CADERNOS DE SOCIOEDUCAÇÃO. Prevenção do suicídio

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    CADERNOS DE SOCIOEDUCAO

    SECREtARIA DE EStADO DA CRIANA E DA JUvENtUDE SECJ

    Curiiba2010

    Internao e Suicdio:Protocolo de Ateno aos Sinais

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    GOVERNO DO ESTADO DO PARAN

    Orlando Pessuti

    Governador do Estado do Paran

    Ney Amilton Caldas Ferreira

    Chee da Casa Civil

    Thelma Alves de Oliveira

    Secretria de Estado da Criana e da Juventude

    Flvia Eliza Holleben Piana

    Diretora Geral da Secretaria de Estado da Criana e da Juventude

    Roberto Bassan Peixoto

    Coordenador de Socioeducao

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    1 Edio

    Curiiba

    2010

    CADERNOS DE SOCIOEDUCAO

    SECREtARIA DE EStADO DA CRIANA E DA JUvENtUDE SECJ

    Internao e Suicdio:Protocolo de Ateno aos Sinais

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    SIStEMAtIZAO

    Shanny Mara Nees

    APOIO tCNICO

    Rejane Crisina teixeira tabui

    COLABORADORES

    Prossionais do Grupo de Esudos, Pesquisa e Elaborao do

    Proocolo de Aendimeno a Pacienes com Risco de Suicdio,

    do Cenro Psiquirico Meropoliano (CPM)

    COLABORADORES

    DIREtORES DE UNIDADES QUE REPRESENtAM SUAS EQUIPES:

    Adilson Jos dos Sanos Umuarama

    Alex Sandro da Sila Fazenda Rio Grande

    Amarildo Rodrigues da Sila Laranjeiras do Sul

    Ana Marclia P. Nogueira Pino Cascael

    Esher vicoria Canilon Marqueno Mauruo Piraquara

    Fauso Nunes Campo Mouro

    Glaucia Renno Cordeiro Pona Grossa

    Jlio Cesar Boelho Londrina

    Lzaro de Almeida Rosa Piraquara

    Luciano Aparecido de Souza Curiiba

    Mrcio Schimid Londrina

    Mariselni vial Pia Curiiba

    Nilson Domingos Paranaa

    Raael C. Brugneroo Cascael

    Ricardo Jos Dees toledo

    Ricardo Peres da Cosa Maring

    Sandro de Moraes Pao BrancoSonia Sueli Ales de Lima Sano Anonio da Plaina

    vandir da Sila Soares Foz do Iguau

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    CapaTiago Vidal FerrariIlustraesTiago Vidal FerrariProjeto Grco / Diagramao / FinalizaoGennaro Vela NetoTiago Vidal FerrariReviso OrtogrcaElizangela BritoRevisoRoberto Bassan PeixotoCriao Publicitria e MarketingFernanda MoralesFelipe JamurOrganizao da coleoDeborah Toledo MartinsRoberto Bassan Peixoto

    Secrearia de Esado da Criana e da Juenude

    Rua Hermes Fones, 315 - Bael80440-070 - Curiiba - PR - 41 3270-1000

    www.secj.pr.go.br

    14 zero 9 Marketing e Comunicao | 413085-7111

    Goerno do Paran CEDCA

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    Cidadania

    Cidadania dever de povo.

    S cidado quem conquista seu lugar na

    perseverante luta do sonho de uma nao.

    tambm obrigao:

    A de ajudar a construir a clarido na conscincia

    das pessoas e de quem merece o poder.

    Cidadania,

    ora gloriosa que az um homem ser para

    outro homem,

    caminho no mesmo cho, luz solidria e cano!

    Thiago de Mello

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    AP

    ala

    vra Um cenrio comum das cidades: meninos perambulando pelas

    ruas. Anes, apenas nas grandes cidades; agora, em qualquer lu-

    garejo. Onem, cheirando cola; hoje, umando crack. Desruindo

    seus neurnios e seus desinos. Enrenando os perigos da ida

    desproegida. Aproximando-se de aos e aos criminosos. Soren-

    do a dor do abandono, do racasso escolar, da excluso social, da

    ala de perspecia. viendo riscos de ida, de uma ida de pouco

    alor, para si e para os ouros.

    Onem, imas; hoje, auores de iolncia.

    Um cenrio que j se ornou habiual. E, de ano ser repeido,

    amorece os olhos, endurece coraes, gera a indierena dos

    acosumados. E, de ano aolumarse, coninua incomodando os

    inquieos, indignando os bons e mobilizando os luadores.

    Uma mescla de adrenalina e inerno, a passagem rpida da ini-

    sibilidade social para as primeiras pginas do noicirio, do nada

    para a conquisa de um lugar. Um rise lugar, um caminho oro;

    o ccc do crack, da cadeia e da coa.

    Assim, grande pare de nossa juenude brasileira, por ala de

    oporunidade, se perde num caminho quase sem ola. Reerer

    essa rajeria o maior desao da aualidade.

    Enquano houer um garoo necessiando de apoio e de limie,

    no dee haer descanso.

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    Com a responsabilidade da amlia, com a presena do Esado, de-

    senolendo policas pblicas conseqenes, e com o apoio da so-

    ciedade, ser possel criar um noo ecido social capaz de coner

    oporunidades de cidadania para os nossos meninos e meninas.

    A esperana um deer cico para com os nossos lhos e para

    com os lhos dos ouros.

    A onade polica e a deerminao incansel dos goernadores

    Requio e Pessui, aliadas ao empenho e dedicao dos serido-

    res da SECJ, compem o cenrio insiucional de aposa no capi-

    al humano, e susenam a esruurao da polica de aeno ao

    adolescene em conio com a lei no Paran, como um sinal de

    crena no uuro.

    nosso desejo que esses cadernos sejam capazes de apoiar os

    rabalhadores da Rede Socioeducaia do Esado do Paran, ali-

    nhando conceios, insrumenalizando pricas, disseminando co-

    nhecimeno e mobilizando idias e pessoas para que, junos com

    os nossos garoos, seja raado um noo caminho.

    Com carinho, Thelma

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    Apresentao

    Com saisao e orgulho apresenamos a reedio do conjuno

    Cadernos do IASP, agora como Cadernos de Socioeducao.

    A mudana de nome expressa o aano conceiual e prico do

    aendimeno ao adolescene em conio com a lei, que resulou

    na criao da Secrearia de Esado da Criana e Juenude - SECJ

    em subsiuio ao Insiuo de Ao Social do Paran - IASP. a

    primeira secrearia de esado do pas a ser implanada especi-

    camene para pensar, execuar e aricular as policas pblicas do

    Sisema de Garania de Direios das Crianas e Adolescenes e as

    policas para a Juenude.

    Em 2004, o Goerno do Esado do Paran, realizou um diagnsico

    sobre a siuao do aendimeno ao adolescene que cumpre me-

    dida socioeducaia de priao e resrio de liberdade, ideni-

    cando, denre os maiores problemas, dci de agas; permanncia

    de adolescenes em delegacias pblicas; rede sica para inernao

    inadequada e cenralizada com super-loao consane; maioria

    dos rabalhadores com nculo emporrio; desalinhameno meo-

    dolgico enre as unidades; ao educaia limiada com progra-

    mao resria e pouco diersicada e resulados precrios.

    tal realidade exigia uma resposa imediaa de implemenao de

    uma polica pblica que osse capaz de romper esigmas e para-

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    digmas, concebendo um sisema de aendimeno ao adolescene

    em conio com a lei, com as seguines caracersicas: esruura-

    do, organizado, descenralizado e qualicado; ariculado com os

    serios pblicos das policas sociais bsicas; desenolido em

    rede e em consonncia com a legislao e normaizao igenes

    (Esauo da Criana e do Adolescene - ECA, Sisema Nacional de

    Aendimeno Socioeducaio - SINASE, recomendaes do Conse-

    lho Nacional dos Direios da Criana e Adolescene - CONANDA);

    gerido a parir de um modelo de geso democrica, planejada

    e moniorada permanenemene; e principalmene, cenrado na

    ao scio-educaia de ormao e emancipao humana, capaz

    de susciar um noo projeo de ida para os adolescenes.

    Ese moimeno oi susenado por rs eixos undamenais: a re-

    iso do modelo arquienico, a implemenao de uma propos-

    a polico-pedaggica-insiucional e a conraao e qualicao

    de prossionais. Os aanos dessa polica pblica o desde o

    aumeno da oera de agas para adolescenes de inernao e

    semiliberdade, passam pelo co-nanciameno de programas de

    Liberdade Assisida e Presao de Serios Comunidade a a

    ormao coninuada dos prossionais dos Cenros de Socioedu-

    cao-Censes, dos Programas em Meio Abero, dos Conselhos tu-

    elares, dos Ncleos de Pricas Jurdicas enre ouros.

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    O rabalho de planejameno e engajameno dos seridores colo-

    caram o aendimeno socioeducaio do Paran como reerncia

    nacional, eidenciada nas consanes isias de gesores e pros-sionais de ouros Esados e na premiao do projeo arquienico

    para noas unidades, pelo Prmio Socioeducando, promoido pelo

    Insiuo Laino-Americano das Naes Unidas para a Preeno do

    Delio e traameno do Delinquene - ILANUD e Secrearia de Direi-

    os Humanos da Presidncia da Repblica SDH-PR.

    Nesse reordenameno insiucional, realizado a parir do plano de

    ao de 2005-2006, oi possel qualicar a rede exisene, alm

    de criar um padro para as noas unidades a serem implanadas,

    de acordo com o preiso no SINASE, de orma a consiuir um sis-

    ema ariculado de aeno ao adolescene em conio com a lei.

    A presene reedio dos Cadernos de Socioeducao reoma com

    maior ora seu signicado original em esabelecer um padro re-

    erencial de ao educacional a ser alcanado em oda a rede so-

    cioeducaia de resrio e priao de liberdade e que pudesse,

    ambm, aproximar, do pono de isa meodolgico, os progra-

    mas em meio abero, criando, assim, a organicidade necessria a

    um sisema socioeducaio do Esado.

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    Nela eso presenes e reisados os 5 Cadernos: Compreenden-

    do o Adolescente, Prticas de Socioeducao, Gesto de Centros de

    Socioeducao, Rotinas de Segurana e Gerenciamento de Crises,acrescidos de quaro noos olumes: Programa Aprendiz; Semi-

    liberdade; Internao e Suicdio: Protocolo de Ateno aos Sinais e

    Inormaes sobre Drogadio.

    todos seguem a mesma dinmica de elaborao. So resulados de

    um processo de esudo, discusso, reexo sobre a prica e regis-

    ro de aprendizado, enolendo direores e equipes das unidades,

    da sede e grupos sisemaizadores, com inuio de produzir um ma-

    erial didico-pedaggico a serio da eeia garania de direios

    e execuo adequada das medidas socioeducaias. traa-se, por-

    ano, de uma produo coleia que conou com o empenho e co-

    nhecimeno dos seridores da SECJ e com a aliana inspiradora da

    conribuio erica dos pensadores e educadores reerenciais.

    Assim esperamos que os Cadernos de Socioeducao coninuem

    cumprindo o papel de subsidiar os processos socioeducaios jun-

    o aos adolescenes, produzindo seus resgaes scio-culurais e

    renoando a esperana de noos projeos de ida e de sociedade.

    Como na primeira edio:

    Que seu uso possa ser to rico e proveitoso quanto oi a sua pr-

    pria produo!

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    Sumrio

    1] Principais Aspectos da Adolescncia ..............................................................................21

    2] Principais Fatores de Risco ................................................................................................25

    3] Suicdio e Fatores Sociodemogrcos ...........................................................................27

    4] Doenas Fsicas e Suicdio .................................................................................................29

    5] Suicdio e Transtornos Mentais ........................................................................................30

    6] Suicdio e Fatores Ambientais .........................................................................................31

    7] O Adolescente em Confito Com a Lei .............................................................................32

    8] Os Pers do Adolescente com Risco de Suicdio ...........................................................34

    9] Fatores de Risco em Comum .............................................................................................36

    10] A Recepo do Adolescente na Unidade ......................................................................38

    11] Observao Ps-ingresso ...............................................................................................41

    12] A Continuidade no Monitoramento .............................................................................42

    13] Interveno Social ............................................................................................................43

    14] Ambiente Fsico ................................................................................................................45

    15] Tratamento de Sade Mental .........................................................................................46

    16] Ocorrncia de Tentativas de Suicdio ............................................................................47

    17] Exposio ao Suicdio ......................................................................................................48

    18] Sntese das Melhores Prticas ........................................................................................50

    19] Os Sinais Precursores do Suicdio ..................................................................................51

    20] Como Ajudar o Adolescente com Risco de Suicdio? ..................................................54

    21] Classicao do Risco de Suicdio..................................................................................58

    22] Encaminhando o Adolescente com Risco de Suicdio ................................................60

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    23] Recursos da Comunidade ...............................................................................................61

    24] O Que Fazer e o Que No Fazer ......................................................................................62

    25] Consideraes Finais .......................................................................................................63

    26] Sugestes de Apoio .........................................................................................................64

    Centros de Inormao ..........................................................................................................64

    Leituras Recomendadas........................................................................................................65

    ANEXO ......................................................................................................................................67

    Reerncias ...............................................................................................................................72

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    O reerido ensaio surge da necessidade e discusso acerca de se

    criar um proocolo, ou mais, a necessidade de propor aes ee-

    ias que possam colaborar no coidiano do aendimeno socio-

    educaio, na superao de siuaes que possam conribuir para

    eiar enaias de suicdios, ou ainda idenicar elemenos que

    permiam uma inereno no momeno cero. tal discusso se

    paua como undamenal considerando o conio que o adoles-

    cene ie consigo mesmo, com sua amlia e com a sociedade

    quando ese es priado de liberdade. Assim, amos primeiro

    abordar os conceios, saber sobre como diagnosicar e ainda as

    possibilidades de inereno.

    O caderno oi criado isando aender a uma demanda adinda

    dos prossionais dos Cenros de Socioeducao que se deparam

    com a dicil area de lidar com a queso do suicdio. No maerial

    apresenado buscamos abordar, de orma prica, os posseis si-

    nais precursores do suicdio e suas respecias conduas de ajuda,

    ilusrados com siuaes relacionadas roina dos Censes. A ame-

    aa de suicdio, decorrene da ambialncia de senimenos e a

    hesiao em aenar conra a prpria ida, es presene a o l-

    imo momeno e pode ser inerrompida a qualquer hora, deendo

    ser considerada um imporane pedido de ajuda.

    Introduo

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    O suicdio reere-se a um ipo de comporameno no qual o ado-

    lescene busca enconrar uma soluo para um problema exisen-

    cial, aenando conra a prpria ida. traa-se de um enmeno

    que em crescendo nos limos anos. Diane desse ao, persise a

    dida sobre o moio pelo qual lea os joens a inerromperem

    bruscamene suas idas, num ao de desespero.

    A explicao da causa do suicdio no se dee a um nico aor,

    deendo-se considerar a hisria pregressa, os problemas e os

    conios aneriores. Pode se raar de um acmulo anerior de pro-

    blemas que ainge o pono culminane na adolescncia.

    O hisrico de abuso de lcool e drogas ambm se enconra como

    uma das causas presenes enre os adolescenes que comeeram

    suicdio. Publicaes do Drug Abuse and Menal Healh Adminis-

    raion, de 1990, mosram que reze por ceno das pessoas que

    comeem suicdio o azem em consequncia do abuso de lcool e

    drogas. O lcool e as drogas prejudicam o conrole dos impulsos,

    inclusie das endncias auodesruias. Os joens morrem prin-

    cipalmene de causas iolenas, e o suicdio a erceira causa de

    more em adolescenes (apud RESMINI,1997).

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    A adolescncia um dos perodos mais propcios ao compora-

    meno suicida, pois es relacionada a uma ase de inensas mu-

    danas que azem com que o joem experimene neis crescenes

    de ansiedade e angsia. Segundo Bouchard, se ouros agenes

    esressanes so acrescenados, o comporameno suicida pode

    ser precipiado. Ese s escolhido depois que uma srie de ou-

    ros comporamenos enham sido ensaiados e racassaram. O

    suicdio aparece, eno, como a nica ia possel. Ele represena

    uma expresso de mudana, um desejo de acabar com a siuao

    em que se enconra. um meio de represso e de ingana conra

    os prprios senimenos de imponcia e de incapacidade de mu-

    dar uma siuao problemica. Geralmene, o objeio principal

    de enar suicdio mudar de ida e no pr m a ela.

    Na presene carilha, sero apresenados posseis sinais, precur-

    sores do suicdio, e suas respecias conduas de ajuda. O impor-

    ane saber que nunca arde para inerir. A ambialncia de

    senimenos e o medo de aenar conra a prpria ida eso pre-

    senes a o limo momeno e podem ser inerrompidos a qual-

    quer hora.

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    1] Principais

    Aspectos daAdolescncia

    A adolescncia marcada por uma srie de mudanas que podem ser idenicadas

    aras de perodos disinos:

    Perodo inicial: de 10 a 13 anos, marcado pelo crescimeno e pela puberdade.

    Perodo mdio: enre 14 e 16 anos, marcado pelo desenolimeno do in-

    eleco e pela idenicao com grupos.

    Perodo nal: enre 17 e 20 anos, marcado pela consolidao das ideias e

    da idenidade e pela proximidade e pelo ingresso no mundo adulo.

    Por ser uma ase de ransio enre a inncia e a ida adula, imporane que a

    adolescncia seja isa no como um perodo de crise, mas como uma ase essen-

    cial de ransio enre as duas eapas.

    A adolescncia um perodo de consanes ransormaes no corpo, na mene e

    na ida social.

    O conjuno de mudanas corporais ocorridas na adolescncia chamado de puber-

    dade. A adolescncia e a puberdade no deem ser enendidas como sinnimos,

    j que a puberdade apenas um dos aspecos dessa ase e se reere ao desen-

    olimeno orgnico e corporal.

    Segundo o Caderno do IASP Compreendendo o Adolescene, de 2006, a pu-

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    berdade em seu incio enre 8 e 14 anos de idade. Nessa ase, o adolescene

    passa por muias mudanas no corpo, que no podem ser conroladas por ele.

    Essas modiicaes so proocadas por aleraes hormonais e podem durar

    a os 20 anos de idade. O incio da puberdade marcado pelo aparecimeno

    dos caraceres sexuais secundrios broo mamrio nas meninas e aumeno

    dos esculos nos meninos e ermina com o compleo desenolimeno si-

    co, parada do crescimeno e aquisio de capacidade reproduia.

    Com odas essas mudanas e a exploso de hormnios no corpo, comum

    que os adolescenes sinam-se assusados, angusiados e no saibam como

    lidar com ais ransormaes. Por isso, imporane que adulos enham a

    compreenso e a clareza de ais mudanas, para no raar pequenos eenos

    como grandes problemas ou recriminar o adolescene por aos e aos que

    no dependem do seu conrole.

    Psicologicamene, o adolescene em menos necessidade de proeo por

    pare da amlia, comea a assumir responsabilidades, a buscar independncia

    e a querer azer as coisas por si prprio.

    Porm, muias ezes, quando preende se comporar como um adulo encon-

    ra uma srie de proibies, pois, de ao ainda no perence ao mundo dos

    adulos. A criana orna-se um adolescene que em que comear a enrenar

    as mudanas que ocorrem com ele, a omar conscincia do que elas signii-

    cam, icar aeno ao que es se ornando dia aps dia e, ao mesmo empo,

    em que enrenar o mundo exerior.

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    Pode-se dizer que uma das principais caracersicas da adolescncia a rupura

    com o passado. Ao mesmo empo em que se disancia da amlia, o adolescene

    esabelece noas relaes, inculando-se mais aos amigos e aos grupos de sua

    gerao. Essas noas relaes so posiias e necessrias ao desenolimeno

    das habilidades sociais do adolescene e da consruo do seu projeo de ida.

    Em muios casos, crianas aingem a adolescncia com reerncias amilia-

    res rgeis. Nessas siuaes, as relaes sociais ornam-se mais diceis, pois

    a ideia de pais heris na inncia es compromeida pela negligncia, pelo

    abandono e pela ala de idenidade amiliar.

    Diane de adolescenes com esse hisrico de ida, os responseis deem

    esar aenos, pois as relaes com grupos podem se ornar perigosas, j que

    esses adolescenes, para saisazer sua necessidade de ideniicao e de per-

    ena, acabam expondo-se a r iscos.

    O caminho para a ormao de seus prprios ideais gera didas e insegurana em

    como azer e agir. A porque no exise uma resposa prona sobre o que melhor,

    preciso consru-la. Uma cera inranquilidade pode surgir da, j que a primeira ez

    que o adolescene es sendo ele mesmo, omando suas decises sozinho, enando

    usar de sua liberdade e de sua responsabilidade.

    Apesar das diiculdades e das didas enconradas na adolescncia, essa

    uma ase de preparao para a ida adula. Esse um momeno em que o

    adolescene ie de orma mais inensa odo o conjuno de ransormaes

    que o esar presenes, de alguma orma, por oda a ida.

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    Embora a adolescncia seja marcada por aspecos da aixa eria e caracers-

    icas comuns, dee-se ressalar que cada adolescene doado de paricula-

    ridades marcadas pela experincia, pelos comporamenos e pelo signiicado

    prprio com que aalia as siuaes ienciadas.

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    2] Principais

    Fatores de RiscoO risco de suicdio na adolescncia um aor imporane a ser considerado na me-

    dida em que, geralmene, nessa ase do desenolimeno, podem surgir senimen-

    os inensos de baixa auoesima e quadros psiquiricos de grande risco. Aiudes

    de arrogncia e enrenameno podem, na realidade, indicar um pedido de ajuda,

    de orma a expressar suas didas e angsias. Os adolescenes podem adoar con-

    duas prejudiciais sua inegridade e apresenar uma srie de maniesaes que

    demonsrariam uma paologia, com riscos crescenes de problemas emocionais,

    enre eles os sinomas depressios e a ideao suicida.

    Na adolescncia, ocasionalmene, podem aparecer ideias suicidas, uma ez que

    azem pare do processo de desenolimeno de esragias, que aconece na in-

    ncia e na adolescncia, para lidar com problemas exisenciais como, por exem-

    plo, compreender o senido da ida e da more. A queso orna-se preocupane

    quando o suicdio passa a ser a nica alernaia para suas diculdades. Who (2002)

    ciado por Werlang e al. inorma que a inensidade desses pensamenos, sua pro-

    undidade, durao, o conexo em que surgem e a impossibilidade de desligar-se

    deles que so aores que disinguem um joem saudel de um que se enconra

    margem de uma crise suicida.

    Conorme alguns esudos dos seguines auores: Barrios e al., 2000; Maris, Ber-

    mann & Silermann, 2000; Field, Diego & Sanders, 2001, ciado por Werlang e

    al., esima-se que de 7 a 40% das crianas e adolescenes da populao geral j

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    ieram, em algum momeno de sua ida, uma ideao suicida sria, comparado

    requncia em cerca de um ero da populao geral, considerando odas as

    aixas erias (MANN, 2002).

    Diane disso, ressala-se uma preocupao especial com os joens que, de modo

    geral, podem desenoler ideias suicidas. A necessidade de aaliar essa queso de

    orma preenia enole, necessariamene, o leanameno dos principais aores

    de risco, ais como os sociodemogrcos, doenas sicas, ransornos menais e a-

    ores ambienais.

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    3] Suicdio e Fatores

    Sociodemogrcos3.1 Sexo

    Pessoas do sexo masculino endem a comeer mais suicdio que as do sexo emini-

    no, apesar desas enarem com mais requncia.

    3.2 Idade

    Um dos picos da axa de suicdio reside em joens de 15 a 35 anos.

    3.3 Estado Civil

    Os adolescenes que iem sozinhos ou so separados da

    amlia eso mais ulnereis ao comeimeno de suic-

    dio, decorrene do senimeno de desamparo e/ ou ala

    de reerncia amiliar.

    3.4 Profsso

    Pessoas residenes na rea rural apresenam

    axas de suicdio maiores que a mdia, sendo

    um dos moios a ameaa sade menal,

    alm da sica, decorrene da exposio

    aos agroxicos.

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    3.5 Desemprego

    A perda do emprego do prprio adolescene e/ou dos amiliares pode esar asso-

    ciado ao suicdio.

    3.6 Migrao

    Adolescenes que se mudaram de uma rea rural para a urbana, ou dierenes re-

    gies, eso mais susceeis ao comporameno suicida ocasionado pela ala de

    adapao.

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    4] Doenas

    Fsicas e SuicdioAlguns ipos de doenas sicas ambm podem conribuir com o aumeno das a-

    xas de suicdio, enre elas eso:

    Doenas Neurolgicas: epilepsia, rauma cranioencelico, acidene ascu-

    lar cerebral (AvC).

    Cncer.

    HIv e AIDS.

    Doenas crnicas: diabees, esclerose mlipla, condies crnicas renais,

    hepicas ou gasroinesinais, doenas cerebroasculares ou neuroascu-

    lares e doenas sexuais.

    O risco de suicdio aumena em doenas crnicas e dolorosas. Pessoas com dicul-

    dade de andar, er ou ouir ambm apresenam risco aumenado no comeimeno

    de suicdio.

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    5] Suicdio e

    Transtornos MentaisSegundo a Organizao Mundial de Sade, a maioria das pessoas que comeeram

    suicdio apresenaam um ransorno menal diagnosicel. O suicdio e o com-

    porameno suicida so mais requenes em pacienes psiquiricos. Os grupos

    diagnsicos de risco so os seguines:

    Depresso.

    Esquizorenia.

    Alcoolismo e/ou abuso de subsncias psicoaias.

    transornos de Personalidade.

    transorno menal orgnico.

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    6] Suicdio e

    Fatores AmbientaisA maioria dos que comeem suicdio passaram por aconecimenos esressanes

    nos rs meses que anecederam ao ao, ais como:

    Problemas inerpessoais, ais como conios com a amlia, amigos ou na-

    morado (a).

    Separaes da amlia ou amigos.

    Eenos de perda, ais como luo ou queses nanceiras.

    Senimenos de rejeio, ergonha ou culpa.

    Problemas legais e/ou perda da liberdade.

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    7] O Adolescente

    em ConfitoCom a Lei

    Nas peniencirias, segundo a Organizao Mundial de Sade, os indiduos pria-

    dos de liberdade apresenam um risco de comeimeno de suicdio mais eleado

    do que a populao geral, iso que, como exemplo, nas insalaes das celas dos

    deenos que aguardam julgameno, a axa de suicdio chega a ser rs ezes maior.

    Segundo Winnico ciado por Filho (2001), na adolescncia, a agresso sociedade

    que o desprezou, ou ao seu prprio corpo que pouco vale porque no oi valorizado,

    situao esta bem confgurada nas requentes tentativas de suicdio ou em situaes

    de potencial risco suicida, ser inevitvel se aes de resgate no orem desenvolvidas

    o mais breve possvel.

    O ao do adolescene se enconrar priado de liberdade pode inluenciar as

    axas de suicdio de dierenes ormas. No enano, possel reduzir esse ndice

    nos Cenros de Socioeducao aderindo a alguns procedimenos de preeno

    ao suicdio.

    A combinao de alguns aores podem conribuir para o aumeno desse risco.

    Os Cenros de Socioeducao comporam grupos ulnereis que se en-

    conram radicionalmene enre os grupos de maior risco, enre eles, jo-

    ens do sexo masculino, poradores de ransornos menais, indiduos

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    despriilegiados e isolados socialmene, usurios de subsncias psicoa-

    ias e/ou com enaias de suicdio aneriores. Embora a grande maioria

    dos suicdios que ocorrem nas Unidades so comeidos por adolescenes

    do sexo masculino (considerando que a maioria dos joens em medida so

    do sexo masculino), as adolescenes enam suicdio cinco ezes mais do

    que as que se enconram ora das Unidades e duas ezes mais do que os

    adolescenes em Inernao. Elas ambm apresenam alos ndices de do-

    enas menais graes. Embora os pers de adolescenes do sexo eminino

    em Inernao Proisria ou em cumprimeno de medidas de Inernao

    ou Semiliberdade se enconrem em menor nmero quando em compara-

    o com os do sexo masculino, aores como pouco supore amiliar e so-

    cial, comporameno suicida anerior, hisrico de ransorno psiquirico

    ou problemas emocionais deem ser considerados para a preeno ao

    suicdio.

    O impaco psicolgico decorrene da priao ou do esresse associado

    ao dia a dia deido ao noo ambiene pode ulrapassar as habilidades de

    adapao dos indiduos ulnereis.

    Mesmo com a exisncia de regras e procedimenos ormais, a sobrecarga

    ou o despreparo do prossional pode conribuir para a perda dos sinais

    anecipados de deeco do suicdio.

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    8] Os Pers do

    Adolescente comRisco de Suicdio

    O primeiro passo para reduzir o risco de suicdio do adolescene em cumprimeno

    de medida de inernao reside no desenolimeno de pers que podem ser usa-

    dos para idenicar grupos e siuaes de alo risco. Adolescenes que se enconram

    em Inernao Proisria dierem dos que se enconram em medida de Inernao

    com reerncia a ceros aores de risco do suicdio. Conudo, em ceras circunsn-

    cias, as populaes represenadas por esses pers acabam se misurando.

    A experincia de priao pode ser paricularmene dicil para os adolescenes em

    conio com a lei, iso que so separados de suas amlias e amigos. Os joens que

    so colocados em delegacias ambm deem ser considerados como suicidas de

    alo risco.

    8.1 Adolescentes em Internao ProvisriaOs adolescenes que podem comeer suicdio nas

    delegacias ou nos Cenros de Inernao Proisria

    geralmene so do sexo masculino, soleiros, que

    comeeram inrao pela primeira ez, geralmene

    sob o eeio de subsncias psicoaias. Como se

    enconram sob eeios dessas subsncias no

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    momeno em que so admiidos, endem a comeer suicdio denro de 24 horas

    aps ou nas primeiras horas. Um segundo perodo de risco aos joens que aguar-

    dam a deciso da medida durane o perodo da deciso judicial, especialmene

    quando a deciso de uma medida seera pode ser anecipada.

    8.2 Adolescentes em Cumprimento de Medidas de Internao

    Comparando-se aos adolescenes que aguardam deciso judicial, aqueles que en-

    dem a comeer suicdio so geralmene mais elhos, com inraes mais graes,

    e que podem comeer suicdio aps passar um empo considerel em medida.

    O suicdio pode ser precipiado por um conio denro da insiuio com ouros

    inernos ou com a direo, uma perda ou conio amiliar, ou uma deciso judicial

    negaia, ais como a no liberao do Cense para uma aiidade exerna desejada

    ou o aumeno do empo de cumprimeno da medida socioeducaia.

    A priao pode represenar uma perda da liberdade, perda de apoio amiliar ou so-

    cial, medo do desconhecido, medo de iolncia sica e/ou sexual, incereza e medo

    do uuro, embarao e culpa sobre o ao inracional, e medo ou esresse reerene s

    condies precrias do ambiene. Alm disso, a priao prooca um aumeno do

    esresse decorrene dos conios denro da insiuio, iimizao, rusrao legal

    e colapso sico e emocional.

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    9] Fatores de

    Risco em ComumEm ambos os casos, os adolescenes apresenam um nmero de caracersicas co-

    muns que podem ser uilizadas no auxlio preeno ao suicdio.

    9.1 Fatores Situacionais

    Os adolescenes que se enconram em Inernao Proisria ou em Inernao en-

    dem a comeer suicdio por enorcameno, quando as imas so colocadas em

    alojamenos indiiduais ou segregados, ou quando a equipe se enconra reduzida,

    ais como nos planes nournos ou ns de semana.

    Dee-se presar aeno aos adolescenes que recebem medida disciplinar de isola-

    meno, iso que a segregao pode aumenar o risco do comeimeno de suicdio.

    9.2 Fatores Psicossociais

    Pouco supore amiliar e social, comporameno suicida anerior (especialmene

    denro do limo ou dos 2 limos anos), um hisrico de ransorno psiquirico ou

    problemas emocionais so comuns enre os adolescenes suicidas. Quaisquer que

    sejam os esressores e as ulnerabilidades do indiduo, indcios comuns ao come-

    imeno do suicdio parecem ser senimenos de desesperana, uma diminuio de

    projeos para o uuro e uma perda da capacidade de adapao. O suicdio em a

    ser iso como a nica sada para os senimenos de desespero e ala de esperana.

    Dessa orma, os indiduos que erbalizam esse ipo de senimenos ou admiem a

    ineno suicida ou planos para o suicdio deem ser considerados.

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    9.3 Perfs que podem mudar ao longo do tempo

    Algumas caracersicas podem ser eis para idenicar grupos de alo risco em

    poencial e que podem precisar de moniorameno e inereno adiane. Mesmo

    que os programas de preeno ao suicdio sejam empregados adequadamene,

    as caracersicas que compem o perl de alo risco podem mudar ao longo do

    empo. Condies ambienais podem alerar o perl de adolescenes de alo risco,

    paricularmene nos Cenros de Socioeducao. As caracersicas deem ser consi-

    deradas somene como um pono de aeno para idenicar grupos e siuaes de

    alo risco. Sempre que possel, eles deem ser uilizados para ericar as condies

    locais e aualizar regularmene as mudanas ocorridas e as que podem ocorrer.

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    10] A Recepo

    do Adolescentena Unidade

    Uma ez que a equipe es capaciada e amiliarizada com os aores de risco do sui-

    cdio, o prximo passo implemenar uma riagem para os noos adolescenes que

    ingressam na Unidade. viso que os suicdios em delegacias ou em inernao pro-

    isria podem ocorrer denro das primeiras horas, a riagem reerene ao suicdio

    dee ocorrer quase que imediaamene aps a enrada na insiuio. Para ser eei-

    a, ela dee ser realizada no momeno em que os adolescenes chegam na Unidade

    e sempre quando as circunsncias ou condies modicarem. Nos Censes com ala

    roaiidade e recursos limiados, o moniorameno de odos os adolescenes que

    ingressaram pode se ornar impossel. Uma soluo seria realizar o monioramen-

    o para aqueles adolescenes que combinam as caracersicas do perl de alo risco

    e aqueles que demonsram sinais de ineno suicida.

    Quando h o prossional da sade na composio da equipe do Cense, o moniora-

    meno do suicdio pode ser iniciado denro do conexo de uma aaliao inicial de

    sade. O moniorameno do suicdio dee ser uma responsabilidade da equipe do

    sisema socioeducaio como um odo, deendo esar preparada para ericar a pos-

    sibilidade de comeimeno do suicdio. Denro do conexo de um Cenro Socioedu-

    caio, resposas armaias a uma ou mais dos seguines iens podem ser uilizadas

    para indicar um aumeno do risco e uma poserior necessidade de inereno:

    O adolescene se enconra em crise de absinncia.

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    O adolescene expressa alos neis de ergonha, culpa e preocupao so-

    bre a priao de liberdade.

    O adolescene expressa desesperana ou medo do uuro, ou mosra sinais de

    depresso, ais como choro, diminuio de senimenos e da expresso erbal.

    O adolescene admie pensamenos requenes de suicdio.

    O adolescene j recebeu raameno anerior decorrene de proble-

    mas menais.

    O adolescene sore aualmene de um ransorno psiquirico ou age de

    maneira bizarra ou incomum, ais como diculdade em ocar a aeno,

    alando sozinho, ouindo ozes.

    O adolescene ez uma ou mais enaias de suicdio e/ou admie que o

    suicdio uma opo requene-

    mene aceiel.

    O adolescene admie ou pa-

    rece er poucos recursos de

    supore inernos e/ou exernos.

    A ericao das caracersicas do sui-

    cdio so essenciais para uma pre-

    eno mais eeia por uma srie

    de razes:

    Ela respalda os prossio-

    nais do Cense com queses

    esruuradas nas reas ree-

    renes ao suicdio que preci-

    sam ser ocadas.

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    Quando h pouco empo disponel para conduzir a riagem, a checagem

    aua como um auxiliar de memria para a equipe auane.

    O leanameno realizado na riagem acilia a comunicao enre os pro-

    ssionais que se enconram na insiuio.

    Ela pro o insrumenal necessrio para deecar o alo risco de suicdio

    no perodo de ingresso na Unidade e noamene, quando h mudanas

    de condies.

    imporane que os cnicos de reerncia e/ou a equipe de sade do Cense rea-

    lizem o leanameno para a deeco do suicdio anes de azerem o encaminha-

    meno Rede. Uma ez que o risco de suicdio oi idenicado, dee ser noicado

    nos pronurios para que a inormao seja repassada equipe do ouro plano. A

    checagem reerene ao suicdio no se resringe enrada do adolescene no Cen-

    se, nem dee ser considerada como erramena exclusia. Ela pode ser uilizada a

    qualquer empo no perodo do cumprimeno da medida para idenicar o risco e a

    necessidade de inereno.

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    11] Observao

    Ps-ingressoDeido possibilidade da ocorrncia de suicdio aps o perodo inicial do cumpri-

    meno da medida, no o suciene moniorar os adolescenes somene no per-

    odo da enrada, mas sim em ineralos regulares de empo. Para ser eeia, a pre-

    eno ao suicdio dee enoler obserao connua. A equipe socioeducaia

    dee esar apa para se maner igilane durane a permanncia do adolescene no

    Cense. Dessa orma, a equipe pode deecar um possel comeimeno de suicdio

    de acordo com as seguines aes:

    A roina de segurana dee obserar indcios de ineno suicida ou sino-

    mas de choro; insnia; lenido; inquieao ou agiao exrema; sbia

    mudana de humor; hbios alimenares ou sono; doao de posses ou

    bens; perda do ineresse em aiidades habiualmene desenolidas ou

    relacionamenos; recusa em omar medicao ou exigncia no aumeno

    da dosagem.

    Conersas com o adolescene sobre a durao da medida ou ouros pero-

    dos cricos, ais como a more de um membro da amlia, pode auxiliar na

    idenicao de senimenos de desesperana ou ineno suicida.

    Uma conersa com amiliares e amigos prximos do adolescene durane o

    perodo das isias pode conribuir na idenicao de dispuas ou proble-

    mas emergenes. As amlias deem ser encorajadas a inormar os prossio-

    nais sobre a possibilidade dos adolescenes nurirem desejos suicidas.

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    12] A Continuidade

    no MonitoramentoComo um moniorameno adequado e connuo se az necessrio, o gerenciamen-

    o do processo dee ser esabelecido com policas claras, ariculadas e procedi-

    menos que denam responsabilidades para o alojameno, superiso connua, e

    inerenes de sade menal oladas aos adolescenes que so considerados de

    alo risco.

    O moniorameno adequado aos adolescenes em siuao de risco essencial,

    principalmene durane o perodo do plano da noie, quando a equipe se encon-

    ra reduzida. imporane que o nel de moniorameno eseja associado ao nel

    do risco. Os adolescenes com alo risco requerem superiso consane.

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    13] Interveno

    SocialOs adolescenes que chegam aos Censes apresenam ceras ulnerabilidades

    ao suicdio. Esas, associadas crise da priao e a esressores connuos de-

    correnes do noo ambiene em que se enconram, podem culminar em um

    colapso emocional e social, leando ao suicdio. O isolameno social e sico

    e a ala de acesso aos recursos de supore inensiicam o risco. Dessa orma,

    um imporane elemeno para a preeno ao suicdio nos Cenros de Socioe-

    ducao a inerao social signiicaia.

    A maioria dos suicdios ende a ocorrer quando o adolescene isolado do grupo

    de adolescenes. Assim, quando colocados em alojamenos isolados pode

    ser gerado um aumeno do risco de suicdio. Acomodar o adolescene

    suspeio em um alojameno comparilhado pode reduzir signicaia-

    mene o risco, paricularmene quando colocado com ouros ado-

    lescenes que possam ser solidrios e compreenderem a siuao

    do ouro. Em alguns casos, o supore social pode ser ornecido

    aras de adolescenes especialmene capaciados para

    esse m. Nesse caso, os amiliares ambm podem ser uma

    imporane one de recursos para o supore social.

    imporane perceber, conudo, que se o mo-

    niorameno ou as inerenes orem realiza-

    dos de orma negligene ou pouco cuidadosa

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    podem haer riscos. Os adolescenes com alo risco de comeimeno de suic-

    dio que so colocados em alojamenos comparilhados m maior acilidade de

    acesso a insrumenos leais. Colegas de alojameno pouco solidrios podem

    deixar de alerar a equipe se uma enaia de suicdio ocorrer. Assim, a acomo-

    dao de um adolescene poencialmene suicida em um alojameno compar-

    ilhado nunca dee ser considerada como um subsiuo ao supore social e ao

    moniorameno adequado pela equipe especializada.

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    14] Ambiente Fsico

    O acesso imediao a um modo para comeer suicdio um aor imporane na

    deerminao ou no do ao. Reduzir esse acesso uma eeia esragia de pre-

    eno denro do Cense. Alm da igilncia permanene, dee-se remoer os pos-

    seis meios para comeimeno do suicdio.

    A maioria dos adolescenes comee suicdio por enorcameno, uilizando objeos

    de esurio, ais como meias, roupas nimas, cinos, cadaros, camiseas ou roupas

    de cama e banho, ais como lenis e oalhas. Um ambiene seguro dee ser um

    alojameno que no haja ponos de enorcameno e ampouco acesso a maeriais

    leais sem superiso.

    Adolescentes em situao de risco podem solicitar recursos restritivos para sua pro-

    teo. Devido natureza controversa desses apoios, regras e procedimentos claros de-

    vem ser colocados quando orem usados. As regras e os procedimentos devem denir

    as situaes nas quais os apoios devem ser apropriados, os mtodos para garantir que

    alternativas menos restritivas sejam usadas primeiro, as questes de segurana, o li-

    mite de tempo para o uso dos recursos, a necessidade de monitoramento e superviso

    enquanto os recursos so utilizados, e acesso aos prossionais de sade mental.

    Com o aano da ecnologia, o moniorameno por cmeras m, em algumas Uni-

    dades, subsiudo a presena sica dos educadores sociais na superiso dos ado-

    lescenes em risco de suicdio. Conudo, a cmera pode apresenar alguns ponos

    cegos que, associados disrao do operador, podem gerar problemas.

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    15] Tratamento de

    Sade MentalUma ez que o adolescene oi ideniicado como sendo de alo risco, a aa-

    liao e o raameno pela equipe de sade menal da Rede deem ser acom-

    panhados pelos cnicos de reerncia. Conudo, em alguns casos, o acesso

    a esses proissionais pode ser complicado pelo ao dos recursos da rede de

    sade disponeis serem limiados.

    Como as insalaes do Cense no ero recursos sucienes para aender a odas

    as necessidades da sade sica e menal dos adolescenes, no iel que a equi-

    pe assuma odas as responsabilidades que ambm compeem Rede. Assim, a

    m de suprir as necessidades de sade e sade menal do adolescene, a equipe

    do Cense precisar criar nculos ores com os recursos exisenes na comunidade.

    Isso signica que a Jusia, o sisema de sade e sade menal deem esar ine-

    grados no serio de preeno ao suicdio. Isso pode exigir a realizao de acordos

    de cooperao de serios em hospiais gerais, serios de emergncia, insalaes

    psiquiricas, programas comunirios de sade menal e ouros.

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    16] Ocorrncia de Ten-

    tativas de SuicdioSe uma enaia de suicdio ocorrer, o relao do incidene e os procedimenos rea-

    lizados deem ser inseridos em documeno ocial de noicao com ns de pro-

    porcionar o eedback necessrio para melhorar as bases de preeno ao suicdio.

    Assim, a equipe de sade, junamene com a equipe do Cense, dee esclarecer cada

    incidene em uma enaia de:

    reconsruir os eenos imporanes relacionados ao suicdio;

    idenicar aores que podem conduzir more do adolescene por erem

    sido despercebidos ou inadequadamene resolidos;

    assessorar na adequao da resposa de emergncia;

    dar coninuidade s implicaes policas para melhorar os esoros de

    preeno uuros.

    Alm disso, educadores sociais e ouros prossionais do Cense que experienciaram

    o suicdio de um adolescene podem senir uma gama de senimenos de raia e

    ressenimeno a culpa e riseza. Esses indiduos podem se beneciar de um acon-

    selhameno, de grupos organizados para esse m ou erapia indiidual.

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    17] Exposio

    ao SuicdioUma parcela dos suicdios de adolescenes es relacionada ulnerabilidade de-

    correne da exposio ao suicdio na ida real, ou por meio dos eculos de comuni-

    cao, que podem inuenciar a prica do comporameno suicida.

    Uma pequena porcenagem de suicdios ambm ocorre em adolescenes ul-

    nereis que eso exposos ao suicdio na ida real, ou aras da mdia, ou

    sob inluncia de algum que enha comporameno suicida. Exisem esudos

    que adoaram, principalmene no que se reere ao suicdio na adolescncia,

    o ermo suicdio conagioso, uilizado para deinir um excessio nmero de

    suicdios que ocorrem em curos ineralos de empo um do ouro, ou em

    proximidades geogricas (na mesma ala, por exemplo). Um suicdio acilia a

    ocorrncia de ouro, pois a imiao do processo sere como modelo para su-

    cessios suicdios. Esse congio pode se dar aras de conao direo com a

    ima, pela amizade com esa, por ransmisso da mdia ou por conhecimeno

    de boca a boca. Segundo os auores Gould, Wallensein &

    Daidson, 1989; Sone, 1999 ciado por

    Werlang, o suicdio conagioso es

    relacionado com o mecanismo das

    epidemias de

    s u i c d i o ,

    com iden-

    iicao e

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    imiao macia. Deido a essas caracersicas, esse enmeno pode, poran-

    o, ser comum enre os adolescenes.

    Os alojamenos ambm podem ser um dos ambienes propcios ao suicdio em

    srie. Uma aaliao de suicdios em srie em prises em sugerido que o aumeno

    do risco de suicdios subsequenes parece esar limiado a um perodo de quaro

    semanas seguines ao suicdio inicial, e que parece reduzir ao longo do empo. Os

    educadores sociais e a equipe de orma geral precisam esar aenos a esse perodo

    de aumeno do risco. Esragias para reduzir o risco de congio do comporamen-

    o suicida inclui a proiso de cuidados psiquiricos para adolescenes com rans-

    ornos menais, a remoo ou raameno daqueles paricularmene susceeis, e

    uma aeno especial na ransmisso de inormao sobre o suicdio ocorrido ao

    cnico responsel na Sede da Secrearia de Esado da Criana e da Juenude.

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    18] Sntese das

    Melhores PrticasAs melhores pricas para a preeno do suicdio nos Censes eso baseadas nos

    seguines elemenos:

    Um programa de capaciao, incluindo reises para a equipe do Cense

    pode auxili-los a reconhecer adolescenes suicidas e responder adequa-

    damene aos que se enconram em risco.

    Procedimenos para moniorar sisemaicamene os adolescenes durane

    sua chegada na Unidade e por odo o perodo de permanncia, a m de

    idenicar aqueles que podem apresenar alo risco, so necessrios.

    Um mecanismo para maner a comunicao enre os membros da equipe

    a respeio dos adolescenes de alo risco dee ser desenolido.

    Procedimenos por escrio que denam os requisios mnimos para alojar

    os adolescenes de alo risco; proiso de supore social; roina de monio-

    rameno consane para os adolescenes suicidas graes; e uso apropriado

    de resrio sica, quando necessrio.

    Desenolimeno de recursos inernos sucienes e oralecimeno dos

    nculos com os serios de sade menal para assegurar o acesso a pro-

    ssionais de sade menal quando houer a necessidade de aaliao e

    raameno.

    Desenolimeno de uma esragia de noicao quando um suicdio

    ocorrer com o inuio de idenicar meios de melhorar a deeco do suic-

    dio, moniorameno, e gerenciameno dessas siuaes de risco nos Censes.

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    19] Os Sinais

    Precursoresdo Suicdio

    O suicdio no aconece sem aiso. Geralmene, os adolescenes em siuao de

    risco ornecem indcios que anecipam suas inenes, alerando as pessoas que se

    enconram sua ola. So apelos de ajuda, o que ainda lhes resa de esperana.

    Dee-se presar aeno eoluo da medida socioeducaia, para que haja o re-

    conhecimeno dos ponos principais de enoque.

    Alguns aores podem indicar iminene risco de suicdio, merecendo a deida aeno:

    uncionameno amiliar perurbado;

    experincias emocionais diceis, seja uma perda recene ou um aconeci-

    meno raumico;

    suicdio na amlia ou em seu crculo de amizades;

    idenicao com o moro, -lo como modelo;

    crise de absinncia deido ao consumo de drogas, lcool ou medicamen-

    os de orma excessia;

    ugas, deslocamenos repeidos em amlia ou cenros de acolhimeno;

    uma ou rias enaias aneriores de suicdio.

    Exisem rs caracersicas em paricular que so prprias do esado das menes suicidas:

    1. Ambialncia: a maioria das pessoas j apresenou senimenos conusos de co-

    meer suicdio. O desejo de ier e o desejo de morrer oscilam nesses joens. H um

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    senimeno de angsia enre sair da dor de ier e um desejo de permanecer io.

    2. Impulsiidade: o suicdio ambm um ao impulsio. Assim como qualquer ou-

    ro, o impulso para comeer suicdio ransirio e dura alguns minuos ou horas.

    geralmene desencadeado por aconecimenos negaios do dia a dia.

    3. Rigidez: as pessoas com ideias suicidas consanemene pensam sobre suicdio e

    no so capazes de perceber ouras maneiras de sair do problema. tendem a pen-

    sar de maneira rgida e drsica.

    A maioria das pessoas com risco de suicdio comunica seus pensamenos e inen-

    es suicidas. todos esses pedidos de ajuda no podem ser ignorados.

    Mensagens direas

    Mensagens erbais: seria melhor se eu morresse, ocs no me ero por

    muio empo....

    Ameaas de suicdio: ou me maar, quero morrer....

    Comporamenos auodesruios e perigosos.

    Mensagens indiretas

    Reerir-se ao suicdio de modo indireo: sou inil, ocs esaro melhor

    sem mim, azer piadas sobre suicdio....

    Preparar-se para uma iagem, redigir caras de adeus.

    Ineressar-se por emas relaios more.

    transornos do apeie.

    transornos do sono (insnia ou hipersonia).

    Fala de energia ou grande agiao.

    Perda de ineresse e prazer nas aiidades.

    triseza, choro, ala de coragem.

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    Indeciso.

    Irriabilidade.

    Ala impulsiidade.

    Senimenos de desalorizao, baixa auoesima.

    Ansiedade aumenada.

    Reraimeno e busca da solido.

    Comportamentos

    Diculdade de concenrao.

    Diminuio no rendimeno escolar.

    Descuido com a aparncia.

    Consumo excessio de lcool, drogas lcias e ilcias e/ou medicamenos,

    quando o adolescene se enconra em cumprimeno de medida de Semili-

    berdade. Quando o educando se enconra em inernao proisria, dee-

    -se presar aeno a uma possel crise de absinncia.

    Suicdio Fato e Fico

    FICO FATO

    Pessoas que fcam ameaando suicdio no se matam. A maioria das pessoas que se matam deu avisos de sua inteno.

    Quem quer se matar, mata-se mesmo. A maioria dos que pensam em se matar tem sentimentos ambivalentes.

    Suicdios ocorrem sem avisos. Suicidas requentemente do ampla indicao de sua inteno.

    Melhora aps a crise signifca que o risco de suicdioacabou.

    Muitos suicdios ocorrem em um perodo de melhora, quando a pessoa tem a energia e avontade de transormar pensamentos desesperados em ao autodestrutiva.

    Nem todos os suicdios podem ser prevenidos. Verdade, mas a maioria pode ser prevenida.

    Uma vez suic ida, sempre suic ida. Pensamentos suicidas podem retornar, mas eles no so permanentes e em algumaspessoas eles podem nunca mais retornar.

    Exraido do documeno Preeno do Suicdio: Um manual para prossionais da sade em aeno primria. Organizao

    Mundial de Sade. Genebra, 2000

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    20] Como Ajudar

    o Adolescentecom Riscode Suicdio?

    Quando a pessoa diz Eu esou cansado da ida ou No h mais razo para eu

    ier, ela geralmene rejeiada, ou, eno obrigada a ouir sobre ouras pesso-

    as que esieram em diculdades piores. Nenhuma dessas aiudes ajuda a pessoa

    com risco de suicdio.

    O conao inicial com o adolescene em risco muio imporane.

    O primeiro passo achar um lugar adequado, onde uma conersa possa

    ser manida com priacidade razoel.

    O prximo passo reserar o empo necessrio. Pessoas com ideao sui-

    cida usualmene necessiam de mais empo, e o prossional precisa esar

    preparado menalmene para lhes dar aeno.

    A area mais imporane oui-las eeiamene. Conseguir esse conao

    e ouir por si s o maior passo para reduzir o nel de desespero suicida.

    imporane que a equipe ambm se remea s mensagens indireas.

    Alm do que dio pelo adolescene, exisem ouras ormas de maniesar

    a ineno do ao.

    todas as ormas de maniesao merecem a deida aeno, mesmo

    quando h a possibilidade de manipulao por pare do adolescene, iso

    que a manipulao por si s j um risco.

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    Como se comunicar

    Ouir aenamene, car calmo.

    Enender os senimenos da pessoa (empaia).

    Dar mensagens no erbais de aceiao e respeio.

    Expressar respeio pelas opinies e pelos alores da pessoa.

    Conersar honesamene e com auenicidade.

    Mosrar sua preocupao, seu cuidado e sua aeio.

    Como no se comunicar

    Inerromper muio requenemene.

    Ficar chocado ou muio emocionado.

    Dizer que oc es ocupado.

    traar o educando de maneira que o coloque em uma posio de inerio-

    ridade.

    Fazer comenrios inasios e pouco claros.

    Fazer pergunas indiscreas.

    Uma abordagem calma, abera, de aceiao e de no julgameno undamenal

    para aciliar a comunicao.

    Oua com cordialidade,

    Trate com respeito,

    Empatia com as emoes,

    Cuidado com o sigilo.

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    Como abordar o adolescente

    Quando a equipe suspeia da possibilidade de um comporameno suicida, os se-

    guines aspecos necessiam ser aaliados:

    Esado menal aual e pensamenos sobre more e suicdio.

    Plano suicida aual quo preparada a pessoa es, e quo cedo o ao es

    para ser realizado.

    Sisema de apoio social da pessoa (amlia, amigos, ec.).

    A melhor maneira de descobrir se uma pessoa em pensamenos de suicdio per-

    gunar para ela. Ao conrrio da crena popular, alar a respeio de suicdio no co-

    loca a ideia na cabea das pessoas. De ao, elas caro muio agradecidas e aliia-

    das de poder alar aberamene sobre os assunos e as queses com os quais eso

    se debaendo.

    Como perguntar?

    No cil pergunar para uma pessoa sobre sua ideao suicida. imporane

    aproximar-se do assuno gradualmene. Algumas queses eis so:

    voc se sene rise?

    voc sene que ningum se preocupa com oc?

    voc sene que a ida no ale mais a pena ser iida?

    Quando perguntar?

    Quando a pessoa em o senimeno de esar sendo compreendida.

    Quando a pessoa es conorel alando sobre seus senimenos.

    Quando a pessoa es alando sobre senimenos negaios, de solido,

    desamparo, ec.

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    O que perguntar?

    1.Descobrir se a pessoa em um plano denido para comeer suicdio:

    voc ez algum plano para acabar com sua ida?

    voc em uma ideia de como oc ai az-lo?

    2. Descobrir se a pessoa em os meios para se maar:

    Os meios so acilmene disponeis para oc?

    3. Descobrir se a pessoa xou uma daa:

    voc decidiu quando oc planeja acabar com sua ida?

    Quando oc es planejando az-lo?

    todas essas queses precisam ser pergunadas com cuidado, preocupao e empaia.

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    21] Classicao do

    Risco de Suicdio imporane que cada adolescene seja aendido de orma dierenciada, de acordo

    com a classicao dos ipos de risco e as caracersicas apresenadas.

    Baixo risco

    A pessoa ee alguns pensamenos suicidas, como Eu no consigo coninuar, Eu

    gosaria de esar moro, mas no apresena uma ideao.

    Ao necessria

    Oerecer apoio emocional.

    O cnico de reerncia dee encaminhar o adolescene para um prossio-

    nal de sade menal ou um mdico.

    Mdio risco

    A pessoa em pensamenos e planos de comeer suicdio imediaamene.

    Ao necessria

    Oerea apoio emocional, rabalhe com os senimenos suicidas da pessoa.

    O cnico de reerncia dee encaminhar o adolescene a um psiquiara,

    ou mdico, e marcar uma consula o mais bree possel.

    O cnico de reerncia que aende o adolescene dee reorar a impor-

    ncia do apoio dado pelas amlias, pelos amigos e colegas.

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    Alto risco

    A pessoa em um plano denido, em os meios para az-lo, e planeja az-lo imedia-

    amene. Dee-se presar especial aeno queles que realizaram enaias recenes.

    Ao necessria

    Esar juno da pessoa. Nunca deix-la sozinha.

    Fazer um conrao. Exraia uma promessa do indiduo de que ele no ai

    comeer suicdio sem que se comunique com a equipe e por um perodo

    especco.

    O cnico de reerncia do adolescene dee enrar em conao com um

    prossional da sade menal ou mdico para proidenciar encaminha-

    meno adequado (hospializao).

    Inormar a amlia.

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    22] Encaminhando o

    Adolescente comRisco de Suicdio

    Aeno aos seguines iens!

    Quando encaminhar?

    Quando a pessoa em:

    doena psiquirica;

    hisrias de enaias de suicdio aneriores;

    hisria amiliar de suicdio, alcoolismo ou doena menal;

    doena sica;

    nenhum apoio social.

    Como encaminhar?

    Explicar ao adolescene a razo do encaminhameno para o aendimeno

    mdico.

    Maner conao peridico.

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    23] Recursos

    da ComunidadeAs ones de apoio usualmene disponeis so:

    amlia;

    amigos;

    colegas;

    igrejas;

    cenros de crise;

    prossionais de sade.

    Como obter esses recursos?

    tene conseguir permisso do adolescene para mobilizar quem possa

    ajud-lo, e depois enre em conao com essas pessoas.

    Mesmo que a permisso no seja dada, ene localizar algum que seria

    paricularmene compreensio com ele.

    Fale com o joem e explique que algumas ezes mais cil alar com um

    esranho do que com uma pessoa amada, para que ele (a) no se sina ne-

    gligenciado ou erido.

    Fale com as pessoas de apoio sem acus-las ou az-las senirem-se culpadas.

    Assegure noamene seu apoio nas aes que sero omadas.

    Fique aeno, ambm, s necessidades dos que se propuseram a ajudar.

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    24] O Que Fazer e o

    Que No FazerO que azer

    Ouir, mosrar empaia, e car calmo.

    Ser aeuoso e dar apoio.

    Lee a siuao a srio e erique o grau de risco.

    Pergune sobre enaias aneriores.

    Explore as ouras sadas, alm do suicdio.

    Pergune sobre o plano de suicdio.

    Idenique ouras ormas de dar apoio emocional.

    tome aiudes, consiga ajuda.

    Se o risco grande, que com a pessoa.

    O que no azer

    Ignorar a siuao.

    Ficar chocado ou energonhado e ou em pnico.

    Falar que udo ai car bem.

    Desaar a pessoa a coninuar em rene.

    Fazer o problema parecer riial.

    Dar alsas garanias.

    Maner a siuao em segredo.

    Deixar a pessoa sozinha.

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    25] Consideraes

    FinaisAssim como os aores de risco podem lear ao suicdio, exisem ouros que podem serir

    de proeo para ese, auando como elemenos que, de cera orma, apoiam a deciso

    do adolescene em desconsiderar a auodesruio como sada possel. Enre os prin-

    cipais aores proeores enconram-se a boa relao com os membros da amlia, boas

    habilidades sociais, busca por ajuda e conselhos, senso de alor pessoal, aberura para

    noas experincias e aprendizados, recepiidade com a ajuda dos ouros e desenoli-

    meno de projeos de ida; alores culurais, lazer, espore, religio, boas relaes com

    amigos, colegas, proessores e ouros adulos, apoio de pessoas releanes e amigos que

    no usem drogas; e, por m, uma diea saudel, boa qualidade do sono e aiidade sica.

    Dessa orma, az-se necessrio que programas e esragias de preeno dos com-

    poramenos suicidas sejam includos na paua das policas de educao e sade

    pblica, uma ez que a perda premaura de adolescenes por suicdio pode e dee

    ser eiada.

    Compromisso, sensibilidade, conhe-

    cimeno, preocupao com ouro ser

    humano e a crena de que a ida um

    aprendizado que ale a pena so os

    principais recursos que os prossionais

    m; apoiados nisso eles podem aju-

    dar a preenir o suicdio.

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    26] Sugestes

    de ApoioAbaixo segue uma indicao de um rgo no goernamenal caso haja ineresse

    em se ober mais inormaes sobre o assuno abordado nese caderno ou conhe-

    cer os locais de aendimeno na sua cidade ou regio.

    Centros de Inormao

    Cenro de valorizao da vida (Cvv)

    www.c.org.br

    Rua Carneiro Lobo, 35

    Curiiba - PR, 80240240

    (0xx41) 3342-4111

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    Leituras

    RecomendadasBRASIL. Minisrio da Sade. Cadernos juenude, sade

    e desenolimeno. Braslia: Minisrio da Sade, 1999. p.75-79.

    DOLtO, Franoise. Los suicidios de adolescenes: una epidemia oculada. In: ______.

    La causa de los adolescenes: el erdadero lenguaje para dialogar con los jenes.

    Barcelona: Seix Barral, 1990. p. 107-126.

    INFANtE, Domingos Paulo. O suicdio na adolescncia. In: SAItO, M. I.; SILvA, L. E. v.

    (Org.). Adolescncia: preeno e risco. So Paulo: Aheneu, 2001. p. 399-403.

    LUZ, Maria teresa Machado; CAStRO E SILvA, Ricardo de. vulnerabilidade e adoles-

    cncias. In: BRASIL. Minisrio da Sade. Cadernos juenude, sade e desenoli-

    meno. Braslia: Minisrio da Sade, . 1, p.93-96, 1999.

    SAGGESE, Edson; LEItE, Lgia Cosa. Sade menal na adolescncia: um olhar so-

    bre a reabiliao psicossocial. In: BRASIL. Minisrio da Sade. Cadernos juenude,

    sade e desenolimeno. Braslia: Minisrio da Sade, . 1, p.197-205, 1999.

    A queso do suicdio enconra-se ambm implicada nas ares, na msica e no ci-

    nema, podendo-se indicar alguns lmes para esudo e poserior anlise reerene

    emica, iso que apenas a sua exibio no suciene, deendo haer uma

    undamenao no debae sobre as queses presenes nos roeiros.

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    Virgens Suicidas (EUA, 2000)

    Direo: Sophia Coppola

    Sociedade dos Poetas Mortos (EUA, 1989)

    Direo: Peer Weir

    Viver e Morrer em Los Angeles (EUA, 1985)

    Direo: Willian Friedkin

    Thelma e Louise (EUA, 1991)

    Direo: Ridley Sco

    Sete Vidas (EUA, 2008)Direo: Gabriele Muccino

    Invases Brbaras (Canad, 2003)

    Direo: Denys Arcand

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    ANEXOPROTOCOLO DE ATENDIMENTO

    NVEIS DE RISCO

    Baixo risco

    Apresena pensamenos de more, derroisas e de menos alia, ais como Eu no

    consigo coninuar, Eu gosaria de esar moro, ao mesmo empo em que possui o

    desejo de ier, com energia para inesir em objeios de ida.

    Ao necessria

    Oerecer apoio emocional, procurando acolher e escuar o que o adoles-

    cene em a dizer.

    Encaminhar o adolescene ao cnico de reerncia para aaliao do caso

    e ericar a necessidade de raameno, realizando os deidos encaminha-

    menos rede.

    Comunicar oda a equipe que acompanha o adolescene, com os deidos

    cuidados na orma de aiso e respeiando-se o sigilo necessrio.

    Maner conao com o adolescene em ineralos regulares pela equipe

    de reerncia.

    Mdio risco

    tem pensamenos e ideias, mas no em planos de comeer suicdio.

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    Ao necessria

    Oerecer apoio emocional.

    Encaminhar o adolescene ao cnico de reerncia para aaliao do caso

    e ericar a necessidade de raameno, realizando os deidos encaminha-

    menos rede.

    Comunicar oda a equipe que acompanha o adolescene, com deidos cui-

    dados na orma de aiso e respeiando-se o sigilo necessrio.

    Maner conao com o adolescene em ineralos regulares pela equipe

    de reerncia.

    Inormar a amlia.

    Alto risco

    A pessoa em um plano denido e dispe dos meios para az-lo. Dee-se disponi-

    bilizar especial aeno para aqueles que realizaram enaias recenes.

    Ao necessria

    Esar juno ao adolescene. No deix-lo sozinho.

    Conersar e enar remoer os posseis meios para se comeer suicdio.

    Fazer um combinado, enquano o auxlio no chega.

    Enrar em conao com um prossional de sade menal ou mdico, o mais

    rpido possel, para proidenciar encaminhameno de emergncia ade-

    quado.

    Inormar a amlia.

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    Encaminhando o paciente com risco de suicdio

    Como encaminhar

    Explicar ao adolescene a razo do encaminhameno.

    Obserar posseis riscos de enaias durane o rajeo.

    Aps reorno ao Cense, o acompanhameno dee ser realizado manendo-

    -se uma posura neura sobre a siuao.

    O aconecimeno sobre o ao ocorrido dee permanecer enre a equipe

    cnica e os enolidos. imporane eiar a diulgao de inormaes

    desnecessrias que no conribuem no raameno do adolescene.

    Como proceder aps o retorno ao Cense

    Maner posura adequada, de neuralidade, durane esse perodo.

    No diulgar inormaes desnecessrias que no conribuam no ra-

    ameno do adolescene. O ao ocorrido dee permanecer enre a

    equipe cnica e os enolidos no processo socioeducaio do joem

    educando.

    Promoer aes de sensibilizao da equipe e dos ouros adolescenes,

    caso haja necessidade.

    O que azer e o que no azer

    O que no azer

    Ignorar a siuao.

    Ficar chocado ou energonhado e em pnico.

    Falar que udo ai car bem.

    Desaar o adolescene a coninuar em rene.

    Fazer o problema parecer riial.

    Dar alsas garanias.

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    Jurar segredo.

    Deixar a pessoa sozinha.

    O que azer

    Ouir, mosrar empaia, e car calmo.

    Ser aeuoso e dar apoio.

    Lee a siuao a srio sempre e erique o grau de risco.

    Pergune sobre enaias aneriores.

    Pergune sobre o que o adolescene pensa que es aconecendo com ele.

    Ganhe empo aa um combinado.

    Idenique ouras ormas de dar apoio emocional.

    Remoa os meios, se possel.

    tome aiudes, consiga ajuda.

    SE O RISCO GRANDE, FIQUE COM A PESSOA!

    Caso haja ideniicao de alo risco de suicdio, o adolescene dee ser enca-

    minhado imediaamene ao prono-aendimeno. imporane icar prximo

    para eiar enaias durane o rajeo e garanir a chegada do adolescene

    em segurana.

    Aps a enaia de suicdio, o adolescene dee ser imediaamene encaminhado

    para aaliao clnica de urgncia, para ericao de posseis sequelas. A equipe

    de sade do Cense dee encaminha-lo rede e realizar o acompanhameno do

    adolescene. Poseriormene, ele dee ser encaminhado para aaliao psiquirica

    e iniciar o aendimeno com equipe mulidisciplinar.

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    Durane o perodo da noie, quando no h cnico disponel, os encaminhamen-

    os aos serios de urgncia das Unidades Bsicas de Sade e dos pronos-socorros

    deem ser realizados pelos educadores de plano.

    Alm do eeno agudo, dee ser priorizado o cuidado connuo em odos os mo-

    menos, mesmo quando o adolescene aparena melhora. Na maioria das ezes,

    a manueno desse cuidado poder eiar noas enaias. O acompanhameno

    requene se az necessrio!!!

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    Reerncias

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    preendendo o Adolescene. Curiiba, 2006.

    FILHO, L. M. Abaixar a idade de impuabilidade penal. Associao Brasileira Mul-

    iprossional de Proeo Inncia e Adolescncia. Rio de Janeiro. Ago. 2001.

    Disponel em: .

    MANN, J. J. A curren perspecie o suicide and aemped suicide. Annual Inerna-

    ional Medicine. 2002. p. 136, 302-311.

    PREvENO do suicdio: um manual para prossionais da sade em aeno pri-

    mria. transornos menais e comporamenais. Deparameno de Sade Menal.

    Genebra, 2000.

    PREvENtING suicide: a resource or prison ofcers. Menal and behaioural disor-

    ders. Deparmen o Menal Healh. World Healh Organizaion. Genea. 2000.

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    RESOLUO RDC n. 101, de 30 de maio de 2001.

    WERLANG, B. S. G.; BORGES,v. R. ; FENStERSEIFER, L. Faores de risco ou proeo

    para a presena de ideao suicida na adolescncia. Reisa Ineramericana de Psi-

    cologa/Ineramerican Journal o Psychology. - 2005, ol. 39, num. 2 p. 259-266. Pon-

    icia Uniersidade Calica do Rio Grande do Sul, Poro Alegre, Brasil.

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    Socioeducador, aa aqui suas anotaes

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