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[Resumo] (2015-05-26) A Socioeducação de Jovens Privados de Liberdade

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Eliseu
Texto
Eliseu
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FONTE: http://www.fbedh.uneb.br/wp-content/uploads/2015/09/Forum_Baiano_De_Educacao_Em_Direitos_Humanos_V.2.pdf (27/09/2015)
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II Fórum Baiano de Educação em

Direitos Humanos

Educação de Jovens e Adultos: Protagonismo Juvenil e Práticas

Pedagógicas

ANAIS

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB Reitor José Bites de Carvalho Vice-reitora Carla Liane Nascimento dos Santos Pró-Reitoria de Pós-Graduação - PPG Atson Carlos Souza Fernandes Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas - PGDP Marcelo Duarte Dantas de Ávila Pró-Reitoria de Extensão Universitária - PROEX Maria Celeste de Castro Pró-Reitoria de Ensino de Graduação - PROGRAD Kathia Marise Borges Sales Direção do Departamento de Educação - Campus I - DEDC I Valdélio Santos da Silva Coordenação do Mestrado Profissional em Educação de Jovens e Adultos - MPEJA Tânia Regina Dantas Coordenação Geral Graça dos Santos Costa Presidente do Grupo Avaliador Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima Secretário Vandeilton Trindade Santana Comissão Científica Adailton Santos (UNEB), Ana Maria Klein (UNESP), Ana Paula Silva da Conceição (UNEB), Antonio Pereira Santos (UNEB), Carla Liane Nascimento (UNEB), Claudio Pinto Nunes (UESB), Dahyse de Oliveira e Oliveira (UNEB), Érica Valeria Alves (UNEB), Fábio Félix Ferreira (UESB), Graça dos Santos Costa (UNEB), Heldina P. Pinto Fagundes (UNEB), Isabel Mª Sampaio O. Lima (UCSAL), Kátia Freitas (UCSAL), Maria da Conceição Alves Ferreira (UNEB), Maria Gonçalves Conceição (UNEB), Maria Olivia Matos (UNEB), Maria Sacramento Aquino (UNEB), Patrícia Lessa Santos Costa (UNEB), Penildon Silva Filho (UFBA), Roberto Sidnei Macedo (UFBA), Sheila Cristina Furtado (UESB), Silvia Maria Torres Bezerril (UNEB), Talamira Taita Rodrigues (UESB), Tânia Regina Dantas (UNEB).

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Organização:

Realização:

Apoio:

Instituições parceiras:

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FICHA CATALOGRÁFICA Sistema de Bibliotecas da UNEB

Bibliotecária: Jacira Almeida Mendes – CRB: 5/592

Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos (2. : 2015: Salvador, BA)

Anais / II Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos: educação de jovens e adultos: protagonismo juvenil e práticas pedagógicas / Organizado por Graça dos Santos Costa, Maria Isabel Sampaio Lima . – Salvador: MPEJA/UNEB; DEDC-I/GREHI , 2015.

279p.

ISSN 2447-2174

Disponível também em: www.fbdeh.uneb.br

1. Educação de adultos -Bahia - Congressos. 2. Prática pedagógica - Congressos. 3. Inclusão escolar - Bahia - Congressos. I. Costa, Graça dos Santos. II. Lima, Isabel Maria Sampaio Oliveira.

CDD: 374.98142

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ÍNDICE APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ VIII

EIXO 1. PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE ............... 1 A SOCIOEDUCAÇÃO DE JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE SALVADOR ..................................................................... 2 CELA DE AULA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CONJUNTO PENAL DE TEIXEIRA DE FREITAS – CPTF ............................................................................................... 5 EDUCAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS HUMANOS: UM ESTUDO DA PROPOSTA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE DO ESTADO DA BAHIA .................................... 9 ENTRE O SOCIO E O EDUCATIVO ................................................................................................................................. 16 JUSTIÇA RESTAURATIVA SOB O OLHAR DOS DIREITOS HUMANOS............................................................................. 18 OLHARES SOBRE UMA UNIDADE DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: APONTAMENTOS PARA UM DIÁLOGO CRÍTICO SOBRE A SUA FUNÇÃO ..................................................................... 22 PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES – INTERVENÇÃO TEATRAL NO CONJUNTO PENAL FEMININO DE SALVADOR (CPF) – BA .......................................................................................................................... 26

EIXO 2. EJA E CULTURA DE PAZ ..................................................................................................... 32 O ENSINO DE DIREITOS HUMANOS NO PROGRAMA EJA: REFLEXOS PARA A CULTURA DA PAZ. .............................. 33 PEDAGOGIA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL COM MULHERES EM SITUAÇÃO DE PROSTITUIÇÃO .............................. 38 RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NO SUBPROJETO PIBID EJA- REFLEXÕES E COMPREENSÕES DA AÇÃO DOCENTE .... 41

EIXO 3. JUVENTUDE, ARTES E MÍDIAS SOCIAIS ....................................................................... 45 A EXPOSIÇÃO MUSEOLÓGICA ENQUANTO INSTRUMENTO EDUCATIVO DE DESCOBERTA E INCLUSÃO SOCIAL EM FEIRA DE SANTANA BA ......................................................................................................... 46 DISPOSITIVOS MÓVEIS NA ESCOLA DE JOVENS E ADULTOS ....................................................................................... 50 O PROJETO ESCOLA EM CENA E O PROTAGONISMO JUVENIL: REFLEXÕES SOBRE O TEATRO NA ESCOLA ................ 53 PRÁTICA ARTÍSTICA COMO INSTRUMENTO SOCIAL: NUANCES .................................................................................. 57 QUE FACE DA JUVENTUDE AS MÍDIAS SOCIAIS REFLETEM? ....................................................................................... 62

EIXO 4. EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS, CURRÍCULO E CIDADANIA .......................... 67 A EDUCAÇÃO MUSICAL COMO INSTRUMENTO PARA EFETIVAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: EXPERIÊNCIA NO PROJETO EDUCAÇÃO MUSICAL PARA A CIDADANIA – PROEMUCI. ................................................ 68 A IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA REDE ESTADUAL: AS RODAS DE CONVERSA NO CHÃO DA ESCOLA ......................................................................................................... 72 A IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO INCLUSIVO NO PROCESSO EDUCACIONAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS - BA .............................................................. 76 AS TIC DIGITAIS COMO CAMINHOS DIDÁTICOS: UMA AVALIAÇÃO DA OFICINA DE INFORMÁTICA PARA EJA ........... 80 CARAVANA DA EDUCAÇÃO – UMA PROPOSTA DE EJA CONSTRUÍDA COM A PARTICIPAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES POPULARES NO MUNICÍPIO DE IRARÁ/BA ................................................................................ 84

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DIÁLOGOS SOBRE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADE: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO DEDHI ........................................................................................................................... 91 DIREITOS HUMANOS E CONTEXTOS DE EXCLUSÃO NA EJA ........................................................................................ 95 DIREITOS HUMANOS E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM JEQUIÉ: CAMINHANDO NA CONSTRUÇÃO DE SONHOS ........................................................................................................... 99 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: A PERSPECTIVA DO CONSUMIDOR ... 103 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CONDUÇÃO PARA PROMOÇÃO E OBSERVÂNCIA DA VIOLAÇÃO DE DIREITOS. ........................................................ 107 EJA E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: TRAJETÓRIAS VINCULADAS ................................................................ 113 ENSINO MÉDIO INTEGRADO NOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO: DESENVOLVIMENTO HUMANO E JUSTIÇA SOCIAL NA PERSPECTIVA DE JOVENS EGRESSOS. .................................. 117 ESPAÇO DOS JOVENS NA EJA: VIVÊNCIAS E EXPECTATIVAS ...................................................................................... 123 EXPERIÊNCIA (AUTO)FORMATIVA DO PIBID/UNEB NA EJA: RELATO SOBRE UMA AÇÃO COM DIREITOS HUMANOS ........................................................................................... 129 MOBILIZAÇÃO DE CULTURA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO ..................................................................................... 132 NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS - METODOLOGIA E PRÁTICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: POR UMA FORMAÇÃO PARA AS RELAÇÕES INTER-ÉTNICAS. .................... 135 O ENSINO JURÍDICO NO BRASIL: UMA FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA OS DIREITOS HUMANOS. ................. 139 O MOVIMENTO MARÇO VERDE: A GARANTIA AO DIREITO CONSTITUCIONAL À EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS .................................. 144 O USO DA LITERATURA DE CORDEL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS............................................................ 148 OS CICLOS EM VITÓRIA DA CONQUISTA E SUA RELAÇÃO COM AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE .............. 152 OS RITUAIS DA EJA NA COMUNIDADE DO CAMPO: NARRATIVAS DA PROFESSORA JUSSARA DO POVOADO DE MEIA HORA, MUNICÍPIO DE IRECÊ-BA ........................ 156 PERCURSO FORMATIVO NO PIBID EJA: TRILHANDO CAMINHOS, ELEVANDO AUTOESTIMAS ................................. 160 PROEJA COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO INTELECTUAL E PROFISSIONALIZANTE: PERCEPÇÕES E EXPECTATIVAS DOS ALUNOS ............................................................................................................ 166 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA NA GARANTIA DE UM CURRÍCULO PARA RECONHECIMENTO DOS SEUS SUJEITOS. ................................................ 170 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE PESQUISA .................................................. 173 A INSERÇÃO DOS SUJEITOS DA EJA NOS PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO .............................................................. 177

EIXO 5. POLÍTICAS PARA A JUVENTUDE .................................................................................. 180 A JUVENILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A POLÍTICA DE EJA NA BAHIA: UMA POSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO À JUVENTUDE ........................................................................................... 181 CAÇA AOS DIREITOS HUMANOS: UMA OFICINA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NA ESCOLA GENTIL PARAISO .............. 185 CURRÍCULO EM AÇÃO: A FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA PMBA E A QUESTÃO DOS ESTUDOS EM DIREITOS HUMANOS ................................ 188 DILEMAS E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DE JOVENS APRENDIZES: ANÁLISE DE PERCURSOS JUVENIS CONSTRUÍDOS NO PROGRAMA DE APRENDIZAGEM DO SETOR BANCÁRIO DE SALVADOR. ..................... 192 DIREITOS HUMANOS E ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL: INSTRUIR PARA NÃO REDUZIR. .................. 197 JOVENS DA REFORMA AGRÁRIA: O OLHAR DO SINDICATO FETAG/GUANAMBI, BAHIA .......................................... 202

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE NA BAHIA ......................................... 206 SEGURANÇA PÚBLICA, DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO: A JUVENTUDE DO PRONASCI NO ESTADO DA BAHIA . 210

EIXO 6. JUVENTUDE, DIVERSIDADE E INCLUSÃO .................................................................. 214 A ADOÇÃO HOMOAFETIVA E O ACESSO A JUSTIÇA .................................................................................................. 215 A ESCOLA: INCLUSÃO E RECONHECIMENTO SOCIAL DOS ADOLESCENTES INTERSEXO ............................................ 219 A LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO: A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE MÓVEL DE ACOLHIMENTO À MULHER NA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .. 223 AS AÇÕES AFIRMATIVAS E DIREITOS HUMANOS: UMA RELAÇÃO DE IGUALDADE. .................................................. 227 CLASSE, RAÇA E GÊNERO: O RETRATO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS ENFRENTADAS PELAS MULHERES SOLTEIRAS E SEPARADAS EM SALVADOR-BA .............................................................................. 230 JUVENTUDES, URBANIZAÇÃO E RISCOS AMBIENTAIS, NO RECÔNCAVO BAIANO .................................................... 234 LIMITAÇÕES ENCONTRADAS POR PESSOAS CEGAS NA BUSCA DE EMPREGO ......................................................... 238 PESQUISA E AFILIAÇÃO ESTUDANTIL: A PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES DE CAMADAS POPULARES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA. ........................................................................................ 242

EIXO 7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EJA ...................................................................................... 246 AGROECOLOGIA E PERMACULTURA NA ECOALFABETIZAÇÃO EM EJA: AÇÃO INTERVENTIVA EM MORROS DE HIGINO – JUSSARA - BAHIA ......................................................................... 247 COMUNIDADE EM AÇÃO: REVITA ENGENHARIA CONSTRUINDO CIDADANIA ......................................................... 251 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO PROJETO SOCIAL: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DO CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA NUMA PERSPECTIVA DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA. ............................... 255 INOVAÇÃO PEDAGÓGICA E A RUPTURA DAS PRÁTICAS CONSERVADORAS FORA DA ESCOLA - UM ESTUDO DAS AÇÕES DE APRENDIZAGENS NA ONG IPÊTERRAS NO MUNICÍPIO DE IRECÊ- BAHIA ......................................... 258

EIXO 8. JUVENTUDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL ...................................................................... 261 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UNEB E A EXPERIÊNCIA DO PROJETO VIVÊNCIAS: ATUAÇÃO SOCIOCULTURAL EM COMUNIDADES ...................................................................................................... 262 "SERTÃO" MULHER, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ................................................................................................... 266

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APRESENTAÇÃO

Graça dos Santos Costa1

Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima2

Realizou-se o II Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos, evento interinstitucional

coordenado pelo Grupo de Pesquisa em Educação e Direitos Humanos da Universidade do

Estado da Bahia (GREDHI- UNEB), vinculado ao Mestrado Profissional em Educação de Jovens

e Adultos (MPEJA). Embora a identificação de Fórum Baiano tivesse conferido um cunho local

na sua qualificação, este evento foi muito além dos limites estaduais. O próprio tema, Educação

em Direitos Humanos, é de interesse global e articula diferentes atores sociais, promove

múltiplos olhares e dialoga com o mundo, sem fronteiras. Diante do cenário complexo e da

exigibilidade dos direitos fundamentais, é missão comum fortalecer a ponte entre o direito

conquistado e o direito realizado: a educação, portanto, dá liga à ponte pela qual atravessam as

gerações.

O esforço de integrar em torno do tema da Educação em Direitos Humanos, com apoio da

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), três instituições de ensino

superior, revela a oportuna ousadia da UNEB e de todos que, dentro desta universidade, se

debruçaram para o êxito do Fórum. Inaugurando o evento, desde 2014, a UNEB reedita este

compromisso com a educação que, cada vez mais, precisa ser ampliada, contínua e

transformadora. Em 2015, porém, superando endogenia, convida parceiros, reúne instituições

governamentais e da sociedade civil, convoca a todos para uma rede cívica e afirmadora da

educação compreensiva e crítica. Compareceram, desde o início, a Universidade Católica do

Salvador (UCSAL), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Estadual do

Sudoeste (UESB).

A riqueza do evento, cujo compromisso na promoção da dignidade da pessoa humana fortaleceu

o debate, congregou palestrantes de diversas universidades brasileiras, de Norte a Sul, além de

1 Doutora em Pedagogia pela Universidade de Barcelona, professora do programa de Pos-Graduação-Mestrado Profissional de Educação de Jovens e Adultos (MPJA) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e líder do Grupo de Pesquisa em Educação, Direitos Humanos e Interculturalidade (GREDHI/UNEB). 2 Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima é Professora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica do Salvador, Juíza de Direito, Doutora em Saúde Pública (ISC-UFBA), com estágio pós-doutoral em Direitos Humanos na Universidade de Notre Dame (EUA); coordena o Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, direito à saúde e família, desde 2002; e participou, na década de noventa, da organização da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos.

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centenas de pessoas que, subjetiva e institucionalmente, responderam presente durante a

chamada. Cada presença, simbólica e efetiva, confirmou o propósito de debater, estudar,

pesquisar, planejar e continuar o empenho em torno dos princípios da Declaração Universal dos

Direitos Humanos e de todos os documentos, internacionais e nacionais, que estabelecem as

conquistas da humanidade.

Os Anais do II Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos reúnem, em oito eixos, a força

interdisciplinar do tema. Entre as questões de educação para jovens e adultos, a educação

ambiental, a educação musical, as questões de gênero, as experiências e vivências comunitárias,

a educação para a cidadania, a educação em ambientes diversos - hospitalar, prisional,

socioeducativo - a riqueza da mídia, a pauta da escola e da família, as novas tecnologias da

educação, as políticas e os desafios, entre temas diversos, estão dialogando na ponte que o II

Fórum sustentou e sustenta.

Realizou-se o II Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos, mas dada a sua força e a

densidade da esteira convocatória que imprimiu na Bahia e no país, continua a sua dinâmica de

afiliação. Não findou enquanto proposta educacional, permanente e solidária. Está presente e se

debruça na grande varanda de onde os jovens e os adultos apreciam o horizonte e dialogam com

os valores que buscamos.

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II Fórum Baiano de Educação e Direitos Humanos.

Educação de Jovens e Adultos: Protagonismo Juvenil e Práticas Pedagógicas

ANAIS

EIXO 1. PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE

LIBERDADE

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II Fórum Baiano de Educação e Direitos Humanos. ANAIS Educação de Jovens e Adultos: Protagonismo Juvenil e Práticas Pedagógicas

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A SOCIOEDUCAÇÃO DE JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE

SALVADOR1

Eliseu de Oliveira Cunha 2

Fábia Maria Ribeiro Duarte3

Maria Virgínia Machado Dazzani 4

INTRODUÇÃO

Dentre os diversos ramos da educação social, modalidade de educação fundamentada na

pedagogia social, direcionada a indivíduos em situação de conflito social em vistas ao

desenvolvimento de sua sociabilidade, a socioeducação figura entre as mais emblemáticas. Trata-

se da educação para a não reincidência infracional, destinada a jovens em conflito com a lei e

comumente realizada nas dependências de unidades do sistema socioeducativo, o qual

compreende um conjunto interligado de órgãos responsáveis pela aplicação das medidas

socioeducativas. A socioeducação, enquanto prática de educação social, de forma nenhuma deve

ser confundida com a escolarização, ou educação formal. Muito embora ambas as práticas

educativas sejam engendradas no interior das unidades de internação para jovens infratores, a

segunda visa apenas à formação acadêmica dos adolescentes, enquanto a primeira almeja

promover a aquisição de competências sociais que lhes permitam conviver em sociedade sem

voltar a transgredir a lei.

JUSTIFICATIVA

Este relato de experiência extrai sua justificativa do fato de a publicização dos pormenores da

ação socioeducativa no regime de privação de liberdade contribuir substancialmente para a

verificação dos rumos que o fazer sociopedagógico vem tomando e das tendências interventivas

socioeducativas que têm se consolidado no atendimento aos jovens em conflito com a lei em

território baiano.

1Agradecimento: 2ª Vara da Infância e da Juventude (Comarca Salvador); Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC). 2 Graduando em Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - E-mail: [email protected] 3 Graduanda em Psicologia da UFBA - E-mail: [email protected] 4 Graduada em Psicologia, Mestre e Doutora em Educação pela UFBA - Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da UFBA - E-mail: [email protected]

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OBJETIVO

O presente trabalho relata uma experiência de estágio cujo objetivo geral foi vivenciar e analisar

criticamente a práxis socioeducativa com jovens em conflito com a lei no regime de privação de

liberdade. A elucidação de seus agentes, as práticas por eles engendradas, os desafios por eles

enfrentados, os sujeitos a quem estas se destinam e as questões que permeiam essa seara figuram

entre os objetivos específicos do estudo.

METODOLOGIA

A metodologia empregada foi a Pesquisa de Campo, com Observação Participante, uma vez que

esta modalidade investigativa favorece a constatação e a experienciação de fatos e dinâmicas tal

como ocorrem no real. A vivência ocorreu em uma unidade de internação do sistema

socioeducativo baiano, localizada na cidade de Salvador, e compreendeu a realização de visitas

aos alojamentos onde ficavam os adolescentes internados e a outros espaços da instituição,

observações de atendimentos e oficinas e conversas com alguns profissionais do

estabelecimento, bem como com alguns adolescentes, ou socioeducandos. Haja vista a proibição

de adentrar na unidade portando qualquer tipo de aparelho de registro ou captação de áudio e/ou

imagem, a coleta de dados ocorreu a partir de anotações em blocos de papel, as quais foram

posteriormente transpostas a um diário de campo virtual, na plataforma Google Drive®.

Finalizada a vivência, concluiu-se o diário de campo, ao passo que os registros nele mantidos

foram organizados em categorias temáticas e analisadas à luz da literatura e da legislação.

RESULTADOS

Constatou-se um gritante paradoxo entre a estrutura física da unidade, notadamente prisional,

marcada pela generalizada insalubridade das instalações, e práticas profissionais humanizadas,

agenciadas por profissionais que acolhem generosamente o adolescente, respeitando sua

singularidade, escutando e potencializando suas falas e valorizando seu arcabouço cultural. É

neste lado da moeda que estão situados os agentes da socioeducação, que se mostraram grandes

entusiastas da reabilitação social do adolescente, assim como os demais profissionais, tais como

psicólogos, assistentes sociais, arteterapeutas, musicoterapeutas, educadores físicos etc., com os

quais os pedagogos sociais mantêm uma sólida e horizontal parceria interdisciplinar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluiu-se pela constatação da insuficiência das intervenções sociopedagógicas, assim como de

todas as outras, na recondução do socioeducando aos caminhos da legalidade (razão de ser do

sistema socioeducativo), a despeito de sua significativa importância, a julgar pela crucialidade de

políticas públicas que antecedam e complementem o atendimento socioeducativo, de modo a

tornar concretas as condições sociais de superação da criminalidade e de exercício da cidadania.