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Resumo AÇÃO HUMANA Distingue ato de acontecimento. Atos são coisas que fazemos que implicam uma causalidade ou iniciativa da nossa parte, indicando sempre um sujeito que é o agente ou o autor da ação. Acontecimentos são coisas que nos acontecem e, portanto, somos apenas recetores dos efeitos que não iniciamos. Indica um sujeito que sofre uma ação e que não é o autor da mesma. Define ação humana. É uma interferência intencional, consciente e voluntária de um agente no decurso normal das coisas que, sem a sua interferência, teriam seguido um caminho diferente. Identifica e distingue atos voluntários de atos involuntários. Atos voluntários são ações que fazemos de forma consciente, ou seja, com plena noção de que os estamos a realizar, como por exemplo ir à praia, estudar, acenar,… Atos involuntários são os movimentos que realizamos independentemente da nossa vontade. Este tipo de ato pode ser dividido em: . Ato Involuntário e Consciente , quando não temos controlo sobre o que fazemos mas temos noção de que o estamos a fazer, por exemplo respirar, tremer de frio, transpirar, corar,… . Ato Involuntário e Inconsciente , quando não temos controlo sobre o que fazemos nem temos ideia de que o estamos a fazer, como por exemplo sonhar ou ressonar. Faz a distinção entre fazer e agir, entre conduta e ação.

Resumo Ação Humana

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Filosofia 10º ano

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Page 1: Resumo Ação Humana

Resumo

AÇÃO HUMANA

Distingue ato de acontecimento.

Atos são coisas que fazemos que implicam uma causalidade ou iniciativa da nossa parte, indicando sempre um sujeito que é o agente ou o autor da ação.

Acontecimentos são coisas que nos acontecem e, portanto, somos apenas recetores dos efeitos que não iniciamos. Indica um sujeito que sofre uma ação e que não é o autor da mesma.

Define ação humana.

É uma interferência intencional, consciente e voluntária de um agente no decurso normal das coisas que, sem a sua interferência, teriam seguido um caminho diferente.

Identifica e distingue atos voluntários de atos involuntários.

Atos voluntários são ações que fazemos de forma consciente, ou seja, com plena noção de que os estamos a realizar, como por exemplo ir à praia, estudar, acenar,…

Atos involuntários são os movimentos que realizamos independentemente da nossa vontade. Este tipo de ato pode ser dividido em:

. Ato Involuntário e Consciente, quando não temos controlo sobre o que fazemos mas temos noção de que o estamos a fazer, por exemplo respirar, tremer de frio, transpirar, corar,…

. Ato Involuntário e Inconsciente, quando não temos controlo sobre o que fazemos nem temos ideia de que o estamos a fazer, como por exemplo sonhar ou ressonar.

Faz a distinção entre fazer e agir, entre conduta e ação.

Enquanto que o fazer inclui todas as atividades que realizamos, o agir inclui apenas as ações verdadeiramente humanas. Assim, o que fazemos só é considerado ação se for feito de forma consciente e voluntária.

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Por outro lado, tudo o que fazemos é a nossa conduta, enquanto que a ação humana é apenas uma parcela do que fazemos, que inclui o que realizamos de forma consciente e voluntária e de forma consciente e involuntária.

Clarifica a noção de rede conceptual.

Rede Conceptual – É o conjunto de conceitos, onde cada conceito possui um significado específico que apenas pode ser compreendido na relação com os restantes significados. Neste sentido, é apenas nesta inter-relação de significados dos conceitos que a noção de ação pode ser compreendida por nós.

Define os conceitos da rede conceptual da ação: intenção; motivo; deliberação e decisão.

Eles são:

Intenção – Designa o propósito ou objetivo que guia a ação. A intenção serve para identificar a ação, respondendo à pergunta “Para quê?” da ação, ligando-se estreitamente ao motivo. Ex: Assaltei o banco para que pudesse ter dinheiro.

Motivo – Designa a razão invocada para tornar a ação intencional compreensível tanto para o agente como para os outros. O motivo é, assim, a razão que nos permite explicar e interpretar uma ação. Justifica os nossos atos e responde à pergunta “Porquê?”. Ex: Assaltei o banco porque não tinha dinheiro.

Deliberação – Designa o processo de reflexão que antecede a decisão. A deliberação é uma ponderação, na qual a vontade se une com a inteligência e são concebidas as diferentes possibilidades, e as razões a favor ou contra das mesmas.

Decisão – Designa o processo de eleição de uma hipótese da ação entre muitas outras; isto significa que nos determinamos a realizar um ato em detrimento de outros e também que tomar uma decisão implica sempre pôr de lado determinadas hipóteses, para nos entregarmos ao processo escolhido.

Distingue e relaciona intenção e motivo; deliberação e decisão, através de exemplos.

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Relação entre intenção e motivo – É o motivo que torna inteligível a intenção. O motivo é a razão invocada para tornar a ação intencional compreensível e racional tanto para o agente como para os outros.  

Relação entre deliberação e decisão – Quanto mais importante para as nossas vidas for a ação em questão, mais difíceis se tornam a deliberação e a decisão, especialmente se esta última comprometer seriamente o nosso futuro.

Define o conceito de agente, identificando-o como agente livre e responsável.

Agente é o “substrato” de toda a ação humana. Isto porque é no agente que todo o processo correspondente à ação humana toma lugar. Assim, sem agente não há intenção ou motivos, deliberação e, por fim, uma decisão não poderá ser tomada. Se este pertencente da rede conceptual da ação é livre pois toma as ações que quer então, consequentemente, também é responsável pelas mesmas.

PROBLEMA DA LIBERDADE E DETERMINISMO:SEREMOS EFECTIVAMENTE LIVRES?

2 Respostas possíveis para o problema:

1 –  Liberdade

2 -  Determinismo

Liberdade:

Em sentido absoluto ou radical – Designa a possibilidade de agir na ausência de constrangimentos (internos ou externos). Aproxima-se muito da noção de livre – arbítrio.

Em sentido relativo – Designa a possibilidade de dispor de si mesmo, de se auto determinar, através da vontade, mas num campo limitado de possibilidades.

Determinismo:

Doutrina, frequentemente associada a uma visão determinista do mundo, segundo a qual todos os acontecimentos do Universo, incluindo as próprias ações humanas, estão submetidos a leis de carácter causal. Isto significa que todos os eventos, sem exceção, são efeitos: provocados por eventos anteriores.

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PROBLEMA DO LIVRE – ARBÍTRIO:COMPATIBILIZAR A LIBERDADE HUMANA COM AS OUTRAS FORÇAS QUE

A PARECEM ANULAR?

4  Respostas possíveis para o problema:

1 - Determinismo (radical ou absoluto)

2 - Indeterminismo

3 - Compatibilismo

4 - Libertismo

Causa    →     Efeito

Relação necessária (que não se podia fazer de outra maneira) de dependência mútua

1 DETERMINISMO

RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO – A liberdade não é compatível com a força que a anula: a causa.

Tese que defende que as ações humanas são determinadas por causas necessárias (impossíveis de ser alteradas), são previsíveis e inevitáveis, portanto o ser humano não é livre.

1.1. ARGUMENTOS

1.1.1. Se o ser humano faz parte do mundo natural, então terá que obedecer às mesmas leis que os restantes fenómenos e seres. Desta forma, não há qualquer tipo de liberdade e, consequentemente, livre-arbítrio.

1.1.2. Se o passado controla o futuro, ou seja, se a uma causa se segue necessariamente um efeito e nós não podemos controlar as causas, isso significa que o ser humano não tem o poder para interferir no processo Causa-Efeito (não pode controlar a forma como a causa gera um efeito). Logo, não é livre.

1.2. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

1.2.1. As ações humanas são inevitáveis;

1.2.2. As ações humanas são meros efeitos de causas que não controlamos;

1.2.3. Não podemos ser responsabilizados pelas ações;

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1.2.4. Se não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações, então a noção de justiça e as ideias de Bem e Mal não fazem sentido;

NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

2 INDETERMINISMO

RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO - A liberdade não é compatível com as forças que a anulam: o acaso e o aleatório. 

Tese que defende que as ações humanas são o resultado imprevisível do acaso e são indeterminadas, portanto o ser humano não é livre.

2.1.  ARGUMENTOS

2.1.1. Assim como num sistema microfísico não podemos prever o comportamento das partículas porque sobre elas atua o acaso, também não podemos prever as ações humanas – são imprevisíveis ou apenas prováveis. Assim, se o acaso controla as ações humanas, então tais ações não dependem da vontade livre do agente.

2.2. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

2.2.1. As ações humanas são aleatórias ou fruto do acaso.

2.2.2. As ações humanas são imprevisíveis, portanto não são livres.

2.2.3. O agente não pode ser responsabilizado.

NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

DILEMA DO DETERMINISMO:

Tanto a tese Determinista como a tese Indeterminista, apesar de partirem de argumentos contrários, chegam à mesma conclusão: a negação da liberdade e da responsabilidade. Se o Determinismo for verdadeiro, as ações estão dependentes de causas que o agente não domina, logo não são livres. Se o Indeterminismo for verdadeiro, então as ações estão dependentes do acaso e não da vontade do agente, logo não são livres.

3 COMPATIBILISMO

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RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO - A liberdade é compatível com o determinismo (forças que a anulam). 

Tese que defende que é possível compatibilizar o determinismo com a vontade livre, ou seja, aceita-se o determinismo do mundo natural mas também que há espaço para a liberdade e responsabilidade humana.

Assim, mesmo que as nossas ações sejam determinadas ou causadas, podemos sempre agir de maneira diferente, se assim escolhermos. 

ARGUMENTO PRINCIPAL DA TESE

3.1. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA DESTA TESE

3.1.1. Se, apesar de determinados podemos agir livremente, então não só somos livres como responsabilizados.

RESOLVE O DO PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

4 LIBERTISMO

RESPOSTA AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO – Não há compatibilidade entre a liberdade e o determinismo, pois somos absolutamente livres.

Tese que defende, de modo radical, a liberdade e a responsabilidade humanas, ou seja, o ser humano não é determinado, pois ele tem o poder de se auto determinar através da sua mente.

4.1. ARGUMENTO

4.1.1. A vontade do ser humano não é causalmente determinada nem aleatória, pois o agente tem o poder de interferir no curso normal das coisas, através da sua mente.

Assim, defende-se uma separação entre o corpo e a mente, sendo que esta última está fora do domínio das leis da Natureza que determinam o ser humano. A mente é capaz de se auto determinar.

4.2. CONSEQUÊNCIA IMPLICADA NA DEFESA DESTA TESE

4.2.1. Se o ser humano é capaz de se auto determinar, então ele é absolutamente livre e responsável.

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NÃO RESOLVE O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO

TIPOS DE CONDICIONANTES

CONDICIONANTE AMBIENTAL Temos de vestir um casaco porque está muito frio.

CONDICIONANTE HEREDITÁRIA Tenho os olhos castanhos porque os “recebi” da minha mãe.

CONDICIONANTE PSICOLÓGICA A minha capacidade de memorização é muito boa.

CONDICIONANTE FÍSICA/CORPORAL Problema de estômagoCONDICIONANTE GEOGRÁFICA Propensão para a quedaCONDICIONANTE RELIGIOSA Religião católicaCONDICIONANTE POLÍTICA Políticas Anti - NatalistasCONDICIONANTEHISTÓRICO/CULTURAL TradiçãoCONDICIONANTE ECONÓMICA Não tenho dinheiro, por isso

não compro este produto.CONDICIONANTE SOCIAL DiscriminaçãoCONDICIONANTE LINGUÍSTICA Os limites da minha linguagem

são os limites do meu mundo.CONDICIONANTE EDUCACIONAL Analfabetismo

Identifica e caracteriza as condicionantes da ação humana.

Existem dois tipos de condicionantes:

Condicionantes físico – bio -psicológicas:

Conjunto de fatores relacionados com as leis físicas, químicas, biológicas e psicológicas, que nos governam enquanto corpos vivos. Estes fatores limitam a liberdade do ser humano mas também lhe abrem um enorme leque de possibilidades, condicionando o que podemos fazer e como o podemos fazer.

Condicionantes histórico - sócio – culturais:

Conjunto de fatores relacionados com o mundo histórico, social e cultural (hábitos, crenças, valores, padrões de conduta, normas,…), a partir dos quais se constrói a nossa Humanidade e se definem os  nossos modos de ser, estar e sentir. Tal como as condicionantes anteriores, estas também limitam a liberdade do agente e, ao mesmo tempo, lhe abrem um enorme leque de possibilidades.

  No entanto, apesar de estas condicionantes existirem, são elas que nos tornam únicos, constituindo assim também um fator da nossa liberdade.

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Será que, apesar das condicionantes da ação humana, o homem é livre?

Sim, pois apesar de o Homem estar limitado por vários tipos de condicionantes, ele pode sempre escolher entre várias possibilidades, tornando a sua liberdade uma conquista constante.

Assim, o Homem precisa de reconhecer os seus limites para de poder afirmar, auto determinar e construir-se a si próprio.

Como o Homem nasce imperfeito e inacabado, tem de criar-se a si próprio e ao mundo através da sua vontade livre. Só estas características é que tornam a liberdade uma conquista possível para o Homem.