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Resenha do livro Jornalismo Cultural Piza, Daniel. Jornalismo Cultural/ Daniel Piza. 4 ed. – São Paulo: Contexto, 2011. (Coleção comunicação) Daniel Piza era escritor, jornalista e é autor de vários livros, incluindo uma biografia de Machado de Assis. A obra aqui resenhada é dividida em 4 capítulos, que se encontram divididos em subtópicos. O autor faz uma análise histórica sobre o jornalismo cultural. Cita como e de qual maneira nasceu em determinados países do mundo como Estados Unidos e França, e cita também o Brasil. Um ponto relevante dessa parte do livro, é que Piza exemplifica com nomes e trechos de textos, o que torna a leitura mais prática. O autor propõe reflexões interessantes como as mudanças ocasionadas pelo tribalismo e a ligação dessas transformações com o jornalismo cultural. Ele nos instiga também, com comentários sobre elitismo e populismo, questiona sobre o que os leitores pensam que é cultura, o fato de acharem que ela é inatingível. Ele reflete, também, sobre a ausência ou publicação de eventos internacionais nos veículos e fatores que os levam a publicar ou não informações sobre outros países. Ele destaca a relevância dos cadernos de cultura para o público, porém segundo ele, o jornalismo cultural “beira o fútil e leviano” (p.63). Afirma que a qualidade das colunas decaiu e aponta para uma redução da diversidade e

Resenha Marcelo

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Daniel Piza

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Page 1: Resenha Marcelo

Resenha do livro Jornalismo Cultural

Piza, Daniel. Jornalismo Cultural/ Daniel Piza. 4 ed. – São Paulo: Contexto, 2011. (Coleção

comunicação)

Daniel Piza era escritor, jornalista e é autor de vários livros, incluindo uma

biografia de Machado de Assis. A obra aqui resenhada é dividida em 4 capítulos, que se

encontram divididos em subtópicos.

O autor faz uma análise histórica sobre o jornalismo cultural. Cita como e de

qual maneira nasceu em determinados países do mundo como Estados Unidos e França,

e cita também o Brasil. Um ponto relevante dessa parte do livro, é que Piza exemplifica

com nomes e trechos de textos, o que torna a leitura mais prática.

O autor propõe reflexões interessantes como as mudanças ocasionadas pelo

tribalismo e a ligação dessas transformações com o jornalismo cultural. Ele nos instiga

também, com comentários sobre elitismo e populismo, questiona sobre o que os leitores

pensam que é cultura, o fato de acharem que ela é inatingível. Ele reflete, também,

sobre a ausência ou publicação de eventos internacionais nos veículos e fatores que os

levam a publicar ou não informações sobre outros países.

Ele destaca a relevância dos cadernos de cultura para o público, porém segundo

ele, o jornalismo cultural “beira o fútil e leviano” (p.63). Afirma que a qualidade das

colunas decaiu e aponta para uma redução da diversidade e pluralidade. Mas,

concomitantemente, aponta como “solução” bons jornalistas, estimulados, criativos e

provocativos.

Piza faz algumas considerações sobre a crítica, listando características que

tornariam um texto crítico de qualidade. Ele entende a criticidade como um aspecto

importante para uma boa resenha.

O autor narra duas histórias ocorridas durante festivais. Ele utiliza, também, de

uma resenha para exemplificar e analisar aspectos que julga serem imprescindíveis para

se escrever bem esse tipo de texto, em especial saber criticar.

Piza lança reflexões sobre “colunas de opinião”, “reportagem”, “perfis” e

“entrevistas”, mostra modos de escrever bons textos. Utiliza novamente de exemplos

para elucidar pontos relevantes e dá dez dicas.

Page 2: Resenha Marcelo

Segundo o autor, existem alguns profissionais que acreditam que os jornalistas

culturais tem a “vida fácil”. Ele cita algumas dificuldades que esses jornalistas

enfrentam, como a desaprovação que recebem de artistas criticados em resenhas. Faz,

também, uma breve reflexão sobre os jabás.

Na última parte do livro, o autor narra sua história e sua experiência com o

jornalismo cultural. A meu ver, isso é interessante para que os leitores se aproximem

dele e entendam como se deu sua carreira, porém acredito que essa grande valorização

da sua atividade profissional e do caderno em que colaborava, o “Fim de Semana”

deixou o fim da obra com um tom um pouco soberbo. Tive a impressão de que Piza

deixa a entender que quando o suplemento estava em circulação, o jornalismo cultural,

no Brasil ia bem, estava bem representado, era de qualidade. Agora, que o caderno não

existe mais, o jornalismo cultural precisa avançar e não tem nenhum representante que

esteja à altura do que era coordenado por ele.