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AIDS: o doente, o médico e psicoterapeuta Desde o início de 1985 realizou-se um trabalho com pacientes de AIDS, o mesmo realizado pelo setor de Psicologia Médica do Serviço de Psicologia Médica e Psiquiatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), da UERJ, com um trabalho conjunto com o Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital, onde acompanhou-se 48 pacientes, onde fizera-se a supervisão e coordenação do trabalho. Lidar com pacientes de AIDS é uma tarefa que exige um grande desprendimento, pois os mesmos enfrentam problemas de cunho médico, psicológico, familiar e social. A AIDS tem por sua história um início conturbado, onde os indivíduos portadores do vírus eram hostilizados e excluídos, tanto por medo dos profissionais da saúde, devido ao desconhecimento da doença, ou quanto ao preconceito aos homossexuais, grande maioria dos portadores da AIDS no fim da década de 80. Diante o diagnóstico da AIDS, quase sempre cria um estado de choque, onde o indivíduo nega sua doença e quase sempre recusa o auxílio da equipe de psicologia. Do ponto de vista psicanalítico pode-se agrupar os homossexuais e bissexuais em um único grupo, sendo o último um tipo particular de homossexual, diante disso tem-se a medicina na busca da causa da homossexualidade, donde levanta-se hipóteses para a causa dos mesmos. Com isso os primeiros aspectos desses pacientes em sua estrutura psicológica, são famílias com graves problemas em relação a orientação sexual do indivíduo. A

Resumo de Psicologia

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Resumo de psicologia, para estudantes de medicina.

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AIDS: o doente, o mdico e psicoterapeuta

Desde o incio de 1985 realizou-se um trabalho com pacientes de AIDS, o mesmo realizado pelo setor de Psicologia Mdica do Servio de Psicologia Mdica e Psiquiatria do Hospital Universitrio Pedro Ernesto (HUPE), da UERJ, com um trabalho conjunto com o Servio de Doenas Infecciosas e Parasitrias do Hospital, onde acompanhou-se 48 pacientes, onde fizera-se a superviso e coordenao do trabalho. Lidar com pacientes de AIDS uma tarefa que exige um grande desprendimento, pois os mesmos enfrentam problemas de cunho mdico, psicolgico, familiar e social. A AIDS tem por sua histria um incio conturbado, onde os indivduos portadores do vrus eram hostilizados e excludos, tanto por medo dos profissionais da sade, devido ao desconhecimento da doena, ou quanto ao preconceito aos homossexuais, grande maioria dos portadores da AIDS no fim da dcada de 80. Diante o diagnstico da AIDS, quase sempre cria um estado de choque, onde o indivduo nega sua doena e quase sempre recusa o auxlio da equipe de psicologia. Do ponto de vista psicanaltico pode-se agrupar os homossexuais e bissexuais em um nico grupo, sendo o ltimo um tipo particular de homossexual, diante disso tem-se a medicina na busca da causa da homossexualidade, donde levanta-se hipteses para a causa dos mesmos. Com isso os primeiros aspectos desses pacientes em sua estrutura psicolgica, so famlias com graves problemas em relao a orientao sexual do indivduo. A maioria dos indivduos gays negam sua sexualidade, por motivo de vergonha, ou devido ao medo da descoberta por sua famlia, onde os pais costumam ser distantes, ausentes ou temidos por serem autoritrios. A grande maioria dos homossexuais que apresentaram AIDS tinham comportamentos promscuos, devido a problemas de autoestima, onde buscam resolver problema de personalidade com tais atos. Juntos a esses fatos os portadores de AIDS podem apresentar quadros de apatia ou depresso, alguns desses quadros advm de que a doena pode gerar um processo de demncia por destruio neuronal. Logo a interao da equipe de sade se faz muito necessria, contudo enfrenta-se uma dificuldade de entrosamento entre a equipe mdica e a da Psicologia Mdica, onde a equipe mdica criava resistncia em participar de reunies de discusso de casos clnicos, e tambm de grupos de reflexo de como lidar com os pacientes doentes, com seu diagnstico e o decorrer da morte. Sendo assim, um exerccio permanente de lidar com paradoxos, como em ltima instncia toda pratica psicoterpica e a prpria vida.