Não há como dirigir sem fazer malabarismos para desviar dos buracos, e isso tem causado muitos acidentes fatais.

Ainda hoje recebi vários telefonemas de pesso-as que contribuem para a economia fluminense recla-mando dos prejuízos materiais que tiveram ao trafegar pela BR-101: pneus cortados e/ou estourados, rodas destruídas, veículos danificados.

O Ministério dos Transportes tem dinheiro, pois todas as vezes que abastecemos nosso veículo paga-mos a CIDE – contribuição semelhante à CPMF, cujos recursos se destinam à Saúde. A Contribuição de In-tervenção no Domínio Econômico – CIDE foi criada para o Governo Federal dar qualidade às nossas ro-dovias, mas ele não o faz, porque, infelizmente, esse dinheiro tem servido apenas para atender ao interesse dos banqueiros.

O PT, que criticou Fernando Henrique Cardoso por rasgar o discurso socialista, leiloar e privatizar nos-sas estatais, também adotou a anti-social cartilha neo-liberal e tem privilegiado os bancos com um superávit primário superior ao mantido pelo PSDB.

O PT se apropriou da nociva política de estag-nação econômico-financeira que viola a área social e a infra-estrutura nacional, implementada há 10 anos pelo PSDB. É urgente que o Governo Federal reveja tal situação.

Elegemos o Governo que aí se encontra, acre-ditando no discurso de que o Brasil seria para os bra-sileiros, mas temos visto que toda a arrecadação da receita tributária não tem beneficiado a maioria dos brasileiros, mas apenas a uma minoria. E o restante serve para pagar juros da dívida.

O Banco Itaú, por exemplo, publicou um lucro lí-quido próximo de 4 bilhões de reais. Vejam o absurdo num país que tem 40 milhões de brasileiros que não têm café, almoço, jantar nem emprego – sempre que se anuncia alguma vaga para qualquer tipo de traba-lho, vemos filas intermináveis.

Um dia desses estive no centro do Rio de Ja-neiro e pude constatar a quantidade de pessoas na fila de desempregados. Isso sem contar aquelas que, vítimas dessa política que tem aumentado a desigual-dade e a exclusão social, se sentem apáticas, com a auto-estima violentada, e não têm ânimo para sair de

casa, porque não têm perspectiva de encontrar um trabalho digno.

Precisamos de um governo que promova a inclu-são social. Nesse sentido, quero parabenizar o Vice-Presidente da República e Ministro de Estado da Defesa Nacional, que tem combativo os juros altos.

Este Governo precisa urgentemente ouvir a voz do povo, que clama por justiça.

O Ministro da Defesa, José Alencar, tem proferi-do discursos contundentes sobre isso, assim como o Senador Marcelo Crivella, do Rio de Janeiro. Talvez por isso as pesquisas apontem o Senador como provável futuro Governador daquele Estado . O povo o quer, por-que acredita na sua postura ética, na sua visão social e no muito que tem feito pelo País e pelos nordestinos por intermédio do Projeto Nordeste.

Sr. Presidente, o Brasil precisa de uma resposta social. O Estado e a União têm dinheiro, mas é neces-sário que esta Casa tome uma atitude e vote urgente-mente o Orçamento impositivo. Aí, não teremos mais contingenciamento das emendas individuais nem das emendas de bancada.

Faço parte da coordenação da Bancada do Rio de Janeiro, que tem feito verdadeira peregrinação aos Ministérios, de pires na mão, levando diversos Prefeitos, com pleitos justos para atender às demandas sociais de seus Municípios.

Sou testemunha da presença contínua do Prefeito de Aperibé, Município pobre do noroeste fluminense, Paulo Fernandes Dias, o Foguetinho, e de outros Pre-feitos, como os de Porciúncula e Parati, reivindicando aquilo que é legítimo.

Meu Estado é o segundo da Federação que mais contribui para a receita da União, mas, na participação, somos o 19º ou 20º, ou seja, não recebemos a devida devolução daquilo que pagamos. Sem o Estado do Rio de Janeiro, a economia brasileira estaria estagnada, porque somos responsáveis por 83% de toda a pro-dução de petróleo e de energia ao País.

Se o Rio de Janeiro fosse um país, seria o oitavo da OPEP, seria um país rico e independente. Infelizmen-te, a União acaba se apropriando de forma ilegítima de suas riquezas e não as devolve ao seu povo.

O Rio de Janeiro está refém da violência e da marginalidade. Precisamos dar uma resposta à socie-dade, e o caminho mais curto para isso é a urgente aprovação do Orçamento impositivo, para acabar com a festa dos banqueiros, que favorece os ricos e faz com que o pobre continue cada vez mais pobre.

Deus abençoe o Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Não ha-

vendo mais oradores inscritos para fazer uso da palavra,

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53152 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

em nome do Presidente Aldo Rebelo e dos membros da Mesa Diretora, agradeço aos telespectadores da TV Câmara e aos ouvintes da Rádio Câmara por acompa-nharem aos nossos trabalhos e a todos os servidores da Casa pelo brilhante trabalho prestado à instituição.

Agradeço também aos telespectadores de Ron-dônia que assistem a esta sessão.

VII – ENCERRAMENTOO SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Nada

mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.O SR. PRESIDENTE (Natan Donadon) – Encer-

ro a sessão, convocando outra, para amanhã, sexta-feira, dia 4, às 9h.

AVISOS

PROPOSIÇÃO EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS OU RECURSOS

EMENDAS

1. PROJETOS COM URGÊNCIA (Art. 64, § 1º da Constituição Federal)PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE EMENDAS: 5 Sessões (Ato da Mesa nº 177, de 1989)

PROJETO DE LEI

Nº 6.136/05 (PODER EXECUTIVO) – Institui o Siste-ma de Gestão Ambientalmente Sustentável de Pneus – SGASP, define seus instrumentos e dá outras pro-vidências.SOBRESTA A PAUTA EM: 15-2-06 (46º dia)DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

II – Recursos

1. CONTRA APRECIAÇÃO CONCLUSIVA DE CO-MISSÃO – ART. 24, II, DO RICDINTERPOSIÇÃO DE RECURSO: art. 58, § 3º, combi-nado com o art. 132, § 2º, do RICD.Prazo para apresentação de recurso, art. 58, § 1º, do RICD: 5 Sessões1.1 COM PARECERES FAVORÁVEIS

PROJETOS DE DECRETO LEGISLATIVO

Nº 1.840-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que autoriza a Associação de Assistência ao Homem do Campo a executar, sem direito de exclusividade, ser-viço de radiodifusão comunitária na cidade de Caxias, Estado do Maranhão.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.847-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Co-municação e Informática) – Aprova o ato que outorga permissão à Sociedade Serrado Verdes de Comunicações Ltda. para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqü-ência modulada, na cidade de Crixás, Estado de Goiás.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.849-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que au-toriza a Ação Social Mirandense a executar, pelo pra-zo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Miranda do Norte, Estado do Maranhão.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.853-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que au-toriza a Associação dos Comunicadores de Maracanaú – ASCOMAR a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Maracanaú, Estado do Ceará.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.854-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que auto-riza a Associação de Comunicação Comunitária Ágape de Ourinhos a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Ourinhos, Estado de São Paulo.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.862-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que autoriza ao Clube de Mães “Madre Madalena” da Co-munidade Senhor dos Passos – COMASP a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ma-lacacheta, Estado de Minas Gerais.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.874-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que autoriza a Associação Comunitária de Comunicação, Cultura e Desenvolvimento a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de ra-diodifusão comunitária na cidade de Reserva do Igua-çu, Estado do Paraná.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.887-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que au-toriza a Associação “Comunidade Irmãos Unidos” de Governador Archer a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Governador Archer, Estado do Maranhão.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53153

Nº 1.905-A/05 (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) – Aprova o ato que auto-riza a Associação Sócio Cultural São Romão a executar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Fer-nando Pedroza, Estado do Rio Grande do Norte.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

PROJETOS DE LEI

Nº 4.412-C/01 (CEZAR SCHIRMER) – Regulamenta o exercício da profissão de Supervisor Educacional e dá outras providências.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 7.337-B/02 (JOÃO MAGNO) – Altera a redação do inciso I do art. 218 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que “institui o Código de Trânsito Brasileiro.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 2.997-B/04 (ANTONIO CARLOS BISCAIA) – Dis-põe sobre o regime jurídico aplicável às lojas de con-veniência e dá outras providências.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.210-B/04 (MARCELO CASTRO) – Institui o Dia do YôgaÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.516-B/04 (NELSON BORNIER) – Reduz alíquo-tas do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI incidentes sobre os produtos que menciona.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.969-C/04 (PODER EXECUTIVO) – Fixa os efeti-vos do Comando da Aeronáutica em tempo de paz e dá outras providências.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 4.282-C/04 (PODER EXECUTIVO) – Altera o valor da pensão especial concedida a Mário Kozel e Tere-zinha Lana Kozel pela Lei nº10.724, de 20 de agosto de 2003.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 4.671-B/04 (NEYDE APARECIDA) – Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional” – LDB, incluindo a definição de função de magistério. Apen-sado o PL. 5.147/05.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.087-B/05 (ROBERTO GOUVEIA) – Institui o Dia da IogaÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.063-C/04 (PODER EXECUTIVO) – Concede au-xílio especial aos dependentes legais dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego, assassinados durante ação fiscal, e dá outras providências.

DECURSO: 2ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 9-11-05

1.2 COM PARECERES, QUANTO AO MÉRITO, CON-TRÁRIOS (Art. 133, DO RICD).

PROJETOS DE LEI

Nº 3.667-A/00 (VANESSA GRAZZIOTIN) – Dá nova redação ao § 2º do art. 2º da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964, “Lei do Serviço Militar”, garantindo às mulheres o direito de opção ao serviço militar. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.051-A/01 (LINCOLN PORTELA) – Acrescenta parágrafo único ao art. 11, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações federais. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 6.615-B/02 (ROBERTO PESSOA) – Acrescenta in-ciso ao art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, para permitir a movimentação da conta vinculada, a cada dois anos, nos casos que especifica.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 2.896-A/04 (ROMEL ANÍZIO) – Institui o dia 10 de setembro como o Dia Nacional do Assessor de Imprensa. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.900-A/04 (CELSO RUSSOMANNO) – Altera a denominação da Fundação Universidade de Brasília para Universidade de Brasília Darcy Ribeiro. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 3.925-A/04 (CARLOS SOUZA) – Institui o ano de 2006 como o “Ano da reforma Universitária”. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 4.992-B/05 (CARLOS NADER) – Dispõe sobre o financiamento e desenvolvimento de programas ha-bitacionais sociais, destinados à população de baixa renda e dá outras providências. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.020-A/05 (MANATO) – Institui o dia 9 de dezem-bro como Dia Nacional Contra a Corrupção. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.035-A/05 (MARCELO ORTIZ) – Denomina a Praça do Cruzeiro, localizada no Eixo Monumental de Brasília, no Distrito Federal, como “Praça do Cruzeiro – Papa João Paulo II”.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.039-A/05 (JORGE GOMES) – Regulamenta o exercício profissional da Grafologia e determina ou-tras providências.ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

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53154 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Nº 5.109-A/05 (CARLOS NADER) – Dispõe sobre a realização de testes vocacionais para alunos das es-colas públicas e dá outras providências. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.198-A/05 (PROFESSOR IRAPUAN TEIXEIRA) – Dispõe sobre a obrigatoriedade da adoção da Bíblia Sagrada como livro didático na disciplina de história nas escolas do ensino médio. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 5.301-A/05 (SENADO FEDERAL) – Altera o art. 2º da Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, para instituir o Exame de proficiência como requisito adicional a ser exigido na inscrição em Conselho Regional de Corre-tores de Imóveis e dá outras providências. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 1.315-B/03 (MARCOS DE JESUS) – Dispõe sobre desconto a ser concedido pelos postos de serviço no preço de combustíveis para abastecimento a taxistas e caminhoneiros. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Nº 3.324-A/04 (JOÃO PAULO GOMES DA SILVA) – Dispõe sobre a proibição de se lacrar as janelas dos veículos de transportes coletivo terrestre de passagei-ros e dá outras providências. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Nº 4.189-A/04 (CARLOS NADER) – Dispõe sobre a instalação de setor destinado a prestação de servi-ços de odontologia nos hospitais públicos e dá outras providências. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

2. CONTRA PARECER TERMINATIVO DE COMIS-SÃO – ART 54, DO RICD.(SUJEITAS A DELIBERAÇÃO DO PLENÁRIO EM APRECIAÇÃO PRELIMINAR, NOS TERMOS DO ART. 144, DO RICD).INTERPOSIÇÃO DE RECURSO: art. 58, § 3º, combi-nado com o art. 132, § 2º, do RICD.Prazo para apresentação de recurso, art. 58, § 1º, do RICD: 5 Sessões

2.1 – PELA INCONSTITUCIONALIDADE E/OU INJU-RIDICIDADE OU INADMISSIBILIDADE

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Nº 178-A/04 (LUCIANA GENRO) – Altera a redação do art. 13 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que “dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes pú-blicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administra-

ção pública direta, indireta ou fundacional” e dá outras providências. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

4. DEVOLVIDO AO AUTOR, nos termos do artigo 137, § 1º, do RICD.Prazo para apresentação de recurso, artigo 137, § 2º do RICD: 05 sessões.

PROJETOS DE LEI

Nº 5.984/05 (INALDO LEITÃO) – Dá nova redação ao caput do artigo 92 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e dá outras providências. ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Nº 6.009/05 (JOÃO CALDAS) – Acrescenta parágra-fo único aos arts. 54 e 55 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

INDICAÇÕES

Nº 6.125/05 (CARLOS SOUZA) – Sugere a criação de Câmaras Regionais, no Estado do Amazonas, no âmbito de jurisdição do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, conforme determina o § 3º do art. 107 da Constituição Federal, acrescentado pela Emenda Cons-titucional nº 45, de 2004. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Nº 6.235/05 (CHICO SARDELLI) – Sugere ao Presi-dente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo recomendação aos médicos ginecologistas para que informem às pacientes sobre métodos anti-concepcionais e gravidez na adolescência. DECURSO: 3ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Nº 6.236/05 (CHICO SARDELLI) – Sugere ao Presi-dente do Conselho Federal de Medicina recomenda-ção aos médicos ginecologistas para que informem às pacientes sobre métodos anticoncepcionais e gravidez na adolescência.DECURSO: 1ª SESSÃOÚLTIMA SESSÃO: 10-11-05

ORADORES SORTEADOS PARA O GRANDE EXPE-DIENTE DO MÊS DE NOVEMBRO DE 2005

Dia 4, 6ª-feira

10:00 JOVINO CÂNDIDO (PV – SP)10:25 ANN PONTES (PMDB – PA)10:50 GONZAGA MOTA (PSDB – CE)11:15 JÚLIO DELGADO (PSB – MG)11:40 MARCELO CASTRO (PMDB – PI)

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53155

12:05 MÁRCIO REINALDO MOREIRA (PP – MG)12:30 JUTAHY JUNIOR (PSDB – BA)12:55 LUCI CHOINACKI (PT – SC)13:20 WAGNER LAGO (PDT – MA)

Dia 7, 2ª-feira

15:00 B. SÁ (PSB – PI)15:25 BETINHO ROSADO (PFL – RN)15:50 OSVALDO COELHO (PFL – PE)16:15 FÁTIMA BEZERRA (PT – RN)16:40 NEY LOPES (PFL – RN)17:05 ALCESTE ALMEIDA (PTB – RR)17:30 HAMILTON CASARA (PSDB – RO)17:55 WLADIMIR COSTA (PMDB – PA)18:20 CEZAR SCHIRMER (PMDB – RS)

Dia 8, 3ª-feira

15:00 RICARDO BARROS (PP – PR)15:25 FERNANDO GABEIRA (PV – RJ)

Dia 9, 4ª-feira

15:00 PEDRO CANEDO (PP – GO)15:25 PEDRO FERNANDES (PTB – MA)

Dia 10, 5ª-feira

15:00 PASTOR FRANKEMBERGEN (PTB – RR)15:25 ALCEU COLLARES (PDT – RS)

Dia 11, 6ª-feira

10:00 NAZARENO FONTELES (PT – PI)10:25 GUILHERME MENEZES (PT – BA)10:50 CORONEL ALVES (PL – AP)11:15 JOSÉ THOMAZ NONÔ (PFL – AL)11:40 HOMERO BARRETO (PTB – TO)12:05 MILTON CARDIAS (PTB – RS)12:30 LAURA CARNEIRO (PFL – RJ)12:55 ALBERTO FRAGA (PFL – DF)13:20 GASTÃO VIEIRA (PMDB – MA)

Dia 14, 2ª-feira

15:00 NELSON TRAD (PMDB – MS)15:25 ÉRICO RIBEIRO (PP – RS)15:50 ROBERTO GOUVEIA (PT – SP)16:15 LUCIANO LEITOA (PSB – MA)16:40 REMI TRINTA (PL – MA)17:05 SANDRO MABEL (PL – GO)17:30 ROBERTO MAGALHÃES (PFL – PE)17:55 JOÃO MAGNO (PT – MG)18:20 NELSON PROENÇA (PPS – RS)

Dia 16, 4ª-feira

15:00 FRANCISCO TURRA (PP – RS)15:25 DANIEL ALMEIDA (PCdoB – BA)

Dia 17, 5ª-feira

15:00 CARLOS ABICALIL (PT – MT)15:25 SANDRO MATOS (PTB – RJ)

Dia 18, 6ª-feira

10:00 ÁTILA LINS (PMDB – AM)10:25 OSVALDO REIS (PMDB – TO)10:50 GERVÁSIO OLIVEIRA (PMDB – AP)11:15 ANTONIO JOAQUIM (PSDB – MA)11:40 AGNALDO MUNIZ (PP – RO)12:05 LUIZ ALBERTO (PT – BA)12:30 JAIR DE OLIVEIRA (PMDB – ES)12:55 HELENILDO RIBEIRO (PSDB – AL)13:20 RAFAEL GUERRA (PSDB – MG)

Dia 21, 2ª-feira

15:00 FRANCISCO APPIO (PP – RS)15:25 EDSON DUARTE (PV – BA)15:50 ALMIR MOURA (PFL – RJ)16:15 ZULAIÊ COBRA (PSDB – SP)16:40 TAKAYAMA (PMDB – PR)17:05 ADÃO PRETTO (PT – RS)17:30 ISAÍAS SILVESTRE (PSB – MG)17:55 JOSÉ CARLOS MACHADO (PFL – SE)18:20 RONALDO DIMAS (PSDB – TO)

Dia 22, 3ª-feira

15:00 HENRIQUE AFONSO (PT – AC)15:25 LEONARDO PICCIANI (PMDB – RJ)

Dia 23, 4ª-feira

15:00 MOACIR MICHELETTO (PMDB – PR)15:25 JOSIAS QUINTAL (PSB – RJ)

Dia 24, 5ª-feira

15:00 ELISEU PADILHA (PMDB – RS)15:25 LUIZ CARLOS HAULY (PSDB – PR)

Dia 25, 6ª-feira

10:00 SIGMARINGA SEIXAS (PT – DF)10:25 MANINHA (PSOL – DF)10:50 LUIZ PIAUHYLINO (PDT – PE)11:15 MAURÍCIO QUINTELLA LESSA (PDT – AL)11:40 TEREZINHA FERNANDES (PT – MA)12:05 SEBASTIÃO MADEIRA (PSDB – MA)12:30 NEUCIMAR FRAGA (PL – ES)12:55 COLOMBO (PT – PR)13:20 SIMPLÍCIO MÁRIO (PT – PI)

Dia 28, 2ª-feira

15:00 MARIA DO CARMO LARA (PT – MG)15:25 JORGE PINHEIRO (PL – DF)15:50 MARCOS ABRAMO (PP – SP)16:15 JAMIL MURAD (PCdoB – SP)16:40 PAULO PIMENTA (PT – RS)

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53156 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

17:05 ANTENOR NASPOLINI (PSDB – CE)17:30 ASSIS MIGUEL DO COUTO (PT – PR)17:55 ANTONIO CARLOS BISCAIA (PT – RJ)18:20 GILBERTO NASCIMENTO (PMDB – SP)

Dia 29, 3ª-feira

15:00 KÁTIA ABREU (PFL – TO)15:25 CHICO ALENCAR (PSOL – RJ)

Dia 30, 4ª-feira

15:00 CARLOS MELLES (PFL – MG)15:25 ASDRUBAL BENTES (PMDB – PA)

ORDEM DO DIA DAS COMISSÕES

I – COMISSÕES PERMANENTES

COMISSÃO DA AMAZÔNIA, INTEGRAÇÃO NACIONAL E DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 4.359/01 – do Sr. Feu Rosa – que “estabelece critério para a demarcação da divisa entre os estados e municípios costeiros para efeito de par-ticipação nos resultados ou compensação financeira pela exploração dos recursos naturais no mar territorial, plataforma continental ou zona econômica exclusiva”. (Apensados: PL 4360/2001 e PL 7472/2002) RELATOR: Deputado SEVERIANO ALVES.

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 2ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 9-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 3.156/04 – do Sr. Ivan Valente – que “dispõe sobre o dever das empresas de rádio ou televisão de informar aos ouvintes ou telespectadores os dados das obras musicais executadas em sua pro-gramação”. (Apensado: PL 3364/2004) RELATORA: Deputada LUIZA ERUNDINA.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 1ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 10-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

A – Da Análise da Constitucionalidade e Juridici-dade (art. 54, I):

PROJETO DE LEI Nº 5.451/05 – do Poder Executivo – (MSC 359/2005) – que “altera dispositivos da Lei nº 10.479, de 28 de junho de 2002, que dispõe sobre a remuneração dos integrantes das Carreiras de Diploma-ta, Oficial de Chancelaria e Assistente de Chancelaria; altera os valores dos salários dos empregos públicos criados pela Lei nº 10.225, de 15 de maio de 2001, no Quadro de Pessoal do Hospital das Forças Armadas; dispõe sobre a remuneração dos titulares dos cargos de Juiz-Presidente e Juiz do Tribunal Marítimo; e dá outras providências”. RELATOR: Deputado DARCI COELHO.

PROJETO DE LEI Nº 5.801/05 – do Sr. Max Rosen-mann – (PL 5054/2005) – que “acaba com a exigência do Exame de Ordem para a inscrição de Advogados na Ordem dos Advogados do Brasil”.

PROJETO DE LEI Nº 5.885/05 – do Sr. Lino Rossi – (PL 5054/2005) – que “altera a redação do inciso IV do art. 8º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 e dá outras providências”.

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

A – Da Análise da Constitucionalidade e Juridici-dade (art. 54, I):

PROJETO DE LEI Nº 5.810/01 – do Sr. Bispo Wanderval – que “acrescenta parágrafo ao art. 52 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que “dispõe sobre a pro-teção do consumidor e dá outras providências””. RELATOR: Deputado CELSO RUSSOMANNO.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53157

PROJETO DE LEI Nº 3.777/04 – do Sr. Carlos Nader – que “”Dispõe sobre a proibição da energização de cercas ligadas diretamente da rede elétrica””. RELATOR: Deputado NEY LOPES.

PROJETO DE LEI Nº 5.136/05 – da Sra. Selma Schons – que “acrescenta parágrafo único ao art. 79 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990”. RELATOR: Deputado CELSO RUSSOMANNO. DECURSO: 2ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 9-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

A – Da Análise da Constitucionalidade, Juridicida-de e Mérito:

PROJETO DE LEI Nº 2.118/03 – do Sr. Luiz Bittencourt – que “extingue a obrigatoriedade de publicação de editais de proclamas para o casamento”. RELATOR: Deputado CORIOLANO SALES. DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

A – Da Análise da Constitucionalidade, Juridicida-de e Mérito: PROJETO DE LEI Nº 4.582/01 – do Sr. Luiz Bittencourt – que “define critérios para instalação de barreiras eletrônicas e equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade”. RELATOR: Deputado WAGNER LAGO.

PROJETO DE LEI Nº 5.983/05 – do Sr. Inaldo Leitão – que “dá nova redação aos artigos 178, 330 e 511 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil – , e dá outras providências”. RELATOR: Deputado MAURÍCIO RANDS.

PROJETO DE LEI Nº 5.990/05 – do Sr. Pastor Reinal-do – que “altera a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB”. RELATOR: Deputado DARCI COELHO.

PROJETO DE LEI Nº 5.992/05 – do Sr. Nelson Bornier – que “altera e renumera os parágrafos do art. 42 da Lei n° 9.099, de 26 de setembro de 1995”. RELATOR: Deputado VICENTE ARRUDA.

PROJETO DE LEI Nº 6.021/05 – do Sr. Carlos Sam-paio – que “acrescenta § 3º ao art. 8º e os §§ 1º, 2º e 3º ao art. 11 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, que “disciplina a ação civil pública de responsabilidade

por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências””. RELATOR: Deputado LUIZ ANTONIO FLEURY.

B – Da Análise da Constitucionalidade e Juridici-dade (art. 54, I): PROJETO DE LEI Nº 3.613/93 – Carlos Nelson – que “estabelece data mensal para pagamento dos proven-tos de aposentadoria e pensão que especifica” (Apen-sados: PL 531/1999, PL 1600/1996, PL 1964/1996, PL 2529/1996, PL 3407/1997, PL 3792/1997, PL 3868/1997, PL 3953/1997 e PL 3986/1997) RELATOR: Deputado JOSÉ PIMENTEL.

PROJETO DE LEI Nº 2/95 – do Sr. Paulo Paim – que “dispõe sobre salário-família e dá outras providên-cias”. RELATOR: Deputado LUIZ ALBERTO.

PROJETO DE LEI Nº 6.865/02 – do Sr. Sérgio Miranda – que “dispõe sobre a composição de itens de preços na cesta de serviços de telecomunicações e dá outras providências”. RELATOR: Deputado NELSON PELLEGRINO.

PROJETO DE LEI Nº 170/03 – do Sr. Carlos Nader – que “”Adiciona dispositivo à Consolidação de Leis do Trabalho – CLT, assegurando ao acidentado no traba-lho e ao portador de doença profissional o direito de exercer funções compatíveis com seu estado físico.”” (Apensado: PL 671/2003) RELATOR: Deputado ADEMIR CAMILO.

PROJETO DE LEI Nº 1.470/03 – do Sr. Luiz Bitten-court – que “dispõe sobre aumento de pena para es-tabelecimento que venderem produtos com prazos de validade vencidos”. RELATORA: Deputada ANN PONTES.

PROJETO DE LEI Nº 3.142/04 – da Sra. Laura Carnei-ro – que “assegura à mulher, na condição de chefe de família, o direito de aquisição de terras públicas”. RELATOR: Deputado CELSO RUSSOMANNO.

PROJETO DE LEI Nº 4.976/05 – do Sr. Mário Heringer – que “determina a regionalização do livro didático e dá outras providências”. RELATOR: Deputado IVAN RANZOLIN. DECURSO: 5ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 4-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

A – Da Análise da Constitucionalidade e Juridici-dade (art. 54, I): PROJETO DE LEI Nº 15/03 – da Sra. Iara Bernardi – que “revoga o Inciso XV do art. 19, da Lei nº 9.472,

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53158 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

de 16 de julho de 1997, para proibir a apreensão de bens pela ANATEL”. RELATOR: Deputado LUCIANO ZICA.

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

A – Da Análise da Constitucionalidade, Juridicida-de e Mérito: PROJETO DE LEI Nº 729/03 – do Sr. Pompeo de Mat-tos – que “”Acrescenta-se parágrafo sexto, ao artigo 5º, da Lei nº 6. 194, de 19 de dezembro de 1974, alterada pela Lei nº 8. 441, de 13 de julho de 1992.”” RELATOR: Deputado ADEMIR CAMILO.

B – Da Análise da Constitucionalidade e Juridici-dade (art. 54, I): PROJETO DE LEI Nº 3.100/00 – do Sr. Pompeo de Mattos – que “dispõe sobre a obrigatoriedade de divul-gação dos órgãos públicos de defesa do consumidor”. (Apensado: PL 4254/2001) RELATOR: Deputado ÁTILA LIRA.

PROJETO DE LEI Nº 6.167/02 – do Senado Federal – LUIZ PONTES – que “autoriza a criação do Fundo de Apoio à Cajucultura – Funcaju, e dá outras provi-dências”. RELATOR: Deputado COLBERT MARTINS.

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 1ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 10-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

PROJETO DE LEI Nº 3.649/04 – do Sr. Paulo Lima – que “altera a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro, para incluir dispositivo sobre as cooperativas de trabalho médico”. RELATOR: Deputado ANDRÉ FIGUEIREDO. DECURSO: 2ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 9-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 4.633/04 – do Sr. Jamil Murad – que “dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras em estabelecimentos comerciais denominados supermercados, hipermercados ou similares”. RELATOR: Deputado REINALDO BETÃO. DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

PROJETO DE LEI Nº 5.194/05 – do Sr. Ronaldo Caiado – que “determina que frigoríficos com registro no Ser-viço de Inspeção Federal (SIF) informem, diariamente, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to os preços, quantidades e outras características dos bovinos adquiridos para abate”. RELATOR: Deputado RONALDO DIMAS.

PROJETO DE LEI Nº 5.997/05 – do Sr. Carlos Souza – que “dispõe sobre o aproveitamento de crédito da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, para empresas que fabricam produtos alimentícios”. RELATOR: Deputado LÉO ALCÂNTARA.

PROJETO DE LEI Nº 6.023/05 – do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame – que “reduz a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS inciden-tes sobre farinha de arroz”. RELATOR: Deputado FERNANDO DE FABINHO.

PROJETO DE LEI Nº 6.035/05 – do Sr. Carlos Nader – que “”Estabelece sanções administrativas a hiper-mercados, supermercados e congêneres que reali-zem a comercialização de produtos nas condições que especifica.”” RELATOR: Deputado GERSON GABRIELLI.

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 5.269/05 – do Sr. Almir Moura – que “cria a obrigação de utilização de método “brai-le” pelo comercio varejista e prestadores de serviços”. (Apensados: PL 5308/2005 e PL 5480/2005) RELATOR: Deputado ILDEU ARAUJO.

PROJETO DE LEI Nº 5.828/05 – do Sr. André Zacha-row – que “altera o art. 84, inciso I, da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005”. RELATOR: Deputado JOAQUIM FRANCISCO.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

LOCAL: Teatro Ouro Verde, na rua Maranhão, 85 – Centro, em Londrina/PR

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53159

HORÁRIO: 17h SEMINÁRIO

A – Seminário:

PROGRAMAÇÃOInscrições: Das 14 horas às 20 horasAbertura 17 horas – Instalação da Mesa de AberturaComposição da MesaPresidente da Comissão de Educação e Cultura

da Câmara dos Deputados (coordenação da mesa)Relator (a) Parlamentar do eventoMinistro de Estado da CulturaPresidente da Assembléia Legislativa do Estado

anfitriãoGovernador do Estado anfitriãoSecretário de Cultura do Estado anfitriãoPresidente da Câmara de Vereadore do Municí-

pio anfitriãoPrefeito do Município anfitriãoSecretário de Cultura do Município anfitriãoRepresentante da UNESCORepresentante da OEIRepresentante da CNI Representante da CNC20 horas – Show com Pena Branca e o Gupo

“Viola de Nóis”.12 de novembro de 2005 Local: Salão do Victory HotelAv. Independência – Bairro São Mateus – Juiz

de Fora/MGInscrições: Das 8 horas às 10 horasInstalação da Plenária do Seminário Setorial de

Cultura9 horas – Palestra: Estado e Sociedade: cons-

truindo políticas públicas de culturaPalestrante: Durval Muniz de AlbuquerqueComposição da Mesa:Deputado Paulo Delgado (Coordenador do even-

to)Deputado Gilmar Machado ( Relator do evento)Márcio Meira (Secretário de Articulação Institu-

cional do MinC)Durval Muniz de Albuquerque Júnior é doutor em

História Social pela Universidade Estadual de Campi-nas e Pós-Doutor em Educação pela Universidade de Barcelona/Espanha. É Professo-Adjunto da Univer-sidade Federal do Rio Grande Norte. Atualmente é Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História – Mestrado da UFGN. Autor de vários livros e artigos – boa parte tendo como temática central o gê-nero masculino – entre eles: A invenção do Nordeste e outras artes (Cortez/Massangana, 1999).

10 horas – Orientações sobre o trabalho nos Grupos de Discussão.

Objetivo dos Seminários Setoriais de CulturaIndicar diretrizes de políticas públicas de cultura

que irão subsidiar a discussão durante a 1ª conferên-cia nacional de cultura.

Tema Geral de discussão do SeminárioEstado e sociedade construindo Políticas Públi-

cas de Cultura.Eixos temáticosO objetivo é orientar a discussão do Tema Geral

por meio dos seguintes eixos temáticos:Gestão Pública da CulturaEconomia da CulturaPatrimônio Cultural Cultura é Direito e CidadaniaComunicação é Cultura Instalação dos Grupos de discussão10h30– orientações sobre os Grupos de Dis-

cussãoMetodologia do Seminário Setorial de Culturaorientação para organização e distribuição nos

grupos de discussão e subgrupos:Cada participante do Seminário adere espon-

taneamente a um dos quatro Grupos de Discussão, conforme discriminados a seguir:

GD1 – Segmentos Artísticos(entidades artísticas, cooperativas, associações, produtoras culturais, entida-des de classe, empresas culturais, grupos e movimentos artísticos, entidades de fomento às artes, etc);

GD 2 – Patrimônio e Equipamentos Culturais (Ar-quivos, Museus e Bibliotecas, Centros Culturais públi-cos e privados, Teatros públicos e privados, Arquivos públicos e privados, Museus públicos e privados, Bi-bliotecas públicas e privadas, universidades, escolas, instituições de apoio à memória, etc);

GD 3 – Cultura Popular(Movimentos e entidades de cultura tradicional e popular, mestres de cultura po-pular, grupos raciais e étnicos);

GD 4 – Instituições/Movimentos Culturais de Cidadania(Pontos de Cultura, ONGs e Movimentos de arte-educação, ONGs e Movimentos de promoção da cidadania, instituições de fomento à cidadania, comu-nidades de direitos relacionados a gênero e orientação sexual, ao mundo do trabalho )

Metodologia de discussão dos Grupos e sub-grupos:

Rodada de apresentação dos participantes;Cada GD fará a subdivisão em 5 subgrupos, orien-

tada pelo mediador/relator, cabendo a cada subgrupo a discussão de um eixo temático;

Leitura dos textos-base dos eixos temáticos nos subgrupos;

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53160 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Deverá ser feita a escolha de um coordenador em cada subgrupo, dentre seus integrantes, para en-caminhar a discussão;

Identificação em cada subgrupo do(s) principal(s) problema(s) sobre o eixo tratado;

Identificar as três propostas de diretrizes de polí-tica pública, relativas ao eixo orientador daquele sub-grupo, que apontem soluções para os problemas iden-tificados;

Apresentação e justificativa nos GDs, pelo coor-denador de cada subgrupo, das propostas elaboradas pelo subgrupo;

Propostas são discutidas pelo GD e é aprovada redação final;

Elaboração de relatório final contendo até quinze propostas de cada um dos quatro GDs.

13 horas – Almoço14 horas – Continuação dos trabalhos nos sub-

grupos18 horas – Encerramento 13 de novembro de 2005 Instalação da Plenária do Seminário9 horas- Sistematização das propostas de dire-

trizes.9h30 – Relatores de cada GD apresentam a Sis-

tematização dos Conteúdos;10 horas– Discussão em plenária sobre cada

eixo orientador;12 horas – Priorização das propostas13 horas– AlmoçoEleição de delegados para a I Conferência Na-

cional de Cultura14 horas – Apresentação dos Corais da Belgo e

SESI, sob a regência do Maestro Ciro Tabet14h30 – Reinstalação da Plenária do Seminário

– leitura do regulamento para eleição de delegados que deverão participar da 1ª Conferência Nacional de Cultura (1ª CNC).

Regulamento para eleição de delegados:A comissão organizadora informa o quorum de

participantes presentes com direito a votar e ser vo-tado;

Este quorum é formado pelo total de inscrições homologadas da sociedade civil acrescido de até 25% de representantes do poder público;

Pode-se eleger um delegado a cada cinco parti-cipantes, até o limite de cinqüenta delegados;

Uma vez totalizado o número de delegados a serem eleitos pela sociedade civil, poderão ser indi-cados até 20% deste total dentre os representantes do Poder Público;

Os participantes inscritos como representantes de instituições e movimentos da sociedade civil elegem os delegados da sociedade civil para a 1ª CNC;

Os participantes inscritos como representantes de poder público indicam, entre seus pares, seus re-presentantes para a 1ª CNC;

A comissão organizadora abre inscrição para candidatos a delegado;

Cada entidade, instituição ou movimento cultural poderá indicar o número máximo de dois candidatos a delegado;

A comissão verifica se existem mais candidatos a delegados do que o número que pode ser eleito, segun-do as regras da 1ª Conferência Nacional de Cultura;

Caso o número de candidatos seja menor do que o número de vagas, as instituições e movimentos pre-sentes ficam liberadas para fazer outras indicações;

Finalizada esta segunda rodada de indicações de candidatos a delegados, caso haja número menor ou igual ao das vagas disponíveis, a comissão declara eleitos os candidatos;

Caso o número de candidatos seja maior do que o número de vagas disponíveis, a comissão instala o processo eleitoral;

Cada candidato a delegado fará apresentação de sua candidatura de até dois minutos;

Será providenciada uma lista em papel com os nomes de todos os candidatos;

Cada presente com direito a voto, poderá votar em até três candidatos diferentes;

A votação é feita em cédula e o voto é secreto;Finalizada a votação, a comissão organizado-

ra relacionará em ordem decrescente os candidatos mais votados e declarará os eleitos, conforme núme-ro máximo;

Os demais candidatos serão considerados su-plentes, conforme o número máximo de delegados.

19h30 – Encerramento Apresentação da Orquestra de Câmera “Pró-Mú-

sica”, regida pelo Maestro Nelson Nilo Hack8.Sistematização das propostas do ciclo de Se-

minários:Elaboração pelos mediadores/relatores, ao tér-

mino dos cinco Seminários, de Relatório Final conten-do as propostas de cada eixo orientador votadas nos diferentes Grupos de Discussão de todos os Seminá-rios Setoriais;

Encaminhamento do Relatório Final dos Seminá-rios Setoriais à I Conferência Nacional de Cultura/MinC, para subsidiar a elaboração das diretrizes de política pública de cultura e para a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, bem como para os demais parceiros.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53161

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

A – Da Análise da Adequação Financeira e Orça-mentária e do Mérito: PROJETO DE LEI Nº 1.833/99 – do Sr. Dr. Hélio – que “dispõe sobre o incentivo ao contrato de trabalho para o adolescente abandonado e infrator”. (Apensado: PL 4125/2001) RELATOR: Deputado SILVIO TORRES.

PROJETO DE LEI Nº 598/03 – do Sr. Walter Feldman – que “institui o Gatilho Desemprego” RELATOR: Deputado JOSÉ CARLOS MACHADO.

PROJETO DE LEI Nº 730/03 – do Sr. Nelson Marquezelli – que “concede isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, no caso que especifica”. RELATOR: Deputado JOSÉ CARLOS MACHADO.

PROJETO DE LEI Nº 3.600/04 – do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame – que “reduz a zero a alíquota do IPI para os óleos vegetais transesterificados destinados à adição ao diesel mineral”. RELATOR: Deputado CARLOS SOUZA.

PROJETO DE LEI Nº 3.800/04 – da Sra. Laura Car-neiro – que “permite o depósito do FGTS, por parte do empregador, em conta poupança de livre acesso em nome do trabalhador”. RELATOR: Deputado JOSÉ MILITÃO.

PROJETO DE LEI Nº 3.929/04 – do Sr. Clóvis Fecury – que “dispõe sobre atendimento diferenciado nos gui-chês de caixa das instituições financeiras” (Apensado: PL 5709/2005) RELATOR: Deputado PEDRO NOVAIS.

PROJETO DE LEI Nº 4.099/04 – do Sr. Edson Duarte – que “cria o Seguro Obrigatório sobre a Propriedade de Armas de Fogo, SOAF” RELATOR: Deputado LUIZ CARREIRA.

PROJETO DE LEI Nº 4.313/04 – do Sr. Carlos Nader – que “”Institui a Política de Reciclagem de Entulhos de construção civil e dá outras providências.”” RELATOR: Deputado NELSON BORNIER.

PROJETO DE LEI Nº 4.871/05 – do Sr. Paulo Gouvêa – que “estabelece encargo tarifário para manutenção de programas sociais dos governos federal, estadual e municipal”. RELATOR: Deputado EDUARDO CUNHA.

PROJETO DE LEI Nº 4.985/05 – da Sra. Almerinda de Carvalho – que “institui o Fundo Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres”. RELATORA: Deputada YEDA CRUSIUS.

PROJETO DE LEI Nº 4.989/05 – do Sr. Celso Russoman-no – que “dispõe sobre a equiparação, a consumidor, na forma da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, do usuário de serviço ou produto de instituição autorizada a funcionar ou fiscalizada pelo Banco Central” RELATOR: Deputado JOÃO MAGALHÃES.

PROJETO DE LEI Nº 5.063/05 – do Sr. Dr. Heleno – que “institui que toda licitação de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural, tenha a Bolsa de Valores do Estado do Rio de Janeiro – BVRJ como local oficial de recebimento e julgamento das propostas”. RELATOR: Deputado JOÃO MAGALHÃES.

PROJETO DE LEI Nº 5.121/05 – do Sr. Enio Bacci – que “altera o inciso III do artigo 6º, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor, e dá outras providências”. (Apensado: PL 5390/2005) RELATOR: Deputado ANTONIO CAMBRAIA.

PROJETO DE LEI Nº 5.506/05 – do Senado Federal – Aloizio Mercadante – (PLS 298/2004) – que “acres-centa alínea ao § 3º do art. 18 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para estender o benefício fiscal às doações e patrocínios destinados à construção de salas de cinema em Municípios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes”. RELATOR: Deputado LUIZ CARLOS HAULY.

PROJETO DE LEI Nº 6.019/05 – do Sr. José Santana de Vasconcellos – que “altera a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, e dispõe sobre os índices de corre-ção dos contratos de financiamento e renegociação de dívidas celebrados entre a União e municípios”. RELATOR: Deputado LUIZ CARREIRA.

PROJETO DE LEI Nº 6.041/05 – do Sr. Julio Lopes – que “modifica a Medida Provisória nº 2.181-45, de 24 de agosto de 2001, que “Dispõe sobre operações financeiras entre o Tesouro Nacional e as entidades que menciona, e dá outras providências””. RELATOR: Deputado FRANCISCO DORNELLES.

B – Da Análise da Adequação Financeira e Orça-mentária (art. 54):

PROJETO DE LEI Nº 6.782/02 – do Sr. Luiz Carlos Hauly – que “autoriza o Poder Executivo a instituir a Fundação Universidade Federal do Norte do Paraná, e dá outras providências”. RELATOR: Deputado SILVIO TORRES.

PROJETO DE LEI Nº 7.306/02 – do Sr. Cabo Júlio – que “dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de sistema de blindagem nas viaturas das Polícias Civil e Militar dos

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53162 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Estados e do Distrito Federal e dá outras providências”. (Apensados: PL 3402/2004 e PL 5555/2005) RELATOR: Deputado JOÃO MAGALHÃES.

PROJETO DE LEI Nº 3.354/04 – do Sr. Reinaldo Betão – que “dispõe sobre exame oftalmológico preventivo em crianças antes dos quatro anos de idade”. RELATOR: Deputado NAZARENO FONTELES.

PROJETO DE LEI Nº 4.142/04 – do Poder Executivo – (MSC 577/2004) – que “dispõe sobre o ensino na Marinha”. RELATOR: Deputado GONZAGA MOTA.

PROJETO DE LEI Nº 5.320/05 – do Poder Executivo – (MSC 321/2005) – que “dispõe sobre a transformação de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assesso-ramento Superiores – DAS e Funções Gratificadas, no âmbito do Poder Executivo Federal”. RELATORA: Deputada YEDA CRUSIUS.

PROJETO DE LEI Nº 5.362/05 – do Sr. Pastor Francis-co Olímpio – que “altera o artigo 6º da lei nº 9.424 de 24 de dezembro de 1996, que dispõe sobre o fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Funda-mental e de Valorização do Magistério “. RELATOR: Deputado LUIZ CARREIRA.

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 3ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

PROJETO DE LEI Nº 5.316/05 – da Sra. Zelinda Novaes – que “dispõe sobre o uso de detetores de metais nos acessos dos estabelecimentos públicos de ensino”. RELATOR: Deputado RAUL JUNGMANN. DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 2.683/00 – do Sr. Alberto Fra-ga – que “dispõe sobre a aplicação do regulamento disciplinar da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal”. RELATOR: Deputado CORONEL ALVES.

PROJETO DE LEI Nº 3.346/04 – do Sr. Lobbe Neto – que “acrescenta §§ 6º e 7º, ao art. 6º, da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que “Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências””. RELATOR: Deputado MORONI TORGAN.

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 1ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 10-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 5.522/05 – do Sr. André de Paula – que “dispõe sobre a obrigatoriedade da implemen-tação de protocolo terapêutico para a prevenção da transmissão vertical do HIV”. RELATORA: Deputada LAURA CARNEIRO. DECURSO: 3ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 2.716/03 – do Sr. Silas Brasileiro – que “institui o Programa Nacional de Defesa Biológi-ca e dá outras providências”. RELATORA: Deputada TELMA DE SOUZA.

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)

DECURSO: 1ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 10-11-05

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53163

PROJETO DE LEI Nº 5.440/05 – da Sra. Ann Pontes – que “acrescenta artigo à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para vedar a participação simultânea em lici-tações de empresas em que se evidencie a existência de controle único”. RELATORA: Deputada LAURA CARNEIRO. DECURSO: 4ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 7-11-05

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

PROJETO DE LEI Nº 5.453/05 – do Poder Executivo – (MSC 358/2005) – que “dispõe sobre a criação do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, cria cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessora-mento Superiores – DAS, e dá outras providências”. RELATOR: Deputado MARCO MAIA.

PROJETO DE LEI Nº 431/03 – do Sr. Paes Landim – que “altera a redação do art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho”. (Apensado: PL 1889/2003) RELATOR: Deputado PEDRO CANEDO.

PROJETO DE LEI Nº 1.630/03 – da Sra. Sandra Rosa-do – que “dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Apicultor”. RELATORA: Deputada ANN PONTES.

PROJETO DE LEI Nº 2.658/03 – do Sr. João Castelo – que “dispõe sobre a concessão de uso especial para fins de moradia prevista pelo § 1º do art. 183 da Cons-tituição Federal e dá outras providências” RELATOR: Deputado CARLOS ALBERTO LERÉIA.

PROJETO DE LEI Nº 5.140/05 – do Sr. Marcelo Barbieri – que “modifica a Consolidação das Leis do Trabalho para dispor sobre a execução trabalhista e a aplicação do princípio da desconsideração da personalidade ju-rídica”. (Apensado: PL 5328/2005) RELATOR: Deputado JOVAIR ARANTES.

PROJETO DE LEI Nº 5.163/05 – do Sr. Barbosa Neto – que “ Dispõe sobre a criação da Fundação Universidade Federal do Planalto Goiano e dá outras providências”. RELATOR: Deputado SANDRO MABEL.

PROJETO DE LEI Nº 5.164/05 – do Sr. Barbosa Neto – que “autoriza o Poder Executivo a criar a Fundação Universidade Federal do Sul Goiano, no Estado de Goiás e dá outras providências”. (Apensado: PL 5431/2005) RELATOR: Deputado PASTOR FRANCISCO OLÍMPIO.

PROJETO DE LEI Nº 5.184/05 – do Sr. Barbosa Neto – que “autoriza o Poder Executivo a criar a Fundação Uni-versidade Federal do Norte Goiano , no Estado de Goias e dá outras providências” (Apensado: PL 5380/2005) RELATOR: Deputado ISAÍAS SILVESTRE.

PROJETO DE LEI Nº 5.199/05 – do Sr. Murilo Zauith – que “dispõe sobre a tomada ou a prestação de contas referente ao uso de cartões de créditos corporativos e a despesas de caráter sigiloso, secreto ou reservado” RELATOR: Deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA.

PROJETO DE LEI Nº 5.469/05 – do Sr. Roberto Gouveia – que “dispõe sobre a responsabilidade das empresas pela lavagem dos uniformes usados por seus empregados “. RELATOR: Deputado PAULO PIMENTA.

PROJETO DE LEI Nº 5.900/05 – do Sr. Edson Ezequiel – que “altera dispositivos da Lei nº 5.194, de 24 de de-zembro de 1966, que “regula o exercício profissional das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, e dá outras providências”, para instituir a representação federativa no plenário do Conselho Fe-deral de Engenharia, Arquitetura e Agronomia”. RELATORA: Deputada VANESSA GRAZZIOTIN.

PROJETO DE LEI Nº 5.919/05 – do Poder Executivo – (MSC 596/2005) – que “cria mil novecentos e cinqüenta e um cargos da Carreira da Seguridade Social e do Traba-lho, para o Quadro do Ministério do Trabalho e Emprego, e extingue dois mil cento e noventa e um cargos vagos disponíveis no Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal – SIPEC, e dá outras providências”. RELATOR: Deputado VICENTINHO.

PROJETO DE LEI Nº 6.047/05 – do Poder Executivo – que “cria o Sistema Nacional de Segurança Alimen-tar e Nutricional – SISAN com vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada, e dá outras providências”. RELATOR: Deputado WALTER BARELLI.

COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTES

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

(DIA 7/11/2005)

Substitutivo (Art. 119, II e §1º)

AS PROPOSIÇÕES ABAIXO SOMENTE RECEBE-RÃO EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA COMISSÃO

PROJETO DE LEI Nº 5.628/05 – do Sr. Hélio Este-ves – que “acrescenta parágrafo ao art. 618 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil, de forma a ampliar para dez anos a garantia das obras de infra-estrutura e pavimentação de estradas e vias urbanas”. RELATOR: Deputado GIACOBO.

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53164 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

II – COMISSÕES TEMPORÁRIAS

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 536-A, DE 1997, QUE “MODIFICA O ARTIGO 60 DO ATO DAS

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS” (ESTABELECENDO QUE A UNIÃO COMPLEMEN-TARÁ OS RECURSOS DOS FUNDOS DE MANU-

TENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGIS-

TÉRIO, DE MODO A QUE SEJA ATINGIDO O VALOR MÍNIMO POR ALUNO DEFINIDO

NACIONALMENTE E NÃO HAJA REDUÇÃO DO GASTO POR ALUNO DO ENSINO FUNDA-

MENTAL QUE FOI PRATICADO ATÉ DEZEMBRO DO ANO DE 1997, EM CADA MUNICÍPIO, ESTADO

OU DF, ALTERANDO A NOVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL).

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (10 SESSÕES)

DECURSO: 8ª SESSÃO ÚLTIMA SESSÃO: 8-11-05

Proposta de Emenda à Constituição (Art. 202, §3º)

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 536/97 – do Sr. Valdemar Costa Neto – que “modifica o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”. (Apensa-dos: PEC 312/2000, PEC 190/2003, PEC 216/2003 (Apen-sados: PEC 247/2004 e PEC 415/2005), PEC 105/2003 (Apensado: PEC 160/2003) e PEC 415/2001) RELATORA: Deputada IARA BERNARDI.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER AO PROJETO DE LEI

Nº 6485, DE 2002, QUE “INSTITUI O ‘AUXILIO ADOÇÃO’ PARA O ABRIGO FAMILIAR DE

CRIANÇAS INTERNADAS EM ORFANATOS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.

(PL 1756/03 APENSADO)

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

(DIA 7/11/2005)

Projetos de Lei (Art. 119, I e §1º)

PROJETO DE LEI Nº 6.485/02 – do Sr. Osório Adriano – que “institui o “auxilio adoção” para o abrigo familiar

de crianças internadas em orfanatos, e dá outras pro-vidências”. (Apensados: PL 890/2003, PL 806/2003, PL 1645/2003 (Apensados: PL 2885/2004 e PL 3658/2004), PL 2579/2003 (Apensado: PL 4402/2004), PL 2941/2004, PL 3597/2004, PL 1756/2003 (Apensa-do: PL 2481/2003), PL 1380/2003 e PL 2680/2003) RELATORA: Deputada TETÉ BEZERRA.

III – COMISSÕES MISTAS

COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO

AVISOS

PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (8 DIAS)

DECURSO: 5º DiaÚLTIMO DIA: 07/11/2005

PROJETO DE LEI Nº 46/2005-CN, que “abre ao Orça-mento Fiscal da União, em favor das Justiças Federal, Eleitoral e do Trabalho e do Ministério Público da União, crédito especial no valor global de R$ 22.488.235,00 (vinte e dois milhões, quatrocentos e oitenta e oito mil, duzentos e trinta e cinco reais) para os fins que especifica.”RELATOR: Senador ROMEU TUMA

PROJETO DE LEI Nº 47/2005-CN, que “abre aos Orça-mentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, crédito suplementar no valor de R$ 88.192.142,00 (oi-tenta e oito milhões, cento e noventa e dois mil, cen-to e quarenta e dois reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Deputado BENJAMIN MARANHÃO

PROJETO DE LEI Nº 48/2005-CN, que “abre ao Orça-mento de Investimento para 2005, em favor de diversas empresas estatais, crédito especial no valor total de R$ 107.410.849,00 (cento e sete milhões, quatrocentos e dez mil e oitocentos e quarenta e nove reais), para os fins que especifica”RELATOR: Deputado GONZAGA PATRIOTA

PROJETO DE LEI Nº 49/2005-CN, que “abre ao Orça-mento de Investimento para 2005, em favor de empre-sas do Grupo PETROBRÁS, crédito especial no valor total de R$ 1.997.067.130,00 (um bilhão, novecentos e noventa e sete milhões, sessenta e sete mil e cento e trinta reais) para os fins que especifica.”RELATOR: Senador JOÃO RIBEIRO

PROJETO DE LEI Nº 50/2005-CN, que “abre ao Or-çamento de Investimento para 2005, em favor de em-presas do Grupo PETROBRÁS, crédito suplementar

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53165

no valor total de R$ 4.250.770.393,00 (quatro bilhões, duzentos e cinqüenta milhões, setecentos e setenta mil e trezentos e noventa e três reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Deputado JOSÉ CARLOS MACHADO

PROJETO DE LEI Nº 51/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor do Ministério da Integração Nacional, crédito especial no valor de R$ 18.648.000,00 (dezoito milhões, seiscentos e quarenta e oito mil reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Senador VALDIR RAUPP

PROJETO DE LEI Nº 52/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, da Educação e do Esporte, cré-dito especial no valor global de R$ 10.478.050,00 (dez milhões, quatrocentos e setenta e oito mil e cinqüenta reais) para os fins que especifica.”RELATOR: Deputado BENJAMIN MARANHÃO

PROJETO DE LEI Nº 53/2005-CN, que “abre ao Or-çamento da Seguridade Social da União, em favor do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, crédito especial no valor de R$ 879.000,00 (oi-tocentos e setenta e nove mil reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Deputado GERALDO RESENDE

PROJETO DE LEI Nº 54/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor de diversos Órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, crédito suplementar no valor global de R$ 359.494.942,00 (trezentos e cinqüenta e nove milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil, novecentos e quarenta e dois reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária.”RELATOR: Senador LEONEL PAVAN

PROJETO DE LEI Nº 55/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e das Cidades, crédito suplementar no valor global de R$ 118.148.707,00 (cento e dezoito milhões, cento e quarenta e oito mil, setecentos e sete reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamen-tária vigente.”RELATOR: Deputado EDUARDO SCIARRA

PROJETO DE LEI Nº 56/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor dos Ministérios de Minas e Energia e dos Transportes, crédito especial no valor global de R$ 50.078.000,00 (cinqüenta milhões, setenta e oito mil reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Deputado VANDER LOUBET

PROJETO DE LEI Nº 57/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União,

em favor do Ministério dos Transportes, crédito suple-mentar no valor de R$ 39.242.218,00 (trinta e nove milhões, duzentos e quarenta e dois mil, duzentos e dezoito reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Senador MAGNO MALTA

PROJETO DE LEI Nº 58/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor do Ministério de Minas e Energia, crédito suplementar no valor de R$ 3.507.265,00 (três milhões, quinhentos e sete mil, du-zentos e sessenta e cinco reais), para reforço de dota-ções constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Senador HERÁCLITO FORTES

PROJETO DE LEI Nº 59/2005-CN, que “abre ao Or-çamento da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, crédito suplementar no valor global de R$ 1.162.585.075,00 (um milhão, cento e sessenta e dois milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, setenta e cinco reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Deputado WASNY DE ROURE

PROJETO DE LEI Nº 60/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, crédito especial no valor de R$ 22.440.000,00 (vinte e dois milhões, quatrocentos e quarenta mil reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Senador HERÁCLITO FORTES

PROJETO DE LEI Nº 61/2005-CN, que “abre ao Or-çamento da Seguridade Social da União, em favor do Ministério da Saúde e de Operações Oficiais de Crédito, crédito suplementar no valor global de R$ 1.269.745.526,00 (um milhão, duzentos e sessenta e nove milhões, setecentos e quarenta e cinco mil, qui-nhentos e vinte e seis reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente, e dá outras providências.”RELATOR: Deputado HERMES PARCIANELLO

PROJETO DE LEI Nº 62/2005-CN, que “abre ao Or-çamento de Investimento para 2005, em favor de di-versas empresas estatais, crédito suplementar no va-lor total de R$ 214.953.182,00 (duzentos e quatorze milhões, novecentos e cinqüenta e três mil e cento e oitenta e dois reais) e deduz o Orçamento de Investi-mento, de diversas empresas, no valor global de R$ 1.295.213.312,00 (um bilhão, duzentos e noventa e cinco milhões, duzentos e treze mil e trezentos e doze reais), para os fins que especifica.”RELATOR: Deputado GERALDO RESENDE

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53166 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

PROJETO DE LEI Nº 63/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios do Meio Ambiente e da Integra-ção Nacional, crédito suplementar no valor global de R$ 86.055.215,00 (oitenta e seis milhões, cinqüenta e cinco mil, duzentos e quinze reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Deputado JOÃO LEÃO

PROJETO DE LEI Nº 64/2005-CN, que “abre ao Orçamento Fiscal da União, em favor do Ministério dos Transportes, crédito suplementar no valor de R$ 122.846.972,00 (cento e vinte e dois milhões, oitocen-tos e quarenta e seis mil, novecentos e setenta e dois reais), para reforço de dotações constantes da Lei Or-çamentária vigente.”RELATOR: Deputado LUIZ BITTENCOURT

PROJETO DE LEI Nº 65/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor da Presidência da República e do Ministério das Relações Exteriores, crédito suplementar no valor global de R$ 84.885.185,00 (oitenta e quatro milhões, oitocentos e oitenta e cinco mil, cento e oitenta e cin-co reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Deputado JAIME MARTINS

PROJETO DE LEI Nº 66/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor de diversos Órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União, crédito suplementar no valor global de R$ 131.300.687,00 (cento e trinta e um milhões, trezentos mil, seiscentos e oitenta e sete reais), para reforço de dotações cons-tantes da Lei Orçamentária vigente.”RELATOR: Deputado ANIVALDO VALE

PROJETO DE LEI Nº 67/2005-CN, que “abre ao Or-çamento Fiscal da União, em favor dos Ministérios da Justiça e da Defesa, crédito suplementar no valor global de R$ 13.494.639,00 (treze milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil, seiscentos e trinta e nove reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamen-tária vigente.”RELATOR: Deputado ANIVALDO VALE

PROJETO DE LEI Nº 68/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios da Justiça e da Defesa, crédito suplementar no valor global de R$ 422.272.976,00 (quatrocentos e vinte e dois milhões, duzentos e seten-ta e dois mil, novecentos e setenta e seis reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente, e dá outras providências.”RELATOR: Deputado JOVAIR ARANTES

PROJETO DE LEI Nº 69/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios da Fazenda, do Desenvolvi-mento, Indústria e Comercio Exterior e do Turismo, de Encargos Financeiros da União, de Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, de Operações Oficiais de Crédito e da Reserva de Contingência, cré-dito suplementar no valor global de R$ 826.471.725,00 (oitocentos e vinte e seis milhões, quatrocentos e se-tenta e um mil, setecentos e vinte e cinco reais), para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente, e dá outras providências.”RELATOR: Senador AUGUSTO BOTELHO

PROJETO DE LEI Nº 70/2005-CN, que “abre aos Or-çamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, d Edu-cação, da Cultura e do Esporte, crédito suplementar no valor global de R$ 422.037.761,00, (quatrocentos e vinte e dois milhões, trinta e sete mil , setecentos e sessenta e um reais), para reforço de dotações cons-tantes da Lei Orçamentária vigente, e dá outras pro-vidências.”RELATOR: Deputado BISMARCK MAIA

IV – COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES

ENCAMINHAMENTO DE MATÉRIA ÀS COMISSÕES

EM 3-11-2005:

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática:

PROJETO DE LEI Nº 6.052/2005

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania:

PROJETO DE LEI Nº 5.943/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.017/2005 RECURSO Nº 241/2005

Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indús-tria e Comércio:

PROJETO DE LEI Nº 6.007/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.012/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.054/2005

Comissão de Educação e Cultura:

PROJETO DE LEI Nº 6.040/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.048/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.051/2005

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável:

PROJETO DE LEI Nº 1.943/2003

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53167

PROJETO DE LEI Nº 2.572/2003

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público:

PROJETO DE LEI Nº 6.049/2005 PROJETO DE LEI Nº 6.055/2005

(Encerra-se a sessão às 18 horas e 7 minutos.)

DECISÃO DA PRESIDÊNCIA

A Ilustre Deputada Alice Portugal, por meio do Requerimento nº 2.854/05, solicita a constituição de Comissão Especial destinada a analisar e proferir pa-recer sobre as Propostas de Emenda à Constituição nos 334/96, 442/96, 532/97, 556/97, 558/97, 19/99, 50/99, 101/99, 123/99, 147/99, 183199, 192/00, 193/00, 209/00, 227/00, 281/00, 293/00, 329/01, 397/01, 209/03, 214/03, 222/03, 229/04, 236/04 e 346/04, que versam sobre a composição, as atribuições, os critérios de no-meação dos ministros, a estrutura administrativa e as restrições impostas aos titulares do Tribunal de Con-tas da União e dos Tribunais de Contas dos estados e dos municípios.

Alega a requerente que, por economia processual, as referidas proposições teriam condições de serem apreciadas em conjunto por uma Comissão Especial designada para tal fim.

A requerente fundamenta o pedido nos arts. 201 e 202, ambos do Regimento Interno da Câmara dos Deputados – RICD.

É o Relatório.Decido.Nos termos do art. 202, § 2º, do Regimento In-

terno, citado pela ilustre requerente para fundamentar a pretensão em exame, após o pronunciamento da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e “admitida a proposta, o Presidente designará Comis-são Especial para o exame do mérito da proposição, a qual terá o prazo de quarenta sessões a partir de sua constituição para proferir parecer”.

Acrescenta o § 8º do mesmo dispositivo que “aplicam-se à proposta de emenda à Constituição, no que não colidir com o estatuído neste artigo, as dispo-sições regimentais relativas ao trâmite e apreciação dos projetos de lei”.

O Estatuto Doméstico trata da apensação de proposições da mesma espécie em seu art. 142, in litteris,

Art. 142. Estando em curso duas ou mais pro-posições da mesma espécie, que regulem matéria idêntica ou correlata, é lícito promover sua tramitação conjunta, mediante requerimento de qualquer Comis-

são ou deputado ao Presidente da Câmara, obser-vando-se que:

I – do despacho do Presidente caberá recurso para o Plenário, no prazo de cinco sessões contado de sua publicação;

II – considera-se um só o parecer da Co-missão sobre as proposições apensadas.

Parágrafo único. A tramitação conjunta só será deferida se solicitada antes de a matéria entrar na Ordem do Dia ou, na hipótese do art. 24, II, antes do pronunciamento da única ou da primeira Comissão incumbida de examinar o mérito da proposição.

Com efeito, o instituto da apensação previsto para as proposições em geral é aplicado subsidiariamen-te à tramitação especial das propostas de emenda à Constituição; porém, é necessário que as referidas pro-postas se encontrem no mesmo estágio de tramitação, conforme decisões reiteradas da Presidência desta Casa. Justifica-se o citado entendimento porquanto o pronunciamento da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania acerca da admissibilidade da matéria é condição necessária para a continuação da tramitação das propostas de emenda à Constituição.

O presente requerimento contém duas preten-sões: a apensação das propostas de emenda à Cons-tituição mencionadas no documento e a constituição de Comissão Especial. Por isso, procedeu-se a exame cuidadoso, observando-se o requisito da correlação das matérias, como também da tramitação das pro-posições em mesmo estágio.

Diante do exposto, as proposições passam a ficar agrupadas da seguinte forma:

1 – Apensação Deferida:1.1 Assunto: artigo 73 (Escolha dos Ministros

do TCU)Principal: PEC n° 556/97Apensadas: PEC nos 123/99, 209/03 (e sua apen-

sada, a PEC n° 222/03) e 229/04Situação atual: aguardando pronunciamento da

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Comissão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

2 – Apensação Indeferida2.1. As proposições não são conexas com a

PEC n° 556/97 (RICD, art. 202, § 8º do art. 142, ca-put), apesar de se encontrarem no mesmo estágio de tramitação:

a) Assunto: artigo 20 (Fiscalização do TCU a respeito da aplicação dos recursos originados de par-ticipação ou compensação financeira no resultado de exploração de recursos hídricos e minerais)

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53168 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Principal: PEC n° 236/04Apensadas:Situação Atual: aguardando pronuncia-

mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º do RICD

b) Assunto: artigo 31 (Prestação de contas anual das Prefeituras Municipais)

Principal: PEC nº 346/04Apensadas: ---Situação Atual: aguardando pronuncia-

mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

c) Assunto: artigos 31, 75 e 105 (Extinção dos Tribunais de Contas Municipais)

Principal: PEC nº 192/00 (Desapensadas as PECs nºs 193/00, 209/00, 227/00, 293/00 e 329/01)

Apensadas: ---Situação Atual: aguardando pronuncia-

mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

d) Assunto: artigos 70 a 79 (Extinção dos Tribu-nais de Contas da União, dos Estados e dos Municí-pios e criação de novo sistema de controle externo da Administração Pública)

Principal: PEC nº 193/00 (Desapensada da PEC nº 192/00)

Apensada: PEC nº 329/01 (Desapensada da PEC nº 192/00)

Situação Atual: aguardando pronuncia-mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

OBS.: embora as PECs nº 193/00 e 329/01 proponham igualmente a extinção dos Tribunais Municipais, objetivam, ainda, extin-guir todos os outros Tribunais e Conselhos de Contas, o que justifica a desapensação da PEC nº 192/00.

e) Assunto: artigos 71 e 75 (Assegura ao TCU o caráter de instituição permanente e trata do man-dato dos conselheiros dos Tribunais e Conselhos de Contas)

Principal: PEC nº 209/00 (Desapensada da PEC nº 192/00)

Apensadas: PEC nº 227/00 (Desapen-sada da PEC nº 192/00) e sua apensada,a PEC nº 293/00

Situação Atual: aguardando pronuncia-mento da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania Por essa razão, não será pos-sível, no momento, a constituição de Comissão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

f) Assunto: artigo 71 (Solicitação de informações ao TCU)

Principal: PEC nº 385/96Apensada: PEC nº 442/96Situação Atual: aguardando pronuncia-

mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

g) Assunto: artigos 73 e 131 (Institui as Consul-torias Jurídicas do Tribunal de Contas da União, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal)

Principal: PEC nº 214/03Apensadas: ---Situação Atual: aguardando pronuncia-

mento da Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania. Por essa razão, não será possível, no momento, a constituição de Co-missão Especial, nos termos do que dispõe o art. 202, § 2º, do RICD.

OBS: embora a PEC nº 346/04 também proponha alterações ao art. 73 da Constitui-ção Federal, trata do assunto de forma distinta das demais proposições referentes ao mesmo dispositivo, motivo pelo qual não foi apensada a PEC nº 214/03, que dispõe sobre a institui-ção de consultorias jurídicas do Tribunal de Contas da União, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

2.2. As proposições encontram-se em estágios diferentes de tramitação, embora sejam conexas com a PEC nº 556/97 e suas apensadas (RICD, art. 202, § 8º c/c art. 142, caput):

2.2.1. Proposições aguardando a criação de Co-missão Especial:

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53169

a) Assunto: artigo 73 (Escolha dos Ministros do TCU)

Principal: PEC nº 532/97Apensada: PEC nº 50/99Situação Atual: aguardando a criação de

Comissão Especial.

b) Assunto: artigo 75 (Nomeação de membros das Cortes de Contas por concurso público)

Principal: PEC nº 397/01Apensada: ---Situação Atual: aguardando a criação de

Comissão Especial.

2.2.2. Proposição aguardando deliberação do Plenário

a) Assunto: artigo 73, § 1º, inciso I (Requisitos para a nomeação de Ministros do TCU)

Principal: PEC nº 281/00Apensada: ---Situação Atual: aguardando deliberação

do Plenário.

2.3. As proposições não são conexas com a PEC nº 556/97 (RICD, art. 202, § 8º c/c art. 142, caput) e, ainda, encontram-se em estágios diferentes de tra-mitação:

2.3.1. Constituída Comissão Especial – aguar-dando parecer:

a) Assunto: artigo 14, § 7º (inelegibilidade)Principal: PEC nº 106/99Apensadas: PEC’s nºs 138/99 e 147/99Situação Atual: constituída Comissão

Especial – aguardando parecer.

b) ASSUNTO: artigo 37 (nepotismo)Principal: PEC nº 334/96Apensadas: PEC’s nºs 558/97, 101/99,

549/02 e 128/03Situação Atual: constituída Comissão

Especial – aguardando parecer.

c) Assunto: Capítulo I do Título VI da Constituição Federal (Sistema Tributário Nacional)

Principal: PEC nº 183/99Apensada: PEC nº 474/01Situação Atual: constituída Comissão

Especial – aguardando parecer.

2.4. Proposição que recebeu parecer da Comis-são de Constituição e Justiça e de Cidadania pela inadmissibilidade (RICD, 202, § 1º):

a) Assunto: artigos 31, 75 e 105 (Extinção dos Tribunais e Conselhos de Contas Municipais)

Principal: PEC nº 19/99Apensada: ---

Situação Atual: aguardando deliberação do Plenário acerca do recurso nº 76/00 contra o parecer da CCJC pela inadmissibilidade.

Ante o exposto, profiro despacho do se-guinte teor:

a) defiro parcialmente o pedido de apensação, nos termos do artigo 202, § 8º c/c artigo 142, caput, ambos do RICD, das proposições a seguir relacionadas, as quais se encontram no mesmo estágio de tramitação e cuja respectiva especificidade está igualmente regulada no projeto principal ou em seus apensados:

– apensem-se as PECs nºs 209/03 e 229/04 a PEC 556/97;

– apense-se a PEC nº 222/03 a PEC nº 209/03

– desapensem-se as PECs nºs 193/00, 209/00, 227/00, 293/00 e 329/01 da PEC

nº 192/00;– apense-se a PEC nº 329/01 a PEC

nº 193/00 (Novo despacho para a PEC nº 193/00: CCJC)

– apense-se a PEC nº 227/00 a PEC nº 209/00 (Novo despacho para a PEC nº 209/00: CCJC)

– apense-se a PEC nº 293/00 a PEC nº 227/00;

b) indefiro a solicitação de criação de Comissão Especial, porquanto as proposições objeto do deferi-mento da apensação aguardam pronunciamento da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e de tramitação conjunta das demais proposições, pelos seguintes motivos:

– PECs nºs 236/04, 346/04, 192/00, 193/00, 209/00, 385/96 e 214/03 – e suas apensadas –, porgue as proposições não são conexas com a PEC nº 556/97, embora esteiam no mesmo estágio de tramitação;

– PECs nº 532/97 (e sua apensada, a PEC nº 50/99), 397/01 e 281/00, uma vez que as proposições encontram-se em estágios di-ferentes de tramitação. embora sejam conexas com a PEC nº 556/97 e suas apensadas;

– 106/99 (e suas apensadas, as PECs nº 138/99 e 147/99), 334/96 (e suas apensadas, as PECs nºs 558/97, 101/99, 549/02 e 128/03), e 183/99 (e sua apensada, a PEC nº 474/01), porquanto as proposições não são conexas com a PEC nº 556/97 e, ainda, encontram-se em estágios diferentes de tramitação;

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53170 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

– PEC nº 19/99, uma vez que aguarda a deliberação do Plenário acerca do Recurso nº 76/00 contra o parecer da CCJC pela inad-missibilidade.

Dê-se ciência à Autora do Requerimento do teor da presente Decisão e, após, publi-que-se.

Em, 3-11-2005. – Aldo Rebelo, Presi-dente.

REQUERIMENTO Nº 2.854, DE 2005 (Da Srª Alice Portugal)

Requer a constituição de Comissão Especial destinada a analisar e proferir pa-recer sobre as PECs nºs 334/1996, 442/1996, 532/1997, 556/1997, 558/1997, 19/1999, 50/1999, 101/1999, 123/1999, 147/1999, 183/1999, 192/2000, 193/2000, 209/2000, 227/2000, 281/2000, 293/2000, 329/2001, 397/2001, 209/2003, 214/2003, 222/2003, 229/2004, 236/2004 e 346/2004.

Senhor Presidente,Considerando que as Propostas de Emendas

Constitucionais de nºs 334/1996, 442/1996, 532/1997, 556/1997, 558/1997, 19/1999, 50/1999, 101/1999, 123/1999, 147/1999, 183/1999, 192/2000, 193/2000, 209/2000, 227/2000, 281/2000, 293/2000, 329/2001, 397/2001, 209/2003, 214/2003, 222/2003, 229/2004, 236/2004, 346/2004, têm em comum o fato de versa-rem sobre a composição, as atribuições, os critérios de nomeação dos ministros, a estrutura administrativa e as restrições impostas aos titulares do Tribunal de Contas da União e dos Tribunais de Contas dos Esta-dos e dos Municípios;

considerando que, por economia processual, re-feridas Propostas de Emendas Constitucionais teriam condições de serem apreciadas em conjunto por uma Comissão Especial designada para tal fim;

Requeiro a Vossa Excelência, nos termos dos arts. 201 e 202 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a constituição de Comissão Espe-cial destinada a analisar e proferir pareceres sobre aos Propostas de Emendas Constitucionais de nú-meros 334/1996, 442/1996, 532/1997, 556/1997, 558/1997, 19/1999, 50/1999, 101/1999, 123/1999, 147/1999, 183/1999, 192/2000, 193/2000, 209/2000, 227/2000, 281/2000, 293/2000, 329/2001, 397/2001, 209/2003, 214/2003, 222/2003, 229/2004, 236/2004 e 346/2004.

Sala das Sessões, 11 de maio de 2005. – Depu-tada Alice Portugal.

PARECERES

PROJETO DE LEI Nº 4.727-A, DE 1994 (DO SR. VALDIR COLATTO)

Dispõe sobre propaganda para escla-recimento e defesa do consumidor; tendo parecer da Comissão de Defesa do Consu-midor, pela rejeição deste e pela aprovação do de nº 3.061/1997, apensado (relatora: DEP. MARIA DO CARMO LARA).

Despacho: Às Comissões de: Defesa do Consumidor; e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Defesa do Consumidor

I – Relatório

Vêm à apreciação desta Comissão de Defesa do Consumidor o projeto em epígrafe e seu apensado, ambos de autoria do nobre Deputado Valdir Colatto.

O PL apresentado em 1994 propõe que em toda propaganda oficial seja reservado um décimo do tempo para a veiculação de campanhas de esclarecimento e defesa do consumidor. O PL apresentado em 1997 propõe que, durante os meses de maio, novembro e dezembro, em toda propaganda oficial seja reservado 20% (vinte por cento) do tempo ou espaço contratado para a veiculação de campanhas de esclarecimento e defesa do consumidor.

Ao justificar a matéria, o Autor sustenta que em certas regiões do Brasil, menos desenvolvidas ou afas-tadas dos grandes centros, muitos consumidores ainda desconhecem seus direitos e o Código de Defesa do Consumidor, sendo que os consumidores das regiões mais desenvolvidas sabem da existência do Código mas, em geral, desconhecem seu conteúdo.

De acordo com o Autor, é necessário que for-necedores e consumidores conheçam seus direitos e obrigações para que se instaure, de fato, o equilíbrio nas relações de consumo.

Ainda conforme o ilustre Autor, a matéria em pau-ta fundamenta-se no disposto no inciso XXXII do art. 5º da Constituição Federal: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”

No decorrer do prazo regimental, nesta Comissão, não foram apresentadas emendas aos projetos.

II – Voto da Relatora

De notar que os dois projetos em comento têm o mesmo autor, e que apesar de tratarem do mesmo

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53171

assunto – ou seja, dedicar obrigatoriamente parte da publicidade oficial para promover o esclarecimento e a defesa do consumidor -, o projeto apresentado em 1997 traz algumas alterações em relação ao projeto apresentado em 1994.

Ao passo que o PL n.º 4.727/94 determina que toda a propaganda oficial deve destinar 10% de seu tempo a promover a defesa do consumidor, o PL n.º 3.061/97 estabelece que, apenas nos meses de maio, novembro e dezembro, 20% do tempo e do espaço da propaganda oficial destinem-se a tal fim. Observamos que a matéria apresentada por último restringe o perí-odo da propaganda aos meses em que se verificam os picos de consumo na economia brasileira, exatamente o mês de maio, associado ao Dia das Mães e os meses de novembro e dezembro, associados ao recebimen-to do 13º salário e ao Natal. Contudo, amplia de 10% para 20% a fatia da propaganda oficial a ser utilizada em benefício das relações de consumo. Além disso, a proposição de 1994 fala em 10% do tempo, e a de 1997 fala em 20% do tempo e do espaço da publici-dade oficial, demonstrando claramente a intenção do proponente de incluir na obrigatoriedade a propaganda escrita, além da falada e televisada.

Não há como discordar dos argumentos do ilustre apresentante das proposições em apreciação. A des-peito dos 14 anos de vigência da Lei nº 8.078/90, ainda é incipiente o número de consumidores que conhecem na plenitude o conteúdo dessa lei e as formas como pode ser utilizada na defesa de seus direitos, mesmo nos grandes centros urbanos.

São várias as causas desse lamentável fato. No Brasil ainda existem muitos consumidores analfabetos, além dos chamados analfabetos funcionais, que conse-guem ler mas não compreendem tudo que lêem. Tam-bém, o conformismo de nosso povo, fruto da tradição paternalista da política brasileira, que condiciona as pessoas a aguardar a iniciativa do Estado para a solu-ção de seus problemas. A falta de interesse de alguns setores da atividade econômica em respeitar os direitos do consumidor, sem dúvida, também colabora para que esses direitos permaneçam desconhecidos.

Hoje em dia, muito se fala em inclusão social, em promoção da cidadania. Temos a convicção de que a divulgação, mediante propaganda oficial, dos direitos do consumidor é uma ferramenta eficaz para se atingir esses objetivos. Cada vez mais brasileiros participam do mercado de consumo e, à medida em que conseguem melhorar sua renda, participam de re-lações de consumo cada vez mais complexas, o que demanda um conhecimento crescente da legislação sobre o assunto.

Esse conhecimento também é imprescindível aos que estão deixando para trás a pobreza absoluta e dão seus primeiros passos no mercado de consumo, para que não sejam presa fácil de empresas desonestas ou incompetentes.

Os direitos encerrados no Código de Defesa do Consumidor devem ser difundidos pelo Estado, de modo a atingir os objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo enunciados no art. 4º da Lei nº 8.078/90, entre eles o especificado no inciso IV, que diz respeito à educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo Também, de modo a tornar efetivo o Sistema Nacional de Defe-sa do Consumidor, criado pelo art. 105 da supracitada lei, que tem como atribuição, entre outras, a definida no inciso IV de seu art. 106: informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação.

Em nossa maneira de ver, à medida em que forem difundidos os direitos do consumidor, este se tornará mais exigente, o que implicará no aprimoramento da qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mer-cado, melhorando a qualidade de vida dos brasileiros e a economia nacional, incluindo as exportações.

Julgamos excelente a idéia de que a propaganda oficial só deve incorporar a difusão dos direitos do con-sumidor nos meses de maio, novembro e dezembro, exatamente no momento em que o consumidor mais precisa ser alertado, pois está fazendo mais compras. Ao desonerar a propaganda oficial nos demais me-ses do ano a proposta torna-se mais objetiva, corrige excessos e torna-se mais viável ao Poder Executivo, que, afinal, é quem cederá maior espaço e tempo na publicidade.

Pelas razões acima expostas, votamos pela apro-vação do Projeto de Lei nº 3.061, de 1997, e pela re-jeição do Projeto de Lei nº 4.727, de 1994.

Sala da Comissão, 21 de setembro de 2005. – Deputada Maria Do Carmo Lara, Relatora.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Defesa do Consumidor, em reu-nião ordinária realizada hoje, aprovou o PL 3.061/1997, apensado, e rejeitou o Projeto de Lei nº 4.727/1994, nos termos do Parecer da Relatora, Deputada Maria do Carmo Lara.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Luiz Antonio Fleury – Presidente, Eduardo Se-

abra e Júlio Delgado – Vice-Presidentes, Almeida de Jesus, Ana Guerra, Celso Russomanno, Givaldo Ca-rimbão, Jonival Lucas Junior, José Carlos Araújo, Luiz Bittencourt, Márcio Fortes, Paulo Lima,Pedro Canedo,

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53172 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Selma Schons, Simplício Mário, Alex Canziani, Leandro Vilela, Luiz Bassuma, Max Rosenmann, Yeda Crusius e Zelinda Novaes.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Luiz Antonio Fleury Filho, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 404-A, DE 1999 (Do Sr. José Pimentel)

Torna obrigatória a instalação de por-ta de segurança nas agências bancárias e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de Defesa do Consumidor, pela rejeição deste e dos de nºs 628/1999, 3.413/2000 e 4.041/2004, apensados (relator: DEP. MAX ROSENMANN).

Despacho: Às Comissões de: Defesa do Consumidor; Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; Finanças e Tributação (Mérito); e Constituição e Justiça e de Cida-dania (Artigo 54 do RI)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas Comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Defesa do Consumidor

I – Relatório

Cabe a esta Comissão analisar o Projeto de Lei em questão, que torna obrigatória a instalação de por-ta de segurança em agências bancárias, bem como e postos de atendimento, o mesmo se aplicando aos Projetos de Lei nºs 628/99 e 4041/04.

O Projeto de Lei 3413/00, além do menciona-do dispositivo, exige a utilização de porta automática blindada.

Durante o prazo regimental, não foram apresen-tadas emendas.

II – Voto do Relator

Os constantes assaltos praticados contra agên-cias e clientes de bancos, principalmente nas capitais brasileiras, têm merecido destaque diário nos noticiá-rios de todo o país.

Visando coibir tal prática, o ilustre dep. José Pi-mentel (PT-CE) apresentou proposta no sentido de tornar obrigatória a instalação de porta de segurança eletrônica “nas agências e postos de serviços ban-cários”.

Não obstante a valiosa preocupação do autor com a segurança, vale esclarecer alguns pontos da citada proposição.

Segundo as normas do Banco Central do Brasil, alguns postos de serviços – a exemplo dos Postos de Atendimento Bancário (PAB) – só podem ser instala-

dos em recinto interno de entidade da administração pública ou de empresa privada para atender exclusi-vamente tais entidades e seus funcionários, ou seja, locais que já dispõem de sistema de segurança e monitoramento de movimentação de pessoas, sendo, portanto, dispensável a instalação de porta de segu-rança eletrônica. O art. 1º do projeto, todavia, impõe a todos os casos, indiscriminadamente, a instalação do citado dispositivo adicional, sujeitando a interdição o estabelecimento que não adotá-lo, causando prejuízos aos clientes dos citados postos.

Alguns, todavia, defendem que o dispositivo de se-gurança deve ser optativo, pelos seguintes motivos:

muitas agências bancárias já se utilizam das portas de segurança, sem, no entanto, registrarem redução no número de assaltos;

as portas causam transtornos nos deficientes físicos, portadores de marcapasso ou próteses, que são submetidos a constrangimentos desnecessários, colidindo com o disposto no § 2º do art. 227 da Cons-tituição Federal. Nesse sentido, o Projeto contraria frontalmente o disposto no art. 11, inciso II, da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência e determina, no mencionado dispositivo, que o acesso ao interior da edificação será estar livre de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou difi-cultem a acessibilidade de pessoa portadora de defi-ciência ou com mobilidade reduzida;

inviabiliza a evacuação rápida das pessoas no caso de incêndio;

é plenamente dispensável a obrigatoriedade de instalação em agências localizadas em municípios distantes, cujo índice de criminalidade é reduzido e que não dispõem de equipamentos e mão-de-obra especializada para manutenção e reparo, disponíveis apenas nos grandes centros;

mesmo com adoção desse e de outros mecanis-mos de segurança, os assaltantes passaram a seqües-trar os familiares dos funcionários, obrigando-os a levar o dinheiro até os delinqüentes. Algumas instituições estão sendo forçadas a oferecer escolta armada aos seus gerentes e tesoureiros.

Consideramos oportunas as preocupações ex-ternadas por ambas as correntes, tanto aqueles que defendem a implementação das portas eletrônicas, quanto aqueles que as consideram instrumento de discriminação.

De fato, devemos considerar que a imprensa tem denunciado uma preocupação que merece a análise dos nobre pares quanto ao tratamento dado aos por-tadores de próteses, marcapassos, deficientes físicos

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53173

e outros em função da dificuldade de acesso. Nesse sentido, esta Casa aprovou em enviou ao Senado Federal, em novembro de 2004, Projeto de Lei (nº 2828/00) que obriga as instituições financeiras que utilizam a porta giratória a disporem de porta auxiliar, comprovando que o dispositivo é discriminador. Os transtornos gerados são muitos ao ponto desta Co-missão ter aprovado requerimento do ex-deputado e ex-presidente Salatiel Carvalho, em 23.03.2000, deter-minando a criação de Grupo de Trabalho para analisar “a questão das portas giratórias instaladas na maioria das agências bancárias, tendo em vista os transtornos causados aos cidadãos”.

Quanto a questão da segurança, conclui-se que, à medida em que se adotam novos mecanismos mais sofisticados de segurança nas agências bancárias os assaltos assumem novas modalidades e característi-cas cada vez mais ousadas, revelando que o problema está mais ligado aos aspectos de segurança pública verificados com maior freqüência nos centros urbanos e que, por conseqüência, atingem todos os tipos de es-tabelecimentos que neles se encontram. Fatos como o ocorrido em 1999, num shopping center de São Paulo, quando um jovem atirou contra várias pessoas dentro do cinema evidencia a inviabilidade de instalar em to-dos esses estabelecimentos a porta de segurança sob a ótica de que esta venha a solucionar a questão.

O assunto não é novo. Em 1997, a Comissão de Finanças e Tributação debateu o tema. Na oportunida-de o Delegado da Divisão de Controle da Segurança Privada do Ministério da Justiça, Eli César Lisboa Ra-mos, textualmente colocou: “não adianta colocarmos porta giratória porque ela não vai parar ou acabar com o assalto”.

Durante a mesma reunião de audiência pública, ouviu-se o Diretor de Operações de empresa de Vi-gilância e Transporte de Valores, Sr. Marcelino José Barbosa, que declarou:

Para enriquecer e ilustrar essa situação pode-mos citar alguns fatos pitorescos que têm ocorrido. Por exemplo, o elemento Antônio Ricardo Viana, conheci-do como Virgulino – hoje está com o nome de Velhão – fez um assalto, levou R$ 3,2 milhões, em março de 1995, no interior da Bahia, em Feira de Santana, uma cidade grande. O que o grupo desse cara fez ? Ficou desafiando a Polícia, chamando a polícia para brigar. Após meses de investigação, de um trabalho com cus-to muito alto, esse elemento foi preso e não ficou seis meses na cadeia, foi resgatado. Agora, no dia 2 de junho, já fez um assalto em imperatriz, no Maranhão, nos mesmos moldes, ou seja, ele não faz aquele tra-dicional “isto é um assalto”. O grupo chega invadindo a agência e, nesse caso específico, saiu com funcio-

nários e vigilantes como reféns para pegar o carro da Polícia, no qual fugiu.

Há um elemento, o Raimundo Carlos Barbosa, que foi preso em 1996 e levou um tiro na perna. Ele é do norte do País. Ele fugiu, mas o chefe do grupo dele, o José Viana Davi, conhecido como “Ninja”, e outros do grupo foram presos há uns oito meses, mais ou menos, em São Luiz do Maranhão. A prisão desses elementos foi de um custo muito alto. Todo o trabalho de investigação e captura têm um custo muito alto. No final de maio, esse “Gordo”, como o chamam no Pará, fugiu do presídio do Pará, foi ao Rio Grande do Norte, em Mossoró, a segunda cidade do Estado, e resgatou de uma cadeia pública cinco elementos do grupo dele. A Polícia não tem como fazer frente a isso. Por último, agora, o “Ninja” fugiu do presídio de Americana, no Pará, próximo a Belém, e levou com ele 48 presos, ou seja, o sistema penitenciário não segura bandido.

Prosseguiu o expositor citando diversos outros ca-sos em que evidenciam o total despreparo das nossas Polícias em lidar com a questão da violência cometida contra agências bancárias. Segundo ele, os bandidos não respeitam mais a Polícia.

Ou seja, como afirmam os próprios especialis-tas, imputar uma série de mecanismos de segurança em nada vai contribuir para reduzirmos o número de assaltos, enquanto não houver mobilização da so-ciedade como um todo em debater o problema da segurança pública de modo a sofisticar os aparatos policiais, que hoje não dispõem de equipamentos e recursos humanos suficientes para atender aos recla-mos da população.

Diante do exposto, impor às instituições financei-ras a instalação de portas de segurança indiscrimina-damente, sem considerar a necessidade, a viabilidade e a peculiaridade de cada agência ou posto de aten-dimento, não nos parece adequado.

Estimativas apontam que, desde que foi pro-mulgada a Lei 7.102, milhares desses equipamen-tos formam instalados pelos bancos, em percentual próximo a 60% das unidades bancárias. Todavia, estudos indicam que outras alternativas operacio-nais e técnicas implantadas nos últimos cinco anos demonstraram maior eficiência na prevenção aos assaltos do que a porta giratória, como por exem-plo: a redução do volume de numerário nas unida-des bancárias, a instalação de cofres teler assist, fechaduras com temporizador de retardo, entre ou-tros dispositivos já disponíveis no mercado. Convém ressaltar que outros mais modernos serão lançados comercialmente, enquanto que a aprovação das propostas “engessaria” a questão num instrumento

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53174 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

que, assim como aconteceu com a cabine blindada, tornar-se-á ultrapassado.

Deve-se considerar, ainda, que procedimentos de segurança exigem rigoroso estudo técnico do local onde eventualmente poderão ser implantados, índice de criminalidade da região, se o local dispõe ou não de controle de acesso ao público (no caso de centros comerciais e outros semelhantes). Caso contrário, tor-nar-se-ão ineficientes pelas condições de segurança da região, além da possibilidade de tornarem-se ob-soletos em curto período – como exemplo as cabinas blindadas; ou absolutamente desnecessários, no caso das portas de segurança instaladas em unidades ban-cárias no interior de empresas que já possuem rigoroso controle de acesso.

Quanto a determinação de utilização de porta blindada constante no Projeto de Lei 3413/00, o his-tórico de ocorrências delituosas nos mostra que o poder bélico dos assaltantes tem aumentado signi-ficativamente e que nem a blindagem das agências suportaria o impacto dos projéteis desses armamen-tos. Há que observar também os custos decorrentes da medida que, inevitavelmente, seriam repassados às tarifas.

Considerando:que as propostas não trarão os benefícios preten-

didos pelos nobres autores; que as matérias colidem com diploma legal vigente; que os próprios bancos oficiais consultados apontam sérias limitações à im-plantação nos moldes propostos;

Somos pela rejeição do Projeto de Lei nº 404/99, e dos seus apensos PL 628/99, PL 3413/00 e PL 4041/04.

Sala da Comissão, 23 de maio de 2005. – Max Rosenmann, Deputado Federal – PMDB/PR.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Defesa do Consumidor, em reu-nião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº 404/1999, o PL 628/1999, o PL 3413/2000, e o PL 4041/2004, apensados, nos termos do Parecer do Re-lator, Deputado Max Rosenmann.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Luiz Antonio Fleury – Presidente, Eduardo Seabra

e Júlio Delgado – Vice-Presidentes, Almeida de Jesus, Ana Guerra, Celso Russomanno, Givaldo Carimbão, Jonival Lucas Junior, José Carlos Araújo, Luiz Bitten-court, Márcio Fortes, Paulo Lima, Pedro Canedo, Selma Schons, Simplício Mário, Alex Canziani, Luiz Bassuma, Max Rosenmann, Yeda Crusius e Zelinda Novaes.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Luiz Antonio Fleury Filho, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 4.323-A, DE 2001 (Do Sr. Alberto Fraga)

Institui o Sistema Nacional de Informa-ções sobre Pessoas Procuradas pela Justi-ça e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de Segurança Pública e Com-bate ao Crime Organizado, pela aprovação, com emenda (Rel. DEP. Coronel Alves)

Despacho: Às Comissões de: Seguran-ça Pública e Combate ao Crime Organizado; e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas Comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Or-ganizado

PARECER VENCEDOR

I – Relatório

O Projeto de lei em apreço, de autoria do nobre Deputado Alberto Fraga tem por objetivo estabelecer um gerenciamento em nível nacional de todas as infor-mações das pessoas procuradas pela Justiça.

Em sua justificativa o autor assevera que existe uma lacuna legal que permite aos foragidos agirem em várias Unidades da Federação com total impunidade, deixando a sociedade a mercê dos marginais, bem como os órgãos policiais sem nenhuma informação.

A nobre Relatora Deputada Zulaiê Cobra elabo-rou o seu parecer pela rejeição alegando que o atual sistema já está contemplando essa pretensão através do Sistema Nacional de Integração de Informações em Segurança Pública (INFOSEG).

Em 31 de agosto de 2005 a Comissão deliberou pela aprovação do Voto em Separado do Deputado Coronel Alves.

É o relatório.

II – Voto do Relator

Discordo da Relatora quanto a rejeição da pro-posição, pois embora em estado de implantação, não existe nenhuma obrigação legal para a organização do sistema e muito menos da sua disponibilização para os órgãos de segurança pública.

Para atingir o objetivo do autor, faz-se necessá-rio, respeitado o Pacto Federativo, o estabelecimento desta obrigação sem contudo criar órgão, deixando-se para o Poder Executivo a definição do órgão e sua atribuição.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53175

Visando o aperfeiçoamento do texto e para viabi-lizar a pretensão do autor apresentamos emenda cor-rigindo esse vício constante do artigo 1º do projeto.

Assim, somos pela aprovação do projeto de lei 4.323/01 com a emenda apresentada.

Sala da Comissão, 31 de agosto de 2005. – Depu-tado Coronel Alves, Relator.

EMENDA

Dê-se ao artigo 1º do projeto de lei em apreço a seguinte redação:

Art. 1º Esta lei estabelece a obrigatoriedade do poder público federal disponibilizar aos órgãos de se-gurança pública o cadastro de pessoas procuradas pela Justiça.

Justificação

Esta Emenda corrige qualquer vício da proposi-ção, pois não impõe a criação de órgão para a União ou para o Ente Federado e também não há invasão da competência quanto a regulamentação do disposi-tivo, ficando somente no campo das normas gerais de competência da União, bem como na observância dos princípios constitucionais expressos na Carta Política, dentre eles o da publicidade.

Sala da Comissão, 31 de agosto de 2005. – Depu-tado Coronel Alves, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 4.323/01, com emenda, nos termos do Parecer Vencedor do Relator, Deputado Coronel Alves, que apresentara voto em separado.

O Parecer da Deputada Zulaiê Cobra passou a constituir voto em separado.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Enio Bacci – Presidente; João Campos – Vice-

Presidente; Cabo Júlio, Capitão Wayne, Coronel Alves, Gilberto Nascimento, Jair Bolsonaro, Josias Quintal, Lino Rossi e Paulo Rubem Santiago – Titulares; An-tonio Carlos Biscaia, Laura Carneiro, Neucimar Fraga e Pastor Reinaldo.

Sala da Comissão, 31 de agosto de 2005. – Depu-tado Enio Bacci, Presidente,

VOTO EM SEPARADO DA DEPUTADA ZULAIÊ COBRA

I – Relatório

O Projeto de Lei nº. 4.323/2001 institui o Sistema Nacional de Informações sobre Pessoas Procuradas pela Justiça, destinado a registrar e gerenciar o Ca-dastro Nacional de Procurados. A proposição atribui

ao Poder Executivo o encargo de centralizar as ativida-des, bem como de implementar, coordenar e controlar o Cadastro, sempre em cooperação com os órgãos responsáveis pelo registro, investigação e localização de pessoas procuradas no âmbito da União e das Uni-dades Federadas, a quem incumbirá a alimentação do Sistema, com base em informações fornecidas pelo Poder Judiciário. A proposição também atribui ao Poder Executivo o encargo de disponibilizar linha telefônica de acesso gratuito em todo o território nacional com a finalidade de fornecer e receber as informações que serão eventualmente incluídas no Cadastro.

Em sua justificativa, o Autor remete à gigantesca quantidade de mandados de prisão em aberto no País, como resultado da ausência de um sistema que geren-cie as informações a respeito de pessoas procuradas pela Justiça. Conclui que, como conseqüência desta lacuna legal, a sociedade fica à mercê dos criminosos que agem impunemente nas Unidades Federadas.

Em Despacho datado de 20/04/2005, a propo-sição foi distribuída à apreciação da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-dania, nos termos em que dispõem os arts. 24, inciso II, e 54, do Regimento Interno da Câmara dos Depu-tados (RICD).

Esgotado o prazo regimental, em 09/05/2005, a proposição não recebeu emendas nesta Comissão Permanente.

É o Relatório.

II – Voto

O Projeto de Lei nº. 4.323/2001 foi distribuído a esta Comissão Permanente por tratar de matéria relacionada com a segurança pública interna e seus órgãos institucionais, nos termos em que dispõe o art. 32, do RICD.

Concordamos com os argumentos apresentados pelo ilustre Autor em sua justificativa. As atividades policial e judicial no Brasil são tradicionalmente in-trospectivas, arraigadas a procedimentos seculares, quase sempre restritas a jurisdições estanques, que desdenham da cooperação e da colaboração de ou-tras instituições.

No âmbito policial, a apuração criminal desen-volveu-se em torno de investigadores ciosos de seus cadastros pessoais e intransferíveis de suspeitos e al-cagüetes. Munidos desses instrumentos artesanais de investigação, esses policiais mal conseguiam responder aos desafios dos crimes praticados nos bairros onde se localizavam as respectivas delegacias. Enquanto a atividade criminosa se limitou às estripulias de venta-nistas e batedores de carteiras, armados de navalhas

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e rabos-de-arraia, esse aparato policial primitivo pelo menos serviu às necessidades da ordem pública urba-na, até a primeira metade do século passado.

Hoje, já não é assim, a criminalidade se sofisti-cou. Os criminosos, até mesmo aqueles mais brutais e incultos, fazem uso cotidiano do que de mais mo-derno as tecnologias de transportes e de comunica-ções colocaram à disposição de todos. Ao passo que os criminosos pensam e agem em âmbito nacional e internacional, as instituições policiais brasileiras ainda se prendem teimosamente aos recursos ultrapassados da relação de suspeitos e de alcagüetes. O crime se organizou, mas as delegacias e as secretarias esta-duais de segurança pública permanecem trabalhando de costas umas para as outras. As conseqüências são óbvias: o crescimento descontrolado da criminalidade e as taxas vergonhosas de elucidação de crimes. Sob este aspecto, é desolador assistir a um programa de televisão em rede nacional, que se vangloria a cada semana por localizar criminosos longamente procu-rados pela Justiça, servindo-se tão somente da ope-rosidade da equipe de reportagem e da colaboração espontânea do público televisivo.

A cooperação entre as instituições judiciais não é muito melhor, que o digam as dificuldades em associar eficácia às cartas precatórias e à prova emprestada.

Não há, portanto, como discordar dos argumen-tos e da pretensão do Autor. No entanto, temos ques-tionamentos a fazer a respeito da proposição que se aprecia.

Em primeiro lugar, entendermos que a iniciativa da instituição de órgão administrativo que criará e ge-renciará o Cadastro Nacional de Procurados é privativa do Presidente da República, por força de disposição constitucional, embora deixemos a apreciação deste aspecto específico à comissão competente.

Em segundo lugar, entendemos que a pretensão do Autor já está atendida com a criação do Sistema Nacional de Integração de Informações em Seguran-ça Pública (INFOSEG), através do qual o Poder Exe-cutivo se propõe a abrir a todos os órgãos policiais e de justiça o acesso às informações sobre processos, inquéritos, mandados de prisão e envolvimento com narcotráfico.

O sistema foi concebido em 1997 e implantado em 2004, como uma rede na Internet em que estão disponíveis os dados de quatro grandes sistemas da área de segurança, atualizados diariamente e con-tando para isso com a participação das 27 Unidades da Federação. Por serem informações sensíveis, o acesso à rede é controlado, permitido apenas para os integrantes dos setores de segurança e inteligência nos níveis federal, estadual e municipal, mediante se-

nhas de segurança. Segundo o Poder Executivo, pelo INFOSEG já é possível consultar o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), o Registro Nacio-nal de Carteira de Habilitação (Renach), o Sistema de Registro de Armas (Sinarm) e a relação de mandados de prisão em todo o território nacional.

Do exposto e por entendermos que, embora re-levante para a reversão do quadro de violência e cri-minalidade que atormenta o País, a pretensão do no-bre Autor já se encontra em fase de implantação pelo Poder Executivo, somos pela REJEIÇÃO do Projeto de Lei nº. 4.323/2001.

Sala da Comissão, 3 de junho de 2005. – Depu-tada Zulaiê Cobra.

PROJETO DE LEI Nº 1.599-A, DE 2003 (Do Sr. Orlando Fantazzini)

Dispõe sobre o fornecimento gratuito de medicação para o tratamento de pessoas portadoras de transtornos mentais e com dependência e/ou uso prejudicial de álcool e outras drogas e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de Seguridade Social e Família, pela rejeição (relator: DEP. RIBAMAR ALVES).

Despacho: Às Comissões de: Seguri-dade Social e Família; Finanças e Tributação (Art. 54 RICD); Constituição e Justiça e de Redação (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas Comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Seguridade Social e Família

I – Relatório

O Projeto de Lei 1.599, de 2003, foi proposto pelo nobre Deputado Orlando Fantazzini com o objetivo de garantir o fornecimento gratuito de medicação para o tratamento de doenças mentais e dependências de álcool e outras drogas.

O autor argumenta que o Fundo Nacional de Saú-de, ao transferir recursos para estados e municípios, não consigna especificamente o valor que deverá ser destinado ao atendimento de pacientes com transtor-nos mentais e distúrbios causados pelo uso excessi-vo e/ou dependência de álcool ou outras drogas. Não existe uma vinculação entre o repasse e o tratamento dos dependentes e doentes mentais.

Assim, revela o nobre parlamentar que a inten-ção do presente projeto é a de dispensar às citadas moléstias a mesma distinção concedida às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. Segundo relata o autor, “as doenças da mente e os transtornos rela-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53177

tivos ao vício de drogas, destacando-se o álcool, são males que atingem parcela significativa da população nacional constituindo grave problema de saúde pú-blica”, merecendo atenção legislativa e orçamentária especial do Poder Público.

A proposição está sujeita à apreciação conclu-siva das Comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

No âmbito desta Comissão de Seguridade Social e Família, não foram apresentadas emendas ao projeto no decorrer do prazo regimental.

É o Relatório.

II – Voto do Relator

O Sistema Único de Saúde tem como um de seus princípios, a integralidade do atendimento, o que en-globa a prevenção de doenças e as intervenções cura-tivas, como a utilização dos medicamentos. Quaisquer patologias que possam acometer o ser humano, de-vem ser tratadas e prevenidas pelo sistema de saúde público, em face do princípio da integralidade. Essa é uma exigência da Constituição Federal. O atendimen-to integral é uma das diretrizes no desenvolvimento de quaisquer ações e serviços públicos de saúde e alcança todas as patologias em todos seus aspectos, preventivos e curativos.

Sendo o direito à saúde de sede constitucional, com previsão de universalidade e integralidade, torna-se despiciendo elaborar uma lei ordinária específica para garantir medicamentos gratuitos para cada tipo de doença, ou grupos de patologias. Isso já está as-segurado pela Constituição Federal. Se cada doença ou grupo de doenças tivessem que ter uma lei que garantisse a atenção do Estado, no que concerne ao fornecimento de medicamentos, teríamos uma miría-de de leis no ordenamento jurídico apenas para tratar desse tema.

Cumpre ressaltar que o Ministério da Saúde já desenvolve o Programa Saúde Mental, que objetiva disponibilizar recursos para a aquisição de medica-mentos essenciais para a área de saúde mental, em toda a rede pública. Essa política é uma resposta à obrigação constitucional de o Estado prover a saú-de de sua população. Não foi necessária a edição de uma lei ordinária para que o Poder Público agisse no sentido de garantir o tratamento medicamentoso às moléstias mentais, pois esse dever já está fixado na Carta Magna.

Ante o exposto, nos manifestamos pela rejeição do Projeto de Lei nº 1.599, de 2003.

Sala da Comissão, 13 de setembro de 2005. – Deputado Ribamar Alves, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Seguridade Social e Família, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou unanimemente o Projeto de Lei nº 1.599/2003, nos termos do Parecer do Relator, Deputado Dr. Ribamar Alves.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Dr. Benedito Dias – Presidente, Arnaldo Faria

de Sá, Guilherme Menezes e Almerinda de Carvalho – Vice-Presidentes, Amauri Gasques, Angela Gua-dagnin, Antonio Joaquim, Benjamin Maranhão, Dar-císio Perondi, Dr. Francisco Gonçalves, Dr. Ribamar Alves, Durval Orlato, Eduardo Barbosa, Elimar Má-ximo Damasceno, Geraldo Thadeu, Jandira Feghali, José Linhares, Manato, Nilton Baiano, Reinaldo Gripp , Remi Trinta, Roberto Gouveia, Teté Bezerra, Thelma de Oliveira, Geraldo Resende, Homero Barreto, Selma Schons e Telma de Souza.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado. Benedito Dias, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 1.997-C, DE 2003 (Do Sr. Carlos Nader)

Dispõe sobre incentivo fiscal para contratação de trabalhadores, nas con-dições que especifica; tendo pareceres: da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação (relator: DEP. ÁTILA LIRA); da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, pela rejeição (relato-ra: DEP. DRA. CLAIR); e da Comissão de Finanças e Tributação, pela inadequação financeira e orçamentária deste e do de nº 5.665/05, apensado (relator: DEP. ANDRÉ FIGUEIREDO).

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura; Trabalho, de Administração e Serviço Público; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54)

Apreciação: Proposição sujeita à apre-ciação do Plenário – Art. 24, II, “g”

Publicação do Parecer da Comissão de Finanças e Tributação

I – Relatório

O Projeto de Lei nº 1.997-B, de 2003, de autoria do Deputado Carlos Nader, autoriza as pessoas jurí-dicas a deduzir, para fins determinação do Imposto de Renda, o valor correspondente a uma vez e meia o montante das despesas com salários e encargos sociais decorrentes da contratação de alunos de ins-tituição ensino superior, que apresentem freqüência regular em cursos ligados à atividade exercida pela empresa contratante.

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53178 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

A referida dedução não poderá exceder a 10% do montante da folha de pagamento e nem poderá reduzir o valor do imposto devido em mais de 5%.

Em apenso, encontra-se o Projeto de Lei nº 5.665, de 2005, de autoria do Deputado Ivo José, que propõe a concessão do mesmo tipo de incentivo fiscal, porém assegurando a dedução integral das despesas com salários e encargos diretamente do imposto de renda apurado. Neste caso, o valor deduzido será limitado a 5% da folha de pagamento e a 2% do imposto devido, duplicando-se esses percentuais quando se tratar de micro e pequenas empresas.

A proposição principal foi inicialmente encami-nhada à Comissão de Educação e Cultura, onde a matéria foi aprovada pela maioria de seus membros. Em seguida, o projeto também foi submetido à apre-ciação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, a qual se posicionou unanimemente pela sua rejeição.

O Projeto de Lei nº 5.665/05, por sua vez, en-contra-se em estágio menos avançado de tramitação, não tendo sido apreciado sob o ponto de vista de seu mérito.

O projeto principal e seu apenso foram enviados à deliberação desta Comissão de Finanças e Tribu-tação e, em razão da existência de pareceres diver-gentes nas Comissões de mérito, não houve abertura de prazo para apresentação de emendas (art. 119 do Regimento Interno).

É o relatório.

II – Voto do Relator

Cumpre a esta Comissão, além do exame do mérito, inicialmente, apreciar a proposição principal e seu apenso quanto à adequação com o plano pluria-nual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual, nos termos do Regimento Interno da Câmara dos Deputados e da Norma Interna da Comissão de Finanças e Tributação, que “estabelece procedimen-tos para o exame de compatibilidade ou adequação orçamentária e financeira”, aprovada pela CFT em 29 de maio de 1996.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2005 (Lei nº 10.934, de 11 de agosto de 2004), em seu art. 94, condiciona a aprovação de lei que conceda ou amplie incentivo ou benefício fiscal ao cumprimen-to do disposto no art. 14 da Lei de Responsabilida-de Fiscal, onde se exige que a proposição esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamen-tário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. Adicionalmente, a proposição deverá atender ao disposto na lei de

diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

I – demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previs-tas no anexo próprio da lei de diretrizes orça-mentárias;

II – estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro-veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

Da leitura dos Projetos de Lei nº 1.997/03 e nº 5.665/05 verifica-se que ambos propõem a concessão de um tratamento tributário favorecido para as empresas que optarem por contratar estudantes de nível superior, assegurando-lhes a desoneração do imposto de renda da pessoa jurídica, em montante equivalente ao valor da despesa com salários e encargos sociais. Ainda que os projetos estabeleçam limites para tal dedução, somos obrigados a reconhecer que a renúncia potencial de receita tributária será muito elevada, especialmente no caso do Projeto de Lei nº 5.665/05, onde se prevê que a despesa salarial poderá ser deduzida diretamente do valor do imposto de renda devido. Por essa sistemáti-ca, transfere-se para a União Federal todo o ônus da contratação dos estudantes, cabendo à empresa única e simplesmente estabelecer os critérios de seleção e de remuneração das pessoas contratadas. Isso, cer-tamente, dará ensejo à ocorrência de fraudes, pois o projeto não define limites para o valor da remuneração, nem para o tempo de permanência no curso

Afora esses aspectos, as proposições não estão acompanhadas dos requisitos exigidos pela Lei de Res-ponsabilidade Fiscal anteriormente citados, a saber: a estimativa da renúncia de receita, as medidas de compensação e a comprovação de que a renúncia já está computada na estimativa das receitas orçamen-tárias, estas não podem ser consideradas adequadas e compatíveis sob a ótica mais restrita da adequação orçamentária e financeira.

Ademais, fica também prejudicado o exame quan-to ao mérito na Comissão de Finanças e Tributação, em acordo com o disposto no art. 10 da Norma Inter-na – CFT.

Por todo o exposto, voto pela inadequação orça-mentária e financeira do Projeto de Lei nº 1.997-B, de 2003 e do Projeto de Lei nº 5.665, de 2005.

Sala da Comissão, 19 de outubro de 2005. – Depu-tado André Figueiredo, Relator.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53179

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças e Tributação, em reu-nião ordinária realizada hoje, opinou, unanimemente, pela inadequação financeira e orçamentária do Pro-jeto de Lei nº 1.997-B/03e do PL nº 5.665/05,apensa-do, nos termos do parecer do relator, Deputado André Figueiredo.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Geddel Vieira Lima, Presidente; Eduardo Cunha,

Luiz Carlos Hauly e Carlito Merss, Vice-Presidentes; Coriolano Sales, Delfim Netto, Enivaldo Ribeiro, Félix Mendonça, Fernando Coruja, Francisco Dornelles, João Magalhães, José Carlos Machado, José Militão, José Pi-mentel, Luiz Carreira, Marcelino Fraga, Max Rosenmann, Moreira Franco, Mussa Demes, Nazareno Fonteles, Osório Adriano, Pauderney Avelino, Roberto Brant, Silvio Torres, Vignatti, Virgílio Guimarães, Wasny de Roure, Yeda Cru-sius, Antonio Cambraia e Geraldo Thadeu.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Geddel Vieira Lima, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 3.313-A, DE 2004 (Do Sr. Lobbe Neto)

Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de vibradores sonoros nas rodo-vias; tendo parecer da Comissão de Viação e Transportes, pela rejeição (relator: DEP. MAURO LOPES).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; e Constituição e Justiça e de Ci-dadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Aprecia-ção Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

Chega para análise desta Comissão o Projeto de Lei nº 3.313, de 2004, proposto pelo Deputado Lobbe Neto. A intenção da iniciativa é obrigar a instalação de vibradores sonoros nas rodovias federais, sejam elas conservadas diretamente pelo governo federal ou pela iniciativa privada, mediante concessão.

Não foram apresentadas emendas à proposição. É o relatório.

II – Voto do Relator

Muito embora o autor do projeto demonstre um justificável interesse no aumento das condições de segurança das vias rurais, julgamos que a medida pro-posta não se presta a um enquadramento legal, por ser matéria típica de normas técnicas rodoviárias, pro-

duzidas com base nos conhecimentos da engenharia de segurança de trânsito.

São os órgão rodoviários – federal, estadual e muni-cipal – que devem se ocupar da análise das intervenções viárias que possam diminuir o risco de acidentes, consi-derando variáveis como o índice de ocorrências no local, o fluxo de veículos, a topografia do terreno, as disponibili-dades orçamentárias e o desenho da pista, entre outras.

Sendo assim, em que pese toda a boa vontade do nobre autor, somos levados a votar pela rejeição do Projeto de Lei nº 3.313, de 2004.

Sala da Comissão, 1º de setembro de 2005. – Deputado Mauro Lopes, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reu-nião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº 3.313/04, nos termos do parecer do relator, Depu-tado Mauro Lopes.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Ca-margo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos Santana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Má-rio Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Mar-cello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 4.201-A, DE 2004 (Do Sr. Ronaldo Vasconcellos)

Altera a Lei nº 9.615 de 24 de março de 1998, de forma a destinar diretamente aos Estados parte dos recursos dos concursos de prognósticos para realização de jogos escolares; tendo parecer da Comissão de Educação e Cultura, pela rejeição (relator: DEP. PAULO RUBEM SANTIAGO).

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura; Turismo e Desporto; Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD).

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Educação e Cultura

I – Relatório

O projeto de Lei em análise, de autoria do no-bre Deputado Ronaldo Vasconcellos, visa destinar

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53180 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

diretamente aos Estados parte dos recursos dos con-cursos de prognósticos para a realização de jogos escolares .

A tramitação dá-se conforme o disposto no art. 24, II do Regimento Interno das Câmara dos Deputados.

A apreciação é conclusiva por parte desta Co-missão de Educação e Cultura.

Cumpridos os procedimentos e esgotados os prazos, não foram apresentadas emendas às propo-sições.

É o Relatório.

II – Voto do Relator

Sobre os recursos previstos na Lei Agnelo-Piva recai subvinculação ao desporto escolar e ao despor-to universitário. Estes recursos, sob administração dos Comitês Olímpico e Paraolímpico não foram aproveita-dos de maneira célere nos últimos anos, como apon-tou relatório do Tribunal de Contas das União.Com a edição do Decreto n° 5.139/04 procurou-se deslanchar a execução destes recursos.

Cabe observar, no entanto, que o nobre autor não deixa de ter razão em sua crítica à ausência dos ges-tores do ensino no processo decisório. Esta questão mereceu tratamento mais adequado no Substitutivo ao Estatuto do desporto, que prevê a participação da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educa-ção-UNDIME e do Conselho Nacional de Secretários de Educação -CONSED em conselhos referentes ao esporte escolar.

O mencionado Decreto abriga como possibilida-des de gasto aquelas previstas no parágrafo único de seu art.10: fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, formação de recursos humanos e preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas.

Estes termos contém um certo grau de generali-dade, adequado aos recursos da Lei Agnelo-Piva não vinculados ao desporto escolar e universitário. Para estes seria preferível enfatizar os gastos com a forma-ção dos educandos.

A proposta modifica os percentuais ,mas não traz prejuízo concreto aos recursos que o COB e CPB efetivamente tiveram à disposição nestes anos, uma vez que os recursos do desporto escolar não foram utilizados. Ademais, as alíneas “c” e “d” apenas per-mitem que parcela seja repassada aos Estados, sem vedar que o repasse seja feito, inclusive, através do COB e CPB.

Do ponto de vista da Comissão de Educação e Cultura, que reconhece a importância do desporto es-colar ,tanto assim que incluiu este item entre as suas cinco emendas ao orçamento de 2005 – um maior en-volvimento dos gestores sistemas de ensino dos esta-

dos, com fiscalização da aplicação dos recursos pelo Tribunal de Contas da União-TCU, pode ser benéfico ao desenvolvimento do desporto de base.

Desta forma, votamos favoravelmente ao Projeto de Lei nº 4.201, de 2004.

Sala da Comissão, de abril de 2005. – Deputado Paulo Rubem Santiago, Relator.

PARECER REFORMULADO

I – Relatório

O projeto de Lei em análise, de autoria do nobre Deputado Ronaldo Vasconcellos , visa alterar a Lei Pelé de forma a destinar aos estados e municípios parte dos recursos dos concursos de prognósticos para realização de jogos escolares.

A tramitação dá-se conforme o disposto no art.24,II do Regimento Interno das Câmara dos Deputados.

A apreciação é conclusiva por parte desta Co-missão de Educação e Cultura.

Cumpridos os procedimentos e esgotados os prazos, não foram apresentadas emendas às propo-sições.

É o Relatório.

II – Voto do Relator

A descoberta de talentos esportivos, com ob-jetivo de que se tornem atletas de alto nível, embora louvável, do ponto de vista esportivo, não corresponde a prioridade sob o ângulo educacional – enfoque que deve ser analisado por esta Comissão, par qual a prio-ridade deve ser conferida às políticas voltadas para o desporto educacional, isto é, aquele pedagogicamente orientado, voltado para a formação do cidadão e que, por definição não inclui os critérios da seletividade e competitividade, presentes no esporte de rendimento que se pretende beneficiar, uma vez que os jogos es-colares e universitários são competições.

As lacunas da legislação que preocupavam o nobre autor e ensejaram a elaboração da proposição em análise foram preenchidas com a edição do De-creto nº 5.139/04, que estabelece as diretrizes e exi-gências de elaboração de um plano estratégico em que sejam explicitadas as metas a serem cumpridas pelos Comitês Olímpico e Paraolímpico e pelas res-pectivas entidades filiadas, além de prever normas referentes aos pre4ocedimentos de transferencia de recursos e prestação de contas, que ,nos termos da lei Agnelo-Piva, deve ser feita ao Tribunal de Contas da União-TCU.

Em 2004 foram aplicados 12,7 milhões de reais nos esporte escolar e universitário, incluindo a aplica-ção de recursos ,que haviam sido antes não aplicados – fato para o qual alertou. É verdade que há necessida-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53181

de de aplicação em programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, formação de recursos humanos e preparação técnica, manuten-ção e locomoção de atletas. Este aspecto, entretanto, deve ser objeto de recomendações do TCU o nobre proponente. Tal situação, entretanto, foi superada.

Observe-se ainda, que a redução do percentual destinado ao COB e ao CPB implicaria modificação nos planos estratégicos , que devem considerar o ciclo olímpico de quatro anos, e que incluirá ainda a reali-zação de jogos Pan-Americanos no Brasil.

Finalmente, a centralização dos recursos nos Comitês permite o desenvolvimento de projetos que não seriam viabilizados se pulverizados os recursos entre os 26 estados, o Distrito Federal e os mais de cinco mil municípios.

Posto isso, votamos pela rejeição do PL n° 4.201, de 2004.

Sala da Comissão, 20 de setembro de 2005. – Deputado Paulo Rubem Santiago, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Educação e Cultura, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou unanimementeo Pro-jeto de Lei nº 4.201/2004, nos termos do Parecer refor-muladodo Relator, Deputado Paulo Rubem Santiago.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Celcita Pinheiro e João Correia – Vice-Presiden-

tes, Alice Portugal, Antenor Naspolini, Átila Lira, César Bandeira, Gastão Vieira, Geraldo Resende, Iara Ber-nardi, Ivan Paixão, Ivan Valente, Lobbe Neto, Neyde Aparecida, Nice Lobão, Onyx Lorenzoni, Pastor Pedro Ribeiro, Paulo Rubem Santiago, Professor Irapuan Tei-xeira, Rogério Teófilo, Carlos Abicalil, Colombo, Fáti-ma Bezerra, Itamar Serpa, Jonival Lucas Junior, Luiz Bittencourt, Severiano Alves e Zé Lima.

Sala da Comissão, 19 de outubro de 2005. – Depu-tada Celcita Pinheiro, Vice-Presidente no exercício da Presidência.

PROJETO DE LEI Nº 4.255-A, DE 2004 (Do Sr. Carlos Nader)

“Torna obrigatória a reserva de leitos nos estabelecimentos hospitalares públicos ou particulares, para os pacientes que estão recebendo soro, ou qualquer medicamen-to intravenoso e dá outras providências.”; tendo parecer da Comissão de Segurida-de Social e Família, pela rejeição (relatora: DEP. MANINHA).

Despacho: Às Comissões de: Segurida-de Social e Família; Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Seguridade Social e Família

I – Relatório

Pelo Projeto de Lei acima epigrafado, o Deputado Carlos Nader pretende tornar obrigatória a reserva de leitos para pacientes que estejam recebendo soro ou medicamentos intravenosos, para o que devem ter prioridade os idosos e crianças, em todos os estabe-lecimentos hospitalares integrantes do Sistema Único de Saúde.

O Autor justifica sua Proposição alegando que pessoas que se encontram na situação menciona-da já estão com a saúde debilitada e que a medida preconizada visa a garantir o início de um tratamen-to mais adequado, o que certamente ajudará na sua recuperação.

O Projeto vem para ser analisado, no mérito, pela Comissão de Seguridade Social e Família, e, posterior-mente, será encaminhado para a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Durante o prazo regimental previsto, não foram apresentadas emendas perante esta Comissão.

II – Voto da Relatora

Entendemos ser justa a preocupação do Autor, pois um atendimento à saúde em condições adequa-das é, não só um direito do cidadão, mas condição indiscutível para uma assistência de qualidade e que, em última instância, cumpra com sua missão, que é a de colocar todos os meios necessários para a recu-peração dos pacientes.

Não é possível aceitar que qualquer pessoa que venha a buscar os serviços de saúde seja obrigada a receber atendimento em condições aquém dos padrões técnicos mínimos exigidos. A situação que motivou a apresentação do Projeto de Lei ora analisado é injus-tificável do ponto de vista técnico e humano.

Não podemos admitir que qualquer paciente que esteja em uma condição que exija a sua permanência no leito não tenha esse direito respeitado. Se há pa-cientes em situações como essa, é preciso solucionar suas causas, estruturando adequadamente os serviços de saúde para que todos os pacientes tenham a aten-ção devida, inclusive em termos de acomodações. No entanto, acreditamos que essa não é uma questão a ser resolvida por meio do instrumento da lei.

Não achamos correto buscar solucionar o pro-blema da insuficiência dos leitos hospitalares impondo a priorização da destinação de leitos a determinado paciente em detrimento de outros, que podem estar

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53182 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

em condição de saúde bem mais precária. Tal medida poderia acarretar distorções no atendimento, quando pacientes mais graves, por não atenderem ao requisito prescrito na lei, isto é, por não estarem fazendo uso de soro ou de medicação intravenosa, teriam de ceder o leito a outro paciente, ainda que menos grave.

Uma lei como a que ora está sendo proposta, tenta administrar a carência estrutural dos serviços hospitalares, que se manifesta em diversos aspectos, inclusive na insuficiência de leitos. Não cremos que esse deva ser o papel das normas legais. Do ponto de vista estrito do mérito, a Proposição não soluciona os problemas existentes e pode, ainda, criar outros.

Os programas de humanização do atendimento nos serviços públicos de saúde devem passar pela ga-rantia da estrutura física, de equipamentos e de pesso-al em quantidade e qualidade suficientes para prestar o atendimento nas condições que o caso exige. Esse deve ser o nosso compromisso, com um atendimento universal, integral e de qualidade.

Apesar de reconhecermos a nobre intenção do Autor, não concordamos que a medida proposta seja o meio correto de responder aos problemas enfrenta-dos, pelo que manifestamos voto contrário ao PL nº 4.255, de 2004.

Sala da Comissão, 25 de abril de 2005. – Depu-tada Maninha, Relatora.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Seguridade Social e Família, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou unanimemente o Projeto de Lei nº 4.255/2004, nos termos do Parecer da Relatora, Deputada Maninha.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Dr. Benedito Dias – Presidente, Arnaldo Faria de Sá, Guilherme Menezes e Almerinda de Carvalho – Vice-Presidentes, Amauri Gasques, Angela Guadagnin, An-tonio Joaquim, Benjamin Maranhão, Darcísio Perondi, Dr. Francisco Gonçalves, Dr. Ribamar Alves, Durval Orlato, Eduardo Barbosa, Elimar Máximo Damasce-no, Geraldo Thadeu, Jandira Feghali, José Linhares, Manato, Nilton Baiano, Reinaldo Gripp , Remi Trinta, Roberto Gouveia, Teté Bezerra, Thelma de Oliveira, Geraldo Resende, Homero Barreto, Selma Schons e Telma de Souza.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Dr. Benedito Dias, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 4.262-A, DE 2004 (Do Sr. Renato Cozzolino)

Institui e disciplina as despesas com pedágio nas deduções relativas ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automoto-

res – IPVA, em todo o Território Nacional; tendo parecer da Comissão de Viação e Transportes, pela rejeição (relator: DEP. MÁRIO NEGROMONTE).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; Finanças e Tributação (Mérito e Art. 54, RICD); e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

Trata-se de projeto de lei, proposto pelo Deputado Renato Cozzolino, que tem por finalidade instituir uma dedução no valor do IPVA, com base no montante pago pelo proprietário do veículo – pessoa física ou jurídica – nos postos de pedágio das rodovias federais.

De acordo com a proposta, as empresas conces-sionárias das rodovias ficariam obrigadas a repassar para as secretarias estaduais de fazenda os dados relativos ao pagamento de pedágio, a fim de que se tornasse possível o cálculo do valor a ser abatido do IPVA, com relação a cada contribuinte do imposto.

Na justificação, o autor afirma que os pedágios são, na verdade, uma taxa obrigatória, pois não exis-tiriam vias alternativas para o usuário. Acha natural, portanto, que a quantia despendida no seu pagamento seja deduzida do IPVA.

Não foram apresentadas emendas ao projeto. É o relatório.

II – Voto do Relator

A preocupação com o desenho regulatório que o Poder Público federal adotou no processo de concessão de rodovias federais é absolutamente compreensível. Há reclamos sociais e empresariais contundentes, além de críticas muito bem fundamentadas, lançadas por estudiosos do assunto.

Todavia, face a problemas que sobrevêm à uma estratégia de regulação, como é o caso da freqüente contestação política e social das tarifas praticadas, não pode o legislador ir à busca de soluções específicas sem considerar suas implicações para a sustentabilidade do modelo regulatório, assim como as suas eventuais externalidades, ou seja, os efeitos que ultrapassam as bordas do setor regulamentado, indo alcançar outros agentes econômicos, entes políticos e uma parcela bem mais ampla da sociedade, quando não toda ela.

No caso que se examina, o autor sugere compen-sar o usuário de rodovia federal, posta sob concessão,

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53183

pelo pagamento de tarifa de pedágio, por meio de um desconto, no valor do IPVA, equivalente ao montante repassado aos concessionários.

O que isso significa, exatamente? Significa que se está instituindo um subsídio ao consumo do servi-ço de melhoramento e manutenção rodoviários, pro-vido pelo concessionário privado, conforme especifi-cações presentes no contrato firmado entre este e o Poder Público.

E qual a natureza desse subsídio? Trata-se, na verdade, de um subsídio ad valorem, a uma taxa de 100%, o que corresponde dizer que todo valor gasto com o pagamento do pedágio será reembolsado ao usuário. Mas, isso, apenas até certo ponto. A proposta fixa um limite para o subsídio, qual seja, o valor integral do IPVA referente ao veículo do usuário que cruza a praça de pedágio.

Vê-se, desde logo, considerada a peculiaridade da limitação imposta, que o subsídio é iníquo ou, va-lendo-se de uma expressão eufemística, assimétrico. Dado que o limite do subsídio foi determinado com fundamento no valor venal do veículo (base de cálcu-lo do IPVA) e que o valor venal difere de veículo para veículo, sendo substancialmente maior em se tratando dos de grande porte, dos luxuosos, dos esportivos ou dos mais novos, é evidente que o usuário a cujo veícu-lo seja possível empregar um desses quatro adjetivos será muito mais beneficiado. Toma-se como premissa para essa afirmação, evidentemente, que todos quei-ram ou necessitem, eventualmente, romper a barreira do subsídio.

Além de se observar que nem todos seriam fa-vorecidos da mesma maneira com a instituição do subsídio, outro aspecto a ser considerado aqui é que, em certas hipóteses, alguns nem mesmo usufruiriam a vantagem. Este seria o caso do usuário que não é proprietário do veículo e que, portanto, não teria reem-bolsado o dinheiro gasto no pagamento do pedágio. Como exemplo, pode-se citar os que utilizam veículo alugado ou os que vendem seu veículo antes de re-ceber a cobrança do imposto.

Colocada de lado a discussão a respeito do limi-te do subsídio, ou da impropriedade desse limite, vale retomar a da instituição do subsídio, em si.

Quando se afirma que o subsídio é necessário para reparar a injustiça de se cobrar pelo uso de ro-dovia construída com dinheiro público, toma-se um princípio equivocado, que é supor que o Estado fosse capaz de oferecer as mesmas condições de tráfego e segurança hoje existentes nas rodovias postas sob exploração privada.

O que o usuário paga não é a utilização da ro-dovia, simplesmente, senão as benfeitorias e serviços colocados à sua disposição pelo concessionário.

Portanto, o subsídio que se propõe não será so-bre o valor pago pelo uso da rodovia, mas pelo usu-fruto do conforto e da segurança proporcionado pela incorporação de capital e gestão privados no setor de infra-estrutura rodoviária.

Embora não se esteja dizendo que a idéia é estapafúrdia, é bom que fique clara a diferença na abordagem do problema. Não se trata de correção de injustiça. Pode-se tratar, isto sim, de estratégia, como a adotada na Inglaterra, onde funcionam os chama-dos “pedágios-sombra”, espécie de parceria público-privada em que o ente privado executa a exploração rodoviária e o ente público, no lugar do usuário, o re-munera por isso.

Eis, no entanto, realidade bastante diversa da brasileira. A Administração Pública Federal não ado-tou a política de conceder a exploração de algumas das principais rodovias federais tomando em conta, primordialmente, que a gestão privada geraria mais eficiência econômica no setor. O que estava em jogo, e ainda está, era a existência de uma enorme demanda por infra-estrutura rodoviária de boa qualidade, para a qual era preciso dar uma resposta. Sem recursos dis-poníveis para investimento, o Estado delegou a tarefa à iniciativa privada, permitindo-lhe remunerar-se por meio da cobrança de pedágio dos usuários.

Tal situação, é bom reiterar, não se alterou. O governo federal não tem disponibilidade orçamentária para adotar, indiscriminadamente, um programa nos moldes do programa inglês, há pouco mencionado.

Como, então, levar adiante a idéia do subsídio? Não há meios para isso. Não enquanto o custo de oportunidade de investir dinheiro público em rodovias já melhoradas permanecer muito elevado, face às con-dicionantes macroeconômicas.

Antes de dar por encerrada a questão, duas análi-ses importantes ainda merecem espaço aqui: primeiro, a possível repercussão da proposta na utilização da rodovia e na gestão do negócio “concessão rodoviá-ria”; segundo, e mais significativo, a responsabilidade pelo financiamento do subsídio.

Em relação ao uso de rodovia “pedagiada”, es-tudos diversos indicam que a relação demanda-preço costuma ser inelástica, ou seja, o usuário não aumenta ou diminui a utilização que faz da infra-estrutura na mes-ma proporção do aumento ou da redução da tarifa.

Apesar disso, tem-se que considerar que a ele-vação do fluxo de veículos, motivada pela instituição de um subsídio como o proposto, certamente não foi

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53184 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

imaginada quando da formulação dos parâmetros de exploração da infra-estrutura.

O que se quer dizer com isso? Em síntese, que as intervenções projetadas para a rodovia foram ba-seadas em um dado fluxo de tráfego cuja estimação levou em conta as restrições impostas pela cobrança de tarifa.

Quando essa limitação deixa de existir, o incre-mento no número de veículos que usam a rodovia, ainda que em proporção menor ao que se daria caso a utilização da infra-estrutura rodoviária fosse mais sensível à variação do preço, pode ser tal que, nos horários de pico, degrade as condições de trafego e de segurança da estrada. Sendo a largura e a geome-tria da pista fatores fixos na equação da produção do serviço, já que as obras rodoviárias foram concebidas anteriormente ao contrato assinado pelo concessioná-rio, tornar-se-ia difícil resolver essa situação.

De fato, aqueles fatores não poderiam ser altera-dos sem que, ao mesmo tempo, fosse promovido um profundo reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, com impacto significativo no valor das tarifas e, conseqüentemente, na dimensão do volume de recursos públicos que precisaria ser alocado para a sustentação do subsídio.

No que toca à gestão do negócio, é obviamente muito grande a possibilidade de o concessionário ob-ter lucros inesperados com a adoção do subsídio ao usuário, pois teria aumentada a demanda pelo servi-ço que oferece sem a obrigação de oferecer qualquer contrapartida em termos de redução tarifária (vale lembrar que o risco de tráfego é assumido pelo explo-rador privado). Tendo sido o objetivo da proposta em tela, unicamente, tornar menos custosa para o usuário a utilização da rodovia, o aumento da lucratividade do concessionário seria, seguramente, uma externalida-de negativa nas atuais circunstâncias, visto que seu ganho adicional, além de estar sendo financiado pelas minguadas contas públicas, o que vale dizer, dinheiro de todos os contribuintes, não teria correspondência em aumento de produtividade.

Finalmente, a responsabilidade pelo financia-mento do subsídio. Reside aqui o maior pecado do projeto.

Ao se pretender compensar o usuário de rodovia federal do pagamento de pedágio, jamais poderia ter sido cogitado, como instrumento de compensação, o abatimento no valor do IPVA, que é tributo de domínio estadual. O que se ousou fazer foi incumbir os Estados de financiar a execução de melhoria em bem de domí-nio da União, as rodovias federais. Ou seja, o governo federal permaneceria sem a obrigação de despender recursos na manutenção de rodovias postas sob con-

cessão, e os estados, sendo compelidos a abrir mão de receita em favor do usuário, arcariam indiretamente com o pagamento das tarifas. Trata-se, naturalmente, de um atentado ao pacto federativo, o que poderá ser comentado com mais propriedade quando a CCJC examinar a matéria.

Sendo o que se tinha a dizer sobre o assunto, o voto é pela rejeição do Projeto de Lei nº 4.262, de 2004.

Sala da Comissão, 28 de abril de 2005. – Depu-tado Mário Negromonte, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reu-nião ordinária realizada hoje, rejeitou unanimemente o Projeto de Lei nº 4.262/04, nos termos do parecer do relator, Deputado Mário Negromonte.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Ca-margo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos Santana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Má-rio Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Mar-cello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 4.473-B, DE 2004 (Do Sr. Sandes Júnior)

Institui o Dia do Radialista; tendo pare-ceres da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação (relator: DEP. PROFESSOR IRAPUAN TEIXEIRA); e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa (relator: DEP. INALDO LEITÃO).

Despacho: Às Comissões de: Educação e Cultura e Constituição; e Justiça e de Cida-dania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas Comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania

I – Relatório

Em exame o PL 4.473, de 2004, de autoria do Deputado Sandes Júnior, que tem como objetivo instituir o “Dia do Radialista” a ser comemorado anualmente no dia 7 de novembro, data natalícia do compositor, músico e radialista Ary Barroso.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53185

Na sua justificação, o autor faz uma breve biografia de Ary Barroso. Ressalta sua importância como com-positor, autor de inúmeras canções como a “Aquarela do Brasil”, expressão do nacionalismo musical, “No Tabuleiro da Baiana”, “Na Baixa do Sapateiro”, “No Rancho Fundo”, “Sandália de Prata”, “Risque”, entre outras. Lembra, ainda, o papel fundamental que de-sempenhou como radialista, idealizador do programa “A Hora do Calouro”, que revelou grandes talentos como Dolores Duran, Elza Soares e Luiz Gonzaga.

Acredita o autor que “a instituição do Dia do Ra-dialista, além de prestar uma justa homenagem a Ary Barroso, no ano do centenário de seu nascimento e, por extensão, aos profissionais do rádio, reconhece, também, a importância desse meio de comunicação de massa no contexto da história do País.”

Para o autor, o rádio exerce um papel marcante neste país de dimensões continentais que é o Brasil, pois “consegue chegar nos mais longínquos recantos, seja trazendo notícias, informando, entretendo e até mesmo prestando serviços assistenciais e comunitá-rios a centenas de brasileiros.”

A matéria tramita em regime ordinário (RI, art. 151, III) e é de competência conclusiva das comissões (RI, art. 24, II). Foi distribuída, para exame de mérito, à Comissão de Educação e Cultura, que a aprovou unanimemente e sem emendas.

Decorrido o prazo regimental neste Órgão Técni-co, não foram apresentadas emendas ao projeto.

É o relatório.

II – Voto do Relator

Conforme determina o Regimento Interno da Câmara dos Deputados (art. 32, IV, a e art. 54), cum-pre que esta Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania se pronuncie terminativamente sobre a constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto de Lei nº 4.473, de 2004.

Trata-se de matéria relacionada à cultura. Com-pete à União legislar concorrentemente sobre ela, conforme estabelece o art. 24, IX da Constituição Fe-deral. Sendo matéria de competência legislativa da União, cabe ao Congresso Nacional sobre ela dispor, com a posterior sanção do Presidente da República (CF, art. 48). A iniciativa, neste caso, é legítima, uma vez que é geral e não está reservada a outro Poder (CF, art. 61).

Obedecidos os requisitos constitucionais for-mais, verifica-se que a proposição está, igualmente, em conformidade com os dispositivos constitucionais de cunho material.

Outrossim, pode-se afirmar que o projeto aqui analisado é jurídico, pois foi elaborado em consonân-

cia com o ordenamento jurídico em vigor no País, in-clusive com os Princípios Gerais de Direito. A técnica legislativa é adequada e está em conformidade com a Lei Complementar nº 95, de 1998, alterada pela Lei Complementar nº 107, de 2001.

A respeito disso, vale a pena destacar, que vigo-rava nesta Comissão a Súmula de Jurisprudência nº 4, que consagrava o entendimento de que “projetos que pretendam instituir dia nacional de determinada classe profissional é injurídico”. O argumento que prevalecia era o de que a injuridicidade tinha origem no fato de os projetos se limitarem a instituir a data comemorativa sem, contudo, criar direitos ou obrigações.

Ocorre que em 20 de março de 2002 foi aprovado nesta Comissão parecer da lavra do Deputado Osmar Serraglio em sentido contrário. Passo a reproduzi-lo:

“Há que se reconhecer, contudo, que tal posicionamento colide frontalmente com ten-dência da teoria constitucional no sentido da não delimitação material das leis.

Segundo esse enfoque, são os princípios positivos de organização constitucional e a concreta delimitação de competências na Lei Maior que se devem tomar como sinalizadores de uma ordenação das funções estatais, entre elas a legislativa.

Observe-se que tomada tal perspectiva temos a desoneração da teoria das funções do Estado da velha teoria formal-substancial que associa poder a função.

O renomado constitucionalista GOMES CANOTILHO resume esse entendimento:

‘A delimitação material de funções não tem o mesmo grau de importância nas várias estruturas funcionais clássicas (legislação, administração e jurisdição). Relativamente à função legislativa, tende hoje a admitir-se que o significado teorético-constitucional de lei se compadece com um conceito de lei ten-dencialmente vazio no plano material e apen-sas caracterizável pela forma, procedimento e força jurídica. Nesta perspectiva, a lei não é conseqüência de um conteúdo nem de qual-quer intenção jurídica específica. É sim, em primeiro lugar, uma forma e um procedimento indispensáveis ao agir de entidades a quem é constitucionalmente reconhecida competência legislativa. As relações entre forma e conteúdo não procura a forma; é uma certa competên-cia exercida mediante certa forma e de acordo com determinado procedimento que procura um conteúdo constitucionalmente ajustado. Por outras palavras: a lei é uma regulamentação

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53186 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

intrinsecamente aberta estabelecida segun-do os critérios jurídico-constitucionalmente prescritos (N. Achterberg). Quando muito, os atos legislativos caracterizam-se pelo fato de transportarem a regulamentação fundamental dos assuntos mais importantes e essenciais (teoria da essencialidade) para uma comu-nidade historicamente concreta (Ossenbuhl, Starch, Hesse)’.

Outrossim, deve-se considerar que es-tão em vigor diversas leis instituidoras de dias nacionais (...)

Ressalte-se que as leis elencadas pas-saram pelo crivo do Congresso Nacional e do Presidente da República, em controle de cons-titucionalidade prévio, o que lhes confere a pre-sunção de constitucionalidade e juridicidade.

Ademais, não foram objeto de ação dire-ta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, estando em plena vigência.

Impõe-se, destarte, a revisão do citado Enunciado da Súmula desta Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.”

Diante de todo o exposto, voto pela constituciona-lidade, juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei nº 4.473, de 2004.

Sala da Comissão, 27 de junho de 2005. – Depu-tado Inaldo Leitão, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidada-nia, em reunião ordinária realizada hoje, opinou unani-memente pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto de Lei nº 4.473-A/2004, nos termos do Parecer do Relator, Deputado Inaldo Leitão.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Antonio Carlos Biscaia – Presidente, Wilson San-

tiago e Roberto Magalhães – Vice-Presidentes, Ade-mir Camilo, Alceu Collares, Antonio Carlos Magalhães Neto, Antonio Cruz, Benedito de Lira, Bosco Costa, Carlos Mota, Cezar Schirmer, Cleonâncio Fonseca, Darci Coelho, Edmar Moreira, Edna Macedo, Gonzaga Patriota, Inaldo Leitão, Ivan Ranzolin, Jamil Murad, Je-fferson Campos, João Almeida, José Eduardo Cardo-zo, Juíza Denise Frossard, Luiz Eduardo Greenhalgh, Luiz Piauhylino, Marcelo Ortiz, Maurício Rands, Men-des Ribeiro Filho, Nelson Pellegrino, Nelson Trad, Ney Lopes, Odair Cunha, Osmar Serraglio, Paes Landim, Paulo Afonso, Paulo Magalhães, Reginaldo Germano, Robson Tuma, Sandra Rosado, Sérgio Miranda, Sigma-ringa Seixas, Zulaiê Cobra, Agnaldo Muniz, Alex Can-ziani, Ann Pontes, Átila Lira, Colbert Martins, Eduardo Cunha, João Mendes de Jesus, Laura Carneiro, Luiz

Alberto, Luiz Antonio Fleury, Mauro Benevides, Moroni Torgan e Pauderney Avelino.

Sala da Comissão, 25 de outubro de 2005. – Depu-tado Antonio Carlos Biscaia, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 4.627-A, DE 2004 (Do Sr. Carlos Nader)

“Dispõe sobre o Programa de Alimen-tação Escolar da Rede Pública Federal de Ensino.”; tendo parecer da Comissão de Seguridade Social e Família, pela aprova-ção (relatora: DEP. MANINHA).

Despacho: Às Comissões de: Segurida-de Social e Família; Educação e Cultura; Finan-ças e Tributação (Art. 54 RICD); Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição sujeita à aprecia-ção conclusiva pelas comissões – Art. 24, II

Publicação do Parecer da Comissão de Seguridade Social e Família

I – Relatório

Vem a exame perante esta Comissão de Segu-ridade Social e Familia o epigrafado projeto de lei de autoria do ilustre deputado Carlos Nader, o qual tem a intenção de propor a manutenção pelo Poder Executi-vo de programa de alimentação destinado aos alunos matriculados em creches e classes da educação pré-escolar, ensino fundamental e educação especial da rede pública, inclusive nos períodos de férias.

O ilustre autor, na exposição de motivos do pro-jetos argumenta que os programas de alimentação escolar desenvolvidos pelo Governo Federal são in-suficientes para garantir o fornecimento de gêneros alimentícios durante as férias escolares.

Além desta Comissão, a proposição será ain-da analisada pela Comissão de Educação e Cultura, pela Comissão de Finanças e Tributação que avalia-rá sua adequação financeira ou orçamentária e por final, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto aos aspectos referentes à consti-tucionalidade, juridicidade, regimentalidade e os de técnica legislativa.

No prazo regimental não foram apresentadas emendas.

É o relatorio.

II – Voto da Relatora

Nos termos do artigo 32,XII, alíneas “a” e “m”do vigente Regimento Interno compete a esta Comissão de Seguridade Social apreciar a proposição sob o ponto de vista adequação como instrumento de seguridade

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53187

social e ainda do ponto de vista sanitário, na acepção ampla do vocábulo.

É importante salientar que a merenda escolar tem assumido papel relevante na alimentação infantil, especialmente naquelas comunidades mais carentes. É fato que a merenda escolar tem hoje papel muito mais amplo, no que tange à segurança alimentar das crianças matriculadas na rede pública. Aliás, nos pa-rece aqui, que o ilustre autor quis dizer rede pública de ensino ao se referir na ementa do projeto à “Rede Pública Federal de Ensino”, equívoco que pode muito facilmente ser corrigido com uma emenda de redação, vez que, nas cláusulas dispositivas do projeto tal equí-voco não se repete.

Ocorre porém que, por ser prevista apenas para o ano letivo, a alimentação não é fornecida durante dois ou mais meses durante o ano em virtude da ocorrên-cia de férias escolares, interrompendo assim o aces-so daquelas crianças que tem na merenda escolar o principal suporte de sua alimentação diária.

O autor propõe a ampliação do universo de assis-tidos e ainda que a alimentação a ser fornecida o seja com respeito à cultura alimentar dos alunos atendidos, e ainda que a comunidade participe na formação de estratégias, avaliação dos resultados e fiscalização dos recursos destinados à alimentação.

Quanto aos aspectos até aqui levantados, consi-deramos que a proposição está adequada.

Não podemos, porém, deixar de levantar alguns outros aspectos que, embora não estejam no âmbito da competência desta Comissão pois dizem respeito à constitucionalidade da proposta, são importantes uma vez que podem inviabilizá-la.

Não nos parece adequado que a criação de pro-grama, de natureza claramente executiva, possa ser objeto de proposição cujo autor seja outro que não o Chefe do Executivo, sem que se tenha por esta peculia-ridade invasão de competência firmada em dispositivo constitucional. Porém, tal discussão certamente se fará na Comissão de Constituição e Justiça.

Assim, no âmbito e na forma das competências regimentalmente atribuidas a esta Comissão de Se-guridade Social e Família somos pela aprovação do Projeto de Lei nº 4627/04.

Sala das Comissões, 3 de junho de 2005. – Depu-tada Maninha, Relatora.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Seguridade Social e Família, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 4.627/2004, contra o voto da Deputada Angela Guadagnin, nos termos do Parecer da Relatora, Depu-tada Maninha.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Dr. Benedito Dias – Presidente, Arnaldo Faria de Sá, Guilherme Menezes e Almerinda de Carvalho – Vice-Presidentes, Amauri Gasques, Angela Guadagnin, An-tonio Joaquim, Benjamin Maranhão, Darcísio Perondi, Dr. Francisco Gonçalves, Dr. Ribamar Alves, Durval Orlato, Eduardo Barbosa, Elimar Máximo Damasce-no, Geraldo Thadeu, Jandira Feghali, José Linhares, Manato, Nilton Baiano, Reinaldo Gripp , Remi Trinta, Roberto Gouveia, Teté Bezerra, Thelma de Oliveira, Geraldo Resende, Homero Barreto, Selma Schons e Telma de Souza.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Dr. Benedito Dias, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 5.095-A, DE 2005 (Do Sr. Betinho Rosado)

Inclui a ligação ferroviária EF – 410, prevista no anexo da Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que instituiu o Plano Nacional de Viação, entre os trechos inte-grantes da Ferrovia Transnordestina; tendo parecer da Comissão de Viação e Transpor-tes, pela aprovação, com substitutivo (rela-tor: DEP. DOMICIANO CABRAL).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; e Constituição e Justiça e de Ci-dadania (Art. 54 RICD)

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

O projeto de lei em epígrafe, de autoria do emi-nente Deputado Betinho Rosado, tem por objetivo incluir entre os trechos previstos para a Ferrovia Transnordes-tina a ligação ferroviária EF-410, ramal que liga Areia Branca/RN a Sousa/PB, passando por Mossoró/RN. Esse ramal encontra-se atualmente desativado, em-bora conste da Relação Descritiva das Ferrovias do Plano Nacional de Viação (PNV).

Na justificação do PL, o Autor expõe que a ausên-cia da previsão de reconstrução da EF-410 no projeto da Ferrovia Transnordestina constitui uma grave dis-torção na proposta da ferrovia, visto que esse ramal possui grande potencial de cargas compatíveis com o modal ferroviário e, por sua localização estratégica, contribuiria para a interiorização do desenvolvimento no Nordeste brasileiro, bem como para a plena inte-gração logística intra e inter-regional.

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53188 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

No prazo regimental, não foram apresentadas emendas ao projeto nesta Comissão.

É o nosso relatório.

II – Voto do Relator

A proposta de se incluir o ramal Areia Branca – Mossoró – Sousa, nos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará, entre as ligações ferroviárias integran-tes do projeto da Ferrovia Transnordestina é, de pronto, extremamente louvável.

Não há dúvida de que a Ferrovia Transnordestina representará uma ferramenta essencial para o desen-volvimento econômico e social do Nordeste brasileiro, região ainda carente de uma infra-estrutura que lhe per-mita constituir uma logística multimodal de transportes. Com a integração e otimização da malha a ser trazida pela Transnordestina, certamente a competitividade econômica e a qualidade de vida do povo nordestino serão beneficiadas.

No que se refere à inclusão da EF-410 entre as ligações a serem construídas ou recuperadas pelo pro-jeto Transnordestina, concordamos que essa inclusão possibilitará a reconstrução de um importante ramal da malha nordeste, o qual foi sucateado e desativado, a despeito do enorme potencial de cargas da região.

Julgamos, no entanto, que outro importante tre-cho da malha ferroviária nordestina também deva ser incluído no projeto da Ferrovia Transnordestina, que é o ramal que liga as cidades de Cabedelo – João Pes-soa – Sousa – Arrojado, as três primeiras na Paraíba e a última no Ceará. Esse ramal também já consta da Relação Descritiva das Ferrovias do PNV, com a denominação EF-225, e atualmente encontra-se em situação precária.

Destacamos que a inclusão desses novos trechos ferroviários no projeto Transnordestina é perfeitamente cabível, na medida em que o referido projeto engloba tanto a construção de novos ramais quanto a recupe-ração de trechos existentes, como já é previsto para o trecho entre Salgueiro e Recife, em Pernambuco.

Entendemos que o sucesso da operação da ma-lha ferroviária do Nordeste, bem como a integração modal e logística da região, só será possível com uma intervenção ampla, que envolva ações do Poder pú-blico e da iniciativa privada, a qual permita construir os ramais necessários, e recuperar outros essenciais. Dessa forma, consideramos que a reconstrução e re-cuperação dos ramais citados contribuirão de forma definitiva para a economia e o bem-estar social da po-pulação do Nordeste.

Por todo o exposto, no que cabe a esta Comissão analisar, nosso voto é pela APROVAÇÃO, quanto ao

mérito, do Projeto de Lei nº 5.095, de 2005, na forma do substitutivo anexo.

Sala da Comissão, 31 de agosto de 2005. – Depu-tado Domiciano Cabral, Relator.

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 5.095, DE 2005

Inclui a ligação ferroviária EF-410 e a ferrovia transversal EF-225, previstas na Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que institui o Plano Nacional de Viação, entre os trechos integrantes da Ferrovia Transnordestina.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º São incluídas, entre as ligações ferroviárias

integrantes na Ferrovia Transnordestina, definidas na Lei nº 9.060, de 14 de junho de 1995, as ligações ferro-viárias assinaladas, constantes da Relação Descritiva das Ferrovias do Plano Nacional de Viação, instituído pela Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, com os seguintes pontos de passagem:

I – EF-410 – Entroncamento com EF-415 – Areia Branca – Mossoró – Sousa, nos Esta-dos do Rio Grande do Norte e Paraíba;

II – EF-225 – Cabedelo – João Pessoa – Entroncamento com EF-101 – Sousa – En-troncamento com EF-116 – Arrojado, nos Es-tados da Paraíba e Ceará.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação oficial.

Sala da Comissão, 31 de agosto de 2005. – Depu-tado Domiciano Cabral , Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou unanimemente o Pro-jeto de Lei nº 5.095/05, com substitutivo, nos termos do parecer do relator, Deputado Domiciano Cabral.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Camargo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos San-tana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Mário Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Marcello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53189

PROJETO DE LEI Nº 5.095-A, DE 2005

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO

Inclui a ligação ferroviária EF-410 e a ferrovia transversal EF-225, previstas na Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que institui o Plano Nacional de Viação, entre os trechos integrantes da Ferrovia Transnordestina.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º São incluídas, entre as ligações ferroviárias

integrantes na Ferrovia Transnordestina, definidas na Lei nº 9.060, de 14 de junho de 1995, as ligações ferro-viárias assinaladas, constantes da Relação Descritiva das Ferrovias do Plano Nacional de Viação, instituído pela Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, com os seguintes pontos de passagem:

I – EF-410 – Entroncamento com EF-415 – Areia Branca – Mossoró – Sousa, nos Esta-dos do Rio Grande do Norte e Paraíba;

II – EF-225 – Cabedelo – João Pessoa – Entroncamento com EF-101 – Sousa – En-troncamento com EF-116 – Arrojado, nos Es-tados da Paraíba e Ceará.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação oficial.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 5.125-A, DE 2005 (Do Sr. João Caldas)

Dispõe sobre a existência de via alter-nativa e gratuita aos usuários como condi-ção para a cobrança de pedágio e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de Viação e Transportes, pela rejeição (re-lator: DEP. MARCELO TEIXEIRA).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; Finanças e Tributação (Mérito e Art. 54, RICD); Constituição e Justiça e de Ci-dadania (Art. 54 RICD).

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

Cabe a esta Comissão proferir parecer a respei-to do Projeto de Lei nº 5.125, de 2005, proposto pelo Deputado João Caldas. A iniciativa condiciona a co-

brança de pedágio pela utilização de vias conserva-das pelo poder público à existência de via alternativa e gratuita para os usuários. Determina, também, que as legislações e contratos relativos à matéria sejam adequados àquela disposição.

Justificando a proposição, o autor argumenta que as rodovias são bens públicos de uso comum do povo, não podendo sua utilização sofrer limitação de qualquer natureza. Argumenta, ainda, que a cobrança de pedágio sem o oferecimento de via alternativa e gratuita representa restrição ao direito de ir e vir, as-segurado pela Constituição Federal.

Esgotado o prazo regimental, não foram recebi-das emendas ao projeto.

É o relatório.

II – Voto do Relator

Em que pese a bem fundamentada justificativa do projeto de lei apresentado pelo Deputado João Caldas, onde se lança mão de alguns argumentos jurídicos respeitáveis, lembro que esta Comissão, em reunião ordinária realizada no dia 19 de novembro de 2003, há pouco mais de um ano, portanto, decidiu unanime-mente pela rejeição, entre outros, do Projeto de Lei nº 2.695, de 2000, proposto pelo Deputado Pompeo de Mattos, cuja finalidade era idêntica a da proposição que hoje se analisa, ou seja, exigir, para a cobrança de pedágio, a existência de via alternativa e gratuita à disposição do usuário.

Naquela oportunidade, a inconveniência da pro-posta foi ressaltada com fundamento na sua absoluta desconexão com a realidade brasileira, em que faltam recursos públicos para investimento na manutenção da malha rodoviária existente, quanto mais para investi-mento na construção de vias alternativas.

De fato, vinculando-se a cobrança de pedágio à existência de via alternativa e gratuita, inviabilizar-se-ia praticamente todos os programas de concessão rodoviária já em andamento, assim como aqueles planejados.

Ao contrário da situação verificada em vários países desenvolvidos, a malha rodoviária brasileira ainda é rarefeita, resultado da grande extensão de nosso território e da sistemática redução da aplicação de recursos públicos em rodovias nos últimos vinte e cinco anos. Não temos alternativas rodoviárias eco-nomicamente aceitáveis à maioria das estradas hoje colocadas sob exploração da iniciativa privada, seja em termos de extensão do trajeto seja em termos de segurança viária.

Embora inicialmente o modelo de exploração ro-doviária mediante cobrança de pedágio tenha surgido como solução para financiar a construção de novas e

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53190 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

modernas rodovias, como verificado na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, sua aplicação, nos dias atuais, ultrapassa tal objetivo, indo alcançar, em nume-rosos países, à semelhança do que ocorre no Brasil, programas de restauração e manutenção rodoviária de longo prazo, especialmente onde, como aqui, subsistem dificuldades orçamentárias no setor público.

Não estamos indo na contramão, portanto. Os índices de satisfação dos usuários e os bons níveis de serviço alcançados pelas rodovias postas sob conces-são no País são provas de que o programa brasileiro não é um disparate. Há falhas, evidentemente. É bem possível, também, que haja uma quantidade excessiva de trechos rodoviários colocados sob concessão.

Seria irresponsabilidade, todavia, em face de alguns equívocos cometidos, talvez até por nossa fal-ta de experiência na regulação da matéria, fazer ruir todo um projeto de manutenção e restauração rodo-viária que, com raras exceções, vem apresentando bons resultados.

Imaginem o caos que nos esperaria na esquina seguinte se decidíssemos pela impossibilidade de se cobrar pedágio dos usuários que não pudessem se dirigir a via alternativa e gratuita? Como administrar as dezenas de ruptura de contrato? Como manter os níveis de serviço? Como indenizar os concessionários? Não seriam poucos os problemas...

Duas questões, além de tudo o que já se disse, precisam ser observadas quando se analisa esta ma-téria. Em primeiro lugar, não há rodovia gratuita; somos nós, contribuintes, que pagamos pela manutenção, restauração ou modernização de trechos de estradas postos à disposição dos usuários. Em segundo lugar, o conceito “universal” de via alternativa precisaria es-tar absolutamente caracterizado no projeto, supondo que isso seja factível. Do contrário, não restaria outro caminho que o Judiciário para a solução de todas as discussões a respeito.

Sendo essas as considerações de mérito, voto pela rejeição do Projeto de Lei nº 5.125, de 2005.

Sala da Comissão, 17 de agosto de 2005.– Depu-tado Marcelo Teixeira, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reu-nião ordinária realizada hoje, rejeitou unanimemente o Projeto de Lei nº 5.125/05, nos termos do parecer do relator, Deputado Marcelo Teixeira.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Ca-margo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos Santana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu

Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Má-rio Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Mar-cello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Deputado Mário Assad Júnior, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 5.219-A, DE 2005 (Do Sr. Welinton Fagundes)

Altera a Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973 (entroncamento com a BR – 070 ao entroncamento com a BR – 364, no Estado de Mato Grosso); tendo parecer da Comis-são de Viação e Transportes, pela aprovação (relator: DEP. HOMERO BARRETO).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; Constituição e Justiça e de Cida-dania (Art. 54 RICD).

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

O projeto de lei em análise, elaborado pelo no-bre Deputado Welinton Fagundes, pretende incluir, na Relação Descritiva das Rodovias do Sistema Rodovi-ário Federal, integrante do Anexo do Plano Nacional de Viação (PNV), aprovado pela Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, o trecho rodoviário de ligação entre o entroncamento da BR-070 e o entroncamento da BR-364. A nomenclatura oficial desse novo trecho rodoviário será determinada por órgão competente do Poder Executivo responsável pelo Plano Nacional de Viação.

De acordo com o art. 32, XX, “a”, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, cabe a este órgão técnico pronunciar-se sobre “assuntos referentes ao sistema nacional de viação e aos sistemas de trans-portes em geral”.

Nos termos regimentais, não foram apresentadas emendas ao projeto nesta Comissão.

É o relatório.

II – Voto do Relator

O projeto de lei sob consulta pretende incluir, no Plano Nacional de Viação (PNV), o trecho rodoviário de aproximadamente 174 quilômetros de extensão, ligando a BR-070 até a BR-364, ambas no Estado do Mato Grosso. O citado trecho corresponde à MT-110, rodovia estadual implantada, que começa no entronca-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53191

mento com a BR-070 no sentido norte-sul, passando pelas cidades de Batovi, Tesouro e Guiratinga até o entroncamento com a BR-364, a nove quilômetros da cidade de Alto Garças, a sudeste do Estado.

O Estado do Mato Grosso apresenta grande produção de grãos com safras cada vez maiores, cuja totalidade pode ser exportada para o Porto de Santos, Estado de São Paulo, utilizando-se do terminal da Fer-ronorte, localizado na cidade de Alto Taquari, a menos de trinta quilômetros da divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul.

Considerando a Região Sudeste do Estado do ponto de visto rodoviário, a produção é deslocada no sentido leste-oeste pela BR-070, que apresenta boas condições de manutenção e, portanto, mostra-se mais adequada para o transporte de caminhões até uma pe-quena cidade chamada São Vicente. Este ponto é cru-zamento entre a BR-070 e a BR-364, coincidente com a BR-163. O deslocamento de grãos passa a ser, então, no sentido oeste para o sudeste do Estado, passando pela cidade de Rondonópolis até Alto Taquari.

A inclusão da MT-110 no Plano Nacional de Viação permitirá reduzir distâncias e todos os custos de trans-porte a partir do momento em que essa nova rodovia federal passarrá a ser pavimentada. Será também um novo segmento para a integração entre a BR-070 e a BR-364, dando maior flexibilidade ao tráfego pesado de grãos. Entretanto, a implementação dessa nova rodo-via federal dependerá apenas dos recursos financeiros a serem orçados pelo Governo Federal previstos na próxima Lei das Diretrizes Orçamentárias.

Finalmente, é importante salientar que a trans-ferência para o domínio federal de um bem estadual parece questionável do ponto de vista constitucional, mas essa matéria só será examinada na Comissão de Constituição e de Cidadania.

Por esse motivo, reconhecendo o mérito da pre-sente proposta, somos pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei nº 5.219/05.

Sala da Comissão, 2 de setembro de 2005. – Deputado Homero Barreto, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 5.219/05, nos termos do parecer do relator, Deputado Homero Barreto, contra o voto do Deputado Devanir Ribeiro.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Ca-margo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos Santana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu

Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Má-rio Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Mar-cello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

PROJETO DE LEI Nº 5.450-A, DE 2005 (Do Sr. Pedro Fernandes)

Inclui no anexo da Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que dispõe sobre o Plano Nacional de Viação, o trecho rodoviário que menciona; tendo parecer da Comissão de Viação e Transportes, pela aprovação (rela-tor: DEP. PHILEMON RODRIGUES).

Despacho: Às Comissões de: Viação e Transportes; Constituição e Justiça e de Cida-dania (Art. 54 RICD).

Apreciação: Proposição Sujeita à Apre-ciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II

Publicação do Parecer da Comissão de Viação e Transportes

I – Relatório

O projeto de lei sob análise, elaborado pelo no-bre Deputado Pedro Fernandes, pretende incluir, na Relação Descritiva das Rodovias do Sistema Rodovi-ário Federal, integrante do Anexo ao Plano Nacional de Viação (PNV), aprovado pela Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, o trecho rodoviário de ligação entre a BR-222, na localidade de Chapadinha/MA, e a BR-343, na cidade de Buriti dos Lopes/PI. A nomenclatura oficial desse novo trecho rodoviário será determinada por órgão competente do Poder Executivo responsável pelo Plano Nacional de Viação.

De acordo com o art. 32, XX, “a”, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, cabe a este Órgão Técnico pronunciar-se sobre “assuntos referentes ao sistema nacional de viação e aos sistemas de trans-portes em geral”.

Nos termos regimentais, não foram apresentadas emendas ao projeto nesta Comissão.

É o relatório.

II – Voto do Relator

O delta do rio Parnaíba, que separa os Estados do Piauí e Maranhão, é um dos lugares mais bonitos do Brasil. Formada por mais de 70 ilhas, com dunas e muitas praias paradisíacas, algumas delas de grande extensão, que se espalham em uma área de aproxi-madamente 2.700 quilômetros quadrados entre es-

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53192 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ses dois Estados, a foz desse rio é o único delta das Américas, fenômeno que se compara somente aos deltas do rio Nilo, no Egito, e do rio Mekong, no Viet-nã. Por isso é tão grande o fluxo de turistas nacionais e estrangeiros para o deleite de suas águas e suas paisagens, suas belezas naturais e clima tropical com chuvas de verão.

A rodovia estadual mais utilizada para o acesso ao delta, partindo da cidade de Chapadinha, é a MA-222, que apresenta extensão de aproximadamente 200 quilômetros até a pequena cidade de Pirangi, na margem do rio Parnaíba, com cerca de dez mil habitan-tes. No Estado do Piauí, apenas mais sete quilômetros de rodovia estadual são necessários para se atingir a cidade de Buriti dos Lopes/PI, que já apresenta boa ligação até a cidade de Parnaíba/PI, na região do Delta. Pela importância do trecho em questão para o turismo regional, acreditamos ser pertinente sua transferência para a União, tendo em vista garantir os recursos or-çamentários e financeiros necessários para melhorar e facilitar o potencial dessa vasta região.

O trecho rodoviário a ser incluído no Plano Nacio-nal de Viação começa em Chapadinha, no entronca-mento com a BR-222 e, usando a diretriz da MA-230, passa pelas cidades maranhenses de Amapurus, Brejo, Santa Quitéria do Maranhão, São Bernardo e mais um trecho até o entroncamento com a MA-345, cuja dire-triz chega a Porangi. Após o rio Parnaíba, mais sete quilômetros até Buriti dos Lopes, no Estado do Piauí. A extensão total desse trecho é de aproximadamente 210 quilômetros.

Deve-se salientar que a transferência para o do-mínio federal de um bem estadual parece questioná-vel do ponto de vista constitucional, mas essa matéria será examinada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e de Cidadania.

Por esse motivo, reconhecendo o mérito da pre-sente proposta, somos pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei nº 5.450/05.

Sala da Comissão, 10 de outubro de 2005. – Depu-tado Philemon Rodrigues, Relator.

III – Parecer da Comissão

A Comissão de Viação e Transportes, em reunião ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 5.450/05, nos termos do parecer do relator, Deputado Philemon Rodrigues, contra o voto do Deputado De-vanir Ribeiro.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Mário Assad Júnior – Presidente, Homero Bar-

reto e Nelson Bornier – Vice-Presidentes, Affonso Ca-margo, Ary Kara, Beto Albuquerque, Carlos Santana, Chico da Princesa, Devanir Ribeiro, Edinho Bez, Eliseu

Resende, Francisco Appio, Giacobo, Jair de Oliveira, Lael Varella, Leodegar Tiscoski, Marcelo Castro, Má-rio Negromonte, Mauro Lopes, Milton Monti, Philemon Rodrigues, Telma de Souza, Wellington Roberto, Mar-cello Siqueira, Silvio Torres e Vitorassi.

Sala da Comissão, 26 de outubro de 2005. – Depu-tado Mário Assad Júnior, Presidente.

COMISSÕES

ATAS

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 1ª Reunião, Realizada Em 22 De Ou-tubro De 2003.

(Instalação e Eleição do Presidente e dos Vice-Presidentes)

Aos vinte e dois dias do mês de outubro de dois mil e três, às quinze horas e seis minutos, no plenário 03 do anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasí-lia-DF, sob a Presidência do Deputado Alberto Gold-man, nos termos do art. 39, § 4º do Regimento Interno, reuniram-se os Deputados membros da Comissão Es-pecial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”. Estiveram pre-sentes os Deputados: Alberto Goldman, Alexandre Cardoso, Antonio Carlos Mendes Thame, Cezar Schir-mer, Custódio Mattos, Edson Ezequiel, Fábio Souto, Fernando Gabeira, Francisco Garcia, Francisco Turra, Jackson Barreto, Jamil Murad, José Pimentel, José Thomaz Nonô, Luiza Erundina, Maninha, Marcos Abra-mo, Max Rosenmann, Severiano Alves, Tarcisio Zim-mermann, Welinton Fagundes e Yeda Crusius – Titu-lares; Delfim Netto, Dra. Clair, Ivan Valente, Janete Capiberibe, Leodegar Tiscoski, Luiz Carlos Hauly, Má-rio Assad Júnior, Paes Landim e Robério Nunes – Su-plentes. Presença eventual do Deputado Ildeu Araujo. Deixaram de comparecer os Deputados Feu Rosa, Nelson Proença, Neucimar Fraga, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Silas Brasileiro e Vanderlei Assis. ORDEM DO DIA: Havendo número regimental, o Senhor Presiden-te declarou aberta a presente reunião destinada a ins-talação e eleição para os cargos de presidente e de vice-presidentes. O Senhor Presidente esclareceu aos membros que a comissão é composta por 32 membros em conformidade com o ato da presidência. Leu as seguintes alterações na composição da comissão: 1) Of. PSDB/I/Nº 529/03, de 15/10, do Deputado Jutahy

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53193

Junior, Líder do PSDB, indica o Deputado Alberto Gol-dman a integrar a comissão na qualidade de membro titular, em substituição ao Deputado Bismarck Maia; 2) OF/A/PSB/808/03, de 16/10, do Deputado Eduardo Campos, Líder do PSB, indica os Deputados Renato Casagrande e Janete Capiberibe para integrarem a comissão na qualidade de membros suplentes; 3) OF.PSDB/I/Nº 1551/10/03, do Deputado Jutahy Junior, Líder do PSDB, indica o Deputado Aloysio Nunes Fer-reira para integrar a comissão na qualidade de membro suplente, em substituição ao Deputado Carlos Alberto Leréia. Em seguida, o Deputado Alberto Goldman transferiu a presidência ao Deputado Antonio Carlos Mendes Thame nos termos do artigo 39, § 4º do Re-gimento Interno. O Senhor Presidente comunicou ser o quorum para a eleição dos cargos da mesa de 17 deputados (maioria absoluta). Antes de iniciar o pro-cesso de votação, o Senhor Presidente esclareceu que, por acordo de lideranças, encontravam-se sobre a mesa de votação cédulas com a seguinte chapa, resultante de acordo: Para Presidente, Deputado José Thomaz Nonô (PFL/AL); para Primeiro Vice-Presiden-te, Deputado Edson Ezequiel (PMDB/RJ); para Segun-do Vice-Presidente, Deputado Alberto Goldman (PSDB/SP). Disse haver ainda sobre a mesa cédulas em bran-co para os cargos de presidente e de vice-presidentes caso a escolha não recaísse nos nomes indicados. Convidou o Deputado Fernando Gabeira para escru-tinador, a fim de auxiliar a presidência durante o pro-cesso de votação. Em seguida, o Senhor Presidente procedeu à chamada nominal dos membros. Logo após, declarou encerrada a votação. Solicitou ao Depu-tado Fernando Gabeira que verificasse a coincidência entre o número de sobrecartas com o número de vo-tantes. Após a verificação da coincidência entre o nú-mero de sobrecartas e de votantes, passou-se à apu-ração dos votos. Após a contagem dos votos, o Senhor Presidente encerrou a apuração e proclamou o seguin-te resultado: para Presidente, Deputado José Thomaz Nonô (PFL/AL), com 21 votos válidos; para Primeiro Vice-Presidente, Deputado Edson Ezequiel (PMDB/RJ), com 19 votos válidos e dois votos em branco; para 2º Vice-Presidente, Deputado Alberto Goldman (PSDB/SP), com 21 votos válidos. Participaram da votação os Deputados Fernando Gabeira, Maninha, Tarcísio Zim-mermann, Dra. Clair, Ivan Valente; Fábio Souto, José Thomaz Nonô, Marcos Abramo, Ronaldo Caiado, Paes Landim; Cezar Schirmer, Edson Ezequiel, Max Rosen-mann; Alberto Goldman, Antonio Carlos Mendes Tha-me, Custódio Mattos, Yeda Crusius; Francisco Garcia, Francisco Turra, Luiza Erundina, Janete Capiberibe. O Senhor Presidente declarou empossados os eleitos, convidando-os a tomarem assento à mesa. O Depu-

tado José Thomaz Nonô, recém eleito presidente, agradeceu a confiança unânime dos membros da co-missão na certeza de que juntos irão fazer um trabalho importante e grande para a Câmara dos Deputados e para o Brasil, destacou a extrema relevância da dis-cussão em torno da Alca, disse ser controvertido sua adesão ou não, abrindo-se para esta Casa pela pri-meira vez a oportunidade de participar de forma ativa de uma política de governo. Ressaltou a importância do apoio dos presidentes João Paulo e José Sarney, que promoveram o encontro de legisladores nos dias 20 e 21 do corrente com a participação de parlamen-tares brasileiros e de todo o hemisfério. Falou da sua responsabilidade pela condução a um bom termo dos trabalhos da comissão, que, a par de outras entidades que também se debruçam sobre o trabalho, foi legiti-mamente eleita, politicamente plural e mais qualificada que qualquer outra entidade desta Casa para acom-panhar as tratativas sobre a Área de Livre Comércio das Américas. O Senhor Presidente designou Relato-ra a Deputada Maninha. O Senhor Presidente comu-nicou aos Srs. membros que quiserem fazer sugestões ao roteiro dos trabalhos para encaminhá-las por escri-to à secretaria, a fim de serem publicadas com ante-cedência na ordem do dia das comissões. O Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Fran-cisco Turra, que destacou a importância da instalação da comissão e o fortalecimento nas negociações da alca dos interesses brasileiros no setor do agronegó-cio, sugeriu ainda ouvir em audiência pública o Sr. Marcos Yank; Jackson Barreto, que sugeriu discutir com alguns parlamentos da América Latina como vão atuar, se eles também têm comissões especiais para acompanhar as negociações sobre a Alca, a fim de se evitar o que houve com o México quando da sua ade-são ao Nafta. O Senhor Presidente disse da sua pre-ocupação em trazer as discussões para o Congresso Nacional sobre a conveniência de se implementar ou não a Alca, a fim de se evitar as dificuldades por que passou o México quando da sua adesão ao Nafta. O Senhor Presidente concedeu ainda a palavra aos Depu-tados Edson Ezequiel, que ressaltou como desafios para a comissão ver as negociações da alca do ponto de vista da análise técnica e também o papel do par-lamento em relação a sua implementação; Luiz Carlos Hauly, citou sua experiência em participar de organis-mos internacionais como Conferência Parlamentar Americana – COPA, e o Forum Interparlamentar das Américas – FIPA, enfatizando que o Brasil não possui a integração econômica entre os estados, prevalecen-do a competição “predatória”. Disse com veemência não ser possível aderir à União Européia e à Alca se não houver integração, harmonização das legislações.

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53194 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Citou o trabalho elaborado pela CNI e pelo Embaixador Rubens Barbosa sobre os problemas comerciais de acordos bilaterais com os Estados Unidos; Antonio Carlos Mendes Thame, que, preliminarmente, indagou sobre o real papel do Itamaraty como ministério meio na condução da política de negociação em torno da Alca em face da atuação dos ministérios do desenvol-vimento, indústria e comércio e da agricultura, pecuá-ria e abastecimento para se evitar superposicionamen-to de uma pasta ministerial em relação a outra, defi-nindo as atribuições com clareza para falarem uma só linguagem; citou as proposições que tramitam no Con-gresso Nacional sobre as alterações na Constituição referente a Alca de autoria do Deputado Ney Lopes e dos Senadores Aloísio Mercadante e Eduardo Suuplicy. Com a palavra, a Deputada Maninha, Relatora, colo-cou-se disponível para debater o tema da comissão, disse que nesta semana houve debates intensos sobre a Alca, com encaminhamentos ministeriais, seminário, audiências e debates. Argumentou que o Congresso irá acompanhar o processo de negociação da Alca como protagonista, a fim de que o planejamento de todo esse processo passe pela Câmara dos Deputados. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente en-cerrou a reunião às dezessete horas e trinta e cinco minutos, antes convocando a próxima a realizar-se no dia 28/10, Terça-feira, para elaboração do roteiro dos trabalhos. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após serem decodificadas, farão parte integrante desta Ata. E, para constar, eu, , Mario Drausio Coutinho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente, e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Alberto Gold-man) – Havendo número regimental, declaro aberta a presente reunião, que foi convocada pelo Sr. Presi-dente desta Casa, nos termos regimentais, para ins-talação da Comissão e eleição do Presidente e dos Vice-Presidentes.

Na forma do art. 39, § 4º do Regimento Interno, compete-me assumir a Presidência dos trabalhos.

Solicito aos senhores representantes dos diver-sos partidos que procedam ao registro junto à Mesa, individualmente ou por chapa, dos candidatos aos cargos de Presidente, 1º, 2º, 3º Vice-Presidentes da Comissão. Já foi feita a indicação, e está sendo im-pressa a chapa.

Esclareço aos nobres pares que esta Comissão é composta de 32 Deputados titulares e igual número de suplentes, em conformidade com o ato da Presi-dência, que passo a ler:

Ato da Presidência

Nos termos da alínea “m” do inciso I do art. 17 e do inciso II do art. 22, todos do Regimento Interno, esta Presidência decide constituir Comissão Especial destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas.

Resolve designar para compô-la, na forma indi-cada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa;

2 – Convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 9 de outubro, quinta-feira, às 9h30m, no Plenário 15, Anexo II.

Essa data foi mudada para a data de hoje.A relação dos membros desta Comissão está

exposta aqui. Em relação a essa primeira relação en-viada, já tivemos algumas mudanças. Vou ler os ofícios do Presidente da Casa:

Indico a V.Exa., o Deputado Alberto Gold-man, como titular para integrar a Comissão em substituição ao Deputado Bismarck Maia.

Assina o Líder do PSDB, Deputado Jutahy Ju-nior.

A outra mudança é a seguinte:Comunico a V.Exa. a indicação dos Deputados

Renato Casagrande e Janete Capiberibe como su-plentes da Comissão Especial para acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Améri-cas – ALCA.

Assina o Líder do PSB, Deputado Eduardo Cam-pos.

Outra mudança:

Indicação do Deputado Aloysio Nunes Ferreira como membro suplente para integrar a Comissão em substituição ao Deputado Car-los Alberto Leréia.

Assina o Líder do PSDB, Deputado Jutahy Junior.

Portanto, essas Comissões estão compostas.Quero comunicar que o quorum exigido para a

eleição dos cargos desta Comissão é de 17 Deputados, maioria absoluta. Pedimos a compreensão dos Srs. Deputados para que permaneçam alguns instantes, a fim de que façamos o processo de votação.

Os nomes indicados são os seguintes: para Pre-sidente, o Deputado José Thomaz Nonô, do PFL; para 1º Vice-Presidente, o Deputado Edson Ezequiel, do PMDB; para 2º Vice-Presidente, o Deputado Alber-to Goldman, do PSDB; para 3º Vice-Presidente, não houve indicação.

Como eu sou um dos indicados para a 2ª Vice-Presidência, devo entregar esta Presidência, com muito pesar, ao Deputado presente que tenha, na seqüên-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53195

cia, o maior número de mandatos. Estando eu fora, o Deputado Ney Lopes, que não está presente. O Depu-tado José Thomaz Nonô, que também é candidato, não poderia ser. O Deputado Roberto Jefferson não está presente; o Deputado Max Rosenmann e o Deputado Paulo Delgado também não estão presentes. Portanto, peço o Deputado Antonio Carlos Mendes Thame que assuma a Presidência a partir deste momento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos Mendes Thame) – Prezados companheiros, além dos nomes indicados pelo Deputado Alberto Goldman, que constam da cédula, ainda há cédulas em branco para Presidente e Vice-Presidente, no caso excepcional de a escolha não recair nos nomes indicados.

À medida que forem sendo chamados, os Srs. Deputados, depois de assinarem a folha de votação e de estarem de posse da sobrecarta, devem dirigir-se ao local de votação e, por gentileza, selecionar a cédula, colocando-a no envelope que será deposita-do na urna.

Por ordem de partido, primeiro, votam os mem-bros titulares e, em seguida, os suplentes.

Primeiro, Deputado Fernando Gabeira. (Pausa.)Deputado José Pimentel. (Pausa.)Deputada Maninha. (Pausa.)Na seqüência, Deputado Paulo Delgado. (Pausa.)Deputado Rubens Otoni. (Pausa.)Deputado Tarcisio Zimmermann. (Pausa.)Por enquanto, já foram dois do PT. Vamos deixar

para chamar os suplentes ao final, após chamar todos os titulares – para ver se há tempo ainda de algum ti-tular chegar ao recinto.

PFL

Deputado Fábio Souto. (Pausa.) Deputado José Thomaz Nonô. (Pausa.) Deputado Marcos Abramo. (Pausa.) Deputado Ney Lopes. (Pausa.) Deputado Ronaldo Caiado. (Pausa.)

PMDB

Deputado Cezar Schirmer. (Pausa.) Deputado Edson Ezequiel. (Pausa.) Deputado Max Rosenmann. (Pausa.)Deputado Silas Brasileiro. (Pausa.)

PSDB

Deputado Alberto Goldman. (Pausa.) Deputado Custódio Mattos. (Pausa.) Deputada Yeda Crusius. (Pausa.)

PP

Deputado Feu Rosa. (Pausa.) Deputado Francisco Garcia. (Pausa.)

Deputado Francisco Turra. (Pausa.)

PTB

Deputado Jackson Barreto. (Pausa.) Deputado Roberto Jefferson. (Pausa.)

PL

Deputado Neucimar Fraga. (Pausa.) Deputado Welinton Fagundes. (Pausa.)

PSB

Deputado Alexandre Cardoso. (Pausa.) Deputada Luiza Erundina. (Pausa.)

PPS

Deputado Nelson Proença. (Pausa.)

PDT

Deputado Severiano Alves. (Pausa.)

PCdoB

Deputado Jamil Murad. (Pausa.)

PRONA

Deputado Vanderlei Assis. (Pausa.)Quatro suplentes do PT Deputado Ary Vanazzi. (Pausa.)Deputada Dra. Clair. (Pausa.)Deputado Henrique Fontana. (Pausa.)Deputado Ivan Valente. (Pausa.)Deputada Luci Choinacki. (Pausa.)Deputado Paulo Pimenta. (Pausa.) Ainda há espaço para mais 3 suplentes do PT, se vie-rem até o final da votação.

PFL

Vagas para 3 suplentes. Deputado Paes Landim. (Pausa.)(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos Mendes Thame) – O PSDB na íntegra.

O Deputado Ronaldo Caiado votou?Deputado Paes Landim. (Pausa.)Chegou o Deputado Cezar Schirmer.Suplentes do PMDBDeputado Bernardo Ariston. (Pausa.)Deputado Moacir Micheletto. (Pausa.)PP, duas vagas ou uma vaga, pois o Deputado

Francisco Turra deve estar chegando. Deputado Delfim Netto.(Pausa.)Deputado Leodegar Tiscoski. (Pausa.)Deputado Vadão Gomes. (Pausa.)PTB, duas vagas. Deputado Arnon Bezerra. (Pausa.)

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53196 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

PL

Deputado Humberto Michiles. (Pausa.) Deputado Mário Assad Júnior. (Pausa.)PSB, uma vaga. Deputada Janete Capiberibe. (Pausa.) Deputado Renato Casagrande. (Pausa.)

PPS

Deputado Geraldo Resende. (Pausa.)

PDT

Deputado Manato. (Pausa.)

PCdoB

Deputado Inácio Arruda. (Pausa.)

PRONA

Deputado Elimar Máximo Damasceno. (Pausa.)Até agora votaram 3 Deputados do PT e 5 do

PFL, são 8. Os cinco são os Deputados Paulo Souto, José Thomaz Nonô, Marcos Abramo, Ronaldo Caiado e Paes Landim; dois do PMDB; quatro do PSDB – eu ainda não votei, mas pode contar, quatorze; um do PP, o Deputado Francisco Garcia, quinze; a Deputada Luiza Erundina, dezesseis. Falta um. Faltam os Deputados Francisco Turra, Janete Capiberibe e Jamil Murad.

(Processo de votação.) O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Car-

los Mendes Thame) – Podemos encerrar a votação e proceder ao início da apuração.

O Deputado Fernando Gabeira poderia nos aju-dar? (Pausa.)

O Deputado Fernando Gabeira vai verificar se o número de sobrecartas coincide com o número de votantes.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Sr. Presidente, vou iniciar a contagem. (Pausa.)

São 21 votos. Confere?O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos

Mendes Thame) – Perfeito.Podemos iniciar a apuração. O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Para

Presidente, o Deputado José Thomaz Nonô; Vice-Presidente, o Deputado Edson Ezequiel; e 2º Vice-Presidente, o Deputado Alberto Goldman. Portanto, a chapa do acordo.

Um voto para a chapa do acordo; 2 votos; 3 votos; 4 votos; 5 votos; 6 votos; 7 votos; 8 votos.

Sempre que eu mencionar votos, estarei me re-ferindo à chapa do acordo

Nove votos; 10 votos, sem o voto de 1º Vice-Pre-sidente. Este aqui votou em quatro; o que faltou num sobrou no outro, mas está bom, mais um voto.

Em quanto estamos? Onze votos; 12 votos; 13 votos – aqui também só votaram em dois, faltou o voto do 1º Vice –; 14 votos; 15 votos; 16 votos; 17 votos; 18 votos; 19 votos; 20 votos; 21 votos. Pronto.

Todos os votos foram votos para a chapa do acor-do, exceto 2 votos em branco para 1º Vice.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos Mendes Thame) – Então, 1º Vice, 19 votos?

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Tem um voto a mais para o Presidente, o que deve ter confundido os Deputados. Houve mais votos do que votantes.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos Mendes Thame) – Agradecemos ao Deputado Fernan-do Gabeira e à Deputada Maninha.

Presidente eleito: Deputado José Thomaz Nonô, 21 votos.

1º Vice-Presidente: Deputado Edson Ezequiel, 19 votos – 2 votos em branco.

2º Vice-Presidente: Deputado Alberto Goldman, 21 votos.

3º Vice-Presidente: em branco – não foi ainda indicado pelo partido.

Cumprimento a todos e os declaro empossa-dos.

Convido o Deputado José Thomaz Nonô para assumir a Presidência da Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Convido os Srs. Deputados Edson Ezequiel e Alberto Goldman, recém-eleitos, a tomarem assen-to à mesa, assumindo a 1ª e a 2º Vice-Presidência da Comissão, respectivamente.

A Presidência esclarece que, na próxima reu-nião, haverá a eleição do 3º Vice-Presidente, uma vez que não houve a tempestiva indicação partidária para a função.

Senhores membros da Comissão, agradeço a confiança unânime de V.Exas., e tenho certeza de que, juntos, realizaremos um trabalho de grande importância para a Câmara dos Deputados e para o País.

A negociação da ALCA é uma matéria de extre-ma relevância para o futuro do Brasil, e controvertida quanto à adesão ou não ao programa. Abre-se ao Congresso Nacional uma perspectiva de pela, primeira vez, participar de forma ativa na formatação de uma política de Governo. Foi nessa linha que a Câmara dos Deputados, sob a Presidência do Deputado João Pau-lo Cunha, e o Senado Federal, com o Senador José Sarney, promoveram o Encontro de Legisladores, na segunda e terça-feiras últimas.

Fica mais do que evidente o desejo dos Parlamen-tares, não apenas brasileiros, mas de todo o hemisfério, em participar das discussões construtivas que serão

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53197

geradas em torno da ALCA. Foi com essa perspectiva que os Srs. Deputados, os colegas da Casa, houveram por bem criar esta Comissão, e a responsabilidade que temos é de conduzi-la a bom termo.

Existem imensos segmentos de opinião distintos, outras entidades que se debruçam sobre a matéria, mas nada melhor do que uma Comissão legitimamente eleita, politicamente plural e, obviamente, mais qualifi-cada do que qualquer outra entidade nesta Casa para acompanhar as tratativas da ALCA.

Dentre as prerrogativas do Presidente está, evi-dentemente, a de designar o Relator. Por acordo par-tidário, a Presidência coube ao PFL e a relatoria cabe ao Partido dos Trabalhadores. Portanto, é com muita honra e satisfação pessoal deste Presidente que de-signo Relatora a Deputada Maninha, a quem convido para tomar assento à mesa. (Pausa.)

Srs. Deputados, como já disse, temos ainda um cargo a preencher, e isso será levado a cabo na pró-xima reunião.

Para toda Comissão que se instala, principalmen-te esta, que é, até certo ponto, sui generis, temos que tratar de conceber um roteiro, uma idéia aproximada do que iremos fazer nas próximas muitas semanas que se seguirão de trabalho desta Comissão. Gosta-ria, antes de franquear a palavra aos Srs. Deputados, de já sugerir que todos aqueles que tivessem algu-ma contribuição, alguma idéia quanto à mecânica de funcionamento desta Comissão, que a encaminhe de maneira formal, por escrito, à Secretaria da Comissão, para que possamos começar o trabalho de definir com-petências, amplidão, rotina, rotina de reuniões, enfim. Esse é um trabalho que concerne inclusive à relatoria, na qual, sem dúvida alguma, a experiência da Depu-tada Maninha será de muito louvor e valia para os tra-balhos da Comissão.

Concedo a palavra ao Deputado Francisco Turra e, logo em seguida, ao Deputado Edson Ezequiel.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – Em primeiro lugar, quero cumprimentar os colegas eleitos. Julgo ser esta uma Comissão importantíssima, que atuará num momento delicado e importante.

Não havia uma Comissão parlamentar para acom-panhar as negociações do MERCOSUL, do contrário ele não teria sido concebido como foi, improvisado, o que gerou um bloco que teve muitos problemas, frágil e que precisa ser fortalecido.

Gostaria, meu Presidente, de encaminhar já uma sugestão. O que hoje nos distancia dessa adesão a esse que será o bloco do PIB de 13 bilhões e 800 mi-lhões de habitantes é, naturalmente, o temor de sermos encarados como um país consumidor, de não termos

preservado nosso espaço naquilo que é nossa riqueza e nosso potencial, o agronegócio.

Temos tido reuniões informais com o interlocu-tor, o conselheiro do Ministro da Agricultura, que pre-cisa estar muito fortalecido nessa hora, porque a ele cabe essa responsabilidade. Gostaria que, numa das nossas reuniões, fosse convidado o Sr. Marcos Jank, porque ele acompanha muito, e há tempos, esse tema da agricultura, desde a época em que fui Ministro, com o Ministro Pratini de Moraes e agora também. Então, ouvi-lo seria fundamental porque nosso pomo de dis-córdia é esse.

É essa a minha sugestão. Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Obrigado, Deputado Francisco Turra. A Presidência esclarece que nós, na Casa, às ve-

zes temos a virtude de aprender com os erros. Muitas tratativas anteriores da Câmara dos Deputados foram deixadas a cargo de frentes ou entidades que não ti-nham, digamos assim, uma estrutura formal como tem uma Comissão. Sem dúvida alguma, o MERCOSUL se ressentiu disso e acho que é, exatamente, em cima dessa imperfeição do passado que a Câmara, de forma bastante acertada, houve por bem constituir esta Co-missão. Então, vamos ser interlocutores qualificados.

Esclareço também que quem acompanhou todo o seminário ontem pôde ver diferentes visões do pro-cesso da ALCA, o que é extremamente importante, porque a posição brasileira é uma e o acordo é feito por 34 países.

Foi extremamente oportuno, inclusive, ouvir as posições, em tese antagônicas, dos Estados Unidos da América, porque foram explicitadas de forma clara, e a negociação vai travar nessa linha. Mas houve também algumas intervenções muito didáticas e construtivas no sentido exatamente da participação parlamentar. O que é que nós, Parlamentares, poderemos fazer no acompanhamento dessas tratativas que, pela expe-riência histórica, pelo menos da América Latina, são prerrogativas exclusivas do Poder Executivo. Essa é a tradição nos países que vieram da monarquia, do processo caudilhista ou dos Estados presidencialistas por excelência.

Na realidade, a Câmara ousa, inova, e houve al-gumas contribuições extremamente oportunas, se não me falha a memória, por parte do ex-Ministro da Fazen-da do Chile e, depois, da Deputada Beatriz Paredes, ex-Presidente da Câmara dos Deputados do México. Enfim, houve várias contribuições. Nós poderemos, na medida do possível – e Parlamentares que têm uma vivência nos fóruns internacionais sabem como isso se opera –, trazer um pouco dessa experiência.

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53198 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Por coincidência, no dia da abertura do seminário, fiquei sentado entre o Ministro Furlan e o Ministro Ro-berto Rodrigues, que são, vamos dizer assim, aqueles que comandam a posição final do Brasil. O Ministério das Relações Exteriores tem um papel transcenden-tal, mas é um Ministério-meio nesse processo, é um Ministério negociador. As coisas terminativas, finais, competem às áreas, evidentemente, da indústria, co-mércio e agricultura, com ênfase especial na última, porque aí está 90% do contencioso da ALCA sob o prisma brasileiro. Todos se dispõem a vir, a conversar e a debater.

Então, até a próxima reunião, vamos pensando o que podemos sugerir. Evidentemente, a visão técnica do processo é extremamente importante e também a visão política, digamos assim, a visão de Governo, explicitada, evidentemente, melhor do que ninguém, pelos Ministros titulares das diversas Pastas.

Da exposição venezuelana ficou uma sugestão interessante, vez que eles trouxeram da discussão ha-vida lá, em Caracas, a representação de segmentos do setor produtivo. É uma coisa muito importante. Quer dizer, se vamos discutir aço, é fundamental que venha alguém aqui que entenda profundamente de aço e nos elucide, nos preste subsídios. Se vamos discutir açú-car soja, carne, serviços... Eu acho que é importante irmos pensando nisso.

Tenho a certeza de que nós todos, juntos, eviden-temente com a colaboração inestimável da Deputada Maninha, rapidamente, poderemos fazer um esboço. É muito fácil. A matéria está na Ordem do Dia e há mui-tos subsídios. Eu acho que, rapidamente, na próxima semana, já poderemos ter alguma coisa desenhada.

Concedo a palavra ao nobre Deputado Edson Ezequiel e, logo em seguida, ao Deputado Jackson Barreto.

O SR. DEPUTADO JACKSON BARRETO – Não, eu não queria a palavra. Até peço desculpas ao nosso companheiro Edson Ezequiel. É que, em função de um compromisso, vou me ausentar da Casa e queria fazer uma sugestão.

Como estamos atuando na Frente Parlamentar e, agora, na Comissão Especial sobre a ALCA, eu queria sugerir ao Deputado José Thomaz Nonô, com a sua experiência, a do Deputado Goldman e de outros com-panheiros da Mesa, apesar do seminário que aconte-ceu nesta Casa ontem, termos, mais ou menos, uma idéia do que se está pensando a respeito da ALCA. Seria bom que essa Comissão tomasse a iniciativa de discutir com alguns Parlamentos da América Latina de que forma os Congressos desses países vão atuar na discussão. Se eles tiverem uma comissão especial no sentido de acompanhar, até onde vai o seu poder e sua

competência? De que forma vamos interferir? Vamos nos inserir nesse processo no âmbito do Congresso? Porque segundo a experiência que as Parlamentares mexicanas nos relataram na Comissão de Relações Exteriores, por ocasião do Acordo do NAFTA, essa participação foi praticamente nula, e isso trouxe pre-juízos enormes para o País.

Essa era a minha sugestão, isto é, que seja es-tudada e avaliada pelo Deputado Nonô de que forma poderemos buscar informações para fortalecer o nos-so trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A sugestão é extremamente oportuna, Depu-tado Jackson Barreto, e acresço que, no próprio semi-nário, os Parlamentares que integram o Parlatino – não é o meu caso – já estão agendando um encontro das Comissões. Isso ficou claro na reunião ontem.

Existe essa mesma preocupação e essa inade-quação, digamos assim, na participação do Parlamento. Eu disse um pouco antes da chegada de V.Exa. inclu-sive que esse é um desafio a vencer: como trabalhar em consonância com as tratativas do Executivo sem abdicar, evidentemente, da nossa posição de Poder independente. Nós vamos trabalhar, inclusive, à luz da experiência de outros países, de outros Parlamentos.

Sobre a queixa mexicana, me perdoe dizer, mas conheço o caso em tela, inclusive a Senadora Cecília Romero, que hoje é a Presidente da Comissão de Re-lações Exteriores do Senado mexicano. A forma presi-dencialista é extremamente enfática no México, e anos e anos de uma cômoda e tranqüila maioria parlamen-tar por parte do PRI fizeram com que o Congresso, a exemplo do que ocorreu no Brasil, fosse meramente um homologador de decisões. Embora o Congresso mexicano seja pleno de excelentes quadros, na reali-dade, o poder, até há bem pouco tempo... Porque eles têm peculiaridades muito distintas da nossa. Lá não há reeleição e uma série de outras características, que não cabem a nós discutir.

Não sei se V.Exas. sabem, mas a embaixadora mexicana aqui é uma ex-Deputada. É uma maneira completamente diferente, além do que eles têm aque-le pequeno vizinho ao norte que tem, realmente, uma influência, também pequena, nas questões internas mexicanas. Então, é aquela história que a Ministra disse ontem, da vizinhança com o elefante.

Mas quem prestou atenção também, no semi-nário, à fala do Senador canadense Mac Harb – ele se expressou em inglês e alguns companheiros não o acompanharam, até porque ele fala com um sotaque terrível e numa velocidade imensa – percebeu que o que ele disse foi extremamente interessante, não sei se a tradução simultânea acompanhou. Ele se referiu

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53199

a algumas coisas que vão nos interessar, que são os medos compreensíveis, os receios naturais de se fa-zer entendimento entre partes economicamente muito assimétricas.

Eles são trabalhistas, perderam a eleição por não quererem aderir ao NAFTA – que é parecido com a ALCA, muito mais parecido do que com o MERCO-SUL. Por não quererem aderir ao NAFTA, perderam duas eleições consecutivas, e os conservadores as-sumiram o poder, fizeram o acordo Canadá/Estados Unidos, e ele apresentou uma série de números muito favoráveis.

Claro que, de novo, a vizinhança altera esse quadro, mas ele disse, por exemplo, que o Canadá ti-nha um déficit de 42 bilhões de dólares e hoje tem um superávit de 6; que a taxa de desemprego antes do NAFTA era de 17% e hoje é de 8; enfim, apresentou uma série de coisas e deu um argumento muito liberal. Vejam bem, é preciso discutir. O argumento foi dele, dizendo que, no fundo, o que prevalece nesse tipo de acordo é o entendimento comercial. Os consumidores são idênticos em qualquer lugar do mundo: querem comprar o bem melhor pelo preço mais barato, nas melhores condições, e isso foi o que eles fizeram ao longo dos anos.

É claro que nosso caso não tem similitude, mas, de qualquer forma, é um dado interessante para ser ponderado na discussão. Essa vai ser, sem dúvida al-guma, a riqueza da nossa própria Comissão.

Deputado Edson Ezequiel.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Depu-

tado José Thomaz Nonô, em primeiro lugar, quero pa-rabenizá-lo pela Presidência da Comissão e agradecer a indicação do meu nome para ocupar a 1ª Vice-Presi-dência. É uma honra estar ao lado do Deputado Alberto Goldman e da minha querida companheira Deputada Maninha. Agradeço a todos que nos honraram com essa posição.

No que se refere à ALCA, na verdade, o desafio desta Comissão é bastante forte, porque vamos ter que lidar com dois aspectos, pelo menos vejo dessa forma, da mesma questão. De um lado, vamos dizer assim, a ALCA é um acordo comercial per se e, lamen-tavelmente, como já foi apontado pelo Deputado José Thomaz Nonô, temos no mínimo 3 posições, para não falar em dezenas de outras, quanto à ALCA.

Essas posições vão desde a do grupo do Fora ALCA, como já existia lá atrás o discurso do Fora FMI, como se isso fosse uma coisa possível; bem como existem grupamentos, inclusive de produtores, de em-presas brasileiras, que estão em determinados nichos de mercado. Na área, por exemplo, da agricultura, isso é muito comum. Há determinados nichos de mercado

em que, procurando olhar para o seu próprio umbigo, eventualmente, estão dispostos a aderir à ALCA no dia seguinte, de qualquer maneira, porque a companhia – não é por maldade – está visando especificamente aquele fator altamente alvissareiro.

Creio que todos que estão na mesa e todos que se interessam por esta Comissão estão mais ou me-nos dentro da mesma posição, ou seja, querem cotejar dados, pesar ônus e bônus de maneira, vamos dizer assim, não ideológica, da maneira como um tratado como esse precisa ser analisado: por meio de números, verificando o que é melhor para o nosso País.

O Deputado José Thomaz Nonô lembrou muito bem a palestra do representante do Canadá ontem. Graças a Deus, tenho facilidade com o inglês, porque morei fora quando fazia mestrado, e lembro que, ao final da palestra de Peter Allgeier, ele foi incisivo, talvez até demais, de forma quase deselegante ou, pelo menos, muito forte, dizendo que nós, brasileiros, deveríamos analisar com muita seriedade aderir ou não à ALCA porque os nossos netos estarão fazendo juízo de valor quanto à oportunidade que poderá ser perdida. Repito: eu não estou, neste primeiro momento, fazendo qual-quer juízo de valor; apenas acho que precisamos nos debruçar sobre os números, trazer especialistas.

Um dos artigos que estava lendo tratava, por exemplo, da questão mexicana. Talvez no Parlamento mexicano não tenha havido, até em função do domí-nio do PRI, o acompanhamento que, se Deus quiser, vamos fazer aqui, mas, do ponto de vista dos negocia-dores, constituíram no México uma grande equipe de PhDs e doutores para analisar o NAFTA. Esses PhDs e doutores foram divididos em 12 grupos, e são justa-mente 12 os grandes itens do tratado. Esses grupos de especialistas interagiram com o Congresso, com o setor produtivo e com a sociedade organizada.

Acho que vamos ter bastante tempo aqui para tentar cotejar esses números.

De vez em quando, por exemplo, seria de muito bom alvitre se tivéssemos aqui ou a própria embaixa-triz ou sua representante comercial para apresentar os números do México. Quando ouvimos de determinadas pessoas que são contra a ALCA, os números referentes ao México se tornam avassaladoramente negativos; quando ouvimos de pessoas mais favoráveis, os nú-meros se tornam encantadores, dá vontade de entrar nesse acordo no mesmo momento. É preciso haver fidedignidade com os números e analisar suas fontes para que possamos nortear nosso pensamento.

Como disse, são dois os desafios: o primeiro é a ALCA em si, como uma análise técnica, e o segundo é, como foi levantado aqui com muita propriedade, o papel do Parlamento.

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53200 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Ontem, vimos que há 3 propostas de emenda constitucional, de autoria, respectivamente, do Depu-tado Ney Lopes, do Senador Eduardo Suplicy e do Se-nador Aloízio Mercadante, que tentam inserir, vamos dizer assim, o Legislativo nesse processo a fim de não seja, pura e simplesmente, um elemento homologador do acordo da ALCA.

Sr. Presidente, precisamos trabalhar, de um lado, com a frieza dos técnicos em relação aos números e, do ponto de vista legislativo, com toda parte emocio-nal ou latina, para que possamos construir o melhor nesta Comissão.

Agradeço a todos a atenção. Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Concedo a palavra ao nobre Deputado Luiz Carlos Hauly e, em seguida, ao Deputado Antonio Carlos Mendes Thame.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sr. Presidente, Deputado José Thomaz Nonô, inicialmen-te parabenizo V.Exa. pela Presidência da Comissão. Tenho certeza de que V.Exa. fará um profícuo traba-lho em defesa dos interesses do nosso País. Estendo meus parabéns ao Deputado Edson Ezequiel, 1º Vice-Presidente; ao Deputado Alberto Goldman, do nosso partido; e à Relatora, Deputada Maninha.

Em relação à representação americana, há duas entidades parlamentares: a COPA – Conferência Par-lamentar das Américas, da qual faz parte, como Vice-Presidente, a Deputada Maninha, que honra o Parla-mento brasileiro com sua representação, vem, há alguns anos, discutindo todo os prós e contras da integração econômica, e a FIPA – Fórum Interparlamentar das Américas, da qual faço parte como representante do Congresso Nacional, com um mandato de 2 anos que se encerra no final do próximo ano. Os dois organismos nasceram no Canadá.

A FIPA implantou recentemente o Parlamento Vir-tual das Américas, uma ferramenta on-line que possibili-ta a discussão e facilita da integração dos Parlamentos. O site é www.e-fipa.org.br. Qualquer Parlamentar, se desejar, poderá acessar o site.

Na quinta-feira à tarde, haverá uma conferência na sede do BID, na qual estarei presente. Nos dias 18 e 19 do próximo mês, haverá reunião do Comitê Executivo. Se for possível, vou representar o Brasil nesse fórum.

A idéia da Deputada Maninha, baseada na in-tegração da COPA com a FIPA, bate com a minha e extrapola a questão da Área de Livre Comércio. Quere-mos, em primeiro lugar, a integração dos Parlamentos – um Parlamento virtual e, no futuro, um Parlamento físico, discutindo o trânsito de pessoas, deliberando sobre uma série de outras questões fundamentais

para todos nós. Não se trata só de comércio, mas de pessoas, países e interesses como, por exemplo, nar-cotráfico, tráfico de armas, educação, infância e uma série de problemas, inclusive a questão previdenciária, a exemplo das integrações, como ocorreu na União Européia. Se vai haver troca de trabalhadores para lá e para cá, tem que haver uma compensação, uma forma de integração previdenciária.

Pessoalmente, e aí já não falo de ALCA e nem de FIPA, falo do meu pensamento a respeito da inte-gração, sequer temos a integração econômica dos Estados. Ao contrário, temos um grande desentendi-mento, cada Estado quer derrubar o outro. Somos uma Federação com 26 Estados e o Distrito Federal, onde o tema central é a competição, é um tirar a empresa do outro de uma forma predatória, contra qualquer princípio básico de competição sadia. Isso tem gera-do um grande problema na economia brasileira. Quer dizer, estamos há 10 anos integrados com o Uruguai, o Paraguai e a Argentina, e não conseguimos nos en-tender internamente.

Então, digo que o que falta primeiro é fazer a tarefa de casa, a integração econômica entre os Estados. Não há a mínima possibilidade de haver adesão, à moda da União Européia ou ALCA, depois da experiência que temos vivido com a Argentina, o Uruguai, o Paraguai, com o MERCOSUL, se não resolvermos nossos pro-blemas internos. Acho isso fundamental.

Segundo, é preciso harmonizar as legislações. A nossa legislação, em muitas áreas, é completamen-te diferente do país dominante na região. É claro que estamos tratando com a maior potência econômica do mundo e de toda história da humanidade, não é qual-quer um. E não estamos preparados, não foi feito nada, absolutamente nada. No Parlamento, na Comissão de Relações Exteriores, que se reúne nesta mesma sala, temos ponderado a respeito dos preparativos, mas nossas palavras morrem; quando muito, vão até as atas, ou ficam perdidas nas gravações, e não pas-sam disso. Então, espero que a Comissão, que ora se instala, tenha êxito nesse campo.

A Confederação Nacional da Indústria tem um excelente trabalho feito, produto por produto, país por país, dos 35 países. Evidentemente, aí entra já a pri-meira questão da ALCA, o não-envolvimento de Cuba. Cuba faz parte da FIPA, Cuba faz parte da COPA – são 35 países, não 34.

Outra questão: a embaixada brasileira em Wa-shington. O nosso Embaixador Rubens Barbosa, logo que assumiu, já fez um trabalho extraordinário, correu, já tinha muita coisa, e preparou um trabalho muito denso sobre os principais problemas das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos. Está listado, é um trabalho de

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53201

100 páginas, excelente ponto de partida para esta Co-missão, onde tiramos aquela afirmativa de que os 15 principais produtos americanos comprados pelo Bra-sil têm tributação de 14%, e os 15 principais produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos sofrem uma taxação, direta e indireta, de 45%. Então, são dados re-levantes, importantes, que devem ser considerados.

No que diz respeito aos organismos que temos, as grandes entidades que os representam, os vários segmentos mais problemáticos – a lista não é muito grande: começa com o aço, passando pelo suco de laranja, o calçado, os têxteis, o açúcar e tantos outros –, podemos facilmente verificar a gravidade.

Sobre a sistematização, a Relatora vai ser a Deputada Maninha, porém, mais do que isso, é preciso que esta seja uma Comissão de capacitação. Quanto maior for o número de Parlamentares da Casa que se capacitarem, nas diversas nuanças, mais poderemos interferir no processo. Se não estivermos capacitados à altura dos técnicos do Executivo, não temos como fazê-lo.

Eram essas as considerações que teria a fazer. Estou à disposição na minha parte, que é a tributária – talvez a mais grave, porque a diferença é brutal.

Só um dado para encerrar minha participação: tributamos a renda em 21,3% no Brasil; nos Estados Unidos, em 48,5%; no Canadá, aproximadamente isso. É um diferencial enorme na competição. Isso grava mais a renda e menos o consumo, o que dá liberda-de aos produtos americanos, tanto é que eles podem receber o que quiserem de qualquer parte do mundo, inclusive da China, que não tem tributação nenhuma.

Parabenizo todos os senhores. Vamos nos aque-cer e nos preparar mais para poder apresentar trabalhos mais densos, mais profundos, a fim de ajudar nosso Parlamento a ter voz e vez nesta discussão.

O SR. PRESIDENTE (José Thomaz Nonô) – Obri-gado, Deputado Luiz Carlos Hauly.

Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Mendes Thame, em seguida o Deputado Alberto Goldman.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS MEN-DES THAME – Meus cumprimentos ao Presidente, Deputado José Thomaz Nonô; ao Vice-Presidente, Deputado Alberto Goldman; e à Relatora, Deputado Maninha. Vamos dar todo o nosso empenho no sentido de contribuir para que haja uma participação efetiva do Parlamento nesse processo.

Quero levantar uma preliminar, já que, dos pontos que tinha aventado para comentar, vários já foram to-cados. Quanto ao papel do Itamaraty, o Deputado José Thomaz Nonô disse com muita clareza, de uma forma incisiva, que é um Ministério-meio. Na realidade, toda essa confusão que se deu nas semanas passadas,

essa discussão entre o Itamaraty e os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, é devido ao fato de não haver uma definição tão clara assim. Se ele é um Ministério-meio, jamais os demais Ministros poderiam saber por jornal aquilo que foi levado para a discussão de Trinidad e Tobago.

O que ocorre é que, enquanto não se resolver essa questão, se não se definir realmente o papel do Itamaraty, não vamos avançar, ou vamos avançar de uma forma muito capenga, e não teremos integração nem no âmbito de Ministério. Não é num jantar que o Presidente da República vai conseguir enquadrar os Ministros. Não se enquadram Ministros; o que se defi-nem são atribuições, e com clareza, cada um sabendo os limites da sua atuação, se caminha de forma inte-grada, falando uma só linguagem.

O Deputado Luiz Carlos Hauly tocou em um outro ponto extremamente difícil, que é essa falta de integração entre os Estados, problema acirrado com essa magistral descoberta do Presidente da Repúbli-ca, que achou que, ao trazer para a equação, para o polinômio da arena do Parlamento, a presença dos Governadores, estaria descobrindo a América. Ao contrário, não descobriu a América; acirrou o conflito, arranhou o pacto federativo e causou problemas que redundaram inclusive numa mega-renúncia fiscal nun-ca vista nas últimas décadas, como a que tivemos às vésperas da data fatal para conceder benefícios, uma verdadeira farra.

O que vemos é que não podemos fugir desses problemas, senão teremos uma participação apenas pictórica, apenas de perfumaria. Se queremos real-mente dar nossa contribuição, temos que enfrentar esse problema, qual é o papel do Itamaraty, até onde vão suas funções.

Em segundo lugar, há aquilo que foi muito bem dito pelo Presidente: as 3 emendas constitucionais, de autoria do Senador Aloizio Mercadante, do Deputado Ney Lopes e do Senador Eduardo Suplicy, precisam ser enfrentadas para vermos até onde vai nosso papel, ou se faremos apenas o papel de sub, subcoadjuvan-tes nesse processo.

Era isso, Sr. Presidente. Parabéns e um bom trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradeço ao Deputado Antonio Carlos Men-des Thame.

Antes de passar a palavra ao Deputado Alberto Goldman e, em seguida, à Deputada Maninha, quero lembrar algo que vai ser importante no nosso traba-lho.

Esta é a Comissão Especial destinada a acom-panhar as negociações da Área de Livre Comércio

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53202 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

das Américas. Quero dizer isso porque não vamos fazer redistribuição de renda, não vamos resolver o conflito de competência dos Estados. A nossa fun-ção precípua é acompanhar as negociações e nelas influir na medida do possível. Esse é o norte que não podemos perder.

Com a palavra o Deputado Alberto Goldman.O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN –

Cumprimento nosso Presidente recém-eleito, nossa Relatora, os demais membros da Mesa – no caso, apenas o Deputado Ezequiel. Agradeço aos compa-nheiros da Comissão que me permitiram assumir esta função, na qual pretendo ajudar nosso Presidente José Thomaz Nonô a executar sua tarefa da melhor forma possível.

A grande vantagem da instituição desta Comissão é que assim se institucionaliza uma situação. O que es-távamos vendo aqui era uma confusão. A Comissão de Relações Exteriores aborda tudo, inclusive as questões relativas à ALCA; forma-se frente parlamentar – aqui e ali virou frente parlamentar, está como cupim para todo lado, frente parlamentar em tudo...

Acabei de passar por uma frente parlamentar cheia de gente. Fui ver. Que diabo? Oba, deu ibope, o que é isso? Frente Parlamentar dos Advogados. Re-almente, isso começa a ser motivo, na minha opinião, de piada.

Pois foi constituída uma Comissão Especial, insti-tuída de acordo com o Regimento Interno, com direção, relatoria; com suas funções, limites e competências. Acho que ela tem esse papel, agora fundamental, de fazer com que saiamos do discurso genérico.

O discurso genérico já ouvimos todos. Ontem, inclusive, no seminário, pudemos ouvir todo tipo de discurso genérico possível e imaginável. Temos que sair do discurso genérico, ideológico, politizado, contra e a favor, quase como se fosse palanque, para poder-mos analisar o assunto.

Na economia, num acordo comercial qualquer, sempre há ganhos e perdas. Precisamos saber, para o País, nos ganhos que se terá ou nas perdas, qual o resultado desse balanço, se, de fato, é um caminho que podemos seguir. Claro, podemos caminhar no sentido de obter mais ganhos, menos perdas. Perdas sempre vão haver; é impossível que não haja. O Depu-tado Ezequiel até tocou na questão, mas precisamos saber se, no conjunto do País, pensando no País do futuro, pensando no desenvolvimento, nas melhorias de condições de vida do nosso povo, o acordo pode levar para uma solução finalmente positiva.

Portanto, agradeço a V.Exas. e faço um chama-mento aos Deputados para que, de fato, entremos nessa questão e nos integremos nela. É preciso obter

apoio do Presidente da Casa, experiência que tive de ontem para hoje.

Hoje pela manhã, houve um debate sobre a Or-ganização Mundial do Comércio no plenário, e suge-ri que fosse convidada uma pessoa de São Paulo. A Casa diz que não tem como pagar a passagem dessa pessoa para vir aqui e participar do debate da OMC. Então, isso é uma coisa que vamos ter de esclarecer, porque se não houver recurso para trazer uma pes-soa de São Paulo para participar de um debate sobre a Organização Mundial do Comércio, um especialis-ta na matéria, o Dr. Gilberto Dupas, de um grupo na Universidade de São Paulo que trata exatamente de questões estratégicas nessa área de comércio; se não dá para chamar uma pessoa assim, vamos ficar total-mente paralisados.

Creio que o Presidente deve conversar com o Deputado João Paulo Cunha, o Presidente da Casa, porque vamos ter o cuidado para não despender re-cursos inutilmente, mas algum recurso vamos des-pender. É só isso.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradeço ao Deputado Alberto Goldman. Esclareço que procurei ter essa cautela antes que a Comissão fosse instalada. Aliás, a instalação, hoje, da Comissão já é, de certa forma, uma providência do Pre-sidente da Câmara, porque aqui na Casa enfrentamos várias dificuldades, entre as quais, a de encontrar um plenário disponível. Após uma conversa de 2 minutos esses obstáculos foram absolutamente superados e, graças a isso, nós estamos trabalhando.

Amanhã tomarei café da manhã com o Presidente da Câmara em sua residência exatamente para discutir o modus operandi da Comissão. Eu já sou muito antigo aqui para me iludir e também para acreditar nas coisas antes de elas ocorrerem. Só faz sentido participarmos da Comissão se ela evidentemente puder fazer seu trabalho. Senão, não há o menor sentido.

Até a presente data, o Presidente da Câmara, Deputado João Paulo, teve decisiva participação nesse processo. S.Exa. foi procurado por diversos Deputados, de várias Comissões, de diversas correntes políticas e de diversos partidos, que não queriam a instalação desta Comissão, porque entendiam que a matéria de que trataremos deveria ficar a cargo da Comissão de Agricultura ou da Comissão de Relações Exteriores. No entanto, o Presidente bateu o martelo por esta Co-missão, o que é uma demonstração clara de que há, por parte da Casa, apoio, pelo menos político, para esta iniciativa. Vamos ver – à medida que os trabalhos exigirem, evidentemente – se esse apoio também se traduzirá nas outras indispensáveis providências. Te-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53203

nho certeza de que o Presidente João Paulo dará o apoio necessário à nossa Comissão.

Concedo a palavra à última inscrita, Deputada Marinha, Relatora.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Parabenizo o Presidente pela jornada que começará a trilhar agora, bem como os Deputados Alberto Goldman, e Edson Ezequiel, nossos 2 Vice-Presidentes, e todos os Depu-tados que votaram a favor da instalação deste colegiado. Dedicarei todo o meu tempo a esta relatoria.

Creio que esta Comissão surge em momento extremamente interessante, uma vez que nas últimas semanas o debate sobre a ALCA saiu do estado crônico e passou para o agudo. Por isso, teremos um debate intenso, do ponto de vista das percepções acerca do tratado e dos encaminhamentos ministeriais, bem como da própria posição do Presidente, que para alguns suscita discussão. Também tornará intenso o nosso debate a promoção do seminário que em breve reali-zaremos, porque creio que os Deputados começam a acordar para essa realidade.

Conforme disse muito bem o Deputado Turra, a discussão sobre o MERCOSUL não foi tão polêmica quanto está sendo a que diz respeito à ALCA. Hou-ve uma Comissão do MERCOSUL, cujo trabalho não acompanhei na condição de Deputada Federal, mas na de Deputada Distrital – este é meu primeiro manda-to. Aquela Comissão inclusive tornou-se permanente, composta por Senadores e Deputados.

Tenho a impressão de que esta Comissão tem papel importantíssimo. Um dos motivos que a torna tão importante – e o Deputado José Thomaz Nonô disse isso muito bem – é o fato de tratar de matéria supracomissões. Tem, por exemplo, um pouco da Co-missão de Agricultura e um pouco da Comissão de Relações Exteriores. Por isso, precisa ter um norte, um encaminhamento que indique a direção dos tra-balhos e, ao mesmo tempo, viabilize a apresentação de um resultado.

O processo de negociação deve ser por ela acom-panhado passo a passo. Hoje não temos mais feito isso de forma sistemática; o Deputado que quer ir, vai. Mas não pode ser assim; tem que haver uma seqüência nes-se trabalho, um relatório que dê à Câmara o resultado do acompanhamento do processo de negociação.

Mas eu acho que a Comissão tem papel ain-da mais importante. Além do debate, das audiências que promoverá, das próprias emendas constitucionais que poderá apresentar – já existem algumas a serem apreciadas –, se revirmos o passado da Comissão do MERCOSUL, observaremos, conforme disse o Presi-dente, que estamos entrando no mérito do processo

negociador e passando a ser protagonistas. O Parla-mento agora é protagonista.

Por isso, creio que deveremos ter um planeja-mento que perpasse todas essas avaliações, para que possamos, no nosso tempo, apresentar um parecer que dê à Câmara o instrumento que lhe permita estar presente no processo negociador. Digo isso porque a simples realização de seminários ou discursos, bem como a apresentação de posições favoráveis ou con-trárias não vai adiantar nada.

A meu ver, este Parlamento tem que participar, apresentar propostas e estar dentro do processo ne-gociador, como fez a Comissão do MERCOSUL. Agin-do dessa forma, pode ser que ela deixe de ser uma Comissão Especial para se tornar uma Comissão da ALCA, como está acontecendo com relação ao MER-COSUL, que já caminha para a eleição de um Parla-mento do MERCOSUL.

Quem sabe seremos os fomentadores da idéia da criação do Parlamento das Américas? Tal debate pode passar pela discussão de um tratado comercial, que, como alguém já disse, não é apenas um tratado comercial; traz dentro de si a sinergia de estarmos discutindo outros aspectos, como cultura, saúde, edu-cação, etc.

Portanto, Sr. Presidente, coloco-me à disposição desta Comissão, pois enxergo para ela futuro muito promissor.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Muito obrigado, Deputada Maninha.

Darei um foro, um cunho, para 10 intervenções que colhi já nessa semana de interregno. Vou solicitar o levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria, até porque agora é seu Presidente o colega Armando Monteiro, e vou conversar com o Embaixa-dor Rubens Barbosa, amigo de longa data, para ver o que já existe, até para termos alguma coisa para a próxima semana.

Vou, ainda, de plano, oficiar aos 3 Ministérios mais diretamente envolvidos com a matéria para que nos informem, sob o prisma deles, como andam es-sas tratativas.

Lembro uma vez mais que a atribuição precípua da Comissão, sem prejuízo das outras discussões, é acompanhar o que anda fazendo o Executivo no trato dessas matérias. É claro que vai depender de nós, da forma como trabalharmos, do acerto das nossas posi-ções, ampliar nossa esfera de influência, que é o que espero, ou minguar para um esquecimento, como tan-tas outras Comissões que já vi nesta Casa. Depende fundamentalmente de nós.

Conhecendo, entretanto, como conheço os pares – e conheço a todos –, tenho certeza de que reunimos

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aqui um grupo de escol, de elite, da Câmara e tenho muita convicção de que vamos poder dar uma contri-buição positiva no trato da matéria.

Antes de encerrar a reunião, convoco a próxima para terça-feira à tarde. Informaremos oportunamente em que plenário será realizada.

Quero também, ao término dos trabalhos, agrade-cer aos senhores funcionários, aos servidores, ao Se-cretário da Comissão, à Valda, que nos assessorou até bem pouco tempo, e dizer que espero que na próxima semana já tenhamos a contribuição dos companheiros para que possamos traçar os passos iniciais.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 2ª Reunião Ordinária Realizada em 28 de Outubro de 2003.

Às quinze horas e quinze minutos do dia vinte e oito de outubro de dois mil e três, no plenário 12 do anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompa-nhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”. Estiveram presentes os Senhores Depu-tados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel e Alberto Goldman – Vice-Presidentes; Maninha – Re-latora; Custódio Mattos, Fernando Gabeira, Feu Rosa, Francisco Turra, Jamil Murad, José Pimentel, Luiza Erundina, Max Rosenmann, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Severiano Alves, Silas Brasileiro, Tarcisio Zim-mermann e Vanderlei Assis – Titulares; Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Carlos Pannunzio, Arnaldo Faria de Sá, Arnon Bezerra, Ary Vanazzi, Bernardo Ariston, Dra. Clair, Luiz Carlos Hauly, Mário Assad Júnior, Paes Landim e Robério Nunes – Suplentes. Presenças even-tuais dos Deputados Coriolano Sales e Leonardo Mon-teiro. Deixaram de comparecer os Deputados Alexan-dre Cardoso, Antonio Carlos Mendes Thame, Cezar Schirmer, Fábio Souto, Francisco Garcia, Jackson Bar-reto, Marcos Abramo, Nelson Proença, Neucimar Fra-ga, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Welinton Fagundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Ha-vendo número regimental, o Senhor Presidente decla-rou abertos os trabalhos. Lembrou aos membros de-clinarem seus nomes parlamentares quando fizerem uso da palavra para efeito de identificação junto à ta-quigrafia. ATA: Comunicou haver sobre as bancadas cópias da ata da 1ª reunião; indagou da necessidade da leitura da respectiva ata. O Deputado Alberto Gol-dman solicitou a dispensa da referida leitura. Não ha-

vendo quem quisesse discutir a ata, o Senhor Presi-dente a colocou em votação, sendo aprovada sem restrições. EXPEDIENTE: O Senhor Presidente comu-nicou à comissão o recebimento das seguintes corres-pondências: 1) Of. 300/03, de 23/10, do Sr. José de Ribamar Barreiros Soares, Diretor da Consultoria Le-gislativa, informa a designação da consultora Christia-ne Almeida de Aguiar Lacombe para acompanhar os trabalhos da Comissão; 2) Of. 1140/03-Lid;PTB, do Deputado José Múcio Monteiro, Líder do PTB, indica o Deputado Arnaldo Faria de Sá para integrar a comis-são na qualidade de membro suplente; 3) Of. 1256/03-Lid;PP, do Deputado Pedro Henry, Líder do PP, indica o Deputado Francisco Dornelles para integrar a comis-são na qualidade de membro suplente, em substituição ao Deputado Delfim Netto. ORDEM DO DIA: A – Ela-boração do roteiro dos trabalhos; B – Eleição para o cargo de 3º Vice-Presidente. O Senhor Presidente te-ceu considerações sobre os trabalhos da comissão. Com a palavra, o Deputado Max Rosenmann solicitou ao Senhor Presidente agilizar o processo de votação. S.Exª esclareceu que estava aguardando o quorum regimental. O Senhor Presidente comunicou que, pelo acordo de lideranças, foi indicado o nome do Deputado Francisco Garcia para o cargo de 3º vice-presidente. Às quinze horas e vinte e quatro minutos, o Senhor Presidente passou a presidência ao Deputado Edson Ezequiel para exercer o seu direito ao voto. Ao reas-sumir a presidência, o Senhor Presidente comunicou ter expedido os seguintes ofícios: 1) Of. 001/03-Pres, ao Deputado João Paulo Cunha, Presidente da Câma-ra dos Deputados, comunica a instalação da Comissão Especial; 2) Of. 002/03-Pres, ao Senador José Sarney, comunica a instalação da Comissão Especial; 3) Of. 003/03-Pres, ao Sr. Luiz Fernando Furlan, Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex-terior, comunica a instalação da comissão especial e solicita a informação do governo brasileiro relativamen-te ao encaminhamento do enfoque sobre as negocia-ções da alca; 4) Of. 004/03-Pres, ao Sr. Roberto Ro-drigues, Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comunica a instalação da comissão especial e solicita informação sobre a posição do go-verno brasileiro relativamente ao encaminhamento do enfoque sobre as negociações da alca; 5) Of. 005/03-Pres, ao Sr. Celso Luiz Nunes Amorim, Ministro de Estado das Relações Exteriores, comunica a instala-ção da comissão especial e solicita informação sobre a posição do governo brasileiro relativamente às ne-gociações da alca; 6) Of. 006/03-Pres, ao Sr. Ricardo José Pereira Rodrigues, Diretor da Consultoria Legis-lativa, solicita designação de consultores legislativos para prestar assessoramento técnico. ORDEM DO DIA:

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53205

1) Elaboração do roteiro dos trabalhos; 2) Eleição para o cargo de 3º vice-presidente. O Senhor Presidente concedeu a palavra à Relatora, Deputada Maninha, para tecer suas considerações iniciais sobre a elabo-ração do roteiro dos trabalhos. Logo após, concedeu a palavra aos Deputados Luiz Carlos Hauly, que infor-mou à comissão sobre sua participação na vídeo con-ferência promovida pelo comitê executivo da Fipe e do forum interparlamentar das américas, que será reali-zado em abril no Chile, com a finalidade de integrar todos os parlamentos americanos; S Exª concluiu di-zendo que o Brasil precisa preparar-se melhor para fazer frente às negociações para o ingresso num mer-cado grandioso; Max Rosenman, que sugeriu à comis-são conversar com o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, para harmonizar os procedimentos sobre as ne-gociações e não realizar um trabalho desconectado das orientações do Poder Executivo; Fernando Gabei-ra, que falou da falta de preparo para as negociações em torno da alca, sugeriu que a biblioteca provesse uma seção com estudos e informações sobre comér-cio exterior, fazer o levantamento de todos os links na internet para obter informações, constituir uma asses-soria específica da comissão com conhecimento de comércio exterior e dos idiomas presentes nas nego-ciações, dividir o trabalho em relação aos temas das negociações, definindo claramente os setores da eco-nomia brasileira que ganha e que perde na abertura comercial; convidar um especialista das embaixadas para vir nos intervalos das reuniões para trazer subsí-dios de como cada país está encaminhando as solu-ções para o processo de negociação, sugeriu ainda a recuperação dos arquivos da comissão especial da alca da legislatura anterior, quando a requerimento de S.Exª foi convidado um representante do IED para fa-lar sobre os setores produtivos que ganham e que perdem com o advento da alca. O Senhor Presidente comunicou que o processo de votação só seria con-cluído ao final dos debates. Dando prosseguimento à reunião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Maninha, que manifestou interesse em re-colher todo o material disponível na Casa: da comissão anterior, do seminário promovido pela frente parlamen-tar; sugeriu convidar o embaixador Adhemar Bahadian e solicitar ao Presidente João Paulo Cunha a inclusão de representantes da comissão no processo de nego-ciação e sugeriu ainda ouvir representantes dos tra-balhadores e empresários; Luíza Erundina, que disse ser a discussão em torno da alca uma ponte com a sociedade, sugerindo convidar entidades como a OAB, CNBB, MST, entidades da sociedade civil, fazer arti-culação entre a frente parlamentar e a comissão. O Senhor Presidente esclareceu que alguns parlamentos

centralizaram a discussão em torno da alca nas res-pectivas comissões de relações exteriores e que o parlamento brasileiro preferiu criar uma comissão es-pecial. O Senhor Presidente concedeu ainda a palavra aos Deputados Jamil Murad, que esclareceu que a atuação da frente parlamentar no primeiro momento foi para trazer as discussões sobre a alca para dentro do parlamento, sugeriu requisitar cópia do seminário, distribuir uma coletânea para cada membro e solicitar ao Itamaraty um histórico das negociações da alca. O Senhor Presidente esclareceu já ter enviado aos três ministérios envolvidos diretamente com as negociações as respectivas requisições. O Deputado Ary Vanazi disse que a frente parlamentar e a comissão represen-tam um avanço significativo, sendo o elo de ligação entre a sociedade e o poder executivo; sugeriu convi-dar os empresários, a CUT, o MST, a CNBB e outros organismos nacionais. O Senhor Presidente esclare-ceu não haver dúvida sobre o papel da comissão. Dis-se que a comissão em parte é fruto da frente parla-mentar, com a finalidade precípua de acompanhar as tratativas sobre as negociações da alca. Dando pros-seguimento à reunião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Alberto Goldman, que disse que a comissão deve fazer um acompanhamento qua-litativo, sair da discussão geral e se aprofundar nas questões técnicas referentes às negociações, sugeriu convidar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou alguém que, em nome dele, traga à comissão o nascedouro, as razões para criação da alca e o deta-lhamento dos interesses americanos envolvidos; pon-derou sobre a importância da comissão em fazer divi-sões temáticas dos pontos a serem negociados, saber o que está em jogo em cada questão temática e depois nas corporações, por setor, como por exemplo, nos setores siderúrgico, têxtil e de calçados, quem ganha e quem perde e, ao concluir, informou a realização do encontro de ministros de comércio exterior no dia 21/11, em Miami, enfatizando a importância de a comissão se fazer representada. Com a palavra, a Deputada Maninha ponderou sobre a importância da participação do MST nas discussões sobre a alca, asseverando que a discussão transcende a ideologia. O Deputado Antonio Carlos Pannunzio, preliminarmente, disse que a comissão precisa entender o que é a alca, se há al-guma correlação direta com o Nafta e, se houver, re-quisitar cópia desse acordo, teceu considerações sobre a importância em ouvir os setores produtivos direta-mente envolvidos, ordenar as audiências públicas, convidar empresários e trabalhadores, mas, principal-mente, os setores empreendedores; Aloysio Nunes Ferreira, que falou do papel importante na formação da opinião da Casa, disse que o ministério do desen-

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53206 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

volvimento fez um convênio com a Unicamp, que pro-duziu um relatório com estudos técnicos sobre o im-pacto da alca na economia brasileira, sugeriu que a equipe coordenada pelo professor Luciano Coutinho assessorasse a comissão de modo informal. Usou também da palavra o Deputado Severiano Alves. Logo após, o Senhor Presidente convidou S. Exª como es-crutinador para auxiliar a presidência no processo de apuração dos votos. Encerrada a votação, procedeu-se à verificação da coincidência entre o número de sobrecartas e o de votantes. Votaram 24 senhores deputados, não houve voto branco e nulo. Participaram da votação nominal os Deputados Fernando Gabeira, José Pimentel, Maninha, Rubens Otoni, Tarcísio Zim-mermann, José Thomaz Nonô, Ronaldo Caiado, Edson Ezequiel, Max Rosenmann, Alberto Goldman, Custó-dio Mattos, Francisco Turra, Luiza Erundina, Severiano Alves, Jamil Murad e Vanderlei Assis, titulares; Ary Va-nazzi, Paes Landim, Robério Nunes, Bernardo Ariston, Antonio Carlos Pannunzio, Luiz Carlos Hauly e Arnal-do Faria de Sá, suplentes. O Senhor Presidente de-clarou empossado o Deputado Francisco Garcia (PP/AM) no cargo de 3º Vice-Presidente. Antes de encerrar a reunião, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Deputada Maninha para suas considerações finais. S. Exª disse que recolheu sugestões desde à constituição estrutural da comissão até os instrumentos necessá-rios ao desenvolvimento de um bom trabalho e que apresentaria uma proposta de roteiro na próxima reu-nião. Não havendo nada mais a tratar, o Senhor Pre-sidente agradeceu a presença de todos, convocou a próxima reunião a realizar-se na 3ª feira, às 14h30m, e, em seguida, encerrou a reunião às 16h46m. O in-teiro teor da reunião foi gravado e, após a tradução das notas taquigráficas, fará parte integrante da pre-sente ata. E, para constar, eu, Mario Drausio Coutinho, , secretário, lavrei a presente Ata, que, lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Havendo número regimental, declaro abertos os trabalhos da Comissão Especial destinada a acom-panhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

Lembro os ilustres companheiros que a reunião está sendo gravada. Para fins de fidelidade nos assen-tamentos, peço-lhes que declinem seus nomes.

Srs. Deputados, considerando a distribuição an-tecipada de cópias da ata da primeira reunião, indago se há necessidade de sua leitura.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – So-licito a dispensa da leitura da ata, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deferida a solicitação do Deputado Alberto Goldman.

Em discussão a ata. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-la, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovada a ata.Srs. Deputados, darei conhecimento de algumas

providências que a Presidência tomou.O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr.

Presidente, gostaria de saber, além de todas essas informações preciosíssimas, se vamos iniciar o pro-cesso de votação.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Realizaremos a votação, Deputado Max Ro-senmann. Eu estava aguardando a chegada de mais um Deputado, o que acaba de ocorrer. Como são ne-cessários pelo menos 17 votos para a eleição, aguar-daremos mais um Parlamentar.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – V.Exa. pode começar o processo e deixar em aberto, enquanto discutimos outros assuntos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Se não chegarem todos os Parlamentares, nomearei o Deputado Alberto Goldman corregedor do processo eleitoral, o que, em termos práticos, significa buscar os que estão faltando.

Por solicitação dos Srs. Deputados, daremos início ao processo de votação, deixando a urna em aberto, até para economia processual. Depois voltaremos aos itens da Ordem do Dia.

Recebemos o Ofício nº 1.256, de 2003, do no-bre Deputado Pedro Henry, Líder do PP, que indica o Deputado Francisco Dornelles para integrar a Co-missão, na qualidade de suplente, em substituição ao Deputado Delfim Netto.

Da mesma forma, Ofício nº 1.140, de 2003, do nobre Deputado José Múcio Monteiro, Líder do PTB, que indica o Deputado Arnaldo Faria de Sá para inte-grar a Comissão, na qualidade de suplente.

A primeira indicação é do Deputado Francisco Garcia para 3º Vice-Presidente.

Indago à Secretaria se as atas foram elaboradas.O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr.

Presidente, peço a palavra pela ordem. Pela importân-cia desta Comissão e pela dinâmica que pretendemos empreender – a Deputada Maninha será nossa Relato-ra –, não seria interessante termos uma sub-relatora, harmoniosamente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Nobre Deputado Max Rosenmann, no mo-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53207

mento aprazado ouviremos, com absoluta certeza, as opiniões da nossa Relatora.

Tendo em vista a solicitação de V.Exa., proce-deremos à eleição.

PT

Deputado Fernando Gabeira. (Pausa.)Deputado José Pimentel. (Pausa.) Ausente.Deputada Maninha. (Pausa.)Deputado Paulo Delgado. (Pausa.)Deputado Rubens Otoni. (Pausa.)Deputado Tarcisio Zimmermann. (Pausa.)

PFL

Deputado Fábio Souto. (Pausa.)Deputado Marcos Abramo. (Pausa.)Deputado Ney Lopes. (Pausa.)Deputado Ronaldo Caiado. (Pausa.)

PMDB

Deputado Cezar Schirmer. (Pausa.)Deputado Edson Ezequiel. (Pausa.)

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr. Presidente, V.Exa. não quer que alguém comande as eleições?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Vamos à lista, vai ser rápido. Deputado Max Rosenmann.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – V.Exa. poderia passar para a Deputada Maninha ou para o Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Max Rosenmann, convido V.Exa. a exercer seu direito de eleitor. (Pausa.)

Deputado Silas Brasileiro. (Pausa.)

PSDB

Deputado Alberto Goldman. (Pausa.)Deputado Antonio Carlos Mendes Thame. (Pausa.)Deputado Custódio Mattos. (Pausa.)Deputada Yeda Crusius. (Pausa.) Ausente.

PP

Deputado Feu Rosa. (Pausa.)Deputado Francisco Garcia. (Pausa.)Deputado Francisco Turra. (Pausa.)

PTB

Deputado Jackson Barreto. (Pausa.)Deputado Roberto Jefferson. (Pausa.)

PL

Deputado Neucimar Fraga. (Pausa.)Deputado Welinton Fagundes. (Pausa.)

PSB

Deputada Luiza Erundina. (Pausa.)Deputado Alexandre Cardoso. (Pausa.) Ausente.

PPS

Deputado Nelson Proença. (Pausa.)

PDT

Deputado Severiano Alves. (Pausa.)

PCdoB

Deputado Jamil Murad. (Pausa.)Convido o Deputado Edson Ezequiel para assu-

mir a Presidência, enquanto o Presidente exerce seu direito de voto.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Vamos passar à lista dos suplentes.

PT

Deputado Ary Vanazzi. (Pausa.)Deputada Dra. Clair. (Pausa.) Ausente.Deputado Henrique Fontana. (Pausa.) Ausente.Deputado Ivan Valente. (Pausa.) Ausente.Deputada Luci Choinacki. (Pausa.) Ausente.Deputado Paulo Pimenta. (Pausa.)

PFL

Deputado Paes Landim. (Pausa.)Com muita honra, passo a Presidência para o Depu-tado José Thomaz Nonô.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece ao nobre Deputado Edson Ezequiel.Deputado Paes Landim. (Pausa.)Deputado Robério Nunes. (Pausa.) Ausente.

PMDB

Deputado Bernardo Ariston. (Pausa.)Deputado Moacir Micheletto. (Pausa.)

PSDB

Deputado Antonio Carlos Pannunzio. (Pausa.)Deputado Luiz Carlos Hauly. (Pausa.)Com esse o PSDB completa 4 votos.

PP

Deputado Francisco Dornelles. (Pausa.)Deputado Leodegar Tiscoski. (Pausa.)Deputado Vadão Gomes.(Pausa.)

PTB

Deputado Arnaldo Faria de Sá. (Pausa.)Deputado Arnon Bezerra. (Pausa.)

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53208 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

PL

Deputado Humberto Michiles. (Pausa.)Deputado Mário Assad Júnior. (Pausa.)

PSB

Deputada Janete Capiberibe. (Pausa.)Deputado Renato Casagrande. (Pausa.)

PPS

Deputado Geraldo Resende. (Pausa.)

PDT

Deputado Manato. (Pausa.)

PCdoB

Deputado Inácio Arruda. (Pausa.)

PRONA

Deputado Elimar Máximo Damasceno. (Pausa.)Indago se há algum Deputado, titular ou suplente,

que não tenha exercido seu direito de voto. (Pausa.)Recolhemos, até agora, 14 votos. O processo de

eleição continua com seu trâmite normal. Para ganhar-mos tempo, acatando sugestão dos Srs. Parlamen-tares, continuamos nossos trabalhos ordinários, sem prejuízo dos trabalhos eleitorais.

A Presidência, com base no que foi discutido na última reunião, houve por bem oficiar primeiro um convite ao Sr. Armando Monteiro Neto, Presidente da Confederação Nacional da Indústria – CNI, porque um dos companheiros trouxe a informação de que a CNI tinha um estudo completo, produto por produto, dos impactos de uma eventual adesão ou não. Enfim, são estudos feitos pela iniciativa privada que estamos pe-dindo como subsídio para trabalhar a idéia.

Tem a palavra o Deputado Fernando Gabeira.O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Sr.

Presidente, assistimos a uma Comissão da ALCA. Talvez seja possível recuperar aquele trabalho. Lem-bro-me de que chamei um representante do IED para apresentar o estudo deles sobre quem ganha e quem perde, que está nos nosso arquivos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Ótimo. Deputado Gabeira, acho que o traba-lho da Deputada Maninha, sem dúvida alguma, res-gatará isso. Por ora, estou apenas fazendo a leitura do expediente, digamos, das providências tomadas pela Presidência.

Também oficiamos aos Ministros Celso Amorim, Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues no sentido de que nos manifestem formalmente a posição de suas respectivas pastas sobre a ALCA.

Por último, houve uma tratativa com a Assessoria Internacional do Ministério da Fazenda, que me parece de bom alvitre – é claro, ouviremos as sugestões da nossa Relatora – também ser ouvida no processo.

Já que o servidor em questão irá à França amanhã e só voltará na quarta-feira vindoura, porque tratará de outros assuntos de interesse do País na França e, em seguida, fará, segundo me disse, uma exposição para investidores espanhóis, agendaremos uma conversa informal para a próxima quinta-feira.

Isso posto, passo a palavra a nossa relatora, Deputada Maninha, para que nos brinde com sua idéia do desenvolvimento dos trabalhos.

Lembro que o Presidente é muito mais um orde-nador dos trabalhos do que propriamente o motor do processo. As iniciativas, evidentemente, são dos Srs. Deputados.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presiden-te, caminhando na mesma direção de V.Exa., creio que esta Comissão, além de recolher todo o material que tem à disposição na Casa, inclusive esse a que se referiu o Deputado Fernando Gabeira, o que já há na Comissão anterior, temos o resultado do seminário que aconteceu na semana passada, que também nos dá material muito rico, inclusive com posições contra-ditórias, que poderemos comparar.

Sr. Presidente, sugiro a V.Exa. que solicitemos à Presidência da Casa que esta Comissão designe representação para ter assento em todas as reuniões de negociações que se processarem, para que pos-samos ter um acompanhamento não só do relato, mas de Parlamentares presentes nos encontros. Proponho, inclusive, que o Presidente João Paulo Cunha aceite as designações que V.Exa. fizer.

Nas reuniões acontecidas, a Frente Parlamen-tar de Acompanhamento das Negociações da ALCA se fez presente, assim como o Senado da República. Esta Comissão tem um papel institucional, e nada me-lhor do que ter representação presente no processo de negociação.

Outra indicação, Sr. Presidente – V.Exa. já se antecipou –, é em relação à convocação dos Minis-tros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Sugiro, ainda, trazermos aqui nosso Presidente negociador para que também exponha a posição do Governo, no momento propício que V.Exa. julgar.

Sr. Presidente, V.Exa. já se antecipou em rela-ção às representações de empresários. Sugiro que também participem representações de trabalhadores, porque teríamos as duas partes apresentando as res-pectivas posições.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53209

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputada Maninha, acho interessante a Re-latora – e acho que é isso que V.Exa. tem feito – fazer, digamos, uma nominata, um elenco dessas pessoas. Talvez o defeito tenha sido do Presidente, e não me expressei bem. Oficiei aos Ministros para que disses-sem – evidentemente, de maneira formal, por carta, por ofício – em que pé andam as coisas, para apro-veitar os 6 dias de interregno entre a primeira reunião e a segunda. É claro que S.Exas. serão ouvidas pela Comissão, sem dúvida alguma.

Mas a idéia, talvez na próxima reunião, é nossa Relatora nos oferecer um elenco, após ouvir também as sugestões que, tenho certeza, os Srs. Deputados formularão hoje.

Tem a palavra o Deputado Luiz Carlos Hauly.O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sr

Presidente, desejo prestar algumas informações e manifestar uma opinião.

Na semana passada, quinta-feira, participei de uma videoconferência do Comitê Executivo do Fórum Interparlamentar das Américas – FIPA, em uma pri-meira experiência que atingiu seus objetivos.

Em abril, no Chile, vai-se realizar a terceira reu-nião plenária do Fórum Interparlamentar das Améri-cas, colocando à disposição dos Parlamentos dos 35 países da América a página na Internet e-fipa.org, que já começa a estabelecer o Parlamento virtual.

O FIPA está-se aparelhando cada vez mais para estabelecer o Parlamento virtual americano, investimen-to bancado pelo Parlamento canadense, que visa ao mesmo objetivo da COPA, de que a Deputada Maninha participa, na condição de Vice-Presidenta, e eu repre-sento a Câmara Federal e o Senado da República, com mandato de 2 anos, que se encerra no ano que vem. É um organismo que pretende a integração de todos os Parlamentos americanos, sem localização física, por enquanto. Pelo menos, estamos tentando construir a unidade dos Parlamentos americanos.

Outra informação é que vai haver a reunião do Comitê Executivo do FIPA na mesma data do encon-tro de Miami.

Sr. Presidente, estive com o Sr . Mário Villares, que coordena um grupo de empresários da concilia-ção empresarial brasileira, que, com sua congênere norte-americana, tendo em vista os impasses surgi-dos nas negociações da ALCA, defendem a tese de que a negociação seja retomada novamente pelos 9 pontos.

Para que haja sucesso em Miami e não haja pre-juízo nas negociações, eles estão tentando construir junto às autoridades negociadoras norte-americanas e brasileiras esse novo entendimento. Não estou for-

mulando, evidentemente, minha opinião pessoal sobre a matéria, só estou transmitindo o que me pediram. Estávamos na reunião eu e os Deputados Dr. Rosi-nha e Feu Rosa.

Agora, darei minha opinião pessoal. Pelo que ouvi ontem do Ministro José Dirceu e do Presidente Lula e pelos outros acontecimentos, não estamos em um bom momento das negociações. Essa é a avaliação de quem está aqui há 13 anos acompanhando todo esse processo. Parece-me que está chegando a hora da verdade, de colocar os pingos nos is.

Minha opinião é a mesma: o Brasil ainda não está preparado para ingressar num mercado dessa natureza e grandiosidade. Entendo que o País deve-ria preparar-se internamente para adentrar uma área como a de livre comércio.

De maneira bem sucinta, é a minha opinião, que reitero à Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Informo, para o assentamento nas notas ta-quigráficas, que o nobre Deputado Vanderlei Assis exerceu seu dever cívico de eleitor.

Com a palavra o Deputado Max Rosenmann.O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr. Pre-

sidente, Sra. Relatora, demais membros desta Comis-são, vou manifestar uma preocupação muito pragmática e não romântica, até porque não sou romântico.

A questão das negociações da ALCA é assunto de transcendental importância para a vida do País. No presidencialismo, pelo menos nestes quase 20 anos que estou aqui, nunca vi um Presidente da República não ter oportunidade de fazer o que bem entender, de aprovar o que bem entender. Até Fernando Collor confiscou a poupança, naquelas circunstâncias que todos lembramos.

Então, o Prefeito, o Governador e o Presidente da República, no presidencialismo, os senhores hão de convir, são muito fortes e conduzem o Parlamento. Sempre foi assim e sempre vai ser. Pode ser que em outro regime seja possível o Parlamento comandar um Presidente. Mas nunca vi uma Câmara de Vereadores gerir uma cidade. O próprio Parlamento norte-america-no também não faz diferente, porque o Governo Bush era minora e mesmo assim ele fez a guerra como quis; tinha minoria no Congresso norte-americano e até a guerra fez como quis, porque o presidente é muito forte no presidencialismo.

Vamos fazer parte de um grupo que vai estudar esse importantíssimo assunto, e o resultado final do nosso trabalho será uma mera indicação. O que vai resultar do nosso trabalho? Uma mera indicação de uma sugestão, de um acompanhamento, por uma questão até democrática de o Congresso não ficar

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53210 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

completamente alienado dessa questão. Mas o co-mando, as decisões, as posturas sempre serão do Poder Executivo.

Eu não teria a menor condição de convocar o Presidente da República, no início deste nosso grupo. Mas acho que, por questão de harmonia – até porque nosso comportamento vai ser a favor do País, de for-ma até suprapartidária, ninguém está aqui pensando diferente –, nada nos impede de marcarmos uma ida ao Presidente da República, que estaria assessorado de quem bem quisesse, para termos uma conversa fraterna, a fim de conviver com essas decisões do Po-der Executivo, e não ficarmos aqui tentando fazer um trabalho, embora com todo o idealismo e seriedade, mas completamente desconectados da situação.

Acho importante ouvirmos o País, porque tam-bém acredito que o Presidente da República não está representando o Partido dos Trabalhadores, mas a Nação brasileira e pensando no que é melhor para o futuro do País.

Não sei se minha proposta é fora de propósito, mas gostaria de ouvir e de discutir se esse assunto tem um sentido. Consultei rapidamente dois amigos. Teria um sentido importantíssimo termos uma direção, para não propormos coisas ao léu, uma carta ao Papai Noel ou à Alice no País das Maravilhas, fora da nossa realidade, porque Alice não é nossa Presidenta.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Deputado Max Rosenmann, a Presidência aproveita sua feliz intervenção para lembrar o seguin-te: somos escravos daquilo que foi determinado pelo Plenário. Lembro que esta Comissão não se destina a fazer redistribuição de renda nem nada disso, mas literalmente acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas.

Aqueles Srs. Deputados que aceitaram a honrosa indicação para esta Comissão o fizeram nos estritos termos em que ela foi votada em plenário. É claro que, para acompanhar, o primeiro passo é ouvir as pesso-as que estão manejando. Acho que o Presidente da República pode até ser ouvido futuramente, de outra forma, mas devemos ouvir os membros do Governo que operam essa negociação no dia-a-dia. Isso é que nos vai permitir acompanhar de forma positiva e efetiva as tratativas. Se pudermos influenciar, melhor! Mas no regime presidencialista, evidentemente, não nos cabe formular políticas. É preciso ter isso bem em mente. Esta Comissão tem seu âmbito estritamente especifi-cado na forma que votamos em plenário.

Todas as sugestões são válidas. A Deputados Maninha, com sua experiência, está anotando tudo o que os Srs. Deputados estão sugerindo. S.Exa. vai ofe-

recer um roteiro preliminar, e já existem duas propos-tas formais suas que submeteremos à votação, assim que acabarmos as inscrições para esta primeira con-versa geral. Esta é a primeira reunião da Comissão, é natural que haja uma troca de idéias mais livremente. Mas lembro às pessoas que não tenham expectativas equivocadas no âmbito da Comissão.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Insisto em fazer essa sugestão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sim, está aceita.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – E ter-mino minha participação, porque conversei com V.Exa. recentemente e disse que minha preocupação era não ficarmos aqui de uma forma absolutamente perdida. Para que essa direção que vai ser dada seja prática e tenha um sentido, minha sugestão tem até mesmo a possibilidade de uma participação mais próxima do próprio Presidente em viagens e participações.

Era isso, Sr. Presidente. O resto fica com a Co-missão, a critério de cada um.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Excelente.

Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Ga-beira. Em seguida, a Deputada Luiza Erundina.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Sr. Presidente, eu pretendo fazer apenas algumas suges-tões, uma vez que minha condição aqui é um pouco precária. A Comissão já é precária em razão da sua definição, e a minha condição é precária porque fui in-dicado pelo PT, partido ao qual não pertenço mais.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Vou dar concretude à situação de V.Exa. Con-sultei o Líder do PT sobre essa circunstância singular, mas não original – há inúmeros precedentes na Casa –, e S.Exa. me disse que se sentia honrado com a ma-nutenção do nome de V.Exa.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Obrigado. O segundo ponto é que eu não posso entrar nos Estados Unidos, e esse não se resolve.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Esse é um problema de solução mais difícil, mas eu farei um apelo ao Presidente Bush. (Risos.)

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – O que eu quero dizer, Sr. Presidente, é que, para nos prepararmos para essa participação, temos de tomar algumas providências.

Eu não acho, por exemplo, que essa comissão deva ser um peso para o Itamaraty, um peso para o próprio Executivo. Venho discutindo esse tema desde a época do problema da “vaca louca”. O Deputado Ronaldo Caiado se lembra disso, porque estivemos juntos na Embaixada.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53211

Bem, ficou bastante claro que ainda não estamos preparados para esse jogo, nem o Congresso, nem o Itamaraty, nem o Governo. Se compararmos o que os americanos trazem para a mesa de negociações em termos de saber, de competências, de especialistas, teremos de admitir que ficamos muito atrás.

A proposta que eu faço é a seguinte. Primeira-mente, devemos ir à Biblioteca da Câmara dos Depu-tados tentar abrir uma seção com estudos, trabalhos, livros sobre comércio exterior e especificamente sobre comércio nas Américas. Temos de conhecer todos os links da Internet que possam ser úteis à nossa busca de informações de maneira rápida. Foi mencionada pelo Deputado a proposta do Canadá de criar o parla-mento eletrônico, mas, tanto no Brasil quanto nos Es-tados Unidos e nos outros países, há disponibilidade de informações na Internet.

Não conheço bem o nosso assessor, porque ainda não trabalhei com ele, mas teríamos de criar na Câmara dos Deputados uma assessoria específica para essa questão, com pessoas que tenham conhecimento de comércio exterior e dos idiomas que serão utilizados nesse debate: o inglês, o espanhol e o português.

A segunda proposta é que, uma vez levantada a questão de a quem interessa e a quem não interessa, não percamos mais tempo. O que são compras gover-namentais? O que está sendo discutido em compras governamentais? Qual é a posição americana? Qual é a posição brasileira? Quem ganha com compras governamentais se formos por este caminho, quem ganha se formos pelo outro? Por exemplo, agricultura. Qual é a posição americana e qual é a posição dos nossos exportadores? Quais são as possibilidades? Quem ganha com a decisão? A agricultura pode vir a ser um elemento de veto de todo o acordo? E os di-reitos intelectuais?

Proponho que dividamos nosso trabalho em fun-ção da divisão que já existe nas negociações, para que possamos ter uma visão clara de qual é a posição acer-tada em cada um desses tópicos: se vamos jogar para a OMC, se não vamos jogar para a OMC, qual é a posi-ção que defendemos se não jogamos para a OMC. Isso não significa que vamos influenciar o Executivo, mas, falando na televisão e no rádio e escrevendo artigos, vamos fazer o Governo conhecer mais uma posição nesse campo. Não devemos imaginar que o Executivo vá realizar essa tarefa sozinho. Ele vai tomar posições em função dos termômetros da sociedade.

Minha proposta é começarmos a discussão com este quadro: quem ganha e quem perde com a aber-tura comercial? Eu até trouxe aqui o representante do IED. Dos setores que perdem, quais podem ser recu-perados e preparados e quais estão definitivamente

perdidos? De que precisam os setores que ganham para explorar melhor esse caminho?

Eu também proponho, se tivermos um dia de folga, ligarmos para as Embaixadas da Argentina, do Chile e do Canada e acertarmos a vinda de um especialis-ta de cada um deles, de vez em quando, para saber como eles estão analisando a questão. Um dia viria um argentino, para sabermos o que os argentinos estão achando do processo, outro dia viria um chileno etc. Assim vamos formando um quadro de como estão se movendo pessoas que estão enfrentando problemas mais ou menos semelhantes aos nossos. É claro que, se observamos as negociações, saberemos como cada país se move, mas se, nos intervalos, pudermos ouvir um ou outro explicar os bastidores das decisões, por que eles chegaram a elas, que alternativas enfrentaram, então vamos dominar um pouco melhor o tema.

Seriam essas as minhas observações iniciais, Sr. Presidente, para as considerações da Relatora.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece ao Deputado Fer-nando Gabeira a contribuição e informa que nesse interregno votaram os Deputados Robério Nunes e Mário Assad Júnior.

Concedo a palavra à Deputada Luiza Erundina.A SRA. DEPUTADA LUIZA ERUNDINA – Sr.

Presidente, minha intervenção segue a mesma linha do que disse o nobre Deputado Fernando Gabeira. Embora os limites de competência desta Comissão estejam definidos pelo próprio ato que a criou, pode-mos dar maior ou menor dimensão ao nosso trabalho, como sugeriu o Deputado, se colhermos informações e dominarmos bem o que acumulamos até agora.

Esta Comissão talvez possa ser uma ponte com a sociedade. O tema que discutimos é extremamente complexo e de enorme diversidade. Alguns segmen-tos da sociedade estão envolvidos nesta discussão. Quem sabe esta Comissão não possa promover al-gumas audiências públicas para ouvir pessoas e ins-tituições da sociedade civil como OAB, CNBB e MST, entidades que têm marcado presença quando se trata deste tema? Plebiscitos já foram feitos a critério des-sas instituições. São entes que têm participado até de eventos internacionais. Acho que ampliaríamos nossa influência se trouxéssemos pessoas como essas para serem ouvidas aqui.

Por outro lado, ouvimos dizer que, no âmbito do Governo, há divergências num e noutro Ministério. Quem sabe esta Comissão não deva convidar repre-sentantes das diferentes áreas do Governo para nos informar sobre divergências e consensos, sobre como o Governo está encaminhando a discussão dessas questões em âmbito interno?

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53212 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Embora estejamos num regime presidencialista, o Chefe do Governo deve buscar representar o sen-timento da Nação. Podemos dilatar nosso âmbito de competência e de poder.

Por fim, Sr. Presidente, quero lembrar que fun-ciona nesta Casa há bastante tempo uma Frente Par-lamentar em torno da ALCA. Existe até uma divisão por temas. Grupos estão avaliando, pesquisando, dis-cutindo temas específicos que compõem a agenda da ALCA. Poderíamos estabelecer uma articulação com essa Frente que já vem atuando há bastante tempo, promovendo seminários, participando de eventos em outros países. Potencializaríamos assim a nossa ca-pacidade de contribuir para essas negociações.

Era o que eu tinha a dizer. O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Presidência agradece à Deputado Luiza Erundina e, só como informação, esclarece que vários Parlamentos deste hemisfério estão tratando dessa questão basicamente sob duas formas estruturais. Em alguns deles, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara ou do Senado, ou ambas, estão encarrega-das do trato dessa questão. Outros Parlamentos opta-ram, como fez o Parlamento brasileiro, pelo menos a Câmara dos Deputados, por constituir uma comissão específica para tratar da matéria.

A posição da Frente Parlamentar é, digamos as-sim, mas espontânea, menos organizada. Lembrem os Srs. Deputados que a Comissão não é invenção nossa. Foi inventada pela Câmara dos Deputados. Espero que os partidos tenham credenciado para esta Comissão Parlamentares que operam na Frente. Essa é uma casa plural, democrática, convidaremos quem quisermos da Frente, mas a questão estrutural, daqui em diante, uma vez que há um corpo da Casa especificamente eleito e designado para tal, na medida do possível, va-mos centralizar essas tratativas nesta Comissão. Até porque as Frentes Parlamentares às vezes têm uma coloração menos pluripartidária.

Por exemplo, sou membro da Frente e vi um ma-nifesto de sua autoria que não subscrevo na integra-lidade, porque ele hipoteca um tipo de solidariedade com a qual não concordo.

Então, o lugar de se discutir é aqui, nesta Comis-são. É claro que vamos convidar todos, e acho que a Relatora irá sugerir alguma coisa nessa linha, mas é importante, até para que haja uma certa disciplina e a representatividade que a Comissão exige, que ela seja orgânica e que aqui sejam discutidas essas tra-tativas.

Informo também que no recente seminário pro-movido pela Presidência da Câmara e do Senado e pelo Parlamento Latino-Americano – PARLATINO,

o Deputado Ney Lopes, Presidente do PARLATINO, trouxe a informação de que já se articula uma reunião dos Presidentes ou dos representantes das Comissões dos diversos parlamentos, no âmbito no PARLATINO. É claro que isso fica fora.

O Senador canadense, que foi o expositor na reunião de segunda-feira próxima passada, também declarou espontaneamente sua intenção de dar uma contribuição a essa discussão, uma vez que, na visão dele – conversamos depois da reunião –, a ALCA é, de certa forma – essa é uma visão particular; não é pública, digamos assim –, um grande NAFTA. Isso quer dizer que é um acordo que evidentemente conserva mais similitude com o NAFTA do que com o MERCOSUL ou outros acordos, tal como o Pacto Andino etc.

Todas essas idéias são positivas. A Deputada irá, de uma certa forma, sistematizá-las e nas primeiras reuniões que tivermos vamos balizar e trabalhar com o objetivo de dar a ela a maior abertura possível.

Concedo a palavra ao nobre Deputado Fernando Gabeira, com anuência do Deputado Jamil.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Es-queci de falar sobre uma sugestão. Deveríamos pedir à Comissão de Constituição e Justiça ou à Casa pelo menos 3 ou 4 laptops para as nossas reuniões. Acho que alguns ficam quase ou totalmente ociosos e va-mos precisar deles daqui para frente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Entendo. Estou aguardando o chamamento do Presidente, antes que S.Exa. viaje. Sabe-se que se pre-para na Casa uma viagem de Líderes. Todos vão hoje à noite – não usarei essa palavra tão ecologicamente correta, mas politicamente inoportuna – a Nova Iorque. Mas antes o Presidente ficou de conversar comigo, quando, então, procurarei apetrechar materialmente esta Comissão da melhor forma. Mas, à vista da mi-nha experiência pretérita, não vamos contar muito com isso enquanto não for definido. Todas as Comissões da Casa anseiam por estruturas, o que é normal, mas a Casa tem suas limitações. Vamos tratar de ampliar essas condições o máximo possível.

Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad. Em seguida, o Deputado Ary Vanazzi.

O SR. DEPUTADO JAMIL MURAD – Presidente José Thomaz Nonô, V.Exa., ao presidir esta Comissão, abre uma nova fase em torno de assunto extremamen-te relevante para o interesse nacional.

A Deputada Maninha e eu também participamos dessa Frente Parlamentar de acompanhamento da ALCA à qual se referiu a Deputada Luiza Erundina. Ela surgiu de uma preocupação de fazer o Poder Legisla-tivo participar desse importante tema, não o deixando apenas na esfera do Executivo. O que acontece é que

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53213

apenas depois que um acordo é feito, o Legislativo é chamado a opinar. Como afirmou o Deputado Ney Lo-pes, muitas vezes, ele já está em vigor ou já está sendo implantando quando o Parlamento se pronuncia.

Felizmente, esse assunto começa a empolgar o Parlamento. Acho que é a nossa primeira conquista, a primeira vitória do Parlamento brasileiro, que está conseguindo envolver todos os partidos e os Parla-mentares, num círculo cada vez maior.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que determine seja entregue a todos os membros desta Comissão cópia dos pronunciamentos feitos naquele seminário, muito importante para dar continuidade a trabalho feito no Parlamento, embora os organizadores tenham sido o PARLATINO e a Comissão de Relações Exteriores.

Gostaria ainda de pedir a V.Exa. que solicite ao Itamaraty um histórico da ALCA, desde o seu surgi-mento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Já foi pedido. E não apenas do Itamaraty, mas dos Ministérios da Indústria e Comércio e da Agricul-tura. Já foi pedido.

O SR. DEPUTADO JAMIL MURAD – Sr. Presi-dente, esse assunto deve ser bastante discutido. Para determinado setor empresarial a ALCA pode ser muito importante, ele pode levar vantagens. Mas temos de raciocinar, como legisladores, visando ao interesse geral da Nação.

Fiquei muito mal impressionado com o Embaixa-dor norte-americano. Não é um problema ideológico, pois acredito que devemos intensificar o comércio e as relações com o povo norte-americano, de preferência, com outros governantes. Mas ele disse na Argentina que, como não houve futebol aquela semana no Bra-sil, nós ficamos preocupados com suas declarações, o que desvenda a prepotência e arrogância com que eles nos tratam. Isso deu continuidade ao que outro membro do Governo americano havia dito: se o Brasil não aderir à ALCA, acabará tendo de fazer comércio com a Antártida.

Esse problema é sério. Nenhuma pessoa séria pensaria em romper relações com a América do Norte, no entanto, essa relação tem de ser respeitosa, obser-vando-se os interesses recíprocos. Não pode ser uma relação de imposição.

O Presidente Alfonsín, se bem que já alquebrado pela idade, teve um posicionamento muito lúcido quando disse que a posição norte-americana é de imposição. Esse seminário contribuiu muito para compreendermos o processo. E esta Comissão, estabelecendo uma pau-ta de trabalho, vai também contribuir para que o País tome uma posição adequada.

Quanto aos Ministros, sou a favor de que sejam convidados. Existem diferenças de opinião, é difícil imaginar que não haja. E essas diferenças têm de ser debatidas. O Parlamento tem de ajudar a unificar as posições dos Ministros e do Governo, a olhar o interes-se do Brasil. Não se trata aqui de um jogo de partido, nem de Ministro, nem de Governo. O que for decidido terá repercussão em muitos governos e durante mui-tas gerações. Então, sinto-me honrado em participar com V.Exas. de Comissão tão importante como essa nessa quadra da política brasileira.

Obrigado.SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô)

– A Presidência agradece ao Deputado Jamil Murad e aduz novamente que a Deputada Maninha está toman-do nota das sugestões. Mas desde já lembro aos Srs. Deputados a rotina de toda e qualquer Comissão. Os requerimentos são endereçados à Presidência, que na sessão subseqüente os submete à votação.

Quero dizer, apenas para conhecimento recíproco de metodologia: salvo em caráter de urgência urgentér-rima, a Presidência procurará aguardar esse ato de um dia entre o oferecimento do requerimento e sua vota-ção. Uma da coisas que me constrange nas Comissões de que tenho participado é que nós não conseguimos vencer a pauta porque, normalmente, existem 18, 20 e até 30 requerimentos apresentados no dia da sessão. De antemão, faço questão de esclarecer que todo e qualquer requerimento, salvo aquelas exceções que justificam exatamente a regra, será distribuído e vota-do na sessão imediatamente a seguir.

Outra questão: nós já havíamos conversado com o Deputado Ney Lopes solicitando os registros taquigrá-ficos. Eu não sei quem tem estes registros, até porque, por exemplo, a exposição do canadense foi feita em inglês. Eu lembro da exposição do Senador canaden-se, porque foi de improviso, rápida e num inglês que só quem é bom em inglês conseguiu entender, porque ele falava de maneira muito rápida e com um sotaque infernal – deve ser de Saskatchewan, uma província central do Canadá. Então, estava difícil. E uma das questões que vou conversar com o Presidente é quem ficou com os registros taquigráficos da reunião, porque realmente foi interessante a matéria.

Concedo a palavra ao Deputado Ary Vanazzi. Em seguida, terão a palavra os Deputados Goldman e Pannunzio.

O SR. DEPUTADO ARY VANAZZI – Sr. Presiden-te, Sra. Relatora, Deputada Maninha, eu queria fazer apenas um comentário e duas sugestões.

Primeiramente, eu não partilho da idéia de que esta Comissão não terá nenhum papel do ponto de vista das influências que poderá exercer sobre os

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53214 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

acordos que o Brasil poderá assinar com a ALCA. Eu acho que o Parlamento tem um papel importante, na minha avaliação, e dependendo do ritmo e das ações que implementarmos nesta Comissão Especial, com certeza vamos ser ouvidos em muitos setores do Go-verno, porque vamos fazer levantamentos de dados e ouvir a sociedade.

Portanto, eu acho que a Frente Parlamentar que foi instalada e de que eu participo e a Comissão Especial já são avanços significativos, porque nós deveremos ter um papel destacado nesse debate que envolve a sociedade brasileira

Em segundo lugar , acho também que esse tema é muito polêmico e envolve matizes de todas as ordens do ponto de vista apenas comercial com a ALCA. Mas há elementos estruturais e que perpassam os elemen-tos do debate que vamos fazer nesta Comissão.

Queria fazer uma sugestão: como eu acho que a Câmara dos Deputados, esta Comissão, tem de ser o elo entre a sociedade e o Governo, o Executivo, de-veríamos promover os principais debates sobre esse tema que terão lugar no cenário nacional. Aqui o deba-te poderá ser aberto, articulado na sociedade. Então, além dos documentos já requeridos pela Comissão, além dos estudos já feitos, temos de trabalhar com audiências públicas. Devemos ouvir empresários de todos os setores; temos de ouvir a CUT, o Movimento dos Sem-Terra, a CNBB, além de outros organismos nacionais que tenham opinião sobre a negociação re-ferente à ALCA.

A CNBB, por exemplo, fez um plebiscito que en-volveu 10 milhões de pessoas no Brasil, o que não é pouca coisa. Se nesta Comissão desencadearmos debates e dermos publicidade ao tema, chamarmos a sociedade para participar, com certeza teremos papel destacado no processo de construção desse acordo.

Concordo com o Deputado que levantou a possi-bilidade de conversarmos com o Presidente Lula, por-que acho que S.Exa. vai fazer questão de ouvir esta Comissão, até porque, na minha avaliação, temos de cumprir esse papel.

Era a colaboração que eu queria dar, Sr. Presi-dente, nesta reunião de nossa Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradecemos a contribuição do Deputado Ary Vanazzi.

A Presidência esclarece, até para que não pai-re nisso nenhum mal-entendido, que não há qualquer dúvida quanto ao papel da Comissão. A simples pre-sença dos seus membros, todos estarmos aqui é uma evidência de que a Comissão é importante. Acho até que a Comissão, em parte, é resultado do trabalho da

Frente, que, sensibilizando a opinião pública e o pró-prio Parlamento, resultou nesta Comissão.

Apenas faço questão de lembrar a finalidade pre-cípua da Comissão. A criação da Comissão foi aprovada pelos Srs. Deputados para acompanhar as tratativas da ALCA. Claro que daremos ao verbo “acompanhar” o sentido mais lato possível, exatamente para possi-bilitar essa interação.

Segundo: o objetivo fulcral de Comissões como esta e similares a ela é, bem informando o Parlamento e o envolvendo no tratamento dessas questões, pos-sibilitar que no momento aprazado se realize um de-bate, aí, sim, em plenário, e quando formos apreciar essas questões de fato, o façamos de maneira muito mais rica.

Esclareço ainda ao Deputado Vanazzi que sou autor de um parecer, que é jurisprudência na Casa, que permite ao Parlamento emendar tratados inter-nacionais. É uma confusão infinitamente maior do que parece ser. Fique V.Exa. tranqüilo, pois esta Pre-sidência dará à Casa, ao Parlamento, à Comissão a amplidão maior que for possível, sem perdermos de vista o caráter objetivo dos nossos trabalhos. Era só para esclarecer.

O SR. DEPUTADO ARI VANAZZI –Mas, Sr. Pre-sidente, em muitos momentos da história o acompa-nhante também pode mudar o caminho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu, que sou um homem de profunda convic-ção religiosa, rezo para que V.Exa. tenha razão.

Com a palavra o nobre Deputado Alberto Gol-dman.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN –Sr. Presidente, pegando exatamente o final desta última afirmação, se fosse simplesmente para acompanhar, sob a visão estrita do termo, não teria sentido uma Comissão no Congresso Nacional com representa-ções, com legitimidade popular. Nós temos um pa-pel. Nosso acompanhamento é um acompanhamento qualitativo, é um acompanhamento que visa exercer o nosso papel político. Temos um papel político como representantes do povo e como pessoas que tomamos decisões e votamos nesta Casa do Congresso Nacio-nal, como vamos votar, em algum momento, qualquer tipo de acordo.

Seria muito importante se conseguíssemos levar esta Comissão a sair da discussão geral, daquela con-versa que leio todos os dias no jornal. O Presidente Lula já falou em defesa da soberania 3 milhões e meio de vezes, assim como os Ministros. Todos falamos nisso. Não é essa a questão. Evidentemente, nenhum de nós defende qualquer negociação que fira nossa soberania ou que vá contra nossos interesses. O que

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53215

precisamos é sair dessa superfície para nos aprofun-darmos um pouco mais nas questões.

Algumas coisas seriam interessantes. Falou-se em podermos recuperar esse processo inicial de cria-ção da ALCA, para que tenhamos uma boa compre-ensão. Eu perguntaria: não seria interessante chamar o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso para fa-zer uma exposição, já que ele era Ministro, na época, se não me engano, do Governo Itamar Franco? Pode ser que sim. Não sei se é o caso ou não, mas é uma questão a ser avaliada. Em todo caso, se não foi ele, poderíamos convocar alguém que, em nome dele, na-quele momento, na condição de Ministro, acompanhou aquele processo. Não sei exatamente quem era o Mi-nistro do Governo dele, talvez o Lampreia? Mas que fosse alguém que nos desse a noção do nascedouro, as razões e os interesses envolvidos nisso.

E poderia haver alguém que nos desse com mais detalhes quais os interesses americanos envolvidos, porque não tem cabimento aqui começarmos a afirmar que somos os bons e eles os maus; nós somos os mo-cinhos e eles são os bandidos. A coisa não é assim. Eles defendem os interesses deles; nós defendemos os nossos, evidentemente. Mas quais são exatamente os interesses deles? O que está envolvido nisso? Para tomarmos posições, é importante termos consciência dessa realidade, e acredito que não temos.

Em terceiro lugar, podemos fazer uma série de cortes, entre os quais o corte temático. O Deputado Gabeira disse bem. O que significam compras gover-namentais? O que está em jogo nisso? O que está em jogo na discussão de propriedade intelectual? O que está em jogo na discussão sobre concorrência, na questão dos serviços? O que é exatamente isso? É uma questão temática.

É necessário também o corte pelas corporações. Não devemos chamar as grandes entidades, como, por exemplo, a representação da indústria nacional ou dos camponeses nacionais. Esse é um discurso genérico. Mas talvez devamos chamar por setor, por categoria. Por exemplo: o setor siderúrgico, de papel e papelão, têxtil, de calçados e outros grandes setores. Precisamos saber o que exatamente está envolvido para podermos entender quem ganha e quem perde, porque, no final das contas, em qualquer negociação comercial, o resultado está no balanço final: quem ga-nha e quem perde. Sabendo disso, poderemos tomar uma decisão. Não existem negociações em que todos ganham – alguém vai perder. Precisamos saber qual será o balanço final.

Temos um evento importante nos dias 20 e 21 de novembro. Talvez algumas das ações que deva-mos fazer agora nesta Comissão tenham de levar em

conta esse evento. Seria importante termos uma co-missão lá. Assisti na OMC a participação de alguns Deputados. O Deputado Jamil Murad esteve conosco e pode testemunhar. A participação dos Deputados foi muito importante, não para o resultado, pois não tivemos influência, mas foi muito importante entender-mos essa mecânica. Participamos dos debates entre os Ministros nas Comissões.

É importante que o número maior possível de Deputados possa ir a Miami e acompanhar o encon-tro, da forma como estivemos na OMC. Quero dizer, de antemão, que infelizmente não posso ir, porque vamos ter convenção nacional exatamente no dia 21. Dificilmente, os Deputados do PSDB poderão ir.

É importante não transformarmos esta Comis-são num palco. Por exemplo, chamar o MST aqui não vai nos ajudar, a não ser que eles possam aprofundar a questão específica: “Olha, na área da produção do açúcar e do álcool vão perder ou ganhar emprego”. Do contrário ficaremos aqui naquela audiência ideológica, geral, global, que estou cansado de ouvir.

Era isso, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Relatora pede a palavra.A SRA. DEPUTADA MANINHA –Deputado Al-

berto Goldman, estive em uma reunião em São Paulo, há aproximadamente 3 meses, da SENALCA, entida-de da sociedade civil organizada que participa de um acompanhamento oficial da ALCA.

Gostaria de dizer a V.Exa. que, na verdade, o MST esteve presente em uma dessas reuniões em que ouvimos os proprietários de plantações de açúcar e café da Colômbia. Para que V.Exa. possa perceber como a discussão também transcende a ideologia ou seja lá o que for, na explanação que fizeram, aqueles plantadores tinham posição idêntica à do MST.

Como V.Exa. está propondo ouvir segmentos e corporações por ramo de atividade, creio que, além do MST, poderemos convocar outros setores também da agricultura que possam vir aqui falar sobre o assunto. Não há problema.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece o esclarecimento da Deputada Maninha. É bom aquecermos os motores, mas, na realidade, quando a Deputada houver por bem oferecer o seu esboço de trabalho, poderemos discutir pontualmente, para alcançarmos maior objetividade.

Hoje considero que a Relatora, assim como o Presidente, estão vendo um panorama geral, para re-ceber o que for sugerido.

O SR. DEPUTADO JAMIL MURAD – Sr. Presi-dente, gostaria de fazer uma sugestão. O NAFTA está funcionando e temos informações de conflitos entre

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53216 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Estados Unidos e Canadá, que são resolvidos fora do Canadá. Por exemplo, o Correio canadense...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Deputado Jamil Murad, a Presidência tem por mister principal democratizar a inscrição. V.Exa. já teve a sua palavra, e a Presidência insiste na ne-cessidade de os Deputados que quiserem dar a sua contribuição, façam-no, se possível, de maneira formal, até para facilitar o trabalho da Relatora – aqui somos todos abertos a sugestões – e ficar mais fácil proces-sar as sugestões.

Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Pan-nunzio.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a essa altura, vou procurar não ser nem redundante mas talvez “pentadundante” – não sei se existe essa expressão.

Entendo que deveríamos, por questão de econo-mia processual, entender claramente o que é a ALCA. Se guarda uma relação direta com o que é NAFTA, eu diria que está muito fácil. É mandar buscar no Mé-xico, Canadá e Estados Unidos a cópia do acordo que possibilitou a formação do NAFTA. Não sei se há possibilidade de lermos o tratado inteiro, porque é um grande calhamaço. Já tive oportunidade de folheá-lo e olhar alguns tópicos. Ele é muito extenso para trazer por Internet. Mas vale a pena. Solicitarmos ao nosso serviço diplomático que nos forneça cópias do acordo do NAFTA. Esse é o primeiro ponto.

Em segundo lugar, quero compartilhar das várias sugestões feitas com o intuito de tornar muito objetiva nossa participação. Se o que nos cabe é resolver em definitivo sobre esse eventual acordo, temos de estar preparados para fazê-lo.

Sr. Presidente, Sra. Relatora, estar preparados para fazê-lo significa o que vários colegas aqui pro-puseram, ou seja, ouvirmos os setores produtivos diretamente envolvidos, os mais diversos, como foi dito: calçadista, siderúrgico, têxtil, serviços, compras governamentais – este último sabemos tratar-se de outro ponto polêmico.

Vamos tratar de ordenar nossas audiências públi-cas para que possamos formar opinião por intermédio desses setores. Quando digo setor, refiro-me tanto ao empresário como também, em alguns casos, ao setor de representação de trabalhadores, embora conside-re que essa questão está mais ligada à ótica daquele que está empreendendo, mesmo que seja o microem-presário. Se houver preocupação com o desemprego, porque pode ser uma conseqüência do acordo, sem dúvida valerá a pena ouvirmos a representação dos trabalhadores.

Sr. Presidente, não vamos chorar o leite derra-mado, mas o fato é que a nossa Constituição conferiu ao Executivo aquilo que os americanos hoje chamam não mais de fast track, mas de trade promotion autho-rity. Só que o nosso trade promotion authority, para o Executivo, é permanente e não tem parâmetros deli-mitadores. Ele pode negociar o que bem entender nos termos que ele julgar por bem adequados.

O que poderíamos fazer, e aí estaríamos prestan-do um serviço à Nação e ao Executivo, é o seguinte: quando da oitiva desses setores, formaremos um juízo de valor sobre o que pode ser prejudicial ou benéfico para a nossa economia, sob o ponto de vista macro, do País. Na seqüência dos trabalhos, não necessaria-mente de imediato, vamos dialogar com o Executivo, para deixar claro que esta Comissão reúne condições para opinar, junto com a Casa, em definitivo sobre a matéria e entende que as negociações podem acon-tecer, cedendo em determinado ponto, exigindo outro em contrapartida, enfim, fixando esses parâmetros, embora isso não exista na Lei Maior.

Sr. Presidente, era esta a minha pretensão: tra-zer essas teses para serem consideradas pela nossa Relatora.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Presidência agradece e informa que vo-taram os Srs. Deputados Francisco Turra, Severiano Alves, Bernardo Ariston e Arnaldo Faria de Sá. Com isso, já temos 22.

Concedo a palavra ao Deputado Aloysio Nunes Ferreira.

O SR. DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA – Sr. Presidente, a respeito do que disse há pouco os Deputados Antonio Carlos Pannunzio e Jamil Murad sobre a relação entre o Congresso e o Executivo no que diz respeito às relações internacionais do País, gostaria apenas de lembrar que V.Exa. deu uma contri-buição importante para que a presença do Congresso fosse mais ativa, e a sua contribuição está formalizada em um parecer à Comissão de Justiça, no qual V.Exa. admite emendas aos tratados firmados pelo Executivo quando submetidos à aprovação do Congresso. Isso abriu caminho para reformulação de uma posição da Mesa da Casa, já estabelecida, no sentido de que não poderíamos fazer nada, a não ser aprovar na íntegra ou rejeitar na íntegra.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Permito-me interromper V.Exa. só para esclare-cer o contexto em que ela foi votada. Foi talvez o único parecer em que o Deputado Nelson Jobim foi vencido. O Governo resistiu o que pôde, como pôde e enquanto pôde a que aquele entendimento não prosperasse. E

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53217

é esse entendimento que baliza, há muitos anos, toda essa possibilidade de interação positiva do Poder Le-gislativo em decisões que, por nossa herança jurídica, por nossa tradição cultural, são hoje do Executivo.

Era só um esclarecimento a V.Exa.O SR. DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA

–Fiz questão de fazer esse registro porque senti um certo pessimismo, do ponto de vista formal, em relação ao que poderemos vir a fazer. Embora caiba também registrar que, salvo melhor juízo, também sob o ponto de vista formal, quem dará parecer sobre o tratado, se tratado houver, será a Comissão de Relações Exterio-res e, depois, a Comissão de Constituição e Justiça. Mas esta Comissão tem realmente papel importante na formação de uma opinião da Casa.

Vou formalizar minha sugestão, mas queria lem-brar aos colegas da Comissão que, há mais ou menos 3 anos, se não me engano, quando se começou a discutir a ALCA e a discussão entrou em um caminho de deli-beração, quando o Governo brasileiro aceitou o prazo de 1995 como indicativo para concluir as negociações, o Ministério do Desenvolvimento fez um convênio com a Universidade de Campinas – UNICAMP, para que um grupo de economistas daquela universidade fizesse um estudo sobre o impacto da ALCA sobre os diferentes setores da economia brasileira. Esse estudo adiantou muito e continua sob orientação do Governo atual, do Ministro Furlan. É uma equipe muito qualificada, diri-gida pelo Prof. Luciano Coutinho.

Acho que seria muito importante contarmos com a colaboração desse grupo. A imprensa tem publicado uma ou outra notícia a respeito das conclusões a que eles chegaram. Especialmente o jornal Valor Econô-mico, há cerca de 15 dias, publicou matéria detalhada sobre o assunto. E creio que seria muito bom se pudés-semos, Sr. Presidente, obter desse grupo uma espécie de assessoria informal para que nos acompanhasse nas discussões propriamente econômicas, nas reper-cussões econômicas da ALCA. Fica esse sugestão a V.Exa. e a farei também por escrito à Relatora, para composição do roteiro.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece ao Deputado Aloysio Nunes Ferreira sua intervenção.

O jornal Correio Braziliense, não sei se de sába-do ou de domingo, publicou uma análise nessa mesma linha de autoria de um professor da UnB.

Quando pedimos à CNI, que apenas por coinci-dência é presidida por um colega nosso, que nos man-dasse os estudos setoriais, o objetivo era exatamente facilitar um pouco a visão desta Comissão. Não é a visão da CNI sobre o processo, mas sim do impacto nos diversos setores, que ninguém melhor do que os

empresários têm de como essas tratativas repercutirão de uma forma ou de outra.

Manifesto-me de forma explícita quanto à satisfa-ção que estamos tendo, já nesta primeira reunião, com o elenco de sugestões bastante substancial para que a Deputada Maninha possa nos oferecer um roteiro de trabalho e de oitivas.

Tenho absoluta convicção, como enfatizou o Depu-tado Aloysio Nunes Ferreira, de que a Comissão vai ser um elemento importante na formação do juízo da Casa sobre a matéria. E acho que este foi o objetivo da própria Casa ao resolver formalizar aquilo que até então era apenas uma manifestação de vontade setorial e agora é uma clara manifestação orgânica da Câmara dos Deputados, o que acho importantíssimo.

Não tenho certas ansiedades porque acho que o tamanho desta Comissão vai ser exatamente propor-cional à excelência do trabalho que ela vai produzir. Se fizer um trabalho bem feito e objetivo, tenho cer-teza de que influenciará de forma positiva a opinião do próprio Executivo. Se fizermos aqui um festival de obviedades, sem dúvida alguma vamos ficar apenas no âmbito dessas obviedades, ou seja, sem exercer influência alguma.

Ouço o último orador inscrito, o nobre Deputado Severiano Alves.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Sr. Presidente, peço desculpa a V.Exa. por não ter par-ticipado da primeira reunião, destinada à eleição dos membros da Mesa, e me parece que esta é a segunda reunião, sendo a primeira de trabalhos.

Indago a V.Exa. se haveria dificuldade em se conseguir uma cópia desse parecer a que o Deputado Aloysio Nunes se referiu.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não. Mas esse documento é público e a Pre-sidência vai encarregar-se de trazê-lo.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Eu sei que é público. Eu só queria saber se há alguma dificuldade.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não, estou dizendo que é público e disponível. Houve uma discussão, na época, sobre a possibilida-de de o Parlamento emendar. A tese até então vigen-te, sobretudo no Itamaraty, era a de que não cabe ao Parlamento emendar; o Parlamento aprova ou rejeita. E nós levantamos a tese de que quem pode mais, em linguagem popular, pode menos, porque nós podemos rejeitar – claro que isso gera, digamos assim, seqüelas operacionais no âmbito do Executivo, porque o tratado tem que ser renegociado também com a outra parte. Mas, sem dúvida alguma, fixamos a idéia de que te-mos esse poder.

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53218 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

É um estudo alentado, mas trarei a cópia e fa-rei distribuir entre os senhores membros, porque é interessante e diz de perto ao nosso trabalho nesta Comissão.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES –Outro também que me chamou a atenção e me parece im-portante é o relatório da Comissão da UNICAMP, a que o Deputado Aloysio também se refere, sobre o estudo do impacto que poderia gerar na economia brasileira a questão da ALCA.

Sr. Presidente, parece-me que na legislatura de 1995 a 1999, eu já estava na Casa, houve uma Co-missão da ALCA no Congresso. Lembro-me até que o Deputado Haroldo Lima era Relator, fazia parte desse grupo e tudo mais. E eu, inclusive, participei. Havia o MERCOSUL e a ALCA, e esta, naquela época, estava exatamente no nascedouro.

Então, seria importante para a Relatora que bus-cássemos também, se houve, a conclusão da Comis-são ou o relatório final dessa comissão que existiu na Legislatura de 1995 a 1999.

Era só isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Agradeço a contribuição do nobre Deputado Severiano Alves e quero convidar S.Exa., uma vez que não esteve presente na primeira reunião, para me assessorar na eleição do membro. Aqui é terapia ocupacional.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Pois não, com prazer.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Convido o nobre Deputado Severiano Alves a contar as sobrecartas.

A Presidência declara que está encerrada a vo-tação.

A Presidência informa, enquanto se faz a conta-gem, que o Deputado Francisco Garcia confiava tanto em seu eleitorado que não compareceu ou, então, num exercício da autocrítica, não quis votar em si próprio. (Risos.) Mas isso é uma questão que a posteridade irá dirimir.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Sr. Presidente, a urna contém 24 sobrecartas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Vinte e quatro. Confere o número de sobre-cartas com o número de votos.

Peço à Deputada Maninha que ajude a abrir as sobrecartas.

A Mesa vai proclamar o resultado, uma vez que nenhuma das sobrecartas estava vazia.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Coin-cide, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –A Presidência agradece o trabalho do Depu-tado Severiano Alves, aqui funcionando como escru-tinador.

Informo que não houve voto nulo nem branco e que o Deputado Francisco Garcia, assim, foi eleito com 24 votos, pelo que o declaro empossado, à reve-lia o eleito.

Indago da nossa Relatora se tem alguma consi-deração suplementar a fazer.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, na verdade, consegui aqui coletar as várias sugestões que foram apresentadas por todos os Deputados, que vão desde a constituição da estrutura da Comissão até os instrumentos que vamos ter para podermos traba-lhar. Levando em consideração o que todos fizeram questão de dizer, que a esta Comissão incumbe ape-nas esse papel do acompanhamento do processo de negociações e que podermos realizar aqui audiências e debates e apresentar propostas ao Executivo, como início de trabalho, acho importante a sugestão de que possamos marcar uma audiência com o Presidente da República, para que possamos externar a S.Exa. a intenção dos nossos trabalhos e inclusive para nos apresentar.

Portanto, creio que, com todas as sugestões apresentadas, que não foram poucas, V.Exa. e eu po-deremos traçar para a próxima terça-feira, se for con-vocada reunião, uma proposta de trabalho que será apresentada coletivamente à Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece o trabalho à Depu-tada Maninha. Há 2 requerimentos já formalizados pela própria Relatora que submeteremos à votação no iní-cio dos trabalhos da próxima reunião. Um, aliás, como Presidente, não me cumpre opinar, mas, fugindo ao papel de Presidente, acho extremamente oportuno, que é o convite ao Embaixador Adhemar Bahadian, uma vez que ele é o Co-Presidente nas tratativas. Esse, sem dúvida alguma, é um primus, o primeiro nessa lista de ouvintes.

E o outro é um requerimento no sentido de que se oficie ao Presidente da Câmara dos Deputados para que toda e qualquer tratativa sobre o assunto – acho que posso estender a finalidade desse requerimento aos outros Poderes – seja informada à Casa.

Por último, antes de encerrar os trabalhos, quero dizer que concordo de forma integral com o entendi-mento de que acompanhar não é evidentemente ler pelo jornal ou ver pela televisão. Quando convocamos aqui as pessoas que influem, que estão discutindo es-ses processos, os diversos segmentos, e questiona-mos, estamos acompanhando e, vamos dizer assim,

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53219

cumprindo a missão que foi determinada pelo plenário soberano da Câmara dos Deputados.

Então, esse vai ser, evidentemente, o sentido dos nossos trabalhos que, avant-première, digamos assim, pelo seu primeiro dia de trabalho, parece gerar expec-tativas bastante positivas para nós, Parlamentares, e para a sociedade brasileira.

Nada mais havendo a tratar, vou encerrar esta reunião, antes convocando outra para a próxima terça-feira, às 14h30, provavelmente neste mesmo plenário. Os senhores membros da Comissão serão informados oportunamente.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura –1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 3ª Reunião Ordinária Realizada em 4 de Novembro de 2003.

Às quinze horas e vinte e seis minutos do dia quatro de novembro de dois mil e três, no plenário 11 do anexo II da Câmara dos Deputados, em Bra-sília-DF, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comér-cio das Américas”. Estiveram presentes os Senhores Deputados Alberto Goldman, Custódio Mattos, Edson Ezequiel, Fábio Souto, Fernando Gabeira, Francisco Turra, Jackson Barreto, Jamil Murad, José Pimentel, José Thomaz Nonô, Luiza Erundina, Maninha, Marcos Abramo, Max Rosenmann, Neucimar Fraga, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Severiano Alves, Silas Brasileiro, titulares; Arnaldo Faria de Sá, Arnon Bezerra, Dra. Clair, Francisco Dornelles, Ivan Valente, Leodegar Tiscoski, Luiz Carlos Hauly, Mário Assad Júnior, Paes Landim, Robério Nunes, suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Alexandre Cardoso, Antonio Carlos Mendes Thame, Cezar Schirmer, Feu Rosa, Francisco Garcia, Nelson Proença, Ney Lopes, Paulo Delgado, Rogério Jeferson, Tarcisio Zimmermann, Vanderlei Assis, We-linton Fagundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Haven-do número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Lembrou aos membros ao soli-citarem a palavra declinar seus nomes parlamentares para efeito de identificação junto à taquigrafia. O Senhor Presidente registrou a presença da Srª Maria Luíza Fontenelle. ATA: Comunicou haver sobre as bancadas cópias da ata da 2ª reunião; indagou da necessidade da leitura da respectiva ata. O Deputado Edson Ezequiel solicitou a dispensa da referida leitura. Não havendo quem quisesse discutir a ata, o Senhor Presidente a colocou em votação, sendo aprovada sem restrições.

ORDEM DO DIA: A –Deliberação dos Requerimentos: 1) Requerimento nº 01/03 – da Srª Maninha – que “re-quer a aprovação de convite ao Senhor Embaixador Adhemar Bahadian, com a finalidade de comparecer a esta Comissão e a ela informar sobre as negociações em curso sobre possível adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas.” Após encaminhamento pela autora, o requerimento foi aprovado por unani-midade; 2) Requerimento nº 02/03 – da Srª Maninha – que “requer o encaminhamento de correspondên-cia à Presidência da Câmara dos Deputados, com a finalidade que especifica”. Encaminharam a votação os Deputados Maninha, Drª Clair, Edson Ezequiel, Fernando Gabeira, Arnon Bezerra. O requerimento foi aprovado por unanimidade. B – Apresentação da proposta de roteiro de trabalho. A Deputada Maninha apresentou sua proposta de roteiro de trabalho. Logo após, fizeram uso da palavra os Deputados Fernan-do Gabeira, Francisco Dornelles, Drª Clair, Francisco Turra, Edson Ezequiel, Luiz Carlos Hauly, Ronaldo Caiado, Severiano Alves, Ivan Valente, Arnon Bezerra e José Thomaz Nonô. A comissão acolheu a proposta de roteiro de trabalho da relatora com as sugestões de realização de audiências públicas com os seguintes convidados: 1) Celso Luiz Nunes Amorim, Ministro de Estado das Relações Exteriores; Roberto Rodrigues, Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento; Luiz Fernando Furlan, Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Deputado Armando de Queiroz Monteiro Neto, Presi-dente da Confederação Nacional da Industria – CNI; o industrial, Dr. Jorge Johannpeter Gerdau; o Professor Paulo Nogueira Batista Junior;e o economista Roberto Giannetti da Fonseca. Não havendo nada mais a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e convocou a próxima reunião a realizar-se no dia 12 de novembro, 3ª feira, às 14h30m, e, em seguida, en-cerrou a reunião às 16h46m. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após serem de-codificadas, farão parte integrante desta ata. E, para constar, eu, Mario Drausio Coutinho, , secretário, lavrei a presente Ata, que, lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Havendo número regimental, declaro abertos os trabalhos da 3ª reunião da Comissão Especial des-tinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas.

Registro, com especial satisfação, a presença da nossa colega Maria Luíza Fontenele, que durante muitos anos nos honrou esta Casa. S.Exa. está sen-tada à esquerda da Deputada Luiza Erundina. Como

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53220 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

sempre, fiz questão de registrar, embora isso dependa da posição do observador. (Risos.)

Antes de passar a palavra aos membros da Co-missão, quero lembrar aos colegas que a reunião está sendo gravada. Portanto, solicito a cada um, se não for mencionado o nome durante o debate, que o registre, para facilitar a confecção das notas taquigráficas.

Indago aos presentes, tendo em vista a distribui-ção antecipada de cópias da ata da reunião anterior, da necessidade de sua leitura.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL –Sugiro a dispensa da leitura da ata.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência acolhe a oportuna sugestão do Deputado Edson Ezequiel.

Está em discussão a ata. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-la, está em

votação.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovada. Fiz distribuir aos membros da Comissão cópia

de 2 requerimentos da Deputada Maninha. O primeiro deles faz um convite ao Embaixador Adhemar Baha-dian. Quero dizer aos ilustres companheiros que o Embaixador Bahadian se ofereceu para vir hoje a esta Comissão, com o que teríamos um ganho de tempo. Mas, lamentavelmente, depois dessa tratativa, ele foi chamado, com urgência, a Buenos Aires. Deliberare-mos, porém, sobre o requerimento. Eu me atreveria a convidá-lo ad hoc, se fosse para hoje, porque tenho certeza da acolhida do requerimento, mas houve esse pequeno contratempo.

Esse é o Requerimento nº 1. Em discussão o requerimento. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-lo, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovado. Vamos convidar o Sr. Embaixador Adhemar Baha-

dian, co-negociador da ALCA, para que seja ouvido aqui.

Há um segundo requerimento, que diz respeito à solicitação de inclusão de representação desta Co-missão em todas as reuniões de negociação relacio-nadas com o objeto desta Comissão Especial e nas quais esta Casa deva ser representada.

Chamo a atenção dos ilustres membros da Co-missão para a necessidade de exame mais detalhado da proposição, cuja intenção é extremamente louvável, mas precisa ser analisada.

Aliás, peço à Deputada Maninha que teça algumas considerações sobre o requerimento de sua lavra.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, na última discussão que fizemos nesta Comissão, fi-cou patente que temos de dar não só um ordenamento ao nosso trabalho, mas também ter conhecimento do que se está processando em relação às negociações da ALCA.

Existem 2 segmentos extremamente interessados na questão – o Governo e empresariado –, e nossa expectativa, de Parlamentares, é de sair desse papel passivo, de meros espectadores, para atuarmos perma-nentemente como atores no processo de negociação. O próprio Itamaraty tem facilitado nossa participação. Já integramos a SENALCA, o segmento da sociedade civil organizado em que os Deputados têm assento para receber informações sobre as negociações. O Itama-raty avançou um pouco mais, e tem permitido que os Parlamentares acompanhem de fato o processo.

Na reunião de San Salvador, o Senador Capibe-ribe esteve presente; na reunião de Trinidad e Tobago, pela Comissão de Relações Exteriores, eu fui designa-da, mas não pude ir. Em ambas ocasiões o Itamaraty solicitou fossem designados Parlamentares para fazer esse acompanhamento.

Como temos agora a Comissão Especial da ALCA, nada mais legítimo do que a própria Comissão indicar quem deve acompanhar o processo de negociação. Em vez de Deputados de outras Comissões, que não trazem para a Comissão Especial da ALCA o relato dos fatos, esta Comissão, para imprimir continuidade e conseqüência nos trabalhos, deveria estar presente nesse processo de negociação.

Esta a minha intenção ao apresentar esse re-querimento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Em discussão a matéria.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Sr. Presiden-te, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Sr. Presi-dente, é uma satisfação participar desta Comissão Especial para acompanhamento das negociações da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas. E acho de fundamental importância que o Parlamento tenha uma participação mais ativa no processo.

Nas conclusões do recente seminário do PAR-LATINO, nesta Casa, observamos que o Parlamento norte-americano tem papel ativo em todos os acordos internacionais. O Presidente Bush tem um mandato para negociar a ALCA, mas o Congresso estabeleceu limites – e nesses limites se encontram a questão dos

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53221

subsídios, de grande importância para o Brasil e para as Américas.

Os Estados Unidos, de acordo com o mandato outorgado ao Bush, não autorizam, nas negociações da ALCA, a liberação dos subsídios para os produtos agrícolas, entre outros.

Nós, do Parlamento brasileiro, temos de partici-par mais ativamente, até para ajudar nosso Governo nessa questão.

Há inúmeros projetos de lei em tramitação nes-ta Casa sobre o assunto, entre eles um do Deputado Ney Lopes, Presidente do PARLATINO, um do Senador Mercadante e outro do Senador Eduardo Suplicy. Acho importante analisá-los – aliás, eu já tive oportunidade de fazer uma análise superficial –, todos os Deputados terem cópias deles e apresentarmos de emendas que considerarmos necessárias, a fim de que os projetos em questão tenham a abrangência que queremos. A participação do Parlamento não só é necessária no acordo da ALCA, mas em todos os acordos interna-cionais feitos pelo nosso País.

Essa seria uma proposta. O projeto da Deputada Maninha estabelece, no

item 3, formulação interna, elaboração legislativa, in-dicações, expressando disposições da Comissão, pa-receres, propostas de legislação.

Seria importante nos debruçarmos sobre esse aspecto e trazermos, em uma das próximas reuniões, emendas e uma análise dos projetos em andamento na Casa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Dra. Clair, perdoe-me em interrompê-la. Por ora, estamos apreciando apenas o Requerimento nº 2, da Deputada Maninha.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Não estamos apreciando a proposta básica de trabalho?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não. Em seguida, a Deputada Maninha fará a sua exposição.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Ah! Sim.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Eu esclarecerei a questão, para facilitar.O requerimento, à primeira vista, poderia parecer

uma incursão indevida do Legislativo no âmbito do Exe-cutivo. Mas a nobre Relatora teve o cuidado de explicitar que esta Casa deve estar representada, no entender da Presidência, com absoluto respaldo formal.

Nós solicitaremos ao Presidente da Câmara – nes-se tipo de atividade, legalmente, é o responsável pelo Poder –, que, nessas reuniões em que a Casa deve se fazer presente, designe ou solicite a presença de membros desta Comissão, porque temos uma ampla tratativa política, preexistente à criação da Comissão,

que é a Frente, uma entidade política respeitável, útil, com muitos serviços prestados não só nesse campo específico, mas também na Casa.

Temos interesse setorial da Comissão de Rela-ções Exteriores, da Comissão de Agricultura, da Co-missão de Indústria e Comércio. A Casa achou por bem constituir uma Comissão específica exatamente para que essa Comissão, plural, como é, acompanhe as tratativas sob uma visão, digamos, pancâmara, de toda a Câmara, e não somente do ponto agrícola, in-dustrial, diplomático – uma das imperfeições do nos-so sistema. Nós pulverizamos a ação e perdemos a visão do conjunto.

Por ora, o requerimento que está em discussão é o da Deputada Maninha, com a ressalva, bem colo-cada, que a Câmara deva estar representada.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Sr. Presiden-te, estou de pleno acordo com o requerimento. Acho de fundamental importância que ele seja aprovado, até para que a esta Comissão Especial possa fazer o efe-tivo acompanhamento das negociações da ALCA.

Obrigada.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Sr.

Presidente, peço a palavra pela ordemO SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) –Tem V.Exa. a palavra.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL –Em pri-

meiro lugar, parabenizo a Deputada Maninha pelo seu sintético parecer. S.Exa. procura ofertar uma linha de encaminhamento dos trabalhos da nossa Comissão, a qual considero bastante adequada. Teria apenas um ou outro detalhe, mas faremos a observação na oportunidade.

Quanto ao requerimento, o Sr. Presidente tam-bém abordou a questão com muita propriedade. A maioria dos Deputados aqui já fazia parte da Frente Parlamentar.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Todos nós.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Qua-se todos nós...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Quase todos.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – fazía-mos parte da Frente Parlamentar de Acompanhamen-to da ALCA. Como esta Comissão é oficial, foi muito bem registrado que ela tem uma atribuição específica: acompanhar as negociações, como um todo. O único ponto que está no parecer se atém à questão do re-querimento para acompanhamento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sim.

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53222 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Que é a questão da reunião de Miami.

Seria superimportante termos representantes lá, até para não trabalhar aqui com o que os america-nos chamam de hearsay, ou seja, alguém falou para alguém, que falou para mim.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Verdade.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL –Nós de-vemos ter representantes em Miami. Será o momento de discutir até que ponto as partes podem ceder – eu trabalho com esse pensamento –, para se chegar a um consenso em torno dos interesses não só do Bra-sil, dos Estados Unidos, do Canadá, do México, mas de todas as nações envolvidas, para os países irmãos da América Latina – exceto a Argentina –, que pos-suem PIB, condições culturais, simetria muito grande com o Brasil.

Talvez o Embaixador Bahadian possa nos dar uma informação sobre o tipo de acesso – vamos su-por que as Deputadas Maninha, Dra. Clair ou qualquer um de nós estivéssemos participando da delegação de Miami –, e das reuniões que participaremos. Isso seria pertinente, como o Presidente Nonô coloca, por-que não participaremos das discussões técnicas em que serão tratados percentuais, subsídios, quotas ou coisas que o valham.

Mas nas discussões do fórum global, nas reu-niões de caráter mais formal, que tipo de acesso os Parlamentares teriam para trazerem algo de útil? É fundamental sabermos o tipo de interação possível de haver para verificar o perfil das pessoas que pode-riam e deveriam participar para enriquecimento dos nossos trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Agradeço ao Deputado Edson Ezequiel. In-formo a S.Exa. que conversamos com o Presidente da Câmara dos Deputados, o Deputado João Paulo Cunha, mas de forma ainda não conclusiva, porque eu estava aguardando a sugestão da Deputada Mani-nha a respeito desse trabalho que vamos discutir hoje, para, em razão disso, questionarmos com o Presidente pontualmente. Mas adianto a V.Exa. que o Presidente afirmou, primeiro, que estaremos presentes à reunião de Miami e a outras reuniões que ocorrerão, a compro-missos do Presidente, sem sombra de dúvida; segundo, que é interesse da Presidência da Casa fazer o melhor possível para que a Comissão desempenhe a conten-to as suas funções. Essa é uma afirmativa claríssima do Presidente João Paulo Cunha. Apenas não quis adiantar a conversa porque, uma vez que ainda não tínhamos um pré-roteiro elaborado – esse é o principal objetivo da reunião de hoje à tarde –, não valia à pena

discutir. O Presidente foi à ONU e estará de volta hoje. Mais tarde ou amanhã discutiremos essa questão e na próxima semana teremos uma posição.

Com a palavra o Deputado Fernando GabeiraO SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Sr.

Presidente, a proposta básica de trabalho é satisfatória, mas quero acrescentar algumas idéias.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Fernando Gabeira, se V.Exa. me permite, vamos votar o requerimento anterior e depois entraremos na discussão. A Deputada Maninha fará uma exposição e entraremos na discussão. Assim, os trabalhos ficam melhor ordenados.

Não havendo mais quem queira discutir o reque-rimento, passa-se à votação.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.)

Aprovado.Concedo a palavra à Relatora, Deputada Mani-

nha, para que S.Exa. faça o arrazoado. O SR. DEPUTADO ARNON BEZERRA – Sr.

Presidente, pela ordem. Com a permissão de V.Exa., gostaria de sugerir que seja convidado também – es-tou fazendo esse informe acerca do requerimento que poderei dar entrada na próxima sessão – o Sr. Roberto Giannetti da Fonseca, ex-Secretário do Comércio Ex-terior do Governo Fernando Henrique Cardoso. S.Sa., nesta semana, concedeu uma importante entrevista na revista ISTOÉ.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu li.

O SR. DEPUTADO ARNON BEZERRA – Extra-ordinária. Acho que ele poderia emprestar a sua co-laboração a esta Comissão, pois também reconhece alguns pontos importantes no comportamento e no desempenho do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em âmbito de exterior, lutando contra o protecionismo internacional.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Peço aos companheiros, sem querer entrar na esfera da Deputada Maninha, que durante esta semana, não na próxima, façam as sugestões dos nomes das pessoas, para que possamos, na medida do possível, agilizar e harmonizar essas entrevistas. É muito importante. Cada um dos Parlamentares tem pessoas interessantes a indicar.

Mantive um único contato com o nosso colega Deputado Armando Monteiro, que também é Presidente da Confederação Nacional da Indústria. S.Exa., me-lhor do que ninguém, tem um impacto por segmentos. Estou pensando em trazê-lo a esta Comissão. Essa é uma sugestão.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53223

Creio que todos os Srs. Deputados, na medida do possível, durante esta semana, o que facilitaria o trabalho da Relatora, poderiam indicar um especialis-ta em comércio com a África Ocidental. Seria muito melhor se apontassem o nome, sobrenome, CPF e onde trabalha, para que possamos fazer os convites e agilizar. Temos essa reunião em Miami, que será realizada daqui a pouco mais de 2 semanas. Seria interessante que tivéssemos alguma coisa para não chegarmos lá para discutir a tratativa a partir do marco zero. Quanto mais pessoas e mais sugestões, melhor. Tenho certeza de que esse é também o entendimento da Deputada Maninha.

Peço aos companheiros que ouçam a Relatora. Sem dúvida, S.Exa. tem uma sugestão global. Depois iremos nos inserindo pontualmente.

A sugestão de V.Exa., Deputado Arnon Bezer-ra, é da melhor valia. Será, sem dúvida, acolhida por todos nós.

Com a palavra a Deputada Maninha.A SRA. DEPUTADA MANINHA – Na verdade,

essa proposta de trabalho surgiu em função da última reunião. Apenas compilei as várias sugestões apresen-tadas nesta Comissão, acrescentei algumas e elaborei, então, o seguinte roteiro.

1. Acompanhamento permanente das reuniões de negociação envolvendo os governos e as entidades de negociações multilaterais e os blocos econômicos;

2. Audiências públicas ou não com setores ou pes-soas interessadas na discussão: Governo, setores re-presentativos da sociedade civil, países envolvidos;

3. Formulação interna com vistas a expressar a posição da Comissão nas questões que envolvam os seus objetivos.

A partir daí, elaborei uma proposta de estrutura de funcionamento, a saber. Acreditamos ser necessário a esta Comissão, para que possa ter funcionamento adequado, uma infra-estrutura apropriada. Tomamos como exemplo a Comissão do MERCOSUL, Comissão Permanente, que se iniciou como Comissão Especial e hoje é a Comissão do MERCOSUL. Ela detém, por exemplo, um arquivo muito bom com um site; detém uma assessoria da mais alta capacitação – não que o nosso assessor não a tenha, mas possui mais de um assessor; detém um espaço físico que não temos. Enfim, precisamos de uma infra-estrutura.

Evidentemente, isso vai depender da conversa do nosso Presidente com o Deputado João Paulo Cunha, porque também precisamos saber qual a importância que o Presidente está dando à Comissão Especial da ALCA: se se trata apenas de uma Comissão com uma sobrevivência muito curta ou se queremos, de

fato, dar a esta Comissão um papel de destaque no Parlamento.

Quanto ao que foi sugerido aqui pelo Deputado Fernando Gabeira de que os nossos assessores deve-riam ter profundo conhecimento de relações internacio-nais e comércio exterior, domínio da língua inglesa ou espanhola, pode até ser que não cheguemos a tanto, mas que pelo menos tenhamos uma noção do que se está discutindo. Um apoio de alguém que domine a informática e que tenha redação própria; um espaço próprio para funcionamento; equipamento básico de informática; acervo bibliográfico, lembrando também su-gestões apresentadas da nossa biblioteca, que artigos teriam, o que podemos dispor neste momento para as-sessorar os Deputados, os instrumentos básicos, como tem a Comissão do MERCOSUL: um site próprio com bancos de dados, informações econômicas setoriais, nacionais, latino-americanas e outras.

Da metodologia de trabalho – dividi esse ponto em alguns aspectos:

Do acompanhamento das negociações. O Depu-tado Alberto Goldman, que não está presente, sugeriu que fizéssemos uma divisão dos Deputados da Comis-são em 9 grupos, conforme os temas básicos propostos na negociação da ALCA, e também por temas globais ou por temas que, a critério da Comissão, sejam estra-tégicos ou devam merecer tratamento diferenciado.

Das audiências de trabalho. Públicas: teremos nesta Comissão o co-Presidente do Comitê de Nego-ciação da ALCA, Embaixador Adhemar Bahadian, que aqui virá para falar sobre o processo de negociação, representantes dos setores produtivos – empregados e empregadores – e representantes de setores da socie-dade organizada estabelecidos por esta Comissão.

Das audiências de representação.Foi sugerido também – não lembro por qual Deputado – que nos apresentássemos ao Presidente da República; audiên-cias com os Presidentes do Senado e da Câmara, com o Presidente do STF, com autoridades de outros países que venhamos a estabelecer, com negociadores dos países do Cone Sul e de outros países vizinhos.

Da formulação interna. A Deputada Dra. Clair lem-brou muito bem que temos uma elaboração legislativa já em tramitação nesta Casa. Seria o caso de expres-sarmos posições com indicações da própria Comissão, com pareceres da Comissão em temas parciais já dis-cutidos e nas propostas de legislação, como sugeriu a Deputada Dra. Clair. Talvez até devêssemos trazer os 3 para que expusessem suas propostas e pudéssemos debater o assunto.

Elaboração de relatórios parciais e final. Das tarefas imediatas, duas já foram votadas,

em solicitação feita por requerimento. A primeira é o

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53224 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

acompanhamento da Seção Nacional de Coordenação dos Assuntos relacionados à ALCA – SENALCA, no próximo 6 de novembro, no Palácio do Itamaraty. Lem-bro, Sr. Presidente, que para esse acompanhamento não há limitação de número de Deputados, será para quantos Deputados quiserem estar presentes. O Ita-maraty tem dado muita importância à presença dos Deputados. Ainda não sei a que horas, mas será na quinta-feira. Depois passo a informação.

O segundo é o Comitê de Negociações Comer-ciais – CNC, dias 15 e 18 próximos, em Miami. Final-mente, 20 e 21 de novembro será a reunião ministerial de Miami.

Marcar agendas, definir calendário básico de atividades para elaboração de cronograma e dotar a Comissão de estrutura administrativa.

São estas as sugestões que compilei das su-gestões da última reunião. Essa é uma proposta que a Comissão traz como roteiro de trabalho. Gostaria de submetê-la à discussão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Fernando Gabeira.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Gostaria de avançar um pouco naquilo que falamos na semana passada sobre a estrutura do trabalho que está sendo montada.

Concordo plenamente com a Deputada Maninha, mas queria sugerir um pouco mais. Por exemplo, essa entrevista que saiu na ISTOÉ esta semana já deveria estar nas nossas mãos hoje. Deve-se criar uma estru-tura tal que se dedique a buscar informações sobre a ALCA, inclusive novas informações, e produza para nós um constante fluxo de informações, por intermédio dos e-mails dos Deputados já listados. Esse é um caminho importante. Se examinarmos também a estrutura das audiências, vamos entender um pouco a ALCA como uma negociação entre Brasil e Estados Unidos, quando na verdade ela envolve mais 32 países. Teríamos que manter um fluxo de informações com todos que estão de certa maneira monitorando o processo, outros Par-lamentos, outros Parlamentares e grupos de opinião. A resultante da posição brasileira vai levar em conta a situação que estamos examinando, a situação e a proposta norte-americana e as diversas flutuações dos outros que vão cerrar fileiras aqui, abrir ali.

Então, temos que ter o maior volume de infor-mações possível para podermos pelo menos avaliar o comportamento do Governo. Neste momento, por meio da imprensa, é impossível avaliar qualquer coisa, primeiramente porque a imprensa não dá os detalhes da discussão; em segundo lugar, porque ela tem in-

teresse em fortalecer um ou outro setor, e ainda não sabemos exatamente por quê.

Então, seria necessário que essa assessoria, diariamente, entrasse em todos os centros de infor-mação, digitasse a expressão ALCA, colecionasse o que há de novo sobre a ALCA e passasse diariamente para nós, a fim de que, quando chegarmos à reunião, pelo menos o volume de informações mais elementar sobre a ALCA já esteja conosco. E vamos avançando em função das audiências.

Para acrescentar, se houver tempo – a Relatora e a Comissão vão definir –, proponho que tenhamos oportunidade de falar com um negociador argentino, com um negociador chileno ou com negociadores de outros países. Isso seria interessante para sabermos como eles estão vendo e desenvolvendo seu proces-so. Não acho que seria essencial, mas acrescentaria um pouco à nossa visão do processo. Esta é minha proposta.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Tem a palavra o Deputado Francisco Dornel-les.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Deputado Gabeira mencionou muito bem que a ALCA envolve 34 países e a importância em termos um estreito rela-cionamento com cada um deles. Mas, nos termos co-merciais, a ALCA se caracteriza por problemas entre Brasil e Estados Unidos.

Acho que seria extremamente importante rece-bermos imediatamente – nesse caso, o Itamaraty pode fazer esse trabalho conjunto, sem necessidade de recor-rermos ao Ministério da Agricultura e ao Ministério da Indústria e Comércio – a indicação de quais são todas as barreiras comerciais existentes nos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Precisamos ter uma visão de conjunto para saber onde estão as dificuldades.

Quando o Itamaraty, de forma muito acertada, indica que só discutiríamos problemas agrícolas na ALCA, seria importante que também fossem discutidas compras governamentais, serviços, direitos compen-satórios, salvaguardas e dumping; e se isso não for possível, vai tudo para a OMC. Verificamos que exis-tem setores do Brasil que, corretamente, exigem certas precauções e cuidados com a ALCA. Acho que, se for possível, o Itamaraty deve indicar quais são os setores específicos da economia brasileira que têm mostrado receio, restrições ou certa preocupação com as nego-ciações da ALCA. Vimos principalmente os setores de serviços e de indústria. Sugiro que o Itamaraty indique os setores que estão preocupados. Acho que ninguém melhor que o Itamaraty reúne essas condições.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53225

Desse modo, quando o Sr. Embaixador Adhe-mar Bahadian vier aqui, que já traga não só todas as barreiras existentes como também os setores que têm mostrado maiores preocupações com a negociação da ALCA.

Acho que não há necessidade de fazer um reque-rimento formal. Passo as sugestões à Relatora.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – V.Exa. declarou, está extremamente claro e, de certa forma, está implícito no ofício que mandamos aos próprios Ministros pedindo que nos enviassem, com a maior brevidade possível, os pontos de atrito, onde há necessidade de uma intermediação mais efetiva.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Tivemos aqui também a convocação do Roberto Giannetti da Fonseca. Queria ver se, como estamos iniciando, na primeira reunião poderíamos considerar esse requerimento oral, sem necessidade de que se viesse a apresentá-lo na próxima reunião.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Ao lado da convocação do Giannetti, eu queria convo-car um dos maiores industriais do Brasil, principalmente em relação ao comércio com os Estados Unidos, que é o industrial gaúcho Jorge Gerdau. S.Sa. poderia vir a esta Comissão explicar quais são as preocupações do setor siderúrgico com a ALCA.

Esse meu requerimento também podia ser oral, porque estamos no início, talvez possamos ganhar tempo até a elaboração do requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra a Deputada Dra. Clair.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Sr. Presi-dente, além das considerações já formuladas ante-riormente sobre as sugestões dos projetos de lei e da participação do Parlamento nos acordos e negociações internacionais, vale lembrar também que cabe a esta Comissão, ou deveria, a análise dos acordos judiciais propostos pelo Governo que estão em tramitação e que já estariam vencendo. Tenho conhecimento de um acordo de investimento firmado entre Brasil e Argen-tina que estaria vencendo este ano. Julgo importante que a Comissão emita um parecer sobre esses acor-dos que estariam vencendo e que seriam renovados no âmbito dessas negociações gerais que envolvem relações comerciais com diversos países que preten-dem compor a ALCA. Ao meu ver, deveríamos emitir pareceres sobre os acordos.

Muito obrigada.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Os Relatores podem intervir a qualquer mo-mento. Estou seguindo a ordem dos sinais.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – Sr. Presidente, quero fazer uma observação.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pois não, Deputado Fernando Gabeira.

O SR. DEPUTADO FERNANDO GABEIRA – O Deputado Francisco Dornelles sugeriu um levanta-mento das barreiras que os Estados Unidos impõem aos nossos produtos. Chamo atenção dos nobres pa-res para o fato de que foi divulgado um relatório do Embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Conside-ro importante solicitar esse relatório que nos chegou de forma fragmentada por meio da imprensa. Tenho a impressão de que esse relatório atende, pelo menos não totalmente...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Posso adiantar a informação. O Itamaraty dispõe de um trabalho que é atualizado mês a mês. O Embaixador Luiz Felipe Lampreia trouxe à Comissão de Relações Exteriores na Legislatura passada. O atual Ministro já esboçou. O Itamaraty disponibilizará esse relatório assim que nós o solicitarmos, sem ne-nhum problema.

Com a palavra a Deputada Maninha.A SRA. DEPUTADA MANINHA – Deputado Fer-

nando Gabeira, com relação à questão do fornecimen-to de dados, a Comissão do MERCOSUL dispõe de um banco de dados referente à ALCA e que já está disponível. Basta acessarmos o site para obter várias informações.

Deputada Dra. Clair, quanto às questões judiciais que dizem respeito aos países do MERCOSUL, creio que a Comissão do MERCOSUL está fazendo esse acompanhamento. Sugiro, em primeiro lugar, a análise do material que está na Comissão e o levantamento daquilo que é de interesse da Comissão da ALCA, a fim de que não tenhamos de acompanhar todos os acordos judiciais, mas apenas aqueles que nos inte-ressam. A Comissão do MERCOSUL já está fazendo o acompanhamento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Creio que a Presidência pode listar, e vou dis-tribuir aos Parlamentares não o material, mas a indica-ção do site. Constrange-me ver, nesta Casa – e ainda não me conformei –, em cada reunião, uma enorme pirâmide de papel que vai para o lixo. Por isso, vamos viabilizar o site. Quem tiver interesse, consulta e vem para cá up-to-date. Quem não quiser vem para cá, com o espírito aberto, e aprende da mesma forma.

Com a palavra o Deputado Francisco Turra.O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – Sr.

Presidente, seguindo a linha do Deputado Fernando Gabeira, é natural que tenhamos de acompanhar o processo como um todo, em conjunto, não apenas

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53226 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

agricultura, serviços etc. Cada um vai ter um enfoque muito especial. O Deputado Fernando Gabeira abor-dou uma questão fundamental.

Julgo importante acompanharmos o movimento dos outros. Por exemplo, estive, em fevereiro, numa reu-nião em Santiago do Chile – o Brasil não fora convidado, mas participei quase por acaso – e vi alguns países se pronunciando. Assim, percebi que eles pensam de maneira diferente de nós até no tocante à agricultura. É óbvio que nossos interesses são peculiares, diferentes. Temos que ter mecanismos para acompanhar o mo-vimento dos outros. Por quê? No futuro, teremos que ter solidariedade para enfrentar um movimento com-plicado. Refiro-me ao mais complicado – a agricultura. Teremos que ter a solidariedade de alguns.

De uma maneira ou de outra, juntos e com criati-vidade, teremos de descobrir mecanismos de estarmos em sintonia com Comissões Parlamentares de outros países. É preciso estarmos antenados. Aliás, no Chile há uma Comissão muito forte tratando da ALCA; na Argentina, idem; Paraguai e Uruguai, também. Eu as conheço.

Essas Comissões deveriam ter um link conosco; e nós, com elas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A sugestão de V.Exa. é extremamente oportuna. O Deputado Ney Lopes – se não me falha a memória – num seminário nos relatou que há Comissões seme-lhantes a esta já funcionando em outros Parlamentos. Em alguns Parlamentos, o tratamento é diferenciado, é dado à própria Comissão de Agricultura ou à própria Comissão de Relações Exteriores.

Vamos tentar. Peço apenas a compreensão dos colegas, porque os Parlamentos são todos muito pare-cidos. A principal prioridade é a minha. Então, esse é problema. Em alguns lugares, esse tratamento é muito contemporâneo, é muito ágil, e em outros, nem tanto. A discussão que é transcendente para nós pode não ser para o Presidente do Uruguai, muito menos para o Parlamento deles, e assim por diante. Mas isso não impede que, via net, tentemos, durante esta semana, com a Secretaria da Casa – entendi o objetivo do Depu-tado Fernando Gabeira – fazer com que cheguemos aqui pelo menos com uma informação atualizada, se possível, dos entes que estão trabalhando nisso, os Parlamentos.

A informação do jornal – e é muito bom que isso parta de um jornalista – é apresentada sobre um prisma crítico. Quer dizer, a informação chega, mas sob o viés daquele que está interessado na sua divulgação.

Vamos ver o que é que trilhamos, como isso fun-ciona. Espero, na próxima semana, que já tenhamos algo concreto.

Deputada Maninha, deseja falar mais alguma coisa? (Pausa.) Não.

Com a palavra o Deputado Edson Ezequiel.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Em

primeiro lugar, quero somar minha posição à do Depu-tado Francisco Dornelles e a de outros Deputados que aqui se pronunciaram no sentido da importância de, juntamente com o Embaixador Adhemar Bahadian, ter-mos, logo no início de nossas reuniões, uma audiência pública com o Sr. Roberto Giannetti da Fonseca, uma vez que S.Sa. foi Secretário Executivo da CAMEX, que na época tinha um papel de coordenação, e desde o início participou do processo. Portanto, tem uma me-mória acumulada das questões.

O segundo ponto é exatamente sobre o que abor-daram os Deputados Fernando Gabeira e Francisco Dornelles. Mas o Presidente já me esclareceu, depois da minha inscrição, que é a questão de termos dados up-to-date em relação às barreiras contra o Brasil, não só dos Estados Unidos, Deputado Dornelles, mas tam-bém da União Européia. Por exemplo, eu estou aqui com um artigo...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu quero lembrar, Deputado Edson Ezequiel, que a Presidência, sob o prisma de nós não nos expan-dirmos para o universo, vai concentrar nossas tratativas na ALCA. Estamos aqui em Comissão para acompa-nharmos a ALCA, não se trata de uma Comissão con-tra barreiras tarifárias em geral, senão, daqui a pouco, vamos discutir Ásia Pacífica, União Européia etc. e, a exemplo de tantas coisas na Casa, não chegaremos a lugar algum. A nossa discussão é sobre a ALCA.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Concor-do plenamente. Mas no momento em que se discute a ALCA, o Deputado José Thomaz Nonô, com a experi-ência que tem, há de entender que, inegavelmente, não como assunto institucional, mas do ponto de vista da influência, o parâmetro do tratamento que os Estados Unidos, ou o Canadá, ou o México dá ao Brasil e aos demais países – porque temos que pensar também nos pequenos – acaba sendo influenciado por um fator pelo menos comparativo. Não que vamos dedicar atenção ao assunto, mas como dado de referência.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É claro; é óbvio. O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – E o que eu queria dizer é que quando pegamos dados da imprensa, neste caso, por exemplo, tenho a fonte, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, mas às vezes você não tem sequer a fonte, e as pessoas citam números. Tenho alguns artigos que falam que o México virou a grande maravilha do mundo depois do NAFTA, e já tivemos depoimentos completamente enviesados em

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sentido contrário. Imagine nos países – como citou o Deputado Fernando Gabeira – que possuem um PIB, uma simetria muito maior em relação a todos nós!

Então, no momento, esqueçamos a Europa, que era apenas um ponto de referência, porque ela se in-sere na discussão. Seria importante não apenas veri-ficar as barreiras que os Estados Unidos e o Canadá colocam em relação a nós, mas também verificar os pontos de convergência que temos não apenas com a Argentina, mas também com outros parceiros da América do Sul, e os pontos de divergência também. Tanto elas existem que, após a reunião em Cancún, as divergências foram exploradas ao extremo, de tal forma a tentar estraçalhar um pouco essa união.

Era isso o que tinha a dizer.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Agradeço ao Deputado Edson Ezequiel. Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos

Hauly.O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sr.

Presidente, como sempre, não consigo deixar de ter o raciocínio tributário nas minhas intervenções. V.Exa. tem sido muito cioso com a objetividade da Comissão.

Para ter uma relação comercial com uma em-presa, com um Município, com um Estado, com o País, preciso ter o mínimo de regras em comum. Se as regras forem muito diferentes, a relação comercial pode ter alteração no desenvolvimento desse negócio, pode ter alteração a favor daquele que tem a melhor regra contra aquele que tem a regra mais complexa, mais onerosa. Em se tratando de comércio, devemos considerar custo e benefício, quer dizer, o que onera e o que não onera. Temos, nas relações comerciais, um leque de questões a serem discutidas. Estamos tratando...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Peço aos colegas que façam silêncio. Gosta-ríamos de ouvir o Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Te-mos 35 países, um não participa da ALCA: Cuba. En-tre esses 34 países, há a maior potência da região que, por acaso, é a maior potência econômica militar do mundo.

Ao analisar as regras, desloquei-me para o tem-po em que era Prefeito no Paraná, quando havia um impedimento federal de plantar laranja no Paraná. Fo-mos impedidos de plantar laranja por 28 anos porque havia cancro cítrico no nosso Estado. O que era esse impedimento que o Governo Federal fazia? Era um lobby dos plantadores de laranja do Estado de São Paulo que atuavam junto ao Ministério da Agricultura. A CANEC, entidade do Ministério da Agricultura, proibia o Paraná e outros Estados de plantarem laranja. Essa

era uma forma de proteção fitossanitária, as chamadas barreiras não tarifárias. É o que os Estados Unidos fazem também quando querem proteger algum tipo de produto, no caso, o suco de laranja.

A questão é eminentemente econômica. Em 1996, quando fui Relator da Lei Kandir e realizei toda a ne-gociação com os Estados e o setor produtivo, no seg-mento agroindustrial, o esmagamento de grãos não foi contemplado com a solução do problema. Tínhamos 11% de alíquota no óleo degomado exportado; 13%, no farelo, e 13%, nos grãos. De repente, a alíquota foi para zero. O ICMS zerou, não tributou mais. Alertei o Governo, o Ministro Malan, da Fazenda, e o Ministro Antonio Kandir, do Planejamento, os quais ficaram de encontrar uma solução posteriormente. Havia um diferencial de PIS/COFINS embutido na exportação desses produtos, principalmente no óleo degomado e farelo, o que inibia o segmento.

A conclusão foi de que a Argentina dava um rein-tegro de 4,5% e o setor só queria apenas pouco mais de 3. Na seqüência de 6 anos, a Argentina cresceu 77% na indústria de óleo de soja de esmagamento e o Brasil caiu 7% no período; a China havia crescido muito mais. Essas são situações internas, no relacio-namento com a Argentina. Imaginem com os Estados Unidos, que têm a economia muito mais eficiente e não têm uma tributação direta sobre a empresa. O que diferencia uma empresa nos Estados Unidos e uma no Brasil é que aqui, logo no início, 58% da tributação incide diretamente nela, com os impostos da base do consumo e depois vêm mais 17,5% de contribuições previdenciárias e mais 3% da propriedade. Lá é de outra forma. Essa base do consumo não chega a 20%. Eles têm um sistema tributário diferente do nosso.

O México, se está bom ou ruim, está com uma exportação e uma importação gigantescas. Isso signi-fica que o seu Produto Interno Bruto cresceu e o seu PIB está gigantesco, quase do tamanho do nosso. E eles têm 60 milhões de pessoas a menos do que no Brasil. No México, a carga tributária não chega a 20%. Há quem diga que a estatal de petróleo pratica uma tributação, tipo a CIDE, e depois repassa para o Go-verno de outra forma. Nós ainda não temos isso de forma clara.

Quando me fixo em alguns pontos, entendo que mais cedo ou mais tarde vamos chegar à ALCA e à União Européia, não vamos ficar presos a um único acordo, ou melhor, já estamos negociando com todos esses países. Estamos negociando há 5 séculos, desde o descobrimento, que foi feito com base na expansão do comércio.

A última vez que fomos a uma missão nos Estados Unidos para criar um grupo parlamentar americano e

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brasileiro, da qual participei, tínhamos uma cartilha da CNI, com uma balança comercial de 10 anos – Brasil e Estados Unidos –, que estava deficitária para o Brasil, mas nestes últimos 3 anos passou a ser superavitá-ria, que continha produto por produto: suco de laranja, fumo, têxtil, aço etc.

O que o Cutrale, o maior produtor de suco de la-ranja no Brasil, fez? Cansou de esperar uma solução, foi para a Flórida e comprou a metade das indústrias na Flórida. Hoje o empresário brasileiro Cutrale é dono da metade da produção de suco de laranja da Flórida.

O que o Gerdau fez? Também cansou de apa-nhar, foi para os Estados Unidos e começou a comprar empresas e aplicar o mesmo método que ele aplicou nas empresas brasileiras para torná-las as mais ren-táveis e eficientes indústrias siderúrgicas do mundo. Quer dizer, ele aplica a metodologia em qualquer par-te do mundo.

Diante desses estudos, vendo um monte de im-portações desnecessárias no Brasil ou de produtos que poderiam ser industrializados aqui, eu me atrevi a apresentar um projeto que dispõe que todo produto que há mais de 5 anos é importado de forma signifi-cativa no Brasil merece uma política de estímulo com base no imposto de importação. O imposto de impor-tação e exportação é regulatório, não é arrecadatório. A finalidade dele é tributar de acordo com o interesse da economia interna do Brasil, que também é o único instrumento permitido pela OMC.

Sr. Presidente, faço estas considerações para que se abra um leque e, além dessas questões envolvidas, se tenha o mapa dos 35 países e veja o que é significa-tivo: a população, a renda per capita etc. As diferenças são muito grandes; as de renda per capita são gigan-tescas e as da economia são maiores ainda. E, no fim da história, qualquer aceno que o maior Governo da região fizer ao Governo brasileiro, acaba...

O Presidente Bush fez uma reunião em Washing-ton com o Presidente Lula – aliás, nunca havia feito com nenhum Presidente da República do Brasil – e não sei com quantos Ministros. Eu estava lá, eu es-tava acompanhando. Se o Bush disser: “Está bem, o senhor está tendo dificuldades de aderir à ALCA. Nós vamos centralizar mais as compras no Brasil. Vocês estão tendo 20 bilhões de dólares de superávit e eu vou fazer com que as empresas brasileiras comprem 40 bilhões de dólares de superávit do Brasil. Está aqui, tiro 5 ou 6 itens, e reduzo a zero.” Como é que o Lula não vai entrar? E o resto da economia?

Estou dizendo que temos que ter maior preparo interno. Essa tem sido a minha tônica na Comissão de Relações Exteriores, em todos os ambientes. Sempre bato na mesma tecla. Não nos preparamos para nego-

ciar com o mundo, porque a nossa estrutura interna é tão iníqua, tão injusta, tão caótica, que não temos con-dições de negociar com a Argentina, que é um caos.

São essas as considerações que faço à Comissão, daquilo que conheço um pouco, mais pela vivência de ouvir, de estar aqui há anos ouvindo. Traduzindo isso em números para a Comissão, só vamos à frente se houver um aprendizado coletivo na Casa. Todos aqui estão interessados em aprender. Eu também estou interessado em aprender, com boas informações, in-formações de qualidade. Generalidade, não dá mais. A pessoa vir aqui, falar e ir embora, não dá mais. En-tão, temos que pegar item por item, os 9 temas, saber quais são os embaraços e já ir direto ao ponto.

Era isso que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) –Deputado Luiz Carlos Hauly, a Presidência agradece a V.Exa. e reitera aquilo que já disse. Vamos procurar, em perfeita consonância com o pensamento da Deputada Maninha, fazer a coisa da maneira mais objetiva e pontual possível. Nessa primeira reunião, estamos conversando, cada um dando a sua contri-buição no processo, mas, sem dúvida alguma, vamos procurar circunscrever isso.

Não costumo telefonar durante a sessão, mas agora, neste minuto, era exatamente o Deputado Ar-mando Monteiro, que está no Rio e vai para São Pau-lo. S.Exa. estava dizendo que estará aqui amanhã à noite e conversará conosco na quinta ou amanhã à noite, colocando-se ao nosso inteiro dispor, com toda a bateria que ele tiver de dados, de tudo, ele próprio, o assessor, quem quiser, para que possamos sair daqui mais esclarecidos. Acho que isso é positivo.

Com a palavra o Deputado Caiado e, em segui-da, o Deputado Severiano Alves e o Deputado Ivan Valente.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Só para deixar bem claro: quando terminei de falar, V.Exa. disse que vai ter maior objetividade. Eu não sei se estou fugindo dessa objetividade a que V.Exa. se refere.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não, V.Exa. abordou exatamente as ques-tões pontuais.

Com a palavra o Deputado Ronaldo Caiado.O SR. DEPUTADO RONALDO CAIADO – Sr.

Presidente, o Deputado Hauly fez a exposição sob o aspecto econômico e eu queria fazer um rápido co-mentário do ponto de vista político. Estamos vendo que os americanos realmente estão condicionando as decisões da OMC para que avancemos em termos de subsídios ou de cotas na ALCA.

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Portanto, por mais que restrinjamos a discussão na ALCA, eles são claros: só vão discutir cotas e sub-sídios na OMC, não na ALCA.

A situação é muito difícil. A popularidade do Pre-sidente não é das melhores. E eles estão colhendo uma das menores safras.

O Brasil está expandindo. Está ganhando merca-do como ninguém. Hoje, uma saca de soja vale mais de 15 dólares, e a previsão é que se repetirá o feito no próximo ano. Nunca vimos isso na história. O Brasil vai expandir fronteiras. Jamais vimos safra semelhante.

Concordo plenamente com V.Exa.: em vez de ficarmos discutindo hipóteses, vamos trazer pessoas de cada um desses setores – propriedade intelectual, vendas governamentais, bens e serviços, enfim, do que for tratar a ALCA – para colocar na balança e ver o que realmente vai nos interessar. Atualmente, os americanos são nossos maiores compradores. São responsáveis por 26% das nossas exportações. Por-tanto, temos de reconhecer que se trata de um parceiro importante nesse processo.

Precisamos colocar na balança os pontos que os americanos elegeram como prioridades a definir na ALCA e decidir qual será do interesse do Brasil. Feito isso, poderemos nos perguntar se essa resposta da OMC virá com certa rapidez, apesar de V.Exa. dizer que temos de nos restringir à ALCA.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – As negociações da OMC dizem respeito às tratativas da ALCA.

O SR. DEPUTADO RONALDO CAIADO – Exa-tamente, o que é extremamente frustrante para nós. Nos pontos em que somos competitivos e podemos ganhar mercado, estamos dependentes de uma deci-são, que foi frustrante em Cancún e, indiscutivelmente, será muito frustrante em Miami. Eles não querem abrir mão. Se o Presidente vai pleitear a reeleição, não vai deixar de dizer que dará altos subsídios ao aço ou à agropecuária, que não abrirá cotas, muito menos que fará carnaval em termos de abrir mercado e em se preocupar com a América Latina ou América do Sul. Estamos às vésperas da eleição.

Sr. Presidente, estarei atento às reuniões. Dese-jo ouvir os segmentos que serão chamados a debru-çarem-se sobre essas matérias e acompanharem a evolução da ALCA.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Obrigado, Deputado Ronaldo Caiado.Deputado Severiano Alves.O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Sr.

Presidente, Deputado José Thomaz Nonô, minha pre-

ocupação tem a ver mais com a forma e com a nos-sa agenda.

Vejo que já começamos a elaborar uma agenda de trabalhos. Na última reunião, lembramos que na legislatura anterior foi criada uma Comissão, e a As-sessoria se encarregou de recuperar alguns desses trabalhos. Indago de V.Exa. se temos prazo para con-cluir esse trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não. Essa é uma das coisas que está pen-dente de discussão, porque a Comissão foi criada para acompanhar as tratativas a respeito da ALCA. Como o próprio processo da ALCA é uma tratativa, a Comissão tem algumas datas, mas não prazo final. A Comissão vai acompanhar as negociações em torno da ALCA.

Aliás, foi oportuna a intervenção de V.Exa. Não podemos ter nunca uma estrutura assemelhada à do MERCOSUL, porque esse se trata de um acordo entre países. Nós aqui estamos acompanhando uma tarefa preliminar.

Não tenhamos a veleidade de querer ter o mesmo que para um mercado criado há 10 ou 12 anos, que tem altos e baixos, mas que opera institucionalmente há muito tempo. Lembrem: vamos acompanhar aqui as tratativas do Governo, influenciando, claro, aprimo-rando e preparando o Congresso para apreciar tais tratativas quando elas vierem para cá. Essa é nossa função precípua, mas, por ora, não há prazo.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Sr. Presidente, a nossa Relatora anunciou que vamos ter audiências públicas e vi que V.Exa. já oficiou a alguns Ministros. V.Exa. vai convidar de ofício os Ministros da área econômica?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não. Eu estava aguardando o desenvolvi-mento da pauta.

O Presidente vai se abster, na medida do possí-vel, de providências de ofício, salvo as emergenciais. Acho que tudo aqui deve ser discutido e votado. É muito melhor assim.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Esses requerimentos, como sugere o ex-Ministro Dornelles, poderão ser feitos aqui na Comissão, de forma oral?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Claro.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Sr. Presidente, acompanhamos muitos trabalhos aqui e vimos que a maioria deles ficam no caminho, sem con-clusão, sem resultado. Sabemos que há uma disputa muito grande em relação à ALCA tanto na Comissão de Relações Exteriores, como na Frente Parlamentar presidida pelo Deputado Ney Lopes. V.Exa. e a Rela-tora já têm uma idéia do parecer que vamos oferecer

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53230 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

e a quem? Qual seria a nossa conclusão? O que o Le-gislativo vai sugerir como mecanismo de viabilização econômica do Brasil em relação à negociação sobre a ALCA?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado, vou dar minha visão pessoal em resposta à indagação pertinente de V.Exa. A Comis-são é constituída para acompanhar as tratativas da ALCA, porque se entende que essa é uma questão de mercado macro, uma questão importantíssima para o futuro do País, qualquer que seja o incremento que a Casa soberanamente venha a dar. Mas a questão é também extremamente complexa, se decomposta em inúmeros itens, porque repercutem ora de forma posi-tiva, ora negativa.

Esta Casa não trata muito de coisas fáceis, mas essa é sobremaneira difícil. E é, salvo engano, uma prio-ridade do Governo. É prioridade nacional tratar dessa questão da melhor forma possível. Não estou dizendo que se vai ser aderir, nem rejeitar, mas que devemos tratar do assunto com o que tivermos de melhor.

Esta Comissão, ao contrário de outras, não se destina a produzir um papel. Tenho até minhas dúvidas se ela chegará a produzir um papel, salvo se ela enten-der que sua função de acompanhamento já se exauriu. Se em algum momento dos trabalhos – é muito difícil vislumbrar esse momento – entendermos que não te-mos nada mais a fazer, que o acompanhamento que nos caberia fazer já está cumprido em gênero, número e grau, aí, sim, produziremos as nossas conclusões e as encaminharemos.

Eu tenho acompanhado essa questão, como cada um de nós, em foros distintos, em momentos distintos. Nós, talvez por sermos um país presidencialista, talvez por não termos experiência historicamente parlamentar no trato dessas questões, não damos ao Congresso o papel que ele merece e não damos aos nossos Parla-mentares a informação de que necessitam.

Na realidade, se esta Comissão se houver bem estaremos, de um lado, prestando um serviço ao País e, de outro, à própria Casa.

Quanto a saber se vamos sobrepor nossos tra-balhos aos de outras Comissões, acho que não. Te-mos campos de ação distintos. Alguns colegas – falo com a experiência de quem está há 21 anos na Casa – têm uma visão dialética extremamente exacerbada. Se um padre no Alto Xingu cometer um delito, vai para ali uma comissão para assuntos religiosos. Não temos nada a ver com isso. Vamos tratar da ALCA, e a Co-missão de Relações Exteriores continuará cuidando das questões de relações exteriores. E, naquilo que disser respeito à ALCA, ela opina sobre aquele item

específico. O mesmo acontece com as Comissões de Agricultura, de Indústria e Comércio.

A nossa função, a meu ver, não será terminar com um papel – uso o linguajar mais comum – e, sim, acompanhar essas tratativas. Vamos discutir e, no decorrer do processo, acho que boa parte dessas questões, que são absolutamente normais neste iní-cio de trabalho, vão ser dirimidas. Mas nossa função é acompanhar as tratativas para que o Parlamento não sofra daquilo que reclama todo santo dia: total desin-formação sobre o que acontece numa questão fulcral para o País.

A dúvida teleológica, finalista, existencial foi resol-vida pelo Plenário quando entendeu, de forma sobera-na, que era importante criar esta Comissão, e aqui vejo não direi a fina flor da Casa, porque não quero ofender, mas Parlamentares do melhor quilate para esse tipo de função. Acho que vamos caminhar bem nisso.

Deputado Ivan Valente. A SRA. DEPUTADA MANINHA – Deputado Tho-

maz Nonô... O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Relatora pede a palavra. A SRA. DEPUTADA MANINHA – Deputado Seve-

riano Alves, não acompanhei a Comissão do MERCO-SUL, que depois resultou numa Comissão Permanente, porque esta é minha primeira legislatura. Depois de assinado o tratado, a conseqüência é outra: torna-se Comissão Permanente, e vai tratar do desenvolvimento do próprio tratado.

No caso em questão, além de tudo o que o Depu-tado José Thomaz Nonô aqui disse, acrescentaria algo que a Deputada Dra. Clair mencionou. Tramitam nesta Casa projetos que visam definir se temos prerrogativa ou não para interferir no processo da criação da co-missão de negociação da ALCA e em outros aspec-tos. Como esta Comissão não tem tempo determinado – enquanto durar a discussão existirá a Comissão –, discutiremos o que no tratado está sendo debatido. Exemplo melhor disso é a Comissão do MERCOSUL e o desdobramento que teve.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Ivan Valente.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Sr. Presi-dente, Srs. Deputados, essa discussão envolve uma certa complexidade. Os Deputados não são obrigados a entender de tudo: de comércio exterior, de propriedade intelectual, de compras governamentais, de serviços. O papel do Parlamento é avalizar ou não se esse acordo interessa ao País. É claro que nos interessa ter dados, ter argumentos, ter profundidade no debate.

De modo que, acho, essa discussão envolve uma certa complexidade. E não temos de fugir do tema,

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53231

como devemos saber que outras situações influem nessa questão. O Deputado Ronaldo Caiado disse, de forma pertinente, que os Estados Unidos querem discutir temas que lhes interessem na OMC e não na ALCA. Então temos de saber como funciona a OMC. Pode interessar ao Brasil levar para a OMC temas que não queira discutir na ALCA.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Outro ponto. Se o NAFTA – formado por Estados Unidos, Canadá e México – é responsável por 80% do comércio do con-tinente, a entrada de um país como o Brasil tem peso essencial. Equivale a dizer que se no MERCOSUL não entrarem Brasil e Argentina, a Área de Livre Comércio fica capenga. Há um peso político nisso.

Outra questão. Entendo que não vamos ter mais liberdade como Parlamentares, como instituição, para fazer o debate não apenas em termos negociais. Ao Parlamento brasileiro, na qualidade de representante do povo, importa saber se o acordo interessa ou não ao País. Quero saber se é mais interessante para o Brasil ter ligações com a União Européia, com o bloco asiático, com a China ou com a ALCA, que tem predo-minância norte-americana. Vamos discutir isso.

É claro que todos querem que o País passe a ter papel mais destacado no comércio mundial. De 1985 para cá, sua participação caiu de 1,4% para 0,9%. A China era responsável por 2% ou 3% e hoje é res-ponsável por 15% do comércio mundial, com balança positiva inclusive sobre os Estados Unidos. Mas como se faz isso? Não com acordos que vêm prontos, mas com acordos que interessem ao povo brasileiro.

Sr. Presidente, podemos dividir os temas pro-postos na negociação da ALCA entre os Deputados. Existem pessoas mais experientes que os Deputados para tratarem de temas tão específicos, mas os Par-lamentares vão pensar mais globalmente. E podem pensar em outras coisas. Por isso, a programação da Comissão deve ser feita sob um debate político de maior porte a respeito de quais são as grandes dificul-dades e quais os rumos dessa negociação, para não virarmos uma comissão auxiliar de Parlamentares na negociação da ALCA. Essa é a preocupação que te-nho e que queria compartilhar.

Quando falamos em área de livre comércio, pen-samos apenas nos setores empresariais. Na verdade, isso atinge o conjunto da sociedade brasileira. Duas entidades estão se manifestando publicamente a res-peito do assunto e produzindo materiais, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e a Central Única dos Trabalhadores, mas ainda não estão listadas aqui. So-licito que sejam também lembradas. São formadas por

pessoas que estão acompanhando o processo e que têm outro ponto de vista.

Acho que com esse debate e as sugestões que vão aparecendo podemos fazer um cronograma mais bem elaborado. Não tenhamos pressa. Devemos apri-morar a programação e as contribuições que podem vir para a Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradeço ao Deputado Ivan Valente. Vamos ver se podemos fazer algo assim, pelo menos no co-meço, enquanto se pondera sobre as sugestões aqui trazidas pela Deputada Maninha.

Já reservamos um plenário para a próxima quar-ta-feira. Acho que seria de bom alvitre primeiro deci-dirmos que pessoas devemos ouvir. Listei aquilo que foi sugerido: em primeiro lugar, a oitiva dos 3 Ministros mais diretamente envolvidos, os Ministros da Agricul-tura, Indústria e Comércio e de Relações Exteriores. Acho que não há dúvida quanto à necessidade de ouvi-los.

O requerimento da Deputada Maninha que pede a convocação do Embaixador Adhemar Bahadian já foi aprovado. Além desse, foi sugerido o nome de Gian-netti da Fonseca. Acharia interessante que fizéssemos um contraponto – pondero isso principalmente com o Deputado Francisco Dornelles, que sugeriu o nome do Dr. Jorge Gerdau Johannpeter. Eu também o conheço. É um empresário fantástico, um homem de visão ex-traordinária, ligado ao setor específico do aço. É um homem que compreende a economia e empresário de um setor profundamente envolvido com tudo isso.

Parece-me que, na primeira oitiva, talvez fosse interessante convidar pessoas que tivessem uma visão mais genérica do processo. Para ganhar tempo, acho que poderíamos ouvir sempre duas pessoas. Por que não ouvirmos, no primeiro dia de conversa, Giannetti da Fonseca, que tem visão e experiência, e o próprio Deputado Presidente da CNI, que nos vai trazer ou-tra visão geral, exatamente na linha sugerida? Ou até mesmo Giannetti da Fonseca mais alguém que nos trouxesse uma visão ampla? Logo em seguida – pre-cisamos azeitar a agenda de Ministros...

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Per-mite-me, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Pois não, estamos discutindo, não tem nada fechado. Mas acho indispensável ouvirmos o Dr. Jor-ge Gerdau. Ele é o empresário mais categorizado de um setor que tem um contencioso monumental. Além disso, tem o privilégio de ser empresário anfíbio – um pé nos Estados Unidos, um pé no Brasil – e pode nos trazer contribuições sobre as duas realidades.

Pois não, Deputado Edson Ezequiel.

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53232 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Estou recordando que na reunião anterior, quanto tivemos aqui a participação do Deputado Aloysio Nunes Fer-reira, ele lembrou – estava olhando a ata e me veio à lembrança – a importância de, uma vez que existe o convênio com a UNICAMP, ouvirmos o Prof. Luciano Coutinho. Acho que ele nos traria uma visão do setor organizado, vamos dizer assim.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Como sou de uma casa política – não consi-go me esquecer disso –, acho que há tucano demais para uma exposição só.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Não estou dizendo que seja na mesma reunião. Estou querendo dizer que, como se trata de uma instituição universitária, tem um ângulo diferente de visão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu acho um nome importante. Mas, veja bem, precisamos de alguém que nos dê uma visão mais ampla do cenário.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) –O problema do Embaixador é que ele, como todos os Embaixadores que estão tratando disso, tem agenda um pouco mais complicada que a nossa. Dia 18 ele tem de estar em Miami. Nesse ínterim, tem de ir a Montevidéu e Buenos Aires, e tenho medo de que não se ajuste a sua vinda. Se pudermos ouvi-lo, vou entrar em contato.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Deputado José Thomaz Nonô, posso fazer uma sugestão?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pois não.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Diante des-sa consideração que o Deputado e o Presidente estão fazendo, e como a discussão me parece envolver uma visão geral e, ainda, como estamos discutindo a ALCA como um acordo a ser assinado ou não, talvez fosse interessante trazer um outro debatedor, que fizesse um contraponto e dissesse: nas condições propostas a ALCA não interessa. Porque ela pode não interes-sar. Ela não é uma obrigatoriedade. Podem-se fazer acordos bilaterais nas condições propostas.

Então, poderíamos trazer alguém que tenha a característica de discutir amplamente o processo, mas que ache que o Brasil tem de participar de qualquer forma; alguém que tenha visão mais crítica do processo da forma como está colocado. Isso auxiliaria e esquen-taria também um pouco a nossa Comissão.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Isso, por

exemplo.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) –Vamos ver se a gente dá uma forma mais apurada.

Veja se o Presidente entendeu bem o que foi dito, até para não tomar providências equivocadas. Estamos todos assentes e entendo que ficam aprovados – dis-tribuiremos da melhor forma – os Ministros da Agricul-tura, da Indústria e Comércio e de Relações Exteriores e o Embaixador Bahadian. Vamos apenas administrar agendas. O contraponto entre Paulo Nogueira Batista e Gianetti da Fonseca talvez fosse interessante, am-bos no mesmo dia. Aprovaríamos também a oitiva do Deputado Armando Monteiro, menos na condição de Deputado e mais na de Presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e do Dr. Jorge Gerdau Jo-hannpeter, por sugestão do Deputado Francisco Dor-nelles. Quer dizer, já temos uma massa de manobra para iniciar. Vamos procurar contabilizar as agendas da melhor forma possível.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Se possível, dois. As agendas ministeriais é que são meio complicadas. Mas em relação aos outros, sempre dois, e sem botarmos no mesmo dia pessoas que tenham visões uniformes. Talvez depois possamos ouvir alguém da soja, do álcool, do suco de laranja, enfim, outro setor. Nesses setoriais, acho que podemos ouvir 2 ou 3 no mesmo dia. O que interessa – acho que é o entendimento da Deputada Maninha também – é que tenhamos, no começo, pessoas que tenham a visão mais ampla.

Deputado Dornelles, V.Exa. concorda? Deputado Ivan Valente?

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – E, depois, também a Central Única dos Trabalhadores e o MST.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sim, há uma lista de entidades. A Deputada Maninha teve a cautela e o bom senso de elencar to-das essas entidades que em maior ou menor grau in-teragem no processo. Vamos refletir a respeito delas e, daqui para a frente, nas próximas reuniões, vamos formalizar esses requerimentos, para evitarmos mal-entendidos.

Por hora, todos os requerimentos foram consen-suais. Já temos uma margem para começar. Vou me informar também e procurar ver o que conseguimos – eu estava anotando aqui as providências. Vou tentar me comunicar – o PARLATINO tem um pouco disso, a União Interparlamentar também – com as Presidên-cias de Câmaras e Senados dos países envolvidos no processo. Vamos ver o que se colhe, porque isso depende de interação.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53233

Deputada Maninha, quer acrescentar alguma coisa?

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Eu quero lem-brar que há necessidade de formalizar os requerimen-tos. No momento em que estivermos montando mesas de debates e audiências vamos precisar dos requeri-mentos para a Casa liberar as necessidades.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro. Tem uma série de programas. Hoje fa-zemos uma homenagem à informalidade, até porque os temas foram consensuais.

(Não identificado) – Sr. Presidente, só para eu en-tender. Em relação a esses nomes que por consenso aprovamos é dispensável o requerimento?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sim. Esses estão aprovados. (Pausa.) A As-sessoria nos informa que não pode. Por que não?

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Presidência olhará isso carinhosamente.(Não identificado) – Sr. Presidente, faça um re-

querimento assinado pela Relatora e aprovado por todos nós.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não se preocupe, eles virão.

Indago se existe mais algum tema.Então, nada mais havendo a tratar, declaro en-

cerrada a reunião, antes convocando a próxima para quarta-feira, dia 12, às 14h30, em plenário a ser di-vulgado.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

TERMO DE REUNIÃO

Em doze de novembro de dois mil e três, deixou de se reunir, ordinariamente, a Comissão Especial des-tinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”. por falta de quorum. Estive-ram presentes os Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel – Vice-Presidente; Alexandre Cardoso, Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Carlos Mendes Thame, Antonio Carlos Pannunzio, Ar-non Bezerra, Dra. Clair, Fábio Souto, Francisco Garcia, Janete Capiberibe, José Pimentel, Luiza Erundina, Max Rosenmann, Moacir Micheletto, Nelson Proença, Neucimar Fraga, Rubens Otoni e Silas Brasileiro – . E, para constar, eu, Mario Drausio Coutinho, , Secretário, lavrei o presente Termo.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 4ª Reunião Ordinária Realizada em 2 de Dezembro de 2003.

Às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos do dia dois de dezembro de dois mil e três, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as ne-gociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Plenário 04 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel – Vice-Presidente; Maninha – Relator; Cezar Schirmer, Custódio Mattos, Francisco Turra, Jamil Murad, José Pimentel, Luiza Erundina, Marcos Abramo, Max Rosenmann, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Silas Brasileiro e Yeda Crusius – Titulares; Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Carlos Pan-nunzio, Arnaldo Faria de Sá, Dra. Clair, Ivan Valente, Leodegar Tiscoski e Paes Landim – Suplentes. Deixa-ram de comparecer os Deputados Alberto Goldman, Alexandre Cardoso, Antonio Carlos Mendes Thame, Fábio Souto, Fernando Gabeira, Feu Rosa, Francisco Garcia, Jackson Barreto, Nelson Proença, Neucimar Fraga, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Severiano Alves, Tarcisio Zimmermann, Vanderlei Assis e Welinton Fagundes. ABERTURA: Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou à apreciação a Ata da 3ª reunião. O Deputado Antonio Carlos Panunzio solicitou a dis-pensa da leitura da Ata. Não havendo quem quisesse discuti-la, foi aprovada sem restrições. EXPEDIENTE: A – Correspondência Expedida: 1) Of. 008/03-Pres, ao Sr. Roberto Rodrigues, Ministro de Estado da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, convite para participar de reunião de audiência pública; 2) Of. 009/03/Pres, ao Sr. Celso Luiz Nunes Amorim, Ministro de Estado das Relações Exteriores, convite para participar de reunião de audiência pública; 3) Of. 10/03-Pres, ao Sr. Luiz Fer-nando Furlan, Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, convite para participar de reunião de audiência pública; 4) Of. 11/03-Pres, ao Deputado Armando de Queiroz Monteiro Neto, Presi-dente da Confederação Nacional da Indústria – CNI, convite para participar de reunião de audiência públi-ca; 5) Of. 12/03-Pres, ao Sr. Roberto Giannetti da Fon-seca, economista, convite para participar de reunião de audiência pública; 6) Of. 13/03-Pres, ao Professor Paulo Nogueira Batista Junior, convite para participar de reunião de audiência pública; 7) Of. 14/03-Pres, ao Deputado João Paulo Cunha; 8) Of. 15/03-Pres, ao Sr.

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53234 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Jorge Johannpeter Gerdau, convite para participar de reunião de audiência pública; 9) Of. 16/03-Pres, ao Presidente João Paulo Cunha, solicita incluir re-presentação desta Comissão em todas as reuniões de negociação sobre a implementação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA – nas quais a Câmara dos Deputados deva estar representada; 10) Of. 17/03-Pres, ao Presidente João Paulo Cunha, co-munica os nomes dos parlamentares que integrarão a comitiva representativa desta comissão para partici-parem, na qualidade de observadores, da Conferência Ministerial sobre a implementação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA, no período de 16 a 21 de novembro. B – Correspondência Recebida: 1) Of. 977/03-LBP, de 04/11/03, do Deputado Valdemar Costa Neto, Líder do Bloco PL/PSL, indica o Depu-tado Paulo Marinho para integrar a comissão como membro suplente em substituição ao Deputado Mário Assad; 2) Fax nº 614-AFEPA, do conselheiro Clemen-te Baena Soares, da assessoria especial de assuntos federativos e parlamentares, acusa o recebimento do convite ao Embaixador Adhemar Bahadian para parti-cipar de reunião de audiência pública e informa que o embaixador só estará habilitado a atender ao convite após a conclusão da reunião ministerial de Miami; 3) Fax do Dr. Roberto Giannetti da Fonseca, justificando sua ausência à reunião por motivo médico.. ORDEM DO DIA: A – Audiência Pública. Convidado: Dr. Mauri-ce Costin, diretor de relações internacionais da Fiesp. O Senhor Presidente convidou o Dr. Maurice Costin a tomar assento à mesa. Esclareceu sobre as normas regimentais relativas à palestra e aos debates. Teceu breves considerações sobre a conferência ministe-rial da Alca realizada em Miami e, ao agradecer a presença do convidado, transferiu-lhe a palavra para suas considerações iniciais. Em seguida, concedeu a palavra à Deputada Maninha, Relatora. Interpela-ram o palestrante os Deputados Ivan Valente, Drª Clair, Jamil Murad, Edson Ezequiel, Francisco Turra. Às 16h38 o Deputado Edson Ezequiel, 1º Vice-Presi-dente, assumiu à presidência da reunião. Agradeceu ao palestrante sobre sua exposição enriquecedora. O Deputado José Thomaz Nonô reassumiu a presidência às 16h41m. Com a palavra, a Relatora cumprimentou o palestrante pelas informações importantes sobre a convergência de se tentar construir uma Alca do inte-resse de todos. O Senhor Presidente elogiou a exposi-ção do convidado, enfatizando ser a mesma de cunho nacional sem conteúdo ideológico. B – Requerimentos: 1 – REQUERIMENTO Nº 3/03 – do Sr. Francisco Turra – que “requeiro Audiência Pública com a participação do Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais – ICONE, Senhor Marcos

Sawaya Jank, para debater sobre à Área de Livre de Comércio das Américas – ALCA.” 2 – REQUERIMENTO Nº 4/03 – do Sr. Arnon Bezerra – que “convidar o Sr. Renato Baumann, Economista, Diretor do Escritório da Cepal no Brasil e Professor da Universidade de Brasília, a fim de discorrer sobre sua experiência nas discus-sões do tema “ A ALCA e seus impactos no Brasil”” 3 – REQUERIMENTO Nº 5/03 – da Sra. Dra. Clair – que “requerimento de esclarecimento de notícia divulgada por agência de notícias americana sobre o posiciona-mento brasileiro na Alca.” 4 – REQUERIMENTO Nº 7/03 – da Sra. Maninha – que “requer seja instituído boletim informativo da Comissão a ser distribuído aos demais parlamentares do Congresso e às entidades interessadas no acompanhamento das negociações da Alca com a finalidade e na forma que especifica.” 5 – REQUERIMENTO Nº 8/03 – do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame – que “solicita sejam convidados os Senhores Ministro da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ministro das Relações Exteriores para explicarem a proposta do Mercosul apresenta-da à ALCA.” 6 – REQUERIMENTO Nº 9/03 – da Sra. Dra. Clair – que “requer seja convidado o Embaixador Celso Amorim para que compareça a esta Comissão para prestar informações sobre as entabulações em Miami sobre a Alca.” 7 – REQUERIMENTO Nº 10/03 – do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame – que “solicita sejam convidados os Senhores Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministro do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior e Ministro das Rela-ções Exteriores para explicarem sobre andamento das negociações da ALCA, ocorrida em Miami, Estados Unidos da América.” 8 – REQUERIMENTO Nº 11/03 – da Sra. Maninha – que “requer às Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Parlamentar Conjunta do Mercosul e Especial de Acompanhamento das Negociações da Alca a realização de seminário internacional sobre a criação do Parlamento do Mer-cosul.” O Senhor Presidente declarou prejudicados os requerimentos de nºs 8, 9 e 10 por já terem sido contemplados. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença do convidado e dos demais presentes e encerrou a reunião às 16h46m, antes convocando a próxima a realizar-se amanhã, às 14h30m, no plenário nº 04, com a seguinte pauta: A – Audiência Pública: Convidado: Embaixador Adhe-mar Bahadian; B – Deliberação de requerimentos; C – relato da viagem a Miami.. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após serem de-codificadas, farão parte integrante desta ata. E, para constar, eu, Mário Dráusio Coutinho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada,, será as-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53235

sinada pelo Senhor Presidente e será publicada no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Havendo número regimental, declaro aber-tos os trabalhos da 4ª reunião da Comissão Especial destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

Tendo em vista a distribuição antecipada das có-pias da ata da sessão anterior, indago da necessidade de sua leitura. (Pausa.)

Por solicitação do Deputado Antonio Carlos Pan-nunzio, acolhida pela Presidência, é dispensada a leitura da ata.

Em discussão.Não havendo quem queira discuti-la, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovada.Expediente.Correspondência expedida para o Dr. Roberto

Rodrigues, Ministro de Estado da Agricultura; convite para reunião ao Dr. Celso Amorim, Ministro das Rela-ções Exteriores, e ao Dr. Luiz Fernando Furlan, Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; convite dirigido ao Deputado Armando Quei-roz Neto, ao Dr. Roberto Janete da Fonseca e ao Prof. Paulo Nogueira Batista. Por sugestão, foi acatado con-vite ao Dr. Jorge Gerdau Johannpeter e ao Dr. Maurice Costin, que nos honra com a presença.

Comunico aos membros da Comissão que rece-bemos correspondência do Deputado Valdemar Costa Neto, Líder do Bloco PL/PSL, que indica o Deputado Paulo Marinho como membro suplente, em substitui-ção ao Deputado Mário Assad Júnior, e do Conse-lheiro Clemente B. Soares, da Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares do Ministério da Relação Exteriores. Na época, foi-nos informado que o co-presidente da Área de Livre Comércio das Américas, pelo lado brasileiro, Adhemar Bahadian, só poderia comparecer depois da reunião de Miami. O Sr. Adhemar Bahadian estará aqui amanhã, às 14h30min, nesta mesma hora, talvez neste Plenário nº 4. Infor-maremos oportunamente.

Recebemos hoje fax do Dr. Roberto Janete da Fonseca, que – conversamos também por telefone – pede desculpas, porque fará exames médicos hoje e não poderá honrar-nos com a presença. De qualquer forma, registramos nosso pesar.

O Dr. Maurice Costin, Diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP, vai honrar-nos com a exposição e com os de-bates que se seguirão. Depois cuidaremos de algumas

providências administrativas da Comissão, até porque S.Sa. ainda tem compromissos em São Paulo. Veio, atendeu a nosso convite de forma gentil e desde já lhe expressamos o reconhecimento da Casa.

Dr. Maurice, V.Sa. terá tempo suficiente para fazer a exposição que julgar conveniente. Logo em segui-da, os Srs. Deputados formularão perguntas, a que o senhor responderá.

A razão de ser desta Comissão é de natureza ad-jetiva. Ela foi constituída pela Casa para acompanhar as tratativas concernentes à ALCA. Sendo processo de extrema relevância para o País e sobre o qual, mais cedo ou mais tarde, o Congresso Nacional será chama-do a opinar, a Câmara dos Deputados houve por bem constituir esta Comissão, que vai trabalhar, digamos assim, no âmbito estreito de sua competência, parale-lamente às gestões que têm sido feitas pelo Governo, uma vez que os atos específicos de interferência na feitura ou não da ALCA nessa etapa são da alçada do Poder Executivo.

A Casa tem feito com muita aplicação o dever de casa e tem procurado desde já popularizar, no uni-verso dos 513 Deputados Federais, o aprofundamento de tema tão importante e tão rico de facetas, enfim, de visões, como é o caso da ALCA.

Deliberamos ouvir a opinião dos empresários. Sendo a ALCA um acordo de livre comércio, um ato de comprar e vender, ninguém melhor do que o setor privado para, vamos dizer, melhor posicionar os temas que serão objetos de exame, da análise e da negocia-ção no âmbito governamental.

Aliás, na reunião de Miami, houve um fato curioso. Tenho certeza de que S.Sa. poderá dizer alguma coisa a respeito do seguinte. Paralelamente ao encontro da ALCA, houve um encontro de empresários, a que es-tiveram presentes 15 empresários latino-americanos, 15 norte-americanos e canadenses e os 34 Ministros de cada país, com a intermediação criativa de um jornalista-âncora da Flórida, que provocou o debate – provocou é o verbo adequado – durante mais de 3 horas, e só houve uma unanimidade: nenhum dos empresários, latinos, americanos e canadenses, se declaram satisfeitos com o desenho da ALCA, o que é um fato no mínimo curioso.

Dr. Maurice, Diretor do Departamento de Rela-ções Internacionais e Comércio Exterior da FIESP, DEREX, é nessa condição e com sua experiência que teremos o prazer de ouvi-lo. O tempo regimental é de 20 minutos, mas a Casa é generosa, e V.Sa. terá os minutos de que precisar.

Com a palavra o Dr. Maurice Costin.O SR. MAURICE COSTIN – Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores,

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53236 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

é uma grande satisfação expor ao Congresso Nacio-nal a visão da indústria sobre as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

O projeto de criação de uma ALCA abrangente manteve-se como tal até a realização da 8ª reunião ministerial em Miami. Evidenciou-se então profunda mudança nas regras do jogo da negociação hemisfé-rica. Desde o seu lançamento em 1994, especialmente após a 2ª Cúpula das Américas em 1998, a negociação sustentou-se por um princípio básico, o do single under-taking, que significa que nada seria acordado até que tudo estivesse acordado. Em outras palavras, a conclu-são da negociação em um dos temas teria de aguardar, necessariamente, a conclusão dos demais.

Na prática, esse princípio funcionava a favor dos interesses brasileiros. Primeiro, porque diminuía a pressão para adoção de regras logo no início das ne-gociações, especialmente para temas sensíveis para o nosso País, como é o caso de investimentos, serviços e compras governamentais. Segundo, porque permi-tia aos negociadores brasileiros utilizar a estratégia de barganha cruzada, isto é, realizar concessões em temas do interesse dos demais parceiros em trocas de concessões em temas do nosso interesse. Assim, hipoteticamente, poderíamos oferecer concessões na área de investimentos aos Estados Unidos, em troca de um compromisso em relação a subsídios agrícolas.

Entretanto , o que se evidencia na declaração de Miami é que o projeto de um acordo abrangente, en-volvendo os 9 temas de negociação e amparado pelo princípio de single undertaking, foi abandonado. O que há em seu lugar é uma proposta de flexibilização.

Entre os parágrafos 2º e 5º da declaração, cujo subtítulo é Visão da ALCA, está o entendimento dos principais parceiros, Brasil e Estados Unidos, sobre o que seria essa flexibilização. Trata-se, como se diz nos corredores, de uma ALCA de 2 pisos. No primeiro piso, denominado compromissos mínimos, estão as regras e obrigações comuns a todos os parceiros. No segundo, estão regras e compromissos adicionais a serem negociados somente por aqueles que desejam aprofundar o compromisso inicial.

Apesar de o texto enfatizar que os compromissos mínimos são necessários em todos os temas, o que provavelmente resultará em uma ALCA à la carte, cada um participa apenas do que é do seu interesse. Na prática, os chamados temas sistêmicos – investimen-tos, serviços, compras governamentais, antidumping, propriedade intelectual e agricultura – serão remetidos a negociações multilaterais no âmbito da OMC, tal como previsto pela proposta brasileira dos 3 trilhos.

Mas, como afirmou o Embaixador Rubens Recupero, a reunião virou uma batalha de Itararé: não houve.

A princípio, essa flexibilização gera preocupação na indústria. Primeiro, porque há uma percepção de que essa flexibilização da ALCA impelirá o Governo norte-americano a prosseguir na sua estratégia de re-alizar acordos bilaterais com os demais países latino-americanos. Para os Estados Unidos essa estratégia é eficaz, já que permite que utilizem todo o seu poder de barganha e influência junto aos mercados menores, para assegurar acordos nos temas do seu interesse. Já tivemos uma amostra disso em Miami, quando a USTR anunciou a intenção de negociar novos acordos com Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Repúbli-ca Dominicana. O risco para a indústria, nesse caso, é duplo. De um lado, pode haver um desvio do comércio e do investimento para esses países, em detrimento do Brasil. Do outro, o acesso preferencial desses países ao mercado norte-americano pode complicar nosso próprio acesso, pois teríamos que competir em condi-ções mais desfavoráveis.

Em segundo lugar, a flexibilização da ALCA tam-bém pode significar um risco em se tratando de acesso aos mercados. Ao permitir a coexistência de compromis-sos mínimos e de compromissos adicionais, podería-mos chegar a um cenário em que as barreiras tarifárias ao mercado norte-americano seriam eliminadas, mas nosso acesso seria prejudicado, pela inexistência de regras claras e robustas sobre defesa comercial.

Desse modo, mesmo com acesso livre, poderí-amos ser prejudicados pelo abuso por parte de em-presas e do Governo norte-americano de instrumen-tos tais como os direitos antidumping, as medidas compensatórias e as salvaguardas. Isso já ocorre no caso da siderurgia. De acordo com estudo recente da embaixada brasileira em Washington, para casa 5 anos de exportação de aço perdemos 1, por conta de imposição de direitos antidumping contra os produtos nacionais – representa 20%. Os americanos, em face do fato de que perderam a disputa na OMC, vão ter que retirar esse antidumping sobre o aço, fato que vai favorecer-nos, com certeza, pelo menos com de 300 a 400 bilhões/ano de exportação.

O Governo Federal argumenta que as mudan-ças na regra do jogo foram benéficas para o País, pois permitiram a autonomia do Estado na regulamentação de temas sensíveis, como investimentos, serviços, compras governamentais e propriedade intelectual. De fato, assegurariam o interesse nacional, ao mesmo tempo que garantiriam a formulação de efetiva política de desenvolvimento, que se faz muito necessária no momento atual.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53237

A indústria concorda com as preocupações do Governo Federal, mas está ciente dos riscos que esse processo pode acarretar. Desse modo, o que foi suge-rido em Miami tanto pela coalizão empresarial, quanto pela FIESP foi a adoção de uma agenda interna na ALCA. Através desse expediente, já utilizado no Ro-dada Uruguaia do GATT, seria possível manter a pro-posta original baseada no single undertaking, além de garantir compromissos em todas as áreas. Assim, aqueles temas sensíveis para o Brasil e os Estados Unidos não seriam deixados de lado, mas seriam fu-turamente negociados através de negociações pre-definidas num acordo final. Teríamos uma ALCA em estágios, não à la carte.

A indústria hoje sabe que esse é um caminho possível, ainda mais porque temos interesse e ca-pacidade de discutir temas que vão além do acesso ao mercado norte-americano, para muitos o principal prêmio pela participação na ALCA. Temos todo o inte-resse em discutir regras sobre defesa comercial, pois acreditamos que as quedas nas barreiras tarifárias são inevitáveis e que somente um sistema vigoroso de defesa comercial garantirá a segurança necessária ao nosso setor. Além disso, queremos evitar o abuso, por parte dos demais parceiros, dessas mesmas regras, muitas vezes utilizadas como instrumento protecio-nista. Temos também interesse em discutir a questão sobre investimento. Há toda disposição em criar um clima favorável ao investimento direto estrangeiro, tão importante para propulsão do nosso parque industrial. Ao mesmo tempo, é necessário lembrar que, pouco a pouco, o Brasil se tornará um investidor internacional. Isso já ocorre, por exemplo, na América Latina e nos próprios Estados Unidos, onde empresas do setor si-derúrgico e dos cítricos já adquiriram plantas e parti-cipação em outras companhias. Desse modo, regras que protejam nossos investimentos no exterior são também muito importantes.

Temos ainda interesse em discutir a questão de compras governamentais. É verdade que se trata de área sensível, pois representa instrumento fundamen-tal de política de desenvolvimento. Entretanto, nossas empresas têm capacidade hoje para participar de pro-cesso de licitação pública em outros países. Esse é o caso, por exemplo, da construção civil e da própria PETROBRAS. Por isso, essa questão deve, no mínimo, ser devidamente discutida.

Por fim, temos interesse em ampliar as negocia-ções em temas ditos tradicionais, mas igualmente im-portantes. Esse é o caso do acesso ao mercado das regras de origem e da facilitação de negócios.

É verdade que alguns setores da indústria são resistentes à idéia de uma ALCA abrangente, mas

temos trabalhado no sentido de prepará-los para a competição no mercado global. E quero salientar o fato de que, caso assinemos com a ALCA, teremos produtos que vão poder circular livremente imediata-mente e outros que têm 5 anos de prazo, 10 anos de prazo – o México conseguiu, quando discutiu o NAF-TA, 15 anos de prazo – , um prazo suficiente para as indústrias poderem adequar-se às necessidades do mercado e aos preços vigentes nos mercados mun-diais. Além disso, defendemos a inclusão de dispositi-vos de transição e assistência para esses setores, de modo a impedir que a integração hemisférica resulte em prejuízos irrecuperáveis.

Tudo o que foi dito até aqui, no entanto,de nada valerá se não considerarmos as assimetrias existentes entre as economias do hemisfério. Mais que negocia-ções sobre acesso a mercado e regras de comércio, hão de se buscar efetivos mecanismos para equacio-nar essa diferença. Em termos sistêmicos, o grau de assimetria existente entre o Brasil e seus parceiros, sobretudo Estados Unidos e Canadá, é evidente.

Para nós, os ganhos em competitividade passam, por um lado, pela solução de questões que já nos são caras: a reforma do sistema tributário para desonerar a produção e estimular investimento; a reorganização do sistema financeiro, que torna o crédito escasso e o custo do capital altíssimo; o investimento na infra-estru-tura de transportes, que encarece o produto final, pela ausência de meios alternativos e pela falta de manu-tenção; a readequação dos sistemas portuários, que carecem de investimentos para sua modernização e para o eficiente escoamento da produção; e, por que não, a reforma da legislação trabalhista, hoje inadequa-da às novas formas de relacionamento entre trabalho e capital. Não devemos esquecer que a nossa legislação trabalhista é de 1943 – tem 60 anos, portanto.

É necessário lembrar que essa é uma tarefa que cabe ao Brasil. Entretanto, a transposição desses obstá-culos não nos colocará no mesmo patamar econômico dos países desenvolvidos. Desse modo, mecanismos de financiamento ao desenvolvimento devem ser criados no âmbito da ALCA, de modo a ajustar os benefícios do livre comércio às necessidades de cada país.

O Brasil, visto por muitos parceiros como uma potência econômica que dispensaria tais mecanismos, é, de fato, um país dual. Se é verdade que possuímos um dos maiores parques industriais do Hemisfério Sul, também é verdade que não solucionamos o problema secular das desigualdades regionais. Até mesmo em São Paulo, o Estado de maior grau de desenvolvimen-to dentro da Federação, encontramos ainda imensos bolsões de miséria e fome.

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53238 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Se nossos parceiros desejam negociar uma área de livre comércio que beneficie a todos, devem consi-derar, portanto, as necessidades especiais do nosso País. De fato, tanto o Brasil, quanto os Estados Uni-dos saíram perdendo. Podiam ter feito um acordo de princípio, mas esperamos que a situação possa ser re-vertida na próxima reunião do Comitê de Negociações Comerciais, em Puebla, em fevereiro de 2004.

Sr. Presidente, essa é, em suma, a contribuição que quis dar ao debate.

Obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Agradecemos ao Dr. Maurice Costin. Com a palavra a Deputada Maninha, Relatora.A SRA. DEPUTADA MANINHA – Eu creio, Sr.

Presidente, que a dinâmica que a Comissão vem ado-tando de ouvir os vários segmentos organizados acerca da sua posição sobre a ALCA nos permite construir um posicionamento que poderemos levar como cola-boração ao Executivo, que participa do processo de negociação.

Estivemos em Miami, onde a Comissão se fez representada por 4 Deputados, e pudemos perceber que a presença dos Parlamentares em reuniões de discussão da ALCA permite não apenas acompa-nharmos o processo de discussão, como também formular o nosso posicionamento sobre as questões ali estabelecidas. Como disse o Presidente na reunião preliminar entre os 34 Ministros e o grupo empresarial, ficaram patentes as várias posições ali apresentadas. Subseqüentemente, na reunião ministerial, já para se definir o documento final, também se permitia verificar as várias posições dos Ministros ali presentes.

Portanto, eu queria dizer que a posição expres-sa aqui pelo segmento empresarial brasileiro mostra uma preocupação com o processo de negociação, principalmente o resultado de Miami. Mas diria que temos uma visão diferente ao acharmos que Miami não foi um retrocesso. Miami pode não ter sido um imenso sucesso, mas usando uma expressão utiliza-da durante a reunião, foi um pequeno passo para que se saísse de um impasse, como foi Cancun, e pudes-se se avançar. A ALCA continua em negociação e se remete a Puebla a discussão de todos os colchetes e cláusulas debatidas.

Portanto, quero apenas externar inicialmente essa posição e dizer que é interessante conhecer a posição empresarial. Vamos ter acesso à exposição que o se-nhor fez neste momento, mas temos esta posição um pouco diferente de dizer que estamos acompanhando atentamente a posição governamental e achamos que demos um pequeno passo em relação a Cancun ao de-sobstruir as nossas posições e permitir que possamos,

em um documento genérico, porque realmente não é um documento que esteja amarrando absolutamente nada, ao chegar em Puebla, traçar um processo de negociação ponto a ponto, como se fez em Miami.

Obrigada, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Com a palavra o Dr. Maurice Costin.O SR. MAURICE COSTIN – Concordo plenamen-

te com o que a senhora disse. Houve um passo muito pequeno. Quando eu digo que não houve realmente muita coisa, foi evitado um enfrentamento como tive-mos em Cancun, mas precisamos dar muitos passos pequenos assim até darmos finalmente um passo maior. Acredito que tudo aquilo que citei aqui é impor-tante para podermos avançar. Mas, para podermos avançar, nossos parceiros, com os quais estamos de-batendo esse acordo, têm que entender que a posição brasileira é de defesa do nosso País e de defesa da nossa indústria.

Não podemos fazer concessões sem receber concessões maiores por parte daqueles que são mais ricos do que nós. A União Européia, quando foi imple-mentada, os países mais fracos, como Grécia, Espa-nha e Portugal, receberam vantagens muito grandes. Não precisamos desse tipo de vantagem, mas preci-samos de um acesso ao maior mercado importador do mundo. Os Estados Unidos importam 1 trilhão, 200 bilhões de dólares/ano. Estamos muito felizes por se-rem eles nosso maior cliente, com 17 bilhões. Mas isso não representa nada, representa em torno de 1,35% da importação norte-americana. Os chineses têm um superávit de 100 bilhões e conseguimos vender 17 bi-lhões, porque todos os nossos produtos têm defesas alfandegárias e defesas não alfandegárias. Isso é uma coisa que, sinceramente, não pode ser tolerada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao primeiro inscrito, nobre Deputado Ivan Valente. Em seguida, Dra. Clair.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Cumpri-mento o Sr. Presidente e os demais Deputados e Deputadas da Comissão. Dr. Costin, representante da FIESP, do setor industrial, preliminarmente, queria saber se esse documento que o senhor leu é uma po-sição mais oficial, do conjunto da entidade, ou é uma posição mais do senhor. Ele representa o pensamento médio da entidade?

O SR. MAURICE COSTIN – Sem dúvida.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – O Dr. Costin está dando sua contribuição, Deputado Ivan Valente, na qualidade de Diretor de Re-lações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Então, ele fala em nome da FIESP.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53239

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – É muito im-portante essa questão. Entendo que nas negociações da ALCA a diferença do desenvolvimento dos países é muito grande. Temos 34 países e realidades bastante diferentes. Podemos dizer que talvez 28 países têm, digamos assim, pouca ou quase nenhuma condição de competitividade no ramo industrial. O Brasil tem a ganhar ou a perder em uma relação comercial com países de alto desenvolvimento, como é o caso do Canadá e, particularmente, dos Estados Unidos.

O senhor citou, com muita propriedade, as assi-metrias existentes entre os países, o que me parece ser a questão chave para a indústria. Evidentemen-te, o agronegócio, a agricultura, o setor exportador brasileiro como um todo tem interesse no acesso ao mercado americano, que é um grande mercado etc. Agora, é certo também que os Estados Unidos fizeram uma proposta de ALCA que representa efetivamente uma posição bastante hegemonista, que não leva em conta essas assimetrias; leva em conta que o livre co-mércio, por si só, é um bem, em condições bastante desiguais. O conceito de livre comércio que eles vêm implementando na sua proposta original da ALCA é de que assuntos polêmicos para eles são remetidos para a OMC; os que são polêmicos para nós, eles querem discutir no âmbito da ALCA. Por exemplo, exatamente na área da indústria, temos a propriedade intelectual, patentes, compras governamentais, investimentos etc. como questões bastante sensíveis.

Acho que a posição brasileira não pode ser uma posição que abra a guarda, porque as condições de competição com o capital norte-americano das trans-nacionais é muito forte. A sedução pode ser maior no setor, por exemplo, do agrobusiness ou da agricultura, porque se vê com uma porta aberta de um mercado em que somos competitivos. A indústria talvez seja o setor que tenha que se colocar mais na retaguarda, entender o processo e ver realmente as condições igualitárias.

Acho que a superação dessas assimetrias, Dr. Costin, não são simples nem de curto prazo. Ou qual-quer acordo delimita muito claramente mecanismos compensatórios, prazos etc. ou certamente países como o Brasil têm muito a perder.

Uma pergunta que queria fazer diretamente ao senhor é a seguinte. Há um receio muito grande veicu-lado na mídia brasileira de que o Brasil fique isolado. Eu quero dizer que em termos latino-americanos eu não entendo essa questão como importante. Não há isolamento do Brasil. Temos o MERCOSUL, temos um comércio bilateral com vários blocos e outros países. Na sua opinião, é possível a ALCA sem a participação do Brasil? Esta é a primeira pergunta.

A segunda questão é que tínhamos de nos po-sicionar no sentido de que a ALCA não deve ser um acordo apenas comercial, tem que envolver relações de trabalho, livre trânsito, mecanismos e fundos com-pensatórios, porque integração não é só relação co-mercial, integração continental é algo muito maior do que isso.

Por isso, fico receoso em relação a algumas questões como, por exemplo, a discussão das reformas trabalhista e do sistema tributário. Nesse processo, o Estado brasileiro tem que se fortalecer, e as condições de competitividade da economia brasileira não podem ter como conseqüência a perda de direitos da classe trabalhadora. Os países que têm maior proteção so-cial têm maior produtividade no trabalho. É o caso da Finlândia. Essas questões precisam ser discutidas conjuntamente nesse processo.

Quero entender melhor o interesse da FIESP e farei uma pergunta mais direta. Qual é o interesse da FIESP, em que setores exatamente ela tem maior in-teresse no mercado do norte, particularmente o mer-cado americano?

Obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Esqueci de esclarecer que o Deputado Ivan Valente é do PT de São Paulo.

Concedo a palavra ao Dr. Maurice Costin.O SR. MAURICE COSTIN – Há assimetria en-

tre os pequenos países – são 28. Sempre disse que é difícil se concretizar a ALCA, porque não se pode comparar os Estados Unidos a El Salvador; o Brasil a Honduras; a Argentina a outro país da América Cen-tral. Mas o representante americano foi muito hábil ao dizer: “Bom, se vocês não vão concordar conosco, nós vamos dar a esses países a possibilidade de exportar para os Estados Unidos sem pagar alfândega”.

Então, muitas empresas do mundo, sejam ame-ricanas ou européias, vão se estabelecer lá para ven-der para os Estados Unidos. Essa é uma posição de negociador, não é uma realidade, porque, sem dúvida nenhuma, a ALCA não possibilitará que países fora do hemisfério, como Alemanha, França, Itália e Japão, lá se instalem e possam vender com mais facilidade.

Acredito que a ALCA é uma idéia para criar um hemisfério mais forte. Assim, não acredito no que o representante norte-americano diz. Na minha função, recebi 4 presidentes e primeiros-ministros dos 5 paí-ses da Europa Central, que diziam: “Vão se estabele-cer lá, porque de lá vocês podem vender, vamos fazer um acordo. O que queremos é vender produtos com valor agregado, onde tem mão-de-obra”. Para nós, a exportação não representa somente geração de divisas,

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53240 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

mas postos de trabalho. Acho que isso é hoje o mais importante que podemos fazer para nosso País.

Acredito que os Estados Unidos estão fazendo um discurso muito bonito de livre comércio, mas en-tre o discurso e a realidade há uma grande diferença. Quanto mais um país fala de livre comércio, tanto mais ele fecha seu mercado; o livre comércio não pode ser uma rua de mão única.

Vou contar uma história: eu estava, anos atrás, num almoço com o Ministro das Relações Exteriores da França, que me disse o seguinte: “Olha, as suas tarifas são muito altas. Vocês têm que baixar as tarifas”. Eu disse: “Olha, eu sou favorável à tarifa zero”. Ele disse: “Muito bem. Como o senhor chegou a isso?” Respon-di: “Sim, mas vamos fazer como a França. Tarifa zero, só que não pode importar o produto”.

Tenho a grande felicidade de não ser Diploma-ta, não ser funcionário público, não dever dinheiro a ninguém e, portanto, posso dizer aquilo que penso. E é isto que eu penso: nós temos que ser grandemente compensados para abrir o nosso mercado, paulati-namente, em 5, 10 e 15 anos. Nossa indústria tem a capacidade de se adaptar a tudo isso.

Quanto ao receio de o Brasil ficar isolado, digo que não pode haver ALCA sem o Brasil. Qual seria o interesse dos Estados Unidos nisso? Será que conse-guiria vender muito mais na Nicarágua? De qualquer maneira, o povo da Nicarágua não tem poder aquisi-tivo. O interesse deles, na minha visão, é o Brasil e a Argentina, o que será a Argentina. O mercado Argen-tino hoje é pequeno, mas o país é rico e esperamos que volte ao rol dos países que vão bem. Precisamos de vizinhos ricos. De qualquer maneira, esse é o inte-resse dos americanos. Com o Chile, já fizeram acordo, mas o país conta com 15 milhões de habitantes. Qual é o mercado deles? É um mercado muito pequeno. O mercado brasileiro hoje já é grande e, se Deus quiser, será muito maior no futuro.

Tratei aqui sobre investimentos e sobre impos-tos que incidem na exportação porque precisamos ter para os nossos produtos uma isonomia competitiva. Não há país que tribute o investimento produtivo, fora o nosso. Na Inglaterra, se você implanta uma fábrica e tem exportação razoável, você pode deduzir parte do custo das máquinas do Imposto de Renda – desde que tenha renda. O Japão está dando uma vantagem enorme aos investidores locais e estrangeiros. Outros países também facilitam . Nós precisamos de uma iso-nomia competitiva.

O Brasil possui excelente mão-de-obra, muito bem treinada, e depende de nós, industriais, melhorar isso. Quando falei de certas modificações nas leis tra-balhistas, não falei em perda de direitos, ao contrário,

falei em ganho de direitos. Precisamos dar à nossa mão-de-obra a possibilidade de voltar a ser consumi-dor. No ABC, eu me lembro, sou do ramo metalúrgico, por isso conheço bem, dizem o seguinte: “Eu trocava de carro a cada 2 anos, agora, depois de 6 ou 8 anos, não posso mais trocar o carro”. Não pode ser assim. O Ford disse: “Se você não paga bem seus operários, ninguém poderá comprar seu carro”. Precisamos dar à mão-de-obra a possibilidade de voltar a ser consu-midor. Temos que ampliar nossas fábricas. Para isso, para poder exportar, é preciso não taxar o investimen-to produtivo e não cobrar impostos dos produtos que serão exportados.

Vou dar um pequeno exemplo, embora não seja da área: CPMF. No ramo têxtil, a cadeia produtiva, desde o algodão até a camisa pronta, passa por 7 ou 8 mãos, entrada e saída. Não é muito, é 0,38; 0,76% de entrada e saída. Sete vezes, já da 5%. No mercado mundial, cada meio por cento é importante. Espero que no futuro – talvez eu não veja esse futuro, por causa da minha idade – meus netos vivam num país muito mais igualitário, onde todos sejam favorecidos.

Não pensem que pelo fato de eu representar uma área da indústria, de exportação e comércio in-ternacional, não tenha os mesmos sentimentos dos outros. Nós temos de fazer deste País aquilo que ele pode ser. Temos tudo para dar certo. Mas é preciso muito trabalho e discussões como esta, por exemplo, com a qual estou aprendendo e estou dizendo o que nós estamos pensando.

Qual é o interesse da FIESP? O interesse da FIESP é ampliar a nossa produção, que não pode ser toda para um mercado interno, porque não temos um mercado interno tão receptivo, ampliar as nossas ins-talações fabris e a nossa mão-de-obra; e realmente ficar orgulhosos, como fiquei quando, por exemplo, na França, peguei um avião da EMBRAER para ir ao sul daquele país. Acho que tudo isso nos deixa felizes. Numa loja de departamentos em Washington vi rou-pas para criança feitas no Brasil. Tudo isso nos deixa contentes. Esse é o interesse da FIESP.

Não sei se respondi a todas as perguntas.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Respondeu didaticamente. Deputado Ivan Valente, quer replicar?O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Uma ques-

tão só, Presidente.Uma das questões que o Dr. Costin levantou tam-

bém é sobre a reorganização do sistema financeiro. Certamente, podemos ter visões não tão convergen-tes sobre vários pontos, mas há um que poderíamos trabalhar no momento que é o problema da hegemo-nia do sistema financeiro, do capital financeiro e da

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53241

dívida pública no Brasil, que nos deixa numa situação extremamente vulnerável. A indústria sabe perfeita-mente isso.

O SR. MAURICE COSTIN – A indústria luta há muito tempo. Primeiro, os industriais no mundo intei-ro...

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Com que armas vocês estão lutando? Porque precisamos ter armas contra o sistema financeiro. É só a palavra?

O SR. MAURICE COSTIN – Nossa arma é a palavra. Nós realizamos na semana passada um se-minário muito importante, dirigido pelo Presidente da Comissão de Finanças, não sei se é exatamente isso, e o Presidente da CNI, sobre o spread bancário, não mais sobre os juros.

E quero dizer que estamos discutindo e lutando. O que podemos fazer? O industrial no mundo inteiro não gosta do capital financeiro, mas isso é um assunto que não... Mas nós, que estamos pagando juros que considero escorchantes, quando vemos os balanços do banco – e não tenho nada contra a idéia de que al-guém ganhe, desde que todos ganhem – ficamos um pouco preocupados. Com a concentração dos bancos e a falta de competitividade entre eles, é complicado para o industrial poder se financiar a uma taxa normal.

Hoje, pela manhã, peguei um táxi em São Paulo e o fulano me disse: “Olha, eu peguei emprestados 1.500 reais no BRADESCO para pagar em 12 meses. Eu tenho de pagar 175 reais por mês em 12 meses. O senhor não acha que isso é muito?” Disse: “Olha, eu acho, mas o senhor assinou um contrato”. Eu fiz o cálculo. “Ah, eu precisei.”

A taxa de juros que temos em nosso País é muito alta. Eu não falei aqui, mas normalmente discuto isto também: sem dúvida nenhuma, nós precisamos de um financiamento a juros competitivos com o restante do mundo. Quando vejo companhias italianas ou espanho-las que vendem maquinário no Brasil com 8 anos de prazo e 4% de juros ao ano, fico preocupado, porque não temos nenhuma possibilidade de acompanhar. Quando vejo venderem aviões, e lembro do problema da EMBRAER, que perdeu e depois ganhou de volta, o problema foram os juros. Hoje é mais importante na venda de um avião o custo do financiamento do que o próprio avião. Conversei muito com o pessoal da EMBRAER. Eles precisam de financiamento a taxas internacionais. Todos nós, industriais, precisamos da mesma coisa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra à Deputada Dra. Clair, do PT do Paraná.

A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Exmo. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, excelentíssimo con-

vidado, eu me preocupo com essa questão da ALCA, assim como, acredito, milhões de outros brasileiros. A disparidade do Brasil em relação aos Estados Unidos e dos Estados Unidos em relação a outros países é muito acentuada. Há alguns anos tivemos uma pequena liberalização do nosso comércio. E com ela assistimos à falência de milhares de empresas, por exemplo, os setores têxtil e calçadista, que praticamente sucum-biram e milhares ou milhões de trabalhadores foram demitidos.

Essa situação agora se apresenta novamente, quando estamos discutindo a ALCA. Os Estados Uni-dos investem muito em pesquisa, o senhor já falou da disparidade dos juros entre eles e nós, a tecnologia deles é muito mais avançada, então, a competitividade deles é sem dúvida muito maior do que a nossa. Há, no Brasil, um percentual muito grande de pequenas empresas, acredito que seja 85%, não sei – eu gosta-ria até que o senhor nos desse esses dados para que pudéssemos fazer uma comparação. Diante desse quadro, pergunto a V.Exa. se hoje seria possível uma liberalização total em nosso País, sem prejuízo dessas milhares de pequenas empresas. Seria possível uma liberalização total do nosso comércio, sem prejuízo de um projeto de desenvolvimento nacional?

Gostaria também de saber de quais setores a FIESP entende ser possível uma liberalização ime-diata.

Obrigada.O SR. MAURICE COSTIN – Ilustre Deputada,

anotei aqui alguns pontos que a senhora falou e que vou responder. Se eu deixar algo de fora, por favor, me corrija.

A disparidade do Brasil em comparação com os Estados Unidos é algo que sempre discuto com os meus pares. De fato, em certos ramos temos grandes disparidades, porém, não temos nenhuma barreira não tarifária para produtos americanos. Os Estados Unidos têm barreiras para o nosso açúcar e para nosso suco de laranja, têm quotas para calçados, para o fumo e para o aço. Quem está com medo e precisa se defender? Neste caso, são os Estados Unidos, e não nós.

A senhora falou do setor calçadista. Quero lhe dizer que este ano estamos exportando 1,5 bilhão de dólares em calçados, voltando para os tempos áureos, quando podíamos vender.

Estamos vendendo couro para fora e eles fazem nossos calçados. Temos que vender calçados e não couro. Estamos fazendo todos os esforços para que os ramos produtivos possam diminuir os seus custos para que possam competir, porque podemos competir com muitos países.

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53242 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Temos um problema com certos produtos chine-ses. Por quê? Não porque não saibamos fazer o mes-mo que eles, inclusive, os calçados que os chineses fazem foram ensinados por técnicos de Franca e do Vale do Sinos. A China tem uma moeda subvalorizada em 40%. Não sou eu quem diz, é o Ministro da Fazen-da dos Estados Unidos, pois não sou especialista em moedas. Não é o custo da mão-de-obra que é grave, mas o custo da moeda subvalorizada.

Pensem um pouco: se tivéssemos 4 reais por dólar, poderíamos vender até essas mesas. Mas não temos porque nossa política é séria do ponto de vista de valorização da moeda.

De fato, houve uma liberalização anos atrás que custou um milhão de empregos. Essa liberalização foi feita pelo Presidente Collor de Mello sem pedir com-pensação a ninguém. É o que queremos evitar agora, por isso, discutimos a ALCA, por isso discutimos União Européia. Vocês querem alguma coisa? Nós também. Se vocês querem isso, o que vocês nos dão em tro-ca? Collor primeiro decidiu que todas as tarifas iriam cair e depois queria as vantagens. Ninguém queria dar mais nada. Uma negociação não se faz a posteriori, se faz antes.

Pequenas empresas. A senhora sabe que 2 anos atrás tínhamos 13 mil empresas exportadoras, este ano estamos atingindo 19 mil empresas. Evidentemente, não são todas as nossas empresas que têm a possi-bilidade de criar produtos competitivos em quantidade suficiente para exportar. Mas, para isso, estamos tra-balhando muito com os arranjos produtivos locais.

Posso falar do Estado de São Paulo, que conheço, onde temos 7 arranjos produtivos que estão funcionan-do muito bem, exportando, mas para isso foi necessário mudar a mentalidade do nosso empresário.

Numa região, se há capacidade para produzir, por exemplo, bijuterias, como em Limeira, onde existem muitas fábricas de bijuterias, cada uma em separado não consegue nada. A união faz a força. Eles fizeram um arranjo produtivo, conseguiram pessoas que tra-balham para a exportação dos produtos deles e hoje temos vendido bijuterias até para a França.

Tudo isso é um processo; não é um processo que parou porque atingimos o pico. Não. É um processo contínuo que temos que fazer e vamos fazer porque temos capacidade tanto intelectual como técnica de realizar. Só precisamos de um financiamento a custo competitivo e de não taxar os investimentos.

Falando sobre investimentos, recentemente, re-cebemos o rei da Noruega. Houve um almoço em que estávamos sentados ao lado do Presidente da com-panhia que comprou uma fábrica de papel jornal do Paraná. Ele me disse: “Tenho no bolso um investimento

de 400 milhões de dólares. O Brasil nunca mais preci-saria importar papel jornal”. “Ótimo! Por que o senhor já não começou?” “Porque isso custaria, em impostos – IPI, ICM etc. –, 30%, e eu não estou disposto a des-pender 400 milhões mais 120 milhões. Em qualquer outro país onde eu instalar uma fábrica dessas eu não pago esses impostos.” E continuamos a importar papel de imprensa da Finlândia, da Noruega e do Canadá. É um exemplo típico sobre investimentos. Estou falando sobre um investimento grande, mas com investimentos pequenos é a mesma coisa, o investidor pensa duas vezes antes de fazer.

Existem disparidades entre Brasil e Estados Uni-dos. Eles têm uma tecnologia muito melhor que a nos-sa. Em certos produtos não podemos competir com eles, mas em produtos têxteis, ferramentas e em aço podemos competir imediatamente. Não posso listar to-dos os ramos, mas há muitos que querem a ALCA já. Quando digo produtos têxteis não são todos, mas há certos produtos têxteis com os quais podemos com-petir imediatamente.

Não sei se respondi todas as perguntas da se-nhora.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Tem a palavra o Deputado Jamil Murad, do PCdoB de São Paulo.

O SR. DEPUTADO JAMIL MURAD – Cumpri-mento o Presidente da Comissão, José Thomaz Nonô, os demais membros da Mesa e o Sr. Maurice Costin, aproveitando para agradecer sua participação nesta audiência.

Entendo o Congresso Nacional como o principal local onde temos que debater essas grandes questões. Então, sua participação é muito importante para o Bra-sil. A sociedade é plural, e a partir disso as opiniões são divergentes.

Esta semana, o ex-Presidente Menem estava chiando, falando do Governo da Argentina e também do Governo brasileiro. Ele, que defendia uma relação carnal com os Estados Unidos, está protestando contra posições que têm representado mais os interesses da sociedade brasileira – do empresário da cidade, dos empresários da agricultura, do trabalhador, do jovem. Quer dizer, há essa idéia de defendermos os nossos interesses.

Lembro-me de uma carta publicada pelos 2 prin-cipais candidatos à Presidência dos Estados Unidos. George W. Bush, que ganhou, e mesmo o que perdeu começavam aquela carta aos eleitores dizendo aos nor-te-americanos que, em primeiro lugar, defenderiam os interesses dos Estados Unidos – em primeiro lugar.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53243

Não se pode defender os interesses do Brasil se não houver uma força político-social que envolva não apenas o assalariado ou o empresário, mas o conjunto da sociedade, sabendo que haverá opiniões contrárias, divergentes, o que é normal, mas precisamos constituir uma força poderosa para defender os interesses em prol do desenvolvimento do Brasil.

Estive em Cancun, naquela reunião da OMC da qual participaram vários Ministros – o Ministro Celso Amorim era o chefe da delegação –, e vimos as in-transigências norte-americana e européia. Os 2 blo-cos se uniram, e nós nos juntamos a 20 países, que representavam a metade da população do globo. Após uma semana de discussões, eles não mudaram uma linha, não arredaram um milímetro sequer de suas posições.

Aprecio muito sua opinião em defesa do País, do desenvolvimento nacional. Mas divirjo quando diz que tanto o Brasil como os Estados Unidos saíram perdendo do encontro de Miami. Os Estados Unidos se progra-maram para implementar a ALCA a partir de janeiro de 2005, e creio que tudo o que pudermos fazer para brecar essa proposta nos ajudaria. Na minha opinião, o País saiu ganhando, seja em Cancun, seja em Miami. Por quê? Parece com aquela história da mocinha que conversou muito e escapou do estuprador. A proposta da ALCA é um verdadeiro estupro contra os países em desenvolvimento. É uma situação terrível.

Não defendo o afastamento dos Estados Uni-dos, ao contrário, defendo a intensificação das rela-ções com aquele país, mas não com exclusividade. A ALCA é uma relação exclusiva. Nós nos entregamos inteiramente. Sou a favor de que haja boas relações comerciais, econômicas, em todas as áreas, mas pre-firo a política que o Governo brasileiro tem adotado. Temos de defender nossos interesses e procurar abrir o comércio, ampliar as relações econômicas e outras relações com todos os países do mundo, e não nos entregarmos exclusivamente aos Estados Unidos, por meio da ALCA.

Quero cumprimentá-lo e dizer que, como Depu-tado de São Paulo, aprecio muito sua posição. Partici-pamos da luta da FIESP contra os juros altos. Temos de continuar nessa batalha para valorizar a produção, incentivar o investimento produtivo, do contrário, não haverá emprego, distribuição de renda, enfim, não ha-verá desenvolvimento do mercado interno. E não só o trabalhador deve lutar por isso. O Vice-Presidente da República, grande empresário, tem-se pronunciado a respeito.

Deputado José Thomaz Nonô, hoje, participei de um debate, promovido pelo PMDB, com os Srs. Hen-rique Meirelles e Carlos Lessa. São posições diferen-

tes. No encontro, um grande empresário, o Sr. Gerdau, acabou por dizer que a política implantada está certa, porém, sua argumentação foi a favor da posição do Lessa, ou seja, em defesa do investimento na produ-ção, na infra-estrutura, no desenvolvimento. Não há outro caminho. Apóio o Governo Lula, sou da base de apoio do Governo, mas divirjo da idéia de se manter indefinidamente essa política como algo que vai tra-zer a solução para nossos problemas econômicos e sociais. Precisamos fazer o pêndulo vir para a área do investimento e da produção – e quero cumprimentá-lo por isso. Temos de fazer uma grande corrente para im-pedir esse estupro que é entregarmos de corpo e alma todo o nosso patrimônio e o nosso futuro nas mãos da ALCA, o que não é a proposta, embora defenda que haja mais comércio. Queremos vender suco de laranja, aço, sapato e outras coisas. Tem até brasileiro queren-do trabalhar lá, mas isso eles não abrem!

Obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Obrigado, Deputado Jamil Murad. Com a palavra o Sr. Maurice CostinO SR. MAURICE COSTIN – V.Exa. falou do Presi-

dente Menem. O Presidente Menem não deveria dizer uma palavra. Ele destruiu um país como a Argentina. Agora vamos aceitar que ele diga o que o Brasil te-ria ou tem que fazer, se, no país dele, fez o que fez?! Quando falo da ALCA, não falo da ALCA que está pro-posta, mas da que queremos. Concordo plenamente com V.Exa. O comércio é mundial. Por isso, de fato, neste ano abrimos os mercados da Rússia, da Chi-na, da Índia. Agora, o Presidente vai para os países árabes. Todos são mercados muito importantes para nós, porque só o MERCOSUL e a América Latina são muito pequenos. Não dá para nós! Dizemos que so-mos global players, queremos participar do mundo. E estamos participando cada vez mais. No mundo em que o comércio mundial cresceu, talvez, no ano de 2003, 1%, o Brasil conseguiu 20% de aumento da sua exportação em dólares.

Acredito que podemos trilhar por esse caminho e ampliar bastante as nossas exportações. Pode ser uma obsessão da minha parte. Precisamos desone-rar o investimento e os meios de produção. Essa é a coisa mais importante que podemos fazer para melho-rar o desempenho da nossa indústria e, sem dúvida, lutar por financiamentos a taxas compatíveis com o mercado mundial. Existe o Risco Brasil, que, graças a Deus, caiu ontem. Isso é incluso na nossa taxa, mas não taxas em que uma empresa média paga 60% a 70% ao ano para o banco. Com essa taxa, ninguém se anima a investir.

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53244 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Agradeço a V.Exa. as palavras. O importante é que todos em todas as classes sociais lutemos para o mesmo ideal. Precisamos oferecer empregos para a juventude que entra no mercado. Essa é a nossa grande batalha hoje. E os empregos estão mais na indústria que no comércio. Serviços há muitos, mas, com a in-dústria crescendo, vamos conseguir mais empregos, e especializados. Muitos empregos não existem mais.

Lembro-me de quando comecei a trabalhar na indústria. O homem que estudava o tempo de uma operação era muito bem pago. Hoje isso não exis-te mais. Hoje a máquina estuda o tempo. Há certos equipamentos que não existem mais. Eu trabalho na indústria há mais de 50 anos. Havia uns homens fortes que carregavam barras de aço nas costas. Há muito tempo isso não existe. Graças a Deus!

Temos de gerar empregos que podem ser bem pagos dentro das indústrias que se modernizam. Nos-so problema é modernizar. Por que a indústria têxtil, que há 5 anos estava quebrada, hoje quer exportar? Porque muitos empresários puseram a cabeça para trabalhar e investiram em máquinas de primeiríssima qualidade hoje são os que mais lutam para abrir a ALCA. Querem a ALCA para amanhã. Não pode ser assim, porque precisamos negociar tudo. Negociamos com a União Européia. Lá também vamos ter possibilidades. Não sei agora como vai ser com a entrada de 10 novos países. Infelizmente 10 novos países com um PIB per capita pequeno, mas vão ser consumidores.

A minha surpresa foi que este ano, pela primeira vez, exportamos para Romênia mais de 100 milhões de dólares. Estamos com 250 e vamos a 270 até o fim do ano. Mesmo a esses países menores, se temos o que oferecer, vamos com agressividade comercial: “Olha, tenho esse produto que é mais barato que o outro e melhor”.

Minha primeira venda fora do País foi na Vene-zuela. Comecei com uma fábrica de brocas. Fui à Ve-nezuela e apresentei meu produto. Disseram-me que não o queriam, porque importavam da Alemanha, da Suécia, do Japão. Deixei minha lista de preços e pedi que testassem. Voltei uma semana depois e já recebi o primeiro pedido. Começamos a exportar em 1964. Hoje essa fábrica, que não é mais minha – sou o Pre-sidente do Conselho, porque me aposentei –, é uma das 3 maiores do mundo em fabricação de brocas, ferramentas rotativas para cortar metais. Exportamos para o Japão há 30 anos. Exportamos para os Estados Unidos, Alemanha, França, o mundo inteiro. Sabemos como trabalhar. Mas para isso precisamos modernizar as nossas empresas continuamente. E para modernizar precisamos de capital, mas não a juros extorsivos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao nobre Deputado Edson Ezequiel, do PMDB do Rio de Janeir, e 1º Vice-Presi-dente da Comissão.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Sr. Pre-sidente, em primeiro lugar, quero parabenizá-lo por ter trazido o Dr. Maurice Costin para essa palestra muito construtiva. Serei bastante breve, porque daqui a pou-co começará a Ordem do Dia no plenário.

Concordo, de um lado, com as preocupações do nobre Deputado Jamil Murad, que, no fundo, já batiam, digamos assim, com a própria palestra inicial do Dr. Maurice, que mostrava claramente que, desde Can-cun – e aí vamos falar em Miami –, havia um embate. Isso porque o Brasil e determinados países, como é o caso da Argentina, eventualmente o Uruguai e o Para-guai, países do MERCOSUL e outros menores tinham interesse particular em questões como abertura da agricultura, subsídios internos, cotas, tarifas, política antidumping e barreiras fitossanitárias.

Por outro lado, os países do NAFTA – Estados Unidos, Canadá e México – e o Chile, que já fizeram seu acordo bilateral. Na verdade o de Miami foi o mais incisivo, o mais radical na defesa das bandeiras ame-ricanas, assim como a Argentina foi a mais radical defensora das bandeiras do Brasil e do MERCOSUL, até porque, de certa forma, o Brasil estava um pouco impossibilitado de fazê-lo por ser co-presidente, uma questão de diplomacia. Mas os Estados Unidos, Canadá e México, acoplados ao Chile, estavam interessados, como sabemos, na propriedade intelectual, apesar dos problemas de biodiversidade; em compras gover-namentais, apesar do problema do mercado interno e das regras; em investimentos, apesar do problema de as regras internacionais prevalecerem sobre regras nacionais, e em serviços de um modo geral.

Portanto, como houve esse choque, como have-rá a eleição do Bush no ano que vem e como houve o problema do aço na OMC, fez-se um grande acor-do e uma grande carta de intenção – estou falando tudo isso para fazer duas perguntas – mostrando tudo aquilo que nos desune para a OMC. Tenho até as no-tas originais das palavras proferidas pelos Ministros americanos e demais. Na verdade, a Declaração Mi-nisterial de Miami é uma grande carta de intenções, o que, na minha opinião, representa um avanço. Essa é a minha posição.

Por que eu diria que foi um avanço? Porque para nós o que havia antes era uma coisa draconiana. Po-demos até dizer que, como toda carta de intenção, ela não dá detalhes, não dá números, não entra em pro-fundidade no tema, o que só vai acontecer em Puebla, mas, pelo menos, reconhece que tem de lidar com as-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53245

simetria de conhecimentos e de economia; reconhece que tem de ajudar os países pobres, apesar de não dizerem qual é o critério para poder se adequar ao mercado. Enfim, há uma série de colocações que são, vamos dizer assim, muito mais humanas, muito mais nobres do que a posição anterior.

Entretanto, permanecem as questões dos fundos de compensação, da assimetria de economias entre os países e os prazos diferenciados para produtos, conforme o senhor citou aqui, que poderia ser 1, 5, 10, 15 ou até 20 anos.

Agora formularei minhas duas perguntas. A única coisa concreta que existe nessa Declaração Ministerial é o § 13º, que fala sobre orientações, negociações de acesso a mercados: “Instruímos que as negociações sobre acesso a mercados sejam conduzidas em rit-mo que leve à sua conclusão até 30 de setembro de 2004”. Então, esse é o único assunto que, vamos dizer assim, está amarrado.

Gostaria de saber a opinião da FIESP, porque es-tou aceitando como verdadeiro o que li em publicação de confiabilidade no sentido de que o México, antes de assinar o NAFTA – e não vamos discutir os efeitos do NAFTA para o povo mexicano, se a questão de de-sigualdade social aumentou ou piorou, mas apenas o aspecto macroeconômico – , formou 12 grupos de mestres, PhDs e doutores para, por meio de 160 mo-nografias, fazer um diagnóstico sobre o quanto perderia ou ganharia cada setor mexicano, para, só então, ir à mesa de negociação.

Em 1994, portanto, antes do NAFTA – e, repito, se é que ainda existe hoje a esquerda, considero-me de esquerda – , o México tinha um comércio com os Estados Unidos de 29 bilhões de dólares. No ano de 2002, ele já atingiu um comércio de 73 bilhões, quase quadruplicou. Este ano, pelos dados existentes, pode passar de 100 bilhões.

A pergunta é a seguinte: existem estudos con-cretos relativos a produtos ou grupos de produtos ou grupos de setores sobre qual a posição do Brasil prin-cipalmente em relação aos países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e México? Temos que acoplar também o México, porque eles têm as firmas de maquiagem. Se existirem, eu tomaria a liberdade, com a anuência do meu Presidente, sempre muito demo-crático, de pedi-los à FIESP, porque esses dados são importantíssimos. Eventualmente, ficamos discutindo aqui, mas sabemos, por exemplo, que temos competiti-vidade no aço, no suco de laranja, no fumo, no calçado etc. Na indústria têxtil, temos competitividade apenas em uma parte. Mas que parte será essa?

Portanto, falta-nos informações, e é o que esta-mos tentando obter. Nossa Comissão foi criada há 3

semanas e nos faltam informações numéricas sobre setores; onde se perde, onde se ganha. É claro que não é possível obtê-las com precisão, mas pelo menos por ordem de grandeza.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Tem a palavra o Dr. Maurice Costin.O SR. MAURICE COSTIN – Em relação à segun-

da pergunta, estamos trabalhando exatamente nisso, não tão em detalhe, como os mexicanos. E, para ser honesto, por quê? Porque não temos dinheiro para fazer um estudo profundo como foi feito pelos mexi-canos. Eles fizeram um trabalho e também queremos aprender. Então, trouxemos os negociadores privados do México, nós os convidamos para virem ao Brasil e depois convidamos os negociadores oficiais do Méxi-co. Estamos fazendo um benchmarking para estudar exatamente onde se ganha e onde se perde. Esse benchmarking está quase pronto. Foi feito um que eu não gostei, porque eram dados de 1999 e estamos em 2003. Esses dados têm que ser de 2002. Como não temos os dados de 2003, utilizamos os de 2002. Então, estão fazendo um outro.

Ontem à tarde me disseram: “Nesta semana nós apresentamos o estudo”. Vamos ver o estudo, vamos ver o que se pode aproveitar desse estudo. Não tem a mesma densidade, mas queremos saber.

Agora, em certos ramos de negócio, onde temos associações nacionais muito fortes, como a ABIMAQ, a ABINE e a ABIT, já existem estudos setoriais. Mas estamos fazendo um estudo geral, porque queremos saber o que o Brasil vai ganhar com isso e não qual empresa da indústria têxtil ou qual empresa fabricante de máquinas vai ganhar.

Espero que esse estudo esteja em condições de ser apresentado em janeiro, mas não posso prometer. Tenho aqui o telefone do Sr. Presidente da Comissão, vou entrar em contato e vamos tentar apresentar esse estudo, porque a sua pergunta é clara: O que nós temos a ganhar com isso? Acredito que temos, desde que os americanos permitam que o nosso suco de laranja vá para lá, e isso vai ser muito difícil, porque o irmão do Presidente Bush é o Governador da Flórida. O aço vai ser possível, provavelmente agora, devido à OMC, o calçado etc. Vamos estudar um por um. Eu até sou favorável à exportação do fumo. Eu não sou favorável a fumar. Fui um grande fumante e deixei há 30 anos esse hábito. Mas temos que exportar nosso fumo, so-mos os maiores produtores, temos que exportar. Temos que exportar nossos calçados, nosso suco de laranja, nosso aço, nossas ferramentas, nossos carros.

Sabem qual foi a grande surpresa? A indústria de autopeças foi praticamente destruída anos atrás,

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53246 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

quando houve uma redução muito grande das tarifas. Este ano, a indústria de autopeças vai exportar 4 bi-lhões e meio de dólares, principalmente para a Euro-pa. É um feito fantástico. Essa indústria de autopeças estava no chão. Todas as montadoras importavam as peças, porque era muito mais barato. Hoje estamos exportando para as montadoras. Com isso, gera-se necessidade de mão-de-obra, usa-se o aço nacional e cria-se uma grande possibilidade de explorar o que nós temos.

Fora da indústria de autopeças, fizemos um acor-do com o México só na área automotiva. O carro mais vendido no México se chama Gol, porque eles fabricam só carros grandes para o mercado norte-americano; carros pequenos, não. Estamos exportando muito para o México, e vamos exportar mais.

Estamos tentando negociar a venda de carros para a União Européia. É difícil, porque mexe com o próprio fabricante. A fábrica daqui vai exportar para lá, e ele perde. Mas, no fim, como o nosso carro é mais barato que o deles, tenho esperança de que iremos conseguir.

A abertura que podemos ter nas nossas expor-tações não tem limite. O único limite é a vontade de ir para fora e vender. Antigamente, o industrial brasileiro só pensava em exportação quando o mercado esta-va ruim. Se o mercado melhorava, para que exportar, se ele podia vender para os clientes dele aqui? Hoje, aprendeu: ele vende para os clientes daqui, mas tem que ter um pé lá fora.

Hoje, temos o maior fabricante do mundo de car-rocerias de ônibus, no Rio Grande do Sul. Eu, como paulista, digo: infelizmente, não é de São Paulo. É a Marcopolo. O trabalho deles é de tirar o chapéu. Eles têm montadoras em todos os lugares importantes do mundo. Eles montam, com peças fabricadas no Rio Grande do Sul, em Portugal; no México, para o mer-cado norte-americano; na África do Sul, para a região de lá; e na China. Estamo-nos internacionalizando, estamos fazendo muito bem.

A EMBRAER fez um acordo e está começan-do a produzir aviões na China juntamente com uma companhia japonesa, com peças fabricadas em São José dos Campos. Isso, particularmente, muito me or-gulha, porque não estamos olhando lá para fora com humildade. Somos tão bons quanto eles e podemos produzir tão bem quanto os outros produzem. Preci-samos apenas ter a possibilidade de receber o apoio do nosso Governo – vou repetir – no financiamento e na desoneração dos investimentos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao nobre Deputado Fran-cisco Turra, do PP do Rio Grande do Sul.

Deputados Francisco Turra e Nilson Mourão, pode-ríamos deixar o tempo correr à vontade para desfrutar o brilho da exposição do Sr. Maurice, mas o exposi-tor tem hora marcada para tomar o vôo de volta para casa. Por isso, peço a V.Exas. que não prolonguem as intervenções.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – Sr. Presidente, serei breve.

Sr. Maurice, parabéns! V.Sa. tem uma visão em-presarial impecável.

Concordo com suas últimas afirmações de que somos competentes, mas talvez não tenhamos a sor-te de ter condições para ser mais competentes ainda. Isso nos dificulta o acesso de igual para igual.

Por exemplo, acompanhei a preparação, o estágio dos países do Leste Europeu para ingressar na União Européia. Houve o estágio, eles foram preparados, com investimento, a fim de se igualar aos demais partici-pantes. A ALCA não vai proporcionar isso. Vai ser um soluço, com situações complicadas naturalmente.

Minha pergunta é objetiva: V.Sa. acredita que al-gum setor, algum ramo da atividade industrial, num país com economia pequena, poderá ter mais vantagens, depois de 1 ano – quem sabe – de celebrado o acordo? Um país pequeno, com economia pequena, em algum ramo, em alguns aspectos, terá mais vantagem, por exemplo, do que o Brasil, ingressando na ALCA?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sr. Maurice, vou atender à solicitação do Depu-tado Nilson Mourão. S.Exa. fará a pergunta e depois V.Sa. responde às 2 indagações.

O SR. DEPUTADO NILSON MOURÃO – Sr. Presidente, muito obrigado. Isso facilita o processo. Devemos preocupar-nos com a hora da viagem do expositor.

Sr. Maurice, não pude assistir à sua conferência. Lamento profundamente, mas a Relatora, Deputada Maninha, entregou-me uma cópia da apresentação.

Minha pergunta é objetiva: V.Sa. considera a ALCA um acordo puramente comercial? V.Sa. antevê a possibilidade de um acordo dessas proporções, que envolve os países da América, todo o hemisfério? Em todo o processo, haverá um plano cultural, um plano conjunto com outras influências ou V.Sa. vê apenas um acordo comercial?

O SR. MAURICE COSTIN – Sr. Presidente, pos-so responder primeiro a essa pergunta depois passar para a outra?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sim.

O SR. MAURICE COSTIN – Srs. Deputados, sou industrial e posso falar sobre acordos comerciais. Evi-dentemente, um acordo comercial dessa grandeza pode

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53247

criar outros problemas ou outras soluções. Vamos ter de discutir investimento, propriedade industrial e intelectu-al, entre outros pontos. Acho que problemas surgirão. Quem vai ter que dar uma solução somos nós. Temos de fazer da ALCA, se ela estiver em conformidade com o art. 13, aquilo que queremos e de que precisamos. Tenho certeza, por causa do meu trabalho, de que o Itamaraty vai defender isso com unhas e dentes. Ele não vai deixar que alguma coisa passe que não seja do interesse nacional.

Penso que a ALCA pode trazer benefícios, des-de que bem negociada. Volto ao ponto a que fiz refe-rência na minha apresentação: depende de nós. Isso não quer dizer que não devemos negociar. Devemos negociar tudo que possa ser do interesse nacional, da economia brasileira, propriedade intelectual e outras coisas também, desde que se enquadre na visão dos dirigentes. Conforme disse, sou um mero industrial e não um especialista em política ou em outras áreas. Sou um curioso e, como tal, sei que podem aparecer outros aspectos em face dessa negociação, e o importante é que nossos negociadores não deixem que outras coisas que apareçam sejam desfavoráveis ao País.

V.Exa. perguntou se um pequeno país, uma pe-quena economia poderia ter vantagem. A resposta é difícil de ser dada. É possível que aconteça o que ocor-reu na Costa Rica. A Intel queria instalar uma fábrica no Brasil, mas nosso País não foi capaz de garantir que em 24 horas os produtos que chegassem aqui fossem desembaraçados. Então, a empresa foi para a Costa Rica e ficou muito feliz, assim como aquele país, pois é a única grande indústria que possuem. Não creio que eles criem indústrias que criem problemas ao País.

A indústria têxtil na República Dominicana é muito grande – são empresas americanas que se instalaram naquele país e exportam para os Estados Unidos. O Presidente da República Dominicana esteve recente-mente, no Brasil, visitou Brasília, São Paulo – eu estive com ele – e disse que deveríamos ir a seu país, pois há zonas francas, e poderia ceder tudo para nós. É um mercado norte-americano.

Volto ao meu ponto de vista. Nosso interesse é vender produtos feitos com mão-de-obra nacional. Nosso capital é feito para criar riquezas no País. Evi-dentemente, isso não quer dizer que não devemos ter fábricas de aço nos Estados Unidos que saiam das pla-cas, feitas em Vitória e exportadas para lá. Temos que saber como fazer isso. Mas, infelizmente, não posso dar uma resposta concludente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Não há mais Deputado que queira fazer perguntas, e está na hora da viagem do Dr. Maurice Costin.

Em nome da Presidência, como Vice-Presiden-te – ainda há o tema, o relato da viagem a Miami – , agradeço a S.Sa. não só a brilhante palestra, mas a permanência nesta reunião, sendo o mais detalhado possível, o mais atencioso possível para com esta Co-missão Especial de acompanhamento da ALCA. Agra-deço a S.Sa. e à FIESP, em nome de todos.

O SR. MAURICE COSTIN – Agradeço a todos a atenção. Estou sempre disposto a debater assuntos da minha área.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Deputada Maninha fez uma consideração. S.Exa. tem o direito de falar no começo, no meio e no fim.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento o expositor, que foi muito cla-ro em sua exposição, diferentemente da maioria dos convidados que vêm a esta Comissão. S.Sa., de forma coloquial, acabou oferecendo-nos informações que para nós, Deputados, são extremamente importantes.

Como disseram alguns Deputados, não temos uma visão totalmente igual em relação ao assunto – em determinados aspectos, temos posições diferenciadas. Porém, isso não quer dizer que juntos não estejamos construindo uma visão de ALCA que interesse ao País como Estado, ao empresariado, a todos os setores e à população de maneira geral. Portanto, louvo sua pre-sença e agradeço-lhe, como o Presidente já o fez.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Dr. Maurice, eu não seria justo se não dis-sesse que sua presença enriqueceu os trabalhos da Comissão nesta tarde.

Os 2 verbos que mais ouvi nesta reunião foram “ganhar” e “perder”. É exatamente isso que estamos discutindo nesta Comissão: maximizar nossos ganhos e minimizar nossas perdas. Essas são as razões de ser de qualquer tratativa comercial, de qualquer ne-gócio, seja individual, seja de pequena empresa, seja um meganegócio empresarial, seja um negócio que envolva os mais amplos interesses nacionais, como é o caso da ALCA.

A exposição de V.Sa. também me deixou confor-tado, porque, na Câmara dos Deputados, o processo é sinalagmático, de 2 mãos. Os Deputados precisam aprender isso. Não tenho, nem jamais tive a visão cân-dida da mocinha contra o estuprador: nem o estuprador é tão tarado, nem a mocinha é tão inocente. Todos os que temos alguma visão negocial sabemos disso, com absoluta clareza.

Também é muito interessante desmistificar, às vezes, alguns segmentos da Casa que, por desconhe-cimento, têm, digamos assim, certa prevenção contra o setor empresarial, esquecendo-se de que é ele que

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53248 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

gera tributo, emprego e quem, em última análise, é responsável pelo crescimento ou não da Nação, de-pendendo, evidentemente, do grau de competência e de visão nacional.

O depoimento de V.Sa. foi confortador, porque foi de cunho nacional, sem ser, digamos assim, marcado por cunho ideológico que faça perder a visão de con-junto. Desejo, ardentemente, que todos os membros da FIESP pensem como V.Sa. Desejo, mas não creio. Te-nho certeza absoluta de que a grande maioria pensa de modo muito parecido com V.Sa. E é esse segmento de vanguarda do setor industrial brasileiro que representa muito bem a capacidade de gerar recursos, riqueza, empregos e tudo aquilo que desejamos.

Agradeço-lhe a gentileza. Logo, em seguida, tere-mos a visão de alguém do agronegócio, outro vetor de extrema importância nessas tratativas. Tenho certeza de que todos os que estiveram nesta reunião ganha-ram com sua palestra.

Há uma série de requerimentos para serem deli-berados, mas, diante da visível falta de quorum, não o faremos. Vamos declarar prejudicados, entretanto, os Requerimentos nºs 8, 9 e 10, que tratam da convoca-ção dos Srs. Ministros, uma vez que já foram devida-mente convidados.

Convoco os membros da Comissão para reunião amanhã, às 14h30min, neste mesmo plenário, onde ouviremos um dos principais negociadores do Brasil, o Embaixador Adhemar Bahadian.

Agradeço ao Dr. Maurice e aos colegas.Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os

trabalhos. Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 5ª Reunião Ordinária Audiência Pública Realizada em 3 de dezembro de 2003.

Às quinze horas do dia três de dezembro de dois mil e três, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Co-mércio das Américas”, no Plenário 04 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Se-nhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel, Alberto Goldman e Francisco Gar-cia – Vice-Presidentes; Maninha – Relatora; Cezar Schirmer, Fábio Souto, Jamil Murad, José Pimentel, Marcos Abramo, Ronaldo Caiado, Severiano Alves, Silas Brasileiro, Tarcisio Zimmermann e Yeda Crusius – Titulares; Antonio Carlos Pannunzio, Francisco Dor-

nelles, Ivan Valente, Leodegar Tiscoski e Luiz Carlos Hauly – Suplentes. Compareceu também o Deputado Jorge Boeira, como não-membro. Deixaram de com-parecer os Deputados Alexandre Cardoso, Antonio Carlos Mendes Thame, Custódio Mattos, Fernando Gabeira, Feu Rosa, Francisco Turra, Jackson Barreto, Luiza Erundina, Max Rosenmann, Nelson Proença, Neucimar Fraga, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Rubens Otoni, Vanderlei Assis e Welinton Fagundes. ABERTURA: Havendo número regimental, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou à apreciação a Ata da 4ª reunião. O Deputado Ivan Valente solicitou a dispensa da sua leitura. Não havendo quem quisesse discuti-la, foi aprovada sem restrições.. EXPEDIENTE: A – Correspondência Expe-dida: 1) Ofícios nºs 21, 22 e 23 aos Deputados Zulaiê Cobra, Presidente da Comissão de relações Exteriores e de Defesa Nacional, Waldemir Moka, Presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, Léo Alcânta-ra, Presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, respectivamente, convidando-os e extensivo aos membros a participarem da reunião de audiên-cia pública com a presença do Embaixador Adhemar Bahadian, Cônsul-Geral do Brasil na Argentina, e Re-presentante do Governo Brasileiro nas negociações da Alca. ORDEM DO DIA: A – Audiência Pública com a presença do Embaixador Adhemar Bahadian, Cônsul Geral do Brasil na Argentina e representante do Go-verno Brasileiro nas negociações da Alca. B – Delibe-ração dos seguintes Requerimentos: 1 – REQ 3/2003 CEALCA – do Sr. Francisco Turra – que “requeiro Au-diência Pública com a participação do Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações In-ternacionais – ICONE, Senhor Marcos Sawaya Jank, para debater sobre à Área de Livre de Comércio das Américas – ALCA.” 2 – REQ 4/2003 CEALCA – do Sr. Arnon Bezerra – que “convidar o Sr. Renato Baumann, Economista, Diretor do Escritório da Cepal no Brasil e Professor da Universidade de Brasília, a fim de dis-correr sobre sua experiência nas discussões do tema “ A ALCA e seus impactos no Brasil” 3 – REQ 5/2003 CEALCA – da Sra. Dra. Clair – que “requerimento de esclarecimento de notícia divulgada por agência de notícias americana sobre o posicionamento brasileiro na Alca.” 4 – REQ 7/2003 CEALCA – da Sra. Maninha – que “requer seja instituído boletim informativo da Co-missão a ser distribuído aos demais parlamentares do Congresso e às entidades interessadas no acompa-nhamento das negociações da Alca com a finalidade e na forma que especifica.” 8 – REQ 11/2003 CEALCA – da Sra. Maninha – que “requer às Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Parlamentar Conjunta do Mercosul e Especial de Acompanhamento

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53249

das Negociações da Alca a realização de seminário internacional sobre a criação do Parlamento do Mer-cosul.” C – Relato da viagem à Miami (Conferência Mi-nisterial). O Senhor Presidente deu as boas vindas ao embaixador. Logo após a exposição do convidado, os Deputados Alberto Goldman e Ivan Valente solicitaram ao Senhor Presidente conceder-lhes a palavra para in-terpelarem o palestrante antecipadamente à relatora, em razão de compromissos inadiáveis já assumidos. Com a aquiescência da relatora, o Senhor Presidente concedeu-lhes a palavra. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Deputado Waldemir Moka, presidente da comissão de agricultura e política rural, a tomar assento à mesa. Após as considerações da Relatora, o Senhor Presidente esclareceu sobre as questões difíceis de entendimento na alca que passam pelo crivo do con-gresso americano. Dando prosseguimento à reunião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Edson Ezequiel, Antonio Carlos Panunzio, Waldemir Moka, Lindeberg Farias e Francisco Garcia. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu penhoradamente ao embaixador Adhemar Bahadian pela sua brilhante expo-sição, pois trouxe à comissão informações importantes sobre a discussão da alca. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a reunião às 17h26m, antes convocando a próxima a realizar-se na terça-feira, dia 09/12, com a seguinte pauta: deliberação de requerimentos e relato da viagem à Miami. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta ata. E, para constar, eu, ,Mario Drausio Coutinho, secretário, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Declaro aberta a reunião desta Comissão Es-pecial que vai tratar da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

Indago aos Srs. Deputados se, tendo em vista a distribuição antecipada da ata da 4ª reunião, há ne-cessidade de sua leitura. (Pausa.)

Por solicitação do nobre Deputado Ivan Valente, dispensamos a leitura da ata.

Em discussão. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-la, coloco-a

em votação.Aqueles que a aprovam permaneçam como es-

tão. (Pausa.)Aprovada.Ontem, expedimos os Ofícios nºs 21, 22 e 23,

dos Srs. Deputados Zulaiê Cobra, Waldemir Moka e Léo Alcântara, dirigidos aos Srs. Presidentes das Co-missões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional,

de Agricultura e de Economia, Indústria e Comércio, dando conhecimento da presença entre nós, hoje, do Embaixador Adhemar Bahadian, representante do Go-verno brasileiro nas negociações da ALCA.

Alguns Deputados, sobretudo os da Comissão de Agricultura, haviam manifestado interesse em es-tar presentes nas nossas reuniões. Como nesta Casa tudo acontece nas quartas-feiras – lamentavelmente, de forma simultânea – , espero que S.Exas. possam aqui comparecer.

Registro a presença do Embaixador Adhemar Bahadian. É uma satisfação recebê-lo. Nesse processo de negociação da ALCA, para que o Congresso dele tome maior conhecimento, é fundamental ouvirmos as pessoas responsáveis por importantes parcelas dessas tratativas.

O Embaixador Bahadian é, certamente, quadro do Ministério das Relações Exteriores dos mais prepa-rados. Devido à sua função de co-Presidente brasileiro, está mais atualizado em relação às tratativas que cer-cam esse potencial acordo. Assim sendo, Sr. Embaixa-dor, é com extrema satisfação que o recebemos.

Vou explicar-lhe a rotina da Casa. Geralmente, concede-se ao palestrante o tempo de 20 minutos. Como esta Comissão é atípica, V.Exa. terá o tempo que julgar conveniente para sua exposição e não po-derá ser aparteado. Em seguida, os Deputados regu-larmente inscritos farão perguntas e nós realizaremos o debate – antevejo que será produtivo.

Dou conhecimento que estão à Mesa comigo a Deputada Maninha, do PT de Brasília, nossa Relatora, e o 1º Vice-Presidente, Deputado Edson Ezequiel, do PMDB do Rio de Janeiro.

Com nossas boas-vindas, concedo a palavra ao Embaixador Adhemar Bahadian.

Esta mesa em que estamos sentados foi proje-tada por Niemeyer. É belíssima, sem dúvida alguma, mas muito pouco funcional. Ela não foi projetada para o exercício democrático da pluralidade de seus mem-bros. Como sempre, o PT, rápido e eficiente, coloca sentado à nossa direita o Embaixador – manobra in-sidiosa da Relatora Maninha.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Sr. Presidente, por engano, à nossa esquerda.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – À nossa esquerda, é claro.

Embaixador Bahadian, brincadeiras à parte, con-cedo-lhe a palavra, com muito prazer.

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Em primeiro lu-gar, agradeço ao Sr. Presidente, Deputado José Thomaz Nonô, e à Relatora, Deputada Maninha, a gentileza do convite para participar da discussão deste tema, que é,

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53250 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

obviamente, do nosso interesse, assim como de toda a sociedade brasileira.

Gostaria de fazer esta exposição da maneira mais flexível possível, a fim de permitir a interação com os Srs. Deputados. Trata-se realmente de tema do inte-resse cotidiano de todos.

Vou fazer uma breve recapitulação, apenas para situar o problema.

Como V.Exas. se recordam, o Congresso Nacio-nal, juntamente com o PARLATINO, teve a bela inicia-tiva de realizar em outubro do corrente ano, há menos de 2 meses, seminário com a presença de represen-tantes dos Parlamentos da América Latina e do Brasil para tratar dos negócios da ALCA. Naquela ocasião descrevemos para os Srs. Deputados nossa preocu-pação com a situação em que se encontravam essas negociações. Dissemos aos Deputados que ainda existe brutal desequilíbrio nas negociações da ALCA. Isso porque, de um lado, tínhamos as nossas sensibi-lidades nacionais não necessariamente atendidas ou excluídas, enquanto que as sensibilidades de outros importantes países do hemisfério haviam incluído em suas próprias postulações a retirada de temas de nos-so interesse e que lhes eram sensíveis.

Apenas para recapitular, esse seminário provocou, a meu juízo, reação altamente positiva na imprensa e na sociedade brasileira, porque, pela primeira vez, foi possível haver dentro da sociedade debate objetivo e concreto sobre os interesses nacionais. Não nos concentramos mais em visões de natureza ideológi-ca. Fomos ao cerne do problema e passamos a ver as dificuldades e a complexidade da negociação da ALCA. Assim, esse seminário foi, sem dúvida, muito importante por ter apresentado o problema de forma bastante clara.

Na ocasião também chamamos atenção para o fato de que haveria uma reunião ministerial em Miami e poderíamos tentar propor o reequilíbrio das nego-ciações da ALCA no tema que acabei de abordar, que tem a ver com o equilíbrio da agenda. Isto é, se, de um lado, países importantes não incluiriam temas como subsídios e defesa doméstica na área agrícola, havería-mos também de retirar dessas negociações temas que para nós eram considerados sensíveis, como compras governamentais, propriedade industrial etc.

O que ocorreu – apesar de ser de conhecimento público, não custa nada rememorar – foi um entendi-mento político muito importante entre os 2 co-Presi-dentes. Na realidade, estou me referindo a 2 países: Estados Unidos e Brasil. São eles que detêm a co-Presidência da ALCA.

Muito pessoalmente, no acordo entre o Ministro Celso Amorim, de um lado, e o Secretário Zoellick, de

outro, firmado numa reunião em Washington, quando apenas os 2 se reuniram preliminarmente, começou se a desenhar a possibilidade de se chegar a acordo satisfatório, que levasse em consideração as sensibi-lidades dos 2 países citados.

Por iniciativa dos Estados Unidos da América, posteriormente a esse encontro de Washington houve outro no Estado da Virgínia, há poucos quilômetros da própria capital dos Estados Unidos, para o qual foram convidados cerca de 15 países, entre os 33 países-membros da ALCA. A decisão pela escolha e a sele-ção desses países foi de exclusiva responsabilidade dos Estados Unidos. Nós não tivemos nenhuma par-ticipação nela.

Nessa ocasião, depois de um dia e uma noite de intensas conversações, de próprio punho, os Mi-nistros Zoellick e Celso Amorim chegaram a um texto considerado satisfatório para os 2 países e, de forma geral, para praticamente todos os outros ali reunidos. Foi um importantíssimo avanço, porque se rompeu o bloqueio em que nos encontrávamos.

O que diz esse texto e qual a solução, na prática, encontrada pelos Ministros? Basicamente a aceitação de que a ALCA deveria levar em conta, nas suas ne-gociações, as diferentes sensibilidades dos diversos países desenvolvidos. Em seus diferentes capítulos negociadores haveria o mínimo denominador comum a todos os países. Além disso, os países que assim o desejassem, naquelas áreas consideradas sensíveis, poderiam ir mais longe, por meio de acordos plurila-terais entre eles.

Assim, criou-se um mecanismo de flexibilidade, que não obriga um país como o Brasil a negociar com-pras governamentais, para citar um exemplo concre-to, que de outro lado aceite que, na área agrícola, os Estados Unidos e o Canadá não negociem no âmbito da ALCA temas por eles considerados sensíveis e que têm de ser negociados no âmbito da Organização Mundial do Comércio.

Esse acordo que era informal, pois havia sido firmado na Virgínia, foi levado à reunião ministerial de Miami, que contava com a presença de todos os Ministros do hemisfério. O Brasil estava representado por cerca de 4 Ministros de Estado, além de vários Deputados, inclusive o Deputado José Thomaz Nonô e a Relatora desta Comissão.

Finalmente, nessa reunião foi possível oficializar esse acordo básico, que nem sequer foi tocado pelos outros países, mas foi respeitado como sendo de gran-de sensibilidade política e aceito pelos demais países do hemisfério. Assim, foi adotado.

Na prática, chegamos a uma solução construtiva, que desbloqueia os impasses havidos na ALCA e nos

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53251

leva à nova etapa de negociação, que cronologicamente configura-se no mês de fevereiro de 2004, quando es-taremos reunindo a Comissão de Negociações Comer-ciais – CNC, que é o órgão imediatamente abaixo do nível ministerial e do qual o Embaixador Peter Allgeyer e eu somos os principais coordenadores. Esse órgão terá, em fevereiro, a principal tarefa de identificar os temas de cada um dos 9 setores da agenda da ALCA, os quais serão efetivamente de responsabilidades co-muns de todos os países.

Essa negociação a que estaremos nos engajando em fevereiro será de extrema complexidade. Com ela corremos o risco de ver alguns países maximizarem suas demandas em áreas onde têm menos sensibili-dade e, obviamente, minimizar suas ofertas nas áreas em que têm maior sensibilidade.

Então, em fevereiro, o equilíbrio político que se conseguiu em âmbito ministerial deverá perpassar para o nível mais técnico – e seria natural que assim o fosse. Se isso vai ou não ocorrer, não poderia garantir neste momento com toda a tranqüilidade.

Trago-lhes um texto, que será colocado à disposi-ção de todos os Deputados da Comissão para que fique melhor estruturado o que estou aqui explicando.

Em resumo, saímos de importante impasse po-lítico em Miami. Há consciência por parte de todos os países presentes de que, embora não tenha sido uma solução ideal – há restrições de alguns países às soluções – , desbloqueamos o que era efetivamente mais grave nessas negociações. Os 2 países – Es-tados Unidos e Brasil – tiveram um trabalho positivo. Era nossa responsabilidade procurar fazer com que as negociações não conduzissem a uma situação de impasse, uma vez que havíamos aceitado o papel de co-Presidente. O lado brasileiro foi representado pelo Embaixador Amorim; o americano, pelo Embaixador Robert Zoellick. Ambos tiveram papel bastante acen-tuado.

Para finalizar, quero dizer que vencemos im-portante etapa no debate com a sociedade brasileira. Afastamos do debate certas percepções que estavam pouco decantadas, no sentido de que a ALCA era, por exemplo, para alguns setores, apresentada como sendo a grande abertura de mercado para os países do hemisfério – no caso específico, para o Brasil. Foi uma grande abertura do mercado americano. Isso foi visto não apenas na reunião de Miami, mas também na de Trinidad e Tobago, que a antecedeu. Ela foi con-siderada pela imprensa do Brasil e de outros países como sendo um fracasso. Na realidade, não considero que tenha sido um fracasso, porque nos permitiu ver de maneira clara as limitações dos países nas suas possibilidades negociadoras.

Constata-se, agora, que não apenas a ALCA é essa abertura total de mercado, porque há várias res-trições de países, como Estados Unidos, Canadá e outros. Vimos também que não se tratava de ameaça absolutamente indefensável aos projetos nacionais de defesa da própria política industrial brasileira. Por quê? Porque a ALCA tem 2 momentos.

A ALCA é um clássico acordo de negociação de produtos comerciais, em que há países que fa-zem oferta de produtos e outros que rebaixam tarifas. É, portanto, uma negociação clássica. Ela, contudo, tem um outro lado muito importante: o de discussão de regras. Podem-se fazer não apenas novas regras para o ingresso do capital estrangeiro no País, para a propriedade industrial, como também para compras governamentais que iriam muito além na sua pers-pectiva inicial, no seu projeto do que o que o Brasil já aceitou, no âmbito multilateral da Organização Mun-dial do Comércio.

Havia, efetivamente, um risco apontado por di-versos negociadores, inclusive pelo próprio Ministro Celso Amorim: o de haver negociação muito desequi-librada; não teriam acesso ao mercado de agricultura e a outros, como imaginavam. Por outro lado, poderiam negociar a fllexibilização de regras em áreas muito sensíveis, inclusive as que já haviam sido rejeitadas pelo Congresso Nacional em acordos bilaterais feitos no passado. Já sabíamos que eles não seriam acei-táveis pelo próprio Congresso brasileiro. No momento essa perspectiva está afastada, na medida em que se aborda a possibilidade da existência de núcleos muito bem definidos de obrigações mínimas e de acordos plurilaterais mais amplos.

Não sei se estou sendo claro. Não estou lendo o texto – achei melhor falar de improviso. Como disse, o texto será posto à disposição dos Srs. Deputados.

Sr. Presidente, era isso que gostaria de apresen-tar a título introdutório.

Estou à disposição dos Srs. Deputados para quaisquer perguntas e esclarecimentos. Na medida das minhas possibilidades, tentarei esclarecer as dú-vidas dos senhores.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Presidência agradece ao Embaixador a exposição e indaga a S.Exa. se podemos distribuir o texto aos membros da Comissão.

O Embaixador faz questão de dizer que o texto servirá apenas de roteiro. Não se trata de trabalho. Deve ser visto pelos Srs. Deputados como mais um instru-mento de facilitação da compreensão do tema.

O nosso Regimento permite ao Relator intervir. Ao Presidente cabe apenas conduzir os trabalhos. Vou,

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53252 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

contudo, sair do habitual e pedir ao Embaixador um esclarecimento, atendendo ao objetivo da Comissão. O Executivo vê como o Legislativo trata a matéria e nós nos informamos melhor.

Peço a V.Exa. que nos fale a respeito do princípio single undertaking – nada estará acertado enquanto tudo não estiver acertado – , que não foi até agora su-ficientemente entendido na Casa nem fora dela. É um princípio interessante na formulação dessa matéria.

Sr. Embaixador, vimos na negociação – fomos testemunhas oculares, e V.Exa. também, da intimida-de formal, digamos assim, entre o Embaixador Robert Zoellick e o nosso Embaixador Celso Amorim. Vimos, também, de forma muito elegante, uma interminável sucessão de competentes e refinadas estocadas des-feridas ao longo de toda a reunião, que o documento que resultou da sua palestra, a Declaração Ministerial, enfatiza muito. Isso, ao que nos consta, foi, vamos dizer, fruto da intervenção brasileira no processo. Relações equilibradas, negociações equilibradas e equilíbrio en-tre as partes dizem respeito, sem dúvida, a uma ten-tativa de superação das assimetrias vigentes entre as 34 economias envolvidas. Então, gostaria que V.Exa. falasse um pouquinho também dessa preocupação pelo equilíbrio e como ele se traduz.

Ontem, ouvimos a palestra do Dr. Maurício Costin, que traduziu o ponto de vista da FIESP, dos exporta-dores. Ele nos fez um relato, como homem vivido, com 60 anos de negociação de exportação – não é à toa que a Ministra Costin era tão esperta. Ficou provado que a hereditariedade tem importante peso nisso. Pois bem. O Dr. Maurício Costin mostrava-nos as diferentes possibilidades de cada uma das partes envolvidas. E V.Exa., no decorrer da sua exposição, falou das limi-tações dos países e das suas possibilidades negocia-doras. Claro que não se pede aqui um exame dos 34 países, mas seria interessante para a Casa uma visão sua sobre quais os agrupamentos dentro do universo dos 34 países da ALCA. Onde estão os Estados Uni-dos, o Canadá, o Brasil, a Argentina, o CARICOM e aquelas economias alinhadas automaticamente? En-tendo que esses temas gerais são interessantes para a compreensão de todos e servirão para desenvolver nosso trabalho.

Em seguida, ouviremos a Relatora e os Srs. Depu-tados.

Muito obrigado.O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Sr. Presidente,

os co-Presidentes da ALCA não são apenas coorde-nadores, mas também instigadores e até negociadores em alguns casos.

Vou tentar responder a primeira pergunta sobre o single undertaking. Não poderia fazê-lo sem antes

abordar, por cerca de 2 minutos, outro aspecto da ALCA que, a meu ver, estamos limpando pouco a pouco.

A ALCA tem uma linguagem um pouco herméti-ca para o cidadão comum. Essa questão me preocupa muito. Tanto é verdade que uma das minhas primeiras ações foi obter a aprovação de um glossário de termos técnicos que estão em negociação na ALCA, que já foi traduzido para o português.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Trouxe o exemplar e vou distribuir à Comis-são.

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – A meu ver, o glossário é interessante, porque explica esses termos técnicos, mostrando que a ALCA tem questões muito herméticas. Por exemplo, o sujeito diz assim – o pes-soal fica ouvindo e não entende: “Os Estados Unidos ou o Canadá topam o Módulo III de serviço, mas não topam o Módulo IV”. Outro sujeito pergunta: “O que é isso? Módulo III e Módulo IV?” Trata-se de uma termi-nologia muito técnica, que causa impacto na vida das pessoas. O Módulo IV nada mais é do que o livre trân-sito de pessoas e de trabalhadores. Se falarem nisso, prestem atenção. Se falarem em Módulo IV, apenas um técnico poderá entender.

A expressão single undertaking tenta abordar um pouco mais hermeticamente o problema. Não é de origem exclusiva da ALCA, pois vem de negocia-ções anteriores da própria OMC e teve inicialmente um sentido protetor para todos os países envolvidos na negociação. Por quê? O single undertaking é uma regra que estipula que a negociação não estará fecha-da, o pacote negociador não estará fechado até que todos os temas que estão sendo negociados estejam efetivamente negociados e fechados. Isso tem impor-tância especial em algumas negociações havidas no passado – por exemplo, nas rodadas uruguaias, onde havia também uma expressão hermética da colheita antecipada. Por exemplo, a negociação de determi-nados temas. Se esses temas estivessem fechados, nós os implementaríamos, enquanto outros não eram implementados. Por coincidência, na maioria deles, implementados mais cedo, a agricultura não estava envolvida. Portanto, a idéia do single undertaking era baseada num pacote que deveria ser fechado de ma-neira ampla. Quer dizer, a negociação apenas poderia ser fechada se tudo estivesse negociado.

No que diz respeito ao que ocorreu hoje, em re-lação à parte de Miami, há uma certa discussão, que considero acadêmica, sobre o problema do single undertaking – se foi eliminado ou não. A meu juízo, ele não foi afetado, porque há continuidade da mes-ma idéia. Contudo, é preciso definir os elementos ou módulos negociadores. A negociação será fechada

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quando todos os temas forem negociados. Essa é a idéia. Miami não afeta a idéia do single undertaking. Se o single undertaking é uma proteção, ela continua. De qualquer maneira, entendo que não foi afetado.

A segunda pergunta de V.Exa., na minha opinião, é muito difícil de ser respondida. É bastante delicado para um diplomata respondê-la. Vou, porém, tentar fazê-lo, passando por cima do fato de ser diplomata. Vou explicar um pouco essa importante e interessante conjuntura da nossa realidade.

Por que os Estados Unidos e o Canadá alegam que não querem negociar defesa comercial ou subsí-dios dentro da ALCA? Porque eles, de maneira até res-peitosa e honesta, entendem que não podem negociar com os países do hemisfério determinadas reduções ou eliminação de picos tarifários que não sejam ex-tensíveis também aos países europeus. Do contrário poderia haver desequilíbrio entre o que se concede a uma região do mundo e a outra. Voltarei a falar sobre isso daqui a pouco.

A situação é parecida quando dissemos que não queremos negociar, por exemplo, a propriedade industrial, exatamente pela mesma razão: para nós, a conjuntura dentro da OMC é muito melhor para esse tipo de negociação do que dentro da ALCA. Por quê? Porque dentro da OMC há muitos países – aproveito para usar uma expressão pedante nas negociações comerciais – like mine, que pensam como nós.

Quando estamos junto da Índia, da China, de países que têm o mesmo padrão de desenvolvimento industrial que o nosso, eles tendem a nos ajudar na negociação. Na ALCA isso não é verdadeiro. Nela há países que já têm estrutura de associação com os Esta-dos Unidos muito diferente da que temos com eles. Por exemplo, a NAFTA está dentro da ALCA. O México, os Estados Unidos e o Canadá são países que intervêm na mesma linha nas negociações da ALCA. É quase uma rotina o Canadá falar e o México pedir a palavra. Em quase todos os casos estão trabalhando juntos.

Quando pegamos os centro-americanos, a situ-ação é a mesma. Os centro-americanos também têm a mesma visão e as mesmas expectativas, mas não têm dificuldades iguais às nossas. Estamos numa si-tuação assimétrica. Depois, temos o Caribe. Qual é a preocupação básica do Caribe? É a defesa das suas economias menores, e com toda razão. É perfeitamente legítimo. Se forem reduzidos os níveis tarifários daque-le país, vamos causar impacto no nível de emprego de lá. Esse é um mecanismo perfeitamente aceitável e normal. Esse tipo de proteção ao mercado interno foi feito na União Européia e até nos Estados Unidos, onde foram criados os fundos compensatórios, cujo

mecanismo é ir ajustando a economia do país a essas diminuições, reduções tarifárias etc.

Na ALCA, isso não está sendo considerado basi-camente, porque os Estados Unidos e o Canadá não querem discutir o assunto.

Os Estados Unidos não querem discutir esse tema por uma razão muito óbvia: o mais honesto é que vai pagar o máximo da conta. Portanto, quem vai pagar mais do que os outros países são os Estados Unidos, pelo simples fato do corte da economia ame-ricana diante dessa situação.

Essa constelação de países a que V.Exa. se re-fere existe. E ela nem sempre nos é favorável, porque o nosso grupo, por exemplo, é mais o MERCOSUL. Trabalhamos mais como MERCOSUL do que isolada-mente como Brasil. Nossa atuação como MERCOSUL é bastante boa, integrada. V.Exa. sabe que há países do MERCOSUL que já aceitaram determinados tipos de regras sobre investimento estrangeiro que ainda não aceitamos.

Então, nem sempre será possível levar essa iden-tidade até o limite. Esse é um aspecto da negociação particularmente complexo, pois há grande quantidade de países que não se interessam pelas preocupações do Brasil. É um fato da vida. Se concedermos a al-guns desses países – não vou nomeá-los – 4 ou 5 produtos de acesso ou diminuirmos as suas quotas de acesso ao mercado americano, a ALCA estará sendo uma maravilha.

Quando pegamos o caso brasileiro, sentimos de cara que o Brasil não é bem visto como um país que possa ter redução dos seus produtos agrícolas mais interessantes. Quando falamos em entrada de açúcar nos Estados Unidos, deparamo-nos na mesma hora com lobistas contrários a ela. O mesmo ocorre com a Flórida, em relação aos cítricos: posiciona-se contra-riamente a essa possibilidade.

Quando chega a hora de negociar o produto agrícola brasileiro, até nesse aspecto é muito dife-rente do que negociar a concessão que se vai fazer aos centros americanos, por exemplo. Essa comple-xidade existe. Temos, inclusive, de vê-la no contexto das negociações mais clássicas dos produtos que chamamos de 4 mais 1: os 4 do MERCOSUL mais o país que fica conosco, que deve ser o Canadá ou os Estados Unidos. Nessas negociações, os países que virão negociar conosco não farão as concessões idên-ticas que farão aos outros, porque não podem. Aí há diversas complicações: primeiro, os produtos podem ser diferentes; segundo, eles podem ser colocados em diferentes etapas de desgravação – também é uma prática possível; e terceiro, como é que ficará isso no fim da cláusula à nação mais favorecida. Esse é ou-

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53254 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

tro aspecto que vamos ter de ver no fim do processo. Temos de ver em que momento as concessões feitas pelos Estados Unidos, por exemplo, a um país xis se-rão estendidas ao Brasil. Não é tão tranqüilo assim. Já nos têm dito claramente que não devemos pensar que vai ser assim, porque não vai.

Então, a ALCA é complicada, porque a negocia-ção foge a determinadas regras que teríamos quase que ditas como sendo clássicas cláusulas pétreas de negociações de bloco, como a cláusula à nação mais favorecida, que não é tão tranqüila assim.

O Ministro Celso Amorim tem dito muito claramen-te o seguinte: o que eu negociar com os Estados Unidos posso tranqüilamente estender aos outros países. O oposto não é verdadeiro. O que eu negociar com outros países não é necessariamente sempre estendido aos Estados Unidos, o que é normal também.

Penso que isso responde um pouco à geometria dos países.

O equilíbrio é uma conseqüência disso. Quer di-zer, como podemos equilibrar no seu resultado final? Como é que o seu pacote fica aceitável para a socie-dade? Temos de ter muito claro que a ALCA até hoje tem sido discutida de forma muito abstrata no Brasil. Não chegamos ainda àquela fase. Agora vamos che-gar – creio até que muito rapidamente – a uma fase em que realmente a indústria brasileira, o agronegócio brasileiro vai ter de negociar produtos. E aí não sei se será tão fácil assim ou se será tão interessante nego-ciar nos moldes da ALCA.

Não quero atiçar problemas. Não estou aqui para isso. Vejam, porém, o que houve sem a ALCA, mesmo com as reduções tarifárias e aberturas de mercados que foram feitas. Outro dia li no jornal uma reportagem sobre a área da indústria farmacêutica. Estamos im-portando muito mais insumos farmacológicos e pro-dutos terminados do que anteriormente, apenas com as reduções unilaterais que fizemos.

Todos sabem que uma das maiores insistências dos Estados Unidos e do Canadá – aliás, mais ba-sicamente dos Estados Unidos – é que, na área de propriedade industrial, essa proteção se faça de for-ma mais ampla, o que vai ter impacto na capacidade brasileira de produzir medicamentos genéricos. Para países que não têm pretensão na ALCA, que não têm essa condição, isso não tem a menor importância, mas para o Brasil tem, e muita. Então, é um aspecto que também temos de ter presente.

Não sei se estou complicando as coisas. Não é essa a intenção. Quis apenas descrever um pouco as dificuldades que tivemos e estamos tendo. Repito: conseguimos melhorar em Miami.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradeço ao Embaixador. A nossa Relato-ra...

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Peço a palavra para uma questão de ordem, Sr. Pre-sidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Tem V.Exa. a palavra.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Quero fazer um pedido a V.Exa. e aos companheiros. Eu e o Deputado Ivan Valente temos um debate na televisão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Os senhores são os 2 inscritos: primeiro e segundo.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – De-víamos estar lá às 14 horas e conseguimos adiar para as 16 horas. Somos os 2 inscritos. Se a Deputada Ma-ninha não se importar, se a Comissão não se importar, poderíamos fazer os nossos posicionamentos rapida-mente, para sairmos antes das 16 horas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a aquiescência da Relatora, V.Exa. tem a palavra.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – As coisas estão ficando claras em relação às dificuldades que existem e que não são absolutamente questões ideológicas, mas de negócios. Estamos discutindo in-teresses do País. É claro que atrás dos interesses do País há toda uma estrutura social, que temos de levar em conta. Enfim, estamos discutindo negócios.

A minha pergunta neste momento é uma só. Tal-vez seja exatamente um preâmbulo do que vai começar a ser negociado agora, em função desse reequilíbrio – pelo menos dessa tentativa de reequilíbrio. O que nós, no Brasil, temos a oferecer nessa negociação? A questão agrícola não vai poder ser posta em discussão, e nós até entendemos. Ela não é limitada à nossa re-gião, envolve o Mercado Comum Europeu. Mas o que podemos oferecer?

V.Exa. citou, por exemplo, a questão da proprie-dade intelectual. Eu presidi a Comissão em 1992/1993, na Câmara. Infelizmente, o projeto aprovado na Câmara foi mudado no Senado – na minha opinião, para bem pior. Mas o que podemos dar a mais? Não vejo, por exemplo, na questão de propriedade intelectual, de propriedade industrial, o que podemos oferecer? Não vejo nada. Demos além do que poderia ser dado, na minha opinião. Vamos entrar em uma negociação e não vejo, do nosso lado, o que podemos oferecer.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Vou conceder a palavra ao Deputado Ivan Valente, uma vez que também vai participar de deba-

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te na televisão. Os 2 formularão as perguntas e terão tempo de ouvir as respostas e de melhorar, sem dúvi-da, o nível do debate.

Com a palavra o Deputado Ivan Valente.O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Não vai dar

tempo de ouvir tudo o que eu gostaria do Embaixador, mas quero deixar algumas preocupações. Depois, ou-virei as gravações. Vai ser bastante importante.

Concordo com o Embaixador quando diz que as negociações da ALCA são bastante complexas. Há muita heterogeneidade, interesses díspares e países extremamente diferentes, em relação ao desenvolvi-mento científico, tecnológico, econômico. Potências e micropaíses da América Central estão sentados na mesma mesa.

Então, a primeira pergunta que faço, Embaixa-dor, é em relação a esse prazo de 2005, com tudo o que foi feito, com os 7 mil destaques que apareceram na reunião. Houve acordo, mas há 7 mil destaques no texto a serem resolvidos. Então, eu ainda não con-segui entender o porquê dessa marcha batida para 2005, já que os próprios Estados Unidos também têm interesse. Na minha opinião, o que interessou para os Estados Unidos nesse acordo foi dizer que a ALCA está andando, enquanto eles ganham tempo. Ou seja, não poderia haver nova Cancún ou Trinidad e Tobago, inclusive no campo do Sr. Jeff Bush, no ano da elei-ção presidencial, e também no local dos plantadores de laranja e outros. Então, interessava esse acordo, essa saída para eles.

Dadas as imensas assimetrias dos envolvimentos econômicos, não dá para superar isso a curto prazo, mesmo numa situação negociada, em etapas e está-gios. É uma questão difícil, porque, para que houvesse isso, a ALCA não poderia ser um negócio. Teria de ser algo pensado como integração continental. Integração continental é mais do que negócio. Devemos pensar em como realizar o equilíbrio entre os países da Amé-rica de forma que todos possam ganhar, mas entrando para além das relações comerciais: relações de trânsi-to e de trabalho entre os países etc., que parece não estarem em jogo.

O MERCOSUL, se quiser avançar, precisará ter também uma legislação mais uniforme, inclusive na questão trabalhista, na unificação, coisas que criem uma equalização entre os países, como – generica-mente falando – a União Européia tentou fazer com os fundos de compensação. Pareceu-me, porém, que fizemos o contrário: saímos da reunião de Miami, e na semana seguinte li que o congresso americano conce-deu mais subsídios à agricultura, depois da Farm Bill, porque isso para eles é uma questão muito cara.

Então, prevejo grandes dificuldades ou uma inte-gração subordinada. Ontem, perguntei ao representan-te da FIESP sobre essa questão. Diferentemente dos países da América Central ou de países menores, que não têm muito a perder com qualquer tipo de acordo, pois já perderam bastante como países pós-coloniais, o Brasil, que tem desenvolvimento industrial, parque exportador, pode ganhar. Mas tem a perder. Por isso, adota uma posição cautelosa.

A pergunta que fiz à Embaixadora Americana foi se haveria ALCA sem o Brasil. Ela, porém, não res-pondeu. O representante da FIESP disse: “Não há”. Também acho que não.

V.Exa. apresentou a idéia de se trabalhar em co-mum com o MERCOSUL, pelo menos com a Venezuela como aliada. Isso representaria uma grande parcela do comércio continental – o MERCOSUL mais a Ve-nezuela, pelo menos. Então, não haveria uma ALCA sem o Brasil. Isso dá ao País importante condição de altivez.

A respeito desse assunto, quero ouvi-lo depois, pois não é simples a negociação. Há muita resistên-cia para se mudar de postura, ceder, por exemplo, em transferência tecnológica ou investimentos com implan-tação de projetos com valor agregado criado no País etc. Não foi isso que aconteceu no NAFTA. Há a ten-tativa de transferir o esquema do NAFTA para a ALCA. Isso nos deixa bastante reticentes, porque podemos aumentar as exportações e ficarmos mais pobres ou concentrarmos mais renda e não termos saída.

O Brasil tem papel-chave. Temos maior responsa-bilidade do que o próprio País, em termos de América Latina, particularmente. Os Estados Unidos têm a ga-nhar em um acordo em que entrem compras governa-mentais e mesmo propriedade intelectual, como disse o Deputado Alberto Goldman. Sempre haverá um país que tem biodiversidade como a nossa, por exemplo, e questões como patentes e outras que estão em jogo. Quero ouvi-lo sobre isso.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Antes de passar a palavra ao Embaixador Adhemar Bahadian, convido o Deputado Carlos Mota, Presidente da Comissão de Agricultura, que nos hon-ra com sua presença, para tomar seu devido lugar à Mesa.

Com a palavra o Embaixador Bahadian.O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Srs. Deputados,

o Congresso Nacional, em última análise, é que vai decidir se o acordo vigorará ou não no Brasil. A res-ponsabilidade é dele. Isso me obriga a ser absoluta-mente franco em relação ao que penso sobre essas duas importantíssimas questões levantadas.

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53256 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Em primeiro lugar, consigo perceber o que os Estados Unidos podem ganhar com a ALCA. É mui-to fácil entender. É claro como água. Se não fossem ganhar não fariam esse brutal investimento e não co-locariam os melhores negociadores da sua equipe nessa negociação.

É óbvio que há uma estratégia que pode ser fa-cilmente identificada nas diretrizes que o próprio Con-gresso americano determinou para os negociadores comerciais americanos. Há uma estratégia negocia-dora na ALCA. Ela tem como objetivo facilitar cada vez mais o que poderíamos chamar de ciclo produtivo das grandes empresas americanas para que tenham cada vez menos entraves tanto do ponto de vista da circulação do bem como da circulação do capital e para que haja o menor constrangimento possível e obrigações para esse capital, quando ele entrar num determinado país.

Sem falar em ALCA, lembrando apenas o que já aconteceu na OMC, quando aceitamos TRIPs e TRIMs, que são os acordos relacionados com propriedade in-dustrial e investimentos, respectivamente, vejo que já perdemos muita coisa em termos de propriedade de política industrial.

Por exemplo, sou do tempo em que se fazia po-lítica industrial na CACEX. O Banco do Brasil nego-ciava entrada e saída de investimentos no País, co-locando licença de importação ou não dando licença de exportação para determinados casos. Quando se instalava uma empresa no Brasil – e o processo de desenvolvimento brasileiro, em grande parte, foi feito assim – , havia comprometimento de componente na-cional, criavam-se indústrias “satelitárias”, como vimos. Os TRIMs acabaram com isso, pois proíbem que um país faça esse tipo de política comercial.

Mas estamos falando de ALCA, não de TRIMs. O que é ALCA? ALCA é TRIMs ao cubo. Quer dizer, na ALCA pretende-se fazer com que todas essas partes que já foram concedidas em TRIMs sejam ampliadas. Esse é o claro objetivo dos Estados Unidos na nego-ciação. É óbvio que para eles há um interesse muito grande. Repito: em relação à dissimetria que existe na ALCA, para alguns países isso não tem a menor relevância; para outros, sim.

Os americanos e os canadenses dizem o seguinte sobre o que entendem como ALCA: “A ALCA deve ser mais ambiciosa. Devemos ter o maior nível de ambi-ção possível”. Inclusive, tenho grande dificuldade em aceitar essa linguagem. Tenho até certa rejeição a ela, porque não gosto muito dessa expressão.

De qualquer maneira, o que falta na ALCA, Depu-tado, não é ambição, mas grandeza. A ALCA surgiu de um projeto político chamado Cúpula das Américas. Foi

uma iniciativa que deveria ter tido conseqüências de natureza mais solidária do que está tendo. Dos produtos que saíram da Cúpula das Américas, o único que está andando – mal ou bem, está andando – e que tem o objetivo concreto de se instalar é o da ALCA.

A ALCA não tem grandeza, porque não reconhe-ce as assimetrias dos países desenvolvidos. Ela não admite, por exemplo, a criação de fundos compensa-tórios, a criação de mecanismos de bancos regionais para atender a situações como a do Caribe e de outros países da América Central – ou até mesmo a nossa, se fosse o caso. Essa grandeza não existe. Portanto, o que existe claramente na ALCA é essa parte pro-fundamente preocupante de se ir além do que já se foi em regras de investimento, propriedade industrial, entre outras. V.Exa. tem razão, pois corremos um ris-co muito grande.

A grande vantagem de estar havendo este de-bate é que a palavra “ideologia” tem de cair fora. Es-tamos realmente discutindo dinheiro, desenvolvimen-to, decisões de um projeto brasileiro para o futuro. É perfeitamente legítimo o Brasil dizer “não”, “mais ou menos”. Não podemos ter uma posição de timidez diante de uma máquina que, claramente, pode tentar nos pegar no regional, naquilo que rejeitamos de for-ma muito consistente e clara no bilateral. Quer dizer, não aceitamos até hoje, Sr. Presidente, fazer nenhum acordo de garantia de investimentos ou de proteção de investimentos. Nos últimos 30 anos, os acordos que fizemos com diferentes países foram submetidos ao Congresso e por ele rejeitados. Então, o que se pode ter agora é um mecanismo vicário, pelo qual se vai fa-zer esse acordo na ALCA.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Essa posição é defensiva. O que podemos ganhar?

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – É uma boa pergunta, pois falta fazer esse exercício. E não quero dizer-lhe que pode ser que não se ganhe nada, pois pode ser que se ganhe. Depende. Esse exercício tem de ser feito. Pode ser que se consigam reduzir algumas tarifas, aumentar um pouco as quotas. Mas ainda não vi esse exercício, pois foi feito com base em expecta-tivas que não são reais. Se fizermos o exercício de o Brasil conseguir exportar mais 20% de cítrico para os Estados Unidos, vai ser ótimo. Mas quem disse que isso está no jogo? Não está, esse é o problema. Não quero ser taxativo, mas não tenho conhecimento de estudos que tenham sido feitos de maneira clara por setores industriais brasileiros, que mostrem, por exem-plo, que nessa área aqui teremos... Pode ser até que existam, mas ainda não os vi.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Pela ordem, Sr. Presidente.

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Gostaria de uma resposta mais clara em rela-ção à pergunta do Deputado Alberto Goldman. O que teríamos a oferecer, já que na parte agrícola não terí-amos nenhuma chance? Então, quais os serviços ou produtos que o Brasil poderia ter chance de disputar no mercado?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Severiano, vou inscrevê-lo para que, na devida oportunidade, V.Exa...

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Só interpelei porque a pergunta do Deputado Alberto Gol-dman não foi respondida.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Certo. Mas temos uma ordem aqui. Os próxi-mos inscritos são os Deputados Tarcisio Zimmermann e Francisco Dornelles. Tenho certeza de que o Embai-xador Bahadian responderá a pergunta. A Relatora pode falar a qualquer tempo.

Antes de conceder a palavra ao Deputado Tarci-sio Zimmermann, indago à nossa Relatora se deseja manifestar-se.

Tem a palavra a Sra. Relatora, Deputada Mani-nha.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Embaixador, sua exposição está sendo feita de maneira extrema-mente clara e didática. Como disse V.Exa., a ALCA tem um glossário que, para nós, simples mortais, é difícil de acompanhar. Talvez para aqueles Deputados que já tenham experiência em negociações comerciais seja fácil, mas para nós os termos são, às vezes, herméti-cos, de difícil entendimento. Teremos de nos acostumar com eles para começar a verbalizar também.

A exposição que V.Exa. acaba de fazer, repito, é extremamente didática, não só do ponto de vista his-tórico de como a ALCA vem se desenvolvendo, como também no sentido de nos permitir ver o panorama global de quais são os setores organizados, que pa-íses estão compondo-os, como os compõem e quais os interesses de cada um.

Vou fazer algumas considerações e perguntas. V.Exa. sempre afirma que não há uma ALCA ideoló-gica. Na verdade – V.Exa. e o Deputado Ivan Valente externaram isso muito bem – , a discussão sobre a ALCA não é apenas comercial. Vai chegar o momen-to em que haveremos de discutir muito mais do que a relação comercial. Esse arcabouço todo diz respeito evidentemente à soberania do País. Inevitavelmen-te, vamos estar discutindo o que interessa ou não ao Estado.

Ouvimos o depoimento da FIESP, que foi a ex-pressão de uma corporação empresarial. Muito cla-ramente disse que a reunião em Miami não foi um avanço e que poderia ter sido muito melhor. Disse

também que a de Trinidad e Tobago havia sido um retrocesso e que há interesses a serem negociados. Agora, V.Exa. nos diz, de forma muito clara, que não tem a precisão exata de quais sejam esses interesses de cada corporação. O que interessa ao Itamaraty é a razão do Estado, o objetivo do Estado. É o que, no final, vai sobrar para o País, enquanto Estado, chegar a um resultado positivo.

Hoje pela manhã debatemos a questão na Co-missão de Relações Exteriores com o Deputado Pan-nunzio e houve entendimento diferente. Parece que há discrepância entre a posição que o Itamaraty adota e a dos demais Ministérios que, conjuntamente, formulam as propostas para a negociação. Essa diferenciação é ou não ideológica? No meu ponto de vista, não. A meu ver, estamos fazendo uma negociação de Estado. O mais importante para o Estado é a negociação que o Itamaraty está desenvolvendo.

Quanto a essa questão, uma vez colocados o MERCOSUL e a negociação da ALCA, além do que V.Exa. enfatizou – que nossos principais parceiros são os do MERCOSUL – , na negociação de Miami conse-guimos visualizar que a Venezuela, que ainda não é do MERCOSUL, tinha posição diferenciada. Insistiram em colocá-la no documento ministerial final, que o Depu-tado Nonô dizia ser o “enterro do asterisco”, porque se discutiu se deviam colocar ou não o asterisco onde se registrava a posição da Venezuela em relação à con-ceituação da ALCA. Afinal não foi colocado devido ao processo de negociação que se firmou. Mas a Argen-tina fez um discurso bastante avançado e agressivo. Até nos perguntarmos se a verbalização daquele país não era a mesma do Brasil, que não podia falar porque era co-Presidente, estava na Mesa, de certa forma, amarrado. O discurso do CARICOM também exigia que se discutisse o Fundo de Compensação.

Dentro dessas assimetrias apresentadas e da discussão acerca do Fundo de Compensação, pode-remos prever um cenário negativo para o Brasil? Se não conseguirmos avançar nessas situações, quais serão as nossas dificuldades?

Por último, gostaria de saber sobre a nossa parti-cipação como Parlamentares. Temos acompanhado o processo de negociação, que muito interessa à Casa, pois surgem debates. É importante a vinda dos nego-ciadores para nos relatar sobre o processo. Tivemos um seminário e ainda teremos muitos debates e a própria criação da Comissão Especial da ALCA. Mas existe, na estrutura da ALCA, um conselho consultivo, formado pela CEPAL, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, além da OEA.

Por que não haver representação parlamentar nesse conselho consultivo, já que não somos nego-

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53258 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ciadores, não somos Executivo, não pudemos, inclu-sive, falar no processo de negociação? Não podemos estar presentes nesse conselho? Gostaria que V.Exa. nos falasse um pouco como foi criado esse conselho, o que ele representa e se podemos aspirar a fazer parte dele.

Quero, mais uma vez, elogiá-lo. V.Exa. está sendo muito didático e estamos aprendendo bastante.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra o Embaixador Bahadian.

O SR. ADEMAR BAHADIAN – Deputada, em primeiro lugar, não há, que eu saiba, posições do Itamaraty opostas às de outros Ministérios. A nossa posição, como V.Exa. mesmo disse, é de Estado, pois foi submetida ao Presidente Lula em reunião em que estiveram presentes numerosos Ministros. O que há, na realidade, não é discrepância com a linha que se segue. Alguns Ministérios têm percepção mais setorial do que outros, o que é natural. Mas a linha política, es-tatal, de governo foi estabelecida pelo Presidente Lula. E não vejo, honestamente, nenhuma dissidência.

Tive o prazer de estar com todos os Ministros que estiveram em Miami e não vi nenhuma resistên-cia concreta. Na minha opinião, há 4, 5, 6 meses não haviam sido expostas de maneira tão clara as dificul-dades que estão em jogo. Agora é que a situação está desabrochando, se é que posso usar essa expressão, embora o verbo desabrochar seja usado para flor – por isso, traz um sentido bom. Não sei se devo dizer que é um tumor que está saindo para fora – talvez seja o termo mais adequado para expressar melhor o que pode acontecer.

O Governo, na posição de Estado, está perfei-tamente identificado. Quanto à posição da indústria, também quero ressaltar que deve haver setores que têm muito interesse em negociar, mas até agora não houve negociação. Nós não nos sentamos à mesa de negociação. O trabalho da indústria vai ser muito gran-de, assim como o do agrobusiness.

Ainda não foi discutido o que vamos fazer com esses produtos. Como se vai reduzir em 10 ou 5 anos? O que se vai oferecer? Essa negociação ainda não foi feita. Ela deve ser feita urgentemente. Já foi proposta. O Governo americano aceitou que nos sentemos o mais rapidamente possível e comecemos as negociações que são chamadas, no nosso jargão, de 4 mais 1, em que se vão discutir produtos agrícolas.

O que na realidade vai ser colocado na mesa de negociação pelos americanos, na área agrícola? Não sei. A reunião de fevereiro é muito importante, pois permitirá que tenhamos, pelo menos, idéia do mínimo aceitável para todos os países. Vai ser com-plicado, mas é isso.

Quanto à pergunta muito pertinente que V.Exa. fez, Deputada, sobre o comitê tripartite da ALCA com a OEA, com a CEPAL etc., eu, lamentavelmente, não conheço nenhum mecanismo que permita algum mem-bro de parlamento de qualquer país participar dos de-bates ou do comitê tripartite. Mas, cada vez mais, vejo a participação dos Parlamentares nas reuniões.

De acordo com a minha posição pessoal – e desde já me comprometo a defendê-la como co-Pre-sidente brasileiro – , devemos nos reunir muito com os Parlamentares que estão na reunião e também com os representantes dos Ministérios. Esse contato na reunião, à medida que a coisa vai evoluindo, é muito importante. É a ocasião em podemos ouvir também, de certa maneira, a posição dos Parlamentares. Essa é a única fórmula que vejo no momento.

Há propostas feitas até de organizações parla-mentares se reunirem paralelamente à reunião. Tudo isso é possível, mas até agora não está claramente de-finido. Eu até estimulo, pois considero muito importante, a presença do PARLATINO nas reuniões, as discussões paralelas. Realmente, isso seria importante. Mas no momento o mecanismo é o seguinte: a negociação é feita pelo Executivo e depois é examinada pelo Legis-lativo. Essa é, mais ou menos, a regra standard.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Quero registrar que posição do Embaixador Bahadian não é apenas teórica. Isso foi exercido na reunião de Miami, o que é extremamente louvável.

Quanto à sugestão da Deputada Maninha, afir-mo que, do ponto de vista americano, o Secretário Zoellick , pelo menos 4 vezes, ao longo do encontro, fez questão – é uma inteligência tática e o motivo de os Deputados não participarem – de ressalvar o Con-gresso americano como instância superior e posterior das discussões do trabalho.

Todas as vezes em que os temas foram, diga-mos, espinhosos, a posição americana foi claríssima. Vê-se que a brasileira é clara, mas não foi explicitada lá, enquanto a americana o foi por várias vezes. Tudo o que acertarmos aqui vai depender do acerto na De-claração Ministerial, quando se estabelece a data-base de 30 de setembro. Ela não é aleatória. É a data limite para proposta do Executivo ao Legislativo americano. Por isso, há a inserção da data de 30 de setembro na Declaração Ministerial.

Foi apenas um esclarecimento incidental.Concedo a palavra ao Sr. Deputado Tarcisio Zim-

mermann.O SR. DEPUTADO TARCISIO ZIMMERMANN

– Sr. Presidente, o esclarecimento de V.Exa. é muito importante, porque a idéia do irmão mais bravo sempre é muito útil, especialmente nesse processo de nego-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53259

ciação. É uma pena que não tenhamos dentes maiores no Congresso Nacional. Mas, pelo visto, o Parlamento brasileiro tem sido, recorrentemente, espaço de salva-guarda de importantes interesses no País.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Tarcisio Zimmermann, têm dentes; às vezes não os usam.

O SR. DEPUTADO TARCISIO ZIMMERMANN – Poderiam ser maiores.

Cumprimento a diplomacia brasileira, o Embai-xador. Aqueles arautos do nosso isolamento, da nossa situação de constrangimento que viveríamos em Mia-mi felizmente foram categoricamente desmentidos. Os arautos também da nossa divisão foram desmentidos pelos fatos, que são o senhor da razão. Nesse caso, mais uma vez, confirma-se que a diplomacia brasileira opera num grau de profissionalismo e de responsabi-lidade que nos orgulha e nos dá alento.

Desejo também falar da importância do depoimen-to do Embaixador. Um do comentários mais originais de S.Exa. foi de que falta na ALCA grandeza e não ambição. Talvez esse seja o grande desafio de uma nação como o Brasil, que pode propor que a ALCA tenha grandeza.

Anteriormente, foi feita a seguinte pergunta: o que o Brasil tem a oferecer? Anotei o que poderia ser a base de acordo mínimo do País. Poderia ser grandeza? Poderia ser a proposta de que, efetivamente, tivésse-mos contrapartidas, políticas compensatórias? De que pudéssemos incorporar na ALCA a idéia de alavancar o desenvolvimento com maior harmonia para nosso vasto continente? Isso teria espaço para discussão ou se trata de tema de loucos, de irresponsáveis? Qual seria a agenda comum do Brasil? Até quando haverá a co-presidência brasileira na condução da ALCA?

Em relação ao que disse a Deputada Maninha, sobre a nossa dificuldade de compreender um pou-co os meandros das negociações internacionais, por que a opção americana e brasileira de remeter de-terminados temas para a OMC? Na verdade, a OMC também é multilateral, assim como me parece ser a ALCA. Qual a vantagem de se buscar espaço na OMC e não na ALCA?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Francisco Dornelles.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Embaixador Adhemar Bahadian, os Deputados Al-berto Goldman e Tarcísio Zimmermann questionaram alguns pontos, tais como a desgravação tarifária dos produtos agrícolas e a eliminação de medidas prote-cionistas, que têm sido pontos fundamentais preten-didos e metas do Governo brasileiro. Mas os Estados

Unidos têm deixado bem claro que é para esquecer isso. Eles não vão discutir na ALCA desgravação tari-fária nem eliminação de medidas protecionistas, que estão sendo jogadas para a OMC.

O que o Brasil deseja mais na ALCA? Seria pos-sível dizer exatamente o que pretendemos? Até agora o que foi demonstrado para eles não é cabível. Es-tamos apenas dizendo o que não queremos. O que o Brasil objetivamente deseja e pode ganhar com a ALCA? Já está claro que desgravação tarifária e elimi-nação de medidas protecionistas os Estados Unidos não discutem.

Desejo saber também se seria possível listar pelo menos alguns tópicos das principais pretensões dos Estados Unidos no campo de investimento e de compra governamental.

Eram essas as minhas argüições, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Agradeço ao Deputado Francisco Dornelles.Com a palavra o Ministro Adhemar Bahadian para

responder aos 2 Deputados.O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Agradeço a

V.Exa. a deferência, mas não sou Ministro.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Ministro de primeira classe, em gênero, nú-mero e grau. Agora, vamos ouvir V.Exa, modestamen-te, na sua condição de Ministro de primeira classe. Os membros do Itamaraty não querem ver a sua renún-cia. (Risos.)

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Sr. Presidente, as perguntas são perfeitamente claras, mas difíceis de responder. O Deputado me perguntou se a resposta para o Brasil não poderia ser a grandeza. A meu ver, como disse S.Exa., não é uma proposta de louco. Na Cúpula das Américas já havíamos debatido a idéia da solidariedade, de um continente mais unido, mais integrado. Infelizmente, Deputado, por razões que se-riam de difícil explicação, o projeto solidário diminuiu muito, praticamente se esgota. E, como disse no início, ficou a proposta de acordo comercial, porque há uma filosofia por trás, que pode ser rejeitada ou não. Ha-vendo liberalização comercial, estaremos estimulando o desenvolvimento.

Efetivamente, é importante que o Brasil apóie as iniciativas que levem a essas compensações aos países menores. Estamos fazendo isso e faremos com mais ênfase. S.Exa poderá constatar. Seja vocal na defesa de interesses de economias menores.

Temos interesse em possuir um hemisfério de-senvolvido, livre de pobreza, de fome, de analfabetis-mo. Temos de trabalhar nessa linha que será, cada vez mais, defendida por nós.

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53260 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Em relação às perguntas feitas pelo nobre Depu-tado Francisco Dornelles, as negociações sobre o que para nós pode ser útil só ficarão claras na medida em que ocorrerem duas coisas – até agora não tenho cla-reza de como será o processo – , a saber: que nível de redução tarifária de alguns produtos agrícolas os Estados Unidos concederão ao Brasil e que impacto isso teria. Como disse, só poderemos saber quando começarmos a negociar, o que já está programado para ser feito, mas ainda não ocorreu.

A resposta à pergunta de S.Exa. ficará mais clara a partir de fevereiro, quando saberemos exatamente o que o Canadá e os Estados Unidos estarão dispostos a negociar na área agrícola. Isso vai nos dar um parâ-metro claro sobre o que poderemos ter. Essa pergunta fica um pouco condicionada a isso.

Eles estão dispostos a negociar na ALCA de maneira muito diferenciada. Fazem ofertas de produ-tos, que não são necessariamente as mesmas para o MERCOSUL, por exemplo, para o Caribe ou para a América Central. Isso tem a ver com a redução da tarifa, com a redução ao possível aumento de quota, com a possível – eventualmente, em alguns casos – manutenção de sistemas preferenciais ou não. Não há a hipótese de eles discutirem a eliminação de sub-sídios internos e externos. Claramente não querem isso na área agrícola.

Quanto aos investimentos, o ideal para os Esta-dos Unidos, segundo palavras do Embaixador Peter Allgeyer – não estou inventando nada disso – num seminário no Congresso brasileiro seria terem na ALCA exatamente o que tinham conseguido fazer com o Chi-le no acordo bilateral Chile – Estados Unidos. O nível de ambição é esse.

Fui criticado quando levei ao Senado o texto do acordo do Chile e assinalei o que significava aquilo. Um dos Senadores disse-me que eu estaria fazendo uma crítica indireta ao Chile. O Chile deixou de ser para mim um problema. Na medida em que colocam essa questão como parâmetro, passo a discuti-la. Respeito muito que um país possa ter um parâmetro diferente do meu, mas não preciso necessariamente aceitá-lo.

O Chile, para V.Exa. ter uma idéia, aceita o que os americanos gostariam que o Brasil tivesse. Por exemplo, se houver um conflito entre uma empresa de capital estrangeiro, no caso de capital americano, e o Governo ou uma terceira empresa – peguemos o caso do Governo – , o que eles desejam é que haja uma saída sempre arbitral para o litígio e não a justiça que temos constituída.

Obviamente isso é inaceitável para o Brasil. Ja-mais podemos aceitar uma regra que coloque como determinante em solução de litígio uma saída fora da

legislação brasileira, não apenas porque é anticonsti-tucional, mas também – é um aspecto que devemos pensar com muito carinho, se formos aceitar um tipo de decisão como esta – porque é discriminatório para pequenas empresas. Mais ainda para empresas que não têm capital suficiente para enfrentar uma defesa desse tipo, que envolve inclusive regras que não são do nosso Direito, que é muito mais codificado, como todos sabemos, e muito menos jurisprudencial do que um Direito anglo-saxão. Temos enorme dificulda-de de aceitar uma coisa dessas, mas isso é pedido, é desejado.

Sobre a propriedade industrial, que é um pouco vinculada à área de investimentos, eles já têm posição oposta. Não querem que os países tenham um sistema geral de proteção da propriedade industrial. Querem não apenas legislação – a legislação existe – , mas tribunais específicos para a propriedade industrial. Não temos isso no Brasil.

Essas exigências são aceitas por determinados países e para nós não são aceitáveis, mas são exem-plos concretos do que seria – sem falar no que seria a definição de investimentos, que é altamente complexa – a proteção ou não ao chamado hot money, a inca-pacidade total de controles para entrada e saída de capitais. Enfim, tudo isso estaria dentro do pacote de investimentos. Tais propostas vão para uma área muito sensível da própria política econômica de cada país.

Não há hoje – temos repetido muito isso para as americanos; eles não gostam, mas eu insisto – , em lugar algum, acordo regional ou multilateral de in-vestimentos. Nunca se conseguiu fazê-lo. Na OCDE alguns países tentaram fazer acordo de proteção de investimentos, mas não conseguiram. Houve enormes dificuldades e os acordos não vingaram. Na OMC não há acordo de proteção de investimentos. Não creio que num futuro previsível se poderá ter essa negociação.

Os Estados Unidos propõem na ALCA que se faça esse tipo de coisa. Primeiro, não há parâmetro internacional para aceitarmos isso; segundo, o parâ-metro é o acordo bilateral, que um país pode ou não aceitar, dependendo dos seus interesses específicos. Para nós, claramente não interessa.

Vou dar um exemplo final para terminar. Por que compras governamentais têm de entrar

numa negociação de comércio? Compras governa-mentais, como todos nós sabemos, envolvem o último aspecto da decisão de cada país em ter uma política mais ou menos dirigida de desenvolvimento industrial, porque pode ir desde uma plataforma petrolífera com-prada pela PETROBRAS até a merenda escolar.

Quando falei pela primeira vez em merenda es-colar, todo mundo ficou achando que eu estava exa-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53261

gerando, mas não estava. A verdade é que o acordo feito com o Chile impõe que as licitações das compras governamentais no âmbito federal, estadual e munici-pal devem ser abertas à licitação regional. O que sig-nifica isso? Que, se fosse aplicado no caso brasileiro, a diretora da escola, que tem de contratar todo ano a merenda escolar, pelas nossas regras, teria de abrir uma licitação que eventualmente uma empresa que não fosse brasileira pudesse ganhar. Isso vale nos Estados Unidos? Não. Naquele país não é recíproco, porque a legislação não permite que, no âmbito municipal e estadual, exista interferência da União. De maneira que fica desequilibrado. Está no acordo do Chile. O Chile é soberano, acredita que fez o que é do interes-se nacional. Não tenho nada a criticar. Estou apenas repetindo que, para o parâmetro brasileiro, não creio que teria grande aceitação.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Seria possível, por intermédio do Itamaraty, termos acesso a esse acordo de investimentos que os Esta-dos Unidos fizeram.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – O acordo está disponível na Internet. Vamos tirar cópias e distribuir aos membros da Comissão.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO DORNELLES – Quero também ter acesso às compras, Sr. Presi-dente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Terei o maior prazer em lhe fornecer isso.

A legislação americana é um pouco mais com-plicada quanto a isso, porque há instâncias. A estrutu-ração do país é muito diferente, o nível de autonomia do condado e do Estado na legislação americana é muito distinto do nosso. Lá não se permitiria a saudá-vel concentração de poder em torno da União, como ocorre neste Brasil contemporâneo. Isso, contudo, é outra conversa. A Presidência providenciará as cópias e fará a distribuição.

Ouviremos o Deputado Edson Ezequiel e, em seguida, o Deputado Antonio Carlos Pannunzio.

Com a palavra o Deputado Edson Ezequiel, nos-so Vice-Presidente, representante do PMDB do Rio de Janeiro.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Sr. Mi-nistro Adhemar Bahadian, mais uma vez – e não po-deria ser diferente – quero parabenizá-lo pela palestra muito didática e correta. V.Exa. é realmente um grande negociador. Não vou ficar repetindo que participei da reunião da ALCA e venho estudando o assunto. Como estamos reunidos nesta Comissão, terei de continuar com o assunto.

Ontem , por exemplo, fiz muitas perguntas ao Dr. Maurício Costin, Diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP.

Na Psicologia, existe o fenômeno da empatia, segundo o qual, antes de alguém fazer qualquer coi-sa deve sentar-se na minha cadeira e ver se eu faria o mesmo. Então, um pouco disso ocorre nesse pro-cesso da ALCA, como V.Exa. mesmo disse. É muito simples para o Brasil dizer que gostaria que a ALCA tivesse tal ou qual modelo. Será, contudo, que isso é bom para a Costa Rica? É bom para o Canadá, para o Chile, para o Caribe e vice-versa? O que é bom para o Canadá, para o México etc. não é necessariamente bom para outros países.

Em Miami, o Chile fez o papel do ponta de lança do Canadá e do México, enquanto – como ressaltou a nossa Relatora, Deputada Maninha – , a Argentina, talvez até pela posição diplomática de co-Presiden-te do Ministro Celso Amorim, foi mais agressiva na questão.

Os pontos sensíveis são muito claros. Na agri-cultura, gostaríamos de ver acabados os subsídios, as cotas, as tarifas, a questão da política antidumping e as barreiras fitossanitárias, mas eles querem a política de propriedade intelectual. Temos problema de biodiversi-dade; eles querem compras governamentais e regras internacionais para investimento. Assim não dá.

Nesse quadro, quando pegamos a Declaração Ministerial de Miami – e isso já foi exposto pelo ilus-tre Presidente, inclusive com a explanação adicional do deadline do Congresso americano – o único ponto que sai é o plano de carta de intenção. Nesse sentido, tenho a mesma visão de V.Exa. Creio que essa carta de intenção é muito melhor do que a de antes. É preferível uma boa carta de intenção a termos aquela situação que tivemos com Peter Allgeyer aqui, quando, ao final de sua palestra – e V.Exa. deve recordar-se – disse que nós, Parlamentares, deveríamos pensar o que de-sejamos para os nossos netos. É como se dissesse que, se nós não fizéssemos acordo com os Estados Unidos, teríamos de prestar contas aos nossos netos. Disse-lhe depois rapidamente que o que ele havia dito era válido para duas situações.

Vou concluir com uma pergunta. A única coisa concreta – e o pessoal da Mesa já conhece a minha pergunta – nas boas intenções da declaração minis-terial que sanou várias divergências é o item 13, se-gundo o qual as negociações sobre acessos a merca-dos devem ser conduzidas num ritmo que leve à sua conclusão até 30 de setembro de 2004.

Li em vários periódicos que o México antes de assinar o NAFTA – aliás, companheiros, não vamos aqui discutir o que significou o NAFTA para a popula-

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53262 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ção, mas apenas o aspecto comercial. E, no aspecto comercial, numa interação com a indústria, o México teria criado 12 grandes grupos só com doutores e PhDs para fazer 160 monografias e verificar justamente onde perderia e onde ganharia com o acordo.

Volto a dizer: não estou discutindo se o México melhorou ou não de qualidade de vida. Do ponto de vista de balança comercial com os Estados Unidos, o México tinha, em 1994, 29 bilhões de dólares e, em 2002, bateu a casa de 73 bilhões. Atualmente está em mais de 100.

A pergunta que faço é a seguinte: existe – e ouvi falar alguma coisa em relação à UNICAMP – al-gum estudo, convênio ou interação com federações como FIESP, FIRJAN, no sentido de tentar encontrar balizadores, senão para produtos específicos, mas para áreas, como, por exemplo, autopeças, produtos cítricos etc.?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Antonio Car-los Pannunzio.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, Sra. Relatora, Sr. Deputado Waldemir Moka, Sr. Ministro Adhemar Bahadian, pri-meiramente, quero somar minhas impressões e meus sentimentos aos daqueles que me antecederam, agra-decendo ao Embaixador a disposição em vir interagir conosco. Isso é muito importante.

Sr. Presidente, permita-me um parêntese. Nos-so constituinte, não sei bem com que intenção, mas a partir do instante em que manteve a tradição das Constituições anteriores de delegar todos os pode-res nas negociações para o Executivo, na verdade enfraqueceu a condição de negociador dos nossos negociadores.

V.Exa. mesmo, Sr. Embaixador, disse claramen-te que os negociadores americanos, quando chegam a uma situação de aperto, apelam: “Não, aqui não. O meu trade promotion authority vai até aqui, daqui para frente não posso ir.” Seria muito bom se o negociador brasileiro tivesse essa condição. Esse, contudo, é um assunto que deveríamos ter discutido entre nós. A re-alidade é que não temos essa condição.

Durante sua explanação – e anotei rapidamen-te alguns pontos – V.Exa. disse que as negociações seguem. Cada país continua negociando basicamen-te com os Estados Unidos. Tenho a impressão de que essa é a grande preocupação de todos. O grande mercado e o maior PIB do mundo concentram-se lá. Poderemos ter vantagens se o mercado americano se abrir para nós. Se isso não acontecer, dificilmente teremos alguma vantagem. Por outro lado, poderemos ter vantagens se as aberturas que concedermos não

colocarem em risco o setor industrial brasileiro, não todas as modalidades, mas pelo menos as principais e também o agronegócio. Alguma coisa há de se per-der, mas se espera ganhar mais do que se perderá com essas trocas, o que é o objetivo da Área de Livre Comércio das Américas. Esse é um ponto.

Disse V.Exa. que, nas negociações, eles estavam procedendo em diferentes etapas e graus ao chamado destravamento de barreiras com cada um dos países. É natural que seja assim. Cada país tem sua peculia-ridade. Quando o negociador cede – e isso vale para os dois lados – sabe até onde pode ceder ou o que vai conquistar.

Sr. Embaixador, vamos supor que os americanos cedam um bocado e tornem extremamente interessante, por exemplo, ao Paraguai fazer parte da ALCA. Fazendo parte da ALCA, evidentemente o Paraguai vai exportar o que pode, mas vai receber tudo o que os america-nos puderem mandar para eles. Como bem sabemos, o Paraguai invadiria o Brasil com produtos americanos – mesmo que o Brasil não participe da ALCA – e isso criaria uma situação extremamente complicada para nós. Usei como exemplo o Paraguai, mas isso pode eventualmente acontecer com qualquer outro país da América do Sul. Como ficam as coisas?.

A segunda questão diz respeito a uma obser-vação. É mais para tirar uma dúvida que a Deputada Maninha e eu tivemos e em relação à qual travamos um debate. Nas negociações de Trinidad e Tobago, nas quais V.Exa. foi o negociador chefe, o Itamaraty foi para a mesa de negociações sem uma discussão prévia. Houve reclamações do setor produtivo, particularmente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, e até mesmo da parte de componentes do Governo. O Ministro da Agricultura, em reunião na Comissão de Relações Exteriores, disse que naquele episódio o Ministério não foi consultado.

Portanto, este é meu questionamento: como os negociadores – não discuto quem deve conduzir as negociações, pois incontestavelmente é papel do Ita-maraty – vão estabelecer parâmetros delimitadores, se os Ministérios fins e o setor produtivo não são ou-vidos?

Não sei se é fofoca – V.Exa. evidentemente vai pôr os fatos no devido lugar – , mas dizem que o MST e a CUT foram consultados. Nada contra ouvir a CUT ou o MST, mas não consigo entender, se é que foi assim, que o setor produtivo como um todo e os Mi-nistérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não sejam ouvidos. Esse é um ponto. É mais uma pergunta que faço.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53263

Disseram aqui que a ALCA é grandiosa. Não sei se esse grandioso também poderia ter o sinônimo de generoso, em que os mais fortes cedem para que os mais fracos, os menos desenvolvidos, pudessem dimi-nuir as chamadas assimetrias. Isso realmente seria o ideal. Muitas das equiparações – nós mesmos fazemos os nossos debates aqui – advêm da realidade hoje vivida pelos países que formam a União Européia, em que as assimetrias estão sendo, a cada dia que passa, minimizadas e há tendência de ficar uma equalização muito positiva para os povos de todos os países que integram a União Européia.

Mas a União Européia não nasceu nesse formato e nessa amplitude. Ela nasceu, salvo engano, como Mercado Comum Europeu. É também um Acordo de Livre Comércio, pura e simplesmente. Não havia meca-nismos de compensação, de investimentos. Pensou-se nessa questão da diminuição das barreiras até se che-gar a esse estado aparentemente ideal que já se vive hoje na Europa Ocidental. Tenho a impressão de que não dá para termos a expectativa de que poderíamos começar nas Américas. E as assimetrias nas Américas são infinitamente maiores do que aquelas que haviam na Europa Ocidental. Não dá para pensar numa ALCA em que de repente se dê, como dizem, livre trânsito, investimentos garantidos do Canadá, dos Estados Unidos ou, eventualmente, do Brasil, do Paraguai, da Guatemala, da Nicarágua, porque não é bem esse o contexto. Isso ainda não é possível.

Temos de pensar – e V.Exa. foi muito claro – que isso é um acordo que, se acontecer, num primeiro mo-mento, visa à compra, à venda e ao lucro, no final das contas. Todas as partes querem ganhar um pouco.

Indago a V.Exa. se essa expectativa, que é muito comum no nosso meio, não é exagerada com relação ao que possa ser a ALCA num primeiro estágio.

São essas as questões que formulo. Agradeço a V.Exa. a atenção.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra o Ministro Adhemar Baha-dian.

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Muito obrigado, Sr. Presidente.

Vou começar recordando a frase do nosso colega americano sobre o que vamos fazer com os nossos ne-tos. Lembro-me de uma história meio antiga. Perdoem-me por contá-la de novo, mas costumo fazê-lo porque a ouvi quando foi narrada pela primeira vez, há muitos anos, na ONU, quando havia uma grande reunião de países em desenvolvimento discutindo a situação co-mercial. Discutiam muito as vantagens – na época, a linguagem era outra – da joint venture, a palavra da

moda nos anos 60. Não havia ainda a globalização, mas a joint venture.

Durante aquela discussão, um delegado africa-no pediu a palavra e disse o seguinte: “Quero contar para os senhores uma história. Uma vez, quando os animais falavam, o porco se encontrou com a galinha. Eles começaram a discutir a possibilidade de formar uma joint venture. A galinha argumentava com o porco: ‘Olha o mercado americano, essa beleza!’. Estamos falando na época pré-colesterol. ‘Esse pessoal, todo dia de manhã, come bacon com ovos. Fazemos uma joint venture. Eu entro com os ovos, você entra com o bacon, e nós vamos conquistar esse mercado.’ Aí o porco ficou meditando. ‘Pois, olha, galinha, sabe que eu acho uma boa, mas há um detalhe: para eu dar o bacon, eu morro.’ A galinha foi muito filosófica: ‘Mas olha aqui: em toda joint venture há sempre quem se dá mal. É uma coisa normal’. A situação de hoje, mais ou menos adaptada, é assim. É isso o que devemos ter presente.

Quanto às perguntas que me foram feitas aqui quanto a esses aspectos da comparação com a União Européia, acredito que seria ótimo que assim fosse, mas, desde logo, foi dito que não vai ser assim. O ob-jetivo não é esse, não é fazer um modelo de União Européia, porque lá realmente os países, inclusive os economicamente mais importantes, acrescentam uma percentagem absolutamente importante para os direitos compensatórios. E isso não está na pauta das negociações na ALCA. De maneira que vejo poucas possibilidades de que se evolua para isso.

O risco do MERCOSUL para o qual o senhor chama a atenção de fato existe. Temos isso muito cla-ro, porque, é óbvio, a única resposta que se pode dar é a de que, numa situação dessa, não pode haver o melhor dos dois mundos. Se se quer fazer parte do MERCOSUL e ter acesso ao mercado brasileiro com determinado grau de preferencial, não se pode, ao mes-mo tempo, sair desse esquema preferencial e tentar obter a mesma coisa do outro lado, pelas razões que o senhor mesmo apontou. Seria uma invasão. Então, a unidade do MERCOSUL terá de ser mantida median-te mecanismos de proteção, obviamente negociados entre nós.

Não acredito também que vamos obter, com mui-ta facilidade, um elenco de produtos e que possamos saber claramente em que vamos ter vantagem nego-ciadora. Como disse desde o início, até agora não vi uma proposta concreta na mesa de negociação. Há listas de demandas. Vou dizer claramente que isso faz parte do movimento negociador. As ofertas feitas pelos Estados Unidos e as feitas pelo Brasil são pífias, mas

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é assim mesmo, começa dessa maneira. Temos agora de fazer as revisões dessas ofertas.

O que não houve até agora foi exatamente isso, porque a ALCA ficou no emaranhado da discussão sobre o nível de ambição, nível disso, nível daquilo, e fizemos os 7 mil destaques, como o Deputado disse – nós chamamos de colchetes ou de brackets. Não conseguimos evoluir em nada, porque não sabemos exatamente como negociar e em que pontos vamos negociar.

De maneira que – e gostaria de ter a oportuni-dade de dizer isso ao debatedor da FIESP – a situa-ção de Miami é muito melhor agora do que antes. Por quê? Porque há claramente opções sobre o que se vai poder negociar.

Passo a bola para a FIESP, para a indústria. Va-mos nos sentar todos para fazer o levantamento do que nos interessa. E vem, nesse caso, a questão de Trinidad e Tobago que o senhor levantou.

Primeiro, quero dizer – e digo isso não porque eu queira me defender, mas porque é um fato concreto – que não sou negociador brasileiro nem o fui em Tri-nidad e Tobago . Sou Co-Presidente da ALCA e estou tecnicamente impedido de negociar a posição brasileira, a chefia da delegação brasileira é de um colega meu, o Embaixador Macedo Soares. Acompanhei muito de perto, porém, toda a formulação da proposta brasileira e desejo prestar alguns esclarecimentos importantes: primeiro, a reunião de Trinidad e Tobago se seguiu a outra ocorrida em El Salvador. Antes de El Salvador, o Ministro Celso Amorim propôs ao Presidente da Re-pública uma linha de ação do Governo brasileiro. Essa exposição de motivos foi levada por S.Exa. ao Presiden-te, que o convocou para uma reunião com o Ministro do Desenvolvimento, o Ministro da Agricultura e outros Ministros para discuti-la e chegaram a um acordo so-bre a posição brasileira. Constava dessa exposição de motivos, na época, a Proposta dos Três Trilhos, e todos os Ministros que estavam ali a aprovaram.

Quando fomos a El Salvador, apresentamos a Proposta dos Três Trilhos de maneira formal. Obvia-mente, houve rejeição, problemas etc., porque estáva-mos começando a desviar aquele navio, o qual, como deduzi, estava indo em direção ao iceberg. Quando chegamos a Trinidad e Tobago para prestar esclareci-mentos, criou-se certa confusão, porque não foi fácil de se compreender na hora o que estava acontecendo. Em Trinidad e Tobago, o MERCOSUL propôs o projeto de declaração ministerial – o objetivo daquela reunião – que depois foi adotada em Miami. Cada país ou gru-po de países apresentavam um projeto inicial. O nosso traduzia a lógica dos Três Trilhos.

Se tivesse sido admitido que não houve nego-ciação ou discussão específica sobre esse projeto de declaração ministerial apresentado pelo MERCOSUL, e não pelo Brasil, talvez não tivesse havido ali, naquele momento, profundo debate. Não houve discrepância, quer dizer, o projeto apresentado pelo MERCOSUL não discrepava da linha de orientação do Governo, aprovada pelos Ministros e pelo Presidente.

Digo, com muita tranqüilidade, que foi uma reunião muito tensa, pois todos os países estavam em difícil situação. Os representantes de Cancún criaram com-plicações com os países envolvidos na ALCA, o que foi muito explorado pela mídia. O Brasil ficou isolado, seus representantes não conseguiram se pronunciar.

Honestamente, provo que Trinidad e Tobago foi um sucesso para o País, porque, pela primeira vez, cla-ramente, o americano e o canadense tiveram de dizer, na Mesa de negociação, que eles não iam negociar subsídios etc. Tanto que, quando acabou a reunião, eu declarei – saiu na imprensa brasileira, e o Ministro Zelik Trajber usou a mesma expressão – que os americanos disseram que na ALCA tudo está sobre a mesa. Ou seja, tudo pode ser negociável. Eu disse depois, em Trinidad e Tobago, que não era assim, que tudo não estava mais sobre a mesa, porque ficou claro que de-terminados aspectos das discussões não estariam.

Trinidad e Tobago foi um sucesso nesse sentido, porque levou à obrigatoriedade de, em Miami, as coi-sas serem mudadas. Vamos dizer claramente o que vamos negociar. E foi o que levou a Miami. Quer dizer, a estratégia do Ministro Celso Amorim foi correta e ló-gica, ao dizer: “Olha, eu tenho minhas sensibilidades, vocês têm as de vocês”. Vamos partir para a linha dos 3 trilhos. Não topamos, partiremos para outra solução, que foi a que se chegou em Miami: dar a flexibilidade possível.

Foi uma estratégia correta, inteligente e que deu certo, tanto que, em Trinidad e Tobago, eu disse que a proposta do MERCOSUL era criativa, construtiva e inteligente. Fui criticado e, inclusive, objeto de duros editoriais, que veicularam que tínhamos ficado iso-lados em Trinidad e Tobago, que não tínhamos feito nenhum movimento.

Miami foi o resultado dessa proposta. Não que Miami seja MERCOSUL, mas o que está lá tem mui-to de MERCOSUL, da idéia brasileira, e é uma vitória brasileira. Não se pode falar em vitórias diplomáticas, porque não há vitórias diplomáticas, mas acredito ho-nestamente que foi um importante passo e, como disse no início, fruto de entendimento entre o Brasil e os Es-tados Unidos. Não estou negando que houve coopera-ção dos Estados Unidos para se chegar a esse acordo. Quanto a isso, não tenho a menor dúvida, mas se não

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tivéssemos feito dessa forma, estaríamos negociando com a ALCA como antes, isto é, íamos para a reunião e o Comitê de Agricultura perguntava: “Quando os Es-tados Unidos apresentarão suas propostas sobre os Três Trilhos?” E eles respondiam: “Amanhã, depois de amanhã, na reunião que vem.” Com isso, nada andava, porque não havia um jogo claro. O jogo ficou claro. E se vai ser possível ou não, veremos isso claramente em fevereiro, mas, nesse aspecto, melhorou muito.

Deputado, com toda a honestidade, não hou-ve dissensão no Governo, o Itamaraty não escondeu nada, a proposta feita em Trinidad e Tobago era a de transposição dos Três Trilhos do MERCOSUL para um projeto de declaração ministerial. Foi uma reunião ruim, difícil, complicada, mas a história recente mostra que foi bem-sucedida para nós.

Espero que tenha prestado os devidos esclare-cimentos.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Sr. Presidente, talvez no afã de explicar todos os acon-tecimentos de Trinidad e Tobago, o Embaixador não respondeu minha pergunta final. Desejo pura e sim-plesmente ouvir “sim”, “não” ou – quem sabe? – “tal-vez” quanto à existência de acordos ou convênios, como ventilado, eventualmente até com a UNICAMP, para tentar dimensionar, senão de forma precisa, pelo menos em termos de ordem de grandeza, nos cam-pos setoriais ou de produtos, a posição do Brasil em relação aos demais países.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência se sente profundamente sa-tisfeita, porque todos os Deputados que passaram na Comissão estão intervindo.

Como temos apenas três inscritos, faremos um bloco único, composto evidentemente pelo Presiden-te da Comissão de Agricultura, o Deputado Waldemir Moka, e os Deputados Lindberg Farias e Francisco Garcia. Em seguida, o Embaixador responderá as in-dagações e, evidentemente, complementará a resposta ao Deputado Edson Ezequiel.

Com a palavra o Presidente da Comissão de Agricultura, Deputado Waldemir Moka.

O SR. DEPUTADO WALDEMIR MOKA – Presi-dente José Thomaz Nonô, primeiro, peço desculpas por ter chegado atrasado, pois encontrava-me na Comissão que analisa projeto sobre a Mata Atlântica. Mas, graças à nossa Assessoria, ainda pude ler o pronunciamento do Embaixador..

Para mim é uma honra, na qualidade de Presiden-te da Comissão de Agricultura, participar desta reunião. Por isso, agradeço ao Itamaraty a oportunidade.

Temos sido convidados, desde as reuniões pre-paratórias, a nos fazer presentes em todas as tratativas,

e a Comissão de Agricultura sempre se fez represen-tar pelos Deputados Dilceu Sperafico, Antonio Carlos Mendes Thame e Zonta.

Evidentemente, como disse a Deputada Maninha, para aqueles que não acompanham – e me esforço para tanto, por isso tenho participado de todas as reu-niões do PARLATINO, há quase 5 anos – os assuntos são realmente complexos, e a negociação se dá de forma lenta e gradual.

Desejo saber do Embaixador se há estratégia do Brasil no sentido de unir o MERCOSUL, e, a partir daí, termos força para negociar. Contamos, evidentemente, com o Presidente Lula e o sentimento de S.Exa. de tornar forte as Américas. Os representantes do Chile, por exemplo, optaram pelo comércio bilateral. Obvia-mente, nem todos esses países têm a mesma condição dele. Fica muito fácil para os Estados Unidos abrirem negociação bilateral com o Chile, que é um país sem produção grande em escala. Quer dizer, o Chile nun-ca ameaçará a produção dos Estados Unidos, o que não é o caso do Brasil, porque se eles nos abrirem a porta, por exemplo, para os produtos cítricos, o Brasil os inundaria.

Tenho a pretensão de dizer que temos potencial no setor agrícola e somos competitivos. E chegamos a essa situação graças aos Governos anteriores que abriram esse mercado. Do contrário, o País estaria hoje em péssima situação. O mesmo não aconteceu com a nossa indústria, sobretudo a química, que não tem como competir. Percebo, portanto, que a nego-ciação é difícil.

Nosso setor calçadista, por exemplo, é eficiente e quer a negociação. Agora, no setor da agricultura, a negociação bilateral Brasil/Estados Unidos é extre-mamente difícil, porque seremos sempre mais compe-titivos e mais eficientes do que eles, que detêm van-tagem apenas em razão dos grandes subsídios que insistem em manter.

Não penso que o Chile, pela sua realidade e suas condições, tenha feito um negócio ruim, até porque aquele país tem o apoio da população nacional. Con-versei com vários Parlamentares, e todos são unâni-mes em afirmar que essa é a negociação para eles. Será que não aconteceria o mesmo com os outros países? Será que o Brasil não corre o risco se assim proceder? A verdade é que o Embaixador já disse que, se eles quiserem negociar conosco, não devem agir desse modo – foi o que entendi. Quer dizer, se eles nos quiserem como parceiros preferenciais, não devem proceder assim porque esse jogo o Brasil não vai topar. Essa é a preocupação.

Evidentemente, Parlamentares da Comissão de Agricultura divergem da minha opinião, mas considero

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correta a negociação que faz hoje o Governo brasileiro. Esse é o caminho que devemos trilhar. Temos de forçá-los a negociar, não há por que fazer outra negociação enquanto eles não abrirem mão do setor em que Brasil é mais competitivo: o agronegócio.

Finalizando, é importante cada vez o Congresso brasileiro participar dessas reuniões. É correto tam-bém que os Estados Unidos usem o Congresso Na-cional.. Quer dizer, em algum momento, o Congresso brasileiro deve jogar com o Itamaraty. Temos de ser implacáveis no Congresso, até para fortalecer a po-sição dos nossos negociadores em vital e importante área para o País.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Com a palavra o Deputado Lindberg Farias.O SR. DEPUTADO LINDBERG FARIAS – Em-

baixador Bahadian, sinto-me muito seguro de ver a Diplomacia brasileira nas negociações da ALCA. A exposição de V.Exa. hoje tem de ser reproduzida, pois mostra que temos de continuar no caminho de defesa dos interesses nacionais.

Lembro-me de que travamos vários debates nes-ta Casa quando do encontro em Trinidad e Tobago, que aconteceu logo depois da reunião da Organiza-ção Mundial do Comércio, em Cancún, quando os as-suntos eram os mesmos: subsídios agrícolas, regras antidumping e, por outro lado, compras governamen-tais, investimentos, propriedade intelectual. Esse era o mesmo debate.

Impressionou-me, nesta Casa, ver Líderes da Oposição e setores da mídia se apressarem em dizer que o Governo brasileiro tinha se direcionado para o isolamento político nessas negociações. O que vimos logo depois, em Miami, foi o contrário: prevaleceram nossos posicionamentos. Obviamente, sabemos que o jogo não foi até o fim.

Impressionou-me também – e creio ser impor-tante destacar – quão draconiano era o projeto origi-nal da ALCA, o que foi enfatizado na intervenção do Embaixador. Comentou V.Exa. o caso de contencioso entre uma empresa norte-americana e o Governo chileno, em que, na verdade, se recorreu ao Tribunal Arbitral. O que separa uma colônia de um país livre é sua autonomia política, o fato de suas leis valerem. De que vale um Congresso Nacional se nos grandes conflitos comerciais as nossas leis não valem? De que vale elegermos Deputados e Senadores?

O espírito original da ALCA, sem dúvida alguma, é um atentado à soberania nacional. Creio, porém, que o Governo brasileiro tem negociado com bastan-te firmeza.

Afinal de contas, o que pode ser essa ALCA “de-sidratada” ou “light”? Sobra algo de fato? O Deputado Goldman perguntou: “Onde nós ganhamos?”. Não conseguimos ver nada de concreto.

O Presidente Lula, na sexta-feira passada, no Encontro Nacional de Comércio Exterior – e inclusi-ve, há pouco, eu comentava com o Deputado Tarcisio Zimmermann a sua semelhança física com o Presi-dente da República.

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Desculpe-me interromper V.Exa. Quando fazem esse comentário a meu respeito, costumo dizer: “Não façam essa injustiça com o Presidente.” (Risos.)

O SR. DEPUTADO LINDBERG FARIAS – Inclu-sive, Embaixador, quando, naquele período, tentavam mostrar divisores no nosso Governo, eu dizia: “Está lá a própria representação, a reencarnação do Presidente Lula, o Embaixador Bahadian.”

E o Presidente Lula, no Encontro Nacional de Comércio Exterior, fez uma declaração que já mostra o sentimento da Diplomacia brasileira, por mais que te-nha sido fundamental mostrarmos que a intransigência não foi nossa. Nesse caso, impressionou-me. Lembro-me quando o Líder do PFL, José Carlos Aleluia, subiu à tribuna para dizer que o Governo brasileiro estava bravateando naquele caso da reunião de Trinidad e Tobago. Que defesa de livre comércio é essa, se eles não abrem mão dos subsídios agrícolas, das regras antidumping?

Nessas negociações, o Governo e a Diplomacia brasileira conseguiram mostrar que a intransigência parte deles. E teremos agora problema maior, porque se aproximam as eleições norte-americanas. Tudo indica que não deve haverá concessões mais relevantes

No Encontro Nacional de Comércio Exterior, o Presidente Lula disse: “Com os Estados Unidos, es-tamos no teto. Não há muito mais o que conseguir. Temos de nos virar para a China, Índia, África do Sul, Rússia”. Em Cancún surgiu interessante movimento. A partir daquela resistência, houve imposições da União Européia e dos Estados Unidos – estou me afastando também do tema. Com o movimento do G-22 ou G-X, que ninguém sabe quantos são, não será por aí que teremos de privilegiar acordos comerciais mais sólidos?

Será que não está claro para todos que a ALCA mixou, que podem ser feitos somente pequenos acor-dos? Não será esse o caminho para tentarmos construir acordos sólidos, que podem ajudar na manutenção e na ampliação do superávit primário, como o de 22 bilhões que fizemos? Sabemos que nossa relação comercial com a China, com a Índia e com a África pode aumentar muito e, agora, há a viagem do Presidente ao Oriente

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Médio. Sabemos que o superávit é fundamental para equilibrar a balança de pagamentos e para diminuir a vulnerabilidade externa do País.

A partir da vitória do Presidente Lula e da altiva negociação do Governo brasileiro, o eixo das nossas negociações comerciais começa a se deslocar.

Eram essas as minhas argüições.Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Com a palavra o último inscrito, o Deputado Francisco Garcia.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO GARCIA – Sr. Presidente, Sr. Embaixador Bahadian, minha preocu-pação está em verificar as discussões das famosas medidas protecionistas.

Sou do Amazonas, de uma área incentivada, a Zona Franca de Manaus, e zonas francas existem tan-to no NAFTA quanto no MERCOSUL. A Zona Franca de Manaus foi instituída, em primeiro lugar, por ma-nutenção territorial. Talvez o País já tenha vivido na época da borracha a famosa ocupação territorial da Bolívia, que foi agrupada ao nosso País. Com essa preocupação, resolveu-se fazer um projeto econômico viável, para manter o homem na região. Assim surgiu a Zona Franca.

Existem diversas zonas francas. As mais impor-tantes, hoje, dentro da famosa ALCA, serão a do Mé-xico e a Zona Franca de Manaus. Pergunto a V.Exa., seguindo a linha de proteção e tarifa, e, acima de tudo, de fundos compensatórios: a Zona Franca não seria um fundo compensatório de manutenção territorial, de reserva hídrica, em que se quer explorar sua biodiver-sidade? Ao mesmo tempo, a Zona Franca mantém um pólo de desenvolvimento concentrado e dá àquela gente meios de sobrevivência, por termos a maior indústria eletroeletrônica da América Latina ali instalada.

Sr. Ministro, indústrias foram instaladas ali para substituir importações. Hoje, as exportações superam 1 bilhão de dólares, o que nós, brasileiros, temos de festejar. Mudamos a linha daquela Zona Franca. Mas me preocupa quando a ALCA discute modelos e medi-das protecionistas e tarifas. Como chegar? O que será da Zona Franca dentro da ALCA? Como ela poderá participar em termos de desenvolvimento regional? Qual a preocupação do Brasil com a Amazônia e, aci-ma de tudo, com o meu Estado, o Amazonas? Lá, a atual distribuição de riquezas, a manutenção do cres-cimento da participação de receitas federais cresceu de 12% em toda a Amazônia Legal, para 58%, numa demonstração de que é por meio do incentivo ao tra-balho que se tem receita federal.

Como poderíamos manter a competição na ALCA, com o crescimento das exportações verificado nos úl-timos 5 anos?

Sr. Presidente, essas as minhas preocupações relativas à minha cidade e ao meu Estado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra o Embaixador Bahadian.

O SR. ADHEMAR BAHADIAN – Muito obrigado. Vou procurar ser o mais objetivo possível.

Começarei respondendo pela ordem as pergun-tas a mim formuladas.

Volto à pergunta que infelizmente deixei sem resposta: relativamente à interação do Governo com a sociedade, temos promovido contatos com a sociedade civil de maneira freqüente, convidando NGOs, ONGs etc. Temos a SENALCA, que quando se reúne no Ita-maraty precisamos ir para o auditório, tal o número de pessoas ali representadas para discutir de maneira muito franca e objetiva. Essa interação existe. Porém, a pergunta do Deputado vai mais além e é perfeita-mente cabível. Há estudos esporádicos sendo feitos por organizações que começam a trabalhar. Ficaria satisfeito se elas estivessem cada vez mais integra-das nos mecanismos governamentais de negociação, quer dizer, por meio das confederações, das associa-ções. Quanto mais estudos forem realizados, melhor, inclusive setorialmente, como, por exemplo, sobre a exportação de calçados ou se, com a ALCA, haverá impacto eventual na indústria química. Isso interessa muito a todos nós. E esse caminho está sendo seguido ainda que de modo gradual.

O Deputado Lindberg fez várias considerações que, como S.Exa. mesmo reconhece, estão um pouco fora do objeto da nossa conversa. Mas, não apenas em atendimento a S.Exa., mas também a outros Deputados, por intermédio da Relatora e do Presidente, quero di-zer que estarei sempre à disposição desta Comissão, a qualquer momento e hora, para trocar idéias, enfim, para termos um acompanhamento das negociações. Sinto-me muito tranqüilo com isso. Afinal, tenho a van-tagem de, pelo fato de ser co-Presidente, procurar falar o máximo possível com todos os interlocutores.

Chamo a atenção para outro aspecto. Outro dia o Ministro Amorim, de maneira até humorística, se quisermos ver por esse lado, disse que em comércio não há monogamia. No comércio, a monogamia não é uma virtude. E temos procurado exatamente multipli-car nossos acordos e contatos – quando digo “nós”, refiro-me ao MERCOSUL – , buscando contatos com a União Européia e com a comunidade andina.

Certamente, em sua viagem, o Presidente Lula irá atrás de outras aberturas de mercado. De maneira que somos, sim, um globo trader. E vamos

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53268 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

continuar sendo. É uma ilusão imaginarmos que devemos nos circunscrever a apenas uma área. Num País como o Brasil é um horizonte um pouco limitado. Os Estados Unidos têm feito o mesmo, têm aberto um leque de negociações com todos os países possíveis e imagináveis que apareçam dispostos a negociar. Só quero ver se conseguirão chegar ao fim das negociações. Pelo menos estão começando a negociar.

Em relação à Zona Franca, o Deputado tem razão quando diz que pode haver impacto negativo, mas não estamos debatendo ainda esse tipo de problema. Ela, porém, terá de entrar no debate, da mesma forma que os impactos da ALCA sobre situações particulares, como economias menores, outras zonas francas etc.

Finalmente, faço um acordo com todos os se-nhores. O meu nome é Bahadian. Cada um me cha-ma de um jeito. Vamos chegar a um consenso single undertaking: Bahadian, para ficarmos todos numa boa. (Risos.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Para honrar a tradição armênia, felicito a todos pelo que pudemos produzir nesta tarde. Em 2 horas e 20 minutos, para ser preciso, graças à sen-sibilidade e à cooperação efetiva dos Srs. Parlamen-tares, conseguimos produzir reunião de enriqueci-mento recíproco.

O Embaixador Bahadian, sem dúvida alguma... (Risos.) Faço uma autocrítica: errei no sotaque. Essa é uma deformação nordestina. Tenho dificuldades para dizer single undertaking, e o último armênio que co-nheci foi Charles Aznavour que cassou Aznavourian

para ficar apenas como Aznavour. Não vou chamar o Embaixador de Baha, porque é uma intimidade que S.Exa. não me permite. (Risos.) Mas, se errei na pro-núncia, acertei no convidado. Tenho certeza absoluta de que esta Comissão viveu dia extremamente positi-vo, sobretudo porque o nosso co-Presidente transmi-tiu o que precisávamos. Primeiro, informação, dados substanciais.

A ALCA ainda é muito discutida e pouco conhe-cida. E, quando discutida, às vezes, é muito mais pelo viés passional do que propriamente pelo viés que pode produzir ganhos para a sociedade brasileira. Logo, tive-mos informação e bem transmitida. O Embaixador faz jus à reputação de dispor de excelente quadro o nosso Ministério de Relações Exteriores, independentemen-te das orientações governamentais e da alternância democrática salutar no processo.

O Brasil, desde o império, pode-se assim dizer, contou com o que havia de melhor nos seus quadros. O Embaixador é bem uma figura que honra os quadros do Itamaraty. Temos certeza, os Deputados e a socie-

dade brasileira, de que dispomos do que há de melhor nessa negociação. Somente o processo, porém, dirá se vamos ganhar ou perder.

Creio que uma das lições que estamos colhen-do no começo dos nossos debates é a de termos a absoluta clareza de que esse é um processo em evo-lução. O NAFTA completará 10 anos de implementa-do e ainda tem produtos com barreiras por mais de 5 anos – houve prazos de até 15 anos para adaptação às realidades nacionais.

Por fim, dou meu testemunho de que S.Exa. foi o primeiro a se dispor a conversar, ainda em Buenos Aires, porque essa reunião foi acertada em Miami, e a data foi uma insistência do próprio Embaixador. Essa sua disposição de conversar, aqui reiterada, apenas robustece a idéia clara. Pouco importa o que dizem os meios. Eles não são a Bíblia, às vezes os meios de informação aqui e ali também são contaminados pelo salutar vírus da paixão, do direcionamento do preconceito.

A afirmativa do nosso Embaixador é a de que está à disposição de todos, e nós o traremos novamente. Essa é uma característica especial desta Comissão. Esse é um processo e, como tal, teremos reuniões ainda, antes da reunião ministerial que será no Brasil. Teremos reuniões em Puebla, no mês de fevereiro, na Cidade do Panamá e em Trinidad e Tobago, além de reuniões do CNC. Ou seja, reuniões ainda em âmbito negocial, antes da reunião ministerial que vai secun-dar Miami.

O Ministro Roberto Rodrigues afirmou na Comis-são de Relações Exteriores – disso me lembro bem, das outras coisas nem tanto – que agora, a rigor, a expressão “o porco teve ambas as exposições, ago-ra que a porca vai torcer o rabo”, porque é agora que vão começar a se colocar especificamente as ofertas e, vamos decodificar o que até agora está imerso no linguajar pomposo, propositalmente pouco claro, das tratativas nessa fase.

Agradeço penhoradamente ao Embaixador Baha-dian e aos membros da Comissão que, sem dúvida alguma, conseguiram produzir tarde muito alvissarei-ra, não apenas para a ALCA, mas para a sociedade brasileira, que é, em última análise, o objetivo de todas as nossas ações.

Convoco reunião para a próxima terça-feira, a fim de apreciarmos uma série de requerimentos e de-batermos sobre a reunião de Miami.

Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os trabalhos da presente reunião da Comissão Especial da ALCA.

Está encerrada a reunião.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53269

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇOES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 6ª Reunião Ordinária Realizada em 9 de dezembro de 2003.

Às quinze horas e quarenta e sete minutos do dia nove de dezembro de dois mil e três, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as ne-gociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Plenário 04 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel e Alberto Goldman – Vice-Presidentes; Maninha – Relator; Antonio Carlos Mendes Thame, Cezar Schirmer, Feu Rosa, Francisco Turra, Jackson Barreto, José Pimentel, Luiza Erundina, Max Rosenmann, Ronaldo Caiado e Silas Brasileiro – Titulares. Compareceu também o Deputado Lindberg Farias, como não-membro. Deixaram de comparecer os Deputados Alexandre Cardoso, Custódio Mattos, Fá-bio Souto, Fernando Gabeira, Francisco Garcia, Jamil Murad, Marcos Abramo, Nelson Proença, Neucimar Fraga, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Rubens Otoni, Severiano Alves,Tarcisio Zimmermann, Vanderlei Assis, Welinton Fagundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou à apreciação a Ata da 5ª reunião. Não havendo quem quisesse discuti-la, foi aprovada sem restrições. OR-DEM DO DIA: A – Deliberação dos seguintes Reque-rimentos: 1) – REQ 3/2003 CEALCA – do Sr. Fran-cisco Turra – que “requeiro Audiência Pública com a participação do Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais – ICONE, Se-nhor Marcos Sawaya Jank, para debater sobre à Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.” 2) – REQ 4/2003 CEALCA – do Sr. Arnon Bezerra – que “convida o Sr. Renato Baumann, Economista, Diretor do Escri-tório da Cepal no Brasil e Professor da Universidade de Brasília, a fim de discorrer sobre sua experiência nas discussões do tema “ A ALCA e seus impactos no Brasil”; 3) – REQ 5/2003 CEALCA – da Sra. Dra. Clair – que “solicita esclarecimento de notícia divulgada por agência de notícias americana sobre o posicionamen-to brasileiro na Alca.” 4) – REQ 7/2003 CEALCA – da Sra. Maninha – que “requer seja instituído boletim in-formativo da Comissão a ser distribuído aos demais parlamentares do Congresso e às entidades interes-sadas no acompanhamento das negociações da Alca com a finalidade e na forma que especifica.” 8) – REQ 11/2003 CEALCA – da Sra. Maninha – que “requer às

Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacio-nal, Parlamentar Conjunta do Mercosul e Especial de Acompanhamento das Negociações da Alca a reali-zação de seminário internacional sobre a criação do Parlamento do Mercosul.” B – Relato da viagem à Mia-mi (Conferência Ministerial). A Relatora encaminhou a votação do requerimento de nº 03 a pedido do autor, Deputado Francisco Turra. O Senhor Presidente indagou se a comissão concordaria em realizar a votação dos requerimentos em bloco. O Deputado Antonio Carlos Panuzio sugeriu ao presidente em exercício fizesse a leitura dos requerimentos para votá-los em bloco, se esse procedimento não fosse anti-regimental. A rela-tora ponderou que o requerimento nº 05, de autoria da Deputada Drª Clair, que “requer esclarecimento de notícia divulgada por agência de notícias americana sobre o posicionamento brasileiro na Alca.” já estaria prejudicado em razão de a notícia estar atrasada e pelos esclarecimentos já prestados pelo embaixador Adhemar Bahadian sobre as negociações da Alca na reunião anterior. Os requerimentos de nºs 3 e 4 foram aprovados. O Deputado Alberto Goldman levantou dú-vida em relação à edição do boletim informativo objeto do requerimento de nº 04 de autoria da Deputada Mani-nha. S.Exª indagou quem seria o responsável pela sua edição e se o mesmo refletiria as posições formais da comissão. Com a palavra, a relatora esclareceu que o boletim tem caráter circunstancial e que se limitaria a descrever os eventos da comissão. A Relatora sugeriu ainda que cada membro da comissão poderia emitir suas opiniões, assinando um editorial no boletim. Disse haver conhecimento e concordância por parte do Depu-tado José Thomas Nonô e que espelharia as decisões da comissão. O requerimento teve sua votação adiada. O requerimento nº 11, de autoria da Deputada Maninha, que requer a realização de seminário internacional em conjunto com as comissões de relações exteriores e defesa nacional e parlamentar conjunta do Mercosul, sobre a criação do Parlamento do Mercosul foi aprovado contra o voto do Deputado Antonio Panúnzio. O Senhor Presidente concedeu a palavra a Deputada Maninha para fazer o relato da viagem a Miami. O Senhor Pre-sidente parabenizou a relatora pela apresentação do relatório de viagem e que o mesmo seria encaminhado à presidência da Casa. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e encerrou a reunião às dezesseis horas. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta ata. E, para constar, eu, Mário Dráusio Coutinho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assi-nada pelo Senhor Presidente.

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53270 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Havendo quorum legal, declaro abertos os trabalhos da 6ª reunião desta Comissão Especial destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comér-cio das Américas.

Tendo em vista a distribuição antecipada da có-pia da ata da 5ª reunião, indago da necessidade da leitura.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Solicito a V.Exa. seja dispensada a leitura da ata.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Havendo a concordância dos presentes, fica dispen-sada a leitura da ata da 5ª reunião da Comissão Es-pecial de acompanhamento da ALCA.

Em discussão a ata. Não havendo quem queira discutir, em votação.

(Pausa.)Se não há manifestação em contrário, declaro

aprovada a ata. Ordem do Dia. Item 1. Deliberação de requerimentos. Sobre a mesa o Requerimento nº 03, de 2003,

da CEALCA, do Sr. Francisco Turra. Requer S.Exa. audiência pública com a participação do Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais – ICONE, Sr. Marcos Sawaya Jank, para debater a Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presiden-te, pediu-me o Deputado Turra, que não pôde se fazer aqui presente porque neste momento está dando uma entrevista à TV Câmara, que fizesse a defesa do seu requerimento.

O Sr. Marcos Sawaya Jank é um especialista que já assessora o Ministério da Agricultura há algum tem-po e, portanto, tem muito a nos acrescentar no debate que estamos promovendo nesta Comissão.

Dessa forma, solicito a V.Exa. seja o requeri-mento submetido à votação, embora o seu autor es-teja ausente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Na verdade, Sras. e Srs. Deputados, os diversos requerimentos constantes da pauta são referentes à realização de audiências públicas e têm o objetivo de enriquecer, vamos dizer assim, os conhecimentos desta Comissão por meio da oitiva de especialistas ou entidades. Então, indago a V.Exas. se não poderí-amos votar em bloco esses requerimentos, para que

possamos entrar na questão relativa a infra-estrutura que está preocupando a Comissão.

Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Pan-nunzio.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, solicito a V.Exa., até para que o procedimento seja mais rápido, proceda à leitu-ra das proposituras, a fim de que, se não for anti-re-gimental – e eu acredito que não seja – , possamos votá-las em bloco.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – O primeiro, como já havia dito, é o Requerimento nº 03, de 2003, da CEALCA, do Sr. Francisco Turra, que requer audiência pública com a participação do Pre-sidente do Instituto de Estudos do Comércio e Nego-ciações Internacionais – ICONE, Sr. Marcos Sawaya Jank, para debater sobre a Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

O segundo é o Requerimento nº 04, de 2003, do Deputado Arnon Bezerra, que convida o economista Renato Baumann, diretor do escritório da CEPAL no Brasil e professor da Universidade de Brasília, a fim de discorrer sobre sua experiência nas discussões do tema ALCA e seus impactos no Brasil.

O terceiro é Requerimento nº 05, de 2003, da CEALCA, da Sra. Deputada Dra. Clair, que requer re-querimento de esclarecimento de notícia divulgada por agência de notícia americana sobre o posicionamento brasileiro em relação à ALCA. Como a Deputada Dra. Clair não está presente, acredito que devemos deixá-lo para uma próxima reunião.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, na verdade, eu ia fazer uma questão de ordem sobre esse requerimento da Deputada Dra. Clair, porque se trata de uma notícia já ultrapassada. A imprensa di-vulgou fartamente que o Itamaraty estaria mudando de posição acerca do processo de negociação. E, poste-riormente a isso, estivemos em Miami, e o Embaixador Bahadian esteve nesta Comissão esclareceu, de forma muito objetiva, a posição do Itamaraty.

Então creio que esse requerimento está preju-dicado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Veja bem, Deputada: eu já havia retirado o requeri-mento de pauta devido à ausência da autora. Em rela-ção aos dois requerimentos anteriores houve acordo, porque ambos nos oferecem a oportunidade de usufruir de palestrantes de qualidade e, assim, enriquecer os conhecimentos da Comissão.

Então, vamos retirar este item da pauta, não só em função do esclarecimento feito pela Relatora, a Deputada Maninha, mas também porque a requerente, a Deputada Dra. Clair, não está presente.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53271

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Antonio Carlos Biscaia) – Tem V.Exa. a palavra.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, entendo que esse requeri-mento, como já foi bem explicitado, passa a ser intem-pestivo, pois visa trazer informações sobre fato supe-rado. Dessa forma, proponho que o votemos também, para que a matéria não fique apenas adiada. Porque se simplesmente o retirarmos de pauta, na próxima sessão, ele poderá entrar novamente na Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Se houver consenso na Comissão no sentido de re-jeitá-lo, vou colocá-lo depois em votação, porque eu não posso rejeitar. Posso retirar de pauta, mas rejei-tar, não.

Então, os Deputados que estiverem de acordo com os requerimentos de nº 1 e de nº 2 permaneçam como se encontram. (Pausa.)

Aprovados.Em votação o Requerimento nº 3, da Deputada

Dra. Clair, que, tendo em vista os esclarecimentos pos-teriores, ficou intempestivo. Na realidade, quando de sua apresentação, o requerimento era perfeito e muito adequado ao momento, mas, face ao depoimento do Embaixador Ademar Bahadian e os fatos que trans-correram em seguida, a proposição ficou um pouco defasada no tempo.

Os que concordam com o requerimento perma-neçam como se encontram. (Pausa.)

Rejeitado.Item nº 4. Requerimento nº 07, de 2003, da CE-

ALCA, da Sra. Deputada Maninha, que solicita seja instituído boletim informativo da Comissão, a ser dis-tribuído aos demais Parlamentares do Congresso e às entidades interessadas no acompanhamento das negociações da ALCA.

Com a palavra a Relatora, a autora do requeri-mento.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, vou ser muito clara. Na verdade, o que nós queremos é que, além de todo aquele acervo que vamos disponi-bilizar na Internet, também tenhamos um boletim infor-mativo sobre o que está acontecendo na Comissão.

O relatório que fizemos em conjunto no retorno de Miami, por exemplo, se distribuído em forma de boletim para todos os Parlamentares, daria à Casa a dimensão do trabalho que a Comissão está realizan-do. Para fazermos esse material é necessário que a Comissão aprove. E o que nós queremos é ter uma estrutura que possa montar um boletim e que esse bo-letim circule entre os Parlamentares, a exemplo do que

faz a Comissão de Saúde e Previdência, que tem um boletim semanal dando conta do que realiza. No nosso caso, a informação é importantíssima para mostrar o trabalho que a Comissão está realizando.

É a solicitação que faço, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel)

– Algum dos presentes deseja manifestar opinião? Com a palavra o Deputado Alberto Goldman.O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Te-

nho dúvida em relação a essa questão, até porque para fazer um boletim a Comissão precisa de uma equipe, alguém responsável por isso. Meu receio é o de que isso possa dar vazão a uma série de opiniões individu-ais, e não da Comissão. Se o boletim é da Comissão, só poderiam ser publicadas decisões e posições for-mais da Comissão. Não sei se um boletim se adapta a nosso trabalho. Tenho minhas dúvidas. Quem ficaria responsável por isso?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Concedo a palavra à Deputada Maninha, que deseja dar alguns esclarecimentos quanto às questões apre-sentadas pelo Deputado Alberto Goldman.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Deputado Al-berto Goldman, a preocupação de V.Exa. é procedente. No entanto, o que proponho é um boletim muito mais circunstancial do que analítico. Por exemplo, houve a reunião de Miami. Poderíamos pôr no boletim tudo o que aconteceu em Miami, a reunião com o fórum em-presarial, a própria reunião ministerial, a posição do Itamaraty. Além disso, proponho que, semanalmente, seja publicado um artigo assinado por cada um dos Deputados que compõe a Comissão. Dessa forma, veremos as mais diversas opiniões. Esse boletim deve ser de responsabilidade da Presidência e da Relatoria e precisa de uma equipe mínima para dar consecução à idéia. Por isso, estamos pedindo que se formalize oficialmente.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Sra. Deputada, V.Exa. tem razão, mas talvez fosse inte-ressante deixarmos para decidir com a presença do Presidente José Thomaz Nonô, que, de fato, vai ser o responsável por esse boletim. Seria bom que S.Exa. estivesse presente para definir sua vontade e dispo-sição.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Trouxe a dis-cussão ao Plenário apenas depois de tê-la feito com o Presidente. E há a concordância de S.Exa. acerca do assunto. Por isso veio à pauta. Mas se V.Exas. quiserem deixar para próxima reunião, não haverá problema.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Deputada Maninha, sugiro que não haja a determina-ção expressa de ser o boletim semanal, porque, even-

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53272 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

tualmente, poderá haver situação em que seja melhor quinzenalmente ou até duas vezes por semana.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Mes-mo porque, Sr. Presidente, vamos entrar em recesso esta semana. No dia 15 encerraremos os trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – A preocupação da Deputada Maninha, externada por este Vice-Presidente, ora no exercício da direção dos trabalhos desta reunião, tendo em vista a impossibili-dade do nobre Deputado José Thomaz Nonô de estar presente, é a de que já houve conversa prévia e foi acordado que a responsabilidade do boletim deve ser da Presidência. A sugestão que apresento diz respeito apenas ao prazo de publicação.

Volto a dizer: se houver consenso, poderemos votar; caso contrário, teremos de adiar o exame das matérias. Como estamos próximos do recesso, isso vai ficar para a posteriori, não será noticiada a ques-tão de Miami, que ficará defasada, porque já vai ter acontecido Puebla, por exemplo.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – De qualquer forma, no que diz respeito à questão de Mia-mi, seria perfeitamente possível fazermos o relatório. Aliás, ele está feito, é só mandar distribuir cópias aos membros do Congresso como sendo da Deputada. E não precisa ser aprovado pela Comissão, porque é um relatório pessoal da Relatora. Não vejo razão alguma que o impeça de ser distribuído.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Até porque, quanto ao relatório, realmente não há problema. Já assinamos um relatório conjunto, impar-cial, sem nenhuma conotação pessoal, é muito mais um relato – a palavra já diz, relatório – dos fatos. Esse relatório já existe.

Assim, havendo a concordância da Relatora, vamos adiar esse item para melhor apreciação em futura reunião.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Sr. Presidente, dar conhecimento do relatório à Casa se-ria interessante.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – A Relatora fará isso.

O item 4, o Requerimento nº 7, de 2003, ficou adiado para uma próxima reunião.

Item nº 8. Requerimento nº 11, de 2003, também da nobre Relatora, Deputada Maninha, que “requer às Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacio-nal, Parlamentar Conjunta do MERCOSUL e Especial de Acompanhamento das Negociações da ALCA a realização de seminário internacional sobre a criação do Parlamento do MERCOSUL”.

Concedo a palavra à nobre Relatora, Deputada Maninha.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, esse seminário já deveria ter ocorrido este ano, mas, provavelmente, só acontecerá ano que vem. Trata-se de requerimento já aprovado na Comissão de Rela-ções Exteriores e de Defesa Nacional e na Comissão Parlamentar Conjunta do MERCOSUL, que agora vem à Comissão Especial de Acompanhamento das Nego-ciações da ALCA.

Por que o requerimento? Porque a Comissão Par-lamentar Conjunta do MERCOSUL elaborou proposta de criação do Parlamento do MERCOSUL, que já está sendo discutida conjuntamente pelos Parlamentos que compõem a Comissão: Argentina, Uruguai, Paraguai e, agora, o Brasil.

Por parte da Argentina há a posição bastante avançada de, inclusive, trabalhar com um futuro ca-lendário de eleições do Parlamento do MERCOSUL. A posição do Paraguai é semelhante à da Argentina. O Uruguai ainda não discutiu absolutamente nada. E o Brasil já começa a discutir na Comissão Parlamentar Conjunta do MERCOSUL.

Como todas as decisões são tomadas consensu-almente no bloco do MERCOSUL, no Brasil, o Deputado Dr. Rosinha, Presidente da Comissão Conjunta, está nos solicitando a realização do debate da matéria, para que o Parlamento brasileiro não só entenda a questão, mas tenha uma posição formal sobre o assunto. Daí, estamos propondo a realização de seminário internacio-nal, em que possamos trazer todos os 5 países e fazer um debate intenso, para que o Parlamento brasileiro possa ter posição firmada. Não há data prevista, pro-vavelmente será no primeiro semestre de 2004. Volto a insistir que essa deliberação já foi tomada pela Co-missão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e pela Comissão Parlamentar Conjunta do MERCO-SUL. Também gostaríamos de ter a Comissão Espe-cial de Acompanhamento das Negociações da ALCA, porque, evidentemente, é um assunto que diz respeito a tratados. Quem sabe, futuramente, não estejamos discutindo o Parlamento das Américas?

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, permite-me V.Exa. um es-clarecimento?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Concedo a palavra ao Deputado Antonio Carlos Pannunzio.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Votei favoravelmente ao requerimento quan-do apresentado na Comissão de Relações Exteriores. Se integrasse a Comissão Mista do MERCOSUL tam-bém votaria favoravelmente. Não consigo, porém, ver relação entre o Parlamento do MERCOSUL e a Co-missão Especial da ALCA.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53273

As medidas propostas no sentido da realiza-ção de um grande encontro para debater o tema são pertinentes. Só não consigo entender este foro como apropriado para discutir o tema, se já temos as duas Comissões que, efetivamente, têm a ver com a matéria deliberando sobre o tema.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Concedo a palavra à Deputada Maninha, para prestar os esclarecimentos solicitados pelo nobre Deputado Antonio Carlos Pannunzio.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Deputado An-tonio Carlos Pannunzio, com relação estritamente ao assunto, poderíamos dizer que não tem nada a ver. Estamos discutindo tratados. Inclusive, a todo momen-to, temos visto na imprensa surgir o debate acerca da criação do Parlamento das Américas.

Queremos que a Comissão seja co-patrocinadora do seminário. Os Deputados que tiverem interesse em debater o assunto poderão fazê-lo. Isso não quer dizer que o tema é pertinente a apenas duas Comissões. É apenas um patrocínio e um convite à participação para quem já começa a se interessar pelo debate relativo à criação de Parlamentos regionais. Vamos trazer para o debate, por exemplo, membros do Parlamento eu-ropeu para falar da experiência do Tratado da União Européia; membros do PARLACEN e do Parlamento Andino. Queremos trazer experiências para o Parla-mento brasileiro.

O interesse da Comissão é o de que seja tam-bém co-patrocinadora de debate que, com certeza, interessa à Casa. Trata-se apenas disso.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Com o intuito de trazer um pouco mais de informações sobre a propositura de V.Exa., diria que a mim me parece que não seria regimental. O Regi-mento é muito claro quando fala de Comissões Espe-ciais. Elas devem ou têm de tratar exclusivamente do assunto para o qual foram criadas. Estamos invadindo matéria da competência de outras Comissões. Parti-cularmente, os temas que se referem à Comissão de Relações Exteriores, sem nenhum intuito de querer desmerecer o ato em si, que valorizo, entendo que a questão regimental da razão de ser da Comissão não pode ser ignorado. De outro lado, na condição de integrante da Comissão de Relações Exteriores, fico um pouco receoso.

É o que quero ponderar com V.Exa. Ao analisar o Regimento, devemos ter o cuidado de ver se não estamos deliberando sobre algo fora do contexto re-gimental.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Peço desculpas a V.Exas. pelo atraso. O Con-selho de Ética está fazendo uma reunião com Vere-

adores, Prefeitos e professores universitários – e fui um dos palestrantes.

Concedo a palavra ao Deputado Paes Landim.O SR. DEPUTADO PAES LANDIM – Sr. Presi-

dente, entendo as ponderações do eminente Deputado Antonio Carlos Pannunzio a respeito de requerimento da nobre Deputada Maninha. Mas, embora esta Co-missão seja especial, a sua tendência é de ser perma-nente, para acompanhar as negociações permanentes da ALCA e os seus desdobramentos futuros depois de concluído o tratado.

Entendo que dizer que esta Comissão não pode participar de seminário sobre o Parlamento do MER-COSUL nada tem a ver, até porque todos os membros do MERCOSUL, em tese, integrarão a futura Aliança de Comércio da América Latina, o Tratado de Comér-cio da América Latina.

Primeiramente, parece-me que a Deputada de-seja difundir bem essa temática, que é importante, do Parlamento do MERCOSUL. Como S.Exa. foi eleita, em Caracas, Presidenta da Confederação do Parlamento das Américas, é claro que sonha com o Parlamento das Américas. E essa é uma hipótese importante.

Se for consubstanciada a integração latino-ame-ricana do ponto de vista econômico, dentro da ALCA, é claro que, depois, se buscará a tratativa parlamentar, como aconteceu na União Européia. Primeiro, foram feitos os acordos econômicos, do carvão e do aço etc., o acordo dos 12, depois foi constituído o Parlamento. Neste momento, a Europa discute a primeira Consti-tuição dos Estados Unidos da Europa, e o ex-Presi-dente francês, Valéry Giscard d’Estaing, é o Relator da minuta do projeto de Constituição.

Portanto, meu caro Deputado Pannunzio, como disse muito bem a Relatora, é apenas uma proposta de que a Comissão também esteja presente nesse semi-nário. Não há, até o momento, nada regimentalmente ligado às Comissões Especiais, até porque esta aqui deve ser também uma Comissão Permanente – este é o nosso desejo –, para acompanhar atentamente as negociações da ALCA e para que seja, no futuro, o em-brião do próprio Parlamento das Américas, a exemplo do que foram as Comissões Parlamentares da França, da Alemanha etc. embriões do Parlamento Europeu.

Eram só essas as considerações.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Tem a palavra o Deputado Edson Ezequiel.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Asso-

cio-me às palavras do Deputado Paes Landim e faço um apelo no sentido da aprovação do requerimento. Naturalmente, respeito a posição externada pelo nobre Deputado Pannunzio. Acredito, porém, que a intenção da Relatora não tenha sido a de promover uma inser-

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53274 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ção da Comissão de Acompanhamento da ALCA nas atribuições das demais Comissões pura e tão-somente, Não podemos, porém, deixar de reconhecer algo de que o Presidente Thomaz Nonô tem sido muito zeloso, quando se trata de questões formais. A propósito, o Presidente sempre tem dito: “Nós estamos aqui para fazer o acompanhamento da ALCA e precisamos to-mar cuidado para não extrapolarmos nossas atribui-ções formais”.

O que vejo no requerimento da Deputada Ma-ninha é muito mais um interesse de haver maior en-trosamento entre as três Comissões – uma especial e duas permanentes –, que tratam de temas que ine-xoravelmente têm total afinidade em função dos fatos. O MERCOSUL está dentro da ALCA. Na verdade, te-oricamente, a ALCA é até mais abrangente do que o MERCOSUL, muito embora o MERCOSUL seja algo já em vigor e, por isso, objeto de Comissão Perma-nente. Estamos fazendo o acompanhamento de um acordo de livre comércio que ainda não é realidade. O que existe são documentos de intenção provenientes de rodadas de negociação, até que chegue o prazo deliberativo final.

No caso da Comunidade Comum Européia, é ine-xorável que diversas ações, em âmbito até da OMC, acabem, indiretamente, tendo influência no andamento das negociações da ALCA.

É apenas nesse sentido, e não regimental ou formalmente, que eu entendo a pertinência da propo-sição da Deputada Maninha – o sentido de procurar criar uma ligação entre essas Comissões que tratam de temas afins e, muito mais do que isso, produzem conseqüências sobre os temas tratados pelas demais Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Continua franqueada a palavra.

Eu tive a circunstância de apanhar a discussão em andamento, mas, reparem: a Deputada Maninha propôs que fizéssemos esse seminário em conjunto com a Comissão de Relações Exteriores. É isso? E houve objeções de quem?

(Intervenção fora do microfone. Inaudível)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Eu estou indagando, Deputado, apenas para ver como fazemos da melhor forma.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, V.Exa., com 21 anos de Parlamento e, além disso, um dos mais brilhantes e capacitados Parlamentares desta Casa, conhece as coisas muito melhor ...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pode dizer que cheguei aqui com 21 anos.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – ... do que este humilde Parlamentar com apenas 9 anos e com um brilho que dista muito do de V.Exa.

Sr. Presidente, minha preocupação tem duas vertentes. Uma diz respeito ao esvaziamento das Co-missões Permanentes, que me preocupa; e a outra, ao aspecto regimental mesmo, se as Comissões Especiais devem ou têm, para se usar o verbo mais adequado, que se ater especificamente ao tema para o qual elas foram criadas. Eu não entendo que um Parlamento de MERCOSUL seja um tema decorrente das atribuições desta Comissão. Apenas isso.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – O Presidente deve cumprir, se necessário, vamos votar.

Eu queria, primeiramente, fazer uma ponderação, porque eu ouvi de outros Parlamentares e de outras Comissões, e já o ponderei ao Presidente João Pau-lo Cunha.

As tratativas da ALCA, sem dúvida alguma, têm muito de Relações Exteriores, muito de Agricultura e muito de Indústria e Comércio. A razão de ser desta Comissão é exatamente dar a ela uma atribuição que não é a da Comissão de Relações Exteriores, nem a da Comissão de Agricultura. Aqui e ali, é óbvio que vamos ter círculos que, digamos, interferem – eles não são tangenciais, eles interferem mesmo, porque vamos discutir a mesma matéria de fato.

Qual foi o porquê de a Casa criar esta Comissão? O entendimento de que o viés desta deve ser neces-sariamente distinto do viés da Comissão de Relações Exteriores, Indústria, Comércio e Agricultura, por si só considerados.

Eu acho que a Casa operou muito bem quando criou a Comissão, porque – e V.Exa. sabe disso –, nós todos que trabalhamos na Comissão de Relações Ex-teriores temos um viés de Relações Exteriores. Vemos aquilo sob a ótica, querendo ou não, marcadamente da Comissão específica.

Os ruralistas, rurícolas, rurais e outros que tais da Comissão de Agricultura vêem pelo viés específico deles – o qual, graças a Deus, é também patriótico, mas muito distinto do dos membros da Comissão de Relações Exteriores –, e assim por diante.

É por isso que temos de entender que não vamos subtrair, até porque o universo de apreciação de cada Comissão temática é amplo, e a ALCA é um ponto es-pecífico, um ponto entre tantos e tantos outros em que cada Comissão especificamente vai se aprofundar.

Eu não me preocupo muito, estou dando ape-nas o meu depoimento pessoal quanto a eventuais invasões na área de competência dessas Comissões

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53275

específicas, porque elas não ocorrem. Na realidade, nós estamos apenas contemplando temas que elas, sob o seu viés específico, também vêem.

O requerimento da Deputada Maninha diz res-peito à criação do Parlamento do MERCOSUL, que vai depender da capacidade de visão dialética de cada Parlamentar. Esses acordos, num futuro próximo, ou remoto, serão coonestados, avaliados, chancelados pelos respectivos Parlamentos. Uma aspiração não só brasileira, mas também de vários outros países é a criação do Parlamento Latino. Se alguém tiver a vi-são – creio ser a visão da Deputada Maninha – de que mais cedo ou mais tarde isso vai redundar no exame latino dessas proposituras, o requerimento é defensá-vel. No mérito, é elogiável. Na parte formal, é isso. Vai depender da visão de cada um de nós. O Deputado Paes Landim pensa que não tem nada de mais. Com-preendo perfeitamente suas razões. Não estamos dis-cutindo o Parlamento Latino, e o seminário específico é Parlamento Latino.

Proponho à Deputada Maninha uma postura prudente. Podemos adiar isso por uma sessão, e, se redefinirmos o objeto do evento, poderemos fazê-lo exatamente nas formas pretendidas por S.Exa., mas sem deixá-lo vulnerável a uma crítica – construtiva, claro – do tipo a criação do PARLATINO não tem nada a ver com a ALCA. É uma mera sugestão da Presidên-cia. Vamos discutir isso aqui.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, diante da sua sugestão, quero relembrar alguns aspec-tos. Na próxima segunda-feira, será realizada reunião da Comissão Parlamentar do Mercosul em Montevidéu, a qual precede a Cumbre de Presidentes, também na capital. Um dos pontos de discussão da reunião será exatamente a criação do Parlamento do Mercosul. A idéia de esta Comissão chancelar o seminário, surgida na Comissão Parlamentar do Mercosul, veio no sen-tido de que o MERCOSUL está presente na ALCA. O processo de negociação que estamos seguindo diz respeito ao que estamos fazendo no MERCOSUL. Se o MERCOSUL criar um Parlamento – a proposta já está protocolada na Comissão de Relações Exterio-res, daí a provocação desse seminário pela própria Comissão de Relações Exteriores –, creio que nós, que estamos debatendo na Comissão Especial um tratado que tem vinculação com o MERCOSUL, tere-mos interesse em debater uma proposta que os países estão discutindo.

A proposta do seminário já foi aprovada na Co-missão de Relações Exteriores e na Comissão do Mercosul. Nós a trouxemos a esta Comissão, de acom-panhamento da ALCA, para que a Comissão seja co-patrocinadora, desde que não haja resistências.

Faço um apelo ao Deputado Antonio Carlos Pan-nunzio para que participemos do evento e apoiemos a iniciativa. Se não formos co-patrocinadores, que pelo menos nosso nome conste nos cartazes como apoia-dores da discussão.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, não serei empecilho à de-liberação da maioria. Talvez pela circunstância de ser ex-Presidente da Comissão de Relações Exteriores, fico um pouco cioso das prerrogativas da Comissão, que tenho a honra de integrar juntamente com V.Exas. Não tenho dúvida de que devemos participar do evento na condição de integrantes da Comissão de Relações Exteriores, desta Comissão e da Comissão Mista do Mercosul. Questionei regimentalmente o patrocínio, mas não vou ser empecilho. Sou contra o patrocínio oficial, mas não vou provocar nenhuma interferência descabida ou derrubar a decisão da Comissão por um ponto de vista pessoal.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Indago da Relatora se teve algum entendimento com os Presidentes das Comissões de Relações Exte-riores e de Agricultura. Há objeções de alguma delas? (Pausa.) À vista dessa informação, respeitando e reco-nhecendo substância na argumentação expedida pelo Deputado Antonio Carlos Pannunzio, para vencermos essa etapa, podemos aprovar a indicação da Deputada Maninha, embora tenhamos a vigilância nostálgica e os Presidentes atuais tenham a vigilância efetiva. Se a Presidenta intrépida, Deputada Zulaiê Cobra, não objeta e o Moka também não objeta na Comissão de Agricultura, podemos ser co-patrocinadores desse evento, embora eu entenda, até certo ponto, com muita clareza, a posição do Deputado.

Aproveitando a boa vontade dos Presidentes das Comissões permanentes, coloco em votação a matéria, com as observações e o voto contrário do Deputado Pannunzio. (Pausa.)

Não vejo nenhuma manifestação contrária. Creio que está aprovada a matéria. Há um ponto pendente que foi adiado. Vamos

respeitar. Na próxima reunião, debateremos, para que não se reabra na mesma sessão um tema que o Pre-sidente Ezequiel já houve por bem adiar.

Pergunto aos Srs. Deputados se receberam o dicionário dos termos de comércio.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – É um glos-sário.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É um verdadeiro dicionário, porque é um ca-lhamaço. Seqüestrei-o no último dia da reunião em Mia-mi. Posteriormente, os Srs. Deputados que desejarem tê-lo em suas respectivas bases nos comuniquem. A

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53276 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Comissão se encarregará de fazê-lo chegar às mãos de qualquer entidade ou pessoa interessada. Isso é muito importante. Vou, de ofício, enviá-lo às câmaras de comércio, às pessoas que trabalham nessa área, porque realmente acredito ser uma ferramenta inte-ressante para o entendimento, como, aliás, o embai-xador Bahadian deixou bem claro na última sessão que realizamos.

Indago da Deputada Maninha se tem o relatório pronto.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sim. O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Quero ouvi-lo. Por determinação do Presidente da Casa, eu,

Presidente da Comissão, a Relatora e o 1º Vice-Presi-dente estivemos em Miami. Normalmente, elaboro um relatório, mas acordamos em elaborar um relatório dos que foram na missão. Agora, queremos submetê-lo à oitiva dos membros da Comissão. É importante.

Com a palavra a Relatora, Deputada Maninha.A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente,

inicialmente, esclareço que o relatório é meramente circunstancial. É um relato do que aconteceu, sem ter nenhuma...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pretensão literária.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Não. Tampou-co o julgamento do que aconteceu de valor na reunião ministerial.

Relatório da 7ª Reunião Ministerial da ALCA. Data: 20 e 21 de novembro de 2003. Delegação da Comissão Especial de Acompa-

nhamento das Negociações da ALCA: Deputado José Thomaz Nonô, PFL/AL, Presidente da Comissão; Depu-tado Edson Ezequiel, PMDB/RJ, Vice-Presidente da Comissão; Deputada Maninha, PT/DF, Relatora da Comissão; Deputado Ivan Valente, PT/SP, suplente da Comissão.

Programação. Documento em anexo. Não vou ler essa parte.

A reunião foi de fundamental importância, pois foi o encontro que definiu a mudança do rumo de ne-gociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas. Miami significou uma mudança subs-tancial nas regras do jogo do processo negociador da ALCA.

Na realidade, havia diferença quanto àquelas re-gras e, com isso, ficava difícil, senão impossível, dar início ao jogo, segundo o Itamaraty, que era o encurta-mento do calendário de reuniões com 7 mil colchetes. Através da declaração de Miami, que reiterou a nova visão da ALCA, foi possível definir novas regras, com as quais os 34 países estão de acordo.

Decidiu -se estabelecer um núcleo comum de direitos e obrigações em todas as 9 áreas da atual agenda negociadora, com a qual os 34 países estão comprometidos. Na área de acesso a mercados, por exemplo, o MERCOSUL defende a eliminação de todo o universo tarifário, com o objetivo último de constituir no hemisfério uma área de livre comércio com tarifa zero para todos os produtos. É justamente essa fle-xibilidade que o novo modelo de negociação acorda-do em Miami nos dará a partir de agora, e isso será possível em bases equilibradas, na medida em que nos oferecerá condições equiparadas de negociação para defender nossos interesses e, ao mesmo tempo, preservar as nossas sensibilidades. Não havia como seguir o processo negociador segundo o modelo an-tigo, que estava voltado para a negociação de áreas sensíveis para o Brasil sem tratar daquelas áreas que justificariam, à luz dos nossos interesses comerciais, o próprio engajamento do Brasil nesse empreendimento de livre comércio hemisférico.

Pela situação de virtual impasse em que se en-contravam as negociações, caso o Brasil não hou-vesse tomado a iniciativa de propor a reestruturação do processo negociador, a ALCA poderia não che-gar a se concretizar ou alternativamente seria criada de forma inteiramente desvantajosa para nós, o que comprometeria nosso cenário do comércio exterior, da política industrial e de política tecnológica para as próximas décadas.

Agora estamos em condições de começar a ne-gociar de forma construtiva. Com o resultado de Miami, as perspectivas são de que a negociação deverá ser muito intensa e complexa para o período de pratica-mente 1 ano que nos resta.

Devemos continuar mantendo estreita coorde-nação interna com todos os setores interessados da sociedade civil. Para o próximo CNC, em Puebla, será necessário definir os parâmetros que comporão em cada uma das 9 áreas de negociação o conjunto co-mum de direitos e obrigações da ALCA. Não será tarefa fácil, mas a partir daí teremos um balizamento claro e bem definido para seguir o processo negociador até a sua conclusão em janeiro de 2005.

Paralelamente, na linha da proposta original dos 3 trilhos, estaremos inicialmente mantendo negociações 4 mais 1 sobre acesso a mercados com os Estados Unidos, o México e o Canadá. Da reunião resultou a Declaração Ministerial de Miami, em anexo, na qual todas as mudanças de regras acordadas estão defi-nidas com clareza.

Além da reunião ministerial em Miami, houve, pa-ralelamente, os encontros do Fórum Empresarial das Américas e do Fórum das Américas sobre Comércio

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53277

e Desenvolvimento Sustentável. A delegação do CNC, na medida em que os compromissos permitiam, fez-se presente nos diversos eventos que marcaram os fóruns. O Deputado José Thomaz Nonô, Presidente da Comissão de Acompanhamento das Negociações da ALCA, participou de algumas oficinas de trabalho do fórum empresarial que culminaram com o interes-sante encontro entre os 34 Ministros e empresários representativos dos respectivos países.

Antes do encontro, porém, o Ministro Celso Amo-rim reuniu-se com os principais representantes do em-presariado brasileiro para dar ciência do andamento das negociações e esclarecer a posição brasileira.

O Deputado assistiu à exposição brasileira e posteriormente ao amplo debate, que foi ancorado, se-gundo o Deputado, por um provocativo jornalista local. Zoellick e Amorim, juntamente com outros 32 Ministros e mais os representantes da Comissão Tripartite BID, OEA e CEPAL ouviram as críticas e responderam aos anseios dos empresários ali reunidos.

O clima de Miami. De curioso, apenas a insatis-fação de todos, dos americanos e até dos brasileiros, com os termos da declaração ministerial que até ali já se desenhava em seus contornos definitivos. A reunião foi cercada de tensão externa, com policiais interditan-do todo o centro de Miami, Downtown, e montando um aparato de segurança desconhecido para todos nós. Manifestações diversas e passeatas de protes-tos foram mantidas a grande distância dos locais dos eventos, que só podiam ser acessados por pessoas devidamente credenciadas. Pelos jornais e TV, sabía-mos da violência nas ruas, mas no encontro, em seus diversos eventos, reinou a mais absoluta paz.

As instâncias técnicas produziram diversos do-cumentos, notadamente os relatórios do CNC sobre os resultados do progresso alcançado no tratamento de níveis e desenvolvimento e tamanho da economia em cada um dos grupos de negociação e na imple-mentação do Programa de Cooperação Hemisférica – PCH. Os Vice-Ministros, à luz do encontro anterior, na primeira quinzena de outubro, em Washington, DC, e das intensas tratativas verificas durante o encontro de Miami, e a assessoria técnica produziram, com a supervisão dos Ministros, o esboço da Declaração Ministerial, que foi, afinal, aprovada sem emendas ou votos contrários, exceção feita apenas às reservas feitas pela Venezuela, que acabaram sendo retiradas do texto por apelo e considerações expressas pelo Ministro Celso Amorim.

Essa forma consensual e unânime permitiu que o evento fosse encerrado antes do prazo previsto. Os Deputados que assistiram à sessão final puderam com-preender com mais clareza como a brutal diferença nos

níveis do desenvolvimento e tamanho das economias envolvidas influenciam os posicionamentos.

O item 6 da Declaração Ministerial já consagra a necessidade de se chegar “a um acordo equilibrado que considere as diferenças nos níveis de desenvol-vimento e tamanho das economias do hemisfério por intermédio de várias disposições e mecanismos”.

No item 8, manifesta-se a expectativa de conse-guir “um adequado equilíbrio dos direitos e obrigações no qual os países colham os benefícios dos seus res-pectivos compromissos”. Aliás, em todos os eventos e falas, o Brasil, através do Ministro Celso Amorim, dei-xou bem claro que equilíbrio é a palavra-chave para o acordo. O Ministro Zoellick enfatizou na reunião final que agora há boas chances de um progresso mais rá-pido nas negociações, quando efetivamente direitos e obrigações se equilibrem. “Portas que se abrem não se fecham”, disse o Secretário, asseverando que alguns subestimam os ganhos advindos do acesso ao merca-do. O Ministro Celso Amorim, por sua vez, considerou a declaração habilitadora para os novos passos, uma vez que as negociações pontuais propriamente ditas mal começaram e a declaração é o retrato do possível, e este é bastante amplo e ambicioso.

O Brasil, consciente da assimetria entre os paí-ses presentes e procurando uma similitude de postura notadamente dos Estados Unidos, tem consciência da necessidade de avanços com equilíbrio. O Presidente Enrique Iglesias, do BIRD, diz estar a ALCA hoje inseri-da em um cenário mais favorável, em que é necessário manter o princípio fundamental da negociação. César Gaviria, Secretário-Geral da OEA, enfatizou que, ape-sar das dificuldades, há que se manter o rumo, pois “não há política alternativa à ALCA”.

O terceiro membro da Comissão Tripartite, a CE-PAL, por sua representante, demonstrou que a região fez um rigoroso esforço exportador de 8% no geral, mas o crescimento econômico foi apenas de 3%. Um dos efeitos da democracia no hemisfério latino foi o incre-mento nos gastos na área social, o que não impediu o aumento da pobreza, que, em 2002, chegou a 221 milhões de pessoas. Sete em cada 10 trabalhadores estão na informalidade. Há muitos de nós que vêem o Estado, o mercado e a sociedade como apenas agen-tes facilitadores para a ALCA.

Este é o relatório.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Esse relatório, além de ser distribuído aos membros da Comissão, se dirige principalmente ao Presidente da Casa. É de bom alvitre as pessoas, quando cumprem missão oficial, darem ciência do que viram.

Quero parabenizar a Relatora Maninha.

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53278 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Pergunto se há alguma consideração. É um rela-to, mais ou menos, do que ocorreu. Há um preâmbulo com juízos de valor, mas acho que são juízos de valor facilmente absorvíveis por todos nós. E um relato do que foi feito.

Então, entendemos que podemos encaminhar esse relatório, que, aliás, é responsabilidade dos seus signatários. Se algum erro houver, nós fuzilaremos, em primeiro lugar, a Deputada Maninha e, em segundo lu-gar, o Presidente, por ter sido cúmplice. (Risos.)

É uma brincadeira. Isso se apronta, se acerta. Como estou lendo pela primeira vez, permito-me dizer que há algumas coisas de que precisamos fazer uma mera adequação formal, nada de fundo. Está bem?

Indago aos Srs. Parlamentares se há algum tema a tratar.

Eu tenho uma dúvida que quero dividir com os meus companheiros. A rigor, no próximo dia 15, co-meça o recesso Parlamentar. À vista do andamento das tratativas orçamentárias, não temos a menor idéia de como vai ser isso. Então, eu confesso que não sei – é preciso fazer uma consulta de ordem técnica, se a Secretaria souber informar-me, melhor ainda – se podemos marcar reunião para a próxima terça ou quarta-feira.

Eu não adiantei os convites porque me parece de todo inoportuno fazê-lo nesta data. Tivemos a exposi-ção do Bahadian, que deu uma visão boa. Tivemos a visão da FIESP, que foi interessante. O Ministro Furlan – equivocadamente, o ofício foi para o meu gabinete, até porque a Comissão não tem sede física; precisamos estruturá-la em algum lugar – disse que vem, com o maior prazer, na hora que quisermos. Da mesma for-ma, o Ministro Roberto Rodrigues.

Faço uma indagação. Minha experiência me diz que as coisas feitas nos dias 15, 16, 17 de dezembro, na iminência do recesso parlamentar, se perdem um pouco. Eu, moto próprio, preferi acertar as datas com os Ministros no começo do ano que vem, antes da reunião de Puebla, se possível, com uma informação mais atualizada. Acho que para nós, para os nossos trabalhos, é mais produtivo do que fazer agora, em cima do Natal, em cima dessas coisas.

Então, vamos ver como faremos. Se houver am-paro regimental, eu farei cientificar todos os membros da Comissão de uma reunião na próxima terça-feira. Se houver amparo regimental. Se não, vamos aguardar que a Casa reabra em todo o seu esplendor para que possamos assistir não apenas à ALCA, mas, sobretu-do, evidentemente, ao espetáculo de crescimento, que é o anseio de todos nós.

Deputada Maninha.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, antes de encerrar, quero lembrar a V.Exa. que temos, do dia 1º a 6 de fevereiro, a reunião do Comitê Negocia-dor da ALCA em Puebla. Gostaria de lembrar a V.Exa. que, como a Comissão não vai funcionar e como nós estaremos em recesso, é necessário verificar como será o procedimento da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu vou conversar com o Presidente da Casa e darei ciência a todos, porque nós estaremos aqui, formal ou informalmente. Enquanto não votarmos o Orçamento, todos estaremos aqui. Então, eu pedirei à Secretaria, que também vai funcionar, que dê conhe-cimento a todos da tratativa. É oportuna a lembrança feita pela Deputada Maninha.

Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 2ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 7ª Reunião Ordinária Realizada em 16 de março de 2004.

Às quinze horas e vinte e um minutos do dia dezesseis de março de dois mil e quatro, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as ne-gociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Plenário 12 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel e Alberto Goldman – Vice-Presidentes; Maninha – Relator; Alexandre Car-doso, Cezar Schirmer, Feu Rosa, Jamil Murad, José Pimentel, Lindberg Farias, Luiza Erundina, Max Ro-senmann, Neucimar Fraga, Silas Brasileiro e Tarcisio Zimmermann – Titulares; Aloysio Nunes Ferreira, Arnon Bezerra, Dra. Clair, Inácio Arruda, Luiz Carlos Hauly, Manato, Moacir Micheletto e Paulo Marinho – Suplen-tes. Deixaram de comparecer os Deputados Antonio Carlos Mendes Thame, Custódio Mattos, Fábio Souto, Francisco Garcia, Francisco Turra, Jackson Barreto, Marcos Abramo, Nelson Proença, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Severiano Alves, Vanderlei Assis, Welinton Fa-gundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Havendo número regimental, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. ATA: Foram distribuídas cópias da ata da 6ª reunião antecipadamente. O Deputado Arnon Bezer-ra solicitou a dispensa da leitura da ata. Não havendo quem quisesse discuti-la, a mesma foi aprovada sem restrições. EXPEDIENTE: Foram expedidos ofícios aos Ministros de Estado das Relações Exteriores,

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53279

Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Agricultura, Pecuária e Abastecimento, convidando Ss.Exªs para participarem de audiência pública. Os referidos minis-tros justificaram suas ausências. Foi recebido Oficio da Assessoria de Assuntos Parlamentares do Ministério da Agricultura, nº 780, que encaminha a Nota técnica nº 151/03 em resposta ao ofício 004/Pres. O Senhor Presidente determinou a distribuição de relatório de via-gem ao México por ocasião da conferência de Puebla. S. Exª fez breve análise dos objetivos da conferência e dos resultados alcançados. Fizeram uso da palavra os Deputados Maninha, Max Rosenmann, José Thomaz Nonô, Cesar Shirmer. Logo após, o Senhor Presidente colocou em deliberação os seguintes requerimentos constantes da ORDEM DO DIA: A – Requerimentos: 1 – REQUERIMENTO Nº 7/03 – da Sra. Maninha – que “requer seja instituído boletim informativo da Comis-são a ser distribuído aos demais parlamentares do Congresso e às entidades interessadas no acompa-nhamento das negociações da Alca com a finalidade e na forma que especifica.” Aprovado o requerimento. 2 – REQUERIMENTO Nº 12/04 – do Sr. Max Rosen-mann – que “requer, seja convidado o Sr. MARCOS DOMAKOSKI, Presidente da Associação Comercial do Paraná”. Aprovado o requerimento. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta ata. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a reunião às dezesseis horas e seis minutos, antes con-vocando a próxima a realizar-se no dia vinte e três do corrente. E, para constar, eu, Mário Dráusio Coutinho, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Havendo número regimental, declaro aberta a reunião. Não temos número para deliberar, mas temos número para discutir.

Indago dos senhores a necessidade da leitura da ata da 6ª reunião. (Pausa.)

Por solicitação do Deputado Arnon Bezerra, é dispensada a leitura da ata em virtude de sua distri-buição antecipada.

Em discussão. Não havendo quem queira discuti-la, coloco em

votação. Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovada. Expediente: Expedimos ofícios para os Ministros de Estado

das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-

to convidando S.Exas. para participaram de audiên-cia pública. Isso ocorreu no término do ano passado. À época, os Ministros tinham agendas extremamente sobrecarregadas e não havia mesmo muita pressão da Comissão para ouvi-los em razão de termos reunião marcada para Puebla, onde se dizia que haveria uma inflexão profunda nos trabalhos.

A reunião do Comitê de Negociações Comerciais – CNC em Puebla realmente aconteceu. Distribuí aos membros da Comissão uma cópia do relatório que apre-sentei ao Presidente João Paulo. Vários Parlamentares estiveram presentes à reunião, que foi realizada no mesmo período em que houve a eleição da Deputada Maninha para a Presidência da Confederação Parla-mentar das Américas – COPA. Alguns Deputados que foram para a COPA também foram assistir aos traba-lhos da reunião de Puebla.

Mas a reunião terminou num impasse total. Dis-cutiu-se de terça-feira a sexta-feira, mas não houve maneira de superar – faço uma descrição bem detalha-da do que aconteceu – e aí acertaram em suspender a reunião, que não terminou; houve uma suspensão e uma reconvocação, que seria esta semana. Deveria começar amanhã e foi adiada novamente por falta de consenso. Então, por ora, não temos data para a con-tinuação da reunião de Puebla.

Minha impressão pessoal é que as partes não têm demonstrado muito empenho em dar um andamen-to normal a essas tratativas. Quem assiste tem essa nítida impressão. Os americanos, talvez por força da proximidade da eleição, têm problemas de natureza política, e também não vejo muito empenho de nossa parte. A Deputada Maninha também assistiu e pode dar seu testemunho pessoal. Essa negociação está mais ou menos em banho-maria.

Em função das discussões de Puebla, não apres-samos a oitiva dos Ministros, que talvez viessem já com alguma coisa nova, até porque haveria discussão de acesso a mercados etc.

Quero apenas fazer um esclarecimento. Muito se discute na área de agricultura sobre o subsídio agrícola, mas esse subsídio não vai para a ALCA. O grupo capitaneado pelos Estados Unidos se recusa a discutir subsídio agrícola na ALCA. Segundo eles, subsídio agrícola é na OMC. Então, não vão discutir mesmo. Os nossos jornais e televisões podem colocar o que quiserem, mas isso não muda a realidade: eles não vão discutir.

No último dia, tive a oportunidade de conversar com o Allgeier, o co-Presidente Americano. Se enten-di bem, ele disse o seguinte – cito isso apenas para esclarecer a questão do subsídio agrícola: a ALCA é um mercado importante para os Estados Unidos,

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53280 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

mas não é obviamente o mercado. Eles querem que o fórum da discussão dos subsídios agrícolas seja na OMC, porque entendem que tudo o que eventualmen-te fosse discutindo e cedido na ALCA serviria de piso para a negociação na OMC. Ele até brincou, dizendo: “Queremos os brasileiros e australianos como aliados na discussão da OMC, e não como adversários”. Eles querem discutir o subsídio da União Européia que, se-gundo dizem, são muito maiores do que os deles.

O fato é que eles têm esse direito legal de não incluir, de rejeitar e não vão discutir.

Então, a estratégia brasileira é discutir acesso a mercado, porque há cotas e maneiras de ter ganhos, sobretudo no setor primário, na agricultura, por outra via.

Esse foi um dos pontos de impasse, e é o que se espera no decorrer das tratativas, se elas realmente vierem a acontecer. Por hora, não há nada. Daí porque não me precipitei em instar mais os Ministros, porque acho que também eles, neste momento, terão posições pouco objetivas.

No ano passado, já vimos a visão do Embaixador Bahadian, co-Presidente brasileiro. A Deputada Mani-nha tem também um requerimento sugerindo a oitiva do Embaixador Luís Felipe Macedo Soares, que é o chefe da delegação brasileira. É importante notar que o Ministro Bahadian é co-Presidente e quem explicita a posição brasileira é o Embaixador Macedo Soares.

Conversamos com o Itamaraty ainda ontem. O Ministro vai viajar para Londres e preparar a agenda do Presidente na China, mas está disposto a vir em meados de abril. Pedi para acertarem a data.

Há também um expediente recebido da Assesso-ria de Assuntos Parlamentares do Ministério da Agri-cultura, que mandou a Nota Técnica nº 151/03, res-pondendo a nosso ofício sobre a posição do Governo brasileiro. Estão sendo tiradas cópias da referida nota técnica para que sejam distribuídas.

Por hora, são estes informes da Presidência. Concedo a palavra à nobre Deputada Maninha. A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente,

eu não tenho nada a complementar aos informes do Presidente, mas queria suscitar uma discussão ba-seada no que falou o companheiro Max Rosenmann. S.Exa. tem um requerimento a ser apreciado. Acho que, de certa forma, teremos de discutir um pouco o que S.Exa. externa.

Também fico muito preocupada. Entramos agora num momento em que parece que se desacelerou tudo. Estou voltando agora da Embaixada Americana, onde tivemos um almoço com a Embaixadora e pergunta-mos diretamente qual a impressão que estava tendo acerca da assinatura do Tratado de Livre Comércio. E

um Deputado insistia na tese de que se George Bush perder as eleições, John Kerry poderia ter uma posição diferente. E ela respondeu muito claramente: “Primeiro, as eleições americanas são no mês de novembro. Se Kerry ganhar, tudo o que for desdobramento da ALCA será após a eleição. Então, acho que tanto os Estados Unidos como o Brasil já acertaram uma posição de se assinar um tratado muito light, sem nenhuma grande novidade”. E estamos presenciando, no processo de negociação, mais ou menos isso.

Esta Comissão, que tem que apresentar um re-latório e realizar um intenso debate, talvez pudesse recomeçar com os Ministros e mais o requerimento do Deputado Max Rosenmann. E gostaria de sugerir que também começássemos a fazer um debate, que a imprensa já está realizando de forma clara, todos os dias, sobre a inter-relação entre a ALCA, o Mercado Comum Europeu e o próprio MERCOSUL.

Em meados de outubro, será assinado um trata-do com o Mercado Comum Europeu, e esse tratado tem relações com o que estamos negociando com a ALCA. Talvez para suscitar um debate de interesse também dos Parlamentares, seria interessante trazer a esta Comissão o responsável no Ministério das Re-lações Exteriores pela negociação do tratado que se está estabelecendo com o Mercado Comum Europeu. Com isso, vamos poder nos inteirar mais sobre o que está acontecendo.

Hoje, li uma entrevista do Deputado Dr. Rosinha, Presidente da Comissão do MERCOSUL. Inclusive, se não me engano, S.Exa. viaja amanhã ao México, para um debate entre Parlamentares da América La-tina sobre terrorismo, comércio exterior e democracia, promovido pelo MERCOSUL e pelo Mercado Comum Europeu. Isso também nos interessa.

Portanto, acho que a Comissão poderia, por meio de um requerimento, trazer para seu âmbito esta dis-cussão relativa ao Mercado Comum Europeu.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra o Deputado Max Rosen-mann.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – É mui-to interessante essa linha de raciocínio que estamos começando a ter, discutindo dessa forma, porque sou muito pragmático. Quanto à economia americana, no que diz respeito à produção agrícola, tenho informações – não sei se estão atualizadas – de que corresponde a 40% da alimentação utilizada no planeta. Portanto, os americanos, sozinhos, produzem 40% da comida do planeta. E estes 40% correspondem a 3% do PIB deles. Se eles têm um PIB de 12, 13 trilhões de dó-lares, a produção agrícola in natura representa 500 bilhões de dólares. Se eles subsidiarem, o subsídio

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53281

é um esforço de 1% do PIB, uma coisa de nada para eles; para nós, é muito.

É muito difícil ficar debaixo da montanha, com uma visão caolha do mundo, até por falta de cultura. Se eles isolam a agricultura, como foi dito agora, está bom, isolou-se a agricultura, mas não vai piorar. Se hoje, com os impostos, já estão fazendo todo tipo de barreira, nada vai piorar. Falando o português bem claro, nada será pior do que é hoje a relação dos nos-sos produtos agropecuários em relação à Europa e aos Estados Unidos. No entanto, tirando isso, que não vai alterar, como ficaria a ALCA sem a agricultura? O restante interessa? Essa é a pergunta. Porque esta-mos sempre brigando por causa da agricultura, como se ela fosse o mais importante, e, de repente, o resto também não nos interessa.

Quero, portanto, que alguém nos oriente, nos diga justamente algo nesse sentido, para que possa-mos ter uma opinião inteira, e não apenas dizer que os americanos resolvem nos aceitar na agricultura e nos abrir as portas. Tudo bem, mas se o resto também não interessa? Então, o que estamos conversando? São todos um bando de loucos? Dessa forma, não se negocia, porque estaríamos vivendo uma coisa sem cultura, como aconteceu com aquela campanha feita pela Igreja, onde se votou a favor e contra a ALCA. Aquilo também foi outra bobagem, porque se pedia a um povo absolutamente despreparado sobre o assun-to para votar sobre algo que ele nem sabia que bicho era. E o PT fazia a cabeça das pessoas, dizendo que não era para votar, porque iriam acabar com os agri-cultores, como falaram que quem queria a flexibilização da CLT iria acabar com os trabalhadores. Havia livro, havia jornal da CUT. Ou não? De repente, vocês assu-mem o poder e mudam de opinião? Então, eu também quero mudar. Não sou contra mudar de opinião, por-que entendo que, na vida, não se tem de ser teimoso no sentido de nunca aceitar a discussão. E não estou aqui para fazer oposição, mas para ajudar.

Como já comentei, entendo que nossa Comissão não tem muita função, pois é um país formidável este em que o Presidente assina tudo o que se quiser.

Estou aqui há 20 anos e já presenciei momentos, assim como o Deputado José Thomaz Nonô, em que votamos pelo envio de tropas a determinados países e, 4 anos depois, votamos pela autorização do retorno dessas tropas. As tropas foram e voltaram. Quem mor-reu, morreu; quem ganhou dinheiro, ganhou, pois quem vai a esses países são tropas que ganham dinheiro, ninguém vai como amador ou obrigatoriamente; são soldados profissionais, mas são brasileiros. No entanto, nós os enviamos para, depois de 4 anos, autorizar sua volta. É como acontecia antigamente com a impressão

de dinheiro na época de inflação. Imprimia-se dinheiro na época de inflação e, 5 anos depois, autorizava-se aquela emissão – não é, Nonô?

Portanto, esse tipo de coisa tem de parar de acon-tecer. É por isso que quero apressar a discussão. Quan-do V.Exa. diz que há outras discussões importantes, dou-lhe toda a razão do mundo. Se estamos falando em globalização, não podemos só enxergar a ALCA. V.Exa. está correta. Essa questão da Europa nos in-teressa muito. Essa questão da discussão no México, com referência a esses outros assuntos, também nos interessa. Acho formidável a visão de que a Comissão poderia ter uma nova direção, a fim de que não fique-mos perdendo tempo numa coisa só. Às vezes, nem perdendo tempo, porque esta Comissão foi interrompida pelo recesso e, por si só, já está desmotivada. Precisa-mos motivá-la ou não. Cabe a nós decidir. É uma carta ao Papai Noel, que pode aceitá-la ou não.

Vamos enviar uma carta de recomendação ao Presidente, sugerindo que S.Exa. faça alguma coisa. Quem sabe se várias cabeças de pessoas experientes como nós possam verdadeiramente colaborar com o País. É o que imagino. Acredito muito mais na nossa capacidade como Deputados, representantes da po-pulação, do que na de um Ministro, que faz uma po-lítica específica num projeto inteiro e, às vezes, nem ele defende o que acredita. Há Ministros que têm de obedecer ordens.

Entendo que os Deputados desta Comissão po-deriam colaborar efetivamente muito mais. Se um Mi-nistro vier a esta Casa defender sozinho uma posição diferente dos outros membros do Governo, não ficará bem perante os colegas.

A questão da ALCA não representa apenas o par-tido que está no Governo, mas o nosso futuro. Agora, para que criar uma Comissão para discutir sobre se vamos ou não entrar na Internet? Adianta dizer que não se vai entrar na Internet? Os Estados Unidos já nos deram a resposta: se vocês não quiserem aprovar a ALCA, fiquem de fora.

Acho que é muito importante essa abertura con-cedida pela Relatora. Parabenizo-a pela sua forma de pensar, assim como o Presidente, e desejo que come-cemos a analisar todas essas questões.

Deveríamos ter uma periodicidade, depois que engrenar a máquina, de não esperar o relatório final e, às vezes, conversar com o Governo no sentido de que nos dê uma opinião parcial. Não somos tão donos da verdade para escrever um livro ao final. Isso é uma coisa que acontece todos os dias.

Sugiro que não paremos, pois vamos nos moti-var de tal forma que nem haverá razão para estarmos aqui.

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53282 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Quero também sugerir claramente que as pes-soas que viajarem nessas Comissões sejam todos os que estão efetivamente interessados no assunto e não todos do mesmo partido. Ficará algo meio sem graça se outros partidos não tiverem chance de participar.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Rosenmann, esclarecerei alguns pontos a V.Exa. Primeiramente, com referência à indi-cação dos Parlamentares. Eu sou do PFL, sou o Presi-dente, a Deputada Maninha é do PT e o Deputado Ed-son Ezequiel é do PMDB. Na segunda ida, novamente, a Deputada Maninha, que, aliás, não precisava, mas é a Relatora e tem que estar, e o Deputado Alberto Gol-dman, que é do PSDB. E assim nós vamos fazer.

Agora, lembro a V.Exa. uma coisa: as designações não são nossas. Sugerimos os nomes e o Presidente indica. A indicação dos Deputados que foram, e vários Deputados não são da Comissão, foi feita pelo Presi-dente. Então, não posso cercear nem tenho poderes nem questiono quem o Presidente manda ou deixa de mandar. A Presidência sugere formalmente. Perguntei ao Presidente: “Quantos Parlamentares?” Disse-me: “Três”. E assim foi feito, dando alternância e participa-ção partidária. Mas se o Presidente resolve mandar 20 ou nenhum é um problema da Presidência.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Veja bem, Deputado Max Rosenmann, vou louvar-me no que diz V.Exa. Estamos aqui há muito tempo, mas só posso...

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Sr.

Presidente, posso ajudar um pouquinho?O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Pois não, Deputado Edson Ezequiel.O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Depu-

tado Max Rosenmann, deixe-me ajudar um pouco. Nessa tal Comissão que foram...

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Eu

sei.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Mas até para dar transparência.O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – O que

eu disse foi o seguinte: para o futuro, porque o que já foi, já foi, que façam um bom uso, que aproveitem, que se tornem mais preparados, tudo bem. É o que que-remos. Ninguém viaja aqui por turismo. Viajamos para ficar mais inteirados dos problemas políticos mundiais para podermos ter mais preparo nas votações. Ninguém está discutindo quem foi. O que quis dizer é que, da-qui para a frente, se dê espaço a todos. Só isso, não

briguei com ninguém. Então, parem aí e mudem de assunto. Eu não quero que falem para mim.

O SR. DEPUTADO EDSON EZEQUIEL – Eu gostaria, pura e simplesmente, de tecer um esclareci-mento. Primeiro, no que concerne a essa delegação que foi ao encontro em Miami, entre os membros que lá estavam havia 3 membros desta Comissão; outros membros foram indicados pela Comissão de Agricul-tura e pela Comissão de Relações Exteriores. Conse-qüentemente, fugiu ao controle completamente desta Comissão. Quando houve uma outra oportunidade, eu mesmo não fui, foi um outro Vice-Presidente. Então, vamos ver no futuro o que acontecerá.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É verdade. Sou favorável à idéia de se am-pliar a discussão. Mas quero lembrar que a Comissão não surgiu a partir da nossa vontade. A Comissão foi votada em plenário. Foi vontade da Casa de se criar uma Comissão. Se a Comissão está motivada ou não, vamos fazer o possível para que ela se motive. Mas ela foi uma criação da Casa, com um fim específico: acompanhar as negociações da ALCA. Para isso ela foi criada. Claro que vamos ampliar, vamos dar a visão mais elástica possível.

Esta Comissão, inequivocamente, tem como foco as negociações da ALCA. Somos observadores para preparar a Casa para essas votações. Se por isso ou aquilo a própria tratativa da ALCA não anda, esta Co-missão é observadora, somos um sistema presidencia-lista, estamos acompanhando. Nossa função precípua é acompanhar e relatar o que está havendo. Agora, nada impede, vejam bem, de se abrir a discussão. Isso é oportuno. Mas não temos, como, aliás, o Deputado Max Rosenmann enfatizou, poder de interferir etc.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr. Presidente, temos um papel muito importante.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – No mo-mento em que todas as paróquias do Brasil se posicio-naram contra a ALCA e se de repente esta Comissão resolver dar uma orientação favorável ao Presidente, a favor da ALCA – não sei, ainda não terminamos a Comissão –, acho que, pelo menos, o relatório que vamos votar aqui pode talvez até não servir ao Presi-dente, mas vamos ter que, em nosso nome, mandar para todas as paróquias das cidades do Brasil, para saberem o que os representantes do povo brasileiro pensam sobre um assunto em relação ao qual elas já votaram contrariamente.

Vamos supor que, de repente, se chegue à con-clusão de que o Presidente da República seja favorá-vel, no caso, as negociações cheguem a um ponto em

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53283

que o povo saiba que o PT foi favorável, aquele mesmo PT que foi na boca da urna na Igreja pedir para eles votarem contrariamente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Deputado Max Rosenmann, o Requerimen-to nº 7, de 2003, de autoria da Deputada Maninha, quer exatamente instituir um boletim informativo da Comissão.

Não tenho nenhum derivativo clerical, o que a Igre-ja pensa ou deixa de pensar sobre assuntos terrenos a mim não me interessa nada. Sou materialista, trabalho nas coisas da superfície da Terra. Respeito e acato o plano divino, mas não quero interferir. Já não consigo alterar as coisas do Governo Lula imaginem do Reino de Deus! É querer muito. Fico satisfeito na Terra.

Quanto ao acompanhamento do trabalho da Co-missão, há um requerimento – estou aguardando que chegue um Deputado para completar o quorum para colocá-lo em votação – no sentido de fazermos aqui um boletim, é uma maneira de se dar publicidade aos nossos trabalhos. Tenho a impressão de que a Comis-são tem um vício de origem, quer dizer, ela não tem, ao contrário de todas as outras Comissões da Casa, um término preestabelecido exatamente porque é uma Comissão de acompanhamento. Se as tratativas se encerrarem em 6 meses, encerramos em 6 meses. Se forem em 6 anos, é provável que continuemos na próxima Legislatura...

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Pois é. É isso que vamos fazer. Quer dizer, é uma maneira de se dar publicidade ao que analisa-mos aqui. É esse o teor do requerimento da Deputada Maninha.

Tem a palavra o Deputado Cezar Schirmer.O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Sr.

Presidente, foram feitas essas viagens a que o nobre Deputado Max Rosenmann se refere a Miami e ao México, não é?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É. Em Miami foi a reunião ministerial e em Puebla a reunião do CNC.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Sim. Vi que houve um relatório da Deputada Maninha e não sei se houve outro. A minha consulta é a seguinte: como não estava presente nessa reunião, quero saber se o relatório foi verbal ou por escrito.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Informo a V.Exa. que a Casa obriga a apre-sentação de um relatório. Antes, o Parlamentar enca-minhava esse relatório ao Presidente. Hoje, o Parla-mentar o disponibiliza na Internet. Apenas tirei uma cópia de um relatório. No de Miami, todos os que fo-

ram fizeram em conjunto. No de Puebla, no meu caso específico, como emito juízos de valor – eu acho, eu penso –, não quis comprometer os outros com minha visão. Fiz um relatório de fato do que apareceu e dei uma opinião, porque o relatório era ao Presidente, para S.Exa. se informar.

Mas agora há uma disposição – e esta Presidên-cia tem sido muito rigorosa na cobrança dessas coisas – no sentido de que em qualquer viagem externa, de qualquer Comissão, seja, de imediato, endereçado o relatório. E esse relatório vai para a Internet, está dis-ponível para qualquer Deputado.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Esta minha consulta é só porque queria ter acesso a ele. Queria saber se é verbal ou..

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não, não. É formal. Esse é um relatório. Veja que o de fevereiro já é antigo e há um outro da viagem de novembro, que está na Internet e que fizemos co-letivamente, que foi o da reunião ministerial.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – No site da Comissão?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não, geral. Depois posso dizer especificamen-te qual o site que V.Exa. pode acessar.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Eu não estou questionando.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu entendo. Estou só explicando.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Na verdade, eu queria ler para me informar.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro, para poder se informar. E permito-me dizer que fiz uma introdução bem didaticazinha para as pessoas entenderem, inclusive para aqueles que, vamos dizer, eventualmente chegassem agora à Co-missão. Quando o elaborei, fiz para o Presidente mas também pensando naqueles que ainda não tinham, vamos dizer, nenhuma intimidade com o tema. V.Exa. vai ver que é, mais ou menos, uma coisa seqüencial que dá para dar uma visão razoável.

Srs. Deputados, já temos quorum para deliberar.O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr.

Presidente, peço a palavra.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Max Ro-senmann.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr. Presidente, há pouco citei a Igreja Católica e V.Exa. falou que não tem medo de nada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não, não é medo. Estou dizendo que estou na Terra. Deixe a Igreja para lá. (Risos.)

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53284 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – E que V.Exa. está no planeta Terra e deixou claro que o as-sunto...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Na Terra, não no Céu.

O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER – Ele disse que não tem pressa de conhecer o Reino de Deus.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Eu só quero dizer a V.Exa. que eu estava me referindo a um assunto muito importante.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É importante.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Por exemplo: recentemente, o Deputado Severino Caval-canti, de Pernambuco, propôs uma alteração no art. 5º da Constituição no que diz respeito ao direito à vida. Então, eu não me lembro...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Abortamento, não era?

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Era, exatamente. Não me lembro com exatidão, mas acho que o texto constitucional dizia assim: “a vida é prote-gida desde a sua concepção”. E S.Exa. quis pôr uma outra palavra, um sinônimo, quando dizia que a vida não é desde a sua concepção, mas desde a fecundação, por exemplo. Seria, no fundo, a mesma coisa, mas só que S.Exa. assumiria, perante o eleitorado católico que representa, ser o dono da proposta vitoriosa.

Os líderes dos partidos, na ocasião da votação, entenderam que era desnecessário, que era uma repeti-ção, uma jogadinha e todos votamos contra a proposta. Aí, a Igreja Católica, que é desse mundo – porque ela não é do outro mundo, é deste planeta –, espalhou, na eleição de 1998, em todas as paróquias do Paraná, a relação dos que votaram a favor do aborto. E não era verdade, porque nós não votamos contra no sentido de votar a favor do aborto, nós votamos pela manutenção do texto. Mas o entendimento do povo, do eleitor, foi o de que os Parlamentares daquela lista, inclusive o Padre Roque, teriam votado a favor do aborto.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Isso foi um mal-entendido.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Eu não brinco com essas coisas porque...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É verdade, elas têm um efeito eleitoral.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – ... quem brinca com essas coisas acaba, de repente, castiga-do. E mesmo que V.Exa. não acredite em Deus, você acredita nos perigos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Acredito em Deus. Acredito.

O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Está bom? Porque V.Exa. pode ir para o inferno. (Risos.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É verdade. Então, eu tenho que me precaver. A Igreja tem um peso político e nós sabemos disso.

Veja bem, vamos discutir e votar a matéria.Requerimento nº 7, de 2003, da Deputada Mani-

nha, que “requer que seja instituído boletim informativo da Comissão a ser distribuído aos demais Parlamen-tares do Congresso e às entidades interessadas no acompanhamento das negociações da ALCA com a finalidade e na forma que especifica”.

Em discussão o requerimento. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-lo, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam

como estão. (Pausa)Aprovado.Requerimento nº 12, de 2004, de autoria do Depu-

tado Max Rosenmann, que “requer seja convidado o Sr. Marcos Domakoski, Presidente da Associação Co-mercial do Paraná”.

Em discussão o requerimento. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-lo, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que aprovam permaneçam

como estão. (Pausa)Aprovado. O SR. DEPUTADO MAX ROSENMANN – Sr.

Presidente, só peço que seja distribuído aquele ma-terial.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência determina à secretaria que re-produza o material anexo à petição do Deputado Max Rosenmann, que seja enviado a todos os membros e que, na próxima reunião, esteja aqui sobre a mesa.

Sobre a mesa requerimento da Deputada Ma-ninha solicitando a oitiva do Embaixador Luís Felipe Macedo Soares Guimarães, chefe da delegação bra-sileira na ALCA.

Vejam bem, fazem uma confusão. O Ministro Bahadian é o co-Presidente da ALCA. É um gestor administrativo, vamos dizer assim, do Comitê de Ne-gociação Comercial. Quem chefia a delegação bra-sileira, ou seja, quem verbaliza a produção brasileira nessas tratativas é o Embaixador Luís Felipe Macedo Soares. Há também as posições do MERCOSUL que, por sistema de rodízio, cabe a cada um dos países. No momento, está à frente do MERCOSUL a Argen-tina. É o Vice-Ministro da Economia quem representa – aliás, um excelente representante –, quem verbaliza as posições do MERCOSUL.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53285

Então, a Deputada Maninha pede que seja con-vidado o Embaixador Luís Felipe Macedo Soares Gui-marães, chefe da delegação brasileira na ALCA.

Em discussão o requerimento. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-lo, em vota-

ção. Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam

como estão. (Pausa)Aprovado.Indago se ainda temos alguma sugestão ou algu-

ma outra matéria a tratar na sessão de hoje. A Presidência informa que vai dar ciência aos

Srs. Deputados do dia exato da audiência do Ministro das Relações Exteriores.

Desejo agora passar a palavra à Deputada Mani-nha, que promove um encontro da COPA nesse perío-do. Assim, solicito que a Deputada verbalize o evento e, evidentemente, que os membros dessa Comissão dele tomem ciência para, se quiserem, acompanharem essa importante exposição.

Concedo a palavra à Deputada Maninha. A SRA. DEPUTADA MANINHA – Obrigada, Sr.

Presidente. Primeiramente, gostaria de esclarecer aos Deputados que a COPA, aqui citada, não se trata da copa e cozinha, mas da Confederação Parlamentar das Américas, uma entidade associativa de Deputados Estaduais, Deputados Federais e Senadores.

Coincidentemente, no período em que foi realiza-da a reunião de Puebla, eu estava tomando posse da Presidência dessa Confederação e o Deputado José Thomaz Nonô, gentilmente, lá compareceu represen-tando não só o nosso Congresso como a União Inter-parlamentar – UIP, uma outra entidade que congrega Deputados e Senadores de todo o mundo.

Nessa reunião foi empossado, então, o Comitê Executivo da COPA, da qual fazem parte o Deputado Edson Ezequiel, do PMDB, os Deputados Ivan Valen-te, Orlando Fantazzini, Paes Landim, Dilceu Sperafi-co, Nilson Mourão e vários outros – no momento, não lembro quantos são.

Na próxima semana, realizaremos a primeira reunião do Comitê Executivo no Brasil. Essa reunião vai acontecer no dia 23. Será uma reunião aberta que terá, marcando seu início, uma exposição do co-Presi-dente da ALCA, o Embaixador Adhemar Bahadian, que fará uma exposição sobre todo o processo negociador. Essa reunião vai acontecer no Plenário da CCJR, a partir das 9h. Gostaríamos de convidá-los para assis-tirem a essa exposição, que, tenho certeza, interessa a esta Comissão.

Deputado José Thomaz Nonô, registro este con-vite, em especial a V.Exa. Gostaria que o Vice-Presi-dente do FIPA, Deputado Luiz Carlos Hauly, também

pudesse estar presente à abertura da reunião de nosso Comitê Executivo, já que somos entidades congêneres e buscamos trabalhar em conjunto.

Este é o informe que eu gostaria de dar. Este convite é extensivo a todos os Deputados deste Par-lamento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Tho-maz Nonô) – Com a palavra o Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sra. Deputada Maninha, com muito prazer, aceito o convite para a semana que vem. Também quero renovar a ne-cessidade de sua presença na reunião anual do FIPA, que será no Chile, nos dias 1º, 2 e 3 de abril.

Já encaminhei expediente, há algum tempo, ao Presidente João Paulo para que fizesse a indicação dos membros. Incluí a sugestão de V.Exa. e também o que havíamos conversado, no ano passado, da possi-bilidade de o Brasil sediar o encontro este ano. Como o Deputado João Paulo teve dúvidas a respeito dessa possibilidade, sugerimos deixar para o ano seguinte, e já chegou a hora da decisão, que será nessa semana no Chile, em Valparaiso, para decidirmos se a reunião anual será feita no Brasil.

Como o FIPA é dos Parlamentos, não é adesão de Parlamentares, são os Parlamentos que são filiados, a Câmara e o Senado, em conjunto – já mandei expe-diente nesse sentido –, poderiam dar o aceite. Conta-mos com a colaboração de V.Exa. e do Presidente José Thomaz Nonô para que possamos ter condição de lá comparecer com uma boa delegação de Deputados e Senadores, pelo menos uns 8 ou 10 Parlamentares, 5 de cada Casa, para ter um número. E já começaríamos a preparar a reunião anual. Isso também vai na linha do que V.Exa. propõe, de um futuro entrosamento das duas entidades para que tenhamos uma luta única pelo futuro Parlamento Americano.

Acredito que com a estrutura que tem hoje o FIPA, sob os auspícios do Parlamento canadense, com a infra-estrutura que eles têm disponibilizado e com a agilidade da COPA, poderíamos muito bem trabalhar com muito mais resultado, nem que fosse com a co-Presidência, mas trabalhando juntos, com os mesmos ideais, porque tenho visto nas resoluções que as po-sições têm sido praticamente as mesmas.

Na primeira reunião do FIPA, já há uns 4 anos, havia o problema de Cuba. A delegação brasileira apresentou o ingresso de Cuba, que já faz parte do Fórum, com um senão: a permanente ausência dos colegas do Parlamento dos Estados Unidos da América do Norte. Os temas que afetam e afligem as Américas são comuns às duas associações.

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53286 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Portanto, faço esta sugestão no sentido de que V.Exas. façam gestão junto ao Presidente João Paulo – eu também o farei junto ao Presidente Sarney – para que se possa fazer uma delegação de Parlamentares, de preferência, um de cada partido, e que haja esta prerrogativa de fazermos no Brasil a reunião anual, no ano que vem, o que seria muito importante para nosso País.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agradeço as considerações ao Deputado Luiz Carlos Hauly.

É uma pena que o Deputado Max Rosenmann não esteja presente para fazer um informe.

Nas reuniões da ALCA, só o Brasil tinha Parla-mentares. Na reunião de Puebla, quando o chefe dos negociadores mexicanos soube que eu era Parlamen-tar e que estava dentro da reunião, deu um pulo de um metro e disse: “Só queria que os nossos nunca viessem aqui”. Foi o que disse claramente o Embai-xador mexicano.

Vejam, entendo a visão deles. Em sistemas presi-dencialistas – às vezes alguns Deputados aqui têm uma certa dificuldade de alcançar –, a discussão, enquanto feitura, enquanto discussão, é um ato do Executivo. E os Parlamentares, pela própria condição profissio-nal, pela própria maneira como desempenham suas atividades são tentados a explicitar o que viram, em que ponto está a negociação, como foi, como não foi. Quem já trabalhou com o Poder Executivo, Estadual, Federal ou Municipal, em qualquer nível, sabe como é. Então, reagem.

Isso quer dizer que o Brasil é pioneiro. No Brasil o Parlamento tem uma Comissão Especial cuidando disso, que está participando ativamente e está intera-gindo. O que não podemos ainda, evidentemente, é interferir nas ações governamentais.

Então, como os Deputados estão mais habituados a interferir, a debater etc. e tal, um ou outro às vezes se sente mais constrangido porque não tem esse po-der – e nem é para ter – de se imiscuir na negociação gerencial, que é uma prerrogativa do Executivo.

Esse é um pequeno problema. Temos que enten-der que nossa Comissão é atípica: ela não tem prazo, ela é de acompanhamento, ela é de preparação. A meu ver, é de preparação da Casa para as futuras votações. Não se pode circunscrever a ALCA stricto sensu.

Quem leu a nota técnica do Ministério da Agri-cultura vai entender. Por exemplo, a nota técnica que foi distribuída diz que temos, só na área agrícola, 4 pontos distintos. Os subsídios é um deles e não vai ser discutido na ALCA, mas todos os outros vão, que são exatamente acesso a mercado, implementação de mecanismos para neutralizar efeitos distorcidos do

comércio, olhar as medidas fitossanitárias e sanitárias às vezes usadas para criar obstáculos à livre nego-ciação comercial etc. Então, há um elenco de coisas que fogem ao tema estritamente subsídios para ser discutido na Agricultura. E a ALCA não é um acordo agrícola; ao contrário, ela é também agrícola, mas tem serviços, indústrias, comércio, uma série de outras coisas importantes.

Acho que, até agora, estamos fazendo um bom papel. A vivificação vai depender, evidentemente, do número de pessoas com conhecimento específico que possamos trazer a esta Comissão.

Indago se algum Deputado deseja usar a pala-vra. (Pausa.)

Não havendo, agradeço a todos a presença e vou encerrar a presente reunião, antes convocando a pró-xima para terça-feira vindoura, em plenário que será oportunamente informado aos senhores membros.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 2ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 8ª Reunião Ordinária Realizada em 13 de abril de 2004.

Às quinze horas e dezenove minutos do dia tre-ze de abril de dois mil e quatro, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Ple-nário 10 do anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Presidente; Edson Ezequiel e Alberto Gold-man – Vice-Presidente; Maninha – Relator; Antonio Carlos Mendes Thame, Antonio Carlos Pannunzio, Fábio Souto, Feu Rosa, Francisco Turra, José Pimen-tel, Luiza Erundina, Neucimar Fraga, Rubens Otoni, Severiano Alves e Tarcisio Zimmermann – Titulares; Arnaldo Faria de Sá, Ivan Valente e Luiz Carlos Hauly – Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Alexandre Cardoso, Cezar Schirmer, Francisco Garcia, Jackson Barreto, Jamil Murad, Lindberg Farias, Mar-cos Abramo, Max Rosenmann, Nelson Proença, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Ronaldo Caiado, Silas Brasileiro, Vanderlei Assis, Welinton Fa-gundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Havendo núme-ro regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. ATA: Distribuída antecipadamente cópia da ata da reunião anterior, foi solicitada a dispensa da sua leitura pela Deputada Maninha. Não havendo quem quisesse discuti-la, a mesma foi aprovada sem restrições. ORDEM DO DIA: Assuntos Internos. O

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53287

Senhor Presidente teceu considerações sobre os re-querimentos aprovados na comissão cujas audiências públicas encontram-se ainda pendentes, ressaltando a importância de se montar um cronograma de audi-ências públicas. Esclareceu também que a aparente lentidão dos trabalhos da comissão reflete a própria lentidão das tratativas da Alca por parte da área go-vernamental e que a comissão foi constituída com a finalidade precípua de acompanhar as negociações da Alca. O Senhor Presidente fez distribuir o seguinte quadro contendo os requerimentos aprovados: 1) Da Deputada Maninha, convidando o Embaixador Luiz Felipe Macedo, negociador da Alca; 2) Do Deputado Max Rosenmann, convidando o Sr. Marcos Domakoski, presidente da associação comercial do Estado do Pa-raná; 3) Dos Deputados Arnon Bezerra e José Thomaz Nonô, convidando o Economista Roberto Giannetti da Fonseca; 4) Dos Deputados Antonio Carlos Mendes Thame e José Thomaz Nonô, convidando os Ministros de Estado Roberto Rodrigues e Luis Fernando Furlan; 5) Do Deputado Arnon Bezerra, convidando o Econo-mista Renato Baumann, Diretor da Cepal e professor da UnB; 6) Do Deputado Francisco Turra, convidando o Sr. Marcos Sawaya Jank, presidente do instituto de estudos comerciais e negócios internacionais; 7) Do Deputado José Thomaz Nonô, convidando os Srs. Jorge Johannpeter Gerdau, industrial; Paulo Noguei-ra Batista, professor; Deputado Armando de Queiroz Monteiro Neto, presidente da CNI. A Deputada Maninha sugeriu agrupar os convidados em blocos com opiniões divergentes, a fim de enriquecer os debates. O Senhor Presidente ponderou não ser produtivo montar uma mesa de debates com quatro expositores incluindo um ministro de estado, pois este possui prerrogativas regimentais. O Deputado Ivan Valente encaminhou re-querimento para convidar um representante da CUT. Usaram da palavra os Deputados Maninha, Ivan Valen-te, Antonio Carlos Pannunzio, Francisco Turra, Alberto Goldaman, Feu Rosa, Severiano Alves e Luiz Carlos Hauly. Após inclusão na pauta de Requerimento de autoria dos Deputados Ivan Valente e Maninha, convi-dando para participar de reunião de audiência pública um representante da Central Única dos Trabalhado-res – CUT. O Requerimento foi aprovado. Houve um consenso da comissão em estabelecer os seguintes grupos para as futuras audiências públicas. Para o dia 27/04, serão convidados os Srs. Marcos Komakoski, Marcos Sawaya Jank e Paulo Nogueira Batista. Para o dia 04/05, serão convidados os Srs. Roberto Giannetti da Fonseca, Jorge Johannpeter Gerdau e o Deputado Armando de Queiroz Monteiro Neto. Para o próximo grupo, seria convidado um representante da CUT e um representante do setor de serviços, este dependente

de requerimento a ser aprovado. O Senhor Presidente comunicou o convite da embaixada americana da par-te da Srª Janice Corbert, adida comercial, que solicita audiência com oito parlamentares americanos que vi-rão tratar temas relacionados à questão do mercosul, desigualdade social, direitos humanos e alca. O Senhor Presidente solicitou apoio aos membros na recepção dos referidos parlamentares, marcando a audiência para o dia 15/04, às onze horas. A Deputada Maninha justificou sua ausência pois estará em missão oficial no Amazonas. O Deputado Feu Rosa questionou junto à presidência o desconhecimento dos parlamentares em relação ao que a imprensa está noticiando sobre um amplo acordo comercial com a união européia. A Deputada Maninha também questionou a falta de informação dos parlamentares em torno dessas ne-gociações comerciais. S. Exª referiu-se a um possível requerimento para que esta comissão tenha acesso também às negociações no âmbito do Mercosul. O Se-nhor Presidente, ao esclarecer o questionamento dos parlamentares, fez de início a distinção fundamental entre os dois processos de negociação. O processo de negociação do Mercosul já é uma realidade jurídi-ca, com uma estrutura jurídica e a Alca é ainda uma possibilidade jurídica. O Brasil tem posição pioneira no contexto internacional, pois existe uma comissão especial no Legislativo para acompanhar as nego-ciações da Alca. S. Exª enfatizou que a competência para realização desses acordos é do Poder Executivo. O Deputado Severiano ventilou a possibilidade de se estender as atribuições da Alca para acompanhar as negociações no âmbito da união européia. O Deputado Luiz Carlos Hauly fez breve relato da sua participação na Fipa, lamentando que a dificuldade do Brasil para negociar deve-se mais à confusão de sua legislação tributária, pois penaliza suas empresas, diferentemen-te de outros países que facilitam a vida de suas em-presas. Nada mais havendo a tratar e ao agradecer a presença de todos, o Senhor Presidente encerrou a reunião às dezesseis horas e treze minutos. O inteiro teor da reunião foi gravado e, após a transcrição das notas taquigráficas, fará parte integrante desta ata. E, para constar, eu, Mário Dráusio Oliveira de A. Couti-nho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Havendo número regimental, declaro abertos os trabalhos da oitava reunião da Comissão Especial destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas.

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53288 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Tendo em vista a distribuição antecipada de có-pias da ata da sétima reunião, indago da necessidade de sua leitura.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, solicito a dispensa da leitura da ata.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Atendendo à solicitação da Deputada Mani-nha, a Mesa dispensa a leitura da ata.

Em discussão. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-la, em vota-

ção.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como estão. (Pausa.)Aprovada.Esta reunião foi convocada com a seguinte pauta:

fazermos um exame dos requerimentos de audiência pendentes, a fim de estabelecermos um cronograma para que os convidados dêem seus testemunhos nes-ta Comissão.

A Comissão, evidentemente, por ora, desenrola-se em ritmo mais lento, em razão da própria lentidão das tratativas do Governo. Como é uma Comissão destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas, as audiências estão suspensas, na forma como o Ministro das Relações Exteriores nos disse na reunião conjunta com a Co-missão de Relações Exteriores.

Mas há como convidados uma série de senhores, a pedido da Deputada Maninha, do Presidente, dos Deputados Max Rosenmann, Arnon Bezerra, Francis-co Turra. Eu peço que distribuam a relação. São eles o Embaixador Luiz Filipe Macedo Soares, chefe da de-legação brasileira, o nosso negociador – ao contrário do que pensam, o Embaixador Adhemar Bahadian é co-presidente, e, na realidade, quem banca a posição brasileira é o embaixador Luiz Filipe Macedo Soares; o empresário Marcos Domakoski, Presidente da Associa-ção Comercial do Paraná, por sugestão do Deputado Max Rosenmann; o Dr. Roberto Giannetti da Fonseca, economista, figura notória no cenário dos doutrina-dores econômicos deste País; os Ministros Roberto Rodrigues e Luiz Fernando Furlan, também por soli-citação do Presidente e do Deputado Antonio Carlos Mendes Thame; o Dr. Renato Baumann, economista, diretor da CEPAL, professor da UnB, por sugestão do Deputado Arnon Bezerra; o Dr. Marcos Sawaya Jank, Presidente do ICONE, sugestão do Deputado Francisco Turra; o Dr. Jorge Johannpeter Gerdau, Presidente do grupo Gerdau; o Dr. Paulo Nogueira Batista, também professor renomado; e o Deputado Armando Montei-ro Neto. A sugestão do Deputado Armando Monteiro Neto, faço questão de dizer, foi da Presidência, para que venha aqui menos como Deputado Federal e mais

como Presidente da CNI e possa trazer a visão dos empresários a respeito dessas tratativas.

Então, é essa a matéria que está em discussão. Eu gostaria de ouvir os Srs. Deputados. Com a palavra a Deputada Maninha, Relatora.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Quero fazer uma sugestão, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pois não.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Já que tive-mos, como V.Exa. bem relatou, uma desaceleração do processo de negociação, poderíamos fazer, neste intervalo, um debate do que foi esse processo durante o tempo em que o acompanhamos. Poderíamos agru-par parte dessas pessoas, para que o debate fosse mais interessante, mais rico, inclusive com posições diferenciadas.

Poderíamos, por exemplo, trazer a posição do Governo, com o Embaixador Luiz Filipe Macedo; o Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura; a CNI e

o Prof. Paulo Nogueira Batista. Creio que poderíamos fazer uma mesa. Não sei se a CUT foi convidada...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Não tem requerimento. Citei os requerimen-tos que foram oferecidos e aprovados, e estamos or-ganizando. É interessante a sugestão da Relatora. Apenas queria ponderar que, pela minha experiência, mesas com 4 participantes são desastrosas, porque, no fundo, fica pouco tempo para cada pessoa e isso empobrece o debate. Se a gente pudesse agrupar no máximo 3 pessoas...

Os Ministros têm prerrogativas ministeriais. Agen-dar um encontro com um Ministro é uma confusão. Eu quero dar o testemunho de que o Ministro Roberto Rodrigues conversou conosco, em caráter informal, e disse que viria na hora que quiséssemos. O Ministro Furlan não respondeu informalmente, mas sua asses-soria informou que S.Exa. está aberto, basta que seja consultada a agenda. Entretanto, não acredito que seja muito interessante marcar a participação de 2 Minis-tros no mesmo dia.

Talvez pudéssemos, na linha do seu pensamento, Deputada Maninha, convidar representante da indústria, do meio acadêmico. Por exemplo, eu não o conheço, mas o Deputado Rosenmann deu muita ênfase ao Dr. Marcos Domakoski. Pelo que eu vejo, ele é do comér-cio, uma área que tem sido pouco ouvida. Estamos ouvindo o agrobusiness e a indústria, mas serviço e comércio têm sido pouco ouvidos. Talvez fosse inte-ressante ouvi-lo, e assim faríamos uma mesa com um representante da CNI, uma pessoa do comércio, um professor – o Paulo Nogueira ou outro –, e depois con-vidaríamos uma autoridade governamental.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53289

Não tenho certeza, estou discutindo da maneira mais aberta possível.

Com a palavra o Deputado Ivan Valente.O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Sr. Presi-

dente, não tive oportunidade antes, mas, vendo a lista de oradores, para termos um painel amplo de posições, eu quero sugerir também a presença do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e da Central Única dos Trabalhadores. Eles vêm trabalhando essa questão há muito tempo, de forma abrangente. Eu poderia apre-sentar esse requerimento?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pode. Formule o requerimento, e conversa-remos sobre isso.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Também não vi o que chamo de setor de serviços.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Veja bem, estamos discutindo os nomes dos requerimentos aprovados.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Exato. Es-tamos discutindo globalmente o processo, para dar consistência às oitivas. Eu não tenho um nome, mas me proponho a checar algum. Acredito que o setor de serviços envolve questões das mais polêmicas sugeri-das pelos Estados Unidos e com resistências por parte do Governo brasileiro. São questões que eles querem tratar no âmbito da ALCA e o Brasil tem interesse de tratar no âmbito da OMC. Talvez seja importante.

Também sugiro convidar o Gilberto Dupas. É um economista, intelectual e tem feito alguns debates in-teressantes. É uma pessoa com boas condições para debater esse tema. Mas eu posso fazer isso por escrito depois, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Embora seja notável a importância do Embai-xador Luiz Felipe Macedo Soares, e essa foi a razão de ouvi-lo, visto que acabamos de ouvir o Ministro, cuja exposição foi bastante elucidativa, poderíamos convidá-lo para um segundo momento. Podemos fazer uma primeira reunião na próxima semana juntando, à guisa de sugestão, o Presidente da Associação do Comércio do Paraná; um industrial, que pode ser pode ser o Dr. Jorge Gerdau; e um economista, talvez o Dr. Renato Baumann, economista cepalino. Os cepalinos em geral têm uma visão muito interessante. São pouco operativos, mas são muito inteligentes. Podemos ter também uma sessão de cultura e lazer, que é muito importante para a nossa Comissão. Quem sabe se não podemos justapor o próprio Roberto Giannetti? Assim reunimos alguém do meio acadêmico, um empresário do comércio e um empresário da indústria.

Sugiro o Giannetti ou o Paulo Batista, como pre-ferirem, e a Presidência se encarrega de reiterar pes-soalmente os convites aos Ministros.

Poderíamos fazer uma primeira Mesa com Pau-lo Nogueira Batista, Marcos Domakoski e Jorge Ger-dau.

Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Pan-nunzio.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Estou tentando colaborar para uma discus-são que poderia ser um pouco mais ampla. Aparente-mente, o Domakoski é comercial; o Gerdau é do ramo da metalurgia, é industrial; e o Paulo Nogueira Batista é acadêmico. Precisávamos ter alguém da agricultura.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – O problema é que só há requerimento apro-vado para o próprio Ministro. A exposição que eu ouvi do Ministro na Comissão de Relações Exteriores – e falo como Parlamentar desta Casa – foi extremamen-te interessante, muito rica, muito instigadora. E longa. Ministro é Ministro.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Concordo com V.Exa., mas a pergunta que faço, já que estamos fazendo um acerto para dar se-qüência aos trabalhos, é: por que não trazer alguém do setor produtivo, da agricultura?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Porque nós não temos requerimento. Na reu-nião de Puebla, estavam vários empresários. Na oca-sião, eu convidei, verbalmente, sujeito a nos acerta-mos, o Dr. Eduardo Carvalho, Presidente da UNICA, do setor que é o maior produtor de álcool do mundo. É uma central. Quer dizer, estou falando do agrobusiness, não é a agricultura stricto sensu, mas é o agronegócio, e etanol é uma das coisas que interessam nesse rela-cionamento. Se pudesse fazer, Deputado Turra, seria interessante, mas o meu medo, Deputado Pannunzio, é compor a mesa com 4 participantes, porque, via de regra, fica 15 minutos para cada um e acaba não ren-dendo muito. Acredito que uma mesa de 3 participan-tes seria interessante.

Com a palavra o Deputado Francisco Turra.O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – Marco

Jank é um nome muito importante, porque ele é asses-sor do Ministério da Agricultura para fins de ALCA. É assessor informal, consultor. Representa universida-des, é uma figura notável.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Estamos tentando compor as mesas.

Deputado Goldman.O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Eu

quero confirmar essa informação do Deputado Turra. Eu tenho lido muita coisa dele. Estivemos com ele em

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53290 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Cancún. Participamos de várias conversas com ele. Ele tem escrito muito sobre isso, e eu o reputo como uma das pessoas que mais conhecem a matéria. Tal-vez seja, de todas as pessoas que vi fora do âmbito governamental, a pessoa que mais tem conhecimento. Claro que ele tem posições, opiniões, mas tem conhe-cimento das questões, e com detalhes.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Ótimo, é isso que a Comissão busca.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Esse é um nome muito bom.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Acho que podemos arrumar aqui rapidamente 2 mesas. A primeira com o representante da Associa-ção Comercial do Paraná, o Dr. Marcos Sawaya Jank e o Dr. Paulo Nogueira ou o Jorge Gerdau. Prefere o Paulo? Pronto. Está ótimo.

Poderíamos tentar assim a primeira. Vamos fazer um ensaio aqui. Estou deixando os Ministros à parte, porque, se eles confirmarem data, como a agenda de Ministro é mais complicada, marcamos a audiência do Ministro. Mas deixamos acertadas as mesas, para evitar que tenhamos de fazer nova reunião só para acertar isso. Então, temos aqui o Roberto Giannetti, o Renato Baumann, o Dr. Jorge Gerdau e o Deputado Armando Monteiro. E o Deputado Ivan Valente está preparando seu requerimento para que possamos votá-lo.

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – Va-mos chamar o povo. Eu proponho o povo. Não sei para onde temos de mandar correspondência, mas é o povo. (Risos.) O MST não dá, porque está ocupando umas fazendas, está ocupado agora, não pode, fica para depois.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PAN-NUNZIO – Sr. Presidente, quanto a essa história de trazer o MST, para que não fique um palco para as gracinhas do Sr. Stédile, sugiro que se faça aquilo que foi proposto na Comissão de Relações Exteriores. Va-mos trazer o MST e um especialista com visão atuali-zada, o Chico Graziano, os 2 juntos. Aí vamos ver um pouco o que é bazófia, o que é demagogia e o que é seriedade na questão da reforma agrária, com todo o respeito às opiniões divergentes.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Inclusive eu proponho o MST com todas aquelas foices que saem no Estadão todo dia. Que venha com as foices para cá também. (Risos.)

O SR. DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN – As foices e os facões. Só foice não.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – O Estadão é especialista em fotografar foices e facões. Todo dia. Parece que há 10 milhões de foices e facões.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu, como sou de um Estado notoriamente pacifista, não quero discutir. (Risos.)

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Sr. Presidente, eu gostaria de saber o que está se passando em ter-mos de MST, Chico Graziano e Stédile. Estamos ou não na Comissão da ALCA?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Agora, reconduzindo a coisa formalmente, veja bem, se um Deputado propõe formalmente... Estou aguardando que o Deputado Ivan Valente proponha, e, assim que propuser, vamos discutir, votar, ver se aprovamos ou não. O direito de propor é sagrado. Não sei qual é a contribuição do MST nesse processo, mas tenho certeza de que o Deputado Ivan Valente, que é mais agudo, vai dizer, e vamos discutir aqui.

Até porque há uma esperança para V.Exa., Depu-tado Feu Rosa. Nós podemos exportá-los. Fique tran-qüilo. (Risos.)

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Resta saber o impacto disso na nossa balança comercial.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Vamos andando aqui. A primeira mesa, em princípio, fica assim: Marcos Domakoski, Presidente da Associação Comercial do Paraná; Marcos Sawaya Jank, Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais, ICONE, e o Dr. Paulo Nogueira Batista.

Na segunda, temos o Dr. Roberto Giannetti da Fonseca, o Dr. Renato Baumann... É isso? Vamos pou-par esse economista. O Dr. Jorge Gerdau...

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presidente, sugiro os 2. Ou então o Roberto Giannetti, ou o Bau-mann, um dos 2.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Está aqui, o Roberto Giannetti.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Jorge Ger-dau...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Falta mais um.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Acho que ou a CUT ou a CNI. Ou fazemos uma mesa com CUT e CNI juntas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Veja bem, confesso-lhe que não vejo contra-ponto nesse processo. CUT, MST vão dar uma con-tribuição original, própria. Não vejo necessidade de misturar. Faremos essa sessão com CUT, com MST, com estes indicados, claro. Do que temos aprovados aqui, podemos convidar o Deputado Armando Montei-ro, que também disse estaria à disposição. Então, a segunda mesa seria o Deputado Armando Monteiro, o Dr. Jorge Gerdau e o Dr. Roberto Giannetti da Fon-

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53291

seca. Acho que seria uma mesa do melhor nível para os nossos trabalhos.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Sr. Presidente, algo que poderia ser muito pertinente ao nosso caso aqui seria colocarmos para debate, nesse contexto em que estão incluídos CNI, CUT e MST, a questão do setor de serviços.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Claro, já foi sugerido. Mas o problema é que não recebemos...

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Tudo bem, já fico comprometido de amanhã ou depois trazer por escrito.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Traga e na próxima reunião votamos.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Tudo bem en-tão. Está combinado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Para que os trabalhos não sejam atropela-dos, acertamos essas duas rodadas, que ficam com-binadas. Aprovamos os requerimentos, inclusive o do Deputado Ivan Valente. À terceira rodada virão CUT e alguém do setor de serviços, desde que seja trazido o requerimento competente.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Tranqüilo, tran-qüilo, acho que até depois de amanhã darei entrada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Peço aos colegas uma delegação à Presi-dência, no sentido de que tendo uma boa tratativa com qualquer dos Ministros possamos alterar a pau-ta para ouvir os Ministros, porque o Ministro Roberto Rodrigues anda às voltas com o próprio MST. Esse talvez seja até um fórum interessante para propiciar esse encontro tão sedutor quanto positivo.

Vamos fazer o seguinte: temos o calendário, po-demos fazer a próxima reunião na terça-feira à tarde, dia 27. Dá tempo de convidar, de fazer essa pauta. En-tão, marcamos uma reunião para terça-feira, dia 27, e a outra para terça-feira, 4 de maio. Está certo assim? Terça-feira, dia 27, porque apontam os colegas, e com absoluta clareza, que a próxima terça-feira estará em cima de um feriado. E, como costuma acontecer...

A SRA. DEPUTADA MANINHA – (Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É verdade, a Deputado Maninha estará inte-gralmente dedicada à cidade (Risos.) Então, é natural. Ficamos então com tudo isso certo.

Quero dizer também que recebi um comunicado da Dra. Janice Corbett, que é a Conselheira de As-suntos Comerciais da Embaixada Americana, dando ciência de que está aqui no Brasil o Black Caucus, uma comissão congressual americana com 8 Depu-

tados. Ela manda uma lista quilométrica, pois cada Deputado deve vir com vários assessores, que vêm discutir aqui ALCA, MERCOSUL, desigualdade social e direitos humanos.

Ela pediu pessoalmente se poderíamos agendar uma reunião para quinta-feira próxima. Não me parece de bom alvitre fazer uma reunião dia de quinta-feira es-pecificamente para isso, já que temos uma pauta nossa aqui. Mas eu perguntaria aos Deputados se se dispõem a trocar idéias. A hora fica a nosso critério. Pela parte da manhã. Mas vou confirmar. Se interessar a todos, marcamos uma reunião, e aviso tempestivamente.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Mas quando?O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Quinta. Eles devem ter uma outra agenda, tanto que ela pede. Vou ler o termo em que ela faz o pedido:

“Informo a V.Exa. que no dia 15 de abril estará em Brasília a Missão Congressional Black Caucus, composta de 8 Deputados e seus assessores, conforme lista anexa. A de-legação está visitando o Brasil para discutir com várias autoridades brasileiras questões sobre ALCA, MERCOSUL, desigualdade so-cial e direitos humanos.

Diante do exposto, solicito a V.Exa. a gen-tileza de verificar a possibilidade de agendar reunião para a referida delegação, juntamente com membros da Comissão Especial destina-da a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas, no dia 15 de abril, em horário de sua conveniência.

Aproveito a oportunidade para renovar meus protestos de estima e consideração. Respeitosamente. Janice Corbett, Conselheira de Assuntos Comerciais”.

Eu apenas não gostaria de agendar e depois virem aqui os Deputados e eu não encontrar pelo me-nos 3 ou 4 companheiros. Está a nosso critério, nós é que marcamos.

Sei que a Deputada Maninha estará em Brasília de manhã.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Não, Sr. Pre-sidente, vou fazer aquela viagem que V.Exa. já fez e me recomendou.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Deputada Maninha abandonou a ALCA a vai para o Calha Norte.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Vou para o Calha Norte (Risos.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Sinal dos tempos.

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53292 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Tenho a impres-são de que meu vôo sai às 10h30min, portanto,...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É difícil.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – ...é difícil. O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Deputado Ivan Valente, V.Exa. estará por aqui?

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Quinta agora?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Quinta agora.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Marque mais para a tarde.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu tenho medo de marcar mais para a tarde, Ivan, porque aí é que o pessoal não estará mesmo. Santos Dummont é o responsável pelo esvaziamento da Casa dia de quinta-feira, não tem jeito. É melhor marcarmos de manhã; se tivermos de marcar, é de manhã.

Deputado Francisco Turra? Deputado Feu Rosa? (Pausa.)

Vamos agendar, então, e eu aviso. Em princípio quinta-feira, às 10 horas da manhã. Quem puder vir, venha, e eu aviso sobre o local.

Portanto, vamos confirmar. Vamos fazer uma re-capitulação. Temos um requerimento extrapauta.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Não. Sobre CUT. Os senhores sabem que há uma formalidade de votação nominal da qual vou me esquecer temporariamente. Espero que os senhores também compartilhem dessa amnésia.

O Deputado Ivan Valente solicita que seja ouvido por esta Comissão um representante da Central Única dos Trabalhadores para falar sobre posição da entidade sobre as negações da ALCA. A CUT tem desenvolvido trabalho intenso, levando a discussão sobre as nego-ciações da ALCA com a população, tendo portanto um acúmulo de conhecimento sobre o assunto qu,e achamos importante trazer a esta Casa.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Não, aqui só está CUT. Deputado Ivan Valente, vamos deixar o MST para a próxima reunião. A fidal-guia esta Comissão é de tal ordem que aqui não há conflito. Vamos aprovar esse, Deputado Ivan Valente, e deixamos o do MST para outra reunião.

Em discussão.Os senhores Deputados que queiram discutir,

que o façam.

Trata-se de um requerimento para ouvirmos o representante da CUT. Quem está requerendo é o Deputado Ivan Valente, com o apoiamento de todos os membros da Comissão presentes.

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Não, CUT. MST não. Eu li o que está escrito. Eu não posso dizer em off, até porque, como Presi-dente, não posso dizer isso, mas a minha expectativa é muito maior em relação ao MST do que à CUT. A CUT eu já sei o que ela pensa. E, como ela muda de idéia com muita freqüência, tenho certeza de que ela vai depor de maneira agradável.

Em votação a matéria.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como se encontram. (Pausa.)Aprovada.O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Sr. Presidente,

antes de terminar, posso fazer uma consideração?O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Com a palavra o Deputado Feu Rosa.O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Sr. Presidente,

estamos na Comissão Especial destinada a acompa-nhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas pelos motivos exaustivamente já debatidos em reuniões etc. Todos sabemos das dificuldades de se montar esta Comissão. Estou envolvido com isso desde o início.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – É verdade.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – No entanto, gostaria de ponderar que a imprensa está noticiando claramente por aí – parece-me que é notícia de quase todos os dias – de que está havendo negociação com a União Européia. Não estou sabendo, ou não estou informado – inclusive se V.Exa. puder me orientar –, se existe algum acompanhamento do Congresso Nacional brasileiro com relação a isso, porque julgo importante dessa negociação com a União Européia; tão impor-tante ou talvez, guardadas às devidas proporções, mais do que com a ALCA. E não estou vendo nada com relação à mobilização do Congresso Nacional para se saber o que está sendo tratado sobre essa matéria, tanto pelo Embaixador Celso Amorim, nos-so querido Ministro, quanto pelo Itamaraty, enfim. Ou seja, todos aqueles males que falávamos durante as negociações da ALCA estão sendo repetidos agora com relação à União Européia, e nós não sabemos de nada. Por exemplo, devido ao tamanho das nego-ciações e das economias, talvez precisássemos de 2 Presidentes nesta Comissão Brasil, MERCOSUL e União Européia.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53293

Sr. Presidente, gostaria de que pelo menos esta Comissão tomasse um posicionamento, porque é até ridícula a posição do Congresso Nacional brasileiro em uma negociação desse porte. Já é mais do que exaus-tiva essa notícia na imprensa, e o Congresso Nacional não toma nenhuma posição. O Itamaraty mantém-se a portas fechadas, ninguém sabe de nada, os empre-sários estão de fora.

Parece-me que isso vai ser resolvido em outu-bro, porque o Sr. Pascal Lamy, Diretor-Coordenador da União Européia, vai sair em outubro e precisa receber tudo até então. Agora, não sei se isso será conveniente ou não para o Brasil. Espero que seja 100% a favor da soberania nacional e do Brasil. Espero que o pessoal do Itamaraty não esteja fazendo exageros em sessões. Espero que estejam sendo tomados tantos cuidados com essas reuniões, comissões, articulações com a União Européia quanto o foram com a ALCA.

Sr. Presidente, queria uma orientação, porque acho extremamente descortês e triste o Itamaraty e o Congresso Nacional brasileiro não se posicionarem em uma negociação dessa natureza.

Teria muitas outras coisas a falar, mas quero-me cingir a isso, porque o espírito da minha palavra já deve ter sido amplamente entendido.

Muito obrigado a V.Exa.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Com a palavra a Deputada Maninha.A SRA. DEPUTADA MANINHA – Sr. Presiden-

te, acerca desse questionamento do Deputado Feu Rosa, quero relatar que foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores um requerimento solicitando ao Itamaraty que fizesse um relato completo do processo de negociação.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Também assi-nei este requerimento.

A SRA. DEPUTADA MANINHA – Pois é. Parece-me, Deputado Feu, que já está marcado.

Mas também quero externar minha preocupa-ção, assim como V.Exa. o fez. Podemos solicitar ao Deputado João Paulo Cunha que este processo de acompanhamento das negociações do MERCOSUL e da União Européia não se restrinja apenas à Comis-são do MERCOSUL, porque o que de fato está acon-tecendo é que todo procedimento negocial se faz ali, onde se acompanha todo esse processo, e os demais Parlamentares não têm acesso a essas informações. Talvez devamos encaminhar ao Presidente um reque-rimento, ou qualquer coisa parecida, solicitando que nós também estejamos presentes nesse processo de acompanhamento.

Hoje, por exemplo, acho que a própria TV Globo noticiou fartamente que o acordo será assinado no

mês de outubro e que o processo de negociação está concluído. E nós não sabemos absolutamente nada sobre o que foi negociado.

Então, assim como acompanhamos as negocia-ções da ALCA, acho que deveríamos ter acesso aos entendimentos do MERCOSUL, para que eles não se restrinjam apenas à Comissão do MERCOSUL. Isso poderia ser feito por intermédio da Comissão de Rela-ções Exteriores. Não sei exatamente como proceder, mas fica a sugestão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência entende a razão dos Srs. Par-lamentares e apenas vai repor o que disse, não como defesa, mas simplesmente como um posicionamento em relação a essas matérias.

Quero lembrar alguns pontos recorrentes. Pri-meiro, quanto aos acordos, há uma distinção funda-mental entre MERCOSUL e ALCA: O MERCOSUL é uma realidade, é um acordo firmado, celebrado, em andamento, mas é um processo já pactuado; a ALCA é uma possibilidade jurídica. Portanto, não há como haver, na minha visão, tratamento sequer similar entre MERCOSUL e ALCA, porque o MERCOSUL existe e a ALCA, por hora, ainda não existe – estamos acom-panhando exatamente as tratativas.

Creio que disse isto na minha intervenção por ocasião da despedida do Ministro Celso Amorim, ou seja, que o Brasil tem uma posição pioneira, porque é um Parlamento que constituiu uma Comissão para acompanhar atos que são prerrogativas do Poder Exe-cutivo. Lembro também o óbvio: estamos num sistema presidencialista, não pela minha vontade, mas é como estamos. A nossa Comissão foi constituída pelo Plenário da Câmara para acompanhar negociações da ALCA. Lamentavelmente não foi para acompanhar negocia-ções da União Européia nem do MERCOSUL.

Politicamente, a habilidade dos companheiros e o entendimento amplo entre as diversas Comissões e entre Parlamentares têm permitido que trabalhemos conjuntamente. Isso é positivo, mas não vamos ter – re-pito – como instrumentalizar tratamentos semelhantes para situações díspares. O MERCOSUL é um pacto firmado e celebrado; a ALCA é ainda uma possibilidade jurídica ainda, e cada dia mais remota. Então, é meio difícil conciliar as coisas.

No que diz respeito à preocupação externada, de novo endosso as críticas. Quem tem de dar trans-parência às tratativas intergovernamentais é o Poder Executivo. Quem conduz essa tratativa é o Presiden-te da República. Eu não consigo ter essa visão muito compartimentada de ser o Ministério A ou o Ministério B. A posição é de governo. Se não há a transparência necessária nesses atos negociais, cobremos do Go-

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53294 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

verno do Presidente Lula a transparência necessária a esses atos.

Trata-se de uma consideração de natureza po-lítica óbvia. O Parlamentar não tem atribuições cons-titucionais específicas para interferir nessas gestões. Podemos olhar, acompanhar o processo. O Deputado Feu Rosa só vai saber claramente o que está sendo tratado se for por iniciativa espontânea do Governo de nos dizer em que termos estão essas tratativas. Nós podemos até registrar uma posição. Eu tenho registra-do a minha no plenário, V.Exa. também, mas não vejo como a Comissão da ALCA conseguir fazer isso.

Com a palavra o Deputado Feu Rosa.O SR. DEPUTADO FEU ROSA – No início da

minha fala, frisei que já tínhamos debatido essa ques-tão exaustivamente. No meu entender, não cabe ficar ressaltando as posições do Executivo e do Legislati-vo, nem mesmo as constitucionais, porque já estamos mais do que vacinados com relação a isso.

O que me causa maior preocupação é que não exista, no Parlamento, nenhum meio de saber o que está ocorrendo de fato. Acho isso um absurdo.

Segundo V.Exa., somos uma Comissão cons-tituída. Eu também não desejaria, nem mais, nem menos, que ocorresse o mesmo, ou talvez até uma adaptação com relação à União Européia. Sou total-mente a favor

ou talvez até uma adaptação, com relação à União Européia. Sou totalmente a favor.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Depu-tado, V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Pois não.O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – É só

para fazer-lhe uma pergunta. V.Exa. declarou que quem estaria encaminhando essas negociações da União Européia é uma comissão do MERCOSUL?

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Não, o Itamara-ty, porque quem fala mais a respeito disso é o Ministro das Relações Exteriores.

O SR. DEPUTADO SEVERIANO ALVES – Ah! Tá.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Dos 10 recor-tes que tenho sobre esse assunto, em 9 deles, é o Ministro das Relações Exteriores quem fala. Isso em vários jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e aqui de Brasília.

Então, um mínimo de preocupação que nós do Parlamento poderíamos ter é o seguinte: Comissão Es-pecial destinada a acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas, tudo bem. Mas se for pertinente, sugerimos também com a União Européia. Propomos estender um pouco— para não se perder tempo em fazer mais Comissão etc. – a possibilidade

das nossas atribuições. Inclusive, até os interessados nisso estão todos na nossa Comissão.

Sr. Presidente, o que me causa espécie é se acreditar que uma negociação com a União Européia vai ser maravilhosamente melhor do que qualquer ne-gociação com a ALCA. Isso é difícil de se acreditar, porque o mais simples não é isso. O mais simples é nos entendermos melhor na América do Sul.

Pacto Andino. Há 11 anos tratamos do Pacto Andino. Somos colegas na Comissão de Relações Exteriores há 10 anos.

Há 10 anos, sugerimos ao então Ministro das Relações Exteriores do Governo Fernando Henrique, Luiz Felipe Lampreia, que adiantassem esse pacto andino! Não moveram uma peça.

Fico tranqüilo em falar sobre isso, nobre Presiden-te, caros colegas, porque quem manda no Itamaraty, hoje, é aquele mesmo grupo que mandou antes. Tanto que não houve demissão de ninguém, houve rearranjo: uns estavam num lugar, passaram para outro; um que era embaixador num País, passou para outro país. Nin-guém foi colocado em desgraça, nem coisa nenhuma – inclusive os próprios Ministros e embaixadores em países chaves, hoje. De modo que é o mesmo grupo que está mandando no Itamaraty, independentemen-te de ser do Governo Lula, ou do Governo Fernando Henrique.

Então, seria até um respeito maior que esse grupo teria com o nosso Congresso e, principalmente, com a nossa Comissão, nem que fosse diplomaticamente uma concessão da parte deles. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Acolho as ponderações do Deputado Feu Rosa e lembro também que, na exposição do Minis-tro, prestei muita atenção ao que disse S.Exa. Os jor-nais encheram de otimismo as tratativas com relação à União Européia, mas o Ministro não nos deu esse mesmo otimismo. Quem prestou atenção no que S.Exa. disse – e eu prestei muita, muita – viu que S.Exa. dis-se claramente que havia “uma possibilidade maior, porque os negociadores europeus encaminhavam as questões – estou reproduzindo as palavras dele – ‘de forma mais pragmática’ – expressão dele – do que os negociadores da ALCA, mas que isso tudo está num “campo nebuloso”. Isso foi o que ele disse.

Agora, isso foi o que S.Exa. disse. Deputado Feu Rosa, eu não me preocupo muito com essa questão do Itamaraty. De novo, vou fazer minhas as palavras do Ministro. Eu presumo – tenho uma ligeira desconfiança – que o Presidente Lula preside. Não tenho certeza, mas tenho quase certeza.

Como eu tenho quase certeza, as responsabili-dades são de Governo, de Governo. Quem tem que

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53295

dizer – eu não vou sugerir a V.Exa, pois V.Exa. é um craque, é um Deputado experiente – é o saudável pedido de informações. Eu formulei os meus pedidos quanto ao pacto andino. Tenho minhas ressalvas e tal, essa mesma coisa, por outros motivos – não tem nada a ver com a nossa reunião.

Mas nós estávamos lá, e soubemos que, depois da ida do Presidente Lula com uma série de conces-sões aos peruanos, no outro dia, eles fecharam todos acordos comerciais com a Coréia. Mas esse é um pro-blema do Peru, da Coréia e do Executivo. Não é nosso, apenas quero saber.

E eu não quero saber na Comissão, eu quero saber no plenário. Há maneiras regimentais de se pedir isso.

Com a palavra Deputado Luiz Carlos Hauly.O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu acabo de che-gar de viagem. Há uma semana, voltei do Chile, de uma reunião do FIPA, Fórum Interparlamentar das Américas, onde o tema abordado foi ALCA, terrorismo e harmonização tributária nas Américas. A reunião foi sugerida por...

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Foram quantos meses de reunião? (Risos.)

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Fo-ram 3 dias.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Harmonização tributária é um tema tão... (Risos.)

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – E, por sugestão deste modesto Deputado que vos fala.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu sabia. (Risos.)

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – E evidentemente não chegamos a lugar nenhum com a questão da harmonização, porque é o principal proble-ma. A nação dominante, a maior potência do Hemisfé-rio está no nosso Continente Americano. Se você for negociar com eles e tiver um sistema tributário muito diferente, como o nosso, você já entra perdendo. E não se trata só do sistema tributário, mas também da har-monização legislativa em geral, como a ambiental, a legislação regulatória e de controle, que pode ou não encarecer o produto.

Temos um embaixador novo nos Estados Uni-dos, o Roberto Abdenur, que, como eu, deve ser de origem libanesa ou de outro país da região; e temos o negociador brasileiro na ALCA, Bahadian, de origem armênia. Dizem que ninguém pode com os armênios para negociar; diz o dito popular que é preciso um ju-deu e um libanês, e ainda assim não se ganha de um armênio.

Eu espero que os negociadores brasileiros, os técnicos, os representantes do Governo tenham essa capacidade de negociação. Ao analisar a balança co-mercial de cada país da Europa, você observa que a maioria dos países quer exportar. Na Alemanha, há superávit; em outros países também. Quem tem déficit na balança comercial? Para saber isso, como regra de comércio você vai ver quem é que compra mais. Quem compra mais no mundo e que tem o maior déficit co-mercial são os Estados Unidos da América do Norte. São mais de 500 bilhões de dólares de déficit, mais do que o tamanho do PIB brasileiro – de déficit e não de compras; de diferença entre a entrada e a saída.

Eu fico imaginando que a nossa balança comercial deve ser da ordem de 60 a 70 bilhões de exportação, por uns 50 de importação; quer dizer, uns 120 bilhões de dólares. Assim mesmo eles vão ter 4 vezes mais déficit do que a soma da importação e exportação brasileiras. Se for só da exportação brasileira, 70, vai dá 7 vezes – porque 7 vezes 7 igual 49. Então 490 bilhões.

Nós tememos os Estados Unidos e ao mesmo tempo gostamos dos Estados Unidos. É uma duali-dade, uma dicotomia, uma diferença. Não sei como definir essa disputa com os Estados Unidos. Estamos atingindo, por exemplo, o nível de produção agrícola de qualquer produto americano. No que diz respeito à soja, temos produtividade idêntica; em relação à pro-dutividade do milho, crescemos bastante; quanto à da laranja, já os ultrapassamos; assim como em relação ao gado de corte e leiteiro.

Então é na área industrial que reside o problema. O Brasil tem o pior sistema tributário do mundo para as empresas, e uma concorrência predatória. Nos Es-tados Unidos o sistema tributário não afeta a empresa americana, porque o imposto de consumo é cobrado no comércio, na hora da venda, na comercialização. Então, não afeta a concorrência esse negócio de incentivos fiscais, que temos no Brasil, ou de sonegação fiscal, de elisão. É brutal o volume de elisão no número de ações administrativas e judiciais. Além disso, os custos nos portos, aeroportos, estradas, rodovias e ferrovias são muito mais elevados em função da precariedade da logística. Está aqui o César Souza, da Associação Brasileira da Indústria Moageira de Milho, que tem uni-dade industrial no interior de Goiás. Ele tem que tirar esse produto industrializado dali e jogar nos Portos de Santos ou de Paranaguá, e a logística da retirada des-se produto para o grande centro consumidor do Brasil e para o mundo é muito diferente de outras logísticas de qualquer outro país.

Conheço, por exemplo, o setor atacadista brasilei-ro, que sofre uma tributação que, nos Estados Unidos, não tem nada parecido.

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53296 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Então, Sr. Presidente, sempre digo: antes de ALCA e União Européia, vamos consertar nossa casa. Não a consertamos até hoje, e continuamos negociando assim, assim, como se o gado estivesse indo para a seringa, para o abate.

O dia 1º de janeiro se aproxima e quero ver se não vai haver um acordo. Pode fazer o discurso de-magógico, dizendo ser ALCA light, ALCA diet, ALCA anoréxica, com ou sem bulimia. O fato é que há um acordo em curso, e vai acabar saindo alguma coisa. Pode até ser um rato, mas também pode sair um ele-fante dali. E vamos ser pegos de calça curta, sabendo que tínhamos um casamento e não preparamos o ter-no, a roupa de gala. O que é a roupa de gala senão a reestruturação do Brasil para fazer frente à concorrên-cia internacional? É a coisa mais óbvia, mais simples, mais objetiva do mundo.

Sr. Presidente, eu estava no Chile, quando anun-ciaram durante a reunião, com as presenças do Presi-dente Lagos, dos Presidentes do Senado e da Câmara, que eles estavam acabando de selar negociação com a Coréia do Sul naquela semana, um acordo de livre comércio entre aqueles dois países. O Chile não tem medo de nada. Também, o sistema tributário deles é bem enxutinho, bem “lightezinho”. Eles não têm nada parecido com o que temos no Brasil.

Minhas considerações são essas. Na temporada de audiências, vamos ser bem seletivos e produtivos, e devemos trazer para acrescentar. Acho que esse é o objetivo do nosso Presidente, que tem mais ou menos o mesmo pensamento que nós e outros companheiros e companheiras.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece as considerações de V.Exa., Deputado Hauly, e confirma a audiência do dia 27, quando serão ouvidos os Presidentes da Associa-ção Comercial do Paraná, Marcos Domakoski; do ICO-NE, Sr. Marcos Sawaya Jank, e o Dr. Paulo Nogueira Batista. Na terça-feira subsequente serão ouvidos o Dr. Roberto Giannetti da Fonseca, o Dr. Jorge Gerdau e o Deputado Armando Monteiro Neto. Acho que esses nomes trarão uma contribuição, sem dúvida alguma.

Encareço aos Srs. Parlamentares que tenham vontade de ouvir segmentos ou pessoas que o façam da forma regulamentar, com requerimentos, até para que possamos enriquecer nossa pauta.

Agradecendo a presença de todos, e nada mais havendo a tratar encerro a presente reunião, convo-cando a próxima para o dia 27, às 14h30min, em ple-nário que será oportunamente definido. A pauta é a audiência dos senhores já nomeados.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – O senhor con-firma quinta-feira pela manhã onde deverá ser a reu-nião?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Eu comunicarei por telefone aos Deputados onde e quando conversaremos.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 2ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 9ª Reunião Ordinária Audiência Pública Realizada em 27 de abril de 2004.

Às quinze horas e sete minutos do dia vinte e sete de abril de dois mil e quatro, reuniu-se a Comis-são Especial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Plenário 14 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a pre-sença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô, presidente; Edson Ezequiel – Vice-Presidente; Mani-nha – Relatora; Antonio Carlos Mendes Thame, Cezar Schirmer, Feu Rosa, Francisco Turra, Jamil Murad, José Pimentel, Luiza Erundina, Rubens Otoni, Seve-riano Alves e Silas Brasileiro – Titulares; Arnaldo Faria de Sá, Arnon Bezerra, Dra. Clair, Francisco Dornelles, Ivan Valente, Leodegar Tiscoski, Luiz Carlos Hauly e Robério Nunes – Suplentes. Compareceram também os Deputados Chico Alencar, Geraldo Resende, Murilo Zauith, Zarattini e Zonta, como não-membros. Deixa-ram de comparecer os Deputados Alberto Goldman, Alexandre Cardoso, Antonio Carlos Pannunzio, Fábio Souto, Francisco Garcia, Jackson Barreto, João Pau-lo Gomes da Silva, Lindberg Farias, Marcos Abramo, Max Rosenmann, Nelson Proença, Ney Lopes, Paulo Delgado, Roberto Jefferson, Ronaldo Caiado, Tarcisio Zimmermann, Vanderlei Assis, Welinton Fagundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Havendo número regimen-tal, o Deputado Edson Ezequiel, 1º Vice-Presidente, declarou abertos os trabalhos. ATA: Foram distribuí-das antecipadamente cópias da ata da 8ª reunião. O Deputado Ivan Valente solicitou a dispensa da leitura da referida ata. Não havendo quem quisesse discu-ti-la, a mesma foi aprovada sem restrições. ORDEM DO DIA: Audiência Pública. Convidados: Srs. Marcos Domakoski, Presidente da Associação Comercial do Estado do Paraná, e Marcos Sawaya Jank, Presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais – ICONE. O Senhor 1º Vice-Presiden-te justificou as ausências momentâneas do Deputado José Thomaz Nonô, que retornava de missão oficial, e da Deputada Maninha, que recebia uma delegação

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53297

canadense na Comissão de Relações Exteriores. An-tes de conceder a palavra aos convidados, o Deputado Edson Ezequiel teceu considerações a respeito das normas regimentais relativas às exposições e aos de-bates. Em seguida, concedeu a palavra ao Sr. Marcos Domakoski. O Deputado José Thomaz Nonô assumiu a presidência dos trabalhos às quinze horas e vinte e três minutos, concedendo a palavra ao Sr. Marcos Sawaya Jank. Logo após, o Deputado Ivan Valente solicitou cópia das exposições dos convidados, sendo acolhida pela presidência. Ao iniciar a fase das inter-pelações, o Senhor Presidente justificou as ausências do Deputado Max Ronsemann, autor do requerimento que convidou o Sr. Marcos Domakoski, e da Deputada Maninha, Relatora, que se encontrava na comissão de relações exteriores. Fazendo alusão à palestra do Sr. Marcos Sawaya Jank, o Senhor Presidente disse que o Congresso Nacional tem bastante clareza no processo de negociação da Alca e que no mundo globalizado não pode haver lugar para o isolacionismo. Usaram da palavra na fase das interpelações os Deputados Francisco Turra, Antonio Carlos Mendes Thame, Luiz Carlos Hauly, Ivan Valente, Drª Clair e Feu Rosa. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agrade-ceu aos expositores a positiva e rica contribuição de suas palestras e nada mais havendo a tratar encerrou a reunião às dezessete horas e trinta e cinco minu-tos, antes convocando a próxima a realizar-se no dia 04/05, às catorze horas e trinta minutos O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta Ata. E, para constar, eu, Mário Dráusio Coutinho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente, e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – Havendo número regimental, declaro abertos os tra-balhos da 9ª reunião da Comissão Especial destinada ao acompanhamento das negociações da ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas.

Encontram-se sobre as bancadas cópias da ata da 8ª reunião.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Sr. Presi-dente, solicito a dispensa da leitura da ata da reunião anterior.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Edson Ezequiel) – A solicitação de V.Exa. será atendida, nobre Depu-tado, desde que não haja objeção. (Pausa.)

Em discussão a ata. (Pausa.)Não havendo quem queira discutir, em votação.Os Deputados que a aprovam permaneçam como

se encontram. (Pausa.)Aprovada.

Peço a atenção dos presentes para as normas regimentais estabelecidas para as reuniões de audi-ência pública.

O tempo concedido a cada palestrante será de 20 minutos, durante os quais não poderá ser aparte-ado. Naturalmente, seremos generosos no cômputo desses 20 minutos. Como todos queremos absorver as informações dos convidados, obviamente uma certa condescendência será considerada. Os 20 minutos a que me refiro são o prazo regimental.

Os Deputados interessados em interpelar os convidados poderão se inscrever junto à Secretaria da Comissão. S.Exas. têm direito a réplica e a tréplica, no mesmo prazo da resposta dada pelo convidado.

Observo que ausência do Deputado José Thomaz Nonô, Presidente desta Comissão, se dá por causa de seu deslocamento para uma missão fora desta Casa. Por sua vez, a Deputada Maninha, nossa Relatora, recebe neste momento uma delegação de Parlamen-tares do Canadá.

Dito isso, concedo a palavra ao Sr. Marcos Do-makoski, Presidente da Associação Comercial do Es-tado do Paraná.

O SR. MARCOS DOMAKOSKI – Boa-tarde, Exmo. Sr. Presidente, Deputado Edson Ezequiel, e demais componentes desta Comissão Especial pre-sentes neste recinto. Ao saudar a Deputada Dra. Clair, representante do meu Estado neste plenário, cumpri-mento todos os Deputados que aqui se encontram.

Agradeço, Sr. Presidente, o privilégio de ser con-vidado para participar de um debate genuíno que, ao incluir a sociedade civil, expressa a sensibilidade dos Parlamentares acerca do ideal democrático de que o Governo não tem mandato para realizar acordos inter-nacionais que firam a nossa soberania. É muito claro para nós que o Governo Lula resgatou a idéia de so-berania, e a política externa por ele implementada é reflexo expressivo disso.

No que diz respeito à globalização, o nosso País está entrando pela porta da frente, quando incomoda os americanos ao conseguir desenvolver tecnologia própria para o enriquecimento do urânio e não abre mão dos seus segredos estratégicos; quando, na con-corrência para a compra de caças supersônicos para a FAB, busca fortalecer a indústria nacional, como a EMBRAER, e rejeita equipamentos que não garantem transferência tecnológica; quando se posiciona contra-riamente à guerra do Iraque; quando, na área espacial, aproxima-se dos russos e dos ucranianos nos lança-mentos da Base de Alcântara e para a construção de foguetes. Também incomodamos os americanos quan-do propomos uma ALCA menos abrangente do que a proposta por Washington.

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53298 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

(Segue-se exibição de imagens.)Mas o que é a ALCA? Para defini-la, vou me apro-

priar das palavras de Ricupero: “Nada é mais difícil do que falar sobre um projeto que poderá nunca sair do papel”. É diferente quando se analisam entidades já existentes, como a NAFTA ou o MERCOSUL.

No caso da ALCA, o que temos diante de nós é proposta que originou um processo de negociação ainda não concluído, de futuro incerto. A proposta de incentivar o livre comércio entre as nações é tentadora. Porém, falar em livre comércio no momento em que os Estados Unidos reforçam a sua política protecionista soa da seguinte maneira: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

É importante, pois, deixar de lado qualquer tipo de romantismo ingênuo e entender que a ALCA pode-rá representar um marco jurídico que dará legalidade à liberdade de ação para as 500 maiores empresas americanas, ou seja, pode representar a ampliação do domínio do capital, contrariando os interesses da nossa economia.

Vários estudos, ao afirmarem que é impossível existir comércio justo entre países com diferenças tão gritantes, fundamentam estas palavras de Osvaldo Martínez, Diretor do Centro de Investigações da Eco-nomia Mundial: “Numa primeira aproximação, a ALCA é um projeto de integração entre o tubarão e as sar-dinhas”. Os Estados Unidos, sozinhos, na condição de potência hegemônica mundial, controlam 80% do PIB do continente, enquanto o Brasil detém cerca de 5%. Diante de tamanha assimetria, a tendência natural é a de que os Estados Unidos engulam a economia latino-americana, causando falências de empresas, demissões em massa e aumento da miséria, o que, no nosso entendimento, agravaria os já alarmantes índices divulgados pelo IBGE acerca de capacidade ociosa, em termos de falência, e principalmente em relação à miséria.

Entendo que a ALCA cristaliza vários pesadelos, mas acho que não adianta apenas ficarmos afirmando que o nosso concorrente é perigoso. Considero urgente construirmos gaiolas apropriadas para pegar tubarões. Penso que a melhor abordagem do problema seria através da tentativa de diagnóstico.

Pois bem. Vamos à realidade: a ALCA colocaria em confronto direto, ainda que gradualmente, as me-gaempresas multinacionais americanas e as empresas brasileiras, dentro das seguintes condições. (Pausa.)

Peço escusas aos presentes, pois eu gostaria de mostrar uma lâmina que sintetiza os principais pontos que abordarei neste diagnóstico, o que não será possí-vel. Tentarei improvisar, lendo o texto e depois discor-

rendo sobre cada um dos 6 pontos que mencionarei no diagnóstico.

O primeiro deles é uma constatação: o Brasil exibe alto grau de vulnerabilidade externa, possui es-trangulante dívida e sente o recrudescimento de ten-sões populares.

Com base nessa afirmação, tecerei alguns co-mentários. Por exemplo: quanto ao superávit primário de 4,25%, ainda nesta semana foi anunciado um novo recorde. Na verdade, tal superávit não permite que o Governo faça investimentos em infra-estrutura, tão necessários para dar competitividade ao nosso País. Não permite também eficientes políticas setoriais, in-dustriais e tecnológicas.

O montante de juros da dívida pago em 2003 é de 145 bilhões de reais, o que equivale a aproximada-mente 275 mil reais de juros por minuto.

Os investimentos em setores de infra-estrutura e indústria de base caíram significativamente no ano passado: foram 50% menores.

A nossa balança comercial, estruturalmente su-peravitária, na verdade depende muito mais do cres-cimento da China do que propriamente do êxito de políticas adotadas internamente.

E ainda o próprio FMI revela que a taxa de cres-cimento do Brasil será menor do que a média mundial nos próximos anos. Para 2004, a instituição projeta para o País crescimento de 3,5%. No mesmo período, os Estados Unidos devem crescer 4,6%. E nós ficaremos ainda atrás da Argentina, que deverá crescer 5,5%, e da África, com crescimento de 4,2%.

Talvez valha a pena tentarmos justificar o relatório da ONU, segundo o qual a grande maioria dos povos sul-americanos prefeririam a ditadura com direitos as-segurados à democracia.

Para entender tal afirmativa, devemos observar que a democracia é composta, entre outros pilares, pelos direitos civis e sociais, e que um grande percen-tual da nossa população não tem assegurados os seus direitos sociais: não tem trabalho, educação, salário justo. Como esse percentual é muito grande, tal situ-ação começa a pôr em risco os direitos civis, como o direito à propriedade, o direito de ir e vir etc. Portanto, à luz da inexistência de direitos civis e sociais, quem sabe o povo se sinta fracassado com a democracia e tenha saudades dos regimes de força, desde que te-nha assegurados os seus direitos?

Eu acho uma lástima e uma temeridade tal situ-ação, mas é o que pode ocorrer.

O segundo ponto, dentro do nosso diagnóstico, seria a diferença de níveis de competitividade entre as empresas brasileiras e as americanas, os quais são hoje, em média, de 2 a 3 vezes inferiores para as

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53299

empresas brasileiras. E a competitividade entre elas é desestimulada para as empresas brasileiras basica-mente pelos entraves sistêmicos que nós conhecemos. O principal deles certamente é a carga tributária. O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial, com 36,11% do PIB. E há estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário que revelam que neste ano tal índice deve aumentar 1,2%.

Além da carga tributária, há a burocracia e a corrupção, altamente entrelaçadas e que também nos garantem vergonhosos lugares nos rankings mundiais. Representam o Custo Brasil oculto, que, por sua pró-pria natureza, ainda não pôde ser medido. Lembro a V.Exas. que um estudo da Transparência Brasil mostra que a diminuição de 10% nos índices de corrupção no Brasil poderia elevar a renda per capita em até 3 mil dólares num horizonte de 20 anos. Nos Estados Unidos, o Governo respondeu ao escândalo da Enron com rigorosa legislação.

O terceiro ponto do diagnóstico é a ausência de proposta de tratamento diferenciado entre Brasil e Es-tados Unidos, cujo PIB é 10 vezes superior ao nosso. Vamos reviver o que ocorreu na União Européia com a entrada da Grécia, da Espanha e de Portugal.

O quarto item, nessa seqüência, é a impossibilida-de de movimentação de mão-de-obra no hemisfério.

O quinto item é a não-subscrição dos Estados Unidos ao Protocolo de Kyoto.

O sexto ponto diz respeito ao fato de o Congresso americano não negociar a legislação sobre produtos agrícolas, para que as empresas brasileiras tenham real acesso ao mercado americano. Ao contrário dis-so, mantém fortemente os subsídios e a legislação antidumping.

Após mencionar esses 6 pontos do diagnóstico, voltarei agora ao tema inicial da minha exposição.

A ALCA colocaria em confronto direto, ainda que gradualmente, as megaempresas americanas e as empresas brasileiras. Mesmo que algumas empresas brasileiras conseguissem sobreviver à competição e até aumentar as suas exportações, no conjunto, as megaempresas americanas levariam vantagem nos Estados Unidos, no Brasil e na América do Sul, o que ampliaria a desindustrialização e aumentaria o nosso déficit.

Inicialmente eu disse a V.Exas. que a ALCA pode representar a interação entre tubarão e sardinhas. Isso é verdade, mas não adianta apenas criticar o nosso concorrente; é necessário construir gaiolas para apa-nhar o tubarão.

Na condição de Presidente da Associação Co-mercial do Paraná, entidade de 114 anos que con-grega mais de 7 mil empresas, e aqui representando

também a Confederação das Associações Comerciais do Brasil – CACB, cujo Presidente é o nosso amigo alagoano Luiz Otavio Gomes, eu aproveito a privile-giada ocasião para defender a proteção das compras governamentais como condição de sobrevivência no mar em que existe tubarão.

As compras públicas movimentam mercado que representa 10% do PIB e envolvem especialmente pe-quenas e microempresas, intensivas em mão-de-obra. No Brasil há quem diga não saber por que o Itamara-ty insiste tanto em proteger compras governamentais. Nos Estados Unidos, por outro lado, o mercado de compras públicas representa 20% do PIB, sendo que as compras realizadas entre 2.500 e 100 mil dólares devem ser necessariamente realizadas junto aos pe-quenos negócios. Por isso, no mercado americano os pequenos negócios representam um quarto do total das compras do Governo.

Além disso, um conjunto de 3 programas, es-pecialmente a Lei da Pequena Empresa americana, determina restrições a compras públicas feitas fora do território americano. No caso de produtos manu-faturados, devem as empresas observar o conteúdo nacional mínimo de 50% dos componentes envolvidos. Nas licitações de maior valor, as empresas devem apresentar um programa de subcontratação junto a pequenas empresas.

No nosso entendimento, é urgente a adoção, pelo nosso Governo, de mecanismos que incentivem a pequena empresa. Tais mecanismos vão desde o estímulo à formação de redes de cooperação e do apoio ao trabalho do SEBRAE à preparação da Lei Geral da Microempresa e à adoção de agenda micro-econômica que se imponha principalmente sobre a resistência burocrática.

A simplificação e a redução da carga tributária das pequenas e microempresas resultaram, no meu Estado, no aumento da arrecadação e no incremento do PIB estadual. Ao passo que o PIB brasileiro caiu 0,2% em 2003, o do Paraná cresceu 3,4%, graças à desoneração de pequenas e médias empresas e à isenção do Cadastro Estadual para praticamente 140 mil empresas de um universo de 180 mil existentes no Estado.

Concluirei a minha exposição afirmando que, no meu entendimento, qualquer discussão sobre os efei-tos da ALCA tem como pressupostos a resolução de entraves sistêmicos, tais como o regressivo e cumu-lativo sistema tributário e principalmente a retomada do crescimento da economia, não apenas por meio da mera redução de juros, mas também pela adoção de medidas específicas e sólidas de apoio à produção e ao investimento, as quais devem, evidentemente, ser

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53300 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

conjugadas com políticas de geração de empregos e renda e de inclusão social.

Essas são, sem dúvida, tarefas árduas, mas, felizmente, nos dias de hoje parece haver, por parte do Governo, dos empresários, dos trabalhadores e da classe política em geral, a percepção de que uma nova rodada de liberalização não é aventura inevitá-vel e intrinsecamente benéfica e, sim, um risco que deve ser enfrentado não com o simples isolamento internacional, mas com o planejamento e a execução compartilhada de políticas de desenvolvimento econô-mico, pressuposto básico da paz de uma verdadeira democracia.

Eram essas as considerações que tinha a fazer, Sr. Presidente.

Agradeço a oportunidade.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – A Presidência agradece ao Dr. Marcos Do-makoski a sua participação.

O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Sr. Presi-dente, considerando que o nosso convidado trouxe por escrito os textos que apresentou e as lâminas, peço a V.Exa. que providencie a distribuição do material aos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Pois não, Deputado.

A Presidência determina à Secretaria que tire cópias do material e as distribua aos Deputados.

Concedo a palavra ao Deputado Francisco Turra.O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – (In-

tervenção fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Muito obrigado. V.Exa. é generoso.Concedo a palavra ao Deputado Feu Rosa.

(Pausa.)O SR. DEPUTADO FEU ROSA – (Intervenção

fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Não. V.Exa. sabe que o espírito generoso do Deputado Ivan Valente não quer para si o monopólio da sabedoria.

Concedo a palavra ao segundo palestrante de hoje, o Dr. Marcos Sawaya Jank, Presidente do Insti-tuto de Estudos do Comércio e Negociações Interna-cionais – ICONE.

O tempo regulamentar de que dispõe V.Sa. é de 20 minutos, mas pode ser estendido, a critério da Mesa. Fique à vontade. Nós estamos honrados em poder ouvi-lo.

O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Muito obri-gado.

É uma satisfação enorme estar nesta tarde com V.Exas. Esta é a segunda vez que venho ao Congresso.

Na primeira falei sobre agronegócio para a Comissão de Agricultura e hoje venho aqui para falar sobre ALCA.

Eu tenho longa experiência no acompanhamen-to dessas negociações, tarefa a que me dedico desde 1996, quando, morando na Europa, tive a oportunidade de acompanhar a Rodada do Uruguai. Depois, já de volta ao Brasil, fiz vários estudos sobre o tema.

Sou Professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo e fiz vários estudos sobre a integração do MERCOSUL. De 1995 em diante passei a acompanhar o fantástico movimento que aconteceu com o agronegócio brasileiro e que resultou hoje numa das agriculturas mais competitivas do mundo. Aliás, há que se ressaltar que justamente hoje temos uma notícia muito boa a dar: a de que o Brasil conseguiu avançar os seus pleitos no caso do algodão contra os subsídios americanos. Acho que se trata de extraor-dinária notícia – talvez a mais importante deste ano – na área da política comercial agrícola.

Tenho bastante experiência nisso, pois, na con-dição de funcionário do Banco Interamericano de De-senvolvimento, estive por 3 anos nos Estados Unidos acompanhando as negociações acerca da ALCA. Acom-panhei a linha de frente de tais tratativas e vi todos os problemas que tem a ALCA. Desde o ano passa-do estou presidindo esse novo instituto, hoje mantido por entidades exportadoras brasileiras da indústria e da agricultura.

Procurarei trazer para V.Exas. a experiência de quem viveu esse processo de negociações, de quem vive isso há cerca de 15 anos.

(Segue-se exibição de imagens.)Em primeiro lugar, vou, obviamente, concentrar

minha exposição na ALCA; não vou me concentrar em agricultura apenas. Sempre se lança mão do argu-mento de que a agricultura ganha. Todo o mundo está cansado de saber disso. Mas e quanto ao que ocorre com o resto da economia? Por isso, procurarei falar da margem que o Brasil tem para fazer as negociações andarem – falo de todas elas, porque todas se baseiam nos mesmos temas. Na verdade, o que os Estados Unidos demandam do Brasil é muito parecido com o que a Europa quer de nós e com o que outros países desenvolvidos virão nos demandar, se nós viermos a negociar com eles.

Vou apresentar alguns pontos de introdução.O primeiro deles é algo que está relacionado com

o nosso País. Existe uma obsessão nacional com ALCA – na mídia, entre os empresários, no próprio Congres-so Nacional. Por exemplo, por que existe uma Comis-são para tratar da ALCA e não existe uma para tratar da OMC, já que estamos no meio de uma rodada da maior importância, com grandes conseqüências sobre

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o nosso futuro? Por que não existe uma discussão so-bre o MERCOSUL? Por que não existe uma Comissão sobre o MERCOSUL, que está enfrentando...

(Não identificado) – Existe.O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Ah, existe?

Bom, pelo menos essa!Por que alguns temas demandam mais aten-

ção do que outros? E não é só aqui na Câmara e no Congresso que isso ocorre. Na imprensa e no meio empresarial, por exemplo, se fizermos uma palestra sobre a ALCA, contaremos com a participação de 100 empresários; se o tema for a Europa, talvez tenhamos muito menos ouvintes.

Isso ocorre porque existem grandes preocupa-ções com relação à ALCA, as quais talvez tenham a ver até com razões que extrapolam o que está sendo negociado e digam respeito a percepções sobre a po-lítica americana etc.

Em segundo lugar, há que se considerar a exis-tência de uma sensação de que, se aderirmos à ALCA ou a qualquer outro processo integrativo, nós estare-mos concedendo soberania, espaço para as empresas internacionais. Isso é, em grande parte, falso, porque a legislação brasileira já garante às empresas estran-geiras uma série de privilégios, inclusive em compras governamentais etc. Muitos benefícios já estão na legislação, embora não os tenhamos concedido em mesa de negociação.

Há acordos assinados no passado, como o Acor-do da Rodada do Uruguai, que já fazem concessões. A abertura comercial trouxe modificações importantes. Portanto, muita coisa já está em vigor hoje e garante espaço para concessão.

Quando se diz que não há espaço para desenvol-ver políticas industriais, por exemplo, não é verdade, uma vez que a legislação já garante esse espaço hoje. E eu vou explicar por que isso acontece.

O terceiro ponto é muito relevante: o Brasil co-mercializa pouco; está atrasado na corrida de proces-sos integrativos. Nós representamos apenas 1% do comércio internacional. Exportações e importações juntas somam menos de 20% do nosso PIB. Esse é um número muito baixo, se comparado com o de ou-tros países. E 1% do comércio não condiz com a nossa participação, por exemplo, em termos de PIB mundial: nós somos 3% do PIB mundial; temos 3,5% da popu-lação mundial; temos 5,5% das áreas agricultáveis; temos 15,5% da água doce do mundo. Apesar disso, repito, temos apenas 1% do comércio.

Portanto, estamos muito aquém no que diz res-peito a outros índices importantes. Estamos atrasados na corrida. Até hoje nós só criamos o MERCOSUL. A ALADI está aí, enfrentando grandes problemas e até

mesmo o risco de desaparecer devido aos acordos bilaterais que estão sendo realizados. Portanto, nós temos que apressar o nosso processo de integração ao mundo. Temos que buscar esse caminho.

A China está, neste momento, negociando acor-dos com 10 países asiáticos; a Europa já negociou mais de 40; os americanos, nos últimos anos, fizeram diversos. Há mais de 250 acordos registrados hoje na OMC. E nós participamos de muito pouco disso tudo. Muito pouco.

O próximo ponto: infelizmente, nós exportamos poucos produtos, os quais são altamente protegidos no mundo afora, o que nos torna reféns de negociação. A nossa eficiência em açúcar, laranja, carnes, siderur-gia, calçados e têxteis nos torna reféns de negocia-ções porque é nesses setores que estão as maiores proteções lá fora.

Este é um ponto muito relevante. Não existe ne-gociação isolada. Se a negociação da ALCA desandar, a Europa não vai nos oferecer tanto quanto poderia, porque a negociação com a União Européia foi muito reativa à realizada com a ALCA. Ela aconteceu porque num dado momento as empresas européias se sentiram ameaçadas pela ALCA e propuseram um acordo birre-gional, entre MERCOSUL e União Européia. Se uma negociação fracassar, isso pode impactar as outras.

Por isso, precisamos analisar as negociações no seu conjunto. São várias as frentes existentes e cabe ao Governo Lula resolver aquilo que eu poderia chamar de “o maior conjunto de negociações comerciais da histó-ria do Brasil”. Nunca houve, na história brasileira, uma coincidência de negociações da magnitude que são a OMC, a ALCA e o acordo com a União Européia.

Portanto, hoje estão sendo feitas, simultaneamen-te, negociações conectadas, cujo resultado conjunto tem que ser considerado.

Próximo ponto: o impacto da liberalização. Há, no Brasil, um grande temor de que a liberalização da ALCA afete profundamente a nossa economia. Na realidade, a maior parte da liberalização já aconteceu durante os anos 90, quando a tarifa de importação brasileira caiu de 60% para os atuais 12%.

O que existe hoje para ser negociado é muito menos do que o acordado no passado. Refiro-me a qualquer frente em que estejamos, e não apenas à ALCA. Em qualquer frente, a liberalização vai ser muito menos importante do que já foi.

Outro ponto muito relevante a ser considerado é que a integração e a liberalização induzem à cor-reção de políticas públicas. Muita gente diz que nós não podemos negociar porque temos problemas, tais como o Custo Brasil, impostos altos etc. Esses pro-blemas existem há muito tempo. A integração é uma

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53302 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

forma de pressionar a sociedade para resolver os seus problemas, a fim de estar apta a competir com mais eficiência.

As negociações envolvem barganhas. Sempre há barganhas. Sempre existem trocas. E a política comercial, que é todo esse jogo das negociações, é um jogo de tipo mercantilista. Os americanos, quan-do nos impõem a abertura na área de serviços ou de investimentos e se fecham no que diz respeito à agri-cultura, estão seguindo a mesma regra que nós, pois se trata de regra única, que diz o seguinte: os países são liberais naquilo em que são eficientes e protecio-nistas naquilo em que não o são. Nós pedimos exa-tamente o contrário: não queremos abrir o setor de serviços, mas queremos abrir o setor agrícola. E essa é a regra do jogo mercantilista, conforme a qual se dá a negociação.

Não há como fugir disso. Mas é melhor fazer isso do que simplesmente não fazer nada, porque, se nós não fizermos nada, outros países farão. Ao fazerem, poderemos deslocar emprego, investimento e rique-za para outras regiões. Hoje somos dependentes de negociação porque todo mundo está negociando com todo mundo, e ficar fora do jogo pode custar mais caro do que participar dele.

Quais são as demandas? Não vou entrar muito na parte técnica, mas basicamente somos hoje deman-dados na coluna que está lá. Somos demandados em abertura dos bens industriais, serviços, investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual. Po-deremos ser demandados cada vez mais em questões trabalhistas e ambientais.

Essa é a nossa agenda em que os outros nos pedem coisas. Tanto faz se são os Estados Unidos, se é a Europa, se é o Japão. Qualquer país que negociar conosco no geral vai nos pedir aqui.

O que pedimos aos outros? Essencialmente te-mos uma agenda composta por acesso a mercados, principalmente nos produtos que têm tarifas altíssimas, grande parte deles agrícolas, mas não apenas, também têxteis e outros. Somos demandantes na área de res-trições sanitárias, que nos impedem a exportação; na área de restrições técnicas; na área de defesa comer-cial, por causa do famoso antidumping, que acabamos de sofrer na área de camarões – já sofremos inúmeras vezes, por exemplo, em aço e outros produtos; e na área de subsídios agrícolas, onde queremos que os países venham a eliminar suas barreiras.

Vamos analisar agora por que a ALCA e a Euro-pa são tão relevantes. Se observarmos as exportações totais, em azul mais escuro temos a importância dos Estados Unidos; em seguida, o MERCOSUL; depois, os outros da América Latina e das Américas, incluindo

o próprio Canadá. Portanto, os 3 azuis juntos somam a importância da ALCA nas nossas exportações totais. Depois vem em vermelho a União Européia; por fim, o resto do mundo.

Se olharmos em termos percentuais, temos hoje mais de 70 bilhões de dólares em exportação. Veremos ainda que a ALCA representa 50% das exportações totais do Brasil e a Europa, em torno de 25%. Portanto, se nós não fizermos a ALCA e ela for implementada em outro formato, sem o Brasil, correremos um risco não apenas pela questão Brasil/Estados Unidos, mas em virtude de vários mercados latino-americanos que hoje são compradores de produtos brasileiros. São mercados importantes, como o MERCOSUL e outros países latino-americanos.

A próxima transparência mostra a importância da ALCA nos produtos industriais. Aí ela é ainda maior. Quando pegamos nossa pauta de produtos industriais, a ALCA representa 60% das exportações brasileiras, e os americanos são nossos grandes compradores de produtos industriais. A Europa é mais um comprador de produtos agrícolas.

Vejamos a importância da ALCA nos investimen-tos que entram no Brasil. No ano 2000, recebemos 30 bilhões de dólares em investimentos diretos estrangei-ros. Isso caiu hoje para algo inferior a 12 bilhões de dólares. Vejamos a importância relativa das regiões. A ALCA representa 30% desses investimentos; a Europa já representou uma parcela equivalente a 50%, 60%, e caiu nos últimos anos. A Europa foi muito importante, principalmente no momento das privatizações, quando empresas européias, sobretudo espanholas, entraram no Brasil em grande quantidade.

Se observarmos estes 2 blocos – ALCA e União Européia –, estamos falando de 70% das exportações industriais brasileiras e pelo menos 50% dos investi-mentos que entram no Brasil. Portanto, são regiões de grande importância para fins de negociação.

O resto do mundo chama a atenção ali. Por que esse valor cresceu? Eu não quis entrar nesse detalhe, mas aqui chamam a atenção países como Bahamas e vários outros paraísos fiscais. No fundo, trata-se tam-bém de capital americano e europeu, mas que entra essencialmente por meio de paraísos fiscais. Na rea-lidade, não há muita coisa no resto do mundo. O que existe são algumas ilhas e coisas assim, por onde esse investimento flui com mais facilidade.

Vamos observar agora o perfil das ofertas feitas até aqui. Vou fazer uma palestra muito ligada à nego-ciação, o que acho que interessa a todos. As ofertas estão muito concentradas hoje no seguinte procedi-mento. O que chamamos de lista A tem os produtos a que os países nos oferecem acesso imediato. Na lista

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B, em azul claro, acesso até 6 anos. Na lista C, até 10 anos. Na lista D, acima de 10 anos.

Percebemos claramente que nos bens industriais, até aqui, na ALCA, a nossa foi a pior oferta. A oferta que o MERCOSUL fez conta com mais produtos em lista D, acima de 10 anos. Isso era esperado, porque de certa forma temos hoje as tarifas industriais mais altas da ALCA e queremos preservar isso para uma integração o mais tardiamente possível.

Integração agrícola. O que acontece? Também fizemos até aqui a pior oferta para a ALCA. Curiosa-mente, é exatamente isso o que acontece. Por que o Brasil fez a pior oferta agrícola à ALCA até aqui? Porque foi usado um procedimento em que, se a Ar-gentina disse que açúcar é sensível, esse produto vai para a última lista. Se o Paraguai disse que suíno é sensível, esse produto vai para a última lista. Se o Uruguai disse que etanol ou carne bovina é sensível, o produto também vai para a última lista. Portanto, a nossa é, até aqui, a pior oferta agrícola feita dentro da ALCA. Estamos pedindo para liberalizar a agricultura, e até aqui estamos fazendo a pior oferta exatamente na área da agricultura.

Curiosamente, as melhores oferta de todas, se analisarmos até aqui o que foi feito, são justamente as do Chile, dos Estados Unidos e do Canadá, que é bastante abrangente, mas tem poucos produtos exclu-ídos. O Canadá deixou alguns produtos de fora, ba-sicamente ligados aos setores de leite e de carne de frango. Mas a oferta agrícola norte-americana até aqui é melhor do que a feita pelo MERCOSUL, por causa da política que adotamos, de tentar compor com os países do MERCOSUL.

Vamos comparar um pouco nossas tarifas. Qual é o nosso problema quando negociamos com os Esta-dos Unidos e a União Européia? Nossa média tarifária é um pouco mais baixa do que a dos Estados Unidos e da União Européia na área agrícola, mas o grande problema está nesse conjunto de tarifas altíssimas que os americanos e europeus praticam. Os america-nos têm 102 tarifas acima de 30%. Nossa maior tarifa negociada pelo MERCOSUL está na faixa de 20%. Eles têm 102 tarifas protegendo pontualmente itens como açúcar, laticínios, fumo, suco de laranja etc. E os europeus têm 633 tarifas que poderíamos chamar de megatarifas.

Quando negociamos acesso com os Estados Unidos ou a União Européia, estamos de olho nessas tarifas mais altas. E o que recebemos até aqui dos americanos? Eles ofereceram um acesso um pouco mais avantajado para os países caribenhos, e para os demais países um acesso bastante similar. Tanto os países da América Central, como os andinos e os

do MERCOSUL têm acesso muito parecido, não há diferenciação efetiva. Os produtos que os americanos chamaram de sensíveis para o MERCOSUL também foram assim chamados para as demais regiões.

Volto a dizer que a oferta norte-americana é melhor do que a do MERCOSUL até agora para os produtos que mais nos interessam. Portanto, o acordo da ALCA nasceu com ofertas bem melhores do que o firmado com a União Européia. A Europa ainda não nos ofereceu acesso em agricultura, em produtos sen-síveis. Os americanos nos ofereceram esse acesso, e mais do que o Brasil tinha feito.

Basicamente, em bens industriais, a nossa é a pior oferta até o momento. Em agricultura, também te-mos a pior oferta, a despeito de dizermos diariamen-te, pelos jornais, que queremos acesso aos produtos americanos e aos mercados.

“Investimentos” é um tema de grande sensibili-dade. É claro que o Brasil tem grande interesse em atrair investimentos diretos. Não há evidências de que a assinatura de um acordo de investimentos por si só influencie o potencial do país de atrair investi-mentos. O país atrai investimentos quando ele está bem macroeconomicamente, quando está com suas políticas em ordem, mais do que o fato de ele assinar ou não acordos. Portanto, se não precisarmos assinar acordos será melhor. O problema é que qualquer país rico com o qual venhamos a negociar vai nos forçar a fazer isso.

Digo aos senhores o seguinte: essencialmente, o que temos de fazer é conseguir separar aquilo que pode ser concedido daquilo que não pode. E muito pode ser concedido. Por exemplo, a legislação brasi-leira concede tratamento não discriminatório a capital estrangeiro desde 1962, algo que muitos países não fazem. Portanto, já temos uma legislação que trata o investimento estrangeiro da mesma maneira que o nacional. E esse é um dos itens caros em acordos de investimentos. Temos poucas exceções a isso.

Temos para cada uma das áreas mais sensíveis alguns riscos, mas sempre temos margens para con-cessões. E não são pequenas essas margens. Por exemplo: podemos plenamente oferecer acesso a inves-timento estrangeiro direto, mas mexer com mercado de capitais é muito mais complicado. Há certas restrições hoje que já assinamos em acordos anteriores, como o da OMC, o qual podemos perfeitamente assumir nesse acordo da ALCA. Há alguns temas mais polêmicos. Cito como exemplo o da chamada Cláusula Investidor/Es-tado, que seria aquela idéia de que haveria um tribu-nal internacional que julgasse pendências entre uma empresa estrangeira que sofreu prejuízo por conta da legislação brasileira. O México, por exemplo, aceitou

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53304 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

isso no Capítulo XI do NAFTA. É algo que no Brasil dificilmente seria aceito. Contudo, podemos tirar essa cláusula. Não há nenhum problema maior em se bus-car isso. É curioso porque os americanos propuseram essa cláusula no acordo NAFTA imaginando que isso daria mais agilidade às empresas americanas para que pudessem, por exemplo, eventualmente reaver os bens perdidos no México. Hoje há empresas mexicanas e canadenses entrando nesse mesmo tribunal contra os Estados Unidos, coisa que eles não pensavam que iria acontecer. Hoje existe um grande grupo de lobbies que não considera isso bom, que não vale a pena porque o feitiço pode se virar contra o feiticeiro.

A questão é balancear o que pode ser concedido e quais os riscos que existem em cada área.

Conclusão sobre investimentos.É plenamente possível assinarmos um acordo de

investimentos, tentando restringir, obviamente, a defini-ção a investimento estrangeiro direto, o que mais nos interessa, utilizando listas positivas, portanto, que nos permitam definir o que vai ser colocado como investi-mento, e ir mantendo salvaguardas contra balança de pagamentos. É o típico acordo que, dentro de certas condições, pode-se plenamente assinar.

Serviços.Em relação aos serviços há uma curiosidade. Hoje

já somos muito mais abertos do que o que consolidamos na OMC. Nossa abertura na área de serviço já é efeti-va. Consolidamos na OMC um País muito mais fecha-do do que é atualmente. Portanto, existe espaço para concessão. Há um dilema de política nessa questão. Obviamente, há setores de serviços que podem sofrer com a integração. Interessa, porém, a integração para que os serviços ganhem mais eficiência. Um serviço pouco eficiente custa muito para a indústria e para a agricultura. A agricultura hoje está pagando preço alto pela ineficiência da infra-estrutura brasileira.

Interessa que se abra ou não? Interessa dentro de certos limites.

O Brasil inclusive tem potencial ofensivo em ser-viços. As exportações de nossos serviços saltaram de 3,7 bilhões em 1990 para 8,7 bilhões hoje. Já é uma rubrica relativamente alta: são 8,7 bilhões de expor-tação e serviços. O Brasil tem potencial para exportar em várias áreas: engenharia, construção civil, indústria televisiva, novelas etc., que já fazem hoje 300 milhões, softwares e vários outros. Não é uma área puramente defensiva. Ela pode ter interesses ofensivos, mas dentro de certos limites é possível fazer concessões.

Não vou falar dos aspectos mais técnicos. A con-clusão é que temos ampla margem para concessão na área de serviços. E essa é uma área que tem muito potencial como moeda de troca. Podemos plenamente

fazer a integração nessa área dentro de listas positivas, ou seja, escolhemos os setores que vão ser ofertados um a um e dizemos quais não o serão. O Brasil já ofe-receu, por exemplo, serviços à União Européia. Há notícias de que já oferecemos para a União Européia telecomunicações, serviços financeiros. Portanto, não se devem tratar os Estados Unidos e a Europa de modo diferente. O que for oferecido para a Europa também pode ser oferecido para os Estados Unidos.

Propriedade intelectual.Trata-se de área com legislação antiga e abran-

gente, mas plenamente adaptada à OMC. Há muitas críticas se isso deve ou não ser incluído em acordos regionais. Eu, particularmente, acho que devemos evitar o máximo. Investimento é algo que podemos aceitar; quanto a serviços, há enorme margem – e a proprie-dade intelectual talvez seja a área mais complicada e confusa. Nossa maior preocupação é o combate à pirataria. Creio que todos sabem disso.

Vamos às conclusões.Basicamente, temos nessa área margem para

concessão e alguns tópicos. O ideal seria remeter isso lá para a OMC. O Brasil tem alguma margem. Somos demandantes na área da proteção aos recursos da biodiversidade. O Brasil detém 22% das espécies do mundo e teria interesse em proteger, principalmente, as da Amazônia. Portanto, não se trata somente de in-teresses essencialmente defensivos, pois somos hoje demandantes em proteção a recursos de biodiversi-dade. Existe toda uma questão ligada à convenção da biodiversidade. Entretanto, atualmente não teríamos por que conceder nessa área.

Área de compras governamentais.Trata-se de área tradicional de autonomia dos

Governos.Temos aqui um dilema de política pública. Por

quê? Por razões fiscais seria interessante que os Governos abrissem esse mercado. Dessa forma, po-der-se-ia comprar mais barato, comprar globalmente. Dessa forma se consegue mais concorrência, preços mais baixos e melhor qualidade. Interessa também aos Governos preservar empregos, o que pode justificar a compra restrita a empresas nacionais.

A Lei de Licitações veda a discriminação entre empresas brasileira e estrangeira. Apenas em alguns casos se pode fazer a diferenciação. Aliás, em poucos. Atualmente, a lei brasileira é muito mais abrangente do que a norte-americana. A lei dos Estados Unidos é muito mais limitante nessa área de compras gover-namentais. Portanto, temos margem para concessão. Esse é o ponto relevante. Conseguimos, dentro da lei atual, negociar varias concessões porque ela é muito mais abrangente, muito mais aberta do que a norte-

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americana. Temos interesses eventualmente em vender produtos em outros mercados latino-americanos, para outros governos latino-americanos e para os próprios americanos. O mercado de compras do Brasil é da ordem de 7 bilhões de dólares; dos Estados Unidos, de 200 bilhões de dólares. Portanto, não podemos apenas olhar sob a ótica de apenas proteger o nosso mercado. Temos interesse em vender produtos para outros Governos. Devemos olhar as coisas também por essa ótica.

Vou pular essa parte e passar logo às conclusões para dizer que podemos restringir plenamente as com-pras governamentais. No âmbito federal, se utilizamos listas positivas, podemos dizer que setores devem fazer parte, tudo isso com base em reciprocidade. Portanto, abrir um setor qualquer, por exemplo, para compras, desde que os americanos ou os mexicanos façam o mesmo. Para mim, isso é totalmente factível.

Podemos também garantir patamares, outro ponto bastante importante. Podemos dizer, por exemplo, que só vamos abrir compras governamentais para valores acima de 10 milhões de reais. Tal medida preserva as compras das pequenas empresas e facilita a concor-rência entre grandes empresas, como, por exemplo, a venda de linhas elétricas para transmissão. Esse tipo de compra pode ser feito em termos globais – faz sentido, para se comprar mais barato; para pequenas compras, apenas empresas nacionais.

Portanto, há muita margem de manobra em com-pras governamentais. E, muitas vezes, quando a im-prensa publica certas matérias, tem-se a impressão de que não podemos fazer nada em compras, nada em serviços, nada em investimentos, o que não é verdade. A legislação brasileira, os acordos já assinados e os nossos interesses, se observados de maneira mais de-talhada, mostram que há muito espaço de atuação em todas essas áreas; temos espaço para concessões.

Hoje, podemos conceder subsídios a pequenas empresas. Tal medida não fere qualquer acordo assi-nado pelo Brasil. O que pode vir a ferir acordos inter-nacionais, ou eventualmente a ALCA e a OMC, é a concessão de subsídios localizados para determina-das indústrias, para determinadas empresas grandes, aquelas classificadas como grandes empresas e que tenham relação com exportação. Agora, em se tra-tando de pequenas empresas, temos hoje exceções garantidas.

Portanto, não vejo nenhum sentido em o País não negociar porque tem de preservar o subsídio para uma grande empresa qualquer. Se já existem mecanismos de preservação para pequenas empresas e a possibili-dade de realizar compras governamentais respeitando certos critérios, por que não negociar?

Mais ainda, a lei brasileira vigente é muito mais aberta a compras governamentais do que a norte-ame-ricana. A legislação norte-americana impõe restrições de várias ordens. Portanto, eles têm menos espaço para concessões, se compararmos as duas legislações.

Os impasses na ALCA.Aqui, vou resumir um pouco. Durante 10 anos

houve – vamos chamar assim – uma ALCA plena, mais abrangente e que envolvia 9 temas em negocia-ção. Isso ocorreu durante anos, com muitos conflitos, mas o fato é que num determinado momento fracassou essa ALCA. Brasil e Estados Unidos se acertaram e, em conjunto, resolveram propor outro formato, mais leve, para a ALCA – e, claro, por motivos diferentes. Os norte-americanos dão hoje prioridade a acordos bilaterais. É muito mais fácil para os Estados Unidos empurrarem sua agenda de negócios pela via bilateral do que em qualquer outra. Além disso, como há forte pressão protecionista no Congresso norte-americano, eles escolheram essa via e estão conseguindo fazer muitos acordos. Na verdade, há uma fila de espera composta de países da América Central, da América do Sul (Peru e Colômbia); da África (Marrocos e África do Sul); da Oceania (Austrália). Muitos já assinaram acor-dos e outros estão a caminho. Quem sabe até países do MERCOSUL, mais cedo ou mais tarde, assinarão também acordos com os Estados Unidos.

No Brasil, enfrentamos dificuldades, principal-mente porque existe essa obsessão com a ALCA, o que, a meu ver, é ilógico. Para mim, a União Européia é tão ou mais perigosa em negociação do que os Es-tados Unidos. Os pedidos dos europeus são compli-cadíssimos. Para eles, a agricultura é setor dos mais sensíveis, mais do que os norte-americanos. Por ou-tro lado, há mais facilidade para se tratar com a União Européia do que com os Estados Unidos. O fato é que nós mesmos esvaziamos o processo ALCA. Assim, a ALCA se tornou mais light, uma ALCA com menos te-mas para negociação.

Por fim, acabamos aprovando na última reunião, realizada em Miami, nem mesmo uma ALCA light, mas, como muitos chamam – e acho que é o nome correto –, uma ALCA à la carte. Porque n uma ALCA light todos estariam de acordo com a supressão de 5 temas daqueles 9 que faziam parte da agenda inicial. Ou seja, vamos tratar apenas de 4 temas, bens, ser-viços e investimentos entre eles. Isto, sim, seria uma ALCA light. Contudo, a proposta aprovada em Miami foi muito mais esfacelante: cada um faz o acordo que quiser e com quem quiser, para, depois, tentar defi-nir um mínimo denominador comum chamado ALCA. Portanto, é uma ALCA tipo supermercado: cada um pega o que quiser. Vá lá com seu carrinho... Para fa-

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53306 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

zer um acordo de investimento me junto com esses quatro e pronto.

Qual a conseqüência disso? Houve um desin-teresse quase generalizado pela ALCA. Por isso, a ALCA hoje está nesse impasse. Não se consegue chegar àquele mínimo denominador comum, porque vários países vêm priorizando outros tipos de nego-ciação. É o caso de quase toda a América Central e dos países andinos. A que vamos assistir após esse impasse? O mundo não vai parar, não. Vamos assistir, sim, a uma explosão de bilateralidade pelas Américas. Hoje, existem 59 acordos registrados nas Américas. Não duvido que daqui a 10 anos sejam mais de cem. É esse o nosso objetivo? Queremos que as Américas se transformem num prato de spaghetti?

É do que trata a próxima transparência: uma junção de países, dois a dois, três a três, em todas as direções. Não é isso? Imaginem o coitado de um funcionário de fronteira que tem de lidar com produtos vindos de 10 países diferentes, cada um com uma regra de origem, cada um com uma desgravação tarifária, cada um com uma lista de exceção – quer dizer, um inferno burocrático é o que vamos criar. Infelizmente, isso não acontece apenas aqui; a Ásia segue o mesmo caminho e a Europa já fez muito disso.

Vale lembrar que sempre fomos multilateristas, mas hoje temos aceitado o bilateralismo como opção, que, para mim, é desfavorável. Se continuarmos a ca-minhar para uma ALCA esfacelada, como temos feito, correremos o risco de ter de negociar com 10 países e, no final, não conseguirmos alcançar nossos objeti-vos. Ficará muito mais difícil negociar. Por quê? Quan-do formos negociar com países pequenos, como foi anunciado há pouco, com países da América Central, o que eles vão nos pedir? Somente a exceção. Eles vão justificar assim: os norte-americanos nos dão hoje acesso preferencial nisso, nisso e nisso; queremos que o Brasil faça o mesmo. Os países andinos já fizeram isso, e nós aceitamos. Quer dizer, com os andinos, na agricultura a integração já não será total. Até no MER-COSUL já se diz que o Brasil tem de tratar diferencial-mente os países menores.

Todos querem fazer acordo com países mais abertos: “Vocês podem entrar aqui e nós não vamos te pedir nada”. Isso é fácil de fazer. O problema está em elaborar um acordo mais abrangente, está em fazer a OMC funcionar, bem como a ALCA, que tinha um projeto ambicioso, o de juntar um PIB de 10 trilhões de dólares e 300 milhões de consumidores. Esse era o grande objetivo. Acordo pequeno é fácil de fazer; difícil é fazer acordo abrangente, que cria comércio, que cria investimento, que cria emprego. Infelizmente, temos caminhado nessa direção. É a ALCA hoje, com os seus

59 acordos. Se continuar assim, não conseguiremos nem desenhar o que serão as Américas daqui a 10 anos, com essa explosão de acordos bilaterais.

Então, concluiria com a seguinte indagação: a ALCA tem futuro? A nosso ver, em primeiro lugar, na reunião de Miami, contribuímos para adiar o processo de implantação da ALCA. Não vou dizer que a ALCA não vá acontecer. Existe, sim, a possibilidade de ela ainda acontecer, não mais este ano, porque teremos eleições nos Estados Unidos e outros problemas que vão dificultar a negociação. Mas, lá na frente, ela pode vir a acontecer. Hoje, porém, há grande possibilidade de que a ALCA não se complete, fato que causará grande impacto sobre as outras negociações.

Que perguntas chave deveríamos fazer sobre a ALCA? Primeiro, queremos ou não a ALCA? Aparen-temente, vejo que, no Brasil, há uma rejeição em rela-ção à ALCA. Se não a queremos – segunda pergunta –, qual seria a nossa melhor alternativa? O que deve-mos fazer? Porque se a ALCA não acontecer naquele formato que negociamos durante 10 anos, com mais de quinhentas reuniões e a participação de 34 países, não será zero a zero, mas bilateral.

Já se formou também o G-14. São 14 países latino-americanos que estão do lado dos norte-ame-ricanos. E eles aceitam assinar os acordos propostos pelos Estados Unidos. Isso sim poderá gerar desvios no comércio, nos investimentos e nos empregos em outras regiões. Por isso temos de ter um plano B. O drama do isolacionismo é não ter um plano B. É jogar fora a ALCA, de repente ver os investimentos serem destinados para a América Central, ou para o comércio preferencial criado pela ALADI e que hoje nos garante exportação para Peru, Colômbia e Argentina, e desa-parecerem em função de acordos que esses países venham a fazer.

Portanto, ao perder comércio, investimento e em-prego, qual a alternativa que restará ao Brasil? Qual será o nosso plano B? O MERCOSUL? O que está sendo feito para que o MERCOSUL se complete? O MERCOSUL ainda tem diversos problemas. Não tem tarifa externa comum. O que está sendo feito na Amé-rica do Sul? Conseguiremos acompanhar a velocida-de dos norte-americanos na composição de acordos com nossos vizinhos? Conseguiremos concessões semelhantes ou não? O que há de concreto sobre outros países, como China e Índia? A China vai nos abrir o seu mercado agrícola? Acho difícil, ainda mais se levarmos em conta que 600 milhões de chineses vivem em um ou dois hectares. Acho muito difícil a China abrir o seu mercado agrícola. Será tão difícil quanto tem sido com a União Européia. Já abriu bas-tante, mas pontualmente; não abriu para tudo. A Índia

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53307

também é muito fechada. Não sei se vai nos abrir o seu mercado agrícola.

Portanto, qual o nosso plano B hoje? Daí vem o risco do isolacionismo. Jogar fora um processo de ne-gociação de 10 anos por motivos muitas vezes emo-cionais!? Ainda há espaço para negociação e conces-são. Sou um técnico em ALCA e posso dizer: não sei, mas hoje a ALCA que está aí, ou o que está sendo apresentado, não é do nosso interesse. Mas temos de continuar negociando para saber, no final, se vai valer a pena; se jogarmos fora, vamos perder. Temos de manter a negociação até para conseguir entrar nos mercados de outras regiões. Temos de insistir para que a ALCA nos abra mercados agrícolas, para que, de fato, a ALCA faça acordos balanceados etc. O que não podemos é jogar isso fora e apostar em algo mais incerto, como, por exemplo, uma América do Sul mais integrada e do nosso lado. Os norte-americanos, não há dúvida, já estão indo nessa direção. Será que nós conseguiremos atrair esses países e fazer acordos balanceados? Não sei.

Só para concluir, devemos manter as negocia-ções em marcha, ir até o último dia, insistir naquilo que queremos: acesso em açúcar, em álcool, em calçados, em têxteis, em qualquer outra coisa. Ou seja, colocar os norte-americanos contra a parede, porque, hoje, quem está com cara de isolacionista somos nós. Pre-cisamos inverter esse processo e buscar integrações ambiciosas, sem maniqueísmo, sem achar que existe o bem e o mal; estamos lidando com o comércio e com um país que sempre vai defender o seu interesse com aquela velha justificativa: “sou liberal naquilo que sou eficiente, sou protecionista naquilo que não sou”.

Portanto, vamos ser pragmáticos. Vamos conver-sar com os Estados Unidos, com a União Européia, com a China, com a Índia, tentar conversar com todo mundo ao mesmo tempo, em várias frentes; não sim-plesmente descartar uma frente tão importante como foi a ALCA nesses últimos anos. Esse ainda é o nosso grande objetivo.

Fico muito contente que o Congresso esteja par-ticipando ativamente desse processo. Vi isso aconte-cer, e muito, nos Estados Unidos. O Congresso nor-te-americano tem presença enorme e muito positiva na política externa daquele país; claro que sempre há problemas, pois tem de lidar com o lobby agrícola, mas o fato é que há essa participação. No Brasil, está nas mãos do Executivo e do Congresso hoje o maior conjunto de negociações da história deste País, a opor-tunidade de o Brasil se integrar, seja com a ALCA, seja com a União Européia, seja com outras frentes. O que não podemos é ficar parados. Não podemos descar-tar um processo que vem acontecendo há 10 anos e

por motivos, às vezes, não muito claros, alegando que não há margem para concessões, quando, na verda-de, ela existe, e trocar isso tudo por algo incerto. Não trocaria integrações ambiciosas com países grandes por integrações não recíprocas e desequilibradas com países pequenos. Isso não faz sentido. A permanecer dessa forma, não iremos dar o salto dos 70 bilhões de dólares para os 150 bilhões de dólares de exportações como nós queremos.

Precisamos nos integrar a grandes mercados. É o que fazem a China, o Japão, que acabou de fazer acordo com o México, os países da Europa e a Índia, que hoje está hiperativa na área comercial e inclusive na de serviços. Nós hoje somos defensivos; a Índia está se tornando ofensiva. A Coréia, 10 anos atrás, era defensiva em investimentos; hoje é ofensiva. Há empresas coreanas hoje pelo mundo afora querendo proteger seus interesses. Temos de ir nessa mesma direção. Seria muito ruim se caminhássemos rumo ao isolacionismo.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência agradece aos Srs. Marcos Domakoski e Marcos Sawaya Jank os valorosos de-poimentos.

Foram subscritores dos pedidos de oitiva dos ilustres palestrantes de hoje o Deputado Max Ro-senmann, que se encontra licenciado, e o Deputado Francisco Turra.

Antes de conceder a palavra ao Deputado Fran-cisco Turra, nos termos regimentais, desejo fazer uma ponderação. Nossas reuniões são profundamente bi-laterais. Interessa-nos que a sociedade também saiba o que faz a Câmara dos Deputados.

Respondendo especificamente à indagação inicial do Dr. Marcos Jank, gostaria de lembrar que vivemos num país presidencialista. A iniciativa das tratativas é do Poder Executivo. O Poder Legislativo tem, durante as tratativas, papel secundário, mas o Congresso Na-cional brasileiro – a Câmara dos Deputados, especifi-camente – é o único entre os 34 países que discute a ALCA, tem acompanhado as negociações, o que de-monstra, de forma bem clara, sua preocupação com essas tratativas. Agora, neste momento, a Deputada Maninha está presidindo uma audiência pública em que explica a posição da missão brasileira ao Embaixador José Alfredo Graça Lima, chefe da nossa missão junto à Comunidade Européia. O Congresso brasileiro tem muita clareza da importância dessas discussões. Aqui, de uma forma plural – somos Deputados de governo e de oposição –, todos entendemos claramente que no mundo globalizado não há lugar para o isolacionismo. Aquele que se isolar mais cedo ou mais tarde sucum-birá, fatalmente.

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53308 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Portanto, na medida dos poderes que lhe foram constitucionalmente deferidos, o Congresso tem feito o possível para acompanhar, de forma eficiente, es-sas discussões.

A Comissão do MERCOSUL é uma Comissão Permanente da Casa, porque o MERCOSUL é uma realidade. A ALCA, por ora, é uma expectativa. Mes-mo assim, estamos fazendo o possível e o impossível para prevenir a sociedade, por meio de um trabalho paralelo do Congresso Nacional – paralelo e prévio –, daquilo que poderá resultar ou não na Área de Livre Comércio das Américas.

Concedo a palavra ao Deputado Francisco Tur-ra, em seguida ao Deputado Mendes Thame, primeiro inscrito.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Sr. Presidente, antes de o Deputado Turra iniciar gostaria de saber se há possibilidade de termos uma cópia do que foi dito pelo Sr. Jank.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – A Presidência determina à Secretaria que tire cópias.

O SR. DEPUTADO FRANCISCO TURRA – Meu caro Presidente, ilustres conferencistas, hoje foi dia de os Marcos fazerem com que efetivamente esta reunião tivesse muito brilho. Mas quero dirigir-me em particular a Marcos Jank, que me deixou muito feliz por atender ao nosso pedido para estar aqui conosco. Louvo a presença de Marcos Jank permanentemente em todas as rodadas, como consultor independente, apoiando o Ministério da Agricultura, em especial, e o Brasil. Jovem talentoso, tem despontado como líder inconteste do agronegócio brasileiro. Tive o prazer de receber uma negativa sua a convite que lhe fiz para ser Secretário de Política Agrícola do Brasil.

Dito isso, desejo fazer algumas considerações e indagações.

Acredito que vamos chegar a um final feliz. Hoje estamos atrapalhados, iludidos às vezes, sem defini-ções. Mas graças à luz dos que hoje estão envolvi-dos nesse processo acho que vamos chegar a algum lugar.

No dia 1º de maio, próximo sábado, teremos a União Européia engrossada com a presença de mais 10 países que negociam conosco hoje sem o jugo da União Européia, muito embora tenham entrado na OTAN há mais tempo.

A União Européia, a partir do movimento de apro-ximação com a ALCA, não nos tem oferecido uma abertura maior ou, pelo menos, dado margem a que possamos nos aproximar, como aconteceu com o Chi-le, por exemplo. O Chile tem um acordo. Praticamente é membro da União Européia.

A entrada desses 10 países abre expectativas maiores para o agronegócio brasileiro ou cria maiores dificuldades? Essa é a questão que gostaria de ver respondida por S.Sa..

Gostaria também de um depoimento pessoal so-bre como S.Sa. vê a postura do Itamaraty em relação às negociações brasileiras com a ALCA, especialmente as voltadas para o agronegócio. Peço sua visão como consultor independente. Estamos em território livre e, portanto, podemos falar disso.

Estamos temerosos da excessiva cautela que há em todos os campos. Quando se fala em biotecnolo-gia, fala-se em cautela. Precaução, para mim, talvez por eu não interpretar bem a semântica, às vezes sig-nifica atraso.

São as duas perguntas que faço, de maneira sin-tética, para que todos tenham oportunidade de ouvi-lo responder.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Com a palavra o Dr. Marcos.

O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Deputado, eu fico muito contente com essas duas perguntas, embora elas não sejam muito fáceis de responder.

O acordo com a Europa já nasceu light – já fa-lamos muito em ALCA light. A ALCA nasceu plena, abrangente, ambiciosa; e o acordo com a Europa nas-ceu light, por um motivo muito simples: os americanos, quando propuseram a ALCA, e nós acatamos essa idéia, como todos os demais – foram criados 9 sub-grupos –, disseram coisas do tipo: “vamos criar méto-dos e modalidades de negociação”; “vamos adotar o chamado princípio single undertaking”, quer dizer, só vamos resolver quando estiver tudo negociado; “vamos incluir todo o universo tarifário”.

A oferta agrícola americana é melhor do que a brasileira e, portanto, os americanos estavam indo na direção de uma ALCA abrangente –todos os produ-tos incluídos. É claro que, ao final, eles poderiam di-zer que o açúcar não entraria, e nós já esperávamos isso. Estávamos mesmo pensando em propor que o álcool entrasse se o açúcar ficasse de fora. Eles iriam precisar do álcool. Do açúcar talvez não, porque eles não queriam abrir e também porque os países centro-americanos não queriam que entrássemos no mercado americano, onde eles têm cotas.

O fato é que a ALCA nasceu abrangente e o acor-do com a Europa nasceu light. Isso porque, desde o começo, a Europa afirmou que não nos concederia a agricultura. A Europa desde o primeiro dia disse que haveria exceção, mas hoje sinaliza com a possibilida-de de nos dar algumas cotas. Portanto, trata-se de um acordo que vai ter muito pouca criação de comércio e agricultura.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53309

Conhecemos muito bem a história das cotas. O Brasil hoje tem uma cota na União Européia de 5 mil toneladas de carne de alta qualidade, a chamada hilton beef. Produzimos hoje 7 milhões de toneladas; exportamos 1,1 milhão; e temos 5 milhões de tonela-das de cota. Da mesma forma, produzimos 7 milhões de toneladas de frango e exportamos quase 2 milhões de toneladas de frango, quase nada. Temos uma cota de 50 milhões toneladas de açúcar; produzimos 25 milhões; e exportamos 13 milhões de toneladas.

Que cota resolverá o problema brasileiro? Uma cota de 100 mil toneladas de carne bovina? Não . In-clusive porque terá de ser dividida pelos 4 países do MERCOSUL, e não abriremos mão de tentar pegar o máximo possível da cota de carne.

Cotas tendem a ser pequenas e são muito com-plicadas, sob a ótica da administração. Há uma briga para decidir quem a administrará. O sistema da OMC dá a cota para o importador, e este compra a carne fazendo barganha. Vende licença. Hoje, por exemplo, para exportarmos carne para a União Européia pela chamada cota GATT temos de pagar uma licença de 2 mil euros por tonelada, o que equivale a aproxima-damente 70% do preço da carne. É muito complicado esse esquema de cotas. E, depois, se acertarmos a cota com a União Européia poderemos afetar nos-sa negociação em Genebra, onde estamos brigando contra as cotas, através do G-20, grande construção brasileira feita no ano passado para brigar contra Es-tados Unidos e Europa. Aceitar a cota é abrir mão de uma das nossas reivindicações junto à OMC: derrubar tarifas e não aceitar a cota.

O esquema de cotas é complicado. Pode ser que venha um número fantástico, pode ser que não. Os jornais falam em números mais relevantes no caso do álcool, mas eu não acredito. Mercado para o álcool nem existe ainda na Europa. Não há mandato, não há subsídio para o álcool. É fácil oferecer cota de álcool num mercado ainda inexistente. A cota de carnes não deve ser grande coisa.

Não vai ser mais difícil negociar agricultura com a Europa do que com os Estados Unidos. Os subsídios europeus são mais altos.

Sobre o papel do Itamaraty na negociação da ALCA, acho que o ele é um dos melhores corpos ne-gociadores do mundo. É uma diplomacia reconhecida como extremamente competente. Eu presenciei esse fato lá fora inúmeras vezes. Graças ao Itamaraty, o Bra-sil consegue ter participação em negociações maiores do que seu peso específico no comércio – temos 1% apenas do comércio mundial e uma presença bastante grande nas negociações.

De fato, costumamos ter uma posição essen-cialmente defensiva em negociação. Nossa tradição é sermos defensivos. O Brasil durante 50 anos não quis negociar, porque queria preservar seu modelo de substituição de importações. A primeira vez que es-tamos enfrentando uma situação mais ofensiva está sendo agora, e essa situação está sendo puxada pela agricultura e outros setores exportadores que preten-dem conseguir esse acesso. A agricultura hoje está verbalizando isso, e tem legitimidade para tanto, por-que representa 44% das exportações e 30% do PIB. Sabemos que a agricultura vai trazer desenvolvimento e interiorização.

No caso específico da ALCA, o Brasil tende a querer preservar, a não avançar, a ter contra essa ne-gociação uma série de precauções pouco racionais, se comparadas ao que acontece com outras frentes, inclusive com a União Européia. Acho que temos espa-ço para ir além no caso da ALCA, e nisso a agricultura tem dado grandes motivos de felicidade ao Itamaraty. Foi graças à sua organização que o Brasil montou o G-20 e levou à mesa de negociação o parecer que re-dundou na proposta dos países em desenvolvimento contra um documento produzido por Estados Unidos e Europa. Foi a agricultura que trouxe isso, e hoje ela traz oportunidades no caso do algodão. O açúcar está vindo aí.

O setor da agricultura é que tem projetado a diplomacia brasileira e hoje pede que a negociação vá além de uma posição essencialmente defensiva. A agricultura acredita que existe margem para isso, principalmente na negociação com a ALCA. Nos outros casos o Brasil já conhece essas margens.

No caso da ALCA, o Brasil tem sido essencial-mente defensivo.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Antonio Car-los Mendes Thame.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS MEN-DES THAME – Sr. Presidente, Deputado José Thomaz Nonô, Sras. e Srs. Deputados, senhores palestrantes, há 2 dias todo o País assistiu a uma publicidade do PT, no programa do horário eleitoral gratuito na televisão, em que se faz comparação expressa entre o Governo anterior e o atual. É a primeira vez que o Governo Lula vai à televisão e quer ser diferente, porque, até então, quis ser igual, escondendo as marcantes diferenças existentes em tudo o que faz hoje em relação ao Go-verno anterior. Defendia-se dizendo: “Não, estamos fa-zendo a mesma coisa, por que vocês estão criticando?” Agora, não. Vem e diz que está sendo diferente. Não vou dizer que se trata de propaganda enganosa, por-que ele não diz que o que está ocorrendo é graças ao

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53310 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

PT. Uma das diferenças apresentadas é que em 2003 as exportações brasileiras cresceram explosivamente, muito mais do que no Governo anterior. Hoje, lemos no jornal os primeiros comentários – e tenho certeza de que amanhã ou depois serão recebidos com regozijo – da vitória do Brasil no caso do algodão, no painel contra os Estados Unidos.

Pois bem, nesses 16 meses, gostaria de saber se é possível identificar algo que tenha sido feito pelo PT para abrir mercados, baixar tarifas, facilitar as ex-portações? Tirou algum papel a fim de desburocrati-zar as exportações? No que melhorou para conseguir esse resultado, ou o resultado extraordinário das ex-portações crescentes advém do desempenho do setor privado e de uma política agrícola feita no Governo anterior? Essa é a primeira pergunta. No que o atual Governo ajudou?

No caso do algodão, não vou perguntar nada, porque seria chover no molhado. Trata-se de um pai-nel montado no Governo anterior e simplesmente o resultado saiu agora. Portanto, não há mérito deste Governo que, aliás, em alguns momentos, tentou en-terrar os dois casos, para não agredir os outros países do Terceiro Mundo: do algodão e do açúcar. Tentou, mas o Ministério da Agricultura segurou.

Faço uma pergunta final aos palestrantes de hoje, Dr. Marcos e Dr. Jank.

Na OMC, vimos essa movimentação, que todos nós aplaudimos, de tentar formar um bloco, o G-20, para se contrapor aos dois paquidermes: União Européia e Estados Unidos. Até agora, não deu qualquer resultado positivo, mas, pelo menos, serviu para aumentar nosso orgulho nacional nas reuniões da OMC; saímos todos muito satisfeitos. E escuto Parlamentares do PT e do bloco dizerem: “Tomara que não saia nada, porque assim nosso discurso é contra os Estados Unidos e contra a ALCA. Tomara que não saia nada.”

A União Européia tem 633 produtos agrícolas com tarifa superior a 30%. É o bloco que mais prote-ge sua agricultura. Lá cada agricultor é como tratado como se fosse um animal de estimação que tem de ser protegido. Uma vaca tem uma renda per capita de 5 mil dólares, mais do que a renda per capita de um brasileiro, um subsídio extraordinário. Temos a ilusão de que o acordo MERCOSUL e União Européia vai proporcionar a abertura de algum mercado? E disse o Dr. Jank que já nasceu pífia essa negociação com a União Européia.

Pergunto : se na OMC há um impasse, na ALCA, o próprio Governo não quer que saia nada, com a União Européia já nasceu pequenininha, qual o nosso caminho? Vamos ter de continuar com 1% do comér-cio internacional e patinando no comércio externo?

Como faremos para crescer? Vamos esperar que haja profunda crise de água na China e na Índia, para ex-portarmos nossos produtos, atropelando todas essas restrições, ou vamos continuar passivamente esperan-do, sem fazer nada?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Sr. Presidente, lamentavelmente, não pude participar da apresentação dos dois ilustres convidados, mas devo dizer que já conheço a posição do Dr. Marcos Da-makoski, do Paraná.

Farei pequena intervenção apenas para dizer que o Brasil é um País interessante, mantém acor-dos bilaterais com quase todos os países do mundo, acordo multilateral com Uruguai, Paraguai e Argentina, está negociando com os demais países da América e União Européia. Há outros colóquios regionais em estudo, mas nosso País não possui uma associação de livre comércio entre os Estados. Um produto que sai do Paraná para São Paulo vai a 12% de alíquota, e o retorno de São Paulo vai a 12%. Para o Nordeste é 7% e volta com 12%.

Então, há enorme contradição. Por exemplo, no MERCOSUL, a maioria das alíquotas é zero. Se eu fosse Governador do Paraná, compraria apenas produ-tos em locais onde a alíquota fosse zero. Eu quebraria esse sistema tributário brasileiro no qual se cobra 12% de alíquota interestadual. Essa observação nos leva a raciocinar que enquanto o Brasil não proceder à har-monização do seu sistema tributário com os demais países desenvolvidos do mundo não poderá entrar em nenhum bloco econômico maior do que o MERCOSUL. Enquanto o País está brincando de mercado comum no Cone Sul, tudo bem. Tem seus altos e baixos, mas tem agüentado. Mas no momento em que negociar com blocos maiores que envolvem economias fortes e sólidas e com sistema tributário completamente di-ferente do nosso... Nosso sistema tributário enseja a maior carga tributária e os piores tributos do mundo. Costumo dizer que, se há vida lá fora, com certeza, o Brasil será o país com o pior sistema tributário nas galáxias.

(Não identificado) – Passou da Terra.O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – Isso,

passou da Terra. É para deixar claro e evidente o ma-lefício do sistema tributário brasileiro. E não estou nem citando as taxas de juros, as mais altas do mundo.

O ingrediente básico de uma negociação é a regra. Se a minha regra e a tua são iguais, posso ne-gociar com você. Aí, vai depender da minha capaci-dade, eficiência, produtividade, qualidade do produto.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53311

Já entro nesse jogo perdendo, pela ineficiência do sistema tributário, da taxa de juros e do Custo Brasil geral: estradas, portos, aeroportos. Tudo é mais caro, tudo é mais difícil.

Li um artigo do Delfim Netto: Por que o Brasil não cresce? Não concordo com o ponto de vista de S.Exa., porque ele não pegou o foco do problema. O Brasil não cresce, não prospera enquanto não resolver o problema do sistema tributário. Depois de harmoniza-do com os 10, 15 países que estão a nossa frente, aí, sim, haverá economia de mercado, o que nos propor-cionará competitividade, crescimento e transferência da renda para os trabalhadores.

O sistema mais injusto do planeta é o do Bra-sil: boa parte da renda – embora não tenha crescido no ano passado – é transferida para os mais ricos. É também o País mais injusto do planeta. Injustiça que perpetua a pobreza e a miséria. A grande massa dos consumidores não tem poder de compra. E grande par-te desse poder de compra, Deputada Luiza Erundina, foi perdido por causa do sistema tributário.

Apresentarei um dado final e encerrarei minha fala.

De 1988 a 2002, a economia brasileira cresceu 32%, média de 2.1%, 2.2% ao ano. No mesmo período, a arrecadação cresceu 60%. Do total do crescimento da economia, 55% foi engolido pelos novos tributos, pelo crescimento da receita. Então, a presença do Estado, que chega a 36% do PIB – e ainda se gasta mais do que se arrecada –, é tão brutal na vida do cidadão que é a causa do empobrecimento e da miséria do povo. Falo isso como suporte ao nosso acordo. Feita a reforma tributária, estabelecidas as novas regras, harmonizado o sistema, podemos entrar em qualquer competição, porque a maioria das nossas empresas são interna-cionais, as que competem internacionalmente.

Sr. Presidente, encerro minha intervenção parabe-nizando V.Exa. pela realização de mais este evento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Tho-maz Nonô) – Concedo a palavra ao Dr. Marcos Do-makoski.

O SR. MARCOS DOMAKOSKI – Agradeço à Comissão a oportunidade.

Ao responder a primeira pergunta feita pelo Depu-tado, quero dizer que, no nosso entendimento, a boa performance das commodities agrícolas e industriais não é resultado de uma política industrial voltada a tor-nar a balança comercial estruturalmente superavitária. Está, sim, sustentando-se nas conquistas estruturais de outros países, como a China, por exemplo.

O nosso caminho passa pelas reformas sistêmi-cas que precisam ser feitas, porque elas geram enorme impasse no que diz respeito à competitividade.

E aproveito o gancho dado pelo Deputado Luiz Carlos Hauly, que esteve presente num encontro da Comissão de Reforma Tributária, junto com o Depu-tado Mussa Demes, na Associação Comercial do Pa-raná, e expressou sua insatisfação com o projeto de reforma tributária que tramitava na Casa e apresen-tou proposta alternativa que lamentamos muito não ter prosperado.

Realmente, nobre Deputado, durante nossa apre-sentação, quando falamos em competitividade entre Brasil e Estados Unidos, dissemos que a competitivi-dade do nosso País é duas ou três vezes pior do que a dos Estados Unidos, em função do sistema tributário, hoje em trinta e seis ponto qualquer coisa, e está pre-visto aumento de 1.2% para este ano, o que nos coloca em quarto lugar dentre os países que mais tributam em relação ao PIB mundial. No nosso entendimento, esse é um dos grandes obstáculos.

A livre concorrência entre os Estados é assunto da maior relevância.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Concedo a palavra ao Dr. Marcos Sawaya Jank.

O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Em relação à estratégia do G-20, realmente acho que foi uma grande estratégia no passado. A agricultura trouxe essa bandeira de o Brasil ocupar o seu lugar natural, enquanto líder nas exportações agrícolas, na compe-titividade e etc.

De fato, conseguimos reverter um processo de acomodação que estava em andamento na OMC, no qual, se o documento dos Estados Unidos e da Eu-ropa fosse aprovado, preservaria a quase totalidade das políticas usadas por eles, de modo que acontece-ria novamente o que ocorreu na Rodada do Uruguai com relação ao acordo agrícola, em que, na verdade, avançamos muito pouco.

Esse talvez tenha sido o principal evento de polí-tica comercial do Governo Lula: a construção do G-20. É o que há de mais sólido até agora. Não sei se vai durar, mas é muito sólido. E isso foi possibilitado pela organização que a agricultura tem hoje com relação a essa questão.

Em outras áreas eu acho que nós andamos de maneira muito tímida. A ALCA – eu já disse isso – e o acordo com a Europa também serão essencialmente tímidos; trarão muito poucos ganhos. E isso realmente não é muito fácil de se explicar, porque, de certa forma, conforme eu já mostrei hoje, há espaço para conces-sões. A legislação brasileira, os acordos que assinamos no passado, nos permitem fazer várias concessões e, ainda assim, preservar a política industrial que está sendo proposta, bem como as políticas tecnológicas

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53312 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

existentes. Mas infelizmente nós estamos andando em velocidade muito lenta.

O Deputado disse que o Brasil tem um problema fiscal, de excesso tributário, de desequilíbrio de contas públicas. Eu acrescento que nós temos também pro-blemas relacionados à legislação trabalhista, além de vários outros. Mas o fato é que, se esperarmos a re-solução de todos os problemas para depois iniciarmos um processo de negociação, demoraremos muito tem-po. Acabamos de fazer uma reforma que não agradou ninguém. Se formos esperar a próxima reforma tributá-ria para depois começar a negociar, quanto tempo va-mos perder? O mundo não vai ficar parado esperando nós votarmos uma nova reforma tributária. Os nossos vizinhos já estão fechando acordos. Hoje 70% do co-mércio do Brasil vai para as Américas, e as vendas se dão, em grande parte, de produtos industriais, os quais têm preferências que nós negociamos no passado, na época da ALADI, por causa do MERCOSUL.

E se isso tudo for engolido por uma ALCA sem o Brasil? Nós vamos continuar conseguindo exportar automóveis e outros produtos para a Bolívia, o Peru e outros países? Hoje nós temos preferência nesses mercados, e amanhã poderemos não ter mais – e amanhã não é daqui a 10 anos, quando for finalmen-te aprovada a nossa reforma tributária; é no ano que vem, é daqui a 2 ou 3 anos.

Portanto, nós temos que ser mais pragmáticos. Eu concordo que hoje o Brasil tem problemas estrutu-rais de competitividade em algumas áreas. Em outras, no entanto, nós somos líderes mundiais. Hoje nós so-mos os melhores ou estamos entre os três melhores do mundo em agricultura. E isso não é pouco, porque, conforme foi dito aqui, algo maravilhoso que aconteceu nos últimos anos foi a mudança do pensamento ge-neralizado de que a agricultura é um setor decadente, pois exporta apenas commodities; que o Brasil só faz produtos básicos.

Hoje está mais do que provado que esse é um dos setores mais dinâmicos da economia mundial. Por quê? Porque a China resolveu comer direito. Antes ela consumia 7 quilos de carne por habitante, por ano, e agora vai consumir 8 quilos por habitante, por ano. Um quilo a mais por chinês, por ano equivale à atual exportação brasileira de carne. E o Brasil consome quase 40 quilos de carne por habitante, por ano. Vejam V.Exas. o que representa um quilo a mais por chinês! Equivale a um Brasil, atualmente o maior exportador mundial de carne bovina!

Portanto, existe espaço hoje para o Brasil crescer exportando comida. E isso depende de negociação, de uma postura pragmática. O que nós não podemos fazer é achar que temos que esperar a aprovação da

reforma tributária, porque, com ela, nós vamos com-petir. Não. Nós temos que usar a negociação, que nos impor a um longo período de adaptação, como vetor para fazer a reforma ser aprovada mais rapidamente. E isso é possível. Na minha opinião, é totalmente pos-sível que a negociação caminhe e seja realmente um elemento para fazer as reformas andarem. Elas são necessárias; absolutamente necessárias.

O SR. DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY – De-sejo fazer apenas uma ponderação.

A reforma tributária não tem como objetivo tratar de vendas, mas de compras. Ela cria mecanismos con-tra o produto que chega ao Brasil. É por isso que eu falo em harmonização tributária. Eu não tenho medo da exportação, porque o produto que é vendido sai zerado, mas o problema é a competitividade interna, que nós não temos, devido ao excesso de incentivos fiscais, de evasão, de elisão.

Há que se considerar que, além dos 36% do PIB arrecadados, há mais 16% que não o são, devido à evasão, que está dividida um pouco em incentivos, um pouco em elisão, um pouco em sonegação e outro tanto em corrupção.

A preocupação, portanto, é com o mercado interno brasileiro. É claro que nós temos unidades industriais que podem vender para qualquer país do mundo.

O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Eu só queria fazer uma observação.

É verdade o que disse V.Exa., Deputado, mas nós temos que lembrar que, quando fazemos uma negocia-ção como a ALCA ou qualquer outra, damos às impor-tações o mesmo tratamento fiscal que dispensado aos produtos feitos no Brasil. Certo? Portanto, se o nosso produtor paga ICMS, COFINS etc., teoricamente, nós temos todo o espaço para impor ao produto importado o mesmo conjunto de taxações a que o nosso produ-tor está sujeito. A diferença que existe é apenas algo chamado tarifa de importação, a qual hoje já é muito baixa no Brasil.

Ou seja, conforme eu disse no começo da minha intervenção, o grande impacto da abertura brasileira já ocorreu nos anos 90, quando nós derrubamos a tarifa de 60% para 12%. E isso foi muito cruel, porque foi feito numa época em que o câmbio estava subvalorizado e taxas de juros, altíssimas. Portanto, a grande estru-turação da economia já aconteceu. Um processo de adaptação à ALCA hoje será muito mais lento e suave do que o que já aconteceu àquela época.

Por isso, eu continuo achando que a adesão à ALCA pode ser um elemento indutor para completar essas reformas, mais do que nós ficarmos parados esperando uma reforma durante talvez 5 ou 10 anos, para que saia alguma coisa – e talvez nem saia –, e

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53313

vendo à nossa volta uma explosão de acordos que po-derão deslocar investimentos e comércio daqui para outros países.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – São 16h50min e, por isso, a Presidência en-carece aos Srs. Deputados que sejam objetivos nas suas proposições.

Evidentemente nós nos sentimos honrados com as exposições dos nossos convidados, mas também a eles pedimos que procurem precisar melhor o de-bate, para que todos tenham oportunidade de dele participar.

Concedo a palavra ao Deputado Ivan Valente.O SR. DEPUTADO IVAN VALENTE – Sr. Pre-

sidente, senhores debatedores, tentarei ser o mais objetivo possível, embora o assunto seja de grande alcance.

Começo dizendo ao debatedor Dr. Marcos Jank que o unilateralismo e o multilateralismo podem ser adotados de diversas formas. Os Estados Unidos, por exemplo, são multilateralistas quando lhes interessa. O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial são organizações multilaterais – que eles controlam, porque são sócios majoritários. Quando necessitaram invadir o Iraque, no entanto, foram unilateralistas e mandaram a ONU às favas.

A China e a Índia, que não dependem do Fundo Monetário Internacional, apresentam os maiores índices de crescimento econômico da década, conforme V.Sa. sabe. Cresceram entre 8% e 10% ao ano no período.

Então, veja que isso é uma questão relativa.A segunda questão que quero abordar – e so-

bre a qual gostaria de ouvir o comentário dos nossos debatedores – é o fato de que a decisão de participar da ALCA não é uma questão técnica. Embora seja ne-cessário o suporte técnico para tomar a decisão, ela é uma questão política. E é por isso que o Parlamento vai apreciar a matéria, aprovando ou não o acordo que cria a área de livre comércio. Não se trata, portanto, de decisão executiva, mas política, que vai levar em conta todo um conjunto de outras decisões.

Tratarei, agora, de provocar um pouco os dois debatedores.

O Dr. Marcos, da Associação Comercial do Pa-raná, levantou uma questão de que o outro debatedor, Dr. Marcos Jank, não tratou: a necessidade de criarmos gaiolas para apanhar tubarões, uma vez que a luta da ALCA é de tubarões contra sardinhas. Eu gostaria que V.Sas. debatessem um pouco sobre isso.

Eu acho que se trata de discutir que assimetrias existem entre países com níveis de desenvolvimento díspares, como os Estados Unidos e outros países da América Latina, mais particularmente outros países

mais atrasados do que o Brasil. A diferença está aí. Então, por exemplo, eu gostaria que comentassem se qualquer país que vai negociar com outro – ou outros – não deve levar em conta essas assimetrias. Aí entra, é óbvio, o problema da proteção e dos tratamentos di-ferenciados. Assim não há acordo, mas desvantagem geral sobre as questões. É claro que num acordo se fazem concessões, mas há as assimetrias que devem ser levadas em consideração.

Quanto ao quarto ponto que quero abordar, farei uma pergunta. Eu ouvi do Dr. Marcos Jank, durante a sua exposição, que a ALCA é responsável por 50% do comércio do Brasil. Mas qual ALCA? A ALCA não existe ainda!

E eu pergunto o seguinte: se o Brasil é respon-sável por 5% do PIB latino-americano e o Estados Unidos são responsáveis, sozinhos, por 80% dele, o NAFTA é responsável por quanto, se somarmos mais o Canadá e o México?

Para mim não há ALCA sem o Brasil. Descul-pe-me, mas não há. O bilateralismo existe porque a capacidade de atração e de imposição do império americano é tão grande que não resta outra solução a países do Caribe que não fazer acordo bilateral. Eles não têm outra solução. Por isso, vendem para os Estados Unidos banana etc. Mas o Brasil tem formas – e neste ponto eu concordo com V.Sa. – de viver sem esses acordos. Concordo com V.Sa. que o G-20 talvez tenha sido um dos maiores avanços conquistados pelo atual Governo.

O sentido de resistência à ALCA que o Governo brasileiro está dando é correto, absolutamente corre-to, porque não é tão simples dizer que nós abriremos nossas compras governamentais, nossos serviços, a propriedade intelectual e eles farão o mesmo. Eles não farão isso! Com isso eu não quero dizer que a União Européia fará.

Vejam, a OMC também é um órgão multilateral, mundial, no qual hoje o Brasil obteve, teoricamente, uma vitória sobre a questão do algodão. E lá também os grandes se somam naquilo em que não têm diver-gências. Estados Unidos e União Européia se somam nos pontos sobre os quais não divergem para fazer pressões sobre os países que têm menos força, por-que isso tudo é um jogo de pressões políticas e de capacidade comercial.

Então, como o Brasil deve agir? Procurando as janelas, as contradições, a negociação multilateral, a abertura para países do tipo da China, da Índia e da África do Sul e também negociando com a União Européia.

A impressão que passam alguns estudiosos do tema é a de que, se a ALCA não der certo, nós não

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53314 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

comerciaremos mais com a América nem com os Es-tados Unidos, o que não é verdade. É claro que o co-mércio continuará!

O que nós não podemos aceitar, me parece, é uma imposição. Eu queria que comentassem isso. Há ALCA sem Brasil? Há, de verdade? Porque no MER-COSUL, por mais que haja cisões – como a causada pelo Uruguai, país pequeno, que vacila –, até agora há unidade entre Brasil e Argentina, e tal unidade diz respeito à discussão sobre o MERCOSUL e a ALCA. E, se somarmos a Venezuela, que também tem posição contrária à criação da ALCA, é evidente será preciso os Estados Unidos negociarem em outro patamar. En-tão, não há integração.

Integração é outra coisa – eu volto à discussão. Onde está a liberdade de circulação das pessoas? Onde está a discussão sobre a unificação – que não existe nem do MERCOSUL – das questões salariais e do salário mínimo etc.? Isso não se discute!

O livre comércio e a livre circulação de capitais são algo muito bom, mas para alguns. Eu quero sa-ber qual é o impacto disso na vida do povo, na nossa capacidade de competição. Não é só aumentando as exportações que se melhora a vida do povo. Temos que ver se isso realmente virá em benefício da distribuição de renda, do crescimento sustentável etc. São esses aspectos que, na minha opinião, qualificam nosso de-bate no Parlamento

Infelizmente, não tenho mais tempo, embora ti-vesse outras perguntas a fazer.

Agradeço a tolerância do Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Muito obrigado, Deputado Ivan Valente.Concedo a palavra à Deputada Dra. Clair.A SRA. DEPUTADA DRA. CLAIR – Sr. Presi-

dente, Sras. e Srs. Deputados, inicialmente, manifes-to minha satisfação por ter na Mesa um paranaense, o Dr. Marcos Domakoski, Presidente da Associação Comercial do Paraná.

Muito me orgulha ver na Mesa V.Sa., que sempre pauta o trabalho da Associação Comercial por inúme-ros debates acerca da economia, bem como de vários outros temas relacionados com o setor de comércio, com a ALCA, além de outros assuntos de interesse não só do comércio, mas de toda a nossa Nação.

Pergunto a V.Sa.: que reflexos poderá ter sobre o comércio do nosso País uma liberalização comercial nos moldes propostos pela ALCA?

Quero, ainda, fazer ao Sr. Marcos Jank uma per-gunta a respeito do desequilíbrio existente entre os diversos países. V.Exa. disse que o PIB dos Estados Unidos é o equivalente a 80% do de todos os outros países e que o do Brasil representa 5%. Nos outros

países, a representação em termos do comércio mun-dial é menor do que a do Brasil. Eu pergunto, portanto, a V.Sa. como nós poderíamos possibilitar o equilíbrio entre esses 34 países com a liberalização total das tarifas entre eles.

Considerando-se que os Estados Unidos têm maior PIB, melhor tecnologia, produtividade mais acen-tuada, incentivo à pesquisa, se houver a total libera-lização das tarifas, nos moldes propostos pela ALCA – geral, genérica, abrangente, como se diz –, ela não prejudicará os outros países, exatamente por causa desse desequilíbrio?

Nós não teríamos que, como se fez na União Eu-ropéia, verificar os países que têm maiores dificuldades em relação aos que têm maior poder e estabelecer algumas compensações, antes de propormos a cria-ção de uma ALCA tão abrangente e a implementação dessas tarifas liberalizantes?

Enfim, como nós vamos promover o equilíbrio entre esses diversos países?

Quero acrescentar, ainda, respondendo inclusive ao Deputado Magalhães, que o Governo Lula, quan-do assumiu o poder, herdou vários problemas, entre os quais uma dívida muito pesada e um Risco Brasil muito acentuado. Infelizmente, está, hoje, tendo que administrar essa herança.

Mas quero também ressaltar que neste ano au-mentou sensivelmente o volume de colocação dos nossos produtos no comércio mundial, ponto bastan-te positivo alcançado pelo Governo Lula, apesar da herança maldita que recebeu. Tal volume passou de 1% para 1,04% ou não sei exatamente quanto – sei que houve significativo aumento –, apesar das difi-culdades que encontramos, a maioria relacionada ao Governo anterior.

Muito obrigada.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Presumo que a Deputada Dra. Clair tenha pretendido fazer referência às observações do Depu-tado Antonio Carlos Mendes Thame. Digo isso apenas para que o registro taquigráfico consigne adequada-mente, uma vez que não há nenhum Deputado Ma-galhães presente.

O Dr. Marcos Domakoski, quando veio colaborar conosco, avisou-nos que tem um compromisso inadiá-vel, um vôo. Por isso, indago aos 2 Deputados inscritos se têm alguma pergunta específica para S.Sa., pois, em caso afirmativo, ele as responderá e em seguida se retirará da reunião.

Concedo a palavra ao Deputado Feu Rosa.O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Eu tenho, Sr.

Presidente.Eu gostaria de tratar de 2 assuntos.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53315

É claro que eu teria comentários a fazer sobre a questão de nossos tributos, as reformas, o MERCO-SUL, o Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Ge-rais, mas, considerando a premência do tempo, falarei especificamente sobre um ponto.

Em primeiro lugar, agradeço a V.Sa., Dr. Marcos, por ter vindo aqui e feito a brilhante palestra com que nos brindou. Na sua exposição foram abordados pon-tos muito interessantes. Em muitas áreas, ela abriu um pouco mais a minha mente e enriqueceu sobremaneira a Câmara dos Deputados e esta Comissão.

Dr. Marcos, quando V.Sa. disse que as compras governamentais no Brasil somam cerca de 7 bilhões de dólares e as compras governamentais nos Estados Unidos somam 200 bilhões de dólares, V.Sa. se referiu às compras da União, dos Estados e dos Municípios ou só às da União?

O SR. MARCOS DOMAKOSKI – Na verdade, é V.Exa. que está quantificando. O que eu disse é que 10% do PIB brasileiro é destinado às compras do Go-verno Federal e que 20% do PIB americano é o que corresponde às compras federais americanas. Então, os números V.Exa. está obtendo com base nos per-centuais do PIB. Mas foi isso que eu disse.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Mas eles se referem apenas às compras do Governo Federal? Não se refere às de Estados e Municípios também?

O SR. MARCOS DOMAKOSKI – Não, os 10% se referem apenas ao Governo Federal.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Então, de fato, o número é muito maior do que esse.

Desejo tratar de outro ponto. Na época em que o Sr. Requião era Presidente da Comissão do MERCOSUL e eu era Secretário Geral do colegiado, nós fomos ao México, onde tivemos oportunidade de saber muitas coisas a respeito do NAFTA etc.

Na ocasião, soubemos de algo muito interessan-te: grande parte das médias, pequenas e microempre-sas do México – na época parece que se falava em 30 mil –, consorciadas ou mesmo sozinhas, levaram seus funcionários todos e saíram do México rumo ao Estado do Texas, onde mais de 50% da população fala espanhol. De lá vendiam para o Governo do Texas e para o Governo dos Estados Unidos, quando podiam, na condição de empresas americanas. Ganhavam as concorrências, obtinham seu lucro e o remetiam para o México.

Por isso, eu pergunto: existiria algum mecanismo brasileiro – em especial algum que ligasse o Rio Gran-de do Sul, o Paraná, Santa Catarina, possivelmente São Paulo e uma parte de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, Estados em que, pelo que eu conheço, as associações de médias, pequenas e microempresas

são mais organizadas, mais ativas, mais conflitantes e conseguem maiores benefícios para os seus asso-ciados e são bem mais informadas sobre o assunto – que permitisse que as empresas brasileiras fizessem o mesmo? Existiria na ALCA algum impedimento rela-cionado ao Small Business Act, dos Estados Unidos, a tal iniciativa? Existe a lei americana que determina que compras de 2.500 a 100 mil dólares só podem ser feitas pelo Governo de pequenas empresas, o que é uma quantidade imensa de vendas.

Como nós temos competitividade, em muitas áre-as temos mão-de-obra mais barata e agora dispomos do recurso da Internet, essas associações de micro-empresas e de pequenas empresas não poderiam se localizar em algum Estado americano – mesmo que fosse virtualmente, com pequenos investimentos –, co-nhecer a lógica empresarial de pequena empresa nos Estados Unidos e, lá dentro, fazer parte das empresas que vendem para Governo Federal, o dos Estados e o dos Municípios americanos?

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – São suas indagações, nobre Deputado?

Deputado Zarattini, a Mesa já sabe que as ques-tões de V.Exa. são dirigidas ao Dr. Marcos Jank e, por-tanto, podemos deixar a intervenção de V.Exa. para o momento adequado.

Eu quero aproveitar este momento para que todos os Deputados formulem as perguntas dirigidas ao Dr. Marcos Domakoski, uma vez que S.Sa. vai se retirar da reunião. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Dr. Marcos Domakoski.O SR. MARCOS DOMAKOSKI – Começarei me

dirigindo ao nobre Deputado Ivan Valente.Eu concordo com V.Exa. Acho que a questão

da criação da ALCA é política. Demanda embasa-mento técnico, mas é política. E por isso ressalto a sensibilidade de V.Exas., Parlamentares, e desta Co-missão com relação ao ideal democrático de que o Governo não tem mandato para realizar sozinho os acordos internacionais que possam comprometer a nossa soberania.

Acho, portanto, que se trata de questão políti-ca, sim.

Quanto à assimetria, acho que pode ser com-batida com negociação eficiente e com a criação de gaiolas, como, por exemplo, a reserva das compras públicas.

V.Exa. se referiu ao Canadá e ao México. O Cana-dá tem 5% desse montante todo e o México, 3%. Então, de fato, eu acho que nós, como sardinhas, temos que criar essas gaiolas e usar a competência do Itamaraty – que, como bem disse o meu companheiro de Mesa e palestrante, Dr. Marcos Jank, é um dos quadros mais

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53316 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

talentosos do mundo – a nosso favor para criarmos condições que nós dêem ganho de competitividade. E aí acho que o famoso BRIC , composto por Brasil, Rússia, Índia e China, pode ser um elemento importan-te para ser conduzido paralelamente, até para reforçar o nosso poder de negociação com a União Européia e os Estados Unidos.

A negociação é política? É política, sim. E eu acho que nós acreditamos nessa política do Itamara-ty para tirar vantagens dessa situação e compensar as assimetrias.

Com relação à pergunta da nossa amiga Depu-tada Dra. Clair sobre a liberalização e os seus reflexos – como as minhas transparências não puderam ser exi-bidas, eu vou me valer da transparência do Dr. Marcos Jank –, devo dizer que, se a proposta original fosse aceita, acho que seria realmente um desastre para o nosso País, não só em termos de desindustrialização, como de perda de postos de trabalho. Apenas alguns setores específicos, nos quais o Brasil é altamente competitivo, sobreviveriam. Não me refiro apenas à agricultura, mas ao setor do papel e da celulose, por exemplo, que compete em qualquer situação, na medida em que o eucalipto aqui cresce na metade do tempo necessário no Hemisfério Norte. Então, segmentos iso-ladamente teriam condições de competitividade. Mas, se fosse assumida aquela ALCA geral e irrestrita, eu acho que sacrificaria muito o nosso desenvolvimento econômico.

Finalmente, nobre Deputado, quanto à possi-bilidade de as empresas brasileiras se agruparem e poderem competir no mercado americano, eu não sei se nós estaríamos preparados para isso, até porque hoje a pequena e a média empresas brasileiras, prin-cipalmente, estão lutando muito para sobreviver. Não obtiveram lucro nos últimos 3 anos, têm tido seu capital reduzido, não estão conseguindo gerar crescimento e novos postos de trabalho. Portanto, neste momento de fragilidade, acho pouco provável uma aventura, diga-mos, em novos espaços, em novos mundos etc. Não digo que isso não possa ocorrer. Sim, nós já fizemos isso em outras partes do mundo. Mas não veria isso como a regra e, talvez, como a exceção.

Sr. Presidente, eu gostaria, por fim, de agradecer muito a oportunidade de ter trazido aqui algumas re-flexões, na condição de engenheiro que luta com seu negócio para sobreviver. Para mim e para a entidade que presido foi um privilégio poder ter participado des-ta exposição, deste debate, que por certo enriqueceu muito minha pessoa e minha entidade.

Agradeço, portanto, o privilégio de ter podido participar desta reunião.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Dr. Marcos Domakoski, tenho certeza de que a Associação Comercial do Estado do Paraná está honrada com o Presidente que tem. A Comissão de Acompanhamento das Negociações da Área de Livre Comércio das Américas também se sentiu honrada pela positiva e rica contribuição dada por V.Sa. na reunião de hoje.

Em caráter excepcional, inclusive como defe-rência ao valoroso Estado do Paraná, nós permitimos esse fracionamento do depoimento, até para mostrar que a Casa é muito mais flexível do que alguns nego-ciadores da ALCA.

A reunião é profundamente gratificante. Lamento que V.Sa. tenha que se retirar, mas desejo que leve da Casa o agradecimento por sua ponderável contribui-ção na tarde de hoje.

Concedo a palavra ao Dr. Marcos Jank.O SR. MARCOS SAWAYA JANK – Obviamente,

vou discordar dessa idéia de que a liberalização des-truiria a empresa brasileira, até porque temos uma experiência de liberalização unilateral, feita nos anos 90, muito maior do a que está se falando hoje, e per-cebemos que a indústria continua presente. As em-presas desaparecem muito mais por causa de erros de política pública, erros cambiais crassos, do que efetivamente da liberalização. Para deixar bem claro, estamos falando de uma tarifa que hoje está em 12% e poderá cair a zero em 20 anos. Tenho a impressão de que uma economia que não sobreviva a uma queda de tarifa de importação de 12% em 20 anos, realmente tem de perecer, porque esses ganhos de produtividade têm de existir. Aliás, na realidade, nossa tarifa efetiva é muito menor do que 12%. Doze por cento é a tarifa de nação mais favorecida. A tarifa real brasileira é de 7%. Muitos países hoje gozam de tarifa zero no Bra-sil, caso dos países do MERCOSUL. Portanto, não consigo enxergar essa tarifa como um efetivo meio de garantir competitividade. Talvez fosse há 10 anos. Talvez naquela época se pudesse dizer que a indústria iria perecer. Hoje, o que pode fazer a indústria perecer não é a tarifa, e, sim, erros de política pública. Agora, alguém vai sempre dizer que temos de engolir outras negociações, compras governamentais, investimentos, serviços, etc., e não apenas tarifa. Claro, é verdade. Mas temos enorme espaço na legislação brasileira para fazer concessões, e, cedo ou tarde, faremos es-sas concessões a alguém. Se não queremos nego-ciar com os americanos, pelas razões mais diversas, inclusive de cunho ideológico, os europeus vão pedir a mesma coisa. Se não forem eles, serão os japone-ses ou os chineses. Digo que esses temas voltarão à mesa em qualquer frente de negociação. Só quem

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53317

não vai pedir isso são os países pequenos. Mas eles vão pedir compensações. Da mesma maneira como queremos ser compensados na ALCA, talvez pelos Estados Unidos, tenha certeza de que se abrirmos a porta da compensação, mais de 20 países da ALCA vão pedir compensações para o Brasil, porque, perto deles, consideram o País rico.

Aliás, está acontecendo um escalonamento pe-rigoso hoje, uma tentativa de dividir o Terceiro Mundo em dois grupos, o dos superpobres e dos meio pobres. O grupo dos superpobres quer que os meio pobres, onde está encaixado o Brasil, pague uma parte da con-ta das benesses que têm. Portanto, não é tão simples assim. A maior parte da África está cooptada com os países ricos contra as economias mais competitivas. Por que não conseguimos abrir a agricultura? Apenas porque existe lobby nos Estados Unidos e na União Européia? Essa é uma visão simplista. É porque mais de 100 países no mundo hoje têm quotinhas, esquemas preferenciais, subsídios dos países ricos. Existe uma aliança entre os mais pobres e os mais ricos contra os mais competitivos na agricultura. Quem não viu isso é porque realmente nunca analisou a fundo a situação. Temos de tomar cuidado com essa história de com-pensação. Claro que seria ótimo se a ALCA fosse uma união americana como é a União Européia. Também preferiria que caminhássemos nessa direção. Mas até agora isso não foi oferecido. E nem a Europa fará isso conosco. Está ocorrendo uma zona de livre comércio, que pode ter um formato hemisférico ou de 100 acor-dos bilaterais. Isso é o que vai acontecer. Claro que a ALCA, no seu sentido inicial, não existe sem o Brasil. Mas, sem o Brasil, existirão 100 acordos de comércio que poderão desviar nosso interesse.

Volto a dizer: há anos discutimos se queremos ou não a ALCA. Claro que se trata de problema políti-co. Agora, além de político, o problema é técnico. Tec-nicamente há espaço para o Brasil fazer concessões na ALCA, as mesmas que terá de fazer para a União Européia ou para qualquer outro bloco. Interessa que o Brasil não se isole. Se não queremos a ALCA, te-mos de ter um plano b muito bem construído. Essa idéia de tubarão versus sardinha não casa. Se fosse assim, por que o Uruguai faria acordo com o MER-COSUL? Qual o interesse do Uruguai em se aproxi-mar do Brasil. Quer dizer que foi um péssimo negócio para o Uruguai? Para Portugal, para a Grécia e, ago-ra, para a República Tcheca e para esses pequenos países é um péssimo negócio se integrar à Alemanha ou à Inglaterra? Será que é um péssimo negócio para a América Central se integrar aos Estados Unidos? Então, por que é que eles querem a integração? Será que estão todos eles equivocados? Será que quando

assinaram acordos com os Estados Unidos estavam tendo um surto de loucura? Não, eles estão apenas seguindo uma lógica, e essa lógica passa por esque-mas preferenciais com os Estados Unidos. Eles darão essa preferência. A Colômbia deu porque quer apoio para combate à droga e outras razões mais. O Méxi-co também, e o México tem o nosso tamanho. Alguém pode alegar que o México está ali do lado, tem fronteira. Ora, o Chile e a Austrália também deram, a Tailândia e a África do Sul darão, e a China também, em algum momento. Não tenham dúvida disso. Está todo mundo negociando com todo mundo. Acho que não devemos pensar se somos grandes ou pequenos. A pergunta é outra: conseguimos ou não conseguimos fazer um acordo balanceado?

As pessoas acham que eu sou um defensor da ALCA. Não, não sou. Ainda nem há ALCA hoje para ser julgada. Por isso fui contra o plebiscito que se quis fazer. Plebiscito sobre o quê? Não havia nada, como hoje ainda não há. Sou sim a favor da negociação. Acho que a negociação tem de ser feita, com pragmatismo e também com viés político, é claro. Eventualmente, buscar-se-á este ou aquele caminho.

Eu entendo que este Governo tem maior dificul-dade com a ALCA do que o Governo anterior, mas precisamos ser pragmáticos. A ALCA seria um cami-nho até para conseguirmos um melhor acordo com a Europa. E, se não fizermos acordo com a Europa, o que vai nos sobrar? China? Índia?

Muito bem. Estou louco para ver o dia em que nos sentaremos com a China e pediremos a eles ple-no acesso ao mercado agrícola. Quero ver o que eles nos dirão. Tenho absoluta certeza de que eles serão muito mais reticentes do que os americanos, e por uma razão muito simples: 50%, 60%, se não 70% da população chinesa está em zona rural, migrando para as cidades em busca de melhores empregos. Se eles abrirem totalmente seus mercados agrícolas, haverá uma enchente de pessoas indo para as cidades. Por isso eles querem investir no Brasil. Eles não vão abrir seus mercados agrícolas com a facilidade que alguns imaginam.

Temos, portanto, de agir com pragmatismo. Há espaço para melhorar nossa oferta sem ferir o interesse nacional, sem ferir a tal política industrial que queremos preservar, sem ferir a política tecnológica.

Compras governamentais é um mercado perigo-so? Sim, então vamos fazer um acordo balanceado. Vamos preservar o que o Estado compra das peque-nas empresas, mas vamos abrir a concorrência para grandes empresas. Por que não? Até o Estado poderá comprar mais barato. E vamos pedir a reciprocidade. Talvez a gente perca numa concorrência das compras

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53318 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

que a PETROBRAS fará de, sei lá, eventuais platafor-mas. Mas, por outro lado, pode ser que consigamos vender produtos para o Governo americano ou outros Governos latino-americanos.

Precisamos tratar esse comércio com pragma-tismo. Podemos conseguir acordos balanceados, em vez de simplesmente rejeitar determinadas frentes de negociação em troca de algo que até hoje não está claro.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Tem a palavra o Deputado Feu Rosa. Em se-guida falará o Deputado Zarattini.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Dr. Marcos, eu gostaria de elogiar esse seu posicionamento. Na campanha passada eu era do PSDB. Hoje estou na base governista, por inúmeras razões. Estou muito preocupado com a ALCA porque, desde que resolve-mos no Brasil promover a substituição de importações para ampliar nosso desenvolvimento, não vi nada se-melhante à ALCA como a possibilidade de entrarmos num sistema real de comércio global, de comércio internacional.

O que o senhor disse nesta palestra, que eu julgo extremamente lúcida, brilhante até, tenho repetido nesta Comissão, na Comissão do MERCOSUL, no plenário da Câmara dos Deputados. Acho mesmo que não existe hoje, em razão de uma série de fatores econômicos e financeiros, saída para o Governo Lula que não seja via ALCA, e uma ALCA bem amplificada.

O Dr. Marcos disse que não sabe qual é o destino da pequena e da média empresa no Brasil. Pois esse destino depende da abertura do nosso mercado.

Vamos analisar um item apenas: contas governa-mentais. Para brasileiros ter essas contas é uma difi-culdade enorme. Quando afundou a P-36 nós lutamos muito, até o Presidente Lula teve de interferir para que, por causa de 6%, a nova plataforma não fosse produzida em Cingapura. E Rio de Janeiro sofrendo um tremendo desemprego. A realidade brasileira é essa.

Eu diria que não há saída para o Governo Lula que não seja a ALCA. Só assim o Brasil se posicionará com tranqüilidade no comércio mundial.

É ridículo, mas hoje em dia o Brasil tem 1% do mercado mundial. Um país como o Brasil contribuir com 1% para o mercado mundial!? É preciso ter o es-pírito muito medíocre para achar que isso tem alguma importância.

Agora vamos passar para o reverso da medalha. Será possível para nós exportar 300 bilhões de dólares por ano e importar 250 bilhões de dólares por ano? É claro que não. Então, temos de criar condições de sustentabilidade para a exportação e a importação possíveis. Imaginem se fôssemos exportar hoje 300

bilhões de dólares! Pararia o Brasil todo, todos os nos-sos portos. Não temos infra-estrutura para isso, nem para exportar nem para importar.

Em burocracia nem se fale. Sr. Presidente, para colocar qualquer mercadoria num caminhão no Espírito Santo e despachá-la para Minas Gerais a papelada é enorme. E, se esse mesmo caminhão vai voltar para o Espírito Santo, é outra papelada.

Tarifa externa comum? Que tarifa externa co-mum do MERCOSUL é essa, se não há tarifa interna comum?

O Dr. Marcos disse uma coisa brilhante. Vamos esperar a reforma tributária para o Brasil se desen-volver? Isso é uma piada. E o modelo está aí. ALCA e União Européia é muito mais complicado. Nós até já discutimos isso na Comissão anteriormente, Sr. Presidente.

Eu queria fazer uma pergunta.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Deputado Feu Rosa, desculpe-me interrom-pê-lo, mas está tendo início a Ordem do Dia. Eu peço a V.Exa. que conclua, para que possamos encerrar nossos trabalhos.

O SR. DEPUTADO FEU ROSA – Concluirei.Dr. Marcos, eu acho que existem pessoas do

próprio Governo Lula sabotando o Governo, no Ita-maraty, na classe política etc.Quem está tentando impedir o acordo? Eu fui muito menos votado porque era a favor da ALCA. Eu via minha fotografia em tudo quanto é igreja com a indicação de que eu era a favor da ALCA. Em tudo quanto é lugar vi esse tipo de coi-sa. Acho que o Deputado José Thomaz Nonô também passou por isso. E ninguém sequer sabia o que era ALCA. Era uma coisa louca, ideológica, e, no fundo, muito promíscua.

Mas sobrevivemos. Minha pergunta é esta: que interesses estão por trás desses sabotadores? No meu entender, sabotadores sim, porque não há outra saída para o Governo Lula. O Governo tem poucos meses para dar a arrancada final para sua sucessão, e have-rá eleições este ano. Quais são os interesses por trás dessa verdadeira barreira contra a entrada do Brasil no mercado real global? O que é que está se passando neste País? Será que esse povo está louco, comple-tamente cego? Estamos com 1% do mercado.

Há 20 anos tínhamos o dobro das exportações da China, hoje não temos nem a metade. Nossas re-servas não chegam a 25 bilhões de dólares, como o senhor bem sabe, enquanto as da China são de 260 bilhões. Eles armaram uma tecnologia para exportar para os Estados Unidos e até para a Europa. Nós te-mos essa tecnologia? Estamos exportando por causa do agribusiness, nisso a gente dá show de bola. Mas

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as pequenas e médias empresas estão aí, conforme descreveu o Dr. Marcos, pagando 40% de carga tribu-tária. O que é que está por trás desses que eu julgo verdadeiros sabotadores do novo modelo de desenvol-vimento do Brasil? A abertura do nosso mercado é que trará investimento direto e indireto para o País, entra-da de divisas, de investimentos e não de créditos, de bancos emprestando para o Brasil, contra o Governo Lula, que nesse caso agora é contra o Brasil. O que está impedindo esse Governo de dar essa alavanca-gem e alcançar 2 a 5% do comércio mundial? Gosta-ria que V.Exa., que é um estudioso mais profundo da matéria – e nós vimos o seu real conhecimento sobre o assunto – respondesse a essa pergunta.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Dr. Marcos, o Regimento da Casa obriga que, tendo início a Ordem do Dia, as reuniões sejam encerradas. Mas, como se trata do último Deputado a inquiri-lo – Deputado Feu Rosa –, peço a V.Sa. que não apenas responda as indagações, na medida do possível, mas aduza as suas considerações finais, com os agradecimentos da Presidência.

O SR. MARCOS SAWAYA JANK – As forças, conhecemos quais são. Há forças anticomércio, an-tiintegração. E aqui mesmo, nessa Mesa, nós vimos o Presidente de uma associação comercial anticomércio. Quer dizer, pelo que entendi de suas posições, foram essencialmente anticomércio internacional, preserva-ção do mercado interno. Obviamente, a idéia seria – ou pelo menos eu penso assim – de que uma associa-ção comercial buscasse incrementar o comércio. Mas não é isso que acaba acontecendo. Existem setores que entendem que o fechamento, que uma economia fechada e tal seja uma solução mais adequada. Eu entendo que não.

Por exemplo, se pegarmos as estatísticas, quais são os países que mais tiveram crescimento de co-mércio? São países que fizeram integrações ambicio-sas, como o caso do México, do Chile, que tiveram um grande crescimento nos volumes totais de comércio. As importações e exportações, no México, cresceram nas duas direções, e a relação entre comércio total e PIB do México aumentou enormemente. Sempre se poderá dizer: Ah, mas o Norte se beneficiou, o Sul se prejudicou. Isso é de se esperar que venha a ocorrer. É claro que o ganho não é para todo mundo; sempre há ganhadores e perdedores. Mas o fato é que o México conseguiu incrementar violentamente seu comércio e hoje é muito mais importante do que o Brasil. Hoje, o México faz, na ida e volta, mais de 300 milhões de dó-lares. Quais os outros países que fizeram isso? Países que tiveram ganhos de competitividade, como a China, ao oferecer produtos baratos, ou tiveram crescimen-

to de renda per capita, como a China tem tido, e está muito abaixo ainda da renda brasileira.

São esses os grandes exemplos nos quais temos de nos mirar. O Brasil tem de ganhar competitividade para poder exportar – e para isso tem toda essa his-tória de Custo Brasil, impostos, infra-estrutura. O que está matando a agricultura hoje? Não é mais a políti-ca agrícola, é o transporte. Hoje o que está matando a agricultura não é mais um problema agrícola, é um problema de serviços, justamente uma das negociações que não queremos abrir. Nós não queremos negociar serviços. Mas o que está matando a agricultura é o setor de serviços – portos, estradas, energia, comunicações etc. Precisamos atrair investimentos para conseguir-mos melhorar a rede ferroviária e hidroviária, porque estamos transportando mais 40 milhões de toneladas numa rede mais deteriorada do que estava na época do Ministro Francisco Turra. Portanto, teríamos de ter uma visão mais pragmática.

A ALCA é uma negociação necessária. Eu não sei se ela será um acordo atraente para o Brasil, porque até hoje ainda não se chegou a esse acordo. Estamos ainda muito longe disso. Esta Casa é que avaliará o acordo, mas a negociação tem de continuar. Quando se pára uma negociação dessa magnitude, as outras negociações são todas contaminadas. A negociação com a Europa já desandou, porque a ALCA desandou. E eu não vejo outras opções se concretizando. Falou-se que a América do Sul iria ser a nossa grande opção. O que há de concreto na América do Sul? Vamos ser mais diretos: o que há de concreto hoje no MERCOSUL? O que se está fazendo para resolver os problemas que o MERCOSUL tem há anos? Eu acho que nós ainda estamos aqui, há muita coisa para ser feita.

Portanto, só para finalizar, eu não vim aqui para defender a ALCA, porque eu não sei o que ela é. Eu vim aqui para defender que o Brasil seja extremamente pró-ativo em negociação e, ao fazer isso, que o faça com países grandes, que busque blocos ambiciosos e não que dê prioridade a países muito pequenos, com os quais até a relação política faz todo o sentido, mas que não vão nos trazer grandes correntes comerciais e de investimentos.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Dr. Marcos, foi um prazer contar com V.Sa. Nós temos acompanhado as reuniões, inclusive

as do CNC, a última e inconclusa reunião de Puebla, que ainda ecoa em Buenos Aires e foi, sem dúvida al-guma, um desalento muito grande, porque, se países não conseguem se entender sequer no elenco dos 9 pontos das tratativas e na discussão de acesso a mer-

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53320 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

cados, parou aí. Não conseguimos sequer avançar nos outros pontos – propriedade intelectual, serviços, nada disso –, e evidentemente é uma discussão difícil.

Todos que acompanham de perto a matéria – e V.Sa. é um especialista nela – sabem que há econo-mias de assimetrias monumentais, com divergências naturais, democráticas, divisão dentro dos próprios países nacionais, brutal diferença entre sistemas tri-butários, sistemas legais de uma maneira geral entre essas mesmas economias, e o acesso evidentemente preferencial da grande economia dos Estados Unidos da América, sobretudo na área do CARECON, e outras economias, sem nenhuma dimensão a ser confronta-da com a do mercado norte-americano. O processo é difícil, mas é válido fazê-lo.

A Presidência manifesta sua aquiescência e júbilo na visão dialética de que a ALCA, por ora, é um pro-cesso. É importante participar do processo. O proces-so se vincula, evidentemente, a outros temas e nós só podemos nos sentir enriquecidos quando ouvimos um especialista como V.Sa. Ouvimos o Governo, Ministros, autoridades do setor público. É fundamental que enti-dades autônomas, a exemplo das associações comer-ciais, também venham aqui para dar sua visão.

As nossas diferenças de ótica evidentemente são uma decorrência imediata da visão plural da sociedade brasileira. Mas nós temos esperança, como também demonstrou V.Sa., que todo esse debate resultará numa posição, no fundo, pró-Brasil, porque essa é a posição dos empresários, dos estudiosos, dos acadêmicos e, claro, da sociedade brasileira aqui representada nes-te Parlamento.

Antes de encerrar a presente reunião, convoco os Srs. Deputados para a próxima a realizar-se no dia 4 de maio, às 14h30min, em plenário oportunamente a ser designado.

Agradeço aos senhores convidados, aos Srs. Parlamentares e aos demais pela presença.

Declaro encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A “ACOMPANHAR AS NEGOCIAÇÕES DA ÁREA

DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS”.

52ª Legislatura – 2ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 10ª Reunião Ordinária Audiência Pú-blica Realizada em 4 de maio de 2004.

Às quinze horas e trinta e um minutos do dia qua-tro de maio de dois mil e quatro, reuniu-se a Comissão Especial destinada a “acompanhar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas”, no Plenário 3 do Anexo II da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados José Thomaz Nonô – Pre-

sidente; Edson Ezequiel – Vice-Presidente; Maninha – Relator; Antonio Carlos Mendes Thame, Antonio Car-los Pannunzio, Cezar Schirmer, Jackson Barreto, Jamil Murad, Luiza Erundina, Nelson Proença, Ney Lopes, Roberto Jefferson, Ronaldo Caiado, Rubens Otoni, Severiano Alves e Silas Brasileiro – Titulares; Arnaldo Faria de Sá, Dra. Clair e Luiz Carlos Hauly – Suplentes. Presença eventual do Deputado Carlos Melles. Deixa-ram de comparecer os Deputados Alberto Goldman, Alexandre Cardoso, Fábio Souto, Feu Rosa, Francisco Garcia, Francisco Turra, João Paulo Gomes da Silva, José Pimentel, Lindberg Farias, Marcos Abramo, Max Rosenmann, Paulo Delgado, Tarcisio Zimmermann, Vanderlei Assis, Welinton Fagundes e Yeda Crusius. ABERTURA: Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. ATA: Distri-buídas antecipadamente cópias da ata da 9ª reunião, o Deputado Roberto Jefferson solicitou a dispensa da sua leitura. Não havendo quem quisesse discuti-la, a mesma foi aprovada sem restrições. EXPEDIENTE: 1) Of. GP/1374/04, de 19/04, do Deputado João Paulo, designa o Deputado Paulo Delgado para representar a Câmara dos Deputados, a convite do partido comunis-ta da China, em visita oficial no período de 19 a 30 de abril, considerando-se o afastamento missão oficial. 2) – Fax do Deputado Armando Monteiro Neto, Presidente da Confederação Nacional da Indústria – CNI, lamenta sua ausência para participar da reunião, oportunidade em que designa a Sr.ª Sandra Polónia Rios, consultora da unidade internacional da CNI, para representá-lo. ORDEM DO DIA: A – AUDIÊNCIA PÚBLICA. Convi-dada: Drª Sandra Polónia Rios, Consultora Permanen-te da CNI e Responsável Técnico pela Coalizão Em-presarial. B – Votação do REQUERIMENTO Nº 13/04 – do Sr. Ivan Valente – que “requer seja convidado para reunião de audiência pública um representante do Movimento dos Sem-Terra, MST. Ao apresentar a palestrante, o Senhor Presidente fez a leitura resu-mida do seu curriculum vitae. O Senhor Presiden-te esclareceu à convidada que a razão da comissão estar vazia se devia ao fato que num dia tumultuado estar se realizando reuniões de muitas comissões, in-clusive algumas permanentes, presença de ministros de estado na Casa, realização de seminário com a participação de juristas renomados e a convocação de uma sessão extraordinária que aguardava quorum para sua abertura, exigindo dos Deputados um maior desdobramento para tentarem estar presente à maioria das reuniões. Alertou que a qualquer momento o Presi-dente da Câmara dos Deputados poderia determinar o encerramento dos trabalhos das comissões para iniciar a votação na sessão extraordinária. O Senhor Presi-dente disse à palestrante que o Parlamento Brasileiro

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53321

está na vanguarda porque foi o primeiro a criar uma comissão especial para acompanhar as negociações da Alca. Antes de conceder a palavra à convidada, o Senhor Presidente fez breve considerações sobre as normas regimentais referentes à exposição. Após a pa-lestra da Drª Sandra Polónia Rios, o Senhor Presiden-te agradeceu à expositora e esclareceu que naquele instante estava havendo votação no Plenário e que a reunião da comissão deveria ser encerrada por deter-minação do Presidente da Câmara dos Deputados. A seguir, o Senhor Presidente acusou a presença no recinto do Embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira, re-presentante do Itamaraty no Estado de São Paulo. O Senhor Presidente colocou a comissão à disposição da convidada para ouvi-la em outra ocasião, a fim de complementar à sua palestra a riqueza dos debates. O Senhor Presidente agradeceu a palestra da Drª San-dra Polónia Rios pela visão empresarial que trouxe à comissão diferentemente da visão estatal lato sensu a que os parlamentares estão acostumados. O Senhor Presidente agradeceu ao Deputado Armando Monteiro pela designação da Drª Sandra Rios para representá-lo. A votação do requerimento de nº 13/04, de autoria do Deputado Ivan Valente ficou adiada por imposição regimental expressa no § 1º do art. 46 do Regimento Interno. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presiden-te encerrou a reunião às dezesseis horas e dezessete minutos. O inteiro teor da reunião foi gravado e após a transcrição das notas taquigráficas fará parte integrante desta ata. E, para constar, eu, Mário Dráusio Coutinho, secretário, lavrei a presente Ata, que, após lida e apro-vada, será assinada pelo Senhor Presidente, e irá à publicação no Diário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz Nonô) – Havendo número regimental, declaro aber-ta a 10ª reunião da Comissão Especial destinada ao acompanhamento das negociações da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA.

Encontram-se sobre as bancadas cópia da 9ª reunião.

Pergunto aos Srs. Parlamentares se há necessi-dade de leitura da ata. (Pausa.)

Atendendo à solicitação do Deputado Roberto Jefferson, está dispensada a leitura da ata.

Em discussão a ata. (Pausa.)Não havendo quem queira discuti-la, em votação.Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam

como se encontram. (Pausa.) Aprovada.Expediente.Sobre a Mesa ofício do gabinete do Presidente

da Câmara comunicando que o nobre Deputado Pau-lo Delgado, a convite do Partido Comunista da China,

encontrava-se em visita oficial àquele país, de 19 a 30 de abril próximo passado, considerando que o afasta-mento foi missão oficial, sem ônus para a Casa.

Há também o fax do Deputado Armando Mon-teiro Neto, Presidente da Confederação Nacional da Indústria, lamentando a sua ausência na reunião de hoje. S.Exa. designou a Dra. Sandra Rios, Consultora da Unidade Internacional da CNI para representá-lo.

Dra. Sandra é sócia da EcoStrat Consultores e especialista em temas relacionados com negocia-ções comerciais – MERCOSUL, ALCA e OMC – e em política de comércio exterior. Atua como consulto-ra permanente da Confederação Nacional da Indús-tria, sendo responsável pela coordenação técnica da Coalizão Empresarial Brasileira. É integrante da lista indicativa de painelista da OMC, por proposição do Governo brasileiro, aprovada pelo órgão de solução de controvérsias da organização. É coordenadora do Grupo de Acesso a Mercados do Foro Empresarial MERCOSUL-União Européia e membro do Conselho Superior da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior. Foi coordenadora da Unidade de Integração Internacional, da Confederação Nacional da Indústria, e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – IPEA, no Rio de Janeiro. Inúmeros são os títulos da Dra. Sandra, pelo que esta Comissão se sente bastante feliz em recebê-la.

Lamento que – faço questão de registrar –, em decorrência da superposição de eventos nesta Casa, alguns membros da Comissão se encontram divididos nas múltiplas atividades da Câmara. Mas a Comissão fará distribuir e publicar os subsídios que eventualmen-te S.Sa. trouxer a esta Casa.

Esclareço à Dra. Sandra que esta Comissão foi constituída no ano passado exatamente para acom-panhar as tratativas de negociação da Área de Livre Comércio das Américas. O Parlamento brasileiro, mais especificamente a Câmara dos Deputados, é o único dos Parlamentos que tem uma Comissão constituída para acompanhar a ALCA. Há também uma Comissão do MERCOSUL, em operação, uma vez que o MER-COSUL não é mais uma expectativa; é um acordo de vivência atribulada, mas, sem dúvida nenhuma, uma realidade existente.

As preocupações da imprensa e da sociedade brasileira, no ano de 2003, fizeram com que a Casa constituísse a Comissão, que tem ouvido inúmeros representantes da iniciativa privada e membros do Governo. Mês passado, esteve aqui o Ministro Cel-so Amorim. Nos próximos 15 dias, virão os Ministros Roberto Rodrigues e Luiz Fernando Furlan, cada um trazendo sua visão sobre essa importante tentativa de negociações.

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53322 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

É com extrema satisfação que a recebemos, Dra. Sandra, especialista que é em tratativas de comércio exterior. Quero dizer que, a seu critério, pode-se extra-polar um pouco o tema ALCA. O que temos visto aqui das exposições é que não se pode ver a ALCA fora do contexto das tratativas da OMC, União Européia etc. etc. De modo que V.Sa. fique à vontade. O tempo regulamentar é de 20 minutos, mas de forma alguma é rígido. A Presidência concederá a V.Sa. o tempo que for necessário. Receba as boas-vindas, em meu nome e no da Relatora Deputada Maninha, do PT do Distrito Federal.

Muito obrigado.Tem V.Sa. a palavra.A SRA. SANDRA RIOS – Muito obrigada, Depu-

tado. É um prazer estar aqui hoje para conversar com

os membros desta Comissão sobre as negociações da ALCA, em particular, na condição de representante da CNI, como os setores industrial e empresarial brasileiros vêm-se organizando, procurando participar, influenciar as estratégias brasileiras nessas negociações. Vou ex-plicar um pouco qual a visão do setor empresarial sobre os acontecimentos recentes e quais são as expectati-vas em relação ao avanço dessas negociações.

Para tanto, preparei algumas transparências, em PowerPoint.

Para começar, acho que vale a pena remarcar o fato de que, até meados da década de 90, a partici-pação do setor empresarial no debate sobre negocia-ções comerciais internacionais, a preocupação com formular estratégias de inserção internacional, era muito reduzida.

Observamos que, tanto na constituição do MER-COSUL, no período inicial das negociações para sua formação, quanto nos fóruns multilaterais, em particular no GATT, e mesmo na última rodada de negociações deste, que deu lugar à criação da OMC, houve sempre uma participação muito tópica dos empresários pro-curando defender interesses muito específicos, preo-cupados muitas vezes com a tarifa de importação do seu produto, sem um debate, sem uma visão um pouco mais global sobre que modelo de inserção internacional é interessante para a economia brasileira.

Costumamos brincar na CNI que, mesmo que a ALCA não aconteça, ela já deixou um fruto relevante, que foi justamente o despertar do setor empresarial brasileiro para essa questão das negociações comer-ciais internacionais. Essa preocupação com a nego-ciação da ALCA foi tão forte que permitiu inclusive a formação de algo que também já havia sido tentado outras vezes, em outras instâncias, entre organizações empresariais: a formação de uma coalizão empresarial

que reúne organizações empresariais de diversas áreas no Brasil, de todas as áreas econômicas relevantes, e que vem trabalhando no debate e na construção de posições de consenso do setor empresarial brasileiro em todas as frentes de negociação.

A Coalizão Empresarial Brasileira foi criada em 1996, logo após a segunda reunião ministerial da ALCA, ocorrida em Cartagena, na Colômbia.

Cada reunião ministerial da ALCA é precedida por um fórum empresarial que reúne representantes de organizações empresariais de todos os países que negociam com a ALCA.

A primeira reunião desse fórum ocorreu em Den-ver, em julho de 1995, se não me engano, e houve participação de uma delegação empresarial brasilei-ra, mas que foi organizada de forma desarticulada. Os empresários tiveram participação individual, não houve nenhuma preparação. Depois que voltaram dessa reu-nião, não transmitiram nenhuma visão integrada sobre o que estava acontecendo.

No ano seguinte, a reunião ministerial aconteceria em Cartagena. Novamente haveria um fórum empre-sarial. Naquele época, a Ministra Dorothéa Werneck convidou uma série de representantes de organizações empresariais para uma reunião em Brasília, 2 meses antes, e pediu-lhes que organizassem um documento de posição sobre a ALCA e que participassem do fórum, para defender os interesses empresariais brasileiros.

E a reação dos representantes das organizações empresariais foi quase que de espanto, porque ninguém tinha informação sobre o que estava acontecendo, qual era de fato o projeto ALCA, o que estava em jogo. Fal-tavam 2 meses para a reunião e era preciso pensar na elaboração de um documento que os empresários brasileiros pudessem defender no fórum.

As organizações trabalharam, procuram elaborar um documento que, hoje em dia, ninguém teria cora-gem de apresentar em fórum nenhum, porque é de baixíssima qualidade, e era fruto da falta de informa-ção e da falta de reflexão dos empresários na época sobre essas questões.

Quando chegaram a Cartagena, encontraram uma série de documentos de posição muito bem ela-borados e que vinham não apenas de representantes de organizações empresariais norte-americanas, que é o que imaginamos – os americanos são muito bem estruturados e têm posições claras. Os melhores do-cumentos eram provenitentes de organizações em-presariais centro-americanas e caribenhas. Todos ti-nham informações sobre o processo, eram articulados, se conheciam entre si e os diversos países; estavam acostumados a participar de eventos. E os empresários brasileiros, atônitos com a falta de articulação, passa-

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ram, então, a adotar uma postura defensiva. Quando desconhecemos, temos tendência a atuar na retranca, de alguma maneira. Treze grupos de trabalho se reu-niam simultaneamente, os empresários se dividiram entre eles e passaram a dizer não a qualquer proposta apresentada à Mesa, para evitar que compromissos fossem assumidos. Quando voltaram ao Brasil, procu-raram a CNI e pediram que ela liderasse um proces-so de preparação, de capacitação e de articulação do setor empresarial, para participarem desse processo de forma mais estruturada. Foi aí, então, que surgiu a Coalizão Empresarial Brasileira.

A Coalizão Empresarial Brasileira foi criada in-formalmente e segue de forma informal até hoje. Co-ordenada pela CNI, não tem sede, não tem estatuto, tem apenas regras básicas de participação. A adesão é voluntária, qualquer representante de empresa ou de organização empresarial pode participar. Tem como objetivo coordenar o processo de influência do setor empresarial brasileiro nas negociações comerciais in-ternacionais. Busca a formação do consenso interno. Todas as posições tomadas são fruto do consenso, o que exige debates exaustivos até que se possa chegar à conformidade de idéias entre interesses claramente divergentes, muitas vezes, de setores empresariais diferentes. Procura estabelecer canais de diálogo com o Governo e, nesse sentido, tem sido bastante bem-sucedida.

Há que se reconhecer que temos hoje em dia um canal muito fluído de contato com o Governo. Muitas vezes, não obtemos o tipo de informação que gostaría-mos, mas a interlocução existe. Busca também atuação coordenada das organizações empresariais brasilei-ras em fóruns internacionais. Usa como metodologia a disseminação de informações. Organizou grupos de trabalhos temáticos para cada um dos temas das ne-gociações. Realiza reuniões para dialogar com o Go-verno e para construir suas posições, suas estratégias. Como eu já disse, é um sistema aberto à participação de todos os setores econômicos e empresas.

Na coalizão, além do setor industrial, temos o se-tor agrícola e representantes de diversos segmentos do setor de serviços. Embora esteja participando, é preciso reconhecer que o setor de serviços ainda tem uma participação muito fragmentada. É muito mais difícil lidar com ele do que com o setor industrial e o setor agrícola. Na verdade, os interesses na área de serviços são muito mais difusos. Quando se fala de serviços, estamos nos referindo a sistema financeiro, telecomunicações, turismo, enfim, cada um desses setores tem uma agenda própria e pouco convergente. De qualquer maneira, aos poucos, estamos conseguin-

do atrair também representantes do setor de serviços para a Coalizão.

Nós criamos um site onde reunimos todas as informações que recebemos sobre as negociações. A participação dos membros da Coalizão nesse site é feita por meio de uma senha para que eles tenham acesso a informações, às vezes, sigilosas. Enfim, são documentos da negociação que, algumas vezes, o pró-prio Governo nos repassa, mas com a preocupação de que não sejam tornados públicos.

A partir daí, criamos um sistema seguro, a fim de evitarmos a participação aberta a qualquer pessoa de fora da Coalizão. E por meio desse site nós também fazemos consultas. À medida que a Coalizão foi cres-cendo e tendo representantes dos diversos Estados da Federação, foi ficando difícil fazer reuniões com participação presencial dos seus membros. Passamos a usar muito o sistema de consulta via Internet. Se recebemos documentos da negociação ou se temos alguma questão para que seja construída uma posi-ção da Coalizão, colocamos a consulta no site e os participantes nos respondem. A partir daí, observando as posições de cada um, fazemos uma proposta de posição, que, depois, é referendada ou não por todos os membros.

Esse tem sido o trabalho da Coalizão. Acho importante essa introdução para mostrar

que o setor empresarial saiu de uma situação pouco articulada na primeira metade da década de 90. Hoje, há informação, há maior capacitação, há represen-tantes de setores específicos muito bem qualificados para discutir posições e questões específicas na área de serviços, na área de antidumping, propriedade in-telectual. De todos os temas da negociação, esse foi um esforço que permite, inclusive, mudar a abordagem dos setores em relação a esses temas.

Se na Rodada Uruguaia ou na constituição do MERCOSUL setores procuravam os negociadores brasileiros ou o Governo brasileiro para defender o seu interesse específico, hoje, existe uma visão muito maior de conjunto do que pode ser interesse nacional. Ao longo desse período trabalhando na Coalizão, um setor ouve quais questões afligem os demais. Isso ajuda a formatar uma visão mais globalizada, mais própria de quem quer influenciar o processo.

Temos de perceber que, do lado do Governo, quanto mais preparada, mais bem estruturada a par-ticipação daqueles que querem influenciar, mais bem-vinda é essa participação.

Esse processo de capacitação do setor empresa-rial também ajudou a azeitar os canais de comunicação com o Executivo, em particular, com o Itamaraty, diria, entre 1998 e o início desta década.

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53324 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Passando para o conteúdo das negociações, a primeira mensagem importante a deixar é que o setor empresarial entende que – e nós enfrentamos uma agenda complexa de negociações comerciais com muitas iniciativas sobre a mesa – a primeira prioridade do Brasil devesse ser reforçar o sistema multilateral de comércio, a OMC, que é a organização que talvez me-lhor possa acomodar os interesses de todos. O Brasil é um país que tem interesses multilaterais, portanto, o sucesso da atual Rodada de Doha é considerado es-sencial pelo setor empresarial. Além disso, que deve participar ativamente das negociações com os países desenvolvidos, negociações regionais. Nesse caso, a ALCA e as negociações com a União Européia são importantes. Reconhece as dificuldades que o MER-COSUL vem enfrentando e a necessidade de superá-las, se quisermos manter o bloco ativo. Por outro lado, não deve dispensar a negociação séria com os demais países em desenvolvimento, em particular o México, com a comunidade andina, com a África do Sul, com a Índia, enfim, com os que aparecerem, desde que essas negociações sejam orientadas pelos interesses econômicos do Brasil.

De modo geral, as estratégias de negociação nesses fóruns devem ser orientadas pela necessi-dade de ampliar o acesso das empresas brasileiras aos mercados para exportações. A percepção, quase consensual, indica que a retomada do crescimento da economia brasileira depende, fundamentalmente, do desempenho das exportações e de maior internacio-nalização das empresas. Isso não se dá só através da venda, mas da própria busca de internacionalização, de parcerias, de joint venture e outras coisas. O de-safio central é entender qual a melhor estratégia para maximizar as possibilidades de ganho de acesso a mercados nos diferentes fóruns de negociação, saben-do que a OMC é o fórum mais propício para negociar regras de comércio, como eliminação de subsídios agrícolas ou questões de antidumping. E as iniciativas regionais são onde, de fato, é possível buscar acesso a mercados de verdade, relevantes, com eliminação de barreiras ao comércio.

Para formatar a posição e estratégias brasileiras, é sempre bom analisar a estrutura geográfica das nossas exportações para termos clareza de que a negociação com os países desenvolvidos e com os países das Américas, em particular, é fundamental. Quase 25% das nossas exportações vão para a União Européia e cerca de 44% vão para os países que estão nego-ciando a ALCA. Ou seja, esses 2 blocos representam quase 70% das nossas exportações.

Quando analisamos os números das exporta-ções para a ALCA, tem de ficar claro que 23% do total

das nossas exportações vão para os Estados Unidos. Portanto, Estados Unidos e União Européia têm par-ticipações semelhantes como destino das nossas ex-portações, e 30% das nossas exportações vão para as demais áreas geográficas. Portanto, é muito diver-sificado, em termos geográficos, o nosso interesse exportador.

Outra questão importante de ser pensada na construção das estratégias é a composição das nossas exportações para cada um desses destinos. Aí vemos que essa composição é muito diferente quando a União Européia é o destino ou quando o destino são os paí-ses que estão negociando a ALCA. Praticamente 50% das nossas exportações para a União Européia são de produtos básicos, enquanto para a ALCA quase 10% são compostos de produtos básicos. Por outro lado, os países da ALCA são um mercado muito relevante para os produtos industrializados brasileiros, inclusi-ve o mercado norte-americano. Setenta por cento das nossas exportações para os Estados Unidos são com-postos de produtos industrializados.

Essa diferença faz com que os interesses em-presariais nas negociações União Européia e ALCA também sejam um pouco diferentes. Na ALCA, as negociações atingem interesses mais diversificados porque atingem interesses da agricultura e da agroin-dústria, produtos nos quais o Brasil tem claras vanta-gens comparativas. Mas também atingem interesses do setor industrial, porque o Brasil exporta produ-tos industrializados para esses países, e para alguns desses produtos industrializados ainda há relevantes barreiras ao comércio a serem removidas. Todos os estudos econométricos que têm sido feitos apontam para o fato de que a negociação da ALCA terá ganhos mais distribuídos em termos de benefícios para os se-tores econômicos.

A negociação com a União Européia também po-derá trazer benefícios relevantes se, de fato, as barreiras ao setor agrícola forem eliminadas. E barreiras ao setor agrícola com a União Européia envolvem, em alguma instância, a negociação de subsídios agrícolas.

Todos esses modelos de previsão, quando estão fazendo as contas, consideram que todos os subsídios e todas as barreiras vão ser eliminadas. Qualquer ne-gociação que não envolva abertura relevante vai gerar resultados muito inferiores àquilo que esses modelos estão prevendo.

O fato é que, na negociação com a União Euro-péia, os ganhos vão ser mais concentrados realmente nos setores agrícola e agroindustrial. Há poucas barrei-ras na União Européia aos produtos industrializados, e o tipo de concorrência que os produtos brasileiros enfrenta na União Européia é muito diferente da que

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53325

enfrenta nos Estados Unidos. Então, de fato, para o setor industrial a negociação com a União Européia é menos atraente do que a negociação com os países da ALCA.

É importante dizer que essas generalizações são sempre complicadas porque dentro de um mesmo se-tor temos segmentos mais competitivos, segmentos menos competitivos, segmentos mais competitivos no mercado americano e outros no mercado europeu.

Se pensarmos no setor têxtil, por exemplo, se-tor muito agressivo em termos das negociações, que sempre foi a favor de acelerar o processo ALCA, ve-remos que, na verdade, seus interesses também não são homogêneos. A cadeia do algodão é muito com-petitiva e tem condições de ampliar suas exportações no âmbito desses acordos. Já a cadeia de fibras sin-téticas vai ter mais dificuldade de competir inclusive com os produtos importados pelo Brasil. Assim, os interesses dentro de um mesmo setor podem variar e é preciso fazer uma análise mais fina dentro de cada um desses setores.

Na CNI, patrocinamos no período de 2000 e 2001 diversos estudos setoriais, feitos em conjunto com as-sociações industriais para justamente procurar perce-ber essas nuanças e diferenças.

Em termos de interesses genéricos na ALCA, o que o setor empresarial busca nessa negociação e gostaria de ter como resultado é, em primeiro lugar, a melhoria substantiva das condições de acesso aos mercados do hemisfério e, em segundo, que a ALCA funcione como uma espécie de salvaguarda contra imposição de novas barreiras aos produtos brasileiros. E para isso contribui a experiência da imposição da salvaguarda do aço pelos Estados Unidos, que deixa-ram de fora, já no momento da implementação, todos os países com os quais eles tinham acordos. Portanto, uma vez que a ALCA estivesse implementada, certa-mente o Brasil seria candidato a ficar fora dos efeitos da salvaguarda.

A eliminação dos picos tarifários que afetam os produtos de maior competitividade do Brasil, como o suco de laranja, e o nivelamento com as preferências que vão ser recebidas pelo nosso País, em relação aos principais concorrentes no hemisfério são um problema sério porque os Estados Unidos e outros países das Américas têm sido muito agressivos na negociação de acordos bilaterais. Cada vez que um desses acordos bilaterais é negociado, países que concorrem com o Brasil nesses mercados ganham acesso privilegiado a eles, e as condições de acesso dos produtos bra-sileiros ficam prejudicadas. Na medida em que esses projetos ou acordos bilaterais vão se proliferando, fica cada vez mais prejudicada a competitividade dos pro-

dutos brasileiros nesses mercados. O que se espera, no mínimo, é que o Brasil consiga nivelar condições de preferências que já foram dadas a outros países concorrentes.

Por fim, o disciplinamento das medidas antidum-ping é complemento essencial para as negociações de acesso a mercados. As medidas antidumping atingem hoje fortemente um setor brasileiro que é competiti-vo, o siderúrgico, mas não só esse. Outros produtos, como têxteis e agroindustriais, começam também a sofrer processos, como é o caso recente do camarão exportado para os Estados Unidos. E na medida em que as barreiras forem eliminadas por um acordo des-ses e as nossas exportações começarem a crescer, os processos antidumping vão se espraiar para seto-res que por enquanto não são atingidos. Então, não é possível deixar de lado essa questão porque ela tam-bém é importante.

Os impactos em termos setoriais vão ser varia-dos. Naqueles setores em que o Brasil tem vantagens competitivas e que enfrentam barreiras, as exporta-ções vão ser beneficiadas – agroindústria, têxteis, calçados, siderurgia. E os setores que têm lógica de produção mais voltada para o mercado interno e maio-res custos de investimentos vão sofrer mais com os custos do ajuste. Ainda assim é importante perceber que, para alguns setores como a química industrial – embora seja um setor que sofre aumento de con-corrência, e, portanto, vai ter alguma dificuldade com esse processo –, uma lógica que vinha fazendo parte dos posicionamentos é: se esses acordos permitem aumentos de exportação de produtos como agrícolas, agroindustriais, automóveis , têxteis, os componentes químicos estão indo junto com eles. Grosso modo, há contas que mostram que, em média, 30% do valor exportado de produtos agroindustriais é composto de produtos químicos.

O aumento de exportação daqueles produtos em que temos mais vantagens comparativas também ajuda a carregar um pouco da atividade econômica de outros setores que vão sofrer com a maior concorrên-cia. Então, é uma forma de compensar a dificuldade de concorrência. Essa consideração leva ao seguinte. Esses acordos, de fato, só fazem sentido para o Bra-sil se forem capazes de gerar acesso a mercados de forma significativa. Se não, não haverá os ganhos de aumento de exportação e haverá certamente aumento de concorrência no mercado doméstico.

O Brasil tem de ser agressivo nas suas demandas em termos de eliminação de barreiras às exportações. Tendo dito isso que conforma basicamente a visão do setor empresarial em relação ao processo ALCA , acho que vale a pena entrar um pouco no período

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53326 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

mais recente para mostrar quais são os problemas e como o setor empresarial está vendo as dificuldades nas negociações da ALCA.

O primeiro problema, que esteve presente na ALCA desde o início do processo de negociação, é o fato de que a ALCA tem uma agenda muito abrangen-te. São 9 temas de negociação: acesso a mercados, agricultura, antidumping e subsídios de medidas com-pensatórias, serviços, investimentos, direitos de pro-priedade intelectual, política da concorrência, compras governamentais e solução de controvérsias. E ainda há sempre pairando no ar a introdução de cláusulas labo-rais e ambientais que os Estados Unidos gostariam de ver presentes no acordo. É uma agenda pesada, que envolve temas que ainda não fizeram parte de acor-dos de comércio, em particular no âmbito multilateral, como é o caso da política da concorrência ou acordos de investimentos, que não existe ainda na OMC. En-fim, é uma agenda penosa para um país como o Bra-sil, que tem interesses muitos diversificados também em relação a diversos desses temas e que pode ter dificuldade em tratar com alguns deles.

Alguns desses temas são certamente mais pró-prios do âmbito multilateral. Foi com esse argumento que os Estados Unidos começaram a dizer que nego-ciações de subsídios agrícolas e antidumping só eram possíveis no âmbito da OMC, porque são temas mais propícios ao âmbito multilateral. Esses temas são impor-tantes para o Brasil, mas o País também argumentava que outras questões, como propriedade intelectual ou regras de investimento, também são próprias do âmbi-to multilateral e, portanto, se é para levar as questões de subsídios e antidumping para a OMC, temos outros temas candidatos ao mesmo destino.

Esse dilema entre Brasil e Estados Unidos em relação à abrangência temática da ALCA permeou as negociações desde o seu lançamento e continuam presentes na mesa até hoje. Portanto, há um problema mal resolvido em relação à agenda de negociações da ALCA desde o início. Esse problema foi ampliado pelo fato de que o novo Governo brasileiro tem uma preocupação maior em preservar espaços para adotar medidas de política pública em diversas áreas, como a propriedade intelectual, compras governamentais. E, ao mesmo tempo, não tem uma agenda ainda muito bem definida sobre o que pretende fazer nessas áreas. Como essa agenda não está definida, há uma preocu-pação em preservar maior espaço, maior latitude para implementação dessas medidas e, portanto, é mais refratário em assumir compromissos nessas áreas. A negociação foi se tornando cada vez mais difícil, porque, claramente do ponto de vista em particular dos Estados Unidos, o principal interesse é na área

de serviços e na área de propriedade intelectual, por exemplo. Há algumas demandas na área de bens in-dustriais, mas acho que não é o principal interesse. O Brasil tem dificuldades de lidar com essa agenda.

Outro problema que aconteceu nesse processo foi o fato de que os Estados Unidos apresentaram, em fevereiro do ano passado, as ofertas de liberalização para acesso a mercados diferenciadas por grupos de países e deram tratamento mais favorável primeira-mente aos países do Caribe, em segundo lugar aos países da América Central, em terceiro lugar à co-munidade andina, sendo o MERCOSUL o bloco que recebeu a pior oferta. Isso significou uma quebra em relação às expectativas que muitos dos setores empre-sariais brasileiros tinham nas negociações da ALCA que eram, além de acesso a mercados, ajudar uma certa harmonização e padronização das preferências dentro do hemisfério. É verdade que, no acordo de li-vre comércio, em 10 anos, todas as tarifas deveriam chegar a zero e, portanto, as condições de competitivi-dade estariam equiparadas, mas, ao longo desses 10 anos, haveria preferências diferentes entre os países, e isso tem impacto sobre decisões de investimento e até mesmo sobre o domínio do mercado. Então, houve certa frustração por parte do lado brasileiro.

As dificuldades de avançar nas negociações, combinadas com o fato de os Estados Unidos terem apresentado ofertas diferenciadas, deixaram claro que era preciso repensar a arquitetura do processo ALCA. O Brasil começou liderando essa discussão, quando apresentou aquela proposta de 3 trilhos para as negociações, em meados do ano passado, mas essa reformatação é difícil, porque nossos parceiros na ALCA, inclusive nossos parceiros sul-americanos, não têm as mesmas preocupações que o Brasil tem em relação à agenda negociadora. Praticamente to-dos esses países já participam de acordos de inves-timento bilaterais com outros países do mundo que já têm regras as mais avançadas – na verdade são regras-padrão desses acordos. Muitos deles, inclusive nossos sócios do MERCOSUL, Argentina e Uruguai em particular, já abriram seu setor de serviços, inclu-sive consolidando compromissos na OMC nessa área. Muitos outros países não têm preocupações maiores com questões de propriedade intelectual e muitos já negociaram acordos de compras governamentais ou não teriam também muita dificuldade em negociar acordos na área de compras governamentais. Então, a polarização entre Brasil e Estados Unidos é muito grande nesse processo.

O resultado da reunião ministerial de Miami, no final do ano passado, provocou certa perplexidade. Foi aprovada uma nova arquitetura para a ALCA, um

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53327

acordo de 2 pisos, o que, de alguma maneira, ajuda a lidar com essa agenda difícil e com as evidentes ne-cessidades de reformulação do processo ALCA. Essa arquitetura aprovou um acordo que agora seria em 2 pisos, em 2 níveis. Um primeiro piso conteria um con-junto comum de obrigações e direitos para todos os países membros da ALCA, e que seria, talvez, menos demandante em várias das áreas mais difíceis. Seria aberto, então, um segundo piso, formado por acordos plurilaterais. Aqueles países que quisessem ir mais além em termos de direitos e obrigações poderiam se juntar em acordos plurilaterais e ter esses acordos implementados no âmbito da ALCA.

Se de um lado essa nova arquitetura ajuda a lidar com as dificuldades da agenda, por outro, cria um grau de complexidade muito maior. Poderia haver vários acordos plurilaterais com países diferentes podendo participar de acordos em áreas diferentes – para falar a verdade, isso nunca ficou muito claro para o setor empresarial, que tende a ver isso com certa dúvida, em particular sobre custos de informação e sobre cus-tos de operação, em um ambiente que se pode tornar muito complexo por conta dessa situação. Mas o fato é que mesmo essa nova arquitetura ainda não permi-tiu que as principais diferenças fossem superadas. Os Ministros, em Miami, não definiram os novos mandatos negociadores para os grupos de trabalho e deixaram o processo para o âmbito de Vice-Ministros.

Esse trabalho no âmbito de Vice-Ministros que começou em Puebla, em fevereiro, não foi concluído até agora, e chegou a um novo impasse em uma reu-nião informal em Buenos Aires, em abril.

A reunião do comitê de negociações comerciais foi adiada sine die e esta semana, parece-me, está havendo um esforço entre os Embaixadores Adhemar Bahadian e Peter Allgeier, nos Estados Unidos, para retomar esse processo.

Para concluir, quero dizer, basicamente, qual a visão da CEB.

A Coalizão Empresarial Brasileira entende que esse processo de reestruturação era inevitável para que o processo pudesse avançar. Mas, ao mesmo tempo, percebe que manter uma agenda abrangente que permita a realização das barganhas, das trocas, enfim, que a negociação se dê entre as áreas de inte-resses diversas também é a melhor maneira de aco-modar os compromissos e os benefícios que podem advir dos acordos.

Agora, acho que talvez a principal mensagem é que, em nenhuma hipótese, esse novo modelo, ou qualquer modelo, pode significar o abandono das nos-sas ambições em relação ao acesso a mercados, ou

mesmo o abandono da nossa persistência em obter resultados concretos nesses acordos.

Portanto, os acordos são importantes, a ALCA é um processo importante para o setor empresarial brasileiro.

Agora, não é qualquer ALCA. Uma ALCA, que não traga efetivamente a remoção relevante de entraves ao comércio, que não represente aumento significa-tivo em termos de acesso a mercados também deixa de ser relevante.

A complexidade do momento é grande, também não se sabe muito bem o que vai acontecer com o acordo entre o MERCOSUL e a União Européia, mas a Coalizão continua se reunindo, continua produzindo documentos de recomendação ao Governo. E, nesse momento, a principal preocupação é, de fato, que a redução eventual do grau de ambição desses acordos não prejudique a possibilidade de resultados relevantes de acesso aos mercados.

Obrigada pela atenção.O SR. PRESIDENTE (Deputado José Thomaz

Nonô) – Dra. Sandra Rios, a Presidência queria agra-decer a palestra com a qual V.Sa. nos brinda e dizer da satisfação em recebê-la.

Gostaríamos, ainda, de registrar, com especial satisfação, a presença do Embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira, o nosso ex-Embaixador na Indonésia, ho-mem que operacionalizou pelo Brasil a difícil transição do Timor. Assim que encerrarmos esta reunião, vamos conversar sobre a UNCTAD, que fará uma reunião im-portantíssima em São Paulo, no mês de julho vindouro, do maior interesse para o nosso País e para os países que pretendem, talvez, formar a ALCA.

Temos aqui, Dra. Sandra Rios, um impeditivo de natureza formal. Fui alertado, a luz aqui já pisca, mas fingi que não vi, mas agora fui informado, pessoal-mente, pelo Presidente da Casa, que teve início uma votação nominal no plenário, o que nos impede de dar, regimentalmente, seqüência aos trabalhos.

A palestra de V.Sa. foi sobremaneira instigante. Acho que todos nós teríamos uma plêiade de pergun-tas no que diz respeito à própria ALCA, à Rodada de Doha, todas essas coisas que estão acontecendo no momento especialmente rico para o Brasil.

Vou consultar meus pares, inclusive sobre a pos-sibilidade de, deixando cópia de sua palestra, talvez, termos o privilégio e a honra de ouvi-la, mais uma vez, em um momento mais oportuno.

Lamentavelmente, todos aqui somos escravos do Regimento Interno: a Deputada Maninha e todo os Deputados presentes teríamos uma série de ques-tões.

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53328 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Mas quero registrar, pessoalmente, em nome da Relatora e de todos os membros da Comissão, a cir-cunstância de que sua palestra foi uma visão empre-sarial. E nós precisamos da visão empresarial, homens públicos que somos, mas com muitos contatos com o Poder Executivo, via de regra, às vezes, tomamos o viés do Governo, do Governo lato sensu e do Estado. E aqui e ali se perde a visão do mundo real, dos mundo dos negócios, do mundo empresarial, do mundo que, afinal de contas, é especialmente importante, sobre-tudo, obviamente, nas tratativas comerciais.

Então, quero pedir a V.Sa., por esse empobreci-mento da reunião, mas repito, por força de uma decisão maior, que expressasse ao Deputado Armando Monteiro Neto – e nós o faremos depois de maneira formal – o nosso agradecimento por não tendo podido comparecer à reunião mandar pessoa, talvez até me permita dizer, com a amizade que tenho junto ao presidente da CNI, melhor habilitada para discutir a matéria,

Assim sendo, quero agradecer aos Deputados e ao Embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira a pre-sença.

Antes de encerrar a reunião, convoco outra para o próximo dia 11, às 14h30min, com pauta e plenário a serem oportunamente comunicados aos Srs. mem-bros desta Comissão.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO Nº 199-A, DE 2003, DO SENADO FEDERAL, QUE “ALTERA A REDAÇÃO DO INCISO V DO ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL, PARA EXCLUIR DO MONOPÓLIO DA UNIÃO A PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS DE MEIA-

VIDA CURTA, PARA USOS MÉDICOS, AGRÍCOLAS E INDÚSTRIAIS”. (RADIOISÓTOPOS)

52ª Legislatura – 3ª Sessão Legislativa Ordinária

Ata da 1ª Reunião Ordinária, Realizada em 18 de Maio de 2005.

Instalação e eleição do Presidente e dos Vice-Presidentes.

Às quinze horas e trinta minutos do dia dezoito de maio de dois mil e cinco, reuniu-se a Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 199-A, de 2003, que “alte-ra a redação do inciso V do art. 177 da Constituição Federal, para excluir do monopólio da união a produ-ção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida curta, para usos médicos, agrícolas e indus-triais”, no Plenário dezesseis do Anexo II da Câmara

dos Deputados. Nos termos do art. 39, parágrafo 4º do Regimento Interno da Casa, assumiu a Presidência dos trabalhos o Deputado Simão Sessim. Compareceram os Deputados Angela Guadagnin, Ariosto Holanda, Darcísio Perondi, Dimas Ramalho, Dr. Heleno, Edson Duarte, Jamil Murad, João Grandão, Jorge Alberto, José Rocha, Kátia Abreu, Laura Carneiro, Mário Heringer, Nelson Trad, Nilson Pinto, Remi Trinta, Romeu Queiroz e Simão Sessim – Titulares; Amir Sá, César Medeiros, Ivan Paixão, Pastor Francisco Olímpio e Sarney Filho – Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Almerinda de Carvalho, Costa Ferreira, Iris Simões, Isaías Silvestre, José Eduardo Cardozo, Luciano Cas-tro, Luciano Zica, Mário Assad Júnior, Mauro Passos, Nelson Meurer, Ronaldo Caiado e Salvador Zimbaldi. ABERTURA: Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. ORDEM DO DIA: Esta reunião foi convocada para a instalação e eleição do Presidente e dos Vice-Presidentes. O Se-nhor Presidente informou que, por acordo de Lideran-ças, foi registrada a seguinte chapa: Para Presidente, Deputado Dimas Ramalho (PPS-SP); para 1º Vice-Pre-sidente: vago; para 2º Vice-Presidente: vago e para 3º Vice-Presidente: vago. Os cargos que constam vago foi porque não houve a indicação partidária. O Senhor Pre-sidente convidou a Deputada Kátia Abreu para auxiliar o processo de eleição. Em seguida, iniciou a votação e determinou a chamada nominal dos Parlamentares e esclareceu as normas regimentais referente à vota-ção. Encerrada a votação e aberta a urna, verificou-se a coinciência do número de sobrecartas e o número de votantes, totalizando (19) dezenove votos. Apura-dos os votos, o Deputado Dimas Ramalho, obteve 19 (dezenove) votos favoráveis, os demais cargos ficaram vagos. Participaram da votação os Deputados Angela Guadagnin, João Grandão, Dr. Heleno, Jorge Alberto, Nelson Trad, José Rocha, Kátia Abreu, Laura Carnei-ro, Simão Sessim, Ariosto Holanda, Nilson Pinto, Remi Trinta, Dimas Ramalho, Mário Heringer e Jamil Murad – Titulares; César Medeiros, Almir Sá, Pastor Francis-co Olímpio e Sarney Filho – Suplentes. Proclamado o resultado, o Senhor Presidente, Deputado Simão Sessim, anunciou que o Deputado Dimas Ramalho foi eleito Presidente e o declarou empossado e o convidou para assumir a Presidência da Comissão. Após assumir a Presidência dos trabalhos e, nos termos do art. 41, inciso VI, do Regimento Interno, designou para relato-ra, a Deputada Kátia. Abreu. Em seguida, informou a respeito das normas regimentais para o emendamento e apresentação de requerimentos para a realização de audiência pública. Comunicou também, que essa pro-posição têm o prazo de quarenta sessões e iniciou-se no dia dez de dezembro de dois mil e quatro. Portanto

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53329

o prazo expirou-se no dia quatorze de abril de dois mil e cinco. No dia de hoje, esta proposição completará cinquenta e oito sessões. Por fim, anunciou que o pra-zo para apresentação de Emendas, por dez sessões, terá início a amanhã, dia dezenove de maio. ENCER-RAMENTO: Nada mais havendo a tratar, o Presiden-te encerrou a reunião às dezesseis horas e cinquenta e três minutos, antes, porém, convocou reunião para os dias trinta e um do mês em curso, terça-feira, bem como no dia primeiro de junho, quarta-feira, às quator-ze horas e trinta minutos, em Plenário a ser divulgado posteriormente, com a seguinte pauta: Definição do roteiro dos trabalhos e deliberação de requerimentos. O inteiro teor desta reunião foi gravado, passando o arquivo de áudio a integrar o acervo documental da taquigrafia, para degravação mediante solicitação es-crita. E, para constar, eu, José Maria Aguiar de Castro, Secretário, lavrei a presente Ata, que após ter sido lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente, Deputado Dimas Ramalho, e publicada no Diário da Câmara dos Deputados.

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A VISITAR AS UNIDADES PRISIONAIS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO E DESENVOLVER DIÁLOGO COM AS AUTORIDADES DO ESTADO PERTINENTES

À ÁREA, COM VISTAS A BUSCAR SOLUÇÃO PARA A GRAVE CRISE DO SETOR. (SISTEMA

PENITENCIÁRIO DO RIO DE JANEIRO)

Ata da 1ª Reunião, Realizada em 6 de Julho de 2004.

Aos seis dias do mês de julho de dois mil e qua-tro, às quatorze horas e quatorze minutos, na sala de reunião da Mesa – Espaço Cultural, anexo principal, da Câmara dos Deputados, sob a Coordenação do Deputado Mário Heringer, reuniram-se os Deputados membros da Comissão Externa destinada a visitar as unidades prisionais do Sistema Penitenciário do Es-tado do Rio de Janeiro e desenvolver diálogo com as autoridades do Estado pertinentes à área, com vistas a buscar solução para a grave crise do setor. Estiveram presentes os Deputados Mário Heringer, Coordenador; Juíza Denise Frossard, Relatora; Almir Moura, Chico Alencar, Geraldo Thadeu, Gilberto Nascimento, Josias Quintal e Wanderval Santos. Deixaram de compare-cer os Deputados Alexandre Cardoso, Antônio Carlos Biscaia, Laura Carneiro e Reginaldo Germano. Com-pareceram também os Deputados Bernardo Ariston e Fernando Lopes, não-membros. Abertura: Havendo número regimental, o Senhor Coordenador declarou aberta a reunião. Ordem do Dia: Esta reunião têm como finalidade: Discussão e votação do relatório fi-

nal, oferecido pela Relatora, Deputada Juíza Denise Frossard. O Senhor Deputado Josias Quintal solicitou vista do relatório e apresentou requerimento com esta finalidade, também sugeriu a dispensa da leitura do mesmo. O Senhor Coordenador indeferiu o requeri-mento por ser intempestivo, sendo que o Regimento Interno, art. 57, inciso XVI, assegura a solicitação de vista. A Senhora Deputada Juíza Denise Frosard soli-citou a palavra, pela ordem, e informou que o referido documento foi registrado, portanto, tornou-se público. Durante o debate foram feitas duas sugestões: uma propondo que a leitura do relatório fosse dispensada; a outra para ser concedido vista, o relatório deverá ser lido. O Deputado Mário Heringer consultou a todos os membros da Comissão sobre a dispensa da leitura do Relatório. A maioria dos Parlamentares manifestaram-se pela dispensa da leitura. Dispensada a leitura do relatório, o Senhor Coordenador concedeu, nos termos regimentais, vista conjunta, por duas sessões, ao Depu-tado Josias Quintal, bem como aos Deputados Gilberto Nascimento e Almir Moura. O Senhor Deputado Gilberto Nascimento sugeriu que fosse convidado o Dr. Astério Pereira dos Santos, Secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro. O Deputado Mário Heringer consultou a todos os Parlamentares se são favoráveis, a maioria manifestou que é desnecessário convidá-lo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, encerrou a reunião, às quinze horas e quinze minutos, antes porém, informou que a próxima reunião será definida e comunicada a todos os membros da Comissão. E, para constar, eu, José Maria Aguiar de Castro, secre-tário, lavrei a presente Ata, que, lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Coordenador, Deputado Mário Heringer, e encaminhada à publicação no Diário da Câmara dos Deputados. O inteiro teor da reunião foi gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta Ata.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Herin-ger) – Havendo número regimental, declaro abertos os trabalhos da Comissão Externa destinada a visitar as unidades prisionais do Sistema Penitenciário do Es-tado do Rio de Janeiro e desenvolver diálogo com as autoridades do Estado pertinentes à área, com vistas a buscar solução para a grave crise do setor.

Esta reunião tem como finalidade a discussão e votação do relatório final, oferecido pela Relatora, Deputada Juíza Denise Frossard.

Estão presentes os Deputados Almir Moura, Chico Alencar, Geraldo Tadeu, Gilberto Nascimento, Josias Quintal, Juíza Denise Frossard e Mário Heringer. Haven-do a concordância do Deputado Josias Quintal quanto ao quorum, vamos dar continuidade à reunião.

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53330 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Concedo a palavra à Relatora, Deputada Juíza Denise Frossard. Após a leitura, daremos início à dis-cussão.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Sr. Pre-sidente, tendo em vista que o relatório foi divulgado pela imprensa, pelo Jornal do Brasil, sem ter sido deliberado pela Comissão, peço vista do processo e sugiro a V.Exa. que suspenda a reunião, para poupar a Relatora de sua leitura. Inclusive, vou fazer algumas propostas de alteração.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Josias Quintal, em primeiro lugar, deixo claro que o relatório não foi divulgado. O que foi pu-blicado foi uma entrevista da Deputada Juíza Denise Frossard. Em segundo lugar, trata-se de um documen-to público, registrado com código de barra na Câmara dos Deputados.

O direito de V.Exa. é regimental. Não vou discu-ti-lo, apenas faço as observações que entendo perti-nentes.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Sr. Presidente, pela ordem. Tão logo entreguei o re-latório na Comissão, autentiquei-o e dei conhecimen-to ao público, como sempre fiz, desde que sou juíza, com os documentos produzidos na área pública – são públicos por definição. Ele estava no sistema tão logo dei entrada, no dia 30 de junho.

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Sr. Presi-dente, a respeito do documento público, quero dizer que li atentamente para fazer uma correlação entre o que publicou o Jornal do Brasil e o relatório, para ver se realmente a informação do jornal era fidedigna. Inclusive , procurei alguns pontos com os quais não concordava no relatório e iria pedir a impugnação, como V.Exa.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Se V.Exa. ler de uma forma mais acurada, vai constatar que, na publicação do Jornal do Brasil, existe uma série de pontos que coincidem exatamente com o relatório. Sugi-ro a V.Exa. que o releia para encontrar esses dados.

Deputada Juíza Denise Frossard, se V.Exa. me permite, embora seja público, para o relatório ter va-lidade precisa ser aprovado pelos componentes da Comissão. Nesse sentido, quero reiterar ao Presidente meu pedido de vista ao processo e o adiamento desta reunião, para que possamos fazer nossas propostas de alteração.

Esta Comissão é muito importante. E o desfecho deste relatório traz algumas graves implicações. Daí o nosso cuidado em discutir de maneira bastante de-mocrática e responsável essa questão.

Para isso, gostaria de fazer uma apresentação por escrito de alterações a serem incluídas no relató-rio de V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Com a palavra o Deputado Chico Alencar.

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Sr. Pre-sidente, nobre colegas da Comissão, quero lembrar alguns aspectos para que possamos ter eficiência em nosso trabalho. Esta é uma comissão externa criada para visitar as unidades prisionais (no plural), do siste-ma penitenciário do Estado do Rio de Janeiro e desen-volver diálogo (a palavra vale sobretudo no Parlamen-to) com as autoridades do Estado pertinentes à área (o Cel. Josias Quintal já o foi inclusive), com vistas a buscar solução para a grave crise do setor. V.Exa. tem o direito de vista, de fazer o exame acurado do rela-tório, dedicadamente preparado pela Deputada Juíza Denise Frossard, do qual eu já tinha ciência e com o qual colaborei, trazendo alguns acréscimos. Não tenho dúvida de que, até agora, tudo foi feito com absoluto rigor, seriedade e espírito público.

A atenção e dedicação a esta reunião de hoje deve se repetir sempre. Em função da grave crise do setor, não devemos fazer nenhum procedimento pro-crastinatório, que transforme esta Comissão numa água com açúcar, que nada resolve. Não tenho essa preocupação porque conheço – e o Cel. Josias Quintal também – o problema do sistema penitenciário do Rio, um reflexo da crise desse sistema no País. A Comissão não deve só aprovar o relatório e dar por concluído o problema, mas também propor iniciativas de ordem legislativa e sugestões ao Executivo.

Aposto nesta Comissão Externa. Tenho certeza de que não vamos fazer uma guerra político-partidá-ria menor. Toda questão é política e merece uma luz partidária. Os partidos conservadores entendem que se deve eliminar os presos porque dão despesa ao Es-tado. Não é uma concepção? Nós aqui, eu suponho, não temos essa concepção. A Comissão de Direitos Humanos e de Segurança Pública estão trabalhando conjuntamente.

Só peço ao meu amigo, Deputado Josias Quin-tal, já tivemos longa trajetória de concordâncias e discordâncias eventuais, que seja objetivo. Pergunto: em quanto tempo V.Exa. consegue fazer essa leitura e trazer as sugestões.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Existe um prazo regimental.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Só quero o prazo regimental de duas sessões.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Então, está convocada outra reunião para sexta-fei-ra de manhã.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53331

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Tem V.Exa. a palavra.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Sr. Presidente, concordo plenamente com a posição do Deputado Josias Quintal quando pede vista do relatório e quero me incluir também nesse processo, porque, com todo o respeito à Deputada Juíza Denise Frossard, o relatório, em alguns momentos, falhou. Logicamente , aqui ninguém quer particularizar ou politizar. Respei-to plenamente a posição do Deputado Chico Alencar de que o problema hoje existe em todo o Brasil. Isso é profundamente lamentável. Se formos tentar culpar o Governo A ou B em termos de investimento, não vamos chegar a lugar algum: se o Governo Federal investiu ou não, se o Governo Estadual investiu ou não. Preci-saríamos avaliar melhor essa questão.

Não quero polemizar nem politizar o relatório. Não podemos deixar que, a 80 e poucos dias das eleições, uma Comissão tão importante como esta não discuta seu relatório com profundidade. No relatório também faltaram propostas mais diretas.

Associo-me ao Deputado Josias Quintal. Se fôs-semos perguntar se existem investimentos, veríamos que ele existe. O Governo procurou fazer o que tinha de fazer? O Governo até que procurou, tirou o preso, por exemplo, que estava nas delegacias, levou-o para a Casa de Custódia, atendendo um pedido da Comis-são de Direitos Humanos e uma exigência do Ministério Público. O Governador procurou fazer a sua parte.

Discordo, por exemplo, do relatório. Volto a dizer que não vou me aprofundar no relatório, porque espe-ro que ele nem seja lido. Mas, por exemplo, em deter-minado momento, quando ele foi levado para o lado religioso, quando investigaram se a irmã do Marcinho VP era irmã do Pastor ou se era filha de um coronel, eu discordo.

Essa é uma matéria muito polêmica, por isso, associo-me ao Deputado Josias Quintal no sentido de solicitar que esse relatório seja discutido e aprovado em outro momento, logicamente, dando tempo para que possamos propor algumas alterações.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Concedo a palavra ao Deputado Bernardo Ariston.

O SR. DEPUTADO BERNARDO ARISTON – Sr. Presidente, companheiros Deputados, eu, se fosse membro titular desta Comissão, também faria pedido de vista. Pedi a palavra apenas para dar o meu apoio ao pedido do nobre Deputado Josias Quintal e, por conseqüência, do nosso querido Deputado Gilberto Nascimento.

Concordo com o Deputado Chico Alencar. É um assunto muito complexo, delicado, e o relatório, como se apresenta, foge a sua finalidade. Ele diz: visitar as unidades prisionais do sistema penitenciário. Pelo que está escrito no relatório, só foi visitada a unidade de Benfica. Em alguns momentos, o relatório também, pelo meu entendimento, traz a opinião pessoal da Relatora. Isso não cabe em relatório de assunto tão importante.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Vamos discutir o relatório posteriormente.

O SR. DEPUTADO BERNARDO ARISTON – Quero apenas manifestar apoio os Deputados Josias Quintal e Gilberto Nascimento, por entender que o as-sunto deve ser amplamente debatido e não pode ser concluído da forma como se apresenta.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Concedo a palavra ao Deputado Almir Moura.

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Sr. Pre-sidente, quero fazer o contraditório, apesar de enten-der que, no relatório, faltaram alguns aspectos que eu discutia antes da abertura desta reunião. Por exemplo: há denúncias de que o prédio estava condenado pela Defesa Civil. Nós pedimos o laudo ao Secretário As-tério, da Administração Penitenciária, para fazermos uma avaliação melhor. O Secretário verbalmente ficou de nos enviar, mas não nos enviou.

No relatório consta que algumas placas do prédio, que supostamente eram de aço, estavam se rasgando – e aqui é colocado como se fosse de papelão. Por isso, justifica-se o meu pedido. Recebi várias denúncias de bombeiros e de membros da Defesa Civil: colocaram presos dentro de um prédio condenado. O relatório, a meu ver, falha em não ter apontado o pedido que fizemos à Defesa Civil de que nos fosse apresentado um laudo. Esse laudo foi prometido, mas não chegou a nós, para avaliarmos melhor.

Defendo e solidarizo-me com a Deputada Juíza Denise Frossard pelo relatório belíssimo, exceto um ou outro ponto que precisa ser discutido. Viemos para esta reunião exatamente para discutir o relatório, só que o estamos discutindo sem sequer tê-lo lido.

Quero saber se, regimentalmente, cabe o pedido de vista sem a leitura do relatório. Entendo que deve-mos lê-lo, para, depois, formular pedido de vista.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Herin-ger) – Concedo a palavra ao Sr. Deputado Fernando Lopes.

Falarão depois o Deputado Chico Alencar, eu, que desejo manifestar minha opinião como membro desta Comissão e não como Presidente, e a Deputada Juíza Denise Frossard, nessa ordem.

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53332 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

O SR. DEPUTADO FERNANDO LOPES – Sr. Presidente, como Deputado pelo Rio de Janeiro, na-turalmente compartilho da preocupação da bancada com a situação, que não é específica do Estado do Rio de Janeiro, mas de todas as grandes cidades brasileiras.

A Comissão tem a possibilidade de concluir esse trabalho, que sempre será parcial, até pelo pouco tempo e pela limitação da visita, por não ter abrangi-do amostra maior das unidades prisionais do Estado. Ela poderá dar uma contribuição no sentido de ter um relatório propositivo. O que todos devemos evitar é um relatório que politize no sentido de individualizar “culpas” – entre aspas. Esse não é um quadro de hoje e não é apenas do Rio de Janeiro. Até no Rio de Ja-neiro vimos um avanço com a retirada de presos das delegacias para as casas de custódia.

A questão deve perder esse emocionalismo. A Comissão pode até solicitar essas informações técni-cas para melhor embasar o relatório. Uma coisa são as paredes externas, outra, é a estrutura interna, que era preparada. O que houve ali certamente tem muito a ver com o elemento humano do sistema carcerário, que permitiu que aquela situação eclodisse.

Minha solicitação aos membros da Comissão é que procurássemos uma conclusão propositiva, sem individualizar. A maioria dos detentos no sistema pri-sional do Rio está lá condenado por crimes federais. Os crimes são federais, mas os presídios não.

Devemos desemocionalizar a questão, não parti-darizá-la, porque ela é muito crítica e certamente pode se repetir, como vem se repetindo, em muitos outros Estados, e afetando governos de todos os matizes, que não são responsáveis pela situação.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Com a palavra o Deputado Chico Alencar.

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – É evi-dente que a crise do sistema penitenciário é nacional, que afeta os 270 mil internos. Mas nosso foco é o Rio de Janeiro. E não posso deixar de assinalar que, na-quele Estado, a questão da segurança pública é par-ticularmente aguda. Quem vive lá sabe bem. Destaco esse ponto, a fim de que tenhamos mais consciência do objeto da atuação desta Comissão Externa. O ide-al seria termos uma visão do presídio e de eventuais carceragens remanescentes.

É evidente que há um programa de transferência, de acordo com a lei, para acabar com a carceragem em delegacias. Isso é muito positivo. Visitamos uma casa de custódia. Este relatório parcial, a meu juízo, foi muito bem-feito. É evidente que não entrarei no mérito, mas se há interveniência de uma figura que não é au-

toridade pública, naquele momento terrível da rebelião, isso tem de ser apreciado pelo relatório.

Nós temos função pública. Devemos zelar pelo exercício da função pública, a quem é de direito, a quem recebeu mandato pela sociedade, por concurso ou por nomeação. O papel do pastor, segundo nos relatou o Deputado Geraldo Moreira, foi extemporâneo, a meu juízo. Mas quando analisarmos o mérito do relatório poderemos discutir melhor.

Quanto ao relatório, não há nenhum problema, mas se o Deputado Josias Quintal pediu vista é por-que quer avaliar melhor. Isso não é nenhum problema. Volto a dizer: minha preocupação é que esta Comis-são tenha começo, meio e fim – Deputado Fernando Lopes, amigo de tantas lutas e de linguajar mais de esquerda, utilizamos neologismos perigosos – e poli-tize a questão. Essa é uma questão política. O nosso desafio é não partidarizá-la. Vamos politizar, sim. É preciso uma política melhor de sistema penitenciário, no Rio de Janeiro, que é nosso foco. E esse é nosso papel como colaboradores. Temos prazo. É preciso não ficarmos – o que é muito comum no Parlamento – fazendo aquela mediação para adiar uma conclusão simples, que não será nada aterrorizador, mas que será cobrada das autoridades estadual e federal.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Deputado Chico Alencar, se na casa de detenção houvesse um pastor, talvez, não teriam morrido 111 pessoas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Gilberto Nascimento, um minuto.

É claro que não vamos e não devemos fugir ao Regimento Interno nem partidarizar, como disse o amigo Chico Alencar, e muito menos achar que a ci-tação no relatório da presença do pastor foi feita por nós. O pastor foi porque quis. Isso, a imprensa tornou público.

Sou filho de presbiteriano e de católica. Portanto, estou à vontade, pois não tenho lado. Então, não é por isso. E digo mais: estou, neste momento, solidário ao pedido de vista. Conseguimos reacender discussão política sobre o sistema prisional.

Não podemos esquecer uma série de questões neste relatório, que precisa ser mais esmiuçado.

Eu, nesta coordenação, farei tudo para que isso não termine numa belíssima pizza. É importante dis-cutirmos este assunto.

E não acredito que o fato de o relatório tornar-se público tenha ocorrido de maneira equivocada, porque ele foi registrado, está na Casa desde o dia 30 e é até uma forma de proteção. Hoje ele seria discutido, já havíamos conversado com a Deputada Juíza Denise Frossard, e se algumas modificações fossem acatadas

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53333

seriam revistas posteriormente. Mas temos oportuni-dade de discutir esta solicitação e a atenderemos.

Deputado Fernando Lopes, quanto ao comentá-rio de V.Exa. – isso será discutido posteriormente –, nós não olhamos as paredes finas da parte externa. Há impropriedades seriíssimas. A malha metálica uti-lizada lá dentro é um perigo.

Inclusive recebi oferta de fita, que não sei de onde veio, para mostrar algumas coisas que não consegui ver no relatório. Pedi que me mandassem essa fita. Se vier, vamos anexá-la e passá-la para esta Comissão assistir. É bom que isso tenha chegado agora. O ma-terial usado, mostrado na televisão, foi um soco inglês. Pode-se fazer um soco inglês com qualquer serrinha que entra num presídio. Geralmente usam um material metálico fino e um serrote para cortar cabeça. Isso me disseram, não vi.

O presídio não foi bem-feito. Tivemos oportunida-de de na hora estar lá dentro e assistir a um preso com uma adaga, uma faca como espelho. O que me deixou muito preocupado foi quando falei com o Secretário de Segurança do Sistema Penitenciário e ele me disse que todo mundo tinha aquilo lá. Essa condescendência, a aceitação dessa situação é que gera aquele barril de pólvora. Não é somente a discussão sobre um presí-dio. Estamos falando de um sistema. O requerimento foi para fazermos diversas visitas. No entanto, ao con-versar com o Secretário, fomos convencidos de que veríamos o inferno e o céu no sistema prisional.

Em reunião com os membros da Comissão, acha-mos que não caberia, naquele momento, visitar outros presídios, até porque os guardas penitenciários estavam entrando em greve, no Rio de Janeiro, como fizeram efetivamente, e se desencadeou uma série de rebeliões. Não estávamos ali para ser isca de ninguém. Não que-ríamos ser refém de ninguém. Assistimos a um refém levar um tiro nas costas na casa de custódia. Estamos fazendo nosso trabalho, mas não vamos nos submeter a esse tipo de risco. Não há necessidade.

Solidarizo-me com o Deputado Josias Quintal pelo pedido de vista. Temos de fazer realmente uma discussão mais ampla.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Sr. Presidente, pela ordem. Gostaria de aproveitar essa discussão mais ampla e fazer uma sugestão. Lo-gicamente, os senhores tiveram contato com o Secre-tário Astério. Por que não o convidamos para discutir o assunto neste momento?

Inclusive, ele poderá esclarecer fatos como esse que o senhor acabou de relatar. Em determinado mo-mento, alguém disse que é normal os presos possu-írem pedaço de espelho, uma verdadeira arma, ou qualquer outro instrumento cortante. Quem sabe, ainda

no decorrer da semana, podemos convidar o próprio Secretário para vir aqui. Poderia ajudar na formatação desse relatório.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado, concordo plenamente com V.Exa. Mas, por princípio, não o fizemos. Não é uma CPI, é um convi-te. Ele pode vir ou não. Para não partidarizar, optamos por não fazer isso. O conflito existente neste relatório é saber quem estava comandando a negociação com os reféns, o Secretário de Segurança ou o Secretário do Sistema Prisional. Para não parecer que estávamos fazendo exatamente esse tipo de coisa, e não quere-mos fazer, é que não convidamos. Até porque poderia não aceitar e ficaríamos com a cara grande.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Podemos fazer o convite, e ele, então, decidirá se vem ou não.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Podemos fazer o convite. Não há problemas. É até melhor, porque pode esclarecer muitos fatos.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Faríamos um debate para encontrar uma solução. Queremos saber o que está errado e onde está o pro-blema. Ele, como Secretário e vivendo no meio do pro-blema, poderia nos ajudar. Esse relatório não precisa ser aprovado de afogadilho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Claro que não.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Temos tempo para isso. Precisamos discutir. É im-portante que o relatório saia com sugestões. Preo-cupou-me no relatório o fato de que os guardas que hoje trabalham no sistema penitenciário são policiais e ex-carcereiros aposentados, porque não há concurso. Acredito que essas pessoas sejam preparadas. Sugiro fazerem isso em outros Estados.

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Sr. Presi-dente, deixe-me apenas defender o pedido de vista do Deputado Josias Quintal. Claro que eu tive o contradi-tório, mas apenas em algumas questões pontuais.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Vamos ver o que está acontecendo regimentalmente. O nosso assessor está me municiando de informações. O relatório foi encaminhado a todos os membros da Comissão no dia 1º de julho. O Deputado Josias Quintal solicitou a dispensa da leitura do relatório de acordo com o art. 57, item VI do Regimento Interno. Portanto, o relatório é considerado lido.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Pela ordem. Não foi isso. Não houve esse pedido. S.Exa. pediu vista. Sugerimos que não se lesse o rela-tório, porque não adiantaria lê-lo no momento em que se pediu vista. Provavelmente o relatório será alterado.

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53334 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Ao fazer a leitura, estaríamos perdendo tempo. Peço ao competente assessor da Comissão que observe esse detalhe. (Pausa.)

Não se tinha iniciado a discussão.O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer)

– Então, vamos ter de ler o relatório para que seja pe-dido vista.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Não há necessidade disso.

(Intervenção inaudível.)O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Exa-

tamente, Sr. Presidente, foi o que eu fiz. Não vejo sentido em ler o relatório que não está aprovado. Vou entrar com pedido de alteração e questionar o mérito do relatório, em que pese o respeito, a competência e isenção que caracteriza toda a conduta de vida da Sra. Relatora. Nada ficará escondido nesse episódio. Vamos procurar mostrar no relatório, que vai ao extre-mo de imputar responsabilidade ao Governo, o radica-lismo, que deve merecer cuidado, porque não se trata de questão muito simples. Há uma questão institucio-nal que o relatório aborda que não pode ser tratada à moda “vamos simbora”.

Por isso, peço toda a atenção a V.Exa., todo cui-dado às questões regimentais. V.Exa. deve ter sere-nidade para colher o pedido. Deve protelar a reunião, a fim de que eu faça minhas propostas. Como está, definitivamente não dá. Eu vou questionar o mérito desse relatório.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Josias Quintal, solidarizamo-nos com V.Exa. pelo pedido de vista. Mas se temos de nos ater ao Regimento Interno, estamos trabalhando justamente para trazer essa discussão apresentada. Se temos de ficar restritos ao Regimento Interno, então, eu tenho de autorizar e passar a palavra para a Deputada Juí-za Denise Frossard, para que leia o relatório. Uma vez conhecido o relatório, se houver um ponto que atenda a desagrado de algum dos membros, poderá ser pe-dido vista. Mas ele precisa ser lido.

Era isso que queria deixar claro. Conforme o art. 57, se V.Exa. pediu essa vista, considera-se que, pelo menos, já foi lido. Tem de se pensar assim, regimen-talmente. Como pedir vista de algo de que não se tem conhecimento?

(Não identificado) – Talvez coubesse adiamento da discussão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Herin-ger) – Com a palavra a Sra. Deputada Juíza Denise Frossard.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Sr. Presidente, é uma questão regimental. Quanto ao relatório, a vista é inquestionável a qualquer um dos

membros desta Comissão. Não se questiona, é direito líquido e certo pedir vista, até eu mesma, por hipótese, posso fazê-lo. Essa questão não está em discussão, como V.Exa. bem disse. O pedido de vista é feito após a leitura do relatório. V.Exa. pode adiantar que vai pe-dir vista, e não há dúvida alguma. Mas é preciso que o relatório seja lido. Esse relatório, por outro lado, é público porque todo documento produzido por esta Casa não pode ser um documento privado. Ele tem de ser público. A vida dos homens e das mulheres pú-blicos é pública por definição. Não há segredos nesta Casa. De modo que o relatório foi remetido. Mandei-o autenticado para a Comissão, o que significa que ele já estava no sistema no dia 30, para ser discutido, votado, alterado ou rejeitado na íntegra. Essa é uma peça que tinha obrigação de fazer por dever que me foi incumbido.

Fui a varias reuniões, onde alguns dos senhores não estavam presentes, vejo-os pela primeira vez aqui. Peguei subsídios com os Deputados Chico Alencar e Mário Heringer, que trouxe toda a parte referente ao depoimento do Deputado Geraldo . Não fui ao en-contro do Deputado Geraldo. Isso me foi trazido e eu apenas relatei.

A Comissão é muito limitada, porque é de visita. Não temos nenhum poder de CPI, não podemos exi-gir nada de ninguém. Podemos constatar e remeter para aqueles que achamos que devem fazer alguma coisa, que também não estarão obrigados a nenhuma conclusão a que cheguemos, seja ela qual for. Não po-demos esquecer que somos o Poder Legislativo, não podemos invadir a competência do Poder Executivo, dizendo como esse Poder deve ou não reger sua se-gurança pública. O Deputado Josias Quintal, como foi Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, às vezes pode se sentir dentro, mas não está, ele é Parlamen-tar. Às vezes penso que posso julgar, mas não posso. Fui juíza, agora não sou. Podemos, no máximo, relatar, pedir, achar isso ou aquilo. Mais que isso, não. No en-tanto, temos o dever, sim, de remeter o nosso relatório àqueles que poderiam fazer algo.

Minha conclusão foi de remeter ao Ministério Pú-blico Estadual, ao Ministério Público Federal, conforme adendo. Essas pessoas jurídicas, naturalmente, têm o entendimento de que não podemos usurpar, em hi-pótese alguma. Na sugestão, não podemos mandar a um desses órgãos dizendo simplesmente: “Estou man-dando para o senhor”. Temos de dizer por que esta-mos mandando. No entanto, é mera sugestão de uma constatação e que impõe investigação, sim, profunda e ampla. O que constatamos foi isso. Diante dos fatos que evidenciaram, é preciso haver uma conclusão.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53335

Muitos dos senhores são pastores, o que res-peito, parte de minha família é luterana, sou católica apostólica romana. Estou frisando isso porque, outro dia, um ortodoxo me disse: “A senhora não é católica. A senhora é romana”. Respondi: “Está bom. O senhor é ortodoxo”.

Antes de mais nada, o Estado é laico, esse é o ideal republicano. Não podemos discutir essas ques-tões, porque ferem o ideal republicano. A igreja, seja ela qual for, não há de ter assento, enquanto formamos o Estado republicano. Esse é o ideal republicano.

De outro modo, isso surgiu do relato do Deputado Geraldo, que me foi passado pelo Presidente Mário He-ringer. O Deputado Geraldo é pastor, eventualmente se apresentou nessa condição, como poderia ter-se apre-sentado na condição de padre ou seja lá o que for.

(Não identificado) – Não é o Geraldo que é pastor.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – O relatório é do Deputado Geraldo.

(Não identificado) – Não é o Geraldo que é pas-tor. Ele está dizendo que o pastor se apresentou.

(Não identificado) – O pastor não se apresentou. Pelo que sei, foi chamado.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Aí caberia uma investigação.

Deputado Wanderval Santos, não podemos entrar nessa área. Não somos uma CPI. Fizemos uma visita em momento extremamente grave. Foi dito que esse momento não é só no Rio de Janeiro. Não é, mas nos foi dado o mister de ir ao Rio de Janeiro, e lá fomos. Se tivessem nos mandado para o Urso Branco, teríamos de ir. Mesmo no Urso Branco, também não podería-mos nos aprofundar nisso, não somos investigadores, não somos policiais, nem juízes, tampouco Ministério Público. Agora, eles são. Portanto , temos de mandar para eles. Naturalmente, é meu entendimento. Posso ser vencida, mas não há o menor problema. A Casa é de deliberação coletiva. Ainda bem. A vida inteira trabalhei sozinha. Que bom que possa trabalhar com vários. Certamente não errarei, ou errarei menos, por-que se estiver errada irão me corrigir. Não era assim quando juíza; não podia errar.

Esse relatório é o que foi constatado, simples-mente. Isso não é uma prova, não é um libelo crime acusatório. Nada disso. É uma constatação, sim, do que vimos. E vimos até mais. O Deputado Mário Heringer, médico que é, viu um rapaz com um furo de bala.

(Intervenção inaudível.)A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD

– O senhor se lembra, Deputado Wanderval?

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Em processo de infecção.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Isso. O Secretário Astério Pereira dos Santos rece-beu-nos muito bem. Mas concordo, o Deputado Almir Moura foi muito enfático.

Repito: não somos uma CPI e não vamos ficar exigindo das autoridades. A quem cabe a atividade de governar? A eles. Não somos o Executivo. Por isso, não formalizei, Deputado Almir Moura. Deveria tê-lo feito. Peço desculpas a V.Exa. Ficou só na questão oral.

Estou falando isso para eximir o Secretário As-tério de qualquer culpa. Não formalizei. Ficou apenas na questão oral.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Depu-tada, um aparte, por favor.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Pois não.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – V.Exa., em exposição brilhante, faz uma observação que me deixa perplexo: isenta o Secretário Astério Pereira dos Santos, que está à frente do problema, que tem a Pas-ta sob sua responsabilidade. No entanto, no relatório, V.Exa. imputa responsabilidade, até mesmo criminal, à Governadora, que está muito mais distante.

Então, vejo certa contradição em suas obser-vações.

(Intervenção inaudível.)O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Se enten-

di bem, S.Exa. isenta o Secretário de não ter enviado o laudo, porque a Deputada não formalizou, mas não isenta da situação do relatório.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Exatamente, Deputado Almir Moura. Obrigada a V.Exa.

É apenas uma constatação, não é um libelo cri-me acusatório.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Como não, Deputada? V.Exa. imputa responsabilidade crimi-nal à Governadora.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Sr. Deputado, falo em tese, não posso atribuir.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Sim, mas é o relatório.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Em tese é este relatório. Não posso sugerir que se mande nada ao Ministério Público, dizendo que nada há. Tenho de narrar os fatos.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Aliás, Deputada, a conclusão de seu relatório contraria a própria finalidade da Comissão.

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53336 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Se lermos a motivação a que a Comissão se destina, vamos verificar que ela, inclusive, extrapola a finalidade inicial. Sei que não podemos nos omitir diante da constatação de crime, de qualquer infração penal. Temos o dever de relacionar, mas o relatório é extremamente radical. Se o Presidente da Casa ti-vesse essa suposição, teria adotado outra medida, usado até outro instrumento e não a simples Comis-são Externa.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROS-SARD – Se me permite, Deputado Josias Quintal, já lhe conferi aparte. Na busca de soluções, diante da gravidade do fato e do número de Parlamentares presentes, tenho certeza de que vamos conseguir buscar uma série de leis, que é nossa atribuição, a elaboração de leis e a fiscalização. Não podemos, naturalmente, dizer o que o Executivo deve fazer. Isso seria uma invasão inadequada, inoportuna e obscena. Não fomos chamados para governar com qualquer Executivo. Certamente verificamos os problemas existentes. Quem sabe, V.Exa., com sua experiência como Secretário de Segurança, como coronel da PM, possa nos ajudar a trazer soluções diante da gravida-de dos fatos. É isso que o Presidente está querendo buscar aqui com esta atividade. Não podemos fugir, como V.Exa. disse, de relatar e mandar a quem de direito para investigar com profundidade e cautela que merecem, até porque não somos investigadores, não podemos fazer isso.

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Questão de ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Com a palavra o Deputado Wanderval Santos.

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Quero formular uma questão de ordem. Eu ouvi V.Exa. dizer há pouco que não quer que isso termine em pizza. Há duas Comissões envolvidas nesse processo: a de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e a de Segurança Pública, que, na época, formou uma Comis-são de Trabalho, envolvendo essas duas Comissões, e deliberou-se que a Relatora seria a nobre Deputada Juíza Denise Frossard. Pergunto a V.Exa.: isso tem de ser colocado para quem de direito? Ouvi a Deputada dizer agora que deverá ser enviado a quem de direito. Esse relatório vai ser formalizado em qual Comissão e para quem ele vai ser mandado?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Wanderval, o que quis dizer e reafirmo com relação a não terminar em pizza é quanto ao nosso trabalho. O que quis dizer é que não vai aca-bar aqui. Vamos fazer outras reuniões, vamos ouvir as ponderações a respeito do relatório dos Depu-

tados Josias Quintal e Gilberto Nascimento. Vamos trabalhar, discutir isso e levar todas as ponderações discutidas, votadas e aprovadas aqui para onde tiver de serem levadas.

Esta Comissão é que vai decidir se isso vai ser encaminhado para algum lugar. Mas vai ser com a responsabilidade desta Comissão – pública, aberta, gravada –, porque os relatórios têm de ser feitos e discutidos. A responsabilidade tem de ser dos mem-bros desta Comissão. Não quero partidarizar e não farei isso, mas vamos politizar essa discussão, sim. É isso que estou dizendo. Eu, na condição de coorde-nador, não pretendo sair dessa discussão sem o meu trabalho feito.

Como membro e Presidente da Comissão de Direitos Humanos, já estive pensando em outras al-ternativas. Já pensei em requerimento para convidar pessoas, mas não quis atropelar. V.Exa. é Presidente da Comissão da Segurança; eu, Presidente da Co-missão de Direitos Humanos. Nós podemos conversar e tomar até uma outra via numa necessidade futura. Quando disse, e repito, que não gostaria de ver isso terminado em pizza – e farei tudo para que assim não aconteça –, referi-me ao nosso trabalho aqui, com os nomes e as responsabilidades. Mas para onde irá, va-mos decidir todos nós. Não sou eu a pessoa que vai dizer isso, de jeito nenhum.

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Obrigado.

(Não identificado) – Pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer)

– Tem V.Exa. a palavra.(Não identificado) – Sr. Presidente, somente para

dar uma informação. Acabei de receber uma ligação do Dr. Astério Pereira dos Santos. Ele disse que está à disposição desta Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Pois bem. Alguém mais quer fazer alguma pondera-ção? A discussão quanto à vista é regimental. O direito à vista ninguém vai negar. Vamos esclarecer agora se há ou não necessidade da leitura do relatório. Vamos votar e haverá acordo da forma que decidirmos.

(Não identificado) – Meu voto é não.O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer)

– Acha que precisamos ler, Deputada Juíza Denise Frossard?

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Curiosamente, eu vi que todos conhecem bem o rela-tório, até porque buscaram dele fatos para se dizerem a favor ou não. Então, o relatório é conhecido e isso é bom. Mas é natural que queiram os prazos. Sr. Presi-dente, como sou a Relatora e fui eu que fiz o relatório,

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53337

gostaria que V.Exa. submetesse a votos – posso até ser voto vencido – se desejam ou não a leitura.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Vou submeter aos membros essa pergunta. Temos de tirar uma posição daqui, não de outro lugar.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Por mim, não estou querendo ler nem deixar de ler. Os meus pares decidem, votam da forma que quiserem.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Chico Alencar, qual é a opinião de V.Exa. a respeito da questão?

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Temos de compatibilizar o Regimento com o bom senso.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Perfeitamente.

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Eu sugiro que não façamos uma votação, porque todos conhecem bem o relatório, que é público. Aliás, ele está disponí-vel para todos os meios de comunicação. Conheço-o detalhadamente e sinto-me bastante contemplado por ele, tanto quanto reconheço o direito às divergências, aos adendos e às supressões. Portanto, acho que é especioso fazermos a leitura. Se houvesse algo inédito, eu acharia bom, em respeito ao trabalho da Relatora. Contudo, podemos chegar a esse consenso de bom senso sem ferir o Regimento. O relatório é conhecido, está publicizado. Vamos para a discussão objetiva dele numa próxima reunião.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Herin-ger) – Portanto, o Deputado Chico Alencar concorda com que o relatório não precisa ser lido, assim como o Deputado Josias Quintal.

Deputado Wanderval Santos, qual é a opinião de V.Exa.?

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Concordo também com que não seja lido, até porque foi pedida a vista. Vamos ter de entrar em discussão, ao término da leitura? Qual é o prazo regimental da vista?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – São duas sessões.

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Vol-ta a discussão e votamos o relatório.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Gilberto Nascimento, qual é a opinião de V.Exa.?

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Não há necessidade de leitura.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Almir Moura, qual é a opinião de V.Exa.?

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Defendo o direito do nobre Deputado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – O direito de S.Exa. está defendido, Deputado.

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Não, que-ro apenas deixar isso claro. Apenas estou usando da palavra porque ficou parecendo que eu não concor-dava com a vista, e eu concordo plenamente. Apenas contraditei alguns pontos. Concordo em que não é necessária a leitura.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Portanto, ficou clara a posição dos Srs. Deputados. Não sendo necessária a leitura, passo a palavra à Deputada Juíza Denise Frossard.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Já me adiantei e disse que o relatório era por demais conhecido, até porque era público. Então, não há qual-quer razão de eu ler o relatório, porque ele é público, desde o dia 30.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Depu-tada, peço um aparte. O relatório, na Intranet, é con-siderado público?

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – É evidente que sim. Tendo sido entregue na Comis-são, ele é público.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – O rela-tório, sem ter sido aprovado, é um relatório?

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Ele é o meu relatório. Ele não foi aprovado, mas ele é público.

O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL – Mas existe a figura do relatório de V.Exa. ou existe o rela-tório da Comissão?

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Relatório do Relator.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Desculpe-me, mas essa discussão é extemporânea, nós a faremos em outro momento.

O SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO – Tenho uma questão de ordem. Eu gostaria de deixar formalizado – e, logicamente, proponho isto à Comis-são – o convite ao Dr. Astério.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Pois não.

Quero apenas confirmar, para ficar gravado, o seguinte: a vista é para os Deputados Josias Quintal, Gilberto Nascimento e Almir Moura.

Com relação ao convite ao Secretário Astério, quem for a favor do convite...

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Deixe-me fazer uma ponderação. Nós, como Comissão, no dia da visita, por deferência e atenção do Secretário Astério, tivemos uma conversa com S.Sa. Eu, since-ramente, do ponto de vista do objetivo, do foco desta

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53338 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

Comissão, não acho necessário que ele venha aqui. Conversou e foi muito franco conosco, apresentou uma série de coisas. Acho que não somaria em nada essa visita.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Peço a palavra pela ordem.

Deputado Chico Alencar, V.Exa. sabe de algo que ele disse e não está aqui?

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Não. De forma alguma.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Wanderval Santos, V.Exa. tem a palavra.

O SR. DEPUTADO WANDERVAL SANTOS – Também acho desnecessário.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Deputado Almir Moura, V.Exa. tem a palavra.

O SR. DEPUTADO ALMIR MOURA – Acho des-necessário. Se fosse possível, gostaria de obter o lau-do da Defesa Civil.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Sim, tudo bem.

O SR. DEPUTADO BERNARDO ARISTON – Quem tem de vir não é o Secretário, são outras pes-soas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Desculpe-me, Deputado Bernardo Ariston, mas já estou tomando as opiniões e considerando a decisão dos membros da Comissão, porque, dessa forma, agi-lizamos os trabalhos. Temos de entregar a sala às 15h e já são 15h15min.

Fica decidido que no momento não há necessi-dade do convite ao Secretário Astério.

A vista foi solicitada por 3 Deputados. Não vou convocar a próxima reunião para sex-

ta-feira. Vou pensar com calma, já que isso gerou dis-cussão. Isso me faz pensar que precisamos trabalhar mais tempo, porque é mais importante do que pen-sávamos.

O Deputado Bernardo Ariston quer falar mais um minuto, antes de encerrarmos a reunião.

(Intervenção inaudível.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer)

– Comissão Externa não tem prazo. Esta Comissão tem uma convocação e um fim específico. Ela não tem data para terminar, mas acho que vamos seguir até onde for permitido, regimentalmente.

Contudo, há uma proposta nossa, que acabamos de fazer juntamente com a Comissão de Segurança, para montarmos uma outra e manter esse sistema.

Não havendo mais nada a discutir, dou como encerrada a presente reunião.

Está encerrada a reunião.

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A VISITAR AS UNIDADES PRISIONAIS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO E DESENVOLVER DIÁLOGO COM AS AUTORIDADES DO ESTADO PERTINENTES À ÁREA, COM VISTAS A BUSCAR SOLUÇÃO PARA

A GRAVE CRISE DO SETOR. (SISTEMA PENITENCIÁRIO DO RIO DE JANEIRO)

Ata da 2ª Reunião, Realizada em 11 de Agos-to de 2004.

Aos onze dias do mês de agosto de dois mil e quatro, às dezesseis horas e vinte e cinco minutos, no Plenário sete, do anexo II, da Câmara dos Depu-tados, sob a Coordenação do Deputado Mário Herin-ger, reuniram-se os Deputados membros da Comissão Externa destinada a visitar as unidades prisionais do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro e desenvolver diálogo com as autoridades do Estado pertinentes à área, com vistas a buscar solução para a grave crise do setor. Estiveram presentes os Deputados Mário Heringer, Coordenador; Juíza Denise Frossard, Relatora; Antônio Carlos Biscaia, Chico Alencar e Jo-sias Quintal. Deixaram de comparecer os Deputados Alexandre Cardoso, Almir Moura, Geraldo Thadeu, Gilberto Nascimento, Laura Carneiro, Reginaldo Ger-mano e Wanderval Santos. Abertura: O Senhor Co-ordenador declarou aberta a reunião. Ordem do Dia: Esta reunião têm como finalidade: 1 – Definição de nova visita a outra penitenciária no Rio de Janeiro; 2 – Discussão e votação do relatório final, oferecido pela Relatora, Deputada Juíza Denise Frossard. O Senhor Coordenador informou que será definido o primeiro item da Pauta. Quanto a discussão do relatório, anunciou que ocorrerá na próxima reunião. O Deputado Josias Quintal sugeriu que esta Comissão visitasse a unida-de prisional de Bangu e outra penitenciária fora da ca-pital. A proposta recebeu o apoio dos Parlamentares membros da Comissão. O Senhor Coordenador definiu que a visita ao Complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, ocorrerá no dia 17, próxima terça-fei-ra. Participaram dos debates, na ordem de inscrição, os Deputados Antônio Carlos Biscaia e Chico Alencar. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, encerrou a reunião, às dezesseis horas e trinta minutos, antes porém, informou que a próxima reunião será definida e comunicada a todos os membros da Comissão. E, para constar, eu, José Maria Aguiar de Castro, secre-tário, lavrei a presente Ata, que, lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Coordenador, Deputado Mário Heringer, e encaminhada à publicação no Diário da Câmara dos Deputados. O inteiro teor da reunião foi

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53339

gravado e as notas taquigráficas, após decodificadas, farão parte integrante desta Ata.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Havendo número regimental, declaro abertos os tra-balhos da presente reunião da Comissão Externa que trata do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro.

Srs. Deputados, regimentalmente, não podemos realizar esta reunião porque já se iniciou a Ordem do Dia, mas vamos estabelecer um acordo sobre os procedimentos, para atender o objetivo da Comissão. Precisamos definir as visitas a outros presídios do Rio de Janeiro e deixar marcada a data da discussão do relatório.

O nobre Deputado Josias Quintal sugeriu, com a concordância da Sra. Deputada Juíza Denise Fros-sard e minha, que façamos mais duas visitas, na pró-xima semana, uma a Bangu e outra a uma unidade fora da Capital.

Quero definir com V.Exas. a data da visita ao Com-plexo de Bangu. E na semana do esforço concentrado, faríamos a discussão e votação do relatório, junto com a visita à Casa de Custódia de Benfica.

Está em discussão. (Pausa.) Proponho que façamos um acordo de procedi-

mentos, uma vez que o motivo da convocação desta Comissão Externa é visitar unidades prisionais. Fizemos uma visita somente ao sistema penitencial do Rio de Janeiro. Mas como houve um fato recente com outras mortes, que façamos mais duas visitas.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA – Será então na próxima semana?

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Minha idéia é de que façamos essa visita na próxima segunda-feira ou terça-feira. A maioria dos Deputados que compõem esta Comissão são do Rio de Janeiro.

O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS BISCAIA – Sr. Presidente, pondero a V.Exa. que terei impedi-mento na quarta-feira, porque terei um seminário em Brasília, ainda que não haja atividade na Câmara. Se a visita puder ser segunda-feira, terça-feira ou quin-ta-feira, poderei ir. Se for marcada para quarta-feira, lamento, mas terei que vir a Brasília.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Com a palavra o Deputado Chico Alencar.

O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR – Sr. Pre-sidente, essa sugestão completa, amplia e dá uma abrangência maior à missão da Comissão Externa: ve-rificar a situação prisional no Estado do Rio de Janeiro. Isso é positivo, mas tem que ser feito de imediato. Se demorarmos, a situação pode ficar crítica.

Sugiro, uma vez que fomos a uma casa de cus-tódia, pois cada unidade é emblemática de uma situ-ação que com nuanças pequenas se generaliza, que

façamos a visita a uma unidade prisional como Bangu, onde há proposta de aumentar a capacidade com os triliches. Temos que verificar se isso é cabível, sempre cobrando – não tenho nenhum problema em fazer isso – a parte que cabe ao Governo Federal nessa urgente reforma penitenciária.

Então, seria Bangu e, talvez, Água Santa ou um presídio de mulheres – às vezes, discriminamos as mulheres.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – A Penitenciária de Talavera Bruce, não é isso?

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Está em Bangu 1.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Se formos ao Complexo Penitenciário de Bangu 1, atenderíamos essa demanda.

Com relação às datas, com a ressalva do Depu-tado Antonio Carlos Biscaia, terça-feira é uma data muito boa. Não teria problema para mim nem para o Deputado.

A SRA. DEPUTADA JUÍZA DENISE FROSSARD – Para mim, também não.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Mário Heringer) – Então, faremos a visita na terça-feira de manhã.

Fica, portanto, convocada, para terça-feira, dia 17, na parte da manhã, a visita ao Complexo Peniten-ciário de Bangu 1.

Vou comunicar oficialmente a data e o horário aos demais componentes desta Comissão.

Está encerrada a reunião.

SEÇÃO II

ATOS DO PRESIDENTE

O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPU-TADOS, no uso das atribuições que lhe confere o ar-tigo 1º, item I, alínea “a”, do Ato da Mesa n.º 205, de 28 de junho de 1990, resolve:

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ADEIL-ZA DA SILVA MANZI, ponto n.º 117.520, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Secretaria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ADOLFO FELIPE DE OLIVEIRA, ponto n.º 116.978, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990,

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53340 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

ADRIANO DOS SANTOS DE OLIVEIRA, ponto n.º 117.462, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câma-ra dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ALEX ALBERT FELIPE DE CARVALHO, ponto n.º 111.966, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Ad-junto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, AL-FREDO DE ORLANDO TENORIO, ponto n.º 117.486, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Di-retoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ALUISIO DE GAYOSO RIBEIRO, ponto n.º 112.751, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ANA MARIA RIBEIRO PORTES, ponto n.º 114.816, do car-go em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ANDREIA REGINA ARAUJO DA SILVA, ponto n.º 117.441, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, AN-TÔNIO ALVES DE OLIVEIRA, ponto n.º 117.690, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ANTÔ-NIO FERREIRA DA CRUZ NETO, ponto n.º 117.131, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Líder do Partido Progressista.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ARY

DE SOUZA JÚNIOR, ponto n.º 116.557, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, BARBA-RA ROCHA GOMES CARDOSO, ponto n.º 117.609, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, BREN-DA ROCHELLY MACEDO DOS SANTOS, ponto n.º 117.390, do cargo em comissão de Assessor Admi-nistrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, BRINA ROCHELLY MACEDO SANTOS, ponto n.º 117.393, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, CARLOS ALBERTO SANTIAGO DE MELO JUNIOR, ponto n.º 117.506, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câma-ra dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, CARO-LINE MARIA VENTURA MORAIS, ponto n.º 117.133, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabi-nete, CNE-09, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, CÁTIA APARECIDA DE OLIVEIRA ARAUJO DE SOUZA, ponto n.º 117.406, do cargo em comissão de Asses-sor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, CIBELE DE OLIVEIRA LYRIO, ponto n.º 115.344, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, DEYWYD

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53341

CHARLES DA SILVA SANTIAGO DE MELO, ponto n.º 117.270, do cargo em comissão de Assessor Ad-ministrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ED-SON ALVES CHAVES, ponto n.º 116.675, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, EDU-ARDO HENRIQUE DE MATOS, ponto n.º 117.707, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, EDUAR-DO MATHEUS SILVA MENDES, ponto n.º 114.778, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ELAINE DE SOUZA ARANTES HELOU, ponto n.º 113.779, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, EVAN-DRO GARLA PEREIRA DA SILVA, ponto n.º 117.476, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Ad-junto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FABIO DIAS DE SANT’ANA, ponto n.º 116.007, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FABRICIA SOARES LIMA, ponto n.º 113.629, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FER-NANDO LUIZ DE SOUZA, ponto n.º 117.453, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FER-NANDO MESQUITA DE CARVALHO FILHO, ponto n.º 115.979, do cargo em comissão de Assessor Admi-nistrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exercia no Gabinete do Segundo Vice-Presidente, a partir de 26 de outubro do corrente ano.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FLAVIO RAGAGNIN, ponto n.º 117.701, do cargo em comis-são de Assessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, FRANCISCA DARIANA GONÇALVES LIMA, ponto n.º 117.478, do cargo em comissão de Assessor Téc-nico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Secretaria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, GE-ORGE VENTURA MORAIS, ponto n.º 113.025, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabi-nete, CNE-09, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, GISLENE ALMEIDA MOREIRA, ponto n.º 117.932, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, GIU-LIANO GONÇALVES MELLES, ponto n.º 112.894, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto B, CNE-11, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, GLO-RACI RODRIGUES BARBOSA, ponto n.º 114.781, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara

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53342 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, JÂNIO PEREIRA NOGUEIRA, ponto n.º 117.572, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, JOANA D’ARC MACÊDO DOS SANTOS, ponto n.º 117.404, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, JOÃO DALMACIO DO NASCIMENTO, ponto n.º 117.405, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, JONIAN-DERSON MENEZES, ponto n.º 117.746, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, JOSE EDIMAR SANTIAGO DE MELO JUNIOR, ponto n.º 117.349, do cargo em comissão de Assessor Admi-nistrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, KARLA SIQUEIRA ARANTES, ponto n.º 115.905, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, KA-TIANE FUJITA VIEIRA LOPO, ponto n.º 117.328, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabi-nete, CNE-09, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, KELLY OLIVEIRA ARAÚJO, ponto n.º 116.825, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do

Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Secretaria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, LIVIA OLIVEIRA DELGADO, ponto n.º 117.310, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, LUIZ AUGUSTO BEZERRA CAVALCANTI DE ALBUQUER-QUE, ponto n.º 117.396, do cargo em comissão de As-sessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, LUIZ FERNANDO PORTO MOTA, ponto n.º 117.271, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce na Secretaria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MAR-CELA MOTA DE LIMA, ponto n.º 112.846, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Ad-junto B, CNE-11, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MARCELO SOARES DUTRA VASCONCELOS, pon-to n.º 116.288, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exercia na Diretoria-Geral, a partir de 03 de novembro do corrente ano.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MARCOS ANTONIO DOS SANTOS FILHO, ponto n.º 117.694, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MARIA CLARA BEZERRA CAVALCANTI DE ALBUQUER-QUE, ponto n.º 117.394, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MARIA DE LOURDES ALVES DE MELO, ponto n.º 111.027, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto B, CNE-11, do Quadro de Pessoal da

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53343

Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MA-RIA DE LOURDES MENDES, ponto n.º 112.105, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MARIA RAQUEL COSTA DO AMARAL, ponto n.º 115.989, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, MI-CHELLE CRISTINA DORNELAS ANDERLE, pon-to n.º 117.471, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Secreta-ria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, NILMA PEREIRA DA SILVA, ponto n.º 118.066, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, PATRI-CIA SOARES BORGES, ponto n.º 117.531, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, PAU-LINE DE PINA BARAT SEIDLER, ponto n.º 117.673, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, PAULO ROBERTO DE MEDEIROS GOMES, ponto n.º 117.812, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Ad-junto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, POMPEO FERREIRA DA SILVA, ponto n.º 117.905, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, RACHEL DE BRITO BARBETO DE OLIVEIRA, ponto n.º 117.818, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, REYNALDO VELASCO PUGGI, ponto n.º 117.208, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Quarto Suplente dos Secretários.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, RI-CARDO DONIZETTI PORTILHO RODRIGUES, pon-to n.º 117.312, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamen-to de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, RITA DE CASSIA QUESADO ALENCAR, ponto n.º 117.309, do cargo em comissão de Assessor Admi-nistrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, RO-BERTO GUIMARÃES MEIRELES, ponto n.º 117.311, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ROGÉRIO DE MACÊDO FERNANDES, ponto n.º 117.833, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ROGÉRIO DE PAULA MARTINS SILVA, ponto n.º 117.754, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce no Gabinete do Presidente.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ROSA MARIA BRAGA ANDRADE DANTAS, pon-to n.º 112.695, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro

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53344 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ROSANE BEATRIZ MUELLER FRIZON, ponto n.º 117.593, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, RO-SEMARY FERREIRA ALVES DE MATOS, ponto n.º 115.451, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Regis-tro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, SONI-LENE SOARES DOS SANTOS, ponto n.º 117.320, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete, CNE-09, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce na Secretaria-Geral da Mesa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, TATIANA ARARIBE BEZERRA MENEZES, ponto n.º 116.013, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, TCHAIANNA ROBERTA MATIAS, ponto n.º 117.562, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Procuradoria Parlamentar.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, VA-LÉRIO ATICO LEITE, ponto n.º 117.557, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria de Recursos Humanos.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, VÂNIA CURY DA SILVA MEIRELES, ponto n.º 117.888, do cargo em comissão de Assessor Administrativo Adjun-to D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria Legislativa.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, VERA LUCIA WURGES ISSLER PRADA, ponto n.º 113.665, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Ga-binete Adjunto C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inci-so I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, WELLINGTON LOPES SILVA, ponto n.º 112.132, do cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, que exerce na Coordenação de Registro Fun-cional, do Departamento de Pessoal.

EXONERAR, de acordo com o artigo 35, inciso I, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ZELIA FORTES VILARINHO, ponto n.º 112.275, do cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete, CNE-09, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerce na Diretoria-Geral.

O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPU-TADOS, no uso das atribuições que lhe confere o ar-tigo 1º, item I, alínea “a”, do Ato da Mesa n.º 205, de 28 de junho de 1990, e o artigo 6º da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, resolve:

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, CARLOS EDUARDO CERQUEIRA DE ABRANCHES para exercer, na Procuradoria Parla-mentar, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, criado pelo artigo 1º do Ato da Mesa nº 61, de 10 de abril de 1997, combinado com o Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, DIVINO DE CAMARGO BORGES para exercer, no Gabinete do Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, criado pelo Ato da Mesa nº 43, de 29 de abril de 2004, convalidado pelo artigo 6º da Resolução nº 26, de 13 de maio de 2004.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, ELAINE ALESSANDRA VARGAS RESENDE para exercer, na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjun-to B, CNE-11, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, criado pelo Ato da Mesa nº 10, de 1º de abril de 2003, remanejado pelo Ato da Mesa nº 53, de 28 de dezembro de 2004.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, FÁBIO DE LIMA LELIS para exer-cer, no Gabinete do Presidente, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, transformado pelo artigo 3º do Ato da Mesa nº 15, de 26 de maio de 1987, combinado com o artigo 1º da Resolução nº 4, de 13 de junho de 1991, e com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992.

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Novembro de 2005 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 4 53345

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, HÉLIDE CAVALCANTE PIRES PEREIRA para exercer, no Gabinete do Presidente, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, de acordo com o quantitativo de car-gos fixado pelo Ato da Mesa nº 11, de 1º de abril de 2003, combinado com o artigo 2º do Ato da Mesa n.º 58, de 19 de abril 2005.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, IGOR TAQUES RODRIGUES DA SILVA para exercer, no Gabinete do Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, de acordo com o quantitativo de cargos fixado pelo Ato da Mesa nº 11, de 1º de abril de 2003, combinado com o artigo 2º do Ato da Mesa n.º 58, de 19 de abril 2005.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, JOAIL BENEDITO ARINOS para exercer, no Gabinete do Líder do Partido Traba-lhista Brasileiro, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, transformado pelo artigo 3º do Ato da Mesa nº 15, de 26 de maio de 1987, combinado com o artigo 1º da Resolução nº 4, de 13 de junho de 1991, e com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, KLEBER BEZERRA SANTOS para exercer, na Diretoria-Geral, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, trans-formado pelo artigo 1º do Ato da Mesa nº 10, de 28 de abril de 1991, combinado com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992, e com o artigo 1º do Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, MÁRCIO LOPES CANÇADO para exercer, no Gabinete do Quarto Suplente dos Secre-tários, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, transformado pelo arti-go 3º do Ato da Mesa nº 15, de 26 de maio de 1987, combinado com o artigo 1º da Resolução nº 4, de 13 de junho de 1991, e com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, MARIA SEBASTIANA DE BAR-ROS TAQUES para exercer, no Gabinete do Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto B, CNE-10, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados,

criado pelo artigo 1º do Ato da Mesa nº 08, de 29 de março de 1995, combinado com o Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, MAURA SÔNIA VASCONCELOS para exercer, na Assessoria Técnica da Diretoria-Geral, o cargo em comissão de Assessor Técnico Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Depu-tados, transformado pelo artigo 1º da Resolução nº 43, de 30 de junho de 1973, combinado com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992, e com o Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, MICHELI SOUZA VERAS para exercer, na Coordenação de Registro Funcional, do Departamento de Pessoal, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, re-manejado pelo Ato da Mesa nº 52, de 7 de fevereiro de 2001, e pelo parágrafo único do artigo 5º do Ato da Mesa nº 27, de 20 de agosto de 2003.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, RODRIGO CASTELO BRANCO CARVALHO DE SOUSA para exercer, no Gabinete do Segundo Vice-Presidente, o cargo em comissão de As-sessor Administrativo Adjunto D, CNE-14, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, transformado pelo artigo 1º da Resolução nº 103, de 3 de dezembro de 1984, combinado com o artigo 3º do Ato da Mesa nº 47, de 7 de outubro de 1992, e com o Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, TCHAIANNA ROBERTA MATIAS para exercer, na Diretoria-Geral, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto C, CNE-13, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, criado pelo artigo 1º do Ato da Mesa nº 91, de 2 de abril de 1998, combinado com o Ato da Mesa nº 1, de 24 de fevereiro de 1999.

NOMEAR, na forma do artigo 9º, inciso II, da Lei n.º 8.112, de 1990, TIAGO ALVES DA SILVA para exercer, no Gabinete do Líder do Partido Progressis-ta, o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE-15, do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, de acordo com o quanti-tativo de cargos fixado pelo Ato da Mesa nº 11, de 1º de abril de 2003.

Câmara dos Deputados, 3 de novembro de 2005. – Deputado Aldo Rebelo, Presidente.

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53346 Sexta-feira 4 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Novembro de 2005

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MESA DIRETORAPresidente:ALDO REBELO - PCdoB - SP1º Vice-Presidente:JOSÉ THOMAZ NONÔ - PFL - AL2º Vice-Presidente:CIRO NOGUEIRA - PP - PI1º Secretário:INOCÊNCIO OLIVEIRA - PL - PE2º Secretário:NILTON CAPIXABA - PTB - RO3º Secretário:EDUARDO GOMES - PSDB - TO4º Secretário:JOÃO CALDAS - PL - AL1º Suplente de Secretário:GIVALDO CARIMBÃO - PSB - AL2º Suplente de Secretário:JORGE ALBERTO - PMDB - SE3º Suplente de Secretário:GERALDO RESENDE - PPS - MS4º Suplente de Secretário:MÁRIO HERINGER - PDT - MG

LÍDERES E VICE-LÍDERES

PTLíder: HENRIQUE FONTANA

Vice-Líderes:Colombo, Iara Bernardi, João Grandão, Jorge Bittar, JoséEduardo Cardozo, Luciano Zica, Luiz Alberto, Luiz EduardoGreenhalgh, Luiz Sérgio, Neyde Aparecida, Odair Cunha, Telmade Souza, Terezinha Fernandes, Vignatti, Zezéu Ribeiro, ZicoBronzeado, José Mentor, Vicentinho, Wasny de Roure, RicardoBerzoini e Fernando Ferro.

PMDBLíder: WILSON SANTIAGO

Vice-Líderes:Mendes Ribeiro Filho, Benjamin Maranhão, Asdrubal Bentes,Adelor Vieira, Carlos Eduardo Cadoca, Leandro Vilela, OsmarSerraglio, Mauro Benevides, Zé Gerardo, Rose de Freitas,Marcelino Fraga, Pedro Novais, Wladimir Costa, Moreira Franco,Eliseu Padilha, Jorge Alberto, Hermes Parcianello, MarceloCastro, Gervásio Oliveira e Gastão Vieira.

PFLLíder: RODRIGO MAIA

Vice-Líderes:Roberto Brant (1º Vice), Kátia Abreu, Luiz Carlos Santos, JoséRocha, Antonio Carlos Magalhães Neto, Onyx Lorenzoni,Abelardo Lupion, Pauderney Avelino, José Carlos Machado,Moroni Torgan, Corauci Sobrinho, Félix Mendonça, Júlio Cesar,Gervásio Silva, Alberto Fraga, Murilo Zauith e Ronaldo Caiado.

PPLíder: JOSÉ JANENE

Vice-Líderes:Mário Negromonte (1º Vice), José Linhares, Francisco Dornelles,Romel Anizio, Francisco Appio, Nélio Dias, Professor IrapuanTeixeira, Reginaldo Germano, João Pizzolatti, Simão Sessim,Benedito de Lira, Celso Russomanno, Julio Lopes e PedroCanedo.

PSDBLíder: ALBERTO GOLDMAN

Vice-Líderes:Eduardo Paes (1º Vice), Jutahy Junior, Yeda Crusius, RonaldoDimas, Lobbe Neto, Carlos Alberto Leréia, Antonio Carlos

Mendes Thame, João Almeida, Antonio Carlos Pannunzio,Eduardo Barbosa, Nilson Pinto, Vicente Arruda e Zulaiê Cobra.

PTBLíder: JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

Vice-Líderes:Ricarte de Freitas (1º Vice), Arnaldo Faria de Sá, NelsonMarquezelli, Eduardo Seabra, Josué Bengtson, Ricardo Izar,Pastor Reinaldo, Iris Simões, Paes Landim, Jackson Barreto,Elaine Costa e Jovair Arantes.

PLLíder: SANDRO MABEL

Vice-Líderes:Miguel de Souza (1º Vice), Almir Sá, Amauri Gasques, Aracely dePaula, Giacobo, Inaldo Leitão, José Carlos Araújo, LincolnPortela, Neucimar Fraga e Maurício Rabelo.

PSBLíder: RENATO CASAGRANDE

Vice-Líderes:Dr. Ribamar Alves, Isaías Silvestre, Barbosa Neto, Jorge Gomes,B. Sá, João Paulo Gomes da Silva e Marcondes Gadelha.

PDTLíder: SEVERIANO ALVES

Vice-Líderes:Álvaro Dias (1º Vice), Manato, Pompeo de Mattos, João Fontes eAndré Figueiredo.

PPSLíder: DIMAS RAMALHO

Vice-Líderes:Rogério Teófilo (1º Vice), Raul Jungmann, Fernando Coruja eGeraldo Thadeu.

PCdoBLíder: RENILDO CALHEIROS

Vice-Líderes:Jamil Murad, Perpétua Almeida e Inácio Arruda.

PVLíder: SARNEY FILHO

Vice-Líderes:Marcelo Ortiz e Leonardo Mattos.

PSOLLíder: LUCIANA GENRO

Vice-Líderes:.

PSCLíder: PASTOR AMARILDO

Vice-Líderes:.

Parágrafo 4º, Artigo 9º do RICD

PRONARepr.: ENÉAS

PMRRepr.:

Liderança do GovernoLíder: ARLINDO CHINAGLIA

Vice-Líderes:Beto Albuquerque, Sigmaringa Seixas, Vicente Cascione eRenildo Calheiros.

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Liderança da MinoriaLíder: JOSÉ CARLOS ALELUIA

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DEPUTADOS EM EXERCÍCIO

RoraimaAlceste Almeida - PTBAlmir Sá - PLDr. Rodolfo Pereira - PDTFrancisco Rodrigues - PFLLuciano Castro - PLMaria Helena - PSBPastor Frankembergen - PTBSuely Campos - PP

AmapáBadu Picanço - PLCoronel Alves - PLDavi Alcolumbre - PFLDr. Benedito Dias - PPEduardo Seabra - PTBGervásio Oliveira - PMDBHélio Esteves - PTJanete Capiberibe - PSB

ParáAnivaldo Vale - PSDBAnn Pontes - PMDBAsdrubal Bentes - PMDBBabá - PSOLJader Barbalho - PMDBJosé Priante - PMDBJosué Bengtson - PTBNicias Ribeiro - PSDBNilson Pinto - PSDBRaimundo Santos - PLSocorro Gomes - PCdoBVic Pires Franco - PFLWladimir Costa - PMDBZé Geraldo - PTZé Lima - PPZenaldo Coutinho - PSDBZequinha Marinho - PSC

AmazonasÁtila Lins - PMDBCarlos Souza - PPFrancisco Garcia - PPHumberto Michiles - PLLupércio Ramos - PMDBPauderney Avelino - PFLSilas Câmara - PTBVanessa Grazziotin - PCdoB

RondôniaAgnaldo Muniz - PPAnselmo - PTEduardo Valverde - PTHamilton Casara - PSDBMarinha Raupp - PMDBMiguel de Souza - PLNatan Donadon - PMDBNilton Capixaba - PTB

AcreHenrique Afonso - PTJoão Correia - PMDBJoão Tota - PPJúnior Betão - PLNilson Mourão - PTPerpétua Almeida - PCdoBRonivon Santiago - PPZico Bronzeado - PT

TocantinsDarci Coelho - PPEduardo Gomes - PSDBHomero Barreto - PTBKátia Abreu - PFL

Maurício Rabelo - PLOsvaldo Reis - PMDBPastor Amarildo - PSCRonaldo Dimas - PSDB

MaranhãoAlbérico Filho - PMDBAntonio Joaquim - PSDBCésar Bandeira - PFLClóvis Fecury - PFLCosta Ferreira - PSCDr. Ribamar Alves - PSBGastão Vieira - PMDBJoão Castelo - PSDBLuciano Leitoa - PSBNeiva Moreira - PDTNice Lobão - PFLPedro Fernandes - PTBPedro Novais - PMDBRemi Trinta - PLSarney Filho - PVSebastião Madeira - PSDBTerezinha Fernandes - PTWagner Lago - PDT

CearáAlmeida de Jesus - PLAndré Figueiredo - PDTAníbal Gomes - PMDBAntenor Naspolini - PSDBAntonio Cambraia - PSDBAriosto Holanda - PSBArnon Bezerra - PTBBismarck Maia - PSDBEunício Oliveira - PMDBGonzaga Mota - PSDBInácio Arruda - PCdoBJoão Alfredo - PSOLJosé Linhares - PPJosé Pimentel - PTLéo Alcântara - PSDBManoel Salviano - PSDBMarcelo Teixeira - PSDBMauro Benevides - PMDBMoroni Torgan - PFLPastor Pedro Ribeiro - PMDBVicente Arruda - PSDBZé Gerardo - PMDB

PiauíÁtila Lira - PSDBB. Sá - PSBCiro Nogueira - PPJúlio Cesar - PFLMarcelo Castro - PMDBMoraes Souza - PMDBMussa Demes - PFLNazareno Fonteles - PTPaes Landim - PTBSimplício Mário - PT

Rio Grande do NorteÁlvaro Dias - PDTBetinho Rosado - PFLFátima Bezerra - PTHenrique Eduardo Alves - PMDBIberê Ferreira - PSBNélio Dias - PPNey Lopes - PFLSandra Rosado - PSB

ParaíbaBenjamin Maranhão - PMDBCarlos Dunga - PTBDomiciano Cabral - PSDB

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Enivaldo Ribeiro - PPInaldo Leitão - PLLúcia Braga - PMDBLuiz Couto - PTMarcondes Gadelha - PSBPhilemon Rodrigues - PTBRicardo Rique - PLWellington Roberto - PLWilson Santiago - PMDB

PernambucoAndré de Paula - PFLArmando Monteiro - PTBCarlos Batata - PSDBCarlos Eduardo Cadoca - PMDBEduardo Campos - PSBFernando Ferro - PTGonzaga Patriota - PSBInocêncio Oliveira - PLJoaquim Francisco - PFLJorge Gomes - PSBJosé Chaves - PTBJosé Mendonça Bezerra - PFLJosé Múcio Monteiro - PTBLuiz Piauhylino - PDTMarcos de Jesus - PFLMaurício Rands - PTOsvaldo Coelho - PFLPastor Francisco Olímpio - PSBPaulo Rubem Santiago - PTPedro Corrêa - PPRaul Jungmann - PPSRenildo Calheiros - PCdoBRicardo Fiuza - PPRoberto Freire - PPSRoberto Magalhães - PFL

AlagoasBenedito de Lira - PPGivaldo Carimbão - PSBHelenildo Ribeiro - PSDBJoão Caldas - PLJoão Lyra - PTBJosé Thomaz Nonô - PFLMaurício Quintella Lessa - PDTOlavo Calheiros - PMDBRogério Teófilo - PPS

SergipeBosco Costa - PSDBCleonâncio Fonseca - PPHeleno Silva - PLIvan Paixão - PPSJackson Barreto - PTBJoão Fontes - PDTJorge Alberto - PMDBJosé Carlos Machado - PFL

BahiaAlice Portugal - PCdoBAntonio Carlos Magalhães Neto - PFLAroldo Cedraz - PFLClaudio Cajado - PFLColbert Martins - PPSCoriolano Sales - PFLDaniel Almeida - PCdoBEdson Duarte - PVFábio Souto - PFLFélix Mendonça - PFLFernando de Fabinho - PFLGeddel Vieira Lima - PMDBGerson Gabrielli - PFLGuilherme Menezes - PTJairo Carneiro - PFL

João Almeida - PSDBJoão Carlos Bacelar - PLJoão Leão - PPJonival Lucas Junior - PTBJosé Carlos Aleluia - PFLJosé Carlos Araújo - PLJosé Rocha - PFLJosias Gomes - PTJutahy Junior - PSDBLuiz Alberto - PTLuiz Bassuma - PTLuiz Carreira - PFLMarcelo Guimarães Filho - PFLMário Negromonte - PPMilton Barbosa - PSCNelson Pellegrino - PTPaulo Magalhães - PFLPedro Irujo - PMDBReginaldo Germano - PPRobério Nunes - PFLSeveriano Alves - PDTWalter Pinheiro - PTZelinda Novaes - PFLZezéu Ribeiro - PT

Minas GeraisAdemir Camilo - PDTAlexandre Maia - PMDBAna Guerra - PTAracely de Paula - PLBonifácio de Andrada - PSDBCabo Júlio - PMDBCarlos Melles - PFLCarlos Mota - PSBCarlos Willian - PMDBCésar Medeiros - PTCleuber Carneiro - PTBCustódio Mattos - PSDBDr. Francisco Gonçalves - PTBEdmar Moreira - PFLEduardo Barbosa - PSDBEliseu Resende - PFLFernando Diniz - PMDBGeraldo Thadeu - PPSGilmar Machado - PTIbrahim Abi-ackel - PPIsaías Silvestre - PSBIvo José - PTJaime Martins - PLJoão Magalhães - PMDBJoão Magno - PTJoão Paulo Gomes da Silva - PSBJosé Militão - PTBJosé Santana de Vasconcellos - PLJúlio Delgado - PSBLael Varella - PFLLeonardo Mattos - PVLeonardo Monteiro - PTLincoln Portela - PLMarcello Siqueira - PMDBMárcio Reinaldo Moreira - PPMaria do Carmo Lara - PTMaria Lúcia Cardoso - PMDBMário Assad Júnior - PSBMário Heringer - PDTMauro Lopes - PMDBNarcio Rodrigues - PSDBOdair Cunha - PTOsmânio Pereira - PTBPaulo Delgado - PTRafael Guerra - PSDB

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Reginaldo Lopes - PTRoberto Brant - PFLRomel Anizio - PPRomeu Queiroz - PTBSérgio Miranda - PDTVadinho Baião - PTVirgílio Guimarães - PTVittorio Medioli - PV

Espírito SantoFeu Rosa - PPIriny Lopes - PTJair de Oliveira - PMDBManato - PDTMarcelino Fraga - PMDBMarcus Vicente - PTBNeucimar Fraga - PLNilton Baiano - PPRenato Casagrande - PSBRose de Freitas - PMDB

Rio de JaneiroAldir Cabral - PFLAlexandre Cardoso - PSBAlexandre Santos - PMDBAlmerinda de Carvalho - PMDBAlmir Moura - PFLAndré Costa - PDTAntonio Carlos Biscaia - PTBernardo Ariston - PMDBCarlos Nader - PLCarlos Santana - PTChico Alencar - PSOLDeley - PSCDr. Heleno - PSCEdson Ezequiel - PMDBEduardo Cunha - PMDBEduardo Paes - PSDBElaine Costa - PTBFernando Gabeira - PVFernando Gonçalves - PTBFernando Lopes - PMDBFrancisco Dornelles - PPItamar Serpa - PSDBJair Bolsonaro - PPJandira Feghali - PCdoBJoão Mendes de Jesus - PSBJorge Bittar - PTJosé Divino - PMRJosias Quintal - PSBJuíza Denise Frossard - PPSJulio Lopes - PPLaura Carneiro - PFLLeonardo Picciani - PMDBLuiz Sérgio - PTMárcio Fortes - PSDBMiro Teixeira - PDTMoreira Franco - PMDBNelson Bornier - PMDBPaulo Baltazar - PSBPaulo Feijó - PSDBReinaldo Betão - PLReinaldo Gripp - PLRenato Cozzolino - PDTRodrigo Maia - PFLSandro Matos - PTBSimão Sessim - PPVieira Reis - PMR

São PauloAlberto Goldman - PSDBAldo Rebelo - PCdoBAmauri Gasques - PL

Angela Guadagnin - PTAntonio Carlos Mendes Thame - PSDBAntonio Carlos Pannunzio - PSDBArlindo Chinaglia - PTArnaldo Faria de Sá - PTBAry Kara - PTBCarlos Sampaio - PSDBCelso Russomanno - PPChico Sardelli - PVCláudio Magrão - PPSCorauci Sobrinho - PFLDelfim Netto - PMDBDevanir Ribeiro - PTDimas Ramalho - PPSDurval Orlato - PTEdinho Montemor - PSBEdna Macedo - PTBElimar Máximo Damasceno - PRONAEnéas - PRONAFernando Estima - PPSGilberto Nascimento - PMDBIara Bernardi - PTIldeu Araujo - PPIvan Valente - PSOLJamil Murad - PCdoBJefferson Campos - PTBJoão Batista - PPJoão Herrmann Neto - PDTJoão Paulo Cunha - PTJosé Dirceu - PTJosé Eduardo Cardozo - PTJosé Mentor - PTJovino Cândido - PVJulio Semeghini - PSDBLobbe Neto - PSDBLuciano Zica - PTLuiz Antonio Fleury - PTBLuiz Carlos Santos - PFLLuiz Eduardo Greenhalgh - PTLuiza Erundina - PSBMarcelo Barbieri - PMDBMarcelo Ortiz - PVMarcos Abramo - PPMedeiros - PLMichel Temer - PMDBMilton Monti - PLNelson Marquezelli - PTBNeuton Lima - PTBOrlando Fantazzini - PSOLPaulo Lima - PMDBProfessor Irapuan Teixeira - PPProfessor Luizinho - PTRicardo Berzoini - PTRicardo Izar - PTBRoberto Gouveia - PTRobson Tuma - PFLSalvador Zimbaldi - PSBSilvio Torres - PSDBTelma de Souza - PTVadão Gomes - PPVanderlei Assis - PPVicente Cascione - PTBVicentinho - PTWalter Barelli - PSDBWanderval Santos - PLXico Graziano - PSDBZulaiê Cobra - PSDB

Mato GrossoCarlos Abicalil - PTCelcita Pinheiro - PFL

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Lino Rossi - PPPedro Henry - PPRicarte de Freitas - PTBTeté Bezerra - PMDBThelma de Oliveira - PSDBWellington Fagundes - PL

Distrito FederalAlberto Fraga - PFLJorge Pinheiro - PLJosé Roberto Arruda - PFLManinha - PSOLOsório Adriano - PFLSigmaringa Seixas - PTTatico - PTBWasny de Roure - PT

GoiásBarbosa Neto - PSBCarlos Alberto Leréia - PSDBEnio Tatico - PLJoão Campos - PSDBJovair Arantes - PTBLeandro Vilela - PMDBLuiz Bittencourt - PMDBNeyde Aparecida - PTPedro Canedo - PPPedro Chaves - PMDBProfessora Raquel Teixeira - PSDBRonaldo Caiado - PFLRubens Otoni - PTSandes Júnior - PPSandro Mabel - PLSérgio Caiado - PPVilmar Rocha - PFL

Mato Grosso do SulAntônio Carlos Biffi - PTAntonio Cruz - PPGeraldo Resende - PPSJoão Grandão - PTMurilo Zauith - PFLNelson Trad - PMDBVander Loubet - PTWaldemir Moka - PMDB

ParanáAbelardo Lupion - PFLAffonso Camargo - PSDBAirton Roveda - PPSAlex Canziani - PTBAndré Zacharow - PMDBAssis Miguel do Couto - PTCezar Silvestri - PPSChico da Princesa - PLColombo - PTDilceu Sperafico - PPDr. Rosinha - PTDra. Clair - PTEduardo Sciarra - PFLGiacobo - PLGustavo Fruet - PSDBHermes Parcianello - PMDBIris Simões - PTBJosé Janene - PPLuiz Carlos Hauly - PSDBMax Rosenmann - PMDBMoacir Micheletto - PMDBNelson Meurer - PPOdílio Balbinotti - PMDBOliveira Filho - PLOsmar Serraglio - PMDBReinhold Stephanes - PMDBRicardo Barros - PP

Selma Schons - PTTakayama - PMDBVitorassi - PT

Santa CatarinaAdelor Vieira - PMDBCarlito Merss - PTEdinho Bez - PMDBEdison Andrino - PMDBFernando Coruja - PPSGervásio Silva - PFLIvan Ranzolin - PFLJoão Pizzolatti - PPJorge Boeira - PTLeodegar Tiscoski - PPLuci Choinacki - PTMauro Passos - PTPaulo Afonso - PMDBPaulo Bauer - PSDBVignatti - PTZonta - PP

Rio Grande do SulAdão Pretto - PTAfonso Hamm - PPAlceu Collares - PDTBeto Albuquerque - PSBCezar Schirmer - PMDBDarcísio Perondi - PMDBEliseu Padilha - PMDBEnio Bacci - PDTÉrico Ribeiro - PPFrancisco Appio - PPFrancisco Turra - PPHenrique Fontana - PTJúlio Redecker - PSDBKelly Moraes - PTBLuciana Genro - PSOLLuis Carlos Heinze - PPMarco Maia - PTMaria do Rosário - PTMendes Ribeiro Filho - PMDBMilton Cardias - PTBNelson Proença - PPSOnyx Lorenzoni - PFLOrlando Desconsi - PTOsvaldo Biolchi - PMDBPastor Reinaldo - PTBPaulo Gouvêa - PLPaulo Pimenta - PTPompeo de Mattos - PDTTarcísio Zimmermann - PTWilson Cignachi - PMDBYeda Crusius - PSDB

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COMISSÕES PERMANENTES

COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA,ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL

Presidente: Ronaldo Caiado (PFL)1º Vice-Presidente: Luis Carlos Heinze (PP)2º Vice-Presidente: Francisco Turra (PP)3º Vice-Presidente: Assis Miguel do Couto (PT)Titulares Suplentes

PTAdão Pretto Guilherme MenezesAnselmo Luci ChoinackiAssis Miguel do Couto Odair CunhaJoão Grandão Reginaldo LopesJosias Gomes Vadinho BaiãoOrlando Desconsi VignattiVander Loubet Zé Geraldo

PMDBAlexandre Maia vaga do PL Marcelino FragaGervásio Oliveira Mauro LopesLeandro Vilela Osvaldo ReisMoacir Micheletto Pedro ChavesOdílio Balbinotti Rose de FreitasWaldemir Moka 2 vagasWilson CignachiZé Gerardo

Bloco PFL, PRONAAbelardo Lupion Alberto Fraga vaga do PTB

Carlos Melles Betinho RosadoEnéas Eduardo SciarraKátia Abreu Félix MendonçaOsvaldo Coelho vaga do PC do B Francisco RodriguesRonaldo Caiado Lael Varella

PSDBAnivaldo Vale Antonio Carlos Mendes ThameCarlos Batata vaga do PV Carlos Alberto LeréiaXico Graziano Júlio Redecker(Dep. do PL ocupa a vaga) Julio Semeghini(Dep. do PP ocupa a vaga)

PPDilceu Sperafico Afonso HammFrancisco Turra Benedito de Lira vaga do PL

Luis Carlos Heinze Érico RibeiroNélio Dias vaga do S.PART. Nelson MeurerZé Lima vaga do PSDB Sérgio CaiadoZonta

PTBCarlos Dunga Dr. Francisco GonçalvesJoão Lyra Josué BengtsonNelson Marquezelli Tatico vaga do PL

(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PPS ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PL

Almir Sá vaga do PSDB João Carlos BacelarHeleno Silva (Dep. do PP ocupa a vaga)Wellington Fagundes (Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PPSCezar Silvestri Airton Roveda vaga do PTB

Geraldo ThadeuPSB

Iberê Ferreira vaga do PTB 1 vagaLuciano Leitoa

PDTDr. Rodolfo Pereira Pompeo de Mattos

PC do B(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

1 vaga

PV

(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Edson DuarteS.PART.

(Dep. do PP ocupa a vaga) 1 vagaSecretário(a): Moizes Lobo da CunhaLocal: Anexo II, Térreo, Ala C, sala 36Telefones: 216-6403/6404/6406FAX: 216-6415

COMISSÃO DA AMAZÔNIA, INTEGRAÇÃO NACIONAL E DEDESENVOLVIMENTO REGIONAL

Presidente: Maria Helena (PSB)1º Vice-Presidente: Átila Lins (PMDB)2º Vice-Presidente: Júnior Betão (PL)3º Vice-Presidente: Severiano Alves (PDT)Titulares Suplentes

PTCarlos Abicalil AnselmoHenrique Afonso Nilson MourãoZé Geraldo 2 vagasZico Bronzeado

PMDBAnn Pontes Asdrubal BentesÁtila Lins vaga do PSDB Gervásio OliveiraLupércio Ramos Marcelo CastroNatan Donadon

Bloco PFL, PRONADavi Alcolumbre (Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PCdoB ocupa a vaga) 1 vaga

PSDB(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Anivaldo Vale1 vaga Hamilton Casara vaga do PP

Zenaldo CoutinhoPP

Agnaldo Muniz Marcos Abramo vaga do Bloco PFL, PRONA

Carlos Souza Suely Campos(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PTBFernando Gonçalves 2 vagas(Dep. do PSC ocupa a vaga)

PLJúnior Betão Coronel AlvesMiguel de Souza Raimundo Santos

PPS(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PSBJanete Capiberibe (Dep. do PCdoB ocupa a vaga)Maria Helena vaga do PPS

PDTSeveriano Alves Dr. Rodolfo Pereira

PCdoBPerpétua Almeida vaga do Bloco PFL, PRONA Vanessa Grazziotin vaga do PSB

PSCZequinha Marinho vaga do PTB

Secretário(a): Cristiano Ferri Soares de FariaLocal: Anexo II - Sala T- 59Telefones: 216-6432FAX: 216-6440

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO EINFORMÁTICA

Presidente: Jader Barbalho (PMDB)1º Vice-Presidente: Pedro Chaves (PMDB)2º Vice-Presidente: Eduardo Sciarra (PFL)3º Vice-Presidente: Silas Câmara (PTB)Titulares Suplentes

PTJorge Bittar Angela GuadagninWalter Pinheiro César Medeiros(Dep. do PL ocupa a vaga) Durval Orlato vaga do PL

(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Fernando Ferro

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(Dep. do PP ocupa a vaga) Henrique Afonso(Dep. do PDT ocupa a vaga) José Dirceu1 vaga Vicentinho

Wasny de RourePMDB

Adelor Vieira Gastão VieiraEunício Oliveira vaga do PT Henrique Eduardo AlvesGilberto Nascimento Marinha RauppHermes Parcianello Pastor Pedro RibeiroJader Barbalho Wladimir Costa

Marcelo Barbieri(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)Pedro Chaves (Dep. do PMR ocupa a vaga)Pedro Irujo vaga do PL

TakayamaBloco PFL, PRONA

Corauci Sobrinho Aldir CabralEduardo Sciarra Almir Moura vaga do PMDB

José Mendonça Bezerra vaga do

PTB César Bandeira

José Rocha Davi AlcolumbreJúlio Cesar Robson TumaVic Pires Franco (Dep. do PL ocupa a vaga)

PSDBGustavo Fruet Antonio Joaquim vaga do PTB

Julio Semeghini João CamposNarcio Rodrigues João CasteloProfessora Raquel Teixeira Lobbe Neto

Manoel SalvianoPP

João Batista vaga do PT Antonio Cruz vaga do PTB

Pedro Corrêa Enivaldo RibeiroRicardo Barros Leodegar TiscoskiSandes Júnior Romel AnizioVanderlei Assis (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PTBIris Simões Arnon BezerraSilas Câmara Pastor Reinaldo(Dep. do PL ocupa a vaga) (Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PLBadu Picanço vaga do PT Amauri GasquesCarlos Nader vaga do PTB Inaldo LeitãoMaurício Rabelo José Carlos Araújo vaga do Bloco PFL, PRONA

Raimundo SantosJosé Santana de Vasconcellos vaga

do PSL

(Dep. do PMDB ocupa a vaga) (Dep. do PT ocupa a vaga)PPS

Nelson Proença Raul JungmannPSB

João Mendes de Jesus vaga do PSL Ariosto HolandaJorge Gomes vaga do PC do B Salvador Zimbaldi vaga do PP

Luiza ErundinaPDT

Maurício Quintella Lessa Luiz PiauhylinoMiro Teixeira vaga do PT

PC do B(Dep. do PSB ocupa a vaga) Inácio Arruda

PVJovino Cândido Leonardo Mattos

PSL(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PL ocupa a vaga)

PMRVieira Reis vaga do PMDB

Secretário(a): Myriam Gonçalves Teixeira de OliveiraLocal: Anexo II, Térreo, Ala A, sala 49Telefones: 216-6452 A 6458FAX: 216-6465

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIAPresidente: Antonio Carlos Biscaia (PT)1º Vice-Presidente: José Mentor (PT)2º Vice-Presidente: Wilson Santiago (PMDB)3º Vice-Presidente: Roberto Magalhães (PFL)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Antônio Carlos BiffiJoão Paulo Cunha Dr. RosinhaJosé Eduardo Cardozo Iara BernardiJosé Mentor Iriny LopesLuiz Eduardo Greenhalgh José PimentelMaurício Rands Luciano ZicaNelson Pellegrino Luiz AlbertoOdair Cunha Luiz CoutoProfessor Luizinho Rubens OtoniSigmaringa Seixas (Dep. do PDT ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PMDBCezar Schirmer Albérico FilhoMaria Lúcia Cardoso Aníbal GomesMendes Ribeiro Filho Ann PontesMichel Temer Eduardo CunhaNelson Trad Leonardo PiccianiOsmar Serraglio Mauro BenevidesPaulo Afonso Mauro LopesWilson Santiago Moraes Souza(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

Pedro Irujo vaga do PL

(Dep. do PTB ocupa a vaga) (Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PMR ocupa a vaga) (Dep. do PL ocupa a vaga)

(Dep. do PSB ocupa a vaga)Bloco PFL, PRONA

Almir Moura vaga do PMDB André de PaulaAntonio Carlos Magalhães Neto Coriolano SalesEdmar Moreira vaga do PL EnéasIvan Ranzolin Laura CarneiroJosé Roberto Arruda Moroni TorganLuiz Carlos Santos Mussa DemesNey Lopes Onyx LorenzoniPaulo Magalhães Pauderney AvelinoRoberto MagalhãesRobson Tuma vaga do PTB

Vilmar RochaPSDB

Bosco Costa Antonio Carlos PannunzioJoão Almeida Átila LiraJutahy Junior Bonifácio de AndradaVicente Arruda Custódio MattosZenaldo Coutinho Helenildo RibeiroZulaiê Cobra Léo Alcântara

PPAntonio Cruz vaga do PTB Agnaldo MunizBenedito de Lira Celso RussomannoCleonâncio Fonseca Professor Irapuan TeixeiraDarci Coelho Ricardo BarrosIbrahim Abi-ackel Sandes JúniorJoão Leão Sérgio CaiadoReginaldo Germano

PTBEdna Macedo Alceste Almeida vaga do PMDB

Jefferson Campos vaga do PMDB Alex CanzianiPaes Landim Ary KaraVicente Cascione Cleuber Carneiro(Dep. do PP ocupa a vaga) Luiz Antonio Fleury(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

(Dep. do PL ocupa a vaga)

(Dep. do PDT ocupa a vaga) (Dep. do PL ocupa a vaga)PL

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Inaldo Leitão Almeida de Jesus(Dep. do PDT ocupa a vaga) Badu Picanço vaga do PTB

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Enio Tatico(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

Humberto Michiles vaga do PMDB

1 vaga Jaime MartinsNeucimar Fraga vaga do PTB

(Dep. do PSB ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PPS

Juíza Denise Frossard Colbert MartinsRoberto Freire Fernando Coruja

PSBCarlos Mota vaga do PL Alexandre CardosoGonzaga Patriota vaga do PT Isaías Silvestre

Sandra RosadoJoão Mendes de Jesus vaga do

PL

(Dep. do PC do B ocupa a vaga) Júlio Delgado vaga do PMDB

PDTAdemir Camilo vaga do PL João FontesAlceu Collares Miro Teixeira vaga do PT

Luiz Piauhylino Pompeo de MattosSérgio Miranda vaga do PC do B

Wagner Lago vaga do PTB

PC do BJamil Murad vaga do PSB Alice Portugal(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PVMarcelo Ortiz Sarney Filho

PMRJosé Divino vaga do PMDB

Secretário(a): Rejane Salete MarquesLocal: Anexo II,Térreo, Ala , sala 21Telefones: 216-6494FAX: 216-6499

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDORPresidente: Luiz Antonio Fleury (PTB)1º Vice-Presidente: Eduardo Seabra (PTB)2º Vice-Presidente: Carlos Sampaio (PSDB)3º Vice-Presidente: Júlio Delgado (PSB)Titulares Suplentes

PTAna Guerra João GrandãoSelma Schons Luiz BassumaSimplício Mário Maria do Carmo Lara(Dep. do PMDB ocupa a vaga) 1 vaga

PMDBLuiz Bittencourt Leandro VilelaPaulo Lima Max RosenmannWladimir Costa vaga do PT (Dep. do PMR ocupa a vaga)(Dep. do PDT ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAMarcelo Guimarães Filho vaga do PDT Fernando de Fabinho vaga do PPS

Robério Nunes Kátia Abreu(Dep. do PTB ocupa a vaga) Marcos de Jesus vaga do PL

1 vaga Zelinda Novaes(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PSDBCarlos Sampaio Yeda CrusiusMárcio Fortes (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPCelso Russomanno Julio LopesPedro Canedo Ricardo Fiuza

PTBEduardo Seabra Alex Canziani vaga do PDT

Jonival Lucas Junior vaga do Bloco PFL,

PRONA Neuton Lima

Luiz Antonio Fleury Ricardo Izar

Sandro Matos vaga do Bloco PFL, PRONA

PLAlmeida de Jesus Remi Trinta

José Carlos Araújo(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PPS

(Dep. do PSB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PSB

Givaldo CarimbãoJoão Paulo Gomes da Silva

vaga do PSDB

Júlio Delgado vaga do PPS Paulo BaltazarPDT

Renato Cozzolino vaga do PMDB (Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

PMRJosé Divino vaga do PMDB

Secretário(a): Lilian de Cássia Albuquerque SantosLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala C, sala 152Telefones: 216-6920 A 6922FAX: 216-6925

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Presidente: Romeu Queiroz (PTB)1º Vice-Presidente: Ildeu Araujo (PP)2º Vice-Presidente: Reginaldo Lopes (PT)3º Vice-Presidente: Fernando de Fabinho (PFL)Titulares Suplentes

PTJorge Boeira Jorge BittarReginaldo Lopes Josias GomesRubens Otoni (Dep. do PL ocupa a vaga)

PMDBBernardo Ariston Delfim Netto vaga do PP

Carlos Eduardo Cadoca Lupércio RamosEdson Ezequiel Wilson Cignachi

1 vagaBloco PFL, PRONA

Fernando de Fabinho Murilo Zauith vaga do PV

Gerson Gabrielli Osório AdrianoJoaquim Francisco vaga do PTB (Dep. do PDT ocupa a vaga)

PSDBJúlio Redecker Gonzaga MotaLéo Alcântara vaga do PV Yeda CrusiusRonaldo Dimas

PPIldeu Araujo Dr. Benedito Dias vaga do S.PART.

Sérgio Caiado Nélio Dias(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PTBRomeu Queiroz Armando Monteiro(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

Nelson Marquezelli

PLReinaldo Betão Giacobo vaga do PT

1 vagaPV

(Dep. do PSDB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)S.PART.

(Dep. do PSOL ocupa a vaga) (Dep. do PP ocupa a vaga)PDT

André Figueiredo vaga do Bloco PFL, PRONA

PSOLLuciana Genro vaga do S.PART.

Secretário(a): Aparecida de Moura AndradeLocal: Anexo II, Térreo, Ala A, sala T33Telefones: 216-6601 A 6609

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FAX: 216-6610

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANOPresidente: Julio Lopes (PP)1º Vice-Presidente: Fábio Souto (PFL)2º Vice-Presidente: Colbert Martins (PPS)3º Vice-Presidente: Jaime Martins (PL)Titulares Suplentes

PTJoão Magno Roberto GouveiaMaria do Carmo Lara Terezinha FernandesZezéu Ribeiro Vitorassi

PMDBAlexandre Santos Zé GerardoMarinha Raupp 2 vagas(Dep. do PCdoB ocupa avaga)

Bloco PFL, PRONAFábio Souto Nice Lobão1 vaga (Dep. do PSC ocupa a vaga)

PSDBCustódio Mattos Domiciano Cabral1 vaga Gustavo Fruet

PPAfonso Hamm Darci CoelhoJulio Lopes Mário Negromonte

PTBJackson Barreto José ChavesPedro Fernandes Pastor Frankembergen

Silas Câmara vaga do PL

PLJaime Martins Chico da PrincesaPaulo Gouvêa (Dep. do PTB ocupa a vaga)

PPSColbert Martins 1 vaga

PSBBarbosa Neto Jorge Gomes

PCdoBInácio Arruda vaga do PMDB

PSCMilton Barbosa vaga do Bloco PFL, PRONA

Secretário(a): Romulo de Sousa MesquitaLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Ala C, Sala 188Telefones: 216-6551/ 6554FAX: 216-6560

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIASPresidente: Iriny Lopes (PT)1º Vice-Presidente: Luiz Couto (PT)2º Vice-Presidente: Pompeo de Mattos (PDT)3º Vice-Presidente: Chico Alencar (PSOL)Titulares Suplentes

PTIriny Lopes Adão PrettoLuci Choinacki Ana Guerra vaga do Bloco PFL, PRONA

Luiz Alberto vaga do PSDB Luiz Eduardo GreenhalghLuiz Couto vaga do PMDB Maria do Rosário(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDB(Dep. do PT ocupa a vaga) Bernardo Ariston2 vagas (Dep. do PTB ocupa a vaga)

1 vagaBloco PFL, PRONA

Alberto Fraga vaga do PTB Fernando de Fabinho(Dep. do PDT ocupa a vaga) Jairo Carneiro2 vagas (Dep. do PT ocupa a vaga)

PSDBSebastião Madeira Eduardo Barbosa(Dep. do PT ocupa a vaga) João Almeida

PP

(Dep. do PDT ocupa a vaga) José Linhares1 vaga Nilton Baiano

PTBPastor Reinaldo Alceste Almeida vaga do PMDB

(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

(Dep. do PPS ocupa a vaga)

(Dep. do PSOL ocupa a vaga)PL

(Dep. do PSOL ocupa a vaga) Paulo GouvêaPPS

1 vaga Geraldo Thadeu vaga do PTB

Roberto FreirePV

Leonardo Mattos Jovino CândidoPDT

Mário Heringer vaga do PP

Pompeo de Mattos vaga do Bloco PFL, PRONA

PSOLChico Alencar vaga do PT João Alfredo vaga do PTB

Orlando Fantazzini vaga do PL

Secretário(a): Márcio Marques de AraújoLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 185Telefones: 216-6575FAX: 216-6580

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURAPresidente: Paulo Delgado (PT)1º Vice-Presidente: Maria do Rosário (PT)2º Vice-Presidente: Celcita Pinheiro (PFL)3º Vice-Presidente: João Correia (PMDB)Titulares Suplentes

PTAntônio Carlos Biffi Carlos AbicalilIara Bernardi ColomboMaria do Rosário Fátima BezerraNeyde Aparecida Gilmar MachadoPaulo Delgado Walter Pinheiro vaga do PPS

Paulo Rubem Santiago(Dep. do PSOL ocupa a

vaga)1 vaga

PMDBGastão Vieira Alexandre MaiaJoão Correia Luiz BittencourtJoão Matos (Licenciado) Osmar SerraglioOsvaldo Biolchi Paulo Lima

Pastor Pedro Ribeiro(Dep. do PSC ocupa a

vaga)

(Dep. do PPS ocupa a vaga)(Dep. do PTB ocupa a

vaga)Bloco PFL, PRONA

Celcita Pinheiro José Roberto ArrudaCésar Bandeira Osvaldo CoelhoClóvis Fecury vaga do PP Paulo MagalhãesMurilo Zauith vaga do PTB Roberto MagalhãesNice LobãoOnyx Lorenzoni vaga do PL

(Dep. do PP ocupa a vaga)PSDB

Antenor Naspolini vaga do PL Itamar SerpaÁtila Lira Rafael GuerraBonifácio de Andrada vaga do PP Thelma de OliveiraLobbe NetoNilson Pinto

PPMarcos Abramo vaga do Bloco PFL, PRONA José LinharesProfessor Irapuan Teixeira Márcio Reinaldo Moreira(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Zé Lima(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

PTB

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Neuton Lima Elaine CostaRicardo Izar Jefferson Campos vaga do PMDB

(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

Jonival Lucas Junior

Kelly MoraesPL

(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Carlos Nader vaga do PC do B

(Dep. do PSOL ocupa a vaga) Humberto Michiles(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

Medeiros

Milton MontiPPS

Geraldo Resende vaga do PSB (Dep. do PT ocupa a vaga)Ivan Paixão vaga do PMDB

Rogério TeófiloPSB

(Dep. do PPS ocupa a vaga) Luciano LeitoaPDT

Álvaro Dias Severiano AlvesPC do B

Alice Portugal (Dep. do PL ocupa a vaga)PSOL

Ivan Valente vaga do PL Chico Alencar vaga do PT

PSCDr. Heleno vaga do PMDB

Secretário(a): Anamélia Lima Rocha FernandesLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala C, sala 170Telefones: 216-6622/6625/6627/6628FAX: 216-6635

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃOPresidente: Geddel Vieira Lima (PMDB)1º Vice-Presidente: Eduardo Cunha (PMDB)2º Vice-Presidente: Luiz Carlos Hauly (PSDB)3º Vice-Presidente: Carlito Merss (PT)Titulares Suplentes

PTCarlito Merss Henrique FontanaJosé Pimentel João Paulo CunhaNazareno Fonteles Jorge BoeiraRicardo Berzoini vaga do PSB Paulo Rubem SantiagoVignatti Tarcísio ZimmermannVirgílio Guimarães Vadinho BaiãoWasny de Roure

PMDBDelfim Netto vaga do PP Carlos WillianEduardo Cunha Eliseu PadilhaGeddel Vieira Lima Michel TemerJoão Magalhães Nelson BornierJosé Priante vaga do PTB Odílio BalbinottiMarcelino Fraga 1 vagaMax RosenmannMoreira FrancoPedro Novais vaga do PC do B

Bloco PFL, PRONACoriolano Sales vaga do PL Eliseu ResendeFélix Mendonça Júlio CesarJosé Carlos Machado Rodrigo MaiaLuiz Carreira (Dep. do PP ocupa a vaga)Mussa Demes vaga do PL

Osório AdrianoPauderney Avelino vaga do PDT

Roberto Brant vaga do PP

PSDBGonzaga Mota Antonio CambraiaLuiz Carlos Hauly Custódio MattosSilvio Torres Julio SemeghiniYeda Crusius Walter Barelli

PPEnivaldo Ribeiro vaga do PL Benedito de Lira

Francisco Dornelles Carlos Souza(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Feu Rosa vaga do PL

(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

João Batista vaga do Bloco PFL, PRONA

ZontaPTB

Armando Monteiro (Dep. do PPS ocupa a vaga)José Militão 2 vagas(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PL(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

(Dep. do PDT ocupa a vaga)

(Dep. do PP ocupa a vaga) (Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

1 vaga

PPSFernando Coruja Geraldo Thadeu vaga do PTB

Nelson ProençaPSB

(Dep. do PT ocupa a vaga) Beto AlbuquerquePDT

(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

Ademir Camilo vaga do PL

André FigueiredoSérgio Miranda vaga do PC do B

PC do B(Dep. do PMDB ocupa a vaga) (Dep. do PDT ocupa a vaga)Secretário(a): Marcelle R C CavalcantiLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala C, sala 136Telefones: 216-6654/6655/6652FAX: 216-6660

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E CONTROLEPresidente: Alexandre Cardoso (PSB)1º Vice-Presidente: Pastor Francisco Olímpio (PSB)2º Vice-Presidente: Francisco Garcia (PP)3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PTColombo Eduardo ValverdeVitorassi José Mentor2 vagas Sigmaringa Seixas

Virgílio GuimarãesPMDB

Aníbal Gomes vaga do PTB João Correia vaga do PTB

Asdrubal Bentes vaga do PL João MagalhãesFernando Lopes Marcelino Fraga

Mauro Benevides(Dep. do PDT ocupa a

vaga)Olavo Calheiros

Bloco PFL, PRONAAldir Cabral José Carlos Machado(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Pauderney Avelino(Dep. do PP ocupa a vaga) Rodrigo Maia

PSDBEduardo Paes João AlmeidaManoel Salviano Luiz Carlos HaulyPaulo Bauer vaga do Bloco PFL, PRONA

PPFrancisco Garcia Luis Carlos HeinzeRonivon Santiago vaga do Bloco PFL, PRONA 1 vagaSimão Sessim

PTBElaine Costa Iris Simões

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PL

(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Wellington Roberto1 vaga 1 vaga

PPS

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1 vaga(Dep. do PSB ocupa a

vaga)PSB

Alexandre Cardoso B. Sá vaga do PPS

Pastor Francisco Olímpio vaga do PDT Barbosa Neto vaga do PDT

Paulo BaltazarPDT

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Renato Cozzolino vaga do PMDB

(Dep. do PSB ocupa avaga)

Secretário(a): Maria Linda MagalhãesLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 161Telefones: 216-6671 A 6675FAX: 216-6676

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVAPresidente: Fátima Bezerra (PT)1º Vice-Presidente: Leonardo Monteiro (PT)2º Vice-Presidente: Selma Schons (PT)3º Vice-Presidente: Luiza Erundina (PSB)Titulares Suplentes

PTFátima Bezerra Ana GuerraIvo José vaga do PPS Vadinho BaiãoLeonardo Monteiro (Dep. do PSOL ocupa a vaga)Selma Schons

PMDBAlbérico Filho Olavo CalheirosAlmerinda de Carvalho 2 vagasWilson Santiago

Bloco PFL, PRONAVilmar Rocha Laura Carneiro1 vaga 1 vaga

PSDBAntenor Naspolini 2 vagas1 vaga

PPEnivaldo Ribeiro 2 vagasJoão Leão vaga do PL

1 vagaPTB

Pastor Reinaldo 2 vagas1 vaga

PLJaime Martins 2 vagas(Dep. do PP ocupa a vaga)

PPS(Dep. do PT ocupa a vaga) 1 vaga

PSBLuiza Erundina 1 vaga

PSOLJoão Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Ruy dos Santos SiqueiraLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Ala A, salas 121/122Telefones: 216-6692 / 6693FAX: 216-6700

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL

Presidente: Luciano Castro (PL)1º Vice-Presidente: Jorge Pinheiro (PL)2º Vice-Presidente: Paulo Baltazar (PSB)3º Vice-Presidente: Kelly Moraes (PTB)Titulares Suplentes

PTCésar Medeiros Dra. ClairLeonardo Monteiro Luiz SérgioLuciano Zica Mauro Passos(Dep. do PSOL ocupa a vaga) Selma Schons

PMDB

Carlos Willian Almerinda de Carvalho(Dep. do PV ocupa a vaga) Max Rosenmann1 vaga Teté Bezerra

Bloco PFL, PRONA(Dep. do PV ocupa a vaga) Gervásio Silva(Dep. do PL ocupa a vaga) Joaquim Francisco vaga do PTB

Luiz CarreiraPSDB

Antonio Carlos Mendes Thame Affonso Camargo(Dep. do PV ocupa a vaga) Vicente Arruda vaga do PL

Xico GrazianoPP

(Dep. do PSOL ocupa a vaga) (Dep. do PSB ocupa a vaga)1 vaga (Dep. do PTB ocupa a vaga)

PTBKelly Moraes Paes LandimSandro Matos Vicente Cascione vaga do PP

(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

PLJorge Pinheiro Wellington FagundesLuciano Castro (Dep. do PSDB ocupa a vaga)Oliveira Filho vaga do Bloco PFL, PRONA

PPS(Dep. do PSB ocupa a vaga) Cezar Silvestri

PSBPaulo Baltazar vaga do PPS Janete Capiberibe vaga do PP

PVEdson Duarte vaga do Bloco PFL, PRONA

Fernando Gabeira vaga do PSDB

Sarney Filho vaga do PMDB

PSOLBabá vaga do PP

João Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Aurenilton Araruna de AlmeidaLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala C, sala 150Telefones: 216-6521 A 6526FAX: 216-6535

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIAPresidente: Nicias Ribeiro (PSDB)1º Vice-Presidente: Paulo Feijó (PSDB)2º Vice-Presidente: Rose de Freitas (PMDB)3º Vice-Presidente: Nelson Meurer (PP)Titulares Suplentes

PTEduardo Valverde Hélio EstevesFernando Ferro Ivo JoséLuiz Bassuma João MagnoLuiz Sérgio Vander Loubet

Mauro Passos(Dep. do PDT ocupa a

vaga)PMDB

Albérico Filho Alexandre SantosMarcello Siqueira André Zacharow vaga do PSB

Rose de Freitas Edinho Bez(Dep. do PSC ocupa a vaga) Marinha Raupp(Dep. do PSC ocupa a vaga) Moreira Franco

(Dep. do PSB ocupa avaga)

Bloco PFL, PRONABetinho Rosado vaga do PC do B Aroldo CedrazGervásio Silva Gerson Gabrielli(Dep. do PPS ocupa a vaga) Luiz Carlos Santos2 vagas Pauderney Avelino

PSDBHelenildo Ribeiro João AlmeidaNicias Ribeiro Ronaldo DimasPaulo Feijó 1 vaga

PP

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João Pizzolatti Dilceu Sperafico vaga do PTB

João Tota Francisco AppioNelson Meurer Reginaldo GermanoRomel Anizio vaga do PDT Simão Sessim vaga do PTB

Vadão GomesPTB

Marcus Vicente Edna MacedoOsmânio Pereira (Dep. do PP ocupa a vaga)Tatico vaga do PL (Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PLAracely de Paula Maurício Rabelo

José Santana de Vasconcellos(Dep. do PSC ocupa a

vaga)

(Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a

vaga)PPS

Airton Roveda vaga do Bloco PFL, PRONA 1 vaga(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBB. Sá vaga do PPS Edinho Montemor vaga do PL

Renato Casagrande Josias Quintal vaga do PMDB

Salvador Zimbaldi vaga do PTB (Dep. do PMDB ocupa avaga)

PDT(Dep. do PP ocupa a vaga) André Costa vaga do PT

1 vagaPC do B

(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

1 vaga

PSCDr. Heleno vaga do PMDB Deley vaga do PL

Pastor Amarildo vaga do PMDB

Secretário(a): Damaci Pires de MirandaLocal: Anexo II, Térreo, Ala C, sala 56Telefones: 216-6711 / 6713FAX: 216-6720

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESANACIONAL

Presidente: Aroldo Cedraz (PFL)1º Vice-Presidente: Jairo Carneiro (PFL)2º Vice-Presidente: Nilson Mourão (PT)3º Vice-Presidente: João Castelo (PSDB)Titulares Suplentes

PTJosé Dirceu José Eduardo CardozoNilson Mourão Paulo DelgadoTerezinha Fernandes Zico Bronzeado(Dep. do PDT ocupa a vaga) (Dep. do PSOL ocupa a vaga)(Dep. do PSOL ocupa a vaga) (Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBAndré Zacharow vaga do PSB Edinho BezEdison Andrino Edson Ezequiel(Dep. do PDT ocupa a vaga) Paulo Afonso(Dep. do PL ocupa a vaga) Takayama(Dep. do PMR ocupa a vaga) (Dep. do PV ocupa a vaga)1 vaga

Bloco PFL, PRONAAndré de Paula Antonio Carlos Magalhães NetoAroldo Cedraz Carlos MellesFrancisco Rodrigues Robério Nunes vaga do PTB

Jairo Carneiro Vilmar RochaMarcos de Jesus vaga do PP (Dep. do PPS ocupa a vaga)

PSDBAntonio Carlos Pannunzio Antonio Carlos Mendes ThameHamilton Casara vaga do PL Luiz Carlos HaulyItamar Serpa Paulo Bauer vaga do PTB

João Castelo Zulaiê CobraPP

Feu Rosa Francisco DornellesVadão Gomes Jair Bolsonaro(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

João Tota

PTBArnon Bezerra Jackson BarretoPastor Frankembergen (Dep. do PSDB ocupa a vaga)

(Dep. do PSB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PL

Lincoln Portela Almir SáRicardo Rique vaga do PMDB Júnior Betão(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Miguel de Souza(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPSDimas Ramalho Rogério Teófilo vaga do Bloco PFL, PRONA

(Dep. do PSB ocupa a vaga)PSB

João Paulo Gomes da Silva vaga

do PL Júlio Delgado vaga do PPS

Marcondes Gadelha vaga do PTB Luiza Erundina(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PDTAndré Costa vaga do PT Maurício Quintella LessaJoão Herrmann Neto vaga do PMDB

Neiva MoreiraPC do B

Renildo Calheiros Perpétua AlmeidaPV

Fernando Gabeira vaga do PMDB

PSOLManinha vaga do PT Ivan Valente vaga do PT

Orlando Fantazzini vaga do PT

PMRVieira Reis vaga do PMDB

Secretário(a): Fernando Luiz Cunha RochaLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 125Telefones: 216-6739 / 6738 / 6737FAX: 216-6745

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AOCRIME ORGANIZADO

Presidente: Enio Bacci (PDT)1º Vice-Presidente: João Campos (PSDB)2º Vice-Presidente: Alberto Fraga (PFL)3º Vice-Presidente: Carlos Sampaio (PSDB)Titulares Suplentes

PTPaulo Pimenta Antonio Carlos BiscaiaPaulo Rubem Santiago Luiz Couto1 vaga Nelson Pellegrino

PMDBCabo Júlio (Dep. do PL ocupa a vaga)Gilberto Nascimento 2 vagas(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAAlberto Fraga vaga do PTB Edmar Moreira vaga do PL

Moroni Torgan Laura Carneiro(Dep. do PP ocupa a vaga) Vic Pires Franco

PSDBCarlos Sampaio Bosco CostaJoão Campos Zulaiê Cobra

PPJair Bolsonaro vaga do Bloco PFL, PRONA Ricardo BarrosLino Rossi (Dep. do PSOL ocupa a vaga)Reginaldo Germano

PTB(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

Luiz Antonio Fleury

(Dep. do PCdoB ocupa a vaga) Pastor Reinaldo

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PLCoronel Alves Almir Sá vaga do PMDB

Wanderval Santos Neucimar Fraga(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PPS

Raul Jungmann Juíza Denise FrossardPSB

Josias Quintal vaga do PMDB Givaldo Carimbão(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PDTEnio Bacci vaga do PSB

PCdoBPerpétua Almeida vaga do PTB

PSOLLuciana Genro vaga do PP

Secretário(a): Kátia da Consolação dos Santos VianaLocal: Anexo II, Pavimento Superior - Sala 166-CTelefones: 216-6761 / 6762FAX: 216-6770

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIAPresidente: Dr. Benedito Dias (PP)1º Vice-Presidente: Arnaldo Faria de Sá (PTB)2º Vice-Presidente: Guilherme Menezes (PT)3º Vice-Presidente: Almerinda de Carvalho (PMDB)Titulares Suplentes

PTAngela Guadagnin Assis Miguel do CoutoDr. Rosinha Nazareno Fonteles vaga do PL

Durval Orlato Selma SchonsGuilherme Menezes Telma de SouzaHenrique Fontana (Dep. do PSOL ocupa a vaga)

Roberto Gouveia(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)1 vaga

PMDBAlmerinda de Carvalho Lúcia BragaBenjamin Maranhão Waldemir MokaDarcísio Perondi (Dep. do PTB ocupa a vaga)Jorge Alberto (Dep. do PSB ocupa a vaga)Saraiva Felipe (Licenciado) 2 vagasTeté Bezerra

Bloco PFL, PRONAElimar Máximo Damasceno Celcita PinheiroLaura Carneiro José Mendonça BezerraZelinda Novaes Roberto Brant vaga do PT

(Dep. do PP ocupa a vaga) (Dep. do PPS ocupa a vaga)1 vaga

PSDBAntonio Joaquim vaga do PTB Eduardo PaesEduardo Barbosa Walter BarelliRafael Guerra 1 vagaThelma de Oliveira

PPDr. Benedito Dias Feu RosaJosé Linhares Pedro CorrêaNilton Baiano vaga do Bloco PFL, PRONA Vanderlei AssisSuely Campos

PTBArnaldo Faria de Sá Homero Barreto vaga do PMDB

Dr. Francisco Gonçalves Milton Cardias(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Osmânio Pereira

(Dep. do PSB ocupa a vaga)PL

Amauri Gasques Jorge PinheiroReinaldo Gripp (Dep. do PSB ocupa a vaga)Remi Trinta (Dep. do PT ocupa a vaga)

PPSGeraldo Thadeu Geraldo Resende vaga do Bloco PFL, PRONA

Ivan PaixãoPSB

Dr. Ribamar Alves Carlos Mota vaga do PL

Jorge GomesMarcondes Gadelha vaga do PTB

Sandra Rosado vaga do PMDB

PDTManato Mário Heringer

PC do BJandira Feghali Jamil Murad

PV1 vaga Marcelo Ortiz

PSOLManinha vaga do PT

Secretário(a): Gardene AguiarLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 145Telefones: 216-6787 / 6781 A 6786FAX: 216-6790

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO ESERVIÇO PÚBLICO

Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB)1º Vice-Presidente: Osvaldo Reis (PMDB)2º Vice-Presidente: Enio Tatico (PL)3º Vice-Presidente: Marco Maia (PT)Titulares Suplentes

PTDra. Clair Carlos SantanaMarco Maia Leonardo MonteiroPaulo Pimenta Maurício RandsTarcísio Zimmermann Neyde AparecidaVicentinho Professor Luizinho

PMDBHenrique Eduardo Alves Ann PontesLeonardo Picciani Benjamin MaranhãoLúcia Braga Luiz BittencourtMoraes Souza Marcelo BarbieriOsvaldo Reis Paulo Lima vaga do Bloco PFL, PRONA

(Dep. do PCdoB ocupa avaga)

Bloco PFL, PRONAJosé Carlos Aleluia Laura Carneiro(Dep. do PCdoB ocupa a vaga) (Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PCdoB ocupa a vaga) (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PSDBCarlos Alberto Leréia Eduardo BarbosaWalter Barelli Narcio Rodrigues1 vaga 1 vaga

PPÉrico Ribeiro Pedro CanedoPedro Henry Ronivon Santiago

PTBJovair Arantes Arnaldo Faria de SáMilton Cardias Homero Barreto vaga do Bloco PFL, PRONA

Ricarte de FreitasPL

Enio Tatico Sandro MabelMedeiros 1 vaga

PPSCláudio Magrão 1 vaga

PSBIsaías Silvestre Pastor Francisco Olímpio

PDTJoão Fontes Alceu Collares

PCdoBDaniel Almeida vaga do Bloco PFL, PRONA Alice Portugal vaga do PMDB

Vanessa Grazziotin vaga do Bloco PFL,

PRONA

Secretário(a): Anamélia Ribeiro Correia de AraújoLocal: Anexo II, Sala T 50

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Telefones: 216-6805 / 6806 / 6807FAX: 216-6815

COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTOPresidente: Antonio Cambraia (PSDB)1º Vice-Presidente: André Figueiredo (PDT)2º Vice-Presidente: Marcelo Teixeira (PSDB)3º Vice-Presidente: Márcio Reinaldo Moreira (PP)Titulares Suplentes

PTGilmar Machado Orlando DesconsiIvo José Simplício MárioVadinho Baião 1 vaga

PMDB(Dep. do PTB ocupa a vaga) Edison Andrino vaga do PPS

(Dep. do PSC ocupa a vaga) Luiz Bittencourt

(Dep. do PSDB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)(Dep. do PTB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAClaudio Cajado Eduardo Sciarra vaga do PMDB

(Dep. do PTB ocupa a vaga) Fábio SoutoJosé Rocha

Marcelo Guimarães Filho vaga do

PDT

PSDBAlberto Goldman Hamilton Casara vaga do PL

Antonio Cambraia Jutahy JuniorBismarck Maia vaga do PPS Silvio TorresMarcelo Teixeira vaga do PMDB

PPMárcio Reinaldo Moreira Ildeu Araujo(Dep. do PTB ocupa a vaga) Pedro Henry

PTBAlceste Almeida vaga do PMDB José MilitãoAlex Canziani vaga do PP Jovair ArantesCleuber Carneiro vaga do PL Marcus Vicente vaga do PL

José Chaves Philemon Rodrigues vaga do PMDB

Josué BengtsonRicarte de Freitas vaga do Bloco PFL, PRONA

PL(Dep. do PTB ocupa a vaga) (Dep. do PSDB ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PTB ocupa a vaga)

PPSFernando Estima vaga do PSB (Dep. do PMDB ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PSBEdinho Montemor vaga do PL Dr. Ribamar Alves(Dep. do PPS ocupa a vaga)

PDT

André Figueiredo(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PSC

Deley vaga do PMDB

Secretário(a): Iracema MarquesLocal: Anexo II, Ala A , Sala 5,TérreoTelefones: 216-6831 / 6832 / 6833

COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTESPresidente: Mário Assad Júnior (PSB)1º Vice-Presidente: Humberto Michiles (PL)2º Vice-Presidente: Homero Barreto (PTB)3º Vice-Presidente: Nelson Bornier (PMDB)Titulares Suplentes

PTCarlos Santana Carlito MerssDevanir Ribeiro Marco MaiaHélio Esteves Paulo PimentaTelma de Souza Vitorassi(Dep. do PL ocupa a vaga) Zezéu Ribeiro

PMDBEdinho Bez Átila Lins vaga do PPS

Eliseu Padilha Marcello SiqueiraJair de Oliveira Pedro Chaves

Marcelo Castro vaga do PPS (Dep. do PSDB ocupa avaga)

Mauro Lopes 2 vagasNelson Bornier

Bloco PFL, PRONAEliseu Resende Claudio CajadoLael Varella 3 vagas(Dep. do PL ocupa a vaga)(Dep. do PL ocupa a vaga)

PSDBAffonso Camargo Marcelo Teixeira vaga do PMDB

Domiciano Cabral Narcio Rodrigues(Dep. do PV ocupa a vaga) Paulo Feijó

Silvio TorresPP

Francisco Appio João Leão vaga do PL

Leodegar Tiscoski João TotaMário Negromonte Sandes Júnior

(Dep. do PL ocupa a vaga)PTB

Ary Kara Carlos DungaHomero Barreto Pedro FernandesPhilemon Rodrigues Romeu Queiroz

PLChico da Princesa vaga do Bloco PFL, PRONA Aracely de PaulaGiacobo Oliveira Filho vaga do PP

Humberto Michiles vaga do PT Reinaldo Betão

Milton Monti vaga do Bloco PFL, PRONA (Dep. do PP ocupa avaga)

Neucimar Fraga vaga do PC do B

Wellington Roberto(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPS

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PSB

Beto Albuquerque Gonzaga PatriotaMário Assad Júnior vaga do PL

PDT1 vaga 1 vaga

PC do B(Dep. do PL ocupa a vaga) Jandira Feghali

PVVittorio Medioli vaga do PSDB

Secretário(a): Ruy Omar Prudencio da SilvaLocal: Anexo II, Pav. Superior, Ala A, sala 175Telefones: 216-6853 A 6856FAX: 216-6860

COMISSÕES TEMPORÁRIAS

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A "ACOMPANHAR ASNEGOCIAÇÕES DA ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS

AMÉRICAS".Presidente:1º Vice-Presidente: Edson Ezequiel (PMDB)2º Vice-Presidente: Alberto Goldman (PSDB)3º Vice-Presidente: Francisco Garcia (PP)Relator: Maninha (PSOL)Titulares Suplentes

PTJosé Pimentel Dra. ClairPaulo Delgado Henrique FontanaRubens Otoni Luci ChoinackiTarcísio Zimmermann Paulo Pimenta(Dep. do PSOL ocupa a vaga) (Dep. do PSOL ocupa a vaga)

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1 vaga 1 vagaPFL

Fábio Souto Robério NunesNey Lopes (Dep. do PTB ocupa a vaga)Pauderney Avelino 3 vagasRonaldo Caiado(Dep. do PP ocupa a vaga)

PMDBCezar Schirmer Bernardo AristonEdson Ezequiel Moacir MichelettoMax Rosenmann 2 vagasSilas Brasileiro (Licenciado)

PSDB

Alberto GoldmanAloysio Nunes Ferreira

(Licenciado)Antonio Carlos Mendes Thame Luiz Carlos HaulyAntonio Carlos Pannunzio Nilson PintoYeda Crusius 1 vaga

PPFeu Rosa Francisco DornellesFrancisco Garcia Leodegar TiscoskiFrancisco Turra Vadão GomesMarcos Abramo vaga do PFL

PTBJackson Barreto Arnaldo Faria de Sá1 vaga Arnon Bezerra

Paes Landim vaga do PFL

PL(Dep. do PSB ocupa a vaga) Humberto Michiles1 vaga 1 vaga

PSBAlexandre Cardoso Janete CapiberibeJoão Paulo Gomes da Silva vaga do

PL Renato Casagrande

Luiza ErundinaPPS

Nelson Proença Fernando CorujaPDT

Severiano Alves ManatoPC do B

Jamil Murad Inácio ArrudaPRONA

1 vaga Elimar Máximo DamascenoPSOL

Maninha vaga do PT Ivan Valente vaga do PT

Secretário(a): Mário Dráusio Oliveira de A. CoutinhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6203 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROPOR DIRETRIZESE NORMAS LEGAIS RELATIVAS AO TRATAMENTO A SERDADO AOS ARQUIVOS GOVERNAMENTAIS DADOS COMO

CONFIDENCIAIS, RESERVADOS E/OU SECRETOS, BEMCOMO PROMOVER A CONSOLIDAÇÃO DAS NORMAS E

LEGISLAÇÃO EXISTENTES SOBRE O MESMO ASSUNTO.Presidente: Mário Heringer (PDT)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Luiz Eduardo Greenhalgh (PT)Titulares Suplentes

PTLuiz Eduardo Greenhalgh

PMDBMauro Benevides

PFLVilmar Rocha

PTBVicente Cascione

PLLincoln Portela

PDTMário HeringerSecretário(a): Heloisa Pedrosa DinizLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6201/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO DEPROJETOS E AÇÕES COM VISTAS À TRANSPOSIÇÃO E À

INTEGRAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA AREGIÃO DO SEMI-ÁRIDO.

Presidente: José Carlos Machado (PFL)1º Vice-Presidente: Luiz Carreira (PFL)2º Vice-Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB)3º Vice-Presidente:Relator: Marcondes Gadelha (PSB)Titulares Suplentes

PTFátima Bezerra Zezéu RibeiroFernando Ferro 5 vagasJosé PimentelJosias GomesLuiz CoutoNazareno Fonteles

PFLFernando de Fabinho (Dep. do PDT ocupa a vaga)José Carlos Machado (Dep. do PTB ocupa a vaga)José Rocha 3 vagasLuiz CarreiraOsvaldo Coelho

PMDBBenjamin Maranhão Aníbal GomesHenrique Eduardo Alves (Dep. do PSB ocupa a vaga)Jorge Alberto 2 vagasMarcelo Castro

PSDBAntonio Carlos Mendes Thame Bosco CostaÁtila Lira Eduardo BarbosaHelenildo Ribeiro Gonzaga MotaManoel Salviano João Castelo

PPBenedito de Lira Mário NegromonteCleonâncio Fonseca Nélio DiasEnivaldo Ribeiro 1 vaga

PTBJackson Barreto Carlos Dunga(Dep. do PSB ocupa a vaga) Paes Landim vaga do PFL

1 vagaPL

Almeida de Jesus 2 vagasHeleno Silva

PSBB. Sá vaga do PPS Isaías SilvestreGonzaga Patriota Luciano Leitoa vaga do PDT

Marcondes Gadelha vaga do PTB Sandra Rosado vaga do PMDB

Pastor Francisco Olímpio 1 vagaPPS

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Colbert MartinsPDT

Severiano Alves João Fontes vaga do PFL

(Dep. do PSB ocupa a vaga)PC do B

Daniel Almeida 1 vagaPV

Edson Duarte Sarney FilhoSecretário(a): José Maria Aguiar de CastroLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6209/6232

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FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 002-A, DE2003, QUE "ACRESCENTA ARTIGOS 90 E 91 AO ATO DAS

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS,POSSIBILITANDO QUE OS SERVIDORES PÚBLICOSREQUISITADOS OPTEM PELA ALTERAÇÃO DE SUA

LOTAÇÃO FUNCIONAL DO ÓRGÃO CEDENTE PARA OÓRGÃO CESSIONÁRIO".

Presidente: Reinaldo Betão (PL)1º Vice-Presidente: Júnior Betão (PL)2º Vice-Presidente: Laura Carneiro (PFL)3º Vice-Presidente:Relator: Philemon Rodrigues (PTB)Titulares Suplentes

PTEduardo Valverde Iara BernardiWasny de Roure 5 vagasZé Geraldo3 vagas

PMDB

Cabo Júlio vaga do PSC (Dep. do PTB ocupa avaga)

Marcelo Castro 4 vagasMauro BenevidesOsvaldo ReisWilson Santiago(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAGervásio Silva 4 vagasLaura CarneiroVilmar Rocha(Dep. do PSC ocupa a vaga)

PPÉrico Ribeiro Leodegar TiscoskiMário Negromonte Vadão GomesPedro Corrêa 1 vaga

PSDBCarlos Alberto Leréia Itamar SerpaNicias Ribeiro João CamposZenaldo Coutinho 1 vaga

PTBJovair Arantes Jefferson Campos vaga do PMDB

Nelson Marquezelli José MilitãoPhilemon Rodrigues 2 vagas

Bloco PL, PSLJúnior Betão Almeida de JesusReinaldo Betão Luciano CastroRicardo Rique Medeiros

PPSGeraldo Thadeu Ivan Paixão

PSBGonzaga Patriota Luciano LeitoaSandra Rosado vaga do PMDB

PDTPompeo de Mattos Alceu CollaresSérgio Miranda vaga do PC do B Renato Cozzolino vaga do PSC

PC do B(Dep. do PDT ocupa a vaga) 1 vaga

PSC

Milton Barbosa vaga do Bloco PFL, PRONA (Dep. do PDT ocupa avaga)

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)PV

Marcelo Ortiz 1 vagaSecretário(a): Ana Lúcia Ribeiro MarquesLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6214/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO, Nº 3-A, DE

1999, QUE "ALTERA OS ARTS. 27, 28, 29, 44 E 82 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL, E INTRODUZ DISPOSIÇÕES

TRANSITÓRIAS, DE FORMA A FAZER COINCIDIR OSMANDATOS ELETIVOS QUE MENCIONA E ATRIBUIR-LHES

NOVO PERÍODO DE DURAÇÃO" E APENSADAS.Presidente: Affonso Camargo (PSDB)1º Vice-Presidente: Vicente Arruda (PSDB)2º Vice-Presidente: Rubens Otoni (PT)3º Vice-Presidente: Eliseu Padilha (PMDB)Relator: Eduardo Sciarra (PFL)Titulares Suplentes

PTJosé Eduardo Cardozo Luiz CoutoPaulo Delgado Maria do Carmo LaraRubens Otoni 4 vagas(Dep. do PSOL ocupa a vaga)2 vagas

PFLAndré de Paula Davi Alcolumbre vaga do PDT

Eduardo Sciarra Fernando de FabinhoJairo Carneiro Rodrigo MaiaMendonça Prado (Licenciado) Ronaldo CaiadoNice Lobão (Dep. do PL ocupa a vaga)Roberto Magalhães vaga do PTB 1 vaga

PMDBCezar Schirmer Marcelo CastroEliseu Padilha 3 vagasHenrique Eduardo Alves(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PSDBAffonso Camargo Antonio Carlos PannunzioAloysio Nunes Ferreira (Licenciado) Bonifácio de AndradaRafael Guerra Bosco CostaVicente Arruda Zenaldo Coutinho

PPEnivaldo Ribeiro Leodegar TiscoskiPedro Corrêa Mário NegromonteRomel Anizio 1 vaga

PTBJefferson Campos vaga do PMDB Arnaldo Faria de SáVicente Cascione Luiz Antonio Fleury(Dep. do PFL ocupa a vaga)

PLLincoln Portela Carlos Nader vaga do PFL

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Oliveira Filho1 vaga

PSBJoão Paulo Gomes da Silva vaga do PL 2 vagasPastor Francisco Olímpio1 vaga

PPSRaul Jungmann Colbert Martins

PDT

Manato(Dep. do PFL ocupa a

vaga)PC do B

Renildo Calheiros 1 vagaPV

Jovino Cândido Marcelo OrtizPSOL

Chico Alencar vaga do PT

Secretário(a): Ana Lucia R. MarquesLocal: Anexo II Pavimento Superior s/170-ATelefones: 261-6214/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER

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À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 007-A, DE2003, QUE "ALTERA O INCISO II DO ART. 37 DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PERMITINDO A CONTRATAÇÃO,PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DE AGENTES

COMUNITÁRIOS DE SAÚDE ATRAVÉS DO PROCESSOSELETIVO PÚBLICO".

Presidente: Almerinda de Carvalho (PMDB)1º Vice-Presidente: Ademir Camilo (PDT)2º Vice-Presidente: Daniel Almeida (PCdoB)3º Vice-Presidente: Luiz Carreira (PFL)Relator: Walter Pinheiro (PT)Titulares Suplentes

PTFátima Bezerra Eduardo ValverdeHenrique Fontana Guilherme MenezesJosé Pimentel Roberto GouveiaMaurício Rands Selma SchonsNeyde Aparecida Simplício MárioWalter Pinheiro Terezinha Fernandes

PMDBAlmerinda de Carvalho Leandro VilelaBenjamin Maranhão 4 vagasJorge AlbertoMarcelo BarbieriTeté Bezerra

Bloco PFL, PRONACelcita Pinheiro Marcos de Jesus vaga do PL

Fernando de Fabinho 4 vagasLuiz CarreiraRobério Nunes

PSDBDomiciano Cabral Eduardo BarbosaRafael Guerra João CamposSebastião Madeira 1 vaga

PPMário Negromonte Dr. Benedito DiasPedro Corrêa Érico RibeiroVadão Gomes 1 vaga

PTBJackson Barreto Arnaldo Faria de SáPedro Fernandes Jovair Arantes1 vaga 1 vaga

PLAmauri Gasques Neucimar Fraga(Dep. do PDT ocupa avaga)

Remi Trinta

(Dep. do PSB ocupa avaga)

(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

PPSGeraldo Resende Ivan Paixão

PSBCarlos Mota vaga do PL Jorge GomesDr. Ribamar Alves

PDTAdemir Camilo vaga do PL Dr. Rodolfo PereiraMário Heringer

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

PVEdson Duarte Sarney FilhoSecretário(a): Fernando Maia LeãoLocal: Anexo II - Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 216-6205/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 54-A, DE

1999, QUE "ACRESCENTA ARTIGO AO ATO DASDISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS"

(DISPONDO QUE O PESSOAL EM EXERCÍCIO QUE NÃO

TENHA SIDO ADMITIDO POR CONCURSO PÚBLICO,ESTÁVEL OU NÃO, PASSA A INTEGRAR QUADRO

TEMPORÁRIO EM EXTINÇÃO À MEDIDA QUE VAGAREM OSCARGOS OU EMPREGOS RESPECTIVOS).

Presidente: Laura Carneiro (PFL)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente: Eduardo Barbosa (PSDB)Relator: Átila Lira (PSDB)Titulares Suplentes

PTCarlos Abicalil 6 vagasFátima BezerraJorge BoeiraOdair CunhaTarcísio Zimmermann1 vaga

PFL

Laura CarneiroAntonio Carlos Magalhães

NetoNey Lopes José Roberto Arruda(Dep. do PL ocupa a vaga) 3 vagas(Dep. do PP ocupa a vaga)1 vaga

PMDBJorge Alberto Adelor VieiraLeonardo Picciani 3 vagas(Dep. do PTB ocupa a vaga)1 vaga

PSDBÁtila Lira Zenaldo CoutinhoEduardo Barbosa 3 vagasHamilton CasaraHelenildo Ribeiro

PPAgnaldo Muniz vaga do PPS Nilton BaianoFeu Rosa Zé LimaNélio Dias 1 vagaSandes JúniorVanderlei Assis vaga do PFL

PTBEduardo Seabra Philemon RodriguesJefferson Campos vaga do PMDB 1 vaga1 vaga

PLJoão Carlos Bacelar vaga do PFL MedeirosLuciano Castro Wellington Fagundes1 vaga

PSBGonzaga Patriota 2 vagasPastor Francisco Olímpio

PPS(Dep. do PP ocupa a vaga) Geraldo Thadeu

PDTAlceu Collares Pompeo de Mattos

PC do BAlice Portugal 1 vaga

PVJovino Cândido Marcelo OrtizSecretário(a): Carla Rodrigues de M. TavaresLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6207 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 58-A, DE

2003, QUE "DISPÕE SOBRE A CONVALIDAÇÃO DEALIENAÇÕES DE TERRAS PROCEDIDAS PELOS ESTADOS

NA FAIXA DE FRONTEIRA".Presidente: João Grandão (PT)

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1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente: Eduardo Sciarra (PFL)3º Vice-Presidente:Relator: Luis Carlos Heinze (PP)Titulares Suplentes

PTEduardo Valverde Hélio EstevesJoão Grandão Zico BronzeadoJosé Eduardo Cardozo 4 vagasNilson MourãoVignatti1 vaga

PMDBGervásio Oliveira vaga do PDT Darcísio PerondiOsmar Serraglio João Matos (Licenciado)Teté Bezerra Lupércio Ramos vaga do PPS

Waldemir Moka Moacir Micheletto(Dep. do PTB ocupa avaga)

Nelson Trad

1 vaga 1 vagaBloco PFL, PRONA

Eduardo Sciarra Edmar Moreira vaga do Bloco PL, PSL

Francisco Rodrigues Ronaldo CaiadoMurilo Zauith 3 vagasOnyx Lorenzoni

PPCleonâncio Fonseca vaga do PV José JaneneLuis Carlos Heinze vaga do PSB 2 vagasMário NegromontePedro HenryRonivon SantiagoZonta vaga do PSC

PSDBAntonio Carlos MendesThame

Helenildo Ribeiro

Júlio Redecker Manoel SalvianoThelma de Oliveira Nicias Ribeiro

PTBAlceste Almeida vaga do PMDB Iris SimõesNelson Marquezelli Silas CâmaraRicarte de Freitas 1 vaga1 vaga

Bloco PL, PSL(Dep. do PSB ocupa avaga)

(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

2 vagas (Dep. do PSB ocupa a vaga)1 vaga

PPSColbert Martins (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PSBCarlos Mota vaga do Bloco PL, PSL Barbosa Neto

(Dep. do PP ocupa a vaga)João Paulo Gomes da Silva vaga do Bloco PL,

PSL

PDT(Dep. do PMDB ocupa avaga)

Dr. Rodolfo Pereira

PC do BJamil Murad 1 vaga

PSC(Dep. do PP ocupa a vaga) Zequinha Marinho

PV(Dep. do PP ocupa a vaga) 1 vagaSecretário(a): Maria Terezinha DonatiLocal: Anexo II,Pavimento Superior, Sala 170-BTelefones: 216.6215FAX: 216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A APRECIAR EPROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO Nº 92-A, DE 1995, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO

AO ART. 101 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",DETERMINANDO QUE OS MEMBROS DO STF SERÃO

ESCOLHIDOS DENTRE OS MEMBROS DOS TRIBUNAISSUPERIORES QUE INTEGREM A CARREIRA DA

MAGISTRATURA, MENORES DE SESSENTA E CINCO ANOSDE IDADE, INDICADOS EM LISTA TRÍPLICE PELO PRÓPRIO

TRIBUNAL, COM NOMEAÇÃO PELO PRESIDENTE DAREPÚBLICA E APROVAÇÃO DO SENADO FEDERAL.

Presidente: Antonio Carlos Biscaia (PT)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: José Divino (PMR)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Iriny LopesEduardo Valverde 5 vagasJosé Eduardo CardozoMaurício RandsPaulo Delgado(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PFL

Coriolano SalesAntonio Carlos Magalhães

NetoEdmar Moreira vaga do PL (Dep. do PTB ocupa a vaga)José Roberto Arruda 3 vagasLuiz Carlos SantosMarcelo Guimarães Filho(Dep. do PP ocupa a vaga)

PMDBCarlos Willian vaga do PSB Ann PontesMarcelino Fraga Osmar SerraglioNelson Trad 2 vagas(Dep. do PMR ocupa a vaga)1 vaga

PSDBCarlos Sampaio Bonifácio de AndradaNicias Ribeiro Helenildo RibeiroVicente Arruda Zenaldo Coutinho(Dep. do PPS ocupa a vaga) 1 vaga

PPCleonâncio Fonseca Antonio Cruz vaga do PTB

Darci Coelho vaga do PFL 3 vagasDilceu SperaficoRicardo Fiuza

PTBLuiz Antonio Fleury Paes Landim vaga do PFL

Vicente Cascione (Dep. do PP ocupa a vaga)1 vaga

PL

(Dep. do PFL ocupa a vaga)José Santana de

Vasconcellos(Dep. do PSB ocupa a vaga) Raimundo Santos

PSBMário Assad Júnior vaga do PL 2 vagas(Dep. do PMDB ocupa a vaga)1 vaga

PPSCezar Silvestri Dimas RamalhoJuíza Denise Frossard vaga do PSDB

PDTWagner Lago Severiano Alves

PC do BJamil Murad 1 vaga

PVSarney Filho Marcelo Ortiz

PSOLJoão Alfredo vaga do PT

PMRJosé Divino vaga do PMDB

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Secretário(a): Walbia Vânia de Farias LoraLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6205 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 101-A, DE

2003, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO § 4º DO ART. 57 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL" (AUTORIZANDO A REELEIÇÃO

DOS MEMBROS DAS MESAS DIRETORAS DA CÂMARA DOSDEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL).

Presidente: Arlindo Chinaglia (PT)1º Vice-Presidente: Vic Pires Franco (PFL)2º Vice-Presidente: Jader Barbalho (PMDB)3º Vice-Presidente: Luiz Sérgio (PT)Relator: Paes Landim (PTB)Titulares Suplentes

PTArlindo Chinaglia Devanir RibeiroJosé Pimentel Fernando FerroLuiz Sérgio Neyde AparecidaProfessor Luizinho Nilson MourãoRubens Otoni 2 vagas1 vaga

PMDBFernando Diniz Almerinda de CarvalhoGastão Vieira Aníbal GomesJader Barbalho Átila Lins vaga do PPS

Nelson Trad Pastor Pedro Ribeiro1 vaga Wilson Santiago

Zé GerardoBloco PFL, PRONA

Laura Carneiro Ney LopesMoroni Torgan Rodrigo MaiaRobério Nunes 2 vagasVic Pires Franco

PPBenedito de Lira Feu RosaLeodegar Tiscoski Romel AnizioProfessor Irapuan Teixeira 1 vaga

PSDBAloysio Nunes Ferreira (Licenciado) Bismarck MaiaJutahy Junior Bosco CostaLuiz Carlos Hauly Carlos Alberto Leréia

PTBJosé Múcio Monteiro Iris SimõesPaes Landim Jovair Arantes(Dep. do PSC ocupa a vaga) 1 vaga

Bloco PL, PSLLuciano Castro MedeirosSandro Mabel 2 vagas1 vaga

PPS

(Dep. do PDT ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PSB

Jorge Gomes 1 vagaPDT

Álvaro Dias Mário HeringerJoão Herrmann Neto vaga do PPS

PC do BDaniel Almeida Jamil Murad

PVSarney Filho Jovino Cândido

PSCPastor Amarildo vaga do PTB

Secretário(a): Carla Rodrigues de M. TavaresLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6207/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 106-A, DE

1999, QUE "SUPRIME O § 7º DO ART. 14 DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL" (SUPRIMINDO O DISPOSITIVO QUE TORNA

INELEGÍVEL, NO TERRITÓRIO DE JURISDIÇÃO DO TITULAR,CÔNJUGE E OS PARENTES CONSANGÜÍNEOS OU AFINS,DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, DE GOVERNADOR E DE

PREFEITO).Presidente: Alceu Collares (PDT)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: André de Paula (PFL)Titulares Suplentes

PTDevanir Ribeiro Ana GuerraHenrique Afonso Rubens OtoniJosé Mentor 4 vagasPaulo DelgadoZico Bronzeado(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBAlmerinda de Carvalho 5 vagasCezar SchirmerHermes ParcianelloMauro BenevidesMauro Lopes

Bloco PFL, PRONAAndré de Paula 4 vagasNey LopesRoberto MagalhãesVic Pires Franco

PSDBBosco Costa Antonio Carlos PannunzioSebastião Madeira Átila LiraYeda Crusius Zenaldo Coutinho

PPBenedito de Lira 3 vagasLeodegar Tiscoski(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PTBArnaldo Faria de Sá Paes LandimCleuber Carneiro 2 vagasLuiz Antonio Fleury

PLAlmeida de Jesus (Dep. do PDT ocupa a vaga)Badu Picanço (Dep. do PSB ocupa a vaga)Inaldo Leitão (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPSFernando Coruja 1 vaga

PSBJanete Capiberibe Edinho Montemor vaga do PL

João Mendes de Jesus vaga do PL

1 vagaPDT

Alceu Collares Ademir Camilo vaga do PL

Wagner Lago vaga do PP Luiz PiauhylinoPC do B

Perpétua Almeida Jamil MuradPV

Marcelo Ortiz 1 vagaPSOL

Chico Alencar vaga do PT

Secretário(a): Valdivino Tolentino FilhoLocal: Anexo II Pavimento Superior - sala 170-ATelefones: 216.6206FAX: 216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER

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À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 115-A, DE1995, QUE "MODIFICA O PARÁGRAFO 4º DO ART. 225 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL, INCLUINDO O CERRADO NARELAÇÃO DOS BIOMAS CONSIDERADOS PATRIMÔNIO

NACIONAL".Presidente: Ricarte de Freitas (PTB)1º Vice-Presidente: Celcita Pinheiro (PFL)2º Vice-Presidente: Luiz Bittencourt (PMDB)3º Vice-Presidente:Relator: Neyde Aparecida (PT)Titulares Suplentes

PTAntônio Carlos Biffi Zezéu RibeiroJoão Grandão 5 vagasNeyde AparecidaRubens OtoniWasny de Roure(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PFLCelcita Pinheiro Eliseu ResendeJosé Roberto Arruda Lael VarellaVilmar Rocha Ronaldo Caiado2 vagas 2 vagas

PMDBAníbal Gomes 4 vagasFernando DinizLuiz BittencourtMoacir Micheletto

PSDBCarlos Alberto Leréia Átila LiraProfessora Raquel Teixeira Hamilton CasaraRonaldo Dimas João CamposThelma de Oliveira 1 vaga

PPPedro Canedo Carlos SouzaRomel Anizio Sandes JúniorZé Lima Sérgio Caiado

PTBRicarte de Freitas 2 vagasSandro Matos

PLJaime Martins Jorge PinheiroMaurício Rabelo Raimundo Santos

PSBJanete Capiberibe 2 vagas1 vaga

PPSGeraldo Resende Colbert Martins

PDTDr. Rodolfo Pereira Enio Bacci

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

PRONA1 vaga Elimar Máximo Damasceno

PSOLManinha vaga do PT

Secretário(a): José Maria Aguiar de CastroLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6209/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 138, DE

2003, QUE "DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO DOS DIREITOSECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS DA JUVENTUDE".

Presidente: Júnior Betão (PL)1º Vice-Presidente: Roberto Gouveia (PT)2º Vice-Presidente: Marinha Raupp (PMDB)3º Vice-Presidente: Zonta (PP)Relator: Alice Portugal (PCdoB)

Titulares SuplentesPT

Ivo José Carlos AbicalilReginaldo Lopes João GrandãoRoberto Gouveia Maurício RandsSelma Schons 3 vagasVignatti(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PMDBBenjamin Maranhão 5 vagasLeandro VilelaMarcelino FragaMarinha RauppZé Gerardo

Bloco PFL, PRONACelcita Pinheiro 4 vagasClóvis FecuryDavi AlcolumbreLaura Carneiro

PSDBÁtila Lira Bonifácio de AndradaEduardo Barbosa João CamposLobbe Neto Thelma de Oliveira

PPSandes Júnior Ildeu AraujoZonta Julio Lopes(Dep. do PDT ocupa a vaga) 1 vaga

PTBCarlos Dunga (Dep. do PSB ocupa a vaga)Kelly Moraes 2 vagas1 vaga

PLJúnior Betão Humberto MichilesReinaldo Betão Paulo Gouvêa(Dep. do PSB ocupa a vaga) Wellington Fagundes

PPSColbert Martins 1 vaga

PSBJoão Mendes de Jesus vaga do PL Barbosa NetoLuciano Leitoa Marcondes Gadelha vaga do PTB

PDTAndré Costa vaga do PT Álvaro DiasAndré FigueiredoWagner Lago vaga do PP

PC do BAlice Portugal 1 vaga

PVEdson Duarte Jovino CândidoSecretário(a): Mário Dráusio de O. CoutinhoLocal: Anexo II - Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 216-6203/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 199-A, DE

2003, QUE "ALTERA A REDAÇÃO DA ALÍNEA "B" EACRESCENTA ALÍNEA "C" AO INCISO XXIII DO ART. 21, E

ALTERA A REDAÇÃO DO INCISO V DO ART. 177 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL, PARA EXCLUIR DO MONOPÓLIO

DA UNIÃO A PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO EUTILIZAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS DE MEIA-VIDA CURTA,

PARA USOS MÉDICOS, AGRÍCOLAS E INDUSTRIAIS".Presidente: Dimas Ramalho (PPS)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Kátia Abreu (PFL)Titulares Suplentes

PTAngela Guadagnin Assis Miguel do Couto

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João Grandão César MedeirosJosé Eduardo Cardozo 4 vagasLuciano ZicaMauro PassosWalter Pinheiro

PMDBAlmerinda de Carvalho Cabo Júlio vaga do PSC

Darcísio Perondi 5 vagasJorge AlbertoNelson Trad(Dep. do PTB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAJosé Rocha 4 vagasKátia AbreuLaura CarneiroRonaldo Caiado

PPNelson Meurer Reginaldo GermanoSimão Sessim Vanderlei Assis(Dep. do PSC ocupa a vaga) 1 vaga

PSDBNilson Pinto Carlos Alberto LeréiaWalter Feldman (Licenciado) Julio Semeghini1 vaga Narcio Rodrigues

PTBIris Simões 3 vagasJefferson Campos vaga do PMDB

Romeu Queiroz(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PL, PSLLuciano Castro Almir SáRemi Trinta Ricardo Rique(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PPSDimas Ramalho Ivan Paixão

PSBIsaías Silvestre Pastor Francisco OlímpioMário Assad Júnior vaga do Bloco PL, PSL

Salvador Zimbaldi vaga do PTB

PDTMário Heringer 1 vaga

PC do BJamil Murad 1 vaga

PSC

Costa Ferreira(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)Dr. Heleno vaga do PP

PVEdson Duarte Sarney FilhoSecretário(a): José Maria Aguiar de CastroLocal: Anexo II - Pavimento Superior - s/ 170-ATelefones: 216.6209FAX: 216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 200-A, DE2003, QUE "ALTERA O ART. 89 DO ATO DAS DISPOSIÇÕESCONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS, INCORPORANDO OS

SERVIDORES DO EXTINTO TERRITÓRIO FEDERAL DERONDÔNIA AOS QUADROS DA UNIÃO".

Presidente: Miguel de Souza (PL)1º Vice-Presidente: Coronel Alves (PL)2º Vice-Presidente: Davi Alcolumbre (PFL)3º Vice-Presidente: Zico Bronzeado (PT)Relator: Agnaldo Muniz (PP)Titulares Suplentes

PTAnselmo 6 vagasEduardo ValverdeFernando Ferro

Hélio EstevesZé GeraldoZico Bronzeado

PMDBLeonardo Picciani Gervásio Oliveira vaga do PDT

Marcelo Barbieri Lupércio Ramos vaga do PPS

Marinha Raupp 5 vagasNatan DonadonOsvaldo Reis

Bloco PFL, PRONADavi Alcolumbre 4 vagasFrancisco RodriguesKátia AbreuPauderney Avelino

PSDBAntenor Naspolini 3 vagasCarlos Alberto LeréiaHamilton Casara vaga do PL

1 vagaPP

Agnaldo Muniz Celso RussomannoDarci Coelho Ricardo FiuzaPedro Corrêa 1 vaga

PTBEduardo Seabra Homero BarretoJosué Bengtson vaga do PV Pedro FernandesPastor Frankembergen Philemon Rodrigues1 vaga

PLCoronel Alves Inaldo LeitãoMiguel de Souza Luciano Castro(Dep. do PSDB ocupa a vaga) (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPS(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PSBGonzaga Patriota Carlos Mota vaga do PL

Maria Helena vaga do PPS Luciano LeitoaPDT

Dr. Rodolfo Pereira (Dep. do PMDB ocupa a vaga)PC do B

Perpétua Almeida 1 vagaPV

(Dep. do PTB ocupa a vaga) 1 vagaSecretário(a): Fátima MoreiraLocal: Anexo II - Pavimento Superior - sala 170-ATelefones: 216-6216/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 215-A, DE

2003, QUE "ACRESCENTA O § 3º AO ART. 42 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL QUE DISPÕE SOBRE OS

MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOSTERRITÓRIOS" (POSSIBILITANDO AOS MILITARES DOSESTADOS, DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS A

ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGO DE PROFESSOR,CARGO TÉCNICO OU CIENTÍFICO OU DE CARGO PRIVATIVO

DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE).Presidente: Jorge Alberto (PMDB)1º Vice-Presidente: Josias Quintal (PSB)2º Vice-Presidente: Coronel Alves (PL)3º Vice-Presidente:Relator: Odair Cunha (PT)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia 6 vagasJosé Eduardo CardozoMaria do Carmo LaraOdair Cunha(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

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1 vagaPMDB

Gilberto Nascimento Darcísio PerondiJoão Correia Gervásio Oliveira vaga do PDT

Jorge Alberto 4 vagasMendes Ribeiro Filho(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAAbelardo Lupion 4 vagasAlberto Fraga vaga do PTB

Onyx LorenzoniRonaldo Caiado1 vaga

PSDBBismarck Maia Carlos SampaioCarlos Alberto Leréia João CamposLuiz Carlos Hauly Vicente Arruda

PPAgnaldo Muniz Darci Coelho(Dep. do PDT ocupa a vaga) Ildeu Araujo1 vaga 1 vaga

PTBDr. Francisco Gonçalves Milton CardiasPastor Reinaldo 2 vagas(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupaa vaga)

PLCoronel Alves Luciano CastroJorge Pinheiro Remi TrintaRicardo Rique 1 vaga

PPSColbert Martins 1 vaga

PSBJosias Quintal vaga do PMDB Givaldo Carimbão1 vaga

PDT

Álvaro Dias(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)Wagner Lago vaga do PP

PC do BJamil Murad 1 vaga

PVMarcelo Ortiz 1 vaga

PSOLManinha vaga do PT

Secretário(a): Heloísa Pedrosa DinizLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6201/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 228-A, 255,285 E 293, DE 2004, QUE "ALTERA O SISTEMA TRIBUTÁRIO

NACIONAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".Presidente: Mussa Demes (PFL)1º Vice-Presidente: Gerson Gabrielli (PFL)2º Vice-Presidente: Pedro Novais (PMDB)3º Vice-Presidente: Luiz Carlos Hauly (PSDB)Relator: Virgílio Guimarães (PT)Titulares Suplentes

PTCarlito Merss Devanir RibeiroJorge Bittar José PimentelJosé Mentor Nilson MourãoPaulo Bernardo (Licenciado) Paulo DelgadoVirgílio Guimarães Paulo PimentaWalter Pinheiro Paulo Rubem SantiagoZezéu Ribeiro Wasny de Roure

PFLAntonio Carlos Magalhães Neto Abelardo Lupion

Gerson Gabrielli Eduardo SciarraJosé Roberto Arruda Eliseu ResendeMussa Demes José Carlos MachadoPauderney Avelino Luiz CarreiraVic Pires Franco (Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PMDBDelfim Netto vaga do PP Ann PontesEduardo Cunha Benjamin MaranhãoHenrique Eduardo Alves José PrianteLupércio Ramos vaga do PPS Luiz BittencourtOsmar Serraglio Wilson SantiagoPedro ChavesPedro Novais

PSDBAntonio Cambraia Anivaldo ValeJulio Semeghini Antonio Carlos Mendes ThameLuiz Carlos Hauly Gonzaga MotaWalter Feldman (Licenciado) Paulo Bauer vaga do PFL

Zenaldo Coutinho Ronaldo DimasYeda Crusius

PPFrancisco Dornelles Enivaldo RibeiroRomel Anizio Feu Rosa(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Professor Irapuan Teixeira

PTBArmando Monteiro Jackson BarretoJosé Militão Pedro FernandesPhilemon Rodrigues Vicente Cascione

PLMiguel de Souza Humberto MichilesRaimundo Santos Jaime MartinsSandro Mabel 1 vaga

PSBBeto Albuquerque Barbosa NetoRenato Casagrande Gonzaga Patriota

PPS(Dep. do PMDB ocupa a vaga) (Dep. do PDT ocupa a vaga)

PDTManato Dr. Rodolfo PereiraSérgio Miranda vaga do PC do B João Herrmann Neto vaga do PPS

PC do B(Dep. do PDT ocupa a vaga) Daniel Almeida

PRONAEnéas Elimar Máximo DamascenoSecretário(a): Angélica FialhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6218 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 272-A, DE

2000, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO À ALÍNEA "C" DO INCISO IDO ART. 12 DA CONSTITUIÇÃO E ACRESCENTA ARTIGO AOATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS,

ASSEGURANDO O REGISTRO NOS CONSULADOS DEBRASILEIROS NASCIDOS NO ESTRANGEIRO".

Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PTLeonardo Monteiro (Dep. do PDT ocupa a vaga)Nilson Mourão 5 vagasPaulo DelgadoZé Geraldo vaga do PMDB

(Dep. do PSOL ocupa a vaga)(Dep. do PSOL ocupa a vaga)1 vaga

PMDB

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Fernando Lopes Átila Lins vaga do PPS

João Correia Carlos Willian vaga do PSC

Wilson Santiago 5 vagas(Dep. do PMR ocupa a vaga)(Dep. do PT ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAFrancisco Rodrigues Edmar Moreira vaga do Bloco PL, PSL

Ivan Ranzolin vaga do PP 4 vagasMurilo ZauithVilmar Rocha(Dep. do Bloco PL, PSL ocupa avaga)

PPFeu Rosa Dilceu Sperafico(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

Francisco Dornelles

1 vaga Professor Irapuan TeixeiraPSDB

Bosco Costa Antonio Carlos PannunzioHelenildo Ribeiro Luiz Carlos HaulyJoão Castelo Manoel Salviano

PTBArnon Bezerra 3 vagasJackson Barreto1 vaga

Bloco PL, PSLAlmeida de Jesus Jaime Martins

João Carlos Bacelar vaga do Bloco PFL, PRONA (Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPS

(Dep. do PDT ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PSB

Alexandre Cardoso 1 vagaCarlos Mota vaga do Bloco PL, PSL

João Paulo Gomes da Silva vaga do Bloco

PL, PSL

PDTJoão Herrmann Neto vaga do PPS André Costa vaga do PT

Severiano Alves Mário HeringerPC do B

Jamil Murad 1 vagaPSC

Zequinha Marinho(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PV

1 vaga 1 vagaPSOL

Maninha vaga do PT

Orlando Fantazzini vaga do PT

PMRVieira Reis vaga do PMDB

Secretário(a): -

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 334-A, DE

1996, "QUE VEDA A NOMEAÇÃO DE PARENTES DEAUTORIDADES PARA CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES

DE CONFIANÇA".Presidente: Manato (PDT)1º Vice-Presidente: Jackson Barreto (PTB)2º Vice-Presidente: Zulaiê Cobra (PSDB)3º Vice-Presidente: Raul Jungmann (PPS)Relator: Arnaldo Faria de Sá (PTB)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Ana GuerraJosé Eduardo Cardozo Luiz Bassuma

Luiz Couto Vadinho BaiãoRubens Otoni 3 vagasWalter Pinheiro(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBCezar Schirmer 5 vagasMauro BenevidesWilson Cignachi2 vagas

Bloco PFL, PRONAAndré de Paula 4 vagasAntonio Carlos Magalhães NetoJosé Roberto ArrudaOnyx Lorenzoni

PSDBYeda Crusius Antonio Carlos PannunzioZenaldo Coutinho Bosco CostaZulaiê Cobra 1 vaga

PPBenedito de Lira 3 vagasIbrahim Abi-ackel(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PTBArnaldo Faria de Sá Iris SimõesJackson Barreto Nelson Marquezelli(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PLMedeiros Almeida de Jesus(Dep. do PSB ocupa a vaga) Coronel Alves(Dep. do PSB ocupa a vaga) Lincoln Portela

PPSRaul Jungmann Colbert Martins

PSBCarlos Mota vaga do PL Iberê Ferreira vaga do PTB

Edinho Montemor vaga do PL Jorge GomesIsaías SilvestreMarcondes Gadelha vaga do PTB

PDTManato Luiz PiauhylinoWagner Lago vaga do PP

PC do BPerpétua Almeida Daniel Almeida

PVSarney Filho Jovino Cândido

PSOLOrlando Fantazzini vaga do PT

Secretário(a): Heloísa Pedrosa DinizLocal: Anexo II, Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 216-6201/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 347-A, DE1996, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO PARÁGRAFO 2º DOARTIGO 57 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL" (INCLUINDO ODISPOSITIVO QUE PROÍBE A INTERRUPÇÃO DA SESSÃO

LEGISLATIVA SEM APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO ANUAL).Presidente: Orlando Desconsi (PT)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Isaías Silvestre (PSB)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Mauro PassosGilmar Machado 5 vagasOrlando DesconsiSelma SchonsWalter Pinheiro(Dep. do PSOL ocupa a

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vaga)PFL

Corauci Sobrinho Laura CarneiroDr. Pinotti (Licenciado) Marcelo Guimarães FilhoVilmar Rocha 3 vagas(Dep. do PSC ocupa a vaga)1 vaga

PMDBAlmerinda de Carvalho João CorreiaAndré Zacharow vaga do PDT Lupércio Ramos vaga do PPS

Edson Ezequiel (Dep. do PTB ocupa a vaga)Nelson Bornier 2 vagasPedro Chaves

PSDBAlberto Goldman Átila LiraNicias Ribeiro Helenildo RibeiroRonaldo Dimas Professora Raquel Teixeira1 vaga 1 vaga

PPCleonâncio Fonseca 3 vagasMárcio Reinaldo MoreiraRoberto Balestra(Licenciado)

PTB2 vagas Alceste Almeida vaga do PMDB

Milton CardiasPastor Reinaldo

PLWellington Roberto Heleno Silva1 vaga (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBIsaías Silvestre João Paulo Gomes da Silva vaga do PL

Pastor Francisco Olímpio 2 vagasPPS

1 vaga (Dep. do PMDB ocupa a vaga)PDT

(Dep. do PMDB ocupa avaga)

Mário Heringer

PC do BJamil Murad Daniel Almeida

PRONAElimar Máximo Damasceno 1 vaga

PSOLChico Alencar vaga do PT

PSCMilton Barbosa vaga do PFL

Secretário(a): Leila Machado C. de FreitasLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6212 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 349-A, DE

2001, QUE "ALTERA A REDAÇÃO DOS ARTS. 52, 53, 55 E 66DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA ABOLIR O VOTO

SECRETO NAS DECISÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS EDO SENADO FEDERAL".

Presidente: Juíza Denise Frossard (PPS)1º Vice-Presidente: Ney Lopes (PFL)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: José Eduardo Cardozo (PT)Titulares Suplentes

PTJosé Eduardo Cardozo 6 vagasNilson MourãoOrlando DesconsiRubens OtoniSigmaringa Seixas(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBCezar Schirmer 5 vagasEliseu PadilhaPaulo Afonso2 vagas

Bloco PFL, PRONAJosé Roberto Arruda Eduardo SciarraLuiz Carlos Santos Onyx LorenzoniNey Lopes 2 vagasRonaldo Caiado

PPFrancisco Turra Enivaldo RibeiroRomel Anizio João Leão vaga do Bloco PL, PSL

1 vaga Márcio Reinaldo Moreira1 vaga

PSDBBosco Costa Antonio Carlos PannunzioZenaldo Coutinho Átila Lira(Dep. do PPS ocupa a vaga) Bonifácio de Andrada

PTBLuiz Antonio Fleury Jovair Arantes2 vagas 2 vagas

Bloco PL, PSLAlmir Sá Oliveira Filho(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PP ocupa a vaga)1 vaga (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPSJuíza Denise Frossard vaga do PSDB Dimas Ramalho1 vaga

PSB

Alexandre CardosoMário Assad Júnior vaga do Bloco PL,

PSL

João Paulo Gomes da Silva vaga do

Bloco PL, PSL Renato Casagrande

PDT1 vaga Enio Bacci

PC do BRenildo Calheiros Jamil Murad

PSCCosta Ferreira 1 vaga

PVMarcelo Ortiz Sarney Filho

PSOLChico Alencar vaga do PT

Secretário(a): Mário Dráusio de O. CoutinhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6203/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 431-A, DE

2001, QUE "ACRESCENTA PARÁGRAFOS PRIMEIRO ESEGUNDO AO ARTIGO 204 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",

DESTINANDO 5% DOS RECURSOS DO ORÇAMENTO DAUNIÃO FEDERAL, ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS PARA

CUSTEIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL.Presidente: Jamil Murad (PCdoB)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Mário Heringer (PDT)Titulares Suplentes

PTAngela Guadagnin 6 vagasJorge BoeiraMaria do RosárioSelma SchonsTarcísio ZimmermannTelma de Souza

PFL

Page 306: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04NOV2005.pdf · da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado

André de Paula Marcos de Jesus vaga do PL

Fábio Souto 5 vagasJairo CarneiroLaura CarneiroMendonça Prado (Licenciado)

PMDBCezar Schirmer André Zacharow vaga do PDT

Gilberto Nascimento vaga do PSB João CorreiaMarcelo Castro Osvaldo ReisMax Rosenmann (Dep. do PSB ocupa a vaga)Paulo Afonso 1 vaga

PSDBAntonio Cambraia Carlos Alberto LeréiaEduardo Barbosa Rafael GuerraThelma de Oliveira Walter Feldman (Licenciado)Yeda Crusius (Dep. do PPS ocupa a vaga)

PPBenedito de Lira ZontaJosé Linhares 2 vagasSuely Campos

PTBKelly Moraes Arnaldo Faria de Sá(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PLAlmeida de Jesus Wanderval SantosOliveira Filho (Dep. do PFL ocupa a vaga)

PSBLuiza Erundina Sandra Rosado vaga do PMDB

Marcondes Gadelha vaga do PTB 2 vagas(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PPS1 vaga Geraldo Resende

Juíza Denise Frossard vaga do PSDB

PDTMário Heringer (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PC do BJamil Murad Alice Portugal

PRONAElimar Máximo Damasceno 1 vagaSecretário(a): Angélica Maria L. F. AguiarLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6218 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 438-A, DE

2001, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO ART. 243 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL" (ESTABELECENDO A PENA DE

PERDIMENTO DA GLEBA ONDE FOR CONSTADA AEXPLORAÇÃO DE TRABALHO ESCRAVO; REVERTENDO A

ÁREA AO ASSENTAMENTO DOS COLONOS QUE JÁTRABALHAVAM NA RESPECTIVA GLEBA).

Presidente: Isaías Silvestre (PSB)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente: Bernardo Ariston (PMDB)3º Vice-Presidente: Anivaldo Vale (PSDB)Relator: Tarcísio Zimmermann (PT)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Eduardo ValverdeDra. Clair João Grandão vaga do PSB

Leonardo Monteiro Jorge BoeiraNeyde Aparecida Zé GeraldoTarcísio Zimmermann (Dep. do PSOL ocupa a vaga)1 vaga (Dep. do PSOL ocupa a vaga)

1 vagaPFL

Francisco Rodrigues Abelardo LupionKátia Abreu Alberto Fraga vaga do PTB

Ronaldo Caiado Fernando de Fabinho

(Dep. do PP ocupa a vaga) Ivan Ranzolin vaga do PP

1 vaga (Dep. do PL ocupa a vaga)(Dep. do PSC ocupa a vaga)(Dep. do PSC ocupa a vaga)

PMDBAlmerinda de Carvalho (Dep. do PSB ocupa a vaga)Asdrubal Bentes 3 vagasBernardo AristonTeté Bezerra

PSDBAloysio Nunes Ferreira(Licenciado)

Bosco Costa

Anivaldo Vale João AlmeidaEduardo Barbosa Júlio RedeckerHelenildo Ribeiro Léo Alcântara

PPMarcos Abramo vaga do PFL Cleonâncio FonsecaZé Lima Enivaldo Ribeiro(Dep. do PDT ocupa a vaga) (Dep. do PFL ocupa a vaga)1 vaga

PTBHomero Barreto Pastor ReinaldoJosué Bengtson (Dep. do PFL ocupa a vaga)

PLMedeiros José Carlos Araújo vaga do PFL

1 vaga Luciano Castro(Dep. do PSC ocupa a vaga)

PSBIsaías Silvestre Sandra Rosado vaga do PMDB

Luiza Erundina (Dep. do PT ocupa a vaga)1 vaga

PPSColbert Martins Geraldo Resende

PDTWagner Lago vaga do PP Dr. Rodolfo Pereira1 vaga

PC do BDaniel Almeida Jamil Murad

PVMarcelo Ortiz 1 vaga

PSOLChico Alencar vaga do PT

Orlando Fantazzini vaga do PT

PSCMilton Barbosa vaga do PFL

Pastor Amarildo vaga do PL

Zequinha Marinho vaga do PFL

Secretário(a): Eveline de Carvalho AlmintaLocal: Anexo II, Pavimento Superior s/ 170-ATelefones: 216.6211FAX: 216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 446-A, DE

2005, QUE "DISPÕE SOBRE A NÃO APLICAÇÃO DARESSALVA DO ART. 16 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL AOPLEITO ELEITORAL DE 2006" (AMPLIANDO PARA 31 DE

DEZEMBRO DE 2005 O PRAZO PARA APROVAÇÃO EVIGÊNCIA DE LEI QUE ALTERE O PROCESSO ELEITORAL

DE 2006).Presidente: João Almeida (PSDB)1º Vice-Presidente: Telma de Souza (PT)2º Vice-Presidente: Roberto Magalhães (PFL)3º Vice-Presidente: B. Sá (PSB)Relator: Marcelo Barbieri (PMDB)Titulares Suplentes

PTDurval Orlato Iriny LopesReginaldo Lopes Maria do RosárioRoberto Gouveia 4 vagas

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Rubens OtoniTelma de SouzaVitorassi

PMDBHermes Parcianello Aníbal GomesJorge Alberto Cezar SchirmerMarcelo Barbieri Luiz BittencourtOlavo Calheiros Marinha RauppRose de Freitas 1 vaga

Bloco PFL, PRONAIvan Ranzolin Aroldo CedrazNey Lopes 3 vagasRoberto MagalhãesRonaldo Caiado

PSDBJoão Almeida Bonifácio de AndradaJutahy Junior Custódio MattosZenaldo Coutinho Vicente Arruda

PPAgnaldo Muniz Afonso HammBenedito de Lira 2 vagasDarci Coelho

PTBIris Simões 3 vagasLuiz Antonio FleuryPaes Landim

PLInaldo Leitão Reinaldo BetãoLincoln Portela 2 vagasMiguel de Souza

PPSRogério Teófilo Fernando Coruja

PSBB. Sá 1 vaga

PDTJoão Herrmann Neto João Fontes

PC do BRenildo Calheiros Jandira Feghali

PVJovino Cândido 1 vagaSecretário(a): Ana Lucia Ribeiro MarquesLocal: Anexo II - Pavimento Superior - sala 170-ATelefones: 3216.6214FAX: 3216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 524-A, DE

2002, QUE "ACRESCENTA ARTIGO AO ATO DASDISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS, A FIM DE

INSTITUIR O FUNDO PARA A REVITALIZAÇÃOHIDROAMBIENTAL E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO".Presidente: Fernando de Fabinho (PFL)1º Vice-Presidente: Luiz Carreira (PFL)2º Vice-Presidente: Daniel Almeida (PCdoB)3º Vice-Presidente: Jackson Barreto (PTB)Relator: Fernando Ferro (PT)Titulares Suplentes

PTFernando Ferro Josias GomesJosé Pimentel 5 vagasLuiz BassumaVirgílio GuimarãesWalter PinheiroZezéu Ribeiro

PFLFernando de Fabinho Eduardo SciarraJosé Carlos Machado Júlio CesarJosé Rocha (Dep. do PL ocupa a vaga)Luiz Carreira 2 vagas

Osvaldo CoelhoPMDB

Jorge Alberto 4 vagasMauro LopesOlavo CalheirosWilson Santiago

PSDBBosco Costa Antonio CambraiaGonzaga Mota Narcio RodriguesHelenildo Ribeiro Vicente ArrudaJoão Almeida Walter Feldman (Licenciado)

PPCleonâncio Fonseca João Leão vaga do PL

Márcio Reinaldo Moreira 3 vagasMário Negromonte

PTBJackson Barreto Jonival Lucas Junior(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PLHeleno Silva José Carlos Araújo vaga do PFL

Jaime Martins (Dep. do PP ocupa a vaga)1 vaga

PSBGivaldo Carimbão 2 vagasGonzaga PatriotaMarcondes Gadelha vaga do PTB

PPSRaul Jungmann Colbert Martins

PDTMário Heringer Severiano Alves

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

PRONA1 vaga 1 vagaSecretário(a): Angélica Maria L. Fialho AguiarLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6218/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 534-A, DE

2002, QUE "ALTERA O ART. 144 DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL, PARA DISPOR SOBRE AS COMPETÊNCIAS DA

GUARDA MUNICIPAL E CRIAÇÃO DA GUARDA NACIONAL".Presidente: Iara Bernardi (PT)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Arnaldo Faria de Sá (PTB)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Durval OrlatoDevanir Ribeiro José MentorEduardo Valverde Odair CunhaIara Bernardi Patrus Ananias (Licenciado)Paulo Rubem Santiago 2 vagas1 vaga

PFLCésar Bandeira Abelardo LupionCoriolano Sales (Dep. do PL ocupa a vaga)Dr. Pinotti (Licenciado) 3 vagasEdmar Moreira vaga do PL

Félix MendonçaPaulo Magalhães

PMDBBenjamin Maranhão Cabo JúlioCezar Schirmer Edison AndrinoGilberto Nascimento Osmar SerraglioMauro Lopes Silas Brasileiro (Licenciado)

PSDB

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João Campos Bosco CostaZenaldo Coutinho Helenildo RibeiroZulaiê Cobra Vicente Arruda(Dep. do PPS ocupa a vaga) 1 vaga

PPFrancisco Garcia Érico RibeiroNelson Meurer Julio Lopes1 vaga Leodegar Tiscoski

PTBArnaldo Faria de Sá Ricardo IzarNelson Marquezelli Romeu Queiroz

PLCoronel Alves Humberto Michiles(Dep. do PFL ocupa a vaga) José Carlos Araújo vaga do PFL

Maurício RabeloPSB

Givaldo Carimbão (Dep. do PV ocupa a vaga)Gonzaga Patriota 1 vaga

PPSGeraldo Resende Dimas RamalhoJuíza Denise Frossard vaga do PSDB

PDTPompeo de Mattos Mário Heringer

PC do BPerpétua Almeida 1 vaga

PVJovino Cândido Chico Sardelli vaga do PSB

Leonardo MattosSecretário(a): Heloísa Pedrosa DinizLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6201 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 536-A, DE

1997, QUE "MODIFICA O ARTIGO 60 DO ATO DASDISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS"

(ESTABELECENDO QUE A UNIÃO COMPLEMENTARÁ OSRECURSOS DOS FUNDOS DE MANUTENÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DEVALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO, DE MODO A QUE SEJA

ATINGIDO O VALOR MÍNIMO POR ALUNO DEFINIDONACIONALMENTE E NÃO HAJA REDUÇÃO DO GASTO PORALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL QUE FOI PRATICADOATÉ DEZEMBRO DO ANO DE 1997, EM CADA MUNICÍPIO,ESTADO OU DF, ALTERANDO A NOVA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL).Presidente: Severiano Alves (PDT)1º Vice-Presidente: Celcita Pinheiro (PFL)2º Vice-Presidente: Fátima Bezerra (PT)3º Vice-Presidente: Alice Portugal (PCdoB)Relator: Iara Bernardi (PT)Titulares Suplentes

PTAntônio Carlos Biffi ColomboCarlos Abicalil Gilmar MachadoFátima Bezerra Luci ChoinackiIara Bernardi Nazareno FontelesMaria do Rosário Neyde AparecidaPaulo Rubem Santiago Selma Schons

PMDBAlexandre Santos Pastor Pedro RibeiroGastão Vieira 4 vagasHenrique Eduardo AlvesOsmar SerraglioWaldemir Moka

Bloco PFL, PRONACelcita Pinheiro César Bandeira vaga do PV

Luiz Carreira Eduardo SciarraPaulo Magalhães Fernando de Fabinho

Vilmar Rocha Gervásio Silva vaga do PP

Júlio CesarNey Lopes

PSDBAntenor Naspolini Átila LiraLobbe Neto Luiz Carlos HaulyProfessora RaquelTeixeira

Yeda Crusius

PP

José Linhares(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa a

vaga)Márcio Reinaldo Moreira 2 vagasMarcos Abramo

PTBEduardo Seabra 3 vagasJonival Lucas JuniorPaes Landim

PLInaldo Leitão Carlos NaderLincoln Portela Humberto MichilesMedeiros Milton Monti

PPSRogério Teófilo Geraldo Resende

PSBJanete Capiberibe Luiza Erundina

PDTSeveriano Alves Maurício Quintella Lessa

PC do BAlice Portugal 1 vaga

PV

Chico Sardelli(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa a

vaga)Secretário(a): Eveline AlmintaLocal: Anexo II - Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 3216-6211/6232FAX: 3216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A APRECIAR EPROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA ÀCONSTITUIÇÃO Nº 544-A, DE 2002, QUE "CRIA OS

TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS DA 6ª, 7ª, 8ª E 9ªREGIÕES".

Presidente: Luiz Carlos Hauly (PSDB)1º Vice-Presidente: Custódio Mattos (PSDB)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Eduardo Sciarra (PFL)Titulares Suplentes

PTDra. Clair (Dep. do PSOL ocupa a vaga)Eduardo Valverde 5 vagasGilmar MachadoGuilherme MenezesIriny LopesJoão Magno

PFLCoriolano Sales Murilo ZauithEduardo Sciarra (Dep. do PP ocupa a vaga)Fábio Souto 3 vagasFernando de Fabinho1 vaga

PMDBAndré Zacharow vaga do PDT 4 vagasCarlos Willian vaga do PSB

Mauro LopesRose de Freitas vaga do PSDB

Wilson SantiagoZé Gerardo(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PSDB

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Custódio Mattos Affonso CamargoGustavo Fruet vaga do PMDB Narcio RodriguesJoão Almeida Sebastião MadeiraLuiz Carlos Hauly 1 vaga(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PPDilceu Sperafico Darci Coelho vaga do PFL

Herculano Anghinetti (Licenciado) Mário Negromonte1 vaga 2 vagas

PTBIris Simões 2 vagasJosé Militão

PLOliveira Filho Chico da Princesa(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBMário Assad Júnior vaga do PL Carlos Mota vaga do PL

Pastor Francisco Olímpio 2 vagas(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PPSGeraldo Thadeu Cezar Silvestri

PDT(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Mário Heringer

PC do BJamil Murad 1 vaga

PVLeonardo Mattos Sarney Filho

PSOLOrlando Fantazzini vaga do PT

Secretário(a): Leila Machado Campos de FreitasLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6212 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERÀ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 548-A, DE

2002, QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO § 1º DO ART. 17 DACONSTITUIÇÃO FEDERAL, PARA DISCIPLINAR AS

COLIGAÇÕES ELEITORAIS".Presidente: Benedito de Lira (PP)1º Vice-Presidente: Darci Coelho (PP)2º Vice-Presidente: Odair Cunha (PT)3º Vice-Presidente: Natan Donadon (PMDB)Relator: Pauderney Avelino (PFL)Titulares Suplentes

PTCésar Medeiros Luiz BassumaMaurício Rands Luiz CoutoNelson Pellegrino Rubens OtoniOdair Cunha Simplício MárioVitorassi 2 vagas1 vaga

PMDBHenrique Eduardo Alves Átila Lins vaga do PPS

Mauro Benevides Eduardo CunhaMendes Ribeiro Filho 4 vagasNatan DonadonOlavo Calheiros

Bloco PFL, PRONABetinho Rosado Antonio Carlos Magalhães NetoPauderney Avelino Edmar Moreira vaga do PL

Robério Nunes Eduardo SciarraVic Pires Franco Murilo Zauith

Rodrigo MaiaPSDB

Antonio Carlos Pannunzio 3 vagasCustódio MattosJoão Almeida

PPBenedito de Lira Pedro Canedo

Darci Coelho 2 vagasIbrahim Abi-ackel

PTBIris Simões Arnaldo Faria de SáLuiz Antonio Fleury Edna MacedoPastor Reinaldo Paes Landim

PLInaldo Leitão Miguel de SouzaSandro Mabel (Dep. do PDT ocupa a vaga)

1 vaga(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa

a vaga)PPS

Fernando Coruja (Dep. do PMDB ocupa a vaga)PSB

Alexandre Cardoso Luiza ErundinaPDT

Alceu Collares Ademir Camilo vaga do PL

Sérgio Miranda vaga do PC do B Luiz PiauhylinoPC do B

(Dep. do PDT ocupa avaga)

1 vaga

PVJovino Cândido 1 vagaSecretário(a): Ana Lúcia Ribeiro MarquesLocal: Anexo II, Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 216-6214/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 1.144, DE 2003, DA SENHORAMARIA DO CARMO LARA, QUE "INSTITUI A POLÍTICANACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL, DEFINEDIRETRIZES PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

PÚBLICOS DE ÁGUA E ESGOTO, E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS".

Presidente: Colbert Martins (PPS)1º Vice-Presidente: Zezéu Ribeiro (PT)2º Vice-Presidente: Teté Bezerra (PMDB)3º Vice-Presidente: José Carlos Machado (PFL)Relator: Julio Lopes (PP)Titulares Suplentes

PTIara Bernardi Dr. RosinhaMaria do Carmo Lara Dra. ClairOrlando Desconsi Mauro PassosSimplício Mário Paulo Rubem SantiagoTerezinha Fernandes Walter PinheiroZezéu Ribeiro 1 vaga

PMDBAlexandre Santos Eduardo CunhaMarinha Raupp Olavo CalheirosMoreira Franco (Dep. do PDT ocupa a vaga)Teté Bezerra 2 vagasZé Gerardo

Bloco PFL, PRONABetinho Rosado Gervásio SilvaJosé Carlos Machado (Dep. do PPS ocupa a vaga)Osvaldo Coelho 2 vagasPaulo Magalhães

PSDBAntonio Carlos MendesThame

Antonio Carlos Pannunzio

Julio Semeghini Domiciano CabralRafael Guerra Eduardo Barbosa

PPJulio Lopes Ildeu AraujoVanderlei Assis Romel AnizioZé Lima Vadão Gomes

PTBJackson Barreto 3 vagas

Page 310: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04NOV2005.pdf · da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado

Nelson MarquezelliPedro Fernandes

PLJaime Martins Chico da PrincesaJorge Pinheiro Heleno SilvaSandro Mabel Paulo Gouvêa

PPSColbert Martins Geraldo Resende vaga do Bloco PFL, PRONA

Rogério TeófiloPSB

1 vaga 1 vagaPDT

1 vaga André FigueiredoRenato Cozzolino vaga do PMDB

PC do BInácio Arruda Vanessa Grazziotin

PVFernando Gabeira Edson DuarteSecretário(a): Fernando Maia LeãoLocal: Anexo II, Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 216-6205/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 1399, DE 2003, QUE "DISPÕE

SOBRE O ESTATUTO DA MULHER E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS".

Presidente: Sandra Rosado (PSB)1º Vice-Presidente: Marinha Raupp (PMDB)2º Vice-Presidente: Celcita Pinheiro (PFL)3º Vice-Presidente:Relator: Dr. Francisco Gonçalves (PTB)Titulares Suplentes

PTIara Bernardi Iriny Lopes

Luci Choinacki(Dep. do PSOL ocupa a

vaga)Maria do Rosário 4 vagasSelma SchonsTelma de Souza1 vaga

PFLCelcita Pinheiro Marcos de Jesus vaga do PL

Kátia Abreu (Dep. do PDT ocupa a vaga)Laura Carneiro 4 vagasNice LobãoZelinda Novaes

PMDBAlmerinda de Carvalho Benjamin MaranhãoAnn Pontes Lúcia BragaMarinha Raupp Teté Bezerra(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PSDBProfessora Raquel Teixeira Eduardo BarbosaThelma de Oliveira Ronaldo DimasYeda Crusius Sebastião Madeira(Dep. do PPS ocupa a vaga) Zulaiê Cobra

PPBenedito de Lira Celso RussomannoCleonâncio Fonseca 2 vagasSuely Campos

PTBDr. Francisco Gonçalves Kelly MoraesElaine Costa 1 vaga

PLMaurício Rabelo (Dep. do PSB ocupa a vaga)Oliveira Filho (Dep. do PFL ocupa a vaga)

PSBJanete Capiberibe Carlos Mota vaga do PL

Luiza Erundina 2 vagas

Maria Helena vaga do PPS

Sandra Rosado vaga do PMDB

PPSJuíza Denise Frossard vaga do PSDB Geraldo Thadeu(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PDTAlceu Collares Álvaro Dias

Renato Cozzolino vaga do PFL

PC do BAlice Portugal Jandira Feghali

PVFernando Gabeira Leonardo Mattos

PSOLManinha vaga do PT

Secretário(a): Fernando Maia LeãoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6205/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A APRECIAR EPROFERIR PARECER AO PROJETO DE LEI Nº 146, DE 2003,

QUE "REGULAMENTA O ART. 37 INCISO XXI DACONSTITUIÇÃO FEDERAL, INSTITUI PRINCÍPIOS E NORMAS

PARA LICITAÇÕES E CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

Presidente:1º Vice-Presidente: Enio Tatico (PL)2º Vice-Presidente: Eliseu Padilha (PMDB)3º Vice-Presidente: Abelardo Lupion (PFL)Relator: Sérgio Miranda (PDT)Titulares Suplentes

PTJoão Grandão 6 vagasJosé PimentelPaulo Bernardo (Licenciado)Paulo Rubem SantiagoVander Loubet1 vaga

PMDBÁtila Lins vaga do PPS 5 vagasCarlos Willian vaga do PSC

Eliseu PadilhaMarcelino FragaMax RosenmannNelson TradZé Gerardo

Bloco PFL, PRONAAbelardo Lupion Edmar Moreira vaga do Bloco PL, PSL

Corauci Sobrinho Eduardo SciarraMussa Demes Pauderney Avelino1 vaga (Dep. do PSDB ocupa a vaga)

1 vagaPP

Pedro Corrêa João Leão vaga do Bloco PL, PSL

Ricardo Barros 3 vagasZonta

PSDBJoão Almeida Julio SemeghiniLéo Alcântara Luiz Carlos Hauly1 vaga Paulo Bauer vaga do Bloco PFL, PRONA

Walter Feldman (Licenciado)PTB

Elaine Costa Dr. Francisco GonçalvesJosé Militão José Chaves(Dep. do Bloco PL, PSL ocupaa vaga)

1 vaga

Bloco PL, PSL

Enio Tatico vaga do PTB (Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

José Santana de Vasconcellos (Dep. do PP ocupa a vaga)

Page 311: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04NOV2005.pdf · da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado

Miguel de Souza 1 vagaMilton Monti

PPS(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Geraldo Thadeu

PSBGonzaga Patriota 1 vaga

PDTMário Heringer 1 vagaSérgio Miranda vaga do PC do B

PC do B(Dep. do PDT ocupa a vaga) Vanessa Grazziotin

PSC(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Zequinha Marinho

PVMarcelo Ortiz Edson DuarteSecretário(a): Carla MedeirosLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6207/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 203, DE 1991, QUE "DISPÕE SOBRE

O ACONDICIONAMENTO, A COLETA, O TRATAMENTO, OTRANSPORTE E A DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DE

SERVIÇOS DE SAÚDE".Presidente: Benjamin Maranhão (PMDB)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Ivo José (PT)Titulares Suplentes

PTCésar Medeiros Angela GuadagninDr. Rosinha Iara BernardiIvo José Leonardo MonteiroLuciano Zica Mauro PassosOrlando Desconsi 2 vagasSelma Schons

PMDBBenjamin Maranhão Albérico FilhoJorge Alberto Alexandre Santos vaga do PP

Max Rosenmann 4 vagasNelson TradPedro Chaves

Bloco PFL, PRONABetinho Rosado Eduardo SciarraJosé Carlos Machado Marcos de Jesus vaga do PL

Júlio Cesar 3 vagas(Dep. do PP ocupa a vaga)

PSDBAntonio Carlos Mendes Thame Eduardo BarbosaRonaldo Dimas Julio SemeghiniThelma de Oliveira Rafael Guerra

PPCelso Russomanno (Dep. do PMDB ocupa a vaga)Dr. Benedito Dias 2 vagasMarcos Abramo vaga do Bloco PFL, PRONA

Mário NegromontePTB

José Militão Luiz Antonio FleuryJovair Arantes Ricarte de FreitasNeuton Lima 1 vaga

PLAmauri Gasques Paulo GouvêaJorge Pinheiro (Dep. do PSB ocupa a vaga)

Remi Trinta(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PPS

Cezar Silvestri Geraldo ResendePSB

Dr. Ribamar Alves Carlos Mota vaga do PL

Gonzaga PatriotaPDT

Mário Heringer Álvaro DiasPC do B

Jamil Murad 1 vagaPV

Leonardo Mattos Edson DuarteSecretário(a): Leila MachadoLocal: Anexo II - Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 3216-6212/6232FAX: 3216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI 2.316, DE 2003, QUE "ESTABELECE O

CÓDIGO BRASILEIRO DE COMBUSTÍVEIS E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS".

Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PTDra. Clair Paulo Rubem SantiagoEduardo Valverde 5 vagasHélio EstevesLuciano ZicaLuiz AlbertoLuiz Bassuma

PMDBEliseu Padilha Alexandre SantosJoão Magalhães Eduardo CunhaWladimir Costa Max Rosenmann(Dep. do PSB ocupa avaga)

Nelson Bornier

(Dep. do PDT ocupa avaga)

Paulo Lima

Bloco PFL, PRONABetinho Rosado Claudio CajadoCarlos Melles Fernando de FabinhoEduardo Sciarra (Dep. do PL ocupa a vaga)Gervásio Silva 1 vaga

PSDBBismarck Maia Antonio CambraiaCarlos Sampaio Julio SemeghiniPaulo Feijó Nicias Ribeiro

PPJoão Pizzolatti Celso RussomannoNélio Dias Feu RosaSimão Sessim 1 vaga

PTBIris Simões Alex CanzianiMarcus Vicente Ricardo IzarSandro Matos 1 vaga

PLJaime Martins Aracely de PaulaJosé Santana deVasconcellos

Jorge Pinheiro

Wellington Roberto José Carlos Araújo vaga do Bloco PFL, PRONA

(Dep. do PSB ocupa a vaga)PPS

1 vaga Dimas RamalhoPSB

Beto Albuquerque João Mendes de Jesus vaga do PL

Josias Quintal vaga do PMDB Pastor Francisco OlímpioPDT

Mário Heringer 1 vagaRenato Cozzolino vaga do PMDB

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

Page 312: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04NOV2005.pdf · da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado

PV(Dep. do PSC ocupa avaga)

Chico Sardelli

PSCDeley vaga do PV

Secretário(a): Carla Rodrigues de M. TavaresLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6207/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 2377, DE 2003, QUE "DISPÕE

SOBRE LINHAS DE CRÉDITO FEDERAIS DIRECIONADAS ÀSATIVIDADES TURÍSTICAS QUE MENCIONA E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS".Presidente: Bismarck Maia (PSDB)1º Vice-Presidente: João Grandão (PT)2º Vice-Presidente: Josué Bengtson (PTB)3º Vice-Presidente: Costa Ferreira (PSC)Relator: Alex Canziani (PTB)Titulares Suplentes

PTJoão Grandão César MedeirosJosé Pimentel 5 vagasReginaldo LopesRubens Otoni(Dep. do PDT ocupa a vaga)(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBCarlos Eduardo Cadoca 5 vagasPedro Chaves(Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa a vaga)1 vaga

Bloco PFL, PRONAFábio Souto 4 vagasMarcelo Guimarães FilhoNey Lopes1 vaga

PPDr. Benedito Dias Francisco GarciaJoão Pizzolatti João Tota vaga do Bloco PL, PSL

1 vaga 2 vagasPSDB

Bismarck Maia Eduardo PaesCarlos Alberto Leréia Luiz Carlos HaulyDomiciano Cabral Professora Raquel TeixeiraMarcelo Teixeira vaga do PMDB

PTBAlceste Almeida vaga do PMDB Arnon BezerraAlex Canziani Jovair ArantesJosé Militão Marcus VicenteJosué Bengtson

Bloco PL, PSLChico da Princesa (Dep. do PP ocupa a vaga)Reinaldo Betão 2 vagas(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPSGeraldo Thadeu Nelson Proença

PSBIsaías Silvestre Barbosa NetoJoão Mendes de Jesus vaga do Bloco PL, PSL

PDTAndré Costa vaga do PT Álvaro DiasSeveriano Alves

PC do BPerpétua Almeida 1 vaga

PSCCosta Ferreira 1 vaga

PV

1 vaga 1 vagaPSOL

Maninha vaga do PT

Secretário(a): Carla Rodrigues de M. TavaresLocal: Anexo II, Pavimento Superior, sala 170-ATelefones: 3216.6207FAX: 3216.6232

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 3.337, DE 2004, QUE "DISPÕESOBRE A GESTÃO, A ORGANIZAÇÃO E O CONTROLESOCIAL DAS AGÊNCIAS REGULADORAS, ACRESCE E

ALTERA DISPOSITIVOS DAS LEIS Nº 9.472, DE 16 DE JULHODE 1997, Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997, Nº 9.782, DE 26DE JANEIRO DE 1999, Nº 9.961, DE 28 DE JANEIRO DE 2000,

Nº 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000, Nº 9.986, DE 18 DEJULHO DE 2000, E Nº 10.233, DE 5 DE JUNHO DE 2001, DAMEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1, DE 6 DE SETEMBRO DE

2001, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".Presidente: Henrique Fontana (PT)1º Vice-Presidente: Eliseu Resende (PFL)2º Vice-Presidente: Ricardo Barros (PP)3º Vice-Presidente:Relator: Leonardo Picciani (PMDB)Titulares Suplentes

PTFernando Ferro Devanir RibeiroHenrique Fontana Eduardo ValverdeLuciano Zica José PimentelMauro Passos Telma de SouzaPaulo Bernardo (Licenciado) Zezéu RibeiroTerezinha Fernandes 1 vaga

PMDBEliseu Padilha Almerinda de CarvalhoLeonardo Picciani Cabo Júlio vaga do PSC

Mauro Lopes Darcísio PerondiMoreira Franco Eduardo CunhaOsmar Serraglio Gilberto Nascimento

José PrianteBloco PFL, PRONA

Eduardo Sciarra Aroldo CedrazEliseu Resende Rodrigo Maia

José Roberto Arruda(Dep. do Bloco PL, PSL ocupa a

vaga)Vilmar Rocha 1 vaga

PPDr. Benedito Dias Leodegar TiscoskiFrancisco Appio Vadão GomesRicardo Barros 1 vaga

PSDBAlberto Goldman Julio Semeghini

Antonio Carlos Mendes ThameRonaldo Cezar Coelho

(Licenciado)1 vaga Ronaldo Dimas

PTBIris Simões Jovair ArantesJackson Barreto Luiz Antonio FleuryJonival Lucas Junior Nelson Marquezelli

Bloco PL, PSLJosé Santana de Vasconcellos José Carlos Araújo vaga do Bloco PFL, PRONA

Luciano Castro Medeiros(Dep. do PSB ocupa a vaga) 2 vagas

PPSFernando Coruja Roberto Freire

PSBMário Assad Júnior vaga do Bloco PL, PSL 1 vagaRenato Casagrande

PDTRenato Cozzolino vaga do PSC Severiano AlvesSérgio Miranda vaga do PC do B

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1 vagaPC do B

(Dep. do PDT ocupa a vaga) Inácio ArrudaPSC

(Dep. do PDT ocupa a vaga) Deley vaga do PV

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)PV

Sarney Filho (Dep. do PSC ocupa a vaga)Secretário(a): Leila MachadoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6212FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PL Nº 3638, DE 2000, QUE "INSTITUI O ESTATUTO DO

PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS".

Presidente: Leonardo Mattos (PV)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Celso Russomanno (PP)Titulares Suplentes

PTAngela Guadagnin Vadinho BaiãoAntônio Carlos Biffi 5 vagasAssis Miguel do CoutoLuci ChoinackiMaria do RosárioNeyde Aparecida

PMDBAlmerinda de Carvalho 5 vagasMarinha RauppOsvaldo BiolchiRose de Freitas1 vaga

Bloco PFL, PRONALaura Carneiro Marcos de Jesus vaga do Bloco PL, PSL

Zelinda Novaes 4 vagas(Dep. do PSC ocupa a vaga)1 vaga

PPCelso Russomanno José LinharesIldeu Araujo Suely CamposJulio Lopes 1 vaga

PSDBEduardo Barbosa Rafael GuerraJoão Campos Walter Feldman (Licenciado)Thelma de Oliveira (Dep. do PPS ocupa a vaga)

PTBArnaldo Faria de Sá Luiz Antonio FleuryPastor Reinaldo Marcus VicenteRicardo Izar 1 vaga

Bloco PL, PSLLincoln Portela Coronel Alves

Maurício Rabelo(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)Paulo Gouvêa 1 vaga

PPSGeraldo Thadeu Cláudio Magrão

Juíza Denise Frossard vaga do PSDB

PSBLuciano Leitoa 1 vaga

PDTSeveriano Alves Enio Bacci

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

PSCMilton Barbosa vaga do Bloco PFL, PRONA Costa FerreiraPastor Amarildo Deley vaga do PV

PVLeonardo Mattos (Dep. do PSC ocupa a vaga)Secretário(a): Mário Dráusio CoutinhoLocal: Anexo II - Pavimento Superior s/ 170-ATelefones: 216.6203FAX: 216.6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 4.530, DE 2004, DE AUTORIA DACOMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ACOMPANHAR E

ESTUDAR PROPOSTAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AJUVENTUDE, QUE "APROVA O PLANO NACIONAL DE

JUVENTUDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".Presidente: Lobbe Neto (PSDB)1º Vice-Presidente: Benjamin Maranhão (PMDB)2º Vice-Presidente: Elaine Costa (PTB)3º Vice-Presidente: Luciano Leitoa (PSB)Relator: Reginaldo Lopes (PT)Titulares Suplentes

PTCarlos Abicalil Fátima BezerraIvo José Iara BernardiReginaldo Lopes João GrandãoRoberto Gouveia Odair CunhaSelma Schons Wasny de RoureVignatti Zico Bronzeado

PMDBAnn Pontes André Zacharow vaga do PSB

Benjamin Maranhão Marinha RauppLeandro Vilela (Dep. do PTB ocupa a vaga)Rose de Freitas 3 vagas(Dep. do PSC ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONACelcita Pinheiro André de PaulaClóvis Fecury 3 vagasDavi AlcolumbreMurilo Zauith

PSDBEduardo Barbosa Átila LiraLobbe Neto Rafael GuerraZenaldo Coutinho Thelma de Oliveira

PPNilton Baiano Feu RosaPedro Canedo 2 vagasZonta

PTBElaine Costa Alceste Almeida vaga do PMDB

Homero Barreto Alex CanzianiMilton Cardias 2 vagas

PLJúnior Betão Jorge PinheiroLincoln Portela Neucimar FragaMaurício Rabelo (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PPSIvan Paixão Geraldo Thadeu

PSBLuciano Leitoa João Mendes de Jesus vaga do PL

Sandra Rosado vaga do PC do B

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)PDT

André Figueiredo Pompeo de MattosPC do B

Alice Portugal (Dep. do PSB ocupa a vaga)PV

Jovino Cândido 1 vagaPSC

Deley vaga do PMDB

Secretário(a): Ana Clara Fonseca SerejoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6235/6232

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FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 4776, DE 2005, DO PODEREXECUTIVO, QUE "DISPÕE SOBRE A GESTÃO DE

FLORESTAS PÚBLICAS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL,INSTITUI, NA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO DO MEIO

AMBIENTE, O SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO - SFB,CRIA O FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO

FLORESTAL - FNDF , E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".Presidente: Miguel de Souza (PL)1º Vice-Presidente: César Medeiros (PT)2º Vice-Presidente: Luiz Carreira (PFL)3º Vice-Presidente: José Militão (PTB)Relator: Beto Albuquerque (PSB)Titulares Suplentes

PTCésar Medeiros Devanir RibeiroHenrique Afonso Eduardo ValverdeJoão Grandão Fernando FerroLuciano Zica Nilson MourãoZé Geraldo Zezéu Ribeiro(Dep. do PSOL ocupa a vaga) 1 vaga

PMDBAnn Pontes Átila Lins vaga do PPS

Asdrubal Bentes Gervásio OliveiraLupércio Ramos Luiz BittencourtMarcelino Fraga Moacir MichelettoNatan Donadon 2 vagas

Bloco PFL, PRONADavi Alcolumbre Eduardo SciarraGervásio Silva 3 vagasKátia AbreuLuiz Carreira

PSDBAnivaldo Vale Antonio Carlos Mendes ThameHamilton Casara vaga do PL Ronaldo DimasNilson Pinto Xico GrazianoZenaldo Coutinho

PPCarlos Souza Francisco AppioPedro Henry Nelson MeurerZé Lima Zonta

PTBJosé Militão Dr. Francisco GonçalvesPaes Landim Jovair ArantesPastor Frankembergen Pastor Reinaldo

PLJúnior Betão Almir SáMiguel de Souza Jaime Martins(Dep. do PSDB ocupa a vaga) Wellington Fagundes

PPSCezar Silvestri (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PSBBeto Albuquerque Janete Capiberibe

PDTDr. Rodolfo Pereira Severiano Alves

PC do BPerpétua Almeida Vanessa Grazziotin

PVSarney Filho Fernando Gabeira

PSOLJoão Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Fátima MoreiraLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6204/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 4846, DE 1994, QUE "ESTABELECE

MEDIDAS DESTINADAS A RESTRINGIR O CONSUMO DEBEBIDAS ALCOÓLICAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

Presidente: Marinha Raupp (PMDB)1º Vice-Presidente: Osmânio Pereira (PTB)2º Vice-Presidente: Gerson Gabrielli (PFL)3º Vice-Presidente: Enio Tatico (PL)Relator: Sandes Júnior (PP)Titulares Suplentes

PTAna Guerra 6 vagasAngela GuadagninDurval OrlatoLuiz BassumaNazareno Fonteles1 vaga

PMDBLeandro Vilela Paulo LimaMarinha Raupp 4 vagasWilson Santiago(Dep. do PMR ocupa a vaga)1 vaga

Bloco PFL, PRONADr. Pinotti (Licenciado) 4 vagasGerson GabrielliJosé Roberto ArrudaLaura CarneiroMarcos de Jesus vaga do PL

PSDBJoão Castelo Julio SemeghiniLobbe Neto Narcio RodriguesMárcio Fortes Yeda Crusius

PPJulio Lopes João PizzolattiNilton Baiano Luis Carlos HeinzeSandes Júnior 1 vaga

PTB

Arnon BezerraDr. Francisco

GonçalvesNeuton Lima 2 vagasOsmânio Pereira

PLEnio Tatico Lincoln PortelaMiguel de Souza 2 vagas(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

PPSGeraldo Thadeu Colbert Martins

PSBPastor Francisco Olímpio 1 vaga

PDTManato Pompeo de Mattos

PC do BAlice Portugal 1 vaga

PVMarcelo Ortiz Edson Duarte

PMRVieira Reis vaga do PMDB

Secretário(a): Valdivino Tolentino FilhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6206/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A OFERECER PARECERÀS EMENDAS DE PLENÁRIO RECEBIDAS PELO PROJETODE LEI Nº 4874, DE 2001, QUE "INSTITUI O ESTATUTO DO

DESPORTO".Presidente: Deley (PSC)1º Vice-Presidente: Marcelo Guimarães Filho (PFL)2º Vice-Presidente: Bismarck Maia (PSDB)3º Vice-Presidente:

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Relator: Gilmar Machado (PT)Titulares Suplentes

PTCésar Medeiros Antônio Carlos BiffiDr. Rosinha 5 vagasGilmar MachadoJoão GrandãoJorge Bittar1 vaga

PMDBAníbal Gomes Nelson BornierCarlos Willian vaga do PSC Tadeu Filippelli (Licenciado)Darcísio Perondi 3 vagasGastão VieiraPedro ChavesWilson Santiago

Bloco PFL, PRONAJosé Roberto Arruda Claudio CajadoJosé Rocha Corauci SobrinhoMarcelo Guimarães Filho Onyx LorenzoniRonaldo Caiado 1 vaga

PPJulio Lopes João Tota vaga do Bloco PL, PSL

Ronivon Santiago Pedro Corrêa1 vaga 2 vagas

PSDBBismarck Maia Lobbe NetoLéo Alcântara Nilson PintoSilvio Torres Professora Raquel Teixeira

PTBJosé Militão Arnaldo Faria de SáJovair Arantes Josué BengtsonMarcus Vicente Sandro Matos

Bloco PL, PSLReinaldo Betão Maurício Rabelo2 vagas (Dep. do PSB ocupa a vaga)

(Dep. do PP ocupa a vaga)PPS

Cláudio Magrão Colbert MartinsPSB

Dr. Ribamar Alves João Mendes de Jesus vaga do Bloco PL, PSL

Luciano LeitoaPDT

André Figueiredo Pompeo de MattosPC do B

Daniel Almeida 1 vagaPSC

Deley vaga do PV Costa Ferreira(Dep. do PMDB ocupa avaga)

PV(Dep. do PSC ocupa avaga)

Leonardo Mattos

Secretário(a): Eveline de Carvalho AlmintaLocal: Anexo II - Pavimento Superior s/ 170-ATelefones: 216.6211

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 5186, DE 2005, DO PODER

EXECUTIVO, QUE "ALTERA A LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇODE 1998, QUE INSTITUI NORMAS GERAIS SOBRE

DESPORTO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".Presidente: Bernardo Ariston (PMDB)1º Vice-Presidente: Carlos Melles (PFL)2º Vice-Presidente: Marcus Vicente (PTB)3º Vice-Presidente: Marcelo Guimarães Filho (PFL)Relator: Enivaldo Ribeiro (PP)Titulares Suplentes

PTGilmar Machado Dr. Rosinha

Ivo José 5 vagasNelson PellegrinoSimplício MárioVadinho Baião1 vaga

PMDBBernardo Ariston 5 vagasMendes Ribeiro FilhoPedro ChavesWilson Santiago(Dep. do PSC ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONACarlos Melles 4 vagasClaudio CajadoJosé RochaMarcelo Guimarães Filho vaga do PL

1 vagaPSDB

Antonio Cambraia Carlos Alberto LeréiaBismarck Maia Lobbe NetoSilvio Torres Nilson Pinto

PPEnivaldo Ribeiro João PizzolattiPedro Canedo 2 vagasRonivon Santiago

PTBJosé Militão Arnaldo Faria de SáJovair Arantes Josué BengtsonMarcus Vicente Sandro Matos

PLGiacobo Enio Tatico

Reinaldo Betão(Dep. do PSB ocupa a

vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

1 vaga

PPSGeraldo Resende Cláudio Magrão

PSBDr. Ribamar Alves Edinho Montemor vaga do PL

Luciano LeitoaPDT

André Figueiredo João FontesPC do B

Daniel Almeida 1 vagaPV

Marcelo Ortiz 1 vagaPSC

Deley vaga do PMDB

Secretário(a): Carla Rodrigues de M. TavaresLocal: Anexo II - Pavimento Superior - Sala 170-ATelefones: 3216-6207/6232FAX: 3216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 5403, DE 2001, QUE "DISPÕE

SOBRE O ACESSO A INFORMAÇÕES DA INTERNET, E DÁOUTRAS PROVIDÊNCIAS".

Presidente: Gastão Vieira (PMDB)1º Vice-Presidente: Reginaldo Germano (PP)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Marcos de Jesus (PFL)Titulares Suplentes

PTFernando Ferro 6 vagasJorge BittarLuiz Eduardo GreenhalghWalter Pinheiro2 vagas

PMDB

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Gastão Vieira Cezar SchirmerLuiz Bittencourt Jorge AlbertoMarcelo Barbieri Marcelo CastroWilson Cignachi Paulo AfonsoWilson Santiago 1 vaga

Bloco PFL, PRONAJosé Carlos Aleluia 4 vagasLaura CarneiroMarcos de Jesus vaga do Bloco PL, PSL

(Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PP ocupa a vaga)

PPCelso Russomanno Ricardo BarrosJoão Batista vaga do Bloco PFL, PRONA 2 vagasMarcos Abramo vaga do Bloco PFL, PRONA

Reginaldo Germano1 vaga

PSDBCarlos Alberto Leréia Domiciano CabralJulio Semeghini Narcio RodriguesNilson Pinto 1 vaga

PTBAlex Canziani Edna MacedoPastor Frankembergen Ricarte de FreitasPhilemon Rodrigues 1 vaga

Bloco PL, PSLPaulo Gouvêa Lincoln Portela(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa a vaga) Reinaldo Betão1 vaga 1 vaga

PPSNelson Proença Raul Jungmann

PSBLuciano Leitoa 1 vaga

PDTAndré Figueiredo João Fontes

PC do BPerpétua Almeida 1 vaga

PSCCosta Ferreira 1 vaga

PVEdson Duarte 1 vagaSecretário(a): Leila Machado C. de FreitasLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6212/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 5476, DE 2001, DO SR. MARCELO

TEIXEIRA, QUE "MODIFICA A LEI Nº 9472, DE 16 DE JULHODE 1997, DETERMINANDO QUE A ESTRUTURA TARIFÁRIA

DOS SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA COMUTADA,PRESTADOS EM REGIME PÚBLICO, SEJA FORMADA

APENAS PELA REMUNERAÇÃO DAS LIGAÇÕESEFETUADAS".

Presidente: Francisco Dornelles (PP)1º Vice-Presidente: Romel Anizio (PP)2º Vice-Presidente: Selma Schons (PT)3º Vice-Presidente: Luiz Bittencourt (PMDB)Relator: Léo Alcântara (PSDB)Titulares Suplentes

PTDevanir Ribeiro Fernando FerroJorge Bittar Gilmar MachadoJosé Mentor Ivo JoséProfessor Luizinho Nilson MourãoSelma Schons Reginaldo LopesWalter Pinheiro 2 vagas1 vaga

PMDBAníbal Gomes 7 vagas

Átila Lins vaga do PPS

Delfim Netto vaga do PP

Geddel Vieira LimaLuiz BittencourtMauro LopesMoacir MichelettoZé Gerardo(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONACorauci Sobrinho Fernando de FabinhoJosé Carlos Aleluia Marcelo Guimarães Filho vaga do PL

Mussa Demes Onyx LorenzoniRoberto Brant Robson Tuma(Dep. do PP ocupa a vaga) Vilmar Rocha

1 vagaPSDB

Eduardo Paes João CasteloGonzaga Mota 3 vagasJulio SemeghiniLéo AlcântaraMarcelo Teixeira vaga do PMDB

PPCelso Russomanno Benedito de LiraFrancisco Dornelles Cleonâncio FonsecaMarcos Abramo vaga do Bloco PFL, PRONA Julio LopesRomel Anizio Simão Sessim(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PTBJonival Lucas Junior Alex CanzianiMarcus Vicente Paes LandimRomeu Queiroz Pedro Fernandes(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PLInaldo Leitão Enio TaticoJúnior Betão Heleno Silva(Dep. do PSB ocupa a vaga) Lincoln Portela

(Dep. do PSB ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)PPS

(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Nelson ProençaPSB

Edinho Montemor vaga do PL 1 vagaGivaldo CarimbãoMário Assad Júnior vaga do PL

Salvador Zimbaldi vaga do PTB

PDTMário Heringer Enio Bacci

PC do BDaniel Almeida 1 vaga

PVMarcelo Ortiz Jovino CândidoSecretário(a): Angélica Maria L. F. AguiarLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6218/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI Nº 6485, DE 2002, QUE "INSTITUI O

'AUXILIO ADOÇÃO' PARA O ABRIGO FAMILIAR DECRIANÇAS INTERNADAS EM ORFANATOS, E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS". (PL 1756/03 APENSADO)Presidente: Maria do Rosário (PT)1º Vice-Presidente: Zelinda Novaes (PFL)2º Vice-Presidente: Severiano Alves (PDT)3º Vice-Presidente: Kelly Moraes (PTB)Relator: Teté Bezerra (PMDB)Titulares Suplentes

PTAngela Guadagnin Luiz CoutoFernando Ferro Neyde Aparecida

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Maria do Rosário Terezinha FernandesRubens Otoni 3 vagasSelma SchonsTelma de Souza

PFLCorauci Sobrinho Celcita PinheiroLaura Carneiro Kátia AbreuMarcos de Jesus vaga do PL Nice LobãoZelinda Novaes 2 vagas(Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa a vaga)

PMDBJoão Matos (Licenciado) Ann PontesMarcelo Castro Marinha RauppPaulo Afonso 2 vagasTeté Bezerra

PSDBEduardo Barbosa Professora Raquel TeixeiraHelenildo Ribeiro Yeda CrusiusJúlio Redecker 2 vagasPaulo Bauer vaga do PFL

Thelma de OliveiraPP

Darci Coelho vaga do PFL 3 vagasFrancisco GarciaJosé Linhares1 vaga

PTBKelly Moraes Jonival Lucas Junior1 vaga 1 vaga

PL(Dep. do PFL ocupa a vaga) Almeida de Jesus1 vaga Lincoln Portela

PSBLuiza Erundina 2 vagas1 vaga

PPSIvan Paixão 1 vaga

PDTSeveriano Alves Enio Bacci

PC do BPerpétua Almeida Jamil Murad

PVMarcelo Ortiz (Dep. do PSC ocupa a vaga)

PSCDeley vaga do PV

Secretário(a): Fernando Maia LeãoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6205/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 2004, QUE

"REGULAMENTA O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 146 E OINCISO IX DO ART. 170 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS" (APENSADOS: PLP 210/04 EOUTROS).

Presidente: Carlos Melles (PFL)1º Vice-Presidente: Eduardo Sciarra (PFL)2º Vice-Presidente: Selma Schons (PT)3º Vice-Presidente: Eliseu Padilha (PMDB)Relator: Luiz Carlos Hauly (PSDB)Titulares Suplentes

PTCarlito Merss Eduardo ValverdeJosé Pimentel Jorge BoeiraNazareno Fonteles VitorassiReginaldo Lopes 3 vagasSelma SchonsVignatti

PMDBCarlos Eduardo Cadoca Alexandre Santos vaga do PP

Eliseu Padilha 5 vagasMax RosenmannWilson SantiagoZé Gerardo

Bloco PFL, PRONACarlos Melles Fernando de FabinhoEduardo Sciarra Gervásio SilvaGerson Gabrielli Joaquim Francisco vaga do PTB

Luiz Carreira José Roberto ArrudaVilmar Rocha

PPAfonso Hamm Benedito de LiraFrancisco Dornelles Feu RosaPedro Corrêa (Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PSDBLuiz Carlos Hauly Júlio RedeckerRonaldo Dimas Julio SemeghiniWalter Barelli Silvio Torres

PTB

Armando Monteiro(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)Arnaldo Faria de Sá 2 vagasJosé Militão

Bloco PL, PSLGiacobo Enio TaticoMiguel de Souza Heleno Silva(Dep. do PDT ocupa a vaga) Milton Monti

PPSFernando Coruja (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBRenato Casagrande B. Sá vaga do PPS

Jorge GomesPDT

Ademir Camilo vaga do Bloco PL, PSL Álvaro DiasEnio Bacci

PC do BVanessa Grazziotin 1 vaga

PSCCosta Ferreira 1 vaga

PVVittorio Medioli Jovino CândidoSecretário(a): Maria Terezinha DonatiLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6215/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 184, DE 2004, QUE

"INSTITUI, NA FORMA DO ART. 43 DA CONSTITUIÇÃO, ASUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DO CENTRO-OESTE - SUDECO E DÁOUTRAS PROVIDÊNCIAS".

Presidente: Carlos Abicalil (PT)1º Vice-Presidente: Ronaldo Caiado (PFL)2º Vice-Presidente: Professora Raquel Teixeira (PSDB)3º Vice-Presidente:Relator: Sandro Mabel (PL)Titulares Suplentes

PTAntônio Carlos Biffi Sigmaringa Seixas

Carlos Abicalil(Dep. do PSOL ocupa a

vaga)João Grandão 4 vagasNeyde AparecidaRubens OtoniWasny de Roure

PMDBLuiz Bittencourt Leandro Vilela

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Nelson Trad 4 vagasPedro ChavesTeté BezerraWaldemir Moka

Bloco PFL, PRONACelcita Pinheiro José Roberto ArrudaMurilo Zauith Vilmar RochaOsório Adriano 2 vagasRonaldo Caiado

PPDarci Coelho Pedro CanedoLeonardo Vilela (Licenciado) Pedro HenrySérgio Caiado Sandes Júnior

PSDBCarlos Alberto Leréia Ronaldo DimasJoão Campos (Dep. do PV ocupa a vaga)Professora Raquel Teixeira 1 vaga

PTBJovair Arantes 3 vagasRicarte de Freitas(Dep. do Bloco PL, PSL ocupa avaga)

Bloco PL, PSLEnio Tatico vaga do PTB Luciano CastroJorge Pinheiro Maurício RabeloLincoln Portela vaga do PV Miguel de SouzaSandro Mabel1 vaga

PPSGeraldo Resende (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBBarbosa Neto Júlio Delgado vaga do PPS

1 vagaPDT

Severiano Alves Mário HeringerPC do B

Perpétua Almeida 1 vagaPSC

Pastor Amarildo Zequinha MarinhoPV

(Dep. do Bloco PL, PSL ocupa avaga)

Vittorio Medioli vaga do PSDB

1 vagaPSOL

Maninha vaga do PT

Secretário(a): Valdivino Tolentino FilhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6206/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 76, DE 2003, QUE

"INSTITUI, NA FORMA DO ART. 43 DA CONSTITUIÇÃO, ASUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO

NORDESTE - SUDENE, ESTABELECE A SUA COMPOSIÇÃO,NATUREZA JURÍDICA, OBJETIVOS, ÁREA DECOMPETÊNCIA E INSTRUMENTOS DE AÇÃO".

Presidente: Marcelino Fraga (PMDB)1º Vice-Presidente: José Pimentel (PT)2º Vice-Presidente: Fábio Souto (PFL)3º Vice-Presidente:Relator: Zezéu Ribeiro (PT)Titulares Suplentes

PTFátima Bezerra Josias GomesJosé Pimentel Luiz AlbertoLeonardo Monteiro Maurício RandsLuiz Couto Terezinha Fernandes

Paulo Rubem Santiago(Dep. do PSOL ocupa a

vaga)

Zezéu Ribeiro 1 vagaPFL

André de Paula (Dep. do PL ocupa a vaga)César Bandeira 4 vagasFábio SoutoLuiz Carreira1 vaga

PMDBJorge Alberto Carlos Eduardo CadocaMarcelino Fraga Mauro LopesMauro Benevides Moraes Souza(Dep. do PSB ocupa a vaga) Zé Gerardo

PSDBAntonio Cambraia Átila LiraBosco Costa Gonzaga MotaHelenildo Ribeiro João CasteloJoão Almeida 1 vaga

PPBenedito de Lira Enivaldo RibeiroCleonâncio Fonseca Márcio Reinaldo MoreiraRicardo Fiuza Zé Lima

PTBArmando Monteiro 2 vagas1 vaga

PLJaime Martins José Carlos Araújo vaga do PFL

1 vaga Sandro Mabel1 vaga

PSBB. Sá vaga do PPS Eduardo CamposIsaías Silvestre 1 vagaSandra Rosado vaga do PMDB

(Dep. do PDT ocupa a vaga)PPS

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Rogério TeófiloPDT

Álvaro Dias Wagner LagoMaurício Quintella Lessa vaga do PSB

PC do BRenildo Calheiros Inácio Arruda

PRONAElimar Máximo Damasceno 1 vaga

PSOLJoão Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Eveline de Carvalho AlmintaLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6211 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECERAO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 91, DE 2003, QUE

"INSTITUI, NA FORMA DO ART. 43 DA CONSTITUIÇÃO, ASUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA

AMAZÔNIA - SUDAM, ESTABELECE A SUA COMPOSIÇÃO,NATUREZA JURÍDICA, OBJETIVOS, ÁREA DECOMPETÊNCIA E INSTRUMENTOS DE AÇÃO".

Presidente: Átila Lins (PMDB)1º Vice-Presidente: Marinha Raupp (PMDB)2º Vice-Presidente: Vic Pires Franco (PFL)3º Vice-Presidente: Hamilton Casara (PSDB)Titulares Suplentes

PTAnselmo Eduardo ValverdeCarlos Abicalil Nilson MourãoHélio Esteves Zé GeraldoHenrique Afonso Zico BronzeadoTerezinha Fernandes 2 vagas1 vaga

PFLKátia Abreu Clóvis Fecury

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Pauderney Avelino Davi Alcolumbre vaga do PDT

Vic Pires Franco Francisco Rodrigues(Dep. do PP ocupa a vaga) 3 vagas1 vaga

PMDBAsdrubal Bentes Ann PontesÁtila Lins vaga do PPS Wladimir CostaMarinha Raupp 2 vagasOsvaldo Reis(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PSDBHamilton Casara Anivaldo ValeNicias Ribeiro João CasteloNilson Pinto Zenaldo Coutinho1 vaga 1 vaga

PPDarci Coelho vaga do PFL Zé LimaFrancisco Garcia 2 vagasRonivon SantiagoSuely Campos

PTBAlceste Almeida vaga do PMDB Josué BengtsonPastor Frankembergen 1 vagaSilas Câmara

PLHumberto Michiles Coronel Alves vaga do PSB

Raimundo Santos Luciano CastroMaurício Rabelo

PSBDr. Ribamar Alves (Dep. do PL ocupa a vaga)Janete Capiberibe 1 vaga

PPS(Dep. do PMDB ocupa a vaga) 1 vaga

PDTDr. Rodolfo Pereira (Dep. do PFL ocupa a vaga)

PC do BPerpétua Almeida Vanessa Grazziotin

PVSarney Filho (Dep. do PSC ocupa a vaga)

PSCDeley vaga do PV

Secretário(a): Maria Terezinha DonatiLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6215 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EMRELAÇÃO ÀS MATÉRIAS EM TRAMITAÇÃO NA CASA, CUJO

TEMA ABRANJA A REFORMA PREVIDENCIÁRIA.Presidente: Roberto Brant (PFL)1º Vice-Presidente: Onyx Lorenzoni (PFL)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: José Pimentel (PT)Titulares Suplentes

PTArlindo Chinaglia Adão PrettoDr. Rosinha Assis Miguel do CoutoEduardo Valverde Durval OrlatoHenrique Fontana Guilherme MenezesJosé Pimentel Roberto GouveiaNilson Mourão (Dep. do PSOL ocupa a vaga)(Dep. do PSOL ocupa a vaga) 1 vaga

PFLAlberto Fraga vaga do PMDB Ivan Ranzolin vaga do PP

Félix Mendonça vaga do PTB Luiz CarreiraGervásio Silva Vic Pires FrancoMurilo Zauith Vilmar RochaOnyx Lorenzoni (Dep. do PSB ocupa a vaga)Roberto Brant (Dep. do PP ocupa a vaga)

Robson Tuma 1 vaga(Dep. do PP ocupa a vaga)

PMDBAdelor Vieira Osvaldo BiolchiAlexandre Santos vaga do PSDB 4 vagasDarcísio PerondiJorge AlbertoMendes Ribeiro Filho(Dep. do PFL ocupa a vaga)

PSDBAlberto Goldman Anivaldo ValeCustódio Mattos Bismarck MaiaEduardo Barbosa João CamposYeda Crusius (Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PMDB ocupa a vaga) 1 vaga

PPDarci Coelho vaga do PFL Feu Rosa vaga do PSDB

Jair Bolsonaro Reginaldo Germano vaga do PFL

José Linhares Ronivon Santiago1 vaga (Dep. do PFL ocupa a vaga)

1 vagaPTB

Arnaldo Faria de Sá Ricardo IzarDr. Francisco Gonçalves Vicente Cascione(Dep. do PFL ocupa a vaga) 1 vaga

PLChico da Princesa Humberto MichilesMedeiros Maurício Rabelo(Dep. do PSB ocupa a vaga) Wellington Roberto

PSBCarlos Mota vaga do PL João Mendes de Jesus vaga do PDT

Paulo Baltazar Marcondes Gadelha vaga do PFL

1 vaga (Dep. do PSOL ocupa a vaga)1 vaga

PPSFernando Coruja Geraldo Thadeu

PDTAlceu Collares (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PC do BJandira Feghali Alice Portugal

PRONAEnéas 1 vaga

PSOLIvan Valente vaga do PT Luciana Genro vaga do PT

Maninha vaga do PSB

Secretário(a): Maria Terezinha DonatiLocal: Anexo II, Pavimento Superior, sala 170-ATelefones: 216-6215 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EMRELAÇÃO ÀS MATÉRIAS EM TRAMITAÇÃO NA CASA, CUJO

TEMA ABRANJA A REFORMA DO JUDICIÁRIO.Presidente: José Eduardo Cardozo (PT)1º Vice-Presidente: João Alfredo (PSOL)2º Vice-Presidente: Nelson Trad (PMDB)3º Vice-Presidente: João Campos (PSDB)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia Iriny LopesDra. Clair 6 vagasJosé Eduardo CardozoJosé MentorMaurício Rands(Dep. do PSOL ocupa a vaga)1 vaga

PFLCoriolano Sales Antonio Carlos Magalhães NetoJairo Carneiro José Mendonça BezerraLuiz Carlos Santos Robério Nunes

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Mendonça Prado (Licenciado) Vilmar Rocha(Dep. do PP ocupa a vaga) 2 vagas(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PMDBBernardo Ariston Osmar SerraglioCarlos Willian vaga do PSB Paulo LimaMarcelino Fraga 3 vagasNelson TradWilson Santiago1 vaga

PSDBAloysio Nunes Ferreira(Licenciado)

Bonifácio de Andrada

João Campos Bosco CostaVicente Arruda Nicias Ribeiro(Dep. do PPS ocupa a vaga) Zenaldo Coutinho1 vaga Zulaiê Cobra

PPDarci Coelho vaga do PFL Celso RussomannoFeu Rosa Jair Bolsonaro vaga do PTB

Ibrahim Abi-ackel Nélio DiasRicardo Fiuza Roberto Balestra (Licenciado)

PTBLuiz Antonio Fleury Arnaldo Faria de SáPaes Landim vaga do PFL (Dep. do PP ocupa a vaga)Vicente Cascione 1 vaga1 vaga

PLInaldo Leitão Raimundo SantosJosé Santana de Vasconcellos Wellington Roberto(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSB

Carlos Mota vaga do PL João Paulo Gomes da Silva vaga do

PL

Renato Casagrande 2 vagas(Dep. do PMDB ocupa a vaga)

PPSDimas Ramalho Fernando CorujaJuíza Denise Frossard vaga do PSDB

PDTWagner Lago Pompeo de Mattos

PC do BPerpétua Almeida 1 vaga

PRONA1 vaga 1 vaga

PSOLJoão Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Heloisa Pedrosa DinizLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6201 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EMRELAÇÃO ÀS MATÉRIAS EM TRAMITAÇÃO NA CASA, CUJO

TEMA ABRANJA A REFORMA POLÍTICA.Presidente: Alexandre Cardoso (PSB)1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: Ronaldo Caiado (PFL)Titulares Suplentes

PTDevanir Ribeiro César MedeirosFernando Ferro ColomboJosé Eduardo Cardozo Luiz SérgioLuiz Couto Maria do Carmo Lara

Paulo Delgado(Dep. do PSOL ocupa a

vaga)Rubens Otoni (Dep. do PDT ocupa a vaga)(Dep. do PSOL ocupa a vaga) 1 vaga

PFL

André de PaulaAntonio Carlos Magalhães

NetoLuiz Carlos Santos Eduardo SciarraRoberto Magalhães vaga do PTB José RochaRonaldo Caiado Marcelo Guimarães FilhoVic Pires Franco Zelinda Novaes

(Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa a

vaga)(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PMDBCezar Schirmer Almerinda de CarvalhoMarcelino Fraga Átila Lins vaga do PPS

Osmar Serraglio Jorge AlbertoOsvaldo Biolchi Leandro Vilela(Dep. do PMR ocupa a vaga) Mauro Benevides

(Dep. do PMR ocupa a vaga)PSDB

Affonso Camargo Carlos Alberto LeréiaAloysio Nunes Ferreira (Licenciado) Nicias RibeiroBonifácio de Andrada Paulo Bauer vaga do PFL

João Almeida Thelma de OliveiraProfessora Raquel Teixeira Vicente Arruda

1 vagaPP

Leodegar Tiscoski Francisco DornellesMarcos Abramo vaga do PFL Nélio DiasMário Negromonte Ricardo BarrosNilton Baiano

PTBJackson Barreto Edna MacedoPaes Landim vaga do PFL José Múcio MonteiroPhilemon Rodrigues Neuton Lima(Dep. do PFL ocupa a vaga)

PLLincoln Portela Almeida de Jesus(Dep. do PSB ocupa a vaga) Oliveira Filho1 vaga (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSBAlexandre Cardoso Mário Assad Júnior vaga do PL

João Paulo Gomes da Silva vaga do PL 2 vagasLuiza Erundina

PPS

Fernando Coruja(Dep. do PMDB ocupa a

vaga)PDT

Severiano Alves João Fontes vaga do PT

Mário HeringerPC do B

Renildo Calheiros Inácio ArrudaPV

Jovino Cândido Marcelo OrtizPSOL

Chico Alencar vaga do PT João Alfredo vaga do PT

PMRJosé Divino vaga do PMDB Vieira Reis vaga do PMDB

Secretário(a): Ana Lúcia Ribeiro MarquesLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6214 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EMRELAÇÃO ÀS MATÉRIAS EM TRAMITAÇÃO NA CASA, CUJO

TEMA ABRANJA A REFORMA TRABALHISTA.Presidente: Vicentinho (PT)1º Vice-Presidente: Maurício Rands (PT)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Relator: José Chaves (PTB)Titulares Suplentes

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PTCarlos Santana Antônio Carlos BiffiDra. Clair Antonio Carlos BiscaiaLuiz Alberto Henrique AfonsoMaurício Rands Josias GomesOrlando Desconsi Neyde AparecidaVicentinho Tarcísio Zimmermann1 vaga (Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PFLAlmir Moura vaga do PL Celcita PinheiroCoriolano Sales Gerson GabrielliJoaquim Francisco vaga do PTB Onyx LorenzoniRobson Tuma (Dep. do PTB ocupa a vaga)Vilmar Rocha 2 vagas(Dep. do PP ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa a vaga)1 vaga

PMDBLeonardo Picciani Leandro VilelaWladimir Costa Pastor Pedro Ribeiro(Dep. do PTB ocupa a vaga) Takayama(Dep. do PSDB ocupa a vaga) (Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PSDBAntonio Carlos Pannunzio Átila LiraCarlos Alberto Leréia Carlos SampaioEduardo Paes 3 vagasMarcelo Teixeira vaga do PMDB

Paulo Bauer vaga do PFL

Ronaldo DimasZenaldo Coutinho

PPFrancisco Dornelles Leonardo Vilela (Licenciado)João Batista vaga do PFL Luis Carlos HeinzeNelson Meurer Vadão GomesRoberto Balestra (Licenciado)

PTBIris Simões Homero BarretoJosé Chaves vaga do PMDB Jefferson Campos vaga do PMDB

José Múcio Monteiro Paes Landim vaga do PFL

(Dep. do PFL ocupa a vaga) Philemon Rodrigues1 vaga

PLMiguel de Souza Heleno SilvaSandro Mabel Milton Monti(Dep. do PFL ocupa a vaga) Raimundo Santos

PSBDr. Ribamar Alves Luciano Leitoa vaga do PDT

Isaías Silvestre 2 vagasMaria Helena vaga do PMDB

PPSCláudio Magrão Raul Jungmann

PDTPompeo de Mattos (Dep. do PSB ocupa a vaga)

PC do BDaniel Almeida Jamil Murad

PRONA1 vaga 1 vaga

PSOLBabá vaga do PT

Secretário(a): Valdivino Tolentino FilhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, sala 170-ATelefones: 216-6206 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EMRELAÇÃO ÀS MATÉRIAS EM TRAMITAÇÃO NA CASA, CUJO

TEMA ABRANJA O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL.Presidente: Mussa Demes (PFL)1º Vice-Presidente: Gerson Gabrielli (PFL)

2º Vice-Presidente: Carlos Eduardo Cadoca (PMDB)3º Vice-Presidente: Luiz Carlos Hauly (PSDB)Relator: Virgílio Guimarães (PT)Titulares Suplentes

PTCarlito Merss Paulo PimentaJorge Bittar Reginaldo LopesJosé Mentor Telma de SouzaPaulo Bernardo (Licenciado) VignattiPaulo Rubem Santiago Wasny de RoureVirgílio Guimarães (Dep. do PV ocupa a vaga)Walter Pinheiro 1 vaga

PFLEdmar Moreira vaga do PL Aroldo CedrazGerson Gabrielli Eduardo SciarraJosé Carlos Machado Eliseu ResendeJosé Roberto Arruda Gervásio SilvaMussa Demes Júlio CesarPauderney Avelino Vic Pires Franco(Dep. do PSDB ocupa avaga)

PMDBAndré Zacharow vaga do PDT Ann PontesCarlos Eduardo Cadoca Jorge AlbertoDelfim Netto vaga do PP Paulo AfonsoLuiz Bittencourt Pedro ChavesMax Rosenmann 1 vaga(Dep. do PTB ocupa a vaga)(Dep. do PSDB ocupa avaga)

PSDBAntonio Cambraia Anivaldo ValeEduardo Paes vaga do PFL Antonio Carlos Mendes ThameJulio Semeghini Gonzaga MotaLuiz Carlos Hauly Yeda CrusiusMarcelo Teixeira vaga do PMDB (Dep. do PTB ocupa a vaga)Narcio RodriguesWalter Feldman (Licenciado)

PPFrancisco Dornelles Márcio Reinaldo MoreiraJoão Leão vaga do PL 2 vagasRomel Anizio(Dep. do PMDB ocupa avaga)

PTBArmando Monteiro vaga do PMDB Arnon Bezerra vaga do PSDB

José Militão Pedro FernandesNelson Marquezelli (Dep. do PL ocupa a vaga)1 vaga (Dep. do PSC ocupa a vaga)

PLSandro Mabel Enio Tatico vaga do PTB

(Dep. do PFL ocupa a vaga) Jaime Martins(Dep. do PP ocupa a vaga) Reinaldo Betão

(Dep. do PSB ocupa a vaga)PSB

Beto Albuquerque João Paulo Gomes da Silva vaga do PL

Renato Casagrande Pastor Francisco Olímpio1 vaga

PPSFernando Coruja (Dep. do PDT ocupa a vaga)

PDTSérgio Miranda vaga do PC do B João Herrmann Neto vaga do PPS

(Dep. do PMDB ocupa avaga)

1 vaga

PC do B(Dep. do PDT ocupa a vaga) Vanessa Grazziotin

PVEdson Duarte Fernando Gabeira vaga do PT

Leonardo MattosPSC

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Zequinha Marinho vaga do PTB

Secretário(a): Angélica Maria Landim Fialho de AguiarLocal: Anexo II, Pavimento Superior, sala 170-ATelefones: 216-6218 / 6232FAX: 216-6225

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A OUVIR OS DIVERSOSPOSICIONAMENTOS A RESPEITO DO TEMA E PROPOR

MEDIDAS VISANDO A REFORMA UNIVERSITÁRIA.Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PT6 vagas 6 vagas

PMDBGastão Vieira Osmar SerraglioJoão Matos (Licenciado) Pedro Irujo vaga do Bloco PL, PSL

Marinha Raupp 4 vagasOsvaldo Biolchi1 vaga

Bloco PFL, PRONAAlberto Fraga vaga do PTB Almir Moura vaga do Bloco PL, PSL

César Bandeira 4 vagasClóvis FecuryCorauci SobrinhoMurilo Zauith

PPFeu Rosa Márcio Reinaldo MoreiraProfessor Irapuan Teixeira Ronivon SantiagoSimão Sessim Suely CamposVanderlei Assis (Dep. do PDT ocupa a vaga)

PSDBÁtila Lira Bonifácio de AndradaNilson Pinto Lobbe NetoProfessora Raquel Teixeira Rafael Guerra

PTBEduardo Seabra Alex CanzianiJonival Lucas Junior Elaine Costa(Dep. do Bloco PFL, PRONAocupa a vaga)

Paes Landim

Bloco PL, PSL

Milton Monti(Dep. do Bloco PFL, PRONA

ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga) (Dep. do PMDB ocupa a vaga)1 vaga 1 vaga

PPSRogério Teófilo Fernando Coruja

PSBCarlos Mota vaga do Bloco PL, PSL 1 vagaLuciano Leitoa

PDTSeveriano Alves Wagner Lago vaga do PP

1 vagaPC do B

Alice Portugal Jamil MuradPSC

Costa Ferreira 1 vagaPV

Sarney Filho Marcelo OrtizSecretário(a): -

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A APRECIAR ASSOLICITAÇÕES DE ACESSO A INFORMAÇÕES SIGILOSAS

PRODUZIDAS OU RECEBIDAS PELA CÂMARA DOSDEPUTADOS NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES

PARLAMENTARES E ADMINISTRATIVAS, ASSIM COMOSOBRE O CANCELAMENTO OU REDUÇÃO DE PRAZOS DE

SIGILO E OUTRAS ATRIBUIÇÕES PREVISTAS NARESOLUÇÃO N º 29, DE 1993.

Presidente: Carlos Melles (PFL)1º Vice-Presidente: Benedito de Lira (PP)2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PFLCarlos Melles

PPBenedito de Lira

PTBElaine CostaSecretário(a): Tarciso Aparecido Higino de CarvalhoLocal: Secretaria Executiva da Cesp de Doc. SigilososTelefones: 216-5625FAX: 216-5605

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A EFETUAR ESTUDO EOFERECER PROPOSIÇÕES SOBRE O TEMA TRABALHO E

EMPREGO DOMÉSTICO.Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:3º Vice-Presidente:Titulares Suplentes

PTIara Bernardi Dra. ClairLuci Choinacki Maria do RosárioLuciano Zica Neyde AparecidaLuiz Alberto Selma Schons

PMDBBenjamin Maranhão Leonardo PiccianiLúcia Braga Osvaldo ReisMarcelo Barbieri 2 vagas(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONADavi Alcolumbre 3 vagasZelinda Novaes(Dep. do PSC ocupa a vaga)

PPJosé Linhares Érico RibeiroNilton Baiano Mário NegromontePedro Corrêa Vadão Gomes

PSDBBosco Costa Thelma de OliveiraWalter Barelli 1 vaga

PTB

Arnaldo Faria de SáDr. Francisco

GonçalvesElaine Costa Edna Macedo

Bloco PL, PSLMaurício Rabelo Ricardo RiqueMedeiros Wanderval Santos

PPSCláudio Magrão 1 vaga

PSBJorge Gomes 1 vagaSandra Rosado vaga do PMDB

PDTAlceu Collares André Figueiredo

PC do BJandira Feghali Vanessa Grazziotin

PSCMilton Barbosa vaga do Bloco PFL, PRONA

Secretário(a): -

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A"INVESTIGAR O TRÁFICO DE ANIMAIS E PLANTAS

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SILVESTRES BRASILEIROS, A EXPLORAÇÃO E COMÉRCIOILEGAL DE MADEIRA E A BIOPIRATARIA NO PAÍS".

Presidente: Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB)1º Vice-Presidente: Moacir Micheletto (PMDB)2º Vice-Presidente: Josué Bengtson (PTB)3º Vice-Presidente: Perpétua Almeida (PCdoB)Relator: Sarney Filho (PV)Titulares Suplentes

PTDr. Rosinha Leonardo MonteiroHenrique Afonso Walter PinheiroNeyde Aparecida Zé GeraldoZico Bronzeado 1 vaga

PMDBGervásio Oliveira vaga do PDT Max RosenmannLeandro Vilela 2 vagasLuiz BittencourtMoacir Micheletto

Bloco PFL, PRONARobson Tuma (Dep. do PV ocupa a vaga)(Dep. do Bloco PL, PSL ocupa avaga)

2 vagas

1 vagaPP

Benedito de Lira Roberto Balestra (Licenciado)Francisco Garcia 1 vaga

PSDBAntonio Carlos Mendes Thame Thelma de OliveiraHamilton Casara vaga do Bloco PL, PSL 1 vagaNilson Pinto

PTBDr. Francisco Gonçalves Arnaldo Faria de SáJosué Bengtson Pastor Reinaldo

Bloco PL, PSLCoronel Alves Badu PicançoJoão Carlos Bacelar vaga do Bloco PFL,

PRONA Miguel de Souza

(Dep. do PSDB ocupa a vaga)PPS

(Dep. do PSB ocupa a vaga) Fernando CorujaPSB

Dr. Ribamar Alves 1 vagaMaria Helena vaga do PPS

PDT(Dep. do PMDB ocupa a vaga) Dr. Rodolfo Pereira

PC do BPerpétua Almeida Vanessa Grazziotin

PVSarney Filho Edson Duarte

Fernando Gabeira vaga do Bloco PFL,

PRONA

Secretário(a): Saulo AugustoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 151-BTelefones: 216-6276/6252FAX: 216-6285

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A"INVESTIGAR A AÇÃO CRIMINOSA DAS MILÍCIAS PRIVADAS

E DOS GRUPOS DE EXTERMÍNIO EM TODA A REGIÃONORDESTE".

Presidente: Bosco Costa (PSDB)1º Vice-Presidente: Vicente Arruda (PSDB)2º Vice-Presidente: Luiz Alberto (PT)3º Vice-Presidente: Geraldo Thadeu (PPS)Relator: Luiz Couto (PT)Titulares Suplentes

PTFernando Ferro Guilherme MenezesLuiz Alberto José PimentelLuiz Couto Maurício Rands

(Dep. do PSOL ocupa a vaga) Nelson PellegrinoPFL

Marcelo Guimarães Filho Davi Alcolumbre vaga do PDT

Marcos de Jesus vaga do PL Edmar Moreira vaga do PL

(Dep. do PL ocupa a vaga) Fernando de Fabinho1 vaga Rodrigo Maia

1 vagaPMDB

Marcelo Castro Pastor Pedro RibeiroMauro Lopes (Dep. do PSB ocupa a vaga)(Dep. do PSB ocupa a vaga) 1 vaga

PSDBBosco Costa Carlos SampaioHelenildo Ribeiro João CamposVicente Arruda 1 vaga

PPEnivaldo Ribeiro Márcio Reinaldo MoreiraMário Negromonte Nélio Dias

PTBJonival Lucas Junior Arnaldo Faria de SáRomeu Queiroz Osmânio Pereira

PLJosé Carlos Araújo vaga do PFL Almeida de Jesus(Dep. do PFL ocupa a vaga) (Dep. do PFL ocupa a vaga)1 vaga

PSBDr. Ribamar Alves Sandra Rosado vaga do PMDB

Josias Quintal vaga do PMDB 1 vagaPPS

Geraldo Thadeu Colbert MartinsPDT

1 vaga (Dep. do PFL ocupa a vaga)PC do B

Daniel Almeida 1 vagaPRONA

1 vaga Elimar Máximo DamascenoPSOL

João Alfredo vaga do PT

Secretário(a): Francisco de Assis DinizLocal: Anexo II, Sala 151-BTelefones: 216-6213 / 6252FAX: 216-6285

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AINVESTIGAR AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS DO TRÁFICO

DE ARMAS.Presidente: Moroni Torgan (PFL)1º Vice-Presidente: Laura Carneiro (PFL)2º Vice-Presidente: Josias Quintal (PSB)3º Vice-Presidente: Neucimar Fraga (PL)Relator: Paulo Pimenta (PT)Titulares Suplentes

PTLuiz Couto Antonio Carlos BiscaiaOdair Cunha Iriny LopesPaulo Pimenta José Eduardo Cardozo1 vaga Zico Bronzeado

PMDBGervásio Oliveira Cabo JúlioMauro Lopes Gilberto NascimentoNelson Trad 2 vagas(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAAlberto Fraga vaga do PTB Abelardo LupionLaura Carneiro Eduardo SciarraMoroni Torgan Onyx LorenzoniRobson Tuma

PSDBCarlos Sampaio Bosco CostaJoão Campos Zulaiê Cobra vaga do PTB

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1 vagaPP

Nilton Baiano Francisco AppioReginaldo Germano Mário Negromonte

PTBArnaldo Faria de Sá Luiz Antonio Fleury(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa avaga)

(Dep. do PSDB ocupa avaga)

PLCoronel Alves MedeirosNeucimar Fraga Wanderval Santos

PPSColbert Martins 1 vaga

PSBJosias Quintal vaga do PMDB Gonzaga PatriotaPaulo Baltazar

PDTPompeo de Mattos Enio Bacci

PC do BPerpétua Almeida 1 vaga

PVEdson Duarte Jovino CândidoSecretário(a): Manoel AlvimLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 151-BTelefones: 216-6210/6252FAX: 216-6285

REQUER A INSTALAÇÃO DE COMISSÃO EXTERNADESTINADA A ACOMPANHAR E TOMAR MEDIDAS CABÍVEIS

NAS DENÚNCIAS DE DESVIO DE VERBAS FEDERAISRELATIVAS À SAÚDE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Titulares SuplentesPT

(Dep. do PSOL ocupa a vaga)PMDB

(Dep. do PMR ocupa a vaga)PFL

Laura CarneiroPSB

Alexandre CardosoPC do B

Jandira FeghaliPSOL

Chico Alencar vaga do PT

PMRJosé Divino vaga do PMDB

Secretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A ACOMPANHAR ASINVESTIGAÇÕES DO ASSASSINATO DOS AUDITORES

FISCAIS E DO MOTORISTA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO,NA REGIÃO NOROESTE DE MINAS GERAIS, NA CIDADE DE

UNAÍ.Coordenador: Luiz Eduardo Greenhalgh (PT)Relator: Carlos Mota (PSB)Titulares Suplentes

PTEduardo ValverdeLuiz Eduardo GreenhalghVirgílio Guimarães

PFLJosé Roberto Arruda

PSDBEduardo Barbosa

PTBArnaldo Faria de Sá

PSBCarlos Mota

PDT

Sérgio MirandaPPS

Colbert MartinsSecretário(a): Maria de Fátima MoreiraLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6204/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A ACOMPANHAR ASINVESTIGAÇÕES SOBRE SUCESSIVOS ATAQUES,

SEGUIDOS DE MORTE, PRATICADOS CONTRAMORADORES DE RUA NA CIDADE DE SÃO PAULO.

Coordenador: Orlando Fantazzini (PSOL)Titulares Suplentes

PTLuiz Eduardo Greenhalgh(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBGilberto Nascimento(Dep. do PTB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONADr. Pinotti (Licenciado)

PPCelso Russomanno

PSDBZulaiê Cobra

PTBArnaldo Faria de SáJefferson Campos vaga do PMDB

Bloco PL, PSLWanderval Santos

PPSGeraldo Thadeu

PSBLuiza Erundina

PSOLOrlando Fantazzini vaga do PT

Secretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A VERIFICAR, "IN LOCO",AS CAUSAS DO INCÊNDIO E BUSCAR CONHECIMENTO

PARA QUE AS POLÍTICAS PÚBLICAS FEDERAIS POSSAMDESENVOLVER O ESTADO DE RORAIMA.

Titulares SuplentesPT

Josias GomesProfessor LuizinhoZico Bronzeado1 vaga

PMDB(Dep. do PTB ocupa a vaga)

PFLFrancisco Rodrigues

PTBAlceste Almeida vaga do PMDB

Pastor FrankembergenPP

Suely CamposPDT

Dr. Rodolfo PereiraPC do B

Vanessa GrazziotinSecretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A REALIZAR VISITAS ÀSINSTALAÇÕES DE ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO

LOCALIZADAS EM RESENDE - RJ, EM CAITITÉ - BA EMOUTROS MUNICÍPIOS, E ELABORAR RELATÓRIODESCRITIVO, CONTENDO ANÁLISE E AVALIAÇÃO

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CIRCUNSTANCIAL DOS PROCESSOS E PRECEDIMENTOSOBSERVADOS NO PROJETO NUCLEAR BRASILEIRO.

Titulares SuplentesPMDB

Moreira FrancoPFL

Carlos MellesIvan RanzolinMarcos de JesusMurilo ZauithRobério Nunes

PPFeu RosaJair Bolsonaro

PSDBAntonio Carlos Pannunzio

PDTJoão Herrmann Neto

PVEdson DuarteFernando Gabeira

PSOLManinhaSecretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A ACOMPANHAR OSTRABALHOS RELACIONADOS À CHACINA OCORRIDA NA

BAIXADA FLUMINENSE, INCLUSIVE A APURAÇÃO QUE VEMSENDO FEITA PELOS ÓRGÃOS POLICIAIS.

Presidente: Nelson Bornier (PMDB)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia(Dep. do PDT ocupa a vaga)

PMDBAlmerinda de Carvalho vaga do PP

Nelson BornierBloco PFL, PRONA

Aldir CabralPSDB

1 vagaPP

(Dep. do PMDB ocupa a vaga)PTB

1 vagaPL

Reinaldo BetãoPDT

André Costa vaga do PT

Secretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A VISITAR A BAHIA EAVERIGUAR AS RAZÕES DO CONFLITO ENTRE OS

MÉDICOS BAIANOS E OS PLANOS DE SAÚDE.Titulares Suplentes

PTAngela GuadagninGuilherme MenezesNelson Pellegrino

PMDBGeddel Vieira LimaJorge Alberto

Bloco PFL, PRONAJosé Rocha1 vaga

PPNilton BaianoVanderlei Assis

PSDB

João AlmeidaPTB

Jonival Lucas JuniorBloco PL, PSL

Amauri GasquesPPS

Colbert MartinsPSB

Jorge GomesPC do B

Alice PortugalSecretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A AVERIGUAR ASITUAÇÃO DE CONFLITO EXISTENTE ENTRE OS

MORADORES E O IBAMA, NO ENTORNO DO PARQUENACIONAL DO IGUAÇU, NO ESTADO DO PARANÁ.

Titulares SuplentesPT

Assis Miguel do CoutoPMDB

Osmar SerraglioPFL

Eduardo SciarraPP

Nelson MeurerPSDB

Luiz Carlos HaulyPTB

Alex CanzianiPV

Fernando GabeiraSecretário(a): -

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A ACOMPANHAR ASINVESTIGAÇÕES SOBRE O ENVENENAMENTO DE ANIMAISOCORRIDO NA FUNDAÇÃO ZOOLÓGICO DE SÃO PAULO.

Coordenador: Marcelo Ortiz (PV)Titulares Suplentes

PTDevanir RibeiroRoberto Gouveia

PMDBAnn Pontes(Dep. do PV ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONARobson Tuma(Dep. do PV ocupa a vaga)

PPIldeu AraujoProfessor Irapuan Teixeira

PSDBAntonio Carlos Mendes Thame

PTBArnaldo Faria de Sá

Bloco PL, PSLAmauri Gasques

PPSGeraldo Thadeu

PSB1 vaga

PVEdson Duarte vaga do PMDB

Marcelo OrtizSarney Filho vaga do Bloco PFL, PRONA

Secretário(a): José Maria Aguiar de CastroLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 3216-6209/6232FAX: 3216-6225

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COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A ACOMPANHAR ASINVESTIGAÇÕES SOBRE OS CONFRONTOS ENTRE OS

GARIMPEIROS E ÍNDIOS CINTA-LARGA PELA EXPLORAÇÃOILEGAL DO GARIMPO DE DIAMANTES NA RESERVA

ROOSEVELT, SITUADA NO SUL DE RONDÔNIA.Coordenador: Alberto Fraga (PFL)Relator: Luis Carlos Heinze (PP)Titulares Suplentes

PTCarlos AbicalilEduardo Valverde

PFLAlberto Fraga

PPAgnaldo MunizLuis Carlos Heinze

PTBNilton Capixaba

PLMiguel de Souza

PCdoBPerpétua Almeida

PVEdson DuarteSecretário(a): Eveline de Carvalho AlmintaLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6211/6232FAX: 216-6225

COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A VISITAR AS UNIDADESPRISIONAIS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO E DESENVOLVER DIÁLOGO COM ASAUTORIDADES DO ESTADO PERTINENTES À ÁREA, COMVISTAS A BUSCAR SOLUÇÃO PARA A GRAVE CRISE DO

SETOR.Coordenador: Mário Heringer (PDT)Titulares Suplentes

PTAntonio Carlos Biscaia(Dep. do PSOL ocupa a vaga)

PMDBGilberto Nascimento(Dep. do PSB ocupa a vaga)

Bloco PFL, PRONAAlmir Moura vaga do Bloco PL, PSL

Laura CarneiroPP

Reginaldo GermanoPSDB

(Dep. do PPS ocupa a vaga)Bloco PL, PSL

Wanderval Santos(Dep. do Bloco PFL, PRONA ocupa a vaga)

PPSGeraldo ThadeuJuíza Denise Frossard vaga do PSDB

PSBAlexandre CardosoJosias Quintal vaga do PMDB

PDTMário Heringer

PSOLChico Alencar vaga do PT

Secretário(a): José Maria Aguiar de CastroLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 3216-6209/6232FAX: 3216-6225

COMISSÃO EXTERNA COM A FINALIDADE DE AVERIGUARAS CAUSAS E A EXTENSÃO DOS DANOS CAUSADOS AOMEIO AMBIENTE PELO VAZAMENTO DE UMA BARRAGEM

DE REJEITOS DA INDÚSTRIA CATAGUASES DE PAPELLTDA., ATINGINDO MUNICÍPIOS DOS ESTADOS DE MINAS

GERAIS E DO RIO DE JANEIRO.Coordenador: César Medeiros (PT)Relator: Renato Cozzolino (PDT)Titulares Suplentes

PTCésar MedeirosLeonardo Monteiro

PMDBLuiz BittencourtNelson Bornier

PPJulio Lopes

PTBSandro Matos

PDTRenato Cozzolino

PVEdson DuarteFernando GabeiraJovino CândidoLeonardo MattosMarcelo OrtizSarney Filho

PSCDeleySecretário(a): .

GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A EFETUAR ESTUDOEM RELAÇÃO AOS PROJETOS EM TRAMITAÇÃOREFERENTES AO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE E À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL EOFERECER INDICATIVO À CASA SOBRE A MATÉRIA.

Presidente: Osmar Serraglio (PMDB)Relator: Vicente Cascione (PTB)Titulares Suplentes

PTDurval OrlatoJorge BoeiraMaria do RosárioTerezinha Fernandes

PFLIvan Ranzolin vaga do PP

Laura CarneiroZelinda Novaes(Dep. do PP ocupa a vaga)

PMDBAnn PontesOsmar SerraglioRose de Freitas

PSDBAloysio Nunes Ferreira (Licenciado)Eduardo BarbosaThelma de Oliveira

PPDarci Coelho vaga do PFL

Ricardo Fiuza(Dep. do PFL ocupa a vaga)

PTBLuiz Antonio FleuryVicente Cascione

PL(Dep. do PSB ocupa a vaga)

PSB

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Carlos Mota vaga do PL

Luiza ErundinaPPS

Rogério TeófiloPDT

Severiano AlvesSecretário(a): Angélica FialhoLocal: Anexo II, Pavimento Superior, Sala 170-ATelefones: 216-6276/6232FAX: 216-6225

GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A, NO PRAZO DE 20DIAS, EXAMINAR E OFERECER UM INDICATIVO AOPLENÁRIO REFERENTE AO PROJETO DE DECRETO

LEGISLATIVO Nº 383, DE 2003, QUE "SUSTA O DECRETO N°3.860, DE 9 DE JULHO DE 2001, QUE DISPÕE SOBRE A

ORGANIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR, A AVALIAÇÃO DECURSOS E INSTITUIÇÕES, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS",INCLUINDO O RECADASTRAMENTO DAS UNIVERSIDADES.Titulares Suplentes

PTIara Bernardi

PMDBGastão Vieira

PFLPaulo Magalhães

PSDBAloysio Nunes Ferreira (Licenciado)Professora Raquel TeixeiraSecretário(a): -

Page 328: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04NOV2005.pdf · da construção da Rodovia Transoceânica para o desenvolvimento do Estado

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