Nome: Maraisa Pagliarini Lima.

Capítulo IV – A produção e a direção

De maneira específica a produção envolve tudo que se refere ao filme (seja ele filme comercial, longa-metragem, institucional, etc.). Vai desde o planejamento para captação dos recursos como imagem e som, até o resultado que se chama negativo final. A partir da aprovação do negativo final, são tiradas cópias desse negativo e o filme é distribuído e exibido dentro de um planejamento mercadológico.

O filme feito por uma pessoa ou produtora passa por diversos estágios: desenvolvimento (quando surge a ideia, o roteiro definido e os recursos obtidos), preparação (quando se faz o levantamento das necessidades do filme), pré-produção (parte em que se define tudo o que foi levantado na preparação), filmagens e finalização (parte em que é dada a forma final do filme para exibição).

O departamento de produção tem como principal função dar suporte para que o diretor do filme faça seu trabalho. E todas as outras funções estão destinadas a este fim. É dever do departamento de produção ter certeza de que cada membro da equipe, cenário, figurino, etc esteja em seu devido lugar pronto para ser utilizado quando o diretor achar necessário visando o prazo de entrega e orçamento.

A PRODUÇÃO.

A produção cuida dos recursos, de custo do filme, planejamento logístico, tática de filmagem e do retorno do investimento feito e ainda controla sua distribuição e exibição. Cabe a produção administrar todos esses setores para que o diretor e os outros membros envolvidos atinjam os melhores resultados possíveis dentro do prazo e do orçamento estabelecido. Para cuidar da produção, normalmente contrata-se uma produtora, que são empresas legalmente estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de filmes. Cabe a elas o suporte financeiro, executivo, administrativo e contábil da produção cinematográfica.

O PRODUTOR.

Existem várias ramificações para esse título. Porém, todas elas têm o único objetivo de criar condições para que todos os elementos necessários para o filme sejam guiados de maneira a se transformar em um filme de sucesso. O produtor é quem viabiliza a realização do filme. Para ele o fator mais importante, além da qualidade fílmica, é o orçamento e o cronograma de filmagens. Ele visa o máximo de qualidade com o menor custo e dentro do prazo determinado. Esses fatores são extremamente importantes para escolher qual diretor e atores contratar, se o filme será filmado em estúdio ou locação, qual será o processo de capitação de som e imagem, quem fará parte da equipe técnica e a duração do filme e dos dias de filmagem.

O produtor organiza o desenvolvimento do filme e normalmente contribui com ideias criativas. Porém, logo após o filme começar a ser rodado, ele pouco faz além de dar opiniões importantes que na maioria das vezes tem de ser levada a sério. Pois, ele geralmente acompanha o filme do início ao fim. A ideia do filme chega em suas mãos inicialmente em forma de sinopse do roteiro. E então ele faz com que o roteiro se torne o projeto completo, incluindo orçamento necessário para a captação dos recursos.

Uma figura importante nessa área é o produtor-executivo. Ele cuida de todos os detalhes técnicos e administrativos da produção, entre eles o orçamento e a decisão final de quais locações serão usadas. Ele também supervisiona a equipe, para que não haja desperdícios. Mesmo quando o filme começa a rodar e o diretor assume o controle, o produtor-executivo está sempre presente, pois é função dele assegurar que o orçamento e o cronograma sigam como o planejado e ainda resolver problemas técnicos.

O conceito de produtor foi desenvolvido pela primeira vez por Tomas H. Ince, que introduziu em Hollywood o conceito de produtor criativo: o homem que conhece o suficiente de filmes para poder planejar, executar e supervisionar todas as etapas desenvolvidas por outros. Após essa definição Mack Sennet transformou o conceito de produtor para o que temos hoje.

Ince veio do teatro assim como Griffith, e trabalhou para ele em 1910. Alguns anos mais tarde, já com uma boa reputação, Tomas Ince abriu sua própria produtora e logo percebeu a necessidade de supervisionar os filmes, afastando-se cada vez mais da criação.

O DIRETOR.

O diretor é o responsável pelo resultado final das filmagens no sentido artístico. Sua função é apresentar da melhor maneira possível cada cena. Com a chegada do som nos filmes de cinema, a parte mais importante do diretor é a orquestração da ação filmada. O trabalho do diretor começa antes de sua visita ao set de gravação, ele se prepara muito antes para dirigir o filme. O roteiro técnico é o resultado da decupagem da direção, a planta baixa que dá uma visão geral do set de gravação e o storybord são de suma importância para uma boa direção.

A decupagem de direção é um diagrama em planos, onde o diretor coloca sua visão de filmagem do roteiro literário, incluindo movimento de câmera e ângulos. Isso dá uma visão geral do filme de uma só vez. A planta baixa é uma visão octogonal de cima, do set de filmagens e serve para o diretor definir a movimentação dos atores, câmera, planos e lente. Storyboard é uma série de desenhos usados para mostrar os planos principais, o enquadramento, os ângulos de câmera, o campo de visão e a movimentação dos atores. O storyboard ajuda o diretor e sua equipe visualizar como serão as cenas e seu desenvolvimento.

A decisão de escolher qual ator irá interpretar cada personagem é muito importante. Pois, o trabalho intensivo e a melhor e a maneira de tirar a melhor interpretação deles faz grande diferença na qualidade final do filme. Durante a gravação as funções do diretor é: instruir a equipe técnica sobre como filmar cada plano, controlar os movimentos dos atores em cena e sua atuação, com ajuda do diretor de fotografia e diretor de arte; administrar os movimentos

das pessoas envolvidas; atualizar-se sobre o orçamento e ainda administrar a pressão de diversas partes.

O diretor deve saber quando o roteiro está pronto e quando deve ser reescrito. Ele deve saber também como tirar o máximo de interpretação dos atores. Supervisionar o desenho do set e o figurino, averiguar se a iluminação está perfeita. E ainda saber quando é necessário refilmar uma cena e quando os atores devem ser trocados.

Num sistema industrial, são poucos os diretores que tem o poder de dar o “corte final” nos filmes. Normalmente esse poder é dado aos produtores que fizeram pesquisas e sabem o que o público quer ver. Porém, se na hora da montagem houver algum buraco na ação, é obrigação do diretor concertar. Pois ele é encarregado das filmagens dos pick-ups que são planos adicionais que acontecem depois da realização do filme, com o intuito de cobrir qualquer erro de filmagem.

Em 1903 Edwin S. Porter dirigiu um filme que veio para revolucionar a visão que as pessoas tinham sobre cinema. O filme O grande roubo do trem, revelou pela primeira vez a função e o poder da montagem em cortar uma história para o cinema. Porém, Porter não deu continuidade nesta maneira de narrar o filme. Coube a W. D. Griffith experimentar durante anos uma nova linguagem para o cinema. É comum ouvir dizer que ele criou os close-ups, a montagem e os ângulos de câmeras. Para Griffith cada filme era um novo desafio, uma nova chance de experimentar novas ideias. Em 1915 dirigiu o filme “Nascimento de uma nação” que pegou o público de surpresa, pois a projeção foi acompanhada por uma orquestra sinfônica que sincronizava com as movimentações de câmera nunca vista antes pelo público.

De qualquer forma, o público apreciou as técnicas que até então era desconhecida e que conhecemos hoje em dia. Por exemplo, o movimento de aproximação da câmera, direcionando o olhar do espectador para determinada parte da ação; o Split screen mostra duas ações paralelas, entre outras técnicas. “Nascimento de uma nação” estabeleceu de uma vez por todas a visão do cinema como uma arte. E Griffith ficou marcado na história por ser o criador desse conceito.