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RESISTÊNCIAS

RESISTÊNCIAS. O conceito de resistência é a pedra angular da prática analítica. Na qualidade de conceito clínico, a concepção de resistência, surgiu quando

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RESISTÊNCIAS O conceito de resistência é a pedra angular

da prática analítica. Na qualidade de conceito clínico, a

concepção de resistência, surgiu quando Freud discutiu as primeiras tentativas de fazer vir á tona as lembranças “esquecidas” de suas pacientes histéricas.

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RESISTÊNCIAS Freud empregou o termo pela primeira vez

ao se referir a Elisabeth Von R. Ele designou o termo enquanto um obstáculo

á analise, e a sua força corresponderia á quantidade de energia com que as idéias tinham sido reprimidas e expulsas de suas associações.

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RESISTÊNCIAS Com a tática de ir da periferia a

profundidade, Freud vai percebendo que a resistência não era dirigida somente á recordação das lembranças penosas, mas também contra a percepção de recursos inaceitáveis, de natureza sexual.

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RESISTÊNCIAS Em Inibição, Sintoma e Angústia (1926),

Freud descreveu cinco tipos e três fontes das mesmas. Os tipos derivados da fonte do ego eram: Resistência de repressão: repressão do ego de

toda percepção que cause algum sofrimento. Resistência de transferência: resistência contra a

emergência de uma transferência “negativa” ou “sexual” com o seu analista.

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RESISTÊNCIAS Resistência de ganho secundário: a doença

concede um benefício a certos pacientes. Resistências provindas do Id: promovem uma

resistência contra mudança. Resistência oriunda do superego: produzem

sentimentos de culpa que exigem punição.

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RESISTÊNCIAS Resistência contra o próprio ego: o ego

considera a própria cura como um perigo. O conceito de resistência na prática analítica

sofreu grandes mudanças. Hoje ela não é vista somente como um obstáculo a análise, mas como representante da forma como o individuo se defende e resiste no cotidiano de sua vida.

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RESISTÊNCIAS A resistência no analisando é conceituada

como a resultante de forças, dentro dele, que se opõem ao analista ou aos processos e procedimentos da análise, isto é, que obstaculizam as funções de recordar, associar, elaborar, bem como as desejo de mudar.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA A resistência tanto pode ser inconsciente ou

consciente, mas sempre provém do ego. A resistência se faz presente através das

manifestações clínicas: faltas, atrasos, intelectualizações, exagero de silêncio ou prolixidade, segredos, sonolência, ataques ás funções do ego em si próprio ou no analista.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Resistências segundo suas finalidades:

contra a regressão ( medo da psicose); contra a renúncia ás ilusões de uma eterna simbiose; contra o abandono do pensamento mágico; contra as mudanças verdadeiras, contra a vergonha, culpa ou humilhação do colapso narcisista, contra os progressos analíticos, resistência contra as possíveis inadequações do seu analista.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Resistências segundo o tipo, grau e função

das defesas mobilizadas: inibições, sintomas, angústia, estereotipias, falsa identidade, formas obstrutivas de comunicação e linguagem, actings excessivos, etc.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Resistências segundo o ponto de fixação

patológicas que lhe deram origens: maníaca, fóbica, obsessiva, etc.

Resistências segundo ás etapas evolutivas do desenvolvimento emocional primitivo. Ex: narcisista.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA As defesas narcisistas se constituem de uma

poderosa armadura contra toda e qualquer possibilidade de dependência da análise e contra qualquer mudança psíquica verdadeira.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA A manifesta aparência de auto-suficiência

narcisista é paradoxal, pois esse paciente necessita de um objeto para demonstrar que pode prescindir do mesmo, a ponto de alguns pacientes procurarem a análise para abandoná-la em pouco tempo e assim, proclamar, triunfante, que a análise e o analista não valem nada, que não puderam com ele.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Um segundo paradoxo ocorre quando o

sujeito narcisista pode prescindir desse objeto com mais facilidade, se, de alguma maneira, o objeto ( o analista) demonstrar que está sendo afetado pelo desdém demonstrado por ele.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Pacientes assim podem, para garantir sua

sobrevivência psíquica, buscar refúgio dentro do outro ou fugindo do outro. Ex: paciente que insinua que pode se matar durante as férias do analista.

Quando a resistência funciona para fugir do outro, ela pode surgir por meio de evitações fóbicas, actings malignos (perversões, psicopatias).

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Pacientes que resistem a demonstrações de

emoções: quando eram crianças as mães podem ter sido muito dedicadas aos cuidados materiais, porém muito distantes afetivamente dos filhos.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Pacientes mais regressivos opõem sérias

resistências ás mudanças e desejam manter as coisas como elas estão, não por não desejarem se curar, mas por não acreditarem nas melhores, ou que as mereçam, ou porque correm o sério risco de sentir experiências passadas, de traição e humilhação.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA A pior forma de resistência é a desistência de

desejar e ser. Ela cronifica a desesperança, o paciente nada mais espera da análise e da vida.

Enquanto houver resistência, há um desejo de existência, o funesto é quando o estado mental é de desistência.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Em relação ao setting, a resistência do

paciente pode se manifestar por meio de distintas formas de transgredir as combinações feitas de comum acordo com o analista.

A resistência ao conhecimento da verdade pode se dar por meio de sonegações, mentiras, mensagens ambíguas, etc.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA A transferência também é vista como uma

forma de resistência, mas cabe ao analista descobrir o que está sendo “resistido”.

As resistências fazem parte do instrumento da técnica, pois mostram na situação analítica, como o ego equiparou-se para enfrentar as vicissitudes da vida.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA A interpretação também pode trabalhar para

a resistência: Distúrbios da comunicação: nem sempre a

comunicação verbal do paciente tem a finalidade de comunicar algo ao analista, muita vezes o propósito inconsciente, visa a confundir o terapeuta e atacar seus vínculos perceptivos.

Resistir a verbalizar claramente suas necessidades e desejos, sendo movido pela ilusão simbiótica de que o terapeuta tem a obrigação de adivinhá-los.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Ataque aos vínculos perceptivos: ataques

que “a parte psicótica” da personalidade do paciente dirige contra qualquer coisa que ele sente como tendo a função de vinculação.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Reversão da perspectiva: o paciente que o

utiliza mantém com o analista um “acordo manifesto e um desacordo latente”, tendo em vista o fato de que, formalmente, possa tratar-se de um paciente assiduo, colaborador, gentil, que assente com a cabeça confirmando qu está aceitando as interpretações, porém, no fundo,ele as desvitaliza, revertendo o significado dessas interpretações ás sua próprias premissas.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Em relação a elaboração, quando no curso

da análise, um fluxo continuado e crescente de insight, sem mudanças autênticas na vida real, está se revelando como um sério indicador de mudanças na análise.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Transferência de vingança :são pacientes

que de forma latente, são cronicamente ressentidos e rancorosos. Trata-se de analisando que tiveram, muito precocemente, uma importante perda parental e que, por isso mesmo, se acham no direito de reivindicar para sempre, o retorno do anelado e do impossível estado anterior.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Outra forma de resistência são aqueles

pacientes, que fazem uma oposição sistemática á terapia configurando o analista como objeto mau. Quanto mais melhoram, mais se queixam, e isto costuma despertar reações contratransferênciais dolorosas, uma sensação no analista de vazio, desânimo e de estar sendo vitima de ingratidão.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Outra forma de resistencia é o impasse.

Manifestam-se de três formas: Estagnação: nada acontece nem de mau e nem

de bom. Paralisação: o analisando não sabe o que dizer e

o analista sente-se impotente e paralisado. Reação Terapêutica negativa (RPT): quando o

paciente está fazendo sensíveis mudanças com progressos, ele começa a piorar.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA As causas mais freqüentes são:

Insuportáveis culpas devidas ao fato de que o sucesso representa-lhe um triunfo edípico;

O aprofundamento da analise faz o paciente entrar em contato direto com os sentimentos de depressão, muitas vezes associados a uma espécie de “cemitério interno”;

Um ataque invejoso do paciente ao analista, por não suportar que sua melhora represente um sucesso do terapeuta.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Outra forma de impasse são os pacientes

denominados antianalisandos. São pacientes que cumprem todas as regras técnicas, mas nunca acontece nenhuma mudança psíquica significativa.

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RESISTÊNCIA NA PRÁTICA ANALÍTICA Existe também na atualidade um tipo de

resistência que se caracteriza pela dificuldade do paciente em fazer mudanças. Isso se deve a uma luta interna entre o seu lado sadio que quer progredir e o seu lado doente que o atraí para regredir, que o obriga a cumprir os papéis que desde a infância foram-lhe designados e programados.

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