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3º Comunicação Social – Rádio, TV e Internet A Dinâmica dos Documentários Jéssica Leite Fisco Magalhães Nichols, Bill Introdução ao Documentário, 207 págs. Papirus (2007). O livro “Introdução ao Documentário”, de Bill Nichols, nos leva primeiramente a entender o documentário como um gênero vivo, dinâmico e

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  • 3ComunicaoSocialRdio,TVeInternet

    ADinmicadosDocumentrios

    JssicaLeiteFiscoMagalhes

    Nichols,BillIntroduoaoDocumentrio,207pgs.Papirus(2007).

    O livro Introduo ao Documentrio, de Bill Nichols, nos leva

    primeiramente a entender o documentrio como um gnero vivo, dinmico e

  • em constante transformao. Tambm podemos perceber que um dos pontos

    principais do documentrio que no h um consenso sobre quais so as suas

    caractersticas, nem ao menos sobre o que o documentrio em si se no o

    compararmos ou o relacionarmos com outros filmes de fico ou experimentais

    edevanguarda.

    De incio, Bill Nichols nos fala que todo filme um documentrio, pois

    se trata de uma representao de culturas tanto evidencia aquela que o

    produziu quanto reproduz a aparncia das pessoas que fazem parte dele. Um

    filme possui no mnimo trs histrias a do cineasta, a do prprio filme e a do

    pblico. Tomando por base essas afirmaes, conclumos que este gnero ,

    de certa forma, bem singular, pois fruto da fermentao de diversos fatores.

    Assim, um documentrio no pode ser classificado como uma reproduo da

    realidade, mas, uma representao do mundo seguindo um determinado ponto

    de vista. Por isso, filmes diferentes encontram solues diferentes para resolver

    problemas comuns. A persuaso tambm uma ferramenta importante para

    convencerquecertopontodevistapreferveloutro.

    Para Nichols, esperamos mais da representao do que da

    reproduo. Uma reproduo julgada por sua fidelidade ao original, j uma

    representao julgada pelo prazer que ela proporciona, o valor de suas

    ideias, bem como o conhecimento que oferece e a qualidade da viso. Mesmo

    se tratando do ponto de vista de uma pessoa e no de um padro, a fidelidade

    essencial neste gnero. Na verdade, com a tecnologia digital, toda a ideia de

    original comea a enfraquecer. Contudo, podese questionar se essa ideia

    necessria crena que temos na imagem documental. Este livro supe que o

  • vnculo entre imagens fotogrficas, digitais e de vdeo e o que elas representam

    pode ser extremamente forte, mesmo que inteiramente fabricado.. Seria o

    caso dos documentrios sobre homens das cavernas as imagens no so

    reais, mas representam com certa veracidade o que se acredita ter sido viver

    naquelapoca.

    Existem dois tipos de filmes: os de satisfao de desejos (fico) e os

    de representao social. No caso dos filmes de satisfao de desejos, o

    objetivo explorar novos mundos, nos quais aceitamos como plausveis dentro

    do contexto do mesmo ( o caso de filmes como Harry Potter, Nrnia ou contos

    de fadas). Nos filmes de representao social, o objetivo ver uma verdade

    sobre a perspectiva do cineasta novas vises de um mundo comum, o qual

    aceitamos como o mundo real ( o caso de filmes sobre tribos indgenas ou

    pessoas que vivem em realidades diferentes das nossas so reais mas no

    pertencemumcampoconhecidoporns).

    Os documentrios tambm podem ser divididos em duas ramificaes:

    documentrios de questo social e documentrios de retrato pessoal (Vide

    anexo1).

    Nos documentrios, temos uma democracia conhecida como

    democracia representativa. Diferente da democracia participativa como o

    caso do Estado, por exemplo na democracia representativa temos o

    documentaristafalandopelosinteressesdopblicooudospatrocinadores.

    Assim sendo, podemos analisar o conceito de documentrio por quatro

    ngulos: o das instituies, o dos profissionais, dos textos (filmes/vdeos) e o

    dopblico.

  • Instituies: para ficar mais claro, podemos nos perguntar O que

    produzem os estdios de Hollywood?. A resposta que obteramos seria:

    longasmetragem hollywoodianos.. o mesmo caso das instituies elas

    produzem documentrios, pois so produtoras de documentrios (Discovery

    Channelumexemplo).

    Os documentrios podem ser feitos por organizaes que produzem,

    distribuem e exibem o material por distribuidoras que adquirem os

    documentrios de terceiros por agncias que do apoio financeiro para que

    outros o faam, ou por agncias que oferecem apoio profissional ao

    documentarista.

    Profissionais: embora toda estrutura institucional imponha limites e

    convenes, os cineastas no precisam acatlas por completo. O sabor da

    obra dado pela mescla entre o que se esperado e a inovao dada pelo

    documentarista. Porm Os documentarista compartilham o encargo de

    representar o mundo histrico em vez de inventar criativamente mundos

    alternativos. Um aspecto importante que a nossa compreenso de

    documentrio muda conforme a ideia dos documentaristas muda com relao

    quilo que fazem. So os prprios profissionais que, em seu compromisso com

    as instituies, os crticos, os temas e o pblico, criam esse sentimento de

    dinamismo.

    Corpus de textos: So as caractersticas que o definem uso de

    comentrio com a voz de Deus, entrevistas, atores sociais (pessoas em suas

    atividadescotidianascomopersonagensprincipais),porexemplo.

    Pblico: O que o pblico espera e a receptividade com relao viso

  • apresentadaeomodocomoissofeito.

    Nichols coloca que os documentrios tambm podem ser divididos em

    modos: potico, expositivo, observativo, participativo, reflexivo e performtico

    (Videanexo2).

    Podemos concluir que apesar de todos os mistrios e incertezas por

    trs dos documentrios, desvendlos deslumbrante, pois nada mais so do

    queaprpriavida.

  • Anexo1Pg.208Quadro7.1

  • Anexo2Pg.177Quadro6.1