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Universidade de Brasília Faculdade de Educação - FE Disciplina: Didática Fundamental. Professora: Liliane Campos Machado Aluna: Danielle de Cássia Afonso. Matrícula: 130042005 Referências: CUNHA, Maria Isabel da. A relação professor-aluno. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Repensando a didática. 25ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2004, p.149-159. CHAMLIAN, Helena Coharik. A disciplina: uma questão crucial na Didática. In: CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (orgs.). Ensinar a Ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002, p. 75-93. Resenhado por Danielle de Cássia Afonso, acadêmica de Licenciatura em Matemática. O texto ‘A relação professor-aluno’ da autora Maria Isabel Cunha em sua pesquisa com alunos dos níveis médio e superior questionou sobre o que seria um bom professor. O consenso foi de que o profissional deve ter condições básicas de conhecimento da matéria a ser ensinada; ter habilidade para organizar a aula; manter relações positivas. No entanto, os educandos enfatizaram os aspectos afetivos dessa relação, ou seja, a capacidade do educador mostrar-se próximo. Os alunos consideram importante que o professor além de dominar o conteúdo consiga transmiti-lo com clareza estimulando a participação dos educandos. Cunha destaca que ao analisarmos o ambiente institucional devemos considerar as interações sociais e institucionais, pois estas interferem no desempenho e na relação professor-aluno. E salienta que a cultura (sua história e experiências) do professor interfere no seu modo de pensar e agir. Pesquisas revelaram que de acordo com os professores, a prática cotidiana tem mais importância no seu modo de ser do que sua formação acadêmica. A autora salienta que educandos e educadores precisam ser sujeitos conscientes e reflexivos no processo de aprendizagem. A autora finaliza afirmando que é importante recuperar no professor a qualidade da sua relação com o aluno. E que para definir uma nova ordem pedagógica o professor precisa conhecer sua própria condição e realidade.

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Universidade de BrasíliaFaculdade de Educação - FE

Disciplina: Didática Fundamental. Professora: Liliane Campos MachadoAluna: Danielle de Cássia Afonso. Matrícula: 130042005

Referências: CUNHA, Maria Isabel da. A relação professor-aluno. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Repensando a didática. 25ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2004, p.149-159. CHAMLIAN, Helena Coharik. A disciplina: uma questão crucial na Didática. In: CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (orgs.). Ensinar a Ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002, p. 75-93.

Resenhado por Danielle de Cássia Afonso, acadêmica de Licenciatura em Matemática.

O texto ‘A relação professor-aluno’ da autora Maria Isabel Cunha em sua pesquisa com alunos dos

níveis médio e superior questionou sobre o que seria um bom professor. O consenso foi de que o profissional deve

ter condições básicas de conhecimento da matéria a ser ensinada; ter habilidade para organizar a aula; manter

relações positivas. No entanto, os educandos enfatizaram os aspectos afetivos dessa relação, ou seja, a capacidade

do educador mostrar-se próximo. Os alunos consideram importante que o professor além de dominar o conteúdo

consiga transmiti-lo com clareza estimulando a participação dos educandos.

Cunha destaca que ao analisarmos o ambiente institucional devemos considerar as interações sociais e

institucionais, pois estas interferem no desempenho e na relação professor-aluno. E salienta que a cultura (sua

história e experiências) do professor interfere no seu modo de pensar e agir. Pesquisas revelaram que de acordo

com os professores, a prática cotidiana tem mais importância no seu modo de ser do que sua formação acadêmica.

A autora salienta que educandos e educadores precisam ser sujeitos conscientes e reflexivos no processo de

aprendizagem. A autora finaliza afirmando que é importante recuperar no professor a qualidade da sua relação com

o aluno. E que para definir uma nova ordem pedagógica o professor precisa conhecer sua própria condição e

realidade.

O texto de Maria Isabel da Cunha que foi publicado no livro ‘Repensando a Didática’, coordenado por

Ilma Passos Alencastro Veiga. Cunha usa uma linguagem clara e concisa em todo o texto. Sua objetividade torna o

assunto totalmente compreensível.

O segundo texto ‘A disciplina: uma questão crucial na Didática’ de Helena Coharik Chamlian publicado no livro ‘Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média’ e organizado pelas pedagogas Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho.

A autora inicia o texto afirmando que a questão da disciplina é um tema desafiante no cotidiano dos professores na atualidade. Conceituando o termo disciplina a autora cita vários autores: Maria Teresa Estrela, Comenio, Durkheim, Carlos Eduardo Guimarães e outros.

Chamlian apresenta as diversas concepções sobre disciplina formuladas pelos teóricos e práticos da educação, com o objetivo de esclarecer as raízes de alguns significados que o termo tem assumido e com base neles compreender as funções previstas para as práticas de escolarização.

A autora aborda as diversas concepções de disciplina ao longo da evolução dos processos educativos. As práticas utilizadas pelos jesuítas eram minunciosamente planejadas. A formação disciplinada se conquistava sem o

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uso de recursos violentos, mas através de um grande exercício mental. Nos séculos XVIII e XIX, as práticas escolares não se alteraram muito, e permanecia a ideia de que a disciplina era importante para a atividade intelectual. Já na década de 80, o conceito de disciplina se aproxima do sentido de formação do espírito pelo exercício e esforço mental, ou seja, a disciplina é elemento ou requisito importante do processo de aprendizagem do aluno.

Já a disciplina para a formação do caráter tem como objetivo colocar ao aluno em contato com as regras morais que constitui a iniciação à ordem moral, em que cada um passa a sentir-se submetido às mesmas obrigações e assim unido a todos os demais. Uma escola concebida nesses moldes não percebe a contradição entre disciplina, restrição, sansões, castigos corporais e o progresso do aluno. O termo além de representar a submissão do aluno, também expressa seu desenvolvimento e maturidade. Todas as abordagens tinham em comum a ‘intencionalidade’, ou seja, a preocupação com o tipo de indivíduo que se pretendia formar. Os escolanovistas propõem novos métodos de ensino que equacionem a questão da disciplina na formação do ser humano, já que boa parte dela ocorre na escola. Assim, os alunos se autorregulariam e os professores seriam menos diretivos.

A autora demonstra através de pesquisas como essas concepções sobre disciplina têm se traduzido dentro das salas de aula. Observou-se que o sentido moralizador de disciplina permanece, é pré-requisito de aprendizagem e que o professor assume o papel de regulador do comportamento do educando. Nos útimos parágrafos, Chamlian sugere que se o professor for organizado, conciso e planejar suas aulas, certamente criará um clima favorável, criando um efeito preventivo de indisciplina por parte dos alunos. A autora destaca que cabe ao educador organizar o trabalho coletivo em sala, para realizar um trabalho pedagógico significativo, envolvendo respeito, responsabilidade, participação, construção do conhecimento, formação de caráter e cidadania.

Helena Coharik Chamlian em seu texto divaga extensamente sobre os significados da palavra disciplina, explica a evolução histórica do termo e sua implicação no processo educativo. No entanto, a autora poderia ter sido mais objetiva, ter aprofundado o tema na atualidade contextualizando-o. A linguagem utilizada é mais rebuscada, com palavras pouco usuais. Porém, o tema é de extrema importância no processo de formação dos educadores.