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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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Indice
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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man
ira, · ojeve atirou no qu
viu
·
n iu:
proj
tando arbitrariamente no livro de ege l uma Gestalt d 1 au ,
n
p nu s m qu ri r, o netvo vivo da Dialetica. Uma esp'ci de pre
entlmenJo
ob
curo da pi \ s
n ~ a do
ressentimento do intelectual
s mpre
oscilando · ntr
mania
d pr s ao) na pr6pria ss ncia da
Dial
'tica e que o livro
Re
sentimento
da
ialettca
pret nde e por
(Darstellen
seria
mais
bonito) em todas as suas complicadas m e d i a ~ 0 e s ·
pr ssentim nto a ser explicitado e levado as
suas
ultimas conseqiiencias. Embora igno
re o vidente aristotelismo de
Hegel
isto e, a m a n u t e n ~ a o
do
privilegio indiscuttdo
da bios teoretikos), insistindo na
d e s q u a l i f i c a ~ a o
do intelectual
como
ta1 (o homem da
c o n t e m p l a ~ a o
em
proveito
do
homem
da
~ a o
e
do
Trabalho, Kojeve
nao
deixa de
ligar, de maneira pertinente, o destino dessa figura paradoxal (essa ventoinha irrespon
savel, sempre atropelada pelo curso
da
hist6ria
real que quer, em
vao, comandar ou,
pelo
menos, acompanhar) ao
destino da
Dialetica. 0 processo
movido
aos intelectuais
tern algo a ver
corn
o Devir
do
Espirito.
E
claro
que
,
no
pano
de
fundo
da Fenomenolo-
gia do
Espirito, esta a Revolu9ao Francesa e a r a n s f o n n a ~ a o do fil6sofo das Luzes em
cidadao revolucionario -
como j
na filosofia do setecentos, antes da Revolu9ao, a
Dialetica da Aufkltirung eesmiu9ada por Hegel em sua analise do Neveu de Rameau
de
Diderot, numa i m b r i c a ~ a o que sera desdobrada por Paulo Arantes ao longo de seu
livro. 0
philosophe
e
seu
alter
ego seu
intelocutor cinico e niilista
avant la
lettre)
compoem, na verdade,
um unico
e mesmo personagem, que define o eixo da paradoxal
experiencia
do
intelectual oscilante entre
as
classes fundamentais', que o comprimem
e se confunde
nas
suas
rel l95es
complicadas corn o Estado. E ainda o elogio hegeliano
da
Skepsis
da Antiguidade que
exprime
a verdade {particulannente alema) de wna
intricada hist6ria ideol6gica
que no
limite se confunde corn a trajet6ria
cumprida
pela
moderna Intelligentzia europeia em vias de emancipa9ao e
c r i s t a l i z a ~ a o
num corpo
social
sui generis''
(P. Arantes).
Trata-se, assim de descrever o ciclo de fonna9ao
do
intelectual modemo em s
us
continuos volteios entre a mania e a depressao
que
corr spondem a
algo
mais do
que
psicologia, como e expresso na no9ao de ''neurose objetiva, utilizada por Sartre m
L 'Idiot de la Famille) e
de
fomecer assim o
quadro
da e periencia que
constitui
o chao
bruto donde emergirao a ideia hegeliana de experi ncia da conscienci ', o con
da Dialetica e a dialetica do
Conceito.
Nao
se
trata de uma iniciativ bizarra
egel, na
suaHistoria da Filosofta,
e plicava a sofistica bem como s u grio d
de) a partir do
lugar
social do
intelectual
na Polis numa persp ctiv m tid
filolosia cont mporan
a,
A modema
r e c u p e r ~ a o
d Dialetica
-
d
pod
ria
s r visada corn lentes sem lhantes. Nenhum scindalo h po
pJi nd
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corn
a ajud d
Jacques
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Gofl)
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tamorfo
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
http://slidepdf.com/reader/full/ressentimento-da-dialetica-prefacio 9/14
7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
http://slidepdf.com/reader/full/ressentimento-da-dialetica-prefacio 10/14
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de
espirito,
na
a r t i c u l a ~ inte
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p
...
.
nomia Politica
sobretudo nos momentos
em
que Marx ressalta s
za
metaflsica
do
Capital, misterio resolvido da filosofia especul
ro,
de seu principal representante, o momento positivo-racional da
As cambalhotas do espirito ironico-niilista acompanham as revira.vo
desencadeadas pelo desenvolvimento
desigual e combinado
do capitali
o..
·
essa desigualdade combinada que fomece a chave das diferentes curvas ou ci
lntelligentzia europeia e as mil peripecias de seus entrecruzamentos, em co to
corn
o fundo de universalismo da
Intelligentzia
e da s
oc
iedade medieval.. ao e
..
de
uma iniciativa novae Paulo Arantes nao aspira
a
original idade
6
- de alguma m
e'
-
ra o segredo nao-especulativo da origem da Diale
ti
ca e
um
segredo de Polichinelo
1
-
mas a e a t i v ~ a o da empresa da critica da ideologia, ja
que
esta, como o gato, tem se
,
vidas e a ilusao intelectual
ou
filos6fica da sinais, hoje, de excelente saitde. E para
retomar esse movimento que Paulo Arantes passa pelas anAlises lukacsianas
da
cul
ra
l e m ~ sobretudo quando insistem nas vantagens do atraso alemao ,
8
e explora obse
..
sivamente as dobras
do
ressentimento alemao
em
face
da
cultura francesa das u m i e
res
esse paraiso dos intelectuais. Para fazer o a l a n ~ o dessas vantag,ens do olhar
perife
rico, epreciso percorrer os varios capitulos do ciclo alemao, do momento clas ·ico
(Lessing, Schiller, Goethe) e dos dois momentos do romantismo, para chegar a
s
. ...,..
:I
hegeliana, co
mo fecho
e verdade
desse processo
e, a seguir -
nova
revira ol
do
espirito e da realidade -
as
varias desmontagens do sistema hegeliano. Tudo s s o
numa e r i o d i ~ o da hist6ria da cultura e da filosofia que
e
escandida pelos mom ntos
cruciais da hist6ria da luta de classes da Europa do seculo XIX. ,
Algum
leitor
mais
bl se
podera dizer, bocejando: .
..
parece que
ja
ouvi
sta
.. ..
em algum lugar, ha muito tempo, quando pessoas
se
consagravam amda a
emelhantes ..
.
A ele recomendaria que comeQasse a
leitura
do livro pelo i
or
eu A
pendice
,onde
e
analisada a ideia de
ideologia
e onde
e
mai
o lugar
do
nde fala o.autor, mais precisamente pelo primeiro
te
o o •__
•
._
_ ira q matica, qua e
geometrica,
a ,deia de ideolog1 qu di
. .
. ....• . . 0 .
gar e
do dout
. .
rismo
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Qu nao st 0
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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oloca-la fora d pauta
(1 mbremos que
M.
rl
a .
.
o
ty
e
.,..
· mo e
filosofia,
ou
a
famosa
crise
do
marxismo
de
.
que
nao deveria ser antipatica a Paulo
Arantes, isto e, sobre
o
fu do d
e o
do bloqueio da luta de classes).
Contrariando as d e c l a r a ~ o e s explicitas de seu autor, gostaria de afinn
ar
o ea ' r
essencialmente jilosofico
de seu livro e sugerir, pelo
men
os, em que sentido o afinno.
Em
algum lugar ele diz mais
ou
men
os
o seguinte:
' 'Dep
ois de
Ma
rx
e de Freud,
nao
se
pode mais fazer filosofia coma antigamente (a nao ser nas universidades, e
acrescen
taria,
talvez, mantendo seu constante espirito de c o n t r a d i ~ a o que
nao h
fil
os
ofia
fora
da
universidade).
Nao
se trata, para mim, de arrastar meu amigo reticente, contra su
vontade,
para
torna-lo cUmplice de mais uma visita ao topos arcaico do EJo
gio
da
Filosofia.
Mas,
se seus escritos nao sao.filos6ficos (coma o sao confessadamente
os de
Lukacs e de Adorno em que se inspira e que utiliza em conjunto, a despeito da tensao
que
os
opoe), a que
gen
era literario pertencem?
Talvez pudessemos ensaiar uma
d e f i n
~ a o
minima desse estilo, isto e,
uma
defini-
9ao
negativa:
defmi-lo na diferen9a que o separa de seus aliados Lukacs e Adorno.
Talvez Paulo Arantes tenha menos alergia a
filosofia como
tal
(ou seja afetado
de
filosofofobia) do que a ua cristaliza9ao positiva
na
Dialetica. Momenta positivo-racio
nal que culm
ina
corn o ultimo Lukacs (ao lado dos escritos sempre vivos do materia
lismo hist6rico ou
da
hist6ria social da cultura). no materialismo dialetico
,
isto
e,
na
gigan
tesca Summa Ontologica,
onde reconcilia Hegel e Marx corn Arist6teles, corn a
aju
da
de Nicolai Hartmann. que, paradoxalmente, parece nao estar ausente daDiale-
tica Negativa de Adorno, ou da gigantomaquia metafisica que nela se desenrola. Tal-
vez, aqui, o espirito de contradi9ao organizado se recuse a
dar
o passo em
d i r e ~ o
cla
instancia que, ao mesmo tempo, o fundamenta e o neutraliza (um pouco como o Lebrun
de
1960,
que, diante de meu entusiasmo pelo esfor90 de Sartre por fundar o marxismo
na
Critica da Razao Dialetica, redarguia irritado: o marxismo
nao
precisa de fund -
menta.9ao ). Uma dialetica puramente negativa, que nao dissolve o mundo aman i
omanti
ca
, mas que se institui como
cultura e politica
de oposi9i1
e resisf ncia.
dentificar a perspectiva de Paulo Arantes e identificar seu alvo e st
nao
a cr
itica
da
filosofia contemporfulea (diagn6stico, f pito, d nosso
filosofia)
na
sua
dispersao
estilistica e
geo-nacional: p6s-mod mismo
d ~ o critica e giro lingi.iistico'
na
Al manh n
o ~ p
m i
lo o a univcrsitaria no Brasil. Na sua disp rs -'o m
c - ·c .
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pelo ne o do d
senvolvim nto d
e d pi I. M , com i o b d n
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
http://slidepdf.com/reader/full/ressentimento-da-dialetica-prefacio 13/14
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7/24/2019 Ressentimento da dialética (prefácio)
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