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22 PORQUE HOJE É SÁBADO Guilhermina Pereira CORRÊA 3 Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA) Um projeto para a sociedade contemporânea. RESUMO: Aqui se tem a síntese dos eventos realizados pelo projeto Porque hoje é sábado”, nos anos de 2013 e 2014. São ações em que a Faculdade Integrada Brasil Amazônia FIBRA, exerce sua articulação com a sociedade, numa abordagem em que também seus alunos e professores estejam todos num processo de globalização, com ênfase na multidisciplinaridade, como artefato político, cultural, científico na preparação de cidadãos competentes, capazes de lidar com o conhecimento de maneira crítica, criativa, aptos a fazer a leitura da realidade como cidadãos cognocentes. PALAVRAS-CHAVE: Extensão. Cultura. Multidicisplinaridade. Porque hoje é sábadoé um projeto de extensão iniciado em abril de 2013. É mais uma ação em que a FIBRA se transpõe de sua sede e se volta para a comunidade, a fim de contribuir para seu desenvolvimento e buscar na sociedade suas experiências e seus saberes, numa troca inestimável de valores responsáveis pelo nosso progresso. 3 Coordenadora do Projeto.

RESUMO: Aqui se tem a síntese dos eventos realizados pelo ... · papel do professor está sendo questionado. As mudanças ... “Bullyng na Escola”. A palestra procurou mostrar

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PORQUE HOJE É SÁBADO

Guilhermina Pereira CORRÊA 3

Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA)

Um projeto para a sociedade contemporânea.

RESUMO: Aqui se tem a síntese dos eventos realizados pelo

projeto “Porque hoje é sábado”, nos anos de 2013 e 2014. São

ações em que a Faculdade Integrada Brasil Amazônia –

FIBRA, exerce sua articulação com a sociedade, numa

abordagem em que também seus alunos e professores estejam

todos num processo de globalização, com ênfase na

multidisciplinaridade, como artefato político, cultural,

científico na preparação de cidadãos competentes, capazes de

lidar com o conhecimento de maneira crítica, criativa, aptos a

fazer a leitura da realidade como cidadãos cognocentes.

PALAVRAS-CHAVE: Extensão. Cultura.

Multidicisplinaridade.

“Porque hoje é sábado” é um projeto de extensão

iniciado em abril de 2013. É mais uma ação em que a FIBRA

se transpõe de sua sede e se volta para a comunidade, a fim de

contribuir para seu desenvolvimento e buscar na sociedade suas

experiências e seus saberes, numa troca inestimável de valores

responsáveis pelo nosso progresso.

3 Coordenadora do Projeto.

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O plano de trabalho objetivou, inicialmente, estabelecer

interlocução com professores do ensino médio e fundamental,

com o objetivo de proporcionar aos educadores uma visão

ampla do desenvolvimento humano, além de uma cultura geral

e profissional mais abrangente. Não é que se pense que o

professor tenha um conhecimento tão restrito ou que não

precise alargar seus conhecimentos. Não se pode negar que o

papel do professor está sendo questionado. As mudanças

propostas pela educação trazem desafios à formação. O cenário

educacional apresenta exigências para cujo atendimento os

professores não foram preparados. Entende-se que a formação

dos professores, hoje, deve ir além dos conteúdos definidos

para as diferentes etapas da escolaridade.

Diz o MEC em suas recomendações (maio/2000) que os

professores da Educação Básica devem experimentar, em seu

próprio processo de aprendizagem, o desenvolvimento de

competências necessárias para atuar agora. Diz que a formação

de um profissional de educação tem que estimulá-lo a aprender

o tempo todo, a pesquisar, a investir na própria formação e a

usar sua inteligência, criatividade, sensibilidade e capacidade

de interagir com outras pessoas. Mas os esforços gigantescos

para superar as condições de tempo e de poder não são

suficientes para estimular o desenvolvimento de competências

necessárias para o docente ter o perfil que a atualidade exige.

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A FIBRA, sensível e comprometida com as questões

educacionais do Estado, enfatizando a relação de

interdependência com o ambiente, criou o Projeto “Porque hoje

é sábado”, procurando oferecer momentos em que as

informações trazem o aprendizado na prática, com conteúdo

interdisciplinar ou transdisciplinar. Sendo aos sábados, e

durante uma hora, o evento procurou apresentar assuntos que

contribuem para a ampliação do universo cultural dos

participantes, com estratégias de descontração, sem fugir à

integração do saber acadêmico com o saber popular.

Essas marcas fizeram do projeto momentos em que o

estudante da FIBRA pode, com sua participação, acrescentar 04

(quatro horas) na carga horária de suas atividades

complementares concedidas pela Coordenação da Pós-

Graduação e Extensão da Faculdade.

Como um dos objetivos do projeto foi propiciar

interlocução com professores do Ensino Básico, entrou-se em

contato com a Secretaria de Educação e teve-se conhecimento

das 20 (vinte) unidades de ensino, divisão que agrupa as escolas

por bairros. Procurou-se a direção de algumas delas, para

conseguir-se, com os professores, sensibilização para a

importância do projeto e conseguir-se audiência na efetivação

das atividades.

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Começou-se o projeto no dia 27 de abril, com a lotação

do auditório da FIBRA completa, com abertura feita pela

Professora Doutora Célia Brito, Coordenadora de Investigação

Científica, Pós-Graduação e Extensão da Faculdade, que falou

sobre importância do projeto e de sua direção, procurando

atingir, fundamentalmente, os professores do Ensino Básico.

Em seguida, veio a preleção da Professora Adriana de Aviz, do

Curso de Direito, da Faculdade, “Bullyng na Escola”. A

palestra procurou mostrar a existência do problema e as formas

de enfrentá-lo, a fim de contribuir para reformulações de

práticas arraigadas e concepções preconceituosas. As

informações apresentadas deixaram os ouvintes com visão mais

ampla do assunto. Mostrou que o “bullyng” está muito presente

nas escolas, mas, também, aparece, com muita força, em

qualquer ponto da atividade humana, precisando de reflexão e

conhecimento para enfrentá-lo.

No dia 25 de maio, houve a palestra “Saúde na Escola: o

olhar do Professor”, proferida pela Professora Benedita Abreu

Leão, do Curso de Enfermagem. Tratou da necessidade de o

professor ter conhecimentos básicos de vida saudável para si e

para seus alunos, para as pessoas de um modo geral.

Em junho, foi ministrada a palestra, pelo Professor Rui

Martins, do Curso de Administração, “Empreendedorismo:

Estratégias para o professor gestor”. Ensinou aos assistentes o

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que é uma atitude empreendedora e como essa atitude pode

determinar o resultado profissional e as oportunidades que

surgem para cada um, chamando atenção para o discurso em

sala de aula. Afirmou que a partir do conhecimento e vivência

profissional pode-se olhar o mundo de outra forma e criarem-se

oportunidades de sonhar e tornar sonhos realidade.

Observou-se, no final do semestre, a dificuldade de

participação do segmento que esteve na mira inicial do projeto:

professores do ensino Básico e Médio. Aos sábados, esses

professores estavam ocupados ministrando aulas para

compensar os dias de greve do ano de 2013. Lamentou-se que

os professores, que vão na contramão do desenvolvimento da

sociedade contemporânea, tenham perdido a oportunidade de

ampliar e diversificar as formas de interagir, de fazer

ressignificações de atitudes nas práticas de suas aulas, mas não

paramos.

No segundo semestre, as atividades procuraram

envolver mais o cultural e o artístico numa integração prazerosa

e eficaz.

Em agosto, as atividades foram reiniciadas no dia 31,

com a sessão lítero-musical produzida pelo grupo VERSIVOX.

Liderados por Carlos Correia Santos, o grupo se diz criado para

celebrar a poesia, jograis modernos. Na apresentação do grupo,

lê-se: “artistas que fazem as palavras se deitarem na cama da

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música de forma instigante”. O grupo representa, segundo suas

palavras, “uma experimentação, na qual, recitações de poemas

são acompanhadas por melodias”. De fato, fizeram jus ao

anúncio. A sessão apresentada teve o nome de “Viagem Poética

e Sonora”. As músicas complementavam a apresentação de

poesias, nos proporcionando deliciosos momentos, uma viagem

poética e sonora.

Em outubro, no dia 19, foi-nos proporcionado um

espetáculo inspirado no romance “Marajó” de Dalcídio

Jurandir, “Solo de Marajó”, dramaturgia de Carlos Correia

Santos, com apresentação de Cláudio Barros e direção de

Alberto Silva Neto. O ator narra episódios extraídos do

segundo romance escrito por Dalcídio, chamando atenção para

a sutileza e ternura da linguagem na caracterização da

humanidade paraense.

Em novembro, encerraram-se as atividades do projeto

do ano de 2013, com homenagem aos 100 anos de Vinícius de

Morais, com recital de poesias, apresentado pelo Jornalista

Paulo Renato Bandeira. Além do recital, Paulo Renato, que é

membro da Academia paraense de Jornalismo, ocupando a

cadeira 27, relatou várias passagens da vida de Vinicius, com

relevância emocional, pois presenciou várias delas.

Completando a homenagem aos cem anos de Vinicius

de Moraes, a FIBRA, por meio de sua coordenadoria de

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Extensão, realizou no período de 29 de outubro a 29 de

novembro de 2013, a “Exposição Vinicius – 100 Anos” à frente

a Professora Célia Brito, com a curadoria dos Professores

Marco Antônio Camelo e Vasti Araújo.

Em 2014, o projeto desenvolveu ações culturais

multidisciplinares, proporcionando informações, momentos de

desenvolvimento pessoal, formação profissional, alegria e

prazer. Fazendo sua história dentro de um planejamento

participativo, a FIBRA continuou seu projeto, procurando

envolver o público em geral e seus alunos.

Ofereceu, em abril, a palestra “Giovanni Gallo: cultura e

arte no/do Marajó como nortes educacionais” com Darcel

Andrade Alves, Especialista em Semiótica e Cultura Visual e

Mestre em Educação, na linha de pesquisa Saberes Culturais e

Educacionais da Amazônia, doutorando da UFPA (NAEA) na

área de antropologia. É Coordenador da Linha de Pesquisa

Antropologia Audiovisual do Museu Paraense Emílio Goeldi.

O expositor iniciou seu trabalho com comentários, de

admirável peculiaridade, de alguns quadros de Portinari,

apresentados, via internet, na lousa da sala de aula, repleta de

participantes alunos, professores e público. O Estado oferecia,

na época, no antigo palácio do governo, exposição de quadros

de Portinari, que compõem a Coleção Raimundo Castro Maya,

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acervo do projeto nacional “Pelo Circuito Petrobrás de

exposição”.

O tema de sua palestra foi sobre o Museu do Marajó,

que, segundo o professor, “tem uma história que se confunde

com a história de seu mentor, Giovanni Gallo”. Localiza-se em

Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. Discorreu sobre os

caminhos que o fizeram chegar ao “Museu do “Marajó”, a

descoberta de seu acervo e a riqueza que representa.

Demonstrou sua admiração por Giovanni Gallo, dizendo que o

museu é o símbolo de uma atividade pastoral do padre para

viabilizar conhecimento da realidade local e aproximar-se das

ações do homem do lugar.

A palestra de Darcel Andrade foi magnífica aula,

especialmente para quem está interessado em pesquisa.

Mostrou as fases pelas quais deve passar uma pesquisa de

campo, a necessidade de qualificar os saberes encontrados, de

recortar os conteúdos, de fazer de uma descoberta um novo

caminho para de novo chegar.

Em maio, tivemos recital de poemas de Waldemar

Henrique. O espetáculo nos levou a uma deliciosa viagem de

emoções, proporcionada por professores do Conservatório

Carlos Gomes. Ouvimos, entre outros, os poemas musicados:

Tambatajá, Foi Boto Sinhá, Minha Terra e Uirapuru, com

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participação dos Professores Reginaldo Viana (voz), Anderson

Nobre (violão), Eduardo Florentino (viola).

Em agosto, o grupo Versivox faz, no auditório da

Faculdade, a apresentação de o show de teatro e música, “Dom

Casmurro – o show”, um espetáculo crítico e cômico dentro das

conjecturas que se fazem sobre o romance de Machado de

Assis. Em setembro, o grupo esteve com o espetáculo “Dom

Quixote - o show”, que se apoia no clássico de Miguel

Cervantes Y Saavedra, da literatura espanhola. Faz parte do

projeto do grupo intitulado “Romances Cantados e Contados”.

Conta a história de um fidalgo que acaba perdendo a santidade,

após ler muitas novelas de cavalaria e decide tornar-se um

cavaleiro andante, atrás de suas aventuras.

Em novembro, o projeto promoveu mais uma

homenagem a Waldemar Henrique. O palestrante foi Sebastião

Godinho, advogado e escritor, premiado pela Academia

Paraense de Letras, pelo Instituto Histórico e Geográfico do

Pará e pelo Conselho Estadual de Cultura. É autor de vários

livros entre os quais “Waldemar Henrique da Costa Pereira”.

Desde 16 anos, colabora com artigos para jornais de Belém.

Atualmente escreve quinzenalmente para “O Liberal” e é

Procurador Geral do Município de Ananindeua.

O palestrante começou falando sobre o abandono da

casa onde nasceu Waldemar Henrique, na Rua Manuel Barata,

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transformada em boate, no seu andar térreo. A vida do escritor

foi revelada, desde aos 18 anos, quando serviu ao Exército

Brasileiro. Suas primeiras composições foram influenciadas

fortemente pela cultura francesa. Citou Antônio Tavernard,

Vicente Sales, Altino Pimenta, Vila Lobos e Geraldo Vandré,

como parceiros de Waldemar Henrique. Pela rota dos poemas,

foi-nos levando conhecer ou reconhecer o poeta, um dos mais

importantes da nossa literatura.

Como se vê, o projeto desenvolveu-se dentro da

dinâmica multidisciplinar que a Faculdade oferece à

comunidade, a seus alunos, seja da graduação, seja da pós-

graduação, preocupada com uma formação propedêutica que

permita a todos adaptarem-se às diversidades de perfis exigidas

pelo mercado de trabalho desta nova era.

Em razão de no segundo semestre de 2014 terem

surgido propostas de grupos artísticos para se apresentarem no

auditório da FIBRA e essas apresentações nem sempre

ocorrerem aos sábados, e a Direção Geral da FIBRA, nos

últimos meses desse ano ter aberto o auditório da Faculdade

para a realização de atividades artísticas em geral, o projeto

“Porque hoje é sábado” foi substituído pelo projeto “Espaço

cultural”.

Neste retrospecto, avalia-se que o projeto “Porque hoje

é sábado” realizou ações de interesse acadêmico e cultural,

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democratizando o conhecimento acadêmico com a participação

de professores, de alunos e da sociedade em geral, em busca do

desenvolvimento social e cultural da região e foi ele que deu

ensejo a novas iniciativas no sentido de se ampliarem as ações

culturais da Faculdade.

Em anexo seguem registros de atividades no projeto:

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Reunião com diretores da Unidade da Secretaria de Educação –

USE 6

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Reunião com diretores da Unidade da Secretaria de Educação –

USE 4

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Palestra:Bullyng na Escola

Palestra sobre Saúde na Escola: o Olhar do Professor

Palestra: Empreendedorismo - Estratégias para o

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Professor Gestor

Espetáculo teatral: Solo de Marajó

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Show Lítero-Musical: Viagem Poética e Sonora

Apresentação Musical: Um tributo a Waldemar Henrique

37

Palestra - Um Tributo a Waldemar Henrique

Palestra: Portinari na FIBRA

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Giovanni Gallo: Cultura e Arte no/do

Marajó como Nortes Educacionai

Dom Casmurro – O Show

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Dom Quixote – O Show