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    Resumo: assumindo a dimenso interacional da linguagem

    Luiz Lino Bertanha de Abreu, Cincias Contbeis, Turma 3000

    Toda e qualquer atividade instrutiva didtica no eclode repentinamente, ela originada por camadas de conhecimento, com isso, o conjunto de fundamentos da lnguaacaba refletindo no conjunto de princpios tericos que ser abordado na sala de aula, parasatisfazer a necessidade dos processos de formao social.

    Mesmo sabendo do processo e as formas de inter-ao por meio da linguagem, huma falta de crena dos docentes e, consequentemente, exigem a parte pratica, que, porsua vez, representa uma acomodao passiva em no atualizao do contexto social.

    A linguagem na sua concepo dividida de uma forma mais culta linguagem comnormas e de uma forma mais informal, onde o que vale se o interlocutor conseguiu

    interpretar a mensagem. Baseado nisso, evidente a vasta possibilidade terica lingusticada linguagem informal.

    Portanto, a linguagem acaba surgindo em funo da textualidade, que por sua vez, nesse ncleo que deve constituir o ponto de referencia pedaggico. As aulas de Portugusao inserirem anlise de elementos de outras variedades lingusticas, acabavam obstruindo ofuncionamento da lngua em questo. O contedo que vai ser ensinado deve basear-se emfundamentos slidos da sociedade, e no separar as coisas, tornando elas sem sentido,focando os textos em basear-se em atingir a realidade cotidiana prtica, e isso deve terapoio do professor de Portugus.

    Pelo fato da escrita ser uma atividade de inter-ao ela acaba se tornando tointuitiva, dialgica, dinmica quanto a fala, havendo uma harmonia de ideias quando h oentendimento entre os mesmos. A linguagem uma forma de atividade de expresso, tantona parte verbal quanto na oral, as palavras so a mediao do que pensado e do que sentido.

    Com isso, acaba ocorrendo um equvoco na hora de instruir em achar que ensinandonomenclatura gramatical acaba deixando o aluno suficientemente competente para ler e

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    escrever. No entanto, a viso interacionista da escrita a interao dividida levando emconta o momento, ou seja, no deixa de ser um exerccio da faculdade da linguagem.

    A comunicao feita sempre de forma mutua, todavia, essa mutualidadedesaparece nas aulas de portugus. A palavra como se fosse uma ponte entre osinteressados na comunicao e, consequentemente, no h ponte sem a outra extremidade.

    A escrita existe para cumprir diferentes funes comunicativas na sociedade.Pelo fato da escrita estar presente na vida em sociedade, ela acaba sempre fazendo

    registro do patrimnio cientifico, histrico e cultural, refletindo o contexto social em queessas pessoas atuam, ou seja, escrever e falar acaba sendo uma forma de comportamento.Da mesma forma que no existe fala uniforme, na produo de textos a mesma coisa,visto que os textos so de autoria das pessoas e dessas pessoas manifestam conveneshistricas e sociais que deveriam estar presentes no texto.

    Os gneros do texto devem atender a natureza social das instituies sociais a queservem e no ser convertida em puro treino e exerccios escolares que no possuemestimulo social aplicado. A escrita surge quando a conversa no conseguia dar conta detodas as suas necessidades se tornando um evento de inter-ao entre dois ou maisinterlocutores.

    Evidentemente, h uma grande diferena entre a fala mais informal e a escritaformal. Da mesma forma que no existe um padro nico de fala, tambm no existe um deescrita.

    Por isso, para o planejamento de um texto, necessrio a compreenso de vriasetapas e fazer a integrao delas: Planejamento (escolha dos critrios e ordenao dasideias), Escrita (colocar no papel o que for planejado) e a reviso e reescrita (com i intuitode confirmar se os objetivos foram cumpridos respeitando os aspectos da lngua).

    Todos esses conceitos devem ser respeitados, uma vez que, o que escrito sem esforo geralmente lido sem prazer.Todas essas etapas esto amplamente interligadas escrita propriamente dita. Com

    isso, possvel atribuir a pssima qualidade dos textos produzidos pelos alunos a falta deplanejamento e essas etapas.

    Os padres da escrita obedecem convenes ortogrficas etimolgicos (relativos origens das palavras) e quase nunca sofrem alteraes. Isso d a falsa impresso de quebasta fazer a correo ortogrfica para garantir a competncia de escrever bons textos.

    Todos esses fatores acabam trazendo implicaes pedaggicas, tendo que aceitardeterminadas perspectivas impostas. possvel notar que a produo de textos se distribui

    desigualmente entre os alunos e professores. A escrita escolar deve estar relacionado com oque acontece no ambiente social em que vivem os alunos.Um exemplo claro a famosa redao dissertativa que aparece como condio de

    gnero nico, sendo que h uma diversificada colees de textos a serem exploradas paraatender o leque de leitores que existem na sociedade.

    Um bom texto ser no obrigatoriamente o texto correto, mas, inevitavelmente otexto adequado a situao em que se insere o evento, por isso as regras sociais devem dizer

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    e refletir a real qualidade do texto. Por isso o aluno deve ter o tempo ideal para fazer a suaproduo, fazendo e refazendo seus textos.

    Sempre na hora da produo do texto necessrio tomar cuidado com as pontuaespara que dessa forma o texto fique adequado as intenes pretendidas. Dessa forma, ao seadequar o texto as intenes pretendidas, ler se torna outro modo de ouvir.

    Com isso, todos os elementos do texto acabam servindo como instruesinterpretativas, facilitando as compreenses do contedo pretendidas pelo autor. Almdisso, deve-se levar em considerao o conhecimento prvio do leitor sobre o assunto, umexempli disso a reportagem Carnaval de Pernambuco: o melhor do Brasil. Do Galo aoBacalhau., se o leitor no tiver o conhecimento prvio sobre o assunto, ele no saber queGalo e Bacalhau so blocos de carnaval.

    Por isso o professor de Portugus no deve focar apenas nas regras gramaticais,visto que todo texto possui uma dependncia de fatos sobre o conhecimento prvio doleitor. Alm disso, a leitura acaba se tornando uma atividade de ampliao do repertorio,aquisio de informaes e a falta dela acaba refletindo na pobreza de repertorio, falta deinformaes e s a leitura pode ajudar nesses fatores, a gramatica em si no consegue supriresses campos sociais.

    E analisar esses textos baseados apenas nas analises sintticas a mesma coisa queignorar todo o sentimento do autor depositado sobre aquele texto, visto que, a leiturafornece um prazer interno quando compreendido o que o autor quis expressar em seutexto, ou seja, isso acaba indo na direo oposta da textualidade.

    O professor deve levar em considerao sempre o gosto e afeto que o texto podeocasionar no interlocutor, e no somente fazer um apresso a analise gramatical.

    Bons textos so essenciais para o aprofundamento do conhecimento e experincia,

    por isso ter acesso a palavra escrita acaba se tornando um poderoso instrumento de poder.Por isso o analfabetismo priva as pessoas de ascenderem profissionalmente, eles acabamtendo pouco acesso a informao devido a no saber interpretar a linguagem escrita.

    A leitura envolver diversas reas e consegue atingir todos os ramos sociais, variandodessa forma as estratgias para atingir esses pblicos alvos, por isso a leitura depende docontexto lingustico e extralingustico.

    Nem tudo que est escrito no texto est passvel de entendimento, por isso oentendimento sobre o texto sempre leva em considerao o conhecimento de mundo em ummbito social de ambos, tanto o escritor quanto o interlocutor.

    Para facilitar as questes pedaggicas, os professores devem focar em textos reais

    (autnticos) para facilitar a textualidade em sala de aula. Deve conter tambm uma leiturainterativa para facilitar a absoro do sentido textual, facilitando a dimenso de ler ecompreender.

    O aluno deve estar motivado com a leitura, por isso os textos devem ser abordadosno mbito social em que esses alunos se encontra, facilitando dessa forma a motivao domesmo. Tambm deve-se orientar o aluno a ter uma leitura critica sobre o eixo principal dotexto, com isso, o aluno ir perceber mais do que simples palavras, ele ir entender o

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    contexto chave do texto.Portanto, deve-se trabalhar com uma leitura diversificada, alternando entre a forma

    coloquial e o texto escrito de formal, exercitando o uso dessa diferenas tornando a leituraagradvel e estimulando o exerccio da leitura.

    Visto que todo leitor traz para o texto seu repertorio de saber prvio e vai, com isso,

    realizando inferncias no texto e compreendendo o mesmo, por isso a leitura nunca deve serdesvinculada do sentido.

    fato que no existe lngua sem gramatica, por isso, quando se aprende uma lnguaautomaticamente est adquirindo a gramtica. Ou seja, o falante aprende a gramtica deforma intuitiva e implicitamente. Com isso, surgem as regras gramticas (conjunto denormas), ou seja, de como adequar as palavras no lugar certo e na posio certa.

    No entanto, no adianta fazer uma analise sinttica perfeita sobre uma frase se ointerlocutor no entendeu o real sentido da mesma. Portanto, no adianta perder tempo commeras nomenclaturas e estudo de regras e deixar o real sentido do texto de lado, uma vezque a gramtica sozinha nunca foi suficiente para ampliar o desempenho comunicativo.

    Uma vez que a gramtica existe em funo do que as pessoas falam, ouvem, leem eescrevem no mbito social, visando estabelecer os padres de uso da lngua. Por issonenhuma regra gramatical tem importncia por si mesma, visto que a gramtica reflete asdiversidades sociais.

    Por isso todas as lnguas variam naturalmente, de acordo com as diferentescondies da comunidade, uma vez que, no existe a forma certa, junta-se isso ao mito dasuperioridade de uma sociedade a outra, ou seja, tudo isso um mito.Todos que sabem falar e escrever automaticamente sabem a gramtica dessa lngua, umavez que, a fala e a escrita so uma forma de texto, por isso o professor deve analisar em

    qual perspectiva ele deve ensinar.As descries gramaticais que particularizam o uso da norma-padro da lngua ou ouso lingustico do grupo de prestigio da sociedade, ou seja, o uso lingustico de prestigioque predomina entre as pessoas com um grau mais alto de escolarizao, que em geral exigido em circunstancias formais.

    No entanto, importante ressaltar que nenhuma forma lingustica melhor queoutra. O que varia a adequao do uso dessa linguagem. Portanto, o conjunto deprincpios que fundamentam uma compreenso funcional e discursiva da gramtica temimplicaes pedaggicas, levando em considerao uma gramtica mais relevante,funcional, contextualizada e que traga algum interesse ao estudo.

    Outro ponto interessante que deve ser levando em considerao a oralidade e suasrelaes que est amplamente ligada com a escrita. Portanto, a oralidade deve focar em umacoerncia global, voltada a uma oralidade orientada para a articulao entre os diversostpicos ou subtpicos de interao e nunca esquecendo das suas especificidades evariedades de gneros.

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    Referncia

    ANTUNES, Irand. Aula de Portugus: encontro & interao. So Paulo: ParbolaEditorial, 2003.