Capítulo IV - Tarifação de Energia Elétrica

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    Captulo II Tarifao de Energia Eltrica

    CAPTULO II

    TARIA!"O #E E$ER%IA EL&TRICA

    '() Introduo

    At meados da dcada de 90, o regime tarifrio que vigorava no setor eltricobrasileiro era o do custo do servio. Este regime tarifrio previa que as tarifas de energiaeltrica cobrada dos consumidores deveriam ser capazes de cobrir os custos associados gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica, e ainda garantir uma ta!a de retorno,

    previamente fi!ada, para as empresas concessionrias do setor eltrico.

    " arcabouo legal que deu forma ao citado modelo tarifrio remonta ao in#cio dadcada de $0. %nclui a lei &.'&&($), que estabeleceu o regime de remunerao garantida e

    fi!ou a ta!a de retorno das concessionrias do setor eltrico num patamar entre )0* a )+*ao ano, e o decretolei ).--($/, que criou o mecanismo de equalizao tarifria entre asconcessionrias do setor eltrico.

    A fi!ao da ta!a de retorno das concessionrias cumpria o obetivo de garantir umretorno adequado para a sustentao financeira das concessionrias, ao mesmo tempo emque buscava impedir a possibilidade de e!cesso de lucros.

    1or sua vez, o mecanismo da equalizao tarifria permitia que os consumidores detodas as regi2es do pa#s gozassem do mesmo n#vel tarifrio numa mesma classe de consumo,

    beneficiando os consumidores que estivessem situados em regi2es cuos custos associados atividade fossem superiores.

    A necessidade de se conceder uma remunerao em torno de )0* a )+* ao ano paraas concessionrias do setor eltrico e de se praticar tarifas mdias equalizadas em todoterrit3rio nacional e!igia um elevado n#vel de coordenao. Esta tarefa que era facilitada,naquela poca, pelo fato de as concessionrias serem estatais e a coordenao do sistema sercentralizada.

    4om o intuito de corrigir as distor2es criadas pelo modelo tarifrio implantado nadcada de $0 e 0 e reorganizar o setor eltrico com obetivo de preparlo para a

    privatizao. Em maro de )99-, a 5ei .'-) encerrou o regime de remunerao garantida ep6s fim ao mecanismo de equalizao tarifria entre as concessionrias do setor. 7esde

    ento, estabeleceuse uma tarifa por rea de concesso 8territ3rio geogrfico onde cadaempresa contratualmente obrigada a fornecer energia eltrica. :e essa rea coincide com ade um estado, a tarifa ;nica naquela unidade federativa. 4aso contrrio, tarifas diferentescoe!istem dentro do mesmo estado.

    7essa maneira, as tarifas de energia refletem peculiaridades de cada regio, comon;mero de consumidores, quil6metros de rede e taman

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    1ara a compreenso dos assuntos tratados neste capitulo necessrio con

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    0 3 minutos - 2 motores - Carga = 60 kW,

    3 - 10 minutos - motores - Carga = 120 kW,

    10 - 1! minutos - 1 motor - Carga = 30 kW"

    #$serva-se %ara este caso, &ue a demanda ser:

    D= '60kW"3min ( 120kW")min ( 30kW"!min*+1! = ) kW '10! cv*

    Demanda contratadaG demanda de potHncia ativa a ser obrigat3ria e continuamente

    disponibilizada pela concessionria, no ponto de entrega, conforme valor e per#odo devigHncia fi!ados no contrato de fornecimento e que dever ser integralmente paga, seaou no utilizada durante o per#odo de faturamento, e!pressa em quiloIatts 8JK.

    Demanda de ultra%assagemG parcela da demanda medida que e!cede o valor da demanda

    contratada, e!pressa em quiloIatts 8JK.

    Demanda aturvelG valor da demanda de potHncia ativa, identificado de acordo com os

    critrios estabelecidos e considerada para fins de faturamento, com aplicao darespectiva tarifa, e!pressa em quiloIatts 8JK.

    Demanda medidaG maior demanda de potHncia ativa, verificada por medio,

    integralizada no intervalo de )& 8quinze minutos durante o per#odo de faturamento,e!pressa em quiloIatts 8JK.

    .nergia el/trica ativaG energia eltrica que pode ser convertida em outra forma deenergia, e!pressa em quiloIatts

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    aria monmiaG tarifa de fornecimento de energia eltrica constitu#da por preos

    aplicveis unicamente ao consumo de energia eltrica ativa.

    aria $inmiaG conunto de tarifas de fornecimento constitu#do por preos aplicveis

    ao consumo de energia eltrica ativa e demanda faturvel. aria de ultra%assagemG tarifa aplicvel sobre a diferena positiva entre a demanda

    medida e a contratada, quando e!ceder os limites estabelecidos.

    4osto taririoG per#odo de tempo em

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    grupo nos termos definidos pela resoluo nT/)/ da AEE5, caracterizado pela estruturaotarifria mon6mia e subdividido nos seguintes subgruposG

    a :ubgrupo F) residencialU

    b :ubgrupo F) residencial bai!a rendaU

    c :ubgrupo F+ ruralU

    d :ubgrupo F+ cooperativa de eletrificao ruralU

    e :ubgrupo F+ servio p;blico de irrigaoU

    f :ubgrupo F- demais classesU

    g :ubgrupo F/ iluminao p;blica.

    "s consumidores do grupo RASG so compostos por unidades consumidoras comfornecimento em tenso igual ou superior a +,- JD, ou, ainda, atendidas em tenso inferior a+,- JD a partir de sistema subterrVneo de distribuio e faturadas neste Wrupo nos termosdefinidos no art. +, caracterizado pela estruturao tarifria bin6mia e subdividido nosseguintes subgruposG

    a :ubgrupo A) tenso de fornecimento igual ou superior a +-0 JDU

    b :ubgrupo A+ tenso de fornecimento de JD a )- JDU

    c :ubgrupo A- tenso de fornecimento de '9 JDU

    d :ubgrupo A-a tenso de fornecimento de -0 JD a // JDU

    e :ubgrupo A/ tenso de fornecimento de +,- JD a +& JDU

    f :ubgrupo A: tenso de fornecimento inferior a +,- JD, atendidas a partir de sistemasubterrVneo de distribuio e faturadas neste Wrupo em carter opcional.

    '(/ 0odalidade, Tarif1ria, e Tarifao

    Bodalidade tarifriaG conunto de tarifas aplicveis s componentes de consumo deenergia eltrica e demanda de potHncia ativas, considerando as seguintes modalidadesG

    Bodalidade tariria convencional monmia: aplicada s unidades consumidoras do

    grupo F, caracterizada por tarifas de consumo de energia eltrica, independentemente das

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    caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia eltrica, de acordo com as

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    A parcela de ultrapassagem cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassaem mais de )0* a 7emanda 4ontratada. X calculada multiplicandose a Carifa de>ltrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a 7emanda 4ontratadaG

    98 ContratadaDemandaBedidaDemanda;gemGltra%assade2ari-a4 emulta%assag =

    a tarifao 4onvencional, a Carifa de >ltrapassagem corresponde a trHs vezes aCarifa de 7emanda.

    1ortanto o valor da fatura ser obtido pela somat3ria das parcelasG

    gemultra%assademandaconsumo 4440atura ++=

    '(/(' A Tarifao 4or1ria 5ranca

    Enquadramse nesta tarifao s unidades consumidoras do grupo F, e!ceto para osubgrupo F/ e para as subclasses Fai!a =enda do subgrupo F), sendo caracterizada portarifas diferenciadas de consumo de energia eltrica de acordo com as

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    legislao permite que seam contratados dois valores diferentes de demanda, um para oper#odo seco e outro para o per#odo ;mido.

    A conta de energia eltrica desses consumidores composta da soma de parcelasreferentes ao consumo 8na ponta e fora dela, demanda e ultrapassagem.

    A parcela de consumo calculada atravs da e!presso abai!o, observandose, nastarifas, o per#odo do anoG

    98

    98

    4ontanaBedidoConsumo;4ontanaConsumode2ari-a

    4ontade-oraBedidoConsumo;4ontade-oraconsumode2ari-a4consumo +=

    8o %er5odo seco 'maio E novem$ro* as tarias de consumo na %onta e ora de %onta

    so mais caras &ue no %er5odo Fmido"

    A parcela de demanda calculada multiplicandose a Carifa de 7emanda pela7emanda 4ontratada ou pela demanda medida 8a maior delas, caso esta no ultrapasse emmais de )0* a 7emanda 4ontratadaG

    ContratadaDemanda;Demandade2ari-a4demanda =

    7 taria de demanda / Fnica, inde%endente da ora do dia ou %er5odo do ano"

    A parcela de ultrapassagem cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa

    em mais de )0* a 7emanda 4ontratada. X calculada multiplicandose a Carifa de>ltrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a 7emanda 4ontratadaG

    98 ContratadaDemandaBedidaDemanda;gemGltra%assade2ari-a4 emulta%assag =

    1ortanto o valor da fatura ser obtido pela somat3ria das parcelasG

    gemultra%assademandaconsumo 4440atura ++=

    '(/(/ 2 A Tarifao 4oro2,a6onal A6ul

    " enquadramento dos consumidores do Wrupo A na tarifao

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    87emanda 4ontratada fora de 1onta. Embora no sea e!pl#cita, a legislao permite queseam contratados valores diferentes para o per#odo seco e para o per#odo ;mido.

    A conta de energia eltrica desses consumidores composta da soma de parcelasreferentes ao consumo, demanda e ultrapassagem. Em todas as parcelas observase adiferenciao entre

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    gemultra%assademandaconsumo 4440atura ++=

    '(/(8 2 Tarifa ,ocial de 5ai9a rendaA Carifa :ocial de Energia Eltrica um benef#cio criado pelo Woverno Qederal que

    concede descontos na tarifa de energia eltrica s fam#lias de bai!a renda.

    1odem ser beneficiarias da Carifa :ocial de Energia Eltrica as unidadesconsumidoras da classe residencial ou da subclasse ruralresidencial da classe rural, desdeque seam utilizadas porG

    ). fam#lia inscrita no 4adastro Ynico para 1rogramas :ociais do Woverno Qederal L4adastro Ynico, com renda familiar mensal %er ca%ita menor ou igual a meio salrio

    m#nimo nacionalU ou

    +. quem receba o Fenef#cio de 1restao 4ontinuada da AssistHncia :ocial L F14, nostermos dos arts. +0 e +) da 5ei no .$/+, de $ de dezembro de )99-U ou

    -. fam#lia inscrita no 4adastro Ynico com renda mensal de at - 8trHs salrios m#nimos, queten

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    As tarifas de energia so

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    Ta5ela '() Contri5uio de ilu*inao p5licaB lei *unicipal co*ple*entar n )DB de .D de ,ete*5rode 'DD8( onte :,ite da prefeitura de Pal*a, TO=(

    '(8( Co*po,io do 7alor da Tarifa de Energia Eltrica

    X obrigao da concessionria levar a energia eltrica aos seus consumidores. 1aracumprir esse compromisso, a empresa tem custos que devem ser cobertos pela tarifa deenergia. 7e modo geral, a conta de luz inclui o ressarcimento de trHs custos distintosG

    A partir da 5ei n )0./(+00/, o valor da gerao da energia comprada pelasdistribuidoras para revender aos seus consumidores passou a ser determinado em leil2es

    p;blicos. Antes dessa lei, as distribuidoras podiam comprar livremente a energia a serrevendida, com limite de preo fi!ado pela AEE5. " obetivo dos leil2es garantir, almda transparHncia no custo da compra de energia, a competio e mel

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    AEE5 atua para que as tarifas desse segmento seam compostas apenas pelos custos queefetivamente se relacionam com os servios prestados, de forma a tornlas ustas.

    Adicionalmente a esses custos e!istem os encargos e os tributos, que no so criadospela AEE5, mas por leis. Alguns deles incidem somente sobre o custo de distribuio,enquanto outros esto embutidos nos custos de gerao e transmisso.

    Ouando a conta de luz c

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    '(8(' Tri5uto,

    _ Tributos Federais: 4rogramas de Hntegra

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    igura '() 2 Guanto ,e paga por co*ponente e* u*a conta de lu6 de RH )DDBDD :CELTI$? 'DDJ=

    '(8(. E9e*plo do u* e9e*plo pr1tico da incidKncia do, tri5uto, na conta de lu6 deu* con,u*idor re,idencial de Pal*a,TO

    ^ Dalores dos tributosG

    ). Al#quota mdia do 1%: aplicadoG ),-$0)*

    +. Ouantidade de JK< consumidoG ))/ _K