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MARCELO SERAFIM DE SOUZA ADVOGADO - OAB/ES 18.472 ______________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SERRA – ES Processo n°: 0018608-49.2013.0.08.0048 ADILSON DE OLIVEIRA JÚNIOR, já qualificado aos autos, vem, por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO Com fulcro no art. 396 do Código de Processo Penal, contestando a Denúncia, se fazendo valer todos os direitos do acusado, conforme ditames da justiça. Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

Resposta a Acusação Adilson

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Peça jurídica

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MARCELO SERAFIM DE SOUZA

ADVOGADO - OAB/ES 18.472

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SERRA – ES

Processo n°: 0018608-49.2013.0.08.0048

ADILSON DE OLIVEIRA JÚNIOR, já qualificado aos autos, vem, por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, apresentar

RESPOSTA A ACUSAÇÃO

Com fulcro no art. 396 do Código de Processo Penal, contestando a Denúncia, se fazendo valer todos os direitos do acusado, conforme ditames da justiça.

BREVE RELATO DOS FATOS

Segundo o relato fático contido na peça acusatória o Denunciado, na companhia de um menor, no dia 10 de Julho de 2013, abordaram Flávia Tavares de Sá e lhe foi subtraído seu veículo, como também seu aparelho celular que encontrava-se dentro do mesmo.

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A vítima alega que um outro automóvel a ultrapassou e fechou sua passagem quando foi abordada pelos Denunciados, que ordenou que a mesma saísse do carro, que foi levado pelos acusados.

Em seguida a vítima acionou a Polícia Militar, que encontrou o veículo, onde o condutor ignorou as ordens emitidas para que parasse o carro empreendendo em fuga, mas em seguida foram alcançados e abordados pelos Policiais.

O Denunciado foi acusado pelo suposto crime de roubo, incurso no art. 157, §2º, I e II, do Código Penal.

DO DIREITO

Primeiramente, é necessário salientar, acima de tudo que o Denunciado é pessoa íntegra, já passou por diversos empregos com carteira assinada, que é primário, que jamais teve participação comprovada em qualquer outro delito, que sempre foi pessoa honesta voltada para o trabalho, possui profissão definida como mecânico de manutenção, como também tem residência fixa, fazendo jus ao princípio do In Dubio Pro Reo, bem como de todos os benefícios da legislação vigente.

No caso em tela, há de se explicitar o entendimento do mestre Julio Fabbrini Mirabete:

"Para que o juiz declare a existência da responsabilidade criminal e imponha sanção penal a uma determinada pessoa, é necessário que adquira a certeza de que foi cometido um ilícito penal e que seja ela a autora. Para isso deve convencer-se de que são verdadeiros determinados fatos, chegando à verdade quando a idéia que forma em sua mente se ajusta perfeitamente com a realidade dos fatos. Da apuração dessa verdade trata a instrução, fase do processo em que as partes procuram demonstrar o que objetivam, sobretudo para demonstrar ao juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e das circunstâncias que possam influir no julgamento da

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responsabilidade e na individualização das penas. Essa demonstração que deve gerar no juiz a convicção de que necessita para o seu pronunciamento é o que constitui a prova. Nesse sentido, ela se constitui em atividade probatória, isto é, no conjunto de atos praticados pelas partes, por terceiros (testemunhas, peritos etc.) e até pelo juiz para averiguar a verdade e formar a convicção deste último. Atendendo-se ao resultado obtido, ou ao menos tentado, provar é produzir um estado de certeza, na consciência e mente do juiz, para sua convicção, a respeito da existência ou inexistência de um fato, ou da verdade ou falsidade de uma afirmação sobre uma situação de fato, que se considera de interesse para uma decisão judicial ou a solução de um processo.”(MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 16. ed., revista e atualizada. São Paulo: Atlas, 2004. p. 274-275.)

Ainda, importante o explícito pelo magistério do Des. ADALBERTO JOSÉ Q. T. DE CAMARGO ARANHA

"a sentença condenatória somente pode vir fundada em provas que conduzem a uma certeza. Até mesmo a alta probabilidade servirá como fundamento absolutório, pois teríamos tão-só um juízo de incerteza que nada mais representa que não a dúvida quanto à realidade" (Da prova no Processo Penal, 1994, pág. 64).

Dispõe o art. Art. 155 do Código de Processo Penal que explicita:

“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.”

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É pacífica a jurisprudência no sentido de que ainda que comprovada a materialidade, mas NÃO COMPROVADA à autoria, somente a existência de meros indícios, não são estes suficientes para formar um Juízo de condenação, muito menos de continuação de uma ação penal.

Portando, como dito em depoimento, o Denunciado encontrava-se dentro do veículo pois conhecia o menor que, como confessou em depoimento, fez o roubo do carro. Que pegou uma carona com o mesmo, mas que nada tem a ver com o crime.

Em casos semelhantes, já se pronunciou a jurisprudência:

ROUBO - AUSÊNCIA DE PROVA SUFICIENTE DA MATERIALIDADE OU DA AUTORIA DO DELITO - NECESSIDADE DE ABSOL VIÇÃO. "Deve ser absolvido o acusado de roubo quando não houver prova suficiente da materialidade ou da autoria do delito. A condenação criminal não pode ser ditada por mero juízo de probabilidade, mas sim, estar alicerçada em elementos seguros, uma vez que o nosso sistema penal assenta-se na presunção de inocência do réu" (Apelação n° 1444629/7, Rei. Pedro de Alcântara, j . 25.08.04). No mesmo sentido: Apelação n° 1332101/8, Rei. Antônio Manssur, j . 10.02.03).

Reforçando que só o depoimento da vítima não é prova suficiente para condenação do Denunciado.

DOS PEDIDOS

Com base nos princípios de presunção de inocência e do In Dubio Pro Reo, assegurados como cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988, requer a absolvição sumária do Denunciado, nos termos do art. 386, V e VII do Código de Processo Penal, visto que não existem provas suficientes e robustas para a condenação do Acusado, bem como não existem provas que o Denunciado tenha concorrido para a infração penal.

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Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Vitória/ ES, 08 de Outubro de 2013.

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MARCELO SERAFIM DE SOUZA

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