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1 RESUMO – DIREITO CIVIL I – 1º SEMESTRE 2011 Estado da Pessoa Natural É também elemento de individualização da pessoa natural. É a posição jurídica da pessoa no meio social. Há 3 espécies: a) político: leva-se em consideração a relação da pessoa natural com o Estado. b) familiar: indica a situação da pessoa na família, quanto às relações conjugais e de parentesco (consanguíneo ou por afinidade) c) Individual: maneira de ser da pessoa quanto à idade (maior ou menor) e ao sexo (feminino ou masculino). OBS: em regra, é UNO ou INDIVISÍVEL: ninguém pode ostentar 2 ou + estados da mesma espécie ao mesmo tempo; exceto: o estado político que permite a dupla nacionalidade; DOMICÍLIO: é o coração da vida jurídica; É o lugar em que a pessoa física estabelece residência com ânimo definitivo TRANSFORMANDO-O EM CENTRO DA SUA VIDA JURÍDICA. Elementos: ânimo definitivo de permanência; ato de se fixar em determinado local Considerações: Pluralidade de domicílios (domicílio plúrimo): art 71-> admitida no ordenamento jurídico brasileiro – quando a pessoa tem várias residências (e vive alternadamente em cada uma delas) – qualquer uma é considerada domicílio; Domicílio profissional: art 72 -> para efeitos profissionais, o domicílio é o local onde a profissão é exercida. Domicílio ocasional ou aparente: art 73 -> pessoas que não têm residência fixa/habitual, terá como domicílio o local onde forem encontradas. Mudança de domicílio: art 74-> a pessoa é livre para mudar; Art 75: domicílio das pessoas jurídicas I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Espécies de domicílio: Voluntário: é o mais comum; fixado por simples ato de vontade; Especial ou de eleição: art 78 CC - domicílio escolhido pelas partes na celebração de um contrato, para solucionar eventuais problemas sobre o negócio. Também denominado foro de eleição; Legal ou necessário: fixados por lei – art 76 e 77 -> domicílio legal do: a) Incapaz: é o domicílio do seu representante ou assistente;

Resumo - Estado - Domicílio -Morte

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CIVIL PARTE GERAL

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    RESUMO DIREITO CIVIL I 1 SEMESTRE 2011

    Estado da Pessoa Natural

    tambm elemento de individualizao da pessoa natural. a posio jurdica da pessoa no

    meio social. H 3 espcies:

    a) poltico: leva-se em considerao a relao da pessoa natural com o Estado.

    b) familiar: indica a situao da pessoa na famlia, quanto s relaes conjugais e de

    parentesco (consanguneo ou por afinidade)

    c) Individual: maneira de ser da pessoa quanto idade (maior ou menor) e ao sexo

    (feminino ou masculino).

    OBS: em regra, UNO ou INDIVISVEL: ningum pode ostentar 2 ou + estados da mesma espcie

    ao mesmo tempo; exceto: o estado poltico que permite a dupla nacionalidade;

    DOMICLIO: o corao da vida jurdica;

    o lugar em que a pessoa fsica estabelece residncia com nimo definitivo

    TRANSFORMANDO-O EM CENTRO DA SUA VIDA JURDICA.

    Elementos:

    nimo definitivo de permanncia; ato de se fixar em determinado local

    Consideraes:

    Pluralidade de domiclios (domiclio plrimo): art 71-> admitida no ordenamento

    jurdico brasileiro quando a pessoa tem vrias residncias (e vive alternadamente em cada uma delas) qualquer uma considerada domiclio;

    Domiclio profissional: art 72 -> para efeitos profissionais, o domiclio o local onde a

    profisso exercida.

    Domiclio ocasional ou aparente: art 73 -> pessoas que no tm residncia

    fixa/habitual, ter como domiclio o local onde forem encontradas.

    Mudana de domiclio: art 74-> a pessoa livre para mudar;

    Art 75: domiclio das pessoas jurdicas I - da Unio, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territrios, as respectivas capitais; III - do Municpio, o lugar onde funcione a administrao municipal; IV - das demais pessoas jurdicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e

    administraes, ou onde elegerem domiclio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 1o Tendo a pessoa jurdica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles ser

    considerado domiclio para os atos nele praticados. 2o Se a administrao, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se- por domiclio da pessoa

    jurdica, no tocante s obrigaes contradas por cada uma das suas agncias, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

    Espcies de domiclio:

    Voluntrio: o mais comum; fixado por simples ato de vontade;

    Especial ou de eleio: art 78 CC - domiclio escolhido pelas partes na celebrao

    de um contrato, para solucionar eventuais problemas sobre o negcio. Tambm

    denominado foro de eleio;

    Legal ou necessrio: fixados por lei art 76 e 77 -> domiclio legal do: a) Incapaz: o domiclio do seu representante ou assistente;

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    b) Servidor pblico: lugar onde ele exerce suas funes

    c) Militar: o local em que servir;

    d) Martimo: marinheiro da marinha mercante privada -> o local em que o navio se

    encontra matriculado; e) Preso: no local em que cumprir a sentena (sentena penal condenatria j

    transitada em julgado).

    EXTINO DA PESSOA NATURAL

    Art. 6: a morte marca o fim da existncia da pessoa natural.

    1) Espcies de morte:

    1.1) Real

    Parada total do aparelho cardiorrespiratrio;

    Para efeito de transplante, a morte mais segura a morte enceflica, por ser irreversvel

    (Resoluo 1480 CFM)

    bito: declarado por mdico, ou caso no haja mdico, por 2 testemunhas que possam

    faz-lo (art 77 LRP)

    1.2) Presumida

    H 2 hipteses admitidas no ordenamento jurdico brasileiro:

    pela ausncia

    morte presumida do art 7 - sem decretar ausncia

    a) Morte presumida sem decretao de ausncia - art 7 I - se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida; II - se algum, desaparecido em campanha (ao miliar) ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

    Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do falecimento.

    So situaes em que, face ao perigo e circunstncias, demonstram que a morte tenha

    ocorrido. necessrio esgotar as buscas para ento se buscar a declarao de morte

    presumida. Para declarar a morte dessas pessoas, necessrio se utilizar do procedimento de

    JUSTIFICAO JUDICIAL, pois o JUIZ QUEM DECLARA a morte, estimando-se a data da morte.

    b) Ausncia (art 22)

    Consiste na situao da pessoa que desaparece de seu domiclio sem deixar notcias ou

    representante que administre seu patrimnio, ou mesmo tendo deixado, este no quer mais ou

    no pode, continuar como procurador. Somente ser considerado presumidamente morto aps

    a abertura da SUCESSO DEFINITIVA (LTIMA FASE). No total, so 3 fases

    1 fase: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE

    1- inicia-se com a notcia do desaparecimento, por qualquer interessado ou pelo Ministrio

    Publico.

    2-juiz dar sentena de declarao de ausncia, e nesta sentena, determinar a arrecadao

    dos bens do ausente (fazer levantamento dos bens deixados),

    3- juiz nomear curador para representar os interesses e administrar os bens do sujeito.

    ordem preferencial do art 25 CC

    4- determinar a publicao de editais por 1 ano, de 2 em 2 meses:

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    Contedo: anunciando a arrecadao dos bens e convocando o ausente para retomar a posse de seus bens.

    5- registro da sentena de declarao da ausncia no Cartrio de Registro Civil das Pessoas

    Naturais (art 9, IV CC).

    2 fase: Sucesso provisria- art26 e ss

    1- aps 1 ano da arrecadao dos bens ou aps 3 anos da arrecadao dos bens se o motivo

    da decretao da ausncia for o procurador que no quiser ou no puder exercer o encargo.

    2- qualquer interessado do art. 27, pode requerer abertura da 2 fase

    3- juiz profere a sentena de abertura da sucesso provisria. Esta sentena apenas produzir

    efeitos 180 dias aps o trnsito em julgado. (art 28)

    4- os sucessores provisrios sero imitidos na posse.

    se os herdeiros forem os colaterais, devero prestar cauo;

    aps a imisso na posse, os sucessores provisrios representam ativa e passivamente o ausente (art 32);

    no pode haver alienao ou hipoteca dos bens imveis, somente se juiz autorizar (art 31)

    art 33- os frutos e rendimentos gerados pelos bens pertencero aos sucessores provisrios, porm, se forem colaterais: apenas dos frutos e rendimentos ser destes e

    a outra metade dever ser reservada, com prestao anual de contas ao juiz; ser

    entregue ao ausente se ele retornar e provar que sua ausncia no foi voluntria ou

    justific-la. Caso contrrio, a outra metade tambm ser devida aos colaterais.

    Art 36 se durante este fase o ausente aparecer ou der notcias: os bens devero ser entregues a ele.

    3 fase: Sucesso definitiva

    a partir desta fase, o ausente se presume morto

    1- a abertura da 3 fase poder ser requerida por qualquer interessado:

    aps 10 anos do trnsito em julgado da sentena de abertura da sucesso provisria (converte-se em sucesso definitiva)

    se o ausente estiver com 80 anos e j fizer 5 anos de suas ltimas notcias.

    2- a sucesso definitiva acarreta a transferncia da propriedade resolvel dos bens, e no

    definitiva, pois a lei determina que no prazo de 10 anos, se o ausente retornar, ou se aparecer

    ascendente ou descendente, os bens devero ser restitudos no estado em que estiverem.

    Se j tiverem sido vendidos, devero ser entregues os sub-rogados em seu lugar, ou o preo que tiver recebido pela alienao dos bens (art 39);

    3- se a abertura da sucesso definitiva no for requerida no prazo de 10 anos a contar da data

    em que poderia ter sido feita, os bens passaro para o patrimnio pblico: Municpio ou DF,

    quando situado nestas circunscries, ou Unio, quando situados em territrio federal.

    (pargrafo nico do art 39)

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    Comorincia Art 8 CC:

    a presuno de morte simultnea que se aplica quando duas ou mais pessoas

    falecerem na mesma ocasio e no for possvel verificar quem morreu primeiro, ou seja, o exato

    momento da morte de cada um.

    A finalidade: evitar que haja transmisso de direito entre os comorientes; pois se

    presume o fim da personalidade ao mesmo tempo (simultaneamente).