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UFPA SISTEMA DE TARIFAÇÃO PRÉ-PAGA DE ENERGIA ELÉTRICA: AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL E DA APLICAÇÃO NO BRASIL AGNALDO MARTINS PANTOJA 2014 ___________________________________________________________________________ UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ TUCURUÍ PARÁ

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UFPA

SISTEMA DE TARIFAÇÃO PRÉ-PAGA DE ENERGIA ELÉTRICA:

AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL E DA APLICAÇÃO NO

BRASIL

AGNALDO MARTINS PANTOJA

2014

___________________________________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ

TUCURUÍ – PARÁ

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AGNALDO MARTINS PANTOJA

SISTEMA DE TARIFAÇÃO PRÉ-PAGA DE ENERGIA ELÉTRICA:

AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL E DA APLICAÇÃO NO

BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso de

Engenharia Elétrica, Faculdade de

Engenharia Elétrica, Universidade Federal

do Pará. Campus Tucuruí

Orientador: MSc. Eng. Bernard Carvalho

Bernardes

Co-orientador: Prof. Dr. Ivaldo Ohana

TUCURUÍ – PARA

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me guiado durante toda

essa fase da minha vida, a minha mãe Maria Alice Martins Pantoja e ao meu Pai

Agnaldo dos Reis Pantoja por seus incentivos, conselhos e Apoio. Dedico também a

minha segunda mãe, Janete de Sena Farias, por sua confiança e todo seu apoio

durante toda a minha jornada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço as minhas Irmãs, Izabel Martins Pantoja, Elizabel Martins Pantoja e

Patrícia Martins Pantoja e a minha namorada Patrícia Viana Prestes, pelo total apoio

e ajuda sempre que precisei, sem vocês nada disso seria possível. E também

agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a realização de mais um

sonho em minha vida, obrigado.

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RESUMO

Esse trabalho apresenta uma análise do sistema de tarifação pré-paga de

energia elétrica em projetos pilotos no Brasil e em aplicações em outros países,

enfocando suas principais vantagens e desvantagens tanto para o consumidor

quanto para a concessionária de energia elétrica.

Faz também uma comparação do sistema convencional (pós-pago) e do

sistema pré-pago. Fala sobre a regulamentação da modalidade no Brasil, suas

críticas junto aos órgãos de defesa do consumidor, suas limitações e entraves.

Palavra chave: pré-pagamento de energia elétrica, tarifação.

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ABSTRACT

This paper presents an analysis of the electricity prepaid charging system in

pilot projects in Brazil and applications in other countries, focusing on their main

advantages and disadvantages both for the consumer and for the dealership of

electricity.

It also makes a comparison of the conventional system (postpaid) and the pre-

paid system. Talks about the rules of the sport in Brazil, its reviews together with

consumer protection agencies, their limitations and obstacles.

Keyword: prepayment of electricity, tariff.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2. 1 - Exemplo do sistema de pré-pagamento ........................................ 5

Figura 2. 2 - Medidor key meter. ........................................................................ 9

Figura 2. 3 - Medidor card meter ..................................................................... 10

Figura 2. 4 - Medidor com teclado numérico keypad mater. ............................ 11

Figura 2. 5 - Esquemático de tarifação do sistema convencional de energia

elétrica .............................................................................................................. 13

Figura 2. 6 - Esquemático da tarifação do sistema pré-pago de energia elétrica

. ........................................................................................................................ 14

Figura 3. 1 - Localização da África do sul ........................................................ 19

Figura 3. 2 - Localização da Cidade do Cabo.................................................. 21

Figura 3. 3 - Localização da Grã Bretanha. ..................................................... 23

Figura 3. 4 - Cidade de Leicester. ................................................................... 24

Figura 3. 5 - Localização da França. ............................................................... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2. 1 - Comparação sobre exploração de serviço do sistema pós e pré-pago.

.................................................................................................................................. 15

Tabela 2. 2 - Comparação sobre cobranças e vendas do sistema pós e pré-pago. . 15

Tabela 2. 3 - Comparação sobre qualidade de serviço ao cliente do sistema pós e

pré-pago. ................................................................................................................... 16

Tabela 2. 4 - Comparação sobre investimento e manutenção do sistema pós e pré-

pago. ......................................................................................................................... 16

Tabela 3. 1 - Total de Medidores de pré-pagamento espalhados no mundo. ........... 28

Tabela 4. 1 - Lista de Localidades atendidas pelo sistema pré-pago em Maués,

AM.[15] ...................................................................................................................... 31

Tabela 4. 2 - Lista de Localidades atendidas pelo sistema pré-pago no Pará.[16] ... 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A - Ampére

AMPLA – Ampla Energia e Serviços S.A.

ADESA - AMAZONAS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

CDC – Código de Defesa do Consumidor

CELPA - Centrais Elétricas do Pará S.A.

COPEL - Companhia Paranaense de Energia

EUA - Estados Unidos da América

EDF - Électricité de France

Eskom - Comissão de Abastecimento de Energia Elétrica

GEDAE - Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas

Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

LIGTH - Light Serviços de Eletricidade S.A

Proteste - Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor

PPM – Contadores de Eletricidade Pré-paga

UFPA - Universidade Federal do Pará

KWh - Quilowatt hora

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1. OBJETIVO ................................................................................................................... 2

1.2. JUSTIFICATIVAS ...................................................................................................... 2

2. SISTEMA DE TARIFAÇÃO PRÉ-PAGA DE ENERGIA ELÉTRICA. ........................ 3

2.1. CONCEITO .................................................................................................................. 3

2.2. AS VANTAGENS PARA A CONCESSIONÁRIA ................................................. 6

2.3. AS VANTAGENS PARA O CONSUMIDOR .......................................................... 6

2.4. O MEDIDOR ................................................................................................................ 7

2.5. TIPOS DE MEDIDORES ........................................................................................... 8

2.5.1. Key Meter: .......................................................................................................... 8

2.5.2. Card Meter: ......................................................................................................... 9

2.5.3. Keypad Meter: ................................................................................................. 10

2.6. DIFERENÇAS ENTRE A TARIFAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL E O PRÉ-

PAGO DE ENERGIA ELÉTRICA ...................................................................................... 11

2.6.1. SISTEMA CONVENCIONAL .......................................................................... 12

2.6.2. SISTEMA PRÉ-PAGO ..................................................................................... 13

2.7. ANÁLISES COMPARATIVAS DO PÓS-PAGO E PRÉ-PAGO ....................... 15

2.7.1. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS .................................................................... 15

2.7.2. COBRANÇAS E VENDAS ............................................................................. 15

2.7.3. QUALIDADE DE SERVIÇO AO CLIENTE .................................................. 16

2.7.4. INVESTIMENTO E MANUTENÇÃO ............................................................. 16

2.8. REGULAMENTAÇÃO ............................................................................................. 17

2.9. ENTRAVES NA REGULAMENTAÇÃO ............................................................... 18

3. AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL. ............................................... 19

3.1. AFRICA DO SUL...................................................................................................... 19

3.1.1.CONTADORES DE ELETRICIDADE PRÉ-PAGA (PPM) NA ÁFRICA DO SUL

.........................................................................................................................................20

3.2. UK (INGLATERRA, ESCÓCIA). ............................................................................ 23

3.3. FRANÇA .................................................................................................................... 25

3.4. IRLANDA DO NORTE ............................................................................................. 26

3.5. AMERICA DO SUL .................................................................................................. 27

3.6. PERCEPÇÃO DA UTILIZAÇÃO NO MUNDO .................................................... 28

4. AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO NO BRASIL. ............................................................. 29

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4.1. EXEMPLO DE PRÉ-PAGAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL ..................... 29

4.1.1. AMAZONAS ...................................................................................................... 29

4.1.2. PARÁ ................................................................................................................. 33

4.1.3. PARANÁ ............................................................................................................ 35

4.1.4. RIO DE JANEIRO ............................................................................................ 36

5. CONCLUSÃO DAS AVALIAÇÕES E PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS.

39

5.1. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 39

5.2. PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................. 40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 41

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1. INTRODUÇÃO

O sistema de tarifação pré-paga de energia elétrica já é uma realidade

brasileira, projetos pilotos já foram aplicados em diversas localidades espalhadas

pelo país, sua regulamentação já foi aprovada pela ANEEL (Agencia Nacional de

Energia Elétrica), por isso sua aplicação em todo o território brasileiro se torna

apenas uma questão de tempo.

Seu grande entrave, para o sucesso brasileiro, ainda depende de algumas

pequenas falhas em sua regulamentação, que segundo órgãos de defesa do

consumidor, deixa o usuário final vulnerável a uma desconexão mais fácil, ferindo

assim a legislação por se tratar de um serviço essencial à população (Lei nº

7.783/1986) e, por isso, deve ser prestado com qualidade, eficiência e continuidade.

No entanto, se esse sistema no Brasil seguir exemplos de países que

possuem sucesso na questão de tarifação pré-paga de energia elétrica, vamos

poder, assim, desfrutar desse então novo sistema de tarifação no Brasil que traz

muitas vantagens tanto para as concessionárias de energia elétrica quanto para o

consumidor.

Algumas dessas vantagens são: a redução dos custos operacionais por parte

da distribuidora, pois o sistema evita despesas com execução das atividades

comerciais; a diminuição da inadimplência dos consumidores com a compra

antecipada da energia; o aumento da satisfação do consumidor com a redução das

intervenções da distribuidora; a melhoria do gerenciamento do consumo de energia

com o controle dos gastos efetuados pelo consumidor já no momento da compra; a

maior transparência em relação aos gastos diários por meio de informações via

medidor; a flexibilidade na aquisição e no pagamento da energia; a eliminação da

cobrança de taxas de corte e religação; a economia no consumo de energia por

meio da mudança dos hábitos do consumidor; e o fim de inconvenientes gerados por

erros de leitura, faturamentos por estimativa, cortes indevidos e problemas de

religação fora do prazo.

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1.1. OBJETIVO

O objetivo geral deste trabalho é o estudo do sistema pré-pago de energia

elétrica abordando principalmente o funcionamento em países que já possuem esse

sistema e suas aplicações no território nacional.

O objetivo específico é saber se o sistema de tarifação de energia elétrica pré-

paga é realmente bom para o Brasil.

1.2. JUSTIFICATIVAS

A importância desse trabalho se reflete em mostrar que o sistema de tarifação

pré-paga de energia elétrica trará muitas vantagens em sua aplicação, reduzindo

perdas comerciais, conscientização de consumo, entre outras vantagens.

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2. SISTEMA DE TARIFAÇÃO PRÉ-PAGA DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1. CONCEITO

O conceito de tarifação pré-paga de energia elétrica é o mesmo usado hoje

em dia no sistema de telefonia móvel no Brasil, onde os consumidores compram

créditos telefônicos em pontos de vendas e o usam até acabar. Portanto, vendo

dessa mesma forma, já podemos ter uma clara ideia de como é o sistema de

tarifação pré-paga de energia elétrica.

No que diz respeito a esse então novo sistema de tarifação, a Aneel (Agência

Nacional de Energia Elétrica) estabelece alguns critérios básicos em sua

regulamentação.

Primeiramente, a mudança deve ser gratuita para o cliente. A concessionária

fica responsável pela instalação do novo medidor, que tem a função de mostrar a

evolução dos gastos e o crédito remanescente.

O sistema funcionará da seguinte forma: o consumidor recebe um crédito

inicial de 20 kWh, a ser quitado na compra subsequente. Posteriormente, poderá

comprar novos créditos quando quiser e quantas vezes desejar, sendo 5 kWh o

montante mínimo de compra. A venda dependerá da estratégia que a distribuidora

adotar, o que pode ocorrer por meio de agentes credenciados pela distribuidora ou,

inclusive, pela internet. [1]

A tarifa do pré-pagamento será igual à do pós-pago. No entanto, a

distribuidora poderá conceder descontos por sua conta e risco para incentivar os

consumidores a aderirem ao novo sistema de tarifação.

Em relação à quantidade de recarga solicitada pelo consumidor, a ANEEL

argumenta que não haverá limites. E também os créditos comprados não terão

prazo de validade. Além disso, quando houver o esgotamento dos créditos, o

consumidor poderá solicitar à distribuidora um crédito de emergência de 20 kWh,

que deverá ser disponibilizado em qualquer dia da semana e horário, sendo pago

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pelo consumidor na primeira compra subsequente. Pela média do consumo dos

brasileiros, a energia deve ser suficiente para três dias de uso.[1]

O retorno ao modelo convencional poderá ser solicitado a qualquer tempo e o

pedido deve ser atendido em no máximo 30 dias.

O medidor escolhido para fazer a leitura terá que disparar um alarme visual e

sonoro quando a energia tiver prestes a terminar, alertando assim o consumidor

para que recarregue e não sofra uma desconexão da rede.

De acordo com a regulamentação proposta, caberá a cada distribuidora

definir seu interesse na modalidade de pré-pagamento. E aquelas que a adotarem

terão três anos para oferecer essa opção a todos os consumidores de baixa tensão

em suas áreas de concessão, com exceção da iluminação pública. Entre os atrativos

para as concessionárias estão à perspectiva de reduzir os custos de atividades

comerciais, os níveis de inadimplência e de perdas comerciais, as reclamações por

suspensão e por faturamento incorreto.

O novo modelo de tarifação traz consigo muitas vantagens tanto para a

concessionária quanto para o consumidor, a figura 2.1 simplifica como o sistema

deve funcionar.[1]

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Figura 2. 1 - Exemplo do sistema de pré-pagamento

Fonte: REDENERGIA[2]

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2.2. AS VANTAGENS PARA A CONCESSIONÁRIA

Em relação às distribuidoras, espera-se a redução dos custos operacionais, a

diminuição da inadimplência e a melhoria do relacionamento entre a empresa e seus

consumidores, ao se evitar erros de leitura, faturamentos por estimativa, cortes

indevidos e principalmente problemas de religação fora do prazo.

A participação das concessionárias é opcional, e as que aderirem terão até

três anos para implantar o sistema em toda sua área de atuação.

2.3. AS VANTAGENS PARA O CONSUMIDOR

Dentre os principais benefícios do novo sistema para os consumidores estão

a melhoria do gerenciamento do consumo de energia; maior transparência em

relação aos gastos diários por meio de informações em tempo real; flexibilidade na

aquisição e no pagamento da energia; eliminação da cobrança de multas, e taxas de

religação.

Outro fator de vantagem para o consumidor seria que, além das recargas que

poderão ser feitas em pontos de venda cadastrados, também poderão fazê-las pela

internet ou até mesmo por telefone, evitando assim trabalho de sair de casa, mas

isso depende do medidor adotado pela concessionária.

Uma crítica já levantada por órgãos de defesa do consumidor é que os

consumidores de baixa renda correriam mais risco de ter o fornecimento

interrompido. A Aneel argumenta que a suspensão ocorre nos dois regimes, tanto no

pós quanto no pré-pagamento.

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Para esse sistema de acordo com a empresa REDENERGIA:

“O sistema de cobrança pré-pago já funciona em países como

Reino Unido, Argentina, África do Sul e Colômbia. No Brasil, há

projetos pilotos em São Paulo, no Rio e em regiões do

Amazonas. A regulamentação deve ampliar o sistema para todo

o país. A Aneel diz que, nesses locais, o consumidor passou a

usar melhor a energia. “Quando os créditos estão acabando,

elas passam a tomar banho mais morno e mais rápido e a

assistir menos TV. Ter a exata noção do gasto só é possível no

sistema pré-pago”, disse o superintendente de Regulação da

Comercialização da Eletricidade da Aneel, Marcos Bragatto.”. [2]

2.4. O MEDIDOR

O medidor eletrônico permitirá a visualização da quantidade de créditos

disponíveis, em kWh, e possuirá alarme visual e sonoro para alertar a proximidade

do esgotamento dos créditos. O alarme também será acionado 15 dias antes da

data prevista para a suspensão do fornecimento.

Por telefone ou pelo próprio medidor dependendo qual o tipo de medidor a

concessionária utilizará, o consumidor poderá solicitar à distribuidora um crédito

emergencial para não ficar sem energia – o valor equivalente será descontado da

recarga de créditos seguinte, sendo proibido o acúmulo de créditos não quitados.

Uma das facilidades do pré-pagamento é o contato remoto do medidor com a

central de controle da distribuidora: problemas de qualidade ou de interrupção no

fornecimento de energia serão comunicados automaticamente à concessionária,

possibilitando medidas corretivas mais rápidas que beneficiará e muito o consumidor

final.

Outro ponto positivo da transmissão de dados à distância é o fim da leitura

presencial do medidor, o que significa mais praticidade e segurança para o

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consumidor. O medidor eletrônico permitirá, ainda, um uso mais eficiente e

econômico da energia – o consumidor poderá, por exemplo, beneficiar-se de

descontos e tarifas mais baratas em horários de menor demanda. [3]

2.5. TIPOS DE MEDIDORES

A unidade consumidora é o local onde o usuário do sistema pré-pago

colocará os créditos de energia, ela será instalada no interior de sua residência e os

tipos de terminais mais utilizados são:

Key Meter:

Card Meter:

Keypad Meter:

2.5.1. Key Meter:

Esse medidor funciona da seguinte forma: Ele possui uma chave parecida

com um pen drive, nessa chave serão colocados os créditos de energia comprados

nos pontos de venda fornecido pela concessionária, logo depois o usuário terá que ir

até o terminal de sua residência para inserir os créditos adquiridos e poder usá-los.

Caso o usuário perca essa chave, deverá imediatamente comunicar a

concessionária, para providenciar uma nova chave, porém o consumidor terá de

ficar esse tempo sem poder fazer recarga em seu terminal até que se resolva o

problema, e isso dá ao key meter um ponto negativo.

.

A Figura 2.2 mostra a fotografia de um medidor key meter.

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Figura 2. 2 - Medidor key meter.

Fonte: BARBIERI, Roberto. As soluções para pré-pagamento de energia

elétrica[4]

2.5.2. Card Meter:

Outro medidor bastante utilizado é o Card Meter, esse medidor funciona da

seguinte forma: Ele não possui uma chave como o key Meter, mas possui um tipo de

cartão e nesse cartão serão colocados os créditos de energia comprados nos pontos

de venda fornecido pela concessionária, logo depois o usuário terá que ir até o

terminal de sua residência para inserir os créditos adquiridos e poder usá-los.

De novo, caso o usuário perca esse cartão, deverá imediatamente comunicar

a concessionária, para providenciar um novo cartão, porém o consumidor terá de

ficar esse tempo sem poder fazer recarga em seu terminal até que se resolva o

problema, e isso dá ao card meter um ponto negativo.

A Figura 2.3 mostra a fotografia de um medidor card meter.

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Figura 2. 3 - Medidor card meter

Fonte: BARBIERI, Roberto. As soluções para pré-pagamento de energia

elétrica[4]

2.5.3. Keypad Meter:

Com esse sistema o consumidor tem a vantagem de poder fazer recarga pela

internet ou celular, para colocar crédito de energia é necessário digitar um código de

16 ou 20 dígitos. Os créditos ainda podem ser comprados em pontos de venda

credenciados.

Por tal flexibilidade, os medidores de teclado numérico como o keypad meter

se tornaram os medidores mais vendidos em todo o mundo [4].

Um desse tipo de medidor denominado de Cashpower Topácio já foi utilizado

no Brasil, especificamente no Paraná.

A Figura 2.4 mostra a fotografia de um medidor com teclado numérico.

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Figura 2. 4 - Medidor com teclado numérico keypad mater.

Fonte: BARBIERI, Roberto. As soluções para pré-pagamento de energia elétrica

[4]

2.6. DIFERENÇAS ENTRE A TARIFAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL E

O PRÉ-PAGO DE ENERGIA ELÉTRICA

Nesta seção descreve-se a diferença entre a tarifação do sistema

convencional (pós-pago) e o pré-pago de energia elétrica.

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2.6.1. SISTEMA CONVENCIONAL

No sistema convencional, a tarifação começa da seguinte forma: Primeiro a

concessionaria libera o fornecimento de energia para o consumidor, passado os um

mês, um leiturista se dirigi até a residência do consumidor para fazer a leitura em

sua respectiva unidade consumidora, após feita a leitura a conta é emitida e se o

usuário efetuar o pagamento o processo se repete no mês seguinte.

No caso de um consumidor inadimplente, após a emissão da conta, não

havendo o pagamento, então a concessionária tem a obrigação de reemitir a conta.

Se após a remissão da conta o consumidor efetuar o pagamento, o fornecimento de

energia continua normalmente sem nenhum problema. A energia somente é cortada

através de um processo legal autorizando a concessionária a desconectar o

consumidor.

Vendo desta forma, o sistema convencional é muito mais complexo em

relação à tarifação. Exige muito mais esforço para a tarifação e também para uma

possível desconexão, caso o usuário fique inadimplente, e exige do também muito

mais esforço do consumidor caso o fornecimento seja cortado e o consumidor queira

religá-lo.

Um esquemático representado na figura 2.5 tenta descrever da forma mais

simples possível como o sistema pós-pago funciona em relação a sua tarifação.

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Figura 2. 5 - Esquemático de tarifação do sistema convencional de energia elétrica

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

2.6.2. SISTEMA PRÉ-PAGO

No sistema pré-pago é fácil perceber a simplicidade em sua forma de

tarifação, primeiro há a criação da conta, depois o pagamento dos créditos de

energia e então a concessionária faz a coleta dos pagamentos nos seus pontos de

venda credenciados.

A energia é fornecida e caso o consumidor não compre mais créditos de

energia terá uma desconexão automática. Para efetuar o processo de religação de

sua energia, o consumir só precisa comprar novos créditos de energia e inserí-los

em sua unidade consumidora.

Porém, essa desconexão é o grande entrave desse sistema. O esquemático

representado na figura 2.6 descreve como o sistema pré-pago funciona em relação a

sua tarifação.

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Figura 2. 6 - Esquemático da tarifação do sistema pré-pago de energia elétrica.

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

Através desse comparativo, pode-se perceber a simplicidade da forma de

tarifação do sistema pré-pago e a grande vantagem da concessionária em redução

de custos. Leituristas e emissões de contas são totalmente desnecessárias nesse

sistema. Há também a redução de custos com cortes de energia. Atualmente, a

principal desvantagem do sistema pré-pago de tarifação é o alto custo de seus

equipamentos em relação ao do sistema de medição e tarifação convencional.

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2.7. ANÁLISES COMPARATIVAS DO PÓS-PAGO E PRÉ-PAGO

2.7.1. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS

Tabela 2. 1 - Comparação sobre exploração de serviço do sistema pós e pré-pago.

PÓS-PAGO (CONVENCIONAL) PRÉ-PAGO

Necessidades de leituras e distribuição de

faturas.

Eliminação de leituras e distribuição de

faturas.

Necessidade de faturação Eliminação do processo de faturação.

Necessidade de executar cortes e religações. Eliminação de cortes por falta de

pagamento.

Necessidade de inspeções contra fraudes. Necessidade de inspeções contra fraudes.

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

2.7.2. COBRANÇAS E VENDAS

Tabela 2. 2 - Comparação sobre cobranças e vendas do sistema pós e pré-pago.

PÓS-PAGO (CONVENCIONAL) PRÉ-PAGO

Aplicação da multa, para pagamentos fora

de prazos.

Eliminação de multas, por atraso de

pagamento.

Entre o consumo e o prazo da fatura há um

período de crédito ao cliente.

Eliminação do período de crédito ao cliente.

Porém existe o crédito emergencial.

Dificuldades para garantir um bom índice de

cobrança.

Melhoramento do índice de cobrança.

Elevadas perdas administrativas. Redução de perdas administrativas.

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

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2.7.3. QUALIDADE DE SERVIÇO AO CLIENTE

Tabela 2. 3 - Comparação sobre qualidade de serviço ao cliente do sistema pós e pré-pago.

PÓS-PAGO ( CONVENCIONAL ) PRÉ-PAGO

Não é eficaz para persuadir o uso racional de

energia.

Estimula o uso racional.

A fatura chega ao cliente depois do consumo. Facilidade para o cliente gerir a despesa com

energia.

A concessionária é que calcula a fatura e

define a data limite de pagamento.

O cliente é que define o valor e a frequência

das compras.

Ausência de transparência na faturação na

visão do cliente, provocando reclamações.

Maior transparência e redução significativa das

reclamações.

O cliente questiona sobre a qualidade do

serviço.

Melhoria da qualidade de serviços e

relacionamento empresa – cliente.

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

2.7.4. INVESTIMENTO E MANUTENÇÃO

Tabela 2. 4 - Comparação sobre investimento e manutenção do sistema pós e pré-pago.

PÓS-PAGO (CONVENCIONAL) PRÉ-PAGO

Baixo investimento inicial com sistema de

gestão, vendas e contadores.

Elevado investimento inicial com o sistema de

gestão, vendas e contadores.

Longa vida útil dos contadores. Curta vida útil dos contadores.

Menor frequência de reposição de

equipamentos e contadores.

Maior frequência de reposição de

equipamentos e contadores.

Incidência tarifária no cliente similar ao pré-

pago.

Incidência tarifária no cliente similar ao pós-

pago.

Baixo custo médio de manutenção (por

cliente).

Elevado custo médio de manutenção (por

cliente).

Fonte: BUQUE, Jose. O Serviço Pré-pago da EDM[5]

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2.8. REGULAMENTAÇÃO

A regulamentação da modalidade de pré-pagamento de energia elétrica no

Brasil foi aprovada no dia 1 de abril de 2014 pela diretoria da Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel), de acordo com a resolução normativa Nº 610. De acordo

com o texto aprovado, a adesão do consumidor ao modelo de pré-pagamento é

voluntária e sem ônus. Além disso, depende de uma decisão da distribuidora em

oferecer a modalidade em sua área de concessão.

A regulamentação da modalidade de pré-pagamento pela Agência por si só

não garante a sua aplicação plena, já que existem outros aspectos alheios à

competência da Aneel que devem ser solucionados. O primeiro deles refere-se à

aprovação do regulamento técnico metrológico para medidores de pré-pagamento e

a posterior certificação dos medidores pelo Instituto Nacional de Metrologia,

Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A empresa poderá definir qual a tecnologia do sistema do medidor eletrônico

de faturamento que será usado, “observados os critérios estabelecidos na

regulamentação metrológica”. Eles também terão que ser certificados pelo Inmetro.

Sobre prazos, a própria Aneel explica que só entrará em prática depois que o

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) certificar os

medidores necessários para a implantação do novo recurso. É preciso também que

os estados definam como será a tributação sobre a energia pré-paga. A previsão da

Aneel é de que até o fim do ano o pré-pagamento de energia possa ser oferecido

aos consumidores.

A resolução normativa Nº 610 de 1 de abril de 2014 que regulamenta a as

modalidades de pré-pagamento e pós-pagamento eletrônico de energia elétrica está

disponível no site da ANEEL e na referencia bibliográfica deste trabalho. [6]

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2.9. ENTRAVES NA REGULAMENTAÇÃO

De acordo com órgãos de defesa do consumidor, a regulamentação aprovada

pela ANEEL referente ao uso de energia elétrica pré-paga, possui graves entraves

que levam riscos ao consumidor.

A Proteste Associação de Consumidores considera que o pré-pago só é bom

para as empresas. Há três anos integrando a Frente de Energia Elétrica contra essa

modalidade de cobrança, a entidade avalia que o sistema pré-pago coloca o

consumidor em situação de vulnerabilidade por permitir a desconexão automática

sem aviso prévio.

Em 2011, a Frente de Trabalho de Energia Elétrica - com Procon-SP, Instituto

Brasileiro de Defesa do Consumidor e Federação Nacional dos Engenheiros - pediu

debate sobre a questão às comissões de Minas e Energia e de Defesa do

Consumidor da Câmara dos Deputados. Para as entidades, é fundamental definir

estratégias de atuação para prevenir e reduzir os danos sofridos pelos

consumidores.

Para o grupo, o sistema pré-pago fere a Constituição, a Lei de Concessão de

Serviços Públicos e o Código de Defesa do Consumidor (CDC), já que este

considera o sistema de energia elétrica um serviço essencial à população (Lei nº

7.783/1989) [7] e, por isso, deve ser prestado com qualidade, eficiência e

continuidade.

A Frente avalia que o sistema pré-pago cria benefícios para as

concessionárias, ao reduzir custos, por não haver necessidade de medição, emissão

de fatura e, por não haver mais risco de inadimplência. Mas não gera obrigação de

contrapartida, como a redução tarifária. [8]

O grande entrave no modelo pré-pago brasileiro é o fato de que o consumidor

ficaria vulnerável a uma desconexão mais rápido e para isso uma possível solução

seria programar horários de “não desconexão” como há em alguns países por se

tratar de ser horários de extrema necessidade de iluminação e esses horários são

exclusivamente à noite.

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3. AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

O pré-pagamento de energia é utilizado em países como África do Sul,

Argentina, Austrália, Inglaterra, Escócia, Colômbia, EUA, França, Moçambique, Peru

e Reino Unido.

Serão abordadas as experiências em apenas alguns desses países, como a

África do Sul por exemplo.

3.1. ÁFRICA DO SUL

Particularmente na África do

Sul, representada na figura 3.1, o povo

boicotou o pagamento de serviços

públicos como instrumento de luta

contra o sistema político da

“apartheid”.

No entanto, o sistema de pré-

pagamento de energia elétrica tem

basicamente a ideia de eliminar a

inadimplência dos consumidores em

geral.

Figura 3. 1 - Localização da África do Sul

Por tal motivo, na África do Sul algumas empresas paraestatais como a

Eskom[9], distribuidora de energia elétrica, implantou um sistema de pré-pagamento

de energia, chamados na época de dispensadores de energia operando,

inicialmente, com “tokens” criptografados. Com o passar do tempo outros sistemas

foram implantados como “smart-cards” e “key-pads”. O problema da assim chamada

“cultura do não-pagamento” que se instalou na África do Sul é um dos grandes

problemas a serem superados pelo Programa de Reconstrução e Desenvolvimento.

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Os medidores com pré-pagamento ofereceram por sua vez, uma alternativa

viável a esse complicado aspecto social, pois o assim chamado “dispensador de

energia” provê, além da garantia do pagamento da energia consumida, um meio

indireto de controle de orçamento.[10]

3.1.1. CONTADORES DE ELETRICIDADE PRÉ-PAGA (PPM) NA ÁFRICA DO

SUL

O conceito de energia elétrica para todos na África do Sul foi articulado pela

primeira vez pela empresa de energia Eskom em 1988, quando o utilitário tinha apenas

entre 60.000 e 80.000 clientes. O Pré-pagamento foi considerado como uma solução

porque iria simplificar o faturamento e a necessidade de leituras de medidores em

muitas áreas onde não havia infraestrutura, e minimizar a inadimplência dos

consumidores.

A eletricidade pré-paga começou de fato por volta de 1994 e 1995, como parte

do Programa de Reconstrução e Desenvolvimento, que viu cerca de 300.000 PPMs

(contadores de eletricidade pré-paga) sendo instalado por ano, principalmente nas

áreas rurais, como o Cabo Oriental, KwaZulu-Natal e na Cidade do Cabo.

Dados de 2010 indicam que cerca de quatro milhões dos dez milhões de PPMs

na África do Sul naquela época eram geridos diretamente pela empresa Eskom. Outros

eram em grande parte controlada por serviços públicos municipais.

Na Cidade do Cabo, por exemplo, até 2010 existiam cerca de 486.000 PPMs

operacionais na área da cidade e assim fornecendo energia elétrica para um total

que corresponde cerca de 75% das ligações de fornecimento de energia dentro de

sua fronteira municipal.

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Em 1993, a cidade do Cabo

(Figura 3.2) adotou uma política que

todas as novas residências domésticas

com uma conexão de até 100A trifásico

de alimentação seria medido usando

uma PPM. A razão para este limite foi

que 100A trifásico foi a contadora de

eletricidade pré-paga (PPM) com maior

capacidade disponível no

mercado. Nesse tempo cada casa tinha

uma media de 60A monofásico.

Figura 3. 2 - Localização da Cidade do Cabo.

Naquela época, foram oferecidas mudanças gratuitas do sistema convencional

para o uso dos contadores pré-pagos de energia, com o objetivo de incentivar os

consumidores a mudar para o sistema de pré-pagamento. A oferta de mudança grátis

continuou até o ano 2000, altura em que cerca de 70% dos consumidores domésticos

havia passado a usar o sistema pré-pago.

Na África do Sul o sistema tem permanecido essencialmente o mesmo ao longo

dos últimos 20 anos, com algumas modificações e melhorias ao longo do caminho.

Uma destas modificações é a chamada "Medição dividida", que já foi

apresentado como o padrão para novas instalações. Depois de um estudo-piloto o

sistema de medição dividida foi implementado por volta de 2009.

Esse sistema consiste em dividir o PPM em duas partes - o disjuntor, ou

"cérebro" do medidor agora está localizado fora da casa - muitas vezes em cima de

um poste para desencorajar a adulteração do dispositivo, e a interface cliente-

máquina está localizado no interior da casa. Esta é a interface onde os clientes

deverão colocar seus códigos criptografados de 20 dígitos para usar a eletricidade

comprada e também monitorar o consumo.

Outra grande mudança no sistema tem sido a progressão para venda online de

crédito de energia, o que aumenta significativamente a pegada da venda automática e a

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melhoria da conveniência e da introdução de vários canais de pagamento, por exemplo,

a partir de caixas eletrônicos, celulares e da Internet, desde que se tenha o número do

medidor.

A venda online também aumenta o controle no ambiente de pré-pagamento,

centralizando o gerenciamento das tarifas, transações e os dados do cliente, e

principalmente reduzem as possibilidades de fraude.

Sem contar que em países assim como a África do Sul, que utilizam

eletricidade pré-paga com venda automática online, também apresenta maiores

oportunidades de negócio para novos empreendimentos. Um exemplo é a empresa

subsidiária do rótulo Azul Telecoms Cigicells, que cresceu no espaço de venda de

eletricidade pré-paga na África do Sul.

A Cigicell é uma das sete agentes nacionais de venda de eletricidade na

África do Sul, e fornece serviços em cerca de 40 dos 50 municípios com PPMs até

2010, gerando assim empregos para a população.

A Cigicell sozinha lida com entre 11 milhões e 12 milhões de transações pré-

pagas de eletricidade por mês, e estima que cerca de 800 milhões de dólares em

energia elétrica pré-paga é comprado na África do Sul a cada mês, isso em

2010.[11]

O ministro da Energia da África do Sul em 2010, Dipuo Peters, observa que a

África do Sul tem aumentado o acesso à eletricidade de menos de 30% em 1994 para

mais de 80% da população até 2010.[11]

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3.2. UK (INGLATERRA, ESCÓCIA).

Em 1998, o governo britânico

publicou um regulamento denominado

“A Fair Deal for Consumers” (DOBLE,

2000), normalizando a competição nos

mercados de gás e eletricidade e o

uso do sistema de pré-pagamento. Em

função do uso desse regulamento

verificou-se queda nas desconexões

dos usuários.

Existem na Grã-Bretanha

(Figura 3.3) cerca de 5,6 milhões de

medidores pré-pagos (fonte: “EA,

National Energy Agency”, 2004),

sendo 15% dos usuários de energia

elétrica (3,6milhões) e 10% dos

consumidores de gás (2,0milhões).

Como exemplo, apenas na London

Energy são 250.000 usuários.[9]

Figura 3. 3 - Localização da Grã Bretanha.

Nesses dois países a aceitação do sistema pré-pago foi muito boa, mas nem

tudo são flores no caminho. Os invernos de 1995 e 1996 foram marcados como

sendo o pior período desse sistema, pois foram registrados um número expressivo

de usuários idosos sem assistência de conhecidos ou parentes que ficaram sem

energia por falta de condições para que esses usuários pudessem sair para comprar

novos créditos. “Ocorrendo inclusive casos de morte em função da falta de

aquecimento”. [10]

Desde então se identificou a necessidade de implantação de um botão de

emergência para gerar um crédito extra sem a necessidade de introdução do cartão.

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As atuais desconexões estão

sendo em sua maioria de curta

duração e muitas por razão de

conveniência e/ou organização do

próprio usuário, como ausência

prolongada e não chegaram a

provocar uma dura privação entre os

mesmos. Em pesquisa de 1991, na

cidade de Leicester (ver localização na

figura 3.4), 88% dos usuários de pré-

pagamento acreditam que esse

sistema é bom, pois evita grandes

contas e permite o controle de gastos.

Figura 3. 4 - Cidade de Leicester.

Em outra pesquisa na cidade de Coventry, na mesma época, 87% dos

consumidores se mostraram bastante satisfeitos. Aparentemente, o comportamento

dos usuários é de economizar consumo para manter o fornecimento constante.

Todos esses fatores tornaram pontos positivos para que o sistema de pré-

pagamento fosse muito bem aceito.

Um dado verificado em Leicester é que uma parte das desconexões ocorridas

é devido ao fato que o consumidor não perceberam a falta de crédito e que 30% não

conseguiram locais abertos para a recarga do cartão do sistema. Mas foi verificado

que entre essas desconexões algumas ocorreram por falta de condições de

pagamento. Ainda assim existe uma satisfação geral com o sistema de pré-

pagamento, principalmente entre pessoas de menor rendimento.[10]

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3.3. FRANÇA

A França (Ver localização na

Figura 3.5) assim como a África do Sul

implantou o sistema de pré-pagamento

de energia com o principal objetivo de

diminuir a inadimplência. Em 1996, a

EDF (Életricité de France) conduziu

uma pesquisa entre 1500 usuários de

sistemas de pré-pagamento chegando

aos seguintes resultados.[10]

Figura 3. 5 - Localização da França.

94% dos usuários estão satisfeitos e conseguiram economizar energia.

89% consideram-se melhor equipados para monitorar o consumo de energia

resultando em melhor orçamento.

50% alteram hábitos que resultaram em economia.

85% vêem o equipamento como amigável.

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3.4. IRLANDA DO NORTE

A Irlanda do Norte tem um sistema mais avançado no sistema pré-pago de

energia, e sua principal diferença está em seu medidor (mencionado na secão 2.5.3)

, o chamado de keypad meter. Em seu medidor está acoplado um teclado numérico

que é usado para colocar créditos. O consumidor compra os créditos e digita 16

dígitos para ativá-los. Com esse medidor evita-se o problema de perdas e danos nos

cartões.

Os consumidores do sistema pré-pago estão crescendo na Irlanda do Norte e

isso se deve a basicamente três fatores:

Os consumidores do sistema pré-pago pagam cerca de 2% a menos na tarifa

comparado aos usuários do sistema convencional. Isso se deve ao fato de

que nesse sistema há uma redução de inadimplente, o custo de leitura dos

medidores é zero, custos para o gerenciamento de contas também é

reduzido.

O sistema de medição da Irlanda do Norte facilita muito para creditar energia.

Em seu sistema, pode-se colocar crédito por internet e celular, o que atrai

muito mais clientes, uma vez que não necessitam sair de suas residências

para comprar os créditos de energia.

Os consumidores não podem ser desconectados da rede entre as 16:00 e

8:00 quando estiverem sem créditos, isso é uma imposição do órgão

regulador da Irlanda do Norte. Mas caso seja usado esse beneficio, na

próxima vez que o consumidor colocar créditos de energia, o tempo que foi

usado será descontado.[12]

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3.5. AMÉRICA DO SUL

Na América Latina, o pré-pagamento de energia elétrica é realidade na

Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru e Venezuela, abaixo estão listados resultados de

algumas experiências na América do Sul.[4]

Redução de consumo entre 10% e 35%.

Compras de R$ 5,00 – R$ 10,00, 2 a 3 vezes por semana.

99 % dos clientes compram entre 7:00 e 23:00 horas

As compras se distribuem de forma homogênea no mês.

As opiniões sobre o sistema são muito positivas

Querem continuar com a pré-venda: 96%.

Aprovam a compra fracionada: 88%.

Percepção da mudança no consumo: 53,9% acham que reduziu.

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3.6. PERCEPÇÃO DA UTILIZAÇÃO NO MUNDO

Em outros lugares do mundo este tipo de tecnologia está amplamente

difundido. Na tabela 3.1 se tem uma relação dos principais países que utilizam esta

tecnologia.(CONESKI, 2012)

Tabela 3. 1 - Total de Medidores de pré-pagamento espalhados no mundo.

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4. AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO NO BRASIL

Neste capítulo será tratado sucintamente das experiências do sistema pré-

pago de energia no Brasil, mais precisamente no Amazonas, no Pará, no Paraná e

no Rio de Janeiro.

O sistema pré-pago de energia elétrica já foi utilizado no Brasil por

distribuidoras do Amazonas, Pará, Paraná e Rio de Janeiro. A primeira a implantar a

modalidade foi a distribuidora carioca AMPLA Energia e Serviços S/A, em 2005. Já a

CELPA, que atende consumidores paraenses, chegou a disponibilizar a energia pré-

paga em regiões remotas e de difícil acesso, exatamente como fez a ADESA, do

Amazonas, depois foi a vez da COPEL no Paraná realizar seu experimento em duas

localidades do município de Guaraqueçaba.[14]

4.1. EXEMPLO DE PRÉ-PAGAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL

4.1.1. AMAZONAS

Caso Maués, AM

No município de Maués, no Amazonas, a Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL) realizou visita técnica nos dias 29 e 30 de 2012. O principal intuito

da viagem foi verificar a aplicação do modelo de pré-pagamento de energia elétrica.

As visitas foram realizadas nas comunidades ribeirinhas de Santa Maria, Nossa

Senhora de Nazaré, São José e Santa Luzia. As comunidades são constituídas em

média por 20 domicílios, uma igreja e uma escola que são atendidas por uma mini-

usinas de energia fotovoltaica feita pela distribuidora local. Em todas as localidades

visitadas, o grau de satisfação dos consumidores com o atendimento das miniusinas

e com o sistema de pré-pagamento foi elevado.

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Anteriormente, as comunidades não eram atendidas pela distribuidora, sendo

o suprimento existente viabilizado por meio de geradores movidos a óleo diesel. O

suprimento, nesse caso, era restrito ao horário de funcionamento das escolas de 18

à 22h. Os moradores das comunidades recebiam uma cota de óleo das prefeituras,

mas tinham que arcar em média com R$ 25 além da cota gratuita para atender suas

necessidades.

No sistema de pré-pagamento, os consumidores passaram a gastar entre R$

5,00 e R$ 10 por mês para manter a energia disponível durante as 24h do dia nas

suas unidades consumidoras.

A Agência constatou também na viagem uma elevada consciência e

percepção do custo da energia por parte dos consumidores. A maioria deles sabia o

consumo médio mensal dos eletrodomésticos e quanto eles consumiam diariamente.

Percebeu-se claramente que a população adequou seus hábitos de consumo ao

preço da energia e à sua capacidade de pagamento. Os motivos para o consumo

racional podem ser explicados pela existência de um mostrador digital dentro das

residências, pela possibilidade de comprarem somente o necessário para seu

consumo e pelo ato de inserirem os créditos no medidor. Nenhuma das famílias

entrevistadas pôde relatar sobre a sinalização (visual ou sonora) referente ao

esgotamento do crédito, pois não tiveram o fornecimento suspenso por falta de

pagamento e nem deixaram que o consumo chegasse ao limite que faz emitir o

sinal.

No modelo de suprimento anterior, os moradores das comunidades ainda

tinham que arcar com os deslocamentos à sede do município para receber o diesel

da prefeitura e também para comprar o restante de combustível necessário para

suas residências. O custo desse deslocamento variava de R$ 15 a R$ 30. Com o

pré-pagamento, no entanto, os consumidores têm a facilidade de comprar pequenos

montantes de energia, a qualquer tempo, em sua própria localidade sem precisarem

se deslocar à sede municipal.

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Nessas localidades alguns agentes de saúde ou até mesmo professores

ficaram com a responsabilidade de vender os créditos de energia, essa decisão foi

tomada a partir de um convenio feito pela distribuidora Eletrobrás Amazonas energia

com as prefeituras municipais das localidades.

Abaixo estão listadas 12 localidades que somam 211 unidades consumidoras

atendidas pelo sistema pré-pago de energia elétrica, no Amazonas, esses dados

foram disponibilizados pela ANEEL após a visita técnica de Maués em 2012.[15]

Tabela 4. 1 - Lista de Localidades atendidas pelo sistema pré-pago em Maués, AM, e em outros municípios.[15]

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Caso São Tomé, AM

A vila de São Tomé se encontra na região Amazônica ao norte do município

de Maracanã, às margens da baía de Maracanã, próximo ao Oceano Atlântico.

A vila é composta por aproximadamente 226 pessoas distribuídas em 40

famílias. Nessa região não existe um sistema de endereços.

Seu sistema de energia é híbrido de solar-eólico-diesel com armazenamento

da energia elétrica em baterias e o complemento da geração com um gerador diesel.

O gerenciamento dessa energia não é administrada pelo governo, e sim pela

própria comunidade através de uma associação que cobra de cada família uma taxa

média mensal para a compra de diesel e materiais para os equipamentos. Porém,

esse tipo de tarifação não corresponde verdadeiramente o consumo de cada família.

Para isso um sistema de tarifação pré-pago foi implantado como teste pelo Grupo de

Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE-UFPA) em

setembro de 2003.

Foi usado um medidor Card Meter (apresentado na seção 2.5.2) e o valor

único cobrado era de 12 reais por 30 kWh. Devido à falta de infraestrutura, o ponto

de venda encontrava-se no GEDAE.

Foram percebidas várias vantagens ao consumidor com alteração do sistema

como, melhor administração do consumo de energia, adequação a flutuação da

renda da população, possibilidade de comprar créditos quantas vezes julgar

necessário.

A principal desvantagem observada foi o alto custo do sistema de pré-

pagamento e sua confiabilidade, uma vez que foram usados protótipos.[12]

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4.1.2. PARÁ

Já no Pará, a diretoria da ANEEL autorizou no dia 06 de dezembro de 2012 a

implantação do projeto piloto de pré-pagamento de energia elétrica para os

consumidores de 11 comunidades isoladas no estado.

Essas comunidades estão localizadas na Reserva Extrativista Verde para

Sempre, no município paraense Porto de Moz.

As 220 unidades consumidoras serão atendidas por meio de miniusinas de

geração fotovoltaica. Na tabela 4.2 segue uma lista das 11 comunidades e o número

de unidades consumidoras de cada uma delas, disponibilizadas pelo site da ANEEL.

Tabela 4. 2 - Lista de Localidades atendidas pelo sistema pré-pago no Pará.[16]

Comunidade Nº Unidades

Consumidoras

Vila Bom Jesus 71

Ariruá 11

Boa Vista 10

Carmelino 13

Céu Aberto 17

Paraíso do Acarai 31

Pedreira 12

São Braz 2 15

Agrupamento 27R 10

Itapeuá 17

São José 13

Total 220

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O sistema de pré-pagamento autorizado deverá possibilitar a informação

visual da energia consumida, assim como sinalizar ao consumidor sobre a

proximidade do fim de seu crédito de energia. A Celpa deverá viabilizar a venda de

crédito de energia na sede do Município de Porto de Moz ou nas próprias

localidades. As áreas técnicas da Agência recomendaram a autorização por

entenderem que essa ação poderá contribuir para o aperfeiçoamento da

regulamentação sobre o fornecimento de energia elétrica em comunidades isoladas.

Em relação à visitas técnicas nessas localidades, em meus estudos não

foram encontrados resultados, a Aneel apenas disponibilizou em 2011 a autorização

para a implantação do projeto.[16]

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4.1.3. PARANÁ

Caso Guaraqueçaba, Paraná

A cidade de Guaraqueçaba no Paraná foi cidade teste de uma associação

entre uma empresa fabricante de medidores pré-pagos Landis+Gyr e a companhia

paranaense de energia COPEL, para experimentos com a finalidade de realizar

testes de conceito em campo e explorar as funcionalidades que o medidor

Cashpower Topacio oferece, sendo a principal delas e de maior interesse da

COPEL, o Gerenciamento de Energia. O medidor Landis+Gyr Cashpower Topacio é

um dos medidores de pré-pagamento mais modernos do mundo.

O medidor Landis+Gyr Cashpower Topacio é um dos medidores de pré-

pagamento mais modernos do mundo.

Além de operar como um medidor convencional e pré-pago, possui a

funcionalidade única no mercado chamada de Gerenciador/Administrador de

Energia, que permite ser programado para fornecer pequenas quantidades de kWh

de forma contínua, limitando o consumo. É como uma torneira sempre pingando na

caixa d'água. Se o consumo for muito intenso, os créditos de kWh acumulados se

esgotarão e o consumidor ficará algum tempo sem energia. Desta forma, o

consumidor aprende a equilibrar as cargas da sua casa e os horários em que pode

utilizá-las, fazendo com que sempre haja crédito suficiente para o consumo, além de

não poder ultrapassar o consumo permitido.

Os medidores Topacio e seus respectivos terminais de leitura (display remoto)

para gestão do consumo estão numa pousada localizada na comunidade de

Bertioga e outro em um pequeno comércio na comunidade de Barbados, onde o

acesso às mesmas é apenas de barco, levando cerca de 1h30min de Paranaguá. A

maioria dos moradores dessa região são pescadores e a aceitação neste primeiro

momento foi muito boa.

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De acordo com a COPEL, foi realizado antes de cada instalação, um estudo das

cargas instaladas em cada estabelecimento para se estimar o consumo mensal e a

quantidade diária de kWh permitida. Com estes dados o medidor foi instalado e

programado. Após isso, veio a tarefa mais importante: educar o consumidor quanto

ao uso racional da energia e de que forma o sistema instalado pode lhe favorecer se

o equilíbrio do consumo for alcançado, sem prejudicar o sistema de geração

limitado.[17]

4.1.4. RIO DE JANEIRO

Ampla

No caso da concessionária fluminense Ampla, ao usar o sistema pré-pago no

Brasil. Entre 2003 e 2009, conectando 300 mil unidades consumidoras (12% dos

clientes) aos medidores digitais. “Nesse período, as perdas de energia caíram de

25% para 20%”, revela o diretor de Relações Institucionais da Ampla, André

Moragas. Apesar dos benefícios, os projetos da companhia mostraram que a adoção

de novas tecnologias pode sofrer uma grande resistência inicial dos consumidores.

A matéria publicada abaixo faz uma excelente análise sobre o caso da Ampla:

[18]

“A partir de 2006, a Ampla iniciou os testes com o serviço pré-pago de energia

com 500 clientes dos municípios de São Gonçalo, Caxias, Magé, Niterói, Itaboraí e

Maricá. “Vislumbramos no pré-pago uma medida para reduzir a inadimplência”,

justifica Moragas. O executivo afirma que do universo de 2,5 milhões de clientes da

empresa, 800 mil consumidores são classificados como baixa renda. “Muitos não

possuem uma renda fixo”. “O pré-pago seria uma maneira mais flexível de comprar

energia, adequando o consumo à renda dos nossos clientes”, justifica. A Ampla

também obteve autorização da ANEEL para desenvolver este projeto-piloto”.

Mas os problemas começaram logo que os primeiros cortes de fornecimento

ocorreram. Muitos consumidores entraram na justiça para recuperar o suprimento,

derrotando a Ampla. “Os juízes decidem a favor de um único consumidor em

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prejuízo a toda coletividade”, critica Kelman. Segundo Moragas, a expansão do

serviço pré-pago no País, a exemplo do que já existe no setor de telefonia, depende

da regulamentação das regras de interrupção pelo regulador e da flexibilização do

procedimento para a compra dos créditos. “Hoje, o consumidor precisa ir à loja

adquirir os créditos, tendo que assinar sempre um termo de compra”, explica.

Com a homologação definitiva do Inmetro em julho de 2009, a Ampla retomou

os planos de instalar os medidores digitais em sua área de concessão. Para 2010, a

meta é instalar 50 mil unidades. Entre 2003 e 2009, a empresa já investiu R$ 300

milhões na blindagem da rede e nos medidores. “Agora, a expansão do serviço pré-

pago está em stand-by e depende de uma regulamentação”, afirma Moragas. O

executivo disse que é do interesse da Ampla esse novo sistema porque os dados

mostram que o consumidor rapidamente se acostuma com o serviço e que o nível de

corte de fornecimento tende a ser menor do que na modalidade pós-paga.

Light

A Light (RJ) é outra distribuidora que avança no uso de medidores digitais.

Com uma perda total de 21%, sendo 15 pontos porcentuais de perdas comerciais, a

companhia adota estratégias distintas em sua área de concessão. Em locais de alto

poder aquisitivo, a Light optou por instalar os medidores digitais individuais nas

unidades consumidoras, alcançando 40 mil clientes. “Entre janeiro de 2008 a

dezembro 2009, reduzimos as perdas totais desses consumidores de 25% para 9%,

e temos a meta de chegar a 2%”, diz o superintendente de recuperação de energia

da Light, José Geraldo Pereira. Nas áreas de maior risco do Rio, a empresa instala

os medidores individuais à medida que o Estado retoma a sua presença nas

comunidades.

O conceito de medição centralizada foi aplicado pela empresa nas regiões

baixa renda de sua área de concessão, como a Baixada Fluminense. Até o

momento, a companhia instalou 40 mil medidores digitais nessas localidades e

pretende instalar mais 120 mil neste ano, diante da homologação dos equipamentos

pelo Inmetro. “Temos como meta reduzir as perdas totais de 40% para 5% nessas

regiões”, afirma o executivo. Para tanto, a Light pretende instalar 100 mil medidores

por ano até 2013. “A regularização dos clientes beneficia a todos, inclusive o Estado.

Se o nosso faturamento cresce, aumenta a arrecadação de impostos”, justifica.

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Além da medição centralizada, o executivo diz que o serviço pré-pago é uma

boa opção para o setor elétrico. Pereira, no entanto, afirma que a Light não deve

investir no serviço até que a tecnologia seja regulamentada. Em 2009, a

concessionária destinou cerca de R$ 180 milhões a iniciativas de combate às

perdas. Para 2010, a meta é aportar R$ 190 milhões. No ano passado, a empresa

deixou de faturar R$ 700 milhões por conta das perdas comerciais. [18]

Agora que o passo primordial foi dado com a homologação da lei que permite

o uso da modalidade pré-paga de energia elétrica no Brasil, as empresas AMPLA e

LIGTH querem tornar retomar seus projetos e fornecer essa modalidade para toda a

suas áreas de concessão. Segundo a LIGTH, os moradores do Rio de

Janeiro poderão consumir energia elétrica de forma pré-paga até o fim de 2014. E

instalará os medidores em 1 milhão de residências no estado até 2018.[19]

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5. CONCLUSÃO DAS AVALIAÇÕES E PROPOSTAS DE

TRABALHOS FUTUROS

5.1. CONCLUSÕES

Nesse trabalho constatou-se que o sistema elétrico brasileiro anda sofrendo

melhorias e com o novo sistema de tarifação de energia elétrica pré-paga que sim é

um sistema benéfico para a sociedade como um todo, o país só tem a ganhar.

Porém para sua total aceitação no Brasil tanto pelo consumidor, concessionária e

também ou principalmente para os órgãos de defesa do consumidor esse sistema,

mais especificamente sua regulamentação precisa de algumas mudanças que

podem ser, por exemplo, espelhadas nas experiências internacionais já citadas.

Tais melhorias devem ser relacionadas principalmente para o ponto:

Facilidade na desconexão

Em relação a facilidade na desconexão, é fácil perceber vendo experiências

internacionais que esse é um problema contornável. Porém para o Brasil esse se

torna um problema crucial. A legislação não deixa que essa desconexão seja feita

de forma fácil, uma vez que se trata da desconexão de um bem essencial. Esse

problema pode ser resolvido com os créditos de emergência e a não desconexão em

horários de extrema necessidade da energia, a noite.

Os créditos de emergência e o não desligamento da energia em horários de

pouca iluminação natural, utilizado, por exemplo, na Irlanda do norte, são

obrigatórios para que o sistema possa funcionar de forma que tanto consumidor,

quanto a concessionária possam ganhar com esse novo método de tarifação.

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5.2. PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS

Estudo de Melhoria na Regulamentação Brasileira do sistema de tarifação

pré-paga de energia elétrica.

Realizar Análises econômicas mais detalhadas do sistema de tarifação pré-

paga de energia elétrica brasileiro.

Realizar estudos de impactos ambientais em países que já utilizam o sistema

de tarifação pré-paga de energia elétrica.

Realizar pesquisa sobre estudos de uma possível redução de custo dessa

energia.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Aneel aprova modalidade pré-paga de energia. Disponível em:<

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-04/aneel-aprova-modalidade-

pre-paga-de-energia>. Acesso em: set. 2014.

[2] Aneel quer luz pré-paga em todo o país. Disponível em:<

http://www.redenergia.com/noticias/aneel-quer-luz-pre-paga-em-todo-o-pais/>.

Acesso em: out. 2014.

[3] ANEEL faz audiência sobre o pré-pagamento de energia e novos serviços

das distribuidoras. Disponível

em:<http://www.eletrosul.gov.br/gdi/gdi/cl_pesquisa.php?pg=cl_abre&cd=iiocda18%7

CRcji>. Acesso em: set. 2014.

[4] As soluções para pré-pagamento de energia elétrica. Disponível em:<

http://www.abinee.org.br> Acesso em: set. 2014

[5] BUQUE,Jose. O Serviço Pré-pago da EDM. Disponível em:

<www.aneel.gov.br/hotsite/seminario/apresentacoes/21-09 tarde/José Buque -

20110921 EDM Seminario de Pre-Pagamento em Brasilia.pdf> Acesso em: set.

2014.

[6] Resolução Normativa n° 610/2014 – Aneel. Disponível em:<

www.aneel.gov.br/cedoc/ren2014610.pdf > Acesso em: maio. 2014

[7]Lei nº 7.783/1989. Disponível em:<

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7783.htm> Acesso em: Agosto. 2014.

[8] Aneel aprova sistema de energia elétrica pré-paga. Disponível em: <

http://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/aneel-aprova-sistema-de-

energia-eletrica-pre-paga-12056498>. Acesso em: Agosto. 2014.

[9] Eskom, distribuidora de energia elétrica. Disponível em: < www.eskom.co.za/>

Acesso em: nov. 2014.

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[10] E. Canaes, José; Sistema alternativo de pagamento de energia elétrica. –

Disponível

em:<http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/29902457.html, >

Acesso em: nov. 2014.

[11] Uma vez desprezado, pré-pagamento de energia elétrica metros estão

ganhando aceitação no mercado. Disponível em: <

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-

BR&sl=en&u=http://www.engineeringnews.co.za/article/once-despised-prepayment-

electricity-meters-are-gaining-market-acceptance-2011-09-30&prev=search> Acesso

em: nov. 2014.

[12] ANÁLISE TÉCNICA E REGULATÓRIA DO SISTEMA PRÉ-PAGO DE

ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL. - Disponível em: <

www.eletrica.ufpr.br/ufpr2/tccs/232.pdf > Acesso em: nov. 2014.

[13] O potencial da aplicação do pré-pagamento no mercado de energia elétrica

do Brasil. - Disponível em:

<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja

&uact=8&ved=0CB0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Fhotsite%2Fs

eminario%2Fapresentacoes%2F22-

09%2520manha%2FNelson%2520Leite%2520Apres%2520%2520ANEEL%2520V4.

pdf&ei=xKOAVPj8OoHnoASJmoGoAQ&usg=AFQjCNHEftYJHa0fcMxC3ii8RYktHBE

FdQ&sig2=z7E3FXk8kXFIte0V7d8H-Q&bvm=bv.81177339,d.cGU> Acesso em: nov.

2014.

[14]Três Estados experimentaram pagamento antecipado - Disponível em:<

http://www.jornalcash.com.br/?p=2573> Acesso em: nov. 2014.

[15] ANEEL visita comunidades atendidas com sistema de pré-pagamento de

energia no Amazonas: Disponível em:<

http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=5730&i

d_area=90> Acesso em: nov. 2014.

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[16] ANEEL autoriza Celpa a implantar projeto piloto de pré-pagamento:

Disponível

em:<http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=49

70&id_area=90> Acesso em: nov. 2014.

[17] Medidor Landis+Gyr Cashpower Topacio chega ao Brasil: Disponível

em:<http://www.adperc.com.br/br/destaques/100-landis-cashpower-brasil.html>

Acesso em: nov. 2014.

[18] AMPLA E LIGHT INSTALAM MEDIDOR DIGITAL ENQUANTO AGUARDAM

LEI:Disponívelem:http://www.redeinteligente.com/2010/01/19/ampla-e-light-instalam-

medidor-digital-enquanto-aguardam-lei/ Acesso em: nov. 2014.

[19] Moradores do RJ poderão consumir energia pré-paga até o fim de

2014:Disponível em:<http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/05/moradores-

do-rj-poderao-consumir-energia-pre-paga-ate-o-fim-de-2014.html> Acesso em: nov.

2014.